Upload
lamminh
View
212
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
1
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CAMPUS IV
COLEGIADO DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
NADDIENNE DIAS NERY
PRÁTICAS ESPORTIVAS ORIENTADAS PARA PESSOAS COM LESÃO MEDULAR: UMA INVESTIGAÇÃO BIBLIOGRÁFICA
JACOBINA 2016
2
NADDIENNE DIAS NERY
PRÁTICAS ESPORTIVAS ORIENTADAS PARA PESSOAS COM LESÃO MEDULAR: UMA INVESTIGAÇÃO BIBLIOGRÁFICA.
Trabalho de monografia apresentado a Universidade do Estado da Bahia, Campus IV – Jacobina, como requisito para aprovação na disciplina Trabalho de Conclusão de Curso II, do curso de Licenciatura em Educação Física. Orientador (a): Esp. Salomão Cleômenes Lima Costa. Co-orientador: Mario Isozaki Filho.
JACOBINA 2016
3
[Ficha Catalográfica]
É concedida à Universidade do Estado da Bahia, permissão para reproduzir cópias
desta Monografia, emprestar ou vender tais cópias, somente para propósitos
acadêmicos e científicos. A autora reserva outros direitos de publicação e nenhuma
parte deste trabalho pode ser reproduzido sem a prévia autorização, por escrito,
da referida autora.
.NERY, Naddienne Dias.
Práticas esportivas orientadas para pessoas com lesão
medular: Uma investigação bibliográfica.
Naddienne Dias Nery, Jacobina – BA: UNEB, 2016. 63f.
Monografia (graduação) - Universidade do Estado da Bahia. Curso de Licenciatura em Educação Física. Jacobina – BA – BR, 2016. Orientador: Esp. Salomão Cleômenes Lima Costa.
1. Paraplegia; 2. Esportes; 3. Lesão medular; 4. Educação Física.
4
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CAMPUS IV
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
NADDIENNE DIAS NERY
PRÁTICAS ESPORTIVAS ORIENTADAS PARA PESSOAS COM LESÃO
MEDULAR: UMA INVESTIGAÇÃO BIBLIOGRÁFICA. Monografia aprovada em: ____/____/____ para obtenção do título de Licenciado em Educação Física. Banca Examinadora:
________________________________________________________
Prof.° Especialista Salomão Cleômenes Lima Costa
(UNEB/DCH-4) Orientador
________________________________________________
Prof.º Me Osni Oliveira Júnior (UNEB/DCH-4)
____________________________________________
Prof.º Elmo Maturino (UNEB/DCH-4)
JACOBINA 2016
5
AGRADECIMENTOS
Inicialmente, agradeço a Deus, inspiração para superarmos os empecilhos encontrados.
Aos amigos em geral e todas as pessoas que, de alguma forma, contribuíram
substancialmente para a conclusão deste trabalho;
À minha família, em especial, Minha mãe Maria Madalena Dias Nery, pelo apoio
durante toda essa jornada;
Aos nossos colegas de Curso de Educação Física – Campus IV pelo incentivo, a troca
de conhecimentos, e companheirismo ao longo do curso.
A Salomão Cleomenes Lima Costa, pela orientação concedida durante a realização
deste trabalho. E, sobretudo, por sua atenção e paciência.
Aos professores do curso de Educação Física, pelos conhecimentos transmitidos, pelas
orientações concedidas durante todo curso.
Ao meu amigo Leandro Pereira da Silva e meu Co-orientador Mario Isozaki Filho, pela
gentileza e cordialidade ao ajudar no desenvolvimento desse trabalho.
6
DEDICATÓRIA
Dedico a realização desse trabalho, em especial, a minha mãe, também aos amigos e
colegas de turma, professores e aos meus coordenadores, pelo incentivo, motivação
prestada durante essa jornada, dedicação e sensibilidade sem a qual este não teria sido
possível.
7
“A adversidade desperta em nós capacidades
que, em circunstanvias favoráveis teriam ficado
adormecidas.”
Quinto Horácio Flaco
8
RESUMO
Este Estudo tem como propósito mapear as contribuições da Atividade Física Desportiva no que diz respeito a sua funcionalidade em pessoas com paraplegia por lesão medular. Nesse sentido, foi feito um levantamento bibliográfico em algumas fontes escritas e em artigos publicados em livros, manuais, periódicos científicos e bases de dados virtuais que tratam sobre a temática em questão e seus desdobramentos no tocante a estas atividades com sujeitos lesados. Aqui, também, faço referência ao ato de se reconhecer as possibilidades que as práticas desportivas orientadas no basquetebol em cadeira de rodas e a natação de forma adaptada, oferecem ás pessoas com paraplegia por lesão medular, assim como as implicações da perda do movimento para as mesmas. No entanto, foi através da analise dos beneficios destes esportes quando praticados por pessoas com LM, foi possivel constatar que a prática esportiva orientada tem contribuindo significativamente para restabelecimento de Autonomia, Autoestima, Diminuição de hospitalizações. Tudo isso, são indicativos que vem corroborar para o entendimento da validade dos exercícios tanto como prevenção de ocorrência de distúrbios decorrentes do sedentarismo das pessoas com a lesão medular como forma de possibilidade de se continuar no aqmbiente de esporte como sujeitos. Enfim, acredita-se que, a difusão do uso de Atividades Desportivas junto a estas pessoas, pode ser uma alternativa viável para complementação do Processo de Reabilitação do médico e do fisioterapeuta, promovendo adaptação funcional e social de forma mais prazerosa, bem como, possibilitar por meio da experiência da prática de atividade desportiva, o hábito de exercitar-se, no cotidiano, prática esta que pode acontecer de forma continuada, mesmo após a reabilitação.
Palavras-chave: Paraplegia; Esportes; Lesão Medular; Educação Física.
9
ABSTRACT
This study aims to map as contributions activity sports physical no respect your
functionality persons in Paraplegia spinal cord injury. Sense that was made hum
bibliographic survey in some written sources and articles published in books, manuals,
scientific journals and virtual data bases that deal with the issue in question and its
consequences with regard to these activities with injured subjects. Here, also, i
reference the act recognize themselves as possibilities que as sports practice oriented
non basketball wheelchair and adapted form of swimming, they offer people with
paraplegia for sci, as as implications of the movement loss for same . However, it was
across the analysis of the benefits of these when sports practiced by persons with lm, it
was found that the oriented sports practice has contributing significantly paragraph
restoration of autonomy, self-esteem, decrease hospitalizations. All that indicative what
are comes to corroborate understanding of the exercises validity as both disorders
occurred prevention resulting from a sedentary lifestyle of people with a spinal cord
injury as possibility if form not continue aqmbiente of subjects sport como. Anyway, it is
believed that, the sports activities using diffusion with these people can be a viable
alternative complementation paragraph of rehabilitation process doctor and
physiotherapist, promoting social and functional adaptation of more pleasurable way, as
well as, possible through experience of sports activity practice, the habit of working out,
not routine, this practice which can happen continuously, even after rehabilitation
Keywords: Paraplegia; Sports; Medullary Injury; Physical Education.
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – O paratleta Marcos praticando Handcycle.
Figura 02 – O paratleta Gustavo no triciclo.
Figura 03 – Jovane Guissone, campeão paraolímpico em Londres-2012 esgrima em
cadeira de rodas.
11
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01 – Principais causas de incidência de lesão medular.
Gráfico 02 – Tabela do protocolo ASIA.
12
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Pesquisas encontradas nos bancos de dados virtuais.
13
LISTA DE ABREVIATURAS
AE – Atividade Esportiva.
APDJ – Associação de Pessoas com Deficiência de Jacobina.
ASIA – American Spinal Injury Association.
CEFE – Centro de Educação Física e Esporte.
EF – Educação Física.
EUA – Estados Unidos da América.
IBGE – Instituto brasileiro de Geografia e estatística.
IFBA – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia.
ISCOS – The International Spinal Cord Societ.
LM – Lesão Medular.
MIF – Escala de Medida de Independência Funcional.
OMS – Organização Mundial da Saúde.
ONUBR – Organização das Nações Unidas no Brasil.
ONU – Organização das Nações Unidas.
UEL – Universidade Estadual de Londrina.
14
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................15
2. REFERENCIAL TEÓRICO CONCEITUAL ...................................................................................18
2.1. Conceito de lesão medular ...................................................................................................18
2.2. Conceito de pessoa com lesão medular ...........................................................................25
2.3. O esporte e suas possibilidades Terapêuticas ...............................................................29
3. METODOLOGIA/DISCUSSÃO .......................................................................................................41
3.1 METODOLOGIA ........................................................................................................................41
3.1 DISCUSSÃO ..............................................................................................................................42
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..........................................................................................................455
5. REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 477
15
1. INTRODUÇÃO
Parte-se do Princípio de que as Praticas de Atividades Desportivas tem papel
importante na reabilitação física, psicológica e social dos indivíduos com lesão medular,
uma que O exercício tem se mostrado eficiente no que diz respeito à melhoria da
funcionalidade do movimento.
Portanto, os estudos de Antonietti et al. (2013) apud (RANDALL, 2003) apontam
esses elementos e indicam que através da referida prática poderá ser possível
minimizar as limitações físicas e motoras ocorridas em consequência de uma lesão
medular.
Por outro lado, a Atividade física desportiva pode ser interpretada conforme
Silva, et al. (2012) como importante aliada para a conservação e manutenção do
equilíbrio biológico, psicológico e social, aspectos estes que permanentemente são
ameaçados pelas agressões da vida contemporânea.
Assim sendo, a prática de exercícios ultrapassa o campo de “cuidados” com a
saúde, também envolve questões de caráter psicológico e social, pode ser afirmado
através da fala de Noce et al. (2008, p.1) que diz “a prática regular de atividade física
promove uma série de benefícios que vão além da esfera física”.
Entende-se que, a relevância doa qualidade e do Viver bem é a busca diária de
todas as pessoas, e esta vida com qualidade, ultrapassa o sentido de apenas gozar de
boa saúde e/ou a ausência de doenças, pois os vários fatores podem intervir nesta
conquista, como elucidam Kluthcovsky, Takayanagui (2006, p.2), que “ultimamente tem-
se valorizado fatores como: satisfação, relacionamento, realização pessoal, [...]
oportunidades de lazer, entre outros, como felicidade, solidariedade, liberdade”.
