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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE EDUCAÇÃO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS, POLÍTICAS E SOCIAIS
MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
LICITAÇÕES SUSTENTÁVEIS:
SEUS DESDOBRAMENTOS NO ÂMBITO DAS
INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR (IFES):
O CASO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
JOSÉ CLÓVIS PEREIRA BORGES
ITAJAÍ, SANTA CATARINA
2011
JOSÉ CLÓVIS PEREIRA BORGES
LICITAÇÕES SUSTENTÁVEIS:
SEUS DESDOBRAMENTOS NO ÂMBITO DAS
INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR (IFES):
O CASO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Dissertação apresentada para o Programa de Mestrado Profissionalizante em Gestão de Políticas Públicas -- Linha de Pesquisa: Políticas Públicas – Aspectos Socioespaciais e Culturais do Centro de Educação de Ciências Jurídicas, Políticas e Sociais da Universidade do Vale do Itajaí. Orientadora: Profª Drª Adriana Marques Rosseto
ITAJAÍ, SANTA CATARINA
2011
À Izabel, minha esposa,
e aos meus filhos Fábio e Tatiana.
Por todo o amor; por quem sou e por tudo
o que alcancei.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela vida, benção e proteção.
À Professora Drª Adriana Marques Rosseto, pela orientação, apoio, incentivo
e confiança.
Ao Professor Paulo Roberto Rocha Kruger, pela paciência, confiança e
compreensão nas minhas ausências, para realização do mestrado.
Ao Engenheiro Luiz Carlos da Silva, pela colaboração e assessoramento
técnico na realização deste trabalho.
Aos colegas de mestrado Maria, Marinez, Lucinha, Valter, José Cláudio e
Paulo Werner, pela amizade, companheirismo e colaboração recebida durante o
curso.
Aos colegas servidores da Universidade Federal do Paraná, pela pronta
disposição na realização das entrevistas.
“A terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra. Todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo. O que ocorrer sobre a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido fará a si mesmo”.
(Chefe Seatle, 1854)
RESUMO
Este trabalho realiza um estudo sobre o processo das licitações sustentáveis no âmbito das Instituições Federais de Ensino superior do Brasil, baseado no caso da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Tudo isso se consolida através da Instrução Normativa 01/2010 que estabelece as exigências ambientais na compra de bens e materiais e na contratação de serviços assim como na própria gestão da instituição, com o intuito de minimizar todos os impactos ambientais decorrentes do funcionamento da entidade como o uso de energia, água e geração de resíduos. O objetivo do trabalho foi o de diagnosticar como vem sendo aplicada essa Instrução Normativa do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, no âmbito da UFPR e auxiliar a sua efetivação. A metodologia do estudo incluiu o levantamento de toda a legislação pertinente, entrevistas com os responsáveis pela área e dados sobre as licitações efetuadas durante os doze meses de 2010 pela UFPR o que permitiu visualizar a inadequação da entidade à norma de sustentabilidade ambiental e detectar como as falhas ocorridas nesse processo impedem a concretização da proposta legal. A conclusão a que se chega é que, de maneira geral, os administradores envolvidos no processo acusam que a política de sustentabilidade será mais efetiva quando a cultura da sociedade for mais intensificada nesse contexto mas, enquanto isso não ocorrer, os resultados não serão maiores que os pífios índices de sustentabilidade ambiental nos processos licitatórios efetuados pela entidade enfocada neste estudo. Palavras-chave: Licitações sustentáveis; impacto ambiental; produção de resíduos;
instrução normativa.
ABSTRACT:
This work investigates the process of sustainable competitive tenders in the context of the
Brazilian Federal Universities, based on the specific case of the Federal University of Parana
(UFPR). This process is consolidated through Normative Instruction 01/2010, which
establishes the environmental requirements relating to the purchase of goods and materials in
the hiring of services, as well as in the administration of the institution, seeking to minimize
the environmental impacts of the institution functioning, such as energy and water
consumption and waste production. The objective of this work is to diagnose how this
normative instruction of the Ministry of Planning, Budget and Management is being applied
in the UFPR, and to assist its implementation. The study method included an investigation of
all the relevant legislation on these processes, interviews with those responsible for this
sector, and data on the competitive tenders carried out by the UFPR in 2010, which revealed a
lack of adherence, by the institution, to the environmental sustainable norms, and showed how
the failures in this process have hampered the successful implementation of the legal
proposal. It concludes that in general, the managers directly involved in this process claim
that the policy of sustainability will only be really effective when the social culture is
intensified in this regard, but until then, the results will be no better than the minimal levels of
environmental sustainability seen in the tender processes carried out by the institution that is
the focus of this study.
Key Words: Sustainable Auction; Environmental Impact; Waste Production; Normative
Instruction.
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 11
1.1 PROBLEMÁTICA ........................................................................................... 15
1.1.1 Hipóteses ................................................................................................. 15
1.2 OBJETIVOS .................................................................................................. 16
1.2.1 Objetivo geral ......................................................................................... 16
1.2.2 Objetivos específicos .............................................................................. 16
1.3 JUSTIFICATIVA E DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ........................................ 17
1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ................................................................. 19
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................... 21
2.1 AS NOVIDADES JURÍDICAS (NOVA LEI n. 12.349 de 16/12/2010) ........... 25
2.2 O DISTANCIAMENTO DA LEI GERAL DE LICITAÇÃO COM A LICITAÇÃO
SUSTENTÁVEL ............................................................................................. 34
2.3 A LEI 8.666/93 VERSUS INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 01/2010:
ASPECTOS POLÊMICOS .............................................................................. 36
2.3.1 Das aquisições de bens ........................................................................... 37
2.3.2 Com referência às obras e serviços de engenharia ............................... 40
2.4 LEI DAS LICITAÇÕES/CONTRATAÇÕES PÚBLICAS SUSTENTÁVEIS:
BENEFÍCIOS AMBIENTAIS, ECONÔMICOS E SOCIAIS ............................. 42
2.5 AÇÕES DO GOVERNO BRASILEIRO ........................................................... 45
3 METODOLOGIA .............................................................................................. 47
4 LICITAÇÕES DA UFPR: PROCEDIMENTOS E AÇÕES ................................ 49
4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA UFPR ................................................................ 49
4.1.1 Estrutura de Compras e Contratações ................................................... 51
4.2 AÇÕES DA UFPR PARA A SUSTENTABILIDADE ....................................... 51
4.3 PROCESSOS DE AQUISIÇÃO E CONTRATAÇÃO ..................................... 52
4.3.1 Das Aquisições Sustentáveis .................................................................. 55
4.3.2 Dos Serviços Comuns ............................................................................. 56
4.3.3 Das Obras e Serviços de Engenharia, Sustentáveis ............................. 57
4.4 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS ..................................................................... 60
4.4.1 Atores da UFPR ........................................................................................ 60
4.4.2 Atores dos Órgãos de Controle Externo ................................................ 64
4.5 CONCLUSÕES SOBRE AÇÕES E DIFICULDADES DA UFPR PARA
IMPLEMENTAÇÃO DAS LICITAÇÕES SUSTENTÁVEIS ............................. 65
5 PROPOSTA DE MODELOS PADRÕES PARA OS TERMOS DE REFERÊN-
CIA ................................................................................................................... 68
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 75
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 79
APÊNDICES ........................................................................................................ 81
APÊNDICE A: TERMOS DE REFERÊNCIA 82
TERMO DE REFERÊNCIA 1: AQUISIÇÃO DE MOBILIÁRIO .............................. 83
TERMO DE REFERÊNCIA 2: CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE
LIMPEZA E HIGIENE .................................................................................... 98
TERMO DE REFERÊNCIA 3: CONTRATAÇÃO DE PROJETOS BÁSICOS
E EXECUTIVOS, PARA OBRAS ................................................................... 110
TERMO DE REFERÊNCIA 4: CONTRATAÇÃO DE OBRA ................................. 197
APÊNDICE B: ROTEIRO DE LEVANTAMENTO DE DADOS 216
APÊNDICE C: ROTEIRO DE ENTREVISTAS 222
APÊNDICE D: RESULTADO DAS ENTREVISTAS 225
ANEXOS .............................................................................................................. 2 41
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
A3P Agenda Ambiental da Administração Pública Federal
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
art. artigo
ART Anotação de Responsabilidade Técnica
BT baixa tensão
CATAMARE Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis
CECOM Central de Compras, Contratos e Patrimônio
Cd cádmio
CECOM Central de Compras, Contratos e Patrimônio
CFTV Circuito Fechado de Televisão
CGU Controladoria Geral da União
GLP Gás Liquefeito de Petróleo
CNJ Conselho Nacional de Justiça
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CNUMAD Conferência de Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONFEA Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
Cr(VI) cromo hexavalente
CREA Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Paraná
CTPS Carteira de Trabalho e Previdência Social
DETRAN Departamento de Trânsito
EPA Constrution General Permit
FORPLAD Fórum de Pró-Reitores de Administração de Planejamento
FSC Forest Stewardship Council
Hg mercúrio
IAB Instituto dos Arquitetos do Brasil
IFES Instituições Federais de Ensino Superior
IN Instrução Normativa
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade
Industrial
INSS Instituto Nacional do Seguro Social
ISO International Organization for Standardization
KVA
MPOG Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
MT média tensão
NBR Norma Brasileira Registrada
NPDES Nacional Pullutant Discharge Elimination System
ONU Organização das Nações Unidas
Pb chumbo
PBBs bifenil-polibromados
PBDEs éteres difenil-polibromados
PCU Prefeitura da Cidade Universitária
PGRCC Projeto de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil
PIB Produto Interno Bruto
PMP Polícia Militar do Paraná
PR Paraná
REUNI Reestruturação das Universidades
RN Referências de Nivel
RoHS Restriction of Certain Hazardous Substances
SANEPAR Companhia de Saneamento do Paraná
SEAP Secretaria de Estado da Administração e da Previdência
SISNAMA Sistema Nacional de Meio Ambiente
SLTI Secretaria de Logística e Tecnologia de Informação
SMACNA Control Measures of the Sheet Metal and Air Conditioning
Contractors National Association
SNVS Sistema Nacional de Vigilância Sanitária
SPDA Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas
SUASA Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária
TCU Tribunal de Contas da União
TJDFT Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios
TV Televisão
UFPR Universidade Federal do Paraná
USP Universidade de São Paulo
11
1 INTRODUÇÃO
A Administração Pública no Brasil, seguindo tendência mundial nas últimas
duas décadas, vem buscando se ajustar às novas demandas da sociedade, entre
elas, duas de importância fundamental: o controle dos atos administrativos e da
gestão dos recursos públicos e a busca do desenvolvimento sustentável.
Em ambos os casos, um conjunto de ações vem sendo estabelecido com
vistas a garantir que tanto as organizações públicas como a própria sociedade
melhorem seu desempenho no aspecto social, ambiental e econômico.
Em relação ao controle do uso dos recursos públicos, as iniciativas já são
percebidas desde 1993 quando editada a Lei 8.666/93 que ordenava as práticas de
compras e contratações por parte dos órgãos públicos (Lei Geral das Licitações).
A exemplo de outras nações do mundo, percebe-se que os governantes
brasileiros já se preocupam com o futuro do nosso planeta, promovendo ações
como: conferências internacionais e nacionais. Leis e outras normas foram
institucionalizadas por atores governamentais brasileiros, com o intuito de
estabelecer uma nova cultura de desenvolvimento sustentável. Ainda que
tardiamente, o Governo Federal, com a instituição de dispositivos legais, mostra que
esses legisladores estão cada vez mais conscientes de suas ações, com o meio
ambiente e o respeito com o indivíduo.
Na prática das prescrições da lei geral de licitações, a Administração Pública
fez estabelecer uma série de limites à atuação estatal, que, para a concretização de
seus objetivos, se vale do contrato, precedido de procedimento licitatório que visam
assegurar a obediência aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência. No entanto, o poder público, na época, preocupou-se tão
somente com a questão da corrupção e a improbidade administrativa, no processo
de compra e contratação de obras e serviços, esquecendo-se do meio ambiente e
do benefício social. A Lei veio, exclusivamente, como ferramenta de combate à
corrupção.
12
Surgiu então a intenção de, após quase duas décadas da edição da citada Lei
das Licitações, o Governo Federal estabelecer novas medidas, com vistas a
assegurar a sustentabilidade ambiental - meio em que vivemos - pois somente os
governos têm poder de decisão, que como tal deve ser pelas pessoas e para as
pessoas.
Com o intuito de adotar novas práticas e inovações, o Governo Brasileiro, no
sentido de contribuir para um desenvolvimento sustentável, instituiu o Decreto n.
5940, de 25/10/2006. Este tem como estratégia a construção de uma cultura
institucional para o novo modelo de gestão de resíduos, no âmbito da administração
pública federal, direta e indireta, somada aos princípios e metas estabelecidos pela
Agenda Ambiental da Administração Pública Federal (A3P).
Tal decreto determina, também, a separação de resíduos recicláveis de
órgãos e entidades da administração pública federal, direta e indireta, em benefício
de associações e cooperativas de catadores de material reciclável, tais como:
jornais, envelopes, revistas, material de reformas e construção, plásticos e outros
materiais inservíveis. Com essa ação, o Governo Federal instituiu a coleta seletiva
solidária e contribuiu para o acesso desses trabalhadores à cidadania, à
oportunidade de renda e inclusão social, cujos resultados, por ações promovidas
pela Universidade Federal do Paraná, rendeu cerca de 185 mil reais à cooperativa
de catadores (UFPR, 2010).
No início do exercício de 2010, o Governo promulgou a Instrução Normativa
(IN) n. 01, de 19 de janeiro de 2010, da Secretaria de Logística e Tecnologia de
Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SLTI/MPOG) que
estabelece diretrizes para garantir qualidade – Licitação Sustentável. Assim, com a
edição dessa Instrução Normativa estabeleceu novos parâmetros à aquisição de
bens e contratação de obras e serviços no âmbito da administração pública federal.
Nesse contexto, merece destaque a edição dessa nova norma no Brasil, a
que devem submeter-se os órgãos do Governo Federal, em que o Estado tornou-se
um importante indutor de políticas públicas voltadas à promoção da sustentabilidade
ambiental.
Diante disso, as licitações sustentáveis, regulamentadas pela Instrução
Normativa nº 01/2010, correspondem a uma forma de inserção de critérios
ambientais e sociais nas compras e contratações realizadas pela Administração
Pública, visando à maximização do valor adicionado (utilidade, prazer, satisfação do
13
usuário, satisfação das necessidades, contribuição para operações eficientes) e, ao
mesmo tempo, a minimização dos impactos ambientais e sociais adversos. Tal
licitação autoriza os órgãos da administração federal a contratarem produtos e bens
constituídos por material reciclado, atóxico e biodegradável e que exijam produtos
sustentáveis ou de menor impacto ambiental em relação aos seus similares, de
acordo com os requisitos ambientais para a certificação do Instituto Nacional de
Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (INMETRO).
Nos termos da referida norma, para os casos de contratações de obras e
serviços de engenharia, as especificações e demais exigências do projeto básico ou
executivo devem ser elaboradas visando a economia da manutenção e
operacionalização da edificação, a redução do consumo de energia e água, bem
como a utilização de tecnologias e materiais que reduzam o impacto ambiental, tais
como: uso de equipamentos de climatização mecânica, automação de iluminação do
prédio, uso de lâmpadas fluorescentes, energia solar ou outra energia limpa para
aquecimento de água, sistema de medição individualizada de consumo de água e
energia, sistema de reuso de água da chuva, utilização de materiais reciclados,
reutilizados e biodegradáveis, e que reduzam a necessidade de manutenção, entre
outros.
É importante citar que, ao editar essa norma, a Secretaria de Logística e
Tecnologia de Informação do Ministério do Planejamento seguiu o exemplo da
inserção de uma gestão pública sócio-ambiental, o programa da Agenda Ambiental
da Administração Pública (A3P), desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente.
Esse programa visa sensibilizar os gestores públicos para as questões sócio-
ambientais, promover a redução dos gastos institucionais e contribuir para a revisão
dos padrões de produção e consumo e adoção de novos referenciais de
sustentabilidade, no âmbito da Administração Pública. Essas ações estão
regulamentadas pela Portaria nº 61/2008 do Ministério do Meio Ambiente que
estabelece práticas de sustentabilidade ambiental quando das compras públicas
sustentáveis sejam por aquisições e/ou contratações de serviços deste Ministério e
suas Unidades vinculadas.
Mais recentemente, no final do exercício de 2010, o Governo Federal
promulgou a Lei 12.349/2010, publicada em 16/12/2010. Esta altera, entre outras, a
8.666/93, acrescentando no seu Artigo 3º, mais um elemento entre os princípios, o
de ―desenvolvimento nacional sustentável‖, além de outros dispositivos relacionados
14
à preservação do meio ambiente, mas que ainda carecem de regulamentação,
conforme estabelece a própria Lei.
Importante observar que a Lei geral de licitações não ignorou o meio
ambiente, mas também não estabeleceu critérios para licitações sustentáveis,
somente vindo a inserir agora, depois de dezessete anos, com a edição da Instrução
Normativa nº 01/2010, e agora, mais recente, a publicação da Lei 12.349/2010.
Ainda que não se possa imputar totalmente culpa à administração pública por
não abordar na Lei 8.666/93 os critérios de proteção do ecossistema, ao mesmo
tempo não se pode compreender que a Lei estabeleceu o conjunto de elementos
que devem compor o projeto básico, dentre eles os estudos técnicos que assegurem
o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e nesses estudos
não há os critérios de preservação do ecossistema, e nem elencou dentre as
exigências de habilitação técnica, documento comprobatório dos licitantes, da
regularidade ambiental, como por exemplo a origem da madeira ou da matéria prima
extraída do meio ambiente, além do mais esse Instituto somente se refere às obras e
serviços, não às aquisições de bens.
Vale também lembrar que as nações do mundo, assim como o Brasil, adotam
ações de maneira a reduzir os impactos em função da crescente e acelerada
evolução tecnológica e industrial dos países em desenvolvimento que, de forma
desregrada, impactam a vida e o meio ambiente, pois renovar os compromissos com
as Nações Unidas e cumprir com as obrigações, respeitando os acordos
internacionais, é indispensável. O Brasil, mesmo de forma tímida, cumpre seu papel.
E nesse pensamento sistêmico, não somente os gestores governamentais,
mas também os agentes responsáveis pelo processo das contratações públicas
devem estabelecer estratégias para que todas as licitações no âmbito dos três níveis
de governos sejam efetivadas segundo as normas de sustentabilidade. Os agentes
promotores devem ser treinados e especializados, assim como também as indústrias
e fornecedores devem adaptar seus produtos voltados a uma nova cultura de gestão
ambiental, de acordo com as exigências legais que dão suporte a esse novo modelo
de desenvolvimento sustentável.
O tema proposto trata-se de um ponto relevante e atual: a entrada da
sustentabilidade ambiental no cenário das licitações públicas, tendo em vista o que
preconiza a Instrução Normativa nº 01/2010 – SLTI/MPMOG, em especial no que se
refere aos atores atuantes nos procedimentos licitatórios vinculados à Universidade
15
Federal do Paraná. O que esta Instituição está fazendo para adequar a essa nova
norma, nas aquisições e contratações de obras e serviços, o que foi feito e/ou o que
será feito, o que os gestores, ou seus atores pensam sobre essa política de proteção
ao meio ambiente.
Também, investigou-se o que os órgãos de controle externo pensam com
relação às aferições das prestações de contas das gestões públicas federais, em
especial as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), no tocante à aplicação
dos novos conceitos de sustentabilidade ambiental, dispostos na referida Instrução
Normativa. Isso porque a política de atuação nas aferições das ações dos gestores
públicos federais com relação à execução do orçamento anual, ou seja, a prestação
de contas anual dos gestores, se estende também às IFES, nas quais a
Universidade Federal do Paraná está inclusa.
A partir disso, possibilitou-se a elaboração de uma proposição para auxiliar na
implantação de um novo procedimento para as compras e contratações públicas
sustentáveis no âmbito da Universidade Federal do Paraná, ou a quem queira utilizá-
lo.
1.1 PROBLEMÁTICA
1.1.1 Hipóteses
Já se passaram aproximadamente doze meses da edição da IN/01/2010, e a
Universidade Federal do Paraná não a aplicou, pois, conforme primeira constatação,
aspectos impeditivos de sua aplicação ainda continuam a existir; destacam-se as
seguintes hipóteses que serviram como parâmetros para orientar o desenvolvimento
do trabalho, e foram pesquisadas pela análise dos conceitos e normas, aliadas ao
conhecimento dos processos licitatórios:
a) Complexidade de determinados dispositivos que normatizam a licitação
sustentável;
b) Dificuldade de mudança de cultura dos atores públicos;
c) Dificuldade na correta interpretação da Instrução Normativa 01/2010, por
falta de capacitação e sensibilização aos atores públicos;
16
d) Insuficiência de recursos financeiros na UFPR para custear cursos de
capacitação a seus servidores;
e) Desconhecimento do mercado de produção de bens e serviços
sustentáveis;
f) Falta de uma Rede de Informações, na qual fossem compartilhar as boas
práticas entre outros órgãos que já praticam processo de sustentabilidade;
g) Ausência de indicadores gerenciais que possam contribuir para os
processos de contratações sustentáveis.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Diagnosticar sobre a aplicação da Instrução Normativa nº 01/2010 do
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) na UFPR, com o
propósito de auxiliar na sua implementação.
1.2.2 Objetivos Específicos
Comparar as normas gerais sobre licitação com as aplicáveis na licitação
sustentável, especificamente a IN nº 01/2010 do MPOG;
Analisar os processos de aquisição e contratação de obras e serviços nos
últimos doze meses, a partir de 01 de janeiro de 2010;
Identificar quais as ações e dificuldades da UFPR para adequação à nova
norma de sustentabilidade ambiental;
Apresentar uma proposta para elaboração de editais e modelo de
contratos, para a contratação de obras e serviços de acordo com as novas
diretrizes de licitação sustentável, como auxílio na sua implementação.
17
1.3 JUSTIFICATIVA E DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
O desenvolvimento econômico - crescimento econômico - isoladamente não
garante qualidade de vida; é um meio para alcançar um desenvolvimento justo e
solidário. Hoje, a má gestão da sociedade ameaça cada vez mais o meio ambiente,
tomado pelo crescimento econômico a qualquer custo.
Segundo observação do Ministério do Meio Ambiente, o consumo excessivo
dos recursos da terra aumenta em ritmo alarmante; isso gera problemas ambientais
locais, regionais e globais, tais como: aquecimento global e mudanças climáticas,
chuvas ácidas, acumulação de substâncias perigosas no ambiente, degradação das
florestas, perda da biodiversidade, poluição e escassez de água, entre outros.
Durante muitos anos, os atores governamentais e autoridades públicas não
davam importância ao impacto nem ao valor intrínseco dos produtos que
compravam, nem das obras ou dos serviços contratados. Porém, a partir do
surgimento do conceito de desenvolvimento sustentável, no contexto mundial,
observa-se a preocupação de gerar políticas públicas que levem em conta os
aspectos ambientais, sociais e econômicos, de forma a assegurar um ambiente
ecologicamente equilibrado.
O Estado, no desempenho de suas atividades, é também um potencial
poluidor, na emissão de gases de efeitos poluentes, e responsável pelo desperdício
de recursos ambientais como água, energia e combustíveis, além de ser um
consumidor potencial de produtos que agridem o meio ambiente, sendo responsável
por consumir em torno de 10% a 15% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo
fontes do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Segundo dados extraídos do Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão, constantes na Guia de Compras Públicas Sustentáveis para a
Administração Pública Federal, medido por parte do poder de compra, seu produto
interno bruto é próximo a dois trilhões de dólares (R$ 2.817,9 bilhões) em 2008. Já,
no exercício de 2009, o Governo Federal Brasileiro investiu R$ 11.530.937.746,36
(onze bilhões, quinhentos e trinta milhões, novecentos e trinta e sete mil, setecentos
e quarenta e seis reais) em obras e instalações, e R$ 3.291.531.638,57 (três bilhões,
duzentos e noventa e um milhões, quinhentos e trinta e um mil, seiscentos e trinta e
oito reais) em equipamentos e material permanente.
18
No caso específico da Universidade Federal do Paraná, conforme dados
obtidos junto a Pró-Reitoria de Planejamento, Orçamento e Finanças da UFPR, esta
investiu no exercício de 2010, o montante de R$ 26.147.296,27 (vinte e seis milhões,
cento e quarenta e sete mil e duzentos e noventa e seis reais) em obras e
instalações, e R$ 25.369.460,66 (vinte e cinco milhões, trezentos e sessenta e nove
mil e quatrocentos e sessenta reais) em equipamentos e material permanente.
(UFPR, 2011).
Desses recursos, grande parte do montante investido foi resultante de um
programa de políticas públicas do Governo Federal, que instituiu o programa de
apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI).
Graças a esse programa, a UFPR, em relação aos seus orçamentos dos exercícios
anteriores, nunca recebeu tanto recurso como no exercício de 2010.
Esses números demonstram o impacto econômico causado pelas compras e
contratações realizadas pelo governo e seu poder de indução do mercado e que
constituem fatores chaves para implementação de compras públicas sustentáveis.
Assim, a administração pública tem o dever de introduzir modificações de padrões
de consumo nos órgãos públicos, e incentivar as indústrias, os fornecedores e
prestadores de serviços, que caminharem no mesmo sentido.
Nesse mesmo mote, tais atores também passam a ser um conjunto em
potencial para modificar os padrões de produção, por meio de desempenho e
atuação, pela inserção da variável sócio-ambiental nas atividades diárias, gerando
economia de recursos e fomentando a responsabilidade sócio-ambiental nas
Instituições públicas e privadas, através de novas práticas e procedimentos
sustentáveis, visando ao consumo e à produção sustentável, contribuindo assim com
a redução na emissão de gases estufa. Assim sendo,
[...] é enorme a responsabilidade do gestor público encarregado de definir as regras do jogo para assegurar a livre concorrência, sem perder de vista o interesse do governante em dispor do melhor produto/serviço, pelo menor preço (BRASIL. Ministério do Planejamento, 2010, p.10).
Do ponto de vista acadêmico, este trabalho justifica-se por tratar de assunto
de extrema relevância e pela atualidade. Vem mostrar o papel e a importância dos
agentes licitantes, dentro do conceito de desenvolvimento sustentável,
principalmente no momento em que o País está acordando para a situação crítica do
19
nosso planeta, o qual sofre a cada década, visível ação de degradação pelo homem
inconsciente, provocada pelo desregrado processo de desenvolvimento, em prol da
pesquisa científica e tecnológica sem se preocupar com a sustentabilidade.
O Ministério da Educação conta atualmente, incluindo a Universidade Federal
do Paraná, com 59 IFES e espalhadas por todo o território nacional.
Conforme recente participação em ―Fórum‖ de Pró-Reitores de Administração
de Planejamento (FORPLAD), acontecido em novembro/2010, do qual participam os
Pró-Reitores de Planejamento e de Administração de todas as IFES, ficou
constatado que estas encontram, em maior ou menor grau, dificuldades para
implantar os procedimentos das licitações sustentáveis. Em função disso, abordou-
se sobre as compras e contratações públicas dentro dos critérios de sustentabilidade
ambiental no âmbito da Universidade Federal do Paraná.
1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
O desenvolvimento do presente trabalho é distribuído por capítulo, sendo
cinco no total. O primeiro capítulo aborda a Introdução, com apresentação da
problemática: objetivos, hipóteses e justificativa. No segundo, consta a
fundamentação sobre o tema principal e seus correlatos, com abordagem das
normativas legais das licitações públicas, bem como da licitação sustentável,
instituída pela IN 01/2010. No terceiro, é abordada a metodologia do trabalho. No
quarto, a conclusão. No quinto e último capítulo apresenta-se proposta para
elaboração de editais e contratos para serem aplicados na UFPR.
Foram abordadas as diversas doutrinas jurídicas atinentes aos procedimentos
licitatórios, que regulamentam as contratações públicas, com foco na Instrução
Normativa nº 01 de 19 de janeiro de 2010, da Secretaria de Logística e Tecnologia
de Informações do Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão (SLTI/MPOG),
que dispõe sobre os critérios de sustentabilidade ambiental na aquisição de bens e
contratação de obras e serviços pela Administração Pública Federal, direta,
autárquica e fundacional, dando ênfase nas contratações realizadas no âmbito da
Universidade Federal do Paraná.
20
Fazer uma análise da situação da Universidade Federal do Paraná e propor
solução para as contratações públicas sustentáveis, na forma da IN 01/2010, pode
servir de subsídio inclusive às demais Instituições Federais de Ensino Superior
(IFES), que carecem de muitos estudos e capacitação de seus gestores públicos
para a correta aplicação dessa normatização. Com essas ações, busca-se gerar
benefícios à sociedade e à economia brasileira, por contribuir com redução de danos
ao meio ambiente.
21
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A iniciativa privada é livre para realizar aquisições de bens a todo o momento
e sem maiores formalismos, podendo inclusive, dependendo do grau de
relacionamento com seus fornecedores, adquirir os bens de que necessita através
de um contato telefônico. Dessa forma, as empresas privadas têm grande agilidade
em se adequar ao mercado, e conseguem evitar o desperdício com compras
gigantescas.
Conforme observa Maurano (2004), na Administração pública não é possível
esta liberdade, pois as compras e contratações devem submeter-se a condições
legais, ou seja, através de licitação pública, evitando, dessa forma, a escolha
subjetiva do fornecedor e do produto a ser adquirido, não privilegiando um em
detrimento de outros, visto que está sendo gerida a coisa pública.
De acordo com Faria (1997, p. 233): "licitação é procedimento administrativo
formal, utilizado pela Administração Pública direta e indireta, precedente à
contratação de serviços, de obras, de concessões, de permissões e de alienações".
Para a Administração Pública efetuar compras, obras, ou contratar a
execução de serviços é necessário e obrigatório que adote procedimentos
administrativos complexos e preliminares, determinados pela lei. O poder público
não tem a liberdade de contratar com o particular livremente, sem antes possibilitar
aos interessados, enquadrados nas exigências do edital convocatório, apresentarem
propostas e só então a Administração poderá escolher a melhor e mais vantajosa
entre elas.
Nos dizeres de Meirelles (1991, p. 252):
[...] a expressão obrigatoriedade de licitação tem um duplo sentido, significando não só a compulsoriedade da licitação em geral como, também, a da modalidade prevista em lei para a espécie, pois atenta contra os princípios de moralidade e eficiência da Administração no uso da modalidade mais singela quando se exige a mais complexa, ou o emprego desta, normalmente mais onerosa, quando o objeto do procedimento licitatório não a comporta.
22
Para o regime jurídico brasileiro, a seleção de contratados deve levar em
conta que o Brasil é uma federação, isso é, tem a União no ápice da pirâmide e os
Estados, Distrito Federal e os Municípios, todos legislando sobre o assunto tendo
obviamente que respeitar a Constituição.
Portanto, segundo Pereira (2000), as regras acerca da seleção de
contratados - que são diretamente vinculadas à autonomia administrativa de cada
ente político - podem ser produzidas, em certa medida, não apenas pela União, mas
também por Estados, Distrito Federal e Municípios.
A Constituição brasileira, vigente desde 1988, teve Emenda Constitucional
sobre licitações em 1998, que estabelece princípios e regras significativos sobre a
abrangência e a disciplina das licitações.
Compete privativamente à União, conforme art. 22, XXVII, da Constituição,
legislar sobre normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades,
para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido ao disposto no art. 37, XXI, e para
as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°,
IlI.
Segundo Pereira (2000, p. 117):
A competência para a edição de normas gerais vem sendo exercitada há longo tempo pela União. Houve uma sucessão de textos legislativos, que culminou, em 1993, com a edição da atual Lei de Licitações e Contratos Administrativos (Lei n. 8.666/93). A União exercitou essa sua competência também em textos legislativos esparsos. Os mais significativos são a Lei de Concessões, de 1993 (Lei na 8.987/95 e Lei n. 9.074/95), e a Medida Provisória n. 2.026, de junho de 2000, que instituiu uma nova modalidade licitatória.
As normas sobre a Licitação procuram exigir a aplicação dos princípios
inerentes à boa administração do bem público, evitando corrupção e mau uso,
porém atravanca os processos, arrastando por meses os procedimentos de
aquisição de bens ou contratação de serviços ou obras.
A licitação tem como finalidade principal garantir a eficiência e a
moralidade pública, a forma como são avaliadas as propostas, comparando os
preços e, quando for o caso, a capacidade técnica apresentados, visando, dessa
forma, ao não favorecimento ou excluindo privilégios, possibilitando que a coisa
pública seja administrada de forma séria e eficaz. A finalidade da licitação não é
23
somente escolher a proposta de menor preço, mas sim a mais vantajosa, o que
inclui preço e qualidade de produto ou serviço. Sendo a regra geral a licitação, pode
não haver a licitação em poucos casos.
A inexigibilidade é prevista em uma fórmula ampla e aberta, que define ser
inexigível a licitação quando for inviável a competição, especialmente em face da
singularidade do objeto a ser contratado.
É comum, nos atos convocatórios das licitações públicas, o elencamento de
exigências pormenorizadas e excessivas quanto à idoneidade financeira e
capacidade técnica e operacional das empresas licitantes.
A Administração Pública, ao elaborar os Editais dos certames licitatórios,
segue os termos da Lei n. 8.666/93, cujos dispositivos, no tocante a essas
exigências, são também seguidos outros institutos complementares, tais como: Lei
nº 10.520, de 17/07/2002, que instituiu o ―pregão‖ como uma nova modalidade de
licitação; Decreto 5450, de 31/05/2005, que regulamenta o pregão na forma
eletrônica para bens e serviços comuns.
Com o objetivo garantir a isonomia nas licitações para as aquisições e
contratação de obras e serviços na administração pública, a Lei 8666/93, que
regulamenta o Artigo 37, inciso XXI da Constituição Federal, Institui as normas
gerais para os processos licitatórios, a que devem submeter-se a União, os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios.
O Art. 1º, Parágrafo Único versa:
Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e
Município.
Alexandrino e Paulo (2009, p. 500), conceituam licitação como:
um procedimento administrativo, de observância obrigatória pelas entidades governamentais, em que observada a igualdade entre os participantes, deve ser selecionada a melhor proposta dentre as apresentadas pelos interessados em com elas travar determinadas relações de conteúdo patrimonial, uma vez preenchidos os requisitos mínimos necessários ao bom cumprimento das obrigações a que eles se propõem.
24
Carvalho Filho (2008, p. 5), conceitua a licitação sustentável ou compras
públicas sustentáveis como:
um processo por meio do qual as organizações, em suas licitações e contratações de bens, serviços e obras, valorizam os custos efetivos que consideram condições de longo prazo, buscando gerar benefícios à sociedade e à economia e reduzir os danos ao ambiente natural.
A licitação sustentável deve buscar na aquisição de produtos e serviços aqueles que demonstrem um ganho para o meio ambiente, devendo o gestor planejar suas compras para evitar os desperdícios e que produzam o mínimo de resíduos, os quais possam ser reciclados.
De acordo com o artigo 3º da Lei geral de contratos, as licitações destinam-se
a assegurar o princípio da isonomia (igualdade entre os licitantes) e a selecionar a
proposta mais vantajosa para a administração, segundo os princípios: legalidade,
impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade, probidade administrativa,
vinculação ao instrumento convocatório, julgamento objetivo.
Os princípios que regem exclusivamente o procedimento licitatório são o da
vinculação ao instrumento convocatório e o do julgamento objetivo.
Destaque-se ao princípio da isonomia. Essa diretriz implica um duplo dever
para a administração: tratar isonomicamente os que participam da disputa (vedação
a discriminações, especialmente no julgamento das propostas) e possibilidade de
participação a quaisquer interessados que tenham condições de assegurar a
realização do objeto do contrato.
Por esse caminho, os critérios específicos ou ambientais que visem ser
incorporados para realização das compras públicas sustentáveis devem estar
previstos no edital e não podem frustrar a competitividade e discriminar potenciais
participantes.
A lei em comento é clara nesse sentido, conforme se pode notar no parágrafo
1º, do artigo 3º. Contudo, a segunda parte do artigo 3º determina que a licitação tem
como escopo selecionar a proposta mais vantajosa para a administração. A proposta
mais vantajosa é aquela que melhor satisfaz as necessidades da administração, em
termos de padronização, desempenho, observadas as condições de manutenção,
assistência técnica e garantia, quando for o caso. Incentivar e encorajar a inovação
pode implicar a utilização de recursos com maior eficiência, assim como contribuir
para objetivos outros que estão dentro de programas e metas do governo, como, por
exemplo, redução da emissão de gases poluidores.
25
2.1 AS NOVIDADES JURÍDICAS (NOVA LEI n. 12.349 de 16/12/2010)
Publicada no Diário Oficial da União, de 16 de dezembro, a Lei no 12.349/10
promoveu alterações na Lei de Licitação no 8.666/93 com base nas disposições
inauguradas pela Medida Provisória no 495 (ver Quadro 1 – Quadro Comparativo).
Outros três diplomas legais foram alterados: a lei no 8.958/94 (Dispõe sobre as
relações entre as instituições federais de ensino superior e de pesquisa científica e
tecnológica e as fundações de apoio), a Lei no 10.973/04 (Dispõe sobre incentivos à
inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo e dá outras
providências).
De acordo com a nova redação dada ao caput do art. 3o da Lei 8.666/93, a
licitação, além de se destinar a garantir a observância do princípio constitucional da
isonomia e a seleção da proposta mais vantajosa para a Administração, agora,
também, objetiva a promoção do desenvolvimento nacional sustentável, ou seja, a
lei de licitações agora tem uma finalidade social.
Ao inserir a promoção do desenvolvimento nacional sustentável como uma
das finalidades legais da licitação, legitima-se também o uso do poder de compra do
Estado como ferramenta voltada à difusão de políticas públicas. Com isso, mais do
que apenas satisfazer as necessidades da Administração, o contrato administrativo
também servirá como indutor de políticas públicas, em especial aquelas voltadas ao
fomento e ao desenvolvimento nacional de segmentos econômicos, reputados como
estratégicos.
A Lei 12.349/10, ao inserir o § 5º ao artigo 3º da Lei 8.666/93, passa a admitir
a concessão de margem de preferência para produtos manufaturados e para
serviços nacionais que atendam às normas técnicas brasileiras, ou seja, com a nova
disciplina, o § 5º do art. 3º da lei 8666/93 admitir a previsão de cláusula que
diferencia os licitantes em função da nacionalidade dos produtos e serviços cotados.
Admite-se, assim, privilegiar, por meio da concessão de margem de preferências,
licitantes que oferecem produtos ou serviços nacionais e que atendam às normas
técnicas brasileiras.
Para consubstanciar essa alteração, o § 8º acrescentado ao art. 3º da Lei
8.666/93, disciplina que a preferência será conferida aos produtos manufaturados e
serviços nacionais, desde que não ultrapassem o montante de 25% sobre o preço
dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros. (SANTANA 2011).
26
Ex. 01: Aquisição de impressoras:
Impressora de fabricação estrangeira: R$1.000,00
Impressora nacional: R$1.100,00
Nesse exemplo, a Administração deverá escolher a impressora nacional.
Nesse contexto, a Lei 12.349/10 estabeleceu que, além do montante máximo
de 25% sobre o preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros, as
preferências por produto, serviço, grupo de produtos ou grupo de serviços serão
definidas pelo Poder Executivo, ou seja, as inovações trazidas pela Lei dependem
de norma que estabelece os critérios que deverão ser seguidos, para estabelecer a
concessão de preferência.
Ex.02: Aquisição de impressoras:
Impressora de fabricação estrangeira: R$1.000,00
Impressora nacional: R$1.100,00
Impressora nacional com inovação tecnológica: R$1.150,00
Nesse exemplo, a Administração deverá escolher a impressora nacional com
inovação tecnológica, ou seja, o produto nacional com inovação tecnológica tem
preferência sobre o nacional comum e sobre o importado.
Diante disso, espera-se que o Presidente da República, que é quem detém a
competência exclusiva para expedir decretos e regulamentos, objetivando a fiel
execução das leis (art. 84, inc. IV, da CF/88), promova o ato para que as novas
diretrizes sejam seguidas. Trata-se, portanto de medida condicionada à expedição
de decreto regulamentador. Para Sampaio (2011, p.22), ―antes disso, a previsão
dessas medidas nos editais de licitação se revela ilegal‖.
Assim, entende-se que não é possível qualquer atitude da Administração
que não seja a de aguardar decreto normatizador pelo Poder Público Federal.
Também foram inseridos os incisos XVII e XVIII ao art. 6º da Lei nº 8.666/93,
com o objetivo de delimitar as hipóteses de incidência da concessão da margem de
preferência para ―produtos manufaturados nacionais‖ e ―serviços nacionais‖,
pressupostos para conceder a preferência. A nova disciplina estabelece:
27
XVII – produtos manufaturados nacionais – produtos manufaturados, produzidos em território nacional de acordo com o processo produtivo básico ou com as regras de origem estabelecida pelo Poder Executivo Federal; XVIII – serviços nacionais – serviços prestados no País, nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo Federal.
Outro aspecto importante a se ressaltar é o prazo de validade para as
preferências estabelecidas por produto, serviço, grupo de produtos ou grupo de
serviços. Conforme o novo § 6º do art. 3º da Lei 8.666/93, a margem de preferência
será estabelecida com base em estudos revistos periodicamente, em prazo não
superior a cinco anos.
Assim, a cada intervalo de não mais que cinco anos, caberá ao Poder
Executivo Federal rever a concessão das preferências em vigor para verificar se elas
cumprem o objetivo de promover o desenvolvimento nacional sustentável ou se, em
vista de critérios e fatores objetivos, não se justificam mais. Foram eleitos como
critérios a serem empregados nessa análise os seguintes indicadores:
a) geração de emprego e renda;
b) efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais;
c) desenvolvimento e inovação tecnológica realizadas no país;
d) custo adicional dos produtos e serviços.
Além da preferência concedida aos produtos manufaturados e serviços
nacionais, também foi introduzido o § 7º ao art. 3º da Lei 8.666/93, de acordo com o
qual, ―para produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de
desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no país, poderá ser estabelecido
margem de preferência adicional àquela prevista no § 5º‖.
Para todos os efeitos, a concessão da margem de preferência adicional não
poderá representar a superação do montante máximo de 25% sobre o preço dos
produtos manufaturados e serviços estrangeiros. Esse é um limite intransponível,
taxativo.
Ainda sobre a concessão de margem de preferência adicional, a Lei não
estabeleceu o que se deve entender por ―produtos manufaturados e serviços
nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizada no país‖.
Dessa forma, mais uma vez, caberá ao Chefe do Poder Executivo, expedir
regulamento para conferir limites precisos e claros para aplicação dessa medida.
28
A Lei traz ainda algumas novidades que alcançam duas hipóteses de
dispensa de Licitação. A primeira modificação alterou o inc. XXI do art. 24 da Lei
8.666/93, passando admitir a contratação direta de insumos destinados
exclusivamente à pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos por
instituições de fomento à pesquisa credenciadas pelo Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para esse fim. Antes, essa
previsão de dispensa de licitação era permitida apenas para aquisição de bens.
Como a Lei 8.666/93 não define o que se deve entender como insumos, o
dispositivo, em questão, acaba tendo pouca aplicabilidade, ou seja, tende a produzir
efeito discreto.
Por último, é importante salientar que as novidades promovidas pela Lei
12.349/10 na disciplina da Lei 8.666/93 se estendem às licitações processadas pela
modalidade de pregão. A partir disso, revela-se inapropriada a cogitação de fixação
de preferência para produtos ou serviços nacionais em vista da modalidade a ser
aplicada. A modalidade pela qual se processa a licitação não foi critério estabelecido
pela lei para concessão de preferência.
Feitos esses apontamentos, pode-se entender que a licitação deixa de ser
apenas um procedimento formal com o objetivo apenas de assegurar condições de
igualdade a todos aqueles que desejam contratar com a Administração Pública e, a
partir disso, selecionar a proposta mais vantajosa entre as várias apresentadas. Em
vez disso, o procedimento licitatório recebe a finalidade de servir à indução de
políticas públicas com o propósito de promover o desenvolvimento nacional
sustentável.
Com efeito, o quadro 1, a seguir, demonstra um comparativo da evolução, a
partir da Lei 8.666/93, direcionando para novos estudos, objetivando a promoção do
desenvolvimento nacional sustentável, que, desses estudos resultaram
primeiramente na edição da Medida Provisória nº 495/2010 e em seguida
transformada na Lei 12.349, em 16/12/2010.
QUADRO 1 – COMPARATIVO DA EVOLUÇAO DA LICITAÇÃO A PARTIR DA LEI Nº 8.666/93
Lei no
8.666/93 Lei n
o 8.666/93 (alterada pela
MP495/10) Lei n
o 8.666/93 (alterada pela Lei n
o
12.349/10) Comentários dos autores e justificativa
Art. 3o A licitação destina‐se a
garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade,da publicidade, da probidade administrativa,da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
Art. 3o A licitação destina‐se a garantir
a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional, e será
processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade,da moralidade, da igualdade,da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
Art. 3o A licitação destina‐se a garantir
a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e
julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade,da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
Inserção da promoção do desenvolvimento nacional sustentável como princípio, a ser observado no procedimento licitatório. Há nos dispositivos seguintes algumas regras que refletem no princípio da isonomia, dando primazia ao atendimento do novo princípio, mas outras, não constantes da norma e, em sintonia com este valor podem igualmente ser base para a tomada de decisões em procedimentos licitatórios. Justificativa: ênfase no poder de compra governamental, como instrumento de promoção do mercado interno, reverberando nos aspectos alcançados pelo largo conceito da sustentabilidade (há comentários específicos sobre isso em nosso texto). Fundamento nos artigos 3
o, II – 170, I e VIII – 174 e, 219 da
Constituição da Republica. O artigo 225 da Constituição Igualmente passou a ser contemplado.
§ 1º ………………. I. admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato;
§ 1º ......................... I. admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5º a 12 deste artigo e no art. 3º da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991.
§ 1º ........................................ I. admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas,
estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5º a 12 deste artigo e no art. 3º da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991.
Faz ressalva expressa às exceções admitidas em lei quanto às restrições ao princípio da ampliação da competitividade (parágrafos acrescidos pela MP, que permitem margem de preferência a produtos manufaturados e serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras e ainda restrições ao princípio nas licitações atinentes a bens e serviços de informática e automação). A lei de conversão vedou o estabelecimento de distinções para com as sociedades cooperativas, decerto com o fito de extinguir as discussões acerca da equalização de propostas.
§2º ....................................... I. produzidos ou prestados por empresas brasileiras de capital nacional; II. produzidos no País; III. produzidos ou prestados por empresas brasileiras; IV. produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País.
§2º ....................................... I. produzidos ou prestados por empresas brasileiras de capital nacional; II. produzidos no País; III. produzidos ou prestados por empresas brasileiras; IV. produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País.
O inciso I do § 2º deste artigo foi revogado pelo artigo 7º da lei alteradora.
Na Medida Provisória a reestruturação dos incisos está de acordo com o princípio da promoção do desenvolvimento nacional, constante do caput. Da importância ao local em que produzido o bem ou o serviço (e não a origem do capital), como também a constituição da empresa no Brasil (novamente ignora a
origem do capital). Justificativa: adequar‐se à
emenda constitucional n⁰ 6/95, que revogou o
art. 171 da Constituição da República. Esse artigo trazia a diferença entre empresa brasileira e empresa brasileira de capital nacional. Ocorreu, com a conversão em lei, a revogação do dispositivo legal, não mais se fazendo, nas licitações públicas, a distinção antes existente. Adiante será comentado o assunto com maiores detalhes.
§5º Nos processos de licitação previstos no caput, poderá ser estabelecida margem de preferência para produtos manufaturados e serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras.
§5º Nos processos de licitação previstos no caput, poderá ser estabelecida margem de preferência para produtos manufaturados e serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras.
Não existia correspondente. A alteração permite a preferência a Produtos e serviços produzidos/ prestados de acordo com normas técnicas brasileiras. Refere-se, por exemplo, á observância das regras da ABNT no processo produtivo de produtos, e de outras normas específicadas pelo governo. A medida visa a promoção da qualidade dos produtos nacionais, o estímulo ao desenvolvimento da indústria e da tecnologia, dentre outras questões.
§ 6º A margem de preferência por produto, serviço, grupo de produtos ou grupo de serviços, a que se refere o § 5º, será definida pelo Poder Executivo Federal, limitada a até vinte e cinco por cento acima do preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros.
§ 6º A margem de preferência de que trata o § 5º será estabelecida com base em estudos revistos periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco) anos, que levem em consideração: I. geração de emprego e renda; II. efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais; III. desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País; IV. custo adicional dos produtos e serviços; e V. em suas revisões, análise retrospectiva de resultados.
Não existia correspondente. O parágrafo, decerto com base no poder regulatório
conferido ao Executivo, estabelece parâmetros para a preferência por produtos e serviços que atendam a normas técnicas brasileiras. Carece de regulação por decreto federal. Por ser lei nacional, no âmbito de estados-membros e municípios os respectivos chefes do executivo devem exercer esta atribuição. Justificativa: diretriz de política pública ligada ao princípio da isonomia e a critérios de proporcionalidade e de razoabilidade, com a finalidade de fomentar o desenvolvimento de tecnologia nacional, pois esta e fator de competitividade internacional e de prosperidade das nações.
§ 7º A margem de preferência de que trata o § 6º será estabelecida com base em estudos que levem em consideração: I. geração de emprego e renda; II. efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais; e III. desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no país.
§ 7º Para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no país, poderá ser estabelecido margem de preferência adicional aquela prevista no § 5º.
Não existia correspondente. Permite a fixação de critérios adicionais para valoração e preferência entre produtos manufaturados e serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras e os produtos/ serviços estrangeiros. Justificativa: Alia-se à diretriz de política pública que motivou a apresentação da MP, ou seja, o desenvolvimento nacional.
§ 8º Respeitado o limite estabelecido no § 6º, poderá ser estabelecida margem de preferência adicional para os produtos manufaturados e para os serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no país.
§ 8º As margens de preferência por produto, serviço, grupo de produtos ou grupo de serviços, a que se referem os §§ 5º e 7º, serão definidas pelo Poder Executivo Federal, não podendo a soma delas ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros.
Não existia correspondente: vide justificativas anteriores (§§ 6º e 7º). Interessante notar que, na estipulação do percentual do limite para a margem de preferência a legislação brasileira é bem mais generosa que os seus paradigmas latinos, a saber: Colômbia (10 a 20%) e Argentina (5 a 7%).
