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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO HABILITAÇÃO GERAL ROSEMAR COLZANI ANÁLISE DESCRITIVA DA FUNÇÃO TRANSPORTE TERCEIRIZADA OU COM FROTA PRÓPRIA EM UMA DISTRIBUIDORA DE ALIMENTOS E MATERIAL DE LIMPEZA São José 2006

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – HABILITAÇÃO GERAL

ROSEMAR COLZANI

ANÁLISE DESCRITIVA DA FUNÇÃO TRANSPORTE TERCEIRIZADA OU COM FROTA PRÓPRIA EM UMA DISTRIBUIDORA DE ALIMENTOS E MATERIAL DE

LIMPEZA

São José 2006

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ROSEMAR COLZANI

ANÁLISE DESCRITIVA DA FUNÇÃO TRANSPORTE TERCEIRIZADA OU COM FROTA PRÓPRIA EM UMA DISTRIBUIDORA DE ALIMENTOS E MATERIAL DE

LIMPEZA

Trabalho de Conclusão de Curso – projeto de aplicação –

apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de

Bacharel em Administração da Universidade do Vale do

Itajaí.

Professor Orientador: ANTONIO JOSÉ BICCA

São José 2006

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ROSEMAR COLZANI

ANÁLISE DESCRITIVA DA FUNÇÃO TRANSPORTE TERCEIRIZADA OU COM FROTA PRÓPRIA EM UMA DISTRIBUIDORA DE ALIMENTOS E MATERIAL DE

LIMPEZA

Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua

forma final pela Coordenação do Curso de Administração – Habilitação Geral da

Universidade do Vale do Itajaí, em 27 de Março de 2006

Prof (a) Luciana Merlin Bervian Univali – CE São José

Coordenador (a) do Curso

Banca Examinadora:

Prof (a) Antonio José Bicca Univali – CE São José Professor Orientador

Prof (a) Lucila Maria de Souza Campos Univali – CE São José

Membro

Prof (a) Carolina da Costa Masseli Univali – CE São José

Membro

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Dedico este trabalho a toda minha família,

em especial, meu pai Miguel e minha mãe Helena,

pois sem eles não teria vencido mais esta etapa de

minha vida.

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Agradeço a meu orientador Antônio José Bicca, pela

dedicação e profissionalismo dedicado durante o período

deste trabalho.

À Distribuidora Kretzer, que me proporcionou livre acesso

e informações, assim como o tempo despendido para

realização deste estudo.

Agradeço também a minha família, em especial a meus

pais, Miguel Colzani e Helena da Silva Colzani, pelo

apoio, carinho e compreensão prestados durante a

realização deste trabalho, bem como, todos os anos de

faculdade.

Em especial à minha namorada, Bianca S. Pires, por

todas as horas de compreensão, carinho, amor e apoio

que me foram concedidas durante a realização deste

trabalho.

Por fim agradeço à Deus por ter me presenteado com

muita saúde e paz durante todos estes anos.

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Ninguém pode construir em teu lugar as

pontes que precisarás para atravessar o rio

da vida – ninguém, exceto tu, só tu.

Friedrich Nietzsche

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RESUMO

O presente trabalho foi elaborado a partir de uma análise descritiva realizada na empresa Distribuidora Kretzer Ltda, com o objetivo de descrever sua função transporte de mercadoria, comparando-a com a forma terceirizada utilizada por outras empresas. A análise teve início após a elaboração dos objetivos geral e específico, seguidos de uma revisão bibliográfica, onde foram abordados os conceitos de logística e distribuição físicas, bem como, conceitos sobre a metodologia utilizada para a realização desta pesquisa. Históricos sobre a logística, transporte e a terceirização foram resgatados, facilitando o entendimento sobre a importância e as necessidades destas atividades dentro da organização estudada, possibilitando a identificação dos pontos fortes e fracos quanto à função transporte realizado pela mesma. Alguns pontos levantados durante a pesquisa, puderam caracterizar que a realização de entregas de mercadorias por meio de frota própria e frota terceirizada apresentam diferenças significativas relacionadas ao tempo de entrega de mercadorias e o comprometimento dos colaboradores, o que permitiu e estimulou o acadêmico a dar sugestões envolvendo decisões estratégicas dentro da organização, com a finalidade de melhorar e facilitar suas atividades, mantendo sempre o nível de qualidade exigido pela mesma.

Palavras-chave: Logística, Transporte, Terceirização.

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ABSTRACT

The presented work was elaborated from a descriptive analysis realized in the distributive company Kretzer Ltda, with the objective of describing its function of transporting merchandise, comparing to the outsourced form utilized by other companies. The analysis began after the elaboration of the general and specific objectives. Following the elaboration came a bibliographic revision, where the logistic and physical distribution concepts were aborted; concepts, meaning the utilized methods for the realization of this experiment. Records about the logistics, transportation, and outsourcing were captured; facilitating it to understand the importance and necessities of these activities inside the studied organization and allowing the identification of the strong and weak points while in the function realized by the same. Some points upheld in the experiment made it possible to characterize that the realization of deliveries of merchandise in the medium of proper fleet and outsourced fleet present significant differences related to the time of delivery of merchandise and the compromising of collaborators; what permitted and stimulated the academic to give suggestions involving strategic decisions inside the organization, with the goal of improving and facilitating your activities, always maintaining the level of quality asked.

Key Words: Logistics, Transportation, Outsourcing

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Lista de ilustrações

Fluxograma 1 – A Integração Logística ...................................................................................20

Organograma 2 – Organograma da Distribuidora Kretzer .......................................................44

Foto 3 – Conexão Via Infra-vermelho para Transmissão de Pedidos.......................................45

Foto 4 – Colaborador Separando Mercadoria Utilizando o Palmtop........................................47

Quadro 5 – Comparativo de Serviços Efetuados com Frota Própria ou de Terceiros..............57

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................11

1.1 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA .......................................................................12

1.2 OBJETIVOS ..................................................................................................................12

1.2.1 Geral...........................................................................................................................12

1.2.2 Específicos .................................................................................................................13

1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................13

1.4 APRESENTAÇÃO GERAL DO TRABALHO .......................................................................14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..........................................................................16

2.1 HISTÓRICO DE LOGÍSTICA...........................................................................................16

2.1.1 Gerenciamento da Logística ......................................................................................18

2.2 SUBSISTEMAS DA LOGÍSTICA ......................................................................................20

2.2.1 Armazenagem ............................................................................................................20

2.2.2 Processamento de Pedido...........................................................................................22

2.2.3 Consolidação e Fracionamento de Carga...................................................................23

2.2.4 Transporte ..................................................................................................................25

2.3 DISTRIBUIÇÃO FÍSICA .................................................................................................29

2.4 TRANSPORTE PRÓPRIO................................................................................................30

2.5 TRANSPORTE CONTRATADO OU DE TERCEIROS ..........................................................31

2.6 TERCEIRIZAÇÃO..........................................................................................................33

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS ........................................................................37

4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS.............................................................41

4.1 A ORGANIZAÇÃO........................................................................................................41

4.2 DESCRIÇÃO DA ATUAL FUNÇÃO TRANSPORTE DE MERCADORIAS DA DISTRIBUIDORA

KRETZER ....................................................................................................................................44

4.2.1 O pedido do cliente ....................................................................................................45

4.2.2 Aguardando para ser separado ...................................................................................46

4.2.3 Separando os pedidos e liberando os caminhões .......................................................47

4.2.4 Realizando as entregas...............................................................................................50

4.3 CONHECER À FUNÇÃO TRANSPORTE TERCEIRIZADO EM DISTRIBUIDORAS ...................52

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4.4 COMPARAR O SISTEMA DE TRANSPORTE DE MERCADORIAS ATUAL COM O SISTEMA

TERCEIRIZADO. ..........................................................................................................................57

4.5 PROPOSTA DE MELHORIAS RELACIONADAS AO NÍVEL DE SERVIÇO PRESTADO NO

PROCESSO DE DISTRIBUIÇÃO DE MERCADORIAS. ........................................................................60

5 CONCLUSÕES........................................................................................................63

REFERÊNCIAS......................................................................................................................65

ANEXO 01 – APARELHO PALMTOP ...............................................................................68

ANEXO 02 – PEDIDO ...........................................................................................................69

ANEXO 03 – PRÉ-ROMANEIO 500000..............................................................................70

ANEXO 04 – PRÉ-ROMANEIO SEPARADO....................................................................71

ANEXO 05 – PALMTOP DEPÓSITO. ................................................................................72

ANEXO 06 – ROMANEIO DE ENTREGA.........................................................................73

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1 INTRODUÇÃO

Muitas mudanças estão ocorrendo no âmbito comercial, e para se ajustar às novas

exigências do mercado algumas empresas têm utilizado a logística como uma ferramenta

gerencial, envolvendo toda a empresa. Com estas mudanças advindas de todo contexto

mundial, causadas pela evolução da tecnologia, crescimento das populações e até mesmo

pelas modificações do ambiente, surgiram novas necessidades que contribuíram para um novo

enfoque dos consumidores, agora não só preocupados com a qualidade dos produtos, mas

também preocupados com a prestação de serviços realizados pelas organizações comerciais,

que buscam nas operações logísticas uma forma para também melhorar e garantir a qualidade

na prestação de serviços. Para Christopher (2002), a logística deve ser vista como um elo de

ligação entre o mercado e a atividade operacional da empresa, compreendendo toda a empresa

do gerenciamento de matérias-primas até a entrega do produto final.

A partir da logística, possibilitaram-se diversas melhorias diretamente ligadas ao

desenvolvimento da organização, como o aperfeiçoamento de processos, agilidade, aumento

da produção, melhora na qualidade dos produtos e, principalmente, a permanência no

mercado.

A prestação de serviço tornou-se um diferencial na medida em que agrega valor aos

produtos, colaborando, conforme já referido, para o desenvolvimento da organização. Dentro

dessa nova realidade, o estudo dos transportes, uma das atividades logísticas, tem aumentado.

A Logística, especificamente a de Distribuição, representa uma possibilidade e muito

trabalho a ser executado a quem almeja uma gestão eficiente, tornando a profissão dos

gerentes de logística um ciclo repleto de desafios e de constantes modificações, exigindo cada

vez mais preparação e conhecimento dos profissionais para sua execução.

Sendo assim, a análise proposta neste estudo refere-se à função transporte da

Distribuidora Kretzer Ltda., que opera com alimentos e material de limpeza no município de

São José - SC. O desenvolvimento deste estudo poderá proporcionar um novo direcionamento

às tomadas de decisões e à uma reformulação estratégica, a partir de uma visão mais

abrangente da situação atual da função transporte na organização.

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1.1 Descrição da Situação Problema

O estudo realizado na organização durante o estágio compreendido no período de 20

de março a 20 de maio de 2006, permitiu observar que a empresa possui uma estrutura

instalada e adequada quanto às atividades internas de gestão de estoques e materiais. Também

pode se observar durante este período, que o volume das atividades da Distribuidora Kretzer

vem crescendo e, dessa forma, demandando novas necessidades.

Conforme já referido na introdução, a empresa opera com alimentos e material de

limpeza, fazendo, além da comercialização, a distribuição desses produtos, ou seja, os

representantes comercializam e a empresa efetua a entrega dessas mercadorias. O transporte

por ser uma atividade da distribuição, atualmente é realizado diretamente pela empresa por

veículos próprios, e o fato da Distribuidora Kretzer ter como foco a comercialização de

produtos, e não o transporte destes, desencadeou a iniciativa de realizar um estudo sobre o

tema a função transporte atual, suas vantagens e desvantagens.

Seguindo uma tendência de mercado que preconiza a terceirização de atividades

consideradas intermediárias à atividade fim da empresa, o problema de pesquisa ficou

caracterizado como sendo a busca pela resposta ao seguinte questionamento:

- Atualmente, a função transporte realizada pela Distribuidora Kretzer pode ser

considerada a mais adequada para a organização?

Para obter resposta à pergunta-problema, propõem-se os objetivos relacionados no

item seguinte.

1.2 Objetivos

O desenvolvimento do presente estudo determinou os objetivos apresentados a seguir.

1.2.1 Geral

Analisar descritivamente a função transporte da Distribuidora Kretzer Ltda.

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1.2.2 Específicos

Descrever a atual função transporte de mercadorias da Distribuidora Kretzer;

Reconhecer a função transporte terceirizado de mercadorias em distribuidoras;

Comparar a função transporte terceirizado com o sistema atual da Distribuidora

Kretzer;

Propor melhorias relacionadas ao nível de serviço prestado no processo de

distribuição de mercadorias.

No item a seguir, pode-se observar um esclarecimento sobre o motivo pelo qual foram

levantados os objetivos deste estudo.

1.3 Justificativa

Atualmente, observa-se que a logística é uma ferramenta gerencial freqüentemente

utilizada pelas empresas. Na visão de Christopher (1992), a logística desenvolveu-se em meio

a mudanças naturais e as grandes necessidades dos homens em gerenciar estrategicamente a

aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças, produtos e fluxos de

informações.

De acordo com Ballou (1993), as organizações cada vez mais sentem a necessidade de

trabalhar a logística em suas atividades podendo, dessa forma, dar mais clareza às suas

tarefas, possibilitando uma melhora significativa em seus resultados. O mercado cada vez

mais exigente transforma as empresas em organizações mais preparadas, que buscam

qualidade nos seus processos e serviços internos, podendo assim refletir diretamente nas

realizações externas, garantindo e assegurando seu espaço no território globalizado

denominado mercado.

Operações logísticas chamam a atenção pela transformação que podem causar em

uma organização, tendo sido este o motivo pelo qual o tema foi escolhido pelo acadêmico.

Além disso, pela possibilidade de identificar soluções para a organização analisada a partir

das teorias aprendidas em aula, comparando-as com as práticas observadas.

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A relevância do estudo para a empresa está no fato de, nos dias de hoje, a entrega de

mercadorias ser considerada diferencial no mercado de distribuição de alimentos, o que torna

a sua abordagem um aspecto importante para o desenvolvimento da mesma. A análise

proposta poderá proporcionar uma visão mais clara da atual situação da Distribuidora Kretzer

quanto ao setor de transportes, o que possibilitará aos gestores, tomadas de decisões mais

eficientes. Ainda, por haver uma ligação direta com as modificações que podem ser realizadas

nos serviços de transporte de mercadorias, onde há um grande interesse em reduzir tempo de

entrega, custos e mão-de-obra. Se houver sucesso na abordagem, será possível realmente

transformar este serviço em um grande diferencial para organização.

Da mesma forma, acredita-se que a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI poderá

ser favorecida com o desenvolvimento do trabalho proposto, sendo que sua base de consultas

seria enriquecida com o material advindo do relatório do estudo, servindo de suporte para a

pesquisa da comunidade acadêmica, auxiliando estudos similares posteriormente.

