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0 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ ERIKSSON ROBERTO PAZ DE CARVALHO Trabalho de Conclusão de Curso SISTEMÁTICA DE EXPORTAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS NA EMPRESA MARCON SERVIÇOS DE DESPACHOS EM GERAL ITAJAÍ 2008

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ ERIKSSON ROBERTO PAZ DE CARVALHO

Trabalho de Conclusão de Curso SISTEMÁTICA DE EXPORTAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS NA EMPRESA

MARCON SERVIÇOS DE DESPACHOS EM GERAL

ITAJAÍ 2008

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ERIKSSON ROBERTO PAZ DE CARVALHO

Trabalho de Conclusão de Curso SISTEMÁTICA DE EXPORTAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS NA EMPRESA

MARCON SERVIÇOS DE DESPACHOS EM GERAL

Trabalho de conclusão de curso desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Comércio Exterior do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão da Universidade do Vale do Itajaí.

Orientadora: MSc. Silvana Schimanski

ITAJAÍ 2008

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Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida e por me

oportunizar a conquista desta importante vitória. Meus pais pelo

esforço, incentivos e contribuições para a caminhada, agradeço

também aos meus amigos pelas sugestões e a Profª Msc. Silvana Schimanski que me conduziu em todas as etapas e esteve comigo contribuindo de forma incessante

com todo seu conhecimento e sua presença para a realização deste.

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“Determinação, coragem e auto-confiança são fatores decisivos para o sucesso. Independente das circunstâncias, devemos ser sempre humildes, recatados e despidos de orgulho”. (Dalai Lama)

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário Eriksson Roberto Paz de Carvalho b) Área de estágio Sistemática de Exportação c) Orientador de conteúdo Prof.ª MSc. Silvana Schimanski d) Supervisor de campo Silvio Ricardo Ravali e) Responsável pelo Estágio Prof.ª Natalí Nascimento

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão Social Marcon Serviços de Despachos em Geral Ltda. b) Endereço Rua: Felipe Reiser, 371, São João, Itajaí/SC c) Setor de Desenvolvimento do Estágio Exportação d) Duração do estágio 620 horas e) Nome e cargo do supervisor de campo Silvio Ricardo Ravali – Gerente Geral f) Carimbo e visto da empresa

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DECLARAÇÃO

ITAJAÍ, 01 de dezembro de 2008.

A Empresa Marcon Serviços de Despachos em Geral Ltda, pelo presente

instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a publicar, em sua

biblioteca, o Trabalho de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio

Supervisionado, pelo acadêmico Eriksson Roberto Paz de Carvalho.

__________________________________

Silvio Ricardo Ravali

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RESUMO

O presente trabalho apresenta a sistemática de exportação do crude sterols e o crude tall oil, produtos químicos considerados não perigosos. O ínicio das exportações desses produtos ocorre a partir do momento em que há o contato do exportador com o importador ou vice versa. O importador faz um pedido de compra ao exportador, o pedido sendo aceito, apesar da condição de venda (incoterm) ser o ex-works, por questões de relacionamento comercial, o exportador providencia todos os trâmites para que a mercadoria chegue ao porto de desembarque (porto destino). Ou seja, o exportador faz um pedido de reserva de embarque (booking) junto a agência marítima. Esta, por sua vez, disponibilizará um isocontainer para que o produto a ser exportado possa ser acondicionado e pronto para iniciar seu percurso para exterior. O exportador também contrata o transporte rodoviário para fazer o translado do isocontainer de sua indústria até o porto de embarque e em contratar o despachante aduaneiro, para que esse faça o despacho aduaneiro de exportação, ou seja, libere a mercadoria junto aos órgãos governamentais competentes e reguladores do comércio exterior. O importador tem a responsabilidade de arcar com as despesas pertinentes, após a saída do isocontainer da empresa do exportador. Os documentos que compõem o processo de exportação e que a Marcon Serviços de Despachos em Geral tem acesso são: fatura pró-forma, fatura comercial, romaneio de embarque e nota fiscal, já o registro de exportação, a declaração de despacho, o extrato de liberação, a lista de carga e o draft do conhecimento de embarque são confeccionados pela Marcon. Após o embarque da mercadoria para o exterior, o Armador (proprietário do navio) através de seu representante confeccionará o Conhecimento de Embarque, documento esse feito com base no draft do conhecimento de embarque passado a ele anteriormente através da Marcon. PALAVRAS CHAVE: Produtos Químicos. Despacho Aduaneiro. Exportação. Documentação.

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LISTA DE SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

AFRF - Auditor Fiscal da Receita Federal

ANCINE - Agência Nacional do Cinema

ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica

ANP - Agência Nacional do Petróleo

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

BACEN - Banco Central do Brasil

BB - Banco do Brasil

B/L - Bill of Lading

CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear

CNPJ - Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica

CNPQ - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

CPF - Cadastro de Pessoa Física

DE - Declaração de Exportação

DNPM - Departamento Nacional de produção Mineira

DPF - Departamento de Polícia Federal

ECT - Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos

ETA - Estimated Time Arrival

EXW - Ex Works

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente

IMO - International Maritime Organization

INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

LTDA - Limitada

MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

MCT - Ministério de Ciência e Tecnologia

MDIC - Ministério Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

MF - Ministério da Fazenda

MME - Ministério de Minas e Energia

NCM - Nomenclatura Comum do Mercosul

ONU - Organizações das Nações Unidas

PIB - Produto Interno Bruto

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RE - Registro de Exportação

REDEX - Recinto Especial para Despacho Aduaneiro de Exportação

RFB - Receita Federal do Brasil

SECEX - Secretaria de Comércio Exterior

SD - Solicitação de Despacho

SERPRO - Serviço Federal de Processamento de Dados

SISCOMEX - Sistema Integrado de Comércio Exterior

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LISTA DE TERMOS

Booking: Reserva

Bill of Lading: Conhecimento de Embarque

Breakbulk: Carga solta

Commercial Invoice: Fatura Comercial

Commodities: Produtos primários de grande importância para economia mundial

Crude Sterols: Esterol Bruto

Crude Tall Oil: Tall Oil Bruto

Dead line: Prazo máximo / final

Draft: Espelho / rascunho

Drawback: Condição para isenção de impostos

E-mail: Correio eletrônico

Gate: Entrada

Handling on: Manuseio de retirada

Handling in: Manuseio de entrada

Incoterm: Condição de venda

Packing list: Romaneio de Embarque

Pro forma invoice: Fatura pró-forma

Notify party: Notificações

Tank tainer: Container tanque ou Isocontainer

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................13 1.1 Objetivo geral.....................................................................................................14 1.2 Objetivos específicos .........................................................................................14 1.3 Justificativa ........................................................................................................14 2 REVISÃO DA LITERATURA..............................................................................16 2.1 Comércio Internacional ......................................................................................16 2.2 Comércio Exterior Brasileiro ..............................................................................17 2.2.1 Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) .....................................................18 2.2.2 Receita Federal do Brasil (RFB).....................................................................18 2.2.3 Banco Central do Brasil (BACEN) ..................................................................18 2.2.4 Órgãos Anuentes............................................................................................19 2.2.5 Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX) ..................................19 2.3 Exportação.........................................................................................................20 2.3.1 Sistemática de Exportação.............................................................................22 3 METODOLOGIA ................................................................................................24 3.1 Tipo de Pesquisa ...............................................................................................24 3.2 Área de Abrangência .........................................................................................24 3.3 Coleta e tratamento de dados............................................................................25 3.4 Apresentação e análise dos dados....................................................................25 4 EMPRESA .........................................................................................................26 4.1 Histórico.............................................................................................................26 4.2 Ramo da atividade .............................................................................................27 4.3 Estrutura organizacional .................................................................................28 4.4 Visão..................................................................................................................29 4.5 Missão ...............................................................................................................29 4.6 Filosofia..........................................................................................................29 4.7 Produtos e Serviços .......................................................................................29 4.7.1 Despachos Aduaneiro ....................................................................................29 4.7.2 Operações Portuárias.....................................................................................30 4.7.3 Agenciamentos Marítimos ..............................................................................31 4.7.4 Armazenamentos ...........................................................................................31 4.8 Mercados........................................................................................................32 5 PESQUISA........................................................................................................33 5.1 Produtos Químicos.........................................................................................33 5.1.1 Crude Sterols .................................................................................................34 5.1.2 Crude Tall Oil .................................................................................................34 5.1.3 Manuseio e armazenamento dos produtos ....................................................35 5.1.4 Identificação de perigo ...................................................................................36 5.1.5 Medidas de controle em caso de vazamento .................................................36 5.2 Processo de Exportação do Crude Sterols e Crude Tall Oil, realizados pela empresa Marcon .......................................................................................................37 5.2.1 Particularidades dos portos na recepção dos produtos químicos ..................39 5.2.2 Despacho de exportação do Crude Sterols e Crude Tall Oil ..........................40 5.3 Documentos para a exportação do Crude Sterols e Crude Tall Oil ................43 5.3.1 Documentos providenciados pela empresa Marcon.......................................44 5.3.2 Conhecimento de Embarque..........................................................................46

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................48 7 SUGESTÕES PARA A EMPRESA ..................................................................49 REFERÊNCIAS.........................................................................................................50 ANEXOS ...................................................................................................................53 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS......................................................................70

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1 INTRODUÇÃO

A atual conjuntura mundial, das intensas relações comerciais entre as

nações, fez com que as empresas de todo o mundo, independente do seu tamanho

e do país onde estejam localizadas, entrassem num ambiente de competitividade

internacional.

