95
RAFAELA GAGETI BULGARELLI RESPOSTA AO BAIXO FÓSFORO EM SOJA NODULADA: CONTRIBUIÇÃO DA MICORRIZA ARBUSCULAR RESPONSE TO PHOSPHORUS STARVATION IN NODULATED SOYBEANS: CONTRIBUTION OF ARBUSCULAR MYCORRHIZA CAMPINAS 2017 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Instituto de Biologia

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Instituto de … · Soja e fixação simbiótica de nitrogênio A soja, Glycine max (L.) Merrill, é uma leguminosa da subfamília Faboideae,

  • Upload
    ledung

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

RAFAELA GAGETI BULGARELLI

RESPOSTA AO BAIXO FÓSFORO EM SOJA NODULADA:

CONTRIBUIÇÃO DA MICORRIZA ARBUSCULAR

RESPONSE TO PHOSPHORUS STARVATION IN NODULATED

SOYBEANS: CONTRIBUTION OF ARBUSCULAR MYCORRHIZA

CAMPINAS

2017

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Instituto de Biologia

RAFAELA GAGETI BULGARELLI

RESPOSTA AO BAIXO FÓSFORO EM SOJA NODULADA:

CONTRIBUIÇÃO DA MICORRIZA ARBUSCULAR

RESPONSE TO PHOSPHORUS STARVATION IN NODULATED

SOYBEANS: CONTRIBUTION OF ARBUSCULAR MYCORRHIZA

Dissertação apresentada ao Instituto

de Biologia da Universidade Estadual

de Campinas como parte dos

requisitos para a obtenção do Título

de Mestra em BIOLOGIA VEGETAL.

Dissertation presented to the Institute

of Biology in partial fulfillment of the

requirements for the degree of Master

in PLANT BIOLOGY

Orientadora: SARA ADRIÁN LÓPEZ DE ANDRADE

ESTE ARQUIVO DIGITAL CORRESPONDE À VERSÃO

FINAL DA TESE DEFENDIDA PELA ALUNA

RAFAELA GAGETI BULGARELLI, E ORIENTADA PELA

PROFA. DRA. SARA ADRIÁN LÓPEZ DE ANDRADE

CAMPINAS

2017

Campinas, 17 de fevereiro de 2017

COMISSÃO EXAMINADORA

Prof. Dra. Sara Adrián López Andrade (Orientador)

Prof. Dr. Ladaslav Sodek

Dr. Tiago Tezotto

Os membros da Comissão Examinadora acima assinaram a Ata de Defesa, que se encontra no

processo de vida acadêmica do aluno.

Agradecimentos

À Universidade Estadual de Campinas, ao Departamento de Biologia Vegetal, e ao

Programa de Pós-Graduação em biologia vegetal pela oportunidade de realização do curso.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela

concessão da bolsa de estudos, fundamental para a realização deste curso.

À minha orientadora Professora Doutora Sara Adrián López Andrade, por acreditar em

mim e pela valiosa oportunidade de orientação, amizade e confiança. Agradeço também por

sua gentileza, dedicação, determinação e muitos outros adjetivos que fazem com que seja,

para mim, um exemplo de pessoa e pesquisadora.

Ao professor Paulo Mazzafera, pela ajuda, confiança e pela disponibilidade do

laboratório para realização do projeto.

A todos os professores que compartilharam seus conhecimentos, especialmente aos

professores do departamento Rafael e Sodek que sempre estiveram dispostos a ajudar e a

sanar qualquer dúvida.

Aos colegas do departamento que sempre estiveram presentes e me ajudaram diversas

vezes a tomar decisões mais sensatas, principalmente a Flávia, Eduardo, Sarah, Simone,

Luciano, Nathalia, Alexandre e Pedro. Agradeço a todos pela troca de conhecimento, e

também pelas discussões sobre diversos assuntos. Obrigada pelo apoio, incentivo, pela alegria

de todos os cafés e no dia a dia, sendo assim fundamentais nesse processo.

Aos meus amigos e familiares principalmente aos meus pais Joaquim e Fátima pelo

amor incondicional, pelo apoio, pelo exemplo, e por sempre estarem presentes.

Ao meu noivo Raphael pelo amor e companheirismo, por estar sempre presente

partilhando os bons e maus momentos. Pelo imenso apoio e incentivo que me deu desde o

começo dessa trajetória que foi fundamental.

A todos que de qualquer forma fizeram parte desse processo meu sincero

agradecimento.

RESUMO

O nitrogênio (N) e o fósforo (P) são nutrientes que podem limitar o desempenho das

plantas. Atualmente, há crescente conscientização da importância das interações planta-

microrganismo na aquisição de nutrientes e na promoção do crescimento de plantas,

especialmente sob estresse. A micorriza arbuscular (MA) é uma das simbioses mais úbiquas

entre raízes e fungos do solo, com reconhecido papel na nutrição mineral e na atenuação de

diversos estresses em plantas. O objetivo foi avaliar os efeitos da simbiose micorrízica

arbuscular (MA) sob aspectos fisiológicos e moleculares de soja nodulada exposta à

deficiência de P, com especial interesse na capacidade de nodulação e no transporte e

absorção de P. Realizaram-se dois experimentos em sistema hidropônico, usando vermiculita

como substrato, nos quais plantas de soja (Glycine max [L.] Merrill) mantidas sob baixo nível

de P (50 μM) e noduladas com Bradyrhizobium elkanii foram inoculadas (+MA) ou não (-

MA) com o fungo MA Glomus macrocarpum. Plantas não inoculadas mantidas em condições

suficientes de P (500 μM) constituiram o tratamento denominado -MA+P. A coleta das

plantas foi realizada no início da floração e durante enchimento da semente. No primeiro

experimento os resultados mostraram que a MA influenciou positivamente o crescimento e a

nodulação em ambos os estádios estudados em relação às plantas -MA. Embora a

micorrização não tenha compensado completamente a demanda por P quando comparada a

planta de soja bem nutrida, a simbiose aumentou a atividade da nitrogenase na floração e

levou a menor limitação metabólica da fotossíntese em condições de escassez de P, quando

comparada às plantas não micorrizadas. Essas respostas poderiam ser resultantes da

contribuição da micorriza na absorção de P, estímulo da fixação simbiótica de nitrogênio

(FSN) e possivelmente do estímulo da fotossíntese pelo aumento da força dreno. No segundo

experimento, os resultados foram diferentes ao primeiro quanto ao beneficio na nodulação e

no crescimento, o que pode ter sido efeito de fatores climáticos pouco favoráveis ou da

diminuição da capacidade colonizadora do fungo MA, uma vez que os níveis de colonização

micorrízica neste experimento foram menores aos do primeiro experimento. Considerando o

crescimento das plantas, a soja nodulada não se beneficiou de forma significativa da simbiose

MA em condições de limitação de P. No entanto, foi possível verificar a influência da MA em

vários aspectos fisiológicos e moleculares como atividade fotoquímica, metabolismo do N,

padrão de expressão de transportadores de P e de genes relacionados com o metabolismo de

N. O perfil de expressão de genes da família de transportadores PHT1 foi significativamente

alterado pela simbiose, o que sugere diferentes vias de aquisição de P em plantas micorrizadas

e não micorrizadas durante a deficiência em P.

Palavra Chave: Glycine max, Glomus macrocarpum, Bradyrhizobium elkanii, deficiência em

fósforo, fixação simbiótica de nitrogênio, fotossíntese, transportadores de fosfato

ABSTRACT

Nitrogen (N) and phosphorus (P) are nutrients that can limit plant performance.

Currently, there is growing awareness of the importance of plant-microorganism

interactions in nutrient acquisition and in promoting plant growth, especially under

stress. Arbuscular mycorrhiza (AM) is one of the most ubiquitous symbioses between

soil roots and fungi, with a recognized role in mineral nutrition and the attenuation of

several plant stresses. The objective was to evaluate the effects of arbuscular

mycorrhizal (AM) symbiosis on physiological and molecular aspects of nodulated

soybean exposed to P deficiency, with special interest in nodulation capacity and

transport and absorption of P. Two experiments were carried out in hydroponic system,

using vermiculite as substrate, which soybean plants (Glycine max [L.] Merrill) was

kept under low P levels (50 μM) and nodulated with Bradyrhizobium elkanii were

inoculated (+AM) or not (-AM) with the fungus AM Glomus macrocarpum. Non-

inoculated plants maintained under conditions of sufficient P (500 μM) constituted the

treatment denominated - AM + P. Harvest were performed at the beginning of flowering

and during filling of the seed. In the first experiment the results showed that AM

positively influenced growth and nodulation in both studied stages when compared to

the - AM plants. Although the symbiosis did not fully compensate for the demand of P

when compared to the well-nourished soybean plant, symbiosis increased nitrogenase

activity at flowering and presented less metabolic limitation of photosynthesis in

conditions of P shortage than non-mycorrhizal ones. These responses could result from

the contribution of mycorrhizae to P uptake, Nitrogen fixation (NF) stimulus and

increased drain strength. In the second experiment, the results were different to the first

one regarding the nodulation and growth benefit, which may have been due to

unfavourable climatic factors or the decrease in the colonizing capacity of the fungus

AM, since the levels of mycorrhizal colonization in this experiment were significantly

lower than in the first experiment. Considering plant growth, nodulated soybean did not

benefit significantly from the AM symbiosis under conditions of P limitation. However,

it was possible to verify the influence of AM in several physiological and molecular

aspects such as photochemical activity, N metabolism, expression of P transporters and

genes related to N metabolism. The gene expression profile of the PHT1 transporters

family was significantly altered by symbiosis, suggesting different pathways of Pi

acquisition in mycorrhized and non-mycorrhized plants during P starvation.

Keywords: Glycine max, Glomus macrocarpum, Bradyrhizobium elkanii, phosphorus-

starvation, nitrogen fixation, photosynthesis, phosphate transporter

SUMÁRIO

Resumo....................................................................................................06

Abstract...................................................................................................07

Introdução.........................................................................................10

Soja e fixação simbiótica de nitrogênio……….........…….…....10

Fósforo: importância, disponibilidade e absorção…......…..….13

Transportadores de fosfato em soja……………........…......…..14

Resposta das plantas à baixa disponibilidade de fósforo...........17

Simbiose micorrízica arbuscular………………………............19

Hipóteses e objetivos………………………………………......….…...23

Capítulo 1:

Mycorrhiza enhances nitrogen fixation and photosynthesis in

phosphorus-starved soybean plants

Abstract………………………………………………………..……….25

Introduction………………………………………………..…...………26

Material and methods

Experimental design and soil preparation……………………..29

Biological material and plant growth conditions……………....29

Measurements and analytical determinations……….………....30

Statistical analysis……………..…………………..…………...31

Results

Plant growth, nodulation and mycorrhizal colonization……….33

Nutrient concentration, N and P contents and use efficiencies and

nitrogenase activity….…..……………………………………..34

Photosynthesis………….……………………….….……….….37

Discussion……………………………..…....…………………….........39

Conclusion…………………………………..……….………………....44

Acknowledgements…………………………………..………...………44

References……………………………………………...…...………….45

Capítulo 2:

Influência da simbiose micorrízica na expressão de transportadores

de fosfato em raízes e nódulos de soja cultivada em deficiência de

fósforo

Introdução............................................................................................50

Material e Métodos

Delineamento experimental………....…….……………............54

Materiais biológicos, plantio e condições de crescimento..........54

Preparo da solução nutritiva…………………....…….........….55

Preparo da cultura de rizóbio……………………..….........…..55

Inóculo de fungos micorrízicos arbusculares e avaliação da

colonização micorrízica ………………...…………............…..56

Matéria seca de parte aérea, raízes e nódulos…………............56

Determinação da concentração de nutrientes……….........…....56

Determinação da concentração de fosforo inorgânico…...........56

Atividade fotoquímica..................................................................57

Determinação da concentração de aminoácidos e ureídeos.......57

Extração de RNA e síntese de cDNA……………………….......58

Obtenção das sequências e primers……………………….…...58

Análise de expressão por PCR quantitativa em

tempo real (RT-qPCR) ……………............................................61

Análises estatísticas………………….........………..………......61

Resultados

Crescimento, nodulação e colonização micorrízica……….......62

Concentração de nutrientes..…………………....….………......63

Atividade fotoquímica..........…………………………….….......68

Conteúdo de aminoácidos e ureídeos totais…………….……...68

Expressão gênica em raízes e nódulos da soja:

metabolismo de N e transportadores de P…………....…..…....69

Discussão.................................................................................................75

Conclusão................................................................................................81

Considerações finais................................................................................82

Referências..............................................................................................84

Anexo I..........................................................................................94

Anexo II.........................................................................................95

10

Introdução

Soja e fixação simbiótica de nitrogênio

A soja, Glycine max (L.) Merrill, é uma leguminosa da subfamília Faboideae,

oriunda do Leste da Ásia, é cultivada em grande quantidade nas Américas,

principalmente nos Estados Unidos e no Brasil, maiores produtores desta cultura que

hoje movimenta milhões no mercado de grãos (Ministério da Agricultura

http://www.agricultura.gov.br/vegetal/culturas/soja). Na safra 2015/2016, o Brasil foi o

segundo maior produtor de grãos desta leguminosa atrás apenas dos Estados Unidos. Da

semente da soja se obtém diversos produtos principalmente farinha e óleo. Por possuir

alto teor de proteínas, o grão da soja é muito utilizado na alimentação humana e animal.

A planta pode ser utilizada como forragem animal e como adubo verde quando plantada

em consórcio com outras espécies. A soja é capaz de se associar com pelo menos cinco

espécies de bactérias fixadoras de dinitrogênio (N2), do filo das Proteobactérias, dos

gêneros Bradyrhizobium e Sinorhizobium: Bradyrhizobium japonicum, B. elkanii, B.

liaoningense, B. yuanmingense e Sinorhizobium fredii. A simbiose da soja com

bactérias do gênero Bradyrhizobium é uma das mais eficientes no que se refere ao

aporte de nitrogênio (N) para a planta. No Brasil, a fixação simbiótica de N2 (FSN) na

cultura da soja é altamente eficiente e traz importantes benefícios econômicos

(Döbereiner, 1997; Hungria et al., 2001), já que a soja nodulada não precisa ou tem a

necessidade de adubação nitrogenada reduzida, podendo fixar de 109 a 250 kg/ha ano

de N2, o que representa entre 70% e 85% do N total acumulado pela planta (Hungria et

al., 2001).

Na FSN, o N2 atmosférico é convertido em amônia a qual é posteriormente

incorporada em aminoácidos e/ou ureídeos, que são transportados à parte aérea via

xilema (Schubert, 1986). As raízes da soja são capazes de formar nódulos por

estabelecerem associação simbiótica com bactérias fixadoras de N2 do grupo “rizóbia”

(Balestrasse et al., 2006; Udvardi et al., 1988). De forma prévia ao estabelecimento da

simbiose ocorre o processo de reconhecimento entre as raízes e as bactérias por meio de

uma complexa troca de sinais químicos e moleculares, na qual as raízes liberam

flavonóides, os quais induzem a expressão de genes bacterianos conhecidos como

fatores nod (D’Haeze & Holsters, 2002). Esses fatores de nodulação são essenciais

durante o processo de colonização dos rizóbios através dos pelos radiculares e na

11

indução da divisão das células do córtex da raiz, onde se inicia a organogênese do

nódulo (Broughton et al., 2003; Dakora, 2000; Geurts & Bisseling, 2002). Dentro do

nódulo as bactérias se dividem e passam por um processo de transformação dentro das

membranas peribacteróides, formando os chamados bacteróides; o conjunto de

bacteróides envolto por membrana vegetal forma o denominado simbiosoma (Gage,

2004).

As células infectadas estão rodeadas por tecido radicular não infectado que

contém tecido vascular (xilema e floema), o qual mantém o fluxo de metabólitos entre

nódulo, raiz e parte aérea (Atkins, 1987). A enzima nitrogenase, responsável pela

atividade de fixação de N2, se encontra no interior dos bacteróides, em um ambiente

com baixa concentração de O2, uma vez que a atividade desta enzima é sensível à

presença deste elemento inibindo-a (Luciñski et al., 2002). Esta condição de baixa

disponibilidade de O2 é obtida por meio da presença de uma camada de células que

forma uma barreira à difusão do O2 (Minchin, 1997) e também devido à presença da

proteína leghemoglobina que possui alta afinidade pelo O2 e realiza o transporte do

mesmo dentro das células reduzindo a concentração de O2 livre (Appleby, 1984). Na

FSN o N2 atmosférico é fixado em amônia pela ação da nitrogenase, a qual é um

complexo enzimático formado por duas subunidades: o componente I, denominado

proteína ferro-molibdênio (FeMo) e que catalisa a redução do N2, e o componente II, a

dinitrogênio redutase, denominada Fe-proteína e que transfere os elétrons para a

proteína FeMo. A nitrogenase somente é ativa quando as duas subunidades estão

associadas (Andrews et al., 2009). As subunidades α e β do componente I são produtos

dos genes nifD e nifK, respectivamente. A Fe-proteína ou componente II é um

homodímero que se liga a um centro de ferro-enxofre e é codificada pelo gene nifH. A

nitrogenase clássica é, portanto, codificada pelo complexo gênico nifHDK (Andrews et

al., 2009).

A reação catalisada pela nitrogenase quebra a tripla ligação do N2 reduzindo-o à

amônia e consumindo energia metabólica na forma de ATP, na seguinte reação:

N2 + 8e- + 8 H

+ + 16 ATP → 2NH3 + H2 + 16ADP + 16 Pi

A amônia produzida é então assimilada em glutamina (Gln) pela enzima

glutamina sintetase (GS), a qual pode ser seguida da formação de glutamato (Glu) pela

enzima glutamato sintase (GOGAT) (Lam et al., 1996). A GS catalisa a aminação do

12

Glu produzindo Gln e esta pode ser transportada para a parte aérea via xilema, ou pode

ser canalizada para a síntese de outros aminoácidos ou de ureídeos dentro do nódulo

(Forde & Lea, 2007) (Figura 1). A GOGAT transfere o grupo amido da Gln para o 2-

oxoglutarato produzindo duas moléculas de Glu (Andrews et al., 2009), que podem ser

utilizadas também na síntese de outros aminoácidos (Forde & Lea, 2007). Em plantas

fixadoras das regiões tropicais, como a soja, os ureídeos alantoína e alantoato são as

principais moléculas nitrogenadas transportadas para a parte aérea (Atkins, 1987). Estas

moléculas apresentam proporção N:C de 1:1, e uma vez que são sintetizadas nos

nódulos podem ser consideradas boas indicadoras do metabolismo do nódulo e da FSN

(McClure et al., 1980).

A biossíntese de ureídeos é complexa, começa a partir da inosina monofosfato

(IMP) e de guanina proveniente da degradação das purinas (Figura 1). A IMP é

convertida em xantina, que é então convertida em ácido úrico, pela xantina oxidase. O

ácido úrico formado é convertido pela enzima uricase, ou oxidase do ácido úrico, em

alantoína, e esta pode ser transformada a alantoato pela alantoinase (Figura 1) (Smith &

Atkins, 2002; Zrenner et al., 2006). Sabe-se que a soja nodulada transporta mais de 80%

dos compostos nitrogenados na forma de ureídeos (Schubert et al., 1995), enquanto que

a não nodulada transporta principalmente aminoácidos como a asparagina (Asn) e

nitrato (Amarante et al., 2006). Apesar da predominância dos ureídeos na soja

simbiótica quantidade significativa de aminoácidos no xilema tem sido observada

(Amarante & Sodek, 2006).

Figura 1. Esquema mostrando o metabolismo de fixação de N2, assimilação de N, síntese de

ureideos e transporte em nódulos de soja. (Sym, simbiosoma; Bac, bacteróide; Glu, glutamato;

GS, glutamina sintetase; Gln, glutamina, UA, ácido úrico; Aln, alantoína; Alc, ácido alantóico;

CS; estria de Caspary) (Carter & Tegeder, 2016).

13

Por outro lado, a sacarose proveniente da fotossíntese é a fonte primaria de

carbono reduzido para o metabolismo do nódulo, a qual é clivada pela sacarose sintase e

metabolizada na via glicolítica, principalmente no citoplasma de células vegetais na área

infectada. Esta via glicolítica está regulada positivamente no nível transcricional durante

o desenvolvimento do nódulo (Udvardi et al., 1988). Sabe-se que mutantes com

atividade fortemente reduzida da enzima sacarose sintase são defectivos na FSN

(Gordon et al., 1999). Nos nódulos as atividades fosfoenolpiruvato carboxilase

(PEPCase) e malato desidrogenase (MDH) divergem o fluxo de carbono da glicólise

para a formação de malato, o qual é considerado a principal fonte de carbono

transportada ao bacteroide. Numerosos estudos mostram a regulação transcricional

positiva dos genes da PEPCase e da MDH, assim como daqueles para a anidrase

carbônica, que converte o CO2 em ácido carbônico, para o seu uso pela PEPCase

durante o desenvolvimento do nódulo. Evidências indicam que os ácidos dicarboxílicos,

principalmente o malato, são as principais fontes de carbono fornecidas pela planta ao

bacteróide e usadas durante a FSN. Alguns estudos mostram que os genes codificadores

de proteínas responsáveis pelo o transporte e o metabolismo de ácidos dicarboxílicos

são indispensáveis para a FSN (Udvardi et al., 1988), evidenciando importância dos

ácidos dicarboxílicos no metabolismo primário dos bacteróides. A membrana do

simbiosoma de todas as leguminosas estudadas até o momento possuem transportadores

de dicarboxilato com suficiente atividade para comportar as taxas de FSN registradas

em plantas (Jeong et al., 2004). Dada a alta demanda por energia metabólica durante o

processo de fixação, um dos nutrientes mais importantes para a FSN é o fósforo.

Fósforo: importância, disponibilidade e absorção

O fósforo (P) é componente de muitas moléculas com função biológica, como

por exemplo, DNA, RNA, proteínas, lipídios, açúcares, ATP, ADP e NAD(P)H,

envolvidas em processos como a transferência de informação e de energia, a

fotossíntese, a sinalização intracelular, replicação e expressão de genes. O que definea

essencialidade do P para as plantas (Marschner, 2011). Depois do N, o P é o

macronutriente que mais limita o crescimento e desenvolvimento das plantas. Os solos

contem várias formas inorgânicas deste nutriente que variam conforme o pH do solo,

incluindo as formas inorgânicas PO43-

, HPO42-

, H2PO4-

. O P é absorvido pelas plantas

na forma de ortofosfato (H2PO4-), forma de P inorgânico (Pi) predominante em solos

com pH entre 5 e 6 (Schachtman et al., 1998). O P do solo também pode estar na forma

14

orgânica como ésteres fosfatos, entre os quais os inositois fosfatos, ácidos nucleicos e

fosfolipídios são os mais frequentes no solo (Nussaume et al., 2011). Ainda, o P é

considerado um elemento de baixa mobilidade no solo, devido a sua lenta difusão no

solo (10-12

a 10-15

m2 s

-1) e à sua alta adsorção às partículas do solo (óxidos e hidróxidos

de Fe e Al, cátions e matéria orgânica) (Schachtman et al., 1998). A absorção de Pi

pelas raízes das plantas cria uma área de depleção ao redor da superfície da raiz, motivo

pelo qual o P pode ser considerado um dos macronutrientes menos disponíveis para a

planta na solução do solo, em concentrações entre 0,5 e 10 μM. Assim, a aquisição e

utilização de P pelas plantas são fatores determinantes na produção agrícola (Zhang et

al., 2014).

O sistema radicular da planta tem a função de explorar o ambiente do solo e

absorver quantidades adequadas de nutrientes para o crescimento e o desenvolvimento

(Zhang et al., 2014). Na agricultura tradicional os agricultores dependem da inerente

fertilidade do solo ou da adição de fertilizantes fosfatados para fornecer o P demandado

pela planta. Contudo, a intensificação da agricultura resultou na dependência de

aplicação de fertilizantes para aumentar a produção agrícola. O fosfato usado nos

fertilizantes é originado principalmente de rochas fosfatadas, única reserva global

significante de Pi, e um recurso considerado não-renovável e finito. Alguns estudos

mostram que está havendo uma diminuição contínua na qualidade e quantidade das

rochas fosfatadas, pois as reservas de alto grau de qualidade vêm sendo esgotadas (Van

Kauwenbergh, 2010). Portanto, é de extrema importância entender a resposta das

plantas à escassez de P com o fim de desenvolver estratégias que possam reduzir a

dependência de adição de fertilizantes à produção agrícola (Jez et al., 2016). Um fator

agravante é que o aumento na aplicação de fertilizantes fosfatados não é sempre eficaz

na melhoria da produção vegetal, pois apenas de 10% a 45% do P aplicado é absorvido

pelas culturas (Adesemoye & Kloepper, 2009), diminuindo a eficiência econômica da

produção agrícola e aumentando o risco de poluição de águas e outros recursos

ambientais (Jez et al., 2016).

