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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJA CENTRO DE CINCIAS SOCIAS APLICADAS - GESTO
CURSO DE ADMINISTRAO
CAROLINE SILVEIRA FERREIRA
ANLISE DO PROCESSO DE GESTO FINANCEIRA DA EMPRESA POSTO LAGOA LTDA.
So Jos 2009
CAROLINE SILVEIRA FERREIRA
ANLISE DO PROCESSO DE GESTO FINANCEIRA DA EMPRESA POSTO LAGOA LTDA.
Trabalho de Concluso de Estgio - apresentado como
requisito parcial para obteno do grau de Bacharel em
Administrao da Universidade do Vale do Itaja.
Professor Orientador: Crisanto Soares Ribeiro
So Jos 2009
CAROLINE SILVEIRA FERREIRA
ANLISE DO PROCESSO DE GESTO FINANCEIRA DA EMPRESA POSTO LAGOA LTDA.
Este Trabalho de Concluso de Estgio foi julgado adequado e aprovado em sua forma final
pela Coordenao do Curso de Administrao da Universidade do Vale do Itaja, em 02 de
dezembro de 2009.
Prof(a) MSc. Luciana Merlin Bervian UNIVALI Campus So Jos
Coordenador(a) do Curso
Banca Examinadora:
Prof(a) MSc. Crisanto Soares Ribeiro
UNIVALI Campus So Jos Professor Orientador
Prof(a) Dra. Anete Alberton
UNIVALI Campus So Jos Membro
Prof Dr. Sidney Marinho
UNIVALI Campus So Jos Membro
AGRADECIMENTOS
Ao Senhor, pela vida.
minha famlia, pelo apoio e preocupao com meu crescimento pessoal e
profissional, pelo carinho, amor e participao em todas as etapas da minha vida. Gratido
eterna por contribuir no desenvolvimento do meu carter e conduta tica.
Ao curso de Administrao da Universidade do Vale do Itaja em So Jos, seus
professores e colaboradores, pelo incentivo, inspirao, motivao e exemplo demonstrados
ao longo do curso.
Aos colegas de aula, pela amizade, companheirismo, ajuda e auxlios demonstrado
durante todo o curso.
Ao professor Crisanto Soares Ribeiro, pelo apoio, orientao e pacincia durante o
desenvolvimento do projeto.
Ao meu pai e supervisor de campo, Alceu Joo Ferreira, pela pacincia e ateno
durante a realizao deste trabalho em sua empresa, Posto Lagoa Ltda., pela confiana e
contribuio demonstrada ao longo da realizao do mesmo.
Aos amigos e ao meu namorado Pedro Henrique, pelo incentivo constante e por
acreditar em mim em momentos em que eu no acreditava.
A todos que, de uma forma ou de outra, contriburam para a realizao deste trabalho,
meus agradecimentos sinceros.
Dedicatria (opcional): o autor dedica sua obra ou
presta homenagens a pessoa(s); a dedicatria deve
ser localizada na parte inferior direita da folha.
RESUMO
O presente trabalho de concluso de estgio teve como objetivo geral a anlise do processo de gesto financeira da empresa Posto Lagoa Ltda. Para a concluso deste objetivo, foram traados os seguintes objetivos especficos: Identificar as atividades desenvolvidas pelo setor de contas a pagar e a receber; verificar o grau de inadimplncia por parte dos clientes e reconhecer as variveis que afetam o fluxo de caixa da empresa. O trabalho caracteriza-se como sendo uma pesquisa de aplicao, e foram utilizados dados primrios, fornecidos pela empresa para possibilitar as anlises, e dados secundrios, que forneceram o entendimento terico acerca de gesto financeira. Os dados primrios fornecidos pela empresa so compostos por relatrios de venda bruta mensal dos produtos, relatrios de vendas em dinheiro e cartes de crdito, notas fiscais de compra, relatrio dos inadimplentes, anotaes de despesas gastas ms a ms alm de dados de receitas anuais fornecido pela contabilidade. Os dados secundrios utilizados foram em sua maioria retirados de livros especficos no assunto de gesto financeira e fluxo de caixa. Sites e revistas especializadas no assunto tambm foram utilizados como base de dados secundrios. A partir dos dados foi elaborada planilha de receitas e despesas referente ao perodo de Janeiro a Julho de 2009, demonstrando as atividades desenvolvidas pelo setor de contas a pagar e a receber. Depois de concluda a planilha, os dados da mesma foram utilizados para a montagem de grficos que possibilitam a melhor visualizao das despesas e receitas da empresa. Com a ajuda dos grficos pde-se descrever e analisar as contas pagas e recebidas, alm de ser observada os pontos positivos e negativos nos meses analisados, o que evidenciou a necessidade da empresa implementar sistemticas de controle financeiro, principalmente em relao a inadimplncia. Buscou-se tambm identificar e analisar os fatores que interferiram no fluxo de caixa da empresa, dentre os quais se destacam a sazonalidade, aspectos climticos, infra-estrutura e mercados automobilstico, turstico e concorrencial. Como resultado dessas anlises, a empresa pode agora planejar suas atividades e rever seus processos financeiros de forma a atingir nveis de lucratividade e rentabilidade adequados.
Palavras-chave: finanas, controles e fluxo de caixa.
ABSTRACT
The present work experience conclusion job aimed to analyze the process of financial management of Posto Lagoa Ltda. In order to carry out the research and to analyze the data, the following was applied: to recognize the activities developed by the debts and receivable accounts sector, to verify the level and possible reasons of clients payment defaults and to identify what variables compromise the companys cash flow. The study is characterized as an application research, making use of primary data provided by the company itself that made possible the analysis, and secondary data which provided theoretical understanding concerning financial management. Primary data was provided by the company through Gross Sales reports of products, Cash and Credit Card Sales report, purchase invoices, reports about the debtors, notes concerning month by month expenditure and also companys annual income data provided by the accountancy. Secondary data used for this research were mainly extracted from books about financial management and cash flow, as well as magazines and websites specialized on this area. From the results, a worksheet of companys incoming and outgoing between January and July 2009 was produced, showing the activities developed by debts and receivable accounts sector. Once the worksheet was concluded, its information were used to set graphics that enabled a better view of companys income and outgoing. Using these graphics, it became possible to describe and analyze received and paid bills, and yet observe the positive and negative aspects on the months that were analyzed, which made clear the companys need to initiate systematics of financial control, specially on the matter of clients default. Another purpose was identify and analyze what factors interfered on Posto Lagoas cash flow, and among these factors are seasonality, climatic aspects, infrastructure and automobile business market, tourism and competition. As result, the company can now plan its activities and review its financial processes in order to reach appropriate profitability levels.
Key-words: finances, controlling, cash flow.
