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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE PSIQUIATRIA JESSYKA MARIA DE FRANÇA BRAM Biomarcadores em líquor e em leucócitos no transtorno depressivo maior, comprometimento cognitivo leve e doença de Alzheimer (Versão corrigida. Resolução CoPGr 6018/11, de 1 de novembro de 2011. A versão original está disponível na Biblioteca da FMUSP) São Paulo 2017

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE PSIQUIATRIA … · DA Doença de Alzheimer DSM-IV Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – Quarta Edição DSM-V Manual

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

INSTITUTO DE PSIQUIATRIA

JESSYKA MARIA DE FRANÇA BRAM

Biomarcadores em líquor e em leucócitos no transtorno depressivo

maior, comprometimento cognitivo leve e doença de Alzheimer

(Versão corrigida. Resolução CoPGr 6018/11, de 1 de novembro de 2011. A versão original está disponível na Biblioteca da FMUSP)

São Paulo

2017

JESSYKA MARIA DE FRANÇA BRAM

Biomarcadores em líquor e em leucócitos no transtorno depressivo

maior, comprometimento cognitivo leve e doença de Alzheimer

Dissertação apresentada à Faculdade de

Medicina da Universidade de São Paulo para a

obtenção do título de Mestre em Ciências

Programa de Psiquiatria

Orientador: Prof. Dr. Orestes Vicente Forlenza

(Versão corrigida. Resolução CoPGr 6018/11, de 1 de novembro de 2011. A versão original está disponível na Biblioteca da FMUSP)

São Paulo

2017

Bram J.M.F. Biomarcadores em líquor e em leucócitos no Transtorno

Depressivo Maior, Comprometimento Cognitivo Leve e doença de Alzheimer

[Dissertação]. São Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo;

2017.

Aprovado em:

Banca Examinadora

Prof. Dr. ______________________________________________________ Instituição: ______________________________________________________ Julgamento: _______________________________________________________ Prof. Dr. ______________________________________________________ Instituição: ______________________________________________________ Julgamento: _______________________________________________________ Prof. Dr. ______________________________________________________ Instituição: ______________________________________________________ Julgamento: _______________________________________________________ Prof. Dr. ______________________________________________________ Instituição: ______________________________________________________ Julgamento: _______________________________________________________

Aos meus pais, Roberto e Maria, pelo incentivo

e apoio em todas as minhas escolhas e

decisões.

Aos meus irmãos e sobrinhos, pelo

companheirismo e pela compreensão nos

momentos ausentes.

Ao meu noivo, Thiago, pela complacência e por

estar ao meu lado durante todo o

desenvolvimento dessa Dissertação.

Aos idosos que consentiram em participar

desse estudo.

Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus, por estar sempre ao meu lado. À

minha família, por me acompanhar sempre e confiar em mim e ao meu futuro

marido Thiago, por ser meu companheiro de todas as horas e por me aguentar

nos momentos mais importantes dessa trajetória.

Ao Dr. Orestes Vicente Forlenza, pela orientação e por acreditar em

mim.

À Dra. Leda Leme Talib, por estar sempre ao meu lado, pela dedicação,

carinho, esperança, honestidade, sinceridade e por ter me recebido e ajudado

assiduamente na elaboração desse trabalho de maneira profissional e materna.

À Mestre e doutoranda Helena Passarelli Giroud Joaquim Nadal, que me

incentiva a continuar sempre, mesmo com as dificuldades encontradas pelo

caminho, mostrando-se presente e disponível todo o tempo. Agradeço pela

amizade e companheirismo.

Agradeço também a essas mentoras por terem paciência em me ensinar

toda a parte de bancada, por ajudarem a me organizar conforme a prioridade e

a escrever de modo mais coerente e objetivo, pois assim, permitiram que eu

adquirisse maturidade científica.

Às minhas amigas Leda (Chó), Helena (Lê), Bruna (Bu), Eliane (Beide),

Alana (Alhana), Tamires (Tami), Mislene (Mis) e Ana (Namir) pelo

companheirismo, desabafos, risadas, ajuda sempre que necessário, conselhos,

brincadeiras e muito mais. Sou muito grata por tornarem todos meus dias mais

alegres e divertidos! Levo vocês comigo sempre!

Às funcionárias do LIM-27, Luciana e Sandra, por realizarem a coleta

dos pacientes do estudo e também pela paciência em ensinar-me a preparar a

amostra coletada. Agradeço à Dona Edivani pela dedicação, por todo material

do laboratório sempre limpo e organizado, pelo companheirismo e pelos

deliciosos cafés. Agradeço também pelo carinho, pelas conversas, pelas

risadas e por todo o aprendizado.

Ao Laboratório de Neurociências – LIM-27, como um todo, por confiar

em mim e abrir as portas para que eu pudesse desenvolver o Projeto de

Mestrado ora proposto.

A todos que de alguma forma contribuíram para o desenvolvimento

desse projeto e aos profissionais do Ambulatório de Psiquiatria Geriátrica do

LIM-27 do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de

Medicina da Universidade de São Paulo (IPq-HCFMUSP), pois sem eles o

recrutamento e a realização de avaliações neuropsicológicas, bem como

diagnóstico dos mesmos, simplesmente não teriam ocorrido.

Agradeço também à Eliza e Isabel do Programa de Pós-Graduação do

Instituto de Psiquiatria, por sempre torcerem por mim, por se preocuparem com

os prazos e me alertarem sobre os mesmos, pelo carinho com que me tratam e

por estarem sempre presentes durante o desenvolvimento desse Mestrado.

À Zelinda, por ser solicita e estar sempre presente.

À Denise, por ter sido essencial no processo de preparação e envio dos

documentos necessários para a emissão de um parecer pelo Comitê de Ética,

em todas as instâncias. Obrigada pelo carisma, paciência, disponibilidade e

preocupação.

Ao Instituto de Psiquiatria (IPq) pela oportunidade de realizar esse

mestrado pelo Programa de Pós-Graduação.

Ao Laboratório de pesquisa Básica em Doenças Renais, LIM-12, em

especial à Mestre Ivone Braga de Oliveira, pela parceria, pela atenção e

cuidado, e pela colaboração colocando à disposição o fotodocumentador

utilizado para conclusão do método de Western Blotting.

À Associação Beneficiente Alzira Denize Hertzog da Silva (ABADHS)

pelo financiamento e apoio à pesquisa.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

(CAPES), agência de fomento que financiou parte da pesquisa realizada,

possibilitando condições propícias para a realização do projeto.

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP),

processo nº 2014/21946-6, agência de fomento que disponibilizou recursos

para o desenvolvimento desse mestrado e para a divulgação do mesmo por

meio de Congressos.

“Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a

mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar,

desistir ou lutar; porque descobri, no caminho

incerto da vida, que o mais importante é

decidir!”

Cora Coralina

Normalização Adotada

Esta dissertação está de acordo com as seguintes normas, em vigor no

momento desta publicação:

Referências: adaptado de International Committee of Medical Journal

Editors (Vancouver).

Universidade de São Paulo. Sistema Integrado de Bibliotecas. Diretrizes

para apresentação de dissertações e teses da USP – Parte IV (Vancouver).

Elaborado por Vânia Martins Bueno de Oliveira Funaro (coordenadora), Maria

Cláudia Pestana, Maria Cristina Cavarette Dziabas, Eliana Maria Garcia, Maria

Fátima dos Santos, Maria Marta Nascimento e Suely Campos Cardoso. 3ª ed

revisada, ampliada e modificada. São Paulo: Sistema Integrado de Bibliotecas;

2016.

Abreviaturas dos títulos dos periódicos de acordo com o Listo f Journals

Indexed in Index Medicus.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 1

1.1 Transtorno Depressivo ................................................................................................ 2

1.2 Comprometimento Cognitivo Leve ............................................................................ 4

1.3 Doença de Alzheimer .................................................................................................. 5

1.5 Possíveis biomarcadores para diagnóstico precoce da Doença de Alzheimer . 9

1.5.1 A Disintegrin And Metallopeptidase 10 ............................................................... 10

1.5.2 β-site APP-cleaving enzyme 1.............................................................................. 11

1.5.3 Presenilina 1 ............................................................................................................ 12

1.5.4 Peptídeo Aβ ............................................................................................................. 12

1.6 Justificativa .................................................................................................................. 13

2 OBJETIVOS ........................................................................................................................... 14

2.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 14

2.2 Objetivos específicos ................................................................................................. 14

3 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................... 15

3.1 Casuística .................................................................................................................... 15

3.2 Matriz leucocitária ...................................................................................................... 18

3.2.1 Obtenção e preparo de leucócitos ....................................................................... 18

3.2.2 Determinação de BACE1, ADAM10 e PSEN1 ................................................... 19

3.2.3 Determinação do peptídeo Aβ .............................................................................. 21

3.3 Matriz liquórica............................................................................................................ 22

3.3.1 Obtenção e preparo de líquor ............................................................................... 22

3.3.2 Determinação de BACE1, ADAM10 e PSEN1 ................................................... 23

3.3.3 Determinação do peptídeo Aβ42 ........................................................................... 23

3.4 Análise estatística ...................................................................................................... 24

4 RESULTADOS ...................................................................................................................... 26

4.1 BACE1 ......................................................................................................................... 26

4.2 ADAM10 ...................................................................................................................... 27

4.3 PSEN1 ......................................................................................................................... 29

4.4 Peptídeo Aβ ................................................................................................................ 30

4.5 Análise de correlação entre variáveis ..................................................................... 32

5 DISCUSSÃO .......................................................................................................................... 38

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 45

APÊNDICES .............................................................................................................................. 60

ANEXOS .................................................................................................................................... 81

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Marcos patológicos da doença de Alzheimer. ................................................... 6

Figura 2 – Placas Senis ............................................................................................................ 7

Figura 3 – Processamento proteolítico da APP. ................................................................... 8

Figura 4 – Casuística conforme grupo e matriz biológica. ................................................ 17

Figura 5 – Método de ELISA sanduíche. ............................................................................. 22

Figura 6 – Metodologia Luminex. .......................................................................................... 24

Figura 7 – Expressão da proteína BACE1 em leucócitos e representação do

Immunoblotting entre grupos. ................................................................................................. 26

Figura 8 – Expressão da proteína BACE1 em líquor entre grupos. ................................ 27

Figura 9 – Expressão da proteína ADAM10 em leucócitos e representação do Immunoblotting entre grupos. ................................................................................................. 28

Figura 10 – Expressão da proteína ADAM10 em líquor entre grupos. ........................... 29

Figura 11 – Expressão da proteína PSEN1 em leucócitos e representação do

Immunoblotting entre grupos. ................................................................................................. 30

Figura 12 – Expressão do peptídeo Aβ em leucócitos entre grupos. ............................. 31

Figura 13 – Expressão do peptídeo Aβ em líquor entre grupos. ..................................... 32

Figura 14 – Correlação entre BACE1 expressa em leucócitos e BACE1 expressa em

líquor. .......................................................................................................................................... 33

Figura 15 – Correlação entre as proteínas e peptídeo expressos em leucócitos. ........ 34

Figura 16 – Correlação entre BACE1 e ADAM10 no líquor. ............................................. 35

Figura 17 – Correlação entre expressão de BACE1 no líquor e idade. .......................... 35

Figura 18 – Correlação entre expressão proteica e resultados obtidos nas avaliações

neuropsicológicas. .................................................................................................................... 37

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Prevalência de transtornos mentais em idosos de comunidades urbanas brasileiras. ............................................................................................ 2

Tabela 2 – Perfil demográfico dos indivíduos recrutados. ............................... 18

Tabela 3 – Diluição e tempo de incubação dos anticorpos das secretases e do controle endógeno. ........................................................................................... 21

LISTA DE SIGLAS

ADAM10 A Desintegrin And Metallopeptidase 10

ADAMs A Desintegrin And Metallopeptidase

ADRDA Associação da Doença de Alzheimer e Doenças

Relacionadas

ANCOVA Análise de Variância

APH-1 Anterior pharynx-defective

ApoE4 Apolipoproteína E alelo ԑ4

APP Proteína Precursora Amilóide

Aβ Peptídeo β-Amilóide

BACE1 β-site APP-cleaving enzyme 1

BDNF Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro

BSA Albumina de Soro Bovino

CAMCOG Teste Cognitivo de Cambridge

CCL Comprometimento Cognitivo Leve

DA Doença de Alzheimer

DSM-IV Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais –

Quarta Edição

DSM-V Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais –

Quinta Edição

EGTA Ácido etileno glicol-bis N,N,N9,N9-tetra-acético

ELISA Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay

ENFs Emaranhados Neurofibrilares Intracelulares

HAM-D 21 Escala de Depressão de Hamilton – 21 itens

IL Interleucinas

IPq – FMUSP Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo

kDa Kilodalton

KS Kolmogorov-Smirnov

LIM-16 Laboratório de Fisiopatologia Renal

LIM-27 Laboratório de Neurociências

mA Miliampéres

MEEM Mini-Exame do Estado Mental

NCT Niscastrin

NIA National Institute on Aging

NINCDS Instituto Nacional de Doenças Neurológicas e Comunicativas

e Acidente Vascular Cerebral

OMS Organização Mundial da Saúde

PEN-2 Presenilin enhancer 2

PMSF Fluoreto de fenilmetilsulfonil

PSEN Presenilin

PSEN1 Presenilina 1

RIPA Radio-Immunopreciptation Assay

SCID – I/P Entrevista Clínica Estruturada para o Diagnóstico de

Transtornos Mentais do Eixo I

SPSS Statistical Package for Social Science

TBS -Tween Tris-buffered saline – Tween

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TDM Transtorno Depressivo Maior

TNCm Transtorno Neurocognitivo Menor

αAPPs Fragmento solúvel de APP de 130kDa

βAPPs Fragmento solúvel de APP de 110kDa

LISTA DE SÍMBOLOS

α Alfa

β Beta

γ Gama

r Coeficiente de Correlação de Pearson

RESUMO

Bram JMF. Biomarcadores em líquor e em leucócitos no transtorno depressivo

maior, comprometimento cognitivo leve e doença de Alzheimer [Dissertação].

São Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo; 2017.

O acelerado processo de envelhecimento tem trazido não só mudanças

no perfil demográfico, mas também no perfil epidemiológico da população.

Entre os problemas de saúde encontrados em idosos, merecem destaque os

transtornos mentais, visto que acometem cerca de um terço dessa população,

sendo os transtornos depressivos e a demência os problemas de saúde mental

mais prevalentes. O transtorno depressivo maior (TDM), bem como o

comprometimento cognitivo leve (CCL), tem sido associado prejuízo das

funções cognitivas, além de aumentar o risco de desenvolvimento de

demência, principalmente doença de Alzheimer (DA). Sendo assim, é

importante que haja identificação preventiva de pessoas com maior risco para o

desenvolvimento de DA a fim de proporcionar um tratamento precoce. Dessa

maneira este estudo objetivou comparar os marcadores biológicos envolvidos

na cascata amiloide, expressos em leucócitos e líquor, nas condições clínicas

TDM, CCL, DA e controles saudáveis. Para tanto, foi determinada a expressão

proteica das secretases ADAM10, BACE1 e PSEN1 e do peptídeo Aβ em

leucócitos e líquor pelos métodos de Western Blotting, ELISA e Luminex. Ao

analisarmos a expressão das secretases e do peptídeo Aβ em leucócitos não

observamos diferenças estatisticamente significantes entre os grupos, exceto

pela expressão da proteína PSEN1, que apresentou menores níveis em DA em

relação à TDM. Em relação ao líquor, observamos uma significativa diminuição

do peptídeo Aβ no grupo DA quando comparado aos grupos CCL, TDM e

também a controles saudáveis; porém não foram observadas diferenças de

expressão desse peptídeo entre CCL, TDM e controles saudáveis. Esses

resultados sugerem que a matriz leucocitária, apesar de expressar os

componentes desta via, sugerindo dispor da maquinaria enzimática necessária

para o processamento da proteína precursora do amiloide (APP), não é a ideal

para estudos sobre a cascata amiloide. Além disso, os resultados obtidos em

amostras de líquor, de acordo com a casuística analisada, reforçam os dados

da literatura que estabelecem a redução da concentração do peptídio Aβ no

líquor como um biomarcador da DA, sem termos detectado alterações nos

demais grupos estudados. Nossos resultados (negativos) em relação à

expressão das APP-secretases no líquor acrescentam dados a este domínio

ainda controverso da literatura. Assim sendo, mais estudos devem ser

realizados para que possamos compreender melhor as vias relacionadas ao

desenvolvimento da DA.

