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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
CURSO DE GEOLOGIA
MICHELE CÁSSIA PINTO SANTOS
Salvador 2010
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA E GEOQUÍMICA PRELIMINAR DOS DIQUES MÁFICOS DA REGIÃO DE
CAMACAN, BAHIA, BRASIL
ii
MICHELE CÁSSIA PINTO SANTOS
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA E GEOQUÍMICA PRELIMINAR DOS DIQUES MÁFICOS DA REGIÃO DE
CAMACAN, BAHIA, BRASIL
Monografia apresentada ao Curso de Geologia, Instituto de
Geociências, Universidade Federal da Bahia, como requisito
parcial para obtenção do grau de Bacharel em Geologia.
Orientadora: Profa. Dra. Angela Beatriz de Menezes Leal
Co-orientadora: Geól. Ana Carolina Oliveira Pinheiro
Salvador 2010
iii
________________________________________________________________
1º Examinadora – Profa. Dra. Angela Beatriz de Menezes Leal – Orientadora Instituto de Geociências, UFBA ________________________________________________________________
2º Examinador – Profa. Dra. Amalvina Costa Barbosa Instituto de Geociências, UFBA ________________________________________________________________
3º Examinador – MSc. Violeta de Souza Martins Borges CPRM – Serviço Geológico do Brasil
MICHELE CÁSSIA PINTO SANTOS
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA E GEOQUÍMICA PRELIMINAR DOS DIQUES MÁFICOS DA REGIÃO DE
CAMACAN, BAHIA, BRASIL
Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora:
Salvador 2010
v
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pela benção e proteção nesta caminhada,
por me dar força e coragem para continuar e pelos anjos da guarda que ele colocou
na minha vida.
Á minha mãe, que é minha amiga, conselheira, minha fortaleza, meu guia,
que sempre me apoiou, me deu carinho, sempre me mostrando o melhor lado das
coisas e das pessoas, sempre paciente, sempre me incentivando, me ajudando, sem
a qual eu não teria vencido esta batalha, e a quem dedico todas as minhas vitórias.
Á meu pai, que deve estar muito contente, me abençoando e cuidando de
mim de onde estiver.
Á minha irmã que me apóia e ama do seu jeito.
Agradeço à minha orientadora Prof.ª Angela por ter me aceitado como
orientanda, obrigada pela ajuda, orientação, paciência e conselhos para o melhor
resultado deste trabalho.
Á minha co-orientadora Ana Carolina sempre prestativa e amiga.
Aos meus amigos Dani, Camila, Bolinha, Peixoto, Gabi, Leilane A., Leilane C.,
Gil, que me acompanham desde sempre e responsáveis por muitos momentos
felizes da minha vida.
Ás minhas amigas Nelize e Tati, muito obrigada pela amizade, paciência e
carinho nos momentos que mais precisei, obrigada principalmente pelos conselhos,
palavras de apoio e incentivo.
Aos meus amigos da UFBA que me acompanharam nesta caminhada e foram
responsáveis por muitos momentos importantes, inesquecíveis e que lembrarei
sempre com muito carinho: Nívia, Cleiton, Thiene, Gilma, Michel, Caio, Deivison,
Carla, Thaiza, Antonia, Vanessa, AJ, Luciano, Adelino, Gisele, Joilma, Amanda,
Thiago, Ádila, Ana Fábia, Janaina e Judiron.
Aos amigos da DIARMI, agradeço pelo grande prazer de ter trabalhado e
aprendido muito, e também por ter conhecido e convivido com pessoas
maravilhosas como Rogério, Thaís, Maisa, Ioná, Madalena, João Cardoso, Thyago,
Marco, entre outros, que sempre me apoiaram, obrigada pelo carinho e amizade.
Á Bárbara Cristina que me apresentou o universo da geologia.
Aos meus familiares que sempre acreditaram em mim.
vi
Aos professores Osmário, Haroldo Sá, Maria José, Flávio, Marcão, Amalvina,
Carlson, Vilton, Simone, Zoltan, Herbet, Johildo, Olivia, Débora e Felix, obrigada
pelo aprendizado e por terem sido responsáveis pelo crescimento do meu amor pela
geologia.
Obrigada, muito obrigada a todos que contribuíram de alguma forma para
este momento.
vii
SUMÁRIO
RESUMO .............................................................................................................................. ix
ABSTRACT ........................................................................................................................... x
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................. xi
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................. xii
LISTA DE FOTOGRAFIAS .................................................................................................. xiii
LISTA DE FOTOMICROGRAFIAS ....................................................................................... xiv
Capítulo 1 - INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1
1.1 Localização e acesso da área de trabalho ................................................................. 3
1.2 Objetivos .................................................................................................................... 4
1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................ 4
1.2.2 Objetivo Específicos .................................................................................................. 4
1.3 Metodologia................................................................................................................ 4
Capítulo 2 - GEOLOGIA REGIONAL ..................................................................................... 6
2.1 Cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá ............................................................................. 6
2.1.1 Complexo Ibicaraí e Buerarema .................................................................................. 10
2.2 Intrusivas graníticas e sieníticas ............................................................................... 11
2.2.1 Suíte Intrusiva Pau Brasil ......................................................................................... 11
2.2.2 Sienito Anuri ............................................................................................................. 12
2.3 Diques máficos ......................................................................................................... 12
2.4 Sequências Supracrustais ........................................................................................ 13
2.4.1 Bacia Rio Pardo ....................................................................................................... 13
2.4.2 Grupo Rio Pardo (Formações Camacan e Panelinha) .............................................. 14
2.5 Formação Salobro .................................................................................................... 15
2.6 Grupo Barreiras e as coberturas .............................................................................. 16
Capítulo 3 - CARACTERIZAÇÃO DOS DIQUES MÁFICOS ................................................ 18
3.1 ASPECTOS GERAIS DOS DIQUES MÁFICOS ....................................................... 18
3.2 GEOLOGIA LOCAL .................................................................................................. 22
viii
3.3 PETROGRAFIA ....................................................................................................... 25
3.4 GEOQUÍMICA PRELIMINAR ................................................................................... 46
3.4.1 Classificação e Nomenclatura .................................................................................. 46
3.4.2 Ambiência Tectônica ................................................................................................ 51
3.4.3 Comportamento Geoquímico dos Elementos Maiores e Traços ............................... 52
Capítulo 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 57
REFERENCIAS ................................................................................................................... 60
ANEXOS .............................................................................................................................. 66
ix
RESUMO
Os diques máficos da região de Camacan estão inseridos no contexto
tectônico do Cráton do São Francisco, intrudindo os terrenos granulíticos
polideformados arqueanos e paleoproterozóicos pertencentes ao Cinturão Itabuna –
Salvador – Curaçá. Estes diques máficos fazem parte da Província Litorânea dos
Diques Máficos do Estado da Bahia e têm como principais áreas de ocorrência os
cortes de estrada dispostos entre as cidades de Camacan e Santa Luzia e entre
Santa Luzia e Arataca.
De modo geral os diques máficos preenchem fraturas distensivas na
encaixante granulítica em variadas direções e apresentam coloração cinza a preta,
granulometria variando de muito fina a grossa, são isotrópicos e maciços. Suas
formas variam de reta, levemente sinuosas a angulosas com espessuras
predominantes variando de 5 a 31 cm.
O estudo petrográfico permitiu separar os diques máficos em 4 grupos:
embasamento (Grupo 1), granulometria média (Gabros - Grupo 2), granulometria
fina (Basaltos - Grupo 3) e contato (Grupo 4).
Foram identificadas as texturas ofítica, subofítica e intergranular, e
mineralogicamente são compostos por andesina, clinopiroxênio (augita e diopsídio),
ortopiroxênio (hiperstênio) e subordinadamente têm-se hornblenda, biotita, minerais
opacos, apatita, esfeno/titanita, rutilo, quartzo e zircão. Processos de alteração como
saussuritização e sericitização (para os plagioclásios) e biotitização, uralitização e
cloritização (para os piroxênios), também estão presentes.
Os diques máficos apresentam, de forma geral, enriquecimento em FeOt em
relação ao MgO (trend de Fenner) e baixas razões sílica/álcalis características de
suítes toleíticas, exceto a amostra CA-01 que plotou no campo da suíte alcalina.
Através do comportamento geoquímico dos elementos maiores e traços foi
constatada a importância das fases minerais plagioclásio e clinopiroxênio no
fracionamento magmático. Diagramas de ambiência tectônica utilizando como
parâmetros o Ti, Zr e Y sugerem que a colocação dos diques máficos ocorreu em
ambiente continental intracratônico.
Palavras-chave: Diques máficos, Camacan, petrografia, geoquímica
x
ABSTRACT
The mafic dikes in the region of Camacan are placed in the tectonic context of
the São Francisco Craton, intruded Archean and Paleoproterozoic polydeformed
granulitic terrains belonging to Itabuna - Salvador - Curaçá Belt. The mafic dikes are
part of the Litorânea Province of Mafic Dikes of Bahia´s State and have as main
areas of occurrence the roadblocks placed between the cities of Santa Luzia and
Camacan and Santa Luzia and Arataca.
Generally, the mafic dikes fill extensional fractures in the granulitic rocks in
different directions and they have gray to black color, granulometry vary fine to
coarse, and are isotropic and massive. Their shapes vary from straight to slightly
sinuous and angular and their thickness is 5 to 31 cm.
The petrographic study allowed divided mafic dikes in four groups: basement
(Group 1), coarse (Gabbro - Group 2), finely crushed (Basalts - Group 3) and contact
(Group 4).
Ophitic, intergranular and subophitic textures were identified and the
mineralogy consist in andesine, clinopyroxene (augite and diopside), orthopyroxene
(hypersthene) and have been subordinate hornblende, biotite, opaque minerals,
apatite, spheno/titanite, rutile, quartz and zircon. Alteration processes as
saussuritization and sericitization (plagioclase) and biotitization, uralitization and
chloritization ( pyroxenes) are also present.
The mafic dykes have, in general, FeOT enrichment relative to MgO (Fenner
trend) and low silica/alkali ratios features of the tholeiitic suites, except for sample
CA-01 that plotted in the field of alkaline suite. Through the geochemical behavior of
major and trace elements was found the importance of plagioclase and
clinopyroxene mineral phases at magmatic fractionation. Ambience tectonic
diagrams using as parameters Ti, Zr and Y suggest that the emplacement of mafic
dikes occur in intracratonic continental environment.
Keywords: mafic dykes, Camacan, petrography, geochemistry.
xi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1: Delimitação geográfica de influência dos Diques Máficos do Estado da Bahia com destaque para a área da Província Litorânea. Adaptado de Correa-Gomes et al. (1996). .................................................................................................... 2 Figura 1.2: Mapa de localização da área de estudo com as principais vias de acesso. Fonte: IBGE, 2006. ........................................................................................ 3
Figura 2.1: Compartimentos tectônicos e limites do Cráton do São Francisco. Adaptado de Barbosa & Sabaté, 2004. ....................................................................... 7 Figura 2.2: Mapa Geológico Regional da área de estudo. Folha Camacan (1:100.000). Adaptado de Moraes Filho & Lima (2007). .............................................. 8 Figura 2.3: Principais domínios metamórficos de alto grau do Estado da Bahia, as Coberturas Superficiais e as Bacias Sedimentares. Adaptado de Bizzi et al. 2001. 10 Figura 2.4: Principais etapas da evolução da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo. Adaptado de Pedreira (1999). ................................................................................... 14
Figura 3.1: Bloco diagrama esquemático de alguns corpos intrusivos. Fonte: Winter (2001). ....................................................................................................................... 18 Figura 3.2: Mapa geológico da área de estudo. Adaptado de Moraes Filho & Lima (2007). ....................................................................................................................... 22 Figura 3.3: Grupos das Lâminas para a descrição petrográfica. .............................. 26 Figura 3.4: Diagrama QAP (Streckeisen, 1976) para a classificação do protólito das rochas do embasamento da região de Camacan. ..................................................... 27 Figura 3.5: Diagrama sílica versus álcalis total (TAS) de classificação de rochas vulcânicas, segundo Cox et al. (1979) para os diques máficos de Camacan. A linha tracejada separa os campos alcalinos e toleíticos, segundo Zanettin (1984). .......... 47 Figura 3.6: Diagrama Na2O + K2O versus SiO2, segundo Irvine & Baragar (1971), para os diques máficos de Camacan. ....................................................................... 50 Figura 3.7: Diagrama A (Na2O + K2O), F (FeOT = 0,9Fe2O3+FeO), M (MgO), segundo Irvine & Baragar (1971) para os diques máficos de Camacan. A linha cheia representa a suíte toleítica do Hawaii, segundo MacDonald & Katsura (1964). ........ 50 Figura 3.8: Diagrama discriminante log. Zr versus log. Zr/Y, (Pearce & Norry 1979) para os diques máficos de Camacan. ....................................................................... 51 Figura 3.9: Diagrama discriminante ZrxTi/100xY*3 (Pearce & Cann, 1973) para os diques máficos de Camacan. .................................................................................... 52 Figura 3.10: Diagramas de variação MgO (% em peso) versus óxidos de elementos maiores (% em peso) dos diques máficos de Camacan. Símbolos como na Figura 3.5. ............................................................................................................................ 54 Figura 3.11: Diagramas de variação MgO versus elementos traços (ppm) dos diques máficos de Camacan. Símbolos como na Figura 3.5. ............................................... 55 Figura 3.12: Diagramas de variação MgO versus elementos traços (ppm) incompatíveis (LILE - Ba, Nd, Rb e Sr) dos diques máficos de Camacan. Símbolos como na Figura 3.5. .................................................................................................. 56 Figura 3. 13: Padrões de Elementos Terras Raras dos diques máficos da região de Camacan (Luciano, 2010). ........................................................................................ 56
xii
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1: Tabela com as lâminas petrográficas da área de estudo, suas respectivas porcentagens e o grupo que pertencem. Pl-Plagioclásio; Cpx-Clinopiroxênio; Opx-Ortopiroxênio; Op-Opaco; Qt-Quartzo; Ap-Apatita; Minerais de Alteração (Hbl- Hornblenda + Chl-Clorita + Bt- Biotita + Srp-Serpentina + Ep-Epidoto); Grt-Granada; Zr-Zircão. ............................................................................. 26 Tabela 3.2: Análises químicas em rocha total (elementos maiores e traços) para os diques máficos de Camacan, Bahia e de seu embasamento tonalitos granulíticos. DM - Diques Máficos, Emb-Embasamento. .............................................................. 48 Tabela 3.2-Continuação: Análises químicas em rocha total (elementos maiores e traços) para os diques máficos de Camacan, Bahia. DM - Diques Máficos...............49
xiii
LISTA DE FOTOGRAFIAS
Fotografia 3.1: A) Diques máficos de granulometria fina, isotrópicos e maciços. Ponto: CA-01. Coordenadas: 449.589mN e 8.298.309mE. B) Dique máfico de granulometria grossa. Ponto: CA-09. Coordenadas: 465.960mN e 8.299.649mE. .. 23 Fotografia 3.2: A) Dique máfico reto com 5cm de espessura. Ponto: CA-05. Fazenda São José. Coordenadas: 456.833mN e 8.301.643mE. B) Dique máfico reto com 31cm de espessura. Ponto: CA-07A. Coordenadas: 459.446mN e 8.300.583mE. .................................................................................................................................. 23 Fotografia 3.3: Diques máficos com forma sinuosa (A) e angulosa (B). A) Ponto: CA-06B. Coordenadas: 458.998mN e 8.300.531mE. B) Ponto: CA-07A. Coordenadas: 459.446mN e 8.300.583mE. .............................................................. 24 Fotografia 3.4: Contato entre o dique máfico e a rocha encaixante (granulito). Ponto: CA-11. Coordenadas: 463.173mN e 8.304.279mE. ....................................... 24 Fotografia 3.5: Rocha granulítica representando o embasamento. Ponto: CA-13. Coordenadas: 460.845mN e 8.308.313mE. .............................................................. 25
xiv
LISTA DE FOTOMICROGRAFIAS
