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Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
LUANA MURIEL CASAROLLI
Análise do desenvolvimento da marcha em prematuros nascidos no Hospital Universitário do Oeste do Paraná, e sua
relação com os fatores socioeconômicos.
Cascavel - PR2005
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
LUANA MURIEL CASAROLLI
Análise do desenvolvimento da marcha em prematuros nascidos no Hospital Universitário do Oeste do Paraná, e sua
relação com os fatores socioeconômicos.
Trabalho de Conclusão de Curso como quesito parcial para obtenção do título de graduado em Fisioterapeuta, pela UNIOESTE
Orientadora: Prof. Aneline Maria Ruedell
Cascavel - PR2005
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
TERMO DE APROVAÇÃO
LUANA MURIEL CASAROLLI
TITULO: Análise do desenvolvimento da marcha em prematuros nascidos no Hospital Universitário do Oeste do Paraná, e sua relação com os fatores sócioeconômicos.
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para obtenção do título graduado em Fisioterapia, na Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Cordenador: Eduardo Alexandre Loth
.......................................................................................Orientadora: Prof. Aneline Maria RuedellColegiado de Fisioterapia – UNIOESTE
.......................................................................................Prof. Ms. Helenara Salvati Bertolossi Moreira
Colegiado de Fisioterapia – UNIOESTE
.......................................................................................Prof. Maria Goreti Weiand Bertoldo
Colegiado de Fisioterapia – UNIOESTE
Cascavel, 22 de novembro de 2005
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
Dedicatória
A meus pais Celso e Rosely,
Pois tudo isso devo a vocês. Apostaram em mim e aqui está o primeiro passo da recompensa. Também a Família Casarolli e Toffóli a quem tenho tanto carinho.
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
Agradecimentos
Agradeço a vocês, pai, mãe... tenho vocês como exemplo de vida... agradeço pela vida que até aqui me deram. Espero retribuir a altura dos pais que sempre foram comigo. Saibam que amo muito vocês. A André, meu irmão, amo muito você. A vovó Célia, com suas lições de vida e humildade. À Ane, minha querida orientadora, terei você em meu coração pra vida toda. Exemplo de determinação, respeito, persistência, profissionalismo e um senso de humor inigualável. Mostrou-se muito além do que uma orientadora, dividiu comigo alegrias e tristezas. Agradeço-te por tudo...
Juliana Montijo e Mirian que participaram do projeto. Obrigada pela força. De uma forma especial a Jú, obrigada pela amizade, a paciência incondicional, enfim, por estar sempre ao meu lado.
Ao meu grupo de estágio, Lílian, Marcinha e a Núbia, tenho certeza que serão ótimas fisioterapeutas. Persistam em seus sonhos, nunca desistam. Amigas do fundo do coração... lembrem disso.... Ah, obrigadinho em especial pela ajuda nas avaliações também. Não foram tão agradáveis quanto as avaliações do TCC da Marcinha, mas.... Lí, agradecimentos em especial a você que gastou seu tempo pra me ajudar com as normas do Tcc... sempre você pra fazer isso né amiga!
Aos meus colegas de sala. Saibam que apesar dos muitos desencontros, todos acrescentaram em minha vida. Desejo a vocês muita fé e discernimento e que almejem seus objetivos.
Mestres, plantaram a semente.... obrigada pela ajuda na escolha do caminho que parecia ser o mais correto e justo... Prof Jordana, Cláudia, obrigada pelas dicas e materiais do TCC. Carmem, Carlos, Obrigada pela atenção e pelas palavras nas horas certas. Aneline, Goreti e Helenara, tenho vocês como exemplo. Obrigada por abrir os horizontes da pediatria e por terem aceito participarem deste sonho. A Professora Deboráh, do Laboratório de Estatística Aplicada, pela colaboração e conhecimentos compartilhado. Ao Rafa, pelos ensinamentos e ajuda em meus gráficos!!!
Por causa deste projeto fiz uma grande amiga, a Drica me adotou, e hoje aqui estamos ainda colhendo frutos iniciados por ela. Amiga que mesmo distante, continua presente, transmitindo paz, carinho e força.
As minhas amigas que tentaram entender as várias ausências nestes quatro anos, Cris, Cy, Cleide, Josi... tenho vocês em meu coração. Carla, amiga dos cueiros, apesar do destino ter nos levado para cidades diferentes, você sempre fará parte da minha vida. Obrigada pela compreensão, carinho, amizade. Denise, mesmo depois de você ter escolhido outro caminho pra sua vida, sempre esteve presente, me ajudando quando eu mais precisava e partilhando minhas vitórias e tristezas. Obrigada por tudo.
Giul, você também foi muito importante na concretização desta etapa de minha vida. Esteve sempre ao meu lado mesmo quando as opiniões divergiam. Você estará sempre em meu coração.
As famílias que participaram deste projeto, pela preocupação e atenção com seus filhos e pelo auxilio a pesquisa, agradeço a todos vocês.
E finalmente a Deus, pois tudo isso é fruto vosso!
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Talvez eu não tenha forças para realizar todos os meus ideais. Mas jamais irei me considerar um derrotado. Talvez em algum instante eu sofra umaterrível queda. Mas não ficarei por muito tempo olhando para o chão.
Aristóteles Onassis
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RESUMO
Com o avanço da neonatologia, as crianças prematuras vem apresentando maiores chances de sobrevida, apesar de apresentarem maiores risco para os atrasos na aquisição de marcos do desenvolvimento neuromotor. Contudo estas crianças, principalmente as que nascem em paises subdesenvolvidos, estão propensas a, além dos riscos biológicos, ao nascimento, sofrerem com os riscos ambientais, quando estas são provindas de baixas classes sociais. Acredita-se que as crianças nascidas em classes sociais mais elevadas possam diminuir os riscos sofridos pelas condições de nascimento, por proporcionar melhores condições de saúde. Este trabalho tem por objetivo, analisar o desenvolvimento da marcha em lactentes prematuros com 12, 15 e 18 meses, e observar se os fatores socioeconômicos influenciam no desenvolvimento da marcha destas crianças. Isto por meio de avaliações do DNM e socioeconômico, para posteriormente compará-las com a literatura. Par tal foram realizadas 30 avaliações, com idade corrigida variando em 12, 15 e 18 meses, de crianças que nasceram no Hospital Universitário do Oeste do Paraná, que não apresentassem síndromes genéticas e malformações congênitas. As avaliações do desenvolvimento neuromotor, bem como o questionário socioeconômico foram aplicados na Clínica Escola de Fisioterapia da UNIOESTE, ou em visitas domiciliares. Observamos que as crianças prematuras avaliadas, apresentaram alguns atrasos em marcos isolados que precedem a aquisição motora da marcha e no que se refere aos fatores socioeconômicos, estes influenciam o desenvolvimento neuromotor, contudo neste trabalho esta afirmativa não foi tão explícita quanto as dados bibliográficos pesquisados.
Palavras chaves: pré-termo, marcha, fatores socioeconômicos
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
Abstratc
With the neonatology advance, preterm children come presenting bigger possibilities of survivor, and consequently greater risks for the delays in the acquisition of neuromotor development marks. However these children, mainly the ones that are born in underdeveloped countries, are inclined, beyond the biological risks at birth, to suffer with the ambiental risks, when these are come from low social classes. It´s believed that children born in greater social classes are able to diminish the risks suffered in birth conditions, for having better conditions of health. This work has for objective, to analyze the development of the march in premature children with 12, 15 and 18 months, and to observe if the socialeconomic factors have any influence in the development of the march of these children. This using neuromotor development and socialeconomic evaluations, to compare them later with literature. Such for it, 30 evaluations had been carried through, with corrected age varying in 12, 15 and 18 months, of children who had been born in the University Hospital of the West of the Paraná, that did not present genetic syndromes or congenital malformations. The evaluations of the neuromotor development, as well as the socialeconomic questionnaire had been applied in the Clinical School of Physical Therapy of the UNIOESTE, or in domiciliary visits. We observed that the evaluated premature children had presented some delays in isolated marks that precede the motor acquisition of the march and as for the socialeconomic factors, these had not presented significant correlation in relation to the motor development. However, it´s revealed here the necessity of the Physiotherapist to have a good knowledge about the region where it acts, to know the alterations and peculiar changes of each studied group.
Key words: child preterm, locomotion, socialeconomic factors
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SUMARIO
LISTA DE ABREVIATURAS............................................................................................................................... 9
...................................................................................................................................................................................9
LISTAS DE ILUSTRAÇÕES.............................................................................................................................. 10
LISTAS DE GRÁFICOS...................................................................................................................................... 11
LISTAS DE TABELAS........................................................................................................................................ 12
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................................. 13
................................................................................................................................................................................16
2 PREMATURIDADE .......................................................................................................................................16
2.1 CONCEITO .......................................................................................................................................................162.2 CLASSIFICAÇÃO.................................................................................................................................................162.3 INCIDÊNCIA...................................................................................................................................................... 172.4 ETIOLOGIA....................................................................................................................................................... 18
3 DESENVOLVIMENTO NEUROMOTOR NORMAL................................................................................. 20
3.1 REFLEXOS .......................................................................................................................................................213.1.1.1 Reflexo Magnético.............................................................................................................................223.1.1.2 Reflexo de Galant............................................................................................................................. 233.1.1.3 Reflexo de Suporte Positivo..............................................................................................................233.1.1.4 Reflexo do Moro ............................................................................................................................. 243.1.1.5 Reflexo palmar de preensão e preensão plantar.............................................................................243.1.1.6 Reflexo tônico assimétrico............................................................................................................... 253.1.1.7 Reflexo Tônico Labiríntico .............................................................................................................263.1.1.8 Reflexo Tonico Cervical Simétrico...................................................................................................263.1.2 Reflexos locomotores............................................................................................................................273.1.2.1 Reflexo de engatinhar........................................................................................................................273.1.2.2 Reflexo Placing-reaction...................................................................................................................28 3.1.2.3 Reflexo de marcha automática........................................................................................................28
3.2 REAÇÕES POSTURAIS........................................................................................................................................ 293.2.1 Reações de Endireitamento .................................................................................................................293.2.2 Reações de Equilíbrio......................................................................................................................... 303.2.3 Reações Protetoras ......................................................................................................................... 31
4 DESENVOLVIMENTO DA LOCOMOÇÃO DO BEBÊ NORMAL.......................................................... 32
4.1 DESENVOLVIMENTO MOTOR NORMAL NO PRIMEIRO TRIMESTRE (1 – 3 MESES)........................................................ 334.2 DESENVOLVIMENTO MOTOR NORMAL NO SEGUNDO TRIMESTRE (4-6 MESES)...........................................................344.3 DESENVOLVIMENTO MOTOR NORMAL NO TERCEIRO TRIMESTRE (7-9 MESES).......................................................... 364.4 DESENVOLVIMENTO MOTOR NORMAL NO QUARTO TRIMESTRE (10 – 12 MESES)..................................................... 394.5 DESENVOLVIMENTO MOTOR NORMAL NO QUINTO TRIMESTRE (13-15 MESES).........................................................414.6 DESENVOLVIMENTO MOTOR NORMAL DO SEXTO TRIMESTRE. (16-18 MESES)..........................................................43
5 RECÉM NASCIDO PRÉ-TERMO................................................................................................................. 45
5.1 CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DO BEBÊ PRÉ-TERMO........................................................................................... 455.2 DESENVOLVIMENTO MOTOR DO BEBÊ PRÉ-TERMO ............................................................................................47
6 CONDIÇÕES SÓCIO-ECONÔMICAS.......................................................................................................... 52
7 METODOLOGIA............................................................................................................................................. 57
7.1 AMOSTRA....................................................................................................................................................... 577.2 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO.......................................................................................................................... 587.3 PROCEDIMENTOS.............................................................................................................................................. 60
7.3.1 Análise das variáveis socioeconômicas.............................................................................................. 60
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7.3.1.1 Idade materna, escolaridade materna, renda familiar, número de contribuintes, quem cuida da criança e lugar onde a criança passa a maior parte do tempo.................................................................... 607.3.2 Análise das variáveis relacionadas ao desenvolvimento motor...........................................................617.3.2.1 Peso ao nascer, idade gestacional................................................................................................... 617.3.2.2 Postura sentada ...............................................................................................................................617.3.2.2.1 Sentado sobre ísquios....................................................................................................................617.3.2.2.2 Reação de proteção anterior.........................................................................................................627.3.2.2.3 Alcance anterior............................................................................................................................627.3.3 Postura ajoelhada............................................................................................................................... 637.3.4 Engatinhar...........................................................................................................................................637.3.5 Postura em pé......................................................................................................................................647.3.5.1 Permanência da postura em pé sem apoio.......................................................................................647.3.5.2 Equilíbrio na marcha....................................................................................................................... 657.3.5.3 Passos para frente sem apoio...........................................................................................................66
7.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA...................................................................................................................................... 67
8 RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................................................................... 68
8.1 CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS ........................................................................................................................ 688.2 AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO MOTOR DA MARCHA E SOCIOECONÔMICO.........................................................75
9 CONCLUSÃO.................................................................................................................................................... 91
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................................................ 93
APÊNDICE A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO........................................... 98
APÊNDICE B: FICHA DE AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO MOTOR DA MARCHA EM PRÉ-TERMO AOS 12 MESES CORRIGIDOS.............................................................................................. 100
APÊNDICE C: FICHA DE AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO MOTOR DA MARCHA EM PRÉ-TERMO AOS 15 MESES CORRIGIDOS............................................................................................. 105
APÊNDICE D: FICHA DE AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO MOTOR DA MARCHA EM PRÉ-TERMO AOS 18 MESES CORRIGIDOS. ........................................................................................... 110
APÊNDICE E: FICHA SOCIOECONÔMICA............................................................................................... 115
ANEXO A: APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA................................................................................... 118
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LISTA DE ABREVIATURAS
AA: alcance anterior
C: com apoio
cm: centímetros
DMN: Desenvolvimento motor normal
DNM: Desenvolvimento Neuromotor
E: engatinhar
G: Gramas
HUOP: Hospital Universitário do Oeste do Paraná
IG: Idade Gestacional
IM: Idade Materna
PA: proteção anterior
PF: Passos para frente sem apoio
PN: Peso ao nascer
PSA: Em pé sem apoio
RF: Renda Familiar
RN: Recém-nascido
RTCA: Reflexo Tonico cervical assimétrico
RTCS: Reflexo Tonico Cervical simétrico
RTL: Reflexo Tonico Labiríntico
SAME: Serviço de atendimento médico e estatístico
S: sem apoio
SI: senta sobre ísquios
SNC: Sistema Nervoso Central
UNIOESTE: Universidade Estadual do Oeste do Paraná
UTINeonatal: Unidade de Terapia Intensiva Neonatal
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LISTAS DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Fatores que influenciam o desenvolvimento infantil. Dracher et al, 2003 ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 53
Figura 2- Análise da postura sentada no 15º mês, segundo Ingle Flehmig, 2002.------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 62
Figura 3- Postura ajoelhada no 15º mês segundo ilustrada por Ingle Flehmig, 2002 ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 64
Figura 4- Postura em pé sem apoio aos 18 meses ilustradada por Ingle Flehmig, 2002 ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 65
Figura 5- Passos para frente aos 18 meses, segundo Ingle Flehmig, 2002 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 66
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LISTAS DE GRÁFICOS
Gráfico 1- Análise da aquisição do Desenvolvimento Neuromotor: Passos para frente (PF) e engatinhar (E) em um grupo de Pré- termos nascidos no HUOP ------------------------------------------------------------------------------------------ 76
Gráfico 2- Análise da aquisição do desenvolvimento neuromotor: Passos para frente (PF) e Engatinhar (E) avaliados em prematuros nascidos no HUOP ----------------------------------------------------------------------------------------------- 76
Gráfico 3- Análise do Equilíbrio passos para frente sem apoio (S) e com apoio (C) em pré-termos com 12, 15 e 18 meses -------------------------------------- 78
Gráfico 4- Análise dos fatores ambientais: renda familiar (RF) e fatores biológicos: em pé sem apoio (PSA) no grupo de prematuros avaliados ------------------------------------------------------------------------------------------- 81
Gráfico 5- Análise dos fatores biológicos: passos para frente (PF) e fatores ambientais: renda familiar (RF) de um grupo de pré-termos nascidos no HUOP ------------------------------------------------------------------------------ 82
Gráfico 6- Análise da renda familiar (RF) e do peso ao nascer (P) em prematuros nascidos no HUOP ------------------------------------------------------------- 83
Gráfico 7- Análise do fator socioeconômico: renda familiar (RF) e do fator biológico: idade gestacional (IG), de um grupo de pré-termosnascidos no HUOP ------------------------------------------------------------------------------ 84
Gráfico 8- Análise dos fatores biológicos: Idade gestacional (IG) e peso ao nascer (P) de um grupo de prematuros nascidos no HUOP. ----------------------- 84
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LISTAS DE TABELAS
Tabela 1. Caracterização dos neonatos prematuros divididos por grupos de 12, 15 e 18 meses, quanto aos fatores biológicos peso ao nascer (PN) em gramas, idade gestacional (IG) em semanas e fatores ambientais, idade materna (IM) em anos e renda familiar (RF) em salário mínimo. ------------------------------------- 69
Tabela 2. Presença de Proteção Anterior (PA) e Alcance Anterior (AA) sentado --69
Tabela 3. Caracterização das crianças na postura ajoelhada sem apoio (S) e com apoio (C) X fatores biológicos: peso ao nascer (PN) e idade gestacional (IG) ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 70
Tabela 4- Variáveis do desenvolvimento motor da marcha: equilíbrio (E) X fatores socioeconômicos: local onde a criança permanece por mais tempo (L) e quem a cuida (C) --------------------------------------------------------------------------- 71
Tabela 5- Variáveis referentes a avaliação motora da marcha das crianças pré-termo: passos para frente sem apoio (PF) e engatinhar (E) ---------------------- 75
Tabela 6- Variáveis relacionadas ao desenvolvimento motor das crianças prematuras avaliadas: Equilíbrio em pé sem apoio (S), com apoio (C) X fatores biológicos: Peso ao nascer (P), Idade Gestacional (IG). -------------------- 77
Tabela 7- Variáveis socioeconômicas: quem cuida da criança (C) X passospara frente sem apoio (PF), referente ao desenvolvimento motor dos prematuros avaliados. ----------------------------------------------------------------------------- 79
Tabela 8- Variáveis referentes à avaliação socioeconômica: renda familiar(RF) X desenvolvimento motor: Senta sobre ísquios (SI) e em pé sem apoio (PSA) -------------------------------------------------------------------------------------------------- 80
Tabela 9- Variáveis decorrentes da avaliação do desenvolvimento motor: passos para frente sem apoio (PF) X fatores socioeconômico: renda familiar (RF) das crianças prematuras avaliadas no estudo. -------------------------------------- 81
Tabela 10- Variáveis referentes a dados socioeconômicos: renda familiar (RF) X fatores biológicos (PN, IG), das crianças prematuras que compunham a amostra --------------------------------------------------------------------------- 83
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1 INTRODUÇÃO
O lactente pré-termo é um feto cujo desenvolvimento intra-uterino foi
interrompido e seus órgãos, ainda imaturos, terão de assumir funções das quais não
estava preparado. Dependendo de sua maturidade ao nascimento e do tipo e
intensidade dos fatores que atuaram durante sua vida intra uterina, estes bebês
poderão apresentar um maior risco de distúrbios durante o período neonatal,
eventualmente responsável por maiores índices de mortalidade, além de ocasionar
seqüelas que poderão comprometer seu desenvolvimento. A complexidade de todos
esses problemas caracteriza o recém-nascido prematuro como um recém-nascido
de alto risco.
