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UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO Jorge Ferreira de Araújo Júnior “Análise da potência anaeróbia de adolescentes em relação ao gênero, maturação biológica e nível de atividade física” São José dos Campos, SP 2006

UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE …Brito, Martha Castro Souza e Carlos Eduardo Barbosa de Castro Almeida Reis pelas palavras de apoio e encorajamento. Aos amigos professores

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UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

Jorge Ferreira de Araújo Júnior

“Análise da potência anaeróbia de adolescentes em relação ao gênero, maturação biológica e nível de atividade física”

São José dos Campos, SP 2006

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Jorge Ferreira de Araújo Júnior

Análise da potência anaeróbia de adolescentes em relação ao gênero, maturação biológica e nível de atividade física

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, para obtenção do título de Mestre em Ciências Biológicas. Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Aléxis Lazo Osório

São José dos Campos, SP 2006

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Dedicatória

Dedico essa dissertação primeiramente a Deus.

Aos meus pais Jorge (in memóriam) e Adelina que sempre me apoiaram e incentivaram em todos os momentos da minha vida, mostrando laços de

dignidade e humanidade.

Aos meus irmãos Cida, Joana, Margareth, Roque (in memóriam), Edna, Silvio e Ana Paula que mesmo distantes torceram por mim.

À minha filha Mariana, razão maior de minha vida.

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Agradecimentos

Ao meu orientador Prof. Dr. Rodrigo Aléxis Lazo Osório, por ter

me orientado com extrema sabedoria e abnegação durante a pesquisa.

À Profª. Ms. Silvia Regina Ribeiro, por ter me auxiliado em todos

os momentos.

À Fisioterapeuta Emmelin Souza Monteiro, pela ajuda e

orientação nos testes.

Ao Prof. Fábio Luís Ceschini, amigo de anos na vida científica,

pelo apoio e auxílio na análise dos dados.

Aos amigos da Família CELAFISCS, especialmente Prof.

Douglas Andrade, Victor Matsudo, Rosângela Villa-Marin por terem me

incentivado na vida científica e pelas conversas de corredor.

Ao Prof. Lauro Eduardo Prado Gonçalves da Secretaria da

Juventude, Esporte e Lazer do Estado de São Paulo pela amizade e

incentivo.

Aos amigos do SESI Jacareí Prof. Carlos Frederico D’avila de

Brito, Martha Castro Souza e Carlos Eduardo Barbosa de Castro Almeida

Reis pelas palavras de apoio e encorajamento.

Aos amigos professores e Diretores da Escola Estadual Professor

João Cruz em especial, Silvio César da Silva, Marilda de Barros

Anunciação e Rodrigo Labat, por abrirem as portas para a realização dos

testes.

Aos pais dos alunos participantes desta pesquisa por terem

consentido a presença de seus filhos.

Aos alunos participantes desta pesquisa pela disposição e total

colaboração na realização dos testes.

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Outros Agradecimentos

À Silmara Rizzioli, João Batista Teixeira, José Cardozo Neto,

Claudimar Luiz de Melo, Rita Prado, João Carlos Leite, Wagner Claro,

Felipe Lobo, Antonio Rodolfo de Siqueira, Ronildo Martins, João

Roberto Tendeiro, Thais Helena, Geraldo Gutian, Leandro Kawaguchi,

Fabiano Barros, Pedro Henrique Ramos e Antonio Carlos Magalhães.

Em especial à Carola Lopes Braz, Patrícia Araújo, Maria Piedade

Teodoro da Silva.

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“Se você não gosta de investir em conhecimento,

então experimente optar pela a ignorância”.

Abraham Lincoln

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“Análise da potência anaeróbia de adolescentes em relação ao gênero, maturação biológica e nível de atividade física”.

Resumo

O objetivo deste estudo foi caracterizar o padrão de potência anaeróbia de adolescentes considerando as variáveis: gênero, maturação biológica e nível de atividade física. Participaram do estudo um total de 40 adolescentes, sendo 40 escolares com idade média 14,5 ± 1,3 anos, onde 22 eram do gênero feminino e 18 do gênero masculino. Do grupo masculino, 4 eram púberes (P) e 14 pós-púberes (PP). Das meninas, 9 estavam no estágio de maturação biológica púbere (P) e 13 no estágio pós púbere (PP), na amostra não foi encontrado nenhum adolescente de ambos os gêneros no estágio pré-púbere. Para avaliação da potência anaeróbia pelo teste de Wingate utilizou-se uma bicicleta ergométrica (CYBEX, Nova Iorque, EUA), ainda para estimação de potência anaeróbia foi utilizado também o dinamômetro isocinético BIODEX SYSTEM 3, medindo a força isocinética de flexão e extensão do joelho na velocidade de 90º. Para a análise estatística a amostra foi estratificada de acordo com: gênero, maturação biológica e nível de atividade física. A partir das estratificações foram comparados os valores médios, utilizando o teste “T de Student” com nível de significância estabelecido de p= 0,05. Para a correlação foi utilizado o teste de Pearson. Os dados foram analisados com a utilização do SPSS versão 10. A potência máxima foi influenciada de acordo com as variáveis gênero para o masculino, maturação biológica para o grupo pós-púbere e nível de atividade física para os ativos, embora apresentando maiores valores médios não se mostrou significativa. Em relação ao gênero, verificou-se uma diminuição da potência media relativa (* p=0,012), potência de pico relativa (**p=0,0420) do gênero feminino em relação ao masculino. Verificou-se uma diminuição do trabalho total absoluto (***p=0,0002) e um aumento do trabalho total relativo (****p=0,001) do gênero feminino em relação ao masculino. Foi observado ainda aumento da potência média, no intervalo de 0-5segundo das participantes do gênero feminino que se encontravam na fase folicular. Quando utilizado o dinamômetro isocinético Biodex, as diferenças foram significativas para os gêneros, considerando os movimentos de flexão e extensão de joelhos e também para os indivíduos pós-púberes. Conclui-se, portanto, que os meninos foram apresentaram maiores valores de potência anaeróbia do que as meninas, que a maturação biológica foi evidente para o grupo pós-púbere, mostrando assim uma interação entre os fatores gênero e maturação biológica para os resultados de potência anaeróbia nos testes de Wingate e dinamômetria isocinética. Palavras-chave: Wingate; Dinamometria isocinética; Adolescentes.

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“Anaerobic power analysis of adolescents considering gender, biological maturation and physical activity level”

Abstract

The aim of this study was to characterize the anaerobic power pattern of adolescents considering the variables: gender, biological maturation and physical activity level. They had participated of the study a total of 40 adolescents, being 40 pertaining to school with age 14,5 ± 1,3 years where 22 were of female and 28 male. Of the masculine group, 4 were pubescents (p) and 14 postpubescents (PP). Of the girls, 9 were in maturational stages pubescents (p) and 13 in postpubescents (PP), in the sample not found adolescents of both the genders in prebuscents maturational stage. For it evaluates of the anaerobic power for the test of Wingate used a cycle ergometer (CYBEX, New Iorque, U.S.A.), still for estimate of anaerobic power was used too the dynamometer computadorized BIODEX SYSTEM 3, measuring the isokinetic strenght of knee extension and flexion in the speed of 90º. For statistics ana lysis the sample was to stratifyed in accordance with: gender, biological maturation and physical activity level. After stratification the medium values had been compared, using the test T de Student with significance level established of p= 0,05. For correlation the test of Pearson was used. The data had been analyzed with use of the SPSS version 10. The maximal power was influenced in accordance with the variables gender for the male, biological maturation for the group postpubescent and physical activity level for the active group, even so presenting bigger medium values no showed significant. In relationship gender, showed one decrease of medium power relative (* p=0,012), relative of peak power (* * p=0,0420) of female gender in relation to the male. It was verified one decrease of absolute total work (* * * p=0,0002) and an increase of relative total work (* * * * p=0,001) of female in relation to the male gender. It was observed still increase of the medium power in the interval of 0-5seconds of the participants of female gender that they met in the follicular phase. When used isokinetic dynamometer Biodex, the differences had been significant for the gender, considering the moviments of knee flexion and extension and also postpubescents adolescents. One concludes therefore that the boys had been stronger of the one than the girls, who the biological maturation was evident for the postpubescent group, thus showing one interation between the factors gender and biological maturation for the anaerobic power results in the tests of Wingate and isokinetic dynamometer. Key-Words: Wingate; Isokinetic Dynamometer; Adolescents.

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Lista de Tabelas Tabela 1. Caracterização da amostra total. Valores de freqüência (N) e percentual (%), para as variáveis: gênero, idade, estágio maturacional e nível de atividade física...............38 Tabela 2. Valores de média aritmética (X) e desvio padrão (SD) para as variáveis: idade (anos), peso (Kg), estatura (cm) e IMC, considerando o gênero, maturação e nível de atividade física............................................................................................................39 Tabela 3. Potência Máxima nos intervalos de 0-5s, 5-10s, 10-15s, 15-20s, 20-25s, 25-30s de acordo com o gênero, maturação e nível de atividade física, com a utilização do Teste de Wingate........................................................................................................40 Tabela 4. Potência Média Relativa, pico da potência, Trabalho Total Relativo em relação ao gênero, maturação e nível de atividade física, com a utilização do Teste de Wingate...........................................................................................................................41 Tabela 5. Médias da Potência Média Absoluta (P.M.A.) nos intervalos de 0-5s, 5-10s, 10-15s, 15-20s, 20-25s, 25-30s entre as fases lútea (FL) e folicular (FF) do grupo feminino com o teste Wingate.........................................................................................42 Tabela 6. Valores médios de torque nas fases de extensão e flexão de joelhos, entre os gêneros masculino (M) e feminino (F), entre os grupos púberes (P) e pós púberes (PP) e fases lúteas (L) e folicular (F) do grupo feminino...........................................................................................................................43 Tabela 7. Valores médios da potência (W/Kg) nas fases de extensão e flexão de joelhos, entre os gêneros masculino (M) e feminino (F), entre os grupos púbere (P) e pós púbere (PP) e fases lútea (L) e folicular (F) do grupo feminino no Biodex.............44 Tabela 8. Potência Média Absoluta (P.M.A.) nos intervalos de 0-5s, 5-10s, 10-15s, 15-20s, 20-25s, 25-30s entre as fases lútea (FL) e folicular (FF) do grupo feminino com o teste Biodex.............................................................................................................................45 Tabela 9. Correlação entre os testes de Wingate e o Biodex quanto à potência anaeróbia.........................................................................................................................46

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SUMÁRIO Pág.

