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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA FACULDADE DE VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS RUBEN HORN VASCONCELOS ISOLAMENTO, CARACTERIZAÇÃO BIOQUÍMICA E PERFIL DE RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS DE ENTEROBACTÉRIAS ISOLADAS DE CANÁRIOS BELGA (Serinus canaria) Fortaleza 2013

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

FACULDADE DE VETERINÁRIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS

VETERINÁRIAS

RUBEN HORN VASCONCELOS

ISOLAMENTO, CARACTERIZAÇÃO BIOQUÍMICA E PERFIL DE

RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS DE ENTEROBACTÉRIAS

ISOLADAS DE CANÁRIOS BELGA (Serinus canaria)

Fortaleza

2013

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RUBEN HORN VASCONCELOS

ISOLAMENTO, CARACTERIZAÇÃO BIOQUÍMICA E PERFIL DE

RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS DE ENTEROBACTÉRIAS

ISOLADAS DE CANÁRIOS BELGA (Serinus canaria)

FORTALEZA-CEARÁ 2013

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências Veterinárias. Área de Concentração: Reprodução e Sanidade Animal. Linha de Pesquisa: Sanidade e reprodução de carnívoros, onívoros, herbívoros e aves. Orientador: Prof. Dr. William Cardoso Maciel

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Universidade Estadual do Ceará

Biblioteca Central Prof. Antônio Martins Filho

Bibliotecário (a) Leila Cavalcante Sátiro – CRB-3 / 544

V331i Vasconcelos, Ruben Horn.

Isolamento, caracterização bioquímica e perfil de resistência a antimicrobianos de enterobactérias isoladas de canários belga (Serinus canaria)/Ruben Horn Vasconcelos.— 2013.

CD-ROM 54f. : il. (algumas color.); 4 ¾ pol. “CD-ROM contendo o arquivo no formato PDF do trabalho

acadêmico, acondicionado em caixa de DVD Slim (19 x 14 cm x 7 mm)”. Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual do Ceará, Faculdade

de Veterinária, Mestrado acadêmico em Veterinária, Fortaleza, 2013. Área de Concentração: Reprodução e Sanidade Animal. Orientação: Prof. Dr. William Cardoso Maciel. Co-orientação: Prof. Dr. Régis Siqueira de Castro Teixeira. 1. Canários. 2. Enterobactérias. 3. Multirresistência. I. Título.

CDD: 636.089

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À Deus, pois sem Ele, nada é possível, e que me levou por linhas tortas a esta

maravilhosa vitória.

Ao meu príncipe Reuven Bezerra Horn que me traz tanta alegria, me faz lutar para

crescer e ser uma pessoa melhor, ele que é a razão de todo o meu esforço e o principal motivo

do meu crescimento tanto como pessoa quanto como profissional!

À minha mãe Lucile Cortez Horn, que sem ela, nem veterinário eu seria, e que me

apoiou em todos os momentos difíceis, sempre me incentivando e ajudando sem pensar em si

mesma, obrigado mãe, sem você eu jamais teria chegado tão longe!

Ao meu pai Adriano Jorge Pequeno Vasconcelos, por todos os ensinamentos e valores

aprendidos, e por todas as ajudas e apoio durante os momentos mais difíceis da minha vida!

À minha esposa Windleyanne Gonçalves Amorim Bezerra por aturar as minhas

chatices e mesmo assim continuar me amando em seu jeito particular, por me apoiar nos

momentos difíceis e decisões a serem tomadas, e que sem ela, não teria tido forças nem para

começar esta jornada.

À minha família que sempre me apoiou e acreditou em mim, sobretudo meu irmão

Rafael Horn Vasconcelos e minhas irmãs Rebeca Horn Vasconcelos e Raquel Horn

Vasconcelos, que, cada um de seu jeito, me apoiaram, incentivaram e acreditaram em mim.

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AGRADECIMENTOS

À Universidade Estadual do Ceará, à Faculdade de Veterinária e ao Programa de Pós-

Graduação em Ciências Veterinárias (PPGCV) pela oportunidade, pelos conhecimentos

adquiridos e pela chance de concluir esta importante etapa de minha vida.

Ao Laboratório de Estudos Ornitológicos (LABEO) pelo apoio técnico para a

realização do experimento.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo pela

bolsa de auxílio ao curso de mestrado, o que proveu as condições necessárias para eu chegar

até o fim desta jornada.

À União Cearense de Ornitologia (UNICO) por auxiliar o contato com os

canaricultores.

Ao professor Dr. William Cardoso Maciel por me aceitar como aluno e fazer o papel

além de professor, de educador também.

Ao Dr. Régis Siqueira de Castro Teixeira, meu co-orientador, pelo grande apoio no

decorrer do meu mestrado, auxiliando em cada pequena dificuldade ao longo de toda a

jornada, e grato sou por toda a ajuda, apoio e conselhos.

À professora Drª. Rosa Patrícia Ramos Salles pelas contribuições dadas ao projeto

desde a qualificação e auxílio na escolha da minha metodologia.

Ao professor Dr. Carlos Iberê Alves Freitas pela amizade, apesar da distância, e pelas

contribuições a este trabalho apresentadas na qualificação.

A toda equipe do Laboratório de Estudos Ornitológicos: Windleyanne Gonçalves

Amorim Bezerra, Elisângela de Sousa Lopes, Roberta Cristina da Rocha e Silva, Átilla

Holanda de Albuquerque, Sanjay Veiga Mendonça pela ajuda durante as etapas e resolução de

problemas.

Aos alunos de iniciação científica que direta ou indiretamente ajudaram na coleta de

dados: Clarice Pessoa Almeida, Isabel Cristina Lima Santos, Suzan Vitória Girão Lima,

Valdiana da Silva Gomes, Felipe Pereira Sampaio, Manuel da Silveira Netto, Ercília Maria

Coelho de Carvalho, e em especial a Débora Nishi Machado que tanto ajudou diretamente na

parte laboratorial do experimento.

Aos funcionários e professores do Programa de Pós-graduação em Ciências

Veterinárias que contribuíram para este estudo.

Também a todos que, de alguma forma, contribuíram para essa difícil etapa, fica aqui

escrito o meu sincero agradecimento.

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RESUMO

A família Enterobacteriaceae possui bactérias com potencial zoonótico e a presença destas bactérias em canários é relatada na literatura, porém a realidade dos plantéis de criadores de canários é desconhecida. Portanto, este trabalho teve como objetivo isolar enterobactérias de canários belga (Serinus canaria) com o intuito de conhecer os gêneros mais comuns nestas aves e suas respectivas resistências a antimicrobianos. De fevereiro a junho de 2013 foram coletados 387 amostras de swabs cloacais de canários de oito propriedades da cidade de Fortaleza, Brasil, e 58 necropsias de aves do acervo próprio do Laboratório de Estudos Ornitológicos, da Universidade Estadual do Ceará. As amostras foram submetidas a isolamento microbiológico utilizando-se água peptonada como pré-enriquecimento e ágar MacConkey na etapa de plaqueamento. As colônias foram selecionadas de acordo com suas características morfológicas nas placas, submetidas à identificação bioquímica para identificação e ao teste de sensibilidade a antimicrobianos. Foram isoladas 61 cepas, sendo 42 de swabs cloacais e 19 de necropsia. A bactéria mais isolada foi Escherichia coli com vinte e cinco cepas, seguida por catorze Klebsiella spp., doze Enterobacter spp., sete Pantoea agglomerans, duas Serratia spp. e um Proteus mirabilis. As cepas apresentaram maior resistência a sulfonamidas com 55,74%, seguido por ampicilina com 54,1% e tetraciclina com 39,34%. Além disso, o total de cepas resistentes a múltiplas drogas (RMD) foi 34 (55,74%). Portanto, conclui-se que os canários albergam enterobactérias e que as cepas apresentam alto índice de resistência a antimicrobianos e que há uma alta frequência de cepas RMD. Palavras-chave: Canários. Enterobactérias. Multirresistência.

