Upload
others
View
2
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
GESTÃO DA CADEIA PRODUTIVA DO CAFÉ COM ÊNFASE EM
SUSTENTABILIDADE
LEONÉIA ARRUDA AMARAL DA SILVA
ESTUDO DE VIABILIDADE DA PRODUÇÃO DE CAFÉ NO
PLANALTO DE VITÓRIA DA CONQUISTA – BA
VITÓRIA DA CONQUISTA – BA
JULHO/ 2013
LEONÉIA ARRUDA AMARAL DA SILVA
ESTUDO DE VIABILIDADE DA PRODUÇÃO DE CAFÉ NO
PLANALTO DE VITÓRIA DA CONQUISTA – BA
Monografia apresentada ao Curso de Pós-
Graduação Lato Sensu em Gestão da Cadeia
Produtiva do Café com Ênfase em
Sustentabilidade como requisito para a obtenção
do título de Especialista em Café.
Orientador: Prof. Dr. Valdemiro Conceição Jr.
VITÓRIA DA CONQUISTA – BA
JULHO/ 2013
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
GESTÃO DA CADEIA PRODUTIVA DO CAFÉ COM ÊNFASE SUSTENTABILIDADE
A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de Conclusão de Curso.
ESTUDO DE VIABILIDADE DA PRODUÇÃO DE CAFÉ NO PLANALTO DE VITÓRIA
DA CONQUISTA – BA
Elaborado por Leonéia Arruda Amaral da Silva
COMISSÃO EXAMINADORA:
___________________________________
Prof. Dr. Valdemiro Conceição Jr
Orientador
___________________________________
Prof. Hugo Andrade Costa
___________________________________
Prof. Carlos Alberto Góes Carvalho
Vitória da Conquista, 29 de Julho de 2013
Dedico esta monografia de fim de curso à minha
família e em especial a minha filha Ana Júlia.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, por iluminar sempre os meus caminhos, tornando possível a
conclusão de mais uma etapa na minha vida, aos meus pais, pela dedicação exclusiva à boa
formação, incentivando e motivando o aprendizado contínuo.
A meu companheiro, de todas as horas, sou grata por sua dedicação e compreensão por
minhas ausências e por às vezes despejar em você todas as minhas angústias e dúvidas, Te
amo muito!!! Elias, sempre cuidando da nossa filha.
Não posso deixar de citar a minha maravilhosa família. Quero agradecer também a
todos os amigos, parentes e colegas que, direta ou indiretamente, participaram desse
momento. E ao meu orientador Professor Valdemiro Conceição Júnior, por sua dedicada e
sábia orientação, possibilitando a conclusão desta tarefa.
A Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, pela oportunidade e apoio para a
realização do curso. A coordenação da Pós-Graduação, pela oportunidade de participar do
curso. Aos professores do curso, pelos conhecimentos transmitidos. Aos meus colegas do
curso de Pós-Graduação, pelo incentivo e companheirismo demonstrados.
A família Unicafé, que possibilitou a conclusão desta etapa, instruindo nesta
caminhada e incentivando nos momentos difíceis. E, por fim, Aos produtores que cederam os
dados para a realização da pesquisa.
“Dizem que á vida é para quem sabe viver, mas
ninguém nasce pronto. A vida é para quem é
corajoso o suficiente para se arriscar e humilde o
bastante para aprender.”
Clarice Lispector
RESUMO
Em Vitória da Conquista, a atividade econômica predominante, até a conclusão da BR-116,
era a pecuária. O desenvolvimento na região iniciou-se na década de 40 expandindo
significativamente nos anos 70 com as lavouras de café, tornando o município a maior força
econômica da região. Nesta década, Vitória da Conquista foi contemplada pelo Plano de
Renovação e Revigoramento da Cafeicultura, quando foram oferecidos subsídios aos
interessados pelos cafezais. O Planalto de Vitória da Conquista é o maior produtor de café
despolpado da Bahia, o café produzido tem sido apreciado pelos mercados mais exigentes do
mundo. O custo de produção do café deve ser calculado considerando todas as despesas
realizadas durante o plantio e pós colheita, obtendo-se um preço competitivo e uma boa
margem de lucro. Fatores como o clima, área de cultivo, densidade dos cafezais, entre outros,
implicam diretamente na produção de café. Para a elaboração deste trabalho, fez-se uma
pesquisa teórica e de campo, entrevistando produtores de café das cidades de Vitória da
Conquista, Planalto, Barra do Choça e Encruzilhada. Os custos com mão de obra, insumos e
serviços, variam de região para região, refletindo diretamente nos custos totais. O Planalto de
Conquista tem destaque em relação às condições climáticas e aos baixos custos de produção,
com um custo médio de R$ 290,00 por saca de acordo com a pesquisa em questão, foi
observado uma viabilidade na produção de café nesta região. Os resultados da pesquisa
mostraram que é importante que o cafeicultor, independente do porte de produção, tenha uma
visão gerencial e ampla de seu empreendimento, não somente analisando as receitas com os
custos de produção, mas considerando a inovação e aplicação de recursos necessários para o
gerenciamento do negócio e de ferramentas de administração e produção.
Palavras-chave: Cafeicultura. Gestão Agrícola. Custos de Produção
ABSTRACT
In Vitória da Conquista , the predominant economic activity until the completion of the BR -
116 , was livestock . The development in the region began in the 40s expanding significantly
in the 70s with the coffee plantations , making the city the largest economic force in the
region . In this decade , Vitória da Conquista was contemplated by the Plan of Renewal and
Revival of the Coffee , when grants were offered to interested parties by coffee plantations .
The Plateau Vitória da Conquista is the largest producer of washed coffee Bahia coffee
produced has been appreciated by the most demanding markets in the world . The cost of
coffee production must be calculated considering all the expenses incurred during the planting
and after harvest, with a competitive price and a good profit margin . Factors such as weather,
crop area , density of the coffee plantations , among others , directly affect the production of
coffee. For the preparation of this work , it was a theoretical research and field interviewing
coffee producers in the cities of Vitória da Conquista Plateau Hut Bar and Crossroads. The
costs of labor , supplies and services , vary from region to region , reflecting directly on total
costs . The Plateau Conquest has highlighted in relation to climatic conditions and low
production costs, with an average cost of R $ 290.00 per bag according to the research in
question , its viability was observed in coffee production in the region . The survey results
showed that it is important that the grower , regardless of the size of production, has a vision
and management of your enterprise wide , not only analyzing revenues from production costs,
but considering the innovation and application of resources for the business management and
administration tools and production .
Keywords: Coffee Culture. Agriculture Management. Production Costs
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1: Estrutura do Custo de Produção Utilizada pelo IEA.............................................. 27
Figura 4.1: Tela 1 – Inicial da Planilha de Gestão de Custos .......................................................
Figura 4.2: Tela 2 – Mão de Obra e Dividendos ..........................................................................
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1: Produção Mundial do Café .................................................................................... 18
Tabela 2.2: Exportação de Café ................................................................................................ 19
Tabela 2.3: Café Beneficiado – Comparativo de Produção por Espécie .................................. 24
Tabela 2.4: Café Beneficiado – Comparativo de Produção por Região ................................... 24
Tabela 2.5: Custos de Produção do Café Arábica no Planalto de Conquista ........................... 29
Tabela 4.1: Custos e Receitas por Saca e Hectare (Principais Produtores) .................................
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 2.1: Evolução do Consumo Interno de Café no Brasil ................................................ 21
Gráfico 2.2: Crescimento do Consumo de Café no Brasil ....................................................... 22
Gráfico 4.1: Percentual de Utilização de MO .......................................................................... 35
Gráfico 4.2: Percentual de Utilização de Insumos ................................................................... 36
Gráfico 4.3: Percentual de Utilização de Serviços ................................................................... 36
Gráfico 4.4: Percentual de Custos Diretos ............................................................................... 37
Gráfico 4.5: Percentual de Custos Indiretos ............................................................................. 37
Gráfico 4.6: Valores (R$) dos Custos de Produção por Saca ................................................... 38
Gráfico 4.7: Valores (R$) dos Custos de Produção por Hectare .............................................. 39
Gráfico 4.8: Valores (R$) das receitas por Saca ....................................................................... 39
Gráfico 4.9: Valores (R$) das receitas por Hectare .................................................................. 40
Gráfico 4.10: Valores dos Custos Diretos Brasil x Planalto de Conquista .............................. 41
Gráfico 4.11: Comparação das quatro fazendas .................................................................... ...41
LISTA DE ABREVIATURAS
ABIC Associação Brasileira da Indústria de Café
COE Custo Operacional Efetivo
CONAB Companhia Nacional de Abastecimento
COOPMAC Cooperativa Mista Agropecuária Conquistense
CF Custo Fixo
CP Custo de Produção
COT Custo Operacional Total
DP Depreciação
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IEA Instituto de Economia Agrícola
MA Ministério da Agricultura
MO Mão de Obra
UESB Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
VP Volume de Produção
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 13
2. REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................... 16
2.1 A PRODUÇÃO DE CAFÉ NO BRASIL ........................................................................ 16
2.2 VARIEDADES DE CAFÉ .............................................................................................. 19
2.3 CONSUMO DE CAFÉ NO BRASIL .............................................................................. 21
2.4 A PRODUÇÃO CAFÉ NO PLANALTO VITÓRIA DA CONQUISTA ........................ 22
2.5 A IMAGEM DA LAVOURA CAFEEIRA DO BRASIL ............................................... 23
2.6 CUSTOS DE PRODUÇÃO DO CAFÉ ........................................................................... 26
3. METODOLOGIA ........................................................................................................... 30
3.1 OPÇÃO METODOLÓGICA ................................................................................................... 30
3.2 PROCEDIMENTOS E TÉCNICAS ........................................................................................... 31
3.3 TRATAMENTO DAS INFORMAÇÕES E DADOS ..................................................................... 32
3.4 CÁLCULOS DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO .............................................................. 32
3.5 PROCEDIMENTOS PARA DETERMINAÇÃO DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO ..... 32
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 34
4.1 PERFIL DOS EMPREENDIMENTOS .......................................................................... 34
4.2 ANÁLISES DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO................................................................ 35
5.CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 42
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 43
ANEXOS .................................................................................................................................. 48
ANEXO A – FORMULÁRIO DE ENTREVISTA .................................................................. 48
13
1. INTRODUÇÃO
O processo de planejamento como fator de tomada de decisão é fundamental em
qualquer produção, tendo em vista que o café tem sido explorado por um grande volume de
produtores, estes, devem atuar fortemente no controle de custos procurando reduzi-los o
máximo possível, de modo a obter o maior benefício admissível no retorno dos investimentos,
uma vez que os custos de produção do café influenciam no preço final do produto.