1. Introdução ..........................................................................................14

2. Revisão de literatura ...........................................................................15

2.1 Puberdade .....................................................................................15

2.2 Maturação sexual ..........................................................................16

2.3 Aptidão física e atividade física ....................................................17

2.4 Potência e capacidade anaeróbica..................................................19

2.5 Teste Wingate ...............................................................................20

2.6 Teste do dinamômetro isocinético.................................................21

2.6.1 Fatores que influenciam na veracidade dos testes .....................26

2.6.1.1 Reprodutibilidade ...................................................................26

2.6.1.2 Validade ..................................................................................26

2.6.1.3 Sensibilidade ...........................................................................26

2.7 Potência anaeróbia de crianças e adolescentes .............................26

3. Objetivos ..............................................................................................30

4. Material e métodos ...............................................................................31

4.1 Sujeitos..........................................................................................31

4.2 Critérios de inclusão .....................................................................31

4.3 Protocolo de indicações para 24 horas antes do teste ...................32

4.4 Avaliação antropométrica .............................................................32

4.5 Análise de maturação biológica – critérios de Tanner ................33

4.6 Protocolo para estabelecer o nível de atividade física .................35

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4.7 Protocolos de Potência Anaeróbica ............................................. 35

4.7.1 Teste de Wingate ...................................................................... 35

4.7.2 Teste do dinamômetro isocinético .............................................36

4.7.3 Análise estatística ......................................................................37

5. Resultados ............................................................................................38

6. Discussão..............................................................................................47

7. Conclusão .............................................................................................54

Referências bibliográficas

Anexo A - Termo de consentimento em pesquisa

Anexo B – Fotos ilustrativas – Estágios de maturação biológica – Feminino

Anexo C - fotos ilustrativas – Estágios de maturação biológica - Masculino

Anexo D - classificação do nível de atividade física

AnexoE-questionário internacional de atividade

física

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1. Introdução

Este estudo objetivou caracterizar o padrão de aptidão física dos adolescentes

considerando as variáveis intervenientes na resultante da capacidade de potência

anaeróbia, imprescindível para atividades atléticas e da vida diária. Desta forma

considerou-se o nível da atividade física, gênero e maturação biológica.

A divergência na literatura referente à potência anaeróbia, quanto aos

procedimentos metodológicos, validações dos resultados e técnicas viáveis e fidedignas,

justificaram o estudo das variáveis envolvidas nos testes de laboratório.

Buscou-se correlacionar dois diferentes testes de laboratório para mensuração da

potência anaeróbia do grupo amostra, com um cicloergômetro Wingate e utilizando o

dinamômetro isocinético Biodex.

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2. Revisão de Literatura

2.1 Puberdade

A adolescência, ou puberdade é considerada a fase que sucede a infância e

antecede a idade adulta, sendo um período significante do desenvolvimento humano,

pois muitas mudanças biológicas (crescimento e desenvolvimento), psicológicas

(desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo) e sociais (moral e socialização) ocorrem

nessa fase da vida (CHIPKETICH, 1995).

Para fins estatísticos, a Organização Mundial de Saúde (OMS, 1995b) define a

adolescência como o período entre 10 e 19 anos, sendo dividido em duas etapas: inicial

(10 a 14 anos) e final (15 a 19 anos), considerando as diferenças biológicas e

psicossociais entre os grupos etários.

Este período tem o início na puberdade, com o aparecimento de sinais de

desenvolvimento das características sexuais secundárias e mudanças morfo-funcionais

que seguem até o final da segunda década de vida (MALINA; BOUCHARD, 1991).

As modificações decorrentes do processo de crescimento e desenvolvimento não

apresentam início e término em período bem definido e também não acontecem todas ao

mesmo tempo (MARCONDES, 1979; BIANCULI, 1985; BRASIL, 1993). Variam de

indivíduo para indivíduo, de acordo com as características genéticas e interferências do

ambiente, pois o que define o crescimento e o desenvolvimento é a interação entre o

potencial genético e o ambiental (SUTPHEN, 1985; MARCONDES; SETIAN, 1989;

CARRUTH, 1991; COLLI, 1991; SAITO, 1993).

No período da puberdade, ocorre o aparecimento e desenvolvimento dos

caracteres sexuais secundários: o início da fertilidade, o estirão de crescimento e o

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fechamento das extremidades ósseas determinando a estatura final, como conseqüência

de alterações hormonais acompanhadas de alterações emocionais. Este processo

complexo tem por finalidade capacitar o indivíduo para procriação e perpetuação da

espécie.

Nas meninas as alterações são representadas pelo aparecimento do broto

mamário (precursor das mamas adultas), de pêlos pubianos, desenvolvimento genital e

distribuição feminina de gordura. Finalmente ocorrem as menstruações (no início, bem

irregulares) finalizando o desenvolvimento puberal.

Nos meninos surgem os pêlos, barba, engrossamento da voz, desenvolvimento

muscular, acne e desenvolvimento genital.

A puberdade pode ser classificada ainda em precoce, quando surge algum dos

caracteres sexuais antes dos 8 anos em meninas e antes dos 9 em meninos. Retardada,

quando ainda não apareceu nenhum dos caracteres sexuais após 13 anos em meninas e

14 anos em meninos.

2.2 Maturação sexual

As medidas estruturais e o desempenho em testes de aptidão física estão

relacionados aos fenômenos que envolvem o amadurecimento biológico. As mudanças

na maturação que ocorrem nesse período da vida estão associadas a alterações nos

indicadores de aptidão física (MALINA; BOUCHARD, 1991).

Podemos utilizar diferentes métodos para avaliar a maturação biológica,

destacando-se a idade óssea como o principal indicador, que em função da

complexidade técnica, dificuldade operacional e altos custos, tem sido preterida sua

utilização para grupos populacionais.

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Outros métodos como avaliação dos pêlos axilares, os pêlos púbicos e idade de

menarca (para meninas) têm sido utilizados pela facilidade e baixo custo de aplicação

(FRANÇA, 1991; MATSUDO, 1986).

Muitos fatores podem influenciar a aptidão física, a variação no ritmo de

maturação biológica é um dos fatores mais importantes na influência do desempenho

motor em adolescentes (MALINA; BOUCHARD, 1991).

2.3 Aptidão Física e Atividade Física

As características de aptidão física estão intimamente relacionadas ao processo

de crescimento, desenvolvimento e maturação que são dependentes de aspectos

nutricionais e prática regular de atividade física. (MALINA, 1990).

Segundo Guedes (2000), o componente de aptidão física relacionada à saúde

funcional implica a participação de componentes associados às dimensões morfológica,

funcional, motora, fisiológica e comportamental.

As dimensões morfológicas e funcionais estão mais susceptíveis às alterações na

fase da adolescência. De acordo com Matsudo (1995), na fase peripubertária e da

adolescência a aptidão física é influenciada por alterações de dimensões físicas e

funcionais relacionadas respectivamente aos aspectos de crescimento e

desenvolvimento. O autor chama a atenção para a distinção dos fenômenos de

crescimento e desenvolvimento na avaliação dos adolescentes, de forma a considerar as

diferenças biológicas e curvas de valores absolutos e relativos considerando o processo

maturacional.

Em relação aos aspectos comportamentais, a análise da atividade física

representa uma variável de relevância no processo de aptidão física.

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A prática regular de atividades físicas tem sido recomendada para a prevenção

de doenças crônicas e estudos epidemiológicos têm demonstrado relação direta entre

inatividade física e presença de múltiplos fatores de risco (CIOLAC, 2004).

França (1998) verificou em estudo com escolares das redes públicas e privadas

um comportamento sedentário em relação aos hábitos de prática de atividade física

causando um impacto negativo na aptidão física e saúde das crianças. Os autores

verificaram maiores déficits nos componentes de potência aeróbia, força muscular e

velocidade, além de observar maior quantidade de gordura corporal.

Analisando a tendência secular num estudo com adolescentes de uma região de

baixo nível sócio-econômico Teodósio (2000), evidenciaram que os sujeitos do sexo

masculino apresentaram valores positivos na adiposidade central, periférica e total,

sendo que no gênero feminino, na adiposidade central e adiposidade total. E valores

negativos na força de membros superiores. ( MARQUES, 2000).

A atividade física é importante para crianças e adolescentes melhorarem a

aptidão física, a performance, otimizar o crescimento e estimular a participação futura

em programas de atividade física (BAR-OR, 1983; SHEPHARD, 1984).

Com os avanços tecnológicos da sociedade moderna, crianças e adolescentes

têm se tornado sedentários e conseqüentemente o índice de obesidade infantil tem

aumentado (MATSUDO, 1998). Segundo Black (1992) e Romanella, (1991), a prática

regular de atividade física pode contribuir para um hábito saudável no controle e

tratamento da obesidade entre crianças e adolescentes.

Matsudo (1998) sugere que os hábitos de atividades físicas adquiridos na

infância possam influenciar no nível de atividade física durante a vida adulta. Através

da participação das aulas de Educação Física, os alunos podem perceber a atividade

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física normal ou vigorosa como um hábito (SIMONS-MORTON, 1987). O que ressalta

a importância da aula de Educação Física como agente desencadeador de modificação

de hábitos saudáveis.

Desta forma, torna-se relevante à caracterização do padrão de aptidão física dos

adolescentes correlacionando com o estilo de vida ativo ou sedentário.

2.4 Potência e capacidade anaeróbia

Entende-se por potência anaeróbia como o máximo de energia liberada por

unidade de tempo por este sistema e capacidade anaeróbia pode ser definida como a

quantidade ideal de energia disponível nesse sistema. (FRANCHINI, 2002; FOSS,

2000).

A potência e capacidade anaeróbias são variáveis importantes para o

desempenho esportivo e atividades do cotidiano, porém as avaliações destas variáveis

apresentam problemas de validação teórica (FRANCHINI, 2002). Os dados existentes

evidenciam a especificidade dos resultados em relação à forma de mensuração e/ou

protocolo utilizado (MARTIN, 1998).

Na evolução humana, a capacidade anaeróbia foi um componente essencial para

a sobrevivência, especialmente para os primeiros seres humanos, os quais dependiam

mais do metabolismo anaeróbio do que o aeróbio para caçar e fugir do perigo (SALTIN,

1990b).

Os testes de capacidade anaeróbia envolvem esforços de grande intensidade com

durações de frações de segundos até alguns minutos. Quantificações indiretas têm sido

realizadas através de testes de campo, como o teste de 40s, teste vertical e com

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equipamentos específicos, como teste de Wingate, esteira rolante, e outros de forma a

estabelecer maiores parâmetros para a análise.

