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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS
NATALIA ANDREA CRUZ OCHOA
EFEITOS DA ANÓXIA NEONATAL EM RATOS WISTAR, NO
DESENVOLVIMENTO SOMÁTICO, METABOLISMO ENERGÉTICO E CIRCUITOS
HIPOTALÂMICOS RELACIONADOS
São Paulo
2018
NATALIA ANDREA CRUZ OCHOA
EFEITOS DA ANÓXIA NEONATAL EM RATOS WISTAR, NO
DESENVOLVIMENTO SOMÁTICO, METABOLISMO ENERGÉTICO E CIRCUITOS
HIPOTALÂMICOS RELACIONADOS
Dissertação apresentada ao programa de Pós-
Graduação em Ciências Morfofuncionais do
Instituto de Ciências Biomédicas da
Universidade de São Paulo, para obtenção do
título de Mestre em Ciências.
Orientador: Prof. Dr. Maria Inês Nogueira
São Paulo
2018
Folha de Avaliação
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, por me abençoar muito mais do que eu mereço.
À minha orientadora, Profa. Dra. Maria Inês Nogueira, por me acolher carinhosamente
em seu laboratório e me mostrar o quão valioso e enriquecedor é o trabalho de um
pesquisador. Obrigada por acreditar nas minhas capacidades e pela constante ajuda
no meu desenvolvimento profissional e pessoal.
Aos professores Dra. Luciane Valeria Sita, Dra. Marcela Bermudez Echeverry e ao Dr.
Newton Sabino Canteras, por suas críticas construtivas durante o exame de
qualificação, as quais ajudaram a direcionar meu trabalho.
À Kelly Borges, técnica do laboratório, quem esteve sempre disposta a me ajudar
desde o primeiro dia, sem importar a data tampouco a hora. Obrigada pelo apoio
incondicional no desenvolvimento dos experimentos e por me ensinar todas as
técnicas e procedimentos realizados neste trabalho.
Aos colegas de pós-graduação Amrita Jah Kumar, Ammir Yacoub Helou, Bruna
Petrucelli Arruda, Luana Janota de Carvalho, Lívia Clemente, Silvia Takada, Victor
Vasquez Matsuda e Vitor Yonamine Lee, pelas ideias, colaborações e discussões
constantes.
Ao laboratório de Neurociências e Comportamento, especialmente ao Prof. Dr.
Gilberto Fernando Xavier, por disponibilizar as instalações e os equipamentos do
laboratório, os quais foram essenciais para a realização dos experimentos. Ao técnico
Manoel Brito, pelo cuidado dos animais, disposição e ajuda.
Ao Departamento de Anatomia, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade
de São Paulo (ICB-USP), aos funcionários da secretaria de pós-graduação e do
biotério. Especialmente à Patrícia Rocha, pela paciência, auxílio com todos os tramites
acadêmicos e á estatística Rosana Prisco, pelo apoio fundamental na análise dos
dados e na interpretação dos resultados.
À Sandy Lorena Pulecio pelas microfotografias e medições dos ilhotes dos pâncreas
e Sandra Lorena Navas, técnica do laboratório de histopatologia da Universidad de
los Llanos, pelo processamento dos pâncreas.
À Renata Wandroski Peris pela amizade, apoio e caronas.
Aos professores do departamento de patologia veterinária, Luciano Freitas Felicio,
Cristina Massoco e a técnica Nicolle Queiroz, pelas dosagens hormonais e pela
amizade.
Aos ratinhos de experimentação, por nos permitir descobrir com suas vidas um mundo
de conhecimento.
A meus pais Julieta Esperanza e Pablo Emilio, e meus irmãos Ana Maria e Pablo
Felipe por serem meu exemplo a seguir. Obrigada por todo o apoio durante o mestrado
e na elaboração da dissertação, obrigada por acreditar em mim e me motivar
constantemente a conquistar muito mais do que eu imaginava.
A meu namorado, João Gabriel, por estar sempre do meu lado me apoiando e
motivando. Obrigada pela paciência e por ser minha mão direita nesses últimos
meses. A seus pais Gorete e Marcio e sua família, por terem cuidado de mim e me
fazerem sentir em casa.
Obrigada a todos meus professores, familiares, funcionários, colegas e amigos que
em algum momento de uma ou de outra forma tem contribuído na minha formação
acadêmica e pessoal. Meus sinceros agradecimentos para todos vocês, pois sem sua
ajuda não teria sido possível realizar esta dissertação.
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001. E com o
apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Obrigada pelo apoio financeiro aos experimentos do laboratório de Neurociências e a
minha manutenção no Brasil durante o mestrado.
“Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida com paixão, perder com classe
e vencer com ousadia, pois o triunfo pertence
a quem se atreve... A vida é muito bela para
ser insignificante.”
(Charles Chaplin)
RESUMO
CRUZ-OCHOA, NA. Efeitos da anóxia neonatal em ratos Wistar, no
desenvolvimento somático, metabolismo energético e circuitos hipotalâmicos
relacionados. 2018. 76 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Morfofuncionais) -
Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.
O déficit de oxigênio no neonato recém-nascido é denominado anóxia, asfixia, hipóxia,
ou hipóxia-isquemia neonatal. Esta condição atinge a 0,24% dos neonatos a termo,
0,51% dos prematuros e aproximadamente 60% dos prematuros de baixo peso. A
anóxia neonatal pode ocasionar consequências a longo prazo, como déficits
cognitivos e comportamentais, epilepsia e inclusive paralisia cerebral (14,5%). No
entanto, pouco se tem estudado acerca das alterações metabólicas e de longo prazo
ocasionadas por este estimulo. Desta forma, o objetivo deste trabalho é avaliar os
efeitos da anóxia neonatal no crescimento somático, metabolismo energético e
núcleos hipotalâmicos relacionados. Para tal fim, foi induzida anóxia neonatal em ratos
Wistar (P2), avaliado o crescimento somático e a ingestão alimentar até P90. Além
disso, foi estudada a resposta ao estimulo de jejum agudo e de realimentação, quanto
aos parâmetros de: perda e ganho de peso, ingestão alimentar, níveis de leptina,
insulina e glicemia, áreas das ilhotas de Langerhans e expressão da proteína Fos nos
núcleos hipotalâmicos ARC, VMH, DMH e PVN. Como resultado, a anóxia neonatal
modificou o peso corporal na idade adulta, sem afetar a ingestão alimentar diária,
sugerindo que a diferença de peso é consequência de um desequilíbrio energético.
Ademais, alterou a resposta ao estimulo de jejum e de realimentação, modificando a
secreção de leptina e insulina, a perda de peso, a ingestão alimentar pós-jejum, o
tamanho das ilhotas de Langerhans e a expressão de Fos no ARC. Estes resultados
em conjunto, sugerem que a anóxia neonatal foi capaz de alterar o metabolismo
energético dos ratos Wistar, repercutindo no desenvolvimento somático.
Palavras-chave: Hipotálamo. Ingestão Alimentar. Crescimento. Insulina. Leptina.
ABSTRACT
CRUZ-OCHOA, NA. Effects of neonatal anoxia in Wistar rats, somatic
development, energy metabolism and related hypothalamic circuits. 2018. 76 p.
Master Thesis (Master Degree in Morphofunctional Sciences) - Institute of Biomedical
Sciences of the University of São Paulo – ICB/USP, Sao Paulo, 2018.
Oxygen deficiency in the newborn is named anoxia, asphyxia, hypoxia, or neonatal
hypoxia-ischemia. This condition reaches 0.24% of full-term infants, 0.51% of
premature infants and approximately 60% of low birth weight preterm infants. Neonatal
anoxia can have long-term consequences, such as cognitive and behavioral deficits,
epilepsy and even cerebral palsy (14.5%). However, little has been studied about the
metabolic and long-term changes caused by this stimulus. Thus, the objective of this
work is to evaluate the effects of neonatal anoxia on somatic growth, energetic
metabolism and related hypothalamic nuclei. For this purpose, neonatal anoxia was
induced in Wistar rats (P2), and somatic growth and food intake were evaluated up to
P90. In addition, we studied the response to acute fasting and feedback, as well as the
parameters of loss and weight gain, food intake, leptin, insulin and glycemia levels,
areas of the islets of Langerhans and expression of the Fos protein in ARC, VMH, DMH
and PVN. As result, neonatal anoxia changed body weight in adulthood, without
affecting daily dietary intake, suggesting that the difference in weight is a consequence
of an energy imbalance. In addition, it altered the response to fasting and feedback
stimuli, modifying leptin and insulin secretion, weight loss and post-fasting food intake,
size of the islets of Langerhans, and expression of Fos in the ARC. These results
together suggest that neonatal anoxia was able to alter the energy metabolism of
Wistar rats, thus affecting somatic development.
Keywords: Hypothalamus. Food intake. Growth. Leptin. Insulin
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Circuito hipotalâmico regulador da ingestão alimentar e do equilíbrio energético. 14 Figura 2 - Sistema de Anóxia Neonatal. ............................................................................... 21 Figura 3 - Parâmetros de desenvolvimento somático. .......................................................... 22 Figura 4 - Ciclo Estral. ......................................................................................................... 23 Figura 5 - Avaliação de glicemia. ......................................................................................... 24 Figura 6 - Coleta dos cortes do encéfalo. ............................................................................. 25 Figura 7 - Contagem no programa Stereo investigator. ........................................................ 28 Figura 8 - Peso corporal. ..................................................................................................... 29 Figura 9 - Eixos de crescimento corporal. ............................................................................ 30 Figura 10 - Ingestão Alimentar. ............................................................................................ 32 Figura 11 - Perda de peso pós-jejum e ganho de peso pós-prandial. .................................. 33 Figura 12 - Ingestão alimentar pós-jejum em P35 e P95. ..................................................... 34 Figura 13 - Níveis de glicemia. ............................................................................................. 34 Figura 14 - Dosagem de insulina. ........................................................................................ 35 Figura 15 - Dosagem de Leptina. ......................................................................................... 36 Figura 16 - Área das ilhotas de Langerhans. ....................................................................... 37 Figura 17 - Ilhotas de Langerhans P35. ............................................................................... 37 Figura 18 - Ilhotas de Langerhans P95. ............................................................................... 38 Figura 19 - Peso Corporal. ................................................................................................... 39 Figura 20 - Ingestão Alimentar. ............................................................................................ 40 Figura 21 - Perda de peso pós-jejum e ganho de peso pós-prandial. .................................. 42 Figura 22 - Ingestão Alimentar pós-jejum. ............................................................................ 43 Figura 23 - Níveis de Glicemia dos animais alocados em grupo e isoladamente. ................ 44 Figura 24 - Dosagem de Insulina. ........................................................................................ 45 Figura 25 - Dosagem de Leptina. ......................................................................................... 45 Figura 26 - Contagem c-Fos no Hipotálamo. ....................................................................... 46 Figura 27 - Marcação para c-Fos no Núcleo Arqueado. ....................................................... 47 Figura 28 - Contagem NeuN no ARC. .................................................................................. 48 Figura 29 - Campo Aberto em P28. ..................................................................................... 68 Figura 30 - Campo Aberto em P88. ..................................................................................... 69 Figura 31 - Labirinto em cruz elevado em P30. .................................................................... 70 Figura 32 - Labirinto em cruz elevado em P90. .................................................................... 72 Figura 33 - Dosagem de Corticosterona P30 e P90. ............................................................ 74 Figura 34 - Dosagem de Corticosterona P90. ...................................................................... 74
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Parâmetros avaliados durante o estímulo de jejum e realimentação em P35. ..... 31 Tabela 2 - Parâmetros avaliados durante o estímulo de jejum e realimentação em P95. ..... 31 Tabela 3 - Matriz de Correlações. ........................................................................................ 38 Tabela 4 - Parâmetros avaliados durante o estímulo de jejum e realimentação em P35. ..... 40 Tabela 5 - Parâmetros avaliados durante o estímulo de jejum e realimentação em P95. ..... 41 Tabela 6 - Efeitos do déficit de oxigênio neonatal no peso corporal. .................................... 75
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
3v -Terceiro ventrículo
α-MSH -Hormônio estimulante de alfa-melanócitos
AgRP -Proteina r-Agouti
Af -Anóxia fêmea
Am -Anóxia macho
ANOVA -Análise de variância
ARC -Núcleo arqueado
BAT -Tecido adiposo marrom
CART -Transcrito Regulado por Cocaína e Anfetamina
Cf -Controle fêmea
Cm -Controle macho
CRH -Hormônio Liberador de Corticotrofina
DAB -Diaminobenzidina
DH2O -Água destilada
DMH -Núcleo dorsomedial do hipotálamo
DPX -Meio de montagem
ELLC -Eixo látero-lateral do crânio
EAPC -Eixo ântero-posterior do crânio
ELC -Eixo longitudinal do corpo
FFAs -Ácidos graxos livres
GD -Dia gestacional
GH -Hormônio do crescimento
GLP-1 -Péptido-1 semelhante a glucagon
H2O2 -Peróxido de hidrogênio
HI -Hipóxia-isquemia
HIE -Encefalopatia hipóxico-isquêmica
ICB -Instituto de Ciências Biomédicas
IRs -Receptores de insulina
LHA -Área hipotalâmica lateral
ME -Eminência mediana
MSH -Hormônio Estimulante de Melanócitos
MCH -Hormônio concentrador de melanina
MCR -Receptores de melanocortina
n -Número da amostragem
NGS -Normal goat sérum
NLET -Núcleo leito da estria terminal
N2 -Nitrogênio
NPY -Neuropeptídeo Y
ObRb -Isoforma longa do receptor de leptina
P -Dia pós-natal
PBS -Tampão fosfato-salino
POMC -Pró-opiomelanocortina
PVN -Núcleo paraventricular
TRH -Hormônio liberador de tireotrofina
DMH -Núcleo dorsomedial do hipotálamo
VMH -Núcleo ventromedial do hipotálamo
VTA -Área tegmental ventral
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 10
2. EMBASAMENTO TEÓRICO ........................................................................................ 12
2.1 CIRCUITOS HIPOTALÂMICOS REGULADORES DO EQUILÍBRIO ENERGÉTICO E
DA ALIMENTAÇÃO .......................................................................................................... 12
2.2 HORMÔNIOS REGULADORES DO EQUILÍBRIO ENERGÉTICO E DA
ALIMENTAÇÃO ............................................................................................................... 15
3. OBJETIVO GERAL ...................................................................................................... 18
3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................. 18
4. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................. 19
4.1 ANIMAIS E FORMAÇÃO DE GRUPOS ................................................................. 19
4.2 DESENHO EXPERIMENTAL ................................................................................ 20
4.3 ANÓXIA NEONATAL ............................................................................................. 21
4.4 AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SOMÁTICO ............................................ 22
4.5 INGESTÃO ALIMENTAR ....................................................................................... 22
4.6 AVALIAÇÃO DO CICLO ESTRAL ......................................................................... 23
4.7 ESTÍMULO DE JEJUM, PERFUSÃO E COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO ..... 24
4.8 DOSAGEM HORMONAL ....................................................................................... 25
4.10 IMUNOHISTOQUÍMICA PARA PROTEÍNA FOS E NEUN .................................... 26
4.11 ANÁLISE ESTEREOLÓGICA ................................................................................ 27
4.12 ANÁLISES ESTATÍSTICAS ................................................................................... 28
5. RESULTADOS EXPERIMENTO 1- ANIMAIS ALOCADOS EM GRUPO ..................... 28
5.1 PESO CORPORAL ................................................................................................ 28
5.2 EIXOS DE CRESCIMENTO CORPORAL .............................................................. 29
5.3 ESTIMULO DE JEJUM E REALIMENTAÇÃO ....................................................... 31
5.3.1 Ingestão Alimentar .......................................................................................... 32
5.3.2 Perda De Peso Pós-Jejum E Ganho De Peso Pós-Prandial ........................... 32
5.3.3 Ingestão Alimentar Pós-Jejum ........................................................................ 33
5.3.4 Glicemia Em P35 E P95 ................................................................................. 34
5.3.5 Insulina ........................................................................................................... 35
5.3.6 Leptina............................................................................................................ 36
5.3.7 Ilhotas De Langerhans P35 E P95 .................................................................. 37
5.3.8 Correlação Glicemia-Insulina-Ilhotas De Langerhans ..................................... 38
6. RESULTADOS EXPERIMENTO 2 – ISOLADOS ......................................................... 39
6.1 PESO CORPORAL ................................................................................................ 39
6.2 INGESTÃO ALIMENTAR ....................................................................................... 40
6.3 ESTIMULO DE JEJUM E REALIMENTAÇÃO ....................................................... 40
6.3.1 Perda De Peso Pós-Jejum E Ganho De Peso Pós-Prandial ........................... 41
6.3.2 Ingestão Alimentar Pós-Jejum ........................................................................ 42
6.3.3 Glicemia ......................................................................................................... 43
6.3.4 Insulina ........................................................................................................... 45
6.3.5 Leptina............................................................................................................ 45
6.3.6 Imunohistoquimica C-Fos ............................................................................... 46
6.3.7 Imunohistoquimica Neun ................................................................................ 48
7. DISCUSSÃO ................................................................................................................ 49
7.1 EXPERIMENTO 1- ANIMAIS MANTIDOS AGRUPADOS ...................................... 49
7.1.1 Efeitos Da Anóxia Neonatal No Metabolismo Energético ................................ 49
7.2 EXPERIMENTO 2- ANIMAIS ISOLADOS .............................................................. 54
7.2.1 Efeitos Da Anóxia Neonatal E Do Isolamento No Metabolismo Energético ..... 54
8. CONCLUSÃO .............................................................................................................. 58
9. LIMITAÇÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................... 58
10. REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 60
11. APÊNDICE ................................................................................................................... 68
11.1 EXPERIMENTOS ADICIONAIS ............................................................................. 68
11.1.1 Campo Aberto ................................................................................................ 68
11.1.2 Labirinto Em Cruz Elevado P30 ...................................................................... 69
11.1.3 Labirinto Em Cruz Elevado P90 ...................................................................... 71
11.1.4 Níveis De Corticosterona Em P30 E P90 ........................................................ 73
12. ANEXO I ....................................................................................................................... 75
10
1. INTRODUÇÃO
O déficit de oxigênio no período perinatal pode causar lesões neurológicas,
convulsões, alterações comportamentais e inclusive levar a óbito (GRAHAM et al.,
2008). Na prática clínica, mesmo com as ferramentas atuais, não é possível distinguir
entre asfixia e hipóxia-isquemia neonatal, sendo os termos geralmente utilizados
como sinônimos. Nos neonatos prematuros o diagnóstico se torna ainda mais difícil,
pois neles outros potenciais indicadores de prejuízo no intercâmbio gasoso são
usualmente observados (LAPTOOK, 2016).
Nos neonatos a termo, a incidência de encefalopatia hipóxico-isquêmica
(HIE) é de 2,4/1000 nascidos vivos, sendo que 23,1% apresentam afetação
neurológica (GRAHAM et al., 2008). Entretanto, nos prematuros a incidência aumenta
a 5,13/1000 nascidos vivos, essencialmente devido a imaturidade do sistema
respiratório (LAPTOOK, 2016). Neste grupo etário, a incidência se torna ainda maior
naqueles que apresentam baixo peso gestacional no momento do nascimento,
atingindo aproximadamente 60% dos nascidos vivos (VANNUCCI; VANNUCCI, 2005).
A asfixia ou hipóxia-isquemia perinatal, pode ser ocasionada por fatores
maternos (diabetes mellitus, hipertensão, pré-eclâmpsia, choque hipotensivo, ruptura
uterina, anemia severa e infecção), neonatais (anomalias das vias aéreas, déficits
neurológicos, infeção e doenças cardiovasculares severas), e placentários ou do
cordão umbilical (desprendimento placentário, hemorragia feto maternal, e
compressão ou prolapso do cordão umbilical) (LAPTOOK, 2016; RAINALDI;
PERLMAN, 2016).
As consequências neurológicas a longo prazo da HIE, variam de acordo com
a intensidade do insulto. Na asfixia leve ou moderada, a função neurocognitiva pode
não ser alterada. Enquanto que nos casos mais severos, pode ocorrer déficits
cognitivos e comportamentais, epilepsia e inclusive paralisia cerebral (14,5%)
(GRAHAM et al., 2008; BARKHUIZEN et al., 2017).
Para o estudo desta condição clínica, foram desenvolvidos vários modelos
animais que promovem o déficit de oxigênio nos neonatos. Os principais são: o modelo
de hipóxia-isquemia neonatal (LEVINE, 1960), com suas adaptações (VANNUCCI;
VANNUCCI, 2005), o modelo de asfixia perinatal (BARKHUIZEN et al., 2017) e o
modelo de anóxia neonatal (TAKADA et al., 2011).
11
No laboratório de Neurociências do ICB-USP, é utilizado o modelo de anóxia
neonatal, cuja vantagem é promover anóxia global de forma não invasiva (TAKADA et
al., 2011). O procedimento procura simular as condições clínicas dos prematuros,
grupo no qual a incidência de anóxia neonatal é maior. Para isto, são utilizados ratos
no segundo dia pós-natal (P2), considerando que seu desenvolvimento neurológico
corresponde a de um prematuro humano de 6 a 7 meses de gestação (SEMPLE et
al., 2013).
Nos estudos prévios do laboratório, foram observados prejuízos da anóxia
neonatal em populações neuronais e gliais de várias áreas encefálicas
(VASCONCELOS, 2013; LEE, 2015; TAKADA et al., 2015, 2016; KUMAR et al., 2017).
No hipocampo foi detectada morte celular por apoptose e necrose, alterações em
organelas celulares condizentes com processos degenerativos, diminuição da
neurogênese e alterações de volume (TAKADA et al., 2015, 2016). No córtex motor e
sensorial primário, foi identificada diminuição da densidade celular nas regiões dos
membros superiores e inferiores (KUMAR et al., 2017). Além disso, foram observados
déficits cognitivos e comportamentais (LEE, 2015; TAKADA et al., 2015, 2016), retardo
no desenvolvimento sensório-motor e alterações do crescimento somático
(VASCONCELOS, 2013; LEE, 2015; KUMAR et al., 2017).
As alterações somáticas tendem a evidenciar que a anóxia neonatal produz
um aumento de peso e das dimensões corporais do animal, evidentes desde as
primeiras semanas de amamentação, e persistentes na fase adulta (VASCONCELOS,
2013; LEE, 2015; KUMAR et al., 2017). Tais alterações, sugerem um possível efeito
da anóxia no comportamento alimentar, metabolismo energético, e/ou taxa de
crescimento somático. Portanto, o estudo do hipotálamo é importante, por ser uma
estrutura de integração e regulação desses processos fisiológicos.
12
2. EMBASAMENTO TEÓRICO
2.1 CIRCUITOS HIPOTALÂMICOS REGULADORES DO EQUILÍBRIO
ENERGÉTICO E DA ALIMENTAÇÃO
O hipotálamo está composto por núcleos e áreas que recebem e integram
informações, para promover mudanças fisiológicas e manter a homeostase (COLL;
YEO, 2013). Nesta estrutura são regulados diversos processos fisiológicos, como a
termorregulação, o crescimento, a reprodução, a alimentação, o ciclo sono/vigília, a
adaptação ao estresse e o comportamento defensivo (BERTHOUD, 2002; VAN
SWIETEN et al., 2014).
Na regulação da ingestão alimentar e do equilíbrio energético, o hipotálamo
recebe informação do estado interno por meio de vias neurais aferentes, receptores
hormonais e sensores de metabolitos (figura 1). Essas informações são processadas
nos circuitos hipotalâmicos, e em seguida são geradas respostas endócrinas,
autonômicas e comportamentais (BERTHOUD, 2002).
O circuito hipotalâmico que controla o equilíbrio energético e a alimentação,
está composto principalmente pelo núcleo arqueado (ARC), o núcleo ventromedial
(VMH), o núcleo dorsomedial (DMH), o núcleo paraventricular (PVN) e a área
hipotalâmica lateral (LHA) (FUNAHASHI et al., 2003; KÖNNER; KLÖCKENER;
BRÜNING, 2009).
O núcleo arqueado (ARC) regula a alimentação e o equilíbrio energético por
meio de duas populações de neurônios, funcionalmente opostos. A primeira
população é composta pelos que expressam o precursor pró-opiomelanocortin
(POMC) e o transcrito regulado pela cocaína e anfetamina (CART). Já a segunda,
pelos que expressam a proteína r-Agouti (AgRP) e o neuropeptídio Y (NPY). Os
neurônios POMC/CART são anorexígenos e aumentam o gasto energético; os
neurônios AgRP/NPY são orexígenos e diminuem o gasto energético (KÖNNER;
KLÖCKENER; BRÜNING, 2009; JOLY-AMADO et al., 2014).
As duas populações de neurônios agem no sistema melanocortina para
controlar a ingestão e o gasto de energia. Os neurônios POMC/CART liberam o
hormônio estimulante de alfa-melanócitos (α-MSH), o qual ativa os receptores de
melanocortina (MCR). Por sua vez, os neurônios que expressam AgRP/NPY inibem a
13
ação do α-MSH no nível pós-sináptico e a taxa de disparo do POMC (BERTILE;
RACLOT, 2006; KÖNNER; KLÖCKENER; BRÜNING, 2009; JOLY-AMADO et al.,
2014).
O núcleo arqueado apresenta conexões com diversas áreas hipotalâmicas e
extrahipotâlamicas. Suas aferências provém da área periventricular, do PVN e do
núcleo pré-óptico, mas também do LHA e de diversas áreas extrahipotalâmicas como
a amígdala, o núcleo leito da estria terminal (NLET), diversas regiões do tronco
cerebral e do córtex (BERTHOUD, 2002).
Suas eferências projetam para o DMH, núcleos talâmicos mediais, o núcleo
da rafe, a substância cinzenta periaquedutal e o núcleo parabraquial lateral
(BERTHOUD, 2002). Além disso, os neurônios POMC/CART e AgRp/NPY projetam
para o PVN, e para neurônios no LH que expressam o hormônio concentrador de
melanina (MCH) e orexínas (ELIAS et al., 1998; BERTHOUD, 2002).
O hipotálamo lateral (LHA) ao regular diversas funções, desde autonômicas
até cognitivas, desempenha papel importante no comportamento alimentar e no
equilíbrio energético (BERTHOUD, 2002). Nesta regulação, participam neurônios que
expressam MCH e orexínas, os quais promovem a ingestão alimentar (QU et al., 1996)
e recebem aferências (NPY/AgRp e α-MSH) do ARC (ELIAS et al., 1998; SCHWARTZ
et al., 2000).
Estudos evidenciaram que a estimulação do LHA aumenta a ingestão,
enquanto que uma lesão nessa região a inibe (ANAND; BROBECK, 1951). No
entanto, o efeito é causado pela destruição de conexões que atravessam esse núcleo,
e não por lesões de neurônios residentes (ELIAS et al., 1998).
O LH é a área mais interconectada do hipotálamo, apresentado conexões
eferentes para o sistema endócrino, o telencéfalo, o rombencéfalo e a medula
espinhal. Dentro do hipotálamo, o LH se conecta reciprocamente com o ARC e o PVN,
ademais envia projeções para o DMH, VMH e o núcleo hipotalâmico anterior
(BERTHOUD, 2002).
O núcleo paraventricular (PVN) não regula de maneira direta a ingestão
alimentar, mas interfere indiretamente, pois age nos processos digestivos e
metabólicos (BERTHOUD, 2002). De maneira contrária ao LH, a estimulação do PVN
inibe a ingestão, enquanto que uma lesão a promove, indicando que moléculas
anorexígenas devem ser sintetizadas nesta área (SCHWARTZ et al., 2000).
14
Esta estrutura recebe aferências de outras áreas do hipotálamo, do tronco
encefálico, do córtex e do sistema límbico. Dentro do hipotálamo recebe do núcleo
pré-optico, periventricular, ARC, DMH e LH (BERTHOUD, 2002). As aferências
provenientes do ARC chegam a importantes neurônios neuroendócrinos, como os
sintetizadores de oxitocina, vasopressina, hormônio liberador de corticotrofina (CRH)
e hormônio liberador de tireotrofina (TRH) (SCHWARTZ et al., 2000). Além disso, o
PVN envia projeções para a pituitária, o mesencéfalo, o rombencéfalo, a medula
espinhal, o DMH, o VMH, o ARC e o LH (BERTHOUD, 2002).
Figura 1 - Circuito hipotalâmico regulador da ingestão alimentar e do equilíbrio energético.
Abreviaturas: AH, hipotálamo anterior; ARC, núcleo arqueado; DMN, núcleo dorsomedial; LHA, hipotálamo lateral; MPOA, área preoptica medial; NTSmc, núcleo solitário medial caudal; NTSmr, núcleo solitário medial rostral; Pam, Papl e Papm, núcleo paraventricular magnocellular, parvocelular lateral, e parvocelular medial; Pe, núcleo periventricular; PBN-l, PB-m, núcleo parabraquial lateral e medial; SCH, núcleo supraquiasmatico; SON, núcleo supraoptico; VLM, medula ventrolateral; VMN, núcleo ventromedial. Fonte: (BERTHOUD, 2002)
O núcleo dorsomedial (DMH) regula o gasto energético estimulando a
termogênese no tecido adiposo marrom. Assim como em outros núcleos deste
circuito, o DMH apresenta neurônios que expressam NPY e CRH (ZHANG; BI, 2018).
Esta estrutura recebe conexões do ARC, VMH, PVN e LH, e envia projeções para o
PVN, VMH e hipotálamo anterior (BERTHOUD, 2002).
15
O núcleo ventromedial (VMH) historicamente, tem sido relacionado com o
comportamento alimentar, pois lesões nesta área causam aumento de peso e da
ingestão (HETHERINGTON; RANSON, 1940). No entanto, atualmente sabe-se que
não apenas estas lesões modificam o equilíbrio energético, também lesões no ARC,
PVN, LH e nas suas conexões podem aumentar ou diminuir a ingestão alimentar
(KING, 2006).
O VMH recebe aferências da amígdala, do LH, do DMH (BERTHOUD, 2002),
e do ARC. Neste último, a conexão existe entre neurônios POMC do ARC e neurônios
BDNF no VMH (KING, 2006). Esta estrutura envia projeções para núcleos pré-
ganglionares autonômicos, substância cinzenta periaquedutal e reciprocamente ao
DMH (BERTHOUD, 2002).
2.2 HORMÔNIOS REGULADORES DO EQUILÍBRIO ENERGÉTICO E DA
ALIMENTAÇÃO
Além das conexões neurais, o hipotálamo recebe informação do estado
energético através de hormônios e metabolitos. Os principais reguladores da ingestão
alimentar e do equilibro energético são a leptina, a insulina, a grelina, o hormônio do
crescimento (GH), esteroides sexuais e a glucose. Estas substâncias chegam no
hipotálamo pela corrente sanguínea e se unem a receptores específicos (figura 1)
(BERTHOUD, 2002).
Por sua posição anatômica, o ARC é um dos principais alvos dos hormônios
circulantes. Esta estrutura se localiza na parte inferior do terceiro ventrículo, próximo
a eminência mediana (ME), a qual possui uma barreira hematoencefálica fenestrada,
que permite a entrada de substâncias presentes no sangue ao hipotálamo (JOLY-
AMADO et al., 2014).