1.4 Apresentação geral do trabalho

O presente trabalho se encontra dividido em cinco capítulos, sendo que o primeiro

contém a introdução, o tema e sua delimitação, os objetivos propostos e a justificativa da

escolha do tema abordado.

No segundo capítulo, apresenta-se a revisão bibliográfica contemplando os principais

tópicos referentes ao tema abordado, ressaltando a logística, distribuição física, transporte,

terceirização e descrevendo os subsistemas da logística.

O terceiro capítulo refere-se aos procedimentos metodológicos adotados pelo

acadêmico para atingir os objetivos deste estudo.

No quarto capítulo é realizada a descrição e análise dos dados, em que são relatados os

processos dentro da organização e também analisados os dados levantados através da pesquisa

realizada.

O quinto capítulo apresenta as considerações finais e sugestões por parte do

acadêmico, decorrentes do estudo, evidenciando as conclusões obtidas a partir da realização

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da pesquisa. Nesse capítulo ainda são apresentadas, à Distribuidora Kretzer, propostas

visando a melhoria nas atividades da organização.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para firmar o conhecimento sobre todos os assuntos abordados no estudo

realizado, utilizou-se uma revisão bibliográfica que o fundamentou teoricamente,

possibilitando um maior entendimento quanto à necessidade da logística de transportes

nos dias de hoje.

As organizações cada vez mais estão se apoiando nas operações logísticas para

efetivarem sua posição no mercado, podendo estabelecer metas e objetivos mesmo

tratando de assuntos operacionais, como o transporte e movimentação de cargas.

2.1 Histórico de Logística

O surgimento da logística se deu através das guerras, em que a necessidade de

movimentação dos exércitos era imprescindível. Definições sobre logística foram citadas

a partir de 1779, e hoje a logística pode se considerada uma função essencial na

empresa. De acordo com Rodrigues (2002), a primeira tentativa de definir Logística foi

feita pelo Barão Antoine Henri de Jomini (1779/1869), general do exército francês sob o

comando de Napoleão Bonaparte, em que definiu a logística como a arte prática de

movimentar exércitos e afirmou que a logística é tudo, ou quase tudo, no campo das

atividades militares, exceto o combate.

Ainda na visão do mesmo autor, a logística posteriormente às guerras passa a ser

entendida como “o conjunto de atividades relativas à previsão e à provisão dos meios

necessários à realização das ações impostas pela estratégia nacional” (RODRIGUES,

2002, p. 121)

Sob o ponto de vista de Novaes (2001), o conceito de logística está

essencialmente ligado às operações militares durante a Segunda Guerra Mundial. Ao

decidir avançar suas tropas, os generais precisavam de uma equipe que providenciasse o

deslocamento de armas, víveres, materiais, equipamentos e socorro médico para o

campo de batalha. Este serviço era considerado de apoio, sem glamour da estratégia

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bélica por isso quase sempre era realizado em silêncio. Da mesma forma acontecia com

as empresas, que precisavam armazenar matéria-prima em quantidades suficientes para

garantir os níveis de fabricação e também precisavam transportar seus produtos da

fábrica para os depósitos ou para as lojas de seus clientes.

“Nesses cinqüenta e tantos anos decorridos desde a Segunda Guerra Mundial, a

Logística apresentou uma evolução continuada, sendo hoje considerada como um dos

elementos-chave na estratégia competitiva das empresas” (NOVAES, 2001, p. 31).

Conforme Ballou (1993), a logística estuda como pode se prover melhores níveis

de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, isso através de

planejamento, organização e controle efetivo para as atividades de movimentação e

armazenagem que visam facilitar o fluxo de produto. Para o autor, a logística enfrenta

um problema que é diminuir o hiato entre a produção e a demanda, de modo que os

consumidores tenham bens e serviços quando e onde quiserem, e na condição física que

desejarem.

A Logística é um assunto vital. É um fato econômico que tanto os recursos quanto os seus consumidores estão espalhados numa ampla área geográfica. Além disso, os consumidores não residem, se é que alguma vez o fizeram, próximo donde os bens ou produtos estão localizados (BALLOU,1993, p. 17).

No entender de Christopher (1992), a Logística é o processo de gerenciar

estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e

produtos e fluxos de informações. O autor relata que através da organização e seus

canais de Marketing, este gerenciamento pode maximizar as lucratividades presente e

futura através do atendimento dos pedidos a baixo custo.

Nas palavras de Bowersox & Closs (2001, p. 19), a logística tem por objetivo

tornar disponíveis produtos e serviços no local onde são necessários, no momento em

que são desejados.

Para os autores, a logística envolve a integração de informações, transporte,

estoque, armazenamento, manuseio de materiais e embalagem. Dessa forma, por serem

áreas que envolvem o trabalho logístico, oferecem ampla variedade de tarefas

estimulantes e conseqüentemente tornam o gerenciamento integrado da logística uma

profissão desafiante e compensadora.

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Após as definições citadas, é perceptível a necessidade da logística desde a época

das grandes guerras. Alguns anos se passaram e a logística tem cada vez mais influência

sobre as organizações e a realização de suas tarefas, fazendo com que a preocupação dos

profissionais aumente e junto á isso, a corrida contra o tempo para realização de

atualizações.

2.1.1 Gerenciamento da Logística

Atualmente, observa-se a grande necessidade do sucesso nas operações logísticas

das organizações, que buscam continuamente o aperfeiçoamento, tornando-se assim, um

dos grandes desafios do gerenciamento logístico.

Para Christopher (1992), a procura de uma vantagem competitiva sustentável e

defensável tem se tornado a preocupação de todo gerente alerta para as realidades do

Mercado. O autor relata que devido às mudanças ocorridas, não se pode mais pressupor

que os produtos bons sempre vendem, e nem é mais aceitável imaginar que o sucesso de

hoje continuará no futuro.

Dessa forma, torna-se visível à importância da logística para as organizações,

suas necessidades, seus objetivos e toda sua integração com as diversas estruturas da

própria organização.

Na concepção de Dias (1996, p. 12), “a Logística compõe-se de dois subsistemas

de atividades: administração de matérias e distribuição física, cada qual envolvendo o

controle da movimentação e a coordenação demanda-suprimento.” O autor afirma que a

administração de materiais compreende o agrupamento de materiais de várias origens e a

coordenação dessa atividade com a demanda de produtos ou serviços, ou seja, envolvem

as atividades realizadas pelos departamentos de compras, recebimentos, planejamentos e

controle da produção, expedição, tráfego e estoques. Já a distribuição física pode ser

compreendida como o transporte eficiente de produtos acabados do final da linha de

produção até o consumidor, englobando o transporte de cargas, armazenagem,

movimentação física de materiais, embalagem, controle de estoque, seleção de locais

para armazém, processamento de pedidos e atendimento ao cliente.

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No entendimento de Ballou (2001, p. 22), “devido às similaridades nas atividades

entre os dois canais, o suprimento físico (normalmente chamado de administração de

materiais) e a distribuição física compreendem atividades que estão integradas na

logística empresarial”.

Na ótica de Bowersox & Closs (2001), qualquer que seja o tamanho da empresa a

logística é essencial, e para melhor compreender esta situação é necessário dividir a

operação logística em três áreas: distribuição física, apoio à manufatura e suprimento.

Distribuição física – Trata da movimentação dos produtos acabados para

entrega aos clientes. É pelo processo de distribuição física que o tempo e o

espaço do serviço ao cliente se tornam parte integrante de marketing. Todos

os sistemas de distribuição física têm uma característica comum: vinculam

fabricantes, atacadistas e varejistas em canais de marketing que fornecem a

disponibilidade de produtos como aspecto integrante de todo o processo de

marketing;

Apoio à manufatura – Concentra-se no gerenciamento de estoque em

processo à medida que este flui entre as fases de fabricação. A principal

responsabilidade logística na manufatura é participar da formulação de uma

programação-mestre de produção e providenciar a disponibilidade em tempo

hábil de materiais, componentes e estoque em processo;

A preocupação maior do apoio à manufatura é em o que é fabricado e quando

e onde os produtos são fabricados. Do ponto de vista do planejamento geral, a

separação do apoio à manufatura das atividades de saída (distribuição física)

e de entrada (suprimento) proporciona oportunidades de especialização e de

aperfeiçoamento da eficiência;

Suprimento – Abrange a compra e a organização da movimentação de

entrada de materiais, de peças e de produtos acabados dos fornecedores, para

as fábricas ou montadoras, depósitos ou lojas de varejo. O suprimento

engloba a disponibilidade de sortimento desejado de materiais onde e quando

necessário. Também engloba operações de entrada, tanto no recebimento de

materiais quanto nas operações de separação ou montagem;

Ainda na visão do mesmo autor, a combinação das três áreas propicia o

gerenciamento integrado da movimentação de materiais, de componentes semi-acabados

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e de produtos entre instalações, a partir de fontes de suprimento, para atendimento final

aos clientes da empresa. Nesse sentido, a logística abrange o gerenciamento estratégico

de toda a movimentação e de toda a armazenagem.

FLUXO DE MATERIAIS

CLIENTE DISTRIBUIÇÃO APOIO A SUPRIMENTO FORNECEDORES

FÍSICA MANUFATURA

FLUXO DE INFORMAÇÕES

Fluxograma 1. A Integração Logística.

Fonte: (BOWERSOX & CLOSS, 2001, p.44)

2.2 Subsistemas da Logística

A necessidade de se dividir as atividades quanto à logística nas organizações,

propiciam uma melhor visão e até mesmo uma melhor organização da estrutura,

facilitando o seu gerenciamento.

2.2.1 Armazenagem

A necessidade de espaço para a alocação dos estoques faz com que a

armazenagem, juntamente com o manuseio de mercadorias, tornem-se componentes

essenciais do conjunto de atividades logísticas.

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Na visão de Ferreira (1994, p. 1),

Armazenar é o ato de guardar ou recolher a um armazém, em determinada localização, um certo item, por um período de tempo, garantindo a manutenção de suas características essenciais, de forma que, por ocasião de seu efetivo uso, o mesmo tenha confirmado suas expectativas de desempenho.

Segundo Bowersox e Closs (2001), a estocagem sempre foi um aspecto

importante do desenvolvimento econômico. No início os consumidores faziam a

estocagem em suas residências e assumiam os riscos respectivos, logo depois com o

desenvolvimento dos meios de transportes, a estocagem passou para as instalações de

varejistas, atacadistas e fabricantes.

Nesta época segundo o mesmo autor, dava-se pouca importância à atividade de

armazenagem, todas as atenções estavam voltadas à área de produção. Em um segundo

momento, logo após a Segunda Guerra Mundial, esta atenção voltou-se para uma maior

eficiência dos depósitos o que acelerou o desenvolvimento de sistemas de armazenagem

mais avançados, capazes de proporcionar o necessário apoio ao varejo.

Nas décadas de 60 e 70 a ênfase caiu sobre o uso de novas tecnologias em

depósitos, e em 80 o que predominou foi a atualização e aperfeiçoamento da

configuração destas tecnologias. Já na década de 90, concentrou-se na flexibilidade e no

uso da tecnologia de informação.

Na concepção de Bertaglia (2003), o processo de armazenagem ocorre quando

algo é guardado para uso ou transporte futuro, ou seja, retirar o produto do local de

recebimento e transferi-lo para local apropriado, mantendo-o ali até que seja demandado.

Conforme Dias (1993), a influência dos equipamentos e sistemas para

armazenagem na produtividade industrial pode ser observada em todas as suas frentes. A

escolha de um método adequado para estocar matéria-prima, peças em processamento e

produtos acabados permite uma redução nos custos de operação, melhora a qualidade

dos produtos, diminui os acidentes no trabalho, reduz o desgaste dos equipamentos e

ainda acelera o ritmo dos trabalhos.

De acordo com Ballou (1993), ao contrário do transporte, que ocorre em locais e

tempos diferentes, a armazenagem acontece na grande maioria das vezes em localidades

fixas, o que faz com que o custo desta atividade esteja diretamente ligado à seleção deste

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local. De acordo com o autor existem alguns motivos que justificam a armazenagem na

cadeia de suprimentos:

Reduzir custos de transporte e produção: com a decorrência do melhoramento

no transporte e produção, as despesas adicionadas podem se compensadas

com custos mais baixos da armazenagem e o estoque associado;

Coordenação de suprimento e demanda: empresas que possui produtos de

produção sazonal e demanda variável, recorrem em alguns momentos por

manter uma produção em níveis constante durante um determinado período, a

fim de minimizar os custos de produção. Ao passo que a coordenação entre

demanda e oferta torna-se muito cara, é necessário realizar a armazenagem;

Necessidades de produção: a armazenagem pode fazer parte do processo de

produção. Alguns produtos necessitam de tempo antes que possam ser

comercializados como queijos, vinhos e bebidas, aumentando o custo caso

seja necessário pagar taxas ou impostos para armazená-los;

Considerações de marketing: a disponibilidade do produto no mercado é

importante para a área de marketing, Ter o produto armazenado próximo ao

cliente possibilita uma entrega mais rápida e uma maior disponibilidade do

produto, proporcionando efeitos positivos nas vendas;

No entendimento de Pozo (2002), a armazenagem juntamente com o manuseio e

controle dos produtos são componentes importantes e essenciais do sistema logístico,

pois seus custos envolvem elevada porcentagem dos custos totais logísticos de uma

empresa.

Após esta atividade de armazenamento, a empresa pode dar seqüência na

atividade logística, partindo para o processamento do pedido.

2.2.2 Processamento de Pedido

O processamento de pedido é uma atividade importante no processo de

abastecimento, uma vez que, os clientes têm urgência no recebimento dos pedidos.

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Para Ballou (1993), o processamento rápido e exato dos pedidos minimiza o

tempo de resposta ao cliente e suaviza o comportamento do fluxo de mercadorias pelo

sistema logístico. O autor afirma que a velocidade com que informações precisas de

vendas são comunicadas pelo sistema logístico freqüentemente determina a eficiência

das suas operações.

Em concordância com Christopher (2003), um sistema de gerenciamento de

pedido do cliente é uma estrutura de planejamento que liga o sistema de informações

com todo o fluxo físico de materiais necessários para atender à demanda. O autor relata

que para conseguir a obtenção deste sistema, exige-se um gerenciamento centralizado

das previsões, planejamento das necessidades, compras e controle de materiais e

produção.

Na ótica de Bertaglia (2003), o processo de administração de pedidos de clientes

tem como objetivo o planejamento e o gerenciamento de vendas, a administração do

portfólio de clientes, buscando efetivas parcerias que possam gerar condições propícias

para ambas empresas. As características dos pedidos variam de acordo com o tipo de

produto ou serviço, o nível de especificações, tempos de negociação e entrega, valores

envolvidos e contratos de implementação ou suporte são algumas das características

presentes.

Sob o ponto de vista de Bowersox & Closs (2001), o processamento de pedidos

caracteriza-se por designar e alocar o estoque disponível para dar prosseguimento às

atividades relativas aos pedidos de clientes, e aos pedidos de ressuprimento. De acordo

com o autor a vinculação do estoque pode ocorrer em tempo real ou imediata ou por

lote, onde os pedidos são agrupados para processamento periódico.

