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U N I V E R S I D AD E D O V AL E D O I T AJ A CENTRO DE CINCIAS TECNOLGICAS
DA TERRA E DO MAR Curso de Engenharia Ambiental
LOGSTICA REVERSA DA CASCA DO COCO VERDE NA PRAIA
CENTRAL DO MUNICPIO DE BALNERIO CAMBORI-SC
Ac: Mariana Teixeira Caprara
Orientador: Marcus Polette, Dr
Itaja, junho/2014
U N I V E R S I D AD E D O V AL E D O I T AJ A CENTRO DE CINCIAS TECNOLGICAS
DA TERRA E DO MAR Curso de Engenharia Ambiental
TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO
LOGSTICA REVERSA DA CASCA DO COCO VERDE NA PRAIA
CENTRAL DO MUNICPIO DE BALNERIO CAMBORI-SC
Mariana Teixeira Caprara
Monografia apresentada banca examinadora do Trabalho de Concluso de Curso de Engenharia Ambiental como parte dos requisitos necessrios para a obteno do grau de Engenheiro Ambiental.
Itaja, junho/2014
i
DEDICATRIA
Dedico este trabalho aos meus amados pais, Carmen e Elton, que
tornaram este sonho uma conquista
Obrigada!
ii
AGRADECIMENTOS
Agradeo primeiramente a minha famlia, por todo amor e apoio que sempre me
deram. Em especial meu pai, minhas avs Iara e Maria da Conceio e principalmente
minha me, por sempre me encorajar nas situaes mais difceis.
Ao meu orientador Marcus Polette, pelo seu conhecimento e experincia
compartilhada e pela oportunidade dessa experincia.
A todos que me auxiliaram no desenvolvimento do projeto, sobretudo na obteno de
informaes relevantes para o estudo.
Ao meu namorado, Guilherme, pela compreenso implacvel neste perodo de
dedicao, por ser acima de tudo um grande amigo em todas as horas.
s minhas amigas que me acompanharam durante a fase de desenvolvimento do
projeto e que me proporcionaram grandes momentos nesta jornada universitria, em
especial Julliany Schoma, Kamilla Guimares, Angela Sfreddo, Kristiane Ribas, Mariana
Oliveira e Diulie Tavares.
iii
RESUMO
O municpio de Balnerio Cambori-SC um dos principais polos tursticos do Litoral de Santa Catarina, se destacando por receber turistas o ano inteiro, principalmente durante o perodo do veraneio, onde a populao chega a multiplicar em at dez vezes. A Praia Central o local de maior adensamento populacional e possui uma variedade de opes de lazer, servios de praia e quiosques, consequentemente a gerao e acmulo de resduos ao longo da orla notrio, sendo o coco verde um dos produtos gerados com maior volume e peso. Atualmente este resduo est sendo disposto no Aterro Sanitrio Canhanduba em Itaja, sem nenhum reaproveitamento. Assim, o presente projeto buscou propor ao municpio de Balnerio Cambori/SC a logstica reversa da casca do coco verde, baseado na elaborao de um Plano de Ao contemplando a coleta diferenciada, reciclagem e processamento do mesmo, tendo como estudo de caso a Praia Central. Para isso, foi realizado o levantamento do ciclo de vida do coco verde com os trs atores envolvidos (quiosques, Master Coco e Ambiental) considerando o fluxo do coco verde desde o cultivo at sua destinao final e tambm realizado a quantificao da venda do coco verde da empresa Master Coco para os quiosques da praia Central durante 11 (onze) meses, resultando em um total de aproximadamente 309 mil unidades de coco verde. A mdia do volume da casca do coco verde foi de 0,003 m com um peso mdio de 1,5 kg, sendo gerado pelos consumidores de coco verde dos quiosques da praia Central nos 11 (onze) meses estudados um volume de 928 m e um peso de 464 toneladas de cascas de coco verde. Desta forma, foi possvel estimar o volume ocupado da casca de coco verde no Aterro Sanitrio Canhanduba, no qual foi de 103,37 m na primeira camada e 401 m na segunda camada, comprovando a necessidade da reciclagem da casca do coco verde por meio de processamento extraindo a fibra e o insumo para substrato.
Palavras-chaves: resduo, coco verde, logstica reversa, coleta diferenciada, reciclagem, processamento.
iv
ABSTRACT
The city of Balnerio Cambori, SC, is one of the main tourist centers of Santa Catarinas coast, standing to receive tourists round the year, mainly in the summer, when the population is multiplied tenfold. Central Beach is the site that has the greatest population density and a range of leisure, beach services and kiosks, consequently, the generation and accumulation of waste along the waterfront is notorious, being the green coconut one of the products generated with the highest volume and weight. Currently, this residue is being disposed in Landfill Canhanduba in Itaja, without any reuse. Thus, this project sought to propose to the city of Balnerio Cambori/SC the green coconut reverse logistics, based on the Action Plan preparation, covering the separate collection, recycling and coconut processing, taking as a study case the Central Beach. To achieve this, was made a survey of the green coconut lifecycle with the three actors involved (kiosks, Master Coco and Environmental) considering the green coconut flow from cultivation to final destination and also the count of the green coconut sale from Master Coco company to the Central beach kiosks during 11 (eleven) months, resulting in a total of approximately 309.000 green coconut units. The green coconut shell average volume was 0,003 m with 1,5 kg of average weight, being generated by the green coconut consumers of the Central beach kiosks in 11 (eleven) months studied a volume of 928 m and 464 tons of green coconut shells. Therefore, was possible to estimate the volume occupied by the green coconut shells in Canhaduba Landfill, which was 103.37 m was the first layer and the second layer 401 m, proving the necessity of recycling green coconut shell by processing, extracting the fiber and the substrate.
Keywords: waste, green coconut, reverse logistics, separate collection, recycling, processing.
v
SUMRIO
Dedicatria ............................................................................................................................. i
Agradecimentos ..................................................................................................................... ii
Resumo ................................................................................................................................. iii
Abstract ................................................................................................................................ iv
Sumrio ................................................................................................................................. v
Lista de Figuras .................................................................................................................... ix
Lista de Quadros .................................................................................................................. xii
Lista de Tabelas .................................................................................................................. xiii
Lista de Abreviaturas ........................................................................................................... xiv
1 Introduo ....................................................................................................................... 1
1.1 Objetivos ................................................................................................................. 2
1.1.1 Geral ................................................................................................................ 2
1.1.2 Especficos ....................................................................................................... 2
2 Fundamentao Terica ................................................................................................. 3
2.1 Poltica Nacional de Resduos Slidos ..................................................................... 3
2.1.1 Histrico ........................................................................................................... 4
2.1.2 Instrumentos ..................................................................................................... 6
2.2 Logstica Reversa .................................................................................................. 10
2.2.1 Canais de Distribuio Reversos (CDRs) ....................................................... 12
2.2.2 Importncia da Logstica Reversa ................................................................... 13
2.3 Cadeia Logstica do Coco Verde ........................................................................... 14
vi
2.3.1 Cadeia Logstica Direta .................................................................................. 14
2.3.2 Cadeia Logstica Reversa ............................................................................... 15
2.4 Coco Verde (Cocos nuciferas L.) ........................................................................... 16
2.4.1 Planta ............................................................................................................. 16
2.4.2 Fruto ............................................................................................................... 18
2.4.3 Cultivo ............................................................................................................ 19
2.5 Impactos ambientais oriundos do consumo do coco verde .................................... 20
2.6 Aproveitamento e Reciclagem da casca do coco verde ......................................... 21
2.6.1 Produtos oriundos da Fibra e do Substrato do Resduo do Coco Verde ......... 22
2.7 Logstica Reversa do Coco Verde no Brasil ........................................................... 24
2.7.1 BioCoco .......................................................................................................... 24
2.7.2 Ps-Coco ........................................................................................................ 26
2.7.3 AquaCoco ....................................................................................................... 27
2.7.4 Natural Fibras ................................................................................................. 28
3 Metodologia .................................................................................................................. 29
3.1 rea de estudo ...................................................................................................... 29
3.2 Anlise do ciclo de vida do coco verde na praia Central do municpio de Balnerio
Cambori, SC ................................................................................................................... 30
3.2.1 Levantamento e anlise da quantidade de cocos verdes vendidos para os
quiosques da orla da Praia Central do municpio de Balnerio Cambori, SC .............. 31
3.2.2 Anlise do peso e volume mdio da casca do coco verde .............................. 31
3.2.3 Anlise do volume ocupado da casca do coco verde no Aterro Sanitrio
Canhanduba ................................................................................................................. 33
vii
3.3 Levantamento da alternativa de aproveitamento da casca do coco verde para o
municpio de Balnerio Cambori, SC .............................................................................. 33
3.4 Proposta de Plano de Ao para a praia Central, baseada na logstica reversa de
coco verde ....................................................................................................................... 33
4 Resultados e Discusso ............................................................................................... 35
4.1 Ciclo de vida do coco verde ................................................................................... 35
4.1.1 Coqueirais ...................................................................................................... 36
4.1.2 Transporte ...................................................................................................... 37
4.1.3 Empresa de distribuio ................................................................................. 37
4.1.4 Refrigerao e Armazenamento ..................................................................... 38
4.1.5 Transporte da empresa de distribuio ........................................................... 39
4.1.6 Quiosques ...................................................................................................... 40
4.1.7 Consumidor .................................................................................................... 49
4.1.8 Acondicionamento do resduo gerado ............................................................ 49
4.1.9 Transporte dos resduos slidos comuns ........................................................ 51
4.1.10 Aterro Sanitrio Canhanduba ......................................................................... 52
4.2 Quantificao e anlise das vendas de cocos verdes para os quiosques .............. 53
4.2.1 Comercializao mensal ................................................................................. 53
4.2.2 Vero .............................................................................................................. 55
4.2.3 Outono............................................................................................................ 58
4.2.4 Inverno ........................................................................................................... 61
4.2.5 Primavera ....................................................................................................... 64
4.3 Anlise do Volume e Peso mdio da casca do coco verde .................................... 66
viii
4.3.1 Volume mdio ................................................................................................. 66
4.3.2 Peso mdio .................................................................................................... 68
4.4 Anlise do volume ocupado da casca do coco verde na clula do Aterro Sanitrio
Canhanduba..................................................................................................................... 68
4.5 Alternativa de aproveitamento da casca do coco verde para o municpio de
Balnerio Cambori,SC .................................................................................................... 71
5 Plano de ao ............................................................................................................... 72
5.1 Plano de Ao 1: Acondicionamento e Coleta da casca do coco verde ................ 72
5.2 Plano de Ao 2: Beneficiamento da casca do coco verde ................................... 75
5.2.1 Processamento da casca do coco verde ........................................................ 75
5.2.2 Produo da Fibra de casca do coco verde .................................................... 76
5.2.3 Produo do insumo para substrato ............................................................... 78
6 Consideraes Finais ................................................................................................... 82
6.1 Sugestes para trabalhos futuros .......................................................................... 83
7 Referncias .................................................................................................................. 84
Apndices ............................................................................................................................ 91
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Hierarquia das aes no Manejo de Resduos Slidos. Fonte Adaptado de
Ministrio do Meio Ambiente (BRASIL,2014). ........................................................................ 3
Figura 2 - Representao Esquemtica dos Processos Logsticos Diretos e Reversos. ...... 12
Figura 3 - Cadeia Logstica Direta do Coco Verde. .............................................................. 15
Figura 4 - Cadeia Logstica Reversa do Coco Verde. Fonte: Adaptado de Leite (2009). ...... 16
Figura 5 - Principais Estados do Brasil na produo de coco. Fonte: (SEBRAE, 2013). ...... 17
Figura 6 - Camadas da Fruta do Coco. ................................................................................ 18
Figura 7 - Fibra prensada e do p da casca do coco da empresa BioCoco. Fonte: BioCoco
(2014). ................................................................................................................................. 25
Figura 8 Maquinrio da Usina Ps-Coco para o processamento da casca do coco verde.