Em virtude das divergências e validações dos resultados, torna-se relevante o

estudo de variáveis de potência anaeróbias em testes de laboratórios.

2.5 Teste de Wingate

O Teste Anaeróbio de Wingate foi desenvolvido durante a década de 1970, no

Instituto Wingate, em Israel. Desde a sua criação, este teste tem sido utilizado em

diversos trabalhos com os mais diferentes tipos de sujeitos. A elaboração desse teste

surgiu da necessidade de obter mais informações sobre o desempenho anaeróbio, uma

vez que em algumas atividades diárias e, principalmente nas modalidades esportivas, há

a necessidade da realização de movimentos com grande potência, instantaneamente ou

em poucos segundos (BAR-OR.; 1987; INBAR; 1996).

O Teste de Wingate tem sido amplamente utilizado para a avaliação do

desempenho anaeróbio (BAR-OR, 1987), por se tratar de um teste não- invasivo, de fácil

aplicabilidade, validado, com alta reprodutibilidade (VANDEWALLE; PERES;

MONOD; 1987), e por poder ser administrado em diversos segmentos populacionais,

incluindo crianças e pessoas debilitadas (BLIMKIE, 1988).

O teste anaeróbio de Wingate apresenta variáveis, como forma de avaliar as

capacidades e potências anaeróbias, com valores absolutos e normalizados pelo peso

(kg) corporal.

Entre as variáveis, o índice de fadiga informa a queda do desempenho durante o

teste (FRANCHINI, 2002) sendo calculado conforme a equação abaixo:

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Índice de fadiga (%) = ( Potência de pico – Menor potência durante o teste) X

100

Potência de pico

A Potência Média e a Potência de Pico podem ser expressas em relação à massa

corporal (W.kg -1), permitindo a comparação entre os sujeitos. A potência média reflete

a resistência localizada no grupo muscular solicitado. Enquanto a potência de pico é a

maior utilizada, geralmente está entre 3-5 segundos.

2.6 Teste do dinamômetro isocinético

Os dinamômetros isocinéticos já estão sendo utilizados no Brasil desde o final

da década de 80, principalmente em centros de pesquisa nos quais o principal objeto de

estudo e intervenção é a motricidade humana (GUARATINI, 1999).

Segundo Guaratini (1999), o dinamômetro isocinético é um equipamento

eletromecânico computadorizado, no qual o indivíduo realiza um esforço muscular

máximo ou submáximo que se acomoda à resistência do aparelho que é variável

conforme a força realizada em cada ponto da amplitude articular. A velocidade angular

do movimento é uma constante e a resistência oferecida pelo dinamômetro uma variável

que se adapta à força exercia pelos grupos musculares do indivíduo. Tem-se então, o

chamado momento angular de força ou torque (TERRERI, 2001).

O Dinamômetro isocinético é amplamente utilizado para estudos de função

muscular porque auxilia numa mensuração dinâmica, objetiva, precisa, confiável e

reprodutível. Por meio dele, é possível igualar a relação força-velocidade de movimento

para a produção de potência máxima em exercícios de curta duração. É possível também

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quantificar valores absolutos de torque, trabalho e potência de grupos musculares, assim

como a proporção agonista/antagonista desses e desta maneira avaliar a performance

muscular (TERRERI, 2001; SIQUEIRA, 2002).

A velocidade angular do equipamento varia no modo concêntrico de 1 a 500

graus por segundo e no modo excêntrico de 1 a 300 graus por segundo. Arbitrariamente,

divide-se o espectro em velocidades de testes em três terços: de 15 a 120º/s são

velocidades baixas; de 180 a 240º/s, velocidades médias; acima de 270º/s, velocidades

altas (GUARATINI, 1999).

O dinamômetro utilizado apresenta cinco diferentes modos de operação para

exercícios e/ou testes:

• Modo isocinético: neste modo, o dinamômetro age no controle da

velocidade, permitindo o sujeito acelerar no movimento, mas, não mais

que o valor da velocidade máxima selecionada para cada direção da haste

de rotação (resistência adaptável). O sujeito pode desacelerar livremente

ou mudar a direção do movimento em qualquer ponto dentro da

amplitude de movimento.

• Modo passivo: permite o dinamômetro produzir movimento contínuo a

uma velocidade constante, com mudança de direção ocorrendo somente

quando o limite da amplitude de movimento for alcançado e não requer

participação ativa do sujeito.

• Modo isométrico: o dinamômetro mantém velocidade zero em qualquer

ponto selecionado da amplitude de movimento. O ângulo articular e o

comprimento muscular são constantes.

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• Modo Isotônico: o dinamômetro exige que o avaliado supere o limite de

torque mínimo selecionado para conseguir mover o membro a ser testado

ou exercitado. Desse modo, a velocidade é variável, mas, o torque é

constante.

• Modo Excêntrico Reativo: o dinamômetro responde à quantidade de

torque girando o eixo em um sentido oposto com uma velocidade

constante. Essa produção de torque reativo pelo dinamômetro causa um

alongamento muscular sobre tensão (exercícios excêntricos).

Em um equipamento como o dinamômetro isocinético, o registro básico das

medidas consiste numa seqüência de valores representativos da quantidade de força que

foi exercida pelo músculo ao movimentar um segmento articular contra um sensor de

força. Esse registro é mostrado em tempo real na forma de um gráfico gerado pelo

computador, que representa o valor do torque muscular produzido em cada posição

angular da articulação e, a partir dele, vários parâmetros de performance muscular

podem ser derivados.

Um conjunto de parâmetros e relações específicas são fornecidas pelo módulo de

controle desse equipamento na forma de um laudo de performance, dentre alguns

parâmetros estão:

• Pico de torque (peak torque): representa o ponto de maior torque em

toda amplitude de movimento testada, o torque representa o resultado

da força aplicada num ponto multiplicada por uma distância do local

de aplicação dessa força ao centro de rotação do eixo de movimento.

A unidade fornecida para esta variável é Newton-metro (Nm).

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• Trabalho total (total work): representa a energia realizada no esforço

muscular durante o movimento (produto do torque pelo deslocamento

angular), seus valores são expressos em Joules (J).

• Potência (power): representa o valor da variável trabalho dividido

pelo tempo, e é expressa em Watts (W).

• Relação Agonista/antagonista: representa a divisão do valor da

musculatura agonista pela antagonista, expressa em porcentagem

(%).

• Tempo de aceleração (aceleration time): é o tempo em segundos

necessário para que a velocidade angular definida seja atingida pelo

esforço do indivíduo no início do movimento.

• Índice de fadiga (work fatigue): é obtido quando o número de

repetições é igual ou superior a seis, mostrando a proporção da parte

final sobre a inicial do trabalho realizado.

Proporcionando informação sobre a força de contração muscular com relação ao

tempo de execução e a velocidade de deslocamento do segmento corporal, esse

dinamômetro pode também ser utilizado para medir a potência muscular (TRICOLI,

1994).

O torque é a expressão da força relacionada ao seu efeito rotacional, tendo sua

grandeza expressa em Newton x metro (Nm). O valor do torque pode ser conhecido

através da seguinte fórmula:

Torque = Força x Comprimento do Braço de Alavanca

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onde, o braço de alavanca é a distância perpendicular entre o seu eixo de rotação e o

ponto onde a força vai ser imposta.

O torque médio é a força expressa como o valor médio do torque que foi

desenvolvido em toda a ADM disponível. Esse parâmetro vai se relacionar diretamente

com o parâmetro trabalho contracional.

O trabalho é medido em Joules (J), seu cálculo é feito via software a partir da

integral da curva de torque. É uma medida que representa o trabalho realizado pelos

músculos durante o teste, ou a energia despendida por eles durante a contração. Nos

movimentos rotacionais ele pode ser descrito pela fórmula:

Trabalho = Torque x Arco do Movimento

O Trabalho é igual à área abaixo da curva de posição angular do torque, ou seja,

o torque médio multiplicado pelo deslocamento angular.

A Potência, medida em Watts (W), é um parâmetro que relaciona o trabalho

realizado pelos músculos com o tempo necessário para que a contração seja completada,

através da seguinte fórmula:

Potência = Trabalho/Tempo

Em que, a potência é a quantidade de trabalho, em Newton x metro, realizada

por segundo de contração.

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2.6.1 Fatores que influenciam na veracidade dos testes

2.6.1.1 Reprodutibilidade

Está relacionada à possibilidade de reprodução de uma medida segundo Thomas

e Nelson (1990). E segundo Dvir (1995), implica que sob as mesmas condições

(experimentais) de teste, serão atribuídos os mesmos valores.

2.6.1.2 Validade

Pode ser definida como a capacidade que um teste tem de mensurar aquilo a que

se propõe (FRANCHINI, 2002).

2.6.1.3 Sensibilidade

Refere-se ao quanto ele é capaz de detectar mudanças no componente que

objetiva avaliar, no caso do teste de Wingate, o desempenho anaeróbio (FRANCHINI,

2002).

2.7 Potência anaeróbia de crianças e adolescentes

Durante as últimas décadas vem crescendo o interesse pela performance

anaeróbia de crianças e adolescentes. No entanto, a capacidade de esforço anaeróbio do

organismo humano permanece ainda menos conhecida que a capacidade aeróbia.

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A importância biológica do metabolismo anaeróbio é transcrita na herança

ontogênica da espécie humana e pode ser observada na natureza anaeróbia que

caracteriza a atividade cotidiana de criança e adolescentes e também nos altos níveis de

aptidão anaeróbia exigidos em muitos esportes (BLIMKIE, 1998; NINDL, 1995;

MAYHEW; SALM, 1990).

Falk e Bar-Or (1993), verificaram alterações significativas na potência média e

de pico relativa entre indivíduos de diferentes estágios maturacionais, porém o aumento

da idade não teve correlação com a potência. Os resultados sugerem que a variabilidade

da potência (média ou de pico) pode ter grande influência nos estágios maturacionais,

verificado em outros estudos (NINDL, 1995).

As pesquisas apresentam divergências nos resultados. ARMSTRONG (1997)

não encontrou diferenças entre os gêneros, porém evidenciaram um efeito significativo

da maturação sobre a performance anaeróbia. Comparações entre grupos no período

pubertário, apresentaram índices aumentados de potência anaeróbia do grupo masculino

sobre o feminino (BLIMKIE, 1998; NINDL, 1995; FRANÇA, 1998).