§ 9º As disposições contidas nos §§ 5º, 6º e 8º deste artigo não se aplicam quando não houver produção suficiente de bens manufaturados ou capacidade de prestação dos serviços no país.
§ 9º As disposições contidas nos §§ 5º e 7º deste artigo não se aplicam aos bens e aos serviços cuja capacidade de produção ou prestação no país seja inferior: I. a quantidade a ser adquirida ou contratada; ou II. ao quantitativo fixado com fundamento no § 7º do art. 23 desta Lei, quando for o caso.
Não existia correspondente. Justificativa: prioriza o suprimento da demanda governamental, para a satisfação do interesse público tutelado. A divisão em incisos fez surgir o texto do inciso II, antes ausente no parágrafo nono, que, ampliando a oportunidade a quem detém menor produção, permite o estabelecimento dos privilégios constantes nos parágrafos quinto e sétimo quando as empresas nacionais suprirem as entregas nos quantitativos mínimos permitidos no edital.
§10. A margem de preferência a que se refere o § 6º será estendida aos bens e serviços originários dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul - Mercosul, após a ratificação do Protocolo de Contratações Públicas do Mercosul, celebrado em 20 de julho de 2006, e poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços originários de outros países, com os quais o Brasil venha assinar acordos sobre compras governamentais.
§10. A margem de preferência a que se refere o § 5º será estendida aos bens e
serviços originários dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul –Mercosul
Não existia correspondente. Justificativa: dar concreção ao Protocolo das contratações Públicas do Mercosul, após a efetiva internalização do documento. Com a conversão em lei foi restringido o universo de países com quem se estendera a margem de preferência.
§11. Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras poderão exigir que o contratado promova, em favor da administração pública ou daqueles por ela indicados, medidas de compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo Poder Executivo Federal.
§11. Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras poderão, mediante prévia justificativa da autoridade competente, exigir que o contratado promova, em favor de órgão ou entidade integrante da administração pública ou daqueles por ela indicados a partir de processo isonômico, medidas de compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo Poder Executivo Federal.
Não existia correspondente. Justificativa: dispositivo utilizado por outros países e tem por objetivos: (a) ampliar o investimento estrangeiro; (b) aumento da competitividade/ produtividade de da indústria nacional; (c) acesso a novas tecnologias e ampliação do conhecimento do domínio tecnológico; (d) abertura de novos mercados; (e) aumento da participação de bens e serviços nacionais no mercado externo; (f) promoção do equilíbrio/superávit da balança comercial. Com a conversão em lei, acresceram-se as exigências de que haja um processo isonômico na fixação e aferição do atendimento às exigências e que, ao fixá‐las,
haja justificativa da autoridade competente.
§12. Nas contratações destinadas à
implantação, à manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação, considerados estratégicos em ato do Poder Executivo Federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no país e produzidos de acordo com o processo produtivo básico de que trata a Lei n
o 10.176, de
11 de janeiro de 2001.
§12. Nas contratações destinadas à
implantação, á manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação, considerados estratégicos em ato do Poder Executivo Federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no país e produzidos de acordo com o processo produtivo básico de que trata a Lei n
o 10.176, de
11 de janeiro de 2001.
Não existia correspondente. O PPB é regulado pelo Decreto 5.906/06. Merece destaque ainda o Decreto n
o 7.174/10, notadamente seu art. 5
o.
Justificativa: segurança; salvaguarda de importantes sistemas brasileiros, mitigação da dependência de bens e serviços sobre os quais se tenha baixa gestão do conhecimento.
§13. Será divulgada na internet, a
cada exercício financeiro, a relação de empresas favorecidas em decorrência do disposto nos §§ 5º, 7º, 10, 11 e 12 deste artigo, com indicação do volume de recursos destinados a cada uma delas.
Não existia correspondente. O parágrafo foi inserido quando da tramitação do PLV 13/10 no Congresso e estabelece critério de ampliação da transparência e da publicidade pela divulgação das empresas e dos valores envolvidos nas contratações fruto do tratamento introduzido pela mesma regra.
Art. 6º ..........................................
Art. 6º .......................................... XVII – produtos manufaturados nacionais – produtos manufaturados, produzidos no território nacional de acordo com o processo produtivo básico ou regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo Federal; XVIII – serviços nacionais -serviços prestados no país, nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo Federal; XIX – sistemas de tecnologia de informação e comunicação estratégicos - bens e serviços de tecnologia da informação e comunicação cuja descontinuidade provoque dano significativo á administração pública e que envolvam pelo menos um dos seguintes requisitos relacionados às informações críticas: disponibilidade, confiabilidade, segurança e confidencialidade.‖
Art. 6º .................................... XVII – produtos manufaturados
nacionais ‐ produtos manufaturados,
produzidos no território nacional de acordo com o processo produtivo básico ou com as regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo Federal;
XVIII – serviços nacionais ‐ serviços
prestados no país, nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo Federal; XIX – sistemas de tecnologia de informação e comunicação estratégicos - bens e serviços de tecnologia da informação e comunicação cuja descontinuidade provoque dano significativo à administração pública e que envolvam pelo menos um dos seguintes requisitos relacionados às informações críticas: disponibilidade,confiabilidade, segurança e confidencialidade.‖
Os incisos XVII a XIX constituem acréscimos. Não existiam correspondentes no art. 6º. cuidam de definições, para compreensão e melhor aplicação das alterações constantes no art. 3º. Justificativa: conferir adequado rigor às alterações efetuadas os §§ 5º, 6º, 11 e 12 do art. 3º.
Art. 2º O disposto nesta Medida Provisória aplica-se à modalidade licitatória pregão, de que trata a Lei n
o
10.520, de 17 de julho de 2002. (...)
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica‐se a
modalidade licitatória pregão, de que trata a Lei n
o 10.520, de 17 de julho de
2002.
Justificativa: Larga serventia do pregão às aquisições públicas.
.
FONTE: Santana (2011)
34
2.2 O DISTANCIAMENTO DA LEI GERAL DE LICITAÇÃO COM A LICITAÇÃO
SUSTENTÁVEL
A Lei 8.666/93 não foi, até certo modo, contundente no que diz respeito ao
trato com o meio ambiente. A licitação sustentável já poderia ter sido regulamentada,
posto que a fundamentação constitucional para uma licitação sustentável está
prevista no Art. 225 da Constituição Federal, que assegura o direito ao cidadão ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado. É claro que a Lei 8.666/93 não foi
omissa nesse quesito; o Art. 6º, IX define os elementos que compõem o projeto
básico, dentre eles a indicação dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a
viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do
empreendimento. Também o Art. 12, VII da Lei estabelece o quesito: impacto
ambiental como um dos requisitos para contemplar os projetos básicos e os projetos
executivos de obra e serviços.
Note-se que esses dispositivos limitam-se tão somente às obras e
serviços, não abrangem as compras, senão vejamos:
Art. 6º Para fins desta Lei, consideram-se:
[ ... ] IX – Projeto básico – conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço ou complexo de obra ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos: a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global
da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza; b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de
forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem;
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em cada caso;
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados;
35
Art. 12 – Nos projetos básicos e projetos executivos de obras e serviços serão considerados principalmente os seguintes requisitos:
[ ... ]
VII - impacto ambiental.
Como visto acima, a Lei não estabelece maiores critérios e objetivos para
uma adequada elaboração de projetos básicos, de forma que sua omissão leva seus
agentes à elaboração de documentos técnicos com deficiência, pela ausência
desses critérios, de forma que o desenvolvimento sustentável fique comprometido.
Com isso fica difícil a padronização dos Termos de Referências para a elaboração
de editais para uma adequada licitação sustentável, pois é indispensável a
contemplação no projeto básico o complexo de etapas que o compõe, de sorte a
contemplar o licenciamento ambiental do empreendimento, de modo a evidenciar
todo o impacto ambiental da obra a ser executada. Assim, o permissivo no art. 6º
(IX) e art. 12 (VII) da Lei 8.666/93, careceu de normas complementares orientadoras
aos agentes licitadores.
Além desse capítulo específico, voltado ao meio ambiente, reforça a
Constituição Federal a importância da preservação ambiental, ao instituir no artigo
170, Inciso VI, a defesa do meio ambiente entre os princípios que regem a ordem
econômica, determinando que a defesa ambiental será efetivada ―inclusive mediante
tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de
seus processos de elaboração e prestação‖.
Como o acima exposto, os princípios constitucionais elencados no art. 3º da
Lei geral de licitações determinam a supremacia do interesse público, cuja
supremacia, inquestionavelmente, abrange a questão atinente à preservação do
meio ambiente, como ressaltado nos Artigos 170 e 225, da Constituição Federal,
como também as normas de política nacional do meio ambiente. No entanto, a Lei
não abordou os critérios de sustentabilidade ambiental como deveria.
O legislador, na edição da Lei 8.666/93, ao estabelecer uma série de limites à
atuação estatal, que para a concretização de seus objetivos se valha do contrato,
precedidos de procedimentos que vise assegurar o tratamento isonômico e a
moralidade pública e a eficiência, faz-se interpretar que, mediante esse estatuto,
preocupou-se tão somente com a questão da corrupção e improbidade
administrativa nos processos de compras e contratações de obras e serviços,
36
deixando de lado o meio ambiente e o benefício social. A Lei veio como ferramenta
de combate à corrupção, esquecendo-se da ferramenta de resultado do governo,
vindo somente agora, em 2010, com a edição de novas normas voltadas à
preservação do meio ambiente, ainda, assim, são de difícil aplicabilidade,
especificamente a nova Lei de nº 12.349/2010 que carece de normas
complementares pelo Governo Federal. O fato se comprova pelos editais de licitação
elaborados pela administração pública, neles não contemplam os critérios de
sustentabilidade ambiental, salvo raras exceções.
2.3 A LEI 8.666/93 VERSUS INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 01/2010: ASPECTOS
POLÊMICOS
Por meio do edital de licitação, a administração leva ao conhecimento do
público a abertura de licitação nas modalidades concorrência, tomada de preço,
concurso, leilão e pregão e convite. O procedimento a ser realizado em cada uma
das modalidades de licitação difere conforme peculiaridades estabelecidas pela lei
para cada uma, sendo a quantidade de recursos envolvidos e o objeto balizadores
para enquadramento nos tipos de licitação.
À luz da IN 01/2010 o instrumento convocatório é parte essencial do
procedimento, especialmente no que tange à incorporação de critérios de
sustentabilidade. Isso porque é o instrumento base para a realização de uma
compra sustentável. Por exemplo, no edital de uma compra sustentável a avaliação
financeira das propostas deve ser feita através da abordagem do ciclo de vida do
produto. Ou ainda, as especificações do produto ou serviço devem ser funcionais,
baseadas no desempenho, ou seja, focadas na necessidade da administração e
deixando o mercado sugerir a melhor maneira dessas necessidades serem
satisfeitas (ao invés de especificar o produto ou serviço para atingir o objetivo
desejado).
No entanto, os critérios ambientais inseridos no instrumento convocatório
devem permitir que se tenha uma avaliação objetiva no julgamento das propostas.
De acordo com o artigo 40, inciso VII, o critério de julgamento da proposta deve ser
disposto no edital claramente e conter parâmetros objetivos.
37
O procedimento de abertura da licitação, (exceto o pregão no qual as fases são
inversas), consiste em duas fases: A fase da Habilitação e a da Classificação das
propostas, sendo que cada uma delas será processada e julgada de acordo com o
que prevê o artigo 43 da Lei 8.666/93. Para isso é necessário que as empresas
concorrentes apresentem dois envelopes fechados e lacrados. Um contendo os
documentos de habilitação e o outro, as propostas de preços, que serão abertos em
fases diferentes. 1ª. Fase: os envelopes contendo a documentação relativa à
habilitação, cujo exame será feito pela comissão de licitação. Já, os envelopes
contendo as propostas das empresas habilitadas (a fase de classificação) somente
serão abertos após transcorrido o prazo de interposição de recursos, ou após o
julgamento dos recursos porventura interpostos. Já nessa segunda fase, serão
levada adiante somente as propostas daquelas empresas que foram habilitadas na
primeira fase (habilitação).
Para a habilitação nas licitações, as empresas deverão manter um cadastro
prévio na Administração pública, cujos requisitos estão elencados nos artigos 27 a
31 da Lei 8.666/93, que se constituem exclusivamente em: habilitação jurídica,
qualificação técnica, qualificação econômico-financeira e regularidade fiscal.
Vale destacar que, dentro desses requisitos de documentos, a Lei Geral da
licitação não contempla a comprovação de regularidade ambiental, ainda que o art.
30, ―IV‖ preveja a prova de atendimento a requisitos previstos em lei especial, não é
o suficiente para remeter ao administrador público a fazer tal exigência sem a
regulamentação complementar. Não detalha quais e que tipos de prova.
2.3.1 Das aquisições de bens
Com a edição da Instrução Normativa nº 01/2010 – SLTI/MPOG, agora o
administrador público é autorizado, nos processos de aquisição de bens, a exigir
prova de regularidade ambiental, mas somente na fase de classificação das
propostas, já ultrapassada a de habilitação.
Para as aquisições de bens, os Órgãos poderão exigir nos editais, os
seguintes critérios de sustentabilidade: que os bens sejam constituídos, no todo ou
em parte, por material reciclado, atóxico, biodegradável, conforme Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) Norma Brasileira Registrada (NBR) – 15448-
38
1 e 15448-2; que sejam observados os requisitos do INMETRO como produtos
sustentáveis ou de menor impacto ambiental em relação aos seus similares; que os
bens não contenham substâncias perigosas em concentração acima da
recomendada na diretiva RoHS, tais como mercúrio (Hg), chumbo (Pb), cromo
hexavalente (Cr(VI), cádmio (Cd), bifenil-polibromados (PBBs). Éteres difenil-
polibromados (PBDEs);
É importante destacar que essa norma legal, no seu Artigo 5º, § 2º, prevê
essa possibilidade, mas somente no momento da contratação, seguida da fase de
classificação das propostas, e não na de habilitação das empresas o que seria o
ideal. Com isso gerou complicação ao administrador, senão vejamos:
Artigo 5º [ ... ] § 2º O edital poderá estabelecer que, selecionada a proposta, antes da assinatura do contrato, em caso de inexistência de certificação que ateste a adequação, o órgão ou entidade contratante poderá realizar diligências para verificar a adequação do produto às exigências do ato convocatório, correndo as despesas por conta da licitante selecionada. O edital ainda deve prever que, caso não confirme a adequação do produto, a proposta selecionada será desclassificada.
É notório que tal dispositivo tenha sido estabelecido, em função de
entendimentos do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a exigência de normas
da International Organization for Standardization (ISO). Entende que certificação ISO
– não pode ter caráter eliminatório. Decidiu:
[...] A jurisprudência desta Corte tem sido no sentido de que o certificado ISO não seja exigido como critério eliminatório, mas, quando necessário, como critério classificatório e com pontuação razoável [...] (Fonte: TCU. Processo nº TC-005.457/2003-2. Acórdão nº300/2004 – Plenário. No mesmo sentido: Processo nº TC-001.002/2003-4. Acórdão nº 1.708/2003 – Plenário).
Diante desse contexto, as licitações não podem contemplar, nos seus editais
de compra, a exigência de qualquer documento dos licitantes, que comprove a
regularidade ambiental já na fase habilitatória, sendo somente no ato da
contratação, conforme o estabelecido no citado parágrafo 2º acima, mas aí vêm as
seguintes complicações: ―[...] ―o órgão ou entidade contratante poderá realizar
39
diligências para verificar a adequação do produto às exigências do ato convocatório,
correndo as despesas por conta da licitante selecionada...‖
A questão é:
Quem vai proceder a diligência na sede da empresa: a comissão de
licitação, ou um técnico designado pelo Órgão licitante?
Como serão cobrados da empresa os custos de locomoção, hospedagem
e alimentação do(s) representante(s) do órgão para as devidas aferições
do produto adquirido. Exemplo de uma empresa que foi classificada, cuja
localização fica distante do órgão licitador?
[...] ―O edital deve prever que caso não se confirme a adequação do produto,
a proposta selecionada será desclassificada.‖
Esse dispositivo é o mais problemático. É comum a participação de empresas
aventureiras nos processos licitatórios, que apresentam suas propostas ofertando
produtos como sendo os exigidos no edital, inclusive cotando preços mais baixos,
são selecionadas para as respectivas contratações. No entanto, no momento das
aferições por parte da Comissão, a fim de verificar a conformidade dos produtos
ofertados, com os que foram licitados, constata-se que os ofertados foram
incompatíveis como os licitados, motivando a desclassificação da proposta da
empresa, prejudicando todo o processo licitatório. Nessas hipóteses, o órgão
conseguirá cobrar da empresa os prejuízos, visto que um processo licitatório gera
custos processuais e operacionais?
As hipóteses apontadas são em função de constatação nas licitações para
aquisições de bens efetuadas pela Universidade Federal do Paraná, no exercício de
2010. Conforme dados fornecidos pela Central de Compras, Contratos e Patrimônio
(CECOM) da UFPR, cerca de 13% das empresas que foram vencedoras nas
licitações de compra de produtos, durante o exercício, foram cancelados os
empenhos por terem apresentado produtos incompatíveis com o que foi licitado, ou
até mesmo não entregaram os produtos, inclusive sendo penalizadas na forma da
Lei, com multa e/ou suspensão do direito de licitar e contratar com a Administração,
na forma do artigo 87 da Lei 8.666/93, o qual estabelece as sanções administrativas
às empresas, pela inexecução parcial e total dos compromissos assumidos.
40
2.3.2 Com referência às obras e serviços de engenharia
Nesse contexto, a IN 01/2010 estabelece, que para os casos de contratações
de obras e serviços de engenharia, as especificações e demais exigências do
projeto básico ou executivo devem ser elaborados visando à economia da
manutenção e operacionalização da edificação, a redução do consumo de energia e
água, bem como a utilização de tecnologias e materiais que reduzam o impacto
ambiental, tais como: uso de equipamentos de climatização mecânica, automação
de iluminação do prédio, uso de lâmpadas fluorescentes, energia solar ou outra
energia limpa para aquecimento de água, sistema de medição individualizada de
consumo de água e energia, sistema de reuso de água e de tratamento de afluentes
gerados, aproveitamento da água da chuva, utilização de materiais que sejam
reciclados, reutilizados e biodegradáveis, e que reduzam a necessidade de
manutenção, comprovação da origem da madeira a ser utilizada na execução da
obra ou serviço, entre outros.
Destacam-se, ainda, dentre os dispositivos da citada Instrução Normativa os
seguintes:
Art. 4º [...] § 4º No projeto básico ou executivo para a contratação de obras e serviços de engenharia, devem ser observadas as normas do Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (INMETRO) e as normas ISO 14.000 da Organização Internacional para a Padronização. § 5º Quando a contratação envolver a utilização de bens e a empresa for detentora de norma ISSO 14000, o instrumento convocatório, além de estabelecer diretrizes sobre a área de gestão ambiental dentro de empresas de bens, deverá exigir a comprovação de que o licitante adota práticas de desfazimento sustentável ou reciclagem dos bens que forem inservíveis para o processo de reutilização.
Considerando os aspectos acima, tais dispositivos são mais fáceis de
aplicabilidade, desde que os membros da Comissão de Licitação e os técnicos
fiscalizadores dos contratos estejam devidamente qualificados para tal, mas, por
outro lado, é difícil não admitir que , de acordo com tais exigências, não restrinja o
caráter competitivo, o que conflita com a Lei maior, Lei 8.666/93, especificamente no
seu artigo 3º, § 1º que veda aos agentes públicos admitir, prever, incluir ou tolerar,
41
nos atos convocatórios cláusulas que restrinjam ou frustrem o caráter competitivo da
licitação, pelos seguintes motivos:
Hoje, nem todas as empresas estão capacitadas para atender ao
chamamento convocatório dentro dos requisitos do edital sustentável;
Muitas empresas ainda não possuem estrutura suficiente para adequar seus
produtos dentro dos novos critérios de sustentabilidade, a curto-prazo;
As micro-empresas e empresas de pequeno porte que normalmente hoje
participam de licitações, com a aplicação da nova norma, em sua grande
maioria não terão condições técnicas e financeiras para participar de
licitações para execução de obras e/ou serviços de engenharia de grande
porte, dada a necessidade de comprovação de capacidade técnica e
financeira dentro dos critérios de sustentabilidade ambiental, exigida no ato
convocatório. Por outro lado, também, o gestor público não pode flexibilizar
demais as condições de participação nas licitações, de forma a admitir
empresas sem condições técnicas para executar uma obra sustentável, do
contrário corre-se o risco de uma contratação fracassada. Nesse caso, estaria
promovendo o que os juristas denominam: ―igualando os desiguais‖. Mesmo
porque, todas as licitações de obras e serviços de engenharia da UFPR exige
das concorrentes comprovação de capital social e garantia suficiente para
assegurar a plena execução do contrato.
Os novos critérios foram estabelecidos por Instrução Normativa e não por Lei,
pois, apesar de serem benéficos, podem ocasionar efeito inverso de
discriminação na participação das empresas licitantes que se sentirão lesadas
e recorrerão ao Poder Judiciário em busca de seus direitos.
Ainda que, com o advento da Lei 12.349/2010 que altera a Lei Geral de
licitações, especificamente no seu artigo 3º inserindo mais um princípio
norteador da licitação (o do desenvolvimento nacional sustentável) a
aplicação dos critérios sustentáveis colocará os gestores públicos em
situação desconfortável, pois estes têm o dever constitucional de respeitar a
livre concorrência, a liberdade de escolha dos meios de produção pelas
empresas fornecedoras de produtos e serviços, mas, por outro lado, têm o
dever de assegurar o equilíbrio ecológico.
42
Como visto acima, ao elaborar os Editais dos certames licitatórios, dentro de
critérios de sustentabilidade ambiental, apesar de por um lado, em algumas
situações, ocorrer certos desconfortos ao administrador público, por outro lado, cria-
se um forte instrumento de ação positiva fazendo com que tanto as prestadoras de
serviços, construtoras, produtoras e indústrias, sejam elas: micros, pequenas e
grandes empresas, busquem mecanismos e estrutura suficientes de sorte a habilitá-
las a concorrerem a qualquer processo de contratação sustentável.
2.4 LEI DAS LICITAÇÕES/CONTRATAÇÕES PÚBLICAS SUSTENTÁVEIS:
BENEFÍCIOS AMBIENTAIS, ECONÔMICOS E SOCIAIS
A lei geral estabelece que a aquisição de bens e contratação de obras e
serviços seja de engenharia e/ou comuns, deve-se sempre prevalecer o ―menor
preço‖; esse critério faz com que muitos gestores de compras públicas levem à risca
a obrigação de economizar e não elaborem editais sustentáveis.
O fato é que a Lei, em suas definições, orienta que:
As compras, sempre que possível, deverão atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidade de especificações técnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, as condições de manutenção, assistência técnica e garantias oferecidas; (art. 15).
Para os casos de contratação de obras e serviços, o Art. 12, estabelece que:
nos projetos básicos e nos executivos serão considerados principalmente os
requisitos de segurança; funcionalidade e adequação ao interesse público; economia
na execução, conservação e operação; possibilidade de emprego de mão-de-obra,
materiais, tecnologia e matérias-primas existentes no local para execução,
conservação e operação; facilidade na operação, sem prejuízo da durabilidade da
obra ou serviço; adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do trabalho
adequado; impacto ambiental. Ainda, o art. 3º da Lei estabelece que a Licitação
destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a
selecionar a proposta mais vantajosa.
Observa-se que, por essas definições, o menor preço é apenas uma das
peças da proposta mais vantajosa. No entanto, a interpretação da Lei é que, após
43
observados todos os componentes acima, sendo devidamente especificados no
edital, é que se aplica o critério de menor preço estabelecido na Lei. Não se admite
um gestor público adquirir um produto ou serviço sem especificar todas as
características apontadas para obtenção de uma proposta mais vantajosa. Nesse
caso, o menor preço vai custar mais caro.
José Gutemberg (2004), enfatiza que:
Há uma interpretação generalizada de que a Lei 8.666/93 impõe o menor custo para a administração sem que seja levado em conta qualquer outro requisito. Essa visão pode levar os órgãos públicos a comprar produtos de baixa qualidade, contratar serviços ou realizar obras que muitas vezes contribuem para a criação de problemas ambientais.
A IN 01/2010 estabeleceu novos critérios para que se possa garantir a
sustentabilidade ambiental. Em muitas contratações nem sempre é possível a
administração pública contratar a preços menores, porque nem sempre o menor
custo pode suprir a qualidade desejada, segundo o conceito de sustentabilidade
ambiental. No entanto, faz-se necessário, primordialmente, se preocupar com o
futuro do nosso planeta, por um ambiente de qualidade, por uma sociedade mais
justa e saudável. Comenta, ainda, Gutemberg que a proteção ao meio ambiente não
deve-se restringir a ações repressivas, mas, principalmente, ser de caráter
preventivo, presente em licenciamentos, incentivos fiscais e de créditos, além das
próprias contratações públicas.
Vale lembrar que a administração pública é responsável por grande parte das
aquisições de bens e contratação de obras e serviços. Conforme dados levantados
no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, as compras públicas equivalem
a 10% do PIB. Somente em equipamentos de informáticas como microcomputadores
e laptops, o Governo gasta cerca de 590 milhões de reais. É comprovado que o
maior faturamento das empresas privadas, fornecedoras de materiais e prestadoras
de serviços, é proveniente de contratação com o poder público, portanto, estas não
podem afastar-se da responsabilidade social, sob pena de não sobrevivência caso
não se estabeleça um novo paradigma no sistema de produção de bens e serviços
que sejam alinhados com o desenvolvimento sustentável (BRASIL. Ministério do
Planejamento, 2010).
.
44
Imagine-se, no caso acima, com referência às aquisições de
microcomputadores e laptops, que, no Brasil, consome-se livremente, enquanto nos
Estados Unidos da América os não sustentáveis são proibidos, por serem danosos
ao meio ambiente, isso porque no Brasil não se adquire equipamentos sustentáveis,
com raras exceções. Cite-se nas exceções a Universidade de São Paulo (USP),
conforme reportagem publicada em 2010, motivo de destaque por promover um
pregão sustentável, pois adquiriu em 2008 e 2009 ―computadores verdes‖. O edital
trazia como especificações a obediência à norma européia RoHS (Restriction of
Certain Hazardous Substances). No entanto, a USP foi pioneira em levar em
consideração premissas ambientais, na aquisição de computadores. (BRASIL 2010).
As compras e as contratações realizadas pelo governo, aliadas ao seu poder
de indução do mercado, constituem fatores de grande relevância à implementação
das contratações públicas sustentáveis, causando grande impacto, seja do ponto de
vista ambiental, social e econômico, que são os três pilares da sustentabilidade.
Nesse sentido, cria-se um instrumento de ações positivas favorecendo a
integração em todos os estágios do processo produtivo, incentivando os produtores
e fabricantes a buscarem mecanismos inovadores para acrescentar, em seus
produtos e processos, critérios de sustentabilidade ambiental, como também os
critérios de direitos trabalhistas. Além disso, podem auxiliar na criação de um grande
mercado para negócios sustentáveis, aumentando a margem de lucro dos
produtores, através de economias de escala e reduzindo seus riscos.
Também, como consumidores de grande escala, os Órgãos governamentais
podem incentivar a inovação, estimular a competição nas indústrias, garantindo aos
produtores retornos pelo melhor desempenho ambiental de seus produtos, através
de demandas do mercado.
Por outro lado, as compras públicas e contratação de obras e serviços
sustentáveis valorizam os custos efetivos que consideram condições de longo prazo,
que podem, aparentemente, significar contratações a custos mais elevados.
Segundo Abreu (2010), Diretor de Cidadania e Responsabilidade Sócio-
ambiental do Ministério do Meio Ambiente, ―o custo aparente mais elevado dos
produtos, serviços e obras de menor impacto ambiental é menos oneroso se diluído
no longo prazo‖. Cita alguns fatores como:
Redução nos gastos do Estado com políticas de reparação de danos
ambientais;
45
Maior durabilidade dos produtos;
Menor consumo de energia e de materiais nos processos produtivos;
Uso de materiais recicláveis e reutilizáveis;
Menor quantidade de materiais tóxicos ou perigosos na composição dos
produtos;
Incentivo ao surgimento de novos mercados e empregos verdes, gerando
renda e elevando a arrecadação tributária.
Por outro lado, O Diretor do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico, do Rio de
Janeiro, Renato Cader, em entrevista à Revista ―O Pregoeiro‖ (julho de 2010, p.10),
referendada na palestra proferida no Seminário de Capacitação em Compras
Públicas, afirma que nem sempre produtos sustentáveis apresentam preços mais
elevados. Não existe grande diferença de preços em determinados produtos,
inclusive alguns se igualam ou apresentam preços menores, mesmo porque as
compras são normalmente realizadas por pregão eletrônico, principal modalidade
adotada pelo Poder Público, em que as licitantes, seus representantes não
necessitam se deslocar para as sessões públicas, junto às repartições promotoras
da licitação.
2.5 AÇÕES DO GOVERNO BRASILEIRO
Nesse contexto, é importante citar o exemplo da inserção de uma gestão
pública sócio-ambiental, o programa da Agenda Ambiental da Administração Pública
(A3P), desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente. Esse programa visa
sensibilizar os gestores públicos para as questões sócio-ambientais, promover a
redução dos gastos institucionais e contribuir para a revisão dos padrões de
produção e consumo e adoção de novos referenciais de sustentabilidade, no âmbito
da Administração Pública. Essas ações estão regulamentadas pela Portaria nº
61/2008 do Ministério do Meio Ambiente que estabelece práticas de sustentabilidade
ambiental quando das compras públicas sustentáveis sejam por aquisições e/ou
contratações de serviços deste Ministério e suas Unidades vinculadas.
46
Seguindo por esse exemplo, as licitações sustentáveis regulamentadas pela
Instrução Normativa nº 01/2010-SLTI/MPOG no âmbito das organizações públicas
federais direta, autárquica e fundacional, representam algumas das ações
desenvolvidas através do citado programa. No entanto, somente no início de
setembro/2010, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão promoveu o 1º
seminário de capacitação aos agentes públicos, no sentido de discutir a nova norma,
no intuito de incentivar os atores para a imediata aplicação da referida Instrução. O
seminário se deu em cinco capitais brasileiras, pelo sistema de vídeo-conferência.
47
3 METODOLOGIA
A metodologia, na presente dissertação, é a de revisão bibliográfica, através
de doutrinas que se referem a crenças, livros jurídicos, reportagens de revistas e
jornais e artigos científicos. Na fase subsequente foram utilizados documentos e
informações que permitiram uma análise reflexiva sobre o que foi levantado,
possibilitando a compreensão dos processos como um todo no âmbito da Unidade
de abrangência.
O delineamento da pesquisa caracteriza-se como qualitativo, dados os vários
aspectos de abordagem, tais como: a complexidade do tema, sua amplitude, bem
como as características do trabalho desenvolvido em função das observações
levantadas para atingir o objetivo proposto.
Para o desenvolvimento do trabalho, verificou-se, junto à Universidade
Federal do Paraná, no sentido de registrar as suas ações a partir da edição da IN 01
de 19 de janeiro de 2010, um levantamento de dados, referentes às licitações
promovidas no exercício de 2010 e sequencialmente as entrevistas tanto com os
gestores responsáveis pelas contratações como com os órgãos de controle externo
e os seus desdobramentos com referência à aplicabilidade da nova norma legal.
A seleção dos atores da pesquisa foi disposta em duas fases, sendo na
primeira, identificados os atores - servidores técnicos administrativos - envolvidos
com os processos de compras e contratações de obras e serviços (sete servidores),
bem como o gestor ordenador de despesas para as devidas entrevistas, o Pró-Reitor
de Administração da UFPR, cuja estrutura de compra e contratações estão afetas a
esta Pró-Reitoria. A segunda fase abrange os atores da Controladoria Geral da
União (CGU), Regional Paraná. Nesse caso, foram entrevistados o auditor Chefe
Substituto daquela Controladoria e um dos Ministros do Tribunal de Contas da União
(TCU).
Para a pesquisa, foi determinado, primeiramente, um roteiro de questões
relacionadas à gestão ambiental e licitações sustentáveis. Como instrumento para
coleta dos dados foi elaborado um Quadro (Apêndice B), contendo os elementos
que possibilitem a obtenção de informações por parte dos atores das áreas de
48
compras e contratações. São duas Unidades; a Central de Compras, Contratos e
Patrimônio (CECOM), encarregada das licitações para aquisição de bens, e a
Prefeitura da Cidade Universitária, esta encarregada das licitações para obras e
serviços de engenharia, ambas vinculadas à Pró-Reitoria de Administração da
UFPR.
Na sequência determinou-se um roteiro de perguntas direcionadas aos atores
envolvidos com os processos de licitações, sendo 8 (oito) atores, conforme disposto
no Apêndice C (Roteiro de Entrevista), de modo a servir de guia para possibilitar
melhor entrosamento entre o entrevistador e o entrevistado, de forma que este se
sinta livre para qualquer abordagem mais ampla no desenrolar da entrevista, de
sorte a conseguir um melhor entendimento e informações que contribuam com a
objetividade da pesquisa. Os atores, bem como as respostas de cada um estão
elencados no Apêndice D.
Para a pesquisa, foram levados em conta, também, a participação em
Seminários voltados à licitação sustentável, a busca de experiências de outras
Instituições Públicas, como Órgãos vinculados ao Ministério do Meio Ambiente:
Instituto Chico Mendes de Conservação de Biodiversidade, Instituto de Pesquisa
Jardim Botânico do Rio de Janeiro, entre outras Instituições Federais de Ensino
Superior (IFES).
Por fim, o trabalho propõe um encaminhamento que sirva como referências
básicas, de forma a auxiliar na confecção de editais de licitação a serem aplicados
na UFPR, e/ou em outras IFES se assim desejarem adotá-los, nos termos da IN º
01/2010. Tal proposta remete à elaboração de minuta de documentos denominados
―Termo de Referência‖, sendo um para licitação de aquisição de mobiliários, um para
licitação de serviços de serviços de limpeza e higiene, um para licitação de projetos
básicos complementares e executivos de obras e um para licitação de obras. Esses
termos de referência poderão servir como modelo e padrão para todas os demais
objetos de licitação, inclusive para serviços de engenharia.
A busca dessas experiências se revela necessária, devido às dificuldades
detectadas na UFPR: de infraestrutura, capacitação de servidores, e até os entraves
na gestão de compras e contratações de obras e serviços. Assim como as buscas
acima, aliadas à equipe formada em torno do processo, com competências diversas,
poderão fornecer subsídios para este trabalho, e através deste são propostas
soluções para a eficiência nos processos de licitações sustentáveis.
49
4 LICITAÇÕES NA UFPR: PROCEDIMENTOS E AÇÕES
A análise seguinte tem como finalidade identificar os procedimentos e as
ações da UFPR, no tocante às licitações para aquisição de bens e contratação de
obras e serviços, adotando-se, como parâmetros, os roteiros constantes nos
Apêndices B e C do presente trabalho.
4.1 CONTEXTUALIZAÇÕES DA UFPR
A Universidade Federal do Paraná (UFPR) é a mais antiga universidade
brasileira, no verdadeiro sentido do termo: conjunto de cursos de nível superior. Foi
criada em 19 de dezembro de 1912, no mesmo dia em que se comemora a
emancipação política do Estado do Paraná. Fruto dos cursos de Direito, Engenharia,
Comércio, Medicina e Cirurgia, Odontologia, Farmácia e Obstetrícia, recebeu a
denominação de Universidade do Paraná, devido ao empenho de ilustres
paranaenses como Vitor Ferreira do Amaral e Silva (o primeiro Reitor), Nilo Cairo,
Alfredo Ramalho Martins e Dario Vellozo.
Restaurada em 1º de abril de 1946, passou a ser uma Instituição Pública
Federal de acordo com a Lei nº 1.254, de 4 de dezembro de 1950, com sede e foro
na cidade de Curitiba, estado do Paraná, tornando-se uma Instituição pública e
gratuita. Esse Avanço determinou uma fase de expansão da Universidade. As
construções do Hospital de Clínicas em 1953, do Complexo da Reitoria em 1958 e
do Centro Politécnico em 1961 comprovam a consolidação da Instituição.
O compromisso da Instituição é com a qualidade do ensino, cuja missão é a
de contribuir com o desenvolvimento sustentável, priorizando a formação continuada
do profissional-cidadão e produzindo, disseminando e apropriando o conhecimento
de forma articulada com a sociedade, sendo referência no Paraná, tendo como
desafio estratégico tornar-se uma das cinco melhores Instituições Federais de
Ensino Superior do país.
50
Em seus quase 100 anos de existência, a Instituição tem experimentado
diferentes enfoques e práticas gerenciais, frutos de mudanças conjunturais internas
e externas. A velocidade das transformações sociais e a rápida evolução do
conhecimento têm demandado mudança no perfil da UFPR, provocando expansão
na oferta de cursos e melhorias nos serviços prestados, como exemplo, o programa
de Reestruturação das Universidades (REUNI).
A UFPR, hoje, conta com um orçamento anual, considerando pessoal, custeio
e capital, de 822,3 milhões de reais. Desse montante, 589,3 refere-se à pessoal e a
encargos sociais; 66,7 milhões para capital e 166,2 milhões para a manutenção da
UFPR: despesas com material de consumo e contratação de serviços, sendo o 5º
maior orçamento, considerando as 59 Instituições Federais de Ensino Superior, uma
das maiores e melhores Universidades Federais do país, classificada como a 8ª
melhor Instituição em pesquisa, no Ranking Nacional.
Atualmente a UFPR está constituída da seguinte maneira:
Cinco ―Campi‖ em Curitiba, Campus em Palotina, Campus em Matinhos,
Campus em Pontal do Paraná, Museu de Arqueologia e Etnologia de
Paranaguá, Fazenda Experimental Canguiri em Pinhais, Estação
Experimental de Rio Negro, Fazenda Experimental de São João do
Triunfo, Fazenda Experimental de Bandeirantes, Fazenda Experimental de
Castro, Estação Experimental de Paranavaí;
Uma área física territorial de 9.043.913 m², com 397.277 mil m² de área
construída;
329 cursos de graduação, pós-graduação (especialização e residência
médica, mestrado e doutorado) e extensão;
40.119 alunos matriculados, entre graduação presencial, a distância e
profissionalizante, nas 6.429 vagas oferecidas;
Corpo docente: 2.296 professores (210 graduados, 66 especialistas, 488
mestres, 1532 doutores) e 94 professores de ensino médio;
Servidores técnico-administrativos: 3.489.
Acervo bibliográfico: 928.255, entre títulos e livros, exemplares de livros,
títulos e periódicos e outros, distribuídos nas 15 Unidades de Bibliotecas.
51
4.1.1 Estrutura de Compras e Contratações
A UFPR, até o exercício de 2006, procedia suas compras e contratações de
forma descentralizada, sendo tal procedimento realizado por 48 Unidades, cujas
unidades vinculam-se a 18 ordenadores de despesas que, com competência através
de Ato do Reitor, homologavam as compras de suas respectivas unidades. Isso tudo
em função de que o orçamento anual da UFPR é descentralizado às diversas
Unidades que a compõem.
Dados os problemas graves com o fracionamento de compras e a ausência
de planejamento destas e dos serviços, caracterizando uma afronta à Lei geral de
licitações, a atividade tem sido objeto de vários apontamentos de auditorias externas
(CGU e TCU) e com interferência até do Ministério Público Federal, que tem exigido
explicações dos gestores da UFPR. As irregularidades apontadas pelas referidas
auditorias, fizeram com que, a partir do exercício de 2007, houvesse a centralização
definitiva das compras e serviços em uma única Unidade, cujos trabalhos foram
iniciados em setembro do ano anterior.
4.2 AÇÕES DA UFPR PARA A SUSTENTABILIDADE
A partir do advento do Decreto 5.940/2006, que institui a separação dos
resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública
federal direta e indireta, na fonte geradora, e a sua destinação às associações e
cooperativas dos catadores de materiais recicláveis, a UFPR, como ação inicial,
firmou convênio com a Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis
(CATAMARE). Para essas atividades foi criada, em sua estrutura organizacional, a
Divisão de Gestão Ambiental, vinculada à Pró-Reitoria de Administração, cuja
Unidade tem como atribuição específica e exclusiva a administração dos resíduos
descartados, desde a separação até sua destinação final.
Tais atribuições vêm ao encontro, também, com o disposto na Instrução
Normativa nº 01/2010, especificamente no seu artigo 6º que estabelece como um
dos requisitos para constar nos editais de licitação para contratação de empresa
prestadora de serviços de limpeza:
52
[...] VI - que realize a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional, na fonte geradora, e a sua destinação às associações e Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis (CATAMARE), que será procedida pela coleta seletiva do papel para reciclagem, quando couber, nos termos da IN/MARE nº 6, de 3 de novembro de 1995 e do Decreto nº 5.940, de 25 de outubro de 2006.
Como resultado do Convênio acima referido, com base no relatório de
atividades apresentado pela sua Divisão de Gestão Ambiental, dá conta de que, no
exercício de 2010, foram coletadas cerca de 145 toneladas de resíduos recicláveis
nos diversos campi da Instituição. Esse montante significou, de janeiro a
setembro/2010, uma receita de R$ 63 mil para os catadores da Organização
CATAMARE, com que a UFPR formou convênio desde a edição do referido Decreto
Federal. Desde que o convênio foi firmado, a receita aproximada de resíduos obtidos
na UFPR pela CATAMARE totalizou 185 mil.
Nesse caso, pode-se constatar que a UFPR possui mecanismos e
infraestrutura adequados, de forma que, hoje, os resíduos gerados pelas suas
diversas Unidades, obedecem à separação e destinação de acordo com os critérios
legais estabelecidos.
Registra-se também a promoção de campanhas de conscientização pela
Administração Central, visando à correta separação de resíduos recicláveis, bem
como diminuir o consumo de água e energia elétrica, com confecção de folders,
incentivo á participação de palestras, seminários e curso de capacitação, na medida
de disponibilidade de recursos financeiros.
Embora a UFPR mantenha essa estrutura de separação de resíduos
recicláveis, ainda carece de um plano concreto de gestão ambiental abrangendo
todos os aspectos legais, de acordo com as orientações dos Órgãos de controle
ambiental, bem como dos de vigilância sanitária.
4.3 PROCESSOS DE AQUISIÇÃO E CONTRATAÇÃO
Com a Centralização, verifica-se, assim, uma divisão de tarefas entre duas
Unidades promotoras de licitação, dentro do organograma da Pró-Reitoria de
53
Administração da UFPR, sendo elas a Central de Compras, Contratos e Patrimônio
(CECOM) e a Prefeitura da Cidade Universitária (PCU), ambas sob a égide do Pró-
Reitor de Administração na condição de ordenador de despesa. A primeira, com a
tarefa de realizar as licitações para aquisição de bens e contratação de serviços
comuns. Já a segunda, com atribuição específica para as licitações de obras e
serviços de engenharia.
Conforme relatório de gestão da UFPR, apresentado em janeiro de 2011,
esta Instituição realizou, ao longo do exercício de 2010, 232 licitações, sendo: 45
para aquisição de equipamentos e material permanente, 61 para aquisição de
material de consumo, 57 para contratação de serviços comuns e 69 para
contratação de obras e serviços de engenharia.
O Quadro 2 mostra o panorama das licitações da UFPR, no exercício supra
referido.
Conforme pode ser observado no Quadro 2, especificamente na coluna (nº
de itens), demonstra que a UFPR adquiriu em torno de 3.000 tipos diferentes de
materiais ou equipamentos para sua manutenção anual. Vale esclarecer que o nº de
itens propriamente dito não se refere simplesmente à quantidade, de forma
individualizada, mas sim à quantidade de itens distintos pela sua característica. Pelo
constatado, cada processo licitatório de compra consta como objeto um lote de, em
média, 150 diferentes tipos de itens, contendo cada tipo de material a sua
quantidade individual, de acordo com as necessidades da UFPR, para doze meses.
Destaca-se ainda que, do montante total das aquisições e contratações, os
maiores custos são decorrentes de contratações de serviços comuns,
exclusivamente de processos licitatórios nas suas diversas modalidades, sendo 38,5
% do montante geral. Desse percentual gasto não estão computadas as despesas
com água e energia, e outras - que também se classificam como serviços comuns -
contratadas mediante dispensa ou inexigibilidade de licitação, por tratar-se de
serviços prestados por concessionária de serviços públicos criada para esse fim
específico, e outras empresas ou órgãos integrantes do poder público, incumbidos
de prestar tais serviços.
54
QUADRO 2 – LICITAÇÕES REALIZADAS NO EXERCÍCIO DE 2010
OBJETO LICITADO Nº DE LICITAÇÕES
Nº DE ITENS VALOR
I - Equipamentos e Material Permanente Equipamentos de informática Equipamentos industrial Equipamentos de laboratório Equipamentos odontológico Equipamentos de rede e voz Equipamentos de áudio e vídeo Equipamentos eletro-eletrônico Equipamentos eletrodoméstico Equipamentos de sonorização Equipamentos diversos Moveis para escritório e outros Veículos
02 05 07 02 04 04 02 03 02 06 06 02
03 29
197 03 16 63 51 07 11 33
144 03
4.809.181,00 2.004.072,00 2.953.029,00 1.826.910,00 2.663.578,00 2.357.926,00 1.164.406,00
136.149,00 329.119,00 253.911,00
5.913.789,00 957.390,00
SOMA 45 560 25.369.460,00
II – Material de Consumo Material de Expediente Suprimento de informática e rede Material bibliográfico Material de construção (manutenção predial) Material gráfico Material de limpeza e higiene Medicamentos veterinários Material odontológico Material de laboratório Gêneros alimentícios Combustíveis e lubrificantes Vestuários Materiais diversos
05 06 03
07 02 02 02 02 08 10 02 01 11
174 305 158
652 17 49 65
123 657 102
04 03
183
1.278.800,00 5.273.385,00
317.331,00
3.454.700,00 19.840,00
581.144,00 62.881,00 99.483,00
1.449.879,00 5.329.820,00 1.101.046,00
275.985,00 1.255.189,00
SOMA 61 2.492 20.499.483,00
III - Serviços Comuns Serviços de limpeza e higiene Serviços de vigilância Serviços de atendimento de portaria Serviços de atendente recepção Serviços de manutenção predial Serviços de copa e cozinha Serviços de marinheiro Serviços de motorista frota Manutenção de veículos Serv. de transportes (aula de campo) Transporte de resíduos perigosos Serviços de agenciamento de carga Serviços de telefonia Serviços de hospedagem Passagem aérea e terrestre Manutenção de equipamentos Manutenção de sistema de vigilância Manutenção de elevadores Serviços de fiscalização Serviços gráficos Serv. de eventos institucionais Serviços de publicação jornais Outros serviços diversos
03 01 01 01 01 01 01 01 01 01 02 01 02 01 01 03 01 01 01 03 03 01 25
m² - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
7.169.998,00 6.222.000,00 3.869.499,00
262.900,00 5.276.037,00 6.279.000,00
169.599,00 1.800.000,00 1.067.807,00
871.574,00 92.307,00
1.000.000,00 2.386.388,00
200.000,00 4.345.000,00 1.050.279,00
381.384,00 245.768,00 453.998,00 244.866,00 644.621,00 65.997,00
975.072,00
SOMA 57 - 45.074.094,00
IV - Obras e Serviços de Engenharia Obras e serviços de engenharia
69
59.877M²
26.147.296,00
SOMA 69 26.147.298,00
TOTAL GERAL (I, II, III E IV) 232 3.052 117.090.333,00
55
A partir do Quadro 2, nos tópicos a seguir, passa-se à análise das licitações
sustentáveis, considerando o que se extraiu do Roteiro de levantamento de dados e
análise dos processos.
4.3.1 Das Aquisições Sustentáveis
Tomando como referência o Roteiro constante no Apêndice B, segundo
dados extraídos, observou-se uma pequena parcela de produtos (equipamentos e
materiais) adquiridos com características sustentáveis.
Em aferição dos processos licitatórios, outros materiais foram adquiridos
com características sustentáveis, mas não dentro dos critérios da IN 01/2010, e sim,
em função dos bens já conterem suas especificações de fábrica, tais como
cartuchos reciclados, para impressora, caixas coletoras de lixo, refrigerador e
lâmpadas econômicas que reduzem o consumo de energia, e veículos que possuem
dispositivos menos poluentes e/ou utilizam combustíveis alternativos. (ver Quadro 3,
Observação ‖b‖). Destacam-se dois processos licitatórios que obedeceram na sua
totalidade, aos requisitos da IN 01/2010. Um para compra de papel reciclado, e outro
para computadores, os chamados ―computadores verdes‖.
Nos processos licitatórios constam, no preâmbulo dos seus instrumentos
convocatórios, a menção e as referências às Leis e Normas que regem as licitações,
no entanto, são omissos com relação à IN 01/2010, estando em desacordo com o
que determina o artigo 40 da Lei Geral de Licitações, senão vejamos:
art. 40 – O edital conterá no seu preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início e abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte: [...].
Como visto, a vinculação à Lei de licitação, bem como às demais normas
que a regem, é fator primordial para ordenar uma sequência de atos do
administrador público, que precedem um processo de contratação. Assim, se o
administrador público pretende adquirir bens ou contratar obras e serviços, não só
56
deve especificar nos editais, detalhadamente aquilo que pretende adquirir ou
contratar, mediante Termo de Referência ou Projeto Básico, como também deve
mencionar, no seu preâmbulo, todas as normas que regem tais contratações.
Justen Filho (1998, p. 62), comenta sobre o princípio da legalidade e
competência vinculada. Assevera que:
[...] No procedimento licitatório, desenvolve-se atividade vinculada. Isso significa ausência de liberdade (como regra) para a autoridade administrativa. A lei define as condições da atuação dos agentes administrativos, estabelecendo a ordenação (seqüência) dos atos a serem praticados e impondo condições excludentes de escolhas pessoais ou subjetivas... Além da lei, o instrumento convocatório da licitação determina as condições a serem observadas pelos envolvidos na licitação. A vinculação ao instrumento convocatório complementa a vinculação à lei.
Nesse contexto, nem poderia a UFPR estabelecer, nos editais de licitação,
os critérios de sustentabilidade ambiental, e, no entanto, não fazer referência, no seu
preâmbulo, à Norma que o vincula, ou seja, a IN 01/2010, (ou o vice-versa). Do
contrário, poderia tornar-se um procedimento vicioso passível de anulação por
provocação daquelas empresas que gostam de polemizar uma licitação.
