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Universidade Estadual de Londrina CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO EFEITO DO TREINAMENTO COM PESOS NA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE RATOS OBESOS: OBESIDADE INDUZIDA POR GLUTAMATO MONOSSÓDICO (MSG). Hiviny de Ataides Raquel LONDRINA – PARANÁ 2009

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Universidade Estadual de Londrina

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

EFEITO DO TREINAMENTO COM PESOS NA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE RATOS OBESOS:

OBESIDADE INDUZIDA POR GLUTAMATO MONOSSÓDICO (MSG).

Hiviny de Ataides Raquel

LONDRINA – PARANÁ

2009

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HIVINY DE ATAIDES RAQUEL

EFEITO DO TREINAMENTO COM PESOS NA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE RATOS OBESOS:

OBESIDADE INDUZIDA POR GLUTAMATO MONOSSÓDICO (MSG).

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Bacharelado em Educação Física do Centro de Educação Física da Universidade Estadual de Londrina, como requisito para sua conclusão.

COMISSÃO EXAMINADORA

______________________________________

Prof. Dr. Marli Martins Cardoso Pinge Universidade Estadual de Londrina

______________________________________ Prof. Dr. Helenir Medri

Universidade Estadual de Londrina

______________________________________

Prof. Dr. Jairo Augusto Berti Universidade Estadual de Londrina

Londrina, ____ de___________ de 2009.

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Plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar, que

realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você

tem valor diante da vida! (William Shakespeare)

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente meus agradecimentos a Deus pela vida, energia e fé. Foi

Ele quem me proporcionou estar aqui hoje e realizar tudo isto. Nos momentos

difíceis e de fraqueza, foi através dele que consegui superar as dificuldades e

retirar todas as pedras do meu caminho. Em alguns momentos, onde tudo

parecia ser difícil e a vontade de desistir era grande, Deus me deu força e

sabedoria para continuar.

Aos meus pais, Magda e Vilson pelos ensinamentos e incentivo ao estudo.

Se não fosse pelo esforço deles em me dar ótima educação talvez hoje eu não

tivesse a oportunidade de ingressar em um curso superior. Agradeço á minha

mãe, pela paciência que teve comigo durante esta fase de graduação. Em

alguns momentos, para ela, não foi fácil lidar e entender a minha ausência, mas,

com muito amor ela tentou compreender que isto era necessário. Reconheço e

agradeço a Deus pelos pais maravilhosos que Ele me deu.

Não posso me esquecer da minha avó e minha irmã. Agradeço a Vó Mira

não apenas em confeccionar as jaquetas dos ratinhos nos experimentos, mas,

pela imensa quantidade de oração e força depositada em mim. Nas dificuldades

e alegrias ela estava sempre do meu lado. A minha irmã Ariadne, agradeço pela

acolhida e hospedagem em sua casa em vários dias deste ano, e também pelo

incentivo aos estudos.

Minha família foi muito importante neste período. Minha madrinha Márcia

e “padrinho” Expedito me incentivaram muito a estudar. Ao meu tio Nicolau pela

simplicidade nos atos de carinho também devo agradecimentos. A minhas tias e

avó paterna pelas orações e pensamento positivo em todos os momentos.

Agradecimento muito especial devo aos meus orientadores: Marli e Jairo.

Se não fosse a confiança e paciência deles comigo durante a iniciação científica,

nada teria acontecido. O professor Jairo colocou em minha vida uma ótima

oportunidade e ao mesmo tempo um grande desafio. Com ele me aproximei da

pesquisa experimental e desenvolvi interesse na área de fisiologia do exercício.

Em relação a professora Marli, esta foi, muito mais que co-orientadora. Ela

confiou em mim e me acolheu em seu laboratório com muito carinho. Apoiou-me

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em todos os momentos. Agradeço á ela pela paciência, colaboração e força

depositada durante os estudos. Reconheço que a partir disto, nasceu uma

grande amizade e admiração. Além disto, ela me mostrou que não devemos

desistir nunca dos nossos sonhos, e que por mais que existam dificuldades na

vida, sempre podemos solucionar os problemas com a ajuda de Deus, e que,

somente Ele sabe o que é melhor para nós.

Ás amigas e “irmãs” de laboratório, Natalia, Marlusa e Roberta. Elas me

ensinaram com muito amor e paciência as técnicas e atividades de laboratório.

Tenho certeza que não foram apenas companheiras de trabalho, mas, de vida.

Nos momentos de alegria lá estavam elas dando risadas comigo. Nos dias tristes

e que tudo parecia dar errado, elas me aconselhavam a não me deixavam

desistir, me dando forças para lutar. Estudamos, trabalhamos e choramos juntas,

e penso que tudo valeu a pena. Vou guardar elas no meu coração com grande

carinho e amizade.

Uma pessoa que deve ser lembrada aqui é a professora Helenir. Foi no

laboratório dela junto com a aluna Carolina onde tudo começou. Agradeço pela

porta que me abriu, pelo incentivo a pesquisa e pela grande contribuição como

banca do meu trabalho de conclusão.

Aos técnicos de laboratório Nil e Corino e funcionários do departamento

de fisiologia da Uel, que sempre estavam dispostos a me ajudar.

Ao meu companheiro Walter Neto, que apesar da enorme distância neste

último ano, sempre estava presente na minha vida. Sem não fosse o amor e

confiança dele nesses 4 anos, tudo teria acontecido de forma diferente. Ele me

apoiou, fortaleceu e me fez acreditar que juntos podemos construir um grande

futuro de sucesso e alegrias.

Durante a graduação, muitos colegas foram feitos, mas, destes, uma

pessoa mais que especial se tornou uma grande amiga. Agradeço a Karla pela

linda amizade construída. Ela aguentou firme todos os momentos bons e difíceis,

me apoiando, ajudando ou contribuindo de alguma forma para meu crescimento

pessoal e profissional. A Karla não foi só uma amiga de faculdade, foi uma

pessoa que acima de tudo, Deus colocou no meu caminho para me fortalecer e

me ajudar a ver a vida com outros olhos. Ela muitas vezes compartilhou dos

meus problemas como se eles realmente fossem dela, e isto, fez dela, uma

pessoa muito especial na minha vida.

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Por fim, agradeço a todos que de maneira direta ou indireta contribuíram

na minha formação. Penso que, sozinho realmente ninguém consegue alcançar

grandes metas e objetivos, desta forma, valorizo cada pessoa que passou no

meu caminho durante esse período de vida e que sem eles, parte desta história

não teria sido construída.

Muito obrigada a todos.

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RAQUEL, Hiviny de Ataides. Efeitos do treinamento com pesos na composição corporal de ratos obesos: Obesidade induzida por Glutamato Monossódico (MSG). Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2009.

RESUMO

A obesidade induzida através da aplicação de Glutamato Monossódico (MSG) em ratos Wistar neonatos, coincide com alterações na composição corporal. Entretanto, o treinamento físico parece minimizar esses efeitos da obesidade. Assim, o objetivo deste estudo foi analisar os efeitos do treinamento com pesos na composição corporal de animais com obesidade induzida por MSG. Para tanto, utilizou-se 20 ratos machos Wistar, divididos em 3 grupos: grupo controle Salina (GCsal,n=7); grupo obeso treinado (GTmsg,n=6) e grupo obeso sedentário (GSmsg,n=7). O GTmsg realizou durante 8 semanas consecutivas o treinamento com pesos. Os demais grupos não praticaram este exercício. Foi analisada a composição corporal (peso corporal, comprimento naso/anal, gorduras:

(perigonadal e retroperitonial), músculos (gastrocnêmio, flexor longo do plantar e sóleo) e órgãos (fígado, rins, coração e glândulas adrenais) de todos os animais. Na análise dos dados utilizou-se o software estatístico Graphpad Prism 4.0, com resultados expressos em média e erro padrão. As diferenças foram analisadas através do test t-Student e ANOVA two way, adotando como nível de significância p≤0,05. Foi detectada diferença estatística entre os ratos treinados e sedentários em: peso absoluto e relativo de músculo sóleo os quais foram respectivamente, (GCmsg= 0,26 ± 0,009g vs. GSmsg= 0,18 ± 0,027g) e (GTmsg= 0,07 ± 0,003g vs. GSmsg= 0,05 ± 0,007g); peso absoluto de coração (GTmsg= 1,15 ± 0,05g vs. GSmsg=1,01 ± 0,02g); massa corporal entre GTmsg vs. GCsal (371,1 ± 11 vs. 425 ± 12,1g) e GSmsg vs. GCsal (361,9 ± 10,6 vs. 425 ± 12,1g; comprimento naso-anal do GTmsg com GCsal (22,2 ± 0,25cm vs. 23,9 ± 0,42cm); GTmsg e GSmsg (21 ± 0,34cm e 22,2 ± 0,25cm) e GSmsg vs. GCsal (21 ± 0,34cm vs. 23,9 ± 0,42cm) e nos valores de Índice de Lee do GSmsg e GCsal (0,34 ± 0,006 vs. 0,32 ± 0,004). Desta forma, conclui-se que o treinamento com pesos em ratos obesos, foi capaz de provocar algumas alterações na composição corporal, embora não tenha contribuído para o emagrecimento desses animais. PALAVRAS-CHAVE: Treinamento com pesos; Obesidade; Composição corporal.