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ABSTRACT The Enterobacteriaceae family contains bacteria potentially zoonotic and their presence in canaries is often reported, though the current status of these birds in flocks is unknown. Therefore, this study aimed to identify the most common genera of enterobacteria from canaries (Serinus canaria) and their antimicrobial resistance profiles. From February to June of 2013, a total of 387 cloacal swab samples from eight domiciliary breeding locations of Fortaleza city, Brazil, were collected and 58 necropsies were performed in canaries, which belonged to the Laboratory of Ornithological Studies. The samples were submitted to microbiological procedure using buffered peptone water and MacConkey agar. Colonies were selected according to their morphological characteristics in plates, submitted to biochemical identification and antimicrobial susceptibility test. A total of 61 isolates were obtained, of which 42 were from cloacal swabs and 19 from necropsies. The most isolated bacteria was Escherichia coli with twenty five strains, followed by fourteen Klebsiella spp., twelve Enterobacter spp., seven Pantoea agglomerans, two Serratia spp. and one Proteus mirabilis. The antimicrobial to which the strains presented most resistance was sulfonamides with 55.7%, followed by ampicillin with 54.1% and tetracycline with 39.3%. The total of multidrug-resistant bacteria (MDR) was 34 (55.7%). In conclusion, canaries harbor members of the Enterobacteriaceae family and common strains present a high antimicrobial resistance rate, with a high frequency of MDR bacteria. Key words: Canaries. Enterobacteriaceae. Multidrug-resistance.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Carcaças congeladas de canários belgas (Serinus canaria) de um criadouro a serem submetidas à necropsia para coleta de amostras.

53

FIGURA 2 - Necropsia de um canário belga (Serinus canaria) para coleta de amostra de fígado e intestinos. Imagens antes da abertura da cavidade abdominal (A) e após a coleta de amostra do fígado e do intestino (B).

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FIGURA 3 -

(A) Procedimento de coleta de swab cloacal de canário belga (Serinus canaria). (B) Swab utilizado para coleta de amostra cloacal de pássaros pequenos.

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Frequências absolutas e relativas de enterobactérias de swabs cloacais e amostras de necropsia de canários de Fortaleza, Brasil.

42

TABELA 2 - Percentual de cepas de enterobactérias isoladas de canários resistentes aos antibióticos utilizados.

43

TABELA 3 - Resistência a múltiplas drogas (RMD) de enterobactérias isoladas de canários.

43

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CE Ceará

FOB Federação Ornitológica do Brasil

LABEO Laboratório de Estudos Ornitológicos

MDR Multidrug-resistant

PCR Reação em cadeia de polimerase

TSI Ágar Triple-Sugar-Iron

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 12

2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 14

2.1 BREVE HISTÓRICO DA CANARICULTURA ................................................. 14

2.2 CANARICULTURA NO BRASIL ...................................................................... 15

2.3 O CANÁRIO BELGA .......................................................................................... 15

2.3.1 Taxonomia .................................................................................................... 15

2.3.2 Características gerais .................................................................................. 16

2.4 Enterobacteriaceae ................................................................................................ 16

2.4.1 Salmonella .................................................................................................... 17

2.4.2 Escherichia coli ............................................................................................ 18

2.4.3 Yersinia ......................................................................................................... 19

2.4.4 Enterobacter .................................................................................................. 20

2.4.5 Klebsiella ....................................................................................................... 21

2.4.6 Citrobacter .................................................................................................... 21

2.4.7 Serratia. ......................................................................................................... 22

2.4.8 Pantoea agglomerans ................................................................................... 22

2.4.9 Resistência de enterobactérias a antibióticos ............................................ 23

3 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 25

4 HIPÓTESE CIENTÍFICA ........................................................................................ 26

5 OBJETIVO ................................................................................................................ 27

5.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 27

5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 27

6 CAPÍTULO 1 ............................................................................................................. 28

7 CONCLUSÕES .......................................................................................................... 43

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 44

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1 INTRODUÇÃO

O canário belga (Serinus canaria) pertence à ordem Passeriformes e está inserido na

família Fringilidae. As primeiras notícias sobre sua existência ocorreram após a ocupação,

pelo navegador João Bethencourt, das Ilhas Canárias em 1402 e esse arquipélago foi o habitat

original dessa ave. São as aves mais criadas em cativeiro dentre todos os pássaros domésticos,

estimado por seu canto suave e harmonioso, a beleza de suas cores, além de serem muito

dóceis, fáceis de cuidar e baixo custo de manutenção (MANTEL, 2005). Segundo COBRAP-

ASCON/IBAMA (2012), criar passarinho ajuda a conservar as espécies, mas para isso é

necessário que as aves sejam criadas de acordo com a legislação vigente. O Instituto

Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) procura

estimular a criação de aves domésticas ou exóticas que não apresentem risco para a fauna

brasileira, uma vez que a criação destas aves ajuda a diminuir o interesse nas aves silvestres

que muitas vezes se encontram ameaçadas de extinção e devem ser protegidas.

A canaricultura é a atividade que reúne a maior quantidade de criadores de aves

domésticas do mundo, com mais de 520 cores de canários para concursos. No Brasil, é

regularizada pela Federação Brasileira de Ornitologia (FOB), fundada em 1979, com a

realização anual de campeonatos estaduais, regionais e o brasileiro. Anualmente também são

realizados os campeonatos do hemisfério Sul, europeu e mundial, chegando a mais de 12.000

gaiolas em um só concurso (www.fob.org.br).

Aves da ordem Passeriformes geralmente não têm um grande número de micro-

organismos no seu trato gastrointestinal, no entanto, pássaros podem ser acometidos por uma

variedade de infecções bacterianas (JOSEPH, 2003). Em um estudo sobre a flora bacteriana

normal de pássaros granívoros, Rosskopf et al. (1996) constataram, através de swab cloacal,

que as bactérias Gram negativas não pertencem à microbiota digestória normal dessas aves e a

presença desse micro-organismo em aves clinicamente saudáveis está associada ao contato

direto com o homem. De acordo com Reed et al. (2003), assim como todos os vertebrados, as

aves, além de serem susceptíveis, podem também transmitir enteropatógenos para humanos e,

surpreendentemente, há poucas pesquisas sobre a microbiota intestinal tanto das aves

silvestres quanto das domésticas.

A infecção por patógenos da família das Enterobacteriaceae é comum às aves da

ordem Passeriforme, porém são consideradas secundárias, sendo necessária a presença de

fatores predisponentes para a transmissão da bactéria. Vários gêneros desta família já foram

relatados causando diferentes doenças em fringilídeos, como: Escherichia coli, Salmonella

spp., Citrobacter sp., Yersinia pseudotuberculosis e Klebsiella spp. (MACWHIRTER, 1994;

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DORRESTEIN, 1997). Segundo Tsiodras et al. (2008), há vários relatos em humanos de

infecções por E. coli e S. Typhimurium transmitidas indiretamente por aves migratórias

pertencentes à ordem Passeriformes, este fato levanta a hipótese da transmissão destes agentes

por estas aves também quando mantidas em cativeiro. Ainda, vários surtos de salmonelose

humana estão ligados à contaminação de alimentos por fringilídeos e outros passeriformes

(KAPPERUD et al., 1998; ALLEY et al., 2002).

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 BREVE HISTÓRICO DA CANARICULTURA

A primeira espécie de canários foi relatada nas Ilhas Canárias, na Costa Africana do

oceano Atlântico, com a ocupação deste arquipélago pelo conquistador Jean de Bettencourt

por volta de 1402. Estas ilhas receberam esse nome antes do pássaro, todavia, os romanos

chamavam-nas de "Ilhas dos Cães" por serem habitadas por um tipo de raça de cães de grande

porte, sendo que a palavra "canário" deriva de canis, que é cachorro em latim. Esse

arquipélago que pertence à Espanha desde o século XV, se localiza a pouco mais de 100

quilômetros da Costa da África e trata-se de uma região coberta por vegetação e fauna quase

inexistentes em outras partes do mundo. É considerado o habitat original dessa ave, batizada

cientificamente com o nome de Serinus canaria, atualmente chamada de canário selvagem, e

classificada pelos naturalistas como pertencente à família dos Fringilídeos, na ordem dos

Passeriformes (MANTEL, 2005).

