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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL MODALIDADE A DISTÂNCIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO POLÍTICAS PÚBLICAS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL E EMPREENDEDORISMO: SEUS IMPACTOS NA CONSOLIDAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA CIDADE DE ESPERANÇA-PB ALUNO: AUDALÉCIO ANTONIO BEZERRA NÓBREGA Pós-graduado lato sensu em Gestão Pública Municipal - UFPB ORIENTADORA: EDMERY TAVARES BARBOSA Professora do Departamento de Finanças e Contabilidade - UFPB

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO

PÚBLICA MUNICIPAL

MODALIDADE A DISTÂNCIA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

POLÍTICAS PÚBLICAS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL E

EMPREENDEDORISMO: SEUS IMPACTOS NA CONSOLIDAÇÃO DO

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA CIDADE DE ESPERANÇA-PB

ALUNO: AUDALÉCIO ANTONIO BEZERRA NÓBREGA

Pós-graduado lato sensu em Gestão Pública Municipal - UFPB

ORIENTADORA: EDMERY TAVARES BARBOSA

Professora do Departamento de Finanças e Contabilidade - UFPB

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RESUMO

Considerando políticas públicas como um conjunto de diretrizes e procedimentos que

envolvem o poder público e a sociedade, com objetivos que visam atender às demandas dos

setores mais carentes da sociedade; e que Empreender significa tornar real uma idéia, realizá-

la de forma inovadora, o presente artigo, tem como objetivo identificar quais fatores podem

estimular o empreendedorismo na cidade de Esperança – PB. O empreendedorismo assim

como o desenvolvimento econômico está no cotidiano da população e o advento da

globalização proporcionou uma nova forma de encará-los. Este fato demanda atitude

inovadora dos gestores públicos. Acreditando ser este tema de grande relevância e que suas

reflexões trarão grandes benefícios ao leitor, neste trabalho o tema empreendedorismo foi

analisado, interpretado e comentado com base em bibliografia contemporânea e uma pesquisa

de campo. A pesquisa identificou vários fatores que podem contribuir para o

empreendedorismo local, sendo os principais: a contribuição da administração municipal na

implementação de políticas de saúde, educação, infra-estrutura, na implantação da Lei Geral

Municipal, no incentivo aos pequenos negócios e ao agronegócio; a participação dos bancos

na geração de recursos para capital de giro das empresas e a presença de entidades públicas e

de classe, como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e a

Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), que contribuem na formação profissional do

empreendedor, fortalecendo a geração de negócios, emprego e renda.

Palavras – chave: Políticas Públicas, Empreendedorismo, Desenvolvimento local

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INTRODUÇÃO

Considerando políticas públicas como um conjunto de diretrizes, regras e

procedimentos que envolvem tanto o poder público como a sociedade e que objetiva atender

às demandas sociais, sobretudo nos setores mais carentes da sociedade, visando ampliar e

efetivar os direitos do cidadão; e que Empreender significa tornar real uma idéia, idéias estas

que são postas em prática de maneira inovadora, transformadora, vencendo barreiras e

obstáculos, usando de criatividade, habilidade, persistência e visão de futuro. Esses dois

conceitos, políticas públicas e empreendedorismo, são tidos como pedra angular que norteiam

o presente estudo, tendo em vista que uma política pública voltada para a formação

profissional e para o empreendedorismo requer do gestor e da sociedade não apenas vontade

política, mas um “saber construir”.

São necessárias políticas públicas que tenham como foco a formação profissional do

empreendedor, pois não basta apenas identificar a vocação ou o espírito empreendedor de

uma população, mas direcionar recursos, viabilizar através de órgãos competentes a adequada

qualificação da mão de obra disponível, para que de fato responda às demandas e se estimule

o empreendedorismo com a criação de micro e pequenas empresas, que são de suma

importância para o crescimento do município, melhorando as condições de vida da população

com a geração de emprego e renda, além de possibilitar a inclusão social de pessoas que antes

não tinham perspectiva de ter uma profissão e de ter dignidade, além de contribuir para o

desenvolvimento local de maneira sustentável.

Não há dúvidas de que o Brasil está crescendo, indicadores econômicos comprovam

que durante o período de 2005 a 2008, o Produto Interno Bruto – PIB brasileiro passou de

cerca de R$ 2,2 trilhões para R$ 3,0 trilhões, com uma taxa média anual de crescimento real

de 4,6% e a taxa de desocupação caiu de 10,2%, em janeiro de 2005, para 8,2%, em janeiro de

2009 (Dados das Contas Nacionais Trimestrais e da Pesquisa Mensal de Emprego-PME,

IBGE (2010).

Diante do exposto, o presente estudo visa responder a seguinte questão: Quais fatores

podem estimular o empreendedorismo local na cidade de Esperança- PB?

É fato que algumas iniciativas têm estimulado o empreendedorismo no Brasil como um todo e

tem também alcançado as pequenas cidades a exemplo de Esperança na Paraíba. Iniciativas como a

implantação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa; a Lei do Micro Empreendedor Individual

(MEI) e projetos como o Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor, que vem estimulando a mudança

de paradigma por parte de alguns gestores e vem contribuindo para o desenvolvimento local. Antes as

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administrações municipais focavam apenas na saúde, na educação, na infra-estrutura, ou na busca de

grandes empresas que vinham de fora para se instalarem na cidade; hoje se percebe que o foco já se

volta mais para o “empreendedor interno”, ou seja, estão se conscientizando que as oportunidades de

emprego e renda têm efeito multiplicador quando o apoio é dado às empresas locais.

No atual modelo de economia que vivemos, onde a globalização não só aproximou as

pessoas, diminuindo distâncias e aumentando possibilidades, mas também fez com que o tema

empreendedorismo e desenvolvimento econômico fossem temas presentes no cotidiano da

população, é imperativo entender que, uma nova forma de encará-los suscitou tanto do

homem mais simples como do pesquisador das ciências econômicas e políticas um estudo

mais aprofundado de como as políticas de formação profissional e empreendedorismo

impactam no desenvolvimento local.

Considerando o empreendedorismo de caráter atual e de evidente relevância, e que um

dos maiores empecilhos do desenvolvimento local é a falta de mão de obra qualificada e o

despreparo dos pequenos empreendedores; e de que uma política pública voltada para este

foco fortalecerá o ciclo econômico e muito contribuirá para a distribuição de renda e a

geração de empregos a partir da valorização da formação profissional e dos pequenos

negócios, o presente estudo tem como objetivo geral: Identificar quais fatores podem

estimular o empreendedorismo na Cidade de Esperança – PB.

A fim de alcançar o objetivo geral foram estabelecidos alguns objetivos específicos

que serão mola propulsora no decorrer da pesquisa, tais como: Conhecer o perfil dos

empreendedores locais da cidade de Esperança; Averiguar quais as necessidades precípuas

dos empreendedores para melhor desenvolverem suas atividades. Identificar quais políticas

públicas incentivam o desenvolvimento do empreendedorismo local; Verificar

quais órgãos vem prestando assessoria efetiva para o desenvolvimento do empreendedorismo

na cidade supracitada.

Para tanto o trabalho encontra-se estruturado em mais 04 (quatro) capítulos além desta

introdução. A seção 2 versa sobre a Fundamentação Teórica, o Capítulo 3 descreve os

procedimentos metodológicos. No Capítulo 4 são apresentadas as Análises de Resultados e

por fim, no Capítulo 5 são tecidas as Considerações Finais.