A entrada no mercado internacional é fator determinante para o crescimento

econômico de um país. É através do mesmo, principalmente nas exportações que o

país consegue atingir números significativos na balança comercial e

conseqüentemente uma melhor qualidade de vida para seu povo.

As empresas envolvem-se nas exportações buscando diversificar mercados,

ampliar suas receitas, entre outros. Algumas vão mais além e internacionalizam sua

produção, transferindo para outros países sua cadeia produtiva, utilizando de

benefícios específicos de cada lugar.

Quando a empresa decide exportar, é necessário ter conhecimento dos

procedimentos que envolvam a operação e acima de tudo ter um planejamento para

que tudo ocorra próximo do esperado, pois o comércio exterior é complexo, pois

envolve questões políticas, infra-estrutura, além das particularidades relacionadas a

cada produto.

Especificamente para atingir o objetivo com qualidade a empresa

empreendedora deve adequar-se a uma sistemática direcionada ao seu produto.

O ingresso no comércio internacional mal sucedido pode levar a empresa ao

fim de suas atividades, caso ela não esteja bem estruturada financeiramente e

produtivamente.

A entrada no competitivo comércio internacional, deve ser muito bem

analisada, em todas as variáveis possíveis, para que a empresa possa ajustar seus

produtos de acordo com a demanda exigida pelo mercado internacional, seu

processo produtivo e a cadeia de distribuição ao seus clientes internacionais de

maneira a atingir as perspectivas dos mesmos.

O presente trabalho mostrou o caminho seguido pelos produtos químicos de

uma empresa exportadora, cuja a estratégia é terceirizar os serviços aduaneiros.

Tais serviços são realizados pela empresa Marcon Serviços de Despachos em Geral

Ltda.

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Pretendeu-se demonstrar os passos (legislação, os trâmites) operacionais

para a exportação de produtos químicos, mais especificamente “Crude Tall Oil” e

“Crude Sterols”.

1.1 Objetivo geral

O presente trabalho objetiva apresentar a sistemática de exportação de

produtos químicos (Crude Tall Oil e Crude Sterols), de um dos clientes da empresa

Marcon Serviços de Despachos em Geral Ltda.

1.2 Objetivos específicos

• Identificar os produtos químicos.

• Descrever o processo da exportação de produtos químicos realizados

pela empresa Marcon Serviços de Despachos em Geral Ltda.

• Apresentar os documentos necessários para a exportação dos

produtos químicos em estudo.

1.3 Justificativa

Com o aumento do intercâmbio de mercadorias e serviços entre os países, as

empresas de todo o mundo tiveram que inserir-se de alguma forma no comércio

internacional, aumentando significativamente o movimento dos prestadores de

serviços aduaneiros.

Para tanto, a excelência de seus serviços é fundamental para a satisfação de

seus clientes.

Este trabalho caracteriza-se pela possibilidade de associar informações

relacionado a área de despacho aduaneiro ou outras atividades do comércio

exterior, servindo de auxílio a quem desempenhará ou já está exercendo alguma

atividade relacionada ao mesmo.

Para a Universidade, este estudo trouxe conhecimento sobre a sistemática de

exportação, bem como algumas particularidades dos produtos específicos

abordados neste trabalho.

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O presente trabalho é de grande importância para o acadêmico, tanto para

sua vida profissional quanto para a acadêmica. Com a pesquisa foi possível

conhecer uma das mais importantes fases da exportação. Os dados obtidos nesta

pesquisa servirão para aperfeiçoamento pessoal, em termos de conhecimentos

específicos sobre comércio exterior, como para o mercado de trabalho.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

O presente capítulo propõe-se a discutir os seguintes assuntos: comércio

internacional, comércio exterior brasileiro, exportação.

2.1 Comércio internacional

O comércio internacional é de fundamental importância para que se possa

obter o desenvolvimento de uma nação. Ele determina os resultados da balança

comercial e provoca modificações na estrutura das sociedades e nas políticas

governamentais dos países.

Pode ser caracterizado o comércio internacional “[...] como sendo de bens

materiais (exportação ou importação de produtos industrializado, agrícolas ou

minerais) ou de bens imateriais (prestação de serviço)”. (RIBEIRO, CASTELANO,

2004, p. 6).

De acordo com Maia (2001), o comércio internacional é uma via de dois

lados. Isso porque as vendas são representadas pelas exportações e as compras,

pelas importações, o mesmo é uma necessidade porque além da divisão

internacional do trabalho, existe uma desigual distribuição das jazidas minerais no

planeta, diferenças de solos e climas, que diversifica a produção agrícola dos países

e também porque existe uma diferença de estágio no desenvolvimento dos países.

Segundo Ratti (1994, p. 15): “[...] nenhum país é auto-suficiente o bastante

para produzir todos os bens e serviços de que sua população necessita. E, em

muitos casos, mesmo quando o país consegue produzir esta ou aquela mercadoria,

não consegue de forma eficiente e vantajosa em relação a outros países”.

Portanto o comércio internacional é a troca de bens e (ou) serviços de um

país com outro, na maioria dos países ele representa uma grande parcela do

Produto Interno Bruto (PIB). (MALUF, 2000).

Segundo Maluf (2000, p. 23), o comércio internacional é o intercâmbio entre

países de mercadorias e serviços. Já o comércio exterior é a: “[...] relação direta de

comércio entre dois países ou blocos”.

Ou seja, segundo Lopez e Gama (2007 p.193): “[...] comércio exterior

representa a relação comercial de um país específicos com os demais, expressa em

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termos, regras e normas internas, [...] visando resguardar os interesses do país,

preferencialmente sem colidir com as normas do comércio internacional”.

O comércio exterior é a forma com que um país se organiza em termos de

políticas, leis, normas e regulamentos que disciplinam a execução de operações de

exportações e importação de mercadorias e serviços com o exterior. (SOUZA, 2003).

Para Maluf (2000), as razões para se ingressar no comércio exterior são:

• Alternativas de mercado.

• Redução de custos.

• Redução de tributos.

• Aprimoramento na qualidade, tecnologia e geral da empresa.

• Oportunidades vislumbradas.

2.2 Comércio exterior brasileiro

A história do comércio exterior brasileiro vem desde praticamente o

descobrimento do Brasil.

O primeiro produto a ser exportado foi o Pau – Brasil, produto esse que teve

bastante destaque no período colonial (1500 a 1822), já no período do império (1822

a 1889) o café era o principal produto na pauta exportadora, Na primeira república

(1822 a 1930) foi caracterizada pela agricultura da exportação e o café ainda

ocupava o lugar de maior destaque. (BIBLIOTECA VIRTUAL, 2008).

Os anos se passaram, e o Brasil sofreu várias transformações em seus

governos tanto economicamente como socialmente, mas as transformações do

último século como o golpe militar, a redemocratização e a abertura comercial,

compreenderam fases distintas no comércio exterior brasileiro, durante os quais

houve uma crescente integração internacional. (BIBLIOTECA VIRTUAL, 2008).

O maior acontecimento em toda história do comércio exterior brasileiro foi a

abertura comercial a partir da década de 1990 sob o governo do Presidente

Fernando Collor de Mello, implementando um programa de liberação financeira

externa e de eliminação de barreiras protecionistas contra a importação. (BRASIL

MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, 2008).

Atualmente o sistema de comércio exterior brasileiro é regulado pelos

seguintes órgãos governamentais, que são conhecidos como órgãos gestores,

porque definem, coordenam e implementam a política externa comercial do país.

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2.2.1 Secretaria de Comércio Exterior (SECEX)

Vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

(MDIC), é o órgão responsável do comércio exterior brasileiro, incumbido, portanto,

do tratamento administrativo no contexto comercial. (LOPEZ e GAMA, 2007)

A SECEX visa incrementar a participação do Brasil no comércio mundial por meio de ações e ferramentas que disseminem cultura exportadora, que aperfeiçoem os mecanismos operacionais e que acarretem adequação do setor produtivo a um ambiente global cada vez mais competitivo. (LOPEZ e GAMA, 2007, p. 199)

Assim, a SECEX articula toda participação brasileira no sentido de reunir

informações sobre acordos internacionais e legislação interna, adaptando e

divulgando informações para os exportadores.

2.2.2 Receita Federal do Brasil (RFB)

Subordinada ao Ministério da Fazenda (MF), de acordo com Vazquez (2003),

a RFB fiscaliza as importações e exportações de mercadorias e a correta utilização

dos incentivos fiscais dada pela legislação em vigor, e também arrecada os direitos

aduaneiros incidentes sobre a entrada e saída de mercadorias no país.

A Receita Federal atua nas operações de comércio exterior em sua fase

aduaneira, recebendo e coordenando todas as operações por meio do Sistema

Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX).

