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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós-Graduação em Fitossanidade Dissertação OCORRÊNCIA DE NINHOS DE FORMIGAS CORTADEIRAS EM UM VINHEDO NO MUNICÍPIO DE CANDIOTA, RS, EM TRÊS TIPOS DE SOLO MICHELE GUIMARÃES DONATTI Pelotas-2010

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTASlivros01.livrosgratis.com.br/cp136031.pdf · 2016-01-26 · Aos meus pais Luiz Gustavo Donatti e Deise Schiavo Guimarães Donatti pelo apoio, carinho

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós-Graduação em Fitossanidade

Dissertação

OCORRÊNCIA DE NINHOS DE FORMIGAS CORTADEIRAS EM

UM VINHEDO NO MUNICÍPIO DE CANDIOTA, RS, EM TRÊS

TIPOS DE SOLO

MICHELE GUIMARÃES DONATTI

Pelotas-2010

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MICHELE GUIMARÃES DONATTI

OCORRÊNCIA DE NINHOS DE FORMIGAS CORTADEIRAS EM

UM VINHEDO NO MUNICÍPIO DE CANDIOTA, RS, EM TRÊS

TIPOS DE SOLO

Dissertação apresentada ao programa

de Pós-Graduação em Fitossanidade

da Universidade Federal de Pelotas,

como requisito parcial à obtenção do

título de Mestre em Ciências (área de

conhecimento: Entomologia).

Orientador: Alci Enimar Loeck

Pelotas, 2010

Banca examinadora:

Dr. Alci Enimar Loeck (Orientador)

Dr. Flávio Roberto Mello Garcia

Dr. Eduardo José Ely e Silva

Dr. Jader Ribeiro Pinto

Aos meus amados pais Luiz Gustavo e Deise,

Ao meu adorado noivo e colega Marcelo.

Aos meus queridos irmãos Daniele e Gustavo.

A minha sobrinha Luíze.

Dedico e Ofereço

Agradecimentos

Aos meus pais Luiz Gustavo Donatti e Deise Schiavo Guimarães Donatti

pelo apoio, carinho e amor. E por terem lutado com todas as forças que

podiam, trabalhando com honestidade e dedicação para criar a mim e meus

irmãos. Dedico de todo meu coração este trabalho a meu pai pela sua energia

e força de trabalho e a minha mãe pela ternura e dedicação. Por terem me

dado a educação necessária para minha vida e, por me apoiarem e me

incentivarem sempre. A vocês meu eterno amor.

Ao meu noivo, colega, amigo e grande amor Marcelo Perrone Ricalde

pela paciência, compreensão, carinho, apoio, dedicação, amizade e incentivo.

Pelos dias de estudos e trabalhos, pelas longas horas que enfrentamos juntos

a estrada para assistirmos as aulas. Pela confiança que sempre depositou em

mim acreditando em minha capacidade. Pelos sábados, férias e feriados em

que me ajudou nas coletas. E principalmente pelo seu amor. Eu te amo!

Ao Dr. Alci Enimar Loeck, Professor Titular do Departamento de

Fitossanidade da Faculdade de Agronomia “Eliseu Maciel”, Universidade

Federal de Pelotas (DFs/FAEM/UFPel) pela orientação singular, pelos

ensinamentos e pelos dias de dedicação (quase exclusiva), pela confiança e

amizade. Pelos atendimentos fora de hora, de data e com atraso. Por apesar

de tudo ter sido muito humano e ter compreendido as dificuldades e pelo

grande apoio a mim e ao Marcelo. Muito obrigada!

A minha família, meus avós, Vô Guima, Titita e Vó Cleusa, irmãos

Daniele e Gustavo, cunhados Leandro, Ana Claudia e Eduardo, sobrinha Luíze,

tios Elaine e Antonio e primos pela torcida e comemoração a cada etapa

conquistada.

Aos meus sogros Claudio da Silva Ricalde e Vera Luci Perrone Ricalde

pelo incentivo e apoio incondicional no período de realização do mestrado.

Ao Programa de Pós-Graduação em Fitossanidade da FAEM/UFPel,

pela oportunidade de realizar o curso de mestrado.

À Vinícola Miolo pela concessão da área para estudos para realização

deste trabalho, cedendo funcionários para me auxiliar na coleta de materiais.

Ao Eng. Agrônomo Edward Theil Kohn e ao Tecnólogo em Agropecuária

Jeferson Lucas Pinto pela amizade e ajuda concedida para realização deste

trabalho e aos funcionários Vinicios, Éder e Carlos da Vinícola Miolo pela

auxilio nas coletas de material.

Aos Professores do PPGFs da FAEM/UFPel pelos ensinamentos, em

especial ao Dr. Mauro Silveira Garcia (DFs/FAEM/UFPel) pela amizade,

atenção dispensada e ensinamentos e ao Prof. Dr.Ruy José Costa da Silveira

do Departamento de Solos pelo auxílio e prestatividade no esclarecimento de

dúvidas referentes ao trabalho .

Aos colegas de curso Daniele Cristine Hoffmann Scheleaser, Sandro

Daniel Nörmberg, Paulo Ricardo Ebert Siqueira, Adrise Medeiros Nunes,

Marcio Barts das Neves e Milton Fernando Cabezas pela amizade,

companheirismo e agradável convívio durante a realização do curso.

Aos colegas de Laboratório e Mimecologia João Osório Rosado, Michel

Gonçalves de Gonçalves e Tania Bayer pelo companheirismo e amizade e a

dedicada bolsista e estagiária do Laboratório de Mirmecologia: Marcieli Pagel

Hobuss pelo auxílio e amizade.

A colega Deise Farias Freitas pelo companheirismo, pelos dias de

estudo, trabalhos, viagens, mau-humor, brincadeiras, risadas, rodas de

chimarrão e acima de tudo pela grande amizade.

Aos funcionários do DFs-FAEM-UFPel pela amizade e auxílio em

especial ao secretário da pós-graduação Gustavo Santos pelo agradável

convívio e pelas boas risadas.

A todos aqueles que de alguma forma contribuíram para o êxito deste

trabalho o meu sincero agradecimento.

E finalmente à Deus, por me amparar nos momentos difíceis, me dar

força interior para superar as dificuldades, mostrar o caminho nas horas

incertas e me suprir em todas as minhas necessidades. Pelo milagre da vida e

pela coragem de vivê-la. Muito obrigada!

“Conte-me e esquecerei.

Ensina-me e lembrarei.

Envolva-me e aprenderei.”

Benjamim Franklin

Resumo

Donatti, Michele Guimarães. OCORRÊNCIA DE NINHOS DE FORMIGAS

CORTADEIRAS EM UM VINHEDO NO MUNICÍPIO DE CANDIOTA, RS, EM

TRÊS TIPOS DE SOLO. 2010. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-

Graduação em Fitossanidade. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas-RS-

Brasil.

O trabalho objetivou verificar a ocorrência de formigas cortadeiras em um

parreiral com três variedades de uva: Cabernet Sauvignon, Merlot, Sauvignon

Blanc, Tempranillo, estabelecidos em três tipos de solo: Argissolo, Chernossolo

e Vertissolo e em áreas de campo nativo semelhante as que deram origem a

instalação dos parreirais. As coletas foram realizadas sobre parcelas de um

hectare através de uma varredura total, no perído de setembro de 2008 a

março de 2009. Os formigueiros encontrados foram georreferenciados e de

todos foram coletadas amostras de formigas que foram acondicionadas em

frascos contendo álcool 70% e transportadas para o Laboratório de

Mirmecologia do Departamento de Fitossanidade da Universidade Federal de

Pelotas, para identificação. A identificação foi baseada nas descrições originais

e nas revisões taxonômicas de Gonçalves (1961), Mayhè-Nunes (1991) e

Loeck & Grützmacher (2003). Na área de estudo foram encontradas oito

espécies de formigas pertencentes ao gênero Acromyrmex (Acromyrmex heyeri Forel,

1899, Acromymex lundi (Guérin, 1838), Acromyrmex ambiguus Emery, 1887, Acromyrmex

striatus (Roger, 1863), Acromyrmex crassispinus Forel, 1909, Acromyrmex laticeps Emery,

1905, Acromyrmex balzani Emery, Acromyrmex lobicornis Emery, 1887. Através dos

índices faunísticos verificou-se que A. heyeri foi a espécie dominante na área

cultivada com a variedade Merlot e A. ambiguus foi dominante nas áreas

cultivadas com as variedades Cabernet Sauvignon, e Sauvignon Blanc. Em

relação aos tipos de solo, Acromyrmex ambiguus se estabeleceu bem nos três

tipos de solo, enquanto Acromyrmex heyeri e Acromyrmex lundi se estabeleceram

melhor no solo do tipo Vertissolo.

Palavras-chave: Insetos, videira, Acromyrmex e análise faunística.

Abstract Donatti, Michele Guimarães. OCCURRENCE OF LEAF-CUTTING ANTS IN PLANTATIONS OF VINE IN CANDIOTA TOWN, RS, THE THREE SOIL TYPES. 2010. Dissertation (Master of Science) – Post Graduate Program on Plant Pathology. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas-RS-Brasil.

This paper aimed to verify the occurrence of leaf-cutting ants in a vineyard of three grape varieties: Cabernet Sauvignon, Merlot, Sauvignon Blanc, Tempranillo, set in three types of soil: Ultisol, Chernossolo and Vertisol and in areas of native fields similar to the ones which have originated the installation of the vineyards. Samples were collected on plots of one hectare through a total scan, between September 2008 and March 2009. The ant nests found were georeferenced and ants samples were collected from all of them, which were conditioned in bottle containing alcohol 70% and were transported to the Myrmecology Lab of the Department of the Federal University of Pelotas, to identification. The identification was based on the original descriptions and in the taxonomic revisions of Gonçalves (1961), Mayhè-Nunes (1991) and Loeck & Grützmacher (2003). In the study area eight species of ants belonged to the genus Acromyrmex: Acromyrmex (Acromyrmex heyeri Forel, 1899, Acromymex lundi

(Guérin, 1838), Acromyrmex ambiguus Emery, 1887, Acromyrmex striatus (Roger, 1863), Acromyrmex crassispinus Forel, 1909, Acromyrmex laticeps Emery, 1905, Acromyrmex balzani

Emery, Acromyrmex lobicornis Emery, 1887. were found. Through the faunistic indexes it could be verified that A. heyeri was the dominant specie in the Merlot sort growth area and A. ambiguus was the dominant in the Cabernet Sauvignon and Sauvignon Blanc sorts growth areas. With regard to the soil types, Acromyrmex ambiguus was well established in the three soil types, while Acromyrmex heyeri and Acromyrmex lundi were better established in the Vertisol type. Key words: insects, vine, Acromyrmex and faunistic analysis.

Lista de figuras

Figura 1 Corpo em vista lateral, cabeça em vista frontal de Acromyrmex sp..

(Modificado de Gonçalves, 1961). .................................................. 21

Figura 2 Vista dos pomares de videira onde foram realizados os trabalhos.

Vista geral (A) - Vista lateral da área de estudo com plantios de

videira (B). ...................................................................................... 38

Figura 3 Mapa do estado do Rio Grande do Sul, mostrando com destaque a

região fisiográfica onde foi realizado o estudo. ............................... 38

Figura 4 Mapa da propriedade com o georreferencimento das áreas de estudo

e dos formigueiros encontrados. .................................................... 42

Figura 5 Espécies de formigas cortadeiras encontradas nas áreas estudadas. Acromyrmex ambiguus(A) Acromyrmex heyeri (B) Acromyrmex striatus (C)

Acromyrmex lundi (D) Acromyrmex lobicornis (E) Acromyrmex laticeps (F)

Acromyrmex crassispinus (G) Acromyrmex balzani(H). ................................ 44

Figura 6 Representatividade de ninhos de Acromyrrmex ambiguus encontrada nas

áreas estudadas. ............................................................................ 45

Figura 7 Representatividade de ninhos de Acromyrmex heyeri encontradas nas

áreas estudadas. ............................................................................ 46

Figura 8 Representatividade de ninhos de Acromyrmex lundi encontradas nas

áreas estudadas. ............................................................................ 47

Figura 9 Representatividade de ninhos de Acromyrmex lobicornis encontradas nas

áreas estudadas. ............................................................................ 48

Figura 10 Representatividade de ninhos de Acromyrmex striatus encontradas nas

áreas estudadas. ............................................................................ 49

Figura 11 Representatividade de ninhos de Acromyrmex balzani encontradas nas

áreas estudadas. ............................................................................ 50

Figura 12 Representatividade de ninhos de Acromyrmex laticeps encontradas nas

áreas estudadas. ............................................................................ 51

Figura 13 Representatividade de ninhos de Acromyrmex crassispinus encontradas

nas áreas estudadas. ..................................................................... 52

Figura 14 Representatividade de ninhos das espécies de formigas cortadeiras

no solo argissolo. ........................................................................... 58

Figura 15 Representatividade de ninhos das espécies de formigas cortadeiras

encontrada no solo Chernossolo. ................................................... 59

Figura 16 Representatividade de ninhos das espécies de formigas cortadeiras

encontrada no solo vertissolo. ........................................................ 60

Figura 17 Representatividade de ninhos das espécies de formigas cortadeiras

encontrada na variedade de uva Cabernet Sauvignon. .................. 61

Figura 18 Representatividade de ninhos das espécies de formigas cortadeiras

encontrada na variedade de uva Merlot. ........................................ 61

Figura 19 Representatividade de ninhos das espécies de formigas cortadeiras

encontrada na variedade de uva Sauvignon Blanc. ........................ 62

Figura 20 Representatividade de ninhos das espécies de formigas cortadeiras

encontrada na variedade de uva Tempranillo. ................................ 63

Figura 21 Representatividade de ninhos das espécies de formigas cortadeiras

encontrada no Campo Nativo. ........................................................ 64

Lista de tabelas

Tabela 1 Tipos de plantas preferenciais cortadas por algumas espécies de

formigas cortadeiras pertencentes ao gênero Acromyrmex. .............. 30

Tabela 2 Localização geográfica dos pontos de coleta nas diferentes áreas de

estudo no município de Candiota-RS. ............................................ 34

Tabela 3 Dominância, freqüência, constância e abundância das espécies de

Acromyrmex encontradas em áreas cultivadas com a variedade

Sauvignon Blanc Candiota, 2009. .................................................. 53

Tabela 4 Dominância, freqüência, constância e abundância das espécies de

Acromyrmex encontradas em áreas cultivadas com a variedade

Cabernet sauvignon Candiota, 2009. ............................................. 54

Tabela 5 Dominância, freqüência, constância e abundância das espécies de

Acromyrmex encontradas em áreas cultivadas com a variedade Merlot

Candiota, 2009. .............................................................................. 55

Tabela 6 Dominância, freqüência, constância e abundância das espécies de

Acromyrmex encontradas em áreas cultivadas com a variedade

Teampranillo Candiota, 2009. ......................................................... 56

Tabela 7 Dominância, freqüência, constância e abundância das espécies de

Acromyrmex encontradas em Campo Nativo Candiota, 2009. ........... 57

Tabela 8 Relação solo- variedade e Acromyrmex ambiguus. ............................... 67

Tabela 9 Relação solo - variedade e Acromyrmex heyeri. ................................... 68

Tabela 10 Relação solo - variedade e Acromyrmex lundi. .................................. 68

Tabela 11 Relação solo - variedade e Acromyrmex lobicornis. ............................ 69

Tabela 12 Relação solo - variedade e Acromyrmex striatus. ............................... 70

Tabela 14 Relação solo - variedade e Acromyrmex laticeps. ............................... 70

Tabela 15 Relação solo - variedade e Acromyrmex crassispinus. ........................ 71

Tabela 16 Relações das variedades com as espécies encontradas em pomares

de videira no municipio de Candiota, RS,média de ninhos/ha. ....... 72

Tabela 17 Relações dos solos com as espécies encontradas em pomares de

videira no municipio de Candiota, RS, média de ninhos/ha. ........... 73

Sumário

Introdução geral ....................................................................................................................16

2. Revisão de literatura .......................................................................................................18

2.1 Cultura da Videira .................................................................................. 18

2.2 Características taxonômicas .................................................................. 19

2.3 Ocorrência de formigas cortadeiras ....................................................... 21

2.4 Características da Região da Campanha do Rio Grande do Sul ............ 24

2.5 Estrutura e características dos formigueiros .......................................... 26

2.6 Formação da colônia ............................................................................. 27

2.7 Castas de formigas cortadeiras .............................................................. 28

2.8 Forrageamento e alimentação ............................................................... 29

2.9 Importância econômica das formigas cortadeiras .................................. 30

3. Metodologia geral ............................................................................................................33

3.1 Local de Estudo: .................................................................................... 33

4. Capítulo 1 - Análise faunística de formigas cortadeiras em cultivo de videira

Vitis vinifera na região da Campanha do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. ....36

4.1 Introdução .............................................................................................. 36

4.2 Material e métodos ................................................................................ 37

4.2.1 Local de estudo ............................................................................... 37

4.2.2 Localização dos pontos e período de estudo ................................... 38

4.2.3 Identificação das formigas ............................................................... 39

4.2.4 Índices faunísticos ........................................................................... 39

4.2.4.1 Frequência .................................................................................... 39

4.2.4.2 Dominância ................................................................................... 39

4.2.4.3 Abundância ................................................................................... 40

4.2.4.4 Constância .................................................................................... 40

4.3 Resultados e Discussão......................................................................... 43

4.3.1 Distribuição das espécies de formigas cortadeiras .......................... 43

4.3.1.1 Espécie Acromyrmex ambiguus (Emery, 1887) ...................................... 45

4.3.1.2 Espécie Acromyrmex heyeri (Forel, 1899) ............................................. 45

4.3.1.3 Espécie Acromyrmex lundi (Guerin, 1838) ............................................ 46

4.3.1.4 Espécie Acromyrmex lobicornis (Emery, 1887)....................................... 47

4.3.1.5 Espécie Acromyrmex striatus (Guerin, 1838) ......................................... 48

4.3.1.6 Espécie Acromyrmex balzani (Emery, 1890) .......................................... 49

4.3.1.7 Espécie Acromyrmex laticeps Emery, 1905 ........................................... 50

4.3.1.8 Espécie Acromyrmex crassispinus Forel, 1909....................................... 51

4.3.2 Números de amostras e índices faunísticos..................................... 52

4.3.2.1 Índice faunístico da área cultivada com Sauvignon Blanc ............. 52

4.3.2.2 Índice faunístico da área cultivada com Cabernet Sauvignon ....... 53

4.3.2.3 Índice faunístico da área cultivada com Merlot.............................. 55

4.3.2.5 Índice faunístico da área de Campo Nativo ................................... 56

4.3.3 Tipos de solo ................................................................................... 57

4.3.3.1 Argissolo Vermelho Eutrófico Típico ............................................. 57

4.3.3.2 Chernossolo Ebânico Órtico Vertissólico ...................................... 58

4.3.3.3 Vertissolo Ebânico Órtico Chernossólico ...................................... 59

4.3.4 Variedades de uva ........................................................................... 60

4.3.4.1 Cabernet Sauvignon ..................................................................... 60

4.3.4.2 Merlot ........................................................................................... 61

4.3.4.3 Sauvignon Blanc ........................................................................... 62

4.3.4.4 Tempranillo ................................................................................... 62

4.3.4.5 Campo Nativo ............................................................................... 63

4.4 Conclusões ............................................................................................ 64

5. Capítulo II – Relação solo-variedade e espécies de formigas cortadeiras em

videiras cultivadas na Região da Campanha do RS. .................................................65

5.1 Introdução .............................................................................................. 65

5.2 Material e métodos ............................................................................. 66

5.3 Resultados e Discussão ..................................................................... 67

5.3.1 Relação solo-variedade e Acromyrmex ambiguus ................................. 67

5.3.2 Relação solo-variedade e Acromyrmex heyeri ...................................... 67

5.3.3 Relação solo-variedade e Acromyrmex lundi ........................................ 68

5.3.4 Relação solo-variedade e Acromyrmex lobicornis ................................. 69

5.3.5 Relação solo-variedade e Acromyrmex striatus .................................... 69

5.3.6 Relação solo-variedade e Acromyrmex balzani ..................................... 70

5.3.7 Relação solo-variedade e Acromyrmex laticeps .................................... 70

5.3.8 Relação solo-variedade e Acromyrmex crassispinus .............................. 71

5.4 Conclusões ............................................................................................ 73

6. Discussão geral .......................................................................................... 74

Conclusões gerais .......................................................................................... 76

Referências Bibliográficas ............................................................................... 77

Introdução geral

No Brasil verifica-se um crescimento na produção e na industrialização

de uvas. Desde 2001 o país supera o volume de um milhão de toneladas

colhidas com uma área de aproximadamente 68.323 hectares (ANUÁRIO DE

UVA E VINHO, 2004).

A viticultura sul riograndense tem aptidão preponderantemente vinícola e

pequena participação na oferta de uva de mesa, possuindo uma área cultivada

de 40 mil hectares e uma produção de aproximadamente 490 mil toneladas

(POMMER, 2003).

De acordo com Kuhn (2003), a maioria das áreas de produção de uvas

para processamento está localizada no Sul do Brasil em regiões de relevo

montanhoso e de difícil mecanização, sendo a exploração geralmente de forma

artesanal com mão-de-obra familiar.

A vitivinicultura é uma realidade na Região da Campanha do Estado do

Rio Grande do Sul. Possui cerca de dois mil hectares de vinhedos de uvas

finas, demonstrando produção de uvas de qualidade, condizente com a

vocação regional para atividade (HAMM, 2004).

Nos últimos anos Região da Campanha do Rio Grande do Sul mais

precisamente os municípios de Bagé, Candiota e Aceguá vem recebendo

grandes investimentos de empresas da Serra Gaúcha que vem sendo atraídas

pela aptidão das terras da campanha devido a sua localização geográfica para

produção de uvas para produção de vinho tinto.

As formigas cortadeiras, tanto as saúvas (Atta spp.) quanto as

quenquéns (Acromyrmex spp. Mayr, 1865) causam sérios danos à videira devido ao

corte de folhas, brotos e cachos. O ataque de formigas é prejudicial em

qualquer fase do ciclo, porém, o dano é maior na fase de formação da planta,

quando paralisa o crescimento (Botton et al., 2003).

17

De acordo com Fachinello et al. (1996) as formigas causam sérios danos

a maioria das plantas frutíferas, atacando folhas, brotações, flores e frutos. Os

prejuízos causados pelo ataque às folhas e brotações são maiores em

pomares jovens e nos viveiros, por diminuir drasticamente a área foliar. Em

pomares adultos os prejuízos ocorrem principalmente, pela redução no

tamanho das frutas das plantas atacadas, em decorrência da diminuição da

área foliar.

As formigas cortadeiras são insetos que causam elevados prejuízos a

agricultura brasileira por atacarem praticamente todas as plantas cultivadas.

Estão disseminadas por todo o território nacional e efetuam a sua ação

prejudicial durante todo o ano. Além disso, em razão do controle muitas vezes

difícil e oneroso, as formigas cortadeiras representam a primeira preocupação

do agricultor por exigir gastos consideráveis com formicidas, equipamentos e

mãos de obra (LOECK; GRÜTZMACHER, 2001).

Cada espécie apresenta hábito diferente de corte e nidificação própria, o

que exige métodos de controle diferenciados, fato este já observado por

Gonçalves (1945) quando citou que, embora as diferentes espécies de

formigas cortadeiras possam ser combatidas de maneira semelhante, elas

apresentam hábitos próprios, constroem formigueiros característicos, cortam

plantas diversas e vivem em regiões determinadas.

Loeck; Grutzmacher (2001) e Loeck et al. (2003), em seus estudos sobre

ocorrência de formigas cortadeiras no Estado do Rio Grande do Sul,

constataram a presença de oito espécies de Acromyrmex (Acromyrmex heyeri Forel,

1899, Acromymex lundi (Guérin, 1838), Acromyrmex ambiguus Emery, 1887, Acromyrmex

striatus (Roger, 1863), Acromyrmex crassispinus Forel, 1909, Acromyrmex laticeps Emery,

1905, Acromyrmex balzani Emery, 1890, Acromyrmex aspersus (F.Smith, 1858), Acromyrmex

lobicornis Emery, 1887 e Acromyrmex coronatus (Fabricius, 1804), sendo as três

primeiras predominantes no RS.

Portanto, trabalhos dessa natureza tornam-se importantes no

estabelecimento de novas culturas em determinada região para verificar o

dinamismo do seu estabelecimento, assim como preferências por novos nixos,

cujos dados poderão resultar em importantes ferramentas a serem adotadas

num programa de manejo integrado de pragas.

18

2. Revisão de literatura

2.1 Cultura da Videira

A Videira vem sendo cultivada desde tempos remotos e parece ser uma

das primeiras frutas aproveitadas pelo homem, tendo como centro de origem a

região do Mar Cáspio. Na Bíblia ha referência a Noé e ao plantio da videira

(SIMÃO, 1998).

A videira pertence à família Vitaceae, que possui onze gêneros e

aproximadamente 450 espécies. O gênero mais importante é o Vitis, com quase

50 espécies conhecidas, muitas das quais só existem na forma silvestre.

Dessas espécies, 30 são originárias do continente americano e as demais, da

Ásia Menor até as Índias. Vitis vinifera L. é a única espécie originária da Ásia e da

Europa. Dentro de gênero Vitis de valor econômico distinguem-se

aproximadamente 35 espécies com destaque para Vitis vinifera, de origem

européia, e a Vitis labrusca L. originária do continente americano (SIMÃO, 1998).

O gênero Vitis ao qual pertencem as videiras está dividido em dois

subgêneros: Euvitis L. e Muscadin Small. Todas as espécies deste gênero são

plantas de caules sarmentosos providos de gavinhas ou inflorescências

opostas as folhas (REYNIER, 1986).

Cerca de 90% do total de uvas produzidas no mundo são de uvas de

videiras européias - Vitis vinifera, que fornecem matéria-prima ideal para

vinificação (GIOVANNINI, 1999).

De acordo com Pommer (2003), a videira é um arbusto com caule

sarmentoso e trepador, que se fixa a suportes naturais ou artificiais, mediante

órgãos especializados. Quando inexistem suportes, se estende sobre a

superfície do terreno em posição mais ou menos ereta, ocupando áreas

significativas.

De acordo com Reynier (1986) Vitis vinifera compreende milhares de

variedades que são o resultado de cruzamentos naturais. A seleção natural

19

eliminou os indivíduos inadaptados ao meio, depois, a seleção humana buscou

nessas populações selvagens as variedades ou castas que melhor satisfaziam

às suas necessidades. Essa espécie é cultivada nas zonas temperadas,

multiplica-se bem por via vegetativa, mas é sensível a Daktulosphaira (filoxera)

vitifoliae e às doenças criptogâmicas.

Nos pomares, a natureza perene das plantas, o clima, o solo e a

vegetação associada favorecem a existência de um número significativo de

insetos e ácaros, em particular nas espécies que possuem folhas permanentes,

como é o caso das plantas cítricas e abacateiros. Esta associação interfere de

forma permanente e, num dado momento, uma ou mais espécies passam a se

constituir em praga, causando sérios danos no pomar (FACHINELLO, et al,

1996).

2.2 Características taxonômicas

As formigas cortadeiras estão situadas dentro do Reino Animal, Filo

Arthropoda, Classe Insecta. Segundo Thomas (1990), este grupo de insetos, é

composto de vários gêneros, dentro da seguinte posição sistemática:

Ordem: Hymenoptera, Subordem: Apocrita, Superfamília: Formicoidea, Família:

Formicidae, Sub-família: Myrmicinae, Tribo: Attini

Gêneros: Acromyrmex Mayr (1865), Apterostigma L., Atta, Cyphomyrmex Emery, 1887,

Mycetarotes L., Mycetophylax (Emery), Mycetosoritis (Wheeler 1907), Mycocepurus (Forel,

1893), Myrmicocrypta Weber, 1937, Pseudoatta Gallardo, 1916, Sericomyrmex Mayr e

Trachymyrmex Emery, 1893.

As formigas cortadeiras da tribo Attini, especialmente os gêneros mais

evoluídos Acromyrmex (quenquém) e Atta (saúvas), podem ser consideradas

como herbívoros dominantes em muitos ecossistemas e, ocupar posição de

destaque entre as pragas agrícolas (HEBLING et al., 1994).

As formigas estão agrupadas atualmente em 297 gêneros e 8.804

espécies (HÖLLDOBLER; WILSON, 1990). São consideradas formigas

cortadeiras todas asespécies dos gêneros Atta, Acromyrmex e ainda espécies dos

gêneros Trachymyrmex, Sericomyrmex e Apterostigma, sendo o ninho dos três últimos

gêneros muito pequeno e os danos causados pelas formigas insignificantes.

20

De acordo com Mariconi (1970) o gênero Acromyrmex é originário da

América do Sul, ocorrendo em quase todos os países do continente,

encontrando-se amplamente distribuído no território brasileiro.

As formigas cortadeiras do gênero Acromyrmex conhecidas, entre outros

nomes, como quenquéns, são pragas muito prejudiciais em diversas regiões do

País. Atacam as lavouras e pomares, diminuindo a produção, pois cortam as

folhas e enfraquecem as plantas (MARICONI, 1970; DELLA LUCIA, 1993).

O gênero Acromyrmex apresenta dois subgêneros. O subgênero

Acromyrmex apresenta um espinho ou tubérculo acima de cada olho,

denominado espinho supra-ocular (GONÇALVES, 1961). As mandíbulas são

alongadas e com a borda externa sinuosa em vista frontal, fortemente curvadas

em vista lateral (MAYHÉ-NUNES, 1991). O subgênero Moellerius não apresenta

espinhos supra-oculares, suas mandíbulas são curtas com a borda externa

curva não sinuosa em vista frontal e fracamente curvadas em vista lateral

(MAYHÉ-NUNES, 1991).

As formigas pertencentes ao gênero Acromyrmex Mayer, 1865

caracterizam-se por apresentar quatro ou mais pares de espinhos dorsais.

Também apresentam o primeiro segmento do gáster com rugosidades com

exceção para a espécie A. striatus (GONÇALVES, 1961).

Segundo Mariconi (1970) os formigueiros do gênero Acromyrmex. são

pequenos e geralmente constituídos de poucas panelas. As formigas

pertencentes ao gênero Atta possuem três pares de espinhos no dorso do tórax

e seus ninhos são de fácil reconhecimento, devido ao monte de terra solta na

superfície proveniente das escavações. Ocorrem somente no continente

americano sendo que no Brasil não foi registrada a presença de saúva apenas

em Fernando de Noronha.

De forma genérica pode-se afirmar que não existem áreas de pastagem,

florestas nativas ou reflorestamentos no Brasil sem a ocorrência de formigas

cortadeiras. A participação das formigas cortadeiras na biodiversidade dos

ecossistemas deve ocorrer de forma equilibrada (BANSHO et al., 1994).

21

Figura 1 - Corpo em vista lateral, cabeça em vista frontal de Acromyrmex sp..

(Modificado de Gonçalves, 1961). ARF- Arestas Frontais ARO- Arestas Pré-oculares ARP- Arestas Propodeais ARV- Arestas do Vértice EMA- Espinhos Mesonotais Anteriores FUN- Funículo EMP- Espinhos Mesonotais Posteriores

EPL- Espinhos Pronotais Laterais EPM- Espinhos Pronotais Medianos EPD- Espinhos Propodeais ESO- Espinhos Supra-oculare E1G- Esterno 1 do Gáster EPI- Espinhos Pronotais Inferiores

PPC- Pós-pecíolo T1G- Tergo 1 do Gáster ESC- Escapo Antenal EOC- Espinhos Occipitais LAF- Lóbulos das Arestas Frontais PEC- Pecíolo

Para a identificação das espécies de Atta são utilizados indivíduos da

casta dos soldados, o que torna o processo mais fácil. Em Acromyrmex essa

casta não ocorre, sendo por isso utilizados os maiores indivíduos encontrados

o que, muitas vezes podem gerar dúvidas e confusões (JUSTI JUNIOR et al.,

1996).

2.3 Ocorrência de formigas cortadeiras

Formigas do gênero Atta apresentam ampla distribuição geográfica, com

espécies em praticamente todo o continente americano (DELLA LUCIA;

FOWLER 1993), sua área de dispersão vai do Sul dos Estados Unidos (latitude

33oN) até o centro da Argentina (latitude 33oS) inexistindo no Chile, na Costa

do Perú, e algumas ilhas das Antilhas com exceção da Ilha de Fernando de

Noronha (MARICONI, 1970).

As formigas cortadeiras estão distribuídas por todas as regiões de cultivo

do Brasil, ocorrendo espécies diferentes conforme a região (HICKEL, 2008).

Gonçalves (1961) e Mariconi (1970) citam que o gênero Acromyrmex é

próprio da América, e que sua distribuição começa no Estado da Califórnia,

EUA, latitude 40oN, seguindo pelo México, continuando pela América Central e

22

por todos os países da América do Sul, exceto no Chile, até a Patagônia

latitude 44oS e no Brasil ocorrem em todos os Estados da Federação.

Segundo Della Lucia et al. (1993) e Gonçalves (1961), no Brasil ocorrem

dez espécies e três subespécies taxonômicas aceitas dentro do gênero Atta e

20 espécies e 9 subespécies dentro do gênero Acromyrmex. A listagem das

espécies é a seguinte:

a) Gênero Atta

01) Atta bisphaerica Forel, 1908 - “Saúva-mata-pasto”

02) Atta capiguara Gonçalves, 1944 - “Saúva-parda”

03) Atta cephalotes (Lineu, 1758) - “Saúva-da-mata”

04) Atta goiana Gonçalves, 1942 - “Saúva”

05) Atta laevigata (F.Smith, 1858) - “Saúva-de-vidro”

06) Atta opaciceps Borgmeier, 1939 - “Saúva-do-sertão-do-nordeste”

07) Atta robusta Borgmeier, 1939 - “Saúva-preta”

08) Atta sexdens piriventris Santschi, 1919 - “Saúva-limão-sulina”

09) Atta sexdens rubropilosa Forel, 1908 - “Saúva-limão”

10) Atta sexdens sexdens (Lineu, 1758) - “Formiga-da-mandioca”

11) Atta silvai Gonçalves, 1982 - “Saúva”

12) Atta vollenweideri Forel, 1939 - “Saúva”

b) Gênero Acromyrmex

01) Acromyrmex ambiguus Emery, 1887 - “Quenquém-preto-brilhante”.

02) Acromyrmex aspersus (F.Smith, 1858) - “Quenquém-rajada”.

03) Acromyrmex coronatus (Fabricius, 1804) - “Quenquém-de-árvore”.

04) Acromyrmex crassispinus Forel, 1909 - “Quenquém-de-cisco e quenquém”.

05) Acromyrmex diasi Gonçalves, 1983.

06) Acromyrmex disciger Mayr, 1887 - “Quenquém-mirim e formiga-carregadeira”.

07) Acromyrmex heyeri Forel, 1899 - “Formiga-de-monte-vermelha”.

08) Acromyrmex hispidus fallax Santschi, 1925 - “Formiga-mineira”.

09) Acromyrmex hispidus formosus Santschi, 1925.

10) Acromyrmex hystrix (Latreille, 1802) - “Quenquém-de-cisco-da-amazônia”.

11) Acromyrmex balzani Emery, 1890 - “Boca-de-cisco, formiga-rapa-rapa,

formigarapa e formiga-meia-lua”.

12) Acromyrmex landolti fracticornis Forel, 1909.

13) Acromyrmex landolti landolti Forel, 1884.

23

14) Acromyrmex laticeps Emery, 1905 - “Formiga-mineira e formiga-mineira-

vermelha”.

15) Acromyrmex laticeps nigrocetosus Forel, 1908 - “Quenquém-camperira”.

16) Acromyrmex lobicornis Emery, 1887 - “Quenquém-de-monte-preta e formiga-de-

montepreta”.

17) Acromyrmex lundi carli Santschi, 1925.

18) Acromymex lundi lundi (Guérin, 1838) - “Formiga-mineira-preta”.

19) Acromyrmex lundi pubescens Emery, 1905.

20) Acromyrmex muticinodus (Forel, 1901) - “Formiga-mineira”.

21) Acromyrmex niger (F. Smith, 1858).

22) Acromyrmex nobilis Santschi, 1939.

23) Acromyrmex octospinosus (Reich, 1793) - “Carieira e quenquém-mineira-da-

amazônia”.

24) Acromyrmex rugosus rochai Forel, 1904 - “Formiga-quiçaça”.

25) Acromyrmex rugosus rugosus (F. Smith, 1858) - “Saúva, formiga-lavradeira e

formiga mulatinha”.

26) Acromyrmex striatus (Roger, 1863) - “Formiga-de-rodeio e formiga-de-eira”.

27) Acromyrmex subterraneus bruneus Forel, 1911 - “Quenquém-de-cisco-graúda”.

28) Acromyrmex subterraneus molestans Santschi, 1925 - “Quenquém-caiapó-

capixaba”.

29) Acromyrmex subterraneus subterraneus Forel, 1893 - “Caiapó”.

Loeck e Grützmacher (2001) estudaram a ocorrência de formigas

cortadeiras no Rio Grande do Sul, e verificaram que na metade norte do estado

predomina o gênero Atta, sendo Atta sexdens a única espécie encontrada. Na

metade sul predomina o gênero Acromyrmex, sendo A. heyeri, A. lundi e A. ambiguus

as espécies mais frequentes.

Conforme Andrade (1991) a distribuição geográfica das formigas do

gênero Acromyrmex no Estado de São Paulo não é tão influenciada pelo tipo de

solo ou temperatura, mas sim, pelo tipo de cobertura vegetal e umidade do

solo.

24

2.4 Características da Região da Campanha do Rio Grande do Sul

O clima é uma concepção complexa constituída por uma série de fatores

edáficos que podem ser mensuráveis, dos quais, os mais importantes são

temperatura, precipitação e umidade. A interação desses fatores determina

uma condição climática (BRASIL, 1973).

O clima do estado do RS pelo sistema de Köeppen é classificado em

duas variedades: - “Cfa”: clima subtropical úmido semestiagem. A temperatura

do mês mais quente é superior a 22ºC; - “Cfb”: clima temperado em que a

temperatura do mês mais quente é inferior a 22ºC (MOTTA, 1951).

A Região da Campanha possui um clima que tanto pode ser

enquadrado no tipo subtropical ou temperado, com verões tépidos (com altas

temperaturas durante o dia e temperaturas amenas à noite) e invernos

relativamente frios, com geadas frequentes e queda de neve em ocasiões

memoráveis. As precipitações costumam ser regularmente distribuídas durante

o ano, mas secas esporádicas podem ocorrer. De acordo com a classificação

do clima de Köppen, o clima do município é do tipo Cfa (INMET, 2009).

A temperatura média anual do RS é de 18ºC variando de 16 a 19,4ºC

dependendo da região fisiográfica. Temperaturas mais elevadas são

observadas na Campanha, Missões e Depressão Central e as mais baixas nos

Campos de Cima da Serra, Encosta Superior do Nordeste e Planalto Médio.

Quanto à precipitação, as normais de chuvas variam de 1.186 a 2.468mm e

estão relacionadas às diferentes regiões fisiográficas (MOTTA, 1951). O mês

mais frio é julho, com temperatura média de 12°C, enquanto janeiro, o mês

mais quente, tem média de 24°C. Quanto às precipitações, o volume médio

anual é de 1.472mm. O mês considerado mais chuvoso é julho, com média de

142mm, e os meses menos chuvosos são abril e maio, com média de 104mm

(INMET, 2009).

Tomando-se por base os critérios para a classificação dos solos, em

função de sua capacidade de uso, existe uma descrição geográfica aproximada

das principais unidades de mapeamento de solos que ocorrem na Região da

Campanha: Unidade de mapeamento de Bagé, Unidade de mapeamento de

Aceguá, Unidade de mapeamento de Chernossolo, Unidade de mapeamento

Bexigoso, Unidade de mapeamento de Santa Tecla, Unidade de mapeamento

25

de Pinheiro Machado e Planossolos (Atlas Sócio-econômico do Rio Grande do

Sul, 2010).

Em realação a cobertura vegetal no Rio Grande do Sul observa-se dois

grandes tipos: a mata e o campo, no entanto, o limite entre eles não se faz

numa linha definida (BRASIL, 1973).

O solo do tipo Argissolo vermelho eutrófico típico é bastante

característico da região, apresenta textura média a argilosa, havendo

diferenciação marcante entre os horizontes A, B e C. Bem manejados, são

solos relativamente férteis e que são indicados às atividades agropastoris.

Possuem um horizonte subsuperficial argiloso e são solos geralmente

profundos e bem drenados. Ocorrem em relevos suaves e ondulados na

depressão Central, Campanha e na Encosta do Planalto Meridional, e podem

apresentar limitações químicas devido à baixa fertilidade natural, forte acidez e

alta saturação por alumínio, sendo também de alta suscetibilidade à erosão e

degradação. Podem ser usados com culturas anuais e campo nativo,

preferencialmente com plantio direto e em rotação de culturas com plantas

protetoras e recuperadoras do solo durante o inverno (STRECK et al., 2002).

Já o solo do tipo Vertissolo ebânico órtico chernossólico, são solos de

áreas planas ou pouco onduladas, mal drenados e pouco profundos. Ocorrem

na região da Campanha e seu uso é facilitado com a umidade, pois são solos

muito duros quando secos. Apresentam boa fertilidade e são próprios para

pastagem natural, podendo ser utilizados também com culturas de verão,

desde que sem adensamento de uso (STRECK et al., 2002).

É um tipo de solo característico da região da campanha localizado

principalmente entre os municípios de Hulha Negra e Candiota. A unidade de

mapeamento de Hulha Negra ocorre em pequena parte no norte do distrito de

Aceguá, fronteira com o Município de Hulha Negra. Parte na região norte do

distrito de Tupi Silveira e numa ocorrência no distrito de Seival, divisa com Tupi

Silveira, o solo caractersitco dessa unidade é o Chernossolo Ebânico Órtico

vertissólico (MACEDO, 1984).

26

2.5 Estrutura e características dos formigueiros

Os formigueiros construídos pelas quenquéns geralmente são pequenos

e com poucas panelas, em alguns casos apenas uma panela, parcialmente

enterradas. Construídos preferencialmente sob montes de palha pedras outros

entulhos. Podendo ser localizado pela terra granulada solta misturada com

palha (HICKEL, 2008).

Pela forma que se apresentam, os formigueiros construídos pelas

quenquéns, são agrupados em formigueiros do tipo de “monte”, “rodeio”,

“mineira” ou de “meia-lua” (JURUENA; CACHAPUZ, 1980). No caso das

espécies assinaladas no estado do Rio Grande do Sul, têm-se a seguinte

caracterização:

a) Acromyrmex striatus - Ninho do tipo “rodeio”, bastante característico da espécie.

A área que circunda os olheiros é limpa de qualquer vegetação e cisco pelas

formigas, dando a impressão de um terreno calcinado e varrido. Os olheiros,

em geral de quatro a cinco, dão entrada a canais que interligam diversas

“panelas” achatadas e superpostas;

b)Acromyrmex lobicornis - Apresenta formigueiro típico de “monte”, constituído de

uma panela de fungo central circundada por várias menores, todas contendo

fungo, encobertas por uma camada de terra. Externamente, são depositados,

em um dos lados do monte de terra, restos da cultura de fungos, que consiste

no lixo do formigueiro. Segundo Della Lucia e Moreira (1993), ninhos desta

espécie são semelhantes aos de A. heyeri e A. laticeps nigrosetosus;

c)Acromyrmex heyeri- Em geral constrói formigueiros de monte cobertos de terra

ou apenas de palha. Segundo Diehl-Fleig e Droste (1992), A. heyeri constrói

suas colônias preferencialmente junto a alguma estrutura, podendo ter

morfologia externa do tipo “de monte” ou do tipo “mineira”, não sendo

recomendável caracterizar esta espécie como “formiga de monte”;

d)Acromyrmex lundi - Habita frequentemente formigueiro tipo “mineiro”, ou seja,

subterrâneos, com vários olheiros de saída, mas o principal apresenta um

acúmulo de gravetos secos em volta. Pode também formar formigueiro do tipo

de “monte”;

e)Acromyrmex crassispinus - O formigueiro é de monte, com panela em geral

superficial, coberta com palha seca, gravetos e resíduos vegetais;

27

f)Acromyrmex ambiguus - Habitam formigueiros de monte, mas podem ser em

ninhos superficiais resguardados embaixo de paus ou pedras, vegetação, sem

proteção de cisco, com construção de falsos túneis superficiais.

g)Acromyrmex balzani - Constrói formigueiros conhecidos como “meia lua”, típicos

da espécie. Estes ninhos apresentam um pequeno olheiro, onde é construído

um tubo de palha entrelaçada, que sobressai um pouco do solo, estando

conectado com o canal. A terra que é retirada do interior do formigueiro é

depositada de maneira a formar um monte que lembra a forma de meia lua;

h)Acromyrmex laticeps - Apresenta ninhos subterrâneos, do tipo “mineira”, com

longos canais sinuosos, até a panela única de fungo;

i)Acromyrmex hyspidus - Habita formigueiros subterrâneos do tipo “mineira”;

j)Acromyrmex rugosus - Os ninhos apresentam de um a seis olheiros circundados

por terra solta, à semelhança de um pequeno sauveiro;

l)Acromyrmex subterraneus - Constrói ninhos com grandes panelas, em geral lado a

lado, interligadas;

2.6 Formação da colônia

A multiplicação das formigas é assegurada pela rainha que também

mantem a sociedade coesa com uma serie de feromônios liberados no

formigueiro. A reprodução de um formigueiro ocorre através de revoadas de

fêmeas virgens (tanajuras) e machos alados (bitus). Essas revoadas ocorrem

na primavera, nos meses de setembro a outubro (HICKEL, 2008).

As fêmeas podem ser copuladas por até dez machos durante o vôo

nupcial. Após fecundadas, voltam ao solo, escavam uma câmara e iniciam o

processo de formação do formigueiro. O cultivo do fungo é iniciado com inóculo

trazido pelas fêmeas na cavidade bucal.

De acordo com Mariconi (1970) a formação do formigueiro ocorre,

geralmente no período de outubro a dezembro, logo após a revoada ou vôo

nupcial, que consiste na liberação de grande número de formas aladas de

machos (bitús) e fêmeas (içás ou tanajuras) que se acasalam durante o voo.

Normalmente esse processo coincide com o início do período das chuvas. A

revoada ocorre geralmente em dias claros, quentes e úmidos, muito embora, já

tenha sido observada em dias nublados e chuvosos.

28

Ainda segundo Mariconi (1970) uma fêmea pode acasalar-se com até

oito machos. A longevidade do macho é efêmera, morrendo logo após a

cópula. Após o acasalamento, a içá procura um local propício para dar início a

escavação do novo formigueiro, arranca suas asas com o auxílio das pernas e

mandíbula, inicia a construção de um canal vertical de aproximadamente 08 a

25cm de profundidade. Após a abertura do túnel perpendicular no solo, a

fêmea constrói uma pequena câmara, e logo após, ela obstrui o canal de

entrada e fica confinada até o surgimento das primeiras operárias.

2.7 Castas de formigas cortadeiras

As formigas cortadeiras são insetos eusociais, ou seja, uma colônia de

formigas exibe fenômenos sociais, como cuidados e cooperação entre

companheiras de ninho; divisão de tarefas, em que cada casta realiza sua

função e ainda a sobreposição de gerações (MARICONI, 1970).

A população de um formigueiro é composta por indivíduos que se

diferenciam morfologicamente (polimorfismo), de acordo com o trabalho ou as

funções que desempenham na colônia (DELLA LUCIA et al., 1993).

O corte das folhas é de responsabilidade das cortadeiras denominadas

carregadeiras que atuam fora do formigueiro. Também existe a casta dos

soldados que dão alarme e defendem o formigueiro contra a invasão de

intrusos. O trabalho de trituração normalmente é feito pela casta das jardineiras

formada pelas menores formigas que permanecem no interior do formigueiro.

Elas também são responsáveis pela alimentação das larvas, da rainha e

demais operárias (HICKEL, 2008).

Segundo Mariconi (1970) as castas são de tamanho diferente, assim

como exercem atividades diferenciadas dentro da colônia. As içás e bitús

surgem em formigueiros adultos alguns meses antes da revoada, recebem o

tratamento e a alimentação diferenciada e são os maiores indivíduos da

colônia; a rainha depois da revoada e fecundação forma um novo formigueiro,

e após o nascimento das primeiras operárias passa a ter como tarefa exclusiva

a postura de ovos. O formigueiro de saúva possui apenas uma rainha, que é o

maior indivíduo e, se esta morrer, acaba o formigueiro, enquanto os

29

formigueiros de quenquéns possuem mais de uma rainha (poliginia), o que lhes

possibilita maiores chances de sobrevivência.

2.8 Forrageamento e alimentação

Segundo Della Lucia et al., (1993a) a atividade das formigas cortadeiras

denominada forrageamento envolve a seleção, o corte e o transporte de

material vegetal para o ninho, através de trilhas marcadas quimicamente e de

trilhas físicas bem construídas.

As formigas cortadeiras não se alimentam das folhas que cortam, mas

sim do fungo que cultivam com as folhas cortadas. Quando chegam ao

formigueiro as folhas são limpas, trituradas e adicionadas à massa esponjosa

dos fungos (HICKEL, 2008).

Os gêneros Atta e Acromyrmex, conforme Wilson (1986) foram descritos

como os herbívoros dominantes da região Neotropical, onde consomem muito

mais vegetação que qualquer outro grupo de animais como mamíferos e outros

insetos a exemplo de coleópteros, hemípteros e lepidópteros.

As formigas cortadeiras, normalmente são muito ativas durante a noite,

mas em locais sombreados e durante períodos mais amenos, a atividade de

corte e forrageamento podem ocorrer durante todo o dia. São insetos seletivos

quanto ao corte das plantas, dando preferência às partes jovens e macias,

como brotações novas e flores. Cortam tanto monocotiledôneas como

dicotiledôneas, dependendo da espécie de formiga. As formigas cortadeiras

transportam o material vegetal ao interior da colônia, onde as operárias cortam

em pedaços menores, antes de serem incorporados na espoja de fungos

(DELLA LUCIA, 1993).

A área de forrageamento, segundo Diehl-Fleig (1995b) varia de acordo

com a espécie e, especialmente com a quantidade e qualidade das plantas

presentes. A. heyeri e A. striatus são espécies típicas do litoral e da depressão

central do RS, tendo ocorrência correlacionada com fatores tais como: sol,

acidentes físicos na área, plantio e nível de urbanização e que a maior

ocorrência de A. heyeri ocorre em áreas urbanizadas e em campos acidentados.

Além disso, a mesma autora cita que as variações na arquitetura dos ninhos

dessa espécie são comuns nas diferentes áreas, podendo, portanto, estar

30

correlacionadas com fatores climáticos ambientais e com a manutenção das

condições micrometereológicas internas.

2.9 Importância econômica das formigas cortadeiras

Segundo Hickel (2008) a quase totalidade das plantas cultivadas e

várias outras dezenas de plantas silvestres são atacadas por formigas

cortadeiras, sendo que qualquer planta que propicie o desenvolvimento do

fungo pelas formigas pode ser cortada. E todas as frutíferas de clima

temperado são atacadas principalmente as frutas de caroço, as pomáceas, as

videiras, o caquizeiro e a amora-preta.

Tabela 1- Tipos de plantas preferenciais cortadas por algumas espécies de formigas cortadeiras pertencentes ao gênero Acromyrmex.

Espécie Fowler e Robinson

(1979) Paraguai

Juruena e Cachapuz

(1980) RS-Brasil

Fowler et al. (1983)

Neotrópicos

Mayhé-Nunes (1991) Brasil

Loeck e Grützmacher

(2001) RS-Brasil

A. striatus Mono Mono e Dico Mono Mono e Dico Mono e Dico

A. lobicornis Mono e

Dico

Mono e Dico Mono e Dico Mono e Dico Mono e Dico

A. heyeri Dico Mono Mono - Mono

A. lundi Mono Dico Dico - Dico

A. crassispinus Mono Dico Dico Mono e Dico Mono e Dico

A. ambiguus Mono Dico Dico Dico Mono e Dico

A.balzani Dico Mono Mono Mono Mono

A. laticeps Mono - Dico Dico Dico

A. hispidus fallax Mono Dico Dico Dico -

A. rugosus Mono Dico Dico Mono e Dico -

A. subterraneus

Mono Dico Dico Dico -

A. aspersus - - - Dico Dico

As formigas cortadeiras do gênero Acromyrmex são responsáveis por

grandes prejuízos à agricultura. Estes insetos se distinguem dos demais por

atacarem ampla diversidade de vegetais, incluindo plantas ornamentais,

plantas cultivadas, reflorestamentos, pastagens e, podem ainda produzir danos

indiretos como abalos em estruturas de pontes e prédios. Apresentam ampla

distribuição desde o Sul dos Estados Unidos até o centro da Argentina

Mono- monocotiledônias Dico- dicotiledônias

31

(GUSMÃO; LOECK, 1999), sendo Acromyrmex heyeri, A. lundi e A. ambiguus as

espécies predominantes na Zona Sul do Estado do Rio Grande do Sul.

O fato das formigas cortadeiras atacarem muitas espécies vegetais

resulta em altos prejuízos, não só pela competição por esses produtos com o

homem e animais domésticos, como pela preferência desses insetos por

plantas cultivadas. Além disso, esse efeito prejudicial pode ser indireto, pela

enorme quantidade de inseticidas aplicados para o controle e também pelos

gastos envolvidos na mão de obra para combatê-las (DELLA LUCIA; FOWLER,

1993).

A identificação das formigas cortadeiras pertencentes ao gênero

Acromyrmex é realizado através de características morfológicas externas do

maior indivíduo encontrado na amostra. O acentuado polimorfismo existente e

as variáveis como idade do formigueiro, época do ano, entre outros, podem

gerar dúvidas e identificação equivocada (LOECK; GRUTZMACHER, 2001).

A preocupação com o controle de formigas cortadeiras é constante em

muitos agroecossistemas. Estima-se um consumo nacional de

aproximadamente 12.000 toneladas de iscas tóxicas por ano, forma mais

comum utilizada no combate destes insetos (BOARETTO; FORTI, 1997).

Um aspecto importante a ser considerado é a complexidade do controle

de insetos sociais devido ao polimorfismo e polietismo das colônias. No caso

das formigas cortadeiras, essa complexidade é ainda maior pela delicada

interação planta x formiga x fungo simbionte (principal responsável pela

nutrição das larvas e até de formigas adultas) (HEBLING et al., 1994).

As formigas cortadeiras, tanto as saúvas (Atta spp.) como as quenquéns

(Acromyrmex spp.) causam sérios danos à videira devido ao corte de folhas,

brotos e cachos. O ataque é prejudicial em qualquer fase do ciclo da cultura,

porém, o maior dano ocorre na fase de formação da planta.(Botton et al.,

2003).

As formigas cortadeiras são insetos de difícil controle, pois possuem

diversos recursos para reduzir a ação de compostos químicos prejudiciais a

elas, ao fungo ou a ambos, como a comunicação química, a sensibilidade

olfativa, capacidade de aprendizagem, seletividade e produção de substâncias

antibióticas (MARINHO et al., 2006).

32

De acordo com Loeck et al., (2003), na região da Campanha foram

encontradas oito espécies, das quais A. heyeri (35,2 %) e A. lundi (18,3 %) foram

consideradas muito freqüentes. A. lobicornis, A. ambiguus, A.crassispinus e A. striatus

representaram, 10,1 %, 9,3 %, 7,8 % e 7,4 % do total, respectivamente, sendo

consideradas frequentes, enquanto A. balzani (0,6 %) e A. laticeps (0,6 %) foram

pouco frequentes.

33

3. Metodologia geral

3.1 Local de Estudo:

O trabalho foi realizado na Fortaleza do Seival, propriedade da vinícola

Miolo, localizado na BR 293, KM 149, no município de Candiota, Região da

Campanha do RS.

A vinícola Miolo é uma empresa familiar, que teve início em Bento

Gonçalves em 1989, com a elaboração de seu primeiro vinho ¨Lote 43¨. A

empresa cresceu e se expandiu com vinhedos em diversas regiões, sendo uma

delas a Região da Campanha, no município de Candiota, na propriedade da

fazenda Fortaleza do Seival, onde atualmente são cultivadas 160 ha, com um

planejamento de atingir 400 ha.

O trabalho foi realizado, em áreas cultivadas com as variedades:

Cabernet Sauvignon, Sauvignon Blanc, Tempranillo e Merlot, estabelecidas em

solos do tipo: Vertissolo, Argissolo e Chernossolo, no período de setembro de

2008, a março de 2009. Para cada variedade foram utilizadas três parcelas

totalmente casualizadas, medindo 10.000 m2, situadas em três tipos de solo

diferente. Paralelamente, foram realizados levantamentos em áreas nativas,

em cada tipo de solo, adjacentes e semelhantes àquelas que deram origem

aos parrerais estabelecidos.

Em cada área foi realizada uma varredura atravé do caminhamento em

linha reta entre as fileiras do plantio, e as espécies encontradas foram

devidamente colocadas em recipientes de vidro contendo álcool 70%,

catalogadas e levadas para posterior identificação no Laboratório de

Mirmecologia do Departamento de Fitossanidade da Universidade Federal de

Pelotas.

A identificação das formigas foi baseada nas descrições originais e nas

revisões taxonômicas de Gonçalves (1961), Mayhè-Nunes (1991) e Loeck e

Grutzmacher (2001). O exame dos espécimens foi feito com auxílio de

34

microscópio estereoscópico da marca WILD M3B a 6.4, 16 e 40 vezes de

aumento. Após a identificação as formigas foram fotografadas, permanecendo

em recipientes menores, contendo também álcool 70% e foram depositadas no

Museu de Entomologia Ceslau Biezanko da Universidade Federal de Pelotas.

Tabela 2 - Localização geográfica dos pontos de coleta nas diferentes áreas de estudo no município de Candiota-RS.

Variedade Tipo deSolo Nº Coordenadas

Merlot 1 Chernossolo 1 S 31 45 31 5 WO 52 22 17 1

Merlot 1 Chernossolo 2 S 31 45 WO 52 22

Merlot 1 Chernossolo 3 S 31 48 09 0 WO 52 30 45 2

Merlot 1 Chernossolo 4 S 31 48 08 0 WO 52 30 42 5

Merlot 8 Vertissolo 1 S 31 48 11 3 WO 52 30 38 6

Merlot 8 Vertissolo 2 S 31 48 10 3 WO 52 30 29 5

Merlot 8 Vertissolo 3 S 31 48 09 7 WO 52 30 27 3

Merlot 8 Vertissolo 4 S 31 40 47 4 WO 52 26 41 3

Merlot 10 Argissolo 1 S 31 40 38 5 WO 52 26 44 1

Merlot 10 Argissolo 2 S 31 40 34 4 WO 52 26 54 6

Merlot 10 Argissolo 3 S 31 40 42 0 WO 52 27 01 5

Merlot 10 Argissolo 4 S 31 28 36 1 WO 52 34 16 2

Cabernet Sauvignon 1 Chernossolo 1 S 31 23 40 8 WO 53 46 55 0

Cabernet Sauvignon 1 Chernossolo 2 S 31 23 40 7 WO 53 46 55 1

Cabernet Sauvignon 1 Chernossolo 3 S 31 23 39 8 WO 53 46 54 5

Cabernet Sauvignon 1 Chernossolo 4 S 31 23 39 6 WO 53 46 49 6

Cabernet Sauvignon 2 Argissolo 1 S 31 28 35 2 WO 52 34 08 5

Cabernet Sauvignon 2 Argissolo 2 S 31 32 33 7 WO 52 30 09 3

Cabernet Sauvignon 2 Argissolo 3 S 31 32 35 9 WO 52 30 09 8

Cabernet Sauvignon 2 Argissolo 4 S 31 32 18 3 WO 52 29 59 0

Cabernet Sauvignon 10 Vertissolo 1 S 31 32 18 0 WO 52 29 56 0

Cabernet Sauvignon 10 Vertissolo 2 S 31 32 16 6 WO 52 29 46 5

Cabernet Sauvignon 10 Vertissolo 3 S 31 31 49 6 WO 52 36 02 1

Cabernet Sauvignon 10 Vertissolo 4 S 31 31 49 2 WO 52 36 02 5

Sauvignon Blanc 2 Vertissolo 1 S 31 31 48 3 WO 52 36 05 1

Sauvignon Blanc 2 Vertissolo 2 S 31 31 47 8 WO 52 36 05 9

Sauvignon Blanc 2 Vertissolo 3 S 31 31 45 6 WO 52 36 05 0

Sauvignon Blanc 2 Vertissolo 4 S 31 31 30 1 WO 52 36 22 9

Sauvignon Blanc 4 Chernossolo 1 S 31 31 32 3 WO 52 36 22 3

Sauvignon Blanc 4 Chernossolo 2 S 31 31 34 1 WO 52 36 20 8

Sauvignon Blanc 4 Chernossolo 3 S 31 31 35 5 WO 52 36 21 0

Sauvignon Blanc 4 Chernossolo 4 S 31 32 18 0 WO 52 29 56 0

Sauvignon Blanc 13 Argissolo 1 S 31 23 37 6 WO 53 45 30 5

Sauvignon Blanc 13 Argissolo 2 S 31 23 38 6 WO 53 45 29 5

Sauvignon Blanc 13 Argissolo 3 S 31 23 33 7 WO 53 45 28 6

Sauvignon Blanc 13 Argissolo 4 S 31 23 37 2 WO 52 45 26 3

Tempranillo 1 Chernossolo 1 S 31 31 47 8 WO 52 36 05 9

Tempranillo 1 Chernossolo 2 S 31 31 45 6 WO 52 36 05 0

Tempranillo 1 Chernossolo 3 S 31 31 30 1 WO 52 36 22 9

Tempranillo 1 Chernossolo 4 S 31 31 32 3 WO 52 36 22 3

35

Tempranillo 11 Argissolo 1 S 31 31 34 1 WO 52 36 20 8

Tempranillo 11 Argissolo 2 S 31 31 35 5 WO 52 36 21 0

Tempranillo 11 Argissolo 3 S 31 32 16 6 WO 52 29 46 5

Tempranillo 11 Argissolo 4 S 31 31 49 6 WO 52 36 02 1

Tempranillo 2 Vertissolo 1 S 31 31 49 2 WO 52 36 02 5

Tempranillo 2 Vertissolo 2 S 31 31 48 3 WO 52 36 05 1

Tempranillo 2 Vertissolo 3 S 31 31 47 8 WO 52 36 05 9

Tempranillo 2 Vertissolo 4 S 31 31 45 6 WO 52 36 05 0

Campo Nativo 1 Vertissolo 1 S 31 31 30 1 WO 52 36 22 9

Campo Nativo 1 Vertissolo 2 S 31 31 32 3 WO 52 36 22 3

Campo Nativo 1 Vertissolo 3 S 31 31 34 1 WO 52 36 20 8

Campo Nativo 1 Vertissolo 4 S 31 31 35 5 WO 52 36 21 0

Campo Nativo 2 Chernossolo 1 S 31 31 49 2 WO 52 36 02 5

Campo Nativo 2 Chernossolo 2 S 31 31 48 3 WO 52 36 05 1

Campo Nativo 2 Chernossolo 3 S 31 31 47 8 WO 52 36 05 9

Campo Nativo 2 Chernossolo 4 S 31 31 45 6 WO 52 36 05 0

Campo Nativo 3 Argissolo 1 S 31 31 30 1 WO 52 36 22 9

Campo Nativo 3 Argissolo 2 S 31 31 32 3 WO 52 36 22 3

Campo Nativo 3 Argissolo 3 S 31 31 34 1 WO 52 36 20 8

Campo Nativo 3 Argissolo 4 S 31 31 35 5 WO 52 36 21 0

36

4. Capítulo 1 - Análise faunística de formigas cortadeiras em cultivo de

videira Vitis vinifera na região da Campanha do estado do

Rio Grande do Sul, Brasil.

4.1 Introdução

No Brasil verifica-se um crescimento na produção e na industrialização

de uvas, desde 2001 o país supera o volume de um milhão de toneladas

colhidas com uma área de aproximadamente 68.323 hectares (ANUÁRIO

BRASILEIRO DE UVA E VINHO, 2004).

A viticultura sul riograndense tem aptidão preponderantemente vinícola e

pequena participação na oferta de uva de mesa, possuindo uma área cultivada

de 40 mil hectares e uma produção de aproximadamente 490 mil toneladas

(POMMER, 2003).

O estado do Rio Grande do Sul é o maior produtor de uva do Brasil, com

uma área ao redor de 31 mil ha plantados e uma viticultura predominante em

pequenas propriedades com mão de obra familiar. Na região da Campanha a

cultura é uma nova realidade com plantios recentes com cerca de dez anos e

sua grande maioria com cultivares para produção de vinhos tintos (PROTAS et

al., 2004).

As formigas cortadeiras na agricultura brasileira são representadas

pelos gêneros Atta (saúvas) e Acromyrmex (quenquéns) e são responsáveis por

prejuízos econômicos consideráveis ao atacarem praticamente todas as

plantas durante a maior parte do ano e por estarem disseminadas em todo o

território nacional. Além disso, em razão do controle muitas vezes difícil e

oneroso, as formigas cortadeiras representam a primeira preocupação do

agricultor por exigir gastos consideráveis com formicidas, equipamentos e

mãos de obra (LOECK; GRÜTZMACHER, 2001).

De acordo com Fachinello et al., (1996) as formigas causam sérios

danos à maioria das plantas frutíferas pelo corte de folhas, brotações, flores e

frutas. Os prejuízos causados pelo ataque às folhas e brotações são maiores

37

em pomares jovens e nos viveiros, por diminuir drasticamente a área foliar. Em

pomares adultos os prejuízos ocorrem principalmente, pela redução no

tamanho das frutas, em decorrência da diminuição da área foliar.

As formigas causam sérios à videiras danos devido ao corte de folhas,

brotos e cachos. São prejudiciais em qualquer fase do ciclo, porém, o dano é

maior na fase de formação da planta, quando paralisa o crescimento (Botton et

al., 2003).

A preocupação com o controle de formigas cortadeiras é constante em

muitos agroecossistemas, estimando-se um consumo nacional de

aproximadamente 12.000 toneladas/ano de iscas tóxicas, forma mais comum

utilizada no combate destes insetos (BOARETTO; FORTI, 1997).

Segundo Mariconi (1970) o gênero Acromyrmex é próprio da América do

Sul, ocorrendo em quase todos os países do Continente Sul Americano e

encontra-se amplamente distribuído no território brasileiro, principalmente no

Estado do Rio Grande do Sul.

Para o sucesso no controle de formigas cortadeiras, torna-se importante

o reconhecimento das espécies, o que permite executar programas de controle

específicos. Os prejuízos que as formigas causam levam à intensificação da

busca por produtos e métodos de controle de menor custo, mais eficientes e

menos agressivos ao meio ambiente (ZANUNCIO et al., 1996).

Este trabalho teve como objetivo identificar as formigas cortadeiras que

ocorrem nos pomares de videira no município de Candiota na região da

Campanha do Estado do RS, em três tipos de solo, estabelecer suas

distribuições e respectivos índices faunísticos.

4.2 Material e métodos

4.2.1 Local de estudo

O estudo foi realizado na fazenda Fortaleza do Seival pertencente a

MIOLO WINE GROUP, localizada no município de Candiota na região da

Campanha do Estado do RS. A fazenda Fortaleza do Seival (Figura 2 A e B)

possui área total de 3000 ha, os plantios de videira tiveram inicio em outubro de

2001. Hoje a fazenda conta com 160 ha de área plantada com videira.

38

Figura 2 - Vista dos pomares de videira onde foram realizados os trabalhos. Vista geral (A) - Vista lateral da área de estudo com plantios de videira (B).

Figura 3 - Mapa do estado do Rio Grande do Sul, mostrando com destaque a região fisiográfica onde foi realizado o estudo.

Fonte: Central Sul de Jornais, 2010.

O estudo foi realizado em cinco áreas cultivadas com Cabernet

Sauvignon, Sauvignon Blanc, Tempranillo e Merlot onde foram utilizadas três

parcelas inteiramente casulizadas em cada tipo de solo. Paralelamente, foi

realizado levantamento em áreas nativas semelhantes àquelas que deram

origem aos parreirais.

4.2.2 Localização dos pontos e período de estudo

Cada área de estudo foi georreferenciada com a utilização de GPS

(Global Positioning system) para demarcação da área bem como todos os

formigueiros encontrados, para construção de um mapa de distribuição dos

A B

39

ormigueiros dentro da área, bem como para estudos de conferência futuros

(Figura 4).

4.2.3 Identificação das formigas

A identificação das formigas foi baseada nas descrições originais e nas

revisões taxonômicas de Gonçalves (1961), Mayhè-Nunes (1991) e

Grützmacher e Loeck (2001), utilizando o maior exemplar de cada amostra

O exame do material proveniente das amostras foi realizado com auxilio

de microscópio estereoscópico.

Os principais atributos utilizados na identificação estão ilustrados na

(Figura 5).

4.2.4 Índices faunísticos

4.2.4.1 Frequência

Foi obtida pela porcentagem de amostras de uma espécie com relação

ao total de amostras coletadas. Após somatório dos dados das coletas de cada

espécie, foi determinado o intervalo de confiança (IC) da média com 5% de

probabilidade, conforme Rodrigues (1986), adotando-se a seguinte

classificação:

- Muito Frequente (MF) - número de amostras maior que o limite superior do IC

a 5%;

- Freqüente (F) - número de amostras situado dentro do IC a 5%;

- Pouco Frequente (PF) - número de amostras menor que o limite inferior do

IC a 5%.

4.2.4.2 Dominância

Foi determinada através da soma dos indivíduos coletados durante o

período de estudo e analisados pelo método desenvolvido por Wilcken (1991),

40

que considera como espécies dominantes, aquelas em que os valores da

freqüência excedem o limite calculado pela fórmula:

LD = 1 x 100 Onde: LD = limite da dominância.

S S = número total de táxons.

4.2.4.3 Abundância

Refere-se ao número de indivíduos por unidade de superfície ou volume

e varia no espaço e no tempo. O cálculo da abundância foi estabelecido pela

soma de todos os indivíduos de cada espécie, empregando-se uma medida de

dispersão, conforme Silveira Neto et al., (1976), através da média e erro padrão

da média, determinando o intervalo de confiança (IC) a 5% e 1% de

probabilidade, estabelecendo-se as seguintes classes de abundância:

- Muito Abundante (MA) - número de amostras maior que o limite superior do

IC a 1%;

- Abundante (A) - número de amostras situado entre os limites superiores do

IC a 5% e 1%;

- Comum (C) - número de amostras situado dentro do IC a 5%;

- Dispersa (D) - número de amostras situado entre os limites inferiores do IC

a 5% e 1%;

- Rara (R) - número de amostras menor que o limite inferior do IC a 1%.

4.2.4.4 Constância

A constância que avalia a porcentagem das espécies presentes nos

levantamentos efetuados (SILVEIRA NETO et al., (1976):

C = P x 100

N

Onde: P = número de coletas contendo o táxon

N = número total de coletas efetuadas

41

As espécies foram separadas em categorias através do cálculo do

intervalo de confiança a 5 % de probabilidade, assim denominadas (WILCKEN,

1991):

- Constantes (W) - número de ocorrências maior que o limite superior do IC a

5%;

- Acessórias (Y) - número de ocorrências situado dentro do IC a 5 %;

- Acidentais (Z) - número de ocorrências menor que o limite inferior do IC a

5%.

Foram considerados como táxons predominantes, aqueles que se

caracterizaram por serem muito frequentes, muito abundantes, dominantes e

constantes, ou ainda, possuírem mais de um desses atributos.

42

Figura 4 - Mapa da propriedade com o georreferencimento das áreas de estudo e dos formigueiros encontrados.

43

4.3 Resultados e Discussão

4.3.1 Distribuição das espécies de formigas cortadeiras

Nas cinco áreas estudadas foram encontradas oito espécies de formigas

cortadeiras igual ao encontrado por Loeck e Gurtzmacher (2001) (Figura 5).

Todas as espécies encontradas pertencem ao gênero Acromyrmex: A.

balzani; A. heyeri; A. lundi; A. lobicornis; A. crassispinus; A. ambiguus. A. laticeps e A.

striatus. Loeck e Grützmacher (2001) em levantamento sobre a ocorrência de

formigas cortadeiras nas principais regiões agropecuárias do Estado do RS

relataram a ocorrência de nove espécies de formigas na região Sul do Estado.

Os autores observaram ainda a ocorrência de Acromyrmex coronatus, Acromyrmex

laticeps e Atta sexdens piriventris, contudo Foram encontrados apenas dois

exemplares da espécie Acromyrmex laticeps.

Gusmão e Loeck (1999) estudaram a distribuição geográfica de formigas

cortadeiras do gênero Acromyrmex na zona sul do RS, e verificaram que A. heyeri,

A. lundi, A. ambiguus representam as predominantes nesta região, dados estes

que foram comprovados por Loeck e Grützmacher (2001), incluindo-se A.

striatus.

44

Acromyrmex ambiguus

(Emery, 1887)

Subgênero Acromyrmex

Acromyrmex heyeri (Forel, 1899)

Subgênero Moellerius

Acromyrmex striatus (Roger, 1863)

Subgênero Moellerius

Acromyrmex lundi

(Guerin, 1838)

Subgênero Acromyrmex

Acromyrmex lobicornis (Emery, 1887)

Subgênero Acromyrmex

Acromyrmex laticeps

(Emery, 1905)

Subgênero Acromyrmex

Acromyrmex crassispinus (Forel, 1909)

Subgênero Acromyrmex

Acromyrmex balzani Emery, 1890

Subgênero Moellerius

Figura 5 - Espécies de formigas cortadeiras encontradas nas áreas estudadas.

Acromyrmex ambiguus(A) Acromyrmex heyeri (B) Acromyrmex striatus (C) Acromyrmex lundi (D) Acromyrmex lobicornis (E) Acromyrmex laticeps (F) Acromyrmex crassispinus (G) Acromyrmex balzani(H).

A

C

H

D

E F

G

B

45

4.3.1.1 Espécie Acromyrmex ambiguus (Emery, 1887)

Do total das cinco variedades estudadas foram encontrados 92 ninhos

de formigas cortadeiras da espécie Acromyrmex ambiguus, (Figura 6) sendo 26

ninhos na variedade de uva Tempranillo, 21 ninhos na variedade Cabernet

Sauvignon, 20 ninhos na variedade Sauvignon Blanc, 18 no Campo Nativo e 7

ninhos na variedade Merlot. Conforme Loeck e Grützmacher (2003) essa

espécie de formiga cortadeira tem por hábito cortar folhas largas as

dicotiledônias e são presenças constantes em pomares.

Figura 6 - Representatividade de ninhos de Acromyrrmex ambiguus

encontrada nas áreas estudadas.

Os resultados de Loeck e Grutzmacher (2001) indicam esta espécie

como muito frequente nas Regiões da Depressão Central e Sul do RS,

representando 23,9% e 18,8% do total amostrado, respectivamente e na

Região da Campanha foi considerada freqüente com 9,3% do total amostrado.

Ainda segundo autores na região da Campanha os essa espécie foi

considerada comum e acessória.

4.3.1.2 Espécie Acromyrmex heyeri (Forel, 1899)

Do total das cinco áreas estudadas foram encontrados 44 ninhos de da

espécie Acromyrmex heyeri, (Figura7) sendo 8 na variedade de uva Tempranillo, 6

na variedade Cabernet Sauvignon, 4 na variedade Sauvignon Blanc, 9 no

22%

28%23%

8%

19%

Sauvignon Blanc

Tempranillo

Cabernet Sauvignon

Merlot

Campo Nativo

46

Campo Nativo e 17 ninhos na variedade Merlot, sendo essa variedade que

mais apresentou ninhos dessa espécie. De acordo com (LOECK;

GRUTZMACHER, 2001, MAYHÉ-NUNES, 1991) essa espécie de formiga

cortadeira tem por hábito cortar folhas estreitas, monocotiledônias. É uma

espécie predominante e muito frequente na Região da Campanha.

Figura 7 - Representatividade de ninhos de Acromyrmex heyeri

encontradas nas áreas estudadas.

Esses resultados são comprovados com os dados obtidos por Loeck e

Grutzmacher (2001) onde essa espécie foi a mais freqüente na região da

campanha e sul do RS, sendo classificada com constante e muito abundante.

4.3.1.3 Espécie Acromyrmex lundi (Guerin, 1838)

Em todas as áreas estudadas foram encontrados no total 31 ninhos de

formiga cortadeira da espécie Acromyrmex lundi (Figura8) sendo 11 ninhos na

variedade de uva Tempranillo e 11 na variedade Cabernet Sauvignon, 2 na

variedade Sauvignon Blanc, 12 ninhos na variedade Merlot e 5 no Campo

Nativo. Conforme (LOECK; GRUTZMACHER, 2001, JUARENA; CACHAPUZ,

1980) essa espécie de formiga cortadeira tem por hábito cortar folhas largas,

dicoteledônias. Loeck e Grutzmacher (2001) a classificaram como acessória na

Região da Campanha e pouco freqüente.

9%

18%

14%

39%

20%

Sauvignon Blanc

Tempranillo

Cabernet Sauvignon

Merlot

Campo Nativo

47

Figura 8 - Representatividade de ninhos de Acromyrmex lundi encontradas

nas áreas estudadas.

No trabalho de Loeck e Grutzmacher (2001) apresentou-se constante na

Região Sul e acessória na Região da Campanha, ocorrendo em 87% e 64%

dos municípios destas regiões, respectivamente.

4.3.1.4 Espécie Acromyrmex lobicornis (Emery, 1887)

A espécie Acromyrmex lobicornis foi encontrada em todas as áreas plantas

com vinhedo com exceção da área testemunha de Campo Nativo. Do total das

quatro áreas estudadas em que houve a presença da formiga foram

encontrados 6 ninhos (Figura9), sendo 2 na variedade de uva Tempranillo, 1 na

variedade Cabernet Sauvignon, 1na variedade Sauvignon Blanc e 2 na

variedade Merlot,. Conforme (LOECK; GRUTZMACHER, 2001, MAYHÉ-

NUNES, 1991; JUARENA; CACHAPUZ, 1980) essa espécie de formiga

cortadeira tem por hábito cortar folhas estreitas e folhas largas

(monocotiledônias e dicoteledonias). É uma espécie predominante e frequente

na Região da Campanha. Nas áreas estudadas foi apenas freqüente.

6%

36%

36%

6%

16%

Sauvignon Blanc

Tempranillo

Cabernet Sauvignon

Merlot

Campo Nativo

48

Figura 9 - Representatividade de ninhos de Acromyrmex lobicornis

encontradas nas áreas estudadas.

Na região da campanha essa espécie foi freqüente, representando

10,1% do total amostrado, correndo em 70% dos municípios avaliados por

Loeck e Grutzmacher (2001) sendo considerada como acessória.

4.3.1.5 Espécie Acromyrmex striatus (Guerin, 1838)

A espécie Acromyrmex striatus foi encontrada em apenas duas áreas

estudas (Figura 10), na variedade Cabernet Sauvignon um ninho, e no Campo

Nativo 3 ninhos. De acordo com Loeck; Grutzmacher, 2001, Mayhé-Nunes,

1991; Juarena; Cachapuz, 1980 essa espécie tem o hábito de cortar folhas

largas e estreitas, contudo constrói ninhos pequenos não causando grandes

impactos em áreas cultivadas. É considerada uma espécie frequente na região

da campanha.

17%

33%

17%

33%

0%

Sauvignon Blanc

Tempranillo

Cabernet Sauvignon

Merlot

Campo Nativo

49

Figura 10 - Representatividade de ninhos de Acromyrmex striatus

encontradas nas áreas estudadas.

Conforme Loeck e Grutzmacher (2001) A. striatus foi uma espécie

freqüente na Região Sul e Campanha do RS, representando 101% e 7,4% do

total amostrado, sendo considerada como comum e constante na Região Sul e

acessória na Campanha.

4.3.1.6 Espécie Acromyrmex balzani (Emery, 1890)

Foi encontrado apenas um formigueiro da espécie Acromyrmex balzani na

variedade Cabernet Sauvignon (Figura11). Segundo (LOECK;

GRUTZMACHER, 2001, MAYHÉ-NUNES, 1991; JUARENA;CACHAPUZ, 1980)

essa espécie tem o hábito de cortar folhas estreitas (monocotiledônias).

Segundo levantamento feito por Loeck e Grutzmacher (2001) essa espécie foi

descrita em apenas 6 municípios da Região da Campanha sendo considerada

rara e pouco frequente.

0%0%

25%

75%

0%

Sauvignon Blanc

Tempranillo

Cabernet Sauvignon

Merlot

Campo Nativo

50

Figura 11 - Representatividade de ninhos de Acromyrmex balzani

encontradas nas áreas estudadas.

Segundo Loeck e Grutzmacher (2001) ao avaliar a ocorrência de

formigas cortadeiras no RS detectaram A. balzani em apenas dois municípios da

Campanha e seis da Depressão Central.

4.3.1.7 Espécie Acromyrmex laticeps Emery, 1905

Foram encontrados apenas três formigueiros da espécie Acromyrmex

laticeps, dois na variedade Cabernet Sauvignon e 1 na Sauvignon Blanc

(Figura12). Segundo (Loeck; Grutzmacher, 2001, Mayhé-Nunes, 1991) tem o

hábito de cortar folhas largas (dicocotiledônias). É consiederada uma espécie

pouco frequente para Região da Campanha.

100%

Sauvignon Blanc

Tempranillo

Cabernet Sauvignon

Merlot

Campo Nativo

51

Figura 12 - Representatividade de ninhos de Acromyrmex laticeps

encontradas nas áreas estudadas.

De acordo com Loeck e Grutzmacher (2001) essa espécie foi mais

frequênte na Serra representando 39,1% do total amostrado, na Região da

Campanha essa espécie foi pouco freqüente representando 2,9% do total

amostrado sendo classificada como acessória.

4.3.1.8 Espécie Acromyrmex crassispinus Forel, 1909

Foram encontrados 3 ninhos da espécie Acromyrmex crassispinus, 2 na

variedade Sauvignon Blanc e 1 no Campo Nativo (Figura13). Segundo

(LOECK; GRUTZMACHER, 2001, MAYHÉ-NUNES, 1991;

JUARENA;CACHAPUZ, 1980) tem o hábito de cortar folhas largas e estreitas

(dicotiledônias emonocotiledônias). De acordo com Loeck e Grutzmacher

(2001) essa espécie é uma espécie frequente para a região da Campanha.

33%

0%67%

0% 0%

Sauvignon Blanc

Tempranillo

Cabernet Sauvignon

Merlot

Campo Nativo

52

Figura 13 - Representatividade de ninhos de Acromyrmex crassispinus

encontradas nas áreas estudadas.

De acordo com Loeck e Grutzmacher (2001) essa espécie foi freqüente

na Região da Campanha com 7,8% da amostragem, ocorrendo em 75% dos

municípios da região, sendo classificada como comum.

4.3.2 Números de amostras e índices faunísticos

4.3.2.1 Índice faunístico da área cultivada com Sauvignon Blanc

Nessa área foram encontrados 31 ninhos de formigas cortadeiras sendo

todos pertencentes ao gênero Acromyrmex de sete espécies diferentes.

Na área cultivada com a variedade Sauvignon Blanc (Tabela 3) a

espécie Acormyrmex ambiguus foi considerada a espécie dominante, apareceu em

mais da metade das amostras compreendendo 66% do total das espécies

amostradas. Ainda a espécie Acormyrmex ambiguus foi considerada muito

frequente enquanto as outras seis espécies descritas nessa área foram

consideradas apenas frenquentes.

67%

0%

0%

0%

33% Sauvignon Blanc

Tempranillo

Cabernet Sauvignon

Merlot

Campo Nativo

53

Tabela 3 - Dominância, freqüência, constância e abundância das espécies de Acromyrmex encontradas em áreas cultivadas com a variedade Sauvignon Blanc Candiota, 2009.

Espécie Amostra

(n°)

% Dominância Frequencia Constância Abundância

Acromyrmex ambiguus 21 66 D MF W MA

Acromyrmex heyeri 11 13 - F Y C

Acromyrmex lundi 6 6 - F Z C

Acromyrmex crassispinus 2 6 - F Z C

Acromyrmex laticeps 1 3 - F Z C

Acromyrmex lobcornis 1 3 - F Z C

Acromyrmex balzani 1 3 - F Z C

Total 31 100 - - - -

Acrormyrmex ambiguus foi considerada uma espécie constrante, enquanto

Acromymex heyeri foi classificada com acessória enquanto que Acromyrmex lundi,

Acromyrmex crassispinus, Acromyrmex lobicornis, Acromyrmex balzani e Acromyrmex laticeps

foram classificadas como acidentais.

Já em relação à abundância a espécie Acormyrmex ambiguus foi

considerada muito abundante enquanto as demais foram classificadas como

comuns.

A abundância da espécie Acormyrmex ambiguus foi descrita por Loeck;

Grutzmacher, 2001; Loeck (2003) que relatam a dominância dessa espécie

para o ecossistema da Região da Campanha, pode-se observar que mesmo a

mudança de cultivo com tratos diferenciados não vem alterando a dominância

da espécie.

4.3.2.2 Índice faunístico da área cultivada com Cabernet Sauvignon

Conforme a análise faunística descrita por Silveira Neto et al., (1976) a

espécie Acormyrmex ambiguus (Tabela4) foi considerada a espécie dominante,

apareceu em mais da metade das amostras. Conforme Loeck; Grützmacher

(2001) essa é uma espécie considerada frequente na Região da Campanha,

sendo encontrada em maior percentagem em pomares.

D- dominante; ND- não dominante;MF- muito frequente; F- frequente; W- constante; Y- acessória;

Z- acidental; MA- muito abundante;A- Abundante C- comum .

Dados obtidos através do Intervalo de Confiança aos niveis de 5% de probabilidade.

54

Tabela 4 - Dominância, freqüência, constância e abundância das espécies de Acromyrmex encontradas em áreas cultivadas com a variedade Cabernet sauvignon Candiota, 2009.

Espécie Amostra

(nº)

% Dominância Frequencia Constância Abundância

Acromyrmex ambiguus 21 50 D MF W MA

Acromyrmex lundi 11 27 - F Y C

Acromyrmex heyeri 6 14 - F Z C

Acromyrmex laticeps 2 5 - F Z C

Acromyrmex striatus 1 2 - F Z C

Acromyrmex lobicornis 1 2 - F Z C

Total 42 100 - - - -

Além de predominante A. ambiguus foi uma espécie muito freqüente,

enquanto A. lundi, A. heyeri, A. laticeps, A. striatus e A. lobicornis foram apenas

frequentes.

A. ambiguus foi a espécie constante nas cinco áreas estudadas, enquanto

que A. lundi foi considerada como acessória e as quatro demais espécie foram

consideradas de ocorrência apenas acidental conforme os índices descritos por

Silveira Neto et al., (1976).

A. ambiguus foi um espécie muito abundante, sendo as demais apenas de

ocorrência comum.

Conforme Loeck et al., (2003) no levantamento que abrangeu todos os

ecossistemas da Região da Campanha, as espécies mais frequentes foram A.

heyeri e A. lundi, sendo A. ambiguus apenas frequente com 9,3% de ocorrência,

enquanto em videira sua ocorrência foi de 51%. Esses dados sugerem que

essa espécie adaptou-se muito bem no novo ecossistema e às práticas

agrícolas alí adotadas.

Dados obtidos através do Intervalo de Confiança aos niveis de 5% de probabilidade.

D- dominante; ND- não dominante;MF- muito frequente; F- frequente; W- constante; Y- acessória;

Z- acidental; MA- muito abundante;A- Abundante C- comum .

55

4.3.2.3 Índice faunístico da área cultivada com Merlot

Para a variedade Merlot foram amostradas apenas quatro espécies das

oito encontradas nas cinco áreas de estudo.

A espécie Acormyrmex heyeri foi considerada a espécie dominante,

apareceu em mais da metade das amostras compreendendo a 61% das

amostras identificadas (Tabela5). Conforme Loeck & Grützmacher (2001) essa

é uma espécie considerada muito frequente na Região da Campanha e um das

três espécies dominantes para a região, sendo considerada a formiga das

pastagens.

Tabela 5 - Dominância, freqüência, constância e abundância das espécies de Acromyrmex encontradas em áreas cultivadas com a variedade Merlot Candiota, 2009.

Espécie Amostra

(n°)

% Dominância Frequencia Constância Abundância

Acromyrmex heyeri 17 61 D MF W A

Acromyrmex ambiguus 7 25 - F W C

Acromyrmex lundi 2 7 - F Z C

Acromyrmex lobicornis 2 7 - F Z C

Total 28 100 - - - -

Além de predominante A. heyeri foi uma espécie muito frequente, enquanto

A. lundi, A. ambiguus,e A. lobicornis foram apenas frequentes.

Acromyrmex. heyeri e Acromyrmex ambiguus foram consideradas espécies

constantes nessa área de estudo enquanto Acromyrmex lundi e Acromyrmex

lobicornis foram consideradas de ocorrência apenas acidental. Além do mais,

Acromyrmex. heyeri foi muito abundante enquanto as demais foram de ocorrência

comum.

Conforme Loeck et al., (2003) no levantamento que abrangeu todos os

ecossistemas da Região da Campanha, as espécies mais frequentes foram A.

heyeri, A. lundi, e A. ambiguus com isso, nessa área de estudo a espécie dominante

no parreral não difere das já descritas pelos autores em trabalhos anteriores.

Dados obtidos através do Intervalo de Confiança aos niveis de 5% de probabilidade.

D- dominante; ND- não dominante;MF- muito frequente; F- frequente; W- constante; Y- acessória;

Z- acidental; MA- muito abundante;A- Abundante C- comum .

56

4.3.2.4 Índice faunístico da área cultivada com Tempranillo

Na variedade Tempranillo foram encontrados 47 ninhos de formigas

cortadeiras (Tabela 6), sendo que a espécie dominante foi Acromyrmex ambiguus,

totalizando 55% do total amostrado sendo também considerada muito

frequente, constante e muito abundante.

De acordo com Loeck; Grutzmacher (2001) em recente trabalho sobre

as espécies dominantes para Região da Campanha descrevem a espécie

Acromyrmex ambiguus como uma das espécies mais presentes e sistemas

cultivados e em área de campo nativo.

Tabela 6 - Dominância, freqüência, constância e abundância das espécies de Acromyrmex encontradas em áreas cultivadas com a variedade Teampranillo Candiota, 2009.

Espécie Amostra

(n°)

% Dominância Frequencia Constância Abundância

Acromyrmex ambiguus 26 55 D MF W A Acromyrmex lundi 11 24 - F Y C Acromyrmex heyeri 8 17 - F Z C Acromyrmex lobicornis 2 4 - F Z C

Total 47 100 - - - -

A espécie Acromyrmex lundi foi considerada frequente, acessória e comum,

enquanto Acromyrmex heyeri e Acromyrmex lobicornis foram classificadas como

frequentes, acidentais e comuns.

4.3.2.5 Índice faunístico da área de Campo Nativo

Na área de campo nativo composta por plantas típicas da região da

campanha a espécie A. ambiguus foi classificada como muito frequente,

constante e muito abundante. Nessa área foram identificados 36 ninhos

pertencentes a cinco espécies: A. ambiguus, A. heyeri, A. striatus, A. crassispinus e A.

lundi (Tabela 7).

Dados obtidos através do Intervalo de Confiança aos niveis de 5% de probabilidade.

D- dominante; ND- não dominante;MF- muito frequente; F- frequente; W- constante; Y- acessória;

Z- acidental; MA- muito abundante;A- Abundante C- comum .

57

Tabela 7 - Dominância, freqüência, constância e abundância das espécies de

Acromyrmex encontradas em Campo Nativo Candiota, 2009. Espécie Amostra

(n°)

% Dominância Frequencia Constância Abundância

Acromyrmex ambiguus 18 50 D MF W MA

Acromyrmex heyeri 9 25 - F Y C

Acromyrmex lundi 5 14 - F Y C

Acromyrmex striatus 3 8 - F Z C

Acomyrmex crassispinus 1 3 - PF Z C

Total 36 100 - - - -

A espécie Acromyrmex heyeri caracterizada como espécie predominante em

áreas de campo nativo pelo seu hábito de nidificação e pelo corte de

monocotiledônias LOECK & GRUTZMACHER, (2001), MAYHÉ-NUNES,

(1991), foi classificada apenas como frequente, acessória e comum. Enquanto

Acromyrmex lundi também muito comum na Região da Campanha foi classificada

como frequente, acessória e comum. Outra espécie encontrada no campo

nativo foi Acromyrmex lobicornis e foi classificada como frequente, acidental e

comum. Já a espécie Acromyrmex crassispinus que foi classificada como muito

frequente e muito abundante por Loeck et al., (2003), Kruger (2008), nesse

estudo foi classificada apenas como pouco frequente, acidental e comum.

4.3.3 Tipos de solo

As espécies de formigas foram separadas conforme o tipo de solo em

que foram encontradas, independente das variedades.

4.3.3.1 Argissolo Vermelho Eutrófico Típico

Do total de oito espécies descritas para os três tipos de solo estudados,

no argissolo foram identificadas sete espécies: A. ambiguus, A. heyeri, A. lundi, A.

D- dominante; ND- não dominante;MF- muito frequente; F- frequente; W- constante; Y- acessória;

Z- acidental; MA- muito abundante;A- Abundante C- comum .

Dados obtidos através do Intervalo de Confiança aos niveis de 5% de probabilidade.

58

lobicornis, A.striatus, A. balzani e A. laticeps, somente não foi encontrada A. crassispinus

(Figura 14).

Do total, cerca de 60% foi de A. ambiguus, 17% de A. heyeri, 13% A.lundi,

5% A.lobicornis, 2% A. balzani e A. striatus e 1% A. laticeps.

Figura 14 - Representatividade de ninhos das espécies de formigas cortadeiras

no solo argissolo.

4.3.3.2 Chernossolo Ebânico Órtico vertissólico

Nesse tipo de solo foram encontradas seis espécies: A. ambiguus, A. heyeri,

A. lundi, A. lobicornis, A.striatus, A. crassispinus, com exceção de A. balzani e A. laticeps

(Figura 15).

A. heyeri com 38% das amostras identificadas e A. ambiguus com 34% foram

predominantes, o restante das amostras se dividiram em 19% A.lundi, e 3%

A.lobicornis, A. crassispinus, A. striatus, o que demonstra uma dominância das duas

espécies.

60%17%

13%

5%

1% 2% 2%

Acromyrmex ambiguus

Acromyrmex heyeri

Acromyrmex lundi

Acromyrmex lobicornis

Acromyrmex striatus

Acromyrmex balzani

Acromyrmex laticeps

59

Figura 15 - Representatividade de ninhos das espécies de formigas cortadeiras encontrada no solo Chernossolo.

4.3.3.3 Vertissolo Ebânico Órtico Chernossólico

Esse tipo constitue uma categoria que se carateriza por um alto teor de

argilas expansivas. Apresentam fendas profundas na época da seca e

expansão quando úmidos. Apresentam slickensides devido à grande

movimentação da massa do solo causada pela presença de argila expansiva.

Possui cores e profundidades variadas, textura argilosa a muito argilosa.

No solo do tipo argissolo foram encontradas sete espécies: A. ambiguus, A.

heyeri, A. lundi, A. lobicornis, A.striatus, A. crassispinus e A. laticeps, nesse solo somente

não foi encontrada A. balzani.

Nesse tipo de solo, A. heyeri com 38% e A. ambiguus 35% foram as que

mais se destacaram, as demais espécies tiverem sua ocorrência de 18% A.

lundi, 3% A. laticeps e 2% A. crassispinus, A. striatus e A. lobicornis (Figura 16).

38%

34%

19%

3%3%

3%

Acromyrmex ambiguus

Acromyrmex heyeri

Acromyrmex lundi

Acromyrmex crassispinus

Acromyrmex lobicornis

Acromyrmex striatus

60

Figura 16 - Representatividade de ninhos das espécies de formigas

cortadeiras encontrada no solo vertissolo.

4.3.4 Variedades de uva

Comparou-se o total de formigas cortadeiras identificadas em cada variedade

de uva, sem levar em consideração o tipo de solo em que se encontravam e

verificou-se que em todas elas a espécie dominante foi Acromyrmex ambiguus.

4.3.4.1 Cabernet Sauvignon

Do total das oito espécies descritas para as cinco áreas de estudo, na

variedade Cabernet Sauvignon foram descritas seis espécies.

A espécie dominante foi a A. ambiguus com cerca de 50% do total das

espécies amostradas, enquanto A. lundi apareceu em 26% das amostras, A.

heyeri 14%, A. laticeps 5%, A. lobicornis 2% e A striatus 1% (Figura 17).

38%

35%

18%

3%2% 2% 2%

Acromyrmex ambiguus

Acromyrmex heyeri

Acromyrmex lundi

Acromyrmex laticeps

Acromyrmex lobicornis

Acromyrmex striatus

Acromyrmex crassispinus

61

Figura 17 - Representatividade de ninhos das espécies de formigas

cortadeiras encontrada na variedade de uva Cabernet Sauvignon.

4.3.4.2 Merlot

Na variedade Merlot foram encontradas apenas quatro espécies de

formiga cortadeira do total de oito identificadas na área. De todas as

variedades foi a que apresentou menor número de espécies identificadas: A.

heyeri com 60%, A. ambiguus com 25% e A. lundi e A. lobicornis com 7%. As áreas

cultivadas com essa variedade apresentaram o menor número de ninhos de

formigas cortadeiras totalizando 28 ninhos identificados (Figura18).

Figura 18 - Representatividade de ninhos das espécies de formigas

cortadeiras encontrada na variedade de uva Merlot.

50%

26%

14%

5%

3% 2%

Acromyrmex ambiguus

Acromyrmex lundi

Acromyrmex heyeri

Acromyrmex laticeps

Acromyrmex lobicornis

Acromyrmex striatus

61%

25%

7%

7%

Acromyrmex heyeri

Acromyrmex ambiguus

Acromyrmex lundi

Acromyrmex lobicornis

62

4.3.4.3 Sauvignon Blanc

Na variedade de uva Sauvignon Blanc foram identificados um total de 30

formigueiros representados por seis espécies: A. ambiguus, A. heyeri, A. lundi, A.

crassispinus, A.laticeps e A. lobicornis (Figura 19).

Figura 19 - Representatividade de ninhos das espécies de formigas

cortadeiras encontrada na variedade de uva Sauvignon Blanc.

A espécie A. ambiguus apareceu em mais da metade das amostras

identificadas para essa área totalizando 67% dos ninhos identificados,

enquanto A. heyeri apareceu em 13% das amostras, A. lundi e A. crassispinus em

7% e A. laticeps e A. lobicornis em 3%.

4.3.4.4 Tempranillo

Na variedade Tempranillo foram encontrados 47 ninhos de formiga

cortadeira, pertencentes a quatro espécies diferentes: A. ambiguus, A. heyrei, A.

lundi e A. lobicornis (Figura20).

67%

13%

7%

7%

3% 3%

Acromyrmex ambiguus

Acromyrmex heyeri

Acromyrmex lundi

Acromyrmex crassispinus

Acromyrmex laticeps

Acromyrmex lobicornis

63

Figura 20 - Representatividade de ninhos das espécies de formigas

cortadeiras encontrada na variedade de uva Tempranillo.

A espécie de maior ocorrência foi A. ambiguus com 55% dos ninhos,

seguido por A. lundi com 24%, A. heyeri com 17 % e A. lobicornis com 4%. As áreas

cultivadas com essa variedade foram as que apresentaram o maior número de

ninhos, porém pertencentes a apenas quatro espécies.

4.3.4.5 Campo Nativo

Essa área foi utilizada como modelo representativo da ocorrência das

espécies de formigas cortadeiras antes da implantação do novo cultivo. Nessa

área foram encontrados um total de 36 ninhos pertencentes a cinco espécies

diferentes: A. ambiguus (50%), A. heyeri (25%), A. lundi (14%) A. striatus (8%) e A.

crassispinus (3%). (Figura 21). De tal forma, verificou-se a presença de outras

três espécies: A. balzani, A. laticeps e A. lobicornis nas áreas cultivadas com videira.

Cabe ressaltar que assim como A. ambiguus foi a espécie mais abundante

em campo nativo, também foi nas áreas cultivadas com as diferentes

variedades de uva, com excessão da variedade Merlot, onde a espécie apenas

dominante foi A. heyeri.

55%

24%

17%

4%

Acromyrmex ambiguus

Acromyrmex lundi

Acromyrmex heyeri

Acromyrmex lobicornis

64

Figura 21 - Representatividade de ninhos das espécies de formigas

cortadeiras encontrada no Campo Nativo.

4.4 Conclusões

Nas áreas cultivadas com quatro variedades de uva no município de

Candiota, Região da Campanha do RS ocorrem oito espécies de formigas

cortadeiras pertencentes ao gênero Acromyrmex (A. heyeri, A. ambiguus, A. lundi,

A.crassispinus, A. balzani, A. laticeps, A. lobicornis e A. striatus).

Nas áreas de campo nativo ocorrem cinco espécies pertencentes ao

gênero Acromyrmex: A. ambiguus, A. heyeri, A. lundi, A. striatus e A. crassispinus.

A espécie A.ambiguus é a espécie mais frequente e dominante nos

plantios de videira e campo nativo.

O plantio de videira com Vitis vinifera na Região da Campanha do RS

favorece o estabelecimento de novas espécies de formigas.

50%

25%

14%

8%

3%

Acromyrmex ambiguus

Acromyrmex heyeri

Acromyrmex lundi

Acromyrmex striatus

Acomyrmex crassispinus

65

5. Capítulo II – Relação solo-variedade e espécies de formigas cortadeiras

em videiras cultivadas na Região da Campanha do RS.

5.1 Introdução

As formigas cortadeiras causam elevados prejuízos à agricultura

brasileira, pelo fato de grande número de espécies atacarem praticamente

todas as plantas cultivadas. Estão disseminadas por todo o território nacional e

efetuam sua ação prejudicial durante todo o ano. Além disso, o controle é

muitas vezes difícil e oneroso, exigindo assim, gastos consideráveis com

formicidas, equipamentos e mão-de-obra (LOECK; GRÜTZMACHER, 2001).

A experiência tem demonstrado que o comportamento das diferentes

espécies de formigas cortadeiras, em relação ao controle químico, está a exigir

maiores e mais profundos estudos, especialmente sobre a identificação correta

das espécies, sua relação edafoecológica e as melhores épocas para a adoção

dos diferentes métodos de controle.

As espécies de formigas cortadeiras que predominam nas regiões Sul e

Campanha do Estado do RS pertencem às espécies Acromyrmex heyeri e

Acromyrmex ambiguus representando respectivamente, 31,5% e 18,8% do total

dos formigueiros encontrados naquelas regiões. Outra espécie muito freqüente

nas regiões Sul e Campanha é Acromyrmex lundi que representa 27,8% e 18,3%,

respectivamente (LOECK; GRÜTZMACHER, 2001).

Cada espécie apresenta hábito de corte, nidificação e comportamento

diferente, o que exige métodos de controle diferenciados (GONÇALVES, 1945).

O estudo da distribuição geográfica do gênero Acromyrmex no Estado de

São Paulo trouxe grandes benefícios para os programas de manejo de culturas

e controle integrado de formigas cortadeiras (ANDRADE, 1991).

O hábito de corte e nidificação diferente de cada espécie exige métodos

de controle diferenciados, conforme relatado por Gonçalves (1945) o qual citou

que, embora as diferentes espécies de formigas cortadeiras possam ser

66

combatidas de maneira semelhante, estas têm hábitos próprios, constroem

formigueiros característicos, cortam plantas diversas e vivem em regiões

determinadas.

Objetivou-se verificar as espécies de formigas cortadeiras ocorrentes em

plantios de videira na Região da Campanha do Estado do Rio Grande do Sul e

sua relação com três tipos de solo e quatro variedades de uva.

5.2 Material e métodos

O trabalho foi realizado na Fortaleza do Seival, propriedade da vinícola

Miolo, localizado na BR 293, KM 149, no município de Candiota, Região da

Campanha do RS.

O trabalho foi realizado com as variedades, Cabernet Sauvignon,

Sauvignon Blanc, Tempranillo e Merlot. Para cada variedade foram utilizados

três blocos situados em locais e condição de solo diferenciado. Paralelamente,

foi realizado levantamento em áreas nativas com situação semelhante àquelas

onde se encontram estabelecidos os parreirais.

Realizou-se uma varredura nas áreas delimitadas e as espécies

encontradas foram devidamente colocadas em recipientes de vidro contendo

álcool 70%, catalogadas e levadas para posterior identificação no Laboratório

de Mirmecologia do Departamento de Fitossanidade da Universidade Federal

de Pelotas.

Após identificação baseada nas descrições originais e nas revisões

taxonômicas de Gonçalves (1961), Mayhè-Nunes (1991) e Loeck e

Grutzmacher (2001), os dados foram tabelados colocados no programa

Statistica® onde foram feitas análises e os dados comparados pelo teste de

Tukey 5%.

67

5.3 Resultados e Discussão

5.3.1 Relação solo-variedade e Acromyrmex ambiguus

A maior concentração de ninhos de A. ambiguus ocorreu no solo

Chernossolo com a variedade Tempranillo com 15 ninhos e Argissolo com

Sauvignon Blanc com 13 ninhos. A menor concentração ocorreu em Vertissolo

com Merlot, Chernossolo com Cabernet Sauvignon, Argissolo com Merlot e

Chernossolo com Sauvignon Blanc com 2, 2,1 e 1 ninho, respectivamente

(Tabela 8).

Tabela 8 - Relação solo- variedade e Acromyrmex ambiguus. Sauvignon

Blanc

Tempranillo Cabernet

Sauvignon

Merlot Campo

Nativo

Total

Vertissolo 6 4 4 2 7 23

Argissolo 13 5 15 1 4 38

Chernossolo 1 17 2 4 7 31

Total 20 26 21 7 18 92

Loeck e Grützmacher (2001) e Loeck et al,(2003) encontraram essa

espécie em pomares da região da Campanha correspondendo a 20,5% do total

amostrado, e a consideraram como uma das espécies mais frequentes.

Esteve mais presente na variedade Tempranillo totalizando 26 ninhos, e

no solo do tipo Argissolo onde foi a mais frequente com 38 ninhos.

5.3.2 Relação solo-variedade e Acromyrmex heyeri

Para espécie A. heyeri a combinação de solo e variedade em que mais

foram encontrados os ninhos foi na variedade Merlot em Vertissolo com 10

ninhos, seguido de campo nativo também em Vertissolo e Argissolo com 4

ninhos (Tabela9) que de acordo com Gusmão; Loeck (1999), Loeck;

Grützmacher (2001) é considerada a espécie predominante nas pastagens

nativas e cultivadas na região da Campanha. Juntamente com A. ambiguus foram

às espécies predominantes nessa região com plantios de videira.

Número de ninhos relacionando solo e variedade de uva.

68

Tabela 9 - Relação solo - variedade e Acromyrmex heyeri.

Sauvignon

Blanc

Tempranillo Cabernet

Sauvignon

Merlot Campo

nativo

Total

Vertissolo 2 0 3 10 4 19

Argissolo 1 1 1 4 4 11

Chernossolo 1 7 2 3 1 14

Total 4 8 8 17 9 44

Contudo ocorreu uma área sem a presença da espécie (variedade

Tempranillo com solo Vertissolo) e com apenas um ninho por área em

Sauvignon Blanc com Vertissolo e Argissolo, Tempranillo com Argissolo,

Cabernet Sauvignon com Argissolo e campo nativo em solo Chernossolo.

Foi possível verificar preferências por habitats, sendo que A. heyeri

prefere áreas com pastagens nativas e cultivadas e A. ambiguus por pomares e

por áreas com pastagens.

A maior ocorrência de A. heyeri foi na variedade Merlot totalizando 17

ninhos, e em solo vertissolo com 19 ninhos.

5.3.3 Relação solo-variedade e Acromyrmex lundi

A.lundi teve maior ocorrência no solo Argissolo com a variedade Cabernet

Sauvignon com 6 ninhos, sendo que não foi encontrado nenhum ninho em em

Argissolo com Tempranillo, Argissolo e Chernossolo com a variedade Merlot

(Tabela 10).

Tabela 10 - Relação solo - variedade e Acromyrmex lundi.

Sauvignon

Blanc

Tempranillo Cabernet

Sauvignon

Merlot Campo

Nativo

Total

Vertissolo 1 4 2 2 2 11

Argissolo 1 0 6 0 1 8

Chernossolo 0 7 3 0 2 12

Total 2 11 11 2 5 31

Número de ninhos relacionando solo e variedade de uva.

69

De acordo com Gusmão; Loeck (1999), a espécie A. lundi prefere áreas

com cultivos anuais e também pomares. Enquanto Loeck; Grützmacher (2001)

em levantamento para região da Campanha concluíram que essa espécie é a

terceira mais presente nos pomares.

O maior número de ninhos de A. lundi foi encontrado em Cabernet

Sauvignon e Tempranillo totalizando 11 ninhos cada, e foi mais freqüente no

solo Chernossolo com 19 ninhos.

5.3.4 Relação solo-variedade e Acromyrmex lobicornis

Foram encontrados apenas 6 ninhos, três no solo Argissolo com Merlot e

Sauvignon Blanc, dois no Ulha Negra com Tempranillo e um no Vertissolo com

Cabernet Sauvignon (Tabela 11).

No campo nativo não foi encontrado nenhum ninho dessa espécie.

Gusmão; Loeck (1999) não a encontraram em pomares dessa região e de

acordo com Loeck; Grützmacher (2001) é pouco frequente em pomares da

região campanha.

Tabela 11 - Relação solo - variedade e Acromyrmex lobicornis.

Sauvignon

Blanc

Tempranillo Cabernet

Sauvignon

Merlot Campo

Nativo

Total

Vertissolo 0 0 1 0 0 1

Argissolo 1 0 0 2 0 3

Chernossolo 0 2 0 0 0 2

Total 1 2 1 2 0 6

5.3.5 Relação solo-variedade e Acromyrmex striatus

Essa espécie é bastante comum em áreas com pouco manejo devido ao

seu hábito de nidificação, contudo foi encontrado apenas um ninho no solo

Vertisolo, na periferia da área cultivada com Cabernet Sauvignon. No entanto,

em campo nativo foi encontrada nos solos Argissolo e Chernossolo (Tabela

12), confirmando o observado por Loeck; Grützmacher (2001) que a

consideraram muito frequente em campos nativos.

Número de ninhos relacionando solo e variedade de uva.

Número de ninhos relacionando solo e variedade de uva.

70

Tabela 12 - Relação solo - variedade e Acromyrmex striatus.

Sauvignon

Blanc

Tempranillo Cabernet

Sauvignon

Merlot Campo Nativo Total

Vertissolo 0 0 1 0 0 1

Argissolo 0 0 0 0 1 1

Chernossolo 0 0 0 0 2 2

Total 0 0 1 0 3 4

5.3.6 Relação solo-variedade e Acromyrmex balzani

Encontrou-se apenas um ninho de A.balzani no solo Argissolo com a

variedade Sauvignon Blanc, sendo considerada acidental. Loeck; Grützmacher

(2001) a relataram como frequente na região da Campanha, em pastagem

nativa e cultivada, entretanto LOECK et al, (2003) também não a encontraram

em pomares daquela região. Da mesma forma, Krüger (2008) também não a

encontrou em plantios de eucalipto na região da campanha.

5.3.7 Relação solo-variedade e Acromyrmex laticeps

Foram encontrados dois ninhos de A.laticeps em solo Vertissolo com

Cabernet Sauvignon e 1 ninho no solo Argisslo com a varidade Sauvignon

Blanc. Nenhum exemplar ocorreu no solo Chernossolo (Tabela 14).

Tabela 13 - Relação solo - variedade e Acromyrmex laticeps.

Sauvignon

Blanc

Tempranillo Cabernet

Sauvignon

Merlot Campo

Nativo

Total

Vertissolo 0 0 2 0 0 2

Argissolo 1 0 0 0 0 1

Chernossolo 0 0 0 0 0 0

Total 1 0 2 0 0 3

Número de ninhos relacionando solo e variedade de uva.

Número de ninhos relacionando solo e variedade de uva.

71

Loeck; Grützmacher (2001) não encontraram nenhum ninho dessa

espécie em pomares na região da Campanha. Desta forma, este é o primeiro

relato de ocorrência dessa espécie em pomar naquela região.

5.3.8 Relação solo-variedade e Acromyrmex crassispinus

Neste trabalho encontraram-se apenas três ninhos, dois, no solo

Chernossolo cultivdo com Sauvignon Blanc e um no campo nativo (Tabela 15).

No entanto Loeck; Grützmacher (2001) relataram essa espécie como frequente

na região da Campanha, com grande presença em pomares, reflorestamentos,

matos nativos, pastagens nativas e cultivadas. Da mesma forma, Krüger (2008)

considerou essa espécie como muito frequente na região da campanha em

reflorestamentos de eucalipto.

Tabela 14 - Relação solo - variedade e Acromyrmex crassispinus.

Sauvignon

Blanc

Tempranillo Cabernet

Sauvignon

Merlot Campo

Nativo

Total

Vertissolo 0 0 0 0 1 1

Argissolo 0 0 0 0 0 0

Chernossolo 2 0 0 0 0 2

Total 2 0 0 0 1 3

Verificou-se que na variedade Cabernet Sauvignon a espécie de maior

ocorrência foi A.ambiguus com uma média de sete ninos por área (Tabela 16)

que diferiu signifcatiamente das demais cinco espécies encontradas na área,

cuja média para essa área foi de 7,0 ninhos.

Na variedade Merlot A. heyeri foi a espécie de maior ocorrência com

média de 2,33 ninhos por área de estudo.

A epécie mais encontrada na área cultivada com Sauvignon Blanc foi A.

ambiguus com uma média de 6,67 formigueiros por área. Da mesma forma, foi

mais frequente na variedade Tempranillo com 8,67 ninhos em média para área.

A relação espécie de formiga com variedades de uva e campo nativo

permitiu verificar que a densidade de formigueiros Acromyrmex ambiguus foi maior

Número de ninhos relacionando solo e variedade de uva.

72

nas variedades Cabernet Sauvignon, Sauvignon Blanc, Tempranillo e campo

nativo.

Tabela 15 - Relações das variedades com as espécies encontradas em pomares de videira no municipio de Candiota, RS,média de ninhos/ha.

Espécies formigas

Variedade

Cabernet Sauvignon

Merlot Sauvignon Blanc

Tempranilo Campo Nativo

Acromyrmex ambiguus 7,0±1,0Aa 2,33±0,58Bb 6,67±1,15Aa 8,67±1,15Aa 6,0±1,73Aa

Acromyrmex heyeri 2,0±1,0Bbc 5,33±0,58Aa 1,33±0,58Bb 2,6±1,53ABbc 3,0±1,0ABb

Acromyrmex lundi 3,33±0,58Ab 0,67±0,58Bbc 0,67±0,58Bbc 3,33±0,58Ab 1,67±0,58Bbc

Acromyrmex lobicornis 0,33±0,58Acd 0,67±1,15Abc 0,33±0,58Abcd 0,67±0,58Acd -

Acromyrmex striatus 0,33±0,58Acd - - - 1,0±1,00Abc

Acromyrmex balzani - - 0,33±0,58Abcd - -

Acromyrmex laticeps 0,67±0,58Ad - 0,33±1,5Abcd - -

Acromyrmex crassispinus - - 0,67±1,15Abc - 0,33±0,58Acd

A. heyeri foi encontrada com maior frequência na variedade Merlot. Essa é

uma espécie que tem preferência por monocotiledonias e de acordo com Loeck

e Grutzmacher (2001) é dominante em pastagens da Região da Campanha,

contudo foi encontrada carregando sementes de uva para o ninho.

A espécie A. lundi teve maior ocorrência nas variedades de uva Cabernet

Sauvignon e Tempranillo. Nas demais espécies A.lobicornis, A.striatus, A. balzani,

A.laticeps e A.crassispinus não diferiram em relação a sua presença nas diferentes

variedades de uva.

A espécie A. ambiguus foi a que mostrou melhor distribuição em relação

as variedades de uva e tipos de solo, mesmo demonstrando preferência pelos

solos Argissolo e Chernossolo (Tabela 17).

A. heyeri teve maior ocorrência no solo Vertissolo e Chernossolo, com

uma média de 4,2 e 2,6 ninhos há-1, enquanto A. lundi teve maior presença no

solo do tipo Vertissolo.

A. lobicornis e A. striatus, A.laticeps, A. crassispinus e A. balzani foram de

ocorrência apenas acidental o que não permitiu uma melhor análise sobre suas

preferências em relação as variedades e tipos de solo.

Médias seguidas por letras distintas, minúsculas na coluna e maiusculas na linha diferem

estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey (P≤0,05).

73

Tabela 16 - Relações dos solos com as espécies encontradas em pomares de videira no

municipio de Candiota, RS, média de ninhos/ha.

Espécies formigas Solos

Argissolo Vertissolo Chernossolo

Acromyrmex ambiguus 7,0 ±0,71Aa 4,8±1,48 Ba 5,8±0,84 Aba

Acromyrmex heyeri 1,75±1,30Bbc 4,2±1,10 Aab 2,6±0,89 ABb

Acromyrmex lundi 2,5±0,84 Bb 4,2±0,45Aab 2,6±0,89Bb

Acromyrmex lobicornis 0,6±0,89Ac 0,2±0,45Ac 0,4±0,89Ac

Acromyrmex striatus 0,2±0,45Ac 0,2±0,45Ac 0,4±0,89Ac

Acromyrmex balzani 0,2±0,45Ac - -

Acromyrmex laticeps 0,2±0,45Ac 0,4±0,89Ac -

Acromyrmex crassispinus - 0,20±0,45Ac 0,4±0,55Ac

5.4 Conclusões

1-A espécie de formiga predominante nos parrerais das variedades Cabernet

Sauvignon, Suvignon Blanc e Tempranillo é Acromyrmex ambiguus.

2-Na variedade Merlot a espécie predominante é Acromyrmex heyeri.

3-Acromyrmex ambiguus se estabele bem nos três tipos de solo: Argissolo,

Chernossolo e Vertissolo.

4-Acromyrmex heyeri e Acromyrmex lundi preferem o tipo de solo Vertissolo.

5- A alteração do agroecossitema pela introdução da cultura da videira modifica

a predominância das espécies de formigas.

Médias seguidas por letras distintas, minúsculas na coluna e maiusculas na linha diferem

estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey (P≤0,05).

74

6. Discussão geral

Nas cinco áreas de estudo, correspondendo a quatro variedades de uva e

campo nativo foram encontradas oito espécies de formigas cortadeiras, todas

pertencentes ao gênero Acromyrmex: A balzani; A. heyeri; A. lundi; A. lobicornis; A.

crassispinus; A. ambiguus A. laticeps; e A. striatus. Loeck e Grützmacher (2001) em

levantamento sobre a ocorrência de formigas cortadeiras nas principais regiões

agropecuárias do Estado do RS relatam a ocorrência de nove espécies na

região Sul do estado. Os autores observaram ainda a ocorrência de Acromyrmex

coronatus, Acromyrmex laticeps e Atta sexdens piriventris.

Juruena & Cachapuz (1980) citam a ocorrência de A. hispidus, A. rugosus, e

A. subterraneus no Estado do Rio Grande do Sul, porém, nas regiões estudadas

estas espécies não foram encontradas, o que leva a supor que não ocorram

nessa região.

Mayhé-Nunes & Diehl-Fleig (1994) citam para o RS a espécie A. niger, no

entanto não mencionaram o local da coleta.

Gusmão e Loeck (1999) estudaram a distribuição geográfica das

formigas cortadeiras na região Sul do RS, e verificaram que Acromyrmex heyeri,

Acromyrmex lundi, Acromyrmex ambiguus foram as espécies predominantes. Esses

dados foram comprovados por Loeck e Grützmacher (2001) quando estudaram

a ocorrência de formigas cortadeiras nas principais regiões agropecuárias do

RS e por Krüger (2008) quando estudou a ocorrência de formigas cortadeiras

em plantios de eucalipto nas regiões Sul e Campanha do RS, o que também

confirmou-se nos pomares de videira na mesma região.

Observou-se a preferência de A. heyeri pela variedade de videira Merlot,

entretanto para as demais variedades estudadas e para campo nativo a

preferência foi de A. ambiguus.

Em relação aos tipos de solo, A. ambiguus se estabeleceu bem nos três

tipos de solo, enquanto A. heyeri e A. lundi se estabeleceram melhor no solo do

tipo Vertissolo.

75

Foi constatada a presença de apenas um ninho da espécie A. balzani que é

considerada de ocorrência acidental, pouco frequente e rara para a região, de

acordo Loeck; Grützmacher (2001)

Devido as roçadas mecânicas realizadas nas entre linhas, a cada 10 dias

e o controle químico realizado a cada quatro meses, a maioria dos ninhos

encontram-se estabelecidos junto a linha de plantio, na base das plantas,

assim como próximo a mourões.

Foi considerada baixa a frequencia da espécie A. striatus, isso pode ter

ocorrido devido ao tipo de solo da região considerado argiloso, e estudos como

de Rocha e Fleig (1995) que fêmeas recém fecundadas de A. striatus preferem

solo arenoso em comparação ao solo argiloso.

O mesmo ocorreu com A. heyeri que costuma construir formigueiros de

monte cobertos de terra ou apenas de palha. Segundo Diehl-Fleig e Droste

(1992), A. heyeri constrói suas colônias preferencialmente junto a alguma

estrutura, fato que foi comprovado no estudo, pois a maioria dos ninhos

estavam localizados perto de rabichos, plantas de videira e em mourões de

sustentação do parreiral.

A alteração do agroecossitema pela introdução da cultura da videira

modificou a predominância das espécies de formigas. Contudo as variedades

de uva e o tipo de solo interferem na predominância das espécies.

76

Conclusões gerais

1- Na Fazenda Fortaleza do Seival no munípio de Candiota Região da

Campanha do Rio Grande do Sul em área plantada com existem oito espécies

de formigas cortadeiras pertencentes ao gênero Acromyrmex (A. heyeri, A.

ambiguus, A. lundi, A. crassispinus, A. balzani, A. laticeps, A. lobicornis e A. striatus);

2- A. ambiguus é a espécie mais frequente no pomar de videira Campanha;

3- O plantio de videira na Região da Campanha é favorável ao estabelecimento

de A. ambiguus;

4- Em área cultivada com a variedade de videira Merlot A. heyeri. é

predominante;

5- A. heyeri, A. ambiguus, A. lundi são as espécies predominantes em plantios de

videira na região da Camapanha.

77

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