Dentre tantas desordens observadas na criança prematura, podemos citar as
alterações a nível de desenvolvimento neuromotor, na qual, autores citam atrasos
importantes na realização dos marcos (sentar, engatinhar e caminhar) das crianças
prematuras em relação as crianças à termo. Nos marcos do desenvolvimento, os
padrões observados nos bebês pré-termo de muito baixo peso caracterizam um
atraso maturacional ainda persistente na idade de 12 e 18 meses corrigidos, de
modo que as avaliações do estado de desenvolvimento motor são realizadas
utilizando a correção da idade gestacional a fim de compensar a imaturidade
biológica.
Estudos relatam que a aquisição da marcha em mais da metade dos bebês
prematuros ocorre após os 18 meses devido a desordens do movimento. As
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
intercorrências ao nascimento tais como peso ao nascer e duração da gestação
podem interferir neste marco de desenvolvimento, caracterizando–se como
alterações a cunho biológico.
E para tal a perinatologia tem procurado atuar na prevenção de sua
ocorrência por meio de um melhor conhecimento do fatores a essa entidade. Sendo
assim, a assistência prestada as crianças prematuras, do ponto de vista biológico,
têm contribuído significativamente aos índices de sobrevivência dessas crianças.
Porém, na atualidade surgem algumas questões a cerca da qualidade de vida e da
interação dessa criança com seu ambiente familiar ao longo do desenvolvimento.
As crianças que vivem em países em desenvolvimento estão expostas a
riscos desfavoráveis a seu desenvolvimento neuropsicomotor, dentre as quais o de
apresentar uma alta prevalência de doenças e de viverem em condições sócio-
econômicas adversas. Tal cadeia de eventos negativos potencializam as chances de
atrasos em seu crescimento e desenvolvimento.
Estudos relatam que um ambiente de pobreza combinado a variável baixo
peso ao nascer aumentam consideravelmente as condições de risco do bebê
prematuro. Em contrapartida, estudos sugerem que ambientes com fatores positivos
tais com disponibilidade de brinquedos e a aceitação do comportamento da criança,
favorece ao aparecimento de sinais positivos no desenvolvimento da criança pré-
termo após o primeiro ano de vida. A presença dos pais na rotina da criança, um
nível socioeconômico bom e a estimulação da criança em seus primeiros anos e
vida, contribui com a redução dos fatores de risco no atraso do desenvolvimento,
sendo este percebido com mais ênfase, quando há a combinação dos fatores de
risco biológico e ambientais.
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Portanto, o acompanhamento das crianças prematuras neste estudo, justifica-
se devido a vasta literatura que condiciona o desenvolvimento neuropsicomotor a
alterações e atrasos. Assim, vimos a necessidade de monitorar o desenvolvimento
neuromotor, através de avaliações, acompanhamentos, bem como a intervenção
precoce, na expectativa de melhorar a qualidade de vida, buscando informações a
cerca das condições socioeconômicas que cercam a família bem como interações
com possíveis riscos biológicos presentes.
O objetivo foi analisar o desenvolvimento da marcha em lactentes prematuros
de 12, 15 e 18 meses, e ainda, analisar a influência do fator sócio-econômico no
desenvolvimento da marcha destas crianças. Este propósito foi cumprido através de
avaliações que registram a existência de possíveis alterações no desenvolvimento
da marcha no período da pesquisa comparando os resultados das avaliações aos
citados pela literatura.Também foi demonstrada a importância da realização de
avaliações do desenvolvimento neuromotor de neonatos pré-termo.
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2 PREMATURIDADE
2.1 Conceito
Segundo BASEGIO (2000) e Gessell, (1993), é considerado recém-nascido
pré-termo, o feto nascido com idade gestacional inferior a 37 semanas completas, ou
seja, duzentos e cinqüenta e oito dias contados a partir do primeiro dia do último
período menstrual, independente do peso ao nascimento.
2.2 Classificação
A prematuridade acompanha-se de um grande número de problemas clínicos,
muitos deles comuns, porém grande parte das características de determinados
grupos de idade gestacionais. Deste modo Usher, classificou os prematuros usando
intervalos diferentes de idade gestacional.
Prematuridade Limítrofe: As crianças compreendidas neste grupo geralmente
apresentam idade gestacional de 35 a 37 semanas, peso entre 2.200 a 2.800g, 45 a
46 cm de comprimento e perímetro cefálico de aproximadamente 32,5 cm;
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Prematuridade Moderada: A idade gestacional deste grupo, fica na faixa de
31 a 34 semanas de idade gestacional, o peso destas crianças muitas vezes fica
acima de 2.000g, estatura variando de 39 a 43,1cm e perímetro cefálico podendo
chegar a 31,3 cm.
Prematuridade Extrema: O RN pré-termo extremo é definido com aquele cuja
idade gestacional é inferior a 30 semanas, pesam menos que 1.500g, medem
menos que 32 cm de estatura e possuem perímetro cefálico inferior a 29 cm.
(MARCONDES,1992).
2.3 Incidência
A incidência é variável e depende de características populacionais. No Brasil,
as informações sobre os nascimentos prematuros são mais escassas e menos
confiáveis (RADES,BITTAR,ZUGAIB, 2004).
Segundo MANCINI et al (2002), de acordo com os dados apresentados na 5ª
Jornada Materno -Infantil (1998) a taxa de nascimento pré-termo representa 11%
dos nascimentos considerando o índice mundial de recém-nascidos com baixo peso
variando de 6 a 11%.
A incidência de lactentes prematuros é maior em mulheres afro-americanas
do que nas caucasianas (RATLIFFE,2000). Segundo ZANINI et al, (2002), a
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prematuridade tem maior risco em famílias com baixo padrão sócio-econômico e que
não realizaram pré-natal adequado, incluindo a gravidez na adolescência. Ainda,
alguns outros fatores podem aumentar significativamente a incidência de
nascimentos prematuros, seriam eles o tabagismo e o etilismo materno, implicando
consideralvemente no peso ao nascer do lactente; em diabéticas, obesas ou mães
com baixo peso (menos que 45 quilos) e idade materna, considerando os extremos
de idade, inferior a 20 anos e acima de 35 anos de idade (BEERS,2003).
2.4 Etiologia
A prematuridade é classificada em duas categorias: espontânea,
conseqüência do trabalho de parto espontâneo propriamente dito ou da rotura
prematura de membranas, e eletiva, quando ocorre por indicação médica,
decorrente de intercorrências maternas e/ou fetais. A prematuridade eletiva
representa 20 a 30% dos partos prematuros, podendo chegar a 35,2% quando
gestações múltiplas são incluídas (MANCINI et al, 1992).
Alguns fatores predispõem o nascimento prematuro. Seriam eles:
características demográficas, riscos médicos identificados antes da gravidez,
problemas detectados durante a gestação, tais como anormalidades congênitas e
gestações múltiplas, e riscos comportamentais e ambientais. (PAIXÃO et al,1994).
O nascimento prematuro pode estar muitas vezes associado a condições de
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risco tais como hipóxia neonatal, baixo peso ao nascer e distúrbios neurológicos.
Conforme a intensidade e duração, estas condições podem colocar a criança em
risco de distúrbios permanentes no desenvolvimento (MANCINI et al,1992).
Os fatores maternos que influenciam o nascimento prematuro incluem:
Eclampsia, placenta prévia, colo incompetente, forma uterina anormal e infecção ou
outras que podem precipitar o trabalho de parto pré-termo.
A prematuridade é mais freqüente em mulheres cujo acompanhamento pré-
natal não é adequado, nas desnutridas e nas que têm condições sócio-econômicas
inferiores (RATLIFFE, 2000). Segundo BEHRMAN et al, (2002), existe uma forte
correlação entre a prematuridade e os fatores sócio-econômicos. As famílias de
baixo nível sócio-econômico representam incidências relativamente altas de
desnutrição, anemia, doença materna, assistência pré-natal inadequada,
toxicomania, complicações obstétricas e histórias maternas de ineficiência
reprodutiva (infertilidade relativa, abortos e partos natimortos). Também encontram-
se outros fatores tais como famílias uniparentais, gestações em adolescentes, curto
intervalo entre as gestações e mães com mais de quatro filhos prévios.
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3 DESENVOLVIMENTO NEUROMOTOR NORMAL
Entendesse por desenvolvimento o processo de mudanças complexas e
interligadas das quais participam todos os aspectos de crescimento e maturação dos
aparelhos e sistemas do organismo. Cada criança apresenta padrões
característicos de desenvolvimento, visto que suas características inerentes sofrem
as influências constantes de uma cadeia de transações que se passam entre as
crianças e seu ambiente (BURNS, MACRONALD, 1999)
O período compreendido entre o nascimento e o final do primeiro ano de vida
se caracteriza como sendo um dos períodos mais críticos no desenvolvimento da
criança. É neste período que se consolidam as bases do desenvolvimento
neuropsicomotor (MANCINI et al, 1992).
Neste capitulo será abordado o desenvolvimento motor normal até a idade de
18 meses, para que se possa realizar as avaliações em relação aos marcos que
levam a aquisição da marcha nos lactentes prematuros, e os fatores sócio-
econômicos que interferem em seu desenvolvimento, necessita-se compreender o
desenvolvimento neuromotor destes lactentes.
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3.1 Reflexos
Para que o neonato possa adquirir uma posição de alinhamento da cabeça,
corpo e membros contra a gravidade, bem como o desenvolvimento das
capacidades estático-dinâmicas, existe a necessidade da ação de receptores
estático dinâmicos. Esteroceptores são órgãos barestéticos da pele, proprioceptores
dos músculos, tendões e articulações, os olhos e o ouvido interno. Eles atuam de
forma a segurar diversas formas de reflexos e reações mostradas pelo neonato a
fins de realizar determinadas tarefas (FLEHMIG, 2002).
Os reflexos são movimentos involuntários que o bebê faz em resposta de
estímulos específicos, ocorrendo de forma automática (HAYWOOD, GETCHELL,
2004). Eles aparecem primeiramente na vida fetal e persistem por todo o primeiro
ano de vida. Vários reflexos no início da infância parecem se transformar em
movimentos voluntários posteriormente, devido ao amadurecimento do córtex
(GALLAHUE, OZMUN, 2001).
Antes mesmo do córtex do neonato agir sobre os reflexos, sua características
comportamentais mostram que o bebê está sob a dominância dos núcleos
subcorticais, os quais maturam antes do córtex. Com a maturação crescente do
córtex, são inibidos os padrões comportamentais primários, realizando então a
evolução em direção crânio-caudal (FLEHMIG, 2002).
De acordo com o conceito tradicional do desenvolvimento motor, a atividade
reflexa primitiva do recém-nascido desaparecia antes de reaparecer sob forma mais
madura. Acredita-se que isso dê-se ao fato de o comportamento ditado pelos
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centros cerebrais inferiores passarem por um processo de inibição cortical. Por
exemplo, a marcha induzida no recém-nascido é considerada como sendo
tipicamente reflexa; acredita-se que ela venha a ser incorporada por volta dos 2 a 3
meses. Em virtude a inibição devida à maturação dos centros corticais superiores.
(SHEPHERD, 2002).
3.1.1 Reflexos primitivos
Apesar destes reflexos não terem sido avaliados, uma criança prematura que
sofreu lesão neurológica pode apresentá-los, além do período normal, causando-lhe
déficits em seu desenvolvimento motor normal,como apresentado em uma criança
deste estudo.
3.1.1.1 Reflexo Magnético
Em posição dorsal, com os quadris e joelhos fletidos, os polegares do
examinador são comprimidos sobre a sola do pé do bebê e lentamente retirados. O
contato entre os dedos e a sola do pé mantêm-se, em virtude, as pernas estendem-
se, o pé fica colado no dedo. O reflexo permanece até os dois meses.
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3.1.1.2 Reflexo de Galant
O reflexo se dá através da fricção paravertebral com o dedo, de apenas um
hemicorpo. A criança forma um arco com o corpo. A concavidade forma-se no lado
do estímulo, a bacia é puxada para cima e a perna e braços do mesmo lado
estendem-se enquanto que as extremidades do lado oposto fletem. Este reflexo
permanece até os dois meses de vida do lactente (FLEHMIG, 2001).
3.1.1.3 Reflexo de Suporte Positivo
Permite que o bebê assuma posição de pé quando sustentado verticalmente
e seu peso é colocado sobre a região anterior do pé. A resposta é uma contração
dos músculos dos membros inferiores, tornando-os capazes de sustentar o peso da
criança por alguns instantes. Esse reflexo possibilita a vivência da postura em pé
(ALBANUS, 2004).
3.1.1.4 Reflexo do Moro
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O reflexo de moro pode ser provocado colocando o bebê em posição supina e
batendo levemente no abdome, produzindo sentimento de insegurança quanto ao
apoiar, como por exemplo, deixar que a cabeça do bebê caia para trás e uma
distância curta, ou até ser auto induzido por um barulho alto. No reflexo do moro, há
repentina distensão e dobramento dos braços e expansão dos dedos. As pernas e
os dedos dos pés realizam as mesmas ações, mas menos vigorosamente. Os
membros então voltam à posição normal flexionada contra o corpo.
O reflexo do moro está presente do nascimento até os seis meses seguintes,
porém sendo esta reação mais pronunciada nos primeiros dias de vida do bebê
(GALLAHUE, OZMUN; 2001).
3.1.1.5 Reflexo palmar de preensão e preensão plantar
Nos primeiros dois meses, o bebê usualmente tem suas mãos bem-fechadas.
Quando se estimula a palma, a mão vai fechar fortemente ao redor do objeto, sem o
uso do polegar. Este reflexo persiste nos primeiros quatro meses, tendo sua
intensidade reduzida no decorrer dos meses.(GALLAHUE, OZMUN, 2001).
No reflexo plantar, ao tocar a planta do pé abaixo do grande artelho,
assumem os demais artelhos a posição em garra. Quando o toque cessa estendem-
se os artelhos. Se o reflexo persiste após o primeiro ano de vida do bebê, não é
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possível manter-se o pé plano, nem a marcha normal (FLEHMIG, 2002).
3.1.1.6 Reflexo tônico assimétrico
Para que este reflexo ocorra, o bebê é colocado em posição supina e o
pescoço é virado, de maneira que a cabeça fique de frente para um dos lados. Os
braços irão assumir posição similar a de esgrimista em guarda, isto é, o braço
estende-se do lado do corpo, na direção em que a cabeça está voltada, e o outro
braço assume posição extremamente flexionada. Os membros inferiores assumem
posição idêntica a dos membros superiores. Este reflexo pode persistir normalmente
até o sexto mês (GALLAHUE, OZMUN, 2001).
3.1.1.7 Reflexo Tônico Labiríntico
Se a criança está em posição ventral, não há extensão total, a cabeça não é
colocada de lado, e as vias respiratórias não se mantêm livres. Na posição dorsal,
há extensão do tronco e das pernas, as quais se mostram aduzidas e com rotação
interna. Os braços são fletidos, as mãos fechadas. Os ombros retraídos. A cabeça
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mantém-se em opistóno. Nesta posição a criança não consegue elevar-se da
posição dorsal pela dificuldade em manter o controle da cabeça. Como o quadril não
pode ser fletido é impossível sentar-se sozinho com equilíbrio. Este reflexo em
supino é considerado patológico.
3.1.1.8 Reflexo Tonico Cervical Simétrico
Ao fletir a cabeça, os braços fletem-se e as pernas estendem-se totalmente. À
extensão da cabeça, faz com que os braços se estendam totalmente e as pernas
fletem-se. Este reflexo é considerado patológico considerando que ao persistir, ele
impede o apoio sobre os quatro membros não permitindo o elevar-se para sentar.
Posteriormente as aquisições futuras como o ficar em pé e caminhar também
estarão dificultados.
3.1.2 Reflexos locomotores
Os reflexos locomotores levam este nome por se assemelhar e se relacionar
ao movimento voluntário do andar. Estes reflexos desaparecem antes do bebê
adquirir as habilidades locomotoras voluntárias (HAYWOOD, GETCHELL, 2004).
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3.1.2.1 Reflexo de engatinhar
O reflexo de engatinhar pode ser visto quando o bebê é colocado em posição
inclinada e aplica-se pressão à sola de um de seus pés.Ele engatinhará
reflexivamente usando tanto os membros inferiores quanto superiores.A aplicação
de pressão na sola dos pés vai provocar o retorno da pressão pelo bebê.A aplicação
de pressão na sola dos pés de apenas um pé vai reproduzir o retorno da pressão e
um impulso extensor da perna oposta. Também conhecido como reflexo de
propulsão. Este reflexo está presente no nascimento e desaparece por volta do
terceiro ou do quarto mês (GALLAHUE, OZMUN, 2001).
3.1.2.2 Reflexo Placing-reaction
Esta reação ocorre quando a criança é mantida verticalmente. Ao comprimir a
sola do pé de uma perna sobre o suporte, flete-se esta perna ao contato e a outra
estende-se, tocando, então o suporte. A perna que tocou o suporte, então, fletirá, e a
perna que não estava em contato, irá pôr-se em contato com o suporte. Esse
movimento alternante dá a impressão da marcha (marcha automática). A parte
superior do corpo é mantida levemente flexionada para diante. Esta reação ocorre
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até os dois meses de vida (FLEHMIG, 2001).
3.1.2.3 Reflexo de marcha automática
O bebê, seguro ereto, com o peso corporal colocado para frente e superfície
plana, vai reagir “caminhando” para frente. Esse movimento de caminhada envolve
somente as pernas. Este reflexo primário está normalmente presente nas seis
primeiras semanas e desaparece por volta do quinto mês (GALLAHUE, OZMUN,
2001).
3.2 Reações Posturais
As reações posturais, auxiliam o bebê a automaticamente manter a posição
no ambiente. Estas reações auxiliam desde uma melhor respiração do bebê, pelo
posicionamento da cabeça na vertical, até o rolar e mais tarde a posição ereta. As
reações posturais aparecem a partir dos dois meses de idade, desaparecendo no
final do primeiro ano ou inicio do segundo (HAYWOOD, GETCHELL, 2004).
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3.2.1 Reações de Endireitamento
Ao nascimento as reações de endireitamento ainda não estão totalmente
desenvolvidas. Somente as reações do endireitamento do pescoço esta ativa,
enquanto que as outras tendem a aparecer em estágios específicos do
desenvolvimento. Estas reações auxiliam a criança a movimentar-se para os lados,
rolar, elevar a cabeça, ficar sobre suas mãos e joelhos, sentar a andar.
3.2.2 Reações de Equilíbrio
O mecanismo que permite a sustentação do individuo numa postura ereta,
consiste em um grupo de reações automáticas, denominadas reações de equilíbrio.
Estas são mais complexas que a reação de endireitamento e ocorrem por
estimulação labiríntica. São movimentos compensatórios que respondem com
ajustes posturais, aos estímulos provenientes de alterações do centro de gravidade.
Essas reações asseguram uma postura adequada do corpo quando ocorre uma
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alteração da superfície de apoio, que conduz uma modificação no centro de
gravidade do corpo.