Descritores: transtorno depressivo maior; comprometimento cognitivo leve;

doença de Alzheimer; ADAM10; Presenilina-1; Peptídeos beta-amiloides;

leucócitos; líquor.

ABSTRACT

Bram J.M.F. Biomarkers in cerebrospinal fluid and leukocytes in Major

Depressive Disorder, Mild Cognitive Impairment and Alzheimer's disease

[dissertation]. São Paulo: “Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo”;

2017.

The accelerated aging process has brought not only changes in the

demographic profile, but also in the epidemiological profile of the population.

Among the health problems found in the elderly, mental disorders are worth

mentioning, since they affect about a third of this population, being the

depressive disorders and dementia the most prevalent mental health problems.

Major depressive disorder (MDD), as well as mild cognitive impairment (MCI),

have been associated with higher levels of cognitive symptoms and increased

risk of developing dementia, especially Alzheimer's disease (AD). Therefore, it

is important to identify individuals at greater risk for the development of AD in

order to provide treatment at early stages of the disease process. In this way,

this study aimed to compare the biological markers involved in the amyloid

cascade under the clinical conditions TDM, CCL, DA and healthy controls

expressed in leukocytes and CSF. We determined the protein expression of

ADAM10, BACE1 and PSEN1 and Aβ peptides in leucocytes and CSF using

the Western Blotting, ELISA and Luminex methods. When analyzing the

expression of the secretases and the Aβ peptide in leukocytes, we did not

observe statistically significant differences between the groups, except for the

expression of the PSEN1 protein, which presented lower levels in AD in relation

to MDD. In relation to CSF, we observed a significant reduction of the Aβ

peptide in AD when compared to MCI, TDM and also to healthy controls, but no

differences in expression of this peptide were observed between MCI, MDD and

healthy controls. These results suggest that the leukocytes, although

expressing the key components and the enzymatic machinery necessary for the

proteolytic processing of the amyloid precursor protein (APP), may not

represent an adequate biological matrix for studies addessing the amyloid

cascade. In addition, results obtained in CSF samples, according to the

analyzed series, reinforce the literature data that establish the reduction of Aβ

peptide concentration in CSF as a biomarker of AD, without detecting

alterations in the other groups studied. Our (negative) results in relation to the

expression of APP-secretases in CSF add data to this still controversial domain

of the literature. Therefore, more studies should be done so that we can better

understand the pathways related to the development of AD.

Descriptors: Major Depressive Disorder, Mild Cognitive Impairment, Alzheimer's

Disease, ADAM10, BACE1, PSEN1, Aβ Peptide, Leukocytes and CSF.

1

1 INTRODUÇÃO

Chegar à velhice não é mais um privilégio de poucos, visto que a

população mundial está envelhecendo rapidamente. A Organização Mundial da

Saúde (OMS) revela que, até 2050, a proporção de pessoas com mais de 60

anos de idade irá corresponder a 22% da população mundial, representando

aproximadamente dois bilhões de pessoas idosas no mundo (World Health

Organization, 2014).

Esses dados são de extrema importância dado que o processo de

envelhecimento é responsável por mudanças morfofuncionais que afetam

todos os sistemas fisiológicos principais de forma variável e causam maior

vulnerabilidade do organismo às agressões externas e internas (Moraes et al,

2010). Além disso, o eminente envelhecimento populacional vem

acompanhado pelo aumento da prevalência de doenças crônicas não

transmissíveis que podem gerar um processo incapacitante, dificultando ou

impedindo o desempenho na realização de atividades cotidianas. Todas essas

condições acima citadas podem culminar no comprometimento significativo da

qualidade de vida dos idosos, trazendo consigo desafios tanto para a saúde

física quanto mental dos mesmos (Ministério da Saúde, 2007; Clemente et al,

2011).

Dos problemas de saúde que mais afetam os idosos merecem ênfase os

transtornos neuropsiquiátricos, visto que acometem atualmente mais de 20%

dos idosos com 60 anos ou mais, sendo responsáveis por 6,6% dos casos de

incapacidade nessa população. Dentre eles, os transtornos depressivos e

demência apresentam-se como os mais comuns para essa faixa etária (World

Health Organization, 2016).

Esse cenário não se difere no Brasil. Os idosos representam o segmento

populacional que mais têm aumentado na população brasileira, com

estimativas de incremento médio para os próximos dez anos de mais de 1

milhão de idosos ao ano (Ervatti et al., 2015), o que é preocupante pois dados

epidemiológicos demonstram que cerca de um terço dos idosos brasileiros são

2

acometidos por transtornos neuropsiquiátricos, em especial por transtornos

depressivos e demência (tabela 1), não se distanciando da realidade do

contexto mundial (Garrido, Menezes, 2002; Clemente et al., 2011).

Tabela 1 – Prevalência de transtornos mentais em idosos de comunidades urbanas brasileiras.

PROBLEMA DE SAÚDE MENTAL NO IDOSO PREVALÊNCIA (%)

Transtornos Neuropsiquiátricos (Ramos et al., 1993; Coelho Filho, Ramos, 1999; Maragno et al., 2006)

26,4 a 33,6

Transtorno Depressivo (Castro-Costa et al., 2008; Lima et al., 2009)

19,8 a 38,5

Demência (Scazufca, 2002)

4,2 a 7,2

A atenção a esses transtornos se faz necessária à medida que trazem

importantes impactos sociais e econômicos para a sociedade. Além de haver

considerável piora da qualidade de vida do idoso e de seus familiares e/ou

cuidadores, há uma crescente demanda por recursos públicos, aumentando os

custos na área da saúde, principalmente nas assistências de média e alta

complexidade. Nesse sentido, o desenvolvimento de pesquisas na área é de

grande valia e pode proporcionar não só uma redução de gastos públicos, mas

também mais anos de vida com autonomia e independência.

1.1 Transtorno Depressivo

O transtorno depressivo é uma das principais causas de incapacidade

no mundo, afetando atualmente cerca de 350 milhões de pessoas, sendo o

gênero feminino o mais atingido (World Health Organization, 2016). Dentre a

população idosa, a prevalência global desse transtorno pode variar de 10 a

20%, dependendo da situação cultural (Rangaswamy, 2001; Archana, Nisha,

2009). É importante ressaltar que essa condição não é inerente ao processo de

envelhecimento, porém há muitos fatores que aumentam o risco desse

problema de saúde mental em idosos (Jeste et al., 2010).

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – Quinta

Edição (DSM-V) inclui em seu capítulo sobre transtornos depressivos oito

diferentes subtipos que apresentam em comum “presença de humor triste,

vazio ou irritável, acompanhado de alterações somáticas e cognitivas que

3

afetam significativamente a capacidade de funcionamento do indivíduo”,

diferindo-os pelos aspectos de duração, momento ou etiologia presumida

(American Psychiatric Association, 2013).

Dentre esses transtornos depressivos, o Transtorno Depressivo Maior

(TDM) é o que representa a condição mais clássica, sendo caracterizado por

alterações no humor e cognição com episódios distintos de pelo menos duas

semanas de duração (Sierksma et al., 2010; American Psychiatric Association,

2013). No idoso sua apresentação sintomatológica manifesta-se

diferentemente quando comparada a outras faixas etárias (Martins, 2008),

expressando-se de maneira mais heterogênea e menos estereotipada que nos

adultos, havendo uma tendência na manifestação de maior quantidade de

sintomas somáticos, como dor crônica, fadiga, alterações de sono e apetite, em

relação a sintomas psíquicos, como a tristeza (Diniz; Forlenza, 2008). Além

disso, o TDM tem sido associado a altos níveis de morbimortalidade, piora da

qualidade de vida, maiores níveis de comprometimento cognitivo e funcional

(Alexopoulos et al., 2002; Andrei et al., 2007; Chachamovic et al., 2008; Ávila et

al., 2009), além de aumentar o risco de desenvolvimento de demência (Ownby

et al., 2006; Diniz et al., 2013).

A principal teoria relacionada às bases biológicas do transtorno

depressivo envolve neurotransmissores cerebrais e é denominada hipótese das

monoaminas (Bahls, 1999; Wuwongse, Chang, Law, 2010). Essa hipótese

fundamenta-se no conceito de deficiência das aminas biogênicas serotonina,

noradrenalina e dopamina como etiologia desse transtorno (Bahls, 1999).

Tais neurotransmissores, juntamente com a acetilcolina são

responsáveis pela modulação e integração sobre outras atividades corticais e

subcorticais, além de estarem envolvidos na regulação de apetite, sono,

atividade psicomotora e, possivelmente, humor (Bandeira, 2012).

Alterações em cascatas inflamatórias e neurotróficas também têm sido

estudadas e relacionadas à fisiopatologia do transtorno depressivo,

principalmente do subtipo TDM. Estudos com pacientes deprimidos

demonstraram elevação de interleucinas (IL) pró inflamatórias e diminuição das

IL anti-inflamatórias (Maes et al., 2009). Já com relação ao suporte

neurotrófico, uma pesquisa desenvolvida com modelos animais transgênicos

4

para o transtorno depressivo evidenciou redução significativa da síntese de

fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), além disso, observou que o

restabelecimento de níveis de BDNF ocasionou melhora do comportamento

depressivo nestes modelos (Duman e Monteggia, 2006).

1.2 Comprometimento Cognitivo Leve

Outra condição clínica que têm sido alvo de muitos estudos diz respeito

ao conceito de comprometimento cognitivo leve (CCL), atualmente conhecido

como transtorno neurocognitivo menor, segundo DSM-V (American Psychiatric

Association, 2013). Ele tem sido utilizado na pesquisa clínica para identificar

indivíduos que apresentam um grande risco de conversão para a doença de

Alzheimer (DA), pois a taxa de conversão do CCL para DA é de

aproximadamente 10 a 15% ao ano (Petersen et al., 2001a; 2001b; Hamdan,

2008).

O CCL caracteriza-se pela queixa de memória corroborada por um

informante, pelo comprometimento da memória quando comparado à idade e

nível de escolaridade, pela função cognitiva geral preservada, pelas atividades

de vida diárias intactas e pela ausência de demência (Petersen et al., 2001a;

2001b).

O CCL pode ser classificado em subtipo amnéstico ou não-amnéstico

(Petersen, 2004). O primeiro é o mais conhecido e faz referência a indivíduos

que apresentam comprometimento da memória, podendo existir de maneira

isolada (CCL amnéstico único domínio) ou ser acompanhado por outros déficits

cognitivos (CCL amnéstico múltiplos domínios). Já no CCL não-amnéstico a

memória encontra-se preservada, podendo haver um ou mais domínios

comprometidos (CCL não-amnéstico único domínio e CCL não-amnéstico

múltiplos domínios) (Winblad et al., 2004).

Como o CCL é um fator de risco para o desenvolvimento de demência,

principalmente para a DA, muitas pesquisas têm sido desenvolvidas a fim de

compreender os processos metabólicos que ocorrem no cérebro, e que estão

associados ao comprometimento cognitivo.

5

Estudos longitudinais revelaram que idosos com CCL com altas taxas de

conversão para DA já apresentavam um aumento nos níveis da proteína Tau

hiperfosforilada no líquor (Sunderland et al., 1999). Maruyama et al. (2001)

quantificaram em líquor níveis de peptídeo β-amilóide (Aβ) e proteína Tau em

pacientes com CCL e com DA em diversos estágios da doença. Os níveis de

Aβ não apresentaram diferenças significantes entre CCL e controles, porém

esses valores diminuíram significantemente na medida em que a DA tornou-se

clinicamente evidente. Já estudos recentes sobre placas amilóides têm

identificado que a deposição do Aβ, assim como o hipometabolismo, está

associada ao declínio cognitivo (Storandt et al., 2009; Villemagne et al., 2011) e

à conversão (Okello et al., 2009; Jack et al., 2010) de CCL para DA, além de

preceder disfunções sinápticas e neuronais (Landau et al., 2012).

1.3 Doença de Alzheimer

Dentre as demências, merece destaque a DA, por ser considerada não

só a etiologia mais comum de demência entre idosos com 65 anos ou mais,

mas também o principal problema de saúde pública entre idosos (Rodgers,

2008), tanto pela prevalência quanto pelas projeções para o futuro e pelas

consequências desta doença (Zigman et al., 1997; Helmer et al., 2006).

A DA é compreendida como uma doença neurodegenerativa

progressiva, heterogênea em seus aspectos etiológico, clínico e patológico

(Machado, 2002), e há evidências de que seu processo degenerativo se inicie

de vinte a trinta anos antes do aparecimento clínico da doença (Catricala; Torti;

Ricevuti, 2012). Atualmente seu diagnóstico é baseado em uma combinação de

critérios clínicos que incluem histórico familiar, exame neurológico, avaliações

neuropsicológicas e exames de imagem (McKhann et al, 2011).

Os principais marcos biológicos da doença são os emaranhados

neurofibrilares intracelulares (ENFs) e as placas amilóides (neuríticas ou senis),

juntamente com a perda progressiva de neurônios no cérebro (figura 1). Em

algumas áreas cerebrais, a perda neuronal pode chegar a 90% (Bussière et al.,

2003; Qin et al., 2009).

6

Figura 1 - Marcos patológicos da doença de Alzheimer.

A figura representa os marcos patológicos da DA: à esquerda a via amiloidogênica, em que o processamento proteolítico da APP ocorre por meio da β- e γ-secretase, respectivamente, levando à formação de placas senis; a desintegração dos microtúbulos do citoesqueleto neural, levando à formação de emaranhados neurofibrilares (ENFs); e a morte neuronal ocasionada pelos processos anteriores. À direita está representada a via fisiológica. Fonte: Adaptado de National Institute on Aging (NIA), s/a.

Os ENFs formam-se a partir do colapso do citoesqueleto neuronal, que

ocorre através da hiperfosforilação da proteína Tau (Brion et al.,

1985; Grundke-Iqbal et al., 1986; Kosik et al., 1986; Wood et al., 1986). Nos

tecidos cerebrais a fosforilação da proteína Tau é resultado da ação conjunta

de fosfatases e quinases (De Paula et al., 2009). Assim sendo, a inibição da

hiperfosforilação da Tau pela inibição de quinases torna-se uma via importante

para desenvolvimento de planos terapêuticos na DA (Forlenza et al., 2000).

A formação de placas neuríticas senis ou placas amiloides, outro marco

patológico da doença, resultam da deposição e agregação, em meio

extracelular, de Aβ (figura 2), sendo a Proteína Precursora Amilóide (APP) um

elemento chave neste processo.