Fotomicrografia 3.1: Aspecto geral da lâmina evidenciando a textura granoblástica granular. Amostra CA-06C. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Hbl-Hornblenda; Qtz-Quartzo. Aumento: 25X. .......................................................... 28 Fotomicrografia 3.2: Textura de intercrescimento do mineral opaco nos planos de clivagem do ortopiroxênio. Amostra CA-06C. A) Sem analizador. Aumento=200X. B) Sem analizador. Aumento=400X. Pl-Plagioclásio; Op-Opaco; Opx- Ortopiroxênio. .. 29 Fotomicrografia 3.3: Cristal de biotita mostrando a variação dos pleocroismo. Amostra CA-09B. A) Sem analizador. B) Com analizador. Op-Opaco; Grt-Granada; Bt-Biotita. Aumento= 100X. ....................................................................................... 29 Fotomicrografia 3.4: Aspecto geral da granada. Amostra CA-09B. A) Sem analizador. B) Com analizador. Qtz-Quartzo; Grt-Granada. Aumento= 25X. ............ 30 Fotomicrografia 3.5: 1 e 2. Cristais de zircão inclusos no plagioclásio. Amostra CA-06C. A) Sem analizador. B) Com analizador. Bt-Biotita; Pl-Plagioclásio; Chl-Clorita; Zr-Zircão. Aumento= 200X. ....................................................................................... 30 Fotomicrografia 3.6: Aspecto geral dos cristais de epidoto, associado aos plagioclásios alterados. Amostra CA-09B. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Op-Opaco; Ep- Epidoto. Aumento= 200X. ........................................... 31 Fotomicrografia 3.7: 1. A e B – Aspecto geral das texturas ofíticas e subofíticas, onde os cristais de plagioclásio encontram-se inclusos nos cristais de piroxênio. Aumento= 100X. 2. A e B – Textura intergranular, onde o piroxênio já foi substituído pelos processos de alteração pela associação Anf+Cl+Bt. Aumento= 200X. Amostra CA-01A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Ap-Apatita; Op- Opaco; Hbl- Hornblenda; Chl-Clorita; Bt- Biotita; Cpx-Clinopiroxênio. ...................... 32 Fotomicrografia 3.8: Zoneamento dos cristais de plagioclásio. Amostra CA-13. A) Com analizador. B) Com analizador, com giro de 90° em relação a A. Pl-Plagioclásio; Px-Piroxênio. Aumento= 100X. ............................................................ 32 Fotomicrografia 3.9: Cristais subédricos de piroxênio com geminação. Amostra CA-01A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Op-Opaco; Hbl-Hornblenda; Cpx-Clinopiroxênio. Aumento=100X. .................................................... 34 Fotomicrografia 3.10: Cristais de piroxênio com o centro preservado e as bordas compostas por hbl devido o processo de uralitização. Amostra CA-01A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Op-Opaco; Hbl-Hornblenda; Chl-Clorita; Bt- Biotita; Cpx-Clinopiroxênio. Aumento= 200X........................................... 34 Fotomicrografia 3.11: Cristal de hornblenda, com pleocroismo variando de verde musgo a verde azulado. Amostra CA-04. A) Sem analizador. B) Sem analizador, com giro de 90° em relação a A. Pl-Plagioclásio; Hbl-Hornblenda. Aumento= 200X. .................................................................................................................................. 35 Fotomicrografia 3.12: Cristal de anfibólio associado com minerais opacos, apatita e biotita. Amostra CA-09A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Ap-Apatita; Hbl-Hornblenda; Bt- Biotita; Op- Opacos. Aumento= 200X. ............................................ 36 Fotomicrografia 3.13: 1. Cristais de biotita cloritizada e clorita bem desenvolvidos (posição de extinção da biotita) 2. Giro de 45° da platina em relação a 1 (posição de máxima luminosidade da biotita). Amostra CA-9A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Ap-Apatita; Op- Opacos; Chl-Clorita; Bt- Biotita. Aumento= 200X .......... 37 Fotomicrografia 3.14: Cristais clorita e serpentina. Amostra CA-04. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Chl-Clorita; Serpentina. Aumento= 200X. ......................................................................................................................... 37
xv
Fotomicrografia 3.15: 1. Concentração de cristais de apatita. Amostra CA-01A. Aumento= 100X. 2. Cristais de apatita com formas alongadas. Amostra CA-9A. Aumento= 200X. 3. Cristais de apatita alongados, associados a biotita. Amostra CA-9A. Aumento= 100X. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Ap-Apatita; Hbl- Hornblenda; Chl-Clorita; Bt- Biotita; Op- Opacos.................................. 38 Fotomicrografia 3.16: Inclusão de rutilo no plagioclásio com baixo grau de alteração. Amostra CA-01A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Bt- Biotita; Rt-Rutilo. Aumento= 200X. ...................................................................... 39 Fotomicrografia 3.17: Aspecto geral dos cristais de epidoto. Amostra CA-09A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Bt- Biotita; Hbl-Hornblenda, Chl-Clorita; Ep- Epidoto. Aumento= 100X. ....................................................................... 39 Fotomicrografia 3.18: Aspecto geral dos cristais de clinopiroxênio englobando os cristais de plagioclásio. Amostra CA-11B. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Cpx-Clinopiroxênio; Op- Opacos; Chl-Clorita. Aumento= 100X. .......... 40 Fotomicrografia 3.19: Aspecto geral da textura porfirítica, onde se observa formas ripiformes de plagioclásio (1) e anédricos de olivina serpentinizada (2) imersos numa matriz muito fina. 1. Aumento= 25X. 2. Aumento= 100X. Amostra CA-11A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Srp-Serpentina. ....................................................... 41 Fotomicrografia 3.20: Matriz fina composta por ripas de plagioclásio alterado e serpentina. Amostra CA-11B. A) Sem analizador. B) Com analizador. Srp-Serpentina; Pl-Plagioclásio; Op- Opacos. Aumento= 100X. ...................................... 41 Fotomicrografia 3.21: Aspecto geral do contato da parte vítrea com o dique máfico. Amostra CA-14A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl - Plagioclásio; Cpx –Clinopiroxênio; Opx -Ortopiroxênio. Aumento= 25X. ................................................. 43 Fotomicrografia 3.22: Cristais geminados de plagioclásio e piroxênio. Amostra CA-14A. A e B) Com analizador. Pl - Plagioclásio; Cpx –Clinopiroxênio; Opx -Ortopiroxênio. Aumento= 100X. ................................................................................ 44 Fotomicrografia 3.23: Minerais opacos envolvidos por esfeno (coroa de reação). Amostra CA-14C. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Bt- Biotita; Spn-Esfeno; Op-Opaco; Chl-Clorita; Hbl-Hornblenda. Aumento= 200X.................... 45 Fotomicrografia 3.24: Presença de zircão na lâmina do dique máfico. Amostra CA-14C. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Hbl-Hornblenda; Zr-Zircão. Aumento= 400X. ............................................................................................ 46
1
Capítulo 1 - INTRODUÇÃO
O estudo de rochas máficas e ultramáficas, apresentadas sob a forma de
diques e soleiras, é de fundamental importância para a compreensão de ambientes
geodinâmicos. Enxames de diques máficos ocorrem em todos os continentes e
representam quantidades expressivas de fusões máficas que marcam o início de
amplos sistemas extensionais (Corrêa da Costa, 2003). No estudo dos processos
geodinâmicos, vários autores (e.g. Halls, 1982; Windley, 1984; Collerson &
Sheraton, 1986; Halls & Fahrig, 1987) destacam a importância dos diques máficos
como indicadores das fontes mantélicas no tempo geológico e de possíveis
mineralizações associadas. O estudo dos diques máficos permite o entendimento da
composição do manto litosférico subcontinental, sua evolução e consequente
variação composicional ao longo do tempo, podendo ainda refletir a configuração do
regime de tectônica de placas (paleo stress). Além disso, associados às intrusões
máficas/ultramáficas estão presentes depósitos de Cr, Ni-Cu±Co, EGP, Fe-Ti-V,
atribuindo ao estudo de complexos acamadados, diques, sills e derrames máficos e
ultramáficos (komatiítos) um grande valor metalogenético, principalmente pela
importância desses elementos na indústria, e de serem constituintes essenciais da
tecnologia de ponta (informática, eletrônica, robótica).
O Cráton do São Francisco no Estado da Bahia abriga uma grande
variedade de terrenos formados durante o arqueano e o paleoproterozóico, bem
como coberturas sedimentares e metassedimentares com magmatismo máfico
associado, formados durante o meso-neoproterozóico (Barbosa & Dominguez, 1996;
Teixeira et al., 2000; Silva & Cunha, 2002; Bastos Leal et al., 2003; Barbosa &
Sabaté, 2004; Alkmim, 2004; Noce et al., 2005). Neste contexto, destacam-se como
principais unidades de rochas máficas e ultramáficas do Estado, aquelas associadas
às sequências vulcanossedimentares arqueanas e paleoproterozóicas do tipo
"greenstone belts" (ex: Contendas-Mirante, Umburanas, Riacho de Santana, Mundo
Novo, Rio Itapicuru e Capim, entre outras) e as unidades litológicas representadas
por diques e "sills" máficos (ex: Uauá, Curaçá, Chapada Diamantina, Camacan,
Ilhéus-Olivença, Jacuricí-Medrado, dentre outros).
Apesar de existirem vários estudos sobre os diques máficos do Estado da
Bahia, principalmente nas regiões de Uauá, Chapada Diamantina, Salvador, Ilhéus-
2
Olivença, Itabuna-Itajú do Colônia (Menezes, 1992; Bastos Leal, 1992; Moraes Brito,
1992; Tanner de Oliveira, 1989; Brito, 2008), existe uma carência ou falta de
pesquisas sistemáticas e mais detalhadas nos filões máficos que ocorrem na
Província Litorânea (Figura 1.1), especialmente na região de Camacan. As
informações existentes limitam-se a citações em projetos realizados por empresas
como a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral - CBPM e Companhia de Pesquisa
e Recursos Minerais – CPRM.
A relevância deste trabalho é então fundamentada na necessidade dos
geocientistas entender quais e como foram originados os processos relacionados à
evolução da Terra. A abordagem desse tema já foi apresentada por diversos autores
(e.g. Menezes, 1992; Bastos Leal, 1992; Moraes Brito, 1992; Tanner de Oliveira,
1989; Correa-Gomes et al., 1996; Brito, 2008), dentre os quais o de Tanner de
Oliveira (1989) que realizou a descrição petrográfica de 20 lâminas delgadas na
região de Camacan. Logo, o presente trabalho tem o enfoque em complementar as
informações/dados existentes da área, contribuindo assim para a ampliação do
banco de dados sobre os diques máficos da Bahia, bem como apresentar a
caracterização geoquímica preliminar até então desconhecida destes corpos
filoneanos.
Figura 1.1: Delimitação geográfica de influência dos Diques Máficos do Estado da Bahia com destaque para a área da Província Litorânea. Adaptado de Correa-Gomes et al. (1996).
3
1.1 Localização e acesso da área de trabalho
A área de trabalho localiza-se na porção sudeste do estado da Bahia,
compreendida entre os paralelos 15º00´ e 15º30´ e os meridianos 39º00´ e 39º30´,
correspondendo à folha topográfica de Camacan (SD-24-Y-D-III) (Figura 1.2).
O acesso à região se faz pela BR-324, de Salvador até o entroncamento
próximo a Conceição do Jacuípe. A partir daí o trajeto é feito virando à esquerda
para seguir pela BR-101. Passando por Cruz das Almas, Santo Antonio e Itabuna
até a região de Camacan. Este percurso totaliza 534 km.
Figura 1.2: Mapa de localização da área de estudo com as principais vias de acesso. Fonte: IBGE, 2006.
4
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral
O presente trabalho tem como objetivo principal caracterizar os diques
máficos da Província Litorânea, mais especificamente da região de Camacan,
quanto aos aspectos geológicos, petrográficos e geoquímicos preliminares.
1.2.2 Objetivo Específicos
Como objetivos específicos pretende-se:
- Descrever os tipos litológicos da área de estudo que estão associados
ao enxame de diques máficos da região de Camacan, as rochas encaixantes
imediatas, destacando as possíveis relações de contato;
- Descrever as características das rochas filoneanas quanto à
espessura, comprimento e direção;
- Descrever petrograficamente os diques máficos, abordando a
identificação detalhada dos minerais constituintes, assim como as suas relações
texturais.
- Caracterizar o comportamento geoquímico dos elementos maiores e
traços dos diques máficos, através de diagramas binários e ternários utilizados na
literatura (e.g. Irvine & Baragar, 1971; Pearce & Cann, 1973; Cox et al. 1979; dentre
outros).
1.3 Metodologia
Para a realização deste trabalho e execução dos objetivos propostos, as
atividades foram separadas em três etapas, descritas a seguir.
• Etapa 1 - Pré-Campo
Essa etapa teve como objetivo a coleta da documentação cartográfica da
área de estudo visando à confecção de mapa geológico base preliminar; o
5
levantamento bibliográfico referente à geologia com ênfase no conjunto litológico,
nas estruturas e no metamorfismo que indicam o contexto geotectônico em que se
enquadram o Cráton do São Francisco e a Faixa Araçuaí.
• Etapa 2 - Campo
Esta fase ocorreu em fevereiro de 2010, onde foram visitados 14 pontos e
com o objetivo de reconhecer o contexto geológico regional e local da área de
estudo e coletar as amostras. Foram desenvolvidas as seguintes atividades: seção
geológica regional, com a observação das principais unidades litológicas referentes
à área de estudo; reconhecimento das litologias; coleta das medidas estruturais das
deformações que atingiram as litologias da área; coleta das informações a respeito
dos diques máficos, como espessuras, extensões, direções, relações com a
encaixante; coleta das amostras dos diques máficos e encaixante para confecção de
lâminas delgadas para estudo petrográfico e análises químicas de rocha total.
• Etapa 3 - Pós-Campo
Esta etapa correspondeu ao tratamento, interpretação e integração dos
dados obtidos, que engloba atividades como a descrição microscópica das lâminas
delgadas petrográficas, tratamento das análises geoquímicas (elementos maiores e
traços) e confecção dos diagramas de classificação, de ambientes tectônicos e os
diagramas binários para estudo da evolução magmática, utilizando-se os programas
Geochemical Data Toolkit (GCDKit - Janousek et al., 2006), Corel Draw X4 e
Microsoft Excel.
A preparação das amostras foi realizada no Laboratório de Preparação de
amostras do Departamento de Geoquímica/UFBA, segundo as seguintes etapas:
britagem, quarteamento e moagem no “shater box”. Após este procedimento, as
amostras foram enviadas para análise no Laboratório de Fluorescência de Raios X
do Departamento de Mineralogia e Geotectônica do Instituto de Geociências da
Universidade de São Paulo/DMP-IG/USP.
Com o auxílio de software ArcGis 9.2 foi confeccionado o mapa geológico da
área alvo em estudo. Esses procedimentos irão concretizar os objetivos propostos,
na elaboração e apresentação da monografia de graduação (Trabalho Final de
Graduação - TFG).
6
Capítulo 2 - GEOLOGIA REGIONAL
A área de estudo está inserida no Cráton do São Francisco (Almeida,
1977), na sua porção sul, próximo ao limite com a Faixa Móvel Araçuaí (Figura 2.1),
apresentando assim um panorama bastante controverso (Moraes Filho & Lima,
2007). Para Correa-Gomes & Oliveira (2002) esta localização, que marca a transição
entre faixas móveis e núcleos cratônicos, representam sítios geológicos de grande
interesse para estabelecer relações entre colisão e magmatismo, e entender
mecanismos de colocação de corpos ígneos.
Foram identificadas as seguintes unidades litoestratigráficas (Figura 2.2):
A) Arqueano/ Paleoproterozóico: i) Complexos Ibicaraí e Buerarema; (ii) Intrusivas
graníticas e sieníticas (Suíte Intrusiva Pau Brasil e Sienito Anuri, respectivamente)
que compõem litologias do Cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá na sua porção sul; B)
Mesoproterozóico: (iii) Intrusões básicas representadas pelos diques máficos; C)
Neoproterozóico (iv) Supracrustais representadas pela bacia de antepaís do Grupo
Rio Pardo (Alkmim, 2004), que contem as Formações Camacan (com níveis de
metacalcário) e a Formação Panelinha; D) Cenozóico (v) os sedimentos cambro-
edicaranos da Formação Salobro e (vi) as formações superficiais cenozóicas (Grupo
Barreiras e as coberturas).
A seguir serão descritas as unidades geológicas que compõem a área de
estudo.
A) ARQUEANO/PALEOPROTEROZÓICO
2.1 Cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá
No Cráton do São Francisco no Estado da Bahia, as rochas metamórficas
da fácies granulito-anfibolito se estendem ao sul da região de Itabuna-Ilhéus até a
região de Curaçá, ao norte do Estado e representam as raízes de um orógeno de
orientação NS, de idade paleoproterozóica, denominado Itabuna-Salvador-Curaçá
(Barbosa & Sabaté 2002, 2004, apud Barbosa et al, 2005) e que inclui os Cinturões
Itabuna, ao sul, e Salvador-Curaçá, ao norte (Figura 2.3).
7
Figura 2.1: Compartimentos tectônicos e limites do Cráton do São Francisco. Adaptado de Barbosa & Sabaté, 2004.
8
Figura 2.2: Mapa Geológico Regional da área de estudo. Folha Camacan (1:100.000). Adaptado de Moraes Filho & Lima (2007).
9
As rochas que compõem o Cinturão Itabuna foram fortemente deformadas
no estado dúctil, resultando no desenvolvimento de uma textura gnáissica. Foram
subdivididas geoquimicamente em: (i) serie toleítica (granulitos básicos com
granada, possivelmente originados de gabros/basaltos); (ii) serie cálcio-alcalina de
baixo potássio (granulitos intermediários, provavelmente derivados de
tonalitos/dacitos e trondhjemitos/riolitos), ambas consideradas como do tipo arco-de-
ilhas ou margem continental ativa (Barbosa & Dominguez, 1996).
Sighinolfi (1970, 1971, apud Silva, 1991) definiu petrogenética e
litogeoquimicamente o Complexo Itabuna como uma associação granulítica de
média pressão, portadora de características comuns à maioria dos terrenos
granulíticos, especialmente quanto ao empobrecimento em elementos litófilos.
Silva (1991), a partir de estudos litogeoquímicos e microestruturais
subdividiu os terrenos arqueanos do Cinturão Itabuna em granulitos depletados,
referentes ao Complexo Itabuna.
Arcanjo et al. (1992), através de estudos petrográficos acoplados aos
estudos petroquímicos e aos mapeamentos geológico e geofísico, conseguiram sub-
dividir as rochas metamórficas arqueanas/paleoproterozóicas de alto grau do
Cinturão Itabuna (na região de Itabuna) em cinco grupos distintos, com
características próprias, a saber: 1) Complexo Ilhéus; 2) Complexo São José; 3)
Complexo Ibicaraí-Buerarema (antigo Complexo Itabuna); 4) Granitóides Rio
Paraíso, Água Sumida e São Geraldo e 5) Complexo Rio Japu.
10
Figura 2.3: Principais domínios metamórficos de alto grau do Estado da Bahia, as Coberturas Superficiais e as Bacias Sedimentares. Adaptado de Bizzi et al. 2001.
2.1.1 Complexo Ibicaraí e Buerarema
Em Silva et al. (2002) os Complexos Ibicaraí e Buerarema já eram tratados
como unidades distintas, antes relacionadas ao Complexo Ibicaraí-Buerarema (ex-
Complexo Itabuna).
O Complexo Ibicaraí na folha Camacan (Figura 2.1), é formado por duas
subunidades: enderbito fácies 3 (pouco expressivo) e indiferenciado.