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ABSTRACT Strenght training effect on body composition in obese rats: monosodium-glutamate-obesity induced. Induced obesity with monosodic glutamate (MSG) in neonatal Wistar rats develop alterations in the body composition. However, the physical training seems to minimize the effects on these alterations. For this reason, the purpose of the present study was to investigate the effects of the strenght training in the body composition of the obese animal model induced by the administration of MSG. 20 male Wistar rats were divided in 3 groups acccording to the received treatment: normal untreated animals were injected with saline solution (Gcsal, n=7); MSG-trained mice (GTmsg,n=6); MSG-sedentary mice (GSmsg,n=7). GTmsg group was trained by strenght training for 8 consecutive weeks.The other 2 groups didn’t participate in the strenght training. It was analysed the body composition (body weight; nasoanal length; epididymal and retroperitoneal fat tissue); muscles (gastrocnemius, flexor digitorum longus, soleus) and organs (liver, kidneys, heart, adrenals) of all animals. Analyses were performed using Graph-Pad Prism version 4.00, and all results are presented as mean±SEM. The differences were subject to two way ANOVA and t-Student test with 0.05 considered statistically significant. There was statistical difference between the whole and relative soleus weight in sedentary mice (GCmsg= 0,26 ± 0,009g vs. GSmsg= 0,18 ± 0,027g) and trained mice (GTmsg= 0,07 ± 0,003g vs. GSmsg= 0,05 ± 0,007g); heart weight (GTmsg= 1,15 ± 0,05g vs. GSmsg=1,01 ± 0,02g); body mass between GTmsg vs. GCsal (371,1 ± 11 vs. 425 ± 12,1g) and GSmsg vs. GCsal (361,9 ± 10,6 vs. 425 ± 12,1g);GTmsg and GCsal nasoanal lenght (22,2 ± 0,25cm vs. 23,9 ± 0,42cm); GTmsg e GSmsg (21 ± 0,34cm e 22,2 ± 0,25cm) and GSmsg vs. GCsal (21 ± 0,34cm vs. 23,9 ± 0,42cm) and in the Lee Index values of GSmsg and GCsal (0,34 ± 0,006 vs. 0,32 ± 0,004). In conclusion the present strenght program (resistance training) in obese rats was able to cause some alterations in the body composition, but it did not interfere in the loss of weight of these animals. KEY-WORDS: strenght training; obesity; body composition.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Aparato usado para treinamento com pesos em ratos, adaptado por

Tamaki et al., 1992 ................................................................................ 15

Figura 2 - Comparação do peso corporal (g) de animais obesos após as 8

semanas experimentais (treinamento e sedentarismo) ......................... 23

Figura 3 - Comprimento naso-anal (cm) de animais obesos após as 8

semanas experimentais (treinamento e sedentarismo .......................... 24

Figura 4 - Índice de Lee de animais obesos após as 8 semanas

experimentais (treinamento e sedentarismo) ........................................ 24

Figura 5 - Curva de crescimento dos animais á partir do peso corporal deles

desde o desmame aos 21 dias de vida até 120 dias de vida após

protocolo experimental de 8 semanas de treinamento ou

sedentarismo ........................................................................................ 25

Figura 6 - Comparação do peso absoluto do coração de animais obesos após

as

8 semanas experimentais (treinamento e sedentarismo) ..................... 26

Figura 7 - Comparação do peso relativo do coração de animais obesos após

as

8 semanas experimentais (treinamento e sedentarismo) ...................... 26

Figura 8 - Comparação do peso absoluto do músculo sóleo de animais obesos

após as 8 semanas experimentais (treinamento e sedentarismo).. ...... 28

Figura 9 - Comparação do peso relativo de músculo sóleo de animais obesos

após as 8 semanas experimentais (treinamento e sedentarismo).. ...... 28

Figura 10 - Peso absoluto de gordura retroperitonial dos animais após as 8

semanas experimentais (treinamento e sedentarismo). ...................... 30

Figura 11 - Peso relativo de gordura retroperitonial dos animais após as 8

semanas experimentais (treinamento e sedentarismo). ...................... 30

Figura 12 - Peso absoluto de gordura perigonadal dos animais após as 8

semanas experimentais (treinamento e sedentarismo). ...................... 30

Figura 13 - Peso relativo de gordura perigonadal dos animais após as 8

semanas experimentais (treinamento e sedentarismo). ....................... 30

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................01

2 JUSTIFICATIVA..........................................................................................02

3 OBJETIVOS................................................................................................03

3.1 Objetivo Geral ............................................................................................03

3.2 Objetivos Específicos..................................................................................03

4 REFERENCIAL TEÓRICO.........................................................................04

4.1 OBESIDADE...............................................................................................04

4.1.1 Obesidade no Brasil e no mundo...............................................................04

4.1.2 Consequências da obesidade em humanos: Resistência a insulina,

hiperinsulinemia e hiperglicemia................................................................05

4.2 EXERCÍCIOS FÍSICOS E CONTROLE DE PESO....................................07

4.2.1 Efeitos do treinamento com pesos em humanos.......................................07

4.2.2 Treinamento com pesos e obesidade em humanos ................................10

4.3 MODELO EXPERIMENTAL......................................................................13

4.3.1 Conseqüências da obesidade induzida por glutamato monossódico

em ratos.....................................................................................................13

4.3.2 Modelos e efeitos de treinamento com pesos para ratos..........................15

4.3.3 Treinamento com pesos em ratos obesos.................................................17

5 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA......................................................18

6 MATERIAL E MÉTODOS..........................................................................19

6.1 Local do estudo........................................................................................19

6.2 Delineamento do estudo e caracterização da amostra............................19

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6.3 Delineamento dos grupos experimentais.................................................20

6.4 Indução da obesidade nos ratos..............................................................20 6.5 Treinamento dos animais.........................................................................21 6.6 Sacrifício dos animais..............................................................................22 6.7 Análise dos dados e estatística...............................................................22

6.8 Considerações bioéticas.........................................................................23 7 RESULTADOS........................................................................................23

8 DISCUSSÃO...........................................................................................32

9 CONCLUSÃO.........................................................................................37

10 REFERÊNCIAS......................................................................................38

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1 INTRODUÇÃO

A obesidade nos dias de hoje é considerada como uma doença altamente

presente em diferentes sociedades e que pode causar morbi mortalidade para os

indivíduos.

O desenvolvimento de obesidade tem ligação com descontroles nos hábitos

alimentares, ausência de atividades físicas cotidianas e alterações hormonais. O

acúmulo de gordura, principalmente na região central do corpo (obesidade visceral),

pode desencadear outras doenças crônicas como hipertensão arterial e diabetes

tipo II (OGDEN et al., 2003).

Diversas estratégias com fármacos e cirurgias estão sendo utilizadas como

forma de diminuir o peso corporal, porém, nem sempre esses métodos conseguem

ser eficazes na solução da obesidade e assim, as pessoas acabam tendo reganho

de peso (CHOBAN et al., 2002).

A realização de exercícios físicos e manutenção de uma boa qualidade e estilo

de vida parecem ser os principais fatores para evitar essa comorbidade. Diferentes

comportamentos de vida saudável estão sendo difundidos por órgãos públicos e

profissionais de saúde, na tentativa de conscientizar as pessoas para evitar e/ou

amenizar a obesidade (ACMS, 2002).

Os programas de atividades físicas e de controle alimentar, estão sendo

importantes ferramentas no auxílio da diminuição dessa epidemia e entidades como

o American College of Sports Medicine, tem recomendado essas práticas como

forma de evitar a obesidade (ACMS, 2002). No entanto, ainda não está totalmente

esclarecido na literatura, qual é o principal papel do exercício físico resistido no

emagrecimento e quais são as possíveis mudanças e benefícios que ele pode

causar na composição corporal dos indivíduos sobrepesados.

O que geralmente é prescrito para pacientes obesos ou sobrepesados são

atividades aeróbias cíclicas como pedalar em bicicletas ergométricas, caminhadas

em esteiras e/ou natação. Estes exercícios são recomendados, devido ao seu alto

gasto energético e baixo impacto. Apesar disso, alguns estudos demonstram que o

treinamento com pesos também pode ser útil em programas de redução ponderal,

pois, parece que ele induz importantes adaptações metabólicas e mudanças na

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composição corporal assim como o treinamento aeróbio (HUNTER, 1998; SNYDER,

1997).

Muitos estudos sobre obesidade em humanos e animais têm sido produzidos,

porém, são raros os trabalhos que envolvem treinamento com pesos em animais

obesos e que podem ter resultados similares em humanos. A maioria dos estudos

de obesidade em humanos não utiliza análises invasivas ou com parâmetros

bioquímicos e metabólicos controlados, o que dificulta o entendimento dos reais

efeitos do exercício físico sobre a composição corporal desses indivíduos.

Portanto, baseando-se nessa necessidade de se criar estratégias efetivas

para evitar o desenvolvimento e controle da obesidade, sugere-se nesse estudo, a

padronização de um método eficaz de treinamento com pesos para ratos obesos e

a avaliação dos efeitos do treinamento na composição corporal desses animais.

2 JUSTIFICATIVA

Atualmente, encontra-se na literatura, muitas informações sobre os benefícios

que a atividade física provoca na saúde das pessoas. Porém, poucos estudos são

realizados, para avaliar os efeitos do treinamento com pesos em animais.

Modelos de exercício físico para animais de laboratório são ferramentas muito

úteis do ponto de vista da investigação científica, já que facilitam a análise de

componentes ou funções orgânicas difíceis de serem observadas em seres

humanos em função de aspectos éticos e de saúde.

Apesar disto, protocolos de exercício físico anaeróbios, intermitentes e de alta

intensidade para animais têm sido investigados com menor frequência que os

modelos aeróbios, sendo que os poucos estudos envolvendo este tipo de atividade,

ainda apresentam resultados contraditórios e inconsistentes.

Tendo em vista o aumento da população obesa, tanto no Brasil como no

mundo, e que isto já está sendo considerado uma epidemia global, tornam-se

necessários mais estudos que envolvam essa temática e as possíveis soluções

para este problema.

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Assim, pretende-se com esse estudo, contribuir para a padronização de um

tipo de treinamento com pesos para ratos obesos e as possíveis contribuições que

esse exercício pode causar, na diminuição da obesidade desses animais.

3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral

Analisar o efeito de oito semanas de treinamento com pesos na composição

corporal de ratos com obesidade induzida por Glutamato Monossódico (MSG).

3.2 Objetivos Específicos

• Caracterizar um modelo de treinamento com pesos para ratos obesos;

• Avaliar a composição corporal dos animais sedentários e treinados através

do peso corporal, comprimento naso-anal (Índice de Lee); peso de músculos

(gastrocnêmio, sóleo e flexor longo do plantar); peso de órgãos como rins,

fígados, coração e glândulas adrenais e tecido adiposo da região perigonadal

e retroperitonial.