Observa-se no mercado de Vitória da Conquista – BA que os produtores de café estão
insatisfeitos com os preços de venda praticados, implicando no retorno dos custeios de
produção, colheita e transporte do produto. O valor pago atualmente desestimula o produtor,
tornando-se um fator de reclamação generalizada. A análise do custo de produção é uma
forma bastante eficaz e prática para se conhecer o problema que esta impedindo a
rentabilidade econômica dessa atividade agrícola, bem como fornecer um importante
direcionamento para o produtor na tomada de decisões.
Em Vitória da Conquista, a atividade econômica predominante no município era a
pecuária, porém após a conclusão da rodovia BR-116 nos anos 40, iniciou-se o
desenvolvimento na região, representando um fator importantíssimo para o crescimento da
cidade. Na década de 70, Vitória da Conquista foi contemplada pelo Plano de Renovação e
Revigoramento da Cafeicultura, do Governo do General Médici, com o objetivo de ampliar a
área plantada com café. Houve um aumento significativo das lavouras de café, tornando
Vitória da Conquista a maior força econômica da região. Foram oferecidos subsídios aos
interessados em abrir cafezais. Isso fez com que muita gente passasse a cultivar café nos
municípios de Vitória da Conquista, Planalto, Poções e Barra do Choça (COOPMAC, 2012).
O Planalto da Conquista é o maior produtor de café despolpado do Estado da Bahia.
De acordo com a Cooperativa Mista Agropecuária Conquistense (COOPMAC, 2012), o café
produzido nesta região tem sido apreciado pelos mercados mais exigentes do mundo como os
Estados Unidos, Itália e Japão.
A região do Planalto onde se cultiva café é a de maior índice pluviométrico,
cultivando café de sequeiro, desde a faixa de 1.000 mm até a faixa de 1500 mm. Nas outras
áreas o café é cultivado muitas vezes irrigado, sendo essa prática pouco utilizada, devido aos
poucos recursos hídricos da região.
Das espécies de café, são conhecidos dois tipos de planta: a Arábica e a Robusta,
conhecida também como Conilon. As pesquisas revelam que os melhores cafés são do tipo
14
Arábica, por possuírem aroma e doçura diferenciados e apresentam variações de acidez, corpo
e sabor. Os cafés especiais e gourmet são 100% Arábica e apresentam 50% menos cafeína do
que a espécie Robusta. O café Arábica é bastante diversificado e as variedades mais comuns
são: Bourbon, Catuaí, Acaiá e Mundo Novo, que são também derivadas em outros tipos:
Bourbon Amarelo e Vermelho; Catuaí Amarelo e Vermelho; variedades de Mundo Novo
(CLUBE CAFÉ, 2012; NASSER, 2005).
A estrutura de mercado da produção de café se aproxima da competição perfeita, uma
vez que os produtores não têm o controle sobre o preço e busca elevar a produtividade
reduzindo os custos, o que gera uma tendência a queda nos preços do produto. Tal situação
pode ser observada na região, onde a produção das fazendas de café no Planalto da Conquista
é de origem predominantemente local, com participação dos empresários, comerciantes e
profissionais liberais que iniciaram as pequenas e médias propriedades da região
(FERNANDES, 2011).
Os custos de produção do café sofrem influências e dependem muito da região
produtora e de outros fatores como o tipo da lavoura, grau de mecanização, quantidade de
insumos utilizados, entre outros fatores que consequentemente, definem a rentabilidade para o
produtor. Os custos também devem ser analisados a curto e longo prazo e devem ser
computados para possibilitar um resultado dentro das expectativas. Muitos produtores deixam
de contabilizar alguns dos custos diretos e indiretos no rateio com os diversos produtos.
Devem considerar também a densidade dos cafezais, sendo que as propriedades com plantio
mais adensado apresentam custos mais elevados que os cafezais tradicionais.
Sabe-se que é extremamente necessário um planejamento estratégico para a produção
do café, efetivando todas as pesquisas necessárias para a realização dos custos de produção de
forma a mensurar os esforços econômicos e o sucesso da produção, analisando os riscos do
mercado e os problemas climáticos. Devem ser observados os coeficientes técnicos, preços,
processo de elaboração do plano de cultivo, implementação, programas governamentais que
subsidiam a produção, os insumos necessários como máquinas e implementos, homem-hora e
meio ambiente para a realização dos cálculos contábeis (CONAB, 2010).
De acordo com o que foi definido por Ferreira (2002, p. 186), em uma produção, o
desenvolvimento de atividades relacionadas a cada processo produtivo é preocupante para o
produtor que deve sempre levar em consideração os recursos tecnológicos e financeiros
visando por fim o lucro.
15
O objetivo desta pesquisa foi estudar e analisar um método padrão para cálculo dos
custos de produção do café do Planalto de Vitória da Conquista – BA, no intuito de se
verificar a viabilidade da cultura nesta região, e se justifica na medida em que se pretende
determinar uma metodologia padronizada para este cálculo, tendo em vista as dificuldades
encontradas pelos produtores da região em função das características específicas do café.
16
2. REFERENCIAL TEÓRICO
O custo de produção do café é um fator que influencia diretamente no preço final do
produto, neste contexto, o Instituto de Economia Agrícola (IEA) vem desenvolvendo técnicas
que possam mensurar os custos relacionados à produção de diversas culturas que auxiliam os
administradores na obtenção de resultados satisfatórios de venda dos produtos, inclusive o
café, por ser uma cultura bienal em que suas características de produção, ocasionando, por sua
perenidade, dificultam a apuração do custo de produção, onde o retorno dos investimentos
está sujeito aos riscos ambientais e de mercado, conforme afirmam Esperancine e Paes (2005,
p. 1):
Outros fatores que afetam a produtividade do café e que não podem ser controlados
pelo produtor são a bienalidade da produção, e condições climáticas que podem
afetar o tamanho do grão, resultando em menor rendimento em café beneficiado e,
portanto menor produtividade.
Já os riscos de mercado estão fora do controle do produtor, sendo associados à
volatilidade dos preços do café formados no mercado mundial, em função da
estrutura concorrencial e produtiva dos demais países produtores, dos níveis de
consumo, que variam com a renda mundial, e o volume de estoques
(ESPERANCINE e PAES, 2005, p. 1).
Segundo Carvalho (2002), a implementação de uma lavoura de café, requer altos
investimentos financeiros e a injeção de recursos se mantém durante todo o tempo de vida da
lavoura. É uma atividade onerosa em relação a outras culturas como é o caso do maracujá
tomate e batata para o café requer uma análise minuciosa dos custos a fim de se obter a
lucratividade desejável.
A partir desta problemática, foi realizado um estudo sobre o café e sua cadeia
produtiva, abordando ainda a estrutura de custos de produção para essa cultura.
2.1 A PRODUÇÃO DE CAFÉ NO BRASIL
Antes de chegar ao Brasil, o café cruzou várias fronteiras pelo mundo. Várias
literaturas informam que o café teve sua origem nas lavouras da Abissínia, atualmente Etiópia
e tudo começou quando o pastor de cabras, Kaldi, observou um comportamento inquieto de
suas cabras após mastigar um fruto vermelho, o café (até então não tinha este nome). Kaldi,
após ingerir aquele fruto, descobriu que era uma fonte de vigor e ânimo e criaram a rotina de
beber o café, preparado por meio de infusão, para resistir ao frio da região nas noites de
vigília. Segundo Hueb (2008, p. 1), nutróloga da Associação Brasileira de Nutrologia
17
(ABRAN) afirma sobre o consumo do café regularmente que: “[...] é utilizado no tratamento
do alcoolismo, da bronquite asmática, das dores de cabeça, da obesidade, das flatulências,
do reumatismo, da artrite e da tosse [..]”. Se consumido na medida certa, o café ainda pode
ser usado no tratamento alternativo, como afirma Hueb (2008, p. 1): “[...] ele ainda pode ser
usado como digestivo, diurético e também como estimulante”.
O café teve seu primeiro beneficiamento na Pérsia, onde foi torrado pela primeira vez
no século XVI. De acordo com a revista Cafeicultura (2008): “[...] foram os árabes que
iniciaram efetivamente o cultivo da planta. Por conta disso, uma das espécies mais
importantes de café tem como nome científico Coffea arábica”. A infusão do café, na Arábia,
recebeu o nome de Kahwah que significa força. Assim o café se expandiu pelos continentes e
se fixou no Brasil por volta de 1727, trazido da Guina Francesa para o Belém do Pará por
Francisco de Mello Palheta, que recebeu do Governador do Maranhão e Grão Pará, João de
Maia da Gama, algumas sementes de café cedidas por um francês chamado Morgues, porém
há algumas controvérsias em relação à produção e exportação do café no Brasil e alguns
autores relatam que a primeira exportação do café partiu do estado do Maranhão para Lisboa e
não do Pará como é citado por outros autores e historiadores.
Carvalho (2002) cita que os fatores que mais influenciam na produtividade da cultura
são: fatores econômicos, relacionados aos níveis de investimento realizados pelos produtores
influenciando diretamente nos custos do produto; climáticos, que podem afetar as lavouras,
principalmente por conta do ciclo bienal e por fim os fatores de manejo, que determinam a
forma de como a lavoura deverá ser conduzida, tais como: condições do solo, sistema de
cultivo, cultivares, espaçamento, adubação, proteção, controle, entre outras.
