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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE E GESTÃO DO TRABALHO ALESSANDRA MONESTEL Avaliação das condições nutricionais de crianças com base nos dados do SISVAN Web e do benefício do Programa Bolsa Família no município de Itajaí/SC Itajaí/SC 2011

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE E GESTÃO DO TRABALHO

ALESSANDRA MONESTEL

Avaliação das condições nutricionais de crianças com base nos dados do

SISVAN Web e do benefício do Programa Bolsa Família no município de

Itajaí/SC

Itajaí/SC

2011

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ALESSANDRA MONESTEL

Avaliação das condições nutricionais de crianças com base nos dados do

SISVAN Web e do benefício do Programa Bolsa Família no município de

Itajaí/SC

Dissertação apresentada à Banca avaliadora do Programa de Mestrado Profissional em Saúde e Gestão do Trabalho, do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Vale do Itajaí, como requisito para a obtenção do título de mestre, sob a orientação da Profª. Drª. Elisete Navas Sanches Próspero.

Itajaí/SC

2011

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AGRADECIMENTOS

À professora Elisete Navas Sanches Próspero, que me orientou nesta caminhada.

À professora Luciane Peter Grillo, ao professor Rafael Sperb e à futura engenheira ambiental Angelina Coelho, pelo apoio durante a realização deste trabalho.

À Secretaria de Saúde de Itajaí, em particular à responsável pela Diretoria de Atenção à Saúde, enfermeira Márcia de Fátima Cracco, que possibilitou a realização deste trabalho.

Às equipes de saúde, pela colaboração de sempre, na coleta dos dados de acompanhamento para o SISVAN e para o PBF a serem enviados a mim, como responsável técnica por estes sistemas na Secretaria de Saúde de Itajaí.

Aos meus pais José Alfonso Monestel Montoya e Sandra Margareth Freccia Monestel, pelo incentivo e paciência durante todo este período.

Ao meu namorado Valdir Luchezi Júnior, pela paciência e pelo apoio.

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Avaliação das condições nutricionais de crianças com base nos dados do SISVAN Web e do benefício do Programa Bolsa Família no município de

Itajaí/SC

RESUMO

A nutrição é um processo que tem influência direta nas condições de saúde, sendo a alimentação saudável uma dentre as diversas ações necessárias para a promoção da saúde da população. O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) visa contribuir para a promoção de modos de vida saudáveis além de apresentar dados referentes às condições nutricionais da população assistida pelas Unidades de Saúde dos municípios brasileiros. Aliado a isso, foi criado o Programa Bolsa Família (PBF) para combater a pobreza e ampliar o acesso ao alimento por meio da transferência de renda mínima às famílias submetidas a condições adversas de vida. O presente estudo objetivou avaliar as condições nutricionais de crianças menores de 5 anos, residentes no município de Itajaí, no período de janeiro a dezembro de 2009, por meio da análise das informações geradas pelo Sistema Informatizado de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN Web) e pelo Programa Bolsa Família. Para tanto, foi realizado um estudo ecológico, cuja amostra foi composta por 3.327 crianças menores de 5 anos cadastradas no SISVAN Web. Os dados do SISVAN Web foram gerados e tratados em planilhas eletrônicas do Excel com a respectiva classificação dos índices nutricionais peso por idade (P/I), altura por idade (A/I) e índice de massa corporal por idade (IMC/I) de cada criança. Um dos principais resultados foi a prevalência de déficits ponderais de 3,0% (P/I) e 3,7% (IMC), sendo que dos 3,0% de déficit ponderal em relação a P/I, 0,6% tiveram o diagnóstico de peso muito baixo (desnutrição grave), portanto casos de notificação compulsória. No índice A/I, verificou-se 7,4% das crianças com baixa altura, representando um quadro de desnutrição crônica. O peso elevado foi encontrado em 11,4% dos casos em relação ao índice IMC/I. No que se refere às crianças beneficiárias do PBF, destacou-se a preocupante proporção de 12,3% de baixa estatura. As maiores prevalências de baixo peso e peso elevado, em todos os indicadores, estão distribuídas, na maioria, em bairros considerados de baixa condição socioeconômica. Diante dos resultados encontrados, com a ilustração nítida da transição nutricional acontecendo no município, demonstra-se a necessidade e a importância da vigilância nutricional. Constata-se também a necessidade de desenvolver estratégias e encontrar soluções, considerando o diagnóstico nutricional e a heterogeneidade de cada uma das zonas administrativas mapeadas.

Palavras-chave: vigilância nutricional; estado nutricional; saúde da criança; estudos ecológicos.

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Evaluation of nutritional conditions of children based on data from SISVAN Web and the benefit of the Bolsa Família Program in the Municipality of Itajaí,

SC.

ABSTRACT Nutrition is a process that has a direct influence on health conditions; therefore a healthy diet is one of several actions needed to promote the health of the population. The Food and Nutrition Surveillance System (SISVAN) seeks to contribute to promoting a healthy lifestyle, as well as presenting data on the nutritional conditions of the population served by the Health Units of Brazilian municipalities. In addition, the Bolsa Família Program (BFP) was designed to combat poverty and widen access to food by transferring a minimum allowance to families in adverse living conditions. The aim of this study was to evaluate the nutritional conditions of children aged under five, living in the municipality of Itajaí, during the period January to December 2009, by analyzing the information generated by the Nutrition and Food Surveillance Computer System (SISVAN Web) and the Bolsa Família Program (BFP). An ecological study was carried out with a sample of 3327 children aged under five, registered on the SISVAN Web database. The SISVAN Web data were generated and analyzed in Excel electronic spreadsheets, with the respective classification of the nutritional indexes: weight per age (W/A), height per age (H/A), and index of body mass per age (BMI/A) of each child. One of the main results was the prevalence of weight deficits of 3.0% (W/A) and 3.7% (BMI/A): of the 3.0% weight deficit in relation to W/A, 0.6% were diagnosed as very underweight (severe malnutrition) representing cases of compulsory notification. In the H/A index, it was found that 7.4% of the children had low stature, representing a picture of chronic malnutrition. It was found that 11.4% of cases were overweight in relation to BMI/A. For children whose families receive the BFP, the proportion of 12.3% with low stature is a cause for concern. The higher prevalence of low and high weight in all the indicators is distributed mostly in districts considered to have poor social and economic conditions. Based on the results found, with clear signs of a nutritional transition taking place in the municipality, there is an evident need and importance for nutritional surveillance. There is also a need to develop strategies and find solutions, based on the nutritional diagnosis and the heterogeneity of each of the administrative zones mapped. Keywords: nutritional surveillance; nutritional condition; health of the child; ecological studies.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO………………………………………………………………………...

07

2 OBJETIVOS.............................................................................................. 09

2.1 Objetivo geral.......................................................................................... 09

2.2 Objetivos específicos..........................................................................

09

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................... 10

3.1 Aspectos gerais da nutrição infantil....................................................... 10

3.2 Avaliação nutricional............................................................................. 11

3.2.1 A desnutrição grave e a Lei Estadual de Notificação Compulsória....... 14

3.3 Trajetória do SISVAN no Brasil.............................................................. 17

3.4 A Vigilância em Saúde Pública por meio do SISVAN Web e do PBF........ 19

3.5 Programa Bolsa Família........................................................................... 21

3.6 Ciência da geoinformação.......................................................................

24

4 METODOLOGIA....................................................................................... 27

4.1 População e amostra............................................................................. 29

4.2 Instrumento da coleta de dados............................................................... 29

4.3 Análise dos dados.................................................................................. 31

4.4 Georreferenciamento dos dados............................................................... 32

4.4.1 Localização dos endereços das famílias das crianças do PBF.............. 33

4.4.2 Elaboração dos mapas temáticos............................................................ 36

4.5 Aspectos éticos.......................................................................................

36

5 RESULTADOS..........................................................................................

37

6 DISCUSSÃO............................................................................................

47

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................

58

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................

60

ANEXOS......................................................................................................... 71

Anexo 1 - Ficha de cadastro do SISVAN............................................................ 72

Anexo 2 - Ficha de investigação de desnutrição grave................................... 75

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1 INTRODUÇÃO

No Brasil houve, nas últimas décadas, uma redução da mortalidade infantil e

da morbidade por doenças infecciosas e por problemas nutricionais em virtude das

melhorias no saneamento básico e da atenção à saúde da população (BRASIL,

2009a).

O reconhecimento da importância da assistência materno-infantil se tornou

evidente no início dos anos 1980, quando da proposição de implementação, pela

Organização Mundial da Saúde (OMS), de ações básicas com vistas à redução da

morbimortalidade infantil, sobretudo no mundo em desenvolvimento (LACERDA et

al., 2002).

A morbidade e a mortalidade infantil representam temas prioritários na política

do Sistema Único de Saúde (SUS). Além de importantes indicadores das condições

de saúde, são também indicadores ambientais e do nível socioeconômico da

população (BRASIL, 2009a).

Entre as diversas ações necessárias para a promoção da saúde da população

estão as relacionadas à alimentação saudável. Os hábitos alimentares adquiridos

na infância tendem a se solidificar na vida adulta e por este motivo é importante

estimular a formação de hábitos saudáveis o mais precocemente possível

(GAGLIANONE, 2003; BRASIL, 2009a).

Com o objetivo de conferir a necessária racionalidade de decisões nas ações

de alimentação e nutrição em qualquer das três esferas de governo (municipal,

estadual e federal), foi implantado o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional

(SISVAN), que faz parte de um conjunto de ações da Política Nacional de

Alimentação e Nutrição (PNAN) que contribuem para a promoção de modos de vida

saudáveis (BRASIL, 2004; BRASIL, 2006a).

De acordo com Venâncio et. al., 2007, para que haja o repasse de recursos

financeiros federais para o Piso Assistencial Básico (PAB) é necessária a

implantação do SISVAN no município.

O PAB, foi criado pela portaria GM/MS nº 1.882 no ano de 1997 para

estimular os municípios a assumirem a gestão da rede básica de serviços de saúde

caracterizando desta forma a descentralização financeira do sistema de saúde no

Brasil. (COSTA; PINTO, 2002).

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Segundo Castro e Anjos (1993), conhecer a população e ter informações

atualizadas é o importante papel que compete ao SISVAN. Para subsidiar e avaliar

intervenções da situação alimentar e nutricional de grupos populacionais é

necessário a coleta, o processamento e a análise de dados de forma contínua.

No município de Itajaí, o SISVAN abrange a clientela assistida pelo SUS,

sendo que são priorizados os indivíduos de dois ciclos de vida, crianças e gestantes,

atendidos nas Unidades de Saúde (US), sendo as crianças avaliadas nas consultas

de puericultura e as gestantes nas consultas de pré-natal.

Já o Programa Bolsa Família (PBF) abrange as famílias que estão em

situação de vulnerabilidade social, que são acompanhadas pelas equipes de saúde,

no mínimo, duas vezes por ano.

Os dados coletados na ficha de cadastro do SISVAN (Anexo 1) e nos mapas

de acompanhamento do PBF pelas equipes de saúde são enviados para a

Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Itajaí a cada semana e a cada semestre,

respectivamente. Com o auxílio de um digitador, os dados são transferidos para o

site do Ministério da Saúde, no link SISVAN Web e no link do Programa Bolsa

Família na Saúde, caracterizando um fluxo centralizado.

Para uma análise mais detalhada das informações geradas pelo SISVAN

referentes ao estado nutricional de crianças, optou-se neste estudo por utilizar a

ferramenta denominada geoprocessamento, que permite a visualização de eventos

de saúde em mapas, em determinadas zonas geográficas, como municípios, bairros

ou mesmo países. Trata-se de um poderoso instrumento a serviço da saúde para

mapeamento das condições de vida, uma vez que identifica necessidades de grupos

da população que compartilham condições socioeconômicas semelhantes

(BARCELLOS; BASTOS, 1996; SANTOS et al., 2004).

Ressalta-se que a informação deve estar voltada para a ação, sendo que o

esperado é que essas informações e ações contribuam efetivamente para o controle

dos problemas de saúde identificados e para a prevenção e a promoção da saúde e

nutrição da população, neste caso, no município de Itajaí/SC.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Avaliar as condições nutricionais de crianças menores de 5 anos, residentes no

município de Itajaí, no período de janeiro a dezembro de 2009, por meio da análise

das informações geradas pelo Sistema Informatizado de Vigilância Alimentar e

Nutricional (SISVAN Web) e pelo Programa Bolsa Família.

2.2 Objetivos específicos

- Verificar os coeficientes de crianças com peso elevado, adequado e baixo peso.

- Relacionar as condições nutricionais das crianças registradas no SISVAN Web

com o repasse financeiro do Programa Bolsa Família (PBF).

- Elaborar mapas temáticos com base nos indicadores do estado nutricional de

crianças menores de 5 anos, nas 17 zonas administrativas do município, para apoio

à tomada de decisão de ações de alimentação e nutrição infantil.

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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo, produzido a partir de consulta a diversas fontes que abordam o

tema em estudo — livros, artigos científicos, revistas especializadas, trabalhos

acadêmicos e material disponível na internet —, reúne informações relevantes para

a compreensão de aspectos gerais da nutrição infantil.

Nele são enfatizadas a avaliação nutricional como instrumento diagnóstico

das condições nutricionais dos indivíduos, a desnutrição grave e a Lei Estadual de

Notificação Compulsória de Santa Catarina. É apresentada uma síntese da trajetória

do SISVAN no Brasil e abordada a Vigilância em Saúde Pública por meio do

SISVAN Web e do Programa Bolsa Família.

Especificamente em relação ao PBF, destaca-se o programa como um eixo

da Estratégia Fome Zero, inserido no projeto político do governo federal para

combater a pobreza e ampliar o acesso ao alimento. Também é realçado o

geoprocessamento como importante ferramenta a serviço da pesquisa em saúde.