Transportadores de fosfato em soja

As plantas absorvem nutrientes do solo principalmente através de proteínas

transportadoras localizadas na membrana plasmática das células epidérmicas e pelos

radiculares. O Pi é absorvido do solo, transportado através das células do córtex e da

15

endoderme da raiz até chegar ao xilema e transportado para as células e tecidos dos

diversos órgãos da planta através de diferentes classes de proteínas transportadoras de

fosfato (Nussaume et al., 2011). Em plantas, os transportadores de Pi pertencem a

quatro famílias: PHT1, PHT2, PHT3 e PHT4. Os transportadores envolvidos na

aquisição de Pi são codificados pela família de genes PHT1, são predominantemente

expressos nas células epidérmicas e na região externa do córtex dos pelos radiculares e

tem sido indicados como responsáveis pela absorção de Pi na interface solo-planta. Em

contraste com os genes Pht1, membros das famílias PHT2, PHT3 e PHT4 têm sido

associados principalmente com a distribuição de Pi entre compartimentos subcelulares, e

seus produtos gênicos estão localizados no retículo endoplasmático (PHT2), membranas

de plastídios (PHT3), membrana mitocondrial interna e aparato de Golgi (PHT4)

(Lopez-Arredondo et al., 2014).

As proteínas PHT1 transportam Pi através do mecanismo de co-transporte, tipo

simporte com íons de hidrogênio (Ullrich-Eberius et al., 1981). Como ocorre para

outros nutrientes, o Pi é, na maioria das vezes, absorvido seletivamente pela raiz por

meio de transportadores PHT1 contra um gradiente eletroquímico, dada a acentuada

variação no gradiente de concentração entre o meio externo e o intracelular. Esse

processo de absorção é energeticamente mediado pela atividade de proteínas de

membrana específicas: ATPases do tipo P, que unidirecionalmente transportam os

prótons através da membrana celular às custas da hidrólise de ATP. O gradiente de

concentração de prótons e o potencial de membrana gerado formam uma força próton-

motriz que facilita a passagem de Pi através das PHT1 contra seu gradiente de

concentração (Karandashov & Bucher, 2005). A via direta de absorção de Pi consiste na

absorção de P através da epiderme e pelos radiculares; sendo que para melhorar a

eficiência de absorção de Pi em condições de baixa disponibilidade as plantas podem

regular a arquitetura da raiz com o fim de aumentar a relação superfície da raiz/volume

do solo, por meio da emissão de pelos radiculares ou de raízes secundárias,

principalmente na região mais superficial do solo (Smith et al., 2003).

No genoma da soja foram identificados 14 genes da família de transportadores

PHT1, distribuídos em oito cromossomos, e mais um pseudogene (Fan et al., 2013), os

quais se originaram de quatro antecessores comuns antes do evento de triplicação do

genoma (Schlueter et al., 2007; Schmutz et al., 2010) que ocorreu durante a história

evolutiva da soja no período entre 130 e 240 milhões de anos atrás. Esses

16

transportadores antecessores foram denominados: GmPHT1 A, B, C e D e deram

origem a sete pares de genes parálogos e um gene singleton. Esses sete pares de genes

parálogos PHT1 sofreram sub-funcionalização e tiveram conservada a sua função na

absorção de Pi, mesmo que com diferentes padrões de expressão espaço-temporal e/ou

com diferentes afinidades pelo Pi. Já o gene parálogo GmPHT1;4 passou por processo

de pseudogenização, processo pelo qual uma das cópias de genes que passaram por

processo de duplicação é perdida (Moore & Purugganan, 2005). Os genes PHT1

mostram maior expressão em raízes sob deficiência de Pi, mas em diferentes graus

dependendo do transportador, sendo que a maioria das proteínas PHT1 tem localização

subcelular similar na membrana plasmática. Exceção para GmPHT1;8 que se localiza

no reticulo endoplasmático, e o GmPHT1;10, que além de se expressar na membrana

plasmática também foi localizado nas bandas de Hechtian, entre a membrana plasmática

e a parede celular (Fan et al., 2013). Dos 14 genes da família de transportadores de Pi no

genoma da soja, três GmPT7, GmPT10 e GmPT11 foram descritos como induzidos

especificamente pela presença de micorriza arbuscular MA (Tamura et al., 2012). Pouco

se sabe sobre como ocorre o transporte de Pi até os nódulos de soja simbiótica e é

praticamente desconhecido o papel da MA na modulação ou a extensão do aporte de Pi

a este órgão. Em leguminosas noduladas sabe-se que a epiderme dos nódulos possui

capacidade de absorver Pi e que este pode chegar até o nódulo pelo tecido vascular

(Carter & Tegeder, 2016). Trabalhos recentes têm identificado o transportador GmPT5

como chave no controle do transporte de Pi entre a raiz e o nódulo, particularmente sob

condições de deficiência de P (Qin et al., 2012).

A maioria dos genes de PHT1 são induzidos pela privação de Pi ou pela

simbiose com fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) nas raízes, indicando que a

absorção de Pi é fortemente dependente de PHT1 (Nussaume et al., 2011). A família de

genes codificando proteínas transportadoras PHT1 é monofilética (Karandashov &

Bucher, 2005) e nas angiospermas pode ser agrupada em 4 subfamílias, a subfamília I é

composta por genes PHT1 induzidos por FMAs, a subfamília II por genes de mono e

eudicotiledôneas, subfamília III são exclusivos de eudicotiledôneas, e a subfamília IV

são exclusivas de monocotiledôneas (Loth-Pereda et al., 2011; Tamura et al., 2012).

Antes da ocorrência das primeiras plantas terrestres, há aproximadamente 475 milhões

de anos, a subfamília II das PHT1 divergiu, indicando que o mecanismo de absorção

direta de Pi foi a principal via de aquisição do nutriente pelas plantas mais basais

17

(Wellman et al., 2003). Cerca de 460 milhões de anos atrás surgiram também os FMAs

que podem ter desempenhado um papel crucial na facilitação da colonização do meio

terrestre pelas primeiras plantas que provavelmente eram briófitas (Redecker et al.,

2000).

Resposta das plantas à baixa disponibilidade de fósforo

Em plantas a deficiência em P pode gerar um conjunto diverso de respostas

denominadas PSR (Phosphorus Starving Response), que na parte aérea da planta

incluem o aumento da reutilização e remobilização de Pi, a redução da taxa

fotossintética, o acúmulo de antocianinas, aumento na concentração de açúcares, a

remodelação de lipídeos e a diminuição no crescimento da mesma, o que resulta na

perda de produtividade das culturas (Zhang et al., 2014). Já as raízes em resposta à

baixa disponibilidade de P apresentam aumento na capacidade de absorção, transporte e

translocação de Pi, alterações na arquitetura do sistema radicular (ASR), aumento na

exsudação de ácidos orgânicos e secreção de fosfatases ácidas, mudanças em rotas

metabólicas, associação com fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) e também a

substituição de lipídeos, fosfolipídeos por sulfolipídeos ou galactolipídeos (Zhang et al.,

2014). O status de Pi no tecido vegetal influencia diretamente os processos metabólicos

fotossintéticos de transferência de energia (geração de ATP e NADPH), a regeneração

de substratos e utilização de fotoassimilados e a difusão de CO2 nas folhas (Singh et al.,

2013). Devido à regulação negativa da fotossíntese durante a deficiência em Pi as

plantas podem se ver privadas de carboidratos levando a diminuição do crescimento e

reduzindo a produtividade primária e o rendimento agrícola (Høgh Jensen et al., 2002).

Para se adaptar à variação de nutrientes no solo as plantas desenvolveram

mecanismos complexos para integrar a percepção e resposta sistêmica de sinais e

manter a homeostase celular de nutrientes em todos os órgãos. As raízes ao perceberem

alterações na disponibilidade de nutrientes enviam sinais para a parte aérea através do

xilema. A parte aérea percebendo os sinais enviados se comunica com o ápice dos

ramos e raízes através do floema para ajustar os processos de desenvolvimento e

absorção de nutrientes (Liu et al., 2009). Estudos em Arabidopsis mostraram que a

deficiência em P é percebida pela região da ponta da raiz, incluindo a região

meristemática e a coifa (Svistoonoff et al., 2007). As mudanças externas de Pi são

percebidas e sinais moleculares como açúcares, hormônios e microRNA (miRNA) são

18

enviados. Estes sinais funcionam como sinais locais ou sistêmicos para induzir respostas

à distância. Sabe-se que o próprio Pi pode atuar como sinalizador pois o aumento da

concentração interna de Pi reprime diversos genes da PSR (Varadarajan et al., 2002). O

microRNA miR399 funciona como um sinal sistêmico, móvel, quando as plantas

experimentam deficiência de Pi. A expressão do miR399 é induzida, este miRNA liga-

se à ligase E2 PHO2 a qual é suprimida, levando à indução de genes transportadores de

Pi e à ativação da absorção de Pi. Isto ocorre porque PHO2 regula negativamente a

expressão de PHT1 por ubiquitinização (Aung et al., 2006). Análises de promotor-

repórter sugerem que miR399 e PHO2 são expressos predominantemente em tecidos

vasculares (Aung et al., 2006). Alguns fitohormônios também atuam como sinais e

alterações na disponibilidade de Pi podem afetar a produção, a sensibilidade e o

transporte de hormônios como a auxina e o etileno, que estão associados a sinalização

para modificação da ASR em resposta à deficiência em P (Al‐Ghazi et al., 2003; Ma et

al., 2003). Devido às diversas funções exercidas pelo Pi nas vias de sinalização

interligadas, a resposta à baixa disponibilidade de P geralmente resulta da combinação

de várias rotas de sinalização (Chiou & Lin, 2011).

Em situações de escassez de P as plantas podem presentar respostas específicas

que procurem aumentar tanto a capacidade de absorção quanto a eficiência do uso

interno de P. As características estruturais do sistema radicular que estão relacionadas à

PSR são o aumento na relação raiz: parte aérea e mudanças na arquitetura do sistema

radicular, como aumento na produção de raízes laterais, aumento no comprimento e no

número de pelos ou produção de raízes nas camadas mais superficiais do solo (van de

Wiel et al., 2016) e estabelecimento de simbioses micorrízicas, as quais contribuem

para a maior absorção e/ou mobilização de P no solo. Outra característica fisiológica

que tem sido observada é a exsudação radicular, a qual pode contribuir na mobilização

de P no solo. Os exsudatos radiculares incluem desde prótons, ácidos orgânicos, tais

como o ácido cítrico, malato e oxalato, e compostos fenólicos, até enzimas hidrolíticas

de formas orgânicas de P no solo, como as fosfatases ácidas e nucleases, como as

ribonucleases. Para a eficiente absorção do Pi liberado ou mobilizado, a expressão de

transportadores de fosfato de alta afinidade deve ser induzida em baixas concentrações

de P, aumentando a eficiência de absorção de P (Plaxton & Tran, 2011). Um aspecto

importante é a efetiva reciclagem de P de tecidos maduros ou senescentes à tecidos em

crescimento ativo ou o reuso de P armazenado nos vacúolos. As fosfatases não estão

19

somente envolvidas na mobilização do P do solo, mas também na realocação do mesmo

na planta, envolvendo grupos específicos de fosfatases (Duff et al., 1994), como as

fosfatases ácidas e as fosfatases ácidas purpúreas. Outros mecanismos relacionados à

PSR podem ser considerados importantes no aumento da eficiência do uso de P (EUP)

durante a deficiência de P, incluindo mudanças metabólicas que reduzam a necessidade

de P, como a remodelação de membranas celulares pela substituição de fosfolipídios por

sulfolipídeos, galactolipídeos ou outros glicolipídeos (Siebers et al., 2015), a redução na

quantidade de RNA ribossomal, o uso de vias metabólicas que evitam o uso de Pi e

adenilatos fosfatados (ATP), acúmulo de açúcares e amido ou de aminoácidos e

metabólitos secundários como fenilpropanóides, flavonóides ou glucosinolatos

(Scheible & Rojas-Triana, 2015).

Simbiose micorrízica arbuscular

Estima-se que mais de 80% das espécies vegetais terrestres sejam capazes de se

associar com fungos do solo do filo Glomeromycota (Schüßler et al., 2001), formando a

simbiose conhecida como micorriza arbuscular (MA), provavelmente a ubíqua das

simbioses terrestres. O desenvolvimento da MA resulta na colonização do córtex da raiz

pelo FMA e na formação de estruturas intracelulares específicas chamadas de

arbúsculos, onde acontece a troca de nutrientes entre ambos os simbiontes. A rede de

hifas extra-radiculares se estende desde a raiz no solo e conecta a planta com regiões

além da área de depleção de nutrientes como o P, aumentando, normalmente, a sua

absorção. Assim, plantas associadas a FMA apresentam frequentemente maior vigor e

maior conteúdo de P, o que pode resultar em maior produção de biomassa. Em troca, os

FMAs associados utilizam carboidratos oriundos da atividade fotossintética da planta

hospedeira.

O reconhecimento entre FMAs e as raízes hospedeiras ocorre, como no caso do

rizóbio com leguminosas, através de sinais moleculares presentes nos exsudatos

radiculares antes de qualquer contato físico entre raiz e fungo. O sinal que induz a

ramificação e crescimento das hifas do FMA são flavonóides ou sesquiterpenos

produzidos por plantas, especificamente hormônios do grupo das estrigolactonas. Por

outro lado, moléculas produzidas pelo fungo, lipo-quito-oligossacarídeos, induzem a

ativação de diferentes genes na planta que controlam a colonização do fungo pela raiz

(Kosuta et al., 2003). Assim, o FMA entra em contato com a raiz e coloniza

20

extensivamente células epidérmicas e corticais da raiz hospedeira. Esta interação entre

plantas e FMAs demanda importantes mudanças no metabolismo da raiz, entre elas a

reorganização e metabolismo de plastídeos e mitocôndrias das células colonizadas

(Lohse et al., 2005). Mas, ao contrário do que ocorre nas simbioses leguminosa-rizóbio,

a associação MA é essencialmente não específica, podendo mais de uma espécie de

FMA se associar de forma mutualística com variadas espécies vegetais e mais de uma

espécie de FMA colonizar a raiz de uma mesma planta.

Na via direta de absorção de P, atuam membros da família PHT1

desempenhando um importante papel na retirada de Pi da solução do solo e exibindo

uma forte expressão na raiz (Smith et al., 2003). A colonização por FMAs abre uma via

eficaz para adquirir Pi e que não envolve a via direta de absorção de Pi, a captação

simbiótica de Pi através da interação de plantas com fungos micorrízicos aumenta a

capacidade de adquirir P do solo aumentando a área de absorção radicular por meio das

hifas extra-radiculares, dissolvendo Pi insolúvel, e promovendo a mineralização

biológica de P (Richardson & Simpson, 2011); esta rota de absorção de P tem sido

denominada via micorrízica. Nesta rota, o Pi é transportado via hifas rapidamente para

células corticais da raiz, evitando o lento movimento impulsionado por difusão de Pi da

solução do solo à superfície da raiz. Além disso, a simbiose com FMAs ativa a

expressão de uma série de genes induzidos pela deficiência de Pi que tem como objetivo

aumentar a eficiência de aquisição de P pelo sistema radicular (Smith et al., 2011).

Trabalhos anteriores mostram que existem genes induzidos pela associação de

FMAs, que codificam transportadores de P em plantas. Esses incluem MtPHT1;4 em

Medicago truncatula (Harrison, 2002), OsPHT1;11 e OsPHT1;13 em arroz (Glassop et

al., 2007), StPHT1;3, StPHT1;4 e StPHT1;5 em batata (Rausch et al., 2001),

GmPHT1;7, GmPHT1;10 e GmPHT1;11 em soja (Tamura et al., 2012), AsPHT1;1 em

Astragalus sinicus (Xie et al., 2013), ZmPHT1;6 em milho (Willmann et al., 2013),

SlPHT1;3, SlPHT1;4 e SlPHT1;5 em tomate (Chen et al., 2007), e BdPHT1;3,

BdPHT1;7, BdPHT1;12 e BdPHT1;13 em Brachypodium distachyon (Hong et al.,

2012). Leguminosas como soja, alfafa, ervilha e feijão são capazes de estabelecer dupla

simbiose com FMAs e rizóbios. A capacidade da MA no incremento da absorção de P

pela planta, contribui para a absorção deste elemento pela planta em solos com baixa

fertilidade, superando desta forma a deficiência de P e conduzindo ao incremento da

nodulação, FSN e produção de biomassa vegetal. A MA também pode aumentar a

21

absorção de micronutrientes como o Cu e o Zn, modula a distribuição de

fotoassimilados e o balanço hormonal em leguminosas (van der Heijden et al., 2008). A

simbiose dupla entre leguminosas e rizóbios é crucial na formação e composição das

comunidades vegetais (van der Heijden et al., 2008). A MA pode, dependendo das

espécies envolvidas e das condições de crescimento, promover a FSN pelo aporte de P e

outros nutrientes que são essenciais para o processo de fixação (Xavier & Germida,

2002), com casos de redução ou inibição da FSN em leguminosas crescendo em solo

com baixa fertilidade e na ausência da associação com FMAs (Asimi et al., 1980;

Azcón et al., 1991).

A associação tripartite, rizóbio-FMA-leguminosa, tem mostrado na maioria das

vezes interação sinérgica ou aditiva dos benefícios dos simbiontes microbianos,

resultando na promoção da produtividade da leguminosa hospedeira (Andrade et al.,

2004; Azcón et al., 1992; Barea & Azcon-Aguilar, 1983). Os FMAs aumentam a

produção de biomassa e a eficiência fotossintética pela diminuição na razão N:P, sendo

a maior absorção de P frequentemente associada ao aumento no acúmulo de N e da

produtividade de leguminosas (Gray, 2010). A eficiência do uso de N na fotossíntese é

normalmente aumentada pelo suprimento de P pela MA. Tanto as taxas de fotossíntese

saturadas por luz e o rendimento quântico aumentam em resposta ao suprimento de N

por parte da simbiose com rizóbios. Portanto, a relação N:P controla o aumento da

resposta fotossintética e indica que a relação N:P:C possui papel fundamental nas

associações tripartites, determinando a produção de biomassa das plantas (Gray, 2010).

Em leguminosas, a aquisição de recursos e sua alocação são dependentes do

conjunto de complexas mudanças dos três membros da simbiose tripartite. É bem

conhecido que a FSN diminui em plantas deficientes em P, o que tem sido explicado

pelo efeito do baixo suprimento de P no crescimento da planta hospedeira, no

crescimento e funcionamento do nódulo ou em ambos, planta e nódulo (Israel, 1987;

Robson et al., 1981). Alguns estudos sugerem que a baixa disponibilidade de P reduz o

crescimento da parte aérea e, em consequência, a menor taxa de fotossíntese limita o

suprimento de C aos nódulos, reduzindo a FSN (Israel, 1987). O processo de redução de

N2 requer ao redor de 2,9 mg de C por miligrama de N fixado, e esta demanda pode

equivaler a até 32% da taxa fotossintética das plantas. Estudo sobre os efeitos da

deficiência de P e o suprimento de fotoassimilados da parte aérea para o nódulo tem

função importante na FBN. As leguminosas que adquirem N por meio da FSN possuem

22

geralmente um maior requerimento de P e outros nutrientes para manutenção do

adequado metabolismo do nódulo (Sulieman et al., 2013). A escassez ou deficiência de

P podem afetar diretamente a FSN, modulando a formação, crescimento e

funcionamento do nódulo. Tem sido sugerido que à alta demanda de ATP para o

funcionamento da nitrogenase e a disponibilidade de P são fatores críticos para a ótima

atividade do nódulo (Al-Niemi et al., 1997).

23

Hipóteses e objetivos

Diante do relatado na literatura levantam-se as seguintes hipóteses:

- O fósforo absorvido pela MA pode atender a demanda de nódulos sob escassez

de P, promovendo a nodulação e a FSN estimulando o desenvolvimento e atenuando os

efeitos de deficiência de P em plantas de soja.

- A MA modula a expressão de proteínas transportadoras de P, contribuindo com

o aporte de Pi ao tecido do nódulo influenciando a fixação de N2.

- O Pi absorvido pela MA e o estimulo da fotossintese devida a dupla simbiose,

pode influenciar de forma positiva a fotossintese.

Portanto o objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da simbiose micorrizica

arbuscular (MA) em aspectos fisiólogicos e moleculares de soja nodulada exposta à

deficiencia de P, com especial interesse na capacidade de nodulação, transporte e

absorção de P.

Para isso foi realizado um estudo composto de dois experimentos com igual

delineamento experimental os quais são apresentados em dois capítulos. No primeiro

foram analisados diferentes parâmetros de crescimento, a nodulação, concentração de

nutrientes nos tecidos vegetais, a atividade da nitrogenase e as trocas gasosas. No

segundo, além das analises de crescimento, nodulação e concentração de nutrientes, foi

avaliada a atividade fotoquímica, conteudo de aminoácidos e uréideos totais nas folhas

e, a expressão de genes relacionados com o metabolismo de N e com transportadores de

P nas raízes e nódulos. Finalmente, é apresentada uma seção de considerações finais que

discute e comenta o conjunto de resultados de ambos os experimentos realizados.

24

CAPÍTULO 1

MYCORRHIZA ENHANCES NITROGEN FIXATION AND

PHOTOSYNTHESIS IN PHOSPHORUS-STARVED SOYBEAN PLANTS

25

Mycorrhizae enhance nitrogen fixation and photosynthesis in phosphorus-starved

soybean plants

Rafaela Gageti Bulgarelli, Fernanda Castro Correia Marcos, Rafael Vasconcelos

Ribeiro, Sara Adrián López Andrade*

Department of Plant Biology, Institute of Biology, Institute of Biology, P.O. Box: 6109,

University of Campinas – UNICAMP 13083-970, Campinas, SP, Brazil

*Corresponding author: [email protected]

Abstract

Nitrogen (N) and phosphorus (P) are nutrients that frequently limit plant

performance and crop yield. Currently, awareness of the importance of plant-microbe

interactions in plant nutrient acquisition and growth promotion persist, particularly

under stress challenges, such as those resulting from P scarcity. The aim of the present

study was to evaluate the effects of P starvation on the influence of arbuscular

mycorrhiza (AM) symbiosis on N2-fixing capacities, plant growth, nutrient uptake and

photosynthetic performance of soybean plants at flowering and maturity. To this end,

soybean (Glycine max) plants were nodulated with Bradyrhizobium elkanii and

inoculated or not with the AM fungus Glomus macrocarpum. The +AM and –AM

plants were grown under low P conditions (50 µM), and a control treatment with –AM

plants under sufficient P concentration (500 µM) was also performed (-AM+P). Plants

were grown until the beginning of the flowering and another set till the grain filling

stage. The results showed that mycorrhization improved soybean plant performance

under P scarcity compared with non-AM associated plants under the same conditions.

AM positively influenced growth and plant nodulation at both the flowering and grain-

filling stages, without significant changes in plant P contents. Under P starvation AM

symbiosis increased nitrogenase activity and N contents, the maximum carboxylation

rate of the Rubisco and reduced CO2 compensation point and the metabolic limitation of

photosynthesis, which indicated the AM stimulus to symbiotic N2 fixation (SNF) and

photosynthesis. Nonetheless, under these conditions, mycorrhizal symbiosis could not

completely meet soybean P demand compared with well-nourished soybean plants,

which produced higher plant and nodules biomass. In conclusion, AM association in

nodulated soybean plants is likely an important strategy for maintaining SNF

26

functioning, conferring increased plant growth and better N status under P scarcity

conditions and significantly attenuating negative effects of low Pi in nodulated-soybean

plants.

Keywords: dual inoculation, Bradyrhizobium elkanii, Glomus macrocarpum, Glycine

max, nitrogenase activity, nitrogen fixation, phosphorus-starvation

Introduction

Soybean (Glycine max (L.) Merrill) is a major oilseed crop that obtains nitrogen (N)

through symbiotic N2-fixation (SNF) by establishing an association with specific

diazotrophic proteobacteria collectively known as rhizobia (Whitehead & Day, 1997).

