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Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro Biomédico Faculdade de Enfermagem Programa de Pós-Graduação em Enfermagem Curso de Mestrado APLICAÇÃO DA TEORIA DE OREM NA PRÁTICA DE ENFERMAGEM: ANÁLISE DE COMUNICAÇÕES CIENTÍFICAS Caroline Neris Ferreira Sarat Rio de Janeiro Novembro de 2007

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Centro Biomédico

Faculdade de Enfermagem

Programa de Pós-Graduação em Enfermagem

Curso de Mestrado

APLICAÇÃO DA TEORIA DE OREM NA PRÁTICA DE ENFERMAGEM:

ANÁLISE DE COMUNICAÇÕES CIENTÍFICAS

Caroline Neris Ferreira Sarat

Rio de Janeiro

Novembro de 2007

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CAROLINE NERIS FERREIRA SARAT

APLICAÇÃO DA TEORIA DE OREM NA PRÁTICA DE ENFERMAGEM:

ANÁLISE DE COMUNICAÇÕES CIENTÍFICAS

Dissertação submetida à Banca Examinadora do

Programa de Pós-Graduação da Faculdade de

Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de

Janeiro, como parte dos requisitos indispensáveis

para obtenção do título de Mestre em Enfermagem.

ORIENTADORA

PROFESSORA DOUTORA IRACI DOS SANTOS

Rio de Janeiro

Novembro de 2007

Caroline Neris Ferreira Sarat

APLICAÇÃO DA TEORIA DE OREM NA PRÁTICA DE ENFERMAGEM:

ANÁLISE DE COMUNICAÇÕES CIENTÍFICAS

Aprovada por:

________________________________________________

Professora Doutora Iraci dos Santos

Presidente

________________________________________________

Professora Doutora Telma Ribeiro Garcia - UFPB

________________________________________________

Professora Doutora Eloita Pereira Neves - UFSC

________________________________________________

Professora Doutora Lucia Helena G. Pena - UERJ

________________________________________________

Professora Doutora Sônia Acioli - UERJ

Rio de Janeiro

Novembro de 2007

Dedico esta dissertação ao meu esposo Saturnino de Campos Sarat Jr

pelo incentivo e apoio.

A minha professora Iraci dos Santos

pelo apoio incondicional e carinho nessa trajetória.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que caminharam ao meu lado nessa estrada, mas deixo registrado alguns

daqueles cuja contribuição tornou-se por demais evidente.

Aos meus professores de graduação da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, onde

aprendi muito mais que uma profissão. Um carinho especial a Marisa Dias Rolan Loureiro e

Olinda Maria de Araujo.

A Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro pelo acolhimento,

tornando-se minha segunda casa nesses anos de residência, especialização e mestrado.

Ao mestre com carinho. Agradeço imensamente a Iraci dos Santos pelo acolhimento,

paciência e ensino.

Ao meu esposo Saturnino de Campos Sarat Jr pelo apoio incondicional aos meus estudos,

sempre compartilhando dos meus sonhos.

Ao meu filho Pedro que foi gerado nesse processo. Seu sorriso foi o meu incentivo nas tardes

de estudo para conclusão dessa dissertação.

Aos meus familiares que abriram mão de minha companhia nesses últimos anos por

acreditarem no meu sonho.

A Liana Amorim Corrêa, minha amiga, que esteve presente nos momentos mais felizes de

minha vida nesses últimos anos. Pelo apoio, carinho e orientação.

RESUMO

SARAT, Caroline Neris Ferreira. Aplicação da teoria de Orem na prática de Enfermagem:

análise de comunicações científicas. 2007, 96f. Dissertação (mestrado). Faculdade de

Enfermagem. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro.

Considerando-se que a Teoria de Orem é objeto de estudo dos enfermeiros, indaga-se como

estes dela se apropriam e a aplicam em sua prática de cuidado, ensino e pesquisa. Trata-se de

pesquisa exploratória, descritiva por meio de revisão sistemática com objetivo de analisar

publicações científicas de Enfermagem brasileira com aplicação da Teoria do autocuidado de

Orem. Para investigar essa aplicação, buscaram-se publicações, disponíveis em bases de

dados Cochrane, Bireme e PeriEnf. A revisão sistemática incluiu 75 pesquisas de

Enfermagem publicadas de 1985 a 2006. A análise das publicações fundamentou-se na

abordagem de pesquisa qualitativa, sendo que a caracterização de autores e de artigos foi

apresentada mediante estatística descritiva simples. Constatou-se que os estudos sobre a

Teoria de Orem foram publicados mais freqüentemente na Revista Brasileira de Enfermagem

e se intensificaram após 2000, relevando-se uma média de dois anos e seis meses (DP=1,48)

entre o ano da realização do estudo e sua publicação. Predominam os estudos procedentes da

região sudeste (45,5%) e nordeste (32,5%), destacando-se os estados de São Paulo e Ceará.

Dentre as palavras-chave utilizadas, pelos autores, sobreleva-se a freqüência (n=47) para

“autocuidado”. Identificou-se 21% da produção originária de teses, dissertações e

monografias. Referente aos autores, a maioria é enfermeiro (84,3%) e docente (70,7%).

Quanto aos desenhos de pesquisa, 58,4% é qualitativo, 31,2% quantitativo e 10,4%

quantitativo-qualitativo. Predominam estudos com adultos (50,6%), no cenário ambulatorial

(50,6%), associado à patologias (63,2%), sobressaindo aqueles relacionados ao autocuidado

de clientes com diabetes mellitus (33,3%). A análise por categorização foi aplicada para

analisar as modalidades de aplicação da teoria de Orem, tendo-se delimitado três categorias

temáticas: aplicação na sistematização da assistência de Enfermagem, aplicação como

estratégia de ensino para desenvolver o autocuidado e aplicação como referencial teórico.

Considerando os critérios para categorização, verificou-se que os artigos revelando maior

aplicação da Teoria de Orem foram os que a aplicaram no processo de Enfermagem (44,1%),

pois utilizaram os três construtos teóricos. Seguem-se os que revelam análise do contexto dos

clientes para determinar estratégias a serem realizadas (36,4%) e os artigos utilizando o

conceito de autocuidado como referencial para as discussões e reflexões sobre o cuidar

(19,5%). Conclui-se que a apropriação da Teoria de Orem está presente na aplicação do

conceito de autocuidado como referencial na prática e na fundamentação teórica, na

identificação dos déficits de autocuidado e na utilização do sistema de apoio-educação como

instrumento do cuidar. Portanto, o modelo teórico de Orem constitui uma abordagem

sistemática e lógica, capaz de ajudar o enfermeiro a oferecer e promover autocuidado.

Analisando as comunicações científicas, delineou-se um perfil da produção sobre a Teoria do

autocuidado, demonstrando-se sua aplicação por enfermeiros brasileiros.

Palavras-chave: Autocuidado, teoria de Enfermagem, Enfermagem.

ABSTRACT

SARAT, Caroline Neris Ferreira. Orem Theory application in the nursing experience:

scientific communication assessment. 2007, 96f. Dissertation (Masters Degree). Nursing

School. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro.

Considering the Orem Theory as a subject of nursing studies, it is posed a question on authors

have usedit and applied to nursing care practices, research. It is a descriptive research through

systematic review was designed aiming to analyse brazilian publications that used Orem Self-

care Theory. In order to investigate the evidences of this appropriation, publications were

assessed, available in Cochrane, Bireme and PeriEnf data bases. The systematic review

included 75 nursing research published from 1985 to 2006. The publication assessment was

based on quantitative and qualitative approaches. The quantitative one was used to analyse

variables related to authors and articles characteristics. It was found that studies about Orem

Theory were published more recently on Revista Brasileira de Enfermagem and became

intensified after 2000, with an average of two years and six months (DP-1,48) between the

making of the study and its publication. The majority of the studies comes from the southeast

region (45,5%), and northeast (32,5%), with an emphasis to São Paulo and Ceará states.

Among the keywords used by the authors, it is important to highlight the frequency (n=47) for

“self-care”. Only 21% of the thesis, monographs and dissertations original production were

identified. Concerning the authorship, the majority are nurses (84,3%) and professor of

nursing lectures (70,7%). Concerning the research design: qualitative (58,4%), quantitative

(31,2%), and quantitative/qualitative (10,4%). The predominance indicated studies with adults

(50,6%), in the clinic scenario (50,6%), associated to patology (63,2%), being distinguishable

the studies related to patients self-care with diabetes mellitus (33,3%). The analysis for

categorization was applied in order to assess the ways of Orem Theory application, being

possible to delimitate three thematic categories which reflect the following appropriation: the

use of the theory in the systematization of nursing attendance, applying of the nurse clinical

judgement concerning the development of self-care and application as theoretical reference.

Considering the evaluation criteria to identify such appropriation, it was confirmmed that the

articles revealing more appropriation concerning the Orem Theory were the ones that applied

it in the nursing process (44,1%), for they used the three theoretical constructs. Next, the

articles revealing clients context analysis to determine strategies to be taken (36,4%), and the

articles that use the concept of self-care as a reference to discussions and reflections about

caring (19,5%). In conclusion, the ways that Orem Theory appropriation are present in the

application of the self-care concept are as a reference towards practice and as a theoretical

framework, in the assessement of self-care deficit, and in the utilization of the support-

education system as a means of caring. This theoretical model constitutes a logical and

systematic approach, that helps nursing in the provision and promotion of self-care to clients.

By assessing the scientific communication, it was possible to outline a prodution profile

concerning the self-care Orem Theory and it became clear the evidences pertaining the

appropriation of such theory by the Brazilian nurses.

Keywords: self-care, nursing theory, nursing.

RESUMÉN

SARAT, Caroline Neris Ferreira. Aplicación de la Teoría de Orem en la práctica de

enfermería: análisis de comunicaciones científicas. 2007, 96f. Disertación (maestría). Facultad

de Enfermería. Universidad del Estado de Río de Janeiro. Río de Janeiro.

Se considerando que la Teoría de Orem es objetivo de estudio de los enfermeros, se indaga

como ellos se apropian de ella y la aplican en su práctica de cuidado, enseñaza y pesquisa. Se

trata de pesquisa exploratoria, descriptiva por medio de revisión sistemática con objetivo de

analizar publicaciones científicas de enfermería brasileña con aplicación de la Teoría de

Orem. Para investigar esa aplicación, se buscó publicaciones, disponibles en bases de datos

Cochrane, Bireme y PeriEnf. La revisión sistemática incluyó 75 investigaciones de

enfermerías publicadas de 1985 a 2006. El análisis de las publicaciones se fundamentó en el

abordaje de pesquisa cualitativa, siendo que la caracterización de autores y de artículos fue

presentada mediante estadística descriptiva simple. Se constató que los estudios acerca de la

Teoría de Orem fueron publicados más frecuentemente en la “Revista Brasileira de

Emfermagem” y se intensificaron tras 2000, revelándose una media de dos años y seis meses

(DP=1,48) entre el año de la realización del estudio y su publicación. Predominan los estudios

procedentes de la región sureste (45,5%) y noreste (32,5%), destacándose los Estados de São

Paulo y Ceará. De las palabras llaves utilizadas por los autores, se sobrellevó la frecuencia

(n=47) para “autocuidado”. Se identificó 21% de la producción originaria de tesis, disertación

y monografías. Referente a los autores, la mayoría es enfermero (84,3%) y docente (70,7%).

Cuanto a los diseños de pesquisa, 58,4% es cualitativo, 31,2% cuantitativo y 10,4%

cuantitativo-cualitativo. Predominan estudios con adultos (50,6%), en el escenario

ambulatorio (50,6%), asociado a patología s (63,2%), sobresaliendo aquellos relacionados al

autocuidado de clientes con diabetes mellitus (33,3%). El análisis por categorización fue

aplicada para analizar las modalidades de aplicación de la Teoría de Orem, teniéndose

delimitado tres categorías temáticas: aplicación en la sistematización de la asistencia de

enfermería, aplicación como estrategia de enseñaza para desarrollar el autocuidado y

aplicación como referencial teórico. Considerando los criterios para categorización, se

verificó que los artículos revelando mayor aplicación de la Teoría de Orem fueron los que

aplicaron en el proceso de enfermería (44,1%), pues utilizaron los tres constructores teóricos.

Séguense los que revelan análisis del contexto de los clientes para determinar estrategias a ser

realizadas (36,4%) y los artículos utilizando el concepto de autocuidado como referencial

para las discusiones y reflexiones sobre el cuidar (19,5%). Se concluyó que la apropiación de

la Teoría de Orem está presente en la aplicación del concepto del autocuidado como

referencial en la práctica y en la fundamentación teórica, en la identificación de los déficits

del autocuidado y en la utilización del sistema de apoyo educacional como instrumento del

cuidar. Por lo tanto, el modelo teórico de Orem constituye un abordaje sistemático y lógico,

capaz de ayudar el enfermero a ofrecer y promover autocuidado. Analizando las

comunicaciones científicas, se delineó un perfil de la producción sobre la Teoría del

autocuidado, demostrándose su aplicación por enfermeros brasileños.

Palabras llaves: autocuidado, teoría de enfermería, enfermería.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. .................................................................................................................................37

Distribuição dos artigos publicados no período de 1985 a 2006, segundo o veículo de

publicação. Rio de Janeiro, novembro de 2007.

Tabela 2...................................................................................................................................38

Distribuição de artigos publicados no período de 1985 a 2006. Rio de Janeiro, novembro de

2007.

Tabela 3....................................................................................................................................52

Distribuição das publicações sobre a teoria de Orem por patologias identificadas no período

de 1985 a 2006. Rio de Janeiro, novembro de 2007.

Tabela 4....................................................................................................................................55

Distribuição dos trabalhos por delimitação de categorias revelando aplicação da teoria de

Orem. Rio de Janeiro, novembro de 2007

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1...................................................................................................................................39

Representação gráfica do tempo decorrido entre a realização do estudo e sua publicação. Rio

de Janeiro, novembro de 2007.

Gráfico 2...................................................................................................................................43

Representação da distribuição percentual dos trabalhos originários de formação acadêmica em

relação a outros interesses científicos, nos periódicos nacionais no período de 1985 a 2006.

Rio de Janeiro, novembro de 2007.

Gráfico 3...................................................................................................................................43

Distribuição da freqüência de artigos derivados de estudos de formação acadêmica, nos

periódicos nacionais no período de 1985 a 2006. Rio de Janeiro, novembro de 2007.

Gráfico 4...................................................................................................................................44

Profissão/ocupação dos autores dos periódicos nacionais no período de 1985 a 2006. Rio de

Janeiro, novembro de 2007.

Gráfico 5...................................................................................................................................45

Distribuição de publicações relacionadas à Teoria de Orem, nos periódicos nacionais no

período de 1985 a 2006, segundo a área de atuação dos autores. Rio de Janeiro, novembro de

2007.

Gráfico 6...................................................................................................................................46

Distribuição das publicações relacionadas à Teoria de Orem nos periódicos nacionais no

período de 1985 a 2006, segundo o delineamento metodológico. Rio de Janeiro, novembro de

2007.

Gráfico 7...................................................................................................................................48

Distribuição dos artigos publicados nos periódicos nacionais no período de 1985 a 2006,

segundo os clientes/sujeitos da pesquisa. Rio de Janeiro, novembro de 2007.

Gráfico 8...................................................................................................................................49

Distribuição dos artigos publicados nos periódicos nacionais no período de 1985 a 2006,

segundo o local de realização do estudo. Rio de Janeiro, novembro de 2007.

Gráfico 9...................................................................................................................................51

Distribuição dos artigos publicados nos periódicos nacionais no período de 1985 a 2006,

segundo associação das patologias dos sujeitos. Rio de Janeiro, novembro de 2007.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1....................................................................................................................................22

Dorothea Elizabeth Orem.

Figura 2....................................................................................................................................24

Teorias constituintes da teoria geral de Enfermagem do déficit de autocuidado.

Figura 3....................................................................................................................................26

Apresentação esquemática da teoria geral de Enfermagem de Orem. Rio de Janeiro, novembro

de 2007.

Figura 4....................................................................................................................................32

Busca em bases de dados on-line. Rio de Janeiro, novembro de 2007.

Figura 5....................................................................................................................................41

Distribuição geográfica da procedência (local de trabalho e ou estudo dos autores

referenciados nos periódicos) no período de 1985 a 2006. Rio de Janeiro, novembro de 2007.

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. ................................................................................................................................21

Exemplo de modelos conceituais de Enfermagem

Quadro 2..................................................................................................................................34

Definição dos elementos para a categorização dos dados. Rio de Janeiro, novembro de

2007.

Quadro 3..................................................................................................................................34

Categorização dos dados. Rio de Janeiro, novembro de 2007.

Quadro 4..................................................................................................................................35

Referencial para orientar o rigor metodológico na seleção de categorias. Rio de Janeiro,

novembro de 2007.

Quadro 5..................................................................................................................................42

Palavras-chaves relacionadas à teoria do autocuidado de Orem, identificados nos periódicos

nacionais no período de 1985 a 2006. Rio de Janeiro, novembro de 2007.

Quadro 6. ................................................................................................................................53

Critério para categorização de trabalhos segundo aplicação da teoria de Orem. Rio de Janeiro,

novembro de 2007.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................15

2 REFERENCIAL TEÓRICO – TEORIAS E ENFERMAGEM.........................................20

2.1 Um breve comentário sobre Dorothéa Orem e a teoria do déficit de autocuidado.............22

3 MÉTODO E MATERIAL..................................................................................................28

3.1 Amostra do estudo..............................................................................................................30

3.2 Processo de produção e tratamento dos dados....................................................................32

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................36

4.1 Caracterização da amostra...................................................................................................36

4.2 Categorias temáticas de aplicação da teoria de Orem.........................................................53

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................64

6 REFERÊNCIAS..................................................................................................................67

APÊNDICE A – Protocolo para análise de artigo....................................................................73

APÊNDICE B – Material do estudo – Referências utilizadas para análise..............................75

APÊNDICE C – Aplicação da teoria na sistematização da assistência de Enfermagem

(SAE)............................................................................................................81

APÊNDICE D – Aplicação da teoria como estratégia de ensino para desenvolver o

autocuidado...................................................................................................88

APÊNDICE E – Aplicação da teoria como referencial teórico................................................94

15

1. INTRODUÇÃO

Como proposta da disciplina de “Concepções teóricas do cuidar em saúde e

Enfermagem”, foi realizada uma pesquisa sobre a prática da Teoria de Orem aplicada à

Enfermagem como parte dos requisitos para integralização dos créditos do Programa de Pós-

Graduação, Mestrado, da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de

Janeiro. Esse estudo teve como objetivo identificar as publicações latino-americanas de

Enfermagem que se apropriaram da teoria de Enfermagem de Orem no período de 1996-2006

(SARAT, SANTOS, CORREA e SALES, 2006). O banco de dados utilizado foi o Bireme

através da consulta on-line. A amostra foi composta por 47 resumos, nos quais foram

analisados o local de publicação, pesquisa para obtenção de título, aplicação da teoria e área

de concentração da pesquisa. Com esse estudo, percebeu-se que a teoria de Orem é

amplamente utilizada por enfermeiros brasileiros na prática de seus cuidados com clientes nas

mais diversas condições, porém por se tratar de uma análise de resumos, não foi possível

identificar como os pesquisadores se apropriavam e aplicavam os conceitos teóricos de Orem.

Esse estudo foi importante para ampliar o conhecimento, dar suporte metodológico e

identificar a situação das publicações brasileiras sobre Orem. Por se tratar de uma teórica

americana, as publicações originais e mais atuais em livros-textos estão disponíveis no idioma

inglês e espanhol, havendo poucos livros em português para serem consultados. Essa situação

não inviabiliza, mas atrasa a disseminação do conhecimento, visto que uma pequena parte da

população domina uma segunda língua e também pelas dificuldades de importação. Assim,

disponibilizamos, mais comumente, de materiais traduzidos e interpretados por outros autores.

Dentre as poucas referências brasileiras sobre teorias de Enfermagem, destaca-se a

contribuição de Maria Teresa Leopardi, cujas referências das obras sobre as teorias podemos

encontrar no site <www.leopardi.pro.br>. Como referência estrangeira destacamos o livro

Nursing Theories – The Base for Professional Nursing Practice, de Julia B. George (1993).

Trata-se de um título americano traduzido para o português (Teorias de Enfermagem: dos

fundamentos para a prática profissional). Essas duas autoras são as mais citadas no

referencial teórico da Teoria de Orem em publicações brasileiras.