Fonte: Ps-Coco (2014). ...................................................................................................... 26
Figura 9 Fibra e do p (substrato) da casca do coco da empresa Ps-Coco. Fonte: Ps-
Coco (2014). ........................................................................................................................ 27
Figura 10 - Produtos produzidos a partir do resduo da extrao da gua do coco verde.
Fonte: AquaCoco (2014). ..................................................................................................... 28
Figura 11 Localizao da rea de estudo. ........................................................................ 29
Figura 12 - Cascas dos cocos verdes analisados. ............................................................... 31
Figura 13 - Pesagem das 10 cascas dos cocos verdes analisados. ..................................... 32
Figura 14 - Raios do coco verde. ......................................................................................... 32
Figura 15 Esquema do ciclo de vida dos cocos verdes vendidos pelos quiosques da praia
Central do municpio de Balnerio Cambori, SC. ............................................................... 35
Figura 16 Mapa do Brasil com as localizaes dos municpios de Juazeiro, Petrolina e So
Mateus. ................................................................................................................................ 36
Figura 17 - Traseira de um Caminho Truck carregado com coco verde no ptio da Master
Coco. ................................................................................................................................... 37
Figura 18 Parte externa da empresa Master Coco. ........................................................... 38
Figura 19 - Cmara fria de refrigerao e armazenamento dos cocos verdes e container de
refrigerao vazio. ............................................................................................................... 39
Figura 20 Furgo e caminhonete da empresa Master Coco. ............................................. 39
x
Figura 21 Caixotes vazios espalhados na Master Coco e caixotes contendo coco verde. 40
Figura 22 - Distribuio dos quiosques da praia Central do municpio de Balnerio Cambori.
............................................................................................................................................ 41
Figura 23 - Faixa etria dos entrevistados na Praia Central do municpio de Balnerio
Cambori. ............................................................................................................................ 42
Figura 24 - Tempo de uso dos quiosques. ........................................................................... 42
Figura 25 - Tempo de durao da concesso de uso dos quiosques. .................................. 43
Figura 26 - Quiosques da Praia Central do municpio de Balnerio Cambori SC. ........... 44
Figura 27 - Parte externa e interna do banheiro dos quiosques da Praia Central do municpio
de Balnerio Cambori SC. .............................................................................................. 44
Figura 28 - Principais alimentos comercializados pelos quiosques entrevistados. .............. 45
Figura 29 Principais bebidas comercializadas pelos quiosques entrevistados. ................. 45
Figura 30 - Representatividade do coco verde no consumo de bebidas. ............................. 46
Figura 31 - Compras de coco verde por dia na baixa temporada realizada pelos quiosques.
............................................................................................................................................ 47
Figura 32 - Compras de coco verde por dia na alta temporada realizada pelos quiosques. . 48
Figura 33 - Contentores para resduos da praia Central do municpio de Balnerio Cambori.
............................................................................................................................................ 49
Figura 34 - Lixeiras da praia Central do municpio de Balnerio Cambori. ......................... 50
Figura 35 Contentor para resduos do quiosque 17 da praia Central do municpio de
Balnerio Cambori. ............................................................................................................ 50
Figura 36 Caminho e servio de coleta dos resduos slidos comuns da empresa
Ambiental. Fonte: Ambiental (2014). .................................................................................... 51
Figura 37 - Imagem do Aterro Sanitrio Canhanduba. Fonte: Google Earth (2014) e Autora
(2012) .................................................................................................................................. 52
Figura 38- Variao sazonal das vendas de coco verde da Master Coco para os quiosques
da praia Central do municpio de Balnerio Cambori de novembro de 2013 a setembro de
2014. ................................................................................................................................... 54
Figura 39 - Quantidade de cocos verdes vendidos por dia no ms de dezembro de 2013 nos
quiosques da praia Central do municpio de Balnerio Cambori. ....................................... 56
file:///F:/TICT%20II%20-%20alteraoes4.docx%23_Toc402370525
xi
Figura 40 - Quantidade de cocos verdes vendidos por dia no ms de janeiro de 2014 nos
quiosques da praia Central do municpio de Balnerio Cambori. ....................................... 57
Figura 41 - Quantidade de cocos verdes vendidos por dia no ms de fevereiro de 2014 nos
quiosques da praia Central do municpio de Balnerio Cambori. ....................................... 58
Figura 42 - Quantidade de cocos verdes vendidos por dia no ms de maro de 2014 nos
quiosques da praia Central do municpio de Balnerio Cambori. ....................................... 59
Figura 43 - Quantidade de cocos verdes vendidos por dia no ms de abril de 2014 nos
quiosques da praia Central do municpio de Balnerio Cambori. ....................................... 60
Figura 44 - Quantidade de cocos verdes vendidos por dia no ms de maio de 2014 nos
quiosques da praia Central do municpio de Balnerio Cambori. ....................................... 61
Figura 45 - Quantidade de cocos verdes vendidos por dia no ms de junho de 2014 nos
quiosques da praia Central do municpio de Balnerio Cambori. ....................................... 62
Figura 46 - Quantidade de cocos verdes vendidos por dia no ms de Julho de 2014 nos
quiosques da praia Central do municpio de Balnerio Cambori. ....................................... 63
Figura 47 - Quantidade de cocos verdes vendidos por dia no ms de agosto de 2014 nos
quiosques da praia Central do municpio de Balnerio Cambori. ....................................... 64
Figura 48 - Quantidade de cocos verdes vendidos por dia no ms de novembro de 2013 nos
quiosques da praia Central do municpio de Balnerio Cambori. ....................................... 65
Figura 49 - Quantidade de cocos verdes vendidos por dia no ms de setembro de 2014 nos
quiosques da praia Central do municpio de Balnerio Cambori. ....................................... 66
Figura 50 - Dimenses de uma casa Minha Casa Minha Vida. Fonte: (CAIXA, 2014). .... Erro!
Indicador no definido.
Figura 51 - Mquina de beneficiamento da casca do coco verde. Fonte: (ROSA et al, 2007)
............................................................................................................................................ 72
Figura 53 - Contentor de 360 litros devidamente identificado. .............................................. 73
Figura 54 - Aspecto da casca aps ser triturada. Fonte: (SILVEIRA, 2008). ........................ 75
Figura 55 - Fibras da casca do coco verde secas em temperatura ambiente. Fonte:
(SILVEIRA, 2008). ............................................................................................................... 77
Figura 56 - Esquema do tanque de lavagem do p de casca do coco verde. Fonte: (ROSA et
al., 2007) .............................................................................................................................. 78
xii
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Histrico das legislaes pertinentes a Poltica Nacional de Resduos Slidos
incluindo eventos realizados durante este perodo. Fonte: Adaptado de Ministrio do Meio
Ambiente (BRASIL,2014). ........................................................ Erro! Indicador no definido.
Quadro 3 - Quantidade de resduos depositados na primeira camada da 4 Etapa do Aterro
Sanitrio Canhanduba. ........................................................................................................ 69
Quadro 4 - Quantidade de resduos depositados na segunda camada da 4 Etapa do Aterro
Sanitrio Canhanduba. ........................................................................................................ 70
Quadro 5 - Plano de Ao 1. ................................................................................................ 74
Quadro 6 Plano de Ao 2. ............................................................................................... 80
xiii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Quantificao mensal das vendas de coco verde da Master Coco para os
quiosques da praia Central do municpio de Balnerio Cambori. ....................................... 53
Tabela 2 Mdia dos Dimetros e volumes das 10 (dez) cascas de cocos verdes
analisadas. .......................................................................................................................... 66
Tabela 3 Quantidade estimada de cascas de coco verde em cada recipiente de resduos.