In Brazil, soybean inoculation with N2-fixing rhizobia provides important economic

benefits, significantly reducing N fertilization (Kaschuk et al., 2009). Accordingly,

estimates suggest that nodulated soybean can fix approximately 109-250 kg/ha of N per

year through SNF, representing up to 85% of the total N accumulated by the plant

(Hungria et al., 2001). Atmospheric N2 is converted through SNF to ammonia in a

reaction catalyzed by the prokaryotic enzyme nitrogenase, which in N2-fixing root

nodules are located inside the symbiosome and consumes high amounts of metabolic

energy (Schubert et al., 1995). Subsequently, NH3 is incorporated through the GS-

GOGAT cycle into amino acids or metabolized to ureides in tropical legumes, such as

soybeans (Lam et al., 1996). Subsequently, organic N is transported via xylem to the

shoots, where several important physiological processes occur, such as photosynthesis

(Schubert et al., 1995). Furthermore, sucrose formed during photosynthetic CO2

fixation is the primary source of reduced carbon for nodule metabolism. Inside the

nodules, phosphoenolpyruvate carboxylase and malate dehydrogenase form malate,

considered the main carbon source respired by the bacteroid to support nitrogenase

activity (Udvardi et al., 1988).

As a large proportion of the terrestrial plant species form mutualistic associations

with soil fungi of the sub-phylum Glomeromycotina (Spatafora et al., 2016), arbuscular

mycorrhiza (AM) symbiosis is the most widespread symbiosis in terrestrial ecosystems

(Schüßler et al., 2002). AM establishment results in the fungal colonization of the root

cortex and the formation of specific intracellular structures called arbuscules, where

nutrient exchange between symonbionts occurs. Fungal hyphae grow out of the roots,

acting as bridges between the roots and soil or among roots of different plants, with

27

strong implications in plant physiology (Lynch, 2011). Thus, AM association is

considered a plant nutritional strategy within a set of plant responses to low P

availability. AM fungi use plant photoassimilates as the sole source of carbon,

consuming up to 16% of recent photoassimilates (Kaschuk et al., 2009).

Legumes such as soybean establish dual symbiosis with rhizobia and AM fungi and

both symbionts function as carbon sinks, which depending on the conditions may

stimulate photosynthesis in the host plant (Kaschuk et al., 2009). AM may also enhance

photosynthesis through their influence on phytohormone balance and nutrient

acquisition (Huang et al. 1985). Nodule metabolism requires high amounts of P, such as

ATP, for use during N2 reduction (Xavier & Germida, 2002). Increases in net

photosynthetic rates resulting from the augmented carbon sink of dual symbiosis have

previously been observed in soybean (Harris et al., 1985; Kaschuk et al., 2009; Kucey

& Paul, 1982). However, under limiting conditions, such as those imposed by P or light

scarcity, the beneficial effects of the symbiosis can be neutralized or even eliminated,

causing negative effects on leguminous plants (Ballhorn et al., 2016; Pang & Paul,

1980). AM fungi can also increase the absorption of other nutrients, such as Cu and Zn,

and alter the distribution of photoassimilates and the hormonal balance in legumes (van

der Heijden et al., 2008). The overall modulation of plant physiology acts

synergistically or additively in rhizobia-AMF-leguminous symbiosis, increasing host

productivity, as shown for soybean, peanut and Hedysarum coronarium (Andrade et al.,

2004; Azcón et al., 1992; Barea & Azcon-Aguilar, 1983; Ibrahim et al., 1995).

Phosphorus plays an important role in the composition of chloroplasts and in

photosynthesis, with a regulatory role in ribulose-1,5-bisphosphate carboxylase-

oxygenase (Rubisco) activation and in the ratio of phosphorylated intermediates of the

Calvin cycle. Under severe P limitation, net CO2 assimilation may be reduced,

reflecting a limitation in Rubisco efficiency and activity and the inactivation of the

enzymes involved in ribulose-1,5-bisphosphate (RuBP) regeneration (Brooks et al.,

1988; Fredeen et al., 1990). ADP phosphorylation is also inhibited in chloroplast stroma

under Pi scarcity, limiting RuBP regeneration. In addition, the low demand of NADPH,

ATP and reduced ferredoxin by impaired activity of the Calvin cycle may lead to low

PSII efficiency and photo-oxidative stress (Hernández & Munné-Bosch, 2015). As a

result of photosynthesis impairment, plants may show symptoms of P deficiency, such

28

as chlorophyll loss, anthocyanin accumulation and growth reduction (Hernández &

Munné-Bosch, 2015).

Nonetheless, low P availability is a major constraint for SNF and crop production

worldwide (Tesfaye et al., 2007). P is considered an element of low mobility in soil

(Nussaume et al., 2011; Schachtman et al., 1998), reflecting its low diffusion coefficient

in soil solution (10-12

to 10-15

m2 s

-1) and its high adsorption to soil particles, such as to

Fe and Al hydroxides and sesqui-oxides, and organic matter. As inorganic P (Pi) is

taken up by plant roots, a depletion area is formed surrounding the roots (Lynch, 2011).

Thus, P is one of the less available nutrients to plants, which also vary depending on

soil pH. Pi concentration in soil solution are commonly lower than 10 μM, making P

uptake and use efficiency determinant factors for plant growth (Zhang et al., 2014).

Soils with high P retention capacities are common worldwide, constraining crop yield

and enhancing P fertilizer dependence to maintain or increase productivity. The current

intensification of agriculture has led to the increasing dependence of P-fertilizers

obtained primarily from phosphate rocks, the most significant global P reserve and non-

renewable resource that can be depleted in the next century (Van Kauwenbergh, 2010).

However, the increasing application of P fertilizers is not always effective in improving

crop yields, as only 10% to 45% of applied P is readily used by crops (Adesemoye &

Kloepper, 2009). Thus, plants with higher Pi uptake efficiency under low Pi conditions

may play an important role in increasing productivity and contributing to a more

sustainable agriculture.

Herein, we hypothesized that under Pi scarcity AM enhance P uptake and stimulates

photosynthesis, promoting nodulation and symbiotic nitrogen fixation (SNF) by

stimulating photosynthesis and alleviating P deficiency effects in soybean plants. To

this end, the impact of AM symbiosis on N2-fixing capacity, plant nutrient uptake and

photosynthesis in soybean plants under low Pi conditions at two different developmental

stages (flowering and grain filling) was evaluated.

29

Materials and Methods

Experimental design and substrate preparation

To evaluate the impact of the double symbiosis on SNF, nutrient uptake and

photosynthesis, soybean (Glycine max [L.] Merrill) plants nodulated with

Bradyrhizobium elkanii (SEMIA 5019) were inoculated (+AM) or not (-AM) with the

AM fungus Glomus macrocarpum and grown under low Pi conditions (50 µM). In

addition, a control treatment with -AM plants under sufficient Pi concentration (500

µM) was also included (-AM+P). These Pi concentrations were established based in

previous studies with soybean (Li et al., 2012). Half of the plants from each treatment

were grown until the beginning of flowering (R1-R2 stages, approximately 60 days after

germination), and the remaining plants were grown until the grain filling stage (R5-R6

stages), approximately 100 days after germination, close to the final period of the

reproductive stage (Fehr et al., 1971). The experiment was in a completely randomized

design and for each of the three treatments (+AM, -AM and -AM+P) twenty-four

replications were performed, twelve for flowering and twelve for grain filling stages.

Biological material and plant growth conditions

Soybean seeds of the cultivar “Foscarin IAC-31” were used, which were kindly

provided by the Center for Research and Development of Grains and Fibers, Agronomic

Institute (IAC), Campinas, Brazil. Seeds, previously surface-sterilized (5 min, 3%

NaClO), were immersed for 20 min in liquid inoculum containing approximately 108

cells mL-1

of B. elkanii (SEMIA 5019), grown at 26°C in yeast-mannitol broth (YMB)

for 7 days until the exponential phase of growth (when the optical density at 600 nm

was between 0.6 and 1.0). The AM fungus G. macrocarpum was used as inocula and

provided (treatment +AM) as a mixed sand-soil-inoculum (sand-soil with colonized

roots, spores, and hyphae), obtained from the Centre for Research and Development in

Soil and Environmental Resources, IAC. Each pot received 20 mL of sand-soil-

inoculum with approximately 1,300 spores at the time of sowing. Four seeds were sown

per pot (2 L), previously filled with sterilized fine-grained vermiculite. Non-mycorrhizal

treatments received washings of the soil–inoculum mixture filtered through Whatman

No. 42 filter paper. After cotyledon emergence, the seedlings were thinned to one plant

per pot.

30

The plants were irrigated two times per week with 200 mL of modified Hoagland &

Arnon (1950) nutrient solution without mineral source of N and with P concentration

modified according to the treatment: 50 μM for +AM and -AM and 500 μM for –

AM+P, P was added as KH2PO4. The plants were irrigated with distilled water when

necessary and grown for seven weeks until harvest at the beginning of the flowering and

for 12 weeks for the second harvest at the beginning of the grain filling stage. The

experiment was performed under greenhouse conditions, between September and

November 2015, when maximum and minimum temperatures ranged between 41 and

19°C and day/night duration ranged between 12/12 h and 13/11 h. During the

experiment, maximum photosynthetic photon flux density was around 1,800 μmol m- 2

s- 1

.

Measurements and analytical determinations

At harvest, the shoots and roots were separated, the roots were washed, and the

nodules were detached and counted. Approximately 1 g of fresh root was stored in 50%

ethanol for determining mycorrhizal colonization. The remaining plant material was air-

dried at 60°C, and shoots and roots were weighed and ground. The contents of N, P, K,

Ca, Mg, S, Cu, Mn, Zn, and B were determined in shoots and roots using inductively

coupled plasma-optical emission spectroscopy (ICP-OES; Varian Vista MPX, Palo

Alto, CA, USA) after HNO3–HClO4 digestion. Total N was determined using the

Kjeldahl analysis (Bremner, 1965) after sulfuric acid digestion of plant samples.

Mycorrhizal colonization was evaluated using the slide method (Giovannetti &

Mosse, 1980) in four replicates per treatment after clearing the roots with 2.5% KOH

and staining with 0.05% trypan blue, and it was estimated according to Trouvelot

(1986). For each replicate, 30 root segments of approximately 1 cm were analyzed, and

the presence of intraradical, extraradical hyphae and arbuscules was recorded, and

mycorrhizal colonization intensity (M%), frequency of mycorrhiza (F%) and arbuscule

abundance (A%) were calculated using the MYCOCALC program

(http://www.dijon.inra.fr/mychintec/Mycocalc-prg/download.html).

In vivo nitrogenase activity (NA) was evaluated in nodulated plants (four per

treatment) at the flowering stage by measuring H2 evolution in a synthetic air mixture

using the Qubit™ Open Flow Gas Exchange System (Qubit Systems Inc., Kingston,

Ontario, Canada) according to Justino & Sodek (2013). Qubit™ pots were used, and

31

each pot contained a mixture of gravel and vermiculite (2:1, v:v) as substrate to

facilitate gas flow around the root system. A whole plant was carefully transferred to the

Qubit™ pots and maintained for 1 day under these conditions for acclimation prior to

measuring NA. NA was expressed as the rate of H2 evolution based on the plant nodule

fresh mass: μmol H2 h-1

plant-1

. We considered that H2 evolution is closely equivalent to

the rate of N2 reduction to ammonia, assuming that one mole of N2 is reduced for each

mole of H2 formed.

One week prior to harvest at the flowering stage, leaf gas exchange was evaluated

on the central leaflet of the second fully expanded trifoliate leaf using an infrared gas

analyzer (Li-6400, Licor, Lincoln NE, USA), with a leaf chamber of 6 cm2. The short-

term response of leaf CO2 assimilation (An) to increasing air CO2 concentration was

examined. The response of An to the intercellular CO2 partial pressure (Ci) was

determined after leaf tissue was briefly acclimated under a photosynthetic photon flux

density (Q) of 2,000 μmol m−2

s−1

for 5 min. After temporal stability at an air

temperature of 27.4 ± 1.0°C, the air CO2 partial pressure (Ca) inside the leaf chamber

varied between 5 and 200 Pa in 12 steps: 38, 25, 12.5, 10, 7.5, 5, 4, 38, 60, 80, 130 and

200 Pa. During the measurements, the leaf temperature was 29.3 ± 1.3°C and the leaf-

to-air vapor pressure difference was 1.1 ± 0.4 kPa. Measurements were recorded when

the total coefficient of variation was lower than 5% and under temporal stability (on

average, 3 min after the beginning of each step). The following biochemical parameters

were calculated from the analytical solutions according to Sharkey et al. (2007):

maximum carboxylation rate of Rubisco (Vc,max), maximum electron transport rate

(Jmax), dark respiration (Rd), CO2 compensation point (Г) and CO2 assimilation rate (A)

at 380 µmol mol–1

CO2 (A380). The metabolic limitation (Lm) of photosynthesis of

mycorrhizal and non-AM plants was calculated as Lm=[(AUL−ALL)/AUL]*100 (Lawlor,

2002), where AUL is the leaf CO2 assimilation of –MA+P plants and ALL is the leaf CO2

assimilation of +AM or -AM plants, both under air CO2 saturation.

Statistical analysis

For growth, nutrient contents, gas exchange, and NA data, two-way ANOVA was

used, and the means were compared using Tukey’s test (P<0.05). Significant differences

in mycorrhizal colonization parameters among plants of different developmental stages

were analyzed using Student’s t-test (P<0.05). Data expressed as percentages and data

32

expressed as relative to counts were arcsine-square-root and log(x+1) transformed,

respectively, prior to statistical analyses.

33

Results

Plant growth, nodulation, and mycorrhizal colonization

Under low P supply, soybean growth and nodulation were significantly influenced

by G. macrocarpum inoculation. AM promoted plant biomass and nodule formation

compared to non-AM plants, and this effect was observed at flowering and grain filling

stages (Fig. 1). At flowering, +AM plants showed a biomass production similar to non-

AM plants cultivated with sufficient P supply (Fig. 1A). However, –AM+P plants

showed the highest growth at grain filling stage (Fig. 1A). Nodulation was the highest

in –AM+P, followed by +AM plants, which showed significantly higher nodules

number compared with –AM plants under the same P-starving conditions at both

developmental stages (Fig. 1B). At the grain filling stage, all plants showed a significant

increase in the number of nodules with respect to those observed at flowering (Fig. 1B).

Fig. 1. Total plant biomass production (A) and mass of nodules (B) of mycorrhizal (+AM) and

non-mycorrhizal (-AM) soybean plants under low P supply and of non-mycorrhizal plants with

sufficient P supply (-AM+P) at the flowering and grain filling stages. Means followed by the

same letter do not differ significantly at P ≤ 0.05 by Tukey’s test within the same developmental

stage. *Indicates significant difference between developmental stages within the same treatment

(Tukey’s test P < 0.05). The bars represent the standard error of 4 replicates.

-AM +AM -AM+P -AM +AM -AM+P0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

*

b

DW

tota

l bio

mass (

g p

lant-1

)

Nodule

Root

Shoot

Pod

Flowering Grain filling

aa

c

b

a

*

-AM +AM -AM+P -AM +AM -AM+P0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

*

*

Nodula

tion (

g p

lant-1

)

c

b

ab

c

a

Flowering Grain filling

*

A

B

34

Roots of inoculated soybean plants were highly colonized, with high abundance

of arbuscules, and no significant differences were observed between developmental

stages (Table 1). Roots of plants without AM fungus inoculation did not show

mycorrhizal structures.

Table 1. Mycorrhizal colonization intensity

(M%), frequency of mycorrhiza (F%) and

arbuscule abundance (A%) of soybean plants

inoculated with Glomus macrocarpum at the

flowering and grain filling stages. Different

letters indicate significant differences among

developmental stages using Student’s t-test

at P < 0.05.

Parameter Flowering Grain filling

M% 58.4 a 70.8 a

F% 94.2 a 95.8 a

A% 50.1 a 45.3 a

Nutrient concentration, N and P contents and nitrogenase activity

The nutrient concentrations in the shoots and roots differed depending on the AM

and P treatment and on the developmental stage of the plant (Table 2). At flowering, the

concentrations of K, Ca, Mg, S, Fe, Mn, Zn and B in the shoots were similar among

treatments (Table 2). However, the Cu concentration was significantly higher in the

+AM plants than in the –AM plants, and none of these plants showed differences from

the Cu concentration in –AM+P plants. Shoot N and P concentrations were higher in the

–AM+P plants than in the –AM plants under low P conditions; +AM plants showed

intermediate concentrations of these elements that did not significantly differ from the

plants with the non-AM treatments, regardless of P supply (Table 2). In the roots, the

concentrations of N, K, Ca, Mg, S, Mn, and B were similar between treatments.

However, root P concentration was higher in –AM+P plants and lower in –AM plants;

root P concentration in +AM plants showed non-significant differences compared to

other treatments. The Cu concentration in roots was significantly lower in +AM and –

AM+ P than in –AM plants under low Pi conditions. AM plants showed the highest Zn

concentrations in the roots (Table 2).

At the grain filling stage, the concentrations of N, Fe, Mn, Zn and B in the shoots

were similar among treatments (Table 2). However, shoot Ca and Mg concentrations

were lower in +AM than in –AM plants. Under P-deficient conditions, shoot K and Cu

concentrations were higher in –AM than in +AM plants. At this developmental stage,

the shoot S concentration was lower in plants under low P conditions, irrespective of

35

mycorrhizal status. Root N and P concentrations were similar among treatments, and the

root concentrations of K and Ca were significantly higher in -AM plants than in those

from –AM+P treatment. –AM+P plants showed higher root Mg concentrations than the

roots of plants under low P availability, whereas S and Mn concentrations were higher

in roots of –AM. Cu and Zn concentrations were significantly higher in the roots of

+AM and –AM+P plants than in -AM plants, and the root B concentration was lower in

+AM than in –AM plants.

The concentration of some nutrients significantly changed between the flowering

and grain filling stages. At grain filling, -AM plants showed increases in shoot Fe, Mn,

Cu and B concentrations and in root K, Ca and Mn concentrations and decreases in the

root concentrations of Mg and Cu compared to the flowering period. From flowering to

grain filling, the K and Cu concentrations in the shoot diminished and increased in the

roots, while the root concentrations of Mg and B decreased. At the grain filling stage, –

AM+P plants showed an increase in shoot Ca, Mg, S, Fe, Mn, Zn and B concentrations

with respect to flowering (Table 2).

AM symbiosis increased plant N content in relation to non-AM under low P

conditions in both stages of development (Fig. 2A). N contents in +AM plants were

similar to those in non-AM plants grown with sufficient P supply at flowering. The P

content of AM plants at flowering was not significantly different from the other two

treatments and was lower than that in plants with sufficient P supply (Fig. 2B). At

flowering, NUE was higher in –AM plants than in –AM+P or +AM plants (Fig. 3). The

PUE values in +AM plants were similar to those in –AM plants, which showed higher

PUE than –AM+P plants (Fig. 3B). At grain filling, there were no significant

differences in either PUE or NUE among treatments (Fig. 3). Under low P conditions,

NA was higher in +AM than in –AM plants, and the highest NA was observed in –

AM+P plants (Fig. 4).

36

Table 2. Shoot and root nutrient concentrations in mycorrhizal (+AM) and non-mycorrhizal (-AM) soybean plants under low P conditions and of non-

mycorrhizal soybean plants with sufficient P supply (-AM+P) at the flowering and grain filling stages.

Treatment N P K Ca Mg S Fe Mn Cu Zn B

________________________________

g kg-1 ______________________________

______________________________

mg kg-1 ______________________________

Flowering

Shoots (leaves + stems)

-AM 16.7 b 0.6 b 20.7 a 3.5 a 6.3 a 6.9 a 217.1 a* 202.3 a* 2.6 b* 37.7 a 39.8 a*

+AM 20.2 ab 0.9 ab 20.7 a* 2.9 a 6.2 a 7.4 a 209.5 a 161.6 a 3.9 a* 32.1 a 55.6 a

-AM+P 22.7 a 1.3 a 21.5 a 2.8 a* 6.5 a* 6.7 a* 190.5 a* 153.1 a* 2.8 ab 19.4 a* 52.9 a*

Roots

-AM 10.6 a 0.4 b 17.4 a* 2.6 a* 22.1 a* 15.7 a nd 182.1 a* 2.1 a* 28.9 ab 59.3 a

+AM 12.1 a 0.5 ab 13.8 a* 2.3 a 24.4 a* 13.1 a nd 156.7 a 0.3 b* 36.2 a 61.6 a*

-AM+P 11.7 a 0.7 a 13.3 a 2.5 a 24.2 a 11.4 a nd 174.4 a 0.3 b* 27.6 b* 61.6 a*

Grain filling

Shoots (leaves + stems)

-AM 16.6 a 0.55 b 20.3 a 4.1 ab 7.7 ab 8.8 b 337.5 a 415.0 a 4.8 a 42.8 a 71.5 a

+AM 18.7 a 0.62 ab 14.3 b 2.8 b 6.2 b 8.9 b 254.1 a 226.0 a 2.6 b 28.0 a 72.4 a

-AM+P 19.2 a 1.1 a 18.4 ab 4.5 a 9.6 a 13.9 a 383.5 a 367.2 a 2.9 b 46.6 a 94.2 a

Roots

-AM 11.6 a 0.4 a 36.2 a 3.2 a 13.9 b 19.4 a nd 466.4 a 0.6 b 28.8 b 52.1 a

+AM 14.0 a 0.5 a 27.8 ab 2.8 ab 15.8 b 12.2 b nd 124.7 b 4.6 a 37.8 a 24.5 b

-AM+P 12.1 a 0.6 a 19.0 b 2.5 b 25.0 a 10.5 b nd 155.1 b 4.0 a 36.0 ab 41.2 a

Means followed by the same letter do not differ significantly at P ≤ 0.05 by Tukey’s test within the same developmental stage. *Indicates significant

difference between developmental stages within the same treatment (Tukey’s test P < 0.05). nd: not determined.

37

Fig. 2. Nitrogen (A) and phosphorus (B) contents in mycorrhizal (+AM) and non-mycorrhizal (-

AM) soybean plants under low P conditions and of non-mycorrhizal plants with sufficient P

supply (-AM+P) at the flowering and grain filling stages. Means followed by the same letter do

not differ significantly at P ≤ 0.05 by Tukey’s test within the same developmental stage.

*Indicates significant difference between developmental stages within the same treatment

(Tukey’s test, P ≤ 0.05). The bars represent the standard error of 4 replicates.

Fig. 3. Nitrogenase activity (μmol H2 h-1

plant-1

) in nodules of mycorrhizal (+AM)

and non-AM soybean plants under low (-

AM) and of non-mycorrhizal plants under

sufficient P (-AM+P) conditions at the

flowering stage. Means followed by the

same letter do not differ significantly at P ≤

0.05 by Tukey’s test. The bars represent the

standard error of 4 replicates.

Photosynthesis

Under low Pi conditions, the CO2 compensation point (Г) was significantly lower in

+AM plants than in –AM plants; –AM+P plants showed no significant differences in Г

with respect to the other treatments (Table 3). Under 380-µmol CO2 mol-1

(A380), the

lowest leaf CO2 assimilation rate was observed in –AM plants, whereas the highest A380

was observed in –AM+P plants (Table 3). The +AM plants presented intermediate A380

values, not differing from the other two treatments. The maximum carboxylation rate of

the Rubisco (Vcmax) was higher in the +AM plants than in –AM plants, whereas –AM+P

had the highest Vcmax values (Table 3). The maximum electron transport rate driving

RuBP regeneration (Jmax) was also higher in –AM+P plants than in plants under P-

deficient conditions, irrespective of mycorrhizal status (Table 3). Under low P supply,

dark respiration (Rd) was similar between +AM and –AM plants, but compared with –

AM+P plants, inoculated plants showed significantly lower Rd values. In relation to –

-AM +AM -AM+P -AM +AM -AM+P0.00

0.05

0.10

0.15

0.20

0.25

0.30N

conte

nt (g

pla

nt-1

)Flowering Grain filling

b

aa

c

b

a

*

-AM +AM -AM+P -AM +AM -AM+P

0.002

0.004

0.006

0.008

0.010

0.012

0.014

0.016

0.018

b

P c

onte

nt (g

pla

nt-1

)

Flowering Grain filling

b

ab

a

b

a

*

-AM +AM -AM+P0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

1.4

1.6

1.8

Nitro

genase a

ctivity

(µm

ol H

2 h

-1 p

lant-1

)

c

b

a

A B

38

AM+P plants, which presented the highest photosynthetic rates, the metabolic limitation

(Lm) was lower in +AM (18%) than in -AM (33%) plants (Fig. 4).