Winter (1992) aponta para as distorções dos dados e erros de interpretação às

diferenças de padronização e normalização dos dados, como tratamentos estatísticos.

França (1998) verificaram que as diferenças da performance em relação ao sexo

tornam-se mais evidentes com o avanço da maturidade, enfatizando as variações na

massa muscular, como sendo o fator preponderante. A autora aponta que muitos outros

fatores biológicos ou ambientais devam ser mais explorados. Muitos deles interpretados

no contexto do crescimento e maturação (FROESE, 1987; MARTIN, 1998).

A potência é o produto da força pela velocidade, de forma que dependem de

ambos os fatores da aptidão física, neste sentido as teorias indicariam para uma

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performance diminuída no grupo feminino, uma vez que estas capacidades físicas

também apresentam valores menores. Porém os aspectos hormonais do sexo feminino

podem interferir na otimização anaeróbia.

Wilmore e Costill (2001) verificaram alterações no desempenho atlético de

mulheres durante as diferentes fases do ciclo menstrual. Porém os estudos são

divergentes, Brooks (1986) verificou tempos melhores em nadadoras na fase menstrual,

enquanto Quadagno (1991) verificou melhor desempenho em nadadoras após o período

menstrual. Masterson (1999) verificaram dife renças de desempenho entre mulheres na

fase lútea e folicular no teste Wingate em que foi constatado melhor desempenho

durante a fase lútea na capacidade anaeróbia, potência anaeróbia e índice de fadiga.

Can (1984) não verificaram diferenças significativas nas diferentes fases.

Estudos com mulheres atletas verificaram que as respostas durante os exercícios sub-

máximos e máximos não eram afetadas de maneira significativa dentro das fases do

ciclo menstrual (DE SOUZA, 1990).

As atividades realizadas no cotidiano, como mover objetos, subir escadas, entre

outras, são classificadas como pertencentes ao tipo de exercício anaeróbio devido às

suas características de duração e intensidade. Essas atividades anaeróbias são muito

presentes no dia-a-dia das pessoas e principalmente das crianças, devido ao ímpeto

natural da criança por desempenhar atividades físicas cujas características são de curta

duração, sem mencionar a importância do metabolismo anaeróbio nas práticas

desportivas e em exercícios de alta intensidade. Alguns estudos apontam uma relação

positiva significativa entre os níveis de atividade física e a aptidão física geral em

crianças pré-púberes (ROWLANDS, 1999).

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A relevância do componente de potência anaeróbia associada à divergência dos

resultados quanto à performance anaeróbia na adolescência sugere estudos mais

aprofundados correlacionando as variáveis intervenientes no processo maturacional.

Neste presente estudo, foram avaliados os adolescentes classificando-os nas fases

pubertária e pós pubertária, considerando a fase de maturação sexual proposta por

Tanner (1962).

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3. OBJETIVOS

• Descrever a potência anaeróbia de adolescentes

• Descrever e comparar a influência das variáveis: gênero, nível de

atividade física, maturação biológica e ciclo menstrual nas variáveis de

potência anaeróbia de adolescentes.

• Correlacionar os resultados em ambos os testes laboratoriais: Wingate e

Dinamômetro Isocinético Biodex.

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4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Sujeitos

O grupo amostra foi constituído por 40 escolares com idade média de 14.5±1.3

anos, regularmente matriculados na Escola Estadual Professor João Cruz, localizada na

cidade de Jacareí – São Paulo, sendo 22 do sexo feminino e 18 do sexo masculino.

A idade considerada foi aquela que o participante tinha no começo da coleta de

dados, ainda se ele mudasse de faixa etária durante o período de avaliação, considerada

em um ano inteiro entre o dia de nascimento e 364 dias após.

Todos os participantes e responsáveis foram informados sobre os procedimentos

a que iriam ser submetidos e assinaram voluntariamente um termo de consentimento

(Anexo 1).

Os sujeitos que apresentaram sintomas de intolerância ao esforço durante os

testes foram excluídos.

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa sob o protocolo nº

L107/2005/CEP do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da UNIVAP.

4.2 Critérios de inclusão

• Voluntários com saúde aparente;

• Participantes da aula de Educação Física e com envolvimento

em esporte recreativo e não competitivo ;

• Não praticantes de musculação;

• Alunos regularmente matriculados na instituição;

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• Alunos que não fazem uso de nenhum medicamento: beta

bloqueadores e anticoncepcionais;

• Sujeitos não portadores de patologias ou cirurgias

cardiovasculares e lesões ósteo-musculares, além de

obesidade.

4.3 Protocolo de indicações para 24 horas antes do teste

Todos os sujeitos foram orientados a seguir as seguintes indicações

anteriores aos testes:

• Não ingerir os seguintes alimentos: café, chocolate e bebida alcoólica;

• Não ingerir alimentos (3) horas anterior ao teste;

• Não realizar exercícios físicos nas 24 horas antecedentes ao teste;

• Traje: roupa esportiva leve (calção, camiseta, tênis).

4.4 Avaliação Antropométrica

As mensurações antropométricas seguiram a padronização descrita por França e

Vívolo (2005).

a) Peso Corporal

Foi mensurado em uma balança Filizola com precisão de 0,1 kg. O avaliado foi

medido com o mínimo de vestimenta, descalço e de costas para a escala de medidas da

balança. O resultado foi expresso em Kg e frações de 100 g. (CRAWFORD, 1996).

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b) Estatura

Medida utilizando um estadiômetro fixado na balança Filizola, constando de

plataforma horizontal de apoio para os pés unidos em ângulo reto ao encosto vertical

com o cursor em ângulo de 90 graus para apoio no vértex. O avaliado se posicionou

sobre a plataforma horizontal, de costas para o apoio vertical, em posição ortostática e

ereto, descalço, pés unidos, com calcanhares, quadril, região escapular e parte posterior

da cabeça enconstada no referido apoio, braços relaxados ao lado do corpo e cabeça

orientada no plano horizontal de Frankfurt por meio de auxílio do avaliador. No

momento da medida, o avaliado foi orientado a manter-se em apnéia inspiratória

máxima enquanto apoiou-se o cursor em seu vértex. A medida foi obtida em

centímetros (cm) com precisão de milímetros (mm) sendo utilizado como resultado final

à média aritmética de três mensurações (CRAWFORD, 1996).

4.5 Análise de maturação biológica – Critérios de Tanner

Todos os sujeitos realizaram a análise da maturação biológica com a avaliação

das características sexuais secundárias que foi realizada com a utilização da

classificação utilizada por Tanner (1962) e para tanto recorreu-se ao CD Room Testes

em Ciências do Esporte. A validação da técnica de auto-avaliação das características

sexuais secundárias (desenvolvimento das glândulas mamárias, pêlos púbicos e

genitais) proposta por Matsudo e Matsudo (1994) tem se mostrado um poderoso

instrumento de análise dessa variável, onde foram encontrados valores correlação para

validade do gênero feminino: seios, 0,89; para pêlos 0,92 e para o gênero masculino:

genital, 0,80 e pêlos, 0,84.

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Procedimentos:

O grupo amostra foi dividido em Grupo 1 (feminino) e Grupo 2 (masculino). Foi

apresentado individualmente para cada participante via computador as fotografias dos

diferentes estágios de desenvolvimento para cada característica sexual secundária em

particular segundo o sexo, havendo assim duas pranchas para cada sexo.

O avaliado observou cada uma das fotos e anotou na folha de protocolo o

número da foto com que mais se parece com ele(a) naquele momento.

A característica sexual avaliada é registrada como M (mamas) e P (pêlos

púbicos) para as meninas e como G (genitália) e P para os meninos.

Classificação:

• Pré –Púbere: genitais e pêlos púbicos I

mamas e pêlos púbicos I

• Púbere: genitais e pêlos púbicos II, III, IV

mamas e pêlos púbicos II, III e IV

• Pós Púbere: genitais e pêlos púbicos V.

mamas e pêlos púbicos V.

Para definição da fase em relação ao dia do ciclo menstrual foi utilizado como

critério a fase folicular como sendo do primeiro dia do ciclo (o dia que ocorre a

menstruação) até o 9º dia, a fase ovulatória foi considerada como sendo uma fase tardia

da fase folicular entre os dias 10º e 14º, o que em geral ocorre para mulheres

eumenorréicas, para a fase lútea considerou-se da segunda metade do ciclo, 15° dia, até

o dia que antecede a menstruação (WOJTYS, 1998).

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4.6 Protocolo para estabelecer o nível de atividade física

Foi utilizado o questionário internacional de atividade física – IPAQ curto

Versão 8.0. (Anexo 3), que tem estudo de validade e reprodutibilidade comprovado para

aplicação com adolescentes (Guedes, 2005).

4.7 Protocolos de Potência Anaeróbia

4.7.1 Teste de Wingate

Para realização do Teste de Wingate (WAnT) foi usada uma bicicleta

ergométrica (CYBEX, Nova Iorque, EUA).

Imediatamente anterior ao teste foi realizada a mensuração do peso corporal com

a utilização da balança FIZZIOLLA para ajuste da carga com 7,5% do peso corporal

dos sujeitos (0, 75 gr/Kg de massa corporal).

A Pressão Arterial dos sujeitos foi aferida com a utilização de um

esfignomanômetro antes e após o teste.

Todos os sujeitos foram orientados a realizar um alongamento de 30s nos

seguintes grupos musculares: quadríceps, tríceps sural, isquiotibiais, ileopsoas e

adutores de quadril.

O teste foi devidamente explicado aos sujeitos, em seguida todos foram

orientados a pedalar durante 2 minutos contra uma resistência baixa para vencer a

inércia e a resistência intrínseca do aparelho encurtando a fase de aceleração, na

bicicleta estacionária (sem carga) para adaptação. Ao comando verbal do avaliador, foi

solicitado que o indivíduo pedalasse na máxima velocidade durante os 30 segundos do

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teste. O encorajamento verbal foi feito no transcurso do teste, especialmente na segunda

metade, quando o desconforto é maior e mais força de vontade é necessária. (INBAR,

BAR – OR, SKINNER, 1996).

Após o aquecimento e teste de adaptação todos os sujeitos tiveram um período

de no mínimo 3 minutos de recuperação para eliminar possibilidades de indicadores de

fadiga.

Em seguida, os sujeitos realizaram o teste propriamente dito que consistiu em 2

min de aquecimento e os últimos 30s com aplicação da carga total previamente

determinada.

Após o encerramento do teste, os avaliados realizaram uma recuperação ativa,

sem resistência, por um período de 120 segundos.

Foram registradas as seguintes variáveis: Média do Pico da potência absoluta e

relativa; Potência média absoluta e relativa; Trabalho total absoluto e relativo, Índice de

fadiga e o Pico da potência nos intervalos de 0-5s, 10-15s, 15-20s, 20-25s e 25-30s.

Com a utilização do programa Wingate Test.

4.7.2 Teste do dinamômetro isocinético

Para mensuração da potência média e índice de fadiga foi utilizado um

dinamômetro Isocinético BIODEX SYSTEM 3. Os sujeitos sentaram-se

confortavelmente, permaneceram na cadeira do equipamento, apoiando as costas no

encosto, que era ajustado até que a fossa poplítea estivesse apoiada na parte anterior do

assento e o ponto central da articulação do joelho estivesse alinhado ao eixo de rotação

do dinamômetro. As mãos seguravam no apoio lateral da cadeira. Para maior fixação da

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coxa, uma cinta de ve lcro foi passada acima da articulação do joelho, assim como um

cinto de segurança para ajustar o tronco ao encosto. Ao início do experimento os

sujeitos realizaram 30 segundos de contrações concêntricas de extensão e flexão de

joelhos numa velocidade de 90º. Antes do início do teste, o indivíduo recebia

informações de como o teste deveria ser executado. Durante todas as avaliações, havia o

estímulo verbal, sempre do mesmo avaliador. Antes e após a realização dos testes os

participantes realizaram sessões de cinco minutos de alongamento dos principais grupos

musculares.

4.7.3 Análise estatística

A amostra foi estratificada de acordo com: nível de atividade física, gênero e

maturação biológica para ambos os gêneros e para as meninas houve também a análise

das variáveis de acordo com o ciclo menstrual. A partir das estratificações foram

comparados os valores médios.

Foi utilizado o teste T de student com nível de significância estabelecido de p=

0,05. Para correlação foi utilizado o Teste de Pearson. Os dados foram analisados com a

utilização do SPSS (Statistical Package for Social Sciences) for Windows versão 10,

que é um software que possui uma grande variedade de procedimentos estatísticos.

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5. Resultados

Tabela 1 - Caracterização da amostra total. Valores de freqüência (N) e percentual (%), para

as variáveis: gênero, idade, estágio maturacional (ciclo menstrual) e nível de atividade física.

Características

da Amostra

N %

Gênero

Masculino 18 45,0

Feminino 22 55,0

Idade (anos)

13 09 22,5

14 23 57,5

15 06 15,0

16 02 5,0

Estágio de Maturação Biológica

Púbere 13 32,5

Pós-púbere 27 67,5

Fase do Ciclo menstrual

Lútea 14 63,5

Folicular 08 36,5

Nível de Atividade Física

Ativo 22 55,0

Irregularmente

ativo

18 45,0

Conforme valores descritos na tabela 1, o trabalho foi realizado com 40

adolescentes, sendo 22 do gênero feminino e 18 do gênero masculino, com idade média

de 14,5 anos e desvio padrão de 1,3. Em relação ao estágio de maturação biológica para

amostra total, 13 foram classificados na fase púbere e 27 na fase pós-púbere, não foram

encontrados adolescentes na fase pré-púbere. Ainda para o grupo feminino, 14 se

encontravam na fase lútea do ciclo menstrual e 8 na fase folicular. Quando se considera

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o nível de atividade física, 22 adolescentes foram classificados como ativos e 18 como

irregularmente ativos também não foram encontrados adolescentes sedentários na

amostra total.

Tabela 2 - Valores de média aritmética (X) e desvio padrão (SD) para as variáveis: idade

(anos), peso (Kg), estatura (cm) e IMC, considerando o gênero, maturação e nível de atividade

física. ______________________________________________________________________________________

_ X (SD) Gênero Maturação Nível de atividade física Masculino Feminino Púbere Pós-púbere Ativo Irregularmente Ativo Peso 53,7±8,7 54,8±10,1 56,7±11,5 53,1±8,3 52,3±9,3 56,7±9,3 (Kg) Estatura (cm) 163,8±5,2* 160,1±4,9 160,2±5,2 162,6±5,3 162,7±4,7 160,7±6,0 IMC 19,9±2,8 21,3±3,2 22,0±3,6 20,1±2,6 19,7±3,0** 21,9±2,8 Idade 14,0±0,6 14,1±0,9 13,8±0,8 14,1±0,8 13,9±0,7 14,7±0,8 ______________________________________________________________________________________

_ O grupo masculino apresentou valores maiores (* p= 0,03) na estatura em relação ao grupo

feminino. O grupo ativo apresentou menores valores (** p= 0,026) de IMC que o grupo parcialmente ativo.

Foram verificados, conforme tabela 2, valores maiores (* p= 0,03) na estatura

(cm) do grupo masculino em relação ao grupo feminino. Analisando as diferenças entre

gêneros no desenvolvimento motor e ação hormonal, é considerado um maior

incremento de massa óssea nos sujeitos do sexo masculino em relação ao feminino.

O grupo ativo apresentou valores menores (** p= 0,026) de IMC (índice de

massa corpórea) em relação ao grupo irregularmente ativo, conforme valores expressos

na tabela 2. O que sugere a relevância da prática regular de exercícios físicos, para a

diminuição do percentual de gordura corporal.

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Tabela 3 - Potência Máxima nos intervalos de 0-5s, 5-10s, 10-15s, 15-20s, 20-25s, 25-30s de

acordo com o gênero, maturação e nível de atividade física, com a utilização do Teste de

Wingate.

______________________________________________________________________ Gênero Maturação Nível de atividade física _____________________________________________________________________________ X (SD) Masculino Feminino Púbere Pós -púbere Ativo Irregularmente Ativo N (18) (22) (13) (27) (22) (18) 0s-5s 519,0±122,4 340,6±130,4 326,0±163,1 466,6±129,2 441,9±95,4 395,2±204,9 5s-a0s 495,3±109,1 307,1±123,7 305,0±157,9 433,6±128,6 418,3±103,7 359,4±190,0 10s-15s 441,8±102,8 272,5±111,7 275,8±146,3 383,8±118,7 373,2±93,8 318,6±173,3 15s-20s 386,1±79,2 237,8±98,9 245,0±129,2 333,2±100,2 325,1±81,7 279,3±147,2 20s-25s 333,1±68,3 210,8±88,8 220,5±117,7 287,6±84,8 282,7±67,4 245,1±129,1 25s-30s 303,7±60,3 187,1±78,7 195,4±102,0 260,5±79,3 252,4±56,7 223,8±121,3 _____________________________________________________________________________

Com relação à potência Anaeróbia, verificou-se uma maior performance do

gênero masculino em relação ao feminino. Conforme resultados da tabela 3, o pico da

potência tanto nos valores absolutos (* p = 0,0003), quanto nos relativos (**p= 0,04), e

da potência média nos 30’’absoluta (*** p=0,0001) e relativa (**** p= 0,012)

apresentou diferenças estatísticas significativas.

O incremento de massa muscular do grupo composto por sujeitos do sexo

masculino, talvez potencialize as reservas de creatina fosfato e glicogênio muscular,

contribuindo para uma maior produção de potência.

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Tabela 4 - Potência Média Rela tiva, pico da potência, Trabalho Total Relativo em relação ao

gênero, maturação e nível de atividade física, com a utilização do Teste de Wingate.

_______________________________________________________________________________ Gênero Maturação Nível de atividade física X (SD) Masculino Feminino Púbere Pós -púbere Ativo Irregularmente ativo (18) (22) (13) (27) (22) (18) ________________________________________________________________________________ Potència Média 8,8±0,9 5,4±1,2**** 4,9±2,6 6,8±1,5 6,9±1,6 5,4±2,3 Relativa (W/Kg) Potência De pico 11,9±1,4 7,4±1** 6,5±3,3 9,4±1,9 9,3±1,9 7,5±3,2 Relativa (W/Kg) Trabalho Total 15.120±265,0 8.202±162,2*** 7.840±4.03 42.735±16.53 49.648±183,2 9.085±4.700 Absoluto (J) Trabalho Total 253,3±27,6 259,0±36,6**** 146,2±76,8 202,4±45,4 202,9±48,4 161,2±71,1 Relativo (J/Kg) ____________________________________________________________________________

Para a = 0.05, quanto ao gênero, verificou-se uma diminuição da P.M.R. (*p= 0,012) e da P.P.R. (**p= 0,0420) do gênero feminino em relação ao masculino. Verificou-se uma diminuição do T.T.A (*** p = 0.0002) e um aumento do T.T.R. (**** 0,001) do gênero feminino em relação ao masculino.

Foi observado, conforme valores expressos na tabela 4, uma diminuição do

trabalho total absoluto (* p = 0.0002) e o aumento do trabalho total relativo (** p=

0,001) do gênero feminino em relação ao masculino. Talvez a força resultante da fase

folicular no grupo feminino, que também apresentou valores incrementados, pode ter

contribuído para o aumento do trabalho total relativo do grupo feminino.

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Tabela 5 - Médias da Potência Média Absoluta (P.M.A.) nos intervalos de 0-5s, 5-10s, 10-

15s, 15-20s, 20-25s, 25-30s entre as fases lútea (FL) e folicular (FF) do grupo feminino com o

teste Wingate: _____________________________________________________________________________ Potência Média Fase Lútea Fase Folicular (W) (N=14) (N=08) _____________________________________________________________________________ 0s-5s 341,0±18,0 379,9±77,8* 5s-10s 290,8±23,3 347,1±79,3 10s-15s 260,4±21,9 307,2±75,2 15s-20s 227,8±15,7 268,3±69,6 20s-25s 198,8±18,2 239,1±63,1 25s-30s 180,80±21,8 211,2±56,4 _____________________________________________________________________________

Para a = 0.05, verif icou-se um aumento (* p = 0.03) da potência média, no intervalo de 0-5s dos sujeitos do sexo feminino que se encontravam na fase folicular.

Verificou-se um aumento (* p = 0.03) da potência média, no intervalo de 0-5s

dos sujeitos do sexo feminino que se encontravam na fase folicular. Durante esta

intensidade de esforço, há a solicitação bioenergética dos sistemas de fosfagênios, que

recrutam fibras de contração rápida em predominância (WILMORI & COSTILL, 2001)

e durante a fase folicular, o aumento da concentração hormonal do FSH (hormônio

folículo estimulante), pode potencializar a síntese protéica, aumentando a capacidade de

contração muscular e conseqüentemente a potência, como verificados em outros

estudos.

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Tabela 06 - Valores médios de torque nas fases de extensão e flexão de joelhos, entre os

gêneros masculino (M) e feminino (F), entre os grupos púberes (P) e pós púberes (PP) e fases

lúteas (L) e folicular (F) do grupo feminino. _____________________________________________________________________________ X (SD) do Torque Fase de Fase de Fase de Fase de Médio (W/Kg) extensão flexão extensão flexão Perna direita Perna esquerda ______________________________________________________________________ M (18) 117,8±24,3 133,8±23,6* 110,8±24,6 111,9±26,7 Gênero F (22) 79,9±22,2 75,6±29,5 78,2±22,6 69,7±21,8 P (13) 101,0±26,1 107,5±43,0 98,7±23,6 93,7±30,0 Maturação PP (27) 97,0±31,2 102,2±63,0 91,8±30,8 88,6±33,6 Fases do L (14) 80,6±24,4 79,9±34,7 79,8±20,6 71,4±22,8 Ciclo Menstrual F (08) 78,8±19,8 68,2±17,6 75,6±27,1 66,8±21,5 _____________________________________________________________________________

Verificou-se um aumento (* p= 0,02) do torque no gênero masculino na fase de

flexão em relação à fase de extensão apenas na perna direita. Apesar de não

significativo observou-se maior torque no movimento de flexão de joelhos para o

gênero masculino e maior torque no movimento de extensão de joelhos para o sexo

feminino.

O gênero masculino apresentou valores mais altos de torque em relação ao

gênero feminino, tanto na fase de extensão (p= 0,001), quanto na fase de flexão

(p=0,001) de joelho, conforme valores expressos na tabela 06.

Analisando as fases do movimento de flexão e extensão de joelhos, nas fases de

maturação púbere e pós-púbere não foram verificadas diferenças significativas na

produção de torque, nem na fase de extensão nem na fase de flexão. Apesar de não

significativo, tanto a fase púbere quanto a fase pós-púbere apresentaram maior produção

de torque na fase de flexão de joelhos com a perna direita; e com a perna esquerda

ambos os grupos apresentaram valores maiores de torque na fase de extensão.

Não foram verificadas diferenças significativas quanto a produção de torque

entre o grupo púbere e pós púbere. No grupo feminino, entre os sujeitos na fase lútea e

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folicular, não observou um aumento da produção de torque, o que enfatiza a influência

dos sistemas de fosfagênios no período folicular do grupo feminino, conforme valores

da tabela 9. Uma vez que a potência é produto da força e da velocidade e um incremento

só foi observado na fase folicular entre 0-5 segundos de exercício.

Tabela 7 - Valores médios da potência (W/Kg) nas fases de extensão e flexão de joelhos,

entre os gêneros masculino (M) e feminino (F), entre os grupos púbere (P) e pós púbere (PP) e

fases lútea (L) e folicular (F) do grupo feminino no Biodex. _____________________________________________________________________________ X(SD) da Potência perna direita perna esquerda média (W/Kg) fase de fase de fase de fase de extensão flexão extensão flexão ______________________________________________________________________ M (18) 604,3±139,4* 69,5±30,9** 551,3±141,4*** 64,8±38,2**** Gênero F (22) 376,3±120,0 66,0±89,7 368,0±147,1 47,7±30,8 P (13) 493,1±173,3 63,5±37,3 490,1±124,6 60,51±44,7 Maturação PP (27) 484,4±175,5§ 69,8±77,9§§ 441,4±188,2§§§ 53,8±30,5§§§§ Fases do L (14) 383,8±133,7 35,6±25,8 384,9±123,8 46,4±35,4 Ciclo Menstrual F (08) 363,5±100,5 118,2±133,7 ? 339,0±187,7 49,9±23,3 _____________________________________________________________________________

Para a = 0,05: *p= 0,001, **p= 0,001, *** p= 0,001, ****p= 0,001

§ p= 0,001, §§ p= 0,001, §§§ p= 0,001, §§§§ p= 0,001.

? p=0,001

Conforme valores da tabela 07, verificou-se, no grupo masculino, uma maior

produção de potência no movimento de extensão de joelho, tanto na perna direita (p=

0,001), quanto na perna esquerda (p= 0,001). O mesmo fenômeno foi observado no

grupo feminino na perna direita (p= 0,001) e na esquerda (p= 0001). O grupo masculino

apresentou maior produção de potência na extensão de joelhos (p= 0,001) com a perna

direita que o grupo feminino. Porém, no movimento de flexão, não foram verificadas

diferenças significativas entre os gêneros. Com a perna esquerda o grupo masculino

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também apresentou valores maiores (p= 0,001) de potência na extensão, não sendo

observadas diferenças significativas na ação de flexão do joelho esquerdo.

Estes valores, expressos na tabela 07, sugerem uma predominância do gênero

masculino sobre o feminino na produção de potência, já bem estabelecida na literatura.

As divergências quanto aos movimentos de flexão de joelho sugerem níveis

maturacionais musculares incompletos entre os sujeitos, característica desta faixa etária.

Analisando as fases maturacionais, não foram verificadas diferenças na potência

nos movimentos de flexão e extensão entre as pernas direita e esquerda no grupo

feminino na fase lútea.

Tabela 08 - Potência Média Absoluta (P.M.A.) nos intervalos de 0-5s, 5-10s, 10-15s, 15-20s, 20-25s, 25-30s entre as fases lútea (FL) e folicular (FF) do grupo feminino com o teste Biodex.

__________________________________________________________________________________ Fase Lútea (N=14) Fase Folicular (N=08)

Perna direita Perna esquerda Perna direita Perna esquerda

extensão flexão extensão flexão extensão flexão extensão flexão ______________________________________________________________________________________ 0s-5s 358,2±137,9 16,5±15,3 353,1±162,0 29,5±32,5 321,4±121,5 83,8±127,4* 363,2±141,0 28,8±17,1

5s-10s 359,4±110,8 25,8±20,7 326,6±102,0 33,4±34,6 348,5±114,1 67,2±127,5 335,7±123,2 43,7±27,2

10s-15s 306,3±102,5 32,7±25,4 302,3±93,7 34,4±27,5 303,7±72,9 78,7±111,7 296,8±93,4 44,2±22,3

15s-20s 295,8±91,4 30,9±25,6 240,2±99,4 37,8±29,6 287,8±56,5 80,6±129,1 254,3±56,4 35,5±14,7

20s-25s 253,2±65,6 24,3±23,2 248,7±70,5 29,4±28,8 257,3±56,5 74,0±113,0 223,5±44,9 33,1±18,3

25s-30s 227,3±60,8 26,3±22,1 213,0±40,5 22,3±19,9 240,8±32,4 65,7±102,5 221,7±48,9 22,4±14,7 _______________________________________________________________________________________

Para a = 0,05, * p= 0,04

Verificou-se uma maior (* p= 0,04) produção de potência na fase folicular

apenas no movimento de flexão da perna direita entre 0s e 05s. Não foram observadas

diferenças significativas entre a relação agonista/antagonista entre as pernas direita e

esquerda e entre as fases lútea e folicular.

Verificou-se conforme tabela 08, que o movimento de extensão produziu mais

potência que o movimento de flexão, tanto na perna direita (0,0001) quanto na perna

esquerda (0,001). Na fase folicular, não foram verificadas diferenças entre a produção

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de potência entre as pernas direita e esquerda na extensão. O movimento de extensão

produziu mais potência que o de flexão, tanto na perna direita (p=0,001) quanto na

perna esquerda (0,001). Observou-se uma maior produção de potência média (p=0,02)

na fase folicular no movimento de flexão de joelhos, quando comparado à fase lútea.

A análise dos equipamentos utilizados para realização dos testes de potência

anaeróbia apresentou baixa correlação entre os adolescentes na fase pubertária e pós

pubertária.

Tabela 09 - Correlação entre os testes de Wingate e o Biodex, quanto à potência

anaeróbica. ______________________________________________________________________________ Potência Wingate Biodex Correlação (W/Kg) _______________________________________________________________________ M (18) 562,3±148,0 673,9±147,1 r=0,241764 Gênero F (22) 403,7±72,9 442,4±150,1 r=0,083479 P (13) 416,9±84,7 556,6±229,7 r=0,077389 Maturação PP (27) 507,9±150,3 554,2±103,9 r=0,729498 Fases do L (14) 402,5±78,1 419,4±115,8 * Ciclo Menstrual F (08) 373,2±28,7 481,7±149,5 * _____________________________________________________________________________

* Não foi aplicado o teste de correlação.

A tabela 09 compara os valores referentes à potência anaeróbia produzida em

ambos os testes: Biodex e Wingate, e verifica-se uma baixa correlação entre estes testes

laboratoriais para o grupo de estudo, sendo significante somente para a maturação

biológica.

A potência produzida no teste do dinamômetro isocinético apresentou valores

maiores (p=0,01) que o Wingate no grupo masculino.

A correlação da fase lútea e folicular foi uma limitação do estudo, uma vez que

ambos os testes foram realizados em datas diferentes, alterando as fases do ciclo

menstrual do grupo amostra.

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6. Discussão

Este estudo objetivou a descrição do perfil de potência anaeróbia de

adolescentes, considerando a influência das variáveis: gênero, nível de atividade física,

maturação biológica e ciclo menstrual com a utilização dos testes laboratoriais de

Wingate e dinamometria isocinética com o uso do equipamento Biodex.

Na análise da amostra composta por escolares foi observado: predomínio da fase

pós-pubertária, maior número de adolescentes do gênero feminino na fase lútea do ciclo

menstrual e adolescentes classificados como ativos, fator positivo a ser considerado

quando se relaciona a atividade física com a melhoria da saúde do indivíduo.

A correlação da fase lútea e folicular foi uma limitação do estudo, uma vez que

ambos os testes foram realizados em datas diferentes, alterando as fases do ciclo

menstrual do grupo amostra, inviabilizando assim uma análise estatística.

O incremento de massa muscular do grupo composto por sujeitos do sexo

masculino, potencialize as reservas de creatina fosfato e glicogênio muscular,

contribuindo para uma maior produção de potência. Alguns estudos demonstraram que

a concentração de ATP e de CP na musculatura da criança e do adolescente não difere

significantemente da observada em indivíduos adultos, o que sugere que a capacidade

de realizar tarefas intensas e curtas é bem desenvolvida na criança.

Crianças pré-púberes apresentam lactato máximo menor que os adultos e uma

menor atividade das enzimas da glicólise, como a fosfofrutoquinase. Além disso,

apresentam menores níveis de lactato quando realizam a mesma intensidade de

exercícios que os adultos. Sendo assim, fica a idéia que as crianças apresentam menor

capacidade de gerar energia pela via anaeróbica lática, o que resulta numa menor

capacidade de realizar atividades intensas de duração intermediária e longa. Cabe ainda

ressaltar que as crianças apresentam dificuldade em reaproveitar o lactato produzido

durante as atividades lácticas de modo que o tempo necessário para a recuperação é

maior na criança que no adulto. Durante a puberdade essa via se desenvolve

expressivamente, (FORJAZ, 2002).

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Maturação e gênero

O hormônio testosterona é importante para a maturação sexual e para manter as

necessidades fisiológicas masculinas, dentre elas a manutenção e o aumento da força

muscular.

Em estudo conduzido por Schneider (2002), que tinha como objetivo descrever e

comparar a força muscular utilizando a dinamometria isocinética em meninos e meninas

de diferentes graus maturacionais, encontrou que os valores de extensão de joelhos foi

influenciado significativamente pelo gênero e pelo grau maturacional, sendo que os

meninos púberes foram em valores médios 27% mais fortes que as meninas púberes e

97% mais fortes que os pré-puberes. Quando analisados em valores relativos essas

tendências mantiveram-se para o mesmo grau maturacional.

O trabalho confirma essa hipótese em que nas variáveis de potência aneróbia os

grupos em maior estágio maturacional apresentaram maiores valores e quando

comparados em relação ao gênero também foram verificadas diferenças. (Tabelas 3, 4 e

9).

Tais resultados podem ser justificados pelo início da puberdade, em que o

aumento da força pode ser distinto entre os gêneros pela ação androgênica da

testosterona (HANSEN; BANGSBO; TWIK; KLAUSEN, 1999).

Pesquisa realizada por França et al (1998) que tinha como objetivo comparar a

performance anaeróbia de crianças, em ambos os gêneros no período peripubertário de 9

a 18 anos de idade, usando o teste força-velocidade, encontrou diferenças significativas

para altura e para a variável potência máxima absoluta e relativa, concluindo que estas

diferenças podem estar associadas ao crescimento e desenvolvimento no período

peripubertário, achados estes que corroboram com nosso estudo que também encontrou

diferenças estatisticamente significativas para a variável altura entre os gêneros (tabela

2) e diferenças na potência média relativa, potência de pico relativa e trabalho total

absoluto e relativo, conforme tabela 4, sugerindo, assim, que esses resultados podem

estar relacionados ao crescimento.

Em trabalho publicado por Armstrong et al (1997) avaliando a influência da

maturação sexual na performance anaeróbia no teste Wingate, realizado com 100

meninos e 100 meninas, com idade média de 12,2 anos concluiu um efeito significante

da maturação nos níveis de pico de potência e potência média independente da

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composição corporal. Os achados também indicaram maiores valores na potência média

e pico de potência para os meninos comparados às meninas no mesmo estágio de

maturação, sugerindo assim que as diferenças entre os gêneros são mais aparentes com

o início da maturidade. Esses achados são similares ao deste estudo, no qual os

adolescentes do gênero masculino apresentaram maiores valores de potência quando

comparados às meninas em mesmo estágio maturacional, embora os valores médios

encontrados por Armstrong (1997) sejam inferiores ao estudo em questão no qual os

meninos apresentaram pico de potência 319,9 Watts e as meninas 332,6 Watts. Tal fato

pode ser explicado pelas diferenças na estatura, peso corporal e também em função da

idade média, sendo: masculino pico de potência 519,0 Watts e feminino 340,6 Wattts

(tabelas 3 e 4). Em um estudo conduzido por Matsudo (1994) para determinar o

comportamento de algumas variáveis da aptidão física em sujeitos do sexo masculino e

feminino, divididos em três grupos de acordo com a maturação sexual, os resultados

evidenciaram que no mesmo nível de maturação os meninos apresentaram melhor

performance nos testes de impulsão vertical e dinamometria. As diferenças podem ser

em parte explicadas pelas dimensões corporais, já que os meninos obtiveram

coeficientes similares quando os resultados foram ajustados pela altura. Tal hipótese

pode sustentar nossos resultados em que os meninos tiveram maiores valores de estatura

(Tabela 1) quando comparados às meninas, sendo essa diferença estatisticamente

significativa como os valores encontrados por Matsudo (1994).

Analisando as fases de extensão e flexão do joelho no dinamômetro isocinético

Biodex, encontram-se valores similares, conforme tabela 7, aos descritos por Gonçalves,

2005, que analisou os músculos agonistas e antagonista do joelho, encontrando maiores

valores de torque durante a extensão do joelho. Esses resultados podem ser explicados

pelo efeito do comprimento muscular sobre esta variável, assim como o mecanismo

protetor antagonista. Entretanto, em recente estudo de Junior, 2005, verificando a

influência dos diâmetros ósseos e da maturação sexual no desempenho motor de

crianças em exercício supramáximo, o autor conclui que os diâmetros ósseos, neste

caso, parecem não influenciar no desempenho das crianças em atividades de curta

duração, já a maturação sexual, assim como em outros trabalhos, parece ser o principal

aspecto ligado ao desempenho motor em atividades de curta duração, aspecto este

reportado nos resultados desse trabalho e também corroborado por Galvão (2006),

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concluindo que as diferenças maturacionais podem afetar o desempenho motor quando

realizados testes de força de braço e impulsão horizontal. Ferreira (2005), estudando o

pico de torque da musculatura agonista/antagonista de jogadores de futebol encontrou

valores superiores tanto para o membro dominante quanto para o não dominante nas

fases de extensão, dados estes que corroboram com os encontrados neste estudo,

permitindo evidenciar que talvez por maior uso em atividades diárias o membro

dominante tem maiores índices de força muscular. Assim, atentem-se treinadores e

professores que receitam atividade física a considerarem este aspecto para prescrição de

aulas, treinamentos e esporte.

Ciclo menstrual

Muitos estudos têm enfocado os efeitos do ciclo menstrual sobre o desempenho

físico e os mesmos têm demonstrado melhor performance física no período pós

menstrual, nesse estudo, procura-se descrever e comparar a influência do ciclo

menstrual sobre a potência anaeróbia.

Valências físicas como a capacidade aeróbia, anaeróbia, força isocinética e

resistência de alta intensidade, também sofrem influência durante as diferentes fases do

ciclo menstrual, como relataram Mckenzie, Prior e Tauton em Effects Of menstrual

Phase On Athletic Performance (1995).

Conforme Guyton (1991), o sistema hormonal feminino consiste em três

hierarquias distintas de hormônios:

1.Um hormônio liberador hipotalâmico de gonadotropinas (GnRh);

2.Os hormônios da hipófise anterior: hormônio folículo estimulante (FSH) e o

hormônio luteinizante (LH), ambos secretados em resposta ao mesmo hormônio

liberador hipotalâmico;

3. Os hormônios ovarianos: estrogênio e progesterona, secretados em resposta

aos dois hormônios da hipófise anterior.

A cada ciclo menstrual ocorrem elevações e diminuições cíclicas desses

hormônios, com efeitos sentidos na aptidão física. Na fase estrogênica (pós-menstrual),

o rendimento é melhor que na progestogênica.

Uma sensível melhora da performance no período pós-menstrual pode ser

caracterizada pela elevação nos níveis de noradrenalina e estrogênio.

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Em recente trabalho, Yãnez (2006), estudando a potência anaeróbia de mulheres

treinadas e sedentárias utilizando o teste de Wingate, demonstrou que o grupo de

mulheres treinadas apresentou melhor desempenho em relação à capacidade e potência

máxima durante a fase folicular quando comparada à fase lútea, esses resultados são

reforçados por esse estudo, em que as adolescentes que se encontravam na fase folicular

tiveram melhor desempenho no teste de Wingate nos 30 segundos do teste (Tabela 5),

com diferença significativa para os 5 segundo iniciais do mesmo. Tal fato pode ser

explicado pela característica do metabolismo anaeróbio alático com a geração de alta

potência e liberação de energia, principalmente nos segundos iniciais de qualquer

exercício.

É possível especular ainda que na fase lútea ocorre redução das concentrações

dos hormônios luteinizante e do hormônio folículo-estimulante, mais especificamente

na fase ovulatória que seria o segundo período da fase folicular há um aumento rápido

das concentrações dos hormônios luteinizante e folículo estimulante, durante esta fase

também a concentração do estradiol atinge um ponto máximo e a concentração da

progesterona começa a aumentar, estes índices aumentados tem relação com aumento

nos níveis de força muscular e conseqüentemente aumento da potência muscular.

Segundo o estudo de Sarwar (1996), que encontrou diferenças significativas

com aumento da força de quadríceps e de preensão manual, esses resultados foram

observados na fase ovulatória. O autor sugere que o aumento da força tenha ocorrido

pela alta concentração de estrogênio que antecede a ovulação, argumentando, dessa

forma que ele aumenta a força muscular. Nesse estudo a determinação da fase do ciclo

menstrual foi semelhante ao estudo de Sarwar, o que leva a inferir a possibilidade de

provável limitação para identificar os dias do ciclo menstrual.

Em contraste com os dados da literatura Masterson (1999), encontrou melhores

resultados na capacidade anaeróbia, potência anaeróbia e menor índice de fadiga para as

mulheres que se encontravam na fase lútea do ciclo menstrual, o autor cita que talvez a

amostra reduzida pudesse ser um fator que justifique tal fato. Corroborando com

Masterson, o estudo de Janse de Jonge, que investigou a força de contração máxima

isométrica do quadríceps não encontrou diferenças significativas, sugerindo que as

alterações hormonais nas diferentes fases do ciclo menstrual não alteram a variável

acima.

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Existe um consenso de que as oscilações hormonais ocorridas nas mulheres,

devido a alterações, principalmente do estrogênio e progesterona, durante o ciclo

menstrual, afetam a fisiologia feminina. Em relação ao exercício físico, esse perfil

endócrino pode alterar diversos fatores, tais como: a utilização e armazenamento de

substrato energético em diferentes intensidades, consumo de oxigênio e oxidação de

gorduras (BRAUN, 2001).

Nível de atividade física

Tem sido sugerido que a prática regular de atividade física pode alterar o

processo de maturação das crianças, atrasando-os ou adiantando-os.

Analisando o impacto da atividade física sobre os aspectos ligados ao

crescimento e desenvolvimento, a maioria dos estudos sugerem um aumento na estatura

em conseqüência de programas de atividade física mais intenso. Em relação aos

parâmetros de composição corporal (gordura e massa magra) parece claro que

programas de atividade física podem provocar importantes modificações, tornando-se,

portanto um importante fator da regulação da composição corporal. Ainda,

considerando os aspectos funcionais diversas respostas metabólicas e fisiológicas são

processadas nas crianças e adolescentes submetidos a programas de atividade física,

dentre os quais podemos destacar: aumento do miocárdio e do volume cardíaco, menor

freqüência cardíaca em exercício e em repouso e recuperação pós-esforço mais rápida,

maior consumo de oxigênio, dentre outros (GUEDES, 1995).

A literatura tem apontado que adolescentes e jovens têm-se afastado cada vez

mais da prática de atividade física diária, com o aumento da idade cronológica este fato

é facilmente percebido, onde adolescentes têm utilizado seu tempo de lazer em

atividades sedentárias e de menor intensidade. Contrariando esta informação Nunes

(2006), encontrou o percentual de 79,6% de adolescentes classificados como ativos para

amostra total, quando separados entre os gêneros, as meninas apresentaram menores

valores percentuais do nível de atividade física, embora esta diferença não tenha sido

significativa, tais achados são: 55% dos adolescentes foram classificados como ativos e

45% como irregularmente ativos. Thompson (2003), verificou em seu estudo os efeitos

da maturação no nível de atividade física de adolescente durante sete anos e concluiu

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que o nível de atividade física diminui em ambos os sexos com o aumento da idade

cronológica, porém, mesmo assim os meninos têm demonstrado valores superiores em

prática de atividade física comparado às meninas. Quando analisada a atividade física e

idade biológica o autor não encontrou diferenças significativas entre os sexos. Nesse

estudo, encontram-se resultados diferentes ao de Thompson, uma vez que o grupo pós-

púbere apresentou menores va lores de peso corporal, maior estatura e menor IMC

(Tabela2), quando analisado o nível de atividade física ficou evidente que o grupo ativo

também apresentou menor valor de peso corporal, maior estatura e menor IMC que teve

diferença estatisticamente significante em relação ao grupo irregularmente ativo,

justificando assim a importância da atividade física para as variáveis de composição

corporal, o que, em si, tem reflexos para a saúde. Conforme tabela 3, ainda

confrontando os resultados desse trabalho com os apresentados por Thompson, 2003,

encontra-se para a potência anaeróbia em suas variáveis, valores superiores para o grupo

pós-púbere, bem como maiores valores de potência anaeróbia para o grupo de ativos em

relação ao grupo de irregularmente ativos. Essas divergências de resultados podem ser

explicadas pela diferença metodológica, uma vez que Thompson fez uma análise

qualitativa e não aplicou nenhum teste de campo e o objetivo de seu estudo foi verificar

o impacto da maturação na atividade física de adolescentes.

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7. Conclusão

Conclui-se neste estudo que a capacidade da potência anaeróbia na fase da

adolescência é maior no gênero masculino do que no feminino, e o nível de atividade

física não apresenta influência significativa neste componente de aptidão física, porém

não pode ser desconsiderada sua importância, uma vez que maiores níveis de atividade

física são de vital importância para a melhora e manutenção da saúde de adolescentes e

por sua vez têm influência na aptidão anaeróbia que caracteriza as atividades cotidianas

de crianças e adolescentes.

A maturação biológica é um fator primordial na capacidade de potência

anaeróbia, sendo maior nos sujeitos pós-púberes. Considerando o ciclo menstrual foi

verificado na fase folicular que há um incremento na capacidade de produção de

potência anaeróbia nos primeiros segundos de esforço, sugerindo outros estudos. Torna-

se importante seu conhecimento para prescrição de treinamento, programação de aulas,

aplicação de exercícios para as mulheres nas diferentes fase do ciclo menstrual, afim de

obter melhores resultados.

A associação entre os testes laboratoriais de Wingate e Dinamômetro Isocinético

Biodex não apresentou correlação neste estudo.

Mesmo considerando as limitações metodológicas, a performance anaeróbia

parece estar relacionada ao crescimento e ao desenvolvimento nessa fase da vida. Os

dados sugerem ainda que com o avanço da maturidade as diferenças na performance

relacionadas ao gênero tornam-se mais evidentes.

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Anexo A - Termo de Consentimento

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu,

________________________________________________________________

RG ___________________ , abaixo assinado, responsável pelo aluno

_________________

______________________________, declaro que fui informado, em linguagem

acessível, sobre a minha participação no Projeto de Pesquisa “Análise da potência

anaeróbia de adolescentes em relação a gênero e maturação Biológica”, do qual tomei

pleno conhecimento e consinto na coleta das amostras necessárias.

Eu discuti com Jorge Ferreira de Araújo Júnior sobre a minha decisão em

participar deste estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos deste estudo,

os procedimentos serem realizados, seus desconfortos, as garantias de confidencialidade

e de esclarecimentos permanentes.

Sem mais assino o presente dando pleno consentimento para a minha

participação no Projeto acima citado.

São José dos Campos, ____ de __________________________ de ___________.

________________________________

Assinatura do responsável pelo voluntário

______________________________

RG

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e

Esclarecido deste voluntário para a participação neste estudo

________________________________

Assinatura do responsável pelo estudo ____/____/_____

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Anexo B – Fotos ilustrativas – Estágios de maturação biológica – Feminino.

Quantidade de pêlos pubianos

Tamanho dos seios

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Anexo C – Fotos ilustrativas – Estágios de maturação biológica –Masculino.

Tamanho das genitais

Quantidade de pêlos pubianos

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Anexo D - Classificação do Nível de Atividade Física

CLASSIFICAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA IPAQ

SEDENTÁRIO:

Não realizou nenhuma atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos durante a

semana.

INSUFICIENTEMENTE ATIVO:

Realiza atividade física por pelo menos 10 minutos por semana, porém

insuficiente para ser classificado como ativo. Pode ser dividido em dois grupos:

A) Atinge pelo menos um dos critérios da recomendação

a) Freqüência: 5 dias /semana

b) Duração: 150 min / semana

B) Não atingiu nenhum dos critérios da recomendação

Obs. Para realizar essa classificação soma-se a freqüência e a duração dos diferentes

tipos de atividade (CAMINHADA + MODERADA + VIGOROSA)

ATIVO:

Cumpriu as recomendações

a) VIGOROSA: ≥ 3 dias/sem e ≥ 20 minutos por sessão

b) MODERADA OU CAMINHADA: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão

c) Qualquer atividade somada: ≥ 5 dias/sem e ≥ 150 minutos/sem

(CAMINHADA + MODERADA + VIGOROSA)

MUITO ATIVO:

Cumpriu as recomendações e:

a) VIGOROSA: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão OU

b) VIGOROSA: ≥ 3 dias/sem e ≥ 20 minutos por sessão + MODERADA e/ou

CAMINHADA: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão

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Anexo E - Questionário internacional de Atividade física

QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA

Nome:_____________________________________________________

Data: ___/ ___ / ___ Idade : ____ Sexo: F ( ) M ( )

Nós estamos interessados em saber que tipos de atividade física as pessoas fazem como

parte do seu dia a dia. Este projeto faz parte de um grande estudo que está sendo feito

em diferentes países ao redor do mundo. Suas respostas nos ajudarão a entender que tão

ativos nós somos em relação à pessoas de outros países. As perguntas estão relacionadas

ao tempo que você gasta fazendo atividade física em uma semana NORMAL, USUAL

ou HABITUAL. As perguntas incluem as atividades que você faz no trabalho, para ir

de um lugar a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou como parte das suas

atividades em casa ou no jardim. Suas respostas são MUITO importantes. Por favor

responda cada questão mesmo que considere que não seja ativo. Obrigado pela sua

participação!

Para responder as questões lembre que:

Ø atividades físicas VIGOROSAS são aquelas que precisam de um grande esforço

físico e que fazem respirar MUITO mais forte que o normal

Ø atividades físicas MODERADAS são aquelas que precisam de algum esforço físico

e que fazem respirar UM POUCO mais forte que o normal

Para responder as perguntas pense somente nas atividades que você realiza por pelo

menos 10 minutos contínuos de cada vez:

1a. Em quantos dias de uma semana normal, você realiza atividades VIGOROSAS por

pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo correr, fazer ginástica aeróbica,

jogar futebol, pedalar rápido na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços domésticos

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pesados em casa, no quintal ou no jardim, carregar pesos elevados ou qualquer atividade

que faça você suar BASTANTE ou aumentem MUITO sua respiração ou batimentos

do coração.

dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum

1b. Nos dias em que você faz essas atividades vigorosas por pelo menos 10 minutos

contínuos, quanto tempo no total você gasta fazendo essas atividades por dia?

horas: ______ Minutos: _____

2a Em quantos dias de uma semana normal, você realiza atividades MODERADAS por

pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo pedalar leve na bicicleta, nadar,

dançar, fazer ginástica aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos leves, fazer

serviços domésticos na casa, no quintal ou no jardim como varrer, aspirar, cuidar do

jardim, ou qualquer atividade que faça você suar leve ou aumentem moderadamente

sua respiração ou batimentos do coração (POR FAVOR NÃO INCLUA

CAMINHADA)

dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum

2b Nos dias em que você faz essas atividades moderadas por pelo menos 10 minutos

contínuos quanto tempo no total você gasta fazendo essas atividades por dia?

horas: ______ Minutos: _____

3a Em quantos dias de uma semana normal você caminha por pelo menos 10 minutos

contínuos em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um lugar para

outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício?

dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum

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3b Nos dias em que você caminha por pelo menos 10 minutos contínuos quanto tempo

no total você gasta caminhando por dia?

horas: ______ Minutos: _____

3c A que passo você usualmente caminha? Você caminha a:

( ) passo VIGOROSO que faz você respirar muito mais forte que o normal

( ) passo MODERADO que faz você respirar um pouco mais forte que o

normal,

( ) passo LENTO em que não há alteração da sua respiração

4a Estas últimas perguntas são em relação ao tempo que você gasta sentado ao todo no

trabalho, em casa, na escola ou faculdade e durante o tempo livre. Isto inclui o tempo

que você gasta sentado no escritório ou estudando, fazendo lição de casa,visitando

amigos, lendo e sentado ou deitado assistindo televisão.

Quanto tempo por dia você fica sentado em um dia da semana?

horas: ______ Minutos: _____

4b Quanto tempo por dia você fica sentado no final de semana?

horas: ______ Minutos: _____