............................................................................................................................................ 67
Tabela 4 Peso e peso mdio das 10 (dez) cascas de cocos verdes analisadas. .............. 68
xiv
LISTA DE ABREVIATURAS
ABNT - Associao Brasileira de Normas Tcnicas
ABES - Associao Brasileira de Engenharia Sanitria
ASPP Aterros Sanitrios de Pequeno Porte
ATTs - reas de Triagem e Transbordo
BH - Bahia
CDRs - Canais de Distribuio Reversos
CEMPRE - Compromisso Empresarial para Reciclagem
C.L.M Councilof Logistics Management
CI - Comit Interministerial
CNS - Conselho Nacional de Sade
CNI - Confederao Nacional das Indstrias
CNRH - Conselho Nacional de Recursos Hdricos
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONCIDADES - Conselho Nacional de Cidades
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria
ES Esprito Santo
FIESP - Federao das Indstrias do Estado de So Paulo
GT - Grupo de Trabalho
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica
LEV - Locais de Entrega Voluntria de Resduos Reciclveis
MMA Ministrio do Meio Ambiente
NBR - Norma Brasileira
xv
PE - Pernambuco
PEV - Pontos de Entrega Voluntria
PL - Projeto de Lei
PNRS - Poltica Nacional de Resduos Slidos
RCD Resduos da Construo e Demolio
SC - Estado de Santa Catarina
SEBRAE- Servio Brasileiro de Apoio s Micros e Pequenas Empresas
SP So Paulo
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
1
1 INTRODUO
O reaproveitamento e a minimizao dos resduos slidos gerados nas diferentes
partes do mundo, vm recebendo mais ateno nos ltimos anos, devido a esses resduos
envolverem significativas quantidades de materiais, fonte de matria-prima orgnica e que
podem ser reaproveitados e utilizados na fabricao de outros produtos (SENHORAS,
2003).
Desta forma, a logstica reversa surgiu como um instrumento de desenvolvimento
econmico e social caracterizado por um conjunto de aes, procedimentos e meios
destinados a facilitar o retorno dos produtos de ps-venda e de ps-consumo na
reintegrao ao ciclo de negcios ou ao ciclo produtivo (LEITE, 2009).
A logstica reversa tambm permite que a sociedade tenha dispositivos para
encaminhar seu resduo para um destino ambientalmente correto, diminuindo um dos graves
problemas ambientais da atualidade que a dificuldade de disposio do lixo urbano
(LEITE, 2009).
O consumo do coco verde traz grandes benefcios ao ser humano, porm gera uma
grande quantidade de resduos. As cascas de coco verde contribuem no volume e peso dos
resduos orgnicos descartados na orla, no qual necessitam de uma destinao
ambientalmente correta. Para cada 250 ml de gua de coco, temos um quilo de casca, que
leva de 8 a 10 anos para se decompor na natureza (BITENCOURT, 2008).
O consumo de coco verde no Brasil, incluindo Balnerio Cambori/SC, crescente e
significativo, devido principalmente extrao da gua in natura. Esse aumento no consumo
de gua de coco tem gerado cerca de 6,7 milhes de toneladas de casca/ano no Brasil,
acarretando um srio problema ambiental, sobretudo para as grandes cidades, dado que
cerca de 80% do peso bruto do coco verde considerado lixo (EMBRAPA, 2013).
A lei 12.305/10 que institui a Poltica Nacional de Resduos Slidos (PNRS), define
diretrizes para reduzir a gerao de resduos slidos e combater a poluio. Um dos itens
abordados na lei a iniciao imediata de programas de coleta seletiva com a participao
das associaes ou cooperativas de catadores de matrias reciclveis (MMA,2010). Cabe
destacar que o municpio de Balnerio Cambori no realiza a reciclagem do coco verde e
no possui uma cooperativa de processamento do mesmo. Esse material vem sendo
disposto no Aterro Sanitrio Canhanduba, no municpio de Itaja/SC, que por muitas vezes
causa transtornos no servio municipal de coleta de lixo e diminui consideravelmente a vida
til deste aterro, em funo do grande volume. Alm do municpio pagar taxas altas
2
empresa concessionria do aterro referente ao peso deste resduo orgnico para
disposio final.
Segundo a EMBRAPA (2013), o desenvolvimento de alternativas de aproveitamento
da casca de coco verde possibilita a reduo da disposio de resduos slidos em aterros
sanitrios e proporciona uma nova opo de rendimento.
A fibra do coco verde pode ser usada na confeco de diversos produtos de utilidade
para a agricultura, indstria e construo civil, em substituio a outras fibras naturais e
sintticas (SEBRAE,2013).
Levando em conta que as regies litorneas do Pas vivem do turismo regional e que
o consumo de coco verde vem crescendo consideravelmente tanto pelos turistas, quanto
pela populao local, o presente projeto prope a logstica reversa do coco verde na Praia
Central do municpio de Balnerio Cambori SC, sendo extremamente importante para na
promoo da segregao e destinao ambientalmente adequada deste resduo, alm de
diminuir a quantidade encaminhada ao aterro sanitrio.
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Geral
Propor a logstica reversa da casca do coco verde para a Praia Central do municpio
de Balnerio Cambori, SC.
1.1.2 Especficos
a) Analisar o ciclo de vida do coco verde da Praia Central do municpio de Balnerio
Cambori, SC;
b) Levantar a alternativa de aproveitamento da casca do coco verde para municpio de
Balnerio Cambori, SC;
c) Propor um Plano de Ao para a Praia Central, baseado na logstica reversa da
casca do coco verde.
3
2 FUNDAMENTAO TERICA
2.1 POLTICA NACIONAL DE RESDUOS SLIDOS
A Lei n 12.305 de 02 de agosto de 2010 que institui a Poltica Nacional de Resduos
Slidos (PNRS), regulamentada pelo Decreto n 7.404/2010, estabelece o marco regulatrio
para a rea de resduos slidos (BRASIL, 2014).
A PNRS se refere a todos os tipos de resduos, tais como: domstico, industrial, da
construo civil, eletroeletrnico, lmpadas de vapores mercuriais, agrossilvopastoril, de
sade perigosos, exceto os radioativos (BRASIL, 2010).
O estilo de vida da sociedade contempornea foi considerado PNRS a fim de propor
a reduo da produo, que aliado s estratgias de marketing do setor produtivo induzem a
um consumo intensivo, provocando uma srie de impactos ambientais, sade pblica e
sociais, sendo incompatveis com o modelo de desenvolvimento socioambiental sustentado
que se deseja implantar no Brasil (MEDEIROS, 2012).
A Poltica Nacional de Resduos Slidos prev mecanismos para garantir maior
equilbrio entre o desenvolvimento social, econmico e ambiental e estabelece princpios
para permitir o avano necessrio ao Pas no enfrentamento dos principais problemas
ambientais, sociais e econmicos decorrentes do manejo inadequado dos resduos slidos
(RAUBER, 2011).
Segundo a Lei 12.305/2010 a gesto e o gerenciamento de resduos slidos devem
seguir uma ordem prioritria (BRASIL,2010):
Figura 1 - Hierarquia das aes no Manejo de Resduos Slidos. Fonte Adaptado de Ministrio do Meio Ambiente (BRASIL,2014).
No Gerao
Reduo
Reutilizao
Reciclagem
Tratamento
Disposio
Final
4
2.1.1 Histrico
A aprovao da Lei n 12.305/2010 se deu aps de longos vinte e um anos de
discurso no Congresso Nacional com o incio de uma forte articulao institucional
envolvendo os trs governos (Unio, Estados e Municpios), o setor produtivo e a sociedade
em geral (BRASIL, 2012).
O marco legal da Poltica Nacional de Resduos Slidos tramita desde 1991 com a
criao do primeiro Projeto de Lei at a sua aprovao recentemente em 2010. O histrico
legal est presente no Quadro 1, incluindo os eventos realizados durante este perodo:
Ano Histrico
1991
Criado o Projeto de Lei (PL) 203 que dispe sobre acondicionamento, coleta,
tratamento, transporte e destinao dos resduos de servios de sade. A
partir deste PL 203 foram acrescentados diversos PLs que tratavam do tema
resduos slidos no Brasil.
1999
Em 30 de junho foi sugerida a criao do Conama 259, intitulada como
Diretrizes Tcnicas para a Gesto de Resduos Slidos sendo aprovada pelo
plenrio, porm no chegou a ser publicada.
2001
Criada e implementada a Comisso Especial da Poltica Nacional de
Resduos pela Cmara dos Deputados destinada a apreciar e proferir parecer
ao Projeto de Lei 203/91 e formular uma proposta substitutiva global. A
Comisso foi extinta posteriormente ao encerramento da legislatura.
Foi realizado o 1 Congresso Nacional dos Catadores de Materiais Reciclveis
em Braslia, contando com 1.600 congressistas, entre catadores, tcnicos e
agentes sociais de 17 estados. Os congressistas conseguiram promover a 1
Marcha Nacional da Populao de Rua, contendo 3.000 participantes.
2003
Realizado o I Congresso Latino-Americano de Catadores e a I Conferncia de
Meio Ambiente.
O I Congresso Latino-Americano de Catadores ocorreu em janeiro no
municpio de Caxias do Sul/SC, com o intuito de propor aos catadores
formao profissional, erradicao dos lixes, responsabilizao dos
geradores de resduos.
Fundado o Grupo de Trabalho (GT) Interministerial de Saneamento Ambiental
com o intuito de promover a integrao das aes de saneamento ambiental
no mbito do governo federal. Este GT reestruturou o setor de saneamento
no qual resultou na criao do Programa Resduos Slidos Urbanos.
5
Ano Histrico
2004
O Ministrio do Meio Ambiente (MMA) promove grupos de discusses
interministeriais e de secretarias do ministrio para elaborar uma proposta
para regulamentao dos resduos slidos.
Decorrente da defasagem do Conama 259, houve a necessidade de uma
nova proposta de lei com base na opinio da sociedade. Para isso o Conama
realizou o seminrio Contribuies Poltica Nacional de Resduos Slidos.
2005
Encaminhamento do anteprojeto de lei de Poltica Nacional de Resduos
Slidos.
Criao de um grupo interno na Secretaria de Qualidade Ambiental nos
Assentamentos Humanos do Ministrio do Meio Ambiente (MMA) para
consolidar contribuies nos Seminrios promovidos pelo Conama, os
anteprojetos de lei existentes no Congresso Nacional e as contribuies dos
diversos atores envolvidos na gesto de resduos slidos.
