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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOQUÍMICA: PETRÓLEO E MEIO AMBIENTE IASMINE MACIEL SILVA SOUZA POTENCIAL GERADOR DA FORMAÇÃO PIMENTEIRAS (DEVONIANO DA BACIA DO PARNAÍBA) E AVALIAÇÃO DOS BIOMARCADORES AROMÁTICOS DE EXTRATOS ORGÂNICOS COMO INDICADORES DO PALEOAMBIENTE DE SEDIMENTAÇÃO E EVOLUÇÃO TÉRMICA Salvador 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOQUÍMICA: PETRÓLEO E MEIO

AMBIENTE

IASMINE MACIEL SILVA SOUZA

POTENCIAL GERADOR DA FORMAÇÃO PIMENTEIRAS (DEVONIANO DA

BACIA DO PARNAÍBA) E AVALIAÇÃO DOS BIOMARCADORES

AROMÁTICOS DE EXTRATOS ORGÂNICOS COMO INDICADORES DO

PALEOAMBIENTE DE SEDIMENTAÇÃO E EVOLUÇÃO TÉRMICA

Salvador

2017

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IASMINE MACIEL SILVA SOUZA

POTENCIAL GERADOR DE HIDROCARBONETOS DA FORMAÇÃO PIMENTEIRAS (DEVONIANO DA BACIA DO PARNAÍBA) E AVALIAÇÃO DOS

BIOMARCADORES AROMÁTICOS DE EXTRATOS ORGÂNICOS COMO INDICADORES DO PALEOAMBIENTE DE SEDIMENTAÇÃO E EVOLUÇÃO

TÉRMICA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós- graduação em Geoquímica: Petróleo e Meio Ambiente (POSPETRO), Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia como requisito para obtenção do grau de Mestre em Geoquímica do Petróleo e Ambiental.

Orientadora: Profª. Dra. Olívia Maria Cordeiro de Oliveira Co-orientador: Prof. Dr. Hélio Jorge Severiano Ribeiro Co-orientadora: Profª. Dra. Eliane Soares de Sousa

Salvador

2017

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Ficha catalográfica elaborada pela

Biblioteca de Ciências e Tecnologia Omar Catunda - UFBa

S719 Souza, Iasmine Maciel Silva

Potencial gerador de hidrocarbonetos da Formação Pimenteiras

(Devoniano da Bacia do Parnaíba) e avaliação dos biomarcadores

aromáticos de extratos orgânicos como indicadores do

paleoambiente de sedimentação e evolução térmica / Iasmine Maciel

Silva Souza, Olívia Maria Cordeiro de Oliveira, Hélio Jorge

Severiano Ribeiro. - - Salvador ,2017.

112 f.: il.

Orientador: Profa. Dra. Olívia Maria Cordeiro de Oliveira

Co-orientador: Prof. Dr. Hélio Jorge Portugal Severiano

Ribeiro/ Eliane Soares de Souza.

Dissertação (Mestrado - Geoquímica do Petróleo e Meio Ambiente) -

- Universidade Federal da Bahia, Instituto deGeociências, 2017.

1. Geoquímica.2. Bacias sedimentares.3. Hidrocarbonetos. 4. Paleontologia – Devoniano 5. Geociências (Paleontologia e

Estratigrafia). I. Oliveira, Olívia Maria Cordeiro de. II.

Universidade Federal da Bahia. Instituto de Geociências. III.

Título.

CDU: 550.4: 551(734)

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Dedico este trabalho aos meus pais José Maciel e Maria Benedita, e aos meus

irmãos Iana e Rodrigo que tanto Amo.

Obrigada!

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por me guiar e iluminar em todos os momentos da minha vida. Aos meus pais por me apoiarem em todas as minhas escolhas, me entenderem e por serem o meu exemplo de amor, carinho e dedicação.

Aos meus irmãos por estarem presentes em todas as horas da minha vida e fazendo-a mais feliz e completa. E a toda a minha família pelo carinho de sempre.

Agradeço a minha orientadora Profa. Olívia Maria Cordeiro de Oliveira, aos meus co- orientadores Prof. Hélio Jorge Portugal Ribeiro Severiano e Eliane Soares de Souza, pelo apoio, conselhos e orientação durante o desenvolvimento do trabalho.

Agradeço ao professor Antônio Fernando de Souza Queiroz por não medir esforços para ajudar, e estando sempre presente para quaisquer duvida que apareça, o meu muito obrigado.

Agradeço a todo pessoal do NEA/Lepetro/UFBA, Regina, Rui, Giseli, Juci, Jean, Ileni, Carol, Consuelo, Cícero, Sara, Rui, Marcos, Adriana, Bel, Alex, Naná e em especial a Karina, por estarem sempre dispostos a nos ajudarem, a tirar dúvidas e dar conselhos.

Agradeço ao professor José Roberto Cerqueira, as professoras Juliana Leonel, Ana Cecília e Giselli, ao prof Jefferson Mortatti, pela orientação acadêmica e contribuição para elaboração deste trabalho.

Agradeço a todos os meus amigos em especial Linda, Isa e Raissa, por estarem presentes durante estes dois anos superando dificuldades e presentes nas realizações.

Agradeço aos alunos de iniciação científica Diego e Rafael, pelo comprometimento e dedicação durante a execução da pesquisa. Com certeza os esforços deles fazem parte da vitória deste trabalho. Aquele muito obrigado!

Agradeço aos meus colegas e muitos deles agora amigos, que fiz durante o mestrado Marcão, Balogh, Milena, Carlito, Gilson, Dani, Marcão, Lucas, Mari, Jessica, Cíntia, Clarinha, Shirlei e aos outros que não citei. Só posso agradecer pelos momentos que passamos desde as aulas ao laboratório. Sentirei falta.

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Agradeço a BG- SHELL Brasil, que apoiou financeiramente este trabalho através do Projeto GEOPETROL, no qual esta dissertação está inserida.

Agradeço a CAPES pela ajuda fornecida, que me deu a oportunidade de estudar durante o período de dois anos no mestrado.

Agradeço ao Programa de Pós-Graduação em Geoquímica: Petróleo e Meio Ambiente (POSPETRO) por me proporcionar esta pesquisa.

Agradeço a todos que contribuíram direta ou indiretamente para a elaboração deste projeto de pesquisa.

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Que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho.

Clarice Lispector

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RESUMO

Este trabalho faz parte do subprojeto 3 denominado de “Calibração de Parâmentros Ópticos e Moleculares de Maturação de Rochas Geradoras Não Convencionais”, pertencente ao “Programa: Formação do Centro de Excelência em Geoquímica do Petróleo do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (UFBA) – GEOQPETROL”, financiando pela BG- SHELL Brasil, através do convênio BG E&P Brasil Ltda- UFBA- FAPEX. A bacia sedimentar do Parnaíba abrange partes da região norte, nordeste e centro- oeste do Brasil. É uma bacia intracratônica paleozoica, e carece de estudos mais conclusivos a respeito do potencial gerador de petróleo. Este trabalho busca ampliar o conhecimento para geração e exploração de hidrocarbonetos na Bacia do Parnaíba. O objetivo desta dissertação foi analisar o potencial gerador de hidrocarbonetos e o paleoambiente de sedimentação e evolução térmica da Formação Pimenteiras (Devoniano), na borda oeste da Bacia do Parnaíba, através da geoquímica orgânica e, biomarcadores aromáticos do petróleo. Foram coletadas 17 amostras em dois afloramentos distintos. A amostragem foi efetuada de maneira sistemática, com espaçamento vertical metro a metro, ao longo de afloramento de corte de estrada na TO-020/TO-010 e o outro na BR-153 (Belém-Brasília). Foi avaliado em todas as amostras o teor de carbono orgânico (COT), os Índices de Hidrogênio (IH) e de Oxigênio (IO), os picos S1, S2 e a temperatura máxima (Tmáx) obtida pelo pirolisador Rock Eval, e ainda a composição isotópica. A matéria orgânica solúvel das rochas extraídas foi primeiramente, identificada e quantificada através da cromatografia gasosa acoplada ao detector de ionização de chama, para a obtenção das características do óleo (whole oil), e posteriormente os extratos foram separados nas frações aromáticas, saturadas e compostos polares para que fossem analisados os biomarcadores aromáticos e saturados. A análise dos biomarcadores foi realizada em cromatografia gasosa acoplado ao espectrômetro e massa. Em todas as amostras, os estudos da matéria orgânica sugerem a predominância de fonte terrestre, porém em alguns pontos foi possível também verificar a contribuição marinha. Os resultados do COT as amostras do ponto 9 variaram entre 0,99 e 1,98% que é considerado como bom potencial para rochas geradoras. Por outro lado, a maioria das amostras possui pobre a bom potencial de geração de hidrocarbonetos (S2 variando entre 0,86 e 2,18 mg HC/g rocha). O querogênio foi classificado como uma mistura entre os tipos II e III e III. O Tmáx variou entre 417 a 430 ºC, indicando que a maioria das amostras estão imaturas. Os biomarcadores aromáticos indicadores de origem da matéria orgânica, paleoambiente deposicional e maturação foram caracterizados em 11 amostras. As altas concentrações das razões de 1,6-DMN (dimetil-naftalenos), 1,2,5-TMN (trimetil- naftalenos) e reteno/criseno, associadas a baixas razões do 9- MF (metil- fenantreno) permitiram sugerir que a fonte da matéria orgânica possui uma predominância de origem terrestre. Já as baixas razões dos dibenzotiofenos/fenantrenos e baixas razões de pristano/fitano indicaram que estes extratos foram depositados em paleoambiente transicional entre continental e marinho em condições anóxicas a subóxicas. Utilizando as razões do alquilado do naftaleno, fenantreno, dibenzotiofenos e esteroides monoaroámatico e triaromático foi verificado que os extratos orgânicos estavam todos imaturos.

Palavras chave: Geoquímica do petróleo, Formação Pimenteiras, bacia do

Parnaíba, biomarcadores aromáticos, Devoniano.

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ABSTRACT

This work is part of subproject 3 called "Calibration of Optical and Molecular Parameters of Non-Conventional Generating Rocks", belonging to the "Program: Formation of the Center of Excellence in Petrochemical Geochemistry of the Institute of Geosciences of the Federal University of Bahia (UFBA ) -GEOQPETROL ", financed by BG-SHELL Brasil, through the agreement BG E & P Brasil Ltda- UFBA- FAPEX. The Parnaíba sedimentary basin includes parts of the north, northeast, and central- west region of Brazil. It is a Paleozoic intracratonic basin, and it lacks more conclusive studies on the oil source potential. This work seeks to expand knowledge for the generation and exploitation of hydrocarbons in the Parnaíba Basin. The objective of this dissertation was to analyze the hydrocarbon potential and the paleoenvironment of sedimentation and thermal evolution of the Pimenteiras Formation (Devonian), on the western border of the Parnaíba Basin, through organic geochemistry and petroleum aromatic biomarkers. Seventeen samples were collected in two distinct outcrops. Sampling was carried out in a systematic way, with vertical spacing of meter to meter, along the outcrop of TO-020 / TO-010 and the other at BR-153 (Belém-Brasília). The organic carbon content (TOC), the Hydrogen (IH) and Oxygen (IO) indices, the peaks S1, S2 and the maximum temperature (Tmáx) obtained by the Rock Eval pyrolyzer were evaluated in all samples, as well as the isotopic composition. The soluble organic matter of the extracted rocks was firstly identified and quantified through Gas Chromatography coupled to the flame ionization detector to obtain the characteristics of the oil (whole oil), and later the extracts were separated into the aromatic, saturated and compound fractions to analyze the aromatic and saturated biomarkers. The analysis of the biomarkers was performed in gas chromatography coupled to the mass spectrometer. In all samples, organic matter studies suggest the predominance of terrestrial source, but in some points it was also possible to verify the marine contribution.TOC results for most samples range from 0,99 to 1,98%, which is considered as good potential for generating rocks. On the other hand, most samples have poor to good hydrocarbon generation potential (S2 ranging from 0,86 to 2,18 mg HC / g rock). The kerogen was classified as a mixture between types II and III and III. Tmax ranged from 417 to 430 ° C, indicating that most samples are immature. The aromatic biomarkers indicating organic matter origin, depositional paleoenvironment and maturation were characterized in 11 samples. The high concentrations of the 1,6-DMN (Dimethyl- naphthalenes), 1,2,5-TMN (trimethyl naphthalenes) and retene / chrysene ratios associated with low 9-MF (Methylphenanthrene) ratios allowed us to suggest that the source of organic matter has a predominance of terrestrial origin. While the low ratios of dibenzothiophenes / phenanthrenes and low pristane / phytine ratios indicate that these extracts were deposited in transitional paleoenvironment between continental and marine in anoxic to suboxic conditions. And using the alkylate ratios of naphthalene, phenanthrene, dibenzothiophenes and monoaromatic and triaromatic steroids, it was found that the organic extracts were all immature.

Key words: Petroleum geochemistry, Formation Pimenteiras, Parnaíba basin,

aromatic biomarkers,Devonian.

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LISTA DE SIGLAS

CG/EM: Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas

CG: Cromatografia Gasosa

COT: Carbono Orgânico Total

DMBT: Dimetil-Dibenzotiofeno

DMN: Dimetil-Naftaleno

EM: Etil- Naftaleno

EST: Esteranos

FID: Detector de Ionização de Chama

GAM: Gamacerano

HOP: Hopano

IMF:Índice de Metil Fenantreno

MA: Esteroide Monoaromático

MF: Metil- Naftaleno

MN: Metil-Naftaleno

NSO: Nitrogênio, Enxofre e Oxigênio.

PDB: Padrão internacional Pee Dee Belemnite

Pr/Fi: Pristano/ Fitano

RDM:Dibenzotiofeno/ Fenantreno

REN: Razão Etil- Naftaleno

RMDBT: Razão Metil- Dibenzotiofenos

RMF: Razão Metil Fenantreno

RMN: Razão Metil- Naftaleno

RMD: Razão Metil- Dibenzotiofeno

RTMDBT: Razão Trimetil- Dibenzotiofeno

RTMN: Razão Trimetil- Naftaleno

TA: Esteroide Triaromático

TMDBT: Trimetil-Dibenzotiofeno

TMN: Trimetil-Naftaleno

TPP: Poliprenóides tetracíclicos

TR: Terpanos tricíclicos

UCM: Mistura complexa não resolvida

VRc: Reflectância da Vitrinita Calculada

VRm: Reflectância da Vitrinita calculada utilizando o dibenzotiofeno

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 13

2 OBJETIVO GERAL E OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................. 20

OBJETIVO GERAL ................................................................................................ 20

OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................. 20

3 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................... 21

ÁREA DE ESTUDO ............................................................................................... 21

ANÁLISES GEOQUÍMICAS .................................................................................. 23

Limpeza dos Materiais 23

Determinação do Carbono Orgânico Total 24

Pirólise Rock Eval 24

Extração Soxhlet 24

Remoção do enxofre elementar 25

Óleo Total (Whole oil) 25

Cromatografia Líquida 25

Biomarcadores Saturados e Aromáticos 26

APRESENTAÇÃO DE TEXTOS CIENTÍFICOS 26

4 POTENCIAL GERADOR DE HIDROCARBONETOS DA FORMAÇÃO

PIMENTEIRAS (DEVONIANO), NO ESTADO DO TOCANTINS, BACIA DO

PARNAÍBA,BRASIL. ................................................................................................ 29

INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 30

ÁREA DE ESTUDO ............................................................................................... 30

MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 33

RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 34

Análise de carbono orgânico total e enxofre total 34

Isótopos de Carbono 36

Pirólise Rock Eval 37

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SUMÁRIO

4.3.4 n-Alcanos 41

4.4 CONCLUSÕES ...................................................................................... 42

5 AVALIAÇÃO DOS BIOMARCADORES AROMÁTICOS DE EXTRATOS

ORGÂNICOS DE FOLHELHOS DA FORMAÇÃO PIMENTEIRAS (DEVONIANO DA

BACIA DO PARNAÍBA) COMO INDICADORES DO PALEOAMBIENTE DE

SEDIMENTAÇÃO E EVOLUÇÃO TÉRMICA............................................................ 43

INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 44

Área de estudo 45

MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 49

RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 50

Ambiente deposicional e origem da matéria orgânica 52

Dimetil-naftalenos .................................................................................................. 52

Trimetil-naftalenos ................................................................................................. 53

Alquil-fenantrenos .................................................................................................. 54

5.3.1.3.1 Reteno (7-isopropil-1-metil-fenantreno) .................................................. 55

Compostos aromáticos sulfurados......................................................................... 58

Evolução Térmica 60

Aquil-naftalenos ..................................................................................................... 61

Aquil-fenantrenos .................................................................................................. 63

Compostos Aromáticos Sulfurados........................................................................ 64

Esteroides Monoaromáticos .................................................................................. 66

CONCLUSÃO ........................................................................................................ 68

6 CONCLUSÕES ...................................................................................... 69

REFERÊNCIAS ...................................................................................... 71

APÊNDICES .......................................................................................... 77

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1 INTRODUÇÃO

A bacia sedimentar do Parnaíba faz parte das bacias intracratônicas,

paleozoicas brasileiras (Figura 1.1). Possui uma área de aproximadamente 600.000

km², abrangendo a quase totalidade dos estados do Maranhão e Piauí e pequenas

faixas do leste do Pará, oeste do Ceará e norte de Tocantins e Goiás.