Table 3. Gas exchange parameters derived from net CO2 assimilation rate (A) versus

substomatal CO2 concentration (Ci) response curve (A:Ci) of leaves of mycorrhizal (+AM) and

non-mycorrhizal (-AM) soybean plants under low-P conditions and non-mycorrhizal plants

supplied with sufficient P (-AM+P) at the flowering stage. Means followed by the same letter

do not differ significantly at P ≤ 0.05 by Tukey’s test. Vc,max: maximum carboxylation rate of

Rubisco (µmol m-2

s-1

); Jmax: maximum electron transport rate (μmol m-2

s -1

), Rd: dark

respiration (µmol m-2

s-1

); Г: CO2 compensation point (µmol mol–1

); A380: CO2 assimilation rate

(A) at 380 µmol mol–1

CO2 (μmol m-2

s-1

).

Treatment Vcmax Jmax Rd Г A380

-AM 52.2 c 82.3 b 1.0 ab 66.6 a 12.9 b

+AM 68.5 b 100.2 b 0.8 b 56.9 b 16.1 ab

-AM+P 83.8 a 127.3 a 1.5 a 62.7 ab 19.1 a

Fig. 4. CO2 assimilation (A) in

response to increasing CO2 partial

pressure at the site of carboxylation

(Cc) in leaves of mycorrhizal (+AM)

and non-mycorrhizal (-AM) soybean

plants under low P conditions and in

non-mycorrhizal plants under

sufficient P supply (-AM+P) at the

flowering stage. The metabolic

limitation (Lm) of +AM and –AM

plants in relation to –AM+P plants is

presented. The bars represent the

standard error of 4 replicates.

0 20 40 60 80 100 120 140 160 1800

10

20

30

40

A (

µm

ol m

-2 s

-1)

Cc

-AM+P

+AM

-AM

39

Discussion

Nitrogen and phosphorus are nutrients that may often limit plant growth and

performance under agricultural and natural systems. Currently, there is a growing

awareness of the importance of plant-microbe interactions in plant performance,

particularly under stress challenges and in view of the necessity to reduce nutrient

inputs and minimize the environmental impacts of mineral fertilizers (Jez et al., 2016).

From this perspective, the aim of the present study was to evaluate the effects of P

starvation on AM symbiosis and determine how this stressful condition influences N2-

fixing capacities, plant growth, nutrient uptake and photosynthetic performance of

soybean plants.

The results clearly showed that the soybean association with the AM fungus G.

macrocarpum improved plant performance under P scarcity compared with non-AM

plants under the same conditions. AM positively influenced growth and plant

nodulation at both the flowering and grain filling stages (Fig. 1). Nonetheless,

mycorrhizal symbiosis could not completely compensate for soybean full P demand

when compared with plants grown with sufficient Pi; as AM soybean plants showed

lower biomass production and nodulation (Fig. 1), particularly at plant maturity when

seed formation is a strong nutrient sink (Bender et al., 2015). In fact, the maximum rate

of nutrient uptake in legume crops such as soybean is expected at flowering, whereas

seeds become the main nutrient sink at the early reproductive stage, when nutrient

accumulation in vegetative tissues is reduced (Bender et al., 2015).

Depending on the AM fungus-rhizobium species combination and the

environmental conditions, AM symbioses may promote SNF and plant growth by

increasing Pi uptake, as demonstrated in alfalfa, lentil, Amorpha canescens and lima

bean (Azcón et al., 1991; Ballhorn et al., 2016; Larimer et al., 2014; Xavier & Germida,

2002). Nonetheless, plants may experience growth reduction, reflecting the high

demand for photoassimilates from both symbionts under imbalanced symbiotic reward

host (Koide & Elliott, 1989). In addition, stress conditions, such as those resulting from

P limitation, can neutralize the beneficial effect of the AM symbiosis or even eliminate

this relationship and cause negative effects on the host plant (Ballhorn et al., 2016; Pang

& Paul, 1980). This fact may in part explain some results in which the increased benefit

of mycorrhiza might have been limited by the severe Pi scarcity imposed to plants

40

during the experiment. AM plants under low P did not perform as well as plants grown

with sufficient P (Fig. 1 and 2), suggesting that AM association had and extra-cost

limiting biomass production or that under the P concentration used in this experiment

the acquisition of P via AM symbiosis did not fully satisfy plant demand. The high

values of AM root colonization indicated a high fungal biomass and carbon flux toward

the fungus (Table 1). In addition, soybean plants grown under sufficient P supply more

than doubled their biomass production and nodules number between flowering and

grain filling stages, whereas the same did not occur in mycorrhizal plants under Pi

scarcity. Accordingly, some studies have addressed reduced plant benefits of dual root

symbioses, AM and rhizobia, under limiting resources, such as light and Pi availability

(Ballhorn et al., 2016; Ronsheim, 2012).

In addition to the high colonization and efficient association of the AM fungus G.

macrocarpum, the strain of B. elkanii used in the present study also efficiently

nodulated the soybean cultivar Foscarin IAC-31 (Table 1, Fig. 1); nodule formation and

growth were maintained until the maturation stage with active N2 fixation, once the

nutrient solution had no mineral N source and plant increased the number and mass of

nodules and N contents until the grain filling stage (Fig. 1 and 2). Under P scarcity, AM

plants exhibited significantly higher biomass production and greater nodulation than

non-AM plants, likely reflecting the stimulation of photosynthesis (Table 3), higher

SNF and increased nitrogenase activity (Fig. 1 and 3), which contributed to greater P

uptake and accumulation (Fig. 2 and Table 2). Increased nodulation by the same AM

fungus G. macrocarpum in soybean was already reported (Andrade et al., 2004). Thus,

AM soybean plants formed more and bigger nodules than non-AM plants under P

scarcity, evidencing the positive effect of AM symbiosis on SNF, which resulted in

higher N contents in AM plants (Fig. 2). Conversely, the formation of fewer and smaller

nodules in non-AM plants under P scarcity may reflect lower SNF efficiency, in which

the smaller nodules with higher oxygen diffusion through a greater specific area may

have impaired N2-fixation capacities (Esfahani et al., 2016), as suggested by the low

nitrogenase activity of non-AM and +AM plants under low P conditions (Fig. 3). Higher

SNF efficiency has been associated with the rate of P allocation to the nodules and

higher nitrogenase activities, as reported here in soybeans grown with sufficient P

supply (Fig. 1 and 3). Soybeans can be more efficient in P partitioning than other

41

legumes, such as Vigna radiata, indicating a good level of adaptability to low P

conditions (Sulieman & Tran, 2015).

Once inorganic P is taken from the soil, either through a direct plant pathway or the

mycorrhizal pathway, this nutrient is transported to sink organs, where the metabolic

demand may be high. SNF is one of these P-demanding processes, constituting a strong

sink not only for Pi but also for carbon in the nodules (Kaschuk et al., 2009). During P

scarcity, nodule functioning can be impaired due to the negative effects of Pi-deficiency

on photosynthesis, which ultimately limits carbohydrate loading into the phloem and

import into the nodules for metabolism (Sulieman & Tran, 2015), and reflects the

reduced P itself for N2 fixation reactions. In the present study, the P and N

concentrations in AM plants did not significantly differ from non-AM plants regardless

of the P supply, showing in general intermediate P and N concentrations in both shoots

and roots at both plant stages (Table 2). In terms of content per plant, AM plants

showed 50% higher shoot P and N contents than non-AM plants under the same low P

conditions and at both developmental stages, indicating more effective P uptake and

SNF under AM symbiosis. This finding is supported by the high nitrogenase activity of

the nodules of AM plants, which are entirely responsible for the plant N contents.

Nodular tissue is a strong sink for P, even in P-starved legumes (Sa & Israel, 1991;

Sulieman et al., 2013), and some authors have estimated that up to 20% of the plant P

can be allocated to the nodules, with the nodular tissue becoming increasing P sinks

under P deficiency (Sulieman & Tran, 2015). The AM association with nodulated

legumes can enhance Pi uptake and transfer via root vascular tissues (Tajini et al.,

2009), although some P can also be directly absorbed independently through the

epidermis of the nodules (Sulieman & Tran, 2015). Although the root P concentrations

between non-AM and AM plants were not very different, the P concentration in the

nodules was not determined here, and this topic should be addressed in future studies to

explain nutrient partitioning in legume plants.

AM symbiosis may have contributed to the metal demand of nodules, as for

example, the Zn concentration was higher in mycorrhizal than in non-AM roots at both

developmental stages under low P supply (Table 2). This finding may reflect Zn

allocation to nodular tissues, where this nutrient acts as a cofactor for several enzymes

and as a regulator of plant gene expression (Moreau et al., 2002). Zn and P homeostasis

in plants is tightly and complexly linked (Briat et al., 2015; Saenchai et al., 2016), and

42

Zn may also control P status in nodules, playing a critical role in nodulation (Moreau et

al., 2002). Some high-affinity phosphate transporters are regulated by Zn (Huang et al.,

2000), and the mycorrhizal pathway may contribute to plant micronutrient acquisition.

Some estimations have established that between 20 to 50% of the absorbed metal

nutrients Cu, Zn, or Fe, for example (Lehmann et al., 2014), can be delivered through

the symbiotic pathway, with contributions depending on host and fungal species and on

the soil conditions (González-Guerrero et al., 2016). Other studies have shown that the

Zn contents significantly increased in mycorrhizal tomato plants and fruits under

sufficient Zn concentrations (Cavagnaro et al., 2006), whereas under excessive Zn

levels, AM symbiosis may either increase or reduce Zn entrance into the plant (Andrade

et al., 2010; Wong et al., 2007).

SNF in the soybean-rhizobia association contributes to N nutrition, and AM fungi

association can contribute to the uptake of several nutrients, mainly P, often resulting in

positive effects and increased photosynthetic capacity (Kaschuk et al., 2009). However,

dual symbiosis may outbalance carbon costs and constrain mutualistic benefits under

limiting conditions, such as those resulting from severe nutrient scarcity or low light

conditions (Harris et al., 1985; Koide & Elliott, 1989). In the present study, AM

symbiosis clearly alleviated the effects of P deficiency, stimulating N2-fixation activity

and enhancing plant N status, as the biochemical reactions of N2-fixation demand large

amounts of photoassimilates, and P, that are used during nodules metabolism (Xavier &

Germida, 2002). Similarly, AM fungi use plant photoassimilates as the sole source of

fungal carbon, and if the energy invested in the symbioses is not sufficiently

compensated by enhanced photosynthetic rates and nutrient acquisition, then the host

plant may show lower growth than non-symbiotic plants (Kaschuk et al., 2009). When

comparing the photosynthetic performance of soybean plants grown with sufficient P

with plants under P-starvation, a negative effect of Pi starvation on the biochemical

reactions of photosynthesis related to Rubisco activity and RuBP regeneration was

observed (Table 3), as maximum rates of carboxylation (Vcmax) and CO2 assimilation

rates (A380) decreased. These findings may reflect the central role of P in energy transfer

as ATP and NADPH in the regeneration of photosynthetic intermediaries in the

utilization of photoassimilates and in CO2 diffusion within the leaves (Singh & Reddy,

2016). In addition, increases in CO2 compensation point (Г) have been related to the

response to different stress (Lauer et al., 1989; Zlatev sand Yordanov, 2004). The higher

43

Г of soybean leaves under low Pi conditions were related to high respiration rates in

soybean under low Pi conditions (Lauer et al., 1989), particularly to increases in the

alternative oxidase pathway in relation to the cytochrome oxidase pathway of

mitochondrial respiration, as the former bypass adenylates and Pi control (Vanlerberghe,

2013). In this study, and under Pi starving conditions, non-AM plants showed

significantly higher Г than AM plants (Table 3), suggesting that low Pi stress may has

led to higher respiration rates probably through the involvement of alternative oxidase

pathway, related to lower ATP yields, which may negatively impact growth. AM plants

showed better Pi-status and were able to maintain lower Г under Pi deficiency (Table 3)

and higher maximum rates of carboxylation (Vcmax) than that in non-AM associated

plants, probably contributing to the observed growth and SNF stimulation.

The results of the present study showed that relative to plants with sufficient P

supply, there was a lower metabolic limitation of photosynthesis in +AM plants than in

-AM plants, and photosynthesis was less sensitive to P starvation in +AM plants (Fig.

4). This effect is a likely consequence of increased P uptake and improved N status

through enhanced SNF (Fig. 2). These results are consistent with a previous study in

which a lower metabolic limitation of photosynthesis was observed in watermelon

plants associated with AM and grown under drought (Mo et al., 2016).

44

Conclusions

In view of the perspective for the necessity of more efficient use of scarce P

resources by legumes, this study showed that AM association can be considered an

important plant strategy for maintaining SNF functioning and improving plant growth,

even when P availability is low. Under Pi starvation, AM symbiosis increased plant

biomass, nodulation, and nitrogenase activity in relation to non-AM plants at both

flowering and grain filling stages, despite the costs to maintain the dual symbiosis.

Although, mycorrhizal symbiosis could not completely compensate for soybean P

demand when compared with well-nourished plants under Pi starvation, AM

significantly attenuated the negative effects of low Pi in nodulated-soybean plants.

Acknowledgements

This work was financially supported by a grant from the São Paulo Research

Foundation FAPESP (Grant 2016/06396-1). The authors would like to thank the

National Council for Scientific and Technological Development (CNPq, Brazil) for

studentship (RGB) and fellowship (RVR) grants.

45

References

Adesemoye AO, Kloepper JW (2009) Plant-microbes interactions in enhanced fertilizer-

use efficiency. Appl Microbiol Biotechnol 85,1-12.

Andrade SA, Silveira AP, Mazzafera P (2010) Arbuscular mycorrhiza alters metal

uptake and the physiological response of Coffea arabica seedlings to increasing

Zn and Cu concentrations in soil. Sci Total Environ 408,5381-5391.

Andrade SAL, Abreu CA, de Abreu MF, Silveira APD (2004) Influence of lead

additions on arbuscular mycorrhiza and Rhizobium symbioses under soybean

plants. Appl Soil Ecol 26,123-131.

Azcón R, Gomez M, Tobar R (1992) Effects of nitrogen source on growth, nutrition,

photosynthetic rate and nitrogen metabolism of mycorrhizal and phosphorus-

fertilized plants of Lactuca sativa L. . New Phytol 121,227–234.

Azcón R, Rubio R, Barea J (1991) Selective interactions between different species of

mycorrhizal fungi and Rhizobium meliloti strains, and their effects on growth,

N2‐fixation (15N) and nutrition of Medicago sativa L. New Phytol 117,399-404.

Ballhorn DJ, Schadler M, Elias JD, Millar JA, Kautz S (2016) Friend or Foe-Light

Availability Determines the Relationship between Mycorrhizal Fungi, Rhizobia

and Lima Bean (Phaseolus lunatus L.). PLoS One 11,e0154116.

Barea J, Azcon-Aguilar C (1983) Mycorrhizas and their significance in nodulating

nitrogen-fixing plants vol 36. Advances in agronomy, vol 4.

Bender RR, Haegele JW, Below FE (2015) Nutrient uptake, partitioning, and

remobilization in modern soybean varieties. Agron J 107,563-573.

Bremner J (1965) Inorganic forms of nitrogen. Methods of soil analysis Part 2

Chemical and microbiological properties,1179-1237.

Briat JF, Rouached H, Tissot N, Gaymard F, Dubos C (2015) Integration of P, S, Fe,

and Zn nutrition signals in Arabidopsis thaliana: potential involvement of

PHOSPHATE STARVATION RESPONSE 1 (PHR1). Front Plant Sci 6,290.

Brooks A, Woo KC, Wong SC (1988) Effects of phosphorus nutrition on the response

of photosynthesis to CO2 and O2, activation of ribulose bisphosphate

carboxylase and amounts of ribulose bisphosphate and 3-phosphoglycerate in

spinach leaves. Photosynth Res 15,133-141.

Cavagnaro TR, Jackson LE, Six J, Ferris H, Goyal S, Asami D, Scow KM (2006)

Arbuscular mycorrhizas, microbial communities, nutrient availability, and soil

aggregates in organic tomato production. Plant Soil 282,209-225.

Esfahani MN et al. (2016) Adaptation of the symbiotic Mesorhizobium–chickpea

relationship to phosphate deficiency relies on reprogramming of whole-plant

metabolism. Proceedings of the National Academy of Sciences 113,E4610-

E4619.

46

Fehr W, Caviness C, Burmood D, Pennington J (1971) Stage of development

descriptions for soybeans, Glycine max (L.) Merrill. Crop science 11,929-931.

Fredeen AL, Raab TK, Rao IM, Terry N (1990) Effects of phosphorus nutrition on

photosynthesis in Glycine max (L.) Merr. Planta 181,399-405.

Giovannetti M, Mosse B (1980) An evaluation of techniques for measuring vesicular

arbuscular mycorrhizal infection in roots. New Phytol 84,489-500.

González-Guerrero M, Escudero V, Saéz Á, Tejada-Jiménez M (2016) Transition Metal

Transport in Plants and Associated Endosymbionts: Arbuscular Mycorrhizal

Fungi and Rhizobia. Front Plant Sci 7.

Harris D, Pacovsky R, Paul E (1985) Carbon economy of soybean–Rhizobium–Glomus

associations. New Phytol 101,427-440.

Hernández I, Munné-Bosch S (2015) Linking phosphorus availability with photo-

oxidative stress in plants. J Exp Bot 66,2889-2900.

Hoagland DR, Arnon DI (1950) The water-culture method for growing plants without

soil. California Agricultural Experiment Station Circular 347.

Huang C, Barker SJ, Langridge P, Smith FW, Graham RD (2000) Zinc deficiency up-

regulates expression of high-affinity phosphate transporter genes in both

phosphate-sufficient and-deficient barley roots. Plant Physiol 124,415-422.

Hungria M, Campo RJ, MENDES IdC Fixação biológica do nitrogênio na cultura da

soja. In, 2001. Embrapa Soja; Brasília, DF: Embrapa Cerrados,

Ibrahim KK, Arunachalam V, Rao PSK, Tilak K (1995) Seasonal response of groundnut

genotypes to arbuscular mycorrhiza—Bradyrhizobium inoculation. Microbiol

Res 150,218-224.

Jez JM, Lee SG, Sherp AM (2016) The next green movement: Plant biology for the

environment and sustainability. Science 353,1241-1244.

Justino GC, Sodek L (2013) Recovery of nitrogen fixation after short-term flooding of

the nodulated root system of soybean. J Plant Physiol 170,235-241.

Kaschuk G, Kuyper TW, Leffelaar PA, Hungria M, Giller KE (2009) Are the rates of

photosynthesis stimulated by the carbon sink strength of rhizobial and

arbuscular mycorrhizal symbioses? Soil Biol Biochem 41,1233-1244.

Koide R, Elliott G (1989) Cost, benefit and efficiency of the vesicular-arbuscular

mycorrhizal symbiosis vol 3. Functional Ecology. British Ecological Society.

Kucey R, Paul E (1982) Carbon flow, photosynthesis, and N2 fixation in mycorrhizal

and nodulated faba beans (Vicia faba L.). Soil Biol Biochem 14,407-412.

Lam H-M, Coschigano K, Oliveira I, Melo-Oliveira R, Coruzzi G (1996) The

molecular-genetics of nitrogen assimilation into amino acids in higher plants.

Annu Rev Plant Physiol Plant Mol Biol 47,569-593.

47

Larimer AL, Clay K, Bever JD (2014) Synergism and context dependency of

interactions between arbuscular mycorrhizal fungi and rhizobia with a prairie

legume. Ecology 95,1045-1054.

Lawlor DW (2002) Limitation to Photosynthesis in Water‐stressed Leaves: Stomata vs.

Metabolism and the Role of ATP. Ann Bot 89,871-885.

Lehmann A, Veresoglou SD, Leifheit EF, Rillig MC (2014) Arbuscular mycorrhizal

influence on zinc nutrition in crop plants–A meta-analysis. Soil Biol Biochem

69,123-131.

Li C, Gui S, Yang T, Walk T, Wang X, Liao H (2012) Identification of soybean purple

acid phosphatase genes and their expression responses to phosphorus availability

and symbiosis. Ann Bot 109,275-285.

Lynch JP (2011) Root phenes for enhanced soil exploration and phosphorus acquisition:

tools for future crops. Plant Physiol 156,1041-1049.

Mo Y et al. (2016) Regulation of Plant Growth, Photosynthesis, Antioxidation and

Osmosis by an Arbuscular Mycorrhizal Fungus in Watermelon Seedlings under

Well-Watered and Drought Conditions. Front Plant Sci 7.

Moreau RA, Whitaker BD, Hicks KB (2002) Phytosterols, phytostanols, and their

conjugates in foods: structural diversity, quantitative analysis, and health-

promoting uses. Prog Lipid Res 41,457-500.

Nussaume L et al. (2011) Phosphate import in plants: Focus on the PHT1 transporters.

Front Plant Sci 2,83.

Pang P, Paul E (1980) Effects of vesicular-arbuscular mycorrhiza on 14C and 15N

distribution in nodulated fababeans. Can J Soil Sci 60,241-250.

Ronsheim ML (2012) The effect of mycorrhizae on plant growth and reproduction

varies with soil phosphorus and developmental stage. Am Midl Nat 167,28-39.

Sa T-M, Israel DW (1991) Energy status and functioning of phosphorus-deficient

soybean nodules. Plant Physiol 97,928-935.

Saenchai C, Bouain N, Kisko M (2016) The Involvement of OsPHO1; 1 in the

Regulation of Iron Transport Through Integration of Phosphate and Zinc

Deficiency Signaling. Front Plant Sci 7.

Schachtman DP, Reid RJ, Ayling SM (1998) Phosphorus Uptake by Plants: From Soil

to Cell. Plant Physiol 116,447–453.

Schubert S, Serraj R, Plies-Balzer E, Mengel K (1995) Effect of drought stress on

growth, sugar concentrations and amino acid accumulation in N2-fixing Alfalfa

(Medicago sativa). J Plant Physiol 146,541-546.

Schüßler A, Schwarzott D, Walker C (2002) A new fungal phylum, the

Glomeromycota: phylogeny and evolution. Mycological Research 105,1413-

1421.

48

Sharkey TD, Bernacchi CJ, Farquhar GD, Singsaas EL (2007) Fitting photosynthetic

carbon dioxide response curves for C(3) leaves. Plant Cell Environ 30,1035-

1040.

Singh SK, Reddy VR (2016) Methods of mesophyll conductance estimation: its impact

on key biochemical parameters and photosynthetic limitations in phosphorus-

stressed soybean across CO2. Physiol Plant 157,234-254.

Spatafora JW et al. (2016) A phylum-level phylogenetic classification of zygomycete

fungi based on genome-scale data. Mycologia 108,1028-1046.

Sulieman S, Tran L-SP (2015) Phosphorus homeostasis in legume nodules as an

adaptive strategy to phosphorus deficiency. Plant Science 239,36-43.

Sulieman S, Van Ha C, Schulze J, Tran L-SP (2013) Growth and nodulation of

symbiotic Medicago truncatula at different levels of phosphorus availability. J

Exp Bot,ert122.

Tajini F, Suriyakup P, Vailhe H, Jansa J, Drevon J-J (2009) Assess suitability of

hydroaeroponic culture to establish tripartite symbiosis between different AMF

species, beans, and rhizobia. BMC Plant Biology 9,1.

Tesfaye M, Liu J, Allan DL, Vance CP (2007) Genomic and genetic control of

phosphate stress in legumes. Plant Physiol 144,594-603.

Trouvelot A (1986) Mesure du taux de mycorhization VA d'un systeme radiculaire.

Recherche de methodes d'estimation ayant une significantion fonctionnelle.

Mycorrhizae: physiology and genetics,217-221.

Udvardi MK, Price GD, Gresshoff PM, Day DA (1988) A dicarboxylate transporter on

the peribacteroid membrane of soybean nodules. FEBS letters 231,36-40.

van der Heijden MG, Bardgett RD, van Straalen NM (2008) The unseen majority: soil

microbes as drivers of plant diversity and productivity in terrestrial ecosystems.

Ecol Lett 11,296-310.

Van Kauwenbergh SJ (2010) World phosphate rock reserves and resources.

Whitehead LF, Day DA (1997) The peribacteroid membrane. Physiol Plantarum

100,30-44.

Wong CC, Wu SC, Kuek C, Khan AG, Wong MH (2007) The Role of Mycorrhizae

Associated with Vetiver Grown in Pb‐/Zn‐Contaminated Soils: Greenhouse

Study. Restoe Ecol 15,60-67.