7

Figura 2 - Placas Senis

A) Neurônios saudáveis; B) Formação de placas senis, por meio da agregação e deposição de Aβ nos espaços interneurais. Fonte: Adaptado de Alzheimer’s Association, 2017.

Na DA, a clivagem da APP por proteases encontra-se alterada,

favorecendo a via amiloidogênica, ao aumentar a clivagem da APP por β-

secretase, que gera a liberação de um derivado conhecido como βAPP solúvel

(βAPPs). Em seguida a APP é clivada, em sua outra extremidade, por -

secretase. Isso gera a liberação do Aβ que, por consequência, acumula-se em

agregados extracelulares nos neurônios (Laferla, 2002; Zinseret al., 2007;

Rodgers, 2008).

Já em condições fisiologicamente normais a clivagem de APP ocorre

pela via não-amiloidogênica, em que a APP é clivada por α-secretase entre os

resíduos de aminoácidos 612 e 613 (lisina 16 e leucina 17, respectivamente),

ou seja, dentro da sequência do Aβ, evitando assim a formação das placas

amilóides (Hooper, Turner, 2002; Gonçalves, 2012). Nesta via, a clivagem por

α-secretase produz αAPP solúvel (αAPPs) e um fragmento residual p3, o qual

possui propriedades neuroprotetoras (Rodgers, 2008; Kreutz, 2010). Após esta

clivagem inicial a APP é clivada também por -secretase (figura 3). Em

pacientes com DA, o processamento da APP via α-secretase encontra-se

diminuído (Colciaghi et al., 2004).

A B

8

Figura 3 - Processamento proteolítico da APP.

A clivagem da APP pode ocorrer mediante a via não-amiloidogênica ou secretória (à direita), por α- e γ-secretase, ou via amiloidogênica (à esquerda), por β- e γsecretase, favorecendo a liberação de Aβ. Fonte: Adaptado de Wang et al., 2012.

Pesquisas têm evidenciado relações entre transtorno depressivo e

demência, sendo aquele considerado um fator de risco para o desenvolvimento

de demência, em particular para a DA. Além disso, processos fisiopatológicos

comuns entre ambas têm sido identificados (Caraci, 2010).

Idosos com TDM, tanto de início precoce quanto tardio, apresentam

comprometimentos cognitivos significativos que podem não ser completamente

recuperados após tratamento com antidepressivos. Diniz et al. (2013) ao

realizarem uma meta-análise de estudos de coorte e caso-controle

encontraram achados que sustentam a hipótese de que idosos com TDM de

início tardio apresentam um maior risco para desenvolvimento de demência,

em particular para DA e Demência Vascular, quando comparados a idosos

saudáveis. Estes resultados foram semelhantes ao estudo cujo achado

evidenciou uma associação entre TDM de início tardio e DA (Ownby et al.,

2006).

O TDM de início tardio apresenta algumas características relevantes

para o desenvolvimento de DA, sendo elas, déficits de memória, função

executiva e diminuição da velocidade de processamento (Gallassi et al., 2006;

Sheline et al., 2006). Além disso, este TDM é frequentemente associado a

9

sintomas que refletem hipofrontalidade e apresenta uma associação com

fatores de risco cardiovasculares, marcadores inflamatórios e da

Apolipoproteína E alelo ԑ4 (ApoE4) (Gallarda, 1999). Tais características

também podem ser observadas nos primeiros sinais de demência.

Wuwongse et al. (2010) apresentaram em seus estudos semelhanças e

diferenças entre fatores fisiopatológicos tanto do TD quanto da DA, destacando

fatores inflamatórios, fatores neurotróficos e marcadores apoptóticos e

concluíram que estas duas condições patológicas parecem compartilhar fatores

comuns como processos neuroinflamatórios com aumento de citocinas pró-

inflamatórias e diminuição das anti-inflamatórias, diminuição de fatores

neurotróficos e degeneração sináptica. Já com relação ao CCL, estudos

constataram que a persistência de sintomas depressivos nessa condição

clínica ao longo de dois ou três anos pode estar intimamente relacionada à

conversão para DA, representando um risco duas vezes maior do

desenvolvimento de DA quando comparado a casos de CCL sem depressão

(Modrego e Ferrández, 2004; Houde et al., 2008).

Visto que o TDM evidencia-se como fator de risco para o

desenvolvimento de DA, assim como o CCL, e que apresenta alguns processos

fisiopatológicos comuns à DA, faz-se importante a busca por possíveis

marcadores biológicos, envolvidos na neurobiologia da DA, em particular na

formação de placas amiloides, que possam corroborar os achados na literatura.

1.5 Possíveis biomarcadores para diagnóstico precoce da Doença de

Alzheimer

A detecção de indicadores do processo patogênico da DA antes do

desenvolvimento de danos significativos aos tecidos neurais e,

consequentemente, antes do aparecimento das manifestações clínicas da

doença, por meio de biomarcadores com alta sensibilidade e especificidade,

podem contribuir para o diagnóstico precoce, com implicações sobre a

abordagem terapêutica e até mesmo a eventual prevenção da demência

(Ravid, 2009; Hampel et al., 2008). O potencial de aplicação dos

biomarcadores tem gerado muita expectativa na área biomédica, sendo que

10

muitos têm sido propostos para avaliar os riscos de desenvolvimento da DA,

bem como identificá-la precocemente (Di Luca et.al., 2005).

Por definição, biomarcadores são características objetivas e

quantificáveis dos processos biológicos (Strimbu e Tavel, 2010), e para serem

considerados ideais devem ser capazes de detectar uma característica

fundamental da doença, ser validado em casos de DA comprovada por

autopsia, ser reprodutível, não requerer procedimentos invasivos e de elevado

custo financeiro e possuir especificidade superior a 75% e sensibilidade

superior a 85% (Borroni et al., 2006).

Muitos alvos que possuem marcadores bioquímicos ante-mortem, têm

sido investigados para possível diagnóstico precoce da doença. Além disso,

vêm sendo investigadas proteínas que reflitam in vivo os processos que levam

a formação de achados histopatológicos e que possam ter seus níveis

mensurados em fluidos biológicos (Ravid, 2009; Hampel et al., 2008).

Enzimas e produtos de clivagem proteolítica da APP, relacionadas à

cascata do amiloide, têm sido amplamente estudadas por serem associadas

diretamente às atividades das secretases α-, β- e γ, respectivamente

identificadas como A Desintegrin And Metallopeptidase 10 (ADAM10), β-site

APP-cleaving enzyme 1 (BACE1), e presinilina 1 (PSEN1). As mesmas serão

foco desse estudo e serão descritas adiante, juntamente com o peptídeo Aβ.

1.5.1 A Disintegrin And Metallopeptidase 10

Alguns membros das A Disintegrin And Metallopeptidase (ADAMs)

podem atuar como α-secretases (Cole e Vassar, 2007a; Cole e Vassar, 2007b;

Cole e Vassar, 2008), sendo eles ADAM9, 10 e 17 (Asai et al., 2003; Deuss et

al., 2008). ADAM corresponde a uma família de proteínas multi-modulares

(White et al., 2003; Moss e Lambert, 2002), sendo muitas delas identificadas

como proteínas transmembrana do tipo I que se ancoram devido à presença do

domínio transmembrana próximo à região C-terminal.

A região N-terminal das ADAMs possui um peptídeo sinal que a

direciona à via secretória e um pró-domínio que possui função na maturação,

pois sua presença mantém o domínio metalopeptidase inativo bloqueando a

11

atividade proteolítica da proteína. Após a remoção do pró-domínio o domínio

metalopeptidase torna-se ativo e é capaz de realizar suas funções catalíticas

(Seals e Courtneidge, 2003).

A ADAM10 pertence à superfamília das ADAMs e é expressa em

oligodendrócitos, em subconjunto de neurônios em desenvolvimento, em

núcleos cerebrais e na diferenciação da massa cinzenta (Lin et al., 2008).

Também é provável que seja responsável pela clivagem de várias proteínas da

superfície das células do cérebro, tais como efrinas (Hattori et al., 2000; Janes

et al., 2005), APP (Hooper e Turner, 2002), moléculas de direcionamento

axonal como, por exemplo, a molécula de adesão neuronal (Hinkle et al.,

2006), entre outras.

Essa enzima tem sido associada diretamente com a atividade de α-

secretase (Vingtdeux e Marambaud, 2012). Em estudos com camundongos

transgênicos para a DA, observaram que a superexpressão desta proteína,

considerada a principal α-secretase do cérebro (Fahrenholz et al., 2000;

Postina, 2008; Postina, 2012), resultou na diminuição da deposição de

peptídeos Aβ e dos déficits cognitivos (Postina et al., 2004).

1.5.2 β-site APP-cleaving enzyme 1

A BACE1 apresenta todas as características previstas para uma β-

secretase e está diretamente relacionada à DA (Vassar et al., 1999; Vassar et

al., 2011). Essa proteína caracteriza-se por ser uma proteína transmembrana

tipo 1, que possui 501 aminoácidos em sua cadeia e tem atividade de protease

do tipo aspartil. É largamente expressa no cérebro e está menos presente em

outros órgãos, localizando-se predominantemente em compartimentos

intracelulares ácidos, com seu centro ativo no lúmen da vesícula (Vassar et al.,

1999; Marcinkiewicz, Seidah, 2000; Yang; Vassar, 2014).

Ela apresenta outros substratos além da APP, sugerindo uma variedade

de funções fisiológicas, sendo a identificação da BACE1 importante para a

concepção de inibidores potentes e seletivos (Vassar e Kandalepas, 2011),

visto que essa proteína tem se mostrado como a principal responsável pela

formação de Aβ no cérebro por meio da via amiloidogênica (Gonçalves, 2012).

12

1.5.3 Presenilina 1

A PSEN1 é um dos quatro principais componentes do complexo de

multiproteínas -secretase: presenilin (PSEN), niscastrin (NCT), anterior

pharynx-defective (APH-1) e presenilin enhancer 2 (PEN-2), sendo responsável

pela geração de fragmentos resultantes da clivagem da APP por α e β-

secretase (Capell et al., 2005).

A PSEN1 é sintetizada como um polipeptídio de 50 kDa, mas pode

sofrer clivagem endoproteolítica gerando derivados estáveis C e N-terminais de

20 e 29 kDa, respectivamente (Doan et al., 1996), e localiza-se na membrana

plasmática, onde se liga diretamente a complexos de caderina e catenina (Baki

et al., 2001). Determinadas mutações nos genes que codificam a PSEN1,

assim como nos que codificam a PSEN2, levam a um aumento da

produção/libertação e secreção de Aβ (Martins, 2010).

Estudos recentes realizados por García-Ayllón et al. (2013), ao

analisarem o líquor de pacientes com DA leve a moderada e compará-los com

controles saudáveis, observaram a presença de complexos de PSEN1 em

ambos os grupos, sendo que o grupo com DA apresentou maiores níveis totais

de PSEN1 quando comparados aos controles, sugerindo assim que a mesma

possa ser usada como possível biomarcador para a DA.

1.5.4 Peptídeo Aβ

O Aβ é um peptídeo produzido por seres humanos e outros mamíferos,

estando presente em fluidos biológicos e parênquima cerebral (Seubert et al.,

1992; Tabaton et al., 1994; Ghiso et al., 1997). Na senescência, ele permanece

solúvel no cérebro, sendo progressivamente degradado e/ou removido. Já em

pacientes com DA, o mesmo se agrega em meio extracelular constituindo as

placas senis (Stromer e Serpell, 2005).

A produção do peptídeo Aβ é proveniente do processamento proteolítico

da APP e é liberado por clivagens sequenciais de β e -secretases. Como o

ponto de clivagem do domínio transmembrana da APP é variável, os peptídeos

13

Aβ liberados no cérebro podem apresentar diferentes tamanhos, variando de

38 a 43 aminoácidos (Schoonenboom et al., 2005). Dessas isoformas, somente

os peptídeos Aβ1-40, Aβ1-42 e Aβ1-43 são encontrados nas placas neuríticas

senis, sendo o Aβ1-42 a mais prevalente nas lesões (Jarrett et al., 1993).

1.6 Justificativa

Segundo Richard et al. (2013), o TD pode representar um fator de risco

para demência ou sintoma de fator de risco relacionado, bem como ser um

sintoma de demência precoce ou até mesmo uma reação à incapacidade

cognitiva e funcional. Seus estudos sobre possíveis relações entre TDM de

início tardio, demência e CCL sugerem que a depressão esteja relacionada a

um maior risco de desenvolvimento de DA e de progressão de CCL para DA.

Pelo fato da DA e dos transtornos depressivos serem as principais

causas de problemas de saúde mental em idosos e visto que a depressão

geriátrica está associada a maiores níveis de comprometimento cognitivo e

aumento do risco de desenvolvimento de DA, assim como o CCL, eles têm sido

alvo de muitos estudos, principalmente àqueles relacionados a possíveis

biomarcadores.

Estudar e compreender, principalmente in vivo, as alterações fisiológicas

no cérebro, tem incentivado a busca por marcadores biológicos periféricos que

espelhem como tais processos metabólicos ocorrem neste órgão (Busnello et

al., 2008). Neste sentido, a determinação destes possíveis biomarcadores no

sangue, por meio de leucócitos, ou no líquor pode representar um avanço no

diagnóstico e em intervenções terapêuticas, além de permitir uma detecção

precoce de possíveis evoluções clínicas para DA (Busnello et al., 2006).

14

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Comparar um conjunto de marcadores biológicos envolvidos na cascata

do amiloide expressos em leucócitos e líquor nas condições clínicas TDM,

CCL, DA e controles saudáveis.

2.2 Objetivos específicos

Determinar os níveis de expressão proteica das secretases ADAM10,

BACE1, PSEN1 e do peptídeo Aβ em leucócitos de pacientes idosos

com TDM, CCL e DA e compará-la com controles saudáveis;

Determinar os níveis de expressão proteica das secretases ADAM10,

BACE1, PSEN1 e do peptídeo Aβ em líquor de pacientes idosos com

TDM, CCL e DA e compará-la com controles saudáveis;

Correlacionar a expressão das proteínas acima e do peptídeo Aβ

quantificadas nas duas matrizes biológicas.

15

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Casuística

Trata-se de um estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa – Nº 982.945/2015 (Anexo 1), em que foram recrutados 80

indivíduos, com 60 anos ou mais, dentre aqueles admitidos no Ambulatório de

Psiquiatria Geriátrica do Laboratório de Neurociênicas (LIM-27), localizado no

Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo (IPq – HCFMUSP), coordenado pelo Professor

Doutor Orestes Vicente Forlenza. Cada grupo foi constituído por 20 indivíduos,

por meio dos critérios de inclusão:

Grupo 1. Idosos diagnosticados com TDM de início tardio (episódio único ou

recorrente), com definição do episódio realizada por meio da versão brasileira

da Entrevista Clínica Estruturada para o Diagnóstico de Transtornos Mentais do

Eixo I (SCID – I/P) do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais

– Quarta Edição (DSM-IV) (First et al., 2002), sendo a gravidade dos sintomas

depressivos avaliada por meio da Escala de Depressão de Hamilton – 21 itens

(HAM-D 21) (Hamilton, 1960).

Grupo 2. Idosos diagnosticados com CCL conforme a presença de queixas

consistentes de memória corroboradas por um informante; comprometimento

objetivo da memória ao executar testes cognitivos, porém não sendo grave o

suficiente para atender a critérios de demência; função intelectual global

preservada; execução de atividades de vida diária preservada ou com

dificuldades mínimas; sem diagnóstico de demência (Petersen et al., 2014;

Winblad et al., 2004).