Figura 1.1- Mapa de localização da Bacia Sedimentar do Parnaíba

Fonte: Baseado em ANP (2009)

65°0'0"W

2°0'0"N

42°0'0"W

Bacia do Parnaíba

BRASIL

21°0'0"S 42°0'0"W

Escala

³ 400200 0 400 800 1.200 km

44°0'0"S Legenda

Bacia do Parnaíba

Brasil

America do Sul

65°0'0"W

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A bacia do Parnaíba desenvolveu-se sobre um embasamento continental

durante o estágio de estabilização da plataforma Sul-americana. A origem ou

subsidência inicial da Bacia do Parnaíba provavelmente esteja ligada às

deformações e eventos térmicos fini- e pós-orogênicos do Ciclo Brasiliano ou ao

estágio de transição da plataforma (ALMEIDA; CARNEIRO, 2004).

O Arco de São Francisco delimita a borda sul da bacia do Parnaíba. As

bordas leste e oeste são constitídas por rochas da orogenia Brasiliana. A borda

noroeste da bacia é determinada pelo arco de Tocantins. No norte existem duas

bacias costeiras (bacias de São Luiz e de Barreirinhas), que são separadas da bacia

do Parnaíba pelo Arco de Ferrer-Urbano Santos (MARQUES,2002).

De acordo com Vaz et al. (2007), a sucessão de rochas sedimentares e

magmáticas da Bacia do Parnaíba pode ser disposta em cinco supersequências:

Siluriana, Mesodevoniana-Eocarbonífera, Neocarbonífera-Eotriássica, Jurássica e

Cretácea. A eustasia é o principal fator no controle dos ciclos transgressivo-

regressivos e, consequentemente, das discordâncias que definem os limites das

sequências desta bacia (Figura 1.2).

A Formação Pimenteiras é considerada a principal unidade potencialmente

geradora de petróleo da Bacia do Parnaíba, distribuindo-se amplamente e

alcançando espessuras superiores a 500 m (GÓES et al.,1990). A caracterização

geoquímica da Formação Pimenteiras foi descrita por Rodrigues (1995), utilizando

amostras de calha de poços perfurados pela PETROBRAS.

O trabalho de Rodrigues (1995) constitui a principal referência sobre

geoquímica orgânica da bacia do Parnaíba, e referenciou para a Formação.

Pimenteiras o topo do trato de sistemas transgressivos correspondestes a folhelhos

radioativos do Frasniano.

Os folhelhos estão presentes nas áreas do flanco leste da bacia até a metade

sul em direção ao oeste. Os folhelhos radioativos contêm as maiores concentrações

de matéria orgânica e são denominados da base para o topo de folhelhos

radioativos A, B e C (RODRIGUES, 1995).

O folhelho radioativo C corresponde ao principal intervalo radioativo da Bacia

do Parnaíba, tanto em espessura como em distribuição geográfica, e foi depositado

na base do Neo-Devoniano (Frasniano), este tempo representa o evento de

inundação máxima do Devoniano.

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Figura 1.2 - Carta Estratigráfica da bacia do Paranaíba

Fonte: VAZ et al., 2016

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Entretanto, a Formação Pimenteiras ainda carece de estudos mais

conclusivos no que se refere ao estágio de evolução térmica, qualidade da matéria

orgânica e distribuição das fácies orgânicas. Esta carência de estudo compromete

uma avaliação do real potencial de geração de petróleo, além de impossibilitar a

compreensão da distribuição dos intervalos geradores nesta formação (SOUZA,

2007).

O folhelho radioativo C se encontra em profundidades acima do topo da zona

matura (2000 a 2500 m). Portanto, a evolução térmica alcançada por subsidência

não é compatível com a geração significativa de petróleo na Bacia do Parnaíba.

Tratando-se, assim, de um sistema petrolífero atípico, onde as rochas

geradoras tem a maturação térmica condicionada por calor oriundo das intrusões

ígneas denominadas de Fm. Mosquito e Fm. Sardinha de idade Juro-triássico

(RODRIGUES, 1995).

Os biomarcadores constituem uma fração muito pequena do petróleo, e é

importante salientar que são indispensáveis para a indústria petrolífera

(HEACKMANN et al., 2008), pois fornecem dados importantes na geoquímica do

petróleo tais como: grau de evolução térmica; correlação óleo/óleo e óleo/rocha

geradora; migração; biodegradação; paleocologia (paleoambiente deposicional) e

cronoestratigrafia (idade do óleo).

A utilização e a interpretação dos resultados analíticos de geoquímica

orgânica compreende uma das etapas mais importantes para o sucesso da

exploração petrolífera. Estes dados possibilitarão o posicionamento no tempo e no

espaço da ocorrência de uma determinada fácies potencialmente geradora de

hidrocarbonetos (MENEZES et al., 2008).

Partindo dos princípios citados acima, para a avaliação da fonte da matéria

orgânica, paleoambiente deposicional e maturidade térmica são utilizadas

parâmetros geoquímicos, calculados através de razões dos biomarcadores

aromáticos e saturados, e para que exista veracidade nos dados obtidos são

necessários numerosos estudos destes parâmetros.

A utilização das razões dos 1,6- DMN (dimetil-naftalenos) e 1,2,5-

TMN(trimetil-naftalenos) versus a relativa abundância dos esteranos C27 – C29 (%)

estão associados a origem da matéria orgânica provenientes de fonte terrestres

(RADKE et al., 1994).

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Extratos que possuem valores mais elevados de 9- MF (metil-fenantreno)

sugerem-se ser proveniente de fonte de origem marinha, enquanto que a presença

de 1-MF (metil-fenantreno) e 2-MF (metil-fenantreno) está associada à fonte de

matéria orgânica de origem terrestre (HEACKMANN et al., 2011).

A utilização dos dibenzotiofenos/fenantrenos (RDM) versus a razão

Pristano/Fitano infere o ambiente deposicinal e a litologia da rocha geradora. Os

óleos que possuem RDM> 3 e Pr/F <1, encontra-se em ambiente de deposição de

origem marinha e, é constituído litologicamente por carbonatos (HUNGHES et al.,

1995).

RDM entre 1-3 e P/F <1, são óleos e extratos orgânicos que possuem origem

mista em relação ao ambiente de deposição entre marinha e lacustres (rico em

sulfato) e, é litologicamente composto por uma mistura de carbonatos e outros tipos

de rocha (HUNGHES et al., 1995).

RDM < 1 e P/F < 1 possuem origem lacustre (pobre em sulfato) e litologia

variável; RDM <1 e P/F entre 1-3 possuem origem mista no paleoambiente de

deposição entre marinha e lacustre, e são constituídos litologicamente por folhelhos

(HUNGHES et al., 1995).

RDM <1 e P/F >3 possuem uma origem do paleoambiente sedimentar mistas

entre fluvial e o deltaico, e são constituídos litologicamente por carbonatos, folhelhos

e carvão (HUNGHES et al., 1995).

A proporção dibenzotiofeno / fenantreno avalia a disponibilidade de enxofre

reduzido incorporado na matéria orgânica, enquanto o pristano / fitano avalia as

condições redox dentro do ambiente de deposição (HUNGHES et al., 1995). A razão

pristano/ fitano (P/F) com valor menor que 1 indica deposição anóxica,

acompanhada pela alta quantidade de porfirina e de enxofre; enquanto uma razão

P/F > 1 sugere paleoambiente deposicional subóxico.

As razões 9-MF por reteno foram utilizadas como indicador de paleoambiente

sedimentar, sendo que as maiores razões estão associadas à matéria orgânica de

origem terrígena (ELLIS et al.,1996; NAIHUANG et al.,1995; PETERS; MOLDOWAN,

2005).

A razão reteno/ criseno foi recomendada neste trabalho como um novo

parâmetro indicativo de origem da matéria orgânica e paleoambiente deposicional.

As maiores abundâncias dessa razão sugerem proveniência de fontes de matéria

orgânica terrígena.

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A evolução térmica das rochas pode ser mensurada utilizando razões de

biomarcadores aromáticos como RMN (razão metil- naftaleno), REN (razão etil-

naftalenos) e RTMN (razão trimetil-naftaleno) (RADKE et al., 1982).

Em extratos mais evoluídos termicamente apresentam maior proporções do 2-

MF (metil- naftaleno) em comparação com 1-MN (metil- naftalenos). O mesmo

acontece com as concentrações do 2-EN (etil- naftalenos). Assim, extratos com

maiores razões RMN (2-MN/1-MN) e REN (2-EN/1-EN) estarão mais evoluídas

termicamente.

A razão RTMN (2,3,6- TMN/ (1,4,6-TMN+1,3,5-TMN)) versus esterano C29

ββ/(αα+ββ), também fornece informações quanto a maturação dos óleos e extratos

orgânicos. O cálculo da razão de isomerização do esterano C29 ββ/ (αα + ββ) pouco

depende da fonte de matéria orgânica (PETERS; MOLDOWAN, 1993; CASTRO,

2015), e para valores obtidos entre 0,67 e 0,71, são interpretados como valores de

equilíbrio em óleos maturos (SEIFERT; MOLDOWAN, 1981; PETERS et al., 2005;

CASTRO, 2015).

Radke et al. (1988), estudando extratos e óleos pouco evoluídos, verificaram

que o 9-MF (metil- fenantreno) e 1-MF (metil- fenantreno) possuem maiores

abundâncias. E com o incremento da evolução térmica, os isômeros predominantes

são os 2-MF (metil-fenantreno) e 3-MF (metil- fenantreno). O IMF (índice de metil

fenantreno) e razão RMF (razão de metil- fenantreno) também foram sugeridos pelos

autores supracitado para mensurar a maturidade térmica dos óleos. As maiores

proporções de IMF (1,5(2-MF +-MF)/(F+1-MF+9-MF)) e RMF (2-MF/1-MF), está

relacionado a uma maior evolução térmica.

As relações dos isômeros baseados em metil-dimetil dibenzotiofenos servem

como parâmetros de evolução térmica. Para tal finalidade foram utilizadas as

seguintes razões: 4-metil-dibenzotiofeno/1-metil-dibenzotiofeno (RMDBT4/1); 2,4-

dimetil-dibenzotiofeno/1,4-dimetil-dibenzotiofeno (2,4-DMBT/1,4-DMDBT) e 4,6

dimetil-dibenzotiofeno/1,4-dimetil-dibenzotiofeno (4,6-DMDBT/1,4-DMDBT) e a razão

do trimetil-dibenzotiofenos (RTMDBT) (HEACKMANN et al., 2011).

As razões utilizando os esteroides monoaromático e triaromático TA/

(MA+TA); MA (I) / MA (I+II); TA (I) / TA (I+II) também são utilizadas para mensurar a

evolução térmica dos óleos e extratos orgânicos, as razões aumentam de 0 a 100%

durante a evolução térmica (PETERS; MOLDOWAN, 2005).

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19

Com intuito de ampliar a contribuição dos conhecimentos geoquímicos da

Bacia do Parnaíba, precisamente da borda oeste, no estado do Tocantins, propõe-se

nesta dissertação aprofundar a geoquímica da Formação Pimenteiras.

Para isto, serão utilizados os biomarcadores da fração dos hidrocarbonetos

aromáticos associados com outros parâmetros geoquímicos de extratos orgânicos,

como indicadores do paleoambiente deposicional, e secundariamente para o estudo

da maturidade termal desses folhelhos.

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2 OBJETIVO GERAL E OBJETIVOS ESPECÍFICOS

OBJETIVO GERAL

Determinar a quantidade, a qualidade e o estágio de evolução térmica da

matéria orgânica presentes nos folhelhos da Formação Pimenteiras. E avaliar os

biomarcadores aromáticos dos extratos orgânicos como indicadores do

paleoambiente sedimentar e evolução térmica.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Estudar as características geoquímicas das rochas potencialmente geradoras,

através de COT, Pirólise Rock Eval, cromatografia líquida, cromatografia

gasosa;

determinar a qualidade da matéria da orgânica para a geração de

hidrocarbonetos através da pirólise Rock Eval;

fazer a caracterização geoquímica de 11 amostras da Fm. Pimenteiras

através dos biomarcadores da fração dos hidrocarbonetos aromáticos

indicadores de paleoambiente deposicional e maturidade térmica;

sugerir a razão dos biomarcadores aromáticos criseno por reteno como novo

parâmetro indicativo de matéria orgânica e paleoambiente deposicional.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

A excursão de campo foi realizada entre os dias 14 e 16 de outubro de 2014,

no estado do Tocantins. Participaram, alunos de iniciação científica, alunos do

mestrado e doutorado da Universidade Federal da Bahia com a supervisão do

pesquisador Prof. Dr. Hélio Jorge Ribeiro Severiano.

ÁREA DE ESTUDO

A coleta das amostras de folhelho da Formação Pimenteiras, pertencente à

bacia do Parnaíba, ocorreu no estado do Tocantins. Os pontos selecionados foram a

partir de estudos anteriores (PARRA, 2012), com auxilio do professor Dr. Hélio

J.P.Severiano Ribeiro. Estes identificaram nesta área intervalos ricos em matéria

orgânica.

O primeiro afloramento denominado de 9, está situado ao longo da rodovia

TO-010/TO-020, com coordenadas geográficas 9º 56`50,2`` de latitude e 47º

59`15,5`` de longitude (Figura 3.1).

A amostragem ocorreu de maneira sistemática, metro á metro na vertical, em

seis pontos do afloramento, a coleta foi denominada de 9.1 a 9.6.

O segundo afloramento está localizado ao longo da BR-153 (Belém- Brasília),

com coordenadas geográficas 9º 25`22,3``de latitude e 48º 34` 20,5`de longitude.

Foi denominado de ponto 6, e sua coleta também foi realizada metro a metro na

vertical. Da base para o topo, foram coletadas 11 amostras, distinguidas pelos

números 6.1 a 6.11 (Figura 3.1).

Os folhelhos do ponto 9 é cinza claro á escuro, físsil, com presença de

enxofre e possuem intercalações de arenitos ferruginosos. Os folhelhos do ponto 6

variaram de cinza-claro à cinza- escuro, são físseis, possuem bioturbações, óxido de

ferro e enxofre.

Esta coleta sistemática, com variações verticais metro á metro, foi proposta

para melhor compreensão da geoquímica orgânica da Formação Pimenteiras, no

que se refere à origem da matéria orgânica, paleoambiente deposicional e

maturação térmica que estas rochas foram submetidas.

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Figura 3.1- Mapa de localização dos pontos 6 e 9 dos folhelhos coletados da Fm.Pimenteiras

Fonte: Modificado de Andrade (2015)

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ANÁLISES GEOQUÍMICAS

As análises foram realizadas no Laboratório de Estudos de Petróleo (Lepetro)

do Núcleo de Estudos Ambientais (NEA), no Instituto de Geociências (IGEO)

pertencente à Universidade Federal da Bahia (UFBA). As análises de Isótopos de

carbono foram desenvolvidas no Laboratório de Isótopos Estáveis do Centro de

Energia Nuclear da Universidade de São Paulo (USP) sobre a coordenação do Prof.

Dr. Jefferson Mortatti.

Com o objetivo de caracterizar a matéria orgânica da porção oeste da bacia

do Parnaíba, e avaliar o grau de maturação das rochas contidas no intervalo

estudado, as amostras de folhelhos foram analisadas segundo a metodologia

apresentada no fluxograma mostrado na Figura 3.2.

