100
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE GEOLOGIA MICHELE CÁSSIA PINTO SANTOS Salvador 2010 CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA E GEOQUÍMICA PRELIMINAR DOS DIQUES MÁFICOS DA REGIÃO DE CAMACAN, BAHIA, BRASIL

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · a qual eu não teria ... quartzo e zircão. Processos de alteração como saussuritização e ... constatada a importância das fases

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

CURSO DE GEOLOGIA

MICHELE CÁSSIA PINTO SANTOS

Salvador 2010

CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA E GEOQUÍMICA PRELIMINAR DOS DIQUES MÁFICOS DA REGIÃO DE

CAMACAN, BAHIA, BRASIL

ii

MICHELE CÁSSIA PINTO SANTOS

CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA E GEOQUÍMICA PRELIMINAR DOS DIQUES MÁFICOS DA REGIÃO DE

CAMACAN, BAHIA, BRASIL

Monografia apresentada ao Curso de Geologia, Instituto de

Geociências, Universidade Federal da Bahia, como requisito

parcial para obtenção do grau de Bacharel em Geologia.

Orientadora: Profa. Dra. Angela Beatriz de Menezes Leal

Co-orientadora: Geól. Ana Carolina Oliveira Pinheiro

Salvador 2010

iii

________________________________________________________________

1º Examinadora – Profa. Dra. Angela Beatriz de Menezes Leal – Orientadora Instituto de Geociências, UFBA ________________________________________________________________

2º Examinador – Profa. Dra. Amalvina Costa Barbosa Instituto de Geociências, UFBA ________________________________________________________________

3º Examinador – MSc. Violeta de Souza Martins Borges CPRM – Serviço Geológico do Brasil

MICHELE CÁSSIA PINTO SANTOS

CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA E GEOQUÍMICA PRELIMINAR DOS DIQUES MÁFICOS DA REGIÃO DE

CAMACAN, BAHIA, BRASIL

Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora:

Salvador 2010

iv

À minha mãe

v

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela benção e proteção nesta caminhada,

por me dar força e coragem para continuar e pelos anjos da guarda que ele colocou

na minha vida.

Á minha mãe, que é minha amiga, conselheira, minha fortaleza, meu guia,

que sempre me apoiou, me deu carinho, sempre me mostrando o melhor lado das

coisas e das pessoas, sempre paciente, sempre me incentivando, me ajudando, sem

a qual eu não teria vencido esta batalha, e a quem dedico todas as minhas vitórias.

Á meu pai, que deve estar muito contente, me abençoando e cuidando de

mim de onde estiver.

Á minha irmã que me apóia e ama do seu jeito.

Agradeço à minha orientadora Prof.ª Angela por ter me aceitado como

orientanda, obrigada pela ajuda, orientação, paciência e conselhos para o melhor

resultado deste trabalho.

Á minha co-orientadora Ana Carolina sempre prestativa e amiga.

Aos meus amigos Dani, Camila, Bolinha, Peixoto, Gabi, Leilane A., Leilane C.,

Gil, que me acompanham desde sempre e responsáveis por muitos momentos

felizes da minha vida.

Ás minhas amigas Nelize e Tati, muito obrigada pela amizade, paciência e

carinho nos momentos que mais precisei, obrigada principalmente pelos conselhos,

palavras de apoio e incentivo.

Aos meus amigos da UFBA que me acompanharam nesta caminhada e foram

responsáveis por muitos momentos importantes, inesquecíveis e que lembrarei

sempre com muito carinho: Nívia, Cleiton, Thiene, Gilma, Michel, Caio, Deivison,

Carla, Thaiza, Antonia, Vanessa, AJ, Luciano, Adelino, Gisele, Joilma, Amanda,

Thiago, Ádila, Ana Fábia, Janaina e Judiron.

Aos amigos da DIARMI, agradeço pelo grande prazer de ter trabalhado e

aprendido muito, e também por ter conhecido e convivido com pessoas

maravilhosas como Rogério, Thaís, Maisa, Ioná, Madalena, João Cardoso, Thyago,

Marco, entre outros, que sempre me apoiaram, obrigada pelo carinho e amizade.

Á Bárbara Cristina que me apresentou o universo da geologia.

Aos meus familiares que sempre acreditaram em mim.

vi

Aos professores Osmário, Haroldo Sá, Maria José, Flávio, Marcão, Amalvina,

Carlson, Vilton, Simone, Zoltan, Herbet, Johildo, Olivia, Débora e Felix, obrigada

pelo aprendizado e por terem sido responsáveis pelo crescimento do meu amor pela

geologia.

Obrigada, muito obrigada a todos que contribuíram de alguma forma para

este momento.

vii

SUMÁRIO

RESUMO .............................................................................................................................. ix

ABSTRACT ........................................................................................................................... x

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................. xi

LISTA DE TABELAS ............................................................................................................. xii

LISTA DE FOTOGRAFIAS .................................................................................................. xiii

LISTA DE FOTOMICROGRAFIAS ....................................................................................... xiv

Capítulo 1 - INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1

1.1 Localização e acesso da área de trabalho ................................................................. 3

1.2 Objetivos .................................................................................................................... 4

1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................ 4

1.2.2 Objetivo Específicos .................................................................................................. 4

1.3 Metodologia................................................................................................................ 4

Capítulo 2 - GEOLOGIA REGIONAL ..................................................................................... 6

2.1 Cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá ............................................................................. 6

2.1.1 Complexo Ibicaraí e Buerarema .................................................................................. 10

2.2 Intrusivas graníticas e sieníticas ............................................................................... 11

2.2.1 Suíte Intrusiva Pau Brasil ......................................................................................... 11

2.2.2 Sienito Anuri ............................................................................................................. 12

2.3 Diques máficos ......................................................................................................... 12

2.4 Sequências Supracrustais ........................................................................................ 13

2.4.1 Bacia Rio Pardo ....................................................................................................... 13

2.4.2 Grupo Rio Pardo (Formações Camacan e Panelinha) .............................................. 14

2.5 Formação Salobro .................................................................................................... 15

2.6 Grupo Barreiras e as coberturas .............................................................................. 16

Capítulo 3 - CARACTERIZAÇÃO DOS DIQUES MÁFICOS ................................................ 18

3.1 ASPECTOS GERAIS DOS DIQUES MÁFICOS ....................................................... 18

3.2 GEOLOGIA LOCAL .................................................................................................. 22

viii

3.3 PETROGRAFIA ....................................................................................................... 25

3.4 GEOQUÍMICA PRELIMINAR ................................................................................... 46

3.4.1 Classificação e Nomenclatura .................................................................................. 46

3.4.2 Ambiência Tectônica ................................................................................................ 51

3.4.3 Comportamento Geoquímico dos Elementos Maiores e Traços ............................... 52

Capítulo 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 57

REFERENCIAS ................................................................................................................... 60

ANEXOS .............................................................................................................................. 66

ix

RESUMO

Os diques máficos da região de Camacan estão inseridos no contexto

tectônico do Cráton do São Francisco, intrudindo os terrenos granulíticos

polideformados arqueanos e paleoproterozóicos pertencentes ao Cinturão Itabuna –

Salvador – Curaçá. Estes diques máficos fazem parte da Província Litorânea dos

Diques Máficos do Estado da Bahia e têm como principais áreas de ocorrência os

cortes de estrada dispostos entre as cidades de Camacan e Santa Luzia e entre

Santa Luzia e Arataca.

De modo geral os diques máficos preenchem fraturas distensivas na

encaixante granulítica em variadas direções e apresentam coloração cinza a preta,

granulometria variando de muito fina a grossa, são isotrópicos e maciços. Suas

formas variam de reta, levemente sinuosas a angulosas com espessuras

predominantes variando de 5 a 31 cm.

O estudo petrográfico permitiu separar os diques máficos em 4 grupos:

embasamento (Grupo 1), granulometria média (Gabros - Grupo 2), granulometria

fina (Basaltos - Grupo 3) e contato (Grupo 4).

Foram identificadas as texturas ofítica, subofítica e intergranular, e

mineralogicamente são compostos por andesina, clinopiroxênio (augita e diopsídio),

ortopiroxênio (hiperstênio) e subordinadamente têm-se hornblenda, biotita, minerais

opacos, apatita, esfeno/titanita, rutilo, quartzo e zircão. Processos de alteração como

saussuritização e sericitização (para os plagioclásios) e biotitização, uralitização e

cloritização (para os piroxênios), também estão presentes.

Os diques máficos apresentam, de forma geral, enriquecimento em FeOt em

relação ao MgO (trend de Fenner) e baixas razões sílica/álcalis características de

suítes toleíticas, exceto a amostra CA-01 que plotou no campo da suíte alcalina.

Através do comportamento geoquímico dos elementos maiores e traços foi

constatada a importância das fases minerais plagioclásio e clinopiroxênio no

fracionamento magmático. Diagramas de ambiência tectônica utilizando como

parâmetros o Ti, Zr e Y sugerem que a colocação dos diques máficos ocorreu em

ambiente continental intracratônico.

Palavras-chave: Diques máficos, Camacan, petrografia, geoquímica

x

ABSTRACT

The mafic dikes in the region of Camacan are placed in the tectonic context of

the São Francisco Craton, intruded Archean and Paleoproterozoic polydeformed

granulitic terrains belonging to Itabuna - Salvador - Curaçá Belt. The mafic dikes are

part of the Litorânea Province of Mafic Dikes of Bahia´s State and have as main

areas of occurrence the roadblocks placed between the cities of Santa Luzia and

Camacan and Santa Luzia and Arataca.

Generally, the mafic dikes fill extensional fractures in the granulitic rocks in

different directions and they have gray to black color, granulometry vary fine to

coarse, and are isotropic and massive. Their shapes vary from straight to slightly

sinuous and angular and their thickness is 5 to 31 cm.

The petrographic study allowed divided mafic dikes in four groups: basement

(Group 1), coarse (Gabbro - Group 2), finely crushed (Basalts - Group 3) and contact

(Group 4).

Ophitic, intergranular and subophitic textures were identified and the

mineralogy consist in andesine, clinopyroxene (augite and diopside), orthopyroxene

(hypersthene) and have been subordinate hornblende, biotite, opaque minerals,

apatite, spheno/titanite, rutile, quartz and zircon. Alteration processes as

saussuritization and sericitization (plagioclase) and biotitization, uralitization and

chloritization ( pyroxenes) are also present.

The mafic dykes have, in general, FeOT enrichment relative to MgO (Fenner

trend) and low silica/alkali ratios features of the tholeiitic suites, except for sample

CA-01 that plotted in the field of alkaline suite. Through the geochemical behavior of

major and trace elements was found the importance of plagioclase and

clinopyroxene mineral phases at magmatic fractionation. Ambience tectonic

diagrams using as parameters Ti, Zr and Y suggest that the emplacement of mafic

dikes occur in intracratonic continental environment.

Keywords: mafic dykes, Camacan, petrography, geochemistry.

xi

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1: Delimitação geográfica de influência dos Diques Máficos do Estado da Bahia com destaque para a área da Província Litorânea. Adaptado de Correa-Gomes et al. (1996). .................................................................................................... 2 Figura 1.2: Mapa de localização da área de estudo com as principais vias de acesso. Fonte: IBGE, 2006. ........................................................................................ 3

Figura 2.1: Compartimentos tectônicos e limites do Cráton do São Francisco. Adaptado de Barbosa & Sabaté, 2004. ....................................................................... 7 Figura 2.2: Mapa Geológico Regional da área de estudo. Folha Camacan (1:100.000). Adaptado de Moraes Filho & Lima (2007). .............................................. 8 Figura 2.3: Principais domínios metamórficos de alto grau do Estado da Bahia, as Coberturas Superficiais e as Bacias Sedimentares. Adaptado de Bizzi et al. 2001. 10 Figura 2.4: Principais etapas da evolução da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo. Adaptado de Pedreira (1999). ................................................................................... 14

Figura 3.1: Bloco diagrama esquemático de alguns corpos intrusivos. Fonte: Winter (2001). ....................................................................................................................... 18 Figura 3.2: Mapa geológico da área de estudo. Adaptado de Moraes Filho & Lima (2007). ....................................................................................................................... 22 Figura 3.3: Grupos das Lâminas para a descrição petrográfica. .............................. 26 Figura 3.4: Diagrama QAP (Streckeisen, 1976) para a classificação do protólito das rochas do embasamento da região de Camacan. ..................................................... 27 Figura 3.5: Diagrama sílica versus álcalis total (TAS) de classificação de rochas vulcânicas, segundo Cox et al. (1979) para os diques máficos de Camacan. A linha tracejada separa os campos alcalinos e toleíticos, segundo Zanettin (1984). .......... 47 Figura 3.6: Diagrama Na2O + K2O versus SiO2, segundo Irvine & Baragar (1971), para os diques máficos de Camacan. ....................................................................... 50 Figura 3.7: Diagrama A (Na2O + K2O), F (FeOT = 0,9Fe2O3+FeO), M (MgO), segundo Irvine & Baragar (1971) para os diques máficos de Camacan. A linha cheia representa a suíte toleítica do Hawaii, segundo MacDonald & Katsura (1964). ........ 50 Figura 3.8: Diagrama discriminante log. Zr versus log. Zr/Y, (Pearce & Norry 1979) para os diques máficos de Camacan. ....................................................................... 51 Figura 3.9: Diagrama discriminante ZrxTi/100xY*3 (Pearce & Cann, 1973) para os diques máficos de Camacan. .................................................................................... 52 Figura 3.10: Diagramas de variação MgO (% em peso) versus óxidos de elementos maiores (% em peso) dos diques máficos de Camacan. Símbolos como na Figura 3.5. ............................................................................................................................ 54 Figura 3.11: Diagramas de variação MgO versus elementos traços (ppm) dos diques máficos de Camacan. Símbolos como na Figura 3.5. ............................................... 55 Figura 3.12: Diagramas de variação MgO versus elementos traços (ppm) incompatíveis (LILE - Ba, Nd, Rb e Sr) dos diques máficos de Camacan. Símbolos como na Figura 3.5. .................................................................................................. 56 Figura 3. 13: Padrões de Elementos Terras Raras dos diques máficos da região de Camacan (Luciano, 2010). ........................................................................................ 56

xii

LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1: Tabela com as lâminas petrográficas da área de estudo, suas respectivas porcentagens e o grupo que pertencem. Pl-Plagioclásio; Cpx-Clinopiroxênio; Opx-Ortopiroxênio; Op-Opaco; Qt-Quartzo; Ap-Apatita; Minerais de Alteração (Hbl- Hornblenda + Chl-Clorita + Bt- Biotita + Srp-Serpentina + Ep-Epidoto); Grt-Granada; Zr-Zircão. ............................................................................. 26 Tabela 3.2: Análises químicas em rocha total (elementos maiores e traços) para os diques máficos de Camacan, Bahia e de seu embasamento tonalitos granulíticos. DM - Diques Máficos, Emb-Embasamento. .............................................................. 48 Tabela 3.2-Continuação: Análises químicas em rocha total (elementos maiores e traços) para os diques máficos de Camacan, Bahia. DM - Diques Máficos...............49

xiii

LISTA DE FOTOGRAFIAS

Fotografia 3.1: A) Diques máficos de granulometria fina, isotrópicos e maciços. Ponto: CA-01. Coordenadas: 449.589mN e 8.298.309mE. B) Dique máfico de granulometria grossa. Ponto: CA-09. Coordenadas: 465.960mN e 8.299.649mE. .. 23 Fotografia 3.2: A) Dique máfico reto com 5cm de espessura. Ponto: CA-05. Fazenda São José. Coordenadas: 456.833mN e 8.301.643mE. B) Dique máfico reto com 31cm de espessura. Ponto: CA-07A. Coordenadas: 459.446mN e 8.300.583mE. .................................................................................................................................. 23 Fotografia 3.3: Diques máficos com forma sinuosa (A) e angulosa (B). A) Ponto: CA-06B. Coordenadas: 458.998mN e 8.300.531mE. B) Ponto: CA-07A. Coordenadas: 459.446mN e 8.300.583mE. .............................................................. 24 Fotografia 3.4: Contato entre o dique máfico e a rocha encaixante (granulito). Ponto: CA-11. Coordenadas: 463.173mN e 8.304.279mE. ....................................... 24 Fotografia 3.5: Rocha granulítica representando o embasamento. Ponto: CA-13. Coordenadas: 460.845mN e 8.308.313mE. .............................................................. 25

xiv

LISTA DE FOTOMICROGRAFIAS

Fotomicrografia 3.1: Aspecto geral da lâmina evidenciando a textura granoblástica granular. Amostra CA-06C. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Hbl-Hornblenda; Qtz-Quartzo. Aumento: 25X. .......................................................... 28 Fotomicrografia 3.2: Textura de intercrescimento do mineral opaco nos planos de clivagem do ortopiroxênio. Amostra CA-06C. A) Sem analizador. Aumento=200X. B) Sem analizador. Aumento=400X. Pl-Plagioclásio; Op-Opaco; Opx- Ortopiroxênio. .. 29 Fotomicrografia 3.3: Cristal de biotita mostrando a variação dos pleocroismo. Amostra CA-09B. A) Sem analizador. B) Com analizador. Op-Opaco; Grt-Granada; Bt-Biotita. Aumento= 100X. ....................................................................................... 29 Fotomicrografia 3.4: Aspecto geral da granada. Amostra CA-09B. A) Sem analizador. B) Com analizador. Qtz-Quartzo; Grt-Granada. Aumento= 25X. ............ 30 Fotomicrografia 3.5: 1 e 2. Cristais de zircão inclusos no plagioclásio. Amostra CA-06C. A) Sem analizador. B) Com analizador. Bt-Biotita; Pl-Plagioclásio; Chl-Clorita; Zr-Zircão. Aumento= 200X. ....................................................................................... 30 Fotomicrografia 3.6: Aspecto geral dos cristais de epidoto, associado aos plagioclásios alterados. Amostra CA-09B. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Op-Opaco; Ep- Epidoto. Aumento= 200X. ........................................... 31 Fotomicrografia 3.7: 1. A e B – Aspecto geral das texturas ofíticas e subofíticas, onde os cristais de plagioclásio encontram-se inclusos nos cristais de piroxênio. Aumento= 100X. 2. A e B – Textura intergranular, onde o piroxênio já foi substituído pelos processos de alteração pela associação Anf+Cl+Bt. Aumento= 200X. Amostra CA-01A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Ap-Apatita; Op- Opaco; Hbl- Hornblenda; Chl-Clorita; Bt- Biotita; Cpx-Clinopiroxênio. ...................... 32 Fotomicrografia 3.8: Zoneamento dos cristais de plagioclásio. Amostra CA-13. A) Com analizador. B) Com analizador, com giro de 90° em relação a A. Pl-Plagioclásio; Px-Piroxênio. Aumento= 100X. ............................................................ 32 Fotomicrografia 3.9: Cristais subédricos de piroxênio com geminação. Amostra CA-01A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Op-Opaco; Hbl-Hornblenda; Cpx-Clinopiroxênio. Aumento=100X. .................................................... 34 Fotomicrografia 3.10: Cristais de piroxênio com o centro preservado e as bordas compostas por hbl devido o processo de uralitização. Amostra CA-01A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Op-Opaco; Hbl-Hornblenda; Chl-Clorita; Bt- Biotita; Cpx-Clinopiroxênio. Aumento= 200X........................................... 34 Fotomicrografia 3.11: Cristal de hornblenda, com pleocroismo variando de verde musgo a verde azulado. Amostra CA-04. A) Sem analizador. B) Sem analizador, com giro de 90° em relação a A. Pl-Plagioclásio; Hbl-Hornblenda. Aumento= 200X. .................................................................................................................................. 35 Fotomicrografia 3.12: Cristal de anfibólio associado com minerais opacos, apatita e biotita. Amostra CA-09A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Ap-Apatita; Hbl-Hornblenda; Bt- Biotita; Op- Opacos. Aumento= 200X. ............................................ 36 Fotomicrografia 3.13: 1. Cristais de biotita cloritizada e clorita bem desenvolvidos (posição de extinção da biotita) 2. Giro de 45° da platina em relação a 1 (posição de máxima luminosidade da biotita). Amostra CA-9A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Ap-Apatita; Op- Opacos; Chl-Clorita; Bt- Biotita. Aumento= 200X .......... 37 Fotomicrografia 3.14: Cristais clorita e serpentina. Amostra CA-04. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Chl-Clorita; Serpentina. Aumento= 200X. ......................................................................................................................... 37

