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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CAMPUS DE PATOS AVALIAÇÃO SOCIOAMBIENTAL E MICROBIOLÓGICA DO RIO PIANCÓ, POMBAL PARAÍBA EULINA KELLY GUILHERME LACERDA Patos Paraíba 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

CAMPUS DE PATOS

AVALIAÇÃO SOCIOAMBIENTAL E MICROBIOLÓGICA DO RIO PIANCÓ,

POMBAL – PARAÍBA

EULINA KELLY GUILHERME LACERDA

Patos – Paraíba

2015

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EULINA KELLY GUILHERME LACERDA

AVALIAÇÃO SOCIOAMBIENTAL E MICROBIOLÓGICA DO RIO PIANCÓ,

POMBAL – PARAÍBA

Monografia, apresentada ao Curso de

Licenciatura Plena em Ciências Biológicas

da Universidade Federal de Campina

Grande, Campus de Patos, Paraíba, para

obtenção do Grau de Licenciado em

Ciências Biológicas.

Orientador: Prof. Dr. Edevaldo Silva

Patos – Paraíba

2015

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO CSTR

L131a

Lacerda, Eulina Kelly Guilherme

Avaliação socioambiental e microbiológica no rio Piancó, Pombal - PB/

Eulina Kelly Guilherme Lacerda. – Patos, 2015.

33f.: il. color.

Trabalho de Conclusão de Curso (Ciências Biológicas) – Universidade

Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, 2015.

“Orientação: Prof. Dr. Edevaldo Silva”

Referências.

1. Consumo humano. 2. Recurso hídrico. 3. Coliformes. 4. Contaminação

fecal. 5. Efluentes. 6. Educação Socioambiental. I. Título.

CDU 504:37

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pelo dom da vida, e pela força para superar todas

as dificuldades.

Ao professor Edevaldo da Silva, pela orientação, confiança e empenho dedicado na

elaboração deste trabalho.

Aos meus pais, pelo incentivo e apoio incondicional.

Ao Biólogo Ednaldo José, do Laboratório de Microbiologia do Hospital Universitário,

pela confiança e apoio.

A professora Rosália pela colaboração.

Ao professor Veneziano pelas contribuições dadas a este trabalho.

E a todos os amigos, que de forma direta ou indiretamente fizeram parte da minha

formação.

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“A verdadeira coragem é ir atrás de seus

sonhos mesmo quando todos dizem que ele é

impossível”.

Cora Coralina

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RESUMO

O Rio Piancó, na sua porção Oeste do Estado da Paraíba, no município de Pombal,

recebe efluentes que tem causado a sua contaminação. Este trabalho objetivou

analisar aspectos socioambientais da comunidade ribeirinha sobre a água e o uso

do Rio Piancó e avaliar a qualidade microbiológica deste Rio. A avaliação

socioambiental foi realizada por meio da aplicação de um questionário

socioambiental constituído por 15 perguntas, aplicado a uma população em 30

residências. A qualidade microbiológica foi verificada em quatro pontos do Rio, em

cinco coletas bimestrais ao longo do ano (20 amostras no total), para análises do

Número Mais Provável (NMP), de Coliformes Termotolerantes (CT) e Fecais (CF) e

identificação da Escherichia coli. O Rio é utilizado pelos moradores ribeirinhos,

principalmente, para o consumo doméstico, para a recreação primária e à pesca.

Não há nenhum cuidado preventivo para usos recreacionais ao utilizarem a água

inadequada. Os resultados reportaram presença de coliformes: fecais (>240 a

>1.100/100 mL), total (>93 a >1.100 /100 mL) e altas concentrações de Escherichia

coli (>898 a >2.095 UFC /100 mL) em todos os pontos amostrais. A atual situação

do Rio Piancó, na porção em que margeia a cidade de Pombal é crítica,

ultrapassando todos os limites da legislação brasileira vigente quanto à potabilidade

e balneabilidade da água do Rio.

Palavras-chave: Consumo humano. Recurso hídrico. Coliformes. Contaminação

fecal. Efluentes. Educação Socioambiental.

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ABSTRACT

The River Piancó in the municipality of Pombal on the western stretch of the state of

Paraíba, Brazil, receives contaminated effluents. Current assay evaluates the

microbiological quality of the River and analyzes the social-environmental aspects of

the riverine community with regard to the water and its use of the River. This work

aimed to evaluate the the social-environmental evaluation was carried out by means

the application of a social-environmental questionnaire constituted of 15 questions,

applied to a population of 30 residences. The microbiological quality was verified in

four points of the River, in five bi-monthly collections throughout the year (total of 20

samples), for analysis of Most Probable Number (MPN) , Total (TC) and Fecal (FC)

coliforms and identification of the Escherichia coli. The River is used by the riverside

people, mainly, for domestic consumption, primary recreation and fishing. There is no

preventive care when used for recreational purposes, as they make use of the

inadequate water. The results reported the presence: of fecal coliforms (>240 to

>1.100/100 mL), total coliforms (>93 to >1.100 /100 mL) and high concentrations of

E. coli (>898 to >2.095 UFC /100 mL) in all the sample points. The current situation

of the Piancó River, in the portion that surrounds the municipality of Pombal is

critical, exceeding all the limits of the current Brazilian legislation regarding the

potability and balneability of River water.

Keywords: Human consumption. Hydric resource. Coliforms. Fecal contamination.

Effluents. Socio-environmental Education.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1

2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 3

2.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 3

2.2 Objetivos Específicos......................................................................................... 3

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................ 4

3.1 Distribuição, Importância e Utilização da Água .................................................. 4

3.2 Contaminação e Qualidade da Água ................................................................. 5

3.3 Aspectos Legais da Água para Consumo Humano ........................................... 8

3.4 Aspectos Socioambientais da Água ................................................................ 10

3.5 Aspectos Microbiológicos da Água .............................................................. 12

3.5.1 Coliformes Fecais .................................................................................. 13

3.5.2 Coliformes Termotolerantes .................................................................. 14

4 METODOLOGIA ................................................................................................ 15

4.2 Amostragem e Coleta ................................................................................... 15

4.3 Avaliação Socioambiental ............................................................................ 16

4.4 Determinação de Parâmetros Microbiológicos ............................................. 16

4.4.1 Coliformes Fecais e Termotolerantes .................................................... 16

4.4.2 Provas bioquímicas ............................................................................... 17

5 RESULTADOS ................................................................................................... 18

5.1 Avaliação Socioambiental ............................................................................ 18

5.2 Análise Microbiológica .................................................................................. 20

6 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 24

6.1 Avaliação Socioambiental ................................................................................ 24

6.2 Análise Microbiológica ..................................................................................... 25

7 CONCLUSÕES .................................................................................................. 27

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 28

APÊNDICE A ............................................................................................................. 33

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1 INTRODUÇÃO

Um dos maiores problemas enfrentados pela população no século XXI, está

relacionado à falta de água. As reservas de água existentes se tornam a única

solução para combater fins catastróficos da humanidade e na maioria dos casos não

recebem o monitoramento correto. De tal modo, são mencionados valores que

constatam a qualidade da água através de parâmetros físicos, químicos e biológicos.

Sendo uma prática essencial para monitorar e regular a qualidade da água ao

decorrer do tempo, verificando como este recurso hídrico está sendo afetado por

determinados fatores (PINHEIRO et al., 2014).

O crescimento populacional e a sua desequilibrada distribuição

proporcionaram um aumento no despejo de poluentes domésticos e

consequentemente industriais, tendo forte impacto sobre o meio ambiente, causando

a veiculação de doenças, aumento da temperatura e poluição generalizada com

mudanças trágicas aos ecossistemas (COSTA et al., 2006).

Atualmente podemos observar o mau uso das águas, provenientes do

desperdício e do despejo de dejetos, provocando sua escassez e diminuindo a sua

qualidade para o consumo humano.

Os despejos de efluentes domésticos não tratados podem contaminar a água

por material fecal, tornando-a um grande veículo de doenças patogênicas. A análise

de monitoramento periódico da presença de microorganismos indicadores de

contaminação Fecal ainda não tem sido realizada em diversas regiões pluviais do

Brasil, especialmente, aquelas com potencial para o consumo humano e para a

balneabilidade.

Para isso, tornam-se viáveis estratégias de controle da qualidade da água,

utilizando-se de avaliações que comprovem a presença de microorganismos

indicadores de contaminação fecal.

Alguns microorganismos se enquadram em todos os requisitos, destacando-

se as bactérias do grupo coliforme, sendo a E. coli o gênero dominante raramente

encontrada em locais com ausência de poluição, sendo esta considerada um

indicador ideal para contaminação fecal (CETESB, 2007).

A ineficiência de um tratamento de água adequado e de um monitoramento

regular pode evidenciar vários problemas na população, como disenteria, cólera,

ancilostomose e ascaridíase (SANTOS; MOHR, 2013).

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A necessidade de atender a toda população urbana e rural fica ainda mais

complexa em regiões áridas e semiáridas, onde as condições se aliam as

inadequações dos sistemas de abastecimento precário que muitas vezes é

inexistente, e a problemas com o descaso provocado aos recursos hídricos

(GUEDES; RIBEIRO; VIEIRA, 2014).

O homem é o ser que mais interfere no meio ambiente, transformando-o e o

alterando de forma negativa, a crise ambiental atual instituída nas civilizações é a

percepção gerada pelo homem diante do ambiente e dos recursos naturais (BALIM;

MOTA; SILVA, 2014).