2.2.3 Banco Central do Brasil (BACEN)

O BACEN é o órgão executivo central do sistema financeiro nacional, tem a

responsabilidade de cumprir e fazer cumprir as disposições que regulam o

funcionamento do sistema e as normas ditadas pelo Conselho Monetário Nacional.

(VAZQUEZ, 2003).

Banco Central do Brasil é uma autarquia federal: efetua o controle de capitais estrangeiros; mantém em depósito as reservas oficiais em ouro, em moeda estrangeira e em Direitos Especiais de Saque; autoriza as instituições financeiras a operar em câmbio e as fiscaliza; atua no mercado de câmbio, financeiro e comercial, para manter a estabilidade relativa das taxas de câmbio e o equilíbrio no balanço de pagamento. Nas praças onde não há unidades do Banco Central, é delegado ao Banco do Brasil o

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controle e a fiscalização das operações cambiais. (ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO, 2008).

Nesse sentido, o BACEN, centraliza as operações financeiras internacionais,

fazendo com que exportadores prestem informações sobre sua atuação nessa

esfera.

2.2.4 Órgãos anuentes

Os órgãos anuentes são todos aqueles órgãos que necessitam efetuar uma

análise complementar, dentro de sua área de competência, de determinadas

operações de exportação. Estão interligados ao Siscomex, de modo a tornar mais

ágil esta análise. Desse modo, para que a operação se torne efetiva é necessário,

em alguns casos, o estabelecimento de normas específicas por parte dos órgãos

anuentes. (APRENDENDO A EXPORTAR, 2008).

O Brasil é composto por 18 órgãos anuentes: Agência Nacional do Cinema

(ANCINE); Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL); Agência Nacional do

Petróleo (ANP); Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA); Banco do Brasil

(BB); Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT); Comissão Nacional de Energia

Nuclear (CNEN); Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

(CNPQ); Secretaria de Comércio Exterior do MDIC (SECEX); Ministério do Exército;

Ministério de Minas e Energia (MME); Departamento Nacional de Produção Mineral

(DNPM); Departamento de Polícia Federal (DPF); Empresa Brasileira de Correios e

Telégrafos (ECT); Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA); Instituto Nacional

de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO); Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); Superintendência da Zona Franca

de Manaus (SUFRAMA). (CONCEITO BRASIL, 2008).

2.2.5 Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX)

Para abastecer os órgãos gestores e anuentes com informações de comércio

exterior, diante do incremento do volume das operações a partir da abertura

comercial, foi necessário adaptar-se às novas tecnologias.

Surge então o Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), com

vistas a agilizar (sem perder o controle) as operações de comércio exterior,

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transferindo para a esfera virtual, muito do que exportadores realizavam de fato por

meio de entrega paralela de documentos, que gerava atrasos desnecessários.

O Siscomex é um instrumento administrativo que integra as atividades de

registro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior, através

de um fluxo único, computadorizado, de informações. (LOPEZ e GAMA, 2007).

O Siscomex foi implantado em 1993 para agilizar e desburocratizar as operações de exportação, as entidades interessadas em exportar necessitam de uma senha para operar o Siscomex, para o registro de suas operações, ou para autorizar bancos, corretoras de câmbio e despachantes aduaneiros, que disponham de senha, a efetuar registros no Siscomex. Para isso a empresa deve procurar a SECEX ou a Delegacia de Receita Federal mais próxima. Esse credenciamento é realizado com a apresentação do contrato ou estatuto social, CNPJ, CPF do responsável pela empresa e procuração, se for efetuado por terceiros.(SISCOMEX, 2008).

O Siscomex é administrado pelo Serviço Federal de Processamento de

Dados (SERPRO), que tem a responsabilidade sobre o seu perfeito funcionamento

no aspecto técnico.

2.3 Exportação

Com a necessidade de se adequarem a nova realidade mundial, as grandes e

até mesmos algumas médias e pequenas empresas, vêem nas exportações uma

alternativa muito boa para o crescimento, consequentemente aumentam sua

lucratividade e em contrapartida colaboram com o desenvolvimento do país.

A exportação “[...] vem a ser a remessa de bens de um país a outro. Em um

sentido amplo poderá compreender, além dos bens propriamente ditos, também os

serviços ligados a essa exportação (fretes, seguros, serviços bancários etc)”.

(RATTI, 1994, p.29).

Exportação significa, entre outras palavras, as vendas, no estrangeiro, de bens e serviços de um país a outro. Historicamente, as vendas deveriam incluir não somente a troca de mercadorias por dinheiro, mas também por mercadorias, através da permuta. Em oposição ao mercantilismo, o livre jogo de oferta e procura nos mercados mundiais, tornou-se o principal objetivo da política comercial, pois a competição em busca de lucro individual (ou para evitar perdas) se baseava no fluxo de mercadorias, de serviços e de metais preciosos. Nos tempos modernos, as crescentes exportações proporcionam um crescimento local, aquecendo a economia e gerando novas oportunidades de emprego. A exportação é um dos meios pelas quais as empresas se internacionalizam. Para entrar nesse mercado

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de exportação, é necessários que vários fatores sejam analisados, de forma a atender os interesses públicos e privados. (ALMEIDA et al, 2005, p. 3)

A figura 1 representa conceitualmente os elementos positivos das

exportações.

Figura 1 – Por que exportar?

Fonte: Martins, 2008 – Adaptado pelo Acadêmico.

Associando a essas qualidades citadas na figura 1 a exportação se torna

muito importante para as empresas que a faz e as que estão envolvidas no

processo, juntamente com o governo.

Segundo Valduga (2002), a atividade de exportar é bem complexa e para isso

exige:

• Boa postura profissional.

• Segurança diante da dinâmica de mercado internacional.

• Habilidade.

• Paciência, insistência e persistência.

• Pontualidade.

Promove a empresa

no mercado interno e externo

Amplia as chances de resultados cada vez melhores para

a empresa

Fica menos vulnerável a

imprevistos do mercado

Gera aumento de renda e emprego para a empresa e

para o país

Incorpora novas

tecnologias

Melhora a utilização da capacidade

instalada

Alcança crescimento empresarial

Aumenta a

Produtividade

Exportação

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2.3.1 Sistemática de exportação

A sistemática de exportação brasileira é dividida em três fases: fase

administrativa, fase aduaneira e fase cambial.

No Brasil as normas administrativas de exportação é regulada pela Portaria

da SECEX nº 36 de 22 de novembro de 2007. A fase administrativa, controlada pela

SECEX relaciona os produtos sujeitos a procedimentos especiais, as normas

específicas de padronizações e classificações, a impostos de exportação, ou que

tenham a exportação contingenciada ou suspensa, em virtude da legislação ou em

decorrências de compromissos internacionais assumidos pelo Brasil. (RECEITA

FEDERAL, 2008)

De acordo com Lopez (2001) a Secretária de Comércio Exterior (SECEX) é

responsável pelo licenciamento (autorização para saída ou entrada de mercadoria),

alimenta o sistema com normas de caráter comercial.

A fase aduaneira é de responsabilidade da Receita Federal do Brasil, é ela

que estipula as normas e os trâmites a serem seguidos nessa fase.

A exportação ocorre com a saída da mercadoria do território aduaneiro, que compreende todo o território nacional. A constatação de saída da mercadoria varia em função do modal de transporte: para as via aéreas e marítimas, no momento de seu ingresso no veículo de transporte internacional (data do shipped on board, para o marítimo e do vôo, para o aéreo), e para vias terrestres (rodoviária ou ferroviária), quando do cruzamento de fronteira. (LOPEZ e GAMA, 2007, p.225).

Os envolvidos na fase aduaneira são: Receita Federal do Brasil, os

despachantes aduaneiros, depositários, transportadores, exportadores e

importadores.

Já na fase cambial do comércio exterior, que é administrada pelo BACEN, o

exportador firma um contrato de câmbio com uma instituição financeira, na qual, em

função da taxa de câmbio (preço de uma moeda estrangeira medido em moeda

nacional), o exportador se compromete a entregar determinada quantia de moeda

estrangeira, decorrente de sua operação de exportação, em contrapartida, a

instituição entrega o equivalente em moeda nacional, dentro de determinadas

condições. A instituição financeira registra as operações de câmbio no Sistema de

Informações Banco Central (SISBACEN). (LOPEZ e GAMA, 2007).

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O Fechamento do Câmbio implica os seguintes compromissos por parte do exportador: a) negociar as divisas obtidas com a instituição financeira escolhida, a uma determinada taxa de câmbio; b) entregar, em data fixada, os documentos comprobatórios da exportação e outros comprovantes, estes se solicitados pelo importador. É importante lembrar que a data acordada não pode ultrapassar o limite máximo de 15 dias após o embarque da mercadoria para o exterior, conforme determinação do Banco Central; c) efetuar a liquidação do câmbio em uma determinada data, que é marcada pela entrada efetiva da moeda estrangeira. O cumprimento deste compromisso depende, evidentemente, do pagamento por parte do importador. (CÂMBIO, 2008)

O fechamento de contrato de câmbio é comum nas operações de comércio

exterior, pois somente o Real tem livre circulação no país, ou seja, as divisas dos

exportadores e importadores brasileiros são mantidas em moeda nacional. (LOPEZ

e GAMA, 2007).

