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1 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Campus Pedra Branca BARBARA REGINA MONTEIRO CONHECIMENTO SOBRE PLANTAS MEDICINAIS EM USUÁRIOS DE UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL ÁLCOOL E DROGAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado, como requisito parcial para obtenção do diploma de médico, ao Departamento Medicina do Campus Pedra Branca da Universidade do Sul de Santa Catarina. Orientadora: Profª Drª Márcia Regina Kretzer Palhoça, 2019

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

Campus Pedra Branca

BARBARA REGINA MONTEIRO

CONHECIMENTO SOBRE PLANTAS MEDICINAIS EM USUÁRIOS DE UM

CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL ÁLCOOL E DROGAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado, como

requisito parcial para obtenção do diploma de médico, ao

Departamento Medicina do Campus Pedra Branca da

Universidade do Sul de Santa Catarina.

Orientadora: Profª Drª Márcia Regina Kretzer

Palhoça, 2019

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AUTORES

Barbara Regina Monteiro1, Wagner Fernandes Coelho1, Márcia Regina Kretzer2

1. Discente da Faculdade de Medicina da Universidade do Sul de Santa Catarina, Palhoça,

Santa Catarina, Brasil.

[email protected]; [email protected]

2. Docente da Universidade do Sul de Santa Catarina, Palhoça, Santa Catarina, Brasil.

[email protected]

RESUMO

Objetivo: Avaliar o conhecimento sobre plantas medicinais e seus usos entre os

pacientes do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas do município de Palhoça.

Métodos: Estudo Transversal, envolvendo 88 participantes, de ambos os sexos e

diferentes idades que estiveram em atendimento no Centro de Atenção Psicossocial

Álcool e Drogas entre fevereiro a junho de 2019, através da aplicação de um questionário

e informações coletadas de seus prontuários. Dados analisados por estatística descritiva.

Resultados: idade média de 42 anos, sexo masculino (64,8%), etnia branca (72,7%), uso

abusivo de álcool (72,7%), cocaína (44,3%), maconha (35,2%) e 22,7% de crack (22,7%).

Encontrou-se alta prevalência do uso de plantas medicinais (93,2%), principalmente as

de caráter sedativo e ansiolíticas, usadas, na maioria das vezes, por mulheres, em forma

de chá e geralmente indicadas por algum familiar mais velho. Conclusão: Os usuários do

Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas apresentam conhecimento sobre várias

plantas medicinais e seus usos. As plantas mais utilizadas são as com propriedades

sedativas/hipnóticas e ansiolíticas, que, por sua vez, possuem efeitos semelhantes aos

principais medicamentos citados no estudo. O consumo ocorre sem orientação médica,

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constituindo risco para a saúde pública, principalmente devido à falta de orientação e

controle de seu uso, assim como as possíveis interações medicamentosas.

Descritores: Plantas Medicinais; Práticas Integrativas e Complementares; Centro de

Atenção Psicossocial; Medicamentos Psicotrópicos.

Evaluation of medicinal plants in users of a psychosocial care center alcohol and

drugs

Objective: To evaluate the knowledge about medicinal plants and their uses among

patients of the Psychosocial Care Center for Alcohol and Drugs in the municipality of

Palhoça. Methods: Cross-sectional study involving 88 participants of both sex and

different ages who were in Psychosocial Care Center for Alcohol and Drugs between

February and June 2019, through the application of a questionnaire and information

collected from their medical records. Data analyzed by descriptive statistics. Results:

Mean age 42 years, male gender (64.8%), white ethnicity (72.7%), alcohol abuse (72.7%),

cocaine (44.3%), marijuana (35.2%) and 22.7% crack (22.7%). There was a high

prevalence of the use of medicinal plants (93.2%), mostly sedative and anxiolytic ones,

most often used by women in the form of tea and usually indicated by some older family

member. Conclusion: Psychosocial Care Center for Alcohol and Drugs users have

knowledge about various medicinal plants and their uses. The most used plants are those

with sedative / hypnotic and anxiolytic properties, which, in turn, have similar effects to

the main drugs mentioned in the study. Consumption occurs without medical advice,

constituting a risk to public health, mostly due to the lack of orientation and control of its

use, as well as possible drug interactions.