LISTA DE ILUSTRAES
Quadro 1 Modelo de Fluxo de Caixa .................................................................................... 55
Quadro 2 Modelo de Fluxo de Caixa .................................................................................... 58
Quadro 3 Modelo de Fluxo de Caixa .................................................................................... 59
Quadro 4 Demonstrao de Fluxo de Caixa .......................................................................... 60
Quadro 5 - Planilha de Receitas e Despesas do Ano de 2009 .................................................. 71
Quadro 6 Movimento Estimado de Turistas .......................................................................... 91
Quadro 7 Gasto Mdio Estimado por Turista em Dlar ........................................................ 91
Quadro 8 Principais Mercados Emissores Nacionais % ..................................................... 92
Quadro 9 Estatstica de Veculos do Municpio de Garopaba ............................................... 95
Grfico 1- Receitas anuais ........................................................................................................ 70
Grfico 2 Comparativo Pagamentos x Recebimentos do perodo ........................................ 72
Grfico 3 Compras do perodo .............................................................................................. 73
Grfico 4 Despesas de Janeiro ............................................................................................... 74
Grfico 5 Compras de Janeiro ............................................................................................... 74
Grfico 6 Receitas de Janeiro ................................................................................................ 76
Grfico 7 Despesas x Receitas de Janeiro ............................................................................. 77
Grfico 8 Despesas de Fevereiro ........................................................................................... 78
Grfico 9 Compras de Fevereiro ........................................................................................... 78
Grfico 10 Receitas de Fevereiro .......................................................................................... 79
Grfico 11 Despesas x Receitas de Fevereiro ....................................................................... 79
Grfico 12 Despesas de Maro .............................................................................................. 80
Grfico 13 Compras de Maro .............................................................................................. 80
Grfico 14 Receitas de Maro ............................................................................................... 81
Grfico 15 Despesas x Receitas de Maro ............................................................................ 82
Grfico 16 Despesas de Abril ................................................................................................ 82
Grfico 17 Compras de Abril ................................................................................................ 83
Grfico 18 Receitas de Abril ................................................................................................. 83
Grfico 19 Despesas x Receitas de Abril .............................................................................. 84
Grfico 20 Despesas de Maio ................................................................................................ 84
Grfico 21 Compras de Maio ................................................................................................ 85
Grfico 22 Receitas de Maio ................................................................................................. 85
Grfico 23 Despesas x Receitas de Maio .............................................................................. 86
Grfico 24 Despesas de Junho ............................................................................................... 86
Grfico 25 Compras de Junho ............................................................................................... 87
Grfico 26 Receitas de Junho ................................................................................................ 87
Grfico 27 Despesas x Receitas de Junho ............................................................................. 88
Grfico 28 Despesas de Julho ................................................................................................ 88
Grfico 29 Compras de Julho ................................................................................................ 89
Grfico 30 Receitas de Julho ................................................................................................. 89
Grfico 31 Despesas x Receitas de Julho .............................................................................. 90
SUMRIO
1 INTRODUO ................................................................................................................... 12
1.1 Objetivos ............................................................................................................................. 13
1.1.1 Objetivo geral. ................................................................................................................. 13
1.1.2 Objetivos especficos ....................................................................................................... 13
1.2 Justificativa ......................................................................................................................... 14
1.3 Apresentao geral do trabalho .......................................................................................... 15
2 FUNDAMENTAO TERICA ...................................................................................... 16
2.1. Administrao Financeira .................................................................................................. 16
2.2. Objetivos da Administrao Financeira ............................................................................ 17
2.3. Funes do Administrador Financeiro .............................................................................. 20
2.3.1. Tomada de deciso ......................................................................................................... 22
2.3.2. Controle e Planejamento Financeiro .............................................................................. 23
2.4 Capital de giro .................................................................................................................... 25
2.4.1. Administrao do capital de giro .................................................................................... 27
2.5 Administrao das disponibilidades ................................................................................... 28
2.5.1 Princpios de uma boa administrao de disponibilidades .............................................. 28
2.5.2 Razes de manter saldos suficientes de caixa ................................................................. 30
2.5.3 Vantagens de manter saldos suficientes de caixa ............................................................ 32
2.5.4 Tcnicas de administrao do caixa ................................................................................ 33
2.5.5 Oramentos de caixa ........................................................................................................ 36
2.6 Administrao financeira de estoques ............................................................................... 36
2.6.1 Tipos de estoques ............................................................................................................ 37
2.6.2. Decises acerca da administrao financeira de estoques .............................................. 38
2.6.3 Custos da administrao financeira de estoques ............................................................. 40
2.6.4 Controle dos estoques ...................................................................................................... 40
2.6.4.1 Lote econmico de compra ........................................................................................... 41
2.6.4.2 Mtodo da faixa vermelha ............................................................................................ 42
2.6.4.3 Mtodo Just in time ...................................................................................................... 43
2.7 Administrao de contas a receber ..................................................................................... 44
2.7.1 Anlise e concesso de crdito ........................................................................................ 44
2.7.2 Poltica de crdito ............................................................................................................ 46
2.7.2.1 Procedimentos de cobrana .......................................................................................... 47
2.8 nfase no fluxo de caixa ..................................................................................................... 49
2.8.1 Objetivos do fluxo de caixa ............................................................................................. 51
2.8.2 Mtodos de fluxo de caixa ............................................................................................... 52
2.8.3 Modelos de fluxo de caixa ............................................................................................... 53
2.8.3.1 Modelo de fluxo de caixa proposto por Zdanowicz (1995) .......................................... 53
2.8.3.2 Modelo de fluxo de caixa proposto por Padoveze (1995) ............................................ 57
2.8.3.3 Modelo de fluxo de caixa proposto por Longo (2001) ................................................. 58
2.8.3.4 Modelo de fluxo de caixa proposto por Hoji (2004) .................................................... 60
2.9 Decises de Financiamento ................................................................................................ 61
2.9.1 Vantagens e desvantagens do financiamento de curto prazo .......................................... 64
3 ASPECTOS METODOLGICOS .................................................................................... 66
4 RESULTADOS E DISCUSSO DOS DADOS ................................................................ 69
4.1 Caracterizao da empresa ................................................................................................. 69
4.2 Resultados ........................................................................................................................... 70
4.2.1 Levantamento anual dos pagamentos e receitas .............................................................. 72
4.2.2 Levantamento anual de compras ..................................................................................... 73
4.2.3 Anlise mensal - Janeiro .................................................................................................. 74
4.2.4 Anlise mensal - Fevereiro .............................................................................................. 77
4.2.5 Anlise mensal - Maro ................................................................................................... 80
4.2.6 Anlise mensal - Abril ..................................................................................................... 82
4.2.7 Anlise mensal - Maio ..................................................................................................... 84
4.2.8 Anlise mensal - Junho .................................................................................................... 86
4.2.9 Anlise mensal - Julho ..................................................................................................... 88
4.3 Concluses acerca do que foi observado ............................................................................ 90
4.3.1 Aspecto turstico .............................................................................................................. 91
4.3.2 Concorrncia.. .................................................................................................................. 92
4.3.3 Fatores climticos e meteorolgicos ............................................................................... 93
4.3.4 Gesto mal estruturada e planejada ................................................................................. 94
4.3.5 Quantidade de veculos licenciados circulando ............................................................... 95
4.3.6 Melhoria da Estrutura Viria - Duplicao da BR 101 ................................................ 96
4.3.7 Inadimplncia. ................................................................................................................. 97
4.3.8 Resultado sobre as anlises dos fatores acima descritos ................................................. 98
5 CONSIDERAES FINAIS ............................................................................................ 100
REFERNCIAS ................................................................................................................... 102
APNDICES ......................................................................................................................... 106
LISTA DE SIGLAS
SEBRAE SERVIO BRASILEIRO DE APOIO S MICRO E PEQUENAS EMPRESAS.
JIT JUST IN TIME.
LEC LOTE ECONMICO DE COMPRA.
FGTS FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIO.
INSS INSTITUTO NACIONA DO SEGURO SOCIAL-GERAL.
INMETRO INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMATIZAO E
QUALIDADE INDUSTRIAL.
12
1 INTRODUO
Diante da crescente complexidade que o mercado e os negcios vm apresentando
torna-se importante ter uma viso crtica mais acurada e global da empresa. De acordo com
Ross, Westerfield e Jordan (2000), as atividades da empresa tornam-se importantes a cada dia,
assumindo maiores nveis de responsabilidade, prevendo-se grandes desafios para o futuro.
Sabe-se que administrar um negcio envolve muitas funes diferentes. Segundo
Sanvicente (1987), finanas que faz com que tudo acontea, o que dirige todo o resto. No
mundo competitivo e globalizado de hoje, imprescindvel para uma pequena empresa estar
se atualizando e buscando sempre melhorias para que os objetivos da empresa sejam
respeitados.
De acordo com Gitman (2002), sem capital que atenda as necessidades da empresa,
no se pode desenvolver, expandir ou criar novos negcios. A administrao financeira tem
como principal objetivo assegurar que este capital esteja disponvel nos montantes adequados,
no momento certo, e ao menor custo. Planejar os gastos, custos e lucros o caminho para
qualquer empresa que queira crescer.
Atravs da utilizao adequada de ferramentas de gerenciamento financeiro,
integradas de maneira geral e sistmica, os recursos comeam a aparecer, o que propicia
maior segurana para os administradores na conduo da empresa.
Segundo Navarro (2008), a capacidade de planejar cria a oportunidade de enxergar o
futuro. Isto significa criar condies, hoje, para que o futuro financeiro se aproxime de forma
mais previsvel.
A empresa estudada Posto Lagoa uma micro empresa que possui a caracterstica
comum ainda a muitas micro e pequenas empresas: todas as funes gerenciais so
centralizadas nas mos de uma nica pessoa. Este responsvel no possui formao
acadmica, e todo seu conhecimento no ramo provm das experincias vividas no dia-a-dia ao
longo dos seis anos de vida da empresa.
Esta falta de conhecimento especfico na rea gerencial acaba por se tornar um ponto
negativo na administrao da empresa. Segundo pesquisas realizadas pelo Servio Brasileiro
de Apoio s Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2002), um dos maiores problemas
enfrentados por estas empresas justamente a falta de conhecimento de instrumentos que
auxiliem na gesto do negcio, e a insuficincia de capital de giro para as transaes bsicas
13
do dia-a-dia. Estes tambm so os maiores causadores das altas taxas de mortalidade de
empresas registradas nas juntas comerciais do pas.
Para que este fato no seja realidade dentro do ambiente empresarial, Assaf Neto
(2006) salienta que a administrao financeira volta-se para as funes de planejar a expanso
e possveis desajustes; controlar e analisar desvios que venham a ocorrer entre os resultados
previstos e realizados; administrar os ativos que acompanha as defasagens que podem ocorrer
entre entradas e sadas de dinheiro do caixa; e administrar os passivos, que se volta para a
aquisio de fundos e o gerenciamento de sua composio.
Diante do exposto, acredita-se ser interessante e necessrio um estudo sobre a rea
financeira da empresa, esclarecendo conseqentemente sua atual situao para futuras
melhorias. Este projeto surge tendo como foco principal propor uma anlise da situao
financeira atual da empresa e identificar as variveis que afetam o fluxo de caixa da mesma.
Para tanto, surge a seguinte questo: como desenvolver a anlise da atual
situao financeira da empresa?
1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivo geral
Analisar o processo de gesto financeira da empresa Posto Lagoa Ltda, com atuao
do ramo do comercio varejista de combustveis
1.1.2 Objetivos especficos
Identificar as atividades desenvolvidas pelo setor de contas a pagar e a receber;
Verificar o grau de inadimplncia por parte dos clientes;
Reconhecer as variveis que afetam o fluxo de caixa da empresa.
14
1.2 Justificativa
Este trabalho justifica-se pela necessidade de se estruturar a rea financeira da empresa
Posto Lagoa, j que no existe um modelo formal e organizado de forma a suprir as
necessidades de mdio e longo prazo. Segundo Gitman (2002), administrar os recursos
financeiros a tarefa mais importante e merece ateno dentro de uma organizao. O
conhecimento de finanas torna-se essencial para as pessoas engajadas na prtica de conduzir
negcios.
