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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ – UEPR

CAMPUS DE PARANAVAÍ

MARTA ALCANTARA FERREIRA

CIDADANIA NEGRA: VENCENDO ESTIGMAS EM ALTO PIQUIRI

Umuarama 2012

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MARTA ALCANTARA FERREIRA

CIDADANIA NEGRA: VENCENDO ESTIGMAS EM ALTO PIQUIRI

Projeto de Pesquisa de Monografia

apresentada como exigência parcial do título de

PDE – Programa de Desenvolvimento

Educacional à Banca Examinadora da

Universidade Estadual do Paraná – UEPR

Campus de Paranavaí.

Orientador (a): Professor Ms. Vanderlei Amboni

Umuarama

2012

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Sumário

RESUMO................................................................................................................................ 3

INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 4

PRECONCEITO RACIAL E SOCIAL NA ESCOLA........................................................... 5

FUNDAMENTAÇÃO............................................................................................................ 10

UM POUCO DA HISTÓRIA................................................................................................. 10

CONCLUSÃO.................................................................................................................... .... 15

REFERÊNCIAS.......................................................................................................... ........... 16

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CIDADANIA NEGRA: VENCENDO ESTIGMAS EM ALTO PIQUIRI

Marta Alcantara Ferreira1

Vanderlei Amboni2

RESUMO

Este trabalho foi desenvolvido pensando em diminuir ao máximo, as marcas do

preconceito racial e social no município de Alto Piquiri, pois sendo o Brasil um país

multirracial é inconcebível que ainda hoje nas escolas brasileiras convivamos com o

preconceito racial, e esse, acompanhado do preconceito social. Diante desse quadro

é preciso estimular o desenvolvimento da consciência política e social dos alunos e

promover estudos e debates das leis de combate ao racismo; leis de respeito às

diferenças; textos sobre a importância do respeito às diferenças raciais e sociais;

principalmente em uma escola de jovens e adultos que já foram excluídos do

sistema tradicional de ensino e na maioria das vezes desconhecem seus direitos. O

estudo realizado do perfil do aluno e da sua realidade através de um questionário

investigador e o resgate da historia local que nos mostra as raízes das

desigualdades sociais e do preconceito em nosso município foram os pontos de

partida para o estudo realizado. O desenvolvimento do trabalho e as discussões com

os alunos da EJA resultaram em uma maior consciência do educando de sua

participação como cidadão em sua comunidade e sua postura enquanto pessoa que

participa da comunidade e que tem que fazer valer sua voz, afinal ele também é

parte dessa engrenagem que faz girar e movimentar essa sociedade.

Palavras-Chaves: Cidadania. Racismo. Preconceito Racial e Social.

1 Professora de História da Rede Estadual de Ensino do Paraná.

2 Professor-Orientador do PDE, área de História da Universidade Estadual do Paraná – Campus de

Paranavaí.

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INTRODUÇÃO

Ao longo da história do Brasil a discriminação e o menosprezo aos povos

negros foram e são evidentes, pois a escravidão os transformou em “coisa”, em

mercadorias, sendo vendidos e comprados nos mercados legalizados pelo Estado,

com a conivência da Igreja. Após a abolição, como ex-escravos ficaram sem

mercado de trabalho e sem acesso à escola. Viveram refugiados em quilombos, nas

favelas, mocambos e em casas de palafitas engrossando a periferia dos grandes

centros urbanos em formação. Com o fim da escravidão, não ocorreu aos

abolicionistas e nem ao Estado a necessidade de dar ao afro descendente garantias

legais, ou seja, colocar na Constituição do País leis que amparassem os ex-

escravos, seus familiares e descendentes, bem como recursos necessários para sua

sobrevivência e a posse da terra para sua fixação. Foram beneficiados com a

liberdade e excluídos do direito a cidadania sem direito ao voto, a moradia, trabalho

e salário digno, uma vez que antes mesmo da abolição já se pensou em uma forma

de não permitir o acesso do negro a terra com a criação da Lei das Terras de 1850

que garantia a posse da terra apenas para quem pudesse comprá-la, coisa

impossível ao afro-descendente que saiu do regime de escravidão sem direito a

nada.