A subunidade do enderbito indiferenciado é a predominante do complexo,
estando presente em mais de 80% da sua área de exposição. É constituída por
rochas ortoderivadas de origem plutônica, deformadas e granulitizadas (Moraes
Filho & Lima, 2007).
Os litótipos granulíticos são de composições charnockítica, enderbítica e
trondhjemitica, e, subordinadamente, norítica. Suas rochas apresentam contato
tectônico com as rochas do Complexo Buerarema, assim como com os
metassedimentos da Bacia do Rio Pardo. Por vezes a rocha é penetrada por diques
11
básicos e apresenta-se tectonizada e hidrotermalizada, exibindo cloritização do
hiperstênio (Moraes Filho & Lima, 2007).
O Complexo Buerarema (Figura 2.2) está representado pelas subunidades:
PP2bo (ortognaisses tonalíticos) e PP2bg (enderbitos) ambos de composição cálcio-
alcalina.
Tanto nos ortognaisses tonalíticos quanto nos enderbitos a presença de
diques máficos é significativa. Teixeira (2006, apud Moraes Filho & Lima, 2007)
ressalta três características químicas dos diques maficos gabróicos que cortam as
rochas enderbíticas: os baixos teores de SiO2 (47 a 49%), os elevados teores de
Fe2O3 (total), que chegam a 19%, e os baixos valores de mg# (=100mg/Mg+Fe
molar), que seriam típicas de diques toleíticos de grandes profundidades
(translitosféricos).
Os litótipos do Complexo Buerarema apresentam contato tectônico com as
rochas que compõem o Complexo Ibicaraí (não representado na área de estudo) e
com aqueles do Sienito Anuri (Moraes Filho & Lima, 2007).
2.2 Intrusivas graníticas e sieníticas
2.2.1 Suíte Intrusiva Pau Brasil
No Cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá, dentre as mais importantes rochas
paleoproterozóicas estão os tonalitos e trondhjemitos, incluindo o tonalito Pau Brasil,
que possui idade de 2089 ± 4 Ma, datado pelo método Pb-Pb em zircão (Barbosa &
Sabaté, 2003).
A Suíte Intrusiva Pau Brasil (Figura 2.2) corresponde aos granitóides Pau
Brasil de Souza et al. (2003, apud Moraes Filho & Lima, 2007), definidos como
tonalitos e meso-pertita-granitos foliados. Ocorre sob a forma maciça, com
dimensões variáveis, aflorando entre Itajú do Colônia e o povoado de Anuri, ou ainda
a nordeste de Jussari. Apresenta contatos intrusivos, porém pouco nítidos e contatos
tectônicos com o Complexo Ibicaraí e discordante do Grupo Rio Pardo, da Bacia do
Rio Pardo (Moraes Filho & Lima, 2007).
12
2.2.2 Sienito Anuri
As intrusões sieníticas que ocorrem encaixadas nos terrenos policíclicos do
Cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá formam, de uma maneira geral, corpos alongados
orientados na direção N-S, cujas extensões variam entre 16 e 150 km. Constituem
um alinhamento sienítico descontínuo N-S com mais de 1000 km, no qual se
distribuem, de sul para norte, os maciços de Itamarati, Anuri, São Félix e
Santanápolis e o Batólito de Itiúba (Rosa et al. 1999 apud Delgado et al., 2003).
A forma em dique orientada N-S em que estão dispostos os corpos de
sienito no leste da Bahia é indicativa que seus magmas aproveitaram o espaço
estruturado por ação tectônica capaz de gerar grandes condutos retilíneos
(Conceição, 2007).
Inicialmente descrito por Silva Filho et al. (1974, apud Moraes Filho & Lima,
2007), o sienito ocorre na porção oeste da área, sob a forma de dois corpos
distintos. Apresenta contatos tectônicos com os granulitos dos Complexos Ibicaraí e
Buerarema (Figura 2.2). São constituídos essencialmente por sienito hipersolvus
com afinidade ultrapotássica, que guarda evidências de sua diferenciação pela
presença de cumulatos máfico-ultramáficos ricos em apatita. Sua idade de
cristalização é de 2095 ± 4 Ma (U-Pb zircão) (Conceição et al., 2007). Apresenta-se
deformado, com foliação gnáissico-milonítica resultante da movimentação
transcorrente sinistral das zonas de cisalhamento que o controlam (Delgado et al.,
2003).
B) MESOPROTEROZÓICO
2.3 Diques máficos
As rochas mesoproterozóicas na região sul da Bahia são representadas
por diques máficos toleíticos, com idades Ar-Ar compreendidas entre 920 e 1100 Ma
(Renné et al. 1990 apud Rosa et al. 2005), sendo intrusivas em rochas
paleoproterozóicas (2,2-1,9 Ga.) de alto grau metamórfico do Cráton São Francisco
(Correa-Gomes et al., 1996).
Souto et al. (1972) observaram que as rochas diabásicas e gabróicas,
geralmente sob a forma de diques, eram muito frequentes em toda a área dos
13
terrenos granuliticos, ao norte da bacia metassedimentar do Rio Pardo. Tal é a
frequência destas rochas na área que se pode dizer que, praticamente, não existem
afloramentos de granulitos sem que estejam recortados por diques diabásicos.
Diques de diabásio que cortam o embasamento da Bacia do Rio Pardo são
os precursores da separação continental, ou seja, atestam o início do fraturamento
de Rodínia na região e são os precursores da abertura do rifte continental
Araçuaí/Rio Pardo-West Congo Belt (Pedrosa-Soares et al. 2001; Tack et al. 2001;
Dalton de Souza et al. 2002, apud Delgado et al., 2003), estando expostos no flanco
norte da bacia e não a cortam, pertencendo a uma etapa pré-rifte.
Esta unidade litológica, por se tratar do objeto de estudo, será tratada com
mais detalhes no Capítulo 3.
C) NEOPROTEROZÓICO
2.4 Sequências Supracrustais
2.4.1 Bacia Rio Pardo
Na bacia metassedimentar do Rio Pardo afloram rochas sedimentares de
baixo grau de metamorfismo, de idade meso (?) a neoproterozóica, depositadas
sobre gnaisses, migmatitos e granulitos paleoproterozóicos a arqueanos (Cinturão
Itabuna), por sua vez intrudidos por granitos e diques básicos do Mesoproterozóico
(Pedreira, 1999).
A Bacia Rio Pardo teve a sua evolução determinada por dois estágios
tectônicos: o primeiro foi responsável pela formação de um rifte continental, onde se
acumulou a unidade inferior do Grupo Rio Pardo (Formação Panelinha) e o segundo
(drifte) gerou uma bacia de margem passiva, que recebeu os depósitos superiores
do grupo (Delgado et al., 2003).
Em Delgado et al.(2003), a Formação Salobro foi desmembrada do Grupo
Rio Pardo e associada a uma bacia molássica de antepaís, posterior ao orógeno
neoproterozóico Araçuaí e formada durante o Cambro- Ordoviciano.
A figura 2.4 apresenta as principais etapas da evolução da Bacia
Metassedimentar do Rio Pardo.
14
Figura 2.4: Principais etapas da evolução da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo. Adaptado de Pedreira (1999).
2.4.2 Grupo Rio Pardo (Formações Camacan e Panelinha)
Pedreira et al. (1969, apud Moraes Filho & Lima, 2007), definiram a
sequência do Grupo Rio Pardo e (Pedreira, 1999) dividiu o Grupo Rio Pardo na
Formação Panelinha, Subgrupo Itaimbé e Formação Salobro, limitados entre si por
discordâncias erosivas. A primeira é composta por conglomerados, brechas,
arcóseos e grauvacas; o Subgrupo Itaimbé consiste nas formações Camacan
(pelitos e carbonatos), Água Preta (filitos), Santa Maria Eterna (arenitos e
conglomerados) e Serra do Paraíso (calcários e dolomitos), que transicionam
lateralmente entre si. A Formação Salobro, depositada discordantemente sobre o
Subgrupo Itaimbé, é composta por conglomerados polimíticos, arcóseos e
grauvacas (Pedreira, 1999).
A interpretação dos ambientes deposicionais das rochas do Grupo Rio
Pardo confirma as determinações de carbono e oxigênio efetuadas por Costa Pinto
(1977, apud Pedreira 1999), que indicaram ambiente marinho e parcialmente
15
continental para a Formação Camacan, marinho para as formações Água Preta e
Serra do Paraíso e de água salobra para a Formação Salobro (Pedreira, 1999).
Na região estudada o Grupo Rio Pardo é representado pelas Formações
Camacan (com níveis de metacalcário) e Panelinha (Figura 2.2).
A Formação Camacan (Pedreira et al.,1969, apud Moraes Filho & Lima,
2007) ocorre no setor norte da Bacia do Rio Pardo, em sua porção cratônica e é
recoberta a sul-sudeste pela formação Salobro. É composta principalmente por
metassiltitos e ardósias laminadas e intercalações de metarenitos, metagrauvacas,
metadolomitos e metacalcários. Apresenta lentes de carbonato que teriam sido
depositadas em zonas rasas (Moraes Filho & Lima, 2007). Segundo Pedreira (1996,
apud Moraes Filho & Lima, 2007), na Formação Camacan estão representadas
diversas fácies componentes de uma planície de maré média a superior.
A Formação Panelinha compõe a base do Grupo Rio Pardo e foi
formalizada por Pedreira et al. (1969, apud Moraes Filho & Lima, 2007). Aflora ao
longo de estreitas faixas com larguras irregulares, nas bordas norte e oeste da
bacia. É composta principalmente por metaconglomerados polimíticos, com matriz
de metagrauvaca grossa, feldspática e arcosiana, na base, e metagrauvacas
conglomeráticas e metarcóseo, no topo.
Os sistemas de leque aluvial e os arcóseos e grauvacas da Formação
Panelinha são indicativos de deposição e soterramento rápidos, sugerindo sua
origem em blocos elevados do embasamento. A interpretação desta sequência
como leques aluviais e rios entrelaçados está de acordo com as fácies descritas por
Vine (1998, apud Pedreira, 1999) para zonas de riftes precoces, que são
caracterizadas por depósitos de leques, lacustres e fluviais; na Bacia
Metassedimentar do Rio Pardo, estão presentes os primeiros e os últimos (Pedreira,
1999).
2.5 Formação Salobro
No final do Neoproterozóico ao início do Ordoviciano (Ediacarano-
cambriano) foram formadas bacias de antepaís, de curta duração e pouca extensão,
geradas por sobrecarga tectônica. Dentre estas tem-se a bacia molássica de
antepaís Salobro, desenvolvida na borda sudeste do Cráton e associada à faixa de
16
dobramentos Araçuaí. A bacia Salobro se formou sobre a margem passiva rio Pardo
e foi preenchida pelos depósitos da Formação Salobro (Delgado et al., 2003).
Pedreira (1999) considera que a sucessão de fácies da Formação Salobro
é semelhante à mostrada por Einsele (1992, apud Pedreira, 1999) para o
preenchimento de bacias de antepaís (marinho profundo, leque submarino, marinho
raso, deltaico fluvial). Segundo Pedreira (1999), esta bacia de antepaís é resultante
da convergência e colisão entre o Cráton do São Francisco e o embasamento da
Faixa Araçuaí. O autor posiciona a Formação Salobro no topo do Grupo Rio Pardo e
concluiu que, na Bacia do Rio Pardo, está registrado parcialmente um Ciclo de
Wilson, compreendendo as etapas rifte (Formação Panelinha), bacia remanescente
(Formações Camacan, Água Preta, Serra do Paraíso e Santa Maria Eterna) e bacia
de antepaís (Formação Salobro).
A Formação Salobro (Figura 2.2), sobrejacente ao Grupo Rio Pardo, com
quem está limitada por discordância erosiva, começa a sua sedimentação com uma
alternância de arenito e pelito, depositados por correntes de turbidez de baixa
densidade, sucedidos por um espesso pacote de grauvaca com frequentes
intercalações de conglomerado (polimítico, às vezes diamantífero e oligomítico),
depositado por leques aluviais e sistema fluvial entrelaçado (Pedreira, 1999). Os
conglomerados desta formação, de acordo com Karmann (1987, apud Pedreira,
1999) contêm clastos cuja composição é semelhante à das formações subjacentes,
inclusive do embasamento cristalino (Pedreira, 1999). Esta organização vertical
reflete um ciclo de sedimentação progradante, desenvolvido em período de nível de
mar baixo. A Formação Salobro não apresenta metamorfismo e deformação
relevantes (Delgado et al., 2003).
D) CENOZÓICO
2.6 Grupo Barreiras e as coberturas
O Grupo Barreiras ocupa uma porção do extremo leste do Estado da
Bahia, ao longo de uma faixa com até quinze quilômetros de largura, adjacente à
linha da costa ou separada da mesma pelas formações quaternárias marinhas (Vilas
Boas in Barbosa & Dominguez, 1996).
Ocorre em extensos tabuleiros, dispostos em patamares ligeiramente
inclinados em direção à costa e assentados discordantemente sobre os sedimentos
17
juro-cretácicos da bacia do rio Almada e rochas granulíticas pré-cambrianas
(Arcanjo, 1997).
É composto por uma sequência de sedimentos terrigenos, pouco ou não
consolidados, de cores variegadas, variando entre argilas, areias e cascalhos, com
estratificação irregular, normalmente indistinta e, em geral, afossilífera (Vilas Boas in
Barbosa & Dominguez, 1996). Para vários autores sua sedimentação, que ocorreu
durante o Neogeno, está relacionada a fatores morfológicos, climáticos e tectônicos.
A hierarquia litoestratigráfica do Barreiras (se a unidade deve ser
considerada “Formação” ou “Grupo”) continua em discussão, mas a julgar pela
existência de diversas formações já definidas por diversos autores, o mais sensato
seria a adoção de “Grupo” (Arai, 2006).
As coberturas sedimentares ou depósitos neogenos são representados na
área de estudo pelas coberturas detríticas indiferenciadas, depósitos litorâneos
antigos, depósitos litorâneos, depósitos flúvio-lagunares e depósitos aluvionares, e
apresentam uma maior ocorrência na porção leste da região, associados aos
sedimentos do Grupo Barreiras.
18
Capítulo 3 - CARACTERIZAÇÃO DOS DIQUES MÁFICOS
3.1 ASPECTOS GERAIS DOS DIQUES MÁFICOS
Por definição diques são corpos tabulares intrusivos discordantes, ou seja,
que atravessam o bandamento, acamadamento ou outras estruturas das rochas
encaixantes (Winter, 2001).
Os diques podem ocorrer como corpos isolados, porém são encontrados
comumente em conjuntos (sets) que, quando numerosos, são denominados de
enxames (swarms). Os enxames de diques não precisam ser paralelos, podendo
apresentar a forma radial ou em anéis (Figura 3.1).
Figura 3.1: Bloco diagrama esquemático de alguns corpos intrusivos. Fonte: Winter (2001).
O termo máfico (sinônimo de fêmico) geralmente faz referência a minerais
escuros que, por incorporarem preferencialmente elementos compatíveis (Fe, Mg,
Ca), irão cristalizar em maiores quantidades nos estágios iniciais da consolidação
magmática e que, segundo a Série de Bowen, correspondem à olivinas, piroxênios,
anfibólios e micas (Wernick, 2004).
Estes minerais, por apresentarem riqueza de óxidos de FeO, MgO e CaO,
são caracterizados como minerais básicos (em oposição aos minerais ricos em SiO2,
que são considerados ácidos).
19
Outro termo utilizado no presente trabalho é o melanocrático, baseado na
cor da rocha, que é quantificada a partir de um valor conhecido como índice de cor
(M’), que corresponde ao volume percentual dos minerais máficos presentes. As
rochas melanocráticas possuem um percentual de 65 a 90% de minerais máficos
(Winter, 2001).
3.1.1 Petrografia
Durante as análises petrográficas foram observadas as relações de
contato, granulometria, feições de alterações e outras caracteristicas, que auxiliam a
descrição das rochas e na compreensão da sua história de cristalização e evolução.
Abaixo estão apresentadas as definições das principais características
petrográficas observadas (segundo Winter, 2001).
Texturas:
– Ofítica: Refere-se a ripas de plagioclásio englobadas por cristais grandes de
piroxênios;
– Sub-ofítica: Grandes ripas de plagioclásio parcialmente inclusos pelos
piroxênios;
– Intregranular: Pequenos cristais de piroxênio, olivina, produtos de alteração,
etc., preenchem os interstícios numa rede de largas hastes de plagioclásio. A
textura dolerítica é um equivalente de granulometria mais grossa da textura
intergranular das rochas vulcânicas;
– Intersetal: Similar a textura intergranular, porém com o vidro intersticial ou o
vidro alterado está com uma composição significante ocupações entre os
espaços das hastes de plagioclásio.
Processos de alteração:
– Saussuritização: É a alteração do plagioclásio para epídoto e saussurita;
– Sericitização: É o processo pelo qual os feldspatos são hidratados para
produzir sericita. Estágios incipientes podem ser reconhecidos pelo
surgimento de uma fina poeira de feldspatos em luz plano polarizada. Em
estágios mais avançados de alteração o feldspato manchado por micas tendo
20
como birrefrigência a cores amarela e então largos grumos com cristais mais
grossos e de alta birrefrigência;
– Cloritização: É a alteração de algum mineral máfico para clorita. Piroxênio,
hornblenda e biotitas são comumente observados sob uma seção em vários
estágios de alteração para clorita;
– Uralitização: Alteração deutérica de piroxênio para anfibólio devido à entrada
de água numa temperatura moderada;
– Biotitização: Processo similar a hidratação ou alteração deutérica que produz
a biotita, a partir do piroxênio ou mais comumente de uma hornblenda. Como
a biotita contém pouco Ca, o epídoto pode ser produzido, já que o Ca está
sendo liberado durante a alteração da hornblenda para biotita.