Esta espécie possui pouco mais de 12 centímetros, é nevado, de cor verde

acinzentada e com partes córneas escuras. Em 1478 várias destas aves foram levadas para a

Europa para serem criados como animais de estimação. Ainda hoje, porém, pode-se encontrar

o canário selvagem em vida livre nas Ilhas Canárias, Açores e Cabo Verde. A primeira obra

sobre o canário foi escrita pelo naturalista suíço, Conrad Gessner, em 1550, porém uma

descrição mais apurada foi feita por Ulisses Aldobrandi, em 1559, que descreveu o canário

silvestre como um pássaro de pequeno porte, não excedendo de doze centímetros, que nidifica

em pequenos arbustos. Este seria o canário silvestre, habitante natural das Ilhas Canárias,

origem de todas as raças de canários domésticos atualmente existentes e que são agrupadas

em: canários silvestres, de cor, de canto e de porte (MANTEL, 2005).

No início do século XVI, a canaricultura foi uma importante atividade econômica

para a região europeia do Tirol, pois a população, em sua grande maioria, era empregada nos

campos e nas minas de carvão. Uma vez que eram mal pagos, a criação destas aves permitia

um aumento na renda familiar. Sendo assim, a comunidade mineira tirolesa foi um dos

primeiros centros importantes de criação e venda de canários, ponto de partida de camponeses

e mineiros que vinham da Itália, de onde adquiriam seus exemplares e posteriormente os

vendiam para o resto da Europa. Já no século XVII, mais de oito mil canários foram criados

em Nuremberg, na Alemanha, principalmente por artesãos. O comércio cresceu a tal ponto

que as autoridades se viram forçadas a ditar leis severas para punir comerciantes desonestos

que vendiam como autênticos numbergueses, canários comprados em outras regiões. Devido a

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esta constante reprodução as mutações encontradas foram fixadas e a numerosa quantidade de

cores diferentes foi estabelecida (GISMONDI, 1995).

2.2 CANARICULTURA NO BRASIL

Não é conhecida a data precisa da primeira entrada dos canários no país, porém sabe-

se que as primeiras sociedades de canaricultores foram criadas em 1902, criando

principalmente canários de canto. Posteriormente, no Brasil, chegaram os canários de porte,

principalmente os frisados parisienses, criados desde a primeira década do século XX. Apenas

nas décadas de 1940 e 1950 é que algumas raças inglesas e os canários de cor foram

introduzidos no país. Desde então, por todo o país tem se expandido a canaricultura, sendo

organizadas as competições a nível estadual, regional e o brasileiro. Tais competições, assim

como os clubes, são atualmente organizadas pela Federação Ornitológica do Brasil - FOB

(MANTEL, 2005).

Anualmente, as 172 associações de canaricultores de todo o Brasil, filiadas à FOB,

realizam campeonatos em suas cidades nos meses de maio e junho, dos quais só podem

participar os filhotes nascidos no ano anterior, devidamente anilhados. Os campeonatos são

nos segmentos de canários de cor, canários de porte e canários de canto. Apesar de todos os

canários machos de todas as raças cantarem perfeitamente a partir de quatro meses de idade,

só os canários do segmento canto clássico "Roller" é que podem participar do concurso de

canto. Após os campeonatos regionais, a FOB realiza o Campeonato Brasileiro de Ornitologia

que acontece sempre no mês de julho (MANTEL, 2005).

2.3 O CANÁRIO BELGA

2.3.1 Taxonomia

Classe: Ave

Subclasse: Neornithes

Ordem: Passeriformes

Subordem: Passeres

Família: Fringillidae

Subfamília: Carduelinae

Gênero: Serinus

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Espécie: Serinus canaria

2.3.2 Características gerais

São aves que variam de pequeno a médio porte (50 a 120mm) e apresentam bico

curto, grosso, cônico e de cor clara, embora algumas variedades tenham a ponta do bico

escura (JACKSON et al. 2003; GISMONDI, 1995). Os machos cantam facilmente,

principalmente na época reprodutiva, enquanto que as fêmeas vocalizam menos, geralmente

se resumindo a piados ou chegam a cantar, porém com bastante esforço (COELHO, 2004).

Desta forma, os machos são mais caros no mercado pet, quando comparados às fêmeas

(ABREU, 2009).

O canário é uma ave granívora de origem, podendo ser alimentado sem prejuízos com

sementes de alpiste, aveia, cânhamo, colza, linhaça e painço. Mas também pode-se oferecer

frutas e verduras como: maçã, pêra, uva, alface e afins, couve, espinafre e pepino. A ração

farinhada não deve ser esquecida como bom aporte de proteína, vitaminas e minerais. É

imprescindível na época de reprodução, podendo ser associada ao osso de ciba, para suprir o

cálcio necessitado pelas fêmeas para postura, visando assim inibir o acontecimento de

retenção de ovos (GISMONDI, 1995).

Sua reprodução é principalmente monogâmica, porém em cativeiro, um macho pode

ser usado para até quatro fêmeas sob condições especiais. A época do ano de acasalamento

varia de acordo com a região, pois há uma relação com a temperatura. No Brasil, há uma

tendência dos canários se reproduzirem nos meses de julho e agosto (COELHO, 2004).

2.4 Enterobacteriaceae

A família Enterobacteriaceae consiste em bactérias Gram-negativas, apresentadas

em bastões medindo até 3µm de comprimento e que fermentam glicose e uma gama de outros

açúcares, porém são oxidase-negativas. Diversos membros desta família são patógenos

importantes, dentre eles se encontram em destaque os gêneros Salmonella, Escherichia e

Yersinia; enquanto que outros gêneros são comumente isolados, porém são patógenos

oportunistas, como: Citrobacter, Shigella, Enterobacter, Klebsiella e Proteus (QUINN et al.,

1994).

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As enterobactérias estão distribuídas por todo o mundo e são encontradas no solo,

água, frutas, vegetais, grãos, flores, árvores e em animais, de vermes e insetos até o homem.

Apresenta substancial heterogeneidade na sua ecologia, gama de hospedeiros e potencial

patogênico para homens, animais, insetos e plantas. Algumas espécies causam doenças

diarreicas como a febre tifoide e disenteria bacilar, todavia muitas espécies não são

normalmente associadas a doenças e atuam como patógenos oportunistas. Ainda, os membros

da família Enterobacteriaceae são responsáveis por pelo menos 50% das infecções

nosocomiais, mais frequentemente sendo causadas por Escherichia coli, Klebsiella,

Enterobacter, Proteus, Providencia e Serratia marcescens (BERGEY et al., 1994).

Pássaros não possuem um grande número de micro-organismos na sua microbiota,

todavia membros da família Enterobacteriaceae como Escherichia coli, Enterobacter spp.,

Klebsiella spp. e Salmonella spp. podem causar infecções primárias ou secundárias em

pássaros. Ainda, infecções simultâneas com agentes virais, parasitas ou fúngicos podem estar

presentes e devem ser descartadas como fatores de risco precursores para estas infecções. Os

sinais clínicos variam amplamente dependendo do micro-organismo presente, mas geralmente

incluem diarreia, metrite, septicemia, conjuntivite ou rinite. Filhotes de pássaros com diarreia

estão geralmente infectados por algum micro-organismo da família Enterobacteriaceae

(JOSEPH, 2003). De acordo com Lumeij (1994), as enterobactérias não são normalmente

encontradas nas fezes de psitacídeos e pássaros, onde bactérias Gram-positivas, especialmente

Corynebacterium sp. e Bacillus sp., predominam. Este autor afirma que o isolamento de uma

grande quantidade destes micro-organismos de culturas puras em ambos os taxa de aves é

sugestivo de infecção primária ou secundária, o que é reafirmado por Joseph (2003). Em se

tratando especificamente do canário belga, segundo Cattarossi et al. (2013), a flora bacteriana

destas aves é escassa, sendo que o isolamento de qualquer membro da família

Enterobacteriaceae destas aves pode normalmente ser correlacionado com um status de

enfermidade.