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4 REVISÃO DA LITERATURA 4.1 Obesidade A obesidade é uma doença multifatorial que envolve fatores sociais,

comportamentais, ambientais, culturais, psicológicos, metabólicos e genéticos,

atingindo diferentes faixas etárias e grupos sociais.

Segundo Navaes (2006), as alterações hipotalâmicas e hormonais devem ser

consideradas quando se trata da fisiopatologia da obesidade, bem como as

disfunções metabólicas e funcionais que são desenvolvidas através de

desequilíbrios nutricionais.

Outro fator que deve ser considerado é que, no organismo, o tecido adiposo

está distribuído em forma de depósitos celulares, os quais desempenham

importantes funções na liberação de moléculas adipocinas. Assim, o problema com

a redução da massa corporal do obeso pode estar relacionado com os adipócitos,

que estão aumentados e potencializam a excreção e expressão dessas moléculas,

através da maior mobilização de triglicerídeos e colesterol.

Por outro lado, o sobrepeso e a obesidade também parecem estar associados

a outras doenças, como diabetes melitos tipo II e hipertensão arterial, o que pode

causar alterações neuroendócrinas como dislipidemias, resistência à insulina e

outros problemas, como distúrbios psicológicos, lesões osteomioarticulares,

neoplasias, complicações cardiovasculares e aterosclerose (PAULA, 2006;

HAUGEN, 2006).

4.1.1 Obesidade no Brasil e no Mundo.

Atualmente, não apenas no Brasil como no mundo, a obesidade tem ganhado

proporções de epidemia e isso já está se tornando um problema de saúde pública

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para a maioria dos países desenvolvidos e subdesenvolvidos. Nos últimos 20 anos,

o Brasil teve um aumento da quantidade de obesos em todas as faixas etárias.

Dados do IBGE (2005) estimam que 38 milhões de brasileiros, acima de 20 anos

apresentam sobrepeso e que aproximadamente 10 milhões, são considerados

obesos. Nos EUA a proporção de crianças obesas praticamente duplicou nos

últimos 20 anos.

Diversos são os fatores que tem influenciado o aumento de peso nas pessoas.

O livre acesso a comidas saborosas e de alto teor calórico, assim como a diminuição

da prática de atividades físicas, parecem ser os principais motivos que contribuem

para esse crescimento mundial da obesidade.

A obesidade tem gerado preocupações em todo o mundo. Juntamente com ela,

outras complicações são desenvolvidas como, osteoartrite, dificuldades

respiratórias, infertilidade, problemas músculo-esqueléticos e de pele. Além disso,

em países industrializados e em desenvolvimento, a obesidade vem se destacando

como causa de morte por desenvolver outras sérias doenças como, diabetes tipo II,

hipertensão arterial, certos tipos de câncer, doenças coronarianas e

cardiovasculares (ROCKVILLE, 2001).

Portanto, para diminuir esse risco de morte por doenças relacionadas à

obesidade, tem-se a necessidade de estratégias eficientes, através de intervenções

com atividades físicas, que proporcionem melhora na saúde e na vida da população,

como forma de prevenir ou ajudar no tratamento da obesidade (HENDERSON et al.,

2008).

4.1.2 Consequências da Obesidade em Humanos: Resistência à Insulina, Hiperinsulinemia e Hiperleptinemia O aumento do peso corporal pode levar os indivíduos à morte precoce, e isto

ocorre devido à presença de doenças crônico-degenerativas e de morbi

mortalidade.

A resistência à insulina é uma das complicações que desencadeia diretamente

as doenças cardiovasculares. De acordo com Lopes (2007), os mecanismos

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fisiopatológicos pelos quais a resist6encia a insulina desencadeia as doenças

cardiovasculares são:

1) Intolerância a glicose e hiperglicemia. Esses dois fatores facilitam a formação

de produtos glicados que promovem diretamente a aterosclerose por meio da

disfunção endotelial;

2) Aumento da proporção de apoproteina B que induz a maior fração de

pequenas e densas partículas de LDL-colesterol, redução do HDL-colesterol

e aumento da quantidade de triglicerídeos no sangue;

3) Redução de óxido nítrico, prejudicando a vasodilatação do endotélio, o que

contribui para o aumento da pressão arterial e é fator de risco para doenças

cardiovasculares;

4) Elevada concentração de marcadores inflamatórios (citocinas,

prostaglandinas), devido à resistência à insulina ser considerada um estado

pró-inflamatório.

A associação de diabetes tipo II com obesidade é conhecida de longa data,

pois, a maioria dos indivíduos obesos que tem essa doença apresenta

consequentemente resistência à insulina, e isso ocorre entre outros fatores, em

função dos marcadores inflamatórios gerados na obesidade, inibirem a via de

sinalização da insulina (PAULA, 2006).

De acordo com Crispim et al. (2007), um outro fator que também influencia no

processo de obesidade, assim como o diabetes tipo II, é o aumento da ingesta

alimentar. Isto ocorre, dentre outros motivos, devido a distúrbios do sono, uma vez

que, o encurtamento do sono pode aumentar a razão dos hormônios grelina e

leptina, gerando assim um aumento no apetite, o que favorece a obesidade.

Os fatores hormonais e de controle da saciedade através do sistema nervoso

central (SNC), tem relação com a leptina. A leptina é produzida perifericamente pelo

tecido adiposo e tem ação hipotalâmica. Atua no controle da fome e ingestão de

alimentos. Têm sua principal ação no SNC, em áreas específicas do tronco cerebral

e hipotálamo, áreas essas responsáveis por parte do controle da adiposidade

corporal. O aumento nos níveis de leptina ou a deficiência de suas ações, podem

causar nos indivíduos a alimentação excessiva e assim desenvolver neles uma

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obesidade severa. Em indivíduos obesos, a leptina encontra-se em concentrações

aumentadas, porém, essa leptina em excesso é inativa, ou seja, sua atividade é

comprometida ou deficiente, o que acarreta em respostas e distúrbios metabólicos

que prejudicam a saúde do indivíduo e faz aumentar sua ingestão de alimentos e

diminuir seu gasto energético (MOTA & ZANESCO, 2007).

A insulina, juntamente com a leptina, pode atuar na sinalização dessa

adiposidade. A insulina causa um aumento da expressão dos genes nas áreas

cerebrais de controle da fome, assim ocorre um aumento do consumo alimentar,

resultando em maior desenvolvimento de adiposidade (NETO, 2006).

Sendo assim, entende-se que o indivíduo obeso apresenta várias disfunções

hormonais que geram descontroles metabólicos, os quais podem resultar em

resistência a insulina ou hiperleptinemia. Além disso, outros fatores podem estar

associados a estes descontroles metabólicos e hormonais, pois, com o aumento da

quantidade de alimentos ingeridos, quase sempre ocorre conjuntamente um mau

funcionamento do organismo na absorção desses nutrientes, que unidos ao

sedentarismo, podem aumentar ainda mais o risco de desenvolvimento de doenças

crônico degenerativas.

4.2 EXERCÍCIOS E CONTROLE DE PESO 4.2.1 Efeitos do treinamento com pesos em humanos

Atualmente, a prática de exercícios físicos, tanto aeróbios como resistidos,

vem sendo realizada para diversas finalidades. Emagrecimento, melhoras no

condicionamento físico e na estética corporal, controle dos índices glicêmicos,

pressão arterial e prevenção de doenças, parecem ser os motivos mais frequentes

que induzem os indivíduos a praticar regularmente atividades físicas.

Na busca de uma melhor saúde e estética corporal, muitas pessoas realizam

treinamento com pesos, e isto, consequentemente contribui também para o bom

desenvolvimento e manutenção da força e massa muscular. Um programa bem

elaborado de exercícios com pesos, pode trazer alterações significantes na vida e

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8

no corpo das pessoas, podendo auxiliar na prevenção de muitas doenças e evitar

sobrepeso (SANTOS et al., 2002).

O treinamento com pesos induz alterações importantes no metabolismo como,

aumento da sensibilidade à insulina, utilização de lipídios e redistribuição da

gordura corporal (Després et al.,1991). Além disso, foi reconhecido pelo American

College of Sports Medicine como um importante aliado na manutenção de uma

adequada massa muscular e densidade óssea, o que contribui consequentemente

para diminuir os riscos de sarcopenia e osteoporose, além de, auxiliar também na

manutenção de índices glicêmicos adequados em indivíduos diabéticos e ajudar a

melhorar o perfil lipídico e parâmetros metabólicos de indivíduos com sobrepeso ou

obesidade (ACSM, 1998).

Outras modificações que acontecem no organismo com a prática de

treinamento resistido são as adaptações fisiológicas e bioquímicas em diferentes

sistemas: nervoso, cardiovascular, respiratório, sanguíneo e renal (MCMURRAY et

al., 1997; CAMPOS, 2002).

Os efeitos exibidos no treinamento de força são diferentes às adaptações

provocadas pelo treinamento de endurance. No treinamento de força aumenta-se a

quantidade de fibras tipo II glicolíticas, sendo que no treino aeróbio existe uma

melhora no funcionamento das fibras tipo I de característica oxidativa. Por outro

lado, a atividade das enzimas oxidativas parecem estar diminuídas no treinamento

de força, o que dificulta a otimização das adaptações das duas modalidades na

mesma sessão de treinamento (LEVERITT et al., 1999).

O treinamento de força intenso aumenta a síntese protéica, resultando em

aumento de proteínas contráteis e hipertrofia muscular. Já o estresse oxidativo,

promovido pelo treinamento de endurance, causa um estímulo adverso ao

treinamento de força, degradando as proteínas miofibrilares (Fleck & Kraemer,

1999). Sendo assim, esse exercício aumenta a atividade das enzimas oxidativas

musculares, elevando o número, tamanho e tipo de mitocôndrias, modificando

também, a vascularização e VO2 máx (HUNTER et al., 1987).