– Serpentinização: Processo de alteração onde minerais que formadores de
rochas máficas e ultramáficas, tais como a olivina, são convertidos em
serpentina pela adição de água na estrutura cristalina destes minerais.
Granulometrias (em mm):
– Muito fina (Ø ≤0,1);
– Fina (0,1 < Ø ≤ 1,0);
– Média (1,0 < Ø ≤5,0);
– Grossa (5,0 < Ø ≤ 20,0);
– Muito Grossa (Ø ≥ 20,0).
3.1.2 Geoquímica
Para a interpretação dos dados geoquímicos, serão utilizados os termos
referentes à composição química das amostras, levando em consideração as
relações entre os elementos maiores e traços. A partir dessas informações será
possível definir a série magmática das rochas (ou dos seus protólitos no caso de
rochas classificadas como metamórficas) e o ambiente tectônico em que foram
formadas.
As séries magmáticas fazem referência a um grupo de rochas que
compartilham as mesmas características químicas (e provavelmente mineralógicas)
e apresentam um padrão consistente nos diagramas de variação, sugerindo uma
21
relação genética (Winter, 2001). Estas séries podem ser classificadas como:
Alcalinas (sódica, potássica e alto K) e Subalcalinas (toleítica e cálcio-alcalinas).
As séries alcalinas e subalcalinas são separadas utilizando-se o diagrama
álcalis (Na2O+K2O) versus Sílica (SiO2) (e.g. Irvine & Baragar, 1971;Cox et al. 1979).
A série alcalina é caracterizada pelo enriquecimento em álcalis (Na2O+K2O)
e petrograficamente pela presença de feldspatóides, anfibólio sódico e/ou piroxênio
sódico.
A série cálcio-alcalina é caracterizada por uma razão FeOt/MgO
praticamente constante durante toda a cristalização magmática, ocorre desde os
estágios evolutivos iniciais, a cristalização conjunta entre máficos silicáticos
magnesianos e óxidos de ferro. Em termos de associação litológica, rochas
intermediarias e ácidas da associação basalto-andesito-dacito-riolito são mais
frequentes (Wernick, 2004).
Petrograficamente, as séries toleíticas são caracterizadas pela presença do
piroxênio pobre em Ca (augita subcálcica, hiperstênio e pigeonita). Os fenocristais
mais comuns são olivina e ortopiroxênio. É comum a olivina apresentar reação com
o liquido silicático para um piroxênio pobre em Ca (ortopiroxênio). Típicos das suítes
toleíticas é a coexistência de piroxênios ricos (augita) e pobres (pigeonita ou
hiperstênio) em Ca. Quimicamente a série toleítica segue o trend de Fenner que é o
enriquecimento em ferro na primeira etapa da evolução magmática. No caso da
série cálcio-alcalina este enriquecimento é atenuado ou inexistente, e o mineral
característico é o hiperstênio. Vários diagramas procuram discriminar essas duas
séries, sendo que o mais utilizado é o diagrama AFM, onde A representa os
alcalinos (Na2O + K2O); FeOt (FeO + 0,9Fe2O3) e M (MgO) (Fujimori, 1990).
No diagrama AFM o índice A serve para definir o grau de evolução de cada
uma das rochas da suíte considerada, fazendo o mesmo papel da sílica num
diagrama de Harker. Ligando-se uma amostra através de uma reta com o vértice A,
esta define sobre o lado F-M do triângulo, a proporção entre MgO e FeOt na rocha
(Wernick, 2004).
22
3.2 GEOLOGIA LOCAL
As principais exposições dos diques máficos situam-se em cortes de estrada
principalmente dispostos entre as cidades de Camacan e Santa Luzia e entre Santa
Luzia e Arataca. Sua distribuição pode ser observada na figura 3.2.
Figura 3.2: Mapa geológico da área de estudo. Adaptado de Moraes Filho & Lima (2007).
Souto et al. (1972) descreveram as litologias presentes na região de
Camacan, incluindo os diques máficos, as rochas encaixantes e as coberturas.
Segundo estes autores, os diques máficos, classificados como diabásios,
apresentam plagioclásio sempre em ripas esparsas numa matriz de minerais
escuros, estando fortemente caulinitizado. O quartzo aparece isolado em pequenos
grãos intersticiais ou, muitas vezes, intercrescidos com plagioclásio. O piroxênio
mais encontrado é do tipo pigeonita, frequentemente uralitizado. Tremolita-actinolita
e biotita são outros máficos sempre presentes. A presença de quartzo, muitas vezes
em percentagem significativa, classificam os diabásios como quartzo-diabásio.
Os diques apresentam coloração cinza a preta, granulometria variando de
muito fina a grossa e são isotrópicos e maciços (Fotografias 3.1).
23
Fotografia 3.1: A) Diques máficos de granulometria fina, isotrópicos e maciços. Ponto: CA-01. Coordenadas: 449.589mN e 8.298.309mE. B) Dique máfico de granulometria grossa. Ponto: CA-09. Coordenadas: 465.960mN e 8.299.649mE.
A forma dos diques máficos varia de reta (Fotografias 3.2A e B) a levemente
sinuosas (Fotografia 3.3A), a angulosas (Fotografia 3.3B). Preenchem fraturas
distensivas em variadas direções, como N10°, N25°, mas predominam direções
entre N60° e N80°. Possuem espessuras que variam de poucos centímetros a
dezenas de metros, mas predominam os menos espessos (de 5 a 31cm)
(Fotografias 3.2A e B).
Fotografia 3.2: A) Dique máfico reto com 5cm de espessura. Ponto: CA-05. Fazenda São José. Coordenadas: 456.833mN e 8.301.643mE. B) Dique máfico reto com 31cm de espessura. Ponto: CA-07A. Coordenadas: 459.446mN e 8.300.583mE.
24
Fotografia 3.3: Diques máficos com forma sinuosa (A) e angulosa (B). A) Ponto: CA-06B. Coordenadas: 458.998mN e 8.300.531mE. B) Ponto: CA-07A. Coordenadas: 459.446mN e 8.300.583mE.
É possível observar em campo, o contato entre a rocha encaixante granulítica
e o dique máfico (pontos CA-05, CA-06, CA-07, CA-14) (Fotografias 3.2A, 3.3, 3.4),
embora muitas vezes esses contatos não sejam facilmente reconhecíveis, pois estão
recobertos por uma espessa cobertura de solo. Outra característica comum aos
filões máficos é a presença de matacões apresentando capas concêntricas em torno
de um núcleo mais duro da rocha, lembrando escamas de uma cebola, denominada
de escamação ou exfoliação esferoidal.
Fotografia 3.4: Contato entre o dique máfico e a rocha encaixante (granulito). Ponto: CA-11. Coordenadas: 463.173mN e 8.304.279mE.
25
As rochas do embasamento classificadas como granulitos, que hospedam os
diques máficos de Camacan, apresentam macroscopicamente coloração cinza claro
(Fotografias 3.5) a preta e granulação média a grossa, com estruturas variando de
maciça a pouco foliada. Existem fraturas orientadas preferencialmente NNE-SSW e,
secundariamente, NNW-SSE, mergulhando para ESE. Os diques máficos estudados
ocorrem preenchendo essas fraturas, registrando, predominantemente, as mesmas
orientações observadas para os litótipos encaixantes.
Fotografia 3.5: Rocha granulítica representando o embasamento. Ponto: CA-13. Coordenadas: 460.845mN e 8.308.313mE.
3.3 PETROGRAFIA
Foram utilizadas neste trabalho 19 lâminas delgadas para o estudo
petrográfico. Para facilitar a descrição petrográfica, as lâminas foram separadas
quatro grupos (Figura 3.3) em função da granulometria: embasamento (Grupo 1 –
Rocha Granulítica), granulometria média (Grupo 2 - Diques Máficos Gabróicos),
granulometria fina (Grupo 3 - Diques Máficos Basálticos) e contato (Grupo 4 - Dique
Máfico do Contato com Encaixante Granulítica). Na tabela 3.1 é apresentada a
composição modal dos diferentes grupos analisados. As fichas petrográficas
encontram-se no Anexo 1.
26
Figura 3.3: Grupos das Lâminas para a descrição petrográfica.
Tabela 3.1: Tabela com as lâminas petrográficas da área de estudo, suas respectivas porcentagens e o grupo que pertencem. Pl-Plagioclásio; Cpx-Clinopiroxênio; Opx-Ortopiroxênio; Op-Opaco; Qt-Quartzo; Ap-Apatita; Minerais de Alteração (Hbl- Hornblenda + Chl-Clorita + Bt- Biotita + Srp-Serpentina + Ep-Epidoto); Grt-Granada; Zr-Zircão.
Grupos Classificação Lâmina Pl Cpx Opx Op Qt Ap Hbl+Chl+Bt+
Srp+Ep Grt Zr
1 GRANULITO CA-06C 50 - 5 3 18 - 23 - 1
CA-09B 57 - - 4 24 2 8 4 1
2 GABRO
CA-01A 43 17 7 13 1 1 18 - -
CA-03 59 21 8 5 1 - 6 - -
CA-04 59 11 12 9 < 1 < 1 9 - -
CA-05B 60 17 11 7 - < 1 5 - -
CA-09A 54 5 3 4 2 2 30 - -
CA-10 54 22 10 4 1 - 9 - -
CA-12 48 25 7 8 1 < 1 11 - -
CA-13 49 31 7 9 < 1 < 1 4 - -
3 BASALTO
CA-05A 41 13 5 10 < 1 - 31 - -
CA-06A 40 23 11 6 - - 20 - -
CA-06B 37 19 11 11 - - 22 - -
CA-07B 43 13 9 10 < 1 - 25 - -
CA-11A 45 7 3 15 - - 30 - -
CA-11B 41 28 12 7 - - 12 - -
4 CONTATO
CA-14A 62 18 7 3 < 1 < 1 10 - -
CA-14B 59 17 13 6 < 1 < 1 5 - -
CA-14C 50 5 10 6 - < 1 29 - < 1
27
GRUPO 1: ROCHA GRANULÍTICA - ENCAIXANTE
Este grupo é representado pelos pontos CA-06C e CA-09B e corresponde às
rochas do embasamento granulítico. De acordo com o diagrama QAP (Streckeisen,
1976), o protólito destas rochas foi classificado como tonalito (Figura 3.4).
Figura 3.4: Diagrama QAP (Streckeisen, 1976) para a classificação do protólito das rochas do embasamento da região de Camacan.
É caracterizado por apresentar texturas porfiroblásticas e granoblásticas
granular (Fotomicrografia 3.1) e decussada, marcada pela presença de minerais
sem orientação. Este tipo litológico é constituído, predominantemente, por
plagioclásio, quartzo e hiperstênio. Porções menores de minerais opacos,
hornblenda, biotita, granada e apatita.
28
Fotomicrografia 3.1: Aspecto geral da lâmina evidenciando a textura granoblástica granular. Amostra CA-06C. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Hbl-Hornblenda; Qtz-Quartzo. Aumento: 25X.
O plagioclásio perfaz cerca de 54% do volume total da rocha. Na lâmina CA-
09B é comum a presença de alto grau de alteração, devido os processos de
saussuritização/sericitização, embora na lâmina CA-06C ocorra baixo grau dos
processos de alteração (saussuritização/sericitização), alguns cristais encontram-se
bastante alterados. Seus cristais variam entre 0,8 a 2,6mm, ocorrendo na forma
xenoblástica a subidioblástica, com cristais alongados. Raros cristais apresentam
geminação segundo a lei da albita.
O quartzo perfaz cerca de 21% do volume total da rocha. Possui formas
alongadas e arredondados (xenobláticos). Os tamanhos variam entre 0,6 a 2,0 mm,
com alguns cristais que chegam até 3mm.
Apenas na lâmina CA-06C foi observada a presença de cristais de piroxênio
(orto), representado por cristais xenoblásticos e bastante fraturados.
Os minerais opacos correspondem a 4% do volume total da rocha e, em
alguns cristais é possível observar bordas de esfeno/titanita. Foi observado também
a presença da textura de intercrescimento do mineral opaco nos planos de clivagem
do ortopiroxênio (Fotomicrografia 3.2).
29
Fotomicrografia 3.2: Textura de intercrescimento do mineral opaco nos planos de clivagem do ortopiroxênio. Amostra CA-06C. A) Sem analizador. Aumento=200X. B) Sem analizador. Aumento=400X. Pl-Plagioclásio; Op-Opaco; Opx- Ortopiroxênio.
As apatitas apresentam formas subédricas e tamanhos que variam entre
0,2 a 0,3mm.
Estão presentes também cristais de granada, biotita e zircão, além dos
minerais de alteração como a clorita, mica branca e hornblenda.
A biotita possui tamanhos de 0,2 a 1mm, apresenta pleocroísmo marrom
claro ao marrom avermelhado intenso (Fotomicrografia 3.3), e contatos irregulares
com os minerais opacos, granada, quartzo e plagioclásio.
Fotomicrografia 3.3: Cristal de biotita mostrando a variação dos pleocroismo. Amostra CA-09B. A) Sem analizador. B) Com analizador. Op-Opaco; Grt-Granada; Bt-Biotita. Aumento= 100X.
As granadas possuem tamanhos de 0,8 a 2mm, além de cristais com até
3,6mm de diâmetro. Os cristais estão sempre em contato com a alteração dos
plagioclásios e com o quartzo (Fotomicrografia 3.4).
30
Fotomicrografia 3.4: Aspecto geral da granada. Amostra CA-09B. A) Sem analizador. B) Com analizador. Qtz-Quartzo; Grt-Granada. Aumento= 25X.
O zircão apresenta cristais com tamanhos de 0,05 a 0,09mm e 0,15 a
0,19mm, com formas euédricas a subédricas (cristais arredondados) e estão
inclusos no plagioclásio (Fotomicrografia 3.5).
Fotomicrografia 3.5: 1 e 2. Cristais de zircão inclusos no plagioclásio. Amostra CA-06C. A) Sem analizador. B) Com analizador. Bt-Biotita; Pl-Plagioclásio; Chl-Clorita; Zr-Zircão. Aumento= 200X.
31
Presença de epidoto com forma irregular (xenoblástica), disperso em varias
partes da lâmina CA-09B, associado aos plagioclásios mais alterados
(Fotomicrografia 3.6).
Fotomicrografia 3.6: Aspecto geral dos cristais de epidoto, associado aos plagioclásios alterados. Amostra CA-09B. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Op-Opaco; Ep- Epidoto. Aumento= 200X.
GRUPO 2 – DIQUES MÁFICOS GABRÓICOS (Granulometria Média)
As características gerais deste grupo são: possuem uma granulometria
média, são holocristalinas, apresentam as texturas ofitica, subofítica, intergranular
(Fotomicrografia 3.7) e diabásica. São compostas basicamente por plagioclásios e
piroxênios (clino e orto), seguidos por minerais opacos e os minerais de alteração do
plagioclásio, como as micas brancas, e dos piroxênios, que são a hornblenda, biotita
e clorita, além de minerais acessórios como a apatita e o quartzo.
A seguir serão descritos os minerais separadamente por ordem de
grandeza/abundância.
Os plagioclásios foram classificados como andesina com variação dos
teores de anortita (An) entre 35 a 44%, obtidos através do método Michel-Levi (Kerr,
1959) e representam cerca de 54% do volume total da rocha. As formas variam de
euédricas a anédricas, sendo os tipos subédricos os predominantes. Os cristais
puderam ser separados em dois grupos: os prismáticos, que apresentam as
geminações segundo as leis da albita e albita-Carlsbad, e em raros cristais (menor
expressão), a geminação periclina, e os arredondados, mais preservados. Apenas
na lâmina CA-13 foi possível observar nitidamente o zoneamento dos cristais
(Fotomicrografia 3.8), nas outras lâminas há indícios de um zoneamento, como nos
32
cristais onde a concentração da alteração está no centro dos cristais e as bordas
encontram-se preservadas. Presença da extinção ondulante é comum.
Fotomicrografia 3.7: 1. A e B – Aspecto geral das texturas ofíticas e subofíticas, onde os cristais de plagioclásio encontram-se inclusos nos cristais de piroxênio. Aumento= 100X. 2. A e B – Textura intergranular, onde o piroxênio já foi substituído pelos processos de alteração pela associação Anf+Cl+Bt. Aumento= 200X. Amostra CA-01A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Ap-Apatita; Op- Opaco; Hbl- Hornblenda; Chl-Clorita; Bt- Biotita; Cpx-Clinopiroxênio.
Fotomicrografia 3.8: Zoneamento dos cristais de plagioclásio. Amostra CA-13. A) Com analizador. B) Com analizador, com giro de 90° em relação a A. Pl-Plagioclásio; Px-Piroxênio. Aumento= 100X.
33
Os cristais prismáticos subédricos (geminados) possuem comprimento
máximo de 2,8mm e mínimo até 0,2mm, enquanto que os cristais anédricos
(arredondados) apresentam tamanhos que variam entre 2,6 a 0,2 mm de diâmetro.
Processos de saussuritização/sericitização foram identificados, principalmente nos
cristais prismáticos. A alteração se desenvolveu principalmente no centro dos
cristais, onde é possível identificar aspecto nublado e difuso, com bordas mais
claras.
Alguns cristais encontram-se dispostos em forma de X ou de cruz, alguns
apresentam-se como finas ripas alongadas cortando outros cristais de plagioclásio
que se apresentam prismáticos. Os contatos são retos, irregulares e curvos com os
piroxênios e com os outros cristais de plagioclásio. No centro dos cristais existem
inúmeras inclusões minerais com forma de agulhas de coloração verde a incolor
(sendo este o predominante), provavelmente referentes à clorita e as micas brancas
(sericita e moscovita), às vezes com hábito radial. Em algumas lâminas as micas
brancas encontram-se bem desenvolvidas, formando verdadeiros aglomerados. No
centro de alguns cristais anédricos há presença de minerais opacos.