O prazo total para liquidação de contrato de câmbio de exportação foi

estendido de 570 dias para 750 dias, sendo 360 dias antes do embarque e até o

último dia útil do 12º mês subseqüente ao do embarque da mercadoria ou a

prestação de serviço. (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2008).

Os envolvidos na fase cambial são: BACEN, instituições financeiras,

exportadores e importadores.

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3 METODOLOGIA

Neste capítulo é apresentada a metodologia utilizada no desenvolvimento da

pesquisa, enfatizando o tipo de pesquisa, sua área de abrangência a forma da

coleta e tratamento dos dados.

3.1 Tipo de pesquisa

O método utilizado na pesquisa foi de caráter qualitativo, e fundamentada

através de meios de investigação, como estudos bibliográficos e levantamento

documental, assim como das experiências vivenciadas na empresa durante o

andamento do estágio. Quanto aos fins, a pesquisa teve caráter descritiva,

explorando a possibilidade de aproximação do objeto de estudo através do trabalho

a ser realizado durante o estágio, descrevendo características, propriedades e as

relações existentes sobre o tema abordado.

Conforme Neves (1996, p.2): “Os métodos qualitativos trazem como

contribuição ao trabalho uma mistura de procedimentos de cunho racional e intuitivo

capazes de contribuir para a melhor compreensão dos fenômenos”.

Quanto aos meios de investigação o tipo de pesquisa foi bibliográfica e

documental, que de acordo com Mattar (2005) reúne fontes e recursos tais como,

livros e documentos impressos, catálogos ou anuário bibliográficos das editoras,

títulos e autores, que em muitos casos estão informatizados, obras de referência

gerais ou especializadas, periódicos, teses e dissertações e o sistema de

empréstimo inter-bibliotecas, entre outros.

A pesquisa foi de caráter descritivo, conforme Mattos, Rossetto Júnior e

Blecher (2003), o método de pesquisa descritivo tem como características observar,

registrar, analisar, descrever e correlacionar fatos ou fenômenos sem manipulá-los.

3.2 Área de abrangência

Este trabalho abrange a área de Comércio Exterior, mais especificamente a

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sistemática de exportação de produtos químicos.

3.3 Coleta e tratamento dos dados

A coleta de dados foi efetuada através de processos documentais de

exportação e situações vivenciadas na empresa, além da pesquisa bibliográfica,

com buscas em livros da área abrangente, sites e publicações especializadas.

Os dados foram estudados através de interpretação, contextualização do

conteúdo que foi pesquisado.

3.4 Apresentação e análise dos dados

Os dados foram apresentados através de textos explicativos, acompanhados

por imagens e tabelas, para que se possa ter uma melhor compreensão do assunto

abordado.

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4 A EMPRESA

Este capítulo tem por objetivo a apresentação da empresa Marcon Serviços

de Despachos em Geral Ltda, a qual está entre as principais empresas atuantes na

área de despachos aduaneiros e operações portuárias na região do vale do Itajaí.

São apresentadas informações sobre: histórico, ramo de atividade, estrutura

organizacional, visão, missão, filosofia, produtos/serviços e mercados.

4.1 Histórico¹

A Marcon foi Fundada por seu atual presidente, o Sr. Mário Pinto do

Nascimento, onde iniciou suas atividades no ramo da navegação. Naquele momento

não havia facilidades em comunicações, o agente portuário era mais que um simples

assistente aos armadores e seus fretadores, era na realidade o seu mais importante

instrumento, onde costumava fazer todas as transações necessárias, desde a

corretagem da carga até as operações nas embarcações. Com a escassez de

facilidades de trabalho apropriado no porto e com a crescente demanda das

exportações, apenas os agentes mais confiáveis e competentes se firmaram.

Atuante no sul do Brasil desde 1964, a Marcon fez história. Fruto da soma

do trabalho, do esforço e da dedicação na execução das tarefas, do compromisso

com os clientes, da organização e agilidade nas operações. Política esta que

garantiu à Marcon nestes 40 anos destaque no cenário marítimo e a conquista do

mercado nacional e internacional.

Na figura 2, é apresentado a atual sede da empresa (filial Itajaí), localizada

na rua Felipe Reiser, 371 – bairro São João – cidade Itajaí.

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Figura 2: Sede da Marcon desde 2003

Fonte: Marcon Serviços de Despachos em Geral Ltda. (2008)

4.2 Ramo de atividade

A Marcon desenvolve de forma ininterrupta atividades como Agência de

Navegação (representando a Gearbulk), Comissária de Despachos e Operador

Portuário, atendendo Armadores Internacionais, empresas de Navegação Nacionais,

bem como Importadores e Exportadores, destacando-se no cenário marítimo por sua

excelência em prestações dos seus serviços.

Para atender os interesses de seus clientes, a Marcon conta com instalações

próprias, na área de retro-porto, para armazenamento e movimentação de carga

geral e granel sólido, com certificações alfandegárias, além de áreas arrendadas do

Porto de Paranaguá, na zona primária, dando cobertura ampla as mais diversas

ramificações logísticas.

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DIRETORIA

DEPTO.

IMPORTAÇÃO

DEPTO.

EXPORTAÇÃO

DEPTO. DE

NAVEGAÇÃO

DEPTO. ADM. FINANCEIRO

OPERACIONAL

DOCUMENTAÇÃO

OPERACIONAL

OPERACIONAL

SUPER CARGO

FATURAMENTO

RH

CONTAS A

PAGAR/RECEBER

DOCUMENTAÇÃO

4.3 Estrutura organizacional

A empresa Marcon Serviços de Despachos Aduaneiros Ltda., é composta

pelo departamento de Importação, Exportação, Navegação, financeira e

administrativa.

Apresenta-se, na Figura 3, o organograma que identifica os departamentos, a

fim de ter uma visão mais específica quanto ao funcionamento e distribuição das

atividades executadas dentro da empresa.

Figura 3 – Organograma da empresa Fonte: Adaptado pelo acadêmico com base em informações retiradas do site da empresa (2008)

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4.4 Visão

A Marcon visa ser uma referência em bom atendimento, qualidade em

serviços e satisfação dos clientes no que se diz respeito a Despachos Aduaneiros e

Operações portuárias, na região sul do Brasil até 2013.

4.5 Missão

Realizar com qualidade, dedicação e ética seus processos.

4.6 Filosofia

A satisfação dos clientes é fruto do trabalho em equipe, do esforço e da

dedicação na execução das tarefas, da organização e agilidade nas operações.

4.7 Produtos/ serviços

Comprometida com os objetivos globais, a empresa Marcon oferece serviços

tecnicamente eficazes e economicamente vantajosos em despachos aduaneiros,

operações portuárias, agenciamentos marítimos e armazenamentos.

4.7.1 Despachos aduaneiros

O máximo em eficiência em todos os procedimentos alfandegários é o que

oferece uma das mais antigas comissárias de despacho do mercado. Ao atender

empresas de significativa representação nos mais variados segmentos da economia,

mantém a Marcon como a mais experiente e atualizada na liberação aduaneira dos

mais diversos tipos de carga, automóveis, commodities, matéria-prima, produtos

acabados, maquinários, drawback, partes e peças, carga a granel sólido e líquido,

conteinerizada ou breakbulk (carga solta).

As atividades de comissária de despacho começam muito antes do início do

processo de liberação aduaneira. Sendo assim o ponto forte da equipe Marcon é o

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inter-relacionamento com seus clientes, o que torna o desembaraço aduaneiro em

uma perfeita extensão das atividades de comércio exterior da empresa

4.7.2 Operações portuárias

O cuidado e a responsabilidade com o manuseio das cargas reforçam a

imagem da Marcon já consolidada no mercado. Opera todos os tipos de cargas

gerais, granel sólido e líquido e seus derivados. A Marcon é uma empresa

experiente que planeja suas operações com eficiência e com redução de custos.

Esse sucesso é diretamente proporcionado ao grau de envolvimento e

comprometimento de seus colaboradores.

Com Tradição e eficiência, a Marcon vem sendo nos últimos anos,

responsável pela Operação Portuária da maior parcela do carregamento de açúcar

ensacado no Porto de Paranaguá/PR, e Itajaí/SC.

Precursor nas operações de automóveis no Porto de Paranaguá, a Marcon

teve fundamental participação na estruturação e viabilização desse segmento, sendo

responsável ainda pela realização das Operações Portuárias tanto de pátio

(Capatazia) como também da estivagem dos veículos que passam por esse porto.

Através de treinamento e capacitação do seu pessoal e dos Trabalhadores

Portuários Avulsos (TPAs), acelerou e modernizou o processo das operações de

automóveis, elevando essa operação ao reconhecimento internacional.

Como operadora portuária devidamente qualificada, a Marcon atua nos

principais portos brasileiros com todos os tipos de cargas secas e a granel e

derivados, cargas gerais e automóveis.

Para cargas em geral fornece:

• Total assistência e logística no transporte.

• Vistoria das condições da mercadoria.