Este projeto verifica tambm, os principais problemas e variveis que afetam o
planejamento das atividades no setor financeiro. Com um setor financeiro estruturado,
possvel entender as informaes, de forma a auxiliar a tomada de deciso. Questes como
fluxo de caixa, aquisio de produtos, contas a pagar e receber sero melhores analisadas e
entendidas.
De acordo com o Sebrae (2002), a gesto financeira o conjunto de aes e
procedimentos administrativos que envolvem o planejamento, a anlise e o controle das
atividades financeiras da empresa. Seu objetivo melhorar os resultados apresentados pela
empresa e aumentar o valor do patrimnio por meio da gerao de lucro lquido proveniente
das atividades operacionais. Sendo assim, a anlise financeira fornece os meios para tornarem
flexveis e corretas as decises de investimento, no momento mais apropriado e vantajoso.
Este projeto se torna vivel devido ao interesse da empresa em programar um sistema
de gesto financeira, j que o administrador responsvel percebe a falta de um planejamento
organizado e correto, mas no sabe como faz-lo. A empresa no possui um planejamento
efetivo e controles sobre as contas a pagar e receber, sendo as compras efetuadas mediante
necessidade, ou falta de produtos, no havendo um planejamento sobre as quantidades de
combustveis que deveriam ser compradas mensalmente. Como conseqncia, as contas a
pagar surgem e vo sedo pagas medida que vo vencendo, no havendo controle sobre o
dinheiro que est sendo utilizado.
Segundo Ross, Westerfield e Jaffle (1995), uma correta administrao financeira
permite que se visualize a atual situao da empresa. Registros adequados permitem anlises e
colaboram com o planejamento para aperfeioar resultados.
15
1.3 Apresentao geral do trabalho
No primeiro captulo definem-se o propsito do estudo, a introduo, objetivo geral e
especfico, alm da justificativa pela escolha do tema.
No captulo 2 apresentada a fundamentao terica, onde so descritas os principais
conceitos e caractersticas de diversas literaturas em vigor, de diferentes autores com
conhecimento no assunto especfico estudado.
No captulo 3 relatada a descrio dos mtodos da pesquisa, que possui o objetivo de
esclarecer os procedimentos utilizados na coleta de informaes para a realizao deste
projeto. Assim, o autor descreve as ferramentas que foram utilizadas para anlise do contedo
e como foram coletados e descritos os dados, que auxiliam na etapa de concluso das
atividades.
O captulo 4 reservado para a exposio dos resultados do estudo (apresentao e
anlise dos dados obtidos), desenvolvida com base no contedo terico apresentado no
captulo 2.
As consideraes finais do trabalho esto expostas no captulo 5, que possui o objetivo
de fechar o contedo com uma concluso a respeito do trabalho e estudo realizado.
2 FUNDAMENTAO TERICA
Neste captulo ser descrito os principais assuntos e caractersticas que se relacionam
com o tema estudado, utilizando-se a literatura em vigor e diferentes autores com
conhecimento especifico no assunto.
2.1. Administrao Financeira
Segundo Archer e DAmbrsio (1969 apud SANVICENTE, 1987 p. 21), a
administrao financeira compreende esforos despendidos objetivando a formulao de um
esquema que seja adequado maximizao dos retornos dos proprietrios da empresa, ao
mesmo tempo em que possa propiciar a manuteno de um certo grau de liquidez.
Semelhante ao que foi citado, Ross, Westerfield e Jaffle (1995), destacam que a
finalidade da empresa criar valor para o seu proprietrio. A Administrao Financeira surge
como mediadora para que este objetivo seja alcanado, o valor da empresa refletido em seu
modelo bsico, representado pelo seu balano patrimonial.
Gropelli e Nikbakht (1999, p. 3) conceituam a administrao financeira como sendo a
aplicao de uma srie de princpios econmicos para maximizar a riqueza ou valor total de
um negcio. De acordo com o citado, Hoji (2000, p. 21), afirma que o objetivo da
administrao financeira a maximizao do seu valor de mercado em longo prazo, e
conseqentemente desta forma se alcana o objetivo principal: aumentar a riqueza de seus
proprietrios. Para conseguir este resultado, segundo o autor, uma empresa dividida em
trs atividades principais: atividades de planejamento e controle financeiro, de investimento e
de financiamento. Salienta que todas as atividades empresariais envolvem recursos e,
portanto, so conduzidas para obteno do lucro.
O planejamento e controle financeiro, segundo Hoji (2000), consistem em coordenar,
monitorar e avaliar todas as atividades da empresa, por meio de relatrios financeiros, alm de
participar das decises estratgicas para alavancar as operaes. As decises de investimento
dizem respeito destinao dos recursos financeiros para aplicao em ativos correntes e no
correntes, considerando-se a relao adequada de risco e de retorno dos capitais investidos.
Finalmente as decises financeiras devem ser tomadas, segundo o autor, para captao de
recursos financeiros para o financiamento dos ativos correntes e no correntes, considerando-
se a combinao adequada dos financiamentos a curto e em longo prazo e a estrutura do
capital.
17
Segundo Brigham e Houston (1999), a administrao financeira a rea responsvel
pela previso e planejamento financeiro da empresa, pelas decises de investimento,
financiamento, coordenao, controle financeiro e pelo trabalho com os mercados financeiros.
Todos os indivduos e organizaes obtm receitas ou levantam fundos, gastam ou
investem. Segundo Gitmam (2002), a rea ocupa-se dos processos, instituies, mercados e
instrumentos envolvidos na transferncia de fundos entre pessoas, empresas e governos.
Segundo o autor, a administrao financeira subdividida em duas grandes reas: servios
financeiros, responsvel pela concepo e prestao de assessoria financeira, e a
administrao financeira, que cuida da administrao geral dos valores em uma organizao.
Seguindo a perspectiva de Gitman (2002), Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2005, p.
4) destacam: a administrao financeira a arte e a cincia de administrar recursos
financeiros, para maximizar a riqueza dos acionistas.
Kwasnicka (1995) possui esta mesma linha de pensamento, ao afirmar que a
administrao financeira visa valorizao da empresa e de que forma as decises podem ser
tomadas para maximizar esta valorizao.
Estas afirmativas nos proporcionam uma idia sobre os principais objetivos da
administrao financeira e sua importncia para as organizaes.
2.2. Objetivos da Administrao Financeira
Segundo Sanvicente (1987, p. 21), o objetivo financeiro bsico implcito nas decises
de administrao financeira a maior rentabilidade possvel sobre o investimento efetuado
por indivduos ou instituies caracterizados como proprietrios. O autor faz uma ressalva: a
rentabilidade mxima, desde que no seja comprometida a liquidez da empresa.
Sanvicente (1987) afirma que com esse propsito se alcana a maximizao da
riqueza. A riqueza da empresa, por sua vez, aquela riqueza sobre a qual a administrao
possui controle efetivo; est ligada ao crescimento e ao tamanho da empresa. A riqueza da
empresa no se confunde necessariamente com a do acionista. Tende a levar ao crescimento
maior com a destinao de fundos para esse fim e limitaes intensidade com a qual se
levanta capital prprio. Crescimento e tamanho maior no levam necessariamente ao aumento
da riqueza do acionista.
18
De acordo com Ross, Westerfield e Jordan (2000, p. 44), uma verso geral dos
objetivos da administrao financeira maximizar o valor de mercado do capital dos
proprietrios existentes.
Em perspectiva similar, Assaf Neto (2002) destaca que a administrao financeira
busca idealmente a maximizao da riqueza dos acionistas como forma de justificar a
existncia da atividade empresarial. A empresa dever centrar suas decises financeiras de
maneira a oferecer uma remunerao compatvel com as expectativas de seus proprietrios,
tornando cada vez mais eficaz o uso dos recursos aplicados em suas operaes.
Em perspectiva complementar, Gitman (2002, p. 19), salienta que embora a riqueza
do acionista seja o objetivo principal, muitas empresas tm ampliado seu foco para incluir os
interesses dos stakeholders, tanto quanto os dos acionistas. Sendo que os stakeholders so
grupos tais como empregados, clientes, fornecedores, credores e outros que possuem vnculo
econmico direto com a empresa. Uma ateno a eles evitar medidas que possam ser
prejudiciais, ou seja, afetar sua riqueza, transferindo-a a empresa.
Ainda de acordo com Gitman (2002, p. 16):
Algumas pessoas acreditam que o objetivo dos proprietrios sempre a maximizao dos lucros. Para atingir o objetivo da maximizao do lucro, o administrador financeiro toma apenas aquelas providncias que se espera iro dar maior contribuio para a lucratividade total da empresa. (...) Este objetivo falho por vrias razes: a data de ocorrncia dos retornos, o fluxo de caixa disponvel aos acionistas e o risco.
Ross, Westerfield e Jordan (2000 p. 43), concordam com o exposto acima, quando
afirmam que a maximizao de lucro talvez seja o objetivo empresarial mais freqentemente
citado, mas no um objetivo muito preciso, uma vez que providncias de curto prazo,
tendentes a reduzir custos, provocando aumento dos lucros, no so necessariamente
desejveis. Portanto, tal objetivo no garante qual o equilbrio apropriado entre lucro
corrente e lucro futuro.
Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2005) acreditam que o objetivo principal da
administrao financeira proporcionar condies que garantam rentabilidade e liquidez dos
recursos financeiros para a organizao. Os mesmos autores salientam que o objetivo de
maximizao de lucro, muitas vezes sugerido, est sujeito a diversos questionamentos e
restries. Isto porque o lucro, conforme determinado pelos princpios contbeis consagrados,
19
no define a efetiva capacidade financeira de pagamento da empresa, pois seu critrio de
apurao baseado no regime de competncia, e no no de caixa.
