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Revista Espaço para a Saúde, Londrina, v.1, n.2, p. 89-112 - , jun. 2000. INTERNAÇÕES PEDIÁTRICAS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO REGIONAL NORTE DO PARANÁ, 1998 1 Bernadete Nardo Teodoro 2 Selma Maffei de Andrade 3 INTRODUÇÃO O processo de Reforma Sanitária, desencadeado em meados dos anos 70, acentuou algumas tendências relativas à organização do Sistema de Saúde, culminando com o estabelecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) em 1988, através da promulgação da Constituição Federal, garantindo à população o direito universal de assistência à saúde. Conforme o artigo 198, o SUS tem como diretrizes a universalidade, a descentralização, a integralidade, a eqüidade e a participação da comunidade, que devem orientar e direcionar as políticas públicas no sentido de 1 ? Artigo baseado em monografia de conclusão do Curso de Especialização em Saúde Coletiva em 1999, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Estadual de Londrina. 2 Enfermeira da Unidade de Pediatria do Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná/HURNP. 3 Enfermeira, doutora em Saúde Pública, Professora Adjunta do Departamento Materno Infantil e Saúde Comunitária, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Estadual de Londrina. 89

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Revista Espaço para a Saúde, Londrina, v.1, n.2, p. 89-112 - , jun. 2000.

INTERNAÇÕES PEDIÁTRICAS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

REGIONAL NORTE DO PARANÁ, 19981

Bernadete Nardo Teodoro2

Selma Maffei de Andrade3

INTRODUÇÃO

O processo de Reforma Sanitária, desencadeado em meados dos

anos 70, acentuou algumas tendências relativas à organização do Sistema

de Saúde, culminando com o estabelecimento do Sistema Único de Saúde

(SUS) em 1988, através da promulgação da Constituição Federal,

garantindo à população o direito universal de assistência à saúde. Conforme

o artigo 198, o SUS tem como diretrizes a universalidade, a

descentralização, a integralidade, a eqüidade e a participação da

comunidade, que devem orientar e direcionar as políticas públicas no sentido

de constituir um modelo de atenção à saúde com enfoque para a melhoria

da qualidade de vida da população.

Segundo SILVA (1996), este modelo não se limita em definir a saúde

como ausência de doenças, cujas ações de saúde são estruturadas na cura

do enfermo e no controle das doenças. Ultrapassa esta concepção,

introduzindo o conceito de que o processo saúde-doença ocorre na medida

em que os seres humanos numa determinada sociedade produzem a vida, 1

? Artigo baseado em monografia de conclusão do Curso de Especialização em Saúde Coletiva em 1999, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Estadual de Londrina.2 Enfermeira da Unidade de Pediatria do Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná/HURNP.3 Enfermeira, doutora em Saúde Pública, Professora Adjunta do Departamento Materno Infantil e Saúde Comunitária, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Estadual de Londrina.

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numa relação com outros seres humanos, com a natureza e com o processo

de trabalho.

Um dos pontos fundamentais para a construção deste novo modelo é

a informação em saúde que, segundo CARVALHO & EDUARDO (1998),

deve ser compreendida como um instrumento para conhecer a realidade

socio-econômica, demográfica e epidemiológica, para planejar, gerenciar,

organizar e avaliar os vários níveis que integram o SUS.

Através das informações podemos obter indicadores de saúde que

refletem o nível de vida da população, coeficientes de mortalidade e suas

causas determinantes, padrão de morbidade da população ou da demanda

atendida pelos serviços, grau de risco de um evento ou agravo em saúde,

conhecer a estrutura da população segundo características de sexo, idade,

estado civil, religião, estrutura socio-econômica da população, tipo e

qualidade das habitações, ambientes domiciliários, entre outros.

Por conseguinte, as informações são consideradas alicerces de um

sistema mais abrangente voltado às necessidades de saúde da população,

indo além dos tradicionais bancos de dados que são direcionados à doença

ou à oferta de serviços (MENDES, 1993).