Realizada II Conferncia Nacional de Meio Ambiente a fim de promover a
participao da sociedade na formulao de polticas ambientais, abordando
os resduos slidos como tema prioritrio.
Realizao de seminrios regionais de resduos slidos alm de debates com
a Confederao Nacional das Indstrias (CNI), Federao das Indstrias do
Estado de So Paulo (FIESP), Associao Brasileira de Engenharia Sanitria
(ABES), Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE), e com
outras entidades e organizaes afins, tais como Frum Lixo & Cidadania e
Comit Interministerial de Incluso Social dos Catadores de Lixo.
Instituda nova Comisso Especial na Cmara dos Deputados.
2006 Aprovao do relatrio que trata do Projeto de Lei 203/91 acrescidos da
liberao da importao de pneus usados no Brasil.
2007
Executivo prope o projeto de lei da Poltica Nacional de Resduos Slidos PL
1991.
O texto da PL finalizado e encaminhado Casa Civil.
O PL 1991/2007 apresenta forte inter-relao com outros instrumentos legais
na esfera federal, tais como a Lei de Saneamento Bsico (Lei n11.445/2007)
e a Lei dos Consrcios Pblicos (Lei n11.107/1995), e seu Decreto
regulamentador (Decreto n. 6.017/2007). De igual modo est interrelacionado
com as Polticas Nacionais de Meio Ambiente, de Educao Ambiental, de
Recursos Hdricos, de Sade, Urbana, Industrial, Tecnolgica e de Comrcio
Exterior e as que promovam incluso social.
6
Ano Histrico
2007 Constitudo um Grupo de Trabalho (GTRESID) para analisar subemenda
substitutiva.
2008
Realizadas audincias pblicas, com contribuio da Confederao Nacional
das Indstrias, da representao de setores interessados, do Movimento
Nacional de Catadores de Materiais Reciclveis e dos demais membros do
GTRESID.
2009 Apresentao de uma minuta do Relatrio Final para receber contribuies
adicionais.
2010
11/05 -Aprovado pelo Plenrio da Cmara dos Deputados um substitutivo ao
Projeto de Lei 203/91, do Senado, que institui a Poltica Nacional de Resduos
Slidos e impe obrigaes aos empresrios, aos governos e aos cidados no
gerenciamento dos resduos.
O projeto foi encaminhado ao Senado sendo analisado em quatro comisses.
07/07 -Aprovao do projeto pelo Plenrio.
02/08 - O presidente Luiz Incio Lula da Silva sancionou a lei que cria a
Poltica Nacional de Resduos Slidos.
03/08 -Foi publicada no Dirio Oficial da Unio a Lei n 12.305 que institui a
Poltica Nacional de Resduos Slidos e d outras providncias.
23/12 - Foi publicado no Dirio Oficial da Unio o Decreto n 7.404, que
regulamenta a Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Poltica
Nacional de Resduos Slidos, cria o Comit Interministerial da Poltica
Nacional de Resduos Slidos e o Comit Orientador para a Implantao dos
Sistemas de Logstica Reversa, e d outras providncias. Tambm foi
publicado o Decreto n 7405, que institui o Programa Pr-Catador, denomina
Comit Interministerial para Incluso Social e Econmica dos Catadores de
Materiais Reutilizveis e Reciclveis o Comit Interministerial da Incluso
Social de Catadores de Lixo criado pelo Decreto de 11 de setembro de 2003,
dispe sobre sua organizao e funcionamento, e d outras providncias.
Quadro 1 - Histrico das legislaes pertinentes a Poltica Nacional de Resduos Slidos incluindo eventos realizados durante este perodo. Fonte: Adaptado de Ministrio do Meio Ambiente (BRASIL,2014).
2.1.2 Instrumentos
Dentre os instrumentos previstos na Poltica Nacional de Resduos Slidos, cabe
destacar os seguintes:
7
2.1.2.1 Planos de Gesto de Resduos Slidos
Segundo a Lei 12.305/10 os Planos de Resduos Slidos so (BRASIL, 2010):
Plano Nacional de Resduos Slidos;
Planos Estaduais de Resduos Slidos;
Planos Microrregionais e de Regies Metropolitanas ou Aglomeraes Urbanas;
Planos Intermunicipais de Resduos Slidos;
Planos Municipais de Gesto Integrada de Resduos Slidos.
Planos de Gerenciamento de Resduos Slidos.
Para que os estados, municpios e o Distrito Federal continuem tendo acesso aos
recursos da Unio necessrio elaborao desses planos contendo no mnimo:
diagnstico, proposio de cenrio, metas para reduo de rejeitos, programas, projetos e
aes (BRASIL,2012).
Os Planos, conforme previsto na Lei 12.305/2010, tem vigncia por prazo
indeterminado e horizonte de 20 (vinte) anos, com atualizao a cada 04 (quatro) anos
(MILAR, 2011, p. 868).
A coordenao, elaborao e implementao do Plano Nacional de Resduos Slidos
de responsabilidade do Comit Interministerial (CI), composto por 12 Ministrios e
coordenado pelo Ministrio do Meio Ambiente. J se tem uma verso preliminar do Plano
Nacional de Resduos Slidos que foi apreciada pelos conselhos do CONAMA, CNRH,
CONCIDADES e CNS. Essa verso ser substituda pela verso que for Publicada em
Decreto (BRASIL, 2012).
Os Planos Estaduais de Resduos Slidos e abranger todo o territrio do estado e
estar em consonncia, principalmente, com os objetivos e as diretrizes dos planos
plurianuais e de saneamento bsico, e com a legislao ambiental, de sade e de educao
ambiental, dentre outras (BRASIL, 2010).
Os Planos Municipais podem ser elaborados como Planos Intermunicipais,
Microrregionais, de Regies Metropolitanas e de Aglomeraes Urbanas. Para os territrios
em que sero estabelecidos consrcios, bem como para as regies metropolitanas e
aglomerados urbanos, os estados podero elaborar Planos Microrregionais de Gesto,
8
obrigatoriamente com a participao dos municpios envolvidos na elaborao e
implementao (MILAR, 2011, p. 871).
Os Planos Estaduais de Resduos Slidos, assim como os Planos Municipais
devero ser elaborados no prazo de 2 (dois) anos contados da publicao da PNRS
(BRASIL,2010).
As elaboraes dos Planos de Gerenciamento de Resduos Slidos cabem aos
geradores de resduos slidos com caractersticas diferentes dos resduos domsticos, cujo
contedo mnimo englobar: descrio do empreendimento/atividade; diagnostico dos
resduos gerados ou administrados e seus respectivos passivos ambientais; explicitao dos
responsveis e dos procedimentos operacionais de cada etapa do gerenciamento sob
responsabilidade do gerador; indicao de solues compartilhadas e/ou consorciadas com
outros geradores; aes preventivas e corretivas em caso de acidentes; metas de reduo,
reutilizao e reciclagem; aes para responsabilidade compartilhada de acordo com o ciclo
de vida do produto; revises de acordo com a licena ambiental de operao do
empreendimento dentre outras (MILAR, 2011, p. 874).
2.1.2.2 Responsabilidade Compartilhada
A PNRS instituiu a Responsabilidade Compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos,
que abrange fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e os
municpios que so os titulares dos servios pblicos de limpeza urbana e manejo de
resduos slidos. Sendo todos responsveis pelos resduos slidos gerados. (BRASIL,
2010).
O ciclo de vida de um produto corresponde a todo o processo do mesmo, ou seja, a
extrao e o processamento de matrias-primas, a fabricao, o transporte e a distribuio;
o uso, o reemprego, a manuteno; a reciclagem, a reutilizao e a disposio final (HINZ;
VALENTINA; FRANCO, 2006).
A populao de modo em geral, ser responsvel pelos seus resduos gerados tendo
que acondicionar adequadamente e de forma diferenciada, ou seja, separar o lixo passvel
de reciclagem ou reaproveitamento e disponibiliza-los adequadamente para fins de coleta
seletiva e devoluo (BRASIL, 2014).
2.1.2.3 Logstica Reversa
Logstica Reversa um instrumento de desenvolvimento econmico e social
caracterizado por um conjunto de aes, procedimentos e meios destinados a facilitar a
9
coleta e a devoluo dos resduos slidos ao setor empresarial para reaproveitamento na
forma de novos insumos, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, visando a no
gerao (BRASIL, 2010).
Segundo a Lei 12.305/10 j so obrigados a estruturar e implementar sistemas de
logstica reversa, o setor industrial ps-venda e ps-consumo dos seguintes resduos:
Agrotxicos (suas embalagens e demais produtos);
leos lubrificantes (seus resduos e embalagens);
Pilhas e baterias;
Pneus;
Lmpadas contendo mercrio;
Eletroeletrnicos.
A implantao da logstica reversa pode se estender para os produtos
comercializados em embalagens de plstico, metal e vidro. Sendo recomendada para
implementao a parceria com cooperativas e associaes de catadores de materiais
reciclveis (PEREIRA NETO, 2011).
Segundo Milar (2011), a logstica reversa constitui uma das principais ferramentas
relacionadas implementao da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos
produtos, alm de ter como instrumento bsico o princpio do poluidor pagador (MILAR,
2011, p. 878).
2.1.2.4 Disposio final ambientalmente adequada dos rejeitos
De acordo com a PNRS, os municpios tm o prazo de at 2014 para o
encerramento e eliminao dos lixes e bota foras com recuperao dessas reas
degradadas. Alm de terem que implantar aterros sanitrios, que recebero apenas rejeitos
(aquilo que no pode ser reciclado ou reutilizado) (BRASIL, 2010).
2.1.2.5 Coleta Seletiva
Coleta seletiva separao prvia de materiais passveis de reaproveitamento. Ou
seja, a separao dos resduos reciclveis dos lixos orgnicos (restos de carne, frutas,
verduras e outros alimentos) (FUZARO 2001).