Em perspectiva similar, Assaf Neto (2006) afirma que a escolha do lucro como medida
do objetivo da empresa uma medida que no leva em conta a forma como seus resultados
so distribudos no tempo, ignorando o valor da moeda no tempo. Segundo ele, outras
medidas do objetivo da empresa, no to freqentemente como lucro, so tambm propostas,
como crescimento das vendas, rentabilidade, participao de mercado, endividamento e
liquidez, entre outras. No entanto, qualquer dessas medidas no pode constituir-se sozinha no
objetivo mais eficiente do processo de tomada de decises financeiras.
Concordando com o citado, Hoji (2004), salienta que outro fator relevante o fato de
o lucro contbil no levar em considerao o risco inerente atividade da empresa. O lucro
uma medida de desempenho que quando projetado no futuro, no leva em conta os riscos
associados aos fluxos esperados de rendimentos. Ele tambm salienta que o lucro no
representa o efetivo desempenho da empresa, constituindo-se, mais corretamente, num dos
parmetros de medio desse desempenho.
Assaf Neto (2006) destaca que dentro do ambiente empresarial a administrao
financeira volta-se basicamente para as funes de planejamento, controle, administrao de
ativos e administrao de passivos.
Planejamento financeiro: o qual procura evidenciar as necessidades de expanso da
empresa, assim como identificar eventuais desajustes futuros. Por meio do planejamento
possvel ainda ao administrador financeiro selecionar, com maior margem de segurana, os
ativos mais rentveis e condizentes com o negcio da empresa, de forma a estabelecer mais
satisfatria rentabilidade sobre os investimentos.
Controle financeiro: o qual se dedica a acompanhar e avaliar todo o desempenho
financeiro da empresa. Anlises de desvios que venham a ocorrer entre os resultados previstos
e realizados, assim como propostas de medidas corretivas necessrias, so algumas das
funes da controladora financeira.
Administrao de ativos: deve perseguir a melhor estrutura, em termos de risco e
retorno, dos investimentos empresariais, e proceder a um gerenciamento eficiente de seus
valores. A administrao dos ativos acompanha tambm as defasagens que podem ocorrer
entre as entradas e sadas de dinheiro do caixa, o que geralmente associado gesto do
capital de giro.
20
Administrao de passivos: que se volta para a aquisio de fundos (financiamentos) e
o gerenciamento de sua composio, procurando definir a estrutura mais adequada em termos
de liquidez, reduo de seus custos e risco financeiro.
De acordo com Santos e Sanvicente (2000), a fixao de objetivos um passo
indispensvel para o xito de todo processo financeiro. Mas essa tarefa s tem sentido diante
de uma espcie de exame prvio de viabilidade, em que a empresa, atravs de sua
administrao, verifica a existncia de oportunidades e restries tanto no mbito interno da
organizao quanto externamente. Esta, alm de outras que sero agora descritas, so funes
do administrador financeiro.
2.3. Funes do Administrador Financeiro
Kwasnicka (1995) defende que de forma geral as principais atividades desenvolvidas
e/ou controladas pelo administrador financeiro na empresa so: administrao do fluxo de
fundos, anlise e controle dos resultados financeiros e econmicos da empresa, planejamento
e controle oramentrio, auditoria interna, contabilidade geral e contabilidade de custos,
administrao de sistemas e procedimentos e administrao de impostos.
Segundo Ross, Westerfield e Jordan (2000), a funo do administrador financeiro
freqentemente est associada a uma pessoa da empresa, geralmente um alto executivo,
denominado diretor financeiro. Este diretor coordena as atividades de tesouraria e
controladoria. A controladoria lida com contabilidade de custos e financeira, pagamentos de
impostos e sistemas de informaes gerenciais. A tesouraria responsvel pela administrao
do caixa e crditos da empresa, pelo planejamento financeiro e pelas despesas de capital. Em
pequenas empresas, a tesouraria e a controladoria em geral so atividades desempenhadas
pela mesma pessoa e haver apenas um departamento.
Dentro deste contexto, o administrador pode contar com a parceria do contador, que
segundo Gitman (2002, p. 12),tem como principal funo desenvolver e fornecer dados para
medir o desempenho da empresa, avaliar sua posio financeira e pagar impostos. O
contador prepara as demonstraes financeiras, que reconhecem as receitas no momento da
venda e as despesas, quando incorridas. Esta abordagem comumente conhecida como
regime de competncia.
O administrador, por outro lado, de acordo com Gitman (2002), Ross (2000), enfatiza
o fluxo de caixa, ou seja, entradas e sadas de caixa. Ele tambm mantm a solvncia da
21
empresa, analisando e planejando o fluxo de caixa para satisfazer as obrigaes e adquirir os
ativos necessrios ao cumprimento dos objetivos da empresa. O administrador financeiro
adota o regime de caixa para reconhecer as receitas e despesas que representam as entradas e
sadas de caixa.
Ross, Westerfield e Jordan (2000) ainda atestam que a principal atividade do
administrador financeiro a criao de valor para a empresa e seus proprietrios, baseando-se
nas atividades de oramentos de capital, financiamentos e liquidez da empresa.
Sanvicente (1987) sustenta que o tesoureiro desenvolve atividades voltadas para o uso
do dinheiro, para gerenciar caixa e bancos, contas a pagar e receber. J a controladoria
preocupa-se com os controles e o fluxo de informaes, contabilidade, oramentos e controle
oramentrio, elaborao de relatrios financeiros.
De acordo com Gitman (2002), o administrador financeiro desempenha as atividades
de planejamento e anlises financeiras, tomada de decises sobre investimentos e
financiamentos, administrao do fluxo de caixa, onde o mesmo busca honrar os
compromissos assumidos e canaliza os recursos para as atividades necessrias para o correto
funcionamento da empresa. O autor ainda afirma que o administrador financeiro responsvel
pela administrao de qualquer tipo de empresa, sendo elas financeiras ou no, privadas ou
pblicas, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos.
Segundo Weston e Brigham (1999), o administrador tem a responsabilidade de decidir
os termos de crdito, decidindo quanto cada cliente pode comprar, quanto de estoque pode
armazenar, quanto dinheiro deve ter em caixa, analisar novas fuses e aquisies, e quanto
dos lucros da empresa pode ser investido no prprio negcio ou deve ser utilizado para
pagamento de dividendos.
Zdanowicz (2004) ressalta que a gerncia financeira constitui-se no conjunto de
operaes que possuem o objetivo de formar os recursos financeiros necessrios ao
pagamento dos fatores de produo ou servios, sua distribuio, as obrigaes que se
originam das negociaes comerciais e os crditos conseguidos pela empresa. O autor ainda
sustenta que a administrao financeira possui foco principal na captao, aplicao, e
distribuio eficiente dos recursos necessrios para que a empresa siga os objetivos e metas
estabelecidos por sua gerncia financeira, cumprindo assim seu princpio fundamental:
possuir os recursos necessrios em tempo hbil, saldar os compromissos assumidos e
maximizar os lucros.
22
Para Hoji (2004, p.25), as funes bsicas de um administrador financeiro que se
alinham funo financeira da empresa so:
Anlise, planejamento e controle financeiro, que consiste em coordenar, monitorar e avaliar as atividades da empresa, por meio de dados financeiros, bem como determinar o volume de capital necessrio. Tomada decises relativas a investimentos, que dizem respeito destinao dos recursos financeiros para aplicao em ativos correntes e no correntes, considerando-se a combinao adequada de risco e de retorno dos capitais investidos. Tomada de decises de financiamentos, que so tomadas para captao de recursos financeiros para financiamentos dos ativos correntes e no correntes, considerando-se a combinao adequada dos financiamentos a curto e longo prazo e a estrutura de capital.
Segundo Zdanowicz (2004), o administrador financeiro procura conciliar a
manuteno da liquidez e do capital de giro da empresa atravs da elaborao de fluxo de
caixa, podendo assim, maximizar os lucros e honrar os compromissos assumidos em tempo
hbil.
Outra funo de grande importncia para um administrador financeiro a tomada de
deciso, descrita a seguir.
2.3.1. Tomada de deciso
De acordo com Sanvicente (1987), o objetivo principal nas decises de administrao
financeira conseguir a maior rentabilidade possvel sobre os investimentos efetuados por
acionistas da empresa.
Como destaca Helfert (2000) o sucesso das operaes, desempenho e da viabilidade
em longo prazo de qualquer negcio depende de uma seqncia contnua de decises
individuais ou coletivas tomadas pela equipe gerencial. Cada uma dessas decises, em ltima
instncia, causa um impacto econmico, para melhor ou para pior, no negcio.
Em uma perspectiva similar, Assaf Neto (2002) destaca que o processo de administrar
qualquer empreendimento recai na elaborao de uma srie contnua de decises econmicas.
E essas decises por sua vez, acionam movimentos especficos dos recursos financeiros que
do suporte ao negcio.
23
Ressalta Assaf Neto (2002), que as decises financeiras no podem ser tomadas de
forma independente, como se uma deciso no fosse influenciada de alguma forma pela outra.
Igualmente, as decises financeiras devem estabelecer a atratividade econmica da empresa,
promovendo sua continuidade e valorizao.
