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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ-UENP · constituído por elementos e substancias químicas. O maior objetivo hoje do professor, não deve ser o de perceber o quanto

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ-UENP

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL-PDE

CAMPUS DE JACAREZINHO

SOLANGE GARANHANI DE SOUZA

PRODUÇÃO DIDÁTICO - PEDAGÓGICA

CADERNO PEDAGÓGICO

JACAREZINHO 2011

SOLANGE GARANHANI DE SOUZA

ESTUDO DA QUÍMICA E SUA HISTÓRIA NO ENSINO

FUNDAMENTAL

Material pedagógico elaborado como parte dos

requisitos do Programa de Desenvolvimento

Educacional – PDE, sob a orientação da professora Mestre Maria das Graças Neves Correia, da UENP,

Campus de Jacarezinho .

JACAREZINHO 2011

SUMÁRIO

ESTUDO DA QUÍMICA E SUA HISTÓRIA NO ENSINO FUNDAMENTAL 04

1. INTRODUÇÃO 04

1.1. Atividades ---------------------------------------------------------------------------- 09

2. UM RESUMO DA HISTÓRIA DA QUÍMICA 13

2.1. Atividades ---------------------------------------------------------------------------- 15

3. A HISTÓRIA DA QUÍMICA NO BRASIL 16

3.1. Atividades -------------------------------------------------------------------------- 22

4. A QUÍMICA PRATICADA PELOS INDIOS 22

4.1. Atividades -------------------------------------------------------------------------- 24

5. EXPERIMENTOTECA 25

5.1. Chuva de Ouro ------------------------------------------------------------------ 26

5.2. Sopro Mágico --------------------------------------------------------------------- 26

5.3. Mágica do vinho ----------------------------------------------------------------- 27

5.4. Como obter corantes naturais ----------------------------------------------- 28

6. AVALIAÇÃO 29

7. REFERÊNCIAS 30 - 32

4

ESTUDO DA QUÍMICA E SUA HISTÓRIA NO ENSINO

FUNDAMENTAL

1. INTRODUÇÃO

Trabalhar e conscientizar os educandos sobre a importância de se

conhecer a história de uma ciência como a química desde as séries iniciais é um

desafio muito importante, visto que nossos alunos estão vivenciando somente uma

parte bastante superficial da disciplina pelo pequeno espaço de tempo que entram

em contato, que geralmente é de um semestre.

Uma das principais causas seria a formação deficiente de professores de

ciências que tem dificuldades em inserir a química entre os diversos conteúdos a

serem trabalhados. O professor da disciplina de ciências deve entrar no desafio de

criar situações de ensino – aprendizagem de maneira que leve seus alunos já a

partir das séries iniciais do ensino fundamental se inserir a química através de sua

história e consequente evolução ao longo do tempo. Dando assim oportunidade aos

educandos de construírem uma postura critica e participativa que os arremeta ao

mundo das ciências químicas desde o seu inicio que seria a partir da descoberta do

fogo pelo homem, até os dias atuais onde praticamente tudo que nos cerca é

constituído por elementos e substancias químicas.

O maior objetivo hoje do professor, não deve ser o de perceber o quanto

o aluno sabe, mas sim o de garantir a aprendizagem de todos. Só assim é possível

caminhar no sentido de extinguir o fracasso escolar e em consequência da

educação como um todo. (VASCONCELLOS,2006, p,60)

Diante dessa realidade surge então a necessidade de se refletir sobre a

prática pedagógica que os professores adotam, pois tem sido um desafio complicado

a cada dia que passa conseguir prender a atenção e manter o interesse dos alunos

dentro da sala de aula.

Como nos diz Coll (1990):

“Para sentir interesse, deve-se saber o que se pretende e sentir que isso preenche alguma necessidade (de saber, de realizar, de informar-se, de aprofundar). Naturalmente, se um aluno não conhece o propósito de uma tarefa e não pode relacionar esses propósito à compreensão daquilo que implica a tarefa e às suas próprias necessidades, muito dificilmente poderá realizar aquilo que o estudo envolve em profundidade”. ( In. COLL, 2003, p.35)

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A maior dificuldade hoje encontrada nas escolas tem sido a de romper o

vinculo estabelecido pelos alunos entre a realização de atividades e atribuição de

notas, pois se encontram fortemente condicionadas pela avaliação classificatória,

toda avaliação com objetivo classificatório é algo em permanente tensão, já que a

relação de poder entre quem avalia e quem é avaliado é estabelecida de forma

unilateral, pois tem assim como pressuposto, alguém que ensina e detém o

conhecimento e o outro aquele que esta sendo ensinado e não possui o

conhecimento. (SILVA E MORADILLO, 2002, p, 4.)

O professor deve estar sempre atento em evidenciar a importância de se

planejar o trabalho e criar caminhos, isto é levantar hipóteses que agucem a

curiosidade do aluno, que através de experimentos e tarefas dadas ao longo de um

tempo, incentivem suas possíveis buscas de soluções. Nunca se deve prever ou

“negociar” acertos ou ainda estimular a aprendizagem através de pressão, quando

aproxima o momento das provas que serão aplicadas depois de certos períodos de

tempo que nem sempre são para medir a aprendizagem e o que se ensinou.

(SACRISTÁN E GOMEZ, 2000, p, 35.)

Os princípios metodológicos e técnicos da Química se assemelham

àqueles que fundamentam todas as disciplinas de estudo da natureza, sendo que os

principais deles dizem respeito à importância da experimentação, ao raciocínio

dedutivo e à necessidade de comprovação empírica das hipóteses, com isso é

primordial que o professor identifique os recursos didáticos que podem ser utilizados

para que o ensino-aprendizagem aconteça de fato garantindo a formação integral do

sujeito pela mediação, experimentação e resolução de problemas, buscando utilizar

uma pedagogia onde a avaliação-experimentação terá como meta a superação das

dificuldades encontradas dentro do ambiente escolar.