2.4.1 Salmonella

O gênero Salmonella contém as bactérias causadoras das seguintes doenças nas aves:

paratifo aviário, pulorose e tifo aviário. Apenas as salmonelas do grupo paratifoides

apresentam risco zoonótico, sendo importantes não apenas na criação de aves de produção,

mas também nas aves de companhia e de vida livre. O gênero divide-se em duas espécies:

Salmonella entérica e S. bongori. Mais de 2500 sorotipos são conhecidos, sendo alguns

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específicos de aves, como S. Gallinarum e S. Pullorum, enquanto que outros são encontrados

causando infecções em seres humanos e aves, como S. Enteritidis e S. Typhimurium. S.

Gallinarum causa o tifo aviário, enquanto que S. Pullorum causa a pulorose; os demais

gêneros, quando estão presentes causando infecções, são agentes causadores do paratifo

aviário (AGBAJE et al., 2011).

Salmonella spp. também tem sido isolada de casos de osteomielite, lesões oculares e

granulomas subcutâneos em canários, sendo que o principal sintoma é diarreia abundante e

depressão rápida da ave (GISMONDI, 1995). Salmonella Typhimurium var copenhagen pode

causar a formação de granulomas no fígado, baço, e cecos rudimentares, bem como lesões

oculares e osteomielite nos finches. Nos fringilídeos europeus, S. Typhimurium var

copenhagen é bastante isolada associada a ingluvite granulomatosa, que por sua vez pode ser

confundida com candidíase ou capilariose (PANIGRAHY & GILMORE, 1983). S.

Typhimurium é relativamente comum nas aves selvagens, não apenas nas que se alimentam

de restos de alimentos contaminados, mas também nos pássaros que estão expostos à

contaminação fecal. Esta situação ocorre de forma mais frequente nos locais onde as aves se

agrupam para se alimentar ou beber água, pois nestes locais há uma concentração maior de

aves e, por consequência, uma maior disseminação de doenças, dentre elas a salmonelose

(TIZARD, 2004). Seguindo o mesmo princípio, devido à concentração de aves, uma vez que

estejam em cativeiro, esta transmissão também pode ser exacerbada, como observado em

alguns surtos de salmonelose em canários e outros pássaros relatados ao longo dos anos na

literatura (PANIGRAHY & GILMORE, 1983; RAIDAL, 1998; SAREYYÜPOĞLU et al.,

2008; MADADGAR et al., 2009; RAHMANI et al., 2011).

A cultura microbiológica de fezes é a metodologia utilizada para identificar aves

portadoras de Salmonella sp., porém aves infectadas por este agente, podem possuí-lo em

qualquer órgão ou tecido do corpo, devido à sua característica septicêmica. A eliminação

completa do agente no indivíduo, bem como no plantel, é difícil e requer o uso de antibióticos

em longo prazo baseado no teste de sensibilidade (FUDGE, 2001).

2.4.2 Escherichia coli

A Escherichia coli coloniza o intestino dos indivíduos logo após o nascimento, sem

necessariamente causar infecção, todavia o papel dela como membro da microbiota de aves

não é completamente elucidado, podendo atuar como fonte de vitaminas e ocupando os sítios

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na mucosa intestinal, impedindo assim a colonização do epitélio por microorganismos

patogênicos (FERREIRA & KNÖBL, 2000). A patogenicidade em amostras de E. coli

causadoras de colibacilose está relacionada aos fatores de virulência que podem ser avaliados

para diferenciar amostras patogênicas de não patogênicas (JOHNSON, 1991).

Este patógeno tem sido associado a uma variedade de doenças em diferentes pássaros,

incluindo diarreia, septicemia e infecções ascendentes do oviduto, que são geralmente raras,

porém peritonites e metrites induzidas por E. coli têm sido associadas a alta mortalidade em

alguns plantéis de canário no sudeste da Austrália (MACWHIRTER, 1994). Os sinais clínicos

da colibacilose em canários são: sonolência, inapetência, diarreia esverdeada e dispneia,

causando mortalidade de até 50% (GISMONDI, 1995). As cepas de E. coli. variam

amplamente quanto à sua patogenicidade e são frequentemente encontradas na microflora

intestinal de aves sadias, pois possuem um mecanismo de entrada especial pelo trato

respiratório. A maioria das doenças associadas a cepas de E. coli patogênicas se devem a

fatores ambientais ou fatores predisponentes do hospedeiro, sendo portanto essencialmente

secundárias. O tratamento com antimicrobianos de aves sadias e positivas para E. coli em

suas fezes ou papo geralmente apenas induz à resistência, enquanto que só deve ser realizado

quando o profissional se encontra frente a lesões associadas a este patógeno, bem como em

surtos (FUDGE, 2001).

Cepas APEC (Avian Pathogenic Escherichia coli) podem apresentar risco zoonótico,

uma vez que são frequentemente comparadas a cepas isoladas de casos humanos de infecções

extra intestinais (RODRIGUEZ-SIEK et al., 2005; EWERS et al., 2007; MORA et al., 2012;

MORA et al., 2013). Ainda, cepas de E. coli isoladas de pássaros de vida livre preencheram

os requisitos in vitro para serem consideradas APEC, mostrando que aves desta ordem podem

oferecer um risco para a saúde de aves de produção (GAUKLER et al., 2009). Outros dois

isolados de pássaros de vida livre, porém não pertenciam aos sorogrupos normalmente

relacionados a surtos de colibacilose aviária, todavia um dos dois apresentou-se positivo para

alguns genes de virulência, o que demonstra o potencial de aves desta ordem albergarem

cepas potencialmente patogênicas (GIBBS et al., 2007)

2.4.3 Yersinia

No hemisfério norte, a yersiniose (doença causada pela bactéria Yersinia

pseudotuberculosis) é vista em Passeriformes durante os meses de inverno. Acredita-se que o

organismo tenha partido da Europa, com difusão mundial ocorrendo

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através de roedores em navios. Yersiniose é um problema generalizado em aviários

australianos onde o controle de roedores é pobre. Infecções ocorrem ocasionalmente em aves

de vida livre. Sua transmissão pode ocorrer via alimentos e água contaminados com fezes.

Este patógeno pode causar dispneia, diarreia e morte em canários e finches. Achados de

necropsia podem ser idênticos aos encontrados nas infecções por Salmonella, incluindo

formação de granulomas no fígado, baço e intestinos. Estes dois micro-organismos podem ser

diferenciados por cultivo com provas bioquímicas. Aves afetadas muitas vezes se encontram

fracas demais para responder à terapia, mas o tratamento de aves expostas sem sintomatologia

com antibióticos escolhidos de acordo com testes de sensibilidade normalmente é uma boa

técnica para controlar um surto. Desinfecção dos aviários e adaptação de suprimentos de água

e alimentos livres de roedores deve acompanhar qualquer terapia antibiótica

(MACWHIRTER, 1994).

Duas formas de yersiniose são observadas em aves: a aguda e a crônica. A forma

aguda é comum em turacos, tucanos e calopsitas, apresentando-se com septicemia, pneumonia

fibrinosa, esplenomegalia e hepatite necrótica aguda. A forma crônica se mostra com focos

puntiformes no fígado, baço, duodeno e cecos, sendo comum em finches, canários e

psitacídeos. Os achados de necropsia, contudo não são patognomônicos e devem ser

diferenciados de doenças como a micobacteriose (FUDGE, 2001).

Em oito canários (Serinus canaria) necropsiados, Yersinia pseudotuberculosis

sorotipo II foi isolado de seis aves, os quais apresentaram enterite, hepatoesplenomegalia, e,

apenas em duas aves, focos de necrose miliares. Neste mesmo estudo, outros passeriformes

analisados com isolamento de Yersinia pseudotuberculosis sorotipo II apresentaram achados

de necropsia similarmente relacionados ao sistema digestório, diferentemente de psitacídeos e

columbídeos também positivos para este patógeno, que apresentaram lesões no fígado,

pulmões e rins (CORK et al., 1999).