Segundo a Lei 12.305/10, os municpios devem iniciar programas e a implementao
da coleta seletiva, com a participao das associaes ou cooperativas de catadores de
materiais reciclveis, alm de fazer campanhas de educao ambiental para conscientizar a
10
populao sobre a importncia de separar os lixos secos (reciclveis) e midos
(orgnicos) (BRASIL,2014).
A fim de garantir a sustentabilidade da coleta seletiva, h existncia de unidades
para o manejo, que so conjuntos de instalaes para o manejo dos resduos slidos,
realizando a segregao em locais apropriados e destinao ambientalmente adequada do
mesmo (SILVA; JOIA, 2008).
Tipos de instalaes para o manejo dos resduos slidos (BRASIL, 2014):
Locais de Entrega Voluntria de Resduos Reciclveis (LEV): contineres, sacos ou
outros dispositivos instalados em espaos pblicos ou privados monitorados, para
recebimento de reciclveis;
Pontos de Entrega Voluntria (PEV): para acumulao temporria de resduos da
Coleta Seletiva, da Logstica Reversa, da Construo e Demolio (RCD), e resduos
volumosos (NBR 15.112);
Galpes de triagem de reciclveis secos;
Unidades de compostagem de orgnicos;
reas de Triagem e Transbordo (ATTs) de resduos da construo e demolio,
resduos volumosos e resduos da logstica reversa (NBR 15.112);
Aterros Sanitrios (NBR 13.896);
ASPP Aterros Sanitrios de Pequeno Porte (NBR 15.849/2010);
Aterros de RCD Classe A (NBR 15.113).
As unidades para a entrega voluntria dos resduos devem ser implementadas em
locais de fcil acesso e que permitam a concentrao dos resduos, para posteriormente
serem transportados para as instalaes de processamento (BRASIL, 2014).
2.2 LOGSTICA REVERSA
A evoluo da atividade empresarial junto com a insero do Brasil na economia
mundial (globalizao), fez com que os empresrios percebessem que a competitividade de
seu produto dependia de um planejamento apurado da cadeia produtiva, desde a compra de
matria prima at a entrega do produto final (SERRANO; MANOLESCU, 2005).
A logstica reversa surgiu como uma nova forma atender as legislaes ambientais e
de obter a competitividade, se destacando como um diferencial empresarial, responsvel
pelo retorno dos produtos de ps-venda e de ps-consumo na reintegrao ao ciclo de
negcios ou produtivo (LEITE, 2009).
11
Segundo Milar (2011), a logstica reversa constitui uma das principais
ferramentas relacionadas implementao da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de
vida dos produtos, alm de ter como instrumento bsico o princpio do poluidor pagador.
A definio da logstica reversa vem sofrendo modificaes evolutivas, conforme
referncias bibliogrficas apresentadas sinteticamente por Leite (2009):
Em C.L.M Councilof Logistics Management (1993): Logstica reversa um amplo
termo relacionado s habilidades e atividades envolvidas no gerenciamento de
reduo, movimentao e disposio de resduos de produtos e embalagens....
Em Stock (1998) encontra-se a definio: Logstica Reversa: em uma perspectiva de
logstica de negcios, o termo refere-se ao papel da logstica no retorno de produtos,
reduo na fonte, reciclagem, substituio de materiais, reuso de materiais,
disposio de resduos, reforma, reparao e remanufatura....
Em Rogers e Tibben-Lembke (1999) a Logstica Reversa definida como: Processo
de planejamento, implementao e controle da eficincia, do custo efetivo do fluxo
de matrias-primas, estoques de processo, produtos acabados e as respectivas
informaes, desde o ponto de consumo at o ponto de origem, com o propsito de
recapturar valor ou adequar o seu destino
Bowersox e Closs (2001) apresentam, por sua vez, a ideia de Apoio ao Ciclo de
Vida como um dos objetivos operacionais da Logstica moderna referindo-se ao
prolongamento da Logstica alm do fluxo direto dos materiais e a necessidade de
considerar os fluxos reversos de produtos em geral.
DORNIER et al (2000): Logstica a gesto de fluxos entre funes de negcio. A
definio atual de logstica engloba maior amplitude de fluxos que no passado.
Tradicionalmente, as companhias incluam a simples entrada de matrias-primas ou
o fluxo de sada de produtos acabados em sua definio de logstica. Hoje, no
entanto, essa definio expandiu-se e inclui todas as formas de movimentos de
produtos e informaes....
Segundo Lacerda (2002) a logstica reversa pode ser definida como sendo um
processo de planejamento, implementao e controle do fluxo de matrias-primas, estoque
em processo e produtos acabados do ponto de consumo at o ponto de origem, com o
objetivo de recapturar valor ou realizar um descarte adequado.
De acordo com Leite (2009), a Logstica Reversa a rea da Logstica Empresarial
que planeja, opera e controla o fluxo, e as informaes logsticas correspondentes, do
retorno dos bens de ps-venda e de ps-consumo ao ciclo de negcios ou ao ciclo
12
produtivo, atravs dos Canais de Distribuio Reversos, agregando-lhes valor de diversas
naturezas: econmico, ecolgico, legal, logstico, de imagem corporativa, entre outros.
2.2.1 Canais de Distribuio Reversos (CDRs)
Os canais de distribuio so constitudos pelas diversas etapas pelas quais os bens
so comercializados at chegar ao consumidor final, seja uma empresa, ou seja, uma
pessoa fsica (KOTLER, 1996).
A vida de um produto, do ponto de vista logstico, no termina com sua entrega ao
cliente. Os Canais de Distribuio Reversos permitem que haja o retorno deste produto ao
ciclo produtivo ou de negcio, readquirindo valor de diversas naturezas, no mercado original,
em mercados secundrios, por meio de reaproveitamento, de seus componentes ou de seus
materiais constituintes (LEITE, 2009).
Figura 2 - Representao Esquemtica dos Processos Logsticos Diretos e Reversos.
Fonte: Lacerda (2002).
No Processo Logstico Direto o fluxo dos produtos se d desde as matrias primas
virgens, tambm denominadas primrias, at o mercado, entendidas como mercado
primrio dos produtos. Esse fluxo direto pode se processar por meio de diversas
possibilidades conhecidas como etapas de atacadistas ou distribuidores, chegando ao
varejo final e ao consumidor (LEITE, 2009).
O Processo Logstico Reverso gera materiais reaproveitados que retornam ao
processo tradicional de suprimento, produo e distribuio. Sendo seu fluxo analisado em
duas categorias: Ps-Consumo e Ps-Venda (LACERDA 2002).
13
2.2.1.1 Canais de Distribuio Reverso de Ps-Consumo
So denominas como Canais de Distribuio Reverso de Ps-Consumo as diferentes
formas de processamento e de comercializao dos produtos de ps-consumo (quando
descartado pela sociedade) e de seus matrias constituintes, desde sua coleta at sua
integrao ao ciclo produtivo como matria-prima secundria, subdividindo-se em (LEITE,
2009):
Canal Reverso de Reuso: diz respeito reutilizao de produtos ou materiais
classificados como semidurveis cuja sua vida til de alguns meses, raramente
superior a dois anos, ou durveis que estende-se por vrios anos. Fazem parte
dessa categoria os automveis, eletrodomsticos, eletrnicos, entre outros.
Canal Reverso de Desmanche: um processo industrial no qual um produto de ps-
consumo durvel desmontado em seus componentes sendo separados e
destinados a remanufatura industrial. Geralmente trata-se de veculos e mquinas
de diversos tipos.
Canal Reverso de Reciclagem: o processo em que os materiais constituintes dos
produtos descartados so extrados industrialmente, transformando-se em matrias-
primas secundarias ou recicladas, que sero reincorporadas fabricao de novos
produtos.
Na impossibilidade de revalorizao, os bens de ps-consumo tm como o ultimo
local de destino disposio final, sendo ela em aterros sanitrios ou incineradores
(LEITE,2009).
2.2.1.2 Canais de Distribuio Reversos de Ps-Venda
So denominas como Canais de Distribuio Reversos de Ps-Venda as diferentes
formas de comercializao e de processamento dos produtos de ps-venda sendo
reintegrados ao ciclo de negcios. Esses produtos retornam ao seu ponto de origem por
causa de problemas gerados durante a emisso de pedidos, termino de validade, garantia,
defeitos de fabricao, mal funcionamento, danos causados no transporte entre outros
(LEITE,2009).
2.2.2 Importncia da Logstica Reversa
Cada vez mais a logstica reversa tem se tornado importante para empresa, uma vez
que as mercadorias devolvidas oferecem oportunidades para recuperao do valor, bem
como economias de custo em potencial (BERO, 2011).
14
A reintegrao dos produtos de ps-consumo ao ciclo produtivo, vem trazendo
inmeras vantagens que o material transformado possui sobre as matrias-primas virgens
(REGO, 2005):
Menores preos de mercado;
Eventual escassez da matria prima nova;
Economia de recursos, como energia, gua, gs etc;
Presena de ligas em sua constituio que economizam insumos de diversas
naturezas;
Apresentao de subsdios especiais no seu uso;
Apresentao como vantagem competitiva mercadolgica na venda do produto final;
e
Melhoria da imagem da empresa.
Alm das possveis oportunidades econmicas oriundas dos reaproveitamentos,
reutilizaes, reprocessamento, reciclagem e etc, a logstica reversa trata da
sustentabilidade empresarial, reduzindo os impactos causados ao meio ambiente
(LEITE,2009).
As crescentes quantidades de produtos de ps-consumo, ao esgotar os sistemas
tradicionais de disposio final, se no equacionadas, provocam poluio por contaminao
ou excesso. Desta forma, a logstica reversa permite que a sociedade tenha dispositivos
para encaminhar seu resduo para um destino ambientalmente correto, diminuindo um dos
graves problemas ambientais da atualidade que a dificuldade de disposio do lixo urbano
(LEITE, 2009).