Novamente cito Coll (1990)

“...quando o aluno enfrenta um novo conteúdo a ser aprendido, sempre o

faz armado com uma série de conceitos, concepções, representações e

conhecimentos adquiridos no decorrer de experiências anteriores, que

utiliza como instrumentos de leitura e interpretação e que determinam em

boa parte as informações que selecionará, como as organizará e que tipo

de relações estabelecerá entre elas.” (In.COLL, 2003, p.61)

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A partir de informações e questionamentos verificamos que os alunos

ingressaram formalmente no mundo das Ciências já a partir das séries iniciais, onde

eles se mostram curiosos em saber como é e como funcionam as coisas no

ambiente em que vivem, e isso reforça sua capacidade e autoconfiança no processo

de aprendizagem.

Como comenta Palacios (1988, p.15) em SACRISTÁN e GÓMEZ:

“a educação é para ele uma forma de diálogo, uma extensão do diálogo em que se aprende a construir conceitualmente o mundo com a ajuda, o guia e o apoio do adulto” (In. SACRISTÁN e GÓMEZ, 2000, p. 57)

Portanto seria o momento de levar estes alunos a dar os primeiros

passos no ensino da química, os instigando a perceber de que é constituído tudo o

que faz parte do seu meio ambiente.

No livro “Compreender e Transformar o Ensino” os autores nos trás uma

descrição do que vem a ser “Conhecimento”:

“O conhecimento não é nunca uma mera cópia figurativa do real, é uma elaboração subjetiva que se desemboca na aquisição de representações organizadas do real e na formação de instrumentos formais de conhecimento. O conteúdo e a forma é uma decisiva distinção psicológica para as formulações normativas da didática”. (SACRISTÁN e GÓMEZ, 2000, p.35)

ALQUIMIA

A tentativa atribuída aos alquimistas de transformar metais comuns em

ouro deu início a importantes descobertas na área da Química ultrapassando em

muito os limites da pesquisa individual ou artesanal, própria dos estágios iniciais e

transformou-a numa ferramenta de valor excepcional tanto nas áreas científicas

como industriais da civilização atual, bem como da realidade brasileira.

A História define como data provável do surgimento da Alquimia o

período entre 300 a 1400 d.C. Os Alquimistas eram homens que dominavam a

metalurgia. Segundo alguns historiadores teriam surgido no Egito Antigo e sua

invenção atribuída a Hermes Trimegisto, inventor de todas as artes.

VANIN cita que

Seus praticantes os chamados alquimistas, eram homens que, em geral, tinham o domínio das técnicas de metalurgia. Sabiam obter diferentes metais de seus minérios e coloca-los na forma final de utilização. O importante é que desenvolviam trabalhos em laboratórios, executando experiências e acumulando observações.(2005, p.21)

7

Figura 1-. Figura de Hermes Trimegisto

Fonte: Domínio Público

Muitos povos praticaram a Alquimia. Em alguns países foi protegida e

estimulada, no entanto em outros foi reprimida e perseguida. (MENEZES

www.coladaweb.com/quimica/quimica-geral/historia-da-quimica, 2010)

A etimologia da palavra Alquimia é incerta, porém acredita-se que derive

do árabe al kimiya, cujo significado é: arte mágica da Terra Negra. Referência ao

norte do Egito e ao Delta do Nilo. Os egípcios eram peritos em metais e acreditavam

nos poderes mágicos de determinadas ligas metálicas. (ALFONSO-GODFARB,

2005)

Foi um estudo que mesclou razão com intuição e misticismo para tentar

explicar as transformações da matéria. Basil Valentine, alquimista e monge

beneditino, descreveu a alquimia como a investigação dos processos naturais com

os quais Deus encobriu as coisas eternas, sua principal meta é transformar metais

“vis” em ouro.

Tudo teve início na antiga teoria de Aristóteles de que tudo é formado por

quatro elementos básicos: terra, água, fogo e ar. Em diferentes proporções, sim,

mas apenas pelos quatro. (VANIN, 2005)

Os Alquimistas deduziram então que ajustando as tais proporções uma

barra de chumbo poderia transformar-se numa bela barra de ouro. Sua busca

8

constante era pela “Pedra Filosofal”, substância que misturada aos metais provocava

a esperada transmutação. Segundo o alquimista Jacob Boehme a Pedra Filosofal é

o espírito de Cristo que impregna a alma individual. (ALFONSO-GODFARB, 2005)

Figura 2 - Alquimia Transmutação

Fonte: http://www.brasilescola.com/quimica/alquimia.htm

Muitos estudiosos dizem que tal ideia é muito simples para a verdadeira

busca dos Alquimistas. Haveria outro objetivo por trás de tal conceito.

Provavelmente a busca da purificação espiritual. (GADOTTI, 1993)

A intenção era o encontro do puro, no perfeito. Quem sabe a tal “Pedra

Filosofal” fosse o caminho para a autopurificação, encontro da perfeição espiritual e

consequente imortalidade. Há diversos textos que mencionam o sonho da

imortalidade por parte desses homens. Isaac Newton foi um estudioso da Alquimia.

James Price foi o último alquimista a tentar provar sua descoberta da

Pedra Filosofal, em 1783, no entanto após o fracasso de tal experimento ingeriu

ácido prússico diante de seus colegas e morreu. (ALVES,

http://www.brasilescola.com/quimica/alquimia.htm, 2009 )

Mas eles foram mais importantes do que se imagina. Aperfeiçoaram

processos químicos, tornaram conhecidas substâncias até então desconhecidas,

contribuíram para o desenvolvimento de alguns remédios, entre outros.

Incrível a associação que homem faz da pureza ao ouro, metal tão

apreciado até nossos dias e que não teve substitutos, apesar de toda a evolução

tecnologia e espiritual do ser humano. (GADOTTI, 1993)

9

1.1. ATIVIDADES

Objetivo

Identificar as contribuições da alquimia para a química atual;

Relacionar a evolução da Ciência Química com a evolução da sociedade;

Relacionar a evolução da ciência com a disciplina História.

Aula 1:

Dividir a turma em grupos de três a quatro alunos,em seguida fazer uma

explanação sobre o que vem a ser alquimia ,é provável que os alunos relacionem o

termo com contos que eles viram na televisão ou leram em livros. Em seguida, leve

os alunos para a biblioteca da escola na qual já foram previamente organizados os

materiais (livros ) para serem pesquisados sobre o assunto proposto que é a

alquimia ,após a pesquisa para sistematizar a atividade, eles deverão escrever um

texto falando sobre a Alquimia. Deverá ser um texto por grupo constando as

respostas das seguintes questões:

1 – O que é alquimia?