xv

Fotomicrografia 3.15: 1. Concentração de cristais de apatita. Amostra CA-01A. Aumento= 100X. 2. Cristais de apatita com formas alongadas. Amostra CA-9A. Aumento= 200X. 3. Cristais de apatita alongados, associados a biotita. Amostra CA-9A. Aumento= 100X. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Ap-Apatita; Hbl- Hornblenda; Chl-Clorita; Bt- Biotita; Op- Opacos.................................. 38 Fotomicrografia 3.16: Inclusão de rutilo no plagioclásio com baixo grau de alteração. Amostra CA-01A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Bt- Biotita; Rt-Rutilo. Aumento= 200X. ...................................................................... 39 Fotomicrografia 3.17: Aspecto geral dos cristais de epidoto. Amostra CA-09A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Bt- Biotita; Hbl-Hornblenda, Chl-Clorita; Ep- Epidoto. Aumento= 100X. ....................................................................... 39 Fotomicrografia 3.18: Aspecto geral dos cristais de clinopiroxênio englobando os cristais de plagioclásio. Amostra CA-11B. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Cpx-Clinopiroxênio; Op- Opacos; Chl-Clorita. Aumento= 100X. .......... 40 Fotomicrografia 3.19: Aspecto geral da textura porfirítica, onde se observa formas ripiformes de plagioclásio (1) e anédricos de olivina serpentinizada (2) imersos numa matriz muito fina. 1. Aumento= 25X. 2. Aumento= 100X. Amostra CA-11A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Srp-Serpentina. ....................................................... 41 Fotomicrografia 3.20: Matriz fina composta por ripas de plagioclásio alterado e serpentina. Amostra CA-11B. A) Sem analizador. B) Com analizador. Srp-Serpentina; Pl-Plagioclásio; Op- Opacos. Aumento= 100X. ...................................... 41 Fotomicrografia 3.21: Aspecto geral do contato da parte vítrea com o dique máfico. Amostra CA-14A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl - Plagioclásio; Cpx –Clinopiroxênio; Opx -Ortopiroxênio. Aumento= 25X. ................................................. 43 Fotomicrografia 3.22: Cristais geminados de plagioclásio e piroxênio. Amostra CA-14A. A e B) Com analizador. Pl - Plagioclásio; Cpx –Clinopiroxênio; Opx -Ortopiroxênio. Aumento= 100X. ................................................................................ 44 Fotomicrografia 3.23: Minerais opacos envolvidos por esfeno (coroa de reação). Amostra CA-14C. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Bt- Biotita; Spn-Esfeno; Op-Opaco; Chl-Clorita; Hbl-Hornblenda. Aumento= 200X.................... 45 Fotomicrografia 3.24: Presença de zircão na lâmina do dique máfico. Amostra CA-14C. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Hbl-Hornblenda; Zr-Zircão. Aumento= 400X. ............................................................................................ 46

1

Capítulo 1 - INTRODUÇÃO

O estudo de rochas máficas e ultramáficas, apresentadas sob a forma de

diques e soleiras, é de fundamental importância para a compreensão de ambientes

geodinâmicos. Enxames de diques máficos ocorrem em todos os continentes e

representam quantidades expressivas de fusões máficas que marcam o início de

amplos sistemas extensionais (Corrêa da Costa, 2003). No estudo dos processos

geodinâmicos, vários autores (e.g. Halls, 1982; Windley, 1984; Collerson &

Sheraton, 1986; Halls & Fahrig, 1987) destacam a importância dos diques máficos

como indicadores das fontes mantélicas no tempo geológico e de possíveis

mineralizações associadas. O estudo dos diques máficos permite o entendimento da

composição do manto litosférico subcontinental, sua evolução e consequente

variação composicional ao longo do tempo, podendo ainda refletir a configuração do

regime de tectônica de placas (paleo stress). Além disso, associados às intrusões

máficas/ultramáficas estão presentes depósitos de Cr, Ni-Cu±Co, EGP, Fe-Ti-V,

atribuindo ao estudo de complexos acamadados, diques, sills e derrames máficos e

ultramáficos (komatiítos) um grande valor metalogenético, principalmente pela

importância desses elementos na indústria, e de serem constituintes essenciais da

tecnologia de ponta (informática, eletrônica, robótica).

O Cráton do São Francisco no Estado da Bahia abriga uma grande

variedade de terrenos formados durante o arqueano e o paleoproterozóico, bem

como coberturas sedimentares e metassedimentares com magmatismo máfico

associado, formados durante o meso-neoproterozóico (Barbosa & Dominguez, 1996;

Teixeira et al., 2000; Silva & Cunha, 2002; Bastos Leal et al., 2003; Barbosa &

Sabaté, 2004; Alkmim, 2004; Noce et al., 2005). Neste contexto, destacam-se como

principais unidades de rochas máficas e ultramáficas do Estado, aquelas associadas

às sequências vulcanossedimentares arqueanas e paleoproterozóicas do tipo

"greenstone belts" (ex: Contendas-Mirante, Umburanas, Riacho de Santana, Mundo

Novo, Rio Itapicuru e Capim, entre outras) e as unidades litológicas representadas

por diques e "sills" máficos (ex: Uauá, Curaçá, Chapada Diamantina, Camacan,

Ilhéus-Olivença, Jacuricí-Medrado, dentre outros).

Apesar de existirem vários estudos sobre os diques máficos do Estado da

Bahia, principalmente nas regiões de Uauá, Chapada Diamantina, Salvador, Ilhéus-

2

Olivença, Itabuna-Itajú do Colônia (Menezes, 1992; Bastos Leal, 1992; Moraes Brito,

1992; Tanner de Oliveira, 1989; Brito, 2008), existe uma carência ou falta de

pesquisas sistemáticas e mais detalhadas nos filões máficos que ocorrem na

Província Litorânea (Figura 1.1), especialmente na região de Camacan. As

informações existentes limitam-se a citações em projetos realizados por empresas

como a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral - CBPM e Companhia de Pesquisa

e Recursos Minerais – CPRM.

A relevância deste trabalho é então fundamentada na necessidade dos

geocientistas entender quais e como foram originados os processos relacionados à

evolução da Terra. A abordagem desse tema já foi apresentada por diversos autores

(e.g. Menezes, 1992; Bastos Leal, 1992; Moraes Brito, 1992; Tanner de Oliveira,

1989; Correa-Gomes et al., 1996; Brito, 2008), dentre os quais o de Tanner de

Oliveira (1989) que realizou a descrição petrográfica de 20 lâminas delgadas na

região de Camacan. Logo, o presente trabalho tem o enfoque em complementar as

informações/dados existentes da área, contribuindo assim para a ampliação do

banco de dados sobre os diques máficos da Bahia, bem como apresentar a

caracterização geoquímica preliminar até então desconhecida destes corpos

filoneanos.

Figura 1.1: Delimitação geográfica de influência dos Diques Máficos do Estado da Bahia com destaque para a área da Província Litorânea. Adaptado de Correa-Gomes et al. (1996).

3

1.1 Localização e acesso da área de trabalho

A área de trabalho localiza-se na porção sudeste do estado da Bahia,

compreendida entre os paralelos 15º00´ e 15º30´ e os meridianos 39º00´ e 39º30´,

correspondendo à folha topográfica de Camacan (SD-24-Y-D-III) (Figura 1.2).

O acesso à região se faz pela BR-324, de Salvador até o entroncamento

próximo a Conceição do Jacuípe. A partir daí o trajeto é feito virando à esquerda

para seguir pela BR-101. Passando por Cruz das Almas, Santo Antonio e Itabuna

até a região de Camacan. Este percurso totaliza 534 km.

Figura 1.2: Mapa de localização da área de estudo com as principais vias de acesso. Fonte: IBGE, 2006.

4

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

O presente trabalho tem como objetivo principal caracterizar os diques

máficos da Província Litorânea, mais especificamente da região de Camacan,

quanto aos aspectos geológicos, petrográficos e geoquímicos preliminares.

1.2.2 Objetivo Específicos

Como objetivos específicos pretende-se:

- Descrever os tipos litológicos da área de estudo que estão associados

ao enxame de diques máficos da região de Camacan, as rochas encaixantes

imediatas, destacando as possíveis relações de contato;

- Descrever as características das rochas filoneanas quanto à

espessura, comprimento e direção;

- Descrever petrograficamente os diques máficos, abordando a

identificação detalhada dos minerais constituintes, assim como as suas relações

texturais.

- Caracterizar o comportamento geoquímico dos elementos maiores e

traços dos diques máficos, através de diagramas binários e ternários utilizados na

literatura (e.g. Irvine & Baragar, 1971; Pearce & Cann, 1973; Cox et al. 1979; dentre

outros).

1.3 Metodologia

Para a realização deste trabalho e execução dos objetivos propostos, as

atividades foram separadas em três etapas, descritas a seguir.

• Etapa 1 - Pré-Campo

Essa etapa teve como objetivo a coleta da documentação cartográfica da

área de estudo visando à confecção de mapa geológico base preliminar; o

5

levantamento bibliográfico referente à geologia com ênfase no conjunto litológico,

nas estruturas e no metamorfismo que indicam o contexto geotectônico em que se

enquadram o Cráton do São Francisco e a Faixa Araçuaí.

• Etapa 2 - Campo

Esta fase ocorreu em fevereiro de 2010, onde foram visitados 14 pontos e

com o objetivo de reconhecer o contexto geológico regional e local da área de

estudo e coletar as amostras. Foram desenvolvidas as seguintes atividades: seção

geológica regional, com a observação das principais unidades litológicas referentes

à área de estudo; reconhecimento das litologias; coleta das medidas estruturais das

deformações que atingiram as litologias da área; coleta das informações a respeito

dos diques máficos, como espessuras, extensões, direções, relações com a

encaixante; coleta das amostras dos diques máficos e encaixante para confecção de

lâminas delgadas para estudo petrográfico e análises químicas de rocha total.

• Etapa 3 - Pós-Campo

Esta etapa correspondeu ao tratamento, interpretação e integração dos

dados obtidos, que engloba atividades como a descrição microscópica das lâminas

delgadas petrográficas, tratamento das análises geoquímicas (elementos maiores e

traços) e confecção dos diagramas de classificação, de ambientes tectônicos e os

diagramas binários para estudo da evolução magmática, utilizando-se os programas

Geochemical Data Toolkit (GCDKit - Janousek et al., 2006), Corel Draw X4 e

Microsoft Excel.

A preparação das amostras foi realizada no Laboratório de Preparação de

amostras do Departamento de Geoquímica/UFBA, segundo as seguintes etapas:

britagem, quarteamento e moagem no “shater box”. Após este procedimento, as

amostras foram enviadas para análise no Laboratório de Fluorescência de Raios X

do Departamento de Mineralogia e Geotectônica do Instituto de Geociências da

Universidade de São Paulo/DMP-IG/USP.

Com o auxílio de software ArcGis 9.2 foi confeccionado o mapa geológico da

área alvo em estudo. Esses procedimentos irão concretizar os objetivos propostos,

na elaboração e apresentação da monografia de graduação (Trabalho Final de

Graduação - TFG).

6

Capítulo 2 - GEOLOGIA REGIONAL

A área de estudo está inserida no Cráton do São Francisco (Almeida,

1977), na sua porção sul, próximo ao limite com a Faixa Móvel Araçuaí (Figura 2.1),

apresentando assim um panorama bastante controverso (Moraes Filho & Lima,

2007). Para Correa-Gomes & Oliveira (2002) esta localização, que marca a transição

entre faixas móveis e núcleos cratônicos, representam sítios geológicos de grande

interesse para estabelecer relações entre colisão e magmatismo, e entender

mecanismos de colocação de corpos ígneos.

Foram identificadas as seguintes unidades litoestratigráficas (Figura 2.2):

A) Arqueano/ Paleoproterozóico: i) Complexos Ibicaraí e Buerarema; (ii) Intrusivas

graníticas e sieníticas (Suíte Intrusiva Pau Brasil e Sienito Anuri, respectivamente)

que compõem litologias do Cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá na sua porção sul; B)

Mesoproterozóico: (iii) Intrusões básicas representadas pelos diques máficos; C)

Neoproterozóico (iv) Supracrustais representadas pela bacia de antepaís do Grupo

Rio Pardo (Alkmim, 2004), que contem as Formações Camacan (com níveis de

metacalcário) e a Formação Panelinha; D) Cenozóico (v) os sedimentos cambro-

edicaranos da Formação Salobro e (vi) as formações superficiais cenozóicas (Grupo

Barreiras e as coberturas).

A seguir serão descritas as unidades geológicas que compõem a área de

estudo.

A) ARQUEANO/PALEOPROTEROZÓICO

2.1 Cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá

No Cráton do São Francisco no Estado da Bahia, as rochas metamórficas

da fácies granulito-anfibolito se estendem ao sul da região de Itabuna-Ilhéus até a

região de Curaçá, ao norte do Estado e representam as raízes de um orógeno de

orientação NS, de idade paleoproterozóica, denominado Itabuna-Salvador-Curaçá

(Barbosa & Sabaté 2002, 2004, apud Barbosa et al, 2005) e que inclui os Cinturões

Itabuna, ao sul, e Salvador-Curaçá, ao norte (Figura 2.3).

7

Figura 2.1: Compartimentos tectônicos e limites do Cráton do São Francisco. Adaptado de Barbosa & Sabaté, 2004.

8

Figura 2.2: Mapa Geológico Regional da área de estudo. Folha Camacan (1:100.000). Adaptado de Moraes Filho & Lima (2007).

9

As rochas que compõem o Cinturão Itabuna foram fortemente deformadas

no estado dúctil, resultando no desenvolvimento de uma textura gnáissica. Foram

subdivididas geoquimicamente em: (i) serie toleítica (granulitos básicos com

granada, possivelmente originados de gabros/basaltos); (ii) serie cálcio-alcalina de

baixo potássio (granulitos intermediários, provavelmente derivados de

tonalitos/dacitos e trondhjemitos/riolitos), ambas consideradas como do tipo arco-de-

ilhas ou margem continental ativa (Barbosa & Dominguez, 1996).

Sighinolfi (1970, 1971, apud Silva, 1991) definiu petrogenética e

litogeoquimicamente o Complexo Itabuna como uma associação granulítica de

média pressão, portadora de características comuns à maioria dos terrenos

granulíticos, especialmente quanto ao empobrecimento em elementos litófilos.

Silva (1991), a partir de estudos litogeoquímicos e microestruturais

subdividiu os terrenos arqueanos do Cinturão Itabuna em granulitos depletados,

referentes ao Complexo Itabuna.

Arcanjo et al. (1992), através de estudos petrográficos acoplados aos

estudos petroquímicos e aos mapeamentos geológico e geofísico, conseguiram sub-

dividir as rochas metamórficas arqueanas/paleoproterozóicas de alto grau do

Cinturão Itabuna (na região de Itabuna) em cinco grupos distintos, com

características próprias, a saber: 1) Complexo Ilhéus; 2) Complexo São José; 3)

Complexo Ibicaraí-Buerarema (antigo Complexo Itabuna); 4) Granitóides Rio

Paraíso, Água Sumida e São Geraldo e 5) Complexo Rio Japu.

10

Figura 2.3: Principais domínios metamórficos de alto grau do Estado da Bahia, as Coberturas Superficiais e as Bacias Sedimentares. Adaptado de Bizzi et al. 2001.

2.1.1 Complexo Ibicaraí e Buerarema

Em Silva et al. (2002) os Complexos Ibicaraí e Buerarema já eram tratados

como unidades distintas, antes relacionadas ao Complexo Ibicaraí-Buerarema (ex-

Complexo Itabuna).

O Complexo Ibicaraí na folha Camacan (Figura 2.1), é formado por duas

subunidades: enderbito fácies 3 (pouco expressivo) e indiferenciado.

A subunidade do enderbito indiferenciado é a predominante do complexo,

estando presente em mais de 80% da sua área de exposição. É constituída por

rochas ortoderivadas de origem plutônica, deformadas e granulitizadas (Moraes

Filho & Lima, 2007).

Os litótipos granulíticos são de composições charnockítica, enderbítica e

trondhjemitica, e, subordinadamente, norítica. Suas rochas apresentam contato

tectônico com as rochas do Complexo Buerarema, assim como com os

metassedimentos da Bacia do Rio Pardo. Por vezes a rocha é penetrada por diques

11

básicos e apresenta-se tectonizada e hidrotermalizada, exibindo cloritização do

hiperstênio (Moraes Filho & Lima, 2007).

O Complexo Buerarema (Figura 2.2) está representado pelas subunidades:

PP2bo (ortognaisses tonalíticos) e PP2bg (enderbitos) ambos de composição cálcio-

alcalina.

Tanto nos ortognaisses tonalíticos quanto nos enderbitos a presença de

diques máficos é significativa. Teixeira (2006, apud Moraes Filho & Lima, 2007)

ressalta três características químicas dos diques maficos gabróicos que cortam as

rochas enderbíticas: os baixos teores de SiO2 (47 a 49%), os elevados teores de

Fe2O3 (total), que chegam a 19%, e os baixos valores de mg# (=100mg/Mg+Fe

molar), que seriam típicas de diques toleíticos de grandes profundidades

(translitosféricos).

Os litótipos do Complexo Buerarema apresentam contato tectônico com as

rochas que compõem o Complexo Ibicaraí (não representado na área de estudo) e

com aqueles do Sienito Anuri (Moraes Filho & Lima, 2007).

2.2 Intrusivas graníticas e sieníticas

2.2.1 Suíte Intrusiva Pau Brasil

No Cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá, dentre as mais importantes rochas

paleoproterozóicas estão os tonalitos e trondhjemitos, incluindo o tonalito Pau Brasil,

que possui idade de 2089 ± 4 Ma, datado pelo método Pb-Pb em zircão (Barbosa &

Sabaté, 2003).

A Suíte Intrusiva Pau Brasil (Figura 2.2) corresponde aos granitóides Pau

Brasil de Souza et al. (2003, apud Moraes Filho & Lima, 2007), definidos como

tonalitos e meso-pertita-granitos foliados. Ocorre sob a forma maciça, com

dimensões variáveis, aflorando entre Itajú do Colônia e o povoado de Anuri, ou ainda

a nordeste de Jussari. Apresenta contatos intrusivos, porém pouco nítidos e contatos

tectônicos com o Complexo Ibicaraí e discordante do Grupo Rio Pardo, da Bacia do

Rio Pardo (Moraes Filho & Lima, 2007).