3.1 Aspectos gerais da nutrição infantil

A nutrição é um processo que tem influência direta nas condições de saúde,

pois envolve as práticas alimentares, o metabolismo, o sistema nervoso e as

condições emocionais dos indivíduos (VITOLO, 2003).

Um dos fatores mais importantes para a saúde da criança é a alimentação,

principalmente nos primeiros anos de vida. As necessidades nutricionais de cada

indivíduo diferem dos demais por sua constituição genética, suas características

morfológicas e fisiológicas, bem como por sua atividade e eficácia metabólica

(PALMA, 2003).

A prática alimentar nos primeiros meses de vida influencia todo o processo

biológico e de desenvolvimento. Para prevenir as alergias alimentares, a

desnutrição, a obesidade, a anemia, as deficiências nutricionais, o diabetes e a

constipação é necessário estimular o aleitamento materno exclusivo nos primeiros

seis meses de vida (SILVA et. al., 2007).

Segundo Monteiro et al. (2009a), a Pesquisa Nacional de Demografia e

Saúde da Criança e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 revelou que, com a

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implementação de ações específicas para a redução da desnutrição e da

mortalidade infantil em 10 anos, houve uma queda de 44% na taxa de mortalidade

infantil no Brasil. Em 1996, 13,4% das crianças de 0 a 5 anos apresentaram

desnutrição crônica, identificada pelo déficit de crescimento. Já em 2006, a mesma

prevalência foi de 6,7%, resultando em uma queda de 50%.

Na Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF 2008-2009 (IBGE 2010a),

verificou-se que o excesso de peso e a obesidade são encontrados com grande

frequência a partir de 5 anos de idade em todos os grupos de renda e em todas as

regiões brasileiras. Já a desnutrição na infância está concentrada nas famílias com

os mais baixos rendimentos e, do ponto de vista geográfico, na região norte do país.

A análise desses dados antropométricos indica que a desnutrição nos

primeiros anos de vida e o excesso de peso e a obesidade, em todas as demais

idades, são problemas de grande relevância para a saúde pública no Brasil.

Sabe-se que é necessária a combinação de investimentos, vontade política e

implementação de políticas públicas efetivas para que esses problemas possam ser

enfrentados e minimizados. Deve haver uma ampla revisão das prioridades, com

identificação das estratégias de intervenção na saúde pública brasileira no campo da

nutrição.

3.2 Avaliação nutricional

Um instrumento diagnóstico das condições nutricionais dos indivíduos é a

avaliação nutricional. Este indicador é sensível às condições nutricionais do

organismo, determinadas pelos processos de ingestão, absorção, utilização e

excreção de nutrientes, ou seja, determina o estado nutricional, que é resultante do

balanço entre a ingestão e a perda de nutrientes (MONTEIRO et al., 1986; MELLO,

2002).

A avaliação do estado nutricional permite verificar o crescimento e as

proporções corporais em um indivíduo ou em uma comunidade, visando estabelecer

atitudes de intervenção com o intuito de melhorar a qualidade de vida da população

de uma forma geral (MELLO, 2002).

Desta forma, há a necessidade de padronizar o método de avaliação a ser

utilizada para cada faixa etária e estabelecer para as equipes de saúde os critérios

que serão aplicados (SIGULEM; DEVINCENZI; LESSA, 2000).

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Para a vigilância do estado nutricional é preconizado o método

antropométrico, que é aplicável em todas as fases do ciclo de vida e permite a

classificação de indivíduos e grupos segundo o seu estado nutricional (BRASIL,

2004).

Pela facilidade de execução, baixo custo e inocuidade a antropometria tem se

revelado como o método isolado mais utilizado para o diagnóstico nutricional em

nível populacional, sobretudo na infância e na adolescência (SIGULEM;

DEVINCENZI; LESSA, 2000).

Na saúde pública, a identificação de grupos populacionais com problemas

nutricionais e com fatores de risco associados às doenças, bem como a elaboração

de iniciativas para a vigilância nutricional, é possível com a utilização da

antropometria (BRASIL, 2004; GOMES et al., 2009).

A maior desvantagem deste método de avaliação é que isoladamente não

identifica deficiências específicas como de vitamina A, ferro e cálcio, nutrientes

muitas vezes deficientes em dietas de crianças e adolescentes. No entanto, mesmo

com limitações é o método mais utilizado mundialmente e proposto pela

Organização Mundial da Saúde (SIGULEM; DEVINCENZI; LESSA, 2000).

Em crianças, os índices antropométricos mais frequentemente utilizados são

o peso/idade, a altura/idade e o peso/altura. Esses índices são obtidos comparando-

se as informações de peso, altura, idade e sexo com curvas de referência da OMS

(VICTORA et al., 1998).

Mais recentemente, a Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF 2008-2009

(IBGE, 2010a) divulgou que os índices antropométricos altura/idade e IMC/idade

podem ser utilizados para avaliar de forma abrangente o estado nutricional de

crianças menores de 5 anos.

Embora os índices antropométricos se relacionem, eles fornecem

individualmente interpretações próprias acerca do processo de crescimento,

possibilitando diagnósticos precoces tanto da má nutrição por déficit quanto por

excesso (SARDINHA; PEREIRA, 2008).

Nos primeiros anos de vida, ocorre a maior velocidade do crescimento físico

do ser humano. A avaliação sistemática dessa velocidade é preconizada, pois

permite detectar alterações precoces, ou seja, constitui-se em um importante

preditor das chances de sobrevivência da criança permitindo a adoção de ações

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para a melhoria das condições de saúde e nutrição da criança assistida (MONTEIRO

et al., 1986; BRASIL, 2004; SARDINHA; PEREIRA, 2008).

A eficácia das intervenções curativas e/ou preventivas de saúde em uma

população são mensuradas através do monitoramento do crescimento e do

desenvolvimento infantil (MARTINS; MENEZES, 1994).

A avaliação do crescimento é a medida que melhor define a saúde e o estado

nutricional de crianças e reflete suas condições de vida no passado e presente. É

influenciado por fatores intrínsecos (genéticos) e extrínsecos (ambientais), que

incluem a alimentação, higiene e habitação, sendo que esses podem tanto retardar

como acelerar o seu desenvolvimento (SIGULEM; DEVINCENZI; LESSA, 2000;

ROMANI; LIRA, 2004).

O acompanhamento da saúde infantil é proposto pelo Ministério da Saúde,

segundo um calendário mínimo de consultas, para avaliar e acompanhar, de

maneira sistemática, os processos de crescimento e desenvolvimento da criança,

estabelecendo quando e quantas vezes a criança deve ir ao serviço de saúde nos

seus primeiros seis anos de vida (BRASIL, 2004).

A OMS, em abril de 2006, apresentou as novas curvas de crescimento para

crianças com até 5 anos de idade, construídas com base em um estudo

populacional realizado de 1997 a 2003 em cinco países: Brasil, Gana, Índia, Omã e

Estados Unidos. A pesquisa foi denominada estudo multicêntrico de referência do

crescimento (WHO, 2006).

No Brasil, o instrumento usado para orientar o monitoramento nutricional de

crianças por meio de gráfico é a Caderneta de Saúde da Criança, que foi atualizada

pelo Ministério da Saúde com as referências da OMS 2006, para crianças menores

de 5 anos, e lançada em 2009. Existem dois tipos: uma para meninos na cor verde

com azul e um para meninas na cor laranja com vermelho, contendo, além de outras

informações, as curvas de crescimento específicas para cada sexo.

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3.2.1 A desnutrição grave e a Lei Estadual de Notificação Compulsória

Um dos maiores problemas de saúde enfrentados por países em

desenvolvimento é a desnutrição na infância, que está associada ao maior risco de

doenças infecciosas, mortalidade precoce, anemia, deficiência de vitamina A,

comprometimento do desenvolvimento psicomotor, menor aproveitamento escolar,

menor capacidade produtiva na idade adulta, além de prejuízos no crescimento

econômico e desenvolvimento social do país (MONTEIRO; CONDE, 2000; GURGEL

et al., 2008; MURADAS; CARVALHO, 2008; CARVALHO et al., 2009; LIMA et al.,

2010).

A segunda causa de morte mais frequente em crianças menores de 5 anos

nos países em desenvolvimento é a desnutrição. Mais de 50% das mortes em

crianças com idade entre zero e quatro anos estão associadas com desnutrição

(MONTE, 2000; STRIEBEL, 2005).

Por essas razões e por sua íntima relação com a pobreza, uma das metas de

desenvolvimento do milênio, assumidas em 2000 pelas Nações Unidas, foi a

redução pela metade da prevalência de déficits antropométricos em crianças

menores de 5 anos (MONTEIRO et al., 2009b).

As crianças são habitualmente escolhidas como grupo indicador da presença

da desnutrição na população, por serem universalmente mais vulneráveis às

deficiências nutricionais (MONTEIRO, 2003).

Fatores como o nível de desenvolvimento econômico, distribuição de

riquezas, estabilidade política, prioridades nos gastos públicos e padrão sociocultural

de um país podem influenciar nas diferentes prevalências de desnutrição infantil

entre os países (GRANTHAN-MACGREGOR, 1984 apud OLINTO et al., 1993).

Há diferenças não só entre países, mas também ―entre regiões, entre populações urbanas e rurais, entre famílias vivendo em uma mesma comunidade e entre crianças da mesma família‖ (OLINTO et al., 1993, p.14).

No Brasil, na última década, as políticas de redistribuição de renda, de acesso

universal à educação, saúde e saneamento influenciaram na diminuição do quadro

de desnutrição infantil (MONTEIRO, 2009).

O estabelecimento de políticas públicas que melhorem a saúde e a nutrição

da sociedade brasileira é uma estratégia fundamental para o controle da

desnutrição. A melhoria das condições de vida da população depende não só da

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ação governamental mas também do envolvimento de todos os setores sociais

(FERNANDES, 2003).

Dentre as ações governamentais, a notificação compulsória da desnutrição

grave, implantada a partir de 2001, é entendida como condição para eliminar a

desnutrição infantil por causa primária no país e, em 2007, foi aprovada como

moção na plenária da III Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.

No Estado de Santa Catarina, a notificação compulsória da desnutrição grave

existe em forma de lei desde 1998. A Lei Estadual nº 10.867 (SANTA CATARINA,

1998) dispõe sobre a notificação compulsória de casos de subnutrição às

autoridades da área da saúde pública.

Conforme a Lei, devem ser notificados todos os casos de desnutrição grave

em crianças de 28 dias até 5 anos 11 meses e 29 dias de idade. Com o

estabelecimento da notificação compulsória, há um fluxo de ações no nível local,

redefinido no município de Itajaí, a partir da identificação da criança em alto risco, a

seguir descrito:

- Notificação da criança com desnutrição grave por um profissional da saúde da

Unidade de Saúde ou do Hospital Infantil.

- Preenchimento da ficha de cadastro do SISVAN (Anexo 1), padronizada pelo

Ministério da Saúde.

- Envio da ficha de notificação e da ficha de cadastro do SISVAN para a nutricionista

da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DVE) da Secretaria Municipal de Saúde

de Itajaí (SMS).

- Confirmação dos dados coletados como: peso, estatura e data de nascimento, pela

nutricionista da DVE com o profissional de saúde que realizou a notificação.

- Cadastramento da criança no SISVAN Web, pela nutricionista da Diretoria de

Atenção à Saúde (DAS) da SMS, para confirmar o diagnóstico de desnutrição grave,

sendo que ao lado do nome da criança é registrado no sistema a data de notificação

e o número do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), que

consta na ficha de notificação inicialmente encaminhada à DVE.

- Registro do caso no SINAN – NET (Sistema de Notificação de Agravo de

Notificação), na DVE, e envio da cópia da ficha de notificação para a 17ª Gerência

Regional de Saúde, que encaminha uma cópia para a Secretaria de Saúde do

Estado de Santa Catarina.

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- Análise do caso pela nutricionista da DVE, na Unidade de Saúde ou no Hospital

Infantil, por meio do prontuário da criança que foi notificada, para posteriormente ser

realizada a visita domiciliar à família.

No momento da visita domiciliar é feita entrevista com o responsável pela

criança e são dadas orientações nutricionais, utilizando a ficha de investigação

(Anexo 2), padronizada pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de

Saúde do Estado de Santa Catarina. Ressalta-se que nessa ficha, no item 26, deve-

se utilizar o ponto de corte proposto pela Organização Mundial da Saúde em 2006

(WHO, 2006), já que essa informação não está atualizada.

Com relação à etiologia da desnutrição, avaliada durante a visita, também

existe um protocolo a ser seguido, em virtude de que a desnutrição pode ser

primária, secundária ou mista. A primária é decorrente de fatores sociais,

psicoafetivos ou econômicos que resultam em ingestão inadequada de nutrientes. A

secundária provém de condições patológicas, orgânicas ou psíquicas, que alteram a

fisiologia normal, impedindo a utilização adequada dos nutrientes ou aumentando as

perdas e/ou necessidades de energia e proteínas. Já na mista há concomitância dos

fatores primários e secundários (STRIEBEL, 2005).

Se for constatado que a desnutrição é de origem primária, então é realizado

um relatório sobre o caso e enviado ao Conselho Tutelar, Gabinete do Prefeito e

Ministério Público, especificamente para a Promotoria da Infância e Juventude.

Também é feito encaminhamento para a nutricionista da Unidade de Saúde que

atende a área de abrangência da criança notificada, para acompanhamento — este

procedimento também está previsto para os casos de desnutrição de origem

secundária.

Toda criança com confirmação do diagnóstico de desnutrição grave deve ser

acompanhada até que tenha condição de alta, ou seja, peso para idade acima do

percentil 3 ou acima do escore-z - 2, indicando peso adequado para a idade mantido

em três consultas consecutivas com intervalo mínimo de um mês entre elas.