Este procedimento utilizou as etapas: secagem, moagem, extração das

amostras, remoção do enxofre, separação alifática, aromática e NOS e, por fim,

análise dos compostos por cromatografia a gás acoplado ao detector de ionização

de chamas (CG-FID) e CG/EM (Espectrômetro de massa).

Um total de 17 amostras de folhelhos foi submetido às análises de Pirólise

Rock Eval, COT, e para apenas 11 amostras foram analisadas os biomarcadores da

fração saturada e aromática dos hidrocarbonetos.

Limpeza dos Materiais

O procedimento de caracterização de compostos orgânicos via análise de

traços por cromatografia gasosa requer uma rigorosa limpeza de toda a vidraria

utilizada nas analises. Por isso, foram feitas várias etapas a fim de eliminar resíduos

orgânicos e evitar contaminantes.

A sequência de etapas de limpeza de vidraria utilizou a lavagem com água e

detergente neutro enxágue com água destilada, e secagem em forno com

temperatura de 300 ºC por 2 h. O material foi enxaguado com diclometano e seco na

capela de exaustão.

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Determinação do Carbono Orgânico Total

A determinação do conteúdo de carbono orgânico total de uma rocha é obtida

pelo emprego de um analisador elementar, que converte o CO2, proveniente da

combustão de matéria orgânica total, em valores de carbono orgânico. A etapa de

eliminação do carbono inorgânico (na forma de carbonato) deve ser realizada e se

constitui na fase mais importante anterior ao procedimento analítico de

quantificação.

No procedimento inicial realizado, utilizou-se aproximadamente 1 g de

amostra pulverizada e peneirada a 0,177 mm (80 mesh), que foi pesada em cadinho

de porcelana e acidificada com ácido clorídrico 6 molar, a quente, durante

aproximadamente 1 h, para eliminação completa dos carbonatos.

Após este procedimento, a amostra foi lavada durante 4 h com água quente

para eliminação total dos cloretos. Em seguida, a amostra foi seca em estufa em

temperatura em torno de 80ºC, sendo novamente pesada e lavada à combustão em

um analisador marca LECO 628 CN com detector de infravermelho que determina a

quantidade de carbono orgânico na amostra em % de peso.

Pirólise Rock Eval

A técnica foi realizada em um analisador Rock Eval 6, para rochas que

possuíam COT > 0,8%. Aproximadamente 60-80 mg de amostra pulverizada foram

submetidas a uma temperatura de 300 até 600 ºC a um aumento de 25 ºC /min

durante 20 min. Um detector de ionização de chama (FID) identificou todos os

componentes orgânicos gerados durante a pirólise, representando-se em 3 picos

distintos S1 (Hidrocarbonetos livres), S2 (Potencial de geração) e o Tmáx

(Temperatura máxima que ocorre o craqueamento do querogênio).

Extração Soxhlet

Inicialmente, procedeu-se secagem das amostras, logo após triturou-se o

material seco em gral de ágata, e o betume foi extraído em aparelho tipo Soxhlet,

utilizando-se diclometano como solvente extrator, por um período de 32 h. Os

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extratos foram concentrados a um volume de 1 mL, aproximadamente, com o auxílio

de evaporador.

Remoção do enxofre elementar

A ativação do cobre, utilizado para extrair o enxofre presente nos extratos dos

sedimentos, foi realizada tratando-se aproximadamente 5g de cobre metálico

granulado com ácido clorídrico. O ácido clorídrico foi retirado e o cobre lavado,

sequencialmente, com metanol, acetona e diclorometano.

Óleo Total (Whole oil)

Após a remoção do enxofre, os extratos foram analisados utilizando o

cromatógrafo a gás (CG), marca Agilent 7890B acoplado com o detector de

ionização de chama (FID). Para o procedimento da análise foi usada à coluna capilar

de sílica fundida DB-1 (15m x 0,25mm x 0,25µm). As condições de análises foram:

temperatura do forno 2 ºC/ min até 300 ºC, permanecendo durante 12 min;

temperatura do injetor de 300 ºC e a do detector 300 ºC, Gás de arraste: hidrogênio,

1 mL/min, fluxo constante; Concentração do soluto de 0,05 mg amostra /1 µL de

diclomentano; volume da injeção: 1 µL.

Cromatografia Líquida

Após a retirada do enxofre elementar, foi realizado o fracionamento dos

extratos orgânicos através da técnica de cromatografia líquida preparativa á pressão

atmosférica utilizando-se como fase estacionária sílica gel e alumina.

Uma suspensão contendo aproximadamente 1,5 g de sílica e 3,0 g de

alumina em n-hexano foi adicionada em uma coluna de vidro de 12 cm. Foram

separadas três frações com a seguinte eluição sequencial de solventes:

hidrocarbonetos alifáticos (20 mL de n-hexano); hidrocarbonetos aromáticos (mistura

de 12 mL n-hexano , e 8 mL tolueno). As frações coletadas foram reduzidas a um

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volume de aproximadamente 1 mL com auxílio de evaporador rotatório e transferidas

para frascos de cromatografia para posterior quantificações das frações em CG/EM.

Biomarcadores Saturados e Aromáticos

As frações dos hidrocarbonetos saturados e aromáticos dos extratos

orgânicos foram analisadas no cromatógrafo gasoso, marca Agilent 7890B, acoplado

ao espectrômetro de massas (GC-EM), marca Agilent DSM 5977A, que continha

coluna capilar de sílica fundida DB-5 (60 m x 0,25 mm x 0,25 μm). O hélio foi

empregado como gás de arrastre com fluxo de 1 mL/min e pressão constante de 30

psi. A concentração da fração saturada e aromática injetada foi de 0,05 mg amostra/

1 mL de hexano, volume de injeção 1 µL e aquecida a 60 °C até 310 °C com rampa

de aquecimento de 2 °C/min. As amostras foram analisadas por monitoramento

seletivo de íons (MSI), utilizando para identificação os íons diagnósticos do Quadro

5.2. Os picos detectados nos cromatogramas em MSI e referentes aos analitos de

interesse foram integrados e as razões entre as áreas dos picos foram usadas na

avaliação dos parâmetros geoquímicos analisados nos extratos orgânicos

estudados.

3.3 APRESENTAÇÃO DE TEXTOS CIENTÍFICOS

Com os resultados concebidos pelo desenvolvimento deste projeto de

pesquisa serão submetidos para as revistas científicas dois artigos. O primeiro artigo

é denominado de “O potencial gerador de hidrocarbonetos da Formação

Pimenteiras (Devoniano), no estado do Tocantins, bacia do Parnaíba, Brasil”.

Neste artigo é abordado os resultados das análises geoquímicas de carbono

orgânico total (COT), pirólise Rock Eval e isótopos estáveis de carbono.

O segundo artigo, denominado de “Avaliação dos biomarcadores

aromáticos de extratos orgânicos de folhelhos da Formação Pimenteiras

(Devoniano da bacia do Parnaíba) como indicadores do paleoambiente de

sedimentação e evolução térmica”. Este artigo aborda as análises dos

biomarcadores aromáticos e saturados presentes nos extratos dos folhelhos do

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ponto 6, visando a caracterização da origem da matéria orgânica, o paleoambiente

deposicional e maturação térmica que estas rochas foram submetidas.

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Figura 3.2 – Sequência analítica para as amostras de rochas geradoras da Formação Pimenteiras

Fonte: A autora

Rocha Total

Minerais da Rocha

Aromáticos NSO

Cromatografia Líquida

Amostras Pulverizadas CG-FID

Extração do

Enxofre CG-EM

Ataque Ácido

Δ13C Extração Soxhlet

Betume Naftalenos

Fenantrenos Compostos Sulfurados

Esteroides Aromáticos

COT Pirólise Rock Eval

M.O

Total

Saturados

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4 POTENCIAL GERADOR DE HIDROCARBONETOS DA FORMAÇÃO

PIMENTEIRAS (DEVONIANO), NO ESTADO DO TOCANTINS, BACIA DO

PARNAÍBA, BRASIL

RESUMO

A bacia do Parnaíba faz parte do grupo das bacias intracratônicas paleozoicas brasileiras. A Formação Pimenteiras é a unidade litoestratigrafica potencialmente geradora de petróleo desta bacia. Neste trabalho, foram estudadas as características geoquímicas de seis amostras de folhelhos da Formação. Pimenteiras. Para isto foram utilizadas técnicas como COT, pirólise Rock Eval e cromatografia gasosa acoplada ao detector de ionização de chamas (GC-FID) e isótopos estáveis de carbono. Estas amostras apresentaram COT variando de 0,99% a 1,98 %, que são considerados como um bom potencial de rochas geradoras de petróleo. Porém, os resultados do S2 variaram entre 0,86 e 2,28 mg HC/ g rocha, revelando amostras com um pobre potencial de gerar hidrocarbonetos. Através dos valores do índice de hidrogênio foi possível qualificar a matéria orgânica para todas as amostras de folhelho, como querogênio do tipo III, e este apresenta potencial para gerar gás. Os valores do Tmáx menores 430 ºC demostraram que todas elas encontram-se imaturas, e analisando os n-alcanos é verificado o predomínio dos n- alcanos, n-C27 a n-C30, sugerindo uma fonte de matéria orgânica de origem terrestre.

Palavras-Chaves: geoquímica do petróleo, bacia do Parnaíba, Formação Pimenteiras, Devoniano.

ABSTRACT

The Parnaíba basin is part of the group of the brazilian paleozoic intracratonic basins. The Pimenteiras Formation is the lithostratigraphic unit potentially generating oil of this basin. In this work, the geochemical characteristics of six shale samples from the Formation Pimenteiras were studied. For this, techniques such as TOC, pyrolysis Rock Eval and gas chromatography coupled to the flame ionization detector (GC-FID) and stable carbon isotopes were used. These samples presented TOC varying from 0.99% to 1.98%, considered as a good potential of source rocks petroleum. However, the S2 scores ranged from 0.86 to 2.28 mg HC / g rock, revealing samples with poor hydrocarbon generation potential. Through the values of the hydrogen index it was possible to qualify the organic matter for all shale samples, as type III kerogen, which presents potential to generate gas. Tmax values lower than 430 °C showed that all of them are immature, and the n-alkanes are predominant, n-C27 to n-C30, suggesting a source of organic matter of terrestrial origin.

Key words: petroleum geochemistry, Parnaíba basin, Pimenteiras Formation, Devonian.

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INTRODUÇÃO

A bacia sedimentar do Parnaíba abrange uma área de aproximadamente

6.000.000 km², estendendo-se pelos estados do Piauí, Maranhão, Tocantins, Pará,

Ceará e Bahia. A estratigrafia de Vaz et al. (2007) divide a coluna sedimentar da

bacia em cinco supersequências deposicionais, datadas do Siluriano ao Cretáceo. A

unidade litoestratigráfica estudada no presente trabalho faz parte da sequência

mesodevoniana.

A Formação. Pimenteiras é a principal rocha geradora de hidrocarbonetos

desta bacia (RODRIGUES, 1995). Estudos anteriores têm correlacionado esta

formação aos maiores teores de COT (até 4%). As razões de biomarcadores e a

análise das palinofácies fornecem informações de deposição em um contexto de

paleoambiente transicional entre continental e marinho (PARRA, 2012; ANDRADE,

2016; ZAMBRANO, 2016).

Buscando expandir os conhecimentos sobre a Formação Pimenteiras, a fim

de se chegar a dados mais conclusivos sobre a bacia em questão, o presente

trabalho enfatiza na caracterização do potencial gerador de hidrocarbonetos de seis

amostras de folhelhos da Formação. Pimenteiras, coletadas na borda oeste da bacia

do Parnaíba no estado do Tocantins.

A caracterização visa aumentar os dados geoquímicos da bacia, através das

análises de carbono orgânico total, enxofre, pirólise Rock Eval e isótopos estáveis

de carbono para qualificar, quantificar e obter a maturação térmica alcançada pela

matéria orgânica.

ÁREA DE ESTUDO

O afloramento analisado está situado ao longo da rodovia estadual TO- 020/

TO-010 no estado do Tocantins, e possui as coordenadas geográficas: 9º 56` 50,2”

de latitude sul e 47º 59`15,5” de longitude oeste (Figura 4.1).

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Fonte: Modificado de Andrade (2015)

Figura 4.1 - Localização geográfica do afloramento denominado de ponto 9 ao localizado

longo da TO-020/T0-010

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Neste afloramento foram coletadas 6 amostras de folhelhos pertencentes a

Formação. Pimenteiras. A amostragem foi realizada em intervalos sequenciais de

um metro, essa busca estudar a variabilidade dos parâmetros geoquímicos da

referida formação.

O afloramento foi denominado de ponto 9 , e as amostras foram distinguidas

por números que variam de 9.1 a 9.6 (Figura 4.2), e consiste, principalmente, de

folhelhos cinza esverdeado, cinza médio a escuro, pretos que se apresentam com

laminação plano paralela e físsil.

Figura 4.2 – Posicionamento das amostras denominada de ponto 9

Fonte: A autora

0,0 2,0 m

0,9

m

0,0

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MATERIAIS E MÉTODOS

As amostras de rocha foram maceradas, e posteriormente peneiradas (80

mesh), logo após foram submetidas para a análise do carbono orgânico total e

composição isotópica, para isso foi usado ácido clorídrico 6 mol/L para remover os

carbonatos e por fim, as amostras foram lavadas com água deionizada por quatro

horas.

Estas amostras previamente tratadas foram levadas à combustão (950 °C)

num analisador elementar, da marca LECO 628CN, do Laboratório de Estudos do

Petróleo (Lepetro) da Universidade Federal da Bahia (UFBA). O equipamento possui

um detector infravermelho, que determina a quantidade de carbono orgânico contido

na amostra, em valores % em peso. Para avaliar a quantidade de enxofre total foi

usado o LECO 628S, com detector FID.

O procedimento da pirólise Rock Eval foi realizado para as amostras com

conteúdo de COT > 1%. Aproximadamente 60-80 mg de amostra de rochas

previamente pulverizadas foram aquecidas de 300 até 600 °C a um aumento de 25

°C/min durante 20 min , empregando-se um analisador Rock Eval 6 pertencente ao

Laboratório de Estudos do Petróleo (Lepetro) da Universidade Federal da Bahia

(UFBA). Os resultados evidenciaram os hidrocarbonetos livres contidos na rocha

(S1), o potencial gerador de hidrocarbonetos (S2) e a temperatura máxima (Tmáx).

A composição isotópica em parte por mil de carbono 12 e carbono 13 nas

rochas foi analisada no espectrômetro de massas acoplado com cromatografia

gasosa PDZ-Europa, modelo GLS 20-20, no Laboratório de Isótopos Estáveis do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (USP). A

expressão δ (“delta”) é usada para expressar as razões dos isótopos 13C/12C. Os

dados são apresentados com o desvio do padrão internacional PDB por mil (‰)

(Pee Dee Belemnite).

No Laboratório de Estudos do Petróleo (Lepetro) da Universidade Federal da

Bahia (UFBA), as amostras de rocha previamente tratadas e pulverizadas foram

levadas em seguida para a extração soxhlet, o qual separa a matéria orgânica

solúvel do querogênio.

Nos extratores soxhlet foi retirado o betume de todas as amostras, com

diclorometano, agindo por 32 h. Após a extração da matéria orgânica solúvel foi

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realizada a remoção de enxofre elementar utilizando-se fios de cobre metálicos

ativados.

Os extratos foram analisados utilizando o cromatógrafo a gás (CG), marca

Agilent 7890B acoplado com o detector de ionização de chama (FID). Para o

procedimento da análise foi usada à coluna capilar de sílica fundida DB-1 (15m x

0,25mm x 0,25µm). As condições de análises foram: Temperatura do forno 2ºC/ min

até 300 ºC, permanecendo nesta temperatura durante 12 min; temperatura do injetor

de 300 ºC e, a do detector 300 ºC, Gás de arraste: Hidrogênio, 1 mL/min, fluxo

constante; concentração do soluto de 0,05 mg amostra /1 µL de diclomentano;

volume da injeção: 1 µL.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados das análises de carbono orgânico total, enxofre total, análises

de isótopos de carbono e pirólise Rock- Eval são apresentados na Tabela 4.1.

Análise de carbono orgânico total e enxofre total

Os valores de COT para as amostras do ponto denominado 9 variaram entre

0.99% -1,98%. Na sua totalidade as amostras do ponto 9 demostram a quantidade

mínima necessária ( > 1% em peso) de COT, sendo essa utilizada para classificação

de folhelhos como possível rocha geradora de hidrocarbonetos.

Os teores de enxofre, apresentados na Tabela 4.1, variaram entre 0,54 % a

1,48%. O extrato 9.2 apresentou os valores maiores de enxofre e consequentemente

de COT. Essa relação está de acordo com que foi verificado por Berner (1984), o

qual atribuiu á ação das bactérias redutoras de sulfato como principal processo de

incorporação do enxofre nos sedimentos. Para este autor os valores elevados de

enxofre são indicativos de deposição em ambientes anóxicos, neste ambiente ocorre

maior preservação da matéria orgânica que pode gerar hidrocarbonetos.

Entretanto, o teor de COT no valor 1,98%, é baixo para ser classificado como

ambiente anóxico. O valor de COT baixo associado a altos valores de enxofre, pode

estar associado á alta taxa de sedimentação no paleoambiente, que dilui a matéria

orgânica e faz o teor de COT se apresentar mais baixo.

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Tabela 4.1. Resultados de COT, enxofre total, Isótopos de carbono e pirólise Rock Eval nas amostras do ponto 9

Amostra COT(%) S (%) δC¹³(‰) S1 S2 S3 Tmax(°C) IH IO P/F P/ n- C17

F/ n- C18

CPI

P9.1 1,26 0,7 27,78 0,03 0,86 0,8 429 78 73 1,6 0,54 0,45 1,38

P9.2 1,98 1,48 27,93 0,03 1,36 0,8 417 72 42 1,6 0,62 0,52 1,49

P9.3 1,82 0,78 27,89 0,03 2,28 1,04 430 130 59 2,2 0,55 0,33 1,58

P9.4 1,85 0,66 27,79 0,02 2,13 0,74 427 131 45 2,4 0,49 0,24 1,53

P9.5 1,65 0,83 27,68 0,03 2,01 0,7 426 118 41 2,7 0,45 0,24 1,27

P9.6 0,99 0,54 27,92 0,02 0,9 0,44 424 87 42 2,4 0,49 0,28 1,26

S1= mg HC/g rocha; S2= mg HC/ g rocha; S3 = mg HC/g rocha; S3= mg CO2/ g rocha; IH= mg HC/g COT; IO= mgCO2/g COT; δ13C: razão isotópica de C; P/F:pristano/fitano; P/n-C17: pristano/n-C17; F/n-C18: fitano/n-C18; CPI: 2*( n-C23 + n-C25 + n-C27 + n-C29)/ n-C22+2*(n-C24+ n-C26 + n-C28) + n-C30

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36

Isótopos de Carbono

Os parâmetros isotópicos são diagnósticos de cada rocha potencialmente

geradora e, reforçam as diferentes fontes de matéria orgânica e condições

paleoambientais desenvolvida ao longo de cada período de tempo (OLIVEIRA et al.,

2006).

A Tabela 4.1 mostra os valores das composições isotópicas de carbono

variando entre -27,68‰ á -27,93‰. Na Figura 4.3 são demostrado as variações do δ

13C(‰) com relação ao COT para as amostras do ponto 9.

Figura 4.3 - Composição isotópica versus o teor de carbono orgânico total para as amostras

da Formação Pimenteiras

Fonte: A autora

As amostras 9.2; 9.3 e 9.6 apresentam os valores mais elevados de COT e

estão associados aos valores isotopicamente mais positivos de carbono sugerindo

condições de deposição marinhas, enquanto que as amostras 9.1; 9.4 e 9.5

apresentam valores de isótopos mais negativos, e menores valores de COT

sugerindo um ambiente deposicional continental.

De acordo com Machado (2013), as conchas sambaquis situadas em uma

mesma zona, mas com idades diferentes, podem apresentar valores diferentes de δ

13 C, devido ás flutuações do nível médio do mar.

Os valores δ 13C são mais altos nas águas marinhas do que em relação ás

continentais. Estes valores podem ser utilizados como indicadores do grau das

δC¹³(‰PDB)

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37

influências marinhas e continentais sobre um determinado ambiente ou

paleoambiente.

Os processos que controlam a distribuição do carbono nos oceanos são

decorrentes da atividade biológica e do equilíbrio entre as espécies químicas do CO2

gás, CO2 dissolvido, ácido carbônico, íons bicarbonatos e o carbonato cristalino,

geralmente na forma de carbonato de cálcio.

Pirólise Rock Eval

Os resultados da Pirólise Rock Eval definem potencial de geração, grau de

maturação e tipo de querogênio para rochas geradoras de petróleo (ESPITALIÉ et

al., 1977; TISSOT ;WELTE, 1984). Adotando-se os valores propostos por Peters;

Cassa (1994) foi possível verificar variações dos parâmetros geoquímicos do COT,

potencial gerador (S2), índice de hidrogênio (IH) e temperatura máxima (Tmáx) para

as amostras do ponto denominado 9 pertencente a Fm. Pimenteiras (Figura 4.4).

Analisando os teores de carbono orgânico total, todas as amostras foram

classificadas como possível geradora de hidrocarbonetos, devido os valores de COT

> 1%.

O potencial gerador dos hidrocarbonetos foi avaliado através do parâmetro S2,

nas amostras do ponto 9, os valores deste parâmetro variaram entre 0,86- 2,28 mg

HC/ g rocha, e utilizando como referências os valores propostos por Peters ;Cassa

(1994), essas amostras são pobres para a geração de hidrocarbonetos.

Na Figura 4.5 verifica-se a correlação entre teores de COT e os valores de S2,

são observados que quanto maior teor de COT, maior é o potencial de geração de

hidrocarbonetos (OLIVEIRA et al., 2006; SILVA, 2007).

Utilizando os valores propostos por Peters;Cassa (1994), todas as amostras

do ponto 9 foram classificadas como querogênio do tipo III, já que o índice de

Hidrogênio (IH) variou entre 87 e 131 mg HC/ g rocha. O principal potencial de

geração para querogênio do tipo III é o gás.

A caracterização do tipo da matéria orgânica, também pode ser feita a partir

do diagrama do tipo Van Krevelen, que utiliza os dados do IO e IH para distinguir os

tipos de querogênio (Figura 4.6). As amostras na sua totalidade contêm o

querogênio do tipo III.

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38

Figura 4.4 - Perfil dos parâmetros geoquímicos obtidos neste trabalho para o afloramento

do ponto 9 na Formação Pimenteiras da Bacia de Parnaíba, destacando-se com cores os intervalos de classificação definidos por Peters ;Cassa (1994)

Fonte: A autora

Figura 4.5 - Relação entre os teores de carbono orgânico total (COT) versus os valores do

potencial gerador (S2) para as amostras da Formação Pimenteiras

Fonte: A autora

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39

Figura 4.6 - Diagrama do tipo Van Krevelen para as amostras da Formação Pimenteiras

Fonte: A autora

J. Routh et al. (1999) utilizaram o gráfico IH versus COT para demonstrar o

input de matéria orgânica terrestre e as condições de oxigênio na coluna de água

entre diferentes paleoambientes deposicionais. Segundo os autores, o aumento do

COT está relacionando à riqueza de lipídeos, e estes estão associados o uma fonte

marinha da matéria orgânica.

Neste trabalho, a Figura 4.7 demonstra uma correlação semelhante ao que foi

proposto pelo autor citado acima. As amostras 9.2; 9.3; 9.4; 9.5 apresentaram maior

COT e maior IH, para Parra (2012); Andrade (2015) e Zambrano (2015), essas

diferenças nas condições paleoambientais podem está associadas ao cliclo

transgressivo/regressivo verificado na Formação Pimenteiras.

Através dos valores de Tmáx (temperatura em que ocorre a taxa máxima de

geração de hidrocarbonetos na pirólise Rock Eval) e índice de hidrogênio (IH) é

possível estimar o grau de evolução térmica da rocha geradora (Figura 4.8). O

gráfico de Tmáx para as amostras do ponto 9 apresentaram-se na sua totalidade

imaturos (Tmáx < 435 ºC) (Tabela 4.1).

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40

Figura 4.7 - Diagrama de teor do IH versus COT para as amostras de rocha dos pontos 9 da

Formação Pimenteiras

Fonte: A autora

Figura 4.8 - Diagrama de teor do IH versus Tmáx para as amostras de rocha dos pontos 9

da Formação Pimenteiras

Fonte: A autora

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41

4.3.4 n-Alcanos

O resultados das análises de cromatografia gasosa acoplada ao detector de

ionização em chamas (CG-FID) realizadas nos extratos referente ao ponto 9 da

Formação Pimenteiras estão no apêndice A.

A presença dos n- alcanos no intervalo de n-C12 até n- C37 foi observada nos

cromatogramas, porém os n- alcanos de baixo peso molécular (<n-C11) não foram

detectados na maioria dos extratos devido à evaporação dos mesmos. As elevações

na linha de base, que representa uma mistura complexa de compostos naftênicos e

aromáticos não resolvidos (UCM), é devido, principalmente, a imaturidade das

rochas pertencentes à Formação Pimenteiras. Na Figura 4.9 são mostradas as

concentrações dos n- Alcanos.

Com os gráficos foi possível observar uma distribuição unimodal nas

amostras 9.1; 9.2, e 9.6. Estes extratos apresentam maior abundância relativa dos n-

alcanos de alto peso molecular no intervalo de n-C21 a n - C29 (Figura 4.9 (B)). De

acordo com Balbinot (2008), a predominância de n-alcanos ímpares n-C27 a n-C33 é

característica de matéria orgânica de origem terrestre.

Na Figura 4.9 (A), é verificada uma distribuição bimodal dos extratos 9.3; 9.4

e 9.5. Os n-alcanos de baixo peso molecular mostraram-se em maior concentração

nos extratos das amostras 9.3; 9.4 e 9.5, com picos em n-C15; n-C17 e n-C19, esses

valores são característica de matéria orgânica de fontes marinhas (BALBINOT,

2008).

Figura 4.9 – Distribuição da concentração dos n-alcanos para as amostras de rocha: do

ponto 9 (A) e (B)

(A)

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42

(B)

Fonte: A autora

Para determinar a predominância dos n-alcanos pares ou impares é calculado

o índice preferencial de carbono (CPI) (PETERS; MOLDOWAN, 2005). Todos os

extratos orgânicos apresentaram valores superiores a um (Tabela 4.1). Na literatura

este valor está relacionado à predominância dos n- alcanos ímpares, e associa-se a

contribuição de matéria orgânica de origem terrígena.

4.4 CONCLUSÕES

Os principais parâmetros geoquímicos para determinação do potencial

gerador de hidrocarbonetos da Fm. Pimenteiras foram avaliados nas seis amostras

coletadas pertencente à bacia do Parnaíba.

Todas as amostras do ponto denominado de 9 possuem a quantidade

considerada mínima para geração de hidrocarbonetos (>1%). O potencial gerador,

obtido através do pico S2 da pirólise Rock-Eval, sugeriu um pobre potencial de

geração para gás, os valores de IH e IO indicaram a predominância do querogênio

tipo III, e o Tmáx apresentou valores indicativos de imaturidade para todas as

amostras de rocha. As análises dos n-alcanos e do CPI demostraram uma

predominância de matéria orgânica provenientes de fontes terrestres.

Assim, os resultados mencionados acima oferecem mais informações

referentes à geoquímica orgânica da borda oeste da Fm. Pimenteiras pertencente a

Bacia do Parnaíba.

0,8

0,7

0,6

0,5

0,4

0,3

0,2

0,1

0

9.1

9.2

9.6

11 16 21 26 31 36

Número de Carbono

Co

nce

ntr

ação

n-A

lcan

os

(pp

m)

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5 AVALIAÇÃO DOS BIOMARCADORES AROMÁTICOS DE EXTRATOS

ORGÂNICOS DE FOLHELHOS DA FORMAÇÃO PIMENTEIRAS (DEVONIANO DA

BACIA DO PARNAÍBA) COMO INDICADORES DO PALEOAMBIENTE DE

SEDIMENTAÇÃO E EVOLUÇÃO TÉRMICA

RESUMO

Biomarcadores Aromáticos foram determinados para paleoambiente deposicional, origem da matéria orgânica e evolução térmica em 11 extratos de rochas geradoras da Formação Pimenteiras na borda oeste da bacia do Parnaíba. Para tal finalidade foram usadas às técnicas analíticas de cromatografia gasosa acoplada a espectrômetro de massa (GC-EM), análise de COT, e pirolise Rock- Eval. A utilização dos biomarcadores aromáticos permitiu evidenciar as diferenças nos folhelhos coletados sequencialmente metro a metro no afloramento de corte de estrada na BR-153 (Belém-Brasília). Os extratos orgânicos 6.1; 6.2 e 6.7 são caracterizados pela alta abundância de 1,6-DMN (dimetil-naftalenos), 1,2,5 –TMN (trimetil-naftalenos) e baixas concentrações de 9-MF (metil-fenantreno) indicando que estes podem ser derivados de fontes contendo predominantemente matéria orgânica de origem continental quando comparados aos extratos orgânicos de 6.8 a 6.11. As altras razões de reteno/criseno e 9-MF / criseno nas amostras de 6.3 a 6.7 mostram um aporte maior de matéria orgânica de origem terrígena, em detrimento as amostras 6.8 a 6.11. As baixas razões de dibenzotiofenos/fenantrenos e baixas razões de pristano/fitano indicam que estes extratos orgânicos foram depositados em um paleoambiente deposicional transicional entre o continental e marinho, em condições anóxicas a subóxicas. A maturidade térmica foi avaliada nas razões dos fenantrenos, naftalenos, dibenzotiofenos e esteroides monoaromático e triaromático. Estas razões apresentaram uma boa correlação caracterizando os extratos como imaturo.

Palavras-Chaves: Biomarcadores aromáticos, geoquímica do petróleo, bacia do Parnaíba, Formação Pimenteiras, Devoniano.

ABSTRACT

Aromatic biomarkers were analyzed for depositional paleoenvironment, origin of organic matter and thermal evolution in 11 organic rock extracts from the Pimenteiras Formation on the western border of the Parnaíba basin. For this purpose it was used the analytical techniques of gas chromatography coupled to mass spectrometer (CG- MS), TOC analysis, and Rock-Eval pyrolysis. The use of the aromatic biomarkers allowed to show the differences in the shales collected sequentially meter by meter in the outcrop of BR-153 road (Belém-Brasília). Organic extracts 6.1; 6.2 and 6.7 are characterized by the high abundance of 1,6-DMN (dimethyl naphthalenes), 1,2,5- TMN (trimethyl naphthalenes) and low concentrations of 9-MF (methyl-phenanthrene) indicating that these can be derived of sources containing predominantly continental organic matter origin when compared to organic extracts from 6.8 to 6.11. The higher

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ratio retene / chrysene and 9-MF / chrysene ratio in the samples from 6.3 to 6.7 show a higher input of organic matter of terrigenous origin, to the detriment of samples 6.8 to 6.11.The low ratios of dibenzothiophenes / phenanthrenes and low pristane / phytane ratios indicating that these organic extracts were deposited in a transitional paleoenvironment between continental and marine, in anoxic to suboxic conditions. Thermal maturity was based on the ratios of phenanthrenes, naphthalenes, dibenzothiophenes and monoaromatic and triaromatic steroids, these ratios showed a good correlation characterizing immature organic extracts.

Key Words: aromatic Biomarkers, petroleum geochemistry, the Parnaíba Basin, Pimenteiras Formation, Devonian.

5.1 INTRODUÇÃO

A maior parte da bacia do Parnaíba situa-se na região noroeste do nordeste

brasileiro, recobrindo áreas dos estados do Maranhão e Piauí, além de parcelas dos

estados do Tocantins, Pará e Ceará, numa extensão de 6.105 km2 (VAZ et al.,2007).

A complexidade de compreensão da evolução tectono-sedimentar, no

contexto de uma bacia única, conduziu á sua divisão em sub-bacias menores:

Parnaíba (Siluriano-Triássico), Alpercatas (Jurássico-Eocretáceo), Grajaú/São Luis

(Cretáceo) e Espigão Médio (Cretáceo) (GÓES, 1995; GÓES; COIMBRA, 1996;

GÓES ; ROSSETTI, 2001).

Neste trabalho, adota-se a nomenclatura e a concepção estratigráfica

formulada por Vaz et al. (2007), que tratam todos os depósitos sedimentares e

rochas magmáticas associadas num único contexto. De acordo com Vaz et al.

(2007), a sucessão de rochas sedimentares e magmáticas que compõe a bacia está

disposta em cinco supersequências que, em seu depocentro, atinge a ordem de

3.500 m de espessura.

As unidades foram denominadas como “Supersequência Siluriana”

(litoestratigraficamente correspondente ao Grupo Serra Grande), “Supersequência

Mesodevoniana-Eocarbonífera” (Grupo Canindé), “Supersequência Neocarbonífera-

Triássica” (Grupo Balsas), “Supersequência Jurássica” (Formação Pastos Bons),

“Supersequência Cretácea” (formações Codó, Corda, Grajaú e Itapecuru). Além

disso, as rochas ígneas intrusivas (diques e soleiras) e extrusivas presentes, de

composição básica, foram divididas em duas unidades, Formação Mosquito

(Neotriássico/ Eojurássico) e Formação Sardinha (Eocretáceo) (VAZ et al.,2007).

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45

A Formação Pimenteiras é considerada a principal unidade potencialmente

geradora de petróleo da bacia do Parnaíba, distribuindo-se amplamente e

alcançando espessuras superiores a 500m (GÓES et al., 1990). Rodrigues (1995)

caracterizou os folhelhos da Fm. Pimenteiras como pertencentes a um

paleoambiente anóxico, com teor de carbono orgânico total variando entre 1,0 e

5,0%, possuindo querogênio do tipo II e III e estágio de evolução térmica

correspondente ao inicio da janela de geração.

Apesar dos hidrocarbonetos aromáticos não serem formalmente considerados

como biomarcadores, uma vez que sofreram alterações na estrutura original em

relação aos seus precursores vivos, eles ainda mantem uma relação inequívoca com

os compostos que originaram podendo ser utilizados como biomarcadores. Desta

forma podem ser aplicados na determinação de diversos parâmetros geoquímicos

relacionados à origem da matéria orgânica, ambiente de deposição e evolução

térmica (HEACKAMANN et al., 2011). O Quadro 5.1 apresenta os parâmetros

geoquímicos baseados na análise destes compostos aromáticos.

Devido ao fato dos hidrocarbonetos aromáticos serem pouco estudados em

trabalhos relacionados á avaliação geoquímica de extratos orgânicos e óleos da

bacia do Parnaíba, este trabalho mostra-se importante para indústria do petróleo. O

foco deste é no uso da distribuição dos naftalenos, fenantrenos,compostos

aromáticos sulfurados e esteroides monoaromáticos e triaromáticos, além do reteno

e criseno de extratos orgânicos de folhelhos pertencentes à Formação Pimenteiras,

como indicadores do paleomabiente de sedimentação e evolução térmica.

5.1.1 Área de estudo

O afloramento analisado está situado no km 399 da rodovia BR-153

(Belém/Brasília), no estado do Tocantins, e possui as coordenadas geográficas: 9º

25` 22,3” de latitude e 48º 34`20,5” de longitude (Figura 5.1).

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Quadro 5.1 - Parâmentros geoquímicos analisados para hidrocarbonetos aromáticos (Heackamann et al., 2011; Peters et al., 2005)

Sigla (*) Parâmetro Referência

RMN 2MN/1MN Heackamann et al.(2011)

REN 2EN/1EN Heackamann et al.(2011)

RTMN 2,3,6- TMN/ (1,4,6-TMN+1,3,5-TMN) Heackamann et al.( 2011)

RMF 2- MF/1- MF Heackamann et al.( 2011)

IMF 1,5(2-MF +-MF) / (F+1-MF+9-MF) Heackamann et al. (2011)

RDM 4-MDBT/F Heackamann et al. (2011)

RMD 4-MDBT/1- MDBT Heackamann et al. (2011)

RMDBT4/1 4-MDBT/1-MDBT Heackamann et al. (2011)

RMDBT4,6/1,4 4,6-DMDBT/1,4-DMDBT Heackamann et al. (2011)

RTMDBT (38/40) TMDBT (substância38) /TMDBT (substância40 Heackamann et al.(2011)

TA/ (MA+TA) (28 (20R) / (C29 (5α, 20R + 5β, 20 R)) + C28 (20R)) Peters et al. (2005)

MA (I) / MA (I+II) (C21 + C22) / ((C21 + C22) + (C27-C29)) Peters et al.(2005)

TA (I) / TA (I+II) (C20 +C21) / ((C20+C21) + C26-C28 (20S+20R)) Peters et al. (2005)

(*): RMN = razão 2-metil-naftaleno/1-metil-naftaleno; REN = razão 2-etil-naftaleno/1-etil-naftaleno; RTMN = razão 2,3,6-trimetil-naftaleno/(1,4,6-trimetil-naftaleno+1,3,5-trimetil-naftaleno); RMF = razão 2-metil-fenantreno/1-metil-fenantreno; IMF = índice de metil-fenantrenos; 3-MF = 3-metil-fenantreno; F = fenantreno; 9-MF = 9-metil-fenantreno; RDM = razão 4-metil-dibenzotiofeno/fenantreno; RMD = razão 4-metil-dibenzotiofeno/1-metil-dibenzotiofeno; RMDBT4/1 = razão 4-metil-dibenzotiofeno/1- metil-dibenzotiofeno; RDMDBT4,6/1,4 = razão 4,6-dimetil-dibenzotiofeno/1,4-dimetil-dibenzotiofeno; RTMDBT (38/40) = razão trimetil-dibenzotiofeno (substância 38)/trimetil-dibenzotiofeno (substância 40); TA/ (MA+TA) = Esteroide Triaromático C28 (20R) / (Esteroide monoaromático C29 5α, 20R + 5β, 20R) + Esteroide Triaromático C28 (20R); MA (I)/ MA (I+II) = Esteroide Monoaromático (C21+ C22) / Esteroide Monoaromático (C21+C22) + Esteroide Monoaromático Σ (C27+C28+C29); TA (I)/TA (I+II) = Esteroide Triaromático (C20+C21)/ Esteroide Triaromático (C20+C21)+ Esteroide Triaromático Σ (C26+C27+C28) (20S +20 R)

Neste afloramento ao longo da rodovia Belém/ Brasília, foram coletadas 11

amostras de folhelhos pertencentes a Fm. Pimenteiras, e a amostragem foi realizada

em intervalos sequenciais de um metro. A amostragem sequencial teve o intuito de

estudar a variabilidade dos parâmetros geoquímicos da Formação Pimenteiras. O

afloramento foi denominado de ponto 6, e as amostras foram distinguidas por

números que variam de 6.1 a 6.11 (Figura 5.2).

Este afloramento consiste, principalmente, de folhelhos cinza esverdeados,

cinza médios a escuros e pretos apresentando-se com laminação plano paralela,

físsil, com microfalhas que ocorrem localmente, em parte micáceos e bioturbados,

com a presença de oxido de ferro e enxofre principalmente nas amostras coletadas

na parte superior deste afloramento.

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Figura 5.1 - Localização geográfica do afloramento denominado de ponto 6 localizado no

Km 399 da rodovia BR-153 (Belém - Brasília)

Fonte: Modificado de Andrade (2015)

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Figura 5.2 – Posicionamento das amostras denominadas de ponto 6 localizado no Km 399 da rodovia BR-153 (Belém - Brasília)

Fonte: Modificado de Andrade (2015)

0 6m

Legenda:

0

2m

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MATERIAS E MÉTODOS

As análises foram realizadas no Laboratório de Estudos do Petróleo (Lepetro)

da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Após a realização da coleta das

amostras na bacia do Parnaíba, os folhelhos da Fm. Pimenteiras foram pulverizados

em gral de ágata, e o betume foi extraído em aparelhagem do tipo soxhlet,

utilizando-se diclorometano como solvente extrator, por um período de 32 horas.

Os extratos foram concentrados a um volume de aproximadamente 1 mL,

utilizando o equipamento evaporador rotatório. Em seguida, foram submetidos à

remoção de enxofre elementar utilizando-se aproximadamente 5 g de fios de cobre

metálicos ativados com ácido clorídrico e lavados sequencialmente por metanol,

acetona e diclorometano. Após a remoção do enxofre, o extrato foi concentrado em

evaporador rotatório.

Procedeu-se, então, o fracionamento dos extratos orgânicos através da

técnica da cromatografia líquida à pressão atmosférica, utilizando como fase

estacionária sílica gel, ativada por 4 h em 550 ºC na mufla.

Uma suspensão de aproximadamente 4 g de sílica em n-hexano foi

adicionada em uma coluna de vidro de 12 cm. E em seguida, foram utilizadas as

seguintes soluções em sequência: 20 mL de n-hexano para separação dos

hidrocarbonetos saturados; 12 mL de n-hexano e 8 mL de tolueno para os

hidrocarbonetos aromáticos; e 12 mL de n-hexano e 8 mL de metanol para a

extração dos compostos polares. Uma vez separadas, as frações foram

concentradas em evaporador rotatório.

As frações saturada e aromática dos extratos orgânicos foram analisadas no

cromatógrafo gasoso, marca Agilent 7890B, acoplado ao espectrômetro de massas

(GC-EM), marca Agilent DSM 5977A, equipado com uma coluna capilar de sílica

fundida DB-5 (60 m x 0,25 mm x 0,25 μm).

O hélio foi empregado como gás de arrastre com fluxo de 1 mL/min e pressão

constante de 30 psi. A concentração da fração saturada e aromática injetada foi de

0,05 mg amostra/mL de hexano, volume de injeção 1 µL e aquecida a 60 °C até 310

°C com rampa de aquecimento de 2 °C/min.

As amostras foram analisadas por monitoramento seletivo de íons (MSI),

utilizando para identificação os íons diagnósticos do Quadro 5.2. Os picos

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detectados nos cromatogramas em MSI e referentes aos analitos de interesse foram

integrados e as razões entre as áreas dos picos foram usadas na avaliação dos

parâmetros geoquímicos analisados nos extratos orgânicos estudados.

Quadro 5.2 - Íons diagnósticos (m/z) utilizados na identificação de compostos aromáticos

por monitoramento seletivo de íons

Nome do composto Íons (m/z)

Naftalenos 128 Metil-naftalenos 142 Dimetil-naftalenos 156 Trimetil-naftalenos 179 Fenantreno 178 Metil-fenantrenos 192 Metil-dibenzotiofenos 198 Dimetil-dibenzotiofenos 212 Trimetil-dibenzotiofenos 226 Esteroide Monoaromático 253 Esteroide Triaromático 231 Reteno 219 Criseno 228

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 5.3 são expostos os valores dos parâmetros geoquímicos,

previamente selecionados e calculados, obtidos através das razões das áreas

geradas por CG/EM-MSI, das frações aromática e saturadas extraídas dos folhelhos

da Formação Pimenteiras.

A identificação do naftaleno e seus alquil- derivados foram feitas pelas

análises dos íons m/z 128, m/z 142, m/z 156, m/z 179, correspondendo

respectivamente ao naftaleno, metil- naftaleno, dimetil- naftaleno e trimetil-

naftalenos.

A identificação do fenantreno e seus alquil- derivados foi realizada através da

identificação dos íons m/z 178 e m/z 192, respectivamente.

Os metil-benzotiofenos, dimetil-benzotiofenos e trimetil-benzotiofenos foram

identificados a partir dos íons m/z 198, m/z 212, m/z 226, respectivamente.

Os esteroides monoaromáticos e triaromáticos foram identificados

respectivamente, a partir dos íons m/z 253 e m/z 231. O reteno e o criseno foram

identificados respectivamente, a partir dos íons m/z 219 e 228.

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51

Tabela - 5.3 Razões das frações dos hidrocarbonetos aromáticos e saturados para as 11 amostras de extratos orgânicos analisados

Hridrocarbonetos Aromáticos

Hidrocarboneto Saturado

4-MDBT/

Fen

Naf

Fen

RMDBT

RTMDBT

RDMDBT

C29ααα (*)

C29 (S+R) (*)

C29 R (*)

Amostras

Bacia

RMF

IMF

REN

RMN

RTMN

RDM

4/1

(38/40)

4,6/1,4

RMD

MA (I)/ MA

(I+II)

TA (I)/ TA (I+II)

Pr/Fi(*)

S/(S+R)

αββ/(ααα +αββ)

αββ/ (ααα + αββ)

%C29 (*)

VRc

VRm

6.1

Parnaíba

0,76

0,48

0,43

0,77

0,51

0,01

0,02

0,15

0,36

0,21

12,3

6,5

1,65

0,22

0,39

0,2

51

0,69

0,53

6.2

Parnaíba

0,87

0,53

1,25

0,88

0,65

0,08

0,28

0,16

0,38

0,28

9,9

5,8

1,72

0,14

0,54

0,21

48

0,72

0,53

6.3

Parnaíba

0,84

0,50

1,67

1,41

1,51

0,07

0,57

0,15

0,38

0,57

19,9

8,8

0,98

0,23

0,17

0,09

46

0,7

0,55

6.4

Parnaíba

1

0,54

1,49

1,45

1,13

0,03

0,52

0,10

0,91

0,52

16,3

6,1

1,17

0,22

0,48

0,22

46

0,72

0,55

6.5

Parnaíba

0,96

0,54

1,31

1,07

1,32

0,15

0,12

0,20

0,14

0,12

23,6

13

1,33

0,25

0,47

0,22

47

0,73

0,52

6.6

Parnaíba

0,98

0,69

2,50

1,27

0,97

0,03

0,40

0,17

0,19

0,40

19,8

10,3

1,51

0,27

0,46

0,22

49

0,81

0,54

6.7

Parnaíba

0,94

0,52

0,78

1,27

0,67

0,01

0,35

0,22

0,19

0,35

25,4

9,8

1,48

0,3

0,39

0,17

50

0,72

0,54

6.8

Parnaíba

1,26

0,56

1,05

1,21

0,72

0,01

0,46

0,18

0,35

0,46

4,2

3,1

1,26

0,15

0,13

0,2

41

0,74

0,54

6.9

Parnaíba

1,19

0,71

0,79

0,93

0,80

0,02

0,38

0,26

0,29

0,38

6,6

4,1

1,70

0,16

0,34

0,21

42

0,83

0,54

6.10

Parnaíba

1,33

0,60

0,94

0,97

0,72

0,02

0,58

0,24

0,70

0,58

5,3

3,8

1,55

0,16

0,6

0,2

42

---

0,55

6.11

Parnaíba

1,13

0,62

1,22

0,99

0,61

0,03

0,41

0,17

0,47

0,41

4,5

3,3

1,48

0,12

0,66

0,22

42

---

0,54

Fen: fenantreno,Naft.:naftaleno,4-MDBT:4-metil-dibenzotiofeno,DBT:dibenzotiofeno;P/F:pristano/fitano;%C29: C29/(C27- 29)ααα-20R esterano100%;C29ααα S/(S+R): C29 esterano (S)/ C29 esterano( S+R); C29 (S+R) αββ/(ααα +αββ): C29 esterano ββ/(αα +ββ) (S+R); C29 (R) ββ/ (αα + ββ): C29 esterano (R) ββ/ (αα + ββ);VRc: 0,6*IMF+0,4; VRm: 0,073*RMD +0,51(*) Resultados extraídos do trabalho de Zambrano (2015); --: Não foi realizada a análise nesta amostra

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52

Ambiente deposicional e origem da matéria orgânica

Numerosos compostos inerentes aos hidrocarbonetos aromáticos têm sido

propostos como indicadores de ambiente deposicional e de litologia da rocha

geradora (SIVAN. et al., 2008).

Dimetil-naftalenos

As concentrações dos dimetil-naftalenos dependem do tipo de matéria

orgânica depositadas nas rochas geradoras, os óleos e extratos que possuem

matéria orgânica de origem terrestre possuem maior índice de 1, 6- dimetil-

naftalenos (1, 6 –DMN) quando comparados com óleos de origem marinha (RADKE

et al., 1994).

A relativa abundância dos esteranos C27-C29 (%) versus 1,6- DMN (Figura 5.3)

pode ser usado para demosntrar o efeito da origem da matéria orgânica, visto que

em ambiente marinho ocorre uma diminuição do esterano C29 e consequentemente

a diminuição 1,6- DMN (RADKE et al., 1994).

Figura 5.3 - Valores das áreas de 1,6- DMN versus a relativa abundância do esterano C29 (% total esterano C27-C29) em extratos orgânicos da Formação Pimenteiras

Fonte: A autora

É notado na Figura 5.3 uma tendência de matéria orgânica de origem

marinha versus continental. Já que os extratos das amostras denominadas de

6.1;6.2; 6.7 possuem maior índice de 1,6- DMN, sugerindo uma origem da matéria

orgânica de fonte continental. Em detrimento as demais amostras, que possuem

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53

valores mais baixos de 1,6 –DMN, supostamente relacionado a ingressão marinha

do Devoniano.

Contudo, os extratos das amostras 6.3;6.4; 6.5; 6.6 não estão de acordo com

os trabalhos de Zambrano (2015) e Andrade (2015) que sugeriram para estas

amostras, a origem da matéria orgânica de fonte continental.

Zambrano (2015), analisando a fração saturada destes mesmos extratos

orgânicos evidenciou maior abundância dos esteranos %C29 e terpanos tricíclicos

(TR19/(TR19+TR23)), sugerindo origem da matéria orgânica de fonte continental.

Andrade (2015) estudando os palinomorfos destas mesmas 11 amostras,

também, constatou a presença predominante de mióspero em detrimento ao

paleomicrofitoplânton marinho para as amostras 6.3;6.4; 6.5; 6.6.

Uma possivel explicação para a falta de similaridades dos resultados obtidos

pelo 1,6-DMN, com a fração saturada e as palinofácies, é que biomarcadores

aromáticos presentes em rochas devonianas, tenham sido originados de material

orgânico terrestre não muito evoluído (plantas muito primitivas) a ponto de

fornecerem indice de 1,6- DMN diagnósticos de contribuicão de vegetais superiores.

Trimetil-naftalenos

O 1,2,5 –TMN são originados de hopanoides presentes em cianobactérias,

porém quando existentes em óleos ou extratos orgânicos que não são provenientes

de triterpanoides encontrados nos oleananos, podem surgir por rearranjo de outros

isômeros dos trimetil-naftalenos, como exemplo são 1,2,5- TMN identificados em

óleos do Ordoviciano (STRACHEN et al., 1988; PETERS et al.,2005).

A relativa abundância do 1,2,5 – TMN é maior em óleos ou extratos orgânicos

derivados de plantas superiores, do que em óleos e extratos que não possuíram

esse tipo de matéria orgânica para contribuição de origem (STRACHARAN et al.,

1988).

Utilizando a relativa abundância dos esteranos C27-C29 (%) versus 1,2,5 –

TMN, Radke et al. (1994), propôs demonstrar o efeito da origem da matéria

orgânica. Na Figura 5.4 é possível observar uma tendência de matéria orgânica de

origem marinha versus continental, assim como foi verificado na Figura 5.3.

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54

Os extratos dos pontos 6.1; 6.2 e 6.7 possuem maiores índices de 1,2,5 –

TMN, característicos de matéria orgânica de fonte continental, enquanto os extratos

dos pontos 6.8 a 6.11 possuem menores índices de 1,2,5 - TMN sugerido uma

matéria orgânica de fontes marinha.

Assim, como verificado com os valores dos 1,6-DMN, os extratos das

amostras P6.3; P6.4; P6.5 para os valores de 1,2,5- TMN; não estão de acordo com

os trabalhos de Zambrano (2015) e. Andrade (2015), que estudaram nas mesmas

amostras a fração saturada e a palinofácies, respectivamente. E concluíram origem

da matéria orgânica de fonte continental para estas amostras.

A possível razão para isso foi discutida anteriormente quando se tratou da

evolução muito primitiva das plantas terrestres do Devoniano.

Figura 5.4 - Valores das áreas integradas de 1,2,5- DMN versus a relativa abundância do

esterano C29 (% total esterano C27-C29) em extratos orgânicos da Fm. Pimenteiras

Fonte: A autora

Alquil-fenantrenos

A obtenção dos metil-fenantrenos (MF) em extratos orgânicos depende da

origem da matéria orgânica (lacustre,marinha ou terrestre). Os extratos orgânicos de

origem marinha apresentam maior abundância de 9- metil-fenantreno (9-MF) e baixa

concentração de 3- e 2- MF, enquanto que a presença de 1- MF e 2- MF está

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55

associado ao aporte de matéria orgânica de origem terrestre (HEACKMANN et al.,

2011; NABBEFELD et al., 2010).

Os extratos orgânicos das amostras 6.7 a 6.11 possuem valores mais

elevados do 9-MF em relação aos demais extratos, trazendo evidências que estes

são oriundos de matéria orgânica de fontes marinha (Tabela 5.4)

Zambrano (2015) estudando a fração saturada destes mesmos extratos

constatou que para as amostras de 6.8-6-11, ocorria o aumento dos esteranos %C27,

TR20/TR21, 1/ (HOP/EST), GAM/H30 e TPP/ (TPP+DIA), que são utilizados como

parâmetro de origem de matéria orgânica de fontes marinhas.

Andrade (2015) estudando os palinomorfos destas mesmas 11 amostras,

constatou para as amostras do Neodevoniano (6.8-6.11) um aumento do

paleofitomicroplanctôn, com predominância de acritarcos e ficomatas (prasinófitas),

indicativo do aumento do nível do mar.

Tabela 5.4 - Valores das áreas integradas dos alquil-derivados dos fenantrenos dos 11

extratos da Fm.Pimenteiras

Amostras

Bacia

Fenantreno

1-MF

3-MF

2-MF

9-MF

6.1

Parnaíba

5065791

2381920

1322506

1814349

2336532

6.2

Parnaíba

5975757

2769752

1756256

2413178

2969780

6.3

Parnaíba

1679176

788355

504907

663820

1065120

6.4

Parnaíba

2222797,6

831146

638627

830054

1022190

6.5

Parnaíba

1823923

943209

525958

903490

1181783

6.6

Parnaíba

4838359

3171758

1984730

3117788

3084454

6.7

Parnaíba

6541060

2391263

1982055

2237155

3039195

6.8

Parnaíba

7613258

2272478

1813874

2866314

2472850

6.9

Parnaíba

4172703

1926144

1869256

2281581

2640626

6.10

Parnaíba

7998380

2474629

2174122

3293580

3237355

6.11

Parnaíba

2781283

1288295

849869

1459683

1494253

5.3.1.3.1 Reteno (7-isopropil-1-metil-fenantreno)

Biomarcadores aromáticos encontrados em óleos e extratos orgânicos, como

por exemplo, o reteno é originado de percursores terpenóides, devido ao processo

de aromatização durante a diagênse (ALEXANDER et al., 1992; PETERS E

MOLDOWAN, 2005).

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56

O reteno é comumente formado durante a diagênese por desidrogenação do

ácido abiético, um componente principal de resinas de coníferas. Entretanto, outros

autores mencionam o reteno como provenientes de algas e bactérias (PETERS e

MOLDOWAN, 2005; ROMERO-SARMIENTO et al., 2010; WEN et al., 2000; ZANG

et al., 1999).

O reteno é comumente utilizado como parâmetro de avalição da matéria

orgânica terrígena, pois são originados de organismos microbiais, gimnospermas e

angiospermas (PETERS e MOLDOWAN, 2005).

O reteno pode também, está relacionado à maturação de compostos do tipo

Kaurano associados a uma flora primitiva dos briófitos, em particular das hepáticas,

que se desenvolveu ao redor da bacia de Ghadamis durante o Siluriano-Devoniano,

no sul da Tunísia (ROMERO-SARMIENTO et al., 2010).

É conhecido em trabalhos anteriores que os 11 extratos orgânicos em

questão, foram depositados em paleoambiente transicional entre o continental e o

marinho (ANDRADE, 2015; ZAMBRANO, 2015).

Associando as informações contidas nos trabalhos de Zambrano (2015) e

Andrade (2015) que estudaram os biomarcadores saturados e as palinofacies destas

mesmas amostras, aos dados obtidos dos biomarcadores aromáticos, foi possível

desenvolver um novo parâmetro utilizando a razão entre o reteno/criseno como

indicativo de origem da matéria orgânica e paleoambiente deposicional.

Ellis et al. (1996) sugeriu a razão reteno/ 9-metil- fenantreno como indicador

de matéria orgânica oriunda de plantas superiores em óleos da Austrália. Naihuang

et al. (1995) identificaram o reteno em extratos de rochas geradoras do Pré-

cambriano, demostrando que é possível verificar a presença deste composto antes

mesmos da evolução das plantas superiores.

A Figura 5.5 demostra a razão reteno/ 9-metil-fenantreno para este trabalho,

como proposto por Ellis et al., (1996). No gráfico abaixo foi possível observar que as

amostras de denominadas de 6.3 a 6.7 possuem elevadas razões quando

comparadas com as demais amostras, fornecendo indícios que estas possuem uma

contribuição de matéria orgânica terrígena.

Através do auxílio da professora Dr. Eliane Soares de Souza e dos técnicos

do laboratório Lepetro da Universidade Federal da Bahia, foi verificado a relação

entre os compostos reteno e criseno. E a partir dessa observação, essa razão foi

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57

proposta como novo parâmetro para avaliar a origem da matéria orgânica e

paleoambiente sedimentar.

Figura 5.5 - Valores das razões reteno/9-MF dos extratos orgânicos versus a altura da

amostras coletadas Fm. Pimenteiras

12

11

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

0

0 20 40 60 80 100

Reteno/9-MF

Fonte: A autora

Vale realçar que esta razão até o presente dia, não foi abordada nos textos

científicos, sendo, portanto uma razão inovadora para a literatura como parâmetro

de avaliação da origem da matéria orgânica, e do paleoambiente sedimentar

utilizando os biomarcadores aromáticos.

A utilização desta relação se deve ao fato que o reteno possui abundância

variável nos extratos orgânicos estudados, enquanto que o criseno está presente em

todos os cromatogramas com valores constantes.

A relação reteno por criseno sugere ser indicativo de matéria orgânica de

origem terrígena para os extratos de rochas geradoras da Fm. Pimenteiras datadas

do devoniano. A Figura 5.6 mostra o aumento dessa razão nas amostras 6.2 a 6.7,

enquanto que as demais amostras possuem um valor muito pequeno.

Alt

ura

(m

)

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58

Figura 5.6 - Valores das razões reteno/Criseno dos extratos orgânicos versus a altura da amostras coletadas Fm. Pimenteiras, indicativo de input terrestre

12

11

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

Fonte: A autora

0 0 1 2 3 4 5

Reteno/ Criseno

Compostos aromáticos sulfurados

Os compostos aromáticos sulfurados, como os dibenzotiofenos estão

presentes em extratos orgânicos e matéria orgânica de rochas geradoras e podem

ser usados para avaliação geoquímica (SARDINÃS, 2008; HEACKMANN et

al.,2011).

Um exemplo é a utilização do dibenzotiofeno para caracterização geoquímica

do ambiente deposicional, através da razão 4- metil- dibenzotiofeno/ fenantreno

(RDM) (HEACKMANN et al.,2011; SIVAN.P et al., 2008; HUNGHES et al., 1995,

VAN AARSSEN et al.,1992; RADKE et al., 1988). Essa razão juntamente com a

razão Pristano/ Fitano inferem o ambiente deposicional e a litologia da rocha

geradora (HUNGHES et al., 1995).

A classificação é baseada na premissa de que estes índices refletem os

diferentes regimes de Eh-pH resultantes de processos químicos e biológicos que

Alt

ura

(m

)

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59

ocorrem durante a deposição e diagénese dos sedimentos. A proporção

dibenzotiofeno / fenantreno avalia a disponibilidade de enxofre reduzido incorporado

na matéria orgânica, enquanto o pristano / fitano avalia as condições redox do

ambiente de deposição (HUNGHES et al., 1995).

O gráfico obtido através da razão RDM versus Pr/F avalia esses valores

quanto ao ambiente deposicional e litologia da rocha geradora.

Os óleos que possuem RDM> 3 e Pr/F <1 , são gerados por matéria orgânica

de origem de fontes marinha e, é constituído litologicamente por carbonatos (zona

1A);

RDM entre 1-3 e P/F <1, são óleos que possuem origem mista em relação ao

ambiente de deposição entre marinha e lacustre (rico em sulfato) e, é litológicamente

composto por uma mistura de carbonatos e outros tipos de rocha (zona 1B).

RDM < 1 e P/F < 1possuem origem lacustre (pobre em sulfato) e litologia

variável (zona 2). RDM <1 e P/F entre 1-3 possuem uma mistura de origem marinha

e lacustre (zona 3) e são constituídos litologicamente por folhelhos.

RDM <1 e P/F >3 possuem uma mistura de origem fluvial e deltaico (Zona 4)

e são constituídos litologicamente por carbonatos, folhelhos e carvão (HUNGHES et

al., 1995).

Nos extratos orgânicos das amostras 6.1 a 6.11, as razões calculadas para

RDM foram na sua totalidade inferior que uma unidade (0,01-0,15). Os baixos

valores desta razão indica que estes extratos podem ser derivados de material

orgânico de fontes parálicas/ clásticas (SIVAN et al., 2008).

As razões pristano/fitano para os extratos do ponto 6 foram menores que 3,

sugerindo condições anóxicas a subóxicas durante a deposição dos sedimentos.Os

valores calculados ao serem plotados no gráfico RDM versus Pr/F caíram na zona 3

(Figura 5.7).

Ainda de acordo com Hunghes et al. (1995), a Zona 3 apresenta

característica de deposição em condições anóxicas, a qual ocorre a redução do

sulfato, mas devido o aporte de ferro ser maior que a formação de sulfeto, a pirita é

o principal mineral formado. Esta característica apresentada foi observada nos

folhelhos (6.4-6.7) coletados das amostras da Fm. Pimenteiras.

Esses dados obtidos pelos biomarcadores aromáticos corroboram com o

trabalho de Zambrano (2015) e Andrade (2015) que estudaram a fração saturada e

as palinofacies destas amostras, respectivamente. E concluíram que neste

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60

afloramento há um ciclo transgressivo/regressivo representado pela porção basal e

média da Formação Pimenteiras (6.1-6.7) seguido por uma transgressão verificada

nas amostras coletadas no topo (6.8-6.11).

Figura. 5.7 - Gráfico do Dibenzotiofeno /Fenantreno (RDM) versus Pristano/Fitano (Pr/F),

inferindo o ambiente deposicional e a litologia da rocha geradora (HUGHEs et al., 1995; SIVAN. P., et al., 2008)

Fonte: A autora

Evolução Térmica

A abundância e distribuição dos hidrocarbonetos aromáticos tais como os

naftalenos, fenantrenos e dibenzotiofenos podem ser usados para avaliar a

maturidade térmica de extratos de rochas geradoras (RADKE E WELTE, 1983;

ALEXANDER et al, 1985; RADKE, et al., 1988; BUDZINSKI et al., 1995; HUANG et

al., 2004).

O estágio de maturação dos extratos orgânicos pode ser quantificado

utilizando-se as proporções das relativas concentrações dos isómeros mais estável

termicamente em relação aos menos estáveis (RADKE e WELTE, 1983; HUANG et

al., 2004).

Comparando-os com outros biomarcadores, as concentrações dos alquil-

aromáticos continuam elevadas com o aumento da maturidade das rochas. Assim,

os parâmetros de maturação dos biomarcadores aromáticos são considerados úteis

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na geoquímica orgânica e complementam os indicadores estabelecidos com base

nos terpanos e esteranos (RADKE et al., 1987).

Aquil-naftalenos

A distribuição dos metilados dos naftalenos é fortemente controlada pelo

aporte de matéria orgânica, maturidade térmica e biodegradação. (SIVAN et al.,

2008). Entre os parâmetros que tem sido proposto para indicar a maturação

utilizando a fração dos hidrocarbonetos aromáticos, podem ser citadas as razões:

metil-naftalenos (RMN), etil- naftalenos (REN) (HEACKMANN et al., 2011; PETERS

et al., 2005b; RADKE, et al., 1994), e trimetil- naftalenos (RTMN).

Extratos orgânicos que possuem maior maturidade apresentam proporções

mais elevadas de 2- metilnaftalenos em comparação a 1- metil- nafatalenos (RMN),

e 2- etilnaftalenos em comparação a 1 – etil- naftalenos (REN) (RADKE et al., 1982

A. ARMSTROFF et al., 2006 ).

Assim, avaliando as amostras coletadas da Fm. Pimenteiras, os extratos

orgânicos denominados de 6.3; 6.4; 6.4; 6.5; 6.6; 6.7; 6.8 e 6.11 possuem maior

razão de RMN, portanto estariam mais evoluídos termicamente do que as demais. E

utilizando os valores de REN, as amostras mais evoluídas termicamente são 6.2;

6.3; 6.4; 6.5; 6.6, 6.8 (Tabela 5.3).