2.4.4 Enterobacter

O gênero Enterobacter possui 16 espécies, todavia as espécies E. aerogenes e E.

cloacae são as mais comumente isoladas de amostras biológicas. Encontram-se distribuídas

amplamente na água, esgoto, solo e vegetais. Fazem parte da microbiota entérica comensal e

acredita-se que não causam diarreia, porém estão associadas a uma variedade de infecções

oportunistas humanas que afetam as vias urinárias, o trato respiratório, as feridas cutâneas e,

em ocasiões, causam septicemia e meningite. Outra espécie que já foi isolada de casos de

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meningite e septicemia neonatal humana foi a E. sakazakii (Koneman et al., 2001). Todavia,

para Gerlach (1994), o gênero Enterobacter, assim como Serratia, Hafnia e Proteus são

considerados de baixa patogenicidade para aves.

Segundo Cattarossi et al. (2013), as espécies E. sakazakii é considerada um importante

patógeno para criação de canários, bem como outras enterobactérias tais como: Salmonella

spp., Escherichia coli e Klebsiella spp. O motivo da preocupação destes autores é a constante

presença destes patógenos durante surtos de mortalidade em filhotes ainda no ninho.

2.4.5 Klebsiella

Um dos poucos membros da família Enterobacteriaceae que é imóvel, com células

capsuladas e alta capacidade de fermentação de diversos carboidratos. A principal espécie do

gênero é K. pneumoniae que, assim como K. oxytoca e algumas outras espécies do gênero

menos frequentes, atuam como patógenos oportunistas em humanos, sendo encontrados no

ambiente e muitas vezes causando infecções nosocomiais (BERGEY et al., 1994).

As espécies K. pneumoniae e K. oxytoca são frequentemente isoladas de aves, nas

quais podem atuar como patógenos primários, especialmente em Weaver finches, ou podem

atuar como oportunistas em pacientes estressados ou imunossuprimidos. A cápsula mucóide

apresentada por estes micro-organismos promove uma barreira contra intempéries ambientais,

desinfetantes e até mesmo a resposta imunológica celular no hospedeiro, todavia é também

altamente imunogênica, estimulando resposta humoral. A bacteremia causada pelas bactérias

deste gênero resulta em colonização e consequente falha renal, sendo em muitas aves,

incluindo diversos pássaros, a infecção detectada tardiamente apenas quando há

comprometimento respiratório (GERLACH, 1994).

2.4.6 Citrobacter

O gênero Citrobacter não é isolado frequentemente de aves de companhia, porém é

considerado como parte da microbiota intestinal de aves de rapina. Psitacídeos são raramente

afetados por este patógeno, porém pássaros podem ser mais susceptíveis a enterites e

consequente septicemia por este agente. Uma vez que Citrobacter freundii é isolado de uma

ave saudável, o tratamento medicamentoso é desaconselhável. Porém condições sanitárias do

ambiente devem ser consideradas, pois sob a constante presença do agente, fatores

predisponentes podem gerar uma infecção (FUDGE, 2001).

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Segundo Gerlach (1994) as três espécies mais comuns do gênero Citrobacter são C.

freundii, C. amalonaticus e C. diversus, que são menos frequentemente isoladas de aves do

que outros membros da família Enterobacteriaceae. Destas, a espécie C. freundii parece ser a

mais patogênica das três, enquanto que C. diversus é raramente isolada de aves. Esse autor

afirma ainda que este gênero causa infecções secundárias graves em Weaver finches e

Estrildíneos, ocorrendo rápida bacteremia seguida por morte aguda quando o micro-

organismo penetra a mucosa intestinal. Contudo, não há casos de infecções humanas

derivadas de exposição a aves infectadas.

2.4.7 Serratia

No homem, as bactérias deste gênero são consideradas patógenos oportunistas, sendo

amplamente isolada em diversos tipos de amostras ambientais. A espécie principal é Serratia

marcescens, considerada um importante patógeno oportunista para humanos hospitalizados,

causando septicemia e infecções urinárias (BERGEY et al., 1994).

O gênero Serratia é raramente isolado causando infecções em aves e para estes

animais é, portanto, considerado uma bactéria de caráter oportunista de baixa patogenicidade,

todavia crescem os casos de Serratia marcescens isoladas de grandes psitacídeos com

doenças crônicas debilitantes (GERLACH, 1994). Ainda, no homem, Serratia marcescens já

foi considerada não-patogênica e estudos mostraram um aumento na mortalidade e morbidade

de infecções hospitalares após a dispersão deste agente para estudos em São Francisco,

Estados Unidos da América (EUA), mostrando, portanto que mesmo a característica

oportunista desta espécie, dependendo da situação pode ser um risco (FUDGE, 2001).

2.4.8 Pantoea agglomerans

Esta espécie pertence à familia Enterobacteriaceae e já foi nomeada de Erwinia

herbicola, Erwinia milletieae e Enterobacter agglomerans, sendo esta última a sinonímia

mais comumente encontrada na literatura. É uma bactéria isolada primariamente de plantas e

em segundo lugar de animais e humanos, sendo que nestes é classificada como um patógeno

oportunista (BERGEY et al., 1994). Esta bactéria é comumente associada a plantas, atuando

como patógeno ou saprófita, e tem significância incerta para animais (QUINN et al., 1994).

Segundo Gerlach (1994), o isolamento desta bactéria de fezes de aves indica o

consumo de sementes que contêm uma concentração maior que 106 bactérias por grama de

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alimento. Este autor ainda afirma que esta bactéria é comum em vegetais em descomposição

e, devido a este fato, alimentos fornecidos a aves que possuam alta concentração da mesma

devem ser considerados tóxicos.

O levantamento de enterobactérias realizado por Gibbs et al. (2007) em Graúnas de

Cabeça Amarela (Xanthocephalus xanthocephalus), um pássaro de vida livre, demonstrou que

a bactéria P. agglomerans foi a mais isolada de amostras de fezes. Estes autores afirmaram

que esta espécie bacteriana pode ser estudada como possível organismo de exclusão

competitiva para a microbiota de aves de produção, devido à habilidade que este micro-

organismo possui em inibir a colonização por patógenos em plantas e a aparente

adaptabilidade ao sistema gastrointestinal destas aves. Ainda, afirmam que esta bactéria é um

patógeno oportunista humano, todavia, a casuística é limitada e consideravelmente menos

frequente do que patógenos como Escherichia coli.

2.4.9 Resistência de enterobactérias a antibióticos

A resistência bacteriana é uma das principais causas de insucesso da terapia

antimicrobiana e pode ser natural ou adquirida, sendo que a primeira é menos importante,

uma vez que no momento da escolha terapêutica o médico veterinário já sabe ao que o micro-

organismo em questão é resistente ou sensível. A resistência adquirida é a mais preocupante,

uma vez que prejudica os tratamentos limitando opções viáveis de antimicrobianos. Ela ocorre

por mutação ou transferência de genes, que por sua vez pode ser cromossômica ou

extracromossômica (SPINOSA, 2006). A transferência de genes por membros da família

Enterobacteriaceae já foi demonstrada in vitro por Okamoto et al. (2011), os quais

demonstraram que E. coli pode transferir genes plasmidiais de resistência de forma horizontal

para Salmonella Enteritidis, todavia os mesmos afirmam que in vivo outras condições podem

ser desfavoráveis para que este fenômeno ocorra.

Já foi relatado na literatura pesquisa de enterobactérias isoladas de pássaros e que

apresentaram resistência a antimicrobianos e as mais frequentes foram a ampicilina e

cefalotina, mas também foi detectada resistência a amoxicilina/ácido clavulânico, ceftiofur,

cloranfenicol, canamicina, ácido nalidíxico e sulfisoxazole (Gibbs et al., 2007). No estudo

realizado por Gaukler et al. (2009), também com pássaros, as resistências mais frequentes de

cepas de Escherichia coli foram a ampicilina e tetraciclina, enquanto que as cepas de

Salmonella spp. apresentaram resistência a cefoxitina, tetraciclina e amoxicilina/ácido

clavulânico. Um surto de salmonelose em dezessete plantéis de canários em Teerã, Irã,

causado por S. Typhimurium revelou que as cepas apresentavam o mesmo padrão, sendo

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resistentes a sulfametoxazol, tilosina, cloxacilina, tiamulina e vancomicina (Madadgar et al.,

2009).