4.3.2 Dos Serviços Comuns
Ao longo do exercício de 2010, a exemplo dos processos de aquisição,
apenas uma contratação de serviços de transportes de resíduos de serviços saúde
obedeceu aos padrões sustentáveis, no entanto, não na forma de que dispõe a IN
01/2010. Tal contratação se deu observando uma norma especial editada pelo
Ministério do Meio Ambiente, por se tratar de resíduos perigosos. Vale observar que
a UFPR lança mão de grande parte do orçamento anual dos recursos de custeio
para sua manutenção, o que gera maiores gastos com contratações de serviços
comuns, cujas despesas classificadas como essenciais garantem o funcionamento
da Instituição.
57
4.3.3 Das Obras e Serviços de Engenharia, Sustentáveis
Conforme analisado, nas obras e serviços, todos os processos contêm
requisitos parciais de sustentabilidade. Os projetos básicos e executivos, para as
obras públicas sustentáveis, considerando os requisitos elencados no art. 4º da IN
01/2010, contemplam somente três dos critérios exigidos: dispositivos cujo objetivo é
reduzir o consumo de energia e água, (lâmpadas fluorescentes e luminárias
eficientes e instalação de torneiras automáticas); e o sistema de reaproveitamento
de água de chuva.
Para melhor ilustrar, transcreve-se abaixo o que dispõe o artigo da Instrução
Normativa:
Art. 4º - Nos termos do art. 12 da Lei 8.666, de 1993, as especificações e demais exigências do projeto básico ou executivo, para contratação de obras e serviços de engenharia, devem ser elaborados visando à economia da manutenção e operacionalização da edificação, a redução do consumo de energia e água, bem como a utilização de tecnologias e materiais que reduzam o impacto ambiental, tais como: I - uso de equipamentos de climatização mecânica, ou de novas tecnologias de resfriamento de ar, que utilizem energia elétrica, apenas nos ambientes onde for indispensável; II - automação da iluminação do prédio, projeto de iluminação, interruptores, iluminação ambiental, iluminação tarefa, uso de sensores de presença; III - uso exclusivo de lâmpadas fluorescentes compactas ou tubulares de alto rendimento e de luminárias eficientes; IV - energia solar, ou outra energia limpa para aquecimento de água; V - sistema de medição individualizada de consumo de água e energia; VI - sistema de reuso de água e de tratamento de afluentes gerados; VII - aproveitamento da água da chuva, agregando ao sistema hidráulico elementos que possibilitem a captação, transporte, armazenamento e seu aproveitamento; VIII - utilização de materiais que sejam reciclados, reutilizados e biodegradáveis, e que reduzam a necessidade de manutenção, e IX - comprovação da origem da madeira a ser utilizada na execução da obra ou serviço.
Destacam-se ainda, dentre os dispositivos da citada Instrução Normativa
os seguintes, conforme o disposto no art. 4º:
§ 1º Deve ser priorizado o emprego de mão-de-obra, materiais, tecnologias e matérias-primas de origem local para execução, conservação e operação das obras públicas. § 2º O Projeto de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil – PGRCC, nas condições determinadas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, através da Resolução nº 307, de 5 de julho de 2002,
58
deverá ser estruturado em conformidade com o modelo especificado pelos órgãos competentes. § 3º Os instrumentos convocatórios e contratos de obras contratadas, sempre que existir a oferta de agregados reciclados, capacidade de suprimento e custo inferior em relação aos agregados naturais, bem como o fiel cumprimento do PGRCC, sob pena de multa, estabelecendo, para efeito de fiscalização, que todos os resíduos removidos deverão estar acompanhados de Controle de Transporte de Resíduo, em conformidade com as normas da Agência Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, ABNT NBR n°s 15.112, 15.113, 15.114, 15.115 e 15.116, de 2004, disponibilizando campo específico na planilha de composição dos custos. § 4º No projeto básico ou executivo para a contratação de obras e serviços de engenharia, devem ser observadas as normas do Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial – INMETRO e as normas ISO 14.000 da Organização Internacinal para a Padronização (International Organization for Standardizacion). § 5º Quando a contratação envolver a utilização de bens e a empresa for detentora de norma ISO 14000, o instrumento convocatório, além de estabelecer diretrizes sobre a área de gestão ambiental dentro de empresas de bens, deverá exigir a comprovação de que o licitante adota práticas de desfazimento sustentável ou reciclagem dos bens que forem inservíveis para o processo de reutilização.
O quadro 3, abaixo, registra um panorama das licitações realizadas,
demonstrando as tradicionais versus as aquisições/contratações com características
sustentáveis.
QUADRO 3 - CONTRATAÇÕES
OBJETO LICITADO TRADICIONAL PARCIALMENTE SUSTENTÁVEL
SUSTENTÁVEIS
Equipamentos e Material
Permanente
Material de consumo
Serviços comuns
Obras e serv. de engenharia
42
57
56
0
02
03
01
68
01
01
0
01
SOMA 155 74 03
Considerando o quadro acima, cabem as seguintes observações:
a) Na coluna (Tradicional) demonstra-se que as licitações efetuadas pelo
método tradicional referem-se ao processo de aquisições e contratações sem
a aplicação dos critérios de sustentabilidade ambiental.
59
b) Na coluna (Parcialmente sustentável), demonstra-se que as aquisições e
contratações, embora o processo licitatório tenha sido realizado mediante o
método tradicional, os produtos foram adquiridos com certo grau de
sustentabilidade, tendo em vista estes produtos/serviços já serem fabricados
ou desenvolvidos com certos padrões de sustentabilidade ambiental. Dessa
coluna destacam-se:
I - Equipamentos e Material Permanente:
1 processo de refrigerador, com classificação A (mais eficiente e
com menor consumo de energia);
1 de aquisição de veículos, que possuem dispositivos menos
poluentes ou que utilizam combustíveis alternativos;
II - Material de Consumo:
1 processo de aquisição de caixas coletoras de lixo e conteiners;
1 processo de lâmpadas econômicas;
1 processo de cartuchos reciclados.
III - Serviços Comuns:
1 processo de contratação de transporte de resíduos perigosos e
de serv. saúde (RSS);
IV – Obras e Serviços de Engenharia:
68 processos de obras e serviços de engenharia.
c) Com relação à coluna (Sustentável), demonstra-se que tanto na elaboração
do processo licitatório como na sua aquisição/contratação, a sustentabilidade
ambiental estava contemplada nos instrumentos convocatórios. Dessa coluna
destacam-se:
1 processo de aquisição de computadores. (Equipamentos e Mat.
Permanente;
1 processo de aquisição de papel reciclado. (Material de
Consumo);
1 processo de obras. (Obras e Serviços de Engenharia).
Pelo demonstrativo do quadro 3, registra-se que um percentual de apenas
1,29% das licitações realizadas cumpriram os critérios de sustentabilidade
60
ambiental, e 29,3 % cumpriram apenas parcialmente os padrões legais de
sustentabilidade, não havendo o cumprimento à IN 01/2010.
Isso demonstra que ainda existe grande dificuldade dos gestores e servidores
envolvidos com processos licitatórios, na implantação dos critérios de
sustentabilidade nos processos de compras e contratações. Isso se comprova pela
análise das entrevistas realizadas junto aos seus atores, conforme se vê adiante.
4.4 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS
No tocante às licitações sustentáveis, segundo os critérios estabelecidos
pela IN 01/2010, tomando como referência os questionamentos constantes do
Apêndice C - Roteiro de Entrevistas - pode-se constatar que, dos oito entrevistados,
diversas foram as manifestações abordadas pelos atores envolvidos com os
procedimentos de aquisição e contratação de obras e serviços. (O resultado
encontra-se transcrito no Apêndice D).
4.4.1 Atores da UFPR
Pelo que se pôde auferir pelas entrevistas, todos os atores atestam o
conhecimento da IN 01/2010, bem como reconhecem a importância da política
pública de sustentabilidade ambiental implantada pelo Governo Federal, para as
aquisições de bens e contratação de obras e serviços, mas por outro lado todos
também são unânimes em afirmar que essa nova norma é encarada ainda com
condão de difícil aplicabilidade por carência de treinamento aos agentes envolvidos
com os processos licitatórios. Dentre eles, o Presidente da Comissão de licitação faz
acrescentar que essa nova norma, ―ainda é de caráter orientativo e não normativo. A
princípio, a sua aplicabilidade está mais voltada para serviços de engenharia e
obras‖.
Outra variante a ser considerada reside na ausência de uma política interna,
no sentido de melhor divulgar a existência da norma de sustentabilidade ambiental,
à toda comunidade da UFPR, que poderia partir da sua Administração Central. Pelo
61
que se extrai, a maioria dos usuários de bens e tomadores dos serviços não têm
conhecimento de tal norma legal.
Vale dizer também que os Atores imputam aos usuários a ausência de uma
cultura em adquirir bens e contratar serviços e obras sustentáveis, tanto da parte dos
usuários como também de grande maioria dos gestores responsáveis pelos
processos de compras e contratações. Logo, se não existe essa cultura também não
se pode esperar ações mais contundentes por parte destes, no tocante ao
estabelecimento de política interna de divulgação e conscientização da comunidade
Universitária, para a questão ambiental. É de entender com isso de que tais ações
não venham a acontecer, do contrário, dado a essas circunstâncias, pode ser um
processo mais demorado, como bem reconhece o Pró-Reitor de Administração da
UFPR, autoridade ordenadora das despesas. Na sua manifestação entende que [...]
―o processo de conscientização é de prazo mais demorado, dado que a cultura ainda
não incorporou esta consciência ambiental‖.
Ainda, segundo o Pró-Reitor, o ponto de relevância para a total aplicabilidade
da IN 01/2010 é sobre o estabelecimento da política, a qual ―se reforça amplamente
quando a cultura da sociedade envolvida for consolidada. Quanto mais
conscientização, mais fácil se implantará a Instrução Normativa‖. Vale salientar,
ademais, que outros quatro entrevistados e diretamente envolvidos com processos
de aquisição e contratação, se manifestam, mesmo de formas diferentes, atestam as
mesmas questões de ordem cultural e de ausência de política interna da
Administração Central da UFPR. Destaca-se o que diz a Diretora da Central de
Compras, no entendimento de que ―a nova Norma ainda não tem a aceitação devida
dos usuários dos bens‖ e que eles, no momento, não estão preparados para
aceitarem produtos reciclados e/ou manufaturados (―produtos verdes‖).
De todo o exposto, pode-se extrair dos atores entrevistados que poucas
ações estão sendo desenvolvidas no âmbito da UFPR, ficando muito aquém do
cumprimento dos critérios de sustentabilidade ambiental estabelecidos pela IN
01/2010, principalmente nas contratações de obras e serviços. Pelo que se pôde
constatar, as dificuldades dos gestores não residem somente na falta de uma política
interna de capacitação, divulgação e conscientização à comunidade, mas, na crença
de que o mercado ainda não está adequado para fornecer bens e serviços
sustentáveis, sendo estes os motivos relatados por todos os entrevistados.
62
Aliado a isso, observa-se o receio dos atores envolvidos com as
contratações, na aplicação da referida Norma, cujos motivos elencados são desde
as polêmicas e contradições geradas pelas legislações que regem os processos de
compras e contratações de obras e serviços (Lei Geral das Licitações com as
Normas das licitações sustentáveis), restrição de mercado de produtos e serviços
sustentáveis, e falta de maior envolvimento dos órgãos governamentais
responsáveis pela edição da IN 01/2010, no sentido de melhor capacitar os
servidores públicos.
Desse contexto, é importante destacar a observação da Diretora da Divisão
de Almoxarifado Central no seu depoimento, de que, em virtude da pressa na
aquisição de materiais para estoque, dada a grande demanda de consumo, com
exceção do papel reciclado, ainda não foram adquiridos itens sustentáveis, com
receio de ocorrer licitação deserta, ocasionando o desabastecimento, em prejuízo às
atividades da UFPR. Cita o exemplo de tentativa de aquisição de chá mate sem uso
de agrotóxicos, como também a licitação realizada pelo Instituto Jardim Botânico do
Rio de Janeiro, que teve oportunidade de acompanhar. Dos 48 itens licitados, teve
sucesso em apenas 19, por falta de cotação, comenta a Diretora. Um fato
semelhante também menciona a Coordenadora da Central de Compras, afirmando
que teve uma licitação frustrada, na tentativa de adquirir papel toalha, cujo processo
foi impugnado por um fornecedor, pelo fato de não poder fornecer documento de
regularidade ambiental, exigido no edital, obrigando a Comissão a cancelar o
processo e deflagrar nova licitação.
Nesse quesito, destaca-se o que diz o Pró-Reitor de Administração por
ocasião de sua entrevista:
“A própria legislação regulatória dos processos licitatórios é ampla, exigente e ainda gera inúmeros entendimentos, muitas das vezes contraditórios. A implementação de novos elementos nos instrumentos regulatórios sempre causa alguns contratempos para a consolidação de suas interpretações. Logo haverá um tempo para que a grande maioria do contido na Instrução Normativa seja absorvida. Tal situação sempre ocorre quando de novas legislações e normativas. Cabe aos agentes públicos promover o aceleramento destas interpretações. Já é discussão a nível nacional no Fórun de Pró-Reitores de Administração e Planejamento (FORPLAD) as dificuldades que são enfrentadas pela pouca ou nenhuma condição oferecida pelo conjunto de fornecedores. Paralelamente à implementação das medidas nos editais, elas terão pouco reflexo e praticidade, pois os fornecedores ainda não estão capacitados para o enquadramento à nova legislação. É parte de nossa preocupação, com certeza”.
63
Desses entendimentos, pode-se auferir a insegurança dos atores
entrevistados, pela sua crença de se aplicar os critérios de sustentabilidade
ambiental nas licitações e terem de enfrentar impugnações, recursos e até mesmo
mandado judicial por parte de fornecedores, por alegarem restrição ao caráter
competitivo das licitações. Ou o receio de determinados itens de aquisição,
considerados essenciais ao atendimento de demandas diárias das diversas
Unidades da UFPR se tornarem desertos por não acudimento de licitantes
proponentes, ocasionando falta de material, como já foi mencionado acima, pela
Diretora de Divisão do Almoxarifado Central e também pela Coordenadora da
Central de Compras citando, como um dos exemplos, o caso do papel toalha.
Já, a Diretora da Central de Compras observa os problemas que poderão ser
enfrentados com as micros e pequenas empresas, beneficiadas pela Lei
Complementar nº 123/2006, que estabelece tratamento diferenciado para estas, nos
processos licitatórios. Alega que elas não estão preparadas para participarem de
processos licitatórios com critérios de sustentabilidade ambiental, e que poderão
recorrer ao judiciário, comprometendo o processo.
Do ponto de vista econômico, todos os entrevistados são unânimes em
afirmar que os produtos e serviços sustentáveis podem ser mais caros, mas, no
entendimento da maioria, trarão grandes benefícios sócio-ambientais e acabam se
tornando mais barato a longo prazo, principalmente a partir do momento em que
todas as empresas estiverem adaptadas na sua plenitude, aos produtos e serviços
sustentáveis.
De todo esse contexto, os principais entraves da Administração, a partir da
percepção dos entrevistados, residem nos fatores políticos e sócio-culturais. Além do
mais, a complexidade de determinados dispositivos que estabelecem os quesitos
sustentáveis, aliados à ausência de indicadores gerenciais que possam contribuir à
formulação dos processos de contratações sustentáveis, capacitação e
sensibilização dos atores envolvidos, dificulta na correta interpretação das novas
Normas de sustentabilidade ambiental. Essa realidade atesta a conveniência da
proposição de formulação de Termos, contendo todas as diretrizes básicas e que
servirão como referência à elaboração dos instrumentos convocatórios de todos os
processos licitatórios na UFPR.
64
4.4.2 Atores dos Órgãos de Controle Externo
Para possibilitar melhor análise, quatro tópicos foram elencados para as
entrevistas com o Auditor Chefe, em Exercício, da Controladoria Geral da União
(CGU), constantes no Apêndice C.
As respostas apresentadas não foram de forma individualizada para esses
questionamentos; apenas, em resumo, obteve-se a argumentação de que ainda não
se sabe como cada IFES está tratando a questão das contratações sustentáveis,
uma vez que a IN 01/2010 foi editada no exercício de 2010, e as contas dos
gestores não foram auditadas. Mas, de qualquer sorte, a CGU e o TCU, até o
momento, não debateram sobre o assunto. A partir da publicação da Instrução
Normativa (19/01/2010), as IFES já poderiam e podem aplicá-la de acordo com suas
possibilidades. A partir da auditoria das contas que ocorrerão a partir de março de
2011, referente à gestão de 2010 é que farão uma avaliação sobre essas questões.
No tocante às Auditorias Internas das IFES, a CGU não fez qualquer
determinação com referência ao acompanhamento e cobrança das ações dos
gestores, assim como não teve qualquer orientação do TCU sobre esse caso.
No seminário ocorrido nos dias 17 e 18 de março, em Brasília-DF, sobre o
Tema: ―As Novidades Jurídicas e a Responsabilidade Administrativa nas Licitações e
Contratos‖, cujo tema deu ênfase às licitações sustentáveis, oportunizou-se contato
com um dos Ministros do TCU, sobre a posição deste em relação à cobrança às
IFES na aplicação da IN 01/2010. Respondeu que os Órgãos podem aplicar, mas o
TCU fará uma avaliação dentro do exercício de 2011 sobre as ações dos gestores.
Segundo o Ministro, as IFES encontram dificuldades para aplicação da IN
01/2010, como: dúvidas nas disposições constantes da Norma, em alguns artigos,
os gestores não conhecem sua aplicabilidade. Entende, também, que pode ser
possível o mercado não estar ainda totalmente inteirado sobre os novos critérios.
65
4.5 CONCLUSÕES SOBRE AÇÕES E DIFICULDADES DA UFPR PARA
IMPLEMENTAÇÃO DAS LICITAÇÕES SUSTENTÁVEIS
Pelo que foi levantado, a Universidade Federal do Paraná adquiriu, ao longo do
exercício de 2010, um montante de 3.052 diferentes itens e realizou 57 processos de
contratação de serviços comuns mais 69 processos de obras e serviços de
engenharia; todos mediante processo licitatório, sem considerar as contratações por
dispensa e inexibilidade de licitação, na forma da Lei.
Considerando o tamanho do volume de aquisições e contratações que a
Instituição realiza por ano, pode-se dizer que é ínfimo o número de aquisição e
contratação dentro dos critérios de sustentabilidade ambiental.
Especificamente no tocante às contratações de obras e serviços de
engenharia, a IN 01/2010 elenca grande quantidade de itens e requisitos para se
realizar uma obra e serviços sustentáveis. Observe-se que, nas contratações da
UFPR, apenas três dos critérios elencados foram observados, quais sejam, o
sistema de iluminação, bem como o uso de lâmpadas fluorescentes compactas, a
instalação de torneiras automáticas e o aproveitamento da água da chuva,
agregando ao sistema hidráulico elementos que possibilitem captação, transporte,
armazenamento e seu aproveitamento. Apenas uma das tantas obras contemplou os
critérios de sustentabilidade ambiental.
Desde a edição da IN 01/2010 (em 19/02/2010), poucas ações foram e estão
sendo desenvolvidas no âmbito da UFPR, ficando muito aquém do cumprimento dos
critérios de sustentabilidade ambiental nas suas contratações. Isso se confirma pelas
entrevistas junto aos diversos atores da UFPR, que demonstraram total insegurança
em aplicar os critérios sustentáveis nos processos de compras e contratações, tanto
pelo fato de não saberem como aplicar a Norma, como também pela crença de que
as licitações lhe trarão transtornos junto aos fornecedores e prestadores de serviços,
que estes alegarão restrição ao caráter competitivo das licitações.
Dada a restrição orçamentária atualmente na UFPR, não existe, ainda, uma
política de capacitação aos seus servidores, para os procedimentos de compras
sustentáveis; a divulgação e a conscientização da comunidade sobre esse tema
estão muito aquém de se permitir que a Instituição possa atender aos ditames legais
em sua plenitude a curto prazo. Isso se atribui, ainda, à dificuldade de mudança de
cultura dos atores envolvidos.
66
Pode-se constatar, também, a crença de que o mercado ainda não está
adequado para fornecer bens e serviços sustentáveis, sendo estes motivos relatados
por todos os entrevistados. Isso remete ao desconhecimento da maioria dos
usuários da UFPR, do mercado da produção de bens e serviços sustentáveis.
Aliando-se, ainda, a uma legislação não muito clara em relação aos critérios
que visem à redução de impactos do meio ambiente, constatou-se a dificuldade na
correta interpretação da Instrução Normativa 01/2010, pela complexidade de
determinados dispositivos que normatizam a licitação sustentável.
Pode-se perceber, também, que os Órgãos Fiscalizadores externos (CGU e
TCU), limitam-se, tão somente, a proceder a aferição das contas e atuação dos
gestores, apontando as irregularidades administrativas constatadas, nunca
apresentando orientações concretas. Se posicionam sempre em compasso de
espera para, em um momento fiscalizatório, passar à interpretação da lei a cargo de
entendimento do auditor, ―pegadinha legal‖. Isso deixa qualquer gestor maluco, sem
saber o que é o certo e o que é errado, dado aos dispositivos polêmicos das normas
que regulam os processos de contratações.
Registra-se, ainda, um quadro onde não se pensa nas qualificações
técnicas dos produtos adquiridos ou utilizados em obras, ou até mesmo nas
especificações sustentáveis dos serviços contratados. Menos ainda na questão da
absorção dos resíduos, tanto pós-obra ou pós-consumo como durante as operações
de execução. Especificamente nos processos licitatórios de obras e serviços de
engenharia, promovidos pela Prefeitura da Cidade Universitária da UFPR, seus
editais não contemplam exigências, no sentido de verificar se as empresas
desenvolvem técnicas ou produtos que visem diminuir ou até mesmo acabar com o
desperdício de recursos e as agressões ao meio ambiente.
A inexistência de um plano abrangente de gestão ambiental na UFPR,
dificulta a implementação da IN 01/2010, visto que este plano seria um instrumento
de constante consulta para a elaboração de editais de licitação sustentável; Integrar
estes procedimentos ao referido Sistema de Gestão Ambiental (SGA), envolvendo
os processos de aquisição e contratação dos serviços comuns, das obras e dos
serviços de engenharia, bem como o controle da efetiva utilização e eficácia dos
Termos de Referência, certamente facilitará na implementação de todas as ações
que dizem respeito às contratações sustentáveis na UFPR.
67
Neste contexto, é de extrema relevância a criação do SGA, com
incorporação dentro da estrutura hoje existente na UFPR (Divisão de Gestão
Ambiental), que está restrita à gestão de resíduos gerados, com definição clara de
Aspectos de Gestão como: aspectos ambientais, objetivos e metas ambientais,
planos de monitoramento, requisitos legais, controle de documentos e auditorias
ambientais obrigatórias. E Aspectos de Gerenciamento de Gestão de: produtos
químicos, resíduos sólidos, afluentes líquidos, emissões atmosféricas, solo, subsolo
e aqüífero subterrâneo, área de prevenção permanente, ruídos ambientais e
programa de gestão de riscos.
De qualquer forma, a realidade hoje existente na UFPR, demanda a
proposição de diretrizes para implantação das licitações sustentáveis no âmbito da
UFPR, na forma que estabelece a IN 01/2010 – SLTI/MPOG.
68
5 PROPOSTA DE MODELOS PADRÕES PARA OS TERMOS DE
REFERÊNCIA
Segundo as dificuldades dos atores da UFPR, extraídas das entrevistas,
destacam-se abaixo cinco principais delas, que impedem os mesmos na elaboração
dos processos de compras e contratações:
1) Especificação do objeto da licitação;
2) Interpretação dos dispositivos da IN 01/2010;
3) Dificuldade na descrição dos elementos e requisitos a serem exigidos para
o instrumento convocatório da licitação sustentável, de forma a
proporcionar, ao máximo, o tratamento isonômico e evitar possíveis
impugnações de edital pelas empresas;
4) Falta de condições para capacitação dos atores envolvidos com compras
e contratações públicas;
5) Ausência de maior envolvimento dos Órgãos externos (Ministério do
Planejamento e outros), promotores das Normas de sustentabilidade
ambiental, no sentido de orientação aos servidores públicos, responsáveis
pelas compras e contratações.
A partir dessas dificuldades, levou-se a proposição de quatro projetos
básicos, denominados ―Termo de Referência‖, cujos documentos fez-se constar do
Apêndice A do presente trabalho.
Antes de tecer as considerações de cada um dos Termos de Referência que
ora se propõe é relevante explicar o significado do Termo propriamente dito, suas
definições e a sua importância para uma licitação bem sucedida.
O Termo de Referência é o documento assinado pelo responsável pela
Unidade Solicitante e aprovado pela Autoridade Competente (duas assinaturas),
através do qual o requisitante esclarece e detalha o que realmente precisa adquirir
ou contratar, trazendo definição do objeto, orçamento detalhado de acordo com os
preços estimados de mercado, métodos, estratégias de suprimentos, cronograma,
retratando os planejamentos iniciais da licitação e da contratação, definindo seus
elementos básicos.
69
É através dos dados constantes do Termo de Referência que se elaborará o
Edital e o licitante será informado acerca do que a administração quer contratar.
Cumpre ressaltar que o sucesso da licitação depende da fase interna, da
elaboração do instrumento convocatório, pois nele são definidas todas as condições
a serem cumpridas pelo licitante vencedor.
Assim, a Unidade solicitante deverá expor, no Termo de Referência, a
definição do objeto da contratação de forma clara, precisa e detalhada, a estrutura
de custos, os preços praticados no mercado, a forma e o prazo para entrega do bem
ou realização do serviço contratado, bem como as condições de sua aceitação,
deveres do contratado e da contratante, os mecanismos e procedimentos de
fiscalização do serviço prestado, quando for o caso.
O Termo de Referência, segundo Rubel (2007, p.5), disciplina grande parte
das relações entre as partes envolvidas (a Administração Pública e as empresas
licitantes), principalmente no que se refere aos assuntos técnicos especializados,
tais como as normas técnicas a serem obedecidas, as diversas etapas de execução,
entre outras.
O Termo de Referência é um documento legal, obrigatório nas licitações,
pois fornece todas as bases e diretrizes para a elaboração do Edital de Licitação,
como o próprio nome serve de referência para o Instrumento Convocatório, fazendo
parte integrante como um dos anexos do Edital. Deve permitir ao licitante as
informações necessárias à boa elaboração de sua proposta, mediante regras
estabelecidas pela Administração, a que estará sujeito.
O Termo de Referência ou projeto básico tanto está disposto na Lei 8.666/93
como é regulamentado pelo Decreto 5450, de 31/05/2005, pois no seu art. 9º
estabelece que, na fase preparatória do pregão, será observada a elaboração de
termo de referência pelo órgão requisitante, com indicação do objeto de forma
precisa, suficiente e clara, vedadas as especificações que, por excessivas,
irrelevantes ou desnecessárias, limitem ou frustrem a competição ou sua realização.
Em especial, deve conter os seguintes elementos:
Objeto;
Justificativa da compra ou contratação;
Critério de aceitabilidade do objeto;
Avaliação do custo pela administração diante de orçamento detalhado;
70
Metodologia, avaliação da qualidade e a forma de apresentação;
Valor estimado em planilhas de acordo com o preço de mercado;
Cronograma físico-financeiro, se for o caso;
Obrigações e responsabilidade da contratada e da contratante;
Procedimentos de fiscalização e gerenciamento do contrato;
Prazo de execução e garantia, se for o caso;
Critérios para avaliação da habilitação e classificação das propostas;
Sanções por inadimplência.
Diante do exposto acima, pode-se considerar que um termo de referência mal
elaborado induz a um edital de licitação também mal elaborado, provocando
―estresse‖ durante o processo de aquisição ou contratação.
O Professor Genildo Gomes, em blog publicado em 2009, observa uma das
lições de Hely Lopes Meirelles, de que ―o objeto é a alma da licitação‖.
Ainda, segundo Gomes (2009, p. 1), assevera que:
[...] Então se o objeto é a alma da licitação como afirmou o Professor, afirmação aceita e consolidada em nossa doutrina jurídica, o Projeto ou Termo de Referência é o corpo da licitação. Nenhuma alma pode sobreviver sem um corpo. Por essa razão, Deus o Criador, primeiro fez o corpo, depois lhe deu a alma dando vida ao nosso corpo.
E é assim na licitação. A licitação sem um projeto ou termo de referência (corpo da licitação) muito bem modelado, é como uma licitação sem corpo para a alma (objeto) dar a vida que ela precisa. [...] Esses corpos doentes têm gerado licitações doentes e, conseqüentemente, contratações de serviços com resultado de produtividade de muito baixo nível e aquisições de materiais de péssimas qualidades.
Ribeiro (2009), a partir das diversas exposições acerca da importância da
adequada elaboração de um termo de referência, conclui que: ―em qualquer licitação
de obras, serviços ou aquisições, se o projeto básico ou temo de referência for falho
ou incompleto, a licitação estará viciada e a contratação não atenderá aos objetivos
da Administração‖.
Diante de todo esse contexto, passa-se a síntese dos termos de referências
propostos para aplicação na UFPR, conforme consta no Apêndice A do presente
trabalho:
71
5.1 TERMO DE REFERÊNCIA 1: AQUISIÇÃO DE MOBILIÁRIO
O objeto trata da aquisição de móveis para escritório, em madeira, com
estrutura metálica, confeccionados de acordo com as normas técnicas da ABNT, etc,
e dentro dos padrões sustentáveis.
Decidiu-se pela proposição desse objeto por ser, dentro do grupo de
aquisição de bens, uma das aquisições mais complexas para o procedimento
licitatório, pois atende a todos os requisitos estabelecidos pela IN 01/2010.
Não é o caso da licitação para aquisição de papéis reciclados, por exemplo,
que, pelas suas características, é um procedimento mais simplificado, o qual
necessita somente constar a indicação da norma que regerá a licitação sustentável,
no preâmbulo do instrumento convocatório, pois nesse caso, o Termo de Referência
acaba absorvido pelo Edital de licitação. Isso ocorre nas contratações de produtos
simples ou padronizados, onde não seja necessária sofisticação tecnológica ou onde
as condições de mercado dispensam especificações mais detalhadas sobre a
configuração final e a metodologia de execução. Por exemplo, a aquisição de papel
reciclado ou de veículos de fabricação sustentáveis.
Assim sendo, o objeto (mobiliário), o Termo de Referência servirá como
elemento base e contém todas as instruções necessárias para outras aquisições de
complexidade equivalente, de forma que o órgão licitante terá de fazer somente as
adequações necessárias, segundo as especificidades de cada item do objeto,
principalmente na parte das especificações do objeto a ser licitado. Quanto aos
demais procedimentos, são basicamente os mesmos.
Os elementos que compõem o Termo de Referência 1 seguiram, em grande
parte, as experiências do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de Brasília-DF, cujo
edital de pregão eletrônico foi extraído do ―Comprasnet‖, e as demandas se
aproximam das especificidades da UFPR.
5.2 TERMO DE REFERÊNCIA 2: CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE LIMPEZA E
HIGIENE
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Trata-se de objeto bastante complexo não só na UFPR mas também nas
demais Instituições que promovem licitação, principalmente aquelas que contratam a
mão-de-obra com fornecimento de todos os equipamentos e materiais de consumo
necessários à limpeza das áreas físicas, fachadas e vidros, externos e internos.
Da mesma forma, no Termo de Referência proposto constam todos os
elementos legais e necessários que devem compor uma contratação dentro dos
critérios de sustentabilidade ambiental. Trata-se de uma contratação de alto grau de
complexidade, pois todos os equipamentos e materiais de consumo utilizados na
limpeza são fornecidos pela empresa contratada. Nesse caso a Administração
contratante deve tomar todo cuidado de forma a garantir que os equipamentos e
materiais sejam de fabricação totalmente sustentáveis: antipoluentes, antiruídos, que
reduzam o consumo de água e energia, e produtos que não agridam o meio
ambiente e que os bens sejam constituídos, no todo ou em parte, por material
reciclado, atóxico, biodegradável, conforme ABNT NBR – 15448-1 e 15448-2.
Além dos requisitos acima, o Edital de licitação deve prever que as
empresas contratadas adotarão as seguintes práticas de sustentabilidade na
execução dos serviços:
Adote medidas para evitar o desperdício de água tratada;
Forneça aos empregados os equipamentos de segurança que se fizerem
necessários;
Realize um programa interno de treinamento de seus empregados, nos
três primeiros meses de execução contratual, para redução do consumo
de energia elétrica, de água e redução de produção de resíduos sólidos de
acordo com as normas ambientais;
Realize a separação dos resíduos recicláveis descartados pela UFPR, na
fonte geradora;
Respeite as Normas Brasileiras – NBR;
Observe a correta destinação adequada das pilhas e baterias usadas ou
inservíveis, segundo o disposto na Resolução CONAMA nº 257/1999.
A partir do Termo de Referência 2, a Comissão de Licitação o terá como
subsídio para a elaboração de editais de licitação para outras contratações de
serviços, ocasião em que adotará os requisitos nele constantes, no que couber.
73
5.3 TERMO DE REFERÊNCIA 31: CONTRATAÇÃO DE PROJETOS BÁSICOS E
EXECUTIVOS, PARA OBRAS
Esse termo se direciona a conter todos os elementos necessários à
elaboração de projetos para uma obra sustentável. Conforme a IN 01/2010, as
especificações e demais exigências do projeto básico ou executivo devem ser
elaboradas visando à economia de manutenção e operacionalização da edificação,
a redução do consumo de energia e água, bem como a utilização de tecnologia e
materiais que reduzam o impacto ambiental.
Nesse quesito, não há como realizar uma obra sustentável se os projetos
não contiverem todos os elementos e requisitos de forma a se realizar a construção
de uma edificação, pois a sua execução segue fielmente os projetos básicos e
executivos. Nesse caso, a contratada deverá apresentar o projeto com nível de
detalhamento que permita a sua perfeita compreensão e orientem a execução das
obras. E para isso o Termo de Referência norteará a elaboração dos instrumentos
convocatórios para a contratação de projetos.
5.4 TERMO DE REFERÊNCIA 4: CONTRATAÇÃO DE OBRA
Conforme a IN 01/2010, os instrumentos convocatórios e contratos de obra
deverão exigir o uso de agregados reciclados nas obras contratadas, sempre que
existir a oferta de agregados reciclados, capacidade de suprimento e custo inferior
em relação aos agregados naturais, bem como o fiel cumprimento do PGRCC, sob
pena de multa, estabelecendo, para efeitos de fiscalização, que todos os resíduos
removidos deverão estar acompanhados de Controle de Transporte de Resíduos,
em conformidade com as Normas Técnicas – ABNT, ABNT NBR nºs 15.112, 15.113,
15.114, 15.115 e 15.116, de 2004.
Esse Termo de Referência também é de muita complexidade. A execução
da obra não só depende da empreiteira contratada, mas também é fundamental a
1 Os elementos básicos para a proposição do Termo de Referência 3 foram embasados nas Normas
para Projetos da Secretaria de Obras Públicas do Governo do Estado do Paraná.
74
atuação do engenheiro representante da Administração pública, designado para
fiscalização dos serviços. Exige-se muita dedicação do fiscal e frequente
permanência no local da obra, principalmente porque são necessários testes,
ensaios e aferição do material que será aplicado na obra, de acordo com o que foi
contratado. Assim, se não houver essa dedicação necessária, poderá dar margem
para a empresa falhar na execução dos serviços em descumprimento do que
propôs a fazer. Da mesma forma, o Setor de Fiscalização da Instituição deve dar
todas as condições e suporte necessários para o acompanhamento e a boa
execução dos serviços.
Tanto a empresa como o servidor fiscal devem estar atentos para as boas
práticas de sustentabilidade e seguir a risca todos os itens que compõem as
obrigações de ambas as partes. Mas, para isso, essas práticas devem estar
consignadas em contrato, que é a cópia fiel do Termo de Referência, que deu
suporte à licitação. Nesse Termo constam todos os requisitos que servirão como
elementos referenciais á elaboração de edital de licitação para obra sustentável.
O presente Termo seguiu-se, em grande parte, o edital da primeira obra
sustentável, realizada pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios
(TJDFT), de Brasília-DF, que contempla todos os critérios de sustentabilidade
ambiental estabelecidos pela IN 01/2010, e artigo 3º da Lei Federal nº 12.349, de
16/12/2010.
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em 1992 ocorreu a conferência mundial da Organização das Nações Unidas
(ONU), no Rio de Janeiro, portanto já está na hora de se promover novas discussões
mundiais acerca das ações governamentais no que se refere ao meio ambiente,
como uma prestação de contas do que já foi feito e o que ainda poderá ser feito.
Infelizmente, à medida que as corporações crescem, os governos ficam mais
submissos às organizações. Usamos mais água do que o necessário; mais de duas
mil árvores por minuto são devastadas. Hoje, somos possuidores de muitos bens
materiais e temos menos tempo livre para desfrutar deles. A reciclagem ajuda mas
não é suficiente.
O Brasil, mesmo de forma tímida, vem cumprindo seu papel, mas isso não é
suficiente; cada um de nós deve fazer parte desse sistema, pois aderir ao
pensamento sistêmico é fator primordial para se chegar a um desenvolvimento
sustentável, e quando isso for feito, estaremos cuidando do nosso planeta.
Por ocasião da Conferência de Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
(CNUMAD), conhecida como a Rio 92, a Comissão da Carta da Terra, em cujo texto
denominado ―A Carta da Terra‖, expressa sua manifestação acerca da situação
delicada que atravessa o nosso Planeta.
Como o mundo vem se tornando cada vez mais independente e frágil, o futuro reserva grande perigo, como também grande esperança, dependendo da reação das nações diante dos problemas que vem se arrastando desde o século passado. Para gerar uma sociedade sustentável global fundada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica, numa sociedade em rede, é fundamental que nós, os povos deste planeta, assumamos o compromisso de responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, (humana e ecossistema) e com as futuras gerações.
Esse texto pode nos remeter a uma reflexão de como devemos nos
comportar, no sentido de responsabilidade universal. Ou cuidamos da terra e uns
dos outros ou arriscamos a nossa destruição e do ecossistema. Remete-nos ao fato
de que devemos mudar nossos valores e entender que quando suprirmos nossas
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necessidades básicas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser
mais e não ter mais.
É importante que toda administração pública, não só federal, mas também a
estadual e a municipal adotem os critérios de sustentabilidade ambiental nas suas
licitações. Pois só assim o mercado se renderá a essas novas práticas e passará a
oferecer produtos e serviços sustentáveis. Além de forçar a redução dos preços, em
função do aumento da concorrência. Se poucos órgãos adotam a prática de
aquisição de produtos e/ou a contratação de serviços, obviamente podem pagar
mais caro. Entretanto, quanto maior a procura por produtos ou serviços sustentáveis,
maior será o interesse pelos fabricantes em atingir esse mercado, mas isso depende
muito do governo em propulsionar esse novo mercado, visto que é um grande
consumidor e em potencial, que chega a atingir o patamar entre 10 e 15% do PIB,
no consumo.
Não se deve esquecer também da atuação dos órgãos jurídicos das
Instituições públicas, que analisam e aprovam os editais de licitação, por força do
Artigo 38, Parágrafo Único da 8.666/93, que assim o determina. É importante que
esses Órgãos abracem a causa em prol do meio ambiente ecologicamente
equilibrado, como bem estabelece o Artigo 225 da Constituição Federal, e agora a
Lei 12.349/2010, que altera a Lei 8.666/93, acrescentando mais um requisito dentro
dos princípios estabelecidos no Artigo 3º, que é o do Desenvolvimento Nacional
Sustentável.
Nesse sentido, é importante que os referidos órgãos jurídicos não emperrem
os processos licitatórios sustentáveis, como se queixa o Diretor de Qualidade do
INMETRO, Sr. Alfredo Lobo, em entrevista à Revista ―O Pregoeiro‖. Segundo ele, o
INMETRO tentou realizar uma licitação para contratação de gráfica comprometida
com a sustentabilidade ambiental, mas o Departamento Jurídico do órgão alegou
direcionamento do certame, alegando restrição de mercado.
Outro fator a ser considerado é o fato relacionado à economia de recursos, a
―cultura do menor custo‖, ou seja, os gestores contratam obras ou serviços, bem
como adquirem materiais não sustentáveis, por entender que a utilização de
materiais e sistemas não poluentes, bem como os critérios de sustentabilidade
ambiental podem resultar em acréscimo no preço final. Isso faz com que muitos
gestores, que querem levar à risca a obrigação de economizar, não elaborem editais
sustentáveis.
77
Nesse contexto, vale observar o que menciona o Guia de Compras Públicas
Sustentáveis para Administração Federal, elaborado pelo MPOG, de que ―as
compras públicas sustentáveis não são mais caras; pelo contrário, ao priorizarem
eficiência e redução de desperdício, resultam em economias para o consumidor‖.
Nesse mesmo mote, o Professor Geraldo Vitor de Abreu, Diretor de
Cidadania e Responsabilidade Sócio-ambiental do Ministério do Meio Ambiente, em
entrevista à Revista ―O Pregoeiro‖ enfatiza que as contratações vantajosas também
consideram o impacto ambiental. Segundo Abreu (2010, p. 9), ―O custo aparente
mais elevado dos produtos, serviços e obras de menor impacto ambiental é menos
oneroso se diluído no longo prazo‖.
Pelo que se constata, o Governo Federal edita as leis e normas, mas deixa
muito à mercê de cada Unidade Gestora para aplicá-la ou não. Não dá o suporte
necessário à capacitação dos atores públicos, no sentido de compreensão da
legislação referente ao tema, fazendo com que estes, notadamente são os
responsáveis pelas compras e elaboração de editais, não sejam capazes de atuar
em prol de escolhas saudáveis para a Administração Pública, em especial à UFPR,
integrados aos demais Setores desta Instituição. Esse problema faz com que as
escolhas visem só ao presente, perdendo o foco no desenvolvimento sustentável.
Pode-se concluir que as dificuldades na aplicação dos critérios nas licitações
sustentáveis residem em um processo sistêmico disposto a um círculo em rede:
desde um paradigma que vem se aculturando de longas décadas, notadamente no
âmbito da UFPR, deficiência política (ausência de uma política maior), ausência de
capacitação dos seus servidores como também a falta de maior envolvimento do
MPOG, e a pouca atuação das empresas na mudança desse processo. Nesse
sentido, é primordial o envolvimento do Ministério do Planejamento, em promover
encontros e treinamentos para a correta interpretação da Instrução Normativa e
orientação de como aplicá-la, assim como a adoção de medidas pela Administração
Central da UFPR, no sentido de propulsionar a comunidade universitária a adotar as
boas práticas de sustentabilidade ambiental.
Mas, por outro lado, assim como as Instituições Públicas, notadamente a
UFPR não pode sair abraçando todas as causas de repente, e contratar errado.
Deve ir com calma e muito discernimento para não comprar o que não deve. Os
seus usuários ainda não se conscientizaram do tamanho do risco que o planeta vem
enfrentando, pelo desregrado desenvolvimento industrial, porém medidas imediatas
78
devem ser tomadas pelos órgãos promotores das políticas públicas, com vistas a
fazer os gestores responsáveis adotarem as novas práticas de sustentabilidade
ambiental, mesmo que tais políticas sejam impositivas, no sentido de forçarem
mudança de paradigma, seja por parte dos servidores públicos ou das empresas,
mas para isso o poder público deve proporcionar as condições necessárias para
essa nova prática, assim como, também, os órgãos de controles internos e externos,
de sua competência, devem exercer seu papel na fiscalização das contas dos
gestores públicos.
Deixar à mercê de cada órgão para implantação de nova política de consumo
sustentável é tornar um processo bastante demorado por falta de cobrança pelos
órgãos fiscalizadores e controladores das contas públicas. A partir do momento em
que estes Órgãos passarem a cobrar as ações dos gestores, as Unidades gestoras
passarão a adotar medidas necessárias às práticas sustentáveis, sob pena de não
terem suas contas anuais aprovadas, sujeitando-se os seus gestores às sanções
legais.
79
REFERÊNCIAS
ABREU, Geraldo Vitor. Entrevista. O Pregoeiro, v. 6, n. 68, p. 9, jul. 2010. ALEXANDRINO, M.; PAULO, V. Direito administrativo descomplicado. 17. ed. São Paulo: Ed. Método, 2009. BRASIL. Presidência da República. Lei N. 8.666, de 21 de junho de 1993 que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal e institui normas para licitações e contratos da Administração Pública. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 21 jun. 1993. BRASIL. Ministério do Planejamento. Guia de Compras Públicas sustentáveis para a Administração Federal. Brasília, 2010. Disponível em: <www.cpsustentaveis.planejamento.gov.br>. Acesso em: 18 dez. 2010. CADER, Renato. Pregão Sustentável. Entrevista. O Pregoeiro, Curitiba, v. 6, nº 68, p.10, Jul. 2010. CARTA da TERRA. Disponível em: <http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/text.html>. Acesso em: 22 set. 2010. CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 15. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008. FARIA, E. F. Curso de Direito Administrativo Positivo. Belo Horizonte: Del Rey, 1997. GOMES, Genildo. Termo de Referência: o corpo da licitação. Disponível em: <http://professorgenildo.blogspot.com/2009/03>. Acesso em: 01 jun. 2011. GUTEMBERG, José. Licitação. Agosto 2004. Disponível em: <http// licitação.uol.com.br.> Acesso em: 05 maio 2010. JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 5. ed. rev. ampl. São Paulo: Dialética, 1998.
MAURANO, Adriana. A instituição do pregão para aquisição de bens e contratação
de serviços comuns. Jus Navigandi, Teresina, ano 9, n. 235, 28 fev. 2004. Disponível em: <http://jus.uol.com.br/revista/texto/4879>. Acesso em: 9 fev. 2011. MEIRELLES, H. L. Direito Administrativo brasileiro. 16. ed. atualiz. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1991. MEIRELLES, H. L. Licitação e Contrato Administrativo. São Paulo: Malheiros, 1996.
80
MELLO, C. A. Bandeira de. Preferências em licitação para bens e serviços fabricados no Brasil e para empresas brasileiras de capital nacional. Revista Trimestral de Direito Público, 27 maio 2003. PARANÁ. Governo do Estado. Secretaria de Obras Públicas. Normas para projetos. Curitiba, 2010. Disponível em: <www.pr.gov.br>. Acesso em: 10 jan. 2011. PEREIRA, Cesar A. Guimarães. O Regime jurídico das licitações no Brasil e o MERCOSUL. Dir. Adm., Rio de Janeiro, n. 222: 117-132, out./dez. 2000. RIBEIRO, José Eduardo Couto. Manual Prático para Elaboração de Projeto Básico ou Termo de Referência. Dezembro de 2009. Disponível: <www.saude.df.gov.br>. Acesso em: 01 jun. 2011. RUBEL, José. Termo de Referência: Orientações para redação. Curitiba 2007. Disponível em itcg.pr.gov.br. Acesso em 01 jun. 2011. SAMPAIO, Ricardo Alexandre. A Nova Lei 8.666/93. Revista Zênite de Licitações e Contratos – ILC, p. 18-22, jan. 2011. SANTANA, Jair Eduardo; ANDRADE, Fernanda. As alterações da Lei Geral de Licitações pela Lei 12.349, de 2010: novos paradigmas, princípios e desafios. Revista SINTESE, Licitações, Contratos e Convênios. Nº 1 Fev/Mar/2011. Disponível em: <www.jairsantana.com.br>. Acesso em: 26 mar.2011. CAVALCANTI, Augusto Sherman. As Novidades Jurídicas e a Responsabilidade Administrativa nas Licitações e Contratos (Nova Lei 12.349, de 16 de Dezembro de 2010, Decreto 7.174/2010, IN 1/2010, IN 3/2009). Revista ELO: Novidades Jurídicas nas Contratações Públicas, Brasília, 15 mar. 2011. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TCU). Processo nº TC-005.457/2003-2. Acórdão nº300/2004 – Plenário. No mesmo sentido: Processo nº TC-001.002/2003-4. Acórdão nº 1.708/2003 – Plenário. Disponível em: <www.tcu.gov.br>. Acesso em: 03 jan. 2011. UFPR. Notícia: Resíduos URPR. Disponível em: <www.ufpr.br>. Noticiado em 05 jan. 2011.
81
APÊNDICES
82
APÊNDICE A
TERMOS DE REFERÊNCIAS
83
TERMO DE REFERÊNCIA 1
AQUISIÇÃO DE MOBILIÁRIOS
1 OBJETO
Aquisição de mobiliário, conforme condições e especificações contidas neste
Termo de Referência, destinado às diversas Unidades da UFPR.
2 AMPARO LEGAL
Lei 10.520, de 17/07.2002, Decreto nº 5.450, de 31/05/2005, Decreto n. 3.555,
de 8/08/2000, Lei Complementar nº 123, de 14/12/2006, Decreto 6204 de
05/09/2007 e Lei 11.488/2007, bem como no que couber o Decreto 3.931/2001, da
IN/MARE nº 5, de 21/07/1995, publicada no D.O.U do dia 19/04/1996, e
subsidiariamente pela Lei 8.666 de 21.06.1993, com introdução e alterações das
Leis 8.883/1994, 9.648/1998 e artigo 3º da Lei 12.349 de 15/12/2010 e com a
Instrução Normativa nº 01-SLTI/MPOG, de 19 de janeiro de 2010.
3 JUSTIFICATIVA
3.1 O mobiliário a ser adquirido deve atender as necessidades das diversas
Unidades da UFPR, tendo em vista o crescimento da Instituição, devido ao
Programa de expansão (REUNI), de que a UFPR faz parte, devido a criação de
novos cursos, aliado ao aumento de pessoal contratado em função do programa
de expansão, e ainda à necessidade de substituição de alguns mobiliários, hoje
utilizados por diversas Unidades, em condições precárias já com tempo de vida
útil defasado.