Xavier L, Germida J (2002) Response of lentil under controlled conditions to co-

inoculation with arbuscular mycorrhizal fungi and rhizobia varying in efficacy.

Soil Biol and Biochem 34,181-188.

Zhang Z, Liao H, Lucas WJ (2014) Molecular mechanisms underlying phosphate

sensing, signaling, and adaptation in plants. J Integr Plant Biol 56,192-220.

49

CAPÍTULO 2

A MICORRIZA ARBUSCULAR ALTERA EXPRESSÃO DE

TRANSPORTADORES DE FOSFATO EM RAÍZES E NÓDULOS DE SOJA

SEM ALTERAR O CONTÉUDO DE P DA PLANTA

50

A micorriza arbuscular altera expressão de transportadores de fosfato em raízes e

nódulos de soja sem alterar o conteúdo de P da planta

Introdução

O nitrogênio (N) e o fósforo (P) são os nutrientes que mais limitam o

crescimento de plantas e a produção das culturas. As leguminosas são capazes de se

associar a bactérias fixadoras de dinitrogênio (N2) e, através da fixação simbiótica de N2

(FSN) suprir suas necessidades mesmo em solos deficientes neste nutriente (Vance et

al., 2003). O P, no entanto, é absorvido pelas plantas na forma de ortofosfato (H2PO4-),

forma de P inorgânico (Pi) predominante em solos com pH entre 5 e 6 (Schachtman et

al., 1998). Porém, o P é considerado um elemento de baixa mobilidade no solo, devido

a sua baixa mobilidade no solo e à sua alta capacidade de adsorção a partículas do solo

(Schachtman et al., 1998). A absorção de Pi pelas plantas cria uma área de depleção ao

redor da superfície da raiz, motivo que limita ainda mais taxa de difusão e torna o P um

dos nutrientes menos disponíveis. Na solução do solo o Pi encontra-se em concentrações

de 0,5 a 10 μM, e assim, a aquisição e utilização de P pelas plantas são fatores

determinantes para o desenvolvimento (Zhang et al., 2014).

Em situações de escassez de P as plantas podem apresentar respostas específicas

para aumentar tanto a capacidade de absorção quanto a eficiência do uso interno de P,

denominadas em conjunto como Phosphorus Starving Response (PSR) (Zhang et al.,

2014). Algumas características relacionadas à PSR são aumento na relação raiz:parte

aérea e mudanças na arquitetura do sistema radicular, com aumento na produção de

raízes laterais, aumento no comprimento e número de pelos ou produção de raízes nas

camadas mais superficiais do solo, por exemplo (van de Wiel et al., 2016), ou o

estabelecimento de simbioses micorrízicas e exsudação radicular as quais contribuem

para a maior absorção e/ou mobilização de P no solo (Li et al., 2012). Para a eficiente

absorção do Pi do solo, a expressão de transportadores de fosfato de alta afinidade deve

ser induzida em baixas concentrações de P, aumentando assim a eficiência de absorção

e uso de P (Plaxton & Tran, 2011).

Como uma das estratégias para superar a limitação na disponibilidade de P no

ambiente as plantas podem se associar simbioticamente com fungos micorrízicos

arbusculares (FMA), pertencentes ao sub-phylum Glomeromycotina (Spatafora et al.,

2016). O desenvolvimento da micorriza arbuscular (MA) resulta na colonização do

51

córtex da raiz pelo FMA e na formação de arbúsculos, onde acontece a troca de

nutrientes entre ambos os simbiontes. A rede de hifas extrarradiculares se estende no

solo desde a raiz e conecta a planta com regiões que podem ir além da área de depleção,

contribuindo para a absorção do nutriente em solos com baixa disponibilidade de P

(Oldroyd, 2013). Esta maior absorção de P faz com que plantas com MA apresentem

frequentemente maior crescimento. Em troca, o FMA associado utiliza quantidades

significativas (até 20%) de carboidratos oriundos da atividade fotossintética do

hospedeiro (Adesemoye & Kloepper, 2009).

Leguminosas como a soja são capazes de estabelecer a dupla simbiose com

FMAs e rizóbios e se beneficiar da FSN e do aumento na absorção de P pela MA

(Azcón et al., 1991; Ballhorn et al., 2016; Larimer et al., 2014; Xavier & Germida,

2002). A MA pode, dependendo das espécies envolvidas na tripla simbiose, planta-

rizóbio-FMA, e das condições de crescimento, promover a FSN, o que tem sido

relacionado ao aporte de P e outros nutrientes essenciais para o processo de fixação de

nitrogênio (Xavier & Germida, 2002). A dupla simbiose também funciona como dreno

de carbono e pode estimular a fotossíntese (Kaschuk et al., 2009), fenômeno reportado

em soja e fava-comum (Harris et al., 1985; Kaschuk et al., 2009; Kucey & Paul, 1982).

Por outro lado, há casos de redução ou inibição da FSN em leguminosas crescendo em

solos com baixa fertilidade e ausência da associação com FMAs (Asimi et al., 1980;

Azcón et al., 1991; Ballhorn et al., 2016). O nódulo que é responsável pela fixação

requer alta quantidade de P para manter a atividade de fixação de N2 e a escassez ou

deficiência de P pode afetar diretamente a FSN e a nodulação (Sulieman et al., 2013).

O status de Pi no tecido foliar influencia diretamente os processos fotossintéticos

de transferência de energia, a regeneração de substratos, utilização de fotoassimilados e

a difusão de CO2 nas folhas (Singh et al., 2013). Devido à inibição da fotossíntese

durante a deficiência em Pi as plantas podem ser privadas de carboidratos, levando a

diminuição do crescimento e menor produção das culturas (Høgh Jensen et al., 2002).

Condições severas de deficiência de P podem levar a alterações do aparato

fotossintético incluindo reduções na assimilação de CO2, redução na expressão de genes

relacionados à fotossíntese e fotoinibição do fotossistema II, causando estresse

oxidativo e danos a lipídios, proteínas e ácidos nucleicos (Hernández & Munné-Bosch,

2015; Singh et al., 2013; Zhang et al., 2014).

52

As plantas absorvem Pi do solo principalmente através de proteínas

transportadoras localizadas na membrana plasmática de células epidérmicas e de pêlos

radiculares (Nussaume et al., 2011). Esses transportadores de Pi, codificados pela

família de genes PHT1, são predominantemente expressos na epiderme e na região

externa do córtex da raiz. Nos pelos radiculares, eles têm sido indicados como

responsáveis pela absorção de Pi na interface solo-planta (Lopez-Arredondo et al.,

2014) e também pelo transporte de Pi para o xilema, afetando o movimento de P da raiz

à parte aérea (Lapis-Gaza et al., 2014). No genoma da soja foram identificados 14 genes

da família de transportadores PHT1, distribuídos em oito cromossomos, e mais um

pseudogene (Fan et al., 2013), sendo a maioria deles induzida pela privação de Pi ou

pela simbiose com FMAs (Nussaume et al., 2011). O transportador GmPHT1;8

localiza-se no retículo endoplasmático diferentemente dos demais que estão localizados

na região subcelular da membrana plasmática (Fan et al., 2013). Transportadores de Pi

induzidos por MA tem sido identificados em várias espécies (Chen et al., 2007; Glassop

et al., 2007; Harrison, 2002; Hong et al., 2012; Rausch et al., 2001; Tamura et al., 2012;

Willmann et al., 2013; Xie et al., 2013) e em alguns casos a expressão destes

transportadores de Pi foi associada com a absorção de P por raízes colonizadas

(Fellbaum et al., 2014). Qin et al. (2012) identificaram o transportador GmPT5 como

chave no controle do transporte de Pi entre a raiz e o nódulo, particularmente sob

condições de deficiência de P. No entanto, na literatura encontram-se resultados

contraditórios e nem sempre os níveis de expressão de genes PHT1 relacionaram-se

com benefício micorrízico na absorção de P (Grace et al., 2009; Sisaphaithong et al.,

2012).

O entendimento dos mecanismos de absorção, uso e remobilização de P é

essencial no intuito de aumentar a eficiência do uso do P (EUP). No entanto, ainda são

escassos os estudos que avaliem mecanismos moleculares relacionados à maior EUP em

plantas micorrizadas. Também pouco se sabe sobre o transporte de Pi aos nódulos de soja

simbiótica e é praticamente desconhecido o papel da micorriza arbuscular na modulação

ou a extensão do aporte de Pi a este tecido nodular. Assim, o objetivo deste trabalho foi

avaliar como a soja nodulada e associada a MA responde a escassez de P. Neste sentido,

hipotetizamos que o fósforo absorvido pela MA pode atender a demanda de nódulos sob

escassez de P, promovendo a nodulação e a FSN estimulando o desenvolvimento

aliviando os efeitos de deficiência de P em plantas de soja. Para isso foi realizado um

53

experimento para avaliar o impacto da simbiose MA sobre o padrão de expressão de

genes de transportadores de Pi na raiz e no nodulo e relaciona-los com o crescimento,

nodulação atividade fotoquimica, nutrição, expressão de genes e metabolitos do

metabolismo nitrogenado das plantas de soja em condições de P baixas em dois estádios

de desenvolvimento diferentes (floração e enchimento de grãos).

54

Materiais e métodos

Delineamento experimental

Foi realizado um experimento em vasos, em casa de vegetação com condições

naturais de luz e temperatura, na qual plantas de soja [Glycine max (L.) cv. IAC

Foscarin-31] foram cultivadas. O experimento consistiu de seis tratamentos: plantas

com baixo suprimento de P (50 μM) e inoculadas (+MA) ou não (-MA) com FMA;

plantas com suprimento suficiente de P (500 μM) e sem inoculação de FMA (-MA+P),

com duas épocas de coleta: florescimento e formação da semente. O delineamento

experimental foi totalmente ao acaso e com 12 repetições para cada tratamento,

totalizando 72 parcelas experimentais.

Materiais biológicos, plantio e condições de crescimento

Sementes de soja [G. max (L.) cv. IAC Foscarin-31], cedidas pela Seção de

Grãos e Fibras do Instituto Agronômico (IAC), Campinas, SP, foram previamente

esterilizadas com solução de hipoclorito 3% por 5 min, e semeadas diretamente em

vasos plásticos de 3 L de capacidade contendo vermiculita de granulação fina como

substrato, também previamente esterilizado por autoclavagem por 1 h a 121°C e 1 atm.

Imediatamente antes da semeadura, as sementes foram mergulhadas por 20 min em

solução aquosa com meio de cultura YMB (Yeast Mannitol Broth) contendo

Bradyrhizobium elkanii estirpe SEMIA 5019. Na semeadura, as sementes do tratamento

+MA foram inoculados com 20 mL de inóculo misto de Glomus macrocarpum

contendo aproximadamente 1.360 esporos por vaso. Foram colocadas 3 sementes por

vaso. Após aproximadamente uma semana ocorreu a germinação e 15 dias após a

semeadura foi feito desbaste mantendo uma planta por vaso. Após o surgimento do

primeiro par de folhas unifoliada foi realizada uma reinoculação do rizóbio, com 10 mL

de meio de cultura YMB contendo B. elkanii.

Desde o início da germinação, as plantas foram irrigadas com 100 mL de água

destilada quando necessário, a partir do surgimento da folha unifoliada foram irrigadas

com 100 mL de solução de nutritiva ½ força e quando completaram o desenvolvimento

da primeira folha trifoliada passaram a ser irrigadas duas vezes na semana com 300 mL

de solução de nutritiva e com 100 mL de uma a três vezes por semana de acordo com a

necessidade da planta. A solução nutritiva utilizada foi a solução de Hoagland & Arnon

55

(1950) modificada, sem fonte de N e com a concentração de P alterada de acordo com o

tratamento: 50 μM para os tratamentos +MA e -MA e 500 μM para o tratamento -

MA+P.

As plantas foram coletadas no florescimento, entre os estádios R1 e R2,

aproximadamente 60 após a germinação ou no estádio de formação da semente, entre

R4 e R5, aproximadamente 100 dias após a germinação. O experimento foi conduzido

no período de fevereiro a abril de 2016, quando a temperatura média mínima foi de

20°C e a média da máxima foi de 40°C.Cabe ressaltar que os meses de fevereiro e

março foram de muita precipitação e alta cobertura de nuvens durante o período diurno

em quanto o mês de abril foi quente e sem apenas cobertura de nuvens, dados que

podem ser acessados no arquivo meteorológico disponível no site:

www.meteoblue.com/pt/tempo/previsao/archive/campinas.

Preparo da solução nutritiva

A solução de Hoagland foi modificada para atender as concentrações de P

estabelecidas para os tratamentos, contendo: MgSO4.7H2O (2 mM), KH2PO4 (0,05 mM

para os tratamentos +MA e –MA e 0,5 mM para o tratamento –MA+P), CaSO4.2H2O (2

mM), K2SO4 (2 mM), H3BO3 (0,046 mM), MnCl2.4H2O (9,1 μM), ZnSO4.7H2O (0,765

μM), CuSO4.5H2O (0,32 μM) e H2MoO4 (0,56 μM). O ferro foi acrescentado apenas no

momento da irrigação, na quantidade de 1 mL L-1

de solução, na forma de solução de

Fe-EDTA contendo Na2-EDTA (33,2 g L-1

), FeSO4.7H2O (25 g L-1

) e NaOH (3,65 g L-

1).

Preparo da cultura de rizóbio

As culturas de B. elkanii, estirpe SEMIA 5019 utilizadas no experimento foram

replicadas e mantidas em meio de cultura líquido YMB segundo proposto por Norris &

Date (1976), com pH ajustado entre 6,8 e 7,0. A formulação do meio foi a seguinte:

K2HPO4 (0,5 g L-1

), MgSO4.7H2O (0,8 g L-1

), NaCl (0,1 g L-1

), FeCl3.6H2O (0,01 g L-1

),

extrato de levedura (0,8 g L-1

), manitol (10 g L-1

) e 5 mL L-1

de solução de azul de

bromotimol 0,5% (m/v) em etanol. Os meios foram autoclavados a 120ºC por 20 min.

inoculados com a estirpe utilizada em câmara de fluxo laminar e incubados à 25ºC, sob

agitação, por um período de 7 dias até a fase exponencial de crescimento, quando a

56

densidade óptica a 600 nm estava entre 0,6 e 1. Antes de proceder com a inoculação, a

cultura no meio líquido foi diluída 10 vezes em água destilada.

Inóculo de fungos micorrízicos arbusculares e avaliação da colonização micorrízica

A espécie de FMA utilizada foi Glomus macrocarpum, cedido pela Seção de

Microbiologia do Solo do IAC e proveniente de vasos de multiplicação em Brachiaria

brizantha. A colonização micorrízica foi avaliada usando o método de lâmina proposto

por Giovannetti & Mosse (1980), em 4 replicatas biológicas por tratamento. Após as

raízes sem clareadas com 2,5% de KOH e coradas com azul de tripan 0,05%, a

colonização foi estimada como descrito por Trouvelot (1986). Para cada replicata, 20

segmentos de raiz de aproximadamente 1 cm foram avaliados quanto à presença de

colonização, atribuindo uma nota para classificar a porcentagem de colonização de

acordo com Trouvelot (1986).

Matéria seca de parte aérea, raízes e nódulos

Na coleta quatro plantas de cada tratamento foram separadas em parte aérea e

raiz. As raízes foram lavadas em água de torneira para retirada da vermiculita, os

nódulos e vagens foram destacados e contados e todo o material foi acondicionado em

sacos de papel e liofilizado. Posteriormente cada parte foi pesada para determinação da

matéria seca de caule e folhas (MSPA), raízes (MSR), vagens (MSV) e nódulos (MSN).

Determinação da concentração de nutrientes

Após a liofilização e pesagem, a parte aérea e a raiz foram moídas e

encaminhadas para análise da concentração de nutrientes no Centro de Solos e Recursos

Agroambientais do IAC. As concentrações de P, K, Ca, Mg, S, Mn, Fe, Cu, Zn e B

foram determinadas por espectrometria de emissão óptica com plasma (ICP-OES;

JobinYvon, JY50P Longjumeau, France), após digestão nítrico-perclórica (HNO3–

HClO4). O nitrogênio foi determinado pelo método Kjeldahl após digestão sulfúrica

(Bremner, 1965). O conteúdo de P ou N foi definido como sendo a quantidade total de P

ou N presente na parte aérea e raiz da planta (g planta-1

) (Li et al., 2016).

Determinação da concentração de fósforo inorgânico

Para a determinação da concentração de P inorgânico (Pi) foram utilizados

diferentes materiais vegetais: nódulos, folha nova, folha velha e raiz. Consideramos

57

folhas novas as duas folhas trifoliadas mais jovens completamente expandidas e folhas

velhas as duas folhas trifoliadas em fase de senescência há mais tempo. O material

vegetal foi imediatamente congelado a -80°C após a coleta das plantas. Cem miligramas

de matéria fresca foram macerados e colocados em 1 mL de ácido acético 1% (v:v), o

homogenato foi agitado por 4 min, seguido de centrifugação a 8000 g por 5 min a 4°C.

O material foi analisado segundo o método proposto por Ames (1966) e modificado por

Chiou et al. (2005). Em 100 µL do extrato foram adicionados 700 µL de solução de

reação e 200 µL de água. A reação foi incubada por 20 min a 42°C e realizamos a

leitura em espectrofotômetro a 820 nm. A solução de reação consistiu em uma mistura

(1:6, v:v) das soluções A (ácido ascórbico 10%) e B (0,42% de molibdato de amônia em

H2SO4 1 N).

Atividade fotoquímica

A avaliação da fluorescência da clorofila a foi realizada no segundo par de

folhas mais novas completamente expandidas, utilizando um fluorômetro modelo

FluorPen FP100 (Photon Systems Instruments, Czech Republic) utilizando sinais

registados antes e depois dos impulsos de saturação [λ < 710 nm, PPFD ~ 10,000 µ mol

(photon) m–2

s–1

, 0.7 s] após excitação do PSI com um fonte longa de luz [λ = 735 nm,

PPFD < 15 W m–2

, 3.0 s]. Algumas variáveis fotoquímicas foram estimadas: em tecidos

escuros adaptados (30 min), como os sinais de fluorescência máxima (Fm), mínima (F0)

e variável (Fv = Fm-F0) e eficiência quântica potencial (Fv / Fm); e nos tecidos adaptados

à luz, tais como o rendimento quântico efetivo do fotossistema II (ФPSII = Fm' - Fs), o

quenching fotoquímico e não-fotoquímico (NPQ) da fluorescência.

Determinação da concentração de aminoácidos e ureídeos

O tecido foliar foi coletado, congelado imediatamente em nitrogênio líquido e

liofilizado. Uma amostra de 0,01 mg de folha macerada foi colocada em 1 mL de

metanol 80% em água (v:v), agitada por 2 min, seguido de sonicação por 15 min e o

extrato centrifugado a 8000 g por 10 min (Mokochinski et al., 2013). Os extratos foram

acondicionados em tubos vedados e armazenados a -40°C até as análises. Deste extrato

foram analisados os aminoácidos livres e os ureídeos totais.

A concentração de aminoácidos totais foi determinada com ninhidrina pelo

método descrito por Yemm et al. (1955), usando leucina como padrão. Para a análise

58

foram utilizados 200 µL do extrato metanólico, a leitura foi realizada em

espectrofotômetro a 570 nm. A quantificação de ureídeos totais foi feita utilizando 250

µL do extrato de acordo com o método proposto por Vogels & Van der Drift (1970),

utilizando alantoína como padrão, e a leitura realizada em espectrofotômetro a 535 nm.

Extração de RNA e síntese de cDNA

O RNA total foi extraído de amostras de raiz e nódulos utilizando o reagente

Tri-Phasis (BioAgency) e quantificado em espectrofotômetro de microvolumes

(Nanodrop, Thermo Scientific, Waltham, US). A qualidade e integridade do RNA foram

verificadas em eletroforese em gel de agarose a 1% com brometo de etídeo. Todas as

amostras de RNA foram tratadas com DNase I, RNase-free (Thermo Scientific), a fim

de remover quaisquer resquício de DNA genômico. A primeira fita de cDNA foi

sintetizada utilizando a polimerase de transcrição reversa a partir de 2 μg de RNA de

acordo com o protocolo do kit da EasyScript Strand cDNA Synthesis SuperMix (Trans).

Obtenção das sequências e primers

Foram utilizados primers específicos para análise da expressão na raiz e nos

nódulos dos genes transportadores de fosfato PHT1, GmPHT1; 1/14 (Qin et al., 2012) e

genes de sacarose sintase GmSS1 (Chiasson et al., 2014). Ainda, de forma

complementar, foi analisada a expressão de genes ligados ao metabolismo de N, como

os genes que codificam a enzima asparagina sintetase GmAS, três isoformas: GmAS1,

GmAS2 e GmAS3, a glutamina sintetase citosólica GmGS1e plastídica GmGS2 (Souza et

al., 2016) e a glutamato sintase GmGOGAT e ureato oxidase GmUO1 (Chiasson et al.,

2014), envolvido na síntese de ureídeos. Referente a genes bacterianos, foi analisada a

expressão de BeNifH e BeNifD (Souza et al., 2016), que codificam a subunidade α dos

componentes I e II da nitrogenase, respectivamente.

A busca das sequências dos genes de estudo foi realizada ou verificada no banco

de dados do NCBI (National Center for Biotechnology Information) e/ou no

Phythozome (http://www.phytozome.net/). Para o desenho dos primers para PCR

quantitativa em tempo real (RT-qPCR) foi utilizado o programa Primer3 Plus®

(http://frodo.wi.mit.edu/primer3/), considerando as características especiais da PCR

quantitativa, como o tamanho do amplicon, menor que 150 pares de base (pb), primers

com 19-20 pb, temperatura de anelamento entre 60 e 90°C, entre outros.

59

Como genes constitutivos foram utilizados os primers do gene GmTefS1 (Qin et

al., 2012), GmAct11 e GmEF1b (Jian et al., 2008); e como constitutivo para genes

bacterianos foram testados os genes BeGapA (glyceraldeído-3-fosfato desidrogenase) e

o gene Be16S que codifica a subunidade 16S ribossomal (Chueire et al., 2003). As

sequências específicas utilizadas neste estudo estão listadas na Tabela 4.

60

Tabela 4. Sequências utilizadas como primers para analise da expressão gênica por RT-qPCR.

