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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS ESCOLA DE GOVERNO DO PARANÁ GERÊNCIA EXECUTIVA DA ESCOLA DE GOVERNO CURSO: ESPECIALIZAÇÃO EM FORMULAÇÃO E GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS A SAÚDE DO TRABALHADOR EM SUA APLICAÇÃO AOS SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DO PARANÁ REJANE RODRIGUES DA SILVA Cascavel DEZEMBRO - 2008

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – … · Compreender como a política de saúde do trabalhador vem sendo tratada pelo governo do Estado do Paraná, em sua aplicação

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

ESCOLA DE GOVERNO DO PARANÁ

GERÊNCIA EXECUTIVA DA ESCOLA DE GOVERNO

CURSO: ESPECIALIZAÇÃO EM FORMULAÇÃO E GESTÃO

DE POLÍTICAS PÚBLICAS

A SAÚDE DO TRABALHADOR EM SUA APLICAÇÃO AOS SERVIDORES PÚBLICOS

DO ESTADO DO PARANÁ

REJANE RODRIGUES DA SILVA

Cascavel

DEZEMBRO - 2008

REJANE RODRIGUES DA SILVA

A SAÚDE DO TRABALHADOR EM SUA APLICAÇÃO AOS SERVIDORES PÚBLICOS

DO ESTADO DO PARANÁ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como

requisito parcial para obtenção do título de

Especialista em Formulação e Gestão de Políticas

Públicas.

Orientador: Odacir Miguel Tagliapietra

Cascavel

Dezembro – 2008

REJANE RODRIGUES DA SILVA

A SAÚDE DO TRABALHADOR EM SUA APLICAÇÃO AOS SERVIDORES

PÚBLICOS DO ESTADO DO PARANÁ

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para obtenção

do título de Especialista em Formulação e Gestão de Políticas Públicas, da UNIOESTE –

Campus de Cascavel/Escola de Governo do Paraná.

Data da aprovação:

___/____/_______

Banca Examinadora:

______________________

Prof. Msc. Odacir Miguel Tagliapietra

Orientador

Universidade Estadual do Oeste do Paraná

_________________

Prof. Msc. Geysler Rogis Flor Bertolini

Universidade Estadual do Oeste do Paraná

_____________________

Prof. Msc. Selmo José Bonatto

Universidade Estadual do Oeste do Paraná

“Há que tornar a ungir os cavalos guerreiros e levar a luta até ao fim;

porque quem nunca descansa, quem com o coração e o sangue pensa em

conseguir o impossível, esse triunfa”.

(I Ching)

AGRADECIMENTOS

A Deus,

Quem a Deus tem, nada lhe falta. Só Deus basta.

(Santa Teresa de Ávila)

As minhas amigas e familiares,

As professoras Neide Tiemi Murofuse

do Colegiado de Enfermagem e

Deborah Sandra Leal Guimarães Schneider

do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas

SILVA, R.R. da. A saúde do trabalhador em sua aplicação aos servidores públicos do Estado do Paraná. 2008. 62 f. Cascavel. Monografia (Especialização em Formulação e Gestão de Políticas Públicas) - Curso de Pós-Graduação em Formulação e Gestão de Políticas Públicas, Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE.

RESUMO

Compreender como a política de saúde do trabalhador vem sendo tratada pelo governo do Estado do Paraná, em sua aplicação aos servidores públicos, deve ser uma preocupação de todos os gestores de Instituições Públicas Paranaenses. A importância desse conhecimento sobre o Plano de Saúde do Estado do Paraná está ligada à necessidade de responder aos servidores públicos estaduais nos seus anseios por melhorias no Sistema de Assistência à Saúde – SAS e às políticas institucionais de prevenção, promoção, assistência e reabilitação. Neste trabalho, foi enfocada a área de saúde do trabalhador e propõe-se um novo modelo de ação que deveria ser incorporado pelo SAS, para deixar de ser somente um sistema com ações de assistência clínica e englobar as ações de prevenção de doenças, de promoção da saúde e de vigilância à saúde do trabalhador. Palavras-chave: saúde do trabalhador; servidor público; sistema de assistência à saúde - SAS.

SILVA, R. R. The health of the worker in their appication to public servants of the state of Paraná. 2008. 62 f. Rattlesnake. Monograph. (Specialization in Formulation of Public Policy and Management) – Post-Graduate Course in Formulation of Public Policy and Management, UNIOESTE.

ABSTRACT

Understanding how the politics of health worker is being treated by the government of the state of Parana in its application to public servants should be a concern to all managers of public institutions. The importance of understanding the Health Plan of the State of Parana is closely linked to the need to give answers to public servants in their desire for improvements in the System of Healthcare - SAS and institutional policies on prevention, promotion, assistance and rehabilitation. In this work was given the focus of the health of the worker and proposed a new type of action that must incorporate the SAS to stop being just a system with shares of medical assistance, but encompass the actions of disease prevention, health promotion and monitoring the health of the worker.

Key words: Occupational health; public servants; healthcare system - SAS.

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Evolução do conceito de QVT (Qualidade de Vida no Trabalho)................... 22

Quadro 2 - Categorias conceituais de QVT. ....................................................................... 23

Quadro 3 - Resposta as questões abertas para usuários e não usuários regulares do SAS. 46

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Sexo................................................................................................................... 31

Gráfico 2 - Idade.................................................................................................................. 32

Gráfico 3 - Escolaridade (técnicos). .................................................................................... 32

Gráfico 4 - Escolaridade (docentes). ................................................................................... 33

Gráfico 5 - Cargo................................................................................................................. 33

Gráfico 6 - Tempo de trabalho na UNIOESTE. .................................................................. 34

Gráfico 7 - Turno de trabalho.............................................................................................. 34

Gráfico 8 - Utilização do sistema. ....................................................................................... 35

Gráfico 9 - Atendimento de solicitações. ............................................................................ 35

Gráfico 10 - Satisfação no atendimento. ............................................................................... 36

Gráfico 11 - Cobertura do sistema ao servidor...................................................................... 36

Gráfico 12 - Cobertura do sistema aos dependentes. ............................................................ 37

Gráfico 13 - Comunicação com o SAS. ................................................................................ 37

Gráfico 14 - Informação aos usuários. .................................................................................. 38

Gráfico 15 - Orientação ao usuário. ...................................................................................... 38

Gráfico 16 - Prazo de agendamento. ..................................................................................... 39

Gráfico 17 - Permanência do hospital como responsável pelo atendimento dos servidores. 39

Gráfico 18 - Triagem. ............................................................................................................ 40

Gráfico 19 - Localização. ...................................................................................................... 40

Gráfico 20 - Alteração de médicos. ....................................................................................... 41

Gráfico 21 - Necessidade do sistema – SAS. ........................................................................ 41

Gráfico 22 - Conhecimento do sistema. ................................................................................ 42

Gráfico 23 - Não utilização do SAS. ..................................................................................... 42

Gráfico 24 - Utilização do SAS............................................................................................. 43

Gráfico 25 - Especialidade. ................................................................................................... 43

SUMÁRIO

RESUMO .............................................................................................................................5

ABSTRACT .............................................................................................................................6

LISTA DE GRÁFICOS.............................................................................................................. 8

1 . INTRODUÇÃO .............................................................................................. 12

1.1 Tema e problema do trabalho ........................................................................... 12

1.2 Problema de Pesquisa ....................................................................................... 13

1.3 Objetivo Geral................................................................................................... 13

1.4 Objetivos Específicos........................................................................................ 13

1.5 Justificativa ....................................................................................................... 14

1.6 Metodologia ...................................................................................................... 14

1.7 Organização em Estudo.................................................................................... 16

1.7.1 Histórico ........................................................................................................... 16

1.7.2 Sistema de Saúde – SAS (Sistema de Assistência à Saúde)............................. 18

2 . REVISÃO TEÓRICA..................................................................................... 20

2.1 Qualidade de Vida no Trabalho ........................................................................ 20

2.1.1 A evolução da qualidade de vida no trabalho ................................................... 20

2.1.2 Conceito de qualidade de vida no trabalho .......................................................21

2.1.3 Gestão da qualidade de vida no trabalho .......................................................... 24

2.2 Promoção da Saúde........................................................................................... 25

2.3 O Campo Saúde do Trabalhador....................................................................... 26

2.3.1 A legislação referente à saúde do Trabalhador................................................. 29

3 . ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS .......................................... 31

3.1 Perfil dos Entrevistados .................................................................................... 31

3.2 Questionários Aplicados - Usuário Regular do SAS ........................................ 34

3.3 Questionários Aplicados - Não usuário Regular do SAS ................................. 42

3.4 Avaliação do Sistema de Saúde – SAS, pela voz de seus usuários e não

usuários. ............................................................................................................ 44

3.5 Reivindicações dos servidores .......................................................................... 45

3.6 Avaliação do Plano Estadual de Saúde 2008-2011 do Governo do Paraná...... 46

4 . PROPOSTAS PARA MELHORIAS NO PLANO DE SAÚDE DOS

SERVIDORES PÚBLICOS – SAS .................................................................. 48

4.1 Público-Alvo..................................................................................................... 51

4.2 Secretaria Responsável pela Implantação......................................................... 51

5 . CONCLUSÃO ................................................................................................ 52

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 54

APÊNDICE ...........................................................................................................................59

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIOS ....................................................................................... 60

1 . INTRODUÇÃO

1.1 Tema e problema do trabalho

A saúde do trabalhador surge no Brasil em conjunto com a proposta de uma nova

concepção de Saúde Pública apresentada no contexto do Movimento da Reforma Sanitária,

para o conjunto da sociedade brasileira e representa uma resposta institucional dada aos

diversos movimentos sociais que, entre a metade dos anos de 1970 e os anos de 1990,

reivindicavam a saúde do trabalhador como parte integrante do direito universal à saúde e não

mais apenas como ações dissociadas da atenção individual, resumidas a campanhas e

programas (BRASIL, 2005).

Desta forma, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988

contemplou o direito universal à saúde, como uma conquista dos brasileiros, estando expresso

em seu art. 196 como “[...] um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante

políticas sociais e econômicas [...]”e, em seu artigo 200, ficou estabelecido que compete ao

Sistema Único de Saúde “[...] executar as ações de saúde do trabalhador [...]”, além de “[...]

colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o trabalho [...]”

(CONSTITUIÇÃO DO BRASIL, 2002).

O Governo do Paraná disponibiliza em sua homepage o Plano Estadual de Saúde

2008-2011 que, conforme sua apresentação, representa um pacto pela saúde, define

compromissos entre os gestores do SUS em torno de prioridades e resultados, reafirma os

princípios do SUS, inscritos na Constituição de 1988, na Lei 8.080/90 que dispõe sobre as

condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o

funcionamento dos serviços correspondentes e na Lei 8142/90 que dispõe sobre a participação

da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), e sobre as transferências

intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde, reforçando o SUS como

política de Estado.

A inserção do servidor público estadual dentro desse contexto acontece dentro do

que é incorporado à população em geral, não há nenhuma referência específica e nenhuma

ação no plano que esteja voltada aos servidores públicos em termos de prevenção, reabilitação

ou promoção da saúde.