Durante todo o século XX, muito se falou em direitos iguais e respeito ao

cidadão mascarando, negligenciando ou disfarçando aquilo que o escravismo, a

exploração colonialista e capitalista implantou nas consciências do povo brasileiro.

É preciso deixar claro que após a abolição da escravidão em 1888, não só

os afro-descendentes, mas também os mestiços e pobres passaram a engrossar as

periferias dos grandes centros e a sofrerem com a pobreza, com o preconceito e

com a discriminação. Essa mesma consequência pode ser observada ainda hoje

nas periferias dos grandes centros e fica patente, mesmo em uma cidade de interior,

onde a população é pequena e nas escolas se vê de forma evidente a distância

entre os brancos mais abastados, e os pardos e negros, oriundos de famílias mais

empobrecidas, que estão estudando fora da faixa etária “adequada” ao sistema

escolar ou daqueles que estão estudando a noite, cursando a Educação de Jovens e

Adultos. É possível ver a centralidade dos motivos que levam à evasão escolar,

como a falta de estrutura familiar, a pobreza, o vício, e a violência levando uns ao

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abandono da escola para o ingresso no mercado de trabalho e assim, poderem

ajudar no sustento da família, outros perderam a esperança e não conseguem ver

na educação uma oportunidade de ascensão social, pois muitas vezes sofrem o

preconceito racial e social, tem sua cidadania negada e o pior, vêem no crime a

oportunidade de sucesso, ou se tornam vítimas das drogas gerando conflitos

familiares se tornando assim um problema social.

Esse artigo foi concebido a partir de um trabalho realizado com os alunos de

História no CEEBJA de Alto Piquiri e desenvolvido com a finalidade de levar os

alunos a compreenderem a realidade concreta em que viveram e vivem os afros

descendentes e pobres no Brasil, do pós abolição até hoje, de maneira especial em

Alto Piquiri, desde a formação do nosso município, quais direitos foram conquistados

e o que ainda precisa ser feito, qual o papel do aluno como agente transformador da

história e assim, colocar em pauta esse assunto que além de discutido precisa ser

revisto e reescrito nas páginas da nossa história.

PRECONCEITO RACIAL E SOCIAL NA ESCOLA

O tema de pesquisa escolhido para este trabalho foi o Preconceito Racial e

social na Escola e na Comunidade. Sempre me incomodou o fato de a maior parte

dos alunos da EJA serem afros descendentes, pobres e expulsos do sistema

tradicional de ensino, porém era preciso conhecer os problemas enfrentados por

eles para começar um trabalho diferenciado colocando-os como componentes de

um grupo ao qual eles se sentissem importantes em fazer parte.

A partir de um questionário investigador realizado com os alunos que

cursavam a disciplina de história e dos resultados obtidos começaram os trabalhos.

Ficou claro que a necessidade de trabalhar, desde muito cedo, foi um dos fatores de

maior contribuição para o abandono da escola por parte dos alunos adultos, 60%

deles. Já, para os mais jovens, é o desinteresse e a falta de expectativa de uma vida

melhor advinda com a educação.

Percebi durante as discussões do resultado final da pesquisa que a grande

maioria se não sofreu, já viu alguém sofrendo algum tipo de discriminação racial,

social ou as duas sendo que nas instituições públicas o desrespeito é maior

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chegando a 50% entre os alunos entrevistados e nas empresas privadas, o índice

chegou a 10%.

De posse dessas informações, fizemos uma retrospectiva histórica do

município de Alto Piquiri; estudamos sua colonização, seus ciclos econômicos, sua

história política; entre os alunos com mais de 40 anos foi possível perceber uma

parte viva da história, principalmente durante o ciclo do algodão e foi nessa época

que muitos deixaram a escola para trabalhar. Percebemos ainda que com o fim do

ciclo do algodão, os antigos colonos que trabalhavam nas fazendas e que não foram

tentar a vida em outros Estados como São Paulo, Mato Grosso, Rondônia ou então

na capital paranaense Curitiba, vieram para a cidade morar na Vila Operária ou na

periferia, trabalhando como diaristas, empregadas domésticas, bóias-frias e mais

tarde com a instalação da Usina de Açúcar e Álcool, como futuros cortadores de

cana. Muitos de nossos alunos evadidos das escolas ditas regulares são frutos

desse retrato social de pobreza e desigualdade posto em nosso município, filhos de

famílias desestruturadas pelo álcool ou por drogas mais pesadas e pela prostituição,

por essa razão perderam seus valores e não conseguem se encontrar, nem mesmo

na escola.