Primer (5’- 3’)

Nome do gene GenBank (NCBI) Locus name (Phytozome) CDS F R

Amplicon size (bp)

Eficiência (%)

GmPHT1;1 FJ797401 Glyma10g33030 1611 TGACCACAAGTACGATCTTCC CGCCAATAGTAGGTAAGAGCA 129 108

GmPHT1;2 FJ797402 Glyma03g31950 1620 GACATAGCGCGAAATCTGTC CAAACACGGCCGCAATGAAG 150 93

GmPHT1;3 FJ797403 Glyma10g00950 1602 AGGTGCACCAAAGCCGGGAACT TGGCCATGACACCCTCTGCA 215 95

GmPHT1;4 FJ797404 Glyma10g04230 1566 GAACACTTTCAGGGCAACTC GTCATCACAGTCTTTGCATCG 145 91

GmPHT1;5 FJ797405 Glyma20g34610 1611 GAGGGGCATTCATTGCTGCA AGCGAATCCACCTTCGAACCT 151 102

GmPHT1;6 FJ797406 Glyma10g33020 1509 CTGCTCACATACTATTGGCGT GTCCAACAGGAACCAAGTAAC 249 114

GmPHT1;7 FJ797407 Glyma19g34710 1620 GAGCACTCCCAGCTGCATTG GGCGACTGAGGAAGTCCTTG 204 84

GmPHT1;8 FJ797408 Glyma20g02660 1545 GGACCACCAAGGAACATCATAA CCCAGAAATGCCATGACAAC 155 94

GmPHT1;9 FJ797409 Glyma07g34870 1536 ACAAGAAGACAAGAGGGTCG AACCGAGCATGAGAATCAAC 162 92

GmPHT1;10 FJ797410 Glyma20g34620 1584 GAGCAATTGGACACAAGAAG TCCAACAGGAACCAAGTAGT 110 110

GmPHT1;11 FJ797411 Glyma14g36650 1674 GGACTCCCGAATGAATGCTA AGCTGCAGTCAACTCCCCTA 218 -

GmPHT1;12 FJ797412 Glyma14g28780 1578 ATGTTTAACTGTGGGCGGCG CCCTATTATTGGGCGTCGGT 182 78

GmPHT1;13 FJ797413 Glyma13g08720 1632 TCATTTTCGCGGGTTTAGTC GCTTGCTTCACGTTTCCTTC 232 85

GmPHT1;14 FJ797414 Glyma02g00840 1602 CAGGTTCTGGCTAGGGTTTG ACATAGTCAAATGCGGGGTC 243 107

GmSS1 XM_006606164 Glyma20g31730 1668 TTGGTCTTGCGAGAGCGGGC CGGCAACCATGGGGTGAGGC 120 89

GmAS1 NM_001248809.1 1740 GAGGGCCTTTGATGATGAAG CCATCAATCCAACCATAGCC 102 71

GmAS2 NM_001248792.1 1746 AAAGCTGTTGAGTGGGATGC GCTGAAATGTGCACTCCAAG 80 83

GmAS3 XM_003552013.2 1680 TAAGGCCTGATCTTGGAAGG CCAACCCCATCACTGAATTG 124 100

GmGS1 NM_001255403.2 Glyma18g04660.1 1071 CCATTGAGAAGTTGGGGAAG TGCAACTCCCCATAAGAAGG 122 105

GmGS2 XM_006597503.1 Glyma.15G102000 1299 CGCCACAAAGATCACATCAG TGCTGTCTCATGCTTTCCAG 72 98

GmGOGAT-Fd1 XM_006576724.1 Glyma.03G128300 4881 GCAACTGAAGAGCCTGATTG GGAACCAGCTGCCAAAATAG 111 97

GmGOGAT-Fd2 XR_419957.1 Glyma.19G130800 4746 AACCGCCTCCATAATTCCTC CAATGAATCCAACCCCACAG 124 97

GmUO1 D86929 Glyma10g23790 930 AGTTCGAGCAGAGGCACGGGA CCCACGCGCCACTCCACAAT 94 101

BeNifH Contig GCATCCTGAAATACGCCAAC AGATCAGCTGAGTGCCCAAC 126 114

BeNifD Contig ATTGCGGAGTCAAGTCCAAC TATGGACCATGTCCTTGATCG 114 112

GmTefS1 X56856 1979 TGCAAAGGAGGCTGCTAACT CAGCATCACCGTTCTTCAAA 200 98

GmAct11 BW652479 Glyma18g52780 1134 CGGTGGTTCTATCTTGGCATC GTCTTTCGCTTCAATAACCCTA 141 83

GmEF1b EV279336 Glyma02g44460 672 GTTGAAAAGCCAGGGGACA TCTTACCCCTTGAGCGTGG 102 89

BeGapA AM295406 798 AGATCAACGAGGCGATGAAG TGGTTGAAGTCGATCGAGAC 94 100

Be16S AF237422 1411 CTACAATGGCGGTGACAATG CGAACTGAGACGGCTTTTTG 70 65

61

Análise de expressão por PCR quantitativa em tempo real (RT-qPCR)

A expressão dos níveis de transcritos dos genes de interesse foi analisada por

RT-qPCR em raízes e nódulos das plantas de soja no florescimento. As análises por RT-

qPCR foram realizadas no equipamento StepOne Plus (Applied Biosystems, Carlsbad,

USA) usando QuantiFast SYBR Green PCR Kit (Qiagen) para acompanhar a síntese de

dsDNA. As condições dos PCR foram: 95°C por 3 min, seguido por 40 ciclos de 95°C

por 10 s e 60°C por 30 s. A confirmação de especificidade do amplicon foi baseada na

curva de dissociação no final de cada corrida. Ainda foi realizada uma curva de

eficiência de amplificação para cada par de primers, na qual foi verificada eficiência e

especificidade analisada com base na curva de dissociação para todos os primers. Para

normalização interna adequada dos genes de soja, foi utilizada a expressão dos genes de

referencia anteriormente citados e avaliados como estáveis pelo geNorm

exclusivamente para este experimento (valor de estabilidade M<0,15 e coeficiente de

variação<0,05) (Vandesompele et al., 2002). A expressão relativa foi normalizada pela

expressão da amostra de menor valor e os dados foram exportados do qBasePLUS

(Derveaux et al., 2010; Hellemans et al., 2007) para o Excel, para análise estatística.

A quantificação relativa da expressão dos genes de B. elkanii foi determinada

comparando a expressão transcricional entre genes alvo e referencia pelo método 2-ΔCt

,

onde: 2 representa a eficiência do primer do gene alvo (eficiência é calculada como a %

de eficiência X 0,01+1); ΔCt= (Ctalvo – Ctref). Onde, Ct: ciclo limiar, alvo: gene alvo, e

ref: gene referência (Livak & Schmittgen, 2001).

Análises estatísticas

Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e as médias foram

comparadas pelo teste de Tukey (P<0,05), usando o software estatístico Sisvar, versão

5.6 (Ferreira, 2011). Os dados de contagem e os expressos em porcentagem foram

transformados em log(x+1) e arcoseno(√𝑥/100), respectivamente, antes da analise

estatística. Os gráficos foram feitos no programa OriginPro, versão 9.1 para Windows.

62

Resultados

Crescimento, nodulação e colonização micorrízica

Sob a condição de baixo P o crescimento e a nodulação da soja não foram, no

geral, influenciados significativamente pela inoculação com G. macrocarpum (+MA),

sendo semelhantes em plantas sem inoculação do FMA (-MA) tanto na floração como

no enchimento da semente (Figura 6 e Tabelas 5 e 6). O crescimento e a formação de

nódulos foram positivamente influenciados pelo maior suprimento de P às plantas de

soja (-MA+P). Vemos também que nesse tratamento houve um aumento significativo da

biomassa total e de cada uma das partes analisadas das plantas, desde o florescimento

até o enchimento da semente. No entanto, a micorrização influenciou significativamente

a produção de vagens da planta em condições de deficiência de P, já que mesmo com

menor número de vagens, as plantas +MA tiveram vagens de massa maior do que

plantas do tratamento -MA+P (Tabelas 5 e 6).

Figura 6. Produção de biomassa total (nódulo, parte aérea, raiz e vagem) de plantas de soja

micorrizadas (+MA) e não micorrizadas (-MA) cultivadas em baixo nível de P e em plantas de

soja não micorrizadas cultivadas com nível adequado de P (-MA+P) cultivadas até o

florescimento e o enchimento da semente. Médias seguidas da mesma letra não diferiram

significativamente pelo teste de Tukey P ≤ 0.05 dentro do mesmo estádio de desenvolvimento.

*indica diferenças significativas entre estádios do desenvolvimento dentro do mesmo

tratamento (teste de Tukey P < 0.05). Barras indicam o erro padrão de 4 replicatas.

-MA +MA -MA+P -MA +MA -MA+P0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

7,0

7,5

8,0

Pro

duçã

o d

e b

iom

assa

(g

pla

nta

-1)

Nódulo

Raiz

Parte aérea

Vagem

bb

a

bb

a

Florescimento Enchimento da semente

*

63

Tabela 5. Produção de biomassa de nódulos, parte aérea, raiz e vagens de plantas de soja

micorrizadas (+MA) e não micorrizadas (-MA) cultivadas em baixo nível de P e em plantas de

soja não micorrizadas cultivadas com nível adequado de P (-MA+P) até o florescimento e o

enchimento da semente, respectivamente. Médias seguidas da mesma letra não diferiram

significativamente pelo teste de Tukey P ≤ 0.05 dentro do mesmo estádio de desenvolvimento.

*indica diferenças significativas entre estádios do desenvolvimento dentro do mesmo

tratamento (teste de Tukey P < 0.05).

Florescimento Enchimento da semente

Parte aérea Raiz Nódulo Vagem Parte aérea Raiz Nódulo

g planta-1

-MA 0,78 b 0,82 b 0,05 b 0,09 b 0,77 b 0,49 b 0,05 b

+MA 0,68 b 0,67 b 0,05 b 0,38 a 0,88 b 0,53 b 0,07 b

-MA+P 1,73 a* 1,64 a* 0,21 a* 0,42 a 3,50 a 2,36 a 0,41 a

Tabela 6. Número de nódulos e de vagens de plantas de soja micorrizadas (+MA) e não

micorrizadas (-MA) cultivadas em baixo nível de P e em plantas de soja não micorrizadas

cultivadas com nível adequado de P (-MA+P) cultivadas até florescimento e o enchimento da

semente. Médias seguidas da mesma letra não diferiram significativamente pelo teste de Tukey

P ≤ 0.05 dentro do mesmo estádio de desenvolvimento. *indica diferenças significativas entre

estádios do desenvolvimento dentro do mesmo tratamento (teste de Tukey P < 0.05).

Número de nódulos Número de vagens

Florescimento Enchimento da semente Enchimento da semente

-MA 30 b 33 b 4 b

+MA 33 b 46 b 4 b

-MA+P 57 a 69 a 10 a

As raízes de soja inoculadas com o FMA estavam no geral pouco colonizadas e

apresentaram colonização micorrízica entre 5% e 10% em ambas as fases de

desenvolvimento, não havendo diferença significativa entre os florescimento e

enchimento da semente. Baixo número de arbúsculos e vesículas também foram

observados (dados não mostrados).

Concentração de nutrientes

No florescimento a concentração de Ca, Mg, S, Mn, Cu, Zn e B na parte aérea

não foi alterada pelos tratamentos estudados (Tabela 7). Já a deficiência em P diminuiu

a concentração de N, P e K na parte aérea da soja, sendo a concentração destes três

elementos similar na parte aérea de plantas +MA e –MA crescidas com baixo

suprimento de P (Tabela 7). Na raiz somente a concentração de P e Mn em plantas não

inoculadas foi influenciada pela deficiência em P, com plantas -MA+P apresentando

64

maiores concentrações. A inoculação do FMA aumentou a concentração de N, Zn e B

nas raízes da soja em condição de deficiência de P (Tabela 7).

No estádio de enchimento da semente as plantas com suprimento adequado de P

apresentaram concentrações de N, P e B na parte aérea maiores do que plantas –MA

(Tabela 7). A concentração de P e Mn em plantas +MA não diferiu das observadas em

plantas sem inoculação (–MA ou –MA+P). A concentração de Mn na raiz foi maior em

plantas –MA do que nas inoculadas +MA ou com aporte suficiente de P (-MA+P). A

concentração de Zn na parte aérea foi maior em plantas +MA do que em plantas não

inoculadas. Nas raízes de plantas –MA+P a concentração de N foi inferior do que me

plantas -MA e sem diferenças significativas com plantas +MA (Tabela 7).

A concentração de alguns nutrientes em raízes e parte aérea mudou

significativamente entre os dois estádios reprodutivos analisados. No enchimento da

semente as plantas apresentaram diminuição na concentração de K, Mn e Cu na parte

aérea com relação ao observado no florescimento (Tabela 7). Já em plantas –MA+P a

concentração de B de parte aérea e de N na raiz aumentou no estádio de enchimento da

semente. A concentração de K na raiz de plantas crescidas em baixo nível de P

aumentou na maturidade. Em relação ao florescimento, a concentração de Ca, Mg, Mn,

Cu, Zn e B aumentou de forma significativa somente em raízes de plantas –MA no

enchimento da semente, havendo redução na concentração de S (Tabela 7).

A concentração de Fe na parte aérea e raízes foi determinada, sendo

extremamente alta nas raízes. Talvez esse fato esteja associado à contaminação da raiz

com resíduos de vermiculita usada como substrato para o crescimento da planta, uma

vez que vermiculita é constituída de silicatos de alumino-ferro-magnésio. Por este

motivo decidimos não apresentar esses dados.

O conteúdo de N e P acumulado por planta, obtido da multiplicação da

concentração de N e P pela biomassa, não foi influenciado pela simbiose em nenhum

dos estádios analisados (Figura 7A e B). Plantas crescidas com maior concentração de P

tiveram maiores conteúdos de N e P e ambos aumentaram do florescimento ao

enchimento da semente (Figura 7A e B).

A concentração de Pi foi maior na condição –MA+P em todas as partes da planta

e em ambos os estádios analisados, com exceção do Pi na raiz de plantas coletadas no

65

florescimento que foi igual para plantas dos três tratamentos (Tabela 8). Entre o

florescimento e o enchimento de grão, a concentração de Pi em plantas –MA+P

aumentou na raiz e diminuiu em folhas novas e velhas (Tabela 8). Em plantas crescendo

em baixo nível de P, folhas e nódulos tiveram concentrações de Pi similares entre si e

maiores do que aquelas em raízes. Já em plantas crescidas com níveis suficientes de P, a

concentração de Pi foi maior em folhas do que em nódulos e raízes, as quais

apresentaram as menores concentrações de Pi (Tabela 8).

66

Tabela 7. Concentração de nutrientes em parte aérea e raiz de plantas de soja micorrizadas (+MA) e não micorrizadas (-MA) cultivadas em baixo nível de P

e em plantas de soja não micorrizadas cultivadas com nível adequado de P (-MA+P) no estádio do florescimento e do enchimento da semente.

N P K Ca Mg S Fe Mn Cu Zn B

___________________ g kg-1

____________________ _______________ mg kg-1

________________

Flo

resc

imen

to

Parte aérea (folha + caule)

-MA 15,3 b 0,7 b 15,2 b* 5,1 a 7,2 a 4,2 a 137,9 a 261,9 a* 3,6 a* 40,1 a 39,8 a

+MA 15,3 b 0,8 b 16,8 b* 4,6 a 7,1 a 5,0 a 111,7 a* 226,4 a* 3,4 a 42,7 a 45,8 a

-MA+P 21,6 a 2,0 a 20,3 a* 4,9 a 6,8 a 4,3 a 130,2 a 259,8 a 3,4 a* 34,9 a 47,9 a*

Raiz

-MA 8,0 b* 0,3 b 17,9 a* 2,2 a* 32,8 a* 4,3 a* ND 243,4 b* 3,1 a* 12,1 b* 21,0 b*

+MA 12,7 a 0,4 ab 20,2 a* 3,3 a 25,5 a 7,0 a ND 213,7 ab 5,3 a 35,0 a 40,3 a

-MA+P 10,1 ab 0,7 a 16,6 a 3,5 a 32,4 a 6,3 a ND 319,1 a 3,9 a* 29,8 a* 20,0 b

Ench

imen

to

da s

emen

te

Parte aérea (folha + caule)

-MA 14,1 b 0,6 b 13,4 a 5,1 a 7,2 a 4,7 a 178,7 a 412,0 a 2,7 a 35,6 b 44,5 b

+MA 16,5 ab 0,6 b 13,3 a 4,2 a 7,0 a 5,7 a 196,9 a 342,2 ab 3,0 a 51,6 a 50,6 b

-MA+P 19,0 a 1,9 a 14,4 a 4,9 a 6,3 a 4,9 a 171,5 a 275,7 b 2,9 a 30,5 b 95,2 a

Raiz

-MA 13,5 a 0,6 a 35,9 b 4,8 a 15,5 b 9,1 a ND 478,0 a 6,7 a 36,6 a 45,1 a

+MA 11,3 ab 0,6 a 37,6 b 4,3 a 19,1 b 9,0 a ND 266,4 b 5,7 a 37,9 a 31,2 a

-MA+P 8,5 b 0,4 a 12,5 a 2,4 b 34,9 a 5,1 b ND 275,6 b 1,3 b 9,1 b 8,6 b

Médias seguidas da mesma letra não diferiram significativamente pelo teste de Tukey P ≤ 0.05 dentro do mesmo estádio de desenvolvimento. *indica

diferenças significativas entre estádios do desenvolvimento dentro do mesmo tratamento (teste de Tukey P < 0.05).

67

Figura 7. Conteúdo de nitrogênio (A) e fósforo (B) em plantas de soja micorrizadas (+MA) e

não micorrizadas (-MA) cultivadas em baixo nível de P e em plantas de soja não micorrizadas

cultivadas com nível adequado de P (-MA+P) no estádio do florescimento e do enchimento da

semente. Médias seguidas da mesma letra não diferiram significativamente pelo teste de Tukey

P ≤ 0.05 dentro do mesmo estádio de desenvolvimento. *indica diferenças significativas entre

estádios do desenvolvimento dentro do mesmo tratamento (teste de Tukey P < 0.05). Barras

indicam o erro padrão de 4 replicatas.

Tabela 8. Concentração de fósforo inorgânico (µmol g-1

massa fresca) em folha velha (FV),

folha nova (FN), raiz (R) e nódulo (N) de plantas de soja micorrizadas (+MA) e não

micorrizadas crescidas em baixa concentração de P, e em plantas não micorrizadas e crescidas

com suprimento adequado de P, no florescimento e enchimento da semente. Médias seguidas da

mesma letra não diferiram significativamente pelo teste de Tukey P ≤ 0.05 dentro do mesmo

estádio de desenvolvimento. *indica diferenças significativas entre estádios do desenvolvimento

dentro do mesmo tratamento (teste de Tukey P < 0.05).

Fase fenológica

Folha nova Folha velha Raiz Nódulo

µmol g-1

MF

Florescimento

-MA 11,8 b 10,5 b 2,6 a 12,7 b

+MA 12,7 b 8,1 b 2,7 a 11,0 b

-MA+P 62,0 a* 66,7 a* 6,5 a* 22,5 a

Enchimento da

semente

-MA 14,3 b 11,7 b 1,1 b 10,8 b

+MA 14,5 b 10,5 b 1,5 b 10,9 b

-MA+P 50,2 a 44,2 a 14,4 a 18,9 a

-MA +MA -MA+P -MA +MA -MA+P0,00

0,05

0,10

0,15

0,20a

bb

bConte

údo N

(g p

lanta

-1)

b

a

Enchimento da sementeFlorescimento

*

-MA +MA -MA+P -MA +MA -MA+P0,000

0,002

0,004

0,006

0,008

0,010

0,012

0,014

0,016 a

a

bbb

Con

teú

do P

(g

pla

nta

-1)

b

Florescimento Enchimento da semente

*

A B

68

Atividade fotoquímica

As eficiências quânticas potencial (Fv/Fm) e efetiva do fotossistema II (ΦPSII)

foram similares nos tratamentos –MA e +MA, porém foram significativamente maiores

em plantas –MA+P (Tabela 9). O coeficiente de extinção não fotoquímica (NPQ) foi

significativamente maior em folhas de plantas com baixo suprimento de P quando

comparadas àquelas crescidas com suficiência de P (Tabela 9). O coeficiente de

extinção fotoquímica (Qp) não foi afetado pelos tratamentos (Tabela 9).

Tabela 9. Atividade fotoquímica em folhas de plantas de soja micorrizadas (+MA) e não

micorrizadas (-MA) cultivadas em baixo nível de P e em plantas de soja não micorrizadas

cultivadas com nível adequado de P (-MA+P) no estádio do florescimento. Fv/Fm: eficiência

quântica potencial, ФPSII: rendimento quântico efetivo do fotossistema II, Qp: quenching

fotoquímico, NPQ: quenching não-fotoquímico. Médias seguidas de letras diferentes indicam

diferenças significativas entre os tratamentos no florescimento (teste de Tukey P < 0.05).

Fv/Fm ΦPSII NPQ Qp

-MA 0,69 b 0,14 b 5,50 a 0,36 a

+MA 0,73 b 0,18 b 5,33 a 0,41 a

-MA+P 0,78 a 0,25 a 3,02 b 0,42 a

Conteúdo de aminoácidos e ureídeos totais

No florescimento o conteúdo de aminoácidos livres totais nas folhas não foi

afetado pelos tratamentos. Já no enchimento da semente houve maior concentração em

folhas de plantas –MA+P, sendo que plantas micorrizadas apresentaram a menor

concentração (Tabela 10). A concentração de ureídeos de plantas no florescimento foi

significativamente menor em +MA e maior em –MA+P (Tabela 10). Na época do

enchimento de semente, plantas –MA+P continuaram a apresentar maior teor de

ureídeos totais do que plantas +MA, com plantas não inoculadas e sob deficiência de P

apresentando teores foliares intermediários (Tabela 10).

69

Tabela 10. Conteúdo de aminoácidos livres e ureídeos totais (µmol g-1

massa seca) em folhas de

soja micorrizadas (+MA) e não micorrizadas (-MA) cultivadas em baixo nível de P e em plantas

de soja não micorrizadas cultivadas com nível adequado de P (-MA+P), no estádio do

florescimento e do enchimento da semente. Médias seguidas da mesma letra não diferiram

significativamente pelo teste de Tukey P ≤ 0.05 dentro do mesmo estádio de desenvolvimento.

*indica diferenças significativas entre estádios do desenvolvimento dentro do mesmo

tratamento (teste de Tukey P < 0.05).

Fase

fenológica Aminoácidos Ureídeos

µmol g-1

MS

Florescimento

-MA 7,54 a 3,97 b

+MA 6,14 a 4,50 ab

-MA+P 8,09 a 5,23 a

Enchimento

da semente

-MA 8,60 ab 4,83 ab

+MA 6,85 b 4,27 b

-MA+P 9,03 a 5,76 a

Expressão gênica em raízes e nódulos da soja: metabolismo de N e transportadores de

P

A expressão de alguns genes relacionados com o metabolismo do N foi

analisada nos nódulos de plantas coletadas no florescimento (Figura 9). Observou-se

que o nível de expressão dos genes da glutamato sintase GmGOGAT1 e GmGOGAT2,

ureato oxidase GmUO1 e asparagina sintetase GmAS1 e GmAS2 não tiveram alteração

significativa nas condições estudadas (Figura 9). Já o gene da isoforma 3 da asparagina

sintetase GmAS3 apresentou maior nível de expressão em nódulos de plantas -MA,

seguido por nódulos de plantas +MA e com menor expressão nos nódulos de plantas -

MA+P (Figura 9). O gene da glutamina sintetase citoplasmática GmGS1 e cloroplástica

GmGS2 apresentou maior expressão em nódulos de plantas com maior disponibilidade

de P (-MA+P), sendo menor nos nódulos de planta micorrizadas (+MA). Em nódulos de

plantas -MA o nível de expressão do gene GmGS2 foi intermediária, não diferindo do

observado em nódulos de plantas de outros tratamentos (Figura 9).

70

Figura 9. Níveis de expressão relativa de genes relacionados ao metabolismo do nitrogênio

(GmGOGAT1 e GmGOGAT2: glutamato sintase 1 e 2; GmAS1, GmAS2 e GmAS3: asparagina

sintetase 1, 2 e 3; GmGS1 e GmGS2: glutamina sintetase citosólica e plastídica,

respectivamente; e GmUO1: ureato oxidase) em nódulos de plantas de soja micorrizadas (+MA)

e não micorrizadas (-MA) cultivadas em baixo nível de P e em plantas de soja não micorrizadas

cultivadas com nível adequado de P (-MA+P) no florescimento. Médias seguidas de letras

diferentes indicam diferenças significativas entre tratamentos (teste de Tukey P < 0.05). Barras

indicam o erro padrão de 4 replicatas.

A expressão dos genes relacionados à atividade nitrogenase de nódulos de soja

infectados por B. elkanii BeNifH e BeNifD e que codificam a subunidade α dos

componentes I e II da nitrogenase não apresentou diferenças significativas entre plantas

nas condições analisadas (Figura 10). Cabe ressaltar que foi analisada por RT-qPCR a

expressão de dois genes constitutivos da bactéria para verificar a especificidade e

eficiência de amplificação dos dois pares de primers utilizados e assim decidir qual

utilizar para a normalização dos genes alvos bacterianos BeNifH e BeNifD. O gene

BeGapA apresentou eficiência de 100% e foi o escolhido para normalização da

expressão dos dois genes de interesse. Na Tabela 4 apresentamos a sequencia utilizada

do Be16S, pois trata-se de um gene muito utilizado na identificação molecular de

espécies filogeneticamente relacionadas de Rhizobium (Chueire et al., 2003).

GmGOGAT1 GmGOGAT2 GmAS1 GmAS2 GmAS3 GmGS1 GmGS2 GmUO10

1

2

3

4

5

bbb

a

ab

a

b

b

a

a

a

a

aa

aa

a

a

aaaa

Exp

ressã

o r

ela

tiva

-MA

+MA

-MA+P

a

a

71

Figura 10. Níveis de expressão relativa de genes relacionados à atividade de fixação de N2 de

Bradyrhizobium elkanii (BeNifH e BeNIFD: que codificam a subunidade α dos

componentes I e II da nitrogenase, respectivamente) em nódulos de plantas de soja

micorrizadas (+MA) e não micorrizadas (-MA) cultivadas em baixo nível de P e em plantas de

soja não micorrizadas cultivadas com nível adequado de P (-MA+P) no florescimento. Médias

seguidas de letras diferentes indicam diferenças significativas entre tratamentos (teste de Tukey

P < 0.05). Barras indicam o erro padrão de 4 replicatas.