Um levantamento de Salmonella spp. de aves em pet shops e parques, também de

Teerã, Irã, revelou que 16 dos 19 isolados apresentaram algum nível de resistência, e destes,

14 eram cepas resistentes a múltiplas drogas (RMD), sendo que o máximo de antibióticos aos

quais as cepas foram resistentes foi 11. Ainda neste estudo, nenhuma das cepas foi resistente a

danofloxacina, levofloxacina, norfloxacina, amicacina, gentamicina, tobramicina, todavia os

maiores índices de resistência foram a carbenicilina, tetraciclina, estreptomicina, lincospectina

e ácido nalidíxico (Rahmani et al., 2011). Okamoto et al. (2009) demonstraram que a

resistência a múltiplas drogas por muitas vezes é mediada por integrons de classe 1 e que

pode ser transferida in vitro, porém nem sempre este mecanismo está envolvido com cepas

RMD, já que 100 cepas de Salmonella RMD foram negativas para a presença destes integrons

de classe 1.

Segundo Cattarossi et al. (2013), após levantamento microbiológico de um plantel de

canários, as espécies de bactérias mais preocupantes e/ou mais frequentes devem ser

submetidas a antibiograma, para que o curso de tratamento seja decidido baseado na

susceptibilidade dos micro-organismos.

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3 JUSTIFICATIVA

Há relatos na literatura do isolamento de algumas enterobactérias de diferentes

espécies de pássaros, sendo uma delas o canário belga, que é uma das aves domésticas mais

criadas no mundo. A gravidade de algumas doenças causadas por estas bactérias gera grande

preocupação para a saúde pública mundial e devido à proximidade do homem com os

canários e a escassez de estudos sobre enterobactérias nestas aves, surge a necessidade de

verificar a sua presença através do isolamento e tipificação bioquímica, além de conhecer os

gêneros mais comuns.

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4 HIPÓTESE CIENTÍFICA

Os canários albergam enterobactérias e, além de serem infectados por estes micro-

organismos, se apresentam como possíveis riscos para a saúde pública devido ao seu contato

com o ser humano e a elevada quantidade de aves nas criações e competições. As

enterobactérias presentes nos canários belga apresentam resistência a antibióticos e isto

promove um risco de transmissão de resistência a patógenos humanos.

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5 OBJETIVO

5.1 OBJETIVO GERAL

Verificar quais gêneros de enterobactérias estão presentes nos canários belga e avaliar

seus perfis de resistência a antimicrobianos (Serinus canaria)

5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Verificar a existência de enterobactérias em amostras de swab cloacal de canários

belga e de necropsia em aves que vieram a óbito;

• Realizar a identificação bioquímica das enterobactérias isoladas;

• Realizar teste de sensibilidade a antimicrobianos nas cepas de enterobactérias isoladas.

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6 CAPÍTULO 1

Identificação e resistência aos antimicrobianos de membros da família

Enterobacteriaceae isolados de canários belgas (Serinus canaria)

Identification and antimicrobial resistance of members from the family

Enterobacteriaceae isolated from canaries (Serinus canaria)

Periódico: Avian Pathology (submetido em novembro de 2013).

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Identification and antimicrobial resistance of members from the family

Enterobacteriaceae isolated from canaries (Serinus canaria)

Ruben Horn Vasconcelos, William Cardoso Maciel, Elisângela de Souza Lopes, Régis

Siqueira de Castro Teixeira, Átilla Holanda de Albuquerque, Roberta Cristina da Rocha-e-

Silva, Débora Nishi Machado, Isabel Cristina Lima Santos, Felipe Pereira Sampaio, Suzan

Vitória Girão Lima, Windleyanne Gonçalves Amorim Bezerra, Sanjay Veiga Mendonça.

Abstract

The Enterobacteriaceae family contains bacteria potentially zoonotic and their presence in

canaries is often reported, though the current status of these birds in flocks is unknown.

Therefore, this study aimed to identify the most common genera of enterobacteria from

canaries (Serinus canaria) and their antimicrobial resistance profiles. From February to June

of 2013, a total of 387 cloacal swab samples from eight domiciliary breeding locations of

Fortaleza city, Brazil, were collected and 58 necropsies were performed in canaries, which

belonged to the Laboratory of Ornithological Studies. The samples were submitted to

microbiological procedure using buffered peptone water and MacConkey agar. Colonies were

selected according to their morphological characteristics in plates, submitted to biochemical

identification and antimicrobial susceptibility test. A total of 61 isolates were obtained, of

which 42 were from cloacal swabs and 19 from necropsies. The most isolated bacteria was

Escherichia coli with twenty five strains, followed by fourteen Klebsiella spp., twelve

Enterobacter spp., seven Pantoea agglomerans, two Serratia spp. and one Proteus mirabilis.

The antimicrobial to which the strains presented most resistance was sulfonamides with

55.7%, followed by ampicillin with 54.1% and tetracycline with 39.3%. The total of

multidrug-resistant bacteria (MDR) was 34 (55.7%). In conclusion, canaries harbor members

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of the Enterobacteriaceae family and common strains present a high antimicrobial resistance

rate, with a high frequency of MDR bacteria.

Key words: Canaries. Enterobacteriaceae. Multidrug-resistance.

Introduction

Birds of the Passeriformes order usually do not harbor a large quantity of

microorganisms in their intestinal tract, however, birds are susceptible to a variety of bacterial

infections (Joseph, 2003), such as the ones caused by pathogens of the family

Enterobacteriaceae. These, however are considered secondary and the presence of

predisposal factors are necessary in order to the infection to occur. Several genera of this

family have been reported causing different diseases in passerines, such as: Escherichia coli,

Salmonella spp., Citrobacter spp., Yersinia pseudotuberculosis and Klebsiella spp.

(Macwhirter, 1994).

The Enterobacteriaceae is a large family of Gram-negative bacteria (Quinn et al.,

1994), also called enterobacteria, which do not belong in the normal digestive microbiota of

granivorous passerines, and their presence in clinically healthy birds are associated with direct

contact with men (Rosskopf et al., 1996). Similar to all other vertebrates, birds are susceptible

and can also transmit enteropathogens to humans and, surprisingly, there are few

comprehensive surveys done for wild and most domesticated birds (Reed et al., 2003). There

are reports on human infections caused by E. coli and S. Typhimurium transmitted indirectly

by migratory birds belonging in the Passeriformes order (Tsiodras et al., 2008) and this fact

generates the hypothesis of the transmission of these pathogens by birds when maintained in

captivity. Also, several outbreaks of human salmonellosis are connected to foodborne

contamination by passerines (Kapperud et al., 1998; Alley et al., 2002).

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The canary (Serinus canaria) belongs in the Passeriformes order and is inserted in

Fringillidae family. These are small birds (50 to 120mm) with a curve, thick and conic beak,

often light collored, though some varieties present a thick beak tip (Jackson et al., 2003;

Gismondi, 1995). In all continents, though mainly in Europe, the canary is a popular bird in

the home environment as a companion bird and for competitive purposes, in which breeders

compete their birds in three categories: song, color and type (Cattarossi et al., 2013). Due to

the absence of studies of the fermentative Gram-negative microbiota of these birds and their

importance in the Brazillian home environment, this study aimed to identify the most

common Enterobacteriaceae genera and to characterize the antimicrobial resistance of the

strains isolated from canaries (Serinus canaria) of domiciliary breeding locations in Fortaleza

city, Brazil.