Dando seqüência ao pensamento dos autores citados acima, observa-se que se faz

necessário seguir as atividades dos subsistemas da logística.

2.2.3 Consolidação e Fracionamento de Carga

Para que se consiga manter as atividades de forma a garantir e continuar

garantindo sua qualidade e ao mesmo tempo reduzindo os custos logísticos, as

organizações utilizam a consolidação de cargas.

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No entender de Ballou (1993), consolidação é criar grandes carregamentos a

partir de vários outros, pequenos, e isso é um fator economicamente importante no

planejamento logístico. O autor relata que gerentes usam este conceito para melhorar sua

estratégia, por exemplo, pedidos que chegam num terminal podem ser combinados com

outros mais tarde, aumentando o carregamento médio e diminuindo o custo unitário de

transporte.

Na visão de Alvarenga e Novaes (2000), o processo de juntar cargas parciais

provenientes de origens diversas para formar carregamentos maiores é denominado

consolidação de cargas. Os autores relatam que a consolidação ocorre porque é mais

barato transportar lotações completas e maiores a médias e longas distâncias.

De acordo com Arnold (1999), a consolidação ocorre nos dois sistemas, tanto no

sistema de suprimento quanto no de distribuição. No suprimento físico o carregamento

que vem de vários fornecedores pode ser consolidado em um depósito antes de serem

enviados em um carregamento. Já na distribuição, os carregamentos são levados para

um depósito distante ou para usuários locais. Segundo o mesmo autor, a consolidação de

carga significa que os carregamentos volumosos que vêm das fábricas para os centros de

distribuição são divididos em pequenas remessas que vão para os mercados locais.

Sob o ponto de vista de Bowersox e Closs (2001), para planejar uma

consolidação de cargas, é necessário ter a informação segura e relativa à situação do

estoque atual e do estoque planejado. Em geral as consolidações devem ser planejadas

antes do processamento e da seleção dos pedidos, evitando atrasos, pois a proporção que

cada tipo de consolidação pode ser realizada nas operações de rotina é vital para a

formulação de uma estratégia logística.

De forma inversa à consolidação e com a mesma importância para as estratégias

logísticas, surge a atividade de fracionamento de carga, que segundo Ballou (2001), é o

oposto da consolidação. O fracionamento de volume é comum em armazéns de

distribuição ou terminais, especialmente quando as taxas de transporte de entrada por

unidade excedem as taxas de saída, os pedidos dos clientes são em quantidade de carga

incompleta e a distância entre o fabricante e os clientes é grande.

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2.2.4 Transporte

O transporte é, em muitas vezes confundido com a própria distribuição, tal fato

pode ser explicado pela sua relevância. Para Ballou (1993), a área de transporte de uma

empresa é uma das mais importantes, primeiro porque seu mau gerenciamento

acarretaria custos elevados, prejudicando a saúde financeira da empresa. Segundo,

porque em tempos de excelência na prestação de serviços ao cliente, o fator tempo nas

entregas é fundamental.

Na visão de Bertaglia (2003), transporte corresponde à movimentação física de

um produto, que pode se dar em várias circunstâncias, considerando o destino do

produto com movimentação direta ao cliente, movimentação ao centro de distribuição

próprio, movimentação ao ponto de apoio e movimentação a terceiros para retrabalho.

De acordo com Rodrigues (2002, p. 17), “transporte é o deslocamento de pessoas

e pesos de um local para outro”.

Nos primórdios, segundo o mesmo autor, todos os pesos eram transportados pelo

próprio Homem, de acordo com sua limitada capacidade física. Com o passar dos anos,

surgem as permutas de mercadorias e a diversificação de produtos advinda da agricultura

e com elas, a necessidade de se melhorar o sistema de transporte. A partir desta

necessidade, o ser humano inventou a roda, domesticou animais, desenvolveu veículos e

possibilitou uma maior capacidade de transporte, impulsionando o crescimento da

evolução comercial.

Segundo Rodrigues (2002), no Brasil, o transporte rodoviário inicia-se com a

construção da Rodovia Rio-São Paulo por volta do ano de 1926, e seu desenvolvimento

ocorre com a construção de Brasília durante o governo de Jucelino, onde foram

construídas novas estradas ao longo do território nacional. Com todo este crescimento e

desenvolvimento, a rodovia começa a ser encarada como um fator de modernidade

transformando naturalmente a ferrovia, sistema utilizado anteriormente, em um símbolo

do passado.

Na ótica de Dias (1993), se for analisada a participação de cada modalidade de

transporte na movimentação de materiais no Brasil, revela-se um quase monopólio do

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transporte rodoviário, pois 76,4% das cargas geradas no país são transportadas por

rodovias.

O autor relata que o sistema de distribuição de produtos de uma empresa sempre

foi importante e complexo, pois o transporte é um considerável elemento de custo em

toda a atividade industrial e comercial.

Também afirmam Alvarenga e Novaes (1994), que o modo de transporte

rodoviário é o mais expressivo no transporte de cargas no Brasil, atingindo praticamente

todos os pontos do território nacional. De acordo com os autores, o transporte rodoviário

é responsável por 70% do transporte de carga no território brasileiro.

Na compreensão de Ballou (1993, p. 113), “o transporte representa o elemento

mais importante do custo logístico na maior parte das firmas”. Seguindo esta

consideração, observa-se que o transporte não é importante somente no custo logístico

das organizações, mas também em toda a economia. O sistema rodoviário pode ser

considerado um dos mais simples e eficientes dentre seus pares, sua única exigência é

existirem rodovias. Porém, este modal apresenta um elevado consumo de combustível e

estudos comprovam que em distâncias superiores a um raio máximo de 500 km, o

transporte rodoviário torna-se não econômico.

No entendimento de Rodrigues (2002), algumas vantagens e desvantagens

relacionadas ao transporte rodoviário podem ser destacadas. Uma maior disponibilidade

de vias de acesso, embarques e partidas mais rápidos, favorecimento de pequenos lotes,

maior rapidez na entrega e possibilidade do serviço porta a porta, podem ser

caracterizados como vantagens. Em contrapartida, um maior custo operacional, menor

capacidade de carga, congestionamento nas estradas e desgaste da malha rodoviária,

caracterizam-se como as desvantagens.

Na visão de Dias (1995), há fatores que interferem para o sucesso do sistema de

transporte, pois cada empresa deve examinar as particularidades do material a ser

transportado e adequá-lo aos equipamentos utilizados pelas empresas que optaram pelo

sistema. A adequação se faz necessária para a otimização da capacidade de carga dos

veículos, relacionados com o peso e com o metro cúbico, fazendo com que o custo

operacional do frete diminua.

Grande importância é dada ao desenvolvimento do transporte nas organizações,

pois a responsabilidade de desenvolver esta operação esta ligada diretamente ao

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crescimento e desenvolvimento do mercado bem como a satisfação das necessidades

tanto dos clientes como das organizações. Para isso as empresas se apóiam nas

atividades logísticas buscando soluções e inovações a fim de reduzir custos e

principalmente desempenhar suas funções da melhor forma possível.

Existem três fatores importantes para as empresas na gestão de distribuição e

transporte:

Menores prazos de movimentação de produto;

Qualidade do serviço prestado;

Preço do frete.

Contempla Dias (1996), que o principal objetivo da gestão de transportes é

otimizar os três itens: custos, prazo e qualidade no atendimento, pois estes elementos

abrirão mercado com os seguintes argumentos:

Custos - quanto maior o custo com o transporte, maior as dificuldades com a

concorrência;

Prazo - os materiais devem estar no local determinado, na hora determinada.

Existem produtos com uma vida extremamente curta e outros que os clientes

não podem esperar. Por outro lado, os varejistas trabalham com estoques

reduzidos e, portanto, o atraso na entrega pode acarretar na falta do produto

na gôndola;

Qualidade - os produtos devem chegar ao destino em perfeitas condições, do

contrário aumentará o custo do frete. A embalagem do produto deve ter

atenção especial, principalmente em cargas fracionadas ou no transporte de

cargas frágeis e matérias prima mais sofisticada. Os riscos de avarias estão

mais presentes na carga e descarga do material e no percurso da estrada,

dependendo da sua qualidade de conservação;

Devido a este desenvolvimento das organizações e toda uma nova visão sobre o

transporte e sua importância nas organizações, mudanças ocorreram. Agora não bastava

mais gerenciar esta área, era necessário que um profissional o fizesse.

Citando Bowersox & Closs (2001), a visão do profissional de logística em

relação aos serviços de transporte mudou extraordinariamente nos últimos 15 anos,

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flexibilizando as negociações das responsabilidades por todas as atividades relacionadas

ao transporte, ampliando a variedade de alternativas de transporte de produtos.

Para Rodrigues (2002), o estudo do transporte de cargas tomou o cunho sistêmico

de especialização científica, buscando-se entender e analisar todas as variáveis

envolvidas para melhor atender ás complexas necessidades decorrentes das transações

comerciais locais, regionais e internacionais.

Conforme Alvarenga e Novaes (1994), a Logística incorpora diversos fatores que

transcendem o domínio estrito do transporte, cobrindo também aspectos ligados à

comercialização, estoques, marketing, tratamento da informação, etc..., o subsistema

transporte é um dos mais importantes em razão dos impactos que produz nos custos, no

nível de serviço e nas demais variáveis do problema logístico.

Segundo Dias (1996), as principais funções do departamento de transporte são:

Supervisões de tráfego e operações: Está intimamente ligado ao dia-a-dia da

área de distribuição e possui como funções básicas à análise de transportes,

que visa ao estudo e definição das possibilidades de utilização de

determinada linha após se ter o estudo da viabilidade econômica da utilização

da rota, e o controle do cumprimento prazos preestabelecidos de entrega;

Coordenação de transporte possui como atribuição principal o escalonamento

de viagens, além de outras atividades como: controle de pagamentos,

fornecimento de informações ao setor de custos, respostas a correspondências

etc;

Análise de custos: O setor de análise de custo está encarregado de apresentar

relatórios sobre os resultados econômicos, justificados quando necessário;

Estudos econômicos: Visa estabelecer a viabilidade econômica de realização

do transporte;

Na compreensão de Pozo (2002), o transporte rodoviário é o menos produtivo

dos modais em termos de carga hora operador, e seu custo de mão-de-obra é elevado. As

condições das rodovias não são consideradas as melhores, principalmente no Brasil, o

que aumentam ainda mais os custos para as organizações. O autor afirma, que possuir os

próprios meios de distribuição exige imobilização de recursos, grande investimento

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inicial e manutenção constante, o que vem levando as empresas a fazer cada vez mais

uso de terceiros.

O transporte é considerado peça importante para as organizações, sendo visto

muitas vezes por alguns autores, conforme citado acima como um dos elementos mais

importantes do custo logístico. Por esta razão, os especialistas em logística, devem ter

um bom conhecimento na administração dos transportes.

Para conhecer e melhor entender as necessidades das novas tendências do

mercado no tocante a transporte de mercadoria, aborda-se a seguir um tópico

predeterminado como ponto forte nesta pesquisa.

2.3 Distribuição Física

A distribuição física é o ramo da logística empresarial que trata da

movimentação, estocagem e processamento de pedidos dos produtos finais das

organizações, e costuma ser a atividade mais importante em termos de custo para a

maioria das empresas absorvendo cerca de dois terços dos custos logísticos (BALLOU,

1993).

De acordo com o mesmo autor, a distribuição física preocupa-se principalmente

com bens acabados ou semi-acabados, ou seja, mercadorias que a companhia oferece

para vender e que não planeja executar processos posteriores.

Na visão de Bowersox e Closs (2001), a área da distribuição física trata da

movimentação de produtos acabados para entrega aos clientes, e é através do processo

de distribuição física que o tempo e o espaço do serviço ao cliente se tornam parte

integrante de marketing, Os autores relatam, que todos os sistemas de distribuição física

têm uma característica comum: vinculam atacadistas, fabricantes e varejistas em canais

de marketing que fornecem a disponibilidade de produtos como aspecto integrante de

todo o processo de marketing.

No entendimento de Arnold (1999), nota-se que a distribuição física é o

transporte dos materiais a partir do produtor até o consumidor, e isto é responsabilidade

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da área de distribuição, que faz parte de uma administração integrada de materiais ou

sistema logístico.

Para Dornier, Philippi Pierre, et al. (2000), a distribuição física está intimamente

ligada aos canais de distribuição escolhidos pela empresa. Estas escolhas influenciam a

concepção e, em última instância, a gestão da rede, que é composta de instalações

logísticas e, meios de transporte. Segundo os mesmos, a distribuição física se concretiza

pelo processo de fluxo de produtos do final da linha de produção por meio do ciclo de

distribuição, até as mãos dos clientes finais.

Cada organização define a melhor maneira de realizar a distribuição de seus

produtos, através de uma avaliação das atividades relacionadas a este processo. A seguir

descrevem-se duas opções de transporte de mercadorias que são utilizados por algumas

organizações.

2.4 Transporte Próprio

Uma das alternativas utilizada pelas organizações para levar os produtos

acabados até seus clientes é o transporte próprio.

Segundo Arnold (1999), as transportadoras são legalmente classificadas como

públicas ou privadas, transportando mercadorias com veículos contratados ou próprios.

Arnold esclarece, que uma empresa possui transporte próprio quando possui ou arrenda

seus equipamentos, operando-o elas mesmos, isso significa investimento em

equipamentos, seguros e despesas de manutenção. Em geral, uma empresa só considera

a operação de sua própria frota se o volume de transporte é alto o suficiente para

justificar uma despesa de capital.

De acordo com Bowersox e Closs (2001), o transporte próprio ocorre quando a

empresa dispõe de seus próprios veículos. Em princípio, são frotas próprias que não

estão disponíveis para aluguel nem sujeitas à regulamentação da área econômica,

embora devam agir de acordo com as legislações que regem a movimentação de

mercadorias. Contemplam os autores que a principal diferença entre transporte próprio e

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de prestação de serviços é que, no primeiro caso a atividade de transporte deve ser

conseqüência do principal negócio da empresa.

Na compreensão de Ballou (1993), o transporte próprio pode ser uma alternativa

para as organizações, mais ressalta que nem todos os modais se prestam para o controle

próprio, pois poucas são as companhias que consideram conveniente comprar ou alugar

oleodutos e ferrovias. Geralmente, a empresa que controla seu próprio transporte é

aquela que comanda uma frota de caminhões.

Segundo o mesmo autor, uma das razões para possuir ou alugar uma frota de

veículos é obter menores custos e melhor desempenho na entrega, decisão esta que deve

ser tomada pelo gerente de tráfego.