2.3 CADEIA LOGSTICA DO COCO VERDE
2.3.1 Cadeia Logstica Direta
A Cadeia Logstica Direta do coco verde se inicia com o setor dos fornecedores de
insumos, em que fazem parte os fornecedores de sementes de coco, de calcrio, de
adubos, defensivos agrcolas, fertilizantes, mquinas agrcolas, etc. A produo agrcola
responsvel pela produo do coco verde e os processadores representam o segmento
responsvel pelo beneficiamento do produto in natura, processando e envasando a gua de
coco e tambm beneficiando outros subprodutos do coco verde. No elo relacionado ao
varejo esto as redes de supermercados e os pontos de vendas diretamente relacionados
com o consumidor final (TAVARES, 2010).
15
O transporte que geralmente percorrido por via terrestre, assume um papel
relevante em ambos os segmentos, a fim de permitir o deslocamento do coco verde
(CUENCA, 2007).
Figura 3 - Cadeia Logstica Direta do Coco Verde.
2.3.2 Cadeia Logstica Reversa
A Cadeia Logstica Reversa do coco verde geralmente origina-se na gerao de
resduos de ps-consumo nos pontos de vendas ou das indstrias de envasamentos e
beneficiamento de outros subprodutos do coco verde (SCHWARTZ FILHO, 2006).
Aps chegar ao consumidor final, uma parcela do produto de ps-consumo
coletado e destinado aos sistemas de disposio final seguros ou controlados, como aterro
sanitrio, a uma disposio final no controlada, como os lixes ou por fim, destinados aos
canais de distribuio reversos. O mesmo acontece com os resduos gerados na etapa dos
processadores (LEITE, 2009).
Fornecedores de insumos Produo
Transporte
Processadores Varejo
Consumidor Final
16
Os resduos de coco verde, em especial a casca do coco verde, podem ser
transformados em produtos reciclados e retornar ao mercado consumidor, atravs da
implantao de indstrias de reciclagem (SCHWARTZ FILHO, 2006).
Figura 4 - Cadeia Logstica Reversa do Coco Verde. Fonte: Adaptado de Leite (2009).
2.4 COCO VERDE (COCOS NUCIFERAS L.)
2.4.1 Planta
O coqueiro um vegetal da famlia Palmae (palmeira), tambm chamado por
coqueiro-da- praia e coqueiro-da-baa. Sua origem verdadeira bastante discutvel, uma vez
que no ocorre s no Brasil (LORENZI, 2000, p. 277). Sendo uma cultura tropical,
largamente distribuda na sia, frica, Amrica Latina e regio do Pacfico (SIQUEIRA;
ARAGO; TUPINAMB, 2002).
Sua chegada ao Brasil se deu em 1553, quando os portugueses o introduziram na
Bahia. (GOMES, 2007, p, 193).
uma frutfera amplamente cultivada em todas as regies tropicais do pas e do
mundo, nativa provavelmente no litoral Norte e Nordeste do Brasil (LORENZI, 2006, p.7).
Indstria de beneficiamento
Varejo
Consumo Final
Resduo Industrial Produto de ps-
consumo
Coleta Informal Coleta Seletiva Coleta de Lixo
Seleo Disposio Final
Indstria de Reciclagem
Material Reciclado
Indstria geradora do produto
17
Nos ltimos anos vem ocorrendo um deslocamento das reas tradicionais de
cultivo para outras partes do pas. Produtores do Sudeste e Centro-Oeste esto explorando
a cultura do coqueiro-ano irrigado, para a produo de gua de coco (MATHIAS, 2014).
Segundo a SEBRAE (2013), a partir de anlises de dados do IBGE de 2010, pontam
que entre os 10 maiores produtores de coco do Brasil, 7 (sete) eram da regio Nordeste,
conforme ilustra o grfico 1:
Figura 5 - Principais Estados do Brasil na produo de coco. Fonte: (SEBRAE, 2013).
Segundo Vilela (2014), so exploradas no pas 3 (trs) variedades de coqueiros:
Coqueiro gigante: Planta de porte alto, atingindo cerca de 35 metros de altura. Sua
finalidade principal o fornecimento de polpa (copra) para a indstria de derivados
de coco (coco ralado e leite de coco). Inicia sua produo a partir de seis anos e
meio. Tem a produo mdia de 70 frutos por planta ao ano;
Coqueiro ano. Planta de porte baixo, atingindo cerca de 12 metros de altura,
utilizado para atendimento do consumo de gua de coco (in natura ou envasada).
Comea a produzir com dois anos e meio, apresenta produtividade de 120 frutos por
planta ao ano, podendo alcanar 250 frutos em sistemas irrigados;
Coqueiro hbrido. Plantas de porte intermedirio, atingindo cerca de 20 metros de
altura, com dupla finalidade de fornecimento de coco para a indstria e para gua.
http://www.sebraemercados.com.br/wp-content/uploads/2013/09/Coco_Tab.jpg
18
Sua produtividade alcana de 120 a 150 frutos por planta ao ano, com incio de
produo aos quatro anos ps-plantio. Tem participao pouco expressiva na
produo.
Os coqueiros florescem durante quase o ano inteiro, porem com maior intensidade
nos meses de janeiro a abril (LORENZI, 2000, p. 277).
2.4.2 Fruto
O coco verde a fruta do coqueiro denominada cientificamente por Cocos nuciferas
L. e conhecida popularmente como coco, coco-da-baa ou coco-da-praia (LORENZI, 2006,
p.7).
uma drupa com tamanho grande, quase sempre arredondada, embora no raro,
apaream tipos alongados (GOMES, 2007, p. 194). Sua colorao (casca) pode variar de
verde, amarela ou bronze, dependendo do cultivo. (LORENZI, 2006, p.7).
A estrutura do coco, conforme observada na Figura 6 formada pelo Epicarpo,
Mesocarpo Fibroso, Endocarpo, Endosperma e Embrio (SILVEIRA, 2008).
Figura 6 - Camadas da Fruta do Coco.
A parte externa do coco, considerado como a casca, possui uma camada grossa,
fibrosa e seca que constitui o coco propriamente dito. A gua-de-coco (endosperma lquido)
preenche a cavidade central do fruto, encerrado pela parte comestvel branca e macia, com
cerca de 2 cm de espessura, denominada de castanha ou endosperma da semente (polpa)
(VILELA, 2014).
19
O mesocarpo, ou miolo da casca do coco, formado pelas densas fibras,
agregadas pelo tecido conjuntivo. Essa fibra do coco pertence famlia das fibras duras, tais
como o "sisal. uma fibra multicelular que tem como principais componentes, a celulose e
o lenho, o que confere elevados ndices de rigidez e dureza. A baixa condutividade ao calor,
a resistncia ao impacto, s bactrias e gua so algumas de suas caractersticas
(SENHORAS, 2003).
Infelizmente o mesocarpo quase que totalmente destrudo no Brasil, no entanto,
produz fibras que poderiam ser utilizadas em diversas aplicaes industriais (SENHORAS,
2003).
Cada fruto chega a pesar aproximadamente 1,2 kg, amadurecendo principalmente
entre julho a fevereiro (LORENZI, 2000, p. 277).
A casca do coco verde um material de difcil degradao, tendo um tempo de
decomposio mdio de aproximadamente 12 anos (SEBRAE, 2013).
2.4.3 Cultivo
Antes de iniciar o plantio, deve-se considerar as condies de clima, solo e a
qualidade da muda (MATHIAS, 2014).
Os coqueirais se desenvolvem bem em lugares com temperaturas elevadas, sem
grandes variaes, com mdia anual em torno de 27C e oscilaes dirias de 5C a 7C.
Quando se tem mnimas dirias inferiores a 15C, a morfologia do coqueiro modificada e,
mesmo que de pequena durao, provocam desordens fisiolgicas, tais como a parada do
crescimento e o abortamento de flores (FONTES; FERREIRA; SIQUEIRA, 2002).
O coqueiro gosta de chuva regularmente distribuda e abundante. O regime
pluviomtrico ideal caracterizado por uma precipitao anual de 1.500mm, com
pluviosidades mensais nunca inferiores a 130 mm. A umidade relativa do ar onde se
encontram os maiores coqueirais igual ou superior a 80%, chegando a 85% em alguns
trechos (GOMES, 2007, p. 200).
Em geral, o coqueiro apresenta melhores condies de adaptao a solos profundos,
leves e bem drenados, suficientemente midos e frteis (GOMES, 2007, p. 201).
O mais indicado comear a lavoura de coqueiros no incio da estao das chuvas,
garantindo assim bom suprimento de gua s plantas. Caso contrrio, o melhor mtodo o
sistema de irrigao (MATHIAS, 2014).
20
A marcao da rea para o plantio deve ser realizada observando-se o sentido
norte-sul, para estabelecimento da linha principal de plantio, com o objetivo de proporcionar
maior perodo de insolao s plantas. Quando realizado em condio de sequeiro, em
regies com dficit hdrico elevado, deve-se dar preferncia utilizao de mudas mais
jovens, com 3 a 4 folhas em mdia, as quais apresentam menor rea foliar e maior teor de
reserva no endosperma, possibilitando menores perdas em campo. No caso de plantios
irrigados, a utilizao de mudas mais desenvolvidas produzidas em sacos plsticos de
polietileno pode proporcionar maior precocidade de produo e desenvolvimento das
plantas em campo (FONTES; FERREIRA; SIQUEIRA, 2002).
As aberturas de covas para plantio devem ser abertas com dimenses de 10 x 10 m
para os coqueiros comuns e gigantes. J os coqueiros anes podem e devem ter compasso
menor, com dimenses de 8 x 8 m (GOMES, 2007, p. 208).
As covas devem ser preparadas trinta dias antes do cultivo. O tero inferior da cova
dever ser preenchido com terra, trs quilos de adubo orgnico e 800 gramas de
superfosfato simples, fixando a muda no solo sem enterrar o caule. Depois de um ms, com
300 gramas de ureia e 200 gramas de cloreto de potssio, deve-se incorporar o adubo ao
solo (MATHIAS, 2014).