Diante do que estava posto começamos o estudo e as discussões dos textos

e das leis de informação e combate ao preconceito racial e social. Aos poucos os

alunos foram se soltando e contando suas experiências, as discussões aconteceram

primeiramente entre eles no grupo menor, depois no grande grupo em forma de

seminário.

Pode-se constatar como as pessoas desconhecem seus direitos básicos,

como os que estão no artigo 5º da Constituição Federal. Assim, diante das

dificuldades e desrespeitos sofridos é preferível se calar, pois não se sabe como

lutar, nem se é possível lutar.

As discussões levantaram questões bastante pertinentes, que nos fizeram

refletir sobre a educação que se tem dado aos filhos hoje, porque ninguém nasce

odiando ou amando, aprende-se em casa. E se existe preconceito, ele está

enraizado em nossos valores e estão sendo passados aos pequenos que são

apenas reflexos de seus pais ou educadores. Refletimos sobre as primeiras formas

de vida humana originárias da África e também estudamos as tecnologias que

herdamos dos africanos e nem sempre foram divulgadas por conta de uma história

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baseada na europeização, que negou tudo que não era romano ou grego, e acabou

contribuindo para menosprezar ainda mais a cultura africana.

“Na fala da aluna Cíntia Poiatte, quase não se percebe negros trabalhando em serviços públicos de importância e nem ocupando cargos de confiança e são poucos os que vemos na política, as grandes diferenças são percebidas onde existe um maior número de pessoas desinformadas¨. “O aluno Serafim Brolezi Inácio disse nunca ter sido vítima de preconceito, porém viu nas palavras dele no Fórum, uma madame pagar caro por ter chamado uma ex-funcionária de negra fidida¨. “Na opinião da aluna Edinalva Pereira, a visão de uma África pobre e atrasada deixou de existir a partir do estudo das tecnologias e conhecimentos passados aos povos ditos desenvolvidos pelos africanos¨.

O importante é que esses alunos e os demais que participaram do curso

perceberam a importância do seu valor como cidadão e disseminador do combate

ao preconceito racial e social na sociedade em que está inserido.

Além dos estudos e discussões feitos tivemos a participação de duas ex-

alunas que compartilharam suas histórias de vida relacionadas ao tema.

Rosimeire Mateus dos Santos Silva fala ao grupo sobre as dificuldades

enfrentadas, as dificuldades vencidas e a superação.

“Eu sou filha de mãe branca e pai negro, somos em 05 irmãos, sendo um homem e quatro mulheres, sempre fomos muito discriminados pelos parentes, pois eram todos brancos, a única da família a se casar com um negro foi minha mãe. Morávamos e trabalhávamos na roça, minha mãe morreu em 1981, meu irmão mais velho tinha 14 anos e a mais nova apenas 04 anos. Fomos criados pelo meu pai com a ajuda da minha avó materna e não conseguimos estudar por que tínhamos que trabalhar como bóia fria para ter nosso sustento. Naquele tempo a discriminação era muito maior e as oportunidades muito menores, ou era bóia fria ou era empregada doméstica. Passamos muitas necessidades, mais nunca faltou o alimento de cada dia”. “Hoje estou casada, tenho 03 filhos, trabalho, gosto da minha cor, me aceito como sou, me vejo um ser humano igual aos outros, me relaciono com pessoas de todas as profissões e níveis sociais. Penso que cada pessoa independente de sua etnia ou condição social tem que se amar, se valorizar e se aceitar primeiro. Só assim terá seu valor reconhecido e será aceito pelo outro, é como se fosse uma energia que emana da pessoa. Neste momento da minha vida, sou coordenadora do setor 03 da comunidade, sou catequista e ajudo na coordenação da catequese na paróquia, faço ainda um trabalho social de arrecadar alimentos e roupas na comunidade para

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ajudar as pessoas mais carentes. Sou respeitada, valorizada e muito amada na comunidade onde moro e trabalho”.