O desenvolvimento das reações de equilíbrio sobrepõe-se às reações de
endireitamento. As primeiras são responsáveis pela transformação e modificação
das últimas. No aspecto clínico, sua importância no aprendizado do sentar, levantar
e andar é notória. Contudo, é provável que as reações de endireitamento não
tornarão o paciente capaz de ir além do estágio quadrúpede. Já as reações de
equilíbrio são essenciais para qualquer atividade além deste estagio de motricidade
(ALBANUS, 2004).
3.2.3 Reações Protetoras
Esta é uma reação automática importante que está estreitamente associada
ao desenvolvimento das reações de equilíbrio. A reação de pará-quedas, também
chamada reação extensora dos braços, atua como uma segunda linha de defesa
quando as reações desequilíbrio se mostram insuficientes e os braços e as mãos
são utilizados para proteger a cabeça e a face quando a criança está preste a cair.
Quando a criança, por algum motivo não adquire esta reação ela estará mais
propensa a realizar transferência de peso inadequada,dificultando o sentar, ficar em
pé e caminhar (BOBATH, 2001).
A reação de pára-quedas pode ser observada quando a criança é segura pelo
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tronco e projetada rapidamente de cabeça para baixo, ela apresentará extensão
dos membros superiores para proteger-se da queda. As reações protetoras ocorrem
para trás, para frente e para os lados. Elas possuem duas fases. A primeira consiste
na extensão de punhos, dedos e braços para atingir uma base de sustentação e
após, na segunda fase o peso do corpo cai sobre os membros superiores
(ALBANUS, 2004).
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4 DESENVOLVIMENTO DA LOCOMOÇÃO DO BEBÊ NORMAL
Para Eckert, (1993), o recém-nascido se torna uma criança que assume uma
postura ereta e estará apta à locomoção vertical. Mas para que esta postura
realmente venha a sobressair-se, os movimentos do bebê através do espaço irão
depender do aparecimento de habilidades para lidar com a força da gravidade. A
locomoção não se desenvolve independentemente da estabilidade, ao contrário,
apóia-se muito nela. O bebê não será capaz de movimentar-se livremente até que
as tarefas desenvolvimentistas rudimentares de estabilidade sejam dominadas
(HAYWOOD, GETCHELL, 2004).
A evolução da motricidade global depende essencialmente da maturação e
mielinização do sistema nervoso; de um sistema nervoso funcionante e em menor
grau de estímulos do meio ambiente. O recém-nascido passa por fases crescentes
que vão desde o elevar a cabeça até a perfeita coordenação para a corrida e o salto.
Cada grupo etário tem seu comportamento motor pré-programado de acordo com a
evolução da maturação e mielinização do sistema nervoso central que está segundo
ROCHA et al,(1999), essencialmente relacionada a fatores culturais, como por
exemplo na raça africana, no qual suas crianças apresentam as aquisições da
marcha mais precocemente do que nas outras raças. Alguns autores ainda fazem
referência considerando que o meio ambiente tem um papel relevante na idade da
marcha, sendo esta mais precoce em crianças de classe alta (ROCHA et al, 1999).
Este capítulo apresentará um resumo do Desenvolvimento normal da
locomoção pois é o foco deste trabalho.
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4.1 Desenvolvimento Motor Normal no Primeiro Trimestre (1 – 3 meses)
O desenvolvimento da motricidade global, tanto postura quanto locomoção,
evolui de um padrão motor involuntário e reflexo, para um controle voluntário dos
movimentos. A evolução natural processa-se no sentido de aumentar o tônus axial
numa seqüência céfalo-caudal (ROSE, GAMBLE,1998). O primeiro passo se dá, já
no segundo mês no qual o bebê coloca a cabeça no espaço, ainda oscilante, porém
em boas condições. Na posição ventral a cabeça é elevada pelas reações
labirínticas, e as reações de equilíbrio melhoram tornando a criança mais estável
nas posições ventral e dorsal. O RTCA, RTL e RTCS estão presentes, contudo não
impedem a coordenação motora.O controle de cabeça é o primeiro passo no
caminho evolucional motor geral, seguido deste surge o controle de tronco, que
eventualmente, leva à marcha (FLEHMIG, 2002).
Os recém-nascidos normais apresentam um comportamento conhecido como
marcha do recém-nascido. Que consiste na flexão e extensão alternadas de pernas
quando o lactente é mantido ereto (ROSE, GAMBLE,1998). Esses movimentos são
semelhantes nos recém-nascidos que dão chutes em decúbito dorsal.
Tradicionalmente, esta macha do recém-nascido é interpretada com sendo reflexa
ou primitiva, devido ela ser desencadeada automaticamente pela maneira que
seguramos a criança. A capacidade do recém-nascido de dar passos diminui por
volta do terceiro até o quinto mês, sendo considerada por alguns, como período de
inatividade locomotora. Contudo nem todos os bebês passam por todas essa etapas
do desenvolvimento. Sabe-se hoje que a maneira de criação, a maneira como os
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pais manuseiam suas crianças e lhe oferecem um ambiente favorável à postura
ereta e à aquisição da marcha, com a finalidade específica de favorecer o
desenvolvimento motor, levam a uma seqüência diferente de desenvolvimento.
Acredita-se ainda que em relação à incorporação do reflexo da marcha, este ocorra
devido à maturação do sistema nervoso, ou seja, a maturação dos centros cortical
superiores, sendo interpretado como um sinal de maturação normal. Inversamente
sua persistência é tida como indício de disfunção do SNC (SHEPHERD,2002). Os
padrões de movimento similares à marcha do recém-nascido reaparecem aos oito
ou nove meses de idade, como precursores da marcha (ROSE, GAMBLE,1998).
Predominantemente no terceiro mês, apresentando um tônus mais extensor,
a criança se torna mais estável, primeiramente na posição dorsal, depois na ventral
e posteriormente na posição ereta. O lactente em pronação pode com os braços
estendidos, elevar o tronco da superfície. A coordenação motora às vezes ainda
pode estar prejudicada devido a algumas assimetrias persistentes na criança. Ela
tenta se adaptar quando há perda do equilíbrio, contudo ainda inexistem reações de
proteção (FLEHMIG, 2002).
4.2 Desenvolvimento Motor Normal no Segundo Trimestre (4-6 meses)
Aos quatro meses, o lactente pode sustentar o tronco com braços estendidos,
com a cabeça ereta e o olhar para ambos os lados. As articulações nesta fase
encontram-se mais dissociadas uma das outras. Nesta fase a criança já apresenta
reações posturais da cabeça sobre o corpo, e do corpo sobre a cabeça se iniciam.
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As reações de equilíbrio melhoram inclusive na posição dorsal e ventral, contudo a
estabilidade na posição sentada ainda não existe. Os reflexos de marcha
automática, suporte positivos já não são mais produzidos (FLEHMIG, 2002).
No quinto mês a criança tornou-se mais estável, embora não possa realizar
ainda movimentos coordenados na posição ereta (fase instável da posição). Nesta
idade cabeça e tronco equilibram-se na posição média e desaparecem todos os
padrões tônicos posturais. As reações de moro e outras reações são incorporadas
totalmente, porém se estes persistirem, apenas o significado patológico é aceito,
prejudicando a coordenação motora (ALBANUS, 2004). A rolagem voluntária ocorre
entre os cinco e seis meses, primeiro de pronação para a supinação e, depois de
supinação para pronação. A posição sentada independente em geral é atingida no
sexto mês, mas com apoio dos braços e com uma suave cifose espinhal. (ROSE,
GAMBLE,1998).
O lactente com seis meses interessa-se pelos membros superiores seguindo
a regra de rostral para caudal, o controle dos membros superiores é mais avançado
que o dos membros inferiores. Nessa idade, os pés são colocados na boca. O
equilíbrio torna-se mais estável nos decúbitos dorsal e ventral. As modificações de
posição ampliam o horizonte da criança, que se faz muito mais interessada e
curiosa. O controle da cabeça é bom, o rolar se dá de forma melhorada e com isso,
há possibilidade de um melhor funcionamento motor além de possibilitar um bom
contato com o ambiente. Como a motricidade se estabilizou, também o tônus se
estabiliza, isto é, ajusta-se a situações desejadas, como por exemplo, a posição
ereta (ALBANUS,2004).
Desta forma, as primeiras tentativas objetivas de locomoção dos bebês são
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realizados pelos movimentos de arrastar-se. O ato de arrastar-se evolui à medida
que o bebê ganha controle dos músculos da cabeça, pescoço e tronco. Usando um
padrão homolateral, em pronação o bebê pode procurar e alcançar um objeto à sua
frente, erguendo a cabeça e o peito acima do solo. Ao voltar essas partes do corpo
para o solo, os braços estendidos para fora impulsionam o bebê de volta, em direção
aos pés. O resultado deste esforço combinado é um leve movimento escorregadio
para frente. As pernas não são usadas nesta tentativa de arrastar-se. Este ato
aparece no bebê por volta do sexto mês, contudo pode ser visto já no quarto mês.
4.3 Desenvolvimento Motor Normal no Terceiro Trimestre (7-9 meses)
Aos sete meses, os lactentes podem realizar movimentos alternados com os
braços e, em decúbito ventral, utilizar os movimentos para virar. Realizam
movimentos de ponte, no qual auxilia a vivência sensório-motora dos pés no chão.
Estende um braço a fim de pegar objetos. Possui uma atitude simétrica. Quando
levantada pra sentar a criança torna-se mais estável. Apresenta bom equilíbrio ao
inclinar-se pra frente. As mãos e os braços se estendem quando inclinada
passivamente para o lado para melhor equilibrar-se. A extensão do dorso é eficaz e
as pernas apresentam-se em abdução e o quadril muito bem fletido. A criança rola,
rasteja e engatinha. Levantada pelas axilas, a criança tenta equilibrar-se e oscila
nesta posição para cima e para baixo, equilibra-se às vezes por um curto período de
tempo. O tônus é normal e a motricidade mais estável. Tem boa colocação da
cabeça no espaço e reações posturais, sendo estas responsáveis pelo
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restabelecimento do equilíbrio quando perdido (FLEHMIG, 2002).
A criança aos nove meses senta-se estavelmente e ao perder o equilíbrio
reage com contra movimentos. Pode apoiar-se para os lados e para diante, possui
boa rotação de tronco e pode assumir atitudes simétricas. A criança levanta-se
segurando em objetos e já fica em pé com bastante estabilidade. Segurada já possui
equilíbrio bom, dando os primeiros passos com apoio. Oscila na posição em pé com
leve flexão de joelho e por vezes com flexão do quadril, podendo ocorrer também
extensão. (FLEHMIG, 2002).
Ainda em relação ao controle voluntário do sentar e andar, estes só serão
possíveis se surgirem reações posturais de equilíbrio e verticalização, tais como as
reações de proteção anterior, lateral e posterior dos membros superiores que podem
estar surgindo por volta dos 6 a 9 meses. Estes reflexos de defesa são importantes
na aquisição do sentar com apoio aos 5 meses, sentado sem apoio e sozinho aos 7
meses e 9 meses, respectivamente, e posteriormente o andar. Assim, podemos
concluir que os mecanismos de proteção são importantes, sendo indispensáveis
para a aquisição da marcha independente (ROCHA et al, 1999).
O engatinhar com os movimentos recíprocos dos braços e das pernas ocorre
entre nove e dez meses de idade, contudo alguns autores afirmam que o engatinhar
pode iniciar mais cedo, em torno do 8º mês de vida (MORAES et al, 1998; ROSE,
GAMBLE,1998). Moraes et al, (1998), considera o engatinhar juntamente com a
marcha, importantes marcos no desenvolvimento motor, pois estes comportamentos
refletem mudanças radicais na estrutura corporal, na coordenação e
conseqüentemente ao desenvolvimento motor, graças a maturação do Sistema
Nervoso Central. A aquisição do engatinhar proporciona ao bebê situações antes
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não vivenciadas, permitindo movimentos de cabeça para todos as direções, os
membros inferiores realizam movimentos mais alternados de flexão de joelho,
quadril e extensão de tornozelo representando um padrão de movimentos
dissociados e coordenados. Além disso o engatinhar induz ao treino de equilíbrio
precedente à posição bípede, já que, em relação a postura prona ou sentada, o
centro de gravidade se encontra mais afastado da superfície de apoio. Estudos
comprovam que as crianças que engatinham desenvolvem maior percepção
espacial do que aquelas que somente fazem o uso de andador. Esta forma eficiente
de locomoção do bebê difere do arrastar-se, pois nele, pernas e braços são
empregados em oposição entre si. (GALLAHUE, OZMUN, 2001). ROCHA et al,
(1999), em seu estudo, cita que quando a criança engatinha aos 9 meses a macha
surge com freqüência em idade adequada, sendo considerada normal entre 11 e 15
meses. Por outro lado, as crianças que não possuem nenhum tipo de locomoção
antes da marcha andam mais cedo, são as crianças que levantam e andam. O
atraso da marcha se dá em crianças que apresentam estratégias desviantes, sendo
consideradas a nastigação, o rebolar e o rastejar devido a alguma leve anomalia
motora. Crianças que engatinham após os 10 meses também podem apresentar
atraso na locomoção.
Contudo, Moraes et al (1998), relatam em seu trabalho que apesar do
engatinhar coincidir com outras atividades bipedais tais quais, a criança permanecer
em pé e andar com apoio, não acrescentaria muito ao desenvolvimento posterior da
marcha. Nessa etapa do desenvolvimento, o engatinhar seria apenas o resultado do
aumento incidental da força muscular dos membros inferiores. Mesmo diante desta
afirmação temos que ressaltar que nenhum estágio ou aquisição motora é
dispensável, já que o desenvolvimento motor ocorre numa seqüência de
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transformações posturais, com alternâncias das dominações de padrões flexores e
extensores, apoio unipodal e bilateral, culminando na marcha independente.
Entre os 6 a 9 meses de idade, inicia-se a época no qual o bebê realiza a
locomoção com apoio. Este, dado pela mãe ou por móveis. As crianças iniciam a
marcha lateral, por elas apoiarem-se nos móveis e andar em torno deles. O andar
lateral parece ser um meio importante no desenvolvimento do controle postural
durante a locomoção. Trata-se de um treino específico no qual uma das funções
responsáveis pela iniciação da marcha consiste em deslocar o peso do corpo sobre
o pé fixo (GALLAHUE, OZMUN, 2001; SHEPHERD,2002). Durante a marcha
apoiada, as mãos e os braços da criança precisam ser usados para manter o
equilíbrio. A marcha apoiada é claramente uma fase de transição que conduz à
deambulação independente (ROSE, GAMBLE,1998).
4.4 Desenvolvimento Motor Normal no Quarto Trimestre (10 – 12 meses)
No décimo mês, a criança senta-se sozinha com bom equilíbrio, apoiando-se
para diante e para trás, e as vezes passando de sentado para em pé e após para a
posição de apoio em quatro membros. Apoiada em quatro membros a criança chega
a gatinhar, com rapidez e boa rotação. Ela ergue-se para ficar em pé segurando em
objetos, e às vezes também pode ficar em pé sozinha, mas ainda não dá passos,
andando apenas ao longo dos móveis. O bebê não apresenta ainda reações de
equilíbrio na posição em pé. Quando segurada por alguém, dá passos com bastante
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estabilidade. Da posição em pé passa freqüentemente para o engatinhar. Possui
boa rotação e a atitude simétrica é possível. Ela apresenta-se bem estável. Possui
boa regulação tônica e abdução de quadril. (FLEHMIG,2002).
Em estudo realizado por Gremshaw (1998), cita que aos dez meses a criança
permanece em pé porém com pernas abertas para melhorar o equilíbrio, além de
adquirir inclinação de quadril e joelho e forte curvação do dorso. Por volta do
primeiro ano de vida as crianças iram adotar uma posição ereta sendo esta capaz de
andar. Contudo, existe uma larga diferença entre o tempo da aquisição da marcha e
a habilidade da marcha. Esses marcos motores pré-ambulatórios iniciais permitem
que o lactente adquira habilidades que serão necessárias e úteis para a marcha, ou
seja, a criança ganha experiência para apoiar o corpo ereto contra a gravidade, para
o equilíbrio, balanço e movimentos recíprocos (ROSE, GAMBLE,1998).
É o que podemos observar na criança aos 12 meses. Nesta idade, as reações
de equilíbrio nas posições dorsal, ventral, sentado e no engatinhar são bons,contudo
na posição em pé ainda há insegurança. Na posição sentada, mantêm-se com
quadril fletido, dorso estendido e pernas em rotação externa. Engatinha a partir do
apoio sobre quatro membros e desta atitude senta-se e fica em pé. Como meio de
locomoção a criança ainda utiliza o engatinhar, contudo, tenta caminhar com mais
freqüência na posição ereta. Fica em pé, e as vezes até livremente sem que a
segurem, porém com insegurança sobre base larga. Alguns conseguem com pouco
equilíbrio, mover-se para diante. Andam ao longo dos móveis. Possuem boas
reações posturais no espaço. mantêm-se com quadril fletido, dorso estendido e
pernas em rotação externa ( FLEHMIG, 2002)
É válido salientar que na época que se inicia a marcha independente, o
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lactente já dispõem do padrão básico de locomoção que deriva do padrão simples
disponíveis desde o nascimento. A marcha do lactente passa por um processo de
maturação progressiva, depois de iniciada a locomoção livre, aparecendo os
detalhes dessa maturação à medida que a criança treina a marcha em ambientes
diferentes (SHEPHERD,2002).
4.5 Desenvolvimento Motor Normal no Quinto Trimestre (13-15 meses)
Aos 15 meses, é certo que a criança ainda não é estável na posição ereta,
mas pode locomover-se bem, ampliando e investigando seu ambiente. Ela pode,
quando se desloca livremente, abaixar-se e levantar do chão segurando um objeto,
na posição de cócoras. Possui boa rotação e atitude simétrica, na posição
sentada. Engatinha, porém não é o recurso mais utilizado, mas quando utilizado é
coordenado.
Fica em pé, passando desta posição para a posição de apoio sobre os quatro
membros e pela posição de urso. Anda livremente porém com insegurança e de
pernas abertas, sendo que 75% das crianças nesta idade podem caminhar. Elas já
conseguem, ao caminhar, segurar um objeto na mão e estender outro braço para
agarrar outro. As pernas ainda são ligeiramente rodadas para dentro, levando ao pé
plano-valgo Pode passar dessa posição para outra e adaptar-se as modificações da
sua posição no espaço. As reações posturais já se apresentam boas em todas as
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posições, e o equilíbrio já é bastante bom na posição em pé. No caminhar ainda
apresenta-se instável (FLEHMIG, 2002).
Assim, as primeiras tentativas de andar independente ocorrem por volta do
10º a 15º mês de vida e caracterizam-se por base larga de apoio, pés virados pra
fora, e diminuição da flexão a nível de quadris, joelhos e tornozelos e pelo aumento
da amplitude de passos, acompanhados com o contato íntegro da planta dos pés no
chão. Esses primeiros movimentos de caminhada não são síncronos nem fluidos.
São irregulares e hesitantes (GALLAHUE, OZMUN, 2001; SHEPHERD,2002).
Segundo SHEPHERD (2002), a obtenção da locomoção ereta depende da
estabilidade do bebê. Este deve ser capaz, primeiro, de controlar seu corpo em pé
antes de dominar mudanças posturais dinâmicas necessárias para a locomoção
ereta. As crianças que atingiram a deambulação independente, mas que ainda não
chegaram ao padrão de marcha madura são chamados toddlers. Uma das marcas
registradas da marcha dos toddlers é sua inconsistência. Embora um pouco mais
coerente que a marcha apoiada, existe a variabilidade nos movimentos e na
temporarização da contração muscular em cada passada e de uma criança para
outra. Com a marcha do Toddler é uma fase intermediária no caminho para a
marcha madura, essa inconsistência é normal. Conforme as crianças crescem a
variabilidade da marcha diminui (ROSE, GAMBLE,1998).
O período compreendido entre os 12 a 18 meses representa um período de
prática e de domínio das muitas tarefas rudimentares iniciada no primeiro ano de
vida. Neste estágio a criança começa a controlar e obter maior precisão de seus
movimentos. Ainda nesta fase o ambiente fornece estímulos para a prática do
desenvolvimento das habilidades sendo benéfico, pois acelera o desenvolvimento de
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tarefas rudimentares estabilizadores, locomotivas e manipulativas (GALLAHUE,
OZMUN, 2001).
4.6 Desenvolvimento Motor Normal do Sexto Trimestre. (16-18 meses)
Entre os 9 e 17 meses as crianças mantêm os braços elevados para
assegurar, juntamente com os passos longos, o equilíbrio. Assim eles acabam por
fixar-se. Com a habilidade de caminhar, os braços se abaixam ao nível da cintura e
depois os estende na posição normal. Contudo a criança ainda não terá bom
equilíbrio (GREMSHAWETAL, 1998). Aos 18 meses, a criança já é capaz de mover-
se bem com equilíbrio, sendo este estável em todas as posições, bom apoio, porém
ainda deixando a desejar no estágio da marcha, no qual a criança não levanta o pé
ao caminhar. Quando brinca, contudo, a criança está sempre exercitando-se e
colocando-se em situações que promovam adaptações ótimas.
A criança já apresenta bom controle de cabeça e tronco e rotação. Boa flexão
de quadril na posição sentada e extensão de quadril na posição em pé. Não são
possíveis a posição em uma perna só, nem o salto numa perna porque ainda falta a
necessária estabilidade. Os estágios motores intermediários estão muito bons nesta
etapa e a criança pode acocorar-se e erguer-se do chão segurando objetos.
Consegue subir escada com ajuda e ao caminhar, consegue parar com habilidade.
Fica de gatinhas e volta-se para sentar-se. Na marcha ainda há atitude fisiológica
em pé plano-valgo apesar de ver-se o arco plantar. As pernas encontram-se em
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ligeira rotação externa por rotação deficiente do quadril. Ainda vêem-se movimentos
associados, porém ao caminhar a criança pode segurar um objeto em cada mão.
(FLEHMIG, 2002).
Ainda nesta idade, a criança realiza apoio sobre os calcanhares em seu
padrão de marcha. A largura da passada aumenta, até que o ato de caminhar esteja
bem desenvolvido. A eversão do pé diminui gradualmente, de modo que os pés se
projetem para frente e o modo de andar ereto firma-se, o comprimento da passada
torna-se regular e os movimentos do corpo ficam sincronizados. Deste modo a
criança já tenta caminhar de lado, para trás e na ponta dos pés (GALLAHUE,
OZMUN, 2001).
Estudos no desenvolvimento da postura ereta e da locomoção bipedal nos
recém-nascidos têm se centrado na identificação de fases, na ordem de
aparecimentos destas e nos fatores associados a cada momento de inicio dessas
fases. Mary Shirley, através de seus estudos, possibilitou a descrição da progressão
desenvolvimentista das atividades que levam a postura ereta e de certo modo o
caminhar. Shirley observou que o desenvolvimento se dá por fases fundamentais e
que os bebês avançam de estágio a estágio na mesma ordem. Ela também
observou que, mesmo com uma seqüência fixa, diferenças individuais eram notadas
e expressas por variações no ritmo do desenvolvimento dos bebês. Shirley ainda
salienta que é provável que nem todas as crianças passem por todas as fases, nem
que sua duração seja a mesma para todas as crianças.
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5 RECÉM NASCIDO PRÉ-TERMO
5.1 Características Principais do Bebê Pré-termo
O recém-nascido pré-termo é um feto cujo desenvolvimento intra-uterino foi
interrompido e seus órgãos, ainda imaturos, terão de assumir funções das quais não
estava preparado (TECKLIN, 2002). Devido a essa prematuridade, o lactente pré-
termo apresenta um aspecto diferenciando do recém-nascido a termo. As
características físicas variam de acordo com a idade gestacional do lactente, com as
doenças apresentadas por ele ao nascimento e pela presença ou ausência de
distúrbios genéticos (RATLIFFE,2000).
O recém-nascido prematuro apresenta características anátomo-fisiológicas
que o diferencia de um recém-nascido a termo. No peso do recém-nascido
prematuro, ocorre uma perda ponderal, nos primeiros dias de vida,
proporcionalmente maior, o que implica em um tempo maior para a aquisição do
peso inicial. Uma vez alcançado este peso, o seu crescimento ponderal (peso e
comprimento) é relativamente maior do que o de um recém-nascido a termo, visto
que as suas necessidades nutritivas são bem maiores. O prematuro tem uma
cabeça relativamente grande, quando comparado a um a termo. O pescoço e os
membros são curtos em relação ao tronco. Os olhos são proeminentes e a língua
protrusa (REZENDE; MOTENEGRO, 1999).
O tórax é relativamente pequeno em relação ao abdômen. Os ossos e
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músculos da caixa torácica são debilitados, o que aumenta a dificuldade respiratória.
A pele é enrugada, fina, translúcida e de cor vermelho-escura. Há pouco tecido
adiposo subcutâneo. As unhas dos pés e das mãos são frágeis e não ultrapassam a
extremidade digital. Ocorre a ausência do relevo e a flacidez do pavilhão auricular,
assim como ocorre a ausência de estriação plantar.
Quanto mais prematuro for o recém-nascido, mais reduzida estará a sua
tonicidade muscular, adotando uma postura proporcionalmente largada. Onde os
reflexos de sucção e de deglutição encontram-se enfraquecidos, e a regurgitação e
o refluxo são freqüentes, aumentando assim os riscos de aspiração do leite materno
(MEDSI, STARK; 2000).
Além das diferenças físicas e comportamentais óbvias, a imaturidade dos
órgãos também é uma característica do bebê pré-termo. Alguns dos problemas que
o lactente pode enfrentar são: as deficiências na regulação da temperatura e do
ritmo respiratório; automatismo da respiração; icterícia e infecções; além de
complicações respiratórias; cardiopatias; hemorragias cerebrais; mau funcionamento
do sistema gastrintestinal e lesões oculares ou auditivas (UMPHRED, 1994).
O bebê prematuro apresenta uma hipotonia generalizada, sendo esta
relacionada ao grau da prematuridade, ou seja, quanto menor for a idade
gestacional do lactente, maior será seu grau de hipotonia. O bebê mostra uma maior
amplitude de movimentos e flexibilidade nos ombros, cotovelos, quadris e joelhos do
que nos bebês nascidos em idades gestacionais superiores. Tipicamente o
posicionamento do neonato se dá em posição de extensão e abdução, com padrão
flexor e alinhamento em linha média diminuídos. Este posicionamento ocorre devido
a pouca permanência em meio intra-uterino. Reforçando a idéia de que o meio
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ambiente uterino contribui para com o padrão flexor fisiológico do bebê. A atuação
da força da gravidade contra os músculos fracos do bebê, reforçam ainda mais o
padrão extensor. Os reflexos primitivos podem estar ausentes, diminuídos ou
inconsistentes, e o movimento realizado pelo bebê é mínimo. O bebê prematuro não
é capaz de regular os estados corporais como realizado pelo bebê a termo. Ao
nascimento, o bebê pré-termo, geralmente é irritável, hipersensível à estimulação,
menos responsivo a interações afetivas com seus pais além de apresentar uma
maior irregularidade no sono e alimentação do que o bebê a termo (UMPHRED,
1994; TECKLIN, 2002).
Como desenvolvimento do bebê pré-termo, o tônus muscular flexor aumenta
em direção caudo-cefálica, contudo, o bebê prematuro não alcançando o grau
completo do tônus muscular flexor visto nos bebês a termo, causando um
desequilíbrio entre os grupos extensores e flexores. Isto porque o prematuro não
tem o contrapeso do tônus flexor para compensar a progressão normal do tônus
extensor. Esse desequilíbrio pode interferir nas habilidades, na coordenação
bilateral, na imagem corporal e nas habilidades exploratórias e conseqüentemente
influenciar a aquisição do andar (TECKLIN, 2002).
5.2 Desenvolvimento Motor do Bebê Pré-termo
Autores afirmam que se comparado um bebê pré-termo a um bebê a termo,
existirá uma heterogeneidade e um desempenho neuropsicomotor inferior observado
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nos prematuros, tendo em vista a imaturidade de seu sistema nervoso, pelo
nascimento precoce, acarretando déficit nas funções cognitivas e motoras (ZANINI,
2002).
Dentre os déficits das funções motoras, SILVA, CÉU E SILVA, (2002)
afirmam que os bebês prematuros podem apresentam problemas que interferem em
seu desenvolvimento neuropsicomotor, alterando sua motricidade em várias
dimensões. Estas lesões podem acometer um ou ambos hemisférios cerebrais,
podendo ser manifestadas por quadros de hemiparesias, diplegias e quadriparesias.
Segundo MANCINI et al (1992), existe uma grande incidência de distúrbios
neuromotores em neonatos prematuros que sobrevivem, como já exposto, em
virtude da imaturidade do sistema orgânico e da fragilidade da rede vascular
cerebral responsável, em grande parte pela nutrição das células nervosas do SNC.
Sendo assim, quando os complexos mecanismos que abrangem a motricidade
humana são de alguma forma alterados por alguma disfunção, quase sempre
surgem a manifestação de uma motricidade reflexa patológica, que normalmente
levam a padrões de posturas e movimentos anormais, impedindo a formação devida
dos esquemas motores. (SILVA, CÉU e SILVA, 2002).
Considerando a prematuridade, um fator de risco biológico (devido ao baixo
peso ao nascimento, idade gestacional inferior ou igual a 37 semanas), e sendo ela
um fator positivo para o atraso do SNC, podemos afirmar que ao interferir no ritmo e
nos padrões motores do DNM durante o primeiro ano de vida da criança (MANCINI
et al, 1992), ela estará prejudicando diretamente as aquisições e as fases do
desenvolvimento motor normal. As aquisições motoras no primeiro ano de vida são
fatores importantes ao prognóstico do desenvolvimento holístico da criança, pois é
neste período, compreendido entre o nascimento e o final do primeiro ano de vida, o
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período tido como um dos mais críticos no desenvolvimento infantil. Neste período o
desenvolvimento neuromotor mostra-se em ritmo acelerado e com mudanças que
culminam as funções da mobilidade.
O desenvolvimento do neonato prematuro difere do à termo. Nos primeiros
dias de vida no neonato prematuro, os reflexos de moro e as reações posturais
costumam estar presentes. Durante as primeiras doze semanas de vida, o bebê
prematuro apresenta extensão exagerada dos membros inferiores, sendo chamada
de “hipertonia” (DUBOWITS e DUBOWITS, apud SHEPHERD, 2002), sendo motivo
de muitas discussões, no qual pesquisadores acreditavam que esta postura seria
capaz de reduzir a mobilidade do lactente, pelo fato de diminuir a variabilidade de
suas respostas e provocar desvios durante o início da marcha, embora não a longo
prazo (SHEPHERD, 2002).
ALBANUS (2004), realizou um estudo no qual foram avaliados bebês
prematuros com idade corrigida de 4, 6 e 8 meses. Em sua amostra foi constatado
que a maior parcela de alterações no desenvolvimento neuromotor se evidenciou
aos seis meses, sendo que na idade de oito meses os atrasos foram menos
evidentes. As crianças prematuras avaliadas aos seis meses de idade corrigida
eram todas nascidas com idade gestacional inferior a 34 semanas. Elas
apresentaram alterações visíveis nas aquisições da posição prona e na postura
sentada, no qual mais de 50% da amostra necessitou de apoio lombar para manter a
postura. 50% da população analisada aos oito meses, nasceu com idade
gestacional inferior a 30 semanas e peso entre 1300 g a 2000 g. Nesta população
as alterações mais notórias foram também vistas na posição prono, além de 80%
dos bebês sentam sem apoio lombar. Aos oito meses ALBANUS também observou
que os bebês prematuros ainda não tinham adquirido a função do engatinhar.
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Dentre as várias disfunções apresentadas, a existência de alterações quanto
ao aspecto da linguagem também foi observado com maior freqüência em bebês
pré-termo de baixo peso, particularmente estão entre os que mais sofrem
complicações no período neonatal. Foi constatada também, uma performance
inferior na linguagem receptiva, na linguagem expressiva e nas qualidades da fala
(PAIXÃO et al, 1994). Em relação às atividades intelectuais dos bebês pré-termo,
VIEIRA e MANCINI, 2000, afirmam que não há diferenças significativas se
comparado aos bebês a termo. Esta afirmativa se comprova através dos estudos de
Collaghan e col. (apud VIEIRA e MANCINI, 2000), comparam bebês de baixo peso
com um grupo controle, aos dois anos de idade corrigida. Foi observado que
crianças de baixo peso apresentavam um desempenho inferior nas habilidades
motoras grossas e finas quando comparadas com o grupo controle. Porém, não
houve diferença significativas em relação às habilidades intelectuais entre os grupos.
Estes autores apenas sugerem que as dificuldades motoras podem influenciar
outros aspectos no desenvolvimento das crianças prematuras tais como auto-estima
e habilidades de percepção. Além do fator prematuridade, as condições de
compatibilidade cronológica, estrutura biológica, psíquica e condições sócio-
econômicas e culturais prejudicam ou impedem a comunicação (ANDRADE, 1997).
As alterações motoras que se apresentam no inicio do desenvolvimento da
criança prematura poderá repercutir nas aquisições motoras posteriores, inclusive no
desenvolvimento da marcha. Em estudos sobre a aquisição deste marco motor em
crianças pré-termo, afirmam que ao se comparar bebês a termo com bebês
prematuros, estes últimos podem apresentam habilidades para o caminhar mais
tardias que os a termo, quando utilizado a correção da idade gestacional. Contudo,
outra gama de autores descreve que os bebês prematuros adquirem as habilidades
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
necessárias para o caminhar em idade semelhante aos bebês a termo, porém com
grande variação e pobre qualidade de movimentos. Constata-se ainda que a
diversidade de resultados encontrados quanto a idade exata para o caminhar é
devido à variação de características intercorrentes do nascimento, tais como peso
ao nascer e duração da gestação (JENG, 2000). Neste estudo, contudo,
analisaremos apenas as aquisições da marcha.
JENG, 2000, afirma que lactentes pré-termos negros iniciam o
desenvolvimento da locomoção mais precocemente que os pré-termos brancos, e
que a classe e o status sócio-econômico não causam impacto na obtenção da
marcha neste grupo de crianças.
LARGO et al, 1985, afirmam que lactentes pré-termo apresentam atraso no
desenvolvimento da locomoção. Contudo este atraso pode não ser visto nitidamente
quando a idade destas crianças é corrigida.
Em relação as características socioeconômicas, NELIGAN e PRUDHAM’s
(apud LARGO et al, 1985), afirmam que crianças de famílias de poder
socioeconômico inferior caminham mais cedo que as famílias de classe
socioeconômica mais alta.
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6 CONDIÇÕES SÓCIO-ECONÔMICAS
As crianças que vivem em países em desenvolvimento estão expostas a
vários riscos, entre os quais o de apresentarem uma alta prevalência de doenças, de
nascerem de gestações desfavoráveis e ou incompletas e o de viverem em
condições sócio-econômicas adversas. Tal cadeia de eventos negativos faz com que
essas crianças tenham maior chances de atrasos em seu potencial de crescimento
(HALPERN et al, 1996, 2000). Ainda, a falta de estimulação e suporte social
adequado, às crianças que vivem em ambientes desfavoráveis tendem a aumentar
os riscos para o atraso neuropsicomotor e social (HALPERN et al, 1996). MANICINI
et al (2004), relata que dados epidemiológicos nacionais e internacionais revelam
uma maior prevalência de nascimentos pré-termo em famílias de nível
socioeconômico baixo.
Dracher et al, (2003), demonstra de modo real que as condições
socioeconômicas das famílias agem no crescimento infantil, pelo menos em parte,
porque influenciam o ambiente físico e social imediato e as condições de saúde da
criança. Figura 1.
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Existem diferentes fatores de risco para o atraso no desenvolvimento da
população infantil. As crianças que se encontram em risco para o atraso do
desenvolvimento são aquelas expostas a fatores de risco biológico e ou ambiental
(MANICINI et al, 2004). Assim, dentre os riscos biológicos, o peso ao nascimento e
idade gestacional representam fatores preditivos importantes no prognóstico do
desenvolvimento infantil (CARVALHO e col. 2001; MANCINI et al, 2004). BADR,
(2001), também afirma que o baixo peso ao nascimento associado a baixo poder
socioeconômico pode intensificar os fatores de risco.
Estudos realizados para a verificação de fatores de risco em lactentes
prematuros de baixo peso, referiram que os fatores ambientais sobressaíram, sendo
eles: a auto-estima da mãe, apoio social inadequado, redução dos níveis
psicológicos da mãe e alto grau de tensão (BADR, 2001). Segundo Barros et al
(2003), os prejuízos ao desenvolvimento neuromotor ocorrem quando há uma
associação dos fatores de risco, sendo raras às vezes em que os fatores de risco se
intensificam de forma isolada.
Segundo CARVALHO et al, (2001) e MANCINI et al, (2004), a assistência
prestada as crianças prematuras, do ponto de vista biológico, têm contribuído
significativamente aos índices de sobrevivência dessas crianças. Porém, na
atualidade surgem algumas questões a cerca da qualidade de vida e da interação
dessa criança com seu ambiente familiar ao longo do desenvolvimento, visto que a
Figura 1. Fatores que influenciam o desenvolvimento infantil. Dracher et al, 2003.
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maioria das crianças prematuras são provindas de famílias de baixa renda. Em um
estudo realizado por NOVOELLO e col. (apud CARVALHO, 2001), estes afirmam
que um ambiente de pobreza combinado a variável baixo peso ao nascer aumentam
consideravelmente as condições de risco do bebê prematuro, já que a maioria dos
neonatos prematuros tem como característica o redução de peso.
O nascimento pré-termo pode ter um efeito diferencial no desenvolvimento da
criança, estando intimamente relacionado a fatores sócio-ambientais (sócio-
econômicos). Diversos fatores como as características do ambiente físico,
escolaridade dos pais, dinâmica familiar, poder aquisitivo da família, e as relações
familiares podem influenciar nos desfechos de desenvolvimento infantil. Um estudo
realizado com crianças provenientes de nível socioeconômico baixo provindas do
Nordeste do Brasil retrata que os fatores ambientais exercem influência sobre o
desenvolvimento motor e mental de crianças aos 12 meses de idade (MANCINI et al,
2004; CARVALHO et al, 2001).
Um relato importante citado por MANICINI et al (2004) mostra que o impacto
das influências dos riscos biológico e social podem manifestar-se com intensidades
variadas, em diferentes etapas do desenvolvimento. Como por exemplo, enquanto
os fatores biológicos como complicações perinatais e a prematuridade são
importantes desfechos do primeiro ano de vida, a influência do ambiente torna-se
evidente após o segundo ano, mostrando que a interação dos dois fatores de risco
podem potencializar os efeitos do desenvolvimento infantil. Assim, o risco social
pode ser entendido com um efeito moderador, já que ele pode interferir e modificar a
relação entre o risco biológico e desfechos do desenvolvimento da criança.
Essa potencialização dos fatores ambientais e biológicos, podem trazer
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conseqüências positivas ou negativas ao desenvolvimento neuropsicomotor. Um
ambiente familiar adequado pode reduzir ou compensar os efeitos adversos dos
problemas perinatais. Em contrapartida, um ambiente familiar inadequado pode
intensificar estes riscos. A condição de pobreza, por exemplo, quando associada a
um prognóstico desfavorável no funcionamento global da criança pré-termo, é
considerado um fator importante de risco, enquanto que ambientes com pelo menos
três fatores protetores (responsividade parental, aceitação do comportamento da
criança, disponibilidade de brinquedos), favorece o aparecimento de sinais precoces
de resiliência na criança.
Contudo, mesmo em ambiente sócio-econômico-cultural favorável, o
nascimento pré-termo permanece com um fator de preocupação do desenvolvimento
da criança para a família. Entretanto as mães de classe média, de crianças nascidas
pré-termo demonstram alta expectativa em relação ao desenvolvimento de suas
crianças, discordando que estas poderão vir a ter problemas futuros e acreditando
que um ambiente favorável e adequado promoverá um alto quociente de
desenvolvimento da criança. (CARVALHO et al, 2001).
As crianças nascidas pré-termo são, geralmente, mais vulneráveis aos efeitos
de ambientes desfavoráveis se comparada às crianças nascidas a termo. Em
relação às crianças prematuras brasileiras com baixo nível socioeconômico existe
uma prevalência de fatores de risco biológico. Na presença de duplo risco (biológico
e social), as crianças nascidas entre 32 e 36 semanas também apresentam as
mesmas dificuldades nas mesmas áreas de desenvolvimento em relação às
nascidas com idade gestacionais inferiores a 32 semanas (MANCINI et al, 2004).
ALBANUS (2004), reforça essa idéia, mostrando que em seu trabalho, os bebês
nascidos entre 32 e 36 semanas também apresentaram problemas no
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desenvolvimento neuromotor. Este fato foi observado devido a população
acompanhada estar exposta ao duplo risco: biológico devido a prematuridade, a ao
ambiental, por exposição a ambientes empobrecidos, associado a baixa renda
familiar.
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7 METODOLOGIA
7.1 Amostra
Este estudo foi composto por 30 bebês prematuros, com idade corrigida de
12, 15 e 18 meses de vida, nascidos no Hospital Universitário do Oeste do Paraná
(HUOP). A amostra foi composta por neonatos nascidos com idade inferior ou igual
a 37 semanas gestacionais, que permaneceram na UTIneonatal do HUOP e
residentes do município de Cascavel. Foram excluídos do estudo, neonatos a termo
e/ou prematuros com malformações genéticas e síndromes cromossômicas.
Foram coletados dados através de uma revisão dos prontuários arquivados
da UTINeonatal desta mesma instituição, no qual obtivemos os dados pessoais da
mãe (nome, idade e endereço quando descrito no prontuário) e do RN (idade
gestacional, peso, apgar e complicações decorrentes).
Após o levantamento destes dados, entramos em contato com as famílias
logo que as crianças inclusas completassem as idades pré-determinadas (12,15 e
18 meses), através de telefonemas quando possível, ou por meio de visitas. Os
pais ou responsáveis foram esclarecidos sobre o estudo e assinaram o termo de
consentimento (Apêndice A), permitindo a participação de suas crianças, que foram
avaliadas, por um docente do setor de Fisioterapia Pediátrica e por discentes do
curso de Fisioterapia. Após a avaliação, se notada alterações no desenvolvimento
neuromotor da criança, era então informado a família e encaminhada ao setor de
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pediatria da Clinica de Fisioterapia da UNIOESTE. Este estudo foi realizado após
aprovação do Comitê de ética da UNIOESTE (Anexo A).
7.2 Instrumentos de Avaliação
No presente estudo, desenvolvemos, segundo a autora FLEHMIG, uma ficha
de avaliação voltada ao desenvolvimento motor da marcha, relacionando-os com
cada idade a ser avaliada. A ficha (em apêndice B, C e D) caracterizava-se por
apresentar os marcos principais do desenvolvimento motor que precedem a marcha
até a aquisição da mesma. Foram selecionadas algumas variáveis, para que fosse
possível realizar a análise estatística.
As variáveis foram as seguintes: manutenção da postura sentada (sentado
sobre ísquio, reação de proteção e alcance para frente); manutenção da postura
ajoelhada (ajoelhado sem apoio); engatinhar, e manutenção da postura em pé (em
pé sem apoio, equilíbrio e passos para frente sem apoio). Além da avaliação
objetiva, utilizamos também o recurso visual, por meio de imagens fotográficas com
o propósito de melhor interpretar os resultados obtidos. Procuramos realizar a
avaliação motora na presença da mãe, em ambiente calmo, e com a criança de pés
descalços no chão.
Elaborou-se também um questionário, aplicado em forma de entrevista
(apêndice E), voltado às questões socioeconômicas da família. Neste, foram
abordadas questões a cerca das condições de moradia, ambiente familiar, lazer,
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cuidados e saúde da criança. O questionário foi aplicado ao acompanhante da
criança evitando a indução das respostas, anteriormente à avaliação motora,
justamente com o propósito de familiarizar a criança ao novo ambiente e deixá-la de
forma o mais natural possível para que ela pudesse demonstrar suas habilidades
motoras, quando as avaliações foram realizadas na clínica de fisioterapia. Deste
questionário também selecionamos algumas variáveis a fins estatísticos, tais como:
dados do neonato (idade gestacional, peso ao nascer, quem cuida da criança, lugar
onde a criança passa a maior parte do tempo) e dados maternos (idade materna,
escolaridade materna, renda familiar, número de contribuintes a renda familiar).
Ainda algumas informações a cerca das condições familiares foram colhidas através
das conversas com o acompanhante do menor.
As devidas avaliações foram realizadas na clínica de Fisioterapia da
UNIOESTE, no setor da pediatria, ou na inviabilidade da criança até a clínica, eram
realizadas visitas domiciliares. Quando as avaliações eram realizadas em ambiente
domiciliar, sempre houve a preocupação de realizá-las da forma mais similar
possível às avaliações realizadas na clínica de Fisioterapia, evitando alterações que
pudessem interferir nos dados obtidos.
Durante a pesquisa a maior dificuldade foi a localização das crianças, devido
à falta de dados nos prontuários hospitalares ou mesmo pelos prontuários
apresentarem dados errôneos quanto à localização das famílias. Outra dificuldade
foi a resistência por parte dos pais em realizar as avaliações quando a criança ainda
não apresentava sinais sérios de anormalidade do DMN.
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As avaliações não foram realizadas nas três idades (12, 15 e 18 meses) com
cada crianças, devido a algumas delas no primeiro contato apresentar idade superior
a 12 ou 15 meses corrigidos.
7.3 Procedimentos
7.3.1 Análise das variáveis socioeconômicas
7.3.1.1 Idade materna, escolaridade materna, renda familiar, número de
contribuintes, quem cuida da criança e lugar onde a criança passa a maior parte do
tempo.
Estes dados foram coletados durante a entrevista, sem indução de respostas,
realizada anteriormente a avaliação do DNM da criança.
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7.3.2 Análise das variáveis relacionadas ao desenvolvimento motor
7.3.2.1 Peso ao nascer, idade gestacional
Através da coleta de dados dos prontuários disponibilizados no setor do
SAME do HUOP, estas variáveis foram confirmadas pelo acompanhante da criança
no ato da avaliação, por meio de uma entrevista mencionada anteriormente e a
apresentação do cartão de acompanhamento.
7.3.2.2 Postura sentada
7.3.2.2.1 Sentado sobre ísquios
Para avaliar se o lactente sentava sobre ísquios, este era observado quando
realizada a postura sentada, geralmente no tablado ou no chão e através de
fotografias de perfil, o alinhamento corporal. Os dados foram comparados com a
literatura, segundo FLEHMIG, 2002.
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
7.3.2.2.2 Reação de proteção anterior
Esta variável foi analisada na postura sentada. Eram oferecidos brinquedos
ao lactente enquanto sentado no chão, estimulando as reações de proteção anterior.
Também observávamos se a criança era capaz de realizar a reação de modo
espontâneo sem a indução por meio de brinquedos.
7.3.2.2.3 Alcance anterior
Também na postura sentada, no chão o lactente era induzido a realizar o
alcance anterior mantendo a postura alinhada. Era observado se a criança utilizava
as duas mãos ou uma só, assim como observado na figura 2.
Figura 2. Análise da postura sentada no 15º mês,segundo Ingle Flehmig, 2002.
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7.3.3 Postura ajoelhada
Para análise desta postura a criança era estimulada através de brinquedos a
sair da posição sentada e passar a posição ajoelhada sem apoio no intuito de
aproximar-se e alcançar o objeto a sua frente, este posicionado em um ambiente
acima do nível da cabeça da criança. A postura ajoelhada sem apoio foi considerada
positiva, quando a criança conseguia sair da posição sentada e permanecer por
algum tempo ajoelhada e sem apoio de móveis.
7.3.4 Engatinhar
O engatinhar era avaliado em superfície plana e com espaço o suficiente
para que o bebê não apresentasse restrições em sua locomoção. Geralmente o local
de teste se dava no chão. Para a realização deste marco do desenvolvimento,
utilizávamos a estimulação deste através de brinquedos e sons atrativos. Foi
considerada a resposta positiva, quando o bebê realizava apoio nos quatro
membros, figura 3, e engatinhava por uma distância considerável de pelo menos um
metro e meio.
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
Figura 3. Postura de gatas segundo Ingle Flehmig, 2002.
7.3.5 Postura em pé
7.3.5.1 Permanência da postura em pé sem apoio
O bebê era posicionado em pé, perto de móveis e na presença do avaliador,
assim sendo-o estimulado com sons e objetos a permanecer na postura em pé sem
apoio em móveis ou mesmo apoiado no responsável presente. Segundo FLEMING
(2002), aos 12 meses a criança já permanece nesta postura sem apoio, com visto na
figura 4.
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
Figura 4. Postura em pé sem apoioIlustrada por Ingle Flehmig, 2002
7.3.5.2 Equilíbrio na marcha
Seguindo a avaliação, quando a criança adquiria a posição em pé, outra
variável analisada foi o equilíbrio. Devido à inexistência de uma análise padronizada
para o equilíbrio, neste estudo classificamos a presença deste em ótimo, bom e
regular. Consideramos a variável ótima quando a criança não necessitava de apoio
para permanecer na postura em pé (sem grandes oscilações) ou durante a marcha
tanto em superfícies planas quanto irregulares. O equilíbrio foi considerado bom
quando a criança não apresentava a necessidade de apoio, permanecendo na
postura em pé com poucas oscilações e durante a marcha, realizando muitos
passos em superfície plana e em superfícies irregulares, com recuperação do
equilíbrio, com base larga e braços elevados. E por fim, foi considerado um equilíbrio
regular, aquele no qual a criança permanecia em pé somente com apoio ou que
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conseguia realizar somente quatro passos sem apoio e caia, apresentando ainda
base larga e braços elevados.
7.3.5.3 Passos para frente sem apoio
Para testar a variável passos para frente, o lactente em pé apoiado ou não em
um móvel, era estimulado a locomover-se com apoio bipodal até um ponto pré-
determinado em superfície plana, com pés desnudos, como visto no modelo da
figura 5. O ponto pré-estabelecido poderia ser a mãe, um brinquedo, um móvel ou
mesmo o terapeuta. Geralmente esta distância era de 1,5 m.
Figura 5. Passos para frente segundo Ingle Flehmig, 2002
7.4 Análise Estatística
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Utilizou-se a análise descritiva para informar sobre as características
presentes nas crianças avaliadas em seus respectivos grupos etários. O teste qui-
quadrado, com correção de Yates, foi aplicado em algumas variáveis por se tratar de
variáveis não-paramétricas, testando a hipótese de que duas probabilidades fossem
iguais, considerando o índice de significância: α igual a 0,05. O teste de
significância Fi : ϕ , e o teste de significância do coeficiente gama: δ , também foram
utilizados para confirmar as correlações o teste qui-quadrado, considerando que os
valores das associações das variáveis inferiores a 0.35, são nulas. O teste de
correlação de Pearson também foi utilizado quando as variáveis estudadas fossem
de caráter quantitativo.
Por fim utilizou-se os teste Binomial, em alguns casos isolados, supondo que
as variáveis pudessem ter a probabilidade de 50% de serem iguais à outra ou não.
O nível de significância utilizado também foi α igual a 0,05 (SIEGEL, 1975).
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8 RESULTADOS E DISCUSSÃO
8.1 Caracterização dos Sujeitos
Foram realizadas 30 avaliações com crianças apresentando idade gestacional
inferior ou igual a 37 semanas, nascidas no HUOP, sendo estas divididas em três
grupos:
- 10 crianças com doze meses de idade corrigida;
- 10 crianças com quinze meses de idade corrigida;
- 10 crianças com dezoito meses de idade corrigida.
Observa-se na tabela 1 que em relação aos fatores biológicos, a média do
peso ao nascimento das crianças prematuras avaliadas foi de 1760 gramas aos 12
meses, 1840 gramas aos 15 meses e 1461 gramas aos 18 meses, sendo que os
riscos aumentam quando o peso ao nascimento mostra-se inferior a 1500 gramas,
como visto na idade de 18 meses. Quanto à idade gestacional, as crianças
apresentaram uma média de 31,4; 31,7 e 30,3 meses aos 12, 15 e 18 meses
respectivamente. Neste caso as crianças de 18 meses também apresentaram mais
riscos ao atraso do DNM, visto que este pode pronunciar-se com maior ênfase na
idade gestacional inferior a 31 semanas.
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Quanto aos fatores socioeconômicos a renda familiar se mostrou com uma
média de 3 salários mínimos para todos os grupos e a idade materna obteve uma
média de 30,3; 26 e 29,1 anos aos grupos de 12, 15 e 18 meses respectivamente.
Tabela 1. Caracterização dos neonatos prematuros divididos por grupos de 12, 15 e 18 meses, quanto aos fatores biológicos peso ao nascer (PN) em gramas, idade gestacional (IG) em semanas e fatores ambientais, idade materna (IM) em anos e renda familiar (RF) em salário mínimo.
Nota: M , refere-se a média do grupo I,
Nota: M , refere-se a média entre os valores I, refere-se os intervalos entre os valores
Fonte: dados coletados da amostra
Na tabela 2, 96,6% (29) das crianças avaliadas apresentavam reação de
proteção anterior e realizavam o alcance anterior sentado. Apenas uma criança aos
12 meses não apresentava a PA e a AA devido a uma lesão do sistema nervoso
central.
Tabela 2. Presença de Proteção Anterior (PA) e Alcance Anterior (AA) sentado
CARACTERIZAÇÃO 12M I
15M I
18M I
PN 1760 ±
649,4 (840 -2985)
1840 ±
777,7 (850 – 2985)
1461 ±
551 (850 – 2600)
IG 31,4 ±
4 (24 -36)
31,7 ±
4 (27 -37)
30,3 ±
3 (26 – 37)
IM 26,3±
8,48 (19 – 40)
26 ±
8,39(18 – 40)
29,1±
7,15 (18 – 35)
RF3
±1
(2 - 4)3
±1
(2 - 6)
3 ±
1
(1 – 5)
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PAAA
Sim Não
12 Sim 9 -Não - 1
15 Sim 10 -Não - -
18 Sim 10 -Não - -
Total 29 1 Fonte: O autor
Em relação às tabelas 3 e 4, 60% (6) das crianças aos 12 meses necessitam
de apoio ao manter a postura ajoelhada. Aos 15 meses, 70% (7) utilizam apoio para
manutenção da postura ajoelhada e 50% (5) das crianças com 18 meses
necessitavam de apoio ao manter a postura ajoelhada, valores estes
correspondentes a 60% da amostra total. Das 18 crianças com necessidade da
utilização de apoio nesta postura, 8 crianças estavam em grupos com idade
gestacional inferior a 31 semanas e peso ao nascer inferior a 1500 gramas.
Cinqüenta por cento, (15) das crianças avaliadas apresentaram um equilíbrio regular
e destas, 66% eram cuidadas pelas mães. Observamos que as 15 crianças com
equilíbrio regular permaneciam a maior parte do tempo no chão. Em relação ao
grupo das crianças com 18 meses, 50% (5) delas tinha equilíbrio ótimo, e 4 com
equilíbrio regular.
tabela 3. Caracterização das crianças na postura ajoelhada sem apoio (S) e com apoio (C) X fatores biológicos: peso ao nascer (PN) e idade gestacional (IG)
PIG
12C S C S C S
15C S C S C S
18C S C S C S
700 ┤1000
1000 ┤1500
1500 ┤2990
700 ┤1000
1000 ┤1500
1500 ┤2990
700 ┤1000
1000 ┤1500
1500 ┤2990
24┤31 1 - 3 - - - 1 - 3 - - - 2 - 1 2 - -31┤35 - - - 1 1 1 - 1 - - - 1 - - - 2 2 135┤37 - - - - 1 2 - - - - 3 1 - - - - - -TOTAL 1 - 3 1 2 3 1 1 3 - 3 2 2 - 1 4 2 1
Fonte: dados referentes a avaliação do DNM e análise dos dados coletados dos prontuários do HUOP.
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Tabela 4- Variáveis do desenvolvimento motor da marcha: equilíbrio (E) X fatores socioeconômicos: local onde a criança permanece por mais tempo (L) e quem a cuida (C)
E/C
C
ÓTIMO BOM REGULARMÃE AVÓ CRECHE MÃE AVÓ CRECHE MÃE AVÓ CRECHE
TOTAL
12 CHÃO 2 - 2 - - - 3 1 2 10CARRINHO - - - - - - - - - -
15 CHÃO - - 2 3 - - 2 3 - 10CARRINHO - - - - - - - - - -
18 CHÃO 3 1 - 1 - - 4 - - 9CARRINHO - 1 - - - - - - - 1TOTAL 5 2 4 4 - - 9 4 2
Fonte: Dados referentes a avaliação motora da marcha e dados socioeconômicos coletados da amostra.
Outros dados importantes a serem mencionados estão relacionados aos
fatores socioeconômicos, que seriam: renda familiar, contribuintes a renda familiar,
idade materna e grau de instrução escolar. Observamos que 80% das mães das
crianças aos 12 meses, tinham idade entre 18 a 35 anos; 60% delas haviam
completado ensino médio e a renda familiar de 40% das famílias foi de 2 salários
mínimos, com apenas 2 contribuintes por família.
Oitenta por cento das mães das crianças com 15 meses apresentavam idade
entre 15 a 35 anos; 80% delas haviam cursado ensino fundamental, todavia
apenas 40% delas haviam concluído. 60% das famílias apontaram renda familiar
igual ou maior a 3 salários mínimos com apenas dois contribuintes.
Aos 18 meses, 70% das mães estavam na faixa etária de 18 a 35 anos; 40%
haviam concluído o ensino fundamental e 30% o ensino médio. 60% das famílias
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
recebiam 3 salários mínimos ou mais e tinham apenas um contribuinte. Ainda
segundo relatos colhidos pelo acompanhante do menor durante a avaliação,
observamos que praticamente todas as famílias recebiam algum tipo de benefício a
nível de órgãos públicos. Os principais encontrados foram: Cestas básicas, estavam
dentro do programa de luz da Copel, auxílio gás, utilizavam-se do posto de saúde e
da farmácia básica, e um fato importante é desde a permanência na Unidade de
cuidados intermediários do HUOP, eram ofertadas as mães cuidados quanto ao
bebe através de reuniões desenvolvidas por um grupo de profissionais dentro do
hospital bem como o acompanhamento periódico ao ambulatório.
O desenvolvimento motor era até há pouco tempo considerado como um
fenômeno relacionado com a maturação do SNC e alheio às influências ambientais,
sobretudo no que se refere aos atos cotidianos. Contudo, pesquisas sobre o
desenvolvimento motor em meios culturais diferentes, revelam a importância das
influências do ambiente e da prática sobre o desenvolvimento da motricidade. Ficou
demonstrado que o modo de criar o lactente desde o nascimento influi sobre a
velocidade do seu desenvolvimento durante os primeiros 12 ou 18 meses de vida
(SHEPHERD, 1996).
Contudo temos que ter em mente que a precocidade relativa é vista em
determinados atos motores e não a precocidade global. De certa maneira o
aprendizado motor constitui o resultado do aprendizado e da habilidade adquirida na
execução dos atos. A oportunidade para a prática é dada pelos pais do lactente,
seja através de hábitos culturais, pelo simples ambiente ou ao treino específico
(SHEPHERD, 1996).
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Sabe-se que o desenvolvimento infantil está estreitamente ligado ao vínculo
estabelecido entre mãe – filho (CAON, RIES, 2003). Carvalho et al (2001) cita que a
estimulação ambiental pode contribuir para com a recuperação dos atrasos do DNM,
principalmente se existir uma responsividade do cuidador.
Um fato interessante mostrado por BARROS et al, (2003) é de que quando as
crianças são mantidas em sua maior parte do tempo em lugares que a
impossibilitem locomover-se livremente, no caso com o uso de carrinhos, o colo de
uma pessoa adulta e cercadinhos, elas podem apresentar danos para aprender a
usar os sistemas de feedback e feedfordword, que são essenciais para o
desenvolvimento das habilidades motoras.
Em nosso caso, as crianças estudadas mesmo na presença dos cuidados da
mãe e permanecendo a maior parte do tempo no chão, não apresentaram um bom
desenvolvimento na postura ajoelhado sem apoio. FLEHMIG (2001), cita que nas
idades de 12 e 15 meses já seja provável que estas crianças tenham tido uma boa
evolução tanto das reações de equilíbrio quanto posturais e que as posturas mais
baixas já sejam melhores fixadas pelas crianças desta idade. Aos 18 meses com
estas reações (posturais, equilíbrio e endireitamento) aprimoradas, a criança irá
possuir maior independência, sendo assim, apresentando reações de proteção
anterior e o alcance anterior bem elaboradas, para posteriormente evoluir a posturas
altas tais como o engatinhar, ficar em pé com apoio e a marcha sem apoio.
A explicação mais oportuna ao fato deste marco (postura ajoelhada) não
condizer com os achados na literatura, podem ser justificados pelo fator
prematuridade, já que segundo MANCINI (1992), o fato de a criança nascer
prematuramente, poderá diferir no DNM daqueles nascidos à termo. VIEIRA e
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MANCINI, (2000) também relatam que o baixo peso e a idade gestacional dos
recém-nascidos, podem interferir de forma negativa no que diz respeito à aquisição
dos marcos do desenvolvimento. Através de estudos comprovou-se que crianças
prematuras nascidas com peso inferior a 1500 gramas e 31 semanas de idade
gestacional apresentariam maior risco de atraso em seu DNM (MANCINI, 2002). O
baixo peso ao nascimento teria mais importância do que a idade gestacional inferior
ou igual a 37 semanas. Contudo, Gregório et al, (2002) relata que a prematuridade
como fator isolado, não retarda nem acelera a seqüência do desenvolvimento
neuropsicomotor, assim existindo a necessidade de um segundo componente.
Outro fator importante e que deve ser considerado é em relação aos tipos de
estímulos dados a criança por seu cuidador. Muitas vezes as mães presentes, são
incapazes de possibilitar estímulos adequados e assim não promover um
desenvolvimento infantil tão eficaz, principalmente quando as crianças estiverem
mais propensas a alterações DNM. O desenvolvimento da criança de baixo peso,
por exemplo está fortemente associado com a qualidade do ambiente e de cuidados
que a criança recebe. Em estudos acerca da qualidade de vida de crianças com
baixo peso, mostrou-se que tanto o suporte sócio-emocional e a estimulação
cognitiva dentro do ambiente familiar são favoráveis ao melhor desenvolvimento
infantil. Fatores sócio-ambientais também podem estar relacionados ao DNM. Assim
um ambiente familiar adequado pode produzir ou compensar efeitos adversos, ou
mesmo, um ambiente inadequado podem intensificar os riscos CARVALHO et al,
2001. Talvez, devido a hábitos culturais destas famílias a postura ajoelhada não
esteja presente.
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8.2 Avaliação do Desenvolvimento Motor da Marcha e Socioeconômico
Setenta por cento, (21) das crianças avaliadas estavam dando passos para
frente e 76% das 30 crianças já tinham iniciado o engatinhar, observado na tabela 5.
A maior parte das crianças que não engatinharam e não estavam realizando passos
para frente se encontravam no grupo dos 15 meses, no qual, 30% (3) desta
população, não realizava nenhuma das posturas citadas. No grupo das crianças com
18 meses 30% (3) não engatinharam, contudo já externavam passos para frente
sem apoio. Gráfico 1 e 2.
Foram aplicados nestas variáveis o teste de significância de ϕ , o teste de
significância do coeficiente δ e o teste qui-quadrado com correção de yates, com
nível de significância α igual a 0,05. Os valores dos coeficientes ϕ e δ foram:
0,1538 e 0,3333 respectivamente. Valores inferiores a 0,35 caracterizam associação
praticamente nula. O valor do teste qui-quadrado calculado foi inferior ao tabelado.
018 e 3,84 respectivamente. Assim, os testes indicaram que a variável passos para
frente não possuem correlação com o engatinhar.
Tabela 5- Variáveis referentes a avaliação motora da marcha das crianças pré-termo: passos para frente sem apoio (PF) e engatinhar (E)
EPF
SIM NÃO TOTAL
12 SIM 5 - 5NÃO 4 1 5
15 SIM 4 3 7NÃO - 3 3
18 SIM 6 3 9NÃO 1 - 1
TOTAL 20 10 30
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Fonte: Dados referentes a avaliação motora da marcha
Gráfico 1- Análise da aquisição do Desenvolvimento Neuromotor:Passos para frente (PF) e engatinhar (E) em um grupo de Pré-
termos nascidos no HUOP
Fonte: O autor.
Gráfico 2- Análise da aquisição do desenvolvimento neuromotor Passos para frente (PF) e Engatinhar (E) avaliados em prematuros nascidos no HUOP
Fonte: O autor.
A tabela 6 nos mostra que 50% (15) das crianças avaliadas apresentaram
equilíbrio regular, 13,3% (4) tinham um bom equilíbrio e 36,7% (11) apresentavam
um ótimo equilíbrio. Setenta por cento (7) das crianças avaliadas aos 12 meses
apresentaram equilíbrio regular sendo que destas 5 não permaneciam em pé sem
apoio. Aos 15 meses 50% (5) da amostra mostrou um equilíbrio regular, sendo que 3
destas necessitam de apoio para permanecer na postura ereta. Aos 18 meses, 30%
(3) das crianças também tinham equilíbrio regular e 1 criança não realizava passos
para frente sem apoio, gráfico 3. Notamos que grande parte destas crianças com
equilíbrio regular, estavam caracterizadas com idade gestacional inferior a 35
semanas e peso ao nascer acima de 1500 gramas, sendo estes entre 1500 a 2990
gramas e 24 a 35 semanas gestacionais.
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Tabela 6- Variáveis relacionadas ao desenvolvimento motor das crianças prematuras avaliadas: Equilíbrio em passos para frente sem apoio (S), com apoio (C) X fatores biológicos: Peso ao nascer (P), Idade Gestacional (IG).
E /IG
P
ÓTIMOC S C S C S
BOMC S C S C S
REGULARC S C S C S
24┤31
31┤35
35 ┤37
24 ┤31
31 ┤35
35 ┤37
24 ┤31
31 ┤35
35 ┤37
12 700 ┤1000 - - - - - - - - - - - - - 1 - - - -1000 ┤1500 - - - - - - - - - - - - 1 - 1 - - -1500 ┤2990 - - - - - 3 - - - - - - - - 2 2 - -
15 700 ┤1000 - - - - - - - 1 - - - - - - - - - -1000 ┤1500 - - - - - - - 1 - - - - 2 1 - - - -1500 ┤2990 - - - - - 2 - 1 - - - - - - - - 2 -
18
700 ┤1000 - 1 - - - - - - - - - - - 1 - - -1000 ┤1500 - 1 - 2 - - - 1 - - - - - - - - - -1500 ┤2990 - 1 - 1 - - - - - - - - - - 1 - - 1TOTAL - 3 - 3 - 5 - 4 - - - - 3 3 4 2 2 1
Fonte: Dados referentes a avaliação do desenvolvimento motor da marcha e dados coletadosdos prontuários.
Gráfico 3- Análise do Equilíbrio passos para frente sem apoio (S) e com apoio (C) em pré-termos com 12, 15 e 18 meses
Gráfico 3. Fonte: O autor
Na tabela 7, 70% (21) das crianças avaliadas já realizavam passos para
frente sem apoio, e destas 66,6% (14) eram cuidadas pela mãe. Vinte por cento (6)
crianças passavam seu dia em creches e 16,6% (5) eram cuidadas por avós.
Contudo segundo dados avaliados 50%, 30% e 10% das crianças abordadas aos
12, 15 e 18 meses respectivamente não realizam passos para frente sem apoio,
quando observado o cuidador da criança, este dado se mostrou heterogêneo no
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grupo das crianças de 12 meses no qual 2 crianças eram cuidadas pela mãe, 2
permaneciam em creche e 1 cuidada pela avó. Aos 15 meses as avós foram
responsáveis por 2 crianças e aos 18 meses a única criança que não realizava
passos para frente sem apoio estava aos cuidados da mãe.
Os valores do qui-quadrado, encontrados para a relação entre a importância
ou não de quem cuida da criança associado a passos para frente sem apoio foram
qui-quadrado calculado igual a 0,2066, menor que o tabelado 1,28. Na prova
binomial, supondo que as chances de dar passos para frente sem apoio ou não é de
50%; os resultados encontrados para a variável mãe foi de 0,032, valor inferior a α
igual a 0,05; Assim temos como resultados que a mãe pode influenciar o
desenvolvimento motor de seu filho na aquisição dos passos para frente. Para
variável avó, o p foi igual a 0,50 e para a variável creche não houve um resultado
plausível pois o número da amostra neste quesito é muito pequeno, não podendo
ser considerado. Podemos observar então que com relação a quem cuida e a
variável passos para frente sem apoio, apenas a mãe tem influência sobre a outra
variável.
Tabela 7- Variáveis socioeconômicas: quem cuida da criança (C) X passos para frente sem apoio (PF), referente ao desenvolvimento motor dos prematuros avaliados.
CPF
MÃESIM NÃO
AVÓSIM NÃO
CRECHESIM NÃO
TOTALSIM NÃO
12 PASSOS 3 2 - 1 2 2 5 515 PASSOS 5 1 - 2 2 - 7 318 PASSOS 7 1 2 - - - 9 1
TOTAL 14 5 2 3 4 2 21 9Fonte: O autor
Podemos observar na tabela 8 que em relação ao desenvolvimento motor,
analisando a postura sentado sobre ísquios, apenas no grupo das crianças com 12
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meses, houve denotação da presença negativa, ou seja, 20% deste grupo não
sentava sobre ísquios e quando comparada a renda familiar, constatou-se que os
20% apresentavam apenas dois salários mínimos. Gráfico 4.
Tabela 8- Variáveis referentes à avaliação socioeconômica: renda familiar (RF) X desenvolvimento motor: Senta sobre ísquios (SI) e em pé sem apoio (PSA)
SI/PSARF SIM
NÃOSIM NÃO
121 - - - -2 4 2 2 23 1 - 2 1
+3 3 - 1 2
151 - - - -2 4 - 3 -3 5 - 2 2
+3 1 - 2 1
181 1 - 1 12 2 - 2 -3 4 - 4 -
+3 3 - 2 -Total 28 2 21 9
Fonte: Dados referentes a avaliação DNM e socioeconômica deste estudo.
Ainda em relação a tabela 8, 73% das crianças realizavam a postura em pé
sem apoio. Assim grande parte das crianças que não permaneciam em pé sem
apoio se encontravam no grupo dos 12 meses, no qual é aceitável nesta idade,
sendo composto por 50% do grupo mencionado. Percebe-se também que este
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grupo apresentou 60% (6) com renda familiar superior a 2 salários mínimos. Aos 15
meses esta condição também foi relevante visto que os 20% das crianças que não
realizavam a postura em pé sem apoio, possuíam renda familiar superior a dois
salários mínimos.
Gráfico 4- Análise dos fatores ambientais: renda familiar (RF) e fatores biológicos: em pé sem apoio (PSA) no grupo de prematuros avaliados
Fonte: O autor
Constatou-se pela tabela 9 que das 30 crianças avaliadas neste estudo, 30%
(9) delas ainda não davam passos para frente sem apoio. A maior porcentagem
destas crianças se concentrou no grupo de 12 meses com 50%, sendo aceitável
para a idade, 30% e 10% aos 15 e 18 meses respectivamente. Todavia das 9
crianças incapazes de realizar a tarefa, 6 delas apresentavam renda familiar superior
a 2 salários mínimos. Gráfico 5.
Tabela 9- Variáveis decorrentes da avaliação do desenvolvimento motor: passos para frente sem apoio (PF) X fatore socioeconômico: renda familiar (RF) das crianças prematuras avaliadas no estudo.
PF
RFSim Não
121 - -2 2 23 2 1
+3 1 2
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
151 - -2 4 -3 2 3
+3 1 -
181 1 12 2 -3 5 -
+3 1 -Total 21 9
Fonte: Dados coletados das avaliações DNM e socioeconômica.
Gráfico 5- Análise dos fatores biológicos: passos para frente (PF) e fatores ambientais: renda familiar (RF) de um grupo de pré-termos nascidos no HUOP
Fonte: O autor
Na tabela 10 , 60% do grupo de crianças com 15 e 18 meses (12 crianças),
apresentaram renda familiar entre 3 e mais que 3 salários mínimos; 8 das 12
crianças pertencentes aos 60%, apresentavam fatores biológicos considerados de
risco, tal qual idade gestacional inferior a 35 semanas e peso ao nascer menor que
1500 gramas. Tais fatores biológicos também foram vistos no grupo de 12 meses no
qual obteve 50% de suas crianças com renda familiar de 3 ou mais que 3 salários
mínimos. Gráficos 6, 7 e 8.
Como as variáveis são quantitativas, utilizou-se o teste de correlação de
Pearson, no qual quanto maior a porcentagem, melhor a correlação entre as
variáveis. Correlacionado as variáveis renda familiar e idade gestacional
observamos que num todo (amostra com 30 crianças) a correlação foi de -0,20.
Valores negativos são considerados como inversamente proporcionais. As variáveis
renda familiar e peso ao nascer também apresentaram valores negativos (-0,26).
Aos 18 meses o melhor valor obtido isoladamente foi de 0,10, contudo valor
relativamente pequeno, não tendo influencia significativa. As variáveis peso ao
nascer e idade gestacional quando utilizados o teste de correlação de Pearson
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obteve valor de 0,91. Estas variáveis foram às únicas que apresentaram forte
correlação entre si.
Tabela 10- Variáveis referentes a dados socioeconômicos: renda familiar (RF) X fatores biológicos (PN, IG), das crianças prematuras que compunham a amostra
IG/RF PN
24 ┤31 31 ┤ 35 35 ┤ 37 TOTAL1 2 3 +3 1 2 3 +3 1 2 3 +3 1 2 3 +3
12 700 ┤1000 - - 1 - - - - - - - - - - - 1 -1000 ┤1500 - - 1 1 - - - 1 - - - - - - 1 21500 ┤2990 - - - - - 2 - 1 1 2 - - 1 4 - 1
15 700 ┤1000 - - 1 - - - - - - - - - - - 1 -1000 ┤1500 - - 2 1 - - - - - - - - - - 2 11500 ┤2990 - 1 - - - 1 - - - 2 2 - - 4 2 -
18 700 ┤1000 - - 1 1 - - - - - - - - - - 1 11000 ┤1500 - - 2 - 1 1 - - - - - - 1 1 2 -1500 ┤2990 - 1 - - 1 - - 1 - - 1 - 1 1 1 1
TOTAL - 2 8 3 2 4 - 3 1 4 3 - 3 10 11 6Fonte: Dados do autor
Gráfico 6- Análise da renda familiar (RF) e do peso ao nascer (P) em prematuros nascidos no HUOP
Análise da renda familiar (RF) e do peso ao nascer (P) em prematuros nascidos no HUOP
00,5
11,5
22,5
33,5
44,5
700
┤ 1000
1000
┤ 1500
1500
┤ 2990 70
0┤ 10
0010
00┤ 15
0015
00┤ 29
90 700
┤ 1000
1000
┤ 1500
1500
┤ 2990
12 15 18
123+3
Fonte: O autor
Gráfico 7- Análise do fator socioeconômico: renda familiar (RF) e do fator biológico: idade gestacional (IG), de um grupo de pré- termos nascidos no HUOP
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
Fonte: O autor
Gráfico 8- Análise dos fatores biológicos: Idade gestacional (IG) e peso ao nascer (P) de um grupo de prematuros nascidos no HUOP.
Análise dos fatores biológicos: Idade gestacional (IG) e peso ao nascer (P) d eum grupo de
prematuros anscidos no HUOP.
012345
700
┤ 1000
1000
┤ 1500
1500
┤ 2990 70
0┤ 10
0010
00┤ 15
0015
00┤ 29
90 700
┤ 1000
1000
┤ 1500
1500
┤ 2990
12 15 18
24 ┤3131 ┤ 35 35 ┤ 37
Fonte: O autor
Estudos sugerem que os bebês prematuros apresentam um desenvolvimento
heterogêneo, ou seja, suas aquisições demonstram índices tanto abaixo quanto
acima do limite caracterizado pela literatura. As crianças prematuras apresentam
uma média referente às aquisições dinâmicas (engatinhar e andar) no limite ou
superior à faixa etária descrita na literatura (MANCINI et al, 1992).
Forslund e Bjerre (1985), realizaram uma pesquisa com 46 crianças
prematuras com idades de 9 e 18 meses e perceberam que estas crianças
apresentavam atrasos nas habilidades motoras grossas inclusive as reações de
equilíbrio. Os autores afirmam que este atraso foi visto devido à falta de correção da
idade gestacional, visto que acreditam na teoria de que o sistema nervoso se
desenvolve de acordo com a idade biológica. Neste estudo, realizou-se a correção
da idade gestacional, visto a necessidade de minimizar os atrasos.
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Outro fator importante citado por Groot et al, (1997) e Platinga (apud
MANINCI, 2000) é que devido à criança prematura apresentar um desequilíbrio entre
o tônus flexor e extensor, o controle postural estaria prejudicado. Em nosso estudo a
maior parte das crianças com alterações no equilíbrio se encontram aos 12 e 15
meses de idade corrigida, permanecendo dentro dos padrões observados por
Forslund e Bjerre.
Neste caso seria ainda aceitável que até os 15 meses algumas crianças
estejam com o equilíbrio ainda um pouco instável. Aos 18 meses, uma criança
apresentou equilíbrio regular. Podemos aceitar este fato visto que os fatores de risco
biológico e ambientais se sobrepunham alterando também a aquisição dos passos
para frente que apresentavam-se prejudicados, talvez pelos mesmo motivos, baixo
peso ao nascer e idade gestacional e renda familiar de 1 salário mínimo. Assim
mesmo sendo cuidada pela mãe, está, pouco pode propiciar ao seu filho, visto as
necessidades da família como um todo.
Os marcos do desenvolvimento motor engatinhar e andar, ocorrem no
intervalo de 6 - 15 meses e 10 - 15 meses respectivamente (ZANINI et al, 2002;
FLEHMIG, 2002). Na literatura existem vários trabalhos que divergem quanto ao
início da marcha. Adotou-se estes autores, pois além deles apresentarem um
consenso, nossas avaliações foram montadas através dos dados obtidos por
Flehmig.
Esta diferença nas idades de aquisição dos marcos do desenvolvimento
observada nas crianças do estudo, está relacionada a características intrínsecas e a
estímulos ambientais, e a maioria das transformações ocorridas nas aquisições
motoras é sempre uma associação das características herdadas com as
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experiências vividas. O atraso no desenvolvimento motor pode ocorrer devido à
privação de estímulos ambientais, ou mesmo por disfunções ou distúrbios ocorridos
no período pré, peri ou pós-natal, sendo designados como fatores de risco. O peso
ao nascer e a idade gestacional são considerados importantes fatores de risco
(ZANINI et al, 2002).
Em um estudo realizado por ZANINI et al, (2002), analisando o início das
aquisições motoras, tais como o engatinhar e a marcha em crianças prematuras com
idade gestacional corrigida, elas puderam observar que as crianças prematuras
brasileiras apresentaram as aquisições do engatinhar mais precocemente do que as
crianças canadenses, até o 13º mês, e a marcha se deu na mesma faixa etária, dos
9º a 16º mês. Estas características podem ter relação com os fatores culturais, em
que a criança brasileira, por condições climáticas, vivência mais precocemente o
contato com o chão, o que favorece as aquisições motoras. Em nossa amostra,
grande parte de nossas crianças, (29) permaneciam no chão em sua maior parte do
tempo. Cremos que esta vivência possa ter auxiliado os marcos motores.
MORAES et al (1998), relata a existência de uma correlação entre a marcha e
o engatinhar e que este seria um pré-requisito para a marcha. Porém pouco se sabe
sobre como os ajustes de equilíbrio, requeridos para a postura bípede, são
aperfeiçoados.
No presente estudo, segundo a análise estatística, não houve uma
associação entre o engatinhar e a marcha. Corroborando com os achados, ECHERT
(apud MORAES et al, 1998) cita que um dos estudos pioneiros sobre o
desenvolvimento motor, conduzido por Shirley, 1931, o qual afirma que, apesar do
engatinhar coincidir com outras atividades bipedais, tais como, a criança permanecer
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em pé e andar com apoio, isso não acrescentaria muito no desenvolvimento da
marcha. Nessa etapa do desenvolvimento, o engatinhar seria apenas o resultado do
aumento incidental da força muscular dos membros inferiores.
Neste estudo que 10 crianças não realizavam o engatinhar, corroborando com
MANINCI et al, (1992), que em seu estudo também evidenciou 18 crianças
prematuras que evoluíram do sentar para ficam em pé sem apoio, sem cumprirem a
etapa do engatinhar, assim suprimindo esta aquisição dinâmica do DNM.
GROOT et al, (1997), realizaram um trabalho no qual comparou-se o
caminhar independente de crianças à termo e pré-termos observando que não
houve diferença entre os grupos quando a idade foi corrigida, contudo houve uma
grande variabilidade a cerca da qualidade de movimentos. LARGO et al (1985), em
um estudo sobre a locomoção de crianças à termo e pré-termos do primeiro ao
décimo oitavo mês, verificaram que a média entre o início do caminhar em crianças
prematuras foi posterior as crianças à termo (14 e 13 meses respectivamente).
Pode-se observar um moderado atraso na locomoção entre os grupos, todavia os
autores sustentam que este atraso foi devido a não correção da idade gestacional.
Em relação à marcha independente, o estudo mostrou-se satisfatório. As
crianças prematuras que ainda não realizavam a marcha independente se
concentravam aos 12 meses, dentro dos padrões pré-estabelecidos pela literatura.
O único caso observado aos 18 meses, em que a criança não realizava passos para
frente sem apoio, apresentou peso as nascer de 1750 gramas, e idade gestacional
igual á 31 semanas, sendo justificados pelos fatores de risco biológicos, confirmando
o que alguns autores tem apontado, que o baixo peso ao nascimento e a idade
gestacional reduzida, pode representar aspectos inferiores em diversas áreas do
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desenvolvimento neuropsicomotor (Paixão et al, 1994). Seria necessário o
acompanhamento, principalmente daquelas crianças que ainda estão dentro do
tempo pré-estabelecido a marcha, para saber se realmente elas irão adquirir o
marco dentro dos padrões literários.
Vários autores citam que a correção da idade deve ser feita apenas até os 18
ou 24 meses de vida, justificando que a correção da idade subestima a capacidade
das crianças pré-termo, que tiveram uma vivência diferenciada no ambiente extra-
uterino o que favorece o desenvolvimento destes bebês. Ou seja, acredita-se que a
criança pré-termo, por estar em contato com maior quantidade de estímulos
ambientais, apresente vantagens quando comparada a uma criança à termo
(FORSLUND, BJERRE, 1985; MANCINI et al, 2000; ZANINI et al, 2002). Esta idéia
parece não se confirmar, visto a necessidade da correção da idade gestacional para
que as alterações motoras não permanecessem tão pronunciadas. Em relação aos
cálculos estatísticos, parece não ter ocorrido evidências de que o ambiente de uma
forma isolada estaria influenciando as condições motoras analisadas.
Praticamente todos os estudos sugerem que as condições socioeconômicas
das famílias agem sobre o crescimento e desenvolvimento infantil, pelo menos em
parte, porque influenciam o ambiente físico e social imediato e as condições de
saúde da criança. Os autores acreditam que a baixa renda pode prejudicar o
desenvolvimento por afetar a quantidade e qualidade de alimentos, o acesso aos
serviços de saúde e a qualidade da moradia (CARVALHO et al, 2001; DRACHLER
et al, 2003).
Segundo Novoello (Apud CARVALHO et al, 2001), as crianças com baixo
peso ao nascimento têm de sete a dez vezes mais riscos do que as crianças
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normais. Além do mais, Novoello também cita que ao correlacionar a variável peso
ao nascimento com a variável ambiental pobreza, foi observado um aumento
considerável da condição de risco. O fato de o ambiente intensificar a condição de
risco esta intimamente ligada ao desenvolvimento e aprendizagem proporcionada à
criança através de cuidados maternos, visto que este fator tem sido apontado como
variável significativa na diferenciação da história do desenvolvimento de crianças
com baixo peso (CARVALHO et al, 2001).
HALPERN et al, (2000), realizou um estudo no qual avaliou alguns fatores
socioeconômicos em relação ao desenvolvimento infantil, ele mostrou que as
crianças com baixa renda familiar, apresentaram maior suspeita de atraso em seu
desenvolvimento quando relacionados aos grupos mais favorecidos, embora não
houvesse significância estatística. Este mesmo estudo sugere que as crianças mais
ricas recebem uma maior estimulação e variadas oportunidades no decorrer de suas
vidas.
Treze crianças apresentaram renda familiar inferior a 3 salários, e mesmo não
havendo significância estatística, em relação a renda familiar com as variáveis peso
ao nascer e idade gestacional, MANICINI et al, 2004, cita que podemos considerar
que quando os fatores ambientais se somam aos biológicos, estes podem
modificar-se e potencializar suas influências, trazendo conseqüências positivas ou
negativas para o desenvolvimento infantil.
Quando observamos a aquisição dos marcha e a renda familiar, notamos que,
tanto as crianças que iniciaram os passos para frente quanto aquelas que não tinha
iniciado a aquisição, apresentavam renda familiar semelhantes se concentrando em
3 salários.
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
Ainda em relação a renda familiar, segundo o Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate a Fome, 2005, considera-se uma família vulnerável ou seja, de
baixa renda, aquela que apresente uma renda percapita inferior a um quarto de
salário. Nossas famílias de modo algum enquadram-se neste quadro proposto pelo
Ministério.
Com relação as variáveis peso ao nascer e idade gestacional, estas foram
bastante significativas em relação a atrasos no DNM, corroborando com diversos
autores (PAIXÃO et al, 1994; MANICINI et al, 2000; SILVA; CÉU e SILVA, 2000).
SCHENDEL, (apud VIEIRA e MANCINI, 2000), em uma pesquisa comparando as
habilidades motoras grossas e finas de bebês com baixo peso e peso normal,
indicou que os primeiros obtiveram uma tendência a um pobre desempenho
funcional, com grandes riscos de atraso associados a dominância.
Dentre a mãe, a avó e a creche, a única associação a presença de passos
para frente foi com a variável mãe. CAON, RIES, (2003) citam que o
desenvolvimento motor está fortemente vinculado a figura materna.
Dentre os fatores sócio-econômicos, a escolaridade dos pais tem sido
positivamente relacionada ao desenvolvimento, provavelmente pelos melhores
cuidados dedicados às crianças e pelas melhores oportunidades profissionais, renda
e acesso a bens e serviços, considerando o fato de que a mãe com melhor nível de
escolaridade, poderia ter maior conhecimento sobre o desenvolvimento infantil e
estimularia mais seu bebê quanto a motricidade (EICKMANN, LIRA, LIMA, 2002).
Este mesmo trabalho reforça a idéia que tanto os riscos biológicos quanto as
condições socioeconômicas e ambientais influenciam o desenvolvimento pós-natal,
principalmente considerando o nível de escolaridade das mães.
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
Em nosso estudo 12 mães tinham até 8 anos de estudo. Quando observado o
grupo isolado de 12 meses, percebemos que praticamente todas as mães haviam
estudado até 12 anos. Já os grupos de 15 e 18 meses houve uma grande
heterogeneidade de respostas, contudo com maior concentração até os 8 anos.
Analisando estes dados, percebemos que conforme a literatura cita, provavelmente
exista uma correlação entre a escolaridade materna e o desenvolvimento motor já
que as alterações vistas nestes grupos podem ser consideradas, ainda, de origem
biológica.
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
9 CONCLUSÃO
Através dos resultados obtidos conclui-se que em relação ao
desenvolvimento neuromotor das crianças avaliadas, estes sofreram pequenas
alterações nos marcos que levam a aquisição da marcha. Os prejuízos encontrados
foram: 30% das crianças com 15 meses e 10% das crianças com 18 meses, ainda
não realizavam passos para frente, mesmo com idade corrigida para minimizar as
dificuldades, sendo que segundo a literatura, elas já o fazem nesta idade. Aos 18
meses, 40% da amostra, apresentou equilíbrio regular, mas somente uma criança
não caminhava. A maioria das crianças dentre todas as faixas etárias avaliadas não
permaneciam na postura ajoelhada.
Em relação aos fatores socioeconômicos, em todas as faixas etárias, a
presença da mãe teve relação estatística com a aquisição da marcha; A
escolaridade não pode ser relacionada com a aquisição da marcha, devido a falta de
dados mais precisos. Os bons cuidados maternos, não são necessariamente
vinculados a escolaridade e alta renda familiar e a renda familiar não teve relação
com os fatores biológicos, de acordo com os dados estatísticos, nem com a
aquisição da marcha no grupo de pré-termos deste estudo, pois não houve variáveis
que pudessem ter correlação, devido a ordens quantitativas e qualitativas.
Segundo a literatura citada no trabalho, há relação entre os fatores
socioeconômicos e o desenvolvimento motor. Nesta amostra a mãe foi uma figura
presente, a renda familiar não foi tão baixa de acordo com o ministério da saúde,
além dos auxílios de órgãos públicos de saúde.
Os resultados não foram tão evidentes em relação aos fatores
socioeconômicos, pois sendo uma amostra de 30 crianças do município de
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Cascavel, outros estudos com uma maior amostra ou mesmo de outras regiões do
país, poderiam interferir nos resultados, podendo ter maior relação com os dados
apresentados a literatura.
As pequenas alterações que caracterizaram esta amostra, contudo
pode não ser a realidade de outros grupos de pré-termo. É necessário que o
fisioterapeuta conheça a realidade da criança e de seus familiares na região em que
atua para compreender as necessidades e possíveis alterações em cada criança.
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
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APÊNDICE A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
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Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Nome da Pesquisa: Análise do desenvolvimento da marcha em prematuros nascidos no Hospital Universitário do Oeste do Paraná, e sua relação com os fatores sócio-econômicos.
Coordenador ou Pesquisador: Aneline Maria Ruedell
Objetivo: Analisar o desenvolvimento da marcha em lactentes prematuros com 12, 15 e 18 meses, e ainda, observar a influência do fator sócio-econômico no desenvolvimento da marcha destas crianças.
Justificativa: Com o aumento da sobrevida de neonatos pré-termo surge a necessidade de intensificar os cuidados devido a problemas relacionados ao DNM, no qual estas crianças estão mais propensas.
Procedimentos: Será realizada uma avaliação do Desenvolvimento Neuromotor e um questionário socioeconômico. Riscos: Não será realizado nenhum procedimento invasivo, não existindo riscos a saúde.
Custos Adicionais: Não se faz necessário a gasto com custos adicionais.Após ler e receber explicações sobre a pesquisa, e ter meus direitos de:
1. Receber resposta a qualquer pergunta e esclarecimento sobre os procedimentos, riscos benefícios e outros relacionados à pesquisa;
2. Retirar o consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo;
3. Não ser identificado e ser mantido o caráter confidencial das informações relacionadas à privacidade;
4. Procurar esclarecimento com o Comitê de Ética em Pesquisa da UNIOESTE, através do telefone 3220-3131, em caso de duvidas ou notificações de acontecimentos não previstos.
Cascavel, ______ de _________________ 2005.Nome:_____________________________________ RG:_______________Assinatura:____________________________________________________Eu, Aneline Maria Ruedell, declaro que forneci todas as informações referentes ao estudo ao participante e/ou responsável._______________________________________ Telefone: 3324-2883
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APÊNDICE B: FICHA DE AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO MOTOR DA MARCHA EM PRÉ-TERMO AOS 12 MESES CORRIGIDOS.
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Ficha de Avaliação do desenvolvimento motor da marcha em Pré-termo aos 12 meses corrigidos.Data da avaliação: _____________________________________Nome do lactente: _____________________________________
Posição sentada: ( com pernas estendidas)
1) Posicionamento do corpo:a)quadril: ( ) flexão ( ) extensão ( ) senta sobre o sacro ( ) senta sobre isquíob)tronco: ( ) simétrico ( ) assimétrico Que assimetria: ___________________ c)pernas: ( ) extensão ( ) flexão ( ) rotação externa ( ) rotação interna ( ) abdução ( ) aduçãod)pés: ( ) inversão ( ) eversão ( ) flexão dorsal ( ) flexão plantar
2) Senta com apoio: ( ) sim ( ) não Senta sem apoio: ( ) sim ( ) não
3) a) Reação de proteção anterior: ( ) sim ( ) não b) Reação de proteção posterior: ( ) sim ( ) não c) Reação de proteção para os lados: ( ) sim ( ) não
4) movimentos:a)Pega objetos acima da cabeça: ( ) sim ( ) nãob)Pega objetos na linha média: ( ) sim ( ) nãoc)Pega objetos para os lados com o braço oposto: ( ) sim ( ) não
Sentado em um banco:
1) Posicionamento do corpo:a) quadril: ( ) flexão ( ) extensão ( ) senta sobre o sacro ( ) senta sobre o isquiob) tronco: ( ) simétrico ( ) assimétrico Que assimetria: ___________________ c) pernas: ( ) extensão ( ) flexão ( ) rotação externa ( ) rotação interna
( ) abdução ( ) aduçãod) pés: ( ) inversão ( ) eversão ( ) flexão dorsal ( ) flexão plantar
2) Senta com apoio: ( ) sim ( ) não Senta sem apoio: ( ) sim ( ) não
3) a) Reação de proteção anterior: ( ) sim ( ) não b) Reação de proteção posterior: ( ) sim ( ) não c) Reação de proteção para os lados: ( ) sim ( ) não
4) movimentos:a) Pega objetos acima da cabeça: ( ) sim ( ) nãob) Pega objetos na linha média: ( ) sim ( ) não
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c) Pega objetos para os lados com o braço oposto: ( ) sim ( ) não
sai da posição sentado para:a) semi ajoelhado: ( ) com apoio em móvel ( ) sem apoio em móvel ( ) com apoio no chão ( ) sem apoio no chãob) ajoelhado: ( ) com apoio em móvel ( ) sem apoio em móvel ( ) com apoio no chão ( ) sem apoio no chãoc) em pé: ( ) com apoio em móvel ( ) sem apoio em móvel ( ) com apoio no chão ( ) sem apoio no chão
Semi-ajoelhado:
1) Apoio: a) libera 1 mão: ( ) sim ( ) nãob) libera ambas as mãos: ( ) sim ( ) nãoc) segura nos móveis: ( ) sim ( ) nãod) postura corporal: ( ) tronco alinhado ( simétrico) ( ) tronco assimétrico ( ) braços fletidos ( ) braços estendidos ( ) flexão de joelhos ( ) extensão de joelhos
Ajoelhado:
a) Postura corporal: : ( ) tronco alinhado ( simétrico) ( ) tronco assimétrico ( ) braços fletidos ( ) braços estendidos ( ) flexão de joelhos ( ) extensão de joelhos
b) libera 1 mão: ( ) sim ( ) não c) libera ambas as mãos: ( ) sim ( ) não
2) apóia em objetos: ( ) sim ( ) não
3) Na posição ajoelhada : Pega objetos acima da cabeça: ( ) sim ( ) não Pega objetos na linha média: ( ) sim ( ) não Pega objetos para os lados com o braço oposto: ( ) sim ( ) não
5) sai da posição ajoelhado para:
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Em pé: ( ) com apoio em móvel ( ) sem apoio em móvel ( ) com apoio no chão ( ) sem apoio no chão ( ) segurando objetos ( ) não segura objetos
Posição de gato: ( gatinhar)
1) dissociação de cinturas: ( ) sim ( ) não 2) realizar ponte: ( ) sim ( ) não
3) Apoio:a)adequado em 4 membros: ( ) sim ( ) não b)adequado em 3 membros: ( ) sim ( ) não c)adequado em 2 membros: ( ) sim ( ) não
4) alcance de objetos: a)acima da cabeça: ( ) sim ( ) não b) pros lados com a mão oposta : ( ) sim ( ) não c)ao nível dos olhos: ( ) sim ( ) não d)realiza transferência de peso: ( ) sim ( ) não
6) Sai da posição para: a)Em pé: ( ) com apoio em móvel ( ) sem apoio em móvel ( ) com apoio no chão ( ) sem apoio no chãob)Sentada: ( ) com apoio em móvel ( ) sem apoio em móvel ( ) com apoio no chão ( ) sem apoio no chão
Em pé:
1) fica em pé:com apoio: ( ) sim ( ) não em apoio: ( ) sim ( ) não
2) Equilíbrio: ( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) mal
3) Passos:a)para frente: ( ) sim ( ) não ( ) com apoio ( ) sem apoiob)para os lados: ( ) sim ( ) não ( ) com apoio ( ) sem apoioc)desce e sobe escadas: ( ) sim ( ) não ( ) com apoio ( ) sem apoio
4) andar:a)base larga: ( ) sim ( ) não ( ) com apoio ( ) sem apoio ( ) muito ( ) pouco
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b)braços elevados:( ) sim ( ) não ( ) com apoio ( ) sem apoio ( ) muito ( ) pouco c)flexão de quadril: ( ) sim ( ) não ( ) com apoio ( ) sem apoio ( ) muito ( ) pouco d)flexão de joelho: ( ) sim ( ) não ( ) com apoio ( ) sem apoio ( ) muito ( ) pouco e)arrasta os pés: ( ) sim ( ) não ( ) com apoio ( ) sem apoio ( ) muito ( ) pouco f) pés varo/ valgo: ( ) sim ( ) não ( ) com apoio ( ) sem apoio
Observações: ____________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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APÊNDICE C: FICHA DE AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO MOTOR DA MARCHA EM PRÉ-TERMO AOS 15 MESES CORRIGIDOS.
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Ficha de Avaliação do desenvolvimento motor da marcha em Pré-termo aos 15 meses corrigidos.
Nome do Lactente:_______________________________
Data de avaliação:_______________________________
Posição sentada: ( com pernas estendidas)
1) Posicionamento do corpoe)quadril: ( ) flexão ( ) extensão ( ) senta sobre o sacro ( ) senta sobre o ísquiof)tronco: ( ) simétrico ( ) assimétrico Que assimetria: ___________________ g)pernas: ( ) extensão ( ) flexão ( ) rotação externa ( ) rotação interna ( ) abdução ( ) aduçãoh)pés: ( ) inversão ( ) eversão ( ) flexão dorsal ( ) flexão plantar
2) Senta com apoio: ( ) sim ( ) não Senta sem apoio: ( ) sim ( ) não
3) a) Reação de proteção anterior: ( ) sim ( ) não b) Reação de proteção posterior: ( ) sim ( ) não c) Reação de proteção para os lados: ( ) sim ( ) não
4) movimentos:d)Pega objetos acima da cabeça: ( ) sim ( ) nãoe)Pega objetos na linha média: ( ) sim ( ) nãof)Pega objetos para os lados com o braço oposto: ( ) sim ( ) não
Sentado em um banco:
1)Posicionamento do corpo: a) quadril: ( ) flexão ( ) extensão ( ) senta sobre o sacro ( ) senta sobre o isquio
e) tronco: ( ) simétrico ( ) assimétrico Que assimetria: ___________________
f) pernas: ( ) extensão ( ) flexão ( ) rotação externa ( ) rotação interna ( ) abdução ( ) adução
g) pés: ( ) inversão ( ) eversão ( ) flexão dorsal ( ) flexão plantar
2) Senta com apoio: ( ) sim ( ) não Senta sem apoio: ( ) sim ( ) não
3) a) Reação de proteção anterior: ( ) sim ( ) não b) Reação de proteção posterior: ( ) sim ( ) não c) Reação de proteção para os lados: ( ) sim ( ) não
4) movimentos:a) Pega objetos acima da cabeça: ( ) sim ( ) nãob) Pega objetos na linha média: ( ) sim ( ) não
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c) Pega objetos para os lados com o braço oposto: ( ) sim ( ) não
sai da posição sentado para:a) semi ajoelhado: ( ) com apoio em móvel ( ) sem apoio em móvel ( ) com apoio no chão ( ) sem apoio no chãob) ajoelhado: ( ) com apoio em móvel ( ) sem apoio em móvel ( ) com apoio no chão ( ) sem apoio no chãoc) em pé: ( ) com apoio em móvel ( ) sem apoio em móvel ( ) com apoio no chão ( ) sem apoio no chão
Semi-ajoelhado:
1) Apoio: a) libera 1 mão: ( ) sim ( ) nãob) libera ambas as mãos: ( ) sim ( ) nãoc) segura nos móveis: ( ) sim ( ) nãod) postura corporal: ( ) tronco alinhado ( simétrico)
( ) tronco assimétrico ( ) braços fletidos ( ) braços estendidos ( ) flexão de joelhos ( ) extensão de joelhos
Ajoelhado:
a) Postura corporal: : ( ) tronco alinhado ( simétrico) ( ) tronco assimétrico ( ) braços fletidos ( ) braços estendidos ( ) flexão de joelhos ( ) extensão de joelhos
b) libera 1 mão: ( ) sim ( ) não c) libera ambas as mãos: ( ) sim ( ) não
2) apóia em objetos: ( ) sim ( ) não
3) Na posição ajoelhada : Pega objetos acima da cabeça: ( ) sim ( ) não Pega objetos na linha média: ( ) sim ( ) não Pega objetos para os lados com o braço oposto: ( ) sim ( ) não
5) sai da posição ajoelhado para: Em pé: ( ) com apoio em móvel ( ) sem apoio em móvel
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( ) com apoio no chão ( ) sem apoio no chão ( ) segurando objetos ( ) não segura objetos
Posição de gato: ( gatinhar)
1) dissociação de cinturas: ( ) sim ( ) não 2) realizar ponte: ( ) sim ( ) não
3) Apoio:a) adequado em 4 membros: ( ) sim ( ) não b) adequado em 3 membros: ( ) sim ( ) não c) adequado em 2 membros: ( ) sim ( ) não
4) alcance de objetos: a) acima da cabeça: ( ) sim ( ) não b) pros lados com a mão oposta : ( ) sim ( ) não c) ao nível dos olhos: ( ) sim ( ) não d) realiza transferência de peso: ( ) sim ( ) não
6) Sai da posição para: a) Em pé: ( ) com apoio em móvel ( ) sem apoio em móvel ( ) com apoio no chão ( ) sem apoio no chãob) Sentada: ( ) com apoio em móvel ( ) sem apoio em móvel ( ) com apoio no chão ( ) sem apoio no chão
Em pé:
1) fica em pé:a) com apoio: ( ) sim ( ) não
b) sem apoio: ( ) sim ( ) não
2) Equilíbrio: ( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) mal
3) Passos:para frente: ( ) sim ( ) não ( ) com apoio ( ) sem apoiopara os lados: ( ) sim ( ) não ( ) com apoio ( ) sem apoiodesce e sobe escadas: ( ) sim ( ) não ( ) com apoio ( ) sem apoio
4) andar:a) base larga: ( ) sim ( ) não ( ) com apoio ( ) sem apoio ( ) muito ( ) pouco b) braços elevados:( ) sim ( ) não ( ) com apoio ( ) sem apoio ( ) muito ( ) pouco
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c) flexão de quadril: ( ) sim ( ) não ( ) com apoio ( ) sem apoio ( ) muito ( ) pouco d) flexão de joelho: ( ) sim ( ) não ( ) com apoio ( ) sem apoio ( ) muito ( ) pouco
c) arrasta os pés: ( ) sim ( ) não ( ) com apoio ( ) sem apoio ( ) muito ( ) pouco
f) pés varo/ valgo: ( ) sim ( ) não ( ) com apoio ( ) sem apoio
Posição de cócoras:
realiza movimentos e pega objetos ao mesmo tempo: ( ) sim ( ) não necessita de apoio: ( ) sim ( ) não brinca de cócoras: ( ) sim ( ) não
Observações: ____________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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APÊNDICE D: FICHA DE AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO MOTOR DA MARCHA EM PRÉ-TERMO AOS 18 MESES CORRIGIDOS.
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Ficha de Avaliação do desenvolvimento motor da marcha em Pré-termo aos 18 meses corrigidos.
Data de Avaliação: ___________________________
Nome da Criança: ____________________________
Posição sentada: ( com pernas estendidas)
1) Posicionamento do corpo:i)quadril: ( ) flexão ( ) extensão ( ) senta sobre o sacro ( ) senta sobre o isquíoj)tronco: ( ) simétrico ( ) assimétrico Que assimetria: ___________________ k)pernas: ( ) extensão ( ) flexão ( ) rotação externa ( ) rotação interna ( ) abdução ( ) aduçãol)pés: ( ) inversão ( ) eversão ( ) flexão dorsal ( ) flexão plantar
2) Senta com apoio: ( ) sim ( ) não Senta sem apoio: ( ) sim ( ) não
3) a) Reação de proteção anterior: ( ) sim ( ) não b) Reação de proteção posterior: ( ) sim ( ) não c) Reação de proteção para os lados: ( ) sim ( ) não
4) movimentos:a) Pega objetos acima da cabeça: ( ) sim ( ) não b)Pega objetos na linha média: ( ) sim ( ) nãoc)Pega objetos para os lados com o braço oposto: ( ) sim ( ) não
Sentado em um banco:
1)Posicionamento do corpo: a) quadril: ( ) flexão ( ) extensão ( ) senta sobre o sacro ( ) senta sobre o isquíob) tronco: ( ) simétrico ( ) assimétrico Que assimetria: ___________________ pernas: ( ) extensão ( ) flexão ( ) rotação externa ( ) rotação interna
( ) abdução ( ) aduçãopés: ( ) inversão ( ) eversão ( ) flexão dorsal ( ) flexão plantar
2) Senta com apoio: ( ) sim ( ) não Senta sem apoio: ( ) sim ( ) não
3) a) Reação de proteção anterior: ( ) sim ( ) não b) Reação de proteção posterior: ( ) sim ( ) não c) Reação de proteção para os lados: ( ) sim ( ) não
4) movimentos:a) Pega objetos acima da cabeça: ( ) sim ( ) nãob) Pega objetos na linha média: ( ) sim ( ) nãoc) Pega objetos para os lados com o braço oposto: ( ) sim ( ) não
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sai da posição sentado para:a) semi ajoelhado: ( ) com apoio em móvel ( ) sem apoio em móvel ( ) com apoio no chão ( ) sem apoio no chãob) ajoelhado: ( ) com apoio em móvel ( ) sem apoio em móvel ( ) com apoio no chão ( ) sem apoio no chãoc) em pé: ( ) com apoio em móvel ( ) sem apoio em móvel ( ) com apoio no chão ( ) sem apoio no chão
Semi-ajoelhado:
1) Apoio: a) libera 1 mão: ( ) sim ( ) nãob) libera ambas as mãos: ( ) sim ( ) nãoc) segura nos móveis: ( ) sim ( ) nãod) postura corporal: ( ) tronco alinhado ( simétrico) ( ) tronco assimétrico ( ) braços fletidos ( ) braços estendidos ( ) flexão de joelhos ( ) extensão de joelhos
Ajoelhado:
a) Postura corporal: : ( ) tronco alinhado ( simétrico) ( ) tronco assimétrico ( ) braços fletidos ( ) braços estendidos ( ) flexão de joelhos ( ) extensão de joelhos
libera 1 mão: ( ) sim ( ) não libera ambas as mãos: ( ) sim ( ) não
2) apóia em objetos: ( ) sim ( ) não
3) Na posição ajoelhada : Pega objetos acima da cabeça: ( ) sim ( ) não Pega objetos na linha média: ( ) sim ( ) não Pega objetos para os lados com o braço oposto: ( ) sim ( ) não
5) sai da posição ajoelhado para: Em pé: ( ) com apoio em móvel ( ) sem apoio em móvel
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( ) com apoio no chão ( ) sem apoio no chão ( ) segurando objetos ( ) não segura objetos
Posição de gato: ( gatinhar)
1) dissociação de cinturas: ( ) sim ( ) não 2) realizar ponte: ( ) sim ( ) não
3) Apoio:a) adequado em 4 membros: ( ) sim ( ) não b) adequado em 3 membros: ( ) sim ( ) não adequado em 2 membros: ( ) sim ( ) não
4) alcance de objetos: a) acima da cabeça: ( ) sim ( ) não b) pros lados com a mão oposta : ( ) sim ( ) não c) ao nível dos olhos: ( ) sim ( ) não d) realiza transferência de peso: ( ) sim ( ) não
6) Sai da posição para: a) Em pé: ( ) com apoio em móvel ( ) sem apoio em móvel ( ) com apoio no chão ( ) sem apoio no chãob) Sentada: ( ) com apoio em móvel ( ) sem apoio em móvel ( ) com apoio no chão ( ) sem apoio no chão
Em pé:
1) fica em pé:a) com apoio: ( ) sim ( ) não b) em apoio: ( ) sim ( ) não c) extensão de quadril : ( ) muito ( ) pouco ( ) boa
2) Equilíbrio: ( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) mal
3) Passos:a) para frente: ( ) sim ( ) não ( ) com apoio ( ) sem apoio:b) para os lados: ( ) sim ( ) não ( ) com apoio ( ) sem apoioc) desce e sobe escadas: ( ) sim ( ) não ( ) com apoio ( ) sem apoiod) segura objetos em uma mão ao caminhar: ( ) sim ( ) não ( ) com apoio
( ) sem apoioe) segura objetos com ambas as mãos ao caminhar: ( ) sim ( ) não ( ) com
apoio ( ) sem apoiof) pega objetos ao caminhar: ( ) sim ( ) não ( ) com apoio ( ) sem apoio
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4) andar:
b) base larga: ( ) sim ( ) não ( ) com apoio ( ) sem apoio ( ) muito ( ) pouco c) braços elevados:( ) sim ( ) não ( ) com apoio ( ) sem apoio ( ) muito ( ) pouco d) flexão de quadril: ( ) sim ( ) não ( ) com apoio ( ) sem apoio ( ) muito ( )
pouco e) flexão de joelho: ( ) sim ( ) não ( ) com apoio ( ) sem apoio ( ) muito ( )
pouco f) arrasta os pés: ( ) sim ( ) não ( ) com apoio ( ) sem apoio ( ) muito ( ) pouco g) pés varo/ valgo: ( ) sim ( ) não ( ) com apoio ( ) sem apoio
Posição de cócoras:
a) realiza movimentos e pega objetos ao mesmo tempo: ( ) sim ( ) não b) necessita de apoio: ( ) sim ( ) não c) brinca de cócoras: ( ) sim ( ) não
Observações: ____________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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APÊNDICE E: FICHA SOCIOECONÔMICA
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Ficha SocioeconômicaData de Avaliação:_______________________________________Nome da criança:_________________________________________Sexo: _________Cor: _________ Data de nasc. :_________ Idade Gestacional:________Peso ao nascer: __________ apgar: _____________
Nome da Mãe: ___________________________________________Cor: ____________ Data de nasc.:_____________Nome do Pai: ____________________________________________Cor: ____________ Data de nasc.: _____________
1.1) Gestação e acompanhamento da criança: a)Acompanhamento pré-natal: ( ) sim ( ) nãob)Problemas gestacionais: ( ) não ( ) sim. Quais?c)Durante a gestação usou: ( ) cigarro ( ) álcool ( ) drogas d)Sofreu maus tratos durante a gestação? ( ) não ( ) sim. Quantas vezes?e)HPP: ( ) diabetes ( ) hipertensão arterial ( ) Outras. Qual?f)Número de gestações: ____ Quantas foram prematuras?____g) quem cuida da criança? ________________________________________h) Aonde e com quem a criança dorme? ( ) no berço no quarto dos pais
( ) no berço no quarto dos irmãos ( ) no berço num quarto sozinho ( ) na cama dos pais ( ) na cama dos irmãos ( ) na cama sozinho
( ) outro. Qual? _____i) A criança possui brinquedos coloridos? ( ) sim ( ) nãoj) A criança possui andador? ( ) sim ( ) nãok) Como a criança passa a maior parte do tempo? ( ) dormindo ( ) chorando ( ) brincando
l) Onde a criança passa a maior parte do tempo? ( ) no chão ( ) na cama ( ) no sofá ( ) no carrinho ( ) no colo ( ) no berço ( ) outros. Qual?____________________
m) Como é a alimentação da criança: ( ) leite materno ( ) leite de vaca ( ) misto ( ) leite em pó ( ) outros qual______________________________________
n) A criança teve acompanhamento médico (puericultura) : ( ) sim ( ) nãoo) A criança já foi ao dentista: ( ) sim ( ) nãop) Se afirmativo, por onde? ( ) privado ( ) posto de saúde ( ) outros
_________ q) Em que situação procurou o dentista: ( ) com dor ( ) para tratamento de rotina
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1.2) Domicílio e condições sócioeconômicas:a)Condições da residência: ( ) própria ( ) cedida ( ) financiada ( ) Outro _____b)Residência: ( ) madeira ( ) alvenaria ( )mista ( ) outra Qual?_______________c)Quantos cômodos há na casa?___d)Sanitários: ( ) dentro de casa ( ) fora de casae)Como é o chão da casa? ( ) piso ( ) madeira ( ) chão batidof)Possui caixa d’água? ( )não ( )sim.g)Água encanada? ( ) sim ( ) não. De onde? _________
( ) filtrada ( ) fervidah)Possui rede de esgoto? ( ) sim ( ) não Como é o esgoto?______________________i)Possui energia elétrica? ( ) sim ( ) nãoj)Qual o destino do lixo? ( ) coleta pública ( )queima ( ) terreno baldio ( ) córrego ( ) enterra. k)Possui animais domésticos? ( ) não ( ) sim. Qual?_____ Quantos? _____l)Vacinados? ( ) sim ( ) nãom)Possui televisão? ( ) sim ( ) nãon)Que outros aparelhos eletrônicos possui em casa? ___________________
____________________________________________________________
o) Quantas pessoas moram na casa? _____ Quem são? ____________________________________________________________________________________ p) Quantas pessoas da casa trabalham? _________ Quem? _______________________ Em que período?___________________________
q) Renda familiar: ( ) menos de 1 salário mínimo ( ) de 1 a 2 salários mínimos ( ) de 2 a 4 salários mínimos ( ) de 4 a 6 salários mínimos ( ) mais de 6 salários mínimos r) Grau de escolaridade:( ) ensino fundamental incompleto ( ) ensino fundamental completo ( ) ensino médio incompleto ( ) ensino médio completo ( ) ensino superior incompleto ( ) ensino superior incompleto s) Qual o meio de transporte utilizado pela família? ( ) ônibus ( ) carro próprio ( ) bicicleta ( ) cavalo ( ) a pé ( ) carroça t) Alguém da família tem vícios? ( ) não ( )sim Qual: ___________________ u) Qual é a religião da família? ____________________________________
v) Quando alguém da família fica doente, a família recorre a : ( ) posto de saúde ( ) hospital regional ( ) farmácia ( ) outro qual_____________ x)O que a família faz pra se divertir. Em que lugares costuma ir: w) Em relação à alimentação, assinale quais alimentos são ingeridos pela família por mais de 3 vezes na semana: ( ) verduras ( ) doces ( ) frutas ( ) arroz ( ) feijão ( ) farofa ( ) carne ( ) macarrão ( ) avos ( ) Leite ( ) fritura
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ANEXO A: APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA.
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