3.2 As especificações do mobiliário foram elaboradas levando-se em consideração
as questões ergométricas que se aplicam a cada tipo de mobiliário, incluindo
características básicas que atendam às normas técnicas da ABNT, buscando
maximizar a saúde, o conforto, a eficiência, a produtividade do servidor;
84
3.3 O mobiliário ergonomicamente correto é essencial ao conforto, bem como para
que se obtenha posição adequada para a realização das tarefas, reduzindo o
índice de lesões provocadas pelo esforço repetitivo – LER;
3.4 Procurou-se manter a unidade e a harmonia dos ambientes de trabalho,
utilizando, na medida do possível, o mesmo ―design‖ do mobiliário já adquirido,
com características ergonômicas, perfeita funcionalidade, materiais e
acabamentos de 1ª qualidade;
3.5 Visando obtenção do resultado acima descrito, as estações de trabalho
(acompanhadas dos respectivos painéis divisórios) e as poltronas foram reunidas
em dois grupos distintos, para que os materiais sigam uma mesma linha de
produção, mantendo uniformidade nos acabamentos e revestimentos;
3.6 O critério de agrupamento dos itens não restringe a competitividade, tendo em
vista que se fossem incluídos nas especificações dos itens, por exemplo, qual o
design de acabamento das bordas de PVC das estações de trabalho, bem como
da trama do tecido a ser utilizado nos revestimentos, levaria ao direcionamento
dos itens a um determinado fabricante, pois cada um possui ―design‖ próprio;
3.7 No tocante aos materiais empregados na fabricação do mobiliário, procurou-se
garantir a aquisição de móveis fabricados com madeira oriunda de processo
produtivo manejado de forma ecologicamente correta, visando, assim, à
promoção do desenvolvimento nacional sustentável, em conformidade com a Lei
12.349, de 15 de dezembro de 2010 e com a Instrução Normativa nº 01-
SLTI/MPOG, de 19 de janeiro de 2010;
3.8 A comprovação da procedência da madeira se dará por meio de apresentação
de Certificado Florestal de Cadeia de Custódia, emitida pelo fabricante da
madeira utilizada, comprovando, assim, que o produto não degrada o meio
ambiente e contribui para o desenvolvimento social e econômico das
comunidades florestais, assegurando a manutenção da floresta;
3.9 Os critérios utilizados de Referência, quanto ao agrupamento de itens,
Certificados de Conformidade com as normas da ABNT e de procedência da
madeira utilizada, visam impedir a aquisição de material de qualidade inferior e
baixa durabilidade, a exemplo das últimas aquisições realizadas pala UFPR, por
não ter sido exigido documentação que assegure a aquisição de mobiliário de 1ª
qualidade.
85
4 ESPECIFICAÇÃO DO OBJETO
GRUPO 1
Item Especificações Quanti-
dade
01
Estação de Trabalho (120/120), com as seguintes especificações
mínimas:
Mesa de trabalho orgânica em forma de ―L‖, com chanfro, confeccionada
totalmente em aglomerado e revestida em ambas as faces com laminado
melamínico de baixa pressão na cor creme. Tampo superior com bordas
em PVC maciço, de formato anatômico, com 25mm de espessura, 3
(três) furos e tampa para saída de fiação, na cor do laminado;
Painéis frontais em aglomerado 18mm de espessura, intertravados com
o pé-de-canto. Entre os painéis e o tampo superior deverá haver
abertura de 25 mm para fixação de painéis divisórios. Deverá possuir
peça de reforço entre o tampo e os painéis para evitar a deformação do
tampo.
Dois pés-painéis laterais, em chapas de aglomerado de 25mm de
espessura,com furo e tampa para passagem de fiação,na cor creme.
Nivelador de piso antiderrapante em náilon, reforçado com fibra de vidro,
e eixo central com parafuso zincado;
Calha em tela aramada escamoteavel, ou estrutura equivalente,para
passagem de fiação, com divisão interna (elétrica e dados/telefone),
posicionada de forma a garantir maior segurança ao usuário. A altura da
calha deverá permitir a entrada de um gaveteiro volante por baixo da
mesa;
Pé-de-canto para subida de fiação, em tubo de seção quadrada, de
100x100mm, em aço ABNT, com 2mm de espessura com aberturas
laterais (na parte superior e inferior) em todas as faces, e com tampas
removíveis, permitindo a passagem de fiação entre estações, e pé
nivelador de piso;
Todas as partes metálicas terão acabamento em pintura epóxi creme
fosco;
Dimensões: 120/120x60/60x73cm.
86
03
Estação de Trabalho (140x140), com as seguintes especificações
mínimas:
Mesa de trabalho orgânica em forma de ―L‖, com chanfro, confeccionada
totalmente em aglomerado e revestida em ambas as faces com laminado
melamínico de baixa pressão, na cor creme. Tampo superior com
bordas em PVC maciço, de formato anatômico, com 25mm de
espessura, 3 (três) furos e tampa para saída de fiação na cor do
laminado;
Painéis frontais em aglomerado 18mm de espessura, intertravados com
o pé-de-canto. Entre os painéis e o tampo superior deverá haver
abertura de 25mm para fixação de painéis divisórias. Deverá possuir
peça de reforço entre o tampo e os painéis frontais para evitar a
deformação do tampo;
Dois pés-painéis laterais, em chapas de aglomerado de 25mm de
espessura,com furo e tampa para passagem de fiação, na cor creme.
Nivelador de piso antiderrapante em náilon, reforçado com fibra de vidro,
e eixo central com parafuso zincado;
02
Painel divisório para estação de trabalho com as seguintes
especificações mínimas
Confeccionado em madeira aglomerada de 1ª qualidade, com 25mm de
espessura, revestido em laminado melamínico de baixa pressão na cor
creme, nas duas faces, interna e externa;
Acabamento de bordas em PVC maciço e com espessura de 25mm.
Quando houver a junção de quatro painéis, o vão formado no vértice
deverá ser preenchido por uma coluna metálica de secção quadrada de
25mm x 25mm e tampa superior em PVC, na cor creme.
A fixação do painel divisório à mesa deverá ser feita em chapa de aço
ABNT 1010/1020, em forma de ―L‖, com 5mm de espessura e 50mm de
largura, formando um sistema rígido.
Todas as partes metálicas deverão ter acabamento em pintura epóxi
preto fosco.
Dimensões: 120cm x 80cm x 2,5cm, para laterais de mesas de 120cm.
87
Calha em tela aramada escamoteável, ou estrutura equivalente, para
passagem de fiação. Com divisão interna (elétrica e dados/telefone),
posicionada de forma a garantir maior segurança ao usuário. A altura da
calha deverá permitir a entrada de um gaveteiro volante, por baixo da
mesa;
Pé-de-canto para subida de fiação, em tubo de seção quadrada, de
100x100mm, em aço ABNT, com 2mm de espessura, com aberturas
laterais (na parte superior e inferior) em todas as faces, e com tampas
removíveis, permitindo a passagem de fiação entre as estações, e pé
nivelador de piso;
Todas as partes metálicas terão acabamento em pintura epóxi creme
fosco;
Dimensões: 140/140x60/60x73cm.
04
Painel divisório para Estação de Trabalho, com as seguintes
especificações mínimas:
Confeccionado em madeira aglomerada de 1ª qualidade, com 25mm de
espessura, revestido em laminado melamínico de baixa pressão na cor
creme, nas duas faces, interna e externa;
Acabamento de bordas em PVC maciço e com espessura de 25mm.
Quando houver a junção de quatro painéis, o vão formado no vértice
deverá ser preenchido por uma coluna metálica de secção quadrada de
25 mm x 25mm a tampa superior em PVC, na cor creme.
A fixação do painel divisório à mesa deverá ser feita em chapa de aço
ABNT 1010/1020, em forma de ―L‖, com 5mm de espessura e 50mm de
largura, formando um sistema rígido.
Todas as partes metálicas deverão ter acabamento em pintura epóxi
creme fosco.
Dimensões: 140cm x 80cm x 2,5cm, para laterais de mesas de 140cm.
88
05
Estação de trabalho (140/160), com as seguintes especificações
mínimas:
Mesa de trabalho orgânica em forma de ―L‖, com chanfro, confeccionada
totalmente em aglomerado e revestida em ambas as faces com laminado
melamínico de baixa pressão na cor creme. Tampo superior com bordas
em PVC maciço, de formato anatômico, com 25mm de espessura, 3 (três)
furos e tampa para saída de fiação, na cor do laminado;
Painéis frontais em aglomerado 18mm de espessura, intertravados com o
pé-de-canto. Entre os painéis e o tampo superior deverá haver abertura
de 85mm para fixação de painéis divisórios. Deverá possuir peça de
reforço entre o tampo e os painéis frontais para evitar a deformação do
tampo;
Dois pés-painéis laterais, em chapas de aglomerado de 25mm de
espessura, com furo e tampa para passagem de fiação, na cor
creme.Nivelador de piso antiderrapante em náilon, reforçado com fibra de
vidro, e eixo central com parafuso zincado;
Calha em tela aramada escamoteável, ou estrutura equivalente, para
passagem de fiação, com divisão interna (elétrica e dados/telefone),
posicionada de forma a garantir maios segurança ao usuário. A altura da
calha deverá permitir a entrada de um gaveteiro volante por baixo da
mesa;
Pé-de-canto para subida de fiação, em tubo de seção quadrada, de
100x100mm, em aço ABNT, com 2mm de espessura, com aberturas
laterais (na parte superior e inferior) em todas as faces, e com tampas
removíveis, permitindo a passagem de fiação entre as estações, e pé
nivelador de piso;
Todas as partes metálicas acabamento em pintura epóxi preto fosco;
Dimensões: 140/160x60/x60x73cm.
Obs: As estações de trabalho deverão ser entregues da seguinte forma:
metade com o tampo virado para o lado direito, na parte maior (160cm) e
metade para o lado esquerdo.
Todos os itens que compõem este grupo 1 deverão possuir Certificado de
conformidade de Produto relativo às NBR’s da ABNT: 13964, 13966, 13967, ou
14113 e Certificado florestal de cadeia de custódia emitido pelo fabricante da
madeira utilizada nos produtos.
89
GRUPO 2
Item Especificações Quanti-
dade
06
Poltrona giratória, com braços, espaldar alto, tipo Diretor, com as
seguintes especificações mínimas:
Contra-encosto em polipropileno na cor preta;
Estrutura do assento e encosto em polipropileno, estofado com espuma
de poliuretano injetada, moldada anatomicamente, com densidade
controlada e tratamento antichamas;
Suporte do encosto de alumínio fundido com oito posições de regulagem
de altura e o assento com regulagem horizontal de profundidade em no
mínimo 3 posições;
Deverá ser fixado na parte superior do contra-encosto um suporte para
paletós (cabideiro);
Mecanismo de movimento sincronizado do encosto e assento na relação
2:1, com trava de inclinação em seis posições (estrutura em alumínio
fundido);
Regulagem de tensão da mola do movimento de inclinação e regulagem
de altura do assento composto por pistão a ar comprimido (a gás); Base
giratória;
Componentes do tubo central: mola amortecedora de alta resistência,
com diâmetro do fio de aço-mola de no mínimo 5mm, dimensionada para
absorção de impactos (inclusive na regulagem mínima).
Pé com cinco pás em alumínio fundido, acabamento em alumínio polido,
aprox. 700mm;
Rodízios: Corpo em poliamida, roldanas duplas em náilon natural
injetado, com movimentos independentes, eixo vertical em aço ABNT,
fixado à base através de anel de pressão em aço.
Apoia-braços em poliuretano e com estrutura interna em chapa de aço
fixado na parte inferior do assento;
Revestimento de encosto e assento em tecido de lã na cor preto.
90
07 Poltrona giratória, com braços, espaldar alto, com as seguintes
especificações mínimas:
Concha bipartida, estrutura em resina de poliéster e fibra de vidro,
almofadas em espuma de poliuretano injetada e moldada
anatomicamente, com densidade controlada e tratamento antichamas
para o assento e encosto, espessura no centro da almofada de
aproximadamente 50mm, fixada na concha por meio de perfil de PVC
semi-rígido, com mecanismo de movimento de inclinação sincronizado
entre o encosto e o assento na proporção de 2:1, com pelo menos
quatro posições de regulagem de inclinação ou movimento free-floating,
suporte de encosto com regulagem de altura em pelo menos cinco
posições, acabamento do revestimento com costura perimetral.
Estrutura giratória, com base em aço ABNT 1010/1020, com 2mm de
espessura, cinco patas, rodízio em poliamida com roldanas duplas,
mecanismo de regulagem de altura com pistão a ar comprimido e
regulagem de tensão da mola de torção, com acabamento em pintura
epóxi preto fosco;
Braço fixo, com apoia braços com chapas de aço ABNT 4.475mm,
revestido em espuma de poliuretano integral;
Revestimento de encosto e assento em tecido de lã na cor preto.
Certificado de Conformidade de Produto relativo à NBR da ABNT:
13962.
08
Poltrona giratória, espaldar alto e sem braços,com as seguintes
especificações mínimas:
Concha bipartida, estrutura em resina de poliéster reforçada com fibra de
vidro, almofada em espuma de poliuretano injetada e moldada
anatomicamente, com densidade controlada e tratamento antichamas
para o assento e encosto, espessura no centro da almofada de aprox.
50mm, fixada na concha por meio de perfil de PVC semi rígido, com
mecanismo de movimento de inclinação sincronizado entre o encosto e o
assento na proporção de 2:1, com pelo menos três posições de
regulagem de inclinação ou movimento free-floating, suporte do encosto
em tubo de aço, encosto com regulagem de altura em pelo menos cinco
posições, acabamento do revestimento com costura perimetral.
Estrutura giratória, com base em aço ABNT 1010/1020, com 2mm de
espessura, com cinco pares, mecanismo de regulagem de altura com
91
pistão a ar comprido e regulagem de tensão da mola de torção, com
acabamento em pintura pó epóxi preto-fosco. Acompanha em cada um
dos pés rodízio, em polamida, com roldanas duplas.
Revestimento de encosto e assento em tecido de lã, cor preta.
09
Poltrona fixa com espaldar médio e braços, tipo interlocutor, com as
seguintes especificações mínimas:
Estrutura do assento e encosto em forma de concha interiça em resina
de poliéster reforçada com fibra de vidro, estofada com espuma de
poliuretano injetada e moldada anatomicamente, com densidade
controlada e tratamento antichamas, espessura no centro da almofada
de aprox. 50mm, fixada na concha por meio de perfil de PVC rígido,
fixado à quente.
Braços em espuma de poliuretano integral com alça de aço, ligados à
concha por chapa de aço. Apóia-braços em espuma de poliuretano
integral com alça em chapa de aço estampada.
Base de aço tubular, curvado pneumaticamente em de ―S‖ e
deslizadores em nylon;
Revestimento de encosto e assento em tecido de lã, cor preta.
Todos os itens que compõem este Grupo 2 deverão possuir Certificado de Conformidade de produto relativo à NBR da ABNT: 13962.
ITENS NÃO AGRUPADOS
Item Especificações Quanti-
dade
10
Mesa de reunião, formato oblongo, com as seguintes especificações
mínimas:
Mesa alta, com tampo de formato oblongo, design de Joe D’Urso 1980,
com base composta por quadro em tubo retangular, medindo
50x30x1,9mm (comprimento x largura x espessura);
A base possuirá tubos de aço com acabamento em camadas de cobre
alcalino e acído-níquel em pintura epóxi pó, na cor creme fosco;
Tampo em madeira compensada de 20mm de espessura com
acabamento em ambas as faces em laminado melamínico de primeira
qualidade na cor creme e encabeçamento em PVC de formato boleado
na mesma cor do tampo;
Dimensões:240x122x72cm (comprimento x largura x altura).
Deverá possuir Certificado florestal de cadeia de custódia emitido pelo fabricante na madeira utilizada no produto.
92
11
Mesa de reunião, formato redondo, com as seguintes especificações
mínimas:
Dimensões: 120cm x 73cm, em madeira aglomerada de 1ª qualidade, com
espessura de 25mm;
Tampo com borda arredondada de formato anatômico em PVC maciço,
revestido de laminado melamínico de baixa pressão, na cor creme;
Pedestal em chapa de aço, pintura fostatizada em epóxi na cor creme
fosco;
Base de fixação no tampo feito em aço ABNT, de 3mm de espessura.
12
Mesa auxiliar de conexão, com as seguintes especificações mínimas:
Superfície de trabalho, de forma quadrada confeccionada totalmente em
aglomerado de 1ª qualidade e revestida em ambas as faces com laminado
melamínico de baixa pressão na cor creme. Tampo superior com borda em
PVC maciço, arredondada na parte frontal, com 25mm de espessura, 3
(três) furos e tampa para saída de fiação, na cor do laminado;
Painéis frontais em aglomerado 18mm de espessura. Deverá possuir peça
de reforço entre o tampo e os painéis frontais para evitar a deformação do
tampo;
Dois pés-painéis laterais, em chapas de aglomerado de 25mm de
espessura,com furo e tampa para passagem de fiação, na cor creme.
Nivelador de piso antiderrapante em náilon, reforçado com fibra de vidro, e
eixo central com parafuso zincado;
Dimensões: 0,60cm x 0,60cm x 0,73cm.
Deverá possuir Certificado florestal de cadeia de custódia emitido pelo fabricante na madeira utilizada no produto.
13
Gaveteiro volante, com as seguintes especificações mínimas:
Tampo monobloco, fabricado em madeira aglomerada com 25mm de
espessura, revestido em laminado fenólico melamínico 0,8mm, na cor
creme, borda longitudinal anterior, frontal arredondada post forming 180º e
bordas revestidas em fita de poliestireno de 1,5mm;
Três gavetas médias e uma gaveta porta-lápis. Fechadura e chave frontal
no lado direito, com travamento simultânio, rodízios duplos e fechadura.
Frente das gavetas em MDF maciço, revestimento final em laminado
melamínico de alta pressão com 0,7mm na cor creme, com bordas
boleadas para acesso à abertura das gavetas;
Corpo das gavetas em aço com tratamento antiferruginoso, base, fundo e
93
lateral confeccionados em madeira aglomerada com 18mm de espessura,
com puxadores tipo alça metálicos;
Dimensões: 440mmx480mmx580mm.
Deverá possuir Certificado florestal de cadeia de custódia emitido pelo fabricante na
madeira utilizada no produto.
14 Apoio para os pés em metal, com as seguintes especificações mínimas:
Base e superfície superior com material antiderrapante.
Ângulo de inclinação entre 10º e 30º, com regulagem de altura;
Dimensões mínimas: 40cm x 30cm.
OBS.: A fabricação do mobiliário obedecerá rigorosamente ao constante nos
documentos:
Normas da ABNT (NBR 13.961, NBR 13.962, NBR 13.964, NBR 13.966,
NBR 13.967, NBR 13.111 e NBR 14.113 – móveis para escritório);
Normas relativas à ergonomia – NR-17.
5 APRESENTAÇÃO DE AMOSTRA
5.1 A empresa cuja proposta tenha sido selecionada na fase dos lances mediante o
aceite dos itens respectivos, será convocada a apresentar amostra do mobiliário
ofertado, no prazo máximo de 5 (cinco) dias úteis, a contar da notificação
expedida pela Comissão Permanente de Licitação, para avaliação técnica de
compatibilidade com as especificações constantes deste Termo de Referência;
5.1.1 No caso em tela, deverão ser disponibilizadas as amostras em local
indicado pela empresa, preferencialmente na cidade de Curitiba-PR ou
região Metropolitana, para verificação da compatibilidade do material
com as especificações técnicas;
5.2 Caso a empresa, por razões justificadas, não possa disponibilizar as amostras
no local indicado no item 5.1.1 acima, poderá, no mesmo prazo, franquear os
produtos no próprio local de sua sede, para diligências da Comissão, desde que
as despesas de locomoção (transporte, alimentação e pousada) sejam custeadas
pela empresa. (art. 5º, § 2º da IN 01/2010). Nesse caso, o valor dos custos será
equivalente ao valor dessas despesas, determinados pelo Governo Federal para
o servidor público federal, vigentes na época da licitação. Os valores deverão ser
94
recolhidos pela empresa licitante, antecipadamente, na conta única da UFPR no
Banco do Brasil, mediante emissão de Guia de Recolhimento Unificado - (GRU);
5.3 O não atendimento aos requisitos acima, dentro do prazo estabelecido, ou caso
não se confirme a adequação dos produtos, conforme especificação do edital, a
proposta selecionada será recusada, sendo convocada a autora da segunda
melhor proposta, estando sujeita às mesmas condições dos itens acima.
6 DA GARANTIA
6.1 A empresa deverá oferecer garantia do mobiliário, contra defeito de fabricação,
de no mínimo 5 (cinco) anos, a contar do recebimento definitivo.
6.2 Durante a vigência da garantia, a adjudicatária deverá prestar assistência técnica
ao mobiliário, no local da repartição (Unidades da UFPR), por intermédio de
empresa credenciada que se situe na cidade de Curitiba ou região
metropolitana, a fim de manter o mobiliário em perfeitas condições de uso, sem
ônus adicionais para a UFPR, custeando o transporte do bem caso haja
necessidade de assistência técnica nas dependências da empresa credenciada;
6.3 A empresa deverá oferecer atendimento para assistência técnica, no prazo de
até 72 horas, contados do recebimento da chamada técnica pela UFPR.
6.4 A empresa deverá substituir ou reparar, às suas custas, durante o período da
garantia, o mobiliário avariado, quando o problema não decorrer de utilização
inadequada por parte da UFPR, no prazo máximo de 20 (vinte) dias corridos, a
contar do início do atendimento.
7 PRAZO E LOCAL DE ENTREGA
7.1 O mobiliário deverá ser entregue no prazo máximo de 30 (trinta) dias corridos, a
contar do recebimento do empenho.
7.2 O mobiliário deverá ser entregue nos endereços e nos horários indicados pelas
Unidades emissoras dos empenhos, sendo todos na cidade de Curitiba.
95
8 PLANO DE LICITAÇÃO
8.1 Proposta: A proposta da licitante deverá acompanhar:
8.1.l Termo de Garantia para o mobiliário cotado, com prazo mínimo de 5
(cinco) anos, a contar do recebimento definitivo.
8.1.2 Certificado de Conformidade de Produto, relativo às NBRs da ABNT,
referentes aos itens dos Grupos 1 e 2;
8.1.3 Certificado Florestal de Cadeia de Custódia, emitido pelo fabricante da
madeira utilizada nos produtos referentes aos itens constantes dos
Grupos 1 e dos itens não agrupados, de números 10 a 13;
8.2. Habilitação: A licitante deverá apresentar os seguintes documentos, além
daqueles exigidos no edital de licitação:
8.2.1. Dois atestados de capacidade técnica, emitido por pessoa jurídica de
direito público ou privado, comprovando o fornecimento de mobiliário,
objeto deste Termo de Referência, devendo constar que a empresa
cumpriu ou está cumprindo suas obrigações contratuais de modo
satisfatório.
8.2.2. Declaração do cumprimento do disposto no Art. 7º, XXXIII, da
Constituição Federal/88 (trabalho de menores de idade, observada a Lei
9.854/1999), conforme modelo constante no Instrumento Convocatório.
8.2.3. Declaração de inexistência de fato superveniente impeditivo da
habilitação, conforme modelo constante no Instrumento convocatório;
9 RECEBIMENTO
O objeto da licitação será recebido da seguinte forma:
a) Provisoriamente, no ato da entrega do mobiliário;
b) Definitivamente em até 5 (cinco) dias úteis a contar do recebimento provisório,
após a montagem do mobiliário, quando for o caso, e comprovação da
adequação do objeto às especificações técnicas do Termo de Referência.
10 OBRIGAÇÕES DA CONTRATADA
10.1 Fornecer o mobiliário no prazo máximo de 30 (trinta) dias corridos, a contar do
recebimento da Nota de Empenho da despesa;
96
10.2 Montar o mobiliário, quando for o caso, nos locais indicados pela Unidade
compradora, sem quaisquer ônus adicionais à UFPR, no prazo de 5 (cinco)dias
úteis, a contar da entrega;
10.3 Credenciar, se não for por meios próprios, empresa para prestar assistência
técnica dos mobiliários durante o período de garantia;
10.4 Prestar assistência técnica ao mobiliário durante o período de garantia, no local
da repartição (UFPR), por meios próprios ou por intermédio de empresa
credenciada, sem ônus adicionais à UFPR;
10.5 Atender ao chamado de assistência técnica no prazo de até 72 (setenta e duas)
horas, contados do recebimento do chamado, escrito ou por meio eletrônico,
pela UFPR;
10.6 Substituir ou reparar, à sua custa, durante o período de garantia, o mobiliário
avariado, quando o problema não ocorrer de utilização inadequada por parte da
UFPR, no prazo máximo de 20 (vinte) dias corridos, a contar do início do
atendimento;
10.7 Responder por todas as despesas decorrentes do fornecimento.
11 OBRIGAÇÕES DA UFPR
Proceder os pagamentos dentro das condições e prazo estipulados.
12 DO PAGAMENTO
12.1. O pagamento será efetuado mediante crédito em conta-corrente da
Contratada, por ordem bancária, no prazo de 5(cinco) dias úteis no caso de
aquisição até o limite de R$ 8.000,00 (oito mil reais), ou até 30 (trinta) dias
corridos para as aquisições acima deste limite, conforme o disposto nos
artigos 5º (§ 3º) e 40 Inciso XIV ―a‖), respectivamente, da Lei 8.666/93,
mantidas todas as condições de habilitação, e cumpridos os seguintes
requisitos:
a) Apresentação da nota fiscal/fatura de acordo com a legislação vigente à
época da emissão;
b) Verificada a regularidade com o INSS e FGTS.
97
12.2. O pagamento somente será efetuado após o recebimento definitivo do objeto,
pela UFPR, desde que não se verifiquem falhas no fornecimento;
12.3. A empresa optante pelo Simples Nacional deverá encaminhar, juntamente
com a Nota Fiscal, sempre que houver fornecimento, declaração em
conformidade com o Art. 4º da Instrução Normativa SRF nº 480/2004;
12.4. No caso de não apresentação da declaração prevista no subitem anterior
serão retidos todos os tributos e contribuições no pagamento a ser efetuado.
13 SANÇÕES
13.1. No caso de atraso injustificado para entrega do material e prestação de
assistência técnica, nos prazos estabelecidos pela Administração, a
contratada ficará sujeita às multas e demais penalidades previstas na
legislação vigente;
13.2. As eventuais multas aplicadas à contratada poderão ser descontadas dos
pagamentos a serem efetuados pela UFPR.
Assina servidor responsável
98
TERMO DE REFERÊNCIA 2
CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE LIMPEZA E HIGIENE
1 OBJETO
Contratação de empresa para prestação de serviços de limpeza, asseio,
higiene, e conservação diária, com fornecimento de mão-de-obra, todo material e
equipamentos necessários, nas dependências da Universidade Federal do Paraná
(UFPR) em Curitiba, Palotina e litoral (Matinhos, Pontal do Paraná e Paranaguá),
conforme especificação contida neste Termo de Referência.
2 OBEDIÊNCIA LEGAL
Lei 10.520, de 17/07.2002, Decreto nº 5.450, de 31/05/2005, Decreto n. 3.555,
de 8/08/2000, Lei Complementar nº 123, de 14/12/2006, Decreto6204 de 05/09/2007
e Lei 11.488/2007, bem como no que couber o Decreto 3.931/2001, da IN/MARE nº
5, de 21/07/1995, publicada no D.O.U do dia 19/04/1996, e subsidiariamente pela
Lei 8.666 de 21.06.1993, com introdução e alterações das Leis 8.883/1994,
9.648/1998 e artigo 3º da Lei 12.349 de 15/12/2010 e com a Instrução Normativa nº
01-SLTI/MPOG, de 19 de janeiro de 2010.
3 JUSTIFICATIVA PARA INSERÇÃO DOS CRITÉRIOS DE
SUSTENTABILIDADE
O Estado, no desempenho de suas atividades é também poluidor, na
emissão de gases de efeito estufa, e responsável pelo desperdício de recursos
ambientais, como água, energia e combustível, além de ser um potencial
consumidor de produtos que agridem o meio ambiente.
Nesse sentido, a administração deve buscar, através de programas de
gestão pública socioambiental, modificar os padrões de produção e consumo nos
órgãos públicos, por meio de adoção de novos referenciais de desempenho e
atuação, pela inserção de variável socioambiental nas atividades diárias, gerando
99
economia de recursos públicos e fomentando a responsabilidade socioambiental nas
instituições públicas e privadas, através de novas práticas e procedimentos
sustentáveis visando ao consumo e à produção sustentável, contribuindo assim com
a redução na emissão de gases estufa.
Desse modo, as licitações sustentáveis, assim como a coleta seletiva
solidária, a educação ambiental, o uso racional dos bens públicos, bem como a
promoção da melhoria do ambiente de trabalho, representam algumas das ações
desenvolvidas através destes programas. Um exemplo de inserção de uma gestão
pública socioambiental é o programa da Agenda Ambiental da Administração Pública
(A3P) desenvolvido por meio do Ministério do Meio Ambiente, que visa sensibilizar
os gestores para as questões socioambientais, promover a redução dos gastos
institucionais e contribuir para a revisão dos padrões de produção e consumo e
adoção de novos referenciais de sustentabilidade, no âmbito da Administração
Pública.
A fundamentação do gestor para a escolha de um tipo de produto e adoção
de critérios de sustentabilidade encontra-se amparada no disposto nos artigos 170 e
225 da Constituição Federal, no artigo 2º Inciso I e artigo 9º da Lei 6.938/1981, artigo
3º da Lei 12.349 de 15/12/2010, artigo 3º da Lei nº 8.666/1993, Lei nº 12.187/2009,
Instrução Normativa nº 01/2010 SLTI/MPOG, regulamentando a utilização de
critérios sustentáveis na aquisição de bens e contratação de obras e serviços pelos
órgãos do governo federal.
4 DA DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS DE LIMPEZA E CONSERVAÇÃO
Os serviços compreenderão a limpeza e a conservação das salas, corredores,
halls, estacionamentos, calçadas, elevadores, escadarias, divisórias, pisos,
esquadrias e vidros internos e externos, copas, lavatórios, móveis e objetos,
garagem, almoxarifado, etc.
5 DA DEFINIÇÃO DE SANEANTES DOMISSANITÁRIOS
São substâncias ou materiais destinados à higienização, desinfecção
domiciliar, em ambientes coletivos e/ou públicos, em lugares de uso comum e no
tratamento da água, compreendendo:
100
5.1 Desinfetantes:
Destinados a destruir, indiscriminada ou seletivamente, microorganismos,
quando aplicados em objetos inanimados ou ambientes;
5.2 Detergentes
Destinados a dissolver gorduras e à higiene de recipientes e vasilhas, e a
aplicações de uso doméstico;
5.3 Material de Higiene
5.3.1 Cesto para lixo, saboneteira, porta papel toalha, papel higiênico, sabonete
líquido e em tabletes;
5.3.2 São equiparados aos produtos domissanitários, os detergentes e
desinfetantes e respectivos congêneres, destinados à aplicação em objetos
inanimados e em ambientes, ficando sujeitos às mesmas exigências e
condições no concernente ao registro, à industrialização, entrega ao consumo
e fiscalização.
6 DAS PRÁTICAS AMBIENTAIS E DE SUSTENTABILIDADE
6.1 Instruções socioambientais em geral
6.1.1 A implantação de ações ambientais, seja por meio de treinamento de
empregados da Contratada, por conscientização de todos os envolvidos, ou
por meio de ações concretas apontadas especialmente nas especificações
técnicas e obrigações da Contratada, bem como ações da Contratante que
venham a integrar uma ação conjunta na implementação de práticas de
valores éticos e socioambientais, que envolve e se estendem na gestão
contratual, refletindo na responsabilidade da Administração no desempenho
do papel de consumidor.
7 OBRIGAÇÕES DA CONTRATADA
7.1 A Contratada deverá promover programa de capacitação para seus
colaboradores, na área de Resíduos Sólidos (coleta seletiva), com
discriminação da carga horária e da qualificação do educador, bem como
emissão regular de certificado;
101
7.2 Elaborar e manter um programa interno de treinamento de seus empregados,
promover a partilha de conhecimentos para redução de consumo de energia
elétrica, do consumo de água e da redução na produção de resíduos sólidos e
sua correta separação (segregação), observadas as normas ambientais
vigentes;
7.3 Receber, da Contratante, informações a respeito dos programas de uso racional
dos recursos que impactem o meio ambiente;
7.4 Responsabilizar-se pelo preenchimento do ―Formulário de Ocorrências‖, que
poderá ser fornecido pela Contratante. Nesse caso, a empresa prestadora de
serviços, quando houver ocorrências, deverá entregar o ―Formulário de
Ocorrências‖ devidamente preenchido e assinado pelo responsável.
7.4.1 Exemplos de ocorrências mais comuns e que devem ser apontados são:
Vazamentos na torneira ou no sifão do lavatório e sanitários e/ou chuveiros,
ou válvula de descarga desregulada;
Saboneteira e toalheiros quebrados;
Lâmpadas queimadas ou piscando;
Tomadas e espelhos soltos;
Fios desencapados;
Janelas, fechaduras ou vidros quebrados;
Tapetes e tacos soltos, entre outras.
7.4 Racionalização de uso de substâncias potencialmente tóxicas/poluentes;
7.5 Substituição de substâncias tóxicas por outras atóxicas ou de menor
toxicidade;
7.6 Racionalização/economia no consumo de energia (especialmente elétrica) e
água;
7.7 Segregação, reciclagem e destinação adequada dos resíduos sólidos, gerados
nas atividades de limpeza, asseio e conservação.
7.8 Uso Racional da Água. A Contratada deverá:
7.8.1 Capacitar o seu pessoal e orientá-lo quanto ao uso da água;
7.8.2 Colaborar com as medidas de redução de consumo e uso racional
de água e atuar como facilitador das mudanças de comportamento
de seus empregados;
102
7.8.3 Utilizar-se de equipamento de limpeza com jatos de vapor de água
saturada sob pressão sempre que adequado e necessário. Trata-se
de alternativa de inovação tecnológica, cuja utilização será precedida
de avaliação pela Contratante das vantagens e desvantagens. Em
caso de utilização de lavadoras, sempre adotar as de pressão com
vazão máxima de 360 litros/hora;
7.8.4 Manter os critérios especiais constantes neste Instrumento para
aquisição e uso de equipamentos e complementos que promovam a
redução de consumo de água.
7.9 Uso Racional de Energia Elétrica
7.9.1 Manter critérios especiais e privilegiados para aquisição de produtos
e equipamentos que apresentem eficiência energética e redução de
consumo de energia, como exemplo a aquisição de equipamentos
eletro-eletrônicos mais eficientes quanto à economia de energia,
classificados pelo Selo Procel de Economia de Energia (um
instrumento promocional do PROCEL – Programa Nacional de
Conservação de Energia Elétrica, coordenado pelo Ministério das
Minas e Energia), que comprova a eficiência energética. De acordo
com esta eficiência, os aparelhos são classificados pelo INMETRO –
Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade
Industrial.
7.9.2 Comunicar à Contratante sobre equipamentos instalados nas
dependências desta, com mau funcionamento ou danificados como
lâmpadas queimadas ou piscando, zumbido excessivo em reatores
de luminárias e mau funcionamento de instalações energéticas. Tal
comunicação será feita por meio do ―Formulário de Ocorrência‖;
7.9.3 Sugerir à Contratante, locais e medidas que tenham a possibilidade
de redução do consumo de energia, tais como: desligamento de
sistemas de iluminação, instalação de interruptores, instalação de
sensores de presença, rebaixamento de luminárias, etc;
7.9.4 Ao remover o pó de cortinas ou persianas, verificar se estas estão
impedindo a saída do ar condicionado ou aparelho equivalente;
103
7.9.5 Verificar se existem vazamento de vapor ou ar nos equipamentos de
limpeza, sistema de proteção elétrica e as condições de segurança
de extensões utilizadas em aspiradores de pó, enceradeiras, etc;
7.9.6 Realizar verificações e, se for o caso, substituir imediatamente
equipamentos defeituosos, ou manutenção periódica nos seus
aparelhos elétricos, extensões, filtros, recipientes dos aspiradores de
pó e nas escovas das enceradeiras. Evitar, ao máximo, o uso de
extensões elétricas;
7.9.7 Repassar a seus empregados todas as orientações referentes à
redução do consumo de energia fornecidas pela Contratante;
7.10 Redução de Produção de Resíduos Sólidos e Coleta Seletiva Solidária
7.10.1 Para as ocorrências relativas ao descarte de materiais
potencialmente poluidores, a Contratada deverá seguir os
procedimentos já existentes na UFPR;
7.10.2 Em atendimento à Resolução CONAMA nº 401 de 5 de novembro de
2008, a Contratada deverá entregar à Contratante, as pilhas e
baterias dispostas para descarte que contenham em suas
composições chumbo, mercúrio cádmio e seus compostos. Esta, por
sua vez, irá promover o descarte final, de forma ambientalmente
adequada;
7.10.3 Tratamento idêntico deverá ser dispensado a lâmpadas
fluorescentes e frascos de aerossóis em geral. Esses produtos,
quando descartados, deverão ser separados e acondicionados em
recipientes adequados para destinação específica;
7.10.4 Em atendimento à Resolução CONAMA nº 258, de 26 de agosto de
1999, a Contratante comunicará à Contratada sobre os pneumáticos
inservíveis abandonados ou dispostos inadequadamente, para que a
Contratante providencie a destinação final adequada, tendo em vista
que esses constituem passivo ambiental, que resulta em sério risco
ao meio ambiente e à saúde pública;
7.10.5 Uma vez implantado pela Contratante, o Programa de Coleta
Seletiva de Resíduos Sólidos, intitulado ―SEPARANDO JUNTOS NA
UFPR‖, a Contratada deverá colaborar de forma efetiva no
104
desenvolvimento das atividades do programa interno de separação
de resíduos sólidos, em recipientes para coleta seletiva nas cores
internacionalmente identificadas, disponibilizados pela Contratante;
7.10.6 No programa de Coleta Seletiva de Resíduos Sólidos, a Contratada
deverá observar as seguintes regras:
a) Materiais não Recicláveis:
b) São todos os materiais que ainda não apresentam técnicas de
reaproveitamento e estes são denominados REJEITOS, como: lixo
de banheiro, (papel higiênico e papel toalha utilizados, lenço de
papel), e outros como: cerâmicas, pratos, vidros pirex e similares,
trapos e roupas sujas, toco de cigarro, cinza e ciscos – que deverão
ser segregados e acondicionados separadamente para destinação
adequada; acrílico, papéis plastificados, metalizados ou
parafinados, papel carbono e fotografias, fitas e etiquetas adesivas,
copos descartáveis de papel, espelhos, vidros planos e cristais.
c) Materiais Recicláveis
d) Para os materiais secos recicláveis, deverá ser seguida a
padronização internacional para a identificação, por cores, nos
recipientes coletores disponibilizados pela Contratante: (VERDE
para vidro, AZUL para papel seco, AMARELO para metal,
VERMELHO para plástico e CINZA para lixo não reciclável e/ou
rejeitos);
7.10.7 Quando implantados pela Contratante, operações de
compostagem/fabricação de adubo orgânico, a Contratada deverá
separar os resíduos orgânicos de varrição de parques (folhas,
gravetos etc.) e encaminhá-los, posteriormente, às referidas
operações, de modo a evitar a sua disposição em aterro sanitário;
7.10.8 Fornecer sacos de lixo, nas cores PRETA E AZUL, nos tamanhos
adequados e REFORÇADOS (10 a 12 micras de espessura) a sua
utilização, com vistas à otimização em seu uso, bem como a redução
da destinação de resíduos sólidos, de acordo com a legislação;
7.10.9 Otimizar a utilização dos sacos de lixo, cujo fornecimento é de sua
responsabilidade, adequando sua disponibilização quanto à
capacidade e necessidade, esgotando dentro do bom senso e da
105
razoabilidade o seu volume útil de acondicionamento, objetivando a
redução da destinação de resíduos sólidos, de acordo com a
legislação;
7.10.10 Realizar o recolhimento dos resíduos, respeitando a
SEPARAÇÃO PRÉVIA (segregação) dos recicláveis, retirando os
resíduos das lixeiras seletivas (nas cores azul, verde, amarela e
vermelha) e colocando-os em saco de cor AZUL, objetivando a sua
destinação para fins de reciclagem;
7.10.11 Realizar o recolhimento e a separação dos papéis, passíveis de
reciclagem, alocados nas caixas de papelão, distribuídas nas
diversas Unidades da Contratante;
7.10.12 Realizar o recolhimento dos Resíduos ORGÂNICOS/REJEITOS,
respeitando a SEPARAÇÃO PRÉVIA (segregação) dos mesmos,
retirando os Resíduos orgânicos/rejeitos das lixeiras seletivas (na cor
cinza) e colocando-os em saco de cor PRETA, objetivando a sua
destinação final adequada;
7.10.13 Dispor os Resíduos Sólidos, coletados e segregados fora dos
prédios, para serem recolhidos pela equipe de manutenção predial, a
fim de alocarem os Resíduos nos containers próprios, destinados à
Coleta Seletiva da UFPR;
7.10.14 Separar e entregar à Contratante as pilhas e baterias dispostas
para o descarte apropriado, para que esta adote, diretamente ou por
meio de terceiros, os procedimentos de reutilização, reciclagem,
tratamento ou disposição final ambientalmente adequada, em face
dos impactos negativos causados ao meio ambiente pelo descarte
inadequado desses materiais.
7.11 Saneantes Domissanitários
7.11.1 Manter os critérios especiais e privilegiados para aquisição e uso de
produtos biodegradáveis enumerados neste Instrumento.
7.11.2 Utilizar racionalmente os saneantes domissanitário, cuja aplicação
nos serviços deverá observar regra basilar de menor toxidade, livre
de corantes e redução drástica de hipoclorito de sódio.
106
7.11.3 A Contratada deverá manter os critérios de qualificação de
fornecedores levando em consideração as ações ambientais por
estes realizadas;
7.11.4 Observar rigorosamente, quando da aplicação e/ou manipulação de
detergente e seus congêneres, no que se refere ao atendimento das
prescrições do Artigo 44 da Lei nº 6.360 de 23 de setembro de 1976
e do artigo 67 do Decreto nº 79.094 de 05 de janeiro de 1977, as
prescrições da Resolução Normativa nº 1 de 25 de outubro de 1978,
cujos itens de controle e fiscalização, por parte das autoridades
sanitárias e da Contratante, são os Anexos da referida Resolução:
ANEXO I – Lista de substâncias permitidas na elaboração de
detergentes e demais produtos destinados à aplicação em objetos
inanimados e ambientes; ANEXO II – Lista de substâncias
permitidas somente para entrarem nas composições de detergentes
profissionais; ANEXO III – Especificações e; ANEXO IV – Frases de
Advertências para Detergentes e seus Componentes.
7.11.5 Não utilizar na manipulação, sob nenhuma hipótese, os corantes
relacionados no Anexo 1 da Portaria nº 9, de 10 de abril de 1987, em
face de que a relação risco x benefício pertinente aos corantes
relacionados no Anexo 1 é francamente desfavorável a sua
utilização em produtos de uso rotineiro por seres humanos.
7.11.6 Fornecer saneantes domissanitários devidamente registrados no
órgão de vigilância sanitária competente do Ministério da Saúde
(artigo 14 e 15 do Decreto nº 79.094 de 05 de janeiro de 1977, que
regulamenta a Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976).
7.11.7 Não utilizar, na prestação dos serviços, conforme Resolução
ANVISA nº 913, de 25 de junho de 2001, Saneantes Domissanitários
de Risco I, listados pelo artigo 5º da Resolução 336, de 30 de julho
de 1999.
7.11.8 Fica terminantemente proibida a aplicação de domissanitários
fortemente alcalinos apresentados sob a forma de líquido premido
(aerossol), ou líquido para pulverização, tais como produtos para
limpeza de fornos e desincrustação de gorduras, conforme Portaria
107
DISAD – Divisão Nacional de Vigilância Sanitária nº 8, de 10 de abril
de 1987;
7.11.9 Observar a rotulagem quanto aos produtos desinfetantes
domissanitários, conforme Resolução RDC nº 174, de 08 de julho de
2003, e os anexos 4 e 5 da Portaria 321/MS/SNVS, de 08 de agosto
de 1997;
7.11.10 Somente aplicar saneantes domissanitários, cujas substâncias
tensoativas aniônicas, utilizadas em sua composição sejam
biodegradáveis, conforme disposição da Portaria nº 874, de 05 de
novembro de 1998, que aprova o Regulamento Técnico sobre
Biodegradabilidade dos Tensoativos Aniônicos para Produtos
Saneantes Domissanitários. Em face da necessidade de ser
preservada a qualidade dos recursos hídricos naturais, de
importância fundamental à saúde, necessidade de evitar que a flora
e fauna sejam afetadas negativamente por substâncias sintéticas.
7.11.11 Considera-se biodegradável a substância tensoativa suceptível
de decomposição e biodegradação por microorganismos, com grau
de biodegradabilidade mínimo de 90%.
7.11.12 Fica definido como referência de biodegradabilidade, para esta
finalidade específica, o nodecilbenzeno sulfonato de sódio.
7.11.13 A verificação da biodegradabilidade será realizada pela análise
da substância tensoativa aniônica, utilizada na formulação do
saneante ou no produto acabado;
7.11.14 A Contratante poderá coletar, uma vez por mês e sempre que
entender necessário, amostras de saneantes domissanitários, que
deverão ser devidamente acondicionado em recipientes esterilizados
e lacrados, para análises laboratoriais, em cujos laudos laboratoriais
deverão constar obrigatoriamente, além do resultado dos ensaios de
biodegradabilidade, resultados da análise química da amostra
analisada;
7.11.15 Quando da aplicação de álcool, deverá observar a Resolução
RDC nº 46, de 20 de fevereiro de 2002 que aprova o Regulamento
Técnico para o álcool etílico hidratado em todas as graduações e
álcool etílico anidro;
108
7.11.16 Fica terminantemente proibida a aplicação de produtos que
contenham o Benzeno, em sua composição, conforme Resolução
RDC nº 252, de 16 de setembro de 2003, em face da necessidade
de serem adotados procedimentos para reduzir a exposição da
população, dados os riscos avaliados pela International Agency
Research on Câncer (IARC), agência de pesquisa referenciada pela
Organização Mundial de Saúde (OMS), para analisar compostos
suspeitos de causarem câncer, e a organização de substância como
cancerígena para humanos. Também, a necessidade de resguardar
a saúde humana e o meio ambiente e considerando os riscos de
exposição, incompatível com as precauções recomendadas pela Lei
nº 6.360, de 23 de setembro de 1976, Decreto nº 79.094, de 5 de
janeiro de 1977 e a Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, face
aos riscos oferecidos.
7.11.17 Fica proibida a aplicação de saneantes domissanitários que
apresentem associação de inseticidas a ceras para assoalhos,
impermeabilizantes, poluidores e outros produtos de limpeza, nos
termos da Resolução Normativa CNS nº 01, de 4 de abril de 1979;
7.11.18 Os produtos químicos relacionados pela Contratada, de acordo
com sua composição, fabricante e utilização, deverão ter registro no
Ministério da Saúde e serem comprovados mediante apresentação
de cópia reprográfica autenticada (frente e verso) no Certificado de
Registro expedido pela Divisão de Produtos (DIPROD) e/ou Divisão
de Produtos Saneantes Domissanitários (DISAD), da Secretaria de
Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde;
7.11.19 Recomenda-se que a Contratada utilize produtos detergentes de
baixa concentração e baixo teores de fosfato;
7.11.20 Apresentar à Contratante, sempre que solicitado, a composição
química dos produtos, para análise e precauções com possíveis
intercorrências que possam surgir com empregados da Contratada,
ou com terceiros;
7.12 Poluição Sonora
109
Para os equipamentos de limpeza que gerem ruído no seu funcionamento,
observar a necessidade de Selo Ruído, como forma de indicação do nível de
potência sonora, medido em decibel – Db(A), conforme Resolução CONAMA nº 020,
de 7 de dezembro de 1994, em face do ruído excessivo causar prejuízo à saúde
física e mental, afetando particularmente a audição. A utilização de tecnologias
adequadas e conhecidas permite atender às necessidades de redução de níveis de
ruído.
7.13 Equipamentos de Segurança
A Contratada deverá fornecer todos os EPIs a seus empregados, inclusive
protetor auricular, se for o caso, bem como os uniformes necessários à execução
dos serviços, não podendo cobrar dos seus referidos colaboradores.
Responsável
110
TERMO DE REFERÊNCIA 3
CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE ELABORAÇÃO DE PROJETOS
COMPLEMENTARES E EXECUTIVOS
1 OBJETO
Contratação de empresa de engenharia ou arquitetura para prestação de
Serviços Técnicos Profissionais Especializados (Seção IV da Lei 8.666) para
elaboração de projetos básicos de arquitetura e complementares.
2 JUSTIFICATIVA DA CONTRATAÇÃO DOS PROJETOS
O corpo técnico da Universidade Federal do Paraná está suprindo uma
demanda cada vez mais crescente de solicitações de projetos e fiscalizações de
obras, tanto para edificações novas, quanto para as existentes. Além disso, o quadro
de funcionários é insuficiente, sob o ponto de vista técnico, para a execução de
serviços específicos como: levantamentos topográficos e sondagens geológicas. O
corpo técnico da UFPR, está voltado a fazer os estudos técnicos das necessidades e
apresentar os anteprojetos para ocupação dos espaços em consonância com o
Plano Diretor, havendo, assim, para suprir a demanda em disponibilizar os
elementos técnicos para a licitação e contratação das obras; a necessidade de
agilizar o desenvolvimento dos projetos básicos de arquitetura e os complementares,
bem como, em alguns casos dependendo do porte, para coordenar a execução
deles. Dessa forma, faz-se necessária a licitação desses serviços, permitindo a
execução terceirizada com celeridade e cumprimento de um cronograma de ação a
um custo mais conveniente para a administração.
3 JUSTIFICATIVA PARA INSERÇÃO DOS CRITÉRIOS DE
SUSTENTABILIDADE
O Estado, no desempenho de suas atividades, é também poluidor, na
emissão de gases de efeito estufa, e responsável pelo desperdício de recursos
111
ambientais, como água, energia e combustível, além de ser um potencial
consumidor de produtos que agridem o meio ambiente.
Nesse sentido, a administração deve buscar, através de programas de
gestão pública socioambiental, modificar os padrões de produção e consumo nos
órgãos públicos, por meio de adoção de novos referenciais de desempenho e
atuação, pela inserção de variável socioambiental nas atividades diárias, gerando
economia de recursos públicos e fomentando a responsabilidade socioambiental nas
instituições públicas e privadas, através de novas práticas e procedimentos
sustentáveis visando ao consumo e à produção sustentável, contribuindo assim com
a redução na emissão de gases estufa.
Desse modo, as licitações sustentáveis, assim como a coleta seletiva
solidária, a educação ambiental, o uso racional dos bens públicos, bem como a
promoção da melhoria do ambiente de trabalho, representam algumas das ações
desenvolvidas por esses programas. Um exemplo de inserção de uma gestão
pública socioambiental é o programa da Agenda Ambiental da Administração Pública
(A3P) desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente, que visa sensibilizar os
gestores para as questões socioambientais, promover a redução dos gastos
institucionais e contribuir para a revisão dos padrões de produção e consumo e
adoção de novos referenciais de sustentabilidade, no âmbito da Administração
Pública.