2 – Quais os objetivos fundamentais da Alquimia?

3 – É possível transformar qualquer metal em ouro?

4 – Qual seria as maiores contribuições da Alquimia para a Química

Moderna, principalmente na atualidade?

Essa atividade também poderá ser feita no laboratório de informática da

escola, divididos em equipes, pois a escola possui vinte computadores com acesso a

rede de informação (INTERNET), sendo que neste caso, os alunos poderão

pesquisar no site a seguir: http://www.exatas.com/quimica/historia.html e após

pesquisar analisar as respostas dadas as questões formuladas acima reformulando-

as ou simplesmente completando-as.

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Figura 3 – Alquimista

Fonte: http://www.ribeiraopretoonline.com.br/img/image/Alquimia.jpg. Acessados em 10 de junho de 2011

5)- Analise e descreva os principais elementos presentes na imagem acima e

escreva em seu caderno o que mais chamou sua atenção.O laboratório

retratado na figura condiz com o conceito que se tem hoje de um laboratório

científico?

Aula 2:

Após a atividade anterior, informe aos alunos que eles assistirão a um

vídeo sobre o início da química. Para isso reproduza o vídeo em uma televisão ou

com o auxílio de data show:

Vídeo: Tudo se transforma - Reações químicas - Os primórdios

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=HLAxYoLDO7E

Este vídeo fala sobre a utilização do fogo pela humanidade e das

transformações químicas e físicas que foram utilizadas para a evolução da

humanidade. Peça para que os alunos observem como a transformação foi utilizada

para o desenvolvimento do homem.

Explique que o vídeo esta direcionando para o tema da aula, ou seja,

para a evolução da Ciência Química.

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Orientar para que os alunos anotem os tipos de homens que aparecem no

vídeo (homem coletor, homem agrícola, etc.) esse assunto será debatido pelo

professor de História parceiro na sua escola.

Para facilitar a compreensão do vídeo os alunos deverão responder as

questões abaixo:

1 – Como o fogo influenciou na história da humanidade?

2 – O que é transformação?

3 – A curiosidade do homem influenciou no seu desenvolvimento?

Justifique a sua resposta.

Depois que os alunos responderem as questões propostas, peça que

relatem o que de fato o vídeo apresentou de novidade, fazendo um debate oral com

toda a turma.

Aula 3:

Com o auxílio da pesquisa feita na biblioteca e do vídeo, os alunos

deverão ilustrar a evolução da Química através de desenhos. Para isso, os alunos

deverão utilizar cartolinas. Cada grupo deverá apresentar o seu desenho para os

demais alunos.

Aula 4:

Leve os alunos para o laboratório de informática da escola. Em seguida,

informe aos alunos que foi criado um blog. Cada grupo deverá organizar as

informações coletadas ao longo das aulas e colocar, isto é postar no referido blog.

Atividade extra classe (Tarefa)

Como atividade para casa, proponha aos alunos que eles comentem os

vídeos e as fotos dos outros grupos. Posteriormente o professor deverá ler os

comentários de cada aluno e utilizá-los para a avaliação.

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Aula 5:

Para saber como criar o blog clique nos links abaixo:

http://www.stella-science.eu/mini_units/index.php?miniunit=blog

http://www.criarumblog.com/pt/criar-um-blog-gratis/criar-blog-gratis.htm

Deve-se orientar os alunos ao longo dessa aula, de modo que cada grupo

possa postar as suas ideias. Utilize este blog, para as suas aulas futuras, de modo

que o conteúdo de outras aulas poderá ser colocado no blog. Divulgue o blog por

toda a escola.

Recursos Complementares

PARA SABER MAIS: Artigo da Revista Química Nova na Escola

disponível: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc01/resenha1.pdf. Fonte de pesquisa

para aprofundamento sobre o tema.

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2. UM RESUMO DA HISTÓRIA DA QUÍMICA

A química é um dos ramos da ciência que o mundo inteiro tenta

compreender tendo como estudo a Natureza, isto é procuram formulas para poder

explicá-la e controlá-la. Esse estudo trata de todos os elementos e produtos

químicos que fazem parte do mundo a nossa volta, buscando sempre um modo

eficiente para que através de tentativas de sucesso e fracassos se chegue a

respostas tratando igualmente das transformações que neles se verificam, ajudando

a compreender a natureza e a usar os seus benefícios. (ARAGÃO, 2008)

A origem da química é muito antiga, depois da descoberta do fogo há

cerca de 460.000 anos na Ásia e em torno de 420.000 anos na Europa, o homem

começou a observar os seus efeitos em vários materiais, e uma das primeiras

atividades humanas relacionada com a química foi à culinária e logo após vieram

outras como a fabricação de tintas e remédios extraídos de vegetais, venenos, etc.

A química como ciência surgiu na Alexandria no inicio da Era Cristã, obras

gregas de química foram traduzidas para o egípcio contendo descrições e

ilustrações de experiências, aparelhos usados e procedimentos. Primeiramente

foram descritos em papiros os processos para imitação dos metais preciosos (ouro e

prata) depois conseguiram alterar a cor do chumbo e do mercúrio através de um

agente de transformação chamado pelos árabes de elixir e pelos alquimistas

europeus de pedra filosofal. (VANIN, 2005)

A palavra alquimista deriva do árabe al-khimia que é o nome dado a

química na idade média , e se baseava na ideia de que todos os metais evoluem até

virarem ouro . Os alquimistas tentavam acelerar este processo em laboratório, por

meio de experimentos com fogo, ar, água e terra (os quatro elementos),

empenhados principalmente na descoberta de uma ”pedra filosofal” capaz de

transformar tudo em ouro. Procuravam descobrir também o “elixir da longa vida” que

seria um medicamento com a propriedade de tornar o homem imortal.