A leptina, hormônio produto do gene ob (ZHANG et al., 1994), deriva dos
adipócitos. Devido a que seus níveis circulantes são proporcionais à quantidade de
tecido adiposo, sua principal função é informar ao hipotálamo sobre as reservas
energéticas disponíveis (FREDERICH et al., 1995; SAWCHENKO, 1998).
Este hormônio inibe a alimentação (SCHWARTZ et al., 1996), induz o gasto
energético, a termogênese, a locomoção e o crescimento ósseo (REZAI-ZADEH et
16
al., 2014; VAN SWIETEN et al., 2014). Além disso, regula o equilíbrio da glucose
(FERNÁNDEZ-FORMOSO et al., 2015).
O receptor de leptina (Ob-Rb) é amplamente expresso no hipotálamo
(TARTAGLIA et al., 1995), encontrando-se principalmente no ARC (MERCER et al.,
1996; SCHWARTZ et al., 1996), bem como no VMH, DMH (SCHWARTZ et al., 1996)
e LH (FEI et al., 1997).
A leptina age inicialmente no ARC, ativando neurônios que coexpressam
POMC e CART, inibindo os que coexpressam NPY e AgRP. Estes neurônios fazem
conexão com neurônios efetores no PVN e no LH, os quais geram respostas
endócrinas, autonômicas e comportamentais (SAWCHENKO, 1998).
No LH, a leptina suprime o hormônio concentrador de melanina (MCH) e
orexínas, levando a uma diminuição da ingestão de alimento. Além disso, outros
neurônios no LH, inervam a área tegmental ventral (VTA), que sob o efeito da leptina
exercem controle hedônico da alimentação, pelo sistema mesolímbico dopaminérgico
(LEINNINGER et al., 2009; PARK; AHIMA, 2015).
A leptina no DMH promove o metabolismo energético, ao aumentar a
termogênese no tecido adiposo marrom (BAT) e a atividade locomotora. Desta forma,
diminui o peso corporal de maneira independente da ingestão de alimento (REZAI-
ZADEH et al., 2014; VAN SWIETEN et al., 2014).
De maneira indireta, a leptina age no VMH promovendo o crescimento ósseo
através da interação com outros hormônios: [1] Inibe a síntese de serotonina e a seus
receptores (neurotransmissor inibidor do crescimento ósseo); [2] aumenta os níveis
de estrógeno (favorece o crescimento de osteoblastos); [3] inibe a corticosterona,
evitando diminuição do GH e de marcadores de crescimento ósseo como a
osteocalcina (UPADHYAY; FARR; MANTZOROS, 2015) [4] aumenta o hormônio da
tireoide (T4), o qual promove o anabolismo ósseo (PARK; AHIMA, 2015).
Além de sua ação anabólica no tecido ósseo, a leptina regula o metabolismo
lipídico e da glicose. Diminui os níveis de glicemia ao aumentar sua captação
periférica, através da redução da produção de glucagon. Este processo é realizado
por mecanismos independentes da insulina (ativação dos neurônios que expressam
POMC e CART no ARC), assim como, pelo aumento da sensibilidade da mesma
(HARRIS, 2014; PARK; AHIMA, 2015).
17
A insulina é outro hormônio importante na regulação do metabolismo
energético. É secretada nas células β do pâncreas (GALE; CASTRACANE;
MANTZOROS, 2004; NIRMALAN; NIRMALAN, 2017), e de maneira semelhante a
leptina, atravessa a barreira hematoencefálica para interagir com seus receptores
específicos (IRs) no ARC (GALE; CASTRACANE; MANTZOROS, 2004; LOH et al.,
2017).
Este hormônio exerce efeitos de curto e longo prazo na homeostase da
glucose, atuando por mecanismos periféricos e centrais (LOH et al., 2017;
NIRMALAN; NIRMALAN, 2017). Além disso, influencia o equilíbrio energético e a
alimentação de maneira semelhante à leptina (LOH et al., 2017).
A insulina diminuiu as concentrações plasmáticas de glicose, promovendo sua
captação pelos tecidos periféricos (músculo esquelético, fígado e tecido adiposo) e
em consequência a sua conversão em glicogênio. Na homeostase da glicose ocorre
a interação de outros hormônios, além da leptina e da insulina, tais quais: o glucagon,
o GH e o peptídeo-1 semelhante a glucagon (GLP-1). Também ocorre a regulação por
parte das catecolaminas (adrenalina, noradrenalina e somatostatina) e de outras
fontes de energia (ácidos graxos livres (FFAs) e corpos cetônicos) (NIRMALAN;
NIRMALAN, 2017).
Assim como a leptina, a insulina regula a ingestão agindo no hipotálamo,
especificamente nos neurônios que expressam peptídeos anorexígenos e orexígenos.
O aumento agudo de insulina reduz os níveis de NPY no núcleo arqueado. No entanto,
o aumento crônico, observado na obesidade ou na resistência à insulina, eleva o teor
de NPY no ARC, causando o aumento da ingestão alimentar e diminuindo a
termogênese do BAT (LOH et al., 2017).
Em suma, este trabalho pretende estudar o metabolismo energético de ratos
Wistar submetidos a anóxia neonatal, a fim de explicar as mudanças no crescimento
corporal observadas em estudos anteriores. Para tanto, foi avaliado o circuito
hipotalâmico regulador da alimentação e do gasto energético. De igual forma, os
principais hormônios envolvidos nesses processos, o pâncreas, os parâmetros de
crescimento corporal e a ingestão alimentar.
18
3. OBJETIVO GERAL
Avaliar os efeitos da anóxia neonatal no desenvolvimento somático,
metabolismo energético e circuitos hipotalâmicos relacionados.
3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Avaliar o desenvolvimento somático (P2-P90) dos grupos (Cm, Cf, Am, Af)
mediante medição dos parâmetros de crescimento;
2. Avaliar a ingestão alimentar (P30-P90) entre os grupos e em relação ao ganho
de peso corporal;
3. Avaliar os efeitos do jejum agudo (18 h) e da alimentação pós jejum no peso
corporal, níveis de glicemia, leptina e insulina circulante;
4. Avaliar o tamanho das áreas das ilhotas de Langerhans no pâncreas, em
correlação com os níveis de insulina e glicemia;
5. Avaliar a expressão de c-Fos no PVN, DMH, VMH e ARC após estimulo
alimentar.
19
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1 ANIMAIS E FORMAÇÃO DE GRUPOS
Foram utilizados 160 neonatos machos (n=80) e fêmeas (n=80) Rattus
norvegicus da linhagem Wistar, divididos em 2 experimentos não simultâneos. Os
animais foram obtidos por acasalamento de diferentes casais (10 fêmeas e 4 machos),
que originaram 22 ninhadas: 11 controle e 11 anóxia. A fim de evitar efeitos de
ninhagem, cada um dos animais progenitores teve filhotes pertencentes aos grupos
anóxia e controle.
A aquisição dos casais foi realizada do Biotério de Produção de Ratos (ICB,
Rede USP de Biotérios), foram mantidos com seus filhotes no Biotério de
Experimentação do ICB (Departamento de Anatomia) e foram utilizados de acordo
com certificado aprovado pela CEUA ICB (111/2015) e normas estabelecidas pelo
CONCEA.
Os animais foram divididos em 8 grupos, de acordo com o estimulo
(controle/anóxia), sexo (macho/ fêmea) e a idade de perfusão (P35/P95), conforme
abaixo.
Cm P35 Grupo controle macho P35 Cm P95 Grupo controle macho P95
Cf P35 Grupo controle fêmea P35 Cf P95 Grupo controle fêmea P95
Am P35 Grupo anóxia macho P35 Am P95 Grupo anóxia macho P35
Af P35 Grupo anóxia fêmea P35 Af P95 Grupo anóxia fêmea P35
No experimento 1, os animais foram alocados depois do desmame (P21) em
grupos de 2 ou 3 animais do mesmo sexo por caixa. No experimento 2, todos os
animais foram isolados a partir de P27, sendo alocados em caixas moradia padrão de
maneira permanente. Em ambos experimentos comida e água foram fornecidos ad
libitum até o dia anterior a perfusão (P34 ou P94).
20
4.2 DESENHO EXPERIMENTAL
P0 P2
Nascimento
Sangue
átrio direito Avaliação
hormonal
Avaliação diária: peso,
ELL, ELC, EAPC
ca
Glicemia e peso pós-
jejum (7:00)
Alimentação (7:00-8:00)
Coleta de material
biológico
Anóxia ♀ n=40 ♂ n=40
P21 P27
Desmame
Perfusão (8:30)
P94 P95
Glicemia e peso
pré-jejum (13:00)
Encéfalo
Imuno-histoquímica
(Fos e NeuN): ARC,
VMH, DMH e PVN
Avaliação peso e
ingestão alimentar
ca
Glicemia e peso pós-
prandial (8:00)
Começo jejum
(13:00)
Anestesia profunda
Controle ♀ n=40 ♂ n=40
Estereologia
Análise
estatística
Páncreas Hematoxilina
-eosina
Medição das ilhotas
de Langerhans
Experimento 1: agrupados Experimento 2: isolados*
* Experimento 1: Os animais foram alocados em caixas moradias padrão contendo 2 ou 3 animais do mesmo sexo, até a idade da perfusão. Experimento 2: Os animais foram isolados permanentemente a partir de P27, em caixas moradia padrão.
21
4.3 ANÓXIA NEONATAL
Foi utilizado um sistema adaptado e validado no laboratório de Neurociências
do ICB-USP (TAKADA et al., 2011), constituído por uma câmara semi-hermética de
policarbonato (31,0x14,0x19,5cm), com entrada e saída de gás, acoplada a um
manômetro, fluxômetro e cilindro de nitrogênio gasoso [figura 3]. Com o objetivo de
evitar a hipotermia e potencializar os efeitos da anóxia, a temperatura da câmara foi
mantida entre 35 e 37°C, pela imersão parcial da mesma em água aquecida por
resistência elétrica. Os animais dos grupos Am e Af foram submetidos a anóxia
neonatal entre 24 e 36 horas após o nascimento (peso entre 6 e 8 g, P1-P2). Para
induzir a anóxia a câmara foi saturada com N2 100%, fluxo 3 L/min, durante 25 min,
tempo máximo para evitar a morte massiva dos animais. Os grupos de animais controle
passaram pelas mesmas condições, porém sem alteração na composição do ar (21%
O2 e 79% N2).
Figura 2 - Sistema de Anóxia Neonatal.
A. Câmara semi-hermética, parcialmente submergida em água aquecida a 37°C. B. Cilindro de N2. C. Fluxômetro. D. Entrada de N2. E. Saída de N2. F. Resistencia elétrica. Fonte: Foto, CRUZ-OCHOA, 2018. Sistema adaptado por TAKADA et al., 2011.
A
37°C
C
B
D
E
F
22
4.4 AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SOMÁTICO
Durante a lactação (P3-P21), os animais foram pesados e medidos diariamente
[figura 4] no período da manhã, entre às 7h e às 11h. De P22 a P90, os ratos foram
somente pesados cada terceiro dia no experimento 1, e diariamente no experimento 2.
Figura 3 - Parâmetros de desenvolvimento somático.
A. Peso Corporal. B. Eixo ântero-posterior do crânio (EAPC). C. Eixo látero-lateral do crânio (ELLC). D. Eixo longitudinal do corpo (ELC). Fonte: CRUZ-OCHOA, 2018.
A. Peso corporal: Avaliado em balança digital.
B. Eixo Ântero-Posterior do Crânio (EAPC): Distância entre o osso occipital e a ponta do
focinho do animal, aferida com paquímetro de Vernier.
C. Eixo Látero-Lateral do Crânio (ELLC): Distância interauricolar, aferida com paquímetro
de Vernier.
D. Eixo Longitudinal do Corpo (ELC): Distância entre a ponta do focinho e o início da cauda.
4.5 INGESTÃO ALIMENTAR
No experimento 2, foi avaliada diariamente a ingestão de alimento de P30 até
P90. Para tanto, foi disposta uma quantidade estipulada de ração em cada caixa
moradia, e 24 h depois foi pesado o alimento remanescente na gaiola. O procedimento
foi repetido todos os dias no mesmo horário (12 h). No experimento 1 a ingestão foi
mensurada cada terceiro dia.
23
4.6 AVALIAÇÃO DO CICLO ESTRAL
Foi avaliado o ciclo estral das ratas fêmeas adultas, no período da manhã. Para
garantir que no dia da perfusão todas as ratas estivessem em diestro.
Figura 4 - Ciclo Estral.
Microfotografias de esfregaço vaginal não corado de ratas Wistar adultas em proestro (a,b), estro (c,d), metaestro (e,f) e diestro (g,h). Objetivas de 10x (direita) e 20x (esquerda). Fonte: CRUZ-OCHOA, 2018.
A B
C D
E F
G H
Pro
estro
E
stro
M
eta
estro
D
iestro
24
4.7 ESTÍMULO DE JEJUM, PERFUSÃO E COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO
Em P34 ou P94, segundo o grupo etário, os animais foram submetidos a jejum
de 18 h, com início às 13 h e finalização ás 7 h do dia seguinte (P35 e 95). Após tal
período, receberam uma quantidade predefinida de alimento por 1 h para a avaliação
da ingestão alimentar pós-jejum. Esses animais também foram avaliados quanto a
glicemia pré-jejum, pós-jejum e pós-prandial, pela coleta de sangue da cauda e análise
da mesma com o medidor de glicemia (One Touch Select Simple, figura 6).
Figura 5 - Avaliação de glicemia.
Punção da veia caudal lateral para avaliação de glicemia. Fonte: CRUZ-OCHOA, 2018.
Após alimentação (1 hora) e respeitado o tempo para expressão máxima da
proteína Fos (90 min), os animais foram profundamente anestesiados com xilazina (10
mg/kg) e ketamina (60 mg/kg). Quando atingida a profundidade da anestesia (10-15
min aprox.), avaliada pela ausência dos reflexos patelar e corneal, foi iniciada a cirurgia
de perfusão. Após realizar a toracotomia, foi coletado sangue do átrio direito para
análise hormonal. No experimento 1, alguns dos animais adultos (P95, n=5 em cada
grupo) foram perfundidos em jejum para realizar também a avaliação hormonal.
Após serem os animais foram perfundidos com solução salina para limpeza do
leito vascular, foi efetuada a perfusão com formol (4%, 4◦C, pH 7,5). Posteriormente,
foram coletados o encéfalo e o pâncreas de cada animal. O encéfalo foi pós-fixado
durante 24 horas na mesma solução da perfusão, e em seguida crioprotegido com
sacarose 30% em PBS 0,1 M, até serem cortados.
25
Os encéfalos foram seccionados com micrótomo, em cortes frontais de 40 µm
de espessura. Os quais foram conservados em solução anticongelante e coletados em
5 séries de 6 compartimentos. Deste modo, a distância entre cada corte no mesmo
compartimento é de 200 µm [figura 6].
Figura 6 - Coleta dos cortes do encéfalo.
A. 5 séries de cortes (a-e), distribuídos em 6 compartimentos (1-6). O retângulo vermelho indica uma série. B. Uma série de cortes coronais do encéfalo de rato antes da montagem em lâminas. Fonte: CRUZ-OCHOA, 2018.
Por sua vez, as amostras de pâncreas foram mantidas em formol a 10%, até
serem embebidas em blocos de parafina. Para tanto, os tecidos foram posicionados em
um cassete e em seguida realizados banhos de formol (2), álcool 70% (4), xilol (3) e
parafina líquida (2), utilizando o equipamento de processamento de tecidos
(autotecnicom). Uma vez formado o bloco de parafina, os tecidos foram seccionados
em micrótomo à espessura de 3 a 5 µm.
4.8 DOSAGEM HORMONAL
As dosagens de leptina e insulina foram realizadas com dois kits Milliplex® MAP
RMHMAG-84K.
4.8 HEMATOXILINA-EOSINA NO PÂNCREAS
O processamento do pâncreas foi executado em parceria com o Laboratório de
Histopatologia da Universidad de los Llanos, localizado na cidade de Villavicencio
(Meta), Colômbia. O processo de coloração de hematoxilina-eosina foi realizado
seguindo o protocolo usual desse laboratório.
26
O procedimento foi iniciado com a desparafinação dos cortes do pâncreas, já
montados em lâminas, por meio de 3 banhos de xilol (30 minutos cada). Depois, os
tecidos foram hidratados com álcool 70% (3 banhos de 30 minutos cada). Em seguida,
lavados com água destilada (DH2O), coloridos com hematoxilina (1 hora) e novamente
lavados com DH2O. Posteriormente, foram descoloridos com álcool ácido (2 vezes),
banhados com DH2O, água amoniacal e outra vez com DH2O. Por fim, os tecidos foram
coloridos com eosina (30 minutos), desidratados com álcool 70% (3 banhos de 30 min
cada) e diafanizados com xilol (3 banhos de 30 minutos cada).
4.9 MEDIÇÃO DAS ÁREAS DAS ILHOTAS DE LANGERHANS
As microfotografias (10 x) das amostras de pâncreas foram obtidas utilizando o
software Las Ez 3.4 e processadas, para determinação da área das ilhotas, com o
software ImageJ 1.52b. As áreas foram mensuradas de acordo com a quantidade
disponível de ilhotas encontradas nas amostras de tecidos, limitando assim o número
de ilhotas por indivíduo a 12.
4.10 IMUNOHISTOQUÍMICA PARA PROTEÍNA FOS E NEUN
Uma das séries do encéfalo de cada animal foi utilizada para reação de imuno-
histoquímica, conforme protocolo usual do laboratório e descrito a seguir.
A princípio, os cortes foram lavados 6 vezes por 5 minutos com PBS 0,1 M,
incubados com água oxigenada (H2O2) e triton X-100 (0,3%) por 5 minutos, a fim de
remover a peroxidase endógena e abrir os poros da membrana celular. Posteriormente,
as lavagens com PBS foram repetidas e os cortes incubados por 1 hora em solução
contendo PBS, triton e soro biotinilado de cabra. Em seguida, prosseguiu-se com a
incubação em anticorpo primário anti-Fos (1:3000, ABE457, lote: 2987437) e anti-NeuN
(1:1000, MAB377, lote: 1991263) por 48 horas.
Após este período, as lâminas foram lavadas com PBS 0,1 M e incubadas em
anticorpo secundário biotinilado (1:200, Biotilynated Anti-Rabbit lgG, lote: Y0515 e
1:200, Biotilynated Anti-Mouse), por 90 minutos. A seguir, foram novamente lavadas
com PBS 0,1 M e incubadas em solução avidina-biotina por 90 minutos.
27
O complexo antígeno-anticorpo foi revelado pela incubação das lâminas com
DAB (0,5%) (Sigma-Aldrich, St. Louis, MO, EUA) durante 3 minutos e posterior adição
de H2O2, até apresentar coloração acastanhada em poucos minutos, sendo que o
tempo é controlado visualmente. Por fim, os cortes foram lavados novamente em PBS,
montados em lâminas gelatinizadas, desidratados e cobertos com lamínulas usando
DPX (Sigma-Aldrich Inc., UK) como meio de montagem.
4.11 ANÁLISE ESTEREOLÓGICA
A quantidade de células marcadas positivamente para Fos ou NeuN foram
avaliadas por estereologia, utilizando o programa Stereo Investigator (MBF-
MicroBrightfield) no laboratório Multiusuário, projeto FAPESP #2010/52068-0,
outorgado ao Prof. Dr Jackson C. Bittencourt. A quantificação foi feita nos núcleos
hipotalâmicos VMH, DMH, ARC e PVN, conforme atlas (PAXINOS; WATSON, 1988),
em 5 animais por grupo, provenientes de 5 ninhadas diferentes.
No programa foram definidos os valores dos parâmetros à serem utilizados na
amostragem, os quais são: largura e área do quadro de contagem; largura, altura e área
do retículo (eixos Y, XY); altura e volume do dissector (eixo Y, X y Z) e distâncias de
segurança. O programa dispõe de quadros de contagem posicionados aleatoriamente
dentro de retículos nas regiões escolhidas pelo experimentador. O dissector óptico do
microscópio foi ajustado para analisar um espaço variável de profundidade em cada
quadro de contagem, conforme espessura do tecido, com zonas de segurança de 1 µm
no topo e na base da secção. As células contabilizadas foram aquelas identificadas
dentro do quadro de contagem, ou que sejam tangenciadas pelas bordas superior e
direita do quadro (bordas permitidas), exceto aquelas tangenciadas pelas bordas
inferior e esquerda (bordas proibidas) [figura 7, A].
28
Figura 7 - Contagem no programa Stereo investigator.
A. Quadro de contagem composto por duas bordas proibidas (vermelhas) e duas bordas permitidas (verdes) (20x). B. Núcleo arqueado (traço rosa) após a contagem (4x). Fonte: CRUZ-OCHOA, 2018.
4.12 ANÁLISES ESTATÍSTICAS
As análises estatísticas foram realizadas com ANOVA de duas vias, de
medidas repetidas e pós-teste de Bonferroni para comparação entre grupos. As
diferenças foram consideradas significantes para p ≤ 0.05 e o programa utilizado foi
GraphPad Prism Software, Inc, versión 7. Ademais, foi realizado o teste de correlação
de Pearson, para avaliar a relação entre alguns parâmetros, utilizando o programa R
(The R Foundation for Statistical).
5. RESULTADOS EXPERIMENTO 1- ANIMAIS ALOCADOS EM GRUPO
Nesta seção serão apresentados os resultados do experimento 1, dos animais
que foram alocados em grupo (2-3 animais por caixa) até a idade da perfusão. Os
resultados são divididos em peso corporal, eixos de crescimento corporal, ingestão
alimentar e nos parâmetros avaliados durante o estimulo de jejum e realimentação.
5.1 PESO CORPORAL
A partir da adolescência os machos foram significativamente (p < 0,05) mais
pesados que as fêmeas. A diferença foi detectada a partir de P33 entre os grupos
controle, e desde P36 entre os anóxia. Igualmente, a partir da adolescência os grupos
anóxia tanto machos como fêmeas apresentaram menor peso em relação a seus
A B
29
controles. A anóxia diminui significativamente o peso dos machos a partir de P45 e nas
fêmeas desde P57 (p < 0,05. F (3, 50) = 164,4), em relação a seus controles.
Figura 8 - Peso corporal.
Peso Corporal
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1000
100
200
300
400Cm
Am
Cf
Af*
**
* ** *
* * * * * * *
^
+
# ## # # # # #
Dia pós-natal (P)
Pe
so
(g
)
Avaliado desde P1 até P90 nos grupos Cm, Am, Cf e Af. Foi detectada diferença significante entre estímulos (anóxia vs controles) e sexos (machos vs fêmeas). Convenções: ^, Cm > Cf a diferença é mantida até P90. +, Am > Af a diferença é mantida até P90. *, Cm > Am. #, Cf> Af. Dados apresentados em média ± SEM. Teste ANOVA de duas vias de medidas repetidas, pós-teste de Bonferroni. p < 0,05. Cm n=14, Am n=16, Cf n=13, Af=11.
5.2 EIXOS DE CRESCIMENTO CORPORAL
A anóxia neonatal não causou efeito significante em nenhum dos eixos de
crescimento avaliados até P30 (p > 0,05). Por sua vez, foi detectada diferença de sexo.
Sendo que os animais machos controle foram maiores do que as fêmeas controle de
P24 até P30 (p < 0,05). E os machos anóxia apresentaram um crânio de maior tamanho
que as fêmeas anóxia a partir de P4 (p < 0,05).
30
Figura 9 - Eixos de crescimento corporal.
Eixo Longitudinal do Corpo (ELC)
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33
6
8
10
12
14
16Cm
Am
Cf
Af
**
*
Dia pós-natal (P)
EL
C (
cm
)
Eixo Latero-lateral do Crânio (ELLC)
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 331.0
1.5
2.0
2.5Cm
Am
Cf
Af
*** ***** ******** ** * * *
Dia pós-natal (P)
EL
LC
(cm
)
Eixo Antero-Posterior do Crânio (EAPC)
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33
2
3
4
5Cm
Am
Cf
Af* **
* * **
Dia pós-natal (P)
EA
PC
(cm
)
Avaliado desde P3 até P30, nos grupos Cm, Am, Cf e Af. Dados apresentados em média ± SEM. Teste ANOVA de medidas repetidas, pós-teste de Bonferroni. n=20 em cada grupo.
A. Eixo longitudinal do corpo: Foi detectada diferença significante entre os grupos controle a partir de P24 (Cm > Cf, * p < 0,05. F (11,3) = 28,91).
B. Eixo látero-lateral do crâneo: Foi detectada diferença significante entre sexos nos grupos anóxia a partir de P4 se mantendo até P30 (Am > Af, * p < 0,05. F (0,8082)= 11,63).
C. Eixo ântero-posterior do crâneo: Foi detectada diferença significante entre sexos nos grupos anóxia (Am > Af, * p < 0,05. F(0,6952)= 5,644.
A
.
B
.
C
.
31
5.3 ESTIMULO DE JEJUM E REALIMENTAÇÃO
Tabela 1 - Parâmetros avaliados durante o estímulo de jejum e realimentação em P35.
PARÂMETROS Cm Am Cf Af
Perda de Peso Pós-Jejum (%) 6.86 ± 1.03 6.10 ± 0.69 8.85 ± 0.46 10.38 ± 0.53
Ganho de Peso Pós-Prandial (%) 4.94 ± 0.45 5.76 ± 0.43 6.74 ± 0.34 6.73 ± 0.43
Ingestão Alimentar Pós-Jejum (g) 3.45 ± 0.07 3.79 ± 0.32* 3.15 ± 0.14 3.62 ± 0.10*
Glicemia Pré-Jejum (mg/dl) 109.57 ± 0.89 112.50 ± 2.11 111.44 ± 3.38 109.80 ± 2.66
Glicemia Pós-Jejum (mg/dl) 71.57 ± 1.85 79.50 ± 6.27 64.88 ± 2.31 66.90 ± 3.98
Glicemia Pós-Prandial (mg/dl) 133.71 ± 3.02 122.00 ± 3.84* 133.77 ± 1.98 135.50 ± 6.57
Insulina Pós-Prandial (pg/ml) 281.58 ± 124.29
1026.91 ± 119.65***
318.13 ± 93.85
962.57 ± 183.38***
Leptina Pós-Prandial (pg/ml) 922.57 ± 116.79
1431.71 ± 228.17
864.00 ± 148.55
1098.00 ± 216.48
Áreas das Ilhotas de Langerhans (µm)
648280.70 ± 157305.07
541167.80 ± 76761.26
493592.12 ± 64747.20
511941.76 ± 156640.42
Dados expressados em média ± SEM. * p < 0,05, ** p < 0,01, *** p < 0,001
Tabela 2 - Parâmetros avaliados durante o estímulo de jejum e realimentação em P95.
PARÂMETROS Cm Am Cf Af
Perda de Peso Pós-Jejum (%) 4.58 ± 0.39 5.76 ± 0.25* 5.12 ± 0.41 5.35 ± 0.30
Ganho de Peso Pós-Prandial (%) 3.50 ± 0.18 3.15 ± 0.28 3.09 ± 0.38 3.97 ± 0.24
Ingestão Alimentar Pós-Jejum (g) 5.97 ± 0.19 6.33 ± 0.43 3.60 ± 0.09 6.18 ± 0.57
Glicemia Pré-Jejum (mg/dl) 99.61 ± 2.13 101.53 ±
2.25 111.61 ±
2.84 103.75 ±
1.78
Glicemia Pós-Jejum (mg/dl) 80.84 ± 2.32 73.80 ± 1.80 84.76 ± 3.04 90.50 ± 3.87
Glicemia Pós-Prandial (mg/dl) 104.12 ±
5.65 107.20 ±
4.00 114.00 ±
2.51 114.33 ±
3.20
Insulina Pós-Jejum (pg/ml) 48.55 ± 24.10
57.74 ± 35.62
48.34 ± 11.93
43.94 ± 11.76
Insulina Pós-Prandial (pg/ml) 317.09 ±
39.26 135.86 ± 38.26*
228.53 ± 64.30
171.57 ± 51.88*
Leptina Pós-Jejum (pg/ml) 2323.80 ±
265.89 1565.40 ± 162.18**
1741.80 ± 259.50
994.00 ± 201.58**
Leptina Pós-Prandial (pg/ml) 3537.44 ±
567.01 2554.77 ±
320.54 1756.41 ±
279.19 2067.33 ±
168.18 Área das Ilhotas de Langerhans
(µm) 480719.78 ±
92668.90 778492.05 ± 102081.92*
646297.05 ± 96785.02
899733.83 ± 98588.78*
Dados expressados em média ± SEM. * p < 0,05, ** p < 0,01, *** p < 0,001
32
5.3.1 Ingestão Alimentar
Não foram encontradas diferenças significantes entre anóxia e controle em
nenhum dos dias avaliados (p > 0,05. F(3, 432) = 858). Por sua vez, as fêmeas controle e
anóxia ingeriram menor quantidade de alimento que os machos, a partir de P36 e P33
respetivamente (p<0,05. F(20, 432) = 45,29).
Figura 10 - Ingestão Alimentar.
In g e s tã o a lim e n ta r
3 0 4 0 5 0 6 0 7 0 8 0 9 0 1 0 0
1 0
2 0
3 0C m
Am
C f
A f*
D ia p ó s -n a ta l (P )
Ra
çã
o i
ng
erid
a p
or c
aix
a (
g)
+
Avaliada desde P30 até P90 cada 3 dias, nos grupos Cm, Am, Cm e Cf. Foi detectado efeito significante entre sexos nos grupos controles e anóxia a partir de P36 (* Cm>Cf), e P33 (+ Am>Af). Dados apresentados em média ± SEM. Teste de ANOVA de duas vias, pós-teste de Bonferroni. n=6 em Cm e Am, n=5 em Cf e Af.
5.3.2 Perda de peso pós-jejum e ganho de peso pós-prandial
Em P35 a anóxia neonatal não modificou a perda de peso pós-jejum nem o
ganho pós-prandial (p > 0,05). Por sua vez, em P95 a anóxia aumentou a perda de
peso pós-jejum em machos (p = 0,0479), sem modificar o ganho de peso pós
alimentação (p > 0,05).
Além disso, foi detectada diferença de sexo em P35, sendo que as fêmeas
perderam mais peso que os machos após jejum (p < 0,0001), e ganharam mais na fase
pós-prandial (p = 0,0034), de forma independente ao estimulo.
33
Figura 11 - Perda de peso pós-jejum e ganho de peso pós-prandial.
M a c h o s F ê m e a s
2
4
6
8
1 0
1 2
P e rd a d e P e s o P ó s -J e ju m P 3 5
%
C o n tro le
A n ó x ia
* * * *
M a c h o s F ê m e a s
2
4
6
8
G a n h o d e P e s o P ó s -P ra n d ia l P 3 5
%
C o n tro le
A n ó x ia
* *
M a c h o s F ê m e a s
2
4
6
8
P e rd a d e P e s o P ó s -J e ju m P 9 5
%
C o n tro le
A n ó x ia*
M a c h o s F ê m e a s
2
3
4
5
G a n h o d e P e s o P ó s -P ra n d ia l P 9 5
%
C o n tro le
A n ó x ia
Avaliado em P35 e P95, nos grupos Cm, Am, Cf e Af. Teste ANOVA de duas vias, pós teste de Bonferroni. Dados apresentados em média ± SEM.