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Descriptors: Medicinal Plants; Integrative and Complementary Practices; Psychosocial

Care Center; Psychotropic Drugs.

Evaluación de plantas medicinales en usuarios de un centro de atención psicosocial

de alcohol y drogas.

Objetivo: Evaluar el conocimiento sobre plantas medicinales y su uso entre pacientes del

Centro de Atención Psicosocial para el Alcohol y las Drogas en el municipio de Palhoça.

Métodos: Estudio transversal que involucró a 88 participantes de ambos sexos

y diferentes edades que estuvieron en asistencia en Centro de Atención Psicosocial para

el Alcohol y las Drogas entre febrero y junio de 2019, mediante la aplicación de un

cuestionario y la información recopilada de sus registros médicos. Datos analizados por

estadística descriptiva. Resultados: Edad media 42 años, género masculino (64.8%),

etnia blanca (72.7%), abuso de alcohol (72.7%), cocaína (44.3%), marihuana (35.2%) y

crack de 22.7% (22.7%) ) Hubo una alta prevalencia de uso de plantas medicinales

(93,2%), principalmente sedantes y ansiolíticas, que las mujeres usan con mayor

frecuencia en forma de té y generalmente lo indican algunos miembros mayores de la

familia. Conclusión: Los usuarios de anuncios Centro de Atención Psicosocial para el

Alcohol y las Drogas tienen conocimiento sobre varias plantas medicinales y sus usos.

Las plantas más utilizadas son aquellas con propiedades sedantes / hipnóticas y

ansiolíticas, que, a su vez, tienen efectos similares a los principales medicamentos

mencionados en el estudio. El consumo se produce sin asesoramiento médico, lo que

constituye un riesgo para la salud pública, principalmente debido a la falta de orientación

y control de su uso, así como a las posibles interacciones farmacológicas.

Descriptores: Plantas Medicinales; Prácticas Integradoras y Complementarias; Centro

de Atención Psicosocial; Drogas Psicotrópicas.

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Introdução

A partir do movimento pela Reforma Psiquiátrica ocorrida no final dos anos 80,

com intuito da desinstitucionalização que envolvia o lema ‘Por uma sociedade sem

manicômios’, foi fundado em 1986, o primeiro Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)

do Brasil (1,2). Assumindo um papel estratégico no serviço de saúde mental, o CAPS álcool

e drogas (AD) foi criado para atender pessoas com quadro de uso nocivo e dependência

de substâncias psicoativas lícitas ou ilícitas (3,4).

De forma a caminhar concomitantemente ao combate às drogas, o CAPS AD

possui uma perspectiva individualizada e de evolução contínua (4), a fim de possibilitar

que os usuários recebam, de forma precoce atendimentos de saúde que objetivam

minimizar os efeitos negativos do abuso de substâncias psicoativas (5,6). Com isso,

dispondo de uma equipe multidisciplinar, o CAPS AD além de ter a política de Redução

de Danos, também promove intervenções terapêuticas que visam oferecer atendimento

psicossocial e médico com enfoque na dependência química, que possam garantir o

exercício da cidadania e a melhora na qualidade de vida dos seus usuários e familiares (7-

9).

Desta forma, o CAPS ad atua sem visar a abstinência como única meta de

tratamento (10), buscando detectar de forma precoce, os transtornos mentais provocados

ou não, pelo uso abusivo e dependência de substâncias psicoativas e/ou psicotrópicas,

visto que são as principais condições crônicas de saúde dentro do CAPS ad (11-14). Além

disso, outras doenças como a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) e outras

infecções sexualmente transmissíveis (IST) (10), doenças hepáticas e cardíacas em

decorrência do abuso do álcool, hipertensão arterial, doenças cardiopulmonares e

distúrbios nutricionais, também estão intimamente ligadas a este grupo populacional, e

igualmente culminam com prejuízos de ordem física, mental, ocupacional e social (10,15).