Sob o ponto de vista de Valente, Passaglia e Novaes (1997), as empresas que

optam pelo transporte próprio, correm o risco da má gestão, implicando em custos

elevados de transporte e, por conseqüência, comprometendo o relacionamento comercial

com os bons clientes. Para o autor, o mercado altamente concorrencial, torna a eficiência

na gestão de frota um fator decisivo para o crescimento e, até mesmo, para a

sobrevivência das empresas.

Vistas as características desta alternativa, possibilita-se o esclarecimento da

seguinte, onde a empresa não mais executa este serviço e sim contrata terceiros para

executá-la.

2.5 Transporte Contratado ou de Terceiros

As empresas estão buscando cada vez mais soluções para complementarem suas

atividades, especialmente as que não correspondem a sua atividade fim, transferindo

para terceiros, geralmente especializados, a responsabilidade de executar uma parte de

sua rotina, como o transporte de mercadorias, por exemplo.

Na visão de Ballou (1993), a função transporte contratado ou de terceiros é

diferente da movimentação realizada por frota própria, já que nos serviços contratados, a

negociação de fretes, a documentação, a auditoria e consolidação de fretes são assuntos

relevantes. Segundo o mesmo autor, a atividade de negociação de fretes com

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transportadores costuma consumir boa parte do tempo dos gerentes de tráfego, que

podem utilizar quatro ocasiões típicas para reduzirem os valores cobrados nestas

negociações.

Competição – Quando existem diferenças significativas entre fretes de

modais ou serviços de transporte diferentes, o gerente de tráfego pode usar a

ameaça de mudança para outro transportador para obter fretes mais

favoráveis;

Produtos semelhantes – Quando existe diferença nos fretes entre dois

produtos essencialmente similares;

Maior volume de carga – Quando o gerente de tráfego argumenta que valores

de fretes menores podem resultar em maiores volumes de carga para o

transportador;

Grandes volumes – Um dos melhores argumentos dos gerentes de tráfego

para redução do frete, volume substancial de carga em troca de menores

preços;

No entender de Valente, Passaglia e Novaes (1997), a contratação de serviços

terceirizados para a função transporte na organização é bastante comum e conhecida,

porém seus reais impactos são freqüentemente ignorados. Para as organizações torna-se

mais conveniente trabalhar dessa forma, pois a baixa flexibilidade de diminuição ou

aumento de frota devido a seu custo e a própria oscilação do mercado impossibilitam

maiores investimentos nessa área.

Para Arnold (1999), existem dois tipos de serviços contratáveis, os prestados

pelas transportadoras comum, que fazem uma oferta padrão para atender ao público e,

dessa forma, transportam para qualquer cliente que desejem seus serviços e as

transportadoras contratadas que trabalham apenas para aquelas empresas com os quais

possuem um contrato formal específico, não atendendo ao público em geral.

Na compreensão de Bowersox e Closs (2001), as empresas transportadoras

contratadas prestam serviços de transporte para clientes específicos. Embora necessitem

de autorização, as exigências normalmente são menos restritivas do que as da licença

operacional. Segundo os autores, os custos de serviços entre frotas próprias e

transportadoras externas reduziram, devido à desregulamentação, ocasionando redução

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de transporte próprio por parte das organizações, que agora concentram suas habilidades

gerenciais e recursos nas operações de seus negócios.

A terceirização de serviços é utilizada muitas vezes para buscar a adequação aos

serviços e necessidades, diminuindo e até eximindo despesas de capital ou problemas

associados a administração de uma frota própria (Ballou, 1993).

Para que se possibilite um melhor entendimento sobre a terceirização de serviços,

aborda-se a seguir um breve histórico sobre terceirização.

2.6 Terceirização

Com o entendimento das organizações sobre um direcionamento de forças,

deixando para empresas especializadas as atividades que não são fins da empresa, a

terceirização ganha destaque.

De acordo com Fontanella, Tavares e Leiria (1994), a palavra terceirização está

na ordem do dia nas maiorias das empresas tanto no cenário nacional, como no

internacional. Para os autores, a terceirização é um modelo administrativo que tem como

objetivo a concentração dos esforços na razão de ser da empresa (atividade-fim),

transferindo para terceiros especialistas, tudo aquilo que fizer parte das atividades meio.

O conceito de transferir para fora da empresa uma parte de seu processo

produtivo já era uma idéia antiga que se consolidou durante a Segunda Guerra Mundial,

quando as indústrias de armamentos passaram a buscar parceiros externos como forma

de aumentar sua capacidade de produzir maior quantidade de material bélico.

Segundo Leite (1994), no final dos anos 80 apareceu no Brasil um neologismo

que logo se firmou como uma das palavras da moda: terceirização. A expressão foi

criada na empresa gaúcha Riocell e corresponde a uma tradução livre da expressão

inglesa outsourcing O significado de ambas é o mesmo: trata-se da transferência, para

terceiros, de parte das atividades de uma empresa.

ASSOCIAÇÃO das Faculdades de Administração – AFA (2006), a primeira

tentativa de mudança foi a redução dos níveis hierárquicos, enxugando o organograma,

reduzindo o número de cargos e conseqüentemente agilizando a tomada de decisões

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conhecida como downsizing. A partir daí, passou-se a transferir para terceiros a

incumbência pela execução das atividades secundárias da organização, onde surge o

outsourcing (terceirização), que foi adotada de forma plena pelas empresas.

Ainda segundo a ASSOCIAÇÃO das Faculdades de Administração, as pequenas

e médias empresas foram as primeiras a entrar neste novo processo, por serem as mais

ágeis e por terem percebido a necessidade de mudança, conquistando espaço neste

mercado. Logo, as grandes organizações começaram a fazer uma reflexão para continuar

no mercado de forma competitiva e também aderiram a esta atividade.

Para Ramos (2001), a expressão terceirização tem sido adotada para denominar

um fenômeno cada vez mais presente no Brasil e que corresponde a uma forma de

reorganização administrativa, por meio da qual determinadas atividades de uma pessoa

jurídica (pública ou privada) são transferidas para empresa contratada para esse fim.

Com o fenômeno da terceirização, as empresas nunca mais foram as mesmas. O

novo conceito de parceria e troca de experiências, trouxe uma nova visão de gestão

empresarial, uma forma ideal de contratação de bens e serviços e uma maneira adequada

de controlar e gerenciar essa transformação radical no meio econômico. Algumas vezes

a opção de terceirizar serviços pode não estar bem compreendida entre os responsáveis e

muitas vezes a decisão da escolha do terceiro está baseada somente no menor preço,

escolha esta, que quase sempre, resulta em empresa não qualificada e despreparada para

a execução das atividades determinadas (LEIRIA, et al., 1993).

De acordo com Odoni, et al (2000), devido à inexperiência dos empresários e da

maioria dos profissionais envolvidos em elaborar "projetos de terceirização", é

esquecido um dos principais fatores que deve ser obedecido pelas empresas contratadas,

o aproveitamento da mão-de-obra qualificada existente. Tendo em vista a necessidade

das empresas de estarem se adequando ao atual cenário de um mercado competitivo, a

terceirização de alguns setores se apresenta como uma forma das empresas se tornarem

mais ágeis, eficientes e eficazes.

Entretanto, para o sucesso da terceirização, alguns fatores importantes devem ser

considerados:

O planejamento deve partir da identificação das áreas terceirizáveis, o que

deve ser feito com muito critério e diligência de forma clara e transparente,

com seus objetivos bem definidos para que os resultados dessa nova forma de

trabalho em parceria atinjam os resultados esperados e planejados;

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Na escolha do terceiro ideal deve ser levado em conta o posicionamento das

empresas no mercado onde atuam, seu conceito profissional, sua eficiência,

nível de especialização, interesse dos seus dirigentes no negócio;

Deve ser conhecida a cultura da empresa participante no processo seletivo,

sua filosofia de trabalho e seus clientes;

O menor custo não deve ser considerado como fator preponderante na

decisão;

A preparação do público interno, tanto aqueles que vão interagir com os

prestadores de serviços, como aqueles que serão disponibilizados, deve ser

realizada por meio de eventos de sensibilização e de convencimento

mostrando-lhes que a empresa está preocupada em minimizar o impacto da

mudança;

O método de controle efetivo que deve ser realizado sobre a empresa

contratada deve estar muito bem definido para as pessoas que estarão

envolvidas na gestão do contrato tenham as suas funções voltadas

basicamente na busca de resultados eficientes e não na execução das

atividades terceirizadas, eliminando, com isso, os conflitos de identidade;

A aliança estratégica entre as duas empresas deve ter como objetivo a

flexibilidade, especialização, economia de escala e sinergia dos recursos para

que juntas consigam "fazer mais" com "menos", gerando mais oportunidades

com recursos menores. A essência dessa aliança deve estar na filosofia do

"ganha, ganha, ganha" (ganha a contratante, ganha a contratada e ganha o

cliente);

A empresa contratada deve estar preparada para absorver novas metodologias

de trabalho sugeridas pela empresa contratante. Ao passo que, também deve

estar sempre em busca de novas tecnologias para introduzi-las como

melhorias na rotina de trabalho, com isso se adaptando às exigências do

mercado globalizado;

Num processo de terceirização é primordial desenvolver uma metodologia de

aproveitamento ou absorção da mão-de-obra existente que visa manter e melhorar a

qualidade dos serviços, manter a empregabilidade, não causar impacto social e evitar que

a continuidade das atividades seja interrompida ou paralisada, para não prejudicar

clientes internos e externos.

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No entender de Leiria, et al. (1994), a terceirização é uma forma de administrar,

tanto grandes, quanto pequenas organizações, de modo estratégico, oportuno e

adequado, na busca da eficácia empresarial. Para os autores, a terceirização vem sendo

aplicada em sua verdadeira concepção na economia internacional, provocando mudanças

nas economias que pretendem estar no compasso da história.

A terceirização apresenta-se como uma oportunidade para os empregados se

tornarem empreendedores, para que isso aconteça com sucesso, as pessoas envolvidas na

estrutura da nova empresa devem ter perfil e habilidades adequados e voltados para o

negócio, proporcionando uma relação de confiança mais estreita entre as partes

(ODONI, et al 2000).

Conforme a ASSOCIAÇÃO das faculdades de Administração – AFA (2006),

algumas vantagens e desvantagens quanto à terceirização podem ser levantadas tais

como:

Vantagens - desenvolvimento econômico, especialização dos serviços,

competitividade, busca de qualidade, controles adequados, aprimoramento do

sistema de custeio, esforço de treinamento, e desenvolvimento profissional,

diminuição do desperdício, valorização dos talentos humanos, agilidade das

decisões, menor custo, maior lucratividade e crescimento.

Desvantagens - desconhecimento da Alta Administração, resistência e

conservadorismo, dificuldade de se encontrar a parceria ideal, risco de

coordenação dos contratos, falta de parâmetros de custos internos, custo de

demissões, conflito com os Sindicatos, desconhecimento da legislação

trabalhista.

No capítulo seqüente serão descritos os aspectos metodológicos utilizados para a

realização deste trabalho.

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3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

Os procedimentos metodológicos descritos a seguir possibilitaram a condução da

pesquisa, mostrando ao acadêmico as possibilidades de execução mais adequadas ao seu

estudo, a fim de atingir os objetivos propostos.

Para esta pesquisa, optou-se pela utilização do método indutivo.

De acordo com Ruiz (1996), o método indutivo caminha do registro de fatos

singulares ou menos gerais para chegar a conclusão desdobrada ou ampliada em

enunciado mais geral.

Na ótica de Cervo e Bervian (1996), o argumento indutivo baseia-se na

generalização de propriedades comuns a certo número de casos até agora observados, a

todas as ocorrências de fatos similares que se verificam no futuro, ou seja, das verdades

particulares conclui-se a verdade geral.

Para a realização do presente trabalho, foram utilizados os seguintes tipos de

pesquisas: observatória, descritiva e estudo de caso.

No entendimento de Lakatos e Marconi (1992, p. 107), a pesquisa observatória

utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Para o autor este

tipo de pesquisa não consiste apenas em ver ou ouvir, mas também em examinar fatos ou

fenômenos que deseja estudar.

Sob o ponto de vista de Galliano (1986, p. 37), todas as pessoas são dotadas de

certa capacidade de observação da realidade, mas devido à complexidade dos fatos e

fenômenos, o observador deve proceder metodicamente. De acordo com o autor a

observação efetua-se mediante os órgãos dos sentidos e na forma de sensações, no

entanto, com freqüência nossa capacidade de sentir é insuficiente para captar os fatos em

toda sua dimensão e complexidade, fazendo com que o pesquisador seja obrigado a

recorrer a instrumentos capazes de ampliar sua percepção.

Também para esta pesquisa foi utilizado o estudo descritivo que, segundo

Oliveira (1999, p. 114), “possibilita o desenvolvimento de um nível de análise que

permite identificar as diferentes formas dos fenômenos, sua ordenação e classificação”.

Na concepção de Cervo e Bervian (1996), a pesquisa descritiva observa, registra,

analisa e correlaciona os fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los. Este tipo de

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pesquisa geralmente desenvolve-se nas Ciências Humanas e Sociais, abordando aqueles

dados e problemas que merecem ser estudados, cujo registro não consta de documentos.

Outra forma de levantamento de dados utilizados nesta pesquisa foi o estudo de

caso, conceituado e demonstrado a seguir.

Na ótica de Gil (2002, p. 54), “o estudo de caso é uma modalidade de pesquisa

amplamente utilizada nas ciências biomédica e social, que consiste em um estudo

profundo e exaustivo de um ou outro, de maneira que permita seu amplo e detalhado

conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já

considerados”.

Para Fachin (2002), o estudo de caso é caracterizado por ser um estudo intensivo,

onde se leva em consideração principalmente a compreensão como um todo do assunto

investigado. Sua principal função é a explicação sistemática das coisas (fatos) que

ocorrem mo contexto social e geralmente se relacionam comum a multiplicidade de

variáveis.

Para o desenvolvimento do trabalho, foram utilizadas algumas técnicas de

pesquisa como: bibliográfica, documental.

De acordo com Oliveira (1999), a pesquisa bibliográfica não deve ser confundida

com a pesquisa documental, pois o levantamento bibliográfico é mais amplo do que a

pesquisa documental, embora possa ser realizado simultaneamente com a pesquisa de

campo e laboratório. O autor relata que a pesquisa bibliográfica tem por finalidade

conhecer as diferentes formas de contribuição científica que se realizaram sobre

determinado assunto ou fenômeno.

Segundo Gil (1995), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material

já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora, para

quase todos os estudos sejam exigidas pesquisas bibliográficas, alguns são

exclusivamente a partir de fontes bibliográficas.

Também para este estudo foi utilizada a pesquisa documental, possibilitando o

levantamento e análise de documentos registrados e que de forma adequada relatam os

processos da organização.

De acordo com Fachin (2002), pesquisa documental é toda informação de forma

oral, escrita ou visualizada. Consiste na coleta, classificação, seleção difusa e na

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utilização de toda espécie ed informações, compreendendo também as técnicas e

métodos que facilitam a sua busca e a sua satisfação.