Ao implementar esta pesquisa, ressalto que meu primeiro contato com as teorias

ocorreu na graduação e por meio de minha experiência posso compartilhar minhas angustias

em tentar entender as características de uma lista de teorias que me foram apresentadas no

terceiro ano da graduação. Como foi difícil entender algo tão abstrato, que para mim, naquela

16

ocasião, me parecia sem aplicação prática. Atualmente, depois de outros contatos com

algumas teorias, ainda acredito que podemos melhor compreender as teorias de Enfermagem

quando temos a experiência das práticas de leitura, de ensino, de pesquisa, do nosso cotidiano,

inclusive de trabalho.

Por outro lado, embora despercebida para a equipe de Enfermagem e para a instituição

de saúde existe aplicação de teorias e concepções teóricas de Enfermagem como elemento

norteador de suas práticas diárias, pois tenho observado em minha prática o quanto a equipe

de Enfermagem desenvolve, no atendimento aos clientes e à família, o conceito do

autocuidado, apesar da prática de Enfermagem fundamentada na teoria não ser

institucionalmente reconhecida. Tal aplicação, no entanto, limita-se às ações de Enfermagem

inseridas no sistema apoio-educação desde a admissão estimulando a participação dos clientes

e dos familiares a fim de que estejam prontos a assumir seus papéis após alta.

Entendo que o conceito de autocuidado refere-se à capacidade que os seres viventes

têm de cuidar de si mesmos, desempenhando atividades em seu próprio benefício, a fim de

manter a vida, a saúde e o bem estar próprio. Assim, o autocuidado é inerente à vida, à

sobrevivência dos humanos. Portanto, independe de identificação de doenças ou traumas

biológicos, psicológicos, econômicos ou sociais, sendo uma obrigatoriedade do viver, assim

como o aprender a viver, e é indispensável à sobrevivência no mundo com qualidade.

Entretanto, tem-se notado que o autocuidado, geralmente, restringe-se aos indivíduos

com dificuldades advindas de doenças quando o normal seria utilizá-lo a fim de preveni-las.

Refletindo-se sobre a Teoria de Orem, pode-se inferir que a ajuda proporcionada pela

Enfermagem, no atendimento das necessidades humanas, caracteriza-se por uma forma

sistemática de ensino do autocuidado, ou seja, ela se torna uma ajuda ao aprender a viver.

Dados encontrados na literatura especializada permitem afirmar que a Teoria de Orem

é uma das mais referenciadas na América Latina, segundo González et al (2005). Desse

modo, pressupõe-se que os profissionais de Enfermagem se apropriam de tal teoria e, assim

podem aplicá-la em sua prática. A questão é saber como a Teoria de Orem vem sendo

utilizada pelos enfermeiros brasileiros em suas práticas de cuidado, ensino e pesquisa.

Para responder a essa questão de modo adequado, foi delineada a presente pesquisa

buscando modalidades de aplicação das concepções de Orem por meio de uma revisão

sistemática. Recordamos que, no pensamento baseado em evidências, as conclusões sobre

nossas práticas devem ser apoiadas em cuidadosa revisão de artigos científicos indo além da

leitura de resumos de artigos ou da adoção de opiniões de especialistas.

17

A revisão sistemática é um recurso importante da prática baseada em evidências, onde

os resultados de pesquisas são coletados, categorizados, avaliados e sintetizados. É portanto,

um processo que resulta na síntese das informações disponíveis em dado momento, sobre um

problema específico, de forma objetiva e reproduzível, por meio de método científico

(GALVÃO, SAWADA e TREVIZAN, 2004).

Concordamos com Galvão, Sawada e Mendes (2003) quando afirmam que a busca

por dados relevantes e informações de qualidade, para embasar a tomada de decisão na

assistência à saúde, pode apresentar-se como uma tarefa desanimadora para muitos

profissionais de saúde. Essa situação se caracteriza pelo intenso fluxo de informações

disponíveis, necessidade de estabelecer critérios de seleção para identificar as fontes precisas

e pelo tempo limitado desses profissionais para se dedicar a tal busca.

A revisão de literatura pode se tornar, nesse contexto, um elemento facilitador de

informações, por salientar o que já foi estudado até a atualidade.

Os pesquisadores preparam revisões de literatura para determinar o

conhecimento sobre um tópico de interesse, para proporcionar um contexto

ao estudo e para justificar a necessidade do estudo; os consumidores

revisam e sintetizam as informações baseadas em evidência para obter

conhecimentos e melhorar a prática de Enfermagem. (POLIT, BECK e

HUNGLER, 2004, p.142)

Assim, procuramos identificar subsídios, nesse levantamento de informações, que nos

possibilite uma melhor compreensão da aplicação da Teoria de Orem na prática, ensino e

pesquisa em Enfermagem.

Delimita-se, assim, o problema de pesquisa: quais são as modalidades de aplicação da

Teoria de Orem na prática profissional de Enfermagem? Parte-se do pressuposto de que, se os

construtos teóricos formulados por Orem forem apropriados pelos enfermeiros, existe a

possibilidade de que eles sejam aplicados na sua prática de assistência, ensino e pesquisa.

Diante do problema e o pressuposto para desenvolver a pesquisa formulo o objetivo

geral desse estudo:

Verificar as modalidades de aplicação das concepções teóricas de Dorothea E.

Orem nas dimensões práticas de Enfermagem no Brasil.

18

E, como objetivos específicos, a serem alcançados durante a trajetória desta pesquisa:

Analisar o conteúdo das produções/publicações científicas desenvolvidas pela

Enfermagem brasileira com utilização da Teoria de Orem.

Identificar apropriação da Teoria de Orem no conteúdo das publicações

científicas de Enfermagem destacando suas modalidades de aplicação nas

práticas de educar, cuidar e pesquisar.

De acordo com Neves e Wink (2007), o autocuidado tem sido focalizado, nos últimos

quarenta anos, no exercício da Enfermagem brasileira, especialmente nas áreas de ensino,

pesquisa e assistência. Para as autoras, foram relevantes as contribuições acadêmicas

oferecidas, mas pouco se fez no sentido de melhorar o processo de viver humano. Os

enfermeiros continuam insatisfeitos com o discurso de como deveria ser feito o

desenvolvimento do autocuidado para que os clientes melhorem seu processo de viver.

O enfermeiro, ao buscar as teorias, apropria-se desses conhecimentos para desenvolver

o cuidado humano, pautado em referenciais que aproximam a essência do cuidado de

Enfermagem ao ser que cuida e é cuidado (CRIVARO, ALMEIDA e SOUZA, 2007).

Ao assumir o cuidado, baseado em um referencial teórico, aproximamo-nos da

essência do cuidado de Enfermagem. Quem pratica o cuidado humano, o faz no dia-a-dia, não

sendo verdadeiramente possível executá-lo apenas no ambiente de trabalho com os clientes,

de forma fragmentada. Trata-se de uma atividade constante; quem cuida tem que se cuidar

para poder cuidar melhor do outro. Adotando essa perspectiva holística em nossa prática

diária, nos afastamos do tecnicismo e do assistencialismo e nos aproximamos mais das

pessoas.

O saber olhar, falar, ouvir, tocar e sentir passaram a ser instrumentos promovedores de

um cuidar único que hoje a Enfermagem está resgatando. De acordo com Souza (SOUZA et

al, 2005), a idéia de ajudar os outros na solução de problemas ou de um indivíduo colocar-se

no lugar do outro, na maioria das sociedades, ainda permanece válida como referência e

conteúdo básico da noção de cuidado em Enfermagem no século XXI.

Dentre os fatores já conhecidos que interferem no autocuidado – a idade, capacidade

mental, cultura, estado emocional, a sociedade e o ambiente – o ambiente tem-se demonstrado

um fator determinante no exercício do autocuidado. A falta de políticas de saúde e segurança

19

pública tem afetado as pessoas na promoção do seu bem estar. Ataíde e Damasceno (2006),

em um estudo sobre os fatores que interferem na adesão ao autocuidado, questionam a

participação do ambiente e da segurança na qualidade de vida das pessoas. Como sobreviver

em um meio tão adverso à vida saudável, em locais com provisão inadequada dos serviços de

infra-estrutura, com violência, consumo e tráfico de drogas.

Considera-se, portanto, que o autocuidado representa a forma de “despaternalizar a

assistência” (LUCE et al, 1991, p.137), mas que, por sua vez, não elimina a responsabilidade

dos governos e dos profissionais. Ao governo, como instituição responsável pelos serviços de

saúde, cabe oferecer acesso e garantia de assistência adequada. A nós, profissionais, cabe a

responsabilidade ética de orientar e estimular os clientes a se autocuidarem, por meio do

compromisso e engajamento político com a sociedade.

Ao desenvolver as habilidades para o autocuidado, estamos nos afastando do foco

biológico, patológico, das práticas sociais e institucionais que controlam a saúde e nos

aproximamos do humanismo, da cidadania, do direito de decisão e da independência do outro.

Ferrero e Cintra (2004), em estudo com idosos, afirmam que o autocuidado, que se

apóia na premissa de incentivo a potencialidades, pode revelar-se uma proposta muito

oportuna, uma vez que promove um salto de qualidade na vida dessa população. É sabido

inexistir consenso quanto ao conceito de qualidade de vida, mas podemos afirmar que ele é

construído por diferentes significados tendo como parâmetro a subjetividade individual,

coletiva e contextual. O significado de qualidade de vida relacionou-se, prioritariamente, ao

bem estar físico, à estabilidade sócio-econômica e ao bem-estar psico-emocional e espiritual.

Há, porém, necessidade de maior investimento de pesquisa e educação para transformar as

intervenções na saúde em prática efetiva para a qualidade de vida.

Acreditamos que, com esse estudo, estaremos contribuindo para divulgação da Teoria

de Orem, pois com ele demonstramos como essa teoria vem sendo aplicada pelos enfermeiros

brasileiros.

20

2. REFERENCIAL TEÓRICO – TEORIAS E ENFERMAGEM

Os cientistas usam o termo teoria para referir-se a uma generalização abstrata que

apresenta uma explicação sistemática de como os fenômenos estão interrelacionados,

exigindo que inclua, ao menos, dois conceitos que estejam relacionados à teoria que se

pretende explicar. O objetivo geral da teoria é dar significado aos resultados científicos,

resumir o conhecimento existente em sistemas coerentes e estimular novas pesquisas,

fornecendo direção e ímpeto, bem como explicar a natureza das relações entre as variáveis

(POLIT, BECK e HUNGLER, 2004).

As teorias de Enfermagem, por sua vez, foram desenvolvidas a partir da evolução da

Enfermagem para a construção de um saber próprio, a fim de consolidar esse conhecimento

como ciência, tornando evidentes suas bases teóricas para a prática.

Segundo Garcia e Nóbrega (2004), as teorias desenvolvidas no âmbito da Enfermagem

têm concorrido para explicitar a complexidade e multiplicidade de conceitos representativos

dos fenômenos que definem e limitam seu campo de interesse, assim como para explicitar as

crenças e valores da área em relação a esses fenômenos. Evolutivamente, as teorias

contribuem para a formação de uma base sólida de conhecimento.

Existem vários modelos conceituais e teorias para fundamentar a prática da

Enfermagem. O conceito de pessoa, ambiente, saúde e Enfermagem constituem elementos

centrais para esses modelos, com definições e relações diferentes entre eles.

Waldow (2001) refere que as teorias de Enfermagem começaram a se tornar fonte de

interesse, no Brasil, por volta de 1970, sendo desenvolvidas por enfermeiras americanas, com

ênfase nos aspectos biomédicos: adaptação, homeostasia, necessidades básicas. Algumas

dessas enfermeiras, buscaram apoio em outras áreas de conhecimento, com enfoque

predominante no aspecto psicológico ou no social.

Segundo Polit (POLIT et al, 2004), além dos modelos conceituais próprios (quadro 1),

a Enfermagem tem aplicado, em suas pesquisas, modelos e teorias de outras disciplinas,

denominadas de teorias emprestadas. Um modelo conceitual sociopsicológico em destaque

usado, atualmente, nos estudos de Enfermagem é a “escuta sensível” de Barbier, a exemplo da

pesquisa experimental de Corrêa (2006) que adotou três tipos dessa escuta, na implementação

da consulta de Enfermagem, para testar sua influência na qualidade de vida de clientes com

insuficiência cardíaca. A autora demonstra essa apropriação ao utilizar a escuta sensível para

orientar a consulta de Enfermagem em clínica de insuficiência cardíaca a partir da similitude

21

do cuidar/pesquisar com a pesquisa-ação preconizada por Barbier. Portanto, o conceito que

muitas vezes nos parece abstrato, quando claro e compreendido, pode nos levar a novas

descobertas e a novas tecnologias de cuidar.

Como profissão, a Enfermagem tem a responsabilidade de prestar auxílio a pessoas,

grupos, famílias e comunidade, de modo que sua clientela conserve, consiga e mantenha um

estado de saúde (TORRES,1993). Para esse desenvolvimento acontecer é adequado que seus

profissionais se apóiem em pesquisas e não apenas em hábitos, tradições e intuição.

Assim, se estabelece uma relação íntima entre teorias e pesquisa. Ainda citando Polit;

Beck; Hungler (2004), a teoria pode orientar e gerar idéias para a pesquisa que, por sua vez,

pode investigar o valor da teoria e proporcionar os fundamentos para novas teorias. Aqui,

ressalta-se a ênfase na realização de pesquisas em relação às teorias de Enfermagem, pois sua

utilização e compreensão se dão a partir do amadurecimento profissional do enfermeiro.

Concordamos com a afirmação de Marriner-Tomey (1994), de que a utilização de

teorias proporciona o conhecimento necessário para aperfeiçoar a prática diária. Desse modo,

a capacidade dos profissionais de Enfermagem se vê aumentada pelo conhecimento teórico,

proporcionando autonomia profissional através de um ponto de referência que sustenta tanto o

exercício profissional como a formação e os trabalhos de pesquisa na profissão.

Quadro 1. Exemplo de modelos conceituais de Enfermagem.

Modelo conceitual

Modelo do sistema Aberto de King

Modelo de Conservação de Levine

Modelo de Sistemas de Atenção de Saúde de Neuman

Modelo de Autocuidado de Orem

Teoria de Tornar-se Humano de Parse

Modelo de Relações Interpessoais de Peplau

Ciência dos Seres Humanos Unitários de Rogers

Modelo de Adaptação de Roy

Fonte: POLIT, D. F.; BECK, C. T.; HUNGLER, B. P. Fundamentos de pesquisa em Enfermagem: métodos,

avaliação e utilização. Tradução de Ana Thorell. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2004, p.152

22

2.1 Um breve comentário sobre Dorothéa Orem e a teoria do déficit de autocuidado.

Dorothéa Elizabeth Orem nasceu em Baltimore, Maryland, em 1914. Filha de um

trabalhador da construção civil e uma dona de casa, iniciou sua carreira na Enfermagem na

década de trinta, após concluir o curso de Enfermagem pela Escola de Enfermagem do

Providence Hospital, em Washington. Tornou-se bacharel em ciências, em educação para a

Enfermagem, em 1939, e mestre, em 1945, pela Catholic University of America. Em sua

carreira profissional, trabalhou como enfermeira particular, como educadora, administradora e

consultora. Recebeu vários títulos e graus honoríficos, inclusive o de Doutora em

Enfermagem (INTERNATIONAL OREM SOCIETY FOR NURSING SCIENCE AND

SCHOLARSHIP, 2007; LEOPARDI, WOSNY e MARTINS, 1999, EBEN et al, 1994;

FOSTER e JANSSENS, 1993).

Uma das primeiras teóricas de Enfermagem, Orem contribuiu para formar o

corpo de conhecimento de Enfermagem. Em sua concepção o cuidado é

próprio da ação positiva que tem uma prática e um caminho terapêutico,

visando manter o processo da vida e promoção do funcionamento normal do

ser humano. O cuidado ajuda o indivíduo a crescer, se desenvolver, e

também na prevenção, controle e cura de processos de enfermidades e

danos. (GEORGE, 1993; LEOPARDI, 2006)

Figura 1. Dorothea Elizabeth Orem. Fonte: Official Homepage of the International

Orem Society for Nursing Science and Scholarship, 2007. Disponível em

<www.scdnt.com>

Em 1958, Dorothea Elizabeth Orem teve uma intuição de que os indivíduos

necessitavam de ajuda da enfermeira e que eles poderiam ser ajudados por ela. A reflexão

23

sobre esse tema proporcionou conhecimentos necessários para formular e expressar sua teoria

de Enfermagem. Ao longo de muitos anos, ela foi desenvolvendo conhecimento por meio de

situações de sua prática profissional para fundamentar seus construtos (EBEN et al, 1994).

Orem apresentou suas concepções de Enfermagem, em 1971, na publicação Nursing:

concepts of pratice. Nos anos de 1980 e 1985, foram apresentadas revisões de sua teoria,

ampliando o foco do indivíduo para unidades multipessoais e apresentação da teoria geral de

Enfermagem formada por três construtos teóricos inter-relacionados: a teoria do autocuidado,

a teoria das deficiências do autocuidado e a teoria de sistemas de Enfermagem (FOSTER e

JANSSENS, 1993; LEOPARDI, 2006).

Anos mais tarde, Orem definiu que a Enfermagem é um serviço de saúde

especializado e se distingue de outros serviços humanos por ter seu foco de atenção nas

pessoas com incapacidades para a contínua provisão de quantidade e qualidade de cuidados

em um momento específico, sendo eles reguladores de seu próprio funcionamento e

desenvolvimento (GEORGE, 1993).

Consideramos que, diante de uma nova situação, seja uma condição fisiológica como a

gestação ou a velhice, ou em condições patológicas, nas manifestações de doenças, o seres

humanos devem estar aptos a adquirir novos conhecimentos e habilidades, que os levem a se

adaptar às condições impostas e a retomar sua vida.

A ação orientada, tomada pelo indivíduo a fim de regular os fatores que afetam seu

próprio desenvolvimento, executando atividades que promovam seu bem estar, sua saúde e

sua vida, pode ser caracterizada como ações de autocuidado segundo a teoria de Orem.

Assim, o autocuidado é a capacidade que os indivíduos têm de cuidar de si mesmos,

desempenhando atividades em seu próprio benefício, a fim de manter a vida, a saúde e o bem

estar próprios. A teoria do autocuidado engloba o conceito de autocuidado, as atividades de

autocuidado, a exigência terapêutica de autocuidado e os requisitos para o autocuidado.

São três os requisitos de autocuidado ou exigência, apresentadas por Orem: universais,

de desenvolvimento e por desvio de saúde. A demanda de autocuidado terapêutico, segundo

Silva (2001), engloba todas as ações necessárias para manter a vida e promover a saúde e o

bem estar. Na teoria de Orem, caso a demanda do autocuidado terapêutico exceda a

capacidade de autocuidado do indivíduo temos a caracterização do déficit de autocuidado

onde se insere a atuação da Enfermagem.

A teoria do déficit de autocuidado proporciona um sistema geral para dirigir as

atividades de Enfermagem, quando as exigências de autocuidado são maiores do que as

capacidades para o autocuidado. Assim, déficit de autocuidado é a diferença entre

24

necessidades e capacidade de autocuidado. Os déficits de autocuidado estão associados não

apenas com as limitações dos indivíduos em desempenhar medidas de cuidado, mas também

com a falta de validez ou efetividade de autocuidado no qual se engajam (OREM, 1980).

O déficit de autocuidado constitui a essência da teoria geral quando delineia a

necessidade da Enfermagem. Nela, nos são apresentados os métodos de ajuda e as áreas de

atividade para atuação da Enfermagem. Os métodos de ajuda são: agir ou fazer para o outro,

guiar o outro, apoiar o outro (física ou psicologicamente), proporcionar um ambiente que

promova o desenvolvimento pessoal e ensinar o outro (FOSTER e JANSSENS, 1993;

LEOPARDI, 2006).

Na teoria de sistemas de Enfermagem, consideram-se três tipos de sistemas: o

autocuidado que se realiza para suprir o que não pode ser realizado pelo cliente – totalmente

compensatório; o que atende o indivíduo através do autocuidado – parcialmente

compensatório; e o que educa e apóia o indivíduo para ajudá-lo a realizar o seu autocuidado –

apoio e educação (EBEN et al, 1994). Essa teoria baseia-se nas necessidades e nas

capacidades do indivíduo para a execução de autocuidado.

A teoria geral de Enfermagem de Orem é denominada como teoria do déficit de

autocuidado ou SCDNT (self-care deficit nursing theory). As três teorias são inter-

relacionadas: a teoria do autocuidado apresenta o conceito de autocuidado e como ele se

relaciona com o indivíduo; na teoria do déficit de autocuidado observamos quando há

necessidade da ajuda da Enfermagem e, por fim, na teoria dos sistemas de Enfermagem,

identificamos como a Enfermagem pode oferecer ajuda nas necessidades de autocuidado.

Dessa forma, os construtos se articulam de forma inclusiva, como se observa na Figura 2.

Figura 2. Teorias constituintes da teoria geral de Enfermagem do déficit de autocuidado.

Fonte: OREM (2001) Disponível em <www.eewb.br/autocuidado>

Os fatores que interferem na aprendizagem das medidas de autocuidado incluem a

idade, capacidade mental, a cultura, a sociedade e o estado emocional (FOSTER e

Teoria do

sistema de

Enfermagem

Teoria do déficit de

autocuidado Teoria do autocuidado

25

JANSSENS, 1993, p.96). Devido à interferência desses fatores ligados à convivência dos

sujeitos com seu ambiente familiar, de trabalho e social, Santos e Pacheco (2004), concebem

o autocuidado como uma construção mais social do que biológica.

Orem conceitua Enfermagem como um serviço humano para a ajuda de pessoas na

obtenção e recuperação de habilidades. O conceito de saúde de que a autora se apropriou é o

da Organização Mundial da Saúde*, e declara que os aspectos físicos, psicológicos,

interpessoais e sociais da saúde são inseparáveis no indivíduo.

A definição de pessoa, formulada por Orem, é apresentada como seres humanos que se

diferenciam de outras coisas vivas por sua capacidade de refletir acerca de si mesmos e de seu

ambiente, possuindo capacidade para a aprendizagem e o desenvolvimento. Já o conceito de

ambiente está centrado na sociedade, na qual os grupos sociais são formados por pessoas que

devem ser ajudadas para restabelecer suas responsabilidades, cabendo a Enfermagem o papel

de ajuda nessa obtenção e recuperação.

Portanto, os componentes das demandas terapêuticas o desenvolvimento do

autocuidado dos clientes e a operacionalidade desse autocuidado se condicionam aos fatores

específicos das pessoas como indivíduos, e como membros de unidades localizadas no tempo

e no espaço (OREM, apud LEOPARDI, 2006).

Para Orem, o processo de Enfermagem é um sistema para determinar: por que a pessoa

precisa de cuidados, plano de cuidados, implementação dos cuidados. O método para conduzir

este processo contém os seguintes procedimentos: determinação dos requisitos de

autocuidado, determinação da competência para o autocuidado, determinação da demanda

terapêutica, mobilização das competências do enfermeiro e o planejamento da assistência nos

sistemas de Enfermagem (LEOPARDI, WOSNY e MARTINS, 1999).

A interação do enfermeiro com o cliente torna-se elemento fundamental para poder

avaliar adequadamente as demandas de autocuidado e traçar planos de intervenção coerentes

com as expectativas e suas possibilidades.

Desse modo, Leopardi (2006), ressalta que, orientando-se pelo pensamento da escola

das necessidades, Orem busca defini-las num contexto de integração com outros sistemas,

numa relação inter-funcional. Portanto, o holismo em sua teoria não advém da ótica de

simultaneidade, mas sim de causalidade. Tal fato permite caracterizar a teoria como

funcionalista e vinculada ao modelo biomédico.

* Segundo a Organização Mundial de Saúde, saúde seria a "situação de perfeito bem-estar físico, mental e

social".

26

Para melhor compreensão da teoria, realizamos uma apresentação esquemática da

estrutura da teoria geral de Enfermagem de Orem, a partir das referências consultadas e

citadas (figura 3).

Figura 3. Apresentação esquemática da teoria geral de Enfermagem de Orem. Rio de Janeiro,

novembro de 2007.

De acordo com Foster e Janssens (1993), a teoria de Orem apresenta resumidamente as

seguintes características:

TEORIA DO

AUTOCUIDADO DESCREVE E EXPLICA O

AUTOCUIDADO (AC).

TEORIA GERAL DE ENFERMAGEM DE OREM ENFATIZA A NECESSIDADE DE OFERECIMENTO E CONTROLE DE

AÇÕES DE AUTOCUIDADO DE FORMA CONTÍNUA, VISANDO

SUSTENTAR A VIDA E A SAÚDE, RECUPERAÇÃO DE DOENÇA OU

FERIMENTO E COMPATIBILIZAÇÃO DOS SEUS EFEITOS.

SISTEMAS DE

ENFERMAGEM ESTABELECE COMO AS NECES-

SIDADES DE AC SERÃO SATISFEI-TAS

E O PAPEL DA PESSOA E DO

ENFERMEIRO NESSA RELAÇÃO.

TEORIA DO DÉFICIT DE

AUTOCUIDADO É A ESSÊNCIA DA TEORIA.

DELINEIA QUANDO HÁ

NECESSIDADE DA ENFERMAGEM.

AUTOCUIDADO É A PRÁTICA DE CUIDADOS

EXECUTADAS PELO INDIVÍDUO

PARA MANTER-SE COM VIDA,

SAÚDE E BEM ESTAR..

PODER DE AGENCIAR

DA ENFERMAGEM HABILIDADES ESPECÍFICAS PARA

PROVER A ASSISTÊNCIA DE

ENFERMAGEM

DEMANDA

TERAPÊUTICA TOTALIDADE DAS AÇÕES DE

AC A SEREM EXECUTADAS

DURANTE ALGUM TEMPO, PARA

SATISFAÇÃO DOS REQUISITOS DE

AC.

REQUISITOS DE AC AÇÕES VOLTADAS PARA A

PROVISÃO DE AC.: UNIVERSAIS,

DESENVOLVIMENTAIS E POR

DESVIO DE SAÚDE.

MEIOS DE AJUDA •AGIR OU FAZER PARA O OUTRO

•GUIAR O OUTRO

•APOIAR O OUTRO

•PROPORCIONAR UM AMBIENTE

QUE PROMOVA O DESENVOLV.

•ENSINAR O OUTRO

ÁREAS DE ATIVIDADE

PARA PRÁTICA DA

ENFERMAGEM DESCREVEM O TERRITÓRIO DE

ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM

TOTALMENTE

COMPENSATÓRIO O ENFERMEIRO AGE PARA

COMPENSAR A INCAPACIDADE

PARA ATIVIDADE DE AC.

PARCIALMENTE

COMPENSATÓRIO O ENFERMEIRO EFETIVA

ALGUMAS MEDIDAS DE AC E

ATENDE CONFORME É EXIGIDO.

APOIO-EDUCAÇÃO O ENFERMEIRO OFERECE

ASSISTÊNCIA PARA TOMADA DE

DECISÃO, NO CONTROLE DE

COMPORTAMENTO E NA

AQUISIÇÃO DE CONHECIMENTO.

27

Os construtos teóricos de autocuidado de Orem, os déficits de autocuidado e os

sistemas de Enfermagem estão inter-relacionados em sua teoria geral abrangente,

proporcionando uma visão prática da Enfermagem que é única;

a teoria de Orem segue um processo lógico de pensamento, sendo utilizada por

várias escolas de Enfermagem como teoria fundamental para a preparação básica

para a prática;

os constructos de déficits de autocuidado e os sistemas de Enfermagem podem

ser aplicados a todos os pacientes, com posterior adaptação;

a teoria permite aos pesquisadores desenvolvem instrumentos para mensurar o

autocuidado;

a pesquisa sobre déficit e competência para o autocuidado contribui para o corpo

de conhecimento da Enfermagem.

Além de vários artigos publicados e trabalhos como consultora, Orem publicou, em

1971, o livro: Enfermagem – Conceitos da Prática, sendo as 2ª, 3ª, 4ª, 5ª e 6ª edições

publicadas em 1980, 1985, 1991, 1995, e 2001, respectivamente.

A International Orem Society dispõem de um site oficial <www.scdnt.com>, onde é

possível encontrar informações sobre as publicações de Orem e do The Nursing Development

Conference Group, além de informações sobre eventos relacionados ao autocuidado e a

artigos publicados no jornal da sociedade desde 1993 até os dias atuais. Em junho de 2008,

acontecerá na cidade de Vancouver, Canadá, o próximo evento internacional, o 10°

Congresso Mundial de Teoria Enfermagem do Déficit de Autocuidado.

Dorothea Elizabeth Orem permaneceu produtiva até o início desse milênio; vindo a

falecer em 22/07/2007 aos 93 anos, em sua residência em Skidaway Island

(INTERNATIONAL OREM SOCIETY FOR NURSING SCIENCE AND SCHOLARSHIP,

2007).

28

3. MÉTODO E MATERIAL

Trata-se de pesquisa exploratória descritiva. Para tanto, realizou-se uma revisão

sistemática, enfocando a apropriação da Teoria de Orem nas publicações científicas

brasileiras. Em termos gerais, buscou-se, por meio dessa investigação, verificar a

compreensão dos enfermeiros sobre esta teoria e sua conseqüente aplicação no cenário de sua

prática.

A revisão sistemática é um recurso importante da prática baseada em evidências, que

consiste em uma forma de síntese dos resultados de pesquisas relacionadas com um problema

específico. Ela permite que estudos, que respondem a uma questão clínica específica, sejam

separados da vasta literatura relativa a área da saúde; assim, o enfermeiro pode empenhar-se

na construção de uma revisão e/ ou aplicar na prática resultados de revisões já elaboradas

(GALVÃO, SAWADA e TREVIZAN, 2004).

Na implementação desta pesquisa a revisão sistemática abrangeu as sete fases

referenciadas nos estudos de Galvão, Sawada e Trevizan (2004).

1. Construção do protocolo (Apêndice A) contendo os elementos constituintes da

pesquisa, visando garantir o desenvolvimento da revisão com rigor metodológico;

2. Definição do problema: quais são as modalidades de aplicação da Teoria de

Orem na prática profissional de Enfermagem? Já descrito na introdução o qual

orientou a revisão sistemática, inclusive, delimitando os trabalhos científicos

passíveis de inclusão na pesquisa;

3. Busca de estudos, ou seja de trabalhos sobre a teoria de Orem publicados em

periódicos científicos brasileiros, caracterizando-se na fase chave do processo de

condução da revisão sistemática. Essa técnica de pesquisa compõe-se de três

etapas: busca em bases de dados, busca manual de publicações relevantes ao tema

e verificação das referências dos estudos identificados.

29

A estratégia utilizada para busca dos dados consistiu na procura em bases eletrônicas,

na busca manual em periódicos e nas referências listadas nos estudos identificados. Por se

tratar de uma pesquisa em banco de dados eletrônico, de acesso público por meio da análise

documental e por não se aplicar a coleta de dado a pessoas, esta pesquisa não foi submetida à

apreciação do comitê de ética em pesquisa, conforme preconizado para pesquisas com seres

humanos.

Optou-se por realizar esse levantamento em periódicos científicos nacionais na

intenção de aprofundar os dados em nossa realidade brasileira, sem a intenção de compará-los

aos trabalhos americanos e europeus. Nessa pesquisa visou-se apenas construir uma

compreensão da aplicação da teoria de Orem, no cenário nacional. A escolha por periódicos e

não por livros, justifica-se pela maior proximidade da pesquisa com o tempo de divulgação

dos dados.

4. Seleção dos estudos que deviam ser incluídos na revisão de acordo com os

critérios previamente determinados. Os critérios de inclusão dos artigos definidos

para a presente revisão foram: artigos completos (resumo e texto) publicados em

português, inglês e espanhol, em periódicos nacionais, no período compreendido

entre 1980–2006. Artigos publicados cuja descrição permita verificar a aplicação

da teoria de Orem. As palavras-chave utilizadas na busca foram: autocuidado,

teoria de Orem e Enfermagem.

5. Avaliação crítica dos estudos. Recorda-se, que somente os trabalhos completos

(texto e resumo) foram incluídos na investigação, por conter a totalidade do seu

conteúdo, haja vista a necessidade de análise não só do referencial teórico e

método aplicado, bem como dos resultados por eles obtidos. Os estudos

selecionados foram verificados, observando-se a modalidade do método utilizado

pelos autores.

6. Coleta dos dados oriundos de cada estudo individualmente mediante o

instrumento de coleta/ protocolo (Apêndice A), utilizando-se, ainda, o critério para

análise de comunicações científicas proposto por Santos (1994) a partir de

conceitos de Bardin (1997, 2000), para análise de conteúdo (Quadros 3 e 4);

30

7. Síntese dos dados. Foi realizada uma análise descritiva após leitura na íntegra dos

trabalhos selecionados. Esta leitura permitiu identificar diferentes modalidades de

aplicação da teoria de Orem. Para descrevê-las foi necessário delimitar categorias

analíticas, cuja categorização seguiu o critério estabelecido, a posteriori,

considerando-se a aplicação dos constructos teóricos de Orem (ver Quadro 5

apresentado em Resultados e Discussão).

Ressalta-se, que a finalidade dessa fase da revisão sistemática é sintetizar os dados

resultantes de cada estudo para fornecer uma estimativa da intervenção investigada. Assim, a

síntese pode ser apresentada através da metanálise ou por meio de uma análise descritiva. Por

ser a metanálise um procedimento no qual métodos estatísticos são empregados para

combinar e resumir o resultados de vários estudos; apresentamos os resultados de forma

descritiva para atender as características dos estudos da amostra, devido abordagem

qualitativa com resultados apresentados de forma narrativa.

3.1 Amostra do estudo

Um importante desenvolvimento bibliográfico, para a localização de referências, são

as várias bases de dados eletrônicos, muitas das quais podem ser acessadas através da busca

on-line ou por meio de CD-ROM (POLIT, BECK e HUNGLER, 2004, p.142). Assim, a

Internet constituiu um elemento facilitador de acesso à base de dados eletrônicos. Utilizamos

como recursos os dados da BIREME/ OPAS/ OMS, PeriEnf e Centro Cochrane do Brasil.

O Banco de Dados da BIREME/ OPAS/ OMS – Centro Latino-Americano e do

Caribe de informações em ciências da saúde - LILACS (http://www.bireme.br) disponibiliza

informações científico-técnica, contribuindo com o desenvolvimento da saúde, fortalecendo e

ampliando o fluxo de informação em ciências da saúde. Já, o Banco de Dados da PeriEnf

(http://www.sibi.usp.br/perienf) indexa artigos publicados por enfermeiros em periódicos

nacionais, a partir de 1934, disponíveis no acervo da Biblioteca "Wanda de Aguiar Horta" da

Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Por sua vez, o Banco de Dados da

Cochrane Collaboration http://www.cochrane.org. Esta organização internacional prepara,

mantém e assegura o acesso de revisões sistemáticas, oferecendo registros de publicações

31

sobre os efeitos das intervenções na área da saúde. Ela disponibiliza, também, um site

brasileiro que oferece informações sobre diferentes tópicos:

<http://www.centrocochranedobrasil.org.br>

Iniciamos com um busca na Bireme utilizando a palavra “autocuidado”. Encontramos

24.602 referências de trabalhos, nas bases de dados bibliográficos, sendo 249 na BDENF -

base de dados de Enfermagem; 815 na LILACS – Literatura latino-americana e do Caribe em

ciências da saúde; 23.457 no MEDLINE – MEDIars onLINE literatura internacional; 27 na

OPAS – Acervo da biblioteca da organização Pan-americana da saúde e 54 na WHOLIS –

Sistema de informação da biblioteca da Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso,

encontramos 92 textos completos, dos quais onze são artigos das revistas indexadas no

SciELO e 81 na LILACS.

Encontramos, nessa busca, várias referências que citavam o autocuidado, mas que não

contemplavam a teoria do autocuidado de Orem. Para refinar nossos dados, realizamos uma

nova busca utilizando a palavra “Orem”, onde encontramos nas bases de dados bibliográficos,

244 referências, sendo: 47 na BDENF; 81 na LILACS; 116 no MEDLINE e nenhuma no

OPAS e no WHOLIS. Encontramos treze textos completos, sendo cinco, nas revistas SciELO

e oito, na LILACS.

Portanto, dos 815 trabalhos encontrados na LILACS, após o refinamento, foi

constituído um grupo de 81 estudos; foram excluídas 34 referências por se tratar de resumos

de trabalhos. Assim identificamos 47 trabalhos que preenchiam os critérios de inclusão.

Realizamos uma nova busca na base PeriEnf onde identificamos, a partir da palavra

“autocuidado”, 147 referências e com a palavra “Orem” 29. Excluímos seis trabalhos por se

tratar da publicação apenas do resumo e não da pesquisa completa. Desse total 68 referências

atendiam aos critérios de inclusão.

Uma última busca foi realizada na Cochrane com registro de dois trabalhos. Partimos

para o cruzamento das referências para evitar a duplicidade dos dados. O período de

identificação das referências na Internet se concentrou entre 02/02/2007 a 11/07/2007.

Posteriormente, seguimos com a busca manual dessas referências nos periódicos. Para

localização de alguns artigos, foi necessário o acesso ao Serviço de Comutação Bibliográfica

(COMUT), na Biblioteca da Faculdade de Enfermagem e de Odontologia, da Universidade do

Estado do Rio de Janeiro. Durante a busca manual foram identificados quatro artigos que não

estavam na lista dos bancos de dados, mas que atendiam os critérios da amostra, sendo eles

também incluídos. Foram excluídas, da amostra, seis referências, pois ao fazer a identificação

física constatamos que se tratava da publicação de resumos. Esses resumos foram publicados

32

nos anos de 1980 a 1984. Não sendo identificadas publicações completas (artigo + resumo)

nesse período. Foi excluído um trabalho que apresentou duplicidade de publicação, pois se

tratava de um mesmo estudo com os mesmos autores, publicados em revistas diferentes e em

anos diferentes; diante dessa situação foi considerado o primeiro trabalho publicado. Portanto,

a análise foi realizada em 75 artigos completos publicados no período de 1985 a 2006.

Figura 4. Busca em bases de dados on-line. Rio de Janeiro, novembro de 2007*.

3.2 Processo de produção e tratamento dos dados

Foi elaborado um protocolo (Apêndice A) a fim de direcionar a coleta dos dados,

mantendo assim o rigor metodológico necessário. Esse instrumento de coleta de dados é

composto pelos seguintes elementos:

* Figura elaborada por SARAT, Caroline Neris Ferreira. Rio de Janeiro, novembro de 2007.

Bireme

Cochrane

PeriEnf

AC 24.602

AC 147

AC 02

Orem 244

Orem 29

Orem 0

47 68 02

117 referências

75 artigos completos

Amostra do estudo

Inclusão de 4

artigos encontrados na busca manual.

As referências foram cruzadas

para excluir duplicidade.

Exclusão de 6 resumos

33

identificação do artigo: título, periódico, ano de publicação, ano de realização

da pesquisa, palavras-chave e origem (recorte/ derivação);

identificação do(s) autor(es): profissão/ ocupação, titulação e cidade de origem;

características do artigo: delineamento, característica dos clientes, cenário,

patologia associada e a teoria de Orem utilizada, objetivos e as formas de

aplicação da teoria.

A análise das publicações, fundamentou-se em conceitos de abordagens de pesquisa

qualitativa. Os elementos que compõem o instrumento de coleta de dados (ICD) visando

caracterizar os artigos analisados e seus autores foram submetidos à quantificação sendo os

dados obtidos analisados segundo sua freqüência absoluta e percentual. As modalidades de

aplicação da teoria de Orem, foi analisada descritivamente seguindo-se um critério de

categorização estabelecido a posteriori, conforme já descrito nas fases de revisão sistemática.

Releva-se que conhecer a abordagem metodológica na qual a pesquisa está inserida

consiste no elemento fundamental para a utilização dos seus resultados na prática profissional.

Foi realizada uma síntese dos dados resultantes de cada estudo incluído por meio de uma

análise descritiva inspirada nas concepções de Bardin (2000) e Santos (1994).

Bardin (2000) conceitua a análise de conteúdo como um conjunto de técnicas de

análise das comunicações, sendo adaptável a um campo de aplicação muito vasto. Assim, por

se tratar de uma pesquisa que aborda a comunicação científica, aplicamos essa concepção

para identificar as modalidades de aplicação da teoria de Orem. Justifica-se a escolha a partir

da pertinência do seu rigor, campo e conceito como método de análise. Assevera a autora que,

qualquer comunicação de um emissor para um receptor, controlado ou não por este, pode ser

decifrado pelas técnicas de análise de conteúdo (BARDIN, 1977).

No caso deste trabalho, trata-se de comunicações científicas e, por conseguinte,

contém um transporte de significados próprios, qual seja os elementos indispensáveis à

aplicação do método científico, bem como à compreensão destes por seu receptor, qual seja, o

leitor/pesquisador, conforme já foi demonstrado por Santos (1994) na tese “Qualidade dos

resumos de comunicação científica em Enfermagem.” Portanto, os artigos foram submetidos à

análise definindo-se como elementos para categorização dos dados, no Quadro 2: unidade de

contexto, unidade de registro e elementos constitutivos ou essenciais.

34

Quadro 2. Definição dos elementos para a categorização dos dados. Rio de Janeiro,

novembro de 2007.

Unidade de contexto – Trabalhos científicos publicados no período de 1985 a 2006,

utilizando a teoria de Orem.

Unidade de registro – Títulos dos trabalhos e seus elementos constitutivos ou

essenciais.

Elementos constitutivos ou essenciais – Os trabalhos propriamente ditos e analisados

e os seus resumos, ambos considerados como comunicações científicas.

Desde os elementos constitutivos foram delimitadas categorias temáticas e categorias

denominadas como essenciais (Quadro 3).

Quadro 3. Categorização dos dados. Rio de Janeiro, novembro de 2007.

Categorias temáticas - segundo o desenvolvimento dos temas / assuntos dos trabalhos

reveladores de aderência aos sistemas da teoria geral de Enfermagem de Orem.

Categorias essenciais - considerando a composição do trabalho seguindo o método

científico de resolução de problemas, conforme recomenda Santos (1994): objetivo,

metodologia, resultados e conclusão.

Neste trabalho, seguindo o referencial de Santos (1994), a seleção das categorias

considerou os critérios de exclusão mútua, homogeneidade, pertinência e objetividade, como

se explicita no Quadro 4:

35

Quadro 4. Referencial para orientar o rigor metodológico na seleção de categorias. Rio de

Janeiro, novembro de 2007.

Exclusão mútua – a categoria OBJETIVO refere-se ao propósito do (s) autor (es) para

realizar a pesquisa; representa sua decisão/ação para desenvolver o trabalho. Na

METODOLOGIA, encontram-se descritos o método e técnica de pesquisa, sujeitos de

pesquisa, local (referência espacial da realização da pesquisa), área-geográfica de

procedência do (s) autor (es), período (referência temporal) de realização da pesquisa. A

categoria RESULTADOS demonstrará a obtenção dos resultados significativos para

resolução do problema proposto pelo autor do trabalho, bem como o alcance dos objetivos

formulados. As categorias CONCLUSÃO E SUGESTÕES descrevem a relação da

conseqüência dos resultados diante dos objetivos propostos; indicando aplicações para

novos estudos e também novas proposições. Ressalta-se, que tais categorias são exclusivas

porque possuem aspectos de análise diferentes entre si. Portanto, não podem ser incluídas

simultaneamente em mais de um elemento constitutivo ou essencial.

Homogeneidade – o princípio de classificação utilizado para todas as categorias refere-se à

aplicação de elementos essenciais do método científico para resolução de problemas,

conforme já anunciado.

Pertinência – todas as categorias adaptam-se ao material de análise, qual seja, os trabalhos

científicos publicados. Portanto, possuem a mesma estrutura de comunicação científica,

atendendo assim, aos propósitos desta investigação.

Objetividade – as diferentes categorias de um mesmo material podem ser codificadas da

mesma forma quando submetidas a várias análises e/ou analisadores, devendo chegar a

resultados iguais. Para o organizador de análise, a definição dos elementos essenciais ao

trabalho científico conferiu precisão aos índices de entrada de cada elemento numa

determinada categoria.

36

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Visando demonstrar e avaliar a aplicabilidade dessa revisão sistemática para atingir os

objetivos desta investigação, inicia-se a apresentação caracterizando a amostra de publicações

científicas utilizada. Para tanto, os dados obtidos visando à caracterização dos artigos e seus

autores foram codificados a fim de construir o banco de dados que foi analisado através dos

programas Epi Info e Microsolft Excel. Os resultados dessa análise são apresentados com o

cálculo da freqüência e porcentagem e representados através de tabelas, gráficos e figuras.

Posteriormente, apresentam-se os dados obtidos por meio de análise descritiva das

comunicações científicas de acordo com as categorias temáticas identificadas.

4.1 Caracterização da Amostra

Os dados produzidos procedem de 75 artigos originais (de pesquisa), publicados em

periódicos científicos do Brasil, no período de 1985 a 2006, cuja leitura pôde ser feita na

íntegra e que revelaram diferentes formas de aplicação da teoria do autocuidado de Orem. Os

artigos foram publicados em 23 revistas, sendo 18 delas especificamente da área de

conhecimento Enfermagem, enquanto 7 são da área da saúde.

Constata-se que o periódico no qual foram publicados artigos sobre a Teoria de Orem

com maior freqüência (n=12, 16,0%) – foi a Revista Brasileira de Enfermagem (REBEn).

Acredita-se que esse fato pode também, ser explicado por se tratar do primeiro periódico de

Enfermagem nacional, criado em 20 de maio de 1932, com publicações em diversas áreas de

interesse para a Enfermagem. A REBEn, por se constituir num órgão oficial de divulgação da

Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), que é, também, a primeira entidade de classe

de Enfermagem do Brasil, tendo como objetivo promover o intercâmbio científico e cultural

entre os membros da equipe profissional. A REBEn congrega as descrições dos pensamentos,

idéias e práticas da Enfermagem brasileira. Esta entidade realiza diversos eventos de âmbito

nacional, regional e local nos quais os profissionais divulgam os avanços científicos e

tecnológicos nas dimensões prática, educativa e de pesquisa de sua profissão

(SANTOS,1994).

37

Tabela 1. Distribuição dos artigos publicados no período de 1985 a 2006, segundo o veículo

de publicação. Rio de Janeiro, novembro de 2007.

Periódico N %

Arquivo Ciência Saúde 1 1,33

CCS - Ciência, Cultura e Saúde 1 1,33

Ciência e Cultura 1 1,33

Enfermagem Moderna * 1 1,33

Enfermagem Revista * 1 1,33

Escola Anna Nery R. Enfermagem 3 4,00

Revista Acta Paulista Enfermagem 4 5,33

Revista Baiana de Enfermagem 3 4,00

Revista Brasileira de Enfermagem 12 16,00

Revista Brasileira Nutrição Clínica 1 1,33

Revista Cogitare Enfermagem 2 2,67

Revista Enfermagem UERJ 6 8,00

Revista Esc. Enf. USP 6 8,00

Revista Gaúcha de Enfermagem 5 6,67

Revista Latino-am. Enfermagem 8 10,67

Revista Mineira de Enfermagem 1 1,33

Revista Nursing 5 6,67

Revista Paulista de Enfermagem 1 1,33

Revista Paulista de Hospitais 1 1,33

Revista RENE 5 6,67

Revista Téc. Cient. Enfermagem 1 1,33

Texto & Contexto Enfermagem 5 6,67

Saúde em Debate 1 1,33

Total 75 100,00

* Revistas atualmente sem circulação.

Seguem-se, em ordem de predominância, 8 (10,67%) artigos na Revista Latino-

americana de Enfermagem (primeiro periódico de Enfermagem nacional indexado no Scielo)

e a Revista Escola de Enf. USP e Revista Enfermagem UERJ, 6 (8,0%). Destaca-se que 5

estudos encontram-se em periódicos (Arquivo Ciência Saúde, CCS - Ciência, Cultura e

Saúde, Ciência e Cultura, Revista Paulista de Hospitais, Saúde em Debate), que publicam

38

produções científicas de diferentes áreas do saber que seja de interesse da Enfermagem, o que

ajuda a divulgação da teoria na comunidade científica.

No que se refere ao ano de publicação observa-se, na tabela 2, um crescimento gradual

das publicações brasileiras utilizando a Teoria de Orem, predominando no intervalo de ano

2000 - 2004 (n=30), 40,0% das publicações, seguido pelo período de 1995 a 1999 (n=15,

20,0%). Alerta-se que, no qüinqüênio 1980 – 1984* não foram identificadas publicações de

artigo sobre a teoria de Orem, mas apenas resumos os quais foram excluídos da amostra por

não atenderem aos critérios de inclusão. Entretanto, a descrição desse período na tabela 2 visa

mostrar que houve referência dessa teoria, por parte dos enfermeiros brasileiros, no período

delimitado para esta investigação.

Tabela 2. Distribuição de artigos publicados no período de 1985 a 2006. Rio de Janeiro,

novembro de 2007.

Período de publicação F %

1980-1984* - -

1985-1989 10 13,33

1990-1994 10 13,33

1995-1999 15 20,00

2000-2004 30 40,00

2005-2006 10 13,33

Total 75 100,00

De acordo com Caliri (2002), após o ingresso dos cursos de Enfermagem nas

Universidades e o início de pós-graduação para enfermeiros a produção científica tornou-se

obrigatória, para que a profissão pudesse se sustentar como ciência. Esse crescimento apóia-se

também na criação de novas revistas de Enfermagem nos últimos quinze anos.

Ao analisarmos o ano de publicação em relação ao ano do desenvolvimento da

pesquisa, identificamos uma média de dois anos e seis meses, com um desvio padrão de um

ano e quatro meses, sendo considerado como um intervalo muito extenso para divulgação dos

dados. Esses dados estão representados no gráfico 1.

Identificou-se a predominância de 36 (46,8%) artigos com dados respectivos do ano da

realização da pesquisa e da publicação. Os artigos que forneceram mais dados metodológicos

foram os classificados como pesquisa inédita. Comumente esses dados estavam

39

disponibilizados na página inicial ou final do artigo, excetos aqueles onde essas informações

estavam apenas disponíveis na descrição da metodologia. Os estudos teóricos, de revisão e

relato de experiência forneceram poucas informações em relação ao ano do desenvolvimento

e registro dos seus dados, demonstrando a necessidade do aprimoramento das informações

integrantes da metodologia dos artigos publicados. Entretanto, apenas 3 (4%) artigos foram

publicados no mesmo ano da conclusão do estudo, conforme destaque no gráfico 1, nos anos

de 1993, 2001 e 2003.

Observa-se, portanto, que os pesquisadores e as revistas precisam agilizar o processo

de submissão dos artigos e de publicação, respectivamente, para que o conteúdo das pesquisas

não fique em espera por tanto tempo. Os periódicos fornecem um fórum para os profissionais

de saúde compartilharem o conhecimento e experiência sobre a prática e profissão

(GALVÃO, SAWADA e MENDES, 2003). A divulgação de pesquisas em forma de artigos

científicos é considerada o veículo de maior rapidez para disseminação de informações.

Mesmo com o incentivo dos cursos stricto senso à produção e à criação de novas

revistas de Enfermagem na década de 90, a publicação dos estudos parece estar enfrentando

alguns fatores de atraso, tais como o acumulo de produções para análise, retenção de artigos

no processo de submissão, dificuldades e necessidade de revisões e adequações do texto, por

parte dos autores, até que seja aceito pelo corpo editorial.

Gráfico 1. Representação gráfica do tempo decorrido entre a realização do estudo e sua

publicação. Rio de Janeiro, novembro de 2007.*

1980

1985

1990

1995

2000

2005

2010

Periódico

Ano da publicação

Ano da pesquisa

*As setas indicam os pontos de convergência entre ano de publicação e ano da pesquisa.

40

Ainda quanto à submissão de artigos aos periódicos científicos e sua conseqüente

publicação, recorda-se que as revistas indexadas, atualmente e mais especificamente, desde a

década de 90 são obrigadas a colocar as datas de recebimento do artigo e a de sua aprovação

pelo conselho editorial.

Considerando que os trabalhos foram identificados em periódicos originários de

diferentes cidades e sendo essa produção referenciada segundo a titulação e local de trabalho

e ou estudo de seus autores, consideramos as cidades e as agrupamos de acordo com os

respectivos estados, a fim de mapear o local onde foi realizado o estudo e a procedência dos

autores por local de trabalho e ou estudo (Figura 5). Ressalta-se que foram considerados como

fonte de informação os dados disponibilizados pelos três primeiros autores de cada artigo.

Pretendeu-se assim, verificar em quais regiões do país os estudos de autocuidado de

Orem são mais freqüentemente desenvolvidos. Do total de 75, em 4 não foi possível

identificar a cidade de origem de nenhum dos autores, portanto a análise da localização se

refere a 71 artigos. Conforme apresentado na figura 5, os dados demonstram a predominância

de realização de trabalhos na região Sudeste (n=33, 46,5%) e no Nordeste (n=25, 35,2%). No

sudeste destaca-se a produção do estado de São Paulo (n=20, 28,2%), representada pelas

cidades de São Paulo (n=9, 12,7%), Ribeirão Preto (n=5, 7,0%), Campinas (n=5, 7,0%) e São

Jose do Rio Preto (n=1, 1,5%). No nordeste destaca-se o estado do Ceará representado por

Fortaleza (n=16, 22,5%).

Na distribuição dos dados observa-se a não participação da região Centro-oeste e

Norte do país, situação essa caracterizada pela presença de poucas universidades e

conseqüentemente de baixa produção científica. As pesquisas com utilização da teoria de

Orem delimitaram-se nos estados litorâneos e Minas Gerais.

Não foram analisadas as cidades de origem dos periódicos, pois conforme evidenciado

por Silveira (2005, p.53), o sudeste apresenta maior destaque em relação ao local de

publicação, justificado pela maior concentração de universidades e maior interesse por parte

das instituições de ensino em divulgar o conhecimento científico por meio de periódicos.

41

Figura 5. Distribuição geográfica da procedência (local de trabalho e ou estudo dos autores

referenciados nos periódicos) no período de 1985 a 2006. Rio de Janeiro, novembro de 2007.

Considerando a amostra do estudo composta por 75 identificou-se nesse grupo um

total de quinze (21,1%) artigos sem apresentação de unitermos, descritores ou palavras-

chaves. Essa situação foi identificada nos anos de 1985, 1987, 1988, 1990, 1993, 1994, 2001 e

2003. Foram identificados cinco grupos de palavras-chave que se relacionam com à Teoria de

Orem; essas estão apresentadas no quadro 5, de acordo com a freqüência que aparecerem nos

60 artigos que utilizaram palavras-chave.

16

1

3 4

1

6

20

3

3

7

6

1

42

Quadro 5. Palavras-chaves relacionadas à teoria do autocuidado de Orem, identificados nos

periódicos brasileiros de 1985 a 2006. Rio de Janeiro, novembro de 2007.

Palavras-chave N

Autocuidado 47

Déficits de autocuidado 02

Teoria de Enfermagem 07

Teoria do autocuidado 02

Orem 01

Ressalta-se que alguns artigos analisados não utilizaram como palavras-chave as

palavras relacionadas ao autocuidado. Foram identificados 47 artigos que utilizaram

“autocuidado”, do total de 60 que apresentavam as palavras-chave. Esse fato pode

comprometer a busca de artigos sobre a teoria, principalmente quando os autores também não

colocam essas palavras no título. Temos que considerar nesse estudo a possibilidade de não

inclusão de outros artigos por esse mesmo fato. Uma ampla variação de termos exige do

pesquisador uma busca mais completa, combinando dois ou mais termos, um método mais

complexo e em diferentes bases de dados. Além de prejudicar a busca de artigos que

utilizaram a Teoria de Orem como referencial, pode ocorrer do estudo ser redirecionado para

outras áreas de conhecimento.

Dentre as cinco palavras-chave mais citadas pelos autores, apenas “autocuidado” e

“teoria de Enfermagem” estão indexadas no DeCS. A Bireme criou o DeCS (Descritores em

ciências da saúde), um vocabulário trilingüe com o objetivo de integrar e servir como uma

linguagem única para indexação nas bases de dados LILACS e MEDLINE. O sistema

LILACS abrange 37 países na América Latina e no Caribe, permitindo um diálogo uniforme

entre cerca de 600 bibliotecas (BIREME, 2007).

Um aspecto importante dos artigos publicados pelos enfermeiros é a baixa produção

originária de estudos de formação acadêmica tais como teses, dissertações, monografias,

trabalhos de conclusão de curso e de iniciação científica (n=16, 22,5%). De acordo com

Silveira (2005, p. 61), os pesquisadores estão divulgando de forma insuficiente os trabalhos

que tem produzido e que contribuem para o desenvolvimento da profissão. A baixa

publicação dos estudos acadêmicos tem levado algumas faculdades de Enfermagem, à

exemplo da UERJ, nos cursos de pós-graduação stricto sensu, a estabelecer como exigência a

publicação de um artigo científico para a conclusão do curso. Identificamos essa proporção de

estudos originários de formação acadêmica nos gráficos 2 e 3.

43

Gráfico 2. Representação da distribuição percentual dos trabalhos originários de formação

acadêmica em relação a outros interesses científicos, nos periódicos nacionais no período de

1985 a 2006. Rio de Janeiro, novembro de 2007.

Gráfico 3. Distribuição da freqüência de artigos derivados de estudos de formação

acadêmica, nos periódicos nacionais no período de 1985 a 2006. Rio de Janeiro, novembro de

2007.

Foram analisadas as informações quanto à profissão e a ocupação dos autores.

Identificamos um total de 173 autores, sendo 83,8% (n=145) enfermeiros, 12,7% (n=22)

alunos de graduação de Enfermagem, 1,7% (n=3) representada por outros profissionais e

22,5%

77,5% Trabalhos derivados de

formação acadêmica Outros interesses

científicos

0

2

4

6

8

10

12

teses especialização iniciação científica dissertações graduação

44

1,7% (n=3) não especificados. Os outros profissionais são respectivamente da área da

psicologia, medicina e pedagogia.

Sobreleva-se que, apesar de a Teoria de Orem se aplicar a outros grupos da área da

saúde e a membros de grupos sociais (MARRINER-TOMEY, 1994), o estudo realizado pela

autora psicóloga é originário de dissertação de mestrado em Enfermagem. Os artigos

publicados em co-autoria com médico e pedagoga são originários de estudos multidisciplinar

com enfoque na Enfermagem. No gráfico 4 visualizamos distribuição dos autores quanto à

profissão.

Gráfico 4. Profissão/ocupação dos autores dos periódicos nacionais no período de 1985 a

2006. Rio de Janeiro, novembro de 2007.

No gráfico 5, apresentamos a área de atuação dos enfermeiros. Foi possível identificar

a área de atuação profissional de acordo com os dados fornecidos pelos autores na publicação

dos artigos. O cenário de atuação do enfermeiro reflete diretamente no desenvolvimento das

produções científicas. Foram considerados como atuação na área assistencial aqueles que

intitulavam como assistenciais ou descreviam atuação em serviços de saúde de forma a

executar atividades pertinentes a Enfermagem sem exercício da docência. Foram considerados

como docentes, os enfermeiro que intitulavam como docentes na área de ensino universitário.

0

20

40

60

80

100

120

140

160

enfermeiros

graduandos de enfermagem

outros profissionais

não especificado

45

Gráfico 5. Distribuição de publicações relacionadas à teoria de Orem, nos periódicos

nacionais no período de 1985 a 2006, segundo a área de atuação dos autores. Rio de Janeiro,

novembro de 2007.

Quanto a titulação dos autores e co-autores, identificamos um total de 55 (31,8%)

doutores, 62 (35,8) mestres, cinco (2,9%) especialistas e um autor (0,6%) com pós-doutorado.

Os outros 50 (28,9%) não especificaram a titulação acadêmica.

Os dados demonstram um predomínio de publicações por parte dos professores

quando comparados aos enfermeiros assistenciais, confirmando que atividades acadêmicas

articulam docência e pesquisa. Vários fatores estão relacionados, mas podemos destacar o

incentivo a publicação que esses enfermeiros recebem das universidades e de órgãos apoio e

financiamento de pesquisas.

Os enfermeiros assistenciais apresentam uma baixa produção científica que pode estar

relacionada à ausência de estímulo para produção por parte das instituições de saúde, por

acreditarem que só é possível fazer ciência nos bancos das universidades e até mesmo por não

conseguirem transpor para a prática os resultados de pesquisas de outros enfermeiros.

Identificamos uma cota muito pequena de enfermeiros atuando nas duas vertentes. Trata-se de

uma opção pessoal e profissional que pode estar associada à exigência das universidades em

relação ao vínculo único, mas podemos supor, também, que esses enfermeiros valorizaram

mais o exercício acadêmico que o assistencial ao divulgarem seus trabalhos.

26%

71%

3%

Assistencial

Docente

Assistencial e Docente

46

Em relação ao delineamento metodológico consideramos importante conhecer o

desenho da pesquisa para identificarmos como os autores chegaram aos resultados da

aplicação da teoria do autocuidado de Orem. No gráfico 6, apresentamos a distribuição do

delineamento dos estudos na amostra estudada.

Identificamos o grande interesse dos autores na abordagem qualitativa. Os estudos

qualitativos fundamentados nos dados, sem apoio teórico-metodológico para coleta e análise

dos dados, representam a maioria dos artigos (n=40, 53,3%). Trata-se de estudos tipo estudo

de caso nos quais os autores valorizavam as relações cliente-enfermeiro por meio do processo

de Enfermagem.