• Seguro de bordo.

• Relatório da operação carga e descarga.

• Informações diárias aos clientes.

• Planos de estiva e demais documentos pertinentes a operação.

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4.7.3 Agenciamentos marítimos

Com domínio das funções e total interação junto as melhores companhias

marítimas, a Marcon está qualificada para atender a todos os tipos de navios.

Administra ampla gama de informações, desde noções técnicas da embarcação até

a familiaridade com a legislação específica da área, conhecimento dos portos em

que atua, de seus equipamentos e acima de tudo, do mercado.

As etapas são monitoradas através de indicadores de desempenho e as

metas são acordadas entre os clientes e a Marcon, visando atingir a excelência

operacional e o total atendimento personalizado.

Alguns destaques:

• Total assistência as embarcações e membros de suas tripulações enquanto

ancorados ou atracados no porto.

• Aviso de prontidão.

• Relatório de fatos do navio.

• Recibo de bordo.

• Manifestos.

• Conhecimento da embarcação.

• Cálculo de custos do navio durante a operação portuária.

• Comunicação constante com o operador portuário (responsável pela

carga/descarga) entre outros.

• Certificados de inicio e fim do afretamento e demais documentos pertinentes

a esta operação.

4.7.4 Armazenamentos

Com tradição nesta área, a Marcon (Paranaguá) maneja carga geral seca e a

granel sólida, com as seguintes facilidades.

• Silo Horizontal / NS – Armazéns Gerais Ltda: com capacidade de 20.000

toneladas equipado com moega rodoviária e balança, para receber cargas a

granel diretamente de caminhões. Possui uma esteira com canecas que leva

a carga para o armazém, simultaneamente com o sistema de descarga dos

caminhões.

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• Armazéns Horizontais / Sulterminais de Armazéns Gerais Ltda: com

capacidade de 35.000 toneladas, localizados estrategicamente em área

primária Alfandegada e em área secundária, credenciados pela Receita

Federal (REDEX), composto de desvio ferroviário em área coberta, o qual

reforça ainda mais a eficiência na recepção de carga.

Além de espaços próprios, a Marcon tem frequentemente aumentado a sua

capacidade de armazenamento para atender a crescente demanda do mercado e

consequentemente a necessidade de seus clientes. Com eficiência, competência e

equipamento adequados, a estrutura retro portuária da Marcon, vem ao longo dos

anos, evoluindo e consolidando-se como grande elo de suporte na logística das

movimentações portuárias, visando sempre a máxima performance dos seus

representados

4.8 Mercados

O mercado para a filial de Itajaí é representado pelas empresas que desejam

realizar suas exportações no estado de Santa Catarina, abrangendo todas as

empresas que tenham interesses em seus serviços.

Atualmente os principais clientes da empresa Marcon são:

• Frigorífico Riosulense S/A.

• Resitol Indústria Química Ltda.

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5 A PESQUISA

Este capítulo apresenta a pesquisa desenvolvida na Marcon Serviços de

Despachos em Geral Ltda. Foram levantadas e apresentadas as etapas do processo

de exportação de produtos químicos específicos.

5.1 Produtos químicos

Os produtos químicos podem ser subdivididos em substâncias que são os

elementos químicos ou compostos de produtos químicos (no estado natural ou

obtidos por qualquer processo de produção) e preparados (que é a mistura ou

solução composta de duas ou mais substâncias).

A produção e o uso de produtos químicos são fatores fundamentais para o

desenvolvimento econômico de todos os países, pois os mesmos afetam as vidas de

todos os seres humanos direta ou indiretamente por serem essenciais a alimentação

(agricultura), saúde (produtos farmacêuticos) e ao bem estar (eletrodoméstico,

combustíveis, etc).

Para um uso seguro de produtos químicos é necessário identificá-los quanto

aos perigos para a saúde, o ambiente, e os meios para seu controle. Devido a esses

fatores todos os produtos químicos são etiquetados, ou seja recebem uma etiqueta

onde consta informações sobre o produto, lote, validade, data de fabricação, peso,

cuidados no armazenamento, precauções sobre ao uso.

Atualmente a empresa Marcon serviços de Despachos em Geral Ltda faz a

exportação de dois tipos de produtos químicos o “Crude Sterols” conhecido

nacionalmente como Esterol Cru e o “Crude Tall Oil” conhecido nacionalmente como

Tall Oil Bruto.

O crude sterols é uma substância extraída do resíduo de destilação de tall oil,

que serve, após sua purificação (concentração de 99%) como redutor de colesterol.

Já o tall oil é utilizado para tintas, vernizes, óleos de cortes, borrachas sintéticas e no

fracionamento para a extração do breu.

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5.1.1 Crude Sterols

Produto químico com classificação de NCM (Nomenclatura Comum do

Mercosul) de número 2906.13.00. Todo produto exportado deve ser classificado,

essa classificação é composta de oito dígitos, os seis primeiros números são

formados pelo Sistema Harmonizado (capítulo, posição e subposição), e os dois

últimos (item e subitem), criados de acordo com a definição entre os países do

Mercosul.

A classificação das mercadorias na NCM rege-se pelas regras gerais para a

interpretação do sistema harmonizado.

O produto em estudo é composto por mistura de esteróis, incluindo sitosterol,

campesterol e estigmasterol, também inclui uma mistura de cera de cadeia longa de

álcool e dímeros de acido graxo. Não contém ingredientes que contribuam para o

perigo, produto não radioativo, não explosivo, não inflamável e não cancerígeno. Na

tabela 1, é apresentado o resultado do desdobramento para a formação do código

do NCM.

Tabela 1: O código é resultado dos seguintes desdobramentos

Seção VI Produtos das indústrias químicas ou das indústrias conexas

Capítulo 29 Produtos químicos orgânicos

Posição 2906 Álcoois cíclicos e seus derivados halogenados,

sulfonados, nitratos ou nitrosados

Subposição 2906.13 Ciclânicos, ciclênicos ou cicloterpênicos

Item/Subitem 2906.13.00 Esteróis e inositóis

Fonte: Brazil Trade Net, 2008 Nota: Adaptado pelo Acadêmico.

O código NCM indicará se a mercadoria estará sujeita a algum controle de

saída pelos órgãos anuentes. Nesse caso não há exigências para este produto,

conforme a consulta ao Tratamento Administrativo do Siscomex.

5.1.2 Crude Tall Oil

Produto químico com classificação de NCM de número 3803.00.00, pertence

a seção dos produtos das indústrias químicas ou das indústrias conexas, e capítulo

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38 enquadrado como produtos diversos das indústrias químicas. Segundo a Receita

Federal o NCM 3803.00.00 é conhecido como “Tall oil, mesmo refinado”.

O produto é composto por mistura de ácidos graxos de cadeia carbônica C18,

onde predominam os ácidos Oléico e Linoléico, em um percentual de 55 a 60 %, e

cerca de 30 a 40 % em média de ácidos resínicos com cadeia carbônica C20

predominando os ácidos abiético e dehidroabiético, e cerca de 5 a 20 % de material

neutro, denominados de insaponificáveis, uma mistura de álcoois superiores e

fitosteróis. Produto não radiativo, não explosivo, não inflamável e não cancerígeno.

Na tabela 2, é apresentado o resultado do desdobramento para a formação do

código do NCM.

Tabela 2: O código é resultado dos seguintes desdobramentos

Seção VI Produtos das indústrias químicas ou das indústrias conexas

Capítulo 38 Produtos diversos das indústrias químicas

Posição 3803 “Tall oil”, mesmo refinado

Subposição 3803.00 “Tall oil”, mesmo refinado

Item/Subitem 3803.00.00 “Tall oil”, mesmo refinado

Fonte: Brazil Trade Net, 2008 Nota: Adaptado pelo Acadêmico.

Este produto não necessita de análise complementar em órgãos anuentes,

segundo a consulta ao Tratamento Administrativo do Siscomex.

5.1.3 Manuseio e armazenamento dos produtos

Para um manuseio seguro e correto dos produtos apresentados, é necessário

o uso de luvas de borracha e óculos de segurança. Tais cuidados evitam riscos para

o funcionário que manusear esse tipo de carga, conforme as regras de segurança.

O armazenamento correto dos produtos devem serem feitos em áreas

cobertas, seca, ventilada, piso impermeável e afastado de materiais incompatíveis e

longe das fontes de calor e fogo. Caso o produto venha a ser armazenado em

tambores recomenda-se que sejam de aço carbono revestidos com tinta epóxi, se

for armazenado em tanques é recomendável que seja de inox, ou de fibra, ou de

aço carbono revestido com tinta epóxi, ou de fibra de vidro.

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A responsabilidade do manuseio dos produtos estudados é por parte da

empresa exportadora. Já a responsabilidade de armazenamento é tanto da empresa

exportadora, quanto do recinto e do armador.