Sabe-se que, a Educação Física trata do corpo e de seus movimentos, contudo,
sendo a lesão medular uma das causas da perda do movimento do corpo, ou parte
dele, é necessário que se estude este enfrentamento físico e psicológico, bem com
buscar conhecimentos sobre as implicações da perda do movimento em um corpo que
foi feito para mover-se. Após a lesao medular ocorre a falta ou dificuldade de
comunicação entre o cerebro e corpo, pois é através da medula espinhal que ele
manda informações ao corpo para que este realize funções importantes, Busto (2013).
16
Nesta perspectiva Apud (GIANINI; CHAMLIAN; ARAKAKI, 2006), no esporte e
na Educação Física busca-se detectar potencialidades e possibilidades para reabilitar
os lesados que se propões a participar dessas atividades em questão.
Na Concepção de paraplegia quando em decorrência da lesão, a
movimentação muscular de forma voluntária não existe na porção dos membros
superiores, de acordo com as ideias de Nitrini e Bacheschi (2003), mas o lesado
medular com paraplegia que pratica algum exercício físico tem a oportunidade de
promover, além de seu bem-estar físico, uma reintegração social no cotidiano de vida
em geral. Embora, a meta inicial proposta seja a de aumentar e melhoria da capacidade
funcional dos diversos sistemas do organismo, como o aumento da flexibilidade e da
mobilidade das articulações; melhorar a força e a resistência dos músculos, visando
determinados grupos musculares ou o condicionamento geral, não existe relatos
presentes nos textos lidos que venham comprovar na sua totalidade a assertiva.
Considerando a fala de Tolocka & De Marco (1996) seja de base
contemporânea no tocante ao exercitar se pela prática esportiva, isso nos leva a
entender o aumento de profissionais envolvidos com este público, ainda existem
poucos trabalhos que discutam com precisão tal abordagem.
Mesmo assim, a dificuldade encontrada no que diz respeito á Literatura tem
sido um motivo de resistência e de “desconhecimento” dos benefícios que a atividade
propicia ao sujeito e, acaba por ser um empecilho para o exercício profissional, além de
ocasionar um distanciamento do conhecimento pelos profissionais em formação.
Tendo em vista a necessidade de evidenciar a importância da prática regular de
atividade física a todo cidadão, os inúmeros benefícios que advém da mesma, e a
nescessidade da realização de pesquisas voltadas para este publico são ações
norteadoras a serem implementadas principalmente no Curso de Educação Física.
Tal condição se faz necessária para um estudo sobre esta prática e no
atendimento do público alvo/população com paraplegia por lesão medular para que
essas contribuições sejam executadas como princípios do Curso e, não fins
temporários, em virtude da pouca atenção a esta área nos cursos de Educação Física,
especialmente se tratando do esporte como ferramenta para auxiliar pessoas com lesão
17
medular.
É preciso tomar conhecimento do potencial que a prática de atividade
desportiva pode ter de proporcionar a estas pessoas enquanto possibilidade de vida
ativa, retomada da autoestima, bem como do autoconhecimento num processo de
reintegração e socialização dos sujeitos.
Percebeu-se que, a necessidade da realização do estudo aprofundado acerca
da temática, levando por conta o contato que tive com praticantes de atividades físicas
com deficiência durante estágios e pela constatação da carência de estudos que
envolvem tal temática, pois, os movimentos fazem parte da mesma, como forma de
expressão, de educar, além de ser uma característica do ser humano na reintegração
nos espaços e na vida.
Outro fato é a escassez de trabalhos científicos para ampliação de
conhecimentos e de pesquisas para melhoria de qualidade de vida de sujeitos lesados
na academia. Assim este trabalho teve como objetivo principal investigar as
contribuições da Educação Física para beneficio das pessoas com lesão medular
através do exercício desportivo orientado.
Para tanto esse trabalho, uma possível discriminação seja fator de resistência
em adentrar a pesquisa, pois possui como área temática a atividade esportiva, sendo
que a análise da atividade esportiva orientada para a pessoa com paraplegia,
decorrente de lesões na medula espinhal e ainda requerer uma atenção especial por
parte dos profissionais e pela realização pessoal e profissional.
Para o desenvolvimento deste trabalho foi feita uma revisão aprofundada, onde
contou com a análise de periódicos científicos (nacionais e internacionais) encontrados
no portal da CAPES, DATASUS, REDE Sarah, Scielo e LILACS, além de consultas em
livros e manuais técnicos, referentes à temática estudada.
Dialoguei para delimitar o objeto de estudo, e elenquei as sequintes categorias
de análise (principais conceitos): Paraplegia, Esportes, Lesão medular e Educação
Física. Assim, buscou-se a partir deste estudo, responder ao seguinte questionamento:
Como a Prática Esportiva pode contribuir para Reabilitação dos sujeitos com lesão
medular?
18
2. REFERENCIAL TEÓRICO CONCEITUAL
2.1. Conceito de lesão medular
No Brasil, tem-se percebido uma diminuição gradativa dos óbitos de vítimas
com lesão medular, o que nos leva a perceber a importância de se desenvolver técnicas
para reabilitação desta população, e exige dos profissionais de Educação Física a
cobrança por mais opções de intervenção para com eles.
Segundo informações do site da Biblioteca virtual em saúde no documento do
Ministério da saúde, DIRETRIZES DE ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR
de 2013 a incidência mundial de trauma raquiomedular por ano, é de 15 a 40 casos a
cada milhão de habitante, isso representa cerca de 6 ou 8 mil casos por ano, destes,
80% são homens e 60% tem entre 10 e 30 anos. Nos EUA, a incidência é de
aproximadamente 12 mil novos casos no mesmo período. A Organização das Nações
Unidas (ONU) confirma que 10% da população mundial vivem com algum tipo de
deficiência, são cerca de 650 milhões de pessoas.
Embora os autores Nascimento e Silva (2007) apud Mudo (2003), afirmam que
não existem números estatísticos de pessoas com deficiência no Brasil, os mesmos
apontam conforme Collucci (2003) que aproximadamente 7.000 pessoas ficam
paraplégicas ou tetraplégicas por ano no Brasil, sendo 32% destas lesões são
causadas por arma de fogo e 19% por acidentes de carro.
Sendo este numero de pessoas com deficiência no Brasil considerável, trata-se
de uma população que merece atenção especial e um estudo mais aprofundado sobre
seus enfrentamentos diários. Além de ser uma grande quantidade de pessoas
acometidas pela lesão medular, estas são em geral muito jovens, dados do referido
documento do Ministério da saúde de 2013 apontam que no Brasil a incidência do
trauma é de 40 casos novos por ano por milhão de habitantes, isso representa cerca de
6 ou 8 mil casos por ano, destes 80% são homens e 60% tem entre 10 e 30 anos.
Conforme reportagem do site EBC, uma pesquisa realizada pelo site do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada em agosto de 2015, afirma que
19
cerca de 6,2 % da população brasileira tem algum tipo de deficiência, dentre estes,
1,3% corresponde a pessoas com deficiência física. Quase a metade do total destas
pessoas possui um grau intenso ou muito intenso de limitações, no entanto somente
uma parcela de 18,4% frequenta algum tipo de serviço de reabilitação.
Conforme dados da Rede Sarah de hospitais, o maior número de pessoas com
internação foi causado por acidentes de trânsito (cerca de 48% dos casos); seguido por
agressões físicas, armas de fogo ou arma branca (24,8 %) e com um número reduzido,
aparecem como causas de internações por lesões, as quedas (15,2%), os acidentes
com mergulho em águas rasas (4,7%) , impactos por objetos pesados (1,7%) e os 4,8%
restantes, por outras causas (tumores, más formação, entre outros). De acordo com o
gráfico a seguir:
O número de pessoas com deficiência é grande, e este crescimento é
proveniente de fatores como maior número de sobreviventes pós-trauma na medula
Gráfico 01: Principais causas de incidência de lesão medular.
Fonte: Rede Sarah de hospitais de reabilitação. Estudos epistemologicos
(http://www.sarah.br/programas-educacionais/estudos-epidemiologicos/
20
espinhal, assim como o surgimento de tratamentos e possibilidades de reabilitação do
lesado medular.
Com relação aos direitos da pessoa com deficiência, de acordo com o site
ONUBR (Organização Nações Unidas no Brasil), na matéria a ONU (Organização das
nações Unidas) e as pessoas com deficiência, a ONU aponta que a Convenção das
Nações Unidas pelo direito da pessoa com deficiência, é um importante instrumento
dos direitos humanos, pois nela é reafirmado que todas as pessoas com deficiência
devem usufruir dos direitos humanos e de liberdades fundamentais comuns a todo ser.
Além de identificar adaptações que devem ser feitas para que seja permitida á pessoa
com deficiência, a prática efetiva de seus direitos, e assim, proteger e identificar
possíveis violações destes.
O decreto 3.298, de 20 de dezembro de 1999, considera a pessoa com
deficiência quando ela sofre a perda ou anormalidade de uma estrutura ou função
psicológica, fisiológica ou anatômica, que gere incapacidade para o desempenho de
atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano; afirma ainda que,
existem definições de incapacidade (uma redução efetiva e acentuada da capacidade
de integração social, com necessidade de equipamentos, adaptações, meios ou
recursos especiais) e deficiência permanente (aquela que ocorreu ou se estabilizou
durante um período de tempo suficiente para não permitir recuperação).
Gorgatti e Böhme (2008) esclarecem que a principal função da medula espinhal
é prover um centro de ações reflexas e atuar como um canal por onde os impulsos
transitam indo e vindo do cérebro. Conforme os autores, a lesão medular consiste na
interrupção do funcionamento total ou parcial do sistema nervoso e sensorial da medula
espinhal, o que pode levar a alterações funcionais de partes do corpo, perda de
sensibilidade e da resposta a estímulos nervosos da seção corporal abaixo da lesão.
Ela é uma agressão à medula espinhal que se for uma lesão alta em nível de
primeira vertebra é mais agressiva e pode levar a óbito; caso a lesão seja de segunda
ou terceira vertebra cervical, além da perda de funções motoras pode resultar também
na perda parcial ou total das funções sensitivas, comprometendo o funcionamento do
sistema urinário intestinal, respiratório, sexual e reprodutivo.
De acordo com Nitrini e Bacheschi (2003) o reflexo anal depende da contração
21
do esfíncter anal externo e estes reflexos dependem dos segmentos S2 e S4, assim a
lesão também afeta tanto o sistema urinário quanto o intestinal.