Atualmente o café produzido no Brasil representa pouco mais de 30% da produção
mundial. Sabe-se que no fim do século XIX, o café representava 70% de todas as exportações
brasileiras, enquanto que na Colômbia a exportação correspondia a apenas 2% da produção
mundial. O café se expandiu pelo Brasil, dando início ao ciclo do café implantando-se
solidamente pelos quatro cantos do país (COOPERATIVA AGRÁRIA DOS
CAFEICULTORES DE SÃO GABRIEL, 2011). A Tabela 2.1 apresenta o ranking da
produção do café no Brasil e no mundo. 2012 representam uma estimativa.
18
Tabela 2.1: Produção Mundial do Café
Fonte: Ministério da Agricultura (2013)
A cultura do café, desde a sua origem no país representa uma atividade agrícola
importante para a economia local e para o desenvolvimento do país como um todo. Percebe-
se, assim, que o agronegócio do café é uma atividade socioeconômica importante para o
desenvolvimento brasileiro. Além disso, a cafeicultura assume importante função social, visto
que possui relevante capacidade de gerar empregos. Reis et al. (2001) afirmam que por meio
desse empreendimento, é que se iniciou a formação das regiões mais dinâmicas do País, visto
que parte da industrialização brasileira teve como base uma cafeicultura forte, capaz de gerar
riquezas e competitividade mundialmente. De acordo Fehr, et al (2012, p. 1). “A produção de
café no Brasil está concentrada nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo,
Bahia e Paraná”.
A produção e comercialização do café impulsionam o setor industrial, o comércio e o
turismo (FEHR, et al., 2012). De acordo com os dados publicados pelo Departamento de Café
da Secretaria de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, o café representou 6,9% das exportações do agronegócio brasileiro de janeiro
a março de 2013 e uma receita cambial de 6,1% para o café verde, havendo uma redução de
21,7% devido à queda dos preços, mesmo com um aumento de 10% na quantidade exportada.
O primeiro maior comprador do café verde brasileiro é a Alemanha, que apresentou uma
redução de 27,3% em janeiro de 2013. O segundo maior importador foi os Estados Unidos,
Produção Part. (%) Produção Part. (%) Produção Part. (%) Produção Part. (%) Produção Part. (%)
*Brasil 50.826 35,14 43.484 31,99 48.095 36,03 39.470 32,14 45.992 35,76
Vietnan 22.000 15,21 24.058 17,70 19.467 14,58 17.825 14,52 18.438 14,33
Indonésia 11.250 7,78 8.620 6,34 9.129 6,84 11.380 9,27 9.612 7,47
Colômbia 8.500 5,88 7.653 5,63 8.523 6,38 8.098 6,59 8.664 6,74
Etiópia 8.100 5,60 6.798 5,00 7.500 5,62 6.931 5,64 4.949 3,85
Índia 5.258 3,64 5.233 3,85 5.033 3,77 4.794 3,90 3.950 3,07
México 4.300 2,97 4.546 3,34 3.994 2,99 4.109 3,35 4.651 3,62
Honduras 4.900 3,39 5.903 4,34 4.280 3,21 3.403 2,77 3.450 2,68
Peru 4.750 3,28 5.581 4,11 4.069 3,05 3.286 2,68 3.872 3,01
Guatemala 3.100 2,14 3.840 2,82 3.950 2,96 3.835 3,12 3.785 2,94
Costa do Marfim 2.000 1,38 1.906 1,40 982 0,74 1.795 1,46 2.397 1,86
Nicaragua 1.530 1,06 1.774 1,31 1.669 1,25 1.871 1,52 1.445 1,12
El Salvador 1.420 0,98 1.163 0,86 1.850 1,39 1.075 0,88 1.450 1,13
Outros países 16.712 11,55 15.374 11,31 14.957 11,20 14.926 12,15 15.968 12,41
Produção Mundial
Países20082010 2009*2012
100,00 100,00 100,00 TOTAL
2011
100,00 135.933 128.623 133.498 122.798 144.646 100,00
19
país que também teve um recuo de 17,02% nas compras do grão. O Japão aumentou a
importação em 75,97% e a Turquia 16% (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, 2013).
[...] O café brasileiro participou com 6,7% da balança do agronegócio brasileiro em
2012, ficando no sexto item da pauta das exportações, atrás do complexo soja,
carnes, complexo sucroalcooleiro, produtos florestais e cereais, farinha e
preparações. As exportações de café somaram, de janeiro a dezembro passado, US$
6,46 bilhões. Em termos de quantidade ficou em 1.589.705 toneladas.
O café verde, responsável por 88,5% do valor exportado pelo setor, representou
US$ 5,72 bilhões. O volume embarcado no período registrou 1,5 milhão de
toneladas. Já o café torrado e moído marcou US$ 18,37 milhões em 2012. As
exportações com este produto foram de 2.230 toneladas. Já as exportações de café
solúvel totalizaram US$ 698,4 milhões e 79.968 toneladas do produto
(MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, 2013).
Dos vários tipos de café exportados do Brasil, destaca-se o café verde. A Tabela 2.2
mostra os números das exportações realizadas do café verde em 2012 e 2013.
Tabela 2.2: Exportação de Café
Fonte: Ministério da Agricultura (2013)
O Brasil mudou a visão de favorecer somente à quantidade e passou a produzir cafés
especiais, porém o consumo tem aumentado consideravelmente e se o país mantiver esse
ritmo de consumo poderá ultrapassar os Estados Unidos até 2014 (CHADE, 2012).
O café produzido no Brasil se mantém em posição competitiva, aproveitando o espaço
deixado pelo concorrente, só falta o apoio do governo federal para acelerar o crescimento e
perceber que o consumo de café no país caminha para novas fronteiras, considerando o valor
agregado do produtor como parte importante do mercado gourmet (CHADE, 2012).
2.2 VARIEDADES DE CAFÉ
São conhecidos dois tipos de planta de café: a Arábica e a Robusta, conhecida também
como Conilon. As pesquisas revelam que os melhores cafés são do tipo Arábica, por
VALOR QUANT. P.MÉDIO VALOR QUANT. P.MÉDIO
US$ Mil t US$/t US$ Mil t US$/t VALOR QUANT. P.MÉDIO
VERDE 1.254.531 392.834 3.193,54 1.602.092 356.312 4.496,32 -21,69 10,25 -28,97
SOLÚVEL 162.988 19.152 8.510,23 148.138 16.609 8.919,14 10,02 15,31 -4,58
TORRADO & MOÍDO 3.326 343 9.696,79 5.043 680 7.416,18 -34,05 -49,56 30,75
OUTROS EXTRATOS 8.293 1.229 6.747,76 4.087 731 5.590,97 102,91 68,13 20,69
CASCAS, PELÍCULAS
DE CAFÉ - - - 68 7 9.714,29 0,00 0,00 0,00
TOTAL 1.429.138 413.558 - 1.759.428 374.339 - -18,77 10,48 -
EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE CAFÉS
CAFÉS
Jan a Mar/13 Jan a Mar/12 VARIAÇÃO RELATIVA
(13/12)
20
possuírem aroma e doçura diferenciados e apresentam variações de acidez, corpo e sabor. Os
cafés especiais e gourmet são 100% Arábica e apresenta 50% menos cafeína do que a espécie
Robusta. A variedade de café Arábica é bastante diversificada e as mais comuns são:
Bourbon, Catuaí, Acaiá e Mundo Novo, que são também derivadas em outros tipos: Bourbon
Amarelo e Vermelho; Catuaí Amarelo e Vermelho; variedades de Mundo Novo (CLUBE
CAFÉ, 2012; NASSER, 2005).
Segundo Nasser (2005, p. 1), “os tipos de cafés arábica e robusta podem ser
encontrados em larga escala na Bahia, produzido em áreas diferentes [...]”. Vários autores
citam as condições do plantio dos diversos tipos de cafés, que devem obedecer à distribuição
espacial da atividade em três locais específicos para a produção: Planalto e Cerrado, onde se
localiza a produção do café tipo arábica, e Atlântico, local indicado para a produção do café
robusta. O autor afirma ainda que: “estas diferentes regiões apresentam características
diferentes, demonstram níveis tecnológicos diferenciados e produzem diversos tipos de
bebidas”.
A variedade Catuaí é caracterizada por ser um café, suave e com acidez média,
podendo ser tomado sem açúcar. Deve ser plantado em locais de altitudes mais elevadas, o
que proporciona um sabor mais acentuado, permitindo a absorção de açúcares naturais ao
grão de café durante o processo de maturação, por este motivo que as plantações devem ser
em altitudes acima de 1.000 metros, influenciando nos melhores sabores.
O Catuaí amarelo é menos encorpado do que o vermelho. Seus cultivos têm sido os
preferidos dos produtores brasileiros, por apresentarem porte baixo, facilitando os tratos e a
colheita. Apresentam menores prejuízos pelo ataque de fungos com a ferrugem, O significado
do nome Catuaí é "muito bom". Adapta-se muito bem em temperaturas médias, na faixa de
18°C a 22ºC. Ideal para terras de altitudes elevadas acima de 800m (CLUBE CAFÉ, 2012).
Na Bahia a predominância do café Arábica é 76,0% e o plantio se dá em altitudes médias de
850m. Das variedades cultivadas, destaca-se o café Catuaí com 95,0% (NASSER, 2005).
Segundo Nasser (2005, p. 1), “a cafeicultura da Bahia conta com excelentes
vantagens competitivas para conquista de mercados mais exigentes e se destaca pela
participação com cafés de alta qualidade, que são cada vez mais procurados e valorizados”.