A análise da razão RTMN versus a razão C29 ββ/ (αα + ββ) fornecem

informações quanto à maturação de extratos orgânicos (CASTRO, 2015). O cálculo

da razão de isomerização do esterano C29 ββ/ (αα + ββ) pouco depende da fonte de

matéria orgânica (PETERS; MOLDOWAN, 1993; CASTRO, 2015), e para valores

obtidos entre 0,67 e 0,71, são interpretados como valores de equilíbrio em óleos

maturos (SEIFERT e MOLDOWAN, 1981; PETERS et al., 2005; CASTRO, 2015).

Ao serem plotados os valores de RTMN versus C29 ββ/ (αα + ββ), foi

verificado que a maioria dos extratos estão pouco evoluídos termicamente (Figura

5.8).

O resultado acima está de acordo com as análises dos parâmetros de

evolução térmica obtidos pelo estudo da fração dos hidrocarbonetos saturados

através do esterano C29ααα S/(S+R) versus C29 (S+R) ββ/ (αα+ββ) (Figura 5.9).

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Considerando que os valores de equilíbrio atingem a janela de geração do

óleo entre 0,52 a 0,55 para C29ααα S/(S+R), e entre 0,67 a 0,71 para C29 (S+R) ββ/

(αα+ββ).

Estas razões são utilizadas para medir a evolução térmica da rocha geradora

ao longo da zona imatura e parte da zona principal de geração do óleo (“janela de

geração do óleo”) (HEACKAMNN et al., 2011).

Figura 5.8 - Gráfico RTMN versus C29 ββ/(αα+ββ). As linhas vermelhas delimitam valores de

equilíbrio para C29 ββ/(αα+ββ)

Fonte: A autora

Figura 5.9 - Gráfico C 29ααα S/(S+R) versus C29 (S+R) ββ/ (αα+ββ). As linhas vermelhas

delimitam valores de equilíbrio para C29 ββ/ (αα+ββ)

Fonte: A autora

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Aquil-fenantrenos

O 2 – metil-fenantreno e 3- metil-fenantreno (β isômero) são os isômeros mais

estáveis do que o 1- metil- fenantreno e 9-metil-fenantreno (α isômero). Desta forma,

em extratos e óleos pouco evoluídos termicamente, os isômeros 9- MF e 1- MF são

os de maior abundância, sendo o 9-MF o isômero predominante.

Com o aumento do nível de evolução térmica, os isômeros 2-MF e 3-MF

sofrem incremento em suas concentrações (RADKE et al., 1986; ARMSTROFF. A et

al., 2006; NABBEFELD et al., 2010; HEACKMANN et al., 20110). Este conceito foi

possível de ser observado nos extratos analisados da Fm.Pimenteiras (Tabela 5.4).

Entre os parâmetros de evolução térmica que tem sido proposto pelos alquil-

fenantrenos, podem ser citados os RMF (Razão metil-fenantreno) e IMF (Índice de

Metil-fenantreno) (RADKE et al., 1988) (Tabela 5.3).

Extratos orgânicos que são mais evoluídos termicamente apresentam

proporções mais elevadas de 2- metil-fenantrenos em comparação a 1- metil-

fenantrenos (RMF).

Assim, avaliando as amostras coletadas da Fm. Pimenteiras, os extratos

orgânicos denominados de 6.4 á 6.11 possuem maior razão de RMF, portanto são

mais evoluídos termicamente do que as demais.

O Índice de Metilfenantreno (IMF) é um parâmetro que depende da mudança

na distribuição do metil-fenantreno durante a maturação, predominando o os

isômeros mais estáveis β.

Radke et al. (1988) concluiram que para valores de RMF > 2,6, a maturidade

mensurada através da reflectancia da vitrinita (Rv) variavam entre 1,4% e 2%, e

mesmo quando detectado valores da Rv superiores a 2%, ainda é possível encontrar

razões menores que 0,3 de 1- metil-fenantreno.

Utilizando os valores do IMF, o cálculo da reflectância da vitrinita equivalente

(Rc) pode ser calculado sem precisar da ajuda dos dados de microscopia. O mesmo

autor constatou e restringiu o uso do cálculo da Rc para querogenios do tipo III.

Zambrano (2015) e Andrade (2015) estudando estas mesmas amostras

concluíram que, das amostras pertencentes ao ponto 6 da formação pimenteiras

continha 75% de querogênio do tipo III, apenas as amostras 6.10 e 6.11 são tipo

II/III.

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Associado a este fato foi calculada a VRc (like a vitinite), essa variou entre

0,69 a 0,83 (Tabela 5.3), caracterizando um extrato na janela de geração de óleo.

Os valores do IMF (Índice de Metil Fenantreno) e a VRc (Reflectância da

Vitrinita Calculada), apresentaram valores característicos de janela de geração de

óleo. Porém, Andrade (2015) e Zambrano (2015), estudando estas mesas amostras,

encontram o nível de maturação indicado pelo ICE e Tmáx, imaturos.

Provavelmente, isto se deve ao fato que hidrocarbonetos aromáticos foram

originados por vegetais terrestres muito primitivos de idade diferente (Devoniano) da

referência citada Sivan et al.(2008), cujo óleo foi gerado por rocha geradora terciária.

Além disso, Chakhmakhchev et al. (1997), afirma que os resultados da calibração

dos valores da VRc são inconsistentes, devido a diferenças nos procedimentos

analíticos, e ao efeito das fácies orgânicas nos resultados da

calibração em diferentes litologias.

Compostos Aromáticos Sulfurados

Os benzotiofenos e dibenzotiofenos são encontrados em maiores proporções

em óleos maturos e foram propostos como indicadores de evolução térmica.

As relações dos isômeros baseados em metil-, e dimetil – dibenzotiofenos

servem como parâmetros de evolução térmica de rochas geradoras, apresentando

os melhores resultados em comparação aos valores obtidos por reflectância da

vitrinita. (BUDZINSKI et al.1995; HEACKMANN et al., 2011).

A evolução térmica inferida neste trabalho a partir dos compostos sulfurados

foi através da utilização das razões 4-metil-dibenzotiofeno/1-metil-dibenzotiofeno

(RMDBT4/1); 4,6 dimetil-dibenzotiofeno/1,4-dimetil-dibenzotiofeno (4,6-DMDBT/1,4-

DMDBT) e razão do trimetil-dibenzotiofenos (TMDBT), sendo a razão entre o

TMDBT (substância 38) /TMDBT (substância 40) (CHAKHMAKHCHEV et

al.,1997;HEACKMANN et al., 2011).

A reflectância da vitrinita (VRm), calculada através da razão RMD (Razão

Metil- Dibenzotiofeno), foi usada para mensurar a maturação térmica atingida pelos

extratos orgânicos.

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As razões encontradas nos trabalhos de Chakhmakhchev et al.,1997 e

Heackmann et al., 2011.foram utilizadas neste trabalho como referência para inferir

o nível de maturação dos 11 extratos orgânicos,

As Figuras 5.10 e 5.11 demostram as razões usadas pelos autores citados.

Estas razões apresentaram valores menores que 1 para todas as amostras. E para

os trabalhos citados acima, este valor é verificado para amostras imaturas.

Através do cálculo da reflectância da vitrinita, calculada utilizando a razão

RMD, também foi possível mensurar a maturidade térmica destas amostras. A VRm

variou entre 0,52 a 0,55 (Tabela 5.3), estando, portanto, todas as amostras imaturas.

Figura 5.10 - Gráfico RMDBT4/1 versus RMDBT4, 6/1, 4i indicando o nível de maturação

dos 11 extratos da Fm. Pimenteiras

Fonte: A autora

Figura 5.11 - Gráfico TMDBT (substância 38) /TMDBT (substância 40) versus

RMDBT4/1indicando o nível de maturação dos 11 extratos da Fm. Pimenteiras

Fonte: A autora

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Estes resultados estão de acordo com os trabalhos de Zambrano (2015) que

estudou estas mesmas amostras, obtendo valores do Tmáx da pirolise Rock Eval

variando entre 430ºC - 438ºC , e Andrade (2015) estudando o Índice de Coloração

de Esporo (ICE) encontrou valores variando entre 4.0-4.5, demostrando a

imaturidade em todas as amostras.

Esteroides Monoaromáticos

As razões TA/ (MA+TA); MA (I) / MA (I+II); TA (I) / TA (I+II) são utilizada para

mensurar o estágio de evolução térmica de óleos e extratos orgânicos.

TA/(MA+TA)

Esta razão é utilizada para mensurar o estágio de evolução térmica da rocha,

e são obtidas através das análises dos íons m/z 253 (Esteróide monoaromático) e

m/z 231 (Esteróide triaromático)

Sabe-se que a aromatização do anel C, esteróides monoaromático (MA) para

esteróides triaromáticos (TA) de anel ABC, envolve a perda de um grupo metila na

junção do anel A / B. O centro assimétrico em C-5 é perdido durante a conversão

dos compostos monoaromático ao triaromático. Assim, a maturação dos esteróides

produz esteróides triaromáticos com um carbono a menos.

A razão TA / (MA + TA) aumenta de 0 a 100% durante maturação térmica.

Mackenzie et al., 1981;Peteres et al., 2005 utilizaram para mensurar os valores

desta razão, o isômero do esteroide monoaromatico C29 (5α, 20R e 5β, 20 R) e o

isômero do esteroide triaromático C28 (20R).

As razões TA/ (MA+TA) obtidas pelas análises dos extratos orgânicos do

ponto 6, são inferiores a 40% (Tabela 5.3), sugerindo que estes extratos estão

poucos evoluídos termicamente de acordo com Peters et al., 2005 (Figura 5.12).

MA (I)/ MA (I+II)

Esta razão é utilizada para determinar o estágio de maturação da rocha,

através da analise dos íons m/z 253. A razão MA (I)/ MA (I+II) aumenta de 0 a100%

durante a maturação (PETERS et al., 2005).

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Moldowan et al., 1986; Peters et al., 2005, mostraram que este parâmetro é

influenciado por condições diagenéticas, particularmente o Eh, durante a deposição

do matéria orgânica nos sedimentos.

A fim de reduzir efeito da fonte durante a deposição Peters et al., 2005,

utilizou a soma de todos os principais esteroides MA (C27-C29) para calcular MA (II) e

a soma dos MA ( C21 + C22) para calcular MA (I).

Considerando que quando a razão MA (I)/ MA (I+II) possui valores próximos a

60% (Tabela 5.3), os óleos ou extratos orgânicos estão no início da janela de

geração do óleo (PETERS et al., 2005).

Contudo, os valores obtidos neste trabalho para os extratos do ponto 6 da Fm

.Pimenteiras são inferiores a 30%, portanto estes extratos orgânicos não atingem a

janela de geração do óleo. Podendo ser considerado como imaturos (Figura 5.12).

TA (I)/ TA (I+II)

Esta razão é calculada utilizando a m/z 231. A relação utilizando os esteroides

triaromáticos é mais sensível do que as razões utilizando os esteroides

monoaromáticas.

Peters et al., 2005, sugere a soma dos C26-C28 (20S+20R) dos esteroides

triaromáticos como TA (II), e a soma do C20 +C21 como o esteroide triaromatico

TA(I). Esta relação foi proposta pelos autores citados para reduzir o efeito da fonte

durante a deposição nos sedimentos, que podem interferir para o calculo do nível de

maturidade.

A razão TA (I)/ TA (I+II) possui valores próximos a 60% considerado como

início da janela de geração do óleo Peters et al., 2005. Entretanto, os valores obtidos

neste trabalho para os extratos do ponto 6 da Fm .Pimenteiras são inferiores a 10%

(Tabela 5.3), demonstrando que os mesmos não atingiram a janela de geração do

óleo e podem ser considerados imaturos Figura 5.12.

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Figura 5.12 - Parâmetros obtidos a partir dos biomarcadores para diferentes estágios de

evolução térmica de petróleo. Adaptação da Figura Peters e Moldowan, 2005. A barra sólida corresponde a valores da literatura, o valor máximo obtido por cada razão é indicado no final da barra. A barra de cor laranja corresponde à média dos valores obtidos para os extratos orgânicos estudados

Fonte: Modificado de Peters; Moldowan, 2005

5.4 CONCLUSÃO

Segundo a literatura pesquisada, os folhelhos pertencentes a Fm. Pimenteiras

são as rochas geradoras que apresentam o maior potencial de geração de

hidrocarbonetos na bacia do Parnaíba, porém nas amostras analisadas esse

potencial é pobre. O estudo aqui realizado mostrou que as amostras analisadas

possuem dois tipos de querogênio (Tipos II e III), (Andrade, 2015; Zambrano, 2015).

A alta abundância dos 1,6- DMN e 1,2,5-TMN nos extratos orgânicos de

6.1;6.2 e 6.7 indicam que estes foram originados de material orgânico de fonte

continental, em detrimento ao extratos 6.8 a 6.11 que possuem menores

quantidades destes compostos. As concentrações mais elevadas do 9- MF nos

extratos orgânicos de dos extratos 6.8- 6.11 sugerem que a matéria orgânica

geradora é proveniente de fontes marinhas, quando comparada aos extratos de 6.1

a 6.7 que possuem menores concentrações deste composto. Utilizando as razões 9-

MF/reteno e o novo parâmetro reteno/ criseno, foi possível verificar maior

contribuição de matéria orgânica terrígena nas amostras de 6.3 a 6.7.

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A partir da avaliação dos parâmetros de origem da matéria orgânica utilizando

a razão 4-metil-dibenzotiofeno/fenantreno (MDR) versus a razão pristano/fitano

(Pr/Fi), concluiu-se que os extratos orgânicos foram originados por material orgânico

de dois ambientes deposicionais distintos.

Um ambiente caracterizado por ser transicional com forte aporte de matéria

orgânica terrígena, amostras de 6.1; 6.2 e 6.7 e outro ambiente marinho de 6.8-6.11.

Todos depositados em condições anóxicas a subóxicas

A correlação dos parâmetros de evolução térmica, utilizando os compostos

alquilados do naftaleno, dos dibenzotiofenos e esteroides monoaromáticos e

triaromáticos apresentaram bons resultados, permitindo a classificação dos extratos

orgânicos quanto o grau de maturidade. Estes demostraram que a todos os extratos

orgânicos encontram-se imaturos, corroborando com os estudos da fração saturada,

ICE e Tmáx de trabalhos anteriores.

Vale ressaltar que a avaliação dos resultados obtidos a partir dos compostos

aromáticos para indicação de paleoambiente deposicional de rocha geradora de

petróleo não apresentam bons resultados, além de que para mensurar o estágio de

evolução térmica de óleos e extratos orgânicos não é aconselhável a utilização dos

compostos isoladamente.

Desta forma, os hidrocarbonetos aromáticos, parecem ser adequados como

uma ferramenta para a avaliação da geoquímica do petróleo quando usados em

associação como as razões já conhecidas dos biomarcadores saturados.

6 CONCLUSÕES

O presente trabalho desenvolvido fornece mais informações a respeito da

geoquímica orgânica da Formação Pimenteiras, pertencente à bacia do Parnaíba,

estado do Tocantins.

O teor de Carbono Orgânico Total (COT) obtido é, na maioria dos pontos

estudados, considerado como adequado para geração de hidrocarbonetos.

A quantidade e qualidade da matéria orgânica analisada pela pirolise revelou

para o ponto 9, o querogênio do tipo III, baixos valores de S2 e baixo potencial de

geração de hidrocarbonetos.

Os resultados fornecidos pela pirólise do ponto 6, identificou o querogênio do

tipo III, e com baixos valores S2 na maioria das amostras. Nos extratos de 6.8 a 6.11

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o S2 possui valores médios para a geração de hidrocarbonetos (ZAMBRANO, 2015).

Para a maioria das amostras do ponto 6 e 9, o valor do Tmáx indicaram que estas

amostras encontram-se imaturas (ZAMBRANO, 2015).

Utilizando os biomarcadores aromáticos para caracterizar a origem da matéria

orgânica dos extratos do ponto 6, concluiu-se que esta possui predominância de

fonte continental. Porém, em alguns pontos é possível verificar também, a crescente

contribuição da matéria orgânica de fontes marinhas. Este fato pode estar

relacionado ao evento de inundação que ocorreu no topo do Devoniano.

Foi possível também classificar, usando as razões dos biomarcadores

aromáticos, o paleoambiente deposicinonal como transicional entre continental e

marinho, depositados em condições anóxica a subóxica.

Os parâmetros de maturação térmica utilizando os biomarcadores aromáticos

demostram que todos os extratos orgânicos do ponto 6 estão imaturos.

Sabendo-se que os biomarcadores aromáticos são poucos utilizados na

indústria petrolífera, e que na bacia do Parnaíba não possuem estudos utilizando

estes biomarcadores aromáticos, este trabalho fornece novas informações a respeito

da geoquímica orgânica da Fm. Pimenteiras, contribuindo para o aumento do acervo

dados referentes àquela bacia.

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APÊNDICES

APÊNDICE A - Resultados das análises do CG-FID para o ponto 9.

Tabela A 1 - Concentração (ppm) dos n-alcanos identificados na análise por cromatografia gasosa com detector de ionização em chama dos extratos das amostras dos afloramento ponto 9 da Formação Pimenteiras

AMOSTRA

C-11

C-12

C-13

C-14

C-15

C-16

C-17

C-18

C-19

C-20

C-21

C-22

C-23

C-24

C-25

C-26

C-27

C-28

C-29

C-30

C-31

C-32

C-33

C-34

C-35

C-36

C-37

9.1

0,03

0,06

0,09

0,12

0,25

0,19

0,27

0,23

0,47

0,33

0,45

0,39

0,73

0,36

0,37

0,31

0,25

0,17

0,17

0,10

0,15

0,08

0,05

0,03

9.2

0,02

0,02

0,05

0,10

0,10

0,19

0,14

0,23

0,17

0,22

0,19

0,25

0,17

0,36

0,15

0,20

0,19

0,16

0,08

0,09

0,06

0,07

0,04

0,03

0,02

9.3

0,03

0,09

0,16

0,24

0,54

0,46

0,78

0,60

1,02

0,72

1,22

0,80

1,03

0,74

1,48

0,57

0,67

0,56

0,68

0,34

0,32

0,18

0,30

0,14

0,12

9.4

0,03

0,09

0,22

0,31

0,51

0,42

0,54

0,46

0,56

0,46

0,68

0,55

0,67

0,47

1,13

0,44

0,50

0,46

0,40

0,26

0,23

0,14

0,18

0,09

0,08

9.5

0,03

0,09

0,20

0,31

0,47

0,41

0,60

0,42

0,50

0,41

0,64

0,44

0,55

0,40

0,57

0,43

0,55

0,49

0,49

0,33

0,29

0,20

0,23

0,10

0,08

0,05

0,06

9.6

0,05

0,12

0,18

0,30

0,24

0,39

0,29

0,38

0,33

0,42

0,42

0,49

0,42

0,70

0,30

0,35

0,41

0,26

0,19

0,17

0,09

0,13

0,07

0,07

0,03

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Figura A 1 - Cromatogramas CG-FID para os extratos do ponto 9.

APÊNDICE B - Resultados das análises da CG-EM para o ponto 6.

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Tabela A 2 - Áreas cromatográficas dos biomarcadores aromáticos identificados na análise de CG/EM dos extratos das amostras dos Pontos 6 (m/z 128; m/z 142; m/z 156;m/z 179)

Naftaleno Metil-

Naftaleno

Etil- Naftaleno

Dimetil- Naftaleno

Trimetil- Naftaleno

Amostras

2- 1- 2- 1- 2,6+2,7- 1,3+1,7- 1,6 - 1,4+2,3 -

1,5 - 1,2 - 1,3,7 - 1,3,6 - 1,4,6+1,3,5 -

2,3,6 - 1,2,6 - 1,2,5 -

6.1 18775 331147 432546 88463 206184 962238 1445702 1409672 543371 31769 584152 787338 1077205 1129067 581075 844327 1675457

6.2 74449 368803 417113 113416 90557 910602 951513 1122709 881590 253666 448325 705523 1193354 999603 648611 613164 1559471

6.3 11976 84641 59964 10029 6014 125071 128751 128492 60928 41666 50312 100350 193882 107046 161738 140038 315625

6.4 109346 245532 169081 30440 20420 697067 523129 592776 206402 187873 136690 336028 668215 341895 386735 110330 424330

6.5 2597 13719 12725 2080 1586 54173 66736 61134 31628 19233 26444 60482 115519 98897 130994 119201 199178

6.6 12556 128091 100284 13446 5381 164257 186466 182302 88198 72012 83412 185355 435315 293320 284728 322179 642470

6.7 66495 202963 159934 58160 74986 969720 886055 1096353 480862 166869 453607 1058131 1621419 1349055 902003 1353813 1611778

6.8 149168 377771 311099 54698 51952 616150 543460 667142 200140 82521 148731 512669 1114322 611217 440356 363052 599179

6.9 24275 183759 197104 38803 48857 539641 477095 492562 344900 112299 143155 806799 858413 905747 730536 705782 595901

6.10 13195 133721 137630 29294 31323 399516 366526 338490 132110 57034 112247 542071 706213 634023 458634 441748 520575

6.11 4905 70981 72048 21853 17858 239725 244102 233349 87420 33182 56992 340313 772337 423227 258512 159317 248508

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Figura A 2 - Cromatogramas CG-EM para os extratos do ponto 6 (Naftalenos (m/z 128)

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Figura A 3 - Cromatogramas CG-EM para os extratos do ponto 6 ( Metil- Naftalenos (m/z 142))

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Figura A.4 - Cromatogramas CG-EM para os extratos do ponto 6 ( Dimetil- Naftalenos (m/z156).Onde os números localizados acima dos picos significam os compostos nos parênteses 1 (2 EN) 2 (1- EN) ;3 (2,6+2,7 -DMN);4 (1,3+1,7- DMN);5 (1,6 -DMN);6 (1,4+2,3- DMN); 7 (1,5 - DMN); 8 (1,2 -DMN)

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Figura A.5 - Cromatogramas CG-EM para os extratos do ponto 6 ( Trimetil- Naftalenos (m/z179).Onde os números localizados acima dos picos significam os compostos nos parênteses 1 (1,3,7- TMN);2 (1,3,6 -TMN);3 (1,4,6+1,3,5 –TMN);4 (2,3,6 –TMN);5 (1,2,7 +1,6,7TMN);6 (1,2,6- TMN);7 (1,2,5 TMN)

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Tabela A.3 - Áreas cromatográficas dos biomarcadores aromáticos identificados na análise de CG/EM dos extratos das amostras dos Pontos 6 (m/z 178; m/z192)

Amostras Fenantreno 1-MF 2-MF 3-MF 9-MF

6.1 5065791 2381920 1322506 1814349 2336532

6.2 5975757 2769752 1756256 2413178 2969780

6.3 1679176 788355 504907 663820 1065120

6.4 2222797,6 831146 638627 830054 1022190

6.5 1823923 943209 525958 903490 1181783

6.6 4838359 3171758 1984730 3117788 3084454

6.7 6541060 2391263 1982055 2237155 3039195

6.8 7613258 2272478 1813874 2866314 2472850

6.9 4172703 1926144 1869256 2281581 2640626

6.10 7998380 2474629 2174122 3293580 3237355

6.11 2781283 1288295 849869 1459683 1494253

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Figura A.6 - Cromatogramas CG-EM para os extratos do ponto 6 ( Fenantrenos (m/z 178)).

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Figura A 7 - Cromatogramas CG-EM para os extratos do ponto 6 ( Aquil-Fenantrenos (m/z 192)). Onde os números localizados acima dos picos significam os compostos nos parênteses1 (3- MF); 2 (2- MF); 3 (9 -MF); 4 (1- MF).

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Tabela A 4 - Áreas cromatográficas dos biomarcadores aromáticos identificados na análise de CG/EM dos extratos das amostras dos Pontos 6 (m/z 198; m/z 212; m/z 226)

Amostras 1-MDBT 4-MDBT 1,4-DMDBT 2,4-DMDBT 4,6-DMDBT RTMDBT (38) RTMDBT (40)

6.1 139382 28877 25271,36 47711,81 9161,553 57126,5487 378555,734

6.2 178139 49728,6 24285,02 41490,427 9241,101 66770,3767 409447,763

6.3 207463 118364 10839,43 33371,943 4160,058 34026,6405 216665,815

6.4 153023 80131,3 8298,256 22952,955 7559,234 24642,3848 235383,035

6.5 224279 27831,9 16156,16 37466,754 2266,976 42603,13 212519,33

6.6 317066 127010 26448,12 53159,316 5153,706 52044,8882 310411,275

6.7 182002 63926,2 32162,16 35544,741 5975,895 55724,91 250452,75

6.8 176976 81007,2 15186,64 22481,709 5281,687 39814,1582 227074,366

6.9 188448 70863 34957,94 42004,86 10115,16 59205,05 226805,86

6.10 217787 126059 16078,11 29419,4 11204,63 69208,071 286095,963

6.11 175520 72072,5 16140,84 22471,076 7579,258 34134,05 198168,32

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Figura A 8- Cromatogramas CG-EM para os extratos do ponto 6 ( Metil-Dibenzotiofeno (m/z 198)). Onde os números localizados acima dos picos significam os compostos nos parênteses 1 (4-MDBT) ;2 (2+3 - MDBT); 3 (1- MDBT)

6.1

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Figura A 9- Cromatogramas CG-EM para os extratos do ponto 6 ( Dimetil-Dibenzotiofeno (m/z 212)). Onde os números localizados acima dos picos significam os compostos nos parênteses1 (4,6-DMDBT); 2( 2,4- DMDBT);3 (1,4 DMDBT)

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Figura A 10- Cromatogramas CG-EM para os extratos do ponto 6 ( Trimetil-Dibenzotiofeno (m/z 226)). Onde os números localizados acima dos picos significam os compostos nos parênteses 3(TMDBTsubstância 38); 5 (TMDBT substância 40).

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Tabela A 5 - Áreas cromatográficas dos esteroides monoaromáticos identificados na análise de CG/EM dos extratos das amostras dos Pontos 6 ( m/z 253)

Amostras

MA C21

MA C22

C27 5β

COLESTANO 20S

C27 DIA

COLESTANO 20S

C27 5β COLESTANO

20R+DIACOLESTANO

20R

C27 5α

COLESTANO 20S

C27

COLESTANO 20R

C28 5β

ERGOSTANO 20S+DIA

ERGOSTANO 20S

C28 5α

ERGOSTANO 20S

C28 5β

ERGOSTANO 20R+DIA

ERGOSTANO 20R

C28

ERGOSTANO 20R

C29 5β

STIGMASTANO 20S+DIA

STIGMASTANO 20S

C29 5α

STIGMASTANO 20S

C29 5β

STIGMASTANO 20R+DIA

STIGMASTANO 20R

C29 5α

STIGMASTANO 20R

6.1 903725 426212 168993 419117 457225 900677 127042 502609 795172 2503377 834525 138316 1420076 993146,15 197085,08

6.2 1084836 461402 253433 632360 669655 1277898 180763 744716 1206228 3753853 1265988 237953 2102160 1347251,70 309918,65

6.3 397752 161591 6656 36909 34117 124031 4831 50683 106503 230523 106503 529821 150354 141227,72 723009,58

6.4 519921 231305 42361 140541 144252 319476 32898 184906 292551 738345 256702 340759 471153 408603,92 491313,49

6.5 147730 60187 6587 16678 16129 35731 1536 17924 32677 92340 24828 406597 55809 40052 530573

6.6 337752 127056 10007 34331 33916 90027 5613 49576 69114 225033 93149 469178 121601 123671,85 590186,37

6.7 806004 320411 39760 162900 140444 349839 38293 166937 342607 803961 263601 267812 443179 435045,10 283562

6.8 893049 439334 497383 1801333 1765265 2585577 273858 2655462 2104129 8594720 2889214 542939 3677020 2852092,40 710178,51

6.9 1271041 619718 472358 1600262 1608044 2314762 254322 2141115 1986737 7549754 2659966 321725 453369 2853264,05 2853264,05

6.10 1390050 599025 649335 2294024 1812586 2959488 350154 3196169 2484056 9974694 3794795 515658 3853306 3243203,91 605845,60

6.11 862000 432914 483683 1660176 1358820 2028148 180626 2658288 1756199 7585012 2858939 382697 3306982 2776276,66 558623,54

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Figura A 11- Cromatogramas CG-EM para os extratos do ponto 6 ( Esteroide Monoaromático (m/z 253)). Onde os números localizados acima dos picos significam os compostos nos parênteses 1 (C21 MONO ESTERANO); 2 (C22 MONO ESTERANO); 3 (C23 MONO ESTERANO α); 4 (C23 MONO ESTERANO β); 5 (C27 5β COLESTANO 20S); 6 (C27 DIA COLESTANO 20S); 7 (C27 5β COLESTANO 20R+DIACOLESTANO 20R); 8 (C27 5α COLESTANO 20S); 9 (C28 5β ERGOSTANO 20S+DIA ERGOSTANO 20S); 10 (C27 COLESTANO 20R); 11 (C28 5α ERGOSTANO 20S); 12 (C28 5β ERGOSTANO 20R+DIA ERGOSTANO 20R); 13 (C29 5β STIGMASTANO 20S+DIA STIGMASTANO 20S); 14 (C29 5α STIGMASTANO 20S);15 (C28 ERGOSTANO 20R); 16 (C29 5β STIGMASTANO 20R+DIA STIGMASTANO 20R); 16 (C29 5α STIGMASTANO 20R); 17 (C30 5β ESTERANO(20R)); 18 (C30 5β ESTERANO(20S)).

6.1 6.2

6.3 6.4

6.5 6.6

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6.7 6.8

6.9

6.10

6.11

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Tabela A 6 - Áreas cromatográficas dos esteroides triaromáticos identificados na análise de CG/EM dos extratos das amostras dos Pontos 6 ( m/z 231)

AMOSTRA C20 TA C21 TA C22 TA α C22 TA β C26 TA S C26 TA R C27TA S C27TA R C28TA S C28TA R C29TA S C29TA R

6.1 114675 66048 48642 36450 327492 275879 374693 301625 818114 517990 93306 144464

6.2 107135 61263 50528 40393 355975 268574 430354 312948 804219 528041 69956 124887

6.3 87164 37398 38305 27835 171708 138651 224759 157638 447132 157638 24079 297771

6.4 79236 29844 32963 26896 208962 173484 215317 189904 523101 359248 47600 52756

6.5 109417 52598 40690 40689 126049 124808 166797 138345 303730 222614 34192 49737

6.6 149325 86369 55937 47436 235932 189904 319271 255196 597132 455226 52838 100240

6.7 69116 75594 36808 23514 180529 119762 200997 162174 396063 270047 39072 58136

6.8 115664 44800 113090 84506 557792 456403 912144 627831 1597593 842089 98465 75332

6.9 105032 38895 94499 72099 460536 390497 650129 479328 1095448 650178 110492 72893

6.10 146855 45911 144366 107699 639705 567174 895284 607872 1361704 801517 98426 65947

6.11 85057 20223 71228 56104 377549 330780 545025 373166 886842 566528 67626 50372

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Figura A 12- Cromatogramas CG-EM para os extratos do ponto 6 ( Esteroide Monoaromático (m/z 253)). Onde os números localizados acima dos picos significam os compostos nos parênteses. 1 (C20 TA); 2 (C21 TA); 3 (C22 TA α); 3 (C22 TA β); 4 (C26 TA S); 5 (C26 TA R); 6 (C27TA S); 8 (C28TA S); 9 (C27TA R); 10 (C29TA S); 11 (C28TA R); 12 (C29TA R)

6.1 6.2

6.3 6.4

6.5 6.6

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6.7 6.8

6.9

6.10

6.11

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Tabela A 7 - Áreas cromatográficas do Reteno e Criseno identificados na análise de CG/EM dos extratos das amostras dos Pontos 6 ( m/z 219, m/z 228)

Reteno Criseno

513042,78 1521346

2625616,02 2191282

13576113,1 3255822,2

98842263,1 2367522,6

13266260,6 2769501,1

11110162,5 3667399,6

3275588,38 1841938,8

589754,16 4092846,7

427415,11 2997545,8

1127686,66 4819155,4

366146,98 3039482,4

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Figura A 13- Cromatogramas CG-EM para os extratos do ponto 6 ( Reteno m/z 219)

.

6.3 6.4

6.1 6.2

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6.6 6.5

6.7 6.8

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6.10 6.9

6.11

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Figura A 14- Cromatogramas CG-EM para os extratos do ponto 6 ( Criseno m/z 219)

6.1

6.2

6.3 6.4

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6.6

6.8

6.5

6.7

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6.10 6.9

6.11