12

2.2.2 Sienito Anuri

As intrusões sieníticas que ocorrem encaixadas nos terrenos policíclicos do

Cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá formam, de uma maneira geral, corpos alongados

orientados na direção N-S, cujas extensões variam entre 16 e 150 km. Constituem

um alinhamento sienítico descontínuo N-S com mais de 1000 km, no qual se

distribuem, de sul para norte, os maciços de Itamarati, Anuri, São Félix e

Santanápolis e o Batólito de Itiúba (Rosa et al. 1999 apud Delgado et al., 2003).

A forma em dique orientada N-S em que estão dispostos os corpos de

sienito no leste da Bahia é indicativa que seus magmas aproveitaram o espaço

estruturado por ação tectônica capaz de gerar grandes condutos retilíneos

(Conceição, 2007).

Inicialmente descrito por Silva Filho et al. (1974, apud Moraes Filho & Lima,

2007), o sienito ocorre na porção oeste da área, sob a forma de dois corpos

distintos. Apresenta contatos tectônicos com os granulitos dos Complexos Ibicaraí e

Buerarema (Figura 2.2). São constituídos essencialmente por sienito hipersolvus

com afinidade ultrapotássica, que guarda evidências de sua diferenciação pela

presença de cumulatos máfico-ultramáficos ricos em apatita. Sua idade de

cristalização é de 2095 ± 4 Ma (U-Pb zircão) (Conceição et al., 2007). Apresenta-se

deformado, com foliação gnáissico-milonítica resultante da movimentação

transcorrente sinistral das zonas de cisalhamento que o controlam (Delgado et al.,

2003).

B) MESOPROTEROZÓICO

2.3 Diques máficos

As rochas mesoproterozóicas na região sul da Bahia são representadas

por diques máficos toleíticos, com idades Ar-Ar compreendidas entre 920 e 1100 Ma

(Renné et al. 1990 apud Rosa et al. 2005), sendo intrusivas em rochas

paleoproterozóicas (2,2-1,9 Ga.) de alto grau metamórfico do Cráton São Francisco

(Correa-Gomes et al., 1996).

Souto et al. (1972) observaram que as rochas diabásicas e gabróicas,

geralmente sob a forma de diques, eram muito frequentes em toda a área dos

13

terrenos granuliticos, ao norte da bacia metassedimentar do Rio Pardo. Tal é a

frequência destas rochas na área que se pode dizer que, praticamente, não existem

afloramentos de granulitos sem que estejam recortados por diques diabásicos.

Diques de diabásio que cortam o embasamento da Bacia do Rio Pardo são

os precursores da separação continental, ou seja, atestam o início do fraturamento

de Rodínia na região e são os precursores da abertura do rifte continental

Araçuaí/Rio Pardo-West Congo Belt (Pedrosa-Soares et al. 2001; Tack et al. 2001;

Dalton de Souza et al. 2002, apud Delgado et al., 2003), estando expostos no flanco

norte da bacia e não a cortam, pertencendo a uma etapa pré-rifte.

Esta unidade litológica, por se tratar do objeto de estudo, será tratada com

mais detalhes no Capítulo 3.

C) NEOPROTEROZÓICO

2.4 Sequências Supracrustais

2.4.1 Bacia Rio Pardo

Na bacia metassedimentar do Rio Pardo afloram rochas sedimentares de

baixo grau de metamorfismo, de idade meso (?) a neoproterozóica, depositadas

sobre gnaisses, migmatitos e granulitos paleoproterozóicos a arqueanos (Cinturão

Itabuna), por sua vez intrudidos por granitos e diques básicos do Mesoproterozóico

(Pedreira, 1999).

A Bacia Rio Pardo teve a sua evolução determinada por dois estágios

tectônicos: o primeiro foi responsável pela formação de um rifte continental, onde se

acumulou a unidade inferior do Grupo Rio Pardo (Formação Panelinha) e o segundo

(drifte) gerou uma bacia de margem passiva, que recebeu os depósitos superiores

do grupo (Delgado et al., 2003).

Em Delgado et al.(2003), a Formação Salobro foi desmembrada do Grupo

Rio Pardo e associada a uma bacia molássica de antepaís, posterior ao orógeno

neoproterozóico Araçuaí e formada durante o Cambro- Ordoviciano.

A figura 2.4 apresenta as principais etapas da evolução da Bacia

Metassedimentar do Rio Pardo.

14

Figura 2.4: Principais etapas da evolução da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo. Adaptado de Pedreira (1999).

2.4.2 Grupo Rio Pardo (Formações Camacan e Panelinha)

Pedreira et al. (1969, apud Moraes Filho & Lima, 2007), definiram a

sequência do Grupo Rio Pardo e (Pedreira, 1999) dividiu o Grupo Rio Pardo na

Formação Panelinha, Subgrupo Itaimbé e Formação Salobro, limitados entre si por

discordâncias erosivas. A primeira é composta por conglomerados, brechas,

arcóseos e grauvacas; o Subgrupo Itaimbé consiste nas formações Camacan

(pelitos e carbonatos), Água Preta (filitos), Santa Maria Eterna (arenitos e

conglomerados) e Serra do Paraíso (calcários e dolomitos), que transicionam

lateralmente entre si. A Formação Salobro, depositada discordantemente sobre o

Subgrupo Itaimbé, é composta por conglomerados polimíticos, arcóseos e

grauvacas (Pedreira, 1999).

A interpretação dos ambientes deposicionais das rochas do Grupo Rio

Pardo confirma as determinações de carbono e oxigênio efetuadas por Costa Pinto

(1977, apud Pedreira 1999), que indicaram ambiente marinho e parcialmente

15

continental para a Formação Camacan, marinho para as formações Água Preta e

Serra do Paraíso e de água salobra para a Formação Salobro (Pedreira, 1999).

Na região estudada o Grupo Rio Pardo é representado pelas Formações

Camacan (com níveis de metacalcário) e Panelinha (Figura 2.2).

A Formação Camacan (Pedreira et al.,1969, apud Moraes Filho & Lima,

2007) ocorre no setor norte da Bacia do Rio Pardo, em sua porção cratônica e é

recoberta a sul-sudeste pela formação Salobro. É composta principalmente por

metassiltitos e ardósias laminadas e intercalações de metarenitos, metagrauvacas,

metadolomitos e metacalcários. Apresenta lentes de carbonato que teriam sido

depositadas em zonas rasas (Moraes Filho & Lima, 2007). Segundo Pedreira (1996,

apud Moraes Filho & Lima, 2007), na Formação Camacan estão representadas

diversas fácies componentes de uma planície de maré média a superior.

A Formação Panelinha compõe a base do Grupo Rio Pardo e foi

formalizada por Pedreira et al. (1969, apud Moraes Filho & Lima, 2007). Aflora ao

longo de estreitas faixas com larguras irregulares, nas bordas norte e oeste da

bacia. É composta principalmente por metaconglomerados polimíticos, com matriz

de metagrauvaca grossa, feldspática e arcosiana, na base, e metagrauvacas

conglomeráticas e metarcóseo, no topo.

Os sistemas de leque aluvial e os arcóseos e grauvacas da Formação

Panelinha são indicativos de deposição e soterramento rápidos, sugerindo sua

origem em blocos elevados do embasamento. A interpretação desta sequência

como leques aluviais e rios entrelaçados está de acordo com as fácies descritas por

Vine (1998, apud Pedreira, 1999) para zonas de riftes precoces, que são

caracterizadas por depósitos de leques, lacustres e fluviais; na Bacia

Metassedimentar do Rio Pardo, estão presentes os primeiros e os últimos (Pedreira,

1999).

2.5 Formação Salobro

No final do Neoproterozóico ao início do Ordoviciano (Ediacarano-

cambriano) foram formadas bacias de antepaís, de curta duração e pouca extensão,

geradas por sobrecarga tectônica. Dentre estas tem-se a bacia molássica de

antepaís Salobro, desenvolvida na borda sudeste do Cráton e associada à faixa de

16

dobramentos Araçuaí. A bacia Salobro se formou sobre a margem passiva rio Pardo

e foi preenchida pelos depósitos da Formação Salobro (Delgado et al., 2003).

Pedreira (1999) considera que a sucessão de fácies da Formação Salobro

é semelhante à mostrada por Einsele (1992, apud Pedreira, 1999) para o

preenchimento de bacias de antepaís (marinho profundo, leque submarino, marinho

raso, deltaico fluvial). Segundo Pedreira (1999), esta bacia de antepaís é resultante

da convergência e colisão entre o Cráton do São Francisco e o embasamento da

Faixa Araçuaí. O autor posiciona a Formação Salobro no topo do Grupo Rio Pardo e

concluiu que, na Bacia do Rio Pardo, está registrado parcialmente um Ciclo de

Wilson, compreendendo as etapas rifte (Formação Panelinha), bacia remanescente

(Formações Camacan, Água Preta, Serra do Paraíso e Santa Maria Eterna) e bacia

de antepaís (Formação Salobro).

A Formação Salobro (Figura 2.2), sobrejacente ao Grupo Rio Pardo, com

quem está limitada por discordância erosiva, começa a sua sedimentação com uma

alternância de arenito e pelito, depositados por correntes de turbidez de baixa

densidade, sucedidos por um espesso pacote de grauvaca com frequentes

intercalações de conglomerado (polimítico, às vezes diamantífero e oligomítico),

depositado por leques aluviais e sistema fluvial entrelaçado (Pedreira, 1999). Os

conglomerados desta formação, de acordo com Karmann (1987, apud Pedreira,

1999) contêm clastos cuja composição é semelhante à das formações subjacentes,

inclusive do embasamento cristalino (Pedreira, 1999). Esta organização vertical

reflete um ciclo de sedimentação progradante, desenvolvido em período de nível de

mar baixo. A Formação Salobro não apresenta metamorfismo e deformação

relevantes (Delgado et al., 2003).

D) CENOZÓICO

2.6 Grupo Barreiras e as coberturas

O Grupo Barreiras ocupa uma porção do extremo leste do Estado da

Bahia, ao longo de uma faixa com até quinze quilômetros de largura, adjacente à

linha da costa ou separada da mesma pelas formações quaternárias marinhas (Vilas

Boas in Barbosa & Dominguez, 1996).

Ocorre em extensos tabuleiros, dispostos em patamares ligeiramente

inclinados em direção à costa e assentados discordantemente sobre os sedimentos

17

juro-cretácicos da bacia do rio Almada e rochas granulíticas pré-cambrianas

(Arcanjo, 1997).

É composto por uma sequência de sedimentos terrigenos, pouco ou não

consolidados, de cores variegadas, variando entre argilas, areias e cascalhos, com

estratificação irregular, normalmente indistinta e, em geral, afossilífera (Vilas Boas in

Barbosa & Dominguez, 1996). Para vários autores sua sedimentação, que ocorreu

durante o Neogeno, está relacionada a fatores morfológicos, climáticos e tectônicos.

A hierarquia litoestratigráfica do Barreiras (se a unidade deve ser

considerada “Formação” ou “Grupo”) continua em discussão, mas a julgar pela

existência de diversas formações já definidas por diversos autores, o mais sensato

seria a adoção de “Grupo” (Arai, 2006).

As coberturas sedimentares ou depósitos neogenos são representados na

área de estudo pelas coberturas detríticas indiferenciadas, depósitos litorâneos

antigos, depósitos litorâneos, depósitos flúvio-lagunares e depósitos aluvionares, e

apresentam uma maior ocorrência na porção leste da região, associados aos

sedimentos do Grupo Barreiras.

18

Capítulo 3 - CARACTERIZAÇÃO DOS DIQUES MÁFICOS

3.1 ASPECTOS GERAIS DOS DIQUES MÁFICOS

Por definição diques são corpos tabulares intrusivos discordantes, ou seja,

que atravessam o bandamento, acamadamento ou outras estruturas das rochas

encaixantes (Winter, 2001).

Os diques podem ocorrer como corpos isolados, porém são encontrados

comumente em conjuntos (sets) que, quando numerosos, são denominados de

enxames (swarms). Os enxames de diques não precisam ser paralelos, podendo

apresentar a forma radial ou em anéis (Figura 3.1).

Figura 3.1: Bloco diagrama esquemático de alguns corpos intrusivos. Fonte: Winter (2001).

O termo máfico (sinônimo de fêmico) geralmente faz referência a minerais

escuros que, por incorporarem preferencialmente elementos compatíveis (Fe, Mg,

Ca), irão cristalizar em maiores quantidades nos estágios iniciais da consolidação

magmática e que, segundo a Série de Bowen, correspondem à olivinas, piroxênios,

anfibólios e micas (Wernick, 2004).

Estes minerais, por apresentarem riqueza de óxidos de FeO, MgO e CaO,

são caracterizados como minerais básicos (em oposição aos minerais ricos em SiO2,

que são considerados ácidos).

19

Outro termo utilizado no presente trabalho é o melanocrático, baseado na

cor da rocha, que é quantificada a partir de um valor conhecido como índice de cor

(M’), que corresponde ao volume percentual dos minerais máficos presentes. As

rochas melanocráticas possuem um percentual de 65 a 90% de minerais máficos

(Winter, 2001).

3.1.1 Petrografia

Durante as análises petrográficas foram observadas as relações de

contato, granulometria, feições de alterações e outras caracteristicas, que auxiliam a

descrição das rochas e na compreensão da sua história de cristalização e evolução.

Abaixo estão apresentadas as definições das principais características

petrográficas observadas (segundo Winter, 2001).

Texturas:

– Ofítica: Refere-se a ripas de plagioclásio englobadas por cristais grandes de

piroxênios;

– Sub-ofítica: Grandes ripas de plagioclásio parcialmente inclusos pelos

piroxênios;

– Intregranular: Pequenos cristais de piroxênio, olivina, produtos de alteração,

etc., preenchem os interstícios numa rede de largas hastes de plagioclásio. A

textura dolerítica é um equivalente de granulometria mais grossa da textura

intergranular das rochas vulcânicas;

– Intersetal: Similar a textura intergranular, porém com o vidro intersticial ou o

vidro alterado está com uma composição significante ocupações entre os

espaços das hastes de plagioclásio.

Processos de alteração:

– Saussuritização: É a alteração do plagioclásio para epídoto e saussurita;

– Sericitização: É o processo pelo qual os feldspatos são hidratados para

produzir sericita. Estágios incipientes podem ser reconhecidos pelo

surgimento de uma fina poeira de feldspatos em luz plano polarizada. Em

estágios mais avançados de alteração o feldspato manchado por micas tendo

20

como birrefrigência a cores amarela e então largos grumos com cristais mais

grossos e de alta birrefrigência;

– Cloritização: É a alteração de algum mineral máfico para clorita. Piroxênio,

hornblenda e biotitas são comumente observados sob uma seção em vários

estágios de alteração para clorita;

– Uralitização: Alteração deutérica de piroxênio para anfibólio devido à entrada

de água numa temperatura moderada;

– Biotitização: Processo similar a hidratação ou alteração deutérica que produz

a biotita, a partir do piroxênio ou mais comumente de uma hornblenda. Como

a biotita contém pouco Ca, o epídoto pode ser produzido, já que o Ca está

sendo liberado durante a alteração da hornblenda para biotita.

– Serpentinização: Processo de alteração onde minerais que formadores de

rochas máficas e ultramáficas, tais como a olivina, são convertidos em

serpentina pela adição de água na estrutura cristalina destes minerais.

Granulometrias (em mm):

– Muito fina (Ø ≤0,1);

– Fina (0,1 < Ø ≤ 1,0);

– Média (1,0 < Ø ≤5,0);

– Grossa (5,0 < Ø ≤ 20,0);

– Muito Grossa (Ø ≥ 20,0).

3.1.2 Geoquímica

Para a interpretação dos dados geoquímicos, serão utilizados os termos

referentes à composição química das amostras, levando em consideração as

relações entre os elementos maiores e traços. A partir dessas informações será

possível definir a série magmática das rochas (ou dos seus protólitos no caso de

rochas classificadas como metamórficas) e o ambiente tectônico em que foram

formadas.

As séries magmáticas fazem referência a um grupo de rochas que

compartilham as mesmas características químicas (e provavelmente mineralógicas)

e apresentam um padrão consistente nos diagramas de variação, sugerindo uma

21

relação genética (Winter, 2001). Estas séries podem ser classificadas como:

Alcalinas (sódica, potássica e alto K) e Subalcalinas (toleítica e cálcio-alcalinas).

As séries alcalinas e subalcalinas são separadas utilizando-se o diagrama

álcalis (Na2O+K2O) versus Sílica (SiO2) (e.g. Irvine & Baragar, 1971;Cox et al. 1979).

A série alcalina é caracterizada pelo enriquecimento em álcalis (Na2O+K2O)

e petrograficamente pela presença de feldspatóides, anfibólio sódico e/ou piroxênio

sódico.

A série cálcio-alcalina é caracterizada por uma razão FeOt/MgO

praticamente constante durante toda a cristalização magmática, ocorre desde os

estágios evolutivos iniciais, a cristalização conjunta entre máficos silicáticos

magnesianos e óxidos de ferro. Em termos de associação litológica, rochas

intermediarias e ácidas da associação basalto-andesito-dacito-riolito são mais

frequentes (Wernick, 2004).

Petrograficamente, as séries toleíticas são caracterizadas pela presença do

piroxênio pobre em Ca (augita subcálcica, hiperstênio e pigeonita). Os fenocristais

mais comuns são olivina e ortopiroxênio. É comum a olivina apresentar reação com

o liquido silicático para um piroxênio pobre em Ca (ortopiroxênio). Típicos das suítes

toleíticas é a coexistência de piroxênios ricos (augita) e pobres (pigeonita ou

hiperstênio) em Ca. Quimicamente a série toleítica segue o trend de Fenner que é o

enriquecimento em ferro na primeira etapa da evolução magmática. No caso da

série cálcio-alcalina este enriquecimento é atenuado ou inexistente, e o mineral

característico é o hiperstênio. Vários diagramas procuram discriminar essas duas

séries, sendo que o mais utilizado é o diagrama AFM, onde A representa os

alcalinos (Na2O + K2O); FeOt (FeO + 0,9Fe2O3) e M (MgO) (Fujimori, 1990).

No diagrama AFM o índice A serve para definir o grau de evolução de cada

uma das rochas da suíte considerada, fazendo o mesmo papel da sílica num

diagrama de Harker. Ligando-se uma amostra através de uma reta com o vértice A,

esta define sobre o lado F-M do triângulo, a proporção entre MgO e FeOt na rocha

(Wernick, 2004).

22

3.2 GEOLOGIA LOCAL

As principais exposições dos diques máficos situam-se em cortes de estrada

principalmente dispostos entre as cidades de Camacan e Santa Luzia e entre Santa

Luzia e Arataca. Sua distribuição pode ser observada na figura 3.2.

Figura 3.2: Mapa geológico da área de estudo. Adaptado de Moraes Filho & Lima (2007).

Souto et al. (1972) descreveram as litologias presentes na região de

Camacan, incluindo os diques máficos, as rochas encaixantes e as coberturas.

Segundo estes autores, os diques máficos, classificados como diabásios,

apresentam plagioclásio sempre em ripas esparsas numa matriz de minerais

escuros, estando fortemente caulinitizado. O quartzo aparece isolado em pequenos

grãos intersticiais ou, muitas vezes, intercrescidos com plagioclásio. O piroxênio

mais encontrado é do tipo pigeonita, frequentemente uralitizado. Tremolita-actinolita

e biotita são outros máficos sempre presentes. A presença de quartzo, muitas vezes

em percentagem significativa, classificam os diabásios como quartzo-diabásio.

Os diques apresentam coloração cinza a preta, granulometria variando de

muito fina a grossa e são isotrópicos e maciços (Fotografias 3.1).

23

Fotografia 3.1: A) Diques máficos de granulometria fina, isotrópicos e maciços. Ponto: CA-01. Coordenadas: 449.589mN e 8.298.309mE. B) Dique máfico de granulometria grossa. Ponto: CA-09. Coordenadas: 465.960mN e 8.299.649mE.

A forma dos diques máficos varia de reta (Fotografias 3.2A e B) a levemente

sinuosas (Fotografia 3.3A), a angulosas (Fotografia 3.3B). Preenchem fraturas

distensivas em variadas direções, como N10°, N25°, mas predominam direções

entre N60° e N80°. Possuem espessuras que variam de poucos centímetros a

dezenas de metros, mas predominam os menos espessos (de 5 a 31cm)

(Fotografias 3.2A e B).

Fotografia 3.2: A) Dique máfico reto com 5cm de espessura. Ponto: CA-05. Fazenda São José. Coordenadas: 456.833mN e 8.301.643mE. B) Dique máfico reto com 31cm de espessura. Ponto: CA-07A. Coordenadas: 459.446mN e 8.300.583mE.

24

Fotografia 3.3: Diques máficos com forma sinuosa (A) e angulosa (B). A) Ponto: CA-06B. Coordenadas: 458.998mN e 8.300.531mE. B) Ponto: CA-07A. Coordenadas: 459.446mN e 8.300.583mE.

É possível observar em campo, o contato entre a rocha encaixante granulítica

e o dique máfico (pontos CA-05, CA-06, CA-07, CA-14) (Fotografias 3.2A, 3.3, 3.4),

embora muitas vezes esses contatos não sejam facilmente reconhecíveis, pois estão

recobertos por uma espessa cobertura de solo. Outra característica comum aos

filões máficos é a presença de matacões apresentando capas concêntricas em torno

de um núcleo mais duro da rocha, lembrando escamas de uma cebola, denominada

de escamação ou exfoliação esferoidal.

Fotografia 3.4: Contato entre o dique máfico e a rocha encaixante (granulito). Ponto: CA-11. Coordenadas: 463.173mN e 8.304.279mE.

25

As rochas do embasamento classificadas como granulitos, que hospedam os

diques máficos de Camacan, apresentam macroscopicamente coloração cinza claro

(Fotografias 3.5) a preta e granulação média a grossa, com estruturas variando de

maciça a pouco foliada. Existem fraturas orientadas preferencialmente NNE-SSW e,

secundariamente, NNW-SSE, mergulhando para ESE. Os diques máficos estudados

ocorrem preenchendo essas fraturas, registrando, predominantemente, as mesmas

orientações observadas para os litótipos encaixantes.

Fotografia 3.5: Rocha granulítica representando o embasamento. Ponto: CA-13. Coordenadas: 460.845mN e 8.308.313mE.

3.3 PETROGRAFIA

Foram utilizadas neste trabalho 19 lâminas delgadas para o estudo

petrográfico. Para facilitar a descrição petrográfica, as lâminas foram separadas

quatro grupos (Figura 3.3) em função da granulometria: embasamento (Grupo 1 –

Rocha Granulítica), granulometria média (Grupo 2 - Diques Máficos Gabróicos),

granulometria fina (Grupo 3 - Diques Máficos Basálticos) e contato (Grupo 4 - Dique

Máfico do Contato com Encaixante Granulítica). Na tabela 3.1 é apresentada a

composição modal dos diferentes grupos analisados. As fichas petrográficas

encontram-se no Anexo 1.

26

Figura 3.3: Grupos das Lâminas para a descrição petrográfica.

Tabela 3.1: Tabela com as lâminas petrográficas da área de estudo, suas respectivas porcentagens e o grupo que pertencem. Pl-Plagioclásio; Cpx-Clinopiroxênio; Opx-Ortopiroxênio; Op-Opaco; Qt-Quartzo; Ap-Apatita; Minerais de Alteração (Hbl- Hornblenda + Chl-Clorita + Bt- Biotita + Srp-Serpentina + Ep-Epidoto); Grt-Granada; Zr-Zircão.

Grupos Classificação Lâmina Pl Cpx Opx Op Qt Ap Hbl+Chl+Bt+

Srp+Ep Grt Zr

1 GRANULITO CA-06C 50 - 5 3 18 - 23 - 1

CA-09B 57 - - 4 24 2 8 4 1

2 GABRO

CA-01A 43 17 7 13 1 1 18 - -

CA-03 59 21 8 5 1 - 6 - -

CA-04 59 11 12 9 < 1 < 1 9 - -

CA-05B 60 17 11 7 - < 1 5 - -

CA-09A 54 5 3 4 2 2 30 - -

CA-10 54 22 10 4 1 - 9 - -

CA-12 48 25 7 8 1 < 1 11 - -

CA-13 49 31 7 9 < 1 < 1 4 - -

3 BASALTO

CA-05A 41 13 5 10 < 1 - 31 - -

CA-06A 40 23 11 6 - - 20 - -

CA-06B 37 19 11 11 - - 22 - -

CA-07B 43 13 9 10 < 1 - 25 - -

CA-11A 45 7 3 15 - - 30 - -

CA-11B 41 28 12 7 - - 12 - -

4 CONTATO

CA-14A 62 18 7 3 < 1 < 1 10 - -

CA-14B 59 17 13 6 < 1 < 1 5 - -

CA-14C 50 5 10 6 - < 1 29 - < 1

27

GRUPO 1: ROCHA GRANULÍTICA - ENCAIXANTE

Este grupo é representado pelos pontos CA-06C e CA-09B e corresponde às

rochas do embasamento granulítico. De acordo com o diagrama QAP (Streckeisen,

1976), o protólito destas rochas foi classificado como tonalito (Figura 3.4).

Figura 3.4: Diagrama QAP (Streckeisen, 1976) para a classificação do protólito das rochas do embasamento da região de Camacan.

É caracterizado por apresentar texturas porfiroblásticas e granoblásticas

granular (Fotomicrografia 3.1) e decussada, marcada pela presença de minerais

sem orientação. Este tipo litológico é constituído, predominantemente, por

plagioclásio, quartzo e hiperstênio. Porções menores de minerais opacos,

hornblenda, biotita, granada e apatita.

28

Fotomicrografia 3.1: Aspecto geral da lâmina evidenciando a textura granoblástica granular. Amostra CA-06C. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Hbl-Hornblenda; Qtz-Quartzo. Aumento: 25X.

O plagioclásio perfaz cerca de 54% do volume total da rocha. Na lâmina CA-

09B é comum a presença de alto grau de alteração, devido os processos de

saussuritização/sericitização, embora na lâmina CA-06C ocorra baixo grau dos

processos de alteração (saussuritização/sericitização), alguns cristais encontram-se

bastante alterados. Seus cristais variam entre 0,8 a 2,6mm, ocorrendo na forma

xenoblástica a subidioblástica, com cristais alongados. Raros cristais apresentam

geminação segundo a lei da albita.

O quartzo perfaz cerca de 21% do volume total da rocha. Possui formas

alongadas e arredondados (xenobláticos). Os tamanhos variam entre 0,6 a 2,0 mm,

com alguns cristais que chegam até 3mm.

Apenas na lâmina CA-06C foi observada a presença de cristais de piroxênio

(orto), representado por cristais xenoblásticos e bastante fraturados.

Os minerais opacos correspondem a 4% do volume total da rocha e, em

alguns cristais é possível observar bordas de esfeno/titanita. Foi observado também

a presença da textura de intercrescimento do mineral opaco nos planos de clivagem

do ortopiroxênio (Fotomicrografia 3.2).

29

Fotomicrografia 3.2: Textura de intercrescimento do mineral opaco nos planos de clivagem do ortopiroxênio. Amostra CA-06C. A) Sem analizador. Aumento=200X. B) Sem analizador. Aumento=400X. Pl-Plagioclásio; Op-Opaco; Opx- Ortopiroxênio.

As apatitas apresentam formas subédricas e tamanhos que variam entre

0,2 a 0,3mm.

Estão presentes também cristais de granada, biotita e zircão, além dos

minerais de alteração como a clorita, mica branca e hornblenda.

A biotita possui tamanhos de 0,2 a 1mm, apresenta pleocroísmo marrom

claro ao marrom avermelhado intenso (Fotomicrografia 3.3), e contatos irregulares

com os minerais opacos, granada, quartzo e plagioclásio.

Fotomicrografia 3.3: Cristal de biotita mostrando a variação dos pleocroismo. Amostra CA-09B. A) Sem analizador. B) Com analizador. Op-Opaco; Grt-Granada; Bt-Biotita. Aumento= 100X.

As granadas possuem tamanhos de 0,8 a 2mm, além de cristais com até

3,6mm de diâmetro. Os cristais estão sempre em contato com a alteração dos

plagioclásios e com o quartzo (Fotomicrografia 3.4).

30

Fotomicrografia 3.4: Aspecto geral da granada. Amostra CA-09B. A) Sem analizador. B) Com analizador. Qtz-Quartzo; Grt-Granada. Aumento= 25X.

O zircão apresenta cristais com tamanhos de 0,05 a 0,09mm e 0,15 a

0,19mm, com formas euédricas a subédricas (cristais arredondados) e estão

inclusos no plagioclásio (Fotomicrografia 3.5).

Fotomicrografia 3.5: 1 e 2. Cristais de zircão inclusos no plagioclásio. Amostra CA-06C. A) Sem analizador. B) Com analizador. Bt-Biotita; Pl-Plagioclásio; Chl-Clorita; Zr-Zircão. Aumento= 200X.

31

Presença de epidoto com forma irregular (xenoblástica), disperso em varias

partes da lâmina CA-09B, associado aos plagioclásios mais alterados

(Fotomicrografia 3.6).

Fotomicrografia 3.6: Aspecto geral dos cristais de epidoto, associado aos plagioclásios alterados. Amostra CA-09B. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Op-Opaco; Ep- Epidoto. Aumento= 200X.

GRUPO 2 – DIQUES MÁFICOS GABRÓICOS (Granulometria Média)

As características gerais deste grupo são: possuem uma granulometria

média, são holocristalinas, apresentam as texturas ofitica, subofítica, intergranular

(Fotomicrografia 3.7) e diabásica. São compostas basicamente por plagioclásios e

piroxênios (clino e orto), seguidos por minerais opacos e os minerais de alteração do

plagioclásio, como as micas brancas, e dos piroxênios, que são a hornblenda, biotita

e clorita, além de minerais acessórios como a apatita e o quartzo.

A seguir serão descritos os minerais separadamente por ordem de

grandeza/abundância.

Os plagioclásios foram classificados como andesina com variação dos

teores de anortita (An) entre 35 a 44%, obtidos através do método Michel-Levi (Kerr,

1959) e representam cerca de 54% do volume total da rocha. As formas variam de

euédricas a anédricas, sendo os tipos subédricos os predominantes. Os cristais

puderam ser separados em dois grupos: os prismáticos, que apresentam as

geminações segundo as leis da albita e albita-Carlsbad, e em raros cristais (menor

expressão), a geminação periclina, e os arredondados, mais preservados. Apenas

na lâmina CA-13 foi possível observar nitidamente o zoneamento dos cristais

(Fotomicrografia 3.8), nas outras lâminas há indícios de um zoneamento, como nos

32

cristais onde a concentração da alteração está no centro dos cristais e as bordas

encontram-se preservadas. Presença da extinção ondulante é comum.

Fotomicrografia 3.7: 1. A e B – Aspecto geral das texturas ofíticas e subofíticas, onde os cristais de plagioclásio encontram-se inclusos nos cristais de piroxênio. Aumento= 100X. 2. A e B – Textura intergranular, onde o piroxênio já foi substituído pelos processos de alteração pela associação Anf+Cl+Bt. Aumento= 200X. Amostra CA-01A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Ap-Apatita; Op- Opaco; Hbl- Hornblenda; Chl-Clorita; Bt- Biotita; Cpx-Clinopiroxênio.

Fotomicrografia 3.8: Zoneamento dos cristais de plagioclásio. Amostra CA-13. A) Com analizador. B) Com analizador, com giro de 90° em relação a A. Pl-Plagioclásio; Px-Piroxênio. Aumento= 100X.

33

Os cristais prismáticos subédricos (geminados) possuem comprimento

máximo de 2,8mm e mínimo até 0,2mm, enquanto que os cristais anédricos

(arredondados) apresentam tamanhos que variam entre 2,6 a 0,2 mm de diâmetro.

Processos de saussuritização/sericitização foram identificados, principalmente nos

cristais prismáticos. A alteração se desenvolveu principalmente no centro dos

cristais, onde é possível identificar aspecto nublado e difuso, com bordas mais

claras.

Alguns cristais encontram-se dispostos em forma de X ou de cruz, alguns

apresentam-se como finas ripas alongadas cortando outros cristais de plagioclásio

que se apresentam prismáticos. Os contatos são retos, irregulares e curvos com os

piroxênios e com os outros cristais de plagioclásio. No centro dos cristais existem

inúmeras inclusões minerais com forma de agulhas de coloração verde a incolor

(sendo este o predominante), provavelmente referentes à clorita e as micas brancas

(sericita e moscovita), às vezes com hábito radial. Em algumas lâminas as micas

brancas encontram-se bem desenvolvidas, formando verdadeiros aglomerados. No

centro de alguns cristais anédricos há presença de minerais opacos.

Os cristais de piroxênios presentes são os clinopiroxênios representados

pela augita e pelo diopsídio e os ortopiroxênios pelo hiperstênio, que juntos ocupam

cerca de 30% do volume total da rocha.

De forma geral, são caracterizados por apresentar cristais anédricos

(predominantes) a subédricos, além de formas alongadas. Ocorrem com tamanhos

variando de 0,3 a 1,6mm (fina a média) e contatos curvos e retos com os

plagioclásios e curvos, retos e irregulares com os minerais opacos. Diversos cristais

apresentam geminação (Fotomicrografia 3.9). Não raramente, os cristais apresentam

o centro preservado, enquanto as bordas são marcadas pelos processos de

alteração como a uralitização, cloritização e biotitização (Fotomicrografia 3.10),

evidenciados pela associação hornblenda+clorita+biotita (Hbl+Chl+Bt). A lâmina CA-

09A, apresenta raros cristais de piroxênio, sendo que eles apresentam apenas o

centro preservado, com grandes halos/bordas de alteração de hornblenda e clorita.

Apesar de apresentarem características muito semelhantes, como o hábito e

as relações de contato entre os minerais, o ortopiroxênio apresenta-se de coloração

esverdeada e pleocroísmo variando de verde a róseo e extinção paralela, que o

distingue dos clinopiroxênios.

34

Fotomicrografia 3.9: Cristais subédricos de piroxênio com geminação. Amostra CA-01A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Op-Opaco; Hbl-Hornblenda; Cpx-Clinopiroxênio. Aumento=100X.

Fotomicrografia 3.10: Cristais de piroxênio com o centro preservado e as bordas compostas por hbl devido o processo de uralitização. Amostra CA-01A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Op-Opaco; Hbl-Hornblenda; Chl-Clorita; Bt- Biotita; Cpx-Clinopiroxênio. Aumento= 200X.

Os minerais opacos ocupam cerca de 8% do volume total da rocha e são

representados pela magnetita e ilmenita. Possuem formas euédricas (menos

abundantes) a anédricas e alongadas e ocorrem com tamanhos que variam de 0,3 a

1,2 mm de diâmetro (fina a média), sendo que os cristais alongados possuem

comprimento de até 1,3 mm. Os contatos são retos a curvos com os plagioclásios e

irregulares com os piroxênios. Apresentam finas bordas de hornblenda e clorita, e

halos do coloração amarronzada (transformação para titanita). Alguns cristais não

apresentam halos de oxidação (como os cristais euédricos), apresentando um

contato direto (sem presença de minerais de alteração) com os outros cristais como

os plagioclásios e piroxênios. A maioria dos cristais encontra-se ou inclusos nos

piroxênios ou com a maioria das faces em contato com o mesmo. Nos cristais

menores é mais comum observar as relações entre eles e os minerais secundários

35

de alteração do piroxênio como hornblenda+clorita+biotita, além dos halos de

alteração (oxidação). Nos cristais maiores ou não há bordas de outros minerais ou

as ocorrências são reduzidas. No centro da textura intergranular pode-se observar a

presença de opacos. Quanto maior o cristal de opaco menor a associação dele com

os minerais de alteração do piroxênio.

Os minerais gerados a partir de processos de alteração como a hornblenda,

clorita, biotita, serpentina e epidoto correspondem a 9% do volume total da rocha e

serão descritos a seguir.

O anfibólio é representado pela hornblenda. Alguns cristais de hornblenda

apresentam no centro pleocroísmo marrom a verde amarronzado e nas bordas o

verde azulado a verde musgo (Fotomicrografia 3.11). Os cristais apresentam formas

anédricas. Em algumas lâminas os cristais encontram-se bem cristalizados

(Fotomicrografia 3.12), enquanto que em outras se assemelham a manchas de

coloração do pleocroísmo (marrom a verde azulado e verde musgo). Quando bem

cristalizados, possuem tamanhos que variam entre 0,8 a 1,0 mm de diâmetro (finos).

O contato é sempre irregular com o piroxênio. Apresentam-se numa associação com

minerais opacos, clorita e biotita, por se tratarem dos minerais de alteração dos

piroxênios.

Fotomicrografia 3.11: Cristal de hornblenda, com pleocroismo variando de verde musgo a verde azulado. Amostra CA-04. A) Sem analizador. B) Sem analizador, com giro de 90° em relação a A. Pl-Plagioclásio; Hbl-Hornblenda. Aumento= 200X.

36

Fotomicrografia 3.12: Cristal de anfibólio associado com minerais opacos, apatita e biotita. Amostra CA-09A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Ap-Apatita; Hbl-Hornblenda; Bt- Biotita; Op- Opacos. Aumento= 200X.

A clorita, gerada a partir da alteração do piroxênio, às vezes apresenta um

hábito radial e cristais bem desenvolvidos (Fotomicrografia 3.13), enquanto outros

cristais estão dispostos como aglomerados de granulometria fina com pequenos

cristais de minerais opacos inclusos.

A biotita possui coloração marrom avermelhado (anômala). Alguns cristais

apresentam-se cloritizados, e geralmente estão envolvendo ou em contato

(Fotomicrografia 3.13) com os minerais opacos.

A serpentina ocorre em menor volume em relação aos outros minerais de

alteração descritos anteriormente, se apresenta como aglomerados (Fotomicrografia

3.14).

A apatita representa 2% do volume total da rocha e apresenta predominância

dos cristais euédricos, porém alguns são anédricos e subédricos. Vários cristais

apresentam a forma hexagonal que representa sua seção basal com tamanho

variando de 0,6 a 0,15mm de diâmetro (Fotomicrografia 3.15 – 1). Alguns cristais

apresentam a forma alongada que chegam a ter 1,2mm de diâmetro

(Fotomicrografia 3.15 – 2 e 3). Apresentam contatos retos e irregulares com a

hornblenda e a biotita e curvos com os plagioclásios alterados, com os minerais

opacos o contato é irregular e alguns cristais apresentam contato reto com os

piroxênios. Parte dos cristais encontra-se incluso nos cristais de plagioclásio, assim

como entre os plagioclásios e piroxênios alterados. Os cristais apresentam-se na

maioria das lâminas dispersos, porém em algumas (CA-01 e CA-09A, por exemplo)

é possível observar a concentração de cerca de 7 cristais em um único campo de

visão (100X).

37

Fotomicrografia 3.13: 1. Cristais de biotita cloritizada e clorita bem desenvolvidos (posição de extinção da biotita) 2. Giro de 45° da platina em relação a 1 (posição de máxima luminosidade da biotita). Amostra CA-9A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Ap-Apatita; Op- Opacos; Chl-Clorita; Bt- Biotita. Aumento= 200X

Fotomicrografia 3.14: Cristais clorita e serpentina. Amostra CA-04. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Chl-Clorita; Serpentina. Aumento= 200X.

Os cristais de quartzo apresentam formas anédricas, com contatos

irregulares, curvos a embaiados, com os termos mais alterados dos plagioclásios e

piroxênios, associados com clorita/hornblenda. Alguns cristais apresentam-se

38

alongados, separando cristais de plagioclásio com bordas com alto grau de

alteração. Ocorrem com tamanhos que variam entre 0,2 a 0,6mm de diâmetro,

sendo que na lâmina CA-09A foram observados cristais que possuem tamanhos que

variam entre 1 a 1,3mm de diâmetro.

Fotomicrografia 3.15: 1. Concentração de cristais de apatita. Amostra CA-01A. Aumento= 100X. 2. Cristais de apatita com formas alongadas. Amostra CA-9A. Aumento= 200X. 3. Cristais de apatita alongados, associados a biotita. Amostra CA-9A. Aumento= 100X. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Ap-Apatita; Hbl- Hornblenda; Chl-Clorita; Bt- Biotita; Op- Opacos.

39

O rutilo ocorre como traço, incluso nos cristais de plagioclásio

(Fotomicrografia 3.16).

Fotomicrografia 3.16: Inclusão de rutilo no plagioclásio com baixo grau de alteração. Amostra CA-01A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Bt- Biotita; Rt-Rutilo. Aumento= 200X.

Na lâmina CA-09A foi identificado o epidoto (Fotomicrografia 3.17) que

possui formas anédricas e contatos irregulares com os plagioclásios, clorita e

hornblenda.

Fotomicrografia 3.17: Aspecto geral dos cristais de epidoto. Amostra CA-09A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Bt- Biotita; Hbl-Hornblenda, Chl-Clorita; Ep- Epidoto. Aumento= 100X.

GRUPO 3 – DIQUES MÁFICOS BASÁLTICOS (Granulometria Fina)

A característica principal deste grupo é a granulometria fina. Estão presentes

as texturas ofítica, subofítica (Fotomicrografia 3.18), intergranular e fortemente

porfirítica. As rochas deste grupo possuem composição mineralógica similar aos

40

diques do Grupo 2 (Diques Gabróicos), sendo compostas predominantemente por

plagioclásios e piroxênios (clino e orto), seguidos por minerais opacos e os minerais

de alteração dos plagioclásios (micas brancas) e dos piroxênios (hornblenda, biotita

e clorita), além de minerais acessórios como o quartzo e apatita.

Fotomicrografia 3.18: Aspecto geral dos cristais de clinopiroxênio englobando os cristais de plagioclásio. Amostra CA-11B. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Cpx-Clinopiroxênio; Op- Opacos; Chl-Clorita. Aumento= 100X.

Os diques que apresentam textura fortemente porfirítica são marcados pela

presença de fenocristais constituídos predominantemente por plagioclásio e de

forma subordinada, por olivina serpentinizada (com tamanhos que variam de 0,8 a

1,3mm – Fotomicrografia 3.19), cuja matriz de granulometria fina é constituída por

plagioclásio, piroxênio, serpentina e minerais opacos (Fotomicrografia 3.20).

41

Fotomicrografia 3.19: Aspecto geral da textura porfirítica, onde se observa formas ripiformes de plagioclásio (1) e anédricos de olivina serpentinizada (2) imersos numa matriz muito fina. 1. Aumento= 25X. 2. Aumento= 100X. Amostra CA-11A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Srp-Serpentina.

Fotomicrografia 3.20: Matriz fina composta por ripas de plagioclásio alterado e serpentina. Amostra CA-11B. A) Sem analizador. B) Com analizador. Srp-Serpentina; Pl-Plagioclásio; Op- Opacos. Aumento= 100X.

42

A seguir serão descritos os minerais separadamente:

Os plagioclásios ocupam cerca de 41% do volume total da rocha e foram

classificados como andesina, com teor de anortita que representa valores entre 38 –

41%, através do método Michael-Levi (Kerr, 1959). Os tamanhos variam entre 1mm

de comprimento máximo (CA-06A) a 0,15mm de comprimento mínimo (CA-05A).

Predominância de formas anédricas e também cristais subédricos. Os cristais

encontram-se em geometria na forma de X. Estão geminados segundo as leis albita

e albita-Carlsbad. Presença de extinção ondulante. Inclusões de minerais

fibrosos/agulhas (clorita/mica branca). Os processos de alteração presentes são a

saussuritização e a sericitização, observados em diferentes graus nas lâminas.

Alguns cristais estão intensamente alterados, principalmente no centro, praticamente

todo substituído por mica branca, enquanto que alguns cristais encontram-se bem

preservados. O alto grau de alteração em algumas lâminas não possibilitou a

determinação do teor de anortita (An).

Os cristais de piroxênios estão representados por orto e clino que, juntos,

ocupam cerca de 26% do volume total da rocha. Predominam cristais com forma

anédrica, alguns se apresentam prismáticos (anédricos a subédricos), com

tamanhos que variam de 0,2 a 0,4mm. Ocorrem cristais geminados. De forma geral,

os piroxênios apresentam núcleos preservados e bordas com intenso grau de

alteração, caracterizados pelos minerais secundários gerados a partir dos processos

de uralitização, cloritização e biotitização, embora em algumas lâminas os cristais

encontrem-se bem preservados, sem alteração.

Os minerais opacos representam cerca de 10% do volume da rocha.

Apresentam-se predominantemente com formatos anédricos, mais raramente

subédricos e euédricos, ou com hábitos alongados. Ocorrem com tamanhos que

variam de 0,075 a 0,8mm e os contatos são irregulares com os plagioclásios e

piroxênios. Alguns cristais possuem bordas de alteração de coloração marrom

representados por esfeno/titanita.

O quartzo possui forma anédrica, ocorre raramente e tamanhos

de 0,3mm de diâmetro.

Outros cristais presentes de forma subordinada são a biotita, hornblenda e

clorita e representam a associação de alteração dos piroxênios.

43

GRUPO 4: DIQUE MÁFICO DO CONTATO COM ENCAIXANTE GRANULÍTICA

Este grupo representa o contato imediato entre o dique máfico e a rocha

encaixante (Lâmina CA-14A) e a transição para o núcleo do dique (Lâminas CA-14B

e C).

Lâmina CA-14A (Contato)

Nesta lâmina são observadas as texturas hipo a holocristalina, inequigranular,

ofitica, subofítica, intergranular a intersetal, porfirítica, marcada pela presença de

microfenocristais de plagioclásio imersos numa matriz de granulação vítrea

(Fotomicrografia 3.21) a fina, constituída por vidro, plagioclásio, ortopiroxênio e

clinopiroxênio.

Fotomicrografia 3.21: Aspecto geral do contato da parte vítrea com o dique máfico. Amostra CA-14A. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl - Plagioclásio; Cpx –Clinopiroxênio; Opx -Ortopiroxênio. Aumento= 25X.

Os cristais de plagioclásios ocorrem com 62% do volume total da rocha.

São cristais euédricos a subédricos, com predominância de forma de ripas

(prismáticos) e estão geminados predominantemente segundo a lei albita-Carlsbad

e, raramente, na lei albita. Presença de extinção ondulante. Os cristais apresentam

tamanhos que variam de 1,2 a 2,4mm, com raros cristais com até 3,6mm. Alguns

cristais na porção vítrea apresentam os processos de saussuritização e sericitização.

Os piroxênios ocorrem com 25% do volume total da rocha. Possuem

formas subédricas a anédricas e tamanhos de 0,5 a 1,4mm. Apresentam-se ora

como prismas ora como pequenas ripas, alguns cristais são arredondados. Nos

raros cristais que apresentam contatos com outros minerais no caso dos

44

plagioclásios o contato com o piroxênio é irregular. Possuem cristais com geminação

(Fotomicrografia 3.22).

Fotomicrografia 3.22: Cristais geminados de plagioclásio e piroxênio. Amostra CA-14A. A e B) Com analizador. Pl - Plagioclásio; Cpx –Clinopiroxênio; Opx -Ortopiroxênio. Aumento= 100X.

Lâminas CA-14B e CA-14C

Foram identificados plagioclásios, piroxênios e anfibólios, além de cristais de

zircão, rutilo, serpentina, biotita (cristais anédricos, alguns cristais encontram-se

alongados) e clorita que apresenta tamanhos de até 0,6 a 0,7mm e apresentam uma

forte relação com os cristais de epidoto.

Os plagioclásios correspondem a 55% do volume total da rocha e

apresentam formas euédricas a subédricas (ripas) com tamanhos que variam de 0,2

a 1,6mm. Apresentam-se geminados sob as leis da albita, albita-Carlsbad e

periclina. Na lâmina CA-14B o plagioclásio é a andesina (teor de anortita de 44%), já

na CA-14C os cristais encontram-se bastante alterados (intensos processos de

saussuritização e sericitização) e por isso não foi possível determinar o teor de

anortita (An). Alguns cristais possuem inclusões de clorita.

Os piroxênios (clino e orto) representam cerca de 11% do volume

total da rocha e possuem formas anédricas (arredondadas), com tamanhos que

variam de 0,6 a 1,6mm. Contatos curvos e retos com os plagioclásios e curvos e

irregulares com os opacos. Baixo grau de alteração e geração de paragênese

secundária como Hornblenda+Clorita+Biotita. Alguns cristais apresentam-se

geminados.

45

O anfibólio possui forma subédrica a anédrica. O pleocroísmo varia de

marrom intenso (avermelhado) a quase incolor. Os tamanhos variam entre 0,4 a

1mm e os contatos são irregulares com o piroxênio e retos com o plagioclásio.

Os minerais opacos representam 6% do volume total da rocha e apresentam

formas subédricas a anédricas e também formas alongadas, com diâmetros que

variam de 0,2 a 1,2mm. Os contatos são curvos a irregulares com os plagioclásios e

piroxênios. Alguns cristais apresentam contatos retos com os plagioclásios. Outros

cristais apresentam bordas de esfeno/titanita, formando a textura coroa de reação

(Fotomicrografia 3.23).

Fotomicrografia 3.23: Minerais opacos envolvidos por esfeno (coroa de reação). Amostra CA-14C. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Bt- Biotita; Spn-Esfeno; Op-Opaco; Chl-Clorita; Hbl-Hornblenda. Aumento= 200X.

O quartzo apresenta formas anédricas.

A apatita possui formas euédricas (representando a seção basal) a

subédricas, presença também de cristais alongados com 0,2mm de comprimento.

Está presente nos contatos entre os plagioclásios e piroxênios alterados.

O epidoto geralmente apresenta-se associado com os cristais de clorita,

sempre anédricos (formas indefinidas).

Cristais de zircão (Fotomicrografia 3.24) ocorrem como traço incluso nos

cristais de plagioclásio e hornblenda.

46

Fotomicrografia 3.24: Presença de zircão na lâmina do dique máfico. Amostra CA-14C. A) Sem analizador. B) Com analizador. Pl-Plagioclásio; Hbl-Hornblenda; Zr-Zircão. Aumento= 400X.

3.4 GEOQUÍMICA PRELIMINAR

Para a análise do comportamento geoquímico dos diques máficos da

região de Camacan foram analisados elementos maiores e traços em 21 amostras

(Tabela 3.2). Foram também dosados elementos maiores e traços para o

embasamento granulítico.

Foram utilizados diagramas de classificação e nomenclatura (e.g. Cox et

al., 1979), diagramas binários para a investigação da evolução magmática (e.g.

Harker, 1909) e diagramas ternários de ambiência tectônica (Pearce & Norry 1979;

Pearce & Cann, 1973).

3.4.1 Classificação e Nomenclatura

Para a classificação e nomenclatura destas rochas foram utilizados os

diagramas sílica versus álcalis total (TAS) (Cox et al., 1979), A (Na2O + K2O) - F

(FeOT) - M (MgO) (Irvine & Baragar, 1971) e Na2O+K2O versus SiO2 (Irvine &

Baragar, 1971). No diagrama TAS as rochas estudadas plotam no campo dos

basaltos, abaixo da linha de Zanettin (1984) no campo das rochas subalcalinas,

exceto a amostra CA-01 que apresentou teores de álcalis (4,05%) um pouco mais

elevados plotando no campo alcalino (Figura 3.5). Este comportamento é confirmado

também no diagrama Na2O+K2O versus SiO2 (Figura 3.6). As rochas do Grupo 2 são

então classificadas como gabros, pois são os correspondentes plutônicos das

rochas do Grupo 3.

47

No diagrama Na2O+K2O versus SiO2 as amostras plotam

predominantemente no campo da série subalcalina (Figura 3.6), exceto a amostra

CA-01 que plota no campo da serie alcalina.

No diagrama AFM (Figura 3.7) é evidenciado o comportamento

subalcalino das amostras, já que estão plotadas no campo da serie toleítica,

marcada pelo enriquecimento em ferro (ou Trend de Fenner), em relação aos teores

de MgO.

Figura 3.5: Diagrama sílica versus álcalis total (TAS) de classificação de rochas vulcânicas, segundo Cox et al. (1979) para os diques máficos de Camacan. A linha tracejada separa os campos alcalinos e toleíticos, segundo Zanettin (1984).

48 Tabela 3.2: Análises químicas em rocha total (elementos maiores e traços) para os diques máficos de Camacan, Bahia e de seu embasamento tonalitos granulíticos. DM - Diques Máficos, Emb-Embasamento.

Grupo 1 Grupo 2

CA-06C CA-09B CA-01 CA-02 CA-03 CA-04 CA-05B CA-07C CA-07D CA-08 CA-09A CA-10 CA-12 CA-13 CA-14B

LAT 458.966 465.960 449.589 449.870 450.013 451.186 456.807 459.477 459.477 462.908 465.960 464.686 463.234 460.845 457.181

LONG 8.300.497 8.299.649 8.298.309 8.298.254 8.298.201 8.298.277 8.301.676 8.300.541 8.300.541 8.299.654 8.299.649 8.302.158 8.306.305 8.308.313 8.312.135

Tipo litológico Emb Emb DM DM DM DM DM DM DM DM DM DM DM DM DM

Classificação TAS /QAP Tonalito Tonalito Gabro Gabro Gabro Gabro Gabro Gabro Gabro Gabro Gabro Gabro Gabro Gabro Gabro

SiO2 60,23 65,41 46,51 47,17 50,64 48,88 45,53 47,04 46,98 48,72 49,47 48,03 48,48 47,48 46,59

TiO2 0,580 0,697 3,439 2,971 1,603 2,642 2,992 2,755 2,764 2,341 3,047 2,181 2,963 3,255 3,189

Al2O3 16,60 16,99 12,37 12,82 13,39 12,88 12,91 13,80 13,05 14,20 12,80 13,30 12,26 12,38 12,79

Fe2O3 6,67 3,85 18,05 15,72 14,44 15,27 16,36 16,08 16,05 13,72 15,57 14,70 16,92 18,03 17,58

MnO 0,086 0,040 0,257 0,236 0,207 0,226 0,216 0,244 0,238 0,204 0,264 0,220 0,235 0,260 0,229

MgO 3,11 0,90 4,31 5,60 5,88 5,56 6,58 5,99 5,95 5,60 3,85 6,12 4,97 4,79 5,85

CaO 5,99 3,96 8,23 9,80 9,85 9,27 10,58 9,63 9,68 9,39 7,26 10,31 8,79 9,09 9,28

Na2O 3,95 4,20 2,83 2,54 2,45 2,75 2,31 2,47 2,46 2,64 2,97 2,52 2,67 2,69 2,44

K2O 1,69 1,72 1,22 0,59 0,52 0,78 0,65 0,71 0,68 0,86 1,15 0,30 0,72 0,65 0,68

P2O5 0,180 0,122 0,893 0,435 0,143 0,271 0,325 0,383 0,390 0,392 0,953 0,236 0,348 0,399 0,327

Loi 0,94 1,50 0,76 1,48 1,04 1,12 1,18 1,08 1,10 1,48 2,06 1,66 0,94 0,26 0,00

Total 100,03 99,39 98,87 99,36 100,16 99,65 99,63 100,18 99,34 99,55 99,39 99,58 99,30 99,28 98,96

Ba 722 621 739 333 168 299 254 195 192 413 412 145 296 247 244

Ce 89 133 80 83 73 57 49 52 47 95 37 65 50 55 59

Co 16 7 37 41 44 41 44 46 46 38 28 39 40 40 45

Cr 64 43 < 13 96 61 83 151 95 92 149 < 13 92 48 < 13 80

La 38 89 58 < 28 < 28 < 28 < 28 < 28 < 28 < 28 47 < 28 < 28 30 < 28

Nb < 9 12 18 19 < 9 14 14 14 14 20 22 12 17 17 15

Nd 43 52 69 63 40 50 48 61 62 43 81 50 65 64 55

Ni 39 33 20 54 64 47 90 75 72 57 28 60 43 34 81

Rb 41 35 34 20 16 18 18 19 18 21 28 7 17 14 15

Sc 15 < 14 43 43 32 40 45 40 35 37 35 39 37 38 42

Sr 511 684 339 334 221 294 292 270 268 269 261 215 254 243 252

Th 7 32 11 8 8 9 10 10 10 9 9 7 10 10 9

U < 3 < 3 9 8 6 8 9 9 9 8 9 8 11 10 8

Y 16 6 47 41 23 38 32 39 36 41 69 32 44 43 39

Zr 177 255 255 192 104 175 146 174 178 221 395 139 199 192 187

49 Tabela 3.2-Continuação1: Análises químicas em rocha total (elementos maiores e traços) para os diques máficos de Camacan, Bahia. DM - Diques Máficos.

Grupo 3

CA-05A CA-06A CA-06B CA-07A CA-07B CA-11A CA-11B CA-14A

LAT 456.807 459.028 458.998 459.446 459.477 463.173 463.173 457.181

LONG 8.301.676 8.300.538 8.300.531 8.300.583 8.300.541 8.304.279 8.304.279 8.312.135

Tipo litológico DM DM DM DM DM DM DM DM

Classificação TAS (Cox et al. 1979). Basalto Basalto Basalto Basalto Basalto Basalto Basalto Basalto

SiO2 47,60 48,19 48,15 46,29 47,27 45,33 45,23 48,71

TiO2 3,325 2,673 2,658 3,388 2,862 1,979 1,970 2,623

Al2O3 12,60 13,16 13,19 12,76 13,01 15,57 15,39 13,89

Fe2O3 17,34 15,43 15,33 16,79 16,23 14,48 14,05 16,14

MnO 0,244 0,223 0,233 0,248 0,241 0,201 0,198 0,208

MgO 5,12 5,77 5,78 5,53 5,69 6,35 6,79 4,51

CaO 9,10 9,71 9,67 9,54 9,73 10,48 10,00 7,97

Na2O 2,54 2,64 2,61 2,43 2,47 2,37 2,54 2,93

K2O 0,57 0,74 0,58 0,64 0,60 0,38 0,41 1,23

P2O5 0,386 0,402 0,396 0,549 0,421 0,233 0,220 0,347

Loi 0,76 0,16 1,00 1,16 1,12 2,18 2,88 0,64

Total 99,59 99,10 99,60 99,33 99,64 99,55 99,68 99,20

Ba 226 416 349 245 164 191 187 515

Ce 84 68 80 < 35 62 < 35 79 70

Co 46 45 41 41 42 53 55 58

Cr 73 79 73 89 76 75 81 20

La < 28 28 34 < 28 < 28 30 < 28 41

Nb 17 18 18 25 14 11 10 16

Nd 71 66 66 76 64 64 46 65

Ni 57 52 52 57 65 77 76 53

Rb 15 14 12 23 19 13 12 30

Sc 39 38 42 40 37 35 36 30

Sr 213 314 313 276 257 280 357 318

Th 9 8 8 10 9 6 7 10

U 7 8 7 10 8 7 6 7

Y 54 36 35 50 39 26 25 34

Zr 238 184 179 256 188 114 111 217

50

Figura 3.6: Diagrama Na2O + K2O versus SiO2, segundo Irvine & Baragar (1971), para os diques máficos de Camacan.