Além disso, devem ser produzidos relatórios trimestrais sobre o

acompanhamento da criança, pela nutricionista do ambulatório, para serem

encaminhados à nutricionista da DVE e esta encaminhar para o Ministério Público e

para a 17ª Regional de Saúde.

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3.3 Trajetória do SISVAN no Brasil

No Brasil a Vigilância Alimentar e Nutricional surgiu em 1968, durante a 21ª

Assembleia Mundial de Saúde, neste momento foi sugerido que as ações da

vigilância epidemiológica não deveriam ser restritas às doenças transmissíveis, mas

também deveriam envolver outros problemas de saúde pública, como os

relacionados à alimentação e à nutrição (COUTINHO et. al., 2009).

Em 1976, o Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição (INAN), uma

autarquia do Ministério da Saúde propôs a construção em nível nacional, de um

Sistema de Informações para a Vigilância Alimentar e Nutricional especialmente

para o diagnóstico e o tratamento da desnutrição infantil. Esta proposta acabou

ficando restrita a algumas experiências locais. (BRASIL, 2004; ARRUDA; ARRUDA,

2007).

No ano de 1990 com a publicação da Lei Orgânica da Saúde a qual,

recomendava a adoção da vigilância nutricional no âmbito do SUS, houve a

necessidade de reorganização do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica

para adequá-lo aos princípios e diretrizes do novo sistema de saúde (BRASIL,

2009a).

Diante desse contexto, foi publicada pelo INAN, no Diário Oficial da União de

31 de agosto de 1990, a Portaria nº 1.156, criando o SISVAN, e no mesmo ano

também foi criado o Comitê Assessor para prestar apoio técnico-operacional e um

Grupo Técnico de Coordenação para a implementação da VAN no país (COUTINHO

et al., 2009).

O INAN, percebendo que a VAN não era executada em todos os municípios

brasileiros, realizou a vinculação do SISVAN aos programas assistenciais do

governo, ou seja, passou a ser requisito para adesão dos municípios aos programas

e um instrumento de triagem (SANTANA; SANTOS, 2004).

Em 1997 o INAN foi extinto e no ano seguinte o SISVAN foi adotado como um

dos pré-requisitos para a adesão ao Programa de Incentivo ao Combate às

Carências Nutricionais (ICCN), sendo o principal critério para permanência do

município no programa o envio regular de dados às instâncias municipais, estaduais

e federal, específicas de VAN (BRASIL, 2009a).

Em 1999, com a publicação da Portaria nº 710, foi aprovada a Política

Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), que na diretriz número três determinou

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que a VAN fosse ampliada e aperfeiçoada, de modo a agilizar seus procedimentos e

estender sua cobertura em todo o país (COUTINHO et al., 2009).

O SISVAN passa a ser o principal meio para analisar de forma sistemática a

situação alimentar e nutricional do país através da informação, da ação e da análise

dos resultados e com isso há um estímulo a retroalimentação das ações e políticas.

(BRASIL, 2008a).

Em 2002, a Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição

(CGPAN) e o Departamento de Informática do SUS (DATASUS) diante das diversas

limitações encontradas para o diagnóstico da situação da VAN no país, como a

baixa cobertura do sistema, a descontinuidade do envio de dados, a falta de

integração entre os sistemas existentes e a duplicidade na coleta de informações,

iniciaram um processo de reestruturação e informatização da vigilância nutricional

(COUTINHO et al., 2009).

Passados dois anos, o processo foi concluído e a vigilância nutricional foi

implantada por meio de um sistema informatizado em diversos municípios

brasileiros, conhecido como módulo de gestão municipal, que era um programa

instalado nos computadores (COUTINHO et al., 2009).

Nos municípios, os dados gerados no módulo municipal do SISVAN deveriam

ser repassados às Gerências Regionais de Saúde e estas encaminhavam para a

Secretaria Estadual de Saúde.

Com a criação, em 2004, do Programa Bolsa Família (PBF), ficou

estabelecido que para o monitoramento das condicionalidades de saúde das famílias

beneficiarias seria utilizado o SISVAN, reforçando a ideia do Sistema Informatizado

de Vigilância ser utilizado por todos os municípios do Brasil (BRASIL, 2009a).

Em 2005 foi realizado um processo de avaliação das ações de VAN através

de uma série de oficinas nos estados, regionais de saúde e municípios, com a

participação de profissionais da atenção básica, dos Centros Colaboradores de

Alimentação e Nutrição e pesquisadores de universidades (COUTINHO et al., 2009).

Nessas oficinas foram identificadas as limitações, as dificuldades e as

potencialidades das ações realizadas em relação à VAN nas três esferas de governo

com o intuito de haver melhorias para a ampliação e a qualificação da VAN

(BRASIL, 2009a).

No final de 2007, em um evento realizado em Brasília pelo Ministério da

Saúde, foi anunciado oficialmente às Coordenações Estaduais e Municipais de

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Alimentação e Nutrição, o novo sistema desenvolvido pela equipe da CGPAN,

chamado SISVAN Web, ou seja, um módulo de gestão on-line (BRASIL, 2010b).

Em 2008 foi disponibilizado o acesso ao sistema com senha para os

responsáveis técnicos, ou seja, os Coordenadores de Alimentação e Nutrição de

todos os municípios do Brasil (BRASIL, 2010b).

Com o módulo de gestão on-line, as informações são vistas em tempo real

pelos responsáveis técnicos nas três esferas de governo e, desta forma, não há

mais a necessidade de repassar informações. Os coordenadores municipais

conseguem saber, por exemplo, quando foi a última vez que os técnicos

cadastrados (como enfermeiros, técnicos administrativos e digitadores) acessaram o

sistema, dentre outras ações que facilitam o gerenciamento das informações.

3.4 A Vigilância em Saúde Pública por meio do SISVAN Web e do PBF

Cada vez mais no Brasil vem se ampliando o interesse em utilizar bancos de

dados originados dos sistemas de informação dos serviços de saúde como

ferramenta para elaboração de políticas de saúde assim como para o planejamento

e gestão de serviços de saúde (BITTENCOURT; CAMACHO; LEAL, 2006).

Com o objetivo de realizar análise permanente da situação de saúde da

população e para a organização e execução de práticas de saúde adequadas ao

enfretamento dos problemas existentes, realiza-se a vigilância em saúde (BRASIL,

2007a).

A população vigiada no município de Itajaí/SC é a atendida pela Atenção

Básica através do Sistema Único de Saúde, incluindo os beneficiários do programa

de transferência de renda do governo federal, o Programa Bolsa Família (PBF).

Atualmente existem dois sistemas informatizados do Ministério da Saúde que

possibilitam a análise nutricional, ambos acessados pela nutricionista, responsável

técnica vinculada à Diretoria de Atenção à Saúde (DAS) da Secretaria de Saúde de

Itajaí, via internet: o SISVAN Web e o Programa Bolsa Família.

O SISVAN Web foi lançado em dezembro de 2007 para substituir o sistema

anterior conhecido como módulo municipal. Este novo sistema incorporou as novas

curvas de crescimento da OMS de 2006 e 2007 para a avaliação do estado

nutricional de crianças e adolescentes, possui uma ferramenta para registro de

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marcadores de consumo alimentar para as diferentes idades além de ser mais fácil

de utilizar (COUTINHO et al., 2009).

Os dados registrados no sistema são provenientes do preenchimento de

determinadas questões, em formulários próprios do SISVAN Web (Anexo 1). Para

avaliação nutricional de crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes é

realizada a coleta de dados básicos como idade, sexo, peso e altura, com os quais

são construídos os índices antropométricos tradicionais (BRASIL, 2010b).

As informações referentes ao diagnóstico do estado nutricional registradas no

sistema informatizado são apresentadas em relatórios no formato de planilhas

eletrônicas do Excel que podem ser desagregados até os estabelecimentos de

saúde. Mediante as informações dos relatórios é possível traçar o perfil

epidemiológico e nutricional da população e realizar ações voltadas ao

restabelecimento das condições adequadas de saúde e nutrição.

A periodicidade de alimentação do sistema do SISVAN Web com dados de

crianças deve seguir o calendário de acompanhamento do crescimento e

desenvolvimento infantil, padronizado pelo Ministério da Saúde.

Porém, segundo Coutinho et al. (2009), em relação ao SISVAN Web não há

uma periodicidade regular de envio das informações coletadas pelos municípios

para o DATASUS. Essa periodicidade de envio de informações não é cobrada ou

definida em relação à população atendida pelo Ministério da Saúde, em especial

pela CGPAN.

Em relação ao sistema informatizado do Programa Bolsa Família na Saúde

este é utilizado para o acompanhamento do registro das condicionalidades da saúde

e serve para avaliar o acesso das famílias beneficiárias às ações básicas de saúde

(COUTINHO et al., 2009).

No sistema do Programa Bolsa Família na Saúde, as informações de

acompanhamento devem ser registradas semestralmente, ou seja, duas vezes ao

ano.

Ressalta-se que, em relação ao sistema do Programa Bolsa Família, há uma

periodicidade regular no envio das informações coletadas, em virtude do calendário

estabelecido pelo Ministério da Saúde para o envio das informações, justamente por

haver uma verba vinculada para melhorar a gestão do PBF nos municípios. Se

algum município não consegue alcançar o índice determinado pelo Ministério do

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Desenvolvimento Social e Combate à Fome, como determina a Portaria GM/MDS nº

148, publicada em 27 de abril de 2006, perde o recurso que seria repassado.

Todas as informações registradas, tanto no SISVAN Web quanto no sistema

do Bolsa Família na saúde, são públicas e estão disponíveis nos sítios do DATASUS

e da CGPAN por meio de relatórios.

Sabe-se que é necessária a introdução de mecanismos de controle de

qualidade desses sistemas, promovendo desta forma o avanço nos sistemas

nacionais de informação em saúde para consequentemente proporcionar a

melhoraria na qualidade das informações (ALMEIDA; ALENCAR, 2000).

Existem algumas vantagens na utilização dos sistemas informatizados como o

nível de desagregação da informação, a possibilidade de localização exata e real do

agravo, a rapidez com que a informação é coletada, consolidada, analisada e

interpretada (BRASIL, 2009a).

A vigilância em saúde por meio do SISVAN Web e do PBF possibilita uma

análise mais objetiva e rápida, ou seja, as decisões podem ser prontamente

tomadas e as ações implementadas para a melhoria da qualidade de vida da

população assistida.

3.5 Programa Bolsa Família

O Programa Bolsa Família (PBF) foi criado pelo governo federal em outubro

de 2003 e instituído em 2004 como a principal bandeira dos programas sociais do

governo Lula. O objetivo era unificar a gestão e a implementação de inicialmente

quatro, e depois cinco, programas federais de transferência de renda destinados às

famílias pobres e extremamente pobres do país (BRASIL, 2007b; ESTRELLA;

RIBEIRO, 2008; SOARES; RIBAS; SOARES, 2009).

O Programa Bolsa Escola e o Programa Bolsa Alimentação eram

transferências de renda condicionadas a ações da família em prol de sua educação

e saúde. O Auxílio Gás (um subsídio para ajudar a comprar gás de cozinha) e o

Programa Nacional de Acesso à Alimentação (PNAA), mais conhecido como Cartão

Alimentação (um subsídio para ajudar a comprar comida), eram de transferência não

condicionada às ações dos beneficiários. O quinto programa, o de Erradicação do

Trabalho Infantil (PETI), também de transferência de renda condicionada, foi

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integrado ao PBF somente a partir de dezembro de 2005 (BRASIL, 2007b;

SOARES; RIBAS; SOARES, 2009).

A unificação de tais programas, segundo a lei que criou o PBF, visava

melhorar a gestão e aumentar a efetividade do gasto social através da otimização e

racionalização, ganhos de escala e facilidade da interlocução do governo federal

com estados e municípios (BRASIL, 2006b).

Desde 2004 o PBF se encontra vinculado ao Ministério de Desenvolvimento

Social e Combate à Fome (MDS), mais especificamente à Secretaria Nacional de

Renda para a Cidadania (SENARC) e constitui uma das prioridades do governo

federal para a área social. O órgão pagador é a Caixa Econômica Federal (SENNA

et al., 2007; SOARES; RIBAS; SOARES, 2009).

Como um eixo da Estratégia Fome Zero, o PBF insere-se no projeto político

do governo federal para combater a pobreza e ampliar o acesso ao alimento por

meio da transferência de renda mínima às famílias brasileiras submetidas a

condições adversas de vida, resgatando um dos principais pilares da dignidade e do

direito humano: a cidadania (BRASIL, 2007b).

Neste programa a família é priorizada como unidade de intervenção, sendo

destinado o benefício àquelas que se encontram em situação de pobreza cuja renda

familiar é de R$ 140,00 per capita ou de extrema pobreza cuja renda é de R$ 70,00

per capita (MONNERAT, 2007; BRASIL, 2010a).

Na gestão do benefício do PBF, compete ao governo federal a elaboração do

desenho do programa e sua normalização, bem como o repasse dos recursos

gastos com a política. Aos municípios compete oferecer os serviços de educação e

saúde e cadastrar as famílias que compõem o público-alvo do CadÚnico, gerenciado

pelo MDS (ESTRELLA; RIBEIRO, 2008, TAVARES et al., 2009).

Com o processo de unificação houve a criação de um cadastro único para o registro de famílias elegíveis a diversos programas sociais do governo federal, o CadÚnico. Este sistema vinha sendo aperfeiçoado e expandido de forma lenta desde sua criação, em 2001, e passou a determinar quem deve ou não receber as transferências condicionadas de renda dos programas federais (SOARES; RIBAS; SOARES, 2009 p.8).