5.1.4 Identificação de perigo

O Crude Sterols e Crude Tall Oil não possuem etiquetas de classificação IMO

(Organização Marítima Internacional) e também não são classificados pela ONU

(Organização das Nações Unidas), portanto não são considerados produtos

químicos perigosos. A etiqueta de classificação IMO é fornecida só a produtos

químicos perigosos, o que representará reflexos nos valores de fretes, mesmo

assim, alguns cuidados devem ser levados em consideração, no contato e

manuseio; já que, segundo informações do exportador:

• Contato com a pele pode causar irritação, se em contato prolongado,

recomenda-se lavar com água e sabão em abundância.

• Contato com os olhos pode causar irritação nos mesmos. É aconselhável

lavar os olhos em abundância por 15 minutos e posteriormente procurar

um médico.

• Ingestão pode causar irritação, grandes quantidades podem causar

desordens no sistema gastrointestinal, mas não provoca vômitos,

recomendável beber água em abundância e em seguida procurar um

medico.

• Inalação não emite vapores.

• Devido a suscetibilidade individual das pessoas o produto pode causar

irritação aos olhos, peles, trato respiratório e digestivo.

Assim, independente de um produto químico ser classificado como perigoso

ou não, devem ser observados alguns cuidados especiais no seu manuseio.

5.1.5 Medidas de controle em caso de vazamento

Em caso de vazamento, se for em pequena escala procurar reter os produtos

coletando o possível, utilizando material absorvente, areia, terra, serragem,

vermiculita ou similares. Dispor os produtos coletados em áreas estabelecidas pela

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empresa e legislação. Havendo vazamento em grande escala primeiramente isolar o

trânsito do local e conter o vazamento com diques e barreiras, coletar o excedente

do produto vazado transferindo-o para tambores ou tanque.

Tanto a Marcon como o transportador rodoviário, aquaviário e o recinto que a

mercadoria ficará armazenada até a data do embarque recebem instruções sobre

como proceder em caso de vazamento dos produtos.

Por uma eventualidade os produtos causarem um incêndio, o combate ao

mesmo deve ser feito através do uso de extintores de CO², pó químico, espuma

química, ou neblina aquosa já o uso da água deve ser evitado.

Segundo o Ministério dos Transportes os produtos não são considerados

perigosos para o transporte.

5.2 Processo de exportação do Crude Sterols e Crude Tall Oil,

realizados pela empresa Marcon

O processo de exportação dos produtos citados anteriormente, como

qualquer outro produto, tem início a partir do momento em que há um contato do

exportador ou intermediário com o importador ou intermediário ou vice versa.

Efetuada a compra da mercadoria, começam os deveres e obrigações de ambas as

partes (exportador e importador).

Com a confirmação da venda, sempre com o Incoterm ex works (EXW), o

exportador fica responsável de entrar em contato com a agência marítima

representante do armador para fazer um pedido de reserva de embarque (booking).

Apesar do incoterm ser o EXW e esse designar que o exportador encerra sua

participação no negócio quando acondiciona a mercadoria na embalagem de

transporte e a disponibiliza, no prazo estabelecido, no seu próprio estabelecimento.

Com isso a responsabilidade do importador é de providenciar a retirada da

mercadoria do estabelecimento do exportador e consequentemente providenciar

todos os trâmites para que essa mercadoria chegue ao destino.

Em tese as obrigações citadas na condição da venda deveriam ser

cumpridas, mas nos casos estudados, não são, devido um acordo firmado entre o

exportador e o importador, o exportador é responsável pelos trâmites para que a

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mercadoria chegue ao país de destino, já a responsabilidade do importador é em

arcar com todas as despesas pertinentes ao processo.

O pedido de reserva de embarque sendo aceito, a agência marítima através

do armador disponibilizará uma embalagem para que o produto seja transportado. A

retirada dos contêineres do terminal utilizado pelo representante do armador para

disponibiliza-los aos seus clientes é denominada handling out (manuseio de retirada)

e a sua devolução ao terminal denomina-se handling in (manuseio de entrada).

A embalagem disponibilizada pelo armador nos processos em estudos é

conhecida cientificamente como Tank Tainer e popularmente como Isocontainer ou

Isotank, próprio para produtos químicos.

Na figura 4, é apresentado um isocontainer exportado pela empresa Marcon

nos processos estudados.

Figura 4: Isocontainer armazenado no porto de Itajaí

Fonte: Arquivo do acadêmico (2008).

O isocontainer é transportado do terminal de contêineres e entregue na

fábrica da empresa exportadora. Com o isocontainer em seus domínios o exportador

inicia o processo de unitização, também conhecido como estufagem do produto a

ser exportado.

Passada a fase de estufagem, o isocontainer fica disponível e pronto para

iniciar seu percurso até o destino final. A empresa exportadora contrata o transporte

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rodoviário para fazer o translado da mercadoria, de sua indústria até o porto de

embarque (na origem), que é designado pelo armador, ou seja, porto pelo qual o

navio contratado faz sua rota.

Os portos pelo qual a empresa Marcon Serviços de Despachos em Geral Ltda

realiza os despachos de exportação do Crude Sterols e Crude Tall Oil são os de

Itajaí e Navegantes (Portonave).

Estando definido o porto de embarque a empresa exportadora faz um contato

com a empresa Marcon (via e-mail) contendo uma instrução documental (anexo A)

onde consta:

a) Dados gerais: produto, embalagem, quantidade, condição de venda

condição de pagamento,valor total, transportadora, data estimada de chegada

(ETA), destino, importador e notify party.

b) Documentos requeridos: fatura comercial, B/L (bill of lading), packing list.

c) Observações.

Com a instrução documental em mãos a Marcon providenciou os documentos

necessários para que ocorresse o despacho de exportação.

5.2.1 Particularidades dos portos na recepção dos produtos químicos

Quando for estabelecido que o porto de origem é o de Itajaí, a mercadoria fica

armazenada em um terminal retro-portuário da região, à espera da abertura do gate

para o navio desejado. Só após a abertura do gate, o isocontainer pode entrar no

porto. Enquanto o isocontainer está no terminal retro-portuário, a responsabilidade

sobre o mesmo é do terminal, ficando responsável pela realização dos trâmites para

o ingresso do mesmo no porto e também em enviar a nota fiscal do produto à

Marcon. A responsabilidade do terminal cessa na entrada do isocontainer ao porto.

Caso seja determinado que o porto de embarque é o de Navegantes, a

empresa exportadora contrata o frete rodoviário, para fazer o deslocamento da

mercadoria de sua empresa ao porto de embarque, pois ao contrário do porto de

Itajaí o porto de Navegantes há espaço em seu interior para o armazenamento de

mercadorias, sendo assim a mercadoria não precisa ficar armazenada num recinto

retro-portuário.

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Estando o isocontainer em poder da transportadora rodoviária a mesma fica

responsável em fazer os trâmites para o ingresso da mercadoria ao porto e também

do envio da nota fiscal a empresa Marcon.

Documentos requeridos para a entrada do isocontainer no porto de

Navegantes:

• uma via da nota fiscal

• guia de entrada de unidade (anexo B).

Em ambos os portos os produtos químicos são armazenados em locais

diferentes dos demais containeres, sendo destinada uma área especial para esse

tipo de carga (Área de cargas químicas), por questões de segurança.

5.2.2 Despacho de exportação do Crude Sterols e Crude Tall Oil

Estando com a instrução de embarque em mãos inicia-se o despacho de

exportação no SISCOMEX. Primeiramente é providenciado o registro de exportação

(RE). Concluído o preenchimento do RE a próxima etapa é a confecção do registro

da declaração de exportação (DE) ou solicitação de despacho (SD). Para a

formulação da DE, o sistema aproveitará os dados e informações do RE e

disponibilizará uma numeração com 11 dígitos.

Concluídos o RE e a DE, a Marcon fica no aguardo da entrada do

isocontainer no recinto alfandegado (porto), para que se possa receber a presença

de carga e o ticket de pesagem do recinto.

A confirmação da presença de carga é efetuada pelo depositário após a

entrada do isocontainer em seu recinto. O mesmo acontece com o ticket de

pesagem: ao entrar no porto, o caminhão que transporta o isocontainer é pesado, o

ticket de pesagem estará disponível após a saída do mesmo do porto, pois o

caminhão será pesado novamente, desta vez vazio.

O ticket de pesagem é um documento que indica o peso da mercadoria é

necessário, pois o mesmo auxiliará na conferência do peso declarado pelo

exportador de sua mercadoria.

De posse do RE, da DE, da presença de carga, do ticket de pesagem e da

nota fiscal do produto (adquirida após a entrada da mercadoria ao porto), ou seja,

documentos necessários para o despacho de exportação, a Marcon reúne esses

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documentos em um envelope personalizado (anexo C) e remete-os a Receita

Federal.

No envelope personalizado que foi entregue a receita consta informações

como: identificação do despachante e seu representante legal, número da DE, nome

do exportador, Número do RE, número da nota fiscal, quantidade por volumes, peso

líquido, peso bruto, nome do navio, número e lacre do container ou isocontainer.

A Receita Federal recepciona-os via sistema, faz a conferência dos

documentos e posteriormente transcreve o número da declaração de exportação

(DE) para o sistema (SISCOMEX).

A próxima etapa será a parametrização, ou seja, o sistema seleciona um

canal de vistoria. São três canais pelo qual o despacho da mercadoria pode ser

parametrizada: canal verde, canal laranja e canal vermelho.