Não havendo necessidade de quantificação para a maior parte dos fenômenos

investigados no decorrer da pesquisa, a abordagem dada à mesma é qualitativa.

Para Chizzotti (1991), a abordagem qualitativa é uma designação que abriga

correntes de pesquisa muito diferentes, em síntese, essas correntes se fundamentam em

alguns pressupostos contrários ao modelo experimental e adotam métodos e técnicas de

pesquisa diferentes dos estudos experimentais.

Segundo Richardson (1999), a abordagem qualitativa de um problema, além de

ser uma opção do investigador, justifica-se, sobretudo, por ser uma forma adequada para

entender a natureza de um fenômeno social.

O estudo, quanto à coleta de dados, teve seu embasamento em fontes primárias

que, no entender de Andrade (1999), são fontes constituídas por obras ou textos

originais, ou seja, material ainda não trabalhado sobre determinado assunto. Argumenta

o autor que as fontes primárias dão origem a outras obras, que vão formar uma literatura

ampla sobre aquele determinado assunto.

Para Martins (1994), os dados de fontes primárias são obtidos diretamente com o

informante através de questionários ou entrevistas, através de instrumentos que

devidamente organizados e preparados devem fazer parte do relatório final da pesquisa.

Entrevistas não estruturadas foram realizadas com os colaboradores responsáveis

pelos setores diretamente envolvidos, ou que influenciam de qualquer forma na área de

transporte, a fim de levantar mais dados para concretizar esta pesquisa.

Na ótica de Cervo e Bervian (1996, p. 136), entrevista não é simples conversa, é

conversa orientada para um objetivo definido: recolher, através do interrogatório do

informante, dados para a pesquisa.

Em se tratando de uma pesquisa realizada em uma parte da organização, utilizou-

se um método não probabilístico de amostragem, a intencional.

Na concepção de Martins (1994), a amostragem intencional consiste em escolher

intencionalmente um grupo ou elemento que irá compor a amostra. O investigador se

dirige intencionalmente a grupos de elementos dos quais deseja saber a opinião.

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Sob o ponto de vista de Rauen (2002), nas amostras intencionais, através de uma

estratégia adequada, são escolhidos casos que representem, por exemplo, o bom

julgamento da população sob algum aspecto. Ainda sob o mesmo ponto de vista, esse

tipo de trabalho não visa a uma generalização para a população normal, sendo,

particularmente, utilizado em pesquisa de caso.

Finalizada a descrição dos procedimentos metodológicos, a seguir será

apresentada à descrição e análise dos dados.

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4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Neste capítulo serão apresentados e analisados os dados obtidos através da

realização da pesquisa, por meio da observação do ambiente e de sua estrutura

organizacional.

4.1 A Organização

A história da DISTRIBUIDORA KRETZER está diretamente ligada a seus

fundadores: Sr Sisinio Kretzer e Sra Tereza Adelina Souza Kretzer. O cenário foi na

localidade de São Pedro de Alcântara, em que o Sr. Sisinio, com mais cinco irmãos,

auxiliavam o pai Sr. Leopoldo Francisco Kretzer, nas diversas atividades, que iam desde

a agricultura, abate de bovinos e suínos, pequeno comércio, transporte e venda de

produtos na grande Florianópolis.

Nessa época utilizavam como veículo de transporte uma carroça, com o passar

do tempo os negócios foram se desenvolvendo e então passaram a alugar caminhões

para a realização do transporte dos produtos comercializados.

Nos dias de abate, chegava-se a 20 porcos, havendo uma grande produção de

banha, os animais eram adquiridos junto a criadores no interior da região. Com o

desenvolvimento e diversificação das atividades, o grupo dos seis Irmãos Kretzer, optou

pela divisão do negócio, realizada de forma harmoniosa e satisfazendo a todos.

Nessa época, o Sr Sisinio ficou com a parte do atacado, dedicando-se também,

ao setor do transporte. O frete principal e freqüente era o transporte de pescado para o

Rio de Janeiro e São Paulo, essas viagens ofereciam, além do resultado financeiro, um

contato com os atacadistas paulistas, em que colhia informações e experiências

valiosíssimas e que colocava em prática no seu próprio atacado, no supermercado e na

loja comercial, que era administrada pela esposa, Sra. Teresa Adelina Souza Kretzer.

Quando a entrega de peixe era no Rio de Janeiro, o Sr. Sisinio, ficava em São Paulo,

pesquisando e comprando mercadorias, que o caminhão trazia no seu retorno. O ritmo de

trabalho era muito forte, não havendo horário, nem dia para fazer as viagens.

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Quando as pessoas indagavam sobre sua ida a São Paulo, ele respondia que já

havia viajado e retornado. Era comum iniciar a jornada de trabalho às 3 horas da

madrugada, estendendo até às 21 ou 22 horas. O atacado se expandiu, começando a

atender toda região, especialmente os municípios de São José e Florianópolis.

Nesse período, os filhos Zulmar e Zuri, que acompanhavam as atividades do pai

há muitos anos, começaram a ter as primeiras oportunidades para tomar decisões e gerir

alguns negócios.

O Sr. Sisinio sempre exigiu que seus filhos se dedicassem com afinco ao

trabalho e não tivessem nenhum privilégio especial, tinham que dar duro e seguir a

rotina dos negócios, o que lhes trouxe conhecimento e experiências. Com o crescimento

dos negócios na grande Florianópolis e sentindo que os dois filhos estavam gostando do

trabalho, Sr Sisinio adquiriu uma área de 10.000 m2, às margens da BR 101, em São

José, onde instalou o atacado. Sempre com os “pés no chão”, construiu as novas

instalações por etapas, ampliando a cada ano e conforme o aumento dos negócios.

O trabalho é citado como fator principal do crescimento do atacado,

juntamente com a vontade forte de ampliar os negócios, comprando sempre mais e

buscando novas oportunidades de vendas. Quando verificou que os filhos poderiam

“tocar os negócios” proporcionou a sucessão, cabendo aos irmãos Zulmar e Zuri o

atacado e à sua irmã Mariza, pontos comerciais localizados em São Pedro de Alcântara.

Com a experiência adquirida junto ao pai, os dois irmãos deram continuidade aos

negócios do atacado.

A administração das ações comerciais não oferecia grandes segredos, pois

ambos estavam acostumados ao trabalho e conheciam desde compra, transporte, venda,

cobrança, clientela e tudo o mais. O gosto pelo trabalho foi o legado do fundador para os

filhos.

O Atacadão Kretzer, iniciou suas atividades em 1987, instalado em São José as

margens da BR-101, com uma frota de três caminhões, os negócios foram se

desenvolvendo. Dois anos após, a área de depósito foi duplicada e novamente aumentada

dois anos depois. Os negócios iniciais giravam mais em torno de cereais, como: milho,

ração em geral, farelo e farinha de trigo.

Com o passar do tempo a chamada “linha pesada”, começou a dar lugar à de

limpeza, higiene e alimentação, ocasionando mudanças no mercado e até mesmo na

organização que recebera a denominação de Distribuidora Kretzer, em agosto de 1996,

sendo que a área de atendimento, que no início restringia-se a Grande Florianópolis,

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começou a se expandir. Inicialmente em direção ao sul – Tubarão – Criciúma –

Araranguá, depois ao norte – Tijucas e Itajaí e Joinville.

O futuro da Distribuidora Kretzer Ltda. pode ser resumido em uma férrea

vontade de crescer ainda mais, mantendo uma gestão administrativa moderna, sempre

com os pés no chão, baseado em muito trabalho, responsabilidade e honestidade. De

quatro representantes comerciais (que no início compunham o quadro de vendas), a

empresa hoje possui 45 e a idéia é melhorar sempre mais os trabalhos e processos

ligados à comercialização e distribuição das mercadorias, sempre tentando conciliar o

relacionamento custo benefício.

A Distribuidora Kretzer Ltda de hoje, tem nos irmãos Zulmar e Zuri a sua alma

e o seu coração, embora o pai, Sr Sisinio, esteja sempre por perto orientando,

acompanhando e incentivando os filhos.

A missão da empresa ressalta os valores simples, porém sólidos, que nortearam

a empresa durante toda a sua trajetória: “distribuir produtos alimentícios, de higiene e

limpeza nos varejos de médio e pequeno porte, servindo como um elo de ligação entre a

indústria e varejistas”.

Sua visão é “ser uma empresa de referência na distribuição de produtos,

reconhecida pela eficiente logística e resultados nesta área”. Desse modo, embora mais

audaciosa, a visão da Kretzer, reflete um resultado comum àqueles que trabalham com

empenho, ética e convicção que sempre há uma maneira de se aprimorar, o que vem

sendo verificado na sua prática diária, ao longo dos anos.

Os fluxos e processos da empresa são o mais simples possíveis, pois assim a

empresa acredita estar contribuindo com os funcionários no sentido de agilizar seu

trabalho, bem como e entendimento de suas tarefas. Para a Distribuidora Kretzer, quanto

mais simples forem as rotinas, menos exigidos os funcionários se sentirão, o que

proporcionará maior satisfação no desempenho de suas tarefas.

O organograma da empresa, a seguir representado, foi elaborado para fins

ilustrativos, demonstrando como está disposta a estrutura organizacional da empresa.

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Organograma 2: Organograma da Distribuidora Kretzer Fonte: A partir da pesquisa

Atualmente, acompanhando o mercado, a organização circunda em grandes

modificações apostando no desenvolvimento tecnológico e também na capacitação de

seus funcionários, buscando um desenvolvimento amplo e generalizado de todas as suas

atividades internas e externas.

4.2 Descrição da atual função transporte de mercadorias da Distribuidora

Kretzer;

Buscando obter um maior conhecimento sobre a atual função transporte na

Distribuidora Kretzer, realizaram-se observações nos setores específicos, como os de

Diretor Financeiro Diretor Comercial

Gerente Geral Compras

RH

Contas a Pagar Contas a Receber Faturamento Gerente Op. Logístico

Cobrança

Motoristas

Ajudantes

Supervisor

Representantes

Promotores

Ch. Dep.

Diurno

Estoquistas Carregador

Ch. Dep.

Noturno

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faturamento de pedidos, financeiro e estoque, ampliando a visão do pesquisador sobre as

necessidades, vantagens, desvantagens bem como pontos fortes e fracos a serem

considerados.

4.2.1 O pedido do cliente

A empresa possui um sistema de gestão responsável por gerenciar todas as

áreas, desde o recebimento de mercadoria por parte do fornecedor até o fechamento de

conta da parte financeira.

Atualmente, a organização conta com um quadro de representantes comerciais

autônomos, que por meio de um sistema de força de vendas, utilizando equipamentos

palmtop (ver anexo 1), negociam a mercadoria comercializada pela organização. O

representante atende o cliente que, por sua vez, realiza a compra, fazendo uma

solicitação de itens desejados.

Com esta solicitação o representante monta um pedido (ver anexo 2) e, usando

o palmtop armazena-o. Ao fim do dia, após ter visitado vários clientes, ele remete todos

estes pedidos para o setor específico da organização, fazendo isso via comunicação com

seu palmtop e seu próprio celular, transmitindo todos os pedidos para a empresa.

Foto 3: Conexão via infra-vermelho para transmissão de pedidos. Fonte: A partir da pesquisa

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Estes pedidos são armazenados em um computador (servidor) dentro da

empresa e, logo após este processo, os funcionários responsáveis pelo setor encarregado

de gerir estes pedidos começam a processá-los.

São verificadas pendências de itens, faltas de mercadorias, toda situação

financeira do cliente e, logo após este tratamento, o pedido é novamente processado e

repassado ao sistema de gestão da empresa. Este sistema abrange toda organização e é

composto por módulos, desde a parte de estoque, gerenciamento de vendas, compras e

até mesmo o gerenciamento financeiro.

4.2.2 Aguardando para ser separado

Após todo o processamento e tratamento dos pedidos repassados, os mesmos

são armazenados em um arquivo dentro do sistema, denominado pré-romaneio 500000

(ver anexo 3). Todos os pedidos da empresa antes de serem remetidos aos clientes ficam

alocados a este romaneio, esperando a hora de serem efetivamente separados e enviados

aos clientes.

A organização possui turnos, devidamente formulados, possibilitando uma

execução de tarefas 24 horas, dando agilidade aos processos. O setor responsável por

estes processos é o faturamento, que é composto por doze colaboradores.

Dando seqüência a execução dessa tarefa, o funcionário responsável por montar

cargas, condiciona e compacta os pedidos em um outro pré-romaneio (ver anexo 4),

formando uma carga, pré-definida em função da localização dos clientes, quantidade de

entregas e também peso total dos pedidos, auxiliado pelas funcionalidades do próprio

sistema de gestão da organização.

Passada essa tarefa, um colaborador responsável pela gestão da frota e dos

próprios funcionários, determina qual veículo fará determinada rota. Em seguida,

fazendo uso da tecnologia disponível dentro da organização, transfere os pedidos, agora

em forma de carga a ser separada, para equipamentos palmtops do depósito (ver anexo

5), e a partir deste momento uma nova etapa do processo vai ser desempenhada.

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4.2.3 Separando os pedidos e liberando os caminhões

Com os palmtops carregados, prontos para dar início ao processo de separação,

cada colaborador responsável por esta função, sai pelos corredores do depósito,

separando item por item de cada pedido, conferindo-os através do leitor óptico infra

vermelho do palmtop, alocando-os em cima de estrados de madeira, denominados

palletes, com pesos e alturas determinadas para carregarem os caminhões.

Foto 4: Colaborador separando mercadoria utilizando o palmtop. Fonte: A partir da pesquisa.

Todo este trabalho realiza-se no período noturno, devido à necessidade dos

clientes em receber mercadorias no período matutino ou vespertino, exigindo da

organização uma flexibilidade no horário, prestando serviços 24 horas, pelo menos nos

setores de faturamento e estoque.

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Logo a seguir, quando a mercadoria já estiver separada e devidamente

conferida, os caminhões são carregados e preparados, para que no dia seguinte, de

manhã cedo, os motoristas saiam para efetuar suas entregas.

Cada motorista recebe um romaneio, descrevendo todas as entregas a serem

realizadas naquele dia. Neste romaneio, estão relacionados a quantidade de entregas, o

valor de cada entrega, condições e formas de pagamento de cada uma, localização das

mesmas, bem como lacunas para identificação do autor destas entregas, com horário de

saída e chegada e quilometragem inicial e final do caminhão (ver anexo 6).

Geralmente, o motorista sai da empresa de manhã cedo, acompanhado de seu

ajudante, um funcionário da organização e, juntos ficam praticamente o dia todo fora,

realizando as entregas, retornando ao final do dia.

Atualmente, os motoristas não possuem ajudantes fixos. A empresa determina

que todo os dias cada motorista leve um ajudante diferente, facilitando assim o

conhecimento das rotas de entrega. Este ponto pode ser considerado forte, pois, desta

forma, a organização além de proporcionar o conhecimento total da rota, consegue evitar

roubos, má prestação de serviço por parte dos seus colaboradores e até mesmo um certo

desconforto entre as pessoas, neste caso, motoristas e ajudantes.