13

Aos servidores estaduais do Paraná, o governo oferece o Sistema de Assistência à

Saúde – SAS, procurando garantir cobertura assistencial médico-ambulatorial e hospitalar ao

servidor efetivo, ativo e inativo, em todo o Estado do Paraná.

Assim sendo, fundamentando-se no estudo apresentado na monografia “Proposta

de estudo para implantar Programa de Saúde Ocupacional aos servidores Públicos do Estado

do Paraná – Dicotomia com o serviço privado e as alternativas para adequação” de autoria de

Jordalino Domingos Mazzon (2007, p. 57), que afirma:

Basta que a política de saúde do trabalhador seja institucionalizada e capitalizada no âmbito da administração pública, e para que isso ocorra necessariamente os processos devem se desenvolver em duas frentes, a primeira: a redefinição do marco regulatório da saúde do trabalhador do serviço público; a segunda: o conhecimento do modus operandi do Estado, para que o mesmo possa se instrumentalizar para aplicar a política de saúde do trabalhador.

Será analisado o Plano de Saúde do Estado do Paraná voltado ao servidor público

estadual, esse expresso como o Plano de Assistência à Saúde – SAS para, a partir dos

resultados da avaliação por docentes e técnicos da Universidade Estadual do Oeste do Paraná

- UNIOESTE - Campus de Cascavel, verificar-se em que medida o Plano está voltado às

ações de prevenção, promoção, assistência e reabilitação para propor ações de melhoria à

saúde dos servidores do Estado do Paraná, com base em seus anseios e reivindicações.

1.2 Problema de Pesquisa

As ações referentes à saúde do trabalhador contidas no Plano de Saúde do

Governo do Estado do Paraná estão voltadas aos servidores públicos?

1.3 Objetivo Geral

Verificar se as ações referentes à saúde do trabalhador contidas no Plano de Saúde

do Governo do Estado do Paraná estão voltadas aos servidores públicos.

1.4 Objetivos Específicos

a) analisar o Plano de Saúde do Estado do Paraná para entender em que medida

está voltado aos servidores públicos nas ações de prevenção, promoção,

14

assistência e reabilitação;

b) verificar junto aos docentes e técnico-administrativos da UNIOESTE - Campus

de Cascavel, suas necessidades e satisfação com o Sistema de Assistência à

Saúde – SAS;

c) estabelecer propostas para a melhoria do Sistema de Assistência à Saúde -

SAS.

1.5 Justificativa

Compreender como a política de saúde do trabalhador vem sendo tratada pelo

governo do Estado do Paraná em sua aplicação aos servidores públicos deve ser uma

preocupação de todos os gestores de Instituições Públicas.

A importância de se conhecer o Plano de Saúde do Estado do Paraná está

intimamente ligada à necessidade de se dar respostas aos servidores públicos nos seus anseios

por melhorias no Sistema de Assistência à Saúde – SAS e nas políticas institucionais de

prevenção, promoção, assistência e reabilitação.

Dentro desta perspectiva, BRASIL (2005, p. 132) afirma que

[...] a convergência de necessidades existentes hoje na saúde do trabalhador no serviço público, faz com que a alteração do status quo seja imperiosa e é neste contexto que o controle social do processo (garantindo a uniformidade e a transparência das ações) é fundamental, pois a não implantação da saúde do trabalhador do serviço público, é um preço onde todos pagam – servidor, governo e sociedade.

1.6 Metodologia

O procedimento adotado neste estudo foi uma pesquisa quantitativa descritiva

que, segundo Lakatos e Marconi (2003, p. 187):

Consiste em investigações de pesquisa empíricas cuja principal finalidade é o delineamento ou análise das características de fatos ou fenômenos, a avaliação de programas, ou o isolamento de variáveis principais ou chave. Qualquer um desses estudos pode utilizar métodos formais, que se aproximam dos projetos experimentais, caracterizados pela precisão e controle estatísticos, com a finalidade de fornecer dados para a verificação de hipóteses. Todos eles empregam artifícios quantitativos tendo por objetivo a coleta sistemática de dados sobre populações, programas, ou amostras de populações e programas. Utilizam várias técnicas como entrevistas, questionários, formulários etc. e empregam procedimentos de amostragem.

15

Foi também utilizada uma pesquisa bibliográfica, onde o trabalho de investigação

assume um papel teórico, ou conceitual, essencial para que o trabalho assuma um caráter

científico.

O levantamento de dados caracterizou-se como fonte primária dos dados

coletados pelo contato direto por meio de questionário na sua maioria de perguntas fechadas,

porque o método permite definir com maior precisão o ponto de vista do entrevistado.

Segundo Lakatos e Marconi (2003), esta técnica de coleta de dados apresenta uma série de

vantagens e desvantagens.

As vantagens residem em:

a) Economia de tempo, viagens e obtenção de grande número de dados;

b) Abrangência de uma área geográfica mais ampla;

c) Maior liberdade nas respostas, em razão do anonimato;

d) Economia de pessoal, tanto em adestramento quanto em trabalho de campo;

e) Atingir maior número de pessoas simultaneamente;

f) Possibilitar maior tempo para responder e em hora mais favorável;

g) Menor risco de distorção, pela não influência do pesquisador;

h) Respostas mais rápidas e mais precisas;

i) Maior uniformidade na avaliação, em virtude da natureza impessoal do

instrumento;

j) Obtenção de respostas que materialmente seriam inacessíveis;

k) Maior segurança, pelo fato de as respostas não serem identificadas.

As desvantagens inferem em:

a) Grande número de perguntas sem respostas;

b) Não pode ser aplicado a pessoas analfabetas;

c) Impossibilidade de ajudar o informante em questões mal compreendidas;

d) A dificuldade de compreensão, por parte dos informantes, leva a uma

uniformidade aparente;

e) Na leitura de todas as perguntas, antes de respondê-las, uma questão pode

influenciar a resposta da outra;

f) A devolução tardia prejudica o cronograma ou sua utilização;

g) O desconhecimento das circunstâncias em que foram preenchidos torna difícil

o controle e a verificação;

h) Nem sempre é o escolhido quem responde ao questionário, invalidando,

portanto, as questões;

16

i) Exige um universo mais homogêneo;

j) Percentagem pequena dos questionários que voltam.

Os procedimentos metodológicos adotados quanto à amostra da pesquisa foram

não probabilísticos, definindo a amostra por tipicidade. Definiu-se como amostra a ser

pesquisada 100 servidores da UNIOESTE – Campus de Cascavel, do total de 557 servidores

que foram divididos em nº de técnico-administrativos e nº de docentes por Centro (Centro de

Ciências Biológicas e da Saúde, Centro de Ciências Médicas e Farmacêuticas, Centro de

Educação, Comunicação e Artes, Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas e Centro de

Ciências Sociais Aplicadas), tendo ocorrido o retorno de 79 questionários. O questionário foi

aplicado de forma aleatória, com o uso do programa Excel para definição dos sorteados. Foi

previamente testado junto a um representante de cada categoria – técnicos e docentes por

Centro de lotação para validação e aplicado no período matutino e vespertino, durante três

dias.

A pesquisa foi realizada em dias úteis sempre durante o horário comercial e os

dados foram analisados de forma descritiva, e com apresentação de gráficos por porcentagem,

levando-se em conta a quantidade de respostas dadas a cada questão.

1.7 Organização em Estudo

1.7.1 Histórico

A Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE – conforme consta em

seu Manual de integração (UNIOESTE, 1998, p. 10), no qual foram obtidos os dados

relatados neste trabalho, foi formada pela integração de 4 faculdades municipais isoladas (de

ensino não-gratuito), criadas em Cascavel (FECIVEL, 1972), em Foz do Iguaçu (FACISA,

1979), em Marechal Cândido Rondon (FACIMAR, 1980) e em Toledo (FACITOL, 1980).

O primeiro ato público, de repercussão regional e estadual, a favor da criação de

uma universidade regional multicampi, com base nas faculdades oestinas existentes, ocorreu

em Guaraniaçu, em 19 de abril de 1984, numa reunião da Associação dos Municípios do

Oeste do Paraná (AMOP), com a presença de secretários de estado e da presidência do

Conselho Estadual de Educação. Nessa ocasião ficou definido o propósito de que o Oeste do

Paraná deveria ser servido por uma instituição integradora, pública e regional de ensino

17

superior. Assim, o Estado do Paraná recebeu pela criação da Fundação Universidade Estadual

do Oeste do Paraná, o patrimônio, o pessoal e os encargos das 4 faculdades pré-existentes.

Durante o ano de 1987, foram implantados os primeiros Estatuto e Regimento, além de terem

sido realizadas as primeiras eleições gerais para Diretor Presidente e Diretor Vice-Presidente,

empossados somente em 5 de outubro de 1988, respectivamente, pelo prof. José Kuiava e pelo

prof. Flávio Vendelino Scherer.

Em 05 de agosto de 1994, o Conselho Estadual de Educação do Paraná (CEE/PR)

deliberou sobre o projeto e reconheceu por unanimidade a UNIOESTE como Universidade

multicampi, remetendo o processo ao Ministério da Educação, para o ato ministerial de

homologação, que ocorreu no dia 23 de dezembro de 1994, pela Portaria Ministerial

n° 1.784-A/94. Em decorrência do novo Estatuto e Regimento, durante o ano de 1995 foram

instalados os centros universitários hoje existentes:

Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (sede no Campus de Cascavel)

Centro de Educação, Comunicação e Artes (sede no Campus de Cascavel)

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (sede no Campus de Cascavel)

Centro de Ciências Sociais Aplicadas (sede no Campus de Foz do Iguaçu)

Centro de Estudos Geo-Históricos e do Movimento Humano (sede no Campus de

Marechal Cândido Rondon)

Centro de Ciências Humanas e Estudos Sócio-Econômicos (sede no Campus de

Toledo).

Atualmente, conta também com o Centro de Ciências Médicas e Farmacêuticas

(sede no Campus de Cascavel).

A UNIOESTE tem 34 cursos de graduação, 48 cursos de pós-graduação

lato-sensu e stricto-sensu. No seu conjunto, estes cursos contam com 9.818 alunos. Atuam no

ensino, pesquisa e extensão 1.191 docentes, além de 1.068 servidores técnico-administrativos

que dão suporte à realização das atividades fins da Universidade. Atualmente, a UNIOESTE

congrega cinco campi: Cascavel, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Marechal Cândido

Rondon e Toledo, duas Extensões Universitárias: Medianeira e Santa Helena, com um

Hospital Universitário na cidade de Cascavel, onde também está situada a Reitoria da

Universidade.

18

1.7.2 Sistema de Saúde – SAS (Sistema de Assistência à Saúde)

Os servidores estaduais (pessoas legalmente investidas de cargo público) são

regidos pelo Estatuto dos Funcionários Civis do Estado do Paraná, Estabelecido pela Lei

6.174/70, que prevê, no tocante à incapacidade para o trabalho decorrente de doença, licença

para tratamento de saúde e licença por acidente em serviço.

No Estado do Paraná a assistência à saúde disponível para os servidores é a

oferecida pelo Sistema de Assistência à Saúde – SAS, pois, apesar do governo ter um Plano

Estadual de Saúde triênio 2008-2011, não há nenhuma referência específica aos servidores

públicos, que só se inserem no plano no que se refere aos dados coletados da população em

geral e ao atendimento prestado pelo SUS.