• Canal verde é dispensado o exame documental e a verificação física

da mercadoria. O desembaraço é feito automaticamente pelo SISCOMEX.

• Canal laranja é realizado apenas o exame documental, ou seja são

conferidos os documentos que envolve o despacho (RE, DE, presença de carga,

tickt de pesagem e nota fiscal) pelo Auditor Fiscal da Receita Federal (AFRF), a

verificação física é dispensada, não havendo discrepância na documentação o

desembaraço ocorre em seguida.

• Canal vermelho o despacho é submetido tanto ao exame documental

supracitado, quanto à verificação da mercadoria, realizado pelo Auditor Fiscal da

Receita Federal (AFRF). Estando a documentação e a mercadoria em conformidade

com as informações lançadas no Sistema o desembaraço ocorre em seguida, caso

contrário, o despacho ficará interrompido ou cancelado. A verificação física dos

produtos químicos é feita através de scanner.

O despacho fica interrompido quando há divergência de informação do

produto a ser exportado analisado pelo AFRF, mas que poderá ser corrigido

posteriormente, nesse caso cabe ao representante do exportador regularizar às

exigência pedidas pelo AFRF. Se ocorrer alguma discrepância grave o despacho

será cancelado, e cabe ao representante do exportador, entrar com um novo pedido

de despacho.

Após a etapa da parametrização e o despacho estando desembaraçado,

independentemente do canal que a mercadoria foi submetida, cabe à Marcon a

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impressão do extrato da liberação (anexo D) extraído do SISCOMEX e apresentação

do mesmo ao porto.

A recepção do extrato da liberação ocorre caso seja entregue dentro do dead

line (data limite) de desembaraço, para que a equipe do planejamento de embarque

possa autorizar o carregamento das unidades no navio previsto. Com a aceitação da

liberação, o porto fica responsável a partir desse momento em fazer o isocontainer

embarcar no navio estabelecido anteriormente. Se o extrato for entregue fora do

prazo, nesse caso, o isocontainer não embarcará.

Realizado o desembaraço da mercadoria e o embarque da mesma para o

exterior, o transportador (armador), registrará os dados de embarque no sistema.

Nesse momento, é providenciada a emissão do conhecimento de embarque (B/L)

com base em instruções enviadas a agência marítima anteriormente (conhecidos

como draft ou espelho de B/L). B/L é documento importante e necessário para a

retirada da mercadoria no porto de destino, pelo importador ou quem for autorizado

por ele.

A próxima e última etapa do despacho de exportação consiste na confirmação

pela fiscalização aduaneira do embarque da mercadoria conhecido como averbação.

A averbação será feita, no sistema, após a confirmação do efetivo embarque do

isocontainer e do registro dos dados pertinentes pelo transportador. Os dados

repassados pelo transportador a Receita Federal para a averbação do despacho

são: número do B/L, quantidade de volume, peso bruto, valor do frete, local de

pagamento do frete, nome do navio e viagem.

Registrados os dados de embarque, se os dados informados pelo

transportador coincidirem com os registrados no desembaraço da DE, haverá

averbação automática do embarque pelo sistema. Caso contrário, a Alfândega irá

analisar a documentação apresentada, confrontando-a com os dados relativos ao

desembaraço e ao embarque, efetuando-se a chamada averbação manual, com ou

sem divergência.

Concluída a operação de exportação, com sua respectiva averbação no

sistema, será fornecido ao exportador, quando solicitado, o documento

comprobatório da exportação, ou seja, o recibo de exportação (anexo E). Emitido

pelo Siscomex, na Unidade de despachos da mercadoria.

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5.3 Documentos para a exportação do Crude Sterols e Crude Tall

Oil

Os documentos necessários para a realização da exportação de crude sterols

e crude tall oil emitidos pelo exportador são: fatura pró-forma, fatura comercial,

romaneio de embarque e nota fiscal.

• Fatura pró-forma ou pro forma invoice: é documento de responsabilidade

do exportador e confeccionado por ele, emitido a pedido do importador, para que

este providencie a licença de importação, dentre outras providências. Este

documento é o modelo de contrato mais freqüente, formaliza e confirma a

negociação, desde que devolvido ao exportador, contendo o aceite do importador

para as especificações contidas. Este documento não gera obrigações de

pagamento por parte do importador e a emissão do mesmo é no idioma do país do

importador ou em inglês.

A fatura pró-forma deverá conter os seguintes elementos: local de venda,

nome do comprador, discrição da mercadoria, classificação aduaneira (NCM/SH –

Nomenclatura Comum do Mercosul), pode ser em língua inglesa ou portuguesa,

quantidade e peso da mercadoria, tipo de embalagem, moeda estrangeira

negociada, condições de venda (incoterms), detalhes de despesas (embalagem,

transporte interno, gastos consulares, etc.), validade, identificação e assinatura do

exportador. (anexo F)

• Fatura comercial ou commercial invoice: é um documento internacional,

emitido pelo exportador, cuja validade começa a partir da saída da mercadoria do

território nacional e é fundamental para o importador desembaraçar a mercadoria em

seu país, pois vincula comercialmente as partes.

A fatura comercial deve conter os seguintes campos: local e data da emissão,

número da fatura, nome e endereço do exportador, nome e endereço do importador,

número da referência, contrato, pedido ou ordem de compra do importador,

modalidade de pagamento, modalidade de transporte, porto de embarque, porto de

destino, quantidade de mercadoria por tipo (item), marcação de volumes,

discriminação detalhada da mercadoria, classificação aduaneira, total do peso

líquido, total do peso bruto, preço unitário, preço total, valor do frete (em vendas

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onde este estiver incluso), valor do seguro (em vendas onde este estiver incluso),

valor total e declarações exigidas pelo país importador. (anexo G)

A fatura comercial nas operações investigadas são emitidas pelo exportador.

• Romaneio de embarque ou packing list: é de embarque, emitido pelo

exportador é necessário para o desembaraço da mercadoria e para a orientação do

importador quando da chegada dos produtos em seu país.

O romaneio de embarque deve constar os seguintes itens: nome e endereço

do exportador e importador, data da emissão, número e data da ordem ou pedido do

importador, número e data da fatura comercial, quantidade total de volumes

(embalagem), marcação dos volumes, descrição das mercadorias, identificação dos

volumes por ordem numérica, espécie de embalagens contendo peso líquido, peso

bruto, dimensões unitárias e o total da cuba. (anexo H)

• Nota fiscal: documento que acompanha a mercadoria desde a saída do

estabelecimento até o efetivo desembaraço físico junto a Receita Federal.

A nota fiscal deve conter os seguintes campos: nome, endereço, CNPJ e

inscrição estadual do exportador; nome, endereço do importador; nome, endereço,

CNPJ, inscrição estadual e placa do veículo do transportador rodoviário; número,

série, data de emissão, data de saída e hora da saída; código, descrição,

classificação fiscal, unidade, quantidade, valor unitário e valor total da mercadoria.

(anexo I), que é emitida quando da saída do produto na empresa exportadora e deve

ser encaminhada para amparar o trânsito da carga, bem como para que a Marcon

providencie o Despacho Aduaneiro.

5.3.1 Documentos providenciados pela Marcon

Os documentos necessários para a realização da exportação de crude sterols

e crude tall oil providenciados pela Marcon são: registro de exportação, declaração

para despacho de exportação, extrato da liberação, lista de carga, draft do B/L.

• Registro de exportação (RE): documento preenchido eletronicamente no

SISCOMEX pela Marcon, destina-se ao registro da operação para fins do

gerenciamento nas áreas, comercial, fiscal, cambial e financeira. A seguir os campos

a serem preenchidos pela Marcon para o despacho de exportação do crude sterols e

crude tall oil no RE.

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01 – Exportador: a) CPF, b) nome.

02 – Enquadramento da operação: a) código.

03 – Unidade RF despacho.

04 – Unidade RF embarque.

05 – Importador: a) nome, b) endereço,c) país.

06 – País de destino final.

07– Instrumento de negociação.

08 – Código condição de venda.

09 – Esquema de pagamento total: a) modalidade transação, b) moeda, e) número

de parcelas, f) periodicidade, g) indicador, h) valor da parcela.

10 – Códigos da mercadoria: a) NCM, b) Naladi/SH.

11 – Descrição da mercadoria.

13 – Estado produtor.

14 – Validade do embarque.

15 – Peso líquido.

16 – Quantidade e unidade de medida da mercadoria: a) quantidade, b) unidade.

17 – Quantidade na unidade de medida da mercadoria: a) quantidade.

18 – Preço total: a) condição venda, b) local embarque.

19 – Preço unitário nas unidades de medida de comercialização e da mercadoria: a)

condição venda, b) local embarque.

21 – Finalidade.

22 – Exportador é o fabricante.

23 – Observação do exportador.

25 – Observação/exportador.

Estando todos os campos preenchidos corretamente e atendendo as normas

vigentes, o RE é validado e consequentemente o sistema gerará uma numeração

com 12 dígitos.