O gene GmSS1, referente a sacarose sintase, não apresentou diferenças de

expressão nos nódulos de plantas dos diferentes tratamentos (Figura 11). Na raiz,

GmSS1 foi mais expresso em plantas -MA do que em plantas +MA. Em raízes de

plantas -MA+P esse gene apresentou expressão intermediária não diferindo do

observado nos outros dois tratamentos (Figura 11).

Analisando a curva de dissociação no final da corrida de amplificação do gene

GmPHT1;11 (Tabela 4), a amplificação apresentou valores inadequados de eficiência e

pela curva de melting suspeitamos da possível formação de dímeros ou outras estruturas

secundárias; isto foi confirmado após PCR semi-quantitativo com o par de primers

selecionados para o gene GmPHT1;11, que não teve amplificação no tamanho de

amplicon esperado. Portanto, não analisamos a expressão desse gene neste trabalho, e

novas sequências de primers terão que ser desenhadas para avaliar a expressão deste

gene em resposta aos tratamentos estudados.

BeNIFH BeNIFD0

5

10

15

20

25

30

aa

a

a

a

Exp

ressã

o r

ela

tiva

-MA

+MA

-MA+Pa

72

Figura 11. Níveis de expressão relativa do gene da sacarose sintase (GmSS1) em raízes (R) e

nódulos (N) de plantas de soja micorrizadas (+MA) e não micorrizadas (-MA) cultivadas em

baixo nível de P e em plantas de soja não micorrizadas cultivadas com nível adequado de P (-

MA+P) no florescimento. Médias seguidas de letras diferentes indicam diferenças significativas

entre tratamentos (teste de Tukey P < 0.05). Barras indicam o erro padrão de 4 replicatas.

No geral, quando comparados com as expressões de plantas em 500 µM de P, a

maioria dos genes PHT1 de soja foi induzida em raízes e nódulos de plantas crescidas

com baixa disponibilidade de P (Figuras 12, 13 e 14). Dos genes PHT1 analisados, o

GmPHT1;4 foi o único que não apresentou diferença de expressão em resposta a

deficiência de P ou a micorrização (Figura 13). Em condições de baixa disponibilidade

de P, a simbiose micorrízica influenciou a expressão de alguns dos transportadores

PHT1 da soja, sendo que raízes de plantas +MA apresentaram menor expressão dos

genes GmPHT1;6, GmPHT1;7 e GmPHT1;10 e maior expressão do transportadores

GmPHT1;12 e GmPHT1;13 (Figuras 13 e 14). Nos nódulos de plantas micorrizadas o

nível de transcritos dos genes GmPHT1;1, GmPHT1;3, GmPHT1;5, GmPHT1;7,

GmPHT1;8 e GmPHT1;10 foi reduzido de forma significativa se comparado ao de

plantas –MA, com mais de 50% de redução para GmPHT1;1 e GmPHT1;3 ou até três

vezes menor no caso do GmPHT1;5 (Figuras 12 e 13).

R N0

1

2

3

30

35

40

45

50

55

60

65

70

b

a

aa

ab

Expre

ssã

o r

ela

tiva

GmSS1

-MA

+MA

-MA+P

a

73

Figura 12. Níveis de expressão relativa de transportadores de fosfato PHT1(GmPHT1;1;

GmPHT1;2; GmPHT1;3; GmPHT1;5; GmPHT1;8 e GmPHT1;9) em raízes (R) e nódulos (N)

de plantas de soja micorrizadas (+MA) e não micorrizadas (-MA) cultivadas em baixo nível de

P e em plantas de soja não micorrizadas cultivadas com nível adequado de P (-MA+P) no

florescimento. Médias seguidas de letras diferentes indicam diferenças significativas entre

tratamentos (teste de Tukey P < 0.05). Barras indicam o erro padrão de 4 replicatas.

Figura 13. Níveis de expressão relativa de transportadores de fosfato (GmPHT1;4; GmPHT1;6;

GmPHT1;7; GmPHT1;10 e GmPHT1;13) em raízes (R) e nódulos (N) de plantas de soja

micorrizadas (+MA) e não micorrizadas (-MA) cultivadas em baixo nível de P e em plantas de

soja não micorrizadas cultivadas com nível adequado de P (-MA+P) no florescimento. Médias

seguidas de letras diferentes indicam diferenças significativas entre tratamentos (teste de Tukey

P < 0.05). Barras indicam o erro padrão de 4 replicatas.

R N R N R N R N R N R N0

5

10

15

20

25

30

35

40

aa

a

ab

a

b

abb

c

b

b

b

b

b

b

bb

b

b

bc

a

a

aa

a

aa

a

a

a

a

a

a

GmPHT1;2 GmPHT1;3 GmPHT1;5 GmPHT1;8 GmPHT1;9

Expre

ssã

o r

ela

tiva

-MA

+MA

-MA+P

GmPHT1;1

a

b

R N R N R N R N R N0

5

10

15

50

100

150

200300

400

500

600

bb

c

c

b

b

a

a

c

b

a aa

a

bc

ba

b

a

c

b

a

a

a

a

aa

a

GmPHT1;6 GmPHT1;7 GmPHT1;10 GmPHT1;13

Exp

ressã

o r

ela

tiva

-MA

+MA

-MA+P

GmPHT1;4

a

74

Figura 14. Níveis de expressão relativa de transportadores de fosfato (GmPHT1;12 e

GmPHT1;14) em raízes (R) e nódulos (N) de plantas de soja micorrizadas (+MA) e não

micorrizadas (-MA) cultivadas em baixo nível de P e em plantas de soja não micorrizadas

cultivadas com nível adequado de P (-MA+P) no florescimento. Médias seguidas de letras

diferentes indicam diferenças significativas entre tratamentos (teste de Tukey P < 0.05). Barras

indicam o erro padrão de 4 replicatas.

R N R N0

40

80

120

1200140016003800

3900

4000

4100

4200

4300

b b

aa

aa

b

a

a

GmPHT1;14

Expre

ssã

o R

ela

tiva

-MA

+MA

-MA+P

GmPHT1;12

b

a

c

75

Discussão

A baixa disponibilidade de P é especialmente limitante para o crescimento de

plantas, especialmente para leguminosas que realizam fixação simbiótica de N2 (FSN),

afetando o processo de fixação e a nodulação. Portanto, entender os mecanismos de

transporte de P e a influência da micorriza arbuscular (MA) na nutrição fosfatada em

condições de escassez de P é de grande importância para contribuir com o

desenvolvimento de abordagens que possam incrementar a eficiência de absorção e uso

do P e, consequentemente, a eficiência FSN. Assim, nesse estudo avaliamos a absorção

e a partição de P em plantas de soja com dupla associação micorriza arbuscular-rizóbio.

Em condições de baixa disponibilidade de P, a micorrização da soja ao FMA G.

macrocarpum não resultou, no geral, em alterações de crescimento de raízes e parte

aérea ou na nodulação (Figura 6 e Tabelas 5 e 6). A produção de biomassa total da

planta foi similar em plantas micorrizadas e não micorrizadas (Figura 6). Porém, a

biomassa produzida pelas vagens de plantas micorrizadas foi significativamente maior

no estádio de enchimento da semente (Tabela 5), apesar da quantidade de vagens entre

os tratamentos (Tabela 6), o que indica que a micorriza contribuiu para a maior alocação

de recursos para os frutos. A presença da micorriza pode ter contribuído para a maior

absorção de P (Oldroyd, 2013) na fase de enchimento da semente, nutriente que pode ter

sido preferencialmente alocado para as vagens quando comparadas à parte aérea e raiz

das plantas.

A deficiência de P tanto de plantas micorrizadas quanto daquelas não

micorrizadas causou importante redução na produção de biomassa da planta, o que

poderia ser explicado pela redução na assimilação de CO2 e da expansão foliar (Fredeen

et al., 1989). Neste estudo, a simbiose não conseguiu compensar a demanda por P na

condição de deficiência do nutriente. Sabe-se que a simbiose micorrízica pode causar

respostas desde altamente benéficas a prejudiciais para a planta, o denominado

continuum mutualismo parasitismo (Smith & Smith, 2013). Em determinadas situações

como níveis excessivos de P ou o estresse causado pela limitação de P os efeitos

positivos da simbiose micorrízica podem ser neutralizados ou mesmo eliminados e

provocar efeitos negativos para a planta hospedeira (Ballhorn et al., 2016). Portanto, a

severa limitação de P imposta à planta durante o nosso experimento pode ter mitigado

os efeitos benéficos da micorriza, sugerindo que a associação aumentou o custo em

76

termos de carbono para a planta e limitou o crescimento ou que a aquisição de P pela

via micorrízica não foi suficiente para promover maior produção de biomassa pela

planta. Plantas que cresceram com níveis suficientes de P dobraram a produção de

biomassa entre o florescimento e o enchimento da semente, o que não ocorreu em

plantas sob a deficiência de P, independente da micorrização (Tabela 5).

A deficiência em P é um dos principais fatores nutricionais que limitam a

fotossíntese, isto pelo seu envolvimento direto na transferência de energia e no

metabolismo de carboidratos nos cloroplastos (Fredeen et al., 1989; Hernández &

Munné-Bosch, 2015). A fotossíntese em plantas de soja é severamente reduzida pela

deficiência de P afetando o crescimento e a sua produção (Qiu & Israel, 1992). Durante

as reações dependentes de luz da fotossíntese, grande parte da energia de excitação é

convertida em energia química através do transporte linear de elétrons nas membranas

dos tilacóides, levando à produção de ATP e NADPH. Como esperado, a deficiência em

P causou uma redução significativa da eficiência fotoquímica das plantas de soja

(Tabela 9), o que está associado à escassez de P e possivelmente à menor concentração

de clorofila (Hernández & Munné-Bosch, 2015). Tanto plantas micorrizadas como não

micorrizadas tiveram um aumento do quenching não-fotoquímico (NPQ) em condições

de baixa disponibilidade de P (Tabela 9), o que mostra que plantas deficientes em P

devem ativar mecanismos de dissipação do excesso de energia para evitar o dano foto-

oxidativo (Hernández & Munné-Bosch, 2015). Durante a deficiência em P a redução na

assimilação de CO2 reduz o consumo de energia química e promove-se um

desequilíbrio entre a taxa de transporte de elétrons e consequente produção de ATP e

NADPH e a assimilação de carbono e consumo dos produtos da atividade fotoquímica.

Ainda, a produção de ATP é afetada uma vez que fotofosforilação do ADP é inibida

durante a deficiência de Pi no estroma, o que em consequência limita a regeneração de

RuBP (Heber et al., 1989). Em nosso experimento os níveis de Pi de folhas velhas e

novas de plantas de soja crescida com baixo P foi muito reduzido se comparado com

plantas em condições suficientes de P (Tabela 8), o que mostra a limitação de Pi para

processos que ocorrem durante a fotossíntese e o efeito negativo observado na eficiência

fotoquímica (Tabela 9).

Neste trabalho, curiosamente os níveis de Pi na raiz foram semelhantes em

plantas sob baixa e adequada disponibilidade de P. Nestas condições, o conteúdo de Pi

de nódulos e folhas foi similar e significativamente maior do que o observado na raiz

77

(Tabela 8). A este respeito observou-se que plantas coletadas durante o estádio de

enchimento da semente tiveram menores concentrações de Pi nas folhas, velhas e novas,

se comparado ao florescimento (Tabela 8), o que seria uma provável consequência da

remobilização de Pi para o fruto.

O conteúdo de aminoácidos livres nas folhas e no xilema podem ser indicadores

da assimilação de N na raiz (Justino & Sodek, 2013; Pate, 1973), e o seu conteúdo

também pode ser alterado pelo desenvolvimento do rizóbio. A presença da dupla

simbiose e a condição de escassez de P no geral diminuiu o conteúdo de aminoácidos e

ureídeos totais nas plantas micorrizadas em comparação com as plantas não

micorrizadas com condições adequadas de P (Tabela 10) provavelmente devido à menor

quantidade de N fixado em plantas deficientes de P e ao próprio dreno energético e

nutricional exercido pelos simbiontes. Teria sido interessante analisar o conteúdo de

aminoácidos e ureídeos totais no nódulo para poder correlacionar o conteúdo destes

compostos nitrogenados com a expressão de genes do metabolismo de N neste tecido,

infelizmente a massa coletada dos nódulos não foi suficiente, especialmente no caso do

tratamento –MA. Teria sido igualmente importante a avaliação da atividade da

nitrogenase com o fim de quantificar de forma mais direta a FSN.

No entanto, vários genes relacionados com o metabolismo de N tiveram sua

expressão analisada para avaliar o efeito da micorrização e da deficiência em P nos

nódulos da soja. No geral, houve pouca alteração na expressão dos genes estudados em

resposta à deficiência de P ou à micorrização (Figura 8). Nódulos de plantas deficientes

em P apresentaram menor expressão da isoforma citoplasmática da glutamina sintetase

ou GS1 do que nódulos de plantas crescidas com níveis suficientes de P (Figura 8)

assim como expressão da isoforma cloroplastídica, GS2, dos nódulos das plantas

micorrizadas. Esses resultados indicam que a amônia produzida durante a FSN deve

estar sendo ativamente assimilada no aminoácido Gln em nódulos de plantas com

suficiente Pi (Schulze et al., 2015). A expressão de genes da GOGAT, no entanto, não

teve alterações significativas, assim como o gene da uricase (GmUO1) envolvido na

síntese de ureídeos (Figura 8). No entanto, a expressão de um dos três genes de

asparagina sintetase analisados, o GmAS3, foi induzida em nódulos de plantas não

micorrizadas sob deficiência de P (Figura 8). Esta resposta não seria esperada uma vez

que alguns estudos mostram repressão da asparagina sintetase em condições de

deficiência de P (Keller et al., 2002). Sabe-se que a redução do crescimento em plantas

78

deficientes em P determina uma menor demanda de N (Høgh Jensen et al., 2002)

causando um mecanismo de feedback de N sobre a FSN, devido à essa menor demanda

de N, substâncias nitrogenadas deixam de ser transportadas das raízes ao nódulo via

floema alterando assim a fixação de N2 (Schulze et al., 2015). Tal suposição é reforçada

pelo fato da relação N/P em soja deficiente ser significativamente maior do que em

suficiência de P, corroborando com o obtido em outros trabalhos com alfafa e trevo

(Høgh Jensen et al., 2002; Schulze et al., 2015). Tem sido sugerido que em condições

de baixo P compostos nitrogenados importados pelo nódulo, tal como Asn, podem

controlar a atividade do nódulo e reprimir a expressão da asparagina sintetase (Keller et

al., 2002). O perfil de aminoácidos em nódulos ou a concentração de aminoácidos totais

neste tecido ajudaria a testar esta hipótese e deve ser tema de pesquisa futura.

Mesmo com as alterações observadas no metabolismo de N nos nódulos, a

expressão dos genes BeNifH e BeNifD não foi alterada em resposta à micorriza e ao

baixo P (Figura 9). Mudanças na expressão desses genes que codificam componentes da

nitrogenase podem ser um indicativo da atividade de fixação da bactéria. Assim, a

atividade de FSN poderia não ter sido alterada pela deficiência de P nos nódulos. Mas

quando analisamos o conteúdo de N na parte aérea e raiz, observamos que o conteúdo

de N foi maior nas plantas em suficiência de P do que em deficiência (Figura 7),

sugerindo que a regulação na expressão de genes relacionados à atividade nitrogenase

foi similar entre os tratamentos. Dado o maior número e tamanho dos nódulos de

plantas sob deficiência de P (Tabelas 5 e 6) a fixação de N foi maior para plantas com P

suficiente P, e provavelmente pelo efeito positivo do estímulo da FSN pela demanda de

N para a parte aérea e a menor relação N/P destas plantas. O nódulo possui alta

demanda de P sendo considerado um forte dreno deste nutriente (Sulieman et al., 2013),

já que a fixação e o metabolismo de N requer gastos significativos de energia os quais

são afetados pela deficiência de P (Sa & Israel, 1991). Isto corrobora-se dadas as altas

concentrações de Pi nos nódulos de plantas deficientes em P se comparadas às da raiz

sob condições de baixo P (Tabela 8) (Schulze et al., 2006), no entanto a concentração de

P total não foi analisada nos nódulos, apenas na raiz e parte aérea.

A sacarose não é utilizada diretamente como substrato para a maioria dos

processos envolvidos no crescimento, desenvolvimento e armazenamento, tanto na

fonte como no dreno, sendo o destino metabólico da sacarose mediado principalmente

pelas enzimas sacarose sintetase e as diferentes invertases intra e extracelulares (Sung et

79

al., 1989). Em nódulos a sacarose importada via floema é metabolizada

preferencialmente pela sacarose sintetase (SS) e não pela ação de invertases (Koch,

2004), mas vemos que no nódulo não houve diferenças significativas na expressão da

enzima entre os tratamentos (Figura 9). Em raiz de plantas micorrizadas, a expressão da

SS foi menor que em plantas não micorrizadas (Figura 9). Teria sido interessante avaliar

teor de amido e sacarose nos nódulos e raízes para relaciona-los aos dados de expressão

da SS, a analise da sacarose invertase poderia também contribuir para um melhor

entendimento do metabolismo da sacarose na presença da micorriza e durante a escassez

de P.

A raiz é obviamente o principal órgão responsável pela manutenção da

homeostase de Pi nas folhas, possuindo mecanismos de sinalização altamente regulados

e que inclui sinais hormonais, como citocininas e strigolactonas, translocados à parte

aérea via xilema (Zhang et al., 2014). Uma das respostas à limitação de P é a indução de

transportadores de Pi de alta afinidade na raiz com o objetivo de aumentar a capacidade

de absorção. Em soja foram identificados 14 genes da família PHT1 (Fan et al., 2013) e

nossos resultados mostram que a maioria deles respondeu a deficiência de P, como foi o

caso do GmPHT1;3, 5 e 9 na raiz, GmPHT1;6 e 12 no nódulo e GmPHT1;2, 12 e 14 na

raiz e nódulo (Figuras 11 a 13), sugerindo uma tentativa de aumentar a eficiência de

absorção de Pi do solo (Zhang et al., 2014). Já a expressão dos transportadores

GmPHT1;6, 7 e 10 na raiz e GmPHT1;3, 5, 7, 8, e 10 no nódulo (Figuras 11 e 12) foi

reprimida na presença da simbiose MA, o que estaria associado à via de aquisição de P

em plantas associadas ao FMA. Outros trabalhos demostraram que alguns

transportadores de P envolvidos na absorção de Pi pela via direta são reprimidos na

presença de micorriza (Chiou et al., 2001; Grunwald et al., 2009; Tamura et al., 2012;

Wang et al., 2016). O transportador GmPHT1;4 não apresentou diferença de expressão

em raízes e nódulos de plantas sob as diferentes condições deste trabalho e foi altamente

expresso em nódulos (Figura 12). Qin et al. (2012) demonstraram que esse

transportador (GmPT5) coordena o transporte de Pi da raiz para o nódulo, especialmente

sob condições limitadas de P, sendo fundamental na manutenção da homeostase de P

nos nódulos, tecido com alta demanda neste nutriente. Outros transportadores de Pi

como GmPHT1;11, 12 e 13 em soja são induzidos em raízes micorrizadas (Tamura et

al., 2012) e isto foi de fato observado no nosso experimento. Os genes GmPHT1;12 e

13 apresentaram alta expressão em raízes associadas ao FMA G. macrocarpum (Figuras

80

12 e 13), infelizmente não foi possível, até o momento, a analise do gene GmPHT1;11

neste trabalho. Este transportador PHT1;11 é o que tem sido mais estreitamente

relacionado com os benefícios da simbiose na nutrição fosfatada (Wang et al., 2016),

sugerindo estar envolvido na transferência de P na interface micorrízica (Wang et al.,

2016), isto pode explicar a relação entre falta de expressão significativa de este gene

neste experimento dada a baixa colonização radicular e os poucos arbúsculos

observados nas raízes de plantas inoculadas.

81

Conclusão

A soja nodulada não se beneficiou de forma significativa da simbiose MA em

condições de limitação de P, ao menos em termos de crescimento, nodulação e nutrição.

A severa limitação de P imposta à planta durante o experimento possivelmente mitigou

os efeitos benéficos da micorriza sugerindo que a simbiose não conseguiu compensar a

demanda por P na condição de escassez deste nutriente, porém não foi prejudicial ou

causou efeitos deletérios já que as respostas fisiológicas como crescimento, absorção de

nutrientes, atividade fotoquímica, metabolismo de N de plantas micorrizadas foram

similares às das plantas não micorrizadas nessa mesma condição. No entanto, foi

possível verificar a influencia da micorriza no aspecto molecular já que o perfil de

expressão de genes da família PHT1 foi significativamente alterado pela simbiose e

corroborando a existência de diferentes vias de aquisição de Pi em plantas micorrizadas

e não micorrizadas, mesmo na ausência de benefício na quantidade de P absorvida.

82

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os dois experimentos realizados neste estudo e abordados individualmente em

cada um dos capítulos desta dissertação apresentaram respostas distintas, mesmo que o

delineamento experimental foi o mesmo em ambos. No primeiro, os resultados

mostraram que a MA influenciou positivamente o crescimento e a nodulação em ambos

os estádios estudados em relação às plantas não micorrizadas e sob deficiência de P.

Embora a micorriza não tenha promovido o crescimento da planta de forma mais

próxima ao observado em plantas bem nutridas, a simbiose aumentou a atividade da

nitrogenase e levou a menor limitação metabólica da fotossíntese em condições de

escassez de P se comparado às plantas não micorrizadas na mesma condição. Isto

mostra que as respostas poderiam ser resultantes da contribuição da micorriza na

absorção de P, estimulando a FSN e aumentando o conteúdo de N na planta.

Outras análises moleculares e bioquímicas (expressão de transportadores de P,

enzimas do metabolismo de N, teor de amido e sacarose) dessas mesmas plantas do

primeiro experimento possivelmente teriam contribuído no entendimento da resposta da

soja nodulada e micorrizada à deficiência em P. Porém devido a um incidente com o

ultrafreezer onde o material vegetal coletado foi armazenado, o mesmo foi perdido antes

das análises serem feitas. Por esse motivo o experimento foi repetido, porém em época

diferente do ano ao realizado para o primeiro experimento desta dissertação.

No segundo experimento as plantas expostas as mesmas condições de limitação

de P responderam de forma diferente quanto ao beneficio na nodulação e no

crescimento, o que pode ter sido efeito de fatores climáticos pouco favoráveis durante a

condução deste experimento: período muito chuvoso com maior cobertura de nuvens.

Outro fator a ser considerado, é que no segundo experimentos houve uma diminuição da

capacidade colonizadora do fungo MA utilizado como inóculo, uma vez que os níveis

de colonização micorrízica foram significativamente menores aos observados em

plantas do primeiro experimento. No entanto, a soja nodulada mesmo não se

beneficiando de forma significativa da simbiose MA em condições de limitação de P

não foi prejudicial ou deletéria, pois plantas associadas à micorriza se desenvolveram de

forma semelhante a plantas não micorrizadas. As respostas bioquímicas e respostas

moleculares dos genes do metabolismo de N também não foram diferentes para plantas

83

micorrizadas e não micorrizadas, apenas a expressão de alguns transportadores de Pi foi

significativamente alterado pela simbiose.

A simbiose micorrízica, dentro do continuum mutualismo-prasatismo pode

causar respostas desde altamente benéficas a prejudiciais para a planta (Smith & Smith,

2013). Em determinadas situações de estresse os efeitos positivos da simbiose

micorrízica podem provocar efeitos negativos para a planta hospedeira (Ballhorn et al.,

2016), porem, no presente estudo mesmo na condição de estresse a simbiose não causou

redução no crescimento. A intensidade de colonização do FMA foi baixa e

possivelmente se tivesse sido maior poderia ter causado um maior custo em termos de

carbono causando uma redução no crescimento da planta ou mesmo estimulando a

fotossíntese, resultando em efeitos parecidos ao do primeiro experimento. Futuros

estudos serão necessários para compreender melhor a resposta de soja nodulada à

deficiência de P e à micorrização, o que sem dúvida será de importância desde uma

perspectiva atual e mais holística que procura entender a planta em interação com seus

simbiontes e seus microrganismos associados.

84

Referências

Adesemoye AO, Kloepper JW (2009) Plant-microbes interactions in enhanced fertilizer-

use efficiency. Appl Microbiol Biotechnol 85,1-12.

Al-Niemi TS, Kahn ML, McDermott TR (1997) P metabolism in the bean-Rhizobium

tropici symbiosis. Plant Physiol 113,1233-1242.