Apesar de suas loucas tentativas, os alquimistas muito contribuíram para

a química. Existiram na China, na Índia, na Europa, mas foram os alquimistas árabes

que mais contribuíram com a química que existe hoje eles tinham o domínio dos

processos químicos da destilação, da filtração, e da sublimação e conheciam

também o processo de fabricação dos aparelhos de laboratório necessários a esses

procedimentos. (VANIN, 2005)

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No passado se utilizava os materiais existentes na natureza, mas com o

desenvolvimento da química as matérias primas passaram a ser transformadas

dando origem a outros materiais. Aprendeu-se a produzir o vidro, a fermentar o

sumo de frutas para obter o álcool, a usar fibras de linho, lã, e algodão para fabricar

tecidos, etc. (ARAGÃO, 2008)

Conhecer a história da química constitui-se um fator fundamental para a

contextualização do conhecimento produzido por esta ciência, bem como para a

evolução desse conhecimento. Assim como em outras áreas da atuação humana,

nas ciências parece existir na mentalidade dos nossos estudantes e na sociedade

em geral, a sensação de que os grandes feitos não estão destinados para nós

brasileiros, uma vez que os grandes nomes da ciência são sempre invariavelmente ,

estrangeiros.(FARIAS. 2010)

Existiu um brasileiro José Bonifácio de Andrada e Silva que trabalhou nos

laboratórios de química de Berzelius em Estocolmo, auxiliando na descoberta de

alguns elementos químicos da tabela periódica como o lítio extraído de alguns

minerais. José Bonifácio foi o único brasileiro a figurar na história da descoberta dos

elementos químicos. (SILVA. 2010)

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2.1. ATIVIDADES

Aula 6

1)- Assistir ao vídeo do youtube sobre a historia e evolução da química ,e logo após

resolver as atividades propostas (tempo: 50 minutos)

http://www.youtube.com/watch?v=IzYHQi2Oa6c&feature=related Elementos e

Substancias Químicas.

1.1)-Resolver as questões preenchendo a cruzada abaixo

4-

1-

2-

3-

5-

6-

7-

8-

QUESTÕES:

1. O que é uma mistura de vários gases, vapor de água e partículas sólidas ?

2. Conhecido como o Pai da Química Moderna :

3. H2 O representa quimicamente, definindo a :

4. Que elemento natural constitui a fórmula H2 O ?

5. Elemento:________________ Definição: Matéria essencial para a biosfera.

Definição científica: Solo, crosta terrestre.

6. Protege contra o frio. Na culinária, torna os alimentos mais saborosos e

saudáveis, pois elimina muitas bactérias. Definição científica: Entidade

gasosa emissora de radiação e decorrente da combustão.

7. O químico Mendeleev foi o autor da Primeira

________________________________ dos Elementos Quimicos .

8. Os ____________________________________, Água, Terra, Fogo e Ar,

juntos regem o planeta e são essenciais à vida humana!

2.2)- Em pequenos grupos, duplas, distribuir cartolinas para que juntos através de

desenhos elaborem uma história em quadrinhos sobre as várias etapas da evolução

da Química iniciando com a Alquímica . O resultado do trabalho será exposto no

mural da Escola compartilhando a aprendizagem.

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Aula 7

3)- Assistir a um vídeo sobre os Alquimistas clicando abaixo no endereço eletrônico,

após assistir, os alunos deverão participar das atividades propostas.

http://www.youtube.com/watch?v=Oa24dvBO3uA&feature=related Alquimistas

a) Utilizando a TV PENDRIVE transmitir o vídeo, em na sala de aula, para que

assistam (Alquimistas).

b) Realizar uma roda de discussão sobre a origem e evolução da química no

mundo, pedindo para que cada um faça anotações de suas conclusões. )

c) Distribuir o texto “Um resumo da história da Química” aos alunos em equipes

de quatro elementos, pedir que o leiam.

d) Destacar as palavras, do vídeo e do texto, que encontrou dificuldades em

compreender, pesquisando no dicionário o seu significado.

e) Responder ainda em equipe: Qual é a ideia principal apresentada no vídeo

sobre o assunto? Anotar em uma folha separada para ser apresentado as

demais equipes. (essas anotações deverão ser recolhidas e posteriormente

avaliadas)

3. A HISTÓRIA DA QUÍMICA NO BRASIL

Estudos realizados por arqueólogos no estado do Piauí registra a

presença de agrupamentos humanos no Brasil a 60.000 anos atrás, baseada entre

outros na datação por carbono 14 efetuada em inúmeros objetos encontrados.

Concluíram que há 32.000 anos os primeiros habitantes do Brasil já aplicavam

pigmentos sobre as paredes de seus abrigos (geralmente cavernas), foi encontrada

no Piauí uma pintura rupestre feita com tinta vermelha, com cerca de 17.000 anos,

não deixando dúvidas quanto ao fato de que os nossos ancestrais sabiam produzir

pigmentos, e a este uso primitivo e intuitivo de conhecimentos químicos no período

pré-histórico deu-se o nome de protoquímica. (GUIDON, 2000)

FARIAS cita que:

Já na carta de Pero Vaz de Caminha, que, até onde se sabe, é o primeiro documento a mencionar e descrever nosso país, faz-se referencia a um dos mais comuns de compostos químicos pelos nativos em nosso país: a pintura com tinta vermelha extraída das sementes do urucu (Bixa orellan). O nome urucu (ou urucum) vem do tupi „uru-ku” (vermelho). (2010, p. 23)

Para outros autores, como CARRARA E MEIRELLES E RHEINBOLDT, a

atividade extrativa, nos primeiros anos do descobrimento, era quase exclusivamente

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de pau–brasil, seguida da implantação do cultivo da cana em virtude da formação

dos engenhos de açúcar. Esse empreendimento açucareiro seria a primeira

organização manufatureira do Brasil, pois constituía uma atividade com divisão de

trabalho, linha de produção, organização disciplinar do trabalho, voltado à

exportação e com a participação do capital no processo de produção. Os engenhos

açucareiros tinham dupla finalidade: uma seria a exportação do açúcar, e a outra, a

colonização do Brasil, assegurando a posse da colônia pela ocupação do espaço

físico. (ARAGÃO, 2005)

Contudo, a Coroa permitia certa liberdade comercial. Assim, na colônia os

donatários das capitanias tinham a autorização para a instalação de engenhos, para

a exploração das marinhas de sal e para a comercialização de qualquer gênero com

outros países, além de Portugal, sem o pagamento de qualquer tributo para a Coroa.

Porém, esse cenário de liberdade comercial passa a sofrer restrições

devido à posição de Portugal no cenário internacional. Por volta de 1580–1640,

Portugal estava sob o julgo da Coroa espanhola. Vencido esse período, Portugal

permitiu a reabertura dos portos da colônia ao comércio externo, embora limitasse

os fluxos de comércio desta com outros países, situação que vigorou até 1808.

É importante ressaltar que, além da produção do açúcar, existiam na

colônia outras atividades manufatureiras, como a produção de aguardente

associada à cadeia açucareira. Havia, não obstante engenhos em que a produção

de açúcar era pequena em relação à produção de aguardente. Outros produtos da

indústria nacional eram: o sabão; os medicamentos indígenas, devido à distância

entre o Brasil e Portugal; o óxido de cal, usado como pintura de construções; o

salitre, usado na composição da pólvora; o ferro; o ouro surgido em meados do

século XVIII; o de azeite de baleia e a cultura do algodão.

CARRARA E MEIRELLES nos mostram que houve um início de

desenvolvimento industrial por volta de 1700, com uma diversidade de gêneros de

fábricas, as quais foram reprimidas pela Coroa portuguesa. Essa situação só foi

modificada em 1808, como citado anteriormente, devido à chegada de d. João VI ao

Brasil. Nesse período, havia apenas algumas atividades ligadas à área química.

Com efeito, a implantação de indústrias básicas ao país seria adiada em mais de um

século.

Para RHEINBOLDT, a história da química no Brasil inicia-se com a vinda

da Coroa portuguesa para o Brasil. D. João VI fomentou uma série de instituições

18

educacionais, como as escolas superiores profissionais, as instituições técnicas, as

instituições culturais, para suprir as necessidades imediatas e explorar o potencial do

país.

Segundo ainda CARRARA E MEIRELLES, na área de química foram

criados: uma cadeira de química na Real Academia Militar, no Rio de Janeiro; o

Laboratório Químico Prático, em 1812; o Laboratório Químico do Conde da Barca,

em 1813, onde se ministravam cursos de farmácia e química; o Laboratório Químico

do Museu Nacional, que, criado em 1824, se tornou um gabinete de mineralogia, e

seus diretores eram mais naturalistas do que químicos.

Somadas a essas instituições, criaram-se ainda, em 1817: a Academia

Médico–Cirúrgica, na Bahia; em 1809, a Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do

Rio de Janeiro (em 1813, essa escola passou a se denominar Academia Médico–

Cirúrgica do Rio de Janeiro, na qual existia a cadeira de química–farmacêutica). Em

1838, a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro foi autorizada a comprar um

laboratório de química. Em 1832, foi fundada a Sociedade Filomática de Química,

em Salvador, que possuía um laboratório com um curso de química. E em 1839, foi

fundada a Escola de Farmácia de Ouro Preto, em Minas Gerais, a primeira escola no

país a contribuir para o aprimoramento técnico do profissional de farmácia.

RHEINBOLDT relata que, em 1808, fundou-se na Bahia a Escola de

Cirurgia no Hospital Militar, pela iniciativa do doutor José Correia Picanço, o qual

elaborou o plano de regime escolar de quatro anos, o primeiro regulamento de

ensino profissional superior no Brasil.

No período de vigência das diversas instituições de ensino médico, houve

inúmeras reformas e contra–reformas. Porém, para ele só algumas são

significativas, como a reforma de 1832, decretada na segunda regência, que

renomeou as academias médico–cirúrgicas como escolas ou faculdades de

medicina, e que aumentou o curso para seis anos, inserindo nas matérias do curso

médico a química médica e princípios de mineralogia e farmácia. Na reforma de

1854, a principal mudança foi a instalação de um laboratório de química para os

trabalhos práticos. Na reforma de 1884, o destaque foi a permissão para a fundação

de faculdades livres, que incentivariam o ensino prático, prevendo laboratórios de

farmácia e de química mineral e orgânica.

19

O surgimento de laboratórios de pesquisa, no final do século XIX

consolidou a química durante o Império. A química era ministrada nos cursos de

medicina, farmácia e engenharia.

No final do Império, os segmentos que necessitavam de produtos

químicos eram: a indústria têxtil, o setor de couro, a indústria de explosivos, a

indústria de fósforo, o setor de iluminação, a indústria farmacêutica, o setor extrativo

de produtos químicos, a siderurgia, a produção de papel e vidro, o cimento, a

indústria de sabão e de vela; a produção de adubos e de inseticida; o segmento de

fermentação; a produção de síntese de produtos inorgânicos; as primeiras sínteses

orgânicas industriais; e a indústria de química básica.

A primeira fábrica de vidros no Brasil só entrou em operação em 1814.

Quando iniciou suas atividades, foi denominada Real Fábrica de Vidros, e estava

localizada na Bahia. Mas a opinião da sociedade baiana sobre a qual idade do vidro

fabricado era desfavorável. Na década de 1820, foram instaladas outras fábricas de

vidro, uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro, e há divergência quanto à

qualidade do vidro produzido nessas fábricas. (FARIAS, 2010)

Outra nascente indústria no Império era a de papel. O primeiro registro de

intenção de fabrico do produto data de maio de 1809, mas não vingou. Em meados

de 1820, havia uma fábrica de papel que usava como uma das matérias–primas o

subproduto da indústria têxtil: o trapo, obtido no processo de estamparia da indústria

têxtil, a qual era anexa à produção de papel e fora fundada em 1813. O papel

produzido por esse processo não era de boa qualidade. Algumas outras fábricas de

papel surgiram no Rio de Janeiro e em outras províncias do Império.

Com relação às fábricas de pólvora, ante a chegada de d. João VI e sua

numerosa comitiva, dois atos foram promulgados para aumentar a produção de

pólvora. O governo não conseguia estabelecer o monopólio da pólvora como queria

crescia então o fabrico de pólvora clandestina. O contrabando aumentava dia após

dia. As fábricas reais, uma no Rio de Janeiro e outra em Minas Gerais, só deteve o

monopólio após a promulgação de diversos decretos reais, tais como os que

ordenavam a proibição de comercialização, o incentivo às fábricas reais e o aumento

de impostos.

VANIN nos aponta que não só no Brasil isso ocorria como também nos

Estados Unidos, com Du PONT, discípulo de Lavoisier.

20

A má qualidade e o alto preço da pólvora norte-americana lhe permitiram montar um rendoso negócio. Assim, em 1802, construiu uma fábrica de pólvora em Wilmington, no Estado de Delawere. É preciso notar que, naquela época, eram usadas quantidades significativas do explosivo para fins de mineração. (2010, p.42)

A produção de salitre no Brasil era incipiente, apesar dos esforços e dos

incentivos da Coroa portuguesa para impedir o desvio de salitre pelas fábricas

clandestinas, que o subtraíam das minas para seu próprio consumo, e para subtrair

a exploração pelos autênticos proprietários das minas. Essas duas condições

prejudicaram, principalmente a fábrica de Minas Gerais, e o governo concentrou

então seus esforços na fábrica do Rio de janeiro. (ARRUDA, 2007)

No que se refere às fábricas de sabão e de vela, utilizavam-se técnicas

rudimentares desenvolvidas no interior dos engenhos de cana-de-açúcar, e nas

fazendas, para uso exclusivo nesses locais. Entretanto, a primeira tentativa de

fabricar sabão para comercialização, utilizando esses métodos, se deu por volta de

1821, no Rio de Janeiro. A partir daí surgiram fábricas de sabão e de vela em outras

províncias. Com relação às velas, esse empreendimento obteve um enorme

crescimento, em resultado da troca da cera animal pelo sebo como matéria-prima.

Posteriormente, em 1837, iniciou-se o emprego de estearina, uma técnica mais

moderna. Em 1844, havia no país pelo menos dezesseis fábricas de sabão,

inúmeras de vela de sebo e pelo menos uma de vela de estearina, sem contar a

produção artesanal de sabão a partir das cinzas.

Com a vinda da Corte portuguesa para o Brasil, chegaram os novos

conceitos de medicina praticados na Europa. Porém, o Brasil já possuía

conhecimentos seculares de drogas nativas, como visto anteriormente. Mesmo

assim, a medicina europeia começou a se difundir. Medidas foram tomadas contra o

charlatanismo, como o restabelecimento do cirurgião-mor e do físico–mor, por meio

de decreto. Essas medidas foram necessárias por causa da comercialização

indiscriminada e predatória de drogas e remédios, que se alastravam por falta de

informação e educação da população. (FARIAS, 2010)

A atividade da indústria farmacêutica, nesse período, era exercida quase

que exclusivamente nas boticas. A produção das primeiras especialidades

farmacêuticas ocorreu por volta de 1830, período considerada o marco inicial do

desenvolvimento da indústria farmacêutica brasileira.

21

Outros produtos da indústria química no período eram as matérias

corantes, obtidas por extrativismo e o açúcar, que advindo do mesmo processo

colonial, era porém extraído de variedades distintas de cana-de-açúcar, o que

resultou num melhor rendimento, creditados também a mais uns poucos

aperfeiçoamentos técnicos. Com efeito, a principal inovação técnica foi o uso do

vapor como força motriz. O vapor foi inicialmente utilizado nos engenhos baianos em

1815, e depois em outras províncias. Mas somente em 1830 começaram a surgir as

primeiras refinarias de açúcar. (VANIN, 2005)

Outro produto da indústria química era a obtenção da borracha. Os

primeiros artigos com o material datam de 1799. Essa indústria obteve um

crescimento vertiginoso e passou logo em seguida a minguar, até alcançar a

segunda metade do século XIX, quando voltou a crescer devido à descoberta do

processo de vulcanização da borracha, por Goodyear, em 1841.

Sabemos pelo exposto anteriormente, que as ciências de um modo geral

eram praticadas no Império, ainda que de forma restrita, e acompanhamos também

o surgimento de alguns setores industriais químicos. Mas como foi o processo de

industrialização no país? Para responder a essa pergunta, tomaremos como

exemplo a implantação da sua indústria mais importante: a têxtil.

A implantação da indústria têxtil demandava diversos produtos químicos e

requeria a instalação de outros segmentos industriais os quais, porém, se

ressentiam do desestímulo proveniente da falta de vontade política para com o

desenvolvimento industrial. Além disso, a falta de mão-de-obra (toda concentrada

nos latifúndios), a falta de inovação de técnicas, o pequeno mercado interno, a

ausência de infra–estrutura para a redução de custos e para o barateamento do

transporte de mercadorias, a oposição da classe dominante (formada pelo setor

agrário exportador), a pequena e frágil classe dos industriais (formada na sua grande

maioria de portugueses que deixaram seus empreendimentos em Portugal, devido à

fuga motivada pela invasão napoleônica), as ideias liberais de comércio, a

inexistência de uma política de proteção industrial, a política cambial flutuante e,

enfim, a concorrência com as indústrias de outros países inibiam qualquer

investimento no setor.(ARRUDA, 2007)

22

3.1. ATIVIDADES

Aula 8

1)- Imprimir o texto acima e solicitar aos alunos que individualmente leiam o texto (A

História da Química no Brasil ) e após a leitura façam uma discussão sobre a origem

e evolução da química no país.

a) Com base no texto elaborar uma linha do tempo contendo os principais avanços

ocorridos na Química no Brasil.(essa linha do tempo será parte da avaliação do

conhecimento adiquirido)

b)- Montar um pequeno glossário com as palavras do texto que encontrou

dificuldades e após pesquisar, registrar o seu significado.

c)- Dividir os alunos em pequenos grupos para que juntos através de desenhos

elaborem uma história em quadrinhos sobre as várias etapas da evolução da

Química no Brasil, tendo como base a linha do tempo criada. O resultado do trabalho

será exposto no mural da Escola compartilhando a aprendizagem.

4. A QUÍMICA PRATICADA PELOS INDIOS

Todas as atividades químicas realizadas no Brasil na época de seu

descobrimento foram praticadas pelos nativos da terra (índios) com a produção de

medicamentos a partir das mais variadas espécies vegetais. O corante extraído da

árvore pau-brasil quando exposto ao ar oxida-se dando origem a brazileína que foi

muito utilizado para o tingimento de tecidos e na produção de tinta para a escrita.

Os índios extraiam a seiva do jenipapo que uma vez em contato com

proteínas presentes na pele, resulta numa coloração preta que se conserva na pele

por aproximadamente nove dias mesmo que a pessoa se lave muito. Utilizavam a

pimenta como arma química que ao ser queimado em uma fogueira produzia o ”gás

de pimenta” com a função de afugentar seus inimigos. Portanto o moderno gás de

pimenta utilizado pela policia, teve nossos índios como seus precursores.

23

Com relação ao jenipapo STADEN nos fala

Por exemplo, existe uma árvore que os selvagens chamam de jenipapo-ivá, cujas frutas são semelhantes às nossas maçãs. Os selvagens mascam essa fruta, espremem o suco em um pote e pintam-se com ele. Na primeira esfregada, o suco é como água, depois de um instante, a pele fica tingida de preto. Essa cor se conserva por aproximadamente nove dias, depois desaparece, contudo não antes disso, ainda que a pessoa se lave muito. (apud FARIAS, 2010, p. 25)

A produção de rapés e bebidas alucinógenas, a desidratação e

defumação da carne como forma de conservá-la; também fazia parte do

conhecimento químico prático dos nossos índios.

Alguns estudiosos consideram a natureza de determinados

conhecimentos dos povos indígenas brasileiros como o testemunho de atividades

que hoje denominamos processos químicos. Exemplo desse conhecimento indígena

é a extração do corante urucum, para tinturas de corpo. A química aqui se concentra

no fato de que do urucum, extraem-se dois corantes denominados modernamente

de orelina e bixina. O primeiro componente é solúvel em água, o segundo, em

gorduras, produzindo ambos a cor vermelha. Outro corante é a seiva do jenipapo

que quando em contato com a pele, produz a cor preta ou azul escura.

Outros exemplos da química no Brasil colonial são: as plantas

medicamentosas; as plantas para o uso bélico, tal qual o curare utilizado nas pontas

das flechas como veneno; a pimenta utilizada como arma química; o pau-brasil, para

extração de corante utilizado em tingimento de tecidos; a técnica da produção de

bebida fermentada a partir da mandioca; a técnica da conversão da carne de peixe

em farinha; a produção de farinha de mandioca; a produção de algodão para as

redes e outros usos.

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4.1. Atividades

Aula 9

1- Encontre no caça-palavra abaixo às palavras que respondem as questões a

seguir.

P A B E R A R U C J A S

A X B R A Z I L E I N A

U Z X C V B H N M O I N

B W E T R Y I U I P X E

R Q S D F P G H J K I G

A A R X A U I D R J B Ó

S S E P A R A C F N A N

I A O F G U Y W U V N I

L F M A X C M T E A I C

C U R I C U R O D A L U

A U S D E M E U Z A E L

N N A T I V O T E R R A

A T N E M I P S A G O A

Palavras: BRAZILEÍNA – JENIPAPO – GAS PIMENTA – ORELINA BIXINA –

CURARE - NATIVOS TERRA – ALUCINÓGENAS –

RAPÉS – URUCUM – PAU BRASIL .

1) Veneno utilizado pelos indígenas brasileiros nas pontas de suas flechas

retiradas de planta nativa do Brasil: ________________________________

2) Gás utilizado pela polícia nos dias atuais que teve os indígenas como seus

precursores: __________ de _________________________

3) Árvore nativa do Brasil de onde se retiravam tinta avermelhada para tingir

tecidos: ______________________________________

4) Corante extraído pelos indígenas para a pintura corporal é o _____________

5) Nome que recebe os corantes extraídos do URUCUM _________________ e

____________________________

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6) Seiva de que planta os indígenas brasileiros extraíam a coloração preta que

ficavam na pele por nove dias: ______________________________

7) O corante extraído da árvore pau-brasil quando exposto ao ar oxida-se dando

origem a _______________________ que foi muito utilizado para o

tingimento de tecidos e na produção de tinta para a escrita.

8) Os indígenas brasileiros também recebem outro nome que é os

_________________ da ___________________, isto é aqueles que já

estavam aqui antes da chegada do conquistador.

9) A produção de _______________ e bebidas __________________________,

a desidratação e defumação da carne como forma de conservá-la; também

fazia parte do conhecimento químico prático dos nossos índios.

5. EXPERIMENTOTECA

Neste contexto será presentada uma série de experiências que compõe a

experimentoteca da historia e evolução da Química, relacionando a teoria com a

prática. Estes experimentos vêm acompanhados dos objetivos a serem alcançados e

da relação dos materiais necessários, tempo aproximado, procedimentos a serem

seguidos durante a execução e textos que auxiliam na interpretação dos resultados.

Em cada texto existe um roteiro de atividades que valorizam a

contextualização do aluno, e uma questão problematizadora como ponto de partida

na qual devera ser elaborada antes de se iniciar a prática, permitindo assim a

reflexão e elaboração de hipóteses dos alunos por meio de discussões e registro

dos fatos que depois serão confrontados com os resultados obtidos após a

realização dos experimentos.

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5.1. Chuva de ouro

Objetivo: Demonstrar uma reação química com a formação de um precipitado.

Material/substâncias: Tubos de ensaio;

Pinça de madeira;

Lamparina;

Sol. Diluída de nitrato de chumbo (cuidado veneno);

Solução diluída de iodeto de potássio;

Procedimento: Colocar em um tubo de ensaio 2ml da solução de nitrato de chumbo e 2ml da solução de iodeto de potássio, em seguida aquecer o tubo de ensaio em uma lamparina com o auxílio de uma pinça de madeira até que o mesmo se dissolva totalmente. Esperar e observar a lenta cristalização que ficará semelhante a uma chuva de ouro.

Discussão: A reacção obtida é:

(PbNO3)2 +

2KI

2KNO3 +

PbI2 nitrato de

chumbo

iodeto de

potássio

nitrato de

potássio

iodeto de

chumbo

Como o iodeto de chumbo é insolúvel em água ocorre a formação de um precipitado amarelo (iodeto de chumbo). Após o aquecimento pode-se observar a lenta cristalização do iodeto de chumbo produzindo um efeito semelhante a uma chuva de ouro.

5.2. Sopro Mágico

Objetivo: Mostrar que o gás carbônico é liberado na respiração e que a reação entre

a água e o gás carbônico produz um ácido.