Em eventuais casos, como feriados, promoções, onde há um aumento

significativo das vendas, a organização contrata serviços de terceiros, ou seja,

profissionais vinculados ao sindicato da categoria, que disponibiliza pessoas para

movimentação de carga, suprindo as necessidades da organização.

O mesmo acontece com motoristas e caminhões, havendo a necessidade de

mais veículos, a empresa contrata serviço de frete, geralmente profissionais autônomos

sem qualquer tipo de ligação com empresas. Quando isto acontece, a empresa determina

que um funcionário acompanhe este terceiro contratado para efetuar as entregas,

garantindo um melhor atendimento, envolvendo conhecimento de rota, produto e

atendimento ao cliente.

Para este serviço, o custo é acertado no momento da contratação, resolvidos

entre o proprietário do caminhão e a pessoa responsável na Distribuidora Kretzer.

Geralmente, as cargas já são preparadas para que este tipo de serviço não passe de um

dia de entrega. Atualmente, este serviço de contratação por necessidade acontece

somente na grande Florianópolis, evitando que se rode muitos quilômetros com o

caminhão.

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Em algumas regiões, a Distribuidora Kretzer possui serviço contratado para

entrega, realizando-as com caminhões e até mesmo funcionários terceirizados. Na região

Norte e Sul, a Empresa já conta com os serviços contratados de 4 caminhões, 2 para a

região Norte e dois para a região Sul, possibilitando uma maior flexibilidade nos

caminhões que realizam entregas em outras regiões.

Atualmente, a empresa possui 15 caminhões, sendo 4 caminhões grades (truck),

2 médios (toco), 8 pequenos (camionetes) e 1 sprinter para entregas no centro de

Florianópolis. Além destes caminhões, a empresa conta com 4 caminhões de terceiros

conforme citados anteriormente, e mais fretes contratados avulsos em dias de

sobrecarga.

A organização possui uma grande preocupação voltada para este setor, pois a

entrega das mercadorias é considerada diferencial na opinião dos administradores da

empresa. Esta preocupação desencadeia uma série de atividades desenvolvidas dentro da

organização, com o objetivo de manter a qualidade refletida em suas entregas, partindo

da manutenção prévia da frota e até mesmo a forma de atendimento ao cliente interno da

empresa.

Cada motorista da organização recebe um treinamento, quando inicia suas

atividades dentro da empresa, da mesma forma que recebe um caminhão para efetuar seu

trabalho. Este caminhão pode ser alterado de acordo com as necessidades da

organização, mas, de certa maneira, procura-se não realizar muitas trocas para que o

motorista também possa ser avaliado de acordo com o cuidado do respectivo bem da

organização.

Como já foi mencionado, cada motorista ao sair para realizar entregas, leva

consigo um ajudante, na maioria das vezes também colaborador da empresa que deve

estar sempre atento e disposto a colaborar com as atividades executadas. A empresa

busca nestes ajudantes, pessoas habilitadas a exercerem também a profissão de

motorista, tendo, desta forma, uma garantia em certos acontecimentos, como problemas

de saúde e até eventuais substituições de cargos.

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4.2.4 Realizando as entregas

Dando seqüência à função transporte de mercadorias, após a saída do motorista

das dependências da empresa, com o caminhão carregado pronto para realização das

entregas, o motorista se dirige para seu destino ou primeira entrega a ser realizada.

Isso só é possível por existir uma rota pré-definida, ou acertada pela empresa,

no momento do cadastro de cada cliente. Esta rota pré-definida ajuda o motorista saber

para onde deve seguir primeiro, diminuindo o raio de quilometragem percorrido, haja

vista a grande quantidade de entregas a serem realizadas diariamente.

Dentro do caminhão, a mercadoria é separada por gêneros por uma divisória,

alimentícios de um lado e material de limpeza do outro, seguindo uma norma da

vigilância sanitária. Estas mercadorias também seguem uma seqüência lógica para, desta

forma, facilitar a separação da mesma no momento da entrega. Já em seu destino, o

motorista e seu ajudante após contatarem o cliente, descarregam o caminhão, conferindo

junto a nota fiscal previamente emitida todas as mercadorias. Em casos de problemas na

entrega ou até mesmo por mercadorias faltantes ou danificadas, o motorista com um

celular, cedido pela empresa, contata o setor responsável da organização, neste caso o

faturamento e tira suas dúvidas quanto à solução.

Após entregarem toda a mercadoria para o cliente, o motorista efetua a

cobrança do mesmo. A empresa determina que, em caminhões próprios, o motorista seja

a pessoa responsável por cobrar o cliente; já em terceiros avulsos, contratados em caso

de sobrecarga, o ajudante é a pessoa responsável para executar esta tarefa.

Impressa na nota fiscal, a condição de pagamento e o prazo ou vencimento

desta condição são considerados pontos vitais e não alteráveis, exceto com prévia

autorização de colaboradores responsáveis da área financeira da empresa.

Observou-se com este estudo, que a Distribuidora Kretzer possui algumas

formas de pagamentos já fixadas aos clientes cadastrados, o que facilita o processo de

entrega. Ao determinar a forma de pagamento do cliente, o vendedor faz com que o

motorista saia da empresa já sabendo qual procedimento ele deve seguir, quando for

realizar a cobrança.

Algumas dificuldades foram percebidas nesta etapa, pois apesar de pré -

determinada, algumas exigências não são seguidas, muitas das vezes até mesmo pelos

próprios clientes. Esse ponto é considerado pelo responsável como um dos que mais

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respondem pelo atraso das entregas, dificultando e prejudicando o desempenho do

motorista. Quando um cliente não segue a forma de pagamento determinada pelo

representante da empresa, o tempo demandado para a solução é alto. O motorista deve

ligar para a empresa e solucionar a dúvida, ou até mesmo, atender as exigências do

cliente com o colaborador responsável da área financeira. Muitas vezes, este colaborador

se vê obrigado a ligar para o representante, devido a falta de algum tipo de informação

como depósitos ainda não realizados, estendendo ainda mais o tempo determinado para

a entrega.

Quando o processo segue de forma normal, após efetuar a entrega e realizar a

cobrança da mesma, o motorista segue para outra entrega e assim sucessivamente até o

fim de todas as outras. Após a conclusão das mesmas, geralmente ao final do dia, o

motorista e seu ajudante retornam para empresa, onde outro processo começa a ser

executado. Toda mercadoria que voltou com o motorista, como devoluções, trocas ou

mercadorias danificadas são conferidas e deixadas em um local na organização

denominado gaiola, um espaço cercado com grades para manter estas mercadorias

separadas das demais. Depois, um setor fiscal emite as notas de devoluções destas

mercadorias que são repassadas juntamente com o malote de cobranças do motorista

para a parte financeira, onde serão realizadas às conferências e todo o processo de

fechamento ou prestação de contas.

Atualmente, existe uma pessoa responsável pela frota, ou seja, um gerente que

controla todas as atividades ligadas à frota de caminhões. Este colaborador realiza

atividades como cotação de preços de diversos produtos para a manutenção dos

caminhões, trata com fornecedores, estrutura o quadro de atividades semanais dos

motoristas, conduz resoluções quanto a acidentes, além de ter a responsabilidade sobre

as atividades executadas por todos os motoristas e ajudantes.

Observou-se durante este estudo, que a organização possui dias de pico para

entrega, são eles a quarta e quinta feira, onde serviços de terceiros são utilizados avulso,

para poderem entregar todos os pedidos e apresentam a segunda feira como o dia em que

são realizadas as manutenções devido à pouca quantidade de entregas.

A seguir, serão descritas algumas atividades realizadas por seis organizações

visitadas, possibilitando o conhecimento da função transporte de forma terceirizada.

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4.3 Conhecer a função transporte terceirizado em distribuidoras

Para que se pudesse adquirir um maior conhecimento da função transporte da

forma terceirizado, optou-se por buscar informações em empresas atuantes no mesmo

ramo e até mesmo concorrentes da organização estudada, podendo assim caracterizar de

forma mais ampla este estudo.

Percebeu-se durante o estudo que as organizações, pelo menos neste segmento,

procuram terceirizar a frota e o serviço de distribuição para melhorar alguns pontos

essenciais desta atividade.

A agilidade nas entregas é um dos pontos que exige dos gestores uma atenção

redobrada. A diferenciação do serviço de distribuição pode ocorrer a partir deste ponto,

pois grandes são as necessidades dos clientes em receber as mercadorias no menor

tempo, já que nos dias atuais, com o aumento da população nos grandes centros, as

empresas, por falta de espaço ou até mesmo opção, não possuem estoques estruturados.

Segundo o levantamento de informações, a opção de terceirizar esta atividade estimula o

prestador de serviço, pois sua rentabilidade se dá de acordo com a quantidade de

entregas realizadas. As empresas buscam profissionais autônomos, devido à

caracterização do serviço, que se torna muito específico e particular de cada empresa

distribuidora, atacado ou comercial. Estes profissionais são pagos de acordo com a

prestação do serviço, geralmente são contratados para atuarem em regiões pré -

determinadas, possibilitando assim para organização um ganho de tempo real, já que

conhecendo a rota e ganhando por entrega realizada, o prestador do serviço vai querer

cada vez mais, entregar mais, transformando este serviço em uma atividade rentável.

Em uma organização visitada na cidade de Tijucas, pôde se observar as

vantagens quanto às entregas realizadas pelo serviço de terceiros. Segundo o responsável

pelo controle de frotas, o motorista e ajudante terceirizados entregam até 30% mais do

que um motorista da empresa, tal fato pode ser avaliado após a verificação de entregas

de rotas consideradas grandes como norte e sul do estado. O motorista terceirizado saía

da organização com 40 entregas pela manhã e retornava no mesmo dia, o que não

acontecia com motoristas da empresa. De acordo com o responsável por estas atividades,

até o relacionamento entre clientes, representantes e empresa melhoraram, pois há um

interesse maior na colaboração por parte do terceiro responsável pela entrega.

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A organização adotou uma política de repassar toda responsabilidade para o

terceiro, quando este assume uma carga para entrega. Um contrato com o motorista ou

proprietário do caminhão é assinado, repassando todas obrigações trabalhistas ao

mesmo. Paga-se um valor acertado em contrato, de acordo com as entregas realizadas e

são descontadas aquelas que não chegam ao seu destino final. Cada caminhão deve

possuir um ajudante pago pela empresa, nesse caso o pagamento é feito para o motorista

e ele deve contratar seu próprio ajudante, repassando-lhe o dinheiro, eximindo os custos

trabalhistas da empresa.

Algumas empresas de São José foram visitadas, dentre elas, uma empresa que

possuía uma frota própria de 15 caminhões e, que, através de uma estratégia por parte de

seus gestores, decidiu vendê-los. A empresa optou pela terceirização da frota, decidiu

contratar uma empresa especializada em entrega e, dessa forma, eximir-se de qualquer

tipo de responsabilidade quanto ao motorista e o ajudante. Assim, a empresa faz suas

exigências e apenas cobra a resposta eficiente da contratada.

Nesse caso, o pagamento é realizado sobre o valor faturado independente da

entrega ser realizada ou não, o que segundo a mesma não prejudicou a qualidade deste

serviço, pois a cobrança para que todas as entregas sejam feitas é considerada eficiente.

Os motoristas encostam seus caminhões nas docas, portas onde os caminhões são

carregados na empresa e, viajam para os destinos de entrega. A região de atendimento

está entre a divisa do estado do Paraná até a divisa com o Rio Grande do Sul,

compreendendo todo o estado de Santa Catarina. Por este motivo, adotou-se um

carregamento de 12 horas, ou seja, alguns caminhões começam a carregar ao meio dia

para poderem chegar ao destino mais cedo.

Nesse momento, a organização, caso for necessário, decorrente a alguns

problemas anteriores, conversa com o motorista, estreitando o relacionamento e

aumentando o comprometimento de uma prestação de serviço excelente.

A contratada, nesse caso, disponibiliza a quantidade de caminhão necessária para

a realização das entregas, proporcionando tranqüilidade à operacionalização da

contratante. O objetivo dos motoristas e entregadores é entregar toda a mercadoria

disposta no caminhão, em torno de 25 a 35 entregas diárias, garantindo um menor tempo

de espera para os clientes.

Atualmente esta organização está à procura de parceiros para a realização destas

tarefas, pois o fato da região de atendimento ser extensa, e a empresa possuir apenas um

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depósito, faz com que a organização precise de muitos caminhões para não gerar atraso

nas entregas.

A idéia de se conseguir parceiros para que se divida a carga em um único

caminhão, começa a apontar entre os gestores da organização, que estão realizando

estudos para que se possa desenvolver uma estratégia, alcançando a solução deste

problema, que atualmente gera custos em torno de até 4% nesta organização.

Três, das seis empresas visitadas, apostaram na terceirização parcial das entregas,

ou seja, terceirizaram em torno de 85% de sua frota, mantendo 15% de frota própria com

o intuito de poder atender melhor a região da grande Florianópolis.

Nesses casos, as empresas contrataram proprietários de caminhões e agregaram

esses caminhões à sua frota. Um contrato de prestação de serviços foi elaborado a fim de

garantir a integridade de ambas as partes, facilitando o desenvolvimento dos serviços.

Observou-se que para esta estratégia, uma pessoa da empresa ou o responsável pelas

operacionalizações logísticas, fica incumbido de realizar a seleção dos terceiros, que da

mesma forma, ficam responsáveis pela seleção do seu próprio ajudante.

A responsabilidade da cobrança das mercadorias entregues, neste caso, recai

sobre o motorista, que responde pelo seu próprio caminhão e também pela carga

carregada diariamente. O pagamento pela prestação de serviço está vinculado ao

percentual de entrega realizada e, é efetuado somente ao motorista, que por sua vez é

inteiramente responsável pelo pagamento de seu ajudante.

Para estas empresas que optaram por estes serviços, uma avaliação já pode ser

percebida quanto a entregas realizadas. Os terceiros estão na frente no quadro de

quantidade de entregas realizadas por dia, pois quanto mais entregam mais ganham e

isso aumenta o comprometimento por parte do terceiro contratado.

O fato de possuir um grande número de terceiros integrados a função entrega de

mercadorias, faz com que a empresa que utiliza esta estratégia deva passar por processos

de adaptação, como preparação dos funcionários internos, treinamentos contínuos,

formas de abordagem, informações e esclarecimentos continuados aos próprios clientes

e uma atenção especial à união e entrosamento dos componentes interligados à entrega

de mercadorias.