Apesar a grande variedade de assuntos enfrentada diariamente por gerentes de
negcios distintos, suas tarefas so, a princpio, suficientemente semelhantes para que se
possa efetivamente agrupar todas as decises gerenciais em trs reas bsicas, segundo Lemes
Junior, Rigo e Cherobim (2005) que seriam: O investimento de recursos, bem como a
operao empresarial usando estes recursos, alm da combinao apropriada de
financiamentos que geram esses recursos.
Segundo Gitman (2002, p. 13):
O contador volta sua ateno para a coleta e apresentao dos dados financeiros, fornece dados consistentes e de fcil interpretao sobre as operaes passadas, presentes ou futuras da empresa. O administrador financeiro utiliza estes dados, na forma como se apresentam ou aps realizar alguns ajustes, analisa os demonstrativos contbeis, desenvolve dados adicionais e toma decises, baseado em suas avaliaes acerca dos riscos e retornos inerentes.
Alm de tomar decises importantes, o administrador financeiro precisa acompanhar
as atividades pessoalmente, a fim de verificar o seu andamento, controlar e planejar para que
os objetivos financeiros sejam alcanados.
2.3.2. Controle e Planejamento Financeiro
Para Ross, Westerfield e Jordan (2000) o planejamento financeiro relaciona a forma
pela qual as metas financeiras da empresa podem ser alcanadas, sendo assim uma declarao
do que deve ser feito no futuro. Estes autores citam alguns elementos essenciais para um
planejamento financeiro:
Previso de vendas: exigidos em todos os planos e normalmente apresentados sob a
forma de taxa de crescimento de vendas. Porm previses perfeitas de venda no so
possveis, porque evidentemente, as vendas dependem do futuro incerto da economia.
Demonstraes preliminares: representam a forma que a empresa decide escolher para
sintetizar os diversos eventos projetados.
24
Necessidade de ativos: descrever os gastos de capital projetados e discutir as
aplicaes propostas do capital de giro lquido.
Necessidades de financiamento: realiza uma anlise financeira da empresa e percebe
uma necessidade de um caixa adicional para novos investimentos.
A varivel de fechamento: representar uma fonte de financiamento externo necessrio
para lidar com qualquer insuficincia ou excesso de financiamento.
Premissas econmicas: as premissas mais importantes que precisam ser formuladas
so os nveis de taxas de juros e alquota de imposto de renda da empresa.
Santos e Sanvicente (2000) destacam a necessidade de informao para a
implementao de um planejamento. Para os autores planejar estabelecer com antecedncia
as aes a serem executadas, estimar os recursos a serem empregados e definir as atribuies
de responsabilidade em relao a um perodo futuro determinado. Ainda de acordo com estes
autores, a empresa deve contar com procedimento sistemtico regular, de coleta de
informaes sobre as condies do ambiente externo que a circunda. Tais informaes
permitem a elaborao de planos mais realistas.
De acordo com Gitman (2002, p. 588), o planejamento financeiro um aspecto
importante para o funcionamento e sustentao da empresa, pois fornece roteiros para dirigir,
coordenar e controlar suas aes na consecuo de seus objetivos. dividido, segundo o
autor, em duas partes principais: planejamento financeiro em longo prazo, que elabora planos
para atingir uma determinada posio financeira num futuro prximo superior a um ano, e o
planejamento financeiro em curto prazo, que elabora planos para atingir metas no curto prazo,
que venham a sustentar as metas do planejamento em longo prazo, sendo o planejamento do
caixa e o planejamento dos lucros os dois aspectos chaves na elaborao de um planejamento
financeiro. Existe tambm a diviso das filosofias de planejamento: filosofia da satisfao,
filosofia da otimizao, e filosofia da adaptao e a diviso dos tipos de planejamento:
planejamento estratgico, planejamento ttico e planejamento operacional.
Concordando com Gitman (2002), Hoji (2004) destaca que o planejamento consiste
em estabelecer com certa antecedncia as aes que sero executadas em determinadas
situaes e em determinadas condies prevendo os recursos necessrios e atribuindo as
responsabilidades necessrias para se atingir os objetivos previamente fixados. O autor divide
os princpios de planejamento em princpios gerais, que so: principio da contribuio do
objetivo, principio da precedncia, principio da maior penetrao e abrangncia, principio da
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maior eficincia, eficcia e efetividade, e os princpios especficos que so: planejamento
participativo, planejamento coordenado, planejamento integrado e planejamento permanente.
Para Zdanowicz (2004) a implantao do planejamento financeiro e oramento na
empresa e sua posterior implementao exige algumas condies mnimas: Estrutura
organizacional dever ser compatvel com os objetivos e metas propostas no plano de
operaes; Contabilidade aberta, informatizada e descentralizada para a correta realizao das
etapas de planejamento e seu posterior controle oramentrio; Fixao dos objetivos e metas
da empresa devero ser estabelecidos pelo comit oramentrio, a partir de informaes
internas e externas sobre o mercado de atuao; Disciplina e seriedade devero ser observadas
em todas as etapas de elaborao do oramento e cumprimento fiel na sua execuo.
De acordo com Gitman (2002) os instrumentos para planejamento e controle
financeiro de uma empresa esto estreitamente ligados a duas ferramentas de gesto
financeira. A primeira delas o oramento de caixa, que basicamente o demonstrativo das
entradas e sadas de caixa planejadas pela empresa. A outra ferramenta o fluxo de caixa que
relata os ingressos e desembolsos de recursos num determinado perodo. Estes dois
instrumentos sero abordados com maior profundidade no prximo tpico, que trata da
importncia e nfase no fluxo de caixa das empresas.
O Gitman (2002) tambm salienta que o planejamento financeiro uma parte essencial
da estratgia financeira de qualquer empresa. Os instrumentos de planejamento representados
pelos demonstrativos projetados e oramentos de caixa propiciam um mapa para conduzir as
empresas na direo de seus objetivos.
Dentro deste contexto, planejar se torna uma atividade necessria, para que a empresa
possa ter capital de giro disponvel em suas atividades.
2.4 Capital de giro
De acordo com Sanvicente (1987), o capital de giro constitui o capital da empresa que
circula at transformar-se em dinheiro dentro de um ciclo de operaes. Segundo o autor:
Em geral esses ativos compreendem os saldos mantidos por uma empresa nas contas de Disponibilidades, Investimentos Temporrios, Contas a Receber e Estoques de matrias-primas, mercadorias para venda, produo em andamento e produtos acabados. A soma desses saldos representa o
26
montante ento investido pela empresa nesses itens. (SANVICENTE, 1987, p. 120).
Em outra perspectiva, Brigham e Houston (1999) destacam que o capital de giro s
vezes tambm chamado de capital de giro bruto, simplesmente se refere aos ativos circulantes.
J o capital de giro lquido definido como ativos circulantes menos passivos circulantes, ou
seja, resulta da subtrao de todos os compromissos em curto prazo da empresa do total dos
itens que compem o capital de giro bruto.
Semelhante ao que foi destacado, Assaf Neto e Silva (2002) destacam que o capital de
giro ou o capital circulante, representado pelo ativo circulante, isto , pelas aplicaes
correntes, identificadas geralmente pelas disponibilidades, valores a receber e estoques. Num
sentido mais amplo, o capital de giro representa os recursos demandados por uma empresa
para financiar suas necessidades operacionais identificadas desde a aquisio de matrias-
primas at o recebimento pela venda do produto acabado.
O capital de giro corresponde aos recursos aplicados em ativos circulantes, que se
transformam constantemente dentro do ciclo operacional, de acordo com Hoji (2004). O
capital de giro fica girando dentro da empresa e, a cada vez que sofre transformao em seu
estado patrimonial, produz reflexos na contabilidade. At que se torne novamente em
dinheiro, o valor inicial do capital de giro vai sofrendo acrscimo a cada mudana, de modo
que, quando o capital retornar ao estado de dinheiro, ao completar o ciclo operacional,
dever esta maior do que o valor inicial.
Segundo Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2005), o capital circulante representa o
valor dos recursos aplicados pela empresa para movimentar seu ciclo operacional, que
compreende o perodo de tempo que vai desde a entrada da matria-prima no estoque da
empresa at a venda dos produtos elaborados e respectivo recebimento. O ciclo operacional
compreende o percurso constante, em dinheiro e em bens, de valores do caixa para os
estoques e dos estoques retornando para o caixa, passando muitas vezes por duplicatas a
receber ou recebimento de vendas vista.
O estudo do capital de giro fundamental para a administrao financeira, porque, de
acordo com Hoji (2004, p. 117), a empresa precisa recuperar todos os custos e despesas
incorridas durante o ciclo operacional e obter o lucro desejado, por meio da venda do produto
ou prestao do servio.
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2.4.1. Administrao do capital de giro
A administrao do capital de giro, segundo Brigham e Houston (1999) se ocupa dos
ativos e passivos circulantes. Ativos circulantes representados, principalmente pelas
disponibilidades financeiras, estoques e contas a receber. Passivos circulantes pelas
obrigaes de curto prazo.
Seguindo uma perspectiva semelhante Brigham e Houston (1999), Assaf Neto e
Silva (2002), salientam ainda que a administrao do capital de giro, alm de direcionar a
administrao das contas dos elementos de giro, ou seja, dos ativos e passivos correntes, trata
tambm de analisar as inter-relaes existentes entre eles. Neste conceito so estudados
fundamentalmente o nvel adequado de estoques que a empresa deve manter, seus
investimentos em crditos a clientes, critrios de gerenciamento do caixa e a estrutura dos
passivos correntes, de forma consistente com os objetivos enunciados pela empresa e tendo
como base a manuteno de determinado nvel de rentabilidade e liquidez.