Para os coqueiros comuns ou gigantes, sero necessrios 100 coqueiros por
hectare. Podero produzir, se bem plantados e tratados, algo como 10.000 cocos,
excepcionalmente 13.000 a 15.000 cocos. J para os coqueiros anes, sero 156 coqueiros
por hectare, podendo produzir, se as condies forem favorveis, uns 20.000 a 30.000
cocos por ano (GOMES, 2007, p. 208).
2.5 IMPACTOS AMBIENTAIS ORIUNDOS DO CONSUMO DO COCO VERDE
O mercado do coco verde no Brasil tem crescido consideravelmente nos ltimos
anos, principalmente pelo consumo da gua do fruto imaturo, acarretando em um
aumentando na gerao do rejeito (casca), que corresponde cerca de 85% do peso do fruto
(SENHORAS, 2004).
Segundo Martins e Jnior (2011) o consumo do coco tem um crescimento de
mercado estimado em 20% ao ano.
Os rejeitos do coco verde geram volumes significativos de material, causando
grandes impactos ambientais e visuais, especialmente em grandes centros urbanos onde o
21
material de difcil descarte, sendo enviado para lixes e aterros sanitrios ou
depositados nas margens de estradas, praias, lotes vagos entre outros (VILELA, 2014).
Quando as cascas do coco verde so encaminhadas aos aterros sanitrios e
vazadouros, geram altos custos para a sociedade, alm de diminuir a vida til desses
depsitos, proliferando focos de vetores transmissores de doenas, mau cheiro, possvel
contaminao do solo e corpos d'gua, alm da inevitvel destruio da paisagem urbana
(ROSA et al., 2007).
Este material, assim como toda matria orgnica sofrem um processo de
decomposio pela ao de micro-organismos, no qual produzido o metano, gs que
contribui para o efeito estufa (ROSA et al., 2007).
Atualmente, a maioria das cascas de coco, folhas e cachos do coqueiro so
queimados ou descartados como lixo nas propriedades rurais produtoras de coco, nas ruas
das grandes cidades e em lixes. Quando queimados produzem substncias poluidoras do
meio ambiente, quando descartados constituem meio adequado para procriao de animais
peonhentos e insetos vetores de doenas, servindo como agente poluidor do meio
ambiente e de risco para a sade da populao (SILVA; JERNIMO, 2012).
2.6 APROVEITAMENTO E RECICLAGEM DA CASCA DO COCO VERDE
O desenvolvimento de novas alternativas de aproveitamento e reciclagem da casca
de coco possibilita a reduo dos impactos ambientais gerados pelo mesmo e proporciona
uma nova opo de rendimento junto aos locais de produo (ROSA et al., 2007).
Segundo Tavares (2010), a cada 125 cocos reciclados, economiza-se 1 metro cbico
de espao nos aterros sanitrios (TAVARES, 2010).
Nos ltimos anos vem sendo dada uma ateno especial para o reaproveitamento da
casca do coco verde nos diferentes processos industriais, podendo ser utilizado na
fabricao de vrios produtos (TAVARES, 2010).
A principal matria prima extrada do resduo do coco verde fibra e o p (substrato)
decorrente do processamento, sendo que a cada 6 (seis) cascas de cocos, se tem a
produo de 1 (um) quilo de fibra. Para a obteno da fibra e do p, a casca de coco passa
por diversas operaes, como corte, desfibramento, lavagem, triturao, secagem e, quando
necessrio, compostagem (VILELA, 2014).
22
Existem incentivos tradicionais trazidos pelo estado brasileiro para a explorao
das fibras, que so garantidos pela a Lei cinquentenria n 594, de 24 de dezembro de
1948, ainda em vigor, que dispe sobre diversos benefcios fiscais e econmicos para
empresas exploradoras de fibras de coco verde com o aproveitamento da matria prima
nacional (SENHORAS, 2003).
A fibra extrada do coco verde classificada como fibra branca longa e tem como
principais componentes a celulose e o lenho que proporcionam altos ndices de resistncia e
durabilidade. As principais caractersticas tcnicas no qual garante vantagens para utilizao
industrial so: inodora, resistente ao impacto, resistente umidade, resistente a bactrias,
no atacada por roedores, resistente gua, no apodrece, no produz fungos e possui
baixa condutividade ao calor (SCHWARTZ FILHO, 2006).
2.6.1 Produtos oriundos da Fibra e do Substrato do Resduo do Coco Verde
As propriedades e caractersticas descritas acima contribuem para que a fibra e o p
do coco verde sejam utilizados como matria prima em diversos produtos, tais como:
2.6.1.1 Mantas e telas para conteno e proteo do solo
As mantas e telas so preenchidas com a fibra do coco entrelaadas e costuradas
com fios biodegradveis, sendo utilizadas em situaes de extrema complexidade. Podendo
ser aplicadas em taludes de corte e aterros em inclinao, reas planas, margens de rios,
bueiros e canaletas vegetadas (SENHORAS, 2003).
As mantas tambm podem ser semiprensadas, no qual so chamadas de mantas
fofas, utilizadas como antirrudo para aplicao em veculos ou mquinas, filtros de
conteno de material particulado (poeira, tintas, etc.), decoraes, tapetes, cortinas e
palmilhas (CASTILHOS, 2011).
2.6.1.2 Isolante Trmico e Acstico
A fibra de coco verde, devido s novas tecnologias, satisfaz os padres tcnicos
exigidos pelo mercado, sendo utilizada junto com resinas, ltex natural, plstico ou cortia
na confeco de chapas, onde apresentam uma elevada eficcia no isolamento trmico e
acstico (SENHORAS, 2003).
Essas chapas podem ser utilizadas como revestimento para piso, reduzindo os
rudos e isolando o frio e a umidade. Alm de serem muito utilizadas na construo civil na
forma de forros e paredes (CASTILHOS, 2011).
23
2.6.1.3 Gabinetes ecolgicos de computadores
Os gabinetes tradicionais dos computadores ganharam uma nova forma ecolgica,
sendo produzidos a partir placas compostas de resina, fibra de coco e iniciador, responsvel
pelo endurecimento da resina. Para confeco das placas foram construdas molduras nos
tamanhos correspondentes s placas originais do computador (CASTILHOS, 2011).
2.6.1.4 Produo de Xaxim e Vasos
A fibra do resduo do coco verde e o p podem substituir o xaxim, alm de serem
utilizados na confeco de vasos para o cultivo de diversas espcies vegetais e estacas
para suporte de plantas (A LAVOURA, 2012).
As grandes vantagens da utilizao da fibra do coco verde nesses produtos so:
substituio de vasos e demais utenslios de barro, cimento e plstico e tambm a
substituio do principal subproduto extrado da Samambaiau (espcie ameaada de
extino), o xaxim (SCHWARTZ FILHO, 2006).
2.6.1.5 Substrato Agrcola
O p da casca do coco verde muito utilizado como substrato agrcola inerte; ou
seja, funcionando como sustentao para o desenvolvimento das plantas. Pode ser usado
tambm como substrato (aps compostagem), puro ou em composio com outros
materiais. Quando aplicado nas plantaes o composto adiciona matria orgnica, melhora
a estrutura do solo e a reteno de gua, reduz a necessidade de fertilizantes e o potencial
de eroso do solo (ROSA et al.,2007).
2.6.1.6 Produtos para a indstria automotiva
A fibra de coco utilizada na fabricao de peas como encostos de cabea, prasol
interno, assentos e encostos de bancos. A marca Mercedes-Benz aderiu a essa iniciativa e
equipa h dcadas seus veculos produzidos no Brasil com produtos base de fibra de coco
(SILVA; JERNIMO, 2012).
A fibra substitui a espuma injetada utilizada nos produtos automotivos, apresentando
vantagem como no deformar e no esquentar, sendo um excelente isolante trmico
(SENHORAS, 2003).
2.6.1.7 Produo de Papel
O consumo de papel derivado da indstria madeireira uma das causas de
desflorestamento no mundo. A casca do coco verde uma alternativa sustentvel para
24
substituio da madeira visto que, dentro dos padres industriais, a casca de coco
considerada um material vegetal apto para a produo de papel, pois possui 33% de
celulose em sua composio (SENHORAS, 2003).
2.6.1.8 Alimentao Animal
Embora sejam pobres em nutrientes, as fibras e o p do coco podem ser ministrados
ao rebanho como fonte de protenas e energia. Essas matrias so geralmente abundantes
em fibras e ricos em lignina no qual podem ser utilizados nas misturas de raes para
animais (SCHWARTZ FILHO, 2006).
A alimentao animal no deve ser feita exclusivamente com a fibra de coco como
rao, pois a baixa digestibilidade e pouca palatabilidade dificultam a ingesto voluntria,
alm de possuir quantidades insuficientes de minerais, energia e protenas. Por isso,
necessrio o acrscimo de outros complementos. (SENHORAS, 2003).
2.6.1.9 Suporte para biofilme em sistema de tratamento de efluente
Foram realizados estudos de sistema de tratamento biolgico utilizando fibra de coco
como suporte para a formao do biofilme em busca de um mtodo sustentvel para
minimizar os impactos causados pelos efluentes industriais. Detectou-se que estes
tratamentos geram alta eficincia na reduo da matria orgnica a um menor custo
(CASTILHOS, 2011).
2.7 LOGSTICA REVERSA DO COCO VERDE NO BRASIL
A logstica reversa do coco verde no Brasil ainda atual, porm alguns projetos de
indstrias de reciclagem da casca do coco verde j foram implantados com sucesso,
conforme mostrado abaixo:
2.7.1 BioCoco
A empresa BioCoco surgiu devido preocupao de um tcnico de informtica com
a crescente demanda de cascas de coco verde sendo geradas nas praias de Espirito Santo
e sendo encaminhadas aos aterros sem nenhum aproveitamento (BRITO, 2014).
Em janeiro de 2008, a empresa BioCoco foi implantada na Incubalix, primeira
incubadora de econegcios do Pas, sediada no aterro sanitrio privado Marca Ambienta em
Cariacica, na regio metropolitana de Vitria (MARCA AMBIENTAL, 2014).