As empresas que optam por este tipo de terceirização, contratando caminhões de

particulares, também têm a possibilidade de aumentar seu quadro de exigências, e para

fazer parte da frota é imprescindível:

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Caminhões acima do ano 2000;

Comprovação de documentação em dia;

Apresentação da ficha de antecedentes criminais do motorista e do ajudante

que irá acompanhá-lo nas entregas;

Possuir empresa constituída;

Como forma de treinamento inicial, as empresas, concedem um treinamento de

uma semana no mínimo, deixando o novo contratado, realizar entregas com funcionários

registrados da empresa, ou seja, o motorista fica uma semana na empresa somente

trabalhando com outro motorista, este não terceirizado, podendo dessa forma, assimilar

as exigências da contratante, quanto às características da atividade, onde, a princípio,

passa pela avaliação do próprio motorista.

A utilização de caminhões denominados madrinha, que levam cargas completas

para serem baldeadas (transferidas) para estes terceiros, faz-se necessário nesta situação,

pois, as regiões atendidas por essas empresas estão concentradas em todo o estado o que

elevariam e muito, o custo das entregas, não tornando atrativa esta atividade para os

terceiros.

Em outra empresa visitada, considerada esta a maior dentre as visitadas, pôde se

perceber uma nova estratégia de terceirização. A organização possui 35 caminhões, onde

5 são próprios e o restante contratados de particulares, que realizam entregas. Percebeu-

se nesta situação que a empresa busca contratar apenas particulares que possuam um

único caminhão, independente do ano, apenas com a exigência que ele esteja em

excelentes condições para realização das entregas, não contratando agenciadores ou

empresas especializadas em entregas.

A organização enfatiza o treinamento dos componentes do setor de entrega, como

sendo responsável pela garantia da qualidade dos serviços, proporcionando treinamentos

para toda equipe, desde motoristas e ajudantes próprios a motoristas terceirizados. Nota-

se nesse caso, que a organização se preocupa e muito com a aproximação das atividades,

tentando nivelar o conhecimento e até mesmo o relacionamento dos funcionários,

independente de ser registrado ou terceirizado.

Ha uma exigência quanto à manutenção dos caminhões, garantindo assim uma

atividade ininterrupta nas entregas.

A organização nesse caso proporciona ao motorista, um ajudante colaborador da

empresa, para atuar junto ao terceiro, mas não exime a responsabilidade do próprio

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motorista terceirizado pela carga carregada em seu caminhão. Este ajudante fica com a

única responsabilidade de carregar as caixas e entregá-las ao cliente, enquanto o

motorista, é responsável pela separação das mercadorias dentro do caminhão e a

realização da cobrança desta mercadoria junto ao cliente.

O pagamento deste serviço é efetuado a cada motorista assim que as entregas

tenham sido realizadas, para isso, foram determinados valores de acordo com as rotas de

entrega, não levando em consideração a quantidade de entregas, que nesta empresa

giram em torno de 25 a 35 entregas diárias. Apesar da região de atendimento ser extensa,

compreendida entre as divisas do estado de Santa Catarina, esta empresa não trabalha

com caminhões madrinhas, fazendo com que os caminhões retornem para empresa para

carregar uma nova carga.

Esta opção somente pôde ser concretizada, pela eficiente rota estabelecida pela

própria organização, pois, o fato das rotas serem extensas, faz com que as entregas

realizadas desta forma se tornem um pouco mais lentas, e para isso os dias de entregas

devem estar previamente definidos e esclarecidos aos representantes, para que os

clientes se programem e aguardem as mercadorias, sem que haja dificuldades.

Para esta empresa, o treinamento e o reconhecimento dos terceiros como próprios

colaboradores da organização, faz com que a parceria seja firmada de uma maneira mais

adequada, mantendo o compromisso e a qualidade dos serviços. Em contra partida, o

fato de não possuir uma frota com número elevado de caminhões, tranqüiliza a

organização.

Para esta especificamente, a quantidade de caminhões se fossem próprios,

chegaria a 35, o que causaria a necessidade de uma pessoa responsável somente para a

manutenção dos veículos, já que os custos com frotas são elevados. Isso acontece por

que a manutenção dos veículos envolve desde a máquina ou motor do caminhão, até os

pneus, gerando a necessidade de um cuidado refinado, pois tudo isso influi e determina a

segurança dos colaboradores.

Com a escolha de contratar caminhões e motoristas terceirizados, a organização

deixou de lado a preocupação com a manutenção da máquina, dando ênfase a

manutenção de pessoal, proporcionando aos colaboradores, palestras e cursos

profissionalizantes, possibilitando um desenvolvimento pessoal e ao mesmo tempo

elevando seu nível cultural organizacional.

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Após descrever as atividades realizadas quanto à função transporte de forma

terceirizada, fica possível realizar uma comparação das duas formas de realizar esta

tarefa, o que está caracterizado no item a seguir.

4.4 Comparar o sistema de transporte de mercadorias atual com o sistema terceirizado

O estudo e as observações realizadas nas organizações possibilitaram uma maior

clareza quanto às características de cada forma de realizar o transporte de mercadorias

de uma distribuidora de alimentos e material de limpeza.

Dessa forma, elaborou-se um quadro com algumas das características que

puderam ser comparadas, de acordo com a forma de realizar o transporte, se próprio ou

terceirizado.

Critérios Serviço de

Frotas Tempo de

Entrega

Devolução de

Mercadoria

Envolvimento

Colaborador

Treinamento

Própria Maior Maior Menor Menor

Terceiro Menor Menor Maior Maior

Quadro 05 – Comparativo de serviços efetuados com frota própria ou de terceiros.

Fonte: A partir da pesquisa.

Análise dos dados

Tempo de Entrega: O tempo de entrega se caracteriza pela saída da mercadoria

da organização até a entrega ao cliente. Neste caso, observou-se que o tempo maior de

entrega se dá quando é realizado pela frota própria, devido as características dos

profissionais. O motorista, quando contratado pela empresa, possui uma remuneração

base, o que lhe proporciona uma certa segurança na realização da entrega de mercadoria,

ou seja, se ele retornar com entregas ou demorar mais de um dia para efetuar todas as

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entregas, isso não irá influenciar em sua remuneração. Já no caso dos terceiros, tantos os

que recebem por dia ou por entregas, quanto mais entregas realizar, maior a chance de

aumentar sua remuneração. Nesta situação, o motorista procura executar suas tarefas da

melhor forma possível, pois se ele terminar as entregas no mesmo dia, estará pronto para

uma nova carga no outro.

Geralmente estes contratados procuram realizar todas as entregas no mesmo dia,

para que seu caminhão esteja liberado no dia seguinte e desta forma ele consiga negociar

outro frete.

Devolução de Mercadoria: Quanto à devolução de mercadoria, um maior

número se concentra nas atividades onde as entregas são realizadas por frota própria. A

preocupação quanto a trazer mercadorias de volta, por qualquer motivo que seja, é

menor para os motoristas contratados, pois isso não influencia em sua remuneração e

influencia muito pouco em sua caracterização como profissional. O fato de o motorista

terceiro ter o compromisso por realizar todas as entregas não é o único motivo que os

deixa no quadro como os que menos trazem devoluções.

Quando o terceiro traz de volta uma entrega, ele não recebe por esta entrega,

ocasionando redução em seu pagamento. No caso das empresas contratadas e pagas por

percentual de faturamento, este número também pode reduzir, haja vista, que devoluções

não se encaixam como faturamento. Para o terceiro contratado, entregar todas as

mercadorias é questão de serviço bem prestado e, como as organizações exigem um bom

nível de prestação de serviços, percebe-se um maior esforço por parte destes terceiros.

A preocupação do terceirizado em mostrar serviço é bem maior, pois suas

certezas estão inteiramente ligadas a uma prestação de serviço adequada, ou seja, a única

garantia que lhe possibilita o trabalho é realizar as entregas da melhor maneira possível,

com segurança e qualidade, mantendo, desta forma, seu vínculo com a organização

contratante.

Envolvimento do Colaborador: Neste critério, o que pode ser observado é que

o maior envolvimento se encontra nos prestadores de serviço terceirizados. A busca pela

eficiência nas entregas e a superação para manter o conceito de um prestador de serviço

adequado, aumenta o envolvimento do terceiro com os demais colaboradores da

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organização. O profissional contratado como terceiro, para a realização da entrega,

procura se envolver da melhor forma possível com todas os setores da organização, pois

enxerga isso como um facilitador de seu serviço. Uma das grandes reclamações de

envolvimento está entre os representantes comerciais que efetuam as vendas, e os

entregadores, que realizam a entrega das mercadorias vendidas. Essas duas classes

geralmente não trabalham em conjunto, o que não deveria acontecer, pois uma atua em

seqüência da outra.

Nas empresas onde o serviço de entrega é terceirizado, percebe-se a preocupação

de um maior envolvimento do terceiro com o representante, uma vez que a idéia de

entregar cada vez mais e entregar corretamente faz com que os terceiros procurem na

classe dos representantes, verdadeiros parceiros que os possibilitem aumento na renda,

melhorando para todos, porque a importância de uma entrega bem feita está inteiramente

ligada a uma nova possibilidade de venda.

Treinamento: No tocante ao treinamento, observou-se que o fato de não possuir

frota própria repassa a necessidade de uma maior qualificação e caracterização dos

profissionais contratados. A necessidade da organização, em aproximar estes terceiros

contratados dos colaboradores, quanto às características da própria empresa, exige um

maior número e mais intenso treinamento.

Percebe-se que o fator treinamento é menor, quando não existem profissionais

terceirizados, e isto pode ser caracterizado pelas organizações, por acharem que o fato

do colaborador vivenciar e assumir as características da organização o exime de se

aperfeiçoar e melhorar em relação às suas atividades.

Além dos critérios relacionados no quadro nº 01, pôde ser observado que o fato

do terceiro trabalhar com seu próprio caminhão, assegura a organização uma maior

qualidade no serviço. As exigências são estabelecidas e, para que o motorista

terceirizado consiga se manter no quadro da organização, ele precisa manter seu

caminhão em dia, o que garante uma maior qualidade e garantia nas entregas, devido a

preocupação dos motoristas quanto ao veículo e sua manutenção.

Quando o caminhão é da empresa, o motorista não valoriza muito este bem, e

acaba não se preocupando com os cuidados necessários, ou seja, manutenção preventiva

e os cuidados que antecedem à operação.

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Após a comparação, apresentada no quadro nº 01, algumas melhorias

relacionadas ao nível de serviço prestado serão propostas.

4.5 Proposta de melhorias relacionadas ao nível de serviço prestado no

processo de distribuição de mercadorias

Após o estudo, realizando observações, análises dos dados coletados, tornou-se

possível ter uma visão geral da organização e propor algumas melhorias quanto ao nível

de serviço prestado no processo de distribuição de mercadorias.

Em um primeiro momento, acredita-se que um maior envolvimento dos

colaboradores deve ser estimulado. Para isso, a organização necessita de uma

revalorização e até mesmo definição de sua proposta de trabalho, objetivos, metas e as

ações necessárias para tal, tornando este fator uma cultura intrínseca na mente e no

ambiente de trabalho de seus profissionais ligados à entrega das mercadorias.

Alcançando este nível de colaboração, um próximo passo a ser sugerido é uma

redução na frota de veículos, passando de 15 para 09 caminhões próprios, apostando na

terceirização de serviço. Para esta ação, a organização precisaria definir a rota para

caminhões próprios e poderia trabalhar uma escala para estes. Acredita-se que, ao invés

de (02) dois caminhões madrinhas, que levam cargas para os terceiros, (04) quatro

poderiam ser utilizados: três para o norte e um para o sul do estado, pulverizando grande

parte da região atendida pela distribuidora.

Para efetivar esta modificação, seria necessária a contratação de 6 caminhões,

cada um com um único proprietário, evitando a contratação de empresas especializadas

em entregas. Essas contratações devem ser efetuadas por meio de ferramentas legais, ou

seja, um contrato de prestação de serviço, adequado a cada rota proposta, especificando

os direitos e obrigações das duas partes.

Como a organização já possui uma estrutura de roteiro de entregas estabelecida,

optou-se realizar esta alteração em rotas estratégicas, demandantes de uma maior

atenção. Dessa forma, foram escolhidas as rotas de Jaraguá do Sul, Blumenau,

Ituporanga, Balneário Camboriú e Florianópolis, que se dividem em norte da ilha e sul

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da ilha, deixando de fora a região do centro da cidade devido à necessidade de realizar

entregas 12 horas, ou seja, o cliente solicita de manhã para receber a mercadoria de

tarde.

Com esta nova estrutura, a organização poderia realizar a venda de 6 caminhões,

reduzindo as preocupações com manutenção de frota, injetando parte deste capital

levantado em ações, como treinamento dos colaboradores ligados à entrega de

mercadorias e até mesmo renovação de máquinas e equipamentos utilizados dentro do

depósito. Para diminuir o impacto relacionado à demissão de pessoal, neste caso 6

motoristas, seria possível por uma prévia classificação, o financiamento de alguns destes

caminhões para motoristas considerados bons profissionais, transformando estes

profissionais, caso a resposta seja positiva, como um dos 6 contratados para a realização

desta estruturação.

Para a região de Jaraguá do Sul, um caminhão seria contratado. Um caminhão

madrinha sairia da empresa de manhã cedo, levando a carga até um determinado ponto,

onde seria realizada a baldeação ou transferência da carga. O caminhão responsável por

esta transferência de carga levaria consigo uma outra carga, para que no retorno, da

viagem, efetuasse entregas nas regiões de Barra Velha e Navegantes, possibilitando uma

maior utilização do caminhão e, ao mesmo tempo, reduzindo custos na entrega.

Seguindo essa mesma operação, a região de Blumenau também faria parte destas

alterações. Um caminhão da empresa levaria carga para realizar a transferência em um

determinado ponto para o caminhão do contratado e, ao retornar, realizaria entregas nas

cidades de Brusque e Gaspar.

Já na região de Ituporanga, uma outra tática seria realizada. Nesse caso, o terceiro

contratado deveria retirar a carga na empresa, pois a demanda de mercadoria ainda não

proporciona a movimentação de carga diária para esta cidade. Especificamente para esta

situação, o terceiro carregaria o caminhão na empresa na segunda-feira, na parte da

manhã, tendo aproximadamente cinqüenta entregas, e teria até terça-feira à noite para

realizar estas entregas, retornando a empresa na quarta-feira pela manhã. Na quarta-feira,

o caminhão do terceiro é novamente carregado e o mesmo deve realizar as entregas até

sexta-feira, e assim sucessivamente, iniciando a rotina novamente na segunda feira.

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Para a região de Balneário Camboriú, o sistema se equivale ao de Jaraguá do Sul,

onde um caminhão madrinha leva a mercadoria para ser baldeada e retorna com uma

outra carga para efetuar entregas na região de Itajaí.

Dentro da região de Florianópolis, esta ação atingiria as regiões do Sul da Ilha e

Norte da Ilha, onde os terceiros viriam até a empresa todos os dias, carregando o

caminhão de manhã bem cedo e retornando a empresa no fim da tarde.