Em humanos, alguns achados indicam que uma forma de adaptação ao

exercício físico resistido é a estimulação da síntese protéica. Isso resulta em um

aumento da área de secção transversa da fibra muscular, processo este

denominado de hipertrofia. Este tipo de exercício induz maior eficiência na

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contração muscular, devido ao aumento de proteínas contráteis, podendo levar o

indivíduo a aumentos de 30 a 60% na hipertrofia muscular (FLECK & KRAEMER,

1999).

Muitos estudos têm buscado investigar o potencial desse tipo de exercício

físico, na alteração da composição corporal. Um dos fatores que podem explicar

essa mudança, é que no momento da execução dos exercícios com pesos, há

predomínio dos sistemas energéticos adenosina-trifosfato-fosfocreatina (ATP-CP) e

glicolítico, sendo que, a atuação do sistema oxidativo pelas vias lipídicas, se dá

principalmente durante os períodos de recuperação entre as séries e no término da

sessão de treinamento (Ballor et al., 1996). Assim, com esse aumento da

manutenção dos valores de VO2 após o exercício, se tem o aumento do gasto

energético de repouso e da taxa metabólica basal, o que, indiretamente pode

contribuir para o emagrecimento (CAMPBELL et al., 1994; COSTILL et al., 1979;

PORTO et al., 2000; VAN ETTEN et al., 1994).

Em um trabalho de Santos et al. (2001) foram verificadas modificações

positivas nos componentes da composição corporal, avaliada por Absortometria

Radiológica de Dupla Energia (DEXA), após 16 semanas de treinamento com

pesos. Vinte e seis indivíduos do sexo masculino (23,0 ± 3,0 anos) foram separados

aleatoriamente em dois grupos, grupo treinamento (n=13) e grupo controle (n=13).

Modificações estatisticamente significantes foram verificadas na massa isenta de

gordura (aumento de 2,9%) e na gordura corporal relativa e absoluta (redução de

10,2% e 13,4%, respectivamente), no grupo treinamento, quando comparado ao

grupo controle. Os autores concluíram que o treinamento com pesos pode auxiliar

na redução dos depósitos de gordura, pelo menos a médio ou longo prazo.

Em relação à massa magra, em seu estudo, Wilmore (1974) não encontrou

alterações na massa corporal em homens submetidos a 10 semanas de

treinamento com pesos, todavia, modificações significantes foram verificadas na

massa magra (+2,4%) e na massa gorda (-7,5%). Embora nesse estudo não tenha

existido um grupo controle, um comportamento semelhante ao encontrado nos

homens foi observado também nas mulheres estudadas.

Por outro lado, um outro estudo desenvolvido por Alen et al. (1988)

comprovou a eficiência de 24 semanas de treinamento progressivo com pesos para

o aumento da massa corporal (0,7%) e redução na gordura corporal relativa (7,8%).

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Nesse mesmo estudo também foi controlado o período de destreinamento e os

resultados indicaram que as modificações verificadas após o período de

treinamento com pesos foram preservadas após 12 semanas, sem qualquer outro

tipo de treinamento.

Assim, podemos inferir que a prática de treinamento com pesos pode ser

eficaz na prevenção e tratamento de diversas doenças, e, além disso, causar

mudanças e adaptações importantes no organismo, gerando nos indivíduos

diminuição do sobrepeso e ganhos de força e massa corporal.

4.2.2 TREINAMENTO COM PESOS E OBESIDADE EM HUMANOS No treinamento resistido, variáveis como intervalo de recuperação entre séries,

número de repetições e carga podem interferir na intensidade e no volume total de

trabalho, o que pode produzir um maior ou menor efeito termogênico pós exercício

(Ballor et al., 1996).

Um dos fatores que alguns estudiosos acreditam ser a causa da mudança na

composição corporal é o fato de ocorrer com o treinamento com pesos, uma redução

nos depósitos de gordura corporal devido à elevação do consumo de oxigênio pós-

exercício (EPOC: do inglês excess post-exercise oxygen consumption), o qual é

consequência da alta intensidade de estimulação e que ao menos hipoteticamente,

pode aumentar a oxidação lipídica após o esforço e gerar emagrecimento.

Desta forma, o indivíduo que pratica musculação, visando aumentar sua taxa

metabólica basal e consequente perda de peso, deve se preocupar com o volume e

intensidade do exercício, pois, são as variáveis de maior impacto sobre o gasto

energético durante o exercício e após, respectivamente (MEIRELLES et al., 2004).

Mas o EPOC associado à execução de apenas uma sessão de exercícios

contra-resistência não representa grande impacto no equilíbrio energético,

entretanto, seu efeito cumulativo pode ser relevante.

Apesar disto, alguns autores ainda se posicionam contra o treinamento com

pesos para obesos. Treuth e colaboradores (1993) acreditam que a duração dos

exercícios contra resistência é muito baixa e a intensidade muito alta para haver

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utilização de gordura como substrato energético. Porém, outros pesquisadores

concordam com os benefícios desse exercício. Segundo Francischi et al. (2001) há

realmente um aumento na utilização de ácidos graxos livres, glicerol e triacilglicerol

com essa forma de exercício.

Outros estudos também observaram aumento na síntese protéica (Yarasheski

et al., 1993) e incrementos substanciais no gasto energético de repouso após as

sessões de exercícios contra resistência (Campbell et al., 1994), o que explica que

esse tipo de exercício pode aumentar a taxa metabólica de repouso, repercutindo

na diminuição da % gordura corporal (MELBY et al., 1993).

Alguns autores como Kiens & Richter (1998) também evidenciaram benefícios

com o treinamento resistido. Em indivíduos submetidos ao treinamento resistido,

eles verificaram que o conteúdo intramuscular de triglicerídeos diminuiu de maneira

significativa durante as primeiras 18 horas do período de recuperação. Estes

autores sugerem que, após exercícios com intensa utilização de glicogênio

muscular, a ressíntese deste substrato tem prioridade metabólica. Isto, certamente

resulta em uma utilização preferencial de triglicerídeos musculares e lipídeos

circulantes como principal fonte de energia nos processos de recuperação do

músculo após exercício. Desta forma, ocorre mesmo um desvio do metabolismo de

carboidratos para a oxidação lipídica, através das primeiras fontes utilizadas em tal

processo de recuperação, que são provenientes da circulação, ou seja, ácidos

graxos livres e triglicerídeos.

Em um estudo de Ballor et al. (1988) avaliaram-se 40 mulheres obesas por oito

semanas. Elas foram divididas em quatro grupos: controle (C), dieta apenas (déficit

de 1000 kcal/dia) (D), treinamento de força apenas (E) e treinamento de força +

dieta (ED). As diferenças na composição corporal foram determinadas por

hidrodensitometria e revelaram aumento na massa magra em E (1,07kg) e na

manutenção deste tecido em ED. O peso total do tecido adiposo sofreu redução

semelhante apenas em D e ED.

Desta forma, conclui-se nesse estudo que, o treinamento de força não

intensifica a perda de gordura. Porém, o efeito benéfico ressaltado pelos autores é

que, esse tipo de exercício aumentou a massa magra na ausência de restrição

energética, sendo que na presença da dieta ele preveniu a perda deste tecido.

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Já Geliebter et al. (1997) verificaram os efeitos de dois tipos diferentes de

treinamentos aliados à dieta por oito semanas, em 65 mulheres e homens, com o

peso corporal 20% acima do peso ideal. Os voluntários foram distribuídos em três

grupos: dieta apenas (fornecendo o total de energia suficiente para atingir 70% da

taxa metabólica basal (TMB), valor em média de 1286 ± 281 kcal/dia) (D), dieta +

treinamento de força (DF) e dieta + treinamento aeróbio (DA). Para determinar a

composição corporal e a TMB, foi utilizada a densitometria por pesagem hidrostática

e a calorimetria indireta, respectivamente. Os resultados deste trabalho indicaram

que a redução no tecido adiposo e no peso total foi à mesma para todos os grupos,

porém, o grupo DF perdeu menos massa magra que os outros: do peso total

perdido, apenas 8% foi de tecido magro em DF, enquanto em DA, 20% do peso

perdido era constituído de massa magra, e em D, esse valor foi de 28%. Os autores

concluíram que o treinamento de força, diminuiu significativamente a perda de

massa magra durante a restrição energética moderada, mas não impediu a queda

da TMB. O exercício aeróbio aliado à dieta, aumentou o VO2 máx, mas não

intensificou a perda de gordura.

Embora tenham na literatura muitas evidências que o exercício físico resistido

pode ajudar na melhora da composição corporal de obesos e sobrepesados, ainda

se tem a necessidade de mais trabalhos experimentais com dados que levam em

consideração fatores bioquímicos invasivos, os quais são de grande importância

para determinar realmente os efeitos do treinamento com pesos em indivíduos

obesos.

Portanto, a realização deste estudo tem importância para esclarecer os efeitos

do treinamento com pesos em ratos obesos e assim caracterizar esse modelo de

exercício e as possíveis soluções no tratamento da obesidade.

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4.3 MODELO EXPERIMENTAL 4.3.1 Consequências da obesidade induzida por Glutamato Monossódico em ratos

As doses de glutamato monossódico (MSG) que levam ao desenvolvimento de

obesidade visceral variam de 2 a 4 g/kg de peso do rato e podem ser administradas

de 4 a 10 doses (De Mello et al., 2001). Muitos estudos têm demonstrado que a

administração subcutânea de (MSG) em roedores na fase neonatal, quando a

barreira hematoencefálica ainda não está totalmente desenvolvida, pode causar

lesões no hipotálamo, principalmente na região do núcleo arqueado, na eminência

mediana e na área postrema do hipotálamo, o que consequentemente, altera o

funcionamento do eixo hipotálamo-hipófise (Kizer et al.,1978). Com isso, o animal

MSG apresenta vários desajustes no sistema nervoso autônomo (SNA) com

significativo aumento da atividade parassimpática e redução da simpática, o que

pode ser evidenciado pela maior liberação de catecolaminas nas terminações

nervosas (OLNEY, 1969, apud MACHO et al., 1999).

Os animais submetidos ao tratamento com MSG apresentam crescimento

corporal reduzido e normo ou hipofagia, as quais são induzidas pela toxicidade do

MSG. Assim, esses ratos não têm excesso de ingestão alimentar e deste modo

conseguem manter o peso dentro da normalidade. Esses animais apresentam um

acúmulo de gordura visceral, o qual ocorre principalmente na fase adulta e isso

pode ser explicado em virtude de hipercortisolismo (Hirata et al., 1997) e menor

atividade do tecido adiposo marrom (KIZER et al., 1978).

Um estudo de Remke et al. (1988) confirmam esses dados. Eles concluíram

que, mesmo tendo maior acúmulo de gordura visceral após a aplicação de MSG,

não foi observado nos animais um aumento do peso corporal. E ainda, o ganho

ponderal desses roedores, também foi mantido dentro da faixa de normalidade.

Desta forma, se faz importante comentar, que o menor peso inicial e final desses

ratos foi, provavelmente, devido ao menor tamanho deles, uma vez que, entre as

alterações endócrinas descritas nesse modelo, está a menor secreção de hormônio

do crescimento.

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Com a aplicação de MSG nos roedores, ocorre neles uma redução na massa

muscular e menor atividade motora, podendo haver também um quadro de

hiperinsulinemia de jejum e resistência à insulina, podendo levar a uma situação

similar a diabetes tipo II (Remke et al., 1988) e menor sensibilidade aos efeitos

anabólicos da insulina (JAMES et al., 1985).

Além disso, há também nesses animais disfunção sexual, juntamente com a

parada no crescimento e déficit comportamental (Dawson et al., 1983). Alterações

no controle cardiovascular também podem acontecer (Dawson et al., 1989), a

exemplo disto, têm-se a diminuição no tamanho do ventrículo esquerdo. Embora as

explicações para essa observação não estejam bem esclarecidas, é possível que,

pelo menos em parte, isso ocorra devido o aumento dos glicocorticóides que se

observa nessa situação de obesidade (HAMAOKA et al., 1986; MACHADO et

al.,1993).

Sabe-se ainda que, os animais que recebem MSG desenvolvem quadro de

hipercortisolismo, o que pode determinar alterações na utilização de substrato

energético, dando preferência às proteínas. Assim, os glicocorticóides podem

aumentar o catabolismo e diminuir a massa muscular periférica e também

possivelmente a massa do músculo cardíaco (HABER et al., 1992).

Conclui-se então que, as lesões geradas pelo MSG produzem a denominada

obesidade hipotalâmica por meio de diversas alterações metabólicas, resultando em

hiperinsulinemia e prejuízo da termogênese (PEREIRA et al., 2003).

Embora os efeitos metabólicos, bioquímicos e mesmo moleculares da

administração de MSG já tenham sido estudados (Dawson et al., 1983; Pereira et

al., 2003; Hirata et al., 1997), ainda são necessários mais estudos que avaliam os

efeitos que esta substância pode causar no sistema muscular e a possível influência

que o exercício físico resistido pode ter nas alterações da composição corporal de

ratos com esse modelo de obesidade.

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4.3.2 Modelo e efeitos do treinamento com pesos para ratos Modelo

Apesar de o exercício aeróbio ser realizado com mais frequência em estudos

com ratos, atualmente existem alguns modelos de treinamento resistido para esses

animais. Neste trabalho, sugere-se a utilização de um modelo de treinamento com

pesos adaptado por Tamaki et al, (1992) (Figura 1). Esse modelo de treinamento

com pesos é similar ao agachamento guiado usado em academias de musculação,

portanto, ativa principalmente a contração do músculo quadríceps (vasto lateral,

vasto intermediário, vasto medial e reto femoral) e também dos músculos

gastrocnêmio, sóleo e flexor longo do plantar.

Efeitos do treinamento com pesos em ratos Assim como os exercícios aeróbios modificam aspectos da composição

corporal, também os exercícios com pesos podem influenciar no aumento de massa

muscular, massa óssea calcificada e diminuição na quantidade de gorduras. Essa

redução na massa gorda, não parece ser decorrente da utilização de lipídios

durante o exercício, uma vez que o principal substrato energético durante este

Fig. 1: Aparato usado para treinamento com pesos em ratos, adaptado por Tamaki et al.,(1992).

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exercício é o glicogênio. O que pode explicar este fato é a utilização deste lipídio no

momento da recuperação do exercício (YOSHIOKA et al., 2001).

Por outro lado, se o exercício resistido estimula a síntese protéica e aumenta a

massa muscular, consequentemente, ele gera um incremento do metabolismo

energético basal e gera maior gasto calórico, reduzindo assim, a gordura corporal

(HUNTER et al., 1998).

Mas, um outro fator que pode ter influência na redução de peso corporal de

animais treinados é o estresse que o exercício físico provoca. Exercícios resistidos

de alta intensidade podem induzir excessiva liberação de glicocorticóides, os quais

podem estimular de alguma maneira o catabolismo e a utilização de nitrogênio pelo

organismo (CLARKSON & THOMPSON, 1997).

Alguns trabalhos que utilizaram esse modelo de treinamento com pesos para

ratos ou modelos semelhantes a ele, encontraram importantes modificações na

composição corporal dos animais.

Achados de Tamaki et al. (1992) mostram diferenças interessantes na

hipertrofia de músculos esqueléticos de ratos normais treinados nesta plataforma e

ratos treinados em esteira. Aumento de 31,4% e 17,9% no tamanho do músculo

flexor longo do plantar e gastrocnêmio foram encontrados nos animais que

treinaram força na plataforma. Além disso, também foi verificado maior aumento no

peso do músculo flexor longo do plantar (12,4%) e na quantidade (84%) de fibras

musculares de contração rápida dos ratos treinados com pesos, quando

comparados com os animais que realizaram exercício na esteira.

Por outro lado, Baraúna et al. (2005) também utilizaram em seu estudo esse

mesmo aparato de treinamento com pesos proposto por Tamaki et al. (1992),

porém, com o objetivo de verificar os efeitos do exercício resistido nas respostas

cardiovasculares de ratos normais. Os animais foram divididos em 3 grupos: TR

(treinamento com pesos), ES (apenas estímulo elétrico) e CO (controle, sem

estímulo e sem treinamento). Os grupos TR e ES foram submetidos a 4 séries de

12 repetições, com 90 segundos de intervalo entre cada série, 5 dias na semana,

durante 4 semanas. Entre outras alterações cardiovasculares eles encontraram que

no começo do estudo, os pesos corporais dos ratos eram semelhantes, mas ao final

do período de treinamento o grupo CO teve aumento no peso corporal de 8%

quando comparado com o grupo ES e TR (p≤ 0,05).

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Outro dado importante foi que no início do treinamento, todos os grupos

tinham valores de carga no teste de 1 repetição máxima (RM) similares (515 ±

128g) e após o período de treinamento o grupo TR teve aumento significativo de

sua carga (56%) quando comparado com os outros grupos CO (26%) e ES (20%).

Além disso, houve aumento no peso do músculo flexor longo do plantar de ambos

os grupos CO e ES (6.5% e 9.2% respectivamente). Quanto a alterações cardíacas,

o peso do ventrículo e átrio direito permaneceram inalterados entre os grupos, mas

o ventrículo esquerdo teve um aumento de 12% no grupo TR quando comparado

com o grupo CO e ES.

De acordo com esses estudos, podemos verificar importantes modificações na

composição corporal e adaptações metabólicas através do treinamento com pesos

em ratos. Desta forma, destacamos que não somente o exercício aeróbio é capaz

de causar modificações na composição corporal, mas também o treinamento

resistido, podendo este ser um importante aliado na modificação da composição

corporal.

4.3.3 TREINAMENTO COM PESOS EM RATOS OBESOS

Existem poucas informações a respeito de exercícios resistidos em animais

obesos ou sobrepesados. A maior parte dos estudos que utilizam plataformas e

aparatos de treinamento resistido para ratos, tem em sua amostra, animais de peso

normal.

Apesar dessa escassez de dados, foi encontrado na literatura um estudo

envolvendo treinamento de resistência em ratos diabéticos obesos, submetidos a

diferentes dietas alimentares. Neste estudo, a dieta comum composta por 63% de

carboidratos, 17% de gorduras e 20% de proteínas foi fornecida aos animais dos

grupos: controle sedentário (Con-Sed, n=8) e controle treinamento de resistência

(Con-RT, n=8). Já a dieta hipercalórica era composta de 26% de carboidratos, 59%

de gorduras e 15% proteínas e foi ofertada aos animais dos grupos: sedentários

com dieta hipercalórica (HF-Sed, n=12) e treinamento de resistência com dieta

hipercalórica (HF-RT, n=8). Após nove semanas de dieta, os animais dos grupos

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treinamento iniciaram o exercício, sendo ele realizado 3 vezes na semana com 3

séries de 10 repetições máximas com carga aproximada de 75% de 1 RM, durante

12 semanas (KRISAN et al., 2004). Neste estudo, após o período de treinamento,

os autores não encontraram mudanças significativas na massa corporal e massa

muscular de nenhum dos grupos analisados. Entretanto, acharam maior aumento

(p≤0,05) na gordura epididimal nos animais tratados com dieta hipercalórica (HF-

Sed: 18,0 ± 2,9g; HF-RT: 17,9 ± 1,7g) quando comparados com o grupo de dieta

comum (Con-Sed: 13,9 ± 0,7g; Con-RT: 13,5 ± 0,7g). Além disso, foi encontrado

que 12 semanas de treinamento com pesos aumentou significantemente a carga

nos testes de 1-RM nos grupos Con-RT (1304 ± 60g) e HF-RT (1387 ± 112g)

quando comparados com os grupos Con-Sed (819 ± 70g) e HF-Sed (864 ± 64g). Os

animais HF-Sed tiveram maior resistência à insulina em comparação ao Con-Sed e

a captação de glicose pelo músculo esquelético foi melhorada em ambos os grupos

treinados (HF-RT e Con-RT).

Portanto, podemos inferir que, a realização de exercícios com pesos neste

trabalho, foi capaz de melhorar a captação de glicose e força dos animais, embora

não tenha melhorado significantemente a composição corporal desses ratos

obesos. Isto mostra que, mesmo que os animais não tenham tido aumento na

massa magra ou perda significante na gordura corporal, houve uma melhor

utilização de glicose pelo músculo esquelético, o que foi favorável ao controle

glicêmico e prevenção de diabetes. Com isto, fica evidenciado que realmente se faz

necessário outros estudos que avaliam parâmetros bioquímicos, musculares e de

composição corporal em animais obesos e treinados com pesos.

5 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA Muitos pesquisadores estudam as causas da obesidade e as consequências

que o exercício físico tem sobre ela. Atualmente, é consenso que atividades

aeróbias são capazes de ajudar no controle e na prevenção de ganho de peso

corporal e que a duração, assim como a intensidade, tem influências no gasto

calórico durante e após o exercício, seja ele realizado em humanos ou animais. No

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entanto, pouco se sabe sobre os verdadeiros mecanismos do treinamento com

pesos no metabolismo e na composição corporal de indivíduos e ratos obesos.

Percebe-se que a maioria dos estudos sobre obesidade, utiliza métodos não

invasivos para verificar mudanças na composição corporal ocasionadas pelo

exercício físico.

Devido a essa escassez de estudos experimentais com animais obesos e

treinados fisicamente, foi proposto neste trabalho, a padronização de um método

seguro e eficaz de treinamento resistido para ratos obesos, assim como a avaliação

da composição corporal desses animais.

6 MÉTODOS 6.1 Local do estudo

As atividades e o treinamento dos animais foram realizados no laboratório de

Fisiopatologia e Regulação Neural do Sistema Cardiovascular, situado no

Departamento de Ciências Fisiológicas da Universidade Estadual de Londrina, sob

responsabilidade da professora doutora Marli Cardoso Martins Pinge.

6.2 DELINEAMENTO DO ESTUDO E CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA Animais

A amostra foi composta por 20 animais machos da linhagem Wistar no período

neo-natal, os quais foram mantidos em gaiolas, em uma sala com temperatura de

23±2ºC no Biotério do Departamento de Ciências Fisiológicas da Universidade

Estadual de Londrina. Os animais tiveram um ciclo claro/escuro de 12 horas,

receberam uma dieta normal com água ad libitum e foram pesados semanalmente.

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6.3 Delineamento dos grupos experimentais

Após o nascimento, durante os cinco primeiros dias de vida, 13 animais

receberam injeção subcutânea de MSG, para indução da obesidade. Os outros 7

animais para participarem do grupo controle, receberam injeção subcutânea de

solução salina aquosa (0,9%).

Todos os animais foram amamentados até o 21º dia de vida. Depois desta

data, os animais foram separados e divididos em três grupos: OT (grupo obeso

treinado com pesos); OS (grupo obeso sedentário) e CS (grupo controle

sedentário). O OT realizou treinamento com pesos durante 8 semanas consecutivas e os

grupos CS e OS não realizaram nenhum exercicio físico sistematizado nesse

mesmo período. Porém, os animais do grupo OS para que pudessem passar pela

mesma manipulação feita nos animais treinados, foram colocados na jaqueta mas

não receberam estímulos. Esta jaqueta ficava vinculada a plataforma de

treinamento de força e tinha formato de um colete (figura 1).

Os animais foram pesados individualmente e diariamente desde o 21º dia de

vida até o dia de seu sacrifício (120ºdia) e esses dados foram utilizados para a

elaboração da curva de crescimento.

6.4 Indução da Obesidade nos Ratos   Os ratos Wistar machos receberam durante os 5 primeiros dias de vida,

injeções subcutâneas (4 mg/kg) de MSG. A obesidade foi avaliada aos 120 dias,

pelo cálculo do Índice de Lee [peso corporal (g) / comprimento naso anal (cm) x

1000) e peso das gorduras retroperitonial e perigonadal.

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6.5 Treinamento dos animais

Após 40 dias da indução de obesidade foi iniciado o período de treinamento

com pesos nos animais, o qual foi dividido em duas partes: (1) 2 semanas de

familiarização com o equipamento, em dias alternados (três vezes por semana). Em

seguida, foi realizado o teste de carga, através do teste de 1 repetição máxima

(1RM). (2) realização do protocolo de exercício no grupo OT o qual realizou 4 séries

de 12 repetições com carga referente a 65 - 75% do teste de 1RM, três vezes por

semana, em dias alternados, por um período de 8 semanas.

A primeira semana de adaptação ao equipamento consistiu na permanência do

animal em posição bípede, durante 1 minuto, no colete vinculado a plataforma. Na

segunda semana, os animais já começaram a ser estimulados, com 3 séries de 10

repetições cada, mas sem utilização de carga.

Aos 60 dias de vida, foi realizado o teste de 1 repetição máxima (1RM), no

qual considerou-se a quantidade total de peso levantado, de forma correta, uma

única vez, durante a realização do exercício de levantamento de peso (Tritschler,

2003).

Para fazer o movimento de extensão e flexão das patas, os ratos foram

colocados  em posição bípede na jaqueta, e em seguida, receberam o estímulo

através de um eletrodo conectado na cauda. O estímulo aplicado era de corrente

galvânica, com aproximadamente 20 Volts, 0,3 segundos de duração e 3 segundos

de intervalo. Ao sentir a estimulação elétrica na cauda, com as patas posteriores, o

rato fazia um movimento de dorsi - flexão seguido de alongamento. O protocolo de treinamento teve início aos 61 dias de vida. O treino foi

realizado no período vespertino, 3 vezes na semanas em dias alternados e consistiu

na realização de 4 séries, com 12 RM cada e 90 segundos de intervalo de descanso

entre cada série. A carga foi colocada em uma haste, a qual era presa a uma

alavanca, que por sua vez, estava acoplada ao colete do animal. Foi utilizado no

treinamento 65 a 75% da carga máxima atingida no teste de 1 RM. Este valor foi

estipulado, porque não era adequado aos animais fazer exercício com uma carga

muito alta, devido ao número de séries e repetições que eram razoavelmente

grandes e, além disso, o objetivo não era que eles chegassem à fadiga antes que

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terminassem a última repetição corretamente. O reajuste de carga foi feito a cada 2

semanas, através do teste de 1 RM. O aparelho utilizado para o treinamento

resistido seguiu o modelo reproduzido por Tamaki et al., (1992) já mencionado

anteriormente.

6.6 Sacrifício dos animais

Ao término das oito semanas experimentais (treinamento e sedentarismo), no

dia anterior a eutanásia, foi canulada a artéria jugular dos animais para a coleta de

sangue. A eutanásia aconteceu utilizando-se uma mistura de Ketamina (55 mg/Kg)

e Xilasina (8 mg/Kg). O sacrifício dos animais aconteceu 48 horas após a última

sessão de treinamento, visando descartar o efeito agudo da atividade sobre as

variáveis analisadas. Este método foi utilizado, para facilitar a retirada de grande

volume de sangue, necessário para análises bioquímicas futuras.

6.7 Análise dos dados e estatística Para verificar a homogeneidade e a normalidade dos dados, foi utilizado o

pacote estatístico Stat Soft Statistica 7.0.

A análise estatística dos dados foi feita utilizando-se o software Graphpad

Prism 5.0, com os resultados expressos em média e erro padrão.

As variáveis de composição corporal dos grupos OT, OS e CS foram

analizadas através do teste estatístico ANOVA two way, seguida de post hock de

Bonferroni. Nas comparações dos animais obesos treinados e sedentários, foi

utilizado o test t-Student não pareado, considerando como nível de significância

p≤0,05.

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6.8 Considerações bioéticas Todos os protocolos de exercício e procedimentos com os animais estavam de

acordo com o Colégio Brasileiro de Experimentos Animais e foram aprovados pelo

Comitê de Ética da Universidade Estadual de Londrina.

7 RESULTADOS Faz-se importante destacar, que houve diferença estatística significante na

massa corporal de OT e CS (p=0,008) e entre OS e CS (p=0,002) (figura 2). Já no

comprimento naso-anal (figura 3), foram encontradas diferenças entre OT e CS (p=

0,004); entre OT e OS (p=0,01) e OS com CS (p=0,0003). Por outro lado, nos

valores de Índice de Lee (figura 4), foi detectado diferença estatística apenas entre

OS e CS (p=0,016). As figuras a seguir demostram esses valores:

Fig. 2. Comparação do peso corporal (g) de animais obesos após as 8 semanas experimentais (treinamento e

sedentarismo). * p≤0,05 em relação ao CS. ∞ p≤0,05 em relação ao CS.

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Fig. 3. Comprimento naso-anal (cm) de animais obesos após as 8 semanas experimentais (treinamento e

sedentarismo). * p≤0,05 em relação ao CS. ∞ p≤0,05 em relação ao CS. º p≤0,05 em relação ao OS.

Fig. 4. Índice de Lee de animais obesos após as 8 semanas experimentais (treinamento e sedentarismo). * p≤0,05 em relação ao CS. Quanto ao peso corporal, passados os 120 dias do nascimento dos animais,

pode-se observar pelos resultados, que ao final das oito semanas experimentais, os

animais do grupo controle obtiveram maior ganho de massa corporal que os

animais obesos (CS = 425 ± 12,1g vs. OS = 361,9 ± 10,6g e OT = 371,1± 11g).

Apesar dos animais obesos treinados terem tido massa corporal maior no final do

treinamento quando comparados aos animais sedentários, esses animais obesos

sedentários também apresentaram peso corporal inferior ao do grupo controle, e

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isso, mais uma vez, comprova o efeito do MSG nos animais. Tendo em vista que

um animal obeso apresenta maior quantidade de tecido adiposo, e que a gordura é

mais leve que a massa muscular, esperava-se realmente que os animais controle

tivessem maior massa corporal que os obesos.

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Assim como os resultados da caracterização da amostra demonstraram ter

grande importância para este estudo, pois explicam a efetividade do MSG na

indução da obesidade, os resultados das demais variáveis também devem ser

consideradas, afinal, o objetivo deste trabalho foi também analisar as variações na

composição corporal em um aspecto mais específico quanto a alterações nos

valores de órgãos, tecido adiposo e tecidos musculares em animais obesos

treinados e sedentários. Desta forma, as figuras a seguir, mostram os valores das

diferenças estatísticas encontradas nas análises comparativas dos pesos de órgãos

e músculos. Esses resultados são expressos tanto em valores absolutos como em

valores relativos ao peso do corpo do animal (peso do órgão x 100/ peso corporal).

Fig. 6. Comparação do peso absoluto do coração de animais obesos após as 8 semanas experimentais

(treinamento e sedentarismo) ( *p≤0,05 em relação ao OS).

Fig. 7. Comparação do peso relativo do coração de animais obesos após as 8 semanas experimentais

(treinamento e sedentarismo)

Nas comparações dos valores absolutos do peso de coração, foi encontrada

diferença estatística significante entre os animais (p= 0,04). Os valores dos animais

treinados foi superior (OT=1,15 ± 0,05g) quando comparados com os sedentários

(OS= 1,01 ± 0,02).

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Por outro lado, no gráfico 7 podemos observar que os animais treinados

tiveram tendência de maior peso relativo de coração que os animais sedentários.

Porém, apesar disto, não foi encontrada diferença estatística nessa variável

(p=0,18). Os valores de média e erro padrão foram: OT= 0,31 ± 0,02g e OS= 0,28

± 0,007g.

Quanto aos valores dos pesos dos órgãos, pode-se constatar que após as

oito semanas de treinamento com pesos, não houve diferença estatística entre o

peso absoluto dos rins dos animais obesos treinados em relação aos animais

obesos sedentários (p=0,84). A média e erro padrão de peso absoluto dos animais

treinados foi de 1,91 ± 0,1g e dos animais sedentários foi de 1,95 ± 0,1g. Nos

valores de peso relativo dos rins, podemos verificar que também não houve

diferença estatística nesta variável, tendo como valores o grupo OT=0,52 ± 0,03g e

OS= 0,56 ± 0,04 g. No peso absoluto de fígado após as 8 semanas de treinamento com pesos,

não foi encontrada diferença estatística entre os animais treinados e sedentários

(p= 0,62). Os valores foram: GTmsg= 11,07 ± 0,3g e o GSmsg= 11,45 ± 0,6g.

Também não houve diferença estatística entre os animais treinados e sedentários,

nos valores de peso relativo de fígado: GTmsg= 3,0 ± 0,13g e GSmsg= 3,15 ±

0,11g.

Quanto ao peso das glândulas adrenais, podemos observar que não houve

diferença estatística entre os animais obesos treinados e sedentários (p= 0,91).

Os valores absolutos de peso deste órgão foram: OT: 0,049 ± 0,001g e

OS= 0,049 ± 0,004g. Nos valores de peso relativo das glândulas adrenais,

também não foi encontrada diferença significativa entre os dois grupos de

animais sendo, OT= 0,013 ± 0,0004g e OS= 0,013 ± 0,0009g.

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Quanto às alterações de massa muscular, também foi proposto neste estudo

que se avaliassem as modificações em valores absolutos e relativos de peso de

músculos esqueléticos.

Nas comparações dos valores absolutos entre a média de peso do músculo

gastrocnêmio de animais treinados e sedentários, não foi observada diferença

estatística entre os dois grupos de animais (p= 0,78). Os valores em média e erro

padrão dos grupos foram: OT= 1,59 ± 0,05g e OS= 1,56 ± 0,11g. Os valores

relativos de peso do gastrocnêmio foram também comparados entre os dois grupos

e novamente não foi encontrada diferença estatística (p= 0,84). Os valores dos

animais treinados e sedentários foram, respectivamente: OT= 0,43 ± 0,02g e OS=

0,44 ± 0,03g . Por outro lado houveram diferenças estatísticas no peso do músculo

sóleo (figura 8 e 9).

Fig. 8. Comparação do peso absoluto do músculo sóleo de animais obesos após as 8 semanas experimentais

(treinamento e sedentarismo) (*p≤0,05 em relação ao OS).

Fig. 9. Comparação do peso relativo de músculo sóleo de animais obesos após as 8 semanas experimentais

(treinamento e sedentarismo) (*p≤0,05 em relação ao OS).

A figura 8, representa os valores de comparação dos pesos absolutos de

músculo sóleo entre os ratos obesos treinados e sedentários. Foi encontrada

diferença estatística entre os dois grupos (p= 0,015). Os animais obesos treinados

tiveram valores superiores (OT= 0,26 ± 0,009g) quando comparados com os

sedentários (0,18 ± 0,027g).

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Já na figura 9, é possível visualizar as comparações dos valores absolutos

dos pesos referente ao músculo sóleo. Nesta análise, foi detectada diferença

estatística entre os animais treinados e sedentários (p= 0,012). Os valores

encontrados foram: OT= 0,07 ± 0,003g e OS= 0,05 ± 0,007g.

Nos valores comparativos de peso absoluto do músculo flexor plantar de

animais obesos treinados e sedentários, não foi detectada diferença estatística na

análise (p=0,92). Os valores de média e erro padrão foram: OT= 0,14 ± 0,004g e

OS= 0,13 ± 0,012g. Nas comparações deste mesmo músculo, mas em valores

relativos, também não foi encontrada diferença estatística nessa análise (p= 0,61) e

os valores encontrados foram: OT= 0,04 ± 0,002g e OS= 0,04 ± 0,003g.

Avaliar as alterações do tecido adiposo de animais obesos treinados e

sedentários também foi foco deste estudo, porém, em nenhuma das gorduras

obteve-se diferenças estatísticas.

Nos valores absolutos de gordura retroperitonial dos animais sedentários e

treinados, não foi encontrada diferença estatística (p= 0,89). Os valores encontrados

foram: OT= 9,3 ± 0,64g e OS= 9,16 ± 0,75g. Desta mesma forma, na comparação

dos valores de peso relativos da gordura retroperitonial dos animais treinados e

sedentários, também não foi encontrada diferença estatística nessa análise (p=

0,95). Os valores encontrados foram: OT= 2,5 ± 0,15g e OS= 2,51 ± 0,15g. Quando

foram comparados os animais dos grupos OT e OS com CS, foi visto diferença

estatística (p≤ 0,001) (figura 10). Os valores encontrados para gordura absoluta

retroperitonial foram: OT= 9,3 ± 0,6g, OS= 9,2 ± 0,8g e CS= 5 ± 0,3g. Nos valores

relativos de gordura retroperitonial foi encontrado p≤0,001 (figura11). Os valores

encontrados foram: OT= 2,5 ± 0,1g, OS= 2,5 ± 0,1g e CS= 1,2 ± 0,1g.

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Fig. 10. Peso absoluto de gordura retroperitonial dos animais após as 8 semanas experimentais (treinamento e

sedentarismo). * p≤0,05 em relação ao CS. ∞ p≤0,05 em relação ao CS

Fig. 11. Peso relativo de gordura retroperitonial dos animais após as 8 semanas experimentais (treinamento e

sedentarismo). * p≤0,05 em relação ao CS. ∞ p≤0,05 em relação ao CS

Já nos valores absolutos de gordura perigonadal entre OT e OS quando

comparados ao grupo CS houve diferença estatística (p≤0,001) (figura 12). Os

valores encontrados foram: OT= 9,1 ± 0,6g, OS= 8,5 ± 0,9g e CS= 4,3 ± 0,9g.

Fig. 12. Peso absoluto de gordura perigonadal dos animais após as 8 semanas experimentais (treinamento e

sedentarismo). * p≤0,05 em relação ao CS. ∞ p≤0,05 em relação ao CS

Fig. 13. Peso relativo de gordura perigonadal dos animais após as 8 semanas experimentais (treinamento e

sedentarismo). * p≤0,05 em relação ao CS. ∞ p≤0,05 em relação ao CS

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Nos valores relativos de gordura perigonadal também foram encontradas diferenças

estatísticas entre OT e OS quando comparadas ao CS (p≤0,01) (figura 13). Os

valores encontrados foram: OT: 2,5 ± 0,2g, OS= 2,3 ± 0,2g e CS= 1 ± 0,05g.

No peso absoluto da gordura perigonadal de animais obesos treinados e

sedentários após as 8 semanas experimentais, não houve diferença estatística

evidente sendo, p= 0,58. Os valores de média e erro padrão foram: OT= 9,12 ± 0,59g

e OS= 8,51 ± 0,85g. Em valores relativos, não foi encontrada diferença estatística

nesta variável, e os valores de média e erro padrão de gordura relativa perigonadal

foram: OT= 2,46 ± 0,15g e OS= 2,34 ± 0,2g.

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8 DISCUSSÃO

Nos últimos anos têm surgido algumas propostas de atividade física com

características anaeróbias e isto se deve provavelmente ao fato deste tipo de

exercício apresentar benefícios a saúde (Kristiansen et al., 2000). Apesar disto, o

número de estudos abordando este tipo de exercício físico e os efeitos dele na

composição corporal e emagrecimento é bem reduzido se comparado com o

aeróbio.

O exercício físico proposto neste estudo muito se assemelha ao treinamento

com pesos feito em academias de ginástica. É um movimento de agachamento

seguido de extensão de joelhos, com características parecidas com o agachamento

da musculação. A carga utilizada aumenta ainda mais a intensidade deste exercício,

o que faz dele um tipo de exercício de alta intensidade e anaeróbio (TAMAKI et al.,

1992).

Neste mesmo estudo proposto por Tamaki et al. (1992), ratos normais após 12

semanas de treinamento com pesos, aumentaram a quantidade de fibras

musculares tipo II e tiveram hipertrofia de músculos sóleo, gastrocnêmio e flexor

longo do plantar. No presente estudo esses mesmos músculos foram avaliados,

porém em ratos obesos. Apenas o músculo sóleo destes animais demonstrou

diferença estatística com relação ao peso quando comparados com os animais

sedentários após ás 8 semanas de treinamento.

Uma possível explicação para que não houvesse uma maior hipertrofia nos

animais obesos, deve-se ao fato do período de treinamento não ter sido igual ou

superior ao protocolo proposto por Tamaki et al. (1992). O protocolo de exercício

com pesos nos animais obesos, teve duração de oito semanas. Todavia, em outro

estudo realizado com ratos normais, Baraúna et al. (2005) demonstraram que

apenas um mês de treinamento de força no aparato foi suficiente para causar

hipertrofia no músculo flexor longo do plantar.

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Uma questão muito importante que auxilia na tentativa de explicar a não

hipertrofia significativa de todos os músculos analisados é o fato de os animais MSG

possuirem falhas na secreção de hormônio do crescimento (GH), testosterona e

insulina, os quais são importantes hormônios anabólicos e altamente necessários

para hipertrofia muscular. Por outro lado, pode também, apresentar alta secreção de

cortisol, que é um hormônio altamente catabólico e prejudicial à hipertrofia muscular

(CAMPOS et al., 2008).

Como citado anteriormente, uns dos principais efeitos negativos do MSG no

desenvolvimento dos animais, está na alteração dos níveis de hormônio do

crescimento (GH), assim, através desses resultados, fica evidente que os animais

obesos (OS e OT) tiveram crescimento inferior aos animais do CS e desta forma

apresentaram comprimento naso-anal menor que os animais do grupo controle.

Tendo em vista esse protocolo que apresenta duração de treinamento inferior

ao proposto por nosso estudo, cabe aqui também a hipótese de que talvez, os

animais obesos por apresentarem disfunções metabólicas e fisiológicas podem

apresentar dificuldades na hipertrofia de músculos esqueléticos quando comparados

a animais normais.

A hipertrofia do músculo sóleo do OT foi significativa. Os animais obesos

treinados tiveram valores maiores no peso absoluto de músculo sóleo quando

comparados com os sedentários. Já os valores relativos deste mesmo músculo

também apresentaram diferença estatística entre os animais treinados e

sedentários. Os valores encontrados, confirmam a presença de hipertrofia muscular

após oito semanas de treinamento. O músculo sóleo juntamente com o flexor longo

do plantar, é muito recrutado no exercício proposto durante a extensão de patas e

levantamento do peso, e isso pode ser uma possível explicação do aumento do peso

deste músculo.

Em relação às variações de peso de órgãos, Baraúna et al. (2005) propuseram

um trabalho similar a este estudo aonde avaliaram as alterações em órgãos como

coração e glândulas adrenais. Nossos resultados vão de encontro com os achados

destes autores.

Também foi detectada aqui, após a realização do protocolo de exercício

resistido, a diferença estatística no peso absoluto de coração. Apesar do protocolo

utilizado neste estudo ser diferente do utilizado pelos autores citados acima, os

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dados demonstraram que oito semanas de treinamento de força foi suficiente para

causar aumento no peso absoluto do músculo cardíaco dos animais obesos

treinados

Uma possível explicação para isso, é que esta musculatura parece requerer

menor período de tempo de treinamento para hipertrofiar. Com o aumento do débito

cardíaco durante o exercício, ocorre também um aumento da força de contração dos

ventrículos contribuindo para o aumento do tamanho das câmaras cardíacas e

hipertrofia concêntrica (Pluim et al., 2000). Embora não tivesse sido feita a análise da

hipertrofia do coração (excêntrica ou concêntrica) parece que, ao contrário dos

músculos esqueléticos gastrocnêmio e flexor longo do plantar, o coração modificou

seu peso absoluto e hipertrofiou com mais rapidez que os outros músculos também

submetidos ao mesmo protocolo de exercício. Futuramente essa análise do tipo de

hipertrofia será realizada para sanar tal dúvida e esclarecer se realmente foi

hipertrofia concêntrica que aconteceu nos ratos treinados.

Assim como no estudo citado anteriormente, outra informação relevante que

consta aqui foi à ausência de diferença no peso absoluto e relativo de glândulas

supra renais de animais treinados e sedentários. Esta informação se faz

interessante, pois, as concentrações elevadas de catecolaminas elevam também o

peso das adrenais e desta forma determina o quanto o exercício pode influenciar no

índice de stress do animal perante a estimulação elétrica. Portanto, esse achado se

faz importante e corrobora com o resultado encontrado pelos autores, onde os

valores de comparações de pesos das glândulas adrenais entre animais treinados,

também não tiveram diferença estatística com os animais sedentários (BARAÚNA et

al., 2005).

Em relação aos valores dos pesos dos outros órgãos analisados (fígado e

rins), também não se detectou diferenças estatísticas significantes. Não foi

encontrado na literatura nenhum trabalho similar a este que fizesse tal análise.

Porém, o que parece demonstrar, é que realmente se o exercício físico de

resistência (força) causa alguma alteração no peso desses órgãos, oito semanas de

treinamento não foi suficiente para causar mudança no peso dos rins e fígado.

Quanto às alterações na massa corporal, não foi encontrado diferença

estatística entre os valores de massa corporal de obesos treinados e sedentários

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após as oito semanas experimentais. Na verdade, já era esperado este resultado,

pois, dados de outro estudo com esse mesmo protocolo de exercício também não

demonstrou menores valores de peso corporal nos ratos treinados (BARAÚNA et al.,

2005).

Em relação aos resultados do Índice de Lee, podemos verificar que realmente

a aplicação do glutamato monossódico foi eficiente na indução da obesidade, pois,

houve diferenças significativas entre os valores de Índice de Lee dos animais OS e

CS, sendo eles 0,34 ± 0,006 e 0,32 ± 0, 004, respectivamente.

Outro resultado importante que deve ser levado em consideração é o fato de

não ter havido diferença estatística no Índice de Lee dos animais do OT e CS.

Um achado interessante após o protocolo experimental de treinamento com

pesos, foi que, os animais obesos que praticaram o exercício físico tiveram

comprimento naso-anal diferente dos animais sedentários. Assim parece, que

realmente o exercício físico seja ele de resistência ou aeróbico, são capazes de

promover alterações no crescimento de animais.

No tecido adiposo, tanto nos valores de gordura retroperitonial como de

gordura perigonadal não foram detectadas diferenças estatísticas significantes. Os

animais treinados não tiveram diminuição de sua gordura com esse tipo de exercício,

o que reforça ainda mais o conceito de ser o treinamento aeróbio mais benéfico para

aumento do metabolismo lipídico e conseqüentemente causar emagrecimento

(Francischi et al., 2001). Podemos também levantar a hipótese aqui, de que talvez a

carga de trabalho utilizada não tenha sido suficiente para causar maiores efeitos na

composição corporal.

Portanto, neste trabalho, de todas as variáveis analisadas, apenas os pesos

absolutos e relativos de músculo sóleo, e peso absoluto de coração dos animais

obesos treinados demonstraram ser sensíveis ao protocolo de exercício proposto

tendo alterações nas comparações com os sedentários. Desta forma, ficou visível

através dos resultados que oito semanas de treinamento com pesos em ratos

obesos, não foi suficiente para gerar emagrecimento e tão pouco causar

redistribuição de gordura corporal nesses animais e causou pequena mudança na

composição corporal, aumentando apenas valores de peso de músculo sóleo e

coração.

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Através deste protocolo de exercício, foi possível verificar que este tipo de

treinamento pode também ser realizado em animais obesos assim como em ratos

normais. Apesar dos animais terem se adaptado ao modelo de treinamento proposto,

não foi possível fazer o treinamento destes animais por mais tempo, devido à idade

avançada deles ser um fator que influencia negativamente na realização e

coordenação dos movimentos do exercício físico. Embora esses animais aos 120

dias estivessem adaptados e com um peso corporal aceitável para realizar

treinamento, o tamanho dos animais já estava influenciando negativamente na

manipulação e preparo deles no treinamento e na jaqueta da plataforma.

Então, a partir dos resultados encontrados e das observações vivenciadas,

parece que esse protocolo de oito semanas de treinamento com pesos em ratos

obesos é suficiente para gerar modificação cardíaca e hipertrofia de músculo

esquelético, porém, não é suficiente para gerar alterações em outros componentes

da composição corporal e tão pouco causar emagrecimento ou redistribuição de

gorduras.

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9 CONCLUSÃO

Através deste estudo, foi possível aplicar e padronizar um modelo de

treinamento de força para animais obesos.

Os resultados apontaram que, oito semanas de treinamento com pesos em

animais obesos, não foram suficientes para causar grandes alterações na

composição corporal de ratos obesos por MSG, exceto os valores de peso absoluto

de coração e peso absoluto e relativo de músculo sóleo foram alterados pelo

treinamento.

Apesar disto, se fez importante esse estudo, pois foi confirmada a hipótese de

que esse modelo de treinamento é aplicável também a ratos obesos, porém, deve

acontecer por um período de tempo maior para que possivelmente existam

modificações mais acentuadas na composição corporal dos animais obesos quando

comparada com a de ratos normais.

Ainda é pouco evidente na literatura e são contraditórios os resultados dos

efeitos do treinamento de força para ratos obesos. Sendo assim, acredita-se que

este trabalho contribuiu para aumentar informações a esse respeito e abriu horizonte

para pesquisas futuras.

Portanto, ainda se faz necessário mais estudos que avaliem os efeitos do

treinamento de força em ratos obesos, para então, ser possível assim, comparar os

valores aqui encontrados e identificar qual é o protocolo de exercício resistido mais

adequado para esses animais e se este protocolo é eficiente para causar melhoras

nos aspectos de composição corporal dos ratos treinados.

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