Grupo 3. Idosos diagnosticados com DA em estágio leve a moderado,

conforme critérios estabelecidos pelo Instituto Nacional de Doenças

Neurológicas e Comunicativas e Associação da Doença de Alzheimer e

Doenças Relacionadas (NINCDS-ADRDA) (McKhann et al., 1984).

16

Grupo Controle. Idosos saudáveis participantes como voluntários das rotinas

de avaliação da clínica de memória oferecida pelo Ambulatório de Psiquiatria

Geriátrica do LIM-27 (IPq – HCFMUSP), com função cognitiva

comprovadamente normal segundo avaliações neuropsicológicas, e que se

mantiveram estáveis ao longo do seguimento; e ausência de história atual ou

pregressa de depressão ou em outros transtornos psiquiátricos, confirmados

pelo SCID I/P e escore no HAM-D 21 entre 0 e 7.

Vale salientar que todos os pacientes e controles realizaram uma

avaliação neuropsiquiátrica completa e avaliação neuropsicológica antes do

estabelecimento do diagnóstico cognitivo e que o teste cognitivo de Cambridge

(CAMCOG) (Roth et al., 1986; Nunes et al., 2008) e o Mini-Exame do Estado

Mental (MEEM) (Folstein et al., 1975) foram utilizados como medida do

desempenho cognitivo global.

Foram excluídos do estudo todos aqueles que (1) apresentaram

deficiências sensoriais e/ou intelectuais que os impedisse de desempenhar

adequadamente os testes necessários para avaliação das funções cognitivas;

(2) comorbidades neuropsiquiátricas; (3) doenças clínicas ou neurológicas com

impacto sobre a capacidade cognitiva; (4) diagnóstico de outras doenças

neurodegenerativas; (5) doenças clínicas sem controle clínico adequado ou

indivíduos com saúde frágil no momento da avaliação inicial; (6) outros

transtornos neuropsiquiátricos maiores, tais como esquizofrenia e transtorno

bipolar; (7) história ou evidência de alcoolismo ou abuso de substâncias

depressoras do sistema nervoso central; (8) estar em uso atual de medicações

antidepressivas, anticonvulsivantes, antipsicóticas, carbonato de lítio ou

qualquer medicação que sabidamente esteja associada aos mecanismos a

serem investigados neste estudo; (9) se recusaram a assinar o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice A).

Após a alocação dos participantes nos respectivos grupos, mediante

reuniões de consenso multidisciplinar para estabelecimento dos diagnósticos,

estes foram submetidos à coleta de sangue para preparo dos leucócitos e uma

parte deles (n= 37) realizou ainda, a coleta de líquor (figura 4).

17

Figura 4 – Casuística conforme grupo e matriz biológica.

Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes na

distribuição por gênero entre os grupos ao realizar a análise estatística do perfil

demográfico dos indivíduos recrutados (tabela 2), diferentemente das variáveis

idade, escolaridade e escores nos testes cognitivos (MEEM e CAMCOG), onde

observamos diferenças estatisticamente significantes, indicando que os

indivíduos do grupo DA são discretamente mais velhos, têm escolaridade mais

baixa e, como esperado, têm pior desempenho cognitivo global.

18

Tabela 2 - Perfil demográfico dos indivíduos recrutados.

DIAGNÓSTICO

TDM

(n=20)

CCL

(n=20)

DA

(n=20)

Controle

saudável

(n=20)

p

Gênero (M/F) 1/19 4/16 6/14 4/16 0,224*

Idade (média ± dp) 70,4 (±3,9) 73,0 (±4,8) 76,2 (±7,2) ### 74,9 (±4,5) 0,006**

Escolaridade (média ± dp) 9,2 (±4,1) 7,8 (±3,7) 6,4 (±4,1) 14 (±5,4) ## <0,0001**

MEEM (média ± dp) 26 (±2,2) 25,9 (±3,2) 20,6 (±6) # 28,4 (±1,4) <0,0001**

CAMCOG (média ± dp) 85,4 (±7,6) 86,9 (±15) 63,4 (±17,2) # 95,5 (±6,9) <0,0001**

M = masculino; F = feminino; dp = desvio padrão; TDM = Transtorno Depressivo Maior; CCL = Comprometimento Cognitivo Leve; DA = doença de Alzheimer; MEEM = Mini Exame do Estado Mental; CAMCOG = Teste Cognitivo de Cambridge. *Teste Chi-quadrado e **Teste Kruskal-Wallis. # p<0,0001 comparando com TDM, CCL e controle saudável; ##p<0,0001 quando comparado com DA; ###p<0,05 quando comparado a TDM.

A análise da expressão proteica das amostras coletadas será descrita

nas seções subsequentes (3.2 e 3.3), conforme a matriz biológica.

3.2 Matriz leucocitária

3.2.1 Obtenção e preparo de leucócitos

As amostras de sangue foram colhidas (8mL) em tubos contendo

anticoagulante citrato de sódio, distribuídas para tubos Falcon de 50 mL e

submetidas a quatro lavagens dos leucócitos por meio de tampão de lise de

hemácias (pH 7,6) [cloreto de sódio 0,9%, tris, cloreto de magnésio 0,1M, ácido

etileno glicol-bis N,N,N9,N9-tetra-acético (EGTA)].

Na primeira lavagem foram adicionados a 5 mL de sangue coletado,

40mL de tampão de lise de hemácias, seguido de agitação em vórtex por 10

segundos e centrifugação a 3000 rpm por 15 minutos a 4 ºC. O sobrenadante

foi desprezado e mais 35 mL de tampão de lise de hemácias foram

adicionados, seguido de agitação em vórtex por 10 segundos e centrifugação a

19

1500 rpm por 10 minutos a 4ºC, efetivando dessa maneira a segunda lavagem.

Novamente o sobrenadante foi desprezado e o segundo procedimento de

lavagem foi repetido. Na quarta lavagem, o sobrenadante foi desprezado e 1

mL de tampão de lise de hemácias foi adicionado ao Falcon, juntamente com

10 µL de fluoreto de fenilmetilsulfonil (PMSF), seguido de agitação em vórtex

para homogeneizar. Cada tubo de Falcon originou 2 alíquotas de, no mínimo,

0,5 mL cada, sendo estas armazenadas em freezer (-80ºC) para posterior

análise.

3.2.1.1 Extração de proteínas totais de leucócitos

Para realizar a extração de proteínas de leucócitos, as amostras

congeladas em freezer (-80ºC) foram descongeladas em gelo (uma alíquota) e

imediatamente submetidas à centrifugação a 1500 rpm por 15 minutos a 4 ºC.

O sobrenadante foi desprezado e o pellet foi ressuspendido com Radio-

Immunopreciptation Assay (RIPA) buffer, sendo este um tampão de lise [tris

25mM, ácido clorídrico (pH 7,6), cloreto de sódio 150mM, Nonidet P-40 1%,

desoxicolato de sódio 1%, dodecil sulfato de sódio 0,1%]. Após ressuspensão,

a amostra foi centrifugada novamente a 1500 rpm por 15 minutos a 4 ºC e o

sobrenadante (aproximadamente 0,5 mL) foi armazenado.

Em seguida, uma alíquota de 10μL de amostra/paciente foi destinada à

quantificação de proteínas pelo método de Lowry, ensaio colorimétrico para

determinação de proteínas totais (Lowry et al., 1951), por meio do kit Bio-Rad

DC Protein assay (Bio-Rad Hercules). A determinação da concentração de

proteínas totais foi obtida por meio de uma curva padrão de proteínas,

empregando-se albumina de soro bovino (BSA; Sigma-Adrich) nas seguintes

concentrações: 0,1 mg/mL, 0,2 mg/mL, 0,5 mg/mL, 1,0 mg/mL e 1,5 mg/mL.

3.2.2 Determinação de BACE1, ADAM10 e PSEN1

Para a separação das proteínas por peso molecular foi utilizado o

método semi-quantitativo Western Blotting (Anexo 1). As amostras foram

diluídas em tampão de amostra [tris 0,8M, dodecil sulfato de sódio 8%, glicerol

20

10%, β-mercaptoetanol 12%, azul de bromofenol 0,02%] (Laemmli, 1970), e

aquecidas a 100ºC por 5 minutos em banho seco (DRI-BLOCK DB-3, Techne),

desnaturando as proteínas, desenovelando-as completamente, a fim de facilitar

a separação durante a corrida eletroforética. No gel de poliacrilamida foram

aplicados 25µg de proteínas totais/amostra, além do marcador padrão de

massa molecular Precision Plus Protein™ Dual Xtra Standards (Bio-Rad).

A corrida eletroforética se desenvolveu em meio de tampão de corrida

[tris 25mM, glicina 160mM, dodecil sulfato de sódio 0,1%, água destilada], por

120 minutos a 120V. Logo em seguida, o gel foi submetido à transferência das

proteínas para membrana de nitrocelulose Amersham Hybond ECL

Nitrocellulose Membrane (GE Healthcare). A transferência se deu no sistema

Mini-Protean® II Cell (Bio-Rad) em meio a tampão de transferência [tris 25mM,

glicina 192mM, metanol 20%, água destilada], à amperagem de 200

miliampéres (mA), por 90 minutos.

A transferência das proteínas para membrana de nitrocelulose

possibilitou posterior ensaio imunoenzimático (immunoblotting), por meio da

reação com anticorpos específicos. Para a realização do immunoblotting, as

membranas foram bloqueadas com leite desnatado 5% em Tris-buffered saline

– Tween (TBS-Tween) 0,2% [tris 250mM, cloreto de sódio 1,4M, cloreto de

potássio 50mM, Tween 20, água destilada], a fim de evitar interações

inespecíficas do anticorpo primário. Após o bloqueio, a membrana foi incubada

com anticorpo primário e em seguida com o anticorpo secundário. Entre o

bloqueio e as incubações com os anticorpos, as membranas foram lavadas

quatro vezes, por 5 minutos cada, com TBS-Tween 0,2%.

Vale salientar que, para corrigir possíveis variações analíticas inerentes

à técnica, foi utilizada a β-actina (Abcam) como controle endógeno. O protocolo

para análise da mesma seguiu a mesma lógica daquele utilizado para as

proteínas (Apêndice B). A média das densitometrias das amostras foi dividida

pela média da densitometria da β-actina correspondente à membrana em

análise.

Tanto o bloqueio com leite quanto as incubações com anticorpos foram

realizados sobre o agitador Platform Vari Mix (Barnstead/Thermolyne) (tabela

3). Já as lavagens foram realizadas à temperatura ambiente em agitadores

21

Roto Mix-50800 (Barnstead/Thermolyne).

Em seguida à reação com anticorpo secundário e lavagem, foi

adicionado sobre a membrana, em local escuro, o reagente Amersham™

ECL™ Select Western Blotting Detection Reagent (GE Healthcare - Life

Sciences), que ao reagir com a peroxidase conjugada ao anticorpo secundário

por, no mínimo 5 minutos, emite luz, sendo esta captada por equipamento

específico. Para adquirir a imagem da membrana, foi utilizado o

Fotodocumentador Alliance 4.7 (UVITEC Cambridge), em parceria com o LIM-

16, denominado Laboratório de Fisiopatologia Renal, da Faculdade de

Medicina da Universidade de São Paulo.

Após a aquisição da imagem, foi realizada a densitometria das bandas

(Apêndice C), bem como a análise estatística por meio de softwares

adequados.

Tabela 3 – Diluição e tempo de incubação dos anticorpos das secretases e do controle endógeno.

PROTEÍNA BLOQUEIO INCUBAÇÃO

Anticorpo Primário Anticorpo Secundário

BACE1 1 hora 1:5000 / Overnight

Anti-BACE1 antibody (Abcam)

1:20000 / 1 hora Anti-Rabbit IgG –

conjugado à peroxidase (GE Healthcare Life

Sciences)

PSEN1 Overnight 1:10000 / 1 hora

Anti-PSEN1 antibody (Abcam)

1:10000 / 1 hora Anti-Rabbit IgG –

conjugado à peroxidase (GE Healthcare Life

Sciences)

ADAM10 Overnight 1:15000 / 1 hora

Anti-ADAM10 antibody (Abcam)

1:30000 / 1 hora Anti-Rabbit IgG –

conjugado à peroxidase (GE Healthcare Life

Sciences)

β-ACTINA Overnight 1:6000 / 1 hora

Anti-Beta Actin Antibody (Abcam)

1:2000 / 1 hora Anti-Mouse IGG (whole molecule) – Peroxidase

Antibody (SIGMA)

3.2.3 Determinação do peptídeo Aβ

As amostras foram descongeladas em gelo, seguido da dosagem de

22

proteínas totais por Lowry (Lowry et al., 1951). Posteriormente, deu-se

prosseguimento ao desenvolvimento do método. Para a análise do peptideo Aβ

por meio do kit comercial Human Aβ42 Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay

(ELISA) kit (Invitrogem, Thermo Fisher Scientific). Foram analisadas 39

amostras em duplicata.

ELISA é um ensaio imunoenzimático que se baseia na interação

antígeno-anticorpo, permitindo a mensuração dos mesmos (Arosa; Cardoso,

2012). Existem algumas variantes do método, sendo o ELISA sanduíche o

utilizado em nosso estudo (figura 5). A leitura foi realizada em

espectrofotômetro (HIDEX®) a um comprimento de onda de 450nm.

Figura 5 – Método de ELISA sanduíche.

Nesse método, (1) aplica-se na placa de poliestireno sensibilizada com anticorpo primário a amostra com o antígeno a ser analisado. (2) Após a inserção da amostra, adiciona-se um segundo anticorpo específico para o antígeno capaz de reconhecê-lo em um epítopo diferente daquele reconhecido pelo primeiro anticorpo. (3) Em seguida adiciona-se o anticorpo secundário conjugado e, por fim, (4) insere-se o cromógeno, que, ao ser clivado emite luz, sendo sua intensidade diretamente proporcional à quantidade de antígeno identificado. Vale salientar que são realizadas lavagens entre as etapas supracitadas.

3.3 Matriz liquórica

3.3.1 Obtenção e preparo de líquor

As amostras de líquor foram obtidas por meio de punção lombar nos

espaços intervertebrais L3/L4 ou L4/L5, com uma agulha de calibre 23. As

23

coletas foram realizadas por médico neurologista, no período matutino, em

tubos de polipropileno com capacidade para 12-15mL. Em seguida, as mesmas

foram centrifugadas a 3200 rpm por 10 minutos a 4ºC, separadas em alíquotas

(0,5mL cada) e armazenadas em freezer (-80ºC) para posterior análise.

3.3.2 Determinação de BACE1, ADAM10 e PSEN1

Para análise das proteínas BACE1, ADAM10 e PSEN1 no líquor foram

utilizados os kits comerciais de ELISA sanduíche Human Beta-secretase 1

ELISA kit (Thermo Fisher Scientific), Human A Desintegrin And Metalloprotease

10 (ADAM10) ELISA kit (Abbexa), Human Presenilin 1 ELISA kit (RayBiotech),

respectivamente. Vale ressaltar que os ensaios foram realizados em duplicata.

Todas as leituras foram realizadas no equipamento HIDEX, a um

comprimento de onda de 450nm. Para o kit Human Beta-secretase 1 ELISA kit

(Thermo Fisher Scientific) foram feitas duas leituras, uma a 450nm e outra a

550nm, sendo calculado o resultado por meio da subtração dos valores obtidos

nos comprimentos de onda (450nm – 550nm) conforme preconiza o kit. As

análises gráficas puderam ser geradas por meio de regressão linear para o kit

de ADAM10 e da curva de quatro parâmetros logísticos para os kits de BACE1

e PSEN1.

