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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA ALITA DE SOUZA PAIXÃO ALVES O DELTA DO SÃO FRANCISCO: USO DA COMPOSIÇÃO DO SEDIMENTO NA RECONSTRUÇÃO HOLOCÊNICA DA SEDIMENTAÇÃO DELTAICA Salvador 2010

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Trabalho Final de Graduação apresentado ao Curso de graduação em Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal da

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA

ALITA DE SOUZA PAIXÃO ALVES

O DELTA DO SÃO FRANCISCO: USO DA COMPOSIÇÃO DO SEDIMENTO NA RECONSTRUÇÃO

HOLOCÊNICA DA SEDIMENTAÇÃO DELTAICA

Salvador 2010

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ALITA DE SOUZA PAIXÃO ALVES

O DELTA DO SÃO FRANCISCO: USO DA COMPOSIÇÃO DO SEDIMENTO NA RECONSTRUÇÃO

HOLOCÊNICA DA SEDIMENTAÇÃO DELTAICA

Trabalho Final de Graduação apresentado ao Curso de graduação em Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Geologia. Orientador: Prof. Dr. José Maria Landim Dominguez Co-orientatora: Dra. Junia Kacenelenbogen Guimarães

Salvador 2010

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TERMO DE APROVAÇÃO

ALITA DE SOUZA PAIXÃO ALVES

O DELTA DO SÃO FRANCISCO: USO DA COMPOSIÇÃO DO SEDIMENTO NA RECONSTRUÇÃO

HOLOCÊNICA DA SEDIMENTAÇÃO DELTAICA

Trabalho Final de Graduação aprovado como requisito parcial para obtenção do

grau de Bacharel em Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora:

_____________________________________________________________ José Maria Landim Dominguez - Orientador Livre Docente e Dr. em Geologia e Geofísica Marinha pela Universidade de Miami UFBA _____________________________________________________________

Carmen Regina Parisotto Guimarães Bióloga e Dra. em Geologia Marinha, Costeira e Sedimentar pela UFBA Professora da Universidade Federal de Sergipe UFS ____________________________________________________________

Osmário Rezende Leite Livre Docente e Dr. em Tectônica de Oceanos pela Université Pierre et Marie Curie – Paris VI UFBA

Salvador, 08 de julho de 2010

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Ofereço aos meus queridos pais, Ana e Joseney, por vibrarem a cada etapa conquistada, e por todo amor e carinho proporcionado.

Dedico ao meu amado amigo, companheiro e marido Enock, pelo incentivo, apoio, amor e compreensão de sempre, além da paciência extra nesta etapa de final de curso.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por ser a rocha que sustenta meu caminhar diário, por Seu amor

infinito, e por sempre ter me concedido muito mais do que meus olhos puderam ver

ou que eu pudesse imaginar.

Aos meus pastores, Bp. De Paula e Bpa. Cleudia, pelo constante suporte espiritual e

por me mostrarem o quão é maravilhoso andar debaixo da vontade de Deus,

vivenciando Seus milagres diários.

Aos meus pais, Ana e Joseney, minha eterna gratidão pelo amor, compreensão e

confiança que depositam em mim.

Ao meu amado Enock, pela presença constante e por ser responsável na mudança

de rumo na minha carreira profissional ao me levar à sua aula de geologia geral, na

época da graduação, despertando-me o interesse inicial pela geologia.

Ao professor Telésforo, por ter me encorajado a fazer este curso, mesmo sem

perceber, após assistir uma aula sua, sobre a formação dos diamantes, e

conversarmos sobre a carreira, o mercado e as aptidões de um geólogo.

Ao professor e amigo Osmário, por acreditar no meu potencial acadêmico, desde o

primeiro semestre na faculdade, e seus conselhos quando foram necessários.

Ao meu orientador Landim, pela paciência, confiança e incentivo ao longo desses

quatro anos de orientação, permitindo-me amadurecer e avançar profissionalmente.

À minha co-orientadora Junia, pela atenção, auxílio, disponibilidade, correções e

muita paciência na reta final deste trabalho.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pelo

auxílio financeiro através da concessão da bolsa de iniciação científica junto ao Pibic

(Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica).

Aos colegas e ex-colegas de trabalho do LEC, pelo apoio, torcida, companheirismo

diário e todos os conhecimentos compartilhados na área da geologia costeira, em

especial: Renata, Juliana, Junia, Carol Gaúcha, Marcus, Lucas, Adeylan, Lisandra,

Pedro, Elisa, Leonardo (Punk) e Esmeraldino.

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A todos os professores que contribuíram para meu conhecimento profissional

durante este período de graduação, em especial: Osmário, Flávio, Marcão, Joaquim

Xavier, Ângela, Olívia, Félix, Roberto Rosa, Carlson Leite, Marcelo Lima, Maria José

e Zoltan.

Aos colegas de graduação, pelos momentos difíceis, mas prazerosos e divertidos,

de convívio nas disciplinas de campo e no decorrer do curso.

E, aos meus parentes e amigos, por comemorarem comigo cada vitória alcançada e

compreenderem minha ausência com todo apoio e carinho.

Me faltam palavras para expressar a felicidade deste momento e a importância de

cada um, mas saibam que todos vocês foram essenciais durante esta jornada.

Muitíssimo Obrigada!!!!

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“Não desampares a sabedoria, e ela te guardará;

ama-a, e ela te conservará. A sabedoria é a coisa

principal; adquire, pois, a sabedoria; sim, com

tudo o que possuis adquire o conhecimento.”

(Pv. 4:6-7)

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ALVES, A.S.P. O delta do São Francisco: uso da composição dos sedimentos na reconstituição holocênica da sedimentação deltaica. Monografia de final de curso (Graduação em Geologia) - Universidade Federal da Bahia. Instituto de Geociências. Orientador: José Maria Landim Dominguez. 2010. 80p.

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo fundamental propor uma divisão de fácies

sedimentares para a planície deltaica do rio São Francisco durante o Holoceno, com

base na análise composicional dos sedimentos de subsuperfície, visando

reconhecer os paleoambientes que existiram durante este período. Para isso, foram

elaborados gráficos com a composição dos sedimentos para os 15 furos de

sondagem do tipo SPT (Standard Penetration Test) realizados irregularmente na

planície deltaica. Estes dados foram analisados, individual e integralmente, a fim de

observar e delimitar os padrões composicionais de sedimentação que foram,

posteriormente, agrupados em seis fácies sedimentares, a saber: areia eólica, areia

marinha, areia-cascalho fluvial, areia fluvial, lama marinha e lama fluvial. Dentre os

componentes identificados, a alga coralina, a mica, o feldspato, o foraminífero e o

fragmento de rocha se destacaram em alguns padrões composicionais devido à

abundância e distribuição com que ocorrem. Dessa forma, a partir da composição

dos sedimentos, na planície deltaica do rio São Francisco, foi possível registrar,

adequadamente, (a) as variações energéticas ao longo das pretéritas linhas de

costa, (b) as mudanças das fontes de sedimentos, (c) a disponibilidade de

substratos duros e (d) a presença de antigas áreas protegidas. Este trabalho

mostrou preliminarmente a importância da análise composicional para a identificação

de mudanças ambientais deposicionais, contudo, não foi possível neste trabalho

fazer a correlação sistemática das fácies identificadas com um modelo evolutivo do

delta, que é uma sugestão para um trabalho posterior.

Palavras-chave: Delta do São Francisco; Planície Deltaica; Composição dos

Sedimentos; Fácies Sedimentares; Sondagem SPT.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 1

1.1. CONCEITOS E FATORES DE FORMAÇÃO DOS DELTAS .............. 1

1.2. GEOMETRIA E FÁCIES SEDIMENTARES ...................................... 3

1.3. O DELTA DO RIO SÃO FRANCISCO ............................................... 7

2. ÁREA DE ESTUDO ................................................................................. 9

2.1. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA ................................................................. 9

2.2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA ......................................................... 10

2.2.1. Clima e Pluviometria .............................................................. 10

2.2.2. Hidrografia e Aspectos Oceanográficos .............................. 11

2.2.3. Geologia .................................................................................. 11

3. VARIAÇÕES DO NÍVEL DO MAR DURANTE O QUATERNÁRIO ........ 14

3.1. MODELO EVOLUTIVO PARA O DELTA DO SÃO FRANCISCO ...... 14

4. OBJETIVOS ............................................................................................ 18

4.1. OBJETIVO GERAL .......................................................................... 18

4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................ 18

5. METODOLOGIA ..................................................................................... 19

5.1. LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO ........................................... 19

5.2. ETAPA DE CAMPO ...................................................................... 19

5.3. ATIVIDADES LABORATORIAIS ................................................... 21

5.3.1. Análise granulométrica ........................................................ 21

5.3.2. Análise composicional ......................................................... 21

5.4. TRABALHOS DE ESCRITÓRIO .................................................... 22

5.4.1. Elaboração de perfis granulométrico – texturais .............. 22

5.4.2. Elaboração de gráficos composicionais ............................ 22

5.4.3. Delimitação e identificação das fácies sedimentares ....... 22

5.4.4. Análise quantitativa composicional ................................... 23

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6. RESULTADOS ........................................................................................ 24

7. DISCUSSÃO ........................................................................................... 35

8. CONSIDERAÇÕES GERAIS .................................................................. 41

9. REFERÊNCIAS ........................................................................................ 43

APÊNDICE 1 ........................................................................................... 49

APÊNDICE 2 ........................................................................................... 65

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LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Classificação evolutiva do ambiente costeiro com base nas variações de

tempo, progradação e transgressão marinha, com a interferência dos rios, ondas e

marés. ..................................................................................................................... 2

Figura 2 – Morfologia do delta dominado por ondas, destacando os subambientes

que compõem o sistema deltaico. .......................................................................... 4

Figura 3 – Sucessão estratigráfica das fácies de um ciclo deltaico completo, com os

componentes progradante da frente deltaica/prodelta, agradante da planície deltaica,

e retrogradante marinho. ........................................................................................ 6