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2 Fundamentação Teórica

2.1 Contexto histórico do Empreendedorismo

As mudanças ocorridas no final do Séc. XIX e início do Séc.XX ocasionaram

profundas transformações na sociedade democrática e capitalista, sobretudo na economia

mundial, nos mercados de trabalho, na formação profissional e nas relações do Estado X

Mercado. Uma série de acontecimentos como as revoltas camponesas provocaram o declínio

do feudalismo, o crescimento das cidades e do comércio. Muitos camponeses migraram em

massa para as cidades em busca de trabalho, em busca do sonho de uma vida melhor que o

comércio e a indústria poderiam lhes oferecer.

As cidades, no entanto, não tinham como absorver a força do trabalho de todos e isto

aumentou o número de pobres que circulavam pela Europa, fazendo surgir um novo modelo

de Estado, o Liberal, que viria intervir no mercado capitalista, com o objetivo de manter a

segurança para que todos sob os auspícios da liberdade individual pudessem desenvolver

livremente suas atividades. No entanto, a crise econômica de 1929, fez surgir outro modelo de

Estado, o Estado de Bem-estar social, que viria substituir o modelo Liberal que já não atendia

as necessidades sociais geradas pelo pós-guerra. O Estado de Bem-estar social interviria por

meio de políticas públicas no mercado promovendo uma cultura mais solidária.

O Estado deveria não só intervir na produção como também regular as relações de

trabalho e oferecer bens e serviços que o mercado não era capaz de oferecer devido à grande

crise. Porém, os dois grandes choques do petróleo, em 1973 e 1979, o fenômeno da

globalização, as inovações tecnológicas, o surgimento das multinacionais iriam causar uma

grande crise na economia mundial. Isto gerou grande fragilidade na implementação de

políticas econômicas e sociais que viessem suprir as necessidades que o mercado globalizado

exigia.

Era o fim do período de expansão das economias capitalistas, era o fim da “época das

vacas gordas”, após 30 anos de expansão continuada. O Estado de bem-estar social foi posto

em xeque. Como conseqüência surge um novo modelo de Estado, agora com nova roupagem

o Estado Neoliberal, como justificativa de que a “regulação pelo Estado” não era mais viável,

e que a prestação de serviços como saúde, educação, habitação, previdência social passaria

agora para a iniciativa privada com intervenção mínima do Estado, ou seja, o pêndulo social

seria a partir de agora “regulado pelo mercado.

A globalização da economia e as inovações tecnológicas como podemos constatar,

provocaram impactos sociais, econômicos e políticos significativos em toda a sociedade

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contemporânea e é neste cenário que o tema empreendedorismo surge como uma importante

estratégia para o desenvolvimento econômico. Daí a importância de políticas públicas que

invistam na propagação do empreendedorismo, tanto no incentivo e apoio a novos negócios e

empresas, quanto na formação de empreendedores, fatores fundamentais para o progresso

econômico, social e para o desenvolvimento local, gerando emprego e renda.

2.2 Empreendedorismo no Brasil

No Brasil, sempre foram grandes os desafios para se alcançar o Estado que se

desejava. O país já passou por experiências que não geraram satisfação e não atenderam às

necessidades da maioria da população, governando com autoritarismo, dirigindo suas ações

para um grupo de elite, um Estado marcado por escândalos de corrupção e tráfico de

influências. No governo de Getúlio Vargas (1930-1945) tivemos algumas iniciativas que o

caracterizaram como um governo desenvolvimentista, voltado para o bem-estar social, porém

as crises internacionais atingiram também o Brasil e de lá para cá, muita coisa aconteceu. O

país conheceu de perto os governos militares, a abertura democrática, a abertura comercial e o

modelo de Estado de Bem-estar social. Agora conhece a força do “Neoliberalismo”, e os

problemas cruciais como pobreza, desigualdade social e exclusão social continuam

acontecendo, apesar das diversas mudanças econômicas ocasionadas de 1990 até agora.

O empreendedorismo ganhou força no Brasil, por volta dos anos 90 com a abertura da

economia que propiciou a criação de entidades como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro

e Pequenas Empresas (SEBRAE) e a Sociedade Brasileira para Exportação de Software

(SOFTEX). Apesar dos esforços destas entidades em dinamizar o processo empreendedor, as

empresas brasileiras não estavam preparadas para competir com os produtos importados, o

que fez muitas empresas fecharem suas portas; por outro lado o espírito empreendedor de

alguns empresários brasileiros enfrentou esta novidade. Eles se modernizaram para competir e

voltaram a crescer. O governo também fez sua parte, deu início a uma série de reformas para

controlar a inflação e ajustar a economia.

Segundo Lacombe (2002, p.128) empreendedora é a “pessoa que percebe

oportunidades de oferecer no mercado novos produtos, serviços e processos e tem coragem

para assumir riscos e habilidades para aproveitar as oportunidades.”

Foi exatamente isto que aconteceu com alguns empresários, eles perceberam as novas

oportunidades, identificaram e avaliaram novos nichos de mercado e avançaram mesmo

correndo grandes riscos. Apesar desse cenário positivo e de muita idéia inovadora, muitos

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também ficaram para trás, pois empreender não é uma atitude fácil, requer, sobretudo,

formação profissional, mão de obra especializada e políticas públicas que tenham foco no

empreendedorismo.

O Brasil, segundo o Global Entrepreneurship Monitor- GEM (2010), quanto aos

índices de empreendedorismo, está na 1ª colocação entre os participantes do GEM, os

membros do G20, com a taxa de empreendedorismo em estado inicial de 17,5%, da população

adulta (18 a 64 anos), o melhor resultado dos últimos 11 anos. No entanto, o Brasil continua

sendo um país de grandes contrastes, pois a cada ano milhares de pequenos negócios são

abertos por motivações diversas, mas muitos destes fecham suas portas em até cinco anos,

segundo informação do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2010)).

Apesar dos indicadores positivos e animadores que consagram o Brasil um dos países

mais empreendedores do mundo, o que está acontecendo com estas pessoas que abrem seus

negócios e fecham num espaço de tempo tão pequeno? O que está faltando? Neste sentido

Vieira (2006, p.49) dá pistas do fator que ainda contribui para que o país não seja ainda uma

nação totalmente empreendedora. O autor afirma que “ostentar rótulos de país mais

empreendedor trata-se apenas de um auto-engano, quando se tem ainda muito por fazer”.

De acordo com o IBGE (2010), apesar da baixa representatividade em termos de

número de empresas, aquelas que são consideradas como empreendedoras se destacam pelo

impacto na geração de empregos. Foram responsáveis pela geração de 2,9 milhões de novas

ocupações entre 2005 e 2008, 57,4% do total de ocupações criadas no período. Por isso abrir

as portas de novos negócios e mantê-los vivos é fundamental para o desenvolvimento do país.

É imperativo, pois, investir em uma cultura empreendedora, e neste sentido o

SEBRAE tem se mostrado um grande parceiro, pois tem difundido entre empreendedores,

empresário e demais segmentos da sociedade, conhecimentos, técnicas e atitudes que tem

auxiliado na geração de uma moderna cultura empreendedora. Considera-se que, para

desenvolver uma cultura empreendedora no Brasil, não basta apenas identificar a sua vocação

empreendedora, é preciso à implementação de uma política pública voltada para o

empreendedorismo social.