Os outros estudos qualitativos identificados foram materialismo-dialético (n=1),

representação social (n=1), convergente-assistencial (n=1). Segundo Moreira, Jorge e Lima

(2004), a aproximação da Enfermagem com as ciências humanas é justificada pelo seu

direcionamento ao cuidar de seres humanos, dos quais necessita conhecer as nuanças e

subjetividades a fim de traçar linhas de ação para o cuidar.

Gráfico 6. Distribuição das publicações relacionadas à Teoria de Orem nos periódicos

nacionais no período de 1985 a 2006, segundo o delineamento metodológico. Rio de Janeiro,

novembro de 2007.

24

43

8

Quantitativo

Qualitativo

Quanti-Quali

47

Os estudos quantitativos representaram um total 32,0% (n=24) e os quanti-qualitativos

10,6% (n=8). Dentre os estudos quantitativos, 29,3% (n=22) são não-experimentais-

descritivos, 2,6% (n=2) quase-experimental e 1,3%(n=1) de revisão bibliográfica.

Em um levantamento bibliográfico sobre a produção acadêmica de Enfermagem ao

cuidado, tendo como fonte o banco de CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal

de Nível Superior), Crivaro, Almeida e Souza (2007), também identificaram a mesma

proporção de estudos qualitativos e quantitativos, ou seja, um afastamento da pesquisa

quantitativa por acreditar na maior compreensão do sujeito oferecida pela pesquisa

qualitativa. Citando ainda as autoras, essa nova fase na pesquisa de Enfermagem, ocorreu na

década de 80 permanecendo presente nos dias atuais. Para adequar sua produção aos padrões

internacionais de publicação, a Enfermagem precisa estabelecer e seguir um rigor

metodológico tanto nas pesquisas quantitativa como qualitativa.

A variável cliente/sujeito da pesquisa foi incluída devido a forte influência que a idade

tem sobre o indivíduo. Os extremos de idade são dificultadores para o atendimento das

exigências de autocuidado, seja pela imaturidade seja pela dificuldade de aceitar novas idéias

e modificação de hábitos de vida.

Observamos no gráfico 7 uma maior proporção de estudos com adultos (n=39),

seguidos de idosos (n=14) e jovens (n=7). A Enfermagem, como sujeito de pesquisa, também

esteve presente em dois artigos. A presença marcante dos clientes da idade adulta pode estar

relacionado com a maior habilidade para o autocuidado percebida e estimulada pelos

enfermeiros. Os estudos com crianças e até mesmo com idosos requer do pesquisador a

identificação no ambiente familiar do agente do autocuidado. Identificamos apenas um estudo

que tinha como objetivo a identificação e a promoção do agente de autocuidado no cuidado

com a criança prematura. Em relação aos idosos apesar de representar o segundo maior grupo

investigado, temos que nos atentar quanto a profissionalização do “cuidador”, sendo

necessário pesquisas de como se estabelece essa relação e se no caso esse mesmo profissional

pode assumir o papel de agente do autocuidado, diante da ausência de familiares e/ ou amigos.

48

Gráfico 7. Distribuição dos artigos publicados nos periódicos nacionais no período de 1985 a

2006, segundo os clientes/sujeitos da pesquisa. Rio de Janeiro, novembro de 2007.

De acordo com Ferrero e Cintra (2004), a proposta de autocuidado tem sido discutida

como uma estratégia para minimizar e prevenir as dificuldades encontradas na velhice, por

incentivar a potencialidade e autonomia dos idosos.

O conceito de autocuidado de Orem possui uma aplicação pragmática na prática da

Enfermagem. Segundo Foster e Janssens (1993), já foram documentadas a utilização da teoria

de Orem em locais médicos, em clientes em terapia de enterotomia, diabetes, psiquiatria,

pessoas idosas e doentes terminais.

Ao trabalhar com autocuidado e havendo necessidade de introdução de novas rotinas

de vida, faz-se necessário conhecer o ambiente, devido seu potencial de influência sobre as

pessoas. No gráfico 8 apresentamos os cenários da amostra estudada.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Adulto

Idoso

Jovem

Criança

Enfermagem

49

Gráfico 8. Distribuição dos artigos publicados nos periódicos nacionais no período de 1985 a

2006, segundo o local de realização do estudo. Rio de Janeiro, novembro de 2007.

.

O cenário ambulatorial representou 50,6% (n=38) da amostra estudada, seguidos por

21,3% (n=16) hospitalar e 6,7% (n=5) domiciliar. Em 18,7% (n=14) dos artigos o elemento

cenário não se aplica, pois se referem aos artigos de cunho teórico e de reflexão. Já a

universidade aparece como um cenário novo, em 2,7% (n=2) .

O cenário domiciliar constitui uma área pouco explorada nas pesquisas dos

enfermeiros, havendo necessidade de estudos sobre esse campo atuação do enfermeiro. A

atenção domiciliar cresce à medida que aumenta a expectativa de vida de nossa população,

aumenta a incidência de doenças crônico-degenerativas e a disponibilidade de recursos

médico-hospitalares para residências. Além de proporcionar a aproximação com o cliente e

seus familiares, as visitas domiciliares possibilitam atividades demonstrativas e treinamento

familiar, por se tratar do local onde o autocuidado tem maior potencial de desenvolvimento.

Monteiro, Nóbrega e Lima (2002) constataram, ao trabalhar com as práticas do

autocuidado, que as visitas domiciliares não só contribuíram para o estabelecimento de uma

maior interação enfermeira-cliente e seus familiares como também possibilitaram uma

pertinência na constatação e apreensão das situações peculiares à realidade do ambiente

residencial do cliente.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Ambulatorial

Domiciliar

Hospitalar

Não se aplica

Universidade

50

O ambiente hospitalar proporciona uma proximidade física com o cliente que deve ser

melhor aproveitado. Porém, muitas das orientações são oferecidas em momentos estanques,

descontextualizados, geralmente no momento de alta hospitalar, sem possibilitar ao outro a

participação no seu cuidado. Deixamos o cliente de lado para centralizar os cuidados em

nossa própria necessidade.

Infelizmente, observamos, na rotina dos serviços hospitalares, nossos clientes

recebendo assistência de forma a compensar suas exigências terapêuticas, sendo apenas no

último dia que eles recebem orientações na intenção de proporcionar conhecimento. Contrário

a esse comportamento tão comum, Orem (2001) propõe que, por ocasião da alta hospitalar, o

paciente deverá estar apto para assumir as ações necessárias para dar continuidade ao

tratamento, lidar com suas conseqüências e retomar sua vida.

Esta variação de cenário nos demonstra que a teoria esta sendo utilizada por diferentes

pesquisadores em diversos locais, contribuindo, assim, para o desenvolvimento de um diálogo

na Enfermagem brasileira.

Utilizando como referência literária George (1993), em Teorias de Enfermagem*,

embora não fosse a proposta deste estudo, observamos através da leitura dos artigos que a

teoria de Orem, no contexto brasileiro, são semelhantes ao americano nos seguintes aspectos:

aplicação da teoria nos cuidados de saúde para a mulher, existência de pesquisas que

desenvolvem instrumentos para mensurar o autocuidado e publicações a respeito da

assistência por profissionais da Enfermagem clínica.

Por se tratar de uma teoria desenvolvida a partir da década de 70 e 80 – no qual

vigorava o modelo biomédico e que apresenta forte influência nos dias atuais –, observamos a

presença de sua utilização nos processos patológicos. A doença é vista no campo biológico-

natural, tornando a prática da Enfermagem incipiente, justificando a ênfase dada à prática

curativa, mas que não impede de associarmos a ela um perfil desvinculado à medicalização.

No gráfico 9 apresentamos a relação dos estudos associados e não associados a patologias.

Fatores como falta de informações, indisponibilidade de recursos financeiros,

dificuldade de acesso da comunidade aos serviços de saúde e a disponibilidade de

profissionais em trabalhar com prevenção e promoção podem estar associados ao

comportamento da população em procurar o serviço de saúde quando estão sintomaticamente

doentes.

* Título Original: Nursing Theories – The Base for Professional Nursing Practice.

Título americano traduzido para o português e adotado em muitos cursos de graduação.

51

Peixoto (1996), Fialho e Pagliuca (2000) revelam que os pacientes apresentam

desconhecimento ou incompreensão sobre a doença, tratamento, complicações e cura. Esse

contexto levou os pesquisadores a considerarem o ensino como método de ajuda e a aplicação

da teoria de Orem como fundamental quando se adquiriram maior conhecimento da doença e

de habilidades com o manejo da doença.

Gráfico 9. Distribuição dos artigos publicados nos periódicos nacionais no período de 1985 a

2006, segundo associação das patologias dos sujeitos. Rio de Janeiro, novembro de 2007.

De um total de 75 trabalhos analisados, observa-se na tabela 3 que 48 deles referem-se

ao atendimento de clientes com diferentes as patologias, entre as quais predomina Diabetes

mellitus 16 (33,33) seguida de Hipertensão 5 (10,42) e insuficiência renal (6,25%). Neste

resultado, um aspecto a ser considerado é o que leva os enfermeiros a estudarem condições

patológicas em maior demanda. Tendo em vista os trabalhos dizem respeito à utilização da

teoria do autocuidado de Orem, acredita-se ser o desafio que esses profissionais têm para

elevar a adesão dos seus clientes à terapêutica prescrita; principalmente quando esta não é

apenas medicamentosa e avança para a mudança de estilos de vida, tais como alimentação,

rotinas de exercícios físicos e enfrentamentos emocionais.

62%

38%

sim não

52

Tabela 3. Distribuição das publicações sobre a teoria de Orem por patologias identificadas no

período de 1985 a 2006. Rio de Janeiro, novembro de 2007.

Patologias N %

Asma 1 2,08

Bexiga neurogênica 1 2,08

Câncer 8 16,67

DST 1 2,08

Coronariopatia 1 2,08

Diabetes mellitus 16 33,33

DPOC 1 2,08

Epilepsia 1 2,08

Fratura 2 4,17

Hanseníase 2 4,17

Hipertensão 5 10,42

HIV/ Aids 2 4,17

Insuficiência cardíaca 1 2,08

Insuficiência renal 3 6,25

Paraplegia 1 2,08

Placenta prévia 1 2,08

Vasculopatia 1 2,08

Total 48 100,00

Santos e Silva (2006), ao estudarem a prática de autocuidado vivenciada por 200

mulheres com hipertensão, puderam constatar que a adesão ao tratamento oscilava de 50% no

grupo de tratamento básico (medidas higiênico-dietéticas) a 62% no grupo de tratamento

básico mais farmacológico. Apesar de não haver estatisticamente associação entre a aderência

e o tipo de tratamento, as autoras constataram, por meio de entrevistas, uma preferência ao

tratamento farmacológico diante do tratamento básico.

A valorização social da doença perante as medidas preventivas e o reconhecimento do

tratamento medicamentoso preterindo as mudanças higiênico-dietéticas, é comum à cultura do

nosso povo e constituem um desafio para nós, enfermeiros, merecendo maior aprofundamento

na questão.

Segundo Neves e Wink (2007), o autocuidado vai além de assumir cuidados com a

alimentação, exercícios físicos e exames periódicos de saúde. Há de se sair do modelo

biomédico e se adentrar além do físico, nos planos mental, emocional, espiritual e energético,

para ser inteiro.

53

4.2 Categorias temáticas da aplicação da teoria de Orem

A intenção de incluir, no protocolo de coleta de dados os objetivos do artigo foi

fornecer dados para melhor compreensão do respectivo estudo, pois em diversos casos a

questão a ser estudada apresentava-se confusa, com difícil compreensão. Assim, conforme

descrito na metodologia realizou-se uma leitura cautelosa de todo o artigo e seu respectivo

resumo na busca da aplicação dos construtos de Orem, tendo como guia a figura 3, já

apresentada no referencial teórico, onde se pode visualizar de forma esquemática e resumida a

Teoria Geral de Enfermagem de Orem

Do mesmo modo, a análise dos 75 artigos, visando identificar essa aplicação foi

orientada pelo critério para categorização, fundamentado nos construtos teóricos de Orem,

apresentado nos Quadro 5 e Tabela 4.

Quadro 6. Critério para categorização de trabalhos segundo aplicação da teoria de Orem. Rio

de Janeiro, novembro de 2007.

Delimitação dos Construtos teóricos

Autocuidado + Déficit de autocuidado + Sistemas de Enfermagem

Autocuidado + Déficit de autocuidado

Referencial Teórico

Visando maior entendimento, explicita-se, a seguir, o critério para inclusão dos

trabalhos nas categorias segundo a aplicação dos construtos teóricos de Orem. Recorda-se que

o minidicionário Aurélio (2000), define [apropriar] como se apoderar, tomar como seu; e

[aplicar] como pôr em prática, empregar.

Assim, os artigos foram categorizados considerando sua aplicação da teoria de Orem

com seus três construtos. Portanto, o critério estabelecido, a posteriori, tem a intenção de

demonstrar as formas de aplicação dessa teoria pelos enfermeiros brasileiros. Inexiste

valoração da obra, por parte da pesquisadora, mas sim, a identificação de como seus autores

aplicaram os construtos de Orem. Sobreleva-se que as várias formas de pesquisar é que nos

garante a diversidade do saber, cada pesquisa tem o seu papel de importância reservado no

conhecimento científico.

54

Categoria A - Aplicação da teoria na sistematização da assistência de Enfermagem -

trabalhos referentes à aplicação da Teoria de Orem no desenvolvimento da assistência ao

cliente, utilizando o instrumento metodológico, reconhecido por Garcia e Nóbrega (2004),

como processo de Enfermagem, pelo pesquisador, segundo o modelo indicado por Orem.

Categoria B - Aplicação da teoria como estratégia de ensino para desenvolver o

autocuidado – são trabalhos relacionados à descrição de como o autor se apropriou da Teoria

de Orem para implementar e orientar os clientes a partir da análise do contexto vivido pelos

mesmos, para desenvolver o cuidado de si voltado para a saúde e conseqüente qualidade de

vida, demonstrando estratégias de ensino e período da orientação.

Categoria C - Aplicação como referencial teórico – são artigos de revisão ou reflexão

conceitual, que apresentam uma visão a cerca da teoria para subsidiar uma proposta de

aplicação prática através do autocuidado.

A análise dos resultados obtidos, portanto, possibilitou construir as três categorias

explicitadas. Tendo como base os critérios estabelecidos para esta categorização, pode-se

afirmar que os artigos que mais se apropriaram da Teoria de Orem foram aqueles nos quais a

teoria foi aplicada no processo de Enfermagem: avaliação, diagnóstico, plano de cuidados,

implementação e avaliação, pois utilizaram os três construtos teóricos, quais sejam, o

Autocuidado, o Déficit de autocuidado e o Sistema de Enfermagem. Em segundo, os artigos

que fizeram uma análise da condição daqueles clientes para determinar estratégias a serem

realizadas, ou seja, Autocuidado e Déficit do Autocuidado. Em terceiro, os artigos que

utilizaram o conceito de autocuidado como referencial para as discussões e reflexões sobre o

cuidar. Segue-se a descrição da distribuição dos trabalhos na tabela 4, considerando o total da

amostra da presente investigação e o detalhamento de cada categoria, com resumos

explicativos que justificam sua inclusão.

55

Tabela 4. Distribuição dos trabalhos por delimitação de categorias revelando aplicação da

teoria de Orem. Rio de Janeiro, novembro de 2007.

Categoria Aplicação da teoria N %

A Sistematização da Assistência de Enfermagem 33 44,0

B Estratégias para o ensino do autocuidado 28 37,3

C Referencial teórico 14 18,7

Total 75 100,0

Observa-se na tabela 4, que do total de 75 (100%) trabalhos analisados, predominam

33 (44%) aplicando os três construtos da teoria de Orem, seguindo-se 28 (37,3%) incluídos na

categoria B, referente à aplicação dessa teoria para desenvolver, junto ao cliente, estratégias

de ensino do autocuidado. A minoria de 14 (18,7%) trabalhos inclue-se na categoria C-

Referencial teórico.

A) Aplicação da teoria na sistematização da assistência de Enfermagem (SAE)

Nessa categoria, foram incluídos 33 trabalhos que descrevem a aplicação dos

construtos da teoria geral de Orem por meio do processo de Enfermagem: avaliação,

diagnóstico de Enfermagem, planos de cuidados, implementação e evolução.

A abordagem do processo de Enfermagem de Orem apresenta um método de

determinação das deficiências de autocuidado e a posterior definição dos papéis da pessoa ou

enfermeiro para satisfazer as exigências (FOSTER e JANSSENS, 1993, p.98).

A literatura mostra que estudos com aplicação da Teoria de Orem, no processo de

Enfermagem, são relevantes para proporcionar conhecimento e orientação para o autocuidado.

Isso fica demonstrado quando os clientes conseguem superar a fase crítica do diagnóstico da

doença e estabelecer uma terapêutica de forma menos traumática apoiada pela família e pelos

profissionais da saúde.

Os verbos conhecer e identificar são uma constante nas pesquisas exploratórias

descritivas, pois expressam a necessidade de a Enfermagem ampliar e estabelecer o

conhecimento sobre as necessidades da clientela atendida. O que reforça a afirmativa de haver

lacunas a serem exploradas no estabelecimento do perfil e das necessidades dos clientes, seja

no ambiente domiciliar, hospitalar ou ambulatorial.

56

Destaca-se a consulta de Enfermagem para instrumentalizar a SAE. Realizo-se

entrevista, exame físico e consulta a prontuários para estabelecer a demanda terapêutica e os

déficits. Para evidenciar essa aplicação apresentamos trechos extraídos de um dos trabalhos

componentes da amostra dessa dissertação, os quais permitiram a delimitação da categoria.

(...) tem ciência de que é portadora de diabetes, porém não faz nada neste

sentido. Gostaria mas não sabe fazer ginástica e está sofrendo um processo de

auto-imagem corporal negativa. Os valores da pressão arterial estão alterados,

e não faz acompanhamento ambulatorial. Desconhecimento do auto-exame de

mama. Periodicidade inadequada da higiene oral. (HOGA, 1993, p.79)

Destacam-se os estudos de aplicação da teoria associada a SAE com identificação dos

diagnósticos correspondentes.

A formulação do diagnóstico de Enfermagem tem, como foco principal, as reações da

pessoa como um todo, interagindo com o ambiente e não com a condição médica

diagnosticada do cliente. Os diagnósticos conduzem a Enfermagem para a sua própria

linguagem, possibilitando a discussão do cuidado organizado por fenômenos próprios da

profissão (GUERRA, SANTOS e ARAUJO, 2002).

Além disso, ainda ocorre um déficit na literatura sobre diagnósticos de Enfermagem e

sistematização da assistência de Enfermagem para apoiar os enfermeiros nos mais diversos

campos da nossa prática. No estudo com jovens diabéticos, por meio da SAE, pôde se

verificar, na prática, que a educação para se atingir o autocuidado é fator fundamental no

trabalho do enfermeiro e a aplicação da Teoria de Orem proporcionou aquisição de maior

conhecimento e habilidade no manejo da doença e mudanças de comportamentos. Evidencia-

se, assim, que a Teoria de Orem é compatível com a sistematização da assistência de

Enfermagem, conforme demonstra a citação a seguir.

(...) em relação às eliminações urinárias, houve queixa de poliúria,

decorrentes do uso de diuréticos e Crixivan®, além da ingestão de bebidas

contendo álcool. Esses sinais, somados à insuficiência de líquidos,

indicaram o diagnóstico de Enfermagem risco para volume de líquido

deficiente. Neste contexto, a meta era a redução ou a eliminação dos fatores

causais, e o objetivo, orientar na monitorização de ingesta/ excreta diária. O

sistema de Enfermagem utilizado foi o apoio-educação e, como método de

57

ajuda, identificar sinais de desidratação. (CAETANO, PAGLIUCA, 2006,

p.340)

As necessidades de saúde do cliente foram estabelecidas e correlacionadas às metas a

serem atingidas. No desenvolvimento do plano de cuidados, destacaram-se as intervenções no

sistema apoio-educação, conforme exemplificado no texto a seguir.

(...) as prescrições de Enfermagem foram na maioria baseadas em ações de

apoio e educação, o que nos mostra a coerência na decisão pela teoria do

autocuidado para nortear o processo de Enfermagem em portadores de

hanseníase aos quais necessitam de orientação principalmente pelas

incapacidades que a doença produz. (VIEIRA, PATINE, PASCHOAL,

BRANDÃO, 2004, p.85)

O autocuidado constituiu um dos objetivos da assistência de Enfermagem, pois

possibilitou o estímulo à participação ativa do cliente, no seu próprio tratamento, ao dividir

com a enfermeira a responsabilidade na implementação da assistência e nos resultados. Para

aplicação dessa teoria, foi necessária a habilidade do enfermeiro, para que pudesse oferecer

cuidados de Enfermagem no sentido de compensar seu déficit de autocuidado decorrente dos

desvios de saúde.