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Neste contexto, as Práticas Integrativas Complementares (PIC), foram inseridas

no CAPS AD como uma nova abordagem terapêutica, afim de valorizar o ser humano

como um todo (16), buscando novas alternativas de tratamento que não estejam ligadas ao

uso restrito de medicamento, sendo assim uma terapêutica complementar (5,16,17). Diante

disto e com base em evidências encontradas na literatura, algumas plantas medicinais de

caráter ansiolítico e sedativo como Matricaria recutita, Passiflora incarnata, Valeriana

officinalis, Melissa officinalis e Erythrina mulungu, demonstraram ser opções

terapêuticas como tratamento complementar em alguns transtornos psiquiátricos, como

em casos de ansiedade generalizada, distúrbios do sono, depressão, possuindo efeitos

adversos mínimos e relativa segurança de uso (18,19).

Desde 1978, a Organização Mundial da Saúde (OMS), já reconhece oficialmente

o uso de fitoterapia como medida profilática, terapêutica, paliativa ou com fins

diagnósticos, afim de preconizar a utilização de terapias alternativas, integrando a

medicina ocidental com a medicina popular tradicional (20). No Brasil, em 2006,

considerando a recomendação da OMS, foi instituída por meio da Portaria GM n° 971,

de 3 de maio de 2006, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares

(PNPIC) no Sistema Único de Saúde (SUS), afim de inserir serviços relacionados à

acupuntura, homeopatia, medicina chinesa, termalismo, crenoterapia e plantas medicinais

e fitoterápicos (20-22).

A partir de 2008, como avanço da PNPIC, o Programa Nacional de Plantas

Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), tendo o uso dos vegetais com propósito terapêutico,

foi igualmente incorporado ao SUS (21). Este programa foi aprovado como alternativa de

promoção e recuperação da saúde, em conjunto com terapias comunitárias,(17)

maximizando as funções coletivas, cognitivas, físicas e psicológicas, e promovendo a

inclusão social dos usuários do CAPS ad (16,20).

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Contudo, a utilização de plantas medicinais pelos usuários e a sua prescrição ainda

passa por alguns obstáculos. Existe, por parte dos profissionais da área da saúde,

dificuldades relacionadas com a uniformização de dose, posologia, duração de

tratamento, interações e toxicidade devido ao limitado conhecimento sobre este tipo de

terapêutica, justificando a baixa aderência do uso de plantas como forma efetiva de

tratamento (21). Além disso, limita as possíveis ações de redução de danos que

viabilizariam a diminuição na quantidade de prescrição de medicamentos alopáticos, bem

como minimizariam os efeitos colaterais indesejados, a dependência psíquica de alguns

fármacos e os impactos financeiros gerados pelo abuso e uso indevido, por parte dos

usuários, do medicamento prescrito para uso contínuo (17,21,22)

Desta forma, o uso de plantas medicinais integra as ações de resolubilidade dos

problemas de saúde juntamente com as demais práticas complementares. Estudos

etnobotânicos que visam o conhecimento tradicional sobre o uso de plantas medicinais e

fitoterápicos por usuários de álcool e drogas ainda é um tema pouco explorado na

literatura científica, apresentando-se como uma importante lacuna. Este estudo está

cadastrado no Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético e do Conhecimento

Tradicional Associado (SisGen) instituído pelo Ministério do Meio Ambiente por meio

do Decreto nº 8.772, de 11 de maio de 2016. O SisGen é um instrumento que visa auxiliar

o Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGen) na gestão do patrimônio genético

e do conhecimento tradicional associado no Brasil (23). Os resultados do estudo poderão

colaborar para o conhecimento do perfil de uso de plantas medicinais entre os indivíduos

acompanhados pelo CAPS ad e para a inclusão de plantas medicinais e fitoterápicos

como uma nova abordagem terapêutica complementar, a fim de ampliar o alcance das

prescrições de plantas, bem como resgatar e valorizar o conhecimento das crenças

tradicionais.

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O objetivo deste estudo é avaliar o conhecimento sobre plantas medicinais e seus

usos junto aos usuários do Centro de Atenção psicossocial Álcool e Drogas do município

de Palhoça, SC.

Materiais e métodos

Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo de delineamento transversal, no

qual foi utilizado dados que foram coletados por meio de uma entrevista realizada a partir

de um questionário com questões semiestruturadas aplicado em indivíduos que estavam

em atendimento do CAPS AD do município de Palhoça entre março e junho de 2019. Dos

124 indivíduos que estavam cadastrados no serviço neste período e estavam frequentando

as reuniões, atividades e consultas, 88 (71%) se disponibilizaram a responder o

questionário. Foram incluídos maiores de 18 anos e de ambos os sexos.

Foram avaliadas variáveis sociodemográficas relacionadas ao sexo

(masculino/feminino); idade (em anos); raça (branca/negra/parda/outra); escolaridade

(analfabeto/ fundamental incompleto/fundamental completo/ensino médio

incompleto/ensino médio completo/superior incompleto/superior completo/pós-

graduação); condição civil (com companheiro/sem companheiro); atividade profissional

(sim/não); qual atividade profissional?; aposentadoria (sim/não); moradia em área rural

(sim/não).

As variáveis clínicas contemplaram o diagnóstico segundo CID-10; substância

utilizada de forma abusiva (álcool, droga ilícita: maconha, cocaína, crack, cola, loló, lança

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perfume, ecstasy, oxy. Outras-quais?); tempo de uso da droga (em anos, meses e

semanas); frequência semanal de uso das drogas (droga/frequência); quantidade em uso

(descrever), idade de início de uso de cada substância (droga/ idade em anos);

comorbidades (hipertensão/ diabetes mellitus/ doença cardíaca/ doença respiratória/

doença hepática/ doença psiquiátrica/ outros); medicamentos de uso; tempo de

acompanhamento no CAPS AD (em anos, meses, semanas, dias); participou ou participa

de terapias dentro do CAPS AD (sim/não); terapias que participou e ou participa dentro

do CAPS AD.

Como variáveis relacionadas ao conhecimento de plantas e seus usos, serão

analisadas as plantas que conhece (nome da planta); uso de plantas medicinais (sim/não);

plantas que utiliza (nome da planta); indicação do uso de cada planta (indicações), formas

de uso das plantas (cataplasma/ chá/ extrato/ fitoterápico/ inalação/ infusão/ pomada/

tintura/ unguento/ xarope/ outros); frequência de uso das plantas

(diárias/semanal/mensal/outras); pessoa que indicou o uso da planta?(informar).

Os dados foram analisados de acordo com o programa Statistical Package for the

Social Sciences (SPSS). Version 18.0, e apresentados em frequências simples e absolutas,

média, desvio padrão e mediana.

O estudo está fundamentado nos princípios éticos da Resolução 466/12 do

Conselho Nacional de Saúde (CNS), possuindo a aprovação do Comitê de Ética em

Pesquisa envolvendo Seres Humanos da UNISUL (CEP-UNISUL) sob CAAE

03563318.7.0000.5369.

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Resultados

Entre os 88 participantes avaliados, a idade média foi de 42 anos (DP 20), variando

entre 22 a 68 anos, com maior prevalência no sexo masculino (64,8%), raça branca

(72,7%), 31,8% com ensino fundamental incompleto, 27,3% com ensino médio completo

e 13,6% com superior incompleto. A maioria solteira (62,5%), 29,5% com aposentadoria

e 55,7% referiram estar trabalhando no momento da pesquisa.

Em relação ao perfil clínico segundo diagnóstico pelo CID-10, entre os transtornos

mentais, encontrou-se maior frequência de esquizofrenia (23,9%), seguido de transtorno

depressivo (20,5%), transtorno de ansiedade (2,3%) e transtorno afetivo bipolar (2,3%).

Quanto as demais doenças, a hipertensão (30,7%) e a diabetes mellitus (11,4%) foram as

mais prevalentes. Destaca-se que 3,4% apresentavam infecção pelo Vírus da

Imunodeficiência Humana (HIV).

Repercutindo neste perfil, os principais tratamentos englobavam o uso de

benzodiazepínicos (25%), antidepressivos (26,1%), antipsicóticos (37,5%), estabilizador

de humor (13,6%), anti-hipertensivos (28,4%), antidiabéticos (9,1%) e inibidores de H2

(11,4%).

Entre os entrevistados, o tempo mínimo de tratamento no CAPS AD foi de um

mês, enquanto o paciente mais antigo já estava há 106 meses. Todos estavam participando

de alguma terapia em grupo, sendo que 40,9% faziam parte do grupo de Práticas

Integrativas e Complementares e 15,9% faziam parte da hortoterapia.

Dentre o uso de substancias psicoativas, 72,7% faziam uso abusivo de álcool, com

mediana de tempo de 47 meses, 35,2% de maconha e mediana de 66 meses, 44,3% de

cocaína e mediana de 104 meses e 22,7% de crack e uma mediana de 13 meses, além de

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cola, clorofórmio (loló), lança perfume e ecstasy que também foram referidos, porém em

menor frequência.

Quanto ao uso de plantas medicinais, a maioria dos entrevistados (93,2%)

relataram conhecer e fazer uso ao longo de sua vida. Quando questionados sobre o

conhecimento e seus usos, 54 plantas foram citadas, sendo as principais: Boldo (55,3%),

Flor de laranjeira (8,4%), Melissa (22,4%), Capim limão (17,6%), Capim cidreira

(25,9%), Guaco (14,1), Alho (8,2%), Hortelã (50,6%), Quebra pedra (11,8%), Camomila

(23,5%), Babosa (8,4%), Erva doce (12,9%), Maracujá (8,4%), Penicilina (9,4%), Noz

moscada (7,1%). Importante destacar o uso de plantas como a Jurubeba (3,5%), Trombeta

(1,2%), Amanita (1,2%), Cogumelo (1,2%), usadas como alucinógenas.

Todas as plantas citadas tiveram preferencialmente o chá como forma de

utilização e apenas o Boldo (4,1%), a Flor de laranjeira (22,2%), a Melissa (17,4%) e a

Babosa (28,5%) foram plantas citadas com outro tipo de forma de uso. O extrato também

foi uma das formas de uso citadas para o Boldo (14,3%).

Como demonstrado no gráfico 1, observou-se a prevalência no uso ocasional das

plantas medicinais em todos os tipos. Já na relação sobre quem indicou a planta em uso,

pode-se destacar no gráfico 2 um maior número de indicações provenientes de familiares

mais velhos.

Para delinear o presente estudo sobre etnobotânica, o gráfico 3 apresenta as

indicações populares das plantas medicinais que possuem propriedades ansiolíticas e

hipnóticas. Em referência as demais plantas citadas, como boldo, flor de laranjeira, guaco,

alho, quebra pedra, babosa, penicilina e noz moscada destaca-se o uso principalmente

para o trato gástrico, vias aéreas e vias renais.

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Gráfico 1 Prevalência do uso de plantas medicinais por indivíduos acompanhados pelo

Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas do Município de Palhoça, 2019.

Gráfico 2: Indicação para o uso de plantas medicinais em indivíduos acompanhados pelo

Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas do Município de Palhoça, 2019.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Boldo

Flor de Laranjeira

Melissa

Capim limao

Cidreira

Guaco

Alho

Hortela

Quebra Pedra

Camomila

Babosa

Erva Doce

Maracuja

Penicilina

Noz moscada

Frequencia de uso

Diário Semanal Mensal Ocasional

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Boldo

Flor de Laranjeira

Melissa

Capim limao

Cidreira

Guaco

Alho

Hortela

Quebra Pedra

Camomila

Babosa

Erva Doce

Maracuja

Penicilina

Noz moscada

Título do Gráfico

Mae Pai Avós Conjuges Médicos Outros

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Gráfico 3 Indicações populares para as plantas medicinais em uso pelos indivíduos

acompanhados pelo Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas do Município de

Palhoça, 2019.

Discussão

O presente estudo investigou o conhecimento e uso de plantas medicinais pela

população atendida pelo CAPS AD que se disponibilizou em participar deste trabalho, a

fim de contribuir com informações importantes aos gestores municipais e à comunidade

no entendimento do uso de práticas terapêuticas alternativas.

As características sociodemográficas da amostra se mostraram equivalentes a

outros estudos realizados com a mesma população alvo, com predomínio de indivíduos

brancos, do sexo masculino e em situação de vulnerabilidade social (24-26).

O estudo também destacou uma maior prevalência de usuários de álcool, seguido

por cocaína e maconha, perfil encontrado também por Peixoto et al (27). A maioria dos

participantes iniciou o uso de substâncias psicoativas na faixa etária entre 13 e 17 anos e

além disso, estão em tratamento no CAPS AD entre 1 a 6 anos. Esses resultados estão de

acordo o estudo de Trevisan e Castro, que aborda as mesmas variáveis (24).

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Calmante Estomago Gripe Colica Outros

Indicação popular do uso de plantas sedativas

Melissa Capim limao Cidreira Hortela Camomila Erva doce Maracuja

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No que tange as complicações clínicas, sabe-se que as drogas ilícitas intensificam

distúrbios psiquiátricos (28), em relação a isto, observou-se um predomínio de transtornos

psiquiátricos como esquizofrenia, transtorno depressivo, transtorno de ansiedade e

transtorno afetivo bipolar, além das dependências químicas. Hipertensão arterial

sistêmica e diabetes mellitus foram as doenças crônicas não transmissíveis mais

prevalentes, assim como no estudo de Cardoso et. al (29).

O uso de medicamento psicotrópico é fundamental no tratamento de muitas

doenças, mas podem expor os usuários a eventos adversos e interações medicamentosas

importantes (28). Neste estudo, é importante considerar, que o uso destas classes de

medicamentos (principalmente benzodiazepínicos e antidepressivos) se mostrou mais

prevalente em relação a outros medicamentos. Um estudo realizado com usuários dos

CAPS de uma região de Minas Gerais (30), identificou que os usuários em tratamento nos

CAPS AD apresentaram, em média, prescrições com o maior número de medicamentos

do que os outros CAPS. Além disto, constatou que um terço dos pacientes do CAPS AD

apresentavam dificuldades em relatar a medicação de uso, não sabiam utilizar os

medicamentos sozinhos e declararam já ter utilizado os medicamentos de maneira

incorreta. Atualmente, o uso indevido destes tipos de medicamentos tem aumentado de

maneira descontrolada. Além disto, estes remédios são mais caros aos cofres públicos(31)

quando comparados a práticas integrativas e complementares; e possuem potencial de

dependência, podendo prejudicar a evolução do tratamento. Estes são um dos principais

motivos para um aumento no incentivo do Estado à pesquisa sobre a utilização das plantas

medicinais e fitoterápicos (31,32).

Em relação ao uso de plantas medicinais, encontrou-se uma carência de estudos

realizados com a mesma população deste trabalho. Em comparativo com um estudo

realizado com usuários da atenção primária dentro das Unidades Básicas de Saúde (UBS),

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verificou-se que o uso de plantas ocorre com maior frequência no sexo feminino, na

maioria das vezes, indicado por familiares mais velhos, e que somente uma pequena

parcela dos entrevistados recebeu indicação por algum profissional habilitado (33).

Neste estudo, foram citadas 53 espécies diferentes utilizadas para fins medicinais,

algumas delas, inclusive, empregadas na culinária e outras com propriedades

alucinógenas. Destas, 33 estão presentes no Formulário Nacional Fitoterápico, 12 plantas

constam na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS) e

na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais Disponibilizados no SUS (RENAME)

as plantas são integradas apenas na forma de fitoterápicos (34-36). Estas plantas registradas,

são reflexos das articulações intersetoriais do SUS que visam o uso de plantas medicinais

como forma de terapêutica complementar segura e eficaz.

Em relação a isto, este estudo observou uma maior utilização das plantas

medicinais para distúrbios relacionados com ansiedade e insônia, sendo que a finalidade

mais relatada sobre o uso de plantas foi para o tratamento como “calmante”. O Formulário

de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira confirma as ações ansiolíticas e sedativas das

plantas camomila (M. chamomilla L.), capim limão (C. citratus L.), erva cidreira (L. alba

mill.), hortelã (Mentha spp), erva doce (Pimpinella anisum L.), folha de maracujá

(Passiflora sp.) e melissa (M. officinalis L.) que foram citadas (34). Por sua vez, algumas

delas, atuam na mesma via de ação que os medicamentos benzodiazepínicos e alguns

antidepressivos como tricíclicos e inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS)

(37-41).

Estudos experimentais envolvendo animais, realizando o teste de natação forçada,

que é sensível e relativamente específico para todas as principais classes de

antidepressivos, mostrou que os efeitos do extrato de Passiflora incarnata (PI) são

semelhantes aos da Fluoxetina e da Imipramina, tendo considerável efeito antidepressivo

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nos modelos animais de depressão(38,39). De modo similar Emamghoreishi e Talebianpour,

concluíram que o extrato de Melissa officinais também exerce atividades similares a PI

(39). Além disto, outros estudos concluíram que o Flumazenil antagonizou os efeitos da

beta-carbonila, composto da PI, confirmando sua ação semelhante ao do

benzodiazepínico (38,40).

Um estudo experimental mostrou que os efeitos dos flavonóides encontrados nas

espécies de Passiflora L. exibem um importante efeito ansiolítico, porém sem prejudicar

a memória de curto e longo prazo, como o que se é observado no Diazepam (42). Da mesma

forma, o componente flavonóide apigenina da M. chamomilla L exibe efeitos ansiolíticos

e sedativos, além da ação protetora contra úlceras gástricas induzidas por álcool. Estes

estudos não recomendam a utilização da espécie Passiflora L. em conjunto com outros

sedativos, como benzodiazapínicos ou álcool (37).

Assim como a M. chamomilla, a planta Peumus boldus, popularmente conhecida

como boldo do chile, também possui propriedades gastroprotetoras. É uma das plantas

mais citadas neste estudo e também em levantamentos etnobotânicos. Há muitos estudos

que demonstram que o álcool etílico induz a lesões intensas na mucosa gástrica, da mesma

maneira que alguns fármacos, como a indometacina. O estudo de Battiston(43) concluiu

que o chá de boldo permitiu um grau de lesão menor em um grupo exposto ao uso de

etanol quando comparado ao grupo exposto a Indomectina, demonstrando o efeito

protetor da mucosa (43).

Para Thiago e Tesser (44), o desconhecimento dos profissionais de saúde sobre a

importância do uso de plantas como tratamento complementar, provavelmente determina

a falta de incentivo ao seu uso, haja vista, que a utilização de plantas medicinais é uma

prática popular disseminada e ao alcance da maioria das pessoas. Para apoiar esta

reflexão, um estudo (45) que comparou a inserção de plantas medicinais e fitoterapia em

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ações na atenção primária à saúde no Brasil, durante os períodos de 1990 e 2013 constatou

um pequeno aumento nas publicações relacionadas ao tema “Plantas medicinais e atenção

primária à saúde”. De acordo com esses pesquisadores, a baixa adesão ao uso desta terapia

estaria relacionada ao baixo interesse acadêmico no tema e possivelmente à falta de

incentivo do poder público (44,45).

O presente estudo possui certas limitações que devem ser assinaladas. As variáveis

sobre o conhecimento e uso de plantas medicinais são validadas a esta população e

botânica da região sul do Brasil. Além do mais, não foram encontrados na literatura

estudos etnobotânicos com esta população dificultando uma melhor discussão dos

resultados.

Conclusão

A partir deste estudo foi possível concluir que o uso de plantas medicinais ainda

é muito prevalente, mesmo com o avanço da indústria farmacêutica e isso indica o quão

rico é o conhecimento da população, que ainda segue passando o que sabe para as

gerações e disseminando essa cultura tradicional para a cura e prevenção de doenças.

Além disso, constatou-se que as principais plantas descritas possuem indicações

científicas e populares concordantes.

Em relação ao uso de plantas medicinais por indivíduos em acompanhamento no

CAPS AD, os achados da pesquisa apontam que as plantas mais utilizadas são as com

propriedades sedativas/hipnóticas e ansiolíticas, que por sua vez, possuem efeitos

semelhantes aos principais medicamentos citados no estudo, podendo ser uma terapêutica

complementar ao uso de medicamento alopático.

Também foi possível concluir que na maioria das vezes, os chás das ervas

medicinais, são consumidos sem orientação médica devido à baixa aderência do

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profissional na prescrição das plantas. Isto porque há dificuldades relacionadas com a

uniformização de dose, posologia, duração de tratamento, interações e toxicidade. Porém

os profissionais de saúde devem estar aptos a orientar seus pacientes sobre o uso

indiscriminado e/ou indevido das ervas medicinais em geral.

Diante disto, destaca-se que, mesmo com toda a biodiversidade brasileira e os

avanços em pesquisas já conquistados, a regulamentação das plantas medicinais e

fitoterápicos permanece como uma questão em aberto. Enquanto toda a legislação para

os medicamentos sintéticos encontra-se bem estabelecida, as práticas complementares

ainda carecem de maior esforço regulatório e preparação por parte dos profissionais de

saúde tanto na prescrição quanto na informação aos pacientes.

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Page 29: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Campus Pedra …

29

APENDICE

UNIVERIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

DEPARTAMENDO DE MEDICINA

ID:___________ N° do prontuário:__________________

I) SOCIODEMOGRAFICO SEXO: ( ) Masculino ( ) Feminino IDADE (em anos):____________ RAÇA: ( )Branca ( )Negra ( )Parda ( )Outra ESCOLARIDADE: ( )Analfabeto ( )Fundamental Incompleto

( )Fundamental Completo ( )Ensino Médio Incompleto ( )Ensino Médio Completo ( )Superior Incompleto ( )Superior Completo ( )Pós- Graduação

CONDIÇÃO CIVIL: ( )Com companheiro ( )Sem companheiro ATIVIDADE PROFISSIONAL:( )Sim ( )Não Qual?__________________________________ APOSENTADORIA: ( )Sim ( )Não MORADIA EM ÁREA RURAL: ( )Sim ( )Não

II)CLÍNICO DIAGNÓSTICO (CID-10):________________________________________________ COMORBIDADES: ( )Hipertensão ( )Diabetes Mellitus ( )Doença Cardíaca ( )Doença Respiratória ( )Doença Hepática ( )Doença Psiquiátrica ( ) Outras: Quais?______________________________________ MEDICAMENTOS EM USO:______________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________

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30

TEMPO DE ACOMPANHAMENTO NO CAPS AD (anos, meses, semanas): _____________________________________________________________________ PARTICIPA DE TERAPIAS NO CAPS AD: ( )Sim ( )Não TERAPIAS QUE PARTICIPOU/PARTICIPA DENTRO DO CAPS AD:______________ _____________________________________________________________________ SUBSTÂNCIAS EM USO:

SUBSTÂNCIA EM USO

USO TEMPO DE USO FREQUÊNCIA DO USO

sim Não Anos Meses Semanas Diário Semanal 15dias Mensal Ocasional

ALCOOL

MACONHA

COCAÍNA

CRACK

COLA

LOLO

LANÇA PERFUME

ECSTASY

OXY

OUTRAS

III)CONHECIMENTO DE PLANTAS E SEUS USOS USO DE PLANTAS MEDICINAIS: ( )Sim ( )Não PLANTAS MEDICINAIS QUE CONHECE (nome):_____________________________ _____________________________________________________________________ PLANTAS QUE UTILIZA:

NOME DA PLANTA QUE

USA

INDICAÇÃO DE USO

FREQUÊNCIA DE USO DA PLANTA Pessoa que indicou o uso da Planta

Diária Semanal Mensal Ocasional

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FORMA DE UTILIZAÇÃO DA PLANTA

NOME DA PLANTA FORMA DE USO

Chá Cataplasma Extrato Fitoterápico Inalação Infusão Pomada Tintura Unguento Outros