A fundamentação do gestor para a adoção de critérios de sustentabilidade
encontra-se amparada no disposto nos artigos 170 e 225 da Constituição Federal,
no artigo 2º Inciso I e artigo 9º da Lei 6.938/1981, artigo 3º da Lei 12.349 de
15/12/2010, artigo 6º (IX) e 12 (VII) da Lei nº 8.666/1993, Lei nº 12.187/2009,
Instrução Normativa nº 01/2010 SLTI/MPOG, regulamentando a utilização de
critérios sustentáveis na aquisição de bens e contratação de obras e serviços pelos
órgãos do governo federal.
4 OBEDIÊNCIA LEGAL
Lei 8.666 de 21.06.1993, com introdução e alterações das Leis 8.883/1994,
9.648/1998 e artigo 3º da Lei 12.349 de 15/12/2010 e com a Instrução Normativa nº
01-SLTI/MPOG, de 19 de janeiro de 2010, Lei Complementar nº 123, de 14/12/2006,
Decreto 6204 de 05/09/2007 e Lei 11.488/2007.
112
5 OBJETO
Elaboração de Projeto Básico de Arquitetura e Complementares (conforme lei
8666/93) do Edifício XXXX, com área aproximada de xxxxm², localizado no Campus
XXXX - Rua XXXX, 1540, na cidade de Curitiba - PR, conforme Anteprojeto
elaborado pela PCU-UFPR.
São partes que devem integrar a elaboração do Projeto Básico:
Levantamento topográfico do terreno compreendendo o levantamento
planialtimétrico cadastral da área delimitada, as amarrações as edificações
existentes, as referências de níveis dos acessos existentes em edificações
circuvizinhas que integrarão o complexo, os níveis do terreno em plano de
5 a 5m e demais dados de importância relevante para a execução do
projeto e futura obra;
Sondagem geológica do terrenoaté a camada impenetrável pelo método
SPT;
Projeto básico de arquitetura:
Projeto básico de arquitetura completo, compreendendo: planata,
cortes e elevações e implantação geral.
Detalhamentos arquitetônicos de todos os elementos necessários a
boa compreensão e execução quando da realização da obra
(detalhamento de instalações sanitárias, esquadrias, divisórias, pisos,
paredes e tetos, etc...).
Sistema viário
Pavimentação
Paisagismo
Comunicação visual
Perspectivas e maquete virtual
Projetos complementares:
Demolição
Terraplanagem
Fundações
113
Estruturas de concreto
Estruturas metálicas, inclusive de cobertura
Estruturas de madeira, inclusive de cobertura
Contenção de maciços de terra
Canteiro de obra
Instalações elétricas
Telefonia
Lógica (cabeamento estruturado)
CFTV – Circuito Fechado de TV
Sonorização
Detecção e alarme de incêndio
Luminotécnico
SPDA – Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas
Instalações hidráulicas de água fria e quente
Instalações sanitárias
Drenagem de águas pluviais
Disposição de resíduos sólidos
Tratamento de efluentes
Prevenção e combate à incêndio
GLP – Gás Liquefeito de Petróleo
Gases especiais (ar comprimido, vácuo, oxigênio, vapor, etc.)
Climatização
Elevadores
Projeto de compatibilização com todos os projetos
Planilha de quantitativo de materiais
Planilha orçamentária (Orçamento Base), conjugando todos os projetos e
serviços para a realização da obra, com preços unitários e preços totais,
individualizando material e mão de obra, e demonstração do BDI (Bonificação
de Despesas Indiretas), a ser incluído no preço final após fechado o
orçamento.
Caderno de encargos de todos os projetos.
114
6 CONVENÇÕES
Contratante – É o órgão ou entidade signatária do instrumento contratual;
Contratada – A pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a
Administração Pública;
UFPR – Universidade Federal do Paraná;
PRA – Pró-Reitoria de Administração da UFPR;
PCU – Prefeitura da Cidade Universitária da UFPR;
Fiscalização – Indivíduo ou comissão representante do Contratante junto à
Contratada, designado(a) para verificar, de modo sistemático, o cumprimento de
todas as disposições contratuais e ordens complementares, emanadas da
Contratante, em todos os seus aspectos;
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas;
NBR – Norma Brasileira Registrada do SINMETRO;
SEAP – Secretaria de Estado da Administração e Patrimônio;
SINMETRO – Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial;
LEI 8.666, de 21 de junho de 1993, da Presidência da República;
Instrução Normativa 02, de 30 de abril de 2008.
7 DESCRIÇÃO DETALHADA DOS SERVIÇOS
Os serviços deverão ser executados conforme diretrizes constantes nos
Anexos.
8 CRITÉRIO DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
8.1 A execução dos projetos observará em todas as fases de elaboração a
observação dos critérios dispostos para a sustentabilidade ambiental, não
frustrando a competitividade quando da execução da obra e/ou serviços de
engenharia, naquilo que estiver indicado nos projetos e no memorial descritivo
para a sua execução;
115
8.2 A elaboração dos projetos observará aos critérios elencados na Instrução
Normativa n° 1 de 19 de janeiro de 2010 da Secretaria de Logística e Tecnologia
da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;
8.3 Os projetos devem ser elaborados visando a economia da manutenção e
operacionalização da edificação, a redução do consumo de energia e água, bem
como a utilização de tecnologia e materiais que reduzam o impacto ambiental,
tais como:
8.3.1 Uso de equipamentos de climatização mecânica, ou de novas
tecnologias de resfriamento de ar, que utilizem energia elétrica,
apenas nos ambientes onde for indispensável;
8.3.2 Automação da iluminação do prédio, projeto de iluminação,
interruptores, iluminação ambiental, iluminação tarefa, uso de
sensores de presença;
8.3.3 Uso exclusivo de lâmpadas fluorescentes compactas ou tubulares de
alto rendimento e de luminárias eficientes;
8.3.4 Energia solar, ou outra energia limpa para aquecimento de água;
8.3.5 Sistema de medição individualizada de consumo de água e energia;
8.3.6 Sistema de reuso de água e de tratamento de afluentes gerados;
8.3.7 Aproveitamento da água da chuva, agregando ao sistema hidráulico
elementos que possibilitem a captação, transporte, armazenamento e
seu aproveitamento;
8.3.8 Utilização de materiais que sejam reciclados, reutilizados e
biodegradáveis, e que reduzam a necessidade de manutenção,
conforme ABNT NBR – 15448-1 e 15448-2;
8.3.9 Comprovação da origem da madeira a ser utilizada na execução da
obra ou serviço;
8.3.10 Que seja inserido na execução da obra e/ou serviço de engenharia, o
Projeto de Gerenciamento de Resíduo de Construção Civil - PGRCC,
nas condições determinadas pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA), através da Resolução nº 307, de 5 de julho de
2002, o qual deverá ser estruturado em conformidade com o modelo
especificado pelos órgãos competentes;
116
8.3.11 Deve ser priorizado o emprego de mão-de-obra, materiais, tecnologias
e matérias-primas de origem local para execução, conservação e
operação das obras públicas;
8.3.12 Devem ser observados os requisitos ambientais para a obtenção de
certificado do Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e
Qualidade Industrial (INMETRO) e as normas ISO 14.000 da
Organização Internacional para a Padronização (International
Organization for Standardizacion), como produtos sustentáveis ou de
menor impacto ambiental em relação aos seus similares;
8.3.13 Que os bens devam ser, preferencialmente, acondicionados em
embalagem individual adequada, com o menor volume possível, que
utilize materiais recicláveis, de forma a garantir a máxima proteção
durante o transporte e o armazenamento;
8.3.14 Que os bens não contenham substâncias perigosas em concentração
acima da recomendada na diretiva RoHS (Restriction of Certain
Hazardous Substances), tais como mercúrio (Hg), chumbo (Pb), cromo
hexavalente (Cr(VI)), cádmio (Cd), bifenil-polibromados (PBBs), éteres
difenil-polibromados (PBDEs);
8.3.15 A comprovação do disposto neste artigo poderá ser feita mediante
apresentação de certificação emitida por instituição pública oficial ou
instituição credenciada, ou por qualquer outro meio de prova que ateste
que o bem fornecido cumpre com as exigências do edital;
8.3.16 Conforme prevê o Artigo 33 da nova lei de Política Nacional de
Resíduos Sólidos (Lei no. 12.305, de 02 de agosto de 2010), ficam
obrigados os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes a
estruturar e implementar sistemas de LOGÍSTICA REVERSA2,
mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma
independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos
resíduos sólidos, de Produtos Perigosos, tais como: Agrotóxicos, seus
resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem,
após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de
2 Logística reversa é o instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado pelo
conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.
117
gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento,
em normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA, do SNVS e do
SUASA, ou em normas técnicas; Pilhas e Baterias; Pneus; Óleos
lubrificantes, seus resíduos e embalagens; Lâmpadas fluorescentes,
de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; Produtos eletroeletrônicos
e seus componentes. Conforme citado no Parágrafo Primeiro, do
mesmo artigo, serão estendidos a produtos comercializados em
embalagens plásticas, metálicas ou de vidro, e aos demais produtos e
embalagens, considerando, prioritariamente, o grau e a extensão do
impacto à saúde pública e ao meio ambiente dos resíduos gerados. Já,
o Decreto Federal no. 7.404, de 23 de dezembro de 2010, cita no
Artigo 18 que os fabricantes, importadores, distribuidores e
comerciantes dos produtos e embalagens supracitados, deverão
estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante o
retorno dos produtos e embalagens após o uso pelo consumidor,
ficando estes responsáveis pela realização da LOGÍSTICA REVERSA¹.
9 ETAPAS
O cronograma contendo os prazos de cada etapa deve ser entregue na
licitação. Na assinatura da Ordem de Serviço, a CONTRATADA deve entregar o
cronograma com datas determinadas do cumprimento e entrega dos serviços.
Para as etapas de Entrega Preliminar e Projeto Básico descritas abaixo, a
CONTRATADA deverá entregar um jogo completo de pranchas impressas de
cada um dos projetos, objeto deste contrato, cujos conteúdos deverão ser
apresentados conforme especificações do manual prático da SEAP e Diretrizes para
Projetos da PCU, relacionadas nos anexos acima. Os projetos deverão estar
organizados em caixas arquivo, devidamente identificadas.
Esses projetos estarão sujeitos à análise e correções realizadas pela equipe
técnica da PCU, as quais deverão ser processadas pelo executor do projeto.
Para cada uma das etapas de entrega mencionadas abaixo, somente serão
aceitas entregas completas, ou seja, de todos os levantamentos e projetos
(arquitetônico e complementares) em um mesmo momento.
118
9.1 Anteprojeto:
Proposta gráfica inicial elaborada pela PCU, cujo partido arquitetônico
sugerido contempla as características essenciais relativas à viabilidade técnica do
empreendimento, à plástica e à funcionalidade dos ambientes, considerando todas
as exigências contidas no programa de necessidades.
9.2 Entrega Preliminar:
Desenvolvimento, pela CONTRATADA, do Anteprojeto elaborado pela
Contratante, com a inclusão nos desenhos técnicos de medidas, especificações, da
definição estrutural, da correlação de suas instalações complementares,
possibilitando exata compreensão da obra a ser executada; (início de elaboração de
detalhes, especificação de materiais, caderno de encargos e memorial descritivo,
etc).
O arquitetônico deve ser vistado pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar
do Paraná (PMP).
9.3 Projetos Básicos:
Definição legal: Conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível
de precisão adequado, para caracterizar a obra ou o serviço, ou complexo de obras
ou serviços, elaborados com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares,
que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental
do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos
métodos e do prazo de execução (art. 6.⁰, inc. IX, da Lei 8666/93).
Contratação: Projetos arquitetônicos e complementares completos, com
desenhos e especificações detalhadas, representados em escala e seguidos de
informações adequadas à perfeita execução da obra. Perspectivas exatas
obrigatórias.
Nessa etapa estão também incluídos:
Detalhamentos: informações minuciosas dos complementos exclusivos da
obra, cujos desenhos e memoriais descritivos deverão expor os detalhes
técnicos executivos referentes aos componentes especiais e adicionais da
119
construção (esquadrias, paginações dos revestimentos cerâmicos, forros,
escadas, guarda-corpos, corrimãos, etc).
Memorial descritivo
Caderno de encargos
Quantitativo de materiais e serviços e Orçamento Base
Demonstrativo do BDI
Na entrega final, a CONTRATADA deverá entregar arquivo digital em formato
*.dwg *.pdf e *.ctb (arquivo de penas) para os projetos, e *.doc, *.xls e *.pdf para os
memoriais, encargos e orçamentos, organizados em pastas por tipo de projeto
(arquitetônico, estrutural, etc) e subpastas por tipo de arquivo (*.dwg, *.pdf). Por
exemplo: D:/Arquitetônico/dwg. Além desses, deverão ser entregues também, um
jogo completo de pranchas impressas de cada um dos projetos, objeto deste
contrato.
As aprovações e liberações de cada etapa do serviço contratado, vistadas
pelo fiscal de projetos da Contratante, deverão ser entregues juntamente com o
projeto final.
Na entrega final, todas as pranchas de todos os projetos, bem como os
orçamentos e os memoriais, deverão, obrigatoriamente, estar assinados pelos
responsáveis técnicos autores de cada trabalho.
10 ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS
Para o início da execução será realizada uma reunião inicial presencial, no
ato da assinatura da Ordem de Serviço, entre o(s) fiscal(ais) do projeto e todos os
projetistas da CONTRATADA. Após, deverão ocorrer reuniões pré-agendadas, no
mínimo uma a cada 30 dias, para esclarecimentos e verificação do desenvolvimento
dos projetos, com registro em ata, que será anexada ao processo. As reuniões
deverão acontecer na Prefeitura da Cidade Universitária (PCU), Centro Politécnico,
em Curitiba, das 9h às 12h ou das 14h às 17h, de segunda a sexta-feira, com a
equipe de técnicos da PCU. O não comparecimento da CONTRATADA às reuniões
também será registrado e anexado ao processo e deixará implícito de que não há
dúvidas e nem atrasos por parte da mesma na execução dos projetos.
120
10.1 A UFPR promoverá a designação de Profissional como Gerenciador de
Projetos, para acompanhar o desenvolvimento dos mesmos, obrigando-se o
Autor do Projeto a fornecer todas as informações que o profissional julgar
necessárias, assim como atender a todas as exigências do mesmo durante a
elaboração do projeto.
10.2 Os técnicos da PCU efetuarão a fiscalização dos serviços, a qualquer instante,
solicitando da CONTRATADA, sempre que julgar conveniente, informações do
seu andamento, devendo esta prestar os esclarecimentos necessários e
comunicar aos fiscais quaisquer fatos ou anormalidades que porventura
possam prejudicar o bom andamento ou o resultado final dos serviços.
10.3 Atos que descumpram qualquer cláusula deste contrato serão registrados no
processo e poderão originar Notificação à Contratada.
10.4 A ação ou omissão total ou parcial da fiscalização não eximirá a CONTRATADA
de total responsabilidade na execução dos serviços, com toda cautela e boa
técnica.
10.5 Fica estabelecido que o fiscal do contrato contará com equipe técnica para
acompanhamento dos serviços. Para isso, serão indicados três profissionais do
corpo técnico da Contratante, sendo:
Um profissional para a área de arquitetura e compatibilização
Um profissional para a área estrutural e hidráulica
Um profissional para a área de elétrica, lógica e telefonia.
11 NORMAS TÉCNICAS A SEREM SEGUIDAS
Os projetos a serem executados deverão ser conduzidos em conformidade
com as presentes especificações e desenhos, e em obediência às seguintes
disposições:
Normas da ABNT;
Dispositivos legais Federal, Estadual e Municipal;
Regulamentos das respectivas concessionárias;
Normas e regulamentos do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do
Paraná (PMP);
121
Normas internacionais, na falta das correspondentes da ABNT;
Critérios, instruções, recomendações e especificações da UFPR;
Manual de Práticas da SEAP.
12 VISITA AO LOCAL DE IMPLANTAÇÃO DOS PROJETOS
12.1 É obrigatória a visita ao local de implantação dos projetos por parte dos
licitantes, antes da apresentação de suas propostas. Todas as condições locais
deverão ser adequadamente observadas nesta visita, quando os licitantes
deverão conhecer e equacionar, mediante inspeção preliminar e coleta de
informações, todos os dados e elementos que possam vir a ter influência no
desenvolvimento dos trabalhos, de modo que não serão atendidas solicitações,
durante os serviços, sob argumento de falta de conhecimento das condições de
trabalho ou de dados da especificação.
12.2 É necessária a entrega de uma declaração de que o licitante visitou o local e
está ciente de todas as dificuldades para execução dos serviços. A declaração
será vistada pelo fiscal no dia da visita.
13 PRAZO DE EXECUÇÃO
Os serviços deverão ser iniciados a partir da data da assinatura da Ordem de
Serviço. O prazo de execução dos serviços será de XXX dias corridos. Na contagem
do prazo proposto para a conclusão total dos serviços, pedidos de prorrogação
somente serão considerados desde que justificados por escrito pela CONTRATADA
e aceitos pela equipe da PCU.
14 COMPROMISSO DE SIGILO DAS PROPOSTAS
122
Conforme inciso 3o do Art. 3o da Lei 8.666, a licitação não será sigilosa,
sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto
ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.
15 CONDIÇÕES DO SERVIÇO
Os serviços serão de execução indireta, contratados por EMPREITADA POR
PREÇO GLOBAL.
Os serviços não se enquadram como serviço comum, por se tratarem de
Serviços Técnicos Profissionais Especializados, conforme Seção IV da Lei 8.666.
16 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
16.1 FINALIDADE
Definir os procedimentos mínimos para apresentação dos trabalhos de
projetos e/ou serviços na área de engenharia ou arquitetura, em observância às
Normas Técnicas da ABNT e este Caderno de Projetos da UFPR.
16.2 FORMATO E DIMENSÕES DO PAPEL
16.2.1. Tamanho A4
sentido horizontal = 21,00 cm
sentido vertical = 29,70 cm
em: memoriais, especificações, quantitativos, relação de materiais, etc.
16.2.2. Desenhos
Tamanho adotado como padrão = 95,00 cm x 59,40 cm
sentido horizontal
o 4 módulos de 18,50 cm
123
o 1 módulo de 17,50cm (à direita)
- margem direita = 1,00 cm
- margem esquerda = 2,50 cm
sentido vertical
o 2 módulos de 28,70 cm
- margem superior = 1,00 cm
- margem inferior = 1,00 cm
16.2.3 - Não será admitida prancha de desenho diferente do tamanho adotado, em
casos especiais, a critério da UFPR.
16.3 LEGENDA
Toda folha (prancha) desenhada deverá conter a legenda fornecida pela
UFPR, devidamente preenchida, colocada no canto inferior direito.
16.4 APRESENTAÇÃO
16.4.1. Os desenhos serão desenvolvidos em AUTOCAD, elaborados conforme as
Normas Técnicas, com traços, letras e algarismos e cores com fonte legível
após a impressão, deverão ser plotados no máximo em formato A-1 (de
preferência) em papel sulfite gramatura mínima de 75 g/m², e serão também
apresentados em arquivos magnéticos em CD a ser entregues em arquivos
DWG e em PLT, devidamente identificado.
16.4.2. Os memoriais, especificações, relação de materiais, orçamentos e demais
elementos técnicos serão apresentados em arquivos WORD (textos) –
Memoriais e Especificações e em Planilhas Excel (Quantitativos de Materiais
e Orçamento Quantitativo).
16.4.3. Os memoriais, as especificações, os quantitativos e orçamento quantitativo
com preço de materiais e serviços, deverão conter no mínimo 01 (uma)
marca de referência do que se pretende seja instalado ou executado, e logo
após a inscrição de ―ou similar de qualidade superior‖.
16.4.4 Nos projetos, memoriais e quantitativos e orçamento de quantitativos de
preços não deverão conter expressões como: ―orientativo‖, ―indicativo‖ ou
124
qualquer outra expressão que permita ao executor executar de outra forma
que não seja a projetada, pois não serão admitidas modificações nos
projetos, nos memoriais, nos quantitativos de materiais e serviços, a não ser
com autorização expressa da fiscalização quando da execução da obra ou
serviços, mediante prévia consulta e aceitação do projetista.
17 ENTREGAS PARCIAIS
Durante a fase de desenvolvimento dos projetos, sempre que forem
apresentadas parciais da execução, serão apresentados os arquivos magnéticos e a
plotagem em papel sulfite da etapa desenvolvida, a qual será objeto de análise pela
fiscalização da UFPR e onde serão feitas as observações porventura existentes.
18 ESCALAS
18.1 Nos anteprojetos serão utilizadas as escalas 1:50 - 1:100 - 1:200
18.2 Nos projetos executivos serão utilizadas as seguintes escalas:
1:50 - 1:100 - plantas, cortes, fachadas
1 :500 - 1:1000 - planta de situação
1:100 - 1:200 - implantação e paisagismo
1:200 - 1:500 -
1:1000
- perfis do terreno
1:1 a 1:20 - detalhes
1:50 -1:100 -1:200 - cobertura
18.3 Outras escalas poderão ser usadas, em casos especiais, a critério da UFPR.
125
19 NUMERAÇÃO DAS PRANCHAS
19.1 Todas as pranchas serão numeradas com o mínimo de quatro (4) algarismos,
sendo os dois primeiros o número de ordem das pranchas e os outros dois o
número total de pranchas do trabalho - ex.: EL - 01/09 – EL-02/09 - etc.
19.2 Todas as pranchas e demais documentos serão numerados, titulados (nome do
projeto ex: Eng. Química - Projeto Elétrico, Eng. Química - Projeto de CFTV
etc...), datados, e colocado o nome a que se refere a prancha (ex: 1º
Pavimento – Iluminação, 1º Pavimento – Tomadas Elétricas, título e número do
CREA do(s) autor(es) do trabalho.
19.3 Os arquivos em DWG e PLT, deverão ter sua descrição clara de forma a
identificar a prancha, sem a adoção de códigos numéricos (ex: EL-1º Pav.-
Iluminação, CFTV – 1º Pav. – Locação das Câmeras )
19.4 Todas as pranchas (folhas) dobradas deverão apresentar-se sob o formato final
"A4".
As letras e números deverão ter, no mínimo, 2 mm de altura. As escalas
utilizadas deverão ser compatíveis com porte e o detalhamento do projeto, sempre
garantido a condição de legibilidade dos desenhos.
Os projetos deverão estar divididos e identificados por especialidade: arquitetônico,
estrutural, elétrico, etc.
Todos os documentos e pranchas conter deverão conter número, titulo, data,
bem como o(s) nome(s) número(s) do CREA do(s) autor(es) do trabalho, e demais
informações contidas na legenda padrão.
9.5 LISTA DE ARQUIVOS
Deverá ser produzida uma lista única contendo todos os arquivos de todas as
especialidades. Nesta lista deverão estar relacionados: nome do arquivo, seu
conteúdo, extensão, números das pranchas ou números das páginas contidas nele e
tamanho das folhas (A4, A2,...).
A lista de arquivos, que deverá ser primeiro documento relacionado, deverá
ser entregue em papel e em meio digital sendo este último nos formatos, xls e pdf.
A nomenclatura dos arquivos deverá seguir a codificação proposta abaixo,
respeitando a ordem e o número de caracteres especificados:
126
Campus onde a obra será realizada: 2 caracteres
Local da obra: 5 caracteres
Especialidade do projeto: 5 caracteres
Etapa do projeto: 3 caracteres
Número da prancha: de 2 a 5 caracteres
Conteúdo da prancha: 15 caracteres
Revisão: 3 caracteres
Exemplo de codificação da nomenclatura de arquivos:
C3.ENQUI.ARQ.EXE.03-05.CORTEAELEV2DET7.R03
C3 -> Campus 3
ENQUI -> ENgenharia QUÍmica
ARQ -> Projeto ARQuitêtonico
EXE -> EXEcutivo
03-05 -> Pranchas 03 a 05
CORTEAELEV2DET7 -> Coete A, e Elevação 2 e Detalhe 7
R03 -> Revisão 03
CP.MEDVE.ARQ.BAS.01-02.SITIMPLCOB.R02
CP -> Campus Palotina
MEDVE -> MEDicina VEterinária
ARQ -> Projeto ARQuitetônico
BAS -> BÁSico
01-02 -> Pranchas 01 a 02
SINTIMPLCOB -> Plantas de SITuação, IMPLantação e COBertura
R02 -> Revisão 02
Sugestão de modelo de lista de arquivos:
127
NOME DO ARQUIVO
CONTEÚDO EXTENSÃO Nº DAS PRANCHAS/
PÁGINAS
TAMANHO DAS FOLHAS
Lista de arquivos
Relação de todos os arquivos entregues
doc
1 e 2
A4
C3.ENQUI.ARQ.EXE03-05.CORTEAELEV2DET7.RO3
Corte A
Elevação 2
Detelhe 7
dwg pPlt pdf
03 a 05 A0
CP.MEDVE.ARQ.BAS.01-02.SITIMPLCOB.R02
Planta de situação
Planta de implantação
Planta de cobertura
dwg plt pdf
01 a 02
A1
20 VALOR ESTIMADO PARA LICITAÇÃO E VALOR MÁXIMO GLOBAL
Para o cálculo do custo dos projetos foi utilizada a Tabela de Honorários do
Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), chegando aos valores apresentados na
tabela abaixo.
Projeto Custo
Arquitetônico R$
Complementares de estrutura R$
Complementares de instalação hidrossanitárias e gás R$
Complementares de instalações elétricas e telefônicas R$
Complementares de ar condicionado ventilação e execução
mecânica R$
TOTAL R$
Dessa forma, obtêm-se os seguintes valores:
Valor estimado para licitação: R$ xxx
Valor máximo global: R$ xxx
Obs.: o memorial de cálculo consta no documento Orçamento Base
128
21 FORMA DE PAGAMENTO
O pagamento será efetuado em 04 (quatro) parcelas, a saber: 1a parcela,
valor referente a 20% do total dos serviços, após a entrega, análise pela PCU e
devolução da Entrega Preliminar de arquitetura e complementares, com correções
atendidas pela CONTRATADA; 2a parcela, valor referente a 20% do total dos
serviços, após a entrega e análise pela PCU dos Projetos Básicos de arquitetura e
complementares; 3a parcela, valor referente a 50% do total dos serviços, após a
entrega de todos os itens assinados dos Projetos Básicos de arquitetura e
complementares (ART’s, projetos completos, planilhas orçamentárias, memoriais,
etc...) com aprovação final pela PCU. 4a parcela, valor referente a 10% do total dos
serviços, após a aprovação dos projetos em todos os órgãos envolvidos.
22 DOCUMENTAÇÃO DE HABILITAÇÃO RELATIVA À QUALIFICAÇÃO
TÉCNICA
As empresas licitantes devem, por intermédio de Certidão, Atestado e/ou
Declaração expedida(s) por pessoa jurídica de direito público ou privado,
devidamente acervada(s) no CREA, comprovar que:
a) O Arquiteto indicado pela empresa, responsável técnico pelo projeto
arquitetônico e projeto de compatibilização, apontado na Certidão de
Registro de Pessoa Jurídica do CREA, tenha executado serviço de projeto
arquitetônico e gerenciamento de projetos complementares, com
características equivalentes ou superiores ao projeto arquitetônico objeto
desta licitação, com área de, no mínimo, 50% da área em contratação, em
um único serviço.
b) O Engenheiro Civil indicado pela empresa, responsável técnico pelo
projeto estrutural, apontado na Certidão de Registro de Pessoa Jurídica do
CREA, tenha executado serviço de projeto estrutural, com características
equivalentes ou superiores ao projeto estrutural objeto desta licitação, com
área de, no mínimo, 50% da área em contratação, em um único serviço.
129
c) O Engenheiro Civil indicado pela empresa, responsável técnico pelo
projeto hidrossanitário, apontado na Certidão de Registro de Pessoa
Jurídica do CREA, tenha executado serviço de projeto hidrossanitário,
com características equivalentes ou superiores ao projeto hidrossanitário
objeto desta licitação, com área de, no mínimo, 50% da áream em
contratação, em um único serviço.
d) O Engenheiro Eletricista indicado pela empresa, responsável técnico pelo
projeto elétrico, apontado na Certidão de Registro de Pessoa Jurídica do
CREA, tenha executado serviço de projeto elétrico, com características
equivalentes ou superiores ao projeto elétrico objeto desta licitação, com
área de, no mínimo, 50% da área em contratação, ou carga elétrica
instalada de (xxxx) KVA, em um único serviço.
e) O Engenheiro Mecânico indicado pela empresa, responsável técnico pelo
projeto de climatização, apontado na Certidão de Registro de Pessoa
Jurídica do CREA, tenha executado serviço de projeto mecânico, com
características equivalentes ou superiores aos projetos objetos desta
licitação, com área de, no mínimo, 50% da área em contratação, ou carga
térmica instalada de (xxxx) TR’s, em um único serviço.
22.1 As empresas licitantes devem apresentar registro na entidade profissional
competente – CREA, bem como apresentar os registros do arquiteto, do
engenheiro civil, do engenheiro eletricista e do engenheiro mecânico,
responsáveis técnicos pelos projetos objetos desta licitação.
22.2 As empresas licitantes devem comprovar o vínculo empregatício dos
responsáveis técnicos, podendo a comprovação ser feita através da
apresentação de cópia da Carteira de Trabalho, cópia do contrato de prestação
de serviços, de serviços devidamente registrados ou da apresentação do
contrato social.
22.3 Quando da eventual substituição dos profissinais responsáveis pelos serviços
acima citados, o novo profissional deverá ter capacitação técnica igual ou
superior à do primeiro. A substituição do(s) profissional(ais) deverá ser
comunicada por escrito à PCU. Também deverá ser entregue a nova
documentação de comprovação da capacitação técnica do(s) novo(s)
profissional(ais) para apreciação e aprovação da PCU.
130
23 ACEITE DOS SERVIÇOS EXECUTADOS
23.1 Os serviços somente serão aceitos se estiverem de acordo com as normas
estabelecidas neste material, seus anexos e normas técnicas, de forma clara e
precisa.
23.2 A CONTRATADA fica legalmente responsável pelos serviços, mesmo após a
entrega dos projetos à PCU. Caso sejam constatados, durante a execução da
obra, falhas ou erros de projeto, fica a CONTRATADA obrigada a corrigi-los,
complementá-los e/ou fornecer detalhamentos adicionais necessários para a
correta execução da obra.
24 CONSIDERAÇÕES GERAIS
24.1 A proposta deverá vir acompanhada, obrigatoriamente, de cronograma físico-
financeiro.
24.2 A CONTRATADA deverá apresentar declaração de que visitou o local da
realização dos projetos e de que está ciente dos serviços a serem executados.
24.3 A CONTRATADA deverá, obrigatoriamente, recolher as seguintes Anotações
de Responsabilidade Técnica (ARTs):
ART de levantamento topográfico
ART de sondagem
ART de projeto de arquitetura e paisagismo
ART de projeto estrutural, incluindo fundações
ART de projeto de instalações elétricas, de lógica e de telefonia
ART de projeto de climatização
ART de projeto de instalações hidrossanitárias
ART de projeto de prevenção contra incêndio
ART de orçamento (exclusiva)
ART de compatibilização de projetos (exclusiva)
24.4 Os projetos deverão ser aprovados nos respectivos órgãos competentes;
131
24.5 Os originais de todas as pranchas de desenho, bem como as demais peças
que integram os projetos, constituirão propriedade da UFPR.
25 DOCUMENTOS TÉCNICOS INSTRUTORES
Os documentos técnicos referentes ao desenvolvimento dos serviços são o
Orçamento Base e o Termo de Referência e seus Anexos, elaborados e fornecidos
pela PCU.
26 DOS PROJETOS
26.1 PROJETO ARQUITETÔNICO E DE PAISAGISMO
1 OBJETIVO
Este material, parte integrante do Edital de Licitação, tem por objetivo
estabelecer as diretrizes gerais e normas a serem seguidas na elaboração de
projetos arquitetônicos de construção, complementação, reforma ou ampliação de
uma edificação ou conjunto de edificações e projetos de paisagismo, no âmbito da
Universidade Federal do Paraná.
2 REQUISITOS GERAIS
A elaboração do(s) projeto(s) acima mencionado(s) deverá seguir aos
seguintes requisitos gerais:
a) Atender à legislação e normatização constantes neste documento, bem
como às demais normas e práticas complementares relacionadas ao
projeto objeto da licitação;
b) Atender aos critérios de apresentação e conteúdos mínimos exigidos,
constantes neste documento;
c) Comprometer-se a contratada a realizar a compatibilização dos projetos,
conforme estabelecido neste documento, entregando um ART exclusiva
de compatibilização de projetos;
132
d) Comprometer-se a Contratada a cumprir com a legislação e normatização
referentes à acessibilidade de pessoas portadoras de necessidades
especiais, quando da elaboração do(s) projeto(s) objeto(s) desta licitação;
e) Atender aos preceitos da sustentabilidade ambiental, comprometendo-se a
Contratada a buscar soluções que privilegiem o aproveitamento da
iluminação e ventilação naturais, o conforto termo-acústico, o
reaproveitamento de águas pluviais, o tratamento de efluentes (quando
aplicável), dentre outras alternativas;
f) Manter a Contratada um relação de constante aferição das propostas e
alternativas apresentadas, devendo cumprir reuniões periódicas semanais
com a equipe de profissionais da PCU/UFPR, bem como apresentar as
eventuais dúvidas que possam aparecer no intervalo entre reuniões, por
escrito, para que estas também possam ser respondidas da mesma forma;
g) Estar a Contratada ciente de que uma nova etapa na elaboração do(s)
projeto(s) só será liberada e iniciada após a aprovação, pelos técnicos da
PCU/UFPR, da etapa anterior;
h) Comprometer-se a Contratada a fazer entregas parciais de material
impresso do projeto no término de cada etapa;
i) Comprometer-se a contratada a vistar o projeto arquitetônico no Corpo de
Bombeiros da Polícia Militar do Estado do Paraná;
Havendo conflito de informações entre os materiais disponíveis, a PCU/UFPR
deverá ser consultada para solucionar as possíveis divergências.
3 NORMAS E PRÁTICAS COMPLEMENTARES
Devem ser seguidos Códigos, Leis, Decretos, Potarias e Normas Federais,
Estaduais e Municipais, inclusive normas de concessionárias de serviços públicos e
código de prevenção de incêndio, versões atuais, com aprovação no Corpo de
Bombeiros, com especial atenção às seguintes;
Normas da ABNT e do INMETRO
NBR 9050 – Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços e
Equipamentos Urbanos
133
Prática de Projeto, Construção e manutenção de Edifício Público Federais
NBR 9077 – Saídas de Emergência em Edifícios
NBR 6492 – Representação de Projetos de Arquitetura
NBR 10067 – Princípios Gerais de Representação em Desenho Técnico
NBR 13532 – Elaboração de Projetos de Edificações – Arquitetura
Instruções e Resoluções dos Órgãos do Sistema CREA-CONFEA
Normas Regulamentadoras de segurança e Medicina do Trabalho.
4 COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS
4.1 - Considerações iniciais
Fase em que se desenvolverão os trabalhos de compatibilização de todos os
projetos e seus respectivos detalhamentos. Nessa etapa, os projetos
complementares serão sobrepostos sobre o projeto arquitetônico, resultando em um
projeto compatibilizado, onde deverá ser previsto um layer diferente para cada
projeto complementar de forma a poder-se visualizar a colisão de elementos físicos
entre eles. A partir daí, poderão ser feitas possíveis alterações em todos os projetos
e nas especificações técnicas que possam surgir da sobreposição entre eles.
4.2 - Desenvolvimento da Compatibilização
O arquiteto da contrata é o principal responsável pela compatibilização de
todos os projetos desenvolvidos.
Cabe ao compatibilizador da Contratada sempre solicitar ao fiscal de projetos
da Contratante a aprovação e liberação dos serviços contratos, sendo eles:
a) Projeto básico preliminar arquitetônico, com lançamento da estrutura e
lançamento das instalações;
b) Projeto básico arquitetônico, finalizado com os detalhamentos;
c) Projeto de estrutura e fundação;
d) Projeto complementares de instalações;
Executar a sobreposição de todos os projetos, em planta, em corte e de
áreas externas, (incluindo caixas de inspeção hidráulica, sistema de prevenção e
134
combate a incêndios, quadros, caixa de passagem elétrica, iluminação, eletrocalhas,
dutos de ventilação e etc.), com o intuito de eliminar ou corrigir os elementos
conflitantes que venham a causar problemas e desperdícios na execução da obra.
5 DEFINIÇÃO DAS ETAPAS DE PROJETO
5.1 ESTUDO PRELIMINAR
Consiste na definição gráfica da implantação e do partido arquitetônico,
através de plantas, cortes e fachadas, levando em consideração as condicionantes
ambientais, legais e econômicas do projeto que determinarão a sua viabilidade.
5.2 ANTEPROJETO
Desenvolvimento pela contratada do Estuto Preliminar elaborado pelo
contratante, com inclusão nos desenhos técnicos de medidas, especificações, da
definição estrutural, da correlação de suas instalações complementares,
possibilitando exata compreensão da obra a ser executada; (inicio de elaboração de
detalhes, especificação de materiais, caderno de encargos e memorial descritivo,
etc..).
5.3 PROJETO BÁSICO
Conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão
adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços
objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos
preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do
impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da
obra e a definição dos métodos e do prazo de execução.
5.4 - DETALHAMENTO DO PROJETO BÁSICO
Consiste na representação completa do projeto de Arquitetura, que deverá
conter de forma clara e precisa, o conjunto de elementos necessários e suficientes
135
para a execução completa dos serviços e obras, incluindo todos os detalhes
construtivos e indicações necessárias à perfeita interpretação do projeto, o
orçamento detalhado, fundamentado em quantitativos de serviços, fornecimentos e
materiais perfeitamente especificados, e indicações necessárias à fixação dos
prazos de execução da obra.
6 CONTEÚDO MÍNIMO DE CADA ETAPA DE PROJETO
Os Projetos de Arquitetura obedecerão aos dispostos nos itens 6 e 7 deste
material, no que diz respeito às formas de apresentação e à observância às leis e
normas vigentes, e deverão contemplar os seguintes conteúdos mínimos para cada
etapa, representados em escala compatível com o porte do programa.
6.1 ANTEPROJETO
6.1.1 Planta de situação
a) Orientação com indicação do Norte verdadeiro e magnético;
b) Vias de acesso ao conjunto, arruamento, logradouros e/ou praças adjacentes,
com respectiva denominação;
c) Indicação das áreas a serem edificadas, com o contorno esquemático da
cobertura das edificações;
d) Denominação dos diversos edifícios ou blocos;
e) Construções existentes, demolições ou remoções futuras.
6.1.2 Planta de implantação (locação)
a) Locação da edificação ou do conjunto de edificações no terreno e seu
relacionamento com áreas de circulação, estacionamentos, jardins e outros;
b) Cotas de afastamentos e recuos;
c) Curvas de nível existentes e projetadas, com base em levantamento
topográfico objeto deste edital;
d) Acesso(s), estacionamento(s) e outros;
136
e) Orientação com indicação no Norte verdadeiro e magnético;
f) Número de edificações e suas destinações.
6.1.3 Planta(s) do(s) pavimento(s), cortes e fachadas
a) Orientação com indicação do Norte verdadeiro e magnético;
b) Representação de todos os pavimentos da edificação, seguindo a ordem do
pavimento de menor cota para o de maior cota altimétrica;
c) Caracterização dos elementos do projeto: fechamentos externos e internos,
aberturas, acessos, circulações verticais e horizontais, esquemas de infra-
estrutura de serviços e demais elementos significativos;
d) Representação da estrutura pré-lançada em todos os projetos;
e) Distribuição e indicação dos nomes dos compartimentos para cada um dos
pavimentos;
f) Cotas gerais;
g) Áreas dos compartimentos;
h) Cotas de níveis principais;
i) Especificações de materiais.
6.2 PROJETO BÁSICO
5.2.1 Planta de situação
a) Curvas de nível existentes e projetadas, com base em levantamento
topográfico objeto deste edital;
b) Orientação com indicação do Norte verdadeiro e magnético;
c) Vias de acesso ao conjunto, arruamento, logradouros e/ou praças adjacentes,
com respectiva denominação;
d) Indicação das áreas a serem edificadas, com o contorno esquemático da
cobertura das edificações;
e) Denominação dos diversos edifícios ou blocos;
f) Construções existentes, demolições ou remoções futuras.
137
6.2.2 Planta de implantação (locação)
a) Perímetro do terreno, cotas gerais e níveis principais;
b) Denominação de ruas e/ou praças limítrofes;
c) Curvas de nível existentes e projetadas, com base em levantamento
topográfico objeto deste edital;
d) Orientação com indicação do Norte verdadeiro e magnético;
e) Indicação das vias de acesso, vias internas, áreas cobertas, platôs e taludes;
f) Locação exata da edificação ou conjunto de edificações e seus acessos de
pedestres e veículos, com as dimensões, afastamento e locações relativas;
g) Cotas de afastamento e recuos;
h) Denominação da(s) edificação(ões).
6.2.3 Paisagismo
a) Definição de todo o espaço externo e seu tratamento: fechamentos, muros de
arrimo, rampas, escadas, jardins, estacionamentos, calçadas, iluminação,
interligações com edificações e calçadas existentes, dentre outros, sempre
com as dimensões e locações relativas;
b) Definição de plantas com espécies, preferencialmente espécies nativas
(regionais);
c) Definição de pisos, com especificação de materiais e paginação;
d) Locação de mobiliário urbano;
e) Drenagens.
6.2.4 Planta de cobertura
a) Indicação da tipologia adotada na cobertura (laje impermeabilizada, telhado
ou outros);
b) Indicação de caimentos das águas, calhas, coletores de águas pluviais,
platibandas, etc.
138
6.2.5 Planta(s) do(s) pavimento(s), cortes e fachadas
a) Representação de todos os pavimentos da edificação, seguindo a ordem do
pavimento de menor cota para o de maior cota altimétrica;
b) Orientação com indicação no Norte verdadeiro e magnético;
c) Denominação de todos os ambientes e respectivas áreas úteis;
d) Caracterização dos elementos de projeto: fechamentos externos e internos;
barras de impermeabilização; aberturas; circulações verticais e horizontais
(poços de elevador(es), escada(s) e rampa(s); áreas de instalação técnica e
de serviço; cobertura/telhado e captação de águas pluviais, forros e demais
elementos significativos;
e) Lançamento do estudo luminotécnico: cálculo luminotécnico, sancas rebaixos,
posicionamento e acionamento de luminárias e especificação de luminárias e
lâmpadas;
f) Representação da estrutura pré-lançada;
g) Eixos do projeto;
h) Indicação das cotas entre os eixos, cotas parciais e totais, incluindo
espessura de paredes;
i) Indicação dos níveis de piso acabado;
j) Representação das esquadrias definitivas, indicadas com codificação a ser
empregada na Tabela de Esquadrias;
k) Indicação de cortes;
l) Indicação de fachadas;
m) Definição de mobiliário e equipamentos definitivos de todos os espaços
propostos;
n) Localização definitiva de áreas de instalações técnicas e de serviços (cabine
de GLP, cabine de transformação de energia, casa de máquinas, caixa de
elevador(es), reservatórios (volumes), centrais de ar condicionado, barriletes,
shafts/prumadas/enchimento e quadros, e outros definidos pela função da
edificação);
o) Indicação dos materiais de construção, acabamentos (codificados de acordo
com Tabela de Acabamentos) e dimensões, em todos os ambientes;
p) Definição e representação de dispositivos de proteção contra insolação
indesejada (brises).
139
6.2.6 Quadro de Áreas
O quadro de Áreas deverá conter a relação das áreas do projeto, incluindo
área do terreno, área por pavimento e área total.
6.2.7 Tabela de Esquadrias
A tabela de Esquadrias deverá conter codificação de acordo com planta,
dimensões (largura, altura, e peitoril), material, sistema de abertura e quantidade.
6.2.8 Tabela de acabamentos
A tabela de Acabamentos deverá conter codificação de acordo com a planta,
com discriminação completa dos acabamentos utilizados em pisos, paredes e tetos,
incluindo cor, tamanho, padrão e demais informações que forem necessárias para
garantir o perfeito atendimento do projeto.
6.2.9 Perspectiva ou Maquete eletrônica
a) Apresentação das Perspectivas da edificação de todas as fachadas externas,
executadas por meio magnético, excepcionalmente por meio manual, quando
satisfazer as expectativas de visualização e acabamento.
e) Animação eletrônica da edificação, com 30 ―frames‖ por segundo, totalizando o
mínimo 300 ― frames‖ de 10 segundos.
b) A maquete eletrônica deverá apresentar os aspectos plástico-visuais da
proposta, ou seja, a Maquete eletrônica com no mínimo 2 (duas) perspectivas
externas e 2 (duas) internas, animação eletrônica de 300 ―frames‖ de 10
segundos com texturas, cores, ambientação, vegetação e figuras decorativas.
c) As maquetes eletrônicas para apresentação do projeto deverão conter todos os
elementos de acabamentos de paredes internas e de fachadas que efetivamente
serão vistas, ou seja a construção de ―cascas‖ e daí retiradas as perspectivas.
140
d) Caso haja necessidade de maquete eletrônica completa, para visualização de
todos os espaços arquitetônicos e de engenharia, para verificação e controle de
integração inter-projetos, será feita solicitação mais direta e especificada.
d) Na animação externa, cada ―frame‖ terá sucessão com direcionamento para
porta principal, que se abrirá, continuando com ―frames‖ em segmentos internos.
e) Os percursos da animação e as perspectivas serão apresentados em ângulos
orientados pela coordenação do projeto da PCU.
6.2.10 Memorial Descritivo
No memorial descritivo, de acordo com a lei nº 8.666/93, sobre Licitações e
Contratos administrativos, é vedado incluir especificação sem similaridades
de marcas, ou com características e especificações exclusivas no objeto da
licitação, a não ser quando for tecnicamente justificável, não se admitindo
assim preferência por marcas. Assim sendo, as especificações devem ser
bem detalhadas, incluindo as exigências consideradas necessárias, mas
tomando-se cuidado de não restringir a competitividade da licitação.
Recomendamos, então, que as especificações técnicas sejam apresentadas
de acordo com as exigências da lei, e quando a referência à marca for
imprescindível para caracterizar o que se pretende, esta deverá ser feita
com no mínimo 3 (três) marcas de referência, além da citação ou similar
equivalente dentro do mesmo padrão de qualidade.
O projeto deverá ser acompanhado de orientações quanto ao uso,
operação e conservação, de forma a não deixar dúvida e garantir um bom
desempenho da obra e dos equipamentos nela instalados. O memorial
descritivo deverá conter no mínimo os seguintes itens na ordem indicada a
seguir:
Objeto com descrição sumária da obra (sinalização, dimensões,
finalidade, população beneficiada, etc.);
Sistema construtivo (justificativa e soluções adotadas);
Normalização;
Mobilização, instalação e desmobilização;
141
As especificações técnicas para cada projeto, na ordem apresentada
neste termo de referência, constando no mínimo de:
o Materiais a serem empregados;
o Aplicações dos materiais e cuidados especiais;
o Eventuais ensaios;
o Cuidados com manutenção;
o Descrição de acabamento;
Manuseio e armazenagem dos materiais.O memorial descritivo deverá conter
a explicitação da proposta como um todo, bem como a justificativa das decisões
técnicas adotadas, complementando as informações contidas nos desenhos
referenciados nos itens anteriores, tendo em vista o Estudo Preliminar previamente
definido. Conterá, também, descrição do sistema construtivo dos materiais e
componentes empregados, com vistas à otimização dos custos e facilidade de
construção e de manutenção.
6.3 PROJETO EXECUTIVO
6.3.1 Projeto de Canteiro de Obras
a) Vias de acesso à obra;
b) Locação dos tapumes;
c) Indicação dos acessos ao canteiro de obras;
d) Localização de almoxarifado, depósitos, sala de administração, vestiário,
refeitório e sanitários de funcionários;
e) Local para guarda de materiais ao ar livre;
f) Ligações provisórias de elétrica, água e esgoto;
g) Demais itens exigidos pela legislação pertinente.
6.3.2 Planta de Situação
a) Cotas de afastamento do lote em relação aos limites da quadra;
b) Largura de ruas e passeios;
142
c) Cotas de afastamento e recuos das edificações com relação ao limites do
terreno e com relação às edificações existentes;
d) Orientação com a indicação do Norte verdadeiro e magnético;
e) Denominação de ruas e/ou praças limítrofes.
6.3.3 Planta de implantação (locação)
a) Orientação da planta com a indicação no Norte verdadeiro e magnético e
as geratrizes da implantação;
b) Representação do terreno, com as características planialtimétricas,
compreendendo medidas e ângulos dos lados e curvas de nível
existentes e projetadas, e localização de árvores, postes, hidrantes e
outros elementos construídos existentes;
c) Áreas de corte e aterro, com localização e indicação da inclinação de
taludes e arrimos;
d) As RN – Referências de Nível do levantamento topográfico;
e) Edificações cotadas em relação à referência preestabelecida e bem
identificada;
f) Cotas de nível do terrapleno das edificações e dos pontos significativos
das áreas externas (calçadas, acessos, patamares, rampas e outros);
g) Localização dos elementos externos existentes e a construir, como
estacionamentos, guias rebaixadas, acessos, construções auxiliares e
outros (cabines de transformação, fossas, sumidouros, cisternas, postes,
redes aérea e subterrânea de média tensão (MT), baixa tensão (BT), fibra
ótica e telefonia, etc.).
6.3.4 Paisagismo
a) Definição de todo o espaço externo e seu tratamento: fechamentos,
muros, muros de arrimo, rampas, escadas, jardins, estacionamentos,
calçadas, desníveis, iluminação, interligações com edificações e calçadas
existentes, dentre outros, sempre com as dimensões e locações relativas;
b) Definição de plantas com espécies nativas (regionais);
c) Definição de pisos, com especificação de materiais e paginação;
143
d) Locação de mobiliário urbano (postes de iluminação, bancos, floreiras,
etc);
e) Incluir iluminação externa no projeto elétrico;
f) Drenagens.