21
2.3 CONSUMO DE CAFÉ NO BRASIL
De acordo com o relatório mensal do MAPA, o consumo brasileiro de café em 2013
está estimado em 21 milhões de sacas, enquanto que em 2012, o consumo foi de 20,3 milhões
de sacas. Conforme os dados do relatório, o estoque do Fundo de Defesa da Economia
Cafeeira (Funcafé) é atualmente da ordem de 14 milhões sacas (MINISTÉRIO DA
AGRICULTURA, 2013).
De acordo com a Uol Econimia (2013) o consumo de café por pessoa teve um
incremento importante para a economia:
No período compreendido entre novembro de 2011 e outubro de 2012, o consumo
per capita foi de 6,23 quilos de café em grão cru, ou 4,98 quilos de café torrado, o
equivalente a quase 83 litros para cada brasileiro por ano, registrando uma evolução
de 2,10% em relação ao período anterior (UOL ECONOMIA, 2013).
O Brasil é segundo pais que mais consome café no mundo ficando atrás apenas dos
Estados Unidos. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC, 2013), mostram
que o consumo de café no Brasil teve um crescimento de 3,05% entre 2011 e 2012, para 2013
prevê um crescimento de 3,0% .
Um pesquisa do IBGE, indicou que o alimento mais consumido diariamente por 78%
da população acima de 10 anos é o café, o que representa 79,7 litros/habitante ano, muito
semelhante ao apurado pela ABIC, e esse consumo é maior na região Nordeste, seguido do
Sudeste. O Gráfico 2.1, da ABIC (2013), amostra a evolução do consumo do café no Brasil.
22
Gráfico 2.1: Evolução do Consumo Interno de Café no Brasil
Fonte: ABIC (2013)
2.4 A PRODUÇÃO DE CAFÉ NO PLANALTO VITÓRIA DA CONQUISTA
A cultura cafeeira no município foi implantada fortemente em 1971 e o café se tornou
o produto principal da economia local, a força do café se perdurou por toda a década de 70,
porém nos anos seguintes, a queda dos preços e as dívidas dos produtores de café
enfraqueceram o comércio. Segundo pesquisas realizadas pela Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia (UESB), Vitória da Conquista foi um grande polo cafeeiro, representando
70% da produção econômica do café no Estado da Bahia nos anos de 1985 e 1986,
registrando uma safra de 750 mil sacas de café no período. Em 1990, a produção foi de 300
mil sacas, representando uma queda de 60% (CARREIRO DE TROPA, 2011).
Ocorre a partir deste momento o crescimento da produção no município de Barra do
Choça, tendo destaque na década de 90, as lavouras cafeeiras são consideradas com um bom
nível de produção de café, apesar de estar no polígono da seca, além de ser contemplada por
nascentes de pequenos rios que fazem parte da bacia do Rio Pardo, tornando-se um dos
principais municípios produtores de café da região do Planalto da Conquista, de acordo com
DUTRA NETO, 2004.
Os municípios de Planalto, Poções, Encruzilhada e Ribeirão do Largo, além de Vitória
da Conquista e Barra do Choça, também se desenvolveram a partir da década de 70 com o
surgimento do café na Bahia e são atualmente considerados como os principais produtores
desta cultura (COSTA, et al., 2009).
Com o intuído de inovar e satisfazer o consumidor do café produzido no Planalto de
Vitória da Conquista, a COOPMAC lançou o café especial denominado de “Gourmet”. As
23
lavouras de café estão localizadas em áreas que passam de 900 metros de altitude, condição
essencial para produção de cafés especiais.
O Café Especial Coopmac é colhido totalmente maduro, lavado, despolpado e
classificado em peneira 16 acima, ventilado, torrado e moído com acompanhamento
de profissionais especialistas no ramo para produzir o melhor. Com isso o produto é
considerado “Gourmet” de alto padrão.
A proposta desse café é oferecer uma alternativa para os apreciadores do mesmo,
que até então não era encontrado com facilidade no mercado, assim esse produto
ocupa o espaço vazio do mercado e oferta aos apreciadores um café realmente
especial (COOPERATIVA MISTA AGROPECUÁRIA CONQUISTENSE, 2012).
O café foi introduzido no Planalto de Conquista em meio a outras culturas e formas de
produção, as quais foram rapidamente sendo abandonadas, como aconteceu com a cultura do
urucum. Com a mudança da economia local, outras categorias econômicas desapareceram e
houve o surgimento inédito de grande contingente de assalariados agrícolas (OLIVEIRA,
2005). A situação hoje apresenta ser diferente, com forte aquecimento da economia urbana,
sendo o comum os produtores reclamar da dificuldade em conseguir mão de obra.
2.5 A IMAGEM DA LAVOURA CAFEEIRA DO BRASIL
A previsão da CONAB para a safra cafeeira de 2013 a 2014 das variedades arábica e
robusta, divulgada em maio de 2013 é de 48,59 milhões de sacas de 60 kg do produto já
beneficiado. Essa quantidade é 4,4% menor que a safra anterior, ou seja, 2,23 milhões de
sacas a menos. Mesmo reduzida, a produção é um bom resultado para uma safra baixa. Em
períodos anteriores, a safra alta chegou a alcançar quase 20 milhões de sacas a mais (BRASIL
RURAL, 2013).
Os resultados indicam que a safra de 2013 será a maior safra de ciclo de baixa
bienalidade já produzida no país. A Tabela 2.3 apresenta os números das safras, onde é
possível observar que a diferença entre as safras de alta e de baixa bienalidade está se
reduzindo, em função da maior utilização da mecanização, aliada às inovações tecnológicas
que o mercado exige para se obter produtos de qualidade e uma melhor gestão da atividade
moderna (CONAB, 2010). Herszkowicz (2012, p. 1), afirma que: “O café no Brasil, portanto,
parece ter um futuro de médio e longo prazo razoavelmente promissor [...]. O sucesso da
exportação de café torrado e moído está condicionado a um investimento milionário e de
longo prazo”.
24
Tabela 2.3: Café Beneficiado – Comparativo de Produção por Espécie
Fonte: Conab (2013)
De acordo com o relatório da CONAB, a área plantada com a cultura de café das
espécies arábica e robusta no Brasil é de 2.341,73 mil hectares. O resultado mostra um
crescimento da ordem de 0,54% sobre a área de 2.329,36 mil hectares existentes na safra
2012, ou seja, foram acrescentados 12.370 hectares (CONAB, 2013).
Ainda de acordo com o levantamento da safra cafeeira em 2013, confirma-se uma
evolução da redução da safra a ser colhida em 13,1% do café arábica, que é tipicamente
produzido nas áreas do Planalto, refletindo os efeitos da longa estiagem de 2012 e que insiste
até Abril de 2013, porém menos intensa. A redução pode ser observada especificamente no
oeste baiano, tradicional produtor do café irrigado, onde as elevadas temperaturas
comprometeram o rendimento da lavoura (CONAB, 2013).
Na região produtora da espécie robusta, ocorreram durante os meses de dezembro/12 a
fevereiro/13, períodos irregulares das chuvas e elevação das temperaturas, implicando em
redução estimada da ordem de 7,8%, que somados com a espécie arábica, representam 11,1%
de toda a safra do estado (CONAB, 2013). A Tabela 2.4 apresenta o quadro comparativo da
produção de café nos Estados Brasileiros.
Tabela 2.4: Café Beneficiado – Comparativo de Produção por Região
Fonte: Conab (2013)
25
É possível observar que os efeitos da seca provocaram uma grande redução na safra de
2012, interferindo também no volume a ser colhido na safra de 2013, impactando
consideravelmente no fator socioeconômico das regiões produtoras e principalmente a
pequena produção que representa 86% dos produtores das principais regiões cafeeiras do
Brasil (CONAB, 2013).
O Planalto da Conquista por possuir uma altitude acima de 700 metros, chegando a
1.100 metros em alguns pontos, apresentando um solo Latossolo Vermelho Amarelo, clima de
subúmido a seco e pluviosidade entre 800 a 1500 mm (TRINDADE, 2013), em função dessas
características produz uma excelente bebida.
A qualidade do café da região é incontestável e atrai o mercado interno e externo,
comprovada pela presença de várias empresas exportadoras de café e pelos resultados nos
concursos de qualidade em nível estadual e nacional, acumulando prêmio de primeiro lugar da
região (TRINDADE, 2013). O café da região é ganhador de vários prêmios no Brasil em
qualidade de café (ABIC, 2013). O tipo de café ganhador dos prêmios é o café despolpado
apreciado no Brasil e nos Estados Unidos, Itália, França e Japão, que são grandes
compradores deste produto.
O café despolpado produzido no Planalto de Vitória da Conquista se diferencia do café
das demais regiões do Brasil pelas suas características: cor, corpo, sabor, doçura, acidez
positiva, gosto remanescente (COOPMAC, 2012).
A produção de café no Planalto da Conquista está em baixa por treze anos, devido a
diversos fatores, principalmente pela má definição da população de planta por área que é a
função do espaçamento e densidade dos cafezais. Carvalho, et al.(2002,p.2) afirma que:
A cultura do cafeeiro (Coffea arábica L.) é uma das principais do Estado da Bahia e
em algumas zonas fisiográficas, como o Planalto de Conquista, é de fundamental
importância para o desenvolvimento econômico e social. Nessa região produtora,
apesar de a maioria dos cafeicultores utilizar os insumos recomendados, a
produtividade se mantém historicamente baixa, em torno de 12 sc/ha, em virtude de
ocorrências climáticas desfavoráveis e de deficiências identificadas no sistema de
produção do café. Uma dessas deficiências é a indefinição da população por unidade
de área, estabelecida pelo orçamento e pela densidade de plantio, uma informação
básica, capaz de promover rendimentos mais elevados e que variam em função de
cada local. Desse modo, para cada ambiente, são necessários estudos para
identificação do melhor espaçamento e da melhor densidade de plantio.