Figura 3.7: Diagrama A (Na2O + K2O), F (FeOT = 0,9Fe2O3+FeO), M (MgO), segundo Irvine & Baragar (1971) para os diques máficos de Camacan. A linha cheia representa a suíte toleítica do Hawaii, segundo MacDonald & Katsura (1964).

51

3.4.2 Ambiência Tectônica

O ambiente tectônico para as rochas filoneanas foi definido utilizando-se

os diagramas de Pearce & Norry (1979) que relaciona o log. Zr versus log. Zr/Y

(Figura 3.8) e o diagrama ternário (ZrxTi/100xY*3) de Pearce & Cann (1973) (Figura

3.8). As amostras plotaram no campo dos basaltos intraplaca em ambos os

diagramas. A amostra CA-09A, por possuir teores de Zr mais elevados (395ppm;

Tabela 3.2) se afasta do campo A da figura 3.8 e plota no campo C da figura 3.9.

Figura 3.8: Diagrama discriminante log. Zr versus log. Zr/Y, (Pearce & Norry 1979) para os diques máficos de Camacan.

52

Figura 3.9: Diagrama discriminante ZrxTi/100xY*3 (Pearce & Cann, 1973) para os diques máficos de Camacan.

3.4.3 Comportamento Geoquímico dos Elementos Maiores e Traços

Para definir a evolução magmática dos filões máficos da região de

Camacan foram utilizados diagramas binários, que permitiram analisar os elementos

maiores e traços em relação ao MgO. Estas rochas, por terem sido classificadas

como de composição básica, o teor de magnésio (MgO) foi mais representativo que

o de SiO2, que é mais utilizado para rochas de composição intermediária ou ácida.

O MgO representa o índice de diferenciação, onde os valores percentuais

são inversamente proporcionais à evolução magmática, ou seja, quanto maior seu

teor, mais primitivo e menos fracionado será o magma. Comportamento contrário é

observado com o SiO2, onde quanto maior seus teores mais evoluídos serão os

produtos da cristalização. Para as rochas máficas da região de Camacan os teores

de MgO variam de 3,84 a 6,79% e os teores de SiO2 variam de 45,23 a 50,64%

(Tabela 5.2).

Os elementos maiores apresentam o comportamento esperado para a

evolução do magmatismo máfico, onde os teores de Ti2O, P2O5 e FeOt aumentam

com a cristalização (diminuição dos teores de MgO), marcado pela formação de

53

minerais como apatita, rutilo/esfeno e piroxênio, evidenciado no estudo petrográfico

(Figura 3.10).

Os teores de CaO e Al2O3 decrescem com a diferenciação magmática,

refletindo o comportamento do plagioclásio e do clinopiroxênio durante a evolução

magmática, enquanto os teores dos álcalis (Na2O e K2O) crescem. Os teores de

SiO2 aumentam marcando o aumento da evolução e do fracionamento. De modo

geral, foi observado, para os elementos maiores, um aumento dos teores de TiO2,

P2O5, Na2O, K2O, SiO2 e Fe2Ot e um decréscimo de Al2O3 e CaO (Figura 3.10).

Os elementos traços compatíveis como o Cr, Ni e Co, apresentam um

decréscimo dos teores, com o aumento da cristalização, embora o Cr apresente

pontos dispersos. O Sc apresenta valores dispersos e sugere a importância do

fracionamento do clinopiroxênio no processo evolutivo magmático (Figura 3.11).

Os incompatíveis do grupo dos HFSE (High Field Strength Element),

representados pelo Nb, Ce, Y e Zr, apresentam um crescimento dos teores com a

evolução magmática. O terra rara leve Ce apresenta pontos dispersos e um

aumento mais brusco que os demais elementos incompatíveis. Para os

incompatíveis do grupo dos LILE (Large Ion Litophile Element - Ba, Nd, Rb e Sr) o

comportamento é semelhante aos HFSE, ou seja, há um aumento de seus teores

com a diminuição do MgO. Os valores de Sr encontram-se bastante dispersos,

provavelmente associado ao processo de saussuritização e sericitização dos

plagioclásios (Figura 3.12).

A classificação dos elementos Nb, Ce, Y, Zr, Ba, Nd, Rb e Sr como

incompatíveis é comprovada a partir da análise do comportamento dos seus teores,

onde suas concentrações aumentam gradativamente com a evolução magmática,

indicando concentração no líquido residual (Figura 3.12).

Segundo Luciano (2010) os padrões dos elementos terras raras (ETR) para

os diques máficos (Figura 3.13), normalizados segundo os dados para condrito de

Sun & McDonough (1989) apresentam ETRL (leves) e ETRP (pesados) pouco

fracionados e moderadamente enriquecidos, além de uma fraca anomalia negativa

de Eu. O caráter toleítico observado no diagrama AFM, confirmado pelo padrão ETR

é condizente com as razões (Ce/Nb)n que apresenta valores entre 2,93 e 7,16.

54

Figura 3.10: Diagramas de variação MgO (% em peso) versus óxidos de elementos maiores (% em peso) dos diques máficos de Camacan. Símbolos como na Figura 3.5.

55

Figura 3.11: Diagramas de variação MgO versus elementos traços (ppm) dos diques máficos de Camacan. Símbolos como na Figura 3.5.

56

Figura 3.12: Diagramas de variação MgO versus elementos traços (ppm) incompatíveis (LILE - Ba, Nd, Rb e Sr) dos diques máficos de Camacan. Símbolos como na Figura 3.5.

Figura 3. 13: Padrões de Elementos Terras Raras dos diques máficos da região de Camacan (Luciano, 2010).

57

Capítulo 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos estudos petrográficos e geoquímicos preliminares dos diques

máficos da região de Camacan e de suas rochas encaixantes, tem-se como

principais considerações finais:

1 – Os diques máficos da região de Camacan apresentam como principais áreas de

ocorrência os cortes de estrada dispostos entre as cidades de Camacan e Santa

Luzia e entre Santa Luzia e Arataca;

2 – Os diques ocorrem com coloração cinza a preta, granulometria variando de

muito fina a grossa e são isotrópicos e maciços. Apresentam formas variando de

reta, levemente sinuosas a angulosas e as espessuras predominantes são de 5 a 31

cm. Apesar de apresentarem em alguns pontos, contato com as rochas encaixantes,

estes não são facilmente reconhecíveis, pois estão recobertos por uma espessa

cobertura de solo. Preenchem fraturas distensivas na encaixante granulítica em

variadas direções, mas predominam direções entre N60° e N80°;

3 – As rochas estudadas foram separadas em 4 grupos em função da granulometria:

embasamento (Grupo 1), granulometria média (Gabros - Grupo 2), granulometria

fina (Basaltos - Grupo 3) e contato (Grupo 4).

4 – Os diques máficos são intrusivos em rochas granulíticas (Grupo 1), que

macroscopicamente apresentam coloração cinza claro a preta e granulação média a

grossa, com estruturas variando de maciça a pouco foliada. Apresentam textura

granoblástica e são constituídos principalmente por plagioclásio (54%), quartzo

(21%), minerais opacos (4%) e proporções menores de ortopiroxênio, biotita,

granada, apatita e zircão. A composição modal indica protólito tonalítico.

5 – O Grupo 2, classificado como gabro, apresenta como mineralogia principal

plagioclásio (andesina) (53%), clinopiroxênio (augita e diopsídio) (19%),

ortopiroxênio (hiperstênio) (8%), minerais opacos (7%), minerais de alteração

hornblenda, clorita, biotita, serpentina, epidoto (juntos correspondem a 12%) e

proporções menores de quartzo e apatita. Apresentam as texturas ofitica, subofítica,

58

intergranular e diabásica. Presença dos processos de saussuritização, sericitização,

cloritização, uralitização e biotitização;

6 – O Grupo 3, classificado como basalto tendo como mineralogia principal os

plagioclásios (41%), clinopiroxênio (17%), ortopiroxênio (9%), minerais opacos (10%)

e subordinadamente hornblenda, biotita, clorita, olivina serpentinizada (juntos

perfazem 23% do volume total), além de quartzo e apatita (<1%). As texturas

presentes são a ofítica, subofítica, intergranular e fortemente porfirítica.

7- O Grupo 4, classificado como diabásio/basalto é constituído por vidro, plagioclásio

(57%), clinopiroxênio (13%), ortopiroxênio (10%), minerais opacos (5%) e em

menores proporções hornblenda, biotita, clorita e quartzo (juntos correspondem a

15%).

8 – Os diques máficos apresentam, de forma geral, enriquecimento em FeOt em

relação ao MgO (trend de Fenner) e baixas razões sílica/álcalis características de

suítes toleíticas, exceto a amostra CA-01 que plotou no campo da suíte alcalina.

9 – Diagramas de ambiência tectônica utilizando como parâmetros o Ti, Zr e Y

evidenciaram que as amostras dos diques máficos da região de Camacan são

classificados como basaltos intraplaca;

10 – O comportamento geoquímico dos elementos maiores representa a evolução

esperada para esse tipo de magmatismo, os seja um aumento dos teores de TiO2,

P2O5, Na2O, K2O, SiO2 e Fe2Ot e um decréscimo de Al2O3 e CaO. Este

comportamento permitiu constatar a importância das fases minerais plagioclásio e

clinopiroxênio no fracionamento magmático;

11 – Para os elementos traços tem-se o decréscimo dos elementos Cr, Ni e Co

(compatíveis). O Sc apresenta um aumento dos teores com a diminuição do MgO,

sugerindo a importância do fracionamento do clinopiroxênio no processo evolutivo

magmático. E um aumento dos elementos Nb, Ce, Y, Zr, Ba, Nd, Rb e Sr

(incompatíveis);

59

12 – Os elementos terras raras (ETRL e ETRP) apresentam-se pouco fracionados e

moderadamente enriquecidos, além de uma fraca anomalia negativa de Eu.

60

REFERENCIAS

ALKMIM, F.F. O que faz de um cráton um cráton? O Cráton do São Francisco e as

revelações Almeidianas ao delimitá-lo. In: Mantesso-Neto et al. (Eds) Geologia do

Continente Sul-Americano. Evolução da obra de Fernando Flávio Marques de

Almeida. Becca, p.17-35. 2004.

ALMEIDA, F.F. O Cráton do São Francisco. Revista Brasileira Geociências. vol. 4,

p. 349-364. 1977.

ARAI, M. A grande elevação eustática do Mioceno e sua influência na origem do

Grupo Barreiras. Geologia USP: Série Científica, São Paulo , v. 6, n. 2, p. 1-6.

2006.

ARCANJO J.B.A., BARBOSA J.S.F. & OLIVEIRA J.E. Caracterização petrográfica e

metamórfica dos granulitos do arqueano/proterozóico inferior da região de Itabuna -

Brasil. Revista Brasileira de Geociências, São Paulo, 22(1), p. 47-55. 1992.

ARCANJO, J. B. A. (Org.). Programa de Levantamentos Geológicos Básicos do

Brasil. Itabuna, Folha SD-24-Y-B-VI. Escala 1:100.000. Estado da Bahia. CPRM,

Salvador. p. 276. 1997.

BARBOSA, J. S. F & DOMINGUEZ, J. M. L. Mapa Geológico do Estado da Bahia.

Escala: 1.000.000. Texto Explicativo. Salvador, Bahia. 1996.

BARBOSA, J.S.F. & SABATÉ, P. Colagem paleoproterozóica de placas arqueanas

do Cráton do São Francisco na Bahia. Revista Brasileira de Geociências, São

Paulo, 33(1): p.7-14. 2003.

BARBOSA J.S.F. & SABATÉ P. Archean and Paleoproterozoic crust of the São

Francisco Cráton, Bahia, Brazil: geodynamic features. Prec. Res., 133: 1-27. 2004.

61

BARBOSA J.S.F. et al. Petrografia e litogeoquímica das rochas da parte oeste do

alto de Salvador, Bahia. Revista Brasileira de Geociências, São Paulo , 35(4):p. 9-

22. 2005.

BASTOS LEAL, L.R. Geocronologia, evolução isotópica e significado tectônico

do enxame de diques máficos de Uauá e Vale do Rio Curaçá-BA. Dissertação de

Mestrado, Instituto de Geociências. Universidade de São Paulo. p.120. 1992.

BASTOS LEAL, L.R et al. Shrimp U-PB, 207Pb/206Pb zircon dating, and Nd isotopic

signature of the Umburanas greenstone belt, northern São Francisco Cráton, Brasil.

Jornal of South American Earth Sciences 15: 775-785, Salvador, 2003.

BIZZI, L. A. et al. Mapas de Geologia, Tectônica e Recursos Minerais do Brasil:

Sistema de Informações Geográficas – SIG. 4 CD-Rom (Escala 1:2.500.000),

CPRM, Brasília: 2001.

BRITO, D. C. Geologia, petrografia e litogeoquímica dos diques máficos da

porção sudoeste da Chapada Diamantina, Bahia. Dissertação (Mestrado), no

Instituto de Geociências, na Universidade Federal da Bahia. 2008.

COLLERSON, K.D. & SHERATON, J.W. Age and geochemical characteristics of a

mafic dyke swarm in the Archean Vestfold Block Antarctic: inferences about

Proterozoic dyke emplacement in Gondwana. J. Petrol., 27: 853-886. 1986.

CONCEIÇÃO, H. et al. Idade U-Pb do dique sienítico Anurí, sul da Bahia:

magmatismo alcalino-potássico paleoproterozóico e sua implicação para a orogenia

transamazônica no Cráton do São Francisco. Revista Brasileira de Geociências,

São Paulo, 37(4 - suplemento):p. 61-69. 2007.

CORRÊA DA COSTA, P. C. Petrologia, Geoquímica e Geocronologia dos diques

máficos da região de Crixás-Goiás, porção centro-oeste do Estado de Goiás.

Tese (Doutorado) - Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo, São Paulo.

151p. 2003.

62

CORREA-GOMES, L.C.; TANNER DE OLIVEIRA, M.A.F., MOTTA, A.C., CRUZ,

M.J.M. Província de Diques Máficos do Estado da Bahia: mapas, estágio atual

do conhecimento e evolução temporal. Salvador: Convênio SICM-UFBa-SGM. p.

144. 1996.

CORREA-GOMES L.C. & OLIVEIRA, E.P. Dados Sm-Nd, Ar-Ar e Pb-Pb de corpos

plutônicos no sudoeste da Bahia, Brasil: implicações para o entendimento da

evolução tectônica no limite Orogenia Araçuaí/Cráton do São Francisco. Revista

Brasileira de Geociências, São Paulo. n. 32. p. 185-196. 2002.

COX, K.G.; BELL, J.D.; PUNKHURST, R.J. The interpretation of igneous rocks.

Ed. George Allen –Unwin (Publishers) Ltda. London, 450p. 1979

DELGADO, I.M. et al. Geotectônica do Escudo Atlântico. BIZZI, L.A. et al. (Eds) In:

Geologia, Tectônica e Recursos Minerais do Brasil. CPRM, Brasília. p. 227-334.

2003.

FUJIMORI, S. Composição química de Rochas e suas implicações. Centro

Editorial e didático da UFBA, Salvador, p. 301. 1990.

HALLS, H.C. The importance and potential of mafic dyke swarms in studies of

geodynamic process. Geosciences Canada, 9(3): p.145-154. 1982.

HALLS, H.C. & FAHRIG, W. F. Mafic Dyke Swarms. Geological Association of

Canada, Special Paper, p. 34:503. 1987.

HARKER, A. The natural history of igneous rocks. London: Methuen, p.384. 1909.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Base de

Cartográfica 2006. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>.

IRVINE, T.N. & BARAGAR, W.R.A. A guide to the chemical classification of common

rocks. Canadian Journal Earth Science, 8: 523-548, 1971.

63

JANOUSEK, V.; FARROW, C.; M, ERBAN, V. Interpretation of whole-rock

geochemical data in igneous geochemistry: introducing Geochemical Data Toolkit

(GCDkit). J. Petrology, 47, 1255–1259. 2006.

KERR, P.F. Optical Mineralogy. Mcgraw-Hill Book Co. 3. Ed.,New York. p.442.

1959.

LUCIANO, R.L. Mapeamento geológico do embasamento granulítico da

extremidade norte da bacia do Rio Pardo, Bahia, Brasil. Dissertação (Mestrado) -

Universidade Federal da Bahia, Instituto de Geociências, 2010.

MAcDONALD, G.A. & KATSURA, T. Chemical composition of Hawaiian Lavas. J.

Petrology, 5: 82-133. 1964.

MENEZES, A.B. O enxame de diques máficos de Uauá - Bahia: Caracterização

Petrologia e geoquímica. Dissertação de Mestrado, Instituto de Geociências,

Universidade de São Paulo, 126 p. 1992.

MORAES BRITO, C. Caracterização geológica, geoquímica e petrográfica dos

diques máficos proterozóicos da região de Salvador-BA. Dissertação

(Mestrado), IAG-USP, 153p. 1992.

MORAES FILHO, J.C.R.& LIMA, E. S; Região de Itapetinga, sul da Bahia (borda

SE do cráton do São Francisco): geologia e recursos minerais. Salvador:

Convênio CPRM/CBPM. Série Arquivos Abertos n º 27. p. 63. 2007.

NOCE, C.M. et al. Age of felsic volcanism and the role of ancient continental crust in

the evolution of the Neoarchean Rio das Velhas Greenstone belt (Quadrilátero

Ferrífero, Brazil): U-Pb zircon dating of volcaniclastic graywackes. Precambrian

Research, nº 141, 67-82. 2005.

PEARCE, J.A. & CANN, J.R. Tectonic setting of basic volcanic rocks determined

using trace element analysis. Earth Plan. Sci.Lett.,19:290-300. 1973.

64

PEARCE, J. A. & NORRY, M.J. Petrogenetic implications of Ti, Zr, Y and Nb

variations in volcanic rocks. Contrib. Mineral. Petrol., 69:33- 47. 1979.

PEDREIRA, A.J. Evolução sedimentar e tectônica da Bacia do Rio Pardo. Revista

Brasileira de Geociências, São Paulo, n° 29, p. 339-344. 1999.

ROSA, M.L.S. et al. Magmatismo neoproterozóico no sul do Estado da Bahia,

Maciço Sienítico Serra das Araras: geologia, petrografia, idade e geoquímica.

Revista Brasileira de Geociências, São Paulo, 35(1):111-121. 2005.

SILVA L.C. da. Geoquímica, petrologia e evolução dos granulitos depletados e

não depletados da Bahia. Dissertação (Mestrado). Universidade de Brasília-UnB.

Brasília. p. 143. 1991.

SILVA, L.C. et al. Reavaliação da Evolução Geológica em Terrenos Pré-Cambrianos

Brasileiros com Base em Novos Dados U-Pb Shrimp, Parte I: Limite Centro-Oriental

do Cráton São Francisco na Bahia. Revista Brasileira de Geociências, São Paulo,

v. 32, n. 4, p. 501-512. 2002.

SILVA, M. G.& CUNHA, J. C. Greenstones belts e sequência vulcanossedimentares

equivalentes do Cráton do São Francisco no Estado da Bahia. Geologia e Potencial

Mineral. Workshop: Depósitos Minerais Brasileiros e Metais-Base, p.102-109,

2002.

SOUTO, P.G.; AZEVEDO, H.C. de A.; PEDREIRA, A.J. Geologia da folha de

Camacan Sudoeste. Itabuna: CEPLAC/CEPEC. 32p. 1972 (Boletim Técnico, 20).

STRECKEISEN, A. To each plutonic rock its proper name. Amsterdam. Earth Sci.

Rev., 12:1-33. 1976.

TANNER DE OLIVEIRA, M.A.F. O enxame de diques máficos de Olivença:

aspectos geoquímicos e petrogenéticos. Unpub. Ph.D Thesis, Instituto de

Geociências, Universidade de São Paulo. p.154. 1989.

65

TEIXEIRA, W. et al. Archean and Paleoproterozoic tectonic evolution of the São

Francisco Craton, Brazil. In: CORDANI, U.G. et al.(Eds). Evolution of South

America. International Geological Congress 31º Rio de Janeiro, Special

Publication, p.101-138. 2000.

WERNICK, E. Rochas Magmáticas: Conceitos Fundamentais e Classificação

Modal, Química, Termodinâmica E Tectônica. São Paulo-SP, Ed. Unesp.655 p.

2004.

WINDLEY, B.F. The evolving continent. John Winley and Sons, 2ed, p.391. 1984.

WINTER, J.D. An Introduction to Igneous and Metamorphic Petrology Prentice-

Hall Inc, Upper Saddle River, New Jersey, USA, p. 697. 2001.

ZANETTIN, B. Proposed new classification of volcanic rocks. Episodes, 7:19-20.

1984.

66

ANEXOS

Fichas de Descrição Petrográfica

67

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório

CA-01A

1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO

No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)

CA-01A 449.589 8.298.309 CAMACAN Nº do Ponto Referências do Ponto

01 Entre Camacan e Santa Luzia

Tipo Litológico Nome do Corpo

Rocha Dique Máfico

2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA

Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra

BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP

X X X

BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais

3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA

Rocha máfica, holocristalina, fanerítica média a grossa

4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS

Plagioclásio

Possuem formas subédricas, apresentam a geminação albita e albita-Carlsbad. Alguns cristais encontram-se totalmente alterados pelo

processo de sericitização/saussuritização. Nos cristais maiores devido à alteração não é possível observar a geminação. Nos cristais

menores a geminação esta mais bem marcada.

Pirox ênio

Cristais subédricos a anédricos. Contatos irregulares a retos com plagioclásios alterados e com os minerais de alteração do próprio

piroxênio (hornblenda, clorita, opacos e biotita). Os contatos entre os cristais dos piroxênios é irregular. Presença de Opx (cristais com

maior tamanho) e Cpx. Alguns cristais apresentam geminação. Tamanhos de 1,27 a 0,45mm, com predominância de cristais de 0,75mm.

Alguns cristais só apresentam o núcleo preservado, sendo possível observar os graus de alteração. Os processos de alteração observados

foram a uralitização, biotitização e cloritização.

Anfiból io

Hornblenda. Apresentam-se numa associação com opacos (alteração para magnetita), clorita e biotita.

Minerais Opacos

Apresentam finas bordas de hornblenda e clorita, e halos de coloração amarronzada (esfeno/titanita). Cristais euédricos a anédricos. Os

cristais inclusos no piroxênio são anédricos. Os cristais euédricos não apresentam minerais na borda. Predominância de contatos retos com

o plagioclásio e piroxênio. Tamanhos que varias entre 1,0 a 0,75mm.

Apati ta

A predominância dos cristais são euédricos, porém alguns são anédricos, e subédricos. Vários cristais apresentam a forma hexagonal que

apresenta sua seção basal. Tamanho 0,6 a 0,15mm. Alguns cristais apresentam a forma alongada que chegam a ter 1,28mm. Contatos retos

e irregulares com a hornblenda e a biotita, e curvos com os plagioclásios alterados. O contato com os opacos é irregular e alguns cristais

apresentam contato reto com os piroxênios. A maioria dos cristais encontra-se em contato ou inclusos nos cristais de plagioclásio. Alguns

cristais apresentam no centro inclusões de clorita e de um mineral incolor com alta birrefringência. Feição interessante cristal de apatita

como borda de um cristal com birrefringência alta e do plagioclásio alterado. Os cristais apresentam-se na maioria dispersos, porém em

algumas porções é possível observar a presença de uns 7 cristais (num único campo de visão - 10X).

Quartzo

Cristais anédricos, com contatos irregulares, com os termos mais alterados dos piroxênios, associados com clorita/hornblenda. Tamanhos

que variam entre 0,52 a 0,15 mm

Outros

Os outros cristais de alteração identificados do piroxênio foram à biotita, cujo alguns cristais apresentam coloração marrom avermelhado

(anômala) e a clorita. Rutilo - Incluso plagioclásio sem alteração. Titanita/esfeno – presente na borda dos minerais opacos. Presença de

olivina serpentinizada

5 - NOME DA ROCHA

Gabro

6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS

Textura ofítica; inequigranular; intergranular; diabásica, holocristalina

7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE

Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista

Salvador 08/09/2010 10/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos

68

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório

CA-03

1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO

No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)

CA-03 450.013 8.298.201 CAMACAN

Nº do Ponto Referências do Ponto

03

Tipo Litológico Nome do Corpo

Rocha Dique Máfico

2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA

Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra

BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP

X X X

BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais

3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA

Rocha máfica, holocristalina, fanerítica média a grossa.

4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS

Plagioclásio

Andesina (An=39). Presença de geminação albita-Carlsbad, albita e periclina (rara). Alto grau de

saussuritização/sericitização. Cristais de plagioclásio em forma de estrela. Alguns cristais apresentam extinção ondulante. No

centro de alguns cristais existem inclusões de sericita e de clorita. Tamanho que varia entre 1,3 mm de comprimento e 0,3

mm de espessura.

Pirox ênio

Presença de Opx e Cpx. Cristais geminados, formas anédricas (predominantes) a subédricas. Alguns cristais apresentam

forma alongada. Contatos irregulares com os opacos e curvos a retos com os plagioclásios. Tamanhos que variam entre

0,7mm a 0,3 mm. É baixa a quantidade de minerais de alteração, gerados pelos processos de uralitização, cloritização e

biotitização. Minerais Opacos

Formas subédricas a anédricas, alguns apresentam – se alongados. Os cristais quase não apresentam halos de alteração ou

associação com minerais marrons. Contatos irregulares com os piroxênios e retos a curvos com os plagioclásios. Tamanhos

de 0,9 mm a 0,45mm.

Quartzo

Formas arredondadas, anédricas.

5 - NOME DA ROCHA

Gabro

6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS

Não foi visualizado apatita. Textura ofítica, intergranular.

7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE

Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista

Salvador 21/09/2010 10/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos

69

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório

CA-04

1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO

No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)

CA-04 451.186 8.298.277 CAMACAN

Nº do Ponto Referências do Ponto

04

Tipo Litológico Nome do Corpo

Rocha Dique Máfico

2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA

Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra

BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP

X X X

BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais

3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA

Rocha máfica, holocristalina, fanerítica média a grossa

4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS

Plagioclásio

Formas subédricas a anédricas. Cristais bastante alterados. Com diversas inclusões de clorita. Os cristais mais preservados do plagioclásio

são aqueles de birrefringência amarela, no centro de alguns desses cristais há presença de opacos. Raros cristais apresentam a geminação

albita-Carlsbad, porém mascarados pela intensa alteração. Não foi possível observar zoneamento. Processos de

saussuritização/sericitização. Predominância de contatos irregulares, e raros contatos retos com aqueles cristais que preservaram o formato

prismático subédrico. Alteração principalmente no centro dos cristais, em alguns a borda esta preservada.

Pirox ênio

Presença de Opx e Cpx. Presença de cristais geminados. Parte dos cristais só apresenta o centro preservado. As bordas são de clorita e de

outros minerais de alteração. Cristais com contatos retos e irregulares com os plagioclásios alterados. Contatos retos a irregular com os

opacos. Processos de uralitização, biotitização e cloritização. Alguns cristais de alteração apresentam-se bem desenvolvidos. Tamanhos

que variam entre 1,2 a 0,5 mm de diâmetro.

Anfibólio

Os cristais de hornblenda encontram-se bem cristalizados (apresentando os planos de clivagem dos anfibólios). Os cristais apresentam

formas anédricas com bordas irregulares, e alguns apresentam um pleocroísmo que varia de um verde escuro azulado a um verde

amarronzado.

Minerais Opacos

Presença de cristais de euédricos, predominância de cristais subédricos a anédricos. Alguns cristais apresentam-se alongados. Possível

observar uma fina borda de mineral de alteração do piroxênio contornando o opaco. Nem todos os cristais apresentam essa borda, em

alguns o contato é direto (sem presença de minerais de alteração entre eles) com os cristais de piroxênio e plagioclásio. Quanto maior o

cristal de opaco menor a associação dele com os minerais de alteração do piroxênio. Tamanhos que variam entre 1,2 a 0,4 mm de

diâmetro.

Apati ta

Aparece como cristais alongados (subédricos). Presença de cristais com a seção basal (euédricos) inclusos no plagioclásio (cristais

diminutos).

Quartzo

A predominância dos cristais são anédricos. Contatos curvos a irregulares com os plagioclásios mais alterados e com as alterações do

piroxênio (hbl+chl+bt).

Outros

Clorita apresenta um habito radial. Os cristais de biotita estão sempre envolvendo ou em contato com os opacos

Presença de serpentina, aglomerados com formas irregulares.

5 - NOME DA ROCHA

Gabro

6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS

Textura ofítica, holocristalina

7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE

Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista

Salvador 15/09/2010 10/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos

70

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório

CA-05A

1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO

No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)

CA-05A 456.807 8.301.676 CAMACAN

Nº do Ponto Referências do Ponto

05A

Tipo Litológico Nome do Corpo

Rocha Dique Máfico

2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA

Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra

BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP

X X X

BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP=

Separação de Minerais

3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA

Rocha máfica de coloração preta acizentada e granulometria fina a muito fina.

4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS

Plagioclásio

Andesina (An=48). Presença da geminação albita-Carlsbad. Processos de alteração presentes: saussuritização/sericitização.

Predominância de formas anédricas e também cristais subedricos. Cristais em forma de X. Os tamanhos entre 0,9 mm de

comprimento máximo a 0,15mm mm de comprimento mínimo.

Piroxênios

Cristais geminados. Predominância de formas anédricas. Centros preservados e bordas com intenso grau de alteração,

caracterizados pelos minerais secundários gerados a partir dos processos de uralitização, cloritização e biotitização.

Minerais Opacos

Cristais anédricos com contatos irregulares com os outros cristais. Tamanho máximo de 0,22 mm de diâmetro.

Quartzo

Cristais com formas anédricas, com contatos irregulares com os plagioclásios e os minerais de alteração.

Outros

Presença de biotita, hornblenda e grande quantidade de minerais de clorita

5 - NOME DA ROCHA

Basalto

6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS

Granulometria muito fina

7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE

Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista

Salvador 25/09/2010 10/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos

71

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório

CA-05B

1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO

No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)

CA-05B 456.807 8.301.676 CAMACAN

Nº do Ponto Referências do Ponto

05 Fazenda São José

Tipo Litológico Nome do Corpo

Rocha Dique Máfico

2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA

Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra

BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP

X X X

BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais

3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA

Rocha máfica, holocristalina, fanerítica média a grossa 4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS

Plagioclásio

Andesina (An=37). Presença de cristais de plagioclásio com alto grau de alteração que é difícil separar o limite dos cristais.

Em alguns cristais é possível observar o formato prismático apesar da intensa alteração. Geminação albita, albita-Carlsbad,

periclina. Alguns cristais se cruzam em forma de X.

Piroxênio

Cpx e Opx. Cristais preservados, com geminação. Os cristais de piroxênio apresentam-se bem arredondados (anédricos) e

com pouca alteração ao contrario dos plagioclásios que estão bastante alterados. Tamanhos que variam de 1 a 1,6 mm.

Minerais Opacos

Apenas os cristais muito pequenos apresentam halos de oxidação. Formas anédricas a subédricas. Tamanhos que variam

entre 0,4 a 0,8 mm.

Outros

Presença de apatita, pequenos cristais com forma euedrica (seção basal), associado à hornblenda, biotita e aos plagioclásios

mais alterados. Além de biotita, clorita, serpentina, hornblenda e muitos cristais de mica branca bem formada.

5 - NOME DA ROCHA

Gabro 6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS

7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE

Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista

Salvador 21/09/2010 10/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos

72

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório

CA-06A

1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO

No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)

CA-06A 459.028 8.300.538 CAMACAN

Nº do Ponto Referências do Ponto

06

Tipo Litológico Nome do Corpo

Rocha Dique Máfico

2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA

Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra

BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP

X X X

BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP=

Separação de Minerais

3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA

Rocha de coloração acizentada, isotrópica e granulometria fina a muito fina.

4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS

Plagioclásio

Andesina (An=41). Presença de extinção ondulante. Alguns cristais encontram-se praticamente todo substituído por mica

branca. Alguns cristais encontram-se em forma de X. Ripas geminadas nas leis albita e albita-Carlsbad. Cristais prismáticos

subédricos. Tamanhos que variam de 0,45 a 1mm.

Pirox ênios

Presença de augita. Cristais geminados. Alguns cristais encontram-se preservados, com formas anédricas (arredondadas).

Minerais Opacos

Presença de cristais alongados. Predominância de formas anédricas, raros bordas de alteração de coloração marrom.

Outros

Presença de biotita.

5 - NOME DA ROCHA

Basalto

6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS

Textura ofitica.

7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE

Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista

Salvador 25/09/2010 07/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos

73

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório

CA-06B

1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO

No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)

CA-06B 458.998 8.300.531 CAMACAN

Nº do Ponto Referências do Ponto

06B

Tipo Litológico Nome do Corpo

Rocha Dique Máfico

2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA

Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra

BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP

X X X

BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais

3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA

Rocha de coloração cinza, melanocrática, isotrópica e granulometria fina.

4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS

Plagioclásio

Andesina (An=41). Ripas com geminação albita e albita-Carlsbad, processos de saussuritização e sericitização.

Predominância de cristais pequenos 0,15mm, porém estão presentes cristais com tamanhos de até 0,7mm.

Piroxênios

Cristais arredondados, alguns apresentam-se prismáticos (anédricos a subédricos). Alguns cristais apresentam geminação.

Tamanhos que variam de 0,2 a 0,4mm.

Minerais Opacos

Cristais de opacos bem dispersos por toda a lâmina, tamanhos que variam de 0,075 a 0,15mm. Cristais anédricos

predominantes, presença de subédricos a euédricos, alguns apresentam-se alongados.

5 - NOME DA ROCHA

Basalto

6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS

Textura ofitica

7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE

Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista

Salvador 25/01/2010 02/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos

74

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório

CA-06C

1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO

No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)

CA-06C 458.966 8.300.497 CAMACAN

Nº do Ponto Referências do Ponto

06

Tipo Litológico Nome do Corpo

Rocha Granulito

2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA

Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra

BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP

X X X

BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP=

Separação de Minerais

3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA

Rocha de coloração esbranquiçada, isotrópica a levemente anisotrópica com granulometria média a grossa.

4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS

Plagioclásio

Geminação albita. Baixo grau dos processos de alteração (sussuritização/sericitização), porém alguns cristais encontram-se

bastante alterados. Cristais com formas alongadas.Tamanhos 0,8 a 2,6 mm.

Pirox ênios

Opx. Cristais anedricos, mal formados (?) corroídos, quebrados, apresentando baixa birrefringência.

Quartzo

Cristais com formas alongadas.

Outros

Presença de biotita, clorita, mica branca, anfibólio (hornblenda), minerais opacos e zircão. Este apresenta cristais com

tamanhos de 0,045 a 0,085mm e 0,15 a 0,18mm e estão inclusos no plagioclásio.

5 - NOME DA ROCHA

Tonalito Granulítico

6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS

Texturas granoblástica a levemente lepidoblástica.

7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE

Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista

Salvador 25/09/2010 02/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos

75

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório

CA-07B

1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO

No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)

CA-07B 459.477 8.300.541 CAMACAN

Nº do Ponto Referências do Ponto

07B

Tipo Litológico Nome do Corpo

Rocha Dique Máfico

2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA

Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra

BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP

X X X

BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP=

Separação de Minerais

3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA

Rocha melanocratica, de coloração acinzentada, isotrópica , de granulometria fina.

4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS

Plagioclásio

Andesina (An=38). Geminação albita-Carlsbad e albita. Cristais em forma de X. Alguns cristais encontram-se bem

preservados. Inclusões de mica branca e clorita. Tamanhos que variam entre 0,3 a 0,9mm.

Pirox ênios

Cristais com intenso grau de alteração, para hornblenda e clorita

Anfibólio

Hornblenda, forma irregulares, apresenta cor verde escura.

Minerais Opacos

Formas anédricas a subédricas, com raros cristais euédricos. Tamanhos que variam entre 0,15 a 0,3mm. Presença de cristais

com forma alongada, que possuem mm de comprimento 0,6 mm. Alguns raros cristais apresentam bordas com biotita.

Quartzo

Cristais anédricos com tamanhos de 0,3mm de diâmetro.

Outros

Clorita.

5 - NOME DA ROCHA

Basalto

6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS

Textura ofitica

7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE

Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista

Salvador 29/09/2010 07/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos

76

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório

CA-09A

1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO

No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)

CA-09A 465.960 8.299.649 CAMACAN

Nº do Ponto Referências do Ponto

09

Tipo Litológico Nome do Corpo

Rocha Dique Máfico

2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA

Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra

BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP

X X X

BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais

3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA

Rocha máfica, holocristalina, fanerítica média a grossa, isotrópica

4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS

Plagioclásio

Pode-se separar dois grupos de plagioclásios: os prismáticos (subédricos) com alto grau de alteração (estes apresentam birrefringência

cinza) e os arredondados (anédricos) mais preservados, estes apresentam birrefringência até o amarelo de primeira ordem. Presença de

alguns cristais com a geminação albita (devido à pequena quantidade de cristais com geminação não foi possível determinar o teor de An.).

Algumas porções dos plagioclásios que estão preservados apresentam extinção ondulante. Os cristais anédricos possuem contatos curvos a

irregulares com os cristais de plagioclásios prismáticos (alterados) e retos com o quartzo. Os cristais arredondados apresentam diâmetros

que variam entre 0,8 a 0,2 mm. Os plagioclásios prismáticos alterados possuem tamanhos que variam ate 2,8 mm de comprimento e

0,8mm de espessura. As bordas dos cristais apresentam-se mais preservados em relação aos centros dos cristais.

Pirox ênio

Raros cristais presentes, sendo que eles apresentam apenas o centro preservado, com grandes halos de alteração de clorita e hornblenda.

Anfibólio

Cristais subedricos a anedricos, com tamanhos que variam entre 1 a 0,8mm de diâmetro. Alguns cristais apresentam-se bem formados.

Minerais Opacos

Cristais anédricos a subédricos. Os opacos quando apresentam formas alongadas, irregulares estão sempre associados com esfeno/titanita.

Contatos retos e curvos com plagioclásio prismático, e retos, curvos e irregulares com a clorita, biotita e hornblenda.

Apati ta

Apresentam formas euédricas a subédricas. Cristais grandes de apatita associados principalmente aos minerais de alteração do piroxênio e

do plagioclásio. Alguns cristais de apatita encontram-se inclusos nos opacos. Tamanhos da seção basal variam entre 0,2 a 0,3 mm e os

prismas de 0,6 mm de comprimento e 0,2mm de espessura, sendo que existem alguns cristais com 1,2 X 0,3mm.

Quartzo

Apresenta tamanhos de 1,3 a 1 mm de diâmetros. Formas anédricas.

Outros

Presença de Biotita e de Clorita que se apresenta bem definida (e não como nas outras lâminas analisadas onde era marcado a associação

clorita+hbl+bi). Alguns cristais estão bem desenvolvidos, possibilitando a visualização dos planos de clivagem (1dir) enquanto outros

parecem aglomerados de textura fina com pequenos cristais de opacos inclusos.

5 - NOME DA ROCHA

Gabro 6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS

7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE

Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista

Salvador 14/09/2010 17/10/2010 Michele Cássia Pinto Santos

77

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório

CA-09B

1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO

No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)

CA-09B 465.960 8.299.649 CAMACAN

Nº do Ponto Referências do Ponto

09B

Tipo Litológico Nome do Corpo

Rocha Granulito

2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA

Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra

BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP

X

BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP=

Separação de Minerais

3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA

Rocha de coloração esbranquiçada, isotrópica a levemente anisotrópica com granulometria média a grossa.

4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS

Plagioclásio

Plagioclásios com alto grau de alteração, devido os processos de saussuritização/sericitização. Raros cristais apresentam

geminação albita. Tamanhos que variam entre 1 a 2,4mm.

Minerais Opacos

Alguns cristais de opacos apresentam halos/bordas de coloração marrom.

Apati ta

Apresentam formas subédricas e tamanhos que variam entre 0,2 a 0,3mm.

Quartzo

Cristais alongados, formando a textura nematoblástica. Presença de cristais arredondados (xenoblásticos). Tamanhos que

variam entre 0,6 a 2,0 mm, com alguns cristais que chegam até 3mm.

Outros

Presença de granada, biotita e zircão (com 0,1mm de diâmetro). A biotita possui tamanhos 0,2 a 1mm. Apresentam

pleocroísmo marrom claro (com partes quase incolor) ao marrom avermelhado intenso. Mica branca em contato com a

biotita. Tamanho das granadas 0,8 a 2mm. Aglomerados formam ate 3,6 mm de diâmetro. Os cristais estão sempre em

contato com a alteração dos plagioclásios.

Presença de epidoto, forma irregular (xenoblástica) disperso em varias partes da lâmina associada aos plagioclásios mais

alterados.

5 - NOME DA ROCHA

Tonalito granulítico

6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS

7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE

Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista

Salvador 25/09/2010 02/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos

78

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório

CA-10

1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO

No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)

CA-10 464.686 8.302.158 CAMACAN

Nº do Ponto Referências do Ponto

10 Fazenda Zinco

Tipo Litológico Nome do Corpo

Rocha Dique Máfico

2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA

Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra

BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP

X X X

BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais

3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA

Rocha máfica, holocristalina, fanerítica média a grossa e isotrópica

4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS

Plagioclásio

Andesina (An=35). Cristais euédricos a subédricos. Geminação albita-Carlsbad e periclina. Processos de alteração

saussuritização/sericitização. Os aglomerados da alteração (sericita) do plagioclásio encontram-se bem desenvolvidos.

Inclusões de clorita. Alguns cristais apresentam-se em forma de X e de estrela. Contatos retos a curvos com os piroxênios e

com os outros cristais de plagioclásio. Os cristais prismáticos com geminação possuem tamanhos que variam de 1,5 mm de

comprimento e 0,3 mm de espessura. Os cristais arredondados a apresentam cerca de 0,3mm de diâmetro.

Piroxênio

Cpx e Opx. Formas subédricas a anédricas (predominantes). Tamanhos que variam entre 0,6 a 1 mm. Processos de alteração

do piroxênio observados foram a uralitização, biotitização e cloritização.

Anfibó lio

Alguns cristais de hornblenda apresentam no centro pleocroísmo marrom a verde amarronzado e nas bordas o verde azulado

a verde musgo.

Minerais Opacos

Formas irregulares, anédricas a subédricas, com vários cristais alongados. Raros cristais euédricos. Contatos retos a curvos

com os plagioclásios, piroxênios e os minerais de alteração do piroxênio. Poucos cristais apresentam bordas/halos de

coloração marrom, quanto mais grãos pequenos de opacos encontram-se juntos, maior as bordas de esfeno/titanita. A maioria

dos cristais não apresentam essa borda, possuindo então contato direto com os outros cristais. Tamanhos 0,4 a 1,2 mm.

Outros Presença de raros cristais de apatita e cristais de quartzo com formas anédricas. Presença de epidoto associado aos

plagioclásios mais alterados.

5 - NOME DA ROCHA

Gabro

6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS

7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE

Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista

Salvador 18/09/2010 01/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos

79

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório

CA-11A

1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO

No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)

CA-11A 463.173 8.304.279 CAMACAN

Nº do Ponto Referências do Ponto

11A

Tipo Litológico Nome do Corpo

Rocha Dique Máfico

2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA

Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra

BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP

X X X

BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais

3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA

Rocha melanocrática, isotrópica de granulometria fina.

4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS

Plagioclásio

Presença de geminação albita e albita-Carlsbad. Finas ripas alteradas. Alguns estão intensamente alterados, principalmente

no centro. Tamanho 0,2 a 0,4mm. Alguns cristais em forma de X.

Pirox ênios

Presença de cristais com alta birrefringência (provavelmente diopsidio)

Minerais Opacos

Cristais predominantemente alongados. Sempre associado com esfeno/titanita. Raros cristais apresentam o tamanho máximo

de 0,09 a 0,2mm.

Outros

Presença de olivina serpentinizada, apresentando-se tanto como pórfiros com tamanho 0,8 a 1,3mm, assim como dispersos

na matriz.

5 - NOME DA ROCHA

Basalto

6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS

7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE

Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista

Salvador 29/09/2010 02/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos

80

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório

CA-11B

1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO

No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)

CA-11B 463.173 8.304.279 CAMACAN

Nº do Ponto Referências do Ponto

11B

Tipo Litológico Nome do Corpo

Rocha Dique Máfico

2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA

Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra

BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP

X

BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais

3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA

Rocha melanocrática, isotrópica de granulometria fina.

4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS

Plagioclásio

Em alguns cristais é observada a geminação albita-Carlsbad, porém é muito alterada. Presença da geminação albita.

Aglomerados de mica branca no centro dos cristais. Alto grau de alteração, não possibilitando a determinação o teor de An.

Piroxênios

Opx e Cpx. Cristais de piroxênio anédricos, com formas bem irregulares, porém bem preservados.

Minerais Opacos

Cristais subédricos a anédricos. Presença de cristais alongados. Tamanhos que variam entre 0,2 a 0,8mm. Não apresentam

bordas ou halos.

Outros

Presença de olivina serpentinizada, bastante expressivo na lâmina.

5 - NOME DA ROCHA

Basalto

6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS

Textura ofítica, subofítica, intergranular

7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE

Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista

Salvador 28/09/2010 01/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos

81

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório

CA-12

1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO

No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)

CA-12 463.234 8.306.305 CAMACAN

Nº do Ponto Referências do Ponto

12

Tipo Litológico Nome do Corpo

Rocha Dique Máfico

2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA

Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra

BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP

X X X

BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais

3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA

Rocha de coloração cinza, isotrópica de granulometria média a grossa.

4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS

Plagioclásio

Andesina (An=40). Formas subédricas a anédricas. Alguns cristais apresentam-se como finas ripas alongadas cortando

outros cristais de plagioclásio que se apresentam prismáticos. Alguns cristais apresentam-se com os planos de geminação

formando um X. Geminação albita-Carlsbad e periclina (rara). Alto grau de saussuritização e sericitização. Várias agulhas de

clorita, às vezes com habito radial estão inclusas. Tamanhos que variam entre 0,3 a 1,4 mm.

Piroxênio

Presença de Cpx e Opx. Formas subédricas a anédricas (arredondados) sendo estes predominantes. Alguns cristais

apresentam-se alongados. Pleocroísmo de rosa a verde com baixas cores de interferência. Cristais com geminação. Contatos

retos a irregulares com os plagioclásios. Alguns cristais de piroxênio apresentam espessas bordas de alteração, preservando

apenas pequenas porções do centro. Os tamanhos variam entre 0,8 a 1,1mm de diâmetro.

Anfibólio

A hornblenda possui pleocroísmo verde azulado a verde musgo.

Minerais Opacos

Cristais de opacos subédricos a euédricos. Alguns cristais apresentam-se alongados. Alguns cristais apresentam bordas de

biotita e esfeno/titanita. Os cristais maiores apresentam baixa associação com o esfeno/titanita, enquanto que os cristais

menores apresentam-se geralmente rodeados por esse material. Tamanhos que variam entre 0,4 a 0,6 mm.

Apat ita

Diminutos cristais de apatita (com seção basal) e cristais prismáticos.

Quartzo

Cristais anédricos com 0,4 a 0,6 mm de diâmetro.

Outros

Cristais de clorita bem desenvolvidos.

5 - NOME DA ROCHA

Gabro

6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS

Textura ofítica, Textura intergranular, Holocristalina

7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE

Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista

Salvador 15/09/2010 10/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos

82

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório

CA-13

1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO

No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)

CA-13 460.845 8.308.313 CAMACAN

Nº do Ponto Referências do Ponto

13

Tipo Litológico Nome do Corpo

Rocha Dique Máfico

2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA

Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra

BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP

X X X

BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais

3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA

Rocha melanocratica, de granulometria média a grossa e isotrópica.

4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS

Plagioclásio

Andesina (An=37). Os cristais prismáticos subédricos possuem comprimento máximo de 1,8mm e largura de 0,2mm,

enquanto que os cristais anédricos apresentam tamanhos máximos de 1,4 x 2,6 mm, estes se apresentam zonados (sem

geminação). Foram observadas as Geminações albita, albita-Carlsbad e periclina (sendo a ultima de menor expressão).

Alguns cristais encontram-se dispostos em forma de X. Contatos retos e irregulares com os piroxênios. Alto grau de

alteração evidenciado pelos processos de saussuritização e sericitização.

Piroxênio

Presença de Cpx e Opx. As formas predominantes são anédricas a subédricas. Alguns cristais apresentam geminação.

Tamanhos que variam de 0,4 a 1,2mm de diâmetro. Alguns cristais encontram-se fortemente alterados para

Hornblenda+Clorita+Biotita (hbl+chl+bt), preservando apenas algumas porções no centro. Essas alterações apresentam-se

em algumas porções da lâmina com uma granulometria muito fina (aspecto manchado), com presença de pequenos cristais

de opacos (pontos), enquanto os outros cristais de alteração encontram-se bem desenvolvidos.

Minerais Opacos

Tamanhos que variam de 0,3 a 0,6mm de diâmetro. Cristais subédricos a anédricos, Alguns raros cristais apresentam formas

alongadas com comprimento de até 1,3 mm. Predominância de formas arredondadas (anédricas). A maioria dos cristais não

apresenta halos de oxidação, apresentando um contato direto com os outros cristais como os plagioclásios e piroxênios.

Contatos retos a curvos com os plagioclásios e irregulares com os piroxênios. A maioria dos cristais encontra-se ou inclusos

nos piroxênios ou com a maioria das faces em contato com o mesmo.

Apat ita

Os cristais de apatita apresentam-se euédricos, evidenciando a seção basal, inclusos nos plagioclásios e apresentando

tamanhos de 0,015mm.

Outros

Presença de quartzo menos de 1%.

5 - NOME DA ROCHA

Gabro

6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS

Textura Holocristalina, ofitica

7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE

Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista

Salvador 10/09/2010 07/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos

83

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório

CA-14A

1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO

No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)

CA-14A 457.181 8.312.135 CAMACAN

Nº do Ponto Referências do Ponto

14A

Tipo Litológico Nome do Corpo

Rocha Contato entre o dique máfico e a rocha encaixante

2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA

Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra

BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP

X X X

BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP=

Separação de Minerais

3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA

Rocha de coloração preta, isotrópica de granulometria muito fina

4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS

Plagioclásio

Na parte vítrea: Predominância da geminação albita-Carlsbad. Cristais em cruz (X) com geminação albita. Cristais euédricos

a subédricos. Predominância de cristais prismáticos. Tamanhos de 1,2 a 2,4mm, com raros cristais com até 3,6mm. Alguns

cristais na porção vítrea apresentam os processos de saussuritização e sericitização. Predominância de cristais de plagioclásio

em relação aos piroxênios.

Na parte do dique: Agulhas de mica branca inclusas no plagioclásio. Geminação albita; albita-Carlsbad e periclina. Alto grau

de saussuritização e sericitização. Cristais em forma de X.

Piroxênios

Na parte vítrea: Cristais com geminação. Formas subédricas a anédricos. Tamanhos 0,5 a 1,4mm. Apresentam-se ora como

prismas ora como pequenas ripas, alguns cristais apresentam-se arredondados. Nos raros cristais que apresentam contatos

com outros minerais no caso dos plagioclásios o contato com o piroxênio é irregular.

Na parte do dique: Cristais com pleocroísmo e alta birrefringência, extinção simétrica/obliqua. Os centros encontram-se

preservados.

Minerais Opacos

Na parte do dique: Presença de biotita como halos/bordas.

Apat ita

Na parte do dique: Presença de apatita com formas euédricas (seção basal)

Outros

Na parte do dique: Presença de clorita, hornblenda e biotita.

5 - NOME DA ROCHA

Diabásio/Basalto

6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS

Textura intergranular e intersetal.

7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE

Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista

Salvador 25/09/2010 02/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos

84

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório

CA-14B

1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO

No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)

CA-14B 457.181 8.312.135 CAMACAN

Nº do Ponto Referências do Ponto

14

Tipo Litológico Nome do Corpo

Rocha Dique Máfico

2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA

Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra

BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP

X X X

BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais

3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA

Rocha melanocratica, isotrópica, de granulometria fina a média.

4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS

Plagioclásio

Andesina (An=44). Cristais preservados, com baixa alteração, com formas euédricas (predominantes) a subédricas. Alguns cristais

apresentam-se em X. Cristais com até 1,6mm de comprimento por 0,4mm de espessura. As geminações albita e albita-Carlsbad são

predominantes, sendo que alguns cristais estão geminados pela lei periclina. Não apresentam zoneamento. Alguns cristais se encontram

alterados pelos processos de saussuritização/sericitização. A alteração dos plagioclásios é mais evidente nos contatos com os minerais de

alteração dos piroxênios. Varias agulhas de clorita.

Pirox ênios

Presença de Opx (hiperstênio) e Cpx. Predominância de cristais anédricos, com bordas de alteração. Contatos curvos e retos com os

plagioclásios e curvos, retos e irregulares com os opacos. Baixo grau de alteração e geração de paragênese secundária como

Hornblenda+Clorita+Biotita. Os tamanhos variam entre 1,6 a 0,6mm. Alguns cristais apresentam geminação.

Anfibólio

Presença de anfibólio de cor marrom, birrefringência até amarelo sempre em contato irregular com o piroxênio. Tamanhos que variam

entre 0,4 a 1 mm, contatos retos com o plagioclásio.

Minerais Opacos

Formas anédricas, principalmente alongadas, contatos curvos, irregulares a embaiados (?), com os plagioclásios e piroxênios. Alguns

cristais apresentam contatos retos com os plagioclásios. Nos cristais menores é mais comum observar as relações entre eles e os minerais

secundários de alteração como Hornblenda+Clorita +Biotita, além dos halos de alteração (oxidação). Nos cristais maiores ou não há

bordas de outros minerais ou as ocorrências são reduzidas. No centro da textura intergranular pode-se observar a presença de opacos.

Alguns englobam totalmente cristais de piroxênios e de plagioclásio. Os tamanhos variam entre 1,2 a 0,4mm

Apati ta

Apresentam-se como cristais diminutos associados com os minerais secundários (Hbl+Chl+Bt) do piroxênio. Possuem formas euédricas

(representando a seção basal) a subédricas. Está presente nos contatos entre os plagioclásios e piroxênios alterados. Cristais maiores de

apatita estão inclusos no piroxênio. O tamanho máximo observado foi de 0,08 mm de diâmetro.

Quartzo

Formas anedricas, com contatos irregulares com os plagioclásios, biotita, hornblenda e clorita.

Outros

Presença de serpentina.

5 - NOME DA ROCHA

Gabro

6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS

Textura ofítica, intergranular, Holocristalina

7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE

Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista

Salvador 11/09/2010 07/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos

85

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Nº da Amostra/Laboratório

CA-14C

1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO

No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)

CA-14C 457.181 8.312.135 CAMACAN

Nº do Ponto Referências do Ponto

14C

Tipo Litológico Nome do Corpo

Rocha Dique Máfico

2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA

Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra

BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP

X

BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais

3 - CARACTERÍSTICAS DA ROCHA

Rocha de coloração acizentada, isotrópica, de granulometria média a grossa.

4 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS

Plagioclásio

Alto grau de alteração, prismas bastante alterados, nenhum cristal encontra-se preservado, não é possível determinar o teor

de An. Tamanhos que variam de 0,2 a 1,4mm.

Piroxênios

Cristais arredondados. No centro dos cristais maiores há presença de hornblenda e clorita. Tamanhos 1,2 a 1,5mm.

Anfibólio

Hornblenda – pleocroísmo de marrom intenso (avermelhado) a quase incolor, formas subédricas a anédricas.

Minerais Opacos

Cristais subédricos a anédricos. Poucos cristais apresentam bordas de esfeno/titanita. Cristais com 0,2 a 0,3 mm.

Apat ita

Cristais euédricos (seção basal), presença também de cristais alongados com 0,2 mm de comprimento.

Outros

Presença de Zircão, rutilo, Biotita (cristais anédricos, alguns cristais encontram-se alongados). Clorita similar a varias

agulhas (muito pequenas agrupadas, formas irregulares parecendo preencher os espaços entre os outros cristais. Os

aglomerados chegam a tamanhos de até 0,6 a 0,7mm. Pouca associação com os cristais de piroxênio. Apresentam uma forte

relação com os minerais incolor de alto relevo. Presença de epidoto estão geralmente no centro dos minerais verde, sempre

anédricos (formas indefinidas).

5 - NOME DA ROCHA

Gabro

6 – CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS

Textura intergranular

7 - HISTÓRICO DA ANÁLISE

Local Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista

Salvador 29/09/2010 02/11/2010 Michele Cássia Pinto Santos