Figura 4 – Delta do rio São Francisco: localização, principais vias de acesso e

batimetria da plataforma continental adjacente. Linha vermelha delimitando

depósitos quaternários daqueles mais antigos e a área em verde delimita a bacia

hidrográfica do rio São Francisco. ........................................................................ 10

Figura 5 – Mapa geológico-geomorfológico da planície deltaica do rio São

Francisco. ............................................................................................................. 12

Figura 6 – Esquema evolutivo da sedimentação quaternária em feições costeiras na

porção leste brasileira. ......................................................................................... 16

Figura 7 – Modelo evolutivo desde o Último Máximo Glacial até o presente para a

região do delta do rio São Francisco. ................................................................... 17

Figura 8 – Posição dos 15 furos de sondagem SPT realizados na planície deltaica

do rio São Francisco delimitada pela linha amarela. ............................................ 20

Figura 9 – Disposição das fácies identificadas ao longo do delta do rio São

Francisco, da sua parte mais proximal a distal. ................................................... 33

Figura 10A – Perfis granulométricos dos furos 13, 5, 7 e 10 com a nova delimitação

das fácies sedimentares propostas neste trabalho. ............................................. 39

Figura 10B – Perfis granulométricos dos furos 13, 5, 7 e 10 com a delimitação das

fácies sedimentares e ambientes deposicionais. As fácies foram coloridas

conforme as cores das fácies delimitadas neste trabalho a fim de

compará-las. ......................................................................................................... 40

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Coordenadas geográficas, altitude e profundidade de perfuração dos

furos de sondagem SPT realizados no delta do rio São Francisco. ....................... 20

Tabela 2 – Correspondência entre as frações phi (Φ) e milimétrica (mm) com

respectiva escala granulométrica para a classificação de Udden-Wentworth. ....... 21

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1. INTRODUÇÃO

1.1. CONCEITOS E FATORES DE FORMAÇÃO DOS DELTAS

Problemas conceituais envolvendo a definição e distinção entre deltas e

estuários se devem ao fato desses ambientes serem analisados ora do ponto de

vista morfológico ora do ponto de vista estratigráfico (GUIMARÃES, 2010).

Morfologicamente, o estuário compreende a região interior ou parcialmente fechada

de um ambiente costeiro, onde ocorre o encontro do rio com o mar (DALRYMPLE,

ZAITLIN e BOYD, 1992; GUIMARÃES, 2010; GUIMARÃES e DOMINGUEZ, 2008), e

o delta, uma acumulação costeira de sedimentos oriundos de diversas fontes

formando um ponto onde um rio entra em um corpo de água mais amplo e pode ser

modelado por agentes marinhos, eólicos e glaciais (BHATTACHARYA e WALKER,

1992; DOMINGUEZ, 1990; GUIMARÃES e DOMINGUEZ, 2008; WALKER, 1992).

Estratigraficamente, são classificados como estuarinos os sedimentos

retrogradacionais e como deltaicos os sedimentos progradacionais depositados em

uma desembocadura fluvial (HORI et al., 2004 apud GUIMARÃES e DOMINGUEZ,

2008). Assim sendo, estudos realizados por Dalrymple, Zaitlin e Boyd. (1992) e

Bhattacharya e Walker (1992) mostram que os deltas modernos são essecialmente

cíclicos ao longo do tempo geológico e consistem sempre numa fase construtiva

progradacional, seguida por uma fase destrutiva retrogradacional, quando retornam

ao estágio estuarino (Figura 1).

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Figura 1 – Classificação evolutiva do ambiente costeiro com base nas variações de tempo, progradação e transgressão marinha, com a interferência dos rios, ondas e marés (modificada de DALRYMPLE, ZAITLIN E BOYD, 1992).

Dentre vários fatores responsáveis pela sedimentação deltaica, como por

exemplo, o clima, a atuação tectônica, a descarga fluvial, as amplitudes das marés,

a energia das ondas, a variação do nível relativo do mar, as mudanças no aporte

sedimentar fluvial e o papel da deriva litorânea, têm-se os três últimos como os

principais e fundamentais para o desenvolvimento de sistemas deltaicos

(BHATTACHARYA e WALKER, 1992; DOMINGUEZ, 1990, 1996; DOMINGUEZ,

BITTENCOURT e MARTIN, 1983).

Os efeitos das mudanças do nível relativo do mar associados ao aporte

sedimentar na formação dos ambientes costeiros foram primeiramente

documentados por Curray (1964), tendo sido depois abordados pela estratigrafia de

sequência (DALRYMPLE, ZAITLIN e BOYD, 1992; READING e COLLINSON, 1996).

Vários autores confirmaram que a variação do nível do mar é um fator fundamental,

se não o principal, para controlar a sedimentação associada às planícies costeiras

(BHATTACHARYA e GIOSAN, 2003; BITTENCOURT et al., 1982, 1983;

DOMINGUEZ, 1996; DOMINGUEZ, BITTENCOURT e MARTIN, 1983) que tiveram

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uma evolução complexa devido a alta variabilidade do nível do mar durante o

Holoceno (BHATTACHARYA e GIOSAN, 2003; DOMINGUEZ, 1996).

Quanto às mudanças no aporte sedimentar fluvial, durante muito tempo vários

autores, via de regra, subestimaram a importância do seu papel na construção dos

deltas brasileiros (BITTENCOURT et al., 1982, 1983; DOMINGUEZ, 1990, 1996;

DOMINGUEZ, BITTENCOURT e MARTIN, 1981, 1983). Entretanto, hoje já se sabe

da sua grande influência no transporte da carga sedimentar continental, tanto que a

construção de barragens nos rios têm interferido no desenvolvimento de diversos

deltas (BITTENCOURT et al., 2007).

No que se refere à deriva litorânea, sua atuação ocorre principalmente em

ambientes dominados por ondas, nos quais as ondas tendem a se aproximar da

linha de costa formando um ângulo agudo com ela, estabelecendo assim uma

corrente longitudinal à praia, que é responsável por formar feições geomórficas na

planície costeira indicativas do trânsito litorâneo dos sedimentos arenosos, como

esporões, pontais arenosos, ilhas lunadas arenosas, e a própria configuração da

linha de costa, relativamente retilínea. A configuração da linha de costa também é

determinada pela interação do fluxo fluvial e da deriva litorânea dos sedimentos. A

vazão fluvial interrompe completamente o trânsito litorâneo de sedimentos, atuando

assim, como um molhe hidráulico, que favorece a deposição de sedimentos a

barlamar da desembocadura (DOMINGUEZ, BITTENCOURT e MARTIN, 1983).

1.2. GEOMETRIA E FÁCIES SEDIMENTARES

Após a compilação dos dados, referentes à geometria do corpo de vários

deltas modernos, em seis classes distintas feitas por Coleman e Wright (1975),

Galloway (1975) propôs a primeira subdivisão tridimensional para os deltas de

acordo com os processos dominantes que controlam sua morfologia, apresentando

a conhecida classificação de deltas dominados por rios, ondas e marés

(BHATTACHARYA e WALKER, 1992).

Sabendo que a evolução de um delta depende da taxa de progradação, é

importante avaliar as implicações da alimentação tanto transversal (rios) quanto

longitudinal (deriva litorânea) no desenvolvimento geomorfológico simétrico ou

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assimétrico do delta, bem como na reconstrução das suas fácies sedimentares,

sobretudo nos deltas dominados por ondas, onde o papel da deriva litorânea é

destacado (BHATTACHARYA e WALKER, 1992; DOMINGUEZ, 1990, 1996;

DOMINGUEZ, BITTENCOURT e MARTIN, 1983).

Segundo Bhattacharya e Walker (1992) um delta apresenta três principais

subambientes que o compõe, a saber: a planície deltaica (onde predomina o

processo fluvial), a frente deltaica (onde predominam os processos marinho e

fluvial), e o prodelta (onde os processos marinhos dominam) (Figura 2). Além disso,

estudos têm mostrado que nos deltas dominados por ondas, a deriva litorânea

proporciona uma sedimentação assimétrica das fácies em relação aos lados a

barlamar (updrift) e a sotamar (downdrift) da desemborcadura do rio, gerando

características morfológicas distintas (DOMINGUEZ, 1996 apud BHATTACHARYA e

GIOSAN, 2003; MARTIN et al., 1987). Nesse processo tem papel destacado os

efluentes fluviais que podem funcionar como uma barreira ao transporte litorâneo

causando a retenção dos sedimentos que se movem ao longo da costa, a barlamar

da desembocadura, enquanto que a sotamar da mesma, depositam-se sedimentos

fluviais (DOMINGUEZ, 1996 apud BHATTACHARYA e GIOSAN, 2003; KOMAR,

1973; TODD, 1968). Esses processos distintos de progradação nos dois lados da

desembocadura propiciam a deposição de diferentes fácies sedimentares.

Figura 2 – Morfologia do delta dominado por ondas, destacando os subambientes que compõem o sistema deltaico (modificada de ALLEN, 1989 apud CASTRO e CASTRO, 2008).

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As fácies sedimentares, conceitualmente, constituem unidades estratigráficas

com aspectos litológicos, estruturais e paleontológicos distintos (GRESSLY, 1838

apud WALKER, 1992) que podem se agrupar, em repetições cíclicas dentro de um

ambiente deposicional particular, a depender dos objetivos de estudo, grau de

preservação e abundância de estruturas nas rochas (MIDDLETON, 1973 apud

WALKER, 1992).

Geralmente, as fácies são agrupadas em associações, quando se relacionam

geneticamente entre si apresentando elementos arquiteturais similares

(COLLINSON, 1969 apud WALKER, 1992) e uma relativa abundância e diversidade

de fácies (WALKER, 1983, 1992), ou também podem ser agrupadas em sucessões

quando existe uma progressiva mudança nas propriedades das fácies em uma

direção específica, horizontal ou vertical, causada pela proporção dos sedimentos,

quantidade de bioturbação e tamanho dos grãos, por exemplo (BHATTACHARYA e

WALKER, 1992; WALKER, 1992).

A partir do conhecimento sobre a formação e dinâmica associada a um delta,

é possível caracterizá-lo através da sua típica sucessão de fácies, as quais podem

ser afetadas na sua natureza e distribuição, principalmente, pela composição e

tamanho dos seus sedimentos (DALRYMPLE, ZAITLIN e BOYD, 1992 apud

BHATTACHARYA e WALKER, 1992; READING e ORTON, 1991).

Segundo a classificação de Scott e Fisher (1969), baseada em conceitos

genéticos e na distribuição das fácies nas porções subaéreas do delta, existem duas

grandes subdivisões, a de deltas construtivos, onde há o predomínio de fácies

fluviais, e a de deltas destrutivos, com predomínio de fácies marinhas (MARTIN et

al., 1984).

Sabendo que os atuais deltas dominados por ondas, de uma forma geral,

foram originados a partir da regressão de antigos estuários que sofriam uma forte

influência do mesmo processo, eles podem ser classificados: (i) com base na

sucessão lateral das fácies, sendo divididas conforme o processo que predomina no

subambiente deltaico, como a fácies arenosa na zona de domínio marinho, a fácies

areno-lamosa na zona de domínio misto e a fácies areno-cascalhosa na zona de

domínio fluvial (DALRYMPLE, ZAITLIN e BOYD, 1992; READING e COLLINSON,

1996) ou ; (ii) com base na sucessão vertical das fácies, apresentando um padrão,

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tipicamente, granocrescente ascendente com características diferenciadas tanto na

variação do tamanho dos grãos das fácies quanto na possível preservação de

estruturas sedimentares (CASTRO e CASTRO, 2008) (Figura 3).

Figura 3 – Sucessão estratigráfica das fácies de um ciclo deltaico completo, com os componentes progradante da frente deltaica/prodelta, agradante da planície deltaica, e retrogradante marinho (modificada de ALLEN, 1989 apud CASTRO e CASTRO, 2008).

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1.3. O DELTA DO RIO SÃO FRANCISCO

A planície deltaica associada à desembocadura do rio São Francisco

corresponde, atualmente, a um complexo sistema geológico formado por vários

ambientes de sedimentação ainda pouco conhecidos. E este conhecimento resume-

se ao estudo dos sedimentos superficiais que formam este delta dominado por

ondas (BHATTACHARYA e WALKER, 1992; GUIMARÃES, 2010).

Segundo Dominguez (1996), desde a década de 70 se conhece um modelo

de sedimentação para a formação de deltas. Essa interpretação tem sido aplicada

tanto para explicar a formação de deltas antigos quanto para os recentes, como é o

caso do delta do rio São Francisco, por não sabermos muito bem sua evolução.

Contudo, isso se contrapõe a idéia proposta por Curray (1964), de que os chamados

deltas modernos constituem apenas planícies costeiras, como a de Nayarit no

México, que foram formadas em condições muito similares às encontradas na costa

leste brasileira, onde há uma planície costeira associada a desembocadura de rio

com contínua ação das ondas. Dessa forma, diversos autores (BHATTACHARYA e

GIOSAN, 2003; BITTENCOURT et al., 2007; DOMINGUEZ, 1999; GUIMARÃES;

2010) avaliaram a interferência dos processos fluviais, de deriva litorânea, de

variação do nível relativo do mar e de refração das ondas como fatores

fundamentais tanto na construção do delta quanto na sua destruição parcial, que são

responsáveis pela modificação na morfologia da planície deltaica do rio São

Francisco. Entretanto, apenas Guimarães (2010) forneceu informações referentes

aos dados de subsuperfície neste delta, identificando fácies através dos parâmetros

exclusivamente texturais dos sedimentos e descrição visual das amostras em

campo, que possibilitou estabelecer a arquitetura deposicional do sistema indicando

que o início da fase deltaica no São Francisco teria ocorrido por volta de 8.000 anos

cal. A.P., a partir da correlação entre os dados de fácies e datações radiométricas.

As informações referentes aos dados de subsuperfície na planície deltaica do

rio São Francisco ainda são limitadas apenas à análise faciológica textural

associada às estruturas sedimentares observadas em campo. Visto que, o estudo da

composição dos sedimentos contribui na definição das fácies sedimentares

registrando os sucessivos paleoambientes (ALMEIDA et al., 2009; GISCHLER,

2003; LAUT et al., 2009; REBOUÇAS, 2006), ainda é preciso obter informações

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sobre a composição desses sedimentos de subsuperfície para correlacioná-las aos

dados radiométricos, possibilitando validar a arquitetura deposicional e a

interpretação faciológica obtida a partir da análise composicional da fácies

sedimentares obtidas.

Visto a escassez de trabalhos realizados com dados de subsuperfície e a

necessidade de interpretações mais precisas sobre as fácies sedimentares que

compõem o atual e complexo sistema de sedimentação do rio São Francisco, este

trabalho tem por finalidade apresentar as primeiras informações referentes à

composição dos sedimentos, uma vez que seu conteúdo é de extrema importância

para: (i) identificar as fácies sedimentares, (ii) identificar os ambientes deposicionais

que existiram ao longo do tempo geológico, (iii) reconstruir um modelo evolutivo e

(iv) inferir áreas economicamente importantes para reservas de água, gás e óleo.

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2. ÁREA DE ESTUDO

2.1. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA

A área de estudo (Figura 4) corresponde a planície deltaica associada à

desembocadura do rio São Francisco, localizada nos estados de Sergipe e Alagoas,

distante aproximadamente 460 km de Salvador seguindo as vias BR-324, BR-110,

BA-093 e BR-101. Está limitada geograficamente pelas seguintes coordenadas

geográficas: 10º 20’ e 10º 40’ de latitude sul e 36º 15’ e 36º 45’ de longitude oeste, e

se estende por uma linha de costa de aproximadamente 75 km totalizando uma área

de 800 km2 (BITTENCOURT et al., 2007).

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Figura 4 – Delta do rio São Francisco: localização, principais vias de acesso e batimetria da plataforma continental adjacente. Linha vermelha delimitando depósitos quaternários daqueles mais antigos e a área em verde delimita a bacia hidrográfica do rio São Francisco (GUIMARÃES, 2010).

2.2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA

2.2.1. Clima e Pluviometria

O clima local é caracterizado por ser progressivamente mais úmido, do

continente para costa, com apenas um ou dois meses mais secos durante o ano. Na

região costeira as chuvas ocorrem quase que exclusivamente no inverno (abril a

junho) e tem uma pluviosidade média anual de 1500 mm (COUTINHO, 1970 apud

MARTIN et al., 1984), e temperatura média anual de 24 a 26º C (NIMER, 1989 apud

GUIMARÃES, 2010).

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2.2.2. Hidrografia e Aspectos Oceanográficos

O delta do São Francisco está inserido na bacia hidrográfica homônima com

área aproximada de 640.000 km² e seus principais tributários fornecem cerca de

70% das águas em um percurso de apenas 700 km. Devido seu grande potencial

hidrelétrico, o rio tem sido aproveitado principalmente pelas grandes usinas de Xingó

e Paulo Afonso. É válido lembrar que, como sua calha está situada entre os terrenos

cristalinos a leste (serra do Espinhaço, Chapada Diamantina e Planalto Nordeste) e

os planaltos sedimentares a oeste (Espigão Mestre), isso irá conferir algumas

diferenças tanto quanto aos tipos de águas drenadas dos afluentes como para o tipo

de partículas carreadas pelo rio (HB, 2010 ; HBRSF, 2010).

Quanto aos aspectos oceanográficos, as ondas têm o predomínio de leste,

seguidas, em importância, daquelas que ocorrem de sudeste e nordeste, que em

geral, têm período de 5 a 7 s e alturas de 1 a 1,5 m (HOGBEN e LUMB, 1967 apud

DOMINGUEZ, 1996). As marés são classificadas como de micro e meso-marés, com

amplitudes de ondas chegando a 2,6 m de características semidiurnas

(BITTENCOURT et al., 2007). Através de estudos das influências das ondas na

região da desembocadura, verificou-se que a deriva litorânea promove o transporte

dos sedimentos de NE-SW ao longo da costa, devido o domínio das ondas de leste,

o que causa a diferenciação dos sedimentos a barlamar (alimentados basicamente

pela deriva litorânea) daqueles de sotamar (predominando os sedimentos fluviais)

(BITTENCOURT et al., 1982, 2007; DOMINGUEZ, 1996; DOMINGUEZ,

BITTENCOURT e MARTIN, 1983).

2.2.3. Geologia

Regionalmente, a região do delta do rio São Francisco é composta por

depósitos sedimentares quaternários que estão limitados e encaixados sob a forma

de embaiamento a noroeste pelos depósitos terciários pertencentes à Formação

Barreiras. Esses sedimentos estão situados na porção superior da bacia Sergipe-

Alagoas, que se estende desde a parte emersa do continente até a submersa

(SOUZA-LIMA, 2006).

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Localmente, a planície deltaica associada à desembocadura do rio São

Francisco (Figura 5) foi formada pelo preenchimento de sedimentos quaternários

desde terraços marinhos regressivos, pleistocênicos e holocênicos, até os depósitos

lagunares ou terras úmidas, de mangue, fluviais e eólicos, que serão descritos a

seguir (BARBOSA e DOMINGUEZ, 2004; BITTENCOURT et al., 2007;

GUIMARÃES, 2010; SILVA, I., 2008).

Figura 5 - Mapa geológico-geomorfológico da planície deltaica do rio São Francisco (modificado de BITTENCOURT et al., 1982 apud GUIMARÃES, 2010).

(a) Depósitos marinhos pleistocênicos: Formados durante a parte final da

Penúltima Transgressão e a regressão seguinte. Apresentam de 6 a 10 m de

altura em relação ao nível do mar, ocorrendo nas regiões mais internas da

planície quaternária em contato direto com a Formação Barreiras e preservam

antigos alinhamentos de cordões litorâneos.

(b) Depósitos marinhos holocênicos: Se formaram após a Última Transgressão

nas regiões mais externas da planície quaternária, em contato direto com os

depósitos marinhos pleistocênicos ou separados destes por antigas lagunas.

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Apresentam altura média de 5m e ainda preservam o alinhamento nítido dos

cordões litorâneos, bem como suas estruturas sedimentares da face de praia.

(c) Depósitos lagunares ou de terras úmidas: Ocorrem em áreas transicionais,

entre os sistemas terrestres e aquáticos, ocupando vales entalhados na

Formação Barreiras, em estado de inundação total ou parcial, com

sedimentação argilo-orgânica.

(d) Depósitos de mangue: Situam-se em trechos costeiros protegidos da ação

direta de ondas com influência fluvio-marinha e sedimentos argilo-siltosos

ricos em matéria orgânica.

(e) Depósitos fluviais: Constituem sedimentos tipicamente areno-cascalhosos e

siltico-argilosos, com larga expressão na planície deltaica, que compreendem

depósitos de dique marginal, barra de meandro e canal abandonado. Já a

planície aluvial, esta é formada por sedimentos desde arenosos a argilosos

em depósitos originados, principalmente, pela desagregação química das

rochas.

(f) Depósitos eólicos: Dispõem-se ao longo de quase toda parte externa da

planície deltaica do rio São Francisco, podendo alcançar atitudes de 30m, e

compreendem duas gerações de dunas, uma mais interna e vegetada, e outra

externa em franco desenvolvimento que cobre parte da primeira.

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3. VARIAÇÕES DO NÍVEL DO MAR DURANTE O QUATERNÁRIO

O Quaternário foi um período marcado por grandes variações climáticas e do

nível relativo do mar, responsáveis pela formação de depósitos sedimentares

encontrados ao longo do mundo e da costa brasileira, e que foi registrado ao longo

do mundo (MARTIN et al., 1980; MARTIN, DOMINGUEZ e BITTENCOURT, 1998 apud

SILVA, E., 2008).

Estão registrados, na costa brasileira, dois grandes episódios transgressivos.

O primeiro ocorreu durante o Pleistoceno e foi chamado de Penúltima Transgressão

(BITTENCOURT et al., 1979), e culminou com um nível do mar 8 ± 2 m acima do

atual, há 120.000 anos A.P. Já o segundo, ocorreu durante o Holoceno e foi

chamado de Última Transgressão culminando em um nível do mar cerca de 5 m

acima do atual, por volta de 5100 anos A.P.

Apesar de não existir uma curva do nível relativo do mar disponível para a

área do delta do São Francisco, as curvas mais próximas da região mostram que o

máximo, durante o Holoceno, alcançou uma altitude entre 1,3 e 4,7 m, acima do

atual nível do mar, entre 5.900 a 5.000 anos cal A.P. Após esse evento, o nível do

mar teria começado a abaixar (CALDAS, STATTEGGER e VITAL, 2006 apud

GUIMARÃES, 2010; MARTIN, DOMINGUEZ e BITTENCOURT, 2003).

3.1. MODELO EVOLUTIVO PARA O DELTA DO SÃO FRANCISCO

O primeiro esquema evolutivo para a sedimentação durante o Quaternário

para a feição deltaica do rio São Francisco, apresentado por Dominguez, Bittencourt

e Martin (1981), e afirmado por diversos autores (BARBOSA et al., 1986;

BITTENCOURT et al., 1982, 1983; DOMINGUEZ, MARTIN e BITTENCOURT, 1987),

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relacionou oito estágios tomando como base apenas as respectivas variações do

nível do mar para a formação dos depósitos sedimentares.

O estágio I (Figura 6A) representa o nível relativo do mar mais baixo que o

atual quando foi depositada a Formação Barreiras seguida pelos leques aluviais

coalescentes no sopé das encostas, no Plioceno.

O estágio II (Figura 6B) corresponde ao evento de transgressão mais antiga,

durante o Pleistoceno, no qual foi erodida a porção mais externa da Formação.

Barreiras formando as antigas linhas de falésias entalhadas na formação.

No estágio III (Figura 6C), ainda no Pleistoceno, houve a formação de novos

depósitos continentais do tipo leques aluviais, oriundos da erosão da Formação

Barreiras no estágio anterior, durante o evento regressivo.

O estágio IV (Figura 6D) representa o máximo alcançado pela penúltima

transgressão quando foram erodidos, parcialmente, os leques aluviais depositados

no estágio anterior.

O estágio V (Figura 6E) corresponde a uma nova descida do nível do mar que

ocasionou a formação dos terraços marinhos pleistocênicos formando planícies

costeiras idênticas às atuais.

No estágio VI (Figura 6F) ocorreu a última transgressão responsável por

erodir e afogar, parcialmente, as planícies pleistocênicas, formando ilhas-barreiras e

sistemas lagunares na sua retaguarda.

Já no estágio VII (Figura 6G) foram desenvolvidos deltas intralagunares, pelos

rios que entravam nas lagunas formadas no estágio anterior.

E finalmente no estágio VIII (Figura 6H), houve o último evento regressivo

quando se depositaram os terraços marinhos holocênicos e os cordões de dunas

litorâneas, possibilitando a formação da feição de cúspide deltaica atualmente

conhecida na desembocadura do rio São Francisco.

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Figura 6 - Esquema evolutivo da sedimentação quaternária em feições costeiras na porção leste brasileira. (DOMINGUEZ, BITTENCOURT e MARTIN, 1981)

Entretanto, Guimarães (2010) realizou um modelo considerando as variações

do nível do mar e o aporte sedimentar fluvial, o que possibilitou fazer algumas

modificações em relação ao modelo anterior, como a correlação entre o avanço da

linha de costa e o abaixamento do nível relativo do mar, e a data do evento de

inundação máxima (passou de ± 5600 para ± 8000 anos cal. AP). Estas novas

considerações permitiram aprimorar o modelo evolutivo para a área de estudo

(Figura 7), durante o Holoceno, mostrando que a progradação deltaica teria se

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iniciado ainda durante a subida do nível do mar, diferente do proposto no modelo

genérico anterior onde se acreditava que a progradação estava associada ao

abaixamento do nível do mar.

Figura 7 - Modelo evolutivo desde o Último Máximo Glacial até o presente para a região do delta do rio São Francisco (GUIMARÃES, 2010).

Durante o último ciclo glacial foi escavado um vale inciso profundo na

plataforma continental que esteve exposta subaereamente (Figura 7A). Com a

subida do nível do mar, após o Último Máximo Glacial (UMG), este vale foi inundado

e passou a se comportar como um estuário dominado por ondas, sendo quase

completamente preenchido (Figura 7B).

Por volta de 8000 anos cal. A.P., houve a inundação máxima no eixo do vale

iniciando-se então a sedimentação deltaica (Figura 7C). Com a superação do aporte

sedimentar fluvial em relação ao espaço criado pela subida do nível do mar, a linha

de costa progradou e assumiu a morfologia retilínea em 4700 anos cal. A.P. (Figura

7D). Posteriormente, com o contínuo avanço da costa, atingiu-se a configuração de

cúspide atual (Figura 7E).

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4. OBJETIVOS

4.1. OBJETIVO GERAL

Propor uma divisão de fácies sedimentares para a planície deltaica do rio São

Francisco durante o Holoceno, com base na análise composicional dos sedimentos

de subsuperfície, visando reconhecer os paleoambientes que se sucederam durante

este período.

4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Analisar a composição dos sedimentos;

b) Interpretar o ambiente de deposição para cada fácies de acordo com suas

características composicionais

c) Delimitar as fácies sedimentares;

d) Identificar a proveniência dos sedimentos da planície deltaica.

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5. METODOLOGIA

A metodologia utilizada nesse trabalho consistiu na execução de quatro fases

descritas a seguir.

5.1. LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO

Nesta fase coletou-se informações referentes aos trabalhos anteriores já

realizados em diversos deltas, particularmente, no do rio São Francisco,

disponibilizados em livros, revistas, periódicos, artigos, resumos de congressos e

também os dados gerados por Guimarães (2010).

5.2. ETAPA DE CAMPO

Foram analisadas 522 amostras coletadas em furos de sondagem do tipo

SPT (Standard Penetration Test) realizados na planície deltaica (GUIMARÃES,

2010). Foram realizados 15 furos, distribuídos irregularmente na planície, devido ao

difícil acesso à área, que chegaram a alcançar até 40m de profundidade totalizando

mais de 300m perfurados (Figura 8). O furo 2, na parte mais proximal do delta, foi o

que teve menor profundidade, aproximadamente 5m, enquanto que o furo 13, na

parte mais distal, foi o mais profundo com quase 40m (Tabela 1). Cada uma das

amostras foi fotografada, descrita e coletada, sendo que também foram separadas

16 amostras de material orgânico (restos vegetais ou madeira) e bioclástico

(moluscos bivalves ou gastrópodes) para a realização de datação radiométrica,

utilizando o método do Carbono-14 (AMS), visando obter um controle

geocronológico das mesmas (GUIMARÃES, 2010).

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Figura 8 – Posição dos 15 furos de sondagem SPT realizados na planície deltaica do rio São Francisco delimitada pela linha amarela (GUIMARÃES, 2010).

Tabela 1 – Localização dos furos de sondagem realizados

Dados de coordenadas geográficas, altitude e profundidade de perfuração dos furos de sondagem SPT realizados no delta do rio São Francisco (GUIMARÃES, 2010).

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5.3. ATIVIDADES LABORATORIAIS

As atividades desenvolvidas nesta fase foram executadas no Laboratório de

Estudos Costeiros (LEC) da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

5.3.1. Análise granulométrica

Consistiu no processo de secagem das amostras em estufa e peneiramento

dos sedimentos em malhas de 1Φ, separando-os desde a fração seixo até lama,

como consta na tabela abaixo (Tabela 2).

Tabela 2 – Frações separadas na análise granulométrica.

Fração (em Φ) Fração (em mm) Granulometria < -2 > 4 Seixo

-2 a -1 4 a 2 Grânulo -1 a 0 2 a 1 Areia muito grossa 0 a 1 1 a 0,5 Areia grossa 1 a 2 0,5 a 0,25 Areia média 2 a 3 0,25 a 0,125 Areia fina 3 a 4 0,125 a 0,062 Areia muito fina > 4 < 0,062 Lama

Correspondência entre as frações phi (Φ) e milimétrica (mm) com respectiva escala granulométrica para a classificação de Udden-Wentworth.

5.3.2. Análise composicional

Nesta etapa, os sedimentos desde a fração seixo (>4 mm) até areia fina (0,25

a 0,125 mm) de todos os 15 furos foram analisados, adotando os seguintes

procedimentos para cada amostra: (i) a homogeneização inicial de cada fração, (ii) a

separação de 100 grãos em cada fração granulométrica utilizando uma lupa

binocular, (iii) a identificação dos grãos quanto a sua composição e (iv) a separação

das partículas sedimentares em siliciclásticas ou bioclásticas. Em seguida, as

percentagens obtidas para cada partícula foram ponderadas pelo peso de cada

fração que a continha, gerando várias planilhas no programa EXCEL, que foram

utilizadas para determinar a contribuição das partículas em relação à amostra total.

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5.4. TRABALHOS DE ESCRITÓRIO

5.4.1. Elaboração de perfis granulométrico – texturais Guimarães (2010) produziu 15 perfis com os dados granulométricos e

percentuais de cascalho, areia e lama utilizando o programa STRATER. Esses

dados foram cedidos pela autora para serem utilizados no presente trabalho.

5.4.2. Elaboração de gráficos composicionais A partir dos dados da análise granulométrica, foram confeccionados 15

gráficos representativos da composição dos sedimentos, contendo apenas as

composições bioclástica e siliciclástica recalculadas para 100%, devido à exclusão

do percentual de areia muito fina e lama, para uma melhor visualização do conteúdo

composicional das amostras nos furos. Para a elaboração dos gráficos foi utilizada a

ferramenta gráfica do programa EXCEL.

5.4.3. Delimitação e identificação das fácies sedimentares

A delimitação das fácies consistiu num método minucioso de trabalho, visto

que os gráficos composicionais apresentaram alguns padrões na composição da

sedimentação local. Desta forma, foram efetuadas as etapas a seguir: (a) separação

dos padrões composicionais que se repetiam, ou não, ao longo do mesmo furo; (b)

descrição composicional de cada padrão; (c) separação das amostras arenosas e

lamosas com base nos dados dos perfis granulométricos; (d) integração das

informações composicionais e texturais dos padrões, observados nos gráficos

composicionais e granumolétrico-texturais, respectivamente, a fim de identificar os

ambientes deposicionais que teriam existido durante a evolução do delta; (e)

agrupamento dos padrões composicionais similares e dos ambientes deposicionais

na identificação da fácies sedimentares. Os critérios utilizados para distinguir os

ambientes deposicionais e fácies sedimentares foram a localização do furo na

planície (sempre para os sedimentos do topo), a predominância do conteúdo

composicional, a similaridade com os padrões observados em furos anteriores e a

homogeneidade granulométrica.

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5.4.4. Análise quantitativa composicional

Após a identificação das fácies, foi desenvolvida uma análise dos teores

médios para cada conteúdo composicional, tendo sido os conteúdos carbonáticos

analisados conjuntamente, utilizando a ferramenta estatística do programa EXCEL.

Esse conhecimento quantitativo, da composição dos sedimentos, visou caracterizar

as fácies sedimentares.

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6. RESULTADOS

Dentre os conteúdos composicionais dos sedimentos, foram encontrados:

alga coralina, moluscos (incluindo bivalves, gastrópodes e outros não identificados),

foraminífero, briozoário, equinoderma, ostrácode, fragmento de peixe, crustáceo,

organismos não identificados, agregados siliciclástico em forma de tubo e sem forma

identificada (união dos grãos de quartzo por uma espécie de “cola” que agrega, mas

não cimenta os grãos), quartzo, mineral pesado, fragmento de rocha, placa de Fe

(vestígio de crosta ferruginosa), mica, feldspato e grão orgânico (constitui os

fragmentos vegetais). Para as partículas bioclásticas (carbonatos diversos), foram

determinados os tipos de organismos presentes em cada fração granulométrica, não

chegando às espécies a que pertencem.

Foram identificados três ambientes deposicionais ao longo da planície

deltaica, que são os ambientes marinho, fluvial e eólico, e seis fácies sedimentares,

estas foram nomeadas utilizando o predomínio granulométrico e o ambiente em que

estão inseridas, a saber: areia marinha, areia-cascalho fluvial, areia fluvial, areia

eólica, lama marinha e lama fluvial. Estas fácies têm como principais características:

areia eólica – composição essencial de quartzo e homogeneidade do pacote

sedimentar, geralmente em areia fina; areia marinha e lama marinha – presença

elevada de conteúdos carbonáticos, diferenciando-se apenas pela granulometria

dominante; areia fluvial, areia-cascalho fluvial e lama fluvial – presença de feldspato,

também se diferenciando pela granulometria dominante.

Ao observar os gráficos com a composição dos sedimentos (Apêndice 1),

verificou-se a existência de alguns padrões composicionais na sedimentação, os

quais foram individualizados, em cada um dos quinze furos, possibilitando a

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identificação dos ambientes e fácies já citados anteriormente. A seguir, serão

descritos os padrões verificados em cada um dos furos de sondagem realizados.

No gráfico referente ao furo 1 (Apêndice 1) foi possível distinguir quatro

padrões composicionais de sedimentação que foram agrupados em três fácies

sedimentares. O padrão 1 caracteriza-se por apresentar carbonatos diversos,

quartzo, fragmento de rocha, mica e grão orgânico, correspondendo às amostras 9A,

15, 16, e 18 a 49. No padrão 2, a composição sedimentar é marcada pela presença

de quartzo, mineral pesado, fragmento de rocha, mica, feldspato e grão orgânico,

correspondendo às amostras 12, 13, 14 e 17. Já, no padrão 3 são observados

apenas quartzo e feldspato na composição, correspondendo às amostras de 4 a 8, e

9B a 11. E, finalmente, o padrão 4 foi caracterizado pela presença de quartzo,

feldspato e grão orgânico, correspondendo às amostras de 1 a 3. O padrão 1 foi

classificado como a fácies de lama marinha, os padrões 2 e 3 corresponderam a

fácies de areia marinha, e o padrão 4 foi classificado como a fácies de areia eólica.

A disposição das fácies e suas profundidades podem ser verificadas no gráfico

granulométrico do furo 1 (Apêndice 2).

No gráfico referente ao furo 2 (Apêndice 1) foram observados três padrões

composicionais de sedimentação que foram associados a três fácies sedimentares.

O padrão 1 teve sua composição sedimentar marcada essencialmente pela

presença de quartzo nas amostras 7 e 8, na base. Logo acima, foi identificado o

padrão 2 com a presença de agregado siliciclástico sem forma identificada, quartzo

e grão orgânico, observado nas amostras de 2B a 6. Já o padrão 3 foi caracterizado

pela presença de quartzo e grão orgânico, correspondendo às amostras 1 e 2A. Os

padrões 1, 2 e 3 foram classificados como fácies de areia eólica, fácies de areia

fluvial e fácies de lama fluvial, respectivamente. A disposição destas fácies e suas

profundidades podem ser verificadas no gráfico granulométrico do furo 2 (Apêndice

2).

No gráfico referente ao furo 3 (Apêndice 1) foi possível distinguir quatro

padrões composicionais de sedimentação que foram agrupados em duas fácies

sedimentares. O padrão 1 tem a presença de moluscos, agregado siliciclástico sem

forma identificada, quartzo, mica e grão orgânico, correspondendo às amostras 20 a

25. Logo acima, observou-se o padrão 2, com composição marcada pela presença

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de quartzo, mineral pesado, mica, feldspato e grão orgânico, correspondendo às

amostras de 13 a 19. No padrão 3 foram observados quartzo, mineral pesado e grão

orgânico na composição, correspondendo às amostras 1 a 5, e 10 a 12. E,

finalmente, o padrão 4 foi caracterizado pela presença de quartzo, mica e grão

orgânico, correspondendo às amostras 6 a 9. Dentro dessas delimitações, o padrão

1 foi classificado como fácies de lama marinha, enquanto os padrões 2, 3 e 4 foram

classificados com fácies de areia marinha. A disposição das fácies e suas

profundidades podem ser verificadas no gráfico granulométrico do furo 3 (Apêndice

2).

No gráfico referente ao furo 4 (Apêndice 1) foram observados quatro padrões

composicionais de sedimentação que foram agrupados em duas fácies

sedimentares. O padrão 1 teve sua composição sedimentar marcada pela presença

de agregado siliciclástico sem forma identificada, quartzo, mica e grão orgânico que

foram observados nas amostras 6C, 7 e 8B. No padrão 2 foi observado a presença

de agregado siliciclástico sem forma identificada, quartzo, mineral pesado, mica, e

grão orgânico, correspondendo a amostra 6B. Já o padrão 3 foi caracterizado pela

presença de quartzo, mica e grão orgânico, correspondendo às amostras 2 a 3A, 4C

a 6A, e 8A. O padrão 4 foi caracterizado pela presença de quartzo, mineral pesado e

grão orgânico, correspondendo às amostras 1 e 3B a 4B. Assim sendo, os padrões 1

e 2 foram classificados como fácies de lama marinha, enquanto que a fácies de

areia marinha correspondeu aos padrões 3 e 4. A disposição destas fácies e suas

profundidades podem ser verificadas no gráfico granulométrico para o furo 4

(Apêndice 2).

No gráfico referente ao furo 5 (Apêndice 1) foi possível separar sete padrões

composicionais de sedimentação que foram agrupados em cinco fácies

sedimentares. Encontrado na base do furo, o padrão 1 apresentou uma composição

de quartzo e fragmento de rocha, correspondendo às amostras 62A a 62C. No

padrão 2 houve a ocorrência de molusco, crustáceo, agregado siliciclástico sem

forma identificada, foraminífero, quartzo, fragmento de rocha, mica e grão orgânico,

correspondendo às amostras 48B a 61. Já no padrão 3 foi observada a mesma

composição do padrão 2, com a exceção do foraminífero, compreendendo as

amostras 33 a 47A. O padrão 4, observado nas amostras 22 a 32, também

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apresentou a mesma composição sedimentar que o padrão 2, com exceções dos

conteúdos de foraminífero e fragmento de rocha. No padrão 5 foi observada uma

variação no padrão composicional, onde verificou-se a presença de moluscos,

crustáceo, quartzo, fragmento de rocha, mineral pesado, mica, e grão orgânico,

encontrados nas amostras 8 a 21, 47B e 48A. O padrão 6 ficou caracterizado pela

presença apenas de quartzo, correspondendo às amostras 3C a 6. Finalmente, o

padrão 7 foi marcado pela presença de quartzo, fragmento de rocha e grão orgânico,

que compreenderam as amostras 1 a 3B. Os padrões 1 e 5 foram classificados

como fácies de areia marinha, os padrões 2, 3, 4 e 5 corresponderam a fácies de

lama marinha, o padrão 6 foi classificado como a fácies de areia eólica, e por fim, o

padrão 7 correspondeu às fácies de areia e lama fluvial. A disposição das fácies e

suas profundidades podem ser verificadas no gráfico granulométrico do furo 5

(Apêndice 2).

No gráfico referente ao furo 6 (Apêndice 1) foram observados cinco padrões

composicionais de sedimentação que foram agrupados em quatro fácies

sedimentares. O padrão 1 teve sua composição sedimentar marcada pela presença

de agregado siliciclástico sem forma identificada, quartzo, mica e grão orgânico que

foram observados nas amostras 8A, 13A, 13F e 13H a 18. No padrão 2 foi

observada a mesma composição do padrão anterior, excluindo o mineral pesado,

que compreendeu as amostras 5A a 8A, 9A a 12D, 13B a 13E, e 13G. Já o padrão 3

foi caracterizado pela presença exclusiva de agregado siliciclástico sem forma

identificada e quartzo, correspondendo às amostras 1C, 2 e 4. O padrão 4 foi

identificado apenas na amostra 3, caracterizada pelo seu conteúdo quase que total

de fragmento de peixe. Já o padrão 5, localizado no topo do furo, foi marcado pela

composição de agregado siliciclástico sem forma identificada, quartzo e grão

orgânico, compreendendo às amostras 1A e 1B. Diante dessas delimitações

composicionais, o padrão 1 correspondeu à fácies de areia marinha, o padrão 2 foi

classificado tanto como fácies de areia marinha quanto de lama marinha, os padrões

3 e 4 corresponderam à fácies de areia eólica, e o padrão 5 correspondeu à fácies

de areia fluvial. A disposição destas fácies e suas profundidades podem ser

verificadas no gráfico granulométrico para o furo 6 (Apêndice 2).

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No gráfico referente ao furo SPT 07 (Apêndice 1) foi possível distinguir quatro

padrões composicionais de sedimentação que foram associados a cinco fácies

sedimentares. O padrão 1 tem a presença apenas de quartzo e feldspato,

correspondendo às amostras 9 a 12, e 37B a 46. A seguir, observou-se o padrão 2,

com composição marcada pela presença predominante de crustáceo, quartzo e grão

orgânico, correspondendo às amostras 13 a 17, e 31 a 37A. O padrão 3 está situado

no meio do padrão anterior, compreendendo às amostras 18 a 30, que têm como

composição carbonatos diversos, quartzo, fragmento de rocha, mica e grão

orgânico. Já o padrão 4 foi caracterizado pela ocorrência apenas de quartzo e grão

orgânico, presentes nas amostras 1 a 3. Finalmente, o padrão 5 contém a mesma

composição do padrão 1, diferenciando-se apenas pelo elevado teor de cascalho

nas amostras 4 a 8. Dessa forma, o padrão 1 foi classificado como fácies de lama

marinha, o padrão 2 correspondeu às fácies de areia e lama marinha, e os padrões

3, 4 e 5 foram classificados como fácies de lama marinha, areia eólica e areia-

cascalho fluvial, respectivamente. A disposição das fácies e suas profundidades

podem ser verificadas no gráfico granulométrico do furo 7 (Apêndice 2).

No gráfico referente ao furo 8 (Apêndice 1) foi possível separar quatro

padrões composicionais de sedimentação que foram associados a quatro fácies

sedimentares. O padrão 1, que correspondeu às amostras 16A a 18 na base do furo,

ficou marcado pela presença de moluscos, briozoário, quartzo, mica e grão orgânico.

O padrão 2 se sobrepôs ao anterior, com a presença quase que exclusiva de

quartzo, correspondendo às amostras 9B a 15. Logo acima, encontra-se padrão 3,

compreendendo às amostras 3B a 9A, caracterizando-se pela presença de agregado

siliciclástico sem forma identificada, quartzo e grão orgânico. Já o padrão 4 foi

caracterizado pela presença de agregados siliciclásticos tanto em forma de tubo

quanto sem forma identificada, quartzo, feldspato e grão orgânico, presentes nas

amostras 1 a 3A. Os padrões 1, 2, 3 e 4 foram classificados, respectivamente, como

fácies de areia marinha, areia eólica, areia fluvial e lama fluvial. A disposição destas

fácies e suas profundidades podem ser verificadas no gráfico granulométrico do furo

8 (Apêndice 2).

No gráfico referente ao furo 9 (Apêndice 1) foram observados seis padrões

composicionais de sedimentação que foram agrupados em três fácies sedimentares.

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29

O padrão 1 teve como característica a presença de agregado siliciclástico sem forma

identificada, quartzo, mica e grão orgânico que foram observados nas amostras 12,

13A, e 17B a 20. O padrão 2 caracteriza-se pela presença de quartzo, mica e grão

orgânico, compreendendo as amostras 8A, 8B, e 13D a 17A. Já o padrão 3 foi

caracterizado pela mesma composição do padrão anterior, porém apresenta

também o mineral pesado e foi encontrado nas amostras 6 a 7C, 8C a 11, 13B e

13C. O padrão 4 contém apenas quartzo, observado nas amostras 3 a 5. Já o

padrão 5 foi marcado pela composição de mineral pesado, fragmento de rocha e

grão orgânico, apenas na amostra 2C. No topo do furo, foi observado o padrão 6,

caracterizado por quartzo, mineral pesado e grão orgânico, compreendendo as

amostras 1 a 2B. Os padrões 1, 2 e 3 foram classificados como fácies de lama

marinha, enquanto que os padrões 2 e 3 foram considerados como fácies de areia

marinha. Os padrões 4, 5 e 6 foram classificados como areia eólica. A disposição

das fácies e suas profundidades podem ser verificadas no gráfico granulométrico

para o furo 9 (Apêndice 2).

No gráfico referente ao furo 10 (Apêndice 1) foi possível distinguir cinco

padrões composicionais de sedimentação que corresponderam a quatro fácies

sedimentares. O padrão 1 tem um elevado conteúdo de cascalho e presença de

quartzo, fragmento de rocha, e feldspato. Ele foi encontrado na base do furo,

correspondendo às amostras 29B a 35. No padrão 2, sobreposto ao anterior, a

composição sedimentar é marcada pela presença de agregado siliciclástico sem

forma identificada, quartzo, fragmento de rocha, feldspato e grão orgânico,

correspondendo às amostras 27B a 29A. Já no padrão 3 foi registrada a ocorrência

carbonatos diversos (em pequenas proporções e com alga coralina, não encontrada

no furos anteriores), quartzo, fragmento de rocha e feldspato. Foram verificados nas

amostras 17B a 27A. Logo acima, nas amostras 5B a 15, temos o padrão 4, onde foi

observada a presença de carbonatos diversos em quantidade expressiva

(principalmente de alga coralina), quartzo, fragmento de rocha, mica e grão

orgânico. E finalmente, o padrão 5 foi caracterizado pela presença apenas de

quartzo, correspondendo às amostras 1 a 5A. O padrão 1 foi classificado como

fácies de areia-cascalho fluvial, o padrão 5 como fácies de areia eólica, e padrões

pareados 2, 4 e 3, 4, como fácies de lama e areia marinha, respectivamente. A

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disposição destas fácies e suas profundidades podem ser verificadas no gráfico

granulométrico do furo 10 (Apêndice 2).

No gráfico referente ao furo 11 (Apêndice 1) foram observados três padrões

composicionais de sedimentação que foram associados a três fácies sedimentares.

O padrão 1 teve sua composição sedimentar marcada pela presença de moluscos,

agregado siliciclástico sem forma identificada, quartzo, mica e grão orgânico, e foi

encontrado nas amostras 21 a 24, na base do furo. Logo acima, nas amostras 6 a

20, foi identificado o padrão 2, caracterizado pela presença de quartzo, mineral

pesado, mica e grão orgânico. No topo do furo, o padrão 3, correspondendo às

amostras de 1 a 5, identificou-se a presença exclusiva de quartzo. Os padrões 1, 2

e 3 foram classificados como fácies de lama marinha, fácies de areia marinha e

fácies de areia eólica, respectivamente. A disposição das fácies e suas

profundidades podem ser verificadas no gráfico granulométrico do furo 11 (Apêndice

2).

No gráfico referente ao furo 12 (Apêndice 1) foi possível separar três padrões

composicionais de sedimentação que foram associados a três fácies sedimentares.

O padrão 1 teve sua composição marcada pela presença de moluscos, crustáceo,

agregado siliciclástico sem forma identificada, quartzo, mica e grão orgânico que

foram observados nas amostras 17 a 29, na base do furo. O padrão 2 foi

caracterizado pela presença de quartzo, mineral pesado e grão orgânico,

correspondendo às amostras 1 a 5, e 11B a 16. Já o padrão 3 foi caracterizado pela

presença somente de quartzo, correspondendo às amostras 6 a 11A. O padrão 1 foi

classificado como fácies de lama e areia marinha, enquanto que os padrões 2 e 3

foram classificados como fácies de areia eólica. A disposição destas fácies e suas

profundidades podem ser verificadas no gráfico granulométrico para o furo 12

(Apêndice 2).

No gráfico referente ao furo 13 (Apêndice 1) foi possível distinguir quatro

padrões composicionais de sedimentação que foram associados a quatro fácies

sedimentares. O padrão 1 ficou marcado pela composição de quartzo, fragmento de

rocha e grão orgânico, correspondendo às amostras 28 a 37, 40A a 41A, 50 a 54,

56B e 57B. O padrão 2 tem a mesma composição do padrão anterior incluindo a

mica e corresponde às amostras 21B a 24A, 38, 39, 41B a 49B, e 55B. O padrão 3

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caracterizou-se pela presença de quartzo, mineral pesado, fragmento de rocha e

feldspato, presentes nas amostras 1 a 5B, 6A a 20, e 24B a 27. Já o padrão 4,

encontrado nas amostras 5A e 6B, foi caracterizado pela presença de agregados

siliciclásticos tanto em forma de tubo quanto sem forma identificada, quartzo,

fragmento de rocha e mineral pesado. Os padrões 1 e 2 foram classificados como

fácies de areia marinha, enquanto que os padrões 2, 3 e 4 como fácies de lama

marinha, areia fluvial e lama fluvial, respectivamente. A disposição das fácies e suas

profundidades podem ser verificadas no gráfico granulométrico do furo 13 (Apêndice

2).

No gráfico referente ao furo 14 (Apêndice 1) foram observados quatro

padrões composicionais de sedimentação que foram agrupados em três fácies

sedimentares. O padrão 1 teve sua composição sedimentar marcada pela presença

de moluscos, quartzo, mica e grão orgânico, presentes nas amostras 22A a 23, na

base do furo. No padrão 2 foi verificada a ocorrência de moluscos, crustáceo,

quartzo e mica, correspondendo às amostras 17 a 21. Já o padrão 3 foi

caracterizado pela presença de quartzo, mineral pesado e mica, correspondendo às

amostras 13B a 16B. O padrão 4 foi caracterizado somente pela presença de

quartzo nas amostras 1 a 12. Os padrões 1 e 2 foram classificados como fácies de

lama marinha, enquanto que os padrões 3 e 4 corresponderam às fácies de areia

eólica e marinha, respectivamente. A disposição destas fácies e suas profundidades

podem ser verificadas no gráfico granulométrico para o furo 14 (Apêndice 2).

No gráfico referente ao furo 15 (Apêndice 1) foram delimitados quatro padrões

composicionais de sedimentação que foram agrupados em três fácies sedimentares.

No padrão 1 foi verificada a presença de quartzo, fragmento de rocha e feldspato,

correspondendo às amostras 11 a 20, na base do furo. Logo acima, nas amostras

5B a 10, observou-se o padrão 2, com composição marcada pela presença exclusiva

de quartzo. O padrão 3 tem na sua composição agregado siliciclástico sem forma

identificada, quartzo e grão orgânico, compreendendo às amostras 1 a 2B, e 5A. Já

o padrão 4 foi caracterizado pela ocorrência somente de quartzo, e correspondem às

amostras 3A a 4B. Os padrões 1 e 3 foram classificados, respectivamente, como

fácies de areia e lama fluvial, enquanto que os padrões 2 e 4 foram classificados

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como fácies de areia marinha. A disposição das fácies e suas profundidades podem

ser verificadas no gráfico granulométrico do furo 15 (Apêndice 2).

Conforme foi descrito acima, os diversos padrões composicionais foram

agrupados, permitindo identificar os três ambientes deposicionais pertencentes a

esse sistema deltaico do São Francisco, e diferenciar seis fácies sedimentares. A

disposição destas ao longo da planície, da parte proximal a distal do delta, pode ser

vista na figura a seguir (Figura 9)

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Figura 9 – Disposição das fácies identificadas ao longo do delta do rio São Francisco, da sua parte mais proximal a distal, da esquerda para direita.

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Quantitativamente, a fácies de areia eólica foi evidenciada num total de 63

amostras que tiveram, na sua maior parte, uma composição de quartzo e grão

orgânico com valores médios de 75% e 0,5%, respectivamente. A fácies de areia

marinha envolveu um maior número de amostras, 222, apresentando uma

composição predominante de agregado siliciclástico sem forma identificada, quartzo,

mica e grão orgânico, que tiveram os valores médios de 0,3%, 55%, 0,4% e 0,6%,

respectivamente. Já a areia fluvial totalizou 54 amostras com valores médios de

0,15%, 81%, 0,1%, 0,15%, 0,7% e 0,11%, para os respectivos conteúdos

composicionais: agregado siliciclástico sem forma identificada, quartzo, mineral

pesado, fragmento de rocha, feldspato e grão orgânico. Na fácies de areia-cascalho

fluvial foi encontrado o menor número de amostras, 13, apresentando mesma

composição que a fácies anterior (agregado siliciclástico sem forma identificada,

quartzo, mineral pesado, fragmento de rocha, feldspato e grão orgânico) com

valores médios de 0,05%, 87%, 0,04%, 0,12%, 0,3% e 0,04% para cada conteúdo,

respectivamente. A fácies de lama marinha correspondeu a um total de 144

amostras com composição principal e teores médios de moluscos e crustáceo

(0,17%), agregado siliciclástico sem forma identificada (0,11%), quartzo (4%), mica

(0,16%) e grão orgânico (0,5%). E, finalmente, para a fácies de lama fluvial obteve-

se 15 amostras com conteúdo predominante de agregado siliciclástico em forma de

tubo e sem forma identificada, quartzo, feldspato e grão orgânico, apresentando

teores médios de 0,002%, 0,11%, 4%, 0,006% e 0,5%, respectivamente.

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7. DISCUSSÃO

Na maioria dos furos, ocorreram fácies sedimentares que correspondiam a

dois ou mais padrões de sedimentação, principalmente para aquelas de ambiente

deposicional marinho. Essas variações composicionais que ficaram impressas na

deposição dos sedimentos, na maioria das vezes, podem corresponder a mudanças

de ambiente no sistema deposicional e/ou às variabilidades energéticas ocorridas

dentro de um mesmo ambiente (MARTIN et al., 1984). No caso do delta do São

Francisco, que é um típico delta dominado por ondas, apesar dos agentes marinhos

(ondas e marés) desempenharem uma forte influência no transporte,

retrabalhamento e deposição dos sedimentos, estes também podem sofrer

interferência dos agentes fluvial e eólico (rios e ventos) (BHATTACHARYA e

WALKER, 1992; DOMINGUEZ, 1990; WALKER, 1992).

Dessa forma, avaliando os padrões composicionais com destaque para

alguns componentes, como algas coralinas, micas, feldspatos, foraminíferos e

fragmentos de rochas, foram considerados alguns aspectos relevantes para serem

discutidos.

O aparecimento de alga coralina foi observado nos furos 7 e 10, a barlamar

da desembocadura, sendo que apenas neste último houve uma ocorrência

significativa. Milliman (1974 apud REBOUÇAS, 2006) verificou que, as algas

coralinas são um importante fornecedor de sedimentos para a maioria dos recifes de

coral, participando ativamente da construção destes recifes ao cobrirem um

substrato litificado. Desta forma, conhecendo-se a proximidade do Pontal do Peba

na porção norte da planície e que a deriva litorânea atua no transporte dos

sedimentos de NE para SW, seria pouco provável encontramos este carbonato na

porção sul da planície deltaica, visto que o efeito molhe produzido pelo rio

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(BHATTACHARYA e GIOSAN, 2003; DOMINGUEZ, 1996; GUIMARÃES, 2010;

KOMAR, 1973; TODD, 1968) teria atuado como uma barreira hidráulica para o

transporte sedimentar, comprovada pela morfologia assimétrica descrita na

desembocadura do rio (DOMINGUEZ, 1996). Contudo, com base nessa hipótese,

esperava-se que nos demais furos localizados a barlamar da desembocadura, como

os furos 9, 11 e 12, também fosse encontrada a alga coralina, o que não foi

observado. Por essa razão, sugere-se que na subsuperfície do furo 10 ou próximo a

ele exista um substrato rochoso que, em condições climáticas favoráveis, tenha

condicionado o desenvolvimento da alga coralina.

Ainda no furo 10, foram observados dois padrões interessantes, sobrepostos,

relacionados à ocorrência de feldspato e mica, padrões 3 e 4. O padrão 3

caracterizou-se pelo predomínio de feldspato associado a pouca abundância e

diversidade de carbonatos nas amostras. Logo acima, no padrão 4 a mica e o grão

orgânico surgem e o feldspato desaparece, associado ao aumento da abundância e

diversidade dos carbonatos. Apesar dessa marcante mudança composicional,

ambos os padrões foram identificados como correspondentes ao ambiente de fácies

marinha, dada a associação com carbonatos. Como a mica e o feldspato são

minerais que indicam proximidade da área fonte (REBOUÇAS, 2006), ambos os

padrões podem indicar que os sedimentos têm origem fluvial, no entanto, no pacote

inferior (padrão 3) o retrabalhamento foi maior do que no pacote superior (padrão 4),

já que a mica é menos resistente mineralogicamente que o feldspato (DANA, 1976).

De fato, observa-se que a granulometria dos sedimentos do pacote inferior é maior

que nos sedimentos do pacote superior, o que é um indicativo da diminuição da

energia no ambiente. Contudo, isso explicaria ausência da mica no padrão 3, mas

não a falta de feldspato no padrão 4, já ele deveria ser preservado com a diminuição

energética. Dessa forma, uma explicação mais consistente está relacionada à

mudança da área fonte, antes com predomínio de feldspato e depois em mica,

sugerindo a proveniência fluvial com posterior influência marinha.

Em relação à presença de foraminíferos nos furos, uma situação em particular

no furo 5 chamou a atenção, devido a concentração destes organismos. Observando

os padrões 2 e 3 nota-se que eles são semelhantes, a não ser pela abundante

ocorrência de foraminíferos no padrão 2. Ambos os padrões correspondem à fácies

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de lama marinha e estão separados por depósito de areia marinha (padrão 5). A

presença de foraminíferos nos depósitos da base e sua ausência no topo sugerem

uma mudança no ambiente, podendo corroborar a interpretação ambiental feita por

Guimarães (2010) que associou os depósitos da base com depósitos de baía

protegida, e os do topo com depósitos de mar aberto, tendo considerado o depósito

arenoso que os separa como um depósito de ilha barreira. Essa interpretação

poderia ser melhor confirmada com a identificação das espécies encontradas e com

o reconhecimento de seu habitat.

Já o fragmento de rocha apresentou um padrão de ocorrência relevante nos

furos 5 e 7. Analisando o furo 5, da base para o topo, verificamos que nas amostras

de 60 a 33, e 21 a 8, ocorrem o conteúdo abundante de fragmentos de rocha, nas

amostras de 32 a 22, esse padrão desaparece. Ou seja, há uma alternância

marcante de presença, ausência e presença de fragmentos de rocha no furo. Já no

furo 7, essa alternância se inverte, encontrando o fragmento de rocha em apenas

um intervalo, representado pelas amostras 26 a 18, e a ausência nos intervalos das

amostras de 35A a 27, e 17 a 9. Guimarães (2010) sugere que o período de

inundação marinha, para o furo 5, tenha sido compreendido entre as amostras 62C a

34, e para o furo 7, entre as amostras 37A a 27. Com isso, durante a transgressão

marinha, houve presença de fragmentos de rocha no furo 5 e ausência no furo 7, e

já na regressão, observou-se uma sequência de ausência e presença dos

fragmentos de rocha no furo 5, contrapondo-se a sequência de presença e ausência

para o furo 7. Sabe-se que o período de regressão marinha é caracterizado por uma

diminuição no espaço de acomodação e que o rio passa a ter uma maior potência,

tanto erosiva quanto transportadora, nas áreas expostas pelo abaixamento do nível

do mar (SCHERER, 2008), então o padrão verificado sugere que a presença de

fragmentos de rocha esteja associada a uma proveniência fluvial dos sedimentos.

Como houve uma inversão na ocorrência e inexistência dos fragmentos de rochas

para os furos 5 e 7, localizados, atualmente, a barlamar e a sotamar da

desembocadura, existem duas explicações plausíveis para essa situação, uma

relacionada à deriva litorânea ou ao padrão de sedimentação, e outra com a

localização pretérita do canal fluvial. Na primeira hipótese, relacionada às relações

entre a deriva litorânea, orientação da linha de costa e descargas fluviais proposta

por Guimarães (2010), supondo que o padrão da deriva litorânea convergia numa

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situação de ambiente estuarino, devido a configuração embaiada da linha de costa,

esses dados de variação composicional sugerem que possa ter ocorrido uma

inversão na deriva ou uma mudança no padrão da sedimentação local. Já a segunda

hipótese, consiste em acreditar que, durante o período transgressivo, o rio estaria

mais próximo do furo 5, deixando a cicatriz observada a sotamar da desembocadura

que agora está preenchida por depósitos fluviais holocênicos, enquanto que durante

o período regressivo o rio estaria mais próximo do furo 7, assim como está

atualmente. Porém, essa última hipótese discordaria da situação de nunca ter

ocorrido nenhum movimento de migração da foz, apresentada por Dominguez,

Bittencourt e Martin (1983), devido as elevadas vazões do rio São Francisco.

Apesar de alguns autores (DOMINGUEZ, MARTIN e BITTENCOURT,1982;

DOMINGUEZ, BITTENCOURT e MARTIN, 1983; MARTIN, VILAS BOAS e

FLEXOR,1979; MARTIN et al.,1980; MARTIN, DOMINGUEZ e BITTENCOURT

1998; BITTENCOURT et al., 1979 apud REBOUÇAS, 2006) terem sugerido que as

planícies costeiras baianas tenham progradado, devido os sedimentos que foram

expostos na plataforma continental durante eventos de abaixamento do nível do mar

no Quaternário, a ocorrência de minerais pesados, micas e feldspatos associados a

presença de carbonatos diversos nos furos realizados na planície do rio São

Francisco, sugere uma importante contribuição fluvial para os sedimentos que

preencheram o estuário, corroborando com o dados apresentados por Guimarães

(2010).

Em relação à separação das fácies sedimentares, Guimarães (2010)

identificou oito fácies utilizando os parâmetros texturais estatísticos (média,

mediana, seleção, assimetria e curtose), apenas para os furos 5, 7 10 e 13. As

fácies encontradas foram: lama marinha, areia marinha, areia lamosa estuarina,

lama-areia de canal de maré, lama fluvial, areia-cascalho fluvial, areia eólica e “lag”

transgressivo. Neste trabalho, utilizando os padrões composicionais, conseguiu-se

apresentar uma distinção somente entre seis das oito fácies citadas acima. Por

outro lado, a análise composicional permitiu identificar mudanças ambientais dentro

de cada fácies identificada. Tomando como base os quatro furos já identificados

anteriormente, a nova separação em seis fácies corrobora com a superposição

estratigráfica dos ambientes deposicionais proposto por Guimarães (2010), exceto

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para cinco alterações, observadas nos furos 13, 5 e 7, que consistem em: (a)

reclassificar as fácies de areia eólica, proposta por Guimarães (2010) quase no topo

do furo 13 (entre 4 e 1m) e no furo 5 (entre 2,6 e 3,6m), para fácies de areia fluvial;

(b) reclassificar a fácies de areia marinha no furo 13 (entre -11 e -8m) e no furo 7

(entre 0 e -2,6m) como também como fácies de areia fluvial, e (c) reclassificar a

fácies de areia marinha (entre 0 e -2m) no furo 5 como fácies de areia eólica

(Figuras 10A e 10B).

Figura 10A – Perfis granulométricos dos furos 13, 5, 7 e 10 com a nova delimitação das fácies sedimentares propostas neste trabalho.

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Figura 10B – Perfis granulométricos dos furos 13, 5, 7 e 10 com a delimitação das fácies sedimentares e ambientes deposicionais. As fácies foram coloridas conforme as cores das fácies delimitadas neste trabalho a fim de compará-las (modificada de Guimarães , 2010).

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8. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Este trabalho teve como foco principal a delimitação das fácies sedimentares

existentes na planície do rio São Francisco e a identificação de paleoambientes,

caracterizando-as, composicionalmente, tanto no que se refere à parte qualitativa

quanto à quantitativa. Desta forma, foram identificados três paleoambientes

presentes durante a evolução deltaica (ambientes fluvial, marinho e eólico) e

encontradas seis fácies sedimentares. Essas fácies foram nomeadas utilizando a

granulometria predominante e o ambiente deposicional no qual foi formada, a saber:

areia eólica, areia marinha, areia fluvial, areia-cascalho fluvial, lama marinha e lama

fluvial. Contudo, ainda seria necessário, realizar a identificação das espécies

carbonáticas e sua distribuição na planície deltaica a fim de realizar uma correlação

mais precisa das condições ambientais dominantes em cada período durante a

evolução deste delta.

Dentre os conteúdos composicionais analisados, alguns padrões como

presença de alga coralina, mica, feldspato, foraminífero e fragmento de rocha

apresentaram aspectos relevantes devido à abundância e distribuição em que

ocorrem.

A partir da composição dos sedimentos, na planície deltaica do rio São

Francisco, foi possível registrar, adequadamente, (a) as variações energéticas ao

longo das pretéritas linhas de costa, (b) as mudanças das fontes de sedimentos, (c)

a disponibilidade de substratos duros e (d) a presença de antigas áreas protegidas.

Este trabalho mostrou preliminarmente a importância da análise composicional para

a identificação de mudanças ambientais deposicionais, contudo, não foi possível

neste trabalho fazer a correlação sistemática das fácies identificadas com um

modelo evolutivo do delta, que é uma sugestão para um trabalho posterior.

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Sabendo que um delta é resultado exclusivo da atividade fluvial, quando este

é caracterizado por baixos níveis de energia de ondas e marés da bacia receptora,

ou que é resultante da sedimentação marinha, devido a elevados níveis de energia

da bacia, então, concluímos nesse trabalho que tanto o rio como o mar tiveram

papel importante nos processos deposicionais da região, e que conhecer as

mudanças ambientais ocorridas ao longo do tempo e sua relação com a deriva

litorânea e o aporte fluvial é fundamental para conhecer a dinâmica da região, e tal

conhecimento se torna mais importante atualmente, devido às mudanças

antropogênicas como a redução da descarga de sedimentos na desembocadura

fluvial devido a construção de barragens e a transposição do rio, que vão exigir

medidas mitigadoras de impacto ambiental.

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9. REFERÊNCIAS

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APÊNDICE 1

GRÁFICOS COMPOSICIONAIS DOS FUROS 1 A 15

LEGENDA DOS CONTEÚDOS COMPOSICIONAIS Alga coralina (A.C.)

Molusco (Mol)

Foraminífero (Frm)

Briozoário (Brz)

Equinoderma (Eqn)

Ostrácode (Ostrac.)

Fragmento de peixe (Fg. Px.)

Crustáceo (Crust.)

Organismo não identificado (Org. N.I.)

Agregado siliciclástico em forma de tubo (A.S.F.T)

Agregado siliciclástico sem forma identificada (A.S.N.I)

Quartzo (Qtz)

Mineral pesado (M.P.)

Fragmento de rocha (Fg. Rx.)

Placa de Fe (Placa Fe)

Mica (Mica)

Feldspato (Fedsp.)

Grão orgânico (G.O)

LEGENDA DAS FÁCIES Areia Eólica (AE)

Areia-cascalho Fluvial (ACF)

Areia Fluvial (AF)

Areia Marinha (AM)

Lama Fluvial (LF)

Lama Marinha (LM)

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APÊNDICE 2

PERFIS GRANULOMÉTRICOS DOS FUROS 1 A 15 COM A

DELIMITAÇÃO DAS FÁCIES SEDIMENTARES, E A

PERCENTAGEM DE CASCALHO, AREIA E LAMA PARA

CADA AMOSTRA NOS FUROS.

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