No fim de 2003 e início de 2004, o mercado de café no Planalto de Conquista retomou
a posição de liderança no estado da Bahia, alavancando após novos investimentos em
tecnologias como sistemas de irrigação computadorizados e suporte de pesquisadores da
26
UESB e, para completar os investimentos, está prevista para o município a construção de uma
nova barragem. Estudos apontam que das sete barragens planejadas para a Bahia, uma está
prevista em Vitória da Conquista, na região de Inhobim, que é o maior polo cafeeiro do
município, beneficiando também os municípios do polo cafeeiro, como Encruzilhada, além
das regiões adjacentes, totalizando 500 mil pessoas beneficiadas (SOUZA, 2004).
2.6 CUSTOS DE PRODUÇÃO DO CAFÉ
Sabe-se que na produção de um determinado produto é necessário custear os insumos
necessários no processo produtivo. Desta forma pode-se afirmar que insumos são compostos
pelos fatores de produção consumidos e transformados em um produto. Partindo deste
contexto, conceitua-se: os custos de produção são realizados pela empresa na aquisição dos
fatores fixos e variáveis que foram utilizados no processo produtivo, podendo ser
classificados em custos fixos e custos variáveis que contabilizam os custos com agrotóxicos,
adubos, mão de obra e energia elétrica por exemplo. Os custos também devem ser analisados
a curto e longo prazo e devem ser computados para possibilitar um resultado dentro das
expectativas. Conforme citado por Carvalho (2002, p. 22): “[...] o preço do café flutua em
decorrência de uma diversidade de condições econômicas e de estruturas, às vezes favoráveis
e às vezes desfavoráveis em função de uma variância nos insumos, mão de obra e crédito
[...]”. Muitos produtores deixam de contabilizar alguns dos custos diretos e indiretos no rateio
com os diversos produtos. (CÉSAR, 2010; RIZZON, 2006; NACHILUK e OLIVEIRA,
2012).
O custo de produção pode ser calculado a partir da Equação 2.1, porém Nunes (2011,
p. 1) afirma que: “[...] para níveis de produção baixos existem ganhos de eficiência em
aumentar a produção, mas, a partir de certo nível de produção a situação inverte-se
perdendo-se eficiência à medida que se aumenta a quantidade produzida”.
27
Onde:
CP é o custo de produção;
MO é o custo com a mão de obra direta;
CF é custo fixo;
VP é o volume de produção.
De acordo com Nachiluk e Oliveira (2012) deve-se levantar dados para composição do
custo de produção, como: potência das máquinas e capacidade dos implementos, uso de mão
de obra, quantidade e produtos a serem aplicados como inseticida, herbicida e adubo,
contratação de prestação de serviço para uma operação ou parte dela, além das obrigações
sociais e trabalhistas. De posse destas informações forma-se a base necessária para a
realização dos cálculos do custo de produção, que é a soma dos valores de todos os serviços
produtivos dos fatores utilizados na obtenção de um bem qualquer.
A Figura 2.1 mostra o modelo da estrutura do custo de produção utilizada pelo
Instituto de Economia Agrícola (IEA).
Figura 2.1: Estrutura do Custo de Produção Utilizada pelo IEA
Fonte: IEA (2002)
Neste caso, o custo operacional envolve os vários custos durante o processo de cultivo
do café, sendo a soma do custo operacional efetivo (COE) com o custo operacional total
(COT); por sua vez, os custos que compõe o COE são as despesas com operações, despesas
28
com materiais e os encargos sociais. As despesas operacionais são as despesas com
pagamentos de salário, gastos com máquinas, equipamentos e implementos como: graxa,
óleo, reparos, entre outros. As despesas com materiais são os gastos com sementes,
fertilizantes, corretivos, defensivos, sacarias e outros materiais. O COT envolve as
depreciações das máquinas, juros de custeio CSSR.
Os custos de produção devem considerar também a densidade dos cafezais, sendo que
as propriedades com plantio mais adensado têm custos mais elevados que os cafezais
tradicionais. Resultados da pesquisa realizada por Teixeira, et al. (2008), mostram que as
análises dos sistemas de produção nos cafezais mais adensados, levando em conta a
quantidade de plantas por hectare, teve médias não compatíveis com o esperado, devido ao
custo unitário ser maior que nos sistemas tradicionais.
Os produtores de café devem estar atentos e ser conhecedores da cultura e do processo
produtivo na hora de coletar as informações e na realização dos cálculos para se determinar os
custos de produção. Atualmente na agricultura a administração do empreendimento rural
exige conhecimento e ferramentas tecnológicas para subsidiar as análises do mercado,
tratando os dados de forma a minimizar os riscos e incertezas próprias do setor como: clima,
política, economia, legislação, entre outras e a instabilidade da renda devido à produtividade,
preços internos e externos e as próprias dificuldades de comercialização da produção, além
problemas de crédito e da complexidade da produção agrícola, que envolve local, tempo,
espaço, clima, meio ambiente, solo, entre outros (SLACK, CHAMBERS e JOHNSTON,
2002).
De acordo com Bliska e Vegro (2009), sobre os custos de produção do café no
município de Vitória da Conquista, sabe-se que o café arábica apontou os maiores gastos com
a colheita, num equivalente a 22%, os gastos fitossanitários corresponderam a 9%, os custos
com fertilizantes não apresentou diferenças significativas, já os custos com irrigação, energia
e transporte para o terreiro, corresponderam 32%. A Tabela 2.5 mostra os custos do café
arábica produzido no Planalto de Conquista:
29
Tabela 2.5: Custos de Produção do Café Arábica no Planalto de Conquista
Fonte: BLISKA e VEGRO (2009)
Os custos de produção do café dependem da região produtora, do tipo da lavoura, grau
de mecanização, quantidade de insumos utilizados, entre outros fatores. Outro fator
importantíssimo para a definição do custo de produção é o comportamento econômico do
mercado. Segundo Machado (2013), a safra de café, mesmo em um ano de baixa
produtividade manteve uma produção alta, podendo correr o risco de grandes prejuízos,
devido aos baixos preços do mercado em função das super safras. Para o autor as perdas
podem atingir um montante da ordem de R$ 130 a saca, variando para cada região de
produção, mesmo considerando a fixação do preço mínimo por saca que é de R$ 307,00. Isso
implica nos custos de produção, conforme afirma Herszkowicz (2012): “Toda vez que o preço
cai, produtores reduzem seus custos com fertilização, maquinário, entre outras coisas. No
final do processo, a produtividade cai e os preços se reequilibram”.
Observa-se a importância de uma pesquisa de mercado analisando as previsões de
consumo e de custos finais para o café para a definição dos custos de produção, minimizando
os riscos de possíveis prejuízos. Costa, Garcia e Teixeira (2001) citam a dificuldade de definir
os investimentos na cultura cafeeira, por ser uma cultura de ciclo perene, bienal, acentuada
diversidade de situações e de sistemas produtivos, onde os investimentos devam ocorrer na
implantação, na condução e no pós colheita, exigindo maior rigor na análise e interpretação
dos resultados de custos. Dessa forma, torna-se essencial o entendimento dos custos de
produção do produto café e dos fatores que os compõem.
Os custos consistem em medidas monetárias ligadas diretamente ao processo
produtivo. Assim, a utilização de recursos na produção de café resulta em custos, os
quais devem ser recuperados por meio da exploração da atividade. Além disso, o
custo de produção constitui uma importante informação financeira para a avaliação
do desempenho econômico do negócio café (LIMA, et al., 2008).
30
3. METODOLOGIA
A elaboração do presente trabalho está estruturada com base nos seguintes
procedimentos metodológicos:
3.1 OPÇÃO METODOLÓGICA
Com objetivo de fazer um estudo da realidade de quatro fazendas de café,
especialmente do controle de custos e do seu gerenciamento, este trabalho foi em busca de
informações mais precisas, decorrentes de alocação de despesas nos diversos centros de
produção, no intuito de mostrar aos produtores as informações relevantes ao processo de
tomada de decisões.
O presente estudo é de natureza aplicada e fundamenta-se na metodologia
exploratória, segundo (Gil P43, 1999). Com uma abordagem qualitativa, que busca a interface
entre o pesquisador e o pesquisado, e tendo como objetivo a constatação da existência de
algum método de custo sendo praticado. Quando um pesquisador seleciona uma pequena
parte da população busca que ela seja representativa dessa população que pretende estudar.
Para tanto é observado os procedimentos definidos pela teoria da amostragem (Gil, 1999, P.
99). No caso uma amostragem não aleatória, ou dirigida, para levantar dados sobre o tema.
3.1.2 FONTES DOS DADOS
Os dados foram coletados em quatro propriedades agrícolas tradicionais no cultivo da
cultura do café de sequeiro, no período de dezembro 2012 a maio de 2013 localizadas no
Planalto da Conquista, Sudoeste do estado da Bahia, numa altitude superior, a mais de 900
metros, sendo uma em Vitória da Conquista, que possui as seguintes coordenadas geográficas:
14º 50’ 53’’ Latitude Sul e 40º 50’ 19’’ Longitude Oeste a 876 metros de altitude; A segunda
situada na cidade de Planalto, a 14º 40’ 11’’ Latitude Sul e 40º 28’ 16’’ Longitude Oeste e
943 metros de altitude. A terceira está situada na cidade de Encruzilhada a 15° 31’ 49’’
Latitude Sul e 40° 54’ 37’’ Longitude Oeste e uma altitude de 614 metros; A quarta situa – se
na cidade de Barra do Choça a 14º 51’ 51’’ Latitude Sul e 40º 33’ 33’’ Longitude Oeste e 900
metros de altitude (IBGE, 2013).
31
Os proprietários das fazendas de café entrevistados na pesquisa de campo proposta
neste trabalho, aceitaram participar e responder ao questionário desde que os seus nomes e de
suas propriedades fossem omitidos.
Na realização da pesquisa de campo foi encontrada dificuldade em convencer os donos
de cafezais a responderem ao questionário, o que fez com que o número de entrevistados
fosse bastante reduzido, porem representativo dos produtores empresariais do planalto de
Vitória da Conquista, segundo metodologia descrita em GARCIA FILHO, (1995) para
amostragem não aleatória.