Após a formalização do RE (anexo J), o sistema disponibilizará uma tela no

SISCOMEX, ou seja extrato do RE (anexo L), que são as informações preenchidas

anteriormente de forma resumida.

• Declaração de exportação (DE): o registro da DE inicia o despacho da

exportação, na formulação da DE o sistema aproveitará os dados e informações do

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RE, obtidos anteriormente. Para se conseguir iniciar a DE é necessário a numeração

do RE. O sistema disponibilizará uma numeração com 11 dígitos

• Extrato da Liberação: documento gerado pelo SISCOMEX, após o

despacho de exportação ter sido desembaraçado ou liberado, ou seja, após o

processo ter passado pela parametrização. (anexo D)

• Lista de carga: é uma relação de container (nesse caso isocontainer) para

embarque, passado ao armador e esse por sua vez repassa ao operador portuário.

Consta nessa lista: nome do armador, nome do navio e a viagem, nome do

despachante, número do container (isocontainer), tipo, tara, peso total, números dos

lacres, nome do exportador, nome da mercadoria, porto de descarga, destino final e

o booking. (anexo M)

Obs: para os embarques realizados no porto de Itajaí, há necessidade de enviar ao

armador a lista de carga, se o embarque for realizado no porto de Navegantes não

há necessidade da lista de carga.

• Draft do B/L: documento emitido pela Marcon feito com auxílio da

instrução documental recebida do exportador. Após finalizado o draft do B/L a

Marcon envia ao Armador, é através do mesmo que o Amador emite o B/L original.

O draft do B/L é considerado o espelho do B/L, ou seja, as informações que

constarão no B/L final.

Os campos do draft do B/L são: nome e endereço do exportador, nome e

endereço do importador (consignatário), nome do navio, porto de embarque, porto

de destino, local de entrega da mercadoria, número do booking, número do

isocontainer, números dos lacres, peso líquido, peso bruto, tara, descrição detalhada

da mercadoria, número do RE, número da DE e NCM. (anexo N).

5.3.2 Conhecimento de Embarque (Bill of Lading)

Bill of lading (B/L) ou Conhecimento de Embarque, é documento de extrema

importância no Comércio Exterior e o principal em se tratando de transporte. O B/L

representa um contrato de transporte entre o transportador e o exportador, é um

documento necessário para a retirada da mercadoria no porto de destino.

Normalmente o Conhecimento de Embarque é emitido e assinado pela

agência marítima, podendo também ser assinado pelo comandante do navio

transportador, sempre em nome do armador ou pelo próprio armador. Nele devem

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constar as informações passada a ele anteriormente através do draft do B/L, já no

verso deverá constar todas as cláusulas referentes ao contrato de transporte

celebrado entre o armador e o exportador, constituindo um contrato de adesão, já

que não é discutido nem alterado, sendo respeitado o que está impresso.

O B/L é composto geralmente por 3 vias originais mais cópias não-

negociáveis (inglês é o idioma oficial do B/L), a emissão e a liberação dos B/Ls dos

produtos exportados pela Marcon (crude sterol e crude tall oil) são emitidos no Brasil

mediante pagamento. A Marcon fica responsável de retirar os B/L’s junto a agência

marítima e enviar ao exportador, esse por sua vez repassa-os ao importador no

exterior. (anexo O)

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa demonstrou a teoria e a prática da participação de um

prestador de serviço, de grande importância no desenvolvimento das exportações e

importações, o Despachante Aduaneiro, que atua de forma a interligar atividades

relacionadas com o comércio internacional.

Com significativa participação proporcionada devido ao aumento das

exportações e importações, o despacho aduaneiro é essencial para que a

mercadoria exportada ou importada possa ser desembaraçada (liberada).

Desta forma, o comércio exterior sendo dinâmico é necessário agilidade de

todas as partes envolvidas no processo para atender a demanda.

O estágio em questão foi realizado na Marcon Serviços de Despachos em

Geral Ltda, filial Itajaí, empresa do ramo de despachos aduaneiro, que presta serviço

a Resitol Indústria Química Ltda, empresa que desenvolve produtos químicos e

ocupa uma posição considerada nas exportações, por conseqüência do aumento

das mesmas nos últimos anos.

O objetivo geral do estágio foi estudar a sistemática de exportação de

produtos químicos na empresa Marcon, sendo este objetivo alcançado, devido ao

acesso as informações encontradas.

A pesquisa desenvolvida na Marcon Serviço de Despachos em Geral Ltda

proporcionou o entendimento prático em conjunto com à teoria vivenciada no

ambiente acadêmico da atividade desempenhada na célula documental e

operacional, assim como alcance dos objetivos específicos sendo exposto, nesta

pesquisa, a identificação dos produtos e os órgãos anuentes, o processo de

exportação dos produtos químicos mencionados e os documentos necessários para

a exportação dos produtos químicos, e com o alcance dos objetivos propostos,

auxiliar na preparação profissional tornando o estagiário capacitado a encarar o

competitivo mercado de trabalho ultrapassando desafios como este que foi

apresentado.

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7 SUGESTÕES PARA EMPRESA

Com relação à pesquisa apresentada e o tema abordado, algumas sugestões

podem ser apresentadas para a empresa, no sentido de contribuir para sua

participação no competitivo mercado do Despacho Aduaneiro.

A primeira delas, consiste no treinamento de todos os setores da empresa,

em especial ao setor de exportação, sobre as práticas documentais e aduaneiras, de

cada cliente específico. Os processos necessitam de rapidez, eficiência e

conhecimento de todos os funcionários envolvidos. Nesse sentido, enfatiza-se a

necessidade de uma maior aproximação entre a Matriz e as filiais da empresa.

A segunda, está relacionada à realização do acompanhamento pós-embarque

das mercadorias, no sentido de fornecer um follow-up ao cliente exportador, como

um diferencial no mercado. Esse serviço poderia ser prestado através do site da

empresa, onde o cliente interessado em ter informações de suas mercadorias,

acessaria o site www.marcon.com.br escolheria a opção "Acesso a clientes" e

consequentemente, preencheria os campos "nome de usuário e senha". Estando de

acordo nome de usuário e senha o cliente teria acesso a informações referentes aos

seus processos realizados pela Marcon.

E a terceira sugestão está relacionada à constante evolução das práticas

aduaneiras, que requer renovação no escopo dos serviços da empresa. Seria

interessante realizar estudos sobre novas possibilidades de atuação, como forma de

agregar novos serviços, ou mesmo, agregar valor aos já realizados.

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BLECHER, S. MATTOS, M. G. ROSSETTO JÚNIOR, A. J. Teoria e Prática da Metodologia da Pesquisa: Construindo Seu Trabalho Acadêmico – Monografia, Artigo Científico e Projeto de Ação. 6 ed. São Paulo: Phorte, 2003. BIBLIOTECA VIRTUAL DO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO CASA CIVIL. Disponível em: <http://www.bibliotecavirtual.sp.gov.br/docs/historia%20das%20exportacoes.pdf>. Acesso em: 27 ago. 2008. BRAZIL TRADE NET. Disponível em: <http://www.braziltradenet.gov.br/UsuariosPesquisa/Cadastro/frmUsuarioPesquisa.aspx>. Acesso em: 15 nov. 2008.

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LOPEZ, J. M. C.; GAMA, M. Comércio Exterior Competitivo. 3. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2007.

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MAIA, C. A. 2001. Disponível em: <http://paginas.unisul.br/renatororattoweb/comexweb/basico/comeinter/conceito_cintl.htm>. Acesso em: 27 Ago. 2008.

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MARCON SERVIÇOS DE DESPACHOS EM GERAL LTDA, Disponível em: <www.marcon.com.br>. Acesso em: 15 Set. 2008. MARTINS, I. Rede Nacional de Agentes de Comércio exterior. Disponível em: <http://www.fiec.org.br/palestras/negocios_internacionais/exportacao091202_arquivos/frame.htm#slide0337.htm>. Acesso em: 28 ago. 2008.

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VALDUGA, J. A. H Curso de Aprimoramento Profissional – Ensino a Distância. Santa Catarina: Diário Catarinense, 2002.

VAZQUEZ, J. L. Comércio Exterior Brasileiro. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2003.

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ANEXOS

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ANEXO A – Instrução Documental enviada pelo Exportador a Marcon

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ANEXO B – Guia de Entrada de Unidade (Porto de Navegantes)

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ANEXO C – Capa do Envelope entregue a Receita Federal

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ANEXO D – Extrato de Liberação

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ANEXO E – Comprovante de Exportação

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ANEXO F – Fatura Pró-Forma

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ANEXO G – Fatura Comercial

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ANEXO H – Packing List

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ANEXO I – Nota Fiscal

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ANEXO J – Registro de Exportação

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ANEXO L – Registro de Exportação (extrato)

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ANEXO M – Lista de Carga

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ANEXO N – Draft do Conhecimento de Embarque

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ANEXO O – Conhecimento de Embarque (cópia não negociável)

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Nome do estagiário Eriksson Roberto Paz de Carvalho

Orientador de conteúdo Prof.ª MSc. Silvana Schimanski

Supervisor de campo Silvio Ricardo Ravali

Responsável pelo Estágio Prof.ª Natalí Nascimento