Neste contexto, as informações em morbidade têm um papel

fundamental, pois permitem indicar a prevalência, incidência e letalidade

das doenças; em que dimensão as doenças estão incidindo em grupos

específicos da população, por exemplo, de acordo com sexo, idade, raça,

ocupação, procedência (LEBRÃO, 1997).

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Sobre as informações em morbidade CARVALHO & EDUARDO

(1998, p. 32 ) descrevem que:

“...fornecem dados importantes para o controle das doenças; para a investigação de etiologia e patogenia e da relação com fatores econômicos, sociais e culturais; para a investigação de eficácia das medidas preventivas e terapêuticas; para estudos nacionais e internacionais da distribuição das doenças e para o planejamento de serviços destinados a prevenção e a cura das doenças.”

Dentre as fontes de informações em morbidade estão as estatísticas

hospitalares que, apesar das restrições ao seu uso devido ao seu caráter

seletivo e parcial, é um dos únicos registros sistemáticos de informações em

morbidade. São consideradas seletivas pois fornecem informações de

doenças que exigiram hospitalização, e parciais porque apenas uma parte

delas chega ao hospital. Portanto, as estatísticas hospitalares não

representam a morbidade do coletivo (LEBRÃO, 1997).

O hospital é uma instância de assistência de nível terciário, ou seja,

de média ou alta complexidade, e também é considerado a parte mais

dispendiosa do Sistema de Saúde. Sobre o uso administrativo das

estatísticas hospitalares no planejamento dos serviços, LEBRÃO (1997, p.

63), afirma que:

“...as informações deveriam estar disponíveis a fim de permitir o acompanhamento de mudanças no padrão de demanda e utilização dos serviços hospitalares, a programação de determinados serviços de diagnóstico e tratamento ou, ainda, a verificação da eficiência e eficácia do hospital.”

Um dos exemplos de grande importância dessa fonte de informações

é o Centro de Processamento de Dados Hospitalares, do município de

Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, que funciona desde 1970 no 91

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Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo, onde são trabalhadas as informações de todos

os pacientes internados nos 12 hospitais da região. Através desse sistema

de informação foi possível realizar vários estudos, entre os quais podemos

destacar: Desigualdade entre pacientes hospitalizados por doenças

cardíacas e vasculares-cerebrais em localidade do Estado de São Paulo

(BRASIL), 1986 (YAZLLE ROCHA et al., 1989), Assistência hospitalar como

indicador da desigualdade social (YAZLLE ROCHA et al., 1997), Estudo da

assistência hospitalar pública e privada em bases populacionais, 1986-1996

(YAZLLE ROCHA & SIMÕES, 1999), entre outros.

Tendo em vista essas considerações, o presente trabalho objetivou

estudar as internações da Unidade de Pediatria do Hospital Universitário

Regional do Norte do Paraná (HURNP) de acordo com algumas

características ligadas às crianças e ao Serviço.

METODOLOGIA

O HURNP é um órgão suplementar da Universidade Estadual de

Londrina – PR, que iniciou seu funcionamento em 1971, sendo o único

hospital público de grande porte na região norte do Paraná. Constitui-se em

um centro de referência regional para o SUS e sua área de influência

alcança mais de 200 municípios dos estados do Paraná, São Paulo e Mato

Grosso do Sul.

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A Unidade de Pediatria/HURNP, em 1998, era composta de 36

leitos, sendo distribuídos entre as clínicas de cirurgia infantil (12 leitos),

pediatria geral (19 leitos) e outras especialidades (5 leitos).

A casuística foi composta pelas saídas registradas durante todo o ano

de 1998 no relatório de altas e óbitos produzido pelo Serviço de Arquivo

Médico e Estatística (SAME) e fornecido, para fins da presente pesquisa, em

formato impresso.

As variáveis estudadas foram: sexo, idade, clínica de internação,

procedência (residente em Londrina, outros municípios do Paraná e outros

estados), tempo de permanência, diagnóstico principal segundo os capítulos

I a XIX da Classificação Internacional de Doenças, décima revisão – CID-10

(Organização Mundial da Saúde, 1995), diagnóstico secundário (referente à

causa externa de lesões ou envenenamentos, segundo o capítulo XX da

CID-10) e tipo de saída hospitalar (alta ou óbito).

As variáveis clínica de internação, idade, sexo, tempo de

permanência, meses de internação e tipo de saída foram coletadas do

próprio relatório de altas e óbitos do SAME. Para as variáveis procedência,

diagnóstico principal e secundário, foi necessário coletar informações de

outra ficha disponível no Hospital (denominada “Setor de Classificação”)

para cada saída hospitalar observada.

Para processamento geral dos dados foi utilizado o processador de

texto, banco de dados e processador estatístico para saúde pública Epi Info

6.04.

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Os resultados foram apresentados em tabelas e figuras, em números

absolutos e percentuais, sendo ainda calculados os seguintes indicadores

(LEBRÃO, 1997):

Tempo médio de permanência: total de pacientes-dia no ano em

relação ao total de leitos-dia no mesmo período, multiplicado por

100;

Tempo mediano de permanência: valor central do conjunto dos

dias de internações ordenados forma crescente;

Taxa de mortalidade da Unidade: relação entre o número de óbitos

e o número de saídas no mesmo período, multiplicado por 100.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em 1998, houve 1136 saídas da Unidade de Pediatria do HURNP,

sendo que 57,2% foram pacientes do sexo masculino e 42,8% do sexo

feminino (Figura 1).

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Figura 1 - Distribuição de internações segundo sexo. Unidade de Pediatria do HURNP, Londrina, 1998.

Quanto aos grupos de idade, percebemos que o mais freqüente foi o

de 0 a 4 anos, correspondendo a 782 internações (69,2% do total),

conforme demonstrado na Tabela 1.

Tabela 1 – Distribuição de internações segundo faixa etária. Unidade de Pediatria do HURNP, Londrina, 1998.

Faixa etária (anos) Número %

0 |-- 5 782 69,2

5 |-- 10 231 20,4

10 |-- 15 117 10,4

Total* 1130 100,0

* Excluídos 6 casos com idade ignorada.

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Resultados semelhantes foram constatados por MATHIAS &

SOBOLL (1996) que caracterizaram a morbidade hospitalar de 8 hospitais

gerais do município de Maringá – PR, onde as internações se concentraram

em crianças de até 4 anos.

Na Tabela 2 é apresentada a distribuição de internações segundo as

clínicas de internação.

Tabela 2 - Distribuição de internações segundo clínica. Unidade de Pediatria do HURNP, Londrina, 1998.

Clínica Número %

Pediatria geral 550 48,4

Cirurgia Infantil 436 38,4

Ortopedia 55 4,8

Neurologia 27 2,4

Hematologia 29 2,6

Oftalmologia 17 1,5

Otorrinolaringologia 22 1,9

Total 1136 100,0

Verifica-se que 48,4% das internações foram da clínica de pediatria

geral. Estes dados podem estar relacionados ao número de leitos ofertados

em cada clínica. Do total de leitos da Unidade, a pediatria geral dispõe de 19

leitos, que correspondem a 52,8%. A cirurgia infantil dispõe de 12 leitos

(33,3%) e as outras especialidades de 5 leitos (13,9%). Podemos verificar

que a cirurgia infantil realizou 435 internações (38,3%), com 33,3% do total

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de leitos, demonstrando que esta clínica tem uma maior rotatividade,

comparado à pediatria geral e demais clínicas. Segundo LEBRÃO apud

CARVALHO (2000), o tempo de permanência das internações,

principalmente das cirúrgicas, vem diminuindo nos últimos anos, em função

das inovações tecnológicas que vêm ocorrendo na assistência à saúde.

Conforme demonstra a Figura 2 a maioria das internações foram de

pacientes procedentes do município de Londrina (62,5%), seguidos de

outros municípios do estado do Paraná (35,7%) e de outros estados (1,8%).

Estes dados indicam realidade semelhante à do município de Maringá – PR,

relatada por MATHIAS & SOBOLL (1996), onde a maior parte das

internações foram de pacientes procedentes do próprio município de

Maringá (66,4%).

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Figura 2 - Distribuição de internações segundo procedência. Unidade de Pediatria do HURNP, Londrina, 1998.

Segundo dados levantados pela Seção de Estatística do HURNP, no

total de internações do Hospital, a procedência é semelhante aos dados da

Unidade de Pediatria, embora nesta a proporção de residentes em Londrina

seja um pouco menor. No ano de 1998, das 11510 internações, 8126

(70,6%) foram do município de Londrina, 3321 (28,8%) de outros municípios

do Estado do Paraná e 63 (0,5%) de outros Estados (BIAZIN et al., 1999).

A Tabela 3 apresenta a distribuição das internações segundo

procedência e clínicas de internação.

Tabela 3 - Distribuição de internações segundo procedência e clínicas de

internação. Unidade de Pediatria do HURNP, Londrina, 1998.

Procedência98

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Londrina Outros/Paraná Outros estados TotalNo % No % No % No %

Pediatria geral 407 57,3 142 35,1 1 5,0 550 48,4

Cirurgia infantil 216 30,4 200 49,4 19 95,0 435 38,3

Ortopedia 38 5,4 17 4,2 - - 55 4,8

Neurologia 11 1,6 16 3,9 - - 27 2,4

Hematologia 20 2,8 9 2,2 - - 29 2,6

Oftalmologia 8 1,1 9 2,2 - - 17 1,5

Otorrinolaringologia 10 1,4 12 3,0 - - 22 2,0

Total* 710 100,0 405 100,0 20 100,0 1135 100,0

* Excluído 1 caso com procedência ignorada.

Das internações procedentes do município de Londrina, 57,3% foram

na clínica de pediatria geral. Observamos que a clínica de cirurgia infantil

apresenta destaque com relação a procedentes de outros municípios do

Estado do Paraná, com um total de 49,4% das internações, além de 95%

das internações dos procedentes de outros Estados. Esse fato pode estar

associado ao HURNP ser considerado referência para tratamentos

especializados, principalmente nessa área de cirurgia.

As três causas mais importantes de internação, segundo capítulos da

CID-10 foram: doenças do aparelho respiratório (20,4%), seguidas das

anomalias congênitas (16,9%) e lesões e envenenamentos (10,5%),

conforme mostra a Tabela 4.

Os diagnósticos mais freqüentes do aparelho respiratório foram:

pneumonias (53,9%), broncopneumonia (18,1%) e asma (6,0%).

ABRANTES et al. (1998) também registraram que as infecções do

aparelho respiratório (broncopneumonia e pneumonia) representaram o 99

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grupo mais freqüente de doenças em estudo de internações de crianças e

adolescentes nos hospitais de Minas Gerais conveniados com o SUS, nos

anos de 1994 e 1995.

Em Londrina, CARVALHO (2000) demostrou que as doenças do

aparelho respiratório ocuparam o segundo lugar entre as causas de

internação hospitalar, em todas as idades, no ano de 1998.

Com relação às anomalias congênitas, os diagnósticos mais comuns

foram: criptorquidia unilateral (9,4%), hipospádia peniana (9,4%) ,

megacólon congênito (7,8%) e orelha em abano (5,7%).

Tabela 4 - Distribuição de internações segundo diagnósticos (Capítulos da

CID-10). Unidade de Pediatria do HURNP, Londrina, 1998.

Capítulos da CID-10 Número %

Doenças infecciosas e parasitárias 71 6,2

Neoplasias 73 6,4

Dças. sangue, órgãos hematop. e transt. imunitários 44 3,9

Dças. endócrinas, nutricionais e metabólicas 37 3,2

Dças. do sistema nervoso 13 1,1

Dças. do olho e anexos 6 0,5

Dças. do ouvido e da apófise mastóide 17 1,5

Dças. do aparelho circulatório 16 1,4

Dças. do aparelho respiratório 232 20,4

Dças. do aparelho digestivo 84 7,4

Dças. da pele e do tecido subcutâneo 29 2,6

100

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Dças. do sistema osteomuscular e tec. conjuntivo 23 2,0

Dças. do aparelho geniturinário 100 8,8

Afecções do período perinatal 2 0,2

Anomalias congênitas 192 16,9

Mal definidas 75 6,6

Lesões e envenenamentos 120 10,5

Contato com o serviço de saúde 2 0,2

Total 1136 100,0*

* Aproximado para 100,0 %

As lesões e envenenamentos vêm ocupando papel de destaque em

termos de internação hospitalar. Estudo realizado por LEBRÃO et al. (1997),

sobre morbidade hospitalar por lesões e envenenamentos, registra que, no

Brasil, no período de 1984 a 1994, as taxas de internações por essas causas

mostraram uma tendência de aumento (cerca de 60%).

Analisando a Figura 3, observa-se que 60,8% das internações por

lesões e envenenamentos, na Unidade de Pediatria do HURNP, foram por

causa externa ignorada, indicando que essa informação não tem sido

adequadamente registrada na ficha “Setor de Classificação”, a qual foi a

fonte desse dado no presente estudo. Duas hipóteses podem ser aventadas,

necessitando de estudos complementares para verificação: a primeira é de

que esse dado não é valorizado pelos profissionais que atendem o paciente

e que estes não o registram nos prontuários; e, a segunda é de que, apesar

de registrados em prontuários, estes dados não são transcritos para a ficha

“Setor de Classificação”, o que poderia ser facilmente corrigido, por meio de

treinamentos específicos aos funcionários responsáveis por essa

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transcrição. LEBRÃO et al. (1997) também referem sobre a inexistência de

informação de como ocorrem os acidentes, impedindo, desta forma, a

possibilidade de realizar propostas de ações de prevenção desses

acontecimentos.

Figura 3 – Distribuição de internações por lesões e envenenamentos

segundo a causa externa da lesão. Unidade de Pediatria do HURNP,

Londrina, 1998.

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Entre as causas externas, apesar da alta taxa de informação

ignorada, chama atenção as ocorrências por envenenamento acidental, que

foram responsáveis por 18,3% das internações por essas causas (Figura

3). Das 22 internações ocorridas por envenenamento acidental, 21 casos

foram por ingestão de soda cáustica e um caso de ingestão de querosene,

tendo como diagnósticos principais estenose cáustica de esôfago e

intoxicação por querosene, respectivamente. Esses dados reforçam a

necessidade de estabelecimento de programas específicos de prevenção de

acidentes na infância.

Segundo UNGLERT et al. (1987), a informação sobre os acidentes na

infância é importante para a elaboração do perfil de morbi-mortalidade, pois

a partir do conhecimento da realidade podemos estabelecer ações

programadas, através de medidas de promoção à saúde e prevenção de

agravos apropriadas às mesmas.

As doenças infecciosas e parasitárias (DIP), embora estejam

classificadas em oitavo lugar entre todas as causas, conforme demonstrado

na Tabela 4, revelam a persistência de internações de casos de doenças

que poderiam estar sendo resolvidas nos serviços ambulatoriais, por ações

de vigilância sanitária ou investimentos em saneamento básico. Entre as 71

DIP prevaleceram as diarréias (64,8%), seguidas por septicemia (14,1%),

ascaridíase (4,2%) e sífilis congênita (2,8%).

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Segundo ROUQUAYROL (1988), é fundamental conhecer as

circunstância sob as quais ocorrem as doenças, que referem-se a variantes

de tempo, lugar e pessoa. Em relação ao tempo, é importante observar a

relação existente entre a freqüência de determinadas doenças com alguma

época ou estação do ano (sazonalidade).

A Figura 4 apresenta essa relação, mostrando a distribuição das

internações por DIP e por doenças do aparelho respiratório segundo meses

de internação. Como esperado, as internações por doenças do aparelho

respiratório tiveram maior freqüência nos meses de maio a outubro,

correspondendo ao fim do outono, todo o inverno e início da primavera. Já

para as DIP, os meses predominantes de internação foram os dois primeiros

do ano, auge do verão, o que também é compatível com a maior

possibilidade de transmissão dessas doenças, principalmente as de

veiculação hídrica e por alimentos contaminados.

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Figura 4 – Distribuição das internações por DIP e por doenças do

aparelho respiratório segundo meses de internação. Unidade de

Pediatria do HURNP, Londrina, 1998.

A Tabela 5 mostra a distribuição das internações segundo o tempo de

permanência. Verificamos que 37,8% permaneceram no Hospital de 2 a 6

dias, 31,2% ficaram de 7 a 14 dias e 12,7% tiveram somente 1 dia de

permanência.

Tabela 5 – Distribuição de internações segundo tempo de permanência (em

dias). Unidade de Pediatria do HURNP, Londrina, 1998.

105

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Tempo de permanência (dias) Número %

1 144 12,7

2 |-- 7 430 37,8

7 |-- 15 354 31,2

15 |-- 30 137 12,0

30 |-- 120 69 6,1

120 e mais 2 0,2

Total 1136 100,0

O tempo médio de permanência foi de 10,2 dias. Esse resultado foi

superior à média geral de permanência do HURNP que, no ano de 1998,

segundo CARVALHO (2000), foi de 8,3 dias. O valor da mediana encontrado

foi de 6,0 dias. Esta medida tem sido mais indicada para análise do tempo

de permanência das internações, por não ser tão afetada pelos valores

extremos como a média aritmética (LAURENTI et al., 1987).

Entre as clínicas de internação, as que apresentaram o menor tempo

de permanência (< 7 dias) foram as de otorrinolaringologia (77,3%), cirurgia

infantil (69,7%) e oftalmologia (64,7%) (Tabela 6). Esse resultado talvez se

deva em função de que as referidas clínicas tenham internações quase que

exclusivamente para procedimentos cirúrgicos, que necessitam, geralmente,

de menor permanência de internação (CARVALHO, 2000).

Tabela 6 - Distribuição de internações segundo clínicas e tempo de

permanência (em dias). Unidade de Pediatria do HURNP, Londrina, 1998.

Tempo de permanência (em dias)

< 7 7 |-- 30 30 |-- 120 120 e + Total

106

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Revista Espaço para a Saúde, Londrina, v.1, n.2, p. 89-112 - , jun. 2000.

Clínica No % No % No % No % No %

Pediatria geral 198 36,0 312 56,7 38 6,9 2 0,4 550 100,0

Cirurgia infantil 304 69,7 113 25,9 19 4,4 - - 436 100,0

Ortopedia 24 43,6 26 47,3 5 9,1 - - 55 100,0

Neurologia 10 37,0 12 44,4 5 18,5 - - 27 100,0*

Hematologia 10 34,5 18 62,1 1 3,4 - - 29 100,0

Oftalmologia 11 64,7 6 35,3 - - - - 17 100,0

Otorrinolaringologia 17 77,3 4 18,2 1 4,5 - - 22 100,0

Total 574 50,5 491 43,2 69 6,1 2 0,2 1136 100,0

* Aproximado para 100,0 %

Nas outras clínicas, o tempo de permanência predominante foi de 7 a

30 dias, sendo: hematologia 62,1%, pediatria geral 56,7%, ortopedia 47,3%

e neurologia 44,5%.

Maior tempo de permanência (120 e mais dias) aparece somente

para a clínica de pediatria geral, com 2 casos registrados.

A Tabela 7 apresenta a distribuição das internações segundo tipo de

alta.

Tabela 7 - Distribuição de internações segundo tipo de saída. Unidade de Pediatria do HURNP, Londrina, 1998.

Tipo de saída Número %

Alta hospitalar 1134 99,8

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Revista Espaço para a Saúde, Londrina, v.1, n.2, p. 89-112 - , jun. 2000.

Óbito na Unidade 2 0,2

Total 1136 100,0

Durante o ano de 1998 ocorreram apenas dois óbitos; portanto, a

taxa de mortalidade foi de 0,2 a cada 100 internações. Esta taxa pode ser

considerada baixa, pois a taxa de mortalidade geral do HURNP, neste

mesmo ano, foi de 4,6% (BIAZIN et al., 1999) e, no município de Londrina,

4,1% (CARVALHO, 2000).

Esta baixa taxa observada pode ser devida ao fato de que pacientes

em estado grave internam diretamente em outro setor, a Unidade de Terapia

Intensiva (UTI) Pediátrica, não fazendo parte, portanto, da população deste

estudo. Além disso, os casos transferidos da Unidade de Pediatria para a

UTI Pediátrica são considerados, pelo SAME, como “alta” da Unidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos resultados obtidos no presente trabalho, podemos

observar que as estatísticas hospitalares podem contribuir para melhorar o

conhecimento sobre os aspectos epidemiológico e administrativo desse

serviço (LEBRÃO, 1997).

As internações tiveram maior freqüência de crianças do sexo

masculino (57,3%), de 0 a 4 anos de idade (69,2%), procedentes do

município de Londrina (62,6%) e internados nas clínicas de pediatria geral

(48,4%) e cirurgia infantil (38,4%).

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Revista Espaço para a Saúde, Londrina, v.1, n.2, p. 89-112 - , jun. 2000.

As infecções do aparelho respiratório foram a principal causa das

internações. Esse perfil pode estar refletindo o padrão de morbidade de

residentes em Londrina, considerando que esses casos são internados,

geralmente, na clínica de pediatria geral, sendo que esta apresenta a maior

proporção (57,3%) de internações dos residentes no Município. A partir

dessas informações, podemos apontar para a necessidade de

desenvolvimento de ações de saúde mais eficazes no nível primário,

objetivando a prevenção das complicações, de forma a evitar ou reduzir as

internações hospitalares (ABRANTES et al., 1998).

As lesões e envenenamentos também se destacaram como causas

de internações. No entanto, as causas externas que determinam essas

lesões são pouco informadas. Outros estudos comentam sobre a qualidade

dos registros médicos, que precisa ser melhorada (LEBRÃO, 1997;

MATHIAS & SOBOLL, 1998). Dessa forma, o presente trabalho indica a

necessidade de investigar por que este fato está acontecendo na Unidade

de Pediatria do HURNP, com vistas à tomada de medidas que aprimorem

essa informação.

Das causas externas que foram possíveis identificar, destacam-se as

ocorridas por envenenamento acidental, em conseqüência da ingestão de

produtos de limpeza doméstica como soda cáustica e querosene. Portanto,

faz-se necessário implementar ações de prevenção de ingestão acidental

dessas substâncias, que apresentam graves conseqüências, como a

estenose cáustica de esôfago, exigindo tratamento de alto custo social e

financeiro.

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Revista Espaço para a Saúde, Londrina, v.1, n.2, p. 89-112 - , jun. 2000.

Este estudo também demonstrou certa variação sazonal no que se

refere às causas de internação por doenças do aparelho respiratório e

infecciosas/parasitárias, o que pode subsidiar o planejamento de ações da

Unidade de Pediatria quanto à aquisição de medicamentos e outros

materiais e de recursos humanos, bem como os serviços de atenção

primária à saúde sobre a necessidade de intervenções específicas, visando

reduzir as internações decorrentes.

A clínica de cirurgia infantil se destacou nas internações de

procedentes de outros municípios do Estado Paraná e de outros Estados, o

que pode estar relacionado ao fato do HURNP ser considerado referência

para tratamentos especializados, sendo o que se espera de um Sistema de

Saúde regionalizado e hierarquizado.

Finalmente, este estudo indica que as estatísticas hospitalares,

transformadas em informações, são ferramentas fundamentais, que podem

instrumentalizar a gerência para o planejamento de ações dos serviços de

saúde nos diversos níveis do sistema, para que estes tenham impacto,

adequação das ações individuais e coletivas e que atendam, de forma

apropriada, às necessidades de saúde da população.

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2000 - NÚCLEO DE ESTUDOS EM SAÚDE COLETIVA/NESCORua Robert Kock, 60

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