Para todas estas situações, apenas nas regiões de Balneário Camboriú e

Florianópolis se manteriam ajudantes da empresa, nos casos de Jaraguá do Sul,

Ituporanga e Blumenau, cada terceiro ficaria responsável por seu ajudante.

Conforme o percebido, quanto à preocupação das organizações relacionada ao

treinamento, seria de suma importância a criação de um programa de treinamentos,

periódicos, para aproximar cada vez mais o terceiro à organização, mantendo um

relacionamento estável proporcionando, dessa forma, uma garantia de qualidade nos

serviços prestados.

Para que estas sugestões sejam colocadas em prática, se faz necessário um

período mínimo de quatro meses, onde dois meses seriam despendidos para a realização

da venda dos caminhões e contratação de terceiros, e o restante destinados a treinamento

de pessoal e adequação das rotas de entrega.

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5 CONCLUSÕES

Este capítulo buscou, a partir dos objetivos específicos inicialmente propostos,

apresentar se os mesmos foram ou não atingidos e, caso positivo, onde isso ocorreu.

Primeiramente, o objetivo específico que propunha caracterizar a empresa foi

abordado no item 4.1 do capítulo 4, onde, além da caracterização da empresa, foi

apresentado um organograma administrativo, possibilitando uma visão geral da mesma,

quanto a sua estrutura no momento atual.

Na seqüência, no item 4.2, foi descrito mais um objetivo específico que abordava

a atual função transporte da organização, onde foram relatados passo a passo os

processos que interagem para a execução das entregas de mercadorias. Neste item, foi

possível ter uma visão completa dos setores ligados ao processo de distribuição, e as

necessidades de cada um deles para que se desenvolva uma atividade adequada.

Já no item 4.3 também do capítulo 4, o objetivo específico proposto era

reconhecer a função transporte terceirizado de mercadorias em distribuidoras, onde para

tal, foram visitadas seis empresas e, realizadas observações quanto ao serviço prestado.

Neste item pôde-se perceber que não existe um padrão para terceirização, e que cada

organização opta pela forma que lhe traz mais segurança e qualidade, sempre avaliando

as possibilidades de redução de custos.

Posteriormente, no item 4.4, foram comparadas algumas características

levantadas no item 4.3 com o sistema atual da organização, onde se realizou o estudo,

identificando como critérios o tempo de entrega, a devolução de mercadoria,

envolvimento do colaborador e o treinamento, possibilitando uma visão mais ampla das

formas de prestação de serviço.

Por fim, no item 4.5, após conhecer os processos e as características das

organizações, foram realizadas propostas de melhorias relacionadas ao nível de serviço

prestado no processo de distribuição de mercadorias. Também nesse item foi

determinado o tempo necessário para a realização das sugestões compreendido em um

período de no mínimo quatro meses, divididos em dois meses para venda de caminhões

e contratação de terceiros e dois entre treinamento e adequação de rotas de entregas.

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Face ao exposto, a análise descritiva permitiu concluir que o sistema atual

adotado pela empresa atende às necessidades da mesma, porém identificaram-se espaços

para melhorias, que foram especificadas no item 4.5.

Dessa forma, também é possível sugerir estudos futuros que possam, de certa

maneira, aprofundar os conhecimentos obtidos com o atual.

Levantamento dos custos de entregas com frota própria e terceirizada;

Desenvolvimento de um plano de treinamento específico para terceiros.

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Anexo 01 – Aparelho Palmtop

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Anexo 02 – Pedido

��2�M C O P I A D E P E D I D O ------------------------------- Vendedor: 39 - ESMAEL DE SOUZA RODRIGUES Pedido..: 329723 - 99 A

Un Qtde Codigo Descricao dos Produtos Embalagem Valor Unit. Valor Total -- ------ ------ ---------------------------------------- ---------- ------------ ------------- FD 1 1764-7 PAP HIG SCOTT NEUTRO 16X4 20,58 20,58 FD 1 2701-4 ARROZ TIO JOAO BRANCO TP1 10X1 15,40 15,40 UN 6 3109-7 MARG BECEL SS 1X250 1,57 9,42 CX 1 4190-4 MAION HELLM 79818 24X250 39,71 39,71 UN 3 4474-1 ADES LARANJA 1X1 2,54 7,62 UN 6 4493-8 ADES LARANJA 1X250 1,07 6,42 UN 6 4495-4 ADES PESSEGO 1X250 1,07 6,42 CX 1 4571-3 MAION ARISCO SH 15895 24X196 12,38 12,38 UN 6 5469-0 ADES MARACUJA 1X250 1,07 6,42 -------------- Total do Pedido Nro. 329723-99 ===> 124,37

Peso do Pedido ===> 38,77Kg

Data do Pedido: 04/10/2006 Data do Atendimento: 04/10/2006 Data de Vencto: Tabela 0370 - 14 16 CHEQUE

Cliente...: PANIFICADORA LTDA ME Codigo: 36555 Endereco..: AV ENG MAX DE SOUZA, S/N Bairro....: COQUEIROS Municipio.: FLORIANOPOLIS UF: SC CEP: 88080000 �P

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Anexo 03 – Pré-Romaneio 500000

� DISTRIBUIDORA KRETZER PRE-ROMANEIO Nro.: 500000 Folha: 0001

FAP401-06/10/2006-09:50 Veiculo: ____________________________ Motorista: _____________________________________ ======================================================================================================================================== Seq. Entrega Rota Sub-Rota Prior Pedido Cliente Bairro Cidade Peso PesoAcum. Q Entrega ------------- ---- -------- ----- --------- ------------------------------- -------------- ------------ --------- --------- - -------- 8001600000 8 80016 0 329874-99 11404 ADRIANA MARIA DE SOUZA D CAMINHO NOVO PALHOCA 40,76 40,76 06/10/06 8301401900 83 83014 1900 329812-99 6532 SUPERMER D BENTA LTDA ME CENTRO ATALANTA 80,62 121,38 06/10/06 8301601900 83 83016 1900 329813-99 6573 SUPERMER D B LTDA ME CENTRO AGROLANDIA 208,01 329,39 06/10/06 12001805501 12 120018 5501 329666-99 4487 UDENEI BIF ME MATO ALTO ARARANGUA 25,50 354,89 05/10/06 12001809300 12 120018 9300 329217-99 5062 JAIRA JANETE DE SOUZA ME URUSSANGUINHA ARARANGUA 26,30 381,19 04/10/06 12001818000 12 120018 18000 329669-99 6094 MER KRAUSE ME POLICIA RODOVI ARARANGUA 62,36 443,55 05/10/06 52000601200 52 520006 1200 329868-99 5544 LENIEL GUESSER JOSE NITRO SAO JOSE 52,39 495,94 06/10/06 70001300000 70 700013 0 329834-99 11191 MANU'S DISTRIBUIDORA LTD DOM BOSCO ITAJAI 91,90 587,84 06/10/06 70002300000 70 700023 0 329841-99 9717 PAD E MERC WINTER LTDA M RIB DO PADRE LUIZ ALVES 131,88 719,72 06/10/06 70002301100 70 700023 1100 329840-99 609 COML NILO GOEDERT LTDA M VILA NOVA LUIZ ALVES 39,00 758,72 06/10/06 70002301500 70 700023 1500 329843-99 3565 MER E ACOUGUE MAIANI LTD VILA SALTO LUIZ ALVES 526,31 1.285,03 06/10/06

70002301800 70 700023 1800 328600-99 5255 L S M SUPERMER LTDA VILA SALTO LUIZ ALVES 127,10 1.412,13 02/10/06 70002301800 70 700023 1800 329842-99 5255 L S M SUPERMER LTDA VILA SALTO LUIZ ALVES 515,76 1.927,89 06/10/06 70002302000 70 700023 2000 329845-99 3070 SUPERMER LUSILVA CENTRO LUIZ ALVES 334,26 2.262,15 06/10/06 70002302200 70 700023 2200 329844-99 697 COML LUISALVENSE GEN ALI CENTRO LUIZ ALVES 139,17 2.401,32 06/10/06 79000200900 79 790002 900 329848-99 2260 MINI MER MAROPI LTDA ME CENTRO POMERODE 265,42 2.666,74 05/10/06 79000404300 79 790004 4300 329137-99 9920 MERC INDAIAL LTDA RIO MORTO INDAIAL 92,41 2.759,15 04/10/06 79000600410 79 790006 410 329851-99 9849 SUPERMER FELIPPI LTDA QUINTINO TIMBO 219,00 2.978,15 06/10/06 79004803900 79 790048 3900 329797-99 535 CHARLES SEIZ ME CENTRO RIO DO SUL 140,70 3.118,85 06/10/06

Total de Entregas: 19 Total de Peso: 3.118,85 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

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Anexo 04 – Pré-Romaneio Separado

�DISTRIBUIDORA KRETZER PRE-ROMANEIO Nro.: 500000 Folha: 0001

FAP401-06/10/2006-09:50 Veiculo: ____________________________ Motorista: _____________________________________ ======================================================================================================================================== Seq. Entrega Rota Sub-Rota Prior Pedido Cliente Bairro Cidade Peso PesoAcum. Q Entrega ------------- ---- -------- ----- --------- ------------------------------- -------------- ------------ --------- --------- - -------- 70001300000 70 700013 0 329834-99 11191 MANU'S DISTRIBUIDORA LTD DOM BOSCO ITAJAI 91,90 587,84 06/10/06 70002300000 70 700023 0 329841-99 9717 PAD E MERC WINTER LTDA M RIB DO PADRE LUIZ ALVES 131,88 719,72 06/10/06 70002301100 70 700023 1100 329840-99 609 COML NILO GOEDERT LTDA M VILA NOVA LUIZ ALVES 39,00 758,72 06/10/06 70002301500 70 700023 1500 329843-99 3565 MER E ACOUGUE MAIANI LTD VILA SALTO LUIZ ALVES 526,31 1.285,03 06/10/06 70002301800 70 700023 1800 328600-99 5255 L S M SUPERMER LTDA VILA SALTO LUIZ ALVES 127,10 1.412,13 02/10/06 70002301800 70 700023 1800 329842-99 5255 L S M SUPERMER LTDA VILA SALTO LUIZ ALVES 515,76 1.927,89 06/10/06 70002302000 70 700023 2000 329845-99 3070 SUPERMER LUSILVA CENTRO LUIZ ALVES 334,26 2.262,15 06/10/06 70002302200 70 700023 2200 329844-99 697 COML LUISALVENSE GEN ALI CENTRO LUIZ ALVES 139,17 2.401,32 06/10/06

Total de Entregas: 19 Total de Peso: 3.118,85 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

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Anexo 05 – Palmtop Depósito.

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Anexo 06 – Romaneio de Entrega

�P�DISTRIBUIDORA KRETZER Pag.: 0001 FAP404-06/10/2006-09:52 ��EROMANEIO DE ENTREGA Nro: 354660��F

Motorista.: ______________________________________ Ajudante: ______________________________________ Placa: _________________

Data Saida: ____ / ____ / ____ as ____ : ____ hs Data Retorno: ____ / ____ / ____ as ____ : ____ hs

KM Inicial: ____________________ KM Final: ____________________ KM Total:________________ Diaria:________________ ======================================================================================================================================== Nota Cliente Rota Cidade Ven. NtOp Pr Vencimento Forma Pagto Valor Nota T NF Assinadas NF Devolvida ------ ------------------------------ ---- ------------- ---- ---- -- ---------- ------------- ---------- - ------------ ------------ - 354526 11483 VERDUREIRA DIEGO LTDA ME 76 SCHROEDER 138 5102 18 20/09/2006 A VISTA 209,75 ____________ ____________ 354527 11059 VALDIR JOSE ZAMBONI 76 SCHROEDER 138 5102 18 20/09/2006 A VISTA 241,96 ____________ ____________ 354528 10898 MERCADO KADU LTDA ME 76 SCHROEDER 138 5102 14 03/10/2006 CAIXA ECONOMI 218,40 ____________ ____________ 354529 11572 JOAO FERREIRA PIRES ME 76 SCHROEDER 138 5102 1 20/09/2006 A VISTA 95,80 ____________ ____________ 354530 11506 COMERCIAL SR SOUZA LTDA 76 JARAGUA DO SU 138 5102 18 20/09/2006 A VISTA 269,38 ____________ ____________ 354531 10672 MINI MER NILMAR LTDA ME 76 JARAGUA DO SU 138 5102 11 17/10/2006 CAIXA ECONOMI 766,76 ____________ ____________ 354532 11012 SUPERMER SANTA LUZIA LTD 76 JARAGUA DO SU 138 5102 11 17/10/2006 CAIXA ECONOMI 517,34 ____________ ____________ 354533 10699 JOZEL COM VERDURAS E FRU 76 JARAGUA DO SU 138 5102 14 03/10/2006 CHEQUE 512,72 ____________ ____________ 354534 10298 SUPERMER E ACOUGUE PRADI 76 JARAGUA DO SU 99 5102 11 17/10/2006 CAIXA ECONOMI 129,16 ____________ ____________ 354535 10323 MER EGERT LTDA - ME 76 JARAGUA DO SU 99 5102 18 20/09/2006 CHEQUE 114,83 ____________ ____________ 354536 10595 MERCADO E ACOUGUE BOM GO 76 JARAGUA DO SU 99 5102 18 20/09/2006 CHEQUE 296,03 ____________ ____________ 354537 10301 MAFALDA GILDA TEIXEIRA M 76 JARAGUA DO SU 99 5102 21 10/10/2006 CAIXA ECONOMI 187,61 ____________ ____________ 354538 11153 COM DE ALIM SUPER ECONOM 76 SAO BENTO DO 73 5102 11 17/10/2006 CAIXA ECONOMI 1.110,24 ____________ ____________ 354539 11153 COM DE ALIM SUPER ECONOM 76 SAO BENTO DO 73 5102 11 17/10/2006 CAIXA ECONOMI 39,72 ____________ ____________ 354540 7164 COML C & C LTDA 76 SAO BENTO DO 73 5102 11 17/10/2006 CHEQUE 463,70 ____________ ____________ 354541 10774 SUPERMER AQUARIOS LTDA 76 SAO BENTO DO 73 5102 14 03/10/2006 CHEQUE 204,82 ____________ ____________ 354542 10305 SUPERMER DUMS LTDA 76 SAO BENTO DO 73 5102 14 03/10/2006 CAIXA ECONOMI 444,08 ____________ ____________ 354543 10160 MER ARMIN LTDA ME 76 SAO BENTO DO 73 5102 11 17/10/2006 CAIXA ECONOMI 525,40 ____________ ____________

TOTAL DO ROMANEIO ...............: 6.347,70 Qtde Entregas: 17 Peso: 1560,52

Valores Gastos: Sindicato: _______________ Ticket: _______________ Hotel: _______________ Outros: _______________

Qtde Entregas Efetuadas: __________ Bonificacoes: __________ Devolucoes:__________ Qtde Pedidos Pagos: __________

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