A ex-aluna Rosilene Mateus dos Santos Freire, compartilhou suas

experiências ao se indagada sobre sua história.

“Ia para a roça desde os 04 anos de idade com minha mãe que era branca e a única da família a ter se casado com um negro e minha irmã um pouco mais velha que eu, porque eu não tinha com quem ficar em casa, pois os mais velhos já trabalhavam. Um dia indo para a roça, me lembro muito bem disso, minha mãe enfartou. Assisti toda a cena que me marcou para sempre. Meu pai não quis deixar a gente aos cuidados dos parentes como era comum naquele tempo e começou a cuidar de nós com a ajuda de minha avó materna. Meu tio irmão de minha finada mãe e branco não aceitava que minha avó cuidasse de nós e dizia que ia pintar seus filhos de piche, para que ela desse atenção aos filhos dele também, já que a mãe só dava atenção aos negrinhos. Com a mudança do sitio pra cidade comecei a estudar, estudava metade do ano e depois parava pra trabalhar de bóia fria e com muita dificuldade consegui terminar a 4ª série. Foi nesse período que senti a discriminação ainda maior, pois levava meu material em um saquinho de arroz, desses de plástico e meus chinelos eram de tiras de cores diferentes, minhas roupas muito usadas e eu estudava em uma escola onde a maioria dos alunos era de melhor condição financeira. Um dia ao chegar à escola, duas meninas conversavam e uma dizia que era rica, a outra que era remediada e olhando pra mim disseram que eu era pobre, eu disse que não era pobre, elas insistiam que era sim e que além de pobre eu era preta, ai eu gritei que era rica das Graças de Deus que era o que minha avó sempre havia me ensinado, parei de estudar”. “Alguns anos depois me matricularam em uma escola perto da minha casa, na Vila Operária, ali me senti mais igual aos outros alunos e consegui terminar a 4ª série. Arrumei um bom trabalho, analista de laboratório em uma Usina de Açúcar e Álcool, mesmo sem ter o 1º grau completo, nesse momento da minha vida percebi a necessidade de voltar a estudar, me matriculei na EJA e voltei a estudar. Era a única forma de meu pai me deixar sair de casa para jogar futsal e na escola eu tinha essa oportunidade estudava, participava das aulas de Educação Física e dos torneios. A EJA era como se fosse uma extensão da minha casa, como se fosse minha família, a acolhida e o carinho dos professores foram essenciais eu concluir o Ensino Fundamental e Médio, pois ali eu me senti gente. Hoje posso dizer que superei o preconceito, gosto da minha cor, me aceito, não me sinto inferior a ninguém me relaciono bem com pessoas de todas as profissões e classes sociais.Trabalho com as crianças na catequese e passo minha experiência de vida e de como devemos tratar e respeitar as pessoas para evitar o preconceito. Sou coordenadora do coral de canto da Igreja São Judas Tadeu na Vila Operária, meu trabalho faz a diferença e tenho o respeito, o amor e a aceitação das pessoas em minha comunidade.Hoje sou Feliz”.

Fatos como estes nos fazem pensar que muito mais que professores somos

responsáveis pelas vidas que passam por nós, principalmente na Escola de Jovens

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e Adultos, onde o aluno deposita sua última esperança. Esses depoimentos fizeram

os alunos refletirem qual é seu papel na comunidade e perceberem que

independente da cor ou condição social, cada ser humano tem seu espaço e seu

valor, só é preciso conquistá-lo.

