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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE MEDICINA TROPICAL DR. HEITOR VIEIRA DOURADO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL DOUTORADO EM DOENÇAS TROPICAIS E INFECCIOSAS CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA E BIOLÓGICA DE ISOLADOS DE Trypanosoma cruzi DO ESTADO DO AMAZONAS, BRASIL WUELTON MARCELO MONTEIRO MANAUS 2011

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS · sete filhos, no noroeste do Estado de São Paulo, onde grassava, além do mal de Chagas, a ferida brava e ainda a maleita. Naquele ambiente de

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS

FUNDAÇÃO DE MEDICINA TROPICAL DR. HEITOR VIEIRA DOURADO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL

DOUTORADO EM DOENÇAS TROPICAIS E INFECCIOSAS

CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA E BIOLÓGICA DE ISOLADOS DE Trypanosoma cruzi DO ESTADO DO AMAZONAS, BRASIL

WUELTON MARCELO MONTEIRO

MANAUS

2011

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WUELTON MARCELO MONTEIRO

CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA E BIOLÓGICA DE ISOLADOS DE Trypanosoma cruzi DO ESTADO DO AMAZONAS, BRASIL

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Universidade do Estado do Amazonas em convênio com a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, como requisito parcial para a obtenção do título de Doutor em Doenças Tropicais e Infecciosas.

Orientadora: Profa. Dra. Maria das Graças Vale Barbosa Co-orientadores: Prof. Dr. Henrique Silveira Prof. Dr. Max Jean de Ornelas Toledo

MANAUS

2011

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Ficha catalográfica elaborada por Maria Eliana N. Silva – CRB- 11/248

M772c Monteiro, Wuelton Marcelo. Caracterização genética e biológica de isolados de

Trypanosoma cruzi do Estado do Amazonas, Brasil / Wuelton Marcelo Monteiro. -- Manaus : Universidade do Estado do Amazonas, Fundação de Medicina Tropical, 2011.

Xviii, 310 f. : il. Tese de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais e Infecciosas – UEA/FMT, 2011.

Orientadora: Profº. Dra. Maria das Graças Vale Barbosa.

1. Trypanosoma cruzi. 2. Doença de Chagas. I. Título.

CDU: 616.92

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FOLHA DE JULGAMENTO

CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA E BIOLÓGICA DE ISOLADOS DE Trypanosoma cruzi DO ESTADO DO AMAZONAS, BRASIL.

WUELTON MARCELO MONTEIRO

“Esta Tese foi julgada adequada para obtenção do Título de Doutor em Doenças Tropicais e Infecciosas, aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Universidade do Estado do Amazonas em convênio com a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado”.

Banca Julgadora:

____________________________________ Profª. Maria das Graças Vale Barbosa, Dra.

Presidente

____________________________________ Prof. Jorge Augusto de Oliveira Guerra, Dr.

Membro

_______________________________________________ Prof. Marcus Vinicius Guimarães de Lacerda, Dr.

Membro

______________________________________ Prof. Max Jean de Ornelas Toledo, Dr.

Membro

______________________________________ Profª. Angela Cristina Veríssimo Junqueira, Dra.

Membro

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DEDICATÓRIA

Desde o primeiro ano do curso farmacêutico na Universidade Estadual de Maringá,

em 2000, sem conhecer conceito ou teoria alguma de forma profunda, me aventurei

ingenuamente como estagiário no Laboratório de Imunologia Clínica do

Departamento de Análises Clínicas. Neste ambiente de novidades, pipetava e

manipulava ainda hesitante, mas conseguindo, sob supervisão, realizar meus

primeiros ensaios para o diagnóstico laboratorial das leishmanioses e da doença de

Chagas. Em relação a estes problemas de saúde pública, tinha mais familiaridade

com o segundo. Uma década antes, meu avô paterno, Antônio Monteiro Peres,

mineiro de Montes Claros, que migrou como muitos outros conterrâneos para o norte

do Estado do Paraná, havia falecido subitamente por causa de um ataque cardíaco:

era um chagásico crônico. Outra memória perturbadora gerada pelas histórias dos

meus avôs, maternos agora, é a casa de barro lotada de barbeiros (chupanças,

conforme eles), que ora ou outra eram vistos nas camas sobre o rosto de algum dos

sete filhos, no noroeste do Estado de São Paulo, onde grassava, além do mal de

Chagas, a ferida brava e ainda a maleita. Naquele ambiente de assistência e

pesquisa, chamou-me a atenção de imediato o estudo das doenças parasitárias.

Mas não foi no estudo da doença de Chagas que ingressei na pesquisa científica.

De 2001 a 2003, fui selecionado para o Programa Institucional de Bolsas de

Iniciação Científica (PIBIC), sob orientação do professor Ueslei Teodoro, meu

grande amigo e incentivador. Estudava a epidemiologia espacial da leishmaniose

tegumentar no Estado do Paraná. No mestrado em Análises Clínicas naquela

mesma universidade, terminado em 2006, aprofundaria no tema, já tendo publicado

alguns trabalhos nesta linha. Na época, me influenciaram a teoria do foco natural

das doenças transmissíveis, de Pavlovsky, e o complexo patogênico, de Max Sorre.

Fui remetido automaticamente às obras dos mestres Pessoa, Lacaz e Milton Santos.

A doença de Chagas estava literalmente na sala da frente, em relação ao

laboratório/sala do professor Ueslei, onde eu permanecia grande parte do tempo

(escrevendo, estudando ou identificando flebotomíneos), mas não me chamava

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muito à atenção, exceto pela pena dos camundongos infectados pelo Trypanosoma

cruzi. Diversos outros parasitos concorriam pela atenção naquele setor.

Não sei como explicar, mas mesmo antes de defender a dissertação de mestrado,

apenas com os créditos concluídos na pressa, ainda em 2005, mudo eu e mais

quatro colegas de classe farmacêuticos-bioquímicos recém-formados para o

Amazonas. Talvez por desespero ou ansiedade: queríamos trabalhar. Algo faltava. O

fato é que havíamos feito um concurso, passado e sido convocados: éramos

funcionários da Secretaria Estadual de Saúde do Amazonas (SUSAM). Um dos

emigrantes sulistas hoje é minha esposa, Gisely. Eu voltaria ao Paraná no ano

seguinte e me tornaria mestre. Meus pais, Antônio e Cleonice, ainda mantinham a

esperança do meu retorno para casa. Mesmo agora a mantém, quando se solidifica

minha permanência neste novo lar, onde consegui uma cadeira na Universidade

Federal do Amazonas.

Não posso dizer que fiquei um ano fora do meio científico, pois em 2007 escrevi e

publiquei trabalhos. Mas era preciso mais, o doutorado era o passo evidente. O que

eu estudaria no Amazonas? Não tinha contato algum. O programa que acabou por

me seduzir foi o de Medicina Tropical, da Universidade do Estado do Amazonas e da

Fundação de Medicina Tropical do Amazonas. Precisava de um orientador e

procurei pela coordenadora do curso: Profa. Dra. Maria das Graças Vale Barbosa.

Ela aceitou ser minha orientadora após corrigir minha tarefa de casa, que foi

escrever um projeto sobre caracterização de isolados de Trypanosoma cruzi no

Estado do Amazonas. Quase que por ironia, aprendi mais sobre esta parasitose aqui

no Amazonas. Mas não é na Amazônia que a doença incide hoje em dia? Aceitei o

desafio, estudei muito, desanimei muitas vezes, pensei em desistir. Mas a

oportunidade era única.

Na tese ora apresentada, desenvolvida na Gerência de Entomologia da Fundação

de Medicina Tropical do Amazonas e no Laboratório de Doença de Chagas da

Universidade Estadual de Maringá, apresento resultados que considero preliminares

de uma pesquisa básica em doença de Chagas na Região Amazônica.

Apresentamos um pouco de biologia, mas não podemos olvidar, diante dos fatores

bio-ecológicos e genéticos que determinam a ocorrência dos ciclos primitivos do

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Trypanosoma cruzi, todo o contexto político, social e econômico que ocasiona a

incidência da doença e particulariza as populações afetadas.

Dedico este trabalho a todos que foram citados neste texto, e também a todos que

participaram direta ou indiretamente da história da minha vida acadêmica.

Incentivando, ensinando, contribuindo ou inspirando.

O movimento pelo saneamento do Brasil, desencadeado durante a Primeira

República (1899-1930) e ainda em andamento, colocou em evidência as precárias

condições de saúde das populações rurais e ribeirinhas, no contexto Amazônico,

como um obstáculo para que o país se civilizasse e se tornasse efetivamente uma

nação. Sua origem e trajetória estiveram diretamente relacionadas à história da

doença de Chagas. Os diferentes olhares não podem se desvencilhar nestes tempos

de emergência e reemergência. Dedico, também, de forma especial, esta tese, aos

pioneiros.

Manaus, 4 de novembro de 2011

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AGRADECIMENTOS

A Deus, causa primária de todas as coisas.

Aos meus pais, Antônio Carlos Valério Monteiro e Cleonice Toneli Monteiro, porque

acreditaram em mim e investiram com amor na minha formação, sempre me

incentivando.

À minha esposa, Gisely Cardoso de Melo, pelo amor, compreensão e presença,

mesmo nos momentos difíceis e atribulados de um aluno de doutorado.

Aos meus tios, Natal Rosin e Ivete Bastos Rosin, que outrora me acolheram como

um filho, pelo amor, carinho e compreensão.

À minha orientadora, Profa. Dra. Maria das Graças Vale Barbosa, pela atenção e

dedicação durante a realização deste trabalho. Sua humildade em assumir

limitações e sua firmeza ética foram suas maiores lições para este aluno.

Ao Prof. Dr. Henrique Silveira, pela presteza na realização das técnicas moleculares

e atenção dispensada na explicação da caracterização molecular dos parasitos.

Excelente companheiro na redação de artigos.

Ao Prof. Dr. Max Jean de Ornelas Toledo, que permitiu que este doutorando

aprendesse a caracterização biológica do Trypanosoma cruzi em seu laboratório, em

minha saudosa Universidade Estadual de Maringá. Continue labutando com

competência nesta intrigante área que é a relação biologia x genética do causador

da doença de Chagas.

Ao Prof. Dr. Ueslei Teodoro, presença constante na minha vida acadêmica, mesmo

que desatado dos nós formais da sua orientação. Exemplo de moral e competência.

Aos professores Dra. Antônia Ramos Franco, Dr. Jorge Augusto de Oliveira Guerra,

Dr. Ueslei Teodoro e Dr. Marcus Vinicius Guimarães de Lacerda, pela participação e

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valiosas sugestões na banca do Exame de Qualificação. Notadamente ao último,

pelas sugestões convenientes e pelo seu exemplo de pesquisador determinado e

produtivo.

Aos técnicos e demais funcionários da Fundação de Vigilância em Saúde do

Amazonas, responsáveis pela coleta de parte dos triatomíneos e amostras de

humanos utilizadas nesta tese.

Aos alunos de graduação e pós-graduação Laylah Kelre Magalhães, Daniele dos

Reis, Ana Paula Teston, Lara Borges, Isa Pires, Josué Costa de Oliveira e Gleison

Piovezana, que foram fundamentais para a obtenção dos resultados desta tese.

Aos estagiários e profissionais da Gerência de Entomologia da Fundação de

Medicina Tropical do Amazonas e do Laboratório de Parasitologia da Universidade

Estadual de Maringá, pelo auxílio e colaboração.

Aos amigos do Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical, pela convivência

agradável.

Aos amigos da Maternidade Nazira Daou, do Exército Brasileiro, do Instituto de

Criminalística do Amazonas e do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade

Federal do Amazonas, pela alegria e aprendizado na minha vida profissional.

Aos funcionários da secretaria do Programa de Pós-Graduação em Medicina

Tropical da Universidade do Estado do Amazonas, pela disponibilidade e sempre

bom atendimento.

Às professoras Dra. Mônica Lúcia Gomes e Dra. Silvana Marques de Araújo, por

toda ajuda dispensada para este trabalho.

A estes que nominei, e a todos os outros que contribuíram indiretamente neste

trabalho, sintam-se co-responsáveis por esta humilde contribuição ao estudo da

doença de Chagas na Amazônia.

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Sólo le pido a Dios

Que el dolor no me sea indiferente,

Que la reseca muerte no me encuentre

Vacío y solo sin haber hecho lo suficiente.

Sólo le pido a Dios

Que lo injusto no me sea indiferente,

Que no me abofeteen la otra mejilla

Después que una garra me arañó esta suerte.

Sólo le pido a Dios

Que la guerra no me sea indiferente,

Es un monstruo grande y pisa fuerte

Toda la pobre inocencia de la gente.

Sólo le pido a Dios

Que el engaño no me sea indiferente

Si un traidor puede más que unos cuantos,

Que esos cuantos no lo olviden facilmente.

Sólo le pido a Dios

Que el futuro no me sea indiferente,

Desahuciado está el que tiene que marchar

A vivir una cultura diferente.

Sólo le pido a Dios

Que la guerra no me sea indiferente,

Es un monstruo grande y pisa fuerte

Toda la pobre inocencia de la gente.

León Gieco. Sólo le pido a Dios; 1978.

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RESUMO

Na Amazônia Brasileira, a doença de Chagas é um problema de saúde pública importante e emergente. Entretanto, são escassas as informações sobre o impacto da diversidade do Trypanosoma cruzi na epidemiologia e na patogênese local da infecção chagásica. O objetivo deste trabalho foi realizar a caracterização genética e biológica de estoques de T. cruzi do Estado do Amazonas, Brasil. Foram genotipados 97 estoques procedentes de humanos (n=47), triatomíneos (n=36) e marsupiais (n=14). Entre os estoques de humanos, 27 procedem de um surto de doença aguda ocorrido no município de Coari e 15 de um surto ocorrido em Santa Isabel do Rio Negro. Para a genotipagem, utilizou-se a reação da polimerase em cadeia (PCR) dos genes do miniéxon e do 24α rRNA, polimorfismo do tamanho dos fragmentos de restrição (RFLP) do gene da subunidade II da citocromo oxidase (COII) e o sequenciamento dos genes da COII e da glicose-fosfato isomerase. Para a caracterização biológica foram inoculados 25 estoques representantes das unidades de tipagem distintas (DTU) TcI (n=10) e TcIV (n=15), em camundongos Swiss. Foram estudados dezessete parâmetros: 1) período pré-patente (PPP); 2) período patente (PP); 3) parasitemia diária média (PDM); 4) pico máximo de parasitemia (Pmax); 5) dia do Pmax (DPmax); 6) mortalidade (%MOR) na fase aguda; 7) %MOR na fase crônica; 8) dia médio da mortalidade (DMM); 9) infecciosidade (%INF); 10) porcentagem de exames de sangue a fresco positivos (%FBE+); 11) porcentagem de hemoculturas positivas (%HC+); 12) porcentagem de PCR positivas (%PCR+); 13) porcentagem de camundongos apresentando processo inflamatório; 14) porcentagem de camundongos apresentando parasitismo tecidual; 15) porcentagem de ELISA positivos (%ELISA+) na fase aguda; 16) %ELISA+ na fase crônica; e 17) suscetibilidade ao benzonidazol. Os parasitos isolados de dois surtos de doença de Chagas aguda foram tipados como TcIV. Um surto foi promovido por diversos haplótipos da mesma DTU. Demonstrou-se introgressão mitocondrial entre TcIII e TcIV da Amazônia e que estas DTU não são facilmente distinguidas com base em marcadores mitocondriais. TcI predominou entre triatomíneos e foi a única DTU isolada de marsupiais. Verificou-se a circulação de TcI e TcIV nos mesmos ecótopos na Amazônia Ocidental Brasileira. Dos 17 parâmetros, 14 mostraram diferenças significativas entre as DTU. Observou-se que TcIV mostrou maiores valores de PP, PDM, Pmax, %MOR na fase aguda, %INF, %ESF+, %ELISA+ nas fases aguda e crônica que TcI. Por outro lado, TcI mostrou maiores valores de PPP, DPmax, %MOR na fase crônica, DMM e frequência de alterações patológicas que TcIV. TcIV foi a principal responsável pelas infecções humanas no Estado do Amazonas, ocorrendo em surtos e casos isolados. Verificou-se ainda que os surtos causados por esta DTU podem ser devidos à infecções únicas ou mistas com diferentes infrapopulações. Em camundongos, as DTU TcI e TcIV apresentaram comportamento divergente em relação às propriedades biológicas e médicas. Os resultados apóiam a hipótese de que as diferenças biológicas são proporcionais à divergência evolucionária entre as DTU e evidenciam a necessidade de se considerar a diversidade filogenética dos estoques naturais de T. cruzi circulantes nas áreas emergentes para doença de Chagas em estudos sobre a variabilidade clínica da doença, imunologia, diagnóstico, prognóstico e ensaios com drogas e vacinas. Palavras-chave: Trypanosoma cruzi. Doença de Chagas. Genótipo. Virulência. Amazônia.

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ABSTRACT

In the Brazilian Amazon Region, Chagas disease has been recognized as an important and emerging health problem. However, information is scarce on the impact of the diversity of Trypanosoma cruzi in the epidemiology and local pathogenesis of the chagasic infection. The aim of this study was to perform the genetic and biological characterization of T. cruzi stocks in the State of Amazonas, Brazil. We analyzed 97 T. cruzi samples isolated from humans (n=47), triatomines (n=36), and marsupials (n=14). Among stocks from humans, 27 came from an outbreak of acute disease occurred in the municipality of Coari and 15 from an outbreak registered in Santa Isabel do Rio Negro. Molecular characterization was performed by polymerase chain reaction (PCR) of the mini-exon and 24α ribosomal RNA genes, restriction fragment length polymorphism (RFLP) of the mitochondrial cytochrome c oxidase subunit II (COII) gene, and by sequencing of COII and glucose-phosphate isomerase genes. Twenty five T. cruzi stocks pertaining to TcI (n=10) and TcIV (n=15) discrete typing units (DTUs) were comparatively studied in Swiss mice in order to verify its biological and medical properties. Seventeen parameters were assayed: 1) pre-patent period (PPP); 2) patent period (PP); 3) mean daily parasitemia (MDP); 4) maximum of parasitemia (Pmax); 5) day of maximum of parasitemia (DPmax); 6) mortality (%MOR) in the acute phase (AP); 7) %MOR in the chronic phase (CP); 8) day of maximum mortality (DMM); 9) infectivity (%INF); 10) percentage of positive fresh blood examination (%+FBE); 11) percentage of positive hemoculture (%+HC); 12) percentage of positive PCR (%+PCR); 13) percentage of mice with inflammatory process in any organ; 14) percentage of mice with tissue parasitism in any organ; 15) percentage of positive ELISA (%+ELISA) in the AP; 16) %+ELISA in the CP; and 17) susceptibility to benznidazole. T. cruzi parasites from the two outbreaks of acute disease were all typed as TcIV. An outbreak was triggered by several haplotypes of this DTU. We confirmed mitochondrial introgression between TcIII and TcIV stocks from Amazon and that these DTUs are not easily distinguished based on mitochondrial genes. TcI predominated among triatomines and was the unique DTU infecting marsupials. TcI and TcIV overlapped in the same ecotopes in the Western Amazon region. Statistical comparison showed that 14 out 17 parameters were significantly different between the two DTUs. TcIV showed higher values of PP, MDP, Pmax, %MOR in the AP, %INF, %+FBE, %+ELISA in the AP and in the CP than TcI. By the other hand TcI showed higher values of PPP, DPmax, %MOR in the CP, DMM, and frequency of mice with pathological lesions than TcIV. TcIV was the major responsible for the human infections in the State of Amazonas, occurring in outbreaks and sole cases. Outbreaks caused by this DTU can be due to single or mixed infections with different haplotypes. TcI and TcIV DTUs from Brazilian Amazon are divergent in terms of biological and medical properties in mice. Results strongly support the working hypothesis that biological differences are proportional to the evolutionary divergence among the DTUs, and highlight the need to take into account the phylogenetic diversity of T. cruzi natural stocks circulating in the emergent areas for Chagas disease in applied studies dealing with clinical diversity of Chagas disease, immunology, diagnosis, prognosis, and drug and vaccine trials. Key-words: Trypanosoma cruzi. Chagas disease. Genotype. Virulence. Amazon.

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LISTAS DE FIGURAS

Figura 1: Ensaios de PCR para o gene de rRNA 24Sα e para o espaçador intergênico do gene de miniéxon permitem dividir os isolados em dois grupos. A PCR para 24Sα origina um produto de 110 pb para TcI e de 125 pb para TcII107. A PCR para miniéxon origina o produto de 350 pb para TcI e 300 pb para TcII240..............................................................................................

26

Figura 2: Mapa do Estado do Amazonas indicando a localização dos municípios de origem dos isolados de Trypanosoma cruzi caracterizados neste estudo...........................................................

39

Figura 3: Algoritmo com o desenho esquemático do estudo......................... 47 ARTIGO 1 Figure 1: Geographical location of the municipal district of Coari, Amazon

State, Brazil where the acute Chagas disease outbreak occurred. 71

Figure 2: Allocation of the Trypanosoma cruzi isolated during acute Chagas disease outbreak (Accession numbers: GU178012 to GU178029) into known phylogenetic clusters, most recently classified as TcI, TcII, TcIII and TcIV (Zingales et al. 2009). The phylogenetic analysis used the Neighbour-Joining method implemented in MEGA 4.1 (Tamura et al. 2007). The bootstrap consensus tree was inferred from 1500 replicates, and the percentage of replicate trees in which the associated taxa clustered together are shown next to the branches. There were a total of 400 positions in the final dataset. TcIV – strain CANIIIcl1, AF359030; TcII –strain Esmeraldo cl13, AF359035; TcI – strain Silvio X10cl4, EU302222; TcIII –strain M6241cl6, AF359032…….

72

ARTIGO 2 Figure 1: Genetic profiles from a representative set of Trypanosoma cruzi

stocks, by analysis of the ribosomal RNA gene (A) and restriction fragment length polymorphism of the mitochondrial cytochrome oxidase II gene (B) in silver-stained polyacrylamide gel. MM, 100 bp molecular weight marker. NC, negative control…………………

107

Figure 2: Allocation of the Trypanosoma cruzi isolated in the State of Amazonas into known phylogenetic clusters, most recently classified as TcI, TcII, TcIII and TcIV [30], based on cytochrome c oxidase subunit II gene sequencing……………………………….

108

Figure 3: Allocation of the Trypanosoma cruzi isolated in the State of Amazonas into known phylogenetic clusters, most recently classified as TcI, TcII, TcIII and TcIV [30], based on glucose-phosphate isomerase gene sequencing…………………………….

109

Figure 4: Haplotypes of the Trypanosoma cruzi isolated in the State of Amazonas, based on single-nucleotide polymorphisms identified by cytochrome c oxidase subunit II gene sequencing……………..

110

Figure 5: Haplotypes of the Trypanosoma cruzi isolated in the State of Amazonas, based on single-nucleotide polymorphisms identified by glucose-phosphate isomerase gene sequencing……………….

111

ARTIGO 3 Figure 1: Histopathological alterations in Swiss triggered by the stock

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AM49: (A) and (B) Nests of amastigotes in cardiac tissue. (C) Diffuse inflammatory process in skeletal muscle. (D) Inflammatory process and gliosis in central nervous system. Magnification 400X.........................................................................

134

ARTIGO 4 Graphical abstract 137 Figure 1: Geographic location of the municipalities of origin of the strains

belonging to TcI and TcIV DTUs of Trypanosoma cruzi from the State of Amazonas, Brazil................................................

168

Figure 2: Parasitemia curves obtained in Swiss mice for Trypanosoma cruzi I and IV from the State of Amazonas.....................................

171

Figure 3: Kaplan-Meier survival analysis showing the time (in days) elapsed from the day of inoculation to the beginning of the patent period (A) and the death episodes (B), obtained from mice inoculated with Trypanosoma cruzi I and IV from the State of Amazonas……………………………………………………………....

172

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Número de casos e letalidade por doença de Chagas aguda no Brasil, por estados e regiões, de 2005 a outubro de 2010................................................................................................

12

Tabela 2: Nomenclatura para as divisões de Trypanosoma cruzi conforme o consenso de 2009.......................................................................

28

Tabela 3: Amostras de Trypanosoma cruzi do estado do Amazonas, com respectiva nomenclatura internacional, código utilizado pelos laboratórios, município de origem, hospedeiro e método de isolamento empregado...................................................................

42

Tabela 4: Isolados e respectivos inóculos de tripomastigotas sanguíneas utilizados na caracterização biológica em camundongos…………

52

ARTIGO 2 Table 1: Geographical origins, hosts, isolation method, and discrete typing

units (DTUs) of Trypanosoma cruzi stocks from the State of Amazonas………………………………………………………………

104

ARTIGO 3 Table 1: Host, municipality of origin, method of isolation, and genetic

lineage of the Trypanosoma cruzi stocks from the State of Amazonas, Brazil………………………………………………………

130

Table 2: Parasitological and virulence parameters in Swiss mice inoculated with Trypanosoma cruzi stocks from the State of Amazonas, Brazil………………………………………………………

131

Table 3: Statistical comparison of eight parasitological parameters in Swiss mice inoculated with Trypanosoma cruzi stocks from different hosts in the State of Amazonas, Brazil……..

132

Table 4: Histopathological parameters (tissue parasitism and inflammatory process) in mice inoculated with Trypanosoma cruzi stocks from the State of Amazonas, Brazil…………………

133

ARTIGO 4: Table 1: Characteristics of Trypanosoma cruzi stocks from the State of

Amazonas, Brazil……………………………………………………… 166

Table 2: Mean values and standard deviations of biological parameters obtained in Swiss mice for Trypanosoma cruzi I and IV from the State of Amazonas.........................................................................

169

Table 3: Parasitological and virulence parameters obtained in Swiss mice for Trypanosoma cruzi I and IV from the State of Amazonas.........

170

Table 4: Number of mice infected with Trypanosoma cruzi of the DTUs TcI and TcIV presenting tissue parasitism and inflammatory process in any organ…………………………………………………..

173

Table 5: Serological parameters obtained in Swiss mice from enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA) for Trypanosoma cruzi I and IV from the State of Amazonas................................................

174

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AIDS Síndrome da imunodeficiência adquirida (Acquired ImmunoDeficiency Syndrome)

ASAT Aspartato aminotransferase BENEFIT BENznidazole Evaluation for Interrupting Trypanosomiasis CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico COII Gene da citocromo c oxidase subunidade II DALY Anos de vida perdidos por incapacidade

(Disability-Adjusted Life Years) d.a.i. Dias após a inoculação DNA Ácido desoxirribonucléico

(DeoxyriboNucleic Acid) Dntp Desoxinucleosídeo trifosfato DPmax Dia do pico máximo de parasitemia DMSO Dimetilsulfóxido DTU Unidade de tipagem distinta

(Discrete Typing Unit) EDTA Ácido etilenodiamino tetra-acético

(Ethylene Diamine Tetraacetic Acid) ELISA Ensaio imunoenzimático de fase sólida

(Enzyme-linked immunosorbent assay) %ELISA+ Porcentagem de camundongos com ELISA positivo ESF Exame de sangue a fresco %ESF+ Porcentagem de animais que apresentaram exame de sangue a

fresco positivo FA Fase aguda FC Fase crônica FMT-HVD Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado GE Gerência de Entomologia GPI Gene da glicose-6-fosfato isomerase H1/AatII Gene da histona H1/AatII HAI Hemaglutinação indireta HC Hemocultura %HC+ Porcentagem de camundongos com hemocultura positiva HIV Vírus da imunodeficiência humana

(Human immunodeficiency virus) HSP60/EcoRV Gene da proteína de choque térmico 60 IBAMA Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais IDH Índice de Desenvolvimento Humano IFI Imunofluorescência indireta IgG Imunoglobulina da classe G %INF Taxa de infecciosidade ITS Espaçador transcrito intergênico

(Intergenic transcribed spacer) kDNA Ácido desoxirribonucléico do cinetoplasto

(Kinetoplast DeoxyriboNucleic Acid) LDCh Laboratório de Doença de Chagas

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LIT Meio de cultura com infusão de fígado e triptose (Liver Infusion Tryptose)

LSU Gene do 24Sα rRNA %MOR Taxa de mortalidade mRNA Ácido ribonucléico mensageiro NADPH Nicotinamida-adenina-dinucleotídeo-fosfato NNN Meio de cultura desenvolvido por Nicole, Novy e McNeal NR Não realizado PCR Reação da polimerase em cadeia

(Polymerase Chain Reaction) %PCR+ Porcentagem de camundongos com reação em cadeia da

polimerase positiva PDM Parasitemia diária média RFLP Polimorfismo do tamanho dos fragmentos de restrição

(Restriction Fragment Length Polymorphism) PFGE Eletroforese em Campo Pulsado

(Pulsed-Field Gel Electrophoresis) Pmax Pico máximo de parasitemia POP Procedimento Operacional Padrão PP Período patente médio PPP Período pré-patente médio PROAP Programa de Apoio à Pós-Graduação rDNA Ácido desoxirribonucléico ribossômico

(Ribosomal DeoxyriboNucleic Acid) RNA Ácido ribonucléico

(RiboNucleic Acid) SSU Gene do ácido ribonucléico 18S TC Tripomastigota de cultura Tris Tris(hidroximetil)aminometano TM Tripomastigota metacíclica UEM Universidade Estadual de Maringá

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LISTA DE SÍMBOLOS E UNIDADES DE MEDIDA

% Porcentagem °C Grau Celsius FeIII Íon férrico fg Fentograma HCl Ácido clorídrico H2O2 Peróxido de hidrogênio kb Quilobases KCl Cloreto de potássio kDa Quilodálton kg Quilograma M Molar MgCl2 Cloreto de magnésio mg Miligrama min Minuto mL Mililitro

L Microlitro

mM Milimolar mpb Mega pares de bases ng Nanograma NH2 Grupo amino nm Nanômetro NO2 Grupo nitro O2 Oxigênio molecular O2

•- Íon superóxido •OH Radical hidroxila pb Pares de bases pg Picograma pM Picomol R-NHOH Hidroxilamina R-NO2

•- Intermediário nitro radicalar r.p.m. Rotações por minuto

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 1 1.1 O parasito – ciclo de vida, vetores e reservatórios.............................................. 2 1.1.1 Trypanosoma cruzi........................................................................................... 2 1.1.2 Vetores............................................................................................................. 3 1.1.3 Reservatórios................................................................................................... 5 1.2 Doença de Chagas.............................................................................................. 6 1.2.1 Epidemiologia................................................................................................... 6 1.2.2 Formas clínicas................................................................................................ 13 1.2.3 Diagnóstico....................................................................................................... 16 1.2.4 Tratamento....................................................................................................... 18 1.3 Diversidade genética do Trypanosoma cruzi...................................................... 21 1.4 Propriedades biológicas do Trypanosoma cruzi.................................................. 29 1.5 Justificativa, perguntas e hipóteses..................................................................... 32 2 OBJETIVOS...........................................................................................................

34

2.1 Geral.................................................................................................................... 35 2.2 Específicos.......................................................................................................... 35 3 MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................

36

3.1 Área de estudo.................................................................................................... 37 3.2 Origem e isolamento das amostras de T. cruzi................................................... 39 3.3 Caracterização genética...................................................................................... 48 3.3.1 Extração do DNA.............................................................................................. 48 3.3.2 Tipagem genética nuclear................................................................................ 48 3.3.2.1 Gene do RNA ribossomal (rRNA).................................................................. 48 3.3.2.2 Gene do miniéxon......................................................................................... 49 3.3.2.3 Gene da glicose-fosfato isomerase (GPI)..................................................... 49 3.3.3 Tipagem genética mitocondrial......................................................................... 50 3.3.3.1 PCR-RFLP e sequenciamento do gene da subunidade 2 da citocromo-oxidase mitocondrial (COII).......................................................................................

50

3.3.4 Análise filogenética........................................................................................... 51 3.4 Caracterização biológica..................................................................................... 51 3.4.1 Animais............................................................................................................. 51 3.4.2 Preparo dos inóculos........................................................................................ 51 3.4.2.1 Obtenção de tripomastigotas sanguíneas (TS)............................................. 51 3.4.2.2 Obtenção de tripomastigotas metacíclicas (TM)...........................................................................................................................

52

3.4.3 Técnicas de comprovação da infecção............................................................ 53 3.4.3.1 Exame de sangue a fresco (ESF)................................................................. 53 3.4.3.2 Hemocultura (HC).......................................................................................... 54 3.4.3.3 Reação da polimerase em cadeia (PCR)...................................................... 54 3.4.3.4 Infecciosidade................................................................................................ 55 3.4.4 Mortalidade....................................................................................................... 55 3.4.5 Curva de parasitemia....................................................................................... 55 3.4.6 Resposta humoral............................................................................................ 56 3.4.7 Suscetibilidade in vivo ao benzonidazol........................................................... 57 3.4.7.1 Tratamento dos animais................................................................................ 57

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3.4.7.2 Critérios de cura............................................................................................ 58 3.4.7.3 Índice de cura................................................................................................ 58 3.4.8 Parâmetros histopatológicos............................................................................ 58 3.5 Considerações Éticas.......................................................................................... 59 3.5.1 Aprovação dos experimentos com os isolados provenientes de pacientes..... 59 3.5.2 Aprovação da coleta de mamíferos silvestres e da utilização dos animais de experimentação.........................................................................................................

59

3.6 Análise estatística................................................................................................ 59 3.7 Financiamento e parcerias.................................................................................. 60 4 RESULTADOS.......................................................................................................

62

ARTIGO 1.................................................................................................................. 63 ARTIGO 2.................................................................................................................. 73 ARTIGO 3.................................................................................................................. 112 ARTIGO 4.................................................................................................................. 135 5 DISCUSSÃO..........................................................................................................

175

5.1 Contribuição para a epidemiologia molecular da doença de Chagas no Estado do Amazonas.............................................................................................................

176

5.2 Propriedades biológicas dos isolados de T. cruzi do Estado do Amazonas..................................................................................................................

183

5.3 Perspectivas futuras............................................................................................ 190 6 CONCLUSÕES......................................................................................................

193

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................

196

8 ANEXOS................................................................................................................

222

8.1 Anexo 1 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRÃO......................................................

223

8.2 Anexo 2 APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA COM SERES HUMANOS

300

8.3 Anexo 3 APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA COM ANIMAIS..................

302

8.4 Anexo 4 APROVAÇÃO DA COLETA DE MAMÍFEROS SILVESTRES..................................

304

8.5 Anexo 5 ARTIGOS COMPLETOS PUBLICADOS NA VIGÊNCIA DO CURSO......................

308

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1 INTRODUÇÃO

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2

1.1 O Parasito - Ciclo de Vida, Vetores e Reservatórios

1.1.1 Trypanosoma cruzi

Os protozoários do gênero Trypanosoma são flagelados da ordem Kinetoplastida

e família Trypanosomatidae, que infectam vertebrados de todas as ordens (peixes,

anfíbios, répteis, aves e mamíferos) e são transmitidos por vários invertebrados

hematófagos. Podem se apresentar sob as formas amastigota, epimastigota,

tripomastigota e, raramente, promastigota em seus ciclos de vida, definidas em

função da posição do cinetoplasto em relação ao núcleo e da presença ou não de

flagelo livre e membrana ondulante135.

Trypanosoma (Schyzotrypanum) cruzi (Chagas, 1909) é o agente etiológico da

doença de Chagas, uma antropozoonose frequente na América Latina, cujo ciclo

evolutivo inclui a passagem obrigatória por hospedeiros de várias classes de

mamíferos, incluindo o homem, e hemípteros hematófagos, comumente chamados

barbeiros. Nos vertebrados, o T. cruzi circula no sangue e multiplica-se nos tecidos.

Nos barbeiros, multiplica-se no tubo digestivo, de onde as formas infectantes são

eliminadas com suas fezes e urina, servindo como fonte de infecção39,43.

O ciclo de vida de T. cruzi envolve um hospedeiro mamífero e um hospedeiro

invertebrado (triatomíneos). Quando um triatomíneo, durante o repasto sanguíneo

em um hospedeiro vertebrado infectado por T. cruzi, ingere as formas

tripomastigotas sanguíneas circulantes, estas se transformam em epimastigotas que

se multiplicam no intestino médio do inseto. Estas formas migram para o intestino

posterior, onde se diferenciam para tripomastigotas metacíclicas, que são as formas

infectantes para o hospedeiro vertebrado. Ao se alimentarem do sangue de outro

mamífero, algumas espécies defecam imediatamente, depositando suas fezes com

parasitos, sobre a pele ou mucosa. A penetração dos parasitos no novo hopedeiro

pode ocorrer diretamente pelas mucosas ou via lesão tecidual ocasionada pelo

orifício ou coceira no local da picada. Os tripomastigotas sanguíneos podem invadir

uma variedade de tipos celulares, diferenciando-se em amastigotas, que se

multiplicam por divisão binária simples no citoplasma das células. No final da fase

de multiplicação, quando a célula está repleta de parasitos, os amastigotas se

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diferenciam novamente em tripomastigotas e podem invadir outras células, serem

destruídas pelo sistema imune do hospedeiro ou serem ingeridos por um inseto

durante seu repasto, reiniciando o ciclo39,43.

Dois diferentes ecossistemas são descritos para o T. cruzi: um relacionado com

hemípteros silvestres e geralmente envolvendo mamíferos que convivem neste

ambiente (ciclo silvestre), e outro dependente de vetores domiciliados, envolvendo

primariamente humanos e animais domésticos (ciclo doméstico). A conexão entre os

dois ciclos é feita por roedores, morcegos, marsupiais e outros animais infectados

que apresentam comportamento sinantrópico. Estima-se que o parasito emergiu

como espécie há mais de 150 milhões de anos atrás, originalmente infectando

mamíferos primitivos na Laurásia e Gondwana, regiões que originaram as Américas

do Norte e do Sul, respectivamente44. O homem é um reservatório muito mais

recente de T. cruzi e o primeiro contato entre as duas espécies ocorreu no final do

Pleistoceno, 15.000-20.000 anos atrás, quando os primeiros humanos povoaram o

Continente Americano. Existem evidências da presença do DNA do parasito em

múmias exumadas, datando 9.000 anos, no norte do Chile e sul do Peru24.

1.1.2 Vetores

Os hospedeiros invertebrados e vetores de T. cruzi são insetos pertencentes à

ordem Hemiptera, subordem Heteroptera, família Reduviidae, subfamília

Triatominae. Todos os triatomíneos são obrigatoriamente hematófagos. O

Continente Americano é o centro de diversidade e, provavelmente, o centro de

origem destes vetores251. Os triatomíneos são divididos em seis tribos, 18 gêneros e

cerca de 140 espécies, das quais 105 ocorrem nas Américas. Os gêneros mais

importantes como vetores de doença de Chagas são Rhodnius, Triatoma e

Panstrongylus193.

A transmissão vetorial é a via mais importante para o homem e ocorre por

contaminação com fezes de triatomíneos. O êxito desta via de infecção depende da

frequência com que os triatomíneos defecam e se isso ocorre seguido ou não da

hematofagia234. Mais de 100 espécies de triatomíneos são consideradas vetores

potenciais de T. cruzi. No Brasil, foram descritas 52 espécies, mas cinco tem

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importância epidemiológica particular, por seu comportamento domiciliar: T.

infestans, P. megistus, T. brasiliensis, T. pseudomaculata e T. sordida. As demais

espécies são silvestres e mantem um ciclo natural envolvendo mamíferos silvestres.

T. infestans, espécie estritamente domiciliada, foi controlada no Brasil, Chile e

Uruguai e sua erradicação ou controle em outros países da América do Sul se

encontra em progresso89,90,146.

Triatomíneos do gênero Rhodnius possuem uma história biogeográfica complexa

e uma longa associação com espécies de palmeiras na América Latina. As espécies

deste gênero estão distribuídas em três complexos de acordo com análises

baseadas em zimodemas97 e 16S rDNA mitocondrial, citocromo b e 28S

rDNA154,181,204. Os complexos de Rhodnius estão associados com palmeiras

simpátricas e possuem diferentes padrões filogeográficos: 1) complexo R.

pallescens, que compreende as espécies R. pallescens, R. colombiensis e R.

ecuadoriensis, distribuído do oeste dos Andes à América Central, norte e noroeste

da América do Sul; 2) complexo R. brethesi, constituído por R. brethesi, R. pictipes e

R. amazonicus, restritos à região amazônica, e R. stali, encontrado na Bolívia (leste

dos Andes) e regiões vizinhas no Brasil; 3) complexo R. prolixus, composto por R.

prolixus, R. robustus, R. neglectus, R. nasutus, R. domesticus e R. neivai122.

Rhodnius pictipes é um triatomíneo silvestre de ampla distribuição na América do

Sul. Tem sido encontrada no Brasil nos Estados do Acre, Amazonas, Maranhão,

Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí e Tocantins105,146,233. Esta espécie foi

encontrada naturalmente infectada pelo T. cruzi, pelo T. rangeli e com infecção

mista58,202. No município de São Paulo de Olivença, na região do Alto Solimões,

onde foi registrado o primeiro caso de doença de Chagas do estado do estado do

Amazonas, Rhodnius pictipes foi a espécie predominante no intradomicílio104.

Apesar de Rhodnius robustus ser considerada de importância secundária na

transmissão do T. cruzi, na Venezuela demonstrou-se que esta espécie invade

residências e se alimenta em humanos103.

Os gêneros Triatoma e Panstrongylus são encontrados predominantemente

associados à ecótopos terrestres como rochas, abrigos de animais e ocos de

árvores. Algumas espécies de Panstrongylus são encontradas também em habitats

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arbóreos126. T. infestans é o principal vetor de doença de Chagas e alvo de

programas de controle nos países do cone sul da América do Sul. O contínuo

controle destes insetos em áreas endêmicas levou à eliminação das populações

domésticas do vetor, com interrupção da transmissão vetorial da doença92. Até o

momento, a Bolívia é o único país com populações silvestres de T. infestans217.

Neste gênero destacam-se ainda como vetores de T. cruzi as espécies T.

brasiliensis e T. dimidiata. Na região amazônica, algumas espécies de Triatoma

ocorrem apenas nas áreas periféricas. T. maculata tem sido considerada um vetor

potencial de T. cruzi na Amazônia, uma vez que apresenta capacidade de colonizar

ecótopos naturais no peridomicílio1.

O gênero Panstrongylus compreende 14 espécies amplamente distribuídas em

todas as Américas, com registros do México até a Argentina, algumas delas com

grande importância epidemiológica como vetoras de doença de Chagas. As

distâncias genéticas entre as espécies desse gênero sugerem que o grupo seja

polifilético165. Epidemiologicamente, P. megistus é uma das mais importantes

espécies de triatomíneos no Brasil, sendo encontrada nas regiões sul, sudeste e

nordeste do país, apresentando considerável diversidade genética27. P. geniculatus

é um importante vetor silvestre146, que invade esporadicamente as

residências174,189,271, atraído pela luz174, e coloniza abrigos de suínos construídos na

proximidade ou contíguos com as habitações humanas no Estado do Pará271. Nesse

contexto, pode contribuir na transmissão domiciliar da doença de Chagas, já que em

algumas áreas tem se apresentado com elevadas taxas de infecção natural.

Também é comum na Bolívia, Colômbia e Venezuela, onde tem sido sugerida como

substituta de R. prolixus como vetor de doença de Chagas61.

1.1.3 Reservatórios

Atualmente ocorrem na América do Sul 12 ordens de mamíferos e, com exceção

de Sirenia e Cetacea, todas são potenciais reservatórios de T. cruzi no ambiente

silvestre. Os reservatórios do T. cruzi conhecidos na Amazônia Brasileira são

mamíferos pertencentes às seguintes ordens e espécies:

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1) Marsupialia: Caluromys spp., Didelphis marsupialis, Marmosa cinerea, Metachirus

nudicaudatus, Monodelphis brevicaudata e Philander opossum79,81,82,83,140,164;

2) Chiroptera (T. cruzi e T. cruzi-like): Carollia perspicillata, Choeroniscus minor,

Glossophaga soricina, Lonchophylla mordax, Micronycteris megalotis, Molossus

major, M. ater, Phyllostomus hastatus, P. alongatus, Noctilio labialis e Saccopterix

bilineata79,81,82;

3) Rodentia (T. cruzi-like): Agouti paca, Coendou spp., Dasyprocta spp., Echymys

chrysurus, Nectomys squamipes, Oryzomys capito, Proechimys guayannensis,

Rattus rattus e Sciurus spp.80,81,140;

4) Edentata: Ciclopes didactylus, Dasypus novemcinctus, Tamandua

tetradactyla79,81,82,140,287;

5) Carnivora: Nasua nasua e Tayra barbara79,82,113,140;

6) Primates: Aotus sp., Cebuella pygmaea, Cebus albifrons, Cebus apella, Saguinus

bicolor, S. fuscicollis, S. midas, S. ustus e Saimiri sciureus63,79,81,82,161,164.

1.2 Doença de Chagas

1.2.1 Epidemiologia

A tripanossomíase americana, posteriormente denominada doença de Chagas

em homenagem ao seu descobridor, o pesquisador brasileiro Carlos Chagas64 é

uma importante doença parasitária resultante da infecção pelo T. cruzi. A distribuição

geográfica da doença de Chagas, incluindo seus vetores e reservatórios, se estende

desde o sul dos Estados Unidos até a Argentina e Chile, afetando 21 países200,283,284.

O número estimado de indivíduos infectados com T. cruzi nas áreas endêmicas

da América Latina diminuiu gradualmente desde a década de 1980, de 16-18

milhões em meados desta década e início da década de 1990283 para 11 milhões na

metade desta década230; e para 7,6 milhões em 2006200. Porém, estudos ainda

indicam uma incidência de cerca de 200.000 casos por ano, representando a

terceira infecção parasitária mais comum no mundo, depois da malária e da

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esquistossomose285. O processo de urbanização na América Latina e os movimentos

migratórios têm levado ao registro de casos da doença em áreas não-endêmicas,

incluindo países da Europa e Estados Unidos, onde, na ausência do vetor, a

infecção pode ser propagada verticalmente, por transfusão sanguínea ou por

transplantes de órgãos230.

Um levantamento realizado em 1990 mostrou que, na América Latina, a carga

imposta pela doença de Chagas foi ultrapassada apenas pelas infecções

respiratórias agudas, doenças diarréicas e AIDS. Neste ano, a carga da doença de

Chagas foi maior que a da tuberculose. No mesmo ano, a carga produzida em

conjunto pela malária, esquistossomose, leishmaniose e hanseníase foi equivalente

a 25% da causada pela doença de Chagas281. Em 2001, a carga de todas essas

doenças diminuiu, exceto para a tuberculose; contudo, a doença de Chagas teve a

maior diminuição quando se consideraram os anos de vida ajustados por

incapacidade (DALYs): de 2,7 milhões para 867.000 DALYs282. O número de mortes

atribuídas à infecção pelo T. cruzi também diminuiu, de 45.000 mortes por ano no

final da década de 1980 para 14.000 em 2001282.

As características epidemiológicas da doença de Chagas no Continente

Americano permitem agrupar os países em quatro conjuntos, de acordo com os

ciclos de transmissão e com os programas de controle vetorial e transfusional90,231:

1) O grupo I, que inclui Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Equador, Honduras,

Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela, é caracterizado por ciclos domésticos e

peridomésticos com zonas de alta prevalência da infecção humana; predomínio da

cardiopatia chagásica crônica; ausência ou raros casos da forma digestiva ao norte

da linha do Equador; importantes ciclos silvestres em ambientes naturais, incluindo

T. infestans em áreas restritas da Bolívia; e programas de controle vetorial e

transfusional instituídos na maioria dos países, com possibilidade de controle de T.

infestans (já conseguido no Brasil, Chile e Uruguai) e R. prolixus, espécie

eminentemente doméstica.

2) O grupo II, que inclui Colômbia, Costa Rica e México, é caracterizado por ciclos

domésticos e peridomésticos, com a presença de cardiopatia chagásica crônica;

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ocorrência de doadores infectados; presença de ciclos silvestres; e falta ou

programas de controle incipientes.

3) O grupo III, que inclui El Salvador, Guatemala, Nicarágua e Panamá, apresenta

ciclos domésticos, peridomésticos e silvestres com pouca informação clínica e ações

de controle apenas no início na Guatemala e Nicarágua.

4) O grupo IV, que inclui as Antilhas, Bahamas, Belize, Cuba, Estados Unidos,

Guiana, Guiana Francesa, Haiti, Jamaica e Suriname, apresenta ciclos silvestres

com raros casos humanos autóctones e pouca informação clínica.

Os mecanismos de transmissão da infecção chagásica podem ser divididos em

dois grupos: 1) os mecanismos principais, por meio de vetores, transfusão

sanguínea, transmissão oral e transmissão vertical, e 2) mecanismos secundários,

em acidentes de laboratório, contato com animais infectados, transplante de órgãos

e transmissão sexual73,89.

A transmissão vetorial é responsável por mais 70% dos casos em países onde

não existe controle sistemático de vetores. Da mesma forma, a transmissão

transfusional pode responder por mais de 20% dos casos em países sem vigilância

em bancos de sangue, como na Bolívia. A transmissão congênita exibe grande

variação regional, de 0,5 a 10% dos casos em países como o Chile, Bolívia e

Paraguai. Mesmo que a transmissão oral seja acidental, atualmente esta é

considerada endêmica na Região Amazônica119,211.

Em 2006, o Ministério da Saúde do Brasil recebeu a Certificação Internacional de

Eliminação da Transmissão da Doença de Chagas pelo Triatoma infestans,

conferida pela Organização Pan-Americana da Saúde. A certificação representa

somente a eliminação da transmissão da doença, especificamente pelo T. infestans,

e não a interrupção definitiva da transmissão, pressupondo a manutenção de

alguma ação de controle e vigilância. O Consenso Brasileiro em Doença de

Chagas179 adverte para o risco de transmissão associado à emergência de novas

espécies, da transmissão endêmica na Amazônia, mecanismos excepcionais de

transmissão, além da persistência de focos residuais de T. infestans. A transmissão

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transfusional, por sua vez, é ocasional e controlada pela triagem dos doadores em

bancos de sangue. Dados recentes demonstram um decréscimo significativo desta

via de transmissão no Brasil91. No entanto, esta forma de transmissão da doença de

Chagas tornou-se a segunda via mais importante nos centros urbanos e é

considerada a principal forma de transmissão em países não-endêmicos68.

Recentemente, foram apresentados os resultados de um inquérito de

soroprevalência de doença de Chagas realizado em amostra de 104.954 crianças,

representativa da população com idade até cinco anos de toda a área rural

brasileira, exceto o Estado do Rio de Janeiro201. Da avaliação do conjunto de testes

resultaram apenas 32 (0,03%) resultados confimados da infecção. Destas, 20

(0,02%) com positividade materna concomitante (sugerindo transmissão congênita),

11 (0,01%) com positividade apenas na criança (indicativo de provável transmissão

vetorial), e uma criança positiva cuja mãe havia falecido. As 11 crianças que

adquiriram a infecção por provável via vetorial distribuíram-se predominantemente

na região nordeste (Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas),

acrescidas de um caso no Amazonas e um no Paraná. Dos 20 casos com provável

transmissão congênita sobressaiu-se o Rio Grande do Sul. Os resultados deste

inquérito apontam para a virtual inexistência de transmissão de doença de Chagas

por via vetorial no Brasil em anos recentes, resultante da combinação dos

programas regulares e sistemáticos de combate à moléstia e de mudanças de

natureza socioeconômica observadas no país ao longo das últimas décadas. Por

outro lado, reforçam a necessidade de manutenção de um programa de controle que

garanta a consolidação deste grande avanço.

Na Região Amazônica, a doença de Chagas vem sendo reconhecida como uma

importante antropozoonose emergente, com centenas de casos descritos nas

últimas décadas4,76. A epidemiologia da doença nesta região envolve uma série de

determinantes biológicos e sociais. Os fatores biológicos estão ligados à grande

diversidade de reservatórios silvestres de T. cruzi, o que resulta num intenso ciclo de

transmissão silvestre2. A invasão dos domicílios pelos vetores (com taxas de

infecção superiores a 60%) é comum e a adaptação dos triatomíneos nativos no

ambiente antrópico tem sido relatada em diversas áreas4. Além disso, um fator de

risco amplamente encontrado nas áreas rurais da região amazônica é a construção

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das residências na proximidade dos palmeirais ocupados por triatomíneos e

marsupiais, ambos frequentemente infectados com T. cruzi4,74,76. Entre os fatores

sociais, a intensa transformação da paisagem pelo desmatamento e a migração

populacional de áreas endêmicas para a Amazônia, com a possibilidade da

introdução não-intencional de cepas parasitárias e vetores alóctones, são

provavelmente os mais importantes4.

Os primeiros casos agudos de doença de Chagas na Região Amazônica foram

detectados na Guiana Francesa116,117. No Brasil, Shaw et al.232 descreveram quatro

casos agudos em Belém, capital do Pará. Desde então, centenas de casos agudos

foram relatados no norte do Brasil, a maioria deles nos estados do Pará e Amapá,

em microepidemias ou em casos isolados4,76,269. O Inquérito Sorológico Nacional

(1975-1980) revelou uma prevalência de 2,4% no Acre, 1,9% no Amazonas, 0,5% no

Pará, 0,4% em Rondônia, 0,3% em Roraima, e 0% no Amapá52. Estudos realizados

de 1991 a 2009, no Estado do Amazonas, revelaram prevalências de 1 a

13%74,75,78,159.

Conforme Aguilar et al.4, a doença de Chagas na Região Amazônica se

apresenta como um agregado de dois perfis epidemiológicos principais que se

sobrepõem no espaço e no tempo. Em ambos os casos, a transmissão do T. cruzi

depende da capacidade de dispersão ativa dos vetores silvestres a partir dos seus

ecótopos naturais para o ambiente domiciliar, onde podem estabelecer contato com

o homem ou contaminar alimentos.

1) Na primeira situação, uma transmissão contínua de baixa intensidade gera um

padrão hipoendêmico com prevalências sorológicas de 1 a 3%. Este perfil é

amplamente distribuído e moderadamente heterogêneo, sendo importante

principalmente para as populações rurais da Amazônia. O mecanismo básico deste

perfil de transmissão é a invasão esporádica dos domicílios por vetores silvestres

adultos (principalmente R. pictipes, R. robustus e P. geniculatus), que pode ser

promovida pela presença de palmeiras no peridomicílio. O desmatamento, a redução

dos reservatórios silvestres, a proliferação de mamíferos oportunistas (roedores e

marsupiais) em ambientes degradados e a introdução da luz elétrica são fatores

potencialmente envolvidos.

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2) O segundo perfil envolve uma transmissão focal e relativamente intensa em

subregiões discretas. A maioria destes casos está ligada ao extrativismo de fibras de

piaçava no médio e alto Rio Negro (Brasil, Colômbia e Venezuela) ou ao consumo

de sucos de frutas contaminados, como de açaí e de outras palmeiras. Os coletores

de fibras e seus familiares são frequentemente atacados por populacões de R.

brethesi e a prevalência de anticorpos anti-T. cruzi neste grupo pode atingir 5%74,76.

O consumo de produtos do agroextrativismo sem certificação sanitária está

provavelmente envolvido em surtos familiares de doença de Chagas aguda

relatados em diferentes áreas da Amazônia Central e Oriental. Os sucos de frutas

aparentemente são contaminados quando triatomíneos infectados são triturados

durante o processamento dos frutos, resultando em transmissão oral, com altas

cargas parasitárias levando à doença aguda grave. Após o controle de T. infestans e

controle transfusional, a infecção por via oral tornou-se a principal forma de

aquisição da infecção humana por T. cruzi77.

3) O terceiro perfil de risco está relacionado com a tendência sinantrópica de

algumas populações de vetores em areas geográficas restritas da Amazônia e inclui

a possibilidade de introdução de populações de vetores domiciliados a partir de

outras regiões, especialmente R. prolixus, T. infestans e T. dimidiata.

Informações do Ministério da Saúde177,178 indicam a notificação de 756 casos

agudos de doença de Chagas no Brasil, de 2005 a outubro de 2010. Chama a

atenção que destes casos, 703 (93,0%) ocorreram nos estados que compõem a

Amazônia Legal. Os estados brasileiros com maior número de casos registrados

foram o Pará, com 573 casos (75,8%) e o Amapá e o Amazonas, com 54 (7,1%)

cada, todos na Região Amazônica. No mesmo período foram registrados 20 óbitos

por doença de Chagas aguda no Brasil, dos quais 14 (70,0%) ocorreram na

Amazônia Legal, principalmente no Estado do Pará (12 óbitos). O Amazonas e o

Maranhão registraram um óbito por doença de Chagas aguda cada no período

(Tabela 1).

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Tabela 1. Número de casos e letalidade por doença de Chagas aguda no Brasil, por

estados e regiões, de 2005 a outubro de 2010.

Estadoa Número de Casos Número de Óbitos Letalidade (%)

Acre 01 00 0,0

Amapá 54 00 0,0

Amazonas 54 01 1,9

Pará 573 12 2,1

Tocantins 06 00 0,0

Região Norte 688 13 1,9

Bahia 13 02 15,4

Ceará 09 00 0,0

Maranhãob 13 01 7,7

Piauí 04 00 0,0

Região Nordeste 39 03 7,7

Mato Grossob 02 00 0,0

Região Centro-Oeste 02 00 0,0

São Paulo 03 01 33,3

Região Sudeste 03 01 33,3

Santa Catarina 24 03 12,5

Região Sul 24 03 12,5

TOTAL 756 20 2,6

Fonte: Ministério da Saúde177,178.

a: Foram representados apenas os estados que registraram casos no período.

b: Estados que em conjunto com os da Região Norte compõem a Amazônia Legal.

A Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), antiga

Fundação de Medicina Tropical do Amazonas, tem sido a unidade de referência para

o atendimento dos casos de doenças infecciosas e parasitárias, no estado, desde a

sua criação, em 1974. O primeiro caso de doença de Chagas aguda registrado no

Estado do Amazonas, representado por uma menina de quatro anos residente em

São Paulo de Olivença, foi atendido pela instituição em 1980120. A análise de uma

série de 29 casos de doença de Chagas atendidos na FMT-HVD entre 1980 e 2006,

demonstrou que os pacientes procediam de todas as regiões do estado, com registro

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nos municípios de Tefé, São Paulo de Olivença, Manaus, Iranduba, Anamã,

Barcelos, Carauari, Coari, Manacapuru, Maraã e Tabatinga182.

1.2.2 Formas Clínicas

A doença de Chagas apresenta duas fases sucessivas: aguda e crônica. A forma

aguda corresponde ao período inicial da infecção pelo T. cruzi no homem e em

vários mamíferos, podendo apresentar-se aparente ou inaparente. Nesta fase, a

parasitemia é detectável por exames parasitológicos diretos do sangue, com

duração geralmente efêmera no ser humano (entre três e oito semanas)6,88. A forma

clínica da doença de Chagas aguda originalmente descrita por Carlos Chagas em

Lassance, Estado de Minas Gerais, constituía uma infecção com predomínio em

crianças na primeira década de vida. Chagas descreveu minuciosamente 29 casos

agudos, todos sintomáticos, apresentando quase invariavelmente com

manifestações febris e edematosas, exame parasitológico direto positivo, além da

ocorrência de óbitos por miocardite ou meningoencefalite aguda em 37,9% deles65.

A maioria dos pacientes na fase aguda é assintomática ou oligossintomática. Na

forma aparente, os sintomas mais frequentes são febre, sonolência, mialgia, diarréia,

adenomegalia, hepatoesplenomegalia, conjuntive unilateral (sinal de Romaña),

edema e taquicardia. Pode ser fatal em até 10% dos casos graves, a grande maioria

com meningoencefalite ou miocardite, quase sempre nos menores de dois anos de

idade e em indivíduos imunocomprometidos. Contudo, a maioria dos casos agudos

tem prognóstico benigno, com remissão completa num período de 60 a 90 dias, com

ou sem intervenção medicamentosa6,88. Os achados anatomopatológicos são de

intensidade não encontrada em miocardites de outras etiologias, geralmente

acompanhadas de pericardite serosa e, raramente, endocardite264.

As descrições clínicas de casos agudos autóctones de doença de Chagas na

Região Amazônica até o momento são escassas. Contudo, independentemente de

serem casos isolados ou pertencentes a surtos, predomina uma síndrome febril

inespecífica, em geral prolongada182,191,211. Com exceção do edema de face e de

membros inferiores, os demais sinais e sintomas são inespecíficos e constituem

elementos para frequentes equívocos diagnósticos com algumas endemias

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prevalentes na região, especialmente malária, febre tifóide e dengue. A miocardite

aguda tem sido relatada em surtos, com raros óbitos decorrentes da miocardite

aguda grave210,272. No Estado do Amazonas, foi descrito um caso de

meningoencefalite chagásica numa paciente de 16 anos, procedente do município

de Tefé169.

Depois da fase aguda da doença, os pacientes entram na forma crônica

indeterminada (quando aparecem anticorpos T. cruzi-específicos na corrente

sanguínea), que podem permanecer por toda a vida em cerca de dois terços dos

pacientes. Nesta forma os pacientes são assintomáticos e não apresentam

alterações no eletrocardiograma e na radiografia de tórax93. O terço restante dos

indivíduos cronicamente infectados desenvolve complicações cardíacas ou

digestivas anos a décadas após a infecção inicial, num estágio da doença em que o

parasitismo sanguíneo e tecidual é escasso. Cerca de 20 a 30% dos pacientes na

fase crônica desenvolvem a forma cardíaca, que pode levar à insuficiência cardíaca

ou morte súbita em 70% e 30%, respectivamente, dos pacientes apresentando

cardiomiopatia chagásica162. A cardiopatia chagásica crônica apresenta-se

clinicamente sob a forma de três síndromes fundamentais: insuficiência cardíaca,

arritmias e tromboembolismo214. Aproximadamente 8 a 10% dos pacientes

desenvolvem manifestações digestivas caracterizadas por dilatações patológicas de

gravidade variável do esôfago e cólon, frequentemente associadas com

manifestações cardíacas212.

O envolvimento cardíaco é a manifestação mais séria e frequente da doença de

Chagas crônica, sendo a causa mais comum de cardiomiopatia na América Latina e,

em áreas endêmicas, a principal causa de morte por problemas cardiovasculares em

pacientes de 30 a 50 anos. A apresentação clínica varia muito de acordo com a

duração da doença e com a extensão e localização das lesões cardíacas. A

cardiopatia chagásica crônica é um processo inflamatório caracterizado por

miocardite fibrosante crônica (focal, multifocal ou difusa) e prejuízo da função

contrátil do miocárdio214. A demonstração de componentes do parasito no miocárdio

por métodos mais sensíveis, como imuno-histoquímica e a PCR, sugere que a

presença do parasito é necessária para o desenvolvimento do processo

inflamatório134,253. Atualmente, considera-se que o principal mecanismo que contribui

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para a patogênese da miocardiopatia chagásica é a persistência do parasito no

tecido, graças a mecanismos de escape à resposta imune do hospedeiro250.

Nas areas endêmicas, especialmente no Centro-Oeste do Brasil, 15 a 20% dos

pacientes com doença de Chagas crônica desenvolvem desordens da motilidade do

trato digestório, especialmente no esôfago e cólon, com repercussão nas funções de

secreção e absorção. Estas alterações iniciam com a diminuição do trânsito e

dificuldade de esvaziamento, seguidas pelo aumento no calibre do órgão afetado e

maior dificuldade de esvaziamento, caracterizando a presença de megaesôfago e ou

megacólon. O envolvimento do sistema nervoso autônomo parece ser um elemento

essencial e geralmente precede as alterações da motilidade desses órgãos197,212. No

Brasil Central e no Chile predomina a forma digestiva, enquanto esta é praticamente

ausente na Colômbia, Venezuela e América Central72,118,172.

O padrão evolutivo da doença de Chagas ainda não está completamente definido

e compreendido, pois a morbidade e a mortalidade atribuídas à doença variam

consideravelmente de uma área para outra. Os fatores que determinam a

variabilidade regional na carga da doença de Chagas não são bem conhecidos,

porém é consensual a idéia de que tanto a constituição genética do parasito quanto

do hospedeiro exercem papéis importantes no curso da infecção155. Diversas

avaliações transversais e longitudinais da morbidade e mortalidade pela doença de

Chagas foram conduzidas no Brasil21,32,33,34,35,69,70,71,78. Estes estudos permitiram a

distinção de áreas de alta morbidade (Minas Gerais e Piauí), áreas de baixa

morbidade (Rio de Janeiro, Paraíba e Mato Grosso do Sul) e áreas com predomínio

de infecção crônica latente (Amazonas).

No Estado do Amazonas, a doença de Chagas crônica apresenta menor

morbidade que nas áreas endêmicas clássicas, observando-se principalmente a

forma indeterminada50. Neste estado, o primeiro relato da infecção chagásica foi

realizado por Ferraroni et al.108, ao examinar 25 indivíduos que trabalhavam no

extrativismo da piaçava no município de Barcelos, encontrando seis com sorologia

positiva. A realização de inquéritos sorológicos e estudos seccionais, incluindo

avaliação clínica e eletrocardiográfica de pacientes soropositivos nas áreas urbana e

rural de Barcelos e em diversas populações ribeirinhas e piaçabais do Rio Negro e

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seus afluentes, comprovaram a elevada prevalência de infecção chagásica nesta

região e demonstraram um perfil de baixa morbidade na fase crônica da

doença74,75,78.

Em um estudo de busca ativa de casos autóctones de cardiopatia crônica na

região do Alto e Médio Rio Negro, Estado do Amazonas, foram encontrados dois

casos de miocardiopatia dilatada grave com sorologia positiva para infecção

chagásica, os quais evoluíram para o óbito5. Posteriormente, relataram-se novos

casos com sorologia positiva para T. cruzi, com características clínicas,

eletrocardiográficas e ecocardiográficas sugestivas de cardiopatia chagásica crônica,

manifestando-se clinicamente por insuficiência cardíaca, síndrome arritmogênica e

tromboembolismo109,110,111,112,286. Mais recentemente, Brum-Soares et al.50

realizaram um estudo soroepidemiológico e clínico em 152 indivíduos residentes no

município de Barcelos, encontrando 38 (25,0%) com sorologia positiva,

principalmente em indivíduos que exercem atividades extrativistas. Estes autores

não verificaram diferença entre as proporções de alterações radiológicas entre os

grupos de soropositivos e soronegativos, confirmando a baixa morbidade na fase

crônica da doença de Chagas na região, atribuindo-a à baixa parasitemia e/ou à

menor patogenicidade do T. cruzi silvestre presente na região.

1.2.3 Diagnóstico

Na fase aguda da doença de Chagas, os parasitos circulam na corrente

sanguínea dos pacientes. Assim, durante esta fase, o diagnóstico laboratorial se

baseia na observação do parasito no sangue dos indivíduos, por meio de um exame

de sangue a fresco ou de um esfregaço sanguíneo. Os exames diretos são mais

sensíveis que as camadas delgadas coradas, sendo os testes de escolha durante a

fase aguda da infecção. Se este teste for negativo, podem ser empregados os

métodos de concentração (micro-hematócrito ou método de Strout), que tem uma

sensibilidade de 80 a 90% e são recomendados no caso de pacientes com forte

suspeita da doença de Chagas aguda com exames a fresco negativos153. Nos casos

sintomáticos há mais de 30 dias, os testes de concentração podem ser a primeira

escolha, pois a parasitemia começa a declinar neste estágio179.

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A fase crônica da doença, que segue a fase aguda da infecção, é caracterizada

por níveis de parasitos circulantes abaixo da capacidade de detecção por meio de

exames parasitológicos convencionais e pelo aparecimento de anticorpos IgG

direcionados contra antígenos do T. cruzi. O diagnóstico nesta fase é baseado

primariamente na sorologia convencional (imunofluorescência indireta - IFI,

hemaglutinação indireta - HAI - e ELISA) ou por métodos parasitológicos indiretos

(xenodiagnóstico e hemocultura). Mesmo que específicos, os métodos

parasitológicos indiretos são pouco sensíveis (20 a 50%)153. O diagnóstico acurado

deste estágio é importante para a instituição de tratamento adequado do indivíduo e

para a prevenção da transmissão transfusional e por transplante de órgãos, que

ocorre em países endêmicos e não-endêmicos230.

Souza et al.243 descreveram um caso agudo de doença de Chagas com

envolvimento cardíaco grave ocorrido após um transplante de fígado, com doador

cadáver. Tando doador quanto receptor apresentavam sorologia negativa para T.

cruzi antes do procedimento. Este relato mostra a possibilidade de resultados

sorológicos falsos-negativos e ressalta a necessidade de melhorias nos critérios

diagnósticos, incluindo, além da sorologia, informações epidemiológicas e pesquisa

do parasito usando a PCR128. Ressalta-se que uma mesma mistura antigênica pode

apresentar desempenho diferente quando desafiada com amostras de diferentes

regiões geográficas, o que é compreensível pela heterogeneidade constitucional do

T. cruzi.

O diagnóstico durante a fase crônica da doença de Chagas deve ser realizado

usando um teste com alta sensibilidade (ELISA com antígenos totais ou frações

semipurificadas do parasito, IFI ou HAI) seguido por outro com alta especificidade

(ELISA, usando antígenos recombinantes T. cruzi-específicos). Se os resultados não

concordarem, o diagnóstico é dito inconclusivo. Nestes casos, as amostras deverão

ser retestadas usando os mesmos métodos. O Ministério da Saúde recomenda que

as amostras com resultados inconclusivos persistentes (3% da rotina laboratorial)

sejam enviadas aos laboratórios de referência, onde serão testadas usando outras

técnicas sorológicas ou métodos mais complexos, como Western blot e PCR179.

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18

1.2.4 Tratamento

Mesmo que os avanços no controle vetorial nos países do Cone Sul tenham

diminuído a incidência da doença de Chagas, dois problemas ainda devem ser

considerados: o tratamento dos casos crônicos e o grande número de casos agudos

em algumas regiões da América Latina. Neste cenário, a principal meta da pesquisa

em doença de Chagas é o desenvolvimento de quimioterapia específica que possa

eliminar a infecção dos indivíduos nas fases aguda ou crônica da doença, mas ainda

não desenvolveram as formas cardíacas e/ou digestivas. A pesquisa e o

desenvolvimento de novos testes diagnósticos e drogas para o tratamento etiológico

da doença de Chagas são incipientes quando comparados com outras doenças

infecciosas não negligenciadas, como a AIDS. O benzonidazol e o nifurtimox, as

únicas drogas disponíveis para o tratamento específico da doença, apresentam

diversas limitações, como a necessidade de administração por períodos

prolongados, elevada toxicidade e efeitos adversos que podem impedir a

continuidade do tratamento274.

Conforme o Ministério da Saúde179, o tratamento da doença de Chagas é

recomendado durante a fase aguda em infecções congênitas e acidentais, na fase

crônica recente (jovens menores de 15 anos e pacientes mais velhos com evidência

de infecção crônica recente), para pacientes com AIDS ou transplantados recebendo

drogas imunossupressoras, que apresentam risco de reativação da infecção latente.

O tratamento durante a fase aguda da infecção leva à regressão dos sintomas e a

razoáveis taxas de cura parasitológica, mas sua efetividade durante as fases

indeterminada e crônica permanece incerta56. Em geral, assume-se que quanto mais

precocemente são feitos o diagnóstico e o tratamento da infecção chagásica, maior

a chance da cura parasitológica274.

O benzonidazol e o nifurtimox demonstram atividades significativas na fase aguda

da doença de Chagas, com frequências de cura parasitológica maiores que 80%16,55.

Na infecção crônica recente, foram relatadas taxas de cura parasitológica maiores

que 60% em crianças tratadas com benzonidazol no Brasil e na Argentina7,239.

Resultado semelhante foi obtido no Chile com o nifurtimox237. Estudos sobre a

evolução clínica da doença crônica após o tratamento específico são controversos e

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metodologicamente heterogêneos em casuística, critérios de cura, tempo de

seguimento e interpretação dos dados. Nesta fase, tem sido observada uma eficácia

terapêutica limitada, em que a cura parasitológica varia de 0 a 20%48,55,144.

A eficácia do benzonidazol na prevenção de complicações em pacientes com

cardiomiopatia chagásica está sendo avaliada no estudo denominado BENEFIT, um

ensaio clínico multicêntrico, randomizado, duplo-cego, placebo-controlado, com

3.000 pacientes, conduzido pelo Instituto Canadense de Pesquisa em Saúde e pela

Organização Mundial de Saúde, em colaboração com pesquisadores da América

Latina167.

Evidências indicam que o nifurtimox e benzonidazol atuam através da formação

de radicais livres e/ou metabólitos eletrofílicos. O grupo nitro (NO2) presente nestas

moléculas é reduzido ao grupo amino (NH2) pela ação de enzimas do tipo

nitroredutases, que atuam especificamente em sistemas moleculares do tipo R-NO2.

Este processo, iniciado pela reação catalisada pela NADPH citocromo P450

redutase, leva à formação de um intermediário nitro radicalar (R-NO2•-) com

subsequente formação de hidroxilamina (R-NHOH)168.

No caso do nifurtimox, o radical reduz o oxigênio molecular (O2) formando o íon

superóxido (O2•-) e regenerando o grupo NO2 num processo conhecido como ciclo

redox168. O íon superóxido formado é captado pela enzima superóxido dismutase

gerando peróxido de hidrogênio (H2O2) que, através da reação de Haber-Weiss na

presença de íons FeIII, forma o radical hidroxila (•OH)221,263. A esta espécie tem sido

atribuído o efeito tripanocida por mecanismos que envolvem ligação a lipídeos,

proteínas e ao DNA do T. cruzi.

O benzonidazol não atua através do ciclo redox e não depende diretamente de

espécies reativas de oxigênio168. Neste caso, o radical nitro formado estaria

envolvido com seu efeito tripanocida através da formação de ligações covalentes

com macromoléculas do T. cruzi (DNA e citocromo P450)263. É descrito ainda que

durante o tratamento com benzonidazol ocorre aumento da fagocitose e lise do T.

cruzi através de um mecanismo dependente de interferon-gama231 e inibição do

crescimento parasitário através da enzima NADH-fumarato redutase266.

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Os metabólitos eletrofílicos formados através do mecanismo de ação dos

nitroderivados podem atuar também em outros sistemas, especialmente do

hospedeiro humano, devido à sua alta reatividade. Esta baixa especificidade de

ação em vias bioquímicas definidas do parasita contribui para os efeitos citotóxicos

observados no tratamento dos pacientes. Os efeitos mais comuns para o nifurtimox

são perda de peso, sonolência, além de algumas manifestações digestivas, tais

como náuseas, vômitos e cólicas intestinais. Já para o benzonidazol, os efeitos

colaterais mais frequentes podem ser agrupados de três formas: (i) manifestações

de hipersensibilidade, como dermatite com erupção cutânea (usualmente entre o 7º

e 10º dia de tratamento), edema periorbital ou generalizado, febre, linfadenopatia,

dores musculares e articulares; (ii) depressão da medula óssea, incluindo

neutropenia, agranulocitose e púrpura trombocitopênica; e (iii) polineuropatia

periférica, representada por parestesias e polineurite62.

A resistência natural às drogas é muito comum, mesmo entre populações do

parasito sem exposição prévia, resultando em diferenças nos resultados do

tratamento em diferentes áreas geográficas14,114. Os mecanismos moleculares desta

resistência ainda não estão totalmente compreendidos. A primeira análise

proteômica da resistência do parasito ao benzonidazol9 identificou cinco proteínas

(cisteína-peptidase semelhante à calpaína, uma peptidase, peroxirredoxina, tirosina-

aminotransferase e uma proteína conservada de 26 kDa) em amostras resistentes in

vivo ao benzonidazol, e quatro proteínas (ciclofilina A, glutamato-desidrogenase,

superóxido-dismutase e nucleosídeo difosfato-quinase) numa amostra com

resistência ao benzonidazol induzida in vitro. Os mesmos autores demonstraram,

numa análise funcional, que as proteínas envolvidas na transcrição e

endereçamento de proteínas apresentam expressão aumentada nos fenótipos

resistentes.

A superexpressão das triparredoxina-peroxidases citosólica e mitocondrial192 e a

expressão diminuída da álcool-desidrogenase53 foram observadas em amostras de

T. cruzi com resistência ao benzonidazol induzida in vitro. Wilkinson et al.280

verificaram que em T. cruzi e em outros tripanosomatídeos o benzonidazol e o

nifurtimox são ativados por uma nitrorredutase tipo I mitocondrial, cuja diminuição da

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expressão explica a resistência cruzada entre as drogas nitro-heterocíclicas. Não foi

observada relação entre a expressão da proteína de choque térmico 70 com o

fenótipo resistente187.

A avaliação da cura na doença de Chagas é um aspecto complexo do seu

tratamento, pela falta de métodos confiáveis para a avaliação da eficácia

terapêutica, levando a resultados controversos em relação aos critérios clínicos e

parasitológicos. A cura parasitológica e a soroconversão negativa são utilizadas por

alguns autores54,55, enquanto outros8,238 admitem um longo período de

soronegatividade ou mesmo baixos títulos sorológicos como critério de cura.

A presença de anticorpos líticos foi proposta como um indicativo de infecção ativa

e falha terapêutica, porém o teste requer o uso de tripomastigotas vivos e, na rotina,

não é prático para os laboratórios clínicos139. A introdução de ensaios mais

sensíveis, baseados na técnica de PCR, que detecta especificamente o DNA do T.

cruzi em amostras de sangue de pacientes infectados, abriu novas possibilidades no

diagnóstico e seguimento da quimioterapia, apesar das discrepâncias da

sensibilidade da PCR entre estudos conduzidos em diferentes áreas geográficas,

pelas diferenças genéticas entre as cepas, influenciando a parasitemia no

homem128,138,279.

1.3 Diversidade Genética do Trypanosoma cruzi

O T. cruzi, assim como os outros flagelados da ordem Kinetoplastidae, apresenta

dois genomas distintos localizados no núcleo e no cinetoplasto. O conteúdo de DNA

pode variar entre os clones do T. cruzi, na ordem de 125 a 330 fg, incluindo o DNA

do cinetoplasto, que corresponde a aproximadamente 30% do total36,131. Elevado

polimorfismo também foi observado em relação ao número e tamanho dos

cromossomos entre as diferentes populações dessa espécie131,205,206. A ausência de

condensação dos cromossomos durante a divisão celular dos tripanossomatídeos

impede a cariotipagem do parasito pelos métodos tradicionais. Contudo, por meio da

eletroforese em campo pulsado (PFGE), verificou-se uma acentuada

heterogeneidade do tamanho e do número de cromossomos entre espécies de

Trypanosoma. Devido à complexidade do seu genoma e à dificuldade de separação

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22

dos cromossomos, o cariótipo do T. cruzi ainda não está bem estabelecido. Estima-

se que as diferentes cepas do parasito apresentem de 64 a 80 cromossomos57,131,

mas o número de bandas cromossômicas detectadas é variável entre diferentes

estudos já realizados36,98.

O tamanho do genoma diplóide do T. cruzi é estimado em 106,4 a 110,7 MB, dos

quais aproximadamente 50% correspondem a sequências repetitivas. Os genes

podem se apresentar repetidos em tandem ou como cópias de pseudogenes23,101,

constituídas, principalmente, por grandes famílias de genes que codificam proteínas

de superfície, retrotransposons e repetições subteloméricas. Entre as sequências

repetidas em tandem estão o DNA satélite, os minissatélites e os microssatélites que

diferem no tamanho dos motivos de repetição101.

O DNA contido no cinetoplasto (kDNA) está organizado em uma complexa rede

de moléculas concatenadas, contendo 20 a 25 cópias de maxicírculos e 5.000 a

20.000 cópias de minicírculos236. Os maxicírculos contem sequências que codificam

proteínas envolvidas na respiração celular e na síntese de rRNA188. As sequências

dos minicírculos estão envolvidas na transcrição de pequenos RNA(s) guias que

participam do processo de editoração dos mRNA(s) das enzimas mitocondriais246.

Os minicírculos são constituídos de quatro regiões conservadas intercaladas por

quatro regiões variáveis de 120 a 160pb e de 280 a 320pb, respectivamente84. As

regiões conservadas contem a origem de replicação do DNA e não se diferem entre

as distintas populações do parasito. As sequências de nucleotídeos da região

variável são consideravelmente heterogêneas entre as diferentes populações do T.

cruzi e mesmo entre diferentes minicírculos de uma mesma população, constituindo

alvos adequados para o estudo da variabilidade genética nessa espécie185. Além

disso, devido ao seu elevado número de cópias, os minicírculos têm sido utilizados

como alvos eficientes na detecção do T. cruzi em amostras biológicas247.

O genoma completo do clone CL Brener foi publicado por El-Sayed et al.101

representando um marco importante no conhecimento do parasito, uma vez que

abre perspectivas para o estudo de genes ligados a diferentes propriedades

biológicas do T. cruzi e de sua variabilidade genética. O desenvolvimento nessa área

possibilitará o estabelecimento de correlações mais específicas entre a genética e as

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características biológicas do parasito e/ou formas clínicas da doença de Chagas.

Distintos alvos no genoma do T. cruzi já foram empregados no desenvolvimento de

metodologias capazes de caracterizar cepas do parasito, tais como as sequências

de minissatélites (impressões digitais do DNA nuclear)152, o DNA total258, o

kDNA121,185,267, a região intergênica do gene do rRNA241, a região SL do gene do

miniéxon240 e os microssatélites198,199.

A análise de isoenzimas foi a primeira abordagem aplicada no estudo da

variabilidade molecular do T. cruzi e ainda consiste em uma metodologia de referência

para o seu estudo. As variações nos perfis de bandas eletroforéticas são decorrentes

de diferenças na estrutura primária de uma mesma enzima entre as populações do

parasito e podem ser atribuídas às diferenças nos genes que codificam essas

proteínas222. Esta técnica foi aplicada inicialmente por Toyé265, que demonstrou

distintas populações de T. cruzi, denominadas posteriormente zimodemas, circulando

nos ambientes silvestres e domiciliares, revelando-se um importante método para o

estudo epidemiológico da doença de Chagas. Miles et al.173,174,175,176, estudando

isolados de T. cruzi da Bahia e do Pará, descreveram três zimodemas, denominados

Z1, Z2 e Z3. Posteriormente, foram descritos isolados de Z3 com o locus ASAT de Z1

(Z3/Z1 ASAT)172 e as linhagens híbridas da Bolívia e Paraguai66,257. Os parasitos

classificados como Z1 e Z3 foram isolados de ambientes silvestres (gambás, tatus e

triatomíneos silvestres) e de poucos casos humanos na fase aguda da doença de

Chagas, enquanto Z2 foi encontrado apenas no ciclo de transmissão doméstico

(humanos e animais domésticos). Estas conclusões foram muito encorajadoras uma

vez que os zimodemas estavam associados aos diferentes padrões de transmissão.

Romanha222 e Carneiro et al.59 caracterizaram amostras de T. cruzi isoladas de

pacientes na fase crônica da doença, na região de Bambuí, Minas Gerais,

observando a presença de quatro zimodemas (ZA, ZB, ZC e ZD). ZA demonstrou o

mesmo perfil de Z2 e ZB mostrou um padrão de heterozigose característico gerado

pela hibridização das cepas parentais ZA e ZC. Considerando-se esses achados,

estes autores sugeriram que no Brasil ocorrem pelo menos seis grupos

isoenzimáticos (Z1, Z2/ZA, Z3, ZB, ZC e ZD).

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Tibayrenc et al.259 e Tibayrenc e Ayala255, analisando o perfil isoenzimático (15

loci) de 645 amostras de T. cruzi, isoladas de uma variedade de hospedeiros

vertebrados e invertebrados, oriundas de uma ampla área geográfica, identificaram

43 zimodemas ou clonets. Com a observação de uma elevada variabilidade

fenotípica natural e o encontro dos mesmos clonets em diferentes áreas geográficas,

os autores propuseram uma estrutura e evolução predominantemente clonais para o

parasito. Isso pressupõe que os clones do parasito devem ser considerados como

unidades genéticas estáveis no tempo e no espaço, com raros ou ausentes eventos

de recombinação genética. Essa hipótese é apoiada pela observação de que o

número de genótipos verficados para esse parasito é muito inferior em relação ao

número de combinações teóricas esperadas para cada loco, demonstrando um

grande desvio da lei de Hardy-Weinberg e desequilíbrio de ligação entre os loci. Se

os alelos, em cada um dos quinze loci analisados, fossem combinados

randomicamente, o número total de genótipos esperados seria de 7 x 1015 e, todos

poderiam ocorrer em baixa freqüência. Entretanto, foram encontrados apenas 43

zimodemas, dos quais 16 diferem por um único alelo.

Além da análise isoenzimática, outras técnicas moleculares indicaram uma

elevada diversidade genética do T. cruzi. Estes marcadores foram inicialmente

pesquisados no genoma mitocondrial, representado por uma rede complexa de

milhares de moléculas de DNA circular, denominada cinetoplasto. Em T. cruzi, o

DNA mitocondrial (kDNA) perfaz cerca de 20 a 25% do DNA total da célula e é

composto por dois tipos de moléculas, os maxicírculos e os minicírculos. Os

maxicírculos (20.000 pb; 50 cópias por célula) codificam proteínas da cadeia de

transporte de elétrons e RNA ribossômico mitocondrial. Os minicírculos (1.400 pb;

10.000 a 20.000 cópias por célula) codificam RNAs pequenos (RNAs guia) que

participam do processo de editoração dos transcritos do maxicírculo. O minicírculo

contém quatro regiões de sequência conservada separadas por quatro regiões de

seqüência variável. As últimas apresentam alta taxa de mutação, que confere

diversidade entre os isolados101.

Morel et al.185 exploraram esta característica e estabeleceram os padrões de

RFLP dos minicírculos de várias cepas de T. cruzi, aos quais denominou

esquizodemas. A metodologia original foi aperfeiçoada por Sturm et al.247, que

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introduziram a reação de PCR para a amplificação do segmento variável do kDNA.

Posteriormente, a variabilidade deste fragmento foi estudada diretamente em tecidos

de camundongos infectados e de pacientes chagásicos crônicos, demonstrando que

as características do minicírculo oferecem a oportunidade para um ensaio molecular

altamente sensível e específico267.

Em contraposição à grande diversidade genética das cepas evidenciada pelas

técnicas acima mencionadas, a análise de sequências com uma taxa de evolução

menor: os genes que codificam o RNA 24Sα ribossômico240 - marcadores clássicos

de evolução, e os genes de miniéxon106,107 - utilizados para a taxonomia de

tripanossomatídeos, mostraram um claro dimorfismo entre os isolados (Figura 1),

determinando sua divisão em dois grupos que correspondem a grandes linhagens

filogenéticas que divergiram entre 40 e 10 milhões de anos. As duas linhagens foram

confirmadas utilizando outras metodologias e passaram a ser denominadas T. cruzi I

(TcI) e T. cruzi II (TcII). O RFLP do gene do RNA 18S ribossômico permitiu a

classificação do T. cruzi em três grupos distintos, denominados ribodemas I, II e III67.

Fernandes et al.106, utilizando o marcador do miniéxon, conseguiram determinar se o

parasito corresponde ao TcI, TcII ou T. cruzi do zimodema Z3, além de diferenciar

esta espécie do Trypanosoma rangeli.

Em 1999, em um esforço para homogeneizar a nomenclatura adotada pelos

diferentes grupos de pesquisa, as duas linhagens principais foram nomeadas de T.

cruzi (TcI) e T. cruzi (TcII), por um consenso entre especialistas reunidos na

Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro18. Ficou então estabelecido que, a partir

daquela data, seriam designadas como TcI as cepas equivalentes ao zimodema 1,

ao biodema III, à linhagem 2 do rDNA, ao grupo I do miniéxon, aos ribodemas II/III

ou similares. Como TcII seriam designadas as cepas equivalentes ao zimodema 2,

biodema II (ZA), à linhagem 1 do rDNA, ao grupo II do miniéxon, ao rimodema I ou

similares. Alguns isolados de T. cruzi não podem ser adequadamente agrupados em

nenhuma destas linhagens principais. Entre estes estão os pertencentes ao

zimodema Z3 e outras cepas híbridas, como as classificadas como zimodema 2b

chileno, zimodema B, biodema I, grupo 1/2 do rDNA ou clonet 39.

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Figura 1. Ensaios de PCR para o gene de rRNA 24Sα e para o espaçador

intergênico do gene de miniéxon permitem dividir os isolados em dois grupos. A PCR

para 24Sα origina um produto de 110 pb para TcI e de 125 pb para TcII107. A PCR

para miniéxon origina o produto de 350 pb para TcI e 300 pb para TcII240.

Subsequentemente, utilizando-se a análise de um grande número de loci de

isoenzimas, RAPD e sequências do gene SSU rDNA45,47 foi proposta a subdivisão

do táxon T. cruzi em seis DTU (Discrete Typing Unit): I, IIa, IIb, IIc, IId, IIe. A DTU I

correspondente à linhagem TcI/Z1, a DTU IIb corresponde à linhagem TcII/Z2 e as

DTU IId e IIe são sublinhagens híbridas. As DTU IIa e IIc são genotipadas como Z3

devido ao padrão idêntico gerado na análise do gene do miniéxon106 e classificadas

como Z3B (DTU IIa) e Z3A (DTU IIc), com base no polimorfismo de ITS rDNA171. A

análise de um fragmento de 1,25 Kb do maxicírculo (kDNA) permitiu a identificação

de três clades mitocondriais relacionadas com as DTU158: a clade A corresponde à

DTU I; a clade B às DTU IIa e IIc-e; e a clade C, à DTU IIb.

O agrupamento de isolados de T. cruzi nas seis DTU tem sido confirmado com

análises de outros genes nucleares e mitocondriais46,121,248,277,278,

cariotipagem38,46,205,206 e polimorfismo de loci de microssatélites121. Contudo, até o

momento não foi descrito um marcador molecular que, sozinho, pudesse discriminar

todas as DTU de T. cruzi. O método mais utilizado, baseado no gene do miniéxon

distingue apenas TcI, TcIIb e Z3106. O método baseado no gene rRNA 24Sα

distingue TcI, TcIIb e TcIIa e para as linhagens híbridas (TcIId-e) resulta em dois

fragmentos de tamanhos correspondentes às linhagens TcI e TcIIb240.

O método proposto por Brisse et al.47 utiliza os genes do miniéxon e do rRNA

24Sα, que segregam cinco linhagens, exceto TcIId e TcIIe, agregando outro

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marcador ribossômico, baseado no gene SSU rDNA, possibilitando, assim, a

diferenciação dessas duas sublinhagens. A abordagem mais recentemente

introduzida147, baseada em três ensaios de PCR-RFLP, utiliza os genes rRNA 24Sα,

da proteína de choque térmico 60 (HSP60/EcoRV) e da histona H1/AatII e glicose-6-

isomerase (GPI). A combinação dos três marcadores RFLP foi capaz de discriminar

todas as DTU. Exceções para esta regra geral ocorreram no caso dos ensaios dos

genes rRNA 24Sα e GPI, para TcIIa (cepas dos Estados Unidos). O problema

gerado por esta discrepância, que pode ser resolvido pelo sequenciamento dos loci

alvo, é causado por mutações de ponto em um sítio de restrição relevante, refletindo

uma divergência genética entre isolados da América do Norte e outros

representantes de TcIIa.

Apesar da capacidade de recombinação genética in vitro127, o T. cruzi se

reproduz predominantemente por divisão binária e consequentemente seu genótipo

apresenta graus extremos de desequilíbrio de ligação, como demonstrado por meio

de isoezimas259 e microssatélites198, exibindo estrutura populacional

predominantemente clonal. Freitas et al.121 introduziram os termos haplogrupos e

haplótipos na descrição da estrutura populacional de T. cruzi. Por meio das análises

de microssatélites e sequências do gene da citocromo oxidase II, estes autores

sugeriram que TcI (haplogrupo ZZ), TcIIb (haplogrupo YY) e TcIIc (haplogrupo XX)

são as linhagens ancestrais de T. cruzi. Ressalta-se que o haplogrupo XX

(TcIIc/TcIIa/Z3) resultou de um evento de hibridização muito antigo entre as DTUs I e

IIb278. Freitas et al.121 demonstraram que as cepas híbridas naturais, representadas

por TcIId e TcIIe (haplogrupo híbrido XY), são resultantes de eventos distintos de

hibridização mais recentes, envolvendo populações das linhagens TcIIb e TcIIc,

sendo esta última sempre a população receptora, que mantém o DNA mitocondrial,

confirmando observações anteriores46,158,240,277. Estas observações e análises dos

padrões cromossômicos206 sugerem que cepas classificadas como TcIIc

representam uma terceira linhagem principal em T. cruzi, designada T. cruzi III

(TcIII). O único isolado de TcIIa (CANIII) estudado por Freitas et al.121 não foi

acomodado entre as linhagens parentais ou híbridas, mas agrupado com TcIIc.

Os avanços no conhecimento da estrutura populacional de T. cruzi nos dez anos

que seguiram o primeiro consenso sobre sua nomenclatura suscitaram a revisão da

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denominação das diferentes divisões do parasito. Com este objetivo, foi planejado

um segundo encontro, que ocorreu em Búzios, Estado do Rio de Janeiro, Brasil, no

dia 23 de agosto de 2009, precedendo o XIII Congresso Internacional de

Protistologia, o XXV Encontro Anual da Sociedade Brasileira de Protozoologia e o

XXXVI Encontro Anual de Pesquisa Básica em Doença de Chagas. O comitê

reconheceu que a nomenclatura das cepas de T. cruzi deveria seguir a classificação

em seis DTUs, denominadas T. cruzi I a VI. Conforme o novo consenso, TcI e TcIIb

correspondem, respectivamente, aos grupos T. cruzi I e T. cruzi II, recomendados

pelo comitê original em 1999; da mesma forma, TcIIc e TcIIa foram renomeados T.

cruzi III e IV, e os híbridos TcIId e TcIIe, renomeados T. cruzi V e VI,

respectivamente (Tabela 2). A publicação com estas decisões290 encoraja os autores

e revisores de manuscritos, bem como os editores de revistas científicas, a adotarem

esta nomenclatura.

Tabela 2. Nomenclatura para as divisões de Trypanosoma cruzi conforme o

consenso de 2009.

DTU Abreviatura Equivalência

T. cruzi I TcI T. cruzi I a e DTU I b

T. cruzi II TcII T. cruzi II a e DTU IIb b

T. cruzi III TcIII Z3/Z1 ASAT c, Z3-A d, DTU IIc b e T. cruzi III e

T. cruzi IV TcIV Z3 c, Z3-B d e DTU IIa b

T. cruzi V TcV Z2 Boliviano c, rDNA 1/2 f, clonet 39 g e DTU IId b

T. cruzi VI TcVI Z2 Paraguaio h e DTU IIe b

a: Anonymous18; b: Brisse et al.45; c: Miles et al.173; d: Mendonça et al.171; e: Freitas

et al.121; f: Souto et al.240; g: Tibayrenc e Ayala255; h: Chapman et al.66. Adaptado de

Zingales et al.290.

Estudando proteínas envolvidas na via de reparo de erros de pareamento,

Augusto-Pinto et al.25 observaram que as cepas Colombiana (TcI), JG (TcII) e CL-

Brener (TcVI) apresentam níveis distintos de instabilidade de microssatélites em

resposta ao estresse oxidativo. A linhagem TcII revelou-se mais resistente ao

tratamento com cisplatina, indicando mecanismos de reparo pouco eficientes, o que

poderia resultar na geração de maior variabilidade nas cepas deste grupo.

Entretanto, estudos baseados em marcadores bastante polimórficos demonstraram

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uma grande homogeneidade entre isolados de uma mesma área geográfica e um

considerável polimorfismo entre isolados de TcI de regiões geográficas

diferentes196,226. Na Colômbia, Falla et al.102 e Herrera et al.132, analisando a região

intergênica do gene do miniéxon, demonstraram uma heterogeneidade genética

suficiente para dividir as cepas TcI isoladas de vetores e reservatórios em quatro

haplótipos, relacionados com diferentes ciclos de transmissão. A análise por

microssatélites de populacões silvestres de TcI, oriundas de diversas localidades de

todo o Continente Americano, demonstrou uma grande diversidade genética, com

recente expansão geográfica deste genótipo para o sul dos Estados Unidos150. No

entanto, estes autores demonstraram que a maioria dos isolados humanos desta

DTU pertencem a dois grupos distintos caracterizados por uma considerável redução

da diversidade genética em relação aos isolados silvestres.

1.4 Propriedades Biológicas do Trypanosoma cruzi

Além da diversidade genética e bioquímica, T. cruzi compreende populações

altamente heterogêneas de parasitos do ponto de vista fenotípico, incluindo

características morfológicas, biológicas (comportamento em vertebrados e

triatomíneos), patológicas (tropismo celular, virulência, intensidade das reações

inflamatórias, mortalidade etc), clínicas (formas indeterminada, cardíaca e digestiva,

com e sem megasíndromes) e imunológicas11,12,13,15,22,40,41,114,170,172.

Diferenças morfológicas nas formas tripomastigotas sanguíneas do T. cruzi

foram descritas pelo próprio Carlos Chagas, em 1909, em seu trabalho sobre a

descoberta da doença de Chagas64. O papel das formas sanguíneas delgadas e

largas foi posteriormente estudado minuciosamente por Brener39. As populações

com predominância de formas delgadas são mais infecciosas para o camundongo,

determinam parasitemias mais precoces e são mais sensíveis aos anticorpos

circulantes. Por sua vez, populações com predomínio de formas largas são menos

infecciosas e desenvolvem parasitemias mais tardias em camundongos, porém são

mais resistentes à ação de anticorpos, permanecendo mais tempo na corrente

sanguínea. As tripomastigotas delgadas infectam preferencialmente células do

sistema mononuclear fagocitário, mostrando tropismo para o baço, fígado e medula

óssea, enquanto as formas largas apresentam tropismo para as células do músculo

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liso, esquelético e cardíaco. As diferenças imunológicas entre os isolados de T. cruzi

permitiram sua classificação em três grupos de acordo com sua reatividade com

soros heterólogos de camundongos infectados194.

Quanto ao comportamento do T. cruzi em infecções experimentais, o parasito foi

classificado em três biodemas11,12. Na infecção com o biodema tipo I, ocorre

predomínio de formas delgadas e acentuado macrofagotropismo na fase inicial da

infecção. Multiplica-se rapidamente, apresentando elevada parasitemia e

mortalidade dos camundongos, que evoluem para o óbito entre 7 e 12 dias após a

inoculação. A infecção com este biodema se acompanha de intenso processo

necrótico-inflamatório dos órgãos parasitados, principalmente do baço. O biodema II

revela predominância de formas largas, intenso parasitismo do miocárdio na fase

aguda, miocardite intensa, desintegração dos miócitos parasitados e necrose. A

multiplicação dos parasitos é relativamente lenta e os picos de parasitemia

irregulares ocorrem entre 12 e 20 dias após a infecção, período no qual a

mortalidade é máxima. O biodema III é composto por cepas com predomínio de

formas largas, com multiplicação lenta e picos de parasitemia tardios entre os dias

20 e 30 após a infecção. As cepas deste biodema determinam intensas lesões

miocárdicas e de músculo esquelético, com acentuada proliferação

intracitoplasmática de parasitos. Os diferentes biodemas se relacionam com os

zimodemas e genótipos, sendo o tipo II correspondente ao Z2 (TcII) e o tipo III ao Z1

(TcI). O tipo I ficou enquadrado como Z2b, que inclui cepas híbridas11,12,15 .

A teoria clonal pressupõe que a divergência evolucionária acumulada entre os

clones possivelmente envolve genes que governam importantes propriedades do

parasito relacionadas à sua virulência, patogenicidade e à apresentação clínica da

doença de Chagas256,259. Espera-se, dessa forma, uma associação entre a

variabilidade genética do parasito, suas propriedades biológicas e as características

da doença de Chagas. Diversos trabalhos corroboram esta hipótese e demonstram

uma forte associação entre a distância genética e as propriedades biológicas do

parasito. Esse fato foi demonstrado no estudo das propriedades de T. cruzi em

cultura celular e acelular99,143,216,227, do seu comportamento e patogenicidade em

camundongos11,12,13,15,60,142,143,227,262, desenvolvimento nos vetores123,124,141 e na

resposta à quimioterapia14,216,260,261.

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Estudos anteriores de infecção experimental de camundongos usando diversos

isolados no Brasil, dos ambientes silvestre e doméstico, mostraram que os

provenientes de marsupiais foram geralmente mais infecciosos e determinaram

parasitemias maiores que os isolados de vetores e de outras espécies de

mamíferos31,148. De um modo geral, as populações pertencentes ao TcI apresentam

maior habilidade de infectar e completar seu ciclo de vida no inseto vetor123,124,141,

maior capacidade de diferenciação em tripomastigotas sanguíneas e maior

capacidade de multiplicação intracelular no hospedeiro vertebrado que as

populações de TcII11,12,130,148,227. Em estudos realizados in vitro28,216 e in vivo14,260,261,

verificou-se que clones pertencentes à linhagem TcI são mais resistentes ao

benzonidazol e ao nifurtimox que os pertencentes à linhagem TcII. De fato, como

observado no Brasil Central, pacientes infectados com cepas do biodema III,

apresentaram maior resistência à quimioterapia com benzonidazol quando

comparados com os infectados com o biodema II16.

Isolados de TcI são resistentes ao benzonidazol e itraconazol tanto durante a

fase aguda quanto na fase crônica da infecção experimental, enquanto isolados de

TcII são parcialmente resistentes a ambas as drogas, apesar de sua suscetibilidade

ao itraconazol durante a fase crônica260. Estes resultados concordam com os

estudos conduzidos no Chile, onde mais de 50% dos pacientes cronicamente

infectados foram curados após a quimioterapia com itraconazol20. Previamente, Apt

et al.19 haviam descrito que a maioria dos estoques de T. cruzi isolados de pacientes

humanos nestes pacientes são classificados como TcII. Murta et al.186 relataram

maior eficiência da quimioterapia com benzonidazol e nifurtimox na doença humana

em áreas com alta prevalência do zimodema B (TcVI), que apresenta perfil híbrido.

Entretanto, resultados divergentes foram descritos na literatura por Ruiz et al.224 e

Neira et al.190 referentes à infectividade e virulência, demonstrando que cepas de

TcII apresentam essas propriedades mais pronunciadas que aquelas do TcI. Lisboa

et al.148 estudando 95 cepas de T. cruzi pertencentes a ambos os grupos verificaram

uma elevada heterogeneidade genética entre os isolados, com elevada parasitemia

detectada em 64% dos isolados de TcII e em 41% de TcI. A caracterização biológica

de isolados de TcI provenientes do México também não detectou comportamento

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peculiar para este grupo228. Grande heterogeneidade intragrupo também foi

observada nos estudos de Toledo et al.262, Laurent et al.143 e Revollo et al.216,

sugerindo que para o estabelecimento de correlações mais específicas é adequado

empregar subdivisões menores do T. cruzi. Villareal et al.275, trabalhando com

populações clonadas do parasito, não verificaram associação significativa entre a

suscetibilidade in vitro ao benzonidazol e a diversidade genética, o que poderia ser

justificado, em parte, pela variabilidade dos parâmetros biológicos dentro de uma

mesma linhagem, incluindo a suscetibilidade às drogas.

1.5 Justificativa, perguntas e hipóteses

Embora programas intensivos de controle vetorial e de vigilância transfusional

nas antigas áreas endêmicas do Brasil tenham obtido êxito, a doença de Chagas

vem incidindo na Região Amazônica em surtos relacionados com a transmissão oral.

Nesta região, um importante fator biológico interveniente na história natural e

epidemiologia da doença de Chagas é a grande diversidade de vetores e

reservatórios silvestres de T. cruzi, resultando num intenso e complexo ciclo de

transmissão silvestre, ainda pouco compreendido. Os trabalhos relacionados com a

caracterização de isolados T. cruzi no bioma amazônico são escassos e a maioria

remonta ao final da década de 1970 e início da década de 1980, quando não se

dispunha dos métodos atuais de caracterização molecular do parasito. Além disso, a

grande maioria destes trabalhos diz respeito a pesquisas realizadas no Estado do

Pará. No Estado do Amazonas, onde vêm sendo descritos diversos casos isolados e

surtos de doença de Chagas aguda, o conhecimento sobre a doença é incipiente.

Os antigos e extensos ciclos silvestres de T. cruzi constituem um enorme

reservatório do parasito, tornando vulneráveis as populações humanas que entram

em contato com os ambientes naturais na Amazônia. Assim, o entendimento da

estrutura populacional das populações desse parasito, especialmente do ciclo

silvestre, é indispensável para o planejamento e a implementação das medidas de

controle da doença. As propriedades biológicas das diferentes linhagens do parasito

podem desempenhar importante papel na patogênese da doença de Chagas e na

eficácia da quimioterapia específica. Porém, na Região Amazônica e, principalmente

no Estado do Amazonas, são escassas as informações sobre o papel da diversidade

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do parasito na patogênese peculiar da doença de Chagas nesta região, bem como

na resposta à quimioterapia.

Estudos realizados no Estado do Amazonas, especialmente na micro-região do

Rio Negro, demonstraram uma relação desproporcional entre o número de

indivíduos com sorologia anti-T. cruzi positiva e casos clínicos aparentes da doença

de Chagas, predominando um perfil de baixa morbidade e mortalidade. Outro fato

que chama a atenção nesta região é a baixa sensibilidade de testes diagnósticos,

tanto parasitológicos quanto sorológicos. Além disso, outra característica clinico-

epidemiológica peculiar da doença de Chagas nesta área é que a única forma

aparente dos casos crônicos autóctones do Amazonas é a doença cardíaca, não

havendo o registro de alterações digestivas.

Diante do exposto, espera-se, neste trabalho, responder às seguintes questões:

1) Quais são as DTU de T. cruzi circulantes no Estado do Amazonas? 2) Como os

estoques de T. cruzi isolados neste estado se comportam em camundongos? e 3)

Existe alguma associação entre a DTU do parasito com o seu comportamento

biológico? Partindo-se do princípio que as propriedades biológicas das diferentes

DTU desempenham importante papel no predomínio da infecção chagásica crônica

latente e baixo poder imunogênico do T. cruzi circulante, levantaram-se as hipóteses

de que as cepas de T. cruzi circulantes no Estado do Amazonas são as envolvidas

no ciclo silvestre, que estas apresentam baixa virulência e patogenicidade e que

existe associação entre as DTU dos isolados de T. cruzi com os parâmetros

biológicos estudados.

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2 OBJETIVOS

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2.1 Objetivo Geral

Estudar a diversidade genética e biológica de isolados de T. cruzi do Estado do

Amazonas, Brasil.

2.2 Objetivos Específicos

2.2.1 Identificar as DTU de estoques de T. cruzi responsáveis por casos humanos do

Estado do Amazonas;

2.2.2 Identificar as DTU de estoques de T. cruzi isoladas de vetores e reservatórios

silvestres;

2.2.3 Caracterizar o comportamento biológico dos estoques de T. cruzi em infecções

experimentais utilizando o modelo camundongo;

2.2.4 Verificar se existe associação entre o comportamento biológico com a DTU dos

estoques.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

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3.1 Área de estudo

O Estado do Amazonas situa-se na porção ocidental da Região Norte do Brasil,

entre os meridianos de 56º05‟ e 73º48‟ longitude oeste e os paralelos de 2º01‟ e

7º06‟ latitude sul, abrangendo 62 municípios, numa área de 1.570.946,8 km2. Tem

uma população estimada em 3.483.985 habitantes para o ano de 2010, com 74,2%

na zona urbana e 25,8% na zona rural. A capital Manaus tem uma população

estimada em 1.802.014 habitantes, o que representa 51,7% da população do

estado137 (Figura 2).

A vegetação original principal é a floresta perenifólia ombrófila, densa na maior

parte, em áreas de terra firme, com árvores de grande porte, cobrindo as eco-

regiões dos Interflúvios do Japurá-Solimões-Negro, Solimões-Japurá, Uatumã-

Trombetas, Juruá-Purus, Madeira-Tapajós, Purus-Madeira e Negro-Branco, bem

como as Florestas Úmidas de Caquetá e do Sudoeste da Amazônia. Às margens

dos rios ocorrem as matas de várzea, que sofrem inundação anual promovida pela

cheia dos rios, nas eco-regiões das Várzeas de Monte Alegre, Purus e Iquitos; o

porte das plantas é menor e a presença de arbustos e cipós entrelaçados dificulta a

penetração. As matas de igapó, por sua vez, encontram-se permanentemente

inundadas em águas baixas das terras baixas encharcadas pelas enchentes dos rios

ou água das chuvas. O mapa potencial de vulnerabilidade dessas eco-regiões indica

que as áreas desmatadas no estado se concentram nas margens das rodovias BR-

319, BR-174 e AM-01094.

O clima é do tipo Af de Köppen (equatorial superúmido), com precipitações acima

de 2.000 mm/ano e temperaturas médias anuais entre 26ºC e 28ºC, sem uma clara

identificação de uma estação seca e outra chuvosa e com poucas variações de

temperatura na maior parte do estado. Na sub-região do Madeira, nas porções sul e

sudeste do estado, próxima dos limites dos estados do Pará, Mato Grosso,

Rondônia e Acre, ocorre estiagem pouco pronunciada, dos meses de agosto a

novembro136.

A formação geológica do Amazonas apresenta dois tipos principais de estruturas:

a bacia Amazônica, formada predominantemente por rochas sedimentares, e a do

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Escudo Guiano, ao norte do estado, formado por rochas cristalinas ou metamórficas.

A bacia intracratônica do Amazonas apresenta rocha sedimentar na Bacia do

Amazonas, entre Manacapuru e Parintins, na Bacia do Alto Tapajós, no extremo

sudeste do estado, e na Bacia do Solimões, na parte oeste e sudoeste, onde se

encontra a Província do Juruá-Urucu, com depósitos de gás natural e petróleo. O

Escudo Guiano, que influencia no relevo amazonense na formação dos planaltos

residuais do norte do estado, suporta sedimentos com idades que variam do Pré-

Cambriano ao Mesozoico, gerando relevos com altitudes variadas nas serras de

Pacaraima, Roraima e Parima, que culminam no Pico da Neblina (3.014 m). Nestas

áreas ocorrem as Florestas de Altitude das Guianas e os Tepuis136.

Os solos de terra firme, do tipo lateríticos, cujos elementos químicos principais

são hidróxido de alumínio e ferro, são pobres para agricultura. Os solos de várzea

são mais férteis, já que periodicamente são enriquecidos com material depositado

durante a cheia dos rios. Os solos mais propícios à utilização agrícola encontram-se

nos campos de Humaitá, Apuí e Lábrea, no sudeste do Estado136.

A maioria dos municípios do Estado do Amazonas está classificada no nível

médio inferior de desenvolvimento humano, sendo que Manaus (0,774), Presidente

Figueiredo (0,741) e Itacoatiara (0,711) são os únicos municípios com índice de

desenvolvimento humano (IDH) maior que 0,7. A composição do Produto Interno

Bruto se dá principalmente pelo setor industrial (49,89%), seguido pela prestação de

serviços (47,85%) e pelas atividades do setor silvoagropecuário (2,26%). Os setores

industriais mais importantes são os de bens de consumo duráveis, principalmente

eletroeletrônicos, bens de informática e motocicletas, e o setor químico e de

bebidas137.

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Figura 2. Mapa do Estado do Amazonas indicando a localização dos municípios de

origem dos isolados de Trypanosoma cruzi caracterizados neste estudo.

3.2 Origem e isolamento das amostras de T. cruzi

Foram utilizadas 97 amostras de T. cruzi de humanos, vetores e reservatórios

silvestres, provenientes de cinco municípios do estado do Amazonas (Figuras 2 e 3;

Tabela 3). Destas, 70 foram isoladas em cultura e 27 foram submetidas à

caracterização genética após extração de DNA diretamente do sangue total, no caso

de pacientes na fase aguda, ou do conteúdo intestinal, no caso de triatomíneos. A

Tabela 3 apresenta a nomenclatura internacional18, o código utilizado no laboratório,

o município de origem, o hospedeiro e o método de isolamento.

As amostras de Coari estão representadas por 30 isolados de humanos na fase

aguda da doença de Chagas (20 por hemocultura, nove por xenodiagnóstico e uma

por cultura de líquor), 11 de triatomíneos, sendo oito de R. pictipes (uma isolada por

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xenocultura) e três de R. robustus (uma isolada por xenocultura), e dois isolados de

Philander opossum obtidos por hemocultura; as amostras de Apuí estão

representadas por 21 de triatomíneos, sendo 14 de R. robustus (quatro isoladas por

inoculação do conteúdo intestinal do triatomíneo em camundongo) e sete de R.

pictipes (três isoladas por inoculação em camundongo) e uma de caso humano

agudo isolada por hemocultura; as amostras de Santa Isabel do Rio Negro estão

representadas por 15 de casos humanos agudos, sendo que 8 foram isoladas por

hemocultura e 2 por xenodiagnóstico; as amostras de Manaus estão representadas

por 12 de Didelphis marsupialis (nove isoladas por hemocultura e três por

xenodiagnóstico), três de triatomíneos (uma isolada por xenocultura) e uma de caso

humano crônico isolada por xenodiagnóstico; uma amostra provém de Maraã e foi

isolada de um exemplar de R. robustus por inoculação em camundongo (Tabela 3).

As hemoculturas dos casos humanos foram realizadas conforme a descrição do

Procedimento Operacional Padrão (POP) POP_ENT_LB_002_v01_PT, da Gerência

de Entomologia da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado

(GE/FMT-HVD) (Anexo 1). O sangue total foi coletado por punção venosa, na

presença de EDTA, antes do início do tratamento. O procedimento para a cultura de

líquor, coletado por punção lombar, para o diagnóstico da infecção chagásica, está

detalhado no POP_ENT_LB_003_v01_PT (Anexo 1). Aproximadamente 0,5 mL do

material coletado foi semeado em tubos (3-5 para cada paciente) contendo meio

MacNeal, Novy e Nicolle (NNN), coberto por uma camada de solução salina 0,9% e

140 mg/mL de sulfato de gentamicina. A preparação deste meio de cultura está

detalhada no POP_ENT_LB_007_v01_PT (Anexo 1). As culturas foram mantidas em

estufa microbiológica a 28C e monitoradas semanalmente por dois meses, por

observação à microscopia óptica, entre lâmina e lamínula, para a verificação do

crescimento parasitário.

O xenodiagnóstico direto, realizado conforme a descrição do

POP_ENT_LB_005_v01_PT (Anexo 1), também foi feito antes do tratamento,

utilizando-se 30 ninfas de III e/ou IV estádio de Triatoma infestans ou Dipetalogaster

maximus, em jejum alimentar, conforme disponibilidade na GE/FMT-HVD. A leitura

dos xenodiagnósticos foi feita 30, 45 e 60 dias após o repasto, por compressão

abdominal e obtenção das fezes do inseto, observando-se o material à microscopia

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óptica, entre lâmina e lamínula. Quando positivo, o material foi utilizado para

xenocultura ou inoculado em camundongos, segundo o POP_ENT_LB_004_v01_PT

(Anexo 1) e o POP_ENT_LB_008_v01_PT (Anexo 1), respectivamente. No último

caso, depois de cerca de 30 dias, coletou-se 0,5 mL de sangue total do plexo retro-

orbitário, realizando-se a hemocultura pela técnica descrita no

POP_ENT_LB_017_v01_PT (Anexo 1), visando à recuperação das amostras de T.

cruzi. Este mesmo método foi utilizado para o isolamento de amostras de T. cruzi a

partir dos triatomíneos coletados no campo.

O isolamento de T. cruzi dos mamíferos silvestres foi realizado por meio de

hemocultura em meio NNN e xenodiagnóstico direto, pelas técnicas supracitadas. O

isolamento das amostras de T. cruzi a partir de vetores e reservatórios silvestres foi

realizado a partir de exemplares coletados em localidades rurais e periurbanas.

Estes isolados provêm de um projeto maior sob título: “Doenças de Chagas no

Amazonas: Ecologia do ciclo de transmissão em Manaus, Coari e Tefé”, coordenado

pela Profa. Dra. Maria das Graças Vale Barbosa. Para maiores detalhes sobre a

coleta de vetores e reservatórios, recomenda-se consultar Magalhães160.

Os parasitos isolados foram expandidos em meio LIT, preparado conforme o

POP_ENT_LB_006_v01_PT (Anexo 1), adicionado de soro bovino fetal e

criopreservados até o uso em nitrogênio líquido na coleção de culturas de T. cruzi da

GE/FMTAM e do Laboratório de Doença de Chagas, no Departamento de Ciências

Básicas da Saúde da Universidade Estadual de Maringá (LDCh/UEM). O

POP_ENT_LB_009_v01_PT (Anexo 1) e o POP_ENT_LB_010_v01_PT (Anexo 1)

descrevem, respectivamente, os processos de criopreservação dos estoques em

nitrogênio líquido e de posterior descongelamento para caracterização biológica e

genética.

A Figura 3 representa o desenho esquemático do estudo desde a coleta dos

vetores e marsupiais e recrutamento dos pacientes, até a caracterização genética e

molecular.

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Tabela 3. Amostras de Trypanosoma cruzi do Estado do Amazonas, com respectiva nomenclatura internacional, código utilizado

pelos laboratórios, município de origem, hospedeiro e método de isolamento empregado.

Nomenclatura

internacional a

Código Município de origem Hospedeiro Método de isolamento

Humanos

MHOM/BR/2007/AM01 AM01 Coari Paciente em fase aguda Hemocultura

MHOM/BR/2007/AM02 AM02 Coari Paciente em fase aguda Hemocultura

MHOM/BR/2007/AM03 AM03 Coari Paciente em fase aguda Hemocultura

MHOM/BR/2007/AM04 AM04 Coari Paciente em fase aguda Hemocultura

MHOM/BR/2007/AM05 AM05 Coari Paciente em fase aguda Hemocultura

MHOM/BR/2007/AM06 AM06 Coari Paciente em fase aguda Hemocultura

MHOM/BR/2007/AM07 AM07 Coari Paciente em fase aguda Hemocultura

MHOM/BR/2007/AM08 AM08 Coari Paciente em fase aguda Hemocultura

MHOM/BR/2007/AM09 AM09 Coari Paciente em fase aguda Hemocultura

MHOM/BR/2007/AM10 AM10 Coari Paciente em fase aguda Hemocultura

MHOM/BR/2007/AM11 AM11 Coari Paciente em fase aguda Hemocultura

MHOM/BR/2007/AM12 AM12 Coari Paciente em fase aguda Hemocultura

MHOM/BR/2007/AM13 AM13 Coari Paciente em fase aguda Hemocultura

MHOM/BR/2007/AM14 AM14 Coari Paciente em fase aguda Hemocultura

MHOM/BR/2007/AM15 AM15 Coari Paciente em fase aguda Hemocultura

MHOM/BR/2007/AM16 AM16 Coari Paciente em fase aguda Hemocultura

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MHOM/BR/2007/AM17 AM17 Coari Paciente em fase aguda Hemocultura

MHOM/BR/2007/AM18 AM18 Coari Paciente em fase aguda Hemocultura

MHOM/BR/2007/AM19 AM19 Coari Paciente em fase aguda Xenodiagnóstico

MHOM/BR/2007/AM20 AM20 Coari Paciente em fase aguda Xenodiagnóstico

MHOM/BR/2007/AM21 AM21 Coari Paciente em fase aguda Xenodiagnóstico

MHOM/BR/2007/AM22 AM22 Coari Paciente em fase aguda Xenodiagnóstico

MHOM/BR/2007/AM23 AM23 Coari Paciente em fase aguda Xenodiagnóstico

MHOM/BR/2007/AM24 AM24 Coari Paciente em fase aguda Xenodiagnóstico

MHOM/BR/2007/AM25 AM25 Coari Paciente em fase aguda Xenodiagnóstico

MHOM/BR/2007/AM26 AM26 Coari Paciente em fase aguda Xenodiagnóstico

MHOM/BR/2007/AM27 AM27 Coari Paciente em fase aguda Xenodiagnóstico

MHOM/BR/2008/AM49 AM49 Coari Paciente em fase aguda Hemocultura

MHOM/BR/2008/AM50 AM50 Coari Paciente em fase aguda Cultura de líquor

MHOM/BR/2010/AM70 AM70 Coari Paciente em fase aguda Hemocultura

MHOM/BR/2010/AM62 AM62 Santa Isabel do Rio Negro Paciente em fase aguda Hemocultura

MHOM/BR/2010/AM63 AM63 Santa Isabel do Rio Negro Paciente em fase aguda Hemocultura

MHOM/BR/2010/AM64 AM64 Santa Isabel do Rio Negro Paciente em fase aguda Hemocultura

MHOM/BR/2010/AM65 AM65 Santa Isabel do Rio Negro Paciente em fase aguda Hemocultura

MHOM/BR/2010/AM66 AM66 Santa Isabel do Rio Negro Paciente em fase aguda Hemocultura

MHOM/BR/2010/AM67 AM67 Santa Isabel do Rio Negro Paciente em fase aguda Hemocultura

MHOM/BR/2010/AM68 AM68 Santa Isabel do Rio Negro Paciente em fase aguda Hemocultura

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MHOM/BR/2010/AM69 AM69 Santa Isabel do Rio Negro Paciente em fase aguda Hemocultura

MHOM/BR/2010/AP60 AP60 Santa Isabel do Rio Negro Paciente em fase aguda Xenodiagnóstico

MHOM/BR/2010/Erlisson Erlisson Santa Isabel do Rio Negro Paciente em fase aguda Xenodiagnóstico

MHOM/BR/2010/D D Santa Isabel do Rio Negro Paciente em fase aguda Não disponível

MHOM/BR/2010/Gus Gus Santa Isabel do Rio Negro Paciente em fase aguda Não disponível

MHOM/BR/2010/L L Santa Isabel do Rio Negro Paciente em fase aguda Não disponível

MHOM/BR/2010/LM LM Santa Isabel do Rio Negro Paciente em fase aguda Não disponível

MHOM/BR/2010/W W Santa Isabel do Rio Negro Paciente em fase aguda Não disponível

MHOM/BR/2009/AM52 AM52 Apuí Paciente em fase aguda Hemocultura

MHOM/BR/2007/AM36 AM36 Manaus Paciente em fase crônica Xenodiagnóstico

Triatomíneos

TROB/BR/2009/AM55 AM55 Apuí Rhodnius robustus Inoculação em camundongo

TROB/BR/2009/AM56 AM56 Apuí Rhodnius robustus Inoculação em camundongo

TROB/BR/2009/AM57 AM57 Apuí Rhodnius robustus Inoculação em camundongo

TROB/BR/2009/AM58 AM58 Apuí Rhodnius robustus Inoculação em camundongo

TPIS/BR/2009/AM59 AM59 Apuí Rhodnius pictipes Inoculação em camundongo

TPIS/BR/2009/AM60 AM60 Apuí Rhodnius pictipes Inoculação em camundongo

TPIS/BR/2009/AM61 AM61 Apuí Rhodnius pictipes Inoculação em camundongo

TROB/BR/2009/AP10 AP10 Apuí Rhodnius robustus Não disponível

TPIS/BR/2009/AP11 AP11 Apuí Rhodnius pictipes Não disponível

TROB/BR/2009/AP12 AP12 Apuí Rhodnius robustus Não disponível

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TPIS/BR/2009/AP15 AP15 Apuí Rhodnius pictipes Não disponível

TROB/BR/2009/AP20 AP20 Apuí Rhodnius robustus Não disponível

TROB/BR/2009/AP21 AP21 Apuí Rhodnius robustus Não disponível

TPIS/BR/2009/AP24 AP24 Apuí Rhodnius pictipes Não disponível

TROB/BR/2009/AP25 AP25 Apuí Rhodnius robustus Não disponível

TROB/BR/2009/AP28 AP28 Apuí Rhodnius robustus Não disponível

TPIS/BR/2009/AP35 AP35 Apuí Rhodnius pictipes Não disponível

TROB/BR/2009/AP51 AP51 Apuí Rhodnius robustus Não disponível

TROB/BR/2009/AP67 AP67 Apuí Rhodnius robustus Não disponível

TROB/BR/2009/AP69 AP69 Apuí Rhodnius robustus Não disponível

TROB/BR/2009/AP70 AP70 Apuí Rhodnius robustus Não disponível

TROB/BR/2007/AM37 AM37 Coari Rhodnius robustus Xenocultura

TPIS/BR/2007/AM48 AM48 Coari Rhodnius pictipes Xenocultura

TPIS/BR/2007/TcV_1 TcV_1 Coari Rhodnius pictipes Não disponível

TPIS/BR/2007/TcV_5 TcV_5 Coari Rhodnius pictipes Não disponível

TPIS/BR/2007/TcV_6 TcV_6 Coari Rhodnius pictipes Não disponível

TROB/BR/2007/ TcV_19 TcV_19 Coari Rhodnius robustus Não disponível

TROB/BR/2007/ TcV_29 TcV_29 Coari Rhodnius robustus Não disponível

TPIS/BR/2007/TcV_35 TcV_35 Coari Rhodnius pictipes Não disponível

TPIS/BR/2007/TcV_41 TcV_41 Coari Rhodnius pictipes Não disponível

TPIS/BR/2007/TcV_47 TcV_47 Coari Rhodnius pictipes Não disponível

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TPIS/BR/2007/TcV_98 TcV_98 Coari Rhodnius pictipes Não disponível

TPIS/BR/2007/AM33 AM33 Manaus Rhodnius pictipes Xenocultura

TROB/BR/2007/AM46 AM46 Manaus Rhodnius robustus Não disponível

TPIS/BR/2007/AM47 AM47 Manaus Rhodnius pictipes Não disponível

TROB/BR/2007/AM41 AM41 Maraã Rhodnius robustus Inoculação em camundongo

Reservatórios

MDID/BR/2007/AM28 AM28 Manaus Didelphis marsupialis Hemocultura

MDID/BR/2007/AM29 AM29 Manaus Didelphis marsupialis Hemocultura

MDID/BR/2007/AM30 AM30 Manaus Didelphis marsupialis Xenodiagnóstico

MDID/BR/2007/AM31 AM31 Manaus Didelphis marsupialis Xenodiagnóstico

MDID/BR/2007/AM32 AM32 Manaus Didelphis marsupialis Hemocultura

MDID/BR/2007/AM35 AM35 Manaus Didelphis marsupialis Hemocultura

MDID/BR/2007/AM39 AM39 Manaus Didelphis marsupialis Hemocultura

MDID/BR/2007/AM40 AM40 Manaus Didelphis marsupialis Xenodiagnóstico

MDID/BR/2007/AM42 AM42 Manaus Didelphis marsupialis Hemocultura

MDID/BR/2007/AM43 AM43 Manaus Didelphis marsupialis Hemocultura

MDID/BR/2007/AM44 AM44 Manaus Didelphis marsupialis Hemocultura

MDID/BR/2007/AM45 AM45 Manaus Didelphis marsupialis Hemocultura

MPHI/BR/2007/AM34 AM34 Coari Philander opossum Hemocultura

MPHI/BR/2007/AM38 AM38 Coari Philander opossum Hemocultura

a: Conforme recomendado por Anonymous18.

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Figura 3. Algoritmo com o desenho esquemático do estudo.

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3.3 Caracterização genética

3.3.1 Extração do DNA

Os isolados de T. cruzi foram cultivados em meio LIT contendo 10% de soro

bovino fetal inativado, a 28°C, até atingirem a concentração aproximada de 1 x 109

células/mL. Para a extração do DNA total dos isolados foi utilizado o conjunto

PureLink Kit® (Invitrogen, Life technologies, Estados Unidos), de acordo com o

protocolo recomendado pelo fabricante. Resumidamente, para 200 µL da cultura

foram adicionados 20 µL de proteinase K e 200 µL de tampão de lise. Após completa

homogeneização em vórtex, a mistura foi incubada em banho-maria a 56°C por 10

minutos. Ao lisado foram adicionados 200 µL de etanol 96-100%, homogeneizando

em vórtex por 5 segundos para a obtenção de uma solução homogênea. Para a

purificação do DNA, a solução foi aplicada em coluna, que posteriormente foi lavada

sucessivamente com os dois tampões de lavagem. O DNA obtido foi eluído com 50

µL do tampão de eluição (POP_ENT_LB_025_v01_PT; Anexo 1).

Para algumas amostras, cujas tentativas de isolamento em cultura não deram

efeito, o DNA foi extraído diretamente do sangue total, no caso de pacientes com

doença de Chagas aguda, ou diretamente do conteúdo intestinal, para os

triatomíneos. A técnica utilizada para a extração foi a mesma descrita acima.

3.3.2 Tipagem genética nuclear

3.3.2.1 Gene do RNA ribossomal (rRNA)

A sequência do gene do 24Sα rRNA foi amplificada conforme descrito por Souto

et al.240 modificado por Macedo et al.155. Cada reação de amplificação foi realizada

em um termociclador num volume final de 12,5 μL. Em cada reação, foram utilizados

3,1 pM dos iniciadores D71 (5‟AAGGTGCGTCGACAGTGTGG) e D72

(5‟TTTTCAGAATGGCCGAACAGT). Depois da desnaturação inicial a 94°C por 1

minuto, as amostras foram submetidas a 30 ciclos (94°C por 30 segundos, 60°C por

30 segundos e 72°C por 30 segundos), com uma extensão final a 72°C por 10

minutos. Os produtos amplificados foram visualizados em gel de poliacrilamida 6%

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corado pela prata. Produtos de 110 pb podem ser produzidos tanto pela DTU TcI

quanto pela TcIII; produtos de 125 pb por TcII e TcVI; produtos de 120 ou 130 pb por

TcIV; e ambos os produtos de 110 pb e 125 pb por TcV, com menor intensidade da

banda de 125 pb47,147,240.

3.3.2.2 Gene do miniéxon

A amplificação diferencial de parte do espaçador não-transcrito do gene do

miniéxon foi realizada usando um conjunto de cinco oligonucleotídeos106. Três

iniciadores, derivados da região hipervariável do miniéxon (Tcl:

5‟ACACTTTCTGTGGCGCTGATCG; Tc2: 5‟TTGCTCGCACACTCGGCTGCAT e

Tc3: 5‟CCGCGWACAACCCCTMATAAAAATG) e um iniciador de uma região

específica do espaçador não transcrito do T. rangeli (TR:

5‟CCTATTGTGATCCCCATCTTCG) foram utilizados. Um oligonucleotídeo comum,

correspondente à sequência presente na região mais conservada do gene do

miniéxon (ME: 5‟TACCAATATAGTACAGAAACTG), foi usado como o iniciador

oposto na reação multiplex. Cada reação foi realizada com 10 ng de DNA genômico

e 100 pM de cada iniciador para um volume final de 25 μL. A amplificação consistiu

de 35 ciclos, incluindo desnaturação à 94°C, anelamento à 50°C e extensão à 72°C.

Os produtos da reação foram analisados por eletroforese em gel de agarose (3%)

acrescido de brometo de etídio e visualizados com luz ultravioleta. Produtos de 250

pb são produzidos por TcII; produtos de 200 pb por TcI; produtos de 150 pb tanto

por TcIII quanto por TcIV; e produtos de 100 pb por T. rangeli.

3.3.2.3 Gene da glicose-fosfato isomerase (GPI)

A amplificação do gene da GPI foi realizada conforme descrito por Gaunt al.127.

Cada reação de amplificação foi realizada com 25 pM dos iniciadores gpi.for

(5‟CGCACACTGGCCCTATTATT) e gpi.rev (5‟TTCCATTGCTTTCCATGTCA) e 35

ng do DNA total, para um volume final de 25 μL. As amplificações foram

processadas em um termociclador e incluíram uma desnaturação inicial de 5 minutos

a 94°C, seguida por 28 ciclos (94°C por 30 segundos, 60°C por 30 segundos, 72°C

por 30 segundos), e uma extensão final de 72°C por 10 minutos. Os produtos da

PCR foram purificados usando o kit SureClean (Bioline, Reino Unido) e

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50

sequenciados em ambas as direções comercialmente (Macrogen, Coréia do Sul). As

sequências foram depositadas no GenBank.

3.3.3 Tipagem genética mitocondrial

3.3.3.1 PCR-RFLP e sequenciamento do gene da subunidade 2 da citocromo-

oxidase mitocondrial (COII)

A amplificação da subunidade 2 do gene da COII foi realizada conforme descrito

por Freitas et al.121, com modificações3. Cada reação de amplificação foi realizada

com 3,1 pM dos iniciadores Tcmit-10 (5‟CCATATATTGTTGCATTATT) e Tcmit-21

(5‟TTGTAATAGGAGTCATGTTT) e 2 ng do DNA total, para um volume final da

reação de 15,0 μL. A amplificação foi processada num termociclador com uma

desnaturação inicial a 94°C por 1 minuto e 30 ciclos de 94°C por 30 segundos, 48°C

por 2 minutos, 72°C por 2 minutos, e extensão final a 72°C por 10 minutos. Dez

microlitros do produto de aproximadamente 400 pb de DNA do maxicírculo do T.

cruzi foram digeridos com 10 unidades da enzima de restrição AluI (Invitrogen) por

16 horas. A análise do RFLP do gene da COII foi feita em gel de poliacrilamida 4,5%

e revelado por coloração pela prata. No sítio polimórfico AluI, uma banda de

aproximadamente 300 pb é característica de TcI, uma banda de 250 pb é

característica de TcII e bandas com mais de 300 bp são características de TcIII, IV,

V e VI.

Para o sequenciamento, a amplificação do gene mitocondrial da COII foi

realizada usando os iniciadores Tcmit-31 (5'TAAATAATATATATTGTACATGAG) e

Tcmit-40 (5'CTRCATTGYCCATATATTGT), sob as mesmas condições descritas

acima. Os produtos da PCR foram purificados usando o kit SureClean (Bioline,

Reino Unido) e sequenciados comercialmente (Macrogen, Coréia do Sul). As

sequências foram depositadas no GenBank.

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51

3.3.4 Análise filogenética

Para a análise filogenética, foi utilizado o método de Neighbor-Joining

implementado no software MEGA 4.1249. A árvore de consenso bootstrap foi inferida

a partir 1500 reamostragens, indicando a porcentagem de réplicas das árvores em

que houve agrupamentos semelhantes. A análise utilizou sequências com 400

posições de nucleotídeos para o gene da COII e 980 nucleotídeos para o gene da

GPI. As sequências dos genes da GPI e COII das cepas de referência para

comparação com os novos isolados foram obtidas do GenBank.

3.4 Caracterização biológica

3.4.1 Animais

Para os experimentos realizados no LDCh/UEM, foram utilizados 20

camundongos Swiss machos com 21 a 28 dias de idade, pesando entre 18 e 20g,

provenientes do Biotério Central da Universidade Estadual de Maringá. Os

experimentos realizados na GE/FMT-HVD utilizaram 7 camundongos Swiss machos

com 12 a 15 dias, pesando entre 10 e 15 gramas, provenientes do Biotério da FMT-

HVD. Em ambos os laboratórios, os camundongos foram mantidos em gaiolas

espaçosas, em ambiente bem ventilado e com condições adequadas de

temperatura, com disponibilidade de ração comercial para roedores e água ad

libitum.

3.4.2 Preparo dos inóculos

3.4.2.1 Obtenção de tripomastigotas sanguíneas (TS)

Um grupo de camundongos Balb/C foi inoculado por via intraperitoneal com

aproximadamente 0,3 mL de cultura em meio LIT rica em tripomastigotas. Este

grupo foi acompanhado diariamente por meio de exame de sangue a fresco para a

verificação da infecção e determinação da parasitemia. No pico de parasitemia foi

obtido sangue heparinizado do grupo de manutenção por punção do plexo venoso

retro-orbitário, conforme instruções do POP_ENT_LB_018_v01_PT (Anexo 1). O

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52

sangue obtido foi examinado ao microscópio ótico para a determinação da

parasitemia pelo Método de Pizzi-Brener, conforme o POP_ENT_LB_0015_v01_PT

(Anexo 1). Conhecendo-se a parasitemia, foi padronizado o inóculo a ser utilizado na

infecção dos camundongos42. Para o procedimento completo de obtenção de

tripomastigotas sanguíneos de Trypanosoma cruzi, consultar o

POP_ENT_LB_012_v01_PT (Anexo 1).

A infecção experimental de camundongos para a caracterização biológica dos

isolados utilizando tripomastigotas sanguíneas, inoculados pela via intraperitoneal,

foi realizada no LDCh/UEM. A padronização dos inóculos para cada

experimento/isolado está descrita na Tabela 4.

Tabela 4. Isolados e respectivos inóculos de tripomastigotas sanguíneas utilizados

na caracterização biológica em camundongos.

Isolados Inóculo (TSa/animal)

AM04 1,4 x 103

AM08, AM13, AM32 e AM 39 2,8 x 103

AM64 5,0 x 103

AM05, AM14, AM15, AM18, AM30, AM57, AM62

AM67, AM68 e AM69

1,0 x 104

a: Tripomastigotas sanguíneas.

Conforme se verifica na Tabela 4, para alguns isolados não foi possível a

obtenção de um inóculo de 1,0 x 104 TS/camundongo, pois estes não determinaram

parasitemias suficientes. A opção encontrada foi trabalhar com inóculos menores,

nestes casos.

3.4.2.2 Obtenção de tripomastigotas metacíclicos (TM) de cultura

Após a cultura em meio LIT ter atingido a fase estacionária tardia, na qual ocorre

maior porcentagem de tripomastigotas, coletaram-se e centrifugaram-se cerca de 3

mL de material. Do sedimento, foram coletadas quatro gotas, colocando-as sobre

uma lâmina. A lâmina foi fixada e corada por Giemsa. Ao microscópio ótico, sob

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53

imersão, determinou-se a porcentagem de epimastigotas e tripomastigotas. Em

câmara de Neubauer, realizou-se a contagem global dos parasitos, subtraindo-se o

percentual de epimastigotas encontrado para posterior padronização do inóculo que

será utilizado na infecção experimental dos camundongos. O procedimento

detalhado para manutenção das amostras em culturas acelulares e obtenção de

tripomastigotas a partir de culturas de Trypanosoma cruzi está descrito no

POP_ENT_LB_011_v01_PT (Anexo 1).

A infecção experimental de camundongos utilizando tripomastigotas obtidas por

este método, utilizando a via intraperitoneal, foi realizada para a caracterização

biológica e avaliação das alterações histopatológicas causadas pelos isolados

AM28, AM38, AM41, AM49, AM61, AM69 e AM70, em experimentos realizados na

GE/FMT-AM, utilizando um inóculo de 1,0 x 106 TM/camundongo, e para a

caracterização biológica dos isolados AM37 e AM56, no LDCh/UEM, utilizando um

inóculo de 2,0 x 106 TM/camundongo. Justifica-se o emprego de tripomastigotas de

cultura em detrimento de tripomastigotas sanguíneas nestes casos pela dificuldade

técnica de se obter as últimas formas infectantes nas parasitemias escassas

determinadas por estes isolados.

3.4.3 Técnicas de comprovação da infecção

3.4.3.1 Exame de sangue a fresco (ESF)

Para a realização do ESF foi realizada a sangria dos camundongos pela cauda

(POP_ENT_LB_019_v01_PT; Anexo 1), coletando-se 5 µL de sangue de cada

animal. O exame de sangue a fresco (ESF) foi realizado a partir do 3º dia após a

inoculação (d.a.i.) até a negativação por pelo menos três dias consecutivos em caso

de parasitemia patente, ou em um período mínimo de 30 dias no caso de

parasitemia subpatente. Depositou-se o sangue sobre uma lâmina, que foi

imediatamente levada ao microscópio, sob objetiva de 40x, percorrendo-se toda a

área da lamínula. O resultado foi expresso como positivo ou negativo. Determinou-se

a porcentagem de animais que apresentaram ESF positivo (%ESF+), para cada

isolado estudado.

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54

3.4.3.2 Hemocultura (HC)

No 55º d.a.i., para os experimentos realizados no LDCh/UEM, e no 90º d.a.i., para

os experimentos realizados na GE/FMTHVD, foi coletado assepticamente 0,5 mL de

sangue do plexo retrorbitário dos camundongos. O sangue foi distribuído em dois

tubos contendo 3mL de meio LIT cada114. As culturas foram mantidas em estufa a

28ºC e monitoradas microscopicamente para a verificação do crescimento de

parasitos após 15, 30, 45 e 60 dias da semeadura (POP_ENT_LB_016_v01_PT;

Anexo 1). Com esta técnica foi obtido o parâmetro porcentagem de camundongos

com hemocultura positiva (%HC+) para cada isolado.

3.4.3.3 Reação da polimerase em cadeia (PCR)

Para os experimentos realizados no LDCh/UEM, foi realizada a PCR utilizando-se

200 µL de sangue de cada animal, coletado do plexo retro-orbitário, na mesma

ocasião da coleta de material para a HC. Ao material coletado foi acrescentado o

dobro de volume de guanidina HCl 6M + EDTA pH 8,0 200 mM. A mistura foi

conservada à temperatura ambiente. Uma semana após a coleta, o lisado foi fervido

por 7 minutos e também mantido à temperatura ambiente. De cada amostra foi

retirada uma alíquota de 100 L para extração do DNA com fenol-clorofórmio,

segundo o protocolo de Wincker et al.279, com as modificações introduzidas por

Gomes et al.129. Durante esta etapa, para cada grupo de quatro amostras, foram

acrescentados um controle negativo (sangue de camundongo não infectado) e um

controle positivo (DNA de sangue de camundongo infectado com a cepa Y de T.

cruzi) (POP_ENT_LB_020_v01_PT; Anexo 1).

A PCR foi realizada segundo o protocolo de Gomes et al.129, detalhado no

POP_ENT_LB_021_v01_PT (Anexo 1). Foram utilizados os iniciadores 121

(5‟AAATAATGTACGGG(T/G)GAGATGCATGA3‟) e 122 (5‟GGTTCGATTGGGG

TTGGTGTAATATA 3‟) descritos por Wincker et al.279, que amplificam um fragmento

de 330 pb do minicírculo. À mistura de reação foram aplicados 35 ciclos de

amplificação. As condições da reação foram: desnaturação do DNA a 95C por 1

minuto (com etapa inicial mais longa por 5 minutos), anelamento dos iniciadores a

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65C por 1 minuto e extensão a 72C por 1 minuto (com etapa final de 10 minutos).

Como controle positivo da PCR foi utilizado 10 pg de DNA da cepa PR379 de T.

cruzi e como controle negativo (branco) todos os reagentes da reação exceto o

DNA. O DNA amplificado pela PCR foi visualizado por eletroforese em gel de

poliacrilamida a 4,5% revelado pela prata. A visualização de uma única banda de

peso molecular 330 pb indicará a presença de kDNA de T. cruzi amplificado (PCR

positiva).

Com os resultados da PCR foi obtido o parâmetro porcentagem de camundongos

com PCR positiva (%PCR+) para cada isolado180.

3.4.3.4 Infecciosidade

O coeficiente de infecciosidade (%INF) foi calculado pela porcentagem de

animais que apresentaram exame de sangue a fresco positivo nos dois primeiros

meses após a inoculação e/ou hemocultura e/ou PCR positivas no 55º d.a.i.

3.4.4 Mortalidade

A mortalidade foi registrada diariamente ao longo da infecção e expressa em

porcentagem cumulativa (%MOR). As mortes ocorridas durante os primeiros 90 dias

após a infecção foram registradas como mortalidade na fase aguda (FA). Mortes

ocorridas após o 90º d.a.i. até o final do período de seis meses de acompanhamento

foram registradas como mortalidade da fase crônica (FC). O dia da morte dos

animais também foi registrado (POP_ENT_LB_014_v01_PT; Anexo 1).

3.4.5 Curva de parasitemia

Na mesma ocasião da realização do ESF (Vide Item 3.3.3.1), foi determinada a

parasitemia nos camundongos que se apresentaram positivos. A contagem das

formas tripomastigotas na corrente sanguínea foi realizada diariamente a partir do 3º

d.a.i. até o 60º d.a.i., em 5 μL de sangue coletado da cauda do animal42.

Estabeleceu-se uma média aritmética do número das formas sangüíneas

observadas para cada animal e calculou-se a parasitemia diária média para cada

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grupo experimental. Traçou-se, ao final, uma curva parasitêmica, relacionando o dia

de infecção com a parasitemia diária média. O procedimento detalhado para a

determinação da parasitemia em camundongos infectados pelo T. cruzi (Método de

Pizzi-Brener) está descrito no POP_ENT_LB_015_v01_PT (Anexo 1). Os seguintes

parâmetros parasitológicos foram obtidos da curva de parasitemia:

i) Período pré-patente médio (PPP): período decorrente da inoculação até a

positivação do ESF, calculado através da média do período pré-patente em dias dos

camundongos com parasitemia patente.

ii) Período patente médio (PP): período em que o ESF manteve-se positivo,

calculado através da média do período patente em dias dos camundongos com

parasitemia patente.

iii) Parasitemia diária média (PDM): parasitemia média encontrada durante o período

patente, calculado através da média da parasitemia diária de cada camundongo com

parasitemia patente.

iv) Pico máximo de parasitemia médio (Pmax): maior valor da parasitemia

encontrado durante o período patente, calculado através da média do pico máximo

de parasitemia de cada camundongo com parasitemia patente.

v) Dia em que ocorreu o pico máximo (DPmax): calculado através da média dos dias

do pico máximo de parasitemia de cada camundongo com parasitemia patente.

A caracterização do grau de parasitemia foi feita de acordo com Devera et al.87:

parasitemia elevada - picos parasitêmicos médios maiores que 1.500 parasitos por 5

μL de sangue; parasitemia média - picos parasitêmicos médios entre 500 e 1.499

tripomastigotas por 5 μL de sangue; baixa parasitemia - picos parasitêmicos médios

inferiores a 500 formas sangüíneas por 5 μL de sangue.

3.4.6 Resposta humoral

Os camundongos dos experimentos realizados no LDCh/UEM foram submetidos

à avaliação preliminar da resposta humoral pela detecção de IgG total anti-T. cruzi

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no soro pelo ensaio imunoenzimático de fase sólida (ELISA)276, realizado no Núcleo

de Pesquisas em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Ouro Preto, no

Estado de Minas Gerais. Os testes de ELISA foram realizados com amostras de soro

coletadas três e seis meses após o tratamento. Resumidamente, as placas foram

sensibilizadas com antígeno de T. cruzi preparado por extração alcalina da cepa Y

(TcII) obtida de cultura em fase de crescimento exponencial em meio LIT273. Os

anticorpos ligantes foram detectados usando conjugado anti-IgG de camundongo

marcado com peroxidase (Bethyl Laboratories, Montgomery, Estados Unidos), e as

absorbâncias foram lidas num comprimento de onda de 490 nm. Para otimizar a

diluição dos soros, as amostras foram tituladas de 1:20 a 1:1240 e os ensaios foram

realizados com quatro amostras, cada uma apresentando alta, média e baixa

reatividade, em paralelo com quatro amostras provenientes de camundongos não

infectados. Melhor discriminação foi observada a 1:100, e esta diluição foi

empregado em todos os ensaios adicionais. O ponto de corte foi tomado como a

média ± 2 desvios-padrão de amostras negativas (n = 20).

Com os resultados do ELISA foi obtido o parâmetro porcentagem de

camundongos com ELISA positivo (%ELISA+) 3 e 6 meses após o tratamento, para

cada isolado180, bem como sensibilidade, especificidade e valores preditivos deste

teste.

3.4.7 Suscetibilidade ao benzonidazol

O POP_ENT_LB_024_v01_PT (Anexo 1) descreve com detalhes todas as etapas

da quimioterapia experimental da doença de Chagas em camundongos.

3.4.7.1 Tratamento dos animais

Dez camundongos foram inoculados com cada isolado para os experimentos de

avaliação da suscetibilidade ao benzonidazol. A partir do início do período patente

de infecção (aproximadamente 5 dias após a inoculação), os animais foram tratados

por via oral com benzonidazol, 100mg/kg/dia, por 20 dias consecutivos114. Os dez

animais inoculados e não tratados, descritos anteriormente, constituíram o grupo

controle. Ambos os grupos (tratados e não tratados) foram submetidos a diferentes

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técnicas de diagnóstico utilizadas no controle de cura para se determinar a

suscetibilidade ao benzonidazol.

3.4.7.2 Critérios de cura

Foi considerado como “curado” todo animal que apresentou ESF, HC e PCR

negativos no 55º d.a.i. Os procedimentos para a realização destes exames são os

mesmos descritos em itens anteriores. Foi considerado „dissociado‟139 o

camundongo que apresentou ESF, HC e PCR negativos e ELISA persistentemente

positiva após o término do tratamento. Para a análise estatística os animais

classificados como dissociados foram considerados como curados.

3.4.7.3 Índice de cura

A porcentagem de cura nos animais inoculados com cada isolado e tratados com

BZ foi obtida pela razão entre o número de animais considerados curados e o total

de animais tratados x 100. Para determinação da suscetibilidade in vivo dos isolados

de T. cruzi ao agente quimioterápico foi adotado critério semelhante ao de Toledo et

al.260: isolados com índices de cura de 0% a 33% foram considerados resistentes à

droga, aqueles com índices de cura entre 34% e 67% foram considerados de

sensibilidade intermediária e isolados com índices de cura acima de 67% foram

considerados sensíveis à droga.

3.4.8 Parâmetros histopatológicos

Para o estudo do tropismo tecidual, foram sacrificados, para cada isolado

inoculado, 7 animais infectados, no 90º d.a.i. Os animais foram sacrificados por

vapores de éter. Dos animais sacrificados foram retirados fragmentos dos seguintes

órgãos: cérebro, coração, músculos esqueléticos (músculos abdominais), intestino

grosso, fígado e baço. Esses fragmentos foram mantidos em formalina tamponada

por 10 dias. Após lavagem em água corrente, as peças foram submetidas aos

processos de desidratação (adição e substituição sucessiva de álcool 70%, álcool

80%, álcool 95%, álcool etílico absoluto e xilol) e diafanização para inclusão em

parafina. Secções de 5 μm de cada peça serão cortadas em micrótomo, estendidas

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em lâminas e coradas por hematoxilina-eosina. Os procedimentos para coleta e

processamento de órgãos e tecidos de camundongos estão descritos no

POP_ENT_LB_029_v01_PT (Anexo 1).

Os cortes foram examinados ao microscópio em toda a sua extensão,

determinando-se a presença do parasito (parasitismo tecidual) e de reações

inflamatórias. A intensidade do parasitismo e do processo inflamatório foi assim

classificada: (-) = ausência de parasitismo ou de inflamação; (+) = grau discreto, com

reação inflamatória suave e focal; (++) = grau moderado, com inflamação

moderadamente difusa; e (+++) = grau intenso, com inflamação difusa grave.

3.5 Considerações Éticas

3.5.1 Aprovação dos experimentos com os isolados provenientes de pacientes

A utilização das amostras de origem humana foi aprovada pelo Comitê de Ética

em Pesquisa com Seres Humanos da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas

(Aprovação número 1940, de 31 de outubro de 2008; Anexo 2).

3.5.2 Aprovação da coleta de mamíferos silvestres e da utilização dos animais de

experimentação

A captura e a coleta de material de mamíferos silvestres foram autorizadas pelo

Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Registro número

1830651, de 3 de setembro de 2007; Anexo 4).

Os experimentos com animais de laboratório foram aprovados pelo Comitê de

Conduta Ética no Uso de Animais em Experimentação da Universidade Estadual de

Maringá (Parecer número 113, de 3 de novembro de 2009; Anexo 3).

3.6 Análise estatística

Os dados foram analisados utilizando o programa SPSS® versão 16.0 para

Windows (SPSS Inc.® Chicago, Estados Unidos). A normalidade dos dados foi

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verificada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Os testes do Qui-quadrado ou Fisher

foram usados para verificar diferenças nas proporções (%ESF+, %HC+, %PCR+,

%INF, %MOR, índice de cura, %ELISA+, sensibilidade, especificidade, valor

preditivo positivo e valor preditivo negativo, freqüência de animais com processo

inflamatório e parasitismo tecidual) e o teste t-Student foi usado para verificar

diferenças nas médias (PPP, PP, PDM, Pmax, DPmax, dia da morte dos animais),

para os grupos de isolados provenientes de diferentes reservatórios, no caso do

Artigo 3, ou pertencentes a diferentes DTU de T. cruzi, para o Artigo 4.

A análise de sobrevida pelo método de Kaplan-Meier foi realizada com o objetivo

de se detectar diferenças no tempo decorrido do dia da inoculação até o dia das

mortes dos camundongos e até o início do período patente entre os grupos de

camundongos inoculados com as diferentes DTU. O teste do log-rank foi usado para

verificar as diferenças.

Todos os testes foram realizados com níveis de significância de 5%.

3.7 Financiamento e parcerias

A pesquisa teve o apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico (CNPq) (410398 ⁄ 2006-3), através de repasse de verbas

para o projeto “Doenças de Chagas no Amazonas: Ecologia do ciclo de transmissão

em Manaus, Coari e Tefé”, coordenado pela Profa. Dra. Maria das Graças Vale

Barbosa, e da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do

Paraná (Fundação Araucária) (Ato da Diretoria Executiva 057/2009), através do

projeto “Comportamento Biológico e Suscetibilidade ao Benzonidazol em

Camundongo de Isolados de Trypanosoma cruzi da Amazônia Brasileira”,

coordenado pelo Prof. Dr. Max Jean de Ornelas Toledo. O projeto contou também

com auxílio do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, da Universidade Nova de

Lisboa (Portugal), para a realização do sequenciamento dos genes da COII e da GPI

dos isolados de T. cruzi, pelo Prof. Dr. Henrique Silveira.

O ensaio imunoenzimático (ELISA) para a detecção de IgG total anti-T. cruzi nos

camundongos foi realizado pela Profa. Dra. Maria Terezinha Bahia, no Núcleo de

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Pesquisas em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Ouro Preto, na

cidade de Ouro Preto, Estado de Minas Gerais, com recursos desta instituição.

O treinamento para a caracterização biológica dos isolados de T. cruzi, realizado

no LDCh/UEM, na cidade de Maringá, Estado do Paraná, sob orientação do Prof. Dr.

Max Jean de Ornelas Toledo, foi beneficiado com auxílio financeiro para a compra

de passagens pelo convênio do Programa de Apoio à Pós-Graduação (PROAP), da

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). A tese se

insere no Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Universidade do

Estado do Amazonas, em convênio com a FMT-HVD, beneficiando-se do auxílio

financeiro e da infraestrutura específica dessas instituições.

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4 RESULTADOS

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ARTIGO 1

Monteiro WM, Magalhães LK, Santana-Filho FS, Borborema M, Silveira H, Barbosa

MGV. Trypanosoma cruzi TcIII/Z3 genotype as agent of an outbreak of Chagas

disease in the Brazilian Western Amazonia. Trop Med Int Health 2010; 15: 1049-51.

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Trypanosoma cruzi TcIII/Z3 genotype as agent of an outbreak of Chagas

disease in the Brazilian Western Amazonia

Wuelton M. Monteiro 1,2,3, Laylah K. Magalhães 1,2, Franklin S. Santana-Filho 1,2,

Maurício Borborema 1,2, Henrique Silveira 1,4 and Maria das Graças V. Barbosa

1,2,5

1 Fundação de Medicina Tropical do Amazonas, Manaus, Brazil

2 Universidade do Estado do Amazonas, Manaus, Brazil

3 Universidade Federal do Amazonas, Manaus, Brazil

4 Instituto de Higiene e Medicina Tropical, Centro de Malária e outras Doenças

Tropicais, UEI Malária, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, Portugal

5 Centro Universitário Nilton Lins, Manaus, Brazil

Corresponding Author Henrique Silveira, FMTAM, Av Pedro Teixeira, 25, Dom

Pedro, 69040-000 Manaus, AM, Brazil or CMDT, IHMT, Rua da Junqueira, 100,

1349-008 Lisboa, Portugal. Tel.: +351213652657; Fax: +351213622458;

E-mail:[email protected]

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Summary

Chagas‟ disease is an emerging and neglected disease in the Brazilian Amazon

region, where T. cruzi I predominates among the acute cases of the disease; and T.

cruzi III/Z3, a population cluster from sylvatic areas of the Amazon basin, is rarely

associated with human infections. On April 23rd, 2007, the Foundation for Health

Surveillance of the State of Amazonas, Brazil reported to the Ministry of Health, an

outbreak of acute Chagas disease in the municipality of Coari, on the Solimões River

banks. Fresh blood examination confirmed the infection in 25 cases. Parasite culture

in LIT medium was successful for 18 isolates. Molecular characterization was

performed by PCR of the non-transcribed spacer of the mini-exon and by sequencing

of the mitochondrial cytochrome c oxidase subunit II (COII) gene. The T. cruzi

isolates were all from genotype Z3, and sequencing revealed that all isolates had

equal COII sequences compatible with TcIII type, suggesting a single source of

infection. To our knowledge this is the first outbreak of acute cases caused uniquely

by the genotype TcIII/Z3. Wild vectors harboring TcIII stocks contribute to

transmission when the triatomine species reaches human food chain or when

humans invade the forest environment, where sylvatic cycle constitutes a reservoir of

parasites that might be associated with specific epidemiological and clinical traits of

the emergent Chagas disease in the Amazon.

keywords

Trypanossoma cruzi, outbreak, genotype, acute Chagas disease

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Transmission of Chagas disease was successfully controlled in Brazil. However, it

has been recently recognized as an emerging and neglected disease in the Brazilian

Amazon, a geographic area not traditionally associated with the disease. In this

region, hundreds of cases were reported in recent decades normally associated with

oral transmission. Information from the Brazilian Ministry of Health indicates that 455

cases of acute Chagas disease were reported in Brazil from 2005 to May 2009 of

which, strikingly, 389 cases (85.5%) occurred in the north of the country. The

Brazilian states with the highest numbers of acute cases were Pará with 310 cases

(68.1%) and Amazonas with 29 (6.4%), both in the Amazon Region (Ministry of

Health,http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/tabchagascasos0509.pdf;http://1

89.28.128.102/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=26087).

On April 23rd, 2007, the Foundation for Health Surveillance of the State of Amazonas

reported to the Ministry of Health, an outbreak of acute CD in the municipality of

Coari, on the Solimões River banks (Figure1). Patients had acute febrile illness

accompanied by headache, myalgia, epigastric pain, vomiting and oedema of the

face and lower limbs. The first cases were identified by thick blood smears performed

for malaria diagnosis, in which, Trypanosoma cruzi trypomastigote forms were seen.

Following the protocol recommended by the Ministry of Health, patients were treated

with benznidazole.

Immediately after the first case reported, the entire population (175 individuals) was

surveyed for the presence of T. cruzi in peripheral blood. Fresh blood examination or

thick blood smears confirmed the infection in 25 cases of symptomatic acute Chagas

disease. Heparinized venous blood was collected, and approximately 0.5 ml of whole

blood was placed on NNN medium, covered with an overlay of LIT medium

containing 10% foetal calf serum and 140 mg/ml of gentamycin sulphate. Cultures

were kept at 28°C and monitored microscopically for parasite growth twice a week for

2 months. Parasite culture was successful in 18 patients. This study was approved

by the Research Ethics Committee of the Tropical Medicine Foundation of Amazonas

(ref.0360/07).

To characterize genotypically the isolated parasites, extraction of total DNA from in

vitro isolates of T. cruzi was performed using the Pure Link Kit (Invitrogen, Life

technologies, USA), according to the manufacturer‟s protocol. DNA was prepared

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from 200 µl of culture and eluted with 50 µl of milli Q water. DNA from the non-

transcribed spacer of the mini-exon was amplified according to the multiplex protocol,

as described previously (Fernandes et al. 2001). Positive and negative controls were

added to each reaction. T. cruzi mitochondrial cytochrome c oxidase subunit II (COII)

was amplified using the protocol described by Freitas et al. (2006). The amplified

PCR products were purified using Sure Clean Kit (Bioline, UK) and sequenced in

both directions using the primers TcMit31 and TcMit40. PCR products were

commercially sequenced by Macrogen (Korea).

The T. cruzi isolates from the 18 patients were all from genotype Z3 (Fernandes et al.

2001), and sequencing (Accession Numbers: GU178012 to GU178029) revealed that

all isolates had equal COII sequences compatible with TcIII type (Freitas et al. 2006),

similar to clone M6241 cl6 that, according to the most recent nomenclature is

classified as DTU TcIII (Zingales et al. 2009) (Figure 2). This suggests a single

source of infection, which is consistent with the probable route of infection through

ingestion of contaminated açaí juice produced in a single location in the rural

community of Santa Maria

(MinistryofHealth,http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/tabchagascasos0509.

pdf;http://189.28.128.102/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=26087).

Early work using independent genetic markers pointed to the division of T. cruzi into

two major groups, named as T. cruzi I (TcI) and T. cruzi II (TcII) (Anonymous 1999),

corresponding, respectively, to zymodemes Z1 and Z2, defined in pioneer studies

based on the electrophoretic profiles of isozymes (Miles et al. 1978). A third group,

zymodemeZ3, with scarce isolates from the sylvatic cycle of the Amazon region,

could not be grouped into any of the two major lineages (Miles et al. 1978). More

recent data based on microsatellite loci, COII gene sequence (Freitas et al. 2006)

and chromosome size variation (Pedroso et al. 2007) indicate that Z3 isolates from

the Brazilian Amazon constitute an independent cluster, T. cruzi III (TcIII). TcII

predominates in the domestic transmission cycle in the Southern Cone of South

America, where patients may present severe acute disease with chronic cardiac

and/or digestive involvement (Chapman et al. 1984).

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In the Brazilian Amazon, Venezuela and Colombia, TcI is the predominant lineage

and the major cause of both acute and cardiac CD, but not "mega" syndromes (Miles

et al. 1981); while TcIII causes sporadic acute cases of CD in the Brazilian Amazon

basin (Miles et al. 1981). TcIII has associated with terrestrial ecotopes from different

reservoirs and vectors (e.g. Yeo et al. 2005; Marcili et al. 2009). Outbreaks of acute

Chagas disease caused by TcI and Z3 (TcIII or TcIV) have been reported (Valente et

al. 2009); but to our knowledge this is the first outbreak of acute cases caused

uniquely by this genotype. In contrast with data from Venezuelan localities where TcI

are responsible for acute human infection, causing severe heart failure (Añez et al.

2004); in this outbreak, there were no deaths or severe cases. Chronic disease

(cardiac/digestive form) has been reported for Z3 type parasites (Garzón et al. 2002),

which highlight the need for the characterization of epidemiological and clinical traits

associated with different genotypes of the emergent CD in the Amazon.

The data presented here represent an important contribution to the knowledge of the

epidemiology of Chagas disease in the Amazon, indicating that wild vectors

harbouring TcIII stocks may contribute to transmission of Chagas disease when the

triatomine species are accidently brought into human food chain or contact with

humans because of environmental changes.

Acknowledgements

This study was supported by a research grant from CNPq - National Counsel of

Technological and Scientific Development (410398/2006-3). HS was supported by a

grant from Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM)

and the Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMTAM).

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Figure 1 Geographical location of the municipal district of Coari, Amazon State,

Brazil where the acute Chagas disease outbreak occurred.

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Figure 2 Allocation of the Trypanosoma cruzi isolated during acute Chagas disease

outbreak (Accession numbers: GU178012 to GU178029) into known phylogenetic

clusters, most recently classified as TcI, TcII, TcIII and TcIV (Zingales et al. 2009).

The phylogenetic analysis used the Neighbour-Joining method implemented in

MEGA 4.1 (Tamura et al. 2007). The bootstrap consensus tree was inferred from

1500 replicates, and the percentage of replicate trees in which the associated taxa

clustered together are shown next to the branches. There were a total of 400

positions in the final dataset. TcIV – strain CANIIIcl1, AF359030; TcII –strain

Esmeraldo cl13, AF359035; TcI – strain Silvio X10cl4, EU302222; TcIII –strain

M6241cl6, AF359032.

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ARTIGO 2

Monteiro WM, Magalhães LKC, Sá ARN, Gomes ML, Toledo MJO, Borges L, Pires I,

Guerra JAO, Silveira H, Barbosa MGV. Trypanosoma cruzi IV causing outbreaks of

oral transmission and mixed infections by different haplotypes in humans, Western

Brazilian Amazonia. A ser enviado para a Revista Plos Neglected Tropical Diseases.

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Trypanosoma cruzi IV causing outbreaks of oral transmission and mixed

infections by different haplotypes in humans, Western Brazilian Amazonia

Wuelton Marcelo Monteiro 1,2,3, Laylah Kelre Costa Magalhães 1,2, Amanda Regina

Nishi de Sá 4, Mônica Lúcia Gomes 4, Max Jean de Ornelas Toledo 4, Lara Borges 5,

Isa Pires 5, Jorge Augusto de Oliveira Guerra 1,2, Henrique Silveira 1,2,5*, Maria das

Graças Vale Barbosa 1,2,6

1 Tropical Medicine Foundation of Amazonas, Manaus, Amazonas, Brazil, 2

University of the State of Amazonas, Manaus, Amazonas, Brazil, 3 Federal University

of Amazonas, Manaus, Amazonas, Brazil, 4 State University of Maringá, Maringá,

Paraná, Brazil, 5 Hygiene Tropical Medicine Institute, Center of Malaria and other

Tropical Diseases, New University of Lisbone, Lisbone, Portugal, 6 Nilton Lins

Universitary Center, Manaus, Amazonas, Brazil

Funding: This study was supported by the National Counsel of Technological and

Scientific Development (grant number 410398/2006-3) and by the Araucária

Foundation (grant number 57/2009).

Competing Interests: The authors have declared that no competing interests exist.

* E-mail:[email protected]

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Abstract

Background: Chagas disease is a neglected and emergent tropical disease in the

Brazilian Amazon Region, with an expressive increasing number of cases in recent

decades. In this region, knowledge about the sylvatic cycle of Trypanosoma cruzi

transmission, which constitutes a reservoir of parasites that might be associated with

specific molecular, epidemiological and clinical traits, has been poorly explored. The

objective of this work is to characterize genetically stocks of T. cruzi from human

cases, triatomines and reservoir mammals in the State of Amazonas, in the Western

Brazilian Amazon.

Methodology/Principal Findings: We analyzed 96 T. cruzi samples from four

municipalities located in distantly locations of the State of Amazonas. Molecular

characterization was performed by PCR of the non-transcribed spacer of the mini-

exon and of the 24α ribosomal RNA gene, RFLP of the mitochondrial cytochrome c

oxidase subunit II (COII) gene, and by sequencing of COII and glucose-phosphate

isomerase genes, from cultures in LIT medium or directly from vectors or whole

human blood. The T. cruzi parasites from two outbreaks of acute disease were all

typed as TcIV. An outbreak was triggered by several haplotypes of the same DTU.

TcIV occurred also in isolated cases and in Rhodnius robustus. Incongruence

between mitochondrial and nuclear phylogenies is likely indicative of historical

genetic exchange events resulting in mitochondrial introgression between TcIII and

TcIV DTUs from Western Brazilian Amazon.TcI predominated among triatomines and

was the unique DTU infecting marsupials.

Conclusion/Significance: DTU TcIV, rarely associated with human Chagas disease

in other areas of the Amazon basin, is the major responsible for the human infections

in the Western Brazilian Amazon, occurring in outbreaks as single or mixed infections

by different haplotypes.

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Author Summary

Although transmission of Chagas disease was successfully controlled in ancient

endemic areas from Brazil, hundreds of acute cases have been reported from across

the Brazilian Amazon in recent decades. Trypanosoma cruzi, the causative agent of

Chagas disease, is transmitted by species of triatomines commonly found in the

Americas. In the Amazon, small family or neighborhood outbreaks of acute Chagas

disease probably result from oral transmission. The parasite is divided into six

genotypes, named TcI to TcVI. T. cruzi isolates from this region generally belong to

TcI type, causing cardiac and asymptomatic disease. Ninety six stocks of T. cruzi

were isolated in the Tropical Medicine Foundation Dr. Heitor Vieira Dourado,

Manaus, State of Amazonas, between April 2006 to January 2010, from four

municipalities located in distantly regions of the State of Amazonas. Characterizing

these isolates using a set of molecular markers, we determined wich DTUs circulate

in human cases, triatomines and reservoir mammals in the State of Amazonas,

Western Brazilian Amazon. An unexpected result observed in the present study, and

until now unreported in the literature, was the predominance of TcIV strains from

patiens with acute chagasic infection in outbreaks associated with T. cruzi-

contaminated beverages. We observed also for the first time different haplotypes

responsible by a single outbreak.

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Introduction

Chagas disease is an important parasitic disease resulting from the infection by the

flagellate protozoan Trypanosoma cruzi. The geographical distribution of silvatic T.

cruzi is widespread from southern United States to southern Argentina and Chile.

Domestic transmission is limited to Central and South America where domiciliated

vector species occur. Human infection occurs primarily through mucosal or broken

skin contact with contaminated triatomine faeces egested by the insect during

feeding [1,2]. More than 100 species of triatomines and about 180 species of

mammals maintain the natural cycle of T. cruzi in the sylvatic environment [3,4].

Although great advances have been reached in vectorial and transfusional

transmission, reducing the incidence of Chagas disease by more than 70%, it is

estimated that 7,6 million individuals still remain infected in Central and Latin America

[5] and 200,000 new cases occur per year in areas where the disease is endemic,

representing the third most common parasitic disease around the world, less than

malaria and schistosomiasis [6]. Considered to be a neglected tropical disease,

Chagas disease is estimated to cause 13,000 deaths per year and the loss of

649,000 disability adjusted life years (DALYs) [4]. Urbanization in Latin America and

migratory movements from this continent are leading to the communication of cases

of Chagas disease in non-endemic countries, where in the absence of vectors,

infection may be propagated via blood transmission, organ transplantation and

mother to child transmission [7].

Despite the control of the Chagas disease in the domestic and peridomestic cycles in

the ancient transmission areas from Brazil, the infection is emerging as an important

health problem in the Amazon Region of this country, with an expressive increasing

number of cases in recent decades [8,9]. Information from the Brazilian Ministry of

Health indicates that 455 cases of acute CD were reported in Brazil, from 2005 to

May 2009. Most striking that, 389 cases (85.5%) occurred in the north of the country.

The Brazilian states with the highest number of acute cases were reported in Pará,

with 310 cases (68.1%) and Amazonas, with 29 (6.4%), both in the Amazon Region

(http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/tabchagascasos0509.pdf). Natural

cycles of T. cruzi transmission are abundant and complex in the Amazon, involving a

great diversity of wild mammal reservoirs and vectors, leading to intense infection

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rates of these hosts in the sylvatic environment [10]. The most frequent triatomine

species found are Rhodnius pictipes, R. robustus and Panstrongylus geniculatus.

Under some circumstances, these sylvatic triatomines can invade houses,

contaminate foodstuffs, or attack forest workers. Some populations of Triatoma

maculata, P. geniculatus, P. herreri, and R. stali are incipiently adapted to artificial

ecotopes in a few areas [10,11]. Furthermore, a risk factor widely found in rural areas

of this region is the building of houses close to palm tree woods occupied by

triatomines and marsupials, both frequently infected by T. cruzi [9,10].

Chagas disease is characterized by a brief acute phase, followed by a chronic phase

in which most patients remain asymptomatic. Most of the acute cases of the disease

registered in Amazon Region are associated with familiary outbreaks through oral

transmission of the parasite [12,13]. Scarce clinical descriptions of autochthonous

acute cases demonstrate the predominance of an inespecific febrile illness, mostly

prolonged [12–15]. Some studies show an exuberant acute phase with expressive

severity, specially due to acute miocarditis [12,13,16,17] and meningoencephalitis

[18].

The chronic stage of Chagas disease may be categorized into three major clinical

forms, involving cardiopathy, digestive tract pathology (“mega” syndromes), and

indeterminate (asymptomatic) form. Cardiac involvement is the most severe and

common of the chronic disease and the most frequent cause of cardiomiopathy in

Latin America [19]. There appears to be geographical variation in the development of

these clinical forms in Latin America, but in the Brazilian Amazon only indeterminate

and cardiac forms are observed [20]. Cross-sectional studies carried out in the Rio

Negro microregion demonstrated a low severity profile in the chronic phase of the

disease, attributed to the scarce parasitemia and/or to the lower pathogenic effects of

sylvatic T. cruzi stocks circulating in this region [21,22]. In the Brazilian Amazon,

prevalence of human T. cruzi infection may be estimated as 1-2%, but seems to be

substantially higher in some subregions with relatively intense transmission, mainly in

areas of Leopoldinia piassaba fibre extractivism in the Rio Negro microregion, where

the vector Rhodnius brethesi attacks workers during fibre collection activities [20–23].

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T. cruzi is genetically highly diverse. Independent genetic markers pointed to the

division of T. cruzi into two major groups, named as T. cruzi I (TcI) and T. cruzi II

(TcII) [24], corresponding, respectively, to zymodemes Z1 and Z2, defined in pioneer

studies based on the electrophoretic profiles of isozymes [25]. A third group,

zymodeme Z3, with scarce isolates from the sylvatic cycle of the Amazon region,

could not be grouped into any of the two major lineages [26]. More recent data based

on microsatellite loci, COII gene sequence [27] and on chromosome size variation

[28] indicates that Z3 isolates from the Brazilian Amazon constitute an independent

cluster, T. cruzi III (TcIII). Multilocus genotyping consistently reveals six distinct

„discrete typing units‟ (DTUs), which have been divided into two „major subdivisions‟

termed TcI and TcII; TcII being further split into five DTUs: TcIIa to TcIIe [29]. A

recent consensus renamed these DTUs as TcIV, TcII, TcIII, TcV e TcVI, respectively

[30]. TcII, TcV and TcVI predominate in the domestic transmission cycle in the South

Cone of South America, where patients may present severe acute disease with

chronic cardiac and/or digestive involvement [31,32]. In the Brazilian Amazon,

Venezuela, Colombia, Central and North America, TcI is the predominant DTU and

the major cause of both acute and cardiac Chagas‟ disease, but rare cases of "mega"

syndromes [33–36] while TcIII and TcIV cause sporadic acute cases of Chagas‟

disease in the Brazilian Amazon basin [37].

Understanding the diversity of T. cruzi parasites circulating in the Amazon is

important to the comprehension of the emergence and expansion of Chagas disease.

Knowledge about molecular epidemiology of the emerging Chagas disease linked to

the different T. cruzi lineages in the Amazon are essential to the future institution of a

control program and to determine the relationship between specific molecular traits,

parasite biology, and clinical and epidemiological pictures in this region. The purpose

of this work, therefore, is to obtain information concerning the genetic types of T.

cruzi from human cases, triatomines and reservoir mammals in the State of

Amazonas, Western Brazilian Amazon.

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Methods

Ethics Statement

The study was approved by the Ethical Review Board of the Tropical Medicine

Foundation of Amazonas (approval number 1940/08). Patients diagnosed with

Chagas disease were treated according to the guidelines of the Brazilian Health

Ministry.

Area of Study

State of Amazonas is located in the western North Region of Brazil (latitude 2º01‟,

longitude 73º48‟), comprising an area of 1.570.946,8 km2, with 62 municipalities. The

estimated population of the state was 3.341.096 inhabitants for 2008, with 74.2%

living in the urban zones and 25.8% in rural areas. The city of Manaus is the capital

and has an estimated population of 1.709.010 inhabitants, which represents 51.2% of

the population of the state. Original vegetation cover is mainly a dense evergreen

rain forest. Climate is classified in the equatorial superhumid type, with rainfalls over

2,000mm per annum and average annual temperatures between 26ºC and 28ºC,

without a clear distinction between dry and rainy season and a few oscilation of

temperatures throughout state area.

Parasites

We analysed 96 samples from different hosts from four municipalities located in

distantly locations of the Amazonas State (Table 1). Forty six of them came from

acute chagasic patients and one was isolated from a chronic patient living in Manaus.

Twenty seven stocks from acute cases were isolated in an outbreak in the

municipality of Coari (AM21 to AM27) and fifteen samples from another outbreak

occurred in the municipality of Santa Isabel do Rio Negro (AM62 to AM69, AP60,

Erlisson, D, Gus, L, LM, and W). Three stocks came from sole cases registered in the

municipalities of Coari and one in Apuí. Thirty five samples were obtained from

tritomines (R. robustus and R. pictipes) collected with Noireau traps [38] installed in

palm trees in sylvatic and peridomestic environments, in the municipalities of Apuí,

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Coari, and Manaus. Fourteen samples were obtained from sylvatic reservoirs

(Didelphis marsupialis and Philander opossum) captured using Tomahawk traps with

fruits as bait, in Manaus and Coari. Handling for blood sample collection was

performed according to permits from the Brazilian Institute for Environment (IBAMA)

(approval number 1830651/07).

The T. cruzi samples, hosts, method of isolation, and their geographical origins are

shown in Table 1.

For T. cruzi isolation and culturing, heparinized blood samples from humans were

inoculated into tubes containing a biphasic medium consisting of NNN medium,

covered with an overlay of LIT medium containing 10% fetal calf serum and 140

mg/ml of gentamycin sulphate [25]. Approximately 0.5 ml of whole blood was placed

on each tube (3-5 tubes for each human/mammal). Cultures were kept at 28C and

monitored microscopically for parasite growth twice a week for two months. At the

same occasion of the hemoculture, xenodiagnosis was performed, using 20 third

instar nymphs of Triatoma infestans or Dipetalogaster maximus per patient. The

nymphs had not been fed for 60 days and were placed on the patients‟ arms and left

until feeding was considered complete. Nymphs were monitored at 30, 45 and 60

days after feeding, by abdominal compression and observation of the insect feces by

microscopy, searching for trypomastigote forms. Positive triatomines were dissected

and their intestinal contents were inoculated into the same medium used for

hemocultures. Isolates obtained by xenodiagnosis were used when hemocultures

were unsuccessful.

Field-collected triatomines were dissected, their intestinal contents were examined by

phase microscopy, and positive samples for trypanosomes were also cultured in

NNN medium.

Isolates obtained in this study are criopreservated in liquid nitrogen in the T. cruzi

culture collection of the Tropical Medicine Foundation of Amazonas. When the

parasites did not survive in culture, we used the strategy of genotyping the samples

directly from patients' blood or intestinal content of triatomines.

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T. cruzi DNA extraction

After culturing T. cruzi parasites in LIT (liver infusion tryptose) medium containing

10% of inactivated fetal calf serum, at 28°C, up to reach a concentration about 109

cells/ml, extraction of total DNA from isolates was performed using the PureLink Kit

(Invitrogen, Life technologies, USA), according to the manufacturer‟s protocol. DNA

was prepared from 200 µl of culture and eluted with 50 µl of milliQ water. For direct

molecular characterization, DNA was extracted by the same procedure, using 200 µl

of triatomines intestinal content or whole human blood.

Mini-exon gene analysis

DNA from the non-transcribed spacer of the mini-exon was amplified according to the

multiplex protocol, as described previously [39]. Three oligonucleotides, derived from

a hypervariable region of the T. cruzi mini-exon repeat (Tcl:

5‟ACACTTTCTGTGGCGCTGATCG; Tc2: 5‟TTGCTCGCACACTCGGCTGCAT; and

Tc3: 5‟CCGCGWACAACCCCTMATAAAAATG) and an oligonucleotide from a

specific region of the T. rangeli non-transcribed spacer (TR:

5‟CCTATTGTGATCCCCATCTTCG) were used as upstream primers. A common

downstream oligonucleotide (ME: 5‟TACCAATATAGTACAGAAACTG) was used as

the opposing primer. After initial denaturing at 94°C for 1 minute, the samples were

submitted to 35 cycles (94°C for 30 seconds more, 50°C for 30 seconds, and 72°C

for 30 seconds), with a final extension at 72°C for 10 minutes. Amplified products

were analyzed by agarose gel (3.0%) electrophoresis, and visualization with

ultraviolet light after ethidium bromide staining. A 150-bp product could be produced

by TcIII or TcIV DTUs; the 200-bp product in TcI; and the 250-bp in TcII.

Ribosomal RNA (rRNA) gene analysis

The 24Sα rRNA gene sequence was amplified as described by Souto et al. [40] and

revised by Macedo et al. [41], using the primers D71

(5‟AAGGTGCGTCGACAGTGTGG) and D72 (5‟TTTTCAGAATGGCCGAACAGT).

After initial denaturing at 94°C for 1 minute, the samples were submitted to 30 cycles

(94°C for 30 seconds more, 60°C for 30 seconds, and 72°C for 30 seconds), with a

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final extension at 72°C for 10 minutes. The amplified products were observed by

silver staining in 6% polyacrylamide gel. A 110-bp product could be produced by

either TcI or TcIII DTUs; the 125-bp product in TcII and TcVI; products between 120

and 130-bp in TcIV; and both rDNA products in TcV, with a low intensity of the 125-

bp band [40,42,43] (Figure 1A).

Glucose-phosphate isomerase (GPI) gene analysis

A c.1 kb fragment of the GPI gene was amplified according to Gaunt et al. [44] using

primers gpi.for (5‟CGCACACTGGCCCTATTATT) and gpi.rev

(5‟TTCCATTGCTTTCCATGTCA) for a set of 63 stocks. The reaction cycle involved

an initial denaturation step for five minutes at 94°C, followed by 28 amplification

cycles (94°C for 30 seconds, 60°C for 30 seconds, 72°C for 30 seconds) and a final

ten minutes elongation step at 72°C. PCR products were purified using SureClean Kit

(Bioline, UK) and sequenced in both directions by Macrogen (Korea).

Mitochondrial cytochrome c oxidase subunit II (COII) gene analysis

For restriction fragment length polymorphism (RFLP) analysis, amplification of

subunit II of the COII gene was carried out as described by Freitas et al. [27] with

modifications, using the primers Tcmit-10 (5‟CCATATATTGTTGCATTATT) and

Tcmit-21 (5‟TTGTAATAGGAGTCATGTTT), designed to amplify a ~400 bp DNA

fragment of the T. cruzi maxicircle. The amplification was processed with initial

denaturing at 94°C for 1 minute and 30 cycles of 94°C for 30 seconds more, 48°C for

2 minutes, 72°C for 2 minutes, and final extension at 72°C for 10 minutes. Ten

microlitres of the products of the T. cruzi DNA maxicircle was digested with 10 units

of the restriction enzyme AluI (Invitrogen) for 16 hours. The RFLP analysis of the

COII gene was done in 6.0% polyacrylamide gel and revealed by silver staining. At

the polymorphic site AluI, the approximately 300-bp band is characteristic of T. cruzi

I, the 250-bp band characteristic of T. cruzi II, and the bands larger than 300-bp

characteristic of T. cruzi III, IV, V, and VI (Figure 1B).

For a set of 75 stocks, sequencing of the COII gene was performed using the primers

Tcmit-31 (5'TAAATAATATATATTGTACATGAG) e Tcmit-40

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(5'CTRCATTGYCCATATATTGT), with the same protocol above described [27]. The

amplified PCR products were purified using SureClean Kit (Bioline, UK) and

sequenced in both direction. PCR products were commercially sequenced by

Macrogen (Korea).

Comparative genetic analysis

The band patterns obtained for T. cruzi samples by miniexon, rRNA and COII/RFLP

analyses were compared with the bands of reference samples of the six DTUs (TcI-

TcVI), according to the Second Satellite Meeting [30]: Silvio X10 and CO1 17G2

(TcI), Esmeraldo and JG (TcII), 222 and 231 (TcIII), CAN III (TcIV), SO3 cl5 (TcV),

and CL Brener (TcVI). Evolutionary relationships of the T. cruzi samples sequenced

were performed also by comparing with clones belonging to known DTUs. The

phylogenetic analysis of the GPI and COII sequences used the Neighbor-Joining

method implemented in MEGA 4.1 [45]. The bootstrap consensus tree was inferred

from 1500 replicates and the percentage of replicate trees in which the associated

taxa clustered together are shown next to the branches. There were a total of 980

positions for GPI sequences and 400 positions for COII sequences in the final

dataset. We defined haplotypes based on a set of single nucleotide polymorphisms in

both GPI and COII sequences. The nucleotide sequences of COII gene (Accession

numbers JN885398 to JN885445, GU178012 to GU178029, and JF322836) and of

the GPI gene (Accession numbers JN885310 to JN885397) were deposited in

GenBank.

Results

T. cruzi DTUs isolated from humans

Of the 47 isolates, 44 (93.6%) showed 150-bp bands of miniexon compatible with

TcIII or TcIV; 125-bp bands of rRNA compatible with TcIV; bands larger than 300-bp

in the COII/RFLP analysis characteristic of T. cruzi III, IV, V or VI; COII sequences

compatible with the third ancestral lineage according to Freitas et al. [27] (Figure 2);

and GPI sequences compatible with TcIV (Figure 3). Based on these findings we

showed that this set of samples represents a single group that share a characteristic

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mitochondrial genome distinct from both TcI and TcII. Miniexon gene analysis also

was not able to distinguish TcIII and TcIV. However, nuclear gene analysis based on

rRNA PCR products and GPI sequences consistently support their status as the

genetically separate DTU TcIV. These T. cruzi samples were isolated from two

outbreaks occurred in the municipalities of Coari (AM01 to AM27) and Santa Isabel

do Rio Negro (AM62 to AM69, AP060, D, Erlisson, GUS, L, LM, W), from a single

case from Coari (AM70), and from an isolated case registered in the municipality of

Apuí (AM52) (Table 1; Figures 1 and 3).

For human isolates AM36 (Manaus), AM49 and AM50 (Coari), the rRNA analysis

showed an approximately 110-bp band compatible with the TcI or TcIII DTUs. All the

other molecular markers and sequencing have demonstrated similarity with TcI,

confirming the genetic lineage (Table 1; Figures 1, 2 and 3).

T. cruzi DTUs isolated from triatomines

Of the thirty five isolates, 31 were classified as TcI because they showed bands

characteristics of this DTU in the miniexon and in the COII/RFLP analysis. GPI and

COII sequences were also compatible with TcI. Analysis of rRNA was not able to

distinguish TcI and TcIII. Four samples from the municipality of Apuí, all derived from

R. robustus, showed 150-bp bands of miniexon compatible with TcIII or TcIV; 125-bp

bands of rRNA compatible with TcIV; GPI sequences compatible with TcIV; bands

larger than 300-bp in the COII/RFLP analysis characteristic of T. cruzi III, IV, V or VI;

and COII sequences compatible with the third ancestral lineage according to Freitas

et al. [27]. As above mentioned, nuclear gene analysis based on rRNA PCR products

and GPI sequences consistently support that these four triatomines harbor the DTU

TcIV (Table 1; Figures 1, 2 and 3).

T. cruzi DTUs isolated from sylvatic reservoirs

All fourteen samples from Didelphis marsupialis and Philander opossum were

classified as TcI because they showed bands characteristics of this DTU in the

miniexon and in the COII/RFLP analysis. GPI and COII sequences were also

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compatible with TcI. Again, rRNA analysis was not able to distinguish TcI and TcIII

(Table 1; Figures 1, 2 and 3).

Haplotypes

COII sequences analysis indicates the presence of four haplotypes of TcIV (TcIII-VI

COII 1 to 4) and two haplotypes of TcI (TcI COII 1 and TcI COII 4) circulating in

humans; one haplotype of TcIV (TcIII-VI COII 1) and three haplotypes of TcI (TcI

COII 1, TcI COII 2, and TcI COII 3) in triatomines; and one haplotype of TcI (TcI COII

1) in the marsupial P. opossum (Figure 4). GPI sequencing showed one haplotype

(TcIV GPI 1) of TcIV circulating in humans and vectors; two haplotypes of TcI (TcI

GPI 1 and TcI GPI 2) circulating in humans; four haplotypes of TcI (TcI GPI 1, TcI

GPI 3, TcI GPI 4, and TcI GPI 5) harboured by triatomines; and one haplotype of TcI

(TcI GPI 1) in P. opossum (Figure 5).

Based on COII sequences obtained for TcIV human samples, haplotype TcIII-VI COII

1 was the most widely distributed, occurring in human acute cases from the

municipality of Coari, where is the unique haplotype responsible for the outbreak; in

an isolated case from Apuí (AM52); and in parallel with other haplotypes in the

outbreak reported from Santa Isabel do Rio Negro (AM69). Haplotype TcIII-VI COII 2

was verified in an isolated case from Coari (AM70). Haplotype TcIII-VI COII 3

occurred sole in the isolate AM67, from the outbreak of Santa Isabel do Rio Negro.

Haplotype TcIII-VI COII 4 was identified in the samples AM62, AM63, AM64, AM68,

AP60, D, and L, from the same outbreak. The samples AM66, LM, and W, also from

the outbreak of Santa Isabel do Rio Negro, presented a mixed population consisting

of haplotypes TcIII-VI COII 3 and TcIII-VI COII 4. GPI sequences are identical for all

samples from humans typed as TcIV, constituting a single haplotype TcIV GPI 1.

The isolate AM36, the only cultured from a non-authochthonous chronic case

showed COII gene sequence identical to the reference strain TcI Silvio X10, isolated

from an acute human case in the State of Pará, in the Easthern Amazon region,

representing here the haplotype TcI COII 4 or TcI GPI 2, on basis in COII and GPI

gene sequencing, respectively. The isolates AM49 and AM50 pertain to the

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haplotype TcI COII 1 defined by COII gene sequencing and haplotype TcI GPI 1

defined by GPI sequence analysis.

Single base mutation identified by direct sequencing of the COII gene for TcI

samples from triatomines showed the presence of three haplotypes. All triatomines

collected in Apuí, both R. pictipes and R. robustus, harbour the haplotype TcI COII 3.

Triatomines collected in Coari presented predominantly the haplotype TcI COII 1,

harboured by R. pictipes and R. robustus. Three specimens of R. pictipes from Coari

presented the haplotype TcI COII 2. GPI gene sequencing demonstrated only the

haplotype TcI GPI 1 in triatomines from Coari. In the municipality of Apuí, by other

hand, four haplotypes were described in triatomines, predomining the TcI GPI 1,

followed by TcI GPI 5, TcI GPI 3 and TcI GPI 4. The sample AP20 presented mixed

infection by TcI GPI 1 and TcI GPI 5 haplotypes.

Four R. robustus-derived samples from the municipality of Apuí typed as TcIV

(AM57, AM58, AP21, and AP51) belong to the haplotypes TcIII-VI COII 1 and TcIV

GPI 1, according to COII and GPI sequences, respectively.

Sequencing techniques were made only for one isolate from a specimen of P.

opossum trapped in Coari, demonstrating the presence of the haplotypes TcI COII 1

and TcI GPI 1, according the COII and GPI sequences, respectively.

Discussion

T. cruzi is a heterogeneous taxon with multiple mammal hosts and vectors, besides

alternative routes of infection and infective forms. In the Brazilian Amazon region,

where domiciled triatomines have not been reported, human cases of Chagas

disease have been increasing due to uncontrolled migration and deforestation [8]. In

this work, we demonstrated that the majority of human acute cases attended in the

state of Amazonas are provenient from outbreaks, as observed previously in other

Amazonian areas. Recent outbreaks of Chagas disease attributed to oral

transmission in previously non-endemic areas of the Amazon region indicate that a

new epidemiologic profile is emerging in Brazil. The massive consumption of agro-

extractivist forest products without sanitary certification is probably involved in the

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family outbreaks of acute Chagas disease reported from different areas throughout

Amazon [10].

In the present study, the polymorphism of the 24Sα rRNA gene and sequencing of

the GPI gene showed the presence of two DTUs, TcI, and TcIV in the sylvatic

transmission cycles in Western Amazon. We demonstrated that both TcI and TcIV

were found to circulate in the same regions and were able to infect humans, resulting

in acute infections. However, an unexpected predominance of the TcIV DTU was

demonstrated among human cases of acute Chagas disease. This lineage occurred

in both outbreak and isolated cases, suggesting its association with different

transmission frameworks. Previous studies demonstrated that the outbreaks, wich

contribute with the most cases of chagasic acute cases in the Amazon region, are

dependent of TcI type [10,13], but in our work all isolates from the outbreaks

registered in the two distantly municipalities of Coari, in the Solimões River banks,

and Santa Isabel do Rio Negro, in the Rio Negro microregion, were typed as TcIV,

demonstrating the emergence and wide distribution of this DTU in the Western

Brazilian Amazon.

Interesting, COII/RFLP analysis demonstrated that all T. cruzi samples classified as

TcIV based on nuclear gene markers present mitochondrial gene products

compatible with the third major lineage proposed by Freitas et al. [27]. In agree, COII

sequences were few polymorphic and clustered all together with the standard strains

belonging to TcIII, TcIV, TcV, and TcVI. These findings are extremely important and

confirm that TcIII and TcIV stocks from Amazon are not easily distinguished based on

mitochondrial genes, as seen previously [46]. The phylogenetic status of these two

DTUs, defined as Z3 in the Miles‟s original classification [26], are still in full debate

[27,46]. Based on mosaic patterns of nucleotide diversity across nine nuclear genes,

Westenberger et al. [47] proposed that both are the product of an early hybridization

between lineages TcI and TcII. Others argue that TcIII and TcIV represent a single

ancestral group in their own right, whereby these lineages share a characteristic

mitochondrial genome [27] and chromosome size variation [28] dissimilar from both

TcI and TcII.

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Analysis of both COII-ND1 [46] and CYTB [48] shows there is far less mitochondrial

diversity both within and between TcIII and TcIV (from South America) than would be

expected in light of the considerable divergence observed for slower-evolving nuclear

genes. This implies a mechanism acting to homogenise maxicircle sequences while

nuclear sequences remain free to diverge. A partial explanation may stem from our

finding of multiple instances of clearly recent mitochondrial introgression between

TcIII and TcIV in South America, indicating additional recombination events involving

either substantial backcrossing or kDNA exchange without exchange of nuclear

material [49]. Our work includes TcIV from Western Brazilian Amazon into these well-

related clade based on COII analysis, but agrees that nuclear gene sequences

consistently support their status as genetically separate clade [46–51]. Flow

cytometric analysis across a panel of representative strains reveals that TcIII and

TcIV genomes are divergent in terms of their absolute size [52].

Transmission dynamics of T. cruzi populations circulating in Amazonia are quite

distinct from endemic areas of South America. Previous reports showed that most

isolates from humans, reservoirs and vectors from Amazonia belong to TcI with

scarce TcIV and TcIII isolates [33–36,53]. There are no reports of TcII, TcV and TcVI

lineages in this region, which are those that predominate in humans, domestic and

peridomestic vectors in southern South America, whereas TcI occurs in sylvatic

cycles and is only sporadically found in humans [8,9,13,26,37,39,53]. In the Brazilian

Amazon, the T. cruzi found in the outbreaks belong to DTU TcI, which has previously

been associated with human infections in this region, corresponding to the scenario

of the outbreak with human dwellings close to the primary forest [13]. However, there

have been few studies concerning genetic variability of T. cruzi from Western

Brazilian Amazonia, specialy for human isolates. Fernandes et al. [39] and Marcili et

al. [53] characterized only four stocks from this area: in Barcelos, the authors typed

two TcI and one TcIV isolates, and in the municipality of Carauari, they typed the only

TcIII stock from an acute human chagasic case in the region. This work is the first

focusing exclusively on the molecular epidemiology of Chagas disease in this area,

and demonstrated predominance of TcIV among human patients despite the

confirmation also in the State of Amazonas of the well-established TcI-Rhodnius-

marsupials association [53].

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There are few reports concerning the ecogeographical and epidemiological traits of

TcIV, undermining any inference about the way that the aforementioned outbreaks

were triggered. Sylvatic hosts of TcIV are not conclusively known in the Amazon

Region. Despite previous records in Monodelphis, Dasypus, primates, and

Panstrongylus from molecular analyses [53–56], and although human isolates were

all identified by robust molecular markers, only seven human isolates (including

CANIII and JJ) were confirmed as TcIV prior to this work [55]. Moreover, vectors of

this lineage have also been poorly characterised, except R. brethesi, which is

restricted to Northern Amazonia [28,39,54,55,57], and R. robustus, a widely

distributed species [55]. Here, we corroborate that R. robustus (but not R. pictipes)

harbours TcIV, circulating in an arboreal transmission cycle in sympatry with TcI and

distinct from the terrestrial ecotopes usually attributed to TcIII [55]. TcIV was not

found in didelphids in this study, in agree with other authors [54,55]. There are

evidence that TcIV from South America and TcIV from North America correspond to

independent genetic lineages that circulate in distinct hosts and ecological niches. In

the USA, this DTU is commonly reported from terrestrial niches, peridomicile and

human dwellings, in racoons and dogs [58,59]. Our observation of this DTU in distinct

areas extends its known range in the vast Amazon basin. The limited data about T.

cruzi DTUs in wild reservoirs and triatomines in the Amazon are insufficient to rule

out other arboreal or even terrestrial mammals and vectors as natural hosts of TcIV.

One speculates that low parasitemia and morbidity of the chronic chagasic infection

in this state, despite a high seroprevalence in some areas [8,20], contrasting with

exuberant clinical manifestations in the acute phase of the disease [12,13,16–18], is

due to the type of parasites circulating in this area. Knowledge about biological

properties of TcIV lineage, that certainly play an important role in the Chagas disease

pathogenesis and in the response to the specific chemotherapy in the Amazon

region, represents a challenge for future investigations. Our preliminary results

indicate that Amazonian T. cruzi isolates promote scarce parasitemia and low

virulence and pathogenicity in mice in comparison to TcII strains [60,61]. At least in

Brazil, TcII and rarely TcI, appear to be exclusively responsible for tissue lesions in

chronic Chagas disease [31,35,62,63]. However, chronic disease (cardiac-digestive

form) has been reported for Z3 type parasites that clustered with CANIII (reference

strain of the DTU TcIV) in the multilocus enzyme electrophoresis analysis [64], which

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highlight the need for the characterization of epidemiological and clinical framework

associated with different DTUs of the emergent Chagas disease in the Amazon.

Prospective studies involving acute cases caused by TcIV in order to clear the

potential of this lineage to trigger chronic manifestations and for the evaluation of

treatment efficacy are urgent.

We report the occurrence of TcI in the facultative arboreal and synanthropic

mammals Didelphis marsupialis and Philander opossum, and in the triatomine bugs

R. pictipes and R. robustus, confirming the strong association of these with

transmission cycles of TcI in the Amazon region [53-55]. TcI, which has a very large

geographical distribution from North to South America, predominates from the

Amazonian basin northwards where domestic and sylvatic triatomines species

ensure the transmission of Chagas disease in the Brazilian Amazon, Venezuela,

Colombia, Central and North America, causing acute and cardiac Chagas disease in

this area [33,35,36]. There are observed in this work that TcI genotype predominates

in isolated acute cases, but not in outbreaks. Possibly, starved Rhodnius bugs

infected with TcI, wich frequently start dispersive flights into domestic environment

[8,9], represent the main single source of Chagas disease transmission risk for these

cases.

The isolation of T. cruzi stocks with identical genetic sequences over vast

geographical distances is a strong evidence for clonal propagation, a hypothesis

already proposed for T. cruzi [65]. This suggests, by the other hand, a single source

of infection for the outbreak occurred in the municipality of Coari. However, in the

outbreak from Santa Isabel do Rio Negro, three haplotypes were registered based on

COII sequencing and, interestingly, three patient presented two haplotypes

simultaneously. Strikingly, our group verified significant differences between the

isolates from outbreaks of Coari and Santa Isabel do Rio Negro regarding

parasitological parameters in mice, suggesting higher virulence for the last [60]. This

finding suggests superinfection from discrete sources as well as the simultaneous

transmission of multiclonal parasite populations by a single triatomine. In both cases,

clonal multiplicity of infection is likely to be related to both the intensity and efficiency

of transmission [66]. Infection multiclonality has been observed also in a triatomine

from Apuí, at this time based on GPI sequence polymorphism. T. cruzi hosts and

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vectors have occasionally been identified with mixed infections of different DTUs [67–

72] and preliminary data demonstrate that multiple variants of the same DTU could

also be present [66,70,73]. Analysis of T. cruzi isolates from an acute Chagas

disease outbreak in the State of Pará showed TcI and Z3 as concurrent causative

agents [13]. This study confirmed the wealth of parasite genetic diversity that can

exist in an outbreak likely promoted by oral transmission, and evidenced for the first

time infrapopulations in the affected patients.

Probably the multiclonality verified in this work is underestimated by two reasons.

First, the methods of parasite isolation by culturing as well as the time since isolation

probably lead to the selection of clones, as can be predicted based on pioneer

experiments [74]. Culture surviving clones would then represent a composite of a

subset of the clones present in each vector or host, generating a culture bias [66],

aggravated in mammalian samples by low circulating parasitemia triggered by

lineages from Western Brazilian Amazon [60,61]. Other limitation of this investigation

is the method employed for detecting clones. Microsatelite analysis is recommended

and have been evidenced better the multiclonal infections.

Although genetic recombination is known to occur in T. cruzi in vitro [44] and in

reservoirs [46,75], there are evidence that it does not seem a relevant source of

multiclonality according to the investigation carried out by Llewellyn et al. [66]. These

authors proposed that high clonal and genetic diversity are instead consistent with en

masse transmission of parasite populations from vector to host. Increasingly reported

oral transmission in human populations [1,2,8,10] could play a role in the

maintenance of the level of multiclonality observed in this work, which is consistent

with the probable route of infection through ingestion of contaminated fruit juices

produced in the riverine communities where outbreaks occurred. It remains to be

clarified if distinct clinical forms of Chagas disease can be correlated to specific T.

cruzi lineages and clones, transmission routes or host genetics. T.cruzi is able to

infect numerous cell types, but there is some evidence that different DTUs can

sequester in different tissue types within the same host [71,76].

The geographical area from wich we have taken T. cruzi stocks, although vast, is a

fraction of the enormous Amazonian area with natural species distribution in its

biomes and, by itself, there is no reason to doubt that the full range of genetic lineage

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diversity within the T. cruzi isolates is more complex. In the Amazon basin, expansion

of human populations into previously undisturbed cycles of natural transmission of T.

cruzi may contribute to transmission of Chagas disease by the accidental introduction

of wild vectors harbouring TcI and TcIV into human food chain or by contact of these

vectors with humans because of environmental changes. This is the probable

mechanism explaining the emergence of this genotype in this region, evidenced by

its predominance in this work. Characterization is needed of T. cruzi from more

authochthonous chronic cases from Amazon region, particularly the reisolation and

reexamination of strains from acute cases produced by TcI and TcIV lineages.

In summary, the lineages TcIV and TcI overlapped in the Western Amazon region.

The fist DTU predominated among human cases, being responsible by triggering two

impressive outbreaks caused by oral transmission. There were instances of sharing

of identical or nearly identical mitochondrial haplotypes between TcIV strains and

strains from other DTUs (TcIII, TcV or TcVI) for which nuclear GPI sequences were

highly divergent. Such gross incongruence between mitochondrial and nuclear

phylogenies is likely indicative of historical genetic exchange events resulting in

mitochondrial introgression between DTUs. Thus, TcIV strains from the State of

Amazonas were interspersed between TcIII sequences. Furthermore, we confirmed

that outbreaks by this DTU can be due to single or mixed infections with different

haplotypes. Studies about the complexity of mixed infections within an individual host

need to be stimulated. These results could help clarify peculiarities of Chagas

disease associated with oral infection in Amazonia.

Acknowledgements

HS was supported by a grant from State of Amazonas Foundation for Support to the

Research (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas - FAPEAM)

and to the Tropical Medicine Foundation Dr. Heitor Vieira Dourado (Fundação de

Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado – FMT-HVD). We thank also to

personnel involved in the field-work in order to collect triatomines and reservoirs.

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Author Contributions

Conceived and designed the experiments: WMM MLG MJOT JAOG HS MdGVB.

Performed the experiments: WMM LKCM ARNdS LB IP HS. Analyzed the data:

WMM MLG MJOT HS MdGVB. Wrote the paper: WMM MLG MJOT HS MdGVB.

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Table 1. Geographical origins, hosts, isolation method, and discrete typing units (DTUs) of

Trypanosoma cruzi stocks from the State of Amazonas.

Code Geographic origin Host Isolation method DTU

AM01 Coari Homo sapiens Hemoculture TcIV

AM02 Coari Homo sapiens Hemoculture TcIV

AM03 Coari Homo sapiens Hemoculture TcIV

AM04 Coari Homo sapiens Hemoculture TcIV

AM05 Coari Homo sapiens Hemoculture TcIV

AM06 Coari Homo sapiens Hemoculture TcIV

AM07 Coari Homo sapiens Hemoculture TcIV

AM08 Coari Homo sapiens Hemoculture TcIV

AM09 Coari Homo sapiens Hemoculture TcIV

AM10 Coari Homo sapiens Hemoculture TcIV

AM11 Coari Homo sapiens Hemoculture TcIV

AM12 Coari Homo sapiens Hemoculture TcIV

AM13 Coari Homo sapiens Hemoculture TcIV

AM14 Coari Homo sapiens Hemoculture TcIV

AM15 Coari Homo sapiens Hemoculture TcIV

AM16 Coari Homo sapiens Hemoculture TcIV

AM17 Coari Homo sapiens Hemoculture TcIV

AM18 Coari Homo sapiens Hemoculture TcIV

AM19 Coari Homo sapiens Xenodiagnosis TcIV

AM20 Coari Homo sapiens Xenodiagnosis TcIV

AM21 Coari Homo sapiens Xenodiagnosis TcIV

AM22 Coari Homo sapiens Xenodiagnosis TcIV

AM23 Coari Homo sapiens Xenodiagnosis TcIV

AM24 Coari Homo sapiens Xenodiagnosis TcIV

AM25 Coari Homo sapiens Xenodiagnosis TcIV

AM26 Coari Homo sapiens Xenodiagnosis TcIV

AM27 Coari Homo sapiens Xenodiagnosis TcIV

AM28 Manaus Didelphis marsupialis Hemoculture TcI

AM29 Manaus Didelphis marsupialis Hemoculture TcI

AM30 Manaus Didelphis marsupialis Xenodiagnosis TcI

AM31 Manaus Didelphis marsupialis Xenodiagnosis TcI

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AM32 Manaus Didelphis marsupialis Hemoculture TcI

AM33 Manaus Rhodnius pictipes Xenoculture TcI

AM34 Coari Philander opossum Hemoculture TcI

AM35 Manaus Didelphis marsupialis Hemoculture TcI

AM36 Manaus Homo sapiens (a) Xenodiagnosis TcI

AM37 Coari Rhodnius robustus Xenoculture TcI

AM38 Coari Philander opossum Hemoculture TcI

AM39 Manaus Didelphis marsupialis Hemoculture TcI

AM40 Manaus Didelphis marsupialis Xenodiagnosis TcI

AM42 Manaus Didelphis marsupialis Hemoculture TcI

AM43 Manaus Didelphis marsupialis Hemoculture TcI

AM44 Manaus Didelphis marsupialis Hemoculture TcI

AM45 Manaus Didelphis marsupialis Hemoculture TcI

AM46 Manaus Rhodnius robustus Not performed TcI

AM47 Manaus Rhodnius pictipes Not performed TcI

AM48 Coari Rhodnius pictipes Xenoculture TcI

AM49 Coari Homo sapiens Hemoculture TcI

AM50 Coari Homo sapiens CSF (b) culture TcI

AM52 Apuí Homo sapiens Hemoculture TcIV

AM55 Apuí Rhodnius robustus Inoculation in mice TcI

AM56 Apuí Rhodnius robustus Inoculation in mice TcI

AM57 Apuí Rhodnius robustus Inoculation in mice TcIV

AM58 Apuí Rhodnius robustus Inoculation in mice TcIV

AM59 Apuí Rhodnius pictipes Inoculation in mice TcI

AM60 Apuí Rhodnius pictipes Inoculation in mice TcI

AM61 Apuí Rhodnius pictipes Inoculation in mice TcI

AM62 Santa Isabel do Rio Negro Homo sapiens Hemoculture TcIV

AM63 Santa Isabel do Rio Negro Homo sapiens Hemoculture TcIV

AM64 Santa Isabel do Rio Negro Homo sapiens Hemoculture TcIV

AM65 Santa Isabel do Rio Negro Homo sapiens Hemoculture TcIV

AM66 Santa Isabel do Rio Negro Homo sapiens Hemoculture TcIV

AM67 Santa Isabel do Rio Negro Homo sapiens Hemoculture TcIV

AM68 Santa Isabel do Rio Negro Homo sapiens Hemoculture TcIV

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AM69 Santa Isabel do Rio Negro Homo sapiens Hemoculture TcIV

AP60 Santa Isabel do Rio Negro Homo sapiens Xenodiagnosis TcIV

Erlisson Santa Isabel do Rio Negro Homo sapiens Xenodiagnosis TcIV

D Santa Isabel do Rio Negro Homo sapiens Not performed TcIV

Gus Santa Isabel do Rio Negro Homo sapiens Not performed TcIV

L Santa Isabel do Rio Negro Homo sapiens Not performed TcIV

LM Santa Isabel do Rio Negro Homo sapiens Not performed TcIV

W Santa Isabel do Rio Negro Homo sapiens Not performed TcIV

AM70 Coari Homo sapiens Hemoculture TcIV

AP10 Apuí Rhodnius robustus Not performed TcI

AP11 Apuí Rhodnius pictipes Not performed TcI

AP12 Apuí Rhodnius robustus Not performed TcI

AP15 Apuí Rhodnius pictipes Not performed TcI

AP20 Apuí Rhodnius robustus Not performed TcI

AP21 Apuí Rhodnius robustus Not performed TcIV

AP24 Apuí Rhodnius pictipes Not performed TcI

AP25 Apuí Rhodnius robustus Not performed TcI

AP28 Apuí Rhodnius robustus Not performed TcI

AP35 Apuí Rhodnius pictipes Not performed TcI

AP51 Apuí Rhodnius robustus Not performed TcIV

AP67 Apuí Rhodnius robustus Not performed TcI

AP69 Apuí Rhodnius robustus Not performed TcI

AP70 Apuí Rhodnius robustus Not performed TcI

TcV_1 Coari Rhodnius pictipes Not performed TcI

TcV_5 Coari Rhodnius pictipes Not performed TcI

TcV_6 Coari Rhodnius pictipes Not performed TcI

TcV_19 Coari Rhodnius robustus Not performed TcI

TcV_29 Coari Rhodnius robustus Not performed TcI

TcV_35 Coari Rhodnius pictipes Not performed TcI

TcV_41 Coari Rhodnius pictipes Not performed TcI

TcV_47 Coari Rhodnius pictipes Not performed TcI

TcV_98 Coari Rhodnius pictipes Not performed TcI

a: The only stock from a human in the chronic phase; b: Cerebrospinal fluid.

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Figure 1. Genetic profiles from a representative set of Trypanosoma cruzi stocks, by

analysis of the ribosomal RNA gene (A) and restriction fragment length polymorphism

of the mitochondrial cytochrome oxidase II gene (B) in silver-stained polyacrylamide

gel. MM, 100 bp molecular weight marker. NC, negative control.

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Figure 2. Allocation of the Trypanosoma cruzi isolated in the State of Amazonas into

known phylogenetic clusters, most recently classified as TcI to TcVI [30], based on

cytochrome c oxidase subunit II gene sequencing.

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109

Figure 3. Allocation of the Trypanosoma cruzi isolated in the State of Amazonas into

known phylogenetic clusters, most recently classified as TcI to TcVI [30], based on

glucose-phosphate isomerase gene sequencing.

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110

Figure 4. Geographic distribution and reservoirs of the haplotypes of the Trypanosoma cruzi isolated in the State of Amazonas, based on

single-nucleotide polymorphisms identified by cytochrome c oxidase subunit II gene sequencing.

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111

Figure 5. Geographic distribution and reservoirs of the haplotypes of the Trypanosoma cruzi isolated in the State of Amazonas, based on

single-nucleotide polymorphisms identified by glucose-phosphate isomerase gene sequencing.

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112

ARTIGO 3

Monteiro WM, Magalhães LKC, Oliveira JC, Guerra JAO, Silveira H, Ferreira LCL,

Toledo MJO, Barbosa MGV. Biological behavior in mice of Trypanosoma cruzi stocks

from the State of Amazonas, Western Brazilian Amazon. Aceito para publicação na

Revista Brasileira de Medicina Tropical.

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Title: Biological behavior in mice of Trypanosoma cruzi stocks from the State

of Amazonas, Western Brazilian Amazon

Comportamento biológico em camundongos de isolados de Trypanosoma cruzi do

Estado do Amazonas, Amazônia Ocidental Brasileira

Running Title: Biological behavior of Trypanosoma cruzi stocks from Amazon

Region / Comportamento biológico de isolados de Trypanosoma cruzi da Amazônia

Wuelton Marcelo Monteiro (MSc)I,II, Laylah Kelre Costa Magalhães (MSc)I, Josué

Costa Oliveira (Graduate Student)I, Jorge Augusto de Oliveira Guerra (PhD)I,

Henrique Silveira (PhD)I,III, Luiz Carlos de Lima Ferreira (PhD)I,II, Max Jean de

Ornelas Toledo (PhD)IV, Maria das Graças Vale Barbosa (PhD)I

I Postgraduate Program in Tropical Medicine, State University of Amazonas/Tropical

Medicine Foundation of Amazonas, Manaus, AM, Brazil

II Faculty of Medicine, Federal University of Amazonas, Manaus, AM, Brazil

III Tropical Medicine and Hygiene Institute, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa,

Portugal

IV Basic Health Sciences Department, State University of Maringá, Maringá, PR,

Brazil

Adress to:

Prof. Wuelton Marcelo Monteiro

Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical, Universidade do Estado do

Amazonas/Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, Manaus,

Amazonas, Brasil.

Av. Pedro Teixeira 25, Dom Pedro

69.040-000 Manaus, AM

Phone: 55 92 3656-8269

e-mail: [email protected]

Apoio financeiro: SUFRAMA E CNPq.

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114

ABSTRACT

Introduction: Biological diversity of circulating Trypanosoma cruzi stocks in the

Amazon Region most likely plays an important role in the peculiar clinico-

epidemiological features of Chagas disease in this area. Methods: Seven stocks of

T. cruzi recently isolated in the State of Amazonas, Brazil, from humans, wild

mammal and triatomines, belonging to TcI and Z3 genotypes, were biologically

characterized in Swiss mice. Parasitological and histopathotological parameters were

determined. Results: Four stocks did not promote patent parasitemia in mice. Three

stocks produced low parasitemia, long pre-patent periods, and patent period of one

day or oscillating parasitemia. Maximum parasitemia ranged from 1,400 to 2,800

trypomastigotes/0,1 mL of blood. Mice inoculated with the T. cruzi stocks studied

showed low positivity of fresh blood examination. For the hemoculture, positivity

ranged from 0 to 100%. Heart tissue parasitism was observed in mice inoculated with

stocks AM49 and stock AM61. Stock AM49 triggered moderate inflammatory process

in heart tissue. Mild inflammatory process was observed in heart tissue for stocks

AM28, AM38, AM61 and AM69. Inflammatory process in skeletal muscle was very

frequent. Brain tissue examination revealed inflammatory foci and gliosis in mice

inoculated with the stock AM49. Conclusions: Biological and histopathological

characterization allowed demonstrating the low infectivity and virulence of the stocks

of T. cruzi from the state of Amazonas.

Key-words: Chagas disease. Trypanosoma cruzi. Virulence. Pathogenicity. Swiss

mice. Amazon.

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RESUMO

Introdução: A diversidade biológica dos estoques Trypanosoma cruzi circulantes na

Região Amazônica pode desempenhar importante papel nas características clínico-

epidemiológicas peculiares da doença de Chagas nesta área. Métodos: Sete

isolados de T. cruzi do Estado do Amazonas provenientes de humanos, mamíferos

silvestres e triatomíneos, pertencentes aos genótipos TcI e Z3, foram biologicamente

caracterizados em camundongos Swiss. Foram avaliados parâmetros

parasitológicos e histopatológicos. Resultados: Quatro isolados não produziram

parasitemia patente em camundongos. Três isolados promoveram baixa parasitemia

com longos períodos pré-patentes, período patente de um dia ou parasitemia

oscilante. A parasitemia máxima variou de 1.400 a 2.800 tripomastigotas/0,1 mL de

sangue. Os camundongos inoculados com os isolados estudados mostraram baixa

positividade no exame a fresco, variando de 0 a 28,6%. Para a hemocultura, a

positividade variou de 0 a 100%. Parasitismo cardíaco foi observado em

camundongos inoculados com os isolados AM49 e AM61. O isolado AM49 produziu

inflamação moderada no tecido cardíaco. Processo inflamatório discreto foi

observado no tecido cardíaco de camundongos inoculados com os isolados AM28,

AM38, AM61 e AM69. Processo inflamatório em músculo esquelético foi muito

freqüente. O exame do tecido cerebral revelou focos inflamatórios e gliose em

camundongos inoculados com o isolado AM49. Conclusões: A caracterização

biológica e histopatológica demonstrou baixa infecciosidade e virulência dos

estoques de T. cruzi isolados no Estado do Amazonas.

Palavras-chaves: Doença de Chagas. Trypanosoma cruzi. Virulência.

Patogenicidade. Camundongos Swiss. Amazônia.

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INTRODUCTION

Chagas disease is an important parasitic disease resulting from the infection by the

flagellate protozoan Trypanosoma cruzi. Its evolutionary pattern is not fully defined,

because factors that determine the considerable spatial variation in morbidity and

mortality due to disease are unknown1. However, the idea that both the parasite

variability and host response play important roles in the course of the infection is

consensual2. In fact, studies show that T. cruzi comprises highly heterogeneous

populations of organisms, both in terms of genetic and phenotypic points of view,

including biological (behavior in vertebrate and triatomines), pathological (tissue

tropism, virulence, intensity of inflammatory reactions, mortality), clinical

(indeterminate and cardiac and/or digestive forms), immunological and biochemical

features2,3.

In the Amazon Region, Chagas disease has been recognized as an important

emerging anthopozoonosis. Information from the Brazilian Ministry of Health4

indicates the communication of 756 cases of acute illness in the country, from 2005

to October 2010. Most striking that, 688 (91.0%) cases occurred in the states

belonging to the Amazon Region. Brazilian states with the largest number of these

cases were Pará, with 573 cases (75.8%) and Amapá and Amazonas, with 54 (7.1%)

each, all located in Amazon. In the State of Amazonas, Chagas disease has a lower

morbidity and mortality than in the endemic classic areas, appearing mainly in the

chronic latent form1,5. Cross-sectional studies in several riverine communities and

piassava fiber collectors in the Rio Negro microregion proved the high prevalence of

the chagasic infection in this area and demonstrated a low morbidity profile in the

chronic phase of the disease6,7.

The study of biological diversity of T. cruzi stocks circulating in the Amazon Region is

essential for understanding the emergence, expansion and the peculiar clinico-

epidemiological characteristics of Chagas disease in this area. Thus, the purpose of

this preliminary work is to investigate the behavior in mice of T. cruzi stocks from the

State of Amazonas, in the Western Brazilian Amazon.

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117

METHODS

Ethical considerations

The use of stocks of T. cruzi obtained from patients has been approved by the Ethics

in Research on Humans Committee of the Tropical Medicine Foundation of the State

of Amazonas (approval number 360/07). Marsupials‟ captures and handling for blood

sample collection were performed according to permits from the Brazilian Institute for

Environment (IBAMA) (approval number 1830651/07). Use of mice in this study

followed the ethical principles for animal experimentation8.

Parasites isolation

The sample T. cruzi stocks was obtained in the Tropical Medicine Foundation of

Amazonas, between April 2006 to January 2010, from six municipalities distantly

located of the State of Amazonas.

Table 1 shows the host, method of isolation, localities of origin, and genetic lineage

of the seven T. cruzi stocks studied.

For parasite isolation and culturing, heparinized blood samples from chagasic

patients in the acute phase, were inoculated into tubes containing a biphasic medium

consisting of NNN medium, covered with an overlay of LIT medium containing 10%

fetal calf serum and 140 mg/ml of gentamycin sulphate9. Approximately 0.5 ml of

whole blood was placed on each tube (3-5 tubes for each person). Cultures were

kept at 28C and monitored microscopically for parasite growth twice a week for two

months. One T. cruzi stock was isolated by cerebrospinal fluid culture from a patient

who died due to acute chagasic meningoencephalitis, resident in the municipality of

Coari (AM49), by the same method used for blood culture.

Two T. cruzi stocks were isolated from marsupials captured in Tomahawk traps with

fruits as bait. Parasite isolation from wild mammals was carried out by the same

technique applied for human blood culture.

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118

To obtain the two T. cruzi stocks from triatomine bugs, specimens were collected

from palm trees in the peridomestic environment. Triatomines were dissected, their

intestinal contents were examined by phase microscopy, and positive samples for

trypanosomes were inoculated in mice for subsequent isolation by blood culture.

After isolation, stocks were immediately cryopreserved in liquid nitrogen (-193C) in

the trypanosomatid culture collection of the Department of Entomology, Tropical

Medicine Foundation of Amazonas.

To characterize genotypically the isolated parasites, extraction of total DNA from in

vitro isolates of T. cruzi was performed using the PureLink Kit (Invitrogen, Life

technologies, USA), according to the manufacturer‟s protocol. DNA was prepared

from 200 µL of culture and eluted with 50 µL of milliQ water. DNA from the

nontranscribed spacer of the mini-exon was amplified according to Fernandes et al10.

The T. cruzi isolates were typed as TcI or Z3 lineages (Monteiro et al, in preparation).

Inoculation of mice

Groups of seven male Swiss mice (age, 12 to 15 days) originating from the

Department of Venomous Animal vivarium of the Tropical Medicine Foundation of

Amazonas, were inoculated intraperitoneally with 1.0x106 metacyclic trypomastigotes

from late-stationary-phase culture in liver-infusion tryptose (LIT) medium, determined

in a Neubauer chamber. Mice were maintained in large boxes, in a well ventilated

room, with free access to a commercial pellet feed for rodents and drinking water, ad

libitum.

Parasitological parameters

(i) Fresh blood examination (FBE). Five microlitres of blood were collected daily

from the tails of the mice and were examined microscopically for living

trypomastigotes. The level of parasitemia was measured daily from the 3th day after

inoculation as described by Brener11. The results were also expressed as

percentages of mice with positive FBE (%+FBE). The pre-patent period (PPP), patent

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period (PP), maximum of parasitaemia (MP) and the day of maximum parasitaemia

(DMP) were determined, according with Toledo et al12.

(ii) Hemoculture (HC). Ninety days after the inoculation (d.a.i.), a blood sample

collected by cardiac puncture was cultured as aforementioned, in duplicate. The

hemocultures were maintained at 28°C and examined 15, 30, 60 and 90 days later

for the detection of parasites. The results were expressed as percentages of mice

with positive hemoculture (%+HC)12.

Infectivity and mortality

Infectivity (%INF) was determined as percentage of mice that presented positive

fresh blood examination and/or hemoculture in the first three months after the

inoculation12.

Mortality (%MOR) was registered daily after the inoculation and expressed in

cumulative percentage of death.

Histopathological parameters

For each T. cruzi stock, all surviving mice were necropsied ninety d.a.i. for

histopathological studies. The following organs and tissues were collected: (1) heart,

(2) skeletal muscle, (3) lungs, (4) large intestine, (5) brain, (6) liver and (7) spleen.

This material was routinely processed and embedded in paraffin. Five-micrometer

sections of three blocks containing every organ of each mouse were obtained for

further evaluation. These preparations were stained with hematoxylin-eosin for

microscopic examination. The tissue parasitism (TP) and inflammatory process (IP)

displayed by different organs or tissues were classified as absent (–), mild (+),

moderate (++) and severe (+++).

Statistical analysis

Data were analyzed using SPSS® version 16.0 for Windows (SPSS Inc.® Chicago, IL,

USA). Chi-square test was used to test differences in proportions, and Student t test

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120

was used to test differences in means. Statistical significance was considered if

p<0.05.

RESULTS

Four of the stocks evaluated (AM28, AM41, AM69 and AM70) did not lead to patent

parasitemias. Parasitological parameters, infectivity and mortality obtained from

isolates are demonstrated in the Table 2. Stock AM49 promoted intense lethargy,

hind limb paralysis and ruffed coat in mice. For stocks AM41, AM49 and AM69,

deaths occurred in 68°, 49° and 46° d.a.i., respectively. Deaths occurred in 28° and

35° d.a.i. for the stock AM28. One of the seven stocks (AM61) resulted in higher

%MOR in mice (71.4%) and all deaths occurred in the 17° d.a.i. This stock led to

intense lethargy and ruffed coat in mice.

Stock isolated from marsupial Philander opossum showed significantly higher mean

PPP than the stocks obtained from human and triatomine (p < 0.001); for the stock

from human this parameter was higher than that from triatomine (p < 0.001). Mean

PP was higher for stock from triatomines (p < 0.005). These stocks led to MP

significantly higher in comparison with stocks derived from others hosts (p = 0.015).

The DMP did not differed significantly among stocks from different hosts (Table 3).

Stocks obtained from Rhodnius robustus showed significantly higher %+FBE than

human- and marsupial-derived stocks (p < 0.05). The parameters %+HC and %INF

were higher for stocks from marsupials in relation to the others (p < 0.05). Stocks

isolated from triatomines led to higher %MOR than stocks from humans (p = 0.021)

(Table 3).

Heart tissue parasitism was observed for two mice (28,6%) infected with stocks

AM49 (Figure 1) and for one mouse (14,3%) infected with stock AM61. Tissue

parasitism was not verified in the other organs examined. All mice inoculated with the

stock AM49 showed focal and moderate inflammatory process in heart tissue (Figure

1). Focal and mild inflammatory process was observed in heart tissue of mice

inoculated with stocks AM28, AM38, AM61 and AM69. Inflammatory process in

skeletal muscle was diffuse and intense in mice inoculated with stock AM49,

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121

moderate with stocks AM28 and AM38, and mild with stocks AM61, AM69 and AM70

(Table 4). Brain tissue examination revealed inflammatory foci and gliosis in four

(57.1%) mice inoculated with the stock AM49 (Figure 1). Inflammatory process was

not observed in spleen, liver, lungs and large intestine for any group of mice (Table

4).

DISCUSSION

In the State of Amazonas, chronic Chagas disease has lower morbidity than in

classic endemic areas, appearing mainly in the latent form1,5. In this state, chagasic

infection was first reported by Ferraroni et al13, that examined 25 individual who

worked in piassava fiber extractivism in the municipality of Barcelos, has found six

with positive serological tests. Cross-sectional assessments, including clinical and

radiological evaluation of anti-T. cruzi seropositive patients, carried out in the Rio

Negro micro-region, ratified the high chagasic infection seroprevalence in this region

and showed a profile of low morbidity and mortality in the chronic phase of the

disease5-7.

T. cruzi stocks have been characterized on the basis on biological behavior in

mice14,15. The present study with stocks from the State of Amazonas, an area non

endemic but emerging for Chagas disease, showed four (AM28, AM41, AM69 and

AM70) of seven stocks studied with subpatent parasitemias. Furthermore, the other

three stocks that caused patent infections in mice produced a low and late

parasitemia, with peaks not exceeding 2,800 trypomastigotes/0.1 mL of blood. In

relation to the parasitemia, we observed that this profile was very different from

endemic areas, where stocks with variable parasitemias circulate, but with frequent

rates of patent infections, in particular for stocks isolated from chronic patients14-18. In

this study low parasitemia, very long pre-patent period and short patent period

indicates a low virulence of the strains from Western Amazon Region. These findings

agree with the hypothesis of several authors who suggested that the framework of

chronic latent infection in the State of Amazonas is due to the low parasitemia and

lower virulence and pathogenicity of the wild parasites in this area.

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122

An important practical aspect that can be explained by the low parasitemia

determined by T. cruzi stocks isolated from the Amazon Region is the low

performance of the diagnostic methods for Chagas disease in this area. In Bolivia

and in the elderly Brazilian endemic areas, where TcII genotype circulates, infection

courses with high parasitemias and diagnostic tests are very sensible, contrasting

with areas from Amazonia and Mexico, where TcI occurs5,19-21. In the Brazilian

Amazon and Venezuela, diagnostic tests employed in the acute phase of Chagas

disease showed low sensibility22-24. Brum-Soares et al5 also verified that chronic

chagasic patients from the Rio Negro micro-region presented low IgG anti-T. cruzi

seric levels, probably due to the low parasite load and/or low antigenic power of the

circulating parasites. Interestingly, our findings corroborate the first suggestion.

Stocks AM41, AM69 and AM70 were not infective for mice, both in FBE and

hemoculture, confirming low virulence for these isolates. For the stocks AM28, AM38,

AM49 and AM61 we found high infectivity rates by hemoculture, despite the low

parasitemias. If this features reproduces in human hosts, an important implication is

the lack or delay in diagnosis of acute Chagas disease, since direct methods are

being used and recommended in the Amazon Region, because that are the same

carried out in the detection of malaria cases, which would make a parallel program

control. These data support previous studies, which reported that sylvatic stocks from

the United States, where TcI and zymodeme 3 circulate as in the Brazilian Amazon,

were largely avirulent and did not cause morbidity or mortality in rodent models25. In

contrast, T. cruzi stocks from elderly endemic areas of South America readily infect a

wide variety of laboratory mice strains and many cause significant morbidity and

mortality12,16,26.

Stocks from marsupials (AM28 and AM38) infected all mice inoculated, although the

low parasitemia. Previous mouse infection studies using several sylvatic- and

domestic-derived isolates from Brazil showed that those from marsupials were

generally more infective and generated higher parasitemias than those from vectors

or placental mammals16,26. Stock AM61, originated from a specimen of Rhodnius

robustus collected in the municipality of Apuí, was the other infective isolate and the

only one that promoted high mortality rate, highlighting the southern Amazon Region

as an area that needs more studies about the eco-epidemiology of Chagas disease.

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123

More sensible methods like molecular detection by polymerase chain reaction (PCR)

may increase the T. cruzi infectivity when applied to experimental studies in mice.

Thus, we recognize this limitation, although the great number of researches using the

same methods for detecting infection, and claim for caution when these data will be

compared with other results. T. cruzi infection can be diagnosed by demonstrating

the presence of the parasite by direct and indirect parasitological methods,

immunodiagnosis being used to detect specific antibodies against T. cruzi, or by

molecular methods that search for parasite DNA. The high PCR positivity suggested

this methodology as a diagnostic tool for detection of T. cruzi DNA in blood of

different host species27.

Although the report that the majority of the sylvatic and human stocks from the

Western Amazon were largely non virulent and did not cause morbidity or mortality in

our model, we noted an interesting result in the experimental infection with the stock

AM49. This strain was isolated from cerebrospinal fluid of an infant misdiagnosed

primarily as skin abscesses, which evolved to fatal outcome due to acute Chagas

disease meningoencephalitis (unpublished information) and was the unique infective

isolate from patients for mice. Group of mice infected with this isolate showed relative

low mortality and parasitemia, despite the high infectivity and frequency of

observable physical or behavioral changes indicative of Chagas disease, such as

lethargy, hind limb paralysis and ruffed coat. Histopathological alterations triggered

by this stock included intense inflammatory process of skeletal muscles, moderate

inflammation and parasitism of heart and, surprisingly, inflammation and gliosis in the

brain of the infected mice. These results suggest that this stock could belong to the

biodeme III3, with a dissimilar neurotropic behavior.

Inflammatory process or tissue parasitism was not observed in liver and spleen of

infected mice. However, even in animals with no evident parasitemia, inflammatory

process was observed in skeletal muscle tissue and, less frequently, in cardiac

tissue. In addition, two stocks also promoted tissue parasitism in rodents, indicating

that some stocks of T. cruzi from the State of Amazonas can behave as to the

biodeme III3. In fact, infrequent chronic cardiac cases of Chagas disease confirms

that parasites circulating in this area cause miocardiopathy, appearing clinically as

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124

cardiac insufficiency, arhythmogenic syndrome or thrombo-embolism28-33. Absence of

histopathological alterations in large intestine indicates that parasites studied did not

presented capacity to cause the digestive Chagas disease, in agree with no records

of „mega‟ syndromes in Amazonian countries and Central and North America34.

CONCLUSION

Our data suggest that the biological characteristics of T. cruzi stocks from the

Western Amazon Region may vary considerably. The disproportion between the

number of cases of infection and clinical disease in this region may result of the

predominance of non virulent strains. However, our study demonstrated the

occurrence of stocks that can cause cardiac and nervous involvement. So, we

recommend the biological characterization of a great number of stocks to define the

real potential of emergence of Chagas disease as a public health problem in the

Amazonian context.

The belief that the Chagas disease may be benign in some geographic areas, as in

the Amazon Region, derives from misinformation or lack of more throughout

investigation. Under no circumstances should it serve to postpone control measures

once the risk of transmission to men has been established.

ACKNOWLEDGEMENTS

We thank to Yolanda Nouguth, Carlos Jatobá, Nelson Fé, Flávio Fé and Sandra

Caranhas for technical assistance, and to Gisely Cardoso de Melo for statistical

analysis.

CONFLICT OF INTEREST

The authors declare that there are no conflicts of interest.

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125

FINANCIAL SUPPORT

This research was funded by Superintendência da Zona Franca de Manaus

(SUFRAMA) and Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

(CNPq).

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130

TABLE 1 - Host, municipality of origin, method of isolation, and genetic lineage of the

Trypanosoma cruzi stocks from the State of Amazonas, Brazil.

T. cruzi stock

Host Municipality of origin Method of isolation

Lineagec

AM28 Didelphis marsupialis Manaus Hemoculture TcI

AM38 Philander opossum Coari Hemoculture TcI

AM41 Rhodnius robustus Maraã Xenoculture TcI

AM49 Humana Coari CSFb culture TcI

AM61 Rhodnius pictipes Apuí Inoculation in mice TcI

AM69 Humana Santa Isabel do Rio Negro Hemoculture TcI

AM70 Humana Coari Hemoculture Z3

a Patient in acute phase; b Cerebrospinal fluid; c Molecular characterization performed by PCR of

the non-transcribed spacer of the mini-exon gene according to Fernandes et al10.

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TABLE 2 - Parasitological and virulence parameters in Swiss mice inoculated with Trypanosoma cruzi stocks from the State of

Amazonas, Brazil.

T. cruzi stock

Mean pre-patent period (days)

Mean patent period (days)

Peak of maximum

parasitemiaa

Day of maximum

parasitemia

%+FBEb %+HCc %INFd %MORe

AM28 - 0 0 0 0/7 (0.0) 5/5 (100.0) 100.0 2/7 (28.6)

AM38 78 1 1,400 78 1/7 (14.3) 7/7 (100.0) 100.0 0/7 (0.0)

AM41 - 0 0 0 0/7 (0.0) 0/6 (0.0) 0.0 1/7 (14.3)

AM49 74 1 1,400 74 1/7 (14.3) 5/6 (83.3) 83.3 1/7 (14.3)

AM61 23 15 2,800 35 2/7 (28.6) 2/2 (100.0) 100.0 5/7 (71.4)

AM69 - 0 0 0 0/7 (0.0) 0/6 (0.0) 0.0 1/7 (14.3)

AM70 - 0 0 0 0/7 (0.0) 0/7 (0.0) 0.0 0/7 (0.0)

a Number of trypomastigotes/0,1 mL of blood; b percentages of mice with positive fresh blood examination; c percentages of positive

hemoculture for surviving mice; d infectivity rate; e cumulative mortality rate.

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TABLE 3 - Statistical comparison of eight parasitological parameters in Swiss mice inoculated with Trypanosoma cruzi stocks from

different hosts in the State of Amazonas, Brazil.

Parameter Human x Triatomines Human x Marsupials Triatomines x Marsupials

nH x nT P nH x nM p nT x nM p

Mean pre-patent period (days)a 74 x 23 < 0.001 74 x 78 < 0.001 23 x 78 < 0.001

Mean patent period (days) 0.33 x 7.5 < 0.001 0.33 x 0.5 NS 7.5 x 0.5 0.002

Peak of maximum parasitemiab 466.7 x 1,400 0.015 466.7 x 700 NS 1,400 x 700 NS

Day of maximum parasitemia 24.7 x 17.5 NS 24.7 x 39 NS 17.5 x 39 NS

%+FBEc 4.7 x 14.3 0.012 4.8 x 7.1 NS 14.3 x 7.1 0.012

%+HCd 26.3 x 25 NS 26.3 x 100 < 0.001 25 x 100 0.002

%INFe 26,3 x 25 NS 26,3 x 100 < 0.001 25 x 100 0.002

%MORf 9.5 x 42.9 0.021 9.5 x 14.3 NS 42.9 x 14.3 NS

Number of significative differences 5 3 5

a Only for stocks AM38, AM49 and AM61; b Number of trypomastigotes/0,1 mL of blood; c percentages of mice with positive fresh

blood examination; d percentages of positive hemoculture for surviving mice; e infectivity rate; f cumulative mortality rate.

p < 0.05: significative difference; NS = not significant.

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TABLE 4 - Histopathological parameters (tissue parasitism and inflammatory

process) in mice inoculated with Trypanosoma cruzi stocks from the State of

Amazonas, Brazil.

T. cruzi stock

Organ

Heart Skeletal muscles

Spleen Liver Lungs Large

intestine

Brain

AM28 + ++ - - - - -

AM38 + ++ - - - - -

AM41 - - - - - - -

AM49 ++* +++ - - - - +

AM61 +* + - - - - -

AM69 + + - - - - -

AM70 - + - - - - -

- (absent); + (mild); ++ (moderate); +++ (severe); * The only showing mild tissue parasitism.

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(A)

(D)(C)

(B)

FIGURE 1 - Histopathological alterations in Swiss mice triggered by the stock AM49:

(A) and (B) Nests of amastigotes in cardiac tissue. (C) Diffuse inflammatory process

in skeletal muscle. (D) Inflammatory process and gliosis in central nervous system.

Magnification 400X.

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135

ARTIGO 4

Monteiro WM, Teston APM, Reis D, Gomes ML, Araújo SM, Bahia MT, Magalhães

LKC, Guerra JAO, Silveira H, Toledo MJO, Barbosa MGV. Trypanosoma cruzi stocks

belonging to TcI and TcIV DTUs from Brazilian Amazon are divergent in terms of

biological and medical properties in mice. A ser enviado para a revista International

Journal for Parasitology.

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Trypanosoma cruzi stocks belonging to TcI and TcIV DTUs from Brazilian

Amazon are divergent in terms of biological and medical properties in mice

Wuelton M. Monteiroa,b, Ana Paula M. Testonc, Daniele dos Reisc, Mônica L.

Gomesc, Silvana M. Araújoc, Maria T. Bahiad, Laylah K. C. Magalhãesa, Jorge A. O.

Guerraa, Henrique Silveiraa,e, Max J. O. Toledoc,*, Maria G. V. Barbosaa

aPostgraduate Program in Tropical Medicine, State University of Amazonas/Tropical

Medicine Foundation of Amazonas, Av. Pedro Teixeira 25, 69.040-000 Manaus, AM,

Brazil

bFaculty of Medicine, Federal University of Amazonas, Rua Afonso Pena 1053,

69020-170 Manaus, AM, Brazil

cBasic Health Sciences Department, State University of Maringá, Av. Colombo 5790,

87020-900, Maringá, PR, Brazil

dBiological Sciences Department, Federal University of Ouro Preto, Campus do

Morro do Cruzeiro, 35400-000,Ouro Preto, MG, Brazil

eTropical Medicine and Hygiene Institute, Universidade Nova de Lisboa, Rua da

Junqueira 100, 1349-008 Lisbon, Portugal

* Corresponding author. Tel.: 55-44-3011-4918; fax: 55-44-3011-5941.

E-mail address: [email protected] (M.J.O. Toledo).

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Graphical abstract

Research highlights—► We report the biological behavior of the TcI and TcIV

DTUs of Trypanosoma cruzi from Western Brazilian Amazon. ► Seventeen

biological parameters were tested in mice. ► Fourteen parameters presented

dissimilar characteristics between TcI and TcIV. ► TcI and TcIV stocks were

divergent in its biological and medical properties in mice. ► We propose that the

clonal model remains valid among Amazonian T. cruzi natural stocks.

Abbreviations: DTU, discrete typing unit; LIT, liver infusion tryptose; FBE, fresh

blood examination; HC, hemoculture; d.a.i., day after inoculation; PCR, polymerase

chain reaction; kDNA, kinetoplastid DNA; ELISA, enzyme-linked immunosorbent

assay; PPP, pre-patent period; PP, patent period; MDP, mean daily parasitemia;

Pmax, maximum of parasitemia; DPmax, day of maximum of parasitemia; %MOR,

mortality rate; DMM, day of maximum mortality; %INF, infectivity rate; %+FBE,

percentage of positive FBE; %+HC, percentage of positive HC; %+PCR, percentage

of positive PCR; %+ELISA, percentage of positive ELISA; TP, tissue parasitism; IP,

inflammatory process; TcI, Trypanosoma cruzi I; TcIV, T. cruzi IV.

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Acknowledgements

This study was supported by a research grant from CNPq - National Counsel of

Technological and Scientific Development (410398/2006-3) and from Araucária

Foundation (057/2009). H.S. was supported by a grant from FAPEAM - State of

Amazonas Foundation for Support to Research and the Tropical Medicine

Foundation Dr. Heitor Vieira Dourado. M.J.O.T. was supported by a grant from CNPq

- National Counsel of Technological and Scientific Development. A.P.M.T. and D.R.

were supported by CAPES - Coordination for the Improvement of Higher Level

Personnel.

Abstract

In the Brazilian Amazon, clinical and epidemiological frameworks of Chagas disease

are very dissimilar in relation to the endemic classical areas of transmission, possibly

due to genetic and biological characteristics of the circulating Trypanosoma cruzi

stocks. In this work, twenty five T. cruzi stocks from Western Amazon Region

attributed to the TcI and TcIV DTUs were comparatively studied in Swiss mice to test

the hypothesis that T. cruzi clonal structure has a major impact on its biological and

medical properties. Seventeen parameters were assayed: (1) pre-patent period

(PPP); (2) patent period (PP); (3) mean daily parasitemia (MDP); (4) maximum of

parasitemia (Pmax); (5) day of maximum of parasitemia (DPmax); (6) mortality

(%MOR) in the acute phase; (7) %MOR in the chronic phase; (8) day of maximum

mortality (DMM); (9) infectivity (%INF); (10) percentage of positive fresh blood

examination (%+FBE); (11) percentage of positive hemoculture (%+HC); (12)

percentage of positive PCR (%+PCR); (13) percentage of mice with inflammatory

process in any organ; (14) percentage of mice with tissue parasitism in any organ;

(15) percentage of positive ELISA (%+ELISA) in the acute phase; (16) %+ELISA in

the chronic phase; and (17) in vivo susceptibility to benznidazole. Statistical

comparisons showed that 14 out 17 parameters were significantly different between

the two DTUs. TcIV showed higher values of PP, MDP, Pmax, %MOR in the acute

phase, %INF, %+FBE, %+ELISA in the acute phase, and %+ELISA in the chronic

phase than TcI. On the other hand TcI showed higher values of PPP, DPmax,

%MOR in the chronic phase, DMM, frequency of mice with inflammatory process in

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any organ and frequency of mice with tissue parasitism in any organ than TcIV.

Concluding, T. cruzi stocks belonging to TcI and TcIV DTUs from Brazilian Amazon

are divergent in terms of biological and medical properties in mice.

Keywords

Trypansoma cruzi lineages TcI and TcIV; Chagas disease; Amazonia; Experimental

infection; Biological properties; Mice.

1. Introduction

Chagas disease is an important health problem, affecting 8–9 million individuals, with

approximately 50,000 new cases annually, in Central and Latin America (Hotez et al.,

2008). The illness is caused by Trypanosoma cruzi and has a variable clinical course

that may include symptomless infection, overwhelming acute disease or a severe

chronic condition. The latter may be hallmarked by cardiovascular and/or

gastrointestinal involvement (megaesophagus or megacolon). In the search for

improved sources of income, agriculture, livestock rearing, and other socioeconomic

activities, human populations began migrating into the natural wild habitats where T.

cruzi infection was enzootic (Coura, 2007). Ultimately, poverty, poor housing and

sub-standard living conditions, deforestation, and other ecological factors promoted

an incipient adaptation of triatomine vectors to both humans and domestic animals,

with increased efficiencies of the wild, domestic, and peridomestic cycles of T. cruzi

transmission (Teixeira et al., 2001; Coura, 2007). Once humans became infected and

acted as a reservoir for the infection, other forms of transmission also evolved

through blood transfusion, congenital transmission, and organ transplantation. In

some settings, oral transmission through contaminated food is now considered an

important mode of transmission (Aguilar et al., 2007).

In the Brazilian Amazon Region, Chagas disease has been recognized as an

important and emerging problem (Coura et al., 2002; Aguilar et al., 2007). The

epidemiological situation of Chagas disease in the Amazon, where enzootic T. cruzi

transmission cycles involve a great diversity of vectors and reservoir hosts (Coura et

al., 2002; Abad-Franch e Monteiro, 2007), suitably illustrates the concerns about the

consolidation of Chagas disease control. Adventitious adult triatomines maintain

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140

continuous, low-intensity transmission in rural settings; as a result, human infection is

hypoendemic in the region, with about 100,000 to 300,000 people chronically

carrying T. cruzi (Aguilar et al., 2007). Sylvatic triatomines are also involved in

localized disease outbreaks related to oral T. cruzi transmission via contaminated

foodstuffs, and account for the relatively high infection prevalence (4–5%) reported

among extractivist forest workers such as piaçava palm fiber collectors (Coura et al.,

2002; Aguilar et al., 2007). The vast majority of these transmission events are

mediated by triatomines of the genus Rhodnius, which are primarily associated with

palm trees (Lent e Wygodzinsky, 1979; Abad-Franch et al., 2010).

Independent genetic markers pointed to the division of T. cruzi into two major groups,

named as T. cruzi I (TcI) and T. cruzi II (TcII) (Anonymous, 1999), corresponding,

respectively, to zymodemes Z1 and Z2, defined in pioneer studies based on the

electrophoretic profiles of isozymes (Miles et al., 1977). A third group, zymodeme Z3,

with scarce isolates from the sylvatic cycle of the Amazon region, could not be

grouped into any of the two major lineages (Miles et al., 1978). Multilocus genotyping

consistently reveals six distinct „discrete typing units‟ (DTUs), which have been

divided into two „major subdivisions‟ termed TcI and TcII; TcII being further split into

five DTUs: TcIIa to TcIIe (Brisse et al., 2000). A recent consensus renamed these

DTUs as TcIV, TcII, TcIII, TcV e TcVI, respectively (Zingales et al., 2009). TcII, TcV

and TcVI predominate in the domestic transmission cycle in the South Cone of South

America, where patients may present severe acute disease with chronic cardiac

and/or digestive involvement (Chapman et al., 1984; del Puerto et al., 2010). In the

Brazilian Amazon, Venezuela, Colombia, Central and North America, TcI is the

predominant genotype and the major cause of both acute and cardiac Chagas‟

disease, but rare cases of "mega" syndromes (Miles et al., 1981a; Añez et al., 2004;

Ruiz-Sánchez et al., 2005; Flórez et al., 2010) while TcIII and TcIV cause sporadic

acute cases of Chagas‟ disease in the Brazilian Amazon basin (Miles et al., 1981b;

Marcili et al, 2009b; Monteiro et al., 2010).

The diverse clinical outcome of human T. cruzi infection has been attributed to the

genetic heterogeneity of parasite populations and to the host‟s genetic background

(Macedo et al., 2004). Miles et al. (1981a) have suggested that the variability of

clinical manifestations of the disease could be in part explained by the parasite‟s

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genetic diversity. Several studies involving T. cruzi infection have confirmed that

genetic diversity is correlated with the intrinsic characteristics of the parasite such as

the behavior in vitro (Laurent et al., 1997; Revollo et al., 1998), in the vector (Lana et

al., 1998), and in the vertebrate host, namely virulence, parasitemia, capacity to

induce host mortality (Toledo et al., 2002, Roellig et al., 2010), pathological

alterations and tropism toward specific organs (de Diego et al., 1998; Toledo et al.,

2002; Toledo et al., 2004). There are no published studies exploring the genetic and

biological framework of stocks of T. cruzi from the Western Brazilian Amazon, where

Chagas disease has a profile of lower morbidity and mortality than in the endemic

classic areas, appearing mainly in the chronic latent form (Coura et al., 1999; Brum-

Soares et al., 2010).

To understand the diverse phenotypic differences among different T. cruzi strains

and the potential connection between that variability and different manifestations of

Chagas disease, it is essential to have a correct reconstruction of the evolutionary

history of T. cruzi. A classification that represents evolutionary relationships is highly

desirable because it may play an important role in strategic decisions about control

and prophylaxis of Chagas disease. T. cruzi undergoes predominant clonal evolution

with only rare events of genetic recombination (Tibayrenc and Ayala, 1988; Gaunt et

al., 2003). This clonal model predicts a parallel evolution between biological

differences and genetic divergence among T. cruzi natural clones. The aim of this

work is to carry out the biological characterization of T. cruzi isolates belonging to TcI

and TcIV DTUs from the State of Amazonas, Western Brazilian Amazon, testing if the

clonal model remains valid in a well-defined area where the Chagas disease

molecular epidemiology is very dissimilar in relation to the endemic classical areas of

transmission.

2. Materials and methods

2.1 Parasites stocks

The use of stocks of T. cruzi obtained from patients has been approved by the Ethics

in Research on Humans Committee of the Tropical Medicine Foundation of the State

of Amazonas (approval number 360/07). Marsupials‟ captures and handling for blood

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142

sample collection were performed according to permits from the Brazilian Institute for

Environment (approval number 1830651/07). Use of mice in this study was approved

by the Ethics in Research on Animal Committee of the State University of Maringá

(approval number 113/09).

All the stocks biologically characterized in this investigation are provenient from

municipalities distantly located in the State of Amazonas (Fig. 1) and were genotyped

previously as TcI or TcIV (Monteiro et al., 2010; Monteiro et al., unpublished data).

Molecular characterization was performed by PCR of the non-transcribed spacer of

the mini-exon (Fernandes et al., 2001) and by sequencing of the mitochondrial

cytochrome c oxidase subunit II (de Freitas et al., 2006) and glucose-phosphate

isomerase (Gaunt et al., 2003; Broutin et al., 2006) genes. According to the

nomenclature recently proposed (Zingales et al., 2009), we included a set of ten

stocks belonging to DTU TcI (zymodeme 1 of Miles et al., 1981b; genetic grou T.

cruzi I of Anonymous, 1999; lineage TcI of Brisse et al., 2000; lineage 2 of Souto et

al., 1996) and a set of fifteen stocks of the DTU TcIV (zymodeme 3 of Miles et al.,

1981b; considered as a hybrid clonal genotype by Souto et al., 1996 and

Anonymous, 1999; lineage TcIIa of Brisse et al., 2000; the third ancestral lineage of

de Freitas et al., 2006). Information on the laboratory code, host, method of isolation,

geographic origin, and DTU of these stocks is given in Table 1.

2.2 Inoculation of mice

For each T. cruzi isolate, a group of 20 male Swiss mice aged 21-28 days and

weighting between 18 g and 20 g was used. All the animals were supplied by the

central bioterium of the State University of Maringá and were kept under suitable

temperature, humidity, and availability of water and food ad libitum. Inoculation was

performed intraperitoneally and the inocula were calculated according to Brener

(1962), ranging from 1,4 x 103 to 1.0 x 104 blood trypomastigotes per animal (Table

1). For experiments with nine isolates (AM28, AM37, AM38, AM41, AM49, AM56,

AM61, AM69, and AM70) presenting subpatent parasitemia in Swiss mice, inoculum

of metacyclic trypomastigotes from late-stationary-phase culture in LIT medium

(Araújo et al., 1999) was employed. The number of parasites was calculated by using

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143

a Neubauer chamber, with the subsequent calculation of the percentage of

trypomastigotes in random counts of 500 forms on a Giemsa-stained slide (Table 1).

2.3 Parasitological parameters

The parasitemia curve was based on the search on trypomastigotes forms in the

bloodstream. Fresh blood examination (FBE) was daily carried out from the 3th day

after inoculation (d.a.i.) until negativation for at least three consecutive days in the

case of patent parasitemia or for a 30-day period in the case of subpatent

parasitemia. Counting of parasites was performed on 5 µL of blood collected from the

animal‟s tail as described by Brener (1962). In addition to determining the percentage

of animals presenting positive FBE (%+FBE), mean pre-patent period (PPP), mean

patent period (PP), mean daily parasitemia (MDP), maximum peak of parasitemia

(Pmax) and day of maximum peak of parasitemia (DPmax) were obtained for each

DTU (Toledo et al., 2002).

2.4 Hemoculture (HC)

On the 55th d.a.i., 0.5 mL of blood was aseptically collected from the retro-orbital

plexus and placed in two tubes containing 3mL of LIT medium each, according to

Filardi and Brener (1987). The cultures were kept at 28oC and monitored with

microscopy for parasite growth at 30, 45, and 60 days after seeding. This technique

allowed the percentage of mice presenting positive hemoculture (%+HC) to be

obtained for each DTU.

2.5 Polymerase Chain Reaction (PCR)

For PCR, blood samples were obtained at the same time that HC was carried out.

Two hundred microliters of blood from each animal was added to double the volume

of 6.0M/0.2M guanidine/EDTA and stored at room temperature (Ávila et al., 1991).

The lysate was boiled for 7min (Britto et al., 1993) and the DNA extraction carried out

in an aliquot of 100 µL using the Wincker et al. (1994) protocol as modified by Gomes

et al. (1998). The DNA solution was then washed with 70% ethanol prior to

precipitation in order to remove potential PCR inhibitors. Finally, the DNA was

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144

resuspended in 10 µL H2O MiliQ. During this stage, one negative and one positive

control were added to each group of 4 samples. PCR amplification was performed in

a total volume of 10 µL, using 121 (5-AAATAATGTACGGG(T/G)GAGATGCATGA-3)

and 122 (5-GGTTCGATTGGGGTTGGTGTAATATA-3) primers to amplify a specific

fragment of 330 base pairs (bp) of kinetoplast DNA (kDNA) of T. cruzi. The reaction

mixture was submitted to 35 amplification cycles with a thermocycler (Techne TC-

512, UK), using 95 °C for 1min for denaturation with a longer initial time of 5min,

65°C for 1min for primer annealing, and 72 °C for 1min for extension with a final

incubation at 72°C for 10min. In this step, as a contamination control, two negative

and two positive controls from the extraction step were added to every 8 samples,

and one negative and one positive control to the PCR. All the stages were carried out

in separate environments with reagents, materials, and equipment exclusive to each

area. The PCR products were visualized in 4.5% polyacrylamide silver-stained gel.

With the PCR results was obtained the parameter percentage of mice with positive

PCR (%+PCR) for each DTU (Miyamoto et al., 2006).

2.6 Infectivity and mortality

The infectivity rate (%INF) was calculated as the percentage of animals presenting

positive FBE within the first two months following inoculation and/or positive HC

and/or PCR on the 55th d.a.i. Cumulative mortality (%MOR) was recorded every day

during the infection course, being calculated as the percentage of deaths observed in

the acute (from inoculation until the 90th d.a.i) and chronic phases (from the 90th until

the 180th d.a.i.). Day of maximum mortality (DMM) was determined by the mean of

the day when occurred the deaths for each DTU.

2.7 Histopathological parameters

Histopathological analysis was carried out only on animals from experiments with the

strains AM28, AM38, AM41, AM49, AM61, AM69, and AM70. For each T. cruzi

strain, all surviving mice were necropsied on the 90th d.a.i. for histopathological

studies. The following organs and tissues were collected: (1) heart, (2) skeletal

muscle, (3) lungs, (4) large intestine, (5) brain, (6) liver and (7) spleen. This material

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145

was routinely processed and embedded in paraffin. Five-micrometer sections of three

blocks containing every organ of each mouse were obtained for further evaluation.

These preparations were stained with hematoxylin-eosin for microscopic

examination. The tissue parasitism (TP) and inflammatory process (IP) displayed by

different organs or tissues were classified as absent (–), mild (+), moderate (++) and

severe (+++). With these results was obtained the frequency of mice with

inflammatory process and tissue parasitism for each DTU.

2.8 Enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA)

An ELISA modified according to Voller et al. (1980) was used. Alkaline antigen of the

T. cruzi Y (TcII) strain obtained in the exponential growth phase in LIT medium, and

peroxidase-labeled anti-mouse immunoglobulin G conjugated (Bethyl Laboratories,

Montgomery, AL, USA) were used. Samples of serum collected in the early chronic

phase (90th d.a.i.) and in the late chronic phase (180th d.a.i.) and diluted to 1:100 in

phosphate-buffered saline, were used. The mean absorbance for 10 negative-control

serum samples plus 2 standard deviations was used as the cut-off to discriminate

positive and negative results.

With the ELISA results was obtained the parameter percentage of mice with positive

ELISA (%+ELISA) for each DTU (Miyamoto et al., 2006). Concordance, sensitivity,

especificity, and predictive values were obtained using %INF as standard.

2.9 Susceptibility to benznidazole

After detection of infection, the animals were divided into two groups: 10 treated (T)

and 10 untreated controls (NT). The first group was treated orally with daily doses of

benznidazole (Lafepe, Brazil) 100 mg/kg of body weight for 20 consecutive days.

Benznidazole was suspended in distilled water using arabic gum and this suspension

was administered by gavage.

Mice that had FBE, HC and PCR negative at the 30th day after treatment were

considered cured. The procedures for conducting these tests are the same as

described in previous items.

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146

The cure rate in animals inoculated with each strain and treated with benznidazole

was obtained by the ratio between the number of animals considered cured and the

total treated animals x 100. To determine the in vivo susceptibility of T. cruzi strains

to the chemotherapeutic agent was adopted criterion similar to Toledo et al. (2003):

isolates with cure rates of 0% to 33% were resistant to the drug, those with cure rates

between 34% and 67% were considered intermediate sensitivity and insulated with

cure rates above 67% were considered sensitive to the drug.

2.10 Statistical analysis

Data were analyzed using SPSS® version 16.0 for Windows (SPSS Inc.® Chicago, IL,

USA). Normal distribution of data was evaluated with the Kolmogorov-Smirnov test.

Chi-square or Fisher‟s test was used to test differences in proportions, and Student t

test was used to test differences in means. A Kaplan-Meier survival analysis was

performed in order to detect differences in the time elapsed from the day of

inoculation to the death episodes and the beginning of the patent period between

mice inoculated with TcI and TcIV DTUs of T. cruzi. Log-rank test was used to test

differences. Statistical significance was considered if p<0.05.

3. Results and discussion

A great standard deviation was observed in biological parameters, mainly in PP,

MDP, Pmax, and DMM showing that stocks of the same genetic group are not

homogeneous in their characteristics (Table 2). This result is in full agreement with

previous data obtained from TcI and TcII lineages (Anonymous, 1999) by several

authors (Dvorak, 1984; Laurent et al., 1997; Revollo et al., 1998; Toledo et al., 2002),

which found that these genetic groups do not behave homogeneously for the

biological parameters under study. We strongly believe that the intra-lineage genetic

variability can help explain this framework. In Colombia, for example, TcI DTU

showed a considerable genetic heterogeneity in the intergenic region of the mini-

exon gene enough to classify these strains within four haplotypes, associated with

different transmission cycles (Falla et al., 2009; Herrera et al., 2007). The

microsatellite analysis of wild populations of TcI from several locations throughout the

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147

Americas confirmed the great genetic diversity of this DTU (Llevellyn et al., 2009). By

the same way, polymorphisms of ssrDNA, randomly amplified polymorphic DNA

(RAPD) patterns, cytochrome b (Marcili et al., 2009b), and glucose-phosphate

isomerase gene sequences (Monteiro et al., unpublished observations) disclosed

small intra-lineage polymorphisms among isolates from Amazonia typed as TcIV.

Significant mean and frequency differences are apparent for biological and virulence

parameters among the two groups of stocks. The statistical comparison evidenced

that 14 out 17 parameters demonstrated significant differences between the DTUs

(Tables 2 and 3). DTU TcIV showed higher values of PP, MDP, Pmax, %MOR in the

acute phase, %INF, %+FBE, %+ELISA in the acute phase, and %+ELISA in the

chronic phase than DTU TcI. On the other hand DTU TcI showed higher values of

PPP, DPmax, %MOR in the chronic phase, DMM, frequency of mice with

inflammatory process in any organ and frequency of mice with tissue parasitism in

any organ than DTU TcIV (Table 3). The notable exception comes from parameters

obtained through parasitological amplification methods of diagnosis (%+HC and

%+PCR), and susceptibility to benznidazole, for which no result is statistically

significant.

Clonal theory assumes that an evolutionary divergence accumulated between

different lineages possibly involves genes that govern important properties related to

the parasite virulence, pathogenicity, and clinical presentation of Chagas disease

(Tibayrenc et al., 1986; Tibayrenc and Ayala, 1988). Several studies support this

hypothesis and demonstrate a strong association between genetic distance and the

biological and medical properties of the parasite. This was demonstrated in studying

the properties of T. cruzi in cell and acellular cultures (Dvorak et al. 1980, Sanchez et

al. 1990, Laurent et al., 1997; Revollo et al., 1998), virulence and pathogenicity in

mice (Andrade, 1985, Sanchez et al., 1990; Carneiro et al., 1991; Andrade e

Magalhães, 1997; Laurent et al., 1997; Lana et al., 2000; Toledo et al., 2002),

development in vectors (Garcia and Dvorak 1982; Garcia and Azambuja, 1991; Lana

et al., 1998) and response to specific chemotherapy (Andrade et al., 1985; Revollo et

al., 1998; Toledo et al., 2003; Toledo et al., 2004).

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Although the above-mentioned studies have brought significant contributions, none of

them relied on a population genetic framework representative of the emergent

Chagas disease areas, represented in Brazil by the Amazon region, which accounts

the vast majority of notified acute cases in this country (Brazilian Ministry of Health,

2011). Furthermore, to our knowledge, this is the first investigation focusing on

biological and medical properties of TcIV strains from Amazon Region. The present

work aimed to fill up this gap. The position of zimodeme 3 (TcIII and TcIV DTUs) in

relation to the other DTUs of T. cruzi has been debated. According to some authors,

zimodeme 3 would be closer to TcI (Miles et al., 1981b; Fernandes et al., 1998;

Kawashita et al., 2001), whereas others consider this group distributed into two T.

cruzi II sub-groups (Brisse et al., 2000). The last classification is the basis for the

recent nomenclature, and TcIV constitutes a separate DTU (Zingales et al., 2009).

Knowledge of the epidemiology, transmission cycles, and clinical forms related to this

DTU are scarce. There are reports that TcIV is common in wild monkeys, Rhodnius

robustus and R. brethesi in Brazilian Amazonia, circulating in an arboreal

transmission cycle distinct from the terrestrial cycle usually attributed to TcIII (Marcili

et al., 2009b; Monteiro et al., unpublished data). Human acute Chagas disease

caused by this DTU has been described (Marcili et al., 2009b) and recently, our

group reported that the majority of the acute cases in the Western Brazilian Amazon,

including outbreaks by oral transmission, were triggered by TcIV (Monteiro et al.,

unpublished data).

Differential infectivity of T. cruzi strains for mammals and cultured cells derived from

them has been largely noted. In this work it is possible to distinguish dissimilar

behaviors for important variables of virulence. TcIV showed clearly higher virulence in

comparison with DTU TcI, as demonstrated by the higher values of parasitemia

parameters (MDP, Pmax, %+FBE), higher PP, and shortest PPP (Tables 1 and 2).

TcI stocks promoted predominatly subpatent and intermittent parasitemias, in agree

with the results obtained from previous experimental studies using TcI from the

Amazon region (Lisboa et al., 2007). Furthermore, TcIV parasites were more infective

for mice and promoted higher %MOR in the acute phase, while TcI led to higher

%MOR in the chronic phase. However, taking to account the %MOR parameter, we

suggest that both DTUs had low virulence, since a previous report demonstrated that

T. cruzi stocks (both TcI and TcII) isolated from patients in the acute phase killed

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149

100% of the animals (Oliveira et al., 1997). Fig. 3 evidences that there was difference

in the time elapsed from the day of inoculation until the beginning of the patent period

and for the death episodes, confirming the results obtained by T-Student test and

reinforcing the contrasting biological behavior between the DTUs. This study showed

that TcIV promoted higher mortality in parallel with the patent period, but the effect of

parasite burden on the mortality rate of mice remains to be better investigated.

Nevertheless, our results demonstrated that mortality reflects the heterogeneity of T.

cruzi DTUs.

There is no information in the literature on virulence of TcIV, but if we consider this

DTU more closely related to T. cruzi II than T. cruzi I (Anonymous, 1999; Brisse et

al., 2000), our data are in agree with previous reports. T. cruzi II strains infected

human and monkey cells fourfold better than T. cruzi I strains, correlating differences

in cultured cells infectivity with the profile of parasite surface glycoproteins and their

differential capacity to trigger intracellular signaling events involved in the invasion

process (Ruiz et al., 1998; Neira et al., 2002). Mouse infection assays were on the

same line: while TcII and TcVI metacyclic trypomastigotes (Y and CL strains) were

highly infective, the same inoculum with TcI (G strain) metacyclic trypomastigotes did

not render patent parasitemias (Yoshida, 1983). Biological analysis revealed that,

compared with TcI, TcII strains display higher infective and multiplicative ability as

well as lower doubling time inside macrophages (Pena et al., 2011).

It has to be mentioned that some discrepant results were reported as well. Revollo et

al. (1998), for instance, showed that TcI parasites displayed a higher infection rate to

Vero cell monolayers than TcII stocks. Previous experimental studies in mice using

several strains from Brazil have shown that isolates from marsupials (host associated

with TcI) were generally more infectious and that parasitic load was greater than the

determined by isolates from vectors and other species of mammals (Bértoli et al.,

2006; Lisboa et al., 2007). Some works demonstrated that strains belonging to the

TcI have a greater ability to infect and complete its life cycle in the insect vector

(Garcia and Dvorak, 1982; Garcia and Azambuja; 1991; Lana et al., 1998), a greater

capacity to differentiate into blood trypomastigotes and a higher capacity for

intracellular multiplication in the vertebrate host populations, leading to higher

parasitemias in comparison to TcII (Andrade and Magalhães, 1997; Sánchez et al.,

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1990; González et al., 1995; Toledo et al., 2002; Miyamoto et al., 2006; Lisboa et al.,

2007). This discrepancy to the general consensus might be attributed to different

selected strains, variation in the assay conditions, high intra-group biological

diversity, and immune response of the respective infected host, that play an

important role in the course of this infection (Revollo et al., 1998; Dost et al., 2002;

Toledo et al., 2002).

In a study conducted with TcI and TcIV isolates from United States, the two T. cruzi

DTUs caused differential infection dynamics in mice and rats as determined by PCR

detection of T. cruzi DNA in the blood and tissues (Roellig et al., 2010). These

authors found that sylvatic TcI isolates from the United States had greater infectivity

to laboratory rodents than TcIV isolates, contradicting our results with isolates from

Brazilian Amazon. Despite being indistinguishable by traditional genotyping and

generally being assigned to Z3, there are evidences that TcIV from South America

and TcIV from North America correspond to independent lineages using cytochrome

b and SSU rDNA sequences, which circulate in distinct hosts and ecological niches

(Marcili et al., 2009a). More comprehensive studies involving additional stocks from

different geographic origins are required in order to verify if regional characteristics

and intra-lineage genetic variability explain these discrepancies.

The histopathological results revealed in general the presence of few amastigotes

nests and mild inflammatory lesions. TcI triggered inflammatory process in skeletal

muscle, heart and brain, while TcIV promoted mild inflammatory process uniquely in

skeletal muscle. Parasitism was observed only in 4 mice examined, all infected by

two TcI strains (AM49 and AM61), that presented well-limited pseudocysts

surrounded by mild inflammatory reaction. Moreover, severe inflammatory process

occurred only in skeletal muscle of mice infected by TcI (Table 4). Histopathological

alterations were not observed in large intestine, liver and, spleen of infected mice.

Thus, although the lower values of parasitemia, TcI determined relatively most

severe inflammatory process and higher frequency of tissue parasitism in mice than

TcIV (Table 3).

In the Brazilian Amazon TcI is the predominant DTU and the major cause of cardiac

Chagas disease (Miles et al., 1981a; Aguilar et al., 2007), confirming the tropism of

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151

some clones of this region to heart muscle. Preliminary biological observations from

experimental infections by TcI showed a peculiar behavior, leading to its

classification in the biodeme III. This biodeme consists of strains with a

predominance of broad forms with slow multiplication, determining late peaks of

parasitemia between 20 and 30 days after infection, and intense myocardial and

skeletal muscle injury (Andrade, 1985; Andrade e Magalhães, 1997), in complete

accordance with our results. Chronic cardiac cases of Chagas disease in the

Western Brazilian Amazon confirms that parasites circulating in this area cause

miocardiopathy, clinically diagnosed as cardiac insufficiency, arhythmogenic

syndrome or thrombo-embolism (Albajar et al., 2003; Ferreira et al., 2009; Ferreira et

al., 2010; Xavier et al., 2006).

The present study with stocks from the State of Amazonas has shown several stocks

of TcI with subpatent parasitemia, very long pre-patent period, short patent period,

and low frequency and intensity of histopathological lesions. Although TcIV stocks

have been demonstrated higher virulence than TcI, its pathogenicity was also

incipient. These data taken together emphasize that the biological and medical

properties of the stocks from this area are crucial to be considered in researches

about the clinical end epidemiological picture of Chagas disease in the Amazon

context. These profiles agree with the hypothesis of authors who suggested that the

framework of chronic latent infection and a relative low performance of diagnostic

tests in the State of Amazonas are due to the lower parasitemia, virulence, and

pathogenicity of the wild parasites in this area (Coura et al., 1999; Brum-Soares et

al., 2010).

From a therapeutic and prognostic standpoint, one critical aspect would be to find a

linkage between the DTU of the infecting strain and the clinical outcome of Chagas

disease. For this purpose, the putative role of various immune cell populations and

their products during T. cruzi infection has been barely evaluated in relation to the

differential behavior of the T. cruzi DTUs in the vertebrate host. For example, there

was an increase in the frequency of the population of Foxp3+ CD25HighCD4+ cells

that was also IL-10+ in the group with latent chronic Chagas disease in relation to the

cardiac group (reviewed by de Araújo et al., 2011), suggesting this profile as the

predominant in the host infected by T. cruzi strains circulating in the Western

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152

Brazilian Amazon. The physiopathology of Chagas disease has been poorly defined

for non-virulent or attenuated strains biasing researches on the parasite diversity.

Studies with Sylvio X10/4 parasites showed that this clone induces no acute phase

but in C3H/He mice leads to chronic myocarditis resembling the human disease

(Marinho et al., 2009). Leguizamón et al. (1994) reported that administration of 50

bloodstream RA parasites (TcII) are often lethal to mice, whereas inoculation with 5 x

104 bloodstream K98 parasites (TcI) leads to the establishment of a chronic model for

the disease.

Absence of histopathological alterations in large intestine suggests that parasites

studied did not presented capacity to cause the digestive Chagas disease, in agree

with no records of „mega‟ syndromes in Amazonian countries and Central and North

America (Miles et al., 1981a). Furthermore, pathogenicity triggered by TcIV should be

interpreted with caution, since there were documented cases of chronic Chagas

heart disease caused by TcI/TcIV mixed infections in Colombia (Ramirez et al.,

2010), and two cases of chronic disease with cardiac/digestive involvement

associated with Z3 parasite that clustered with CANIII (prototype of the TcIV DTU) at

the isoenzymic analysis in Ecuador (Garzón et al., 2002). More extensive studies,

specialy using prospective methodologies, are needed to clarify the straightforward

potential of TcI and TcIV DTUs to develop chronic Chagas disease.

Frequency of susceptibility to benznidazole was not significative between TcI (75.0%)

and TcIV (63.0%) (Table 3). However, the character resistance to the drug was

verified only amongst TcIV strains (AM14, AM18, and AM57). In vitro (Barnabé et al.,

1983; Revollo et al., 1998) and in vivo (Andrade et al., 1985; Toledo et al., 2003;

2004) previous studies found that clones belonging to the lineage TcI are more

resistant to benznidazole and nifurtimox than that belonging to the lineage TcII.

Actually, as observed in central Brazil, patients infected with TcI strains showed

higher resistance to chemotherapy with benznidazole compared with those infected

with TcII (Andrade et al., 1992). Murta et al. (1998) reported higher efficiency of

chemotherapy with benznidazole and nifurtimox in human disease in areas with high

prevalence of TcV, which features hybrid profile. Preliminary data about the response

to specific chemotherapy in patients from outbreaks related to oral transmission in

areas of predominance of TcI in the Amazon Region have been shown high

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parasitological cure rates and decrease of antibody titres (Pinto et al., 2009; Valente

et al., 2009), reinforcing that TcI isolates from Brazilian Amazon poses a a dissimilar

behavior when compared to other areas. Natural resistance in TcIV strains deserves

attention because this DTU are involved with outbreaks of acute Chagas disease in

the Western Brazilian Amazonia according to our unpublished informations.

The shortest PP and lowest %INF during the infection suggest the higher

susceptibility to host‟s immune response for TcI. However, %ELISA was significantly

lower in mice infected by this DTU in both acute and chronic phases (Table 3). This

finding suggests then that specific humoral response plays an important protective

role early in the TcI infection, sufficient to control bloodstream parasitemia but not the

tissue parasitism and inflammatory lesions, most possibly due to differential tissue

tropism and mechanisms of immune evasion by some clones (Andrade et al., 2010).

In the course of infection by TcI antibody levels will go away down, which does not

occur in the infection by TcIV that remains stimulating humoral response due to the

persistent blood parasitemia. We noted also that serological parameters of

concordance, sensitivity, specificity, and predictive values calculated using %INF as

standard, presented satisfactory values (Table 5). These results evidence the

importance of the search by specific anti-T. cruzi antibodies as markers of infection

by Amazonian strains, irrespective the DTUs.

The seminal biological studies have demonstrated the huge heterogeneity of T. cruzi

parasites, but were probably hampered by the fact that recent and unexpanded

isolates from wild environment were not frequently used. Our work contributes to

diminish this biased sampling and includes non- or low-passaged parasite natural

stocks. Results strongly support the working hypothesis that biological differences

are proportional to the evolutionary divergence among the DTUs, and highlight the

need to take into account the phylogenetic diversity of T. cruzi natural stocks

circulating in the emergent areas for Chagas disease in all applied studies dealing

with clinical diversity of Chagas disease, immunology, diagnosis, prognosis, and drug

and vaccine trials. This shows that evolutionary divergence and biological differences

do not evolve independently, and can be statistically predicted from each other to a

large extent. The potential of the two lineages in terms of severity and clinical

manifestations remains to be determined in humans.

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154

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166

Table 1

Characteristics of Trypanosoma cruzi stocks from the State of Amazonas, Brazil.

International

nomenclature (a)

Laboratory

code

Municipality of origin Method of

isolation

Host Inoculum DTU

MDID/BR/2007/AM28 AM28 Manaus Hemoculture Didelphis marsupialis 1,0 x 106 (d) TcI

MDID/BR/2007/AM30 AM30 Manaus Xenodiagnosis Didelphis marsupialis 1,0 x 104 (c) TcI

MDID/BR/2007/AM32 AM32 Manaus Hemoculture Didelphis marsupialis 2,8 x 103 (c) TcI

TROB/BR/2007/AM37 AM37 Coari Xenoculture Rhodnius robustus 2,0 x 106 (d) TcI

MPHI/BR/2007/AM38 AM38 Coari Hemoculture Philander opossum 1,0 x 106 (d) TcI

MDID/BR/2007/AM39 AM39 Manaus Hemoculture Didelphis marsupialis 2,8 x 103 (c) TcI

TROB/BR/2007/AM41 AM41 Maraã Xenoculture Rhodnius robustus 1,0 x 106 (d) TcI

MHOM/BR/2008/AM49 AM49 Coari CSF (b) culture Human – acute phase 1,0 x 106 (d) TcI

TROB/BR/2009/AM56 AM56 Apuí Inoculation in mice Rhodnius robustus 2,0 x 106 (d) TcI

TPIS/BR/2009/AM61 AM61 Apuí Inoculation in mice Rhodnius pictipes 1,0 x 106 (d) TcI

MHOM/BR/2007/AM04 AM04 Coari Hemoculture Human – acute phase 1,4 x 103 (c) TcIV

MHOM/BR/2007/AM05 AM05 Coari Hemoculture Human – acute phase 1,0 x 104 (c) TcIV

MHOM/BR/2007/AM08 AM08 Coari Hemoculture Human – acute phase 2,8 x 103 (c) TcIV

MHOM/BR/2007/AM13 AM13 Coari Hemoculture Human – acute phase 2,8 x 103 (c) TcIV

MHOM/BR/2007/AM14 AM14 Coari Hemoculture Human – acute phase 1,0 x 104 (c) TcIV

MHOM/BR/2007/AM15 AM15 Coari Hemoculture Human – acute phase 1,0 x 104 (c) TcIV

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167

MHOM/BR/2007/AM18 AM18 Coari Hemoculture Human – acute phase 1,0 x 104 (c) TcIV

TROB/BR/2009/AM57 AM57 Apuí Inoculation in mice Rhodnius robustus 1,0 x 104 (c) TcIV

MHOM/BR/2009/AM62 AM62 Santa Isabel do Rio Negro Hemoculture Human – acute phase 1,0 x 104 (c) TcIV

MHOM/BR/2009/AM64 AM64 Santa Isabel do Rio Negro Hemoculture Human – acute phase 5,0 x 103 (c) TcIV

MHOM/BR/2009/AM67 AM67 Santa Isabel do Rio Negro Hemoculture Human – acute phase 1,0 x 104 (c) TcIV

MHOM/BR/2009/AM68 AM68 Santa Isabel do Rio Negro Hemoculture Human – acute phase 1,0 x 104 (c) TcIV

MHOM/BR/2009/AM69 AM69 Santa Isabel do Rio Negro Hemoculture Human – acute phase 1,0 x 104 (c) TcIV

MHOM/BR/2009/AM69 AM69 Santa Isabel do Rio Negro Hemoculture Human – acute phase 1,0 x 106 (d) TcIV

MHOM/BR/2009/AM70 AM70 Coari Hemoculture Human – acute phase 1,0 x 106 (d) TcIV

a Based on Anonymous (1999); b Cerebrospinal fluid; c Number of blood trypomastigotes/animal; d Number of metacyclic trypomastigotes in LIT/

animal.

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168

STATE OF AMAZONAS

BRAZILSanta Isabel do Rio Negro

Apuí

Maraã

Coari

TcI

TcIV

Manaus

Fig. 1. Geographic location of the municipalities of origin of the strains belonging to

TcI and TcIV DTUs of Trypanosoma cruzi from the State of Amazonas, Brazil.

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169

Table 2

Mean values and standard deviations of biological parameters obtained in Swiss mice for

Trypanosoma cruzi I and IV from the State of Amazonas.

Parameter

DTU

p (b) TcI TcIV

Mean pre-patent period (in days) 12.9 ± 0.7 5.8 ± 2.5 0.000

Mean patent period (in days) 0.4 ± 0.9 3.4 ± 3.1 0.000

Mean daily parasitemia (a) 10.3 ± 33.3 1484.3 ± 2543.8 0.009

Peak of maximum parasitemia (a) 254.5 ± 509 7923.3 ± 11993.5 0.015

Day of maximum parasitemia 15 ± 0.8 7.8 ± 1.2 0.000

Day of maximum mortality 134 ± 47.3 28.9 ± 29.2 0.018

Number of significative differences 6/6

a Number of trypomastigotes/0,1 mL of blood.

b p < 0.05: significative difference.

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170

Table 3

Virulence parameters obtained in Swiss mice for Trypanosoma cruzi I and IV from the State

of Amazonas.

Parameter

DTU

p (f) TcI TcIV

Mortality rate in the acute phase (%) (a) 2.4 12.3 0.047

Mortality rate in the chronic phase (%) (b) 9.8 1.2 0.014

Infectivity rate (%) (c) 56.1 75.4 0.014

Mice with positive fresh blood examination (%) 17.1 71.3 0.000

Mice with positive hemoculture (%) 57.1 46.2 N.S.

Mice with positive PCR (%) 54.5 49.4 N.S.

Mice with inflammatory process in any organ (%) 81.3 28.6 0.005

Mice with parasitism in any organ (%) 12.5 0.0 0.027

Susceptibility to benznidazole (%) 75.0 63.0 N.S.

%+ELISA in the acute phase (d) 53.8 82.8 0.022

%+ELISA in the chronic phase (e) 20.0 87.5 0.003

Number of significative differences 8/11

a Cumulative mortality from inoculation until the 90th day after inoculation (d.a.i); b Cumulative

mortality from the 90th until the 180th d.a.i.; c Percentage of animals presenting positive fresh

blood examination within the first two months following inoculation and/or positive

hemoculture and/or PCR on the 55th day; d Percentage of animals presenting positive ELISA

in the 90th day after treatment; e Percentage of animals presenting positive ELISA in the 180th

day after treatment.

f p < 0.05: significative difference; N.S.: not significant.

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171

Fig. 2. Parasitemia curves obtained in Swiss mice for Trypanosoma cruzi I and IV from the State

of Amazonas.

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172

Log-rank test

p˂0.001

TcIV

TcI

A)

Log-rank test

p=0.001

TcI

TcIV

B)

Fig. 3. Kaplan-Meier survival analysis showing the time (in days) elapsed from the day of

inoculation to the beginning of the patent period (A) and the death episodes (B), obtained

from mice inoculated with Trypanosoma cruzi I and IV from the State of Amazonas.

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173

Table 4

Number of mice infected with Trypanosoma cruzi of the DTUs TcI and

TcIV presenting tissue parasitism and inflammatory process in any

organ.

Parameter Intensity DTU

TcI (n = 32) TcIV (n = 7)

Tissue parasitism + 4 0

- 28 7

Inflammatory process +++ 7 0

++ 12 0

+ 7 2

- 6 5

- (absent); + (mild); ++ (moderate); +++ (severe).

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174

Table 5

Serological parameters obtained in Swiss mice from enzyme-linked immunosorbent assay

(ELISA) for Trypanosoma cruzi I and IV from the State of Amazonas.

Parameter (a) 90th day post treatment 180th day post treatment

nTcI x nTcIV P nTcI x nTcIV p

Concordance (%) 92.3 x 87.5 1.000 100.0 x 91.7 1.000

Sensitivity (%) 87.5 x 82.8 0.518 100.0 x 100.0 1.000

Specificity (%) 100.0 x 63.6 0.245 100.0 x 60.0 0.251

Positive predictive value (%) 100.0 x 92.5 1.000 100.0 x 90.5 1.000

Negative predictive value (%) 83.3 x 63.6 0.600 100.0 x 100.0 1.000

a Obtained using infectivity rate (%INF) as standard.

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5 DISCUSSÃO

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176

5.1 Contribuição para a epidemiologia molecular da doença de Chagas no

Estado do Amazonas

Marcadores genéticos independentes apontam para a divisão de T. cruzi em dois

grupos principais, denominados T. cruzi I e T. cruzi II18, correspondendo,

respectivamente, aos zimodemas Z1 e Z2, definidos em estudos pioneiros baseados

no perfil eletroforético de isoenzimas176. Um terceiro grupo, o zimodema Z3, com

escassos isolados a partir do ciclo silvestre na Região Amazônica, não pôde ser

agrupado em nenhuma das linhagens principais175. A genotipagem multilócus revela

consistentemente seis „unidades de tipagem distintas‟ (DTU), que foram agrupadas

em dois grupos genéticos principais denominados TcI e TcII; TcII apresenta cinco

DTU: TcIIa a TcIIe45. Um consenso recente renomeou estas DTU como TcIV, TcII,

TcIII, TcV e TcVI, respectivamente290. TcII, TcV e TcVI predominam no ciclo de

transmissão doméstico no Cone Sul da América do Sul, onde os pacientes podem

apresentar doença aguda grave com evolução para as formas cardíaca e/ou

digestiva66,85. Na Amazônia Brasileira, Venezuela, Colômbia, América Central e

América do Norte, TcI é a DTU predominante e o principal agente da forma aguda e

cardíaca da doença de Chagas, com raros casos de megassíndromes17,118,172,225,

enquanto TcIII e TcIV provocam casos agudos esporádicos de doença de Chagas

na Amazônia Brasileira173,164,183.

T. cruzi é um táxon complexo com muitos vetores e reservatórios mamíferos,

além de rotas alternativas de infecção. Na Região Amazônica brasileira, onde ainda

não foi relatada a domiciliação de triatomíneos, os casos humanos de doença de

Chagas tem aumentado em paralelo com a migração descontrolada e com o

desmatamento76. Neste trabalho, foi demonstrado que a maioria dos casos humanos

agudos foi proveniente de surtos, como observado anteriormente em outras áreas da

região. Os surtos recentes de doença de Chagas atribuídos à transmissão oral em

áreas não endêmicas da Amazônia indicam que um novo perfil epidemiológico é

emergente no Brasil. Entre os casos estudados por Pinto et al.211, provenientes dos

Estados do Pará, Amapá e Maranhão, 78,5% faziam parte de surtos e 21,5% eram

casos isolados. O expressivo consumo de produtos do agro-extrativismo produzidos

de forma artesanal para a própria subsistência está provavelmente envolvido nos

surtos familiares de doença de Chagas aguda na Amazônia4.

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177

Na Amazônia Brasileira, o primeiro surto registrado, que acometeu quatro

indivíduos da mesma família, foi registrado em Belém, no Estado do Pará, em

1969232. Passados 20 anos, em novo surto familiar de doença aguda na Amazônia,

Rodrigues e cols relataram aquele que pode ser considerado o segundo registro de

surto familiar de doença de Chagas aguda na região Amazônica218. A doença foi

descrita em oito pessoas pertencentes a duas famílias originárias de Macapá, no

Amapá. Casos esporádicos ocorridos nesta região, até a década de 1990,

freqüentemente são descritos como doença febril aguda, geralmente em crianças e

quase sempre relacionados à presença de vetores peridomiciliares26,182,235,242. A

partir de meados da década de 1990 o aspecto peculiar de ocorrência simultânea

em três a cinco pessoas, de convivência muito próxima, passou a ser mais

evidente30,182,191,209,210,211,270.

Apesar do amplo reconhecimento de que os surtos de transmissão oral, de

surgimento imprevisível, representem atualmente o perfil de transmissão dominante

na epidemiologia da doença de Chagas, especialmente na Amazônia Brasileira e

nos países do noroeste da América do Sul, pouca atenção tem sido dada à

caracterização genética dos isolados de T. cruzi provenientes dos pacientes

envolvidos. No maior surto de doença de Chagas aguda já registrado, ocorrido na

área urbana de Caracas, na Venezuela, foram acometidos 103 indivíduos. A análise

genética dos genes do miniéxon e do rRNA 24Sα de três isolados do parasito

obtidos de pacientes e de um isolado obtido de um triatomínio capturado no local da

preparação do suco de goiaba incriminado na transmissão, mostrou homogeneidade

genética, com todos os isolados pertencendo ao genótipo TcI, o que é consistente

com uma fonte única de infecção86. No surto de transmissão oral ocorrido em

Mazagão, no Estado do Amapá, no qual 17 indivíduos apresentaram a doença

aguda, a análise do gene do miniéxon para oito isolados humanos revelou que seis

pertenciam ao zimodema Z3 e dois à linhagem TcI, demonstrando a circulação de

pelo menos dois genótipos na localidade270. Contudo, o método de tipagem utilizado

pelos autores não permite a distinção de Z3 em TcIII ou TcIV. No surto registrado no

Estado de Santa Catarina, que totalizou 24 casos agudos, cuja fonte de transmissão

foi o caldo de cana, a caracterização isoenzimática e a análise do rRNA 24Sα

demonstrou que a infecção humana foi causada pela DTU TcII245.

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178

Neste trabalho, o polimorfismo do gene do 24Sα rRNA e o sequenciamento do

gene da GPI mostraram a presença das DTU TcI e TcIV no ciclos silvestres da

Amazônia Ocidental brasileira. Demonstrou-se também que estas DTU circulam nas

mesmas áreas e que ambas são capazes de infectar humanos, resultando em

doença aguda. Contudo, foi observado um predomínio inesperado de TcIV entre os

casos humanos. Esta DTU ocorreu em casos isolados e nos surtos registrados em

Coari e em Santa Isabel do Rio Negro, sugerindo sua associação com diferentes

perfis de transmissão. Estudos anteriores demonstraram que os surtos, que

contribuem com a maioria dos casos de doença de Chagas aguda na Região

Amazônica, são dependentes da DTU TcI4,270, mas em nosso trabalho todos os

isolados provenientes de surtos ocorridos em dois municípios distantemente

localizados foram tipados como TcIV, demonstrando a ampla distribuição e o perfil

emergente desta DTU na região do estudo.

Um achado interessante na análise por RFLP do gene da COII foi que todas as

amostras de T. cruzi classificadas como TcIV com base em marcadores genéticos

nucleares apresentaram produtos do gene mitocondrial compatíveis com a terceira

linhagem ancestral principal proposta por Freitas et al.121. Em concordância, as

sequências do gene da COII foram pouco polimórficas e se agruparam todas em

conjunto com as cepas padrão representantes das DTU TcIII, TcIV, TcV e TcVI.

Estes resultados são importantes e confirmam que TcIII e TcIV não são facilmente

distinguidas com o uso de genes mitocondriais, como verificado anteriormente158. A

posição filogenética destas duas DTU, definidas como Z3 na classificação original de

Miles175, ainda permanece em franco debate121,158. Com base em padrões de

diversidade de nucleotídeos em mosaico de nove genes nucleares, Westenberger et

al.277 propuseram que TcIII e TcIV são os produtos de uma hibridização entre as

DTU TcI e TcII. Outros autores argumentam que TcIII e TcIV representam um único

grupo ancestral, já que compartilham um genoma mitocondrial característico121 e

variação do tamanho de cromossomos diferente de TcI e TcII206. Ao contrário destes

pesquisadores que classificaram a terceira linhagem ancestral como TcIII121, nosso

trabalho inclui TcIV neste grupo de cepas com base na análise do gene da COII.

Contudo, este estudo concorda que os genes nucleares apóiam com consistência

que TcIII e TcIV constituem clades geneticamente separadas49,158,223,277. A análise

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179

por citometria de fluxo utilizando um painel de cepas representativas revela que os

genomas de TcIII e TcIV são divergentes no seu tamanho absoluto149.

A dinâmica de transmissão das populações de T. cruzi que circulam na Região

Amazônica é muito distinta das áreas endêmicas da América do Sul. Estudos

anteriores mostraram que a maioria dos isolados de humanos, reservatórios e

vetores da Amazônia pertence à DTU TcI, com raros isolados de TcIII e

TcIV17,118,172,225. Não há relatos de TcII, TcV e TcVI nesta região, que são as

predominantes em humanos e vetores domiciliados e peridomésticos no Cone Sul

do Continente, onde TcI ocorre no ciclo silvestre e é somente esporadicamente

encontrado em humanos76,106,173,175,252,270,287. Na Amazônia Ocidental Brasileira

existem poucos estudos a respeito da variabilidade genética do T. cruzi,

especialmente com isolados de humanos. Estes trabalhos demonstraram que a DTU

responsável pelos surtos é TcI, previamente associada com a doença de Chagas

nesta região, correspondendo ao cenário que ocorre nas habitações humanas

contruídas na proximidade da floresta primária270. Fernandes et al.106 e Marcili et

al.163,164 caracterizaram somente quarto estoques de humanos nesta area: em

Barcelos, os autores tiparam dois isolados como TcI e um como TcIV, e no município

de Carauari, verificaram o único estoque de TcIII num paciente desta região. Este

trabalho é o primeiro que foca exclusivamente a epidemiologia molecular da doença

de Chagas nesta area, demonstrando o predomínio de TcIV entre os casos agudos

apesar da confirmação também no Estado do Amazonas da associação bem

estabelecida entre TcI, Rhodnius e marsupiais287.

Existem poucos relatos a respeito dos padrões ecogeográficos e epidemiológicos

da DTU TcIV, prejudicando alguma inferência sobre o modo pelo qual os dois surtos

supramencionados foram desencadeados. Os hospedeiros silvestres desta linhagem

não são conclusivamente conhecidos na Região Amazônica. Apesar dos registros

prévios em Monodelphis, Dasypus, primatas (Aotus sp., Cebus albifrons, Saguinus

fuscicollis, S. labiatus, S. ustus) e Panstrongylus a partir de análises

moleculares161,163,164,287, e mesmo que os isolados humanos tenham sido todos

identificados por robustos marcadores moleculares, somente sete isolados humanos

(incluindo CANIII e JJ) foram confirmados como TcIV antes deste trabalho164. Além

disso, os vetores desta DTU também têm sido pouco caracterizados, exceto R.

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180

brethesi, que é restrito ao norte da Amazônia106,163,164,171,206, e R. robustus, uma

espécie amplamente distribuída164.

Esta investigação corrobora que R. robustus (mas não R. pictipes) pode ser

encontrado naturalmente infectado por TcIV e circula num ciclo de transmissão

arbóreo em simpatria com TcI, ao contrário dos ecótopos terrestres usualmente

atribuídos a TcIII164. TcIV não foi encontrada em didelfídeos neste estudo,

concordando com outros autores163,164. Existem evidências que TcIV da América do

Sul e TcIV da América do Norte correspondem a linhagens genéticas independentes

que circulam em hospedeiros e nichos ecológicos distintos. Nos Estados Unidos,

esta DTU é comumente registrada em nichos terrestres e nos ambientes domiciliares

e peridomiciliares, em guaxinins e cães29,219. Observou-se neste trabalho esta DTU

em distintas áreas do Estado do Amazonas, estendendo a amplitude conhecida de

sua distribuição na vasta bacia amazônica. Os dados limitados sobre as DTU de T.

cruzi em triatomíneos e reservatórios silvestres na Amazônia são insuficientes para

descartar outros vetores e mamíferos arbóreos e mesmo terrestres, do ciclo de

transmissão de TcIV.

Especula-se que a baixa parasitemia e morbidade da doença de Chagas crônica

no Estado do Amazonas, apesar da elevada soroprevalência em algumas

regiões50,76, contrastando com as manifestações clínicas exuberantes na fase aguda

da doença169,209,210,211,270, deve-se ao tipo de parasito circulante nesta área. O

conhecimento sobre as propriedades biológicas da DTU TcIV, que possivelmente

desempenham importante papel na patogênese da doença de Chagas e na resposta

terapêutica à quimioterapia específica na Região Amazônica, representa um desafio

para futuras investigações.

Nossos resultados preliminares indicam que os isolados amazônicos de T. cruzi

promovem escassa parasitemia e baixa virulência e patogenicidade em

camundongos184,215. Pelo menos no Brasil, TcII e raramente TcI, parecem ser

exclusivamente responsáveis pelas lesões teciduais na forma crônica da doença de

Chagas66,152,172,254. Contudo, a doença de Chagas crônica (forma mista cardíaco-

digestiva) já foi relatada para isolados de Z3 que agruparam com CANIII (cepa TcIV

de referência) na análise isoenzimática125, o que ressalta a necessidade da

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181

caracterização do perfil clínico e epidemiológico associado com as diferentes DTU.

Estudos prospectivos envolvendo os casos humanos agudos causados por TcIV

com a finalidade de esclarecer o potencial deste genótipo de provocar

manifestações crônicas e para a avaliação da eficácia terapêutica são urgentes.

Registrou-se a ocorrência de TcI nos marsupiais sinantrópicos Didelphis

marsupialis e Philander opossum e nos triatomíneos R. pictipes e R. robustus,

confirmando a forte associação destes reservatórios com os ciclos de transmissão

de TcI na Região Amazônica163,164,287. Esta DTU, que se distribui amplamente por

toda a América do Sul até os sul dos Estados Unidos, predominam ao norte da Bacia

Amazônica onde triatomínios silvestres ou domiciliados asseguram a transmissão da

doença de Chagas na Amazônia Brasileira, Venezuela, Colômbia, América Central e

México, causando as formas aguda e cardíaca nestas áreas17,172,225. Observou-se

ainda neste estudo que TcI não ocorreu nos surtos, mas apenas entre os casos

isolados. Possivelmente, espécies de Rhodnius infectados por TcI, que

frequentemente realizam vôos dispersivos no intradomicílio em busca de fontes

alimentares76,252, representam a principal fonte para os casos isolados de doença de

Chagas.

O isolamento de estoques de T. cruzi com sequencias genéticas idênticas em

vastas distâncias geográficas é uma forte evidência para a propagação clonal, uma

hipótese proposta para o T. cruzi259. Isto sugere, por outro lado, uma fonte única de

infecção no surto ocorrido no município de Coari. Contudo, no surto de Santa Isabel

do Rio Negro, foram detectados três haplótipos com base no sequenciamento do

gene da COII e, interessantemente, três pacientes apresentaram dois haplótipos

simultaneamente. Nosso grupo verificou diferenças significantes entre os isolados

dos dois surtos com respeito aos parâmetros parasitológicos em camundongos,

sugerindo maior virulência para os isolados de Santa Isabel do Rio Negro215. Este

resultado sugere a superinfecção a partir de fontes distintas ou a transmissão

simultânea de populações multiclonais por um único triatomínio. Em ambos os

casos, a multiplicidade clonal da infecção está provavelmente relacionada com a

intensidade e eficiência da transmissão151.

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182

A infecção multiclonal também foi observada em um triatomíneo coletado em

Apuí, com base no polimorfismo das sequências do gene da GPI. Os hospedeiros e

vetores de T. cruzi têm sido ocasionalmente observados com infecções mistas por

diferentes DTU3,37,51,133,244,288. Informações preliminares ainda demonstraram que

múltiplas variantes de uma mesma DTU também podem estar presentes num

mesmo hospedeiro ou vetor151,157,288. Acreditamos que este estudo demonstra pela

primeira vez a infecção multiclonal em pacientes de um mesmo surto de transmissão

oral.

Provavelmente, a multiclonalidade verificada neste trabalho está subestimada por

duas razões. Primeiro, os métodos de isolamento parasitário e manutenção em

cultura podem ter levado à seleção de clones, como pode ser previsto com base nos

resultados de experimentos pioneiros115. Os clones que sobrevivem nas culturas

representariam um subgrupo dos clones presentes no vetor ou reservatório, gerando

um viés de cultura151, agravado em amostras originadas de mamíferos pela baixa

parasitemia promovida pelas DTU da Amazônia Brasileira185,215. Outra limitação

desta investigação é o método empregado na detecção dos haplótipos. A análise por

microssatélites é recomendada e tem evidenciado melhor as infecções multiclonais.

Mesmo que a recombinação genética seja conhecida em T. cruzi in vitro127 e em

reservatórios158,195, há evidências de que este mecanismo não represente uma fonte

relevante de multiclonalidade, de acordo com investigações conduzidas por

Llewellyn et al.151. Estes autores propuseram que a elevada diversidade genética é

consistente com a transmissão em massa de populações do parasito do vetor para o

hospedeiro. Dessa forma, o aumento relativo da transmissão oral na população

humana4,73,76,91 poderia ter papel na manutenção do nível diversidade e

multiclonalidade observada nos casos humanos. Ainda precisa ser esclarecido se as

distintas formas clínicas da doença de Chagas podem estar associadas com DTU e

clones específicos do T. cruzi, com as rotas de transmissão ou com a genética do

hospedeiro. O T. cruzi é capaz de infectar numerosos tipos de células, mas há pouca

evidência sobre o tropismo diferencial que as diferentes DTU apresentam num

mesmo hospedeiro51,268.

A area geográfica a partir da qual foram provenientes os estoques de T. cruzi,

apesar de vasta, é uma fração da enorme Região Amazônica com sua elevada

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biodiversidade e, por isso mesmo, muito provavelmente a diversidade genética do

parasito deve ser muito mais complexa. Na Bacia Amazônica, a expansão das

populações humanas em ciclos naturais de transmissão pode contribuir para a

transmissão da doença de Chagas pela introdução acidental de vetores silvestres

infectados por TcI e TcIV na cadeia alimentar humana ou pelo contato direto destes

vetores com os seres humanos em decorrência de mudanças ambientais.

5.2 Propriedades biológicas dos isolados de T. cruzi do Estado do Amazonas

A grande divergência genética entre as linhagens de T. cruzi é refletida nas suas

propriedades biológicas e, consequentemente, em muitos aspectos clínicos,

patológicos e epidemiológicos da doença de Chagas. Em países do cone sul da

América do Sul (Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai), onde a doença

de Chagas se apresenta com formas crônicas mais graves, TcI é associada ao ciclo

silvestre, infectando principalmente mamíferos arbóreos, enquanto TcII predomina

nos ciclos domésticos, infectando o homem e outros mamíferos terrestres66,85,95.

Evidências epidemiológicas e genotipagem de parasitos diretamente de tecidos

humanos infectados têm demonstrado que as linhagens TcII, TcV e TcVI são os

agentes causais responsáveis pela doença de Chagas nestes países. Na Amazônia

Ocidental Brasileira, onde a doença de Chagas tem um perfil de menor morbidade e

mortalidade que nas áreas endêmicas clássicas, predominando a forma crônica

latente, existem poucos dados sobre os aspectos biológicos dos estoques de T. cruzi

circulantes50,72.

Neste trabalho, foi observado um grande desvio padrão para os parâmetros

biológicos estudados, especialmente para o PP, PDM, Pmax e o dia médio da morte

dos animais, mostrando que estoques da mesma DTU não são homogêneos nas

suas características. Este resultado concorda com informações anteriores obtidas a

com as linhagens principais T. cruzi I e T. cruzi II18 por diversos autores100,143,216,262,

que encontraram que estes genótipos variam muito nas suas propriedades

biológicas. Acreditamos que a variabilidade genetic intra-linhagem pode ajudar a

explicar este quadro. Na Colômbia, por exemplo, a DTU TcI demonstrou uma

considerável heterogeneidade na região intergênica do gene do miniéxon, suficiente

para classificar as cepas em quatro haplótipos, associados com diferentes ciclos de

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transmissão102,132. A análise por microssatélites de populações silvestres de TcI de

diversas localidades do Continente Americano confirmou a elevada diversidade

genética desta DTU150. Da mesma forma, os polimorfismos do gene do rRNA, os

padrões de RAPD e o sequenciamento dos genes da COII164 e da GPI (conforme

nossos resultados) evidenciaram polimorfismo genético intra-linhagem entre isolados

amazônicos da DTU TcIV.

A comparação estatística mostrou que 14 dos 17 parâmetos estudados

demonstraram diferenças significativas entre TcI e TcIV. TcIV demonstrou valores

mais elevados de PP, PDM, Pmax, %MOR na fase aguda, %INF, %ESF+ e

%ELISA+ nas fases aguda e crônica que TcI. Por outro lado, TcI demonstrou valores

maiores para PPP, DPmax, %MOR na fase crônica, dia médio da morte dos animais,

frequência de camundongos com processo inflamatório e freqüência de

camundongos com parasitismo tecidual que TcIV. Exceções foram observadas para

os parâmetros obtidos a partir de métodos de amplificação parasitária (%HC+ e

%PCR+) e suscetibilidade in vivo ao benzonidazol, para os quais não foram

verificados resultados com diferenças significativas.

A teoria clonal assume que a divergência evolucionária acumulada entre as

diferentes linhagens possivelmente envolve gene responsáveis por importantes

propriedades relacionadas com a virulência, patogenicidade e apresentação clínica

da doença de Chagas255,259. Diversos estudos apóiam esta hipótese e demonstram

uma forte associação entre a distância genética e as propriedades biológicas e

médicas do parasito. Esta relação foi demonstrada em estudos sobre o

comportamento do T. cruzi em culturas celulares e acelulares99,143,216,227, virulência e

patogenicidade em camundongos12,15,60,142143,227,262, desenvolvimento nos

triatomíneos123,124,141 e resposta à quimioterpia específica14,216,260,261.

Os estudos supramencionados trouxeram importantes contribuições, porém

nenhum deles explorou o comportamento biológico de cepas representativas das

DTU circulantes na Amazônia Brasileira, onde a doença de Chagas apresenta perfil

emergente, sendo responsável pela grande maioria dos casos agudos notificados no

país nos últimos anos177. Pelo nosso conhecimento, este é o primeiro estudo a

respeito das propriedades e médicas da DTU TcIV da América do Sul. TcIV mostrou

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maior virulência em comparação com DTU TcI, conforme demonstrado pelos

maiores valores dos parâmetros de parasitemia (PDM, Pmax, %+FBE+), maior PP e

menor PPP. Além disso, TcIV apresentou maior infecciosidade para camundongos e

promoveu mortalidade mais elevada na fase aguda. A análise de sobrevida

evidenciou que houve diferença no tempo decorrido do dia da inoculação até o início

do período patente e até o dia da ocorrência das mortes, confirmando os resultados

obtidos pelo teste de T-Student e reforçando a diferença no comportamento entre as

DTU.

Não há informação na literatura sobre a virulência de TcIV, porém considerando-

se que esta DTU é genticamente mais relacionada com T. cruzi II do que com T.

cruzi I18,45, nossos resultados concordam com outros autores. As cepas de T. cruzi II

infectam células de humanos e de macacos quatro vezes mais que T. cruzi I,

havendo uma correlação entre as diferenças na infecciosidade com o perfil de

glicoproteínas de superfície do parasito e suas diferentes capacidades para

promover eventos de sinalização intracelular envolvidos no processo de

invasão190,224. Os experimentos utilizando o modelo camundongo demonstram

resultados no mesmo sentido: enquanto tripomastigotas metacíclicas das DTU TcII e

TcVI (cepas Y e CL) foram altamente infecciosas, o mesmo inóculo de TcI (cepa G)

não rendeu parasitemias patentes289. A análise biológica revelou que as cepas de

TcII apresentam-se com maior infecciosidade e capacidade de multiplicação em

macrófagos em comparação com TcI207.

Porém, deve ser mencionado que existem diversos estudos demonstrando

resultados contraditórios. Revollo et al.216, por exemplo, mostraram que TcI

apresentou taxas de infecção para células Vero maiores TcII. Em estudos anteriores

com camundongos usando cepas do Brasil, a partir de ambientes silvestres e

domiciliares, verificou-se que isolados de marsupiais (hospedeiros associados com

TcI) foram geralmente mais infecciosos e que a parasitemia foi maior que a

determinada por isolados de vetores e outras espécies de mamíferos31,148. Alguns

trabalhos demonstraram que TcI apresenta uma maior capacidade de infectar e

completer seu ciclo de vida no inseto vetor123,124,141, de se diferenciar em

tripomastigotas sanguíneas e de multiplicação intracelular no hospedeiro

vertebrado, levando a maiores parasitemias em comparação com

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TcII12,130,148,180,227,262. Estas discrepâncias podem ser atribuídas às diferentes cepas

selecionadas, à variação dos modelos experimentais, à diversidade biológica intra-

linhagem e à resposta imune dos hospediros infectados, que podem desempenhar

um importante papel no curso da infecção96,216,262.

Num estudo conduzido com isolados de TcI e TcIV dos Estados Unidos, as duas

DTU determinaram diferentes dinâmicas de infecção em camundongos e ratos

conforme resultados obtidos pela detecção do DNA do T. cruzi por PCR no sangue

nos tecidos220. Estes autores encontraram maior infecciosidade nos camundongos

inoculados com TcI, contradizendo nossos resultados utilizando isolados da

Amazônia Brasileira pertencentes às mesmas DTU. Apesar de serem intistinguíveis

por métodos de genotipagem tradicionais e geralmente classificados como Z3,

existem evidências que os isolados de TcIV da América do Norte e da América do

Sul correspondem a linhagens independentes usando sequências dos genes da

COII e do rRNA163. Novamente, as diferenças genéticas podem ajudar a explicar as

diferenças no comportamento biológico entre isolados de uma mesma DTU nos

modelos experimentais da doença de Chagas. A investigação de estoques

adicionais a partir de diferentes origens geográficas é necessária para confirmar se

características regionais e a variabilidade intra-linhagem pode explicar estas

discrepâncias.

A análise histopatológica revelou em geral a presença de poucos ninhos de

amastigotas e um processo inflamatório discreto. TcI desencadeou processo

inflamatório em músculo esquelético, músculo cardíaco e cérebro, enquanto TcIV

promoveu processo inflamatório leve unicamente em músculo esquelético. O

parasitismo foi observado em apenas quarto camundongos examinados, todos

infectados por duas cepas TcI (AM49 e AM61). Além disso, inflamação intensa foi

detectada apenas em músculo esquelético de camundongos infectados por TcI.

Nenhuma alteração patológica foi observada no intestine grosso, fígado ou baço.

Assim, apesar dos menores valores de parasitemia, TcI determinou processo

inflamatório mais intenso e maior freqüência de parasitismo tecidual que TcIV. Na

Amazônia Brasileira TcI é a DTU predominante e a principal causa da forma

cardíaca da doença de Chagas4,172, confirmando os achados histopatológicos deste

trabalho. A patofisiologia da doença de Chagas tem sido amplamente estudada

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187

utilizando o modelo murino com cepas virulentas que representam apenas

parcialmente a diversidade parasitária. Estudos com o clone Sylvio X10/4

demonstram que este clone não induz fase aguda, mas leva à miocardite crônica em

camundongos, reproduzindo a doença humana166. Leguizamón et al.145 relataram

que a administração de 50 tripomastigotas sanguíneas do clone RA (TcII) é mais

letal para camundongos que a inoculação de 5 x 104 tripomastigotas sanguíneas do

clone K98 (TcI), sendo que este último inóculo leva ao estabelecimento da forma

crônica da doença.

O presente estudo com estoques do Estado do Amazonas mostrou diversos

isolados de TcI com parasitemia subpatente, período pré-patente muito longo,

paríodo patente curto e baixa freqüência e intensidade das alterções

histopatológicas. Mesmo que os estoques de TcIV tenham demonstrado maior

virulência que TcI, sua patogenicidade também foi incipiente. Estes dados em

conjunto enfatizam que as propriedades biológicas e médicas dos estoques desta

área devem ser consideradas em pesquisas sobre o quadro clínico e epidemiológico

da doença de Chagas no contexto amazônico. Este perfil concorda com a hipótese

de autores que sugeriram que a infecção crônica latente e o baixo desempenho dos

testes diagnósticos no Estado do Amazonas são devidos à baixa parasitemia,

virulência e patogenicidade dos parasitos silvestres circulantes nesta área50,72. Em

contraste, estoques de T. cruzi das areas endêmicas clássicas da América do Sul

infectam prontamente uma ampla variedade de animais de laboratório causando

significativa morbididade e mortalidade12,87,148,262.

Apesar do relato de que a maioria dos estoques caracterizados não foram

virulentos e não causaram morbidade e mortalidade no modelo utilizado, verificou-se

um interessante resultado para o experimento com o estoque AM49. Esta cepa foi

isolada do líquor de uma criança diagnosticada inicialmente com abscesso de pele e

que evoluiu com desfecho fatal em decorrência de doença de Chagas aguda. O

grupo de camundongos infectado com este estoque demonstrou baixa mortalidade e

parasitemia, apesar da infectividade e freqüência de sinais cínicos indicatvos da

doença de Chagas aguda, como letargia e paralisia dos membros. As alterações

histopatológicas provocadas por este estoque incluiu intenso processo inflamatório

do músculo esquelético, inflamação moderada e parasitismo do músculo cardíaco e

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inflamação e gliose no tecido cerebral. Estes achados indicam que este estoque

pertence ao biodema III, com um peculiar comportamento neurotrópico.

O desempenho das diferentes técnicas diagnósticas é um tema controverso na

Região Amazônica. No Estado do Pará e na Venezuela, os testes empregados para

o diagnóstico da fase aguda demonstraram menor sensibilidade203,211. Chama

atenção a considerável proporção de indivíduos com parasitemia evidente em

sangue periférico, porém com resultados negativos de xenodiagnóstico ou

hemocultura, na Amazônia Brasileira74,76,182,211. Brum-Soares et al.50, no Amazonas,

verificaram um baixo desempenho da hemocultura, do xenodiagnóstico e da PCR na

fase crônica da doença, em relação aos valores encontrados por outros autores em

áreas endêmicas das regiões Sudeste e Nordeste. Estes autores verificaram ainda

que os indivíduos chagásicos da região estudada apresentam baixos níveis séricos

de IgG anti-T. cruzi, decorrente provavelmente da baixa carga parasitária com baixo

potencial antigênico do parasito circulante. Com base em infecções experimentais,

admite-se que o genótipo do parasito influencia na resposta imune do hospedeiro,

determinando os níveis e a composição de subclasses de IgG específicas, o que

poderia se traduzir inclusive em diferenças na sensibilidade dos ensaios sorológicos

utilizados no diagnóstico da doença de Chagas229.

As observações biológicas preliminaries obtidas de infecções experimentais por

TcI mostraram um comportamento peculiar, levando à sua classificação no biodema

III. Este biodema consiste de cepas com predominância de formas largas com

multiplicação lenta, determinando picos tardios de parasitemia entre os dias 20 e 30

dias após a infecção e intensas lesões miocárdicas e esqueléticas12,15, em

concordância com nossos resultados. Os casos da forma crônica cardíaca da

doença de Chagas na Amazônia Ocidental Brasileira confirmam que os parasitos

circulantes nesta área causam miocardiopatia, clinicamente diagnosticada como

insuficiência cardíaca, síndrome arritmogênica ou tromboembolismo5,109,110,111,112,286.

A ausência de alterações histopatológicas no intestino grosso sugere que os

parasitos estudados não apresentam a capacidade de causar a forma digestiva da

doença de Chagas, concordando com escassez de registros de megassíndromes

nos países amazônicos e nas Américas Central e do Norte172. No entanto, a

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patogenicidade da DTU TcIV deve ser interpretada com cuidado, já que existem

casos documentados de doença de Chagas crônica causada por infecções mistas

TcI/TcIV na Colômbia213, e dois casos de doença crônica com envolvimento

cardiodigestório associado com Z3 que se agruparam com CANIII (protótipo da DTU

TcIV) na análise isoenzimática, no Equador125.

As frequências da suscetibilidade ao benzonidazol não diferiram de froma

significativa entre TcI e TcIV. Contudo, o caráter de resistência à esta droga foi

verificado somente entre cepas de TcIV (AM14, AM18 e AM57). Estudos anteriores

in vitro28,216 e in vivo14,260,261 demonstraram que clones pertencentes à linhagem T.

cruzi I são mais resistentes ao benzonidazol e o nifurtimox que os pertencentes à

linhagem T. cruzi II. De fato, como observado no Brasil Central, os pacientes

infectados por T. cruzi I demonstraram maior resistência à quimioterapia com

benzonidazol quando comparados com aqueles infectados com T. cruzi II16. Murta et

al.186 relataram maior eficiência do tratamento com benzonidazol e nifurtimox nas

áreas onde predomina o TcVI, que possui perfil híbrido.

As informações sobre a eficácia do tratamento da doença de Chagas com

benzonidazol na Região Amazônica são insipientes. Acompanhando por quatro anos

11 casos de doença de Chagas pertencentes a um surto de transmissão oral

ocorrido na zona urbana de Belém, Pará, Pinto et al.208 verificaram que todos os

pacientes apresentaram exames parasitológicos negativos e diminuição dos títulos

de anticorpos IgG anti-T. cruzi em relação ao início do tratamento. Apesar de três

pacientes apresentarem anormalidades no ecocardiograma consistentes com

doença de Chagas crônica e com seqüelas da doença aguda ao final do

acompanhamento, os autores consideraram a resposta terapêutica satisfatória. Num

outro surto de transmissão oral ocorrido em Mazagão, Amapá, os 26 pacientes

acometidos pela infecção aguda foram tratados com benzonidazol, resultando numa

progressiva diminuição da parasitemia e dos títulos de anticorpos IgG anti-T. cruzi,

que se negativaram ao final de sete anos de seguimento270. Estes estudos em

localidades de predomínio de TcI reforçam que os isolados pertencentes a esta DTU

circulantes na Amazônia Brasileira possuem um comportamento diferente quando

compararados com isolados de outras áreas. A resistência natural de cepas de TcIV

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190

merece atenção, já que esta DTU está envolvida com surtos de doença de Chagas

aguda no Estado do Amazonas, conforme demonstrado anteriormente.

Os menores PP e %INF durante a infecção sugere uma maior suscetibilidade à

resposta imune do hospedeiro para TcI. Contudo, %ELISA+ foi significativamente

menor em camundongos infectados por esta DTU tanto na fase aguda como na fase

crônica da infecção. Este resultado indica que a resposta imune humoral

desempenha importante papel protetor na infecção recente por TcI, suficiente para

controlar a parasitemia sanguínea mas não o parasitismo tecidual e as lesões

inflamatórias, muito possivelmente devido ao tropismo diferencial para os tecidos e

aos mecanismos de evasão imune por alguns clones10. No curso da infecção por TcI

os níveis de anticorpos decaem, o que não ocorre na infecção por TcIV, que

continua estimulando a resposta humoral com sua parasitemia maior e mais

persistente. Notou-se que os parâmetros sorológicos de concordância, sensibilidade,

especificidade e valores preditivos, calculados usando a %INF como referência,

apresentaram valores satisfatórios. Estes resultados evidenciam a importância da

pesquisa de anticorpos específicos anti-T. cruzi como marcadores de infecção por

cepas da Amazônia em camundongos, independente da DTU.

5.4 Perspectivas futuras

A situação epidemiológica da doença de Chagas na Amazônia vem sendo

substancialmente alterada, em função de mudanças resultantes de transformações

ambientais e de ordem econômica e social. Nesse sentido, os parasitos que

circulavam estritamente no ciclo silvestre podem, seja através da transmissão

vetorial ou oral, levar à infecção humana. No andamento deste projeto evidenciou-se

completa ausência ou informações não conclusivas sobre os seguintes temas, que

merecem ser investigados futuramente:

1) A dinâmica e as peculiaridades no ciclo de transmissão de estoques silvestres de

T. cruzi, com especial atenção para os mecanismos pelos quais as populações

humanas são envolvidas neste ciclo, especialmente das DTU TcI e TcIV, cuja

importância na etiologia da doença de Chagas vem sendo reforçada, como

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demonstrado neste trabalho, especialmente pelo aumento na sua freqüência relativa

após o controle vetorial nas antigas áreas endêmicas, onde predominava TcII.

2) O potencial da DTU TcIV na determinação da doença crônica humana. Esta

questão pode ser resolvida utilizando metodologia prospectiva, acompanhando os

casos agudos com isolados caracterizados geneticamente, e pela busca ativa de

casos crônicos na Região Amazônica, dos quais poderia ser realizada a

genotipagem após isolamento do parasito ou diretamente do sangue.

3) A característica dos estoques desencadeadores dos novos surtos de transmissão

oral deve ser investigada, afim de se estabelecer se são de fonte única e se suas

populações são de natureza policlonal. A caracterização por microssatélites

certamente acrescentaria valiosa informação no estudo dos isolados dos surtos que

ocorrem na Amazônia.

4) O estudo da resposta imunológica desencadeada por estoques de T. cruzi

isolados na Região Amazônica, em animais experimentalmente infectados, durante

as fases aguda e crônica, pela avaliação da cinética da produção das

imunoglobulinas, de suas subclasses e de anticorpos líticos, da resposta proliferativa

das células mononucleares do sangue periférico e da produção de citocinas (IL-10,

TNF, INF-gama) no soro e tecidos (in situ).

5) A aplicação de técnicas mais sensíveis que o exame histopatológico

convencional, como a imuno-histoquímica e a PCR de tecidos dos animais

infectados experimentalmente, que permitirá conclusões mais confiáveis sobre a

patogenicidade do T. cruzi circulante na Amazônia.

6) O estudo da evolução da infecção após a infecção experimental pelo T. cruzi

inoculado por via oral, principal mecanismo registrado na Região Amazônica.

7) A caracterização de um maior número de isolados da Amazônia e o emprego de

marcadores moleculares mais polimórficos e representativos do genoma de T. cruzi,

que adicionarão robustez nos estudos sobre a relação entre a genética e a biologia

do parasito.

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192

8) A investigação da resposta terapêutica dos pacientes autóctones da Amazônia

frente ao tratamento com benzonidazol, que possibilitará grande avanço em relação

ao estudo da quimioterapia experimental em camundongos.

9) A avaliação do desempenho dos testes diagnósticos empregados no diagnóstico

da infecção chagásica, incluindo a investigação de espécies de triatomíneos que

possam ser utilizadas no xenodiagnóstico, o desenvolvimento de metodologias

moleculares que aumentem a sensibilidade e, especialmente, a verificação da

acurácia dos testes sorológicos empregados no diagnóstico da fase crônica e nos

serviços de vigilância transfusional, na Região Amazônica.

10) A verificação da suscetibilidade dos estoques de T. cruzi isolados na Amazônia

frente a outras drogas que demonstraram atividade contra o parasito em estudos

prévios, como os inibidores da síntese de esteróis, ligantes de DNA, inibidores da via

da tripanotiona, inibidores da cruzipaína, entre outros.

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6 CONCLUSÕES

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194

1) Demonstrou-se a presença das DTU TcI e TcIV no ciclo de transmissão silvestre

do T. cruzi na Amazônia Ocidental Brasileira. TcI e TcIV circulam em simpatria em

ciclos arbóreos que se sobrepõe nos mesmos tipos de ecótopos, com a participação

de R. robustus como vetor.

2) As DTU TcI e TcIV são capazes de infectar humanos, respondendo pelos casos

de doença de Chagas no Estado do Amazonas. Não houve relatos de TcII, TcV e

TcVI neste estado, que são as DTU predominantes em humanos e vetores

domiciliados e peridomésticos no Cone Sul do Continente.

3) Observou-se um predomínio de TcIV entre os casos humanos. Esta DTU ocorreu

em casos isolados e nos surtos, sugerindo sua associação com diferentes perfis de

transmissão. A ocorrência de TcIV em surtos contraria estudos anteriores que

afirmam que os surtos são dependentes de TcI.

4) Todos os estoques de T. cruzi classificados como TcIV com base em marcadores

genéticos nucleares apresentaram produtos do gene mitocondrial compatíveis com a

terceira linhagem ancestral principal proposta por Freitas et al.121. Houve casos de

partilha de haplótipos idênticos ou muito similares, com base no gene da COII, entre

os estoques de TcIV do Estado do Amazonas e as linhagens de outras DTU (TcIII,

TcV ou TcVI), para as quais as seqüências nucleares (GPI e rDNA) foram altamente

divergentes.

5) Registrou-se a ocorrência de TcI nos marsupiais sinantrópicos Didelphis

marsupialis e Philander opossum e nos triatomíneos R. pictipes e R. robustus,

confirmando a forte associação destes vetores e reservatórios com os ciclos de

transmissão de TcI na Região Amazônica.

6) O isolamento de estoques de T. cruzi com sequencias genéticas idênticas em

vastas distâncias geográficas é uma forte evidência para a propagação clonal.

7) Foram identificadas superinfecções em três pacientes do surto de Santa Isabel do

Rio Negro, demonstrando pela primeira vez a infecção multiclonal em pacientes de

um mesmo surto de transmissão oral. O aumento relativo da transmissão oral na

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195

população humana pode ter papel na manutenção do nível diversidade e na

multiclonalidade observada nos casos humanos.

8) Os isolados de T. cruzi do Estado do Amazonas apresentaram comportamento

variável nas infecções experimentais, porém geralmente promoveram escassa

parasitemia e baixa virulência e patogenicidade em camundongos, concordando

com o perfil de baixa parasitemia e morbidade da doença de Chagas e com o baixo

desempenho dos métodos diagnósticos, neste estado.

9) Dos 17 parâmetros, 14 mostraram diferenças significativas entre as DTU. TcIV

mostrou maiores valores de PP, PDM, Pmax, %MOR na fase aguda, %INF, %ESF+,

%ELISA+ nas fases aguda e crônica que TcI. Por outro lado, TcI mostrou maiores

valores de PPP, DPmax, %MOR na fase crônica, DMM e frequência de alterações

patológicas que TcIV. Assim, TcI e TcIV apresentaram comportamento divergente

em relação às propriedades biológicas e médicas em camundongos.

10) As observações biológicas preliminares obtidas de infecções experimentais por

TcI mostraram um comportamento miotrópico peculiar, levando à sua classificação

no biodema III. Não se verificam alterações histopatológicas no intestino grosso dos

camundongos, concordando com falta de registros de megassíndromes na Região

Amazônica.

11) As frequências da suscetibilidade ao benzonidazol não diferiram de froma

significativa entre TcI e TcIV. Contudo, o caráter de resistência à esta droga foi

verificado somente entre cepas de TcIV (AM14, AM18 e AM57).

12) Os resultados apoiam fortemente a hipótese de que diferenças biológicas são

proporcionais à divergência evolutiva entre as DTU e destacam a necessidade de

levar em conta a diversidade filogenética dos estoques naturais de T. cruzi

circulantes nas áreas emergentes para a doença de Chagas, nos estudos sobre a

diversidade clínica da doença, imunologia, diagnóstico, prognóstico e

desenvolvimento de drogas e vacinas.

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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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8 ANEXOS

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8.1 Anexo 1

PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRÃO (POP)

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Código POP POP_ENT_LB_002_v02_PT Página 1/3

Título Procedimento da hemocultura para o diagnóstico da doença de Chagas em meio MacNeal, Novy e Nicolle (NNN).

Idioma da versão original Português

Elaborado por: Wuelton M. Monteiro

Data & assinatura

Revisado e Aprovado por:

Maria das Graças Vale Barbosa

Data & assinatura

Data de aplicação:

05 de julho de 2011

Data da próxima revisão:

05 de julho de 2012

1. OBJETIVOS

Descrever o diagnóstico parasitológico da doença de Chagas pelo cultivo de Trypanosoma cruzi a

partir de amostras de sangue humano em meio MacNeal, Novy e Nicolle (NNN).

2. DEFINIÇÕES

Hemocultura: Método parasitológico indireto que permite a multiplicação dos parasitos em meios

artificiais aumentando a sensibilidade do diagnóstico.

3. APLICÁVEL A

O procedimento se aplica à pesquisa e diagnóstico laboratorial de rotina.

4. RESPONSABILIDADES

Gerente da unidade, responsável pela subunidade e pessoal técnico.

5. POP’S RELACIONADOS

POP_ENT_LB_007_v02_PT Procedimento para a preparação do meio MacNeal, Novy e Nicolle

(NNN) para cultura de Leishmania sp. e Trypanosoma cruzi.

6. RECURSOS NECESSÁRIOS

6.1 Materiais:

6.1.1 Micropipeta para 10 µL

6.1.2 Ponteiras descartáveis em suporte apropriado

6.1.3 Adaptador de plástico para tubo de coleta a vácuo

6.1.4 Tubos para coleta a vácuo de 10 mL com anticoagulante

6.1.5 Garrote

6.1.6 Algodão embebido em álcool a 70%

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

GERÊNCIA DE ENTOMOLOGIA

S

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Código POP POP_ENT_LB_002_v02_PT Página 2/3

6.1.7 Pipetas tipo Pasteur de vidro com bulbo de látex

6.1.8 Lâminas para microscopia

6.1.9 Lamínulas para microscopia 20 x 20 mm ou 18 x 18 mm

6.1.10 Caixa de descarte de material perfurocortante

6.1.11 Caixa de descarte de material com solução desinfetante

6.1.12 Frasco lavador com álcool 70%

6.2 Equipamentos:

6.2.1 Câmara de fluxo laminar

6.2.3 Estufa incubadora B.O.D. (biochemical oxygen demand) a 28ºC

6.2.4 Microscópio ótico comum

6.3 Reagentes, meios e soluções:

6.3.1 Meio MacNeal, Novy e Nicolle (NNN)

Vide POP_ENT_LB_007_v02_PT: Procedimento para a preparação do meio MacNeal, Novy e Nicolle

(NNN) para cultura de Trypanosoma cruzi.

7. PROCEDIMENTOS (3)

7.1 Obtenção do sangue

7.1.1 Coletar, por punção venosa, em condições assépticas, 5 mL de sangue de cada indivíduo, com

tubos de coleta a vácuo contendo anticoagulante.

7.2 Processo de cultura

Este procedimento deve ser realizado dentro de uma capela de fluxo laminar, para evitar

contaminação.

7.2.1 Inocular aproximadamente 0,5 mL de sangue total em tubos (3 a 5 para cada paciente)

contendo o meio NNN completo (bifásico).

7.2.2 Transferir os tubos semeados para uma estufa B.O.D. regulada a 28ºC.

7.2.3 Homogeneizar os tubos uma vez por semana.

7.3 Período e forma de leitura

7.3.1 Realizar a leitura retirando-se alíquotas de 10 µL da suspensão de cada tubo e examinando-as

em intervalos de 7 dias até um total de 2 meses após o cultivo, entre lâmina e lamínula, ao

microscópio ótico com aumento de 400x.

7.3.2 Após a última leitura, os tubos que permanecerem negativos devem ser centrifugados a 2.500

rpm por 15 min para que o sedimento seja reexaminado.

Todo o procedimento deve ser realizado sob as condições de biossegurança requeridas durante o

trabalho com o Trypanosoma cruzi (1).

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Código POP POP_ENT_LB_002_v02_PT Página 3/3

8. LIMITAÇÕES

A hemocultura requer condições assépticas para a colheita e manuseio da amostra de sangue, o que

a torna pouco prática para os trabalhos de campo.

Embora apresente alta especificidade, a sensibilidade da hemocultura, baseada em apenas um

exame, varia de 40% a 50%, sendo mais baixa na fase crônica da doença de Chagas (2).

9. REFERÊNCIAS

1. Araújo-Jorge TC, Pirmez C. Normas de segurança para o trabalho com Trypanosoma cruzi. In:

Araújo-Jorge TC, Castro SL. Doença de Chagas: manual para experimentação animal. Rio de

Janeiro: Editora FIOCRUZ 2000, p. 125-132.

2. Bronfen E, de Assis Rocha FS, Machado GB, Perillo MM, Romanha AJ, Chiari E. Isolation of

Trypanosoma cruzi samples by xenodiagnosis and hemoculture from patients with chronic Chagas‟

disease. Mem Inst Oswaldo Cruz 1989; 84(2): 237-40.

3. Miles MA, Póvoa MM, Souza AA, Lainson R, Shaw JJ, Ketteridge DS. Chagas‟ disease in the

Amazon Basin. II. Distribution of Trypanosoma cruzi zymodemes 1 and 3 in Pará State, north Brazil.

Trans R Soc Trop Med Hyg 1981; 75, 667-74.

10. ANEXOS

Não se aplica.

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Código POP POP_ENT_LB_003_v02_PT Página 1/3

Título Procedimento da cultura de líquor para o diagnóstico do acometimento do sistema nervoso central na infecção chagásica em meio MacNeal, Novy e Nicolle (NNN).

Idioma da versão original Português

Elaborado por: Wuelton M. Monteiro

Data e assinatura

Revisado e Aprovado por:

Maria das Graças Vale Barbosa

Data e assinatura

Data de aplicação:

05 de julho de 2011

Data da próxima revisão:

05 de julho de 2012

1. OBJETIVOS

Descrever o procedimento de cultura de líquor para o diagnóstico do acometimento do sistema

nervoso central na infecção chagásica em meio MacNeal, Novy e Nicolle (NNN).

2. DEFINIÇÕES

Não se aplica.

3. APLICÁVEL A

O procedimento se aplica ao diagnóstico laboratorial.

4. RESPONSABILIDADES

Gerente da unidade, responsável pela subunidade e pessoal técnico.

5. POP’S RELACIONADOS

POP_ENT_LB_007_v02_PT: Procedimento para a preparação do meio MacNeal, Novy e Nicolle

(NNN) para cultura de Leishmania sp. e Trypanosoma cruzi.

6. RECURSOS NECESSÁRIOS

6.1 Materiais:

6.1.1 Micropipeta para 10 µL

6.1.2 Ponteiras descartáveis em suporte apropriado

6.1.3 Seringa estéril com agulha para coleta

6.1.4 Frasco coletor estéril para líquor

6.1.5 Algodão embebido em álcool a 70%

6.1.6 Pipetas tipo Pasteur de vidro com bulbo de látex

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

GERÊNCIA DE ENTOMOLOGIA

S

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Código POP POP_ENT_LB_003_v02_PT Página 2/3

6.1.7 Lâminas para microscopia

6.1.8 Lamínulas para microscopia 20 x 20 mm ou 18 x 18 mm

6.1.9 Caixa de descarte de material perfurocortante

6.1.10 Caixa de descarte de material com solução desinfetante

6.1.11 Frasco lavador com álcool 70%

6.2 Equipamentos:

6.2.1 Câmara de fluxo laminar

6.2.3 Estufa incubadora B.O.D. (biochemical oxygen demand) a 28ºC

6.2.4 Microscópio ótico comum

6.3 Reagentes, meios e soluções:

6.3.1 Meio MacNeal, Novy e Nicolle (NNN)

Vide POP_ENT_LB_007_v02_PT: Procedimento para a preparação do meio MacNeal, Novy e Nicolle

(NNN) para cultura de Leishmania sp. e Trypanosoma cruzi.

7. PROCEDIMENTOS

7.1 Obtenção do sangue

7.1.1 Coletar, por punção lombar, em condições assépticas, 3 mL de líquor do indivíduo.

7.1.2 Encaminhar imediatamente para o laboratório na própria seringa.

7.2 Processo de cultura

Este procedimento deve ser realizado dentro de uma capela de fluxo laminar, para evitar

contaminação.

7.2.1 Inocular aproximadamente 0,5 mL de líquor em tubos (6 para cada paciente) contendo o meio

NNN completo (bifásico).

7.2.2 Transferir os tubos semeados para uma estufa B.O.D. regulada a 28ºC.

7.2.3 Homogeneizar os tubos uma vez por semana.

7.3 Período e forma de leitura

7.3.1 Realizar a leitura retirando-se alíquotas de 10 µL da suspensão de cada tubo e examinando-as

em intervalos de 7 dias até um total de 2 meses após o cultivo, entre lâmina e lamínula, ao

microscópio ótico com aumento de 400x.

7.3.2 Após a última leitura, os tubos que permanecerem negativos devem ser centrifugados a 2.500

rpm por 15 min para que o sedimento seja reexaminado.

Todo o procedimento deve ser realizado sob as condições de biossegurança requeridas durante o

trabalho com o Trypanosoma cruzi (1).

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Código POP POP_ENT_LB_003_v02_PT Página 3/3

8. LIMITAÇÕES

A cultura de líquor requer condições assépticas para a colheita e manuseio da amostra.

A contaminação do líquor com sangue no momento da coleta torna o material inviável de ser

semeado.

9. REFERÊNCIAS

1. Araújo-Jorge TC, Pirmez C. Normas de segurança para o trabalho com Trypanosoma cruzi. In:

Araújo-Jorge TC, Castro SL. Doença de Chagas: manual para experimentação animal. Rio de

Janeiro: Editora FIOCRUZ 2000, p. 125-132.

10. ANEXOS

Não se aplica.

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Código POP POP_ENT_LB_004_v02_PT Página 1/3

Título Procedimento da xenocultura para isolamento de estoques de Trypanosoma cruzi.

Idioma da versão original Português

Elaborado por: Wuelton M. Monteiro Ana Paula M. Teston

Data e assinatura

Revisado e Aprovado por:

Maria das Graças Vale Barbosa

Max Jean de Ornelas Toledo

Data e assinatura

Data de aplicação:

05 de julho de 2011

Data da próxima revisão:

05 de julho de 2012

1. OBJETIVOS

Descrever o isolamento direto de estoques de Trypanosoma cruzi a partir do tubo digestivo ou fezes

de triatomíneos coletados ou utilizados em xenodiagnóstico.

2. DEFINIÇÕES

Xenocultura: semeadura do tubo digestivo ou fezes do triatomíneo em um meio de cultura (2).

3. APLICÁVEL A

O procedimento se aplica à pesquisa experimental e ao controle de qualidade do diagnóstico

laboratorial.

4. RESPONSABILIDADES

Gerente da unidade, responsável pela subunidade e pessoal técnico.

5. POP’S RELACIONADOS

POP_ENT_LB_005_v02_PT: Procedimento do xenodiagnóstico da infecção pelo Trypanosoma cruzi.

POP_ENT_LB_006_v02_PT: Procedimento para a preparação do meio Liver Infusion Tryptose (LIT)

para cultura de Trypanosoma cruzi.

POP_ENT_LB_007_v02_PT: Procedimento para a preparação do meio MacNeal, Novy e Nicolle

(NNN) para cultura de Trypanosoma cruzi.

6. RECURSOS NECESSÁRIOS:

6.1 Materiais:

6.1.1 Béquer

6.1.2 Vidro relógio

6.1.3 Pinça

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

GERÊNCIA DE ENTOMOLOGIA

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231

Código POP POP_ENT_LB_004_v02_PT Página 2/3

6.1.4 Tesoura pequena

6.1.5 Pipetas tipo Pasteur

6.1.6 Pipeta graduada de 10 µL

6.1.7 Proveta graduada de 1 L

6.1.8 Seringa de 2 mL com agulha

6.1.9 Bastão de vidro

6.1.10 Erlenmeyer de 1 L

6.1.11 Lâminas para microscopia

6.1.12 Lamínulas para microscopia 20 x 20 mm ou 18 x 18 mm

6.1.13 Caixa de descarte de material perfurocortante

6.1.14 Caixa de descarte de material com solução desinfetante

6.1.15 Frasco lavador com álcool 70%

6.1.16 Soro fisiológico

6.2 Equipamentos:

6.2.1 Destilador de água

6.2.2 Câmara de fluxo laminar

6.2.3 Balança semi-analítica

6.2.4 Filtro a vácuo

6.2.5 Estufa incubadora B.O.D. (biochemical oxygen demand) a 28ºC

6.2.6 Agitador

6.2.7 Autoclave

6.2.8 Geladeira

6.2.9 Microscópio ótico comum

6.3 Reagentes, meios e soluções:

6.3.1 Solução esterilizante de White

6.3.1.1 Fórmula:

Reagente Quantidade

HgCl2 0,25 g

NaCl 6,50 g

HCl concentrado 25 mL

Etanol a 5% 250 mL

H2O destilada estéril 750 mL

6.3.1.2 Preparação:

Dissolver as substâncias na H2O destilada, sob agitação, em um erlenmeyer.

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232

Código POP POP_ENT_LB_004_v02_PT Página 3/3

6.3.2 Meio Liver Infusion Tryptose (LIT)

Vide POP_ENT_LB_006_v02_PT: Procedimento para a preparação do meio Liver Infusion Tryptose

(LIT) para cultura de Trypanosoma cruzi.

6.3.3 Meio MacNeal, Novy e Nicolle (NNN)

Vide POP_ENT_LB_007_v02_PT: Procedimento para a preparação do meio MacNeal, Novy e Nicolle

(NNN) para cultura de Trypanosoma cruzi.

6.3.4 Solução salina estéril adicionada de antibiótico (NaCl 0.85% + 140 mg/mL de gentamicina).

7. PROCEDIMENTOS (2)

7.1 Imergir o inseto em solução de White por cerca de 30 minutos. Este processo mata o inseto e

esteriliza a parte externa do mesmo.

7.2 Em ambiente estéril, recortar a cutícula em torno da ampola retal do inseto, retirando a mesma e

repousando em uma lâmina de vidro contendo solução salina estéril adicionada de antibiótico (NaCl

0.85% + 140 mg/mL de gentamicina).

7.3 Romper o tubo digestivo com auxílio de uma pipeta de Pasteur estéril.

7.4 Realizar a leitura de 10 µL da suspensão, entre lâmina e lamínula, ao microscópio ótico com

aumento de 400x, para verificar a presença de formas flageladas.

7.5 Semear a suspensão em meio NNN ou LIT ou inocular em camundongo, se o objetivo for o

isolamento do estoque.

Todo o procedimento deve ser realizado sob as condições de biossegurança requeridas durante o

trabalho com o Trypanosoma cruzi (1).

8. REFERÊNCIAS

1. Araújo-Jorge TC, Pirmez C. Normas de segurança para o trabalho com Trypanosoma cruzi. In:

Araújo-Jorge TC, Castro SL. Doença de Chagas: manual para experimentação animal. Rio de

Janeiro: Editora FIOCRUZ 2000, p. 125-132.

2. Bronfen E, de Assis Rocha FS, Machado GB, Perillo MM, Romanha AJ, Chiari E. Isolation of

Trypanosoma cruzi samples by xenodiagnosis and hemoculture from patients with chronic Chagas‟

disease. Mem Inst Oswaldo Cruz 1989; 84(2): 237-40.

8. ANEXOS

Não se aplica.

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233

Código POP POP_ENT_LB_005_v02_PT Página 1/3

Título Procedimento do xenodiagnóstico direto da infecção humana pelo Trypanosoma cruzi.

Idioma da versão original Português

Elaborado por: Wuelton M. Monteiro

Data e assinatura

Revisado e Aprovado por:

Maria das Graças Vale Barbosa

Data e assinatura

Data de aplicação:

05 de julho de 2011

Data da próxima revisão:

05 de julho de 2012

1. OBJETIVOS

Descrever o procedimento do xenodiagnóstico direto da infecção humana pelo Trypanosoma cruzi.

2. DEFINIÇÕES

Xenodiagnóstico: Método parasitológico indireto que permite a multiplicação dos parasitos no trato

digestivo do triatomíneo.

3. APLICÁVEL A

O procedimento se aplica à pesquisa clínica, trabalhos de campo e diagnóstico laboratorial de rotina.

4. RESPONSABILIDADES

Gerente da unidade, responsável pela subunidade e pessoal técnico.

5. POP’S RELACIONADOS

POP_ENT_LB_004_v02_PT. Procedimento da xenocultura para isolamento de estoques de

Trypanosoma cruzi.

POP_ENT_LB_006_v02_PT: Procedimento para a preparação do meio Liver Infusion Tryptose (LIT)

para cultura de Trypanosoma cruzi.

POP_ENT_LB_007_v02_PT: Procedimento para a preparação do meio MacNeal, Novy e Nicolle

(NNN) para cultura de Trypanosoma cruzi.

6. RECURSOS NECESSÁRIOS

6.1 Materiais:

6.1.1 Ninfas de III ou IV estágio do triatomíneo escolhido, em jejum alimentar (dez para cada caixa)

Não existe consenso sobre a espécie de triatomíneo que deve ser empregada no xenodiagnóstico.

Esta Gerência utiliza Triatoma infestans ou Dipetalogaster maximus, dependendo da disponibilidade.

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

GERÊNCIA DE ENTOMOLOGIA

S

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234

Código POP POP_ENT_LB_005_v02_PT Página 2/3

6.1.2 Recipientes com tela para os triatomíneos se alimentarem

6.1.3 Frascos para a manutenção das ninfas após a alimentação

6.1.4 Galinha para alimentação dos insetos aos 23 dias após o teste

6.1.5 Pinças

6.1.6 Tesoura

6.1.7 Bastão de vidro

6.1.8 Vidro relógio

6.1.9 Micropipeta para 10 µL

6.1.10 Ponteiras descartáveis em suporte apropriado

6.1.11 Soro fisiológico

6.1.12 Algodão embebido em álcool a 70%

6.1.13 Pipetas tipo Pasteur

6.1.14 Lâminas para microscopia

6.1.15 Lamínulas para microscopia 20 x 20 mm

6.1.16 Caixa de descarte de material com solução desinfetante

6.1.17 Frasco lavador com álcool 70%

6.2 Equipamentos:

6.2.1 Microscópio ótico comum

7. PROCEDIMENTOS (2,3,4)

7.1 Aplicação das ninfas:

7.1.1 Separar 30 ninfas de III e/ou IV estádio do triatomíneo escolhido e deixar as mesmas em jejum

alimentar de duas ou três semanas.

7.1.2 Acondicioná-las em três recipientes cobertos com tela na parte superior.

7.1.3 Colocar sobre a parte interna do antebraço de cada indivíduo durante 30 min.

7.1.4 Verificar o número de ninfas que se alimentaram em cada recipiente, desprezando as que não

ingeriram sangue.

7.1.5 Transferir as ninfas que se alimentaram para frascos maiores, mantendo-os à temperatura e

umidade ambientes.

7.1.6 Aos 23 dias, contados a partir da aplicação, submetê-los a uma única alimentação em galinha.

7.2 Leitura do xenodiagnóstico

7.2.1 Realizar a leitura dos xenodiagnósticos 30, 45 e 60 dias após o repasto.

7.2.2 Obter fezes de cada triatomíneo por compressão abdominal.

7.2.3 Das ninfas negativas, realizar a dissecção, que consiste na retirada de todo o trato digestivo,

com auxílio de duas pinças e uma tesoura, macerando o material com bastão de vidro.

Page 255: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS · sete filhos, no noroeste do Estado de São Paulo, onde grassava, além do mal de Chagas, a ferida brava e ainda a maleita. Naquele ambiente de

235

Código POP POP_ENT_LB_005_v02_PT Página 3/3

7.2.4 Depositar as fezes ou o trato digestivo sobre uma lâmina, acrescentando-se 10 µL de soro

fisiológico.

7.2.5 Cobrir o material com lamínula 20 x 20 mm e realizar a leitura microscópica com aumento de

400x, percorrendo todos os campos em busca de formas flagelares.

Quando positivo, o material retirado do triatomíneo pode ser utilizado para xenocultura ou inoculação

em camundongos, para o isolamento dos estoques. Para tanto, vide POP_ENT_LB_004_v02_PT

(Procedimento da xenocultura para isolamento de estoques de Trypanosoma cruzi) ou

POP_ENT_LB_008_v02_PT (Procedimento de isolamento de estoques de Trypanosoma cruzi por

inoculação em camundongo).

Todo o procedimento deve ser realizado sob as condições de biossegurança requeridas durante o

trabalho com o Trypanosoma cruzi (1).

8. LIMITAÇÕES

A técnica requer espaço físico e condições para a criação de triatomíneos.

A picada dos triatomíneos nos pacientes pode ocasionar com certa freqüência reações alérgicas

decorrentes da saliva dos mesmos, levando à rejeição do exame pelo paciente.

9. REFERÊNCIAS

1. Araújo-Jorge TC, Pirmez C. Normas de segurança para o trabalho com Trypanosoma cruzi. In:

Araújo-Jorge TC, Castro SL. Doença de Chagas: manual para experimentação animal. Rio de

Janeiro: Editora FIOCRUZ 2000, p. 125-132.

2. Brumpt E. O xenodiagnóstico. Aplicação ao diagnóstico de algumas infecções parasitárias e, em

particular, à tripanosomose de Chagas. An Paul Med Cirurg 1914; 3:97-102.

3. Cerisolla JÁ, Rohweidder RW, del Prado CE. Rendimiento del xenodiagnostico em la infección

chagásica cronica humana utilizando ninfas de diferentes especies de triatomíneos. Bol Chil

Parasitologia 1971; 26:57-8.

4. Schenone H. Xenodiagnosis. Mem Inst Oswaldo Cruz 1999; 94:289-94.

10. ANEXOS

Não se aplica.

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Código POP POP_ENT_LB_006_v02_PT Página 1/3

Título Procedimento para a preparação do meio Liver Infusion Tryptose (LIT) para cultura de Trypanosoma cruzi.

Idioma da versão original Português

Elaborado por: Wuelton M. Monteiro Ana Paula M. Teston

Data e assinatura

Revisado e Aprovado por:

Maria das Graças Vale Barbosa

Max Jean de Ornelas Toledo

Data e assinatura

Data de aplicação:

05 de julho de 2011

Data da próxima revisão:

05 de julho de 2012

1. OBJETIVOS

Descrever o procedimento para a preparação do meio Liver Infusion Tryptose (LIT) para cultura de

Trypanosoma cruzi.

2. DEFINIÇÕES

Não se aplica.

3. APLICÁVEL A

O procedimento se aplica à pesquisa clinica e diagnóstico laboratorial de rotina.

4. RESPONSABILIDADES

Gerente da unidade, responsável pela subunidade e pessoal técnico.

5. POP’S RELACIONADOS

POP_ENT_LB_001_v02_PT: Procedimento da hemocultura para o diagnóstico da doença de Chagas

em meio Liver Infusion Tryptose (LIT).

POP_ENT_LB_004_v02_PT: Procedimento da xenocultura para isolamento de estoques de

Trypanosoma cruzi.

POP_ENT_LB_016_v02_PT: Procedimento da hemocultura para a verificação da infecção pelo

Trypanosoma cruzi em camundongos utilizando meio Liver Infusion Tryptose (LIT).

6. RECURSOS NECESSÁRIOS

6.1 Materiais:

6.1.1 Bastão de vidro

6.1.2 Membranas para filtração 1,2 mm, 0,45 mm e 0,2 mm, não estéreis

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

GERÊNCIA DE ENTOMOLOGIA

S

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237

Código POP POP_ENT_LB_006_v02_PT Página 2/3

6.1.3 Garrafas estéreis

6.1.4 Pipetas tipo Pasteur

6.1.5 Proveta de 1 L

6.1.6 Proveta de 100 mL

6.1.7 Pipetas de vidro

6.1.8 Tubos com tampa de rosca

6.1.9 Caixa de descarte de material com solução desinfetante

6.2 Equipamentos:

6.2.1 Balança de precisão

6.2.2 Câmara de fluxo laminar

6.2.3 Potenciômetro

6.2.4 Agitador

6.2.5 Geladeira

6.2.6 Destilador

6.2.7 Freezer

6.3 Reagentes, meios e soluções:

Reagente Quantidade

NaHPO4.7H20 11,6 g

NaCl 4 g

KCl 0,4 g

Glicose 2,2 g

Triptose 5 g

Caldo de infuso de fígado 5 g

Extrato de levedura 15 g

Hemina 25 mg/20 mL Tris Base 0,1 N

Soro fetal bovino 100 mL

Penicilina 200.000 U

Estreptomicina/gentamicina 50 mg

H2O qsp 1.000 mL

7. PROCEDIMENTOS (2,3)

7.1 Preparo do meio

7.1.1 Dissolver as substâncias, sob agitação, em aproximadamente 850 mL de H2O destilada.

7.1.2 Ajustar o pH para 7,2-7,5 com HCl.

7.1.3 Adicionar o soro fetal bovino.

7.1.4 Completar o volume para 1.000 mL.

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238

Código POP POP_ENT_LB_006_v02_PT Página 3/3

7.1.5 Inativar todo o meio a 68°C por 60 minutos.

7.1.6 Filtrar sucessivamente, com membranas de 1,2 mm, 0,45 mm e 0,2 mm (não estéreis).

7.1.7 Filtrar com membrana estéril de 0,2 mm.

7.1.8 Distribuir o meio em garrafas estéreis.

7.2 Armazenamento

7.2.1 Manter à 4°C (caso for utilizado dentro de duas semanas) ou congelar a -20°C por até seis

meses.

7.3 Controle de esterilidade

7.3.1 Recolher duas alíquotas em tubos com roscas, deixando um à temperatura ambiente e outro na

geladeira.

7.3.1 Observar a formação de precipitados e turvação, indicativos de contaminação..

Todo o procedimento deve ser realizado sob as condições de assepsia total (em câmara de fluxo

laminar) (1).

8. LIMITAÇÕES

Não se aplica.

9. REFERÊNCIAS

1. Barbosa HS. Manutenção e obtenção de diferentes estágios evolutivos em laboratório. In: Araújo-

Jorge TC, Castro SL. Doença de Chagas: manual para experimentação animal. Rio de Janeiro:

Editora FIOCRUZ 2000, p. 184-95.

2. Camargo EP. Growth and differentiation in Trypanosoma cruzi. I. Origin of metacyclic trypanosomes

in liquid media. Rev Inst Med Trop São Paulo 1964; 6:93-100.

3. Yaeger RG. A method of isolating trypanosomes from blood. J Parasitol 1960; 46:288.

10. ANEXOS

Não se aplica.

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239

Código POP POP_ENT_LB_007_v02_PT Página 1/3

Título Procedimento para a preparação do meio MacNeal, Novy e Nicolle (NNN) para cultura de Leishmania sp. e Trypanosoma cruzi.

Idioma da versão original Português

Elaborado por: Wuelton M. Monteiro

Data e assinatura

Revisado e Aprovado por:

Maria das Graças Vale Barbosa

Data e assinatura

Data de aplicação:

05 de julho de 2011

Data da próxima revisão:

05 de julho de 2012

1. OBJETIVOS

Descrever o procedimento para a preparação do meio MacNeal, Novy e Nicolle (NNN) para cultura de

Leishmania sp. Trypanosoma cruzi (1,2).

2. DEFINIÇÕES

Não se aplica.

3. APLICÁVEL A

O procedimento se aplica à pesquisa e diagnóstico laboratorial de rotina.

4. RESPONSABILIDADES

Gerente da unidade, responsável pela subunidade e pessoal técnico.

5. POP’S RELACIONADOS

POP_ENT_LB_002_v02_PT: Procedimento da hemocultura para o diagnóstico da doença de Chagas

em meio MacNeal, Novy e Nicolle (NNN).

POP_ENT_LB_004_v02_PT: Procedimento da xenocultura para isolamento de estoques de

Trypanosoma cruzi.

POP_ENT_LB_017_v02_PT: Procedimento da hemocultura para a verificação da infecção pelo

Trypanosoma cruzi em camundongos utilizando meio MacNeal, Novy e Nicolle (NNN).

6. RECURSOS NECESSÁRIOS

6.1 Materiais:

6.1.1 Pipetas sorológicas de 10 mL

6.1.2 Tubos de ensaio com tampa de rosca

6.1.3 Balão de fundo chato

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

GERÊNCIA DE ENTOMOLOGIA

S

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240

Código POP POP_ENT_LB_007_v02_PT Página 2/3

6.1.4 Proveta graduada de 1L

6.1.5 Erlenmayer de 125 mL

6.1.6 Pérolas de vidro

6.1.4 Dispensador automático

6.2 Equipamentos:

6.2.1 Destilador

6.2.2 Câmara de fluxo laminar

6.2.3 Banho-maria

6.2.4 Geladeira

6.2.5 Autoclave

6.2.6 Balança de precisão

6.2.7 Agitador magnético

6.2.8 Forno de Pasteur

6.3 Reagentes, meios e soluções:

6.3.1 BHI (Brain and Heart Infusion Agar) ágar (Sigma P7278)

6.3.2 Penicilina G potássica (100 UI/mL) – Estreptomicina (100 µg/mL)

6.3.3 Água destilada q.s.p. 1L

6.3.4 Sangue estéril e desfibrinado de coelho obtido da Gerência de Ofidismo da Fundação de

Medicina Tropical do Amazonas.

7. PROCEDIMENTOS (3,4)

7.1 Preparo das vidrarias

7.1.1 Esterilizar os tubos de ensaio com tampas rosqueáveis, erlenmeyers e as provetas por

autoclavação por 30 min a 121ºC. 7.1.2 Secar a vidraria por dois dias no forno de Pasteur.

7.2 Preparo do sangue de coelho

7.2.1 Cobrir o fundo de um erlenmeyer de 125 mL com pérolas de vidro com 2 a 3 mm de diâmetro.

7.2.2 Autoclavar por 30 min a 121ºC e secar em forno de Pasteur.

7.2.3 Colher assepticamente, por punção cardíaca, sangue do coelho.

7.2.4 Transferir imediatamente o sangue para um erlenmeyer estéril com as pérolas de vidro.

7.2.5 Desfibrinar por 10 min o sangue pela agitação contínua por meio de movimentos circulares.

7.2.6 Adicionar ao sangue 0,75 mL de penicilina – estreptomicina para cada 40 mL de sangue.

7.2.7 Manter o sangue sob agitação até a incorporação do meio.

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Código POP POP_ENT_LB_007_v02_PT Página 3/3

7.3 Meio básico

7.3.1 Pesar 52 g de BHI.

7.3.2 Colocar o BHI num balão de fundo chato.

7.3.3 Adicionar 1 L de água destilada.

7.3.4 Autoclavar por 15 min a 121ºC.

7.3.5 Resfriar em banho-maria a 40ºC.

7.3.6 Adicionar 100 mL de sangue de coelho desfibrinado e estéril.

7.3.7 Manter o meio a 40ºC em banho-maria controlado.

7.3.8 Transferir o meio para os tubos de ensaio com tampa de rosca com o auxílio de dispensador

automático.

7.3.9 Manter os tubos inclinados a 45 graus até a solidificação do meio.

7.3.10 Deixar em teste de esterilidade por 2 dias.

7.3.11 Armazenar na geladeira a 4ºC por até 30 dias.

7.4 Meio completo

7.4.1 No momento do uso, deixar os tubos com ágar (meio básico) à temperatura ambiente até

estabilização da temperatura.

7.4.2 Adicionar aos tubos com NNN suficiente quantidade de meio LIT contendo 10% de soro bovino

fetal e 140 mg/mL de gentamicina para cobrir o bisel de ágar sangue.

8. LIMITAÇÕES

Não se aplica.

9. REFERÊNCIAS

1. Miles MA, Póvoa MM, Souza AA, Lainson R, Shaw JJ, Ketteridge DS. Chagas‟ disease in the

Amazon Basin. II. Distribution of Trypanosoma cruzi zymodemes 1 and 3 in Pará State, north Brazil.

Trans R Soc Trop Med Hyg 1981; 75, 667-74.

2. Steindel M, Grisard EC. Cultivo de Trypanosoma cruzi, Trypanosoma rangeli e Leishmania spp. In:

De Carli GA. Parasitologia Clínica: Seleção de Métodos e Técnicas de Laboratório para o Diagnóstico

das Parasitoses Humanas. 2ed. São Paulo: Atheneu 2007; p. 455-64.

10. ANEXOS

Não se aplica.

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Código POP POP_ENT_LB_008_v02_PT Página 1/3

Título Procedimento de isolamento de estoques de Trypanosoma cruzi por inoculação em camundongo.

Idioma da versão original Português

Elaborado por: Wuelton M. Monteiro Ana Paula M. Teston

Data e assinatura

Revisado e Aprovado por:

Maria das Graças Vale Barbosa

Max Jean de Ornelas Toledo

Data e assinatura

Data de aplicação:

05 de julho de 2011

Data da próxima revisão:

05 de julho de 2012

1. OBJETIVOS

Descrever o procedimento de isolamento de estoques de Trypanosoma cruzi por inoculação em

camundongo.

2. DEFINIÇÕES

Não se aplica.

3. APLICÁVEL A

O procedimento se aplica à pesquisa e diagnóstico laboratorial.

4. RESPONSABILIDADES

Gerente da unidade, responsável pela subunidade e pessoal técnico.

5. POP’S RELACIONADOS

POP_ENT_LB_016_v02_PT: Procedimento da hemocultura para a verificação da infecção pelo

Trypanosoma cruzi em camundongos utilizando meio Liver Infusion Tryptose (LIT).

POP_ENT_LB_017_v02_PT: Procedimento da hemocultura para a verificação da infecção pelo

Trypanosoma cruzi em camundongos utilizando meio MacNeal, Novy e Nicolle (NNN).

6. RECURSOS NECESSÁRIOS

6.1 Materiais:

6.1.1 Amostra de sangue humano ou de reservatório a ser testado ou amostra de conteúdo intestinal

de triatomíneo a ser testada

6.1.2 Seringa de 1 mL com agulha 13 x 4,5

6.1.3 Algodão embebido em álcool a 70%

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

GERÊNCIA DE ENTOMOLOGIA

S

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243

Código POP POP_ENT_LB_008_v02_PT Página 2/3

6.1.4 Caixa de descarte de material perfurocortante

6.1.5 Caixa de descarte de material com solução desinfetante

6.1.6 Frasco lavador com álcool 70%

6.1.7 Gaiolas e outros materiais necessários para a manutenção dos animais

6.1.8 Adaptador de plástico para tubo de coleta a vácuo

6.1.9 Tubos para coleta a vácuo com anticoagulante

6.1.10 Garrote

6.1.11 Vidro relógio

6.1.12 Pinça

6.1.13 Tesoura pequena

6.1.14 Pipetas tipo Pasteur

6.1.15 Bastão de vidro

6.2 Reagentes, meios e soluções:

6.3.1 Solução salina estéril adicionada de antibiótico (NaCl 0.85% + 140 mg/mL de gentamicina).

7. PROCEDIMENTOS

7.1 Obtenção do sangue a ser testado

7.1.1 Coletar, por punção venosa, em condições assépticas, 10 mL de sangue de cada indivíduo,

com tubos de coleta a vácuo contendo anticoagulante.

7.2 Obtenção da amostra de conteúdo intestinal de triatomíneo a ser testada

7.2.1 Recortar a cutícula em torno da ampola retal do inseto, retirando a mesma e repousando em um

vidro relógio contendo solução salina estéril adicionada de antibiótico (NaCl 0.85% + 140 mg/mL de

gentamicina).

7.2.2 Romper o tubo digestivo com auxílio de uma pipeta de Pasteur estéril.

7.2.3 Recolher o material no vidro relógio.

7.3 Inoculação dos camundongos

7.3.1 Com a seringa de 1 mL, inocular em cada camundongo cerca de 200 µL da amostra de sangue

humano ou de reservatório a ser testado ou amostra de conteúdo intestinal de triatomíneo a ser

testada, por via intraperitoneal.

7.4 Período e forma de leitura

7.4.1 Realizar a leitura por meio de exame de sangue a fresco, conforme

POP_ENT_LB_0015_v02_PT (Procedimento para o exame a fresco e determinação da parasitemia

direta em camundongos infectados pelo Trypanosoma cruzi (Método de Pizzi-Brener)).

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Código POP POP_ENT_LB_008_v02_PT Página 3/3

7.5 Isolamento do estoque de Trypanosoma cruzi

7.5.1 Realizar o isolamento dos estoques de Trypanosoma cruzi por meio de hemocultura, conforme

os seguintes procedimentos:

POP_ENT_LB_016_v02_PT: Procedimento da hemocultura para a verificação da infecção pelo

Trypanosoma cruzi em camundongos utilizando meio Liver Infusion Tryptose (LIT).

POP_ENT_LB_017_v02_PT: Procedimento da hemocultura para a verificação da infecção pelo

Trypanosoma cruzi em camundongos utilizando meio MacNeal, Novy e Nicolle (NNN).

Todo o procedimento deve ser realizado sob as condições de biossegurança requeridas durante o

trabalho com o Trypanosoma cruzi (1).

8. LIMITAÇÕES

Este tipo de procedimento deverá ser submetido às Comissões de Ética que regulamentam os

procedimentos que envolvem o uso de animais em laboratório, indicando a adequação destes às

normas vigentes.

O procedimento requer espaço adequado para a manutenção dos camundongos.

9. REFERÊNCIAS

1. Araújo-Jorge TC, Pirmez C. Normas de segurança para o trabalho com Trypanosoma cruzi. In:

Araújo-Jorge TC, Castro SL. Doença de Chagas: manual para experimentação animal. Rio de

Janeiro: Editora FIOCRUZ 2000, p. 125-132.

10. ANEXOS

Não se aplica.

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Código POP POP_ENT_LB_009_v02_PT Página ¼

Título Procedimento para criopreservação de estoques de Trypanosoma cruzi em nitrogênio líquido (- 196 ºC).

Idioma da versão original Português

Elaborado por: Wuelton M. Monteiro Ana Paula M. Teston

Data e assinatura

Revisado e Aprovado por:

Maria das Graças Vale Barbosa

Max Jean de Ornelas Toledo

Data e assinatura

Data de aplicação:

05 de julho de 2011

Data da próxima revisão:

05 de julho de 2012

1. OBJETIVOS

Descrever o procedimento para criopreservação de estoques de Trypanosoma cruzi em nitrogênio

líquido (- 196 ºC).

2. DEFINIÇÕES

Criopreservação: Conservação de material biológico a temperaturas ultrabaixas, geralmente em

nitrogênio líquido a - 196oC, ou em sua fase de vapor a - 150°C (2).

3. APLICÁVEL A

O procedimento se aplica à pesquisa e a procedimentos de rotina para preservação de células e

tecidos.

4. RESPONSABILIDADES

Gerente da unidade, responsável pela subunidade e pessoal técnico.

5. POP’S RELACIONADOS

POP_ENT_LB_006_v02_PT: Procedimento para a preparação do meio Liver Infusion Tryptose (LIT)

para cultura de Trypanosoma cruzi.

POP_ENT_LB_010_v02_PT: Procedimento para descongelamento de estoques de Trypanosoma

cruzi criopreservadas em nitrogênio líquido (- 196 ºC).

6. RECURSOS NECESSÁRIOS

6.1 Materiais:

6.1.1 Pipetador automático

6.1.2 Pipetas automáticas

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

GERÊNCIA DE ENTOMOLOGIA

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246

Código POP POP_ENT_LB_009_v02_PT Página 2/4

6.1.3 Ponteiras descartáveis em suporte apropriado

6.1.4 Pipetas sorológicas plásticas

6.1.5 Garrafas de cultura celular de 25 cm3

6.1.6 Câmara de Neubauer

6.1.7 Tubos tipo Eppendorff

6.1.8 Tubos para criopreservação

6.1.9 Tubo cônico com tampa de rosca para centrífuga

6.2 Equipamentos:

6.2.1 Freezer

6.2.2 Câmara de fluxo laminar

6.2.3 Container de nitrogênio líquido

6.2.4 Centrífuga refrigerada

6.2.5 Microscópio ótico

6.2.6 Autoclave

6.2.7 Estufa incubadora B.O.D. (biochemical oxygen demand) a 28ºC

6.3 Reagentes, meios e soluções:

6.3.1 Meio Liver Infusion Tryptose (LIT)

Vide POP_ENT_LB_006_v02_PT: Procedimento para a preparação do meio Liver Infusion Tryptose

(LIT) para cultura de Trypanosoma cruzi.

6.3.2 Nitrogênio líquido (N2)

6.3.3 Gelo seco

6.3.4 Solução de criopreservação

6.3.4.1 Fórmula:

Reagente Quantidade

Soro fetal bovino 30 mL

Glicerol estéril1

8 mL

Meio LIT2

62 mL

1 Esterilizado por autoclavação (30 min/121

oC)

2 Vide POP_ENT_LB_006_v02_PT: Procedimento para a preparação do meio Liver Infusion Tryptose

(LIT) para cultura de Trypanosoma cruzi.

6.3.4.2 Preparação:

Adicionar, com o auxílio de um pipetador automático, os reagentes em uma garrafa estéril, própria

para o armazenamento de soluções.

Homogeneizar a solução e deixar a mistura por 20 min à temperatura ambiente.

Armazenar a solução em freezer a uma temperatura de – 20oC.

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Código POP POP_ENT_LB_009_v02_PT Página 3/4

6.4 Equipamentos de proteção individuais especiais:

6.4.1 Máscara de proteção para criopreservação

6.4.2 Luvas para manipulação de material de criopreservação

7. PROCEDIMENTOS

7.1 Etapa 1

7.1.1 Transferir para garrafas plásticas próprias para cultivo de células de 25 cm

3 o material de cultura

a ser criopreservado, com o auxílio de um pipetador automático, utilizando pipetas volumétricas

plásticas descartáveis, para que se obtenha massa celular suficiente para o procedimento de

criogenia.

7.1.2 Adicionar às garrafas meio de cultivo LIT na proporção de uma parte de material em cultura

para três partes de meio fresco.

7.1.3 Acondicionar o material por 48 h em estufa BOD por 28oC.

7.1.4 Após as 48 h de incubação, fazer uma lâmina com uma gota do material a ser criopreservado

para avaliação microscópica de possíveis contaminantes biológicos.

7.1.5 Após a observação, retirar todo o conteúdo das garrafas de cultura, com o auxílio de um

pipetador automático e transferir para um tubo cônico de centrífuga.

7.1.6 Centrifugar o material a 4.000 rpm por 10 min a 4oC.

7.1.7 Descartar o sobrenadante e ressuspender o sedimento em 1 mL de meio LIT.

7.1.8 Fazer diluição de 1/100 em eppendorf para realização da contagem de parasitos.

7.1.9 Colocar 10 µL da solução diluída na câmara de Neubauer e realizar a contagem em microscópio

ótico.

7.1.10 Fazer o cálculo para se obter a concentração de 5 x 107 parasitas/mL.

7.1.11 Retirar da solução a quantidade necessária de parasitas para o volume final de 1,5 mL por

tubo de criopreservação.

7.1.12 Transferir para um tubo cônico e centrifugar a 4.000 rpm por 10 min a 4oC.

7.1.13 Descartar o sobrenadante e ressuspender o sedimento no volume necessário de solução de

criopreservação.

7.1.14 Transferir o material para os tubos de criopreservação e iniciar imediatamente o procedimento

de congelamento.

7.2 Etapa 2

7.2.1 Os tubos de criopreservação contendo as amostras a serem criopreservadas devem ser

colocados por 1 h no congelador na temperatura de – 20oC.

7.2.2 Após esse período, as amostras são colocadas por 2 h no freezer – 70oC ou em caixa de isopor

contendo gelo seco.

7.2.3 Transferir as amostras para container de nitrogênio líquido.

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Código POP POP_ENT_LB_009_v02_PT Página 4/4

Todo o procedimento deve ser realizado sob as condições de biossegurança requeridas durante o

trabalho com o Trypanosoma cruzi (1).

8. LIMITAÇÕES

O nível de nitrogênio líquido no conteiner deve ser monitorado rigorosamente.

9. REFERÊNCIAS

1. Araújo-Jorge TC, Pirmez C. Normas de segurança para o trabalho com Trypanosoma cruzi. In:

Araújo-Jorge TC, Castro SL. Doença de Chagas: manual para experimentação animal. Rio de

Janeiro: Editora FIOCRUZ 2000, p. 125-132.

2. Kartha KK. Meristem culture and germplasm preservation. In: Kartha KK. Cryopreservation of plant

cells and organs. Boca Raton: CRC Press, 1985; p.115-134.

10. ANEXOS

Não se aplica.

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249

Código POP POP_ENT_LB_010_v02_PT Página 1/3

Título Procedimento para descongelamento de estoques de Trypanosoma cruzi criopreservadas em nitrogênio líquido (- 196 ºC).

Idioma da versão original Português

Elaborado por: Wuelton M. Monteiro Ana Paula M. Teston

Data e assinatura

Revisado e Aprovado por:

Maria das Graças Vale Barbosa

Max Jean de Ornelas Toledo

Data e assinatura

Data de aplicação:

05 de julho de 2011

Data da próxima revisão:

05 de julho de 2012

1. OBJETIVOS

Descrever o procedimento para descongelamento de estoques de Trypanosoma cruzi

criopreservadas em nitrogênio líquido (- 196 ºC).

2. DEFINIÇÕES

Criopreservação: Conservação de material biológico a temperaturas ultrabaixas, geralmente em

nitrogênio líquido a - 196oC, ou em sua fase de vapor a - 150°C (2).

3. APLICÁVEL A

O procedimento se aplica à pesquisa e a procedimentos de rotina para preservação de células e

tecidos.

4. RESPONSABILIDADES

Gerente da unidade, responsável pela subunidade e pessoal técnico.

5. POP’S RELACIONADOS

POP_ENT_LB_006_v02_PT: Procedimento para a preparação do meio Liver Infusion Tryptose (LIT)

para cultura de Trypanosoma cruzi.

POP_ENT_LB_007_v02_PT: Procedimento para a preparação do meio MacNeal, Novy e Nicolle

(NNN) para cultura de Leishmania sp. Trypanosoma cruzi.

POP_ENT_LB_009_v02_PT Procedimento para criopreservação de estoques de Trypanosoma cruzi

em nitrogênio líquido (- 196 ºC).

6. RECURSOS NECESSÁRIOS

6.1 Materiais:

6.1.1 Pipetas Pasteur de vidro com bulbo de látex

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

GERÊNCIA DE ENTOMOLOGIA

S

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250

Código POP POP_ENT_LB_010_v02_PT Página 2/3

6.1.2 Lâminas

6.1.3 Lamínulas

6.2 Equipamentos:

6.2.1 Banho-maria

6.2.2 Câmara de fluxo laminar

6.2.3 Microscópio ótico

6.2.6 Autoclave

6.2.7 Estufa incubadora B.O.D. (biochemical oxygen demand) a 28ºC

6.3 Reagentes, meios e soluções:

6.3.1 Meio Liver Infusion Tryptose (LIT)

Vide POP_ENT_LB_006_v02_PT: Procedimento para a preparação do meio Liver Infusion Tryptose

(LIT) para cultura de Trypanosoma cruzi.

6.3.2 Meio MacNeal, Novy e Nicolle (NNN)

POP_ENT_LB_007_v02_PT: Procedimento para a preparação do meio MacNeal, Novy e Nicolle

(NNN) para cultura de Leishmania sp. Trypanosoma cruzi.

6.4 Equipamentos de proteção individuais especiais:

6.4.1 Máscara de proteção para criopreservação

6.4.2 Luvas para manipulação de material de criopreservação

7. PROCEDIMENTOS

7.1 Descongelamento:

7.1.1 Retirar os tubos com meios de cultura (LIT ou NNN) previamente da geladeira e deixar à

temperatura ambiente até estabilização.

7.1.2 Retirar o tubo de criopreservação com a amostra do container de nitrogênio líquido.

7.1.3 Levar o tubo com a mostra imediatamente para o banho-maria a 37oC até o completo

descongelamento.

7.1.4 Para a prova de congelamento: Com o auxílio de uma pipeta Pasteur encaixada no bulbo de

látex, retirar uma gota do conteúdo do tubo de criopreservação e colocar sobre uma lâmina seca e

limpa.

7.1.5 Colocar uma lamínula sobre a gota de cultura e observar a viabilidade da amostra ao

microscópio ótico.

7.1.6 Para a prova de crescimento: Retirar o conteúdo do tubo de criopreservação e transferir para

o tubo com meio de cultura escolhido.

7.1.7 Incubar as amostras inoculadas em estufa BOD à 28oC.

7.1.8 Observar periodicamente as culturas, para observar a viabilidade celular das mesmas.

7.1.9 Repicar a cultura quando o crescimento chegar à fase ideal.

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Código POP POP_ENT_LB_010_v02_PT Página 3/3

Todo o procedimento deve ser realizado sob as condições de biossegurança requeridas durante o

trabalho com o Trypanosoma cruzi (1).

8. LIMITAÇÕES

Não se aplica.

9. REFERÊNCIAS

1. Araújo-Jorge TC, Pirmez C. Normas de segurança para o trabalho com Trypanosoma cruzi. In:

Araújo-Jorge TC, Castro SL. Doença de Chagas: manual para experimentação animal. Rio de

Janeiro: Editora FIOCRUZ 2000, p. 125-132.

2. Kartha KK. Meristem culture and germplasm preservation. In: Kartha KK. Cryopreservation of plant

cells and organs. Boca Raton: CRC Press, 1985; p.115-134.

10. ANEXOS

Não se aplica.

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252

Código POP POP_ENT_LB_011_v02_PT Página ¼

Título Procedimento para manutenção das amostras em culturas acelulares e obtenção de tripomastigotas de culturas de Trypanosoma cruzi.

Idioma da versão original Português

Elaborado por: Wuelton M. Monteiro Ana Paula M. Teston

Data e assinatura

Revisado e Aprovado por:

Maria das Graças Vale Barbosa

Max Jean de Ornelas Toledo

Data e assinatura

Data de aplicação:

05 de julho de 2011

Data da próxima revisão:

05 de julho de 2012

1. OBJETIVOS

Descrever o procedimento para manutenção das amostras em culturas acelulares e obtenção de

tripomastigotas de culturas de Trypanosoma cruzi.

2. DEFINIÇÕES

Tripomastigotas: formas flageladas de Trypanosoma cruzi encontradas no sangue periférico dos

mamíferos, de onde podem ser fagocitados ou invadir os mais variados tipos de células dos

hospedeiros, especialmente as do sistema fagocítico mononuclear, fibras musculares estriadas, tanto

cardíacas como esqueléticas, fibras musculares lisas e células nervosas. O núcleo destas formas

ocupa o segmento médio do corpo celular, entre o cinetoplasto e o flagelo. É a forma infectante para

os triatomíneos, quando estes sugam o sangue do hospedeiro vertebrado. Nos trabalhos de infecção

experimental, são utilizadas como formas infectantes. Estas formas, em conjunto com as formas

epimastigotas, podem aparecer nos meios de cultura acelulares convencionais utilizados para a

cultura de Trypanosoma cruzi.

3. APLICÁVEL A

O procedimento se aplica à pesquisa e diagnóstico laboratorial de rotina.

4. RESPONSABILIDADES

Gerente da unidade, responsável pela subunidade e pessoal técnico.

5. POP’S RELACIONADOS

POP_ENT_LB_006_v02_PT: Procedimento para a preparação do meio Liver Infusion Tryptose (LIT)

para cultura de Trypanosoma cruzi.

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

GERÊNCIA DE ENTOMOLOGIA

S

Page 273: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS · sete filhos, no noroeste do Estado de São Paulo, onde grassava, além do mal de Chagas, a ferida brava e ainda a maleita. Naquele ambiente de

253

Código POP POP_ENT_LB_011_v02_PT Página 2/4

POP_ENT_LB_007_v02_PT: Procedimento para a preparação do meio MacNeal, Novy e Nicolle

(NNN) para cultura de Leishmania sp. Trypanosoma cruzi.

6. RECURSOS NECESSÁRIOS

6.1 Materiais:

6.1.1 Erlenmayer de 250 mL

6.1.2 Ponteiras descartáveis em suporte apropriado

6.1.3 Pipetas Pasteur de vidro

6.1.4 Bulbos de látex

6.1.5 Lâminas para microscopia

6.1.6 Lamínulas para microscopia

6.1.7 Caixa de descarte de material com solução desinfetante

6.1.8 Câmara de Neubauer

6.1.9 Ponteiras descartáveis de 10 µL em suporte apropriado

6.2 Equipamentos:

6.2.1 Câmara de fluxo laminar

6.2.2 Estufa incubadora B.O.D. (biochemical oxygen demand) a 28ºC

6.2.3 Microscópio ótico comum

6.2.4 Geladeira

6.3 Reagentes, meios e soluções:

6.3.1 Meio Liver Infusion Tryptose (LIT)

Vide POP_ENT_LB_006_v02_PT: Procedimento para a preparação do meio Liver Infusion Tryptose

(LIT) para cultura de Trypanosoma cruzi.

6.3.2 Meio MacNeal, Novy e Nicolle (NNN)

Vide POP_ENT_LB_007_v02_PT: Procedimento para a preparação do meio MacNeal, Novy e Nicolle

(NNN) para cultura de Leishmania sp. Trypanosoma cruzi.

7. PROCEDIMENTOS (3,4)

7.1 Manutenção de amostras

7.1.1 Retirar o meio de cultura escolhido previamente da geladeira, para que sejam utilizados em

temperatura ambiente.

7.1.2 Com o auxílio de uma pipeta Pasteur encaixada ao bulbo de látex, deve ser retirada uma gota

da amostra a ser mantida no laboratório e colocá-la sobre uma lâmina de vidro própria para

microscopia.

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Código POP POP_ENT_LB_011_v02_PT Página ¾

7.1.3 Uma lamínula de vidro deve ser colocada sobre a gota de cultura para que possas ser avaliada

a viabilidade celular da amostra recebida através de observação por microscopia ótica, com o auxílio

de um microscópio ótico.

7.1.4 Após a avaliação da viabilidade celular, as amostras a serem mantidas no laboratório são

transferidas para um tubo de ensaio contendo meio de cultura, sempre em proporção de 1 para 3.

7.1.5 As amostras são então armazenadas em estufa incubadora BOD a 28oC, por um período de 7

dias.

7.1.6 A manutenção das amostras é realizada por passagens seriadas a cada sete dias, seguindo

sempre o procedimento descrito acima, até a liberação dos resultados dos ensaios realizados.

7.2 Obtenção de tripomastigotas em meio LIT (2)

7.2.1 O inóculo inicial em meio LIT deve ser cerca de 7,5 x 106 parasitos/mL de meio.

7.2.2 As culturas de T. cruzi são mantidas de 26-28°C.

7.2.3 Quando a cultura atinge sua fase final de crescimento exponencial, em torno de 72-96 horas, o

número de tripomastigotas metacíclicos aumenta alcançando seu nível mais alto, com 3-4 x 107

parasitos/mL.

7.2.4 Quando a cultura atingir a fase estacionária tardia, onde ocorre maior porcentagem de

tripomastigotas, levar a cultura para uma câmara de fluxo laminar, coletando-se 3 mL de material.

7.2.5 Centrifugar o material a 1.000 rpm por cinco minutos.

7.2.6 Coletar 4 gotas do sedimento, com o auxílio de uma pipeta Pasteur de vidro, colocando-as

sobre uma lâmina.

7.2.7 Fixar com álcool metílico.

7.2.8 Corar por Giemsa (3):

Pingar uma gota da cultura em uma lâmina para microscopia e espalhar (usar pipeta Pasteur de

plástico);

Secar ao ar;

Depois de seca, cobrir a lâmina com metanol por 1 a 3 minutos;

Secar ao ar;

Enquanto a lâmina seca, montar o corante de Giemsa: para cada 1 mL de água adicionar 2 gotas de

corante Giemsa (para cada lâmina necessita-se de 3 mL de preparado);

Cobrir toda a lâmina com o preparado (sem formar bolha) por 20 minutos;

Secar ao ar.

7.2.9 Ao microscópio ótico, sob objetiva de 100x, determinar a porcentagem de tripomastigotas.

7.2.10 Em câmara de Neubauer, realizar a contagem global dos parasitos, nos quatro quadrantes

externos, multiplicando o valor encontrado por 106.

7.2.11 Subtrair o percentual de epimastigotas encontrado e padronizar o inóculo por diluição ou

centrifugação se necessário.

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Código POP POP_ENT_LB_011_v02_PT Página 4/4

Todo o procedimento deve ser realizado sob as condições de biossegurança requeridas durante o

trabalho com o Trypanosoma cruzi (1).

8. LIMITAÇÕES

Não se aplica.

9. REFERÊNCIAS

1. Araújo-Jorge TC, Pirmez C. Normas de segurança para o trabalho com Trypanosoma cruzi. In:

Araújo-Jorge TC, Castro SL. Doença de Chagas: manual para experimentação animal. Rio de

Janeiro: Editora FIOCRUZ 2000, p. 125-132.

2. Camargo EP. Growth and differentiation in Trypanosoma cruzi. I. Origin of metacyclic trypanosomes

in liquid media. Rev Inst Med Trop São Paulo 1964; 6:93-100.

3. Rosenfeld G. Corante pancrômico para hematologia e citologia clínica. Nova combinação dos

componentes do May-Grunwald e do Giemsa num só corante de emprego rápido. Mem Inst Butantan

1947; 20:329-34.

10. ANEXOS

Não se aplica.

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Código POP POP_ENT_LB_012_v02_PT Página 1/3

Título Procedimento para a obtenção de tripomastigotas sanguíneos de Trypanosoma cruzi.

Idioma da versão original Português

Elaborado por: Wuelton M. Monteiro Ana Paula M. Teston

Data e assinatura

Revisado e Aprovado por:

Maria das Graças Vale Barbosa

Max Jean de Ornelas Toledo

Data e assinatura

Data de aplicação:

05 de julho de 2011

Data da próxima revisão:

05 de julho de 2012

1. OBJETIVOS

Descrever o para a obtenção de tripomastigotas sanguíneos de Trypanosoma cruzi.

2. DEFINIÇÕES

Tripomastigotas sanguíneos: formas flageladas de Trypanosoma cruzi encontradas no sangue

periférico dos mamíferos, de onde podem ser fagocitados ou invadir os mais variados tipos de células

dos hospedeiros, especialmente as do sistema fagocítico mononuclear, fibras musculares estriadas,

tanto cardíacas quanto esqueléticas, fibras musculares lisas e células nervosas. O núcleo destas

formas ocupa o segmento médio do corpo celular, entre o cinetoplasto e o flagelo. É a forma

infectante para os triatomíneos, quando estes sugam o sangue do hospedeiro vertebrado. Nos

trabalhos de infecção experimental, são utilizadas como formas infectantes.

3. APLICÁVEL A

O procedimento se aplica à pesquisa experimental.

4. RESPONSABILIDADES

Gerente da unidade, responsável pela subunidade e pessoal técnico.

5. POP’S RELACIONADOS

POP_ENT_LB_011_v02_PT: Procedimento para obtenção de tripomastigotas de culturas de

Trypanosoma cruzi.

POP_ENT_LB_022_v02_PT: Procedimento de inoculação de estoques de Trypanosoma cruzi em

camundongos para caracterização biológica.

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

GERÊNCIA DE ENTOMOLOGIA

S

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Código POP POP_ENT_LB_012_v02_PT Página 2/3

6. RECURSOS NECESSÁRIOS

6.1 Materiais:

6.1.1 Câmara anestésica com éter

6.1.2 Placa de cortiça

6.1.3 Agulhas

6.1.4 Heparina

6.1.5 Frasco lavador com álcool 70%

6.1.6 Seringas de 1 mL

6.1.7 Algodão ou gaze

6.1.8 Álcool a 70%

6.1.9 Pipeta Pasteur de vidro

6.1.10 Borracha de sucção para pipeta Pasteur de vidro

6.1.12 Micropipetas para 5 µL

6.1.13 Ponteiras descartáveis

6.1.14 Caixa de descarte de material perfurocortante

6.1.15 Caixa de descarte de material com solução desinfetante

6.2 Equipamentos:

6.2.1 Câmara de fluxo laminar

6.2.2 Microscópio ótico comum

7. PROCEDIMENTOS (3,4)

7.1 Método:

7.1.1 Grupo de manutenção: inocular por via intraperitoneal um grupo de camundongos Balb/C com

aproximadamente 0,3 mL de cultura em meio LIT rica em tripomastigotas.

Para a obtenção de tripomastigotas de cultura vide POP_ENT_LB_011_v02_PT (Procedimento para

manutenção das amostras em culturas acelulares e obtenção de tripomastigotas de culturas de

Trypanosoma cruzi).

7.1.2 Acompanhar diariamente o grupo de manutenção por meio de exame de sangue a fresco para a

verificação da infecção e determinação da parasitemia.

Vide POP_ENT_LB_0015_v02_PT (Procedimento para o exame a fresco e determinação da

parasitemia direta em camundongos infectados pelo Trypanosoma cruzi (Método de Pizzi-Brener)).

7.1.3 Quando a parasitemia se tornar patente, ou de preferência no pico de parasitemia (para as

cepas já estudadas), obter o sangue do grupo manutenção por punção do plexo venoso retro-

orbitário, utilizando uma gota de heparina como anticoagulante.

Vide POP_ENT_LB_018_v02_PT (Procedimento da sangria de camundongos pelo plexo retro-

orbitário).

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Código POP POP_ENT_LB_012_v02_PT Página 3/3

7.1.4 Examinar 5 µL entre lâmina e lamínula ao microscópio ótico para a determinação da parasitemia

pelo Método de Pizzi-Brener.

Vide POP_ENT_LB_0015_v02_PT (Procedimento para o exame a fresco e determinação da

parasitemia direta em camundongos infectados pelo Trypanosoma cruzi (Método de Pizzi-Brener)).

7.1.5 Padronizar o inóculo, diluindo em meio LIT ou centrifugando para concentração se necessário.

7.1.6 Inocular o grupo experimental por via intraperitoneal.

Todo o procedimento deve ser realizado sob as condições de biossegurança requeridas durante o

trabalho com o Trypanosoma cruzi (1).

8. LIMITAÇÕES

Não se aplica.

9. REFERÊNCIAS

1. Araújo-Jorge TC, Pirmez C. Normas de segurança para o trabalho com Trypanosoma cruzi. In:

Araújo-Jorge TC, Castro SL. Doença de Chagas: manual para experimentação animal. Rio de

Janeiro: Editora FIOCRUZ 2000, p. 125-132.

2. Barbosa HS. Manutenção e obtenção de diferentes estágios evolutivos em laboratório. In: Araújo-

Jorge TC, Castro SL. Doença de Chagas: manual para experimentação animal. Rio de Janeiro:

Editora FIOCRUZ 2000, p. 184-95.

3. Rey L. Parasitologia. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan 2008; 883 p.

10. ANEXOS

Não se aplica.

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Código POP POP_ENT_LB_014_v02_PT Página 1/2

Título Procedimento para avaliação dos parâmetros populacionais de mortalidade em camundongos infectados pelo Trypanosoma cruzi.

Idioma da versão original Português

Elaborado por: Wuelton M. Monteiro Ana Paula M. Teston

Data e assinatura

Revisado e Aprovado por:

Maria das Graças Vale Barbosa

Max Jean de Ornelas Toledo

Data e assinatura

Data de aplicação:

05 de julho de 2011

Data da próxima revisão:

05 de julho de 2012

1. OBJETIVOS

Descrever a avaliação dos parâmetros populacionais de mortalidade em camundongos infectados

pelo Trypanosoma cruzi.

2. DEFINIÇÕES

Não se aplica.

3. APLICÁVEL A

O procedimento se aplica à pesquisa experimental.

4. RESPONSABILIDADES

Gerente da unidade, responsável pela subunidade e pessoal técnico.

5. POP’S RELACIONADOS

POP_ENT_LB_013_v02_PT: Procedimento da avaliação da infecciosidade de estoques de

Trypanosoma cruzi em camundongos.

POP_ENT_LB_022_v02_PT: Procedimento de inoculação de estoques de Trypanosoma cruzi em

camundongos para caracterização biológica.

6. RECURSOS NECESSÁRIOS

6.1 Materiais:

6.1.1 Gaiolas para criação de camundongos

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

GERÊNCIA DE ENTOMOLOGIA

S

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260

Código POP POP_ENT_LB_014_v02_PT Página 2/2

7. PROCEDIMENTOS (2)

7.1 Mortalidade cumulativa

7.1.1 Inocular os camundongos com o estoque de Trypanosoma cruzi a ser caracterizado.

Vide POP_ENT_LB_022_v02_PT: Procedimento de inoculação de estoques de Trypanosoma cruzi

em camundongos para caracterização biológica.

7.1.2 Observar diariamente quantos animais morrem após a infecção.

7.1.3 Confeccionar uma planilha com a data da morte e o número de que morreram.

7.1.4 Calcular o percentual do número total de animais com os quais o experimento foi iniciado,

excluindo aqueles que tiverem apresentado alguma alteração nos parâmetros de higidez (avaliação

hematológicas anormais, especialmente indicativas de infecções bacterianas) ou problemas

dermatológicos detectáveis.

7.1.5 Calcular o dia em que morreram 50% dos animais de experimentação (M50).

7.1.6 Construir curvas de sobrevida, comparando-se os diferentes grupos de experimentação, se for o

caso.

Todo o procedimento deve ser realizado sob as condições de biossegurança requeridas durante o

trabalho com o Trypanosoma cruzi (1).

8. LIMITAÇÕES

A avaliação requer a avaliação diária dos animais, incluindo avaliação da higidez dos mesmos.

9. REFERÊNCIAS

1. Araújo-Jorge TC, Pirmez C. Normas de segurança para o trabalho com Trypanosoma cruzi. In:

Araújo-Jorge TC, Castro SL. Doença de Chagas: manual para experimentação animal. Rio de

Janeiro: Editora FIOCRUZ 2000, p. 125-132.

2. Castro SL, Araújo-Jorge TC, Rivera MT, L, Junqueira ACV. Avaliação de parâmetros

parasitológicos e de mortalidade. In: Araújo-Jorge TC, Castro SL. Doença de Chagas: manual para

experimentação animal. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ 2000, p. 219-36.

10. ANEXOS

Não se aplica.

Page 281: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS · sete filhos, no noroeste do Estado de São Paulo, onde grassava, além do mal de Chagas, a ferida brava e ainda a maleita. Naquele ambiente de

261

Código POP POP_ENT_LB_015_v02_PT Página 1/4

Título Procedimento para o exame a fresco e determinação da parasitemia em camundongos infectados pelo Trypanosoma cruzi (Método de Pizzi-Brener).

Idioma da versão original Português

Elaborado por: Wuelton M. Monteiro Ana Paula M. Teston

Data e assinatura

Revisado e Aprovado por:

Maria das Graças Vale Barbosa

Max Jean de Ornelas Toledo

Data e assinatura

Data de aplicação:

05 de julho de 2011

Data da próxima revisão:

05 de julho de 2012

1. OBJETIVOS

Descrever o procedimento para o exame de sangue a fresco e determinação da parasitemia em

camundongos infectados pelo Trypanosoma cruzi.

2. DEFINIÇÕES

Não se aplica.

3. APLICÁVEL A

O procedimento se aplica à pesquisa experimental.

4. RESPONSABILIDADES

Gerente da unidade, responsável pela subunidade e pessoal técnico.

5. POP’S RELACIONADOS

POP_ENT_LB_0019_v02_PT: Procedimento para sangria de camundongos pela cauda.

6. RECURSOS NECESSÁRIOS

6.1 Materiais:

6.1.1 Caixa de contenção do animal

6.1.2 Tesoura de ponta fina e afiada

6.1.3 Ponteiras descartáveis em suporte apropriado

6.1.4 Micropipeta para 5 µL

6.1.5 Placa de Petri com tampa

6.1.6 Fósforos

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

GERÊNCIA DE ENTOMOLOGIA

Page 282: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS · sete filhos, no noroeste do Estado de São Paulo, onde grassava, além do mal de Chagas, a ferida brava e ainda a maleita. Naquele ambiente de

262

Código POP POP_ENT_LB_015_v02_PT Página 2/4

6.1.7 Algodão embebido em álcool a 70%

6.1.8 Lâminas para microscopia (ou câmara de Neubauer)

6.1.9 Lamínulas para microscopia 20 x 20 mm ou 18 x 18 mm

6.1.10 Solução de lise de hemácias: cloreto de amônia a 0,85% em água destilada

6.1.11 Caixa de descarte de material perfurocortante

6.1.12 Caixa de descarte de material com solução desinfetante

6.1.13 Frasco lavador com álcool 70%

6.1.14 Lâmina micrométrica

6.2 Equipamentos:

6.2.1 Microscópio ótico comum

7. PROCEDIMENTOS (2,3)

7.1 Método de Pizzi-Brener

7.1.1 Colocar o camundongo infectado na caixa de retenção, com a cauda para fora.

7.1.2 Com uma das mãos, massagear a cauda no sentido da base para a ponta e segurar na ponta.

7.1.3 Com a tesoura na outra mão, cortar 1 mm ou menos da ponta da cauda deixando o sangue

correr formando uma gota. Sobre a placa de Petri, colocar a primeira gota, que será desprezada (ou

utilizada para a confecção de um esfregaço), e colocar a seu lado a segunda gota. Manter a cauda do

camundongo segura até que seja cauterizada.

7.1.4 Deixar a tesoura sobre algodão embebido em álcool 70% e pegar a micropipeta com ponteira

para 5 µL.

7.1.5 Tomar 5 µL da segunda gota que está sobre a placa de Petri e depositar sobre a lâmina e

desprezar a ponteira na cuba apropriada. Imediatamente recobrir com a lamínula, deixando espalhar

completamente o sangue sem qualquer pressão. Se o espalhamento não ficar bom, repetir o

procedimento em outra lâmina.

7.1.6 Acender o fósforo e tocar com a base da chama no ponto de corte da cauda do animal até

cauterizar.

7.1.7 Soltar o camundongo e desprezar o fósforo utilizado.

7.1.8 Levar a lâmina ao microscópio, sob objetiva de 40x, e contar o número de parasitas móveis em

50 campos aleatoriamente observados, cobrindo toda a área da lamínula.

7.1.9 No caso do exame de sangue a fresco para avaliação da infectividade, o resultado é expresso

como positivo ou negativo.

7.1.10 Calcular o número de parasitas por mL de sangue de acordo com o procedimento descrito no

Item 7.2.

7.1.11 No caso de parasitemias muito altas, pode ser feita uma diluição inicial em solução de lise.

Nesse caso, deve-se preparar um tubo com o volume apropriado de solução de lise: 20 µL ou 45 µL,

respectivamente para uma diluição de 1/5 ou 1/10 (para 5 µL de sangue).

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263

Código POP POP_ENT_LB_015_v02_PT Página 3/4

Obs: pode-se utilizar câmaras de Neubauer para a contagem. Nesse caso encher a câmara com o

sangue diluído e hemolisado, contar os quatro quadrantes, calcular a média do número de parasitas

por quadrante e multiplicar pelo fator da câmara (104).

7.2 Cálculo do fator de correção e da parasitemia

7.2.1 Medir o diâmetro (d) do campo microscópico com o qual se vai fazer as contagens. Utilizar para

isso uma lâmina micrométrica colocada na platina do microscópio.

7.2.2 Calcular a área de um campo microscópico observado:

Área do campo observado (Ac) = πr2 mm

2

exemplo

d = X mm

r = d/2 mm

0,42 mm

0,21 mm

Ac = 0,138474 mm2

π = 3,14

7.2.3 Calcular a concentração de parasitas no sangue (usar fator de correção): por exemplo, para a

lamínula de 20 x 20 mm sob objetiva cujo campo microscópico mede 0,42 mm de diâmetro.

Sendo n = número de parasitas contados em 50 campos, calcular sucessivamente:

i) n' = número de parasitas em 1 campo (Ac = 0,138474 mm2) (n‟ = n/50)

ii) n’’ = número de parasitas em toda a lamínula (Área da lamínula = 20 mm x 20 mm = 400

mm2)

n’’ = n’ x (400/0,138474) = n’ x 2888,6289 = n’ x 2,89 x 103

Obs: n‟‟ corresponde ao número total de parasitas na lamínula em um volume de 5 µL.

iii) n’’’ = concentração de parasitas, isto é, número de parasitas em 1.000 µL (como temos o

número em 5 µL, deve-se multiplicar por 200)

n’’’ = n’’ x 200 = n’ x 2,89 x 103 x 200 = n’ x 57,8 x 10

4

iv) assim, o fator 57,8 x 104 (só válido para aquele microscópio, com a mesma objetiva, para a

lamínula de 20 mm x 20 mm e para um volume de sangue de 5 µL.

v) desta forma, basta multiplicar o número de parasitas/campo por 57,8 e já se obterá a

concentração de parasitas no sangue expressa em 104 parasitas/mL

vi) se a amostra de sangue tiver sido diluída, multiplicar ainda pela diluição.

7.3 Construção da curva de parasitemia

7.3.1 Inocular os camundongos com o estoque de Trypanosoma cruzi a ser caracterizado.

Vide POP_ENT_LB_022_v02_PT: Procedimento de inoculação de estoques de Trypanosoma cruzi

em camundongos para caracterização biológica.

7.3.2 Observar diariamente a parasitemia do grupo de camundongos inoculado com o estoque ou

isolado.

7.3.3 Calcular a parasitemia diária média.

7.3.4 Confeccionar uma planilha com as parasitemias diárias médias.

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Código POP POP_ENT_LB_015_v02_PT Página 4/4

7.3.5 Criar um gráfico de linhas relacionando o dia de infecção com a parasitemia diária média.

Todo o procedimento deve ser realizado sob as condições de biossegurança requeridas durante o

trabalho com o Trypanosoma cruzi (1).

8. LIMITAÇÕES

Algumas cepas podem não produzir parasitemias patentes, dada a baixa sensibilidade das técnicas

parasitológicas diretas.

9. REFERÊNCIAS

1. Araújo-Jorge TC, Pirmez C. Normas de segurança para o trabalho com Trypanosoma cruzi. In:

Araújo-Jorge TC, Castro SL. Doença de Chagas: manual para experimentação animal. Rio de

Janeiro: Editora FIOCRUZ 2000, p. 125-132.

2. Castro SL, Araújo-Jorge TC, Rivera MT, L, Junqueira ACV. Avaliação de parâmetros

parasitológicos e de mortalidade. In: Araújo-Jorge TC, Castro SL. Doença de Chagas: manual para

experimentação animal. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ 2000, p. 219-36.

3. Pizzi T, Agosin M, Christen R, Hoecker G, Negme A. Influencia de la constitución genética em la

resistência de la laucha a la infección experimental por Trypanosoma cruzi. Biologica 1998; 8: 43-53.

10. ANEXOS

Não se aplica.

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265

Código POP POP_ENT_LB_016_v02_PT Página 1/3

Título Procedimento da hemocultura para a verificação da infecção pelo Trypanosoma cruzi em camundongos utilizando meio Liver Infusion Tryptose (LIT).

Idioma da versão original Português

Elaborado por: Wuelton M. Monteiro Ana Paula M. Teston

Data e assinatura

Revisado e Aprovado por:

Maria das Graças Vale Barbosa

Max Jean de Ornelas Toledo

Data e assinatura

Data de aplicação:

05 de julho de 2011

Data da próxima revisão:

05 de julho de 2012

1. OBJETIVOS

Descrever o procedimento da hemocultura para a verificação da infecção pelo Trypanosoma cruzi em

camundongos utilizando meio MacNeal, Novy e Nicolle (NNN).

2. DEFINIÇÕES

Hemocultura: Método parasitológico indireto que permite a multiplicação dos parasitos em meios

artificiais aumentando a sensibilidade do diagnóstico.

3. APLICÁVEL A

O procedimento se aplica à pesquisa experimental.

4. RESPONSABILIDADES

Gerente da unidade, responsável pela subunidade e pessoal técnico.

5. POP’S RELACIONADOS

POP_ENT_LB_006_v02_PT: Procedimento para a preparação do meio Liver Infusion Tryptose (LIT)

para cultura de Trypanosoma cruzi.

POP_ENT_LB_018_v02_PT: Procedimento da sangria de camundongos pelo plexo retro-orbitário.

POP_ENT_LB_023_v02_PT: Procedimento da sangria de camundongos por punção cardíaca.

6. RECURSOS NECESSÁRIOS

6.1 Materiais:

6.1.1 Micropipeta para 10 µL

6.1.2 Ponteiras descartáveis em suporte apropriado

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

GERÊNCIA DE ENTOMOLOGIA

S

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266

Código POP POP_ENT_LB_016_v02_PT Página 2/3

6.1.3 Pipetas tipo Pasteur de vidro com bulbo de látex

6.1.4 Lâminas para microscopia

6.1.5 Lamínulas para microscopia 20 x 20 mm ou 18 x 18 mm

6.1.6 Caixa de descarte de material perfurocortante

6.1.7 Caixa de descarte de material com solução desinfetante

6.1.8 Frasco lavador com álcool 70%

6.2 Equipamentos:

6.2.1 Câmara de fluxo laminar

6.2.3 Estufa incubadora B.O.D. (biochemical oxygen demand) a 28ºC

6.2.4 Microscópio ótico comum

6.3 Reagentes, meios e soluções:

6.3.1 Meio Liver Infusion Tryptose (LIT)

Vide POP_ENT_LB_006_v02_PT: Procedimento para a preparação do meio Liver Infusion Tryptose

(LIT) para cultura de Trypanosoma cruzi.

7. PROCEDIMENTOS (3,4)

7.1 Obtenção do sangue do camundongo

7.1.1 Vide:

POP_ENT_LB_018_v02_PT: Procedimento da sangria de camundongos pelo plexo retro-orbitário.

POP_ENT_LB_023_v02_PT: Procedimento da sangria de camundongos por punção cardíaca.

7.1.2 No mesmo dia da coleta, o volume de sangue obtido deverá ser centrifugado a 2.500 rpm por

15 min.

7.2 Processo de cultura

Este procedimento deve ser realizado dentro de uma capela de fluxo laminar, para evitar

contaminação.

7.2.1 Após a centrifugação do sangue, retirar o plasma, que pode ser aproveitado para sorologia, e

adicionar à camada de hemácias e leucócitos igual quantidade de meio LIT.

7.2.2 Promover uma nova centrifugação a 2.500 rpm por 20 min.

7.2.3 Remover o sobrenadante e distribuir o sedimento em 3 tubos, contendo 2 mL de LIT.

7.2.4 Transferir os tubos semeados para uma estufa B.O.D. regulada a 28ºC.

7.2.5 Homogeneizar os tubos uma vez por semana.

7.3 Período e forma de leitura

7.3.1 Realizar a leitura retirando-se alíquotas de 10 µL da suspensão de cada tubo e examinando-as

em intervalos de 15 dias até um total de 2 meses após o cultivo, entre lâmina e lamínula, ao

microscópio ótico com aumento de 400x.

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Código POP POP_ENT_LB_016_v02_PT Página 3/3

7.3.2 Após a última leitura, os tubos que permanecerem negativos devem ser centrifugados a 2.500

rpm por 15 min para que o sedimento seja reexaminado (2).

Todo o procedimento deve ser realizado sob as condições de biossegurança requeridas durante o

trabalho com o Trypanosoma cruzi (1).

8. LIMITAÇÕES

Embora apresente alta especificidade, a sensibilidade da hemocultura, baseada em apenas um

exame, varia de 40% a 50%, sendo mais baixa na fase crônica da doença de Chagas (4).

9. REFERÊNCIAS

1. Araújo-Jorge TC, Pirmez C. Normas de segurança para o trabalho com Trypanosoma cruzi. In:

Araújo-Jorge TC, Castro SL. Doença de Chagas: manual para experimentação animal. Rio de

Janeiro: Editora FIOCRUZ 2000, p. 125-132.

2. Bronfen E, de Assis Rocha FS, Machado GB, Perillo MM, Romanha AJ, Chiari E. Isolation of

Trypanosoma cruzi samples by xenodiagnosis and hemoculture from patients with chronic Chagas‟

disease. Mem Inst Oswaldo Cruz 1989; 84:237-40.

3. Camargo EP. Growth and differentiation in Trypanosoma cruzi. I. Origin of metacyclic trypanosomes

in liquid media. Rev Inst Med Trop São Paulo 1964; 6:93-100.

4. Filardi L, Brener Z. Susceptibility and natural resistance of Trypanosoma cruzi strains to drugs used

clinically in Chagas‟ disease. Trans R Soc Trop Med Hyg 1987; 81:755-9.

10. ANEXOS

Não se aplica.

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Código POP POP_ENT_LB_017_v02_PT Página 1/3

Título Procedimento da hemocultura para a verificação da infecção pelo Trypanosoma cruzi em camundongos utilizando meio MacNeal, Novy e Nicolle (NNN).

Idioma da versão original Português

Elaborado por: Wuelton M. Monteiro

Data e assinatura

Revisado e Aprovado por:

Maria das Graças Vale Barbosa

Data e assinatura

Data de aplicação:

05 de julho de 2011

Data da próxima revisão:

05 de julho de 2012

1. OBJETIVOS

Descrever o procedimento da hemocultura para a verificação da infecção pelo Trypanosoma cruzi em

camundongos utilizando meio MacNeal, Novy e Nicolle (NNN).

2. DEFINIÇÕES

Hemocultura: Método parasitológico indireto que permite a multiplicação dos parasitos em meios

artificiais aumentando a sensibilidade do diagnóstico.

3. APLICÁVEL A

O procedimento se aplica à pesquisa experimental.

4. RESPONSABILIDADES

Gerente da unidade, responsável pela subunidade e pessoal técnico.

5. POP’S RELACIONADOS

POP_ENT_LB_007_v02_PT Procedimento para a preparação do meio MacNeal, Novy e Nicolle

(NNN) para cultura de Leishmania sp. e Trypanosoma cruzi.

POP_ENT_LB_018_v02_PT: Procedimento da sangria de camundongos pelo plexo retro-orbitário.

POP_ENT_LB_023_v02_PT: Procedimento da sangria de camundongos por punção cardíaca.

6. RECURSOS NECESSÁRIOS

6.1 Materiais:

6.1.1 Micropipeta para 10 µL

6.1.2 Ponteiras descartáveis em suporte apropriado

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

GERÊNCIA DE ENTOMOLOGIA

S

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Código POP POP_ENT_LB_017_v02_PT Página 2/3

6.1.3 Pipetas tipo Pasteur de vidro com bulbo de látex

6.1.4 Lâminas para microscopia

6.1.5 Lamínulas para microscopia 20 x 20 mm ou 18 x 18 mm

6.1.6 Caixa de descarte de material perfurocortante

6.1.7 Caixa de descarte de material com solução desinfetante

6.1.8 Frasco lavador com álcool 70%

6.2 Equipamentos:

6.2.1 Câmara de fluxo laminar

6.2.3 Estufa incubadora B.O.D. (biochemical oxygen demand) a 28ºC

6.2.4 Microscópio ótico comum

6.3 Reagentes, meios e soluções:

6.3.1 Meio MacNeal, Novy e Nicolle (NNN)

Vide POP_ENT_LB_007_v02_PT: Procedimento para a preparação do meio MacNeal, Novy e Nicolle

(NNN) para cultura de Trypanosoma cruzi.

7. PROCEDIMENTOS

7.1 Obtenção do sangue do camundongo

Vide:

POP_ENT_LB_018_v02_PT: Procedimento da sangria de camundongos pelo plexo retro-orbitário.

POP_ENT_LB_023_v02_PT: Procedimento da sangria de camundongos por punção cardíaca.

7.2 Processo de cultura (3)

Este procedimento deve ser realizado dentro de uma capela de fluxo laminar, para evitar

contaminação.

7.2.1 Inocular aproximadamente 0,5 mL de sangue total em tubos (3 a 5 para cada camundongo)

contendo o meio NNN completo (bifásico).

7.2.2 Transferir os tubos semeados para uma estufa B.O.D. regulada a 28ºC.

7.2.3 Homogeneizar os tubos uma vez por semana.

7.3 Período e forma de leitura

7.3.1 Realizar a leitura retirando-se alíquotas de 10 µL da suspensão de cada tubo e examinando-as

em intervalos de 7 dias até um total de 2 meses após o cultivo, entre lâmina e lamínula, ao

microscópio ótico com aumento de 400x.

7.3.2 Após a última leitura, os tubos que permanecerem negativos devem ser centrifugados a 2.500

rpm por 15 min para que o sedimento seja reexaminado.

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Código POP POP_ENT_LB_017_v02_PT Página 3/3

Todo o procedimento deve ser realizado sob as condições de biossegurança requeridas durante o

trabalho com o Trypanosoma cruzi (1).

8. LIMITAÇÕES

Embora apresente alta especificidade, a sensibilidade da hemocultura, baseada em apenas um

exame, varia de 40% a 50%, sendo mais baixa na fase crônica da doença de Chagas (2).

9. REFERÊNCIAS

1. Araújo-Jorge TC, Pirmez C. Normas de segurança para o trabalho com Trypanosoma cruzi. In:

Araújo-Jorge TC, Castro SL. Doença de Chagas: manual para experimentação animal. Rio de

Janeiro: Editora FIOCRUZ 2000, p. 125-132.

2. Bronfen E, de Assis Rocha FS, Machado GB, Perillo MM, Romanha AJ, Chiari E. Isolation of

Trypanosoma cruzi samples by xenodiagnosis and hemoculture from patients with chronic Chagas‟

disease. Mem Inst Oswaldo Cruz 1989; 84(2): 237-40.

3. Miles MA, Póvoa MM, Souza AA, Lainson R, Shaw JJ, Ketteridge DS. Chagas‟ disease in the

Amazon Basin. II. Distribution of Trypanosoma cruzi zymodemes 1 and 3 in Pará State, north Brazil.

Trans R Soc Trop Med Hyg 1981; 75, 667-74.

10. ANEXOS

Não se aplica.

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Código POP POP_ENT_LB_018_v02_PT Página 1/3

Título Procedimento da sangria de camundongos pelo plexo retro-orbitário.

Idioma da versão original Português

Elaborado por: Wuelton M. Monteiro Ana Paula M. Teston

Data e assinatura

Revisado e Aprovado por:

Maria das Graças Vale Barbosa

Max Jean de Ornelas Toledo

Data e assinatura

Data de aplicação:

05 de julho de 2011

Data da próxima revisão:

05 de julho de 2012

1. OBJETIVOS

Descrever o procedimento da sangria de camundongos pelo plexo retro-orbitário. O procedimento

serve para a análise hematológica e sorológica, preparo do inóculo de tripomastigotas sanguíneas

para infecção experimental e para hemocultura.

2. DEFINIÇÕES

Não se aplica.

3. APLICÁVEL A

O procedimento se aplica à pesquisa experimental.

4. RESPONSABILIDADES

Gerente da unidade, responsável pela subunidade e pessoal técnico.

5. POP’S RELACIONADOS

POP_ENT_LB_016_v02_PT: Procedimento da hemocultura para a verificação da infecção pelo

Trypanosoma cruzi em camundongos utilizando meio Liver Infusion Tryptose (LIT).

POP_ENT_LB_017_v02_PT: Procedimento da hemocultura para a verificação da infecção pelo

Trypanosoma cruzi em camundongos utilizando meio MacNeal, Novy e Nicolle (NNN).

POP_ENT_LB_0019_v02_PT: Procedimento para sangria de camundongos pela cauda e

determinação da parasitemia.

POP_ENT_LB_023_v02_PT: Procedimento da sangria de camundongos por punção cardíaca.

6. RECURSOS NECESSÁRIOS

6.1 Materiais:

6.1.1 Caixa de contenção do animal

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

GERÊNCIA DE ENTOMOLOGIA

S

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272

Código POP POP_ENT_LB_018_v02_PT Página 2/3

6.1.2 Colírio anestésico (cloridrato de proximetacaína 0,5%)

6.1.3 Ponteiras descartáveis em suporte apropriado

6.1.4 Pipeta Pasteur de vidro

6.1.5 Borracha de sucção para a pipeta

6.1.6 Algodão embebido em álcool a 70% ou álcool iodado

6.1.7 Lâminas para microscopia

6.1.8 Lamínulas para microscopia 22 x 22 mm

6.1.9 Caixa de descarte de material perfurocortante

6.1.10 Caixa de descarte de material com solução desinfetante

6.1.11 Frasco lavador com álcool 70%

6.2 Equipamentos:

6.2.1 Centrífuga de micro-hematócrito

6.2.2 Câmara de fluxo laminar

6.2.3 Microscópio ótico comum

7. PROCEDIMENTOS (2,3)

7.1 Obtenção do sangue:

Realizar o procedimento em câmara de fluxo laminar ou próximo do bico de Bunsen.

7.1.1 Identificar os tubos que serão utilizados para o recolhimento do sangue dos diferentes

camundongos.

7.1.2 A contenção do animal é realizada pela região cervical, de modo que automaticamente

provoque uma estase venosa na região cefálica, levando a exteriorização do globo ocular.

7.1.3 Após a exteriorização do globo ocular, instilar uma pequena gota do colírio anestésico.

7.1.4 Introduzir a ponta da pipeta verticalmente entre o globo ocular exposto e o fundo da cavidade

orbitária. Realizar uma ligeira pressão acompanhada de movimento de rotação da pipeta.

Assim que o plexo retro-orbitário é puncionado, o sangue preenche espontaneamente a pipeta. O

relaxamento da pressão exercida sobre a região cervical, utilizada para conter o animal, faz cessar

consideravelmente o fluxo sanguíneo.

7.1.5 Transferir o sangue recolhido para um tubo de microcentrífuga previamente identificado.

Todo o procedimento deve ser realizado sob as condições de biossegurança requeridas durante o

trabalho com o Trypanosoma cruzi (1).

8. LIMITAÇÕES

O procedimento exige experiência por parte do indivíduo que vai realizar a coleta, para que não haja

lesões graves do camundongo.

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273

Código POP POP_ENT_LB_018_v02_PT Página 3/3

9. REFERÊNCIAS

1. Araújo-Jorge TC, Pirmez C. Normas de segurança para o trabalho com Trypanosoma cruzi. In:

Araújo-Jorge TC, Castro SL. Doença de Chagas: manual para experimentação animal. Rio de

Janeiro: Editora FIOCRUZ 2000, p. 125-132.

2. Araújo-Jorge TC, Rivera MT, Castro SL, Marques MAP. Sangria de animais e preparo de inóculos

para infecção experimental. In: Araújo-Jorge TC, Castro SL. Doença de Chagas: manual para

experimentação animal. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ 2000, p. 215-8.

3. Hoffmann G. Les animaux de laboratoire. Paris: Vigot Fréres; 1963.

10. ANEXOS

Não se aplica.

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274

Código POP POP_ENT_LB_019_v02_PT Página 1/3

Título Procedimento para sangria de camundongos pela cauda.

Idioma da versão original Português

Elaborado por: Wuelton M. Monteiro Ana Paula M. Teston

Data e assinatura

Revisado e Aprovado por:

Maria das Graças Vale Barbosa

Max Jean de Ornelas Toledo

Data e assinatura

Data de aplicação:

05 de julho de 2011

Data da próxima revisão:

05 de julho de 2012

1. OBJETIVOS

Descrever o procedimento para sangria de camundongos pela cauda. Este procedimento serve para

a obtenção de sangue a para o exame de sangue a fresco, confecção de esfregaços, determinação

da parasitemia, para o estudo hematológico e sorológico e para hemocultura.

2. DEFINIÇÕES

Não se aplica.

3. APLICÁVEL A

O procedimento se aplica à pesquisa experimental.

4. RESPONSABILIDADES

Gerente da unidade, responsável pela subunidade e pessoal técnico.

5. POP’S RELACIONADOS

POP_ENT_LB_016_v02_PT: Procedimento da hemocultura para a verificação da infecção pelo

Trypanosoma cruzi em camundongos utilizando meio Liver Infusion Tryptose (LIT).

POP_ENT_LB_017_v02_PT: Procedimento da hemocultura para a verificação da infecção pelo

Trypanosoma cruzi em camundongos utilizando meio MacNeal, Novy e Nicolle (NNN).

POP_ENT_LB_018_v02_PT: Procedimento da sangria de camundongos pelo plexo retro-orbitário.

POP_ENT_LB_023_v02_PT: Procedimento da sangria de camundongos por punção cardíaca.

POP_ENT_LB_0029_v02_PT: Procedimento para determinação da parasitemia direta em

camundongos infectados pelo Trypanosoma cruzi (Método de Pizzi-Brener).

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

GERÊNCIA DE ENTOMOLOGIA

S

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275

Código POP POP_ENT_LB_019_v02_PT Página 2/3

6. RECURSOS NECESSÁRIOS

6.1 Materiais:

6.1.1 Caixa de contenção do animal

6.1.2 Tesoura de ponta fina e afiada

6.1.3 Ponteiras descartáveis em suporte apropriado

6.1.4 Capilares heparinizados

6.1.5 Borracha de sucção do capilar

6.1.6 Massa plástica para vedação de capilar

6.1.7 Suporte plástico para capilar com marcação milimetrada

6.1.8 Fósforos

6.1.9 Caneta de diamante,

6.1.10 Algodão embebido em álcool a 70%

6.1.11 Lâminas para microscopia

6.1.12 Lamínulas para microscopia 20 x 20 mm ou 18 x 18 mm

6.1.13 Caixa de descarte de material perfurocortante

6.1.14 Caixa de descarte de material com solução desinfetante

6.1.15 Frasco lavador com álcool 70%

6.2 Equipamentos:

6.2.1 Centrífuga de micro-hematócrito

6.2.2 Câmara de fluxo laminar

6.2.3 Microscópio ótico comum

7. PROCEDIMENTOS (2,3)

7.1 Obtenção do sangue

Realizar o procedimento em câmara de fluxo laminar.

7.1.1 Identificar os capilares, as lâminas e os tubos que serão utilizados para o recolhimento do

sangue dos diferentes camundongos.

7.1.2 Colocar o camundongo na caixa de contenção, com a cauda para fora.

7.1.3 Com uma das mãos, massagear a cauda no sentido da base para a ponta e segurar na ponta.

7.1.4 Com a tesoura na outra mão, cortar 1 mm ou menos da ponta da cauda.

7.1.5 Recolher 1 gota para o preparo do esfregaço, que deve ser feito imediatamente por uma

segunda pessoa.

7.1.6 Segurar a cauda do animal com as duas mãos e tornar a repetir o massageamento da base

para a ponta, até aparecer nova gota, que será recolhida no capilar heparinizado.

7.1.7 Cauterizar a cauda do camundongo com fósforo.

Page 296: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS · sete filhos, no noroeste do Estado de São Paulo, onde grassava, além do mal de Chagas, a ferida brava e ainda a maleita. Naquele ambiente de

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Código POP POP_ENT_LB_019_v02_PT Página 3/3

Todo o procedimento deve ser realizado sob as condições de biossegurança requeridas durante o

trabalho com o Trypanosoma cruzi (1).

8. LIMITAÇÕES

A quantidade de sangue obtida por este procedimento é menor que a obtida por outras técnicas de

sangria.

9. REFERÊNCIAS

1. Araújo-Jorge TC, Pirmez C. Normas de segurança para o trabalho com Trypanosoma cruzi. In:

Araújo-Jorge TC, Castro SL. Doença de Chagas: manual para experimentação animal. Rio de

Janeiro: Editora FIOCRUZ 2000, p. 125-132.

2. Araújo-Jorge TC, Rivera MT, Castro SL, Marques MAP. Sangria de animais e preparo de inóculos

para infecção experimental. In: Araújo-Jorge TC, Castro SL. Doença de Chagas: manual para

experimentação animal. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ 2000, p. 215-8.

3. Hoffmann G. Les animaux de laboratoire. Paris: Vigot Fréres; 1963.

10. ANEXOS

Não se aplica.

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Código POP POP_ENT_LB_020_v02_PT Página 1/4

Título Procedimento para extração de DNA de Trypanosoma cruzi a partir de sangue total com fenol-clorofórmio.

Idioma da versão original Português

Elaborado por: Wuelton M. Monteiro Ana Paula M. Teston

Data e assinatura

Revisado e Aprovado por:

Maria das Graças Vale Barbosa

Max Jean de Ornelas Toledo

Data e assinatura

Data de aplicação:

05 de julho de 2011

Data da próxima revisão:

05 de julho de 2012

1. OBJETIVOS

Descrever o procedimento para extração de DNA de Trypanosoma cruzi a partir de sangue total com

fenol-clorofórmio.

2. DEFINIÇÕES

Não se aplica.

3. APLICÁVEL A

O procedimento se aplica à pesquisa.

4. RESPONSABILIDADES

Gerente da unidade, responsável pela subunidade e pessoal técnico.

5. POP’S RELACIONADOS

POP_ENT_LB_018_v02_PT: Procedimento da sangria de camundongos pelo plexo retro-orbitário.

POP_ENT_LB_0019_v02_PT: Procedimento para sangria de camundongos pela cauda.

POP_ENT_LB_021_v02_PT: Procedimento da PCR (reação em cadeia da polimerase) para o

diagnóstico da infecção pelo Trypanosoma cruzi.

POP_ENT_LB_023_v02_PT: Procedimento da sangria de camundongos por punção cardíaca.

6. RECURSOS NECESSÁRIOS

6.1 Materiais:

6.1.1 Material para coleta de sangue de camundongos

6.1.2 Algodão embebido em álcool a 70%

6.1.3 Caixa de descarte de material perfurocortante

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

GERÊNCIA DE ENTOMOLOGIA

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278

Código POP POP_ENT_LB_020_v02_PT Página 2/4

6.1.4 Caixa de descarte de material com solução desinfetante

6.1.5 Frasco lavador com álcool 70%

6.1.6 Tubos de polipropileno para coleta de sangue com solução de 6M guanidina HCl + 200 mM

EDTA pH 8,0.

6.1.7 Tubos tipo Eppendorf

6.1.8 Frasco com água deionizada

6.1.9 Micropipetas

6.1.10 Ponteiras descartáveis em suporte apropriado

6.2 Equipamentos:

6.2.1 Banho-maria a 100ºC com água fervente

6.2.2 Centrífugas para tubos tipo Eppendorf

6.2.3 Deionizador

6.2.4 Placa de aquecimento a 70ºC

6.2.5 Freezer

6.2.6 Centrífuga clínica

6.3 Reagentes, meios e soluções:

6.3.1 Solução de fenol:clorofórmio 1:1 (v/v)

6.3.2 Solução de acetato de sódio a 3M

6.3.3 Etanol absoluto

6.3.4 Água deionizada ou mili-Q

7. PROCEDIMENTOS (2,3,4)

7.1 Obtenção do sangue

7.1.1 Vide os seguintes procedimentos para coleta de sangue venoso:

POP_ENT_LB_018_v02_PT: Procedimento da sangria de camundongos pelo plexo retro-orbitário.

POP_ENT_LB_0019_v02_PT: Procedimento para sangria de camundongos pela cauda.

POP_ENT_LB_023_v02_PT: Procedimento da sangria de camundongos por punção cardíaca.

7.1.2 Transferir a amostra para um frasco de polipropileno contendo o dobro do volume da solução de

6M guanidina HCl + 200 mM EDTA pH 8,0.

7.1.3 A solução de guanidina-EDTA permite que o sangue possa ser estocado por um prazo de 30

dias em temperatura ambiente, até o momento de ser transferido para o laboratório onde será

processado.

7.1.4 Estocar o material a 4ºC até a etapa seguinte.

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279

Código POP POP_ENT_LB_020_v02_PT Página 3/4

7.2 Extração do DNA

7.2.1 Os tubos contendo sangue + guanidina-EDTA deverão ser parcialmente imersos em água e

fervidos por 7 min.

Realizar em duplicata, a partir da etapa seguinte, todos os procedimentos, e a cada série de quatro

amostras extraídas, incluir uma amostra de sangue de camundongo comprovadamente negativo, para

servir de controle da presença de contaminantes durante as futuras etapas da PCR.

7.2.2 Para a extração do DNA de cada amostra de sangue fervido, retirar duas alíquotas de 100 µL.

Obs: as diferentes alíquotas da mesma amostras devem ser extraídas em momentos distintos.

7.2.3 Submeter as alíquotas a um processo de desproteinização empregando fenol tamponado-

clorofórmio na proporção 1:1 (v/v).

7.2.4 Centrifugar por 5 min a 10.000 rpm.

7.2.5 Recolher o sobrenadante para outro tubo Eppendorf.

7.2.6 Adicionar 75 µL de água mili-Q no tubo original e centrifugar por 5 min a 10.000 rpm.

7.2.7 Recolher o sobrenadante e juntar ao sobrenadante recolhido anteriormente.

7.2.8 Adicionar 300 µL de clorofórmio gelado.

7.2.9 Centrifugar por 5 min a 10.000 rpm.

7.2.10 Recolher o sobrenadante para outro tubo Eppendorf e medir seu volume.

7.2.11 Precipitar a fase aquosa obtida, acrescentando 10% de acetato de sódio a 3 M (300 mM de

concentração final), mais dois volumes de etanol absoluto e deixar 15 min em banho de gelo.

7.2.12 Centrifugar o volume total a 10.000 rpm por 15 min.

7.2.13 Desprezar o sobrenadante e colocar o tubo contendo o sedimento sobre uma placa de

aquecimento, regulada para 70ºC, por 10 min.

7.2.14 Ressuspender o sedimento em 20 µL de água deionizada.

7.2.15 Armazenar o DNA por 24-36 horas à temperatura de 4ºC.

7.3 Lavagem do DNA

7.3.1 Dar um spin na amostra de DNA extraído.

7.3.2 Lavar com álcool 70% na proporção de 2 volumes (40 µL).

7.3.3 Precipitar o DNA em banho de gelo por 20 min.

7.3.4 Centrifugar por 20 min a 10.000 r.p.m.

7.3.5 Desprezar o sobrenadante e colocar o tubo contendo o sedimento sobre uma placa de

aquecimento, regulada para 70ºC, por 10 min.

7.3.6 Ressuspender em 10 µL de água mili-Q.

7.3.7 Estocar a 4ºC por 24-36 horas até a amplificação.

8. LIMITAÇÕES

Não se aplica.

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280

Código POP POP_ENT_LB_020_v02_PT Página 4/4

9. REFERÊNCIAS

1. Araújo-Jorge TC, Pirmez C. Normas de segurança para o trabalho com Trypanosoma cruzi. In:

Araújo-Jorge TC, Castro SL. Doença de Chagas: manual para experimentação animal. Rio de

Janeiro: Editora FIOCRUZ 2000, p. 125-132.

2. Ávila HÁ, Sigman DS, Cohen LM, Millikan RC, Simpson L. Polymerase chain reaction amplification

of Trypanosoma cruzi kinetoplast minicircle DNA isolated from whole blood lysates: Diagnosis of

chronic Chagas disease. Mol Biochem Parasitol 1991; 48:211-22.

3. Gomes ML, Macedo AM, Vago AR, Pena SD, Galvão LM, Chiari E. Trypanosoma cruzi:

optimization of polymerase chain reaction for detection in human blood. Exp Parasitol 1998; 88: 28-

33.

4. Wincker P, Britto C, Pereira JB, Cardoso MA, Oelemann W, Morel CM. Use of a simplified

polymerase chain reaction procedure to detect Trypanosoma cruzi in blood samples patients in a rural

endemic area. Am J Trop Med Hyg 1994; 71: 771-7.

10. ANEXOS

Não se aplica.

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281

Código POP POP_ENT_LB_021_v02_PT Página 1/7

Título Procedimento da PCR (reação em cadeia da polimerase) para o diagnóstico da infecção pelo Trypanosoma cruzi.

Idioma da versão original Português

Elaborado por: Wuelton M. Monteiro Ana Paula M. Teston

Data e assinatura

Revisado e Aprovado por:

Maria das Graças Vale Barbosa

Max Jean de Ornelas Toledo

Data e assinatura

Data de aplicação:

05 de julho de 2011

Data da próxima revisão:

05 de julho de 2012

1. OBJETIVOS

Descrever o procedimento da PCR (reação em cadeia da polimerase) para o diagnóstico da infecção

pelo Trypanosoma cruzi.

2. DEFINIÇÕES

Reação em cadeia da polimerase: Técnica molecular que permite a amplificação de pequenas

quantidades de um DNA específico a partir de um molde de DNA, por meio de uma reação

enzimática, na ausência de um organismo vivo.

Iniciador ou primer: pequena sequência de DNA ou RNA a partir da qual pode se iniciar a replicação

do DNA.

3. APLICÁVEL A

O procedimento se aplica à pesquisa e ao diagnóstico laboratorial.

4. RESPONSABILIDADES

Gerente da unidade, responsável pela subunidade e pessoal técnico.

5. POP’S RELACIONADOS

POP_ENT_LB_020_v02_PT: Procedimento para extração de DNA de Trypanosoma cruzi a partir de

sangue total com fenol-clorofórmio.

6. RECURSOS NECESSÁRIOS

6.1 DNA extraído:

Vide POP_ENT_LB_020_v02_PT: Procedimento para extração de DNA de Trypanosoma cruzi a

partir de sangue total com fenol-clorofórmio.

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

GERÊNCIA DE ENTOMOLOGIA

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282

Código POP POP_ENT_LB_021_v02_PT Página 2/7

6.2 Materiais:

6.2.1 Tubo tipo Eppendorf de 0,5 mL e 1,5 mL

6.2.2 Ponteiras descartáveis com filtro em suporte apropriado

6.2.3 Pipetas de 2, 10, 100 e 1.000 µL

6.2.4 Caixa de descarte de material com hipoclorito de sódio

6.2.5 Frasco lavador com álcool 70%

6.3 Equipamentos:

6.3.1 Câmara de fluxo laminar

6.3.3 Termociclador (Techne TC-512)

6.3.4 Fonte de eletroforese

6.3.5 Agitador de tubos

6.4 Reagentes, meios e soluções:

6.4.1 Frasco com água deionizada e mili-Q

6.4.2 Tampão Taq Polymerase 10x

6.4.3 MgCl2 25 mM

6.4.4 Nucleotídeos dATP + dCTP + dTTP + dGTP 2,5 mM

6.4.5 Oligonucleotídeos 121 100 ng/µL (5‟-AAATAATGTACGGG(T/G)GAGATGCATGA-3‟)

6.4.6 Oligonucleotídeos 122 100 ng/µL (5‟-GGTTCGATTGGGGTTGGTGTAATATA-3‟)

6.4.7 Enzima Taq Polymerase Platinum 2,5 U

6.4.8 Marcador de peso molecular

Água mili-Q 392 µL

PM a 1 µg/µL 10 µL

Homogeneizar esses reagentes na sala de amplificação e acondicionar em um tubo tipo Eppendorf

de 1,5 ml.

Na sala de eletroforese acrescentar 98 µl de Ficol 5X.

6.4.9 Solução de acrilamida

Acrilamida (24%) 29 g 290 g

Bis Acrilamida (1%) 1 g 10 g

Água mili-Q q.s.p. 100 mL 1000 mL

Homogenizar os reagentes e acondicionar em tubos Falcon de 50mL.

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Código POP POP_ENT_LB_021_v02_PT Página 3/7

6.4.10 Tampão Tris 5x (tris-ácido bórico, EDTA) pH 8,0 (TBE 5x)

Tris Base 54 g 108 g

Ácido Bórico 27,5 g 55 g

EDTA 0,5M pH 8,0 20 mL 40 mL

Água deionizada q.s.p 1000 mL 2000 mL

Dissolver os reagentes.

Filtrar a solução em papel filtro.

Autoclavar a solução.

Estocar a temperatura ambiente.

6.4.11 Solução tampão para eletroforese

Dilui o TBE 5x para 1x (100 mL de TBE 5x + 400 mL de água deionizada)

6.4.12 Azul de bromofenol

6.4.13 Solução Fixadora

Etanol absoluto 50 mL

Ácido acético glacial 2,5 mL

Água deionizada q.s.p. 500 mL

Homogenizar os reagentes.

6.4.14 Solução para coloração

Nitrato de prata 0,300 g

Solução Fixadora 50 mL

Água deionizada q.s.p. 150 mL

Dissolver os reagentes.

6.4.15 Solução Reveladora

Hidróxido de sódio 6 g

Formaldeído 600 µL

Água deionizada q.s.p. 200 mL

Dissolver os reagentes.

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284

Código POP POP_ENT_LB_021_v02_PT Página 4/7

6.4.16 Persulfato de amônio (PA) 10%

Persulfato de amônio (pó) 5 g

Água deionizada autoclavada q.s.p. 50 mL

Homogeneizar e aliquotar a solução em tubos autoclavados tipo Eppendorf de 1,5 mL.

6.4.17 TEMED (N, N, N‟ – tetrametiletilenodiamina)

7. PROCEDIMENTOS (1-4)

7.1 Pré-amplificação:

7.1.1 Primeira Fase

As quantidades fornecidas a seguir e na próxima fase correspondem a valores empregados em

apenas uma reação de amplificação, ou seja, 2 µL de DNA ressuspendido.

7.1.1.1 Em um tubo tipo Eppendorf, acrescentar os seguintes produtos:

Reagente Quantidade (µL)

H2O mili-Q 5,27

Tampão Taq Polimerase 10x 1,0

MgCl2 50 Mm 0,7

Nucleotídeos dATP + dCTP + dTTP + dGTP

2,5 mM

0,8

Oligonucleotídeos 121 25 pmol/µL 0,4

Oligonucleotídeos 122 25 pmol/µL 0,4

KCl 750 mM 0,33

Taq Polimerase Platinum 0,1

Obs: Adicionar os reagentes na ordem do maior volume para o menor, deixando a Taq Polimerase

Platinum por último. A mistura deve ser realizada o tempo todo no gelo.

7.1.1.2 Após homogeneização, transferir 9 µL da mistura anterior para um tubo Eppendorf de 0,2 mL.

7.1.1.3 Adicionar 2 µL do DNA extraído.

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Código POP POP_ENT_LB_021_v02_PT Página 5/7

7.2 Ciclos térmicos:

7.2.1 Introduzir os tubos no termociclador, programado para os seguintes ciclos de temperatura e

tempo:

35 ciclos 1o

2o

3o

Denaturação

Extensão

1‟

1‟

1‟

4‟

10‟

94oC

65oC

72oC

94oC

72oC

7.3 Controles:

7.3.1 A cada série de quatro amplificações, incluir uma alíquota de amostra comprovadamente

negativa e uma positiva, além do controle positivo da amplificação e do branco da reação.

7.4 Eletroforese:

7.4.1 Preparar o gel de poliacrilamida 4,5%:

Solução de acrilamida 10 mL

TBE 5x 10 mL

Água deionizada q.s.p. 50 mL

PA 600 µL

TEMED 60 µL

Homogeneizar os reagentes na ordem supracitada.

7.4.2 Verter o gel para uma placa de vidro até a polimerização (cerca de 1 hora em geladeira).

7.4.3 Colocar a placa com o gel na cuba de eletroforese.

7.4.4 Adicionar o tampão de eletroforese (TBE 1x).

7.4.5 Adicionar ao tubo com o DNA amplificado 2 µL de azul de bromofenol.

7.4.6 Aplicar o DNA amplificado, os controles (positivos e negativos da extração e da amplificação), e

o marcador de peso molecular no gel.

7.4.7 Promover uma corrida de aproximadamente 1h30min a 100V (volts), utilizando uma fonte com

duas entradas e duas saídas.

7.5 Revelação:

7.5.1 Retirar o gel da placa de vidro e transferir para um recipiente contendo a solução fixadora.

7.5.2 Deixar o recipiente em agitação por 10 min.

7.5.3 Desprezar a solução fixadora.

7.5.4 Lavar o gel com água deionizada.

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Código POP POP_ENT_LB_021_v02_PT Página 6/7

7.5.5 Acrescentar a solução de coloração no recipiente e agitar por 10 min.

7.5.6 Desprezar a solução de coloração.

7.5.7 Lavar o gel com água deionizada por 3 min sob agitação.

7.5.8 Desprezar a água deionizada.

7.5.9 Adicionar a solução reveladora e deixar por 10 min sob agitação.

7.5.10 Desprezar a solução reveladora.

7.5.11 Adicionar a solução fixadora e deixar por 10 min sob agitação.

7.5.12 A visualização de uma única banda de peso molecular 330 pb indicará a presença de kDNA de

Trypanosoma cruzi amplificado (PCR positiva).

8. LIMITAÇÕES E CUIDADOS A SEREM TOMADOS

Vários procedimentos devem ser seguidos para evitar a contaminação das amostras submetidas a

PCR:

- executar o isolamento e a amplificação do DNA em câmaras de fluxo laminar individualizadas.

- empregar materiais de consumo novos (não reciclados).

- distribuir os reagentes em pequenas alíquotas, incluído o kit com a enzima.

- utilizar apenas ponteiras protegidas por filtros.

- empregar tubos tipo Eppendorf que apresentem um sistema de lacre para evitar extravasamento de

amostras durante a homogeneização.

- todo o material permanente deverá ser limpo com hipoclorito de sódio e submetido à luz UV.

- durante toda a execução da técnica, usar luvas que deverão ser descartadas a cada amostra

processada.

- realizar o manuseio do produto amplificado em sala separada, com equipamentos também

individualizados e geralmente por um profissional que não tenha trabalhado na extração e preparação

dos reagentes.

- na etapa da pré-amplificação, todos os tubos com reagentes deverão ser deixados em banho de

gelo até o momento de serem introduzidos no termociclador.

9. REFERÊNCIAS

1. Ávila HÁ, Sigman DS, Cohen LM, Millikan RC, Simpson L. Polymerase chain reaction amplification

of Trypanosoma cruzi kinetoplast minicircle DNA isolated from whole blood lysates: Diagnosis of

chronic Chagas disease. Mol Biochem Parasitol 1991; 48:211-22.

2. Gomes ML, Macedo AM, Vago AR, Pena SD, Galvão LM, Chiari E. Trypanosoma cruzi:

optimization of polymerase chain reaction for detection in human blood. Exp Parasitol 1998; 88: 28-

33.

3. Sturm NR, Degrave W, Morel CM, Simpson L. Sensitive detection and schizodeme classification of

Trypanosoma cruzi cells by amplification of kinetoplast minicircle DNA sequence: use in diagnosis of

Chagas disease. Mol Biochem Parasitol 1989; 33: 205-14.

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Código POP POP_ENT_LB_021_v02_PT Página 7/7

4. Wincker P, Britto C, Pereira JB, Cardoso MA, Oelemann W, Morel CM. Use of a simplified

polymerase chain reaction procedure to detect Trypanosoma cruzi in blood samples patients in a rural

endemic area. Am J Trop Med Hyg 1994; 71: 771-7.

10. ANEXOS

Não se aplica.

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Código POP POP_ENT_LB_024_v02_PT Página 1/4

Título Procedimento para a quimioterapia experimental de camundongos infectados pelo Trypanosoma cruzi com benzonidazol.

Idioma da versão original Português

Elaborado por: Ana Paula M. Teston Wuelton Marcelo Monteiro Data & assinatura

Revisado e Aprovado por: Max Jean de Ornelas Toledo Data & assinatura

Data de aplicação:

05 de julho de 2011

Data da próxima revisão:

05 de julho de 2012

1. OBJETIVOS

Descrever o procedimento para a quimioterapia experimental de camundongos infectados pelo

Trypanosoma cruzi com benzonidazol.

2. DEFINIÇÕES

Benzonidazol (N-benzyl-2-(2-nitro-1H-imidazol-1-yl)-acetamida): medicamento usado para a

quimioterapia específica da doença de Chagas. O benzonidazol provavelmente atua através do

mecanismo de estresse redutivo, envolvendo modificação covalente de macromoléculas, como as de

DNA, por intermediários nitroredutores, levando à perda da capacidade de multiplicação do

Trypanosoma cruzi.

3. APLICÁVEL A

O procedimento se aplica à pesquisa.

4. RESPONSABILIDADES

Gerente da unidade, responsável pela subunidade e pessoal técnico.

5. POP’S RELACIONADOS

Vide texto na íntegra.

6. RECURSOS NECESSÁRIOS

6.1 Benzonidazol 100 mg/comprimido (LAFEPE)

6.2 Materiais:

6.2.1 Gaiolas para camundongos

6.2.2 Cânula para gavage

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

GERÊNCIA DE ENTOMOLOGIA

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289

Código POP POP_ENT_LB_024_v02_PT Página 2/4

6.2.3 Gral e pistilo

6.2.4 Béquer

6.2.5 Pipeta graduada de 10 mL

6.2.6 Pêra de borracha para sucção

6.2.7 Seringas estéreis de 1 mL para inoculação e para tratamento

6.2.8 Espátula de alumínio

6.2.9 Materiais para a preparação dos inóculos de tripomastigotas de cultura ou sanguíneas.

Vide:

POP_ENT_LB_011_v02_PT: Procedimento para manutenção das amostras em culturas acelulares e

obtenção de tripomastigotas de culturas de Trypanosoma cruzi.

POP_ENT_LB_012_v02_PT: Procedimento para a obtenção de tripomastigotas sanguíneos de

Trypanosoma cruzi.

6.2.10 Material para realização de exame de sangue a fresco e determinação da parasitemia

POP_ENT_LB_015_v02_PT: Procedimento para o exame a fresco e determinação da parasitemia em

camundongos infectados pelo Trypanosoma cruzi (Método de Pizzi-Brener).

6.2.11 Material para realização de hemocultura

Vide POP_ENT_LB_016_v02_PT: Procedimento da hemocultura para a verificação da infecção pelo

Trypanosoma cruzi em camundongos utilizando meio Liver Infusion Tryptose (LIT).

6.2.12 Material para a realização de extração de DNA e da reação de PCR

Vide:

POP_ENT_LB_020_v02_PT: Procedimento para extração de DNA de Trypanosoma cruzi a partir de

sangue total com fenol-clorofórmio.

POP_ENT_LB_021_v02_PT: Procedimento da PCR (reação em cadeia da polimerase) para o

diagnóstico da infecção pelo Trypanosoma cruzi.

6.2.13 Caixa de descarte de material com solução desinfetante

6.2.14 Frasco lavador com álcool 70%

6.3 Equipamentos:

6.3.1 Balança analítica

6.3.2 Equipamentos para realização de exame de sangue a fresco e determinação da parasitemia

POP_ENT_LB_015_v02_PT: Procedimento para o exame a fresco e determinação da parasitemia em

camundongos infectados pelo Trypanosoma cruzi (Método de Pizzi-Brener).

6.3.3 Equipamentos para realização de hemocultura

Vide POP_ENT_LB_016_v02_PT: Procedimento da hemocultura para a verificação da infecção pelo

Trypanosoma cruzi em camundongos utilizando meio Liver Infusion Tryptose (LIT).

6.3.4 Equipamentos para a realização de extração de DNA e da reação de PCR

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Código POP POP_ENT_LB_024_v02_PT Página 3/4

Vide:

POP_ENT_LB_020_v02_PT: Procedimento para extração de DNA de Trypanosoma cruzi a partir de

sangue total com fenol-clorofórmio.

POP_ENT_LB_021_v02_PT: Procedimento da PCR (reação em cadeia da polimerase) para o

diagnóstico da infecção pelo Trypanosoma cruzi.

6.3 Reagentes, meios e soluções:

6.3.1 Goma arábica em pó, pura, teor mínimo 85% (Dinâmica®)

6.3.2 Água destilada

7. PROCEDIMENTOS

7.1 Inoculação dos grupos experimentais

7.1.1 Definir o número de camundongos no grupo tratado e no grupo controle

7.1.2 Padronizar o inóculo de tripomastigotas do experimento.

Vide:

POP_ENT_LB_011_v02_PT: Procedimento para manutenção das amostras em culturas acelulares e

obtenção de tripomastigotas de culturas de Trypanosoma cruzi.

POP_ENT_LB_012_v02_PT: Procedimento para a obtenção de tripomastigotas sanguíneos de

Trypanosoma cruzi.

7.1.3 Inocular o grupo tratado e o grupo controle de camundongos com o inóculo padrão do

experimento, por via intraperitoneal

7.1.4 Definir o início do período patente da infecção, pelo exame de sangue a fresco dos grupos de

camundongos inoculados

7.2 Preparo da suspensão de benzonidazol (10 mg/mL)

7.2.1 Triturar um comprimido de benzonidazol (100 mg) com auxilio do gral e o pistilo.

7.2.2 Com a espátula de alumínio adicionar a goma arábica na mesma proporção do BZ

7.2.3 Adicionar 10 mL de água destilada e homogeneizar

7.3 Tratamento dos animais

7.3.1 Pesar os camundongos no dia do início do tratamento.

7.3.2 Iniciar o tratamento do grupo experimental com o benzonidazol (100 mg/kg).

OBS: realizar o tratamento por gavage, a partir do 5º dia de inoculação, e proceder da mesma

maneira por 20 dias consecutivos, respeitando os mesmos horários diariamente.

7.3.3 Acompanhar os camundongos por meio do exame de sangue a fresco para construção da curva

de parasitemia

7.3.4 No 55o dia após a inoculação, coletar sangue para a realização da hemocultura e PCR, por

punção retrorbitária.

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291

Código POP POP_ENT_LB_024_v02_PT Página 4/4

7 3.5 Três e seis meses após o tratamento, realizar a coleta de sangue do plexo venos retrorbital para

realização do ELISA.

Vide:

POP_ENT_LB_018_v02_PT: Procedimento da sangria de camundongos pelo plexo retro-orbitário.

7.4 Controle de cura

7.4.1 Considerar como curado todo animal que apresentar exame de sangue a fresco, hemocultura,

PCR e ELISA negativos após o término do tratamento.

7.4.2 Considerar dissociado o camundongo que apresentar ESF, HC e PCR negativos e ELISA

persistentemente positiva após o término do tratamento.(2)

7.4.3 Considerar não curado o camundongo que apresentar pelo menos um dos exames positivos.

7.4.3 Calcular a porcentagem de cura pela razão entre o número de animais curados e o total de

animais tratados x 100.

7.4 Interpretação

7.4.1 Isolados com índices de cura de 0% a 33% serão considerados resistentes ao benzonidazol,

aqueles com índices de cura entre 34% e 67% serão considerados de sensibilidade intermediária e

isolados com índices de cura acima de 67% serão considerados sensíveis à droga (3).

Todo o procedimento deve ser realizado sob as condições de biossegurança requeridas durante o

trabalho com o Trypanosoma cruzi (1).

8. LIMITAÇÕES

Não se aplica.

9. REFERÊNCIAS

1. Araújo-Jorge TC, Pirmez C. Normas de segurança para o trabalho com Trypanosoma cruzi. In:

Araújo-Jorge TC, Castro SL. Doença de Chagas: manual para experimentação animal. Rio de

Janeiro: Editora FIOCRUZ 2000, p. 125-132.

2. Krettli AU, Cançado JR, Brener Z. Effect of specific chemotherapy on the levels of lytic antibodies in

Chagas‟ disease. Trans R Soc Trop Med Hyg 1982; 76: 334-40.

3. Toledo MJ, Bahia MT, Carneiro CM, Martins-Filho OA, Tibayrenc M, Barnabé C, Tafuri WL, Lana M.

Chemotherapy with benznidazole and itraconazole for mice infected with different Trypanosoma cruzi

clonal genotypes. Antimicrob Agents Chemother 2003; 47: 223-30.

10. ANEXOS

Não se aplica.

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Código POP POP_ENT_LB_025_v02_PT Página 1/3

Título Procedimento de extração de DNA utilizando o kit PureLink (Invitrogen, Life technologies, USA)

Idioma da versão original Português

Elaborado por: Wuelton Marcelo Monteiro

Data & assinatura

Revisado e Aprovado por:

Maria das Graças Vale Barbosa

Data & assinatura

Data de aplicação:

05 de julho de 2011

Data da próxima revisão:

05 de julho de 2012

1. OBJETIVOS

Descrever o procedimento de extração de DNA utilizando o kit PureLink (Invitrogen, Life technologies,

USA).

2. DEFINIÇÕES

Não se aplica.

3. APLICÁVEL A

O procedimento se aplica à pesquisa e ao diagnóstico laboratorial.

4. RESPONSABILIDADES

Gerente da unidade, responsável pela subunidade e pessoal técnico.

5. POP’S RELACIONADOS

Não se aplica.

6. RECURSOS NECESSÁRIOS

6.1 Amostra: Culturas de Trypanosoma cruzi em meio LIT ou NNN, conteúdo do tubo

digestório de triatomíneos ou sangue total de pacientes com doença de Chagas aguda.

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

GERÊNCIA DE ENTOMOLOGIA

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293

Código POP POP_ENT_LB_025_v02_PT Página 2/3

6.2 Materiais:

6.2.1 Kit PureLink (Invitrogen, Life technologies, USA), com os seguintes componentes:

Reagente Armazenamento

1. Tampão lise dos tecidos (Tampão ATL) Temperatura ambiente

2. Proteinase K Temperatura ambiente

3. Tampão de lise (Tampão AL) Temperatura ambiente

4. Etanol 95% PA Temperatura ambiente

5. Tampão de lavagem 1 (Tampão AW1) Temperatura ambiente

6. Tampão de lavagem 2 (Tampão AW2) Temperatura ambiente

7. Tampão de eluição (Tampão AE) Temperatura ambiente

6.2.2 Pipetas automáticas de 10 µL, 100 µL e 1000 µL

6.2.3 Ponteiras com filtro para pipetas automáticas

6.2.4 Tubos tipo Eppendorf de 1,5 e 2,0 mL

6.1.5 Caixa de descarte de material com solução desinfetante

6.1.6 Frasco lavador com álcool 70%

6.3 Equipamentos

6.3.1 Centrífuga

6.3.2 Agitador de tubos

6.3.3 Banho Maria

6.3.4 Freezer a -20°C

7. PROCEDIMENTOS

7.1 Pipetar 20 µL de Proteinase K (2) num tubo Eppendorf de 1,5 mL.

7.2 Adicionar 200 µL de amostra ao tubo.

Obs: se não houver 200 µL de amostra, adicionar o volume apropriado de PBS.

7.3 Adicionar 200 µL de Tampão AL (3).

7.4 Vortexar até completa homogeneização.

7.5 Incubar a mistura em banho-maria a 56°C por 10 minutos.

7.6 Adicionar 200 µL de etanol 96-100% ao lisado.

7.7 Agitar o tubo imediatamente para completa homogeneização.

7.8 Remover as bolhas por centrifugação.

7.9 Cuidadosamente transferir o conteúdo do tubo para o tubo filtro.

7.10 Tampar e centrifugar a 8000 rpm por 1 minuto.

7.11 Desprezar o líquido filtrado com o tubo coletor.

7.12 Colocar o filtro em um novo tubo coletor.

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294

Código POP POP_ENT_LB_025_v02_PT Página 3/3

7.13 Cuidadosamente adicionar 500 µL de tampão AW1 e centrifugar a 8000 rpm por 1 minuto. 7.14

Desprezar o líquido filtrado com o tubo coletor.

7.15 Colocar o filtro em um novo tubo coletor.

7.16 Cuidadosamente adicionar 500 µL de tampão AW2 e centrifugar a 14000 rpm por 3 minutos.

7.17 Desprezar o líquido filtrado com o tubo coletor.

7.18 Colocar o tubo filtro em novo tubo coletor e centrifugar a 14000 rpm por 1 minuto.

7.19 Descartar o filtrado e o tubo coletor.

7.20 Colocar o tubo filtro em um tubo Eppendorf de 1,5 mL novo.

7.21 Adicionar cuidadosamente 50 µL de tampão AE ou água mili-Q e incubar à temperatura

ambiente por 1 minuto.

7.22 Centrifugar a 8000 rpm por 1 minuto.

7. Armazenar o líquido filtrado, contendo o DNA, a -20°C até o uso.

Todo o procedimento deve ser realizado sob as condições de biossegurança requeridas durante o

trabalho com o Trypanosoma cruzi (1).

8. LIMITAÇÕES

Não se aplica.

9. REFERÊNCIAS

1. Araújo-Jorge TC, Pirmez C. Normas de segurança para o trabalho com Trypanosoma cruzi. In:

Araújo-Jorge TC, Castro SL. Doença de Chagas: manual para experimentação animal. Rio de

Janeiro: Editora FIOCRUZ 2000, p. 125-132.

10. ANEXOS

Não se aplica.

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Título Procedimento para coleta e processamento de órgãos e tecidos para avaliação da infecção pelo Trypanosoma cruzi em camundongos.

Idioma da versão original Português

Elaborado por: Wuelton M. Monteiro

Data e assinatura

Revisado e Aprovado por:

Maria das Graças Vale Barbosa

Luiz Carlos de Lima Ferreira

Data e assinatura

Data de aplicação:

05 de julho de 2011

Data da próxima revisão:

05 de julho de 2012

1. OBJETIVOS

Descrever o procedimento para coleta e processamento de órgãos e tecidos para avaliação da

infecção pelo Trypanosoma cruzi em camundongos.

2. DEFINIÇÕES

Não se aplica.

3. APLICÁVEL A

O procedimento se aplica à pesquisa experimental.

4. RESPONSABILIDADES

Gerente da unidade, responsável pela subunidade e pessoal técnico.

5. POP’S RELACIONADOS

Não se aplica.

6. RECURSOS NECESSÁRIOS

6.1 Materiais:

6.1.1 Placa de cortiça com quatro agulhas para fixação do animal

6.1.2 Câmara de anestesia (vidro de boca larga com tampa, e algodão no fundo)

6.1.3 Éter etílico para anestesia

6.1.4 Pinça anatômica

6.1.5 Pinça dente de rato

6.1.6 Placa de Petri

6.1.7 Pipetas Pasteur

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

GERÊNCIA DE ENTOMOLOGIA

S

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6.1.8 Sacos plástico para o descarte de carcaças

6.1.9 Tesoura de ponta afiada

6.1.10 Caixa de descarte de material com solução desinfetante

6.1.11 Frasco lavador com álcool 70%

6.1.12 Pinça de relojoeiro

6.1.13 Recipiente para a fixação do material

6.1.14 Cestinhos para conter o material a ser processado (cassetes)

6.1.15 Formas para inclusão em parafina

6.1.16 Porta-bloco

6.1.17 Navalha descartável

6.1.18 Cubas de gelo

6.1.19 Lâminas limpas e desengorduradas

6.1.20 Pincel com cerdas macias

6.1.21 Lamínula

6.1.22 Bálsamo do Canadá

6.2 Equipamentos

6.2.1 Bico de Bunsen

6.2.2 Freezer

6.2.3 Estufa na faixa de 56 a 58oC para derreter a parafina

6.2.4 Micrótomo

6.2.5 Banho-maria a 45oC

6.2.6 Destilador

6.2.7 Microscópio ótico

6.3 Reagentes, meios e soluções:

6.3.1 Solução salina (NaCl 0,85%)

6.3.2 Formalina 10%

6.3.3 Álcool 70%

6.3.4 Álcool 80%

6.3.5 Álcool 90%

6.3.6 Álcool absoluto

6.3.7 Xilol

6.3.8 Parafina filtrada (pastilhas Merck)

6.3.9 Albumina 30%

6.3.10 Água destilada

6.3.11 Hematoxilina de Harris

6.3.12 Eosina Y

6.3.13 Álcool clorídrico 1%

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6.3.14 Água acética 1%

7. PROCEDIMENTOS (2)

7.1 Coleta para histologia convencional em parafina

7.1.1 Colocar o camundongo infectado na câmara de anestesia.

7.1.2 Fixar o camundongo na placa de cortiça, em posição de cruz.

7.1.3 Aplicar jatos de álcool 70% no corpo do animal antes de dissecá-lo.

7.1.4 Abrir primeiramente a pele do animal e em seguida o peritônio, usando uma pinça para cada

revestimento.

7.1.5 Retirar os órgãos evitando seu pinçamento e esmagamento.

7.1.6 Lavar os órgãos com solução salina, pois excesso de sangue e de muco na sua superfície

forma um filme que impede a penetração adequada do fixador.

7.1.7 Recortar os órgãos em fatias delgadas para que o fixador penetre rápida e homogeneamente.

Obs: o cérebro deve ser fixado por inteiro e somente depois clivado.

7.1.8 Colocar o material em recipiente que permita que o volume do líquido fixador seja de 10 a 20

vezes maior que o do espécime.

7.1.9 Acrescentar a formalina 10% (líquido fixador).

7.1.10 O tecido pode permanecer por tempo indeterminado até o seu processamento.

7.2 Desidratação e diafanização

7.2.1 Após a fixação, remover o excesso de líquido fixador, lavando em água corrente por um período

de 30 min a 1 h.

7.2.2 Passar os tecidos em soluções alcoólicas de concentrações crescentes, até o álcool absoluto,

quando a água é totalmente removida.

Obs: são seis banhos sucessivos de 1 h cada, nas seguintes soluções: álcool 70%, álcool 80%, álcool

90%, álcool absoluto I, II e III.

7.2.3 Para diafanização, passar o material no xilol, pois o álcool, como a água, não é miscível com a

parafina, havendo assim a necessidade de ser substituído por um solvente da parafina.

Obs: são três banhos sucessivos de 1h cada (xilol I, II e III).

7.3 Infiltração e inclusão em parafina

7.3.1 Transferir o material do agente diafanizador para a parafina derretida, mantida suficientemente

aquecida.

Obs: para a infiltração do material por parafina, usam-se dois banhos sucessivos de 1 h cada nas

soluções parafina I e parafina II.

7.3.2 A inclusão consiste em colocar, através de pinça aquecida, os tecidos previamente infiltrados,

com a superfície clivada no fundo da forma preenchida com parafina derretida (parafina III).

7.3.3 Depois da inclusão, as formas devem ser resfriadas no freezer ou chapa refrigerada.

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7.4 Microtomia e montagem dos cortes na lâmina

7.4.1 Montar o bloco no porta-bloco antes de seccioná-lo. A face do bloco a ser cortada deve ser

plana e conter bastante parafina para que se possa desbastá-la até chegar ao tecido.

7.4.2 Regular o micrótomo em 5 mm.

7.4.3 Resfriar bem a superfície do bloco com um cubo de gelo antes de ser cortado, para evitar cortes

ressecados.

7.4.4 Operar o micrótomo com movimentos delicados, contínuos e relativamente lentos, para se obter

fitas de cortes uniformes.

7.4.5 Estender os cortes que se apresentam ligeiramente enrugados em uma cuba em banho-maria.

7.4.6 Para espalhar os cortes nas lâminas, faz-se o seguinte procedimento:

- colocar um segmento da fita de cortes, com auxílio de um pincel de cerdas macias, para flutuar na

superfície da água aquecida (10o C abaixo do ponto de fusão da parafina).

- transferir os cortes para as lâminas revestidas com albumina, que tem propriedades adesivas e

propicia uma melhor fixação do corte na lâmina.

- colocar as lâminas em uma placa aquecida ou em estufa a 55o

C, para a secagem da água e

coagulação do filme adesivo.

- manter o material à temperatura ambiente, protegido da poeira, até a desparafinização.

7.5 Desparafinização e reidratação

7.5.1 Antes de corar os cortes, remover a parafina residual, passando as lâminas por banhos

sucessivos de 3 min nas seguintes soluções: xilol I, II e III.

7.5.2 Passar as lâminas por banhos sucessivos de 3 min cada nas seguintes soluções: álcool

absoluto I, II e III, álcool 90%, 80%, 70% e água destilada.

7.6 Coloração por hematoxilina e eosina

7.6.1 Corar as lâminas nesta sequência:

- hematoxilina (15 min)

- álcool clorídrico 1% (três mergulhos)

- água corrente (até ficar violeta)

- eosina (2,5 min)

- água acética 1% (três mergulhos)

7.6.2 Banhar as lâminas sucessivamente nas seguintes soluções (3 min cada):

- álcool 70%, 80% e 90%

- álcool absoluto I, II e III

- xilol I, II e III

7.7 Montagem dos cortes entre lâmina e lamínula

7.7.1 Retirar, cuidadosamente, sem danificar o tecido, uma lâmina do último banho de xilol, com o

auxílio de uma pinça, permitindo o escoamento do excesso de xilol.

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7.7.2 Manter a lâmina em uma posição moderadamente inclinada e colocar uma gota de bálsamo do

Canadá próximo à borda do corte.

7.7.3 Colocar a lamínula de tamanho apropriado, em um ângulo próximo à borda da lâmina, e permitir

que a mesma se deposite sobre o corte.

Obs: deve-se tomar cuidado para evitar a formação de bolhas de ar, presas entre a lâmina e a

lamínula. Caso isto ocorra, as bolhas podem ser retiradas, aplicando-se uma pressão leve sobre a

lamínula, com o auxílio de uma pinça. Caso as bolhas persistam, recolocar a lâmina no banho de xilol

e quando a lamínula for descolada, remontar o corte.

7.7.4 Após a montagem do corte entre a lâmina e lamínula, a lâmina deve ser levada ao microscópio

ótico a fim de verificar aparecimento de “dentes”, “microdentes”, ressecamento e artefatos. A

depender dos defeitos encontrados, um novo corte do bloco de parafina deverá ser feito.

Todo o procedimento deve ser realizado sob as condições de biossegurança requeridas durante o

trabalho com o Trypanosoma cruzi (1).

8. LIMITAÇÕES

Não se aplica.

9. REFERÊNCIAS

1. Araújo-Jorge TC, Pirmez C. Normas de segurança para o trabalho com Trypanosoma cruzi. In:

Araújo-Jorge TC, Castro SL. Doença de Chagas: manual para experimentação animal. Rio de

Janeiro: Editora FIOCRUZ 2000, p. 125-132.

2. Souza AP, Côrte-Real Faria S, Coutinho CMLM, Soeiro MNC, Pirmez C. Coleta e processamento

de órgãos e tecidos para avaliação da infecção. In: Araújo-Jorge TC, Castro SL. Doença de Chagas:

manual para experimentação animal. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ 2000, p. 265-88.

10. ANEXOS

Não se aplica.

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8.2 Anexo 2

APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

COM SERES HUMANOS

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8.3 Anexo 3

APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

COM ANIMAIS

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8.4 Anexo 4

APROVAÇÃO PARA A COLETA DE MAMÍFEROS

SILVESTRES

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8.5 Anexo 5

ARTIGOS COMPLETOS PUBLICADOS NA VIGÊNCIA

DO CURSO

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1. Barbosa MGV, Fé NF, Jesus RDB, Rodriguez IC, Monteiro WM, Mourão MPG,

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Fauna de flebotomíneos (Diptera: Psychodidae) em um foco de leishmaniose

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3. Barbosa MGV, Fé NF, Marcião AHR, Silva APT, Monteiro WM, Guerra MVF,

Guerra JAO. Registro de Culicidae de importância epidemiológica na área rural de

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4. Fé NF, Magalhães LK, Fé FA, Arakian SK, Monteiro WM, Barbosa MGV.

Ocorrência de triatomíneos em ambientes silvestres e domiciliares do município de

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5. Melo GC, Reyes-Lecca RC, Vitor-Silva S, Monteiro WM, Martins M, Benzecry SG,

Alecrim MGC, Lacerda MVG. Concurrent Helminthic Infection Protects

Schoolchildren with Plasmodium vivax from Anemia. PLoS ONE 2010; 5: e11206.

6. Monteiro WM, Barbosa MGV, Toledo MJO, Flávio Augusto Fé FA, Fé NF. Série de

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Estado do Amazonas, de 1980 a 2006. Rev Soc Bras Med Trop 2010; 43: 207-10.

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8. Monteiro WM, Magalhães LK, Santana-Filho FS, Borborema M, Silveira H,

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9. Monteiro WM, Neitzke-Abreu HC, Ferreira MEMC, Melo GC, Barbosa MGV,

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10. Monteiro WM, Neitzke HC, Lonardoni MVC, Silveira TGV, Ferreira MEMC,

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11. Monteiro WM, Neitzke HC, Silveira TGV, Lonardoni MVC, Teodoro U, Ferreira

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12. Teodoro U, Santos DR, Silva AM, Massafera R, Imazu LE, Monteiro WM,

Neitzke-Abreu HC. Fauna de flebotomíneos em municípios do Norte Pioneiro do

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