6.3.5 Planta de cobertura
a) Orientação com indicação do Norte verdadeiro e magnético;
b) Indicação da tipologia adotada na cobertura (laje impermealizada, telhado
ou outro);
c) Indicação de planos de coberturas com respectivos sentidos de caimento
das águas, calhas, coletores de águas pluviais, platibandas, rufos e
demais elementos constitutivos da cobertura;
d) Indicação da posição, dimensionamento e materiais das calhas condutoras
de águas pluviais e destino das mesmas;
e) Indicação dos detalhes de cumeeiras, rufos, arremates, calhas e outros
elementos;
f) Especificação dos materiais, dimensionamento da solução estrutural
básica, elementos e técnicas de impermeabilização e isolamento termo-
acústico.
6.3.6 Planta(s) do(s) Pavimento(s)
a) Orientação com a indicação do Norte verdadeiro e magnético;
b) Eixos do projeto;
c) Sistema estrutural;
d) Representação de todos os pavimentos da edificação, seguindo a ordem
do pavimento de menor cota para o de maior cota altimétrica;
e) Indicação de todas as cotas e níveis acabados, necessários para
execução da obra;
f) Caracterização dos elementos do projeto; fechamentos externos e
internos; aberturas; acessos; circulações verticais e horizontais (poços de
elevadores), escada(s) e rampa(s)); áreas de instalação técnica e de
144
serviço; demais elementos significativos definidos pela função da
edificação;
g) Denominação e numeração dos compartimentos com suas respectivas
áreas úteis para referência dos acabamentos constantes no quadro geral
de acabamentos;
h) Definição de mobiliário e equipamentos definitivos de todos os espaços
propostos (planta de layout);
i) Codificação dos elementos a serem detalhados: portas, janelas, escadas,
balcões, corrimãos, banheiros, entre outros;
j) Dimensionamento de vãos e aberturas com indicação do sentido de
abertura das esquadrias;
k) Luminotecnia: cálculo luminotécnico. Sancas, rebaixos, posicionamento e
acionamento de luminárias e especificação de luminárias e lâmpadas;
l) Localização de louças, equipamentos sanitários e pontos de instalações
(torneiras, chuveiros, válvulas de descarga dentre outros);
m) Localização e dimensionamento definitivos de áreas de instalações
técnicas e de serviços (cabine de GLP, cabine de transformação de
energia, casa de máquinas, barriletes, shafts/prumadas/enchimento e
quadros, e outros definidos pela função da edificação);
n) Identificação de soleiras e peitoris, com especificação completa dos
materiais;
o) Marcação de cortes, fachadas detalhes e ampliações de escala;
p) Marcação de projeção de elementos significativos acima ou abaixo do
plano de corte;
q) Representação da estrutura.
6.3.7 Quadro de Áreas
O quadro de Áreas deverá conter a relação das áreas do projeto, incluindo
área do terreno, área por pavimento e área total.
5.3.8 Tabela de Esquadrias
145
A Tabela de esquadrias deverá conter codificação de acordo com planta,
dimensões (largura, altura e peitoril), material, sistema de abertura e quantidade.
6.3.9 Tabela de Acabamentos
A tabela de acabamentos deverá conter codificação de acordo com a planta,
com discriminação completa dos acabamentos utilizados em pisos, paredes e tetos,
incluindo cor, tamanho, padrão e demais informações que forem necessárias para
garantir o perfeito entendimento do projeto e perfeita execução da obra.
6.3.10 Cortes
a) Indicação dos perfis longitudinais e transversais naturais do terreno, cortes
e aterros, e dos novos perfis longitudinais e transversais do terreno;
b) Marcação dos níveis dos pisos seccionados (acabado);
c) Representação das cotas verticais de piso, parciais e totais dos elementos
seccionados;
d) Representação do sistema estrutural;
e) Caracterização dos elementos de projeto: fechamentos externos e
internos; barras de impermeabilização; aberturas; circulação, verticais e
horizontais; áreas de instalação técnica e de serviço; cobertura/telhado,
platibandas e captação de águas pluviais; forros e demais elementos
significativos;
f) Marcação dos detalhes.
6.3.11 Fachadas
a) Representação gráfica dos materiais de revestimento, determinando o
respectivo modo de assentamento e acabamento;
b) Especificação completa dos materiais de revestimento (dimensões, cor...)
c) Indicação e especificação completas de vidros, cristais, elementos
vazados, brises, esquadrias, dentre outros;
d) Representação, numeração e sentido de abertura das esquadrias nas
fachadas;
146
e) Representação da localização de aparelhos de ar-condicionado, quando
forem individuais.
6.3.12 Perspectivas exatas ou maquetes eletrônicas
6.3.13 Detalhes construtivos
6.3.13.1 Detalhes das áreas molhadas
a) Plantas cotadas com indicação de posição e referência completa de
louças sanitárias, ferragens e acessórios, bem como balcões, armários,
soleiras, frisos divisórias e arremates;
b) Cortes na quantidade necessária, com cotas indicativas totais e parciais;
c) Detalhes de bancadas e outros elementos construtivos, com especificação
de acabamentos, utilizando-se recursos de perspectiva quando
necessários.
7.3.13.2 Detalhes de escadas e rampas
a) Planta de pisos e patamares com dimensionamento e cotas,
representação e especificação completa de corrimão e revestimento de
pisos e espelhos;
b) Cortes na quantidade necessária, com cotas indicativas totais e parciais;
c) Detalhes de bancadas e outros elementos construtivos, com especificação
de acabamentos, utilizando-se recursos de perspectiva quando
necessários.
7.3.13.3 Detalhes de esquadrias
a) Discriminação conforme nomenclatura de porta e janela, P e J;
b) Elevação das esquadrias com representação das folhas e montantes
(divisões e marcos) com cotas gerais dos seus componentes, indicação
dos elementos fixos e móveis e tipos de acabamentos, quando for o caso;
147
c) Secções horizontais e verticais das esquadrias, com dimensões parciais e
gerais dos seus componentes, definição de abertura, detalhes de vedação,
verga, soleira, peitoril, pingadeira, puxadores, peças de comando,
especificação de ferragens (dobradiças, pinos, pivôs, fechaduras) vidros,
painéis, dentre outros.
6.3.13.4 Detalhes de cobertura
a) Impermeabilização e arremates necessários;
b) Posicionamento e representação de reservatório(s) superior(es);
c) Representação de rufos, cumeeiras, calhas, platibandas, beirais,
condutores de águas pluviais, arremates, e outros elementos que se
fizerem necessários.
6.3.13.5 Outros detalhes
Demais detalhes que, em função da especificidade de cada projeto, se façam
necessários à correta execução da obra.
6.3.14 Relatório técnico
Deverá conter a revisão e complementação do memorial descritivo e do
memorial de cálculo apresentados no Anteprojeto.
26.2 PROJETO DE ESTRUTURA DE CONCRETO E FUNDAÇÕES
26.2.1 ESTRUTURA EM CONCRETO
1 OBJETIVO
Estabelecer diretrizes gerais a elaboração e apresentação de projetos de
estruturas em concreto.
148
Deverá também ser apresentado o orçamento quantitativo dos materiais a
serem utilizados para a execução do projeto de estruturas em concreto.
O projeto das estruturas em concreto deverá estar compatibilizado com os
demais projetos: arquitetônico, fundações, hidro-sanitárias e águas pluviais, elétrico
e outros necessários.
Deverá ser indicado e detalhado, quando necessário, os locais das furações
para a passagem das instalações elétricas e hidro-sanitárias e águas pluviais nos
elementos estruturais.
Sempre que possível, devera ser utilizado o formato A1 para o detalhamento do
projeto.
2 NORMAS E PRÁTICAS COMPLEMENTARES
Os projetos de estruturas em concreto deverão também, atender às seguintes
normas e práticas complementares:
Normas ABNT:
NBR 6118 – Projeto e execução de Obras de Concreto Armado;
NBR 6119 – Cálculo e Execução de Lages Mistas;
NBR 6120 – Cargas para o Cálculo de Estruturas de Edificações;
NBR 6123 – Forças Devidas ao vento em Edificações;
NBR 7191 – Execução de Desenhos para Obras de Concreto Simples
ou Armado;
NBR 7197 – Projeto de Estruturas de Concreto Pretendido;
NBR 7808 – Símbolos Gráficos para Projetos de Estruturas;
NBR 8681 – Ações e Seguranças nas Estruturas;
NBR 9062 – Projeto e Execução de Estruturas de Concreto Pré-
moldado;
NBR 10067 – Princípios Gerais de Representação em Desenho
Técnico;
NBR 10126 - Cotagem em Desenho Técnico;
NBR 10837 – Cálculo de Alvenaria Estrutural de Blocos Vazados de
Concreto;
149
NBR 12230 – SI – Prescrições para sua Aplicação;
NBR 12655 – Concreto – Preparo, Controle e Recebimento.
Códigos, Leis, Decretos, Portarias e Normas Federais, Estaduais e
Municipais, inclusive normas de concessionárias de serviços públicos;
Instruções e Resoluções dos Órgãos do Sistema CREA-CONFEA;
Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho.
3 ETAPAS DO PROJETO EXECUTIVO
Consiste do detalhamento completo da estrutura em concreto.
Deverá conter de forma clara e precisa todos os detalhes construtivos
necessários à perfeita execução da estrutura em concreto.
O projeto das estruturas em concreto deve ser constituído dos seguintes
documentos:
Desenhos
Resumo Geral de quantidades de forma, aço e concreto
Memorial descritivo;
Memorial de cálculo;
3.1 MEMORIAL DESCRITIVO
O memorial descritivo deve complementar as informações técnicas contidas
nos desenhos e conter os seguintes elementos:
Sumário;
Descrição do projeto;
Fluxograma de execução (quando aplicável);
Relação dos documentos constituintes do projeto;
Relação das principais normas utilizadas no projeto;
Outras informações necessárias para o perfeito entendimento do projeto.
3.1.1. Especificações para o concreto armado
150
Local;
Finalidade;
Resistência característica (fck) requerida;
Cor e textura, quando aparente;
Tipo de tratamento de juntas de concretagem;
Tolerâncias executivas admissíveis.
Características não usuais do concreto, exigidas por critério de cálculo
adotados no projeto estrutural, deverão ser acrescidas em cada caso
particular.
3.1.2. Especificações para o concreto protendido:
Local;
Finalidade;
Resistência característica (fck) requerida;
Cor e textura, quando aparente;
Aparelhos de ancoragem;
Injeção;
Protensão;
Tipo de tratamento das juntas de concretagem;
Tolerâncias executivas admissíveis.
Características não usuais do concreto, exigidas por critério de cálculo
adotados no projeto estrutural, deverão ser acrescidas em cada caso
particular.
3.1.3. Especificação para as formas
Tipo;
Características do material;
Dimensões;
Possibilidade de reaproveitamento;
151
Modulação dos painéis e das peças de montagem (Tiradentes, parafusos,
pregos e outras);
Proteções e cuidados executivos.
3.1.4. Especificações para o aço:
Tipo;
Bitolas;
Emendas;
Fixadores e espaçadores;
Proteções e cuidados executivos.
3.1.5. Especificações para aparelhos de apoio
Tipo;
Características do material;
Proteções e cuidados executivos;
3.1.6 Especificações das juntas de dilatação
Tipo;
Características do material;
Proteções e cuidados executivos.
3.2 MEMORIAL DE CÁLCULO
Deve ser apresentado de forma clara e legível bem como, conter no mínimo
os itens relacionados a seguir:
Objetivo;
Documentos de referência;
Análise Estrutural contendo: Materiais Propriedades Geométricas,
Carregamentos, Combinações de Carregamentos, Sistema Estrutural,
Esforços Solicitantes, Deslocamentos e Efeitos Dinâmicos:
152
Dimensionamento e Verificações Estruturais;
Método de rebaixamento do lençol freático;
Anexos.
3.3 DESENHOS
Os desenhos devem incluir:
Desenhos para a execução das formas;
Desenhos para execução de armação.
Desenhos para montagem;
Sempre que possível, utilizar o formato A1 para apresentação dos
desenhos.
3.3.1 Os desenhos para execução de formas devem conter, no mínimo:
Norte verdadeiro e norte do projeto;
Referência de Nível (RN) adotada;
A referência usada para locação (construções existentes ou sistema de
coordenadas);
Locação e orientação de pilares ou outros elementos estruturais que se
apóiem na fundação;
Identificação dos elementos estruturais;
Plantas, cortes e elevações dos elementos estruturais, necessárias ao
perfeito entendimento de sua forma e dimensões;
Detalhes construtivos (chanfros em arestas de elementos aparentes,
juntas de dilatação, retração e construção, contra-flechas e outros);
Locação, quantidade e detalhamento de elementos acessórios, tais como:
o chumbadores;
o peças embutidas no concreto;
o aparelhos de apoio;
o defensas e outros.
Lista de materiais dos elementos acessórios contendo descrição,
quantidade de massa;
153
Resistência característica mínima do concreto à compressão (fck),
relação água/cimento (a/c) máxima e consumo mínimo de cimento por
m³ de concreto; a relação a/c e fck deve ser definida em função das
condições de agressividade a que estão expostas as estruturas;
Dimensão máxima característica do agregado graúdo;
Volume de concreto estrutural e magro, área de formas.
3.3.2 Os desenhos para execução de armação devem conter, no mínimo:
Tipos de aços empregados;
Localização e detalhes de emendas;
Tabela de armadura e quadro-resumo;
Cobrimento das armaduras;
Detalhamento dos raios mínimos de dobramento e curvamento das
armaduras.
3.3.3 Os desenhos para montagem, aplicáveis para estruturas compostas por
elementos pré-moldados, devem conter, no mínimo:
Fases da concretagem;
Seqüência de içamentos;
Travejamentos temporários;
Escoramentos;
Seqüência de protensão, para elementos protendidos.
Os projetos de reforços ou recuperações estruturais, que incluem formas,
armação e montagem, podem ser apresentados no mesmo desenho.
Sempre que possível, utilizar o formato A1 para apresentação dos desenhos.
26.2.2 PROJETO DE FUNDAÇÃO
1 OBJETIVO
Estabelecer diretrizes gerais a elaboração e apresentação de projetos de
fundações.
154
Deverá também ser apresentado o orçamento quantitativo dos materiais a
serem utilizados para a execução do projeto de fundações.
O projeto de fundações deverá estar compatibilizado com os demais projetos:
arquitetônico, estrutural, hidro-sanitárias e águas pluviais, elétrico e outros
necessários.
Sempre que possível, devera ser utilizado o formato A1 para o detalhamento
do projeto.
2 NORMAS E PRÁTICAS COMPLEMENTARES
Os projetos de fundações deverão também, atender às seguintes normas e
práticas complementares:
Normas ABNT:
o NBR 5629 - Estruturas Ancoradas no Terreno – Ancoragens Injetadas no
Terreno - Procedimento;
o NBR 6121 - Prova de carga a compressão em Estacas Verticais –
Procedimentos;
o NBR 6122 - Projeto e execução de Fundações – Procedimento;
o NBR 6489 - Prova de Carga Direta sobre o Terreno de Fundações –
Procedimento;
o NBR 6502 - Rochas e Solos – Terminologia;
o NBR 7191 - Execução de Desenhos para obras de concreto Simples ou
Armado;
o NBR 8036 - Programação de Sondagens de Simples Reconhecimento dos
Solos para Fundações de Edifícios;
o NBR 8196 - Desenho Técnico – Emprego de Escalas;
o NBR 8403 - Aplicação de Linhas em Desenhos – Tipo de Linhas – Largura
das Linhas;
o NBR 8404 - Indicação do Estado de Superfícies em Desenhos Técnicos;
o NBR 10067 - Princípios Gerais de Representação em Desenho Técnico;
o NBR 10126 - Cotagem em Desenho Técnico;
o NBR 10647 - Desenho Técnico;
155
Códigos, Leis, Decretos, Portarias e Normas Federais, Estaduais e
Municipais, inclusive normas de concessionárias de serviços públicos;
Instruções e Resoluções dos Órgãos do Sistema CREA-CONFEA;
Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho.
3 ETAPAS DA EXECUÇÃO DO PROJETO
Consiste do detalhamento completo das fundações. Deverá conter de forma
clara e precisa todos os detalhes construtivos necessários à perfeita execução das
fundações.
Todos os detalhes, que interfiram com outros sistemas, deverão ser
elaborados em conjunto, de forma a estarem perfeitamente homogeneizados entre
si.
Sempre que possível, deverá ser utilizado o formato A1 para o detalhamento
do projeto.
O projeto de fundações deve ser constituído dos seguintes documentos:
Desenhos;
Memorial descritivo;
Memorial de cálculo.
Planilha de quantitativos de materiais e serviços
3.1 DESENHOS
Os desenhos devem incluir:
Planta de locação;
Desenhos para a execução das formas;
Desenhos para a execução de armaduras.
Sempre que possível, utilizar o formato A1 para a apresentação dos
desenhos.
3.1.1. Planta de locação
156
A planta de locação deve ser referida ao sistema de coordenadas e/ou a
construção existente.
A planta de locação para estacas e tubulões deve conter os seguintes
elementos:
Tipo;
Seção transversal;
Armaduras das estacas ou tubulões em concreto;
Detalhes de emendas, quanto houver;
Cotas de arrasamento;
Capacidade de carga;
Cargas atuantes nas estacas ou tubulões, inclusive cargas horizontais e
de tração;
Numeração dos blocos e numeração das estacas ou tubulões por bloco;
Outras informações necessárias para o perfeito entendimento do projeto.
A planta de locação para fundações diretas deve conter os seguintes
elementos:
Cargas atuantes;
Pressão admissível no terreno;
Cota de assentamento das funções;
Localização de sondagens e ensaios geotécnicos;
Numeração dos elementos de fundação;
Outras informações necessárias para o perfeito entendimento do projeto.
3.1.2 Formas
Os desenhos de formas devem conter os seguintes elementos:
Resistência característica do concreto à compressão – fck;
Espessura do lastro de concreto estrutural e magro;
Volume de concreto estrutural e magro;
Área de formas;
Detalhes de juntas de dilatação e de retração, quando houver;
157
Locação, quantidade e detalhes de fixação dos chumbadores e peças
embutidas no concreto, quando houver;
Outras informações necessárias para o perfeito entendimento do projeto.
3.1.3 Armaduras
Os desenhos de armaduras devem conter os seguintes elementos:
Tipos dos aços empregados;
Localização e detalhes de emendas;
Tabela de armadura;
Quadro resumo de armadura;
Cobrimento da armadura;
Outras informações necessárias para o perfeito entendimento do projeto.
3.2 MEMORIAL DESCRITIVO
O memorial descritivo deve complementar as informações técnicas contidas
nos desenhos e conter os seguintes elementos:
Sumário;
Descrição do projeto;
Especificação dos materiais a serem empregados;
Recomendações para execução das fundações e respectivo controle;
Programação das provas de carga;
Recomendações para tratamento de proteção das fundações em meio
agressivo;
Outras informações necessárias para o perfeito entendimento do projeto.
3.2.1 Especificações das Fundações
Para a perfeita identificação dos materiais, equipamentos e serviços previstos
no projeto de fundações, as especificações deverão discriminas as características
necessárias e suficientes ao desempenho requerido.
158
Além da definição das condições de acesso à obra, da indicação dos
cuidados com construções vizinhas e dos tratamentos a serem realizados nos
taludes de escavação, as especificações deverão conter, basicamente, as
características abaixo discriminadas, quando procedentes.
3.2.1.1 Fundações diretas
Local;
Tipo;
Método de escavação;
Método de rebaixamento do lençol freático;
Tensões admissíveis nas cotas de assentamento;
Características de compactação de eventuais aterros e reaterro.
3.2.1.2 Fundações profundas ou estacas
Local;
Tipo;
Método executivo;
Tipo de escavação para execução dos blocos de coroamento;
Método de rebaixamento do lençol freático;
Dimensões das estacas;
Carga de trabalho;
Materiais utilizados;
Sistemas auxiliares necessários para cravação das estacas;
Seqüência de operações de execução do estaqueamento;
Características físico-químicas dos elementos auxiliares para perfuração
(estacas escavadas);
Período de execução e intervalos de tempo máximos entre operações
sucessivas (escavação, limpeza e concretagem);
Tolerância quanto à locação, verticalidade e outras durante a execução ou
escavação da estaca;
159
Freqüência de amostragem dos materiais componentes das estacas e
tipos de ensaios;
Condições de execução e quantidade das provas de carga em função do
volume de serviço;
Negas e critérios para sua determinação.
Para estacas pré-moldadas de concreto e estacas de aço:
Tipo de transporte;
Medidas de proteção;
Metodologia de carga e descarga;
Condições de armazenamento;
Identificação de lotes;
Relação de documentos necessários para p recebimento das estacas.
3.2.1.3. Fundações por tubulões
Local;
Tipo;
Método executivo;
Tipo de escavação para execução dos blocos de coroamento;
Método de rebaixamento do lençol freático;
Dimensões do tubulão;
Carga de trabalho;
Materiais utilizados;
Resistência do concreto (fck);
―slump‖;
Metodologia de escavação dos tubulões (céu aberto ou ar comprimido);
Características do revestimento ou camisa e respectivos cuidados
executivos;
Seqüência de execução dos tubulões;
Tolerância quanto à locação, verticalidade e outras, durante a execução;
Freqüência da amostragem dos materiais componentes do tubulão e tipos
de ensaios;
160
Condições de execução e quantidade de provas de carga, em função do
volume de serviço.
3.3. MEMORIAL DE CÁLCULO
Deve ser apresentado de forma clara, legível, com a citação de códigos e
normas adotas, e assinado pelo profissional responsável pela elaboração do projeto.
Deve conter os seguintes elementos:
Descrição sumária do tipo de fundação e justificativa de sua adoção;
Hipóteses de carregamento (combinação de cargas);
Cargas adotadas e pressões admissíveis no solo;
Justificativa (cálculo) dos comprimentos adotados para estacas e tubulões,
nos casos em que sejam adotados esses tipos de fundação;
Cálculo estático e dimensionamento de concreto armado;
Outras informações necessárias para perfeito entendimento do projeto.
26.3 PROJETO DE INSTALAÇÕES HIDRO-SANITÁRIAS E ÁGUAS FLUVIAIS
1 OBJETIVO
O presente memorial tem a finalidade de passar diretrizes sobre as formas
que serão apresentadas os projetos hidráulicos sanitários. Estes deverão apresentar
soluções de abastecimento, reserva e distribuição de água fria a para os sistemas de
coleta, condução e destinação de esgotos sanitários e águas pluviais.
As instalações deverão ser dimensionadas e projetadas com folga suficiente
para garantir o funcionamento dos sistemas com conforto, facilidade de manutenção
e segurança, prevendo inclusive um pequeno aumento da população de usuários,
entretanto, sem provocar grandes distorções de custos operacionais ou de limpeza e
manutenção.
O projeto deverá ser aprovado na SANEPAR – Companhia de Saneamento
do Paraná.
161
Deverá também ser apresentado o orçamento quantitativo dos materiais a
serem utilizados para execução do projeto de instalações hidro-sanitárias e águas
pluviais.
O projeto de instalações hidro-sanitárias e águas pluviais deverá estar
compatibilizado com os demais projetos: arquitetônico, fundações, estrutural, elétrico
e outros necessários.
2 DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA
Os projetos devem atender a toda legislação específica nos níveis Federal,
Estadual e Municipal, assim como às normas das Concessionárias de Serviços
Públicos locais. No mesmo sentido, os projetos devem obedecer às normas técnicas
pertinentes da ABNT.
Normas ABNT:
o NBR 5626-98 – Instalações Prediais de Água Fria;
o NBR 8160-99 – Instalação Predial de Esgoto Sanitário;
o NBR 10844/89 – Instalações Prediais de águas Pluviais.
Códigos, Leis, Decretos, Portarias e Normas Federais, Estaduais e
Municipais, inclusive normas de concessionárias de serviços públicos;
Instruções e Resoluções dos Órgãos do Sistema CREA-CONFEA;
Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho.
3 ÁGUA FRIA E ÁGUA QUENTE
O projeto das instalações de água fria deverá possuir os seguintes elementos
mínimos:
Planta de situação da edificação das aduções (ramal de alimentação de
rede pública ou poço profundo).
Plantas de todos os pavimentos, com representação dos reservatórios
(cisterna e caixa d’água), barriletes, prumadas, ramais, redes e pontos de
consumo/atendimento, com especificações dos materiais e diâmetro das
tubulações.
Esquemas verticais das instalações (cortes).
162
Detalhamento das áreas molhadas, com especificação genérica do nível
das peças utilizadas para ligação dos principais pontos de consumo (bacia
sanitária, mictório, lavatório, pia de cozinha, torneira de lavagem,
chuveiros, registros gerais, etc).
Detalhamento das instalações especiais, caso necessário, estação
redutora de pressão, filtros pressurizadores, etc.
Especificações para Suportes (material, tipo, dimensões e características
da fixação).
Esquema isométrico geral e/ou vistas de cada área molhada, com
indicação das cotas verticais horizontais e as características das
conexões, metais e válvulas (material, tipo e diâmetro nominais);
Planta de locação e dimensões dos furos necessários na estrutura em
concreto armado.
Especificações das Bombas Hidráulicas (tipo, vazão, altura manométrica
de sucção, recalque e total), conexões (união, registros, etc.) e
acionadores.
Especificações para aquecedor de água (tipo: elétrico, gás ou solar;
capacidade de acumulação, temperatura desejada, acessórios
necessários).
Especificações dos isolamentos térmicos (materiais, espessura, proteção
contra infiltração).
Memorial descritivo.
Quantitativo de materiais.
4 ESGOTO
O sistema de esgoto deverá obrigatoriamente seguir a filosofia do sistema
separado absoluto, ou seja, não será admitida a interligação com o sistema de
águas pluviais.
O Projeto deverá conter, no mínimo, os seguintes elementos:
Esquemas verticais das instalações (cortes), indicado os componentes
do sistema e suas interligações.
163
Especificações para Suportes (material, tipo, dimensões e
características da fixação).
Especificação para Aparelhos e acessórios Sanitários (tipo e
classificação).
Plantas, em escala conveniente, dos ambientes sanitários, com a
indicação do encaminhamento das tubulações, prumadas, cotas
horizontais e características das conexões.
Detalhamento dos sistemas especiais, recalques, fossa séptica,
sumidouro, caixas de passagem, etc. (tipo, dimensões físicas e formas e
elementos componentes e acessórios), caso existam.
Planta de locação e dimensões dos furos necessários na estrutura em
concreto armado.
Especificações para Aparelhos e acessórios Sanitários (tipo e
classificações).
Memorial descritivo.
Quantitativo de materiais.
Deverão ser projetados, especificados e detalhados todos os dispositivos de
fixação, ancoragem e suspensão de tubulações.
5 ÀGUAS PLUVIAIS
As instalações do sistema de captação, condução e disposição das águas
pluviais deverão seguir a filosofia do sistema separador absoluto, ou seja, não será
admitida a interligação ou a interseção com o sistema de esgoto. Esse projeto
deverá incluir a solução de todas as drenagens que eventualmente se façam
necessárias na edificação e seu entorno,incluindo toda a área do lote onde será
construída a edificação.
Deverão ser projetados e especificados as captações, conduções e
disposições de águas de chuva incidentes sobre os telhados lajes
impermeabilizadas, terraços, floreiras e jardins (convenientemente separadas dos
sólidos por mantas permeáveis ou outros processo mecânicos).
164
As caixas de passagem projetadas deverão estar localizadas dentro de
limites máximos de distância de forma a facilitar a limpeza e desentupimento das
tubulações.
A instalação deverá ser projetada considerando-se o índice pluviométrico da
localidade ou região próxima, tomando-se por base o período de retorno (T),
conforme o estabelecido abaixo:
T = 1 ano,para áreas pavimentadas, onde empoçamentos possam ser
tolerados;
T = 5 anos, para coberturas e/ou terraços;
T = 25 anos, para coberturas e áreas onde empoçamento ou
extravasamento não possa ser tolerado.
O projeto deverá conter, no mínimo, os seguintes elementos:
Planta das calhas, rufos, condutores verticais e horizontais, com
especificações dos materiais, diâmetros, encaminhamento das
tubulações e características das conexões.
Especificações para Suportes (material, tipo, dimensões e
características da fixação).
Especificações das calhas (dimensões, formas, materiais, etc.) e
detalhamento da pintura (classificação da tinta, proteção, espessura da
película, demãos).
Esquemas verticais das instalações (cortes), indicando os
componentes do sistema e suas interligações.
Detalhamentos necessários à perfeita execução do projeto;
Planta de locação e dimensões dos furos necessários na estrutura em
concreto armado.
Memorial descritivo.
Quantitativo de materiais.
6 Memorial Descritivo
No memorial descritivo, de acordo com a lei nº 8.666/93, sobre Licitações e
Contratos administrativos, é vedado incluir especificação sem similaridades de
marcas, ou com características e especificações exclusivas no objeto da licitação, a
não ser quando for tecnicamente justificável, não se admitindo assim preferência por
165
marcas. Assim sendo, as especificações devem ser bem detalhadas, incluindo as
exigências consideradas necessárias, mas tomando-se cuidado de não restringir a
competitividade da licitação. Recomendamos, então, que as especificações técnicas
sejam apresentadas de acordo com as exigências da lei, e quando a referência à
marca for imprescindível para caracterizar o que se pretende, esta deverá ser feita
com no mínimo 3 (três) marcas de referência, além da citação ou similar equivalente
dentro do mesmo padrão de qualidade.
O projeto deverá ser acompanhado de orientações quanto ao uso, operação e
conservação, de forma a não deixar dúvida e garantir um bom desempenho da obra
e dos equipamentos nela instalados. O memorial descritivo deverá conter no mínimo
os seguintes itens na ordem indicada a seguir:
Objeto com descrição sumária da obra (sinalização, dimensões, finalidade,
população beneficiada, etc.);
Sistema construtivo (justificativa e soluções adotadas);
Normalização;
Mobilização, instalação e desmobilização;
As especificações técnicas para cada projeto, na ordem apresentada neste
termo de referência, constando no mínimo de:
o Materiais a serem empregados;
o Aplicações dos materiais e cuidados especiais;
o Eventuais ensaios;
o Cuidados com manutenção;
o Descrição de acabamento;
Manuseio e armazenagem dos materiais.
26.4 PROJETO DE PREVENÇÕES E COMBATE AO INCÊNDIO
1 OBJETIVO
O presente memorial tem a finalidade de passar diretrizes sobre as formas
que serão apresentadas os projetos de prevenção contra incêndios.
166
O projeto deverá ser elaborado levando-se em conta a garantia das condições
mínimas de segurança contra incêndio, no caso da ocorrência de algum sinistro,para
os ocupantes da unidade habitacional.
No caso de projetos com utilização de hidrantes, deverá ser dada preferência
para alimentação do sistema por gravidade pois isto elimina a utilização de conjunto
motobombas, bombas auxiliares, tanques de pressão, etc, conseqüentemente
dispensado sua manutenção.No caso da necessidade de utilização destes
equipamentos, discriminá-los e detalhá-los adequadamente em projeto.
O projeto deverá ser aprovado pelo CORPO DE BOMBEIRO DO ESTADO
DO PARANÁ.
Deverá também ser apresentado o orçamento quantitativo dos materiais a
serem utilizados para execução do projeto das instalações de prevenção contra
incêndios.
O projeto das instalações de prevenção contra incêndios deverá estar
compatibilizado com os demais projetos: arquitetônico, fundações, estrutural, hidro-
sanitárias e águas pluviais, elétrico e outros necessários.
2 EXIGÊNCIAS DO PROJETO
Os projetos de prevenção de incêndio deverão ser elaborados por profissional
habilitado e conformidade com as normas pertinentes da ABNT ou similares
contendo o seguinte:
Normas ABNT:
o NBR 5629 – Estruturas Ancoradas no Terreno – Ancoragens
Injetadas no terreno – Procedimento;
Planta de situação, na escala adequada, com:
o Todos os esclarecimentos necessários à interpretação inicial da
edificação indicando inclusive cotas e afastamentos;
o Posicionamento das fontes de suprimento d’água;
o Posicionamento do hidrante de recalque;
o Posicionamento da central de gás combustível (GLP,GN, etc);
167
Plantas de todos os pavimentos na escala: 1:50, 1:75 ou 1:100, com:
o Denominação dos compartimentos;
o Demarcação do equipamento preventivo móvel e fixo;
o Reservatórios d’água;
o Central de gás combustível, com todos os elementos que indiquem
sua adequação às disposições deste código;
o Escadas e vias de abandono com todas as especificações
necessárias;
Planta de implantação geral do sistema de proteção por hidrantes, quando for
necessário, na escala adequada;
Corte esquemático ou isométrico do sistema de proteção por hidrantes, em
escala adequada, com as especificações necessárias;
o Colocação dos extintores;
o Abrigos para mangueiras;
o Hidrantes;
o Ligação da moto-bomba ao reservatório d’água, discriminando
todos os aparelhos e conexões utilizadas;
o Hidrante de recalque;
Detalhes da construção de central de gás combustível; (em escala
adequada).
Deverá ser informado o tipo de acionamento do motor da bomba elétrica
(se por botoeira do tipo ―liga-desliga‖ ou por sistema automático de fluxo).
Detalhes do sistema de ventilação forçada das escadas enclausuradas (se
utilizado).
Memorial descritivo.
Quantitativo de materiais.
3 Memorial Descritivo
No memorial descritivo, de acordo com a lei nº 8.666/93, sobre Licitações e
Contratos administrativos, é vedado incluir especificação sem similaridades de
marcas, ou com características e especificações exclusivas no objeto da licitação, a
não ser quando for tecnicamente justificável, não se admitindo assim preferência por
168
marcas. Assim sendo, as especificações devem ser bem detalhadas, incluindo as
exigências consideradas necessárias, mas tomando-se cuidado de não restringir a
competitividade da licitação. Recomendamos, então, que as especificações técnicas
sejam apresentadas de acordo com as exigências da lei, e quando a referência à
marca for imprescindível para caracterizar o que se pretende, esta deverá ser feita
com no mínimo 3 (três) marcas de referência, além da citação ou similar equivalente
dentro do mesmo padrão de qualidade.
O projeto deverá ser acompanhado de orientações quanto ao uso, operação e
conservação, de forma a não deixar dúvida e garantir um bom desempenho da obra
e dos equipamentos nela instalados. O memorial descritivo deverá conter no mínimo
os seguintes itens na ordem indicada a seguir:
Objeto com descrição sumária da obra (sinalização, dimensões, finalidade,
população beneficiada, etc.);
Sistema construtivo (justificativa e soluções adotadas);
Normalização;
Mobilização, instalação e desmobilização;
As especificações técnicas para cada projeto, na ordem apresentada neste
termo de referência, constando no mínimo de:
o Materiais a serem empregados;
o Aplicações dos materiais e cuidados especiais;
o Eventuais ensaios;
o Cuidados com manutenção;
o Descrição de acabamento;
Manuseio e armazenagem dos materiais.
26.5 PROJETO ELÉTRICO-COMUNICAÇÃO-DADOS-ALARMES-SPDA
1 OBJETIVO
O objetivo das disposições técnicas que apresentamos, visa fixar as
condições para a elaboração e o fornecimento de projetos: elétricos, de lógica e
telefonia (comunicação e dados), para a execução de obras e serviços de
169
engenharia a serem realizados no âmbito da Universidade Federal do Paraná -
UFPR.
2 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ELÉTRICO / TELEFÔNICO
2.1 DISPOSIÇÕES GERAIS
O projeto de instalações elétricas, de telecomunicações internas (telefonia,
centrais privadas de comutação telefônica, música ambiente, transmissão de dados
e outros serviços conectados à rede pública), de telecomunicações internas
(interfones, sinalizações internas, antenas coletivas ou outros serviços não
conectados à rede pública) e de pára-raios deverá obedecer:
Para a execução dos serviços devem ser seguidas as normas listadas abaixo, sendo
obrigatórias as normas da ABNT e os Manuais de Obras Públicas.
Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade – ABNT NR 10:2004;
Execução de Instalações Elétricas de Baixa Tensão – ABNT NBR 5410:2004;
Iluminação de Interiores – ABNT NBR 5413:1992;
Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas – ABNT NBR 5419:2005;
Plugues e Tomadas até 20 A/250V-Padronização – ABNT NBR 14136:2002;
NBR IEC 60439-1/2003 - Conjuntos de manobra e controle de baixa tensão –
Parte 1;
NBR IEC 60439-2/2004 - Conjuntos de manobra e controle de baixa tensão –
Parte 2;
NBR IEC 60439-3/2004 - Conjuntos de manobra e controle de baixa tensão –
Parte 3;
Regulamentação para Etiquetagem Voluntária de Nível de Eficiência Energética
de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos – INMETRO/PROCEL;
Normas Técnicas de Rede de Telefone Interno da TELEBRÁS;
Manual de Tubulações Telefônicas e Redes Internas em Edificações;
Procedimento Básico / Elaboração de Projetos e de Cabeamento de
Telecomunicações – ABNT NBR 14565:2007.
Commercial Building Standard for Telecommunications Pathways and Spaces –
EIA / TIA 569;
170
Commercial Building Telecommunications Wiring Standard – EIA / TIA 568-A;
Commercial Building Grounding / Bonding Requirements – EIA / TIA
607.DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS NO SISTEMA DE ENERGIA
Padrão Ethernet/IEEE 802.3
E ainda:
aos dispositivos legais Federal, Estadual e Municipal;
aos regulamentos das respectivas concessionárias;
às normas internacionais, na falta das correspondentes da ABNT;
aos critérios, instruções, recomendações e especificações da UFPR;
estar compatibilizado com os demais projetos especializados referentes
à mesma edificação;
2.2 ETAPAS DE ELABORAÇÃO
2.2.1 ESTUDO PRELIMINAR - representação gráfica da concepção dos projetos em
escalas adequadas e forma simplificada:
2.2.1.1. Dimensionamento da Demanda;
2.2.1.2. Definição da interligação a Prumada de Serviço;
2.2.1.3. Posição dos Quadros / Caixas de Passagem;
2.2.1.4. Marcação dos Pontos de Utilização;
2.2.1.5. Cálculo de Luminotécnica;
2.2.1.6. Iluminação de Emergência;
2.2.1.7. Sistema de Recepção de TV e Sistema de Segurança;
2.2.1.8. Antena / Entrada;
2.2.1.9. Estudo de Aeração ou Tratamento de Ar (Tipo / Local);
2.2.1.10. Análise dos Elementos Existentes e/ou Conhecidos
2.2.1.11. Encaminhamento ao Coordenador, para ser Analisado e depois
devolvido com as devidas Observações;
2.2.2. ANTEPROJETO - é a solução geral, possibilitando clara compreensão da
obra, em desenhos elaborados e em escalas convenientes;
2.2.2.1. Confirmação de Entradas, Prumadas;
2.2.2.2. Distribuição;
171
2.2.2.3. Dimensionamento de Quadros e Caixas de Passagens;
2.2.2.4. Definição das Transições;
2.2.2.5. Dimensionamento de Dutos, Equipamentos e Suas Potências para
Tratamento de Ar;
2.2.2.6. Encaminhamento do Trabalho ao Coordenador, para ser analisado e
depois devolvido com as devidas Observações.
2.2.3. PROJETO EXECUTIVO (definitivo) - é o conjunto que irá complementar as
informações necessárias à licitação e a edificação da obra como um todo.
Deverá ser apresentado com: memorial descritivo, relação qualitativa e
quantitativa dos materiais empregados, em escalas adequadas, com os
detalhes necessários e suficientes para a perfeita compreensão na execução
da obra, e serem devidamente aprovados pelas respectivas concessionárias.
Compreende também a entrega, quando previsto do Orçamento Quantitativo
com preços dos materiais e serviços.
2.2.4. DESENHOS - a apresentação dos desenhos será de acordo com o item
―Representação Gráfica‖ do Caderno de Projetos.
3 DIRETRIZES PARA PROJETO ELÉTRICO / TELEFÔNICO
3.1 Requisitos
3.1.1. consulta às concessionárias;
3.1.2. projeto legal arquitetônico;
3.1.3. anteprojeto estrutural;
3.2. Parâmetros Técnicos de Projeto (no que couber ao projeto de reforma e
adequação a situação existente);
3.2.1. tipo de alimentação:
- alta tensão
- baixa tensão
- subterrânea
172
3.2.2. pré-dimensionamento de:
- cabine
- seccionadora
- potência dos equipamentos
- tipo de iluminação
- sala do gerador
- sala de distribuição geral - prumadas / shafts
4 CHECK-LIST PARA PROJETO ELÉTRICO / TELEFÔNICO
4.1. Quadros
4.1.1. medição de bombas de incêndio;
4.1.2. medição geral;
4.1.3. quadros do edifício ( geral );
4.1.4. quadro do(s) elevador(es);
4.1.5. medição dos conjuntos ( quando for o caso );
4.1.6. quadros dos conjuntos;
4.1.7. quadros de áreas comuns dos pavimentos;
4.1.8. quadro detecção incêndio;
4.1.9. outros;
4.2. Quadros de Bombas
4.2.1. de recalque
4.2.2. de drenagem
4.2.3. de incêndio
4.2.4. outros
4.3. Pontos de Iluminação e Tomadas Comuns (quando a iluminação for conjugada
projetar quadro de comando )
4.3.1. no pavimento térreo
4.3.2. nos pavimentos 1 e 2
4.3.3. nos pavimentos 3 e 4
4.3.4. no pavimento tipo
173
4.3.5. na escada enclausurada
4.3.6. acessos
4.3.7. no barrilete
4.4. Iluminação de Emergência
4.4.1. tipo
4.4.2. gerador
4.4.3. escada enclausurada
4.4.4. hall dos pavimentos
4.4.5. hall do térreo
4.4.6. elevadores
4.4.7. outros
4.5. Iluminação Programada
4.5.1. corredores
4.5.2. outros
4.6. Iluminação de Sinalização
4.6.1. de cobertura
4.6.2. de acesso de veículos
4.6.3. de circulações
4.7. Indicação de Portões Abertos
4.8. Interruptores
4.8.1. simples
4.8.2. em paralelo
4.8.3. outros
4.9. Tomadas (pontos específicos)
4.9.1. freezer
4.9.2. geladeira
4.9.3. fogão
4.9.4. torneira elétrica
174
4.9.5. TV / som / vídeo
4.9.6. computador
4.9.7. chuveiro elétrico
4.9.8. outros
4.10. Energia Elétrica Específica para:
4.10.1. elevadores
4.10.2. alarme / segurança
4.10.3. circuito interno de TV
4.10.4. central de vídeo
4.10.5. fecho eletromagnético
4.10.6. vídeo porteiro
4.10.7. central privada de comutação telefônica
4.10.8. campainhas / cigarras (localização)
4.10.9. outros
4.11. Pára-Raios
4.11.1. captores
4.11.2. hastes
4.11.3. cabos de descidas
4.11.4. posição de descidas
4.11.5. aterramento
5 CHECK-LIST PARA PROJETO TELEFÔNICO / INTERFÔNICO
5.1. Telefone
5.1.1. central privada de comutação
5.1.2. pontos de telefone
5.1.3. telefone externo para portaria
5.1.4. telefone público
5.2. Interfone
5.2.1. central de interfone na portaria
5.2.2. porteiro eletrônico
5.2.3. fecho eletrônico
175
5.2.4. pontos de interfone
5.2.5. outros
6 CHECK-LIST PARA PROJETO DE TV / VIDEO
6.1. TV à Cabo
6.2. TV Coletiva
6.3. Circuito Fechado de CFTV
6.4. Outros
7 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE INFRA-ESTRUTURA ELÉTRICA
PARA REDES LOCAIS DE COMPUTADORES
7.1 DISPOSIÇÕES GERAIS
O projeto de Infraestrutura elétrica para Redes Locais de Computadores,
incluindo o sistema de Cabeamento e Aterramento, devem ser projetados em estrito
atendimento as Normas Técnicas, visando garantir o perfeito funcionamento dos
componentes do sistema e a integridade física dos seus usuários e, deverá
obedecer:
ABNT - NBR 5410/90: Instalações Elétricas de Baixa Tensão
ABNT NBR 5444/86 - NBR 5446/80 - NBR 5453/85 - Simbologia Gráfica
COPEL - NTC 9-01100: Fornecimento em Tensão Secundária de
Distribuição
COPEL - NTC 9-01110: Atendimento a Edifícios de Uso Coletivo
Normas e Regulamentações do Corpo de Bombeiro, referentes à
segurança e combate a incêndios
Recomendações dos fabricantes quanto a instalação de seus
equipamentos
As instalações devem serem projetadas de forma a possibilitarem uma
certa reserva para acréscimo de cargas futuras e alguma flexibilidade para pequenas
alterações.
176
Todos os pontos de utilização projetados, bem como os dispositivos de
manobra e proteção, deverão estar em locais perfeitamente acessíveis, que
permitam manobra adequada e eventuais manutenções.
7.2 DIMENSIONAMENTOS
7.2.1 Circuitos
a) O dimensionamento de um circuito, terminal ou de distribuição, deve seguir as
seguintes etapas:
a.1) Determinação da corrente de projeto
a.2) Escolha do tipo de condutor e sua maneira de instalar (escolha do tipo de
linha elétrica)
a.3) Determinação da seção pelo critério da "capacidade de condução de
corrente"
a.4) Verificação da seção pelo critério da "queda de tensão".
b) A seção dos condutores a ser adotada terá como resultado a maior seção
que atenda a todos os critérios acima, escolhendo-se o condutor padronizado
comercialmente, cuja seção seja igual ou superior à seção calculada.
c) No dimensionamento final dos circuitos, deverão ser levados em
consideração os fatores de correção da capacidade de corrente dos
condutores e também da queda de tensão verificada nos circuitos.
d) Cada circuito terminal deverá ter no máximo quatro tomadas de uso
específico e nunca exceder a 1200 VA, sendo uma fase, um neutro e um terra
com bitola mínima de 2,5 mm2.
e) Todos os circuitos deverão ser identificados, sendo gravado no espelho das
tomadas em baixo relevo com acabamento em massa de cor preta.
f) Para alimentação do equipamento No-Break e Rack’ s instalados na Sala de
Equipamentos ou em outros locais a serem definidos, deverá ser
disponibilizado dois circuitos independentes para cada um, sendo
considerado um como back-up.
177
g) Quando da existência de Quadro de Distribuição Estabilizado, deverão ser
disponibilizados dois circuitos exclusivos para alimentação do rack, sendo um
considerado como back-up.
h) Todo circuito de distribuição ou terminal deve possuir proteção adequada,
através de disjuntores.
i) Os circuitos deverão ser acondicionados em canalizações apropriadas e
exclusivas, conforme item "3.6".
j) Para cada ponto lógico, deverão existir no mínimo, duas tomadas elétricas, ou
quantidade maior, quando especificado no corpo do objeto técnico do Edital
ou orientação do coordenador do projeto da UFPR-CCE. As tomadas deverão
ser em baquelite preto com contato de latão do tipo 2P+T 25A/250V NEMA 5-
15R, com haste metálica zincada inteiriça com aterramento na haste,
contendo parafusos externos na base.
k) Em rack's distribuídos, deverá ser disponibilizada duas tomadas elétricas, em
circuitos independentes.
l) As tomadas deverão ser instaladas em caixa tipo duto-pop 2" x 4" com
espelho padrão duto-pop ou Sistema "X", e serem ligadas com F+N+T
conforme desenho abaixo (vista frontal):
m) As tomadas elétricas para cada ponto deverão, preferencialmente, serem
instaladas em uma única caixa tipo duto-pop.
n) As caixas duto-pop ou sistema "X" deverão ser fixadas com no mínimo 2
(dois) parafusos tipo S-6.
178
7.3 CONDUTORES
7.3.1. Todos os condutores deverão ser de cobre, flexíveis, com isolação de PVC,
podendo ser utilizado fio com revestimento ou cabos unipolares ou
multipolares.
7.3.2. As cores das isolações dos condutores devem ser as seguintes:
Fase: (A) vermelho (B) branco e (C) amarelo
Neutro: azul claro
Terra ou de proteção: verde ou verde raiado com amarelo
7.3.3. As seções dos condutores deverão obedecer o dimensionamento descrito nos
item 7.2.1. (―a" a ―d"), sendo que os valores mínimos são os seguintes:
Condutor fase: 2,5 mm2
Condutor neutro: deve possuir a mesma seção que os condutores fase.
Em nenhuma circunstância, o condutor neutro pode ser comum a vários
circuitos
Condutor de Proteção (PE - Protection to Earth): deve possuir a mesma
seção do condutor fase.
Observação importante: O condutor de proteção deverá ser próprio para cada
circuito e dependerá do esquema projetado de aterramento.
7.4 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO
7.4.1 Todos os circuitos deverão possuir proteção contra correntes de sobrecarga e
correntes de curtos-circuitos;
7.4.2. Os dispositivos de proteção devem ser dimensionados conforme a norma NBR
5410/90;
179
7.4.3. Deverão ser utilizados disjuntores termomagnéticos (contra curtos-circuitos e
sobrecargas) e disjuntores diferenciais-residuais (proteção das pessoas
contra choques elétricos) ;
7.4.4. Os disjuntores termomagnéticos em caixa moldada de material isolante,
monopolares, bipolares ou tripolares, são usados para proteção e manobra de
circuitos terminais ou de distribuição, montados em quadros de distribuição
padronizados.
7.4.5. Os disjuntores termomagnéticos devem ser fabricados conforme a NBR 5361
ou padrão europeu;
7.4.6. Em cada quadro de distribuição ou terminal, deverá ser instalado um disjuntor
geral mais um disjuntor diferencial-residual (dispositivo DR);
7.4.7. Os dispositivos de proteção à corrente diferencial-residual devem ser
fornecidos em módulos acoplados elétrica e mecanicamente a disjuntores
termomagnéticos, constituindo um único dispositivo;
7.4.8. O dispositivo DR deve ser fabricado em caixa moldada, conforme as normas
NBR 5361, NBR 8176 e IEC 157-1;
7.4.9. A corrente diferencial-residual nominal de atuação do dispositivo (IN) deve ser
igual ou inferior a 0,03A (alta sensibilidade);
7.4.10. Os disjuntores serão identificados junto ao espelho do quadro, através de
plaquetas acrílica de identificação
8 QUADROS ELÉTRICOS
8.1. Os quadros elétricos de distribuição ou terminal, deverão ser compostos de:
disjuntor geral mais um dispositivo DR, mais dispositivo de supressão contra
surtos de tensão (DPS), barramento de interligação das fases, disjuntores dos
circuitos terminais, barramento de neutro, barramento de proteção (terra),
180
estrutura (composta de caixa metálica, chapa de montagem dos componentes,
isoladores, tampa e sobretampa). Todos os barramentos devem ser de cobre
estanhado, isolados da carcaça.
8.2. Todos os quadros a instalar deverão ser do tipo sobrepor com porta e espelho.
8.3. As conexões nos barramentos dos quadros deverão ser feitas com conectores
ou bornes.