O objetivo do programa é promover a inclusão social, contribuindo para a

emancipação das famílias beneficiárias, construindo meios e condições para que

elas possam sair da situação de vulnerabilidade em que se encontram além de

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garantir o acesso aos direitos sociais básicos como saúde, educação, assistência

social e segurança alimentar (SILVA, 2007).

Segurança alimentar pode ser definida como a garantia do direito de todos ao

acesso a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente e de modo permanente,

com base em práticas alimentares saudáveis e sem comprometer o acesso a outras

necessidades essenciais, e nem o sistema alimentar futuro, devendo se realizar em

bases sustentáveis. É responsabilidade dos Estados Nacionais assegurarem este

direito e devem fazê-lo em obrigatória articulação com a sociedade civil, cada parte

cumprindo suas atribuições específicas (BRASIL, 2006).

As crianças são consideradas o grupo populacional mais vulnerável à insegurança alimentar, visto que as consequências nutricionais são mais imediatas e graves, além do que, quando uma criança apresenta problemas no estado nutricional por insuficiência alimentar, pode-se supor que no domicílio os adultos estejam se alimentando de maneira insuficiente há algum tempo (OLIVEIRA et al., 2009 p. 415).

O PBF traz na sua concepção ainda um leque de condicionalidades que

privilegia o fomento à realização de ações básicas de saúde com enfoque

predominantemente preventivo, com vistas à melhoria das condições de saúde e

nutrição, em especial das crianças brasileiras (BRASIL, 2007b).

O programa se propõe a combater a transmissão da pobreza entre gerações,

pela imposição de condicionalidades de educação e saúde como requisito

obrigatório para a obtenção do benefício mensal pelas famílias (ESTRELLA;

RIBEIRO, 2008; TAVARES et al., 2009).

Para cumprir a condicionalidade na educação, a criança e o adolescente de 6

a 17 anos deve estar matriculado na escola, ter frequência mínima de 85% da carga

horária mensal para crianças e adolescentes de 6 a 15 anos e de 75% para os

adolescentes de 16 a 17 anos (BRASIL, 2010a).

Já com referência à condicionalidade na saúde, as crianças menores de 7

anos devem estar com as vacinas atualizadas, além de pesar, medir e fazer exames

com acompanhamento médico periódico. As gestantes devem participar do pré-natal

e comparecer às consultas na Unidade de Saúde, continuar o acompanhamento da

saúde (mãe e bebê) após o parto e participar das atividades educativas promovidas

pelas equipes de saúde sobre aleitamento e alimentação saudável (BRASIL, 2010a).

Cabe aos gestores acompanharem as condicionalidades e darem condições para que esse acompanhamento ocorra, com atribuições específicas para cada nível de gestão. Vale ressaltar, que o

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desligamento de uma família do programa é um processo longo e só ocorre após o quinto descumprimento de determinada condicionalidade, desde que fique comprovada a responsabilidade da família nesse descumprimento. A intenção é de que haja uma abordagem mais educativa e de orientação do que punitiva (SILVA, 2007 p.1436).

3.6 Ciência da geoinformação

Geoprocessamento é a disciplina do conhecimento que utiliza técnicas

matemáticas e computacionais para o tratamento da informação geográfica, sendo

as ferramentas computacionais chamadas de Sistemas de Informação Geográfica

(SIG) (CÂMARA; DAVIS; MONTEIRO, 2001).

O SIG permite a captura, armazenamento, manipulação, análise e exibição de

dados georreferenciados, relacionados a entidades gráficas com representação

espacial. Pode-se sobrepor informações socioambientais que permitam uma melhor

focalização desses grupos e o planejamento de ações de saneamento e vigilância à

saúde (BARCELLOS et al., 1998).

A aplicação do SIG, como uma das técnicas do geoprocessamento em pesquisa de saúde, oferece grandes possibilidades aos pesquisadores, como novos métodos para o manejo de sua informação espacial (SANTOS et al., 2004 p.6).

O geoprocessamento funciona como uma ferramenta de visualização de

eventos de saúde em mapas, sendo um poderoso instrumento a serviço da pesquisa

em saúde. Através do mapeamento das condições de vida é possível o

desenvolvimento de outros estudos, uma vez que identifica necessidades de grupos

da população que compartilham condições socioeconômicas semelhantes

(BARCELLOS; BASTOS, 1996; SANTOS et al., 2004).

Os mapas temáticos são extremamente importantes na análise espacial de

um determinado agravo, pois têm como objetivo descrever e permitir a visualização

da distribuição espacial do evento. Por ser um instrumento exploratório, aponta os

determinantes locais do evento e fatores etiológicos que podem ser formulados em

termos de hipóteses e apontar associações entre um evento e seus determinantes

(MALTA et al., 2001). Desta forma, o levantamento das informações precisa

considerar alguns elementos de referência dos dados ambientais e sanitários como

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o setor censitário, o código de endereçamento postal (CEP), o bairro e o município

(BARCELLOS et al., 1998).

Muitas vezes, a distribuição desigual de grupos sociais no espaço, de fontes

de contaminação ambiental, da dispersão ou concentração de agentes de risco, da

exposição da população a estes agentes e das características de suscetibilidade

desses grupos, pode surgir como consequência os agravos à saúde (CORVALAN;

BRIGGS; KJELLSTROM, 1996 apud BARCELLOS et al., 1998). O

geoprocessamento permite o monitoramento das desigualdades e iniquidades

sociais, tornando-se uma ferramenta extremamente relevante no contexto do SUS

(PREDEBON et al., 2010).

Destacam-se alguns estudos na saúde, realizados por meio do

geoprocessamento. BARCELLOS et al. (1998) realizaram um estudo sobre o risco à

saúde relacionado ao abastecimento de água no município do Rio de Janeiro,

utilizando SIG, e localizaram e quantificaram grupos populacionais submetidos a

fatores de risco à saúde, como a dificuldade na obtenção de água pela ausência de

rede de distribuição nas proximidades dos domicílios, a contaminação da água por

coliformes fecais e a captação da água em mananciais locais sem tratamento ou

sujeitos à contaminação. Com esses achados, concluíram que as informações

socioambientais permitiram uma melhor focalização desses grupos para o

planejamento de ações de saneamento e vigilância à saúde.

Pesquisa desenvolvida por Chiesa, Westphal e Kashiwagi em 2002 buscou

caracterizar as desigualdades sociais que se configuravam em condições de risco

aos agravos respiratórios em crianças de um centro de saúde-escola localizado no

município de São Paulo, utilizando o geoprocessamento. Com o reconhecimento das

condições de risco no território de responsabilidade de uma Unidade Básica de

Saúde, houve a discussão e equacionamento coletivo e intersetorial dos problemas

relacionados aos agravos respiratórios na infância, na perspectiva da promoção de

equidade e melhoria de condições de saúde da população infantil.

Hino et al. (2006) realizaram estudo no município de Ribeirão Preto em 2002,

sendo que o objetivo era estabelecer a distribuição espacial dos casos de

tuberculose. Os resultados da pesquisa contribuíram para auxiliar no planejamento,

monitoramento e avaliação das ações em saúde, direcionando as intervenções para

diminuir as iniquidades.

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Já Sá et al. (2009) utilizaram a ferramenta de análise espacial no estudo de

incidência de casos de dengue no município de Gurupi (Tocantins). A tecnologia

permitiu obter informações relevantes e realizar inferências acerca da doença, como

sua ocorrência predominante nos períodos chuvosos, além de potenciais prejuízos

econômicos ao município e à região pelo fato de a doença estudada ter sido a

causadora de absenteísmo na faixa etária de maior contribuição social e econômica.

Num país de dimensão continental como o Brasil, com uma grande carência de informações adequadas para a tomada de decisões sobre os problemas urbanos, rurais e ambientais, o geoprocessamento apresenta um enorme potencial, principalmente por ser uma tecnologia de custo relativamente baixo (CÂMARA; DAVIS; MONTEIRO, 2001 p.1).

É um poderoso recurso tecnológico a serviço do planejamento,

monitoramento e avaliação das ações de saúde, pois realiza classificações de dados

observáveis, permitindo o entendimento da reprodução dos agravos e das

tendências no processo saúde-doença a médio e curto prazo, o que possibilita uma

intervenção precoce dos serviços de saúde (SOUZA et. al, 2009).

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4 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo exploratório, descritivo e ecológico, de análise

quantitativa, com utilização de dados secundários. Segundo Medronho (2003), o

estudo ecológico procura avaliar como o contexto social e ambiental pode afetar a

saúde de grupos populacionais. Nesse tipo de estudo, a unidade de análise é uma

população ou um grupo de pessoas que geralmente pertencem a uma área

geográfica definida, como, por exemplo, um país, um estado, uma cidade ou setor

censitário.

Os estudos ecológicos têm como principais objetivos: a identificação de

regiões de sobrerrisco em relação à média global do processo estudado e a busca

de fatores potencialmente explicativos dos diferenciais de incidência encontrados, ou

seja, busca-se identificar possíveis riscos e assim sugerir medidas preventivas

(CARVALHO; SOUZA-SANTOS, 2005).

Para Medronho (2003), esses estudos, que combinam bases de dados

referentes a grandes populações, em geral são mais rápidos e baratos do que

aqueles em que o indivíduo é a unidade de análise. Nesta pesquisa, o banco de

dados utilizado é o do SISVAN Web do município de Itajaí/SC, sendo a unidade de

análise o registro das crianças menores de 5 anos.

A cidade de Itajaí está localizada no Estado de Santa Catarina, na Região Sul

do Brasil e, segundo o censo realizado pelo IBGE (2010), possui uma população

absoluta de 183.373 habitantes, colocando-se como a sétima população do Estado,

sendo que aproximadamente 95% desse contigente reside na zona urbana.

O município, obedecendo as diretrizes do Sistema Único de Saúde, adotou o

modelo assistencial focado na Estratégia Saúde da Família, distribuindo suas

Unidades de Saúde de forma descentralizada e hierarquizada.

Os serviços de saúde de atenção básica são oferecidos nas seguintes

Unidades de Saúde: Bambuzal, Brilhante, Centro de Atendimento Integral à Criança

(CAIC), Canhanduba, Cidade Nova, Cordeiros, Costa Cavalcante, Dom Bosco,

Distrito Docente Assistencial (DDA-Univali), Espinheiros, Fazenda, Imaruí, Itaipava,

Jardim Esperança, Limoeiro, Murta, Praia Brava, Promorar, Rio Bonito, São João,

Salseiros, São Vicente, Votorantim.

Já os serviços de atenção especializada são oferecidos nos Centros de

Referência: São Judas, Centro Especializado de Referência em Doenças

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Infecciosas (CEREDI) e Centro de Referência da Saúde da Criança e da Mulher

(CRESCEM).

Atualmente o município possui um total de 33 equipes da Estratégia Saúde da

Família (ESF) e quatro equipes da Estratégia de Agente Comunitário de Saúde

(EACS), totalizando 37 equipes inseridas em 21 Unidades de Saúde e mais cinco

Unidades de Saúde que não possuem o serviço da ESF e nem de EACS, ou seja,

mais cinco equipes de saúde, totalizando 26 Unidades com 42 equipes que realizam

a vigilância nutricional da população assistida.

A maioria das unidades especializadas de referência está localizada no centro

da cidade — com exceção da policlínica do São Judas, que funciona no bairro de

mesmo nome —, sendo elas: Ambulatório de Especialidades (PAM), Laboratório

Municipal, CRESCEM e CEREDI, que atendem as pessoas portadoras de HIV/AIDS

e comorbidades como tuberculose e hepatites virais.

Além desses estabelecimentos, o município conta com o Centro de Diagnose

Municipal (CODIM) — referência para tuberculose, hanseníase, hepatites virais, que

desenvolve programas de prevenção às DST/AIDS e possui a Farmácia Central —,

o Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) e o Centro de Práticas Integrativas

e Complementares (CEPICS)

Há no município dois hospitais localizados no centro, um geral e outro

pediátrico (universitário), e um Pronto Atendimento Municipal que se localiza no

bairro São Vicente.

Os pacientes com transtornos mentais ou usuários de drogas são atendidos

em três unidades especializadas denominadas Centro de Atenção Psicossocial

(CAPS), uma para adultos, uma para crianças e adolescentes e outra para usuários

de álcool e outras drogas.

A Prefeitura de Itajaí conta com os serviços de nove nutricionistas distribuídas

da seguinte forma: uma na Secretaria de Desenvolvimento Social, uma na

Secretaria de Educação e sete na Secretaria de Saúde.

Na Secretaria de Saúde, localizada no bairro Imaruí, há uma nutricionista

locada na Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DVE), uma na Diretoria de

Vigilância Sanitária (DVS) e cinco na Diretoria de Atenção à Saúde (DAS).

Dentre as cinco nutricionistas que são subordinadas à DAS, duas ficam na

Secretaria de Saúde, exercendo funções diferentes. Uma é responsável pelo

SISVAN, PBF e ações de alimentação e nutrição e a outra se responsabiliza pelo

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acompanhamento dos pacientes acamados, administração das fórmulas nutricionais

e realiza educação nutricional para os participantes do Programa Itajaí Ativo.

As outras três nutricionistas estão nas Unidades de Saúde: uma no PAM

(Bairro Centro), uma no CRESCEM (Bairro Centro) e uma na Policlínica do São

Vicente (Bairro São Vicente), realizando atendimentos através de um fluxo de

encaminhamento já padronizado e estabelecido para todas as equipes de saúde do

município de Itajaí e também para as nutricionistas dos dois hospitais (adulto e

infantil).

4.1 População e amostra

A população do estudo foi composta por crianças menores de 5 anos,

cadastradas no SISVAN Web do município de Itajaí em 2009. A amostra foi definida

após a conferência do banco de dados, com a exclusão das informações que

apresentaram problemas por erro de digitação ou sobreposição de dados.