Al‐Ghazi Y et al. (2003) Temporal responses of Arabidopsis root architecture to

phosphate starvation: evidence for the involvement of auxin signalling. Plant

Cell Environ 26,1053-1066.

Amarante Ld, Lima J, Sodek L (2006) Growth and stress conditions cause similar

changes in xylem amino acids for different legume species. Environ Exp Bot

58,123-129.

Amarante Ld, Sodek L (2006) Waterlogging effect on xylem sap glutamine of

nodulated soybean. Biol plantarum 50,405-410.

Ames BN (1966) Assay of inorganic phosphate, total phosphate and phosphatases. In:

Methods in enzymology, vol 8. pp 115-118.

Andrade SAL, Abreu CA, de Abreu MF, Silveira APD (2004) Influence of lead

additions on arbuscular mycorrhiza and Rhizobium symbioses under soybean

plants. Appl Soil Ecol 26,123-131.

Andrews M, Lea PJ, Raven JA, Azevedo RA (2009) Nitrogen use efficiency. 3.

Nitrogen fixation: genes and costs. Annals of Applied Biology 155,1-13.

Appleby CA (1984) Leghemoglobin and Rhizobium respiration. Ann Rev Plant Physiol

35,443-478.

Asimi S, Gianinazzi-Pearson V, Gianinazzi S (1980) Influence of increasing soil

phosphorus levels on interactions between vesicular-arbuscular mycorrhizae and

Rhizobium in soybeans. Can J Bot 58,2200-2205.

Atkins C (1987) Metabolism and translocation of fixed nitrogen in the nodulated

legume. Plant Soil 100,157-169.

Aung K, Lin S-I, Wu C-C, Huang Y-T, Su C-l, Chiou T-J (2006) pho2, a phosphate

overaccumulator, is caused by a nonsense mutation in a microRNA399 target

gene. Plant Physiol 141,1000-1011.

Azcón R, Gomez M, Tobar R (1992) Effects of nitrogen source on growth, nutrition,

photosynthetic rate and nitrogen metabolism of mycorrhizal and phosphorus-

fertilized plants of Lactuca sativa L. . New Phytol 121,227–234.

Azcón R, Rubio R, Barea J (1991) Selective interactions between different species of

mycorrhizal fungi and Rhizobium meliloti strains, and their effects on growth,

N2‐fixation (15N) and nutrition of Medicago sativa L. New Phytol 117,399-404.

85

Balestrasse KB, Gallego SM, Tomaro ML (2006) Aluminium stress affects nitrogen

fixation and assimilation in soybean (Glycine max L.). Plant Growth Regul

48,271-281.

Ballhorn DJ, Schadler M, Elias JD, Millar JA, Kautz S (2016) Friend or Foe-Light

Availability Determines the Relationship between Mycorrhizal Fungi, Rhizobia

and Lima Bean (Phaseolus lunatus L.). PLoS One 11,e0154116.

Barea J, Azcon-Aguilar C (1983) Mycorrhizas and their significance in nodulating

nitrogen-fixing plants vol 36. Advances in agronomy, vol 4.

Bremner J (1965) Inorganic forms of nitrogen. Methods of soil analysis Part 2

Chemical and microbiological properties,1179-1237.

Broughton WJ, Zhang F, Perret X, Staehelin C (2003) Signals exchanged between

legumes and Rhizobium: agricultural uses and perspectives. Plant Soil 252,129-

137.

Carter AM, Tegeder M (2016) Increasing Nitrogen Fixation and Seed Development in

Soybean Requires Complex Adjustments of Nodule Nitrogen Metabolism and

Partitioning Processes. Curr Biol 26,2044-2051.

Chen A, Hu J, Sun S, Xu G (2007) Conservation and divergence of both phosphate- and

mycorrhiza-regulated physiological responses and expression patterns of

phosphate transporters in solanaceous species. New Phytol 173,817-831.

Chiasson DM et al. (2014) Soybean SAT1 (Symbiotic Ammonium Transporter 1)

encodes a bHLH transcription factor involved in nodule growth and NH4+

transport. P Natl Acad Sci U S A 111,4814-4819.

Chiou TJ, Aung K, Lin SI, Wu CC, Chiang SF, Su CL (2005) Regulation of phosphate

homeostasis by MicroRNA in Arabidopsis. Plant Cell 18,412-421.

Chiou TJ, Lin SI (2011) Signaling network in sensing phosphate availability in plants.

Annu Rev Plant Biol 62,185-206.

Chiou TJ, Liu H, Harrison MJ (2001) The spatial expression patterns of a phosphate

transporter (MtPT1) from Medicago truncatula indicate a role in phosphate

transport at the root/soil interface. Plant J 25,281-293.

Chueire L, Bangel E, Mostasso F, Campo R, Pedrosa F, Hungria M (2003) Taxonomic

classification of rhizobial strains recommended for soybean and common bean

crops in Brazil based on the sequencing of the 16s rRNA gene. Rev Bras Ciênc

Solo 27,833-840.

D’Haeze W, Holsters M (2002) Nod factor structures, responses, and perception during

initiation of nodule development. Glycobiology 12,79R-105R.

Dakora FD (2000) Commonality of root nodulation signals and nitrogen assimilation in

tropical grain legumes belonging to the tribe Phaseoleae. Functional Plant

Biology 27,885-892.

86

Derveaux S, Vandesompele J, Hellemans J (2010) How to do successful gene

expression analysis using real-time PCR. Methods 50,227-230.

Döbereiner J (1997) Biological nitrogen fixation in the tropics: social and economic

contributions. Soil Biol Biochem 29,771-774.

Duff SM, Sarath G, Plaxton WC (1994) The role of acid phosphatases in plant

phosphorus metabolism. Physiol Plantarum 90,791-800.

Fan C et al. (2013) The pattern of Phosphate transporter 1 genes evolutionary

divergence in Glycine max L. BMC Plant Biology 13,48.

Fellbaum CR, Mensah JA, Cloos AJ, Strahan GE, Pfeffer PE, Kiers ET, Bücking H

(2014) Fungal nutrient allocation in common mycorrhizal networks is regulated

by the carbon source strength of individual host plants. New Phytol 203,646-

656.

Ferreira DF (2011) Sisvar: a computer statistical analysis system. Ciência e

agrotecnologia 35,1039-1042.

Forde BG, Lea PJ (2007) Glutamate in plants: metabolism, regulation, and signalling. J

Exp Bot 58,2339-2358.

Fredeen AL, Rao IM, Terry N (1989) Influence of phosphorus nutrition on growth and

carbon partitioning in Glycine max. Plant Physiol 89,225-230.

Gage DJ (2004) Infection and invasion of roots by symbiotic, nitrogen-fixing rhizobia

during nodulation of temperate legumes. Microbiol Mol Biol Rev 68,280-300.

Geurts R, Bisseling T (2002) Rhizobium Nod factor perception and signalling. Plant

Cell 14,S239-S249.

Giovannetti M, Mosse B (1980) An evaluation of techniques for measuring vesicular

arbuscular mycorrhizal infection in roots. New Phytol 84,489-500.

Glassop D, Godwin RM, Smith SE, Smith FW (2007) Rice phosphate transporters

associated with phosphate uptake in rice roots colonised with arbuscular

mycorrhizal fungi. Can J Bot 85,644-651.

Gordon AJ, Minchin FR, James CL, Komina O (1999) Sucrose synthase in legume

nodules is essential for nitrogen fixation. Plant Physiol 120,867-878.

Grace E, Cotsaftis O, Tester M, Smith F, Smith S (2009) Arbuscular mycorrhizal

inhibition of growth in barley cannot be attributed to extent of colonization,

fungal phosphorus uptake or effects on expression of plant phosphate transporter

genes. New Phytol 181,938-949.

Gray VM (2010) The role of the C:N:P stoichiometry in the carbon balance dynamics of

the legume–AMF–Rhizobium tripartite symbiotic association. In, vol 18. pp

387-416.

87

Grunwald U et al. (2009) Overlapping expression patterns and differential transcript

levels of phosphate transporter genes in arbuscular mycorrhizal, Pi-fertilised and

phytohormone-treated Medicago truncatula roots. Planta 229,1023-1034.

Harris D, Pacovsky R, Paul E (1985) Carbon economy of soybean–Rhizobium–Glomus

associations. New Phytol 101,427-440.

Harrison MJ (2002) A phosphate transporter from Medicago truncatula involved in the

acquisition of phosphate released by Arbuscular Mycorrhizal Fungi. The Plant

Cell Online 14,2413-2429.

Heber U, Viil J, Neimanis S, Mimura T, Dietz KJ (1989) Photoinhibitory damage to

chloroplasts under phosphate deficiency and alleviation of deficiency and

damage by photorespiratory reactions. Z Naturforsch C 44,524-536.

Hellemans J, Mortier G, De Paepe A, Speleman F, Vandesompele J (2007) qBase

relative quantification framework and software for management and automated

analysis of real-time quantitative PCR data. Genome biology 8,1.

Hernández I, Munné-Bosch S (2015) Linking phosphorus availability with photo-

oxidative stress in plants. J Exp Bot 66,2889-2900.

Hoagland DR, Arnon DI (1950) The water-culture method for growing plants without

soil. California Agricultural Experiment Station Circular 347.

Høgh Jensen H, Schjoerring JK, SOUSSANA JF (2002) The influence of phosphorus

deficiency on growth and nitrogen fixation of white clover plants. Ann Bot

90,745-753.

Hong JJ, Park YS, Bravo A, Bhattarai KK, Daniels DA, Harrison MJ (2012) Diversity

of morphology and function in arbuscular mycorrhizal symbioses in

Brachypodium distachyon. Planta 236,851-865.

Hungria M, Campo RJ, MENDES IdC Fixação biológica do nitrogênio na cultura da

soja. In, 2001. Embrapa Soja; Brasília, DF: Embrapa Cerrados,

Israel DW (1987) Investigation of the role of phosphorus in symbiotic dinitrogen

fixation. Plant Physiol 84,835-840.

Jeong J et al. (2004) A nodule-specific dicarboxylate transporter from alder is a member

of the peptide transporter family. Plant Physiol 134,969-978.

Jez JM, Lee SG, Sherp AM (2016) The next green movement: Plant biology for the

environment and sustainability. Science 353,1241-1244.

Jian B, Liu B, Bi Y, Hou W, Wu C, Han T (2008) Validation of internal control for

gene expression study in soybean by quantitative real-time PCR. BMC Mol Biol

9,59.

Justino GC, Sodek L (2013) Recovery of nitrogen fixation after short-term flooding of

the nodulated root system of soybean. J Plant Physiol 170,235-241.

88

Karandashov V, Bucher M (2005) Symbiotic phosphate transport in arbuscular

mycorrhizas. Trends Plant Sci 10,22-29.

Kaschuk G, Kuyper TW, Leffelaar PA, Hungria M, Giller KE (2009) Are the rates of

photosynthesis stimulated by the carbon sink strength of rhizobial and

arbuscular mycorrhizal symbioses? Soil Biol Biochem 41,1233-1244.

Keller S et al. (2002) Nitrogen feedback regulation in phosphorus deficient Lotus

japonicus plants. In: Nitrogen Fixation: Global Perspectives. CABI Publishing,

p 433.

Koch K (2004) Sucrose metabolism: regulatory mechanisms and pivotal roles in sugar

sensing and plant development. Curr Opin Plant Biol 7,235-246.

Kosuta S, Chabaud M, Lougnon G, Gough C, Dénarié J, Barker DG, Bécard G (2003)

A Diffusible Factor from Arbuscular Mycorrhizal Fungi Induces Symbiosis-

Specific MtENOD11 Expression in Roots of Medicago truncatula. Plant Physiol

131,952-962.

Kucey R, Paul E (1982) Carbon flow, photosynthesis, and N2 fixation in mycorrhizal

and nodulated faba beans (Vicia faba L.). Soil Biol Biochem 14,407-412.

Lam H-M, Coschigano K, Oliveira I, Melo-Oliveira R, Coruzzi G (1996) The

molecular-genetics of nitrogen assimilation into amino acids in higher plants.

Annu Rev Plant Physiol Plant Mol Biol 47,569-593.

Lapis-Gaza HR, Jost R, Finnegan PM (2014) Arabidopsis PHOSPHATE

TRANSPORTER1 genes PHT1; 8 and PHT1; 9 are involved in root-to-shoot

translocation of orthophosphate. BMC Plant Biology 14,1.

Larimer AL, Clay K, Bever JD (2014) Synergism and context dependency of

interactions between arbuscular mycorrhizal fungi and rhizobia with a prairie

legume. Ecology 95,1045-1054.

Li C, Gui S, Yang T, Walk T, Wang X, Liao H (2012) Identification of soybean purple

acid phosphatase genes and their expression responses to phosphorus availability

and symbiosis. Ann Bot 109,275-285.

Li H et al. (2016) A Genetic Relationship between Phosphorus Efficiency and

Photosynthetic Traits in Soybean As Revealed by QTL Analysis Using a High-

Density Genetic Map. Front Plant Sci 7,924.

Liu T-Y, Chang C-Y, Chiou T-J (2009) The long-distance signaling of mineral

macronutrients. Curr Opin Plant Biol 12,312-319.

Livak KJ, Schmittgen TD (2001) Analysis of relative gene expression data using real-

time quantitative PCR and the 2− ΔΔCT

method. Methods 25,402-408.

Lohse S, Schliemann W, Ammer C, Kopka J, Strack D, Fester T (2005) Organization

and metabolism of plastids and mitochondria in arbuscular mycorrhizal roots of

Medicago truncatula. Plant Physiol 139,329-340.

89

Lopez-Arredondo DL, Leyva-Gonzalez MA, Gonzalez-Morales SI, Lopez-Bucio J,

Herrera-Estrella L (2014) Phosphate nutrition: improving low-phosphate

tolerance in crops. Annu Rev Plant Biol 65,95-123.

Loth-Pereda V et al. (2011) Structure and expression profile of the phosphate Pht1

transporter gene family in mycorrhizal Populus trichocarpa. Plant Physiol

156,2141-2154.

Luciñski R, Polcyn W, Ratajczak L (2002) Nitrate reduction and nitrogen fixation in

symbiotic association Rhizobium-legumes. Acta Biochim Pol 49,537-546.

Ma Z, Baskin TI, Brown KM, Lynch JP (2003) Regulation of root elongation under

phosphorus stress involves changes in ethylene responsiveness. Plant Physiol

131,1381-1390.

Marschner H (2011) Marschner's mineral nutrition of higher plants. Academic press.

McClure PR, Israel DW, Volk RJ (1980) Evaluation of the relative ureide content of

xylem sap as an indicator of N2 fixation in Soybeans. Plant Physiol 66,720-725.

Minchin F (1997) Regulation of oxygen diffusion in legume nodules. Soil Biol Biochem

29,881-888.

Mokochinski JB, Soares DX, Bruns RE, Mazzafera P, Sawaya A Optimization of

extraction conditions of free amino acids in plants by factorial design. In:

Congresso Brasileiro de Espectrometria de Massas, 2013. pp 7-11

Moore RC, Purugganan MD (2005) The evolutionary dynamics of plant duplicate

genes. Curr Opin Plant Biol 8,122-128.

Norris D, Date R (1976) Legume bacteriology. Tropical Pastures Research; Principles

and Methods. Comonwealth Bureal of pastures and Field Crops, , Bull. 51

Hurley, England.

Nussaume L et al. (2011) Phosphate import in plants: Focus on the PHT1 transporters.

Front Plant Sci 2,83.

Oldroyd GE (2013) Speak, friend, and enter: signalling systems that promote beneficial

symbiotic associations in plants. Nat Rev Microbiol 11,252-263.

Pate J (1973) Uptake, assimilation and transport of nitrogen compounds by plants. Soil

Biology and Biochemistry 5,109-119.

Plaxton WC, Tran HT (2011) Metabolic adaptations of phosphate-starved plants. Plant

Physiol 156,1006-1015.

Qin L et al. (2012) The high-affinity phosphate transporter GmPT5 regulates phosphate

transport to nodules and nodulation in soybean. Plant Physiol 159,1634-1643.

Qiu J, Israel DW (1992) Diurnal starch accumulation and utilization in phosphorus-

deficient soybean plants. Plant Physiol 98,316-323.

90

Rausch C et al. (2001) A phosphate transporter expressed in arbuscule-containing cells

in potato. Nature 414,462–470.

Redecker D, Kodner R, Graham LE (2000) Glomalean fungi from the Ordovician.

Science 289,1920–1921.

Richardson AE, Simpson RJ (2011) Soil microorganisms mediating phosphorus

availability update on microbial phosphorus. Plant Physiol 156,989-996.

Robson A, O'hara G, Abbott L (1981) Involvement of phosphorus in nitrogen fixation

by subterranean clover (Trifolium subterraneum L.). Funct Plant Biol 8,427-

436.

Sa T-M, Israel DW (1991) Energy status and functioning of phosphorus-deficient

soybean nodules. Plant Physiol 97,928-935.

Schachtman DP, Reid RJ, Ayling SM (1998) Phosphorus Uptake by Plants: From Soil

to Cell. Plant Physiol 116,447–453.

Scheible W-R, Rojas-Triana M (2015) Sensing, signaLling, and CONTROL of

phosphate starvation in plants: molecular players and applications. In: Annual

Plant Reviews, Phosphorus Metabolism in Plants, vol 48. p 25.

Schlueter JA et al. (2007) Gene duplication and paleopolyploidy in soybean and the

implications for whole genome sequencing. BMC Genomics 8,330.

Schmutz J et al. (2010) Genome sequence of the palaeopolyploid soybean. Nature

463,178-183.

Schubert KR (1986) Products of biological nitrogen fixation in higher plants: synthesis,

transport, and metabolism. Ann Rev Plant Physiol 37,539-574.

Schubert S, Serraj R, Plies-Balzer E, Mengel K (1995) Effect of drought stress on

growth, sugar concentrations and amino acid accumulation in N2-fixing Alfalfa

(Medicago sativa). J Plant Physiol 146,541-546.

Schulze J, Sulieman S, Fischinger S (2015) N-Feedback Regulation of N2 Fixation In

Medicago Truncatula Under P-Deficiency. Gen.Appl. Plant Physiology 34, 33-54.

Schulze J, Temple G, Temple SJ, Beschow H, Vance CP (2006) Nitrogen fixation by

white lupin under phosphorus deficiency. Ann Bot 98,731-740.

Schüßler A, Schwarzott D, Walker C (2001) A new fungal phylum, the

Glomeromycota: phylogeny and evolution. Mycol Res 105,1413-1421.

Siebers M, Dormann P, Holzl G (2015) Membrane Remodelling in Phosphorus-

deficient Plants. In: Annual Plant Reviews, Phosphorus Metabolism in Plants,

vol 48. Annu Plant Rev, pp 237-263.

Singh SK, Badgujar G, Reddy VR, Fleisher DH, Bunce JA (2013) Carbon dioxide

diffusion across stomata and mesophyll and photo-biochemical processes as

91

affected by growth CO2 and phosphorus nutrition in cotton. J Plant Physiol

170,801-813.

Sisaphaithong T, Kondo D, Matsunaga H, Kobae Y, Hata S (2012) Expression of plant

genes for arbuscular mycorrhiza-inducible phosphate transporters and fungal

vesicle formation in sorghum, barley, and wheat roots. Biosci Biotechnol

Biochem 76,2364-2367

Smith FA, Smith SE (2013) How useful is the mutualism-parasitism continuum of

arbuscular mycorrhizal functioning? Plant and Soil 363,7-18

Smith FW, Mudge SR, Rae AL, Glassop D (2003) Phosphate transport in plants. Plant

Soil 248,71–83.

Smith PM, Atkins CA (2002) Purine biosynthesis. Big in cell division, even bigger in

nitrogen assimilation. Plant Physiol 128,793-802.

Smith SE, Jakobsen I, Gronlund M, Smith FA (2011) Roles of arbuscular mycorrhizas

in plant phosphorus nutrition: interactions between pathways of phosphorus

uptake in arbuscular mycorrhizal roots have important implications for

understanding and manipulating plant phosphorus acquisition. Plant Physiol

156,1050-1057.

Souza SC, Mazzafera P, Sodek L (2016) Flooding of the root system in soybean:

biochemical and molecular aspects of N metabolism in the nodule during stress

and recovery. Amino Acids.

Spatafora JW et al. (2016) A phylum-level phylogenetic classification of zygomycete

fungi based on genome-scale data. Mycologia 108,1028-1046.

Sulieman S, Van Ha C, Schulze J, Tran L-SP (2013) Growth and nodulation of

symbiotic Medicago truncatula at different levels of phosphorus availability. J

Exp Bot,ert122.

Sung S-JS, Xu D-P, Black CC (1989) Identification of actively filling sucrose sinks.

Plant Physiol 89,1117-1121.

Svistoonoff S et al. (2007) Root tip contact with low-phosphate media reprograms plant

root architecture. Nat Genet 39,792-796.

Tamura Y, Kobae Y, Mizuno T, Hata S (2012) Identification and expression analysis of

arbuscular mycorrhiza-inducible phosphate transporter genes of soybean. Biosci

Biotechnol Biochem 76,309-313.

Trouvelot A (1986) Mesure du taux de mycorhization VA d'un systeme radiculaire.

Recherche de methodes d'estimation ayant une significantion fonctionnelle.

Mycorrhizae: physiology and genetics,217-221.

Udvardi MK, Price GD, Gresshoff PM, Day DA (1988) A dicarboxylate transporter on

the peribacteroid membrane of soybean nodules. FEBS letters 231,36-40.

92

Ullrich-Eberius CI, Novacky A, Fischer E, Lüttge U (1981) Relationship between

energy-dependent phosphate uptake and the electrical membrane potential in

Lemna gibba G1. Plant Physiol 67,797-801.

van de Wiel CCM, van der Linden CG, Scholten OE (2016) Improving phosphorus use

efficiency in agriculture: opportunities for breeding. Euphytica 207,1-22.

van der Heijden MG, Bardgett RD, van Straalen NM (2008) The unseen majority: soil

microbes as drivers of plant diversity and productivity in terrestrial ecosystems.

Ecol Lett 11,296-310.

Van Kauwenbergh SJ (2010) World phosphate rock reserves and resources.

Vance CP, Uhde-Stone C, Allan DL (2003) Phosphorus acquisition and use: critical

adaptations by plants for securing a nonrenewable resource. New Phytol

157,423-447.

Vandesompele J, De Preter K, Pattyn F, Poppe B, Van Roy N, De Paepe A, Speleman F

(2002) Accurate normalization of real-time quantitative RT-PCR data by

geometric averaging of multiple internal control genes. Genome biology 3,1.

Varadarajan DK, Karthikeyan AS, Matilda PD, Raghothama KG (2002) Phosphite, an

analog of phosphate, suppresses the coordinated expression of genes under

phosphate starvation. Plant Physiol 129,1232-1240

Vogels G, Van der Drift C (1970) Differential analyses of glyoxylate derivatives. Anal

Biochem 33,143-157.

Wang X, Zhao S, Bucking H (2016) Arbuscular mycorrhizal growth responses are

fungal specific but do not differ between soybean genotypes with different

phosphate efficiency. Ann Bot 118,11-21.

Wellman CH, Osterloff PL, Mohiuddin U (2003) Fragments of the earliest land plants.

Nature 425,282–285.

Willmann M et al. (2013) Mycorrhizal phosphate uptake pathway in maize: vital for

growth and cob development on nutrient poor agricultural and greenhouse soils.

Front Plant Sci 4,533.

Xavier L, Germida J (2002) Response of lentil under controlled conditions to co-

inoculation with arbuscular mycorrhizal fungi and rhizobia varying in efficacy.

Soil Biol and Biochem 34,181-188.

Xie X, Huang W, Liu F, Tang N, Liu Y, Lin H, Zhao B (2013) Functional analysis of

the novel mycorrhiza-specific phosphate transporter AsPT1 and PHT1 family

from Astragalus sinicus during the arbuscular mycorrhizal symbiosis. New

Phytol 198,836-852.

Yemm E, Cocking E, Ricketts R (1955) The determination of amino-acids with

ninhydrin. Analyst 80,209-214.

93

Zhang Z, Liao H, Lucas WJ (2014) Molecular mechanisms underlying phosphate

sensing, signaling, and adaptation in plants. J Integr Plant Biol 56,192-220.

Zrenner R, Stitt M, Sonnewald U, Boldt R (2006) Pyrimidine and purine biosynthesis

and degradation in plants. Annu Rev Plant Biol 57,805-836.

94

Anexo I

95

Anexo II