3.3.3 Determinação do peptídeo Aβ42

As concentrações do peptídeo Aβ42 foram determinadas pelo

imunoensaio fluorimétrico INNO-BIA AlzBio3 (Innogenetics) e mensuradas pela

plataforma Luminex® xMAP®.

A tecnologia Luminex xMAP® (MAP: Multiple Analyte Profiling) envolve

microesferas de látex com dois fluoróforos. Utilizando proporções precisas de

dois fluoróforos, podem ser criados 100 conjuntos diferentes de microesferas –

cada uma delas com uma assinatura baseada em “códigos de cores” e que

podem ser identificadas pelo instrumento Luminex (Talib et al., 2011).

Os kits Multiplex utilizam estas microesferas como base do imunoensaio

ligando anticorpos diferentes a esferas de cores diferentes. Os ensaios se

24

fundamentam na metodologia “sanduíche” convencional de dois sítios.

Anticorpos de captura específicos para cada analito estão imobilizados às

microesferas por ligações covalentes não reversíveis (figura 6) (Talib et al.,

2011).

Figura 6 – Metodologia Luminex.

A) Microesfera acoplada com anticorpo de captura específico. B) O anticorpo de captura se liga ao analito específico. C) o anticorpo de detecção biotinilado se liga ao analito específico. D) Estreptavidina-ficoeritrina (SA-PE) se liga ao receptor biotinilado e emite sinal fluorescente. Fonte: Extraído de Talib et al., 2011.

A próxima etapa é a adição do anticorpo de detecção biotinilado. Depois

que o analito (proteína de interesse) se liga aos anticorpos de captura

localizados na superfície das microesferas (figura 3B), a detecção final é feita

através de um terceiro marcador fluorescente, ficoeritrina (PE) ligada ao

anticorpo de detecção (figura 3C e D) (Talib et al., 2011).

O equipamento Luminex movimenta estas esferas em uma fila única

através de feixes de dois lasers diferentes em um citômetro de fluxo. O primeiro

feixe de laser classifica o código de cor para o ensaio e o segundo laser

quantifica o sinal de reporte em cada microesfera (Talib et al., 2011).

3.4 Análise estatística

A análise estatística foi realizada por meio do programa estatístico

Statistical Package for Social Science (SPSS) versão 14, para Windows e a

significância estatística para todas as análises foi estabelecida para valores de

p<0,05 (α = 95%).

Para verificar a normalidade dos dados obtidos foi utilizado o teste

Kolmogorov-Smirnov (KS). Esse teste fornece o nível descritivo que pode ser

interpretado de maneira a aceitar ou não a hipótese nula.

25

A partir do KS, foi possível identificar que o perfil dos dados do estudo

não apresenta distribuição normal. Tendo em vista esse resultado, foi

necessária a transformação dos dados em paramétricos para a realização da

Análise de Covariância (ANCOVA), a fim de avaliar o potencial de interação

entre diferentes fatores nos grupos de estudo. Dados referentes à idade e

escolaridade foram determinados como co-variáveis, permitindo que os

mesmos não interferissem na análise da relação entre as variáveis

independentes. A ANCOVA foi realizada com post-hoc de Bonferroni para

identificar quais pares de grupo diferem.

O teste Chi-quadrado, por sua vez, foi utilizado a fim de encontrar um

valor de dispersão para duas variáveis nominais, avaliando a associação

existente entre elas.

Por fim, para análise de correlação, utilizamos o Coeficiente de

Correlação de Pearson (r), para refletir a intensidade de uma relação linear

entre dois conjuntos de dados.

26

4 RESULTADOS

4.1 BACE1

Quando comparada a expressão da proteína BACE1 em leucócitos, não

foram constatadas diferenças estatisticamente significantes entre os grupos (p=

0,200) (figura 7).

Figura 7 – Expressão da proteína BACE1 em leucócitos e representação do Immunoblotting entre grupos.

Controle TDM CCL DA

Média(±dp) 0,54(±0,42) 0,82(±1,04) 0,46(±0,25) 0,32(±0,20)

TDM = Transtorno Depressivo Maior, CCL = Comprometimento Cognitivo Leve, DA = doença de Alzheimer; dp = desvio padrão. Teste ANCOVA (p = 0,200). As barras representam os valores médios e respectivos erros-padrão das análises densitométricas deste parâmetro nos diferentes grupos. Na parte superior da figura encontra-se um immunoblot representativo deste parâmetro em cada grupo, a título de ilustração.

No que concerne à presença de BACE1 na matriz liquórica, também não

foi observada diferença estatisticamente significante em sua expressão entre

grupos (p = 0,278) (figura 8).

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

Controle TDM CCL DA

Den

sito

met

ria

Expressão de BACE1 em leucócitos entre grupos

27

Figura 8 – Expressão da proteína BACE1 em líquor entre grupos.

Controle TDM CCL DA

Média(±dp) 8,51(±2,14) 12,73(±16,86) 5,43(±3,97) 6,29(±7,00)

TDM = Transtorno Depressivo Maior, CCL = Comprometimento Cognitivo Leve, DA = doença de Alzheimer. dp = desvio padrão. Teste ANCOVA (p = 0,278). As barras representam os valores médios e respectivos erros-padrão das análises densitométricas deste parâmetro nos diferentes grupos. Na parte superior da figura encontra-se um immunoblot representativo deste parâmetro em cada grupo, a título de ilustração.

4.2 ADAM10

Para a ADAM10 não foi encontrada diferença estatisticamente

significante ao comparar, em leucócitos, a expressão proteica dessa secretase

entre grupos (p=0,597) (figura 9).

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

Controle TDM CCL DA

Co

nce

ntr

ação

(n

g/m

L)

Expressão de BACE1 em líquor entre grupos

28

Figura 9 – Expressão da proteína ADAM10 em leucócitos e representação do Immunoblotting entre grupos.

Controle TDM CCL DA

Média(±dp) 0,37(±0,38) 0,72(±1,44) 0,89(±1,51) 0,36(±0,38)

TDM = Transtorno Depressivo Maior, CCL = Comprometimento Cognitivo Leve, DA = doença de Alzheimer, dp = desvio padrão. Teste ANCOVA (p = 0,597). As barras representam os valores médios e respectivos erros-padrão das análises densitométricas deste parâmetro nos diferentes grupos. Na parte superior da figura encontra-se um immunoblot representativo deste parâmetro em cada grupo, a título de ilustração.

Também não foram observadas diferenças estatisticamente significantes

entre grupo para a expressão da proteína ADAM10 no líquor (p = 0,161) (figura

10).

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

Controle TDM CCL DA

Den

sito

met

ria

Expressão de ADAM10 em leucócitos entre grupos

29

Figura 10 – Expressão da proteína ADAM10 em líquor entre grupos.

Controle TDM CCL DA

Média(±dp) 0,93(±0,85) 0,68(±0,47) 1,05(±1,03) 1,65(±0,97)

TDM = Transtorno Depressivo Maior, CCL = Comprometimento Cognitivo Leve, DA = doença de Alzheimer, dp = desvio padrão. Teste ANCOVA (p = 0,161). As barras representam os valores médios e respectivos erros-padrão das análises densitométricas deste parâmetro nos diferentes grupos. Na parte superior da figura encontra-se um immunoblot representativo deste parâmetro em cada grupo, a título de ilustração.

4.3 PSEN1

Com relação à expressão de PSEN1 foram observadas diferenças

estatisticamente significantes entre grupos (ANCOVA, p = 0,015) e, ao realizar

post-hoc de Bonferroni para comparação entre pares, observamos que essa

diferença justificava-se pela menor expressão de PSEN1 em leucócitos de DA

quando comparado com TDM (p=0,016) (figura 11).

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

Controle TDM CCL DA

Co

nce

ntr

ação

(p

g/m

L)

Expressão de ADAM10 em líquor entre grupos

30

Figura 11 – Expressão da proteína PSEN1 em leucócitos e representação do Immunoblotting entre grupos.

Controle TDM CCL DA

Média(±dp) 0,61(±0,42) 0,80(±0,53) 0,79(±0,63) 0,36(±0,16)

TDM = Transtorno Depressivo Maior, CCL = Comprometimento Cognitivo Leve, DA = doença de Alzheimer. Teste ANCOVA (p = 0,015) com post-hoc de Bonferroni (*p = 0,016). As barras representam os valores médios e respectivos erros-padrão das análises densitométricas deste parâmetro nos diferentes grupos. Na parte superior da figura encontra-se um immunoblot representativo deste parâmetro em cada grupo, a título de ilustração.

Não foi possível obter leitura para a expressão de PSEN1 no líquor,

portanto não há resultados nessa matriz.

4.4 Peptídeo Aβ

No que diz respeito à expressão do peptídeo Aβ em leucócitos, não

foram identificadas diferenças estatísticas significantes entre grupos (p = 0,554)

(figura 12).

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

Controle TDM CCL DA

Den

sito

met

ria

Expressão de PSEN1 em leucócitos entre grupos

*p = 0,016

31

Figura 12 – Expressão do peptídeo Aβ em leucócitos entre grupos.

Controle TDM CCL DA

Média(±dp) 9,05(±9,42) 13,62(±18,82) 13,88(±13,16) 19,18(±17,92)

TDM = Transtorno Depressivo Maior, CCL = Comprometimento Cognitivo Leve, DA = doença de Alzheimer. Teste ANCOVA (p = 0,554). As barras representam os valores médios e respectivos erros-padrão das análises densitométricas deste parâmetro nos diferentes grupos. Na parte superior da figura encontra-se um immunoblot representativo deste parâmetro em cada grupo, a título de ilustração.

Porém, na matriz liquórica foram observadas diferenças estatisticamente

significantes entre grupos para a expressão do peptídeo Aβ (p = 0,001). Sendo

assim, ao realizar o post-hoc de Bonferroni observou-se a diminuição desse

peptídeo no grupo DA quando comparado a controles saudáveis (p = 0,017), a

CCL (p = 0,003) e a TDM (p = 0,002), respectivamente (figura 13).

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

Controle TDM CCL DA

Co

nce

ntr

ação

(n

g/m

L)

Expressão de Aβ em leucócitos entre grupos

32

Figura 13 – Expressão do peptídeo Aβ em líquor entre grupos.

Controle TDM CCL DA

Média(±dp) 449,19(±69,94) 508,04(±179,89) 432,48(±103,91) 275,90(±113,59)

TDM = Transtorno Depressivo Maior, CCL = Comprometimento Cognitivo Leve, DA = doença de Alzheimer. Teste ANCOVA (p = 0,001) com post-hoc de Bonferroni (*p = 0,017, **p = 0,002 e **p = 0,003). As barras representam os valores médios e respectivos erros-padrão das análises densitométricas deste parâmetro nos diferentes grupos. Na parte superior da figura encontra-se um immunoblot representativo deste parâmetro em cada grupo, a título de ilustração.

4.5 Análise de correlação entre variáveis

Além das análises supracitadas, foi realizada também a análise de

relação mútua entre as variáveis obtidas no estudo. Para tanto, foi utilizado o

Coeficiente de Correlação de Pearson (r).

Foi realizada a correlação das expressões de BACE1, ADAM10, PSEN1

e Aβ obtidas em leucócitos com aquelas advindas do líquor e encontrou-se

correlação positiva fraca entre a expressão de BACE1 nas duas matrizes (r=

0,361; p = 0,036) (figura14).

0,0

100,0

200,0

300,0

400,0

500,0

600,0

700,0

Controle TDM CCL DA

Co

nce

ntr

ação

(p

g/m

L)

Expressão de Aβ em líquor entre grupos

*p = 0,017

**p = 0,002

**p = 0,003

33

Figura 14 – Correlação entre BACE1 expressa em leucócitos e BACE1 expressa em líquor.

Valores: (r = 0,361, p = 0,036).

Ao realizar a correlação entre expressão das diferentes secretases e

entre a expressão destas e a do peptídeo Aβ em leucócitos, obtivemos

correlações positivas entre BACE1 e PSEN1 (r = 0,499, p < 0,0001), PSEN1 e

ADAM10 (r = 0,343, p = 0,002) e ADAM10 e Aβ (r = 0,343, p = 0,032) (figura

15).

r = 0,361 p = 0,036

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

0 10 20 30 40 50

Exp

ress

ão B

AC

E1 e

m L

eu

cóci

tos

Expressão BACE1 em Líquor

34

Figura 15 – Correlação entre as proteínas e peptídeo expressos em leucócitos.

BACE1 e PSEN1 (r = 0,499, p < 0,0001), PSEN1 e ADAM10 (r = 0,343, p = 0,002) e ADAM10 e Aβ (r = 0,343, p = 0,032).

35

Com relação à expressão das proteínas na matriz liquórica, obteve-se

correlação negativa entre BACE1 e ADAM10 (r = -0,381, p = 0,029) (figura 16).

Figura 16 – Correlação entre BACE1 e ADAM10 no líquor.

Valores: (r = -0,381, p = 0,029).

No que diz respeito à correlação entre expressão proteica e

escolaridade, não foram encontradas relações, porém encontrou-se correlação

positiva entre BACE1 expressa no líquor e idade (r = 0,401, p = 0,014) (figura

17).

Figura 17 – Correlação entre expressão de BACE1 no líquor e idade.

Valores: (r = 0,401, p = 0,014).

r = -0,381 p = 0,029

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5

Exp

ress

ão d

e B

AC

E1 e

m L

íqu

or

Expressão de ADAM10 em Líquor

r = 0,401 p = 0,014

60

65

70

75

80

85

90

95

150 250 350 450 550 650 750

Idad

e

Expressão de BACE1 no Líquor

36

Quanto à correlação entre expressão proteica e resultados obtidos nas

avaliações neuropsicológicas, tem-se correlação positiva entre Aβ no líquor e

as avaliações MEEM (r = 0,504, p = 0,002) e CAMCOG (r = 0,572, p < 0,0001),

e correlação negativa entre ADAM10 no líquor e CAMCOG (r = -0,408, p =

0,023) (figura 18).

37

Figura 18 – Correlação entre expressão proteica e resultados obtidos nas avaliações neuropsicológicas.

Aβ no líquor e MEEM (r = 0,504, p = 0,002), Aβ no líquor e CAMCOG (r = 0,572, p < 0,0001) e ADAM10 no líquor e CAMCOG (r = -0,408, p = 0,023).

38

5 DISCUSSÃO

Nesse estudo comparamos a expressão de BACE1, ADAM10, PSEN1 e

Aβ tanto em leucócitos quanto em líquor de indivíduos com TDM, CCL, DA e

controles saudáveis e correlacionamos a expressão das secretases e do

peptídeo Aβ nas duas matrizes biológicas. Nossos achados demonstraram a

presença das três secretases e do Aβ em leucócitos assim como de BACE1,

ADAM10 e Aβ no líquor, corroborando os dados da literatura (Colciaghi et al.,

2002; Blennow e Hampel, 2003; Carmona et al., 2012; García-Ayllón et al.,

2013; Delvaux et al., 2013; Schuck et al., 2016).

Há poucos relatos sobre a presença de BACE1, PSEN1, ADAM10 e Aβ

em leucócitos bem como sua função biológica nesta matriz. Expressões dessas

secretases já foram descritas em leucócitos de sangue periférico, apesar de

terem sido observados padrões diferentes daqueles investigados no cérebro,

dependendo da metodologia aplicada (Delvaux et al., 2013). Quanto ao Aβ, sua

expressão também já foi descrita na matriz leucocitária (Carmona et al., 2012).