O SAS é concedido gratuitamente pelo Governo, sendo os recursos orçamentários

para fazer frente às despesas com o SAS são previstos na Lei Orçamentária do Estado,

correndo, exclusivamente, à conta do Tesouro.

O Paraná foi dividido em regiões – denominadas macroregiões – distribuídas

segundo o grau de complexidade da capacidade instalada dos prestadores de serviços, tanto

tecnológica quanto operacional, o nível de desenvolvimento da região, o número de

servidores domiciliados que, conforme informação disponível em sua homepage é o fator

utilizado para estabelecimento dos valores mensais a serem repassados aos hospitais

prestadores de serviço. Independentemente do servidor utilizar ou não o sistema, o hospital

recebe todo o valor mensal, que para a licitação aberta para contratar empresa aos servidores

residentes no município da região de Cascavel é de R$ 19,00 (dezenove reais) “per capita”,

perfazendo o valor mensal de R$ 332.614,00 (trezentos e trinta e dois mil, seiscentos e

quatorze reais).

O SAS oferece assistência à saúde aos servidores públicos efetivos, ativos e

inativos, aos militares do Estado do Paraná e seus dependentes, compreendendo os filhos

solteiros, desde que: menores de 21 anos, se não emancipados ou definitivamente inválidos ou

incapazes de qualquer idade, quando a invalidez ou incapacidade for adquirida até os 21 anos.

Percebemos que essa assistência não se estende aos dependentes legalmente instituídos pela

legislação do Imposto de Renda e que a incapacidade ou invalidez dos filhos solteiros deve

ser adquirida até a idade limite estabelecida pelo sistema de saúde.

O SAS apesar de compreender uma cobertura assistencial médico-ambulatorial e

hospitalar, exclusivamente no âmbito do Estado do Paraná, estabelece uma série de exclusões

de atendimento, como: fornecimento de próteses e órteses; transplantes de órgãos; tratamentos

em psicologia e fonoaudiologia; ressonância nuclear magnética; cirurgias cardíacas; cirurgias

19

vasculares que necessitem de colocação de prótese, e procedimentos terapêuticos invasivos

em cardiologia (angioplastia) e diálises entre outras, que indicam clara falta de qualquer ação

de prevenção, de reabilitação ou de promoção da saúde. Todas as ações identificadas no

sistema são essencialmente de assistência, que é precedida de consultas a médicos clínicos

gerais, antes do encaminhamento ao médico especialista. Isso ocorre somente quando o

clínico entender ser necessário e autorizar a consulta ao especialista, isso caracteriza uma

forma de restringir as consultas, considerando que todo servidor passa por essa triagem.

Considera-se que, mesmo na área de assistência à saúde, o SAS não realiza todos

os procedimentos, registrando várias exclusões, deixando o servidor público como única

alternativa a busca de atendimento junto ao Sistema Único de Saúde (SUS).

20

2 . REVISÃO TEÓRICA

2.1 Qualidade de Vida no Trabalho

2.1.1 A evolução da qualidade de vida no trabalho

A concepção de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) começa a surgir a partir

de 1940, principalmente pela percepção de que o sistema produtivo vigente, mesmo com a

evolução propiciada pelas teorias de Taylor, continua excessivamente desumano.

Aos poucos, surge a concepção do homem social que, segundo Julião (2001,

p. 12), considera “os trabalhadores com seres complexos, com sentimentos, desejos e

temores.” Desvincula-se, assim, a concepção pela qual o homem seria apenas mais um

componente no processo produtivo para se tornar um elemento que necessita conviver num

ambiente motivador, como forma de estimular sua participação ativa no decurso das

atividades que ocorrem no âmbito da empresa.

Esta percepção está atrelada ao desenvolvimento de teorias administrativas que

procuram propiciar um ambiente de trabalhado mais adequado, envolvendo a valorização do

trabalhador no âmbito laboral como um fator motivador na sua atuação.

A partir de 1960, segundo Honório (2002, p. 51), “começa a haver um esforço

coletivo em torno da melhoria da qualidade de vida no ambiente de trabalho, pois se percebe

que, ao atuar num espaço que observa condições qualitativas mínimas, o funcionário aumenta

significativamente sua produtividade”.

Os primeiros anos da década de 1980 testemunharam um interesse renovado e

uma apreciação pela importância da qualidade de vida dos empregados. De modo semelhante

às tendências do desenvolvimento organizacional, foi dada uma ênfase maior na relação entre

programas de produtividade centrados no empregado e os esforços de QVT, tanto em

pequenas como em grandes organizações.

A idéia começou a popularizar-se na década de 60 até se converter, hoje, em um

conceito aplicado em contextos muito diversos, como a saúde, a educação, a economia, a

política e o mundo dos serviços em geral.

21

2.1.2 Conceito de qualidade de vida no trabalho

A melhoria das condições de vida e da saúde tem sido um tema de crescente

importância, já que impacta indireta ou diretamente a produtividade das pessoas, e os

resultados obtidos pelas organizações.

A qualidade de vida trata da experiência emocional da pessoa com o seu trabalho, no momento em que tantas mudanças sociais e tecnológicas se instalam de forma intensa e acelerada. Também, aborda efeitos desta realidade no bem-estar da pessoa do ponto de vista emocional e profissional, enfocando as conseqüências do trabalho sobre a pessoa e seus efeitos nos resultados da organização (BOM SUCESSO, 1998, p. 29).

Segundo Albuquerque e França (1998), a qualidade de vida no trabalho é um

conjunto de ações de uma empresa que envolve diagnóstico e implantação de melhorias e

inovações gerenciais, tecnológicas e estruturais dentro e fora do ambiente de trabalho, visando

propiciar condições plenas de desenvolvimento humano para a realização do trabalho.

Em uma definição mais atualizada, a QVT é consubstanciada pelo chamado

enfoque biopsicossocial que propõe uma visão integralizadora do ser humano

(MAXIMIANO, 2000).

Segundo Fernandes (1996), a QVT se configura como a gestão dinâmica e

contingencial de fatores físicos, tecnológicos e sócio-psicológicos que afetam a cultura e

renovam o clima organizacional, refletindo-se no bem-estar do trabalhador e na produtividade

das empresas. Não apenas a instituição da QVT deve ser considerada na empresa, mas

também a sua avaliação para efetivo controle e correções, quando necessárias. Para tanto, dois

pontos são fundamentais: a satisfação dos funcionários e as práticas estabelecidas pela

empresa. Geralmente, quando há um nível ótimo de qualidade de vida, maior é satisfação

funcional. Do mesmo modo, as organizações estipulam qualidade de vida quando instituem

práticas que tem como objetivo assegurar o bem-estar dos seus empregados, considerados não

apenas como meros executores de tarefas, mas como seres integrais (MAXIMIANO, 2000).

Sabe-se, ainda, que, em qualquer organização, a eficiência dos colaboradores no

cumprimento das suas ações cotidianas resulta de vários aspectos, dentre os quais se destaca:

a instituição de um ambiente de trabalho em que a integridade física dos funcionários esteja

preservada, pela presença de segurança e salubridade, possibilitando proteção contra os riscos

que possam culminar em acidentes trabalhistas ou doenças ocupacionais. Assim, ao

proporcionarem o bem-estar funcional, questões como segurança, higiene e salubridade

relacionam-se ao que, comumente, é entendido por Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) e

se constituem em subsídios que propiciam o reforço do moral dos trabalhadores

(FERNANDES, 1996).

22

CONCEPÇÕES EVOLUTIVAS

DA QVT CARACTERÍSTICAS OU VISÃO

1. QVT Como uma variável - (1959 a 1972)

Reação do indivíduo ao trabalho. Investigava-se como melhorar a qualidade de vida no trabalho para o indivíduo.

2. QVT Como uma abordagem (1969 a 1974)

O foco era o indivíduo antes do resultado organizacional; mas, ao mesmo tempo, buscava-se trazer melhorias tanto ao empregado como à direção.

3. QVT Como um método (1972 a 1975)

Um conjunto de abordagens, métodos ou técnicas para melhorar o ambiente de trabalho e tornar o trabalho mais produtivo e mais satisfatório. QVT era vista como sinônimo de grupos autônomos de trabalho, enriquecimento de cargo ou desenho de novas plantas com integração social e técnica.

4. QVT Como um movimento (1975 a 1980)

Declaração ideológica sobre a natureza do trabalho e as relações dos trabalhadores com a organização. Os termos "administração participativa" e "democracia industrial" eram freqüentemente ditos como ideais do movimento de QVT.

5. QVT Como tudo (1979 a 1982) Como panacéia contra a competição estrangeira, problemas de qualidade, baixas taxas de produtividade, problemas de queixas e outros problemas organizacionais.

6. QVT Como nada (futuro) No caso de alguns projetos de QVT fracassarem no futuro, não passará de um "modismo" passageiro.

Quadro 1 - Evolução do conceito de QVT (Qualidade de Vida no Trabalho).

Fonte:Fernandes (1996).

WALTON apud FERNANDES (1996) propõe oito categorias conceituais,

incluindo critérios de QVT.

CRITÉRIOS INDICADORES DE QVT

1. COMPENSAÇÃO JUSTA E ADEQUADA

Eqüidade interna e externa

Justiça na compensação

Partilha de ganhos de produtividade

2. CONDIÇÕES DE TRABALHO Jornada de trabalho razoável

Ambiente físico seguro e saudável

Ausência de insalubridade

3. USO E DESENVOLVIMENTO DE CAPACIDADES

Autonomia (Empowerment/ Feed-back)

Autocontrole relativo

Qualidades múltiplas

Informações sobre o processo total do trabalho

4. OPORTUNIDADE DE CRESCIMENTO E SEGURANÇA

Possibilidade de carreira

Crescimento pessoal

Perspectiva de avanço salarial

Segurança de emprego

5. INTEGRAÇÃO SOCIAL NA ORGANIZAÇÃO

Ausência de preconceitos

Igualdade

Mobilidade

Relacionamento

23

Senso Comunitário

6. CONSTITUCIONALISMO Direitos de proteção ao trabalhador

Privacidade pessoal

Liberdade de expressão

Tratamento imparcial

Direitos trabalhistas

7. O TRABALHO E O ESPAÇO TOTAL DE VIDA

Papel balanceado no trabalho

Estabilidade de horários

Poucas mudanças geográficas

Tempo para lazer da família

8. RELEVÂNCIA SOCIAL DO TRABALHO NA VIDA

Imagem da empresa

Responsabilidade social da empresa

Responsabilidade pelos produtos

Práticas de emprego

Quadro 2 - Categorias conceituais de QVT.

Fonte: Walton apud Fernandes (1996).

Nas oito categorias conceituais, Walton apud Fernandes (1996) propõe:

a) em compensação justa e adequada busca-se a obtenção de remuneração

adequada pelo trabalho realizado, assim como o respeito à eqüidade interna (comparação com

outros colegas) e à eqüidade externa (mercado de trabalho).

b) em condições de trabalho medem-se as condições prevalecentes no ambiente

de trabalho. Envolve a jornada e carga de trabalho, materiais e equipamentos disponibilizados

para a execução das tarefas e ambiente saudável (preservação da saúde do trabalhador). Ou

seja, neste item analisa as condições reais oferecidas ao empregado para a consecução das

suas tarefas.

c) o fator uso e desenvolvimento de capacidades implica o aproveitamento do

talento humano, ou capital intelectual, como está em voga atualmente. É forçoso, portanto,

reconhecer a necessidade de concessão de autonomia (empowerment), incentivo à utilização

da capacidade plena de cada indivíduo no desempenho de suas funções e feedbacks constantes

acerca dos resultados obtidos no trabalho e do processo como um todo.

d) oportunidade de crescimento e segurança abarca as políticas da instituição

no que concerne ao desenvolvimento, crescimento e segurança de seus empregados, ou seja,

possibilidade de carreira, crescimento pessoal e segurança no emprego. Neste fator pode-se

observar, através das ações implementadas pelas empresas, o quanto a prática empresarial está

de fato sintonizada com o respeito e a valorização dos empregados.

e) essencialmente, em integração social na organização pode-se efetivamente

observar se há igualdade de oportunidades, independente da orientação sexual, classe social,

idade e outras formas de discriminação, e se há o cultivo do bom relacionamento.

24

f) constitucionalismo mede o grau em que os direitos do empregado são

cumpridos na instituição. Implica o respeito aos direitos trabalhistas, à privacidade pessoal

(praticamente inexistente no mundo empresarial moderno), à liberdade de expressão

(altamente em cheque, tendo-se em vista as enormes dificuldades de trabalho com registro em

carteira).

g) no fator trabalho e o espaço total da vida dever-se-ia encontrar o equilíbrio

entre a vida pessoal e o trabalho, porém, isso está muito distante de uma prática minimamente

ideal nesse campo.

h) por fim, em relevância social do trabalho na vida investiga-se a percepção do

empregado em relação à imagem da empresa, à responsabilidade social da instituição na

comunidade, à qualidade dos produtos e à prestação dos serviços. Felizmente, esses aspectos

vêm tendo significativos avanços no campo empresarial.

2.1.3 Gestão da qualidade de vida no trabalho

A Gestão da Qualidade de Vida no Trabalho (GQVT) representa um modelo de

gestão organizacional que implementa práticas e estratégias para a promoção do bem-estar e a

prevenção de danos e agravos físicos e psicológicos sob avaliação por meio de indicadores

específicos para aferir a QVT (CUNHA, 2004)

Limongi-França (1999, p. 78) refere que “A idéia é – através de indicadores –

viabilizar maior capacidade estratégica, gerencial e operacional para questões de qualidade de

vida no trabalho” O uso de indicadores de GQVT evidencia um amadurecimento teórico-

metodológico da área de gestão de pessoas.

A qualidade de vida no trabalho (QVT) deve ser vista na dimensão estratégica,

para ser contemplada nas políticas e práticas organizacionais. Em um modelo de GQVT,

algumas variáveis devem ser focadas e monitoradas: as condições de trabalho (espaço, turno,

integração indivíduo – ambiente, ruído, iluminação), a organização do trabalho (rotinas,

procedimentos, protocolos, normas); as relações interprofissionais (estruturas organizacionais

orgânicas, horizontais) e os modelos participativos de gestão (diálogo e autonomia decisória).

No entanto, afirma o professor Lindolfo Galvão de Albuquerque da FEA/USP,

conforme relatam Limongi e Assis (1995, p.28).

[...] existe uma grande distância entre o discurso e a prática. Filosoficamente, todo mundo acha importante à implantação de programas de QVT, mas na prática prevalece o imediatismo e os investimentos de médios e longos prazos são esquecidos. Tudo está para fazer. A maioria dos programas de QVT tem origem nas atividades de segurança e saúde no trabalho e muitos nem sequer se associam a

25

programas de qualidade total ou de melhoria do clima organizacional. QVT só faz sentido quando deixa de ser restrita a programas internos de saúde ou lazer e passa a ser discutida num sentido mais amplo, incluindo qualidade das relações de trabalho e suas conseqüências na saúde das pessoas e da organização.

Para Oliveira (1998), as empresas exigem que os seus empregados lhes confiem

todo o seu capital intelectual e que se comprometam com o seu trabalho. Todavia, as

empresas não se comprometem com seus empregados. Aliás, elas recomendam que os seus

empregados cultivem sua empregabilidade se quiserem continuar ocupando seus postos

atuais.

Nesse sentido, De Masi (2000, p. 300) assim conjectura: “O novo desafio que

marcará o século XXI é como inventar e difundir uma nova organização, capaz de elevar a

qualidade de vida e do trabalho, fazendo alavanca sobre a força silenciosa do desejo de

felicidade”.

2.2 Promoção da Saúde

Para Silva e De Marchi (1997) a adoção de programas de qualidade de vida e

promoção da Saúde proporcionariam ao indivíduo maior resistência ao estresse, maior

estabilidade emocional, maior motivação, maior eficiência no trabalho, melhor auto-imagem e

melhor relacionamento. Por outro lado, as empresas seriam beneficiadas com uma força de

trabalho mais saudável, menor absenteísmo/rotatividade, menor números de acidentes, menor

custo de saúde assistencial, maior produtividade, melhor imagem e, por último, um melhor

ambiente de trabalho.

Promover a saúde do local de trabalho agrega QVT por meio de ações como

aperfeiçoamento e a organização das tarefas de trabalho e do ambiente de trabalho; incentivo

à participação ativa no processo de trabalho e promoção do desenvolvimento pessoal.

Como observa Buss (2000), a promoção da saúde parte de uma concepção ampla

do processo saúde-doença e de seus determinantes, refletindo uma reação à crescente

medicalização da vida social. Como resposta setorial articuladora de diversos recursos

técnicos e posições ideológicas, procuram integrar saberes técnicos e populares, bem como

mobilizar recursos institucionais e comunitários, públicos e privados, para o enfrentamento e

resolução dos problemas de saúde.

O enfoque da promoção da saúde é amplo e abrangente, procurando identificar e

enfrentar os macrodeterminantes do processo de saúde-doença, buscando transformá-los

favoravelmente na direção da saúde. Como a saúde não é apenas a ausência de doenças, os

26

indivíduos sem evidências clínicas poderiam progredir a estados de maior fortaleza estrutural,

maior capacidade funcional, maiores sensações subjetivas de bem-estar, e objetivas de

desenvolvimento individual e coletivo.

A promoção da saúde busca modificar as condições de vida para que sejam dignas

e adequadas; aponta para a transformação dos processos individuais de tomada de decisão

para que sejam, predominantemente, favoráveis à qualidade de vida e à saúde; e orienta-se ao

conjunto de ações e decisões coletivas que possam favorecer a saúde e a melhoria das

condições de bem-estar do trabalhador (FRANCO et al apud GUTIERREZ et al.,1997).

2.3 O Campo Saúde do Trabalhador

Saúde do Trabalhador é campo de práticas e conhecimentos cujo enfoque teórico-

metodológico, no Brasil, emerge da Saúde Coletiva, buscando conhecer (e intervir) nas

relações trabalho e saúde-doença, tendo como referência central o surgimento de um novo

ator social: a classe operária industrial (LACAZ, 2007).

Para Lacaz (2007), na medida em que as classes trabalhadoras constituem-se em

novo sujeito político e social, conforme sugere o campo Saúde do Trabalhador, este incorpora

idéia de trabalhador que difere frontalmente da anterior: passiva, como hospedeiro ou

paciente; apreendendo-o como agente de mudanças, com saberes e vivências sobre seu

trabalho, compartilhadas coletivamente. Como ator histórico, ele pode intervir e transformar a

realidade de trabalho, participando do controle da nocividade, da definição consensual de

prioridades de intervenção e da elaboração de estratégias transformadoras. Assim, amplia-se o

enfoque, na busca de instrumental que privilegie medidas de prevenção e que, ao incorporar o

conhecimento dos trabalhadores, potencialize lutas pela melhoria das condições de trabalho e

defesa da saúde.

No Brasil, o Movimento da Saúde do Trabalhador, toma forma no final dos anos

1970, tendo como eixos: a defesa do direito ao trabalho digno e saudável, a participação dos

trabalhadores nas decisões sobre a organização e gestão dos processos produtivos e a busca da

garantia de atenção integral à saúde.

Desde então, a implementação de ações de assistência e de vigilância da saúde

para os trabalhadores, pela rede pública de serviços de saúde, vem contribuindo para a

instituição da Saúde do Trabalhador no país (DIAS, 1994).

A 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em março de 1986, contribuiu para

reafirmar à sociedade brasileira a saúde como direito de cidadania e dever do Estado provê-la.

27

Em dezembro do mesmo ano, foi realizada a I Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador

que marcou politicamente o movimento da instituição desse campo (BRASIL, 1987).

A Constituição Federal de 1988 incorporou as questões de Saúde do Trabalhador

ao enunciar o conceito ampliado de Saúde, incluindo entre seus determinantes: as condições

de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, emprego, e ao atribuir

ao SUS à responsabilidade de coordenar as ações no país. Essa atribuição foi regulamentada ,

em 1990, pela Lei 8.080 que definiu os princípios e a formatação do SUS. Consolidava-se

assim, no plano legal e institucional, o campo da Saúde do Trabalhador (HOEFEL; DIAS,

2005).

Em 1991, o Ministério da Saúde apresentou à sociedade, a primeira proposta de

um Plano de Trabalho em Saúde do Trabalhador no SUS (BRASIL, 1991). A estratégia

definida à época privilegiava a organização das ações em Centros de Referência em Saúde do

Trabalhador (CRST), como alternativa para potencializar os escassos recursos disponíveis,

facilitar o diálogo com o movimento social e capacitar profissionais para desenvolver as ações

propostas. Além das atividades desenvolvidas por distintos setores sociais, o trabalho dos

CRST, na rede de serviços de saúde, contribuiu para a construção de uma atenção

diferenciada à saúde dos trabalhadores no SUS, como expressão da luta organizada dos

trabalhadores por melhores condições de vida e trabalho e da ação de tutela da saúde dos

cidadãos pelo Estado. Entretanto, a par dos avanços, também podem ser identificadas

dificuldades, entre elas: o pequeno número e a distribuição desigual dos CRST nos Estados e

municípios, a baixa cobertura das ações, que não alcançavam um número expressivo de

trabalhadores, a desarticulação da atuação do conjunto de ações de saúde, permanecendo à

margem das estruturas e políticas do SUS, conformando os "guetos da Saúde do

Trabalhador", além de uma fraca articulação intersetorial (HOEFEL & DIAS, 2005).

Assim, 15 anos após a regulamentação da atribuição constitucional da atenção

integral à saúde dos trabalhadores pela Lei Orgânica da Saúde 8.080/90 e das experiências

implementadas na rede pública de serviços de saúde, pode-se dizer que o SUS ainda não

incorporou, de forma efetiva, em suas concepções, paradigmas e ações, o lugar que o

“trabalho” ocupa na vida dos indivíduos e suas relações com o espaço sócio-ambiental, ou

seja: o papel do “trabalho” na determinação do processo saúde/doença dos trabalhadores

diretamente envolvidos nas atividades produtivas, da população em geral e nos impactos

ambientais que essas atividades produzem (HOEFEL et al, 2005).

Para Mendes e Dias (1991), a Saúde do trabalhador considera o trabalho,

enquanto organizador da vida social, como o espaço de dominação e submissão do

trabalhador pelo capital e, igualmente, de resistência, de constituição e do fazer histórico.

28

Nesta história os trabalhadores assumem o papel de atores, de sujeitos capazes de pensar e de

se pensarem, produzindo uma experiência própria, no conjunto das representações da

sociedade.

Segundo Tatsch (2004), muitas ações são possíveis e estão sendo praticadas em

diferentes contextos de atenção à saúde do trabalhador. Muitas delas surgem em meio ao

discurso e a programas de “Qualidade”. A implantação dos sistemas de controle de qualidade

passou a ser fundamental para a obtenção de altos níveis de produtividade nas organizações.

O processo de melhoria contínua parte do compromisso de todas as pessoas

pertencentes a uma organização. A qualidade, antes percebida como desejável nos produtos,

passou a ser exigida também nos serviços, considerado fator diferenciador e inerente ao

processo de atendimento a toda e qualquer expectativa do cliente.

No entanto, é preciso inserir propostas aparentemente inovadoras num contexto de

discussão crítica de suas repercussões na vida do trabalhador, pois muitas delas acabam

significando novas formas de pressão, de stress e de controle da produção e do trabalhador.

Assim uma das questões importantes nesta área de atuação é o reconhecimento de

linhas teóricas e de intervenção diferenciadas, que podem ser denominadas de saúde

ocupacional e saúde do trabalhador.

De acordo com o educador Pedro Demo, a qualidade representa o desafio de fazer

história humana com o objetivo de humanizar a realidade e a convivência social. Não se trata

apenas de intervir na natureza e na sociedade, mas de intervir com sentido humano, ou seja,

dentro de valores e fins historicamente considerados desejáveis e necessários e eticamente

sustentáveis (DEMO, 1996).

A qualidade de nossa vida tem sido cada dia mais complexa e mediada por uma

diversidade de práticas de poder, pobres em princípios éticos e estéticos de viver saudável,

humanizado, individual e coletivo. É quase impossível deixar de perceber que não existe, na

História da Humanidade, momento igual ao que estamos vivendo. A qualidade de vida do ser

humano expressa a qualidade de sua saúde, suas possibilidades e limitações individuais e

coletivas (ARAÚJO, 1999).

A saúde do trabalhador constitui um campo na área da Saúde Coletiva em plena

construção, cujo objeto está centrado no processo saúde-doença dos trabalhadores dos

diversos grupos populacionais em sua relação com o trabalho. Traz consigo a expectativa da

compreensão desta dinâmica, bem como do desenvolvimento de alternativas de intervenção

com vistas à apropriação da “dimensão humana do trabalho” pelos próprios trabalhadores.

Busca, portanto, estabelecer causas de agravos à sua saúde, reconhecer seus determinantes,

29

estimar riscos, dar a conhecer os modos de prevenção, promover saúde (MENDES & DIAS,

1999).

Infelizmente, os acidentados no trabalho não recebem, por parte da Previdência

Social, das empresas, do Ministério do Trabalho e de outras entidades envolvidas, a atenção e

a consideração que o assunto exige.

Iniciando pela própria comunicação de acidente de trabalho (CAT) que deveria ser

emitida pelo empregador, que na maioria dos casos não o faz. A situação de descaso que

envolve a inexatidão das informações relativas ao número de acidentes, também é encontrada

quando se analisa a situação do trabalhador e sua adaptação à nova condição de vida em seus

diversos espaços sociais, determinada a partir do acidente.

Krug (2000) salienta que neste momento surge, então, o “problema” de seu

retorno à empresa, a busca de uma nova colocação, a dificuldade do relacionamento social e

familiar com aqueles que conviviam com ele antes e os que passam a conviver após o

acidente, por necessidade ou não da nova situação.

A relação entre saúde e qualidade de vida parece evidente: ter saúde é essencial

para que alguém possa qualificar sua vida como de boa qualidade. Para Ramos (2001, p. 17)

“a qualidade de vida não deve ser circunscrita a indicadores para o planejamento e a avaliação

dos resultados dos serviços de saúde, em suas relações a situações de carecimento e

sofrimento sobre as quais se quer atuar”. Ainda de acordo com Ramos,

Embora tal dimensão seja de grande importância, é necessário remeter o conceito de qualidade de vida aos próprios modos de andar a vida, reveladores de satisfação e demandas, inclusões e exclusões, complexas interações coletivas e particulares com ambientes naturais e sociais, incluindo acesso a escolhas e modos de satisfazer carências, possibilidades e limites do processo de viver, além de construções culturais e simbólicas sobre este mesmo processo. A qualidade de vida entrelaça elementos da história pessoal e da organização da vida cotidiana historicamente conformada e impõe aos serviços de saúde o desafio de formular novas estratégias de intervenção sobre esta vida cotidiana, o que não poderá se efetivar sem uma mudança radical de princípios e valores que fundam a própria lógica de organização destes serviços (RAMOS, 1999, p. 17).

Sem considerar outros aspectos sobre o trabalho, pode-se dizer que sempre houve

uma inter-relação absoluta entre sociedade e trabalho, devendo esta relação persistir em

virtude de leis, acordos, etc.

2.3.1 A legislação referente à saúde do Trabalhador

No que compete ao ordenamento jurídico, a Lei 8.080/90 disciplina a

descentralização político-administrativa do SUS, detalhando os princípios, diretrizes e

30

aspectos de organização e financiamento do sistema. A Lei 8.142/90 regulamenta a

participação da comunidade no sistema e as transferências de recursos financeiros entre as três

esferas de governo. Barreto Júnior e Silva (2004, p. 7) apresentam as atribuições e

competências de cada nível de governo definidas pela Lei 8.080/90:

[...]. Aos municípios, coube o gerenciamento e execução dos serviços públicos de saúde, criando os sistemas locais. Aos Estados, coube promover a descentralização dos serviços e ações de saúde, prestando apoio técnico e financeiro aos municípios. Apenas supletivamente os Estados executarão ações e serviços de saúde. Suas atribuições referem-se principalmente, ao acompanhamento, ao controle e à avaliação das redes hierarquizadas do SUS, bem como a gestão dos sistemas públicos de alta complexidade, de referência regional e estadual.

Além dessas leis, o Ministério da Saúde, a fim de organizar o SUS, vem

utilizando outros instrumentos normativos, como Portarias e Normas Operacionais Básicas

(NOBs).

A Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, aprovou as Normas Regulamentadoras

do capítulo V, título II, da CLT relativas à segurança e medicina do trabalho, das quais se

destacam algumas, apresentadas a seguir.

A norma regulamentadoras nº 4 (NR-4) estabelece que as empresas privadas e

públicas da administração direta e indireta e dos Poderes Legislativo e Judiciário, que

possuam empregados regidos pela CLT, manterão obrigatoriamente, serviços especializados

em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a

saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.

A norma regulamentadoras nº 32 (NR-32) estabelece as diretrizes básicas para a

implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços

de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em

geral.

Para fins de aplicação da NR-32, entende-se por serviços de saúde quaisquer

edificações destinadas à prestação de assistência à saúde da população, e todas as ações de

promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de

complexidade.

Segundo Otani (2007), a NR-32 terá que ser seguida em todos os locais de

trabalho, sejam eles privados ou públicos e trará como impacto para o sistema público de

saúde o fato de que as unidades de saúde pública deverão ampliar suas ações de promoção da

saúde, prevenção das doenças, recuperação para toda atividade destinada à prestação de

assistência à saúde e desenvolver a capacitação continuada dos trabalhadores.

31

3 . ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Este estudo foi realizado com os servidores (docentes e técnico-administrativos)

da UNIOESTE – Campus de Cascavel. De um total de 557 servidores, a amostra foi composta

por 100 servidores. Os docentes foram distribuídos por Centro de lotação e os técnicos no seu

total. Os questionários foram aplicados entre os dias 3 e 5 de novembro de 2008, no horário

matutino e vespertino, tendo uma quantidade de 15 perguntas para os usuários do SAS e de 5

perguntas para os não usuários do SAS. Obteve-se o retorno de 79 questionários, ou seja, 79%

da amostra estimada, com 28 questionários respondidos por técnico-administrativos e de 51

respondidos pelos docentes, observou-se ainda o não preenchimento de algumas questões.

Pela análise do perfil dos servidores que foram pesquisados com relação ao sexo,

escolaridade, idade, cargo, turnos de trabalho e tempo de serviço na UNIOESTE – Campus de

Cascavel pode-se demonstrar que a maioria da amostra pesquisada compõe-se de pessoas do

sexo feminino, são docentes, possuindo pós-graduação em nível de mestrado, situando-se na

faixa etária dos 41 aos 45 anos e que trabalham na UNIOESTE há pelo menos 5 anos com

menos de 10 anos e dois turnos de trabalho, conforme pode visualizar-se nos gráficos

apresentados abaixo.

3.1 Perfil dos Entrevistados

Feminino44

56%

Masculino35

44%

Feminino

Masculino

Gráfico 1- Sexo.

Fonte: Questionários aplicados.

A maioria dos entrevistos é de pessoas do sexo feminino, representando 56% da

amostra estudada.

32

1315 16

18 17

0

5

10

15

20

26-30 31-35 36-40 41-45 46-50

Série1

Gráfico 2 - Idade.

Fonte: Questionários aplicados.

A representação maior da amostra é de pessoas na faixa etária entre os 41 e 45

anos, faixa esta que demanda uma atenção maior à saúde.

7

10

6

32

0

2

4

6

8

10

12

Fundam

enta

l

Ensin

o Médio

Super

ior

Especia

lizaç

ão

Mes

trado

Série1

Gráfico 3 - Escolaridade (técnicos).

Fonte: Questionários aplicados.

Os técnico-administrativos pesquisados, que perfazem (35%) da amostra,

possuem, em maior número, a escolaridade até o ensino médio.

33

1924

8

05

1015202530

Especia

lizaç

ão

Mes

trado

Doutor

ado

Série1

Série2

Gráfico 4 - Escolaridade (docentes).

Fonte: Questionários aplicados

Os docentes pesquisados, que perfazem (65%) da amostra, possuem em maior

número escolaridade em nível de mestrado.

Docente51

65%

Técnico28

35% Docente

Técnico

Gráfico 5 - Cargo.

Fonte: Questionários aplicados

A amostra ficou constituída por 28 técnico-administrativos e por 51 docentes,

perfazendo um total de 79 entrevistados.

34

0

5

10

15

20

25

05-10anos

10-15anos

15-20anos

20-25anos

Semresposta

Série1

Gráfico 6 - Tempo de trabalho na UNIOESTE.

Fonte: Questionários aplicados.

De 5 a 10 anos de trabalho na Unioeste é o tempo (anos) indicado pelos

pesquisados englobando tanto docentes como técnico-administrativos.

Outro1

1%

Dois turnos

7099%

Dois turnos

Outro

Gráfico 7 - Turno de trabalho.

Fonte: Questionários aplicados.

A maioria dos servidores enquadra-se no regime de trabalho de 40 horas

semanais, trabalhando em dois turnos.

3.2 Questionários Aplicados - Usuário Regular do SAS

Dados sobre a distribuição dos questionários:

a) dos 34 entrevistados, declararam ser usuários do SAS;

b) os 23 são servidores técnico-administrativos;

c) os 11 são servidores docentes.

35

Consultas29

44%

Exames23

34%

Internamento14

21%

Não usei1

1%

Consultas

Exames

Internamento

Não usei

Gráfico 8 - Utilização do sistema. Fonte: Questionários aplicados.

Entre os entrevistados amostrados, 44% utilizam o SAS para consultas, 34% para

exames e 21% para internamento, o que perfaz um total de 99% dos servidores que precisam e

buscam pleno atendimento pelo SAS, sem diferenças significativas entre categorias

profissionais (docente e técnico-administrativo), tendo sido marcado mais de uma alternativa

em cada 2 servidores pesquisados.

Rápido6

18%

Lento15

44%

Muito Lento13

38%Rápido

Lento

Muito Lento

Gráfico 9 - Atendimento de solicitações. Fonte: Questionários aplicados.

Esse é um ponto crítico que o sistema apresenta, pois 82% dos entrevistados

relatam que consideraram as soluções dadas pelo SAS, como lenta ou muito lenta, o que deve

ser entendido como uma falha do sistema que precisa, urgentemente, ser revisto para não

comprometer o atendimento prestado pelo SAS.

36

Sim8

24%

Não26

76%

Sim

Não

Gráfico 10 - Satisfação no atendimento.

Fonte: Questionários aplicados.

Percebeu-se na pesquisa que os entrevistados não estão satisfeitos com o

atendimento do SAS. Pode-se dizer que a qualidade de atendimento é um dos pontos críticos

demonstrado pela pesquisa, o que confirma os resultados visualizados no Gráfico 9, indicando

que os servidores consideram as soluções dadas pelo SAS como lentas e muito lentas.

Sim11

32%

Não23

68%

Sim

Não

Gráfico 11 - Cobertura do sistema ao servidor.

Fonte: Questionários aplicados.

A grande maioria dos entrevistados não está satisfeita com a cobertura que o

sistema oferece aos servidores, o que demonstra a necessidade de ampliação no atendimento,

para inclusão de ações de prevenção, reabilitação e promoção da saúde.

37

Sim12

35%

Não19

56%

Sem resposta

39%

Sim

Não

Sem resposta

Gráfico 12 - Cobertura do sistema aos dependentes.

Fonte: Questionários aplicados.

O SAS oferece cobertura apenas à esposa(o) e filhos até os 21 anos,

diferentemente de outras legislações como, por exemplo, a do Imposto de Renda que permite

ao servidor considerar como seu dependente, pai e/ou mãe (sem renda) e filhos até os 24 anos

(universitários), ou seja, pai/mãe/filhos são considerados dependentes para outros efeitos,

mas, na sua necessidade à saúde, o servidor tem que arcar sozinho com suas despesas, o que

explica a insatisfação com esse aspecto da análise.

Às vezes23

68%

Nunca11

32% Às vezes

Nunca

Gráfico 13 - Comunicação com o SAS.

Fonte: Questionários aplicados.

O atendimento das solicitações (reclamações e informações) do usuário e a pronta

solução do problema lembra que o grau de relacionamento da empresa com seu público é a

razão do sucesso da empresa, independente do ramo em que esteja atuando, esse é fator de

satisfação do cliente e não está sendo bem atendido pelo SAS.

38

Sempre6

18%

Às vezes14

41%

Nunca14

41%

Sempre

Às vezes

Nunca

Gráfico 14 - Informação aos usuários.

Fonte: Questionários aplicados.

O acesso à informação é uma das ações referente à saúde do trabalhador de grande

importância, todo usuário tem o direito de conhecer todas as condições necessárias ao bom

uso de um serviço e 82% dos entrevistados nesta pesquisa não se consideram suficientemente

bem informados sobre a lista de médicos credenciados.

Sempre10

29%

Nunca9

26%

Às vezes15

45%

Sempre

Às vezes

Nunca

Gráfico 15 - Orientação ao usuário. Fonte: Questionários aplicados.

De acordo com as respostas apresentadas, pode-se considerar que, para 74% dos

entrevistados, há uma boa orientação do sistema para que os servidores possam realizar

consultas e exames pelo SAS. Este foi mais um dos pontos mais bem avaliados.

39

Sim7

21%

Não27

79%

Sim

Não

Gráfico 16 - Prazo de agendamento. Fonte: Questionários aplicados.

Os resultados obtidos indicam que para 79% dos entrevistados o prazo de

agendamento é um dos pontos falhos no Sistema de Saúde - SAS, e, como essa ferramenta

está avaliando o funcionamento da organização é preciso rever e melhorar esse aspecto para

que não se comprometa com a qualidade dos serviços prestados.

Sim9

26%

Não25

74%

Sim

Não

Gráfico 17 - Permanência do hospital como responsável pelo atendimento dos servidores.

Fonte: Questionários aplicados.

A troca de hospitais a cada nova licitação para renovação do contrato acarreta ao

usuário descontinuidade do tratamento com o médico e, como os médicos que atendem em

um hospital não podem atender em outro, cabe ao usuário adaptar-se a um novo tratamento,

além de ter que aguardar até que todas as condições da licitação estejam completas

novamente, o que causa a descontinuidade de atendimento pelo SAS durante esse período.

40

Sim10

29%

Não24

71%

Sim

Não

Gráfico 18 - Triagem.

Fonte: Questionários aplicados.

Pensar nas necessidades expressas pelos usuários para que sejam atendidos por

médicos especialistas, sem a necessidade de consultas com um médico clínico geral, deve ser

uma preocupação que o Governo deve prestar atenção para fixar as condições de contratação

com os prestadores de serviço (hospitais), os termos dos contratos devem ser divulgados entre

os servidores para clareza das condições do acordo.

Sim20

59%

Não14

41%Sim

Não

Gráfico 19 - Localização.

Fonte: Questionários aplicados.

O local onde o SAS está instalado é de fundamental importância para permitir o

acesso dos usuários ao sistema e, conseqüentemente, aumentar seu grau de satisfação com o

serviço.

41

Sempre6

18%

Às vezes8

24%

Nunca20

58%

Sempre

Às vezes

Nunca

Gráfico 20 - Alteração de médicos. Fonte: Questionários aplicados.

O consumidor exigente não quer receber apenas um bom atendimento, como outro

qualquer, ele quer e exige o melhor atendimento possível. A nova ordem é se preocupar com a

eficácia, com a qualidade e com a excelência do atendimento. Esse caminho deve ser buscado,

partindo-se dos fatores básicos como ouvir seus usuários e prestar-lhes as devidas

informações, inclusive sobre as alterações de médicos, pois isso também caracteriza um bom

atendimento.

Sim10

29%

Não24

71%

Sim

Não

Gráfico 21 - Necessidade do sistema – SAS. Fonte: Questionários aplicados.

Uma grande maioria (71%) não conta com alternativa de assistência à saúde,

precisa que seus anseios sejam atendidos no sistema oferecido pelo Governo do Paraná.

42

3.3 Questionários Aplicados - Não usuário Regular do SAS

Dados sobre a distribuição dos questionários:

a) 45 entrevistados declararam não serem usuários regulares do SAS;

b) 5 são servidores técnico-administrativos;

c) 40 são servidores docentes.

Sim26

58%

Não19

42%Sim

Não

Gráfico 22 - Conhecimento do sistema.

Fonte: Questionários aplicados.

Dezenove servidores dos quarenta e cinco entrevistados não são usuários do

Sistema – SAS e sequer o conhecem. Esse fato deve ser demonstrado como um ponto de

preocupação para o Governo, que deve saber o que tem afastado o servidor da utilização de

um benefício concedido a todos os servidores do Governo do Paraná.

Particular1

2%

Outro Plano

4396%

Nenhuma dessas razões

12%

SUS

0%Particular

Outro Plano

Nenhumadessas razões

SUS

Gráfico 23 - Não utilização do SAS.

Fonte: Questionários aplicados.

43

As ações individuais vão se fortalecendo na medida em que o servidor não se

sente plenamente acolhido pelo sistema do governo. Verificou-se que 96% dos que não

utilizam o SAS têm acesso a sistemas privados. No que se refere à cobertura por planos de

saúde, 42 dos 43 servidores que têm outro plano, possuem a Unimed como plano de saúde e 1

(um) servidor possui outro plano de saúde. O trabalho revelou ainda que nenhum dos

servidores pesquisados utiliza o SUS como sistema de saúde. Os dados apontados no

Gráfico 23 confirmam a maior procura dos trabalhadores por atendimento de saúde

especializado nos sistemas privados quando comparada aos serviços públicos.

Sim19

42%Não26

58%

Sim

Não

Gráfico 24 - Utilização do SAS. Fonte: Questionários aplicados.

Enquanto tem alternativa de plano de saúde na rede privada, 58% dos servidores

que podem pagar, não fazem uso do sistema SAS que é oferecido gratuitamente a todos os

servidores.

Consulta19

100%

1

Gráfico 25 - Especialidade. Fonte: Questionários aplicados.

Todos os que declararam na pergunta 3, que já utilizaram o SAS, o procuraram

exclusivamente para consultas, não fizeram uso de toda assistência oferecida pelo sistema.

44

3.4 Avaliação do Sistema de Saúde – SAS, pela voz de seus usuários e não usuários.

Foram selecionadas 7 respostas que coincidiram para os usuários e não usuários e

foram as mais significativas entre as respostas dadas, conforme demonstrado no Quadro 3 em

reivindicações dos servidores.

Fala dos Usuários

1. “[...] Convênio com um hospital de qualidade, com médicos em várias

especialidades e uma opção maior de escolha de especialistas sem

burocracia [...]”.

2. “[...] Aumento dos convênios com laboratórios e clínicas médicas como as

oftalmológicas e rapidez no atendimento médico [...]”.

3. “[...] Que volte a forma anterior, quando funcionava no hospital Santa Catarina.

Não havia filas de espera para consultas, nem para exames, o internamento foi

satisfatório. Médicos eram mais qualificados e atenciosos [...]”.

4. “[...] Melhor administração para um rápido atendimento, além de maior

número de médicos atendendo todas as especialidades [...]”.

5. “[...] Voltasse o atendimento IPE – Para mim foi um convênio de primeira,

tanto nas consultas como internamento, exames. Era cobrada uma pequena

porcentagem do funcionário e quando usava [...]”.

6. “[...] Devia ser por agendamento (rápido) sem filas e quando precisar de

especialista não precisar passar pelo clínico geral [...]”.

7. “[...] Que o Estado estabeleça ao sistema ou a instituição que presta serviços de

saúde o comprometimento e o respeito com os usuários do SAS [...]”.

8. “[...] Localização mais acessível. Disponibilidade de mais equipes médicas,

contratação de mais atendentes, uma vez que é quase impossível conseguir

manter contato via telefone. Geralmente ninguém atende [...]”.

9. “[...] Mais atendentes no agendamento das consultas via telefone. Médicos com

disposição para ouvir a consulta. Agilidade nas especificidades [...]”.

10. “[...] Credenciar mais médicos, criar um sistema online de informação sobre

vagas para consultas específicas, contratar mais atendentes e qualificá-los

para atendimento ao público, aumentar se possível o número de consultas

com especialistas [...]”.

45

11. “[...] Renovação do contrato de forma séria com o governo e mais

disponibilidade de médicos, desde pediatra, médicos especialistas. Maior

rapidez na liberação dos exames, pois, às vezes demoram até 30 dias [...]”.

Fala dos não-usuários

12. “[...] Usei o SAS muito pouco, mas sempre escuto reclamações dos colegas.

Eles dizem que tentam ligar e ninguém atende, os prazos de espera são longos

demais, etc. Dizem que antigamente era bem melhor, no tempo do IPE.

Deveriam contratar mais funcionários e credenciar mais médicos. Melhorar a

comunicação e atenção aos pacientes [...]”.

13. “[...] O hospital selecionado atualmente (Policlínica) não apresenta, em minha

percepção, bom atendimento; além disso, falta maior agilidade para os

atendimentos não-urgência [...]”.

14. “[...] Ampliação do corpo clínico com maior disponibilidade de horário de

atendimento [...]”.

15. “[...] Tudo que a UNIMED oferece [...]”.

16. “[...] Mais médicos especialistas disponíveis [...]”.

17. “[...] Agilidade e eficiência no atendimento com maior número de hospitais e

laboratórios credenciados [...]”.

18. “[...] Disponibilizar um número maior de profissionais (médicos), como

também uma maior agilidade (rapidez) nas liberações de exames,

cirurgias [...]”.

19. “[...] Agendar direto com especialista. Maior agilidade para marcar médicos e

exames e estabilidade de hospital [...]”.

20. “[...] Menos burocracia e mais profissionais cadastrados. Mais hospitais e

clínicas cadastradas [...]”.

21. “[...] Atendimento e facilidades que a UNIMED oferece [...]”.

3.5 Reivindicações dos servidores

As questões, 15 para os usuários regulares do SAS e 5 para os não usuários

regulares do SAS, referem-se a questões abertas, com perguntas sobre sugestões para

melhorar o SAS e o que esse Sistema teria que oferecer para que o servidor que não o utiliza,

passasse a utilizá-lo. As respostas para essas questões são apresentadas a seguir.

46

Usuários Não usuários

1. Maior agilidade para marcar médicos e exames

1. Maior agilidade para marcar médicos e exames

2. Melhor atendimento 2. Melhor Atendimento 3. Mais profissionais especialistas 3. Mais profissionais cadastrados 4. Melhorar a comunicação e atenção aos

pacientes 4. Agendar direto com especialista

5. Contratar mais atendentes e qualificá-los 5. Mais hospitais e clínicas cadastradas 6. Permanência do hospital 6. Estabilidade de hospital 7. Maior número de consultas 7. Menos burocracia 8. Ouvidor que resolva as questões 9. Médicos mais interessados e atenciosos 10. Mais tempo nas consultas 11. Acompanhante no leito hospitalar para

qualquer idade

12. Localização mais acessível 13. Compromisso e respeito com os usuários 14. Falta administração série e competência 15. Transparência nos contratos 16. Aumento de convênios com laboratórios e

clínicas médicas

Quadro 3 - Resposta as questões abertas para usuários e não usuários regulares do SAS.

Fonte: Questionários aplicados.

Percebeu-se, no conjunto das respostadas dadas, que várias foram as questões

apontadas pelos servidores que merecem a devida atenção por parte do Governo e o

encaminhamento de reivindicação por parte dos servidores que têm percebido falhas no

sistema, e que se igualam em seus anseios, expressos tanto por quem usa o SAS como por

parte daqueles que suportam o ônus do pagamento de um plano privado.

3.6 Avaliação do Plano Estadual de Saúde 2008-2011 do Governo do Paraná

O Governo do Paraná disponibiliza em sua homepage o Plano Estadual de Saúde

2008-2011 que define compromissos entre os gestores do SUS em torno de prioridades e

resultados, reafirma os princípios do SUS, inscritos na Constituição de 1988, na Lei 8.080/90

que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a

organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e na Lei 8142/90 que dispõe

sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), e sobre as

transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde, reforçando o

SUS como política de Estado.

47

O Plano de Saúde do Paraná é aqui apresentado como instrumento referencial para

discussões e reflexões que resultem em ações concretas de execução, monitoramento e avanço

do SUS no Estado nos próximos quatro anos (PARANÁ, 2008).

O Plano define, ainda, macrodefinições apontando para a priorização das políticas

sociais, indicando a descentralização, a proximidade das ações governamentais junto ao

cidadão, a otimização e a racionalidade de utilização dos recursos públicos, a resolutividade

das ações e o firme compromisso com a eqüidade dos investimentos. Estabelece a priorização

de sua aplicação nas camadas populacionais de maior carência sócio-econômica, assim como

o atendimento às regiões de menor IDH do estado, com piores indicadores sociais e sanitários.

O plano faz uma análise das condições de saúde da população mostrando o perfil

demográfico, sócio-econômico, epidemiológico, da atenção à saúde, da assistência

farmacêutica, da vigilância em saúde. Demonstra a infra-estrutura e o financiamento do

investimento estadual (12% da receita líquida dos impostos cobrados pelo Estado do Paraná),

em saúde e que a forma de participação social nas decisões das políticas públicas de saúde

acontece por meio das Conferências Estaduais e do Conselho Estadual de Saúde.

A inserção do servidor público estadual dentro desse contexto acontece dentro do

que é incorporado à população em geral, não há nenhuma referência específica e nenhuma

ação no plano que esteja voltada aos servidores públicos em termos de prevenção, reabilitação

ou promoção da saúde.

Aos servidores estaduais do Paraná, o governo oferece o Sistema de Assistência à

Saúde – SAS, procurando garantir cobertura assistencial médico-ambulatorial e hospitalar ao

servidor efetivo, ativo e inativo, em todo o Estado do Paraná.

48

4 . PROPOSTAS PARA MELHORIAS NO PLANO DE SAÚDE DOS SERVIDORES

PÚBLICOS – SAS

Pela necessidade de incorporar o princípio de integralidade do SUS exposto e

praticado pelo Plano Estadual de Saúde 2008-2011 do Governo do Paraná, o modelo SAS que

é proposto agora não deveria ancorar-se somente nas ações de assistência clínica, mas

englobaria as ações de prevenção de doenças, de promoção da saúde e de vigilância à saúde

do trabalhador. Assim, deve-se buscar a implantação de uma política integrada de promoção

da saúde e vigilância em saúde do trabalhador, isto é, a articulação contínua de ações de

prevenção, assistência e cura.

Fundamentando-se nos resultados obtidos com a pesquisa, junto aos servidores da

UNIOESTE – Campus de Cascavel, e a análise do Plano Estadual de Saúde e do Sistema de

Assistência à Saúde - SAS, propõe-se:

a) Criação um sistema online de agendamento de consultas médicas e exames,

sem a necessidade do deslocamento do usuário de sua casa até o SAS, com o intuito de obter

informação sobre número de consultas que podem ser disponibilizadas pelo SAS e retirar

autorizações para as consultas, que deveriam ser diretamente com os médicos especialistas,

com limite de consultas por ano;

b) Disponibilização no site do sistema online de resultados de exames - o

acesso se daria por meio de login e senha;

c) Criação de uma homepage própria do SAS na página da rede de

informática do Estado do Paraná, contendo: informações sobre os profissionais

credenciados e respectivas especialidades por microrregião; link para o usuário tirar dúvidas,

com um sistema “Fale com o SAS”; processo de avaliação periódica do SAS feita pelos

usuários, englobando o sistema, os atendentes, os médicos, os laboratórios; link para

reclamações ao SAS; link para o SAS resolvendo seus problemas e dando pronta solução. O

recebimento dessas informações seria diretamente para a SEAP, setor responsável por cuidar

da gestão de pessoas;

d) Recrutamento, seleção, treinamento e educação continuada dos

trabalhadores e profissionais da saúde que atuam como representantes do SAS nos

hospitais prestadores de serviço; melhoria e qualificação no atendimento por meio de cursos:

postura profissional, gestão de conflitos, terceirização de serviços na administração pública,

comportamento ético, qualidade no atendimento ao público, comportamento gerencial,

medicina ocupacional e outros.

49

e) Contratação de mais profissionais, tanto atendentes, quantos médicos e

demais profissionais de saúde;

f) Ampliação da cobertura de atendimento do SAS dos dependentes para

contemplar todos os dependentes previstos na legislação do imposto de renda de pessoa física;

g) Atendimento de outras especialidades, obedecendo medida da Agência

Nacional de Saúde Suplementar (ANS), com cobertura de cirurgias como vasectomia,

laqueadura de trompas, videolaparoscopia e colocação de dispositivo Intra Uterino (DIU),

uma sessão por mês com psicólogo e até seis consultas com terapeuta ocupacional,

fonoaudiólogo e nutricionista – garantindo especialidades de prevenção e de promoção da

saúde.

h) Garantir a escolha democrática do representante dos usuários no Conselho

do SAS.

i) Dar maior visibilidade e transparência, quanto ao número de consultas

utilizadas, nº de profissionais disponíveis e os termos dos contratos por microrregião,

possibilitando ao usuário do SAS a reivindicação de seus direitos junto ao prestador de

serviço. Estas informações devem estar disponíveis na homepage;

j) Realizar ações de promoção da saúde

Para Tatsch (2004), a política de saúde do trabalhador apresenta como

pressupostos: configuração da saúde do trabalhador como um conjunto de ações de vigilância

e assistência, visando à promoção, à proteção, à recuperação e à reabilitação da saúde dos

trabalhadores submetidos a riscos e agravos advindos do processo de trabalho; instituição e

operacionalização de um sistema de referência para o atendimento ao acidentado do trabalho e

ao suspeito ou portador de doença profissional ou do trabalho, capaz de dar suporte técnico

especializado para o estabelecimento da relação do agravo com o trabalho, a confirmação

diagnóstica, o tratamento, a recuperação e a reabilitação da saúde, assim como para a

realização dos encaminhamentos necessários que a situação exigir; garantia do atendimento

ao acidentado do trabalho e ao suspeito ou portador de doença profissional ou do trabalho, por

meio de rede própria ou contratada, dentro de seu nível de responsabilidade da atenção,

assegurando todas as condições necessárias para o acesso aos serviços de referência, sempre

que a situação exigir; definição, juntamente com os municípios, de mecanismos de referência

e contra-referência, bem como outras medidas necessárias que assegurem o pleno

desenvolvimento das ações de assistência e vigilância à saúde do trabalhador.

Pelo exposto acima, pode-se considerar que uma proposta de promoção de saúde

do trabalhador deve se fundamentar na complexidade de uma ordem sistêmica.

50

k) Acompanhamento das ocorrências

A distribuição dos acidentes em forma de estatística nos diversos ramos de

atividade é de fundamental importância para uma análise setorial e definição de políticas de

prevenção.

Morini Netto (1998, p. 2) ressalta que “todos os acidentes devem ser comunicados

às pessoas e setores interessados, registrados e investigados de acordo com o plano e

procedimentos estabelecidos pelo serviço de segurança”.

É importante que seja mantido um controle geral e setorial das ocorrências, relata

Zocchio (1995, p. 30), e “para avaliação do desempenho das atividades destinadas à

segurança e à saúde no trabalho informar à população da instituição os resultados obtidos

pelas práticas prevencionistas aplicadas”.

De acordo com Tatsch (2004), “deve-se buscar ações que possibilitem um

processo reflexivo e educativo”. Este autor alerta que é necessária a integralidade das ações,

tanto em termos de planejamento quanto da execução, com um movimento constante em

direção à mudança do modelo assistencial para a atenção integral, articulando ações

individuais e curativas com ações coletivas de vigilância da saúde, uma vez que os agravos à

saúde, advindos do trabalho, são essencialmente preveníveis; controle social, reconhecendo o

direito à participação dos trabalhadores e suas entidades representativas em todas as etapas do

processo de atenção à saúde, desde o planejamento e estabelecimento de prioridades, o

controle permanente da aplicação dos recursos, a participação nas atividades de vigilância em

saúde, até a avaliação das ações realizadas.

l) Controle de informações - Vigilância em saúde

Para Czeresnia (2003), o controle da informação sobre a saúde dos coletivos e dos

indivíduos, por meio de ações de vigilância, passa a ser um elemento estratégico para a

garantia política da reprodução da lógica econômica dominante em curso, ocorrendo o mesmo

nas esferas sociais e culturais.

Brasil (2004) conceitua a vigilância da saúde como um conjunto de atividades

voltadas para a identificação, análise, monitorização, controle e prevenção dos problemas de

saúde de uma comunidade. A vigilância à saúde engloba as ações coletivas de saúde,

expandindo a possibilidade da utilização da epidemiologia no planejamento, programação e

avaliação dos serviços de saúde, incluindo ainda outras áreas do conhecimento. Na instância

local, integram-se as atividades da vigilância epidemiológica, vigilância sanitária, saúde do

trabalhador e vigilância ambiental. Esta última contribui na vigilância à saúde não apenas para

51

o atendimento aos danos e ao controle de determinados riscos, como também para a melhoria

da qualidade de vida e de determinantes ambientais do processo saúde-doença.

4.1 Público-Alvo

O público-alvo atingido pelas propostas elaboradas neste trabalho são todos os

servidores públicos do Governo do Estado do Paraná.

4.2 Secretaria Responsável pela Implantação

A Secretaria de Estado da Administração e da Previdência (Seap) será a

responsável pela implantação de melhorias no Sistema de Saúde – SAS, pois, sua missão é

servir de apoio logístico aos programas, ações e serviços prestados pelo Governo do Paraná.

Por isso, sua área de atuação e sua inter-relação com os demais órgãos abrangem atribuições

como a Gestão de Pessoas, incluindo o Sistema de Assistência à Saúde do Servidor.

52

5 . CONCLUSÃO

Qualidade é um atributo complexo e que se estabelece em conformidade ou

adequação àquilo que espera o seu usuário. Por essa razão é de difícil apreensão e avaliação,

pois o grande desafio recai sobre a delimitação de um complexo número de fatores que

envolvem elementos individuais e coletivos de juízo de valor.

Assim, a avaliação de um serviço está intimamente ligada à definição e ao

consenso é um subproduto social e implica valores e ideologias, e, por essa razão, a

participação do usuário tem sido de extrema importância na obtenção de informações a

respeito da qualidade do serviço prestado.

A questão da saúde no ambiente de trabalho é séria e engloba tanto aspectos legais

como funcionais atinentes à qualidade de vida no trabalho. Isso determina que o empregador

necessita estar a todo momento buscando dados que permitam delinear os problemas

existentes na organização para propor ações que visem contorná-lo ou solucioná-lo em

definitivo.

A própria legislação, como evidenciam as Normas Regulamentadoras, indica a

possibilidade de o empregador realizar ações que incidam diretamente na qualidade de vida

no trabalho, sobretudo por valorizar a saúde do empregado, o maior bem que este possui.

Ignorar esta dimensão torna inválida qualquer ação que vise dotar de qualidade o âmbito de

trabalho, revelando que a legislação, de certa forma, ao propor medidas que colaboram para a

preservação da saúde do trabalhador, está valorizando a dimensão qualitativa da atividade

laboral.

A política prevencionista deve fazer parte do conjunto de políticas de uma

instituição, e deve ser uma linha de conduta a ser observada por pessoas e setores, nos

assuntos a que se refere e no que couber a cada um.

Neste trabalho foi dado enfoque para a área de saúde do trabalhador que abrange

ações de prevenção, assistência, promoção e reabilitação da saúde que devem ser entendidas

como parte do conjunto de políticas de uma instituição e vêem de encontro aos objetivos desta

monografia. Relata-se à evolução da Qualidade de vida no Trabalho e a Gestão dessa

qualidade, buscando mostrar sua relação com o conceito de promoção da saúde integrado com

o Campo saúde do trabalhador.

Dentro desse prisma, os resultados da avaliação do Sistema de Assistência à

Saúde – SAS, feita por docentes e técnicos da UNIOESTE, indicam que a maioria dos

entrevistados não está satisfeita com o modo como o serviço é prestado e revela que há um

desejo evidente da comunidade universitária de melhoria do sistema de saúde – SAS.

53

Propor maior agilidade para marcação de médicos e exames, melhorar o

atendimento, dispor de mais profissionais especialistas, melhorar a comunicação e atenção aos

pacientes, contratar mais atendentes e qualificá-los, um maior número de consultas e a

permanência do hospital foram falas comuns entre aqueles que usam regularmente o SAS e

aqueles que pagam assistência privada de saúde.

Para preencher tais espaços, acredita-se que será preciso que o Governo seja capaz

de atender aos anseios dos servidores e de seus empregadores e adote ações preventivas

(abrangendo medidas de segurança no ambiente de trabalho e vigilância à saúde), envolva a

participação ativa dos usuários no processo decisório, estimule a criação de vínculo entre

profissional de saúde e usuário, que seja capaz de ajustar a real necessidade do trabalhador e

de seus dependentes aos serviços prestados e que haja transparência na divulgação dos

contratos com os prestadores.

Apesar da contribuição dos resultados deste estudo para a descrição dos principais

fatores que norteiam a qualidade do serviço oferecido aos servidores do Estado do Paraná, os

dados devem ser interpretados com moderação. Um dos principais problemas apresentado

pela amostra é a sua particularidade que deve ser entendida dentro da população pesquisada

de docentes e técnico-administrativos da UNIOESTE – Campus de Cascavel, não podendo

estender esse resultado a todo o quadro que compõem os servidores estaduais do Estado do

Paraná.

Apesar dessas considerações, que merecem atenção na compreensão deste estudo,

espera-se que os resultados direcionem a necessidade do desenvolvimento de novos trabalhos,

pois, a satisfação do usuário é, ainda, pouco utilizada nas pesquisas de avaliação desse serviço

prestado pelo Governo do Estado do Paraná. Que sejam desenvolvidos trabalhos que possam

contemplar essa carência e que enfoquem a satisfação dentro da perspectiva de real melhora

da qualidade do atendimento e modificações nos termos de contratos.

Acredita-se que promover e implantar segurança e saúde no trabalho é

economicamente viável, além de ser uma obrigação legal e moral do empregador, em que

estão envolvidos aspectos humanos e sociais.

54

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ZOCCHIO, Álvaro. Política de segurança e saúde no trabalho. São Paulo: LTR, 1995.

APÊNDICE

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIOS

Esta pesquisa objetiva avaliar o Sistema de Saúde – SAS entre os servidores da

Unioeste – Campus de Cascavel, como parte do projeto de conclusão de curso da

Especialização em Gestão Pública da Escola de Governo do Estado do Paraná.

Responsável: Rejane Rodrigues da Silva

Orientador: Prof. Odacir Miguel Tagliapietra

QUESTIONÁRIO PARA USUÁRIOS E NÃO-USUÁRIOS DO SAS

I – IDENTIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO

Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

Idade (anos): ( ) 20 – 25 ANOS ( ) 26-30 ANOS ( )31-35 ANOS

( )36-40 ANOS ( )41-45 ANOS ( )46-50 ANOS ( )51-60 ANOS

Escolaridade: Ensino fundamental: completo ( ) Incompleto ( )

Ensino Médio: completo ( ) Incompleto ( )

Ensino Superior: completo ( ) Incompleto ( )

Pós-Graduação: Especialização ( ) Mestrado ( ) Doutorado ( )

Cargo: Docente ( ) Técnico-Administrativo ( )

Função (opcional):

Setor (opcional):

Tempo de trabalho na empresa (anos): ( ) 01 A 05 ANOS ( ) 05 A 10 ANOS ( )10 A 15 ANOS

( ) 15 A 20 ANOS ( ) 20 A 25 ANOS ( )25 A 30 ANOS

O seu trabalho insere-se em que tipo de turno: a) Um turno ( ) b) Dois turnos ( ) c) Três

turnos ( ) d) Outro ( )

AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE SAÚDE – SAS

II – PARA USUÁRIO REGULAR

1) Já utilizou o Sistema de Saúde – SAS para:

( ) Consultas ( ) exames ( ) internamento hospitalar ( ) nunca usei

2) As soluções dadas pelo SAS são:

( ) rápido ( ) lento ( ) muito lento

3) Está satisfeito com o atendimento no SAS?

( ) sim ( ) não

61

4) Está satisfeito com a cobertura do sistema para você servidor?

( ) sim ( ) não

5) Está satisfeito com a cobertura de dependentes (esposa (o), filhos até 21 anos) ao SAS?

( ) sim ( ) não

6) Existe um canal de comunicação do servidor com o SAS?

( ) sempre ( ) às vezes ( ) nunca

7) O SAS informa sobre lista de médicos credenciados?

( ) sempre ( ) às vezes ( ) nunca

8) O SAS orienta sobre como proceder para conseguir consultas e exames?

( ) sempre ( ) às vezes ( ) nunca

9) Está satisfeito com o prazo de agendamento de consultas médicas?

( ) sim ( ) não

10) Está satisfeito com a troca de hospitais a cada renovação de contrato?

( ) sim ( ) não

11) Está satisfeito com o sistema de agendamento de consultas com clínico geral antes de ser

encaminhado ao especialista?

( ) sim ( ) não

12) A localização física do SAS é acessível?

( ) sim ( ) não

13) O SAS informa sobre alterações de médicos aos servidores?

( ) sempre ( ) às vezes ( ) nunca

14) Tem outro plano de saúde?

( ) sim ( ) não Qual:_______________________________________________________

62

15) O que você sugere para melhorar o Sistema de Saúde – SAS:

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

III – PARA NÃO USUÁRIOS

1) Conhece o Sistema de Saúde – SAS?

( ) sim ( ) não

2) Por que não utiliza o SAS?

( ) Uso Particular ( ) SUS ( ) Tenho outro Plano de Saúde Qual?_________________

( ) Nenhuma dessas razões ( )Outro Qual: ________________________

3) Alguma vez utilizou o SAS?

( ) sim Quantas vezes?________________ ( ) não

4) Caso sim na pergunta 3 utilizou o SAS para?

( ) consulta ( ) exame ( ) internamento hospitalar

5) O que o Sistema de Saúde – SAS teria que oferecer para você passar a utilizá-lo?

___________________________________________________________________________

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___________________________________________________________________________