Neste sentido Dolabela (2006) ressalta que, no Brasil o tema central do

empreendedorismo deve ser o desenvolvimento social, tendo como prioridade o combate à

miséria, oferecendo-se como um meio de geração e distribuição de renda. É muito oportuna

esta colocação de Dolabela, pois as diferenças sociais e a má distribuição de renda são

enormes no Brasil. O governo Federal considera que a linha oficial de extrema pobreza no

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País é de R$ 70,00 per capita mês, ou seja, qualquer pessoa que tenha rendimento menor ou

igual a R$ 70 reais por mês é considerada extremamente pobre; isto representa 16,27 milhões

de pessoas nesta condição, 8,5% da população, segundo dados do IBGE 2010.

2.3 Conceito do dinâmico processo de empreender

Apesar de o tema empreendedorismo ser atual e estar sempre presente em artigos,

revistas, internet, livros e ser aparentemente uma novidade para os profissionais, é um

conceito antigo que evoluiu ao longo do tempo, de acordo com as mudanças ocorridas

também na estrutura da economia mundial.

Segundo Dolabela (2006) "empreendedorismo não é um tema novo ou modismo:

existe desde sempre, desde a primeira ação humana inovadora, com o objetivo de melhorar as

relações do homem com os outros e com a natureza".

A palavra empreendedorismo é de origem do verbo francês “entrepreneur”, que

significa aquele que assume riscos e começa algo de novo. Os riscos do empreendedor

aumentam proporcionalmente ao avanço das inovações tecnológicas e a criação de novos

negócios. Podemos observar na evolução do tempo os tipos de riscos que os empreendedores

da época corriam: Por volta dos anos 1300 os riscos eram físicos e emocionais; Na Idade

Média o empreendedor, sobretudo na Europa, não corria riscos nos projetos, pois era

financiado pelo governo. No Século XVII o empreendedor passou a assinar acordos

contratuais com o governo com valores fixos, isto significou que o seu empreendimento já

não era tão seguro, os seus riscos aumentaram. Foi neste período, que Richard Cantillon

(1680-1734), economista francês foi considerado um dos criadores do termo

empreendedorismo, ele diferenciou o empreendedor (como aquele que corre o risco) e

capitalista (aquele que fornece o capital, no caso o governo).

No Século XVIII é consolidada a Revolução Industrial. O Capital falava mais alto. O

empreendedor que dispunha de capital, obviamente corria menos riscos do que aquele que

estava no mercado buscando capital nas instituições financeiras. Nos Séculos XIX e XX o

termo empreendedor foi usado também para gerentes e qualquer pessoa que se destacasse

economicamente.

Em 1950 o economista Joseph Schumpeter (austríaco), um dos mais renomados

economistas do Século XX, definiu empreendedor como sendo uma pessoa com criatividade e

capaz de fazer sucesso com inovações. Segundo ele, o empreendedor é aquele que destrói a

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ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de

novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais.

Em 1970 Peter Drucker (economista Austríaco, também considerado o pai da

Administração Moderna), assim como Cantillon introduziu o conceito de risco, segundo ele

uma pessoa empreendedora precisa arriscar em algum negócio.

Em 1985 o americano Pinchot introduziu o conceito de Intra-empreendedor como uma

pessoa empreendedora dentro de uma organização. Hoje uma das definições mais aceita é a de

Robert Hirsch, segundo ele, empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com

valor, dedicando tempo e esforço necessários, assumindo riscos financeiros, psicológicos e

sociais correspondestes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação econômica e

pessoal.

Diante dos vários conceitos expostos, pode-se considerar que não há uma unanimidade

de pensamento, no entanto todos os estudiosos concordam em ressaltar que se trata de um

tema atualíssimo, que envolve inovação, habilidade, criatividade e capacidade de assumir

riscos, mas é fato que empreender também depende de políticas públicas e de um sistema

financeiro moderno, viável e acessível.

O Brasil apresenta um sistema financeiro muito complexo que depende basicamente

do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiamentos

em longo prazo. No entanto, por ser complexo, não é desestruturado, pelo contrário é um

sistema financeiro bem montado, com recursos em abundância, embora muito oneroso. O que

parece faltar é que seja feita uma mudança, no sentido de criar mecanismos que proporcione a

diminuição dos custos operacionais dos bancos e que lhe dê permeabilidade e menos riscos.

Neste sentido, uma das alternativas para financiamento aos pequenos empreendedores,

tem sido as Cooperativas de Crédito e as Cooperativas de Garantia de Crédito. Existe no

Brasil o FAMPE, um mecanismo de garantia de crédito, que é o fundo de aval gerido pelo

SEBRAE e também o Fundo de Garantia para a Promoção da Competitividade (FGPC), que é

um fundo de aval do BNDES, que tem como objetivo garantir parcialmente o financiamento

às microempresas, ou seja, empresas de baixo faturamento, aproximadamente R$ 700.000,00

anuais. São excelentes mecanismos e não resta dúvida de que as associações de micro,

pequenas e médias empresas devem estimular e ter uma atitude de maior apoio à criação de

cooperativas e consórcios de garantia de crédito, porque pelo menos elas servem de

intermediários entre as empresas e os bancos e auxiliam estes a receberem os recursos

emprestados.

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Diante de tudo que foi exposto é evidente a necessidade de se gerar uma mentalidade

empreendedora, apostar no novo, investir na formação de empreendedores, já que uma das

muitas características do empreendedor é transformar oportunidades em grandes negócios, de

forma que estes indivíduos são atores que exercem fundamental importância no

desenvolvimento econômico e social, principalmente quando são motivados por gestores

públicos que reconhecem as suas capacidades e sabe que mobilizados de forma organizada,

planejada, ordenada, podem transformar a realidade local.

2.4 Perfil do Empreendedor

Dolabela (1999, 34) afirma: “O empreendedor é um ser social, produto do meio em

que vive (época e lugar). Se uma pessoa vive em um ambiente em que ser empreendedor é

visto como algo positivo, então terá mais motivação para criar o seu próprio negócio.”

É bem verdade que fatores históricos e sócio culturais contribuem para o

desenvolvimento do empreendedorismo. Fatores históricos tais como: a maneira que a cidade

foi fundada, seus primeiros moradores, os recursos naturais, a topografia, a cultura local, o

estilo da gestão pública, a maneira como a população os escolhe, as prioridades

governamentais e o envolvimento dos funcionários públicos de carreira são fundamentais para

o estabelecimento de uma cultura empreendedora e a criação de programas para o

desenvolvimento local.

Com a identificação do perfil empreendedor do seu povo fica bem mais fácil descobrir

que caminho deve seguir e que política pública deve ser estabelecida. Segundo Gardner, todos

os indivíduos normais possuem cada uma das capacidades em certa medida, “um potencial

biopsicológico para processar informações que pode ser ativado num cenário cultural para

solucionar problemas ou criar produtos que sejam valorizados numa cultura” (Gardner,

1999, p.78). A capacidade de empreender e ter a iniciativa de gerar seu próprio negócio é a

principal característica desta nova inteligência, a inteligência empreendedora.

Para Dornelas (2001) os empreendedores brasileiros apresentam as seguintes

características: Busca de oportunidades e iniciativas; Persistência; Correr riscos calculados;

Exigência de qualidade e eficiência; Comprometimento; Busca de informações;

Estabelecimento de metas; Planejamento e monitoramento sistemático; Persuasão e rede de

contatos; Independência e Autoconfiança.

Fica patente a importância de gestores públicos que tenham visão empreendedora, que

priorize como afirma Dolabela, ações que combatam à miséria, que defina uma política de

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distribuição de renda através da formação profissional e do incentivo às pequenas empresas.

Isto é imprescindível, pois a melhoria nos índices econômicos e sociais não deve ser atribuída

ou suprida apenas por programas sociais assistencialistas, como Bolsa Família e outros.

Pesquisas do IBGE confirmam que a iniciativa dos empreendedores contribui positivamente

para o crescimento econômico e que as empresas de pequeno porte empregam cerca de 67%

do total de trabalhadores com carteira assinada.

2.5 Políticas Públicas, empreendedorismo e desenvolvimento local

No Brasil, foi na década de 1980, quando a economia reduziu em muito seu

crescimento, é que surgiram iniciativas governamentais com o objetivo de estimular a

abertura de micros e pequenas empresas, que naquele momento se mostravam uma

considerável alternativa para a ocupação da mão-de-obra ociosa.

Iniciativas como: A implantação do Primeiro Estatuto da Microempresa em 1984; a

inclusão das Micro e Pequenas empresas na Constituição Federal 1988; a criação do Serviço

Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE; a Lei 9.317 de 1996 – que

instituiu o Simples; a criação de linhas especiais de crédito no BNDES, CEF e Banco do

Brasil; a Lei 9.841 de 1999, que instituiu o Estatuto da Microempresa e da Empresa de

Pequeno Porte; a inclusão das micro e pequenas empresas em processos de licitação de

comprar dos governos estaduais e municipais; A Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, a

Lei complementar 123/06, que já é uma realidade em 53% dos Municípios brasileiros. Do

total de 5.564 administrações municipais do País, 2.944 já têm os dispositivos legais que

abrem novas oportunidades para os pequenos negócios locais, sobretudo aqueles voltados

para o empreendedorismo social.

Daí a importância de diferenciar o empreendedorismo privado do empreendedorismo

social. Melo Neto & Froes (2001,p.11) entende que:

O empreendedorismo econômico ou privado difere do empreendedorismo social quanto à natureza, pois enquanto aquele é de natureza individual, este outro é

coletivo. Enquanto o primeiro produz bens e serviços para o mercado, o outro

produz bens e serviços para a comunidade. Enquanto um tem foco no mercado, o

outro tem o foco voltado para a solução dos problemas sociais.

Os empreendedores podem buscar em parceria com o poder público desenvolver

ações empreendedoras com atuações socialmente responsáveis; ter um relacionamento ético

com o poder público; cumprimento as leis, faz parte da gestão de uma empresa socialmente

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responsável, que sabe que com o pagamento devido de impostos e tributos, com o combate à

corrupção, estará dando sua contribuição para o desenvolvimento de políticas públicas sociais.

Com a Lei Geral Municipal, muitas micros e pequenas empresas que se encontravam na

informalidade descobriram que o melhor caminho para sobreviver no mercado e cumprir o

seu papel social é o da legislação.

Segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SEBRAE (2008): 97,5 do total das empresas brasileiras são micros e pequenas empresas

formais; 20% do Produto Interno Bruto (PIB) é gerado pelas micro e pequenas empresas; 38%

da massa salarial está nas micro e pequenas empresas. De cada 100 brasileiros, 13 são

empreendedores; de cada 10 empregados, 6 estão nos pequenos negócios; As mulheres

brasileiras são muito empreendedoras, representam 38% da população.

Iniciativas como as citadas acima, estimularam o desenvolvimento da economia e por

isso houve avanços no cenário nacional; Mais de 10 milhões de brasileiros deixaram a linha

da pobreza; agências internacionais de risco passaram a recomendar investimentos no Brasil;

O PIB ultrapassou a marca de 5% (crescimento anual), porém ainda é acentuada a

concentração de renda, há um fosso enorme que separa “os poucos ricos”,” dos muitos

pobres” (os 10% mais ricos do País concentram 75% da riqueza nacional).

Este se apresenta um grande desafio para o administrador público empreendedor, para

diminuir essas diferenças, ele deve ter novas percepções, conhecer profundamente a realidade

local, trabalhar com o firme propósito de melhorar a qualidade de vida da população e ter a

capacidade de identificar elementos que fomentem a geração de novos empreendedores.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 Caracterização do terreno de estudo

A cidade de Esperança- PB, o Lírio Verde da Borborema, antes, chamada Banabuyé

(Brejo das Borboletas, na língua Tupy) foi povoada pelos índios da Tribo Cariris. Emancipada

da Cidade Alagoa Nova- PB em 1º de Dezembro de 1925. Está a 146,6 Km da Capital, João

Pessoa; sua altitude é de 631 metros acima do mar. Tem uma área de 163,78 km² e uma

população de 31.095 hab (Censo do IBGE/ 2010). O PIB Municipal de R$ 194.511,00; Renda

per capita de R$ 6.350,55 e IDH de 0,632 ( Dados IBGE /2008). Esperança possui mais de

1000 estudantes universitários e tem uma vocação eminentemente comercial, a sua economia

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é movimentada pelo comércio; conta com mais de 40 indústrias, 20 atacadistas e mais de 400

varejistas que colocam o Município no 11º lugar em arrecadação de ICMS entre os 223

Municípios do Estado da Paraíba. Conta com quatro instituições bancárias: Banco do Brasil,

CEF, Bradesco e Credi-Amigo do Banco do Nordeste.

3.2 Tipologia da Pesquisa

Quanto a Finalidade a pesquisa foi do tipo aplicada (busca a solução de problemas);

Trujillo Ferrari (1982, p.171) enfatiza que “não obstante a finalidade prática da pesquisa, ela

pode contribuir teoricamente com novos fatos para o planejamento de novas pesquisas ou

mesmo para a compreensão teórica de certos setores do conhecimento”.

Quanto ao Método a pesquisa foi Qualitativa (busca a compreensão da realidade);

Segundo Malhotra (2006, p. 155) a pesquisa quantitativa é “uma metodologia de pesquisa que

procura quantificar dados e, geralmente, aplica alguma forma de análise estatística”, e a

pesquisa qualitativa é “uma metodologia de pesquisa não-estruturada e exploratória baseada

em pequenas amostras que proporciona percepções e compreensão do contexto do problema”.

Quanto ao 0bjetivo a pesquisa foi Descritiva (descrever os fatores que estimulam o

empreendedorismo local); e explicativa (registrar, classificar, identificar e analisar os fatos).

Para Vergara (2003, p. 47-49), a pesquisa descritiva expõe características de determinada

população ou de determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis

e definir sua natureza. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora

sirva de base para tal explicação. Pesquisa de opinião insere-se nessa classificação.

3.3 Coleta de dados

Para o processo de coleta de dados foi utilizado um questionário com 27 questões,

abertas e fechadas, distribuídas da seguinte maneira: Dados Pessoais (08 questões); Dados da

Empresa (06 questões); Motivação, dificuldades e apoio para abertura e funcionamento do

empreendimento (03 questões); Treinamento e Atualização (05 questões); Avaliação do

Empreendimento (03 questões); Apoio das Instituições locais ao Empreendedorismo (02

questões).

A escolha por esse método é baseada nos ensinamentos de Malhotra (2006,p.182),

Para esse autor, o método de levantamento de dados” envolve um questionário estruturado

que os entrevistados devem responder e que foi feito para elucidar questões específicas.” Daí

a necessidade da elaboração de um questionário com várias perguntas que buscam identificar

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o perfil, atitudes e motivações dos empreendedores como também identificar fatores

determinantes que contribuíram para suas ações empreendedoras.

Foram aplicados 32 (trinta e dois) questionários a um determinado grupo de

empresários (público alvo) de grande, médio e pequeno porte, alguns associados à Câmara de

Dirigentes Lojistas de Esperança – PB (CDL) e outros escolhidos aleatoriamente. A coleta de

alguns dados foi executada pessoalmente pelo pesquisador em visitas aos seus domicílios

comerciais, outras foram feitas por e-mail e outros questionários foram deixados nos

estabelecimentos e depois de preenchidos recolhidos.

Ainda nesse sentido, Gil (2002, p.121), observa que “os levantamentos abrangem um

universo de elementos tão grande que se torna impossível considerá-los em sua totalidade.”.

Ele sugere que se deve “trabalhar com uma pequena parte dos elementos que compõem o

universo”.

4 ANÁLISES DE RESULTADOS

Após a coleta, todos os dados passaram por uma minuciosa conferência, avaliação e

tabulação que proporcionaram o seguinte resultado:

4.1 Perfil dos respondentes

Tabela 01: Informações referentes ao gênero

ITEM (F) %

Masculino 18 55

Feminino 14 45

Total 32 100

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da pesquisa (2011)

Confirma-se a predominância do sexo masculino nos empreendimentos. Pesquisa do

SEBRAE 2008 afirma que as mulheres empreendedoras representam 38% da população.

Levando em consideração essa amostragem da cidade de Esperança - PB há um aumento

considerável (de 38% para 45%).

Tabela 02: Informações referentes à função na empresa

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da pesquisa (2011)

ITEM (F) %

Gerente 03 09

Proprietário 29 91

Total 32 100

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Pode-se observar que a presença do proprietário na empresa é predominante. É uma

presença de fácil acesso e que é ele que retém todas as informações da empresa. As empresas

que têm gerentes à frente representam apenas 9% o que vem confirmar que a maioria é micro

e pequena empresa.

Tabela 03: Faixa Etária

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da pesquisa (2011)

Observa-se que a maioria dos empreendedores se concentra nas faixas de 26 a 35

(jovens que aproveitam as oportunidades de negócios), depois de 42 a acima de 50 anos (faixa

que tem dificuldades de acesso ao mercado de trabalho e por isto buscam o seu próprio

negócio.

Tabela 04: Informações referentes ao Grau de Escolaridade

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da pesquisa (2011)

Pode-se constatar que a maioria tem apenas o segundo grau completo, o que confirma

a mão de obra não especializada. Sem curso superior, o mercado é ainda mais restrito o que

faz as pessoas também investirem em seus próprios negócios. Dos 32 respondestes apenas 07

tem curso superior completo (03 em administração, 01 em contabilidade e 03 em outras áreas

totalmente diferentes. Apenas 01 tem pós- graduação em teologia.

ITEM (F) %

Acima de 18 anos 01 01

Entre 19 e 25 anos 01 01

Entre 26 e 35 anos 09 30

Entre 36 e 41 anos 03 10

Entre 42 e 50 anos 08 27

Acima de 50 anos 10 31

Total 32 100

ITEM (F) %

Primário Incompleto 02 06

Primário Completo 03 10

Segundo Grau Completo 17 53

Segundo Grau Incompleto 02 06

Superior Completo 07 22

Pós-graduação 01 03

Total 32 100

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Tabela 05: Informações referentes à ocupação anterior

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da pesquisa (2011)

Observa-se que 50% dos respondentes eram empregados com carteira (25%) ou

autônomos (25%) e na seqüência estudantes (17%), o que faz correlação com a tabela 03 (

faixa etária). Os empreendedores ou são jovens que buscam oportunidades ou pessoas

desempregadas, que estão na faixa etária que tem dificuldades de arrumar outro emprego e

buscam investir em seus próprios negócios. Com relação as atividades que exerciam

anteriormente 72% responderam que a atividade anterior era muito diferente da atual e que

auxiliaram muito pouco no desenvolvimento do mesmo.

4.2 Perfil das empresas

Tabela 06: Informações sobre o Ramo de Atividade e anos de atividade

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da pesquisa (2011)

Observa-se o predomínio do comércio varejista com mais de 05 anos no mercado.

ITEM (F) %

Empregado com carteira 09 29

Autônomo/Conta Própria 09 29

Dona de Casa 01 03

Aposentado 01 03

Empregado sem carteira 04 12

Empregador 01 03

Estudante 06 18

Desempregado 01 03

Total 32 100

Ramo de

atividade (F) %

Menos

de 1

ano

(F)

%

De 3

a 5

Anos

(F)

%

Mais

de 5

anos

(F)

% Total

Comércio Varejista 30 96 01 03 05 15 24 82 100

Comércio

Atacadista

01 02 00 00 00 00 01 100 100

Indústria 00 00 00 00 00 00 00 00 00

Serviço 01 02 00 00 00 00 01 100 100

Agropecuária 00 00 00 00 00 00

Total 32 100 01 05 26 100

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Tabela 07: Informações referentes ao Número de Sócios

ITEM (F) %

Nenhum Sócio 19 60

1 Sócio 10 30

Mais de 1 sócio 03 10

Total 32 100

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da pesquisa (2011)

Observa-se que a grande maioria (60%) é de empresa individual, ou seja, não têm sócios.

Tabela 08: Informações referentes ao número de pessoas ocupadas na empresa e Faturamento anual

ITEM (F) %

(-) de

100 mil

(F)

%

Entre 101 e

200 mil

(F)

%

Entre 201

e 300 mil

(F)

%

Acima de

301 mil

(F)

%

Sócios e familiares 74 10

Empregados

formais

585 84 12 39 03 10 02 05 09 29

Empregados

informais

29 04 05 16

Empregados

indiretos

11 02 01 01

Total 699 100 17 55 03 10 02 05 10 30

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da pesquisa (2011)

Pode-se constatar que a maioria dos empreendedores da cidade de Esperança - PB está

no comércio varejista (96%), são empreendedores formais, estão no mercado a mais de 05

anos, tem no máximo 01 sócio e são microempresários. Segundo SEBRAE (2008), os

pequenos negócios são classificados por porte e as empresas que faturam até R$ 240 mil por

ano estão classificadas como microempresa. De acordo com a nossa amostra na cidade de

Esperança - PB encontra-se também um percentual (29%) de empresas formais classificadas

de Pequeno Porte, ou seja, que faturam acima de R$ 240 mil até R$ 2,4 milhões por ano.

Esses dados corroboram com a pesquisa do porte-Brasil 2006 (elaborado pelo Dieese) que

afirma que as micros e pequenas empresas geram empregos em todos os setores da economia

e neste caso especialmente nos diversos ramos de atividade do comércio varejista. Dado

interessante e muito relevante é que 82% das empresas estão no mercado a mais de cinco anos

o que contradiz os dados de pesquisa realizada pelo SEBRAE (2004) que revelou que das

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empresas constituídas em 2000, 2001 e 2002, 49,9% encerraram as atividades com até 02

anos de existência; 56,4% com até 3 anos e 59,9% com até 4 anos.

4.3 Motivação, dificuldades e apoio para abertura e funcionamento do empreendimento

Tabela 09: O que levou a abrir a empresa

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da pesquisa (2011)

Na tabela 09 observa-se que oportunidade de negócio e desejo de independência

financeira estão no ranking das motivações que levaram os empreendedores a abrirem seus

negócios. Duas características dentre as quais Dornelas (2001) elencou como sendo de

pessoas empreendedoras.

Tabela 10: Qual dificuldade enfrentou na abertura do empreendimento

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da pesquisa (2011)

As maiores dificuldades se caracterizam pela falta de recursos financeiros e falta de

treinamento em gestão empresarial para enfrentar a concorrência, a burocracia e a carga

tributária, dados que corroboram com estudo apresentado por Chiavenato (2008, p.15) que

apontam como as causas mais comuns nas falhas de negócios: Falta de experiência

profissional (72%) e fatores econômicos (20%).

ITEM (F) %

Oportunidade de negócio 15 29

Desejo de independência

financeira

13 27

Disponibilidade de capital

próprio

02 05

Falta de Emprego 02 05

Conhecimento do ramo do

empreendimento

12 25

Realização Pessoal e profissional 10 09

Outro 00 00

Total 54 100

ITEM (F) %

Falta de recurso financeiro 12 20

Não conhecer bem o ramo a atividade 05 10

Experiências negativas anteriores 00 00

Muita concorrência 13 21

Falta de Treinamento em gestão empresarial 10 14

Falta de lugar 05 10

Medo e Insegurança 01 02

Impostos 05 10

Burocracia 06 11

Não possuir apoio 01 02

As condições econômicas do País não eram as melhores 00 00

Outros 00 00

Total 58 100

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Tabela 11: Que apoio recebeu para abrir o empreendimento

ITEM (F) %

Crédito do Sistema financeiro 03 10

Apoio da família 19 55

Parceria com outros empreendimentos ou empreendedores 03 10

Incentivos de programas de governos e entidades da comunidade 01 02

Nenhum 07 21

Outro 01 02

Total 34 100

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da pesquisa (2011)

Observa-se na tabela 11 que o maior apoio para desenvolver o negócio próprio vem da

família e que o apoio do sistema financeiro é muito pequeno (apenas em 10%) dos casos,

validando o que muitos economistas afirmam que o acesso das micro empresas ao crédito do

sistema financeiro do Brasil é muito restrito, oneroso e juros com taxas exorbitantes.

4.4 TREINAMENTO E ATUALIZAÇÃO

Tabela 12: Estava preparado (treinado ou formado) para abrir o empreendimento:

ITEM (F) %

Sim 18 58

Não 14 42

Total 32 100

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da pesquisa (2011)

A maioria dos empreendedores se considerou preparada para abrir seus negócios.

Tabela 13: Ao abrir a empresa recebeu ou participou de Cursos e treinamentos para enfrentar os desafios

de empreender

ITEM (F) %

Sim 19 59

Não 13 42

Total 32 100

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da pesquisa (2011)

A tabela 13 constata que 59% dos empreendedores participaram de cursos e

treinamentos, justificando o SIM (58%) da tabela 12 onde a maioria se considerou preparada

para abrir seus negócios.

Tabela 14: Atualmente com que frequência costuma participar de cursos e treinamento

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da pesquisa (2011)

ITEM (F) %

1 vez por mês 00 00

A cada três meses 12 41

De 06 em 06 meses 16 50

Nunca participou 04 09

Total 32 100

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Observa-se na tabela 14 a importância dada pelos empreendedores a cursos e

treinamentos. Pelo menos 50% participam de treinamentos a cada 6 meses.

Tabela 15: Costuma participar de cursos e treinamentos oferecidos por quais Instituições

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da pesquisa (2011)

O SEBRAE é a instituição mais procurada pelos empreendedores, corroborando com o

que Dornelas (2001) afirma que o empreendedorismo no Brasil ganhou força depois da

criação desta entidade.

Tabela 16: Os cursos e treinamentos que participou ajudaram na sua formação como empreendedor

ITEM (F) %

Sim 30 93

Não 02 07

Total 32 100

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da pesquisa ( 2011)

A tabela 16 confirma a importância de cursos e treinamentos para o sucesso do

empreendimento.

Conclui-se que a maioria se considerava preparado para abrir o negócio (58%); que

participaram de cursos e treinamentos (59%); que continuam participando freqüentemente de

cursos e treinamentos (60% pelo menos de 06 em 06 meses) nas instituições como SEBRAE

(54%), CDL (25%) e outros e que estes muito contribuíram na sua formação como

empreendedor: promoveram informações atualizadas do mercado no ramo da atividade;

ampliaram o conhecimento e visão do mercado; fizeram questionar os pontos fortes e fracos

da empresa; favoreceram a ampliação do negócio; favoreceram no aprimoramento da gestão

administrativa, no controle financeiro e tributário e instruíram na qualificação do atendimento

ao público.

Tabela 17: Quanto ao nível de informações que dispõe sobre seu negócio, se sente:

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da pesquisa (2011)

ITEM (F) %

Sebrae 17 54

Fiep 01 04

CDL 08 25

Universidades públicas 03 09

Outros 01 03

Nenhuma 02 05

Total 32

ITEM (F) %

Nada informado 01 04

Pouco informado 11 33

Informado 18 58

Muito informado 02 05

Total 32 100

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Observa-se que 58% dos respondentes se consideram informados, confirmando as tabelas

anteriores (12, 13, 14, 15,16).

Tabela 18: Fontes de informações que utilizou nos últimos 12 meses:

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da pesquisa (2011)

A maioria informa troca de experiências com pessoas do ramo (informações

informais) e depois cursos, palestras, treinamentos e feiras. Eventos promovidos pela

Prefeitura Municipal, SEBRAE e CDL.

As tabelas 17 e 18 confirmam as análises anteriores, pois 58% dos empreendedores se

consideram informados sobre o seu negócio e se utilizam de fontes de informações diversas

tais como: Pessoas do ramo (20%); curso, palestras, feiras (15%); revistas especializadas

(10%), dentre outras. Certamente todos estes dados favoreceram para o indicativo da tabela 06

(82% das empresas pesquisadas estão no mercado a mais de 05 anos).

4.5 AVALIAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

Tabela 19: Se o empreendimento causou algum impacto social e/ou econômico para o desenvolvimento da

cidade:

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da pesquisa (2011)

Constata-se na tabela 19 que o empreendimento contribuiu para o desenvolvimento da

cidade.

ITEM (F) %

Pessoas do Ramo 20 20

Pesquisa própria 10 09

Amigos/parentes 08 08

Revistas especializadas 10 10

Jornais impressos 04 04

Internet 06 06

Cursos, palestras, feiras, etc 16 15

Programas de Tv e Rádio 04 04

Contador 09 09

Associações de classe 04 04

Livros, manuais, cartilhas, apostilas 04 04

Bancos 02 02

Entidades de apoio a empresas 04 04

Nenhum 01 01

Total 102 100

ITEM (F) %

Sim 29 90

Não 03 10

Total 32 100

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Tabela 20 : Como avalia seu empreendimento hoje:

ITEM (F) %

Abaixo das expectativas iniciais 06 20

Dentro das expectativas iniciais 16 50

Acima das expectativas iniciais 10 30

Total 32 100

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da pesquisa ( 2011)

Conforme a tabela 20, podemos observar que 50% dos respondentes avaliam seus

empreendimentos dentro das expectativas iniciais.

Tabela 21 - Com relação ao empreendimento pretende:

ITEM (F) %

Ampliar 28 90

Manter como estar 03 08

Diminuir 00 00

Mudar de ramo 01 02

Encerrar atividades 00 00

Fazer parcerias com empresas locais 00 00

Fazer parcerias com empresas de outras regiões do Brasil 00 00

Fazer parcerias com empresas estrangeiras 00 00

Total 32 100

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da pesquisa (2011)

Na tabela 21 verifica-se que 90% está satisfeita com os seus negócios e por isso

pretendem ampliar. Conclui-se que 90% dos empreendimentos causaram impacto no

desenvolvimento da cidade de Esperança, tanto na geração de emprego e renda como na

ampliação do comércio local; no aumento da arrecadação tributária municipal; na valorização

imobiliária e na facilidade de crédito ao cliente, por isto a maioria está satisfeita e

demonstram o desejo de ampliação de seus negócios.

4.5 Apoios das Instituições locais ao empreendedorismo

Órgãos públicos e entidades financeiras existentes na cidade de Esperança que têm

contribuído para o desenvolvimento do seu negócio:

Todos os empreendedores que responderam os questionários foram unânimes na

constatação de que os órgãos públicos e as entidades financeiras existentes na cidade de

Esperança – PB tem contribuído para o seu desenvolvimento. A Prefeitura Municipal, a

Coletoria Estadual, a Agência do INSS, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), o Banco do

Brasil, a Caixa Econômica Federal, o Bradesco, o Multibank, o Credi- Amigo (Banco do

Nordeste) têm contribuído cada um na sua função no desenvolvimento sustentável local.

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Como esses órgãos vêm contribuindo para o desenvolvimento do empreendimento?

Conforme a maioria dos respondentes a Prefeitura Municipal tem contribuído muito

com o desenvolvimento do empreendedorismo local, garantindo o pagamento em dia dos

funcionários, investindo na assistência aos agricultores, incentivando o agronegócio, e a

abertura de pequenos negócios com a implantação da Lei Geral Municipal.

Segundo o respondente R1, um dos atacadistas da cidade desde 1997 e que tem 160

empregados formais, considera que a gestão municipal muito tem contribuído, pois uma vez

que tem melhorado os serviços de infra-estrutura, de saúde e educação, tem também investido

no empreendedorismo, pois estes serviços interferem diretamente no desempenho de seus

colaboradores.

O Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o Bradesco e o Credi-Amigo também

têm contribuído, pois tem oferecido recursos para Capital de Giro das Empresas e crédito para

pessoas físicas.

Segundo o empresário M2, um dos grandes empreendedores da cidade que está no

mercado desde 1961, sua empresa tem 300 empregados formais e mais alguns indiretos, o

Banco do Brasil, primeiro Banco a se instalar na cidade de Esperança foi pioneiro na

contribuição do desenvolvimento, por oferecer recursos as empresas locais como também

favorecendo o intercâmbio comercial entre as cidades circunvizinhas.

A CDL tem investindo na formação dos empresários, promovendo reuniões, cursos,

palestras e treinamentos em parceria com outros órgãos, como o SEBRAE e participação em

eventos Nacionais da classe como as Conferências Nacionais das CDL’S.

Em que poderia ser melhorado?

Corroborando com economistas que consideram os juros exorbitantes e a dificuldade

de acesso ao crédito pelos microempresários, todos os respondentes concordam que o sistema

financeiro do Brasil precisa mudar para atender melhor o mercado, oferecendo juros mais

competitivos, taxas de serviços menores, ampliação e facilitação do crédito, diminuindo a

burocracia.

O que a administração pública pode fazer para incrementar o desenvolvimento do

comércio, indústria e serviços na cidade de Esperança?

Muitas foram as sugestões com relação ao que a administração pública municipal pode

fazer para incrementar o desenvolvimento local, tais como: A maior incidência das respostas

foi a Prefeitura criar um Distrito Industrial para trazer fábricas de outros lugares e incentivar

as existentes na cidade. Paralelamente trazer uma faculdade para Esperança, promover cursos

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profissionalizantes em parcerias com universidades públicas e universidades privadas;

promover eventos (feiras) para divulgação dos produtos locais; ampliar a segurança local para

diminuir os assaltos ao comércio, correio e loterias; ampliar o abastecimento de água para

atrair indústrias de outras cidades e Estados e Criar a Secretaria de Indústria e Comércio para

ampliar o apoio e incentivo aos empresários de grande, médio e pequeno porte.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Levando em consideração o objetivo proposto, identificar quais fatores podem

estimular o empreendedorismo na cidade de Esperança – PB, ficou evidente que através das

análises dos resultados obtidos pelas respostas fornecidas através dos questionários que

diversos fatores são considerados de extrema importância para o desenvolvimento do

empreendedorismo local, dentre eles se destacaram o apoio da Prefeitura Municipal e a

instalação na cidade de órgãos públicos, de classe e instituições financeiras.

Observa-se que a maioria dos empreendedores respondentes apresentou estes fatores

como sendo os responsáveis pelo sucesso dos seus negócios (82% estão no mercado a mais de

05 anos). Esperança tem uma vocação comercial muito perene e sem dúvida nenhuma este

perfil empreendedor se dá pelos seus referenciais históricos, a cidade foi povoada por

comerciantes portugueses que aqui se instalaram atraídos pelos seus recursos naturais, a sua

topografia e o seu fácil acesso a regiões circunvizinhas.

Com esta herança comercial Esperança se desenvolveu inicialmente expandido o

agronegócio, hoje se destacando no comércio urbano, especialmente no comércio varejista

(96%). A maioria dos empreendedores reconheceu que entidades como SEBRAE e CDL ao

oferecerem palestras, cursos e treinamentos muito contribuíram para as suas formações

profissionais e para o desenvolvimento do processo de empreender.

A maioria expressou que a motivação para abrir o seu negócio foi oportunidade e

realização profissional e nisto o poder público (A Prefeitura Municipal) tem também papel

relevante ao buscar implantar políticas públicas que tem possibilitado o crescimento dos

empreendimentos locais e atraídos outros de outras regiões. A experiência comprova que o

apoio do governo municipal pode criar um ambiente favorável para as micros e pequenas

empresas e os gestores públicos têm papel fundamental na promoção do desenvolvimento que

garanta a inclusão social e produtiva.

Quanto ao apoio que receberam para desenvolver seus negócios as instituições

financeiras, sobretudo o Banco do Brasil, foi destaque nas informações da maioria dos

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empreendedores, mesmo considerando que o apoio mais expressivo veio dos familiares

(55%), estas instituições tem oferecido recursos, embora onerosos, que tem ajudado na

instalação e manutenção de algumas empresas.

Finalizando, fica evidente que fatores históricos e socioculturais somado a políticas

públicas voltadas para o empreendedorismo muito contribuem para o desenvolvimento de

uma postura empreendedora. Diante de tudo o que foi exposto, tais fatores foram

concordantes com os estudos apresentados no referencial teórico, dando a entender que

realmente o empreendedorismo é extremamente importante para a economia de um país e,

sobretudo para o desenvolvimento sustentável local. É imperativo entender que cada novo

negócio que surge e que se mantêm vivo, com o apoio das entidades financeiras, do poder

público, das parcerias público-privadas bem sucedidas significa mais geração de emprego,

renda e consequentemente desenvolvimento sustentável local.

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Mini Currículo

AUDALÉCIO ANTONIO BEZERRA NÓBREGA

Graduado em PSICOLOGIA pela antiga FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE REGIONAL DO NORDESTE

(FURNE), hoje UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAIBA (UEPB).

Pós graduado lato sensu em GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL pela UNIVERSIDADE FEDERAL DA

PARAIBA (UFPB).

Empresário do Ramo Varejista de Calçados e Confecções da Cidade de Esperança - PB. Atuando

atualmente como Secretário de Planejamento do Município de Esperança – PB e Presidente da

Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Esperança-PB.

Contato: [email protected]

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REFERÊNCIAS

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Disponível em:<http://www.revistas.unicentro.br/index.php/capitalcientifico/article/>. Acesso

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Disponível em: <http://fernandodolabela.wordpress.com/about>. Acesso em Out.2011

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Empresa. Faculdade de Ciências Empresariales –Montevideo – Uruguay – 2008. Disponível em:<http://www.ibqp.org.br/empreendedorismo/home/download.php> Acesso em Set.2011

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APÊNDICE A - Questionário: Perfil dos empreendimentos da cidade de

Esperança –PB

I - Dados pessoais

1. Nome2. Função na empresa:

3. Idade: ( ) Acima de 18 anos ( ) Entre 19 e 25 anos ( ) Entre 26 e 35 anos

( ) Entre 36 e 41 anos ( ) Entre 42 e 50 anos ( )Acima de 50 anos

4. Sexo: ( )Masculino ( ) Feminino

5. Grau de escolaridade (informar o maior):

( ) Primário Incompleto ( ) Primário Completo ( ) Segundo Grau Completo

( ) Segundo Grau Incompleto ( ) Superior Completo ( ) Pós-graduação

5.1 Caso sua resposta a questão anterior tenha sido “superior completo ou pós-

graduação”, informar a área:

( ) Administração ( ) Contabilidade ( )Economia ( )Engenharia

Outra área. Qual? ______________________

6. Qual sua ocupação antes de abrir o empreendimento atual:

( ) Empregado com carteira ( ) Empregado sem carteira

( ) Autônomo/Conta própria ( ) Empregador

( ) Dona de casa ( ) Estudante

( ) Aposentado ( ) Desempregado

7. Comparando o empreendimento atual com o que fazia antes (Se foi atividade

remunerada) seu negócio atual é:

( ) Muito diferente ( ) Mais ou menos parecido ( )Muito parecido

8. Como a experiência anterior auxiliou no negócio atual (Se foi atividade remunerada)

( ) Nada ( ) Um pouco ( ) Muito

II - Dados sobre a empresa

9. Ramo de Atividade: ( ) Comércio Varejista ( ) Comércio Atacadista ( ) Indústria

( ) Serviço ( ) Agropecuária

10. Formalidade: ( ) Empreendedor Formal ( ) Empreendedor Informal

11. Em que ano abriu sua empresa? _________

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12. Número de Sócios que possui: ( ) Nenhum sócio ( )1 sócio ( )Mais de 1 sócio

13. Faturamento bruto anual: ( ) Abaixo de 100 mil reais ( ) Entre 101 e 200 mil reais

( ) Entre 201 e 300 mil ( ) Acima de 301 mil

14. Número de pessoas ocupadas na empresa direta e indiretamente:

Sócios e familiares:________

Empregados formais: _______

Empregados informais: ______

Empregados indiretos: ______

Total: _____

III. Motivação, dificuldades e apoio para abertura e funcionamento do empreendimento

15. O que levou você a abrir a empresa? (Aceita mais de uma resposta).

( )Oportunidade de negócio ( )Falta de emprego

( ) Desejo de independência financeira ( )Conhecimento do ramo do empreendimento

( ) Disponibilidade de capital próprio ( ) Realização pessoal e profissional

( ) Outro. Especificar:______________

16. Quais dificuldades você enfrentou no momento de abertura de seu empreendimento?

(Aceita mais de uma resposta).

( ) Falta de recursos financeiros ( ) Falta de lugar (ponto ou barracão)

( ) Não conhecer bem o ramo de atividade ( ) Medo e insegurança

( ) Experiências negativas anteriores ( ) Impostos

( ) Muita concorrência ( ) Burocracia

( ) Falta de treinamentos em gestão empresarial ( ) Não possuir apoio

( ) As condições econômicas do país não eram as melhores

( ) Outros. Citar: _____________________________

17. Qual foi o apoio que você recebeu para abrir seu empreendimento? (Aceita mais de

uma resposta).

( ) Crédito do sistema financeiro ( )Recebi apoio da família ( ) Parceria com outros

empreendimentos ou empreendedores ( )

Incentivos de programas de governos e entidades da comunidade ( )Nenhum

( ) Outro. Especificar: _________________

IV – Treinamento e atualização

18. Você julga que estava bem preparado (treinado ou formado) para abrir o

empreendimento?

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( ) Sim ( ) Não

19. Você recebeu ou participou de cursos e treinamentos para enfrentar os desafios de

empreender:

( ) Sim ( ) Não

19.1. Caso a resposta à questão anterior tenha sido positiva, informe com que frequência você

costumava/costuma participar dos cursos ou treinamentos?

( ) 1 vez por mês ( ) A cada três meses ( ) De seis em seis meses

19.2. Você costuma participar de cursos e treinamentos ofertados por quais Instituições?

( ) SEBRAE ( ) FIEP ( ) CDL

( ) Universidades Publicas ( ) Universidades Privadas

( ) Outras. Quais? _________________________________

20. Os cursos e treinamentos dos quais você participou ajudaram de alguma

maneira, na sua formação como empreendedor?

( ) Sim ( ) Não

20.1. Independente da resposta à questão acima, favor justificar:

___________________________________________________________________________

_______________________________________________________________

21. Quanto ao nível de informações que dispõe sobre seu tipo de negócio, você se sente:

( ) Nada informado ( ) Pouco informado ( ) Informado ( )Muito informado

22. Fontes de informação que utilizou nos últimos 12 meses

( ) 1. Pessoas do ramo ( ) 2. Pesquisa própria

( ) 3. Amigos/parentes com negócio próprio ( ) 4. Revistas especializadas

( ) 5. Jornais impressos ( ) 6. Internet ( ) 7. Cursos, palestras, feiras, etc

( ) 8. Programas de TV e Rádio ( ) 9. Contador ( ) 10. Associações de classe

( ) 11. Livros/ manuais/ cartilhas/ apostilas ( ) 12. Bancos

( ) 13. Entidades de apoio a empresas ( ) 14. Outras fontes:________________

( ) Nenhuma fonte

22.1. Caso você tenha marcado mais de 4 questões, aponte as três fontes de informação que

vocês mais acha importante. Informe apenas os números correspondentes:

____________________

V – Avaliação do empreendimento

23. Você julga que o seu empreendimento causou algum impacto social e/ou econômico

para o desenvolvimento local da cidade?

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( ) Sim ( ) Não

23.1. Independente da resposta à questão acima, favor justificar:

___________________________________________________________________________

_______________________________________________________________

24. Como você avalia o seu empreendimento hoje:

( ) Abaixo das expectativas iniciais ( ) Dentro das expectativas iniciais: ( )

( ) Acima das expectativas iniciais

25. Com relação ao empreendimento você pretende:

( ) Ampliar ( )Manter como está ( ) Diminuir ( ) Mudar de ramo

( ) Encerrar atividades ( ) Fazer novas parcerias com empresas locais

( ) Fazer parcerias com empresas de outras regiões do Brasil

( ) Fazer parcerias com empresas estrangeiras do BRIC (Brasil, Russia, India, China)

VI – Apoio das Instituições locais ao empreendedorismo

26. Quais os órgãos públicos e entidades financeiras existentes na cidade de Esperança

que tem contribuído para o desenvolvimento do seu negocio?

26.1. Citar os principais órgãos segundo sua concepção:

___________________________________________________________________________

_______________________________________________________________

26.2 Como esses órgãos vem contribuindo para o desenvolvimento do seu empreendimento?

Em que poderia ser melhorado?

___________________________________________________________________________

______________________________________________________________

27. Em sua opinião o que a administração pública pode fazer para incrementar o

desenvolvimento do comércio, indústria e serviços na cidade de Esperança- PB?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

____________________________________________________________

Obrigado!!