8.4. Deverá ser previsto dois quadros de distribuição, um para rede não estabilizada
e outra para pontos estabilizados via No-Break. Para No-Breaks de menos de
até 2 KVA não é necessário a instalação de um quadro estabilizado, caso em
que os equipamentos serão conectados diretamente às tomadas providas pelo
mesmo.
8.5.- Os quadros deverão ser dimensionados de maneira a acomodarem o disjuntor
geral mais o dispositivo DR, mais dispositivo de supressão contra surtos de
tensão (DPS), e os disjuntores dos circuitos que partem do quadro com uma
previsão de crescimento de 40% na quantidade dos circuitos. No circuito
estabilizado (no-break), deverá ser previsto a instalação de chave reversora de
3 posições.
8.6. A alimentação dos quadros para rede não estabilizada deverá ter origem do
quadro de distribuição geral da edificação, sendo protegido através de disjuntor
geral e seguindo as normas NBR 5410, sendo que o quadro de distribuição não
estabilizado alimentará o no-break e este o quadro de distribuição estabilizado.
8.7. Os quadros de distribuição e quadros terminais deverão ser localizados
preferencialmente em local onde a distância média dos seus circuitos seja a
menor possível e onde se concentram as maiores cargas.
8.8. Um quadro deverá atender somente aos circuitos existentes no mesmo
pavimento em que se encontra instalado.
181
8.9. A localização dos quadros deve obedecer a critérios, tais como: facilidade de
acesso, funcionalidade e segurança.
8.10. Todos os quadros deverão possuir identificação externa na sua porta frontal,
através de plaqueta de metal ou plástico, colada.
8.11. Em seu interior, no espelho, deverá ser identificado os circuitos correspondente
a cada disjuntor, através de plaqueta de metal ou plástico, colada. O espelho
interno deverá ser em policarbonato, com dobradiças e fecho rápido. O chassi
dos quadros de distribuição deverão ser do tipo industrial e em cor laranja,
conforme NR 26 do Ministério do Trabalho.
8.12. O projeto deverá deixar explícito que o quadro de distribuição não poderá ser
fornecido pré-fabricado (comercializado no mercado), devendo o mesmo vir
montado de fábrica, conforme projetado.
9 SISTEMA DE ATERRAMENTO
Sistema de aterramento - é o conjunto de todos os condutores e peças
condutoras com os quais é constituído um aterramento
Ambiente de Aterramento: é o local onde serão instalados os eletrodos de
terra, que podem ser localizados em solos úmidos, de preferência junto ao lençol
freático evitando-se, entretanto, locais nos quais possam ocorrer substâncias
corrosivas. Caso seja em solo arenoso, calcáreo ou rochoso, onde houver
dificuldade de conseguir-se o mínimo da resistência ohmica estabelecida neste
documento, será necessária uma compensação por meio de maior distribuição de
eletrodos, todos interligados radialmente por meio de condutores que circundem a
edificação, formando uma rede de hastes.
9.1. Deverá ser utilizado como eletrodo de aterramento, haste de cobre tipo
copperweld, com diâmetro de 19 mm (3/4") e 3 (três) metros de comprimento.
182
9.2. O condutor de aterramento que interliga as hastes deve ser de cobre nu, com
seção mínima de 50 mm2
9.3. Os eletrodos deverão estar interligados entre si através dos condutores de
aterramento, com solda tipo exotérmica
9.4. Cada eletrodo de aterramento deverá estar acomodado dentro de uma caixa de
inspeção de alvenaria nas dimensões 30x30x30 cm, com tampa removível de
concreto, devendo obrigatoriamente ser instalado um conector de medição.
9.5. O sistema de aterramento deverá possuir um poço de inspeção situado em local
acessível, combinado ao terminal de aterramento principal, desmontável com a
utilização de ferramenta mecânica, que tem por finalidade desligar o condutor
de aterramento e permitir a medição da resistência de aterramento do eletrodo.
9.6. A distância máxima entre os eletrodos de aterramento deve ser igual ao
comprimento da haste, normalmente 3 (três) m.
9.7. Os eletrodos e os condutores devem ficar afastados das fundações no mínimo
50 cm.
h) Caso exista qualquer outro aterramento, os mesmos deverão ser interligados com
cabo de seção igual a do cabo de maior seção encontrado em uma das
malhas, garantindo-se com isto a equipotencialidade do sistema.
9..8.- Caso exista qualquer outro aterramento, estes deverão ser interligados com
cabo de seção igual à malha de aterramento de maior seção. Isto garantirá a
equipotencialidade do sistema.
9.9.- Quando existirem diversas edificações com sistemas de aterramentos
individuais, interligadas através de cabos ópticos, não há necessidade de
interligação destes sistemas de aterramento.
183
9.10.- Todas as massas (carcaças metálicas de quadros de distribuição, eletrodos
metálicos, rack, caixas telefônicas para patch panel, etc.) deverão ser
aterrados, com o objetivo de garantir a proteção contra contatos indiretos.
9.11.- O cabo de aterramento principal deverá ser de bitola igual a do neutro, saindo
de um barramento de terra isolado da carcaça do quadro de distribuição e
sendo conectado ao conector de medição, sem emendas e/ou derivações.
9.12.- Deverá ser instalado mais um cabo de aterramento (secundário) com bitola no
mínimo imediatamente inferior para aterramento das massas sendo conectado
na carcaça do Quadro de Distribuição e indo direto ao conector de medição
sem emendas.
9.13.- Os cabos de aterramento principal e secundário deverão ser protegidos
mecanicamente em todo o seu trajeto, que compreende desde o quadro de
distribuição até o conector de medição, através de canalização apropriada.
9.14.- Cada eletrodo de terra, deverá ter resistência ohmica não superior a 2,5 ohms,
devendo ser medido individualmente.
9.15.- A resistência do conjunto de eletrodos da malha não deverá ultrapassar a 10
ohms em qualquer época do ano, medida com solo seco.
9.16.- Caso a resistência individual seja superior à estabelecida, recomenda-se
aprofundar a haste, sendo efetuada uma emenda com solda exotérmica do tipo
haste-haste.
9.17.- Caso a resistência do conjunto seja superior à estabelecida, recomenda-se
aumentar a malha de aterramento, aumentando o número de hastes.
9.18.- O sistema do edifício deverá satisfazer o limite de 1 Volt rms de diferença de
potencial de terra e uma baixa resistência entre qualquer dois terras na rede.
10 CANALIZAÇÕES
184
Os diversos tipos de condutos que podem ser utilizados para a passagem do
cabeamento interno aparente são: canaletas, eletrodutos, perfilados e eletrocalhas.
Para os condutos a serem instalados, deverá ser obedecido:
10.1. Deverá possuir um eixo primário de distribuição em perfilados ou eletrocalha,
quando possível, com descidas perpendiculares e derivações através de tubos,
canaletas, caixas e demais complementos em PVC. Estas descidas,
obrigatoriamente devem serem feitas em cantos de paredes.
10.2. O percurso das canalizações deverá ser o mais retilíneo possível e sempre
obedecendo a estética do ambiente.
10.3. O dimensionamento das canalizações deverá ser feito de forma a deixar 50%
de espaço livre, após a passagem de todo o cabeamento.
185
10.4. Todas as canalizações devem ser adequadamente fixadas, através de fixações
apropriadas, de modo a constituírem um sistema de boa aparência e de
firmeza para suportar o peso dos cabos.
10.5. Todo o cabeamento deverá estar dentro de canalizações, não sendo permitido
cabeamento exposto.
10.6. Dentro de um mesmo trecho, não poderá passar outros cabos que não sejam
do sistema elétrico.
10.7. As canalizações para cabeamento lógico e elétrico, deverão ser planejadas de
maneira a ser evitado o cruzamentos entre elas.
10.8. Em situações onde não é possível evitar o cruzamento em ângulo de 90o,
deverá ser utilizado acessório tipo "desvio simples" ou "desvio duplo".
10.9. As canalizações não podem contornar portas e janelas.
10.10. As canalizações sempre devem ser perpendiculares ou paralelas ao piso.
10.11. Quando da necessidade de perfurar piso, laje e/ou paredes para a passagem
de canalizações, esta perfuração deverá ser feita do tamanho o mais próximo
do diâmetro da canalização. Qualquer perfuração maior, deverá ser
recomposta a superfície perfurada, com o mesmo material e cor.
10.12. O material das eletrocalhas e perfilados devem ser de aço galvanizado ou
esmaltado, ou de alumínio.
10.13. Eletrocalhas ou perfilados deverão ser fixados a uma distância do teto de pelo
menos 20 cm de sua parte superior. Não devem ser utilizadas eletrocalhas com
dimensões inferiores a 200 x 75 mm.
10.14. Todas as peças de eletrocalha e perfilados devem ser isentas de arestas
ponteagudas e demais obstáculos que possam danificar a isolação dos cabos.
186
10.15. As canaletas a serem utilizadas devem ser de PVC não anti-chama, tendo
como ordem de preferência:
Canaleta de PVC 20x10 mm, cor bege, tipo Sistema X para alcançar pontos
elétricos em parede
Canaleta de PVC 50x20 mm, cor bege, tipo Sistema X, para passagem aparente
do cabeamento, conforme quantidade e cabeamento a passar
Canaleta de PVC 110x20 mm, cor bege, tipo Sistema X, para passagem
aparente do cabeamento, conforme quantidade e cabeamento a passar (onde
não for possível a utilização da canaleta 50x20 mm)
Canaleta de PVC 30x30 mm, cor cinza, para passagem aparente do
cabeamento, conforme quantidade e cabeamento a passar
Canaleta de PVC 80x50 mm, cor cinza, para passagem aparente do
cabeamento, conforme quantidade e cabeamento a passar
Canaleta de PVC 20x10 mm, cor cinza, duto-piso para alcançar pontos elétricos
em piso
10.16. As canaletas devem ser cortadas perpendicularmente ao eixo, retirando-se
cuidadosamente todas as rebarbas.
10.17. Para emendas, arremates e terminações de canaletas, deverá ser utilizado o
mata-juntas.
10.18. Os eletrodutos a serem instalados devem ser de PVC não propagante a
chamas, rígidos ou flexíveis, roscáveis ou soldáveis.
10.19. Caixas de derivação ou passagem devem ser utilizadas quando haja trechos
contínuos retilíneos de eletrodutos maiores que 15 metros, sendo que, nos
trechos com curvas, essa distância deve ser reduzida de 3 (três) metros para
cada curva de 90o.
187
10.20. Em cada trecho de eletroduto, entre duas caixas, podem ser previstas, no
máximo, três curvas de 90o. Em nenhuma hipótese, podem ser previstas
curvas com deflexão superior a 90o.
10.21. As caixas devem ser instaladas em lugares facilmente acessíveis e devem
ser providas de tampas.
10.22. Os eletrodutos flexíveis não podem ser emendados de forma alguma.
10.23. O sistema subterrâneo deverá prever no projeto, todo o cabeamento de infra-
estrutura, tai como: abertura, fechamento, acabamento do asfalto ou pavimento
existente (serviços de engenharia civil). Caso o meio ambiente seja danificado,
a empresa executora deverá refazer o serviço no sentido de sua recuperação.
11 DESENVOLVIMENTO DE PROJETO DE INTERCONEXÃO DE REDES LOCAIS
DE COMPUTADORES ATRAVÉS DE FIBRA ÓPTICA
11.1. Disposições Gerais
O projeto de Infraestrutura de Fibra-Ótica para Redes Locais de
Computadores, deve ser projetado em estrito atendimento a Norma Técnica EIA/TIA
568 e redes padrão ETHERNET, visando garantir o perfeito funcionamento dos
componentes do sistema.
Recomendações dos fabricantes quanto a instalação e conexão a
equipamentos.
As instalações devem serem projetadas de forma a possibilitar uma certa
reserva para acréscimo de ligações e conexões de pontos, permitindo flexibilidade
para alterações.
11.2. Requisitos Mínimos
188
11.2.1. O cabo óptico a ser utilizado deve ser constituído por fibras ópticas do tipo
multimodo, com fibra de diâmetro de 62,5/125m, com revestimento primário
em acrilato e protegidas por tubo de material termoplástico, não propagante
à chama.
11.2.2. O comprimento de onda a ser utilizado para a potência óptica deve ser de
850 nm.
11.2.3. Cada cabo deve conter no mínimo 4 fibras (ou quantidade maior, quando
definido pela fiscalização da UFPR), todas elas devidamente conectadas
para uso imediato.
11.2.4. Para uso externo em canalizações subterrâneas (duto) ou aéreo espinado
em cabo, o cabo óptico deverá ser do tipo geleado, para evitar a
penetração de umidade. Quando for necessário passar cabo óptico aéreo,
deverá ser utilizado tipo auto-sustentável e geleado.
11.2.5. Em caso de previsão de passagem de cabo por postes da COPEL, deverá
ser indicado, a necessidade de ser obtida autorização expressa da
mesma, bem como respeitar suas normas.
11.2.6. Deverão ser indicados nos projetos a necessidade de ser providenciada
autorizações dos Órgãos competentes (por exemplo: Prefeitura Municipal),
se necessário, para execução quando da realização das obras.
11.2.7. Os cabos ópticos de uso externo não podem serem utilizados em ambientes
internos, podendo penetrar na edificação, somente até 15 metros para
atingir o DIO - Dispositivo Interno Óptico.
11.2.8. Para o caso de instalações cuja distância ultrapasse o especificado, deverá
ser ajustado, com a fiscalização da UFPR, a utilização de uma nova
localização para o DIO.
189
11.2.9. Todo cabo óptico, instalado em locais acessíveis (rack, DIO, etc.) deverão
possuir etiquetas com tamanho mínimo de 2x5 cm de cor amarela,
identificando-o como cabo óptico.
11.2.10. A interligação entre os segmentos de rede deverá ser feita sempre através
de portas FOIRL padrão IEEE 802.3 10BaseF com conectores do tipo ST
ou porta AUI padrão IEEE 802.3 10Base5 com conector DB-15 FÊMEA
(adaptada conforme Item "k"), em equipamentos concentradores, em cada
um dos segmentos a interligar. No caso da inexistência destes tipos de
portas, poderão ser utilizadas outras.
11.2.11. Na conexão através de portas que não sejam as específicas para fibra
óptica, deverão ser utilizados transceivers para conversão daquele tipo
para porta FOIRL padrão IEEE 802.3 com conectores ST. Tal transceiver
deve permitir uma taxa de transmissão mínima de 10 Mbps (dez Mega bits
por segundo).
11.2.12. Em cada um dos segmentos de rede a interligar e junto ao equipamento,
que conterá a conexão com a fibra, deverá existir um painel de distribuição
para fibras ópticas (DIO), para rack de 19" ou de parede, com os seguintes
requisitos:
Capacidade de armazenar, no mínimo 6 conectores do tipo ST;
Manter um raio de curvatura mínimo da fibra óptica de no mínimo 30 mm
(milímetros);
Capacidade de armazenar no mínimo 1 metro de cabo de 6 fibras.
11.2.13. A conexão entre o DIO e as portas FOIRL padrão IEEE 802.3 10BaseF
deve ser feita através de cordão óptico duplex constituído por dois cordões
monofibra paralelos do tipo multimodo, com conectores do tipo ST nas
pontas.
11.2.14. Para conexões de fibra óptica que atenderão somente um ponto de rede,
poderá ser utilizado terminador óptico no lugar de DIO.
190
11.2.15. O comprimento máximo do cabo de fibra óptica entre repetidores deve ser
de 2.000 m (dois mil metros).
11.2.16. Na utilização de tubulação subterrânea para a passagem de cabos ópticos,
o diâmetro desta tubulação deverá ser de 50 mm.
11.2.17.- Deve ser utilizado eletrodutos de PVC rígido ou eletrodutos corrugados
para canalização subterrânea.
11.2.18. O número máximo de curvas deve ser dois e estas não podem ter deflexão
acima de 90° .
11.2.19. O comprimento máximo do lance da tubulação é dado pela tabela a seguir:
Lances Comprimento Máximo
Retilíneos 60 metros
Com uma curva 50 metros
Com duas curvas 40 metros
11.2.20. Em caso de termos mais de 2 curvas ou um lance maior que o permitido,
deverá ser instalado caixas de passagem do tipo R1, com dimensões de
60x35x50 cm.
11.2.21. A canalização para a passagem de cabos ópticos tipo geleado não poderá
conter cabos elétricos.
11.2.22. Deverão ser observadas todas as normas e procedimentos da TELEBRÁS,
quando aplicáveis.
191
11.2.23. Quando da necessidade de ser instalada tubulação para fibra óptica fixada
em paredes externas, deverá ser utilizada tubulação de ferro galvanizado,
a qual deverá ser devidamente aterrada.
11.2.24. Na junção da tubulação que desce/sobe do edifício e da tubulação
subterrânea, deverá ser instalada uma caixa R1.
11.2.25. Todo o cabeamento deverá estar dentro de canalizações, não sendo
permitido cabeamento exposto.
11.2.26. Quando da necessidade de perfurar piso, laje e/ou paredes para a
passagem de canalizações, esta perfuração deverá ser feita do tamanho o
mais próximo do diâmetro da canalização. Qualquer perfuração maior,
deverá ser recomposta a superfície perfurada, com o mesmo material e
cor.
11.2.27. Certificação do link óptico (testes de perda de potência óptica no link),
fornecidos pela empresa prestadora do serviço. Os testes deverão
apresentar um valor inferior a 4 dB/km.
11.3 Memorial Descritivo
No memorial descritivo, de acordo com a lei nº 8.666/93, sobre Licitações e
Contratos administrativos, é vedado incluir especificação sem similaridades de
marcas, ou com características e especificações exclusivas no objeto da licitação, a
não ser quando for tecnicamente justificável, não se admitindo assim preferência por
marcas. Assim sendo, as especificações devem ser bem detalhadas, incluindo as
exigências consideradas necessárias, mas tomando-se cuidado de não restringir a
competitividade da licitação. Recomendamos, então, que as especificações técnicas
sejam apresentadas de acordo com as exigências da lei, e quando a referência à
marca for imprescindível para caracterizar o que se pretende, esta deverá ser feita
com no mínimo 3 (três) marcas de referência, além da citação ou similar equivalente
dentro do mesmo padrão de qualidade.
192
O projeto deverá ser acompanhado de orientações quanto ao uso, operação e
conservação, de forma a não deixar dúvida e garantir um bom desempenho da obra
e dos equipamentos nela instalados. O memorial descritivo deverá conter no mínimo
os seguintes itens na ordem indicada a seguir:
Objeto com descrição sumária da obra (sinalização, dimensões, finalidade,
população beneficiada, etc.);
Sistema construtivo (justificativa e soluções adotadas);
Normalização;
Mobilização, instalação e desmobilização;
As especificações técnicas para cada projeto, na ordem apresentada neste
termo de referência, constando no mínimo de:
o Materiais a serem empregados;
o Aplicações dos materiais e cuidados especiais;
o Eventuais ensaios;
o Cuidados com manutenção;
o Descrição de acabamento;
Manuseio e armazenagem dos materiais.
27- ORÇAMENTO QUANTITATIVO
27.1- De todos os projetos elaborados deverão ser apresentados uma Planilha de
Orçamento Quantitativo, levantando-se todas as quantidades de materiais e serviços
que deverão ser aplicados para a execução total da obra. A planilha de quantitativos
poderá ser individualizada por tipo de projeto (hidro-sanitário, elétrico, etc...), ou ser
única, compondo todos os projetos. Deverão compor a planilha de orçamento todos
os serviços pertinentes a execução dos serviços.
27.2.- Precisão no levantamento de quantitativos:
A CONTRATADA se obriga a proceder o levantamento de quantitativos para
a planilha orçamentária com um nível de precisão de 5% (cinco porcento), para mais
ou para menos, da quantidade real de materiais e serviços especificados nos
projetos executados, evitando-se ao máximo o ensejo de serviços extras na obra.
193
Salvo para aqueles serviços que dependam: de provas de cargas, de limites a serem
atendidos ou que os dados para elaboração dos projetos não sejam abrangentes a
tal ponto de prever a realidade com a execução na obra (ex: cravação de estacas)
28.- ORÇAMENTO BASE PARA LICITAÇÃO E CRONOGRAMA FÍSICO-
FINANCEIRO
28.1.- Componentes
A elaboração do orçamento base, deverá incluir todos os projetos: projeto
arquitetônico completo, projeto estrutural e de fundações, projeto das instalações
hidrossanitárias, projeto das instalações elétricas e Sistemas de Proteção contra
Descargas Atmosféricas (SPDA), projeto das instalações de GLP, projeto das
instalações de telefonia e rede de dados (lógica), projeto das instalações de ar
condicionado e exaustão e Projeto de Prevenção e Combate contra Incêndio.
O Cronograma Físico – Financeiro, deverá ser desenvolvido para a
execução da obra em uma única etapa compreendendo a execução de todos os
projetos dentro de um ritmo normal de execução.
28.2.- Tabela de Referência
O orçamento deverá ser realizado baseado na tabela SINAPI de custos de
composições sintéticos dos serviços, disponível no site da Caixa Econômica Federal.
Segundo o texto da Lei 12309/2010 – LEI DE DIRETRIZES
ORÇAMENTÁRIAS, no seu artigo 127, está assim disposto:
Art. 127. O custo global de obras e serviços de engenharia contratados e
executados com recursos dos orçamentos da União será obtido a partir de
composições de custos unitários, previstas no projeto, menores ou iguais à mediana
de seus correspondentes no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da
194
Construção Civil – SINAPI, mantido e divulgado, na internet, pela Caixa Econômica
Federal, e, no caso de obras e serviços rodoviários, à tabela do Sistema de Custos
de Obras Rodoviárias – SICRO, excetuados os itens caracterizados como
montagem industrial ou que não possam ser considerados como de construção civil.
Nos casos em que o SINAPI não ofereça custos unitários de insumos ou
serviços, poderão ser adotados aqueles disponíveis em tabela de referência
formalmente aprovada por órgão ou entidade da administração pública federal,
deverá ser obedecido o seguinte:
§ 1o O disposto neste artigo não impede que a Administração Federal
desenvolva sistemas de referência de preços, aplicáveis no caso de
incompatibilidade de adoção daqueles de que trata o caput, devendo sua
necessidade ser demonstrada por justificação técnica elaborada pelo órgão
mantenedor do novo sistema, o qual deve ser aprovado pelo Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão e divulgado pela internet.
§ 2o Nos casos de itens não constantes dos sistemas de referência
mencionados neste artigo, o custo será apurado por meio de pesquisa de mercado e
justificado pela Administração.
§ 3o Na elaboração dos orçamentos de referência, serão adotadas variações locais
dos custos, desde que constantes do sistema de referência utilizado.
28.3.- Memória de Cálculo e Demonstrativo do BDI (Bonificação de Despesas
Indiretas)
O responsável técnico pelo orçamento base deverá apresentar Memória de
Cálculo das composições da Planilha Orçamentária. Além disso, deverá apresentar
uma planilha com o detalhamento da composição do BDI (Bonificações e Despesas
195
Indiretas), com seus respectivos percentuais praticados, segundo a metodologia
preconizada pelo Acórdão 325/2007 do Tribunal de Contas da União (TCU). O valor
do BDI não pode ser arredondado, sugerindo-se que sejam apresentados com dois
algarismos significativos (ex.:BDI 22,34%).
§ 7o O preço de referência das obras e serviços de engenharia será aquele
resultante da composição do custo unitário direto do sistema utilizado, acrescido do
percentual de Benefícios e Despesas Indiretas – BDI, evidenciando em sua
composição, no mínimo:
I - taxa de rateio da administração central;
II - percentuais de tributos incidentes sobre o preço do serviço, excluídos
aqueles de natureza direta e personalística que oneram o contratado;
III - taxa de risco, seguro e garantia do empreendimento;
e
IV - taxa de lucro.
28.4- Documentação Comprobatória
O autor da planilha orçamentária deverá apresentar ART (Anotação de
Responsabilidade Técnica) referente à elaboração da mesma. Além disso, também
deverá apresentar declaração expressa quanto à compatibilidade dos quantitativos
da planilha orçamentária com os quantitativos dos projetos de engenharia e os
custos constantes na referida planilha com os custos do SINAPI.
§ 4o Deverá constar do projeto básico a que se refere o art. 6º, inciso IX, da
Lei nº 8.666, de 1993, inclusive de suas eventuais alterações, a anotação de
responsabilidade técnica pelas planilhas orçamentárias, as quais deverão ser
compatíveis com o projeto e os custos do sistema de referência, nos termos deste
artigo.
196
28.5 - Apresentação do Orçamento Base
O responsável técnico pelo Orçamento Base, deverá informar no escopo da
Planilha Orçamentária e do Cronograma Físico-financeiro, os seguintes dados:
· Dados do Objeto a ser executado ( ex: Construção do Bloco XXXX)
· Endereço completo da obra
· Data de elaboração do documento (dd/mm/aaaa)
· Data base de consulta da Tabela do SINAPI
· Valor do BDI (%) praticado
Todos os documentos deverão ser identificados e assinados pelo
responsável técnico da elaboração do Orçamento Base. O modelo da planilha
orçamentária será disponibilizada à CONTRATADA.
Responsável.
197
TERMO DE REFERÊNCIA 4
CONTRATAÇÃO DE OBRAS
1 OBJETO
Contratação de empresa para execução de obra do prédio XXXXX, com área
de XXXXX m², localizado no Campus XXXX, Rua XXXX, na cidade de Curitiba - PR,
conforme projetos e memorial descritivos constantes deste Termo de Referência.
2 OBEDIÊNCIA LEGAL
Lei 8.666 de 21.06.1993, com introdução e alterações das Leis 8.883/1994,
9.648/1998 e artigo 3º da Lei 12.349 de 15/12/2010 e com a Instrução Normativa nº
01-SLTI/MPOG, de 19 de janeiro de 2010, Lei Complementar nº 123, de 14/12/2006,
Decreto 6204 de 05/09/2007 e Lei 11.488/2007.
3 JUSTIFICATIVA PARA INSERÇÃO DOS CRITÉRIOS DE SUSTENTABILIDADE
O Estado, no desempenho de suas atividades é também poluidor, na
emissão de gases de efeito estufa, e responsável pelo desperdício de recursos
ambientais, como água, energia e combustível, além de ser um potencial
consumidor de produtos que agridem o meio ambiente.
Nesse sentido, a administração deve buscar através de programas de
gestão pública socioambiental, modificar os padrões de produção e consumo nos
órgãos públicos, por meio de adoção de novos referenciais de desempenho e
atuação, pela inserção de variável socioambiental nas atividades diárias, gerando
economia de recursos públicos e fomentando a responsabilidade socioambiental nas
instituições públicas e privadas, através de novas práticas e procedimentos
sustentáveis visando ao consumo e à produção sustentável, contribuindo assim com
a redução na emissão de gases estufa.
198
Desse modo, as licitações sustentáveis, assim como a coleta seletiva
solidária, a educação ambiental, o uso racional dos bens públicos, bem como a
promoção da melhoria do ambiente de trabalho, representam algumas das ações
desenvolvidas através destes programas. Um exemplo de inserção de uma gestão
pública socioambiental é o programa da Agenda Ambiental da Administração Pública
(A3P) desenvolvido por meio do Ministério do Meio Ambiente, ,que visa sensibilizar
os gestores para as questões socioambientais, promover a redução dos gastos
institucionais e contribuir para a revisão dos padrões de produção e consumo e
adoção de novos referenciais de sustentabilidade, no âmbito da Administração
Pública.
A fundamentação do gestor para a adoção de critérios de sustentabilidade
encontra-se amparada no disposto nos artigos 170 e 225 da Constituição Federal,
no artigo 2º Inciso I e artigo 9º da Lei 6.938/1981, artigo 3º da Lei 12.349 de
15/12/2010, artigo 3º da Lei nº 8.666/1993, Lei nº 12.187/2009, Instrução Normativa
nº 01/2010 SLTI/MPOG, regulamentando a utilização de critérios sustentáveis na
aquisição de bens e contratação de obras e serviços pelos órgãos do governo
federal.
4 ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS
Deverá acontecer uma reunião inicial presencial, no ato da assinatura da
Ordem de Serviço, entre o(s) fiscal(ais) do projeto e todos os projetistas da
CONTRATADA. Após, deverão ocorrer reuniões pré-agendadas, no mínimo uma a
cada 30 dias, para esclarecimentos e verificação do desenvolvimento dos projetos,
com registro em ata, que será anexada ao processo. As reuniões deverão acontecer
na PCU, Centro Politécnico, em Curitiba, das 9h às 12h ou das 14h às 17h, de
segunda a sexta-feira, com a equipe de técnicos da PCU. O não comparecimento da
CONTRATADA às reuniões também será registrado e anexado ao processo e
deixará implícito de que não há dúvidas e nem atrasos por parte da mesma na
execução dos projetos.
Os técnicos da PCU efetuarão a fiscalização dos serviços, a qualquer
instante, solicitando da CONTRATADA, sempre que julgar conveniente, informações
do seu andamento, devendo esta prestar os esclarecimentos necessários e
199
comunicar aos fiscais quaisquer fatos ou anormalidades que porventura possam
prejudicar o bom andamento ou o resultado final dos serviços.
Atos que descumpram qualquer cláusula deste contrato serão registrados no
processo e poderão originar Notificação à Contratada.
A ação ou omissão total ou parcial da fiscalização não eximirá a
CONTRATADA de total responsabilidade na execução dos serviços, com toda
cautela e boa técnica.
Fica estabelecido que o fiscal do contrato contará com equipe técnica para
acompanhamento dos serviços. Para isso, serão indicados três profissionais do
corpo técnico da Contratante, sendo:
Um profissional para a área de arquitetura e compatibilização
Um profissional para a área estrutural e hidráulica
Um profissional para a área de elétrica, lógica e telefonia
5 VISITA AO LOCAL DE EXECUÇÃO DA OBRA
É obrigatória a visita ao local da obra, por parte dos licitantes, antes da
apresentação de suas propostas. Todas as condições locais deverão ser
adequadamente observadas nesta visita, quando os licitantes deverão conhecer e
equacionar, mediante inspeção preliminar e coleta de informações, todos os dados e
elementos que possam vir a ter influência no desenvolvimento dos trabalhos, de
modo que não serão atendidas solicitações, durante os serviços, sob argumento de
falta de conhecimento das condições de trabalho ou de dados da especificação.
É necessária a entrega de uma declaração de que o licitante visitou o local e está
ciente de todas as dificuldades para execução dos serviços. A declaração será
vistada pelo fiscal no dia da visita.
6 PRAZO DE EXECUÇÃO
Os serviços deverão ser iniciados a partir da data da assinatura da Ordem de
Serviço. O prazo de execução dos serviços será de XXXXX dias corridos. Na
200
contagem do prazo proposto para a conclusão total da obra, pedidos de prorrogação
somente serão considerados desde que justificados por escrito pela CONTRATADA
e aceitos pela equipe da PCU.
7 ACEITE DOS SERVIÇOS EXECUTADOS
Os serviços somente serão aceitos se estiverem de acordo com as normas
estabelecidas neste material, seus anexos e normas técnicas, de forma clara e
precisa.
A CONTRATADA fica legalmente responsável pelos serviços, mesmo após a
entrega da obra à PCU. Caso sejam constatados, durante a execução da obra,
falhas ou erros de projeto, fica a CONTRATADA obrigada a corrigi-los,
complementá-los e/ou fornecer detalhamentos adicionais necessários para a correta
execução da obra.
8 CRITÉRIOS DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
8.1 A Contratada deverá utilizar materiais que sejam reciclados, reutilizados e
biodegradáveis, e que reduzam a necessidade de manutenção, conforme ABNT
NBR – 15448-1 e 15448-2;
8.1.1 Na execução da obra será obrigatório o uso de agregados reciclados
sempre que existir a oferta destes, capacidade de suprimento e custo
inferior em relação aos agregados naturais, bem como o fiel cumprimento
do PGRCC, sob pena de multa, estabelecendo, para efeito de
fiscalização, que todos os resíduos removidos deverão estar
acompanhados de Controle de Transporte de Resíduo, em conformidade
com as normas da Agência Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, ABNT
NBR n°s 15.112, 15.113, 15.114, 15.115 e 15.116, de 2004,
disponibilizando campo específico na planilha de composição dos custos.
201
8.2 Comprovação de que o licitante adota práticas de desfazimento sustentável ou
reciclagem dos bens que forem inservíveis para o processo de reutilização.
8.3 Comprovação da origem da madeira a ser utilizada na execução da obra ou
serviço;
8.4 Que seja inserido na execução da obra o Projeto de Gerenciamento de Resíduo
de Construção Civil - PGRCC, nas condições determinadas pelo Conselho
Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, através da Resolução nº 307, de 5 de
julho de 2002, o qual deverá ser estruturado em conformidade com o modelo
especificado pelos órgãos competentes;
8.5 Deve ser priorizado o emprego de mão-de-obra, materiais, tecnologias e
matérias-primas de origem local para execução, conservação e operação das
obras públicas;
8.6 Devem ser observados os requisitos ambientais para a obtenção de certificado
do Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial –
INMETRO e as normas ISSO 14.000 da Organização Internacional para a
Padronização (International Organization for Standardizacion), como produtos
sustentáveis ou de menor impacto ambiental em relação aos seus similares;
8.7 Que os bens a serem utilizados na obra devam ser, preferencialmente,
acondicionados em embalagem individual adequada, com o menor volume
possível, que utilize materiais recicláveis, de forma a garantir a máxima proteção
durante o transporte e o armazenamento;
8.8 Que os bens não contenham substâncias perigosas em concentração acima da
recomendada na diretiva RoHS (Restriction of Certain Hazardous Substances),
tais como mercúrio (Hg), chumbo (Pb), cromo hexavalente (Cr(VI)), cádmio (Cd),
bifenil-polibromados (PBBs), éteres difenil-polibromados (PBDEs);
8.9 A comprovação do disposto neste artigo poderá ser feita mediante
apresentação de certificação emitida por instituição pública oficial ou instituição
credenciada, ou por qualquer outro meio de prova que ateste que o bem
fornecido cumpre com as exigências do edital;
8.10 Conforme prevê o Artigo 33 da nova lei de Política Nacional de Resíduos
Sólidos (Lei no. 12.305, de 02 de agosto de 2010), ficam obrigados os
fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes a estruturar e
202
implementar sistemas de LOGÍSTICA REVERSA3, mediante retorno dos
produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público
de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, de Produtos Perigosos,
tais como: Agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros
produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas
as regras de gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou
regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do
Suasa, ou em normas técnicas; Pilhas e Baterias; Pneus; Óleos lubrificantes,
seus resíduos e embalagens; Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e
mercúrio e de luz mista; Produtos eletroeletrônicos e seus
componentes. Conforme citado no Parágrafo Primeiro, do mesmo artigo, serão
estendidos a produtos comercializados em embalagens plásticas, metálicas ou
de vidro, e aos demais produtos e embalagens, considerando, prioritariamente, o
grau e a extensão do impacto à saúde pública e ao meio ambiente dos resíduos
gerados. Já, o Decreto Federal no. 7.404, de 23 de dezembro de 2010, cita no
Artigo 18 que os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes dos
produtos e embalagens supracitados, deverão estruturar e implementar sistemas
de logística reversa, mediante o retorno dos produtos e embalagens após o uso
pelo consumidor, ficando estes responsáveis pela realização da LOGÍSTICA
REVERSA¹.
9 Das Obrigações da Contratada
9.1 Tomar, ao longo da execução dos serviços contratados, todas as medidas
preventivas no sentido de informar à comunidade que possa ser influenciada
pela obra do seu cronograma e providências para minimização de impactos,
inclusive sobre as ações que serão tomadas para preservar a estabilidade e
segurança das edificações nas vizinhanças. Quaisquer reclamações ou danos
causados às mesmas ou a seus ocupantes serão de responsabilidade
exclusiva da Contratada, não cabendo ônus para a Contratante;
3 Logística reversa é o instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado pelo conjunto de
ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.
203
9.2 A Contratada deverá encaminhar à fiscalização, conforme previsto no
Cronograma Físico-Financeiro, programação de aquisição de materiais e
equipamentos a serem aplicados na obra e demonstrar, à luz da referida
programação, a viabilidade de execução dos serviços no prazo pactuado com
a Administração e sua compatibilidade com o processo de certificação LEED;
9.3 Responsabilizar-se pelo pagamento de todas as despesas decorrentes da
execução dos serviços inclusive registros necessários junto ao CREA-PR. Os
pagamentos serão efetuados da forma definida no instrumento contratual, e
vinculados à entrega dos serviços pela Contratada, e sua aprovação pela
Contratante;
9.4 Responsabilizar-se por todo e qualquer prejuízo financeiro que a Contratante
venha a sofrer devido a erros ou incorreções na execução dos serviços
prestados, nos prazos previstos na legislação vigente, inclusive as
decorrentes de não conformidade por problemas na fase de comissionamento
da obra e posterior certificação;
9.5 Tomar todas as providências necessárias à fiel execução do contrato,
inclusive orientando seus sub-contratados e fornecedores a respeito de
procedimentos a serem seguidos para a obtenção da certificação LEED no
grau OURO;
9.6 Submeter à análise e aprovação formal da Contratante, o Plano de
Comissionamento do Edifício, seguindo o preconizado pela norma LEED,
conforme Cronograma Físico-Financeiro (Anexo);
9.7 Fornecer amostra e catálogos técnicos dos matérias e equipamentos
especificados, preferencialmente, em português;
9.8 Responsabilizar-se por quaisquer erros ou vícios identificados nos projetos e
não comunicados à fiscalização da Contratante;
9.9 Corrigir, sem ônus para a Contratante, em caso de imperfeição, erros, vícios
ou incoerências nos serviços contratados, dentro do prazo de execução da
obra;
9.10 Garantir que a execução da obra seja conduzida de modo que a edificação
esteja apta a obter a certificação pelos critérios LEED instituído pelo USGBC
– Inited States Green Building Council;
9.11 Verificar, anteriormente à execução dos serviços, a compatibilidade entre os
projetos recebidos, visando detectar problemas tais como de cotas, níveis
204
interferências das instalações com elementos estruturais dentre outros,
devendo os problemas detectados serem apresentados à fiscalização da
Contratante;
9.12 Tomar todas as providências necessárias para que nenhuma ocorrência de
sua responsabilidade constitua ônus à Contratante e nem motive a ampliação
dos prazos contratuais;
9.13 Designar Engenheiro(s), Mestre(s) e Encarregados de Serviços para atuarem
profissionalmente na obra ora contratada, respeitando as premissas básicas
constantes, para que exerçam suas atividades, inclusive de fiscalizadores de
sub-contratados, de modo a não comprometer a certificação LEED;
9.14 Manter no canteiro de obra, o Diário de Obra, em três vias, rigorosamente em
dia, com os registros das alterações regularmente autorizadas;
9.15 Realizar todos os testes e ensaios de materiais, em conformidade com as
normas da ABNT e outros julgados necessários pela fiscalização;
9.16 Instalar, conforme o caso, barracões, escritório, placas e demais elementos
do canteiro de obra, cujo projeto será submetido à aprovação pela
Contratante;
9.17 Informar à Contratante, por escrito, no último dia de cada semana, sobre a
elaboração do plano de trabalho para a semana seguinte, do qual devem
constar os serviços que serão executados e os recursos humanos e materiais
que serão alocados no canteiro de obras em consonância, também, com a
programação de aquisição prevista no cronograma físico-financeiro;
9.18 Emitir relatórios semanais das atividades desenvolvidas e serviços
executados;
9.19 Não executar quaisquer serviços de relevância (concretagem das estruturas,
etc) sem a presença da fiscalização e do engenheiro residente ou
responsável técnico da Contratada;
9.20 Demolir e refazer os serviços impugnados pela Contratante, logo após o
conhecimento dos mesmos, os quais lhe serão informados, via Diário de Obra
e/ou fichas de recomendações, ficando por conta exclusiva da Contratada as
despesas decorrentes destas providências;
9.21 Manter, no canteiro de obra, um perfeito e ininterrupto serviço de vigilância
até a aceitação provisória das obras e serviços;
205
9.22 Fornecer todos os materiais indispensáveis à boa execução da obra, de
acordo com as especificações técnicas e projetos, bem como o equipamento
mecânico e ferramental necessário;
9.23 Retirar do canteiro de obras, observado o critério LEED, no prazo de 48
(quarenta e oito) horas, os materiais rejeitados ou não especificados e
substituí-los, após a notificação, por escrito, da Contratante, não cabendo
escusar-se desta obrigação, alegando responsabilidade do fabricante;
9.24 Entregar atestados próprios de garantia dos equipamentos fornecidos, pelo
prazo mínimo de 2 (dois) anos, a contar da data do Termo de Recebimento
Definitivo, bem como dos serviços executados, os quais incluirão mão-de-
obra e substituição de peças ou materiais, desde que não fique comprovado o
uso inadequado por parte da Contratante;
9.25 Manter as áreas de trabalho continuamente limpas e desimpedidas,
observando o disposto na legislação, no critério LEED e nas normas relativas
à proteção ambiental;
9.26 Entregar o local do serviço ou da obra completamente limpo, devendo
remover os entulhos resultantes de sua execução, observando o disposto no
critério LEED;
9.27 Assumir as despesas referentes a transporte, carga, descarga e
movimentação de materiais, suas perdas e estocagem, dentro e fora do
canteiro de obras;
9.28 Cumprir a legislação e as normas relativas à segurança, higiene e medicina
do trabalho, diligenciando para que seus empregados e seus possíveis
subcontratados trabalhem com equipamento de proteção individual _ EPI, tais
como: capacetes, botas, luvas, capas, óculos, cintos e equipamentos
adequados para cada tipo de serviço. A Contratante poderá paralisar os
serviços enquanto tais empregados não estiverem protegidos. O ônus da
paralisação correrá por conta da Contratada, mantendo-se inalterados os
prazos contratados;
9.29 Responsabilizar-se pelo correto comportamento e eficiência de seus
empregados, podendo a fiscalização da Contratante, motivadamente, exigir a
retirada de qualquer pessoa do canteiro de obras, imediatamente, cuja
permanência naquele local seja considerada indesejável;
206
9.30 Providenciar por sua conta todos os registros, licenças, autorizações e
franquias exigidos pela Lei ou Atos dos órgãos competentes, para a
realização da obra, tais como Alvará de Construção, Carta de Habite-se ou
Licenciamento Prévio;
9.31 Providenciar no prazo de 10 (dez) dias, contados da assinatura do contrato, a
Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) no Conselho Regional de
Engenharia e Arquitetura do Paraná (CREA/PR), bem como o competente
registro no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS);
9.32 Arcar com todos os ônus e obrigações concernentes à legislação social,
trabalhista, previdenciária, tributária, fiscal, securitária comercial, civil e
criminal que se relacionem direta ou indiretamente com a obra, inclusive no
tocante a seus empregados, dirigentes, subcontratados e prepostos,
pagando, inclusive, as multas porventura impostas pelas autoridades, de tudo
dando ciência à Contratante;
9.33 Providenciar, quando for o caso, às suas custas, a execução de toda a
sinalização necessária, de acordo com as normas vigentes do Departamento
de Trânsito (DETRAN), ficando responsável por qualquer acidente que vier a
ocorrer em decorrência de sua falta;
9.34 Providenciar, também, as suas custas, no prazo de 10 (dez) dias da data do
início da obra, placa informativa, em tamanho aproximado de 2,5 m x 0,90 m,
com indicação da finalidade da obra e de que está sendo executada segundo
os critérios de sustentabilidade ambiental. Neste caso os dizeres serão
fornecidos pela Contratante.
9.35 Responsabilizar-se por quaisquer acidentes causados por caso furtuito ou
quaisquer outras causas que impliquem a destruição da obra em construção
até o seu recebimento pela Contratante;
9.36 Assumir a responsabilidade por todas as providências e obrigações
estabelecidas na legislação específica de acidentes do trabalho, quando, em
ocorrência da espécie, forem vítimas os seus empregados no desempenho
dos serviços ou em conexão com eles, ainda que acontecidos nas
dependências da Contratante.
9.37 Responsabilizar-se por qualquer dano causado à Contratante, a seus
prepostos ou a terceiros, provocados por ação ou omissão da Contratada, em
decorrência da execução dos serviços objeto deste Edital, não cabendo à
207
Contratante, em nenhuma hipótese, responsabilidade por danos diretos,
indiretos ou lucros cessantes decorrentes;
9.38 Responsabilizar-se por qualquer ônus decorrente de possível chamamento da
Contratante em juízo, como litisconsorte, em ação trabalhista ou de reparação
civil em decorrência da execução dos serviços, ficando a Contratante, desde
já, autorizada a glosar, nas faturas, as importâncias estimadas com o
processo. A inadimplência com referência aos encargos estabelecidos neste
subitem não transfere à Contratante a responsabilidade por seu pagamento,
nem poderá onerar o objeto do contrato;
9.39 Assumir total responsabilidade pela execução de todos os serviços
constantes deste Edital, respondendo ainda pela perfeição, segurança,
qualidade e solidez dos serviços executados, até o prazo legal de 5 (cinco)
anos, nos termos do Artigo 618 do Código Civil, bem como pelos danos
causados aos prédios circunvizinhos, redes de infraestrutura, à via ou
logradouro público, ou a terceiros, e também pela execução das medidas
preventivas contra citados danos, em obediência rigorosa às exigências das
autoridades competentes, dispositivos legais ou regulamentares,
respondendo, ainda, por eventuais multas e acidentes ocasionados durante a
execução dos serviços;
9.40 Observar todas as leis, posturas e regulamentos referentes à obra e à
segurança pública;
9.41 Observar as leis, regulamentos e posturas exigidos pelo Conselho Regional
de Engenharia e Agronomia (CREA).
9.42 Executar os serviços e instalações complementares necessários à execução
da obra, tais como alojamento para os operários, sanitários, escritório,
tapumes, almoxarifado, depósito de matérias, montagens de torres e
guinchos, vedação do terreno, entre outros, observando o disposto no critério
LEED, submetendo à aprovação da fiscalização da Contratante os croquis;
9.43 Os materiais e equipamentos especificados estarão sempre sujeitos a exame
de similaridade e de compatibilidade com os critérios LEED, desde que este
seja formalmente aprovado pela Contratante. Caberá à Contratante a decisão
sobre eventuais pedidos pela Contratada, de substituição de materiais por
produtos similares, devendo esta, para tanto, recorrer a laboratórios
especializados;
208
9.44 Diz-se que dois materiais ou equipamentos apresentam similaridade total ou
equivalência se desempenham idênticas funções construtivas e operacionais
e ainda apresentam as mesmas características técnicas;
9.45 Na eventualidade de uma equivalência, a substituição se processará dentro
da máxima similaridade possível, levando-se em conta a experiência de seu
uso e manutenção pela Contratante;
9.46 A decisão quanto à similaridade será da Contratante, por meio do seu corpo
técnico responsável pela fiscalização dos serviços contratados, para cada
caso efetivamente ocorrido;
9.47 As consultas sobre similaridade serão efetuadas, em tempo oportuno, pela
Contratada, não se admitindo que a desatenção a essa oportunidade sirva
para justificar o não cumprimento dos prazos estabelecidos na documentação
contratual;
9.48 A Contratada deverá submeter-se à aprovação da contratante catálogos e
amostras dos materiais e equipamentos passíveis de serem utilizados na
obra, antes de sua efetiva aquisição, devendo seu pessoal de suprimentos
estar atento ao cumprimento dos requisitos para a certificação LEED;
9.49 As amostras dos materiais aprovados pela Contratante serão cuidadosamente
conservadas no canteiro de obra, até o fim dos trabalhos, de forma a facultar
a verificação, a qualquer tempo, de sua perfeita correspondência com os
materiais fornecidos ou já empregados;
9.50 Verificar e comparar todos os desenhos fornecidos para a execução dos
serviços. No caso de falhas, erros, discrepâncias ou omissões, bem, ainda,
transgressões às Normas Técnicas, regulamentos ou posturas, caberá à
Contratada formular imediata comunicação escrita à Contratante, buscando o
imediato encaminhamento do assunto, de forma a evitar empecilhos ao
perfeito desenvolvimento da obra;
9.51 Antecipar sempre que possível a execução das etapas estabelecidas no
cronograma físico da obra, visando garantir o cumprimento dos prazos
estabelecidos, a fim de compensar, preventivamente, a ocorrência de
imprevistos que poderiam implicar atraso futuro de etapas especificadas de
serviços;
9.52 Alocar durante todo o período da execução da obra profissionais de nível
superior, com experiência comprovada em obras sendo, necessariamente, um
209
deles com formação em Engenharia Civil, desde o início dos trabalhos, e
outro com formação em Engenharia Elétrica/Eletrônica ou Engenharia
Mecânica;
9.53 A comprovação de vínculo profissional se fará com a apresentação de cópia
da Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) em que conste a
licitante como contratante, do contrato de trabalho devidamente registrado no
CREA da região competente, em que conste o profissional como responsável
técnico ou, ainda, de declaração de contratação futura do profissional, desde
que acompanhada de anuência do profissional;
9.54 Para todas as peças ou elementos que possuam repetitividade (esquadrias,
portas, painéis e etc), deverão ser montados 2 (dois) protótipos para
verificação e aprovação pela fiscalização da Contratante, para comprovação
da conformidade, estanqueidade, resistência e etc. Somente após a
aprovação formal da Contratante a Contratada poderá encomendar e liberar a
fabricação das peças ou elementos.
10 Outros Atendimento de Critérios de Sustentabilidade Ambiental
10.1 A Contratada deverá elaborar e implementar um Plano de Prevenção da
Poluição das Atividades da Construção que identifique e demonstre as
medidas provisórias e definitivas para controle da erosão no terreno, devido à
ação das chuvas, ventos e da movimentação de terra e equipamentos no
terreno, bem como de contenção dos sedimentos e das medidas para evitar
sua descarga nos corpos d’água (exemplos: proteção dos taludes temporários
contra erosão; gerenciamento da água de chuva por meio de captação e
drenagem; etc);
10.2 Elaborar medidas para controle de partículas em suspensão, como, por
exemplo, nas calçadas ao redor do empreendimento, na pavimentação dentro
do canteiro de obras, no interior da construção e onde mais existir resíduos
pulverulentos, os mesmos deverão ser umedecidos antes da varrição,
controle da entrada e saída de caminhões que transportam terra para que
suas caçambas sejam protegidas com lona;
10.3 Implementar um sistema de lava-rodas na saída do empreendimento;
210
10.4 Para assegurar a conformidade, o plano será preparado de acordo com a
EPA 832 r 92005, publicado pelo U.S Environmental Protection Agency, setor
Nacional Pullutant Discharge Elimination System (NPDES);
10.5 O Plano de Prevenção da Poluição das Atividades da Construção deverá
obedecer aos requerimentos estabelecidos pela EPA - Constrution General
Permit e Normas Locais;
10.6 Visando à redução dos impactos ambientais gerados pelos resíduos oriundos
da construção, a Contratada deverá acatar a Resolução CONAMA 307/2002.
10.7 A Contratada deverá também explicitar em 5 (cinco) dias após o início dos
serviços sua Proposta Técnica a expectativa de tipos de resíduos e os
respectivos volumes para cada etapa de construção, bem como os
respectivos planos de gerenciamento, armazenagem, destinação e registro
para cada tipo de resíduo elencado e os que mais surgirem, de forma a
garantir que pelo menos 75% de todo o resíduo gerado durante a construção
seja reutilizado ou desviado de aterro e encaminhado para reciclagem. Essa
comprovação deverá ser feita através de documentação de transporte e
recebimento do material;
10.8 A Contratada deverá enviar, mensalmente, uma planilha à equipe
certificadora do projeto comprovando os seguintes dados:
a) Tipo de material desviado/reciclado dentro do seu código e classe;
b) Quantidade de resíduo/entulho da obra desviado/reciclado;
c) Empresa destinatária qualificada e autorizada pela Prefeitura;
d) Responsável pelo transporte às Usinas de Reciclagem, Cooperativas, etc;
e) Descrição dos materiais enviados para bota-foras e aterros;
f) Identificação e localização dos bota-foras/aterros, bem como o
responsável pelo respectivo transporte.
10.9 A Contratada deverá criar um plano de gerenciamento da qualidade ambiental
interna durante o período da construção, que esteja em conformidade com as
medidas de controle recomendadas pela Control Measures of the Sheet Metal
and Air Conditioning Contractors National Association (SMACNA) IAQ
Guidelines for Occupled Bulidings under Construction 1995 Chapter 3. Os
seguintes procedimentos deverão ser implementados:
a) O acionamento do sistema de ar condicionado não será permitido durante
a execução da obra. Caso seja necessário mantê-lo em funcionamento
211
durante a fase de pré-ocupação ou durante atividades de reforma, deverá
ser protegido ou vedado o retorno ou lado da pressão negativa do sistema
de ar condicionado; caso não seja possível, serão utilizados filtros nas
grelhas de retorno do Arcom valor de eficiência mínima (MERV) iguala 8,
como determinado pela ASHRAE 52.22-1999.
b) Após o término das atividades de construção, porém antes da ocupação,
será realizada operação de flush-out, com tempo e tipo de filtros conforme
critério LEED. Após o flush-out, os filtros utilizados deverão ser
substituídos por novos, exceto aqueles que tenham processado apenas ar
externo, ou será conduzido um teste de qualidade do ar interno através de
procedimento consistente com a Protocol for Evironmental Requeriments,
Baseline IAQ and Materiais, for the Research Triangle Park Campus,
Section 01445, da US EPA, e observados por ela estabelecidos. OBS: Os
filtros para o flush-out poderão ser especificados com valor de eficiência
mínima de MERV 13, conforme critério LEED;
c) Deverá ser utilizado como recurso o temporamento das bocas de saídas
dos dutos de ar condicionado com material plástico perfeitamente vedado.
10.10 Realizar limpeza abrangente dos dutos e substituição dos filtros utilizados
nas fases de construção para assegurar que poeira e outros contaminantes
gerados durante a construção sejam removidos antes da ocupação do
edifício. Os dutos de insuflamento e retorno, equipamentos de ventilação e
plenums devem ser limpos antes dos testes de qualidade do ar interno, e
novamente, antes da aceitação da entrega da obra;
10.11 Proibição de fumo na obra. Estabelecer uma política que restrinja o fumo a
uma área de designação no canteiro, completamente ventilada e que não
venha a receber revestimentos absorventes. Implantar sinalização indicativa
do local designado;
10.12 Planejar a sequência de instalação dos materiais para a contaminação de
materiais porosos tais como isolamentos, carpets, forros e placas de gesso;
10.13 Proteger materiais armazenados no local e materiais que possam absorver
umidade e contaminantes. Os materiais porosos deverão ser protegidos com
lona plástica evitando que eles sejam contaminados;
212
10.14 Todos os ambientes, à medida que finalizados, deverão estar protegidos por
fechamento do ambiente por porta com vedação temporária em suas frestas,
ou com proteção de lona plástica em locais que não possuem portas;
10.15 Durante atividades geradoras de poluição em espaços fechados sempre que
possível, ventilá-los diretamente para o exterior, para dissipar emissões de
materiais e acabamentos e proteger os trabalhadores de exposição a
substâncias tóxicas;
10.16 Criar controles, tais como agendamento de atividades de construção ao final
do dia, para ventilar durante a noite (quando o canteiro de obras e o entorno
estão desocupados);
10.17 A limpeza da construção durante a pré-ocupação deverá ser executada por
empresa especializada, que utilizará, além das ferramentas e equipamentos
tradicionais (vassouras, rodos, aspiradores de pó e sacos plásticos de lixo),
produtos de limpeza biodegradáveis;
10.18 Todos os materiais que possam emitir VOCs ou odores deverão ser isolados
e protegidos em recipientes fechados, evitando a contaminação do ambiente,
além disso, estes deverão ser armazenados em locais de grande ventilação;
10.19 Deverão ser solicitadas aos fornecedores destes produtos as fichas técnicas
de produtos considerados perigosos e identificá-los com etiquetas facilmente
visíveis, tomando cuidados especiais com esses produtos;
10.20 A impermeabilização, quando realizada internamente ao edifício, deverá
possuir liberação pela empresa de consultoria para a certificação LEED
quanto à escolha do material utilizado para análise dos índices de compostos
orgânicos voláteis. Essas informações deverão ser dadas à empresa de
consultoria para a certificação LEED, com 3 meses de antecedência à
aplicação;
10.21 Ventilar o edifício com quantidade significativa de ar externo durante e após
serviços de pintura e assegurar um flush-out completo antes da ocupação;
10.22 A contratada deverá utilizar sistemas e componentes hidráulicos com vazão
reduzida (eficientes), observando o disposto nos critérios LEED;
10.23 Ao utilizar espécies vegetais no paisagismo ou para controle de erosão, a
Contratada deverá utilizar espécies de baixo consumo de água;
213
10.24 Preferencialmente, toda a água utilizada no canteiro de obras para a lavagem
de betoneiras de concreto usinado e para o lava-rodas deverá ser não
potável;
10.25 A Contratada deverá utilizar carpetes, adesivos, selantes, tintas e vernizes
com baixo índice de emissão de VOC’s, não ultrapassando os valores
máximos conforme orientação e aprovações da empresa de consultoria para
a certificação LEED. Adicionalmente, para estes produtos, deve-se registrar a
quantidade, os tipos de produtos utilizados e os locais de aplicação;
10.26 A Contratada deverá priorizar soluções técnicas e equipamentos com baixo
consumo de energia;
10.27 A seleção de materiais deve observar os itens abaixo:
a) Materiais devem apresentar a extração da matéria-prima e manufatura do
produto preferencialmente dentro de um raio de 800 km da obra;
b) Materiais, se possível, devem possuir em sua composição um percentual
de material reciclado (pré-consumo e/ou pós-consumo);
c) Madeira certificada pelo FSC (Forest Stewardship Council), para madeira
estrutural, pisos, portas, acabamentos e móveis, isto é, para toda madeira
que permanecerá no prédio, após a construção;
d) Materiais rapidamente renováveis;
e) Materiais de reuso.
10.28 A contratada deverá criar um procedimento de consulta à empresa de
consultoria para a certificação LEED antes da aquisição dos materiais;
10.29 Treinamento dos subcontratados. A Contratada deverá treinar e alertar seus
subcontratados quanto às premissas de sustentabilidade, de forma a garantir
que estes atendam às metas estabelecidas pelo critério LEED.
10.30 A Contratada deverá cumprir integralmente os demais critérios exigidos pelo
LEED em relação aos serviços contratados.
11 Documentação Técnica
11.1 A Contratada deverá manter dois conjuntos de documentação técnica relativa
aos serviços a serem executados, incluindo o controle tecnológico de materiais
(concreto, aço, madeira e etc) e catálogos técnicos dos equipamentos a serem
214
instalados; um conjunto ficará sob a guarda da Contratada no canteiro de obras
e outro em poder da Fiscalização e deverá, necessariamente, ter seu conteúdo
em conformidade com o cronograma físico-financeiro da obra;
11.2 Durante o processo de especificação e compra dos matériais, deverão ser
fornecidos à Fiscalização da Contratante:
a) Pedidos de compra;
b) Custos de mão-de-obra e custo efetivo dos matérias descritos,
separadamente;
c) Declaração, em papel timbrado, com assinatura do responsável, contendo
as seguintes informações: custo total do material, porcentagem de
conteúdo reciclado em relação ao peso total do material; porcentagem de
conteúdo regional (distância da extração e manufatura em relação à
localização da obra) em relação ao peso total do material; porcentagem de
conteúdo de material de reuso em relação ao pelo total do material;
d) Declaração, em papel timbrado, com assinatura do responsável
informando o custo total dos materiais rapidamente renováveis e a
porcentagem de conteúdo rapidamente renovável em relação ao peso total
do material;
e) Comprovação da certificação e percentual do conteúdo de madeira
através de certificado FSC.
11.3 A Contratada deverá manter, no canteiro de obras, 1 (um) conjunto de projeto
atualizado, devidamente plotado e na revisão mais atual;
11.4 O Fornecedor/instalador deverá comprovar que está devidamente treinado e
certificado pelo fabricante, e que está apto a instalar, dar suporte técnico e
repassar conhecimento sobre os componentes da solução instalada. Essa
comprovação deverá ser feita através de carta certificadora específica,
assinada e reconhecida firma pelo representante legal do fabricante. A referida
exigência se faz necessária pelo fato de que, se a empresa não possuir a
certificação exigida, não poderá oferecer a garantia estendida de 25 (vinte e
cinco) anos exigidas para a solução do cabeamento estruturado;
215
11.5 Para as comprovações técnicas, o fornecedor/instalador deverá apresentar,
em catálogos ou em páginas (sites) da internet, oficiais do fabricante,
indicando as URL de onde as informações foram extraídas;
11.6 Caberá à Contratada o fornecimento de materiais, equipamentos, acessórios
e mão-de-obra para a realização de serviços, conforme estabelecido neste
Edital e Anexos;
11.7 Relativamente ao cabeamento estruturado, o fornecedor/instalador deverá
oferecer garantia estendida sobre o produto por 25 (vinte e cinco) anos contra
defeitos de fabricação para a solução de cabeamento. Essa garantia deverá
ser comprovada através de carta específica, assinada e reconhecida firma
pelo representante legal do fabricante.
Responsável
216
APÊNDICE B
ROTEIRO DE LEVANTAMENTO DE DADOS
217
QUADRO - GESTÃO AMBIENTAL E LICITAÇÕES SUSTENTÁVEIS
Texto: Informações quanto à adoção de critérios de sustentabilidade ambiental na
aquisição de bens, contratação de serviços ou obras, tendo como referência o
Decreto nº 5.940/2006 e a Instrução Normativa nº 01/2010, Secretaria de Logística e
Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Objetivo: Verificar se as aquisições de bens/produtos e contratações de obras e
serviços da Universidade Federal do Paraná são baseadas em critérios de
sustentabilidade ambiental nos respectivos processos licitatórios, tendo em vista o
impacto ambiental dos produtos e serviços adquiridos e de seus processos de
elaboração e prestação.
Estrutura da Informação: A informação é estruturada em forma de questionários de
modo a se obter da UFPR seu nível de concordância com cada item de afirmação,
sendo que a resposta deve ser indicada pela assinalação de um ―X‖ em uma escala
de 1 a 5.
218
Aspectos sobre a gestão ambiental Avaliação
Licitações Sustentáveis 1 2 3 4 5
1 A UFPR tem incluído critérios de sustentabilidade ambiental
em suas licitações que levem em consideração os processos
de extração ou fabricação, utilização e descarte dos produtos
e matérias primas.
Se houver concordância com a afirmação acima, quais
critérios de sustentabilidade ambiental foram aplicados?
Se não houver concordância, qual o motivo? Ainda não
conhece o suficiente a IN 01; para sua aplicação
necessita-se de treinamento.
X
2 Em uma análise das aquisições dos últimos 12 meses, os
produtos atualmente adquiridos pela unidade são produzidos
com menor consumo de matéria-prima e maior quantidade de
conteúdo reciclável.
Se houver concordância com a afirmação acima, quais os
produtos?
Apenas foi aplicado para aquisição de microcomputadores.
Se não houver concordância, qual o motivo? Não tem
segurança para aquisição de todos os produtos.
X
2 A aquisição de produtos pela unidade é feita dando-se
preferência àqueles fabricados por fonte não poluidora bem
como por materiais que não prejudicam a natureza (ex.
produtos de limpeza biodegradáveis).
Se houver concordância com a afirmação acima, quais
critérios de sustentabilidade ambiental foram aplicados?
Se não houver concordância, qual o motivo? Ainda não
sabe como aplicar.
X
4 Nos procedimentos licitatórios realizados pela unidade, tem
sido considerada a existência de certificação ambiental por
parte das empresas participantes e produtoras (ex: ISO),
como critério avaliativo ou mesmo condição na aquisição de
produtos e serviços.
Se houver concordância com a afirmação acima, qual
certificação ambiental tem sido considerada nesses
procedimentos?
Para os processos licitatórios oriundos da Divisão de Gestão
Ambiental (DGA/PCU), relacionados a resíduos perigosos ou
de resíduos de serviços de saúde (RSS), são exigidas
autorização Ambiental e/ou Licença de Operação da
Empresa, tanto para o transporte de resíduos, bem como
para a empresa que recepciona os resíduos gerados pela
UFPR.
X
219
Aspectos sobre a gestão ambiental Avaliação
Licitações Sustentáveis 1 2 3 4 5
5 No último exercício, a unidade adquiriu bens/produtos que
colaboram para o menor consumo de energia e/ou água (ex:
torneiras automáticas, lâmpadas econômicas).
Se houver concordância com a afirmação acima, qual o
impacto da aquisição desses produtos sobre o consumo
de água e energia? Sempre há impacto pela redução tanto
de consumo quanto nos custos de água e energia elétrica.
Se não houver concordância, qual o motivo?
X
6 No último exercício, a unidade adquiriu bens/produtos
reciclados (ex: papel reciclado).
Se houver concordância com a afirmação acima, quais
foram os produtos adquiridos?
Para papel sulfite.
Se não houver concordância, qual o motivo?
X
7 No último exercício, a instituição adquiriu veículos automotores
mais eficientes e menos poluentes ou que utilizam
combustíveis alternativos.
Se houver concordância com a afirmação acima, este
critério específico utilizado foi incluído no procedimento
licitatório?
X
8 Existe uma preferência pela aquisição de bens/produtos
passíveis de reutilização, reciclagem ou reabastecimento (refil
e/ou recarga).
Se houver concordância com a afirmação acima, como
essa preferência tem sido manifestada nos
procedimentos licitatórios?
Refil de toners para impressora.
X
9 Para a aquisição de bens/produtos são levados em conta os
aspectos de durabilidade e a qualidade de tais bens/produtos.
Se não houver concordância como afirmativa acima, qual
o motivo?
Para aquisição de caixas coletoras de resíduo recicláveis.
X
220
Aspectos sobre a gestão ambiental Avaliação
Licitações Sustentáveis 1 2 3 4 5
10 Os projetos básicos ou executivos, na contratação de obras e
serviços de engenharia, possuem exigências que levem à
economia da manutenção e operacionalização da edificação,
à redução do consumo de energia e água e à utilização de
tecnologias e materiais que reduzam o impacto ambiental.
Se houver concordância com a afirmativa acima, quais os
itens de sustentabilidade são exigidos?
Para os itens de lâmpadas fluorescentes, luminárias,
instalação de torneiras automáticas e reaproveitamento de
água da chuva.
Para outros itens necessitam de treinamento para melhor
aplicação.
X
11 Na unidade ocorre separação dos resíduos recicláveis
descartados, bem como sua destinação, como referido no
Decreto nº 5.940/2006.
X
12 Nos últimos exercícios, a UFPR promoveu campanhas entre
os servidores visando a diminuir o consumo de água e
energia elétrica.
Se houver concordância com a afirmação acima, como se
procedeu a essa campanha (palestras, folders,
comunicações oficiais, etc.)?
Campanha por meio de folders e comunicação oficial
X
13 Nos últimos exercícios, a UFPR promoveu campanhas de
conscientização da necessidade de proteção do meio
ambiente e preservação de recursos naturais voltadas para
os seus servidores.
Se houver concordância com a afirmação acima, como se
procedeu a essa campanha (palestras, folders,
comunicações oficiais, etc.)?
Palestras, comunicação oficial e incentivo à participação
de seminários e cursos pelos servidores envolvidos com
licitação.
Se não houver concordância, qual(s) o(s) motivo(s)?
X
Considerações Gerais
221
Aspectos sobre a gestão ambiental Avaliação
Licitações Sustentáveis 1 2 3 4 5
LEGENDA Níveis de Avaliação: (1) Totalmente inválida: Significa que o fundamento descrito na afirmativa é
integralmente não aplicado no contexto da UFPR. (2) Parcialmente inválida: Significa que o fundamento descrito na afirmativa é
parcialmente aplicado no contexto da UFPR, porém, em sua minoria. (3) Neutra: Significa que não há como afirmar a proporção de aplicação do
fundamento descrito na afirmativa no contexto da UFPR. (4) Parcialmente válida: Significa que o fundamento descrito na afirmativa é
parcialmente aplicado no contexto da UFPR, porém, em sua maioria. (5) Totalmente válida: Significa que o fundamento descrito na afirmativa é
integralmente aplicado no contexto da UFPR.
FONTE: Quadro adaptado para o presente trabalho a partir do modelo extraído da
Decisão Normativa (DN) nº 107, de 07/12/2010 do TCU, – Parte A do Anexo II, decorrente da Base Normativa – Portaria 277/2010 (Disponível em: <www.tcu.gov.br>)
ORIENTAÇÕES PARA PREENCHIMENTO DO QUADRO
Aspectos sobre a gestão ambiental: afirmações relacionadas às aquisições de
bens/produtos e serviços por meio de licitações sustentáveis sobre as quais a
unidade deve avaliar seu nível de concordância.
Avaliação: campo a ser assinalado com um ―X‖ pela unidade conforme seu nível de
concordância com a afirmação dada, levando em consideração a escala de
avaliação de 1 a 5, conforme legenda.
Observações:
Deverá ser assinalado apenas um ―X‖ para cada afirmação. As afirmações que
pedem informações complementares devem ser respondidas logo em seguida à
pergunta, dentro do próprio quadro.
No campo ―Considerações Gerais‖ deve ser informada a metodologia usada pela
UFPR para analisar os quesitos (se respondido individualmente ou por grupo de
pessoas; que áreas os respondentes representam, etc.).
No caso de relatório de gestão consolidado, o quadro deve ser preenchido
considerando o contexto da unidade consolidadora somente.
No caso de relatório agregado, o quadro deve ser preenchido pela Unidade
agregadora e pelas unidades agregadas, considerando os respectivos contextos.
222
APÊNDICE C
ROTEIRO DE ENTREVISTAS
223
APÊNDICE C.1
ATORES DA UFPR
1. O Senhor(a) conhece a existência da IN 01/2010, que estabelece os critérios de
sustentabilidade ambiental nas contratações públicas, que a administração
pública federal tem que cumprir?
2. Como o(a) Senhor(a) vê a importância dessa política pública na busca pela
sustentabilidade e a defesa do meio ambiente no país?
3. No caso específico da UFPR, as contratações de obras dentro desses critérios,
além da defesa do meio ambiente, atendem às necessidades acadêmicas e de
pesquisa?
4. Quais ações devem acontecer e quais as dificuldades na aplicação da Instrução
Normativa? (políticas?, infraestrutura?, qualificação dos atores envolvidos nos
processos de licitação? (etc).
5. Quais as ações desenvolvidas pela UFPR, no tocante aos processos de compras
e contratações de obras e serviços, dentro dos critérios de sustentabilidade
ambiental estabelecidos pela IN 01/2010?
6. Como o(a) Senhor(a) observa a prática dos procedimentos licitatórios com base
nas exigências da Instrução Normativa, e quais problemas poderão ser
enfrentados, com relação aos fornecedores?
7. O que atualmente dificulta a UFPR de aplicar a IN 01 para os processos
licitatórios sustentáveis?
8. Como o(a) Senhor(a) observa do ponto de vista econômico, as licitações
sustentáveis, considerando os recursos públicos?
9. Como tem sido a avaliação dos órgãos fiscalizadores de controle interno e
externo, com referência à Instrução Normativa para as licitações sustentáveis?
10. Existe a necessidade de participação de outros atores alheios à UFPR para o
sucesso dessa política pública?
224
APÊNDICE C.2
Ator: (Chefe da Controladoria Geral da União - CGU)
1. Como as IFES tratam a aplicação da IN 01/2010?
2. Como o Tribunal de Contas da União ou até mesmo a CGU encaram essa
situação? E qual a política da CGU sobre isso?
3. Como a CGU trata com as Auditorias Internas das IFES, em relação à
fiscalização da observância da Instrução Normativa?
4. Na sua opinião, qual a relação da IN 01/2010 com a Lei 8.666/93?
225
APÊNDICE D
RESULTADO DAS ENTREVISTAS
226
Entrevistada 1: Diretora da Central de Compras
(Entrevista realizada em 02 mar. 2011)
1. Conhece a IN 01/2010;
2. Vê essa política pública como boa iniciativa do Governo Federal por ser a
Administração Pública um consumidor em potencial e que se preocupa com o
meio ambiente, e já deveria ter sido implantada há mais tempo;
3. Com referência à contratação de obras, não opinou;
4. O Ministério do Planejamento, o autor da edição da IN 01/2010, tem que
promover treinamentos para que a implantação da norma seja eficiente, pois
como está vê muitas dificuldades para estabelecer nos editais de licitação, assim
como nas aferições e fiscalização da execução dos contratos pelas empresas.
5. Essa nova Norma ainda não tem a aceitação devida pelos usuários dos bens.
Acredita que os mesmos ainda não estão preparados para aceitarem produtos
reciclados e/ou manufaturados (―produtos verdes‖);
6. Na parte das aquisições tem sido adquirido papel reciclado, mas, ainda, continua
comprando também os tradicionais;
7. No caso de compra de carteiras a última licitação, foi exigido, no edital de
licitação, que as empresas apresentem comprovação da procedência da
madeira, mas ainda não se exigiu para os demais móveis;
8. Com relação aos computadores, na ultima aquisição foram equipamentos
sustentáveis.
9. Nas licitações de serviços de limpeza, exige-se que os empregados das
empresas prestadoras de serviços tenham conhecimento de separação de lixo;
10. Quanto às práticas de procedimentos licitatórios, com base nas exigências da IN
01/2010, não vê maiores dificuldades, mas entende que o mercado não está
preparado para atender, principalmente as pequenas e micro-empresas, e
principalmente as aquisições até R$ 80.000,00 em que a licitação é exclusiva
para micros e pequenas empresas, conforme exigência da Lei Complementar nº
123/2006 – que estabelece tratamento diferenciado para estas nos processos
licitatórios. Poderão ser enfrentados problemas com impugnações de edital,
recursos ou até mesmo mandados judiciais por alegar restrição à participação.
227
11. A dificuldade da UFPR em aplicar a Instrução Normativa reside na falta de
conhecimento da comunidade, entendimentos da Norma, treinamento e também
uma definição clara da política de gestão institucional;
12. Do ponto de vista econômico não há economia. Exemplifica o papel reciclado, o
seu custo é maior do que o tradicional. E no caso dos computadores verdes,
exigem-se materiais e componentes não agressivos ao meio ambiente e isso
custa mais caro;
13. Com referência às avaliações dos órgãos de controle interno e externo até agora
a UFPR não foi auditada;
14. Deve haver o envolvimento de outros atores externos, alheios à UFPR, desde o
governo através da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI) do
Ministério do Planejamento, as indústrias, os fornecedores e a comunidade
externa atuando como fiscalizadora e cobrando as ações devidas por parte da
Administração Pública. Inclusive todos os Governos Estaduais e Municipais
devem editar normas semelhantes de sustentabilidade ambiental;
228
Entrevistada 2: Coordenadora da Central de Compras
(Entrevista realizada em 04 mar. 2011)
1. Conhece a IN 01/2010;
2. Trata-se de uma política muito importante para o equilíbrio do meio ambiente. Ela
vem trazer benefícios que possam contribuir para que se evitem catástrofes
ambientais (erosões, deslizamentos, etc) e o correto descarte de materiais tóxicos
dando um destino certo, de forma a não agredir o meio ambiente;
3. Na contratação de obras e serviços de engenharia, não sabe opinar;
4. Devem ocorrer ações o mais urgente possível por iniciativa da Administração
Central da UFPR, no sentido de que sejam dados condições de capacitação e aos
seus servidores para se adaptarem à nova Norma. Apesar de já terem sido
adquiridos produtos ―verdes‖, como: computadores, papel reciclado e toner para
impressora com embalagem reciclada, os fornecedores em geral, não estão
adaptados, faltam treinamentos aos servidores, e resistência a uma nova cultura,
entendendo esta a maior dificuldade;
5. São poucas as ações da UFPR no tocante a aplicação dos critérios de
sustentabilidade ambiental, trazidos pela IN 01/2010. Além de algumas compras
de produtos acima elencados, aliadas à promoção de eventos, tais como
palestras, seminários, fóruns e comunicados oficiais, não está sendo aplicada a
IN 2010 em sua plenitude;
6. A maioria dos fornecedores ainda não está adaptada para esse novo mercado de
produção de bens e prestação de serviços dentro dos critérios sustentáveis. Cita
o exemplo de uma licitação para aquisição de papel toalha, cujo processo foi
impugnado pelo fornecedor, por não poder fornecer o documento de regularidade
ambiental exigido no edital, obrigando a Comissão de licitação a cancelar o
processo e deflagrar nova licitação;
7. A dificuldade de aplicar a IN 01/2010, reside na falta de capacitação dos atores
envolvidos com os processos, principalmente a ausência de uma política maior
por parte da Administração Central da UFPR;
8. Os critérios de sustentabilidade ambiental nas aquisições de bens e demais
contratações, podem custar mais caro. A entrevistada cita o exemplo do papel
reciclado e das carteiras escolares que foram mais caros, dadas as exigências do
229
edital. Mas, por outro lado, observa que para a aquisição dos cartuchos para
impressoras, o custo foi mais baixo;
9. Os órgãos fiscalizadores ainda não se manifestaram a respeito. Entende por ser
uma norma recente;
10. Participação de outros atores alheios à UFPR, tais como: a Secretaria do
Planejamento do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, mediante
promoção de treinamentos, encontros nacionais e regionais, etc., a exemplo do
que ocorreu em setembro de 2010 na cidade de Florianópolis – SC, bem como,
também, os fornecedores e a conscientização da comunidade como um todo,
nesse engajamento, para termos um meio ambiente ecologicamente equilibrado.
230
Entrevistada 3: Presidente da Comissão de Licitação da Central de Compras
(entrevista realizada em 07 mar. 2011)
1. Conhece a IN 01/2011;
2. Essa política pública é merecedora de aplausos, em vista dos problemas
ambientais, pois é uma preocupação comum de todos os cidadãos que buscam
qualidade de vida para si e às gerações futuras;
3. Entende que as obras sustentáveis atendem às necessidades acadêmicas e de
pesquisas;
4. As ações necessitam de uma Unidade piloto, especializada em meio ambiente,
com o objetivo de instruir e orientar as Comissões de Licitação, visando ao
cumprimento das normas ambientais dos Órgãos reguladores e fiscalizadores,
como ANVISA, Agência Nacional das Águas (ANA), IBAMA entre outras.
Também falta uma política dos órgãos superiores da UFPR, especificamente
voltada às ações das Unidades envolvidas com as licitações, a fim de que estas
tenham todo um suporte e condições técnicas e com qualificações para aplicação
da Norma sustentável;
5. Até a presente data não existe manifestação formal ou determinação, acerca
das ações a serem desenvolvidas, exceto a Divisão de Gestão Ambiental da
Prefeitura da Cidade Universitária, com referência à separação de resíduos
recicláveis e não recicláveis e sua destinação, bem como a sua destinação,
inclusive nos processos licitatórios, referentes à ocupação dos espaços físicos
da UFPR, por terceiros (cantinas, restaurantes, reprografias, etc);
6. Como toda legislação nova, existe uma adaptação lenta e gradual do mercado.
Por isso, é possível que, em primeiro momento, haja, nas licitações,
impugnações e recursos de fornecedores por alegarem restrição à participação,
por necessidade de adaptação e reembolso financeiro, em face dos editais
exigirem documentos de certificação ambiental, entre outras exigências impostas
pela IN 01/2010. Assim como, também, os objetos a serem licitados, devam
conter características de sustentabilidade ambientais. Entende que hoje são
significativas as quantidades de fornecedores que dispõem de mão de obra ,
conhecimento e investimento no Setor. Exemplo são o Setor de confecção de
móveis e outros produtos do gênero.
231
7. Entende que as dificuldades na aplicação da IN 01/2010 estão no fator cultural.
A resistência dos usuários e outros atores em adquirir produtos ou contratar
serviços sustentáveis, devido ao histórico de problemas relacionados à qualidade
dos produtos, que é um foco identificado em qualquer Instituição, devido ao seu
histórico de formação sócio-econômica, além do fato de que, também, muitos
usuários não sabem da existência dessa Norma;
8. Falta ao governo dar incentivos ao Setor de industrialização e do seguimento
de mercado, de sorte a tornar o produto final sustentável e mais barato. Hoje,
determinados produtos, com essas características, são mais caros, como é o
exemplo do papel sulfite reciclado, que nas últimas aquisições feitas pela UFPR
custou mais caro em relação ao tradicional;
9. Até a presente data não houve nenhum apontamento, seja da Auditoria Interna
da UFPR, como também dos órgãos de controle externo, com relação à não
aplicabilidade da IN 01/2010;
10. Na sua visão, a IN 01/2010 apresenta elementos subjetivos; poderia ser mais
pragmática, ou seja, uma Norma tecnicamente melhor explicativa. Entende que
há necessidade de o Órgão expedidor editar uma nova edição com caráter mais
técnico e regulamentativo, de forma a proporcionar melhor compreensão na sua
aplicabilidade.
232
Entrevistado 4: Autoridade Ordenadora de Despesa – Pró-Reitor de
Administração da UFPR
(Entrevista realizada em 21 mar. 2011)
1. Sim, conheço;
2. De grande importância, dada a necessidade de estabelecimento de normas para
que toda sociedade que atua no setor público esteja conscientizada para a
questão do meio ambiente e a sua sustentabilidade. O processo de
conscientização é de prazo mais demorado, dado que a cultura ainda não
incorporou plenamente esta consciência ambiental. A legislação passa a ser
importante ferramenta no processo. Muito significativa essa política implantada
pela IN/01/2010.
3. As nossas contratações, à exceção de uma, ainda não contemplam totalmente os
critérios estabelecidos pela Normativa. Portanto, nossas contratações dependem
de adaptações para que haja o enquadramento que atenda às necessidades
acadêmicas e de pesquisa.
4. Como citado anteriormente, o processo ainda é muito incipiente. Para que
possamos estar prontos à total aplicabilidade da IN, há passos a serem vencidos,
iniciando-se pela capacitação do quadro de pessoal envolvido nas aquisições e
obras, para a interpretação da IN e a capilarização deste conhecimento ao longo
da cadeia de constituição de cada processo. Quanto à infraestrutura, após a
capacitação, ela naturalmente se estabelece e acredito ser parte de mais fácil
implementação. O ponto de relevância é sobre o estabelecimento da política, a
qual, em minha opinião, se reforça amplamente quando a cultura da sociedade
envolvida for sendo consolidada. Quanto mais conscientização, mais fácil se
implantará a Instrução Normativa.
5. Primeiramente o entendimento pelos agentes geradores das demandas da
importância da questão da sustentabilidade. Esse é o primeiro passo, ou seja,
divulgação ampla e disseminada quanto à existência desta necessidade legal.
Em seguida, estamos promovendo inúmeras discussões para as imediatas
adaptações dos editais de aquisições, serviços e obras.
6. A própria legislação regulatória dos processos licitatórios é ampla, exigente e
ainda gera inúmeros entendimentos, muitas vezes contraditórios. A
implementação de novos elementos nos instrumentos regulatórios sempre causa
233
alguns contratempos para a consolidação de suas interpretações. Logo haverá
um tempo para que a grande maioria do contido na Instrução Normativa seja
absorvido. Tal situação sempre ocorre quando de novas legislações e
normativas. Cabe aos agentes públicos promover o aceleramento destas
interpretações. Já é discussão a nível nacional no Fórun de Pró-Reitores de
Administração e Planejamento (FORPLAD) as dificuldades que são enfrentadas
pela pouca ou nenhuma condição oferecida pelo conjunto de fornecedores.
Paralelamente à implementação das medidas nos editais, elas terão pouco
reflexo e praticidade, pois os fornecedores ainda não estão capacitados para o
enquadramento à nova legislação. É parte de nossa preocupação, com certeza.
7. Adaptação dos editais, aplicabilidade pelos agentes envolvidos nos processos de
aquisição de bens, de serviços e de obras e o preparo dos fornecedores.
8. É, como citado no item 6, ponto de discussão controverso. Naturalmente, com as
condicionantes de sustentabilidade e aplicação de novo regramento para
materiais, serviços e procedimentos, os custos desta obtenção serão maiores.
Apesar da legislação prever que os critérios de julgamento preverem estes itens
de sustentabilidade, haverá um natural confronto, promovendo controvérsias
quanto à definição dos licitantes vencedores dos certames. Prevê-se aumento
dos valores dispendidos com estas aquisições.
9. Tem havido uma inicial cobrança dos órgãos fiscalizadores, se podendo entender
que os mesmos compreendem as dificuldades de sua implementação.
Acreditamos que para os próximos períodos as cobranças serão maiores a
respeito.
10. Sem dúvida. A troca de informações com outros órgãos, assemelhados ou não
às IFES, é fundamental. Podemos sugerir também que os órgãos reguladores de
normas que afetam o cumprimento da IN, sejam partícipes deste processo, tais
como ABNT, ANVISA, CONAMA, etc.
234
Entrevistada 5: Diretora da Divisão de Almoxarifado Central
(Entrevista4 realizada em 22 mar. 2011)
1. Sim, conheço;
2. Vejo como uma atitude necessária e positiva. Contávamos apenas com
iniciativas isoladas, por cidades/estados e municípios e/ou ONGs, com atividades
de separação do lixo reciclado e reaproveitamento de poucos itens pelas
indústrias. Agora temos uma instrução normativa, respaldada por leis, que
ampara as licitações sustentáveis, possibilitando aos gestores a compra, em
âmbito nacional, de produtos/materiais fabricados com matérias primas
ecologicamente corretas que não acarretem danos ao meio ambiente e,
consequentemente, à preservação da vida em diversos níveis.
3. Com relação a obras, não tenho conhecimento.
4. 1ª- Colocar em prática, na nossa própria Instituição, atitudes como a separação
dos resíduos recicláveis (Decreto nº 5.940/2006), de resíduos sólidos , de
redução no consumo de papéis, de energia, etc . De nada adianta fazermos
compras sustentáveis, se não existe uma política interna, que supervisione e
promova constantemente a conscientização. Diariamente testemunho a não
separação do lixo. Essas políticas internas devem atingir toda comunidade
acadêmica, inclusive limpeza e manutenção. Por exemplo, no contrato com as
empresas terceirizadas para limpeza e manutenção, colocar cláusulas que
obriguem a empresa a dar cursos/instruções a seus funcionários para a
separação do lixo na fonte geradora.
2º Utilizar canais dentro do âmbito da Instituição para informar que é possível
solicitar aos gestores de compras/licitações, a aquisição de bens, contratação de
serviços/obras com sustentabilidade ambiental. Um servidor docente pode, por
exemplo, ter consciência que precisa adquirir determinado produto
ecologicamente correto, mas não tem ciência de que existem leis que amparam
essa aquisição. Portanto, a falta de informação gera dificuldade na aplicação da
Instrução Normativa 01/10.
4 Transcrita na íntegra as respostas da atora.
235
3º Vejo também necessidade de maior envolvimento, entrosamento e
qualificação dos atores no processo de licitação, a começar pela pessoa que faz
a descrição/especificação do produto, até a pessoa do pregoeiro. Não há que
ficar dúvidas aos fornecedores quanto ao produto pretendido.
5. Com relação a materiais, atualmente, a UFPR adquiriu apenas papel reciclado
para utilização em xerografia/impressão, etc. Brevemente, deveremos solicitar
aquisições conforme a IN 01/2010.
6. Como observação prática, acompanhei o processo licitatório do Instituto de
Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (Pregão Eletrônico 03/2010), onde
havia lotes com 48 itens de material reciclado. Do total destes itens, 27 foram
frustrados com cancelamentos e/ou inexistência de proposta. Dos 21 restantes
que obtiveram êxito, 19 itens envolviam papel reciclado e 2 itens envolviam
madeira de reflorestamento. Dentre os itens frustrados, havia materiais de
plástico e polipropileno reciclados; copos descartáveis para água e café em
papel não parafinado. Então, conclui-se que a prática do procedimento licitatório
nos mostra um mercado não preparado para as exigências, ou, algum outro fator
desconhecido.
Um ponto a ser considerado em relação aos fornecedores, é que o poder de
compra do Estado é muito grande, chegando a 15% do PIB nacional. Se
considerarmos o tripé: desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e
conservação do meio ambiente, este poder do Estado pode alavancar as
contratações sustentáveis, forçando o mercado a se adequar às novas
exigências, favorecendo assim o meio ambiente, como pode também promover o
desequilíbrio momentâneo e/ou sucessivas frustrações nas licitações
sustentáveis.
7. No caso do Almoxarifado Central da UFPR, em virtude da pressa na aquisição
dos materiais para estoque, em função da grande demanda, ainda não foram
adquiridos itens (exceto papel) com critérios de sustentabilidade ambiental, com
receio da frustração na licitação, e assim, faltar materiais para atender a
Instituição. Mas estamos trabalhando para que isso ocorra o mais breve possível.
Exceção aqui a várias tentativas frustradas de adquirir chá mate, produzido com
ervas cultivadas exclusivamente para este fim, sem o uso de agrotóxicos.
8. Do ponto de vista econômico, há que se observar que os recursos públicos
destinados a contratações sustentáveis terão redução de impacto econômico ao
236
longo do tempo, pois estará contribuindo, por exemplo, para diminuição de
mudanças climáticas negativas, portanto, redução de gastos com catástrofes.
Como efeito ―cascata‖ das contratações públicas sustentáveis, haverá estímulo
com inovações tecnológicas, novas indústrias e, como conseqüência, maior
arrecadação; novos mercados; mais empregos, portanto redução da pobreza e
promoção de igualdade social.
9. Não tenho conhecimento se está havendo essa avaliação pelos órgãos de
controle externo.
10. Além da necessidade da participação dos atores da UFPR e das empresas
terceirizadas, há necessidade da participação mais expressiva do Estado. Há que
se promover mais Fóruns/Cursos no âmbito da administração pública, e também
promover a fiscalização do cumprimento das ações propostas na Instrução
Normativa 01/SLTI de 19 de janeiro de 2010.
237
Entrevistado 6: Presidente da Comissão Permanente de Licitação de Obras e
serviços de Engenharia
(Entrevista realizada em 22 mar. 2011)
1. Sim, conhece;
2. Entende que essa política pública trará grande benefício, principalmente à futura
geração;
3. As obras sustentáveis irão atender plenamente às necessidades acadêmicas e
de pesquisa. Acredita que poderá haver algumas resistências de alguns,
acrescenta que tais obras trarão outros horizontes, que proporcionarão novas
pesquisas, em benefício acadêmico;
4. A administração central deve dar o primeiro passo à aplicação da Norma, mas
acha que suas ações irão esbarrar em um problema cultural e político, por
aqueles que podem impor resistência;
5. Nos editais atuais, já são exigidos certificados de regularidade ambiental, para os
equipamentos instalados nas obras, como ar condicionado, e nos serviços de
obras, a destinação final dos resíduos da construção civil. Já nos projetos
básicos, alguns não vêm com essas exigências, fazendo com que a Comissão
insira por iniciativa própria. Outros já constam, mas de maneira incompleta,
ensejando complementação. Atualmente, os projetos básicos já vêm detalhados,
mas ainda muito aquém dos critérios estabelecidos na IN 01/2010.
6. A prática dos procedimentos com base na Instrução Normativa, acredita, pode
gerar resistência dos fornecedores, para cumprimento das exigências do edital;
7. A dificuldade em aplicar a IN 01/2010, nos processos licitatórios, reside no
desconhecimento da sua totalidade da Norma, bem como a falta de treinamento,
pois os servidores envolvidos ainda não sabem como aplicá-la;
8. A aplicação dos critérios de sustentabilidade ambiental nas contratações,
certamente, irá encarecer o produto, ou as obras e serviços, no seu preço final,
mas, por outro lado, esse ―mais caro‖ irá se tornar mais barato ao longo do
tempo, pelos benefícios tanto econômico como social, por se tornar mais viável
para o meio ambiente;
9. Não tem conhecimento sobre manifestações dos órgãos de controle,
fiscalizadores das contas dos gestores;
238
10. O envolvimento dos órgãos de controle do meio ambiente, bem como o Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão, especificamente este deve envolver-se,
promovendo encontros e treinamento para que tenhamos sucesso na aplicação
da IN 01/2010.
239
Entrevistada 7: Engenheira Arquiteta, Chefe da Divisão de Arquitetura da
Prefeitura da Cidade Universitária
(Entrevista realizada em 25 mar. 2011)
1. Conhece a IN 01/2011;
2. Vê essa política pública de suma importância, principalmente porque o setor
público é um grande consumidor de bens e serviços e pode ditar parâmetros de
sustentabilidade no mercado;
3. No quesito obras, entende que os critérios de sustentabilidade atendem
perfeitamente às necessidades acadêmicas e de pesquisa;
4. Ações de mudança de padrões dentro da UFPR, na exigência dos materiais de
construção e de procedimentos de obras, especificando já nos editais de
licitação. Entende que pode encontrar dificuldades nas empresas que constroem,
visto que irão impor uma certa resistência. Na UFPR existe grande abertura para
as inovações, no sentido de sustentabilidade. Além do mais tanto os arquitetos
como os engenheiros fiscais necessitam de treinamentos de como aplicar os
critérios estabelecidos pela IN 01/2010;
5. Com relação às obras e projetos básicos e executivos, tem muito que avançar. O
que está sendo exigido é o reaproveitamento e reuso de águas pluviais, madeira
de origem certificadas, colocação de lâmpadas eficientes e torneiras com
controle de fluxo da água. Exige-se também uma orientação solar da edificação,
de sorte a promover conforto térmico, sem necessidade de climatização artificial
quando possível;
6. Na sua avaliação, são poucos os fornecedores de materiais e procedimentos
sustentáveis, porém se a Administração Pública começar a exigir vai ditar novos
parâmetros de mercado, visto que esta é grande consumidora. No início vai
haver certa restrição de mercado, o que poderá haver impugnações e recursos
pelos fornecedores, mas que aos poucos o mercado vai se rendendo às novas
práticas de sustentabilidade. Também, o critério de menor preço inviabiliza as
empresas que são obrigadas a colocar materiais sustentáveis. Que tais
exigências devem constar no memorial descritivo e no edital de licitação.
7. A dificuldade da UFPR em aplicar a IN 01/2010 está na mudança de padrões
internos, o que ainda não ocorreu;
240
8. Entende que as obras sustentáveis se tornarão mais caras, pela necessidade de
os fornecedores aplicarem material e procedimentos sustentáveis, mas, por outro
lado, o sistema de reuso da água da chuva, as torneiras com controle de fluxo,
bem como o sistema de iluminação econômica, irão proporcionar economia de
recursos públicos, o que pode compensar o que foi mais caro, mas o mais
importante é o benefício social.
9. Com relação às cobranças dos órgãos de controle interno não sabe responder.
10. Sempre existe a necessidade de participação dos fornecedores e principalmente
das Associações não governamentais. Também há o envolvimento direto do
Ministério de Planejamento para orientações e treinamento dos servidores, a fim
de garantir o sucesso na aplicação da IN 01/2010.
241
ANEXOS
242
ANEXO A
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL ÀS LICITAÇÕES SUSTENTÁVEIS
Leis Federais
Lei Federal nº 12.349/2010 – Altera as Leis nºs 6.666, de 21 de junho de 1993,
8.958, de dezembro de 1994, e 10.973, de 2 de dezembro de 2004, e revoga o § 1º
do art. 2º da Lei nº 11.273, de 6 de fevereiro de 2006.
Lei Federal nº 8.666/1993 – Regula o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal,
institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências.
Lei Federal nº 10.520/2002 – Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade
de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns e dá
outras providências.
Lei Federal nº 12.187/2009 – Institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima –
PNMC e dá outras providências.
Lei Federal nº 10.295/2001 – Dispõe sobre a Política Nacional de Conservação e
Uso Racional de Energia e dá outras providências.
Lei Federal nº 9.795/1999 – Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política
Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências.
Lei Federal nº 9.660/1998 – Dispõe sobre a substituição gradual da frota de veículos
e dá outras providências.
Projetos de Lei:
Projeto de Lei nº 1991/2007 - Institui a política nacional de resíduos sólidos e dá
outras providências.
Decretos:
Decreto Federal nº 5.940/2006 – Institui a separação dos resíduos recicláveis
descartados pelos órgãos e entidades da administração pública federal direta e
indireta, na fonte geradora, e a sua destinação às associações e cooperativas dos
catadores de materiais recicláveis, e dá outras providências.
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Decreto Federal nº 4131/2002 – Dispõe sobre medidas emergenciais de redução do
consumo de energia elétrica no âmbito da Administração Pública Federal.
Decreto Federal nº 4.059/2001 – Regulamenta a Lei nº 10.295 de 17 de outubro de
2001, que dispõe sobre a Política Nacional de Conservação e Uso Racional de
Energia e dá outras providências.
Decreto Federal nº 2.783/1998 – Dispõe sobre proibição de aquisição de produtos
ou equipamentos que contenham ou façam uso das substâncias que destroem a
Camada de Ozônio – SDO, pelos órgãos e pelas entidades da Administração
Pública Federal direta, autárquica e fundacional e dá outras providências.
Decreto Federal nº 563/1992 – Institui o Programa Piloto para a Proteção das
Florestas Tropicais do Brasil e cria a Comissão de Coordenação.
Decreto Federal nº 99.658/1990 – Regulamenta, no âmbito da Administração Pública
Federal, o reaproveitamento, a movimentação, a alienação e outras formas de
desfazimento de material.
Decreto nº 48.138/2003 – institui medidas de redução de consumo e racionalização
de uso de água.
Instruções Normativas
Instrução Normativa nº 01/2010 – Dispõe sobre os critérios de sustentabilidade
ambiental na aquisição de bens, contratação de serviços ou obras pela
Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional e dá outras
providências.
Portarias
Portaria nº 277/2010 – TCU – Dispõe sobre orientações às unidades jurisdicionadas
ao Tribunal quanto ao preenchimento dos conteúdos dos relatórios de gestão
referentes ao exercício de 2010, nos termos do art. 4º, § 3º da DN TCU nº 107/2010.
Portaria nº 02/2010-SLTI/MP – Dispõe sobre as especificações padrão de bens de
Tecnologias da Informação no âmbito da Administração Pública Federal direta,
autárquica e fundacional e dá outras providências.
Portaria nº 43/2009-MMA – Dispõe sobre a vedação ao Ministério do Meio Ambiente
e seus órgãos vinculados de utilização de qualquer tipo de abesto/amianto e dá
outras providências.
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Portaria nº 61/2008-MMA – Estabelece práticas de sustentabilidade ambiental a
serem observadas pelo Ministério do Meio Ambiente e suas entidades vinculadas
quando das compras públicas sustentáveis e dá outras providências
Resoluções
Resolução CONAMA nº 416/2009 – Dispõe sobre a prevenção à degradação
ambiental, causada por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente
adequada, e dá outras providências.
Resolução CONAMA nº 401/2008 – Estabelece os limites máximos de chumbo,
cádmio e mercúrio para pilhas e baterias comercializadas no território nacional e os
critérios e padrões para o seu gerenciamento ambientalmente adequado e dá outras
providências.
Resolução Conama n° 378/2006 – Define os empreendimentos potencialmente
causadores de impacto ambiental nacional ou regional para fins do disposto no
inciso III, § 1o, art. 19 da Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965, e dá outras
providências.
Resolução CONAMA nº 307/2002 – Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos
para a gestão dos resíduos da construção civil.
Resolução CONAMA nº 257/1999 – disciplina o descarte e o gerenciamento
adequado de pilhas e baterias usadas, no que tange a coleta, reutilização,
reciclagem, tratamento ou disposição final.
Resolução CONAMA nº 20/1994 – Institui o Selo Ruído, como forma de indicação do
nível de potência sonora, de uso obrigatório para aparelhos eletrodomésticos.
Normas
ABNT NBR nº 15.448-1:2007 – Embalagens plásticas degradáveis e/ou renováveis -
Parte 1: Terminologia Define os termos técnicos referentes a embalagens plásticas
degradáveis e/ou renováveis.
ABNT NBR nº 15.448-2:2008 – Embalagens plásticas degradáveis e/ou de fontes
renováveis – Parte 2: Biodegradação e compostagem — Requisitos e métodos de
ensaio Especifica os requisitos e os métodos de ensaio para determinar a
compostabilidade de embalagens plásticas, visando à revalorização de resíduos
pós-consumo, por meio de apontamento das características de biodegradação
aeróbia seguida da desintegração e impacto no processo de compostagem.
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ABNT NBR nº 15.112/2004 – Resíduos da construção civil e resíduos volumosos –
Áreas de transbordo e triagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação.
ABNT NBR nº 15.113/2004 – Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes
- Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e operação.
ABNT NBR nº 15.114/2004 – Resíduos sólidos da Construção civil - Áreas de
reciclagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação.
ABNT NBR nº 15.115/2004 – Agregados reciclados de resíduos sólidos da
construção civil – Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos.
ABNT NBR nº 15.116/2004 – Agregados reciclados de resíduos sólidos da
construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função
estrutural – Requisitos.
ABNT NBR ISO nº 14.050/2004 – Gestão ambiental – Vocabulário.