A administrao do capital de giro, ainda segundo Assaf Neto e Silva (2002),
encontra-se inserida no contexto decisorial das finanas da empresa, permitindo melhor
entendimento de como as organizaes geram, aplicam e gerenciam seus recursos financeiros.
Concordando com o exposto por Assaf Neto e Silva (2002), Brigham e Houston
(1999) destacam ainda que o capital de giro possui participao relevante no desempenho
operacional das empresas, cobrindo geralmente mais da metade de seus ativos totais
investidos.
Dentro deste contexto, Zdanowicz (2004) acrescenta que a administrao do capital de
giro vem sendo cada vez mais reconhecida como uma rea importante para o equilbrio
financeiro das empresas, participando decisivamente no sucesso do negcio.
Segundo Assaf Neto e Silva (2002), administrao do capital de giro envolve imprimir
alta rotao (giro) ao circulante, tornando mais dinmico o seu fluxo de operaes. no
entendimento deste processo que se identifica de forma natural e repetitiva, o ciclo
operacional da empresa, que incorpora seqencialmente todas as fases operacionais presentes
no processo empresarial de produo-venda-recebimento.
De acordo com Brigham e Houston (1999), administrar o capital de giro envolve
quatro componentes principais: caixa, ttulos negociveis, estoques e contas a receber. Em
geral as empresas seguem um ciclo no qual compram estoques, vendem mercadorias a crdito
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e depois cobram as contas a receber. A poltica de capital de giro deve ser elaborada para
minimizar o tempo entre desembolsos de caixa com materiais e o de recebimento das vendas.
Em seguida ser descrito as principais atividades destes quatro componentes.
2.5 Administrao das disponibilidades
De acordo com Sanvicente (1987), os recursos contidos nestas contas so aqueles que
permitem empresa efetuar pagamentos imediatos: De um lado, caixa representa o
dinheiro vivo, em notas de papel-moeda e moedas metlicas, enquanto o item bancos
refere-se aos saldos mantidos em contas bancrias movimentveis vista contra a emisso de
cheque. (SANVICENTE, 1987, p. 140).
De acordo com Brigham e Houston (1999), aproximadamente 1,5 por cento dos ativos
da empresa industrial mdia mantido em forma de caixa, o qual definido como depsitos a
vista mais moeda. O caixa tambm chamado de ativo no-lucrativo: necessrio para
pagar a compra de mo-de-obra e matrias-primas para comprar ativos permanentes, para
pagar impostos, pagar os juros dos emprstimos, pagar dividendos e assim por diante.
Segundo salienta Hoji (2004, p. 121):
A administrao eficiente do caixa (disponibilidades) contribui significativamente para a maximizao do lucro da empresa. Quando a rea de tesouraria recebe ou paga, geralmente as decises que geram fluxos financeiros j foram tomadas anteriormente por administradores de outras reas restando pouca coisa que o tesoureiro possa fazer pata influir sobre estes fluxos financeiros.
2.5.1 Princpios de uma boa administrao de disponibilidades
De acordo com Sanvicente (1987), uma boa administrao das disponibilidades
significar uma boa interveno no ponto principal da administrao financeira, pois se refere
ao recurso que essa rea preocupa-se em obter e administrar para o adequado funcionamento
da empresa como um todo.
De acordo com Matarazzo (1998), pode-se controlar o disponvel com mais eficcia
atuando sobre os nveis de saldos, sobre as entradas e sobre as sadas: Controle do nvel de
caixa: engloba fatores que afetam e determinam os saldos de numerrio mantidos por uma
29
empresa; Controle das entradas de caixa: na administrao das disponibilidades, parece
lgico, segundo o autor, dar ateno aos meios de aumentar as entradas por unidade de tempo;
Controle das sadas de caixa: o objetivo continua sendo o de preservar o maior nvel de
liquidez possvel, desde que no haja prejuzos por manuteno de saldos excessivos.
De acordo com Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2005), algumas estratgias bsicas
podem ser adotadas para diminuir o ciclo de caixa da empresa:
Retardar os pagamentos de valores a pagar: sem prejuzo do conceito de crdito da
empresa, podem-se retardar os pagamentos por meio da negociao dos prazos de
pagamento no ato de negociao da compra. Deixar de efetuar os pagamentos em
dia pode resultar em reduo do ciclo de caixa, no entanto, essa no a forma
recomendvel, pois afeta o conceito de crdito a empresa, alm de demonstrar
incompetncia na gesto dos negcios.
Aproveitar descontos favorveis: descontos favorveis oferecidos pelos credores
pode tambm contribuir para a reduo do ciclo de caixa, pois o seu
aproveitamento diminui o volume dos valores pagos aos credores.
Acelerar o giro dos estoques: os estoques requerem aes voltadas para a sua
minimizao, apesar de serem importantes ativos do ponto de vista de aplicao de
recursos. preciso utilizar-se de tcnicas de gesto de estoques que evitem trazer
prejuzos para a produo ou se traduzem em empecilhos para as vendas.
Aumentar o giro de matrias-primas: programas de produo bem elaborados e
coordenados com as previses confiveis de vendas contribuem para a utilizao
racional de matrias-primas. Parcerias ou negociaes com fornecedores para
reduo do tempo de permanncia das matrias-primas nos estoques e outras aes
voltadas para que seu giro seja maior reduziro, em conseqncia, o ciclo de caixa
da empresa.
Diminuir o ciclo de produo: estoques de produtos em fabricao so tambm
grandes consumidores de recursos financeiros. Produtos que necessitam grande
tempo para a sua produo exigem grandes investimentos em mo-de-obra,
matrias-primas, componentes, insumos, peas, etc., que sero atenuados se a
empresa fizer uso mais racional dos recursos, tornando o ciclo de produo menor.
Aumentar o giro de produtos acabados: a harmoniosa coordenao entre as reas
de vendas, produo e gerenciamento de estoques se faz necessria com o objetivo
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de reduzir a permanncia dos estoques de produtos acabados nos almoxarifados da
empresa, para que o ciclo de caixa seja reduzido.
Acelerar o recebimento dos valores a receber: Para acelerar o recebimento dos
valores a receber podem ser adotadas aes como, por exemplo, normas rgidas de
cobrana, encurtamento dos prazos de pagamentos, oferecimento de descontos
favorveis e at mesmo, parceria com instituies financeiras para o financiamento
do crdito concedido.
Para que a empresa consiga equilibrar os recursos necessrios, ela precisa se preocupar
em manter o seu caixa sempre positivo.
2.5.2 Razes de manter saldos suficientes de caixa
Como destacam Santos e Sanvicente (2000) e Brigham e Houston (1999), a empresa
deve manter sempre um determinado nvel de investimento nestes tipos de ativos correntes
pelas seguintes razes:
Para efetuar transaes: o principal motivo para manter um saldo de recursos de
mxima liquidez o que decorre do andamento normal das operaes. Neste caso,
os saldos de Caixas e Bancos funcionam como um amortecedor entre as sadas e as
entradas previstas sob as condies operacionais normais e devido ao simples fato
de que as entradas e sadas s coincidiro, em montante e momento de ocorrncia,
por um acaso muito grande.
Por precauo: certa parcela do saldo mantido em disponibilidades deve a sua
existncia apenas no-coincidncia das entradas e sadas previstas. Outra parcela
deve-se possibilidade de haver diferena entre os fluxos previstos e os fluxos
reais. Neste caso especfico, interessa empresa evitar insuficincias de caixa. A
alternativa mais desfavorvel aquela em que as diferenas entre as previses e
fatos levam a dficits superiores aos esperados. Por isso esta segunda parcela de
saldo possui a finalidade de proporcionar uma margem de segurana contra
variaes incertas e desfavorveis.
Para tirar proveito de oportunidades especiais: esta parcela de investimento em
disponibilidades destina-se principalmente a tirar partido de oportunidades de
lucro, como por exemplo, na acumulao de saldos para a compra futura de ttulos,
esperandose que haja um aumento das taxas de rendimento desses ttulos.
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Assaf Neto e Silva (2002) numa perspectiva semelhante, tambm destacam que as
principais razes para se mantenha um valor mnimo de caixa se relacionam com transao,
precauo e especulao. Salientam ainda que o caixa mnimo exigido depender de alguns
fatores, tais como:
Falta de sincronizao entre pagamentos e recebimentos de caixa tende a elevar o
caixa necessrio. Esta falta de sincronia pode ser resultante de sazonalidades em
pagamentos e recebimentos e das caractersticas operacionais de atuao da
empresa, sendo que o fluxo de caixa projetado pode ser um importante instrumento
para reduzir as diferenas temporais de entrada e sada de recursos na empresa;
Grande possibilidade de ocorrncia de eventos no previstos no planejamento da
empresa que representem desembolsos de caixa;
Acesso conhecido s fontes de financiamento, seja capital prprio ou de terceiros.a
existncia de um mercado financeiro desenvolvido pode ainda reduzir a exigncia
de um caixa mnimo;
Existncia de grande investimento em estoques. importante adequar a poltica de
estoques, procurando diminuir o volume investido neste ativo, ajustando-o mais
proximamente demanda;
Existncia de vrias contas correntes em bancos. interessante que a empresa
procure otimizar a manuteno de contas correntes em bancos, de maneira a
melhorar seu controle e a obter melhores condies nas negociaes com estas
instituies financeiras;
Existem vrios outros fatores a ser levados ainda em conta, e a sua importncia vai
variar de acordo com o tipo de empresa. Como por exemplo, possibilidade de furtos e
desfalques, existncia de prazo mdio, existncia de prazo para pagamento reduzido, nvel de
taxa de inflao, poltica de crdito da empresa.