Material and Methods

Samples. From February to June 2013 a total of 387 cloacal swab samples from eight

domiciliary breeding location and 58 necropsy samples, performed as a pool of liver and intestines of

each canary, were collected. The cloacal swab samples were collected from each location and

submitted to the Laboratory of Ornithological Studies (LABEO) at the State University of Ceará for

the bacteriological procedure. When present, clinical signs from each sampled bird were taken note.

The dead birds analyzed belonged to the personal collection of LABEO, and the carcasses were

maintained frozen at -20ºC until sampling was performed. The necropsies were performed close to the

Bunsen burner, aseptically and using sterile equipment to prevent contamination.

Microbiological procedure. Cloacal swabs and necropsy samples were placed in tubes

containing buffered peptone water 0.1% broth and maintained in bacteriological incubator at 37ºC for

24h. After such period, a loopful was collected and streaked in MacConkey agar also submitted to the

same previous incubation conditions. Colonies were selected according to their morphological

characteristics and from each plate, at least one was selected, submitted to Triple-Sugar-Iron (TSI)

agar in order to differentiate from non-fermenter bacteria following biochemical identification (Quinn

et al., 1994).

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Antimicrobial resistance. The antimicrobial susceptibility test was performed using the disk

diffusion method in Mueller-Hinton agar (Himedia®) with the following discs in the respective

concentrations: Ampicillin (10µg), Nalidixic acid (30µg), Ceftiofur (30µg), Enrofloxacin (5µg),

Sulfazotrim (Trimethoprim + Sulfamethoxazole) (25µg), Streptomycin (10µg), Neomycin (30µg),

Polymyxin B (300 U.I.), Sulfonamides (300µg), Gentamycin (10µg), Chloramphenicol (30µg) and

Tetracycline (30µg). Results were interpreted according to CLSI (2012) and intermediate zone

diameters were interpreted as resistant to the respected antimicrobial.

Results

Isolated bacteria. The total prevalence of enterobacteria found in cloacal swabs of

canaries analyzed was 10.85% (42/487) and in necropsies was 32.76% (19/58); the results are

presented in Table 1. From cloacal swabs, the most frequent bacteria (14/42) was Escherichia

coli, presenting a prevalence of 3.62% (11/487), followed by: Enterobacter spp. (11/42) with

2.84%, Klebsiella spp. (9/42) with 2.32%, Pantoea agglomerans (synonyms are Erwinia

herbicola or Enterobacter agglomerans) (5/42) with 1.29%, Serratia spp. (2/42) with 0.52%

and Proteus mirabilis (1/42) with 0.26%. The most frequent bacteria from necropsy samples

was also Escherichia coli (11/19) presenting a prevalence of 18.97% (11/58), followed by:

Klebsiella spp. (5/19) with 8.62%, Pantoea agglomerans (2/19) with 3.45% and Enterobacter

spp. (1/19) with 1.72%. No Bird presented more than one enterobacteria in the exam, though

ocasionally, some presented besides the enterobacteria, a non-fermenter Gram-negative

bacteria, which was identified and discarded in the TSI agar.

From the 61 birds that were positive for some enterobacteria, only 11 presented

diarrhea, of which 8 were from cloacal swabs and 3 were from necropsy. From these three,

one presented negative in the swab and after two days from sampling was found dead in the

cage. Necropsy was performed in the sequence and a strain of Escherichia coli was isolated.

Of the 384 negative birds, 26 presented diarrhea.

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Antimicrobial resistance. The antimicrobial susceptibility test results are

demonstrated in Table 2. The antimicrobial to which strains presented the most frequent

resistance was sulfonamides with 55.7%, followed by Ampicillin with 54.1% and

Tetracycline with 39.3%. More than 50% of E. coli strains presented resistance to

Sulfonamides (64%), but a high resistance rate was also observed to Tetracycline (48%),

Sulfamethoxazole+Trimethoprim (44%), Streptomycin (40%) and Chloramphenicol (36%).

The genus Enterobacter presented a high resistance rate only to Ampicillin (66.7%), while the

genus Klebsiella presented a 100% resistance rate to Ampicillin and a high resistance rate to

Sulfonamides (57.1%). The Pantoea agglomerans strains presented high resistance rate to

Ampicillin (71.4%), to Sulfonamides (57.1%), to neomycin (42.9%), to

Sulfamethoxazole+trimethoprim (42.9%) and Tetracycline (42.9%). The genus Serratia

presented resistance only to Ampicillin (100%) and Sulfonamides (50%), while the only

Proteus mirabilis isolated was resistant to Nalidixic acid, Streptomycin, Sulfonamides,

Chloramphenicol, Tetracyline and Polymyxin B, to which the genus Proteus is naturally

resistant. The total of multidrug-resistant bacteria (MDR) was 34 (55.7%) and the maximum

antimicrobials to which a single isolate was resistant was eight, followed by three isolates that

were resistant to seven antimicrobials. Table 3 demonstrates the amount of isolates and

antimicrobials to which resistance was observed.

Discussion

Surveys of Enterobacteriaceae have been performed in several avian species, from

which different members of this bacterial family were isolated from birds in captivity

belonging to 15 orders (Jones & Nisbet, 1980). The enterobacteria are widely distributed in

the environment, in the microbiota of mammals and of some birds (Fudge, 2001), however

passerines do not possess a functional caeca, or an intestinal microbiota for the digestion of

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nutrients, which makes the presence of members of the Enterobacteriaceae family often

related to a disease status (Dorrestein, 2003). In this study, the prevalence of enterobacteria

was higher in dead birds, than it was in the live ones, which may be explained by the

pathogenic potential that many of these micro-organisms possess, though with the

methodology applied these possible infections cannot be confirmed. Another possibility is

that, in dead birds, the bacterial isolation was higher in comparison to the swabs due to the

growth that occurs from the moment of death until the carcass was found and frozen. Also,

the technique itself may have favored the necropsy results, since large intestinal samples were

collected, when compared to swabs which sample a low amount of bacteria present in the

cloaca.

Most mammals and some bird species possess E. coli in their normal intestinal flora,

since they are colonized at birth and remain with this bacterium during the entire life (Fudge,

2001). Passerines, in spite of having a permanent microbiota, may host this bacterium with no

symptoms, which have been reported (Jones & Nisbet, 1980), however other authors have

reported this micro-organisms causing different diseases in passerines (Dorrestein, 2003;

Cattarossi et al., 2013; Macwhirter, 1994). In this study, E. coli was the most frequently

isolated bacteria from both dead and live canaries, which may implicate in a zoonotic risk,

since several other birds in this study were present in home environments and, therefore, in

direct contact with the owners. Although more studies on the virulence of these strains are

necessary in order to confirm this hypothesis, since E. coli strains with virulence factors have

been previously isolated from passerines (Gibbs et al., 2007).

The genera Enterobacter and Klebsiella may cause primary or secondary infections in

passerines, sometimes acting as opportunistic pathogens associated or not with viral, parasitic

or fungal infections (Joseph, 2003). Bacteria from the genus Klebsiella and the species

Enterobacter sakazakii have been correlated with the occurrence of high mortality outbreaks

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in canary flocks, and these micro-organisms have been considered as important as

Salmonella, Escherichia coli, Listeria spp., Staphylococcus spp. and Pseudomonas (Cattarossi

et al., 2013). The genus Serratia also present opportunistic infections in passerines, much like

Klebsiella and Enterobacter, however it is less often isolated and the most frequent species

are S. marcescens, S. odorifera, S. rubidae and S. liquefaciens (Fudge, 2001). In this study,

only one S. odorifera and one S. liquefaciens were identified.

The most important and most frequently reported bacteria in the scientific literature

isolated from canaries is Salmonella spp. (Harrington et al., 1975; Panigrahy & Gilmore,

1983; Rosskopf & Woerpel, 1996; Raidal, 1998; Fudge, 2001; Dorrestein, 2003; Madadgar et

al., 2009; Rahmani et al., 2011). However, in this study no bacteria from this genus were

isolated, which may be explained by the excessive use of antibiotics by the owners and the

absence of outbreaks reported in the residences visited. The methodology applied may have

also hindered the isolation of these bacteria, since it has already been demonstrated that the

polymerase chain reaction (PCR) test present a higher positivity rate when compared to the

conventional culture for the survey of Salmonella from the feces of pet birds, however with

no significant difference between the two tests (Sareyyüpoğlu, 2008). Due to the reports in the

literature and the importance that this genus represents, control measures must always be

applied in order to guarantee the safety of the birds, owners and environment.