3.2 PROCEDIMENTOS E TÉCNICAS
Para chegar ao resultado proposto, a pesquisa foi desenvolvida nas seguintes etapas:
Revisão bibliográfica leituras sobre o tema para conhecimento da especificidade
do objetivo do estudo proposto.
Entrevistas – Nesta pesquisa foram realizadas durante o trabalho de campo
entrevistas, elaboração e execução dos controles de custos necessários e acima de
tudo, observações. As entrevistas foram estruturadas, com o objetivo de deixar o
entrevistado falar a vontade e depois orientá-los com outras perguntas focadas, na
qual utilizou - se um roteiro de tópicos relativos ao problema. As respostas foram
registradas no momento da ocorrência das entrevistas, tendo sido entrevistados os
proprietários na intenção de levantar as informações necessárias para avaliar os
custos e a necessidade de um sistema de gestão, que posa ser aplicado aos casos
em estudo.
Análise das informações e dados, em função das entrevistas e das observações
realizadas nas visitas as fazendas, durante o período de janeiro a maio de 2013,
sendo que todos os dados e informações levantadas foram analisados e relatados
na pesquisa.
Esta pesquisa foi desenvolvida por meio de um estudo dirigido de quatro casos
comparativos em fazendas da região com o objetivo de coletar, organizar, processar e
transformar dados em informação acerca do problema.
32
3.3 TRATAMENTO DAS INFORMAÇÕES E DADOS
A abordagem das informações e dos dados coletados na pesquisa foi realizada da
seguinte forma:
Descrição: processo de identificação, compilação e especificações de dados no
seguimento agrícola cafeeiro.
Análise: estudo da massa de informações obtidas dentro de critérios previamente
estabelecidos e com conformidade com os resultados que se quer obter, atingindo
o alvo da pesquisa.
Apresentação e discussão dos resultados.
A pesquisa apresentada é objeto de um tratamento cientifico que se caracteriza por
uma percepção qualitativa, coerente com a metodologia participativa, dando ênfase á pesquisa
de campo, complementada com a pesquisa quantitativa quando e onde foi necessário.
3.4 CÁLCULOS DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO
Os dados de custos de produção foram coletados em propriedades no Planalto de
Conquista com produtores de médio e grande porte empresariais através da aplicação de um
questionário in loco.
As fazendas pesquisadas no Planalto de Conquista foram selecionadas, pela
quantidade, pela qualidade da produção de café e por estarem facilmente localizadas.
3.5 PROCEDIMENTOS PARA DETERMINAÇÃO DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO
Os dados coletados sobre os custos de produção de café nas propriedades pesquisadas
eram formatados diferentemente uma das outras, o que consequentemente provoca uma baixa
lucratividade e impossibilitando uma análise econômica direta. Partindo desta problemática,
definiu-se os itens necessários para compor os custos de produção de cada produtor, como se
segue:
a) Custos diretos
Mão de obra: mão de obra variável.
Insumos: fertilizantes, inseticidas, fungicidas, herbicidas, coadjuvantes.
33
Serviços: assistência técnica, administração, aluguel de máquinas, operação de
máquinas, manutenção de máquinas, análise de solo, transporte interno e
armazenagem, energia elétrica, irrigação.
b) Custos indiretos
Depreciação: é a soma das depreciações de café e das instalações.
Neste trabalho, a depreciação do café foi estimada, considerando o café como uma
cultura permanente com um tempo de vida útil para o pé café de 10 anos e para a depreciação
das instalações da produção agrícola, adotou-se a depreciação média e em função da grande
difilculade na obtenção dos dados para se calcular as depreciações de máquinas e
equipamentos das instalações produtivas, este item foi estimado com base no quociente do
valor de aquisição pelo número estimado de horas trabalhadas, conforme proposto por
Schiavo, et al (2011).
A análise dos custos de produção de café no Planalto de Conquista, tomando como
referências amostrais as propriedades pesquisadas realizada no ano safra 2010/2011 de
produção e comparando, em porcentagem, os seguintes fatores: mão de obra, insumos,
serviços e depreciações.
Os dados em porcentagem foram obtidos da divisão do valor de cada um deles pelo
custo total. Fez-se também a analise do custo por saca e por hectare, e a receita por saca e por
hectare.
Para a realização das receitas por hectare e por saca, os preços pagos aos produtores,
os dados foram extraídos da página do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
(CEPEA, 2013).
34
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 PERFIL DOS EMPREENDIMENTOS
Foram pesquisadas quatro fazendas produtoras de café no Planalto de Conquista. A
Fazenda 1 é uma propriedade com mais de 40 anos no cultivo de café, possui água encanada e
a irrigação é realizada pelo processo de gotejamento, não utiliza secador, o processo de
secagem é feito na caatinga. A propriedade tem uma área de 110 ha sendo 60 ha com
plantação de café e a renda é apurada no exercício com o lucro da produtividade. O
proprietário possui trator próprio e realiza uma produção de 42 sacas por cada hectare.
A fazenda 2 é uma propriedade com quase 30 anos de produção de café, possui água
encanada e a distribuição da água reservada em tanque é feita por bombas de distribuição, a
irrigação é realizada pelo processo de gotejamento, o processo de secagem é feito por meio da
queima de carvão comprado. A propriedade tem uma área de 57 ha sendo 32 ha com
plantação de café. O proprietário possui trator próprio e realiza uma produção de 35 sacas por
hectare.
A fazenda 3 é uma propriedade com mais de 40 anos de produção de café, possui água
encanada e a distribuição da água, também reservada em tanque, é feita por bombas de
distribuição, o processo de secagem é feito por meio da queima de lenha extraída da própria
fazenda. A propriedade tem uma área de 350 ha sendo utilizados 175 na produção de café.
Possui trator próprio e realiza uma produção de 35 sacas por hectare.
A fazenda 4 é uma propriedade com menos de 30 anos de produção de café, possui
água encanada e a distribuição da água, reservada em tanque, é feita por bombas de
distribuição, a irrigação é realizada pelo processo de molhação somente na granação com
mangueira santeno, o processo de secagem é feito por meio da queima de lenha também
extraída da própria fazenda. A propriedade tem uma área de 120 ha sendo utilizados 80 ha na
produção de café. Possui trator próprio e realiza uma produção de 40 sacas por hectare.
35
4.2 ANÁLISES DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO
Notou-se que existem diferenças no tratamento dos custos de produção e de venda do
café e alguns insumos e ou serviços não são considerados nos cálculos.
Como se observa no Gráfico 4,1, o item mais representativo no elemento do custo total
para a produção de café foi a mão de obra; a propriedade que lidera a utilização da mão de
obra é a Fazenda 2, representado 60%. A Fazenda 1 foi a que apresentou o menor uso da mão
de obra, com 20%. A media para mão de obra no Planalto da Conquista é de 38,5%
Gráfico 4.1: Percentual de Utilização de MO de Café no Planalto da Conquista
Fonte: Pesquisa de campo realizada pelo autor
O segundo item com maior representatividade são os insumos variando entre 9% e
20%. Nota-se que a Fazenda 2 foi a que demonstrou fazer maior utilização de insumos como
inseticidas, fungicidas, fertilizantes, entre outros. A Fazenda 3 foi a que menos fez uso dos
insumos representando apenas 9,2% como se observa no Gráfico 4.2.
Faz 1 Faz 2 Faz 3 Faz 4
MO 20,0% 62,7% 30,4% 40,7%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
%
36
Gráfico 4.2: Percentual de Utilização de Insumos de Café no Planalto da Conquista
Fonte: Pesquisa de campo realizada pelo autor
Por fim, o Gráfico 4.3 mostra o terceiro item analisado, os serviços, com variação
entre 2,3% e 11,9%, representado a utilização destes percentuais as fazendas 2 e 3,
respectivamente.
Gráfico 4.3: Percentual de Utilização de Serviços de Café no Planalto da Conquista
Fonte: Pesquisa de campo realizada pelo autor
No Gráfico 4.4 observa-se que, entre os produtores participantes da pesquisa, os gastos
referentes aos custos diretos variam entre 47% a 91%. Para os custos indiretos, foram
adotados valores estimados, com base em várias pesquisas realizadas na internet para
encontrar o preço de um trator específico para lavouras de café, considerando os percentuais
de depreciação conforme método de cálculo apresentado por Schiavo, et al (2011, p. 4),
aplicando a Equação 4.1. Não foi considerado o valor da terra, por ser um bem que se
remunera com a sua valorização ao longo do tempo, não apresentando depreciação.
Faz 1 Faz 2 Faz 3 Faz 4
Insumos 10,3% 20,0% 9,2% 13,4%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0% %
Faz 1 Faz 2 Faz 3 Faz 4
Serviços 8,1% 2,3% 11,9% 7,4%
0,0%
2,0%
4,0%
6,0%
8,0%
10,0%
12,0%
14,0%
%
37
Onde:
DP é a depreciação;
Valor do equipamento é o valor de compra do equipamento;
Nº estimado de horas é a quantidade de horas trabalhadas.
Gráfico 4.4: Percentual de Custos Diretos de Café no Planalto da Conquista
Fonte: Pesquisa de campo realizada pelo autor
Observa-se no Gráfico 4.5, que para o custos indiretos a Fazenda 1 foi a que mais se
distanciou das outras três fazendas pesquisadas, apresentando um custo indireto de 35%, em
função de ter a maior quantidade de máquinas e implementos, além de ter a maior produção,
o que envolve mais horas de trabalho. Para as Fazendas 2, 3 e 4, os custos indiretos ficaram
entre 25% e 28%.
Gráfico 4.5: Percentual de Custos Indiretos de Café no Planalto da Conquista
Fonte: Pesquisa de campo realizada pelo autor
Faz 1 Faz 2 Faz 3 Faz 4
CD 46,9% 87,3% 52,5% 90,6%
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
%
Faz 1 Faz 2 Faz 3 Faz 4
CI 35,0% 25,0% 28,0% 25,0%
0,0% 5,0%
10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0%
%
38
Em relação aos custos de produção de café por saca, em reais, as variações foram de
R$ 255,56 a R$ 326,04, como se vê no Gráfico 4.6. Percebe-se que a diferença dos custos por
saca entre as Fazendas 1, 2, e 3 é pequena, porém a Fazenda 4 foi a que teve o menor custo
por saca.
Um fator importantíssimo para a definição do custo de produção é o comportamento
econômico do mercado em um ano de ciclo de baixa bienalidade como em 2013, que manteve
uma produção alta, pode correr o risco de grandes prejuízos, devido aos baixos preços do
mercado em função das super safras, mesmo considerando a fixação do preço mínimo por
saca que é de R$ 307,00 estabelecido pelo governo este valor dependo da região não cobre os
custos de produção. No planalto da Conquista a media do custo é de 290,00 valor em que o
produtor não tem grandes ganhos porem cobre os custos de acordo com a pesquisa em
questão.
Gráfico 4.6: Valores (R$) dos Custos de Produção por Saca de Café no Planalto da Conquista
Fonte: Pesquisa de campo realizada pelo autor
Para os custos de produção de café por hectare em reais, as variações foram de R$
10.150,00 a R$ 13.693,68, respectivamente, como se vê no Gráfico 4.7. A variação
considerável pequena, isso se dá devido à área e a quantidade de pés de café cultivados por
hectare.
Faz 1 Faz 2 Faz 3 Faz 4
Custo p/ sc R$326,04 R$290,00 R$290,00 R$255,56
R$-
R$50,00
R$100,00
R$150,00
R$200,00
R$250,00
R$300,00
R$350,00
R$
39
Gráfico 4.7: Valores (R$) dos Custos de Produção por Hectare de Café no Planalto da Conquista
Fonte: Pesquisa de campo realizada pelo autor
O Gráfico 4.8 Mostra as diferenças de receitas brutas por saca e o Gráfico 4.9 mostra
as receitas brutas por hectares entre os produtores do Planalto de Conquista. Percebe-se uma
variação muito grande dos valores de entrada. Isso se dá exclusivamente pela distribuição e
quantidade de pés de café por hectare, como ocorreu na Faz 1 que produz 42 sacas/he é o
maior valor por saca.
Gráfico 4.8: Valores (R$) das receitas por Saca de Café no Planalto da Conquista
Fonte: Pesquisa de campo realizada pelo autor
Outro fator em relação às receitas são os tratos culturais, a forma como cada produtor
conduz o manejo da lavoura, influencia diretamente na receita, utilização matéria orgânica,
Faz 1 Faz 2 Faz 3 Faz 4
Custo p/ ha R$13.693,68 R$10.150,00 R$10.150,00 R$10.222,40
R$-
R$2.000,00
R$4.000,00
R$6.000,00
R$8.000,00
R$10.000,00
R$12.000,00
R$14.000,00
R$16.000,00
R$
Faz 1 Faz 2 Faz 3 Faz 4
Receita p/ sc R$415,00 R$280,00 R$280,00 R$330,00
R$-
R$1.000,00
R$
40
adubação no período certo na quantidade adequada atrelados a fatores climáticos produzem
receitas acima do esperado.
Gráfico 4.9: Valores (R$) das receitas por Hectare de Café no Planalto da Conquista
Fonte: Pesquisa de campo realizada pelo autor
O Gráfico 4.10 mostra os custos operacionais de produção e a comparação da média
dos custos operacionais pagos pelos produtores de café do Planalto de Conquista com a média
das principais cidades produtoras de café do Brasil observa-se que os custos com a mão de
obra refletem uma diferença de 16,6% a mais que nos outros municípios. Os dados referentes
aos custos médios dos municípios brasileiros foram obtidos de pesquisas realizadas pela
CONAB (2010).
Observa-se ainda no Gráfico 4.10 que os custos médios que ficaram abaixo da média
do Planalto de Conquista, foram os gastos com insumos, com 29,7% na média do Brasil,
13,2% média do Planalto de conquista e serviços, com 11,9% na média brasileira contra 7,4%
do Planalto de Conquista.
Faz 1 Faz 2 Faz 3 Faz 4
Receita p/ ha R$17.430,00 R$9.800,00 R$9.800,00 R$13.200,00
R$- R$1.000,00 R$2.000,00 R$3.000,00 R$4.000,00 R$5.000,00 R$6.000,00 R$7.000,00 R$8.000,00 R$9.000,00
R$10.000,00 R$11.000,00 R$12.000,00 R$13.000,00 R$14.000,00 R$15.000,00 R$16.000,00 R$17.000,00 R$18.000,00 R$19.000,00
R$
41
Gráfico 4.10: Valores dos Custos Diretos Brasil x Planalto de Conquista
Fonte: Pesquisa de campo realizada pelo autor
De acordo com a pesquisa em questão nas quatro propriedades analisadas a media para
mão de obra no Planalto da Conquista é de 38,5%, insumos 13,2% e 7,4% serviços. A
propriedade mais equilibrada foi a fazenda 1 no geral manteve sempre em uma media,
observou –se ainda que os gestores da propriedade 1 tem um diferencial consultoria de
profissional especializado e trabalham com sistema de gestão de custo. Considerando tais
fatores é viável a produção de café no Planalto da Conquista.
Gráfico 4.11: Comparação das quatro fazendas analisadas na pesquisa
Fonte: Pesquisa de campo realizada pelo autor
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
40,0%
45,0%
50,0%
MO Insumos Serviços
Média Planalto de Conquista 48,7% 13,2% 7,4%
Média Brasil (CONAB) 32,1% 29,7% 11,9%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
Faz 1 Faz 2 Faz 3 Faz 4 Média Planalto de Conquista
MO
Insumos
Serviços
42
5. CONCLUSÃO
O Planalto da Conquista se destaca em relação às demais regiões produtoras de café do
país pelas condições climáticas e por apresentar custos de produção mais baixos, um custo
médio de R$ 290,00 duzentos e noventa reais por saca, além de ser reconhecido pela
qualidade do café produzido, principalmente os cafés especiais.
Comparando os resultados da pesquisa com os dados disponibilizados pelas entidades
citadas neste trabalho, como CONAB, COOPMAC, MAPA, entre outros, observou-se que os
valores aqui obtidos são geralmente menores que os da CONAB, motivo relevante, apesar dos
valores utilizados na depreciação das máquinas e equipamentos agrícolas foram consideradas
depreciações médias ainda assim a viabilidade no custo predominou quer dizer que a
atividade é altamente rentável.
Os dados levantados permitiram visualizar que a Região do Planalto da Conquista
possui os custos de produção abaixo da media nacional para insumos e serviços ficando
apenas com valores acima no índice de mão de obra. Os resultados encontrados demonstraram
a viabilidade da produção de café na região estudada.
43
REFERÊNCIAS
ÁLVARO, J. R. Metologia Científica. 13ª. ed. São Paulo, SP: Atlas, 1985.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE CAFÉ - ABIC. Indicadores da
Indústria. www.abic.com.br, 2013. Disponivel em:
. Acesso
em: 12 Jul 2013.
BLISKA, F. M. D. M.; VEGRO, C. L. R. Análise dos custos de produção de café arábica e
robusta no Estado da Bahia. Café Point, 2009. Disponivel em:
. Acesso em: 16 Jul 2013.
BRASIL RURAL. Mesmo na safra baixa, setor cafeeiro tem alta produção. Terra Economia,
2013. Disponivel em: .
Acesso em: 12 Jul 2013.
CAFEICULTURA, R. Aceita um cafezinho? Conheça os benefícios dessa infusão feita a base
dos frutos do cafeeiro. www.revistacafeicultura.com.br, 2008. Disponivel em:
. Acesso
em: 11 Jul 2013.
CARREIRO DE TROPA. Carreiro de Tropa. carreirodetropa.blogspot.com.br, 2011.
Disponivel em: . Acesso em: 10 Jul 2013.
CARVALHO, C. A. G. D. Gestão e Custeio a Cafeicultura no Sudoeste da Bahia: Estudo
de Caso. Fundação visconde de Cairu (FVC). Faculdade de Ciências Contábeis (FCC).
Centro de Pós Graduação e Pesquisa (CEPPEV). Salvador, BA, p. 109. 2002. Disertação
apresentada ao Centro de Pós Graduação e Pesquisa (CEPPEV) da Fundação Visconde de
Cairu (FVC). Salvador, BA.
CARVALHO, G. S. et al. Estudo do Adensamento de Plantio do Cafeeiro (Coffea Arabica L.)
No Planalto de Conquista - BA (Núcleo de Manejo de Cultura). II Simpósio de pesquisa dos
Cefés do Brasil, Vitória, ES, 24-27 Set 2001. 7.
CEPEA. Indicador Café Arábica CEPEA/ESALQ. Centro de Estudos Avançados em
Economia Aplicada - ESALQ/USP, 2013. Disponivel em:
. Acesso em: 19 Jul 2013.
44
CÉSAR, R. Custo de Produção. Neema, 2010. Disponivel em:
. Acesso em: 10 Jul 2013.
Apostila Economia Pesqueira. Professor Rogério Cesar.
CHADE, J. Brasil deve virar maior consumidor do mundo. Estadão, 2012. Disponivel em:
. Acesso em: 22 Jul 2013.
CLUBE CAFÉ. Tipos de Café Arábica. Clube Café, 2012. Disponivel em:
. Acesso em: 12 Jul 2013.
COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO - CONAB. Custos de Produção
Agrícola: A Metodologia da Conab. Conab. Brasília, p. 60. 2010.
COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO - CONAB. Acompanhamento da
Safra Brasileira Café - Safra 2013 segunda estimativa, maio/2013. Conab. Brasília, DF, p.
20. 2013.
COOPERATIVA AGRÁRIA DOS CAFEICULTORES DE SÃO GABRIEL - COOABRIEL.
A Origem do Café no Brasil. www.cooabriel.coop.br, 2011. Disponivel em:
. Acesso em: 12 Jul 2013.
COOPERATIVA MISTA AGROPECUÁRIA CONQUISTENSE - COOPMAC. Café.
www.coopmac.com.br, 2012. Disponivel em: .
Acesso em: 11 Jul 2013.
COSTA, C. H. G. et al. Composição dos Custos e Margem Líquida da Cafeicultura nas
Principais Regiões Produtoras de Café do Brasil. UNIVERSIDADE FEDERAL DE
LAVRAS. LAVRAS - MG - BRASIL, p. 20. 2009. Apresentação Oral-Economia e Gestão no
Agronegócio.
COSTA, E. B. D.; GARCIA, R. D. C.; TEIXEIRA, S. M. Custos de produção da cafeicultura
de montanha no Espírito Santo em diversos sistemas de produção. Sistema Brasileiro de
Informação do Café - SBICafé, 2001. Disponivel em:
. Acesso em: 11 Jul 2013.
DUTRA NETO,Claudionor – Café e Desenvolvimento sustentável 1º edição,Vitória da
Conquista – Bahia 2004.
45
ENERGY, S. www.solarenergy.com.br. www.solarenergy.com.br, 2012. Disponivel em:
. Acesso em: 10 Jul
2013.
ESPERANCINE, M. S. T.; PAES, A. R. Análise de Investimentos da Produção de Café nos
Sistemas Irrigado e Convencional na Região de Botucatu, Estado de São Paulo. http:
//www.iea.sp.gov.br/, 2005. Disponivel em:
. Acesso em: 10 Jul 2013.
FEHR, L. C. F. D. A. et al. Análise das Variáveis de Custos da Cultura do Café Arábica
nas Principais Regiões Produtoras do País. Centro Universitário UNA. Umberlândia, MG,
p. 115. 2012.
FERNANDES, R. H. Diagnóstico e Propostas para a Cadeia Produtiva do Café da Bahia.
Bahia. Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária. Salvador, BA, p. 44. 2011.
FERREIRA, A. C. D. S. Contabilidade Ambiental Controladoria: Agregando Valor à
Empresa. Porto Alegre, RS: Bookman, 2002.
GARCIA FILHO, Danilo Prado. “Análise Diagnóstico de Sistemas Agrários”. Guia
Metodológico. Projeto de Cooperação Técnica firmado entre o Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária e a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a
Alimentação – PCT INCRA/FAO (UTF/BRA/051/BRA), 1995.
GIL,Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social - 5ª. ed.- São Paulo: Atlas,1999.
HERSZKOWICZ, N. Consumo Interno e Potencial do Torrado e Moído no Mercado Externo.
Café Point, 2012. Disponivel em: . Acesso em: 12 Jul 2013.
HUEB, D. Aceita um cafezinho? Conheça os benefícios dessa infusão feita a base dos frutos
do cafeeiro. www.revistacafeicultura.com.br, 2008. Disponivel em:
. Acesso
em: 11 Jun 2013.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. IBGE - Cidades@.
IBGE, 2013. Disponivel em:
. Acesso em: 10 Jul 2013.
46
LIMA, A. L. R. et al. Custos De Produção: O Impacto Da Produtividade Nos Resultados Da
Cafeicultura Nas Principais Regiões Produtoras Do Brasil. Idéias, 2008. Disponivel em:
. Acesso em: 12 Jul 2013. Anais
Eletrônicos. Rio Branco, 2008.
MACHADO, G. Supersafra de café pode provocar prejuízo bilionário aos produtores. Café
Point, 2013. Disponivel em: .
Acesso em: 10 Jul 2013.
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA - MA. Café representa 6,9% nas exportações agrícolas
de janeiro a março de 2013. www.agricultura.gov.br, 2013. Disponivel em:
. Acesso em: 11 Jul 2013.
NACHILUK, K.; OLIVEIRA, M. D. M. Custo de Produção: uma importante ferramenta
gerencial na agropecuária. Instituto de Economia Agrícola - IEA, 2012. Disponivel em:
. Acesso em: 10 Jul 2013.
NASSER, P. Café do Brasil: Bahia (arábica). Mundo do Café, 2005. Disponivel em:
. Acesso em: 12 Jul 2013.
NUNES, P. Análise Económica dos Custos. Nta Positiva, 2011. Disponivel em:
. Acesso em: 10 Jul 2013.
OLIVEIRA, J. V. D. Aspectos Econômicos e Sociais da Cultura do Café na Bahia. Fundação
Maurício Grabois, 2005. Disponivel em:
. Acesso em: 10 Jul 2013.
RIZZON, L. A. Sistema de Produção de Vinagre. Embrapa, 2006. Disponivel em:
. Acesso em: 10 Jul 2013.
SCHIAVO, E. et al. Contabilidade do Agronegócio: Depreciação, Exaustão, Amortização na
Agropecuária. fasul, 2011. Disponivel em:
.
Acesso em: 19 Jul 2013.
47
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da Produção. 2ª. ed. [S.l.]:
Atlas, v. 1, 2002.
SOUZA, J. Café de Conquista Retoma Liderança. Secretaria da Agricultura, Pecuária,
Irrigação, Reforma Agrária, Pesca e Aquicultura - SEAGRI, 2004. Disponivel em:
. Acesso em: 16 Jul 2013.
TEIXEIRA, S. M. et al. Custos de Produção na Cafeicultura Brasileira. Embrapa, 2008.
Disponivel em: . Acesso em:
10 Jul 2013.
TRINDADE, P. B. Indicação Geográfica para os Cafés do Planalto de Vitória da Conquista.
Cafeicultura, 2013. Disponivel em:
. Acesso em: 13 Jul
2013.
UOL ECONOMIA. Consumo de café do brasileiro bate recorde e chega a 83 litros por ano.
economia.uol.com.br, 2013. Disponivel em:
. Acesso em: 12 Jul 2013.
VERGARA, S. C. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São Paulo, SP:
Atlas, 1990.
48
ANEXOS
ANEXO A – FORMULÁRIO DE ENTREVISTA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU GESTÃO DA CADEIA PRODUTIVA DO
CAFÉ COM ÊNFASE EM SUSTENTABILIDADE
Questionário de pesquisa
Este questionário objetiva levantar dados sobre os custos de produção de café na região de Vitória da Conquista, como parte integrante do trabalho de conclusão de curso da discente Leonéia Arruda Amaral da Silva, pós-graduanda do curso de Gestão da Cadeia Produtiva do Café com Ênfase em Programas Sustentáveis da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB.Embora facultativo, seu preenchimento tem grande importância para a realização deste trabalho.
1. Perfil do entrevistado:
Chefe da família ( ) Filho mais velho ( ) Esposa ( ) Proprietário ( )
2. Estado civil:
Solteiro ( ) Casado ( ) Divorciado( ) Idade: ____________
3. Nível de escolaridade: _____________________________________
4. Formato da propriedade:
Empresa ( ) Particular ( )
5. Você costuma fazer algum tipo de anotação ou controle de custo?
Sim ( ) Não( )
6. Quanto é o custo para produzir uma saca de café? ______________
7. Forma de aquisição do imóvel.
Compra ( ) Herança ( ) Outra_______________________________
49
8. Há quanto tempo você é cafeicultor?
5 a 10 anos ( ) 10 a 15 anos ( ) 15 a 20 anos ( )
25 a 30 anos ( ) Mais de 40 anos ( )
9. Possui água encanada?
Sim ( ) Não ( )
Caso negativo, qual a fonte utilizada? ___________________________
Possui sistema de bombeamento e distribuição? ___________ descreva:
__________________________________________________________
Quanto é gasto em media de água?_____________________________
10. Possui e equipamento de Irrigação?
Sim ( ) Não( ) descreva?_____________________________________
11. Possui energia elétrica?
Sim ( ) Não ( )
Utiliza fontes alternativas?
Sim ( ) Não ( ) Quais? ______________________________________
Quanto é gasto em media de energia elétrica?_____________________
12. Combustível utilizado no secador:
Lenha ( ) carvão ( ) gásGLP ( )
No caso de lenha ou carvão, são da propriedade ou comprados?_______
Quanto é gasto em media?_____________________________________
13. Participa de Comunidade?
Associação ( ) Cooperativa ( ) Sindicato ( )
Tem algum custo mensal com estas entidades? Sim ( ) Quanto? Não ( )
Qual o valor pago pra colher uma lata de café?_____________________
14. Mão de obra:
fixa ______________ percentual ________
temporária_________ percentual ________
Total _________
FORMA E CONDIÇÃO DA PRODUÇÃO
15. Tamanho da propriedade ____________________________________
16. Área cultivada ______________________________________________
Área não cultivada ___________________________________________
50
17. Mão de obra familiar é remunerada (pró-labore)?
Sim( ) Não( )
18. Renda média R$ ________________ Semanal ( ) Mensal ( ) Anual ( )
19. Principal fonte de renda?
Terra ( ) Externa ( ) Ambas ( )
20. Predomínio na propriedade:
Culturas ( ) Criações ( )
21. Culturas da propriedade
1)__________________Área de cultivo __________
2)__________________Área de cultivo __________
3)__________________Área de cultivo __________
22. Utiliza consorciação de culturas?
Sim ( ) Não ( )
Quais?____________________________________________________
23. Mantém área sem repouso (sem plantar)?
Sim ( ) Não ( )
Quanto tempo? _____________________________________________
Quanto Produz por hectare?___________________________________
24. Como prepara a terra para o plantio?
Foice ( ) Enxada( ) Trator Próprio ( )
Trator Alugado ( ) Tração animal ( )
E com que periodicidade compra estes equipamentos?______________
25. Faz análise e/ou correção do solo?
Sim ( ) Não ( )
Com que frequência? ________________________________________
26. Possui assistência té