Hoji (2004) possui uma linha de pensamento um pouco diferente dos autores citados,
quando destaca:
As empresas precisam manter o saldo de caixa, basicamente para atender s seguintes necessidades: pagamento das transaes geradas pelas atividades operacionais como compra de matrias-primas e contratao de servios; amortizao de emprstimos e financiamentos; desembolsos para investimentos permanentes; pagamentos de eventos no previstos e reciprocidade em aplicao financeira exigidas pelos bancos. (HOJI, 2004, p. 122).
32
Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2005), destacam que os principais fatores que
determinam o saldo mnimo do caixa so:
Peculiaridades de cada setor de atividade: as atividades das empresas esto
condicionadas quilo que se poderia chamar de usos e costumes do setor de
atividade.
Previsibilidade das entradas e sadas de caixa: para isso preciso planejar
financeiramente estas entradas e sadas e estar preparado para pagamentos
inesperados.
Exigncias de reciprocidade bancria: Alguns bancos oferecem encargos
financeiros e tarifas menores em troca daquilo que denominada reciprocidade
bancria. Compete ao gestor do caixa analisar a forma de operacionalizar o servio
que seja de menor custo e maior eficcia para a empresa.
Capacidade de captar recursos, prprios ou de terceiros: A vida das empresas
acompanhada de perto pelas instituies financeiras com as quais mantm
relacionamento. Se a empresa tem boa sade financeira e apresenta menores riscos
para os Bancos, poder utilizar-se dessa prerrogativa para ter mais tranqilidade na
gesto do seu caixa. Ao contrrio, se no tiver bom conceito de crdito junto ao
mercado financeiro, ter dificuldades, se trabalhar com saldos reduzidos de caixa,
no momento em que for em busca de recursos para suprir possveis necessidades de
caixa.
2.5.3 Vantagens de manter saldos suficientes de caixa
De acordo com Brigham e Houston (1999), a boa gesto do capital de giro requer a
manuteno de uma ampla disponibilidade de caixa por diversas razes especficas:
essencial que a empresa tenha ativos em moeda ou quase-moeda suficientes para
obter descontos de fornecedores. Estes reduzem os preos de vendas para pagamentos
antecipados de suas contas.
Saldos adequados de caixa e ativos de liquidez imediata podem ajudar a empresa a
manter sua classificao de crdito, mantendo sua liquidez corrente e sua liquidez seca
alinhadas com as de outras empresas de seu setor. Uma boa classificao de crdito permite
33
empresa comprar mercadorias dos fornecedores em condies favorveis e manter aberta uma
ampla linha de crdito junto a seu banco.
Ativos de caixa ou de liquidez imediata so teis para aproveitar oportunidades de
negcios favorveis, tais como promoes especiais dos fornecedores ou a chance de adquirir
outra empresa.
A empresa precisa ter suficiente caixa e ativos de liquidez imediata para enfrentar
emergncias como greves, incndios ou campanhas de marketing dos concorrentes e tambm
para suportar quedas sazonais ou cclicas no nvel de atividade. Para que este objetivo de
possuir caixa e ativos de liquidez seja alcanado, tcnicas de administrao de caixa podem
ser utilizadas.
2.5.4 Tcnicas de administrao do caixa
De acordo com Brigham e Houston (1999), a maior parte das atividades de
administrao do caixa executada em conjunto pela empresa e seu banco preferencial. Uma
administrao de caixa eficaz inclui o gerenciamento apropriado dos recebimentos e dos
pagamentos, o que implica na sincronizao dos fluxos de caixa, a utilizao do float, a
acelerao das cobranas, a transferncia dos fundos disponveis para onde so necessrios e
o controle dos desembolsos:
Sincronizao de fluxos de caixa: situao na qual os recebimentos coincidem com
os pagamentos, permitindo assim que a empresa mantenha saldos baixos para
transaes.
Utilizao do float: o float definido como a diferena entre o saldo que aparece
no talo de cheques (de numa empresa ou de um individuo) e o saldo constante dos
registros do banco (float lquido). Existem dois tipos de floats, que acontecem em
perodos diferentes: float de desembolso que o valor dos cheques que emitido,
mas que ainda esto sendo processados e que, portanto, no foram deduzidos pelo
banco do saldo de nossa conta; float de recebimento valor dos cheques que se
recebe, mas que ainda no foram creditados na conta.
Assaf Neto e Silva (2002) salientam que o float sempre favorvel ao banco e deve
ser usado pela empresa na discusso de reciprocidade bancria, quando for necessria a
captao de recursos de curto prazo ou quando se precisar de uma taxa de aplicao melhor.
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Acelerao das cobranas: desde o incio das transaes a crdito, os
administradores financeiros tm procurado maneiras de cobrar os valores a receber
mais rapidamente. Atualmente so utilizadas diversas tcnicas, para acelerar os
recebimentos e para dispor dos fundos onde eles so necessrios. Entre estas
tcnicas esto sistemas de caixa postal, um procedimento utilizado para agilizar
cobranas e reduzir prazo de compensao por meio do uso de caixas postais para
depsitos nas localidades onde se encontram os pagadores. Outra forma de
acelerar os recebimentos o pagamento por transferncia de fundos: pagamento de
contas maiores feitos por transferncias de fundos ou at por dbitos automticos
em conta.
Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2005), possuem uma linha de pensamento
semelhante de Brigham e Houston (1999):
As tcnicas de administrao de caixa objetivam a determinao de aes na direo do melhor aproveitamento dos floats, que representam os prazos de compensao de recebimentos ou pagamentos, nos procedimentos em direo acelerao das cobranas de valores a receber, e no aumento do prazo de compromissos financeiros de curto prazo, ou seja, de passivos circulantes. (LEMES; RIGO; CHEROBIM, 2005, p. 339).
Em termos de melhor utilizao dos floats, as tcnicas podem ser as seguintes:
Reduo do tempo de compensao da cobrana: Existem aes para minimizar o
tempo entre o pagamento efetuado pelo cliente e a efetiva disponibilizao dos
recursos financeiros para a utilizao pelo gestor do caixa. No caso de recebimento
atravs de carteira de cobrana, as aes so voltadas para o imediato depsito em
conta corrente. A cobrana via rede bancria, muito eficiente segundo os autores,
requer acompanhamento permanente dos lanamentos na conta corrente bancria
para se ter conhecimento das entradas de dinheiro. necessria ainda a negociao
com o Banco para se reduzirem, alm das tarifas, os prazos de disponibilizao do
valores cobrados.
Ampliao do tempo de pagamento ou float de pagamento: so aes
desenvolvidas com o objetivo de ampliar o tempo entre a emisso de cheques para
pagamentos de contas e o momento em que os recursos financeiros sero debitados
na conta corrente bancria. Essa tcnica teve sua importncia reduzida com a
introduo de mecanismos eletrnicos no sistema bancrio, em que o cheque, por
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exemplo, perde relevncia. Aumenta a importncia dos pagamentos realizados por
meio de cartes de dbito, cartes de crdito e transferncias eletrnicas em
terminais de auto-atendimento, via internet e via TED Troca Eletrnica de
Dados.
Reduo dos prazos de processamento administrativo: A determinao de aes
para reduo do tempo decorrido entre o recebimento dos cheques e o seu depsito
em conta corrente merc especial ateno do gestor do caixa. O acompanhamento
da movimentao da conta corrente bancria, on-line e em tempo real, possibilita o
uso das disponibilidades de recursos de forma mais eficaz.
A acelerao da cobrana de valores a receber: envolve tcnicas que tm como
objetivo estimular os clientes a pagarem seus compromissos nos respectivos
vencimentos, ou antecipadamente mediante descontos, e ao mesmo tempo,
promover a converso rpida dos pagamentos em valores disponveis no caixa,
reduzindo o float da cobrana. Considerando os acirrados nveis de concorrncia a
que est submetida a grande maioria das empresas, cabe empresa disponibilizar o
maior numero possvel de formas de pagamento ao cliente.
Uso dos meios eletrnicos: Quase todo o sistema bancrio brasileiro dispe de
eficiente rede de agencias que utiliza as facilidades dos meios eletrnicos e de
comunicao para agilizar o processo de recebimento, reduzindo o float da
cobrana. O gerente financeiro necessita negociar as tarifas de cobrana e prazo de
disponibilizao dos recursos provenientes dos recebimentos efetuados.
As melhores formas de cobrana: as diversas formas de cobrana podem, de acordo
com as peculiaridades da empresa ou de seu ramo de atividade, ser valoroso
instrumento para acentuar a eficcia da cobrana de valores a receber. Entre as
principais formas, so destacadas o uso da duplicata de fatura, do cheque pr-
datado, da ficha de compensao, tambm denominado boleto bancrio, dos carns
de cobrana, da cobrana em carteira feita por cobrador ou na tesouraria; do dbito
automtico em conta corrente bancria, por meio de ordem de pagamento, de
transferncias eletrnicas, de cartes de crdito prprios ou de terceiros e a conta
corrente.
Ajustamento conveniente dos vencimentos: consiste na negociao dos
vencimentos de despesas nos dias dos meses em que o fluxo de caixa mais
favorvel. So feitas negociaes para definio de datas de pagamentos de
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regularidade mensal, como salrios, aluguis, matrias-primas, etc., que sejam
convenientes para a empresa, se possvel fazendo com que as entradas de caixa
ocorram antes que as sadas.