Dessa forma, foram coletados 3.462 registros de crianças cadastradas

menores de 5 anos. Destes, foram excluídos 135 registros, sendo: 108 repetidos por

erro de digitação, incluindo sobreposição de nomes importados automaticamente do

sistema do PBF, dois que estavam repetidos três vezes e 23 de outros municípios.

Assim, foram estudados 3.327 registros, com perda de 4% da amostra.

A escolha por esta faixa etária se deu pelo fato de que a prevalência de déficit

ponderal em crianças menores de 5 anos é um indicador fundamental de saúde

reconhecido pela Organização Pan-Americana da Saúde e a Organização Mundial

de Saúde (OPAS, 2002).

O período estudado foi de janeiro a dezembro de 2009. A opção por esse

limite de tempo levou em consideração o fato de o SISVAN Web ter sido

consolidado no município no final de 2008.

4.2 Instrumento da coleta de dados

Os dados foram coletados diretamente na Diretoria de Atenção à Saúde da

Secretaria Municipal de Saúde, através da nutricionista responsável técnica, que

forneceu os relatórios gerados pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional

(SISVAN Web).

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Os relatórios são resultado dos dados coletados e preenchidos na ficha de

cadastro do SISVAN pelas equipes de saúde (enfermeiros, técnicos de enfermagem,

agentes comunitários de saúde e nutricionistas), que posteriormente são digitados

na DAS e inseridos diretamente no site do Ministério da Saúde (link SISVAN Web).

Apenas os profissionais da enfermagem são capacitados para a aferição

correta das medidas antropométricas. Eles recebem orientações da nutricionista

responsável pelo SISVAN e pelo PBF da Secretaria de Saúde, que segue as

recomendações da Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da

Saúde.

Para o correto preenchimento da ficha de cadastro do SISVAN e sobre a

importância desses dados, a nutricionista realiza treinamentos periódicos para as

equipes da ESF. No mesmo momento em que é feito o treinamento sobre o SISVAN

também são enfatizadas as ações relacionadas ao Programa Bolsa Família (PBF), já

que a mesma nutricionista é a responsável técnica pelos dois sistemas.

Foram coletadas no banco de dados do SISVAN Web as seguintes

informações referentes às crianças menores de 5 anos cadastradas neste sistema

em 2009: o nome, a data de nascimento, o sexo, o estado nutricional, o endereço e

a Unidade de Saúde na qual foi atendida.

Optou-se, neste estudo, por utilizar os índices antropométricos altura/idade

(A/I) e índice de massa corporal/idade (IMC/I), atendendo à recomendação da

Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009, que indica que o estado nutricional

nos primeiros cinco anos de vida pode ser avaliado de forma abrangente por meio

desses indicadores (IBGE, 2010a).

O índice peso/idade (P/I), apesar das limitações, foi utilizado para a análise

dos casos de desnutrição, uma vez que ainda é referência para a notificação

compulsória da desnutrição grave no Estado de Santa Catarina.

Das 3.327 crianças, foram observadas as que possuíam o número de

identificação social (NIS), ou seja, que tinham o perfil para as condicionalidades da

saúde e, portanto, a família recebia o benefício do Programa Bolsa Família.

Verificou-se que 310 crianças pertenciam às famílias que preenchiam essa

condição.

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31

4.3 Análise dos dados

Os dados do SISVAN Web foram gerados e tratados em planilhas eletrônicas

do Excel já com a respectiva classificação do estado nutricional de cada criança, por

idade e sexo, considerando os índices antropométricos: P/I nos casos de

desnutrição; IMC/I para desnutrição, sobrepeso e obesidade e A/I na condição de

baixa estatura, ou seja, quadro de desnutrição crônica. Nessa primeira etapa,

fundamental para a distribuição dos coeficientes nas zonas administrativas do

município, optou-se por trabalhar com dados individuais para comparação dos

indicadores nutricionais das crianças beneficiárias e não beneficiárias do PBF.

Para a interpretação das medidas antropométricas é necessário o uso de

padrões de referência e de pontos de corte definidos. Sendo assim, como critério de

classificação do estado nutricional de crianças menores de 5 anos, foram utilizados

os pontos de corte recomendados pela Organização Mundial da Saúde em 2006

(WHO 2006) e adotados pelo Ministério da Saúde em 2009, que são apresentados

no Quadro 1.

Quadro 1- Critério de classificação do estado nutricional para crianças menores de 5 anos (MS,

2009).

Valores Críticos

Índices Antropométricos

Crianças de 0 a 5 anos incompletos

Peso para idade

Peso para altura

IMC para idade

Altura para idade

< Percentil 0,1

< Escore-z -3

Muito baixo peso para a

idade

Magreza acentuada

Magreza acentuada

Muito baixa altura para a

idade

≥ Percentil 0,1 e < Percentil 3

≥ Escore-z -3 e < Escore-z -2

Baixo peso para a idade

Magreza Magreza Baixa altura para a idade

≥ Percentil 3 e < Percentil 15

≥ Escore-z -2 e < Escore-z -1

Peso

adequado para a idade

Eutrofia

Eutrofia

Altura adequada

para a idade

≥ Percentil 15 e ≤ Percentil 85

≥ Escore-z -1 e ≤ Escore-z +1

> Percentil 85 e ≤ Percentil 97

> Escore-z +1 e ≤ Escore-z +2

Risco de sobrepeso

Risco de sobrepeso

> Percentil 97 e ≤ Percentil 99,9

> Escore-z +2 e ≤ Escore-z +3

Peso elevado para a idade

Sobrepeso Sobrepeso

> Percentil 99,9 > Escore-z +3 Obesidade Obesidade

Fonte: Adaptado de Organización Mundial de la Salud. Curso de Capacitación sobre la evaluación del crecimiento del niño (OMS, 2008).

A partir dos indicadores nutricionais, elaboraram-se os mapas, considerando

os percentis (trigésimo terceiro e sexagésimo sexto) de cada um dos indicadores.

Aos melhores valores, menores que o trigésimo terceiro percentil, atribuiu-se o risco

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baixo (verde), para os valores intermediários foi atribuído risco moderado (amarelo)

e para os indicadores superiores ao sexagésimo sexto valor foi atribuído alto risco

(vermelho). Foram construídos intervalos de confiança ao nível de 95% das

proporções encontradas e aplicado o teste do quiquadrado para verificar a

associação dos índices antropométricos com o recebimento ou não do benefício do

PBF.

Optou-se pela divisão geográfica em zonas administrativas para obedecer ao

Plano Diretor de Itajaí, que divide o perímetro urbano em 17 zonas administrativas,

sendo elas: Barra do Rio, Cabeçudas, Canhanduba, Central, Cidade Nova,

Cordeiros, Dom Bosco, Espinheiros, Fazenda, Itaipava, Praia Brava, Ressacada,

Salseiros, São João, São Judas, São Vicente, Vila Operária. Excluiu-se desta

divisão a zona rural (ITAJAÍ, 2006).

Para a análise socioeconômica das zonas administrativas, utilizou-se como

referência o estudo de Próspero et al. (2005), que realizaram um mapeamento das

condições socioeconômicas de Itajaí, utilizando dados do IBGE (2000), e

verificaram, por meio de análise discriminante, a formação de três grupos de

diferentes estratos sociais. O primeiro, de melhor condição socioeconômica,

congrega as seguintes zonas distritais: Vila Operária, São João, São Judas, Centro,

Fazenda, Cabeçudas, Praia Brava, Ressacada e Itaipava. O segundo, indicado

como de condição socioeconômica intermediária, é composto pelas zonas distritais

de São Vicente, Barra do Rio e Espinheiros. O terceiro, de pior condição

socioeconômica, reúne as zonas distritais Cidade Nova, Dom Bosco, Cordeiros,

Salseiros e Canhanduba.

4.4 Georreferenciamento dos dados

O georreferenciamento dos dados referentes aos índices antropométricos das

310 crianças beneficiárias do Programa Bolsa Família foi realizado com o auxílio do

software Google Earth®, planilha de dados Excel e ArcGis® versão 9.3. A

metodologia empregada permitiu mapear os índices antropométricos associados às

17 zonas administrativas do município de Itajaí e a localização aproximada das

residências das famílias das crianças atendidas pelo PBF.

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33

4.4.1 Localização dos endereços das famílias das crianças do PBF

De posse dos endereços de 310 crianças beneficiárias do Programa Bolsa

Família e com o auxílio do software Google Earth® foram obtidas as coordenadas

geográficas para cada uma delas (Figura 1).

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Figura 1- Exemplo de obtenção de coordenadas de endereço das crianças beneficiárias do Programa Bolsa Família.

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As coordenadas foram então tabuladas em uma planilha eletrônica, com

colunas para ―nome‖ e ―endereço‖ par de coordenadas (Figura 2). Uma vez

organizada a planilha, foi realizada a carga dos dados no ArcGis® 9.3, com posterior

conversão desses dados para o formato vetorial (shapefile) — arquivo empregado

posteriormente para visualização e análise geoespacial dos dados.

Figura 2- Exemplo de tabulação das coordenadas de endereço das crianças beneficiárias do

Programa Bolsa Família.

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4.4.2 Elaboração dos mapas temáticos

Os mapas temáticos foram elaborados a partir do limite municipal de Itajaí,

escala 1:50.000. Esta base vetorial, originada da carta topográfica do IBGE, foi

dividida em zonas administrativas. Os resultados das análises estatísticas,

nomeadamente os percentis calculados, foram associados à base vetorial, de modo

que cada zona recebeu o valor correspondente. Esses valores, denominados

atributos dos vetores, permitem a representação dos dados de diversas maneiras,

como associação com diferentes cores, sobreposição de gráficos, densidade de

pontos. No caso deste estudo, os valores dos percentis encontrados foram assim

representados: a cor vermelha para alto risco, amarela para médio risco e verde

para baixo risco. Após definido um layout cartográfico padrão, aplicou-se para todo o

conjunto dos quatro mapas temáticos.

4.5 Aspectos éticos

Foram observados todos os requisitos da Resolução do CNS 196/96

(BRASIL, 1996), do Conselho Nacional de Saúde, e suas normas complementares,

respeitando o sigilo e o anonimato dos dados, assim como a sua utilização

exclusivamente para os fins previstos no protocolo.

O projeto foi cadastrado no Sistema Nacional de Informação sobre Ética em

Pesquisa (SISNEP), encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa da UNIVALI e

aprovado pelo parecer 268/2010, além de ter sido aprovado pela Fundação de

Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC), através da

Chamada Pública 003/2010 – Programa de Pesquisa para o SUS: Gestão

compartilhada em Saúde – PPSUS (FAPESC/MS/CNPq/SES).

Após a defesa e correção da dissertação pelos membros da banca, será

encaminhado à Secretaria Municipal de Saúde de Itajaí um relatório completo

contendo os resultados, bem como sugestões adicionais de medidas de

aprimoramento dos serviços de nutrição prestados aos indivíduos cadastrados no

SISVAN Web, especialmente aos que recebem o benefício do PBF.

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5. RESULTADOS

Das 3.327 crianças estudadas, 1.677 (50,4%) eram do sexo masculino e

1.650 (49,6%) do sexo feminino, demonstrando que a amostra era homogênea em

relação ao sexo.

Sobre o local de residência, 3.096 (93,1%) delas viviam na zona urbana e 231

(6,9%) na zona rural. Do total de crianças, 310 (9,3%) eram beneficiárias do PBF.

Na Tabela 1 pode-se observar a distribuição do estado nutricional das

crianças cadastradas no SISVAN Web em 2009 em relação aos índices

antropométricos: peso para idade (P/I), altura para idade (A/I) e índice de massa

corporal para idade (IMC/I).

Tabela 1- Distribuição do estado nutricional de crianças menores de 5 anos de acordo com os

índices antropométricos P/I, A/I e IMC/I, Itajaí/SC, 2009.

Estado Nutricional Geral

n

%

PBF

n

%

Valor de p*

TOTAL 3.327 100,0 310 100,0

Índice Peso/Idade

Peso Muito Baixo

Peso Baixo

Adequado

Peso Elevado

20

81

2.963

263

0,6

2,4

89,1

7,9

2

10

283

15

0,6

3,3

91,3

4,8

0,06

Índice Altura/Idade

Baixa Altura

Adequada

246

3.081

7,4

92,6

38

272

12,3

87,7

0,02

Índice IMC/Idade

Magreza Acentuada

Magreza

Adequado

Risco de Sobrepeso

Sobrepeso

Obesidade

49

73

2.107

719

246

133

1,5

2,2

63.3

21,6

7,4

4,0

6

6

190

76

19

13

1,9

1,9

61,4

24,5

6,1

4,2

0,84

Fonte: Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, Diretoria de Atenção à Saúde, Secretaria de Saúde de Itajaí, Santa Catarina, Brasil-2009.

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38

Os dados da Tabela 1 demonstram que, em relação ao índice peso/idade, a

prevalência de déficit ponderal encontrada no município de Itajaí foi de 3,0%, sendo

que 0,6% destes casos são de peso muito baixo (desnutrição grave), ou seja, de

notificação compulsória, conforme Lei Estadual nº 10.867 (SANTA CATARINA,

1998), e que necessitam de acompanhamento diferenciado pela equipe de saúde e

por outros órgãos da prefeitura.

Neste índice não houve diferença dos dados gerais comparados com as

crianças beneficiárias do PBF, uma vez que a prevalência de déficit ponderal

encontrada foi de 3,9%, sendo que destes, 0,6% são de peso muito baixo.

No índice A/I nota-se uma diferença expressiva em relação à totalidade das

crianças, no que se refere à desnutrição crônica, uma vez que 12,3% das crianças

beneficiárias do PBF apresentaram baixa altura, comparadas com 7,4% dos dados

gerais.

Já em relação ao IMC/I, 3,7% das crianças apresentaram peso baixo e 11,4%

peso elevado. Neste índice também foram encontrados valores semelhantes aos

gerais, sendo que 3,8% das crianças estavam com peso baixo e 10,3% com peso

elevado.

Quanto à distribuição do índice antropométrico P/I, na Tabela 2 se observa

que em todas as zonas administrativas prevalecem os casos de crianças com peso

elevado sobre os casos de crianças com peso baixo.

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Tabela 2- Distribuição do estado nutricional de crianças menores de 5 anos nas 17 zonas

administrativas do

município de Itajaí em relação ao índice P/I, 2009.

Zona administrativa

Peso Baixo Peso Adequado Peso Elevado Total

% (IC95%) n % (IC95%) n % (IC95%) n n

Barra do Rio 4,8 (2,3-7,3) 13 88,9 (85,2-92,7) 241 6,3 (3,4-9,2) 17

271

Canhanduba 0,0 - 0 91,2 (83,9-98,6) 52 8,8 (1,4-16,1) 5 57

Central 0,0 - 0 100,0 - 12 0,0 - 0 12

Cidade Nova 2,6 (1,2-4,0) 13 89,7 (87,0-92,4) 453 7,7 (5,4-10,0) 39

505

Cordeiros 3,3 (2,1-4,5) 29 88,0 (85,8-90,1) 769 8,7 (6,8-10,6) 76

874

Dom Bosco 1,8 (-0,7-4,3) 2 82,0 (74,8-89,1) 91 16,2 (9,4-23,1) 18

111

Espinheiros 3,9 (1,8-6,0) 13 89,1 (85,8-92,5) 295 7,0 (4,2-9,7) 23

331

Fazenda 2,9 (-1,1-6,9) 2 88,4 (80,8-96,0) 61 8,7 (2,0-15,4) 6 69

Itaipava 2,3 (0,6-3,9) 7 90,3 (86,9-93,6) 278 7,5 (4,5-10,4) 23

308

Praia Brava 0,0 - 0 94,9 (90,9-98,9) 111 5,1 (1,1-9,1) 6 117

Ressacada 4,2 (-0,4-8,8) 3 84,7 (76,4-93,0) 61 11,1 (3,9-18,4) 8 72

Salseiros 0,0 - 0 100,0 - 6 0,0 - 0 6

São João 3,9 (-3,5-11,2) 1 84,6 (70,7-98,5) 22 11,5 (-0,7-23,8) 3 26

São Judas 2,4 (-0,9-5,6) 2 91,7 (85,8-97,6) 77 6,0 (0,9-11,0) 5 84

São Vicente 4,2 (1,7-6,8) 10 91,1 (87,5-94,7) 215 4,7 (2,0-7,3) 11 236

Vila Operária 5,9 (-5,3-17,1) 1 94,1 (82,9-105,3)

16 0,0 - 0 17

Zona Rural 2,2 (0,3-4,0) 5 87,9 (83,7-92,1) 203 10,0 (6,1-13,8) 23 231

Fonte: Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, Diretoria de Atenção à Saúde, Secretaria de Saúde de Itajaí, Santa Catarina, Brasil-2009.

Na Figura 3 se verifica que as zonas administrativas Barra do Rio,

Espinheiros, Ressacada, São João, São Vicente e Vila Operária são zonas de maior

risco para casos de peso baixo em relação ao índice P/I, já que os coeficientes

variaram de 3,33 a 5,88 (em vermelho).

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Figura 3 - Distribuição do percentil de baixo peso com base no índice P/I de crianças menores de 5 anos nas 17 zonas administrativas do município de Itajaí e mapeamento das 310 crianças beneficiárias do PBF, 2009.

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Quanto à distribuição do índice antropométrico A/I, na Tabela 3 se observa

que, de todas as zonas administrativas, somente na Zona Central não há caso de

criança com baixa estatura.

Tabela 3- Distribuição do estado nutricional de crianças menores de 5 anos nas 17 zonas

administrativas do

município de Itajaí em relação ao índice A/I, 2009.

Zona administrativa

Baixa Estatura Adequada Total

% (IC95%) n % (IC95%) n n

Barra do Rio 8,5 (5,2-11,8) 23 91,5 (88,2-94,8) 248 271

Canhanduba 8,8 (1,4-16,1) 5 91,2 (83,9-98,6) 52 57

Central 0,0 - 0 100,0 - 12 12

Cidade Nova 10,1 (7,5-12,7) 51 89,9 (87,3-92,5) 454 505

Cordeiros 7,7 (5,9-9,4) 67 92,3 (90,6-94,1) 807 874

Dom Bosco 5,4 (1,2-9,6) 6 94,6 (90,4-98,8) 105 111

Espinheiros 7,0 (4,2-9,7) 23 93,1 (90,3-95,8) 308 331

Fazenda 8,7 (2,0-15,4) 6 91,3 (84,6-98,0) 63 69

Itaipava 4,6 (2,2-6,9) 14 95,5 (93,1-97,8) 294 308

Praia Brava 2,6 (-0,3-5,4) 3 97,4 (94,6-100,3) 114 117

Ressacada 15,3 (7,0-23,6) 11 84,7 (76,4-93,0) 61 72

Salseiros 16,7 (-13,2-46,5) 1 83,3 (53,5-113,2) 5 6

São João 7,7 (-2,6-17,9) 2 92,3 (82,1-102,6) 24 26

São Judas 3,6 (-0,4-7,5) 3 96,4 (92,5-100,4) 81 84

São Vicente 9,3 (5,6-13,0) 22 90,7 (87,0-94,4) 214 236

Vila Operária 11,8 (-3,6-27,1) 2 88,2 (72,9-103,6) 15 17

Zona Rural 3,0 (0,8-5,2) 7 97,0 (94,8-99,2) 224 231 Fonte: Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, Diretoria de Atenção à Saúde, Secretaria de Saúde de Itajaí, Santa Catarina, Brasil-2009.

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Na Figura 4 é possível observar que as zonas administrativas Canhanduba, Cidade Nova, Ressacada, Salseiros, São

Vicente e Vila Operária são zonas de maior risco para casos de baixa altura em relação ao índice A/I, já que os coeficientes

variaram de 8,71 a 16,67 (em vermelho).

Figura 4 - Distribuição do percentil de baixa estatura com base no índice A/I de crianças menores de 5 anos nas 17 zonas administrativas do município de Itajaí e mapeamento das 310 crianças beneficiárias do PBF, 2009.

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Na Tabela 4, no que se refere à distribuição do índice IMC/I, observa-se que

em todas as zonas administrativas prevalecem os casos de crianças com peso

elevado sobre os casos de crianças com peso baixo.

Tabela 4 - Distribuição do estado nutricional de crianças menores de 5 anos nas 17 zonas

administrativas do

município de Itajaí em relação ao índice IMC/I, 2009.

Zona administrativa

Peso Baixo Peso Adequado Peso Elevado Total

% (IC95%) n % (IC95%) n % (IC95%) n n

Barra do Rio 3,3 (1,2-5,4) 9 88,6 (84,8-92,4)

240 8,1 (4,9-11,3) 22 271

Canhanduba 1,8 (-1,7-5,3) 1 80,7 (70,5-90,9)

46 17,5 (7,6-27,4) 10 57

Central 0,0 - 0 91,7 (76,1-107,3)

11 8,3 (-7,3-23,9)

1 12

Cidade Nova 4,5 (2,7-6,3) 23 81,8 (78,4-85,2)

413 13,7 (10,7-16,7)

69 505

Cordeiros 4,8 (3,4-6,2) 42 81,6 (79,0-84,2)

713 13,6 (11,3-15,9)

119 874

Dom Bosco 6,3 (1,8-10,8) 7 78,4 (70,7-86,1)

87 15,3 (8,6-22,0) 17 111

Espinheiros 2,7 (1,0-4,4) 9 89,1 (85,8-92,5)

295 8,2 (5,2-11,2) 27 331

Fazenda 0,0 - 0 89,8 (82,7-96,9)

62 10,2 (3,1-17,3) 7 69

Itaipava 2,3 (0,6-3,9) 7 87,3 (83,6-91,0)

269 10,0 (6,6-13,4) 32 308

Praia Brava 0,8 (-0,8-2,4) 1 90,6 (85,3-95,9)

106 8,6 (3,5-13,7) 10 117

Ressacada 4,2 (-0,4-8,8) 3 81,9 (73,0-90,8)

59 13,9 (5,9-21,9) 10 72

Salseiros 0,0 - 0 100,0 - 6 0,0 - 0 6

São João 3,9 (-3,5-11,2)

1 80,8 (65,7-95,9)

21 15,4 (1,5-29,3) 4 26

São Judas 2,4 (-0,9-5,6) 2 92,8 (87,3-98,3)

78 4,8 (0,2-9,4) 4 84

São Vicente 5,1 (2,3-7,9) 12 87,3 (83,1-91,5)

206 7,6 (4,2-11,0) 18 236

Vila Operária 5,9 (-5,3-17,1)

1 88,2 (72,9-103,5)

15 5,9 (-5,3-17,1)

1 17

Zona Rural 1,7 (0,0-3,4) 4 86,2 (81,8-90,6)

199 12,1 (7,9-16,3) 28 231

Fonte: Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, Diretoria de Atenção à Saúde, Secretaria de Saúde de Itajaí, Santa Catarina, Brasil-2009.

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Na Figura 5 se verifica que as zonas administrativas Cidade Nova, Cordeiros, Dom Bosco, Ressacada, São Vicente e Vila

Operária são zonas de maior risco para casos de peso baixo em relação ao índice IMC/I, já que os coeficientes variaram de 3,86 a

6,31 (em vermelho).

Figura 5- Distribuição do percentil de baixo peso com base no índice IMC/I de crianças menores de 5 anos nas 17 zonas administrativas do município de Itajaí e mapeamento das 310 crianças beneficiárias do PBF, 2009.

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45

Já na Figura 6 se observa que as zonas administrativas Canhanduba, Cidade Nova, Cordeiros, Dom Bosco, Ressacada e

São João são as de maior risco para casos de peso elevado em relação ao índice IMC/I, pois os coeficientes variaram de 12,13 a

17,54 (em vermelho).

Figura 6- Distribuição do percentil de peso elevado com base no índice IMC/I de crianças menores de 5 anos nas 17 zonas administrativas do município de Itajaí e mapeamento das 310 crianças beneficiárias do PBF, 2009.

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Verifica-se que quatro zonas apresentaram risco tanto para baixo peso quanto

para peso elevado, sendo elas: Cidade Nova, Cordeiros, Dom Bosco e Ressacada

(Figuras 5 e 6).

Em uma análise geral se percebe que houve variações em todos os índices

analisados (P/I, A/I e IMC/I).

Existem mais crianças com excesso de peso do que com desnutrição,

independentemente de estarem ou não recebendo o benefício do PBF, ou seja,

verifica-se a transição nutricional no município de Itajaí seguindo a tendência

nacional e internacional. Destaca-se, contudo, a prevalência maior de crianças com

baixa estatura, ou seja, com quadro de desnutrição crônica entre as beneficiárias do

PBF.

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47

6. DISCUSSÃO

O uso de índices antropométricos tem sido considerado uma estratégia válida

para gerar indicadores sensíveis do estado nutricional e das condições de vida dos

grupos populacionais estudados (MONTEIRO et al., 1995).

Segundo Conde e Monteiro (2006), a utilização de medidas antropométricas

na avaliação do estado nutricional é o modo mais prático e de menor custo para

análise de indivíduos e populações, mesmo com limitações.

Para um diagnóstico minucioso da determinação do estado nutricional é

fundamental a utilização de mais de um índice antropométrico, portanto, optou-se

nesta pesquisa por analisar os resultados da classificação do estado nutricional

obtidos através de três índices antropométricos propostos pelo Ministério da Saúde:

P/I, IMC/I e A/I.

Como todos os índices apresentam algum tipo de limitação e potencialidade,

neste estudo se atendeu à recomendação da Pesquisa de Orçamentos Familiares

(POF) 2008-2009, que indica que o estado nutricional nos primeiros cinco anos de

vida pode ser avaliado de forma abrangente por meio dos índices antropométricos

altura/idade e IMC/idade (IBGE, 2010a). O índice P/I foi utilizado somente para a

discussão dos casos de desnutrição, uma vez que ainda é referência para a

notificação compulsória da desnutrição grave no Estado de Santa Catarina.

Antes dos dados começarem a ser discutidos é necessário fazer algumas

considerações em relação às limitações e potencialidades destes índices quando

analisados isoladamente, uma vez que refletem processos diferentes.

O P/I foi utilizado por ser um índice referência para a notificação de casos de

crianças com muito baixo peso, ou seja, desnutrição grave, no Estado de Santa

Catarina. Este índice, segundo a POF 2002-2003 (IBGE, 2006), apresenta algumas

limitações para avaliar o estado nutricional de crianças, pois não permite a detecção

de formas de desnutrição caracterizadas por retardo do crescimento linear (déficits

de altura para idade), muitas vezes compensado por aumento da massa corporal

(excesso de peso para altura), além de não diferenciar o comprometimento

nutricional atual ou agudo dos pregressos ou crônicos (BRASIL, 2004).

Outro aspecto é a avaliação do sobrepeso e obesidade, uma vez que, se a

criança tiver peso elevado para a idade, ela pode apresentar problemas de

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crescimento, sendo, nestes casos, indicada a utilização dos índices peso/altura ou

IMC/idade (BRASIL, 2008b).

Verifica-se que o índice P/I é usualmente utilizado em puericultura, na

avaliação de crianças até cinco anos, porém, sua sensibilidade é maior em crianças

até dois anos. Nesta fase as deficiências nutricionais afetam mais o peso que a

estatura (ACCIOLY; PADILHA, 2007).

O índice A/I, conforme Araújo e Campos (2008), reflete nos casos de

desnutrição crônica e para Sardinha e Pereira (2008), o ponto vulnerável desse

indicador reside na difícil aferição exata da altura, especialmente em crianças

menores de dois anos de idade.

Segundo Zeferino et al. (2003), a detecção precoce de déficit de altura é

extremamente importante para que o indivíduo possa ser tratado com eficiência.

Além disso, a avaliação deste índice proporciona informações de ordem pregressa,

sendo o indicador que melhor se relaciona com as variáveis socioeconômicas

(MARTINS et al., 2010).

A avaliação do estado nutricional através do IMC/I para crianças, segundo

Araújo e Campos (2008), é um método prático e rápido, porém favorece debate em

relação aos pontos de corte e também, como acentuam Conde e Monteiro (2006),

sobre a natureza universal ou particular da composição corporal.

O resultado da classificação do IMC/idade de peso baixo revela um acúmulo

insuficiente de massa corporal ou, mais frequentemente, utilização dos tecidos

corporais para produção de energia, indicando, nesta situação, quadros atuais de

desnutrição. Já quando o resultado for peso elevado, indica acúmulo de tecido

adiposo (WHO, 1995).

Os dados da Tabela 1 demonstraram que, em relação ao índice P/I, a

prevalência de déficit ponderal encontrada no município de Itajaí foi de 3,0%, inferior

aos valores encontrados no relatório do SISVAN Web de 2009 para o Estado de

Santa Catarina, de 4,5%, e para a região Sul, de 3,3%. Segundo ONIS et al. (1993),

os resultados de déficit de peso para a idade abaixo de 10% indicam uma

prevalência baixa de déficit ponderal.

Dos 3,0% de crianças com desnutrição, 0,6% tiveram o diagnóstico de muito

baixo peso, ou seja, um quadro de desnutrição grave, sendo imperativa a realização

de notificação para acompanhamento nutricional de acordo com a Lei Estadual nº

10.867 (SANTA CATARINA, 1998). O valor também é inferior aos encontrados no

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49

relatório do SISVAN Web de 2009 para o Estado de Santa Catarina (2,0%) e para a

região Sul (1,2%).

Nos grandes estudos populacionais realizados no Brasil, como o Estudo

Nacional da Despesa Familiar (ENDEF 1974-1975), a Pesquisa Nacional sobre

Saúde e Nutrição (PNSN 1989), a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da

Criança e da Mulher (PNDS 1996), a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF

2002-2003) e a PNDS 2006, a prevalência de déficit ponderal estimada para o

conjunto das crianças menores de 5 anos vem caindo, conforme pode ser observado

nos valores de 16,6%, 7,1%, 4,2%, 4,6%, 1,8%, respectivamente.

A PNDS 2006, que considerou as regiões do país, aponta que as

prevalências de déficit ponderal atingem índices de 3,2% no Norte, 2,2% no

Nordeste, 1,4% no Sudeste, 1,9% no Sul e 1,5% no Centro-Oeste, sendo

constatada, portanto, a maior prevalência na região Norte e a menor na Sudeste.

O déficit ponderal de crianças menores de cinco anos é uma das prioridades

do Pacto pela Vida, que consiste em um compromisso entre gestores do SUS em

torno de prioridades que apresentam impacto sobre a situação de saúde da

população brasileira e que define as prioridades estabelecidas por meio de metas

nacionais, estaduais, regionais ou municipais.

O fortalecimento da atenção básica — destaque do Pacto — tem como uma

de suas principais metas a redução e o monitoramento da prevalência de peso baixo

em menores de 5 anos. As metas pactuadas para o biênio 2010-2011 pela

Secretaria de Saúde do Estado de Santa Catarina foram de ≤ 5,0% para 2010 e ≤

4,8% para 2011.

A série histórica que consta no documento da Secretaria de Estado da Saúde

sobre o município de Itajaí, referente à pactuação somente de crianças menores de

5 anos com peso baixo em relação ao índice P/I, para os anos de 2005, 2006, 2007

e 2008 foram, respectivamente, 6,9%, 6,6%, 5,8% e 5,7%. Neste estudo se verificou

também a tendência de declínio deste indicador em 2009 (3,0%).

O declínio da desnutrição infantil na década de 2000 ocorreu em função das

melhorias observadas, como crescimento do poder aquisitivo das famílias de menor

renda, aumento da escolaridade materna, aumento do acesso aos serviços de

educação e saúde e maior cobertura das ações de saneamento básico, como

acesso à água encanada e rede de esgotamento sanitário, beneficiando em

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50

particular as macrorregiões e as famílias mais pobres do País (MONTEIRO et al.,

2009b).

Além das melhorias da condição de vida observadas nas diversas regiões do

país, incluindo o município estudado, provavelmente esse fato também se deve ao

compromisso dos profissionais da saúde em acompanhar essas crianças, incluindo

as nutricionistas que trabalham na Secretaria de Saúde de Itajaí.

Além da redução da desnutrição em menores de 5 anos, houve

consequentemente uma queda (44%) na taxa de mortalidade infantil no Brasil em

um período de 10 anos (BRASIL, 2009b). Destaca-se que essa alteração foi muito

positiva, já que, conforme Monteiro e Conde (2000), a desnutrição está associada à

maior incidência de gravidade de doenças infecciosas, elevação das taxas da

mortalidade na infância, retardo do desenvolvimento psicomotor, dificuldades no

aproveitamento escolar e diminuição da capacidade produtiva na vida adulta.

Para a resolução definitiva do problema de desnutrição no Brasil é necessário

haver a manutenção dessas políticas e o reforço de outras, como a expansão dos

serviços de saneamento (IBGE 2010a).

Quanto ao índice A/I, verificou-se uma prevalência de 7,4% (Tabela 1) de

crianças com déficit de altura para a idade, ou seja, com desnutrição crônica. Este

valor está de acordo com os resultados divulgados na PNDS 2006 (7,0%) e é

superior aos 6,0% da POF 2008-2009 (IBGE, 2010a). Destaca-se a preocupante

proporção de 12,3% (Tabela 1) encontrada nas crianças beneficiárias do PBF, no

que se refere à baixa altura.

Comparando estes dados com os valores encontrados no relatório do

SISVAN Web de 2009, o Estado de Santa Catarina apresentou uma prevalência de

11,8% e a região Sul de 10,4%. A POF 2008-2009 (IBGE, 2010a) apurou as

seguintes prevalências de déficit de altura por regiões do país: Norte 8,5%, Nordeste

5,9%, Sudeste e Centro-Oeste 6,1% e Sul 3,9%. Portanto, as prevalências de 7,4%

e 12,3% encontradas na totalidade das crianças e nas crianças do PBF no município

de Itajaí merecem atenção especial dos serviços de saúde.

Este alerta encontra respaldo na literatura, pois o déficit de altura revela

atraso no crescimento da criança, ocorrido em algum momento da sua vida, que

pode ser desde o seu nascimento ou mesmo durante o período de gestação, e

indica uma desnutrição de longa duração, seja decorrente de deficiência de energia

ou por deficiência de macro ou micronutrientes (WHO, 1995). Segundo Oliveira et al.

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(2011), as consequências dessa privação alimentar de longa data podem ser

irreversíveis. Além disso, o déficit de altura pode estar associado à ocorrência de

infecções pregressas, também refletindo o passado da vida da criança (BRASIL,

2002).

Este índice expressa o crescimento linear, indicando o efeito cumulativo de

situações adversas sobre o crescimento da criança, ou seja, é o indicador mais

sensível para aferir a qualidade de vida de uma população, principalmente em

países com predomínio de iniquidades socioeconômicas (BRASIL, 2009a; KAC,

1999).

Segundo Grillo et al. (2005), as crianças que são acometidas pela desnutrição

crônica podem potencialmente se tornar obesas na vida adulta. Essa transição de

estado nutricional pode ter uma etiologia comum nestes casos, sendo ambas

oriundas da pobreza e dos males que a acompanham.

Interessante citar os estudos de Martins et al. (2007) e Próspero, Barros e

Goldman (2008), que constataram que a obesidade isolada da mãe não se associa

significativamente ao atraso no crescimento da criança. Entretanto, a baixa estatura

materna representa um risco três vezes maior para esse déficit e, quando

acompanhada da obesidade, o risco se eleva para cinco vezes.

É importante considerar a afirmação de Monte (2000) que o número de casos

de desnutrição grave representa a ponta de um iceberg, pois para cada caso grave

há muitos outros que são menos graves. Sabendo-se que atualmente há menos

casos de crianças gravemente desnutridas, o problema passou a ter menor

importância, ignorando-se a existência da epidemia silenciosa de fome oculta e de

quadros de desnutrição moderada e leve.

Em relação ao índice IMC/I, verificou-se uma prevalência de 3,7% de casos

de baixo peso, muito semelhante ao P/I de 3,0%. Os valores encontrados no

relatório do SISVAN Web em 2009, em relação ao índice IMC/I para crianças com

baixo peso, foram 5,3% em Santa Catarina e 4,7% na região Sul.

Preocupantes são os resultados para o peso elevado, pois se verificou uma

prevalência de 11,4%, que, apesar de ligeiramente inferior à de Santa Catarina

(13,8%) e da região Sul (14,6%), é possível observar uma prevalência de obesidade

muito superior à desnutrição, evidenciando a transição nutricional também em Itajaí.

É importante destacar que estes são problemas de grande relevância para a saúde

pública no Brasil.

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Não se pode descartar, no contexto de eventos que condicionaram a

transição nutricional do Brasil, os possíveis efeitos dos chamados programas ou

atividades de nutrição operados ou promovidos pelo setor saúde, como o Programa

de Combate às Carências Nutricionais (PCCN), Rede Amamenta Brasil, Rede

Cegonha, Estratégia Nacional Para Alimentação Complementar Saudável

(ENPACS), Programa Bolsa Família e outros programas, a exemplo da conhecida

Merenda Escolar, bem como outros projetos de menor escala, como o programa de

suplementação alimentar adotado em alguns municípios.

Monteiro et al. (2009a) acentuam que as melhorias observadas também

decorreram de várias políticas públicas, incluindo a valorização do salário mínimo e

os programas de transferência de renda, a universalização do ensino fundamental e

a expansão da estratégia de saúde da família.

Por outro lado, a obesidade infantil está se tornando um dos principais

problemas de saúde pública que vem aumentando em todas as camadas sociais da

população brasileira e atinge precocemente crianças, tornando-se sério agravo para

a saúde atual e futura dos indivíduos (ABRANTES; LAMOUNIER; COLOSIMO,

2002).

Crianças obesas apresentam com frequência complicações respiratórias,

ortopédicas, dermatológicas, imunológicas, distúrbios hormonais e estão sujeitas a

severo estresse psicológico devido ao estigma social (STELLA et al., 2003).

Prevenir a obesidade infantil significa diminuir a incidência de doenças

crônico-degenerativas na vida adulta e consequêntemente diminuir os gastos com o

tratamento dessas doenças (ABRANTES; LAMOUNIER; COLOSIMO, 2002).

Um estudo longitudinal realizado por Gigante et al. (2003) sobre a evolução

do estado nutricional de crianças de Pelotas (RS) verificou que uma de cada dez

crianças avaliadas apresentou sobrepeso aos quatro anos. A ocorrência de

sobrepeso foi maior na medida em que aumentou o peso de nascimento, porém, o

aumento nas prevalências e incidências de sobrepeso também foi observado nas

crianças que nasceram com menos de 2.500 g.

No caso de lactentes, a obesidade pode ser decorrente do desmame precoce

e de erros alimentares no primeiro ano de vida, principalmente, quando da

substituição por alimentos com excesso de carboidratos, em quantidades superiores

às necessárias para o crescimento e desenvolvimento de uma criança (FISBERG,

2005).

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A explicação para o aumento do excesso de peso pode estar no desequilíbrio

entre ingestão e utilização de calorias pelo organismo, provocado pelas mudanças

nos padrões de alimentação e de atividade física da população (IBGE, 2010a).

Quanto à aquisição alimentar domiciliar per capita, os resultados da POF

2008-2009 (IBGE, 2010b), comparados aos divulgados pela POF 2002-2003 (IBGE,

2006), mostram que houve redução no consumo de cereais, leguminosas, hortaliças,

frutas, farinhas, féculas e massas em todos os quintos de rendimento médio mensal

familiar e o aumento no consumo de bebidas, infusões, alimentos preparados e

misturas industriais.

Alguns fatores podem ser responsáveis pela transição epidemiológica

nutricional como a participação da mulher no mercado de trabalho, a implantação de

indústrias multinacionais de alimentos, a ampliação de alimentos industrializados.

Somados a esses fatores têm-se os meios de comunicação massiva, em especial a

televisão, como um importante fator na determinação do perfil nutricional atual da

população brasileira (TUMA; COSTA; SCHMITZ, 2005).

A televisão exerce grande influência sobre os hábitos alimentares e promove

o sedentarismo. A maioria dos alimentos veiculados na televisão possui elevados

índices de gorduras, óleos, açúcar e sal, o que não está de acordo com as

recomendações de uma dieta saudável e balanceada. Além disso, nos últimos anos,

ocorreu a ascensão do consumo já excessivo de açúcar refinado e refrigerante e a

redução do consumo de leguminosas, verduras, legumes, frutas e sucos naturais

(ALMEIDA; NASCIMENTO; QUAIOTI, 2002).

As ações setoriais de saúde ainda não apresentam o grau de agilidade e o

nível de eficácia para responder com presteza aos desafios referentes à transição

nutricional já que ainda não estão contemplados programas que visem ao combate

do fenômeno nas três esferas de governo (BATISTA FILHO; RISSIN, 2003).

Para análise geográfica do estado nutricional das crianças do município de

Itajaí em relação aos índices P/I, A/I e IMC/I, foram consideradas as 17 zonas

administrativas do município, como pode ser observado nas tabelas 2, 3, 4 e nas

figuras 3, 4,5 e 6.