25
O empresrio investiu cerca de R$ 180 mil para abrir o negcio e processava em
torno de 60 toneladas por ms de cascas de coco verde descartadas no aterro sanitrio pela
prefeitura (BRITO,2014).
O reaproveitamento comea com o processo de desfiagem e secagem. Depois, as
fibras so tranadas e recebem ltex, transformando-se em diversos produtos tais como:
vasos tipo xaxim, mantas para fins diversos (drenagem, conteno de encostas, etc)
confeco de artesanatos diversos e substrato agrcola (BRITO,2014).
Ao todo eram produzidos 4 mil m por ms de fibra de coco, vendidos a R$ 3 o m,
tanto para o aterro sanitrio quanto para empresas de outros estados (BRITO,2014).
Atualmente a empresa migrou-se para o municpio de Paraipaba no Cear, onde
firmou parceria com duas empresas locais que exploram produtos como a gua de coco
para o envaze, a polpa e o leo, para fazer o recolhimento das cascas de coco verde
descartadas (BIOCOCO, 2014).
O processo continua o mesmo, porm observaram que ao beneficiarem a casca,
alm de produzirem a fibra, produzem uma considervel quantidade de p. Este material (p
da casca) vem sendo vendido como substrato para plantas, assim como as fibras, que so
vendidas em fardos prensados com peso aproximado de 130 kg (BIOCOCO, 2014).
Figura 7 - Fibra prensada e do p da casca do coco da empresa BioCoco. Fonte: BioCoco (2014).
Fibra da casca coco P da casca coco
26
2.7.2 Ps-Coco
A empresa Ps-Coco uma indstria de reciclagem de resduos do coco verde,
localizada no municpio de So Paulo/SP (PS-COCO,2014).
Em parceria com a CEAGESP (Companhia de Entrepostos e Armazns Gerais de
So Paulo), a Ps-Coco recebe em torno de 50 mil cocos por ms para serem processados
e transformados em subprodutos reciclados (TAVARES,2010).
O planejamento e a operao da usina da Ps-Coco foram desenvolvidos pelo
Engenheiro Agrnomo da Embrapa Agroindstria Tropical no qual deu suporte em todas as
etapas da estruturao do negcio (PS-COCO,2014).
Figura 8 Maquinrio da Usina Ps-Coco para o processamento da casca do coco verde. Fonte: Ps-Coco (2014).
Os produtos gerados pelo processamento da casca do coco verde so a fibra e o p
(substrato). A empresa mantm parceria com uma empresa de So Paulo (SP) e outra do
Estado do Espirito Santo para realizar a venda em conjunto de seus produtos (TAVARES,
2010).
Mquinas Alimetadora
Prensagem Produo da Fibra e do P da Casca do Coco
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Figura 9 Fibra e do p (substrato) da casca do coco da empresa Ps-Coco. Fonte: Ps-Coco (2014).
2.7.3 AquaCoco
A AQUACOCO uma empresa que atua com o beneficiamento do coco verde, que
fica localizada no municpio de Extremoz, Rio Grande do Norte (AQUACOCO, 2014).
Sua principal atividade o envasamento da gua do coco, porm, preocupada com
os resduos gerados a partir desta extrao, a empresa deu incio no ano de 2005, a
estudos para a reciclagem da casca do coco verde. Os estudos foram desenvolvidos em
parceria com estudantes da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e
pesquisadores da Embrapa (AQUACOCO, 2014).
Em 2006, a AquaCoco fez uma extenso de sua marca, criando a Poty Fibras,
indstria voltada para a reciclagem do coco verde. Atualmente a empresa produz a fibra de
coco, o p de coco e o doce de coco (AQUACOCO, 2014).
Fibra Substrato
28
Figura 10 - Produtos produzidos a partir do resduo da extrao da gua do coco verde. Fonte: AquaCoco (2014).
Estes produtos podem ser comercializados na sua forma bruta ou na forma
beneficiada, no qual se refere criao de mantas a partir das fibras (AQUACOCO, 2014).
2.7.4 Natural Fibras
A Natural Fibras uma indstria de reciclagem de cascas de coco verde, fundada
em 2008 na cidade de Caraguatatuba/SP, que atualmente conta com uma parceria da
prefeitura (NATURALFRIBRAS, 2014).
No municpio encontram-se espalhados pela orla pontos de coleta nos quiosques,
sendo eles 20 cestos e 10 containers para posteriormente, as cascas serem transportadas
para o beneficiamento (CARAGUATATUBA, 2012).
A empresa Natural Fibras utiliza tecnologia desenvolvida pela Embrapa, no qual
realiza o beneficiamento da casca do coco verde, tendo como produtos a fibra e o p
(substrato) (NATURALFRIBRAS, 2014).
Alem de contar com parceiria do municpio em que sedeia, a Natura Fibras conta
com a parceiria do municpio de So Jos dos Campos e com o apoio da Incubadora Revap,
de So Jos dos Campos. Sua misso reciclar 100% do resduo de coco verde gerado
pelos municpios de So Jos dos Campos e Caraguatatuba (NATURALFRIBRAS, 2014).
Fibra do Coco Verde Doce de Coco Verde
29
3 METODOLOGIA
3.1 REA DE ESTUDO
O municpio de Balnerio Cambori localiza-se no Litoral Norte de Santa Catarina, e
destaca se por suas belas praias, rede hoteleira, vida noturna, alm de um comrcio forte e
atuante todos os dias do ano, sendo considerado o maior balnerio turstico do Sul do Brasil
(SECTURBC, 2013).
De acordo com dados do IBGE de 2010, a cidade conta com uma populao fixa de
108.089 habitantes, podendo chegar a um milho de habitantes durante a temporada, que
dura de dezembro a maro (IBGE, 2010).
A Praia Central o local mais frequentado pelos turistas, que contam com servios
de praia, quiosques e lazer. Sua extenso de aproximadamente 7 km, sendo margeada
pela Av. Atlntica, que possui diversas lojas, restaurantes, bares, sorveterias e cafeterias,
alm de ser totalmente urbanizada e contar com servios hoteleiros (SANTUR, 2013).
Figura 11 Localizao da rea de estudo.
30
3.2 ANLISE DO CICLO DE VIDA DO COCO VERDE NA PRAIA CENTRAL DO
MUNICPIO DE BALNERIO CAMBORI, SC
Segundo MATTAR (1996) os dados obtidos em uma pesquisa podem ser
classificados em dois grupos: dados primrios e dados secundrios.
Dados Primrios: so aqueles que no foram antes coletados e que ainda
esto em posse dos pesquisadores, possuindo a finalidade de atender as
necessidades especificas da pesquisa em andamento.
Dados Secundrios: so aqueles que j foram coletados, tabulados,
ordenados ou at mesmo analisados e catalogados, estando a disposio de
interessados, a fim de atender as necessidades de uma pesquisa em
andamento.
Para o desenvolvimento do ciclo de vida do coco verde, inicialmente foi realizado a
identificao e coleta de dados de todos os quiosques ao longo da orla que comercializam
coco verde.
Para a coleta dos dados primrios foi utilizado o mtodo de comunicao que
consiste em um questionrio o qual contempla perguntas fechadas e de mltipla escolha. Os
questionrios foram aplicados com os quiosques (APNDICE I), Master Coco Ltda ME
(APNDICE II) e Ambiental Limpeza Urbana e Saneamento Ltda (APNDICE III) a fim de
conhecer o ciclo de vida do coco verde para a praia Central do municpio de Balnerio
Cambori.
A aplicao do questionrio junto aos quiosques da praia Central foi realizada nos
dias 8 e 15 de agosto de 2014, no perodo vespertino durante o horrio comercial. Foram
entrevistados 21 quiosques ao longo da extenso da praia, com intuito de levantar
informaes sobre o quiosque, demanda de consumo e compra do coco verde, fornecedor
do coco verde, forma de armazenamento e descarte, problemas relacionados com o
descarte e coleta da casca do coco verde.
Aps a identificao do fornecedor do coco verde vendido para os quiosques da orla
da praia Central, foi aplicado um questionrio com a Master Coco Ltda ME no dia 18 de
agosto de 2014 contemplando 11 (onze) perguntas relacionadas sobre a Master Coco, a
origem do coco verde, transporte do coco verde at o destino, tempo de entrega da carga,
valor de compra e venda do coco verde e a percepo da empresa em relao a destinao
da casca do coco verde.
31
No dia 24 de setembro de 2014 foi aplicado um questionrio com a Ambiental
Limpeza Urbana e Saneamento Ltda, empresa na qual recolhe a casca do coco verde e
encaminha ao Aterro Sanitrio Canhanduba, a fim de analisar os dias e as frequncias da
coleta alm de verificar se possuem coleta diferenciada da casca do coco verde.
3.2.1 Levantamento e anlise da quantidade de cocos verdes vendidos para os
quiosques da orla da Praia Central do municpio de Balnerio Cambori, SC
As quantificaes dos cocos verdes vendidos para os quiosques da praia Central
foram realizadas a partir de anlises das planilhas de vendas dirias fornecidas pela
empresa Master Coco durante 11 (onze) meses, levando em considerao os motivos das
demandas de venda (feriados, final de ano, final de semana, etc).
3.2.2 Anlise do peso e volume mdio da casca do coco verde
A anlise do peso e volume mdio da casca do coco verde foram estimadas a partir
da mdia do peso e volume de 10 cascas de coco verde (Figura 12) coletadas dos
contentores de resduos da praia Central do municpio de Balnerio Cambori.
Figura 12 - Cascas dos cocos verdes analisados.
A pesagem de cada casca do coco verde foi realizada por meio de uma balana
industrial, modelo DP-15 (Figura 13) certificada pela INMETRO. Ao obter o peso das 10
(dez) cascas de coco verde foi feito uma mdia para obter o peso mdio de uma casca de
coco verde.
32
Figura 13 - Pesagem das 10 cascas dos cocos verdes analisados.
Aps serem pesadas, foi realizada a anlise volumtrica de cada casca de coco
verde a partir da aplicao da frmula de volume de um es