Outros estudiosos também explicam que as terminações dos axônios ou fibras
nervosas, se conectam a motoneurônios localizados na medula espinhal e estes
inervam os músculos. Com a morte dos neurônios da medula espinhal após uma lesão,
segundo Gorgatti & Böhme (2008), há falta de comunicação entre os axônios que se
originam no cérebro e se comunicam com o corpo através de impulsos, esta medula
não se regenera após ter sofrido uma lesão, pois as funções motoras sensitivas podem
estar comprometidas, no caso de lesão incompleta, algumas funções motoras e
sensitivas podem ser preservadas.
Em seus estudos, Silva et al. (2012) caracteriza que as lesões medulares são
lesões que provocam alterações na motricidade e sensibilidade superficial, assim como,
distúrbios neurovegetativos a baixo do nível da lesão. Pode ser considerada lesão
completa, quando há ausência de função motora e sensitiva nas inervações pelos
segmentos sacrais da medula, e incompleta quando são preservadas as funções
motoras e/ou sensitivas no corpo no segmento abaixo da lesão.
Afirmam que a perda de função será mais ou menos limitante dependendo do
nível do acometimento e tipo da lesão medular Gorgatti e Böhme (2008) na afirmativa
que quando ocorre a secção da medula, onde não existe nenhuma função sensitiva ou
motora abaixo do nível da lesão, resultando em perdas totais da contração muscular
voluntária trata-se de uma lesão medular completa. A lesão incompleta pode ser parcial,
existindo a função residual de motricidade e sensibilidade, tendo a possibilidade de
retorno progressivo da função muscular.
A lesão incompleta segundo a tabela ASIA (American Spinal Injury Association)
é classificada com variação de ASIA (B) a (D), onde (D) representa a lesão com menor
sequela, já a lesão completa na tabela ASIA pela letra (A).
Seguindo método da tabela ASIA, extraídos da Tabela de classificação
neurológica da lesão medular, foi descrito uma sequências de definições da extensão
das lesões medulares:
22
Gráfico 02: Tabela do protocolo ASIA.
ESCALA DE DEFICIÊNCIA ASIA NÍVEL: _______________
A – Completa Não há função motora ou sensitiva preservada nos segmentos sacros S4-S5; B – Incompleta Há função sensitiva, porém não motora, preservada abaixo do nível neurológico estendendo-se até os segmentos sacros S4-S5; C – Incompleta Há função motora preservada abaixo do nível neurológico e a maioria dos músculos chaves abaixo do nível neurológico tem um grau muscular inferior a 3; D – Incompleta Há função motora preservada abaixo do nível neurológico e pelo menos a metade dos músculos chaves abaixo do nível neurológico tem um grau muscular maior ou igual a 3; E – Normal As funções sensitivas e motoras são normais.
Fonte: Protocolo de unidade de emergência
Na mesma fonte é possível ter acesso à medida de independência funcional
seguinte:
Fonte: Protocolo de unidade de emergência
Uma das escalas usadas para medir este grau de funcionalidade mostrada por
Silva et al. (2012, p.931) é a Escala de Medida de Independência Funcional (MIF), ela
avalia o desempenho da pessoa em aspectos como: “alimentação, higiene pessoal,
vestir-se, controle da urina e das fezes, transferências para leito/cadeira/cadeira de
rodas/vaso sanitário/banheira ou chuveiro, locomoção, locomoção em escadas,
23
compreensão, expressão, interação social, resolução de problemas, e memória”.
Segundo Casalis (2003), existem algumas síndromes medulares, tais como:
Síndrome centro medular: Onde os membros superiores são mais afetados que os
membros inferiores; Síndrome Brown-Séquard: Apenas um lado da medula é
seccionado, resultando em perda motora e proprioceptiva homolateral à lesão e perda
da sensibilidade térmica e dolorosa contralateral à lesão; Síndrome medular anterior:
Ocorre com a perda motora, e sensibilidade térmica dolorosa, estando preservada a
propriocepção; Síndrome medular transversa: Lesão acima do cone medular com perda
motora (paralisia espástica) e sensitiva completa (anestesia superficial e profunda);
Síndrome do cone medular: Lesão da medula sacral e das raízes lombares, com perda
motora (paralisia flácida) e sensitiva dos dermátomos lombossacros correspondentes; e
por fim, a Síndrome da cauda equina: Lesão de raízes lombossacras abaixo do cone
medular, com perda motora (paralisia flácida) e sensitiva correspondente às raízes
lesionadas.
Para caracterizar a lesão medular de acordo com o nível da mesma, utilizam-se
os seguintes termos: tetraplegias e paraplegias (Silva et al. 2012) . As lesões
acometidas acima da primeira vertebra toráxica (T1) correspondem à tetraplegia e são
lesões mais condicionantes; a paraplegia também pode ser parcial ou completa. A
mesma pode ser classifica como, lesão abaixo da primeira vértebra torácica,
ocasionando além do dano à coluna torácica, lombar e raízes sacrais; a paralisia de
membros inferiores, tronco, órgãos pélvicos.
Gorgatti e Böhme (2008) continuam que as lesões abaixo da primeira vértebra
torácica são denominadas para, paraplegias as completas e paraparesias para
incompletas, estas levam restrições dos membros inferiores e possivelmente partes do
tronco.
Sobre a Paraplegia dois autores ainda citam:
Paraplegia refere-se à perda da função motora e/ou sensitiva nos segmentos torácico, lombar ou sacral da medula espinhal. No entanto, a função dos membros superiores é preservada, mas o tronco, os membros inferiores e os órgãos pélvicos podem ficar comprometidos. (Nascimento e Silva, 2007 p.43).
24
Entende-se que a Paraplegia oferece maior mobilidade em relação à
Tetraplegia, pois preserva movimentos dos membros do tronco, permitindo assim
realização de atividades em cadeira de rodas e nado com mais facilidade.
Segundo Gorgatti e Böhme (2008) o primeiro nível de paraplegia, diz respeito a
T1 (Primeira vertebra toráxica), onde todos os músculos dos membros superiores
apresentam-se funcional no que diz respeito ao tronco e força de preensão manual
normal, nesse nível de lesão. Na T6 (sexta vertebra toráxica), é preservada toda a
mobilidade e sensibilidade da parte superior do tronco, fornecendo maior estabilidade e
resistência respiratória. As lesões ocorridas na T12 (décima segunda vertebra toráxica)
possibilitam o funcionamento parcial dos músculos abdominais e dos músculos da parte
inferior das costas. Já na L4 (quarta vertebra lombar) conseguem caminhar
independentemente, com o auxilio de bengalas ou muletas, pois apresentam o
quadríceps e o iliopsoas funcionais, além da musculatura lombar.
Em se tratando de capacidade cardiovascular a pessoa com paraplegia possui
uma capacidade maior em relação à pessoa com tetraplegia. Nascimento e Silva (2007)
apud Cardoso e colaboradores (2003) fizeram esta comparação entre indivíduos tetra e
paraplégicos nadadores, nesta pesquisa foram observados um indicativo de melhora da
endurance, do lactato de repouso e frequência cardíaca de repouso no paraplégico,
estes não foram observados em pessoas com tetraplegia devido a sua função simpática
estar comprometida.
A partir dos resultados da pesquisa foi possível concluir que a pratica da
natação pode influenciar de forma positiva na capacidade cardiorrespiratória de
indivíduos com lesão medular paraplegia, então, o nível da lesão é uma determinante
para evolução dos resultados obtidos, fisiologicamente falando, durante o exercício
físico.
Estes indicativos remetem a importância de um programa de reabilitação
voltado a esta população que, segundo Silva et al. (2012), são na sua maioria trabalhos
de reabilitação muitas vezes caros e incômodos, que podem não alcançar a melhoria
total e adaptação a sua nova condição.
Neste caso, o esporte seria um método mais acessível e prazeroso no processo
de reabilitação, podendo posteriormente, fazer parte da rotina do reabilitado, criando o
25
hábito da prática de exercício, Silva et al. (2005) registra que a prática esportiva atua
como complemento do trabalho médico e fisioterapêutico, contribuindo no processo de
continuidade da busca por reabilitação social, saúde física e mental.
O tipo de lesão escolhida como foco principal do estudo foi a paraplegia, por se
tratar de uma lesão que permite uma atuação mais diversa em relação à tetraplegia, em
virtude de gerar um comprometimento menor de musculaturas e movimentos.
2.2. Conceito de pessoa com lesão medular
No documento internacional sobre As Regras gerais sobre a igualdade de
oportunidades para as pessoas com deficiência, encontra-se um texto a respeito da
deficiência, tratando sobre as condições de vida destas pessoas, no que se trata de
circunstâncias como, abandono, isolamento e fatores que causam isolamento destas ao
longo da história causado pela sociedade e que acaba por atrasar o desenvolvimento
da mesma.
No estudo de EL-Khatib (1996), foi ressaltado que a associação do termo
deficiente, remete a imagem de um ser limitado, às vezes incapaz de realizar atividades
sozinhas, nescessitado de proteção. Na sociedade, esta pessoa foi vista durante muito
tempo como alguém incapaz de trabalhar e ser produtivo ou participativo.
Conviver sem a sensibilidade/mobilidade de parte do corpo, baixa
consideravelmente a autoestima do ser humano, adequar-se a viver com essa ausência
é uma tarefa que envolve questões psicológicas muito fortes. Martins & Barsaglini
(2010) acentuam que, diante de uma deficiência adquirida recentemente, a consciência
de vir a ser uma pessoa com deficiência, traz consigo a possibilidade de
estigmatização, conflito e sofrimento.
O estigma faz parte do sofrimento de se ter uma deficiência, isto se tornou um
tipo especial de sofrimento para quem se encontra na situação de deficiente físico.
Na visão de Martins & Barsaglini (2010) apud Goffman, (1988) a questão do
estigma para a pessoa com deficiência, consiste em marcas corporais, que informam
26
sobre o status moral. Desse modo, o estigma deteriora a identidade da pessoa com
deficiência, diferenciando-o de forma depreciativa, isso, pode gerar um comportamento
de defesa ou isolamento social deste indivíduo.
Com tudo, segundo os referidos autores, este estigma sofrido pela pessoa com
deficiência tende a deixar visíveis nestes equanto seres, pois a condição de sua
deficiência encontra-se exposta, e suas consequências podem ser desastrosas, visto
que, seus sinais encontram-se corporificados na aparência e funcionalidade,
denunciando assim suas diferenças.
As distintas posições e concepções frente ao estigma são influenciadas por
valores sociais, pela visão de mundo e, sobretudo, pela trajetória pessoal, não havendo
homogeneidade na sua vivência. É prudente, então, antes de análises reducionistas e
generalizantes, levar em conta a trajetória, das reais circunstâncias e a localização
particular e concreta de cada pessoa dentro do seu grupo e contexto imediato e mais
amplo.
O corpo é suscetível a mudanças de humor ao poder da mente, logo, a
condição de vergonha, sentimento de piedade e não aceitação de uma mudança pode
condicionar o indivíduo a um isolamento, a privação, oque pode gerar até mesmo
doenças emocionais.
Martins e Barsaglini (2010) apud Pereira (2006) apontam que a categoria de
sentimentos citados anteriormente surge da ideia de que a deficiência é uma condição
que inviabiliza a vida do ser humano, tornando-o triste, limitado, lento, improdutivo,
incapaz de cuidar de si mesmo, se tornando um ser carente.
Neste sentido, a visibilidade do sentimento de incapacidade de acordo com
Martins & Barsaglini (2010), comporta uma faceta deficiência física e pode ser
exacerbada, pois considera o viés que as marcas estão do estigma sofrido por estas
pessoas, quando as tornam “incapazes”, despertando o sentimento da condição de
isolamento e estigma denunciada na aparência do indivíduo. Apontam ainda, que o
corpo é passivo ás influências socioculturais, portanto, é impossível restringi-lo a um
único aspecto de análise.
Os autores apontam para a análise do aspecto da identidade, integrante da
experiência da deficiência física, que o seu caráter socialmente construído é legitimado
27
pela diversidade de significados que podem assumir dentro de um mesmo grupo social,
onde extrapola a dimensão física, e se apoia em padrões culturais de referência, postos
em interação na vida cotidiana.
Neste contexto, a partir de parâmetros compartilhados, o sentir-se deficiente
pode ou não coincidir com o fato de ser reconhecido como tal, gerando impressões na
vivência dessa condição, ora sendo oportuna, ora inconveniente tal correspondência.
Posto que, quando uma deficiência física pode levar a uma incapacidade e/ou
desvantagem social decorre, sobretudo, de fatores históricos, culturais, políticos e
sociais.
A pessoa que passa a ter uma deficiência pode em um momento de fragilidade,
sentir-se “defeituoso”, dificultando assim uma vida com qualidade. Segundo Martins e
Barsaglini (2010, p.4) “a experiência da deficiência física, o reconhecer como deficiente
físico transita pela possibilidade ou não de realizar suas atividades diárias”.
Para estes autores reconhecer-se deficiente, leva-se em conta a capacidade
de desenvolver seus papéis sociais, desempenho individual e suas expectativas
individuais em relação ao grupo social em que se está inserido. Há na deficiência, um
estado de ser e sentir-se deficiente que envolve os conceitos da sociedade sobre ele,
seu próprio conceito e os significados que esta condição tem para ambos, o que acaba
por incidir na condição do indivíduo com deficiência.
Os autores Martins & Barsaglini (2010) apud Canesqui (2007), enfatizam que o
trauma de tornar-se uma pessoa com deficiência, pode induzir o sujeito a negar seu
estado físico. Essa negação repercute na qualidade de vida do indivíduo, a não
aceitação priva a pessoa com deficiência física da percepção de outros fatores,
adaptações e possibilidades de continuar a viver de maneira prazeirosa na sociedade.
Conforme afirmação de Silva et al. (2012) a lesão medular deve ser levada e
tratada como um problema de saude pública, uma vez que acarreta tantas mudanças
físicas e psicológicas, mas também por ser um acometimento cada vez mais comum às
pessoas jovens, que estão em sua fase ativa, o que desencadeia uma serie de conflitos
para o indivíduo lesado, assim como sua família e a sociedade.
28
Medola et al. (2010) apud Nash et al. (2005) investigaram que é comum uma
pessoa que sofre lesão medular tornar-se sedentário, e reafirma a prevalência de casos
deste tipo de lesão em sua maioria presenta a população jovem e ativa.
Os estudos de Gorgatti & Böhme (2008), identificaram que após sofrer uma
lesão medular e se tornar limitado no aspecto motor, é comum que o indivíduo se torne
inseguro em relação a si próprio, e comece a achar seu corpo feio e deformado. Eles
também afirmam que além de ganhos físicos, a prática da atividade esportiva por
pessoas com deficiência física pode influenciar positivamente na forma como o
indivíduo percebe a si mesmo e na aceitação de seu corpo.
Segundo Medola et al. (2010), a lesão medular pode levar a alterações
funcionais, sensitivas e emocionais; estas alterações podem comprometer o
desempenho do indivíduo durante um exercício, pois, a paralisia musculoesquelética
resultado da lesão leva a atrofia muscular.
Problemas respiratórios e cardiovasculares correspondem à doença com maior
incidência e causadoras de fatalidades nos indivíduos com lesão medular como
apontam Rodrigues e Rocha (2008). A maioria dos indivíduos lesados encontra-se
sedentários, com alto índice lipídico, colocando-se em risco de desenvolver doenças
cardiovasculares.
Em virtude deste sedentarismo Medola et al. (2010) apud (KOCINA, 1997)
frisam que a população com lesão medular tem um índice de mortalidade por doenças
cardiovasculares, de 228%, sendo índice o mais alto do que a população em geral.
Tolocka e De Marco (1996) Hoffman (1986), publicou que a pela falta de participação
em exercícios físicos o indivíduo com lesão medular desenvolve uma limitação da sua
independência, assim como a perda de músculos funcionais e do controle simpático ,
debilitando-o em decorrência da deficiência física.
Bauan & Spungen (2001) concluíram com seus estudos, que com a inatividade
da pessoa com lesão medular é um fator favorável a desenvolver hiperinsulinemia
(aumento excessivo de insulina no sangue), fator que pode ser minimizado com
atividade física, mesmo que por períodos curtos. Os autores enfatizam ainda, que o
sedentarismo, onde muitas vezes a pessoa com lesão medular se encaixa, pode
desenvolver riscos de doenças inúmeras que vão desde o desenvolvimento de diabetes
29
ao envelhecimento precoce.
Enfim, aprender com as pessoas com lesão medular sobre a experiência desta
condição, pode contribuir para a construção de formas alternativas do cuidar em saúde,
que sejam coerentes com a diversidade sociocultural e contextual desse segmento
social.
2.3. O esporte e suas possibilidades Terapêuticas
A prática de atividades esportivas é tema discutido na atualidade, muito se ouve
a respeito de sua importância para saúde, mas, além da saúde física, a prática de
atividades é de suma importância também para a saúde mental, uma vez que, além dos
benefícios de autonomia, desperta bem estar emocional e físico.
A pessoa que passa por traumas como de uma perda, por exemplo, no caso da
lesão medular perda de movimentos, sente-se obrigada a reduzir/parar suas atividades,
se vê perturbado por um sentimento de inutilidade, sentimento que pode leva-las a se
perceberem como incapazes. Através das respostas do corpo, a prática de exercícios
físicos, pode fazer com que estes indivíduos se sintam mais ativos.
Um indivíduo ativo tem percepções de prazer relativo a exercícios, no caso de
pessoas com deficiência pode-se agregar pontos como este, positivos a sua
reabilitação. Teireixa & Pedrinelli (2008) falam sobre a contribuição e a importânia da
prática de exercísios físicos para reabilitação desta população. Segundo os autores,
essa reabilitação não diz respeito apenas às adaptações físicas, na atividade
circulatória e na função muscular remanescente, mas também os benefícios
psicossociais advindos de tal prática.
Chama-me atenção o que pontua Vital et al. (2002) quando afirma que a lesão
medular geralmente levava as pessoas a invalidez ou morte, mas após a Segunda
Guerra Mundial, quando houve um grande número de pessoas com deficiência e lesão
medular grave e com aumento da sobrevida destas pessoas, o mundo voltou sua
atenção para o desenvolvimento de reabilitação para esta população sobrevivente.
Melo e López (2002) apud Guttman, et al. (1999) completam que foi nesta
30
época que os jogos em cadeiras de rodas ficaram conhecidos, devido ao grande
número de soldados com deficiência permanente, pelo respeito que estes tinham frente
à população os governos se voltaram para as pessoas com deficiência, preocupando-se
com melhores condições de vida.
Nascimento e Silva (2007) apud Salvador e Tarnhovi (2004) citam em
decorrência da inatividade após a lesão medular o individuo perde massa muscular e
capacidade aeróbica, aumento o risco de doenças cardíacas, a participação em
programas de atividades físicas desportivas promove um ganho de massa musculas,
coordenação e resistência a esta publico, assim como proporciona ganhos psicológicos,
melhora humor positivos, proporcionando maior independência.
A pessoa que sofre uma lesão medular conforme Silva et al. (2012), apresenta
um déficit motor, cognitivo e sensitivo, passando a ter dificuldades na execução de
tarefas do cotidiano, e assim precisam vencer o obstáculo de reaprender a executar
tarefas que antes eram feitas diariamente e impensadas.
A lesão medular constitui um desafio à reabilitação, Annoni & Menezes (2008)
completam que assim, o exercicio físico pode contribuir para tal procedimento de
maneira mais rápida. Os autores afirmam ainda que o treinamento físico pode promover
uma reabilitação em um sentido amplo da palavra, uma vez que promova aumento
força muscular, coordenação, equilíbrio e assim, facilitando a realização das atividades
diárias e facilitando a inclusão social destas pessoas.
Desse modo, chama-se atenção para o aprendizado de novos métodos para
reabilitação de indivíduos, do estudo e busca de novos métodos para despertar
habilidades e capacitar a pessoa com deficiência a própria independência, frente a sua
condição e frente aos novos desafios que advém.
Medola et al. (2011), concorda que a atividade esportiva adaptada atua como
complemento do processo de reabilitação das pessoas que sofreram paraplegia por
lesão na medula espinhal, e a participação em desportos representa novos desafios.
Acentuam Martins & Rabelo (2008) em seu, que a pratica esportiva é uma
estratégia eficaz para a promoção, manutenção ou melhora na vida de pessoas com
deficiência física. Dizem também, que participar de um programa de exercício físico
regular, controla o estresse e reduz a tendência depressiva.
31
Os autores, Heath & Fentem (2000) destacam evidências apontadas por
diversos estudos, nas quais o exercício físico regular está associado ao aumento no
status funcional e a qualidade de vida de pessoas com deficiência. Salientam ainda,
que a prática de atividade regular previne doenças, promove a saúde e mantém a
independência funcional.
Para aqueles estudiosos, a prática esportiva em situação de hospitalização, por
sua vez, complementa o trabalho médico e fisioterapêutico, reduz o tempo de
hospitalização, aumenta a independência e a capacidade de iniciativa, contribui para a
educação e a adoção de condutas comportamentais que asseguram a continuidade do
processo dedicado à saúde física, mental e de bem-estar social.
Vital et al. (2002) destaca o papel do esporte como terapia, afirmando ser
importante sua incorporação à rotina do paciente precedido de exames médicos.
Enfatiza ainda, que a avaliação clínica dos atletas paralímpicos deve ser usada para
garantir segurança, assim como, educar o atleta a adquirir um estilo de vida ativo,
ajudando-o assim a prevenir doenças e lesões.
A prática desportiva como meio de reabilitação teve o pioneiro considerado o
pai do esporte paralímpico, segundo informações do site ISCOS (The International
Spinal Cord Societ), o Dr. Guttmann que introduziu o esporte e o exercício como
atividades imperativas para os pacientes com lesão medular, foi ele o percursor deste
tipo de reabilitação.
Assim como o site Morashá, que também traz uma reportagem de 2012 com a
biografia de Sir Ludwig Guttmann, o medico neurologista que apostava no esporte como
reabilitação de seus pacientes paraplégicos e tetraplégicos vitima de lesão medular no
pós 2ª Guerra mundial.
Através de seu método inovador ele mudou a maneira como a sociedade e
como as pessoas com lesão medular se viam, desenvolvendo através do esporte suas
potencialidades, redescobrindo através da pratica desportiva o prazer de viver.
De acordo com os dados do referido site, Guttmann implantou o tratamento
revolucionário para paraplégicos e tetraplégicos em virtude de lesões medulares
através do esporte, destacando os aspectos recreativos da prática desde a fase inicial
de hospitalização até a saída do paciente e readaptação a sua nova condição.
32
Dai começou-se a dar maior importância ao esporte e aos exercícios físicos,
como ferramenta para reabilitação de lesados medulares. Silva et al. (2005) afirma que
o esporte é fundamental para a reabilitação física do lesado medular, o esporte é capaz
de ampliar as alternativas para a reabilitação, sendo alternativa para a independência
funcional. O autor lista benefícios do treinamento para esta população, dentre eles,
ganho de capacidade aeróbica, redução de hospitalizações, auxílio no enfrentamento
da doença e aumento da expectativa de vida.
Este acima afirma que o esporte para tetraplégicos e paraplégicos tem objetivo
de promover saúde e educação para a vida em sociedade e ocupação do tempo livre
em sua nova situação. Aumentando a autoestima, bem como a tolerância à frustração,
além de qualidades físicas, como: força, resistência e velocidade.
Para Medola et al. (2010) a atividade esportiva representa um incentivo à
pessoa com deficiência física que sofreu lesão medular, pois representa, além de
continuidade de sua reabilitação, um novo desafio. Assim, seria uma saída para a
inatividade após a lesão e também a reabilitação pelo veículo do exercício físico
orientado.
Em contrapartida, na pesquisa realizada por Zamunér que reuniu lesados
medulares crônicos com nível de lesão entre a 6ª e a 12ª vértebra torácica, com idade
entre 34,2 ± 9,23 anos, praticantes de basquete sobre cadeiras de rodas, realizando
atividade três vezes por semana, o referido autor esclarece que os efeitos adaptativos,
aumento de capacidade vital e força muscular respiratória não foram observados nas
pessoas com lesão medular, segundo a amostra que foi estudada, em indivíduos ativos.
Encontra-se no site Brasil 2016 jogos Olímpicos, na matéria Esgrima em
cadeira de rodas que em Londres no ano de 2012, o Brasil pela primeira vez ganhou
medalha de ouro na modalidade esgrima, através do atleta paralimpico Jovane
Guissone. Guissone ficou paraplégico após sofrer lesão medular decorrente a acidente
com arma de fogo em 2004, e em 2008 começou a praticar esgrima.
No referido site encontra-se a figura 04, trata-se do paratleta Jovane Guissone
que foi o campeão paralímpico em Londres-2012:
33
Na matéria “Os melhores do Brasil são de Belo Horizante de 2015”, publicada
pelo site da prefeitura municipal de Belo Horizonte – Minas Gerais, foi divulgado que a
partipação do Brasil nos jogos Parapan-americanos, no mesmo ano, resultou em 257
medalhas no total, destas 109 foram de ouro, ficando em primeiro lugar no geral. Com o
sucesso da delegação brasileira naqueles jogos Parapan-americanos, o esporte
paralímpico ganhou mais visibilidade no Brasil, com isso cresce também o interesse de
Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Foto Bruno de Lima/CPB
34
pessoas com lesão medular pela prática esportiva.
A referida matéria teve também como exemplo a historia dos paratletas Marcos
e Gustavo, que sofreram uma lesão medular. Marcos é fisioterapeuta e lesionou a
medula em um acidente durante um voo de asa delta em Belo Horizonte, Minas Gerais.
Marcos ficou tetraplégico e recentemente recuperou alguns movimentos do tronco e
dos braços, ele é vice-campeão brasileiro de esgrima paraolímpica 2015, e já foi
Campeão do mesmo esporte por três vezes.
Em depoimento, o atleta fala do grande benefício que o esporte traz à vida e
saúde, mas pontua o cuidado que se deve ter no esporte de rendimento, pois exige
mais esforços e riscos de uma lesão, o que pode atrapalhar no uso da cadeira de rodas,
por exemplo. O vice-campeão brasileiro já praticou rugky, esgrima e hoje handcycle.
Abaixo, na figura 02 o atleta Marcos praticando Handcycle:
Ainda sobre a matéria, o atual paratleta Gustavo, sempre foi atleta, desde antes
da lesão, foi nadador e sempre participou de campeonatos; sofreu a lesão medular
Marcos paratleta. Fonte: Portal BH- Os melhores do Brasil são de Belo-Horizonte, 2015.
35
fazendo downhil em 2002, hoje é medalhista de triciclo. O paratleta aponta dificuldades
de acessibilidade para realização dos treinos, que a competição esportiva além de
ajudar lidar com as frustrações, desenvolver persistência, disciplina e é fator
determinante para prosseguir na luta após a lesão medular.
Na figura 03 abaixo segue a paratleta Gustavo no triciclo:
Vital et al. (2002) enfatiza que para uma pessoa com deficiência se tornar um
paratleta é preciso que haja incentivo, treinamento, sacrifícios, oportunidades, e acima
de tudo é preciso que a pessoa com deficiência estenda a prática esportiva para além
de sua reabilitação.
Para dialogar com tal pensamento, o autor Medola et al. (2010) considera que o
sucesso na vida, de um modo geral, e no esporte paraolímpico, hoje já é considerado
de alto nível, requer da pessoa com deficiência (paratleta) um somatório de motivação,
trabalho, treinamento, sacrifício, incentivo e oportunidades.
Durante o projeto de Medola et al. (2011) intitulado “O esporte na saúde e
qualidade de vida do indivíduo com lesão medular” desenvolvido realizado em 2007, no
Centro de Educação Física e Esporte (CEFE) que promove iniciação esportiva de
Gustavo, paratleta. Fonte: Portal BH- Os melhores do Brasil são de belo-horizonte 2015
36
pessoas com paraplegia e tetraplegia por lesão medular da Universidade Estadual de
Londrina (UEL).
Através de modalidades esportivas adaptadas em cadeira de rodas incluindo
basquetebol, indivíduos paraplégicos por lesão medular praticaram o basquetebol
adaptado pelo período de um ano em cadeira de rodas apropriadas teve como
resultado além de qualidade de vida, melhora na funcionalidade de forma significativa.
Uma das possibilidades de reabilitação da pessoa com lesão medular muita
usada é a natação, Silva et al. (2005) ressalta que o meio aquático promove uma
adaptação melhor do individuo a pratica de atividade, pois a água diminui a ação da
gravidade no trabalho muscular, o que possibilita que o exercício seja contínuo tanto
nos tratos respiratórios como circulatórias e musculares, evitando inclusive, estímulos
musculares involuntários.
Segundo Silva et al. (2005), a natação possibilita que a pessoa com deficiência
se desloque de forma independente na água, respeitando suas limitações, passando
assim, uma sensação de domínio do elemento água. A vivência aquática é prazerosa,
além de proporcionar um relaxamento, a atividade em meio liquido da sensação de
mais segurança ao lesado, pois não há ação da gravidade e o individuo com lesão
medular pode se locomover em meio aquático sem ajuda da cadeira de rodas.
Por haver maior relaxamento na água e por esta possibilitar estimulação
sensitiva, apud Bates e Hanson (1996) asseguram que o esporte natação torna-se o de
mais fácil adaptação para a pessoa com lesão medular, além de esta atividade
beneficiar também o controle postural por desenvolver movimentos que o promovem.
Ainda sobre a importância da atividade aquática, Melo e López (2002) afirma
que a mesma no meio líquido, favorece o desenvolvimento global e é indicado para
pessoas com deficiência física, pois além de promover uma movimentação de forma
independente, o que favorece a autoestima.
Desse modo, Silva et al. (2005) segundo Skinner & Thomson (1985) sugerem
as seguintes vantagens da atividade aquática: o alívio do peso corporal, favorecendo o
treino de marcha em indivíduos com dificuldade de locomoção; o reforço muscular em
função da maior densidade da água, o relaxamento muscular, bem como a ativação da
circulação sanguínea, em decorrência do efeito da turbulência.
37
São vantagens da natação para pessoas com paraplegia:
A experimentação de novas opções lúdico-motoras na água sem meios auxiliares; liberação e auto realização da necessidade de movimentação; relaxamento; a redução de dependência física e psíquica; a reinserção social; a transição entre ser “doente” e “sadio”, “inapto” e “apto” e “paciente” e “aluno”; a permanência temporária fora da cadeira de rodas e prevenção de escaras; estímulo à força de vontade, autoimagem, autoconfiança e auto segurança. (Silva et al. 2005, apud Souza 1994, p.252).
Melo e López (2002) apud Albright (1995), aponta a importância de identificar
elementos que deem segurança ao lesionado medular a participarem das atividades
aquáticas, que auxiliem na flutuação e mudança de decúbito, pois, segundo a autora,
muitos lesionados medulares que nadavam antes do acometimento, temem o retorno
às atividades no meio líquido devido à presença de alterações corporais após a lesão.
Rodrigues & Rocha (2008) também afirmam a dificuldade para a prática de
esporte por conta de dificuldade de locomoção, e de a maioria das adaptações dos
clubes, academias e centros esportivos não possuírem adaptações necessárias para
receber este publico. O estudo afirma que atividade esportiva tem papel importante na
regulação dos níveis de HDLC e prevenção de doenças a incentivo a criação de
politicas publicas que viabilizem o acesso destas pessoas as atividades físicas.
Apesar dos benefícios advindos das atividades esportivas, sua prática ainda é
restrita, pois existem fatores que influenciam esta adesão, por exemplo, a
disponibilidade de dispositivos de auxílio e equipamentos adaptados, ambiente físico ou
barreiras arquitetônicas, transporte adequado, a prescrição por parte dos profissionais
de saúde, gravidade da lesão, envelhecimento e questões psicológicas, afirma o
estudioso Souza, et al. (2008).
Annoni & Menezes (2008) apud Tasienski et al. (2000) conduziram um estudo
onde afirmam que embora o exercício físico seja ferramenta especial para qualidade de
vida da pessoa com deficiência física, a realidade atual é outra, muitos não têm acesso
a cadeira de rodas, e para que estas pessoas consigam ter acesso a esta prática,
necessitam que sejam feitas adaptações, acessibilidade, dentre outros mecanismos.
38
Analisando o limiar ventilatório de atletas em exercícios de propulsão de cadeira
de rodas, utilizando a mesma cadeira para sua pratica esportiva, em sua pesquisa
Tolocka e De Marco (1996) apud (COUTTS & McKENZIE, 1995) obtiveram resultados
em análise comparativa entre paraplégicos, tetraplégicos e amputados, observaram que
os atletas paraplégicos e amputados obtiveram um consumo maior de O2 em relação
aos tetraplégicos.
Através de estudo sobre a contribuição do exercicio fisico sobre o
desenvelvimento da pessoa com lesão medular, Costa (2013), em resposta a
questionário aplicado aos praticantes de basquetebol em cadeira de rodas com
regularidade semanal, identificou que a parceria do profissional de Educação Física
com o fisioterpeuta, demanda conhecimentos prévios a respeito das especialidades do
cuidado com a pessoa com lesão medular.
No referido questionário, a maioria dos entrevistados concordam que a prática
do basquetebol melhorou sua capacidade funcional, a grande maioria diminui as idas ao
médico após a prática regular do basquetebol. Dentre as percepções de melhorias
estão uma maior disposição para a vida, na alimentação, vida sexual, relacionamento
com a família, melhor sono, relacionamento com amigos e dipoição para o trabalho.
Analisando o limiar ventilatório de atletas em exercícios de propulsão de cadeira
de rodas utilizando a mesma cadeira para sua pratica esportiva obtiveram resultados
em análise comparativa entre paraplégicos, tetraplégicos e amputados, Tolocka e De
Marco (1996) apud (COUTTS & McKENZIE, 1995) observaram que os atletas
paraplégicos e amputados obtiveram um consumo maior de O2 em relação aos
tetraplégicos.
Ozmen et al. (2014) aponta que o basquete de cadeira de rodas é um esporte
paraolímpico que vem ganhando popularidade e adesão de pessoas com deficiência de
vários segmentos. O basquete de cadeira de rodas de competição é um esporte de alta
intensidade exige força muscular para realização de manobras na cadeira de rodas,
para tanto estes atletas podem o treino de força como ferramenta para aumento de
desempenho e prevenção de lesões.
O autor Souza et al. (2008) certifica que uma solução encontrada para a
participação de pessoas com lesão medular no basquetebol em cadeira de rodas foi a
39
utilização de cadeira de rodas adaptadas, estas apontadas como facilitadoras da prática
de AE, seriam estes equipamentos que permitiriam melhor postura, minimizaria a fadiga
e aumentaria a eficácia do exercícios, porém, tal equipamento possui um alto custo e
encontra-se em difícil manutenção e transporte.
Além dos equipamentos, fator idade e o despreparo dos profissionais
envolvidos, também foram apontados como fatores de declínio de participações em
atividades físicas, o autor sugere que sejam identificadas tais barreiras para que sejam
formuladas estratégias para enfrentá-las.
No documento do Ministério da saúde, DIRETRIZES DE ATENÇAO À PESSOA
COM LESÃO MEDULAR de 2013, ressalta que é papel do profissional o cuidado com
lesado medular desde o atendimento até sua reintegração social de forma continuada,
toda a equipe que atende e acompanha a pessoa com lesão medular deve estar
envolvida neste processo de reintegração após a lesão raquimedular. Seron et al.
(2013) em sua pesquisa, realizada na cidade de Londrina/PR, encontram um
profissional que é apontado como facilitador para a prática de atividade esportiva, onde
as principais barreiras são limitações físicas e ausência de programas específicos pra
esta população.
Por estes motivos, há uma adesão tão baixa à prática de exercícios, onde a
maioria das pessoas com deficiência não conseguem integrar ao exercício físico regular
em seu dia-a-dia, o que apresenta um agravante para o impedimento de um estilo de
vida ativo.
A realização da avaliação funcional do individuo é de suma importância para
que o profissional tenha conhecimento do nível de independência do lesado e para que
se organize a atender as suas exigências, permitindo o acompanhamento e evolução
do paraplégico por lesão medular de modo eficiente (Silva et al 2012).
O nível de lesão determina o tipo de treino, os equipamentos para este treino
devem ser adaptados para indivíduos com paraplegia, segundo Magalhães (2005), pois
estes possuem mais opções de treino para membros superiores, isto por conta da
condição, podendo usar formas variadas de exercícios, inclusive participação em
esportes em cadeira de rodas como o basquetebol.
Conclui-se que a Prática Esportiva pode servir de importante apoio à
40
reabilitação funcional e social de individuo, trazendo benefícios tanto como forma
recreativa quanto aos trabalhos de ressocialização do sujeito lesado na sociedade.
Espera-se que, O profissional de áreas específicas tenham na sua formação
inicial e na sua profissionalidade elementos e ferramentas para se tornar uma um
Profissional Habilitado para a pessoa com paraplegia por lesão medular, no caso
paratleta. E ou para fazer reviver a vontade do sujeito em gozar da vida de forma digna
respeitando as suas limitações.
Enfim, o esporte pode ser adaptado a limitações da pessoa com lesão medular,
vencendo barreiras de acessibilidade e respeitando a individualidade funcional de cada
um para que novas práticas de esportes desde que devidamente orientadas e
acompanhadas por profissional qualificado venham devolver ao lesado medular
incentivo a viver, buscar sobrepor barreiras físicas e psicológicas e ser “tratado” de
forma igualitária.
41
3. METODOLOGIA/DISCUSSÃO
3.1 METODOLOGIA
As informaçoes para base teorica foram coletadas em bases de dados (CAPES,
DATASUS, REDE Sarah, Scielo e LILACS); assim como manualmente valendo-se de
livros, artigos, dissertações e teses de estudiosos, para obtenção de informações. Uma
revisao planejada para responder a uma pergunta clara, ultilizando-se, estratégias de
inclusão e exclusao de dados, atráves do qual se identifica, seleciona e avaliam-se os
estudos incluidos na revisão.
A consulta para discussao da literatura foi feita por meio de palavras chaves:
Lesão Medular, Educação Física, Esporte e Paraplegia. Após a leitura do título, foram
definidos aqueles que abordavam o tema e em seguida, foram lidos os resumos dos
artigos previamente selecionados e aqueles que não estavam nos criterios de exclusao
foram descartados.
No trabalho foram realizadas buscas e levantamentos de dados até maio de
2016, entre os critérios para inclusão, além de aproximação com o tema, foram
selecionados trabalhos com idioma portugues e inglês, relacionados à reabilitação da
pessoa com lesão medular, sobre indivíduos adultos, relatos de caso, estudos de
revisão, trabalhos bases de dados nacionais e internacionais, artigos, teses e
dissertações.
No decorrer foram feitas através da combinação de termos (Lesao ,Medular/
Paraplegia, Esporte/Paraplegia, Lesão Medular /Esporte e Lesão Medular). Além dos
estudos na área de Educação Física e Esportes selecionou-se estudos de
Enfermagem, Psicologia, Medicina (Psiquiatria, Neurologia), Terapia Ocupacional,
Reabilitação, Fisioterapia. Foram excluídos trabalhos da área de Veterinária, Nutrição,
medicamentos, deficiências que não físicas (Ex.: deficiência mental) ou que não foram
causadas por lesão medular, artigos que fugiam ao tema, artigos sobre esportes que
não basquete e natação.
42
3.1 DISCUSSÃO
Nas pesquisas realizadas nos bancos de dados virtuais foram encontrados 49
artigos que preencheram os critérios de inclusão, porém, apenas dez se encaixaram no
trabalho de revisão.
No site Scielo foram encontrados 211 artigos, dissertações e teses com
características a serem consideradas, no Portal CAPES foram 390 e na LILACS
achamos 542. Como mostra os dados na tabela abaixo:
Tabela 01- Pesquisas encontradas nos bancos de dados virtuais
Banco de dados/
Palavras chave
CAPES SCIELO LILACS Selecionado(s) Utilizado(s)
LM X Esporte 5 3 2 4 3
Lesao medular 329 190 467 21 2
Esporte x Paraplegia 8 3 2 16 2
Paraplegia x LM 48 15 71 8 3
TOTAL: 390 211 542 49 10
Fonte: Levantamento Bibliográfico. Elaborado: Naddienne Dias Nery, 2016.
A sociedade condiciona o lesado medular a um isolamento por meio de
sentimento de piedade, falta de oportunidades, dificultando o acesso da pessoa com
deficiência em locais públicos, ou até mesmo fazendo uso de nomenclaturas
pejorativas, como bem afirma o estudiodso EL-Khatib (1996), a ultilização do termo
deficiente, nos remete a ideia de dependência, de coitados, de incapazes, dentre outros
sinôminos.
Conforme Martins & Barsaglini (2010), a pessoa se reconhece um deficiente
quando não conseguem ter uma autonomia funcional, então, a deficiência física
adquirida, representa para o lesado medular uma crise de identidade no momento em
que, além de tornar-se de alguma forma dependente de outra pessoa, as diferenças de
43
identidade se representam no corpo, causando um estigma denunciado pela aparência
do corpo, ou ainda pela funcionalidade do mesmo.
Surge, conforme afirmam os autores Martins e Barsaglini (2010) apud Pereira
(2006), ao passar da situação de indivíduo fisicamente ativo, para pessoa com
deficiência inúmeros enfrentamentos, tais como: isolamento social, depressão,
sensação de inutilidade, sedentarismo e suas consequências advindas da falta de
mover-se, da ideia de que a deficiência é uma condição que inutiliza, ou mesmo
inviabiliza a vida ativa. A partir de relatos de Martins e Barsaglini (2010, p.6)
“percebemos que as pessoas podem sentir-se deficientes, se conhecem como
deficientes quando dependem de outras pessoas [...]”.
Uma alternativa para melhoria do bem estar físico e emocional do lesado
medular, pode estar atrelada ao modo como ele percebe a si mesmo, podendo ser
alcançada através de respostas do corpo com a prática de AE. Martins & Rabelo (2008),
asseguram que participar de um programa de exercício físico regular, controla o
estresse e reduz a tendência depressiva destas pessoas. Nestas atividades, estes
indivíduos passarão a perceberem-se como ativos, logo, terão sensações de prazer, o
que é importante para a reabilitação da lesao medular.
Conforme os autores Teireixa & Pedrinelli (2008) a reabilitação de pessoas com
LM, não diz apenas respeito às adaptações físicas, na atividade circulatória e na função
muscular remanescente, mas também nos benefícios psicossociais advindos de tal
prática. A prática de esportes é também indicado a pessoas com LM, inclusive em
situação de hospitalização, a prática desportiva, conforme destacam Heath & Fentem
(2000), por sua vez, complementa o trabalho médico e fisioterapêutico, reduzindo o
tempo de hospitalização.
O esporte na rotina do lesado medular é uma iniciativa que contribui para, além
de aumentar a independência do indivíduo, educa-lo de forma a conduzir a pessoa com
LM, fazendo com que o indivíduo adote uma vida de dedicação à saúde física, mental e
bem-estar social, de boa conduta comportamental. A implementação do esporte na fase
de hospitalização, assegura uma conduta de continuidade das atividades no processo
após a hospitalização.
44
Pelo estudo de Bauman & Spungen (1994) entende-se que a vida sedentária
que a maioria das pessoas com LM levam, aumentam os riscos de desenvolver
diabetes mellitus e envelhecimento precoce. Assim, Freitas (2000) ressalta que o
esporte para paraplégicos objetiva promover a saúde, educar o indivíduo para a vida
em sociedade, promovendo assim, um contato com a mesma, oferecer vivências
prazerosas, aumentar a tolerância à frustração, torna-los mais independentes, melhorar
a função organofuncional aprimorando a qualidade de vida de o lesado medular.
A natação é um importante veículo para a reabilitação de pessoas com LM por
meio do esporte, pois, segundo Souza et al. (2008) além da adaptação com a água e a
possibilidade de trabalhar sem a ação da gravidade, as atividades físicas aquáticas
oferecem um exercício contínuo de funções respiratórias, circulatórias e musculares.
Ainda os estudiosos Bates & Hanson (1996) atribuem tais vantagens ao fato da água
promover um maior relaxamento, estimulação sensitiva de temperatura, tato e pressão,
além disso, a natação promove um novo controle postural.
Em se tratando ainda dos benefícios das atividades aquáticas, Melo e López
(2002) afirma que a atividade física no meio líquido, além de promover uma
movimentação de forma independente, o que favorece a autoestima, promove uma
movimentação independente. Melo e López (2002) apud Albright (1995), aponta que a
importância de identificar elementos que deem segurança ao lesionado medular ao
participar a natação, pois muitos lesionados temem a realização da atividade aquática
devido às alterações corporais após a lesão.
Mesmo com benefícios comprovados sobre a atividade física para a pessoa
com lesão medular, a sua prática ainda é restrita, conforme Souza et al. (2008) a
situação envolve fatores que podem inviabiliza-la, como: Falta de auxílio e
equipamentos adaptados, barreiras arquitetônicas, acessibilidade, questão psicológicas,
e até mesmo, capacitação e motivação dos profissionais. A solução encontrada, muitas
vezes não é viável, pois requer material de alto custo, difícil manutenção e transporte.
Já os autores Seron et al. (2013), apontam que em sua pesquisa, que o profissional é
tido como facilitador das atividades, porém faltam projetos, e ainda existem limitações
físicas que impedem que a população com deficiência acesse as atividades.
45
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nas informações obtidas através de uma análise crítica de estudos,
envolvendo a temática: Práticas esportivas orientadas para pessoas com lesão
medular: Uma investigação bibliográfica, percebe-se que embora seja desafiador viver
com a limitação física e sensorial que a lesão medular traz, é possível através da
adesão a um programa de prática esportiva, desenvolver no indivíduo, capacidades que
produzem inúmeros benefícios, desde o convívio social, questão de saúde, diminuição
de gordura e todas as vantagens que advém dela, ou até mesmo melhoria de
autoestima.
A pessoa com LM pode ter uma vida ativa, podendo praticar esporte, tais como,
natação e basquete, isso desde que aconteça de forma segura, com acompanhamento
de um profissional treinado e material específico adaptado.
Uma vez que tal movimento é o meio pelo qual o ser humano se comunica se
expressa, interage. De forma que é conceituado como expressão da vida.
Contudo, o movimento desperta para a nescessidade de estudiosos de EF, para
o aprofundamento na temática e da intervenção direcionada à orientação em práticas
esportivas dos profissionais de Educação Física para com esta população,
nescessitando de mais estudos para que se torne uma discussão conclusiva, melhor
fundamentada, visto que, a EF trata do movimento e da funcionalidade do corpo, e
assim, tem um papel de responsabilidade por, no caso da lesão medular, buscar
alternativas para a retomada deste movimento e desta funcionalidade do corpo lesado.
Entretanto, a pessoa com lesão medular ainda encontra barreiras para
realização das AF, muitas vezes por falta de material adequado, projetos específicos, a
acessibilidade, além de muitos dos profissionais encontrarem-se desmotivados e/ou
desatualizados, inábeis para lidar com o público de pessoas com deficiência (LM).
A prática esportiva pode ser incentivo para a pessoa com deficiência física
influenciando o desenvolvimento da atividade motora, afetiva, da motivação para
tornarem-se participativos em sua comunidade através da intervenção adequada de um
profissional de Educação Física. Possibilita o resgate da força para continuarem
lutando, e assim, retomarem o sentido à vida, que muitas vezes fora perdido ou mesmo
46
esquecido, após o sofrimento da perda de alguma funcionalidade do corpo, bem como,
despertarem o desejo e possibilidade terem novamente uma vida ativa.
Nas ocorrências relativas ao material de base para a pesquisa, observou-se
que, a Educação Física é um veículo para qualidade de vida, bem estar físico e
emocional e que pertence a ela também o estudo do corpo, do movimento, do agir, do
mover-se.
Por fim, deve-se oportunizar a vivência de atividades desportivas a pessoa que
sofreu lesão medular e encontra-se em sua maioria desmotivado, sedentário, sentindo
inutilizado e inerte e todas as iniciativas devem ser consideradas de caráter social e
educativo para reintegrar esses sujeitos.
47
5. REFERÊNCIAS
ANNONI, J. S. G.; MENEZES, M. da G. F. Capacidade Funcional de Indivíduos com Lesão Medular que Praticam Atividade Física. 2008. 27f. Artigo Científico (Graduação). Centro Universitário de Brasília – UniCeub.. Disponível em: <http://repositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/4446/3/Capacidade%20Funcional%20de%20Individuos%20com%20Lesao%20Medular%20que%20Pra.pdf >. Acesso em: 20 de abr. 2016. ANTONIETTI, A. P. et al. (Orgs.). Esporte, reabilitação e Educação Física inclusiva na qualidade de vida de pessoas com deficiência. [livro eletronico] Londrina: Eduel, 2013. Disponivel em: <http://www.seduc.ro.gov.br/educacaofisica/images/LIVROS/ESPORTE_REABILITACAO_INCLUSIVA_NA_QUALIDADE_DE_VIDA.pdf>. Acesso em: 07 de out. 2015. BAUMAN, W. A.; SPUNGEN A. M. Disorders of carbohydrate and lipid metabolism in veterans with paraplegia or quadriplegia: a model of premature aging. Metabolism Clinical and Experimental, v.43, n.6 p.749-56, jun. 1994. Disponível em: <http://www.metabolismjournal.com/article/0026-0495%2894%2990126-0/abstract>. Acesso em: 22 de fev. 2016. BATES, A.; HANSON, N. Aquatic exercise therapy. Philadelphia: WB Saunders Company, 1996. Brasil 2016 jogos olímpicos. Esgrima em cadeira de rodas. Disponível em: <http://www.brasil2016.gov.br/pt-br/paraolimpiadas/modalidades/esgrima-em-cadeira-de-rodas>. Acesso em: 20 de mar. 2016. BUSTO, R. M. et al. (Orgs.). Esporte, reabilitação e Educação Física inclusiva na qualidade de vida de pessoas com deficiência. [livro eletronico], Londrina: Eduel, 2013. Disponivel em: <http://www.seduc.ro.gov.br/educacaofisica/images/LIVROS/ESPORTE_REABILITACAO_INCLUSIVA_NA_QUALIDADE_DE_VIDA.pdf>. Acesso em: 07 de out. 2015. CASALIS, M.E. P. Lesão Medular. In: TEIXEIRA, E. et al. Terapia Ocupacional na reabilitação física. São Paulo: Roca; 2003. Cap. 4, p. 41-61. COSTA, G. R. Basquetebol em cadeira de rodas e a lesão medular. Revista Episteme Transversalis, v.4, n.2, 2013. Disponível em: <http://www.ugb.edu.br/revista-episteme-transversalis/edicao_4/Guilherme-ArtigoBasquetebolCadeiradeRodas.pdf>. Acesso em: 28 de mar. 2016. DECRETO Nº 3.298, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1999. Brasil, 1999. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm>. Acesso em:
48
15 de fev. 2015. EBC. Empresa Brasil de Comunicação. IBGE: 6,2 % da população tem algum tipo de deficiência. 2015. Disponivel em: <http//www.ebc.com.br/noyicias/2015/08/ibge-62-da-populacao-tem-algum-tipo-de-deficiencia>. Acesso em: 04 de fev. 2016. EL-KHATIB, U. Discutindo a deficiência: onde começam as dificuldades? Cadernos de Terapia Ocupacional. UFSCar, v.5, n.1, 1996. Disponível em: <http://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/290>. Acesso em: 05 set. 2016. Figura 04: Equipe londrinense disputa torneio de basquete em cadeira de rodas. Planeta Sercomtel. 2008. Disponível em: <http://www.planetasercomtel.com.br/esportes/12601/equipe-londrinense-disputa-torneio-de-basquete-em-cadeira-de-rodas.html>. Acesso em: 20 de abr. 2016. FREITAS, P. S. Cidade RE. Desporto e deficiência. In: FREITAS, P. S. editor. Educação física e esporte para deficientes: coletânea. UFU Uberlândia, 2000. GORGATTI, M. G.; COSTA, R. F. Atividade Física Adaptada: Qualidade de vida para pessoas com necessidades especiais. 2. ed. Barueri: Manole, 2008 HEATH, G. W.; FENTEM, P. H. Physical activity among persons with disabilities: a public health perspective. Exercise and Sport Sciences Reviews, v.25, p.195-234, jan. 1997. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/14006550_Physical_Activity_among_Persons_with_Disabilities_-_A_Public_Health_Perspective.>. Acesso em: 25 set. 2015. ISCOS. The International Spinal Cord Society. Sir Ludwig Guttmann Lecture. Disponível em: <http://www.iscos.org.uk//sir-ludwig-guttmann-lecture>. Acesso em: 15 de mai. 2016. KLUTHCOVSKY, A. C. G. C.; TAKAYANAGUI, A. M. M. Qualidade de vida – Aspectos conceituais. Revista Salus Guarapuava-PR, v.1, n.1, jan./jun. 2007. Disponível em: <http://www.observatorionacionaldoidoso.fiocruz.br/biblioteca/_artigos/12.pdf>. Acesso em: 05 de dez. 2013. MAGALHAES, I. M. B. Influencia da Atividade Física na Sexualidade de Indivíduos com Lesão Vértebro-Medular. 2005. 187p. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto. Disponível em: <https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/14117/2/4345.pdf>. Acesso em: 20 de out. 2015. MARTINS, J. A.; BARSAGLINI, R. A. Aspectos da identidade na experiência da deficiência física: um olhar socioantropológico. Revista Interface Comunicação Saúde Educação, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/icse/2010nahead/aop4110.pdf>. Acesso em: 28 de set. 2014.
49
MARTINS, D. L.; RABELO, R. J. Influência da atividade física adaptada na qualidade de vida de deficientes físicos. Revista Movimentum, Ipatinga: Unileste-MG, v.3, n.2, ago./dez. 2008. Disponível em: <http://www.unilestemg.br/movimentum/Artigos_V3N2_em_pdf/movimentum_v3_n2_martins_debora_rabelo_ricardo_2007.pdf>. Acesso em: 28 de nov. 2014. ONUBR. Organização das Nações Unidas no Brasil. A ONU e as pessoas com deficiência. Disponível em:<http://nacoesunidas.org/acao/pessoas-com-deficiencia/>. Acesso em: 15 de abr. 2015. Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Os melhores do Brasil são de Belo Horizonte. 2015. Disponível em: <http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/noticia.do?evento=portlet&pAc=not&idConteudo=213376&pIdPlc=&app=salanoticias>. Acesso em: 23 de mar. 2016. MEDOLA, F. O. et al. A lesão medular e o esporte adaptado em cadeira de rodas. 2010. EfDeportes, Revista Digital, Buenos Aires, Año 15, n.143, abr. 2010. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd143/o-esporte-adaptado-em-cadeira-de-rodas.htm>. Acesso em: 27 de mar. 2016. ___________. O Esporte na Qualidade de Vida de Indivíduos com Lesão da Medula Espinhal: Série de Casos. 2011. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v.17, n.4, jul./ago. 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-86922011000400008>. Acesso em: 20 de mar. 2016. MELO, A. C. R.; LÓPEZ, R. F. A. O esporte adaptado. EfDeportes, Revista Digital, Buenos Aires, Año 8, n.51, ago. 2002. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd51/esporte.htm>. Acesso em: 20 de out. 2015. ____________. Descrição da aptidão inicial para natação em lesionados medulares. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v.15, n.6, nov./dez. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbme/v15n6/a08v15n6.pdf>. Acesso em: 15 de out. 2015. MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. DIRETRIZES DE ATENÇAO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR. 1. ed. 2013 Brasília-DF. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_pessoa_lesao_medular.pdf>. Acesso em: 22 de fev. 2016. NASCIMENTO, L. G. do; SILVA, S. M. L. da. Benefícios da atividade física sobre o sistema cardiorrespiratório, como também, na qualidade de vida de portadores de lesão medular: uma revisão. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo, v.1, n.3, p.42-50, mai./jun. 2007. ISSN 19819900. Disponível em: <https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:uAV9fYOi68oJ:https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/4923551.pdf+&cd=3&hl=pt-
50
BR&ct=clnk&gl=br&client=firefox-b-ab>. Acesso em: 20 de out. 2015. NITRINI, R.; BACHESCHI, L. A. A Neurologia que todo médico deve saber. 2. ed. São Paulo: ATHENEU, 2003. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAg0GoAE/a-neurologia-que-todo-medico-deve-saber-nitrini-2-ed>. Acesso em: 15 de mai. 2016. NOCE, F.; SIMIM, M. A. de M.; MELLO; M. T. de. A Percepção de Qualidade de Vida de Pessoas Portadoras de Deficiência Física pode ser Influenciada Pela Pratica de Atividade Física? Belo Horizonte MG, Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v.15, n.3, mai./jun. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbme/v15n3/a02v15n3.pdf>. Acesso em: 10 de out. 2014. Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Os melhores são de Belo Horizonte (reportagem) 2015. Disponível em: <http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/noticia.do?evento=portlet&pAc=not&idConteudo=213376&pIdPlc=&app=salanoticias>. Acesso em: 20 de abr. 2016. OZMEN, T.; YUKTASIR, B.; YILDIRIM, N. U.; YALCIN, B.; WILLEMS, M. E. T. Explosive strength trai ning improves speed and agility in wheelchair basketba ll athletes. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v.20, n.2, mar./abr. 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-86922014000200097>. Acesso em: 18 de abr. 2016. Padronização da Classificação Neurológica da Lesão Medular. Disponível em: <http://www.saudedireta.com.br/docsupload/1335008438protocolos_unidade_emergencia_parte_007.pdf>. Acesso em: 20 de mar. 2016. Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação. Estudos epidemiológicos. Disponível em: <http://www.sarah.br/programas-educacionais/estudos-epidemiologicos/>. Acesso: 02 de abr. 2016. DHNET. Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos. Regras Gerais sobre a Igualdade de Oportunidades para as Pessoas com Deficiência. Disponível em: <http://www.dhnet.org.br/direitos/sos/def/regrasgeraisonu.html>. Acesso em: 04 de abr. 2015. RODRIGUES, F. B.; ROCHA, V. M. da. O impacto do basquetebol em cadeira de rodas no nível de colesterol-HDL de mulheres com lesão medular. 2008. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, v.10, n.1, p.85-91, 2008; Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/rbcdh/article/view/4128/3484>. Acesso em: 24 de mar. 2016. SERON, B. B.; ARRUDA, G. A. de; GREGUOL, M. Facilitadores e barreiras percebidas para a prática de atividade física por pessoas com deficiência motora. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v.37, n.3, p.214-221, 2015. Disponível em: <http://www.researchgate.net/publication/277785341_Facilitadores_e_barreiras_percebi
51
das_para_a_prtica_de_atividade_fsica_por_pessoas_com_deficincia_motora>. Acesso em: 15 de out. 2015. SILVA, E. C. A. da; SILVA, G. B. F. da; SILVA, T. B. F. da S. Atividade física e capacidade funcional: Relação necessária para um envelhecimento saudável. Revista Corpo, Movimento E Saúde, 2012. ISSN 2238300X. Disponível em: <http://revistas.unijorge.edu.br/corpomovimentosaude/pdf/artigo2012_1_artigo35_54.pdf>. Acesso em: 13 de dez. 2015. SILVA, G. A. da et al. Epidemiologia da paraplegia traumática em um Centro de Reabilitação em Fortaleza, Ceará, Brasil. EfDeportes, Revista Digital, Buenos Aires, Año 17, n.171, ago. 2012. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd171/epidemiologia-da-paraplegia-traumatica.htm>. Acesso em: 16 de jan. 2016. _______________. Avaliação funcional de pessoas com lesão medular: Utilização da escala de independência funcional – MIF. Revista Texto & Contexto Enfermagem, Florianópolis, v.21, n.4, out./dez. 2012. Disponível em: <http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:wOL1dEpdljgJ:www.scielo.br/scielo.php%3Fscript%3Dsci_arttext%26pid%3DS0104-07072012000400025+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br&client=firefox-b>. Acesso em: 04 de mai. 2016. SILVA, M. C. R. da et al. Efeitos da natação sobre a independência funcional de pacientes com lesão medular. 2005. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v.11, n.4, jul./ago. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbme/v11n4/26869.pdf>. Acesso em: 15 de mar. 2016. Sir Ludwig Guttmann, o pai da Paraolimpíada. Revista Morashá, ed.78, dez. 2012. Disponível em: <http://www.morasha.com.br/biografias/sir-ludwig-guttmann-o-pai-da-paraolimpiada.html>. Acesso em: 15 de mai. 2016. SOUZA, A. C.; VILELA, P. H.; SILVA, C. O.; BARBOSA, V. A participação de indivíduos com lesão medular em atividades físicas e esportivas, uma revisão de literatura sobre barreiras e facilitadores. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v.16, n.4, p.1-16, jan./mar. 2008. Disponível em: <http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=727501&indexSearch=ID>. Acesso em: 15 de out. 2015. TEIXEIRA, W. J.; PEDRINELLI, A. Atividade física nas amputações e nas anomalias congênitas. In: COSTA, R. F. da; GORGATTI, M. G. (Orgs.). Atividade física adaptada: qualidade de vida para pessoas com necessidades especiais. 2. ed. Barueri, SP: Manole, 2008. TOLOCKA, R. E.; DE MARCO, A. Efeitos fisiológicos de exercícios físicos em pessoas com lesão medular. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, v.1, n.4, p.63-68, 1996. Disponível em:
52
<https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/RBAFS/article/download/1150/1286.>. Acesso em: 15 de mai. 2016. VITAL, R. et al. Avaliação clínica dos atletas paraolímpicos. 2002. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v.8, n.3, mai./jun. 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbme/v8n3/v8n3a03>. Acesso em: 20 de abr. 2016. ZAMUNÉR, A. R. Influência da atividade física regular sobre variáveis respiratórias em lesados medulares. In: 7° Congresso de Pós-Graduação da Universidade Metodista de Piracicaba. Anais... Disponível em: <http://www.unimep.br/phpg/mostraacademica/anais/7mostra/5/385.pdf>. Acesso em: 20 de abr. 2016.