No líquor podemos observar maior variedade de estudos que têm por

objetivo identificar tanto a expressão dessas proteínas quanto sua atividade,

visto que o líquor possui uma relação direta com o sistema nervoso central e

que as secretases em questão estão envolvidas na cascata amilóide. O

peptídeo Aβ também tem sido amplamente investigado no líquor (Motter et al.,

1995; Blennow e Hampel, 2003; Buchhave et al., 2012; van Harten et al., 2013;

Blennow et al., 2015), inclusive pelo nosso grupo (Diniz et al., 2008; Forlenza et

al., 2015a; Forlenza et al., 2015b).

Não encontramos diferença de expressão proteica de BACE1 em

leucócitos ao realizarmos a comparação entre todos os grupos desse estudo. A

BACE1, por ser caracterizada como a principal responsável pela formação de

Aβ no cérebro por meio da via amiloidogênica (Gonçalves, 2012), tem sido

muito estudada tanto no líquor quanto em matrizes periféricas. Nossos

achados de expressão proteica corroboram dados já descritos na literatura

referentes à expressão gênica dessa proteína em leucócitos de humanos

(Herrera-Rivero et al., 2013; Herrera-Rivero et al., 2015). No líquor também não

descrito um aumento da expressão da BACE1 no líquor de idosos com CCL

39

quando comparados a pacientes com DA e também a controles saudáveis,

porém quando compararam DA com controles não observaram diferença

(Zhong et al., 2007; Ewers et al., 2008). Há também na literatura relatos de

aumento dos níveis de BACE1 em pacientes com DA nas regiões corticais

(Holsinger et al., 2002; Yang et al., 2003; Fukumoto et al., 2002; Ahmed et

al., 2010), em plaquetas (Marksteiner e Humpel, 2013), bem como aumento da

atividade e expressão dessa proteína em líquor de pacientes com DA e até

mesmo CCL (Holsinger et al., 2006; Verheijen et al., 2006; Zhong et al., 2007;

Zetterberg et al., 2008, Mulder et al., 2010). Porém, também há pesquisas que

mostram níveis diminuídos (Decourt et al., 2013); ou até mesmo um estudo em

que não foram encontradas diferenças tanto na atividade dessa proteína,

quanto na expressão do fragmento βAPPs no líquor (Perneczky et al., 2014)

quando comparados os grupos DA, CCL e controles saudáveis.

O fato de não encontrarmos em nossa casuística diferença de expressão

proteica de BACE1 entre os grupos na matriz leucocitária, pode significar que

essa proteína seja capaz de desempenhar em leucócitos outras funções que

não a de β-secretase, questionando o papel desta matriz para pesquisas sobre

a via que representa a cascata amiloide. No que concerne ao líquor, é razoável

pensar no aumento da BACE1 uma vez que essa matriz está em contato direto

com o SNC, porém nossos dados não demonstraram diferença entre grupos, o

que pode ser devido ao tamanho relativamente pequeno da amostra para os

métodos aplicados. Contudo, como dito acima, há controvérsias na literatura

sobre a magnitude (e o sentido) da alteração da expressão proteica de BACE1

no LCR.

Ao analisarmos a expressão de ADAM10 na matriz leucocitária, proteína

associada diretamente à atividade de α-secretase (Vingtdeux e Marambaud,

2012), não observamos diferença ao compararmos os grupos diagnósticos.

Resultados semelhantes foram obtidos no líquor, em que não encontramos

diferença na expressão entre grupos. Não há estudos que descrevam a

expressão da proteína ADAM10 em leucócitos ou líquor. Já foi descrita

diminuição dos níveis de αAPPs, também no líquor (Sennvik et al., 2000;

Colciaghi et al., 2002, Fellgiebel et al., 2009), o que provavelmente ocorre

como resultado de uma redução de expressão ou atividade da ADAM10.

40

(Endres e Fahrenholz, 2012). Além disso, em plaquetas já foi demonstrada

diminuição significativa dos níveis de ADAM10 em pacientes com DA quando

comparado a controles (Colciaghi et al., 2002; Tang et al., 2006; Manzine et al.,

2013), bem como uma diminuição dos níveis de αAPPs (Colciaghi et al., 2002).

No entanto, há na literatura resultados que não demonstraram significância na

comparação da expressão desse fragmento (Olsson et al., 2003), corroborando

nossos achados.

No que diz respeito à expressão proteica de PSEN1 (De Strooper et al.,

1998; Capell et al., 2005), enzima responsável pela liberação do produto da

clivagem da APP por α- ou β-secretase, encontramos diferença ao

compararmos os grupos diagnósticos. Na análise entre pares, observamos

diminuição dos níveis de PSEN1 em DA quando comparado à TDM. Estudos

sobre a expressão proteica de PSEN1 e suas respectivas funções têm sido

abordados na literatura tanto no tecido cerebral (Mathews et al., 2000;

Davidsson et al., 2001; Verdile et al., 2004; Borghi et al., 2010; Kakuda et al.,

2012) quanto em outras matrizes, tais como plaquetas e megacariócitos (Vidal

et al., 1996), plasma (García-Ayllón et al., 2013) e leucócitos (Rogaev et al.,

1997). Em plaquetas já foi descrito um aumento da expressão proteica de

PSEN1 em pacientes com DA quando comparado a controles, contudo não

foram observadas alterações quando realizada a comparação entre CCL e

controles (Bermejo-Bescós et al., 2013). Com relação à expressão proteica de

PSEN1 no tecido cerebral de pacientes com DA, os estudos têm mostrado

níveis de PSEN1 inalterados (Mathews et al., 2000), aumentados (Borghi et al.,

2010; Kakuda et al., 2012) e até mesmo diminuídos (Davidsson et al., 2001;

Verdile et al., 2004). Apesar de dados comparativos sobre a expressão proteica

de PSEN1 em leucócitos entre TDM e DA não terem sido encontrados na

literatura, estudos já mencionaram a relação dessa proteína em processos

inflamatórios (Laky e Fowlkes, 2007; Saura, 2010), inclusive foi demonstrado

por Jiang et al. (2009) que camundongos knock-out para PSEN1 e PSEN2

apresentaram resposta inflamatória robusta tanto no cérebro quanto na

periferia. Neste contexto, faz sentido pensarmos em níveis diminuídos de

PSEN1 em DA quando comparados a TDM, uma vez que na DA os processos

inflamatórios encontram-se mais exacerbados em comparação com TDM,

41

devido ao estímulo de vias de sinalização pró-inflamatórias pelo peptídeo Aβ,

que por sua vez contribui para o aumento da inflamação sistêmica (Goldeck et

al., 2016; Herbert e Lucassen, 2016).

A PSEN1 também já foi identificada no líquor de indivíduos idosos,

porém foi relatado que a mesma, por possuir muitas regiões hidrofóbicas,

encontra-se instável nessa matriz (García-Ayllón, 2013), o que pode justificar

não termos observado a presença dessa proteína em nossa casuística.

Ao compararmos os grupos não observamos diferenças nos níveis de

peptídeo Aβ em leucócitos. Ao analisarmos a matriz liquórica, encontramos

menor expressão de Aβ em pacientes com DA quando comparados a CCL,

TDM e controles. Porém, não foi encontrada diferença nos níveis de Aβ entre

os grupos TDM, CCL e controles.

Apesar de não encontrarmos diferença na expressão do Aβ em

leucócitos, já foi descrito aumento da porcentagem das estruturas beta-folha do

peptídeo Aβ (conformação assumida pelo peptídeo à medida que se agrega em

forma de oligômeros) em leucócitos mononucleares de pacientes com DA

quando comparados a controles (Carmona et al., 2012). Em contrapartida,

outro estudo realizado em plasma revelou diminuição desse peptídeo em DA

quando comparados a CCL e controles, apresentando correlações positivas

com os achados em líquor (Janelidze et al., 2016).

Os níveis diminuídos de Aβ no líquor de indivíduos em DA, quando

comparado a controles, CCL e TDM encontrados em nosso estudo corroboram

outros trabalhos já desenvolvidos pelo nosso grupo e também àqueles

descritos na literatura (Motter et al., 1995; Buchhave et al., 2012; Reis et al.,

2012; van Harten et al., 2013; Blennow et al., 2015, Forlenza et al., 2015b).

Quanto às correlações, ao analisarmos as mesmas proteínas em

diferentes matrizes, observamos uma correlação positiva entre BACE1

expressa em leucócitos com aquela expressa no líquor, corroborando o estudo

realizado em plasma (Janelidze et al., 2016). Para as outras proteínas não

houve correlação da expressão nas diferentes matrizes analisadas.

Em leucócitos, as correlações positivas obtidas entre BACE1 e PSEN1

e ADAM10 e PSEN1 podem ser explicadas pelo fato das duas vias

necessitarem da ação da γ-secretase para a liberação do fragmento gerado a

42

partir da clivagem da APP por meio das vias não-amiloidogênica (ADAM10) e

amiloidogênica (BACE1). Se mantivermos esse raciocínio, a correlação positiva

apresentada entre ADAM10 e o Aβ mostra-se controversa, visto que sua

formação é inversamente proporcional à expressão de ADAM10.

Ao verificar as correlações no líquor, pudemos identificar uma correlação

negativa entre as proteínas BACE1 e ADAM10, o que é relevante se

pensarmos na fisiopatologia da DA, pois há um aumento da clivagem da APP

por BACE1 em detrimento da ADAM10, proporcionando maior formação de Aβ.

Houve também correlação positiva entre BACE1 e idade, o que pode explicar o

fato de haver na senescência a formação do peptídeo em sua forma solúvel

(Stromer e Serpell, 2005).

Considerando as varáveis clínicas obtidas por meio das avaliações

MEEM e CAMCOG verificamos uma correlação positiva com a expressão do

peptídeo Aβ no líquor. Os escores do MEEM podem variar 0 a 30 pontos

(Folstein et al., 1975; Brucki et al. 2003), enquanto o CAMCOG pode

apresentar o valor 105 como pontuação máxima (Roth et al., 1986; Nunes et

al., 2008). Para ambas as avaliações, quanto menor a pontuação maior o grau

de comprometimento cognitivo dos indivíduos. Visto que na DA há a diminuição

do peptídeo Aβ no líquor e que as pontuações nos instrumentos tendem a

diminuir com o declínio cognitivo, essas pontuações demonstram-se coerentes

com o que é observado tanto na clínica quanto na fisiopatologia da doença.

Tendo em vista que nosso estudo não demonstrou diferença na

expressão de Aβ em leucócitos e que também não houve diferenças na

expressão de BACE1 e ADAM10, podemos sugerir que essa matriz não reflita

os processos fisiopatológicos da DA apesar de conter a maquinaria necessária

para tal. Com exceção dos resultados sobre PSEN1, não pudemos observar

diferenças entre a casuística estudada, sugerindo que a expressão dessas

proteínas em leucócitos possa estar ligada a outras funções biológicas, tais

como ativação de células T envolvidas na resposta imune, adesão celular,

desenvolvimento do timo, adesão e migração de leucócitos, dentre outras (Tian

et al., 2008; Dreymueller et al., 2015; Universal Protein Resource, 2017).

Já com relação ao líquor, pudemos identificar que o mesmo apresentou

níveis diminuídos de Aβ, corroborando dados já descritos na literatura. Estudos

43

têm demonstrado que a combinação dos valores do peptídeo Aβ1-42 e das

proteínas Tau total (T-total) e Tau fosforilada (fosfo-Tau) têm apresentado boa

sensibilidade e especificidade (Forlenza et al., 2015b), porém ainda não são

capazes de determinar a conversão para a DA. Ao buscar a relação das

proteínas relacionadas à cascata amiloide nessa matriz, não percebemos

diferença entre os grupos estudados, o que pode ser atribuído ao pequeno

tamanho da amostra. No entanto, ao olharmos para a literatura, notamos

divergência nos resultados sobre essas proteínas no líquor, sugerindo a

necessidade de mais estudos na área para podermos compreender melhor as

vias relacionadas ao desenvolvimento da doença.

44

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os níveis de BACE1, ADAM10, PSEN1 e Aβ encontrados em leucócitos

sugerem que essa matriz, apesar de expressar a maquinaria necessária para o

processamento proteolítico da APP, não é a ideal para estudos sobre a cascata

amiloide. Além disso, os resultados obtidos em amostras de líquor, de acordo

com a casuística analisada, reforçam os dados da literatura que estabelecem a

redução da concentração do peptídio Aβ no líquor como um biomarcador da

DA, sem termos detectado alterações nos demais grupos estudados. Nossos

resultados (negativos) em relação à expressão das APP-secretases no líquor

acrescentam dados a este domínio ainda controverso da literatura. Assim

sendo, mais estudos devem ser realizados para que possamos compreender

melhor as vias relacionadas ao desenvolvimento da DA.

45

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60

APÊNDICES

APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO-HCFMUSP

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

_________________________________________________________________ DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA OU RESPONSÁVEL

LEGAL 1. NOME:_______________________________________________________________

DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº:____________________ SEXO: M □ F □

DATA NASCIMENTO:___/____/____ ENDEREÇO:___________________________________________________________ Nº:_________APTO:__________________BAIRRO:____________________________ CIDADE:_______________________________CEP:____________________________ TELEFONE: DDD (___)____________________________

2. RESPONSÁVEL LEGAL:_________________________________________________

NATUREZA (grau de parentesco, tutor, curador etc.)____________________________

DOCUMENTO DE IDENTIDADE:_______________________ SEXO: M □ F □

DATA NASCIMENTO:___/____/____ ENDEREÇO:___________________________________________________________ Nº:_________APTO:__________________BAIRRO:____________________________ CIDADE:_______________________________CEP:____________________________ TELEFONE: DDD (___)____________________________

_______________________________________________________________________________________

DADOS SOBRE A PESQUISA

1. TÍTULO DO PROTOCOLO DE PESQUISA: Biomarcadores em líquor e em leucócitos no Transtorno

Depressivo Maior, Comprometimento Cognitivo Leve e doença de Alzheimer.

PESQUISADOR: Prof. Dr. Orestes Vicente Forlenza

CARGO/FUNÇÃO: Professor Associado do Departamento de Psiquiatria/Psiquiatra

INSCRIÇÃO CONSELHO REGIONAL Nº 65590

UNIDADE DO HCFMUSP: Laboratório de Neurociências (LIM-27), Departamento de Psiquiatria.

2. AVALIAÇÃO DO RISCO DA PESQUISA:

RISCO MÍNIMO □ RISCO MÉDIO □

61

RISCO BAIXO ■ RISCO MAIOR □

3. DURAÇÃO DA PESQUISA: 24 meses

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO-HCFMUSP

1- Desenho e objetivos do estudo: Essas informações estão sendo fornecidas para

sua participação voluntária neste estudo, que visa o estudo de biomarcadores e suas

alterações em indivíduos portadores de Transtorno Depressivo Maior (TDM),

Comprometimento Cognitivo Leve (CCL) e doença de Alzheimer (DA), estabelecendo-

se possíveis correlações entre as doenças em estudo. Pelo fato da DA e dos

transtornos depressivos serem as principais causas de problemas de saúde mental em

idosos e visto que a depressão geriátrica está associada a maiores níveis de

comprometimento cognitivo e aumento do risco de desenvolvimento de DA, assim

como o CCL, eles têm sido alvo de muitos estudos, principalmente àqueles

relacionados a possíveis biomarcadores.