Material/substâncias: Canudos; Tubos de ensaio; Água;

Estante para tubos de ensaio;

Solução bem diluída de hidróxido de sódio;

Fenolftaleína; Azul de bromotimol;

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Procedimento: Colocar um pouco de água em um tubo de ensaio, adicionar uma

gota de hidróxido de sódio e duas gotas de fenolftaleína (ou azul de bromotimol). Em

seguida, soprar com o auxílio de um canudo e observar.

Discussão: Na respiração, expira-se mais gás carbônico do que se aspira. Na

experiência, o gás carbônico liberado no sopro reage com a água, produzindo o

ácido carbônico que é identificado pelo indicador ácido – base (fenolftaleína, azul de

bromotimol).

CO2(g)

+

H2O(l)

H2CO3(aq)

Gás carbônico

Água ácido

carbônico

5.3. Mágica do vinho

Objetivo: Identificar ácidos e bases.

Material/substâncias: Bastão de vidro; Papel de filtro; Béquer;

Erlenmeyer; Funil; 2 taças;

1 garrafa de vinho (vazia); 1 bandeja; Papel de filtro;

Comprimida lacto-purga; Ácido sulfúrico; Água

Hidróxido de amônio; Solução de hidróxido de sódio;

Procedimento:

a) Preparar a fenolftaleína: Com o auxílio do bastão de vidro, triture o comprimido

lacto-purga no béquer. Acrescente 20 ml de água e agite. Filtre o sistema,

recolhendo a solução resultante em um erlenmeyer.

b) Preparar o vinho mágico (sangue do diabo): Adicione 10 gotas de hidróxido de

amónio em 1litro de água. Em seguida, acrescente 10ml da solução do erlenmeyer

(fenolftaleína) e observe (a solução se tornará cor de vinho). Depois colocar o vinho

mágico em uma garrafa.

c) Preparar a solução de hidróxido de sódio: Colocar 20ml de água em um béquer e

adicionar três colheres de sopa de hidróxido de sódio. Mexer com um bastão de

vidro e colocar a substância em um vidro conta - gotas.

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d) Mágica: Colocar 1gota de ácido sulfúrico na 1ª taça e 2gotas da solução de

hidróxido de sódio na 2ª taça. Em seguida, adicionar um pouco do vinho mágico na

1ª taça e observar. Depois, passar o conteúdo da 1ª taça para a 2ª taça e observar.

Discussão: Ácidos e bases podem ser identificados por diferentes procedimentos. A

reação de um ácido com uma base forma água. Os indicadores ácidos - base

permitem perceber esta mudança.

Indicador Ácido Base

Fenolftaleína Incolor Rosa

Azul de bromotimol

Amarelo Azul

Hibiscos (papoula)

Vermelho Verde

Repolho Roxo Vermelho Azul

OBSERVAÇÃO - antes de se iniciar as experiências apresentar aos alunos os

materiais que serão utilizados, principalmente a vidraria, como erlenmeyer, tubos de

ensaio, e outros que foram inventados pelos alquimistas.

As três experiências poderão ser praticadas em 1 hora-aula, onde após

serem finalizadas os alunos deverão apresentar os relatórios das mesmas .

5.4. COMO OBTER CORANTES NATURAIS

Existem alguns tipos de plantas cujas partes – flores, caules, folhas,

raízes, cascas de frutos e sementes podem ser usadas para a produção de corantes

naturais. Esses corantes são utilizados para varias finalidades, com por exemplo,

fazer tintas. Inicialmente vamos extrair os pigmentos dos vegetais e depois

preparamos os pigmentos a partir deles.

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Materiais Utilizados:

Material Vegetal – pétalas de rosas vermelhas, folhas de repolho roxo, beterraba,

sementes de urucum, cenoura, cascas de cebola, de pinhão, etc.

- vários recipientes de vidro com tampa

- 1 copo de vidro

- 100 ml de álcool

- 1 socador de madeira

Para extrair pigmento de caules, flores e frutos pique as partes da planta e

coloque em um copo de vidro, juntando com um pouca de álcool, triturar bem o

material, com o socador, até obter um liquido escuro que é o extrato da planta. Se

optar pelas sementes coloque em um recipiente de vidro e cubra com álcool

deixando tampado por pelo menos 24 horas.

Transfira cada um dos extratos para vidros com tampas , descartando

todo o material sólido , etiquetar os vidros identificando qual o vegetal e a parte

escolhida . Se preferir um extrato mais concentrado deixar o vidro sem tampa , a

evaporação do liquido fará atingir a concentração desejada.

Os extratos obtidos poderão ter várias utilidades como para tintas,

indicadores de ácidos e bases, etc. Para preparar a tinta utilizar o extrato

concentrado que foi guardado no recipiente aberto , para evitar que a tinta mofe

adicione um fungicida natural como o alho batido no liquidificador (alguns dentes de

alho) extraia o sumo e coloque uma ou duas gotas no extrato .

Caso queira uma tinta mais pastosa e fácil de aderir as superfícies onde

serão aplicadas, mistura–se uma gema de ovo ao extrato, para fazer guache,

adicione talco ou carbonato de cálcio .

Foram com tintas naturais que grandes pintores da nossa história

pintaram os seus quadros.

6. AVALIAÇÃO

Avaliar a participação dos alunos ao longo das aulas. As atividades feitas

por cada um dos grupos e individualmente, bem como a realização da tarefa

proposta para casa.

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Nas histórias em quadrinhos serão avaliadas: o conteúdo, coerência e

capricho com relação aos personagens escolhidos e a clareza da mesma com

relação aos conceitos presentes no contexto.

A avaliação se dará de forma diferenciada, pois o aluno fará relatórios das

experiências realizadas, seminários com divulgação dos resultados de suas

pesquisas, apresentação de gráficos com as coletas de dados, Linha do Tempo,

enfim essa se dará constantemente, não só através de provas de verificação da

aprendizagem, como também a partir da observação do interesse e envolvimento do

aluno, e das suas produções escritas e relatórios das experiências realizadas.

O Blog será mais uma forma de avaliar como está ocorrendo a

aprendizagem, pois cada aluno ou equipe poderá alimentar o mesmo de sua casa

ou de Lan house (comunitária), sendo acompanhado e corrigido pelo professor.

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passagem do pensamento mágico-vitalista ao mecanicismo. São Paulo: Landy

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