O cuidado realizado por meio do processo de Enfermagem, baseado em Orem, permite

oferecer um cuidado humano, fundamentado no respeito e na participação do cliente,

conforme demonstra o artigo de Rivera (1998).

(...) la construcción de cada taller, se basa em las características y

necesidades de los usuarios. Los temas de interés se identifican a través de

preguntas, que son dadas antes de la sesión, cuando las parejas se inscriben

voluntáriamente en los talleres. (RIVERA, 1998, p.409)

A aplicação da teoria exige tempo para apresentar resultados, requer paciência e

dedicação, pois mesmo bem informados e esclarecidos sobre seu estado de saúde, os clientes

persistiam em estilos de vida comprometedores da eficiência do tratamento. Como vemos em:

(...) Do total de 29 pacientes podemos afirmar que 20 deles atingiram o

objetivo proposto por nós, evidenciado pela aplicação da técnica correta de

58

auto-cateterismo e conseqüente diminuição de infecções urinárias e

contaminações. Duas pacientes que apresentaram resistência ao

desenvolvimento do auto-cuidado, talvez necessitassem de um outro tipo de

abordagem. (AZEVEDO, MARIA e SOLER, 1990, p.55)

Deve-se, sempre, considerar o conhecimento, as crenças, valores e o ambiente

sociocultural, representados pela diversidade e pela individualidade já esperada. Entretanto, o

desenvolvimento do autocuidado não é utópico, pois através dele se constatou a adesão de

medidas terapêuticas prescritas, conseqüente da tomada de decisão, controle e condução da

assistência, conforme demonstramos no texto abaixo.

(...) a assistência a pacientes diabéticos, pautadas no autocuidado, tem

mostrado bons resultados no que se refere a aderência do pacientes às

medidas terapêuticas prescritas, bem como na conscientização do paciente

com relação aos efeitos da doença e responsabilidade pelo seu controle.

(PEIXOTO, 1996, p.10)

O sistema apoio-educação foi mais destacado que os compensatórios, tendo como

método de ajuda o ensinar e o apoiar o outro. Nessa relação, o cliente realiza o autocuidado e

o enfermeiro, em parceria com o próprio cliente, regula o exercício e o desenvolvimento das

atividades de autocuidado.

(...) obteve resultado das metas e objetivos pré-determinados, uma vez que

as jovens clientes verbalizavam ou demonstravam resultados positivos em

relação ao autocuidado e quando isso não ocorria, a pesquisadora repetia ou

endossava a intervenção necessária. (FERNANDES, FILHO, NÓBREGA,

2000, p.81)

Foi possível observar o desenvolvimento de instrumentos para identificar e quantificar

as exigências terapêuticas e as competências de autocuidado. Os pesquisadores adequaram

suas necessidades de conhecimento à clientela e aos conceitos teóricos, o que novamente

afirma a premissa de uma teoria viável que permite ser testada; permitindo aos pesquisadores

verificar suas hipóteses.

59

(...) analisando os resultados obtidos por meio da utilização do instrumento

(CADEM), foi possível verificar que estes refletiam claramente o estado do

paciente quanto à sua classificação com relação ao autocuidado (DIAS,

1996, p.322).

A não publicação do instrumento de alguns estudos dificultou a melhor compreensão

da pesquisa, pois poderia esclarecer como o pesquisador chegou a determinada informação e

conclusão.

Ao utilizar o autocuidado como referencial, desenvolve-se uma padronização de

linguagem, que facilita o trabalho do enfermeiro, uma vez que este sabe que o cliente será

orientado sob um mesmo referencial independente do lugar que esteja. A síntese das análises

desta categoria encontra-se disponível no apêndice C.

B) Aplicação da teoria como estratégia de ensino para desenvolver o autocuidado.

Esta categoria é formada por 28 estudos nos quais a Teoria de Orem é apresentada

como uma proposta de orientação para o autocuidado do cliente. Desse modo, nesses artigos,

ocorreu a detecção da demanda terapêutica de autocuidado, identificação dos requisitos e dos

déficits de autocuidado, análise do contexto vivido pelas pessoas e desenvolvimento de

propostas de ensino para mudança de comportamento (ver apêndice D).

Entende-se educação com um processo dinâmico, criativo, progressivo, reflexivo e

libertador, contextualizada no universo cultural onde se compartilha o aprendizado,

objetivando o aproveitamento máximo das capacidades residuais ou potencialidades do

cliente (POGGETTO e CASAGRANDE, 2003).

A atuação do enfermeiro, priorizando as atividades inerentes ao seu papel de educador,

tem relevante importância no engajamento da clientela às atividades de autocuidado,

principalmente, quando apresenta déficit de conhecimento e de habilidades para cuidar de si

mesmo.

Temos como exemplo a declaração da conscientização do enfermeiro como elemento

fundamental para o autocuidado, extraído de um dos estudos que compuseram a amostra:

60

(...) os resultados deste estudo nos leva a refletir sobre a nossa prática

profissional centrada no cenário da educação em saúde, no sentido de

implementar condutas que conduzam o cliente à prática eficaz do

autocuidado. Essa mudança é viabilizada quando o profissional de saúde

reconhece e valoriza o saber socialmente construído. (SANTOS, COSTA,

SARAIVA, 2004, p.248)

Entretanto, a educação só terá resultados positivos se ocorrerem mudanças de conduta

e comportamento. O indivíduo deve substituir um hábito antigo por um novo que proporcione

maior satisfação. Existe a necessidade de discussão sobre quais são os cuidados preventivos e

de como esses cuidados podem ser introduzidos nas atividades diárias do cliente, sem

ocasionar mudanças bruscas que possam ser interpretadas como conseqüências negativas, o

que desfavorece a mudança de comportamento.

A educação preventiva deve ser instituída quando uma relação futura de deficiência

possa ser prevista, devido à diminuição previsível de habilidades de cuidado ou na diminuição

da qualidade e quantidade da demanda do autocuidado. Como exemplo, podemos citar as

relações entre o jovem e a sexualidade, o cliente hipertenso e a prevenção de doenças

tromboembólicas, assim como, o cliente hiperglicêmico e as vasculopatias.

Vários trabalhos destacaram a elevada competência das mulheres para o autocuidado

que, ao ter informações sobre essa prática, as executam por toda a sua a vida e as transmitem

a outras mulheres. Peters (PETERS et al 2004), identificou que, mesmo com o avanço do

comportamento masculino, na tentativa de elevar suas competências para o autocuidado, eles

acabavam por utilizar ou depender em geral da esposa para realizar seus cuidados diários.

Caracterizando o papel da mulher com protetora, zeladora e educadora familiar.

A família apresenta papel em destaque como suporte e fonte de estímulo para o

ensino-aprendizagem, devendo a Enfermagem absorvê-la na capacitação junto ao cliente.

Embora a teoria de Orem seja focada no indivíduo, ela reconhece o valor familiar como

elemento importante para provisão do autocuidado individual.

O sistema de apoio-educação de Orem oferece ao paciente, à família e à comunidade,

informações necessárias para se conduzirem dentro do próprio processo do cuidado, cura e

prevenção. Porém, devemos admitir que o autocuidado sofre influência de fatores alheiros que

repercutem na sua adesão, tornando imprescindível a parceria com profissionais de outras

áreas de conhecimento.

61

Programação de oficinas temáticas, palestras, ludoterapia* e folder explicativo,

destinados à clientela e a seus familiares foram estratégias encontradas, nessas pesquisas,

associada a um atendimento multiprofissional, enfatizando os aspectos biopsíquicos e

socioespirituais, no processo ensino-aprendizagem.

A atuação do enfermeiro em grupos de apoio é uma medida possível para oferecer

informação, esclarecer dúvidas e proporcionar aos seus clientes um conforto emocional por

meio de experiências compartilhadas com outras pessoas. O parágrafo a seguir demonstra a

propriedade da delimitação da categoria.

(...) as ações educativas ficam, muitas vezes, centradas no profissional

enfermeiro, desvinculadas da realidade cultural, social e emocional que o

cliente ostomizado está inserido, ficando esse, à margem do processo

educativo, que deve ser participativo. (POGGETTO, CASAGRANDE,

2003, p.32)

As práticas educativas devem atender às necessidades que os clientes envolvidos

priorizam para si. Destaca-se a sociopoética como proposta metodológica capaz de

potencializar o desenvolvimento do conhecimento partilhado por meio da vivência das

pessoas, sem se restringir ao conhecimento técnico do enfermeiro.

A pesquisa sociopoética é um novo método de construção coletiva do conhecimento

que tem como pressupostos básicos que todos os saberes são iguais em direito e que é

possível fazer da pesquisa um acontecimento poético (SANTOS, GAUTHIER, FIGUEIREDO

e PETIT, 2005).

Nesta categoria, encontramos nos enunciados dos objetivos pretendidos pelos

pesquisadores os verbos examinar, correlacionar, investigar e descrever as práticas de

autocuidado demonstrando também uma preocupação em conhecer melhor os seus clientes.

Poucos foram os estudos que apresentavam as suas experiências e seus modelos de

assistência. Precisamos nos questionar por que ainda não conhecemos nossos clientes e suas

necessidades. Por que ainda fazemos por fazer? Ainda observamos uma Enfermagem que não

promove o autocuidado, a autonomia, a auto-imagem e a auto-estima, presente nas práticas de

* “Ludoterapia é qualquer atividade (jogos ou brincadeiras) que produzam um distanciamento da realidade; estimulem a

auto expressão e participação ativa dos participantes; promove o relaxamento das tensões e proporciona entretenimento e

reconhecimento de si mesmo”. RABELO, S L; PADILHA, M I C S Compreensão dos déficits de autocuidado a partir da

prática assistencial. Texto Contexto Enfermagem. v9, n2, p312-323, 2000.

62

profissionais que realizam a assistência de forma “tarefeira”. A submissão dos cuidados a

imposições institucionais leva a inexistência de liberdade de ação dos clientes.

Para ter sucesso, afirmam Santos e Gauthier (1999), a Enfermagem precisa superar um

grande desafio: fazer-se compreendida e aceita pelo cliente a quem se destina o seu cuidado.

c) Aplicação como referencial teórico

Autores como Fialho, Pagliuca e Soares (2002), conceituam que a teoria idealiza um

mundo em que as ações de Enfermagem são desenvolvidas da melhor maneira.

Incluem-se, nessa categoria, 14 estudos que utilizaram a teoria geral de Orem, no

marco referencial ou na discussão dos achados científicos. São artigos de revisão ou reflexão

conceitual, que apresentam uma visão a cerca da teoria para subsidiar uma proposta de

aplicação prática por meio do autocuidado. Foi possível estabelecer duas subcategorias de

acordo com a aplicação da teoria do autocuidado. A síntese das análises desta categoria

encontra-se disponível no apêndice E.

Subcategoria 1 – Análise descritiva e crítica: caracterizada pelos artigos que fazem

descrição e avaliação da teoria de Orem relacionada a suas vivências. Os autores apresentam

sua reflexão sobre a atenção à saúde e sobre o atendimento baseado nas necessidades

individuais por meio do autocuidado, enquanto outros apresentam a relação da teoria com a

abordagem holística. Os parágrafos abaixo demonstram a propriedade da delimitação desta

categoria:

(...) na área de Enfermagem com idosos, o enfermeiro tem um espaço

importante para atuar com autonomia, sistematizando um corpo de

conhecimento específico de sua área de competência, usando sua

experiência e criatividade. (...) o próprio método do autocuidado e a

decisão do idoso quanto ao alcance da meta indicada é que vão ajudar a

transferir o controle dessa decisão e da intervenção do profissional.

(DUARTE, 1998, p. 297)

(...) ao identificar os métodos de ajuda, ela age holisticamente, dando ao

enfermeiro a oportunidade de agir ou fazer algo em benefício do próximo,

de guiar o cliente de acordo com suas necessidades, de apoiá-lo

psicologicamente em uma harmoniosa relação enfermeiro-cliente e de

63

proporcionar um ambiente salutar e confortante para a promoção do bem-

estar pessoal. (NETO e NÓBREGA, 1999, p.238)

(...) a teoria de Orem pode ser direcionada para a prevenção de problemas

de saúde em clientes de risco, como as hipertensas, uma vez que têm a

doença como um agravante e que por ser crônico-degenerativa necessitam

essas clientes de um processo educativo sistematizado. (DIÓGENES e

PAGLIUCA, 2003, p.291)

Subcategoria 2 – Descrição da teoria e comparação com outras teorias:

caracterizada pelos artigos que apresentam a teoria de Orem, fazendo uma abordagem

conceitual, descrevem conceitos pertinentes à relação do ser cuidado e ser cuidador; bem

como os quatro conceitos essenciais das teorias de Enfermagem: ser humano-indivíduo,

sociedade-ambiente, saúde e Enfermagem. Inclui-se também os artigos que ressaltam aspectos

de outras teorias em paralelo a Orem e suas visões a respeito da Enfermagem.

(...) o Modelo de adaptação de Roy, a Teoria de Auto-cuidado de Orem e a

Teoria de King, apresentam um nível de abstração não muito elevado,

favorecendo sua compreensão e transposição para a prática. (SANTOS,

1985, p.4)

(...) o foco da Enfermagem na teoria de Watson é o indivíduo e o processo

de interação entre pessoa-enfermeiro e pessoa-paciente. Orem tem o foco

primário da Enfermagem no indivíduo com ações em três possíveis

sistemas: o sistema totalmente compensatório, o parcialmente

compensatório e o sistema de apoio educativo. (NUNES, 1996, p.29-30)

64

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta pesquisa, considera-se que utilizando a revisão sistemática, a análise dos estudos

fornece embasamento científico e aperfeiçoamento, fundamentando, assim, o cuidado de

Enfermagem inserido na prática dos enfermeiros. Conclui-se que as formas de apropriação da

Teoria de Orem estão presentes na aplicação do conceito de autocuidado como referencial na

prática e na fundamentação teórica, na identificação dos déficits de autocuidado e na

utilização do sistema de apoio-educação como instrumento do cuidar. Os estudos relacionam

o autocuidado como forma de lidar com as patologias existentes na clientela de Enfermagem,

apesar dessa profissão estar voltada para o ser humano, esteja ele doente ou não (MAIA e

SILVA, 2005). Pela diversidade das áreas encontradas reforça-se a afirmativa de que a teoria

é universal.

Por meio da análise desses trabalhos, obtidos em busca bibliográfica, observou-se que

a teoria de Orem pode ser utilizada em qualquer cliente e em quaisquer condições,

contribuindo significativamente para o desenvolvimento das teorias de Enfermagem. Os

estudos ressaltam a importância do desempenho do enfermeiro ao atuar no cuidado, na

recuperação e na prevenção, bem como reintegrar o cliente à sociedade. Portanto, pode-se

afirmar que a Teoria de Orem contribui para fundamentar a prática do enfermeiro.

Observou-se uma preocupação na identificação de diagnósticos de Enfermagem

relacionados ao contexto patológico, o que demonstra, ainda, uma necessidade de

conhecimentos acerca dos diagnósticos de Enfermagem para fundamentar a prática da

assistência dessa área do conhecimento. Concorda-se com Lima, Pereira e Chianca (2006), em

sua afirmativa de que o julgamento clínico, baseado no referencial de Dorothea Orem, facilita

a identificação dos diagnósticos de Enfermagem da North American Nursing Diagnosis

Association (NANDA).

O cliente é o centro da organização do cuidar em Enfermagem, destacando-se a

influência do envolvimento familiar no seu processo educativo, pois o autocuidado é

fundamental na manutenção do seu equilíbrio físico, mental e espiritual. Essa observação

parece coerente com a teoria de Orem, pois focaliza o indivíduo, reconhecendo o valor da

família na prover o autocuidado ao cliente.

O enfermeiro precisa interagir com o cliente para poder avaliar adequadamente as

demandas de autocuidado, e traçar planos de intervenção coerentes com as expectativas e suas

possibilidades.

65

Neste trabalho encontrou-se o autocuidado sendo aplicado em diversas situações

(incluindo condições patológicas, fisiológicas, transitórias e na própria Enfermagem), no

âmbito hospitalar, ambulatorial e domiciliar – especificamente na área da cardiologia, AIDS,

hanseníase, doenças respiratórias, pré-natal, hipertensão, transplante de medula óssea, câncer,

diabetes, insuficiência renal. Crianças, jovens, adultos e idosos foram alvo dos estudos, mas o

destaque pertence à mulher, principalmente nas relações com a maternidade e o câncer.

O modelo teórico de Orem constitui uma abordagem sistemática e lógica sendo capaz

de ajudar o enfermeiro a resolver problemas concernentes ao autocuidado dos clientes. O

sistema de apoio-educação é indicado para monitorar o cliente quanto à diversidade de

exposições decorrentes das doenças, através de informações de como se processa o

tratamento, os efeitos colaterais esperados e o esclarecimento de dúvidas que ele apresente,

promovendo assim, maior adesão ao seguimento pós-tratamento.

Nesta investigação, considera-se a revisão sistemática como uma contribuição para

incorporação da pesquisa no cenário cotidiano (GALVÃO, SAWADA e TREVIZAN, 2004),

pois esse recurso possibilitou a síntese das pesquisas disponíveis, relativas ao autocuidado de

Orem. Tal contribuição se caracterizou numa amostra de como a teoria citada vem sendo

aplicada nas práticas de cuidar, educar e pesquisar em Enfermagem, no Brasil, ao longo de

quase 30 anos.

Analisando as comunicações científicas, selecionadas para o estudo, foi possível

verificar que a apropriação da teoria está relacionada com a aplicação dos seus conceitos

teóricos. A primeira categoria, aplicação da teoria na sistematização da assistência de

Enfermagem apresentou aplicação prática dos três constructo da teoria de Orem. Em segundo,

os artigos que aplicaram a teoria do autocuidado, mais a teoria do déficit de autocuidado, de

forma a oferecer ao enfermeiro informações sobre o contexto de vivência de sua clientela,

para subsidiar suas estratégias e orientações . E por último, os artigos de cunho teórico-

reflexivo que utilizaram o conceito de autocuidado nas discussões ou apresentando uma visão

acerca da teoria para subsidiar uma proposta de aplicação prática através do autocuidado.

A reflexão sobre os resultados aqui delimitados e discutidos visa o aprofundamento

para argumentações sobre a validade de uma prática de Enfermagem na qual se aplica uma

teoria direcionada ao cuidado ao cliente. Por se tratar de uma amostra restrita a publicações

em periódicos nacionais, tem-se o impulso de estudar esse assunto de maneira mais

abrangente, com análise de teses e dissertações, o que seria possível e enriquecedor pelo

desenvolvimento de pesquisas que enfoquem a diversidade cultural do cuidado.

66

O autocuidado é uma estratégia que obtêm excelentes resultados para os clientes que

são estimulados a praticá-lo, pois promove a autonomia ou a menor dependência, promove a

consciência do seu papel fundamental como provedor do seu bem estar. Para a Enfermagem o

autocuidado proporciona maior conhecimento das exigências terapêuticas de sua clientela e

guia os cuidados para a manutenção do equilíbrio entre a habilidade e demanda de

autocuidado.

Este trabalho, um estudo de revisão sobre a aplicação da teoria de Orem, é uma fonte

de informação que poderá auxiliar os graduandos na aproximação a esta teoria, uma vez que

apresenta exemplos práticos de sua utilização e aos enfermeiros que queiram ampliar seus

conhecimentos sobre o autocuidado, pois ele mostra que a utilização da teoria de Orem é

possível e contribui, sim, para o crescimento da Enfermagem como ciência.

67

6. REFERÊNCIAS

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autocuidado em diabetes. Revista Enfermagem UERJ, n.14, v.4, p.518-23, out-dez. 2006.

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possibilidades. 2002. 143f. Tese (Livre-docência) – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto.

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73

APÊNDICE A – Protocolo para análise de artigo

Identificação do artigo

Título:________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

Periódico:_____________________________________________________________

Ano de publicação:______________________________________________________

Ano de realização da pesquisa:____________________________________________

Palavras-chave/unitermos:________________________________________________

_____________________________________________________________________

Trabalhos derivados ou recortes:

( ) teses ( ) dissertações

( ) monografia especialização ( ) monografia graduação

( ) monografia iniciação científica ( ) não se aplica

Identificação do(s) autor(es):

1 Profissão/ocupação: ( ) enfermeiro ( ) outros profissionais

( ) graduando

Se enfermeiro: ( ) assistencial ( ) docente ( ) ambos

Titulação: ( ) graduação ( ) especialização

( ) mestrado ( ) doutorado

Cidade de origem do pesquisador:______________________________

2 Profissão/ocupação: ( ) enfermeiro ( ) outros profissionais

( ) graduando

Se enfermeiro: ( ) assistencial ( ) docente ( ) ambos

Titulação: ( ) graduação ( ) especialização

( ) mestrado ( ) doutorado

Cidade de origem do pesquisador:______________________________

3 Profissão/ocupação: ( ) enfermeiro ( ) outros profissionais

( ) graduando

Se enfermeiro: ( ) assistencial ( ) docente ( ) ambos

Titulação: ( ) graduação ( ) especialização

( ) mestrado ( ) doutorado

Cidade de origem do pesquisador:______________________________

74

Características do artigo

Delineamento do estudo

( ) Quantitativo ( ) Qualitativo ( ) Quanti-quali

( ) Não discriminado

Estudo quantitativo

( ) Experimental ( ) Quase-experimental

( ) Não-experimental/ Descritivo ( ) Revisão bibliográfica

Estudo qualitativo

( ) Etnografia ( ) Fenomenologia

( ) Teoria fundamentada nos dados ( ) Materialista dialético

( ) Outros Qual?____________________________________________

Característica dos clientes (sujeitos) da pesquisa

( ) Criança ( ) Jovem ( ) Adulto

( ) Idoso ( ) Outros Qual?___________________________

Cenário

( ) Ambulatorial ( ) Domiciliar ( ) Hospitalar

( ) Não se aplica ( ) outros Qual?___________________________

Patologia associada?

( ) Não ( ) sim Qual?_____________________

Teoria de OREM ( ) Autocuidado

( ) Déficit de autocuidado

( ) Sistemas

Objetivos

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Como utilizou o(s) construto(s) da Teoria de Orem? Análise dos resultados.

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

75

APÊNDICE B – MATERIAL DO ESTUDO: Referências utilizadas para análise

1. ATAÍDE, M. B. C.; DAMASCENO, M. M. C. Fatores que interferem na adesão ao

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partir da pratica assistencial. Texto & Contexto - Enfermagem, v.9, n.2 parte 1, p.312-

23, 2000.

59. REMOR, A.; BRITO, I. S.; PETTERS, V. R.; SANTOS, E. K. A. A teoria do

autocuidado e sua aplicabilidade no sistema de alojamento conjunto. Rev. Bras. Enf.,

v.39, n.2/3, p.6-11, 1986.

60. RIVERA, M. S. Educacion para el autocuidado en salud sexual de adultos-una

experiencia em construccion y reconstruccion. Texto & Contexto-Enfermagem em

Enfermagem, v.7, n.2, p.397-421, 1998.

61. SAHO, M.; SANTANA, R. M. Promovendo o auto-cuidado no controle da

hanseníase. Revista Baiana de Enfermagem, v.14, n.1, p.9-16, 2001.

62. SANTOS, E. K. A. Comparação entre as teorias de Enfermagem de Horta, King,

Rogers, Roy e Orem. Revista Paulista de Enfermagem, v.5, n.1, p.3-7, 1985.

63. SANTOS, M. V.; FORTES, V. L. F. O autocuidado vivenciado pelos pacientes

hipertensos em hemodiálise. RECENF, v.2, n.8, p.81-5, 2004.

64. SANTOS, R. B. Autocuidado e gênero em Diabetes mellitus: uma abordagem de

Enfermagem. Revista Baiana de Enfermagem, v.18, n.1/2, p.39-50, 2003.

65. SANTOS, S. M. S. A.; SILVA, R. M. Prática do autocuidado vivenciada pela mulher

hipertensa: uma análise no âmbito da educação em saúde. Rev. Bras. Enfermagem.;

v.59, n.2, p.206-11, mar.-abr. 2006.

80

66. SANTOS, Z. M. S. A.; COSTA, C. M. V.; SARAIVA, K. R. O. Cliente portador de

insuficiência cardíaca - demandas de autocuidado. Escola Anna Nery - Revista de

Enfermagem, v.8, n.2, p.243-50, 2004.

67. SCHIER, J.; GONÇALVES, L. H. T. O idoso hospitalizado e seu familiar

acompanhante: uma proposta de assistência de Enfermagem para o autocuidado por

meio da educação participativa. Texto & Contexto Enfermagem, v.10, n.2, p.191-5,

2001.

68. SILVA, L. M. G. Breve reflexão sobre autocuidado no planejamento de alta hospitalar

pós-transplante de medula óssea (TMO): relato de caso. Revista Latino-Am.

Enfermagem, v.9, n.4, p.75-82, 2001.

69. SILVA, M. J.; DUARTE, M. J. R. S. O autocuidado do idoso: intervenção de

Enfermagem e melhor qualidade de vida. Revista Enfermagem UERJ, v.9, n.3, p.248-

53, 2001.

70. TASHIRO, M. T. O.; SOUZA, M. F.; OLIVEIRA, S. D. Auto cuidado no tratamento

pelo método de ilizarov: um estudo de caso. Rev. Bras. Enf., v.48, n.1, p.46-50, 1995.

71. TEIXEIRA, E. R. Representações culturais de clientes diabéticos sobre saúde, doença

e autocuidado. Revista Enferm. UERJ, v.4, n.2, p.163-9, 1996.

72. TOLEDO, E. H. R.; DIOGO, M. J. D. Idosos com afecção onco-hematológica: ações e

as dificuldades para o autocuidado no inicio da doença. Rev. Latino-Am. Enfermagem,

v.11, n.6, p.707-12, 2003.

73. TORRES, G. V.; DAVIM, R. M. B.; NOBREGA, M. M. L. Aplicação do processo de

Enfermagem baseado na teoria de Orem: estudo de caso com uma adolescente grávida.

Rev. Latino-Am. Enfermagem, v.7, n.2, p.47-53, 1999.

74. VALE, I. N. A utilização do modelo de autocuidado de Orem na UTI neonatal. Acta

Paulista de Enfermagem, v.12, n.2, p.9-15, 1999.

75. VIEIRA, V. B.; PATINE, F. S.; PASCHOl, V. D. A; BRANDÃO, V. Z.

Sistematização da assistência de Enfermagem em um ambulatório de hanseníase:

estudo de caso. Arq. ciênc. Saúde, v.11, n.2, p.80-87, abr.-jun. 2004.

81

APÊNDICE C – Aplicação da teoria na sistematização da assistência de enfermagem

(SAE).

Artigo Análise

1. AZEVEDO, M. A. J.;

MARIA, M. L. S. S.;

SOLER, L. M. A.

Promovendo o auto-

cuidado: treinamento e

assistência de enfermagem a

pacientes portadores de

bexiga neurogênica. Rev.

Bras. Enferm., v.43, n.1/4,

p.52-7, 1990.

Identificaram-se os requisitos na provisão de

cuidados relacionado à eliminação vesical.

Identifica o déficit de autocuidado em relação a

técnica do auto-cateterismo, no conhecimento do

material e no intervalo entre os cateterismo. Realiza

orientação/ensino aos clientes.

2. CAETANO, J. A.;

PAGLIUCA, L. M. F.

Autocuidado e o portador do

HIV/AIDS: sistematização

da assistência de

enfermagem. Rev. Latino-

Am. Enfermagem. v.14, n.3,

p.336-45, 2006.

Identificaram-se os requisitos de autocuidado

(universais, desenvolvimento e por desvio de

saúde) e os déficits de autocuidado. Para cada

requisito foi apresentado o método de ajuda

inserido no sistema de apoio-educação.

3. DIAS, D. C. Instrumento

para avaliação da

capacidade de autocuidado

de pacientes adultos-

CADEM. Rev. Bras. Enf.,

v.49, n.3, p.315-32, 1996.

O instrumento possibilitou a identificação dos

requisitos de autocuidado e a classificação da

capacidade de autocuidado de acordo com os

déficits e os sistemas de enfermagem.

4. DUARTE, M. C. A.;

ACIOLY, C. M. C.;

PEREIRA, W. S. B.;

PEREZ, V. L. A. B.

Diagnóstico de enfermagem

em paciente epiléptica

embasado na teoria do

autocuidado: estudo de caso.

Nursing, v.3, n.25, p.30-4,

2000.

Na consulta de enfermagem, identificaram-se os

requisitos universais e desenvolvimento. Os

déficits de autocuidado identificados auxiliaram na

identificação dos diagnósticos de enfermagem.

Foram estabelecidos as metas, o método de ajuda e

o sistema de enfermagem.

82

5. FARIAS, M. C. A. D.;

NOBREGA, M. M. L.

Diagnósticos de

enfermagem numa gestante

de alto risco baseados na

teoria do autocuidado de

OREM: estudo de caso.

Revista Latino-Am.

Enfermagem, v.8, n.6, p.59-

67, 2000.

Identificaram-se os déficits de autocuidado

(universais, desenvolvimento de por desvio de

saúde). Identificaram 7 diagnósticos de

enfermagem e 5 déficits de autocuidado. Foram

estabelecidos os sistemas de enfermagem para

implementação da assistência e avaliação.

6. FARIAS, M. C. A. D.;

COSTA, T. N. A. Déficit de

autocuidado em primigestas:

proposta de assistência de

enfermagem no pré-natal.

Revista Rene, v.2, n.1, p.69-

78, 2001.

Identificaram-se os requisitos universais e

desenvolvimento; e os déficits de autocuidado

relacionados ao conhecimento sobre a gravidez,

parto e aleitamento materno. O planejamento da

assistência de enfermagem foi correlacionado com

os déficits de autocuidado mais expressivos.

7. FERNADES, W. L.;

MODESTO FILHO, J.;

NOBREGA, M. M. L.

Sistematização da

assistência de enfermagem

ao diabético jovem

embasada no autocuidado.

Revista Rene, v.1, n.1, p.76-

82, 2000.

Identificaram-se os requisitos de autocuidado

(universais, desenvolvimento de por desvio de

saúde), os déficits e os diagnósticos.

Desenvolvimento das intervenções foi baseado no

método de ajuda ensino e o sistema de enfermagem

foi o apoio-educação.

8. FIALHO, A. V. M.;

PAGLIUCA, L. M. F.

Mulher portadora de câncer:

diagnósticos de enfermagem

a luz da teoria do

autocuidado de Orem.

Revista Rene, v.1, n.1, p.46-

50, 2000.

Foram estabelecidos os requisitos de autocuidado

(universais, desenvolvimento de por desvio de

saúde), os déficits estavam relacionados ao

conhecimento e ao enfrentamento individual

ineficaz. Foram estabelecidos dois diagnósticos de

enfermagem, as metas, os objetivos e o método de

ajuda relacionado ao sistema apoio-educação.

9. FREIRE, M. R. S. M.;

NOBREGA, M. M. L. O

idoso hipertenso e o

autocuidado. Revista Rene,

v.2, n.1, p.60-8, 2001.

Identificaram-se onze diagnósticos de enfermagem,

foram desenvolvidas, implementadas e avaliadas as

ações de autocuidado.

83

10. GUERRA, C. A.; EVIES,

A.; RIVAS, A.; GARCIA,

L. Educacion para el

autocuidado de pacientes

diabeticas embarazadas.

Texto e Contexto -

Enfermagem, v.14, n.2,

p.159-66, 2005.

Identificaram as características clínicas, as

condições sócio-econômicas, o conhecimento e

destreza para o autocuidado antes e após as

gestantes participarem de um programa educativo

para o autocuidado.

11. GUERRA, E. M. D.;

SANTOS, F. L. M.

ARAÚJO, T. L. O cuidar

fundamentado em Orem.

Revista Nursing, n.49, 2002.

Identificaram quatorze diagnósticos de enfermagem

associados aos déficits de autocuidado. Foram

utilizados os três sistemas para fazer intervenções

de enfermagem, de acordo com os métodos de

ajuda. Realizadas várias avaliações para detectar a

adesão às intervenções propostas.

12. HADDAD, M. C. L.;

HIRAZAWA, S. A.;

TAKAHASHI, O. C.;

GUARIENTE, M. H. D. M.;

GOMES, M. S. C. Análise

crítica de uma metodologia

de atendimento ambulatorial

ao paciente diabético, a

partir da teoria de Dorothea

Orem. Revista da Escola de

Enfermagem da USP, v.22,

n.especial, p.112-18, 1988.

Identificou-se a demanda de autocuidado

relacionados com os requisitos universais e por

desvio de saúde (diabetes). As metas terapêuticas

foram estabelecidas. Planejadas as intervenções

para atender as necessidades, sendo o sistema mais

utilizado foi o apoio-educação.

13. HOGA, L. A. K. A

influencia da crença

religiosa na motivação de

uma cliente para o

autocuidado. Revista da

Escola de Enfermagem da

USP, v.27, n.1, p.73-85,

1993.

Os dados foram coletados na consulta de

enfermagem, sendo estabelecidos a demanda

terapêutica e os déficits de autocuidado.

Estabelecidas as metas e as intervenções no sistema

apoio-educação. As metas foram parcialmente

atingidas devido às crenças religiosas.

14. KAPLAN, S. Grupos de

pacientes: noções de

responsabilidade e

autocuidado. Enfermagem

Moderna, v.3, n.4, p.4-7,

1985.

Orientações individuais e em grupo, através de

reuniões semanais e mensais, onde são discutidas as

dúvidas dos clientes em relação ao autocuidado

para o controle da Tuberculose, diabetes,

hipertensão.

84

15. LIMA, L. R.; PEREIRA, S.

V. M.; CHIANCA, T. C. M.

Diagnósticos de

enfermagem em pacientes

pós-cateterismo cardíaco –

contribuição de Orem. Rev.

Bras. Enf. v.59, n.3, p.285-

90, 2006.

Coletados os dados através de um instrumento

baseado nos requisitos de autocuidado universais.

A partir do julgamento clínico fundamentado no

déficit de autocuidado foram identificados 24

diagnósticos de enfermagem pela taxonomia de

NANDA. Foram estabelecidas metas e as

prescrições de enfermagem.

16. LUCE, M.; PADILHA, M.

I.; ALMEIDA, R. L. V.;

SILVA, M. O. O preparo

para o autocuidado do

cliente diabético e família.

Rev. Bras. Enf., v.43, n.1/4,

p.36-43, 1990.

Identifica-se a demanda de autocuidado relacionada

aos requisitos universais e por desvio de saúde.

Fazem intervenções pelo método de ajuda apoio e

ensino, através de reuniões em grupo e visitas

domiciliares.

17. MENEZES, A. F.;

CASTRO, M. E.;

DIÓGENES, M. A. R.

Autocuidado para a

cicatrização da ferida de

colo de útero. Rev. Enferm.

UERJ. v.14, n.2, p.214-20,

2006.

Identificaram-se os requisitos e déficits de

autocuidado, utilizando o método de ajuda (ensinar

o outro) no sistema apoio-educação.

18. MONTEIRO, E. M. L. M.;

NOBREGA, M. M. L.;

LIMA, L. S. Autocuidado e

o adulto portador de asma:

sistematização da

assistência de enfermagem.

Rev. Bras. Enf., v.55, n.2,

p.134-9, 2002.

Identificaram-se os requisitos (universais,

desenvolvimento e por desvio de saúde) e os

déficits de autocuidado. Selecionou os métodos de

ajuda, enfocando as ações no sistema de apoio-

educação.

19. NASCIMENTO, A. R;

CAMPOS, V. Orientações

para o autocuidado do

paciente diabético e

familiares. Enfermagem

Revista, v.1, n.2, p.15-22,

1993.

As necessidades de autocuidado e os déficits foram

identificados e o meio de ajuda estabelecido foi o

ensino e apoio. Como intervenção foi realizado um

grupo multidisciplinar; que iniciava as reuniões do

programa de orientação, de acordo com o tema

sugerido pelos pacientes, acrescentando o conteúdo

programático.

20. NORONHA, R. Experiência

participativa mobilizadora

de enfermagem: condições

prévias para o autocuidado.

Rev. Bras. Enf., v.39, n.1,

p.34-43, 1986.

Através de entrevista os requisitos por desvio de

saúde foram identificados e relacionados aos

fatores facilitadores e intervenientes. As

necessidades de autocuidado foram listadas pelos

participantes e as intervenções foram realizadas

através da problematização, construção de cartazes

e troca de experiência em grupo.

85

21. OLIVEIRA, A. G.

Aplicação da teoria do

autocuidado de Orem em

adolescente em diálise

peritoneal ambulatorial

continua. Revista Gaúcha de

Enfermagem, v.16, n.1/2,

p.46-51, 1995.

Identificou a demanda terapêutica e a capacidade de

autocuidado da família e do adolescente. Foram

definidos os déficits e elaborado um plano de

intervenção de enfermagem, constando ações

educativas e orientações ao cliente e sua família.

22. PACHECO, G. S.;

SANTOS, I. Cuidar de

cliente em tratamento

conservador para doença

renal crônica: apropriação

da Teoria de Orem. Revista

de Enferm. UERJ, v.13, n.2,

p.257-62, 2005.

Propõem a orientação do autocuidado ao cliente na

fase pré dialítica, identificando os requisitos de

autocuidado, associando os déficits aos métodos de

ajuda com o sistema de apoio-educação.

23. PAGLIUCA, L. M. F.;

LIMA, M. F. Diagnósticos

de enfermagem em paciente

submetida à cesariana por

estar com condiloma

venéreo: estudo de caso.

Cogitare enfermagem. v.3,

n.2, p.45-49, 1998.

O plano terapêutico considerou a demanda de

autocuidado universal e por desvio de saúde, e o

déficit de autocuidado. Identificaram 06

diagnósticos de enfermagem. Utilizado o sistema

de apoio-educação através do método ensinar o

outro.

24. PEIXOTO, M. R. B.

Divergências e

convergências entre um

modelo de assistência de

enfermagem a pacientes

diabéticos e a teoria do

déficit de autocuidado de

Orem. Revista da Escola de

Enfermagem da USP, v.30,

n.1, p.1-13, 1996.

Realizou-se um levantamento dos fatores

condicionantes para o autocuidado com posterior

identificação das demandas terapêuticas para o

autocuidado, identificação de déficits de

autocuidado, estabelecimento do sistema de

enfermagem e avaliação.

25. RABELO, S. L.;

PADILHA, M. I. C. S.

Compreensão dos déficits de

autocuidado a partir da

pratica assistencial. Texto &

Contexto - Enfermagem,

v.9, n.2 parte 1, p.312-23,

2000.

Os dados foram levantados através da consulta de

enfermagem, sendo identificado os déficits e as

maneiras de ajuda. A implementação das ações

educativa foi através de atividades lúdicas (apoio-

educação).

86

26. REMOR, A. REMOR, A.;

BRITO, I. S.; PETTERS, V.

R.; SANTOS, E. K. A. A

teoria do autocuidado e sua

aplicabilidade no sistema de

alojamento conjunto. Rev.

Bras. Enf., v.39, n.2/3, p.6-

11, 1986.

Identificaram-se os déficits de autocuidado da

puérpera, construindo um plano de ações, sendo

estabelecido o sistema de enfermagem.

27. RIVERA, M. S. Educacion

para el autocuidado en salud

sexual de adultos-una

experiencia em construccion

y reconstruccion. Texto &

Contexto-Enfermagem em

Enfermagem, v.7, n.2,

p.397-421, 1998.

Identificaram-se, por meio de perguntas, os

requisitos desenvolvimento diante da paternidade,

em um programa de educação em saúde sexual para

gestantes e companheiros. Os temas das reuniões

foram determinados conforme os requisitos e os

déficits identificados, utilizando os métodos de

ajuda – ensinar e apoiar ao outro no sistema de

apoio-educação.

28. SAHO, M.; SANTANA, R.

M. Promovendo o auto-

cuidado no controle da

hanseníase. Revista Baiana

de Enfermagem, v.14, n.1,

p.9-16, 2001.

Identificaram-se os requisitos universais e por

desvio de saúde e identificaram os déficits. Através

do método de ajuda (orientação) foram feitas as

discussões para promover o autocuidado.

29. SILVA, L. M. G. Breve

reflexão sobre autocuidado

no planejamento de alta

hospitalar pós-transplante de

medula óssea (TMO): relato

de caso. Revista Latino-Am.

Enfermagem, v.9, n.4, p.75-

82, 2001.

Identificaram-se os requisitos de autocuidado e os

déficits. O sistema de apoio-educação apresentou

maior relevância.

30. TASHIRO, M. T. O.;

SOUZA, M. F.; OLIVEIRA,

S. D. Auto cuidado no

tratamento pelo método de

ilizarov: um estudo de caso.