2- Descrição dos procedimentos que serão realizados, com seus propósitos e

identificação dos que forem experimentais e não rotineiros: Os participantes da

pesquisa realizarão entrevista médica com profissional treinado, visando

preenchimento de ficha de histórico e avaliação clínica (psiquiátrica e cognitiva) e,

posteriormente passarão por dois procedimentos realizados por profissionais treinados

e qualificados, sendo eles: coleta de 10-40 mL (equivalente a 3 colheres de sopa) de

sangue por punção periférica da veia do antebraço e coleta de 12-15mL (equivalente a

1 colher de sopa) de líquor, no período matutino, por punção lombar nos espaços

intervertebrais L3/L4 ou L4/L5, com uma agulha de calibre 23. As amostras serão

utilizadas para as determinações bioquímicas. Todo material será codificado de modo

que a identidade dos participantes não seja revelada.

3- Desconfortos e riscos esperados: Os desconfortos e riscos esperados são

mínimos e são decorrentes do processo da coleta de sangue e de coleta de líquor.

Você poderá apresentar dor, desconforto ou hematoma quando o sangue for retirado.

Com relação à coleta de líquor, você poderá apresentar dor de cabeça ao levantar,

sensações cutâneas subjetivas (ex., frio, calor, formigamento, pressão etc.), dor local e

62

infecção. Entretanto, a incidência destas complicações é muito pequena (em torno de

4% frente a todas as coletas realizadas até hoje por nosso grupo) e essa porcentagem

torna-se ainda menor no que se refere à cefaleia pós-raquianestesia em idosos.

4- Potenciais benefícios para o participante: Os participantes poderão receber

orientações sobre acesso ao tratamento na rede de saúde, e os resultados dos

exames realizados poderão auxiliar seu médico na condução do caso. Não há

benefício direto para o participante; trata-se de estudo experimental testando a

existência de variantes bioquímicas nos transtornos depressivos maiores e

neurocognitivos menores associadas ao desenvolvimento da DA. É possível, mas não

garantido, que os pacientes com estas doenças possam ser beneficiados pelos

resultados deste estudo no futuro, bem como seus familiares. O estudo visa maior

esclarecimento dos mecanismos biológicos responsáveis pelo aparecimento da DA.

De posse destes conhecimentos, espera-se conseguir, no futuro, melhores estratégias

para o tratamento do referido transtorno.

5- Garantia de acesso: Em qualquer etapa do estudo, você terá acesso aos

profissionais responsáveis pela pesquisa para esclarecimento de eventuais dúvidas. O

principal investigador é o Dr. Wagner Farid Gattaz, que pode ser encontrado no

endereço Rua Dr. Ovídio Pires de Campos, 785, Instituto de Psiquiatria, 1º andar, CEP

05403-010, São Paulo (SP), Telefone (11) 2661-7283. Se você tiver alguma

consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato com o Comitê de

Ética em Pesquisa (CEP) – Rua Ovídio Pires de Campos, 225 – Prédio da

Administração, 5º andar – Tel: 2661-7585 ou 2661-6442 (ramais 16 e 17), e-mail:

[email protected].

6- É garantida a liberdade da retirada de consentimento a qualquer momento e

deixar de participar do estudo, sem qualquer prejuízo à continuidade de seu

tratamento na Instituição;

7- Direito de confidencialidade: As informações obtidas serão analisadas em

conjunto com outros pacientes, não sendo divulgada a identificação de nenhum

paciente.

63

9- Direito de ser mantido atualizado sobre os resultados parciais das pesquisas,

quando em estudos abertos, ou de resultados que sejam do conhecimento dos

pesquisadores;

10- Despesas e compensações: Não há despesas pessoais para o participante em

qualquer fase do estudo, incluindo exames e consultas. Também não há

compensação financeira relacionada à sua participação. Se existir qualquer despesa

adicional, ela será absorvida pelo orçamento da pesquisa.

11- Compromisso do pesquisador de utilizar os dados e o material coletado

somente para esta pesquisa.

Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li

ou que foram lidas para mim, descrevendo o estudo “Biomarcadores em líquor e em

leucócitos no Transtorno Depressivo Maior, Comprometimento Cognitivo Leve e

doença de Alzheimer”.

Eu discuti com o Dr. Orestes Vicente Forlenza sobre a minha decisão em

participar nesse estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo,

os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de

confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que minha

participação é isenta de despesas e que tenho garantia do acesso a tratamento

hospitalar quando necessário. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e

poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo,

sem penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter

adquirido, ou no meu atendimento neste Serviço.

__________________________________________ Data: ___/___/___ Assinatura do paciente/representante legal __________________________________________ Data: ___/___/___ Assinatura da testemunha para casos de pacientes menores de 18 anos, analfabetos, semi-analfabetos ou portadores de deficiência auditiva ou visual. (Somente para o responsável do estudo) Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido deste paciente ou representante legal para a participação neste estudo. ____________________________________________ Data: ___/___/___ Assinatura do responsável pelo estudo

64

APÊNDICE B – Padronização método Western Blotting

Para efetuar a padronização do método Western Blotting para

determinação das proteínas BACE1, PSEN1 e ADAM10 foi usado um pool de

leucócitos de indivíduos saudáveis, seguindo o mesmo protocolo do preparo de

amostra (figuras 1,2 e 3).

Figura 1 - Western blotting da BACE1 em diferentes condições para immunoblotting.

A) Bloqueio com 5% de leite desnatado por 1 hora, anticorpo primário 1:1000 overnight e anticorpo secundário 1:20000 por 1 hora. B) Bloqueio com 5% de leite desnatado por 1 hora, anticorpo primário 1:5000 overnight e anticorpo secundário 1:20000 por 1 hora.

Figura 2 – Western blotting da PSEN1 em diferentes condições para immunoblotting.

A) Bloqueio com 5% de leite desnatado overnight, anticorpo primário 1:10000 por 1 hora e anticorpo secundário 1:10000 por 1 hora; B) Bloqueio com 3% de soro de albumina bovina (BSA) overnight, anticorpo primário 1:7000 (com 3% de BSA) por 1 hora e anticorpo secundário 1:20000 por 1 hora.

Figura 3 – Western blotting da ADAM10 em diferentes condições para immunoblotting.

65

A) Bloqueio com 5% de leite desnatado overnight, anticorpo primário 1:10000 por 1 hora e anticorpo secundário 1:30000 por 1 hora; B) Bloqueio com 5% de leite desnatado overnight, anticorpo primário 1:15000 por 1 hora e anticorpo secundário 1:30000 por 1 hora.

Com base nos resultados obtidos e acima relatados, padronizou-se o

immunoblotting para cada uma das proteínas de interesse, bem como para o

controle endógeno (β-actina), que utilizou protocolo semelhante.

66

APÊNDICE C – Densitometrias

Abaixo estão representadas as densitometrias das proteínas BACE1 (tabela 1), ADAM10 (tabela 2) e PSEN1 (tabela 3).

Tabela 1 – Densitometria da Proteína BACE1 (continua)

AMOSTRAS INTEGRATED DENSITY VALUES

BACE1 β-ACTINA BACE1/β-ACTINA (BACE1/β-ACTINA)/2

1612 25056 35931 0,697336562

0,7700 1612

29232 34692 0,842615012

964 11484 17346 0,662054652

0,6400 964

11484 18585 0,617917676

1248 28188 91686 0,307440613

0,2764 1248

24012 97881 0,245318295

1708 7308 64428 0,113428944

0,1343 1708

7308 47082 0,155218555

984 30276 45843 0,660427982

0,7613 984

45936 53277 0,86221071

2606 34452 76818 0,448488635

0,4232 2606

35496 89208 0,397901533

2340 16704 95403 0,175088834

0,2412 2340 32364 105315 0,307306651

1063 28188 117705 0,239480056

0,2231 1063 27144 131334 0,206679154

1604 68904 101598 0,678202327

0,7290 1604 64728 83013 0,779733295

1415 31320 156114 0,200622622

0,2561 1415 45936 147441 0,311555131

1099 50112 128856 0,388899236

0,4414 1099 53244 107793 0,493946731

1864 61596 91686 0,671814672

0,6651 1864 52200 79296 0,658292978

2390 22968 142485 0,161195915

0,2257 2390 32364 111510 0,29023406

1899 51156 120183 0,425650882

0,4235 1899 42804 101598 0,421307506

1942 59508 100359 0,592951305

0,5126 1942 61596 142485 0,432298137

2397 33408 102837 0,324863619

0,5394 2397 35496 47082 0,753918695

67

Tabela 1 – Densitometria da Proteína BACE1 (continuação)

AMOSTRAS INTEGRATED DENSITY VALUES

BACE1 β-ACTINA BACE1/β-ACTINA (BACE1/β-ACTINA)/2

1944 34452 49560 0,695157385 0,5904

1944 35496 73101 0,485574753

1104 26100 78057 0,334371037 0,3459

1104 29232 81774 0,357473035

2148 56376 69384 0,812521619 0,7574

2148 52200 74340 0,702179177

1103 43848 76818 0,570803718 0,5344

1103 40716 81774 0,497908871

1995 143028 74340 1,923970944 0,9620

1995 -- 70623 --

2345 32364 70623 0,458264305 0,4341

2345 18792 45843 0,409920817

2086 12528 50799 0,246619028 0,2607

2086 15660 56994 0,274765765

2089 22968 81774 0,280871671 0,2549

2089 22968 100359 0,228858398

2027 24012 94164 0,255001912 0,5956

2027 52200 55755 0,936238902

1112 59508 43365 1,372258734 1,0787

1112 42804 54516 0,785163989

2118 56376 54516 1,034118424 0,9910

2118 65772 69384 0,947941889

2490 10440 151158 0,069066804 0,0929

2490 9396 80535 0,116669771

1125 4176 29736 0,140435835 0,1435

1125 4176 28497 0,146541741

2120 9396 85491 0,109906306 0,1316

2120 8352 54516 0,153202729

2501 37584 76818 0,48926033 0,5117

2501 46980 87969 0,534051768

2088 74124 97881 0,75728691 0,7482

2088 52200 70623 0,739135976

1131 49068 12390 3,960290557 3,8409

1131 55332 14868 3,721549637

68

Tabela 1 – Densitometria da Proteína BACE1 (continuação)

AMOSTRAS INTEGRATED DENSITY VALUES

BACE1 β-ACTINA BACE1/β-ACTINA (BACE1/β-ACTINA)/2

2515 9396 142485 0,065943784 0,1021

2515 11484 83013 0,138339778

2143 6264 28497 0,219812612 0,2303

2143 8352 34692 0,240747146

1152 19836 111510 0,177885391 0,1524

1152 14616 115227 0,126845271

2563 14616 115227 0,126845271 0,2501

2563 40716 109032 0,373431653

1819 28188 44604 0,631961259 0,8843

1819 60552 53277 1,136550481

2124 73080 126378 0,578265204 0,5060

2124 54288 125139 0,43382159

2592 28188 156114 0,18056036 0,2895

2592 36540 91686 0,398534127

1156 30276 8673 3,490833622 3,4775

1156 38628 11151 3,464083939

2125 45936 158592 0,28964891 0,2539

2125 37584 172221 0,218231226

2685 14616 107793 0,13559322 0,1787

2685 20880 94164 0,221740793

1162 14616 22302 0,655367232 0,7814

1162 14616 16107 0,907431551

2128 21924 102837 0,21319175 0,2029

2128 16704 86730 0,192597717

2718 17748 38409 0,4620792 0,4557

2718 16704 37170 0,449394673

1163 14616 43365 0,337046005 0,5108

1163 13572 19824 0,684624697

2131 15660 21063 0,743483834 0,5571

2131 11484 30975 0,370750605

1457 52200 73101 0,714080519 0,5737

1457 37584 86730 0,433344863

1169 19836 89208 0,222356739 0,1760

1169 12528 96642 0,129633079

69

Tabela 1 – Densitometria da Proteína BACE1 (continuação)

AMOSTRAS INTEGRATED DENSITY VALUES

BACE1 β-ACTINA BACE1/β-ACTINA (BACE1/β-ACTINA)/2

2132 26100 28497 0,915885883 1,0258

2132 32364 28497 1,135698495

1198 21924 116466 0,188243779 0,1994

1198 20880 99120 0,210653753

2141 18792 43365 0,433344863 0,3571

2141 16704 59472 0,280871671

1216 29232 85491 0,34193073 0,3486

1216 36540 102837 0,355319583

1231 67860 52038 1,304047043 1,0014

1231 35496 50799 0,698753912

2121 61596 132573 0,464619493 0,5291

2121 64728 109032 0,593660577

1232 53244 59472 0,89527845 0,9355

1232 45936 47082 0,975659488

1154 8352 69384 0,120373573 0,1154

1154 8352 75579 0,110506887

1324 9396 111510 0,084261501 0,1113

1324 11484 83013 0,138339778

1202 9396 76818 0,122315082 0,1260

1202 8352 64428 0,129633079

1951 19836 101598 0,195240064 0,1760

1951 16704 106554 0,156765584

1329 35496 105315 0,337046005 0,3406

1329 30276 87969 0,344166695

1958 29232 84252 0,346959123 0,3461

1958 26100 75579 0,345334021

942 18792 -- -- --

942 14616 -- --

1044 18792 11151 1,685230024 1,4482

1044 24012 19824 1,21125908

2312 33408 96642 0,34568821 0,3077

2312 25056 92925 0,269636804

2498 10440 45843 0,227733787 0,3035

2498 9396 24780 0,379176755

70

Tabela 1 – Densitometria da Proteína BACE1 (conclusão)

AMOSTRAS INTEGRATED DENSITY VALUES

BACE1 β-ACTINA BACE1/β-ACTINA (BACE1/β-ACTINA)/2

1021 11484 18585 0,617917676 0,6952

1021 11484 14868 0,772397094

1037 15660 49560 0,31598063 0,3563

1037 16704 42126 0,396524712

2535 54288 174699 0,310751636 0,2827

2535 40716 159831 0,254744073

1623 12528 69384 0,18056036 0,2088

1623 9396 39648 0,236985472

1856 6264 -- -- --

1856 6264 -- --

1773 12528 50799 0,246619028 0,2637

1773 10440 37170 0,280871671

1903 7308 75579 0,096693526 0,2104

1903 15660 48321 0,324082697

2000 18792 37170 0,505569007 0,4510

2000 16704 42126 0,396524712

1989 13572 42126 0,322176328 0,2165

1989 5220 47082 0,110870396

2199 7308 83013 0,088034404 0,0823

2199 7308 95403 0,076601365

2069 7308 11151 0,655367232 0,6554

2069 7308 11151 0,655367232

1396 12528 32214 0,388899236 0,3449

1396 15660 52038 0,300933933

916 4176 -- -- --

916 4176 -- --

1896 14616 107793 0,13559322 0,1363

1896 13572 99120 0,136924939

71

Tabela 2 – Densitometria da Proteína ADAM10 (continua)