A. Perda de peso pós-jejum P35: Foi detectada diferença significante entre sexos independente ao estimulo (p < 0,0001. F(1, 30) = 21,37).
B. Ganho de peso pós-prandial P35: Foi detectada diferença significante entre sexos independente ao estimulo (p < 0,01. F(1, 30) = 10,1).
C. Perda de peso pós-jejum P95: Foi detectada diferença significante entre estímulos nos grupos dos machos (p < 0,05. F(1, 49) = 4,118).
D. Ganho de peso pós-prandial em P95: não houve diferença significativa entre os grupos (p > 0,05. F(1, 29) = 4,158).
5.3.3 Ingestão alimentar pós-jejum
Em P35 os animais anóxia de maneira independente ao sexo ingeriram mais
alimento após jejum que os controles (p=0,0156). Em P95, só as fêmeas anóxia
ingeriram mais alimento que as controle (p=0,0002).
C.
A. B.
D.
34
Figura 12 - Ingestão alimentar pós-jejum em P35 e P95.
Avaliado em P35 e P95, nos grupos Cm, Am, Cf e Af. Teste ANOVA de duas vias, pós teste de Bonferroni.
Dados apresentados em média ± SEM.
A. Ingestão alimentar pós-jejum P35: Foram detectadas diferenças significantes entre os grupos
anóxia e controle independente do sexo (Anóxia > Controle, * p < 0,05. F(1, 27) = 6,664). B. Ingestão alimentar pós-jejum P95: As fêmeas anóxia foram significativamente diferentes as
controle (*** p < 0,001. F(1, 32) = 17,44).
5.3.4 Glicemia em P35 e P95
Como esperado, a glicemia diminuiu depois do jejum e aumentou depois da
alimentação, nas duas idades avaliadas e em todos os grupos (p < 0,001). Em P35, na
fase pós-prandial, os machos anóxia apresentaram menor glicemia que os machos
controles (p=0,0335). Enquanto que em P95, os níveis glicêmicos dos machos anóxia
foram inferiores em pós-jejum (p=0,022), em relação aos controles. Além disso, em P95
as fêmeas anóxia e controle apresentaram níveis glicêmicos maiores que os machos,
independente do momento avaliado (p < 0,001).
Figura 13 - Níveis de glicemia.
Nos grupos Cm, Am, Cf, e Af, realizada pré e pós-jejum, e pós-alimentação. Dados apresentados em média ± SEM. Teste ANOVA de duas vias, pós-teste de Bonferroni.
35
A. Glicemia em P35: A glicemia diminuiu depois do jejum e aumentou depois da alimentação em todos os grupos (p < 0,001. F(2, 56) = 232,2). Foi detectada diferença significante entre os grupos de machos em pós-prandial (* Am < Cm, p < 0,05. F(3, 28) = 0,1185).
B. Glicemia em P95: A glicemia diminuiu depois do jejum e aumentou depois da alimentação em todos os grupos (p < 0,001. F(2, 126) = 96,91). Foi detectada diferença significante entre os grupos de machos em pós-jejum (+ Am < Cm, p < 0,05. F(3, 126) = 8,374). Foi detectada diferença de sexo, independente ao momento avaliado (**, p < 0,01 Fêmeas > Machos. F(6,
126) = 1,775).
5.3.5 Insulina
Em P35, pós-prandial os machos e fêmeas anóxia, apresentaram maiores
níveis de insulina, em relação a seus controles (p=0,0002). Por sua vez, não foi
identificada diferença de sexo.
Em P95, os níveis da insulina foram avaliados depois de jejum de 18 horas, e
após alimentação. No momento pós-jejum, não houve diferença entre os grupos (p >
0,05), enquanto que em pós-prandial os animais anóxia, independente do sexo,
apresentaram níveis menores que os controle (p=0.023).
Figura 14 - Dosagem de insulina.
Avaliado nos grupos Cm, Am, Cf e Af. *, p < 0,05. Dados apresentados em média ± SEM. n=7. Teste ANOVA de duas vias, pós teste de Bonferroni.
A. Níveis de insulina pós-prandial em P35: Foi detectada diferença significante entre os
grupos anóxia e controles (Anóxia > Controle, *** p < 0,001. F(1, 21) = 19,46). B. Níveis de insulina pós-jejum em P95: Não foi detectado efeito significante (p > 0,05). C. Níveis de insulina pós-prandial em P95: Foi detectada diferença significante entre os
grupos anóxia e controle (Controle > Anóxia, p < 0,05. F(1, 27) = 5,757).
36
5.3.6 Leptina
Em P35 não se identificou diferença significativa entre estimulo (anóxia vs
controle, p=0,0517), nem entre sexos (fêmeas vs machos, p > 0,05).
Em P95, os níveis de leptina foram avaliados depois de jejum de 18 horas, e
após alimentação. No momento pós-jejum, os animais anóxia apresentaram menor
quantidade de leptina que os controles (p=0,0043), de maneira independente do sexo.
Também foi detectada diferença de sexo independente do estimulo nesta idade nos
dois momentos avaliados. De modo que os machos apresentaram menor leptina que
as fêmeas após jejum (p=0,0215) e após alimentação (p=0,0092).
Figura 15 - Dosagem de Leptina.
Avaliado nos grupos Cm, Am, Cf e Af. Dados apresentados em média ± SEM. Teste ANOVA de duas vias, pós teste de Bonferroni. n=7
A. Níveis de leptina pós-prandial em P35: Não houve diferença significante (p > 0,05). B. Níveis de leptina pós-jejum em P95: Foi detectada diferença significante entre anóxia e
controle (Controle > Anóxia, ** p < 0,01. F(1, 16) = 11,07), e entre machos e fêmeas (Machos > Fêmeas, * p < 0,05. F(1, 16) = 6,49).
C. Níveis de leptina pós-prandial em P95: Pós-prandial, foi detectada diferença significante entre machos e fêmeas (Machos > Fêmeas, ** p < 0,01. F(1, 28) = 7,841).
37
5.3.7 Ilhotas De Langerhans P35 E P95
Em P35 não foi detectada diferença entre os grupos anóxia e controle, nem
entre machos e fêmeas (p > 0,05). Por sua vez em P95, a anóxia aumentou a área das
ilhotas de Langerhans de maneira independente ao sexo (p=0,0092).
Figura 16 - Área das ilhotas de Langerhans.
Avaliado nos grupos Cm, Am, Cf e Af, nas idades de P35 e P95. Dados apresentados em média ± SEM. Teste ANOVA de duas vias, pós teste de Bonferroni. A. n=5. B. n=7 Cm, n=8 Am, n=9 Af e Cf.
A. Área das Ilhotas de Langerhans em P35: Não houve diferença significante (p > 0,05). B. Área das Ilhotas de Langerhans em P95: Foi detectada diferença significante entre
estimulo (*, p= 0,0480. F(1, 214) = 6,91) de maneira independente ao sexo.
Figura 17 - Ilhotas de Langerhans P35.
Microfotografias de pâncreas, em indivíduos de P35. A. Cm, B. Cf, C. Am e D. Af. As setas mostram as ilhotas de Langerhans em todas as imagens. H&E. 10X. Fonte: CRUZ-OCHOA, 2018.
38
Figura 18 - Ilhotas de Langerhans P95.
Microfotografias de pâncreas em indivíduos de P95 dias de idade. A. Cm, B. Cf, C. Am e D. Af. As setas mostram as ilhotas de Langerhans em todas as imagens. H&E. 10X. Fonte: CRUZ-OCHOA, 2018.
5.3.8 Correlação Glicemia-Insulina-Ilhotas De Langerhans
Não houve correlação entre as áreas das ilhotas de Langerhans, e os níveis de
glicemia e de insulina no momento pós-prandial, na idade de P95 dias.
Tabela 3 - Matriz de Correlações.
Correlações de Pearson
Área das Ilhotas de Langerhans
Glicemia pós-prandial Insulina pós-prandial
Área das Ilhotas 1.0000 -0.0140 0.0097 Glicemia pós-prandial -0.0140 1.0000 0.2903 Insulina pós-prandial 0.0097 0.2903 1.0000
Valores p
Área das Ilhotas de Langerhans
Glicemia pós-prandial Insulina pós-prandial
Área das Ilhotas --- 0.9675 0.9775 Glicemia pós-prandial 0.9675 --- 0.3865 Insulina pós-prandial 0.9775 0.3865 ---
39
6. RESULTADOS EXPERIMENTO 2 – ISOLADOS
Nesta seção serão apresentados os resultados do experimento 2, dos animais
que foram isolados a partir de P27 e até a idade da perfusão. Os resultados são
divididos em peso corporal, ingestão alimentar e nos parâmetros avaliados durante o
estimulo de jejum e realimentação.
6.1 PESO CORPORAL
A partir da adolescência (P39) os machos foram significativamente (p < 0,05.
F(43, 1364) = 2104) mais pesados que as fêmeas. Por sua vez, a anóxia demostrou
aumentar o peso dos machos na idade adulta (a partir de P72), em relação aos
controles (p < 0,05. F(3, 1364) = 1195).
Figura 19 - Peso Corporal.
Peso Corporal
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1000
100
200
300
400
+^
*
Cm
Af
Cf
Am* * * * *
*
Dia pós-natal (P)
Peso
(g
)
Avaliado desde P1 até P90 nos grupos Cm, Am, Cf e Af. Foi detectada diferença significante entre estímulos (anóxia vs controles) nos grupos de machos, e de sexo (machos vs fêmeas). Convenções: ^, Cm > Cf a diferença é mantida até P90. +, Am > Af a diferença é mantida até P90. *, Cm > Am. Dados apresentados em média ± SEM. Teste ANOVA de duas vias, pós-teste de Bonferroni. p < 0,05. Cm n=11, Am n=8, Cf n=8, Af n=8.
40
6.2 INGESTÃO ALIMENTAR
Os machos, dos grupos controle e anóxia, ingeriram maior quantidade de
alimento que as fêmeas, a partir de P36 e P39 respectivamente (p < 0,05. F(20, 678) =
20,03). Por sua vez, entre estímulos não foi detectada diferença significante (p > 0,05).
Figura 20 - Ingestão Alimentar.
In g e s tã o A lim e n ta r
3 0 4 0 5 0 6 0 7 0 8 0 9 0 1 0 0
1 0
1 5
2 0
2 5
3 0
C m
A f
C f
A m
D ia p ó s -n a ta l (P )
Pe
so
(g
)
*
+
Avaliado desde P30 até P90 nos grupos Cm, Am, Cf e Af. Foi detectada diferença significante entre sexo (machos > fêmeas). Convenções: *, Cm > Cf a diferença é mantida até P90. +, Am > Af a diferença é mantida até P90. Dados apresentados em média ± SEM. Teste ANOVA de duas vias, pós-teste de Bonferroni. p < 0,05. Cm n=11, Am n=8, Cf n=8, Af n=8.
6.3 ESTIMULO DE JEJUM E REALIMENTAÇÃO
Tabela 4 - Parâmetros avaliados durante o estímulo de jejum e realimentação em P35.
PARÂMETRO Cm Am Cf Af
Perda de Peso Pós-Jejum (%) 1.33 ± 0.34 4.83 ± 1.22* 2.40 ± 1.02 3.66 ± 1.37*
Ganho de Peso Pós-Prandial (%)
3.33 ± 0.45 4.88 ± 0.54* 3.70 ± 0.79 4.17 ± 0.50
Ingestão Alimentar Pós-Jejum (g)
2.52 ± 0.16 3.95 ± 0.43** 2.19 ± 0.34 2.38 ± 0.18
Glicemia Pré-Jejum (mg/dl) 138.90 ± 6.49 132.77 ± 3.62 131 ± 6.75 128 ± 4.37
Glicemia Pós-Jejum (mg/dl) 90.20 ± 4.70 88.33 ± 4.45 87.37 ± 5.21 85.60 ± 4.46
Glicemia Pós-Prandial (mg/dl) 132.60 ± 5.37 133.44 ± 4.48 130.12 ±
9.41 148.70 ± 8.94
Insulina Pós-Prandial (pg/ml) 1176 ± 277 1566. 21 ±
312.63 1243.20 ±
323.53 1255.86 ±
172.85
Leptina Pós-Prandial (pg/ml) 1263.16 ±
327.63 1371.78 ±
248.67 1180.62 ±
210.03 1672.35 ±
271.23
Dados expressados em média ± SEM. * p < 0,05, ** p < 0,01, *** p < 0,001
41
Tabela 5 - Parâmetros avaliados durante o estímulo de jejum e realimentação em P95.
PARÂMETRO Cm Am Cf Af
Perda de Perdido Pós-Jejum (%)
2.58 ± 0.33 3.89 ± 0.45* 4.09 ± 0.50 4.47 ± 0.50
Ganho de Peso Pós-Prandial (%)
1.66 ± 0.17 1.77 ± 0.35 1.84 ± 0.53 2.45 ± 0.46
Ingestão Alimentar Pós-Jejum (g)
4.59 ± 0.39 5.44 ± 0.32* 3.44 ± 0.30 4.54 ± 0.55*
Glicemia Pré-Jejum (mg/dl)
116 ± 4.09 125.40 ± 6.64 120.87 ± 4.84 114.20 ±
4.20 Glicemia Pós-Jejum
(mg/dl) 88.90 ± 3.42 94.50 ± 4.92 87.50 ± 0.98 94.80 ± 3.25
Glicemia Pós-Prandial (mg/dl)
118.27 ± 2.88 114.40 ± 3.31 129.75 ± 4.40 138.50 ±
4.78 Insulina Pós-Prandial
(pg/ml) 198.42 ± 53.20 285.73 ± 63.56* 152.62 ± 66.03
398.48 ± 77.20*
Leptina Pós-Prandial (pg/ml)
3125 ± 547.67 4073.66 ± 310.58*
2377.15 ± 395.29
3044.88 ± 130.14*
C-Fos ARC 6390.12 ± 743.85 4104.95 ± 603.19*
6330 ± 243.30 4675.96 ± 933.65*
C-Fos VMH 14522.96 ±
1591.78 10120.49 ±
1818.97 9311.53 ± 1496.81
8667.40 ± 1613.98
c-Fos DMH 19880.02 ±
3446.84 23029.74 ±
2148.82 17998.18 ±
2043.33 17817.68 ±
4107.48
c-Fos PVN 5526.73 ± 776.42 4639.62 ± 988.41 6283.59 ±
576.82 7263.84 ± 2233.34
NeuN ARC 6565.58 ± 536.25 6382.25 ± 530.02 6373.85 ±
684.61 7201.33 ±
631.84
Dados expressados em média ± SEM. * p < 0,05, ** p < 0,01, *** p < 0,001.
6.3.1 Perda De Peso Pós-Jejum e Ganho De Peso Pós-Prandial
Em P35 a anóxia neonatal aumentou a perda de peso pós-jejum de maneira
independente ao sexo (p=0,0451). Na mesma idade, aumentou também o ganho pós-
prandial (p=0,0418) só nos machos. Por sua vez, em P95 a anóxia aumentou a perda
de peso pós-jejum em machos (p = 0,0280), e não modificou o ganho de peso pós
alimentação (p > 0,05). Além disso, nesta idade as fêmeas, independente do estimulo,
perderam mais peso que os machos (p = 0,0253).
42
Figura 21 - Perda de peso pós-jejum e ganho de peso pós-prandial.
Avaliado em P35 e P95, nos grupos Cm, Am, Cf e Af. Teste ANOVA de duas vias, pós teste de Bonferroni. Dados apresentados em média ± SEM.
A. Perda de peso pós-jejum P35: Foi detectada diferença significante entre anóxia e controle independente do sexo (A > C, * p < 0,05. F(1, 33) = 4,339).
B. Ganho de peso pós-prandial P35: Foi detectada diferença significante entre os machos anóxia e controle (Am > Cm, * p < 0,05. F(1, 33) = 3,138).
C. Perda de peso pós-jejum P95: Foi detectada diferença significante entre os machos anóxia e controle (Am > Cm, * p < 0,05. F(1, 36) = 3,536), e entre machos e fêmeas independente do estimulo (Fêmeas > Machos, * p < 0,05. F(1, 36) = 5,443).
D. Ganho de peso pós-prandial P95: Não houve diferença significante (p > 0,05. F(1, 36) = 0,9133).
6.3.2 Ingestão Alimentar Pós-Jejum
Em P35 os animais anóxia de maneira independente ao sexo ingeriram mais
alimento após jejum que os controles (ANOVA p=0,0064), efeito detectado somente
nos grupos de machos no pós-teste estatístico (Bonferroni p=0,0051). De igual forma,
em P95 os anóxia comeram mais que os controles (p=0,0260), independente do sexo.
Além disso, foi detectada diferença de sexo independente do estimulo em P35
(p=0,0017) e em P95 (p=0,0194).
43
Figura 22 - Ingestão Alimentar pós-jejum.
Avaliado em P35 e P95, nos grupos Cm, Am, Cf e Af. Teste ANOVA de duas vias, pós teste de Bonferroni. Dados apresentados em média ± SEM.
A. Ingestão alimentar pós-jejum P35: Foram detectadas diferenças significantes entre o grupo controle macho e anóxia macho (Am > Cm, ** p < 0,01. F(1, 33) = 8,472). Além disso, foi detectada diferença significante do sexo (Machos > Fêmeas, ** p < 0,01. F(1, 33) = 11,64).
B. Ingestão alimentar pós-jejum P95: Foi detectado efeito significante de estimulo independente do sexo (Anóxia > Controle, * p < 0,05. F(1, 32) = 5,45)., e do sexo independente do estimulo (Machos > Fêmeas, * p < 0,05. F(1, 32) = 6,064).
6.3.3 Glicemia
Como esperado, a glicemia diminuiu depois do jejum e aumentou depois da
alimentação, nas duas idades e em todos os grupos (p < 0,001). No entanto, em
nenhuma das idades nem momentos avaliados foram encontradas diferenças
significantes entre os grupos (p > 0,05).
Ao comparar o experimento 1 (animais agrupados) com o experimento 2
(animais isolados), foi observado aumento na glicemia nos animais isolados em todos
os grupos e momentos avaliados (p < 0,01).
44
Figura 23 - Níveis de Glicemia dos animais alocados em grupo e isoladamente.
Glicemia avaliada nos grupos Cm, Am, Cf, e Af, realizada pré e pós-jejum, e pós-alimentação. Dados apresentados em média ± SEM. Teste ANOVA de duas vias, pós-teste de Bonferroni.
A. Glicemia em P35: A glicemia diminuiu depois do jejum e aumentou depois da alimentação em todos os grupos (p < 0,001). Não houve diferença significante entre os grupos (p > 0,05).
B. Glicemia em P95: A glicemia diminuiu depois do jejum e aumentou depois da alimentação em todos os grupos (p < 0,001). Não houve diferença significante entre os grupos (p > 0,05).
C. Glicemia controle machos P95: Houve diferença significativa entre os animais Cm isolados e agrupados (Isolados > Agrupados, **** p < 0,0001).
D. Glicemia anóxia machos P95: Houve diferença significativa entre os animais Am isolados e agrupados (Isolados > Agrupados, **** p < 0,0001).
E. Glicemia controle fêmeas P95: Houve diferença significativa entre os animais Cf isolados e agrupados (Isolados > Agrupados, ** p < 0,01).
F. Glicemia anóxia fêmeas P95: Houve diferença significativa entre os animais Af isolados e agrupados (Isolados > Agrupados, *** p < 0,001).
45
6.3.4 Insulina
Não foi detectada diferença significativa entre os grupos em P35 (p > 0,05). No
entanto, em P95 a anóxia neonatal aumentou a secreção de insulina após alimentação,
de maneira independente ao sexo (p=0,0176).
Figura 24 - Dosagem de Insulina.
Avaliado nos grupos Cm, Am, Cf e Af. *, p < 0,05. Dados apresentados em média ± SEM. n=9. Teste ANOVA de duas vias, pós teste de Bonferroni.
A. Níveis de insulina pós-prandial em P35: Não houve diferença significante (p > 0,05). B. Níveis de insulina pós-prandial em P95: Foi detectada diferença significante entre os
grupos anóxia e controle (Controle < Anóxia, p < 0,05. F(1, 30) = 6,317).
6.3.5 Leptina
Não foi detectada diferença significativa entre os grupos em P35 (p > 0,05). No
entanto, em P95 a anóxia neonatal aumentou a secreção de leptina após alimentação,
de maneira independente ao sexo (p=0,0401). Além disso, na mesma idade os machos
apresentaram maior leptina que as fêmeas (p=0,0251), independente ao estimulo.
Figura 25 - Dosagem de Leptina.
Avaliado nos grupos Cm, Am, Cf e Af. Dados apresentados em média ± SEM. Teste ANOVA de duas vias, pós teste de Bonferroni. n=9
A. Níveis de leptina pós-prandial em P35: Não houve diferença significante (p > 0,05).
46
B. Níveis de leptina pós-prandial em P95: Foi detectada diferença significante entre os grupos controle anóxia e controle (Anóxia > Controle *, p < 0,05. F(1, 31) = 4,589), assim como diferença de sexo (Machos > Fêmeas *, p < 0,05. F(1, 31) = 5,543).
6.3.6 Imunohistoquimica C-Fos
A anóxia neonatal diminuiu o número de neurônios ativados na fase pós-
prandial no núcleo arqueado do hipotálamo (ARC, p=0,0152), de maneira independente
ao sexo. Nos outros núcleos avaliados (ventromedial (VMH), dorsomedial (DMH) e
paraventricular (PVN)), não foram detectadas diferenças significantes entre os grupos
(p > 0,05).
Figura 26 - Contagem c-Fos no Hipotálamo.
Avaliado nos grupos Cm, Am, Cf e Af. Dados apresentados em média ± SEM. Teste ANOVA de duas vias, pós teste de Bonferroni. n=5.
A. Núcleo Arqueado (ARC): Foi detectada diferença significante entre os grupos anóxia e controle de maneira independente ao sexo (p < 0,05. F(1, 15) = 7,505).
B. Núcleo Ventromedial (VMH): Não houve diferença significante (p > 0,05. F(1, 15) = 2,297). C. Núcleo Dorsomedial (DMH): Não houve diferença significante (p > 0,05. F(1, 15) = 0,2168). D. Núcleo Paraventricular (PVN): Não houve diferença significante (p > 0,05. F(1, 15) = 0,001131).
47
Figura 27 - Marcação para c-Fos no Núcleo Arqueado.
Microfotografias de cortes frontais do núcleo arqueado, em animais de P95. Imunohistoquimica para c-Fos. A. Cm, B. Am, C. Cf e D. Af. Bregma:-2.12 e -3.14. Objetivas 20x. Fonte: CRUZ-OCHOA, 2018.
48
6.3.7 Imunohistoquimica NeuN
Não foram encontradas diferenças significantes no número de neurônios do
núcleo ARC entre os grupos (p > 0,05. F(1, 14) = 0,2963).
Figura 28 - Contagem NeuN no ARC.
M a c h o s F ê m e a s
0
2 0 0 0
4 0 0 0
6 0 0 0
8 0 0 0
1 0 0 0 0
N e u N N ú c le o A rq u e a d o
n.
ne
uro
nio
s I
R
C o n tro le
A n ó x ia
Avaliado nos grupos Cm, Am, Cf e Af. Dados apresentados em média ± SEM. Teste ANOVA de duas vias, pós teste de Bonferroni. n=5.
49
7. DISCUSSÃO
7.1 EXPERIMENTO 1- ANIMAIS MANTIDOS AGRUPADOS
7.1.1 Efeitos da Anóxia Neonatal no Metabolismo Energético
Neste experimento, a anóxia neonatal diminuiu o peso de ratos machos e
fêmeas em relação a seus controles, a partir de P45 e P57 respetivamente [figura 8].
Enquanto que na fase de aleitamento, não houve diferença no peso, tampouco nos
parâmetros de crescimento [figura 9]. Estes resultados diferem dos obtidos em estudos
prévios do laboratório, nos quais a anóxia aumentou o peso e o tamanho dos machos
mantidos nas mesmas condições (VASCONCELOS, 2013; LEE, 2015; KUMAR et al.,
2017).
No entanto, a literatura tem apresentado resultados contraditórios. Outros
grupos de pesquisa, utilizando modelos de anóxia neonatal semelhantes, observaram
diminuição de peso (SHIMOMURA; OHTA, 1988; TANG; NAKAZAWA, 2005;
MENSHANOV; BANNOVA; DYGALO, 2017), nenhuma diferença (KANEKO, 1985;
YAMAMOTO; KATO, 1986; DELL’ANNA et al., 1991), ou como evidenciado neste
trabalho, diminuição somente a partir de P40 (GROJEAN et al., 2003; YAN et al., 2016)
[ANEXO I, tabela 6].
Em outros modelos, como na hipóxia-isquemia neonatal (HI) (ANDINÉ et al.,
1990; GRAFE, 1994; WAGNER; NEDELCU; MARTIN, 2002; LUBICS et al., 2005;
MATCHETT et al., 2009; HILL; THRELKELD; FITCH, 2011; REINBOTH et al., 2016;
REN et al., 2017), asfixia perinatal (FLEISS et al., 2011), hipóxia intermitente neonatal
(MAYER et al., 2013), hipóxia pré-natal (NAGANO et al., 2017), e hipóxia materna
seguido de HI neonatal (GONZALEZ-RODRIGUEZ et al., 2014) há também diminuição,
ou ausência de diferença no peso corporal [ANEXO]. Além disso, em humanos o déficit
de oxigênio nos neonatos retarda seu crescimento (ANDINÉ et al., 1990).
Na regulação do peso corporal participam fatores genéticos, fisiológicos e
comportamentais. Para mantê-lo estável é necessário que o ingresso energético
(ingestão alimentar) seja equiparável a seu gasto. Portanto, qualquer desequilíbrio na
entrada ou saída de energia modificará o peso (JÉQUIER; TAPPY, 1999).
50
A ingestão alimentar foi avaliada de P30 a P90 [figura 10], sendo que não foram
identificadas diferenças significantes entre os grupos anóxia e controle, em nenhum
dos momentos avaliados. Desta forma, o menor peso corporal dos animais anóxia
adultos, pode ser consequência de um maior gasto energético basal em relação aos
controles.
Para identificar possíveis alterações metabólicas de longo prazo, decorrentes
da anóxia neonatal, que pudessem explicar as diferenças de peso encontradas, os
animais foram submetidos a jejum agudo (18 horas) seguido de realimentação (1 hora).
Os parâmetros avaliados foram: perda e ganho de peso corporal [figura 11], ingestão
alimentar pós-jejum [figura 12], níveis de glicemia [figura 13], insulina [figura 14] e
leptina [figura 15], assim como, foi mensurado o tamanho das ilhotas de Langerhans
[figura 16-18].
Na idade de P35, em comparação com os controles, os animais anóxia
apresentaram maior ingestão alimentar no período pós-jejum, menor nível de glicemia
no período pós-prandial (somente observado em machos), níveis maiores de insulina,
e uma tendência (p=0,0517) ao nível de leptina ser maior. Não houve diferença nos
demais parâmetros avaliados.
A hiperfagia observada nos animais submetidos a anóxia, pode ter sido
ocasionada por uma ação diminuída ou mais lenta da insulina e da leptina no
hipotálamo. Sabe-se que o nível destes hormônios aumenta durante a alimentação
(DAVIS, 2008; PARK; AHIMA, 2015). Desta forma, pressupõe-se que no início da
ingestão alimentar, a secreção de hormônios tenha aumentado progressivamente. No
entanto, por algum motivo não ocorreu a inibição eficiente da ingestão, causando assim
hiperfagia e consequente aumento dos níveis hormonais no período pós-prandial.
Caso esta hipótese seja verdadeira, a ação periférica da insulina manteve os
níveis de glicemia estáveis nas fêmeas e os diminuiu nos machos anóxia. Uma vez que,
este hormônio regula o metabolismo da glicose agindo principalmente por vias
periféricas, favorecendo sua captação e inibindo a glicogenólises e a gliconeogêneses
(DAVIS, 2008). Além disso, a ação central da insulina não é necessária para a rápida
supressão da produção hepática de glicose (RAMNANAN; EDGERTON;
CHERRINGTON, 2012).
Além disso, tem sido descrito resistência à insulina durante a hipóxia, sendo
associada ao aumento dos glucocorticoides (RAFF et al., 2001). Assim, é possível
51
também que os animais anóxia apresentaram maior secreção de corticosterona durante
o jejum e realimentação, aumentando a secreção de insulina com o intuito de manter
estável a glicemia.
Na idade de P95, os animais submetidos a anóxia neonatal foram mais leves,
e responderam de maneira diferente ao estimulo de jejum e realimentação que os
controles.
O jejum ocasionou perda de peso em todos os grupos, provavelmente por
diminuição do tecido adiposo, ao ser requerido como fonte de energia (BERTILE;
RACLOT, 2006). A resposta inicial ao jejum é mediada pelo glucagon, que para
combater a hipoglicemia, promove no fígado a glicogenólises e a gliconeogênese. No
entanto, no jejum prolongado as reservas de glicogênio são esgotadas, causando a
metabolização de ácidos graxos e corpos cetônicos, a fim de suprir as demandas
energéticas (DAVIS, 2008; NIRMALAN; NIRMALAN, 2017; ROMANO et al., 2017).
Embora, todos os grupos tenham perdido peso após o jejum, os anóxia
apresentaram maior perda, provavelmente por terem gasto mais energia durante este
período. Em situações de restrição calórica, como o jejum, há hipotermia e
hipometabolismo (diminuição do consumo de oxigênio (VO2)) (NAGASHIMA et al.,
2003) com o intuito de poupar energia e atenuar a perda de peso (BERTILE; RACLOT,
2006). Paradoxalmente, também ocorre hiperatividade, que é interpretada como um
comportamento de escape (OVERTON; WILLIAMS, 2004) e de procura de alimento.
Ademais, a hiperatividade está relacionada com aumento dos glucocorticoides
(CHALLET et al., 1995).
É possível então, que os animais anóxia tenham esgotado as reservas
energéticas mais rapidamente, ao não diminuir o VO2 ou sua temperatura corporal
como esperado. É possível também, que o jejum tenha estressado mais os animais
anóxia do que aos controles, deixando-os mais hiperativos e/ou aumentando a
termogênese, e em consequência o gasto energético. No entanto, neste trabalho não
é possível confirmar estas hipóteses, pois esses parâmetros não foram avaliados.
Durante o jejum é observado aumento dos glucocorticoides, catecolaminas,
grelina e glucagon, junto com a diminuição da insulina, leptina, hormônio do
crescimento, gonadotropinas e hormônios tiroideanos (BERTILE; RACLOT, 2006).
Após o jejum, observou-se que os níveis de glicemia (somente em machos) e
de leptina foram menores nos animais anóxia do que nos controles. Uma possível
52
explicação está relacionada com a diminuição mais acentuada das reservas
energéticas (glicose, glicogênio e tecido adiposo), causada pela maior perda de peso
neste grupo. Além disso, é possível que os baixos níveis de leptina estejam
relacionados com o baixo peso preexistente. Um vez que, a secreção deste hormônio
é proporcional a quantidade de tecido adiposo (PARK; AHIMA, 2015) e visto que
possivelmente os animais anóxia possuíam menor quantidade de gordura.
Contudo, os níveis basais de leptina não foram avaliados neste trabalho,
tampouco a quantidade de tecido adiposo, impossibilitando saber se os níveis de leptina
já estavam diminuídos no período de pré-jejum. A pesar disso, com modelo de hipóxia
neonatal foi observada diminuição do ganho de peso até a idade de P45, sendo
associado com menor leptina circulante basal e menor quantidade de tecido adiposo
que os controles (RAFF et al., 2001).
Uma vez finalizada a restrição alimentar, os animais comeram à vontade
durante 1 hora e logo após foram avaliados seus níveis hormonais. Neste momento
pós-prandial, o nível de insulina apresentou-se diminuído nos grupos anóxia [figura 14],
enquanto que as ilhotas de Langerhans foram maiores em relação aos controles [figura
16-18]. Não houve diferença nos outros parâmetros avaliados.
Em ratos Wistar machos, o tamanho das ilhotas de Langerhans diminui com a
idade, assim como a funcionalidade das células β e a secreção de insulina. Em paralelo,
há aumento da massa de células α, secretoras de glucagon (GU et al., 2012). Essas
mudanças morfofuncionais, podem explicar a diminuição da insulina observada em
todos grupos em P95, quando comparados com os mesmos em P35 [figura 14]. Assim
como, a diminuição das áreas das ilhotas de Langerhans nos machos controles, quando
comparados com o mesmo grupo na idade de P35.
O aumento de tamanho das ilhotas, como o observado nos grupos anóxia, tem
sido interpretado como um mecanismo de compensação em situações de resistência a
insulina. Este mecanismo acompanha o aumento da secreção de insulina para manter
a normoglicemia (DAVIS, 2008). No entanto, a secreção de insulina nos animais anóxia
em P95 foi menor e a glicemia não apresentou diferença, indicando uma maior
sensibilidade deste hormônio, em vez de uma resistência.
Assim, neste trabalho o aumento das áreas das ilhotas não se associa com
maior secreção de insulina (tabela 3). O aumento da área é possivelmente relacionado
a maior quantidade de células alfa (α), ou delta (δ), secretoras de glucagon e
53
somatostatina respectivamente. Contudo, para confirmar esta hipótese, seria
necessário realizar outras dosagens hormonais e marcações especificas para as
populações celulares.
Na idade de P35 no período pós-prandial, a insulina se apresentou aumentada
nos grupos anóxia, enquanto que em P95 no mesmo período se mostrou diminuída em
relação aos controles. Essa inversão do fenômeno também foi observada utilizando
outro modelo de hipóxia neonatal, no qual se evidenciou aumento da insulina em P7
seguida da sua diminuição em P14 e P21 sendo avaliada em condições basais (RAFF
et al., 2001).
Alguns trabalhos têm estudado o efeito a curto prazo do déficit de oxigênio no
metabolismo energético, mas poucos os efeitos a longo prazo, como os avaliados neste
trabalho. Estudos in vitro, utilizando adipócitos PAZ6, demostraram que a hipóxia (8%
O2) durante 48 horas aumenta a secreção de leptina (GROSFELD et al., 2002). De igual
forma in vivo, em camundongos e ratos adultos, a hipóxia aguda (8% O2, 2 horas)
(SHERRY et al., 2009) e a hipóxia intermitente (8 horas) aumentaram a secreção de
leptina. No modelo de hipóxia intermitente, o aumento deste hormônio foi associado
com a perda de peso durante o estimulo (MOREAU; CIRIELLO, 2013; CIRIELLO et al.,
2016).
Além da leptina, houve diminuição na secreção de GH em modelos de hipóxia
nos adultos, sendo avaliados seus níveis logo após o estimulo. Esta diminuição é
causada pelo aumento da liberação de somatostatina (SS), a qual inibe a secreção do
GH, por meio da sua ação na pituitária anterior e no PVN, onde é ativado o eixo HPA
(CHEN; DU, 2002; CHEN; DU; WANG, 2004).
Neste experimento, a anóxia neonatal diminuiu o peso de ratos Wistar adultos,
machos e fêmeas, sem modificar sua ingestão diária de alimento. Estes resultados
sugerem que a anóxia neonatal provavelmente alterou o equilíbrio energético dos
animais, aumentando o gasto energético e diminuindo seu peso.
Além disto, a anóxia neonatal foi capaz de modificar a resposta ao jejum agudo
e de realimentação de maneira diferente segundo a idade avaliada. Em P35 a anóxia
aumentou a ingestão alimentar após o jejum, e também a secreção de leptina e de
insulina pós-prandial. Em P95, com esse estimulo houve aumento da perda de peso
após o jejum e diminuição da secreção de leptina (pós-jejum), de insulina e de glicemia
(pós-prandial).
54
Por fim, foi demostrado nesta pesquisa que o modelo utilizado de déficit de
oxigênio neonatal afeta de igual forma, além do encéfalo, a morfofuncionalidade dos
tecidos periféricos, como o pâncreas. Sendo este resultado esperado ao ser a anóxia
um estimulo global. No entanto, o aumento da área das ilhotas de Langerhans não
parece estar relacionado com a secreção de insulina, mas as explicações dependem
de avaliações celulares e bioquímicas mais especificas.
7.2 EXPERIMENTO 2- ANIMAIS ISOLADOS
7.2.1 Efeitos da anóxia neonatal e do isolamento no metabolismo energético
Muitos dos resultados obtidos neste segundo experimento foram opostos aos
do primeiro, sendo o alocamento dos animais a principal diferença metodológica. No
experimento 1, os ratos permaneceram em grupo até a idade da perfusão, já no
segundo, foram isolados permanentemente a partir de P27.
O isolamento é um fator estressor que tem demostrado causar modificações
anatômicas, fisiológicas e comportamentais nos ratos Wistar (MUMTAZ et al., 2018).
Algumas dessas alterações estão relacionadas com o comportamento alimentar e o
metabolismo energético, como: aumento da secreção de corticosterona, do consumo
de sacarose (MUMTAZ et al., 2018), e de glicemia. Assim como, diminuição da ingestão
alimentar e do peso corporal, quando os animais são isolados em caixas metabólicas
(ZYMANTIENE et al., 2016).
Neste trabalho, o isolamento resultou no aumento dos níveis de glicemia de
todos os grupos, nos três momentos avaliados [figura 23]. O aumento da glicemia é
considerado um indicador de estresse, sendo causado por maior secreção de
corticosterona (CAIXETA et al., 2018). Além do aumento da glicemia, os animais do
segundo experimento apresentaram um comportamento mais agressivo durante a
manipulação. Portanto, o isolamento pode ser considerado um estimulo influenciador
dos resultados obtidos.
Neste experimento, a anóxia neonatal associada ao isolamento, aumentou o
peso dos ratos machos na idade adulta (a partir de P72) [figura 18]. Este resultado foi
oposto ao do experimento 1, no qual a anóxia o diminuiu. Na comparação entre os dois
experimentos, os animais controles não apresentaram mudança de peso quando
55
isolados, enquanto que os do grupo anóxia apresentaram aumento do mesmo. Estes
resultados indicam que o isolamento crônico alterou o peso corporal somente dos
grupos anóxia.
Na avaliação diária da ingestão alimentar [figura 20] não houve diferença entre
os dois experimentos, tampouco entre os grupos anóxia e controle. Assim, todos os
animais, tanto os alocados em grupo como os isolados, ingeriram a mesma quantidade
de alimento. Estes resultados sugerem novamente, que a diferença de peso encontrada
nos dois experimentos é resultado de um desequilíbrio no metabolismo energético, ao
invés de um aumento da ingestão alimentar.
Na busca de compreender essa questão, os animais de ambos grupos foram
submetidos a jejum agudo [18 horas] seguido de realimentação [1 hora], nas idades de
35 e 95 dias, a fim de detectar possíveis alterações metabólicas que pudessem explicar
a diferença de peso observada.
Na idade de P35 foram detectadas diferenças significantes entre anóxia e
controle no peso perdido em pós-jejum, ganhado em pós-prandial (somente em
machos) [figura 20] e na ingestão alimentar em pós-jejum (somente em machos) [figura
22]. Enquanto que não houve diferença nos outros parâmetros avaliados.
Provavelmente, em comparação aos animais controle, os anóxia perderam
mais peso após o jejum pelo esgotamento de suas reservas energéticas de gordura,
como consequência de um elevado gasto energético ocasionado pela condição
experimental. Assim, como discutido no experimento 1, é possível que nestes animais
não houve diminuição da termogênese ou do VO2 como estratégia para poupar energia,
causando um aumento do seu consumo e a necessidade de utilização das reservas de
tecido adiposo.
Seguindo esta ordem de ideias, o maior consumo das reservas energéticas
teria promovido a maior ingestão alimentar no pós-jejum nos machos anóxia, no intuito
de suprir o déficit energético. Por sua vez, esta ingestão seria proporcional ao ganho
de peso observado nestes animais. Desta forma, a porcentagem de peso perdido
durante o jejum foi recuperada pelo aumento da ingestão alimentar.
Na idade de P95, no período de pós-jejum, os animais anóxia (machos)
evidenciaram maior perdida de peso [figura 21] do que os controles. No momento pós-
prandial, os grupos anóxia apresentaram maior ingestão alimentar [figura 22], maior
taxa de insulina [figura 24] e de leptina [figura 25], assim como menor marcação de Fos
56
no ARC [figura 26]. Por sua vez, não foram detectadas diferenças significantes entre os
grupos nas outras variáveis avaliadas.
Nesta idade, assim como observado em P35 e no experimento 1 em P95, os
ratos anóxia machos perderam mais peso após o jejum. Este fenômeno observado
repetidamente, sugere que os animais anóxia respondem de maneira diferente a
restrição calórica do que os controles. Possivelmente, ao não diminuírem o seu gasto
energético, ocasionaram a redução das reservas de tecido adiposo e em consequência
acentuaram a redução do peso corporal.
Além disto, como observado na idade de P35 nos dois experimentos, foi
identificada também uma maior ingestão alimentar pós-jejum. Os níveis aumentados
de leptina e insulina, junto a menor expressão da proteína Fos no ARC, sugerem que
o aumento da alimentação é resultado de uma ação diminuída desses hormônios neste
núcleo hipotalâmico.
O gene c-Fos codifica a proteína Fos, sendo considerada sua expressão como
um marcador de atividade neuronal (MORGAN et al., 1987; BULLITT, 1990). Sabe-se
que a leptina induz a expressão de Fos em áreas ao redor da eminência mediana,
incluindo o núcleo arqueado lateral, a parte dorsomedial do VMH, a parte caudal do
DMH e a parte parvocelular ventral do PVN (ELIAS et al., 1999; ELMQUIST; ELIAS;
SAPER, 1999). Por sua vez, a insulina apesar de agir no núcleo arqueado, não
demonstrou aumento da expressão de Fos no hipotálamo, sendo avaliada 90 min
depois de ser injetada por via intravenosa e intraventricular (PORTER; BOKIL, 1997).
Por causa do maior nível de leptina nos grupos anóxia, esperava-se encontrar
maior ativação do ARC nestes animais. No entanto, a ativação deste núcleo foi menor
nos anóxia do que nos controles. Sugerindo que ocorreu ação diminuída da leptina no
ARC nestes indivíduos, reduzindo assim o efeito anorexigênico e causando a hiperfagia
observada. No entanto, é necessário lembrar que outros hormônios, além da leptina,
podem interferir na ativação do ARC.
Tem sido demostrado que camundongos obesos apresentam menor expressão
de Fos no ARC, quando avaliados durante restrição alimentar, pouco tempo antes da
alimentação. Neste artigo, a menor ativação foi associada com a diminuição da
atividade antecipatória à alimentação (LUNA-ILLADES; MORALES; MIRANDA-
ANAYA, 2017).
57
A anóxia neonatal tem demostrado diminuir a neurogênese no hipocampo e a
densidade celular no córtex (TAKADA et al., 2016; KUMAR et al., 2017). Portanto, seria
possível que este estimulo também modifique a quantidade celular no ARC, causando
a menor ativação neuronal durante a alimentação. Contudo, na contagem de neurônios
revelados por imunoreatividade a NeuN não se encontraram diferenças significativas
entre anóxia e controle, indicando que os grupos apresentam a mesma quantidade de
neurônios. Outro estudo também não encontrou diferenças na quantidade de neurônios
no hipotálamo de ratos, 3 meses após anóxia neonatal (KOHLHAUSER et al., 1999).
Desta forma, é possível que a menor ativação do ARC no período pós-prandial
seja ocasionada por uma resistência à leptina. Nos obesos, dois mecanismos causam
esta resistência. O primeiro está relacionado com a incapacidade da leptina de
atravessar a barreira hematoencefálica, limitando o acesso a seus alvos neuronais no
hipotálamo. O segundo, ocorre devido a inibição das vias de sinalização intracelular da
leptina, causadas pela desensibilização e/ou regulação negativa do receptor ou
também das proteínas de sinalização (CRUJEIRAS et al., 2015). No entanto, estas
hipóteses não podem ser comprovadas neste trabalho.
Neste segundo experimento, foi identificado que o isolamento em ratos Wistar
submetidos a anóxia neonatal ocasiona aumento de peso nos machos adultos. O qual
pode estar relacionado a um desequilibro no metabolismo energético, por não
apresentar aumento da ingestão alimentar em condições ad libitum.
Na idade de P35, a anóxia neonatal e o isolamento provocaram a perda de
peso nos animais durante o período pós-jejum, provavelmente devido ao aumento do
gasto energético na restrição alimentar. Este alto gasto pode explicar a hiperfagia
durante a realimentação, que causou maior ganho de peso nos grupos anóxia do que
nos controles.
Na idade de P95, a anóxia e o isolamento, novamente causaram a perda de
peso no período de pós-jejum e aumento da ingestão alimentar durante a
realimentação. A hiperfagia foi associada a uma possível resistência à leptina e insulina,
suspeita pelos níveis circulantes elevados destes hormônios e a pouca ativação do
ARC.
Em suma, neste trabalho a anóxia neonatal modificou o desenvolvimento
somático e o metabolismo energético de ratos Wistar machos e fêmeas adultos.
Contudo, divergências com a literatura e mesmo entre os grupos experimentais, entre
58
os resultados esperados e os obtidos, indicam a necessidade de prosseguir os estudos
com outras abordagens.
8. CONCLUSÃO
• A anóxia neonatal em ratos Wistar modificou o desenvolvimento somático na
idade adulta dos ratos Wistar machos e fêmeas. Quando alocados em grupo causou
diminuição de peso, e quando isolados o aumentou.
• Não foram detectadas diferenças significantes causadas pela anóxia neonatal
ou pelo isolamento na ingestão alimentar, sugerindo que as diferenças de peso
encontradas são consequência de um desequilíbrio metabólico.
• A anóxia neonatal modificou a resposta ao jejum de forma diferente segundo a
idade avaliada ou somada ao isolamento. Este estimulo foi capaz de aumentar a perda
de peso, a ingestão alimentar pós-jejum, modificar a secreção de leptina e insulina,
aumentar a área das ilhotas de Langerhans e a expressão da proteína Fos no ARC.
9. LIMITAÇÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS
1 Padronização de ninhadas: Neste trabalho buscou-se padronizar o número
de filhotes em todas as ninhadas. Assim, todas as ninhadas foram
conformadas por 8 ou no mínimo 7 animais. Em uma das ninhadas anóxia
só 5 animais sobreviveram ao estimulo, portanto, 3 filhotes remanescentes
do grupo controle foram submetidos a anóxia neonatal e dados em
adopção.
2 Para evitar que possíveis alterações ambientais e técnicas afetassem os
resultados de algum dos grupos, uma ninhada anóxia e uma controle foram
analisadas no mesmo período de tempo.
3 A avaliação dos parâmetros de crescimento poderia ter sido realizada cada
3 dias, para evitar a manipulação excessiva dos animais na fase de
aleitamento.
4 Não foi possível continuar com a avaliação da medição dos eixos ELLC,
EAPC depois do desmame, já que por causa do tamanho do animal se
dificulta sua manipulação.
59
5 A avaliação da ingestão alimentar teria sido mais confiável se tivessem sido
utilizadas caixas metabólicas. No entanto, tendo em consideração o
potencial efeito estressor gerado nos animais (GIL et al., 1999;
WHITTAKER; LYMN; HOWARTH, 2016), foi decidido não as utilizar.
6 Não foi possível avaliar a locomoção nem a termogênese durante o jejum e
no período de atividade na caixa. Esses dados teriam proporcionado
informação importante sobre o gasto energético.
7 Por causa do ciclo estral das fêmeas, não foi possível realizar as perfusões
exatamente na data estabelecida quando adultas, sendo realizadas no dia
de diestro mais próximo.
60
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68
11. APÊNDICE
11.1 EXPERIMENTOS ADICIONAIS
Paralelamente aos resultados, previamente apresentados, também foram
realizados testes comportamentais nos animais do experimento 1. Devido a que os
dados obtidos não se correlacionam com o estudo do metabolismo energético, estes
serão apresentados na forma de adendos. No entanto, serão utilizados em uma futura
publicação.
11.1.1 Campo Aberto
Os animais de todos os grupos em P28 e P88 apresentaram o mesmo
comportamento no teste de campo aberto (p > 0,05). Não foram identificadas diferenças
significativas em nenhum dos parâmetros avaliados.
Figura 29 - Campo Aberto em P28.
A. Locomoção. B. Tempo na periferia. C. Tempo no centro. D. Visitas ao centro. Não foi detectado efeito significante da anóxia nem diferença significativa entre sexos em nenhum dos parâmetros avaliados (p > 0,05). Teste ANOVA de uma via, pós teste de Bonferroni. Dados apresentados em média ± SEM. n= 23 Cm, Cf e Af, e n=25 Am.
69
Figura 30 - Campo Aberto em P88.
A. Locomoção, B. Tempo na periferia, C. Tempo no centro, D. Visitas ao centro. Não foi detectado efeito significante da anóxia nem diferença entre sexos em nenhum dos parâmetros avaliados (p > 0,05). Teste ANOVA de duas vias, pós teste de Bonferroni. Dados apresentados em média ± SEM. n= 14 Cm, n=16 Am, n=13 Cf, n= 12 Af.
11.1.2 Labirinto em Cruz Elevado P30
Todos os grupos apresentaram diminuição na porcentagem de tempo nos
braços abertos durante o reteste em relação ao teste, F(1,79)=27,684 p<0,001. Os
animais do grupo anóxia, tanto machos quanto fêmeas, permaneceram menor
porcentagem de tempo nos braços abertos em relação aos controles F(1,79)=14,559
p<0,001, assim como maior porcentagem de tempo nos braços fechados do que os
controle independente do teste e do sexo F(1,79)=0,295 p=0,002.
Todos os grupos apresentaram diminuição no número de entradas nos braços
abertos no reteste em relação ao teste F(1,79)=19,558 p<0,001, enquanto que
aumentaram as entradas nos fechados F(1,79)=31,304, p<0,001. Os animais dos grupos
anóxia tanto machos quanto fêmeas entraram menos vezes nos braços abertos do que
os controles, independente do teste F(1,79)=8,366 p=0,005. Por sua vez, as fêmeas
entram mais vezes que os machos tanto nos braços abertos (p<0,001) como nos
fechados (p=0,001) de maneira independente ao sexo e teste.
As fêmeas tanto do grupo anóxia como do controle percorreram maior distância
no labirinto que os machos, de forma independente ao teste e reteste p<0,001.
70
Figura 31 - Labirinto em cruz elevado em P30.
A. Tempo no Braço Aberto (TBA): ANOVA de 3 vias- Foi detectada a diferença significante entre
Teste e Re-Teste, independente do Grupo e do Gênero, F(1,79)=27,684 p<0,001. Foi detectada a
diferença significante entre Anóxia e Controle, independente do Gênero e do Teste,
F(1,79)=14,559 p<0,001.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
Macho Fêmea Macho Fêmea
Controle Anoxia
Dis
tân
cia
(N
o q
ua
dra
nte
s.)
-P
30
Teste Reteste
A
B
C
71
Tempo no Braço Fechado (TBF): ANOVA de 3 vias- Foi detectada a diferença significante entre
Teste e Re-Teste, independente do Grupo e do Gênero, p<0,001. Foi detectada a diferença
significante entre Anóxia e Controle, independente do Gênero e do Teste, F(1,79)=0,295 p=0,002.
Tempo no Centro (TC): Não foi detectada diferença significante nem efeito de interação
significante.
B. Entradas nos braços abertos (EBA): ANOVA de 3 vias- Foi detectada a diferença significante
entre Teste e Reteste, F(1,79)=19,558 p<0,001 independente do sexo e do estimulo. Foi detectada
diferença significante entre Anóxia e Controle, F(1,79)=8,366 p=0,005 independente do sexo e
do teste. Foi detectada diferença significante entre Fêmea e Macho, p<0,001 independente do
estimulo e do teste.
Entradas nos braços fechados (EBF): ANOVA de 3 vias- Foi detectada a diferença significante
entre Teste e Reteste, F(1,79)=31,304 p<0,001. Foi detectada diferença significante entre Fêmea
e Macho, p=0,001.
C. Distância: ANOVA de 3 vias: Foi detectada diferença significante entre Fêmea e Macho,
independente do Grupo e do Teste, p<0,001.
11.1.3 Labirinto em Cruz Elevado P90
Os machos anóxia permaneceram maior porcentagem de tempo nos braços
abertos do que os machos controle independente do teste e reteste F (1, 50) = 5,105,
p=0,0282. Os animais anóxia independente do teste e do gênero, entram mais vezes
nos braços abertos que os controle F(1,45)=6,104, p=0,017. Por sua vez, as fêmeas
realizam mais entradas nos braços abertos que os machos F(1,45)=8,300, p=0,006.
Todos os grupos diminuem a distância percorrida no labirinto no reteste em
comparação ao teste F(1,45)=9,019, p=0,004. Em relação aos controle, os animais
anóxia percorrem menor distancia no teste e reteste F(1,45)=7,967, p=0,007. Enquanto
que as fêmeas percorrem maior distância que os machos independente a serem anóxia
ou controle e ao teste F(1,45)=5,549, p=0,023.
72
Figura 32 - Labirinto em cruz elevado em P90.
A. Tempo nos braços abertos (TBA): ANOVA de 3 vias- Não foi detectada diferença significante
entre Anóxia e Controle, F(1,45)=3,222, p=0,079. Não foi detectada diferença de interação
significante entre Fêmea e Macho, F(1,45)=3,610, p=0,064. ANOVA de 2 vias (machos)- Foi
detectada diferença significante entre Anóxia e Controle machos independente do teste, F (1, 50)
= 5,105, p=0,0282.
0
50
100
150
200
250
Macho Fêmea Macho Fêmea
Controle Anoxia
Dis
tân
cia
(N
o q
ua
dra
nte
s.)
-P
90
Teste Reteste
A
B
C
73
Tempo nos braços fechados (TBF): ANOVA de 3 vias: Não foi detectada a diferença
significante entre Anóxia e Controle, F(1,45)=2,685, p=0,108. Não foi detectada diferença interação
significante entre Fêmea e Macho, F(1,45)=3,969, p=0,052
Tempo no centro (TC): Não foi detectada nenhuma diferença significante nem efeito de
interação.
B. Entradas nos braços abertos (EBA): ANOVA de 3 vias- Foi detectada diferença significante
entre Anóxia e Controle, independente do teste e do gênero, F(1,45)=6,104, p=0,017. Foi detectada
diferença significante entre Fêmea e Macho, independente do teste e do grupo, F(1,45)=8,300,
p=0,006.
Entradas nos braços fechados (EBF): ANOVA de 3 vias- Não foi detectada diferença
significante nem efeito de interação significante.
C. Distância percorrida: ANOVA de 3 vias: Foi detectada a diferença significante entre Teste e
Reteste, independente do Grupo e Gênero, F(1,45)=9,019, p=0,004. Foi detectada a diferença
significante entre Anóxia e Controle, independente do Gênero e Teste, F(1,45)=7,967, p=0,007. Foi
detectada diferença significante entre Fêmea e Macho, independente do Grupo e do Teste,
F(1,45)=5,549, p=0,023.
11.1.4 Níveis De Corticosterona Em P30 E P90
Em P30 e em condições basais, os machos anóxia apresentam níveis mais
baixos de corticosterona que seus controles p= 0,0180, enquanto que as fêmeas anóxia
apresentam níveis maiores que as controle fêmeas p= 0,0063, e que os machos anóxia
p=0,0033. Por sua vez os machos controle tem níveis maiores que as fêmeas controle
p= 0,0415. Após teste (LCE reteste), todos os grupos aumentaram significativamente o
nível de corticosterona, no entanto entre grupos não foi detectada nenhuma diferença
significante.
Em P90 tanto em condições basais (F(1,12)=19,29 p= 0,0009) como após teste
(F(1,14) = 84,08 p<0,0001) as fêmeas apresentaram maior nível de corticosterona que
os machos independente do grupo
74
Figura 33 - Dosagem de Corticosterona P30 e P90.
A. Corticosterona Basal P30: Foi detectado efeito de interação entre sexo e estimulo F (1,10)= 35,03
p= 0,0001. Foi detectada diferença significante entre controle macho e controle fêmeas p= 0,0415, entre anóxia macho e controle macho p= 0,0180, controle fêmea e anóxia fêmea p= 0,0063, e anóxia macho e anóxia fêmea p=0,0033.
B. Corticosterona Teste P30: Não foi detectada diferença significante nem efeito de interação.
Figura 34 - Dosagem de Corticosterona P90.
A. Corticosterona Basal: Foi detectado efeito do sexo independente do grupo F(1,12)=19,29 p=
0,0009. No pós-hoc foi detectada diferença entre controle machos e controle fêmeas p= 0,0425, e anóxia machos e anóxia fêmeas p=0,0367.
B. Corticosterona Teste: Foi detectado efeito do sexo independente do grupo F(1,14) = 84,08 p<0,0001. No pós-hoc foi detectada diferença entre controles machos e controles fêmeas p= 0,0002 e anóxia machos com anóxia fêmeas p<0,0001.
75
12. ANEXO I
Tabela 6 - Efeitos do déficit de oxigênio neonatal no peso corporal.
ANÓXIA NEONATAL
Autor e ano Animal Método Resultado no peso corporal
Kaneko et al., 1985
Ratos Wistar, machos
Anóxia: P1, 97% N2, 30 min Não houve diferença até P15
Yomamoto e Kato., 1986
Ratos Sprague Dawley, machos e fêmeas
Anóxia: P1, 100% N2, 25 min
Não houve diferença até P70
Shimomura et al., 1988
Ratos Wistar, machos e fêmeas.
Anóxia: P4, 100% N2, 3 L/min, 10 min, 36-38°C
Anóxia mais leves de P7 até P21, não houve diferença desde P28 até P56
Dell’Anna et al., 1991
Ratos Wistar, machos e fêmeas
Anóxia: P2, 100% N2, 9 L/min, 25 min, 35°C
Não houve diferença desde P2 até P60
Grojean et al., 2003
Ratos Sprague-Dawley, machos
Anóxia: P1, 100% N2, 3 L/min, 20 min, 36°C
Não houve diferença até P28, em P40 e P60 os anóxia são mais leves
Tang et al., 2005 Ratos Long-Evans, machos
Anóxia: P1, 100% N2, 3 L/min, 25 min, 31°C
Anóxia mais leves em P21
Yan et al., 2016 Ratos Sprague-Dawley, machos
Anóxia: P7, 100% N2, 3 L/min, 10 min, 37°C
Não houve diferença até P28, em P40 os anóxia são mais leves
Mensagnov et al., 2017
Ratos Wistar, machos
Anóxia: P2, 100% N2, 6 L/min, 10 min, 36°C
Anóxia mais leves em P3
Kumar et al., 2017
Ratos Wistar, machos e fêmeas
Anóxia: P2, 100% N2, 3 L/min, 25 min, 35-37°C
Anóxia machos mais pesados de P7 até P21 que os controle, anóxia fêmeas mais leves que as controle.
HIPÓXIA-ISQUEMIA NEONATAL (HI)
Autor e ano Animal Método Resultado no peso corporal
Andiné et al., 1990
Ratos Sprague-Dawley, machos
HI: P7, oclusão carótida + 7.7% O2, 120 min, 36°C
Os animais HI foram mais leves em P21
Grafe. 1994 Ratos Sprague-Dawley, machos e
HI: P7, oclusão carótida + 8% O2, 60-210 min, 37°C
Não houve diferença em P9
Wagner et al., 2002
Ratos Sprague-Dawley, machos
HI: P7, oclusão carotida + 8% O2 90 min, 37°C
Em P12 os HI são mais leves
Lubics et al., 2005
Ratos Wistar, machos
HI: P7, oclusão carótida + 8% O2,120 min, 37°C
Desde P8 até P20 os HI são mais leves
Matchett et al., 2009
Ratos Sprague Dawley, machos e fêmeas
HI: P10, oclusão carótida + 8% O2 120-150 min, 37°C
Menor ganho de peso nos HI de P10-P11
Hill et al., 2011 Ratos Wistar, machos e fêmeas
HI: P7, oclusão carótida + 8% O2 120 min, 37°C
Em P110 os machos HI mais leves que seus controles, as HI = controles
Infante et al., 2013
Ratos Wistar machos e fêmeas
HI: P7, oclusão carótida + 8% O2 90 min, 37°C
Os filhotes da segunda geração (pais HIxHI) apresentaram menor peso, tanto como machos em P21
Reinboth et al., 2016
Camundongos C57BL/6
HI: P9, oclusão carótida + 8-10% O2, 60 min, 31-32°C
Não houve diferença até P44
Ren et al., 2017 Ratos Sprague-Dawley, machos e fêmeas
HI: P2, oclusão permanente da carótida
Ganho de peso foi menor nos animais HI até P9
76
HIPÓXIA-PRENATAL
Autor e ano Animal Método Resultado no peso corporal
Nagano et al., 2017
Camundongos C57BL/6J, machos e fêmeas
GD16: oclusão da artéria uterina, 30 min GD19: cesárea, dados a mãe adotiva
Os machos hipóxia no nascimento foram mais leves que os controles. Não houve diferença nas fêmeas. As 8 semanas não houve diferença entre machos nem entre fêmeas
Amaral-Silva et al., 2017
Frangos, machos e fêmeas
Ovos de frangos fertilizados. Dia de incubação 12-18: 15 O2. Dia 19: nascimento em normoxia
No dia do nascimento hipoxicos mais leves. Aos 10 dias não houve diferença
HIPÓXIA MATERNA + HIPÓXIA ISQUEMIA NEONATAL
Autor e ano Animal Método Resultado no peso corporal
Gonzales-Rodriguez et al., 2014
Ratos Sprague-Dawley
Hipóxia nas mães (10.5%O2, GD 15-21) + HI (P10 oclusão da carótida + 8% O2, 1.5 h)
Hipóxicos mais leves no nascimento. Não houve diferença em P10
HIPÓXIA INTERMITENTE NEONATAL
Autor e ano Animal Método Resultado no peso corporal
Mayer et al., 2013
Ratos Lewis Hipóxia intermitente: P6-P15, 95% N2, 5 min-8h/dia
Hipóxicos mais leves em P16
ASPIXIA PERINATAL
Autor e ano Animal Método Resultado no peso corporal
Fleiss et al., 2011
Spiny Mouse, machos e fêmeas
GD 37: cessaria e submersão do útero em agua (a termo= GD 39)
Não houve diferença em P5