Rev. Bras. Enf., v.48, n.1,

p.46-50, 1995.

As demandas terapêuticas e os cuidados universais

foram identificados durante a hospitalização. Os

déficits foram detectados no pré-operatório e os

cuidados desenvolvidos no pós-operatório. Inclusão

do pai como agente de autocuidado. O plano de

assistência baseou-se no apoio-educação e

parcialmente compensatório.

31. TORRES, G. V.; DAVIM,

R. M. B.; NOBREGA, M.

M. L. Aplicação do

processo de enfermagem

baseado na teoria de Orem:

estudo de caso com uma

adolescente grávida. Rev.

Latino-Am. Enfermagem,

v.7, n.2, p.47-53, 1999.

Identificaram os requisitos (universais,

desenvolvimento e por desvio de saúde), os déficits

de autocuidado e 03 diagnósticos de enfermagem.

As intervenções foram realizadas através do

método orientação apoio e ensino, no sistema

apoio-educação.

87

32. VALE, I. N. A utilização do

modelo de autocuidado de

Orem na UTI neonatal. Acta

Paulista de Enfermagem,

v.12, n.2, p.9-15, 1999.

O instrumento possibilitou a equipe de enfermagem

identificar a demanda e os déficits de autocuidado,

avaliação do potencial prover de autocuidado, os

meios de ajuda e o sistema de enfermagem.

33. VIEIRA, V. B.; PATINE, F.

S.; PASCHOl, V. D. A;

BRANDÃO, V. Z.

Sistematização da

assistência de enfermagem

em um ambulatório de

hanseníase: estudo de caso.

Arq. ciênc. Saúde, v.11, n.2,

p.80-87, abr.-jun. 2004.

Por meio das consultas foram identificados a

demanda terapêutica e os déficits, o método de

ajuda e o sistema apoio-educação para implementar

o plano de assistência.

88

APÊNDICE D – Aplicação da teoria como estratégia de ensino para desenvolver o

autocuidado.

Artigo Análise dos resultados

1. ATAÍDE, M. B. C.;

DAMASCENO, M. M. C.

Fatores que interferem na

adesão ao autocuidado em

diabetes. Revista. Enferm.

UERJ, v.14, n.4, p.518-23,

out-dez. 2006.

Identificaram-se os requisitos de autocuidado

(universais, desenvolvimento e por desvio de

saúde) e os déficits das mulheres com diabetes.

2. BARBIERI, D. L.; CHIDA,

A. M.; BARBOSA, M. L. J.;

SANTOS, L. C. R.;

DIOGO, M. J. D. E.;

CIANCIARULLO, T. I.

Auto-cuidado na assistência

de enfermagem: sua prática

no hospital universitário.

Revista Paulista de

Hospitais, v.35, n.7/8/9,

p.118-25, 1987.

A partir do referencial teórico as autoras

construíram um roteiro para observar a prática de

autocuidado no alojamento conjunto. Identificaram

ações de autocuidado pela parturiente e pela

enfermagem. Identifica os déficits relacionados aos

requisitos de desenvolvimento.

3. CADE, N. V. A teoria do

déficit de autocuidado de

OREM aplicada em

hipertensas. Rev. Latino-Am.

Enfermagem, v.9, n.3, p.43-

50, 2001.

Foram identificados os requisitos de autocuidado

(universais, desenvolvimento e por desvio de

saúde), os déficits de autocuidado nas mulheres

hipertensas e os fatores dificultadores e

facilitadores do autocuidado.

4. CHAVES, E. C. A palestra

educativa na orientação

sobre o autocuidado do

hipertenso. Revista da

Escola de Enfermagem da

USP, v.24, n.3, p.397-402,

1990.

Identifica os requisitos e déficits de autocuidado

associados a dieta, atividade física, hábitos de

ingerir bebidas alcoólicas, consumo de cigarro e

tratamento medicamentoso; no controle da

hipertensão arterial.

89

5. COSTA, L. M. D.;

MORETTO, C. E.; SILVA,

C. S. G.; FUMEGALLI, M.

E.; SCHUTTEL, S.;

MORETTO, V. L.

Avaliação do nível de

dependência do cliente

adulto, com restrições de

movimentos dos membros

inferiores, visando a

promoção do autocuidado.

Revista Gaúcha de

Enfermagem, v.7, n.2,

p.199-221, 1986.

Apresenta o conceito, demanda e competência para

o autocuidado. Identificaram o conhecimento sobre

o autocuidado no pós-operatório ortopédico, o grau

de dependência física e o estado mental.

6. DIÓGENES, M. A. R.;

VARELA, Z. M. V.

Autocuidado da adolescente

na vivência da sexualidade.

Nursing (edição brasileira),

v.6, n.61, p.20-4, 2003.

Utiliza o conceito de autocuidado e identifica a

situação de desequilíbrio entre os cuidados

necessários que os adolescentes deveriam ter com a

sexualidade.

7. DIOGO, M. J. D.;

TOLEDO, E. H. R. Idosos

com afecções onco-

hematológicas: dificuldades

para o autocuidado frente

aos efeitos colaterais do

tratamento. Nursing, v.59,

n.6, p.28-33, 2003.

Os efeitos colaterais do tratamento oncológico

foram identificados, bem como os requisitos por

desvio de saúde. Foram identificados e agrupados

14 déficits de autocuidado comuns no grupo

pesquisado.

8. FERRERO, S. M.;

CINTRA, F. A. Limitações

para o autocuidado de

idosos reinternados,

portadores de vasculopatias.

Saúde em Debate, v.28,

n.68, p.243-55, 2004.

Identificaram-se os requisitos de autocuidado

(universais, desenvolvimentais e por desvio de

saúde) e os déficits relacionados aos idosos

portadores de vasculopatias.

9. FIALHO, A. V. M.;

PAGLIUCA, L. M. F;

SOARES, E. Adequação da

teoria do déficit de

autocuidado no cuidado

domiciliar a luz do modelo

de Barnum. Rev. Latino-Am.

Enfermagem, v.10, n.5,

p.715-20, 2002.

Identificaram-se as exigências para o autocuidado

(universais, desenvolvimentais e por desvio de

saúde), relacionando com os déficits de

autocuidado. Identificaram o agente de autocuidado

na esposa do cliente.

90

10. FIALHO, A. V. M.; SILVA,

R. M. Câncer de mama -

ações para o autocuidado.

Revista Baiana de

Enfermagem, v.12, n.2,

p.65-78, 1999.

Identificaram-se as ações desenvolvidas para

detecção precoce do câncer de mama e os fatores

agravantes, sendo possível identificar os requisitos

e os déficits de autocuidado relacionados a

mulheres para evitar o câncer de mama.

11. FONSECA, S. M. O

cuidado de enfermagem a

pacientes em quimioterapia

antineoplásica: uma

aplicação da teoria de

Dorothea Orem. Acta

Paulista de Enfermagem,

v.10, n.2, p.74-9, 1997.

Foram identificados os déficits de autocuidado

relacionados com os pacientes em uso de

quimioterápicos, e mencionado como possíveis

agentes de autocuidado os membros familiares,

com destaque para a mãe. Os sistemas de apoio-

educação são sugerido mas não são aplicados.

12. GALPERIN, M. R. O.

Percepção de clientes e

membros da equipe de

enfermagem, de uma

unidade de auto-cuidado,

acerca da liberdade de raiz e

de ação dos primeiros e seus

respectivos locus de

controle. Revista Gaúcha de

Enfermagem, v.9, n.1, p.47-

57, 1988.

Utilizou-se o conceito de autocuidado para verificar

se os clientes reconheciam e valorizavam os

comportamentos de autocuidado e a relação com a

equipe de enfermagem. Identifica o método de

ajuda que a enfermagem deve utilizar.

13. LIMA, F. E. T.; ARAUJO,

T. L. Correlação dos fatores

condicionantes básicos para

o autocuidado dos pacientes

pós-revascularização do

miocárdio. Rev. Bras. Enf.,

v.58, n.5, p.519-23, 2005.

As ações de autocuidado foram correlacionadas

com as variáveis: sexo, idade, ocupação, estado

civil e antecedentes familiares.

14. MAIA, T. F.; SILVA, L. F.

O pé diabético de clientes e

seu autocuidado: a

enfermagem na educação

em saúde. Escola Anna

Nery - Revista de

Enfermagem, v.9, n.1, p.95-

102, 2005.

Identificaram os déficits de autocuidado

relacionado ao cuidado precários com os pés e

levantamento das características mais comuns das

pessoas com lesões nos pés em conseqüência da

diabetes.

91

15. MAMEDE, M. V. Resposta

ao auto-cuidado: adaptação

para a cultura brasileira

entre mulheres em

perimenopausa. Ciência e

cultura, v.42, n.7, p.20-1,

1990.

Identificaram-se os requisitos universais e de

desenvolvimento. Os resultados foram agrupados

em padrões positivos de resposta, negativos,

esporádicos e sem padrão de resposta.

16. MAMEDE, M. V.;

NAKANO, A. M. S.;

FELIPE, M. J. V.;

MESSIAS, D. A. K. H.

Respostas a autocuidado de

mulheres brasileiras em

perimenopausa: estudo

piloto. Rev. Bras. Enferm.

v.44, n.2/3, p.26-30, 1991.

Identificou-se a demanda de autocuidado relativos

aos requisitos de desenvolvimento, pelo

instrumento e discutiram os resultados apontando

os déficits.

17. NOGUEIRA, S. A.;

SANTOS, E. R.;

BOCCARDO, L. M.;

SANTOS, V. L. C. G.;

MIYADAHIRA, A. M. K.

Autocuidado do

ostomizado: dificuldades

percebidas apos a alta

hospitalar. Revista da

Escola de Enfermagem da

USP, v.28, n.3, p.309-20,

1994.

Identificaram-se as dificuldades, déficits de

autocuidado do cliente; relacionados com a pele

periestoma, com o estoma e o uso do dispositivo.

18. NUNES, A. M. P.

Motivação para o auto

cuidado, um diagnostico

indispensável na assistência

e orientação de diabéticos.

Texto & Contexto -

Enfermagem, v.2, n.1, p.53-

66, 1993.

Identificaram-se os requisitos de autocuidado

universais e por desvio de saúde, identificaram os

déficits e correlacionando-os a capacidade

motivacionais e emocionais.

19. PACE, A. E.; OCHOA-

VIGO, K.; CALIRI, M. H.

L. et al. O conhecimento

sobre diabetes mellitus no

processo de autocuidado.

Rev. Latino-Am.

Enfermagem. v.14, n.5, 728-

734, 2006.

Verificou-se o conhecimento que as pessoas com

diabetes possuem. Identifica os requisitos de

autocuidado (universais, desenvolvimento e por

desvio de saúde) e indica o método de ajuda (guiar,

apoiar, proporcionar ambiente e ensinar o outro).

92

20. PEREIRA, L.; YWATA, M.

Y.; TERAÇONO, M. K.;

UTIYAMA, R. M. O

autoconhecimento e o

autocuidado da enfermeira

relativo a questões de

higiene e saúde da mulher, e

sua relação com a função

educativa. Revista Gaúcha

de Enfermagem, v.9, n.2,

p.113-7, 1988.

Identificaram-se os requisitos universais e de

desenvolvimento, relacionados com a sexualidade

da mulher enfermeira, os déficits de conhecimento

tanto para o autocuidado próprio e para as suas

clientes.

21. PETERS, A.; SANTOS, D.;

CATAFESTA, K. G.;

BAPTISTA, C. L. B. M.

Competência do portador de

diabetes mellitus para o

autocuidado. Revista

Nursing, v.72, n.7, 2004.

Foram levantadas as competências para o

autocuidado. As competências estão relacionadas

ao autocuidado no cliente com diabetes e os seus

déficits para conviver com esta doença.

22. POGGETTO, M. T. D.;

CASAGRANDE, L. D. R.

“Fui fazendo e

aprendendo...” temática de

aprendizagem de clientes

colostomizados e a ação

educativa do enfermeiro.

REME - Rev. Min. Enf., v.7,

n.1, p.28-34, jan.-jul, 2003.

Verificou-se como se desenvolve o processo

educativo durante o período de hospitalização junto

aos clientes colostomizados. Foram identificados os

déficits relacionados a alta hospitalar e os déficits

de conhecimento.

23. POLAK, Y. N. S.

Autocuidado no suporte

nutricional: possibilidade ou

mito? Rev. brasileira de

nutrição clínica, n.16, v.1,

p.28-33, jan.-mar. 2001.

As ações de enfermagem identificadas estão

voltadas para o “fazer por” e orientadas para o

atendimento dos requisitos universais e de desvio

de saúde.

24. SANTOS, R. B.

Autocuidado e gênero em

Diabetes mellitus: uma

abordagem de enfermagem.

Revista Baiana de

Enfermagem, v.18, n.1/2,

p.39-50, 2003.

Identificou-se o conhecimento sobre o autocuidado

em relação ao controle da diabetes e as condições

de trabalho nessa relação. Foram identificados os

fatores que interferem no autocuidado,

estabelecendo os déficits.

93

25. SANTOS, Z. M. S. A.;

COSTA, C. M. V.;

SARAIVA, K. R. O. Cliente

portador de insuficiência

cardíaca - demandas de

autocuidado. Escola Anna

Nery - Revista de

Enfermagem, v.8, n.2,

p.243-50, 2004.

Realizou-se um levantamento dos requisitos

(universais, desenvolvimento e por desvio de

saúde) e dos fatores influentes. Identificaram que as

demandas estavam associadas a não adesão as

condutas terapêuticas e preventivas.

26. SANTOS, M. V.; FORTES,

V. L. F. O autocuidado

vivenciado pelos pacientes

hipertensos em hemodiálise.

RECENF, v.2, n.8, p.81-5,

2004.

Identificaram-se as ações de autocuidados

relacionados aos requisitos e déficits dos clientes

com hipertensão em hemodiálise.

27. SANTOS, S. M. S. A.;

SILVA, R. M. Prática do

autocuidado vivenciada pela

mulher hipertensa: uma

análise no âmbito da

educação em saúde. Rev.

Bras. Enfermagem.; v. 59,

n.2, p. 206-11, mar.-abr.

2006.

Investigou-se a prática do autocuidado vivenciada

pela mulher hipertensa. Foram levantados os

fatores relacionados com a prática ineficaz do

autocuidado e identificação dos déficits.

28. TOLEDO, E. H. R.;

DIOGO, M. J. D. E. Idosos

com afecção onco-

hematológica: ações e as

dificuldades para o

autocuidado no inicio da

doença. Rev. Latino-Am.

Enfermagem, v.11, n.6,

p.707-12, 2003.

Identificaram-se as ações desenvolvidas e as

dificuldades para o autocuidado no início da

doença.

94

APÊNDICE E – Aplicação da teoria como referencial teórico.

Subcategoria 1 Análise descritiva e crítica

Artigo Análise dos resultados

1. CAETANO, J. A.;

PAGLIUCA, L.M.F.

Análise descritiva da teoria

dos sistemas: aplicabilidade

no ensino do auto-exame

ocular dos portadores do

HIV/ AIDS. Escola Anna

Nery - Revista de

Enfermagem. v.7, n.1, p.89-

96, 2003.

Por meio da compreensão dos conceitos teóricos de

Orem e da experiência pessoal, as autoras

permitiram supor que a aplicabilidade da teoria é

viável para o auto-exame ocular.

2. DIÓGENES, M. A. R.;

PAGLIUCA, L. M. F.

Teoria do Autocuidado:

analise critica da utilidade

na pratica da enfermeira.

Revista Gaúcha de

Enfermagem, v.24, n.3,

p.286-93, 2003.

Apresenta os construtos teóricos de Orem

relacionando-os com a aplicação na prática das

atividades de enfermagem, aplicada à mulher

hipertensa.

3. DUARTE, M. J. R. S. O

envelhecer saudável:

autocuidado para a

qualidade de vida. Revista

de Enferm. UERJ, v.6, n.1,

p.293-307, 1998.

Apresenta uma discussão sobre os requisitos de

autocuidado (universais, desenvolvimento e por

desvio de saúde) do cliente idoso através das ações

evidenciadas no padrão básico de atenção à saúde

do idoso.

4. MENEZES, G. A. C.;

ROSA, R. S. D. Práticas

educativas em saúde: a

enfermagem revendo

conceitos na promoção do

autocuidado. REME -

Revista Mineira de

Enfermagem, v.8, n.2,

p.337-40, 2004.

Artigo de reflexão com revisão da literatura sobre o

cuidado, discutindo o papel das práticas educativas

em saúde como instrumento potencializador do

autocuidado.

5. TEIXEIRA, E. R.

Representações culturais de

clientes diabéticos sobre

saúde, doença e

autocuidado. Revista

Enferm. UERJ, v.4, n.2,

p.163-9, 1996.

Buscou-se investigar as representações que o saber

popular apresenta no campo da saúde sobre o

autocuidado.

95

6. SCHIER, J. O idoso

hospitalizado e seu familiar

acompanhante: uma

proposta de assistência de

enfermagem para o

autocuidado por meio da

educação participativa.

Texto & Contexto

Enfermagem, v.10, n.2,

p.191-5, 2001.

O conceito de autocuidado foi utilizado como

marco conceitual para apoiar o processo de

enfermagem que será desenvolvido ao cliente idoso

e familiares.

7. SILVA, M. J.; DUARTE,

M. J. R. S. O autocuidado

do idoso: intervenção de

enfermagem e melhor

qualidade de vida. Revista

Enfermagem UERJ, v.9, n.3,

p.248-53, 2001.

Artigo de revisão que faz um levantamento de

conceitos de autocuidado e suas relações com o

cliente idoso.

Subcategoria 2 – Descrição da teoria e comparação com outras teorias

Artigo Análise dos resultados

8. DUPAS, G.; PINTO, I. C.;

MENDES, M. D.;

BENEDINI, Z. Reflexão e

síntese acerca do modelo do

autocuidado de Orem. Acta

Paulista de Enfermagem,

v.7, n.1, p.19-26, 1994.

Apresenta dados da vida e obra da Orem e as

definições dos seus conceitos (enfermagem,

homem, autocuidado, agente, ação, saúde,

demanda, terapêutica, déficits, sistema de

enfermagem, requisitos de autocuidado, os modelos

conceituais e as teorias).

9. FERNANDES, W. L.;

SILVA, A. S.; NOBREGA,

M. M. L. Teoria do

autocuidado de Dorothea

Orem: uma abordagem

conceitual. CCS - Ciência,

Cultura e Saúde, v.12, n.2,

p.49-53, 1993.

Apresenta os principais conceitos da teoria de

Orem: pessoa, ambiente, saúde, enfermagem,

déficits e método de ajuda, sistema e processo de

enfermagem.

10. LEITAO, G. C. M.;

LINARD, A. G.;

RODRIGUEZ, D. P.

Conceitos de enfermagem

segundo Roy, Orem e

Watson. Acta Paulista de

Enfermagem, v.13, n.3,

p.76-80, 2000.

Realiza uma análise dos conceitos de ambiente,

homem, saúde, enfermagem e cuidado de acordo

com Orem em paralelo a outras teóricas de

enfermagem.

96

11. NETO, D.L.; NÓBREGA,

M. M. L. Holismo nos

modelos teóricos de

enfermagem. R. Bras.

Enferm., v.52, n.2, p.233-

242, abr.-jun. 1999.

Aborda a relação da abordagem holística com a

teoria de Orem, enfocando os quatros componentes

essenciais das teorias de enfermagem.

12. NEVES, E. P. Reflexões

acerca dos conceitos auto-

cuidado e competência/

poder para o auto-cuidado.

Revista da Escola de

Enfermagem da USP, v.21,

n.3, p.235-41, 1987.

Apresenta aspectos da teoria de autocuidado de

Orem abordando o poder/ competência para o

autocuidado.

13. NUNES, A. M. P.;

ZAGONEL, I. P. S.

Cuidado humano e auto-

cuidado: contribuição de

Orem e Watson ao

conhecimento da

enfermagem. Cogitare

Enfermagem, v.1, n.1, p.28-

33, 1996.

Realizou-se uma análise do conhecimento gerado a

partir do conceito de autocuidado, descrevendo a

contribuição para a enfermagem; de forma paralela

a teoria desenvolvida por Watson.

14. SANTOS, E. K. A.

Comparação entre as teorias

de enfermagem de Horta,

King, Rogers, Roy e Orem.

Revista Paulista de

Enfermagem, v.5, n.1, p.3-7,

1985.

Apresenta os conceitos de Orem: homem,

enfermagem, autocuidado, competência e demanda

terapêutica para autocuidado, saúde, déficits de

autocuidado e sistema de enfermagem; comparando

conceitos com outras teóricas.

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