The genus Yersinia possesses species that cause zoonotic infections, being Y.

pseudotuberculosis the most frequently isolated bacterium from the intestines of wild and

captive passerines (Quinn et al., 1994). However, this pathogen is more reported during the

winter months, when the cold weather benefits the growth of this pathogen and cause

outbreaks of yersiniosis (Fudge, 2001). Another predisposing factor that favors the occurrence

of this infection is the infestation by rodents or wild birds, which may carry this bacterium

and disseminate in the environment (Guimarães, 2006). The absence of this genus in the

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studied birds may be explained by the local weather that do not favors the spread of this

bacterium and the absence of problems with rodents or wild birds, as reported by the owners.

According to the literature, several members of the Enterobacteriaceae family are

known to cause, among other illnesses, intestinal infections and the main symptom observed

in these cases of diseased passerines is diarrhea (Macwhirter, 1994; Dorrestein, 2003;

Guimarães, 2006). In this study, however, most (26/37) of the canaries that presented diarrhea

did not present any enterobacteria, which indicates that different etiologies may be implied,

such as parasites, viral or fungal infections, or food disorders (Joseph, 2003).

Elevated antimicrobial resistance have been reported (Gaukler et al., 2009) in E. coli

strains isolated from passerines, mainly to Ampicillin and to Tetracycline, and also the

occurrence of MDR strains, which is similar to the findings in this study, however they were

free-living birds, which, theoretically do not have access to significant quantities of

antimicrobials. Other authors, in spite the low amount of tested strains, found frequent

antimicrobial resistance in strains of Klebsiella and Enterobacter to Ampicillin and Ceftiofur,

which the former agrees with this study, but the latter disagrees (Gibbs et al., 2007); the same

authors also reported a low frequency of resistance in Pantoea agglomerans strains, which

was different from this study that encountered strains of this species resistant to a maximum

of six antibiotics. However, this result may not have a major importance, since this bacterium

is more commonly isolated from plants, rarely causing infection in men (De Champs et al.,

2000) and with uncertain significance for animals (Quinn et al., 1994). Also, a high resistance

rate to antimicrobials has been reported in Salmonella strains isolated from several pet birds,

including canaries (Rahmani et al., 2011). In this study, the high resistance rate to antibiotics

and the high frequency of MDR enterobacteria isolated from canaries of home environments

suggest that the use of antibiotics is elevated and should be controlled.

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In conclusion, canaries (Serinus canaria) host members of the Enterobacteriaceae

family and Escherichia coli is the most frequent. The enterobacteria strains from these birds

present a high resistance rate to antimicrobials and the emergence of multidrug resistant

strains is concerning, since the proximity of these birds and people represent a potential

zoonotic risk.

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Table 1. Absolute and relative frequencies of enterobactéria isolated from cloacal swabs and

necropsy samples of canaries (Serinus canaria) from Fortaleza, Brazil.

Enterobacteria Swabs (n=387) Necropsies (n=58) Total (n=445) n % n % n %

Escherichia coli 14 3,62 11 18,97 25 5,62 Enterobacter spp. 11 2,84 1 1,72 12 2,7 Klebsiella spp. 9 2,32 5 8,62 14 3,15

Pantoea agglomerans 5 1,29 2 3,45 7 1,57 Serratia spp. 2 0,52 0 - 2 0,45

Proteus mirabilis 1 0,26 0 - 1 0,22 Total 42 10,85 19 32,76 61 13,71

Table 2. Percentage of Enterobacteriaceae strains isolated from canaries (Serinus canaria)

resistant to antimicrobials.

E. coli Enterobacter sp. Klebsiella sp.

Pantoea

agglomerans Serratia sp.

Proteus

mirabilis Total

n % n % n % n % n % n % n % AMP 4 (25) 16 8 (12) 66,7 14 (14) 100 5 (7) 71,4 2 (2) 100 0 (1) 0 33 (61) 54,1 NAL 3 (25) 12 1 (12) 8,3 2 (14) 14,3 0 (7) 0 0 (2) 0 1 (1) 100 7 (61) 11,5 CTF 0 (25) 0 0 (12) 0 1 (14) 7,1 0 (7) 0 0 (2) 0 0 (1) 0 1 (61) 1,6 SUT 11 (25) 44 1 (12) 8,3 3 (14) 21,4 3 (7) 42,9 0 (2) 0 0 (1) 0 18 (61) 29,5 STR 10 (25) 40 4 (12) 3,3 5 (14) 35,7 1 (7) 14,3 0 (2) 0 1 (1) 100 21 (61) 34,4 NEO 4 (25) 16 1 (12) 8,3 3 (14) 21,4 3 (7) 42,9 0 (2) 0 1 (1) 100 12 (61) 19,7 SUL 16 (25) 64 4 (12) 3,3 8 (14) 57,1 4 (7) 57,1 1 (2) 50 1 (1) 100 34 (61) 55,7 GEN 1 (25) 4 0 (12) 0 1 (14) 7,1 0 (7) 0 0 (2) 0 0 (1) 0 2 (61) 3,3 CLO 9 (25) 36 0 (12) 0 0 (14) 0 0 (7) 0 0 (2) 0 1 (1) 100 10 (61) 16,4 ENO 1 (25) 4 0 (12) 0 2 (14) 14,3 1 (7) 14,3 0 (2) 0 0 (1) 0 4 (61) 6,6 TET 12 (25) 48 2 (12) 16,7 6 (14) 2,9 3 (7) 42,9 0 (2) 0 1 (1) 100 24 (61) 39,3 POL 1 (25) 4 1 (12) 8,3 0 (14) 0 0 (7) 0 0 (2) 0 1 (1)* 100* 2 (61) 3,3

AMP: ampicillin; NAL: Nalidixic acid; CTF: ceftiofur; SUT: Sulfazotrim (Sulfamethoxazole+trimethoprim); STR:

streptomycin; NEO: neomycin; SUL: sulfonamides; GEN: gentamycin; CLO: chloramphenicol; ENO: enrofloxacin; TET:

tetracycline; POL: polymyxin B. *Proteus spp. are naturally resistant to polymyxin B.

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Table 3. Multidrug-resistant (MDR) enterobacteria isolated from canaries (Serinus canaria).

No. of antibiotics No. of resistant strains (%) At least 1 53 (83,88)

>1 34 (55,74) >2 30 (49,18) >3 23 (37,70) >4 14 (22,95) >5 9 (14,75) >6 4 (6,56) >7 1 (1,64) >8 0 (0)

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7 CONCLUSÕES

Os canários belgas (Serinus canaria) pesquisados em Fortaleza, Ceará, albergam

membros da família Enterobacteriaceae, alguns potencialmente zoonóticos e a mais frequente

nestas aves é a Escherichia coli.

As enterobactérias isoladas de canários apresentam alto índice de resistência,

apresentando inclusive cepas resistentes a múltiplas drogas, o que denota um possível risco

para a saúde de proprietários e demais pessoas envolvidas na criação destas aves.

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APÊNDICE

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APÊNDICE

FIGURA 1 – Carcaças congeladas de canários belgas (Serinus canaria) de um criadouro a

serem submetidas à necropsia para coleta de amostras.

FIGURA 2 – Necropsia de um canário belga (Serinus canaria) para coleta de amostra de

fígado e intestinos. Imagens antes da abertura da cavidade abdominal (A) e após a coleta de

amostra do fígado e do intestino (B).

A B

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FIGURA 3 – (A) Procedimento de coleta de swab cloacal de canário belga (Serinus canaria).

(B) Swab utilizado para coleta de amostra cloacal de pássaros pequenos.

A

B

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ANEXO

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ANEXO

Comprovante de submissão do artigo ao periódico Avian Pathology.