AMOSTRAS INTEGRATED DENSITY VALUES

ADAM10 β-ACTINA ADAM10/β-ACTINA (ADAM10/β-ACTINA)/2

1612 34850 63189 0,551520043 0,8069

1612 40800 38409 1,062251035

964 6800 7434 0,914716169 1,3884

964 16150 8673 1,862100773

1248 28050 60711 0,462025004 0,3388

1248 18700 86730 0,215611668

1708 3400 86730 0,039202122 0,0583

1708 6800 87969 0,077299958

984 5100 69384 0,073503978 0,0636

984 4250 79296 0,053596651

2606 4250 111510 0,038113174 0,0354

2606 3400 104076 0,032668435

2340 14450 27258 0,530119598 1,4313

2340 14450 6195 2,332526231

1063 8500 8673 0,980053038 0,7759

1063 8500 14868 0,571697606

1604 7650 16107 0,47494878 0,3128

1604 7650 50799 0,150593516

1415 17850 45843 0,389372423 0,4368

1415 10200 21063 0,484261501

1099 11050 91686 0,120520036 0,1226

1099 11900 95403 0,124734023

1864 13600 151158 0,089972082 0,0920

1864 8500 90447 0,093977689

2390 5100 89208 0,057169761 0,0554

2390 4250 79296 0,053596651

1899 2550 71862 0,035484679 0,0399

1899 3400 76818 0,04426046

1942 5100 86730 0,058803182 0,0542

1942 5100 102837 0,049593045

2397 22950 26019 0,882047734 0,9899

2397 20400 18585 1,097659403

72

Tabela 2 – Densitometria da Proteína ADAM10 (continuação)

AMOSTRAS INTEGRATED DENSITY VALUES

ADAM10 β-ACTINA ADAM10/β-ACTINA (ADAM10/β-ACTINA)/2

1944 39950 39648 1,00761703 0,7382

1944 34850 74340 0,468792037

1104 14450 147441 0,098005304 0,0986

1104 10200 102837 0,099186091

2148 10200 203196 0,050197839 0,0766

2148 12750 123900 0,102905569

1103 22950 144963 0,15831626 0,1875

1103 10200 47082 0,216643303

1995 22100 28497 0,77552023 0,8680

1995 17850 18585 0,960451977

2345 8500 28497 0,298277012 0,5412

2345 13600 17346 0,784042431

2086 7650 55755 0,137207425 0,1295

2086 9350 76818 0,121716264

2089 5950 87969 0,067637463 0,0992

2089 13600 104076 0,130673738

2027 24650 87969 0,280212348 0,2987

2027 41650 131334 0,31713037

1112 46750 38409 1,217162644 1,7624

1112 31450 13629 2,307579426

2118 40800 40887 0,997872184 1,0833

2118 39100 33453 1,168803994

2490 13600 69384 0,196010608 0,1246

2490 8500 159831 0,053181173

1125 3400 76818 0,04426046 0,0907

1125 4250 30975 0,137207425

2120 13600 115227 0,118027893 0,0919

2120 7650 116466 0,065684406

2501 8500 111510 0,076226347 0,0762

2501 9350 122661 0,076226347

2088 8500 111510 0,076226347 0,0579

2088 6800 172221 0,039484151

1131 4250 44604 0,095282934 0,0950

1131 3400 35931 0,094625811

73

Tabela 2 – Densitometria da Proteína ADAM10 (continuação)

AMOSTRAS INTEGRATED DENSITY VALUES

ADAM10 β-ACTINA ADAM10/β-ACTINA (ADAM10/β-ACTINA)/2

2515 11050 185850 0,059456551 0,0497

2515 5100 127617 0,039963328

2143 3400 159831 0,021272469 0,0195

2143 1700 95403 0,017819146

1152 2550 53277 0,047863055 0,0519

1152 3400 60711 0,056003031

2563 14450 92925 0,155501749 0,1171

2563 5950 75579 0,078725572

1819 5950 6195 0,960451977 0,7089

1819 3400 7434 0,457358084

2124 3400 118944 0,02858488 0,0236

2124 1700 91686 0,018541544

2592 15300 143724 0,106454037 0,0847

2592 7650 121422 0,06300341

1156 5100 23541 0,216643303 0,2642

1156 4250 13629 0,311835058

2125 2550 121422 0,021001137 0,0234

2125 3400 131334 0,025888193

2685 11900 127617 0,093247765 0,1113

2685 11050 85491 0,129253372

1162 12750 30975 0,411622276 0,3241

1162 8500 35931 0,236564526

2128 17000 70623 0,240714781 0,1908

2128 12750 90447 0,140966533

2718 107950 158592 0,680677462 0,6438

2718 78200 128856 0,606878997

1163 38250 106554 0,358972915 0,3272

1163 23800 80535 0,295523685

2131 44200 74340 0,59456551 0,6070

2131 55250 89208 0,619339073

1457 6800 12390 0,548829701 0,8232

1457 6800 6195 1,097659403

1169 54400 33453 1,626162078 1,4746

1169 22950 17346 1,323071602

74

Tabela 2 – Densitometria da Proteína ADAM10 (continuação)

AMOSTRAS INTEGRATED DENSITY VALUES

ADAM10 β-ACTINA ADAM10/β-ACTINA (ADAM10/β-ACTINA)/2

2132 39100 211869 0,184547999 0,1528

2132 20400 168504 0,121065375

1198 26350 208152 0,126590184 0,1247

1198 20400 166026 0,122872321

2141 28050 83013 0,337898883 0,2629

2141 17000 90447 0,187955377

1216 23800 121422 0,196010608 0,2271

1216 32300 125139 0,258112978

1231 25500 47082 0,541608258 0,4921

1231 17000 38409 0,442604598

2121 24650 157353 0,156654147 0,1539

2121 22100 146202 0,151160723

1232 29750 94164 0,31593815 0,3393

1232 31450 86730 0,362619624

1154 34850 110271 0,316039575 0,3685

1154 22950 54516 0,420977328

1324 20400 43365 0,470425458 0,6589

1324 35700 42126 0,847457627

1202 24650 75579 0,326148798 0,2686

1202 17000 80535 0,211088347

1951 21250 104076 0,204177716 0,1793

1951 15300 99120 0,154358354

1329 17850 107793 0,165595169 0,1261

1329 11900 137529 0,086527205

1958 21250 117705 0,180536086 0,2065

1958 35700 153636 0,232367414

942 45050 65667 0,686037127 0,7024

942 37400 52038 0,718705561

1044 50150 7434 6,746031746 6,5582

1044 55250 8673 6,370344748

2312 40800 154875 0,263438257 0,2492

2312 31450 133812 0,235031238

2498 11050 70623 0,156464608 0,1482

2498 8500 60711 0,140007577

75

Tabela 2 – Densitometria da Proteína ADAM10 (conclusão)

AMOSTRAS INTEGRATED DENSITY VALUES

ADAM10 β-ACTINA ADAM10/β-ACTINA (ADAM10/β-ACTINA)/2

1021 30600 3717 8,232445521 6,4030

1021 34000 7434 4,573580845

1037 14450 116466 0,124070544 0,1478

1037 16150 94164 0,171509282

2535 51000 59472 0,857546408 0,7777

2535 50150 71862 0,697865353

1623 17000 55755 0,30490539 0,3811

1623 23800 52038 0,457358084

1856 16150 13629 1,184973219 1,0213

1856 12750 14868 0,857546408

1773 54400 59472 0,914716169 1,3149

1773 38250 22302 1,715092817

1903 27200 52038 0,522694954 0,5204

1903 31450 60711 0,518028034

2000 59500 60711 0,980053038 0,9279

2000 51000 58233 0,875792077

1989 41650 34692 1,200564972 0,9433

1989 22950 33453 0,686037127

2199 36550 148680 0,24582997 0,2828

2199 52700 164787 0,319806781

2069 30600 12390 2,469733656 3,0071

2069 26350 7434 3,544525155

1396 10200 56994 0,178966207 0,1103

1396 5100 122661 0,041578008

916 3400 -- -- --

916 4250 -- --

1896 8500 178416 0,047641467 0,0459

1896 7650 173460 0,044102387

76

Tabela 3 – Densitometria da Proteína PSEN1 (continua)

AMOSTRAS INTEGRATED DENSITY VALUES

PSEN1 β-ACTINA PSEN1/β-ACTINA (PSEN1/β-ACTINA)/2

1612 38628 65667 0,588240669 0,8418

1612 54288 49560 1,095399516

964 14616 23541 0,620874219 0,5211

964 11484 27258 0,421307506

1248 14616 48321 0,302477184 0,2917

1248 12528 44604 0,280871671

1708 20880 143724 0,14527845 0,2433

1708 49068 143724 0,341404358

984 39672 75579 0,524907712 1,1893

984 91872 49560 1,853753027

2606 63684 127617 0,499024425 0,4272

2606 36540 102837 0,355319583

2340 34452 128856 0,267368225 0,3753

2340 40716 84252 0,483264492

1063 40716 96642 0,421307506 0,4492

1063 49068 102837 0,477143441

1604 55332 81774 0,676645389 0,7933

1604 56376 61950 0,910024213

1415 34452 173460 0,198616396 0,2624

1415 50112 153636 0,326173553

1099 93960 138768 0,677101349 0,7356

1099 85608 107793 0,794188862

1864 79344 100359 0,79060174 0,7441

1864 80388 115227 0,697648989

2390 20880 87969 0,237356341 0,3229

2390 33408 81774 0,408540612

1899 31320 110271 0,284027532 0,3557

1899 36540 85491 0,427413412

1942 49068 127617 0,384494229 0,4078

1942 45936 106554 0,431105355

2397 38628 117705 0,328176373 0,4426

2397 40716 73101 0,556982805

77

Tabela 3 – Densitometria da Proteína PSEN1 (continuação)

AMOSTRAS INTEGRATED DENSITY VALUES

PSEN1 β-ACTINA PSEN1/β-ACTINA (PSEN1/β-ACTINA)/2

1944 45936 63189 0,726961971 0,8129

1944 50112 55755 0,898789346

1104 49068 45843 1,070348799 1,1671

1104 59508 47082 1,263922518

2148 54288 147441 0,368201518 0,3543

2148 41760 122661 0,34045051

1103 20880 97881 0,213320256 0,2347

1103 25056 97881 0,255984307

1995 56376 74340 0,758353511 0,6843

1995 43848 71862 0,610169492

2345 34452 86730 0,397232791 0,4636

2345 40716 76818 0,530032024

2086 53244 84252 0,631961259 0,5117

2086 48024 122661 0,391518086

2089 45936 92925 0,49433414 0,4712

2089 43848 97881 0,447972538

2027 55332 152397 0,363078013 0,5863

2027 51156 63189 0,809571286

1112 36540 48321 0,75619296 0,9718

1112 32364 27258 1,187321153

2118 52200 34692 1,504669664 1,6118

2118 53244 30975 1,718934625

2490 34452 151158 0,227920454 0,2648

2490 30276 100359 0,30167698

1125 24012 56994 0,421307506 0,4514

1125 16704 34692 0,481494293

2120 44892 113988 0,39383093 0,3982

2120 44892 111510 0,402582728

2501 32364 81774 0,395773718 0,3520

2501 15660 50799 0,308273785

2088 32364 84252 0,384133314 0,3341

2088 31320 110271 0,284027532

1131 18792 8673 2,166724317 2,0664

1131 21924 11151 1,966101695

78

Tabela 3 – Densitometria da Proteína PSEN1 (continuação)

AMOSTRAS INTEGRATED DENSITY VALUES

PSEN1 β-ACTINA PSEN1/β-ACTINA (PSEN1/β-ACTINA)/2

2515 30276 111510 0,271509282 0,2874

2515 28188 92925 0,303341404

2143 41760 68145 0,612810918 0,6711

2143 60552 83013 0,729427921

1152 77256 55755 1,385633575 1,1623

1152 40716 43365 0,938913871

2563 37584 89208 0,421307506 0,4730

2563 34452 65667 0,524647083

1819 40716 24780 1,643099274 1,4613

1819 42804 33453 1,2795265

2124 67860 61950 1,095399516 1,1177

2124 96048 84252 1,140008546

2592 26100 132573 0,196872666 0,2710

2592 35496 102837 0,345167595

1156 25056 21063 1,189574135 1,5523

1156 26100 13629 1,915034118

2125 34452 135051 0,255103628 0,2994

2125 32364 94164 0,343698229

2685 38628 80535 0,479642392 0,5620

2685 40716 63189 0,644352656

1162 33408 24780 1,348184019 1,6571

1162 43848 22302 1,966101695

2128 46980 106554 0,440903204 0,4832

2128 65772 125139 0,525591542

2718 28188 105315 0,26765418 0,2581

2718 24012 96642 0,248463401

1163 27144 75579 0,359147382 0,3386

1163 20880 65667 0,317967929

2131 41760 86730 0,481494293 0,3448

2131 20880 100359 0,208053089

1457 33408 9912 3,370460048 4,6344

1457 36540 6195 5,898305085

1169 48024 42126 1,140008546 0,9518

1169 30276 39648 0,763619855

79

Tabela 3 – Densitometria da Proteína PSEN1 (continuação)

AMOSTRAS INTEGRATED DENSITY VALUES

PSEN1 β-ACTINA PSEN1/β-ACTINA (PSEN1/β-ACTINA)/2

2132 36540 227976 0,160280029 0,1575

2132 30276 195762 0,154657186

1198 34452 126378 0,272610739 0,3550

1198 42804 97881 0,437306525

2141 36540 56994 0,641120118 0,6692

2141 50112 71862 0,697336562

1216 61596 143724 0,428571429 0,4307

1216 58464 135051 0,432903125

1231 33408 22302 1,497982244 1,3458

1231 17748 14868 1,1937046

2121 31320 101598 0,308273785 0,3570

2121 40716 100359 0,405703524

1232 25056 39648 0,631961259 0,6530

1232 29232 43365 0,67409201

1154 38628 69384 0,556727776 0,5592

1154 39672 70623 0,561743341

1324 54288 95403 0,569038709 0,5335

1324 40716 81774 0,497908871

1202 52200 113988 0,457942941 0,3694

1202 39672 141246 0,280871671

1951 20880 122661 0,170225255 0,1823

1951 21924 112749 0,194449618

1329 36540 125139 0,291995301 0,2785

1329 29232 110271 0,265092363

1958 39672 96642 0,410504749 0,3708

1958 34452 104076 0,331027326

942 12528 -- -- --

942 5220 -- --

1044 24012 43365 0,553718437 0,4396

1044 17748 54516 0,3255558

2312 15660 159831 0,09797849 0,1082

2312 17748 149919 0,118383927

2498 9396 91686 0,102480204 0,2044

2498 8352 27258 0,306405459

80

Tabela 3 – Densitometria da Proteína PSEN1 (conclusão)

AMOSTRAS INTEGRATED DENSITY VALUES

PSEN1 β-ACTINA PSEN1/β-ACTINA (PSEN1/β-ACTINA)/2

1021 10440 4956 2,10653753 1,8959

1021 6264 3717 1,685230024

1037 14616 99120 0,147457627 0,1332

1037 12528 105315 0,118957413

2535 22968 153636 0,149496212 0,1670

2535 24012 130095 0,184572812

1623 22968 75579 0,303893939 1,0414

1623 19836 11151 1,778853914

1856 9396 -- -- --

1856 7308 -- --

1773 30276 27258 1,110719789 0,8538

1773 35496 59472 0,5968523

1903 16704 14868 1,123486683 1,3575

1903 17748 11151 1,591606134

2000 21924 17346 1,263922518 1,2499

2000 22968 18585 1,235835351

1989 14616 52038 0,280871671 0,3764

1989 14616 30975 0,471864407

2199 25056 133812 0,18724778 0,1495

2199 15660 140007 0,11185155

2069 22968 7434 3,089588378 2,4401

2069 17748 9912 1,790556901

1396 46980 110271 0,426041298 0,3561

1396 18792 65667 0,286171136

916 6264 -- -- --

916 11484 -- --

1896 8352 112749 0,074076045 0,1439

1896 17748 83013 0,213797839

81

ANEXOS

ANEXO A – Parecer Consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisa