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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS LUCAS DA SILVEIRA MOTTA PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UM MODELO GERENCIAL DE DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO: UM ESTUDO DE CASO APLICADO À UMA PEQUENA PADARIA CRICIÚMA 2016

UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE …repositorio.unesc.net/bitstream/1/4912/1/LUCAS DA SILVEIRA MOTTA.pdf · de setembro, e foi levantado o resultado do período

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC

CURSO DE ADMINISTRAO DE EMPRESAS

LUCAS DA SILVEIRA MOTTA

PROPOSTA DE IMPLANTAO DE UM MODELO GERENCIAL DE

DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCCIO: UM ESTUDO DE CASO

APLICADO UMA PEQUENA PADARIA

CRICIMA

2016

LUCAS DA SILVEIRA MOTTA

PROPOSTA DE IMPLANTAO DE UM MODELO GERENCIAL DE

DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCCIO: UM ESTUDO DE CASO

APLICADO UMA PEQUENA PADARIA

Trabalho de Concluso de Curso, apresentado para obteno do grau de bacharel no curso de Administrao de empresas da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC.

Orientador (a): Professor Alessandro Cruzetta

CRICIMA, NOVEMBRO

2016

LUCAS DA SILVEIRA MOTTA

PROPOSTA DE IMPLANTAO DE UM MODELO GERENCIAL DE

DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCCIO: UM ESTUDO DE CASO

APLICADO UMA PEQUENA PADARIA

Trabalho de Concluso de Curso aprovado pela Banca Examinadora para obteno do Grau de graduao no Curso de Administrao de Empresas da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC

Cricima, 17 de Novembro de 2016.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Alessandro Cruzetta -UNESC - Orientador

Prof. Jonas Rickrot Rsner - UNESC

Prof. Clber Pacheco Bombazar - UNESC

Dedico o presente trabalho a minha famlia, amigos

e todos que de alguma forma me ajudaram na

concluso do trabalho.

AGRADECIMENTOS

Quero agradecer Deus pela oportunidade de estudar e estar em uma universidade

de qualidade como a UNESC, agradecer aos meus familiares que me apoiaram de

todas as maneiras para continuar e concluir essa caminhada acadmica, aos

professores que se dedicam ensinar e compartilhar o conhecimento, enfim,

aqueles que de qualquer forma ajudam torcendo e motivando para a formao e o

encaminhamento a vida profissional.

Quando voc v um negcio bem-sucedido porque algum, algum dia tomou uma deciso corajosa. Peter Drucker

RESUMO

MOTTA, Lucas. PROPOSTA DE IMPLANTAO DE UM MODELO GERENCIAL DE DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCCIO: UM ESTUDO DE CASO APLICADO UMA PEQUENA PADARIA. 2016. 70 pginas. Monografia do Curso de Administrao de Empresas da Universidade do Extremo Sul Catarinense UNESC. Os pequenos negcios, geralmente iniciam-se sem planejamento e sem controle financeiro adequado. Principalmente, as pequenas empresas e empresas familiares, que no possuem um gerenciamento financeiro do seu estabelecimento. Desta forma, o presente trabalho, buscou identificar os custos em uma panificadora localizada na cidade de Iara/SC. Para isso utilizou-se de estudo de campo, mediante uma abordagem quali-quantitativa. A pesquisa foi realizada durante o ms de setembro, e foi levantado o resultado do perodo atravs de dados coletados em fontes primrias, com a finalidade de oferecer ao proprietrio um modelo gerencial para aplicar e registrar o resultado de todos os meses. Nesse sentido foi criado um roteiro de mensurao para levantar todas as informaes necessrias a fim de se chegar apurao de resultado do negcio. Com isso o gestor tem informaes confiveis para assim poder realizar investimentos e melhoria do seu prprio negcio. Palavras-chave: Pequeno Negcio. Demonstrativo do Resultado. Margem de Contribuio. Ponto de Equilbrio.

.

LISTA DE ILUSTRAES

Figura 1 Ponto de Equilbrio ................................................................................... 40

Figura 2 DRE em Porcentagens ............................................................................. 58

Figura 3 Diviso dos custos fixos ........................................................................... 59

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Partilha do Simples Nacional .................................................................. 38

Tabela 2 DRE parcial ............................................................................................. 48

Tabela 3 Inventrio Inicial....................................................................................... 49

Tabela 4 - Compras ................................................................................................... 51

Tabela 5 - Iventrio final ............................................................................................ 52

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Computadores dias Ltda ........................................................................ 25

Quadro 2 Classificao dos Custos ....................................................................... 26

Quadro 3 Base da dados ....................................................................................... 29

Quadro 4 Comparao entre custeio por absoro e susteio direito ...................... 30

Quadro 5 Demonstrativo do Resultado de Exerccio ............................................. 33

Quadro 6 Formula do CMV .................................................................................... 37

Quadro 7 Formula de margem de contribuio unitria ......................................... 39

Quadro 8 Frmula do PEC em valores R$ ............................................................. 46

Quadro 9 Frmula Ponto de Equilbrio Financeiro ................................................. 48

Quadro 10 Frmula do Ponto de Equilibrio Econmico .......................................... 50

Quadro 11 Modelo de Contagem de Caixa ............................................................ 51

Quadro 12 DRE parcial .......................................................................................... 52

Quadro 13 DRE parcial .......................................................................................... 52

Quadro 14 DRE parcial .......................................................................................... 53

Quadro 15 Custos fixos de Setembro .................................................................... 55

Quadro 16 DRE parcial .......................................................................................... 55

Quadro 17 DRE completo ...................................................................................... 56

Quadro 18 Ponto de Equilbrio em Reais ............................................................... 60

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABC Mtodo de custeio baseado em atividade

CMV Custo de Mercadorias Vendidas

COFINS Contribuio para financiamento da seguridade social

CPV Apurao dos Custos de venda

CSLL Contribuio sobre o lucro liquido

CV Soma dos custos variveis

DRE Demonstrativo do resultado de exerccio

DV Somas das despesas variveis

EI Estoque inicial/inventrio inicial

EF Estoque final/inventrio final

IPI Imposto sobre produtos industrializados

LTDA Sociedade Empresarial de Responsabilidade Limitada

MC Margem de Contribuio

PASEP Programa de formao do patrimnio do servidor pblico

PIS Programa de Integrao Social

PV Preo de Venda

SEBRAE Servio Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas

UEP Mtodo de unidade de esforo de produo

PE Ponto de Equilbrio

PEC Ponto de Equilbrio Contbil

PE Finan. Ponto de Equilbrio Financeiro

PE Econ. Ponto de Equilbrio Econmico

DAS Documento de Arrecadao Simplificada

SUMRIO

1. INTRODUO ...................................................................................................... 11

1.1 SITUAO PROBLEMA .................................................................................... 12

1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 13

1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 13

1.2.2 Objetivos Especficos .................................................................................... 13

1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 13

2. FUNDAMENTAO TERICA ............................................................................ 15

2.1 PEQUENO NEGCIO......................................................................................... 15

2.1.1 Definio ......................................................................................................... 15

2.1.2 Empreendedorismo ........................................................................................ 16

2.1.3 Caractersticas do Empreendedor ................................................................ 17

2.1.4 Gesto Financeira Em Empresas De Pequeno Porte .................................. 18

2.2 CUSTOS ............................................................................................................. 19

2.2.1 Gastos ............................................................................................................. 19

2.2.2 Despesas ......................................................................................................... 20

2.2.3 Investimentos ................................................................................................. 21

2.2.4 Desperdcios ................................................................................................... 21

2.2.5 Custos Diretos ................................................................................................ 22

2.2.6 Custos Indiretos ............................................................................................. 22

2.2.7 Custos Fixos ................................................................................................... 23

2.2.8 Custos Variveis ............................................................................................ 24

2.3 PRINCPIOS DE CUSTEIO ................................................................................. 26

2.3.1 Princpio de Custeio por Absoro............................................................... 26

2.3.2 Principio de Custeio Varivel ........................................................................ 27

2.4 MTODOS DE CUSTEIO ................................................................................... 30

2.4.1 Mtodo de Sees Homogneas (RKW) ....................................................... 30

2.4.2 Mtodo de Custeio Baseado em Atividades (ABC) ..................................... 31

2.4.3 Mtodo da Unidade de Esforo de Produo (UEP).................................... 32

2.5 DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCCIO (DRE) .......................... 32

2.5.1 Receitas ........................................................................................................... 33

2.5.2 Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) ...................................................... 34

2.5.3 Impostos ......................................................................................................... 36

2.5.4 Margem de Contribuio ............................................................................... 38

2.5.5 Lucro ............................................................................................................... 40

2.6 PONTO DE EQUILBRIO .................................................................................... 40

2.6.1 Ponto de Equilbrio Contbil (PEC)............................................................... 41

2.6.2 Ponto de Equilbrio Financeiro (PE fin.) ....................................................... 42

2.6.3 Ponto de Equilbrio Econmico (PE econ) ................................................... 43

3 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS............................................................... 44

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ....................................................................... 44

3.2 DEFINIES DA REA OU PBLICO ALVO .................................................... 45

3.3 PLANO DE COLETA DE DADOS ....................................................................... 46

3.4 PLANO DE ANALISE DOS DADOS ................................................................... 47

4. EXPERINCIA DA PESQUISA ........................................................................... 48

4.1 DRE (Demonstrativo Do Resultado Do Exerccio) .............................................. 58

4.2 ANLISE DE DADOS.......................................................................................... 59

5. CONCLUSO ....................................................................................................... 63

6.REFERENCIAS ...................................................................................................... 65

11

1. INTRODUO

A Crise que se instalou no Brasil atualmente tem feito vrias vtimas,

atingiu a todos os nveis sociais em maior ou menor grau. No aspecto econmico

refletiu na inflao que obteve altos ndices percentuais, alta de juros e restries de

crdito. Teve grande impacto nas empresas que tiveram que diminuir suas

operaes e demitir funcionrios, somado isso segundo o Trading Economics

(2016) em julho o nmero de desempregados j era de 12,02 milhes de pessoas

desocupadas.

No entanto, sem uma renda fixa as pessoas acabam visualizando uma

oportunidade de ganho atravs do empreendedorismo que, segundo Dornelas

(2005) no Brasil antes de 1995 no se falava em empreendedorismo e micros e

pequenas empresas, pois o cenrio econmico e poltico no eram propcios, e

somente posterior essa data com mudanas no cenrio e criao de entidades que

auxiliam o pequeno empresrio, como o SEBRAE por exemplo, o empreendedor

encontra suporte e consultoria para iniciar seu negcio (DORNELAS 1995).

Os pequenos negcios so responsveis por gerarem milhes de

empregos diretos e indiretos, para o SEBRAE (2012) as micros e pequenas

empresas respondem por cerca de 98% das empresas brasileiras, representando 5

milhes de estabelecimentos e 56% dos empregos legais. Com a crise, o

empreendedorismo pode ser uma sada para a gerao de novos empregos e

consequentemente diminuir os ndices de desemprego que conforme supracitado

considervel (SILVA L. e MICHEL H. 2012).

Com o intuito de oferecer valor para a sociedade e obter um retorno, os

empreendedores, segundo Dolabella (1999) consegue explorar as oportunidades

independentes dos recursos que possuem, uma vez que sabe como captar e

gerenciar esses recursos. Identificam por meio de conhecimentos amplos,

oportunidades para atingir um novo segmento. Com isso todas as informaes

coletadas podem auxiliar nas tomadas de decises e serem decisivas diante de um

mercado cada vez mais competitivo. A questo dos custos e anlise dos resultados

de uma empresa utilizando mtodos de mensurao de grande importncia para o

controle gerencial. O conhecimento de todas as variveis que impactam na

rentabilidade final do negcio so decisivos no sucesso do empreendimento.

Segundo Santos (2005) qualquer atividade que manipule valores e

12

volumes necessita de um controle de custos, com uma anlise que permite avaliar o

desempenho. Mesmo em mercados altamente competitivos, algumas empresas no

tm capacidade de manipular os preos de mercado, nesse caso controle e anlise

de custos so ainda mais importantes, pois, cada organizao possui estruturas de

custos diferentes. Por se tratar de um aspecto amplo, segundo Bert (2014), a

varivel custo implica em maior ou menor grau na vida pessoal e no carter

empresarial nas tomadas de decises. Grande parte delas que ocorre diariamente

envolve diretamente ou indiretamente custos por ser abrangente e que influencia em

vrios campos organizacionais.

Nesse contexto a proposta deste trabalho identificar os custos de

produtos de uma padaria localizada na regio da Iara, que se enquadra como um

pequeno negcio, planejando de modo racional o controle de todos os custos com

intuito de analisar os resultados obtidos.

1.1 SITUAO PROBLEMA

Quando se trata de um produto ou servio que oferecido no mercado

para um cliente necessrio que se tenha um planejamento para surpreender o

consumidor e torn-lo fidelizado. Quem est ofertando muitas vezes tem no lucro o

objetivo final. Quem procura um servio ou produto busca a qualidade e o

suprimento de sua necessidade.

Os custos que uma empresa possui influenciam diretamente na

lucratividade da empresa, pois se o custo fixo total for superior margem de

contribuio total consequentemente a empresa ter prejuzo. Essa questo de

custos tem que ser controlado para no se tornarem volumosas. O que reflete muito

bem isso uma frase de Jorge Paulo Lehman empreendedor e um dos maiores

acionistas da Ambev, no livro Sonho Grande (2013) de Cristiane Correa que Custos

so como unhas tem que cortar sempre. Algumas empresas utilizando ferramentas

tecnolgicas, como sistemas e planilhas eletrnicas mensuram essa varivel

constantemente.

O pequeno negcio, iniciado por necessidade do empreendedor e sem

um planejamento estratgico definido, est sujeito a equivocar-se na gesto da

empresa. As multitarefas que o idealizador se ocupa, as questes financeiras, a

13

mistura entre o patrimnio pessoal dos donos e o dinheiro da empresa, a falta de

profissionalizao na administrao das empresas acarretam em problemas que o

empreendedor ter na manuteno do negcio (SEBRAE 2016). A falta de controle

dos insumos, vendas, custos em geral so aspectos que, segundo Wernke (2005)

na interpretao inadequada induz o gestor a utilizar ferramentas inapropriadas

obtendo informaes distorcidas e concluses indevidas o que reflete ao trmino de

um perodo um resultado operacional que no lhe oferece uma margem de lucro.

Diante da falta de controle que diversas vezes ocorrem por falta de

conhecimento, estudo por parte do empreendedor surge a pergunta que nortear a

pesquisa: Como apurar o resultado operacional de uma pequena padaria?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 OBJETIVO GERAL

Propor um modelo para mensurar os resultados operacionais de uma

pequena padaria.

1.2.2 OBJETIVOS ESPECFICOS

a) Classificar e quantificar os custos fixos;

b) Levantar o Custo das Mercadorias Vendidas;

c) Propor uma metodologia que sistematize um modelo de avaliao

peridica dos resultados;

1.3 JUSTIFICATIVA

Durante a carreira que construda desde o momento que existe a

escolha da profisso o desafio constante. Ainda na vida acadmica um projeto tem

o propsito de conciliar e colocar em prtica todo o conhecimento adquirido, alm de

obter esse benefcio tem a viso prtica de tudo o que envolve um negcio. Busca-se

ainda para o pesquisador um crescimento que transcenda a esfera pessoal,

atingindo a esfera social como um todo, com estudos e mtodos que analisados

14

previamente, pode mudar a concepo o modo de agir e dissipar para um benefcio

social.

A constante busca pela inovao e qualidade pode no agregar valor e

no obter o resultado em que se espera, quando tal inovao no visualizada pelo

consumidor. Nesse sentido o estudo de custos, preos, desperdcios so variveis

importantes em que o gestor deve ter um controle contnuo para se manter num

mercado competitivo, e assim angariar recursos para o investimento de algo que

agregue valor e que o mercado no est oferecendo.

Nessa abordagem os benefcios so bem amplos onde todos obtero

vantagens significativas, os clientes porque encontraro algo novo, visto que os

consumidores buscam sempre algo inovador, que os cative. Como destaca Kotler

No basta satisfazer clientes, tem que encant-los (KOTLER, 2000, p 55) e os

empreendedores obtero retorno financeiro e a maximizao dos lucros.

Atualmente no se pode mais acomodar e pensar que tudo est sob

controle, a oportunidade para um estudo detalhado oportuna e vivel. As

informaes esto disponveis e com consentimento da empresa, esse estudo no

se tornaria um custo, mais um investimento que futuramente pode trazer resultados,

oferecendo aprimoramento e uma viso diferente daquela em que o empreendedor

est acostumado.

15

2. FUNDAMENTAO TERICA

O captulo a seguir dispe da fundamentao terica, utilizada como fonte

para que pudessem ser compreendidos, os dados coletados na etapa seguinte.

2.1 PEQUENO NEGCIO

Atualmente tem vrios negcios surgindo com o advento da tecnologia e

que so altamente lucrativos. Ideias novas revolucionrias e sustentveis

idealizados por pessoas das mais variadas faixas etrias.

2.1.1 Definio

Um pequeno negcio pode englobar servios e produtos oferecidos aos

clientes, tendo um numero de empregados, lucro para se enquadrar em alguns

benefcios sociais. Gitman (2004 p.05) conceitua como sendo firmas individuais:

Uma firma individual uma empresa que pertence a uma nica pessoa, que a gere com vistas a seu prprio lucro. Cerca de 75% de todas as empresas so firmas individuais. Geralmente, trata-se de uma pequena empresa, como uma oficina de bicicletas, o escritrio de um personal trainer, ou de um encanador. Em sua maioria, so encontradas nos setores de comercio atacadistas, comercio varejistas, servios e construo civil.

Normalmente esses pequenos negcios so familiares e geridos pelo

prprio proprietrio, que apresenta alguns pontos fortes e pontos fracos

respectivamente. Uma firma individual tem Independncia, um custo baixo, o

proprietrio assume todos os prejuzos e recebe todos os lucros e o ponto fraco

porque o proprietrio tem que ser um administrador ecltico, seu patrimnio pode

ser usado para pagar dividas da empresa e se o proprietrio falecer geralmente no

tem continuidade o negcio (GITMAN, 2004).

Como o empresrio individual algum que trabalha por conta prpria e

pode ter um funcionrio para auxili-lo, como Gitman (2004) salientou, geralmente

so empresas familiares que tm no seu fundador a principal figura do

empreendimento, segundo o SEBRAE (2016), o pequeno negcio podem ter

algumas caractersticas relevantes:

16

a) Comando nico e centralizado, permitindo reaes rpidas em situaes

de emergncia.

b) Estrutura Operacional e administrativa enxuta

c) Importantes relaes comunitrias e comerciais decorrentes de um nome

respeitado.

d) Organizao interna leal e dedicada.

e) Grupo interessado e unido em torno do fundador.

f) Sensibilidade em relao ao bem-estar dos empregados e da comunidade

onde atua.

g) Continuidade e integridade de diretrizes administrativas e de focos de

ateno da empresa.

Mas os pequenos negcios tambm apresentam problemas que com o

passar do tempo ficam evidente quando o fundador est vivo ou quando ocorre o

momento de transio, podem ocorrer dificuldades em separar o que

intuitivo/emocional do racional, quando a emoo ultrapassa a razo, uma tomada

de deciso equivocada pode gerar desequilbrio no negcio. Quando ocorre o

momento de transio, com o falecimento repentino do fundador, a complexidade

aumenta porque a no habilidade de um substituto competente altura, que no

esteja familiarizado com a cultura da empresa, gera descontentamento geral devido

ao excesso de zelo com o empreendedor. (SEBRAE 2016)

H motivos tambm de se evidenciar que o total despreparo no

acompanhamento de todas as variveis que influenciam um negcio, agindo muitas

vezes no sentimentalismo. A falta de conhecimento e conceitos dos fatores como a

tomada de deciso em relao alguns elementos como preos, custos afetam

tambm as vendas e por concluso no lucro lquido da empresa (SEBRAE 2016).

2.1.2 Empreendedorismo

O empreendedorismo um termo que atualmente est em evidncia,

devido leis que incentivam e de alguma forma dissipam o conceito e os benefcios

para alavancar a economia e o bem-estar social. Mais segundo Neto e Sales (2004)

os primeiros focos de empreendedorismo surgiu no sculo XVI onde era

estabelecido um acordo com o governo e o empreendedor da poca s gerenciava,

17

pois todo o conceito do incio do negcio era financiado pelo governo. Dolabella

(1999 p. 68) conceitua empreendedorismo como:

Empreendedorismo um neologismo derivado da livre traduo de entrepreneurshipe utilizado para designar os estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seus sistemas de atividades, seu universo de atuao e antes de tudo, aquele que se dedica gerao de riquezas em diferentes nveis de conhecimento, inovando e transformando conhecimentos em produtos ou servio em diferentes reas.

J Neto e Sales (2004) afirmam que a histria do empreendedorismo se

d a partir de 1982 com as ideias de Schumpeter que teve a insero dos modelos

empreendedores na economia sendo uma das bases para o processo de criao de

riquezas. Neto e Sales (2004 p.10) complementam o conceito como:

um processo dinmico de criao de riqueza incremental. A riqueza criada por indivduos que assumem maiores riscos em termos ativos, tempo e perspectiva de carreira, para produzirem bens ou servios atravs de recursos que lhe so disponibilizados.

O empreendedorismo segundo o SEBRAE (2012) um processo que

designa todos os estudos relacionados ao empreendedor e no somente como uma

forma de realizar a gesto estratgica mais tambm um novo conceito de inovao e

de empregabilidade que deriva desse conhecimento alm de mudanas radicais na

organizao.

2.1.3 Caractersticas do Empreendedor

O empreendedor algum que dispe de tempo, recursos, conhecimento

para um beneficio prprio e social. Luecke (2007) afirma que o empreendedor

precisa possuir um planejamento estratgico, aliado com analise, capacidade de

implementao e controle, so estes os fatores determinantes que o empreendedor

deve possuir, alm de obter conhecimento dos riscos pelo desenvolvimento e

sobrevivncia do negocio lidando com novos desafios passando a fazer parte da

economia local e nacional. Para o Luecke (2007 p.29) o empreendedor o agente

de mudanas, e define como Aquele que combina recursos, trabalho, materiais e

18

outros ativos para tornar seu valor maior do que antes. Tambm aquele que

introduz mudanas, inovaes e uma nova ordem.

Para Gerber (1992 p.22), o empreendedor visionrio dentro de cada ser,

um catalisador das mudanas, diante disso:

O empreendedor vive no futuro nunca no passado, raramente no presente. mais feliz quando livre para construir imagens de e se e de e quando. O empreendedor a personalidade criativa, sempre lidando melhor com o desconhecido, perscrutando o futuro, transformando possibilidades em probalidade, caos em harmonia.

O empreendedor com sua viso ampla tm na sua forma de enxergar

oportunidades que com outra pessoa no seria possvel. Possui uma maneira slida

de compreender o ambiente a qual est inserido, obtendo o sucesso. O que

significa sair da situao atual no objetivo de inovar introduzindo novos produtos e

servios em um ambiente de incertezas (SANTOS 2008).

2.1.4 Gesto Financeira Em Empresas De Pequeno Porte

A administrao financeira a cincia de administrar os recursos

financeiros para aumentar a lucratividade dos acionistas, nem sempre possvel,

num pequeno negcio quem delineia o valor o mercado atuante, portanto para

conduzir a sua perenidade depende de outros fatores como bons gestores (BRASIL,

1992).

A parte financeira de uma empresa antigamente era somente uma ao

executiva onde constavam contas a pagar e receber, algo muito mais simples.

Santos (2001 p.197) relata de uma maneira atual:

Atualmente, o que se pode j observar nas micro e pequenas empresas que esse acontecimento diferente, decorrente do crescimento na complexidade da economia brasileira. Portanto, o mercado financeiro tornou-se mais sofisticado e as pequenas empresas tiveram que acompanhar tambm esse crescimento para conseguir se posicionar no mercado econmico.

De acordo com Petty (1997) as exigncias contbeis que a empresa se

prope se torna pesada e com o devido planejamento e controle os gestores tem

que obter informaes oportunas e precisas para a eficcia das operaes da

empresa. O planejamento quando bem elaborado o que garante que o risco

19

financeiro seja menor estabelecendo um valor aceitvel para a gesto de fluxo de

caixa de uma empresa (DEGEN 1989)

.

Quanto ao perfil financeiro de cada micro e pequena empresa, afirma-se que ele definido pelo resultado de diversos fatores determinantes, como o tipo de atividade desenvolvida ou servio prestado, grau de instruo dos gestores ou administradores responsveis pela rea financeira e tambm pela situao econmica da rea onde a empresa est situada. (BRASIL, 1992, p.35).

Quanto ao planejamento de uma micro e pequena empresa o novo gestor

tem que ser dinmico e ter uma viso ampla de todos os aspectos financeiros e

econmicos para o crescimento da empresa e melhor tomada de deciso (BRASIL

1992).

2.2 CUSTOS

Conhecer de forma adequada as informaes pertinentes a gesto de

custos, que oferece as variveis requisitadas pelo tomador de deciso e anlises

fundamentadas em aspectos ambientais endgenos e exgenos, so de suma

importncia para manter e assegurar a manuteno da melhoria de um sistema de

gesto em busca de excelncia empresarial (MARTINS, 2003).

2.2.1 Gastos

Os gastos so dispndios financeiros o qual uma empresa utiliza para a

aquisio de um bem ou servio, esse conceito bastante amplo, Wernke (2005

p.03) define gastos como:

O termo Gasto utilizado para descrever as ocorrncias nas quais a empresa despende de recursos ou contrai uma obrigao (dvida) perante terceiros (fornecedores, bancos etc.) para obter algum bem ou servio que necessite para suas operaes cotidianas.

Somente considerado como gasto quando h o reconhecimento contbil

de reduo ou a aquisio da dvida, um termo genrico que pode representar um

custo ou uma despesa, segundo Martins (1998, p.25) gasto sacrifcio financeiro

com que a entidade arca para a obteno de um produto ou servio qualquer,

20

sacrifcio esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos

(normalmente dinheiro).

Pode-se considerar como exemplos de gastos em uma organizao os

gastos com salrios, gastos com comisses sobre vendas, aquisio de mquinas e

equipamentos (MARTINS, 1998).

2.2.2 Despesas

As despesas so tudo que a empresa precisa para manter o produto em

circulao, para ser mais especficos, valores investidos em marketing,

administrativos, comercial, recursos humanos e no tem ligao direta com o

produto em si mais importante no aumento da receita. Wernke (2005 p.04) destaca

tambm outros fatores ligados esse conceito:

O conceito de Despesas abrange o valor despendido voluntariamente com bem ou servios utilizados para obter receitas, seja de forma direta ou indireta. Este conceito empregado para identificar, no caso de uma fbrica, os gastos no relacionados com a produo, mas que so necessrios ao funcionamento da organizao, ou seja, os gastos ligados as atividades gerenciais da empresa (como despesa de vendas, despesas administrativas e despesas financeiras). Como exemplos de despesas tem- se: gastos com aluguel, salrios e energia eltrica da administrao (despesas administrativas), gastos com juros pagos por atraso na quitao de uma duplicata e tarifas de manuteno de conta bancrias (despesas financeiras) e gastos com comisses de vendedores e propaganda (despesa de vendas).

As despesas podem ser classificadas como fixas que no variam de

acordo com a quantidade vendida, como materiais de escritrios e variveis aquelas

que variam com a quantidade vendida, as comisses aos vendedores so exemplos

de despesas variveis (WERNKE, 2005). So gastos necessrios ao funcionamento

normal da empresa e no inclui os gastos com mercadorias revender, no caso do

varejo, Berti (2006 p.21) diz que despesa:

gasto que provoca reduo do patrimnio constitui a despesa. Bem ou servio consumidos direta ou indiretamente para obteno de receitas. O esforo no sentido de obteno de receitas deve ter como contrapartida a entrega e promessa de entrega de ativos.

As despesas so identificveis administrao e afetar diretamente no

resultado do exerccio (Berti 2006).

21

2.2.3 Investimentos

Os investimentos que podem ser para as mais diversas finalidades e

angariados por recursos prprios ou de terceiros, segundo Wernke (2005 p.05) so

gastos efetuados na aquisio de ativos (bens e direitos registrados em conta do

Ativo no Balano Patrimonial) com a perspectiva de gerar benefcios econmicos em

perodos futuros neste sentido quando o investimento for uma mquina todos os

gastos gerados pelo manuseio, salrio da mesma j no se enquadram como

gastos, mas como custos.

Os investimentos geralmente so confundidos com gastos, segundo Berti

(2006 p.21) investimento o gasto para aquisio de ativo, com a finalidade de

obteno de benefcios a curto, mdio e longo prazo [...] e com a obteno h um

desgaste natural que gera um decrscimo no valor do bem que chamado de

depreciao sendo classificado gerencialmente como despesa, e no se subtrai

esse valor do fluxo de caixa da empresa (WERNKE, 2011).

2.2.4 Desperdcios

Os desperdcios so variveis que no controladas podem se tornar

volumosas em termos financeiros. Os desperdcios esto relacionados com a

ineficincia interna da empresa, pois abrangem ocorrncias fortuitas, ocasionais,

indesejadas ou involuntrias no ambiente de operaes da organizao. O perigo

no pode ser evitado mais o risco sim. Pode ser evitado com mtodos e

procedimentos a fim de evitar tais transtornos, so exemplos incndios, furtos dentre

outros (CORBARI e MACEDO 2012).

Segundo Berti (2006, p. 22) desperdcio so gastos ocorridos nos

processos produtivos ou de gerao de receitas e que possam ser eliminados sem

prejuzo de qualidade ou quantidade de bens [...] e so atividades que no agregam

valor do ponto de vista do cliente e que implicam dispndio de tempo e dinheiro

desnecessrio aos produtos ou servios. Podem ser classificados na categoria de

desperdcios:

a) A produo de itens defeituosos, pois o retrabalho das unidades mal

fabricadas ocasiona um tempo desnecessrio;

22

b) A movimentao dispensvel de pessoas, equipamentos, matrias-

primas ou produtos;

c) A capacidade instalada ociosa (implicando, por exemplo, imobilizao

desnecessria de recursos em estoques altos e reas fsicas desocupadas)

d) A insero de detalhes no produto que o comprador no valoriza ao

adquiri-lo, como um remate de vinil nas portas dos veculos, que no aparece depois

que estiverem instalados.

Todas as propostas colocadas no produto final que no implicam na

valorizao por parte dos clientes e at retrabalhos so considerados desperdcios

(WERNKE, 2005).

2.2.5 Custos Diretos

Os custos que influenciam na elaborao de preos, podem ser

classificados como diretos e indiretos quando estes se identificam no produto, sendo

que os custos diretos so diretamente atribuveis a cada produto fabricado no

perodo. No necessitam de rateio, pois esto atrelados aos artigos produzidos por

medies ou por controles individuais (como fichas tcnicas) (WERNKE 2005).

Martins (2003) relata que os custos diretos podem ser classificados ainda

como primrios. Segundo este autor, os custos diretos so todos aqueles que se

encontram diretamente ligados vinculados ao produto. Ou seja, os custos surgem

com o produto e no existem sem este. Podendo ser localizados na rea de

produo sob a forma de matrias-primas, componentes diretos e mo-de-obra

necessria para fabricar o produto (MARTINS, 2003).

2.2.6 Custos Indiretos

Os custos indiretos no so fceis de identificar nas unidades de produtos

fabricados, nesse caso podem ser utilizados rateios, que consiste na diviso do

montante de determinado custo por qualquer critrio, como o volume fabricado por

produto ou o tempo de fabricao consumido (WERNKE 2005).

Para Martins (2003), custos indiretos:

So todos os custos que no esto vinculados diretamente ao produto, mas ao seu conjunto e/ou da empresa. Os custos indiretos podem ser

23

igualmente localizados tanto na rea de produo, sob a forma de materiais indiretos, depreciao, salrios de supervisores, etc., como na rea de comercializao sob a forma de despesas de viagens, brindes a clientes, etc.

Os custos podem ainda ser classificados como fixos e variveis.

2.2.7 Custos Fixos

Os custos podem ser classificados como variveis e fixos como o prprio

nome j dizem, um varia com a quantidade produzida e o outro no varia com a

quantidade produzida, respectivamente.

Segundo Scarparo (1977 p.121) custo fixo:

So aqueles custos que existem independentemente do volume de produo ou de comercializao. So custos mais ou menos permanentes, isto , no variam em razo da maior ou menor quantidade produzida ou comercializada. So representados principalmente pelas despesas Administrativas.

Os custos fixos permanecem constantes e no dependem do volume

produzido, segundo o prprio autor Wernke (2005 p.08), conceitua da seguinte

forma:

Custos Fixos so aqueles cujos valores totais tendem a permanecer constantes (fixos) mesmo havendo alteraes no nvel de atividades operacionais do perodo. So os custos que tm seu montante fixado independentemente de oscilaes na atividade fabril, no possuindo qualquer vinculao com o aumento ou reduo do numero de unidades produzidas no ms.

Para Martins (2003), os custos fixos so aqueles que dentro de certos

limites de produo e vendas, mantm-se inalterados. Porem eles podem sofrer

alteraes nos seus resultados, como por exemplo, se a administrao conceder um

acrscimo na remunerao de seus supervisores e se ultrapassar a quantidade

vendida de um produto, nesse caso, haver uma alterao nos custos fixos, mais

ainda assim se considerar como custo fixo. Mowen e Hansen (2001) cita o exemplo

de uma fbrica que chamada Computadores Dias Ltda., que produz computadores

pessoais, e num departamento que insere um disk drive possui apenas um

supervisor que recebe salrio de R$24.000 para sua equipe produzir at 10.000

24

computadores, mais se a produo ultrapassar a marca de 12.000 computadores

ser necessrio contratar outro supervisor com o mesmo salrio. O custo da

superviso apresentado conforme a figura:

Quadro 1 - Computadores Dias Ltda.

Superviso ($) Computadores Fabricados Custo Unitrio ($)

24.000

24.000

24.000

48.000

48.000

48.000

4000

8000

10000

12000

16000

20000

6,00

3,00

2,40

4,00

3,00

2,40

Fonte: Adaptado de Mowen e Hansen (2001)

Neste caso, o que um fator direcionador de custo o nmero de

computadores fabricados, pode-se observar que o salrio total permanece inalterado

no importando a quantidade produzida, se 4.000, 8.000 ou 10.000, o mesmo

ocorre se ultrapassar a produo at o limite estabelecido, no importa se so

12.000, 16.000 ou 20.000 o nmero de supervisores aumentou mais continua sendo

um custo fixo. Se dividirmos os valores totais da superviso pela quantidade

produzida temos o custo unitrio que unitariamente varia. Segundo Mowen e

Hansen (2001 p.88) conclui que Muitas vezes custos fixos unitrios podem ser

enganosos e podem afetar algumas decises de forma adversas. Frequentemente,

mais seguro trabalhar com custos fixos totais. Neste caso os custos fixos podem

mudar mais no os tornam variveis, so fixos a uma nova taxa de mercadorias

fabricadas (MOWEN E HANSEN 2001).

2.2.8 Custos Variveis

Os custos variveis variam de acordo com a quantidade produzida,

alguns exemplos que se pode identificar a matria-prima, embalagens, comisses

de vendas, segundo Scarparo (1997 p.121) custos variveis so:

So aqueles custos que variam em funo das quantidades produzidas. Cada unidade produzida cria um acrscimo de custos, sendo este acrscimo o custo varivel desta unidade. Entenda-se, portanto, como

25

acrscimo de custo de um produto o custo total da unidade produzida ou vendida, menos o custo fixo proporcional daquela unidade.

Segundo Wernke (2005 p.08) de uma forma mais atual conceitua custos

variveis na seguinte maneira:

Os custos variveis so os gastos cujo total do perodo est proporcionalmente relacionado com o volume da produo: quanto maior for o volume de produo, maiores sero os custos variveis totais do perodo, isto , o valor total dos valores consumidos ou aplicados na produo tem seu crescimento vinculado quantidade produzida pela empresa. Um exemplo de custo varivel a matria-prima, pois, se para fabricar uma unidade de produto se gasta $20, ao produzir dez unidades sero gastos $200 e assim sucessivamente.

Dubois, Kulpa e Souza (2006), acreditam que o custo varivel serve como

um instrumento de gerncia, pois afronta os princpios contbeis da realizao,

competncia e confrontao. Os custos fixos neste mtodo, segundo os autores so

reconhecidos como despesas, ainda que nem todos os produtos fabricados tenham

sido vendidos.

A necessidade de identificar e distinguir todos estes conceitos so

primordiais devidos competitividade de mercado quanto aos preos aplicados. A

classificao dos custos so necessrias para identificar quanto a suas

caractersticas, Silva Junior (2000 p.226) mostra alguns exemplos:

Quadro 2: Classificao dos custos

Item Direto Indireto Varivel Fixo

Matria Prima

Servios de terceiros

Mo-de-obra direta

Mo-de-obra Indireta

Propaganda

Engenharia

Energia Eltrica

Aluguel

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

Fonte: Dos santos (2000)

Antigamente todos os gastos que ocorriam racionalmente ou no,

deveriam ser pagos por algum, ou seja, pelos clientes, nesse sentido, repassavam

26

para o preo de venda todos os gastos que a organizao se sujeitava. Atualmente

se isso ocorrer inevitavelmente empresa perder clientes e competitividade de

mercado. Alguns comerciantes embutem no preo de venda alm dos impostos, um

percentual de proviso para devedores duvidosos, ocasionado pela inadimplncia

por parte de uma clientela, transferindo um nus aos clientes que cumprem suas

obrigaes, penalizando-os pela ineficincia da empresa em conceder crdito

apenas a bons pagadores (WERNKE, 2005).

2.3 PRINCPIOS DE CUSTEIO

Os princpios de custeio so filosofias bsicas a serem adotados pelos

sistemas de custo. Os princpios so referentes s variabilidades dos custos (fixos e

variveis), e est relacionados definio de informaes mais adequadas

necessidade da empresa (BORNIA 2002; KRAEMER, 1995; MULLER 1996).

2.3.1 Princpio de Custeio por Absoro

De acordo com Santos (2009), citado por Abras, Gonalves e Leonice

(2012), o mtodo de custeio por absoro considerado bsico para uma avaliao

de estoque pela contabilidade societria para fins de levantamento do balano

patrimonial e da demonstrao do resultado do exerccio.

Leone (2000, P. 242) afirma que:

O custeio por absoro aquele que faz debitar ao custo dos produtos da rea de fabricao, sejam esses custos definidos como custos diretos ou indiretos, fixos ou variveis, de estrutura ou operacionais. O prprio nome critrio revelar dessa particularidade, ou seja, o procedimento fazer com que cada produto ou produo (ou servio) absorva parcela dos custos diretos e indiretos, relacionados fabricao.

Crepaldi (2004) acredita que o mtodo de custeio derivado da aplicao

dos princpios fundamentais da contabilidade e , no Brasil, adotado pela

Legislao Comercial e Fiscal.

Barbosa et al. (2011, apud ABRAS, GONALVEZ e LEONICE, 2012),

citam as seguintes vantagens da utilizao do mtodo de custeio por absoro:

a) segue os princpios contbeis, sendo o mtodo formalmente aceito, como requerido pela legislao do imposto de renda para propsitos de lucro; b) agrega todos os custos, tanto os diretos quanto os indiretos;

27

c) pode ser menos custoso de implementar, desde que no requeira a separao dos custos em fixos e variveis (BARBOSA et al. 2011; ABRAS, GONALVES, LEONICE, 2012).

Os autores citados Abras, Gonalves e Leonice (2012), citam tambm as

seguintes desvantagens:

a) os custos, por no se relacionarem com este ou aquele bem ou servio, so quase sempre distribudos com base em critrios de rateio com grande grau de arbitrariedade; b) o custo fixo por unidade depende ainda do volume de produo, e o custo de um produto pode variar em funo da alterao de volume de outro produto; c) os custos fixos existem, independente, da fabricao ou no desta ou daquela unidade e acabam presentes no mesmo montante, mesmo que ocorram oscilaes (dentro de certos limites), portanto no devem ser alocados aos bens e servios (BARBOSA et al. 2011; ABRAS, GONALVES, LEONICE, 2012).

Pinzan (2013), ainda divide o custeio por absoro da seguinte maneira:

custeio por absoro parcial, no qual consiste atribuir aos produtos somente custo

varivel e fixo, levando todas as despesas (comerciais, administrativas e financeiras)

diretamente para o perodo em que estas so incorridas.

J os custos por absoro parcial modificado, onde ocorre a atribuio

aos produtos de custos variveis e os custos fixos operacionais. Segundo Pinzan

(2013), o mtodo de custeio por absoro modificado, situa-se a meio termo do

Princpio de Custeio Varivel e absoro parcial. Segundo o autor, o custo por

absoro modificado no comete a arbitrariedade de alocar custos fixos e estruturais

aos produtos. Apropria aos produtos que, embora fixos em relao ao volume de

produo, tem seu valor influenciado pelo mix de produtos, logstica de produo,

pelo processo de controle de qualidade, entre outros.

Os custos fixos estruturais so destinados ao resultado do perodo junto

com as despesas. Os custos por absoro pleno, este mtodo inclui no custo dos

produtos todos os custos e despesas fixas e custos variveis (PINZAN, 2013).

2.3.2 Principio de Custeio Varivel

O sistema de custeio direto ou varivel tem uma apropriao de carter

gerencial, segundo Dos Santos (2006 p.64) aquele sistema que elimina

completamente os custos fixos do custo do produto. Consideram apenas os custos

28

variveis dos produtos vendidos e os custos fixos, nesse mtodo, aparece como

despesas no perodo, indo diretamente no demonstrativo do resultado. Dessa forma

se obtm a margem de contribuio quando diminuda a receita lquida dos custos

variveis (SILVA JUNIOR 2000).

um mtodo que considera aos produtos somente os custos variveis,

Wernke (2004 p.29) conceitua como:

Este mtodo considera apenas os custos variveis da produo e de comercializao do produto ou servio como matria-prima, mo-de-obra-direta, servios de terceiros aplicados ao produto, tributo sobre vendas, comisses de venda etc. Os demais gastos so transferidos para a apurao do resultado como despesas, sem serem apropriados aos produtos fabricados.

Diante disso, a sua utilizao como instrumento gerencial com a

necessidade de obter totalmente os controles extras contbeis no necessitando

atender aos princpios contbeis que devem ser respeitados. E possui alguns

argumentos que se valem para a melhor utilizao desse sistema, Prez Jr, De

Oliveira e Costa (2001 p.185) definem e citam trs argumentos principais:

1. Os custos fixos, por sua prpria natureza, existem independentemente da fabricao ou no de determinado produto ou do aumento ou reduo (dentro de certa faixa) da quantidade produzida. Os custos fixos podem ser encarados como encargos necessrios para que a empresa tenha condies de produzir, e no como encargos de um produto especfico. 2. Por no estarem vinculados a nenhum produto especfico ou a uma unidade de produo, eles sempre so distribudos aos produtos por meio de critrios de rateio que contm, em maior ou menor grau, a arbitrariedade. A maioria dos rateios feita com a utilizao de fatores, que, na realidade, no vinculam cada custo a cada produto. Em termos de avaliao de estoque, o rateio mais ou menos lgico. Todavia, para a tomada de deciso, o rateio, por melhores que sejam mais atrapalha que ajuda. Basta verificar que a simples modificao de critrios de rateio pode fazer um produto no rentvel passar a ser rentvel e, claro, isso no est correto. 3. Finalmente, o valor dos custos fixos a ser distribudos a cada produto depende, alm dos critrios de rateio, do volume de produo. Assim, qualquer deciso em base de custo deve levar em conta, tambm, o volume de produo. Pior que isso, o custo de um produto pode variar em funo da variao de quantidade produzida de outro produto.

Todavia esse mtodo tende a cada vez mais ser utilizado, como

supracitado, no atende os princpios contbeis e tem o efeito de carter interno

dentro da organizao, chamado contabilidade gerencial (PREZ JR, DE OLIVEIRA

e COSTA, 2001).

29

Para um melhor entendimento e compreenso das diferenas que

possuem entre o principio de custeio por absoro e o principio de custeio varivel

tem um exemplo hipottico, que envolve apenas um produto (WERNKE 2004 p.31):

Quadro 3: Base de Dados

Componentes Absoro Varivel

Matria-prima ($) 1.500 1.500

Outros custos diretos variveis ($) 700 700

Custos fixos/Indiretos ($) 330 -

Total ($) 2.530 2.200

Produo do Ms 10 un. 10 un.

Custo Unitrio ($) 253/un. 220/un.

Fonte: Wernke (2004)

Supondo que exista uma venda de 5 unidades a $500 cada uma, o

resultado pelos dois mtodos apresentado no quadro 4:

Quadro 4: Comparao entre custeio por absoro e custeio varivel

Demonstrao do Resultado do Exerccio

Absoro Varivel

Receitas (5 un. x $500) 2.500 2.500

CPV (5 un. x custo unitrio) -1.265 -1.100

Lucro Bruto 1.235 1.400

Custos Fixos - -330

Resultado 1.235 1.070

Fonte: Wernke (2004).

Comparando os dois princpios percebe-se que o resultado do princpio

de custeio varivel foi inferior ao principio por absoro, o que contabilmente resulta

em imposto de renda menor. A diferena entre ambas que no princpio de custeio

varivel o custo fixo ($330) foi levado integralmente ao resultado do exerccio,

enquanto no principio de absoro no foi inserido, ficando estocados nos produtos

no vendidos (WERNKE, 2004).

30

2.4 MTODOS DE CUSTEIO

Os mtodos de custeio uma maneira de identificar e calcular os custos de

um produto e servio. Tm como primeiro desafio apontar os custos das atividades

das empresas e esto mais relacionados forma como sero alocados os custos

diretos e indiretos da organizao. Diante das mais variadas maneiras de custeio

cada um possuem uma maneira de utilizar para cada finalidade e seus objetivos

especficos (BERTI, 2006).

2.4.1 Mtodo de Sees Homogneas (RKW)

Segundo Abras, Gonalves e Leonice (2012), o mtodo das sees

homogneas (RKW) tem como principal caracterstica a diviso da empresa em

centros de custos. Ainda segundo os autores, os custos so alocados aos centros

por intermdio de bases de distribuio e, em seguida, repassados aos bens ou

servios por unidade de trabalho.

Somariva (2010) relata que o mtodo de custeio RKW (abreviao de

Reichskuratorium fur Wirtschaftlichtkeit) nasceu no sculo XX originalmente da

Alemanha, uma forma de alocao de custos e despesas, que consiste no rateio no

s dos custos de produo como tambm de todas as despesas da empresa,

inclusive a financeira, a todos os produtos.

O mtodo do RKW engloba todos os custos e despesas no produto para

poder adicionar a sua margem de lucro e assim formar o seu preo de venda

(SOMARIVA, 2010).

Tal mtodo, como qualquer outro apresenta vantagens e desvantagens.

Desta forma Abras, Gonalves e Leonice (2012, p. 149),

As principais vantagens so: considera todos os custos incorridos em uma organizao sem excees; possui informaes completas e conservadoras; enfatiza a recuperao de todos os custos e tende a introduzir certo grau de estabilidade de preos; pratica a formao de preos com base no pior custo; justifica os preos e chega ao custo de produzir e vender (incluindo administrar e financiar). Quanto s desvantagens, o mtodo das sees homogneas pode levar a decises equivocadas por no distinguir custos fixos dos custos variveis. Alm disso, existe arbitrariedade dos critrios de rateio dos gastos indiretos, apesar de sugerir o rastreamento de maneira mais realista possvel esse mtodo ainda apresenta algumas dificuldades de aplicao, como no

31

momento de encontrar o custo do produto no cotidiano e de encontrar as despesas operacionais dirias unitrias.

O mtodo das sees homogneas no aceito pela legislao (ABRAS,

GONALVES, LEONICE, 2012).

2.4.2 Mtodo de Custeio Baseado em Atividades (ABC)

O custeio baseado em atividades denominado ABC, tem esta

nomenclatura originada do ingls Activity Based Costing. (DUBOIS; KULPA;

SOUZA, 2006; SOMARIVA, 2010).

Abras, Gonalves e Leonice (2012), e demais autores tais como Bornia

(2010), Megliorini (2012), Brimson (1996), Silvestre (2002) e Kaplan e Cooper

(1998), acreditam na ideia de que o que tenha levado ao desenvolvimento do

mtodo de custeio baseado em atividade tenha sido a insatisfao dos os dados dos

custos dos bens de servios, atribuindo custos indiretos aos produtos de acordo com

base no roteiro atribudo.

Para Kaplan e Anderson (2007 apud ABRAS, GONALVEZ, e LEONICE,

2012), os seguintes problemas podem decorrer da implementao do custeio

baseado em atividades:

a) os processos de entrevistas e levantamentos de dados so demorados

e dispendiosos;

b) os dados utilizados no mtodo so subjetivos e de difcil validao;

c) o armazenamento, o processamento e a apresentao dos dados so

dispendiosos;

d) foca, geralmente, processos especficos e no fornece uma viso

integrada das oportunidades de lucro em todo o mbito da empresa;

e) no atualizvel ou adaptvel facilmente s novas circunstncias;

f) incorre em erro terico, ao ignorar a possibilidade de capacidade

ociosa.

Esse mtodo de custeio utilizado em empresas que tem o seu custo

indireto maior ou igual ao custo direto, pois ir diminuir a sua arbitrariedade com

relao ao custo do produto (SOMARIVA, 2010).

32

2.4.3 Mtodo da Unidade de Esforo de Produo (UEP)

O mtodo UEP, encontra-se pautado na unificao da produo, visando

simplificar o processo de controle de gesto. Com isso, a anlise de desempenho de

uma empresa ser realizada a partir dos custos e medidas fiscais de eficincia,

eficcia e produtividade (ABRAS GONALVES, LEONICE, 2012).

O mtodo UEP trabalha apenas com os custos de transformao, o que

no engloba a anlise dos custos da matria-prima, j que estes devem ser tratados

separadamente (ABRAS, GONALVES, LEONICE, 2012).

Segundo Bornia (2010 apud ABRAS, GONALVEZ, e LEONICE, 2012

p.151),citam as vantagens e desvantagens do mtodo UEP.

A grande vantagem do mtodo UEP est na simplicidade de operacionalizao. Depois de conhecer os potenciais produtivos e os equivalentes em uePs dos produtos, os clculos de alocao dos custos de transformao de bens ou servios e para o acompanhamento dos ndices de desempenho, que devem ser feitos periodicamente, so muito fceis e rpidos. Alm disso, a mensurao de desempenho do mtodo a partir dos conceitos acima citados tambm uma das suas vantagens. A utilizao de ndices torna muito simples e fcil a transmisso de informaes claras e que no requerem maiores esforos de publicao. Quanto s desvantagens, o mtodo de UEP apresenta dificuldades no tratamento dos desperdcios, pois no fornece a parcela dos custos referente a desperdcios. O principal empecilho para a separao dos desperdcios a definio de posto operativo, em que somente as operaes produtivas so consideradas. Assim, as operaes auxiliares no so detalhadas e seus custos so atribudos aos postos operativos. Com isso, perde-se a noo dos desperdcios no processo. Outra desvantagem que o mtodo apresenta refere-se a no identificao das melhorias.

Quanto ao mtodo de implementao, Bornia (1010 apud ABRAS,

GONALVEZ, e LEONICE, 2012), destaca que tirada uma fotografia da estrutura

da empresa a partir dos ndices e pressupe-se que as relaes entre os potenciais

produtos sero constantes, desde que os postos operativos no se alterem.

2.5 DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCCIO (DRE)

Diante do aspecto gerencial que o gestor necessita obter informaes

para a elaborao do resultado do perodo atravs dos mtodos de custeio, pode-se

mensurar o resultado atravs do Demonstrativo de Resultado que apresenta de

maneira eficaz o lucro do perodo (DOS SANTOS 2006):

33

Quadro 5: Demonstrativo do resultado do exerccio:

Descrio Valores R$

Receita

(-) Custo Mercadorias Vendidas

(-) Impostos

Margem de Contribuio

(-) Custo fixo

Lucro

X

X

X

X

X

X

Fonte: Adaptado de Wernke (2004)

No entanto, o formato do DRE ligeiramente diferente do formato pela

contabilidade, isso depende tambm no mtodo de custeio que a organizao se

sujeitar para a concepo do oramento mensal do DRE. Diante disso, o

demonstrativo do resultado do exerccio consolida os oramentos da receita e da

despesa, segundo Alexandre S (2014, p.19) os principais objetivos so:

a) Verificar se a empresa tem condies de atingir a meta de lucro desejada pelos acionistas,

b) Analisar como recursos gerados pelas receitas esto sendo alocados nos custos e nas despesas,

c) Na fase de controle oramentrio, avaliar o quanto os resultados observados esto se afastando dos resultados projetados e orientar as medidas de correes de rumo necessrias para a realizao do plano estratgico.

Diante disso, o demonstrativo do resultado do exerccio tem papel

importante contabilmente, e principalmente para atender finalidades gerenciais

oferecendo informaes importantes das receitas, custos e despesas da empresa

(ZDANOWICZ, 1989).

2.5.1 Receitas

As receitas provem daquilo que a empresa est ofertando no mercado

consumidor, seja ele um produto ou um servio mais de forma alguma a nica

forma de receita (SOARES, et. al., 2007).

As receitas podem provir tambm de juros das aplicaes financeiras, as

vendas de ativo imobilizado enfim, e so importantes para a mensurao dos

desempenhos de uma empresa (S, 2014).

34

De uma forma mais ampla receita o valor em unidades monetrias que

a empresa tem direito a receber, proveniente das operaes em que a mesma

oferece (ZDANOWICZ, 1989).

Existem diversos tipos de receitas e foram criadas de forma a ordenar a

sua empregabilidade. Dentre elas, existem, os seguintes tipos de receita:

Receita Bruta de Vendas: Correspondem as receitas relacionadas s

vendas dos produtos ou servios prestados pela empresa sem suas dedues.

Receita Lquida de Vendas: Corresponde s receitas relacionadas s

vendas dos produtos ou servios prestados pela empresa com as devidas dedues,

que podem ser: impostos e contribuies incidentes sobre as vendas, devolues de

vendas e abatimentos.

Receitas financeiras: Corresponde s receitas derivadas de aplicaes

financeiras, tais como: juros de mora recebidos no perodo, descontos obtidos, etc.

Pode ocorrer que o montante da Receita Financeira seja maior que a Despesa

Financeira. Neste caso, algebricamente, a Receita Financeira ser deduzida de

outras Despesas Operacionais.

Receita Operacional: Corresponde s receitas relacionadas com a

atividade principal da empresa e refere-se ao elemento "bruto", sendo os valores

pelos quais a empresa procura se ressarcir dos custos e despesas e auferir ao

crdito.

Receita No - Operacional: Corresponde s receitas que no esto

relacionadas atividade principal da empresa e refere-se ao "elemento lquido", ou

seja, ela considerada pelo lquido dos correspondentes custos (SOARES, et. al.,

2007).

As receitas, segundo Soares et. al. (2007), correspondem aos acrscimos

obtidos nos resultados e so reconhecidos em conformidade com os princpios

fundamentais da contabilidade, resultantes de diversos tipos de atividades que

possam alterar o patrimnio lquido.

2.5.2 Custo das Mercadorias Vendidas (CMV)

Para a conceituao dos Custos das Mercadorias Vendidas necessrio

transportar para a gesto de estoques. Tudo que envolve esse aspecto na

elaborao do CMV dentro de uma pequena empresa que no possui um controle

35

adequado. Segundo Dos Santos (2006) os estoques so de suma importncia para

o resultado da empresa, pois englobam todos os bens produzidos na produo de

mercadorias, como para o armazenamento de insumos e de produtos acabados. J

Ludcibius (2000 p.101) conceitua estoques como:

[...] Um dos ativos mais importantes do capital circulante e da posio financeira da maioria das companhias industriais e comerciais. A sua correta determinao no inicio e no fim do perodo contbil essencial para uma apurao adequada do lucro liquido do exerccio. Os estoques esto intimamente ligados s principais reas de operao dessas companhias e envolvem problemas de administrao, controle, contabilizao e principalmente avaliao.

Pode-se afirmar ainda que estoques se refere todos os bens tangveis

que a organizao se prope na venda de seus produtos, bem como mercadorias,

insumos, materiais de consumo e outros bens relacionados atividade fim da

entidade (DOS SANTOS, 2006).

A apurao correta e o levantamento dos materiais que esto alocados no

estoque so caracterizados de inventrio que consiste no processo de verificao in

loco da existncia fsica dos estoques da empresa. Incluem mercadorias para

revenda, produtos industrializados, estoques de matrias-primas, materiais

auxiliares entre outros (VERTES, 1991).

A importncia da realizao e apurao do inventrio periodicamente de

suma importncia, traz benefcios para a organizao como um todo. Vertes (1991,

p.24) relata os seguintes aspectos que evidenciam essa afirmao:

a) Sem o levantamento inventarial, no possvel apurar o resultado de um exerccio de forma confivel, enquanto que sem a contabilidade possvel; b) Se o levantamento inventarial no for exato e bem executado, o resultado apurado pela escriturao tambm no ser correto; portanto, ser falso; c) Cada um dos inventrios revela a situao econmica de uma empresa em um dado momento, sob o aspecto esttico; [...].

Com o inventrio dos estoques realizado no inicio do perodo e ao termino

do mesmo perodo mais as compras efetuadas tem o custo das mercadorias

vendidas apresentadas pela frmula, que segundo Zdanowicz (1989, p.214)

proposta:

36

Quadro 6: Frmula do CMV

CMV= EI + COMPRAS - EF

Fonte: Zdanowicz (1989)

Onde:

CMV = Custo das mercadorias vendidas

EI = Estoque inicial do perodo (inventrio inicial)

COMPRAS = Compras efetuadas no perodo

EF= Estoque final (inventrio final)

Para as empresas o custo das vendas bastante genrico, com isso

especificada por setor da economia, para empresas comerciais esse custo

denomina-se custo das mercadorias vendidas o que calculada e inserida no

demonstrativo do resultado do exerccio (LEONE, 1998).

2.5.3 Impostos

Um negcio pode se enquadrar num regime tributrio a qual se encaixa

melhor respeitando os limites a qual estabelecido legalmente. Atualmente existem

alguns tipos de regime tributrio que o Simples Nacional e o lucro real e presumido

(PORTAL TRIBUTRIO,2016).

Segundo Toda et al. (2008 p.23) Lucro real a forma completa de

apurao do Imposto De Renda e da Contribuio Social sobre o Lucro Lquido

direcionadas a todas as pessoas jurdicas [...] nesse regime esses impostos so

calculados em cima do valor do lucro liquido apurado. As pessoas jurdicas que no

obrigadas apurao do lucro real podem utilizar a tributao com base no lucro

presumido que uma forma simplificada de determinar a base do calculo do Imposto

de Renda e Contribuio Social sobre o Lucro Lquido de acordo com a atividade

exercida.

Outro regime tributrio o Simples Nacional que sustentado pela

legislao atravs da Emenda Complementar n42/03 que acrescentou a alnea d

ao inciso III do art. 146 da Constituio Federal onde basicamente uma definio

de tratamento diferenciado para microempresas e empresas de pequeno porte no

37

caso dos pagamentos dos impostos instituindo um regime nico de arrecadao

(FABRETTI 2007).

Essa arrecadao varia de acordo com o faturamento da empresa, Young

(2009 p.15) destaca que:

O simples uma forma de tributao que podemos considerar como progressiva, ou seja, medida do aumento do faturamento, muda-se a alquota de tributao. Neste regime, no so computadas as despesas, sendo o Simples Nacional calculado sobre o faturamento mensal, levando-se em considerao a receita bruta acumulada dos doze ltimos meses.

Esse regime tributrio, segundo Sehn (2009) grande atrativo pela

possibilidade de economia no pagamento de vrios tributos e que geralmente

pequenas e mdias empresas se enquadram nesse regime. Os impostos que so

alcanados pelo Simples Nacional, dentre outros so:

Imposto de Renda das pessoas jurdicas

Contribuio Social sobre o Lucro Liquido (CSLL)

Contribuio para os Programas de Integrao Social e

de Formao do Patrimnio do Servidor Pblico PIS/PASEP.

Contribuio para Financiamento da Seguridade Social

COFINS.

Imposto sobre Produtos Industrializados IPI.

Um dos aspectos positivos do regime do simples nacional o fato de

reduzir a burocracia no ato do pagamento, pois so recolhidos todos os impostos e

contribuies atravs de um documento que chamado de DAS (Documento de

Arrecadao Simplificada). Algo tambm a se considerar a iseno do pagamento

de contribuies institudas pela Unio destinadas ao 5s (SENAI, SESC, SESI,

SENAC E SEBRAE) e tambm em relao em ao salrio-educao e contribuio

sindical patronal (YOUNG 2009).

As alquotas de arrecadao diferem mediante ao faturamento em 12

meses e esto apresentadas a seguir:

Tabela 1: Partilha do Simples Nacional

Receita bruta em 12 meses

(em R$)

ALQUOTA

IRRPJ

CSLL

COFINS

PIS/

PASEP

INSS

ICMS

At 120.000,00 4,00% 0,00% 0,21% 0,74% 0,00% 1,80% 1,25%

De 120.000,00 a 240.000,00 5,47% 0,00% 0,36% 1,08% 0,00% 2,17% 1,86%

38

Continuao da tabela 1

De 240.000,00 a 360.000,00 6,84% 0,31% 0,31% 0,95% 0,23% 2,71% 2,33%

De 360.000,00 a 480.000,00 7,54% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56%

De 480.000,00 a 600.000,00 7,60% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58%

De 600.000,00 a 720.000,00 8,28% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82%

De 720.000,00 a 840.000,00 8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84%

De 840.000,00 a 960.000,00 8,45% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87%

De 960.000,00 a 1.080.000,00 9,03% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07%

De 1.080.000,00 a 1.200.000,00 9,12% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10%

De 1.200.000,01 a 1.320.000,00 9,95% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38%

De 1.320.000,01 a 1.440.000,00 10,04% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41%

De 1.440.000,01 a 1.560.000,00 10,13% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45%

De 1.560.000,01 a 1.680.000,00 10,23% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48%

De 1.680.000,01 a 1.800.000,00 10,32% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51%

De 1.800.000,01 a 1.920.000,00 11,23% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82%

De 1.920.000,01 a 2.040.000,00 11,32% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85%

De 2.040.000,01 a 2.160.000,00 11,42% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88%

De 2.160.000,01 a 2.280.000,00 11,51% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91%

De 2.280.000,01 a 2.400.000,00 11,61% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95%

Fonte: Martins e Bertoldi (2007)

Destacando que o IPI (Imposto de produtos industrializados) incluindo

quando h operao dos produtos que modifique o seu funcionamento ou sua

finalidade ou que haja um aperfeioamento para tal. Nesse caso as alquotas so

diferentes (MARTINS E BERTOLDI 2007).

2.5.4 Margem de Contribuio

A margem de contribuio segundo Wernke (2004) o valor resultantes

das vendas deduzidos os custos variveis que possibilitam pagar os custos fixos e

ainda gerar lucro, importante nas decises de curto prazo, pois possibilita a

reduo de custos e incremento de vendas em algumas mercadorias. A margem de

contribuio segundo Wernke (2005, p.99):

Designa o valor resultante de venda de uma unidade aps serem deduzidos, do preo de venda respectivo, os custo e despesas variveis (como matrias-primas, tributos incidentes sobre a venda e comisso dos vendedores) associados ao produto comercializado. A margem de contribuio pode ser conceituada como o valor (em $) que cada unidade comercializada contribui para, inicialmente, pagar os gastos fixos mensais da empresa e, posteriormente, gerar o lucro do perodo (WERNKE, 2005, p. 99).

39

Esse conhecimento e a anlise da margem de contribuio elemento

fundamental para que sejam tomadas decises de curto prazo, quanto maior for

margem melhor a rentabilidade que o produto oferece. Segundo Prez Jr, De

Oliveira e Costa (2001, p.190), a frmula que define a margem de contribuio

unitria dada pela:

Quadro 7: Formula da Margem de Contribuio Unitria

MC=PV-(CV+DV)

Fonte: Prez Jr, De Oliveira e Costa (2001).

Onde:

MC = Margem de contribuio;

PV = Preo de venda;

CV = Soma dos custos variveis;

DV = Soma das despesas variveis;

Para obter a margem de contribuio total necessrio multiplicar pelas

quantidades vendidas. Destacam-se algumas vantagens em ter o domnio e

conhecimento da margem de contribuio dos produtos:

a) Permitem avaliar a viabilidade de aceitao de pedidos em condies

especiais. Por exemplo: quando existir limite de matria-prima ou de horas de

trabalho disponveis menores do que as necessrias para fabricar todos os pedidos

em carteira, ou quando os pedidos so efetuados com preos e quantidades

diferentes dos praticados normalmente;

b) Auxiliam na administrao a decidir quais produtos merecem mais

ateno nas propagandas, ou melhor, exposio em prateleiras e gndolas nos

casos de empresas varejistas.

c) Podem ser usados para avaliar alternativas de redues de preos,

descontos promocionais e uso de prmios para aumentar o volume das vendas.

Conforme supracitado a margem de contribuio uma ferramenta

eficiente que permite analisar de forma tcnica os resultados proporcionados pelos

produtos. Principalmente se considerarmos que a margem de contribuio pode ser

fixada como meta no momento da elaborao de preo de venda, se no for

conhecida a empresa pode estar vendendo muito e ainda assim tendo prejuzos

(WERNKE, 2005).

40

2.5.5 Lucro

O lucro um instrumento essencial no s para sobrevivncia das

empresas, quando esse o objetivo, mas tambm para medir o sucesso em atender

as necessidades de bens ou servio da sociedade. o principal indicador de

eficincia de uma empresa e a sua origem pode estar atrelado vrios aspectos

como uma excelente gesto na comercializao de bens ou servios. De uma viso

mais ampla, lucro nada mais que o resultado positivo deduzido das vendas os

custos e despesas (GUERREIRO, 1991).

O lucro se refere rentabilidade que uma empresa possui no processo de

adicionar valor um produto ou servio com a tentativa de angariar algum beneficio

ou lucro. Segundo S (2014 p.58) conceitua de uma forma superficial [...] todo

produto, ou linha de produo, ou atividade que gere margem de contribuio [...]..

2.6 PONTO DE EQUILBRIO

Outro ponto da contabilidade gerencial que muito usado nas empresas o

ponto de equilbrio, ou tambm encontradas em outras literaturas que possa

express-la como: ponto de ruptura, Break-even Point, Base Line, ponto de partida,

ponto de nivelamento, ponto crtico ou ponto de quebra (WERNKE, 2004).

O ponto de equilbrio basicamente o volume, sendo em valores ou unidades

fsicas, na qual a organizao opera sem lucro ou prejuzo. A partir do ponto de

equilibro ou ponto nulo, como queira especificar na nomenclatura, a empresa j

pode considerar que est obtendo lucro (WERNKE, 2005).

41

Figura 1: Ponto de equilbrio

Fonte: Adaptado de Wernke (2005)

No grfico pode-se verificar que o ponto de equilbrio quando a linha de

custos totais se encontra com a linha de receita total, exatamente no nmero de

unidades 3, portanto remete-se que nesse caso seria necessrio vender 3 unidades

de determinado produto para obter um faturamento de $300, nesse volume no se

tem nem lucro nem prejuzo (WERNKE, 2005).

2.6.1 Ponto de Equilbrio Contbil (PEC)

Na literatura so encontrados diversos modalidades sobre ponto de equilbrio

que o administrador pode utilizar para suprir a necessidade do momento. Existem

trs tipos ao qual a literatura sustenta e que tem a mesma concepo. O que os

diferencia so os aspectos includos em cada um deles.

O ponto de equilbrio contbil, segundo Wernke (2005, p.120) informa a

quantidade de produtos (metros, quilos, litros, peas, etc.) que deve ser vendida

para que o resultado do perodo seja nulo (no haja lucro nem prejuzo).

Ponto de equilbrio

42

Para o autor, a maneira de se obter o ponto de equilbrio composta pela

frmula que so a seguinte:

Quadro 8: Formula do Ponto de Equilbrio Contbil em Valor R$

PEC Valor (R$) = Custos Fixos R$

Percentual da Margem de Contribuio (%)

Fonte: Wernke (2004)

2.6.2 Ponto de Equilbrio Financeiro (PE fin.)

O ponto de equilbrio financeiro quando a empresa deseja saber o volume

de vendas que seja suficiente para pagar os custos menos depreciao e as

dvidas de um perodo, como emprstimos e financiamentos bancrios. Conforme j

comentado, exclui as depreciaes pelo motivo que esse fator um custo no

desembolsvel. Segundo Miquelito (2008) frmula do ponto de equilbrio financeiro

em quantidades :

Quadro 9: Frmula do Ponto de Equilbrio Financeiro

PEF unidades = Custos Fixos (R$) - Depreciaes (R$) + Dvidas do perodo (R$)

Margem de Contribuio Unitria (R$)

Fonte: Miquelito (2008)

Segundo Wernke (2004, p.53) a utilizao do PE financeiro mais adequada

ao gerente financeiro em face das caractersticas do clculo, que considera somente

os movimentos de caixa [...] de grande valia quando se tm que tomar decises

relativas investimentos.

43

2.6.3 Ponto de Equilbrio Econmico (PE econ)

Para Wernke (2005, p.123) citado por Miquelito (2008), o ponto de equilbrio

econmico distingue-se das demais frmulas de ponto de equilbrio por incluir a

varivel Lucro Desejado, conforme a frmula a seguir:

Quadro 10: Frmula do Ponto de Equilbrio Econmico

PEE unidades = Custos Fixos (R$) + Lucro Desejado (R$)

Margem de Contribuio Unitria (R$)

Fonte: Wernke (2005)

A cobrana para o atingimento de metas de lucros em que algumas empresas

estipulam aos colaboradores, e com isso tem que saber quantos necessita vender

para atingir o objetivo fixado pela diretoria da empresa. A quantidade medida pelo

ponto de equilbrio econmico. Segundo Miquelito (2008, p. 41):

Constata-se que a utilizao do ponto de equilbrio econmico tem como objetivo principal gerar informaes aos investidores sobre o retorno do capital investido, ou seja, quanto deveria a empresa vender para recuperar o investimento, conforme rentabilidade desejada. O ponto de equilbrio econmico possibilita tambm conhecer o lucro que a empresa procura almejar.

Os gestores tm sua disposio essa ferramenta de ponto de equilbrio que

vai auxiliar na tomada de deciso curto e longo prazo. Como em todas as

ferramentas, cabe ao administrador saber utilizar e analisar a sua utilidade no

negcio (WERNKE, 2005).

44

3 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS

O mtodo cientfico o meio que o pesquisador utiliza para identificar um

questionamento construtivo do objeto de pesquisa. De uma forma mais concreta o

mtodo constitui-se dos passos serem dados na busca de um conhecimento,

Barros (2000, p.03) conceitua como:

O mtodo o caminho ordenado e sistemtico para se chegar a um fim. Pode ser estudado como processo intelectual e como processo operacional. Como processo intelectual, a abordagem de qualquer problema mediante anlise prvia e sistemtica de todas as vias possveis de acesso soluo. Como processo operacional, a maneira lgica de organizar a sequncia das diversas atividades para chegar ao fim almejado; a prpria ordenao da ao de pesquisar.

Sendo que o que distingue o processo de mtodo que o processo algo

mais especifico no plano metodolgico e mtodo algo mais amplo. Fachin (2001,

p.28) conceitua mtodo cientifico da seguinte forma:

O mtodo um instrumento do conhecimento que proporciona aos pesquisadores, em qualquer rea de sua formao, orientao geral que facilita planejar uma pesquisa, formular hipteses, coordenar investigaes, realizar experincias e interpretar os resultados [...] a forma de proceder ao longo do caminho. Na cincia, os mtodos constituem os instrumentos bsicos que ordenam em sistemas e traam de modo ordenado a forma de proceder do cientista para alcanar um objetivo ao longo de um percurso.

O mtodo tambm pode ser definido como conjunto de tcnicas que

formalizam de modo prtico a maneira mais perfeita de realizar uma ao, portanto

tcnicas e mtodos se relacionam, mas so distintos, enquanto um estabelece de

modo geral o que fazer a tcnica nos d como fazer(FACHIN 2001).

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA

De acordo com os objetivos especficos e propostos a pesquisa foi

descritiva e quanto ao meio de investigao uma pesquisa bibliogrfica e estudo de

campo.

Para Andrade (2007) a pesquisa descritiva tem como principal fator a no

interferncia do pesquisador, onde os dados so observados, analisados,

45

registrados, classificados e interpretados sem que haja alguma interveno pessoal,

ou seja, serve como mediador entre a tcnica utilizada e o modo como analisar as

informaes no contexto aplicado. Essas pesquisas so solicitadas por empresas

que desejam inserir um novo produto no mercado, em pesquisas polticas

partidrias, entre outros.

Em relao aos meios utilizados, foi realizada a pesquisa bibliogrfica que

pelos estudos j publicados nos mais diversos meios de acordo com o tema

proposto. Para Barros e Lehfeld (2000) necessrio fazer um levantamento de

todas as abordagens j realizadas por outros autores e explorar ao mximo o

conceito aplicado com o objetivo de rever, reanalisar, atualizar e criar novas

proposies para as mais diversas reas de conhecimento. Tem grande importncia

na formao acadmica no sentido de elaborao de informaes cientficas j

existentes e a sistematizao do conhecimento que lhe transmitido no dia-a-dia.

Quanto ao estudo de caso Fachin (2001) descreve como sendo uma

anlise profunda levando em considerao a compreenso como um todo. Para o

autor citado, o modo como o pesquisador procede com a finalidade de explicar os

fatos que ocorre no mbito social, podendo ser expostos atravs de quadros,

grficos estatsticos e por meio descritivo na interpretao dos dados.

3.2 DEFINIES DA REA OU PBLICO ALVO

A cidade de Iara que possui uma rea de unidade territorial de 228,928

Km e com atualmente 53 145 habitantes fica localizada na regio sul do estado

prximo Ararangu, Cricima e Balnerio Rinco e considerada a capital do mel.

Segundo o IBGE (2014), possuem um PIB (produto interno bruto) de

1.536.422.572,00 R$ tendo um nmero de empresas atuantes na cidade de 2148

unidades dos mais variados segmentos gerando emprego e renda.

O ramo de padarias um setor que vem crescendo constantemente

(ABIP, 2015). Segundo a ABIP (Associao Brasileira de Indstria de Panificao)

em 2015 houve um crescimento de 2,7% chegando a um faturamento de 84,7

bilhes de reais com nmero de empresas atuantes nesse segmento de 63,2 mil

unidades em todo o territrio nacional. Fatores estes, que influenciam quando h a

necessidade de concepo e instalao de um negcio. O empreendedor com estas

informaes em mos j materializa a sua padaria, suas estratgias e o aspecto que

46

diferenciar da sua concorrncia que conforme informaes levantadas so

significativas.

A empresa que est h pouco tempo no mercado uma padaria

localizada na Iara e tem como diferencial a sua localizao, situada bem no centro

da cidade, em uma esquina. O que d uma maior viso no empreendimento aos

clientes.

O horrio de funcionamento de segunda a sexta feira, das 07h30min s

18h30min. Nos sbados, das 07h30min s 12h00min. Aos domingos no h

expediente na panificadora.

Quanto ao nmero de colaboradores, a panificadora possui a proprietria,

que faz os produtos comercializados no estabelecimento, e uma atendente em cada

perodo, tambm conta com o auxilio do esposo da proprietria que em seu tempo

livre de sua atividade ajuda em algumas tarefas A atendente responsvel pela

venda dos produtos, e pela operao de caixa no estabelecimento. A proprietria,

alm de produzir os produtos comercializados na panificadora, quem assume a

responsabilidade das contas a pagar, e das compras e transaes a serem

realizadas junto aos fornecedores.

Quanto aos produtos comercializados na panificadora, so pes, doces e

salgados, tortas, bolos, salgados fritos, cavaquinhos, roscas e so produzidos pela

proprietria que fez curso de padeiro e confeiteiro em uma instituio de ensino. A

empresa possui toda a estrutura que d suporte para a transformao em produtos

acabados incluindo maquinrios e geladeiras para estocagem de alguns

suprimentos. Em alguns casos a produo de alguns produtos so realizadas em

grandes quantidades e estocadas para posteriormente serem levadas ao forno e

consequentemente a comercializao.

3.3 PLANO DE COLETA DE DADOS

Para coleta de dados necessrio selecionar um mtodo ou um

instrumento de coleta confivel e vlido e basear atravs de observaes, registros,

acontecimentos que so de interesse para o estudo (SAMPIERI, COLLADO e

LUCIO, 2006).

47

De acordo com o mtodo que utilizado a coleta de dados tem o

procedimento necessrio. Segundo Sampieri, Collado e Lucio (2006, p.286) Para

coletar dados dispomos de uma grande variedade de instrumentos ou tcnicas, tanto

quantitativos como qualitativos, e em um mesmo estudo, podemos utilizar ambos os

tipos. Nessa modalidade normalmente aplica-se instrumentos que contenha

elementos quantitativos e qualitativos ou vice-versa.

Para a coleta de dados, a pesquisa oriunda de dados primrios onde o

pesquisador colheu todas as informaes nas mais diversas fontes e aplicando uma

pesquisa no local na elaborao do objetivo do tema proposto.

3.4 PLANO DE ANLISE DOS DADOS

No plano de anlise de dados foi utilizado o mtodo quali-quantitativo ou

segundo algumas literaturas modelo misto, basicamente quando utilizam os dois

mtodos para a concepo da pesquisa. Para Sampieri, Collado e Lucio (2006, p.18)

o modelo misto:

Constitui o maior nvel de integrao entre os enfoques qualitativo e quantitativo, no qual ambos se combinam durante todo o processo de pesquisa[...] ou pelo menos, na maioria de suas etapas. Esse modelo exige um domnio completo dos dois enfoques e uma mentalidade aberta.

No campo da administrao esse mtodo cada vez mais comum e

favorvel, pois uma rea complexa e dinmica. Pois sendo uma rea que possui

conhecimentos de outras cincias e no um mtodo de pesquisa prprio. Se por um

lado ela foca mais no mtodo quantitativo abrangendo reas como contabilidade,

matemtica financeira, economia por outro tem um foco mais qualitativo em reas

como marketing, filosofia, sociologia. Portanto no tem como considerar uma ou

outra, pode-se relacionar as duas, no entanto, h a necessidade de o observador

relacionar o mtodo com o objeto em que est sendo pesquisado (GOMES; DE

ARAUJO, 2016).

48

4. EXPERINCIA DA PESQUISA

Com os objetivos propostos a pesquisa se baseou na busca de dados em

um pequeno negcio, que conforme supracitado no trabalho, uma padaria localizada

no municpio de Iara. Todos os levantamentos dos dados foram realizados na

prpria empresa durante o ms de setembro de 2016 com os inventrios e todas as

compras realizadas nesse perodo.

Diante dos conceitos supracitados sobre os mtodos de custeio, ao definir

o mtodo com seu