Dentro deste contexto de administrar corretamente as disponibilidades, o oramento de
caixa surge como uma ferramenta auxiliar para o alcance deste objetivo.
2.5.5 Oramentos de caixa
Segundo Brigham e Houston (1999), a empresa faz a estimativa de suas necessidades
de caixa como parte de seu processo geral de elaborao de oramento, ou de previses.
Primeiro so previstas as necessidades, tanto de ativos fixos como de estoques, juntamente com as pocas em que os oramentos precisam ser feitos. Esta informao combinada com previses sobre o atraso na cobrana de contas a receber, datas de pagamento de impostos, data de pagamentos de dividendos e de juros e assim por diante. Todas estas informaes so resumidas no oramento de caixa, que mostra os recebimentos e pagamentos previstos da empresa durante algum perodo especificado. (BRIGHAM ; HOUSTON, 1999, p. 565).
Gitman (2002) salienta que o oramento de caixa proporciona muito mais informaes
detalhadas acerca dos fluxos de caixa futuros de uma empresa do que as projees das
demonstraes financeiras. Tambm destaca que geralmente as empresas utilizam um
oramento de caixa mensal, com previses para o ano seguinte, e um oramento dirio ou
semanal mais detalhado para o ms seguinte. Os oramentos de caixa mensais so utilizados
para finalidades de planejamento e os oramentos dirios ou semanais para o efetivo controle
do caixa.
2.6 Administrao financeira de estoques
Sobre administrao financeira de estoques, Sanvicente (1987, p. 134) considera:
O objetivo bsico em relao aos estoques minimizar as necessidades de investimento nesse tipo de ativo, pois, apesar de
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possuir benefcios por ser um investimento, os estoques reduzem a rotao geral dos recursos comprometendo a rentabilidade geral da empresa, tambm produzindo custos decorrentes de sua manuteno.
Para Brigham e Houston (1999), a administrao de estoques garante que os estoques
necessrios para manter as operaes estejam disponveis, ao mesmo tempo em que os custos
de encomenda e manuteno de estoques so mantidos no nvel mais baixo possvel.
Segundo Sanvicente (1987), os estoques constituem uma modalidade de investimentos
de recursos pelas empresas, podendo representar uma elevada proporo dos ativos totais. A
administrao de estoques possui em aspectos financeiros que exigem o contato desta rea
com os responsveis diretos pela sua gesto.
Como destacam Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2005, p. 374):
Os estoques so componentes importantes dos ativos circulantes, principalmente nas empresas comerciais e industriais, por representarem grandes volumes de dinheiro aplicado em relao aos demais ativos circulantes, alm de sua importncia por serem os ativos circulantes de menor liquidez.
2.6.1 Tipos de estoques
Sanvicente (1987), Assaf Neto e Silva (2002) citam que os estoques so formados por:
Matrias-primas: so bens que, no seu todo ou parcialmente, faro parte do produto
acabado. As polticas de estocagem devem estar voltadas para atender as
necessidades bsicas de produo e/ou comercializao. Estoques de matrias-
primas insuficientes causam graves transtornos na produo e comercializao e
afetam negativamente os resultados econmicos e financeiros da empresa. Lemes
Junior, Rigo e Cherobim (2005) salientam ainda que as matrias-primas, no
conjunto dos diversos tipos de estoques, so os de menor liquidez, pois precisam
ser transformados em produtos acabados para serem vendidos e se tornarem caixa.
Produo em andamento: os estoques de produtos em andamento (processo)
compreendem os produtos que tm a caracterstica de necessitar de tempo de
produo suficientemente longo para que seja necessrio esse registro. Uma
finalidade deste tipo de estoque aumentar a flexibilidade operacional da empresa,
mediante a reduo da interdependncia das fases do fluxo de produo.
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Produtos acabados: so os produtos que esto prontos para venda, originrios do
processo produtivo da empresa ou adquiridos de outros fornecedores. nos
produtos acabados que se concentram grandes volumes de investimento nas
empresas comerciais. Devem estar prontos para a entrega to logo a venda seja
realizada. o mais liquido dos estoques, segundo Sanvicente (1987), Assaf Neto e
Silva (2002) e Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2005), pois sua transformao em
caixa depende da venda, do prazo e da cobrana.
Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2005) citam a existncia de outros dois tipos de
estoques:
Componentes: tambm iro fazer parte do produto final. As partes do produto final
que a ele so agregadas durante o processo de produo. Sua importncia grande
para o processo produtivo e sua falta tambm ocasiona possibilidades de perdas
financeiras.
Insumos: So bens e produtos utilizados no processo produtivo, mas que no fazem
parte do produto final, o que caracteriza a sua diferente classificao de estoque.
No possuem, segundo os autores, a mesma importncia das matrias-primas e
componentes em termos de valor, mas so tambm imprescindveis ao processo
produtivo. Possuem a mesma classificao em termos de liquidez, das matrias-
primas, ou seja, so tambm pouco lquidos.
2.6.2. Decises acerca da administrao financeira de estoques
Em termos amplos, com destaca Sanvicente (1987), os estoques funcionam como
amortecedores das entradas e sadas entre duas etapas dos processos de comercializao e
produo. Assim sendo, os estoques podem contribuir para minimizar os efeitos de erros de
planejamento e oscilaes inesperadas de oferta e procura bem como ajudar a isolar ou
diminuir a interdependncia de todas as partes da organizao.
Assaf Neto e Silva destacam (2002), destacam as principais razes que levam ao
investimento em estoque. Entre elas citam que possuir estoques tem a importante finalidade
de tornar o fluxo econmico contnuo. Numa indstria, por exemplo, preciso manter uma
determinada quantidade como precauo pela possvel falha no fornecimento de estoque ou
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por um pedido extra de um cliente. J no comrcio varejista, a existncia de uma variedade de
produtos significa maior volume de vendas, como caso tpico das redes de supermercados.
Caractersticas econmicas particulares de cada setor outro fator que segundo os
autores contribui para a existncia de estoques. Em setores onde a produo est concentrada
em determinadas pocas do ano, enquanto a demanda encontra-se distribuda ao longo do ano,
a empresa no consegue uma sada para seus produtos na mesma proporo da oferta. Em
outra situao, o interesse em estocar produtos decorre da perspectiva de um aumento
imediato do preo do produto. Neste caso, acredita-se que o ganho obtido por comprar na pr-
alta compensa os custos de estocagem.
J de acordo com Sanvicente (1987), o volume de estoques mantidos por uma empresa
deve depender da disponibilidade relativa dos itens necessrios, isto , da rapidez com que
podem ser obtidos; quanto mais fcil for esse acesso, naturalmente o estoque necessrio, de
qualquer tipo, dever ser menor; Da durao do ciclo de produo no caso de empresa
industrial; quanto mais longo for este ciclo, maior tender a ser a necessidade de estoques de
matria-prima e produo em andamento; Dos hbitos de compra dos clientes. Pois a maior
previsibilidade das encomendas poder permitir a reduo relativa dos investimentos em
estoques; Da durabilidade dos itens estocados, em vista da possibilidade de que sejam
perecveis ou deteriorveis, ou da situao em que o item estocado esteja sujeito a mudanas
rpidas de estilo ou moda. Em ambos os casos, manter estoques significativos no
aconselhvel, pois o risco de perda parcial ou total do investimento excessivamente alto.
Em uma anlise diferente, Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2005), salientam que em
empresas industriais, a administrao de estoques considerada plena, pois so utilizados
praticamente todos os tipos de estoques, desde as matrias-primas e componentes at os
produtos acabados. J nas empresas comerciais, que no transformam bens, a administrao
est concentrada nos produtos acabados, que so adquiridos prontos para serem vendidos. Nas
empresas prestadoras de servios, a relevncia dos estoques de mdia para pequena, j que o
foco da empresa est na prestao de servios e no na comercializao de produtos.
Assim sendo, Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2005) destacam que a administrao de
estoques envolve, portanto, o controle dos ativos circulantes que so usados nos processos de
prestao de servios, na comercializao ou na produo para serem vendidos no curso
normal das operaes da empresa. Portanto, a administrao de estoques deve procurar
estabelecer aes e procedimentos para saber quanto comprar ou produzir; em que momento
comprar ou produzir; quais itens do estoque merecem maior ateno.
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2.6.3 Custos da administrao financeira de estoques
De acordo com Sanvicente (1987, p. 134), os custos relacionados a estoques podem
ser enquadrados em duas categorias:
Os que so diretamente proporcionais ao volume mantido em estoque e que se pode chamar de custos de manuteno ou armazenagem; Os que so inversamente proporcionais a esse volume, representado os prejuzos da empresa em conseqncia da falta de estoques para um fim ou outro. So os chamados de custos de obteno.
Assim segundo Sanvicente (1987), o desafio equilibrar ou conciliar duas situaes
de perigo para a empresa, a saber, a existncia de estoques inadequados que poderiam
perturbar a produo e/ou provocar perdas de vendas, de um lado, e a existncia de estoques
excessivos levando a custos elevados de armazenagem, capital, riscos de obsolescncia, entre
outras coisas, de outro lado.
Em perspectivas similares, Brigham e Houston (1999) e Lemes Junior, Rigo e
Cherobim (2005) destacam que caro manter estoques. Portanto, sempre existe presso para
reduzir estoques, no conjunto de estratgias globais de conteno de custos da empresa. Os
autores citam a existncia de trs tipos de custos associados aos estoques: