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Universidade Estadual de Campinas Universidade Estadual de Campinas Faculdade de Engenharia de Alimentos Faculdade de Engenharia de Alimentos Departamento de Tecnologia de Alimentos Departamento de Tecnologia de Alimentos PRAGAS EM GRÃOS E PRAGAS EM GRÃOS E FARINÁCEOS FARINÁCEOS Isabela Isabela Cardoso Cardoso Vanina Vanina Terezan Terezan TP-181 Avaliação da TP-181 Avaliação da Qualidade de Farinhas e Qualidade de Farinhas e Cereais Cereais

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Universidade Estadual de CampinasUniversidade Estadual de CampinasFaculdade de Engenharia de AlimentosFaculdade de Engenharia de Alimentos

Departamento de Tecnologia de AlimentosDepartamento de Tecnologia de Alimentos

PRAGAS EM GRÃOS E PRAGAS EM GRÃOS E FARINÁCEOSFARINÁCEOS

Isabela CardosoIsabela Cardoso

Vanina TerezanVanina Terezan

TP-181 Avaliação da TP-181 Avaliação da Qualidade de Farinhas e Qualidade de Farinhas e

CereaisCereais

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Em armazéns, silos, depósitos e indústrias

Produtos alimentícios são atacados por pragas

Perdas físicas de grãos e farináceos + perda de qualidade de produto

(comercialização e consumo)

Prejuízos enormes

anualmente

INTRODUÇÃO

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Armazéns muito grandes Controle de temperatura deficiente ou

inexistente Falta de sistema de ventilação

Após colheita grãos são limpos,

secos armazenados

Armazenamento sem monitoramento de temperatura, umidade e presença

insetos

Armazéns Estrutura

inadequada

A ORIGEM DO PROBLEMA

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CLASSIFICAÇÃO DOS INSETOS

Insetos Primários – são capazes de perfurar o grão inteiro e sadio. Existem dois grupos:

Primários internos Têm mandíbulas desenvolvidas para perfurar o grão e se alimentar de seu conteúdo Completam o ciclo evolutivo no interior dos grãos Exemplos: caruncho de feijão, carunchos e traças dos cereais

Primários externos Alimentam-se do grão, externamente ou atacam a parte interna, abrindo caminho para outras pragas incapazes de romper a película do grão

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CLASSIFICAÇÃO DOS INSETOS

Insetos Secundários Não conseguem romper grãos inteiros Atacam grãos previamente abertos por insetos primários, ou acidentalmente quebrados ou trincados

Insetos Associados Alimentam-se de detritos e fungos Prejudicam o aspecto e a qualidade do produtos Exemplos: besouros e ácaros

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DESENVOLVIMENTO DOS INSETOS - OVOS

Difíceis de serem identificados a olho nu Tamanhos e formas diversas Ovoposição depende da espécie Vários ovos depositados sobre grãos ou outros produtos (traças) Furo no grão para depositar um único ovo, fechando a cavidade com uma secreção gelatinosa que endurece em contato com o ar (Sitophilus sp.) Deposição de ovos soltos entre os grãos (caruncho de feijão)

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DESENVOLVIMENTO DOS INSETOS – LARVAS E PUPAS

Em poucos dias os ovos se transformam em larvas e começam a se alimentar dos grãos e/ou outros produtos.

Com mandíbulas bem desenvolvidas escavam totalmente o interior do grão.

Suas excreções e dejetos comprometem a qualidade dos produtos, abrindo caminho também para fungos e ácaros.

Larvas passam por diversas fases, trocando de pele e aumentando de tamanho até chegar à fase de pupa.

Pupa permanece imóvel, em estado de repouso e não se alimenta, nesta fase ocorrem mudanças fisiológicas que darão origem ao inseto adulto.

Em cima: larvaEm baixo: pupa

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PRAGAS DE GRÃOS E FARINÁCEOS

Tribolium castaneum

Ocorrência mundial Importante praga dos cereais (arroz, milho, trigo etc.) Ataca preferencialmente os embriões, quando já partidos Comum em farinhas Achatado, marrom-avermelhado, lados com frisos em paralelo. Ciclo de vida: 26 dias (ovos/larvas/adulto) Condições ótimas: 35ºC, Umidade Relativa: 70%

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PRAGAS DE GRÃOS E FARINÁCEOS

Ocorre no mundo todo Importante praga dos cereais. Extremamente voraz. Alimenta-se de grande quantidade de

farinhas Ciclo de vida: 25 dias Condições ótimas: 32ºC e umidade relativa:

70% Capaz de se desenvolver em intervalos de

temperatura de 16 a 39ºC e umidade relativa

mínima de 25%

Rhyzopertha dominica (F.)

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PRAGAS DE GRÃOS E FARINÁCEOS

Ataca diversos grãos Sobrevivência em todo o

mundo Achatado, marrom-claro,

antenas compridas Ciclo de vida: 22 a 24 dias Condições ótimas: 32 a 35ºC,

umidade relativa de 70% e 14%

de umidade do grão

Cryptolestes ferrugineus

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PRAGAS DE GRÃOS E FARINÁCEOS

Principal praga dos cereais

armazenados (milho, arroz, entre

outros) e também de produtos

acabados (macarrão, biscoito e etc.) Ocorrência: encontrado em todos

os continentes Ciclo de vida: 25 dias, sob

condições ótimas (30ºC e umidade

relativa de 70%) Podendo viver por 6 meses

Sitophilus oryzae (L.)

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PRAGAS DE GRÃOS E FARINÁCEOS

Comum em climas tropicais e

sub-tropicais Importante praga de fumo

armazenado, cacau e etc. Ciclo de vida: 26 dias sob

condições ótimas (30ºC e umidade

relativa 70%)

Lasioderma serricorne (F.)

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PRAGAS DE GRÃOS E FARINÁCEOS

Muito comum em climas tropicais

e temperados Ataca principalmente fumo,

chocolate, frutas secas, cacau,

farinhas, produtos moídos de

cereais, entre outras, além de

residências e lojas. Ciclo de vida 50 - 90 dias sob

condições ótimas de temperatura. Adultos vivem de 13 a 14 dias Fêmea chega a colocar 279 ovos

Ephestia elutella (Traça)

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PRAGAS DE GRÃOS E FARINÁCEOS

Importante praga de cereais,

frutas secas, armazéns, moinhos e

plantas processadoras de alimentos. Muito presente em clima quente. Alta capacidade de produção de

seda (teias), infestando a superfície

dos grãos armazenados. Ciclo de vida: 25 dias em

condições ótimas de temperatura

(30º C) e de umidade relativa (70%).

Plodia Interpunctella (Traça)

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MÉTODOS DE CONTROLE – ANÁLISE VISUAL

Avaliação do estado da sacaria e dos grãos e

farináceos

Retirada de uma amostra da farinha ou grão

recebido

Análise macroscópica visando identificar

fragmentos de insetos, larvas e pupas

NO ATO DO RECEBIMENTO DA MATÉRIA-PRIMA

Caso seja encontrado produto não é descarregado sendo devolvido para o fornecedor

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MÉTODOS DE CONTROLE - FUMIGAÇÃO

Grãos e farináceos encaminhados para expurgo

(fumigação)

APÓS O RECEBIMENTO DA MATÉRIA-PRIMA

Agente fumigante: Fosfeto de alumínio (pastilhas ou saches)

Reage com a umidade atmosférica produzindo o fosfeto de hidrogênio ou fosfina ( PH3), conforme a seguinte reação: 

A fosfina é um gás incolor , muito tóxico aos insetos, sendo o agente fumigante mais indicado para o tratamento de grãos e farinhas estocadas, matando ovos, larvas, pupas e insetos adultos

AIP + 3 H2O AI(OH)3 + PH3 (gás)

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O calor e a umidade aceleram a reação, enquanto que o frio e o

ar seco tem efeito oposto. Quando a temperatura e a umidade no local a ser fumigado,

estão elevadas, a decomposição do fumigante pode estar

completa em menos de 3 dias. Temperaturas moderadas e baixa umidade, ocasionam um

aumento do tempo de decomposição do fumigante, podendo

requerer 5 dias ou mais.

MÉTODOS DE CONTROLE - FUMIGAÇÃO

Abaixo de 15ºC Não fumigar (não ocorre a

decomposição do fumigante) Entre 15ºC e 25ºC Fumigação em 6 dias (144

horas) Acima de 25ºC Fumigação em 5 dias (120 horas)

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MÉTODOS DE CONTROLE – PLACAS DE FEROMÔNEO

Inclusão de placas de feromôneo em locais estratégicos da

fábrica Placas de feromôneo (hormônio sexual) atrai carunchos,

facilitando a identificação de possíveis focos de infestação. Acompanhamento semanal das placas de feromôneo

Caso seja identificado um avanço no número

de carunchos encontrados

Realização de limpeza Tratamento químico (nebulização)

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MÉTODOS DE CONTROLE NA INDÚSTRIA

Controle Integrado de Pragas

Aprimoramento das barreiras físicas

Manutenção e limpeza mais rigorosa de equipamentos e edificação com fins preventivos

Aprimoramento da sistemática de limpeza de big bags

Adoção de formas mais efetivas de monitoramento

Elaboração de procedimentos preventivos e corretivos

Adoção de expurgo em matérias-primas críticas

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RESULTADOS OBTIDOS

Quantidade de matérias-primas e produtos rejeitados por presença de caruncho:

157,979

3,275

0

50

100

150

200

Ton

ela

das

2001 2002

(1º Quadrimestre)

% Redução 97,93%

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BIBLIOGRAFIA

LORINI, I. Pragas de grãos de cereais armazenados. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 1999.

SEMINAR ON FOOD FUMIGATION, ITAL. Aplicação de inseticidas líquidos: Tratamentos Preliminares e Complementares – Prof.º Engº.Agrº. Celso Finck

MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE PRAGAS DE PRODUTOS ARMAZENADOS, Casa Bernardo Ltda – 1995

MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE EXPURGO PARA MATÉRIAS-PRIMAS, Emulzint Ltda - 2004

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OBRIGADA !