Os cristais de piroxênios presentes são os clinopiroxênios representados
pela augita e pelo diopsídio e os ortopiroxênios pelo hiperstênio, que juntos ocupam
cerca de 30% do volume total da rocha.
De forma geral, são caracterizados por apresentar cristais anédricos
(predominantes) a subédricos, além de formas alongadas. Ocorrem com tamanhos
variando de 0,3 a 1,6mm (fina a média) e contatos curvos e retos com os
plagioclásios e curvos, retos e irregulares com os minerais opacos. Diversos cristais
apresentam geminação (Fotomicrografia 3.9). Não raramente, os cristais apresentam
o centro preservado, enquanto as bordas são marcadas pelos processos de
alteração como a uralitização, cloritização e biotitização (Fotomicrografia 3.10),
evidenciados pela associação hornblenda+clorita+biotita (Hbl+Chl+Bt). A lâmina CA-
09A, apresenta raros cristais de piroxênio, sendo que eles apresentam apenas o
centro preservado, com grandes halos/bordas de alteração de hornblenda e clorita.
Apesar de apresentarem características muito semelhantes, como o hábito e
as relações de contato entre os minerais, o ortopiroxênio apresenta-se de coloração
esverdeada e pleocroísmo variando de verde a róseo e extinção paralela, que o
distingue dos clinopiroxênios.
34
Fotomicrografia 3.9: Cristais subédricos de piroxênio com geminação. Amostra CA-01A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Op-Opaco; Hbl-Hornblenda; Cpx-Clinopiroxênio. Aumento=100X.
Fotomicrografia 3.10: Cristais de piroxênio com o centro preservado e as bordas compostas por hbl devido o processo de uralitização. Amostra CA-01A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Op-Opaco; Hbl-Hornblenda; Chl-Clorita; Bt- Biotita; Cpx-Clinopiroxênio. Aumento= 200X.
Os minerais opacos ocupam cerca de 8% do volume total da rocha e são
representados pela magnetita e ilmenita. Possuem formas euédricas (menos
abundantes) a anédricas e alongadas e ocorrem com tamanhos que variam de 0,3 a
1,2 mm de diâmetro (fina a média), sendo que os cristais alongados possuem
comprimento de até 1,3 mm. Os contatos são retos a curvos com os plagioclásios e
irregulares com os piroxênios. Apresentam finas bordas de hornblenda e clorita, e
halos do coloração amarronzada (transformação para titanita). Alguns cristais não
apresentam halos de oxidação (como os cristais euédricos), apresentando um
contato direto (sem presença de minerais de alteração) com os outros cristais como
os plagioclásios e piroxênios. A maioria dos cristais encontra-se ou inclusos nos
piroxênios ou com a maioria das faces em contato com o mesmo. Nos cristais
menores é mais comum observar as relações entre eles e os minerais secundários
35
de alteração do piroxênio como hornblenda+clorita+biotita, além dos halos de
alteração (oxidação). Nos cristais maiores ou não há bordas de outros minerais ou
as ocorrências são reduzidas. No centro da textura intergranular pode-se observar a
presença de opacos. Quanto maior o cristal de opaco menor a associação dele com
os minerais de alteração do piroxênio.
Os minerais gerados a partir de processos de alteração como a hornblenda,
clorita, biotita, serpentina e epidoto correspondem a 9% do volume total da rocha e
serão descritos a seguir.
O anfibólio é representado pela hornblenda. Alguns cristais de hornblenda
apresentam no centro pleocroísmo marrom a verde amarronzado e nas bordas o
verde azulado a verde musgo (Fotomicrografia 3.11). Os cristais apresentam formas
anédricas. Em algumas lâminas os cristais encontram-se bem cristalizados
(Fotomicrografia 3.12), enquanto que em outras se assemelham a manchas de
coloração do pleocroísmo (marrom a verde azulado e verde musgo). Quando bem
cristalizados, possuem tamanhos que variam entre 0,8 a 1,0 mm de diâmetro (finos).
O contato é sempre irregular com o piroxênio. Apresentam-se numa associação com
minerais opacos, clorita e biotita, por se tratarem dos minerais de alteração dos
piroxênios.
Fotomicrografia 3.11: Cristal de hornblenda, com pleocroismo variando de verde musgo a verde azulado. Amostra CA-04. A) Sem analizador. B) Sem analizador, com giro de 90° em relação a A. Pl-Plagioclásio; Hbl-Hornblenda. Aumento= 200X.
36
Fotomicrografia 3.12: Cristal de anfibólio associado com minerais opacos, apatita e biotita. Amostra CA-09A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Ap-Apatita; Hbl-Hornblenda; Bt- Biotita; Op- Opacos. Aumento= 200X.
A clorita, gerada a partir da alteração do piroxênio, às vezes apresenta um
hábito radial e cristais bem desenvolvidos (Fotomicrografia 3.13), enquanto outros
cristais estão dispostos como aglomerados de granulometria fina com pequenos
cristais de minerais opacos inclusos.
A biotita possui coloração marrom avermelhado (anômala). Alguns cristais
apresentam-se cloritizados, e geralmente estão envolvendo ou em contato
(Fotomicrografia 3.13) com os minerais opacos.
A serpentina ocorre em menor volume em relação aos outros minerais de
alteração descritos anteriormente, se apresenta como aglomerados (Fotomicrografia
3.14).
A apatita representa 2% do volume total da rocha e apresenta predominância
dos cristais euédricos, porém alguns são anédricos e subédricos. Vários cristais
apresentam a forma hexagonal que representa sua seção basal com tamanho
variando de 0,6 a 0,15mm de diâmetro (Fotomicrografia 3.15 – 1). Alguns cristais
apresentam a forma alongada que chegam a ter 1,2mm de diâmetro
(Fotomicrografia 3.15 – 2 e 3). Apresentam contatos retos e irregulares com a
hornblenda e a biotita e curvos com os plagioclásios alterados, com os minerais
opacos o contato é irregular e alguns cristais apresentam contato reto com os
piroxênios. Parte dos cristais encontra-se incluso nos cristais de plagioclásio, assim
como entre os plagioclásios e piroxênios alterados. Os cristais apresentam-se na
maioria das lâminas dispersos, porém em algumas (CA-01 e CA-09A, por exemplo)
é possível observar a concentração de cerca de 7 cristais em um único campo de
visão (100X).
37
Fotomicrografia 3.13: 1. Cristais de biotita cloritizada e clorita bem desenvolvidos (posição de extinção da biotita) 2. Giro de 45° da platina em relação a 1 (posição de máxima luminosidade da biotita). Amostra CA-9A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Ap-Apatita; Op- Opacos; Chl-Clorita; Bt- Biotita. Aumento= 200X
Fotomicrografia 3.14: Cristais clorita e serpentina. Amostra CA-04. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Chl-Clorita; Serpentina. Aumento= 200X.
Os cristais de quartzo apresentam formas anédricas, com contatos
irregulares, curvos a embaiados, com os termos mais alterados dos plagioclásios e
piroxênios, associados com clorita/hornblenda. Alguns cristais apresentam-se
38
alongados, separando cristais de plagioclásio com bordas com alto grau de
alteração. Ocorrem com tamanhos que variam entre 0,2 a 0,6mm de diâmetro,
sendo que na lâmina CA-09A foram observados cristais que possuem tamanhos que
variam entre 1 a 1,3mm de diâmetro.
Fotomicrografia 3.15: 1. Concentração de cristais de apatita. Amostra CA-01A. Aumento= 100X. 2. Cristais de apatita com formas alongadas. Amostra CA-9A. Aumento= 200X. 3. Cristais de apatita alongados, associados a biotita. Amostra CA-9A. Aumento= 100X. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Ap-Apatita; Hbl- Hornblenda; Chl-Clorita; Bt- Biotita; Op- Opacos.
39
O rutilo ocorre como traço, incluso nos cristais de plagioclásio
(Fotomicrografia 3.16).
Fotomicrografia 3.16: Inclusão de rutilo no plagioclásio com baixo grau de alteração. Amostra CA-01A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Bt- Biotita; Rt-Rutilo. Aumento= 200X.
Na lâmina CA-09A foi identificado o epidoto (Fotomicrografia 3.17) que
possui formas anédricas e contatos irregulares com os plagioclásios, clorita e
hornblenda.
Fotomicrografia 3.17: Aspecto geral dos cristais de epidoto. Amostra CA-09A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Bt- Biotita; Hbl-Hornblenda, Chl-Clorita; Ep- Epidoto. Aumento= 100X.
GRUPO 3 – DIQUES MÁFICOS BASÁLTICOS (Granulometria Fina)
A característica principal deste grupo é a granulometria fina. Estão presentes
as texturas ofítica, subofítica (Fotomicrografia 3.18), intergranular e fortemente
porfirítica. As rochas deste grupo possuem composição mineralógica similar aos
40
diques do Grupo 2 (Diques Gabróicos), sendo compostas predominantemente por
plagioclásios e piroxênios (clino e orto), seguidos por minerais opacos e os minerais
de alteração dos plagioclásios (micas brancas) e dos piroxênios (hornblenda, biotita
e clorita), além de minerais acessórios como o quartzo e apatita.
Fotomicrografia 3.18: Aspecto geral dos cristais de clinopiroxênio englobando os cristais de plagioclásio. Amostra CA-11B. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Cpx-Clinopiroxênio; Op- Opacos; Chl-Clorita. Aumento= 100X.
Os diques que apresentam textura fortemente porfirítica são marcados pela
presença de fenocristais constituídos predominantemente por plagioclásio e de
forma subordinada, por olivina serpentinizada (com tamanhos que variam de 0,8 a
1,3mm – Fotomicrografia 3.19), cuja matriz de granulometria fina é constituída por
plagioclásio, piroxênio, serpentina e minerais opacos (Fotomicrografia 3.20).
41
Fotomicrografia 3.19: Aspecto geral da textura porfirítica, onde se observa formas ripiformes de plagioclásio (1) e anédricos de olivina serpentinizada (2) imersos numa matriz muito fina. 1. Aumento= 25X. 2. Aumento= 100X. Amostra CA-11A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Srp-Serpentina.
Fotomicrografia 3.20: Matriz fina composta por ripas de plagioclásio alterado e serpentina. Amostra CA-11B. A) Sem analizador. B) Com analizador. Srp-Serpentina; Pl-Plagioclásio; Op- Opacos. Aumento= 100X.
42
A seguir serão descritos os minerais separadamente:
Os plagioclásios ocupam cerca de 41% do volume total da rocha e foram
classificados como andesina, com teor de anortita que representa valores entre 38 –
41%, através do método Michael-Levi (Kerr, 1959). Os tamanhos variam entre 1mm
de comprimento máximo (CA-06A) a 0,15mm de comprimento mínimo (CA-05A).
Predominância de formas anédricas e também cristais subédricos. Os cristais
encontram-se em geometria na forma de X. Estão geminados segundo as leis albita
e albita-Carlsbad. Presença de extinção ondulante. Inclusões de minerais
fibrosos/agulhas (clorita/mica branca). Os processos de alteração presentes são a
saussuritização e a sericitização, observados em diferentes graus nas lâminas.
Alguns cristais estão intensamente alterados, principalmente no centro, praticamente
todo substituído por mica branca, enquanto que alguns cristais encontram-se bem
preservados. O alto grau de alteração em algumas lâminas não possibilitou a
determinação do teor de anortita (An).
Os cristais de piroxênios estão representados por orto e clino que, juntos,
ocupam cerca de 26% do volume total da rocha. Predominam cristais com forma
anédrica, alguns se apresentam prismáticos (anédricos a subédricos), com
tamanhos que variam de 0,2 a 0,4mm. Ocorrem cristais geminados. De forma geral,
os piroxênios apresentam núcleos preservados e bordas com intenso grau de
alteração, caracterizados pelos minerais secundários gerados a partir dos processos
de uralitização, cloritização e biotitização, embora em algumas lâminas os cristais
encontrem-se bem preservados, sem alteração.
Os minerais opacos representam cerca de 10% do volume da rocha.
Apresentam-se predominantemente com formatos anédricos, mais raramente
subédricos e euédricos, ou com hábitos alongados. Ocorrem com tamanhos que
variam de 0,075 a 0,8mm e os contatos são irregulares com os plagioclásios e
piroxênios. Alguns cristais possuem bordas de alteração de coloração marrom
representados por esfeno/titanita.
O quartzo possui forma anédrica, ocorre raramente e tamanhos
de 0,3mm de diâmetro.
Outros cristais presentes de forma subordinada são a biotita, hornblenda e
clorita e representam a associação de alteração dos piroxênios.
43
GRUPO 4: DIQUE MÁFICO DO CONTATO COM ENCAIXANTE GRANULÍTICA
Este grupo representa o contato imediato entre o dique máfico e a rocha
encaixante (Lâmina CA-14A) e a transição para o núcleo do dique (Lâminas CA-14B
e C).
Lâmina CA-14A (Contato)
Nesta lâmina são observadas as texturas hipo a holocristalina, inequigranular,
ofitica, subofítica, intergranular a intersetal, porfirítica, marcada pela presença de
microfenocristais de plagioclásio imersos numa matriz de granulação vítrea
(Fotomicrografia 3.21) a fina, constituída por vidro, plagioclásio, ortopiroxênio e
clinopiroxênio.
Fotomicrografia 3.21: Aspecto geral do contato da parte vítrea com o dique máfico. Amostra CA-14A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl - Plagioclásio; Cpx –Clinopiroxênio; Opx -Ortopiroxênio. Aumento= 25X.
Os cristais de plagioclásios ocorrem com 62% do volume total da rocha.
São cristais euédricos a subédricos, com predominância de forma de ripas
(prismáticos) e estão geminados predominantemente segundo a lei albita-Carlsbad
e, raramente, na lei albita. Presença de extinção ondulante. Os cristais apresentam
tamanhos que variam de 1,2 a 2,4mm, com raros cristais com até 3,6mm. Alguns
cristais na porção vítrea apresentam os processos de saussuritização e sericitização.
Os piroxênios ocorrem com 25% do volume total da rocha. Possuem
formas subédricas a anédricas e tamanhos de 0,5 a 1,4mm. Apresentam-se ora
como prismas ora como pequenas ripas, alguns cristais são arredondados. Nos
raros cristais que apresentam contatos com outros minerais no caso dos
44
plagioclásios o contato com o piroxênio é irregular. Possuem cristais com geminação
(Fotomicrografia 3.22).
Fotomicrografia 3.22: Cristais geminados de plagioclásio e piroxênio. Amostra CA-14A. A e B) Com analizador. Pl - Plagioclásio; Cpx –Clinopiroxênio; Opx -Ortopiroxênio. Aumento= 100X.
Lâminas CA-14B e CA-14C
Foram identificados plagioclásios, piroxênios e anfibólios, além de cristais de
zircão, rutilo, serpentina, biotita (cristais anédricos, alguns cristais encontram-se
alongados) e clorita que apresenta tamanhos de até 0,6 a 0,7mm e apresentam uma
forte relação com os cristais de epidoto.
Os plagioclásios correspondem a 55% do volume total da rocha e
apresentam formas euédricas a subédricas (ripas) com tamanhos que variam de 0,2
a 1,6mm. Apresentam-se geminados sob as leis da albita, albita-Carlsbad e
periclina. Na lâmina CA-14B o plagioclásio é a andesina (teor de anortita de 44%), já
na CA-14C os cristais encontram-se bastante alterados (intensos processos de
saussuritização e sericitização) e por isso não foi possível determinar o teor de
anortita (An). Alguns cristais possuem inclusões de clorita.
Os piroxênios (clino e orto) representam cerca de 11% do volume
total da rocha e possuem formas anédricas (arredondadas), com tamanhos que
variam de 0,6 a 1,6mm. Contatos curvos e retos com os plagioclásios e curvos e
irregulares com os opacos. Baixo grau de alteração e geração de paragênese
secundária como Hornblenda+Clorita+Biotita. Alguns cristais apresentam-se
geminados.
45
O anfibólio possui forma subédrica a anédrica. O pleocroísmo varia de
marrom intenso (avermelhado) a quase incolor. Os tamanhos variam entre 0,4 a
1mm e os contatos são irregulares com o piroxênio e retos com o plagioclásio.
Os minerais opacos representam 6% do volume total da rocha e apresentam
formas subédricas a anédricas e também formas alongadas, com diâmetros que
variam de 0,2 a 1,2mm. Os contatos são curvos a irregulares com os plagioclásios e
piroxênios. Alguns cristais apresentam contatos retos com os plagioclásios. Outros
cristais apresentam bordas de esfeno/titanita, formando a textura coroa de reação
(Fotomicrografia 3.23).
Fotomicrografia 3.23: Minerais opacos envolvidos por esfeno (coroa de reação). Amostra CA-14C. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Bt- Biotita; Spn-Esfeno; Op-Opaco; Chl-Clorita; Hbl-Hornblenda. Aumento= 200X.
O quartzo apresenta formas anédricas.
A apatita possui formas euédricas (representando a seção basal) a
subédricas, presença também de cristais alongados com 0,2mm de comprimento.
Está presente nos contatos entre os plagioclásios e piroxênios alterados.
O epidoto geralmente apresenta-se associado com os cristais de clorita,
sempre anédricos (formas indefinidas).
Cristais de zircão (Fotomicrografia 3.24) ocorrem como traço incluso nos
cristais de plagioclásio e hornblenda.
46
Fotomicrografia 3.24: Presença de zircão na lâmina do dique máfico. Amostra CA-14C. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Hbl-Hornblenda; Zr-Zircão. Aumento= 400X.
3.4 GEOQUÍMICA PRELIMINAR
Para a análise do comportamento geoquímico dos diques máficos da
região de Camacan foram analisados elementos maiores e traços em 21 amostras
(Tabela 3.2). Foram também dosados elementos maiores e traços para o
embasamento granulítico.
Foram utilizados diagramas de classificação e nomenclatura (e.g. Cox et
al., 1979), diagramas binários para a investigação da evolução magmática (e.g.
Harker, 1909) e diagramas ternários de ambiência tectônica (Pearce & Norry 1979;
Pearce & Cann, 1973).
3.4.1 Classificação e Nomenclatura
Para a classificação e nomenclatura destas rochas foram utilizados os
diagramas sílica versus álcalis total (TAS) (Cox et al., 1979), A (Na2O + K2O) - F
(FeOT) - M (MgO) (Irvine & Baragar, 1971) e Na2O+K2O versus SiO2 (Irvine &
Baragar, 1971). No diagrama TAS as rochas estudadas plotam no campo dos
basaltos, abaixo da linha de Zanettin (1984) no campo das rochas subalcalinas,
exceto a amostra CA-01 que apresentou teores de álcalis (4,05%) um pouco mais
elevados plotando no campo alcalino (Figura 3.5). Este comportamento é confirmado
também no diagrama Na2O+K2O versus SiO2 (Figura 3.6). As rochas do Grupo 2 são
então classificadas como gabros, pois são os correspondentes plutônicos das
rochas do Grupo 3.
47
No diagrama Na2O+K2O versus SiO2 as amostras plotam
predominantemente no campo da série subalcalina (Figura 3.6), exceto a amostra
CA-01 que plota no campo da serie alcalina.
No diagrama AFM (Figura 3.7) é evidenciado o comportamento
subalcalino das amostras, já que estão plotadas no campo da serie toleítica,
marcada pelo enriquecimento em ferro (ou Trend de Fenner), em relação aos teores
de MgO.
Figura 3.5: Diagrama sílica versus álcalis total (TAS) de classificação de rochas vulcânicas, segundo Cox et al. (1979) para os diques máficos de Camacan. A linha tracejada separa os campos alcalinos e toleíticos, segundo Zanettin (1984).
48 Tabela 3.2: Análises químicas em rocha total (elementos maiores e traços) para os diques máficos de Camacan, Bahia e de seu embasamento tonalitos granulíticos. DM - Diques Máficos, Emb-Embasamento.
Grupo 1 Grupo 2
CA-06C CA-09B CA-01 CA-02 CA-03 CA-04 CA-05B CA-07C CA-07D CA-08 CA-09A CA-10 CA-12 CA-13 CA-14B
LAT 458.966 465.960 449.589 449.870 450.013 451.186 456.807 459.477 459.477 462.908 465.960 464.686 463.234 460.845 457.181
LONG 8.300.497 8.299.649 8.298.309 8.298.254 8.298.201 8.298.277 8.301.676 8.300.541 8.300.541 8.299.654 8.299.649 8.302.158 8.306.305 8.308.313 8.312.135
Tipo litológico Emb Emb DM DM DM DM DM DM DM DM DM DM DM DM DM
Classificação TAS /QAP Tonalito Tonalito Gabro Gabro Gabro Gabro Gabro Gabro Gabro Gabro Gabro Gabro Gabro Gabro Gabro
SiO2 60,23 65,41 46,51 47,17 50,64 48,88 45,53 47,04 46,98 48,72 49,47 48,03 48,48 47,48 46,59
TiO2 0,580 0,697 3,439 2,971 1,603 2,642 2,992 2,755 2,764 2,341 3,047 2,181 2,963 3,255 3,189
Al2O3 16,60 16,99 12,37 12,82 13,39 12,88 12,91 13,80 13,05 14,20 12,80 13,30 12,26 12,38 12,79
Fe2O3 6,67 3,85 18,05 15,72 14,44 15,27 16,36 16,08 16,05 13,72 15,57 14,70 16,92 18,03 17,58
MnO 0,086 0,040 0,257 0,236 0,207 0,226 0,216 0,244 0,238 0,204 0,264 0,220 0,235 0,260 0,229
MgO 3,11 0,90 4,31 5,60 5,88 5,56 6,58 5,99 5,95 5,60 3,85 6,12 4,97 4,79 5,85
CaO 5,99 3,96 8,23 9,80 9,85 9,27 10,58 9,63 9,68 9,39 7,26 10,31 8,79 9,09 9,28
Na2O 3,95 4,20 2,83 2,54 2,45 2,75 2,31 2,47 2,46 2,64 2,97 2,52 2,67 2,69 2,44
K2O 1,69 1,72 1,22 0,59 0,52 0,78 0,65 0,71 0,68 0,86 1,15 0,30 0,72 0,65 0,68
P2O5 0,180 0,122 0,893 0,435 0,143 0,271 0,325 0,383 0,390 0,392 0,953 0,236 0,348 0,399 0,327
Loi 0,94 1,50 0,76 1,48 1,04 1,12 1,18 1,08 1,10 1,48 2,06 1,66 0,94 0,26 0,00
Total 100,03 99,39 98,87 99,36 100,16 99,65 99,63 100,18 99,34 99,55 99,39 99,58 99,30 99,28 98,96
Ba 722 621 739 333 168 299 254 195 192 413 412 145 296 247 244
Ce 89 133 80 83 73 57 49 52 47 95 37 65 50 55 59
Co 16 7 37 41 44 41 44 46 46 38 28 39 40 40 45
Cr 64 43 < 13 96 61 83 151 95 92 149 < 13 92 48 < 13 80
La 38 89 58 < 28 < 28 < 28 < 28 < 28 < 28 < 28 47 < 28 < 28 30 < 28
Nb < 9 12 18 19 < 9 14 14 14 14 20 22 12 17 17 15
Nd 43 52 69 63 40 50 48 61 62 43 81 50 65 64 55
Ni 39 33 20 54 64 47 90 75 72 57 28 60 43 34 81
Rb 41 35 34 20 16 18 18 19 18 21 28 7 17 14 15
Sc 15 < 14 43 43 32 40 45 40 35 37 35 39 37 38 42
Sr 511 684 339 334 221 294 292 270 268 269 261 215 254 243 252
Th 7 32 11 8 8 9 10 10 10 9 9 7 10 10 9
U < 3 < 3 9 8 6 8 9 9 9 8 9 8 11 10 8
Y 16 6 47 41 23 38 32 39 36 41 69 32 44 43 39
Zr 177 255 255 192 104 175 146 174 178 221 395 139 199 192 187
49 Tabela 3.2-Continuação1: Análises químicas em rocha total (elementos maiores e traços) para os diques máficos de Camacan, Bahia. DM - Diques Máficos.
Grupo 3
CA-05A CA-06A CA-06B CA-07A CA-07B CA-11A CA-11B CA-14A
LAT 456.807 459.028 458.998 459.446 459.477 463.173 463.173 457.181
LONG 8.301.676 8.300.538 8.300.531 8.300.583 8.300.541 8.304.279 8.304.279 8.312.135
Tipo litológico DM DM DM DM DM DM DM DM
Classificação TAS (Cox et al. 1979). Basalto Basalto Basalto Basalto Basalto Basalto Basalto Basalto
SiO2 47,60 48,19 48,15 46,29 47,27 45,33 45,23 48,71
TiO2 3,325 2,673 2,658 3,388 2,862 1,979 1,970 2,623
Al2O3 12,60 13,16 13,19 12,76 13,01 15,57 15,39 13,89
Fe2O3 17,34 15,43 15,33 16,79 16,23 14,48 14,05 16,14
MnO 0,244 0,223 0,233 0,248 0,241 0,201 0,198 0,208
MgO 5,12 5,77 5,78 5,53 5,69 6,35 6,79 4,51
CaO 9,10 9,71 9,67 9,54 9,73 10,48 10,00 7,97
Na2O 2,54 2,64 2,61 2,43 2,47 2,37 2,54 2,93
K2O 0,57 0,74 0,58 0,64 0,60 0,38 0,41 1,23
P2O5 0,386 0,402 0,396 0,549 0,421 0,233 0,220 0,347
Loi 0,76 0,16 1,00 1,16 1,12 2,18 2,88 0,64
Total 99,59 99,10 99,60 99,33 99,64 99,55 99,68 99,20
Ba 226 416 349 245 164 191 187 515
Ce 84 68 80 < 35 62 < 35 79 70
Co 46 45 41 41 42 53 55 58
Cr 73 79 73 89 76 75 81 20
La < 28 28 34 < 28 < 28 30 < 28 41
Nb 17 18 18 25 14 11 10 16
Nd 71 66 66 76 64 64 46 65
Ni 57 52 52 57 65 77 76 53
Rb 15 14 12 23 19 13 12 30
Sc 39 38 42 40 37 35 36 30
Sr 213 314 313 276 257 280 357 318
Th 9 8 8 10 9 6 7 10
U 7 8 7 10 8 7 6 7
Y 54 36 35 50 39 26 25 34
Zr 238 184 179 256 188 114 111 217
50
Figura 3.6: Diagrama Na2O + K2O versus SiO2, segundo Irvine & Baragar (1971), para os diques máficos de Camacan.
Figura 3.7: Diagrama A (Na2O + K2O), F (FeOT = 0,9Fe2O3+FeO), M (MgO), segundo Irvine & Baragar (1971) para os diques máficos de Camacan. A linha cheia representa a suíte toleítica do Hawaii, segundo MacDonald & Katsura (1964).
51
3.4.2 Ambiência Tectônica
O ambiente tectônico para as rochas filoneanas foi definido utilizando-se
os diagramas de Pearce & Norry (1979) que relaciona o log. Zr versus log. Zr/Y
(Figura 3.8) e o diagrama ternário (ZrxTi/100xY*3) de Pearce & Cann (1973) (Figura
3.8). As amostras plotaram no campo dos basaltos intraplaca em ambos os
diagramas. A amostra CA-09A, por possuir teores de Zr mais elevados (395ppm;
Tabela 3.2) se afasta do campo A da figura 3.8 e plota no campo C da figura 3.9.
Figura 3.8: Diagrama discriminante log. Zr versus log. Zr/Y, (Pearce & Norry 1979) para os diques máficos de Camacan.
52
Figura 3.9: Diagrama discriminante ZrxTi/100xY*3 (Pearce & Cann, 1973) para os diques máficos de Camacan.
3.4.3 Comportamento Geoquímico dos Elementos Maiores e Traços
Para definir a evolução magmática dos filões máficos da região de
Camacan foram utilizados diagramas binários, que permitiram analisar os elementos
maiores e traços em relação ao MgO. Estas rochas, por terem sido classificadas
como de composição básica, o teor de magnésio (MgO) foi mais representativo que
o de SiO2, que é mais utilizado para rochas de composição intermediária ou ácida.
O MgO representa o índice de diferenciação, onde os valores percentuais
são inversamente proporcionais à evolução magmática, ou seja, quanto maior seu
teor, mais primitivo e menos fracionado será o magma. Comportamento contrário é
observado com o SiO2, onde quanto maior seus teores mais evoluídos serão os
produtos da cristalização. Para as rochas máficas da região de Camacan os teores
de MgO variam de 3,84 a 6,79% e os teores de SiO2 variam de 45,23 a 50,64%
(Tabela 5.2).
Os elementos maiores apresentam o comportamento esperado para a
evolução do magmatismo máfico, onde os teores de Ti2O, P2O5 e FeOt aumentam
com a cristalização (diminuição dos teores de MgO), marcado pela formação de
53
minerais como apatita, rutilo/esfeno e piroxênio, evidenciado no estudo petrográfico
(Figura 3.10).
Os teores de CaO e Al2O3 decrescem com a diferenciação magmática,
refletindo o comportamento do plagioclásio e do clinopiroxênio durante a evolução
magmática, enquanto os teores dos álcalis (Na2O e K2O) crescem. Os teores de
SiO2 aumentam marcando o aumento da evolução e do fracionamento. De modo
geral, foi observado, para os elementos maiores, um aumento dos teores de TiO2,
P2O5, Na2O, K2O, SiO2 e Fe2Ot e um decréscimo de Al2O3 e CaO (Figura 3.10).
Os elementos traços compatíveis como o Cr, Ni e Co, apresentam um
decréscimo dos teores, com o aumento da cristalização, embora o Cr apresente
pontos dispersos. O Sc apresenta valores dispersos e sugere a importância do
fracionamento do clinopiroxênio no processo evolutivo magmático (Figura 3.11).
Os incompatíveis do grupo dos HFSE (High Field Strength Element),
representados pelo Nb, Ce, Y e Zr, apresentam um crescimento dos teores com a
evolução magmática. O terra rara leve Ce apresenta pontos dispersos e um
aumento mais brusco que os demais elementos incompatíveis. Para os
incompatíveis do grupo dos LILE (Large Ion Litophile Element - Ba, Nd, Rb e Sr) o
comportamento é semelhante aos HFSE, ou seja, há um aumento de seus teores
com a diminuição do MgO. Os valores de Sr encontram-se bastante dispersos,
provavelmente associado ao processo de saussuritização e sericitização dos
plagioclásios (Figura 3.12).
A classificação dos elementos Nb, Ce, Y, Zr, Ba, Nd, Rb e Sr como
incompatíveis é comprovada a partir da análise do comportamento dos seus teores,
onde suas concentrações aumentam gradativamente com a evolução magmática,
indicando concentração no líquido residual (Figura 3.12).
Segundo Luciano (2010) os padrões dos elementos terras raras (ETR) para
os diques máficos (Figura 3.13), normalizados segundo os dados para condrito de
Sun & McDonough (1989) apresentam ETRL (leves) e ETRP (pesados) pouco
fracionados e moderadamente enriquecidos, além de uma fraca anomalia negativa
de Eu. O caráter toleítico observado no diagrama AFM, confirmado pelo padrão ETR
é condizente com as razões (Ce/Nb)n que apresenta valores entre 2,93 e 7,16.
54
Figura 3.10: Diagramas de variação MgO (% em peso) versus óxidos de elementos maiores (% em peso) dos diques máficos de Camacan. Símbolos como na Figura 3.5.
55
Figura 3.11: Diagramas de variação MgO versus elementos traços (ppm) dos diques máficos de Camacan. Símbolos como na Figura 3.5.
56
Figura 3.12: Diagramas de variação MgO versus elementos traços (ppm) incompatíveis (LILE - Ba, Nd, Rb e Sr) dos diques máficos de Camacan. Símbolos como na Figura 3.5.
Figura 3. 13: Padrões de Elementos Terras Raras dos diques máficos da região de Camacan (Luciano, 2010).
57
Capítulo 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos estudos petrográficos e geoquímicos preliminares dos diques
máficos da região de Camacan e de suas rochas encaixantes, tem-se como
principais considerações finais:
1 – Os diques máficos da região de Camacan apresentam como principais áreas de
ocorrência os cortes de estrada dispostos entre as cidades de Camacan e Santa
Luzia e entre Santa Luzia e Arataca;
2 – Os diques ocorrem com coloração cinza a preta, granulometria variando de
muito fina a grossa e são isotrópicos e maciços. Apresentam formas variando de
reta, levemente sinuosas a angulosas e as espessuras predominantes são de 5 a 31
cm. Apesar de apresentarem em alguns pontos, contato com as rochas encaixantes,
estes não são facilmente reconhecíveis, pois estão recobertos por uma espessa
cobertura de solo. Preenchem fraturas distensivas na encaixante granulítica em
variadas direções, mas predominam direções entre N60° e N80°;
3 – As rochas estudadas foram separadas em 4 grupos em função da granulometria:
embasamento (Grupo 1), granulometria média (Gabros - Grupo 2), granulometria
fina (Basaltos - Grupo 3) e contato (Grupo 4).
4 – Os diques máficos são intrusivos em rochas granulíticas (Grupo 1), que
macroscopicamente apresentam coloração cinza claro a preta e granulação média a
grossa, com estruturas variando de maciça a pouco foliada. Apresentam textura
granoblástica e são constituídos principalmente por plagioclásio (54%), quartzo
(21%), minerais opacos (4%) e proporções menores de ortopiroxênio, biotita,
granada, apatita e zircão. A composição modal indica protólito tonalítico.
5 – O Grupo 2, classificado como gabro, apresenta como mineralogia principal
plagioclásio (andesina) (53%), clinopiroxênio (augita e diopsídio) (19%),
ortopiroxênio (hiperstênio) (8%), minerais opacos (7%), minerais de alteração
hornblenda, clorita, biotita, serpentina, epidoto (juntos correspondem a 12%) e
proporções menores de quartzo e apatita. Apresentam as texturas ofitica, subofítica,
58
intergranular e diabásica. Presença dos processos de saussuritização, sericitização,
cloritização, uralitização e biotitização;
6 – O Grupo 3, classificado como basalto tendo como mineralogia principal os
plagioclásios (41%), clinopiroxênio (17%), ortopiroxênio (9%), minerais opacos (10%)
e subordinadamente hornblenda, biotita, clorita, olivina serpentinizada (juntos
perfazem 23% do volume total), além de quartzo e apatita (<1%). As texturas
presentes são a ofítica, subofítica, intergranular e fortemente porfirítica.
7- O Grupo 4, classificado como diabásio/basalto é constituído por vidro, plagioclásio
(57%), clinopiroxênio (13%), ortopiroxênio (10%), minerais opacos (5%) e em
menores proporções hornblenda, biotita, clorita e quartzo (juntos correspondem a
15%).
8 – Os diques máficos apresentam, de forma geral, enriquecimento em FeOt em
relação ao MgO (trend de Fenner) e baixas razões sílica/álcalis características de
suítes toleíticas, exceto a amostra CA-01 que plotou no campo da suíte alcalina.
9 – Diagramas de ambiência tectônica utilizando como parâmetros o Ti, Zr e Y
evidenciaram que as amostras dos diques máficos da região de Camacan são
classificados como basaltos intraplaca;
10 – O comportamento geoquímico dos elementos maiores representa a evolução
esperada para esse tipo de magmatismo, os seja um aumento dos teores de TiO2,
P2O5, Na2O, K2O, SiO2 e Fe2Ot e um decréscimo de Al2O3 e CaO. Este
comportamento permitiu constatar a importância das fases minerais plagioclásio e
clinopiroxênio no fracionamento magmático;
11 – Para os elementos traços tem-se o decréscimo dos elementos Cr, Ni e Co
(compatíveis). O Sc apresenta um aumento dos teores com a diminuição do MgO,
sugerindo a importância do fracionamento do clinopiroxênio no processo evolutivo
magmático. E um aumento dos elementos Nb, Ce, Y, Zr, Ba, Nd, Rb e Sr
(incompatíveis);
59
12 – Os elementos terras raras (ETRL e ETRP) apresentam-se pouco fracionados e
moderadamente enriquecidos, além de uma fraca anomalia negativa de Eu.
60
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67
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório
CA-01A
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)
CA-01A 449.589 8.298.309 CAMACAN Nº do Ponto Referências do Ponto
01 Entre Camacan e Santa Luzia
Tipo Litológico Nome do Corpo
Rocha Dique Máfico
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP
X X X
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA
Rocha máfica, holocristalina, fanerítica média a grossa
4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Plagioclásio
Possuem formas subédricas, apresentam a geminação albita e albita-Carlsbad. Alguns cristais encontram-se totalmente alterados pelo
processo de sericitização/saussuritização. Nos cristais maiores devido à alteração não é possível observar a geminação. Nos cristais
menores a geminação esta mais bem marcada.
Pirox ênio
Cristais subédricos a anédricos. Contatos irregulares a retos com plagioclásios alterados e com os minerais de alteração do próprio
piroxênio (hornblenda, clorita, opacos e biotita). Os contatos entre os cristais dos piroxênios é irregular. Presença de Opx (cristais com
maior tamanho) e Cpx. Alguns cristais apresentam geminação. Tamanhos de 1,27 a 0,45mm, com predominância de cristais de 0,75mm.
Alguns cristais só apresentam o núcleo preservado, sendo possível observar os graus de alteração. Os processos de alteração observados
foram a uralitização, biotitização e cloritização.
Anfiból io
Hornblenda. Apresentam-se numa associação com opacos (alteração para magnetita), clorita e biotita.
Minerais Opacos
Apresentam finas bordas de hornblenda e clorita, e halos de coloração amarronzada (esfeno/titanita). Cristais euédricos a anédricos. Os
cristais inclusos no piroxênio são anédricos. Os cristais euédricos não apresentam minerais na borda. Predominância de contatos retos com
o plagioclásio e piroxênio. Tamanhos que varias entre 1,0 a 0,75mm.
Apati ta
A predominância dos cristais são euédricos, porém alguns são anédricos, e subédricos. Vários cristais apresentam a forma hexagonal que
apresenta sua seção basal. Tamanho 0,6 a 0,15mm. Alguns cristais apresentam a forma alongada que chegam a ter 1,28mm. Contatos retos
e irregulares com a hornblenda e a biotita, e curvos com os plagioclásios alterados. O contato com os opacos é irregular e alguns cristais
apresentam contato reto com os piroxênios. A maioria dos cristais encontra-se em contato ou inclusos nos cristais de plagioclásio. Alguns
cristais apresentam no centro inclusões de clorita e de um mineral incolor com alta birrefringência. Feição interessante cristal de apatita
como borda de um cristal com birrefringência alta e do plagioclásio alterado. Os cristais apresentam-se na maioria dispersos, porém em
algumas porções é possível observar a presença de uns 7 cristais (num único campo de visão - 10X).
Quartzo
Cristais anédricos, com contatos irregulares, com os termos mais alterados dos piroxênios, associados com clorita/hornblenda. Tamanhos
que variam entre 0,52 a 0,15 mm
Outros
Os outros cristais de alteração identificados do piroxênio foram à biotita, cujo alguns cristais apresentam coloração marrom avermelhado
(anômala) e a clorita. Rutilo - Incluso plagioclásio sem alteração. Titanita/esfeno – presente na borda dos minerais opacos. Presença de
olivina serpentinizada
5 - NOME DA ROCHA
Gabro
6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
Textura ofítica; inequigranular; intergranular; diabásica, holocristalina
7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista
Salvador 08/09/2010 10/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos
68
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório
CA-03
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)
CA-03 450.013 8.298.201 CAMACAN
Nº do Ponto Referências do Ponto
03
Tipo Litológico Nome do Corpo
Rocha Dique Máfico
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP
X X X
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA
Rocha máfica, holocristalina, fanerítica média a grossa.
4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Plagioclásio
Andesina (An=39). Presença de geminação albita-Carlsbad, albita e periclina (rara). Alto grau de
saussuritização/sericitização. Cristais de plagioclásio em forma de estrela. Alguns cristais apresentam extinção ondulante. No
centro de alguns cristais existem inclusões de sericita e de clorita. Tamanho que varia entre 1,3 mm de comprimento e 0,3
mm de espessura.
Pirox ênio
Presença de Opx e Cpx. Cristais geminados, formas anédricas (predominantes) a subédricas. Alguns cristais apresentam
forma alongada. Contatos irregulares com os opacos e curvos a retos com os plagioclásios. Tamanhos que variam entre
0,7mm a 0,3 mm. É baixa a quantidade de minerais de alteração, gerados pelos processos de uralitização, cloritização e
biotitização. Minerais Opacos
Formas subédricas a anédricas, alguns apresentam – se alongados. Os cristais quase não apresentam halos de alteração ou
associação com minerais marrons. Contatos irregulares com os piroxênios e retos a curvos com os plagioclásios. Tamanhos
de 0,9 mm a 0,45mm.
Quartzo
Formas arredondadas, anédricas.
5 - NOME DA ROCHA
Gabro
6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
Não foi visualizado apatita. Textura ofítica, intergranular.
7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista
Salvador 21/09/2010 10/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos
69
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório
CA-04
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)
CA-04 451.186 8.298.277 CAMACAN
Nº do Ponto Referências do Ponto
04
Tipo Litológico Nome do Corpo
Rocha Dique Máfico
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP
X X X
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA
Rocha máfica, holocristalina, fanerítica média a grossa
4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Plagioclásio
Formas subédricas a anédricas. Cristais bastante alterados. Com diversas inclusões de clorita. Os cristais mais preservados do plagioclásio
são aqueles de birrefringência amarela, no centro de alguns desses cristais há presença de opacos. Raros cristais apresentam a geminação
albita-Carlsbad, porém mascarados pela intensa alteração. Não foi possível observar zoneamento. Processos de
saussuritização/sericitização. Predominância de contatos irregulares, e raros contatos retos com aqueles cristais que preservaram o formato
prismático subédrico. Alteração principalmente no centro dos cristais, em alguns a borda esta preservada.
Pirox ênio
Presença de Opx e Cpx. Presença de cristais geminados. Parte dos cristais só apresenta o centro preservado. As bordas são de clorita e de
outros minerais de alteração. Cristais com contatos retos e irregulares com os plagioclásios alterados. Contatos retos a irregular com os
opacos. Processos de uralitização, biotitização e cloritização. Alguns cristais de alteração apresentam-se bem desenvolvidos. Tamanhos
que variam entre 1,2 a 0,5 mm de diâmetro.
Anfibólio
Os cristais de hornblenda encontram-se bem cristalizados (apresentando os planos de clivagem dos anfibólios). Os cristais apresentam
formas anédricas com bordas irregulares, e alguns apresentam um pleocroísmo que varia de um verde escuro azulado a um verde
amarronzado.
Minerais Opacos
Presença de cristais de euédricos, predominância de cristais subédricos a anédricos. Alguns cristais apresentam-se alongados. Possível
observar uma fina borda de mineral de alteração do piroxênio contornando o opaco. Nem todos os cristais apresentam essa borda, em
alguns o contato é direto (sem presença de minerais de alteração entre eles) com os cristais de piroxênio e plagioclásio. Quanto maior o
cristal de opaco menor a associação dele com os minerais de alteração do piroxênio. Tamanhos que variam entre 1,2 a 0,4 mm de
diâmetro.
Apati ta
Aparece como cristais alongados (subédricos). Presença de cristais com a seção basal (euédricos) inclusos no plagioclásio (cristais
diminutos).
Quartzo
A predominância dos cristais são anédricos. Contatos curvos a irregulares com os plagioclásios mais alterados e com as alterações do
piroxênio (hbl+chl+bt).
Outros
Clorita apresenta um habito radial. Os cristais de biotita estão sempre envolvendo ou em contato com os opacos
Presença de serpentina, aglomerados com formas irregulares.
5 - NOME DA ROCHA
Gabro
6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
Textura ofítica, holocristalina
7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista
Salvador 15/09/2010 10/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos
70
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório
CA-05A
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)
CA-05A 456.807 8.301.676 CAMACAN
Nº do Ponto Referências do Ponto
05A
Tipo Litológico Nome do Corpo
Rocha Dique Máfico
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP
X X X
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP=
Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA
Rocha máfica de coloração preta acizentada e granulometria fina a muito fina.
4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Plagioclásio
Andesina (An=48). Presença da geminação albita-Carlsbad. Processos de alteração presentes: saussuritização/sericitização.
Predominância de formas anédricas e também cristais subedricos. Cristais em forma de X. Os tamanhos entre 0,9 mm de
comprimento máximo a 0,15mm mm de comprimento mínimo.
Piroxênios
Cristais geminados. Predominância de formas anédricas. Centros preservados e bordas com intenso grau de alteração,
caracterizados pelos minerais secundários gerados a partir dos processos de uralitização, cloritização e biotitização.
Minerais Opacos
Cristais anédricos com contatos irregulares com os outros cristais. Tamanho máximo de 0,22 mm de diâmetro.
Quartzo
Cristais com formas anédricas, com contatos irregulares com os plagioclásios e os minerais de alteração.
Outros
Presença de biotita, hornblenda e grande quantidade de minerais de clorita
5 - NOME DA ROCHA
Basalto
6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
Granulometria muito fina
7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista
Salvador 25/09/2010 10/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos
71
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório
CA-05B
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)
CA-05B 456.807 8.301.676 CAMACAN
Nº do Ponto Referências do Ponto
05 Fazenda São José
Tipo Litológico Nome do Corpo
Rocha Dique Máfico
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP
X X X
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA
Rocha máfica, holocristalina, fanerítica média a grossa 4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Plagioclásio
Andesina (An=37). Presença de cristais de plagioclásio com alto grau de alteração que é difícil separar o limite dos cristais.
Em alguns cristais é possível observar o formato prismático apesar da intensa alteração. Geminação albita, albita-Carlsbad,
periclina. Alguns cristais se cruzam em forma de X.
Piroxênio
Cpx e Opx. Cristais preservados, com geminação. Os cristais de piroxênio apresentam-se bem arredondados (anédricos) e
com pouca alteração ao contrario dos plagioclásios que estão bastante alterados. Tamanhos que variam de 1 a 1,6 mm.
Minerais Opacos
Apenas os cristais muito pequenos apresentam halos de oxidação. Formas anédricas a subédricas. Tamanhos que variam
entre 0,4 a 0,8 mm.
Outros
Presença de apatita, pequenos cristais com forma euedrica (seção basal), associado à hornblenda, biotita e aos plagioclásios
mais alterados. Além de biotita, clorita, serpentina, hornblenda e muitos cristais de mica branca bem formada.
5 - NOME DA ROCHA
Gabro 6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista
Salvador 21/09/2010 10/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos
72
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório
CA-06A
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)
CA-06A 459.028 8.300.538 CAMACAN
Nº do Ponto Referências do Ponto
06
Tipo Litológico Nome do Corpo
Rocha Dique Máfico
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP
X X X
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP=
Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA
Rocha de coloração acizentada, isotrópica e granulometria fina a muito fina.
4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Plagioclásio
Andesina (An=41). Presença de extinção ondulante. Alguns cristais encontram-se praticamente todo substituído por mica
branca. Alguns cristais encontram-se em forma de X. Ripas geminadas nas leis albita e albita-Carlsbad. Cristais prismáticos
subédricos. Tamanhos que variam de 0,45 a 1mm.
Pirox ênios
Presença de augita. Cristais geminados. Alguns cristais encontram-se preservados, com formas anédricas (arredondadas).
Minerais Opacos
Presença de cristais alongados. Predominância de formas anédricas, raros bordas de alteração de coloração marrom.
Outros
Presença de biotita.
5 - NOME DA ROCHA
Basalto
6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
Textura ofitica.
7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista
Salvador 25/09/2010 07/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos
73
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório
CA-06B
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)
CA-06B 458.998 8.300.531 CAMACAN
Nº do Ponto Referências do Ponto
06B
Tipo Litológico Nome do Corpo
Rocha Dique Máfico
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP
X X X
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA
Rocha de coloração cinza, melanocrática, isotrópica e granulometria fina.
4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Plagioclásio
Andesina (An=41). Ripas com geminação albita e albita-Carlsbad, processos de saussuritização e sericitização.
Predominância de cristais pequenos 0,15mm, porém estão presentes cristais com tamanhos de até 0,7mm.
Piroxênios
Cristais arredondados, alguns apresentam-se prismáticos (anédricos a subédricos). Alguns cristais apresentam geminação.
Tamanhos que variam de 0,2 a 0,4mm.
Minerais Opacos
Cristais de opacos bem dispersos por toda a lâmina, tamanhos que variam de 0,075 a 0,15mm. Cristais anédricos
predominantes, presença de subédricos a euédricos, alguns apresentam-se alongados.
5 - NOME DA ROCHA
Basalto
6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
Textura ofitica
7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista
Salvador 25/01/2010 02/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos
74
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório
CA-06C
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)
CA-06C 458.966 8.300.497 CAMACAN
Nº do Ponto Referências do Ponto
06
Tipo Litológico Nome do Corpo
Rocha Granulito
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP
X X X
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP=
Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA
Rocha de coloração esbranquiçada, isotrópica a levemente anisotrópica com granulometria média a grossa.
4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Plagioclásio
Geminação albita. Baixo grau dos processos de alteração (sussuritização/sericitização), porém alguns cristais encontram-se
bastante alterados. Cristais com formas alongadas.Tamanhos 0,8 a 2,6 mm.
Pirox ênios
Opx. Cristais anedricos, mal formados (?) corroídos, quebrados, apresentando baixa birrefringência.
Quartzo
Cristais com formas alongadas.
Outros
Presença de biotita, clorita, mica branca, anfibólio (hornblenda), minerais opacos e zircão. Este apresenta cristais com
tamanhos de 0,045 a 0,085mm e 0,15 a 0,18mm e estão inclusos no plagioclásio.
5 - NOME DA ROCHA
Tonalito Granulítico
6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
Texturas granoblástica a levemente lepidoblástica.
7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista
Salvador 25/09/2010 02/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos
75
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório
CA-07B
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)
CA-07B 459.477 8.300.541 CAMACAN
Nº do Ponto Referências do Ponto
07B
Tipo Litológico Nome do Corpo
Rocha Dique Máfico
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP
X X X
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP=
Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA
Rocha melanocratica, de coloração acinzentada, isotrópica , de granulometria fina.
4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Plagioclásio
Andesina (An=38). Geminação albita-Carlsbad e albita. Cristais em forma de X. Alguns cristais encontram-se bem
preservados. Inclusões de mica branca e clorita. Tamanhos que variam entre 0,3 a 0,9mm.
Pirox ênios
Cristais com intenso grau de alteração, para hornblenda e clorita
Anfibólio
Hornblenda, forma irregulares, apresenta cor verde escura.
Minerais Opacos
Formas anédricas a subédricas, com raros cristais euédricos. Tamanhos que variam entre 0,15 a 0,3mm. Presença de cristais
com forma alongada, que possuem mm de comprimento 0,6 mm. Alguns raros cristais apresentam bordas com biotita.
Quartzo
Cristais anédricos com tamanhos de 0,3mm de diâmetro.
Outros
Clorita.
5 - NOME DA ROCHA
Basalto
6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
Textura ofitica
7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista
Salvador 29/09/2010 07/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos
76
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório
CA-09A
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)
CA-09A 465.960 8.299.649 CAMACAN
Nº do Ponto Referências do Ponto
09
Tipo Litológico Nome do Corpo
Rocha Dique Máfico
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP
X X X
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA
Rocha máfica, holocristalina, fanerítica média a grossa, isotrópica
4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Plagioclásio
Pode-se separar dois grupos de plagioclásios: os prismáticos (subédricos) com alto grau de alteração (estes apresentam birrefringência
cinza) e os arredondados (anédricos) mais preservados, estes apresentam birrefringência até o amarelo de primeira ordem. Presença de
alguns cristais com a geminação albita (devido à pequena quantidade de cristais com geminação não foi possível determinar o teor de An.).
Algumas porções dos plagioclásios que estão preservados apresentam extinção ondulante. Os cristais anédricos possuem contatos curvos a
irregulares com os cristais de plagioclásios prismáticos (alterados) e retos com o quartzo. Os cristais arredondados apresentam diâmetros
que variam entre 0,8 a 0,2 mm. Os plagioclásios prismáticos alterados possuem tamanhos que variam ate 2,8 mm de comprimento e
0,8mm de espessura. As bordas dos cristais apresentam-se mais preservados em relação aos centros dos cristais.
Pirox ênio
Raros cristais presentes, sendo que eles apresentam apenas o centro preservado, com grandes halos de alteração de clorita e hornblenda.
Anfibólio
Cristais subedricos a anedricos, com tamanhos que variam entre 1 a 0,8mm de diâmetro. Alguns cristais apresentam-se bem formados.
Minerais Opacos
Cristais anédricos a subédricos. Os opacos quando apresentam formas alongadas, irregulares estão sempre associados com esfeno/titanita.
Contatos retos e curvos com plagioclásio prismático, e retos, curvos e irregulares com a clorita, biotita e hornblenda.
Apati ta
Apresentam formas euédricas a subédricas. Cristais grandes de apatita associados principalmente aos minerais de alteração do piroxênio e
do plagioclásio. Alguns cristais de apatita encontram-se inclusos nos opacos. Tamanhos da seção basal variam entre 0,2 a 0,3 mm e os
prismas de 0,6 mm de comprimento e 0,2mm de espessura, sendo que existem alguns cristais com 1,2 X 0,3mm.
Quartzo
Apresenta tamanhos de 1,3 a 1 mm de diâmetros. Formas anédricas.
Outros
Presença de Biotita e de Clorita que se apresenta bem definida (e não como nas outras lâminas analisadas onde era marcado a associação
clorita+hbl+bi). Alguns cristais estão bem desenvolvidos, possibilitando a visualização dos planos de clivagem (1dir) enquanto outros
parecem aglomerados de textura fina com pequenos cristais de opacos inclusos.
5 - NOME DA ROCHA
Gabro 6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista
Salvador 14/09/2010 17/10/2010 Michele Cássia Pinto Santos
77
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório
CA-09B
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)
CA-09B 465.960 8.299.649 CAMACAN
Nº do Ponto Referências do Ponto
09B
Tipo Litológico Nome do Corpo
Rocha Granulito
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP
X
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP=
Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA
Rocha de coloração esbranquiçada, isotrópica a levemente anisotrópica com granulometria média a grossa.
4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Plagioclásio
Plagioclásios com alto grau de alteração, devido os processos de saussuritização/sericitização. Raros cristais apresentam
geminação albita. Tamanhos que variam entre 1 a 2,4mm.
Minerais Opacos
Alguns cristais de opacos apresentam halos/bordas de coloração marrom.
Apati ta
Apresentam formas subédricas e tamanhos que variam entre 0,2 a 0,3mm.
Quartzo
Cristais alongados, formando a textura nematoblástica. Presença de cristais arredondados (xenoblásticos). Tamanhos que
variam entre 0,6 a 2,0 mm, com alguns cristais que chegam até 3mm.
Outros
Presença de granada, biotita e zircão (com 0,1mm de diâmetro). A biotita possui tamanhos 0,2 a 1mm. Apresentam
pleocroísmo marrom claro (com partes quase incolor) ao marrom avermelhado intenso. Mica branca em contato com a
biotita. Tamanho das granadas 0,8 a 2mm. Aglomerados formam ate 3,6 mm de diâmetro. Os cristais estão sempre em
contato com a alteração dos plagioclásios.
Presença de epidoto, forma irregular (xenoblástica) disperso em varias partes da lâmina associada aos plagioclásios mais
alterados.
5 - NOME DA ROCHA
Tonalito granulítico
6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista
Salvador 25/09/2010 02/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos
78
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório
CA-10
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)
CA-10 464.686 8.302.158 CAMACAN
Nº do Ponto Referências do Ponto
10 Fazenda Zinco
Tipo Litológico Nome do Corpo
Rocha Dique Máfico
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP
X X X
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA
Rocha máfica, holocristalina, fanerítica média a grossa e isotrópica
4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Plagioclásio
Andesina (An=35). Cristais euédricos a subédricos. Geminação albita-Carlsbad e periclina. Processos de alteração
saussuritização/sericitização. Os aglomerados da alteração (sericita) do plagioclásio encontram-se bem desenvolvidos.
Inclusões de clorita. Alguns cristais apresentam-se em forma de X e de estrela. Contatos retos a curvos com os piroxênios e
com os outros cristais de plagioclásio. Os cristais prismáticos com geminação possuem tamanhos que variam de 1,5 mm de
comprimento e 0,3 mm de espessura. Os cristais arredondados a apresentam cerca de 0,3mm de diâmetro.
Piroxênio
Cpx e Opx. Formas subédricas a anédricas (predominantes). Tamanhos que variam entre 0,6 a 1 mm. Processos de alteração
do piroxênio observados foram a uralitização, biotitização e cloritização.
Anfibó lio
Alguns cristais de hornblenda apresentam no centro pleocroísmo marrom a verde amarronzado e nas bordas o verde azulado
a verde musgo.
Minerais Opacos
Formas irregulares, anédricas a subédricas, com vários cristais alongados. Raros cristais euédricos. Contatos retos a curvos
com os plagioclásios, piroxênios e os minerais de alteração do piroxênio. Poucos cristais apresentam bordas/halos de
coloração marrom, quanto mais grãos pequenos de opacos encontram-se juntos, maior as bordas de esfeno/titanita. A maioria
dos cristais não apresentam essa borda, possuindo então contato direto com os outros cristais. Tamanhos 0,4 a 1,2 mm.
Outros Presença de raros cristais de apatita e cristais de quartzo com formas anédricas. Presença de epidoto associado aos
plagioclásios mais alterados.
5 - NOME DA ROCHA
Gabro
6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista
Salvador 18/09/2010 01/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos
79
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório
CA-11A
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)
CA-11A 463.173 8.304.279 CAMACAN
Nº do Ponto Referências do Ponto
11A
Tipo Litológico Nome do Corpo
Rocha Dique Máfico
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP
X X X
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA
Rocha melanocrática, isotrópica de granulometria fina.
4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Plagioclásio
Presença de geminação albita e albita-Carlsbad. Finas ripas alteradas. Alguns estão intensamente alterados, principalmente
no centro. Tamanho 0,2 a 0,4mm. Alguns cristais em forma de X.
Pirox ênios
Presença de cristais com alta birrefringência (provavelmente diopsidio)
Minerais Opacos
Cristais predominantemente alongados. Sempre associado com esfeno/titanita. Raros cristais apresentam o tamanho máximo
de 0,09 a 0,2mm.
Outros
Presença de olivina serpentinizada, apresentando-se tanto como pórfiros com tamanho 0,8 a 1,3mm, assim como dispersos
na matriz.
5 - NOME DA ROCHA
Basalto
6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista
Salvador 29/09/2010 02/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos
80
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório
CA-11B
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)
CA-11B 463.173 8.304.279 CAMACAN
Nº do Ponto Referências do Ponto
11B
Tipo Litológico Nome do Corpo
Rocha Dique Máfico
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP
X
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA
Rocha melanocrática, isotrópica de granulometria fina.
4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Plagioclásio
Em alguns cristais é observada a geminação albita-Carlsbad, porém é muito alterada. Presença da geminação albita.
Aglomerados de mica branca no centro dos cristais. Alto grau de alteração, não possibilitando a determinação o teor de An.
Piroxênios
Opx e Cpx. Cristais de piroxênio anédricos, com formas bem irregulares, porém bem preservados.
Minerais Opacos
Cristais subédricos a anédricos. Presença de cristais alongados. Tamanhos que variam entre 0,2 a 0,8mm. Não apresentam
bordas ou halos.
Outros
Presença de olivina serpentinizada, bastante expressivo na lâmina.
5 - NOME DA ROCHA
Basalto
6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
Textura ofítica, subofítica, intergranular
7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista
Salvador 28/09/2010 01/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos
81
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório
CA-12
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)
CA-12 463.234 8.306.305 CAMACAN
Nº do Ponto Referências do Ponto
12
Tipo Litológico Nome do Corpo
Rocha Dique Máfico
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP
X X X
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA
Rocha de coloração cinza, isotrópica de granulometria média a grossa.
4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Plagioclásio
Andesina (An=40). Formas subédricas a anédricas. Alguns cristais apresentam-se como finas ripas alongadas cortando
outros cristais de plagioclásio que se apresentam prismáticos. Alguns cristais apresentam-se com os planos de geminação
formando um X. Geminação albita-Carlsbad e periclina (rara). Alto grau de saussuritização e sericitização. Várias agulhas de
clorita, às vezes com habito radial estão inclusas. Tamanhos que variam entre 0,3 a 1,4 mm.
Piroxênio
Presença de Cpx e Opx. Formas subédricas a anédricas (arredondados) sendo estes predominantes. Alguns cristais
apresentam-se alongados. Pleocroísmo de rosa a verde com baixas cores de interferência. Cristais com geminação. Contatos
retos a irregulares com os plagioclásios. Alguns cristais de piroxênio apresentam espessas bordas de alteração, preservando
apenas pequenas porções do centro. Os tamanhos variam entre 0,8 a 1,1mm de diâmetro.
Anfibólio
A hornblenda possui pleocroísmo verde azulado a verde musgo.
Minerais Opacos
Cristais de opacos subédricos a euédricos. Alguns cristais apresentam-se alongados. Alguns cristais apresentam bordas de
biotita e esfeno/titanita. Os cristais maiores apresentam baixa associação com o esfeno/titanita, enquanto que os cristais
menores apresentam-se geralmente rodeados por esse material. Tamanhos que variam entre 0,4 a 0,6 mm.
Apat ita
Diminutos cristais de apatita (com seção basal) e cristais prismáticos.
Quartzo
Cristais anédricos com 0,4 a 0,6 mm de diâmetro.
Outros
Cristais de clorita bem desenvolvidos.
5 - NOME DA ROCHA
Gabro
6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
Textura ofítica, Textura intergranular, Holocristalina
7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista
Salvador 15/09/2010 10/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos
82
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório
CA-13
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)
CA-13 460.845 8.308.313 CAMACAN
Nº do Ponto Referências do Ponto
13
Tipo Litológico Nome do Corpo
Rocha Dique Máfico
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP
X X X
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA
Rocha melanocratica, de granulometria média a grossa e isotrópica.
4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Plagioclásio
Andesina (An=37). Os cristais prismáticos subédricos possuem comprimento máximo de 1,8mm e largura de 0,2mm,
enquanto que os cristais anédricos apresentam tamanhos máximos de 1,4 x 2,6 mm, estes se apresentam zonados (sem
geminação). Foram observadas as Geminações albita, albita-Carlsbad e periclina (sendo a ultima de menor expressão).
Alguns cristais encontram-se dispostos em forma de X. Contatos retos e irregulares com os piroxênios. Alto grau de
alteração evidenciado pelos processos de saussuritização e sericitização.
Piroxênio
Presença de Cpx e Opx. As formas predominantes são anédricas a subédricas. Alguns cristais apresentam geminação.
Tamanhos que variam de 0,4 a 1,2mm de diâmetro. Alguns cristais encontram-se fortemente alterados para
Hornblenda+Clorita+Biotita (hbl+chl+bt), preservando apenas algumas porções no centro. Essas alterações apresentam-se
em algumas porções da lâmina com uma granulometria muito fina (aspecto manchado), com presença de pequenos cristais
de opacos (pontos), enquanto os outros cristais de alteração encontram-se bem desenvolvidos.
Minerais Opacos
Tamanhos que variam de 0,3 a 0,6mm de diâmetro. Cristais subédricos a anédricos, Alguns raros cristais apresentam formas
alongadas com comprimento de até 1,3 mm. Predominância de formas arredondadas (anédricas). A maioria dos cristais não
apresenta halos de oxidação, apresentando um contato direto com os outros cristais como os plagioclásios e piroxênios.
Contatos retos a curvos com os plagioclásios e irregulares com os piroxênios. A maioria dos cristais encontra-se ou inclusos
nos piroxênios ou com a maioria das faces em contato com o mesmo.
Apat ita
Os cristais de apatita apresentam-se euédricos, evidenciando a seção basal, inclusos nos plagioclásios e apresentando
tamanhos de 0,015mm.
Outros
Presença de quartzo menos de 1%.
5 - NOME DA ROCHA
Gabro
6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
Textura Holocristalina, ofitica
7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista
Salvador 10/09/2010 07/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos
83
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório
CA-14A
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)
CA-14A 457.181 8.312.135 CAMACAN
Nº do Ponto Referências do Ponto
14A
Tipo Litológico Nome do Corpo
Rocha Contato entre o dique máfico e a rocha encaixante
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP
X X X
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP=
Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA
Rocha de coloração preta, isotrópica de granulometria muito fina
4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Plagioclásio
Na parte vítrea: Predominância da geminação albita-Carlsbad. Cristais em cruz (X) com geminação albita. Cristais euédricos
a subédricos. Predominância de cristais prismáticos. Tamanhos de 1,2 a 2,4mm, com raros cristais com até 3,6mm. Alguns
cristais na porção vítrea apresentam os processos de saussuritização e sericitização. Predominância de cristais de plagioclásio
em relação aos piroxênios.
Na parte do dique: Agulhas de mica branca inclusas no plagioclásio. Geminação albita; albita-Carlsbad e periclina. Alto grau
de saussuritização e sericitização. Cristais em forma de X.
Piroxênios
Na parte vítrea: Cristais com geminação. Formas subédricas a anédricos. Tamanhos 0,5 a 1,4mm. Apresentam-se ora como
prismas ora como pequenas ripas, alguns cristais apresentam-se arredondados. Nos raros cristais que apresentam contatos
com outros minerais no caso dos plagioclásios o contato com o piroxênio é irregular.
Na parte do dique: Cristais com pleocroísmo e alta birrefringência, extinção simétrica/obliqua. Os centros encontram-se
preservados.
Minerais Opacos
Na parte do dique: Presença de biotita como halos/bordas.
Apat ita
Na parte do dique: Presença de apatita com formas euédricas (seção basal)
Outros
Na parte do dique: Presença de clorita, hornblenda e biotita.
5 - NOME DA ROCHA
Diabásio/Basalto
6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
Textura intergranular e intersetal.
7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista
Salvador 25/09/2010 02/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos
84
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório
CA-14B
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)
CA-14B 457.181 8.312.135 CAMACAN
Nº do Ponto Referências do Ponto
14
Tipo Litológico Nome do Corpo
Rocha Dique Máfico
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP
X X X
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA
Rocha melanocratica, isotrópica, de granulometria fina a média.
4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Plagioclásio
Andesina (An=44). Cristais preservados, com baixa alteração, com formas euédricas (predominantes) a subédricas. Alguns cristais
apresentam-se em X. Cristais com até 1,6mm de comprimento por 0,4mm de espessura. As geminações albita e albita-Carlsbad são
predominantes, sendo que alguns cristais estão geminados pela lei periclina. Não apresentam zoneamento. Alguns cristais se encontram
alterados pelos processos de saussuritização/sericitização. A alteração dos plagioclásios é mais evidente nos contatos com os minerais de
alteração dos piroxênios. Varias agulhas de clorita.
Pirox ênios
Presença de Opx (hiperstênio) e Cpx. Predominância de cristais anédricos, com bordas de alteração. Contatos curvos e retos com os
plagioclásios e curvos, retos e irregulares com os opacos. Baixo grau de alteração e geração de paragênese secundária como
Hornblenda+Clorita+Biotita. Os tamanhos variam entre 1,6 a 0,6mm. Alguns cristais apresentam geminação.
Anfibólio
Presença de anfibólio de cor marrom, birrefringência até amarelo sempre em contato irregular com o piroxênio. Tamanhos que variam
entre 0,4 a 1 mm, contatos retos com o plagioclásio.
Minerais Opacos
Formas anédricas, principalmente alongadas, contatos curvos, irregulares a embaiados (?), com os plagioclásios e piroxênios. Alguns
cristais apresentam contatos retos com os plagioclásios. Nos cristais menores é mais comum observar as relações entre eles e os minerais
secundários de alteração como Hornblenda+Clorita +Biotita, além dos halos de alteração (oxidação). Nos cristais maiores ou não há
bordas de outros minerais ou as ocorrências são reduzidas. No centro da textura intergranular pode-se observar a presença de opacos.
Alguns englobam totalmente cristais de piroxênios e de plagioclásio. Os tamanhos variam entre 1,2 a 0,4mm
Apati ta
Apresentam-se como cristais diminutos associados com os minerais secundários (Hbl+Chl+Bt) do piroxênio. Possuem formas euédricas
(representando a seção basal) a subédricas. Está presente nos contatos entre os plagioclásios e piroxênios alterados. Cristais maiores de
apatita estão inclusos no piroxênio. O tamanho máximo observado foi de 0,08 mm de diâmetro.
Quartzo
Formas anedricas, com contatos irregulares com os plagioclásios, biotita, hornblenda e clorita.
Outros
Presença de serpentina.
5 - NOME DA ROCHA
Gabro
6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
Textura ofítica, intergranular, Holocristalina
7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista
Salvador 11/09/2010 07/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos
85
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório
CA-14C
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)
CA-14C 457.181 8.312.135 CAMACAN
Nº do Ponto Referências do Ponto
14C
Tipo Litológico Nome do Corpo
Rocha Dique Máfico
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP
X
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA
Rocha de coloração acizentada, isotrópica, de granulometria média a grossa.
4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Plagioclásio
Alto grau de alteração, prismas bastante alterados, nenhum cristal encontra-se preservado, não é possível determinar o teor
de An. Tamanhos que variam de 0,2 a 1,4mm.
Piroxênios
Cristais arredondados. No centro dos cristais maiores há presença de hornblenda e clorita. Tamanhos 1,2 a 1,5mm.
Anfibólio
Hornblenda – pleocroísmo de marrom intenso (avermelhado) a quase incolor, formas subédricas a anédricas.
Minerais Opacos
Cristais subédricos a anédricos. Poucos cristais apresentam bordas de esfeno/titanita. Cristais com 0,2 a 0,3 mm.
Apat ita
Cristais euédricos (seção basal), presença também de cristais alongados com 0,2 mm de comprimento.
Outros
Presença de Zircão, rutilo, Biotita (cristais anédricos, alguns cristais encontram-se alongados). Clorita similar a varias
agulhas (muito pequenas agrupadas, formas irregulares parecendo preencher os espaços entre os outros cristais. Os
aglomerados chegam a tamanhos de até 0,6 a 0,7mm. Pouca associação com os cristais de piroxênio. Apresentam uma forte
relação com os minerais incolor de alto relevo. Presença de epidoto estão geralmente no centro dos minerais verde, sempre
anédricos (formas indefinidas).
5 - NOME DA ROCHA
Gabro
6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
Textura intergranular
7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista
Salvador 29/09/2010 02/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos