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ÁDILA FERNANDES COSTA CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA E LITOGEOQUÍMICA DAS ROCHAS ENCAIXANTES E DO MINÉRIODE FERRO DA REGIÃO DE CURRAL NOVO, PIAUÍ Salvador - BA 2010 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA PROGRAMA CURSO DE GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA

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ÁDILA FERNANDES COSTA

CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA E

LITOGEOQUÍMICA DAS ROCHAS ENCAIXANTES E DO

MINÉRIODE FERRO DA REGIÃO DE CURRAL NOVO,

PIAUÍ

Salvador - BA 2010

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA PROGRAMA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA

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ÁDILA FERNANDES COSTA

CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA E

LITOGEOQUÍMICA DAS ROCHAS ENCAIXANTES E DO

MINÉRIODE FERRO DA REGIÃO DE CURRAL NOVO,

PIAUÍ

Monografia elaborada para obtenção de título de Bacharel em Geologia, do Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia. Orientador: Profa. MARIA DA GLÓRIA DA SILVA Co-orientador: Prof. JOSÉ HAROLDO DA SILVA SÁ

Salvador - BA 2010

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TERMO DE APROVAÇÃO

ÁDILA FERNANDES COSTA

Salvador, 03 de dezembro de 2010

CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA E

LITOGEOQUÍMICA DAS ROCHAS ENCAIXANTES E DO

MINÉRIODE FERRO DA REGIÃO DE CURRAL NOVO,

PIAUÍ

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE

BACHAREL EM GEOLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, PELA SEGUINTE BANCA EXAMINADORA:

1º Examinador - Profa. Dra. Maria da Glória da Silva - Orientadora Doutora em Geologia pela Universidade de Freiburg, Alemanha Profa. Associada do IGEO/UFBA e Assessora da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais do Serviço Geológico do Brasil-CPRM.

2º Examinador - Prof. Dr. Aroldo Misi - UFBA Livre-Docente em Geologia Econômica-Metalogênese pela Universidade Federal da Bahia. Pós-doutorado na Universidade do Texas em Austin, EUA. Prof. Titular IGEO/UFBA.

3º Examinador - Dr. Adalberto de Figueiredo Ribeiro Geólogo, Mestre em Geologia pela Universidade Federal da Bahia. .

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Dedico este trabalho, com muito carinho, aos

meus maravilhosos pais e irmão.

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AGRADECIMENTOS

A realização deste trabalho final de graduação só foi possível graças ao apoio dos

meus familiares e de várias pessoas, as quais, expresso os meus mais sinceros

agradecimentos.

Primeiramente, agradeço a toda minha família pelo incentivo, exclusivamente aos

meus pais gloriosos, Antônio e Ana Paula, pelos esforços realizados durante todos estes anos,

além do amor, dedicação e educação, e ao meu irmão querido, Átila, pela mais sincera

amizade, apoio e alegria. Não posso esquecer-me dos meus animais de estimação, que sempre

proporcionaram alegria e alívio nos meus momentos de preocupação.

A Profa. Dra. Maria da Glória da Silva pela sua orientação, paciência e dedicação ao

meu trabalho e pelos momentos enriquecedores em que transmitiu os seus valiosos

conhecimentos e ensinamentos de vida.

À Diretoria da GME4 do Brasil Participações e Empreendimentos S. A., na figura do

dos geólogos Adalberto Ribeiro e Washington Rydz Santana, que prontamente acolheram a

proposta de realização desse trabalho e criaram todas as condições logísticas e financeiras

necessárias para execução do mesmo. Ao corpo técnico da GME4/PI4, em especial ao

geólogo Vilson Marques Dias, chefe do Projeto Ferro do Piauí, que afetuosamente nos

acolheu e colocou todo seu conhecimento sobre a área a nosso serviço.

Aos profissionais da CPRM (SUREG/SA) pela ajuda e apoio, em especial aos

geólogos Maisa Abram (e toda DIARMI), Cristina Burgos, Ritinha, Adriano, Léo Teixeira,

Nelson Custódio, Paulo Varão, Violeta, Campelo, Ioná, e aos profissionais, Madalena (cuja

admiração é imensurável), Isabel e Gisélia (biblioteca), Val, Miguel, Pedro (da lâmina) e

todos da turma do apoio (Ritinha, Eliana, Pati e os meninos).

Aos professores da UFBA: Maria José, Débora Rios, Osmário, Ângela Leal, Flávio,

João Batista, Amalvina, Telésforo, Misi, Haroldo Sá, Olívia, Carlson, Hebert, pelos

ensinamentos, apoio e críticas construtivas durante a minha qualificação como aluna. Além de

Mércia, Dera, Joel, os seguranças e do apoio. Aos amigos da UFBA: minha crocó equipe

(“Dira”, “Pri”, “Ed” e “duinha”), Tonha, Sâmia, Judiron, Thiago, Amanda, Leidiane, Danilo,

Jana, Bruno, Valter, Alita, deco, AJ, Joel, Jonatas, Michel, Decrepto, Verônica, Anderson,

Michele, Cleiton, Tassi e etc. Aos amigos: Lud, Beth, Carmel, Lys, Nanda, Scarlet (cunha),

Jack Iung (prima), Aline, Família Cersosimo (Rodrigo, especialmente), Elci, Clovis, Samira,

Sabrina, Sandra Regina (e Família), Nanda, July, Bela, Taís, Nati...

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RESUMO

As mineralizações de ferro do Alvo Massapê-Manga Velha, Distrito Ferrífero de

Curral Novo, localizam-se na Província da Borborema, sudeste do Estado do Piauí, a norte do

Lineamento de Pernambuco, na Subprovíncia Setentrional.

Nessa área afloram rochas metamáficas de provável idade arqueana do Complexo

Granjeiro, cujos protólitos foram caracterizados como ígneos, de natureza gabróica e

basáltica, de afinidade toleítica compatível com ambiente de subducção (arco vulcânico ou de

bacia back-arc). Essas rochas encontram-se intrudidas por granitóides cedo, sin- e pós

tectônicos, em sua maioria de idade neoproterozóica. Os metagabros e metabasaltos foram

metamorfisados na fácies anfibolito e heterogeneamente afetados pela deformação cisalhante

neoproterozóica. As rochas mais intensamente deformadas foram posteriormente modificadas

por fluidos hidrotermais de provável assinatura granítica, ricos em H2O, CO2, K, Si, Fe, Zn,

Ca, ETRL, Zr, Th, Ta, P, B, dentre outros, tendo desenvolvido uma mineralogia hidrotermal

rica em Ca-anfibólios, Fe-anfibólios, biotita, quartzo, granada, carbonato, turmalina, apatita e

allanita. Tais rochas foram caracterizadas como Hidrotermalitos.

Os estudos de campo, petrográficos e litogeoquímicos mostram a existência de dois

tipos de minério de ferro na área: (i) Tipo I, uma Formação Ferrífera Bandada (BIF) do tipo

Algoma, que ocorre intercalada no pacote de metagabros e metabasaltos, metamorfisada na

fácies anfibolito, constituída por bandas de magnetita e bandas de quartzo e anfibólio da série

grunerita-cummingtonita; e (ii) Tipo II, tectono-controlado, que ocorre disseminado,

lenticular, laminado, venular, brechóide, associado aos hidrotermalitos, ao longo de um trend

de cerca de 30 km da zona de cisalhamento dextral Itainzinho-Baixio. Esse minério, ao qual

se associam sulfetos de Cu e teores anômalos de Au, foi caracterizado como um Ironstone

Hidrotermal.

O conjunto de dados, com destaque para a associação Fe-Cu-Au do minério Tipo II,

permite que se sugira para este minério um modelo do tipo IOCG (Iron Oxide Copper Gold

Deposits).

Palavras-chave: Província da Borborema, Complexo Granjeiro, Formações Ferríferas,

Metamáficas, Hidrotermalismo.

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ABSTRACT

The iron mineralizations of the Massapê-Manga Velha Target, in the Curral Novo Iron

District, are located in the Borborema Province, southeastern portion of state of Piaui. The

target lies north to the Pernambuco lineament.

In this area there are metamafic rocks of probable Archean age, wich belong to the

Granjeiro Unit. The protoliths were characterized as gabbros and basalts of tholeiitic affinity,

generated in a subduction environment (volcanic arc or back-arc basin).

These rocks were intruded by early, syn- and post-tectonic granites, mostly of

neoproterozoic age. The metagabbros and metabasalts were metamorphosed in amphibolite

facies and heterogeneously affected by Neoproterozoic shear deformation.

The most strongly deformed rocks have been subsequently modified by hydrothermal

fluids rich in H2O, CO2, K, Si, Fe, Zn, Ca, LREE, Zr, Th, Ta, P, B, among others elements, of

probable granitic signature. Consequently, they developed a hydrothermal mineralogy, rich in

Ca-amphibole, Fe-amphibole, biotite, quartz, garnet, carbonate, tourmaline, apatite and

allanite. These rocks are characterized as hydrotermalites.

The field work added to the petrographic and lithogeochemical studies point to the

existence of two types of iron ore in the area. Type I, Algoma type banded iron formation

(BIF) that occurs intercalated between metabasalts and metagabbros and is metamorphosed in

the amphibolite facies. It consists of bands of magnetite alternating with bands of quartz and

Fe-amphibole of the the grunerite-cummingtonite series. Type II, tectonic-controlled ore,

which occurs disseminated, lenticular, laminated, venular, brecciated, in association with the

hydrothermalites, along a trend of about 30 km in the Itainzinho-Baixio dextral shear zone.

This ore, which is associated with Cu sulfides and anomalous concentrations of Au, was

characterized as a Hydrothermal Ironstone.

The data set, in particular the association Fe-Cu-Au of the Type II ore, allows suggest

a genetic model similar to IOCG (Iron Oxide Copper Gold Deposits) for this type of ore.

Key Words: Borborema Province, Granjeiro Unit, Iron Formations, Metamafic rocks,

Hydrothermal ore, IOCG.

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS.............................................................................................................v

RESUMO..................................................................................................................................vi

ABSTRACT.............................................................................................................................vii

LISTA DE FIGURAS..............................................................................................................xi

LISTA DE TABELAS............................................................................................................xv

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

1.1 OBJETIVOS.......................................................................................................................16

1.1.1Objetivo Geral.......................................................................................................16

1.1.2 Objetivos Específicos...........................................................................................17

1.2 JUSTIFICATIVA...............................................................................................................17

1.3 MÉTODOS DE TRABALHO............................................................................................17

1.3.1 Levantamento bibliográfico.................................................................................17

1.3.2 Trabalhos de campo.............................................................................................17

1.3.3 Análises petrográficas..........................................................................................18

1.3.4 Análises litogeoquímicas......................................................................................18

1.3.5 Tratamento e Interpretação dos dados litogeoquímicos.......................................19

1.3.6 Elaboração do relatório do trabalho final de curso (TFG)...................................19

1.4 LOCALIZAÇÃO E ACESSO DA ÁREA DE ESTUDO...................................................19

CAPÍTULO 2 - GEOLOGIA REGIONAL

2.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................21

2.2 CONTEXTUALIZAÇÃO GEOTECTÔNICA...................................................................21

2.3 DOMÍNIO CEARENSE.....................................................................................................24

2.3.1 Terreno Granjeiro.................................................................................................24

2.3.1.1 Complexo Granjeiro..............................................................................25

2.3.1.2 Granitóides............................................................................................26

CAPÍTULO 3 - GEOLOGIA LOCAL

3.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................28

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3.2 GEOLOGIA DO ALVO MASSAPÊ-MANGA VELHA...................................................29

CAPÍTULO 4 – CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA DAS ROCHAS

ENCAIXANTES IMEDIATAS DO MINÉRIO DE FERRO

4.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................34

4.2 ROCHAS METAMÁFICAS ENCAIXANTES.................................................................35

4.2.1 Rochas Metamáficas Menos Modificadas.................................................................35

4.2.2 Rochas Metamáficas Moderadamente Modificadas..................................................36

4.2.3 Rochas Metamáficas com Maior Grau de Modificação............................................38

4.3 GRANITÓIDES.................................................................................................................40

4.4 DISCUSSÕES PARCIAIS.................................................................................................44

CAPÍTULO 5 – CARACTERIZAÇÃO MACROSCÓPICA E MICROSCÓPICA DO

MINÉRIO DE FERRO

5.1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................45

5.2 FORMAÇÕES FERRÍFERAS..........................................................................................45

5.2.1 Aspectos Conceituais Relativos a Formações Ferríferas.......................................45

5.2.2 Caracterização Macroscópica das Formações Ferríferas do Alvo Massapê Manga-

Velha.........................................................................................................................................47

5.2.3 Caracterização Microscópica das Formações Ferríferas do Alvo Massapê- Manga

Velha.........................................................................................................................................53

5.3 SULFETOS.........................................................................................................................57

5.4 DISCUSSÕES PARCIAIS.................................................................................................59

CAPÍTULO 6 - CARACTERIZAÇÃO LITOGEOQUÍMICA DAS ROCHAS E DO

MINÉRIO

6.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................60

6.2 METODOLOGIA...............................................................................................................61

6.2.1 Preparação de Amostras.......................................................................................61

6.2.2 Técnicas Analíticas Instrumentais.......................................................................62

6.2.1.1 ICP-AES (Inductively Coupled Plasma Atomic Emission Spectroscopy)..62

6.2.1.2 ICP-MS (Inductively Coupled Plasma Mass Spectrometry)…...…….......62

6.3 RESULTADOS..................................................................................................................62

6.3.1 Rochas Encaixantes.............................................................................................62

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6.3.1.1 Definição da Linhagem Petrogenética e Ambiente Geotectônico dos Meta-

gabros e Metabasaltos............................................................................................................63

6.3.1.2 Aspectos Litogeoquímicos dos Hidrotermalitos........................................65

6.3.2 Minério de Ferro................................................................................................68

CAPÍTULO 7 - DISCUSSÕES E RECOMENDAÇÕES

7.1 DISCUSSÕES.....................................................................................................................72

7.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS..............................................................75

REFERÊNCIAS......................................................................................................................77

ANEXOS

Anexo-1 Tabela de Amostras.................................................................................................83

Anexo-2 Tabelas de Análises Químicas.................................................................................86

Anexo-3 Descrições Petrográficas - Seções Delgadas............................................................89

Anexo-4 Descrições Petrográficas - Seções Delgadas-Polidas...........................................110

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 Mapa de localização do Distrito Ferrífero de Curral Novo com destaque para o

Alvo Massapê-Manga Velha.....................................................................................................20

Figura 2.1 Localização do Distrito Ferrífero de Curral Novo na Província Borborema

(quadrado vermelho). Zonas de cisalhamento: Sobral-Pedro II (SO), Senador Pompeu (SP),

Orós-Aiuaba (OR), Porto Alegre (PO), São Vicente (SV), Piauí-João Câmara (JC), Malta

(MA), Serra do Caboclo (SC), Congo-Cruzeiro do Nordeste (CC), Serra da Jabitaca (SJ),

Jatobá-Itaíba (JI), Macururé-Riacho Seco (MR), Belo Monte-Jeremoabo (BJ), São Miguel do

Aleixo (AS) e Itaporanga (IA); Lineamentos: Patos (PA) e Pernambuco (PE); Nappes da

Faixa Riacho do Pontal................................................................................................................23

Figura 2.2 Localização e compartimentação da Província Borborema em domínios e terrenos

tectono-estratigráficos.................................................................................................................24

Figura 2.3. Proposta de subdivisão tectono-estratigráfica da porção sudoeste da província da

Borborema, de acordo com Gomes et al (2000), Folha Jaguaribe-SW (1:500.000), PLGB-

CPRM. LPE (Lineamento Pernambuco)...................................................................................25

Figura 2.4. Recorte da Folha Jaguaribe-SW (1:500.000) mapeada pela CPRM (Gomes et al

2000) destacando o Terreno Granjeiro, na Província Borborema. Cenozóico: Coberturas

Colúvio-Eluvionares (TQc); Cretáceo: Grupo Araripe, Fm. Exu (Ke) e Fm. Santana (Ks);

Siluriano: Grupo Serra Grande, Fm. Jaicós; Neoproterozóico: Granitóides (Ny3c, Ny2a,

Ny2b, Ny1b); Paleoproterozóico: Complexo Metaplutônico (Pgr) e Complexo São Nicolau

(Psn); Arqueano: Metaplutônicas (Ay) e Complexo Granjeiro (Ag). Os polígonos em amarelo

são os alvos ricos em ferro do Distrito Ferrífero de Curral Novo. A área destacada em

vermelho é o alvo Massapê-Manga Velha................................................................................27

Figura 3.1 Mapa de localização do Sistema Ferrífero Massapê-Manga Velha, com destaque

para o Alvo Massapê-Manga Velha, a nordeste de Paulistana. Fonte: Material Técnico da

GME4/PI4, modificado.............................................................................................................30

Figura 3.2 Mapa mostrando a localização dos Alvos de pesquisa do Projeto Planalto Piauí.

Fonte: Material Técnico da GME4/PI4, modificado......................................................................31

Figura 3.3 Cartograma ASA (Amplitude do Sinal Analítico) resultante do levantamento

geofísico terrestre realizado pela GME4, mostrando os trends mineralizados em ferro. Fonte:

Material Técnico da GME4/PI4, modificado.................................................................................31

Figura 3.4 Cartograma ternário K-Th-U, resultante do levantamento geofísico terrestre

realizado pela GME4, mostrando os corpos sienograníticos intrudidos na área de estudo.

Fonte: Material Técnico da GME4/PI4, modificado................................................................32

Figura 3.5 Fotografias: (A) Morro Massapê (Alvo Massapê-Manga Velha); (B) vista geral,

mostrando o aspecto morfológico da área. Fonte: Corpo Técnico da GME4/PI4....................32

Figura 3.6 Cartograma do Sinal Analítico resultante do levantamento geofísico

magnetrométrico terrestre realizado na área pela GME4. Observar o posicionamento do

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Massapê-Manga Velha com os traços de localização dos furos de sondagem realizados. Fonte:

modificado do Material Técnico da GME4/PI4........................................................................33

Figura 4.1. Fotomicrografias das encaixantes menos alteradas. (A) o anfibólio e a biotita

orientados e o plagioclásio saussuritizado (LP, 10x). (B) clorita relacionada à biotita,

sugerindo processo de cloritização (NX, 10x)..........................................................................36

Figura 4.2 Aspectos macro e mesoscópicos das rochas encaixantes do minério de ferro do

Alvo Massapê-Manga Velha. (A) e (C) gabro, (B) metabasalto e (D) feições texturais do

metabasalto e gabro...................................................................................................................37

Figura 4.3 Características da rocha moderamente modificada vistas em furo de sondagem.

Notar a intensa biotitização destas rochas.................................................................................37

Figura 4.4 Fotomicrografias dos aspectos microscópicos da biotita. (A) Contato da rocha

granítica com a metamáficas, notar o tamanho dos cristais de biotita que são maiores nas

zonas de contato (LP, 2,5x). (B) Presença de minerais radioativos formando halos pleocróicos

em cristais também de anfibólio (LP, 20x)...............................................................................39

Figura 4.5 Aspectos mesoscópico e microscópico das rochas encaixantes mais alteradas. (A)

Injeção de fluido na metamáfica carregado em grandes cristais de granada. (B) Injeção de

fluido com bastante biotita. Fotomicrografias: (C) Granada (Grd) poiquiloblástica com

inclusões de minerais opacos (Op), anfibólio verde azulado (Anf) e biotita (LP, 2,5x) (D)

Granada porfiroblástica com textura helicítica imersa numa matriz com textura

granonematoblástica e granolepidoblástica (LP, 2,5x) (E) Bitotia (Bt) e anfibólio orientado e

cristais de apatita (Ap), titanita (Ttn) e granada (Grd) (LP, 10x) (F) Halos pleocróicos nos

cristais de biotita (LP, 10x)................................................................................................................41

Figura 4.6 Aspecto mesoscópico e microscópico de um dos minerais hidrotermais. (A)

Aspecto textural do fluido carregado em cristais de turmalina; (B) Aspecto textural do fluido,

com cristais maiores de turmalina; Fotomicrografias: (C) Turmalina em conjunto com

processos de epidotização e carbonatação (NX, 10x); (D) Formas basais e longitudinais das

turmalinas, de coloração azul escuro (LP, 10x); (E) Turmalina mostrando seu hábito e

zoneamento característico (LP, 2,5x); e (F) Turmalina em seção longitudinal (LP, 2,5x).......42

Figura 4.7 Fotomicrografias do aspecto microscópico da milonitização no granitóide,

mostrando textura porfiroclástica (NX, 2,5x). Notar os fenocristais de K-feldspato (Mc =

microclina)..................................................................................................................................43

Figura 4.8 Fotografias da apófise granítica de coloração avermelhada, fortemente milonitizada

na rocha metamáfica. Furo de sondagem DD 031 do Projeto Planalto Piauí da GME4/PI4....43

Figura 5.1 Diagrama esquemático mostrando a abundância relativa de BIF’s precambrianos

ao longo do tempo, tomando como base alguns dos maiores depósitos de formações ferríferas

mundiais. Observar a concentração da maior parte das formações ferríferas no intervalo entre

3.5 e 1.8 Ga......................................................................................................................................46

Figura 5.2 Aspectos de campo e de furo de sondagem do minério de ferro Tipo I (Formação

Ferrífera Bandada): (A) Foto do afloramento na encosta do Morro Massapê. (B) Foto do

afloramento no topo do Morro Massapê; (C) Foto de detalhe da Formação Ferrífera Bandada

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vista no topo do Morro Massapé; e (D) Testemunho de sondagem da Formação Ferrífera

Bandada.....................................................................................................................................48

Figura 5.3 Cartograma ASA (Amplitude do Sinal Analítico), mostrando a mineralização de

ferro controlada pela zona de cisalhamento principal Itaizinho-Baixio e por seus ramos

sintéticos: o trend Itaizinho-Abelão e o trend Serra Vermelha-Alto Alegre, no qual se encontra

o Alvo Massapê-Manga Velha, área desse estudo....................................................................49

Figura 5.4 Aspectos macroscópicos do minério de ferro tipo II Alvo Massapê-Manga Velha.

(A) Foto comparativa, mostrando os dois tipos de minério de ferro; (B) Testemunho de

sondagem mostrando brecha mineralizada a magnetita; (C) Foto do furo de sondagem

mostrando com mais detalhe, a relação encaixante e minério; (D) Detalhe das injeções de

magnetita nos planos de foliação do hidrotermalito; (E) Porfiroblastos de magnetita no

hidrotermalito; e (F) Veios de quartzo com magnetita maciça (e por vezes com sulfetos), que

cortam o hidrotermalito.............................................................................................................50

Figura 5.5 Relações de contato do minério Tipo II com o processo de biotitização: (A) faixas

estreitas de biotita em pacotes de magnetita maciça; (B) bandas expressivas de magnetita e

carbonato em contato com bandas de magnetitito; (C) zonas ricas em biotita em contato

reentrante com o magnetitito.............................................................................................................51

Figura 5.6 (A e B) Injeções sienograníticas, pegmatóidais, nos planos de foliação das

encaixantes metamáficas do minério de ferro do Alvo Massapé-Manga Velha; (C)

Sienogranito foliado, com fenocristais de magnetita................................................................52

Figura 5.7 Diferentes formas de ocorrência, em furos de sondagem, dos sulfetos no Alvo

Massapê-Manga Velha: (A) Disseminações de pirita anédrica nos planos de foliação dos

metabasitos; (B) Veios de quartzo com magnetita e pirita; (C) Pirrotita, com calcopirita

subordinada, “cimentando” planos de brechação; (D) Sulfetos (pirrotita e calcopirita) nos

planos de foliação da rocha anfibolítica; (E) Brecha hidrotermal com sulfetos disseminados e

em injeções finas; (F) Stockwork de calcopirita no hidrotermalito rico em magnetita; (G)

Hidrotermalito brechado e injetado por calcopirita e pirrotita..................................................52

Figura 5.8 Fotomicrografias mostrando os diferentes aspectos texturais do minério de ferro

Tipo I, do Alvo Massapê-Manga Velha. (A) BIF com contatos gradacionais (LP, 2,5x); (B)

BIF com bandas definidas, com muita magnetita disseminada nos níveis esbranquiçados,

fazendo com que o quartzo apresente um aspecto sujo (LP, 2,5x); (C) BIF com bandas

apresentando contatos bruscos e leitos esverdeados ricos em anfibólios (LP, 2,5x); (D) BIF

rico em grunerita (LP, 2,5X); (E) Detalhe dos Fe-anfibólios geminados no BIF (NX,

2,5X).........................................................................................................................................55

Figura 5.9 Fotomicrografias mostrando aspectos texturais do minério de ferro do tipo II

(tectono-controlado e associado aos hidrotermalitos) do Alvo Massapê-Manga Velha. (A)

magnetita orientada em rochas hidrotermalizadas (LP, 2,5x); (B) magnetita anédrica

acompanhada de anfibólio azul da série cummingtonita-grunerita (LP, 10x); e (C)

porfiroblastos euhédrico de magnetita no hidrotermalito rico em biotita (LP, 2,5x)................56

Figura 5.10 Fotomicrografias mostrando variadas feições do minério Tipo II: (A) magnetita

(Mt) inequigranular nos planos de foliação (LP, 2,5x); (B) magnetita levemente alongada nos

planos de foliação e inclusa no grão de granada (Grd) (LP, 2,5x); (C) magnetita acompanhada

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por processos de biotitização (LP, 2,5x); (D) (LP, 10x), (E) (LP, 2,5x) e (F) (LP, 20x):

magnetita disseminada e sulfeto (em E, pirrotita) em rochas hidrotermalizadas com biotita

(Biot), apatita (Ap), granada, anfibólio (Anf), Titanita (Ttn), diopsídio (Di) e allanita...........57

Figura 5.11 Fotomicrografias dos minerais de minério do Alvo Massapê-Manga Velha

observados em luz refletida. (A) grãos de subhédricos de magnetita-Mt (LP, 2,5x); (B) grão

de pirita (Py) envolvendo grãos de magnetita (LP, 10x); (C) pirita injetada em plano de

foliação da rocha (LP, 2,5x); (D) mosaico de grãos de pirrotita (Po), com exsoluções de

calcopirita (Ccpy) (LP, 10x).....................................................................................................58

Figura 6.1 Diagrama TAS (Na2O+K2O x Si2O) discriminando as séries subalcalina e alcalina,

segundo Irvine & Baragar, 1971...............................................................................................63

Figura 6.2 (A) Diagrama AFM (Na2O+K2O x FeOt x MgO) mostrando os trends evolutivos

de suítes toleíticas e cálcio-alcalinas, segundo Irvine & Baragar, 1971; (B) Diagrama de TAS

(Na2O+K2O x Si2O), segundo Cox et al., 1979.............................................................................63

Figura 6.3 (A) Metagabros e metabasaltos no diagrama (TiO2 x MnO*10 x P2O5*10) de

Mullen, 1983; (B) Metagabros e Metabasaltos no diagrama (Ti/100 x Zr x Y*3) de Pearce &

Cann, 1973. O campo B é de basaltos de arcos de ilha e Morbs...............................................64

Figura 6.4 (A) Metagabros e metabasaltos no diagrama (Ti/1000 x V) de Shervais (1982); (B)

Metagabros e metabasaltos no diagrama (Nb*2 x Zr/4 x Y) de Meschede (1986). Os campos

C e D são de rochas de arcos vulcânicos....................................................................................64

Figura 6.5 Metagabros e metabasaltos no diagrama (Nb/Yb x Th/Yb) de Pearce (1983)........65

Figura 6.6 Diagrama multi-elementar das rochas mais intensamente hidrotermalizadas

(hidrotermalitos), normalizadas em relação à amostra AF-036 (um metagabro muito pouco

afetado pelos fluidos hidrotermais)...........................................................................................66

Figura 6.7 Diagrama multi-elementar das rochas mais intensamente hidrotermalizadas

(hidrotermalitos), normalizadas em relação à amostra AF-036 (um metagabro muito pouco

afetado pelos fluidos hidrotermais)...........................................................................................67

Figura 6.8 Diagramas rocha/condrito das rochas máficas mais preservadas (A) e dos

hidrotermalitos (B)....................................................................................................................67

Figura 6.9 Diagramas de ETR do minério de ferro, normalizados em relação à NASC (North

American Shale Composite). BIF’s (em azul) e Hidrotermalitos (em cinza)...........................69

Figura 6.10 Diagramas de elementos terras-raras, normalizados em relação à NASC. (A)

formações ferríferas da Kuruman Iron Formation (África do Sul); (B) formações ferríferas do

Quadrilátero Ferrífero, Brasil....................................................................................................70

Figura 6.11 Variação da razão (La/Yb)N das formações ferríferas bandadas do Alvo Massapê-

Manga Velha.............................................................................................................................71

xiv

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LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 Características dos Alvos de pesquisa do Sistema Ferrífero Massapê-Manga Velha

do Projeto Planalto Piauí. Fonte: Corpo Técnico da GME4/PI4..............................................29

xv

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CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

A caracterização das rochas encaixantes imediatas e regionais das mineralizações

fornece informações essenciais que auxiliam na compreensão de questionamentos sobre a

gênese, o controle da mineralização e na elaboração de um modelo metalogenético para o

minério. Estas informações são de suma importância para o sucesso de um programa de

exploração mineral.

Com base nessa premissa foi proposta a realização de estudos petrográficos e

litogeoquímicos das rochas encaixantes imediatas do minério de ferro do Alvo Massapê-

Manga Velha, situado no Distrito Ferrífero de Curral Novo, porção sudoeste da Província da

Borborema, Estado Piauí. Tais estudos objetivam a caracterização dessas rochas quanto a sua

natureza original (definição dos protólitos) e quanto aos processos que as modificaram

(metamorfismo e ação de fluidos hidrotermais).

Os resultados obtidos neste trabalho de pesquisa contribuirão para o avanço do

conhecimento sobre o Distrito Ferrífero de Curral Novo, principalmente no que diz respeito à

definição da natureza e ambiência tectônica de formação das encaixantes do minério, bem

como sobre os processos de transformação sofridos por essas rochas e suas possíveis relações

com a mineralização. Vale ressaltar que se trata de um trabalho inédito, uma vez que não

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existe até o momento, nenhuma abordagem na área dessa natureza. Os resultados obtidos

contribuirão também na definição de trabalhos futuros na área.

1.1.2 Objetivos Específicos

O trabalho teve como objetivos específicos: (1) a caracterização petrográfica das

encaixantes do minério, com ênfase para o reconhecimento das diferentes paragêneses de

alteração hidrotermal; (2) estudos litogeoquímicos das rochas menos alteradas

hidrotermalmente, visando definir a natureza dos protólitos e do ambiente geotectônico de

formação; (3) descrição da mineralogia e das texturas do minério.

1.2 JUSTIFICATIVA

As encaixantes meta-máficas do minério de ferro do Distrito Ferrífero de Curral Novo

apresentam-se deformadas e modificadas hidrotermalmente, dificultando o reconhecimento de

suas características texturais e composicionais originais. A caracterização destas rochas com

base em estudos petrográficos e litogeoquímicos contribuirá para a definição da natureza e do

ambiente de formação do(s) protólito(s). Por outro lado, o estudo do metamorfismo e das

alterações hidrotermais permitirá que se tenha um melhor entendimento a cerca dos processos

de transformação que atuaram sobre essas rochas e suas possíveis relações genéticas com o

minério. Tais estudos auxiliarão nas discussões a respeito do(s) processo(s) de geração do

minério e, eventualmente, na proposição de um modelo genético preliminar.

1.3 MÉTODOS DE TRABALHO

A metodologia empregada visando alcançar os objetivos traçados consistiu:

1.3.1 Levantamento bibliográfico: artigos de revistas científicas nacionais e

estrangeiras, capítulos de livros e dissertações de mestrado a respeito da geologia e evolução

geodinâmica da Província da Borborema; trabalhos publicados sobre aspectos relativos à

composição, classificação, tipologia e gênese de Formações Ferríferas;

1.3.2 Trabalho de campo: as atividades de campo no Alvo Massapê-Manga Velha

foram concentrados em 5 dias, nos quais foram realizados perfis regionais para o

reconhecimento e coletas de amostras das unidades litoestratigráficas aflorantes no entorno da

área mineralizada; ainda nessa etapa foram descritos e amostrados 12 furos de sondagem

(Furos 008, 009, 022, 024, 028, 031, 050, 057, 060, 061, 064, 065) pré-selecionados feitos no

alvo pela empresa GME4/PI4. Em cada um desses furos, com cerca de 300 a 400m de

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profundidade cada, foi feita uma criteriosa observação macroscópica das encaixantes e do

minério, com ênfase para as relações geométricas entre o minério e as encaixantes, para as

alterações hidrotermais nas proximidades das zonas mais intensamente mineralizadas, para as

diferentes formas e controles do minério. Dessa observação resultou a seleção criteriosa de

199 amostras, tanto das encaixantes quanto do minério, que somadas a 16 amostras coletadas

em superfície perfazem um total de 215 amostras;

1.3.3 Análise petrográfica: dentre as 215 amostras coletadas, foram escolhidas

aquelas mais adequadas para o alcance dos objetivos propostos, ou seja: (a) amostras menos

deformadas e menos hidrotermalizadas para fins de estudos dos protólitos; (b) amostras com

diferentes paragêneses de alteração hidrotermal para definição da natureza e intensidade do

processo; (c) amostras com diferentes feições da mineralização para definição da natureza e

tipologia do minério e suas relações com os processos transformadores das encaixantes.

Dentre essas amostras foram selecionadas 67 para confecção de seções delgadas para fins de

estudos petrográficos. As lâminas delgadas foram confeccionadas no Laboratório de

Laminação da CPRM (SUREG - Salvador). Visando a observação microscópica do minério e

suas relações com as encaixantes foram selecionadas também 25 amostras para confecção de

seções delgadas-polidas para estudo em luz refletida. Tais seções foram confeccionadas no

Instituto de Geociências da USP. Os estudos petrográficos foram realizados tanto na CPRM

(SUREG - Salvador), quanto no Laboratório de Metalogênese do IGEO/UFBA. Em ambos os

laboratórios foram utilizados microscópios petrográficos equipados, com sistema de luz

transmitida e de luz refletida e com sistema de captura de imagens. Na CPRM utilizou-se um

equipamento da marca Olympus modelo BX-41 e no Laboratório de Metalogênese da UFBA

um equipamento da marca Nikon modelo Japan Opthiphot-Pol;

1.3.4 Análise Litoquímica: com base na descrição petrográfica das rochas, foram

selecionadas 31 amostras para realização de análises químicas de elementos maiores, traços e

terras raras. Foram selecionadas 10 amostras dos principais tipos de minério de ferro

observados para efeito de comparação. As análises foram realizadas no Laboratório Acme

Analytical Laboratories, sendo os elementos maiores analisados por ICP-AES e os elementos

traços e ETR por ICP-MS. A limpeza dos blocos de amostras enviados para o laboratório foi

feito na CPRM (SUREG - Salvador). A britagem e a pulverização foram feitas no laboratório

ACME. As amostras pulverizadas foram submetidas a fusão com metaborato de lítio e

posterior abertura com água régia;

1.3.5 Tratamento e Interpretação dos dados litogeoquímicos: os resultados foram

organizados numa planilha Excel e importados para o ambiente do software MINPET para

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fins de confecção de diagramas litogeoquímicos. A interpretação desses diagramas foi feita à

luz da combinação dos dados de campo e petrográficos;

1.3.6 Elaboração do relatório do trabalho final de curso (TFG): nesta etapa,

foram integrados os dados geológicos, petrográficos e litogeoquímicos para elaboração do

trabalho final de graduação.

1.4 LOCALIZAÇÃO E ACESSO DA ÁREA DE ESTUDO

O Alvo Massapê-Manga Velha, pertencente ao Distrito Ferrífero de Curral Novo,

situa-se na porção sudoeste da Província da Borborema, sudeste do Estado do Piauí (Figura

1.1). O Alvo Massapê-Manga Velha é o mais importante dentre os vários alvos que fazem

parte do Projeto Planalto Piauí, pertencente à PI4 Participações e Empreendimentos S.A., uma

empresa do grupo GME4. O Projeto Planalto Piauí desenvolve na área trabalhos de

exploração, prospecção e pesquisa para depósitos de ferro.

A área de trabalho fica a nordeste da sede do município de Paulistana (PI) e engloba

parte dos municípios de Simões e de Curral Novo do Piauí. A cidade de Paulistana está a 170

km a NW de Petrolina. Saindo de Salvador, o acesso a Paulistana pode ser feito por via aérea

ou terrestre até Petrolina e, posteriormente, pela BR-407 de Petrolina a Paulistana,

percorrendo-se uma distância de 170 km. De Paulistana até o Alvo Massapê-Manga Velha

percorre-se cerca de 60 km em estradas municipais carroçáveis.

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Figura 1.1 Mapa de localização do Distrito Ferrífero de Curral Novo mostrando os vários blocos de direitos

minerários da GME4 nessa porção do Estado do Piauí, com destaque para o Alvo Massapê-Manga Velha. Fonte:

Corpo Técnico da GME4/PI4

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CAPÍTULO 2 - GEOLOGIA REGIONAL

2.1 INTRODUÇÃO

O Distrito Ferrífero de Curral Novo situa-se na porção sudoeste da Província

Borborema (Figura 2.1), a norte do Lineamento de Pernambuco, na Subprovíncia

Setentrional, conforme divisão tectono-estratigráfica dessa Província proposta por Santos

(1996). Neste contexto, destaca-se o Terreno Granjeiro, de provável idade neoarquena, no

qual os trabalhos de mapeamento regional realizados pela CPRM no âmbito do PLGB -

Programa de Levantamentos Geológicos Básicos (Gomes et al., 2000) definiram a unidade

Complexo Granjeiro, que reúne características de uma associação metavulcanossedimentar.

2.2 CONTEXTUALIZAÇÃO GEOTECTÔNICA

Embora não exista um consenso a respeito da evolução crustal da Província

Borborema, definida inicialmente por Almeida (1977), muitos autores atualmente a

interpretam como uma entidade geotectônica originada pela convergência de placas no

Neoproterozóico, durante a amalgamação do Gondwana Ocidental (convergência e colisão

dos crátons São Luís-Oeste da África e São Francisco-Congo-Kasai), conforme bem

documentado por diferentes autores (Fetter, 1999; Brito Neves et al., 1999; Brito Neves et al.,

2000; Brito Neves et al., 2001; dentre outros). Dessa forma, a Província da Borborema faz

parte do grande cinturão orogenético Pan-Africano-Brasiliano.

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A província consiste numa colagem de faixas supracrustais (metassedimentares e

metavulcanossedimentares) e blocos e microplacas gnáissico-migmatíticas-graníticas,

arqueanas a mesoproterozóicas, que durante a tectônica brasiliana foram intensamente

retrabalhadas, deformadas e intrudidas por granitóides, em decorrência dos eventos tectono-

termais da orogênese (Santos & Brito Neves, 1984; Jardim de Sá, 1994).

Essa tectônica neoproterozóica foi marcada pelo desenvolvimento de uma rede de

megazonas de cisalhamento, reativada no fanerozóico (Reativação Wealdeniana da

Plataforma Sul-Americana), tendo como consequência a geração de bacias mesozóicas

costeiras e interioranas (Matos, 1992 a, b; Jardim de Sá, 1994).

Dentro desse contexto da Borborema, destacam os importantes Lineamentos de Patos

e de Pernambuco, que regem os trends estruturais em toda a província, com direções gerais

ENE-WSW e E-W (Figura 2.1).

Estas zonas compartimentam a província em três segmentos tectônicos, de acordo com

Santos (1996), com base na integração de vários modelos de compartimentação previamente

descritos (Jardim de Sá, 1994; Van Schmus et al., 1995a; Brito Neves et al., 2000; Santos et

al., 2000): Subprovíncia Setentrional, a norte do Lineamento de Patos; Subprovíncia da Zona

Transversal ou Central, entre os Lineamentos de Patos e de Pernambuco; e a Subprovíncia

Externa ou Meridional, a sul do Lineamento de Pernambuco.

Essas subprovíncias, por sua vez, encontram-se subdivididas em domínios, terrenos ou

faixas, com base no conjunto de dados litoestratigráficos, feições estruturais, dados

geocronológicos e assinaturas geofísicas.

De acordo com as compartimentações tectônicas propostas por diferentes autores para

a Província da Borborema, a área de estudo pode estar tanto na Subprovíncia Setentrional

quanto na Província Central. Se considerarmos a proposta assumida por Gomes et al (2000),

nos trabalhos de mapeamento realizados na área pela CPRM, a área dfe estudo estaria inserida

na Província Setentrional. Essa província, por sua vez, está compartimentada, de oeste para

leste, nos domínios Médio Coreaú indiviso, Cearense e Rio Grande do Norte (Figura 2.2),

conforme discutido por Santos (1996) e Delgado et al (2003).

O Terreno Granjeiro, onde se encontra área de trabalho, de acordo com os autores

supracitados, encontra-se no Domínio Rio Grande do Norte. No entanto, os autores dos

levantamentos geológicos realizados na área pela CPRM, no âmbito do PLGB (Programa de

Levantamentos Geológicos Básicos), compilados na Folha Jaguaribe SW (na escala

1.500.000), inserem o Terreno Granjeiro no Domínio Cearense (Figura 2.3). Neste trabalho

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será adotada a compartimentação tectônica e os dados geológicos mais recentes levantados na

área pelo PLGB na Folha Jaguaribe SW (SB.24-Y).

Figura 2.1 Localização do Distrito Ferrífero de Curral Novo na Província Borborema (quadrado vermelho).

Zonas de cisalhamento: Sobral-Pedro II (SO), Senador Pompeu (SP), Orós-Aiuaba (OR), Porto Alegre (PO), São

Vicente (SV), Piauí-João Câmara (JC), Malta (MA), Serra do Caboclo (SC), Congo-Cruzeiro do Nordeste (CC),

Serra da Jabitaca (SJ), Jatobá-Itaíba (JI), Macururé-Riacho Seco (MR), Belo Monte-Jeremoabo (BJ), São Miguel

do Aleixo (AS) e Itaporanga (IA); Lineamentos: Patos (PA) e Pernambuco (PE); Nappes da Faixa Riacho do

Pontal. Fonte: Bizzi et al., 2003

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Figura 2.2 Localização e compartimentação da Província Borborema em domínios e terrenos tectono-

estratigráficos, segundo Santos (1996)

2.3 DOMÍNIO CEARENSE

2.3.1 Terreno Granjeiro

No Terreno Granjeiro, de acordo com Gomes et al., (2000), observa-se o registro de

deformações policíclicas, decorrentes de no mínimo dois grandes eventos tectônicos (um

evento Paleoproterozóico e outro Neoproterozóico-Brasiliano). Estes eventos, ainda de acordo

com os autores citados, são evidenciados pela tectônica tangencial e metamorfismo de alto

grau (possivelmente decorrentes da orogenia paleoproterozóica), e pelas estruturas geradas em

regime de cisalhamento transcorrente, acompanhadas de volumoso plutonismo granítico,

decorrentes da orogenia Brasiliana (Neoproterozóica).

No âmbito da Folha Jaguaribe SW, o terreno possui duas principais áreas aflorantes

(Figura 2.3), estando à continuidade entre as duas, recoberta por sedimentos mesozóicos da

bacia do Araripe (Gomes et al., 2000).

Do ponto de vista litoestratigráfico, este compartimento tectono-estratigráfico é

formado por unidades metavulcanossedimentares, fortemente afetadas pela orogênese

Brasiliana, principalmente pela volumosa granitogênese (marco deste evento

Neoproterozóico) (Figura 2.4).

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2.3.1.1 Complexo Granjeiro

No Domínio Cearense, o Terreno Granjeiro ocorre ao longo de uma faixa contínua e

relativamente estreita, de direção predominantemente E-W, que se inflete para SW-NE

(Figura 2.3). Gomes et al. (2000) caracterizaram neste terreno a unidade Complexo Granjeiro

(Figura 2.4), constituída de rochas metavulcanossedimentares (metamáficas anfibolitizadas,

tufos máficos e félsicos, rochas metaultramáficas, paragnaisses, rochas calcissilicáticas,

metacalcários, quartzitos, formações ferríferas bandadas e metacherts).

Figura 2.3. Proposta de subdivisão tectono-estratigráfica da porção sudoeste da província da Borborema, de

acordo com Gomes et al., (2000), Folha Jaguaribe-SW (1:500.000), PLGB-CPRM. LPE (Lineamento

Pernambuco). Retângulo vermelho: área de estudo

As supracrustais estão localmente intrudidas e assimiladas por ortognaisses tonalíticos

a granodioríticos, raramente trondhjemíticos (suíte TTG), que foram datados U-Pb SHRIMP

por Silva et al. (1997), gerando uma idade 2,54 Ga. Além desses, também intrudem as

supracrustais, granitóides paleoproterozóicos, sintectônicos, de composição granítica a

LPE

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granodiorítica, sin a tardi-colisionais. De acordo com Gomes et al, (2000) ocorrem ainda

granitóides paleoproterozóicos, em formato batolítico e também em sheets, com xenólitos de

TTG e das supracrustais. Tais rochas foram datadas por Vasconcelos et al. (1997), pelo

método Pb/Pb por evaporação em zircão, tendo sido obtida a idade de 2.080 ± 16Ma.

Dias & Silva (2009) descrevem a associação metavulcanossedimentar do Complexo

Granjeiro como remanescente de ambiente de arco e/ou de retro-arco, fortemente afetada

pelos eventos tectonotermais do Neoproterozóico.

Gomes et al. (2000) descreve ainda próximo da área, o Grupo Cachoeirinha, uma

sequência metavulcano-sedimentar de provável idade mesoproterozóica, metamorfizada na

fácies xisto-verde. Esta unidade com o histórico de três fases de deformação é constituída de

xistos variados, alguns de origem vulcânica, incluindo lentes de quartzitos, quartzitos

ferríferos, metacherts e metamáficas.

A unidade, Complexo Granjeiro, é cortada por granitóides neoproterozóicos cedo a

sin- e tardi a pós-tectônicos (Gomes et al., 2000).

2.3.1.2 Granitóides

Gomes et al. (2000) descrevem a granitogênese da área individualizando: (a) corpos

cedo a sin-tectônicos formando batólitos ortognáissicos alongados, de composição granítica,

granodiorítica, monzonítica, tonalítica e sienítica, além de granodioritos porfiríticos a

hornblenda, com idades em torno de 650 Ma; (b) corpos tardi a pós-tectônicos formando

batólitos e stocks circulares a alongados, de composição biotita-granito, granodiorita e quartzo

sienito, com idades em torno de 570 a 620 Ma.; (c) corpos pós tectônicos formando stocks

isotrópicos, de composição biotita granito, biotita granodiorito, hornblenda monzodiorito,

monzonito, granito e sienitos vermelhos, com idades entre 520 e 550 Ma.

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30091

50

910

0350

Figura 2.4. Recorte da Folha Jaguaribe-SW (1:500.000) mapeada pela CPRM (Gomes et al., 2000) destacando o

Terreno Granjeiro, na Província Borborema. Cenozóico: Coberturas Colúvio-Eluvionares (TQc); Cretáceo:

Grupo Araripe, Fm. Exu (Ke) e Fm. Santana (Ks); Siluriano: Grupo Serra Grande, Fm. Jaicós; Neoproterozóico:

Granitóides (Ny3c, Ny2a, Ny2b, Ny1b); Paleoproterozóico: Complexo Metaplutônico (Pgr) e Complexo São

Nicolau (Psn); Arqueano: Metaplutônicas (Ay) e Complexo Granjeiro (Ag). Os polígonos em amarelo são os

alvos ricos em ferro do Distrito Ferrífero de Curral Novo. A área destacada em vermelho é o alvo Massapê-

Manga Velha

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CAPÍTULO 3 - GEOLOGIA LOCAL

Inicialmente, é importante salientar que não foi realizado um trabalho de mapeamento,

visto que o objetivo do presente trabalho foi de definir a natureza dos protólitos das

hospedeiras imediatas das mineralizações de ferro do Alvo Massapê-Manga Velha e dos

processos de transformação (metamorfismo e/ou alteração hidrotermal) aos quais essas rochas

foram submetidas.

Deste modo, a composição deste capítulo foi feita com base em dados extraídos de

trabalhos anteriores realizados na área (Dias & Silva, 2009; Gomes et al., 2000), dados

extraídos dos relatórios do Projeto Planalto Piauí (PLT), desenvolvido nos alvos

mineralizados da GME4 (Global Mining Exploration), cartogramas temáticos resultantes dos

levantamentos geofísicos feitos na área, além das observações de campo e das descrições de

rochas encaixantes e do minério, feitas em cerca de 12 furos de sondagem (com

profundidades da ordem de 300 a 400 mts cada), realizadas no âmbito deste TFG.

3.1 INTRODUÇÃO

O Projeto Planalto Piauí consiste em vários blocos de direitos minerários, distribuídos

entre os estados do Piauí e Pernambuco, de propriedade da PI4 Participações e

Empreendimentos S.A., uma empresa do GME4 (Global Mining Exploration). A empresa

vem desenvolvendo na área trabalhos de exploração, prospecção e pesquisa, visando à

descoberta de novos depósitos de ferro e a delimitação dos recursos nos depósitos já

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conhecidos. O minério está condicionado aos ramos sintéticos da Zona de Cisalhamento

Itainzinho-Baixio-ZCIB (que por sua vez está relacionada ao sistema de falhas do Lineamento

Pernambuco). Nesse contexto, a empresa delimitou seis alvos (Tabela 3.1) com expressivas

anomalias magnéticas, sendo que quatro deles (Alto Alegre, Massapé-Manga Velha, Manga

Velha-NE e Serra Vermelha) integram o Sistema Ferrífero Massapê-Manga Velha (SFMV),

orientados SW/NE (Figuras 3.1 e 3.2).

Tabela 3.1 Características dos Alvos de pesquisa do Sistema Ferrífero Massapê-Manga Velha do Projeto

Planalto Piauí. Fonte: Corpo Técnico da GME4/PI4

3.2 GEOLOGIA DO ALVO MASSAPÊ-MANGA VELHA

Devido à presença de um espesso manto de intemperismo, os afloramentos, da unidade

Complexo Granjeiro, no contexto do Alvo Massapê-Manga Velha, são muito raros e restritos

aos leitos de algumas drenagens. As formações ferríferas, ao contrário, possuem boas

exposições no topo de morrotes alinhados. Diante desse quadro, a maior parte das descrições

de rochas e minérios da área foi feita com base nos furos de sondagem realizados pela

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GME4/PI4. Nesse estudo, tais descrições permitiram reconhecer a presença de rochas

metamáficas (metagabros e metabasaltos) da unidade Complexo Granjeiro, com diferentes

graus de deformação, metamorfisadas na fácies anfibolito. Estas rochas estão intrudidas por

granitóides deformados e não deformados, ricos em potássio e, parcial a totalmente

transformadas em hidrotermalitos, pela ação de fluidos hidrotermais.

As mineralizações de ferro presentes na área são Formações Ferríferas Bandadas

(BIF) intercaladas nessas rochas e são também corpos tectono-controlados, que formam

lentes, veios, vênulas, brechas e bolsões ricos em magnetita, hospedados nas metamáficas

mais intensamente deformadas e hidrotermalizadas.

No Capítulo 4 e 5 encontra-se uma descrição detalhada, dos aspectos macroscópicos e

petrográficos, das encaixantes e do minério de ferro.

Levantamentos geofísicos magnetométricos e gamaespectrométricos, aéreos e

terrestres realizados, respectivamente, pelo DNPM e pela CPRM, nas décadas de 70 e 80, e

pela GME4/PI4 em 2008, permitiram identificar na região, anomalias magnéticas compatíveis

com a presença de mineralizações de ferro (Figura 3.3) e anomalias gamaespectrométricas

que mostram a associação da zona mineralizada com granitóides ricos em K, Th e U (Figura

3.4). Dentre essas, destaca-se o Alvo Massapê-Manga Velha.

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31

Figura 3.1 Mapa de localização do Sistema Ferrífero Massapê-Manga Velha, com destaque para o Alvo

Massapê-Manga Velha, a nordeste de Paulistana. Fonte: Material Técnico da GME4/PI4, modificado

Figura 3.2 Mapa mostrando a localização dos Alvos de pesquisa do Projeto Planalto Piauí. Fonte: Material

Técnico da GME4/PI4, modificado

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32

Figura 3.3 Cartograma ASA (Amplitude do Sinal Analítico) resultante do levantamento geofísico terrestre

realizado pela GME4, mostrando os trends mineralizados em ferro. Fonte: Material Técnico da GME4/PI4,

modificado

Figura 3.4 Cartograma ternário K-Th-U, resultante do levantamento geofísico terrestre realizado pela GME4,

mostrando os corpos sienograníticos intrudidos na área de estudo. Fonte: Material Técnico da GME4/PI4,

modificado

A mineralização de ferro do Alvo Massapê-Manga Velha é tectono-controlada (Figura

3.6) e está condicionada ao longo de 8 km de extensão, no trend Serra Vermelha-Alto Alegre,

um ramo sintético da ZCIB (PLT-2009).

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33

Os corpos de minério são alinhados em decorrência do rígido controle estrutural e

destacam-se na paisagem arrasada da região pela morfologia, uma vez que formam conjuntos

de morrotes (Figura 3.5).

Figura 3.5 Fotografias: (A) Morro Massapê (Alvo Massapê-Manga Velha); (B) vista geral, mostrando o aspecto

morfológico da área. Fonte: Corpo Técnico da GME4/PI4

Figura 3.6 Cartograma do Sinal Analítico resultante do levantamento geofísico magnetrométrico terrestre

realizado na área pela GME4. Observar o posicionamento do Massapê-Manga Velha com os traços de

localização dos furos de sondagem realizados. Fonte: modificado do Material Técnico da GME4/PI4

A B

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CAPÍTULO 4 - CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA DAS

ROCHAS ENCAIXANTES IMEDIATAS DO MINÉRIO DE

FERRO

4.1 INTRODUÇÃO

Nesta seção, serão apresentados os estudos petrográficos realizados nas rochas

encaixantes imediatas das mineralizações de ferro do Distrito Ferrífero de Curral Novo. Tais

encaixantes são rochas metamáficas que apresentam características texturais e composicionais

variadas, com diferentes graus de alteração hidrotermal.

A caracterização petrográfica dos litotipos estudados foi complementada pelas

observações de campo e descrições macroscópicas e mesoscópicas, principalmente de furos

de sondagem. Foram coletadas 215 amostras do Alvo Massapê-Manga Velha. Destas, 16

foram amostras de mão, coletadas durante os trabalhos de campo e 199 coletadas a partir de

12 furos de sondagens selecionados (Furos 008, 009, 022, 024, 028, 031, 050, 057, 060, 061,

064, 065), os quais foram cedidos pela empresa PI4 Participações e Empreendimentos S.A. do

grupo GME4.

Dentre as amostras coletadas, foram escolhidas 67 amostras para estudos petrográficos

em seções delgadas. As seções delgadas selecionadas para o objetivo proposto foram

agrupadas de acordo com o grau de deformação e com o tipo de alteração das rochas vistas

em lâmina durante o estudo petrográfico. Esta separação permitiu o reconhecimento do

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protólito das encaixantes do minério de ferro e identificação dos processos de alteração que

modificaram estas rochas.

4.2 ROCHAS METAMÁFICAS ENCAIXANTES

4.2.1 Rochas Metamáficas Menos Modificadas

Tendo em vista que a deformação na área é heterogênea, algumas áreas ficaram mais

preservadas, formando pods nos quais ainda é possível reconhecer feições mais próximas

daquelas exibidas pelos protólitos. Nesses pods, além do menor grau de deformação, as

rochas mostram também que sofreram muito menos interação com os fluidos hidrotermais,

tendo como consequência a isso uma preservação da mineralogia pré-alteração hidrotermal.

Dois conjuntos de rochas são observados nesses pods (Figura 4.2): (A) rochas com coloração

em tons de cinza e verde escuro e granulação média a grossa, por vezes com fantasmas de

texturas reliquiares, sugestivas de um protólito gabróico; (B) rochas com coloração verde

escura, granulação muito fina, com aspecto sugestivo de protólito basáltico.

Rochas do conjunto A são compostas principalmente por anfibólio cálcico e

plagioclásio, além de quartzo, biotita, epídoto, clorita, leucoxênio e titanita que ocorrem de

forma subordinada. Trata-se de rochas orientadas, com textura granonematoblástica (Figura

4.1-A), e também, por vezes sem orientação, com fenocristais de anfibólio, numa matriz de

textura granular composta por plagioclásio com aspecto límpido a levemente saussuritizado.

O anfibólio é do tipo hornblenda, representado por grãos subédricos e porfiroclastos

de coloração verde, por vezes, cortados por vênulas finas de quartzo e parcialmente

substituídos por biotita.

Os cristais de plagioclásio formam um arranjo granular com grãos subédricos que ora

estão saussuritizados (Figura 4.1-A), ora límpidos, e com contatos sinuosos e regulares.

Alguns grãos apresentam geminação do tipo albita. O epídoto, resultado da alteração do

plagioclásio, ocorre distribuído espaçadamente por toda a rocha, às vezes quase sem

expressão, em cristais anédricos.

O quartzo é claramente injetado na rocha e ocorre formando uma textura granular com

grãos que apresentam extinção ondulatória. Seus contatos são poligonais e regulares com os

cristais de anfibólio e plagioclásio. Encontra-se presente também em finas venulações

descontínuas que cortam a rocha.

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36

A biotita ocorre em percentuais muito baixos, em forma de finas palhetas nas bordas

dos anfibólios. Por vezes, observam-se as palhetas sendo substituídas por cloritas (Figura 4.1-

B).

Figura 4.1. Fotomicrografias das encaixantes menos alteradas. (A) o anfibólio e a biotita orientados e o

plagioclásio saussuritizado (AF 001C-LP, 10x); e (B) clorita relacionada à biotita, sugerindo processo de

cloritização (AF 027-NX, 10x)

Os minerais opacos (magnetita e titano-magnetita) ocorrem disseminados, associados

à hornblenda, sob a forma de grãos subédricos a anédricos.

São observados nas lâminas, cristais de titanita, em grãos anédricos, muito deles

transformados em leucoxênio, formando aglomerados de cristais que bordejam o anfibólio. O

leucoxênio mostra-se, às vezes, alongado e orientado nos planos de foliação da rocha.

As rochas do conjunto B apresentam feições petrográficas muito similares, com a

diferença de que a granulometria é mais fina.

4.2.2 Rochas Metamáficas Moderadamente Modificadas

Estas rochas apresentam-se intensamente foliadas, de coloração cinza esverdeada com

granulação média a fina, com presença de injeções contínuas e descontínuas de quartzo e

carbonato. Observa-se uma alteração potássica expressiva com o desenvolvimento de biotita,

formando bandas finas e largas, crescendo nos planos de foliação (Figura 4.3), além de

processos de silicificação (injeções de quartzo), carbonatização (injeções e manchas de

carbonato de cálcio), epidotização e desenvolvimento expressivo de magnetita, tanto injetada

nos planos de foliação da rocha, como formando cristais na trama silicática.

Além da magnetita observa-se também presença de sulfetos (pirita, pirrotita e

calcopirita).

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Figura 4.2 Aspectos macro e mesoscópicos das rochas encaixantes do minério de ferro do Alvo Massapê-Manga

Velha. (A) e (C) gabro; (B) metabasalto; e (D) feições texturais do metabasalto e gabro

Figura 4.3 Características da rocha metamáfica moderamente modificada vistas em furo de sondagem. Notar a

intensa biotitização destas rochas

Ao microscópio, observa-se o predomínio de texturas granonematoblástica e

granolepidoblástica.

A

D C

B

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O anfibólio é do tipo hornblenda e ocorre distribuído em toda a rocha, com orientação,

muitas vezes em grãos subédricos cominuídos ou em restos de grãos, parcialmente

substituídos por biotita.

A biotita distribui-se por toda lâmina, sob a forma de grandes palhetas orientadas

associadas às bordas de venulações de quartzo e carbonato.

O plagioclásio ocorre em grãos subédricos a anédricos, formando arranjos granulares.

Muitas vezes, os grãos apresentam aspecto turvo, sem maclas de geminação e com manchas

de saussuritização. Observam-se também grãos límpidos, com aparência típica de plagioclásio

albítico.

O epídoto, resultante da alteração do plagioclásio, ocorre em grãos anédricos e

inequigranulares, formando aglomerações que estão dispersas na rocha.

Os minerais opacos ocorrem em grãos subédricos a anédricos que variam entre

0,05mm e 0,15mm. Ocorre também, sob a forma de injeções que cortam a rocha.

Nas venulações, o quartzo e carbonato ocorrem em cristais grandes inequigranulares,

com contatos poligonais e sinuosos.

4.2.3 Rochas Metamáficas com Maior Grau de Modificação

As rochas anteriormente descritas evoluem, em decorrência provavelmente de uma

maior interação com os fluidos, para rochas com uma mineralogia de origem hidrotermal mais

expressiva e predominante. Observa-se nestas rochas o desenvolvimento de grande

quantidade de cristais finos e grosseiros de turmalina preta (schorlita), porfiroblastos de

granada, de palhetas orientadas de biotita, injeções de quartzo, injeções de quartzo com

granada, injeções de K-feldspato, injeções e grandes manchas de carbonato. Além dos

anfibólios verde-escuros descritos nas demais rochas, nestas observa-se, também, o

desenvolvimento de anfibólios com uma coloração ainda mais escura. Paralelamente, estas

rochas estão intensamente injetadas por magnetita e por vezes observa-se o desenvolvimento

de porfiroblastos euédricos de magnetita. A magnetita ocorre maciça em veios de quartzo. Na

condição de uma fase tardia, que corta silicatos e óxidos de ferro, ocorrem injeções de sulfetos

(pirita, pirrotita e calcopirita). Os sulfetos ocorrem também formando aglomerados de cristais,

em formato stockwork e cimentando brecha.

Em lâmina, essas rochas mostram texturas granolepidoblástica, granonematoblástica e

porfiroblásticas.

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Os grãos de granada ocorrem como porfiroblastos, em geral poiquiloblásticos, com

inclusões de quartzo, de magnetita, plagioclásio e anfibólio (Figura 4.5-D), ou acompanhando

a foliação da rocha ou estão rotacionados em arranjo helicítico (Figura 4.5-C).

A biotita ocorre em palhetas fortemente orientadas amplamente distribuídas por toda a

rocha. Há uma maior concentração de biotita ao redor da granada, nos contatos com as

injeções de pegmatitos graníticos e nas bordas de injeções de quartzo e carbonato. As biotitas

são ricas em inclusões de minerais radioativos, que promovem o desenvolvimento de halos

pleocróicos, tendo sido reconhecidos petrograficamente finas inclusões de allanita e de

zirconita (Figura 4.4 e 4.5-F). É possível observar que parte das biotitas está de forma

incipiente substituídas nas bordas por clorita.

O anfibólio apresenta variações significativas de coloração. São observados anfibólios

verdes a verdes amarronzados e anfibólios verdes azulados. Por vezes, os anfibólios verdes

azulados crescem no entorno das granadas e injeções.

O plagioclásio é do tipo albita e apresenta-se em grãos anédricos a subédricos,

arranjados em um mosaico inequigranular, com contatos sinuosos e irregulares. Os grãos são

em geral límpidos e não apresentam maclas de geminação. Grãos de epídoto ocorrem em

proporções pequenas.

Figura 4.4. Fotomicrografias dos aspectos microscópicos da biotita. (A) Contato da rocha granítica com a

metamáficas, notar o tamanho dos cristais de biotita que são maiores nas zonas de contato (AF 072-LP, 2,5x); e

(B) Presença de minerais radioativos formando halos pleocróicos em cristais também de anfibólio (AF 165-LP,

20x)

As turmalinas (schorlita) ocorrem em cristais grandes, com formas colunares (Figuras

4.5-A e B), de coloração azul escuro, mostrando-se em seções basais e longitudinais (Figura

4.6-D). Os grãos são zonados e subédricos (Figura 4.6-E). Alguns grãos estão cortados por

vênulas constituídas por quartzo e carbonato.

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O leucoxênio ocorre sob a forma de grãos anédricos, equigranulares, na maioria das

vezes em cristais individualizados, dispersos em toda a rocha. Em menor proporção, ocorre a

titanita apresentando formas anédricas e quase equigranulares (Figura 4.5-E).

O carbonato e o quartzo ocorrem contidos em vênulas irregulares que cortam a rocha,

em grãos que formam um arranjo granular e que apresentam contatos sinuosos e regulares.

Tendo em vista o elevado grau de transformação hidrotermal que essas rochas

apresentam, as mesmas estão sendo chamadas nesse trabalho de hidrotermalitos.

4.3 GRANITÓIDES

Durante as descrições de furos de sondagem foram verificados zonas com apófises de

granitóides em contato com as rochas metamáficas, incluindo os hidrotermalitos (Figura 4.8).

Trata-se de rochas milonitizadas, em geral porfiroclásticas, de coloração avermelhada devido

ao elevado percentual de fenocristais de K-feldspato (Figura 4.7 e 4.8). São rochas de

composição sienítica a quartzo-sienítica, com presença de magnetita (Figura 4.8).

Os principais componentes mineralógicos compreendem albita, K-feldspato, quartzo,

anfibólio verde azulado e biotita, tendo em menores proporções titanita e minerais opacos

(macroscopicamente magnetita).

O plagioclásio é representado pela albita em grãos anédricos, por vezes límpidos que

comumente mostram textura “tabuleiro de xadrez” caracterizando processos metassomáticos

de substituição de microclima (Figura 4.7). Os cristais de K-feldspato são representados por

pórfiros de microclina com geminações bem definidas e pertita que exibe lamelas de

exsolução de plagioclásio.

Em lâmina, o quartzo é representado por grãos subédricos a anédricos distribuídos

localmente por toda a rocha formando agregados monominerálicos marcados pela textura

granoblástica. Os cristais de anfibólio apresentam uma coloração que varia de verde a verde

azulada e ocorrem por toda a rocha, orientados, acompanhando a foliação da rocha. O mesmo

ocorre para as palhetas de biotita. A titanita manifesta-se em pequenas proporções, em

cristais individualizados e inequigranulares, dispersos pela lâmina. Os minerais opacos

ocorrem em grãos subédricos a anédricos acompanhando a foliação da rocha e estão

associados preferencialmente ao anfibólio verde azulado.

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Figura 4.5. Aspectos mesoscópico e microscópico das rochas encaixantes mais alteradas. (A) Injeção de fluido

na metamáfica carregado em grandes cristais de granada; e (B) Injeção de fluido com bastante biotita.

Fotomicrografias: (C) Granada (Grd) poiquiloblástica com inclusões de minerais opacos (Op), anfibólio verde

azulado (Anf) e biotita (AF 176-LP, 2,5x); (D) Granada porfiroblástica com textura helicítica imersa numa

matriz com textura granonematoblástica e granolepidoblástica (AF 078-LP, 2,5x); (E) Bitotia (Bt) e anfibólio

orientado e cristais de apatita (Ap), titanita (Ttn) e granada (Grd) (AF 165-LP, 10x); e (F) Halos pleocróicos nos

cristais de biotita (AF 060B-LP, 10x)

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Figura 4.6. Aspecto mesoscópico e microscópico de um dos minerais hidrotermais. (A) Aspecto textural do

fluido carregado em cristais de turmalina; e (B) Aspecto textural do fluido, com cristais maiores de turmalina;

Fotomicrografias: (C) Turmalina em conjunto com processos de epidotização e carbonatação (AF 025-NX, 10x);

(D) Formas basais e longitudinais das turmalinas, de coloração azul escuro (AF 025-LP, 10x); (E) Turmalina

mostrando seu hábito e zoneamento característico (AF 202-LP, 2,5x); e (F) Turmalina em seção longitudinal

(AF 202-LP, 2,5x)

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Figura 4.7. Fotomicrografias do aspecto microscópico da milonitização no granitóide, mostrando textura

porfiroclástica (AF 090 e AF 091-NX, 2,5x). Notar os fenocristais de K-feldspato (Mc = microclina)

Figura 4.8 Fotografias da apófise granítica de coloração avermelhada, fortemente milonitizada na rocha

metamáfica. Furo de sondagem DD 031 do Projeto Planalto Piauí da GME4/PI4

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4.4 DISCUSSÕES PARCIAIS

O estudo petrográfico realizado para a caracterização das rochas encaixantes imediatas

do minério de ferro do Alvo Massapê-Manga Velha mostraram que estas rochas (observando

a assembléia mineralógica e a textura de rochas mais preservadas) revelam características

próximas de protólitos plutônico (gabro) e vulcânico (basalto), ou seja, rochas que eram

originalmente anidras formadas por piroxênio e plagioclásio cálcico.

Os dados petrográficos sugerem que estes protólitos foram submetidos a pelo menos

um evento metamórfico, que anfibolitizou estas rochas gerando o anfibólio cálcico

(hornblenda) e um evento pós-metamorfismo, pirometassomático, com aporte de fluidos

hidrotermais que deram origem a biotita, carbonato, albita, granada, turmalina e magnetita. A

presença de granadas poiquiloblásticas com textura snowball revela que esse evento

hidrotermal foi concomitante a aporte de calor e pressão. Considerando que as encaixantes da

mineralização estão intrudidas por rochas graníticas ricas em potássio, é provável que o

agente que promoveu o aporte de fluidos, calor e pressão tenha sido esses corpos graníticos

sienograníticos intrusivos.

As alterações hidrotermais deram origem a rochas muito transformadas

(hidrotermalitos) nas quais são reconhecidos processos de metassomatismo potássico com

desenvolvimento de biotita e K-feldspato injetado, metassomatismo sódico com

desenvolvimento de albita, metassomatismo cálcico com o desenvolvimento de carbonato de

cálcio e granada, Fe-metassomatismo com geração de magnetita e de ferro-anfibólio (da série

cummingtonita-grunerita), aporte de boro revelado pelo crescimento de turmalina, aporte de

elementos terras-raras leves (desenvolvimento de allanita, um mineral rico em Ce), aporte de

fósforo (desenvolvimento de apatita) e aporte de Zr (desenvolvimento de zirconita

hidrotermal). Atribui-se também a esse evento o desenvolvimento de sulfetos de Fe e Cu

(pirita, pirrotita e calcopirita) e a concentração anômala de ouro nos hidrotermalitos.

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CAPÍTULO 5 - CARACTERIZAÇÃO MACROSCÓPICA E

MICROSCÓPICA DO MINÉRIO DE FERRO

5.1 INTRODUÇÃO

Nesta seção, serão apresentados os resultados dos estudos de campo, observações

mesoscópicas e petrográficas realizados no minério de ferro do Alvo Massapê-Manga Velha,

com o objetivo de definir sua tipologia e levantar hipóteses relativas à sua gênese.

Para compor este capítulo, foram integrados, além das observações feitas em campo,

descrições de 12 furos de sondagem e de estudos petrográficos realizados em 25 amostras

selecionadas para a confecção seções delgadas-polidas.

5.2 FORMAÇÕES FERRÍFERAS

5.2.1 Aspectos Conceituais Relativos a Formações Ferríferas

Formações Ferríferas Bandadas (BIF) são rochas constituídas por finas camadas

alternadas de sílica e óxido de ferro e que constituem a maior fonte de minério de ferro do

planeta. O registro mais antigo destas rochas encontra-se no greenstone belt de Isua,

Groenlândia, datado de 3.8Ga (Moorbath et al., 1973). De uma maneira geral, BIFs estão

presentes em terrenos arqueanos e paleoproterozóicos, embora 90% de todas as formações

ferríferas do planeta tenham sido depositadas no intervalo entre 2.5 e 1.8Ga., ou seja, no

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Paleoproterozóico (James, 1982 e 1966; Klein, 2005). Da interface entre o Paleo e o

Mesoproterozóico (1.6Ga) até o final do Neoproterozóico, são raros os registros de formações

ferríferas. O reaparecimento destas rochas ocorreu no final do Neoproterozóico (0,8 a 0,6 Ga),

geralmente associadas a sucessões sedimentares com influência glacial (Trendall & Blockley,

2004). A figura 5.1 ilustra a distribuição das formações ferríferas no tempo geológico.

Figura 5.1 Diagrama esquemático mostrando a abundância relativa de BIFs precambrianos ao longo do tempo,

tomando como base alguns dos maiores depósitos de formações ferríferas mundiais. Observar a concentração da

maior parte das formações ferríferas no intervalo entre 3.5 e 1.8 Ga. Fonte: Klein, 2005

A inexistência de ambientes modernos de formações de BIFs dificulta a formulação de

modelos genéticos, de tal forma que não há consenso sobre os mecanismos de precipitação,

gênese do bandamento, influência de processos biológicos assim como a proveniência do

ferro (Piacentini et al., 2007).

Observa-se, no entanto, diferenças significativas da forma e modo de ocorrência das

formações ferríferas ao longo do tempo geológico: (i) em terrenos precambrianos

predominam Formações Ferríferas Bandadas ou Banded Iron Formation (BIF) com

alternância de finas camadas de sílica microcristalina e de óxidos de ferro, sendo palco de

diversas discussões relacionadas à sua gênese e formação; (ii) Ironstones correspondem às

formações ferríferas, acamadadas ou não, de idade Fanerozóica (principalmente, do

Ordoviciano-Siluriano e Jurássico), com estruturas oolíticas típicas de ambiente marinho raso,

resultantes da subida do nível do mar; e (iii) Bog Iron corresponde a formações ferríferas

porosas, esponjosas, ricas em hidróxidos de ferro, formadas em situações de águas rasas

paradas (pântanos e lagos rasos), em ambientes recentes, de idade Cenozóica.

Aos diferentes tipos de formações ferríferas acima descritas, somam-se as

concentrações de óxidos de ferro de natureza hidrotermal, em geral tectono-controladas e

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associadas a sulfetos de Cu e Au do tipo IOCG (Iron Oxide Copper Gold). Tais formações

ferríferas, de caráter claramente epigenético, tem sido denominadas na literatura de

Hydrothermal Ironstones (ironstones hidrotermais), em associações do tipo Fe-Cu-Au

(Hitzman et al., 1992; Hitzman 2000; Barton & Johnson, D.A., 2000; Porter 2000, 2002;

Sillitoe & Burrows 2002, dentre outros).

No que diz respeito às Formações Ferríferas Bandadas (BIF), estas são classificadas da

seguinte forma (Klein, 2005): (i) tipo Superior ou Lago Superior, formando depósitos de

grandes dimensões, de idade Paleoproterozóica, em bacias intracratônicas ou em ambiente de

plataforma continental (margens continentais passivas), com envolvimento de processos de

transgressão e regressão marinha. Associam-se a rochas sedimentares e não apresentam

vinculação direta com atividade vulcânica; (ii) tipo Algoma, em geral de idade arqueana,

decorrente de atividade vulcano-exalativa em ambiente marinho profundo. Associam-se a

grauvacas turbidíticas, folhelhos carbonosos e rochas vulcânicas; (iii) tipo Rapitan, de idade

Neoproterozóica, relacionadas a fenômenos de deglaciação e, portanto, associadas sedimentos

glaciogênicos tais como tilitos e dropstones.

Os depósitos do tipo Fe-Cu-Au (IOCG, Iron Oxide Copper Gold) são em geral

depósitos do tipo classe mundial, reconhecidos recentemente, e estão localizados em

ambientes cratônicos ou margens continentais sob regimes extensionais (riftes intracratônicos,

riftes intra-arcos e bacias de back-arc). Registros destes depósitos são encontrados do

Arqueano ao Fanerozóico, com uma maior concentração na interface do Paleo ao

Mesoproterozóico. Eles ocorrem em Olympic Dam (Austrália), Kiruna (Suécia), Bayan Obo

(China), Depósitos Cu-Au da Província Mineral de Carajás (Brasil), Cloncurry (Austrália),

Great Bear (Canadá), dentre outros. São depósitos tectono-controlados, associados

geneticamente a magmatismo granítico do tipo A ou I e a magmas que dão origem a suítes

alcalino-carbonatíticas.

Depósitos do tipo IOCG são formados em níveis crustais intermediários a rasos e se

caracterizam por serem polimetálicos, constituídos de óxidos de ferro (magnetita e/ou

hematita), aos quais podem estar associados sulfetos de cobre, ouro, além de minerais ricos

em urânio e ETR. As concentrações de ferro formam veios, lentes, massas irregulares,

disseminações e brechas, associados a rochas encaixantes em geral de natureza máfica e/ou

granítica, intensamente alteradas hidrotermalmente (alteração sódica, cálcica, potássica e

férrica).

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5.2.2 Caracterização Macroscópica das Formações Ferríferas do Alvo

Massapê-Manga Velha

Os dados de campo, somados às descrições dos furos de sondagem e aos estudos

petrográficos permitiram reconhecer dois tipos de minério de ferro na área estudada: (i) um

minério que ocorre em camadas decimétricas a hectamétricas, intercaladas em rochas

anfibolíticas, com características texturais e mineralógicas similares às clássicas Formações

Ferríferas Bandadas (BIF), que vamos aqui denominar de Tipo I; e (ii) outro, que ocorre de

forma venular, disseminada, brechada, formando bolsões maciços e, também, com aspecto

laminado, preenchendo os planos de foliação das rochas anfibolíticas encaixantes, aqui

denominado de Tipo II.

De uma maneira geral, as encaixantes imediatas do minério de ferro, do Alvo

Massapê-Manga Velha, sejam do tipo I ou II, são rochas metamáficas anfibolíticas que se

apresentam fortemente orientadas e com diferentes intensidades de alteração, conforme

discutido no Capítulo 4. Mineralizações de ferro podem também serem vistas ocorrendo nos

planos de foliação dos granitóides, mas em uma proporção menor.

Nos termos bandados (Formações Ferríferas Bandadas ou Minério Tipo I), o principal

mineral de minério é a magnetita, que ocorre formando bandas (milimétricas a centimétricas)

de granulação fina a média, alternadas com bandas de quartzo de espessura e granulação

similares (Figura 5.2). Apresentam coloração em tons de cinza e, em superfície, mostram-se

avermelhadas devido à alteração intempérica (formação de hidróxidos de ferro).

O minério de ferro do Tipo II, que é o mais abundante na área, é tectono-controlado. O

controle principal desse minério é a Zona de Cisalhamento Dextral Itaizinho-Baixio e seus

ramos sintéticos, ao longo da qual o minério ocorre por cerca de 30 km (Figura 5.3). Suas

encaixantes imediatas são rochas anfibolíticas com diferentes graus e tipos de alteração

hidrotermal, as quais estão nesse trabalho sendo denominadas de Hidrotermalitos (vide

Capítulo 4).

A quantidade de magnetita nas rochas anfibolíticas depende diretamente do grau de

alteração das mesmas. Observa-se que nas rochas mais preservadas (metagabros e

metabasaltos), a magnetita ocorre em percentuais muito baixos, disseminada ou em finos

grãos dispersos nos planos de foliação da rocha. Em contrapartida, nas rochas mais alteradas,

principalmente naquelas mais intensamente biotitizadas, a presença da magnetita é expressiva,

alcançando às vezes em percentuais modais da ordem de 50%.

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Figura 5.2 Aspectos de campo e de furo de sondagem do minério de ferro Tipo I (Formação Ferrífera Bandada):

(A) Foto do afloramento na encosta do Morro Massapê. (B) Foto do afloramento no topo do Morro Massapê; (C)

Foto de detalhe da Formação Ferrífera Bandada vista no topo do Morro Massapé; e (D) Testemunho de

sondagem da Formação Ferrífera Bandada

Figura 5.3 Cartograma ASA (Amplitude do Sinal Analítico), mostrando a mineralização de ferro controlada

pela zona de cisalhamento principal Itaizinho-Baixio e por seus ramos sintéticos: o trend Itaizinho-Abelão e o

trend Serra Vermelha-Alto Alegre, no qual se encontra o Alvo Massapê-Manga Velha, área desse estudo. Fonte

Corpo Técnico da GME4/PI4

Como dito anteriormente, esse tipo de minério ocorre em formato venular, bolsões,

associado a veios de quartzo, injetado nos planos de foliação da rocha, dando uma falsa

D

Alvo Massapé-

Manga Velha

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aparência de minério bandado e por vezes formando porfiroblastos euhédricos, milimétricos a

centimétricos, nos hidrotermalitos (Figura 5.4).

Figura 5.4 Aspectos macroscópicos do minério de ferro tipo II Alvo Massapê-Manga Velha. (A) Foto

comparativa, mostrando os dois tipos de minério de ferro; (B) Testemunho de sondagem mostrando brecha

mineralizada à magnetita; (C) Foto do furo de sondagem mostrando com mais detalhe, a relação encaixante e

minério; (D) Detalhe das injeções de magnetita nos planos de foliação do hidrotermalito; (E) Porfiroblastos de

magnetita no hidrotermalito; e (F) Veios de quartzo com magnetita maciça (e por vezes com sulfetos), que

cortam o hidrotermalito

A

B

C D

E F

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Dentre as transformações hidrotermais sofridas pelas metamáficas encaixantes do

minério (biotitização, k-feldspatização, carbonatização, turmalinização, epidotização,

albitização, silicificação...) a que mais se associa ao minério é a biotitização (alteração

potássica). É comum observar nesse minério Tipo II, zonas estreitas de biotita, intercaladas no

interior de intervalos de magnetita maciça, ou faixas mais expressivas intercaladas no interior

de intervalos mineralizados e ainda contatos reentrantes com zonas ricas em magnetita

(Figura 5.5).

Todas essas feições, com destaque para a natureza tectono-controlada, a associação

com os hidrotermalitos, o formato venular e injetado nos planos de foliação, o aspecto

brechóide, o crescimento porfiroblástico, nos conduzem a propor que o minério do Tipo II

seja de natureza hidrotermal.

Figura 5.5 Relações de contato do minério Tipo II com o processo de biotitização: (A) faixas estreitas de biotita

em pacotes de magnetita maciça; (B) bandas expressivas de magnetita e carbonato em contato com bandas de

magnetitito e (C) zonas ricas em biotita em contato reentrante com o magnetitito

Vale ressaltar que durante o trabalho de descrição de furos de sondagem, observou-se

que no pacote de hidrotermalitos mineralizados ocorrem numerosas injeções sienograníticas

pegmatoidais (Figura 5.6).

Esses pegmatitos sienograníticos mostram-se às vezes foliados e, por vezes, não

deformados, permitindo que se levante a hipótese de que essas rochas entraram tardi a pós

deformação. Trata-se, de acordo com dados da literatura geológica da área (Gomes et al.,

2000), de um magmatismo granítico neoproterozóico, relacionado à orogenia Brasiliana, com

A C B

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Figura 5.6 (A e B) Injeções sienograníticas, pegmatóidais, nos planos de foliação das encaixantes metamáficas

do minério de ferro do Alvo Massapé-Manga Velha; e (C) Sienogranito foliado, com fenocristais de magnetita

Figura 5.7 Diferentes formas de ocorrência, em furos de sondagem, dos sulfetos no Alvo Massapê-Manga

Velha: (A) Disseminações de pirita anédrica nos planos de foliação dos metabasitos; (B) Veios de quartzo com

magnetita e pirita; (C) Pirrotita, com calcopirita subordinada, “cimentando” planos de brechação; (D) Sulfetos

(pirrotita e calcopirita) nos planos de foliação da rocha anfibolítica; (E) Brecha hidrotermal com sulfetos

disseminados e em injeções finas; (F) Stockwork de calcopirita no hidrotermalito rico em magnetita; e (G)

Hidrotermalito brechado e injetado por calcopirita e pirrotita

A C B

A B

G

F E

D C

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a geração de granitos oxidados (série da magnetita), ricos em potássio. Nos trabalhos de

campo foi observada a presença de pórfiros de magnetita nos granitos (Figura 5.6).

Além da magnetita, outros minerais de minério ocorrem no Alvo Massapê-Manga

Velha. Trata-se de sulfetos, representados por pirrotita, pirita e calcopirita, que ocorrem

disseminados nos planos de foliação dos hidrotermalitos, ou em vênulas finas e veios que

cortam a rocha perpendicularmente ou adentram no seu plano de foliação (Figura 5.7).

5.2.3 Caracterização Microscópica das Formações Ferríferas do Alvo

Massapê-Manga Velha

As observações vistas durante as análises petrográficas no microscópio confirmam

com as descritas a nível macroscópico. Foram utilizadas seções delgadas-polidas,

confeccionadas no Laboratório de Laminação do IGc-USP. As observações microscópicas

foram feitas em microscópios de luz transmitida e refletida (marca Nikon), do Laboratório de

Metalogênese do IGEO-UFBA e do Serviço Geológico do Brasil-CPRM (marca Olympus,

modelo BX-41). As fotomicrografias foram tiradas no microscópio Olympus, utilizando-se o

software Image-Pro Plus.

O minério de ferro Tipo I, ou seja, as Formações Ferríferas Bandadas, caracteriza-se

pela alternância em leitos escuros (níveis magnetíticos) e leitos mais claros (silicáticos) ricos

em quartzo e com maior ou menor presença de anfibólio da série cummingtonita-grunerita

(Fe-anfibólios) e carbonato. A presença de grunerita mostra que as formações ferríferas tipo

BIF foram submetidas a metamorfismo da fácies anfibolito, da mesma forma que os

metagabros e metabasaltos. A grunerita pode ter sido formada por uma reação metamórfica

progressiva entre magnetita e quartzo, numa reação do tipo:

7FeO + 8SiO2 + H2O = Fe7Si8O22(OH)2

As bandas se apresentam de forma contínua e descontínua, às vezes, deformadas, com

limites definidos por contatos bruscos e gradacionais marcados pela presença de magnetita

disseminada nos interstícios dos minerais silicáticos nos níveis esbranquiçados (Figura 5.8).

Além do quartzo e dos Fe-anfibólios, os BIFs têm também biotita e carbonato que ocorrem

como minerais acessórios nestas rochas. Por vezes ocorrem sulfetos associados.

Os cristais de magnetita são anédricos a subédricos, inequigranulares e formam uma

textura em mosaico com os grãos apresentando contatos poligonais e sinuosos com os

minerais de anfibólio e quartzo. Ocorre também hematita, anédrica e inequigranular, em

proporções muito pequenas.

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54

O quartzo ocorre formando textura em mosaico, em grãos que se apresentam ora

límpidos e com extinção ondulante, ora com aspecto sujo (observando na sua superfície

pontinhos pretos).

Os grãos de anfibólio nos termos bandados aparecem alongados e cominuídos, com

formas subédricas a anédricas e inequigranulares. Em nicóis cruzado mostram a geminação

polissintética típica dessa série de anfibólios. Encontram-se distribuídos entre os cristais de

magnetita e quartzo, nos níveis escuros e claros. A biotita quando ocorre é intersticial. O

carbonato ocorre de forma dispersada ou em grãos agrupados e orientados nas bandas claras,

lembrando restos de vênulas.

O minério de ferro do Tipo II, caracterizado pela ausência de bandamento e com

feições de controle estrutural marcante, consiste essencialmente de magnetita, que ocorre

tanto pura (maciça), quanto acompanhada de uma assembléia de minerais

metamórficos/metassomáticos, a exemplo de Ca-anfibólios, Fe-anfibólios, quartzo, biotita,

albita, K-feldspato, carbonato, granada, diopsídio, turmalina, allanita e apatita. Os sulfetos

(pirita, pirrotita, calcopirita) estão presentes nesse tipo de minério em percentuais maiores do

que no minério Tipo I (bandado).

A magnetita ocorre em cristais finos a médios, inequigranulares, com formas anédricas

a subédricas, formando mosaicos ou orientados nos planos de foliação da rocha (Figuras 5.9-

B e 5.10-A, 5.10-B, 5.10-C). Por vezes ocorre formando porfiroblastos (Figura 5.9-C).

Os anfibólios são do tipo hornblenda e da série cummingtonita-grunerita (Figuras 5.9-

A, 5.9-C, 5.9-B, 5.10-A). Ora ocorrem como cristais enormes e subédricos, ora como cristais

cominuídos, por vezes com substituição de borda para biotita. Muitas vezes estão envelopados

por injeções de magnetita. Os anfibólios do tipo cummingtonita-grunerita apresentam

geminações e forma subédrica, com uma cor forte verde-azulada.

A biotita ocorre formando grandes placas orientadas, de coloração marrom e marrom

avermelhado, subédricas, em geral com halos pleocróicos formados pela presença de finas

inclusões de zirconita e/ou allanita (Figuras 5.10-D, e 5.10-F).

O quartzo e o carbonato ocorrem nas formas de veios, vênulas e também em grãos em

arranjo granoblástico.

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Figura 5.8 Fotomicrografias mostrando os diferentes aspectos texturais do minério de ferro Tipo I, do Alvo

Massapê-Manga Velha. (A) BIF com contatos gradacionais (AF 063-LP, 2,5x); (B) BIF com bandas definidas,

com muita magnetita disseminada nos níveis esbranquiçados, fazendo com que o quartzo apresente um aspecto

sujo (AF 104-LP, 2,5x); (C) BIF com bandas apresentando contatos bruscos e leitos esverdeados ricos em

anfibólios (LP, 2,5x); (D) BIF rico em grunerita (LP, 2,5X); e (E) Detalhe dos Fe-anfibólios geminados no BIF

(NX, 2,5X)

A

E D

C

B

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Figura 5.9 Fotomicrografias mostrando aspectos texturais do minério de ferro do tipo II (tectono-controlado e

associado aos hidrotermalitos) do Alvo Massapê-Manga Velha. (A) magnetita orientada em rochas

hidrotermalizadas (AF 165-LP, 2,5x); (B) magnetita anédrica acompanhada de anfibólio azul da série

cummingtonita-grunerita (AF 084-LP, 10x); e (C) porfiroblastos euhédrico de magnetita no hidrotermalito rico

em biotita (AF 065A-LP, 2,5x)

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Figura 5.10 Fotomicrografias mostrando variadas feições do minério Tipo II: (A) magnetita (Mt) inequigranular

nos planos de foliação (AF 032-LP, 2,5x); (B) magnetita levemente alongada nos planos de foliação e inclusa no

grão de granada (Grd) (AF 078-LP, 2,5x); (C) magnetita acompanhada por processos de biotitização (AF 139-

LP, 2,5x); (D) (AF 165-LP, 10x), (E) (AF 165-LP, 2,5x) e (F) (AF 165-LP, 20x): magnetita disseminada e

sulfeto (em E, pirrotita) em rochas hidrotermalizadas com biotita (Biot), apatita (Ap), granada, anfibólio (Anf),

Titanita (Ttn), diopsídio (Di) e allanita

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5.3 SULFETOS

Os sulfetos são claramente tardios em relação à magnetita uma vez que cortam e

envolvem o óxido de ferro. Pirrotita e pirita são os sulfetos mais freqüentemente observados,

com calcopirita ocorrendo de forma subordinada. Estes minerais são inequigranulares e

ocorrem tanto disseminados quanto venulares (Figura 5.3 e 5.6-C).

A pirrotita ocorre formando mosaicos de grãos inequigranulares, finos a médios. A

maior parte deles injetados nos planos de foliação da rocha e também formando bolsões. A

pirita ocorre de forma anédrica e é vista disseminada nos planos de foliação da rocha

encaixante, englobando os cristais de magnetita, e em vênulas (Figura 5.11-B e C). A

calcopirita ocorre em grãos finos e médios, associados quase sempre com a pirrotita. Línguas

de calcopirita são observadas exsolvidas dentro dos grãos de pirrotita (Figura 5.11-D).

Associados aos sulfetos são detectados valores anômalos de Ouro (GME4/PI4, com

verbal).

Figura 5.11 Fotomicrografias dos minerais de minério do Alvo Massapê-Manga Velha observados em luz

refletida. (A) grãos de subhédricos de magnetita (Mt) (AF 066-LP, 2,5x); (B) grão de pirita (Py) envolvendo

grãos de magnetita (AF 139-LP, 10x); (C) pirita injetada em plano de foliação da rocha (AF 165-LP, 2,5x); e (D)

mosaico de grãos de pirrotita (Po), com exsoluções de calcopirita (Ccpy) (AF 020-LP, 10x)

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5.4 DISCUSSÕES PARCIAIS

A caracterização do minério tipo I, submetido ao metamorfismo, evidenciado pela

presença de anfibólios, e ao metassomatismo, devido a presença de carbonatos e biotitas,

mostra que este minério teve a sua gênese anterior ao minério tipo II e que possivelmente

sofreu uma remobilização por ação de fluido hidrotermal.

O conjunto de características do minério de ferro Tipo II, ou seja:

(i) o controle tectônico do minério;

(ii) a associação direta do minério com os hidrotermalitos ricos em potássio, que

conforme discutido no Capítulo 4 são rochas metamórficas/metassomáticas que parecem

terem sido geradas por meio da interação das metamáficas com fluidos derivados do

magmatismo sienogranítico;

(iii) a presença de sulfetos tardios, com destaque para calcopirita (sulfeto de cobre);

(iv) a presença de minerais ricos em ETRL e HSFE (allanita, zirconita, apatita);

(v) a presença de minerais ricos em halógenos (turmalina);

(vi) os valores anômalos de Zn;

(vii) os teores anômalos de ouro e dentre outros,

são sugestivos de uma gênese hidrotermal para essa mineralização, num modelo do tipo Fe-

Cu-Au (IOCG-Iron Oxide Copper Gold Deposits). Dessa forma, o minério Tipo II pode ser

caracterizado com um ironstone hidrotermal.

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CAPÍTULO 6 - CARACTERIZAÇÃO LITOGEOQUÍMICA DAS

ROCHAS E DO MINÉRIO

Neste capítulo serão apresentados e discutidos os resultados das análises

litogeoquímicas das rochas encaixantes imediatas e do minério de ferro do Alvo Massapê-

Manga Velha.

6.1 INTRODUÇÃO

O estudo litogeoquímico teve como objetivo a caracterização composicional das

rochas encaixantes imediatas do minério de ferro, de forma a tornar possível o

reconhecimento do(s) protólito(s) e do ambiente geotectônico de formação dessas rochas.

Paralelamente, os resultados obtidos auxiliarão na compreensão do comportamento químico

dos elementos, em frente aos processos de metamorfismo e alteração hidrotermal aos quais as

rochas foram submetidas.

Um conjunto de 31 amostras, representativas da situação e adequadas para o objetivo

proposto, foi selecionado para análises litogeoquímicas.

A seleção destas amostras foi feita com base em estudo petrográfico prévio. Foram

selecionadas amostras mais preservadas de metagabros e metabasaltos, texturalmente mais

homogêneas, não sulfetadas, com características mineralógicas indicativas de um menor grau

de alteração hidrotermal. Além dessas, foram também analisadas algumas amostras mais

modificadas hidrotermalmente (hidrotermalitos) com o objetivo de avaliar qualitativamente o

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61

comportamento de alguns elementos nestas rochas, face aos processos metamórficos-

metassomáticos, as quais foram submetidas.

Algumas amostras de minério, tanto das Formações Ferríferas bandadas quanto do

minério injetado nos planos de foliação das encaixantes, foram também submetidas a análises

químicas.

As amostras selecionadas foram analisadas no laboratório ACME Analytical

Laboratories, no Canadá. Foram determinados os teores de elementos maiores, traços e

elementos terras raras (ETR), com resultados expressos em termos de % em peso (para óxidos

de elementos maiores) e em ppm (para os demais elementos traços e terras-raras).

O tratamento e a interpretação dos dados litoquímicos foram feitos com ajuda do

software MINPET e seus produtos (diagramas petrogenéticos).

6.2 METODOLOGIA

Para a preparação das amostras selecionadas, foram solicitados ao laboratório os

seguintes procedimentos: (a) britagem de todas as amostras; (b) moagem em moinho de ágata

(de baixa contaminação); (c) determinação quantitativa dos óxidos de elementos maiores por

ICP-AES, após fusão com metaborato de Li e posterior digestão ácida; (d) determinação de

LOI (perda ao fogo); e (e) determinação quantitativa dos metais base, elementos traços e

terras-raras por ICP-MS, após fusão com metaborato de Li e posterior disgestão ácida.

6.2.1 Preparação de Amostras

Inicialmente, as amostras foram submetidas aos processos de britagem e moagem, e

posteriormente pulverizadas a uma fração muito fina (200 mesh). A moagem foi realizada em

moinho de ágata, por ser menos contaminante devido a sua dureza alta (dureza do quartzo).

Posteriormente, uma fração do pó foi pesada em uma balança de precisão e misturada

com o metaborato de lítio (fundente). Essa mistura foi ao forno em alta temperatura (>

1000ºC) para que toda amostra fosse totalmente dissolvida, inclusive os resistatos, gerando

um fundido altamente homogêneo (representante da composição global da amostra). O

material vitrificado, material solidificado imediatamente ao sair do forno, foi posteriormente

dissolvido em água régia.

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62

6.2.2 Técnicas Analíticas Instrumentais

6.2.1.1 ICP-AES (Inductively Coupled Plasma Atomic Emission Spectroscopy)

A Espectrometria de Emissão Atômica é uma técnica multi-elementar utilizada para

determinação quantitativa da maior parte dos elementos da Tabela Periódica, em

concentrações maiores (percentagem) e menores (ppm) em uma única operação.

O princípio fundamental consiste na ionização dos elementos pelo plasma indutivo de

argônio. Uma vez ionizados, os átomos emitem um espectro característico a uma transição

eletrônica. As intensidades luminosas também são medidas, pois são diretamente

proporcionais à concentração do elemento.

6.2.1.2 ICP-MS (Inductively Coupled Plasma Mass Spectrometry)

A Espectrometria de Massa é uma técnica quantitativa utilizada para análise de

elementos traços ou menores (ppm ou ppb) e ultratraços (ppt).

O método consiste na atomização e ionização dos elementos pelo plasma de argônio.

Neste espectrômetro, a identificação dos elementos é dada pelas suas razões massa/carga e a

quantidade é determinada pela intensidade do seu pico comparado a padrões estabelecidos.

6.3 RESULTADOS

6.3.1 Rochas Encaixantes

As amostras das rochas encaixantes foram separadas em dois grupos: (A) as rochas

encaixantes pouco alteradas hidrotermalmente (metagabros e metabasaltos); e (B) as rochas

encaixantes mais alteradas hidrotermalmente (hidrotermalitos).

Os valores geoquímicos dos dois grupos são compatíveis com os padrões geoquímicos

da literatura. Para o grupo das rochas mais preservadas os valores são similares aos padrões

geoquímicos estabelecidos para litotipos máficos (Nockolds, 1954 apud Fujimori, 1990; Jakes

& White, 1971; Luff, 1982; Foden, 1983; e Le Maitre, 1976 apud Wernick, 2003), e para o

grupo B, a nítida variação dos teores é típico de um comportamento geoquímico em sistemas

hidrotermais.

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6.3.1.1 Definição da Linhagem Petrogenética e Ambiente Geotectônico dos

Metagabros e Metabasaltos

Para definição da filiação geoquímica e ambiente geotectônico foram utilizadas as

rochas menos alteradas representadas por círculos em verde nos diagramas.

Os dados geoquímicos dos elementos maiores, plotados em diagramas discriminantes,

apontam para protólitos de natureza subalcalina (Figura 6.1) e filiação toleítica (Figura 6.2-

A), com típico enriquecimento em Fe em relação aos álcalis (trend de Fenner), concentrando-

se no campo dos basaltos. A característica química basáltica destas rochas é confirmada pelo

diagrama discriminante de Cox et al., 1979 (Figura 6.2-B).

35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 850

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

Alkaline

Subalkaline

SiO2

Na

2O

+K

2O

Figura 6.1 Diagrama TAS (Na2O+K2O x Si2O) discriminando as séries subalcalina e alcalina, segundo Irvine &

Baragar, 1971

Figura 6.2 (A) Diagrama AFM (Na2O+K2O x FeOt x MgO) mostrando os trends evolutivos de suítes toleíticas

e cálcio-alcalinas, segundo Irvine & Baragar, 1971. (B) Diagrama de TAS (Na2O+K2O x Si2O), segundo Cox et

al., 1979

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64

Os diagramas discriminantes para ambiente geotectônico (Figuras 6.3-A e B) indicam

um cenário do tipo arco insular para estas rochas o que aponta para um ambiente de zona de

subducção.

Figura 6.3 (A) Metagabros e metabasaltos no diagrama (TiO2 x MnO*10 x P2O5*10) de Mullen, 1983. (B)

Metagabros e Metabasaltos no diagrama (Ti/100 x Zr x Y*3) de Pearce & Cann, 1973. O campo B é de basaltos

de arcos de ilha e Morbs

Além desses, outros diagramas, construídos com base em elementos menos

vulneráveis aos processos de transformação sofridos pelas rochas, dão suporte à proposição de

um ambiente de arco (Figura 6.4-A e B). Da mesma forma, no diagrama da figura 6.5, pode-

se observar que os metabasaltos e metagabros do Alvo Massapê-Manga Velha plotam no

campo de evolução de rochas de arcos vulcânicos.

Figura 6.4 (A) Metagabros e metabasaltos no diagrama (Ti/1000 x V) de Shervais (1982); (B) Metagabros e

metabasaltos no diagrama (Nb*2 x Zr/4 x Y) de Meschede (1986). Os campos C e D são de rochas de arcos

vulcânicos

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65

.1 1 10 100.01

0,1

1

10

Nb/Yb

Th/

Yb

Figura 6.5 Metagabros e metabasaltos no diagrama (Nb/Yb x Th/Yb) de Pearce (1983)

6.3.1.2 Aspectos Litogeoquímicos dos Hidrotermalitos

Conforme discutido no Capítulo 4, os metagabros e metabasaltos transformam-se por

ação dos fluidos hidrotermais, em rochas ricas em biotita, K-feldspato, carbonato, sílica,

granada, turmalina, magnetita, dentre outros, as quais estão sendo denominadas de

hidrotermalitos.

Todas essas transformações mineralógicas têm impacto significativo no quimismo

dessas rochas.

Numa tentativa de avaliar qualitativamente o impacto desses fluidos sobre o quimismo

das rochas, foi construído um diagrama multi-elementar (Figuras 6.6 e 6.7) dos

hidrotermalitos, normalizado em relação a uma amostra de metagabro. A escolha da amostra

normalizante foi feita com base nas evidências petrográficas, tendo sido escolhida a amostra

AF-36, pertencente a um grupo de amostras muito pouco afetado pelos processos

hidrotermais.

E MORB

DM

N MORB

OIB

ARCO

NÃO ARCO

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66

Figura 6.6 Diagrama multi-elementar das rochas mais intensamente hidrotermalizadas (hidrotermalitos),

normalizadas em relação à amostra AF-036 (um metagabro muito pouco afetado pelos fluidos hidrotermais)

Na figura 6.6 é possível observar que os hidrotermalitos, quando comparados a

amostras do grupo das rochas mais preservadas, mostram-se fortemente enriquecidos em

ferro, potássio, sílica, terras-raras leves, zircônio e zinco. Esse quimismo reflete a presença de

magnetita (ferro), biotita e K-feldspato (potássio), injeções de quartzo (sílica),

desenvolvimento de zirconita (zircônio), presença de allanita (ETRL), dentre outros.

Na figura 6.7 observa-se o comportamento de outra bateria de elementos, com

destaque para o sódio, que em algumas amostras aparece enriquecido e, em outras,

empobrecido. Isso reflete provavelmente o processo de albitização que não está presente em

todas as amostras. Observa-se ainda um discreto enriquecimento em fósforo (traduzido na

presença de trilhas de apatita), e enriquecimento em Th e Ta, certamente associados à

mineralogia acessória da rocha (zircão, allanita, etc.).

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Figura 6.7 Diagrama multi-elementar das rochas mais intensamente hidrotermalizadas (hidrotermalitos),

normalizadas em relação à amostra AF-036 (um metagabro muito pouco afetado pelos fluidos hidrotermais)

No que diz respeito exclusivamente aos elementos terras-raras, é nítida a diferença de

concentração desses elementos em relação às rochas mais preservadas (Figuras 6.8-A e B).

Enquanto nos metagabros e metabasaltos a concentração de ETRL é da ordem de 10 a 50

vezes Condrito, nos hidrotermalitos essa concentração salta para a faixa de 20 a 200 vezes

Condrito. A concentração de ETRP sofre um discreto aumento, saído da faixa de 10 a 20

vezes Condrito nos metabagros e metabasaltos para 15 a 30 vezes Condrito nos

hidrotermalitos. Esse aumento das ETRP deve estar relacionado ao desenvolvimento de

granadas nos hidrotermalitos.

Figura 6.8 Diagramas rocha/condrito das rochas máficas mais preservadas (A) e dos hidrotermalitos (B)

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As modificações acimas relatadas e demonstradas permitem deduzir que o fluido

hidrotermal promoveu o aporte de potássio, sílica, ferro, elementos terras-raras leves, Ta, Th,

U, Zr, Zn, dentre outros elementos, para os hidrotermalitos. Paralelamente, esse fluido foi

também responsável pela quebra parcial a total dos plagioclásios, transformando-os em albita

e liberando a molécula de cálcio. A presença marcante de carbonatos nos hidrotermalitos

sugere que o fluido, era rico em CO2, que ao se combinar com o cálcio liberado dos

plagioclásios formou calcita.

A presença de turmalina em grande parte dos hidrotermalitos mostra que o fluido era

também rico em boro.

O conjunto de elementos envolvidos nas transformações metassomáticas das rochas

(Si, K, Zr, Th, Ta, Zn, U, ETRL, B, Cu, etc.) associado ao fato de que os hidrotermalitos

encontram-se injetados por numerosas apófises de granitóides sieníticos, permite que se

proponha, preliminarmente, que os fluidos hidrotermais tenham sido oriundos do

magmatismo granítico.

Essa hipótese poderá ser posteriormente testada através de estudos de inclusões

fluidas, isotópicos e geocronológicos.

6.3.2 Minério de Ferro

As observações feitas durante as descrições dos furos de sondagem e os estudos

petrográficos apontam para a existência de dois tipos de mineralização de ferro: um minério

do tipo formação ferrífera bandada (BIF) e outro, de natureza hidrotermal, injetado nos planos

de foliação das rochas, formando lentes, bolsões e brechas, que está sendo nesse trabalho

denominado de tipo ironstone.

Seguindo uma tendência global de uso dos elementos terras rara (ETR) como

ferramenta auxiliar na caracterização do ambiente deposicional de formações ferríferas

bandadas (fácies óxido), precambrianas, os ETR dos BIF’s e dos Ironstones do Alvo

Massapé-Manga Velha foram analisados para efeitos comparativos.

Nos oceanos modernos as principais fontes de ETR são fluidos hidrotermais (alteração

hidrotermal da crosta oceânica) e materiais erosionais (carga dissolvida trazida pelos rios).

Na absoluta maioria dos trabalhos encontrados na literatura científica, o

comportamento dos ETR nas formações ferríferas bandadas tem sido feito normalizando os

resultados obtidos em relação aos padrões NASC (North American Shale Composite), ES

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(European Shale) ou PAAS (Post-Archean Australian Shale). Estes três padrões, por sua vez,

diferem minimamente entre si.

De acordo com Derry & Jacobsen (1990) formações ferríferas da fácies óxido, sejam

elas do tipo Algoma ou do tipo Lago Superior, quando normalizadas em relação a um dos

padrões acima listados, apresentam empobrecimento em ETRL com anomalias positivas de

Eu e, eventualmente, anomalias negativas de Ce.

Com o objetivo de verificar a existência ou não de diferenças geoquímicas entre os

dois tipos de minério apontados, foram construídos diagramas de elementos terras-raras,

normalizados em relação ao padrão NASC (North American Shale Composite).

O diagrama da figura 6.9 (ETR normalizado em relação à NASC) mostra que as

formações ferríferas bandadas (BIF’s) de fácies óxido, representados na cor azul, apresentam

um acentuado empobrecimento em terras raras leves (ETRL), razões e pronunciada anomalia

positiva de Eu, em conformidade com o postulado por Derry & Jacobsen (1990). Trata-se de

um padrão muito similar ao de outras formações ferríferas bandadas precambrianas, a

exemplo do Quadrilátero Ferrífero (Figura 6.10).

Figura 6.9 Diagramas de ETR do minério de ferro, normalizados em relação à NASC (North American Shale

Composite). BIF’s (em azul) e Hidrotermalitos (em cinza)

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Figura 6.10 Diagramas de elementos terras-raras, normalizados em relação a NASC. (A) formações ferríferas da

Kuruman Iron Formation (África do Sul); (B) formações ferríferas do Quadrilátero Ferrífero, Brasil. Fonte:

Klein, 2005

Os BIF’s do Alvo Massapé-Manga Velha apresentam também razões (La/Yb)N entre

0,3 e 0,8, típicas de formações ferríferas fácies óxido precambrianas (Figura 6.11).

A anomalia positiva de európio em formações ferríferas tem sido interpretada como

uma evidência de origem a partir de exalações hidrotermais de fundo oceânico (Michard &

Albarede, 1986; Campbell et al., 1988; Bau & Dulski, 1996). A anomalia negativa de Ce, por

sua vez é explicada à luz do estado de oxidação da água do mar. Em situações de águas

oxidadas, ocorreria a oxidação e consequente remoção do Ce (Elderfield & Greaves, 1982; De

Baar et al., 1985).

O minério de ferro do tipo ironstone, que ocorre injetado nos planos de foliação das

rochas, formando lentes e bolsões, preenchendo brechas, mostra um padrão claramente

distinto daquele exibido pelas formações ferríferas bandadas. No diagrama da figura 6.9, o

comportamento desse tipo de minério está representado na cor cinza e, muito embora

mantenha o padrão “birds wing” (asa de pássaro), apresenta um enriquecimento muito maior

em ETR e ausência da anomalia negativa de Ce.

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Figura 6.11 Variação da razão (La/Yb)N das formações ferríferas bandadas do Alvo Massapê-Manga Velha

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CAPÍTULO 7 - DISCUSSÕES E RECOMENDAÇÕES

7.1 DISCUSSÕES

As descrições petrográficas das rochas encaixantes das mineralizações de ferro

mostram a existência de: (1) rochas metamáficas mais preservadas, caracterizadas por

proporções modais quase equivalentes de anfibólio + plagioclásio, com percentuais

inexpressivos de magnetita, cujos protólitos foram definidos como de caráter plutônico

(gabro) e vulcânico (basalto); (2) rochas metamáficas com diferentes graus de transformação

hidrotermal, chegando ao estágio máximo caracterizado pela obliteração total das feições

texturais e com o desenvolvimento de uma mineralogia rica em biotita, ferro-anfibólio, K-

feldspato, granada, turmalina, minerais radioativos (zirconita e/ou allanita), magnetita e

sulfetos (pirrotita, pirita e calcopirita).

Os estudos petrográficos revelam que estas rochas foram submetidas a pelo menos um

evento metamórfico (da fácies anfibolito) e, posteriormente, a um evento pirometassomático

(fluidos associados com calor e pressão) responsável pela atual configuração química,

mineralógica e textural das rochas. As paragêneses metamórficas/metassomáticas destas

rochas (metagabros e metabasaltos) sinalizam uma interação com fluidos hidrotermais ricos

em H2O (reações de hidratação), CO2 (carbonatação), em íons potássio (desenvolvimento de

biotita e K-feldspato), sílica (silicificação), ferro (geração de magnetita e de ferro-anfibólios

da série cummingtonita/grunerita), zinco, cálcio (desenvolvimento de granada), ETRL

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(presença de allanita), Zr (presença de zirconita hidrotermal), Th, Ta, P, dentre outros

elementos. O desenvolvimento de quantidade expressiva de turmalina revela também a

presença de ânions BO33-

no fluido. Uma provável fonte destes fluidos seria a atividade

magmática granítica, rica em potássio, de idade neoproterozóica, que intrude as rochas do

Complexo Granjeiro, encaixantes das mineralizações de ferro. Esse magmatismo é

evidenciado na área mineralizada pela presença de inúmeras apófises de granitóides

pegmatoidais, de composição quartzo-sienogranítica.

Estudos litogeoquímicos de rocha total (elementos maiores e traços, incluindo terras-

raras), realizados em amostras criteriosamente selecionadas no grupo dos anfibolitos menos

deformados, com textura e mineralogia mais preservadas, ou seja, sem evidências de terem

sido significativamente afetados pelos fluidos hidrotermais mostram que: (1) os metagabros e

metabasaltos são rochas subalcalinas de afinidade geoquímica toleítica; (2) o comportamento

dos elementos terras-raras é compatível com o de toleítos de ambiente de arco (IAT) ou de

basaltos de fundo oceânico (OFB); (3) o comportamento de elementos traços, em especial a

anomalia negativa de Nb, é compatível com o de toleítos de ambiente geodinâmico

relacionado à zona de subducção. Tais dados preliminares, associados aos dados da geologia

regional (associação dos metagabros e metabasaltos com sedimentos químicos do tipo cherts,

BIFs, rochas calcissilicáticas, dentre outros), permitem propor que as metamáficas do Alvo

Massapé-Manga Velha, pertencentes à unidade Complexo Granjeiro, tenham sido geradas

num ambiente de arco vulcânico ou de bacia de back-arc.

Nas mineralizações de ferro, os estudos petrográficos mostram dois tipos de minério:

tipo I (Formações Ferríferas Bandadas) e tipo II (Ironstone hidrotermal) que apresentam

aspectos texturais, mineralógicos e químicos distintos. O tipo I trata-se de um sedimento

químico, apresentando o clássico bandamento, com níveis escuros constituídos

predominantemente de magnetita, alternados com níveis claros, constituídos de quartzo. Por

estarem metamorfisados na fácies anfibolito, estas rochas contêm Fe-anfibólios da série

cummingtonita-grunerita. O minério tipo II é tectono-controlado, constituído também

predominantemente por magnetita, injetada em planos estruturais das rochas cisalhadas e

intensamente hidrotermalizadas e, mais raramente, formando brechas.

O comportamento dos elementos terras-raras evidencia claramente a existência desses

dois tipos de minérios, conforme discutido no Capítulo 6 deste trabalho. Em diagramas do

tipo ETR, normalizados em relação à NASC (North American Shale Composite), o minério de

ferro do tipo I desenvolve um padrão muito similar ao de Formações Ferríferas Bandadas

precambrianas, em geral, com um acentuado empobrecimento de ETRL, pronunciada

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anomalia positiva de Eu, interpretada como uma evidência de origem a partir de exalações

hidrotermais de fundo oceânico (Michard & Albarede, 1986; Campbell et al., 1988; Bau &

Dulski, 1996) e anomalia negativa de Ce, interpretada como consequência de remoção desse

elemento das águas oxidadas dos oceanos da época (Elderfield & Greaves, 1982; De Baar et

al.,1985). O minério tipo II mostra um padrão ETR/NASC distinto, com maior

enriquecimento em ETRL e ETRP, discreta anomalia positiva de Eu e ausência da anomalia

negativa de Ce.

Considerando que os metagabros e metabasaltos foram caracterizados como rochas

geradas em ambiente de subducção e que o minério de ferro tipo I é um sedimento químico

intercalado nessas rochas, tendo todo pacote sido submetido ao metamorfismo regional da

fácies anfibolito, é possível concluir que esse minério (Tipo I) é uma Formação Ferrífera do

tipo Algoma.

As características descritas para o minério tipo II e tipo I, por outro lado, deixa claro

que o minério tipo II foi gerado pela interação de um fluido hidrotermal, que possivelmente

remobilizou o minério tipo I, com a rocha metamáfica, ou seja, trata-se de um minério origem

hidrotermal. A sua gênese foi concomitante ao metassomatismo das rochas encaixantes, com

desenvolvimento de: (i) uma mineralogia potássica (intensa biotitização e menor K-

feldspatização); (ii) presença de minerais com elevadas concentrações de ETRL e HSFE

(zirconita, allanita, apatita); (iii) aporte de boro (geração de turmalina); (iv) aporte de cálcio

(geração de carbonato, granada e diopsídio); (v) desenvolvimento de sulfetos de ferro e cobre

(pirrotita, pirita e calcopirita); e (vi) aporte de outros metais, a exemplo de Zn e ouro.

As análises de ouro realizadas em rocha total não detectaram anomalias (Tabela 2C,

em anexo), mas as análises químicas feitas pela GME4/PI4, utilizando técnica de pré-

concentração por Fure Assay, detectaram valores anômalos os quais a empresa não autorizou

a divulgação.

O conjunto de dados obtidos no minério Tipo II, com destaque para: (i) a ambiência

tectônica das encaixantes do minério (ambiente de arco); (ii) a natureza tectono-controlada do

minério, formando veios, brechas hidrotermais e zonas de substituição; (iii) a existência na

área de uma relação proximal entre esse minério e intrusões graníticas ricas em potássio; (iv)

as transformações metassomáticas sofridas pelos hidrotermalitos, com aporte de elementos de

grande afinidade com fluidos graníticos (Si, K, B, ETRL, U, Th, Zn, Mo, Au, etc.), permitem

que seja sugerido para o mesmo um modelo metalogenético do tipo Fe-Cu-Au (IOCG-Iron

Oxide Copper Gold Deposits).

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75

Depósitos de ferro similares, de idade fanerozóica, são descritos em Mendoza

(Argentina), no Distrito de Vegas Peladas (Pons et al., 2009), no depósito de Fierro Acari, no

sul do Peru (Injoque, 2002), no sistema de falhas do Atacama (Chile), a exemplo dos

depósitos El Romeral e El Agarrobo (Sillitoe, 2003). Pertencem também a essa categoria os

depósitos paleoproterozóicos de ferro de Raajaärvi e de Puro, Finlândia (Niiranen et al., 2003;

2005), o depósito de Kiruna, na Suécia (Romer et al., 1994), dentre outros.

7.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

A caracterização petrográfica e litogeoquímica contribuiu para a definição da natureza

e do ambiente de formação do(s) protólito(s) das rochas encaixantes do minério de ferro do

Alvo Massapê-Manga Velha e para a definição dos tipos de minério presentes na área e seus

controles (metalotectos). Entretanto, é necessário que mais trabalhos sejam realizados, de

forma a aumentar o nível de conhecimento e entendimento sobre a evolução e o potencial

metalogenético da área, contribuindo também para o estudo da evolução da Província

Borborema.

Com objetivo de dar continuidade ao trabalho apresentado, seguem listadas abaixo,

algumas sugestões de estudos metalogenéticos para serem desenvolvidos em trabalhos

futuros:

Estudos geocronológicos (métodos U-Pb e Sm-Nd) para datar as rochas encaixantes

do minério de ferro, já que não existe na literatura nenhum dado geocronológico do

Complexo Granjeiro, somente a informação de que é de provável idade arqueana. Esta idade

é atribuída devido à intrusão granítica datada em 2.5Ga. Os estudos isotópicos Sm-Nd

contribuirão para o reconhecimento da natureza da fonte do magma que deu origem a estas

rochas (se foi de um manto depletado, ou um manto enriquecido, se houve contaminação

crustal, etc.). Nos estudos petrográficos foram identificados zircões nos metagabros, os quais

poderão ser datados pelo método U-Pb SHRIMP ou U-Pb por laser ablation;

Estudos de Inclusões Fluidas nos veios de quartzo associados ao minério a fim de

verificar a assinatura dos fluidos hidrotermais que deram origem ao minério tipo II, além de

ter uma idéia da sua procedência (saber, por exemplo, se os fluidos possuem assinatura

granítica);

Estudos de isótopos de S nos sulfetos para saber se os mesmos são de origem

magmática ou crustal;

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Estudos de química mineral para caracterizar melhor o metamorfismo (realizar

estudos geotermobarométricos, ou seja, descobrir as condições de P e T que atuaram nas

reações metamórficas). Pode-se fazer isso usando pares de minerais gerados pelo

metamorfismo, a exemplo do par granada-anfibólio; Este estudo irá permitir também a

definição da composição dos minerais hidrotermais, com destaque para as biotitas.

Datar o evento hidrotermal. Para tanto podem ser feitas análises isotópicas K-Ar ou

Ar-Ar nos K-feldspatos que invadem os hidrotermalitos, ou nas biotitas dos hidrotermalitos.

Pode-se também fazer U-Pb SHRIMP ou laser ablation nas titanitas dos hidrotermalitos.

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ANEXO-1

TABELA DE AMOSTRAS

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Tabela 1A. Tabela de amostras

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Nota: SD = Seção Delgada; SDP = Seção Delgada-Polida; (BA) Anfibolito com baixa alteração hidrotermal;

(MA) Anfibolito moderadamente alterado; e (AA) Anfibolito altamente alterado

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ANEXO-2

TABELAS DE ANÁLISES QUÍMICAS

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Tabela 2A. Conteúdo em elementos maiores (em %) nas amostras analisadas de rocha encaixante e minério de

ferro do Alvo Massapê-Manga Velha

Tabela 2B. Conteúdo em elementos terras raras (em ppm) de rochas encaixantes e minério de ferro do Alvo

Massapê-Manga Velha

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Tabela 2C. Conteúdo em elementos menores (em ppm) das amostras analisadas de rochas encaixantes e minério

de ferro do Alvo Massapê-Manga Velha

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ANEXO-3

DESCRIÇÕES PETROGRÁFICAS - SEÇÕES DELGADAS

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 001C (amostra de mão).

Coord. UTM: 304705/9121092

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Anfibolito. Rocha orientada, de coloração esverdeada e granulação média a fina.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha orientada, com textura granonematoblástica. Não há mineral opaco. As

alterações ocorrem sem expressividade e são registradas nas mudanças mineralógicas.

Processos de alteração: epidotização, silicificação e leucoxenização.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Minerais essenciais: anfibólio (55%) e plagioclásio (20%), epídoto (10%), quartzo

(8%), leucoxênio (5%) e titanita (2%).

DESCRIÇÃO

Anfibólio (do tipo hornblenda): possui coloração verde. Os grãos de anfibólio estão

orientados e formam uma textura nematoblástica. São subédricos e inequigranulares.

Apresentam-se um pouco cominuídos.

Plagioclásio: ocorre em grãos subédricos a anédricos formando uma textura granular.

Os grãos se apresentam ora com aspecto límpido, ora saussuritizados. Em alguns grãos

é possível ver a geminação albita.

Epídoto: é visto em toda a lâmina, principalmente nas bordas da lâmina. Os grãos

possuem uma coloração verde amarelada, em tons pálidos, em luz plana.

Quartzo: forma textura granular com grãos que apresentam contatos poligonais e

regulares com os cristais de anfibólio e plagioclásio. São anédricos.

Leucoxênio: os grãos encontram-se agregados nas bordas dos cristais de anfibólio,

acompanhado a orientação dos cristais de anfibólio. Apresenta uma cor marrom, relevo

alto e um aspecto turvo.

Titanita: ocorre em proporções pequenas. Apresenta cor marrom e relevo alto. E forma

também agregados de grãos.

ROCHA: Anfibolito menos modificado.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Lâmina nº: AF 002 A (amostra de mão - Morro Massapê).

Coord. UTM: 307991/9122936

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha de coloração avermelhada, finamente bandada, com intercalações de bandas mais

claras (quartzo) e mais escuras (magnetita).

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha bandada, com bandamento fino e definido e com textura granoblástica.

Caracteriza-se pela alternância de bandas claras (ocorre quartzo e pequenas proporções

de magnetita e grunerita) e bandas escuras (ocorre magnetita e pequenas proporções de

grunerita e quartzo).

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Quartzo (45%), magnetita (35%) e anfibólio - grunerita (20%).

DESCRIÇÃO

Quartzo: os grãos formam uma textura granular, em mosaico. Apresentam aspecto

límpido e extinção ondulante. São anédricos, mas quase que equidimensionais. Os

contatos são sinuosos e poligonais com os minerais opacos e o anfibólio.

Minerais Opacos: os grãos são subédricos a euédricos. Além da concentração nas

bandas escuras, o mineral opaco pode ser visto nas bandas mais claras de quartzo, mas

menores proporções.

Anfibólio: o anfibólio é do tipo grunerita, apresenta coloração verde azulada. Encontra-

se geralmente nas bordas da magnetita. Apresentam tamanhos variados e são subédricos

a anédricos.

ROCHA: Formação Ferrífera Bandada.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Lâmina nº: AF 003 (amostra de mão).

Coord. UTM: 307589/9122735

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Formação Ferrífera Bandada. Rocha de coloração escura com bandas grosseiras,

alternadas, de quartzo e magnetita.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha bandada, com bandamento bem definido e grosseiro. Em uma porção da lâmina é

possível ver o bandamento deformado. Ocorrem anfibólios distribuídos em todas as

bandas. Também ocorre oxi-hidróxidos de ferro (amostra de superfície).

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Quartzo (52%), mineral opaco (30%) e anfibólio – grunerita (18%).

DESCRIÇÃO

Quartzo: ocorre em grãos que formam textura granular e apresentam contatos

poligonais e sinuosos. Apresentam extinção ondulatória e aspecto límpido. Nas bandas

claras observa-se entre os cristais de os cristais de quartzo, oxi-hidróxidos de ferro.

Mineral Opaco: ocorre em grãos anédricos, subédricos e de forma subordinada

euédricos. Apresentam tamanhos variados. Nas bandas mais claras também é possível

ver grãos de minerais opacos, só que em menores proporções.

Anfibólio: se apresentam em grãos subédricos e inequigranulares, com uma coloração

verde mais clara. Estão alongados na direção do bandamento. É do tipo grunerita.

ROCHA: Formação Ferrífera Bandada.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Lâmina nº: AF 025 A (Furo de sondagem DD-009).

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha de granulação grossa e cor esverdeada. Apresentam injeções de carbonato, dando

uma cor esbranquiçada à rocha, e de turmalina. Ocorre muita turmalina.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

A rocha apresenta um aspecto de injeção de fluido, com vênulas de quartzo e carbonato.

As vênulas estão deformadas e são contínuas e descontínuas. A lâmina está carregada

em turmalina. Processos de alteração: carbonatização, turmalinização, silicificação,

epidotização e leucoxenização.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Anfibolito: anfibólio (60%); carbonato (17%), epídoto (11%), mineral opaco (5%),

quartzo (4%) leucoxênio (2%) e titanita (1%).

Injeção: carbonato (26%), turmalina (23%), anfibólio (19%), epídoto (17%), mineral

opaco (10%) e quartzo (5%).

DESCRIÇÃO

Anfibólio: concentra-se mais em uma porção da lâmina. Apresenta cor verde, e está

bastante cominuído. Não é possível ver alteração do anfibólio para biotita. Os grãos são

inequigranulares e anédricos. Encontram-se algumas vezes fraturados por vênulas

constituídas de quartzo e carbonato.

Carbonato: ocorre em toda a lâmina, entre os cristais de turmalina e anfibólio, e em

venulações. Os grãos são inequigranulares e formam um arranjo granular e contatos

sinuosos. Apresenta geminação e cor de interferência forte (tom rosado).

Turmalina apresenta-se com uma forte cor preta azulada. Encontra-se em seções basais

e longitudinais. Os cristais de turmalina são subédricos a anédricos e inequigranulares.

Algumas vezes, são vistos fraturados por venulações de quartzo e carbonato.

Epídoto: encontrado em toda a lâmina, de forma dispersiva, em grãos são anédricos.

Mineral opaco: ocorre distribuído pela lâmina. São subédricos e apresentam tamanhos

entre 0,4mm a 0,8 mm. A maior parte encontra-se na parte da injeção.

Quartzo: ocorre entre os outros cristais formando um arranjo granular e também, nas

vênulas. Os grãos possuem contatos sinuosos e apresentam extinção ondulante.

Leucoxênio: ocorre muito pouco. É reconhecido pelo seu aspecto turvo resultado da

alteração da titanita em leucoxênio. São inequigranulares.

Titanita: quase que inexiste. Os grãos ocorrem dispersados na lâmina e são anédricos.

ROCHA: Anfibolito com maior de grau de diferenciação.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 027 (Furo de sondagem DD-009).

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha de coloração esverdeada. Apresenta porções brancas devido à alteração em

albita. A rocha apresenta sulfetos (pirita e pirrotita).

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha orientada e grosseira com textura granonematoblástica. Rocha intensamente

deformada e fraturada, com presença de vênulas descontínuas constituídas de quartzo.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Anfibólio (37%), plagioclásio (17%), biotita (12%), epídoto (10%), minerais opacos

(11%), titanita (8%) e clorita (5%).

DESCRIÇÃO

Anfibólio: ocorrem em forma de porfiroclastos, de coloração verde e são orientados.

Apresentam-se anédricos com contatos irregulares. É possível ver a alteração de

anfibólio para biotita.

Plagioclásio: os grãos apresentam-se saussuritizados, mas alguns grãos apresentam

aspecto límpido. Em alguns grãos, também, é possível ver a geminação albita. Os grãos

formam textura granular e possuem contatos sinuosos. Tamanho entre 0,15mm e

0,30mm.

Biotita: apresentam cor marrom. São subédricos, inequigranulares, com contatos

regulares e apresentam extinção olho de pássaro.

Epídoto: encontra-se distribuído por toda a lâmina. São anédricos e apresentam uma

pálida coloração verde amarela, quando em luz plana. Ocorre formando agregados.

Minerais opacos: ocorrem por toda a lâmina, seguem a orientação da rocha. São

euédricos a subédricos e são aproximadamente equigranulares.

Titanita: ocorre associado aos minerais opacos. Apresentam coloração marrom e relevo

alto. E acompanham a orientação da rocha. O que se ver é titanita ao redor do mineral

opaco, algumas vezes, envolvendo ao todo.

Clorita: os cristais de clorita são reconhecidos pelo seu deep blue. É possível ver a

passagem de biotita para clorita.

ROCHA: Anfibolito menos modificado.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 032 (Furo de sondagem DD-009).

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha de cor cinza e granulação fina, com venulações finas de albita, dando a rocha um

aspecto esbranquiçado.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha orientada com textura granonematoblástica. Há presença de vênulas finas e

grossa que cortam toda a lâmina.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Hornblenda (49%), plagioclásio (27%), minerais opacos (15%), biotita (9%) e clorita

(4%).

DESCRIÇÃO

Anfibólio: é do tipo hornblenda. Apresentam coloração verde. São subédricos e

inequigranulares, com contatos ora regulares e ora irregulares (quando cominuídos). Os

grãos encontram-se orientados apresentando uma textura nematoblástica. Estão bastante

cominuídos, às vezes fragmentados por venulações constituídas por albita.

Plagioclásio: os grãos formam uma textura granular. Os grãos são subédricos e

apresentam contatos sinuosos e irregulares com outros cristais. Estão límpidos, sem

geminação, ocorrendo pouca saussuritização.

Minerais Opacos: ocorrem em toda a lâmina, bem dispersado. São subédricos e

inequigranulares.

Biotita: apresenta coloração marrom. Está cominuída e em contato com os cristais de

anfibólio e plagioclásio. Apresenta extinção olho de pássaro.

Clorita: ocorre muito pouco. Resultado da alteração da biotita. Sua cor é verde pálida.

ROCHA: Anfibolito menos modificado.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 037 (Furo de sondagem DD-009).

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha de coloração cinza esverdeada e granulação fina a média. Observam-se cristais

de anfibólio e de albita.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha não muito modificada, sem presença de injeções. Apresenta textura caótica e

cristais maiores de anfibólio. Possui, também, textura granular dada pelo arranjo dos

grãos de plagioclásio. Lembra a AF 027 que está mais biotitizada.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Anfibólio (53%), plagioclásio (16%), epídoto (10%), mineral opaco (9%), biotita (6%) e

titanita (6%).

DESCRIÇÃO

Anfibólio: é do tipo hornblenda. São pórfiros com formas subédricas e inequigranulares.

Apresentam coloração verde. Seus contatos são regulares e irregulares com outros

grãos.

Plagioclásio: os grãos formam textura granular, com contatos sinuosos. Não apresentam

geminações, e pouco se ver processos de saussuritização. Em geral, estão límpidos.

Epídoto: ocorre muito pouco na lâmina de forma pontual. Apresenta uma cor verde

amarelada, pálida.

Mineral opaco: ocorre em menor proporção, dispersado na lâmina. São subédricos a

anédricos, e apresentam tamanho em torno de 1mm.

Biotita: apresenta cor marrom, com extinção paralela. São subédricos e estão em

contato irregular com os outros cristais.

Titanita: encontra-se associado ao mineral opaco, mas em menor proporção. Os grãos

são anédricos e inequigranulares.

ROCHA: Anfibolito menos modificado.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 054 (Furo de sondagem DD-009)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha com uma granulação média a grossa, de coloração cinza-esverdeada. Observam-

se cristais de anfibólio e plagioclásio.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha orientada, com textura granonematoblástica dada pelo anfibólio e plagioclásio.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Anfibólio (50%), plagioclásio (35%), minerais opacos (10%) e biotita (5%).

DESCRIÇÃO

Anfibólio: encontra-se orientado, formando uma textura nematoblástica. São

inequigranulares com grãos variando de 0,15mm a 1,5mm. Seus contatos são regulares

e irregulares quando as faces não estão bem definidas, devido estarem em alguns

momentos cominuídos.

Plagioclásio: forma textura granular e os grãos apresentam contatos sinuosos. Não há

geminação e nem processos de saussuritização. Os cristais apresentam tamanho em

torno de 1 mm.

Minerais opacos: ocorre em toda a lâmina, sempre em contato com anfibólio, em grãos

anédricos a subédricos, que são quase que equigranulares.

Biotita: ocorre em pequena proporção. Reconhecida pela extinção olho de pássaro. Os

grãos são subédricos e estão em contato regular com o anfibólio.

ROCHA: Anfibolito menos modificado.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 060A (Furo de sondagem DD-064).

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha hidrotermalizada, com presença de muito carbonato e biotita. Nas descrições do

furo, compreende de uma zona não mineralizada entre zonas mineralizadas.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha orientada, de granulação grossa, com textura granolepidoblástica. Há venulações

constituídas de quartzo e carbonato. Estas venulações adentram pelos planos de foliação

da rocha.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Biotita (60%), Minerais Opacos (16%), Anfibólio (14%), Carbonato (6%) e quartzo

(5%).

DESCRIÇÃO

Biotita: os grãos encontram-se orientados formando uma textura lepidoblástica. Seus

contatos são regulares e irregulares com os cristais de anfibólio, minerais opacos,

carbonato e quartzo. Apresenta cor marrom e extinção paralela.

Minerais opacos: ocorrem em toda a lâmina, mas em pequena proporção. São

subédricos.

Anfibólio: ocorre em menores proporções do que a biotita. São restos de anfibólio, estão

bastante cominuídos, apresentando-se de forma anédrica.

Carbonato: apresenta-se em grãos grandes que se encontram entre os cristais de biotita

ou em venulações associados com o quartzo. Os grãos de carbonato apresentam

geminação e cor de interferência forte dada pela cor rosa.

Quartzo: ocorre tanto entre os cristais de biotita em um arranjo granoblástico, como nas

vênulas junto com carbonato. Apresentam-se límpidos.

ROCHA: Anfibolito com grau de alteração maior.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 060B (Furo de sondagem DD-064)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha de coloração esverdeada, ora com porções orientadas, ora caóticas, devido ao

maior de alteração e deformação nestas rochas. Granulação que varia de fina a média.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha grosseira com grandes cristais de biotita e restos de anfibólio. Semelhante a AF

060A, só que bem mais alterada.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Biotita (72%), anfibólio (20%) e zirconita//allanita (3%).

DESCRIÇÃO

Biotita: o principal mineral da lâmina ocorrendo na forma de grandes cristais,

apresentando uma coloração marrom. Os grãos de biotita foram resultantes da alteração

do anfibólio. Apresenta extinção olho de pássaro, e os grãos são subédricos e seus

contatos são definidos. Apresentam halos pleocróicos reconhecidos pela radiação em

tons marrom (zirconita ou allanita).

Anfibólio: é do tipo hornblenda. Os grãos representam restos de anfibólio. São

anédricos, estando bastante cominuídos, mas em alguns pequenos pedaços do anfibólio

é possível ver sua forma subédrica. Apresentam uma coloração verde levemente pálida.

Zirconita e/ou allanita: na biotita desta lâmina, ocorre halos pleocróicos de minerais

muito pequenos, possivelmente zirconita ou allanita. (Observação, em outras lâminas

foi possível ver a allanita).

ROCHA: Anfibolito com maior grau de alteração.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 072 (Furo de sondagem DD-064)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha orientada, com cristais de anfibólio e biotita orientados. Apresenta uma injeção

granítica cortando o anfibolito.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Contato da rocha metamáfica com a rocha granítica. Na porção metamáfica, a rocha

encontra-se orientada com textura granonematoblástica. Na porção granítica, a rocha é

constituída por porfiroclastos plagioclásio e K-feldspato.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Metamáfica: anfibólio (52%), plagioclásio (28%) e biotita (20%).

Granitóide: k-feldspato (47%), quartzo (32%) e carbonato (21%).

DESCRIÇÃO

Anfibólio: é do tipo hornblenda. Os grãos orientados criando uma textura

nematoblástica. São inequigranulares, subédricos, mas algumas vezes anédricos, com

contatos regulares e irregulares. O anfibólio também é encontrado na porção granítica

com a mesma cor verde, mas em menor proporção.

Plagioclásio: os grãos formam uma textura granular na porção metamáficas. Formam

agregados espalhados nesta porção. São inequigranulares e encontram-se

saussuritizados. Na porção granítica, são pórfiros subédricos e apresentam inclusões de

biotita. Está em contato com o carbonato.

Biotita: de coloração marrom, com extinção olho de pássaro. Ocorre em maiores

proporções na porção da rocha metamáfica. Na zona de contato entre estas duas porções

(anfibolítica e granítica), é possível ver bastante biotita. Os grãos são subédricos e

inequigranulares, com contatos regulares.

K-feldspato: é do tipo microclina. Ocorre na porção granítica. É possível ver a

geminação do tipo microclina. São cristais grandes entre os de plagioclásio.

Quartzo: ocorre somente na porção granítica. Apresentam um aspecto límpido e

extinção ondulante. Carbonato: ocorre na porção granítica entre os cristais de feldspato

e nas venulações. Os grãos apresentam tamanhos variados e contatos sinuosos.

ROCHA: Contato do Anfibolito e Granitóide (sienito).

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 078 (Furo de sondagem DD-064).

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha de coloração esverdeada, com venulações claras e rosadas constituídas de

carbonato e granada. Apresentam cristais grandes de granada, mais ou menos

arredondados.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha orientada com textura granonematoblástica e granolepidoblástica. Apresenta

grandes cristais de granada helicítica e com textura poiquiloblástica.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Granada (35%), anfibólio (25%), plagioclásio (15%), minerais opacos (12%), biotita

(8%) e quartzo (5%).

DESCRIÇÃO

Granada: são grãos porfiroblásticos, com textura poiquiloblástica. Apresentam

coloração rosada. Há inclusões de anfibólio, minerais opacos e quartzo. É possível ver

que o anfibólio está orientado. Ao redor dos cristais de granada ocorre muita biotita.

Anfibólio: encontra-se orientado, de forma subédrica a anédrica, inequigranular, com

contatos regulares e irregulares.

Plagioclásio: os grãos formam textura granular. Não apresentam geminações, e poucas

vezes encontram-se saussuritizados.

Minerais Opacos: ocorre de forma inclusa na granada. São quase equigranulares, e são

subédricos a anédricos.

Biotita: os grãos possuem coloração marrom e extinção olho de pássaro. Encontram-se

orientados e na maioria das vezes bordejando a granada.

Quartzo: ocorre muito pouco e de forma pontual. São anédricos e apresentam extinção

ondulante.

ROCHA: Anfibolito com maior grau de diferenciação

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 084 (Furo de sondagem DD-031)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Contato do granitóide milonitizado com a metamáfica e o minério. Presença de sulfetos.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha com clivagem de crenulação em contato com rocha granítica com porfiroclastos

de feldspato. A rocha granítica também está em contato com o minério (minério com

feição hidrotermal).

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Porção metamáfica: anfibólio (60%), plagioclásio (20%), biotita (12%), e clorita (5%) e

titanita (3%). Porção granítica: plagioclásio (36%), k-feldspato (29%), quartzo (19%) e

anfibólio (16%). Minério: quartzo (45%), mineral opaco (35%) e anfibólio azul (20%).

DESCRIÇÃO

Metamáfica: Anfibólio: do tipo hornblenda. Apresenta-se de forma inequigranular e

orientado, formando textura nematoblástica. São subédricos e estão cominuídos.

Apresenta coloração verde. Plagioclásio: de coloração cinza, sem geminação, muitas

vezes com aspecto límpido. Algumas vezes saussuritizados. Biotita: apresenta cor

marrom e extinção olho de pássaro. Está orientada e apresenta-se cominuída. Formam

textura lepidoblástica. Clorita: ocorre em menor proporção e é reconhecida pelo seu

aspecto fibroso e o seu deep blue. Titanita: ocorre também muito pouco e apresenta uma

cor marrom, com grãos em tamanhos variados. Granitóide: Plagioclásio: são

porfiroclastos. Alguns com geminação albita. Apresentam uma forma arredondada, com

grãos formando uma textura granular, com contatos sinuosos e regulares com outros

cristais. K-feldspato: ocorre como porfiroblastos, dispersos, é do tipo microclina.

Quartzo: ocorre distribuído, forma uma textura granular, os grãos são límpidos.

Anfibólio: apresenta-se orientado. Os grãos são subédricos e cominuídos. Estão em

menor quantidade em relação a porção metamáfica. Minério: Quartzo: formam textura

granular. São inequigranulares e seus contatos são poligonais e sinuosos. Mineral

Opaco: São inequigranulares, subédricos a anédricos, com tamanhos que variam entre

0,5 a 0,25 mm. Anfibólio: de coloração verde azulado. Ocorre em pequenas proporções,

em contato com o mineral opaco.

ROCHA: Contato anfibolito com o granitóide que está em contato com o minério.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 090 (Furo de sondagem DD-031)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Milonito de granitóide. Rocha de composição sienítica, com coloração rosada e

granulação fina a média. Há presença de magnetita.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha milonitizada com porfiroclastos de K-feldspato, amoldados pela foliação da

rocha.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Microclina (45%), anfibólio azul (19%), plagioclásio (13%), quartzo (12%), biotita

(10%) e mineral opaco (2%).

DESCRIÇÃO

Microclina: os grãos de microclina são inequigranulares, e encontram-se amoldados

pela foliação da rocha. Apresenta formas alongadas e coloração rosada. Alguns grãos

apresentam geminação do tipo microclina bem definida.

Plagioclásio: ocorre em grãos menores (em comparação à microclina), apresenta

aspecto sujo, poucas vezes, límpidos. São inequigranulares e seus contatos são sinuosos

com os cristais de anfibólio, quartzo e biotita.

Quartzo: ocorre disperso na lâmina, formando uma textura granular. Apresenta contatos

sinuosos e poligonais. Apresenta tamanhos variados, às vezes os grãos são maiores que

o do plagioclásio e outras apresentam mesmo tamanho.

Anfibólio: é do tipo anfibólio azul. Os grãos de anfibólio estão orientados apresentando

textura nematoblástica. São inequigranulares, apresenta forma alongada com grãos

subédricos.

Biotita: ocorre em menor expressão e ocorre muitas vezes se amoldando nos grãos de

microclina. Os grãos estão orientados apresentando uma textura lepidoblástica.

Mineral opaco: ocorre disperso, mas é muito expressivo. Ocorre em grãos bem

pequenos e adentram nos planos de foliação da rocha. São grãos subédricos a anédricos.

ROCHA: Milonito de granitóide

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 091 (Furo de sondagem DD-031)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Milonito de granitóide. Rocha de coloração rosa a avermelhada de granulação fina a

média. Presença de grãos de magnetita.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Granitóide milonitizado com porfiroclastos de K-feldspato (mas, bem menores que os

da lâmina AF 090). Apresenta textura granolepidoblástica e granonematoblástica.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Microclina (38%), biotita (21%), anfibólio (19%), plagioclásio (13%), minerais opacos

(7%) e titanita (2%).

DESCRIÇÃO

Rocha similar a AF 090, mas os porfiroclastos de K-feldspato (microclina) são menores.

A microclina apresenta grãos rosados, alongados, amoldados pela foliação da rocha. A

geminação do tipo microclina é bem definida, e é vista tanto nos grãos menores, quanto

nos porfiroclastos.

Os grãos de anfibólio (hornblenda) estão orientados e estão sendo substituídos por

biotita. Apresentam-se alongados, subédricos e às vezes cominuídos.

A biotita ocorre em maior expressão nesta lâmina (comparado com a lâmina AF 090). A

biotita apresenta cor marrom e textura lepidoblástica. São grãos subédricos. Ocorre

substituindo o anfibólio verde.

O plagioclásio ocorre formando uma textura granular com grãos inequigranulares entre

os cristais de biotita, anfibólio.

O mineral opaco ocorre muito disperso nos planos de foliação da rocha. Muitas vezes

em contato com o anfibólio ou contornando o K-feldspato.

A titanita ocorre dispersa em toda a lâmina, mas em pequena proporção.

ROCHA: Milonito de granitóide

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 130 (Furo de sondagem DD-008).

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Granitóide cortando rocha metamáfica rica em magnetita. Há presença de alguns

pequenos grãos de sulfeto (pirita). Anfibolito de granulação média a grossa, com biotita

no contato em entre o granitóide e metamáfica.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha granítica cortando a rocha metamáfica. Rocha de granulação grossa, com grandes

cristais de anfibólio e microclina.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Metamáfica: anfibólio (38%), plagioclásio (16%), quartzo (14%), epídoto (10%), biotita

(10%), minerais opacos (9%) e titanita (3%). Milonito de Granitóide: microclina (45%),

quartzo (22%), anfibólio (16%), biotita (14%) e minerais opacos (4%).

DESCRIÇÃO

Metamáfica: Anfibólio: de coloração azul esverdeada. São cristais grandes e subédricos

com contatos regulares. É possível ver a alteração nas bordas do anfibólio para biotita.

Há uma diminuição, lateral, da granulometria do anfibólio da zona de contato para as

regiões laterais. Titanita: ocorre entre os cristais de anfibólio ou entre os cristais de

microclina. Apresentam coloração marrom e relevo alto. Epídoto: ocorre muito pouco,

disperso na lâmina e incluso nos cristais de anfibólio. Biotita: ocorre em menores

proporções, em contato com o anfibólio. É visto nas bordas do anfibólio (resultado da

alteração do anfibólio). Apresenta cor marrom pálida.

Granitóide: Microclina: Encontra-se entre os grãos de anfibólio e principalmente na

porção granítica. São inequigranulares, com contatos regulares, embora também não

muito definidos. Apresenta geminação do tipo tabuleiro de xadrez. Quartzo: ocorre na

porção granítica. Associada com os minerais opacos. Os grãos apresentam um arranjo

granular e contatos poligonais e sinuosos. Minerais Opacos: ocorre apenas na porção

granítica. São inequigranulares, com tamanho variando entre 0,15mm a 1 mm,

apresentam-se em grãos subédricos a anédricos.

ROCHA: Contato do anfibolito com o granitóide.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 144 (Furo de sondagem DD-022).

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha orientada de coloração cinza e granulação fina. Apresenta uma cor esbranquiçada

dada pela albita. Há magnetita e biotita.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha orientada rica em biotita, apresentando uma textura granolepidoblástica.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Quartzo (31%), biotita (27%), plagioclásio (19%), feldspato (13%) e titanita (10%).

DESCRIÇÃO

Quartzo: Forma um agregado de grãos. Apresenta textura granular. Os cristais

apresentam contatos poligonais e sinuosos. Essas aglomerações estão orientadas na

mesma direção dos grãos de biotita.

Biotita: os grãos de biotita estão orientados, formando uma textura lepidoblástica.

Apresenta cor marrom e extinção olho de pássaro. Os grãos são subédricos e

apresentam contatos regulares com cristais de plagioclásio.

Plagioclásio: Os grãos formam uma textura granular e seus contatos são sinuosos com

os outros cristais. Grãos sem geminação e com aspecto límpido.

K-Feldspato: é do tipo microclina. Apresenta geminação do tipo tabuleiro de xadrez.

São anédricos e apresentam tamanhos variados.

Titanita: ocorre em toda a lâmina, são inequigranulares, com tamanho variando de

0,1mm a 0,5mm. Apresentam relevo alto e cor marrom.

ROCHA: Granitóide.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 168 (Furo de sondagem DD-028).

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha de cor cinza esverdeada e com granulação fina. Ocorre venulações muito finas de

coloração branca (carbonato). Há muita biotita. Ocorre sulfeto (pirita) de forma

subordinada.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha com arranjo caótico, com cristais de anfibólio e biotita cominuídos e, de

plagioclásio com aspecto sujo e saussuritizado.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Biotita (35%), anfibólio (25%), plagioclásio (20%), carbonato (15%) e epídoto (5%).

DESCRIÇÃO

Biotita: apresenta coloração marrom. São grãos subédricos, algumas vezes, anédricos,

inequigranulares, com contatos regulares e irregulares nas faces cominuídas. Resultado

da alteração do anfibólio em biotita.

Anfibólio: apresentam-se como resto de um anfibólio. Estão bastante cominuídos.

Observa-se a alteração do anfibólio para biotita. Apresenta cor verde e são subédricos a

anédricos.

Plagioclásio: ocorre entre os cristais maiores de biotita e anfibólio. Seus contatos não

estão bem definidos. Apresentam um aspecto sujo, com inclusões menores de anfibólio.

Estão saussuritizados. É possível ver epídoto.

Carbonato: apresenta uma cor rosada. São inequigranulares e estão em contato com o

plagioclásio e biotita.

Epídoto: ocorre em menor proporção, distribuídos por toda a lâmina. São anédricos e

apresentam uma cor amarelada pálida. Resultado da alteração do plagioclásio.

ROCHA: Anfibolito moderadamente modificado.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 176 (Furo de sondagem DD-028)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha com aspecto de injeção, com grandes cristais de granada de coloração rosa. A

rocha apresenta também uma coloração esbranquiçada, dada pela alteração pela albita.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

A rocha bandada. Apresenta textura granonematoblástica e granolepidoblástica. Há

porfiroblastos de granada.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Granada (47%), quartzo (18%), anfibólio (16%), biotita (11%), mineral opaco (8%), e

carbonato (2%).

DESCRIÇÃO

Granada: são porfiroblastos que apresentam coloração rosa. Estão cominuídos e são

inequigranulares. Possuem inclusão de anfibólio, biotita, mineral opaco e quartzo.

Anfibólio: apresenta uma forte cor verde. Encontra-se orientado, formando uma textura

nematoblástica. É possível ver o anfibólio alterando para a biotita. O anfibólio ocorre

entre os cristais de quartzo e incluso na granada.

Biotita: apresenta cor marrom e extinção olho de pássaro. Esta orientada e forma textura

lepidoblástica. São subedrais e inequigranulares.

Mineral Opaco: ocorre em toda a lâmina. É encontrado mais frequentemente em contato

com a biotita ou incluso na granada. São subédricos e inequigranulares, com tamanho

em torno de 0,5 mm.

Quartzo: ocorre na banda mais clara. Os grãos formam arranjo granular, com grãos

quase equidimensionais, apresentando extinção ondulante.

Carbonato: ocorre em pequena proporção, e se encontra entre os cristais de granada e

quartzo, principalmente os de quartzo dentro da banda clara.

ROCHA: Anfibolito com maior grau de alteração.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 192 (Furo de sondagem DD-057).

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha com cor esverdeada e de granulação fina. Presença de injeções com biotita.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha orientada, com textura granonematoblástica e granolepidoblástica. Há injeções

de quartzo. Há presença também de minerais opacos e biotita.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Anfibólio (41%), biotita (24%), plagioclásio (21%) e mineral opaco (14%).

Injeção: quartzo.

DESCRIÇÃO

Anfibólio: apresenta uma coloração verde. Encontra-se orientado, formando uma textura

nematoblástica. São subédricos a anédricos. E está em contato com o plagioclásio, a

biotita e o mineral opaco.

Biotita: apresenta cor marrom e extinção olho de pássaro. Ocorre em toda a lâmina e

esta orientada formando textura lepidoblástica. São subédricos e inequigranulares. Nas

zonas de contato com a injeção, a biotita é encontrada em grãos bem maiores do que o

restante da lâmina.

Plagioclásio: apresenta cor acinzentada. Encontra-se entre os cristais de anfibólio e

biotita. Apresentam aspecto límpido, são inequigranulares e seus contatos são sinuosos

e regulares.

Mineral Opaco: encontrado em toda a lâmina, predominando na porção da rocha

metamáfica. São subédricos a anédricos, variando entre 0,5mm a 0,15mm. São

inequigranulares.

Quartzo: ocorre nas porções com aspecto de injeção, em bandas grosseiras. Formam

arranjo granular. Os grãos são inequigranulares e apresentam um aspecto límpido.

ROCHA: Anfibolito moderadamente modificado.

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ANEXO-4

DESCRIÇÕES PETROGRÁFICAS - SEÇÕES DELGADAS-POLIDAS

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 020 (Furo de sondagem DD-009)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha de coloração cinza e granulação fina. A rocha apresenta injeções de carbonato,

quartzo, pirrotita e calcopirita.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha com aspecto de injeção. As injeções são constituídas por carbonato, opacos e

quartzo. Ocorre resto de rocha metamáfica em uma pequena porção da rocha que está

fortemente injetada por minerais opacos.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Anfibólio (40%), plagioclásio (30%), minerais opacos (25%) e biotita (5%). Minerais

opacos: pirrotita (85%), calcopirita (12%) e magnetita (3%).

DESCRIÇÃO

Em LT, ocorrem cristais de anfibólio em uma pequena porção da lâmina (restos de

anfibólio). Os cristais de anfibólio estão cominuídos e os grãos apresentam-se com

forma anédrica. É possível ver a substituição do anfibólio por biotita. A biotita ocorre

em menor proporção, na forma de palhetas que estão, na sua maior parte, cominuídas. É

reconhecida pela extinção paralela e sua cor marrom que está fracamente esverdeada.

Alguns grãos apresentam uma cor marrom avermelhada. Ocorrem minerais opacos

nesta porção da metamáfica. A metamáfica encontra-se totalmente injetada por minerais

opacos. O plagioclásio ocorre de forma anédrica e bastante saussuritizado. Em alguns

grãos (muito poucos) é possível ver a geminação do tipo albita. No contato definido da

porção metamáfica com a injeção de minerais opacos ocorre vênulas grossas

constituídas de quartzo. O quartzo apresenta aspecto límpido, textura granular, com

grãos anédricos e inequigranulares. No contato há, também, uma grossa vênula de

carbonato. O carbonato apresenta geminações. Os grãos de carbonato são grandes e

inequigranulares. O contato é marcado pela presença de muito mineral opaco. Em LR,

ocorre em maior quantidade pirrotita, seguido de calcopirita e magnetita. A pirrotita

apresenta coloração creme em tom rosado. É inequigranular, e em alguns grãos pode se

observar anisotropismo. A calcopirita apresenta uma cor amarelada, relevo alto. A

magnetita apresenta uma cor cinza. Estes minerais opacos ocorrem de forma anédrica e

inequigranular.

ROCHA: Formação Ferrífera (Minério Hidrotermal-Ironstone)

Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 042 (Furo de sondagem DD-009)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha de granulação fina, com injeção de albita e sulfetos (pirita e calcopirita).

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha com textura granonematoblástica, com presença de opacos (magnetita e

calcopirita) anédricos injetados no plano de foliação da rocha. Ocorrem fraturas

descontínuas e deformadas cortando a rocha perpendicularmente. Também há presença de

injeções de sulfetos que cortam a rocha sem está na direção principal de orientação.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Anfibólio (69%), opacos (17%) e plagioclásio (14%). Minerais opacos: magnetita: (12%)

e calcopirita (5%). A pirita ocorre em vênulas.

DESCRIÇÃO

Em LT, os grãos de anfibólio apresentam coloração verde mais clara (levemente

tremolitizados) e textura granonematoblástica. Em geral, são equigranulares, mas com

ocorrem alguns grãos maiores representantes de restos de anfibólio. O plagioclásio

apresenta cor branca, sem maclas de geminação, mas saussuritizados.

Em LR, os sulfetos apresentam-se de forma inequigranular com grãos anédricos. Os

sulfetos vistos na lâmina foram: magnetita, calcopirita e pirita (em vênulas). Nas finas

injeções descontínuas que cortam a rocha é possível ver calcopirita. A magnetita ocorre é

maior quantidade e sempre nos planos de foliação da rocha, apresentando formas, muitas

vezes, arredondadas. Nos cristais de magnetita é possível ver exsolução de pirita. A

calcopirita ocorre em contato com os restos dos grandes cristais de anfibólio. A pirita é

vista nas vênulas que cortam a rocha em ângulos agudos. A pirita apresenta cor

amarelada, e alguns grãos apresentam aspecto sujo.

ROCHA: Anfibolito moderadamente alterado

Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 058 A (Furo de sondagem DD-009)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha de coloração cinza e granulação fina. Apresenta granadas equigranulares de

coloração rosa bem clarinho.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha intensamente biotitizada com textura lepidoblástica e nematoblástica

(subordinadamente). Apresenta também clivagem de crenulação. Apresenta cristais

idiomórficos de granada.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Biotita (70%), granada (17%) e anfibólio (13%).

DESCRIÇÃO

A biotita encontra-se orientada, em forma de finas palhetas com coloração amarronzada

e extinção olho de pássaro. Ocorre em contato com o anfibólio e envolta dos cristais de

granada. São grãos subédricos.

A granada ocorre em tons claros (rosado) em LP. Apresenta formas aproximadamente

arredondadas. Alguns grãos apresentam inclusões menores de anfibólio. Em alguns

grãos de granada é possível a orientação das inclusões de anfibólio.

O anfibólio (hornblenda) ocorre em menor proporção, de forma anédrica (bastante

cominuídos) e inequigranular, entre os cristais de biotita. Apresenta uma coloração

verde.

ROCHA: Anfibolito moderadamente modificado

Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 062 (Furo de sondagem DD-064)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Minério de ferro com bandas de quartzo e magnetita.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha com intercalação de bandas (finas e grossas) não muito bem definidas, de

quartzo e magnetita. Algumas bandas estão deformadas. Dentro das bandas mais claras

(quartzo) é possível ver magnetita, carbonato e anfibólio. Dentro da banda mais escura

(magnetita) também é possível observa a mesma associação mineralógica.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Magnetita (40%), quartzo (32%), anfibólio (20%) e carbonato (8%).

DESCRIÇÃO

Em LT, o quartzo ocorre de forma anédrica e inequigranular com contatos poligonais

com os grãos de carbonato, anfibólio e magnetita. Forma um arranjo granular. Os grãos

de quartzo são vistos nas bandas mais escuras constituídas essencialmente de magnetita,

o que marca um contato gradacional. A magnetita ocorre de forma subédrica a anédrica.

São inequigranulares e apresentam com contatos poligonais e sinuosos com os demais

cristais. Anfibólio: possui uma coloração verde e forma anédrica. Os grãos de anfibólio

são inequigranulares e estão sempre em contato com a magnetita. O carbonato ocorre

muito pouco, tanto nas bandas máficas e félsicas. Apresenta um tom rosado, e sem

geminações.

Em LR, a lâmina é quase totalmente composta por magnetita. Mas, observa-se a

presença de cristal de pirita dentro da magnetita.

ROCHA: Formação Ferrífera Bandada (BIF)

Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 063B (Furo de sondagem DD-064)

Coord. UTM:

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Minério de ferro com bandas finas e grossas de quartzo e magnetita em contato com a

rocha máfica anfibolitizada. No contato é possível ver injeções de carbonato.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha bandada apresentando bandas finas e grossas de quartzo e magnetita. Algumas

bandas estão bem definidas. As bandas bem definidas são grossas.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Quartzo (49%), opaco - magnetita (35%), anfibólio (14%) e carbonato (2%)

DESCRIÇÃO

Em LT, o quartzo ocorre nas bandas mais claras, mas também ocorre nas bandas mais

escuras, o que marca o contato gradacional. Os grãos são anédricos e apresentam

contatos poligonais e sinuosos com os cristais de anfibólio, magnetita e carbonato. O

mineral opaco (magnetita) ocorre também nas bandas claras e escuras, registrando e

confirmando o contato gradacional. Os grãos de magnetita são anédricos a subédricos, e

inequigranulares. Seus contatos são sinuosos e poligonais com os cristais de anfibólio e

quartzo. O anfibólio (cummingtonita/grunerita) ocorre em todas as bandas. Os grãos são

anédricos, inequigranulares, orientados e apresentam uma forte coloração verde

(tendendo ao azul). Os grãos de carbonato ocorrem muito pouco, apresentam tamanhos

variados. Não se observam geminações. Está em contato com os cristais de quartzo,

anfibólio e magnetita.

Em LR, ocorre magnetita, descrita acima.

ROCHA: Formação Ferrífera Bandada. (BIF)

Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 065A (Furo de sondagem DD-064)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha anfibolítica magnetizada. Ocorrem magnetitas maiores com formas mais ou

menos arredondadas. Há presença de injeções de quartzo com carbonato.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha bastante biotitizada com textura lepidoblástica e com presença de grãos enormes

de minerais opacos (magnetita). Há injeções de carbonato adentrando nos planos de

orientação da rocha.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Biotita (42%), opaco–magnetita (30%), quartzo (18%) e carbonato (10%).

DESCRIÇÃO

Em LT, biotita: os grãos estão orientados, apresentam coloração marrom, levemente

esverdeada, com extinção paralela e olho de pássaro. São subédricos a anédricos

(quando cominuídos). Seus contatos são definidos com os cristais de quartzo, opacos e

carbonato. Os minerais opacos ocorrem como cristais grandes, com tamanhos maiores

que 1,5 mm. Apresentam-se de forma subédrica a anédrica (quando encontrado com

forma mais arredondada). Apresenta contato com os grãos de carbonato, quartzo e

biotita. O quartzo ocorre formando uma textura granular. Os grãos são límpidos com

extinção ondulante. Ocorre entre os cristais de biotita, formando muitas vezes pequenas

aglomerações. O carbonato ocorre às vezes em grãos isolados entre os cristais de biotita

ou nas injeções que entram nos planos de foliação da rocha. Os grãos de carbonato, em

geral, estão sempre em contato com os minerais opacos.

Em LR ocorrem cristais de magnetita, descritos anteriormente. Importante chamar

atenção para o tamanho destas magnetitas com formas subédricas e arredondadas.

ROCHA: Formação Ferrífera (Minério Hidrotermal-Ironstone)

Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 066 (Furo de sondagem DD 064)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha anfibolítica magnetizada e intensamente injetada, com injeções de carbonato,

magnetita e quartzo. Apresenta cor branca (resultante do carbonato), com algumas

porções pequenas esverdeadas (o que ainda dá para ver da rocha metamáfica).

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha de granulação grosseira, com cristais grandes de anfibólio, magnetita e carbonato.

Apresenta injeções grossas e contínuas de quartzo e descontínuas de carbonato.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Anfibólio (58%), minerais opacos (20%), quarto (11%), biotita (8%) e carbonato (3%).

Minerais opacos: magnetita (12%), pirita (5%), calcopirita (3%).

DESCRIÇÃO

Em LT, anfibólio (hornblenda): são cristais grandes, algumas vezes cominuídos.

Observam-se grãos finos apresentando uma granulometria menor. Apresentam coloração

verde e estão fracamente transformados para biotita. Em geral são subédricos e

inequigranulares. Os minerais opacos ocorrem distribuídos. São grãos subédricos a

anédricos com formas mais ou menos arredondadas. O quartzo ocorre distribuído, em

grãos individuais ou em agregados (nas injeções, formando textura granular). A biotita

substitui o anfibólio. É reconhecida pela leve extinção olho de pássaro e pela sua cor

marrom. O carbonato é representado por grãos grandes, às vezes individuais ou nas

injeções descontínuas. Apresenta um aspecto sujo e tom rosado. Alguns apresentam

geminação.

Em LR, ocorre muita magnetita. São inequigranulares, de coloração cinza e com formas

mais ou menos arredondadas. A pirita ocorre de forma anédrica e inequigranular e

apresenta exsolução de calcopirita. A calcopirita ocorre em grãos bem menores e

inequigranulares com formas subédricas a anédricas. A calcopirita está dispersa em toda

a lâmina.

ROCHA: Formação Ferrífera (Minério Hidrotermal-Ironstone)

Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 068 (furo de sondagem DD-064)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha de coloração esverdeada com injeções de magnetita e carbonato. Primeira

manifestação de minério, cheia de sulfetos, antes de entrar na zona mineralizada.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha orientada de granulação grosseira, com grandes cristais de anfibólio. Apresenta

um aspecto de injeção. Ocorre uma porção com minerais opacos (magnetita, pirita e

calcopirita) intercalada nas bandas de quartzo, lembrando formações ferríferas bandadas.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Metamáfica: Anfibólio (50%), biotita (35%), quartzo (15%) e carbonato (1%). Na

porção do minério: quartzo (40%), minerais opacos (30%), anfibólio (20%) e carbonato

(10%). Minerais opacos: magnetita (20%), pirita (5%) e calcopirita (5%).

DESCRIÇÃO

Em LT, observa-se claramente uma porção metamáfica, bastante biotitizada (com biotita

em forma de finas palhetas), com injeções de quartzo que adentram nos planos de

foliação. Esta porção está em contato com uma porção do minério que apresenta feição

levemente bandada, com bandas definidas de quartzo. O quartzo apresenta-se límpido e

com extinção ondulante. Nesta porção encontram-se anfibólios azuis

(cummingtonita/grunerita). O carbonato ocorre em proporção menor, em grãos grandes,

individuais ou formando um pequeno agrupamento de grãos.

Em LR, a maior parte é magnetita. A magnetita apresenta forma anédrica e

inequigranular. A pirita, também ocorre com formas anédricas e aspecto sujo. A

calcopirita ocorre de forma subordinada, representada por pequenos grãos anédricos e

inequigranulares.

ROCHA: Formação Ferrífera (Minério Hidrotermal-Ironstone)

Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 069 (Furo de sondagem DD-064)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha anfibolítica com injeção de magnetita e carbonato, e com presença de sulfetos

(pirita).

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha mineralizada com intercalações não definidas de bandas de minerais opacos

(magnetita) e quartzo. Presença de anfibólio azul. Ocorrem injeções descontínuas de

carbonato.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Quartzo (42%), minerais opacos (33%), anfibólio (22%) e carbonato (3%). Carbonato

ocorre nas injeções descontínuas. Minerais opacos: magnetita (25%), pirita (5%) e

calcopirita (3%).

DESCRIÇÃO

Em LT, o quartzo ocorre formando textura granular em grãos anédricos e

inequigranulares. Apresenta extinção ondulante e encontram-se ora límpidos ora com

pontinhos pretos. Ocorre muito mineral opaco com forma anédrica a subédrica e

tamanhos variados. Há um leve bandamento na lâmina. O anfibólio apresenta uma cor

verde azulada e apresenta contato com o mineral opaco. O carbonato ocorre em grãos

individuais anédricos ou nas injeções, onde é possível ver geminação.

Em LR, ocorre quase totalmente magnetita representada por grãos anédricos e

inequigranulares, com presença de exsolução de pirita. Em menores proporções ocorre a

pirita anédrica e inequigranular. A pirita está em contato com a magnetita. De forma

subordinada ocorre calcopirita, em grãos pequenos e anédricos. A calcopirita está

distribuída pela lâmina.

ROCHA: Formação Ferrífera (Minério Hidrotermal-Ironstone)

Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 104 (Furo de sondagem DD-031)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha finamente bandada, com intercalações de magnetita e quartzo.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha bandada, com bandas com espessuras variadas de quartzo e mineral opaco

(magnetita).

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Quartzo (58%), minerais opacos - magnetita (30%) e anfibólio azul (12%).

DESCRIÇÃO

Em LT, o quartzo ocorre formando textura granular, com grãos anédricos e com

contatos poligonais e sinuosos. Os grãos de quartzo apresentam aspecto sujo. O mineral

opaco (magnetita) ocorre nas bandas escuras, mas há magnetita nas bandas de quartzo o

que registra um contato gradacional. São anédricos e inequigranulares. Estão em contato

com o anfibólio azul. O anfibólio azul (cummingtonita/grunerita) ocorre mais associado

à magnetita. São subédricos a anédricos, predominando a forma anédrica. São

inequigranulares.

Em LR, ocorre essencialmente magnetita, descrita já anteriormente.

ROCHA: Formação Ferrífera Bandada (BIF)

Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 106 (Furo de sondagem DD-031)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Minério de ferro bandado com bandas maiores que a da amostra AF 104 (DD 031).

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha com bandas grossas de mineral opaco (magnetita) e quartzo. Ocorre anfibólio

azul, mas em tons mais claros.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Quartzo (47%), mineral opaco (36%), anfibólio (17%).

*Difícil estimativa, pois as bandas são muito grossas, tomando quase toda a lâmina.

DESCRIÇÃO

Em LT, ocorrem bandas mais grosseiras e definidas de quartzo e mineral opaco

(magnetita). Está lâmina marca contatos definidos entre as bandas. O quartzo ocorre

formando textura granular e apresenta um aspecto sujo. São inequigranulares e

apresentam contatos poligonais e sinuosos com os próprios cristais de quartzo e com os

cristais de anfibólio e magnetita. O mineral opaco (magnetita) aparece também na

banda do quartzo (lâmina caracterizada também pelo contato gradacional). O anfibólio

(hornblenda) aparece distribuído por toda a lâmina. Em comparação com as lâminas

anteriores, aparece com granulometria menor. O anfibólio possui tons mais claros de

verde. Em LR, ocorre essencialmente magnetita representada por grãos anédricos a

subédricos, inequigranulares. Apresenta coloração cinza. Está em contato com os

cristais de anfibólio e são vistos também nas bandas mais claras constituídas

essencialmente de quartzo.

ROCHA: Formação Ferrífera Bandada (BIF)

Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 109 (Furo de sondagem DD-031)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Minério maciço (magnetizado) em contato com uma porção da rocha metamáfica

anfibolitizada. Observa-se biotita e injeções de carbonato.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Minério sem bandas definidas, mas com presença de quartzo e mineral opaco

(magnetita). Em uma parte da lâmina observam-se restos de rocha metamáfica, com

presença de muita biotita.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Quartzo (53%), mineral opaco (35%), biotita (12%).

DESCRIÇÃO

Em LT, ocorrem muito quartzo e mineral opaco, mas sem presença de bandas. O

quartzo ocorre formando textura granular, ora com aspecto límpido ora com aspecto

sujo. Apresenta contato poligonal com o mineral opaco. O quartzo ocorre nas bandas

deformadas e descontínuas. A feição da deformação lembra uma dobra. O mineral

opaco (magnetita) aparece também na banda do quartzo. A biotita ocorre distribuída por

toda a lâmina de forma subordinada, em palhetas finas e pequenas. Em uma porção da

rocha, a biotita aparece bem maior (aporte potássico) apresentando cor marrom,

extinção paralela e presença de grãos (zirconita e/ou allanita) inclusos radioativos,

reconhecidos pelo aspecto irradiado. Nesta lâmina, os grãos de minerais radioativos

estavam pequenos. * Em outras lâminas, é possível distinguir.

Em LR, ocorre essencialmente magnetita. Apresenta formas subédricas a anédricas,

com inequigranulares. É nítido o caráter de injeção, com grãos de magnetita entre os

cristais de quartzo.

ROCHA: Formação Ferrífera (Minério Hidrotermal-Ironstone)

Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 114 (Furo de sondagem DD-031)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Minério com feição de injeção.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Observam minerais opacos (magnetita) e quartzo, onde dentro desse contexto ocorrem

“bolsões” ou “agregados” de anfibólio.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Quartzo (41%), mineral opaco - magnetita (27%), anfibólio - grunerita/cummingtonita

(24%) e carbonato (8%).

DESCRIÇÃO

Em LT, o quartzo ocorre em contato com o mineral opaco (magnetita), formando

arranjo granular. Os grãos de quartzo estão límpidos e apresentam extinção ondulante.

O mineral opaco (magnetita) ocorre também distribuído por toda a lâmina, com formas

subédricas a anédricas, inequigranulares. Uma feição importante desta lâmina é

presença de “bolsões” de anfibólio, que sugerem um aspecto de injeção. Estes bolsões

são contornados por injeções constituídas de quartzo e magnetita. Os anfibólios

(cummingtonita/grunerita) apresentam cores que variam de verde azulado a verde claro,

com predomínio da última cor. Nesta lâmina é nítida a presença de geminações no

anfibólio (cummingtonita).

Em LR, ocorre essencialmente magnetita. A magnetita ocorre distribuída por toda a

lâmina, e é representada por grãos inequigranulares, subédricos a anédricos. Apresenta

um aspecto límpido e coloração cinza. Forma contatos sinuosos e poligonais.

ROCHA: Formação Ferrífera (Minério Hidrotermal-Ironstone)

Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 115 (Furo de sondagem DD-031)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha anfibolítica magnetizada, com presença de biotita e magnetita arredondada.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha orientada com aspecto de injeção. Ocorrem injeções de minerais opacos.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Anfibólio (63%), mineral opaco (37%). Minerais opacos: magnetita (30%) e pirita

(7%).

DESCRIÇÃO

Em LT, o anfibólio ocorre em dois tipos (hornblenda e cummingtonita/grunerita).

Ocorre com coloração verde azulada, sempre associado ao mineral opaco (magnetita), e

verde claro. Os anfibólios do tipo hornblenda (verde claro) ocorrem em menor

proporção. O Anfibólio verde azulado ou simplesmente verde predomina mais e

corresponde a cummingtonita que apresenta geminação típica. O mineral opaco ocorre

nas injeções.

Em LR, ocorrem magnetita e pirita. A magnetita ocorre distribuída por toda a lâmina

em grãos individuais anédricos e nas injeções adentram na rocha metamáfica. Os grãos

de pirita ocorrem também de forma dispersa na lâmina com grãos anédricos e nas

injeções.

ROCHA: Formação Ferrífera (Minério Hidrotermal-Ironstone)

Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 125 (Furo de sondagem DD-008)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha de coloração cinza esverdeada, com presença de injeções de carbonato.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha de granulação grossa, com cristais grandes de anfibólio e presença de injeção de

carbonato e mineral opaco (pirita).

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Anfibólio (78%), carbonato (17%), quartzo (5%). Injeção de mineral opaco: pirita

DESCRIÇÃO

Em LT, ocorrem grandes cristais de anfibólio (hornblenda), de forte cor verde,

subédricos e inequigranulares. A massa de anfibólio é nitidamente cortada por injeções

constituídas por carbonato e mineral opaco. O carbonato além de ocorrer na injeção,

também ocorre como grãos individuais dispersos na lâmina. Apresenta geminação e

tons rosados. O quartzo ocorre em menor proporção formando agregados de cristais,

onde os grãos formam uma textura granular. Apresentam extinção ondulante.

Em LR, ocorre essencialmente a pirita. A pirita só é vista na injeção. Apresenta cor

amarela, não apresenta aspecto sujo.

ROCHA: Anfibolito com maior grau de alteração

Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 128 (Furo de sondagem DD-008)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Granitóide (sienito) em contato com a rocha metamáfica rica em magnetita.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Basicamente a rocha foi laminada na porção da metamáfica, pois não se observa a

porção do granitóide. E sem presença de minerais opacos.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Quartzo (40%), granada (32%), anfibólio (16%), biotita (11%). Minerais acessórios:

allanita (1%).

DESCRIÇÃO

Em LT, presença de enormes cristais de granada de coloração rosa. Não apresenta

inclusão, encontram-se cominuídas e são inequigranulares. Alguns grãos de granada

encontram-se arredondados. A biotita ocorre por toda a lâmina, resultado da alteração

do anfibólio. Apresenta coloração marrom e extinção olho de pássaro. Apresenta

também halos pleocróicos (dado pelos cristais de allanita). O anfibólio (hornblenda)

ocorre em toda a lâmina, apresenta cor verde, algumas vezes um verde tendendo ao

azul. Tanto a biotita, como o anfibólio são subédricos e inequigranulares. O quartzo

ocorre disperso pela lâmina. Apresenta textuta granular. Os grãos são límpidos e

apresentam extinção ondulatória. A allanita ocorre formando halos pleocróícos na

biotita. Estes halos encontram-se distribuídos por toda a lâmina, nas biotitas. Em um

único grão de biotita é possível ver mais de um cristal de allanita.

Nesta lâmina não ocorre minerais opacos.

ROCHA: Anfibolito com maior grau de alteração.

Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 132 (Furo de sondagem DD-008)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha de coloração esverdeada, magnetizada, com presença de injeções de carbonato e

sulfeto (pirita).

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha com maior presença de anfibólio, com bastante mineral opaco, disperso em toda

a lâmina.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Anfibólio (47%), mineral opaco (32%), carbonato (14%) e quartzo (7%). Minerais

opacos: magnetita (24%) pirita (6%) e calcopirita (2%).

DESCRIÇÃO

Em LT, ocorre em maior proporção o anfibólio. O anfibólio (hornblenda) ocorre em

grãos com tamanhos variados. Os cristais maiores são subédricos e os menores não

apresentam uma forma definida. Apresenta um aspecto sujo e coloração verde, com

alguns grãos apresentando uma forte cor verde. O mineral opaco ocorre em grãos

inequigranulares, com forma subédrica a anédrica (às vezes arredondadas). O carbonato

ocorre disperso por toda a lâmina, em grãos individuais, ou em aglomerados que

representam restos de uma injeção. Apresenta tons rosados. O quartzo ocorre

distribuído por toda a lâmina, em proporções menores, entre os cristais de anfibólio.

Apresentam aspecto límpido e, também, sujo.

Em LR, a magnetita ocorre na forma anédrica, com cristais arredondados ou sem

formas definidas. A pirita apresenta aspecto sujo, é subédrica, e inequigranular.

Apresenta pequenas inclusões de calcopirita que ocorre de forma subordinada e em

geral associada à pirita.

ROCHA: Formação Ferrífera (Minério Hidrotermal-Ironstone)

Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 138 (Furo de sondagem DD-024)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Formação Ferrífera finamente bandada, com magnetita.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha constituída por bandas bem definidas de quartzo e magnetita.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Quartzo (46%), minerais opacos (37%) e anfibólio (18%). Minerais opacos: magnetita

(20%) e hematita (17%)

DESCRIÇÃO

Em LT, ocorrem bandas bem definidas de quartzo e mineral opaco (magnetita). O

quartzo apresenta textura granular. Os grãos apresentam aspecto sujo e extinção

ondulante. Nas bandas de quartzo, há magnetita (contato gradacional) e anfibólio azul.

O mineral opaco ocorre distribuído por toda a lâmina. São inequigranulares, subédricos

a anédricos. Nas bandas de mineral opaco é possível ver quartzo (contato gradacional) e

anfibólio azul. O anfibólio (cummingtonita/grunerita) ocorre em toda a lâmina.

Apresenta cor verde azulada, com alguns tons mais fortes de azul (anfibólio férrico).

São inequigranulares, anédricos a subédricos.

Em LR, a lâmina é constituída por magnetita (cinza) e hematita (branca e anisotrópica).

Predominando a magnetita. Ambos os minerais ocorrem formando um mosaico de

grãos, com contatos sinuosos e poligonais com os cristais de quartzo, anfibólio.

ROCHA: Formação Ferrífera Bandada (BIF).

Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 139 (Furo de sondagem DD-024)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Minério maciço em contato com a porção metamáfica rica em sulfetos.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha metamáfica rica em magnetita. Há presença de outros minerais opacos (pirita) e

também de microclina.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Anfibólio (35%), K-feldspato – microclina (25%), minerais opacos (21%), biotita (14%)

e quartzo (5%). Minerais opacos: magnetita (11%) e pirita (9%)

DESCRIÇÃO

Em LT, feição levemente milonitizada, com presença de cristais de anfibólio

(hornblenda) orientados, de cor verde, sendo possível ver alteração para biotita. Estão

levemente alterados para biotita. O feldspato (microclínio) apresenta coloração

acinzentada. Os grãos ocorrem dispersos por toda a lâmina, na maioria das vezes,

contornados por grãos de anfibólio e biotita (feição milonítica). A microclina apresenta

forma arredondada. Os minerais opacos ocorrem dispersos em toda a lâmina,

apresentando formas definidas, muitas vezes, cúbicas. A biotita ocorre substituindo o

anfibólio. É reconhecida pela extinção olho de pássaro e mascarada pela cor verde ainda

do anfibólio. O quartzo ocorre muito pouco e está disperso na lâmina em grãos

individuais. Em LR, ocorre magnetita em tons acinzentados com faces subédricas a

anédricas. São inequigranulares. A pirita que está bem definida ocorre em faces cúbicas.

Os grãos de pirita são grandes e inequigranulares.

ROCHA: Anfibolito com maior grau de alteração

Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 165 (Furo de sondagem DD-060)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha bastante hidrotermalizada, com presença de carbonato, pirrotita e pirita.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha com textura caótica e de injeção. Apresenta o diopsídio (piroxênio que pode ser

encontrado em escarnitos). Presença de injeções de quartzo associado a carbonato e

mineral opaco.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Minerais opacos (34%), biotita (23%), anfibólio (15%), diopsídio (11%), quartzo (9%),

carbonato (6%), apatita (1%) e titanita (1%). Minerais opacos: pirrotita (27%) e pirita

(17%)

DESCRIÇÃO

Em LT, presença de minerais opacos dispersos ou nas vênulas. As injeções estão

deformadas e descontínuas. A biotita ocorre em uma porção da lâmina. Apresenta cor

marrom avermelhada e extinção paralela, e ocorre em formas de palhetas orientadas. É

possível ver halos pleocróicos de allanita na biotita. O anfibólio (hornblenda) ocorre às

vezes cominuídos ou em grãos grandes subédricos, apresenta cor verde, encontra-se por

toda a lâmina, mesmo assim em menor proporção (em relação à biotita). O diopsídio

apresenta um tom verde pálido (LP), com uma alta birrefringência. É subédrico e

apresenta forma prismática. O quartzo ocorre distribuído pela lâmina, mas em

proporção pequena ou nas injeções formando textura granular. O carbonato encontra-se

associado ao quartzo. São inequigranulares e não apresentam geminações. Um pequeno

grão de apatita foi visto. Apresenta cor branca, e está posicionado no canto da lâmina

(difícil observação).

Em LR, ocorrem venulações grossas descontínuas (pirita) e contínuas (pirrotita). A

pirita tem aspecto sujo e uma cor amarela, enquanto a pirrotita apresenta-se límpida,

com uma cor creme rosada.

ROCHA: Anfibolito com maior grau de alteração

Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 141 (Furo de sondagem DD 024)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha metamáfica intensamente magnetizada com cristais de anfibólio de granulação

média.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Formação ferrífera com bandas grossas e com presença de anfibólio azul.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Quartzo (45%), minerais opacos (42%) e anfibólio (13%). Minerais opacos: magnetita

(20%) e hematita (17%)

DESCRIÇÃO

Em LT, bandas grossas de quartzo e mineral opaco (magnetita e hematita). O quartzo

ocorre na forma de grãos límpidos que apresentam contatos sinuosos e poligonais com

anfibólio e mineral opaco. Apresenta textura granular. A magnetita encontra-se

formando um mosaico de grãos. Os grãos são inequigranulares. Estão em contato com o

quartzo e o anfibólio. O anfibólio (cummingtonita/grunerita) apresenta coloração verde

azulada. São anédricos e inequigranulares. Ocorrem nas bandas claras e escuras.

Em LR, ocorre tanto magnetita e hematita. Ambos apresentam-se com formas anédricas

a subédricas. Encontram-se distribuídos por toda a lâmina, concentrando-se nas bandas

de minerais opacos.

ROCHA: Formação Ferrífera Bandada (BIF).

Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 143 (Furo de sondagem DD-024)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Minério bandado cortado por uma injeção de carbonato.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Minério finamente bandado, com bandas finas de quartzo e magnetita. O minério é

cortado por uma injeção grossa de carbonato.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Quartzo (46%), minerais opacos - magnetita (34%), biotita (12%) e anfibólio (8%).

O carbonato ocorre na injeção.

DESCRIÇÃO

Em LT, ocorrem bandas finas de magnetita e quartzo, com anfibólios (hornblenda) de

coloração verde claro. As bandas são finas e definidas. O quartzo forma mosaico de

grãos límpidos e inequigranulares. Nas injeções de carbonato ocorrem minerais opacos,

mas, em menor proporção. O carbonato ocorre apenas na injeção. O minério está em

contato com a injeção de carbonato. Neste contato há finas palhetas grandes de biotita

que só é encontrada nesta situação (contato) na lâmina. A biotita apresenta coloração

marrom.

Em LR, ocorre essencialmente magnetita. Apresenta forma anédrica. Os grãos de

magnetita apresentam coloração cinza e são inequigranulares.

ROCHA: Formação Ferrífera Bandada (BIF).

Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 188 (Furo de sondagem DD-057)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha anfibolitizada injetada por muita magnetita (minério hidrotermal).

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha com feição hidrotermal, com presença de uma porção pegmatoidal. Ao redor dos

minerais opacos há muito anfibólio de coloração esverdeada.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Quartzo (65%), minerais opacos (12%) e anfibólio (23%). Minerais opacos: magnetita

(9%) e pirita (3%)

DESCRIÇÃO

Em LT, rocha não bandada, mas que concentra uma porção de quartzo. A magnetita

aparece mais em uma porção da lâmina (porção representante da rocha metamáfica-

restos), com aspecto de injeção, mas também ocorre distribuída pela lâmina, em grãos

individuais e isolados. O anfibólio (hornblenda) apresenta uma cor verde. Encontra-se

por toda a lâmina, são subédricos a anédricos e estão levemente orientados. Estão

concentrados na porção (restos de metamáfica) com muita magnetita, e encontram-se de

forma inequigranular e em grãos subédricos.

Em LR, a magnetita aparece nas porções metamáficas. Os grãos são inequigranulares e

estão em contato com os cristais de anfibólio. A pirita ocorre distribuída pela lâmina e

às vezes inclusa na magnetita. Os grãos de pirita são subédricos a anédricos e

apresentam um aspecto sujo.

ROCHA: Formação Ferrífera (Minério Hidrotermal-Ironstone)

Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 207 (Furo de sondagem DD-065)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Rocha anfibolitizada toda injetada por magnetita.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Contato do minério bandado ou laminado (injetado nos planos de foliação da rocha

formando um aspecto laminado) com rocha metamáfica (bastante mobilizada). A porção

da metamáfica é constituída por plagioclásio, anfibólio e grãos enormes de magnetita

levemente arredondados. Há injeção de magnetita entre os contatos.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Metamáfica: anfibólio (37%), plagioclásio (22%), mineral opaco (17%), quartzo (10%),

K-feldspato (9%) e carbonato (5%). Minério Injetado: Quartzo (45%), mineral opaco

(27%), anfibólio (18%) e carbonato (10%). Injeção de minerais opacos (magnetita) e

quartzo.

DESCRIÇÃO

Em LT, a rocha apresenta uma feição de injeção. Ocorre injeção de magnetita e de

quartzo. As injeções são contínuas (com magnetita) e descontínuas (com quartzo).

Ambas estão deformadas. O anfibólio é de dois tipos: hornblenda (porção metamáfica) e

cummingtonita-grunerita (porção do minério). Nas duas porções, o anfibólio ocorre

disperso, são inequigranulares e apresentam forma subédrica a anédrica. O plagioclásio

apresenta geminação albita. Os grãos de plagioclásio são inequigranulares, e encontram-

se, muitas vezes, límpidos. O mineral opaco ocorre em toda a lâmina. Na porção

metamáfica o mineral opaco encontra-se disperso com formas levemente arredondadas.

O quartzo ocorre predominantemente na parte do minério, formando uma textura

granoblástica. O feldspato é encontrado próximo às zonas de contato. Apresentam

geminação do tipo microclina.

Em LR, a lâmina é constituída por magnetita. A magnetita forma uma textura em

mosaico com grãos inequigranulares, subédricos a anédricos. Está em contato com o

anfibólio. Chama atenção, a porção metamáfica que apresenta cristais de magnetita

individuais, inequigranulares e com formas arredondadas e subédricas.

ROCHA: Formação Ferrífera (Minério Hidrotermal-Ironstone)

Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.

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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Lâmina nº: AF 214 (Furo de sondagem DD-065)

Coord. UTM: -

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Anfibolito intensamente magnetizado, com injeções descontínuas de K-feldspato e

carbonato.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Rocha com aspecto de injeção, apresentado injeções de magnetita, K-feldspato e

quartzo.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Minerais opacos (36%), K- feldspato (22%), anfibólio (18%), quartzo (15%) e biotita

(9%). Minerais opacos: magnetita

DESCRIÇÃO

Em LT, o mineral opaco (magnetita) encontra-se concentrado nas injeções formando

uma textura em mosaico. Mas também ocorrem de forma individual com grãos

subédricos a anédricos. O tamanho dos grãos individuais é maior do que o dos grãos

que formam textura em mosaico. O K-feldspato (microclina) apresenta uma coloração

rosa e um aspecto sujo, e está distribuído por toda a lâmina de forma inequigranular. O

anfibólio (hornblenda e cummingtonita/grunerita) é inequigranular e ocorre nas porções

da lâmina carregada de magnetita. O anfibólio apresenta uma coloração verde e verde

azulada. São subédricos a anédricos e encontram-se espalhados por toda lâmina. O

quartzo apresenta aspecto sujo com superfície cheia de pontinhos pretos. É visto em

toda a lâmina, principalmente nas porções com magnetita formando uma textura

granular. A biotita apresenta uma cor marrom avermelhada, está orientada. É vista em

uma pequena porção da lâmina entre os cristais de anfibólio.

Em LR, a rocha é constituída por magnetita, com feições já descritas em luz

transmitida. Apresenta cor cinza e contatos poligonais e sinuosos com os cristais de

anfibólio.

ROCHA: Formação Ferrífera (Minério Hidrotermal-Ironstone)

Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.