Optou-se por trabalhar com o mapeamento dos índices nutricionais, pois

possibilita, por um lado, a avaliação descritiva das localidades com maior

prevalência de agravos, e, por outro lado, a identificação das regiões com condições

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favoráveis ao melhor potencial de crescimento e desenvolvimento infantil

(CARVALHO et al., 2000).

Próspero et al. (2005), ao realizarem um mapeamento das condições

socioeconômicas de Itajaí, verificaram, por meio de análise discriminante, a

formação de três grupos de diferentes estratos sociais.

O primeiro, de melhor condição socioeconômica, congrega as seguintes

zonas distritais: Vila Operária, São João, São Judas, Centro, Fazenda, Cabeçudas,

Praia Brava, Ressacada e Itaipava. O segundo, indicado como de condição

socioeconômica intermediária, é composto pelas zonas distritais de São Vicente,

Barra do Rio e Espinheiros. O terceiro, de pior condição socioeconômica, reúne as

zonas distritais Cidade Nova, Dom Bosco, Cordeiros, Salseiros e Canhanduba.

Observou-se que a maioria dos bairros citados nas áreas de risco, tanto para

a desnutrição como para o excesso de peso, estão situados nas zonas de pior

condição socioeconômica e de condição intermediária.

As zonas de risco para a desnutrição, segundo P/I foram: Barra do Rio

(4,8%), Espinheiros (3,9%), Ressacada (4,2%), São João (3,9%), São Vicente

(4,2%) e Vila Operária (5,9%).

As zonas de risco para baixa estatura, segundo A/I foram: Canhanduba

(8,8%), Cidade Nova (10,1%), Ressacada (15,3%), Salseiros (16,7%), São Vicente

(9,3%) e Vila Operária (11,8%).

As zonas de risco para peso baixo, segundo o IMC, foram: Cidade Nova

(4,5%), Cordeiros (4,8%), Dom Bosco (6,3%), Ressacada (4,2%), São Vicente

(5,1%) e Vila Operária (5,9%). Os casos de excesso de peso, também pelo IMC,

ocorreram nas zonas: Canhanduba (17,5%), Cidade Nova (13,7%), Cordeiros

(13,6%), Dom Bosco (15,3%), Ressacada (13,9%) e São João (15,4%).

Neste estudo, os indicadores do estado nutricional (P/I, A/I e IMC/I)

apresentaram resultados de acordo com as características sociais e econômicas de

cada região, já que as zonas administrativas apresentam características diferentes.

Demonstrou-se que, apesar de o município de Itajaí ocupar a 130ª posição no Índice

de Exclusão Social (POCHMANN; AMORIN, 2003), índice este considerado com

baixa concentração de excluídos, foi possível detectar a grande heterogeneidade

existente no seu interior, evidenciando que suas realidades sociais são de grande

desigualdade.

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É importante enfatizar a necessidade de uma mudança de comportamento,

através da mobilização da sociedade, no sentido de minimizar os efeitos dessas

desigualdades sociais, uma vez que a maioria dos problemas de saúde e nutrição

infantil está relacionada ao padrão de vida da população, incluindo o acesso à

alimentação, educação, moradia, assistência à saúde, saneamento básico,

transporte, lazer e atividade física. Sendo assim, crianças que residem em diferentes

condições de urbanização e nível socioeconômico recebem a influência do seu meio

(MARTINS; RIBEIRO; BARROS FILHO, 2010).

Diante de todos os resultados encontrados nesta pesquisa, deve-se

considerar a importância do trabalho interdisciplinar, do esforço conjunto entre os

profissionais de saúde para a vigilância em saúde. A intersetorialidade, com ação

imediata, também é fundamental para melhorar a qualidade de vida da população

assistida.

Embora com características próprias, os agravos nutricionais representam

problemas para toda a população, o que reforça a necessidade de implementação

de programas que articulem os vários setores, com maior direcionamento para a

promoção da saúde e vigilância nutricional da população, especialmente às

crianças, uma vez que nos primeiros anos de vida é que são estabelecidas as

práticas alimentares que repercutem nas condições de saúde até a vida adulta.

E como recomendam Victora et al. (1998), deve-se aumentar a cobertura dos

sistemas de informação de vigilância nutricional, orientando os serviços de saúde a

partirem para uma investigação mais abrangente da situação nutricional de sua

população-alvo e não apenas considerando os usuários dos serviços de saúde. Uma

forma de começar a abranger é inserindo ao menos o SISVAN nas escolas e

creches do município de Itajaí, o que, de forma isolada, acontece através da ação de

algumas equipes da ESF.

No que se refere às crianças beneficiárias do PBF, destacou-se a

preocupante proporção de 12,3% de baixa estatura, com base no índice A/I. Assim,

cabe uma análise particular desta situação. Ressalta-se que o estado nutricional não

é condicionalidade para receber o benefício e que as famílias dessas crianças o

recebem por se enquadrarem nos critérios definidos pelo Ministério de

Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Em relação às crianças beneficiárias do PBF, a maioria se concentrava nas

seguintes zonas administrativas: Cidade Nova (20,3%), São Vicente (19,3%), Barra

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do Rio (15,8%) e Cordeiros (13,9%), todas pertencentes às regiões com algum nível

de carência socioeconômica.

Observou-se a associação de baixa estatura para idade com o recebimento

do benefício do PBF (p=0,02). As crianças que recebiam o benefício do PBF tiveram

quase o dobro de chance RP=1,66 (1,20<RR<2,29) de apresentar quadro de

desnutrição crônica quando comparadas às crianças que não recebiam o benefício.

Sendo a baixa estatura um indicador da situação socioeconômica, verifica-se neste

estudo que o benefício está atingindo as famílias que estão em situação de

vulnerabilidade.

O fortalecimento da atenção básica — um dos objetivos do Pacto pela Vida —

e uma das principais prioridades nesse item, além de reduzir e monitorar a

prevalência de baixo peso em menores de 5 anos é também monitorar a

porcentagem de famílias com perfil saúde beneficiárias do PBF acompanhadas pela

atenção básica.

As metas pactuadas para o biênio 2010-2011 pela Secretaria de Saúde do

Estado de Santa Catarina para a cobertura de acompanhamento das famílias

beneficiárias do PBF foram, respectivamente, ≥ 70% para 2010 e ≥ 73% para 2011.

A série histórica que consta no documento da Secretaria de Estado da Saúde

sobre o município de Itajaí para os anos de 2005, 2006, 2007 e 2008 foram,

respectivamente, 29,9%, 42,7%, 46,5% e 58,7%. Apesar do aumento no

acompanhamento das famílias do PBF nesses quatro anos, ainda está aquém dos

índices pactuados pelo estado e pelo Ministério.

Há vários fatores que impedem o alcance das metas estabelecidas pelo

estado, entre eles, o descrédito das equipes de saúde no que tange ao

acompanhamento das famílias, visto que por vários semestres é feita uma

observação pelas equipes de saúde no mapa de acompanhamento, alertando que a

família se mudou ou que o responsável foi a óbito e que raramente foi realizado o

bloqueio do benefício para essas famílias pelas gestoras que já passaram pelo PBF

na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social.

O objetivo do bloqueio seria para que as famílias aparecessem na Secretaria

de Desenvolvimento Social para atualizar o cadastro e assim facilitar o

acompanhamento das equipes de saúde, já que há uma meta mínima a ser

alcançada para recebimento, pelo município, da verba para a gestão do PBF,

chamado IGD (Índice de Gestão Descentralizada).

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O IGD foi criado pela Portaria nº 148, publicada em 27 de abril de 2006, que

estabelece normas, critérios e procedimentos para o apoio à gestão do Programa

Bolsa Família e do Cadastro Único de programas sociais do governo federal no

âmbito dos municípios. Destaca-se que o IGD leva em consideração a qualidade e a

integridade das informações, a atualização no Cadastro Único e o registro das

condicionalidades dos setores da saúde e da educação.

Ainda sobre o IGD, deve ser salientado que a verba vem diretamente do

Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome para o Fundo de

Assistência Social dos municípios. Infelizmente, em Itajaí e em muitos municípios

brasileiros esta verba não é compartilhada com as Secretarias Municipais de

Educação e Saúde para melhorar a gestão do PBF; são raros os municípios que

assim o fazem.

É fato que no município de Itajaí e em muitos outros municípios do Brasil esta

gestão ainda não é compartilhada, ou seja, não há a ação intersetorial, incluindo aí

ao menos encontros periódicos entre as pessoas responsáveis pela gestão do PBF

nas três secretarias envolvidas (Desenvolvimento Social, Saúde e Educação).

Outro aspecto negativo é a não obrigatoriedade da inclusão, no momento do

cadastro da família no CadÚnico, na Secretaria de Desenvolvimento Social, do

nome da Unidade de Saúde que a família frequenta, visto que esta informação é

imprescindível para a localização e acompanhamento das famílias beneficiárias do

PBF. Por esse motivo, muitas famílias não são localizadas e consequentemente não

são acompanhadas. Ressalta-se que este problema não é só do município de Itajaí,

mas sim de todos os municípios brasileiros.

Mesmo não sendo obrigatório o preenchimento desse campo no momento do

cadastro, a responsável pelo PBF da Secretaria Municipal de Saúde já enviou em

2009, à gestora do PBF na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, um

documento contendo o nome das Unidades de Saúde, endereço e o número do

Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES) correspondente a cada

Unidade de Saúde do município de Itajaí, a fim de facilitar o registro dessa

informação no momento do cadastro das famílias.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em relação ao índice P/I, a prevalência de déficit ponderal encontrada no

município de Itajaí foi de 3,0%, sendo que 0,6% destes casos são de peso muito

baixo (desnutrição grave), ou seja, de notificação compulsória, conforme a Lei

Estadual, nº 10.867 (SANTA CATARINA, 1998), e que necessitam de

acompanhamento diferenciado pela equipe de saúde e por outros órgãos da

prefeitura. No índice A/I, verificou-se que 7,4% das crianças apresentaram baixa

altura, representando um quadro de desnutrição crônica. Já em relação ao IMC/I,

3,7% das crianças apresentaram peso baixo e 11,4% peso elevado. É possível

observar uma prevalência de obesidade muito superior à desnutrição, evidenciando

a transição nutricional também em Itajaí. É importante destacar que estes são

problemas de grande relevância para a saúde pública no Brasil.

Em relação às crianças beneficiárias do PBF, a maioria delas se concentrava

nas seguintes zonas administrativas: Cidade Nova (20,3%), São Vicente (19,3%),

Barra do Rio (15,8%) e Cordeiros (13,9%), todas pertencentes às regiões com algum

nível de carência socioeconômica.

No que se refere às crianças beneficiárias do PBF, destacou-se a

preocupante proporção de 12,3% de baixa estatura, com base no índice A/I, o que

requer uma análise particular desta situação.

Observou-se a associação de baixa estatura para idade com o recebimento

do benefício do PBF (p=0,02). As crianças que recebiam o benefício do PBF tiveram

quase o dobro de chance RP=1,66 (1,20<RR<2,29) de apresentar quadro de

desnutrição crônica quando comparadas às crianças que não recebiam o benefício.

Sendo a baixa estatura um indicador da situação socioeconômica, verifica-se neste

estudo que o benefício está atingindo as famílias que estão em situação de

vulnerabilidade.

Constatou-se que a maioria dos bairros citados nas áreas de risco, tanto para

a desnutrição como para o excesso de peso, estão situados nas zonas de pior

condição socioeconômica e de condição intermediária.

As zonas de risco para a desnutrição, segundo P/I, foram: Barra do Rio

(4,8%), Espinheiros (3,9%), Ressacada (4,2%), São João (3,9%), São Vicente

(4,2%) e Vila Operária (5,9%).

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As zonas de risco para baixa estatura foram: Canhanduba (8,8%), Cidade

Nova (10,1%), Ressacada (15,3%), Salseiros (16,7%), São Vicente (9,3%) e Vila

Operária (11,8%).

As zonas de risco para peso baixo, segundo o IMC, foram: Cidade Nova

(4,5%), Cordeiros (4,8%), Dom Bosco (6,3%), Ressacada (4,2%), São Vicente

(5,1%) e Vila Operária (5,9%). Os casos de excesso de peso, também pelo IMC,

ocorreram nas zonas: Canhanduba (17,5%), Cidade Nova (13,7%), Cordeiros

(13,6%), Dom Bosco (15,3%), Ressacada (13,9%) e São João (15,4%).

Diante dos resultados encontrados, com a ilustração nítida da transição

nutricional acontecendo no município, demonstra-se a necessidade e a importância

do sistema de vigilância nutricional. Ressalta-se a necessidade de manutenção do

sistema para prevenção e correção dos problemas nutricionais.

Percebe-se a necessidade de planejar ações específicas de acordo com os

diagnósticos de estado nutricional, correlacionando-as com as zonas administrativas

mapeadas.

Convém destacar a importância de dispor de informações georreferenciadas

como instrumento de orientação de políticas e programas, bem como sua

pertinência como fonte de experiências para o desenvolvimento de estudos e

pesquisas.

Salienta-se que é mais do que necessário utilizar a ferramenta do SISVAN

como uma proposta de organização de um sistema de informação para a vigilância

do estado nutricional e da situação alimentar da população, além da aplicação de

técnicas de análise espacial no campo da saúde coletiva, possibilitando a

identificação rápida das principais áreas de intervenção.

Además, deve-se considerar a importância do trabalho interdisciplinar, do

esforço conjunto entre os profissionais de saúde para a vigilância em saúde. A

intersetorialidade, com ação imediata, também é fundamental para melhorar a

qualidade de vida da população assistida.

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ANEXOS

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Anexo 1

Ficha de cadastro do SISVAN

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Anexo 2

Ficha de investigação de desnutrição grave

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