Outro ponto importante do trabalho foi uma palestra sobre uma pequena

parte da África; tivemos a oportunidade de conhecer um pouco da cultura da Guiné

Bissau, através de um ex-missionário (Daniel Antonio de Sousa) que lá viveu por

05 anos e nos contou um pouco dos costumes, tradições e cultura fazendo uma

exposição com objetos trazidos de lá, explicando o significado de cada um, segue

alguns detalhes de sua fala:

“A Guiné Bissau é um país que foi colônia de Portugal até 1973, tendo como herança a língua portuguesa e seu povo fala ainda mais 15 dialetos locais, está localizada na costa Ocidental da África, faz fronteira com o Senegal, é banhada pelo Oceano Atlântico.Como toda cultura Africana a da Guiné Bissau é rica nas suas expressões, nos seus símbolos, na sua música, na dança, nos mitos entre outros. A presença do transcendente, dos espíritos e dos antepassados perpassa toda a vida do povo. A celebração da vida e da morte tem um lugar muito particular, principalmente a da morte de um ancião. A morte não é para eles um fim último, eles acreditam numa continuidade onde encontram com seus antepassados que já se foram para poderem conversar. O mundo espiritual é algo que está presente na vida do africano e nos seus ritos que possuem segredos sagrados. A tradição oral é muito importante e o mundo simbólico perpassa a religião. Os mais sábios aqueles que aprenderam todos os segredos sagrados conhecem todos os ritos, e viveram todas as fases da vida tem um vocabulário único e são chamados de Biblioteca. A música e a dança estão presentes com seus diversos ritmos. A arte é uma expressão da cosmovisão Africana Guineense não só na dança e na música, mas na pintura, nos instrumentos musicais, nas esculturas... Em síntese, a cultura guineense, mesmo sendo sufocada, primeiro pelo colonialismo e agora pela globalização e corrupção de regimes autoritários é rica e criou no africano a vontade de lutar pela sobrevivência de seu povo forte, honrado e humano”.

Depois das atividades desenvolvidas acima passamos para a parte da

produção de material para a exposição dos trabalhos de encerramento que culminou

com as comemorações do 25º aniversário do CEEBJA. Produzimos cartazes de

combate ao preconceito racial e social, cartazes de valorização da cultura africana e

um folder de prevenção e combate ao preconceito Racial e Social na Escola que foi

distribuído aos participantes do evento e aos alunos. Conseguimos também objetos

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africanos para expor, assim como vestimentas tradicionais daquele continente que

encantaram não só os alunos como a comunidade local.

FUNDAMENTAÇÃO

UM POUCO DA HISTÓRIA

É preciso lembrar, que a escravidão fazia e faz parte da cultura do povo

africano e que na África, como no mundo antigo a escravidão era uma constante. As

tribos que perdiam a guerra se tornavam escravas da tribo vencedora. Havia ainda

tribos que sacrificavam humanos como oferenda, a seus deuses ou para demonstrar

poder e riqueza. Os capitalistas europeus, chegando ao continente africano se

aproveitaram desse costume e levados pela ganância e também pela necessidade

de mão-de-obra no Novo Mundo, passaram a comerciar com os reis e chefes de

tribos africanas, pois esses vendiam seus pares (escravos de guerra). O lucro com

essa atividade comercial beneficiava tanto os africanos quanto os europeus.

Segundo a Historiadora Mariana Melo de Souza (2006, p. 47):

Desde os tempos mais antigos, alguns homens escravizaram outros homens, que não eram vistos como seus semelhantes, mas sim como inimigos e inferiores. A maior fonte de escravos sempre foram as guerras, com os prisioneiros sendo postos a trabalhar ou sendo vendidos pelos vencedores. Mas um homem podia perder seus direitos de membro da sociedade por outros motivos, como a condenação por transgressão e crimes cometidos, impossibilidade de pagar dívidas, ou mesmo de sobreviver independentemente por falta de recursos. [...] A escravidão existiu em muitas sociedades africanas bem antes de os europeus começarem a traficar escravos pelo oceano Atlântico” (SOUZA apud MOCELLIN; CARMARGO, 2010, p. 174).

No Brasil Colônia e durante o Império, a base da economia e da riqueza

estava assentada no trabalho escravo. Eram os negros que, trazidos em navios

tumbeiros faziam todo o trabalho e com sangue e suor construíram a riqueza dessa

nação. O Brasil foi o último país da América a abolir a escravidão, no ano de 1888,

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ato que contribuiu para o fim da Monarquia e abriu as portas para a República. Na

época, o trabalho assalariado já despontava como o mais adequado à sociedade

industrial em formação. Os negros, acostumados ao trabalho braçal se viram,

repentinamente sem labor ou onde morar, ao mesmo tempo o Brasil abriu suas

portas à mão de obra imigrante, principalmente de pessoas vindas da Europa,

negligenciando os ex-escravos negros.

De acordo com Florestan Fernandes (1989, p. 17):

Como se poderia, no Brasil colonial ou imperial, acreditar que a escravidão seria aqui, por causa de nossa índole cristã, mais humana, suave e doce que entre outros lugares?...Por fim, como ficar indiferente ao drama humano intrínseco à abolição, que largou a massa dos ex-escravos, dos libertos e dos ingênuos à própria sorte, como se eles fossem um simples bagaço do antigo sistema de produção? Entretanto, a idéia da democracia racial não só se arraigou. Ela se tornou um mores, como dizem alguns sociólogos, algo intocável, a pedra de toque da ‘contribuição brasileira’ ao processo civilizatório da Humanidade.

A partir da abolição da escravidão e do desenvolvimento das primeiras

indústrias no Brasil, no início do século XX, o homem negro, por não possuir

qualificação para o trabalho nas indústrias permanecia desempregado e passou a

ser empregado em serviços que exigiam mão-de-obra pesada. De escravo, o negro

passou a ser assalariado, mas não conseguiu ascensão social, como os brancos. A

qualificação profissional e educacional era imprescindível no regime capitalista e,

justamente por apresentar mais procura do que oferta, o mercado de trabalho era

seletivo, estando os negros em último lugar na ordem de preferência.

Evidentemente, esta tendência continua ainda nos dias de hoje. Os negros, em sua

grande maioria, continuam sem vez e sem voz, realizando os trabalhos mais

pesados e em regime de quase semi-escravidão, particularmente nas fazendas e

periferia dos grandes centros urbanos. Aos negros sobraram os pequenos serviços:

o comércio ambulante, o conserto, o biscate e, sobretudo, os serviços pessoais.

Desta maneira, segundo BOSI (1992, p.272), o homem negro, com a

abolição da escravatura:

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...é expulso de um Brasil moderno, cosmético, europeizado. Para dentro: o mesmo homem negro é tangido para os porões do capitalismo nacional, sórdido, brutesco. O senhor liberta-se do escravo e traz ao seu domínio o assalariado, migrante ou não. Não se decretava oficialmente o exílio do ex-cativo, mas este passaria a vivê-lo como um estigma na cor de sua pele.

A Constituição Federal de 1988, considerada Constituição Cidadã, no seu

art. 5º dispõe que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza

e nos incisos XLI e XLII dispõe que a lei punirá qualquer discriminação atentatória

aos direitos e liberdades fundamentais e que a prática do racismo constitui crime

inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão. A prática de uma

discriminação em virtude de cor ou etnia poderá ser enquadrada na Lei nº 7.716/89,

que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.

Todo brasileiro só pode ser considerado cidadão pleno quando é conhecedor

dos seus direitos e deveres. Com esse estudo, conscientizamos os alunos afros

descendentes ou não, da importância do respeito às diferenças, uma vez de posse

dessa informação, se o respeito ao outro não vier por consciência, vem por força da

lei.

E mesmo com leis que assegurem a todos os brasileiros os mesmos direitos

e punindo severamente o racismo, ainda imperam no país diferentes formas de

discriminação racial, velada ou ostensiva. O preconceito racial constitui um grave

obstáculo ao exercício do direito à igualdade. Infelizmente, ainda estamos longe de

constituir uma verdadeira democracia racial e, apesar de sermos uma nação

etnicamente plural, as minorias, sobretudo os negros, não têm o mesmo

reconhecimento dos brancos. O poder econômico ainda vale mais que os direitos

humanos nesse país.

Porém, infelizmente o passado escravista registrou no inconsciente coletivo

a absurda noção da inferioridade do negro, criando um preconceito que se manifesta

de diferentes formas. Por causa das razões históricas, os negros continuam sendo

os mais pobres e sofridos na sociedade brasileira. Deles foi tirada a liberdade,

dificultada a conservação de sua cultura e memória que se preservou a custas de

muita luta e, até hoje, não foi restituída efetivamente a condição da plena cidadania.

De acordo com dados do IBGE, o quadro de desemprego no Brasil nos

mostra que o maior número de desempregados, tanto em homens como para as

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mulheres estão entre os afros descendentes. Por causa do preconceito, a mão-de-

obra negra é direcionada para os trabalhos domésticos e os mais pesados, sendo a

cor fator determinante para a empregabilidade, estando acima da qualificação e da

formação profissional. É só olharmos para os canteiros de obras, os trabalhos

menos valorizados e para as estatísticas, elas estão aí para provar os fatos.

Conforme dados do PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), o

Brasil é o país com a segunda maior população negra do mundo. Mesmo com todo

este contingente de indivíduos negros, poucos deles têm acesso ao que, a princípio,

está disponível à população branca, como trabalho e salário digno, moradias, saúde,

escolas públicas e privadas ou universidades, entre outros.

Após a Conferência Mundial da ONU contra o Racismo, a Discriminação, a

Xenofobia e a Intolerância ocorrida em Durban, na África do Sul, de 31 de agosto a

07 de setembro de 2001, a Unesco estabeleceu uma Estratégia Integrada de

Combate ao Racismo, para o período de 2002 a 2007, tendo em vista as

recomendações da Conferência para a Unesco.

Segundo a UNESCO (2005), os principais objetivos da Estratégia Integrada

de Combate ao Racismo são os seguintes:

Revitalizar os esforços da UNESCO no combate ao racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância nas áreas de sua competência; contribuir para a formulação e implementação de políticas nacionais e planos de ação de combate ao racismo e discriminação; aprofundar o conhecimento sobre o desenvolvimento de formas de discriminação herdadas do passado, notadamente aquelas ligadas ao período da escravidão e colonização e aquelas afetando os povos indígenas e as minorias culturais e religiosas; reforçar as atividades de conscientização e fortalecer as redes de solidariedade pela formação de novas parcerias e re-mobilização de antigos parceiros, incluindo organizações da sociedade civil, universidades, centros de pesquisa, estabelecimentos de ensino e capacitação, e ONGs; reforçar as capacidades institucionais dos diferentes atores envolvidos para promover a pesquisa, educação e comunicação no combate ao racismo e outras formas de discriminação; ampliar a reflexão sobre o fenômeno da xenofobia; coletar, comparar e disseminar boas práticas no combate ao racismo, discriminação, incluindo a discriminação contra portadores de HIV/Aids, xenofobia e intolerância. http://www.unfpa.org.br/Arquivos/onu.pdf

O relatório de desenvolvimento Humano 2005 – Racismo, Pobreza e

violência, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento

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(PNUD), denuncia o enorme distanciamento da população negra e branca, dentro do

ranking que mede o desenvolvimento social no mundo, num conjunto de 173 países

Quando o Brasil é analisado apenas a partir de dados referentes a

população branca, ocupa o 44º lugar. Mas quando são considerados os indicadores

da população negra, o país assume a 105º posição nesse ranking, demonstrando as

profundas desigualdades que possui. Mesmo em seu conjunto de indicadores para

toda a população, o Brasil ocupa a 73º posição, ficando inclusive distante de outros

países da América Latina, como a Argentina (34º posição), Uruguai (40º) e México

(54º).

Mesmo diante de todos os problemas antigos e atuais levantados acima, os

afros descendentes ao longo da história mantiveram sua influencia na formação da

cultura brasileira, tais como culinária, práticas religiosas, danças, dentre outros

valores culturais que foram incorporados pela população brasileira.

Nota-se que o intercâmbio cultural entre os negros africanos, indígenas e

portugueses foram intensos, notadamente na língua, costumes, modos, comidas,

forma de pensar e práticas religiosas. As trocas culturais e os contatos entre povos

de origem muito diversa é algo que, então, fazia parte do dia - a - dia colonial, desde

a chegada dos portugueses. Isto, porque era ampla a vivência cultural da população

negra no Brasil colonial, refletindo amplamente na sociedade do período.

Deste intercâmbio cultural formou-se a cultura afro-brasileira, sendo visível a

influência africana em todos os aspectos da sociedade brasileira, não sendo

possível desvincular a cultura brasileira da africana, da indígena ou da européia.

O Brasil será justo quando a cidadania for estendida para todos. Um Brasil

para todos, de fato está em construção. A cidadania, em seus valores plenos, não

pode ser seletiva e instrumento de ações políticas por parte de vereadores e

prefeitos que utilizam dos direitos universais à saúde, educação entre outros, como

barganha eleitoral, as ações políticas devem existir sim, porém como forma de

atenuar as diferenças raciais e principalmente sociais.

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CONCLUSÃO

Ao fim deste trabalho, comprovo que ainda há muito por fazer no que diz

respeito ao direito e a cidadania do afro-descendente e dos pobres em nosso país.

Por mais que se tenha criado programas sociais nos últimos governos federais,

ainda estamos longe de ter uma sociedade justa para todos os brasileiros. Ouvimos

facilmente nas escolas, não sem motivos, que no Brasil o desonesto tem maior

valor, e temos aí os meios de comunicação nos mostrando a corrupção dos políticos

e suas desonestidades. É claro que elas não acontecem apenas aqui, mas o artigo

em questão trata das desigualdades raciais e sociais no Brasil, então é aqui para

nosso país que temos que nos voltar.

Diariamente ainda vemos, claramente, a intenção do governo, como na

Roma antiga na manutenção da política do Pão e Circo, enquanto a educação de

qualidade que forma verdadeiros cientistas e pensadores que fazem a diferença não

são parte dos currículos nacionais, pelo menos não nas escolas públicas, que se

preocupam com números e não com qualidade. Isso se sente na pele todos os anos

nos ditos conselhos finais.

Sei que há muito a ser feito e que precisamos com urgência de reformas

educacionais onde os alunos sejam vistos pelo Estado como um ser pensante, com

capacidades que podem e devem ser desenvolvidas na escola e não somente um

número a ser apresentado aos órgãos internacionais dizendo que está se

erradicando o analfabetismo, quando na verdade, está criando uma massa de

analfabetos funcionais, porque querendo ou não, essa é a função do Estado. Só não

acredito nas teorias de escritório, de quem não conhece o chão da escola e muito

menos a realidade dos menos favorecidos desse país.

Assim sendo, enfatizo a necessidade de as autoridades competentes, que

têm o poder nas mãos, de levarem a educação com a seriedade que ela merece e

os cidadãos brasileiros com o respeito digno de Chefes de Estado, porque assim

somos nós, e só juntos faremos a diferença. Caso contrário, tudo se perde, fica letra

morta, boas ideias que não fazem a diferença como poderiam, uma vez que existem

leis e regras superiores que regem instituições e escolas. Ficamos à mercê dos

planejamentos, planos de ação e tantos outros instrumentos burocráticos, tão velhos

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e arcaicos como alguns ritos da antiguidade que no mundo moderno perderam seu

valor.

Diante do exposto, ratifico que é dever não só da escola, mas de todas as

instituições sociais, procurarem desenvolver formas de educar cidadãos livres e

conhecedores dos seus direitos, que tenham orgulho de suas raízes, e com suas

atitudes, ideias, posturas saibam respeitar as diferenças de todos: negros, brancos,

adultos, jovens, crianças, idosos, homossexuais. Contribuindo para que haja um

desenvolvimento positivo das relações étnico racial, e todos nós brasileiros

possamos ser capazes de construir uma sociedade mais justa e igualitária, onde,

independente da cor da pele, cada cidadão tenha orgulho de assumir sua identidade

racial.

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