Essas transformações geradas pela interação do homem com o ambiente,

permitiram o crescimento ano após ano da população e o aumento da expectativa

de vida, sendo este crescimento proporcionado pela disponibilidade e uso excessivo

dos recursos naturais (GALVÃO et al., 2014) , provocando o esgotamento e a

poluição principalmente dos recursos hídricos.

Nesse contexto, o Rio Piancó, em sua porção que margeia a cidade de

Pombal, Paraíba, apesar de ser utilizado para as diversas necessidades da

população, para a pecuária (na dessedentação dos animais), irrigação (plantações

de muitas comunidades que vivem próximo a suas margens), recreação primária (da

população), pesca amadora e como fonte de captação de água para consumo

humano, tem recebido efluentes domésticos não tratados e outros poluentes, sendo

evidente o acúmulo de resíduos sólidos em suas margens, sendo possível encontrar

dejetos de animais e humanos.

Visando a enorme importância do referido trabalho, que analisará o recurso

hídrico citado, comprovando e determinando-o como adequado ou inadequado para

a sua distinta demanda.

Diante deste problema o objetivo do trabalho foi analisar aspectos

socioambientais da comunidade ribeirinha sobre a água e o uso deste Rio e avaliar a

qualidade microbiológica do Rio Piancó, Paraíba.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Este trabalho objetivou analisar aspectos socioambientais da comunidade ribeirinha

sobre a água e o uso do Rio Piancó e avaliar a qualidade microbiológica do Rio

Piancó, Paraíba.

2.2 Objetivos Específicos

Conhecer a percepção da comunidade ribeirinha a cerca de problemas

envolvendo sociedade e meio ambiente por meio de um diagnóstico

ambiental;

Determinar os principais usos do Rio Piancó por essa comunidade ribeirinha;

Identificar os principais problemas ambientais relacionados à deterioração do

Rio Piancó;

Analisar a qualidade microbiológica da água por meio da pesquisa de:

Coliformes Termotolerantes (CT), Coliformes Fecais (CF) e a identificação da

E. coli;

Inferir sobre a relação entre a qualidade do recurso hídrico do Rio Piancó e

sua demanda.

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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 Distribuição, Importância e Utilização da Água

A água constitui um dos bens primordiais da humanidade, sendo utilizada

para diversos fins, é a fonte fundamental para que a população obtenha de diversas

formas o seu alimento. A falta de acesso a uma água de boa qualidade não

beneficia a vida digna ao ser humano, sendo este recurso indispensável para os

seres vivos do planeta.

O nosso corpo é composto por cerca de 60% de água. Ela é fundamental

para o desenvolvimento de diversas funções fisiológicas, atuando na regulação

térmica, auxiliando no transporte de matérias orgânicas e renovando tecidos e

fluídos no corpo humano, como: o sangue, sucos gástricos e saliva (MARTINS,

2011).

A sociedade reconhece a sua importância e o seu valor para a manutenção

da vida, mas, o ser humano continua a gerar intervenções no curso natural das

águas (MARTINS, 2011), além de causar contaminações das águas por meio de

atividades antrópicas poluentes.

A distribuição da água doce no planeta é desigual, estando em abundância

em algumas regiões, enquanto, em outras a escassez reflete na precariedade

disponível a população. Mesmo nos lugares em que a água é abundante,

presenciamos todos os dias inúmeros exemplos de utilização inadequada da água,

que é propiciada pela própria população.

Ao ter acesso a uma fonte que creem ser inesgotável, a população

desperdiça, sem ao menos medir à magnitude das consequências. A utilização

inadequada da água trará uma série de riscos à saúde humana, por ser distribuída

em péssima qualidade servirá de veículo para agentes patogênicos (CARVALHO,

2014).

Em todo o país encontramos problemas graves relacionados a questões

sociais, sendo a água um dos mais significativos. Os problemas vão desde a

precariedade do saneamento básico em algumas regiões e em outros locais os

problemas relacionam-se ao desperdício desenfreado da população. Levando assim

a sociedade a enfrentar problemas com contaminações orgânicas e químicas, sendo

mediadas por um manejo inadequado da água (AUGUSTO et al., 2012).

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A água é um recurso natural que é explorado de forma não sustentável pela

sociedade humana, gerando problemas que diminuem a sua qualidade, ocasionando

uma escassez futura (BUZELLI; CUNHA-SANTINO, 2013).

A sua escassez é uma das primeiras consequências a ser retornada a

população. A água será encontrada em ampla abundância, mas, somente no

aspecto impróprio para consumo humano. A má qualidade físico-química e/ou

microbiológica da água pode causar problemas graves de saúde pública.

Mesmo sendo um dos principais recursos que trazem benefícios à saúde

humana e a sua sobrevivência, ela também é um dos principais meios que

disseminam agentes patogênicos a população. Por este motivo a legislação

determina que sempre ao haver o uso da água devem ser analisados e controlados

os limites de impurezas que ela poderá conter e, quando a água estiver em seu

limite máximo de agentes que avaliam a sua impureza é exigido o tratamento rápido

e adequado e só assim ser utilizada para o consumo (BARROS; SOUZA; SOUZA,

2011).

É essencial que a água seja distribuída de forma adequada e sustentável,

para que os seus aspectos tanto quantitativos e qualitativos possam ser assim

preservados, permitindo a sua distribuição mantendo a potabilidade (R. NETO et al.,

2013).

3.2 Contaminação e Qualidade da Água

A qualidade da água é um fator de extrema importância que deve ser sempre

priorizado, necessitando que todas as soluções cabíveis sejam realizadas, para que

esteja sempre em condições favoráveis para o consumo. Mas, o grande aumento da

população urbana ocasionou o acúmulo de dejetos como o lixo doméstico, que são

assim despejados nos rios ou em açudes, originando circunstâncias para sua

contaminação.

Todo o cuidado deve ser estabelecido para que a qualidade da água

permaneça intacta, não havendo este controle, a população exposta a condições

precárias de saneamento básico estará em risco de contrair doenças (ALMEIDA;

MORAES; ALVIM, 2014).

As regiões de clima seco e com precipitações pluviométricas anuais baixas,

são as que mais enfrentam problemas relacionados à qualidade da água, por não

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possuírem diferentes fontes de captação para o abastecimento da população, há a

necessidade da implantação de fontes alternativas para a complementação do

abastecimento nos períodos mais secos do ano.

Estima-se que 20% da população mundial é exposta a situações precárias,

não tendo acesso a uma água de boa qualidade, considerada potável, e 50% possui

um sistema de saneamento básico inadequado (ALVES, 2006).

Por não haver um monitoramento periódico e a falta de informação para com

a população que irá utilizá-la sem nenhum tratamento preventivo, favorece a

propagação de doenças por veiculação hídrica (CAVALCANTE, 2014).

A potabilidade da água é sempre mais difícil de manter em locais onde não há

investimentos para serem utilizados no saneamento básico, a população

desinformada e por vezes até informada acaba que contaminando a própria fonte de

água que é utilizada para o seu abastecimento. Hoje em dia, mesmo com todas as

formas de conscientização humana a população ainda continua com as mesmas

atividades errôneas que afetam a qualidade dos rios (SILVA, 2011).

A água contaminada pelo manejo inadequado do lixo doméstico e do uso

exacerbado sem controle torna-se mais significativa em regiões que dependem de

fontes alternativas que estão sujeitas a contaminações, 30% da população recebe

água tratada e o restante 70% da população depende de fontes inadequadas para o

consumo humano (ALMEIDA; MORAES; ALVIM, 2014).

Inúmeros fatores podem comprometer a qualidade da água, tal como o

escoamento urbano, rural (BUZELLI; CUNHA-SANTINO, 2013) e industrial,

chegando aos rios. Outro fator seria a deposição de resíduos sólidos e a

modernização da agricultura, com a utilização de inúmeros fertilizantes (SILVA et al.,

2013) que são lixiviados e carreados para os rios e outras fontes de água.

Toda a técnica que é atribuída a minimizar a contaminação das águas

trazendo a sua potabilidade, eventualmente trará benefícios inigualáveis às

comunidades. Por ter vínculo com o repasse de patógenos, o tratamento da água

precisa ser sempre um dos primeiros projetos de saneamento básico a serem

regularmente analisados e ministrados pelas autoridades responsáveis (ALMEIDA;

MORAES; ALVIM, 2014).

A água considerada de boa qualidade para o consumo humano deve estar

isenta de qualquer contaminação e estar de acordo com as normas estabelecidas

pela legislação que irá considerá-la como potável. Aquela que não estiver em boa

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qualidade para consumo, estando contaminada, necessita ser tratada para que

possa novamente ser reutilizada, retomando a sua qualidade (CARVALHO, 2014).

É necessário que haja políticas públicas mais eficientes para dá o suporte

necessário e específico a cada situação encontrada, principalmente na zona rural

que na maioria das vezes a assepsia não é realizada e nem há um ciclo de

informações periódicas a população. De tal modo, é necessário um monitoramento

para que as fontes de abastecimento sejam preservadas, protegendo sua qualidade.

Vários estudos reportam o risco em que a população é exposta e como a

cada dia aumenta as chances de contaminações, a população está exposta às

fontes alternativas em seus próprios domicílios, e a falta de monitoramento muitas

vezes inexistente aumenta esta exposição. Na maioria dos casos os problemas

relacionados à potabilidade da água encontram-se nas residências, onde a água é

coletada sem nenhum tratamento prévio, muitas vezes utilizado para abastecimento

não estando em condições adequadas para o consumo (SILVA et al., 2009).

A ausência de fiscalização frequente nos rios, açudes ou em fontes

alternativas que abastecem as comunidades e por não haver um controle no

consumo desta água, a população acaba adquirindo doenças provenientes da

utilização da água exposta a contaminações. Estima-se que em 1,7 bilhões de casos

de doenças diarreicas, 4 milhões de crianças menores de 5 anos morrem de diarréia

todo ano (CARVALHO, 2014).

Em qualquer país, a qualidade de vida da população deve-se a eficiência e

qualidade do saneamento básico. Pois, este setor possui impacto direto sobre a

saúde pública, o meio ambiente e a economia de um país (SILVA et al., 2013).

A água permitida ao consumo humano precisa estar fora de todos os

aspectos desfavoráveis que estão relacionados à má qualidade e as falhas no

funcionamento dos projetos de saneamento básico. Devem estar dentro dos

parâmetros que a identificam como potável, para só assim ser repassada a

população.

Mas, em algumas regiões que possuem um saneamento básico inadequado e

onde as precipitações pluviométricas anuais são escassas, acabam sendo um dos

alvos mais atingidos.

Todos esses problemas gerados estando relacionados à água poderia ser

solucionado com um simples pensamento ecossistêmico e generalizado, que

modificaria todas as dificuldades existentes na sociedade. Onde as ações

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governamentais estivessem relacionadas diretamente com a água, apoiando todas

as causas e firmando um compromisso com a sustentabilidade (AUGUSTO et al.,

2012).

Apesar da necessidade de monitoramento da qualidade dos recursos hídricos

para o consumo humano, ações de conservação e avaliação da qualidade dos

recursos hídricos ainda são rudimentares. As águas são recolhidas em espaços

inadequados e próximos a fontes contaminantes, como esgotos, indústrias e áreas

de pastagem e agricultura, onde são lançados fertilizantes (AMARAL et al., 2003).

3.3 Aspectos Legais da Água para Consumo Humano

De acordo com a Resolução n° 357 do CONAMA, a qualidade de água deve

estar enquadrada dentro dos inúmeros parâmetros quando submetida à análise,

sendo periodicamente monitorada pelo Poder Público (BRASIL, 2005).

A água considerada potável é aquela utilizada para o consumo humano, onde

os parâmetros físicos, químicos e microbiológicos precisam estar dentro dos padrões

instituídos para potabilidade, não oferecendo nenhum risco a saúde humana (SILVA;

ARAUJO, 2003).

A Resolução nº 20/86 do CONAMA classifica os corpos de água em três tipos,

em águas doces, águas salinas e em águas salobras. Para esta divisão são

adotadas as seguintes definições: águas doces possuirão salinidade igual ou inferior

a 0,50 ‰; águas salobras terão salinidade incluída entre 0,50 ‰ e 30 ‰; e águas

salinas terão salinidade igual ou superior a 30 ‰ (BRASIL, 1986).

De acordo com o Art. 4º as águas doces são classificadas em quatro classes,

aquelas que serão destinadas ao consumo humano, à proteção das comunidades

aquáticas, a recreação de contato primário e a irrigação de hortaliças, permanecerão

assim enquadradas na classe I.

Na classe II, é adicionado o destino da água á aquicultura e a atividade de

pesca. Na classe III, a água será destinada ao consumo humano, a irrigação de

culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras, também é destinada a pesca, a

recreação de contato secundário e a dessedentação dos animais. E aquelas

designadas à navegação e a harmonia paisagística, estarão enquadradas na classe

IV (BRASIL, 1986).

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De acordo com o Art. 14 da Resolução n° 357 do CONAMA, as classes das

águas doces deverão apresentar as seguintes condições e padrões: Classe I, a não

verificação de efeito tóxico crônico a organismos evidenciado pela realização de

ensaio ecotoxicológico, estar virtualmente ausente materiais flutuantes, inclusive

espumas, óleos e graxas, substâncias que modifiquem o gosto e odor, corantes

provenientes de fontes antrópicas, resíduos sólidos, para os demais usos não

deverá ser excedido um limite de 200 coliformes termotolerantes por 100 mililitros

em 80% ou mais, de pelo menos 6 amostras coletadas em um período de um ano,

apresentar 40 unidade nefelométrica de turbidez e pH de 6,0 a 9,0 (BRASIL, 2005).

Para as águas de classe II terão as mesmas exigências previstas para a

classe I, com exceção de: não são permitidos corantes de fontes antrópicas que não

sejam removíveis por processo de coagulação, sedimentação e filtração; para uso

de recreação de contato primário deverá ser obedecido a Resolução CONAMA nº

274, de 2.000. Para os demais usos não deverá exceder o limite de 1.000 coliformes

termotolerantes por 100 mililitros em 80%, apresentar cor verdade até 75 mg Pt/ L;

turbidez até 100 UNT (BRASIL, 2005).

Para as águas de Classe III, não poderá haver verificação de efeito tóxico

agudo a organismos, está virtualmente ausentes materiais flutuantes, espumas não

naturais, óleos e graxas, substâncias que comuniquem gosto ou odor, corantes

provenientes de fontes antrópicas que não sejam removíveis por diversos

processos, resíduos sólidos, para recreação de contato secundário não devera ser

excedido um limite de 2.500 coliformes termotolerantes por 100 mililitros em 80%,

para dessedentação dos animais não deverá ser excedido o limite de 1.000

coliformes termotolerantes por 100 mililitros em 80% (BRASIL, 2005).

Para os demais usos não deverá exceder um limite de 4.000 coliformes

termotolerantes por 100 mililitros em 80%, apresentar turbidez até 100 UNT, cor

verdadeira até 75 mg Pt/ L, pH de 6,0 a 9,0 (BRASIL, 2005).

Para as águas doces enquadradas na classe IV deverão estar virtualmente

ausentes materiais flutuantes e espumas não naturais, odor e aspecto não

objetáveis, óleos e graxas toleram-se irisdescências, não apresentar substâncias

facilmente sedimentáveis que contribuam para o assoreamento de canais de

navegação e pH DE 6,0 a 9,0 (BRASIL, 2005).

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3.4 Aspectos Socioambientais da Água

A relação que há entre o homem e a natureza ocasionaram ao longo dos

anos diversos impactos ambientais (SILVA; SOUZA, 2013). O homem desestabiliza

o equilíbrio da natureza, decorrente do aumento populacional, por não utilizar de

forma sustentável os recursos naturais e com o consumo desenfreado pela

necessidade individual de bem-estar (GOMES et al., 2012).

O aumento da ocupação urbana gera agravos nos recursos naturais, aumenta

o despejo de lixo e esgoto doméstico, danificando a qualidade da água, reduzindo a

quantidade de água adequada para distribuição (SILVA; PORTO, 2002).

A água pode ser utilizada para inúmeras atividades pelo homem, como na

alimentação, na higiene pessoal, de domicílios e de comércios, nas indústrias para a

produção de energia, na agricultura, na irrigação das plantações, na dessedentação

do gado, na pesca, e no lazer da população, dentre estes, o uso urbano consome o

equivalente a 50% da vazão de água (VARGAS, 1999).

Outro consumo prejudicial encontra-se nas indústrias, sendo o consumo

mundial equivalente a 25%, sendo todas as atividades exercidas poluidoras do meio

ambiente (WEBER; CYBIS; BEAL, 2010).

O uso das águas nas indústrias, na agricultura e nos domicílios, tem efeito

direto com a poluição dos recursos hídricos, sendo o uso urbano o motivo principal

para esta poluição, devido à excessiva deposição de efluentes nos rios (VARGAS,

1999).

Na agricultura os adubos químicos e fertilizantes que são utilizados de forma

inadequada contribuem para a poluição dos rios (VARGAS, 1999). Sendo esta

poluição agravada com as atividades relacionadas ao desmatamento das matas

ciliares, pela degradação do solo, e com o despejo de resíduos orgânicos e

inorgânicos nos rios (GONÇALVES et al., 2005).

Os recursos hídricos podem ser contaminados por diversos fatores, por

acúmulo de detritos, por esgotos domésticos, por atividades industriais que

danificam não só as águas, mas, os solos, e o ar, esta poluição altera a qualidade da

água e traz malefícios aos organismos ali viventes (SILVA; SOUZA, 2013).

Toda deterioração gerada ao meio ambiente tem como principal aliado o

comportamento humano diante os recursos naturais (VERDUGO 2003). Toda ação

inadequada é refletida na diminuição das chuvas, e na qualidade dos recursos

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hídricos disponíveis, gerando uma carência de recursos naturais adequados para o

consumo da população (JOVENTINO et al., 2010).

As principais causas da deterioração dos recursos hídricos são provenientes

de esgotos domésticos e de dejetos humanos. Esses efluentes são compostos de

substâncias tóxicas, que iram degradar o ambiente aquático, dentre eles estão os

pesticidas, os metais pesados e os produtos descartados das indústrias (MORAES;

JORDÃO, 2002).

A preocupação é maior com os ambientes aquáticos que são destinados ao

abastecimento da população, para o consumo, para a irrigação, para os peixes e

plantas aquáticas, controlar este desgaste dos recursos hídricos evita a

disseminação de problemas que venham a danificar a sua qualidade, colaborando

para o seu total aproveitamento e para o seu múltiplo uso (GONÇALVES et al.,

2015).

A conservação é uma solução emergencial para os problemas existentes

com a escassez de água, com o consumo e o seu desperdício excessivo, e pela sua

poluição. A conservação é definida como toda ação que tenta minimizar os efeitos

da extração desregrada da água, e que esta ação possa promover um controle

sustentável e o uso eficaz, sendo assim, possível o seu reuso, prevenindo qualquer

contaminação (WEBER; CYBIS; BEAL, 2010).

Há a necessidade de se impor e de ter a plena consciência de que modificar

os atos e de adotar uma nova forma de pensamento e de desenvolvimento

sustentável é fundamental para tentar diminuir o esgotamento e a degradação dos

recursos naturais (SILVA; SOUZA, 2013).

O benefício e o uso da água não podem estar situados apenas no que ela nos

oferece e o que fazemos deste recurso, precisa estar centralizada no conhecimento

de que é um recurso pertencente a um grande sistema, e a um ciclo que está sujeito

a intervenções do homem (BACCI; PATACA, 2008).

A água deve ser sempre analisada como um recurso finito e fundamental aos

homens, necessitando cada vez mais de um manejo adequado que a impossibilite

de contaminações e que não a torne escassa, também sendo necessários

programas de educação ambiental para qualificar e estimular a população a estar

integrada nas gestões de conservação do ambiente aquático (MAROTTA; SANTOS;

PRAST, 2008).

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12

3.5 Aspectos Microbiológicos da Água

A presença de inúmeros contaminantes na água como as fezes, além de

contaminá-la a torna um depósito de patógenos que com facilidade transmite

doenças, tornando-se um veículo de doenças a população.

Situações semelhantes são cometidas por tentativas irresponsáveis de se

evitar a falta de água, moradores procuram soluções alternativas que sejam rápidas,

que possam suprir em pouco tempo a falta de água na zona rural e na zona urbana.

Ao invés de adotarem medidas preventivas que minimizem reduzindo as

perdas e aperfeiçoando os sistemas, perfuram novos poços alternativos para tentar

solucionar de forma prática e rápida o problema (SILVA et al., 2013).

Este método está sendo um dos principais motivos de contaminações

provenientes de locais inadequados para a obtenção de água. Ao invés de se tornar

um projeto que solucione o problema de milhares de comunidades, tornou-se um

risco que transporta doenças a população de forma simples.

A ingestão de água em condições inadequadas, contendo altas

concentrações de coliformes é descrita em muitos estudos epidemiológicos, onde

aumentam os riscos de contrair inúmeras doenças gastrointestinais, como a cólera,

amebíase, diarréia, febre tifoide e salmonelose (SCAPIN; ROSSI; ORO, 2012).

Os grupos dos coliformes caracterizam-se como bacilos Gram negativos, de

oxidase negativa, e os que são fermentadores da lactose, com produção de gás a

35° C em 48h, sendo formado pelos gêneros Citrobacter, Enterobacter, Klebsiella e

Escherichia (SILVA et al.,2013).

A contaminação por Coliformes Fecais e Termotolerantes é um dos mais

preocupantes aspectos de poluição das águas, que está associado a doenças. Por

isso, o grupo dos coliformes tem sido utilizado como indicador da ausência ou a

precariedade de saneamento básico que se encontra uma determinada região. De

acordo com o Ministério da Saúde, em uma quantidade de 100 mL de água devem

estar ausentes as bactérias do grupo coliformes (SILVA et al.,2014).

O motivo da elevação da porcentagem das doenças que afetam os humanos

que podem levar a morte está associado à qualidade da água e de saneamento,

onde os mais afetados da sociedade serão os mais pobres e crianças com idade

inferior a 5 anos (SILVA et al., 2013).

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13

3.5.1 Coliformes Fecais

A avaliação das águas para caracterização da sua potabilidade envolve a

determinação da presença e concentração de substâncias que podem ser nocivas à

saúde humana, baseando-se em amostras em pontos específicos para a

identificação de poluentes, sendo analisados os parâmetros físicos, químicos e

biológicos (BOLMANN; EDWIGES, 2008).

Dentre os patógenos disseminados pela água, os mais encontrados são os

entéricos. O grupo dos coliformes é um ótimo indicador da presença desses

enteropatógenos (contaminação fecal), sendo a E. coli um dos mais conhecidos e

empregados como um parâmetro bacteriológico de monitoramento da qualidade da

água utilizada para o consumo humano.

Ao haver um número significativo de ocorrências de fontes alternativas

utilizadas no abastecimento contaminadas por Coliformes Fecais e Termotolerantes,

a saúde pública desta população acumula implicações grandiosas que confirmam a

importância de se ter um controle no monitoramento regular adequado para

promover a qualidade de água a ser fornecida a população (PERDOMO et al.,

2013).

As variáveis que compõem a composição dos Coliformes Fecais e de tantos

outros aspectos são provenientes de resíduos orgânicos que são lançados nos rios

urbanos, essa concentração nos corpos hídricos é proporcional a outros despejos,

como esgoto doméstico, o lixo hospitalar, dejetos de animais e de humanos, os rios

em determinados casos são utilizados como lixões abandonados, onde todo o

material descartado é depositado pela própria população em fontes de

abastecimento (BOLMANN; EDWIGES, 2008).

Em áreas rurais o despejo de dejetos de animais acentua a elevação de

Coliformes Fecais em comparação a áreas sem dejetos. O escoamento superficial e

a lixiviação de áreas onde há residências aumentam o despejo de fossas,

principalmente nos períodos chuvosos, estando, entre um dos principais aspectos

que são responsáveis pela elevação do número de coliformes nos corpos hídricos

(BARROS; SOUZA; SOUZA, 2011).

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14

3.5.2 Coliformes Termotolerantes

No grupo dos Coliformes Termotolerantes podemos observar uma variedade

de bactérias associadas a este grupo, entre elas podemos destacar a E. coli. Outras

bactérias como as dos gêneros Citrobacter, Enterobacter podem ser identificadas

pelos métodos laboratoriais. Os Coliformes Termotolerantes podem ser encontrados

em diversos ambientes, podendo estar dispersos no solo, em vegetais (CARVALHO;

SOUZA, 2014), nos esgotos e em águas naturais.

A sua presença nos fornecimentos de água armazenada pode identificar a

sua proliferação em um provável biofilme formado por meio de contaminação na

entrada de material externo, incluindo o solo e as plantas (SCORSAFAVA et al.,

2011).

Coliformes Termotolerantes é outro parâmetro utilizado para identificação e

comprovação da qualidade da água, sendo indicador das condições higiênicas e

sanitárias de uma determinada área (MÂNICA; KUO, 2011).

Eles são considerados bacilos Gram-negativo, aeróbios ou anaeróbios

facultativos, não formadores de esporos, de oxidase negativa, que são capazes de

produzir ácido na presença de sais biliares e de agentes tensoativos que fermentam

a lactose. O valor estimado para Coliformes Termotolerantes de acordo com a

Resolução CONAMA n° 357/05 as águas que são destinadas ao contato primário

deverão estar entre os limites máximos que é de 5.000 Coliformes Termotolerantes

(BRASIL, 2005).

São também conhecidos como bactérias ambientais, onde cuja elevação

mantém relação com a biodegradação da matéria orgânica, como folhas e galhos

(SILVA et al., 2013).

Ao ser identificado esta contaminação no ponto utilizado para o consumo

ressalta na importância de ações remediadoras para a melhoria estrutural do

abastecimento de água. Onde o simples cuidado em tampar os reservatórios, já

reduz significativamente o numero de Coliformes Termotolerantes (CAVALCANTE,

2014).

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4 METODOLOGIA

4.1 Área de Estudo

O estudo foi desenvolvido na Bacia Hidrográfica do Rio Piancó (Figura 01), na

porção que margeia a área urbana do município de Pombal, Oeste do Estado da

Paraíba, o trecho possui área de 888,8 km². O município de Pombal possui cerca de

32.684 habitantes e está inserido na unidade geoambiental da Depressão Sertaneja,

representando a paisagem típica do semiárido (IBGE, 2014).

Segundo Ferreira et al., (2014) a Bacia Hidrográfica do Rio Piancó está

localizada nos territórios dos estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba, com

área total de drenagem de 43.681,50 km², sendo 26.183,00 km² na região Paraíba

(FERREIRA et al., 2014).

Figura 01 – Mapa de localização dos pontos de coleta (P1 a P4) de amostras de água do Rio Piancó.

Fonte: Os autores adaptado do Google maps.

4.2 Amostragem e Coleta

As amostras foram coletadas em quatro pontos (P1 a P4) localizados no Rio

Piancó em sua extensão que margeia a área urbana do município de Pombal (Figura

1).

As coletas foram realizadas segundo a Resolução CONAMA (nº 357 de

2005), com 5 coletas em intervalos bimestrais, ao longo de um ano totalizando 20

amostras.

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As amostras foram coletadas a uma distância de 3 metros da margem do Rio

e a 30 cm de profundidade da água superficial, em frascos de vidro devidamente

esterilizados com capacidade para 500 mL.

Após a coleta as amostras foram acondicionadas em caixa isotérmica, sendo

conduzidas após o término ao Laboratório de Microbiologia do Hospital Veterinário

da UFCG/CSTR para análises microbiológicas.

4.3 Avaliação Socioambiental

A pesquisa ambiental foi baseada em um diagnóstico ambiental com a

aplicação de um questionário estruturado, que foi aplicado para moradores que

residem próximo às margens do Rio Piancó.

A população amostral foi estimada segundo Rocha (1997), sendo assim,

definida a visita em 30 residências, e entrevistado um morador em cada uma delas.

A entrevista foi realizada no conjunto habitacional Janduir Carneiro situado próximo

ao trecho utilizado para a avaliação microbiológica.

Todas as questões foram relacionadas ao consumo e as atitudes

socioambientais dos moradores quanto ao uso dos recursos hídricos, do Rio Piancó.

O questionário aplicado foi constituído por 15 perguntas, sendo 10 delas

estruturadas segundo a escala de Likert (Apêndice A), com cinco níveis de

respostas (discorda completamente: nível 1 a concorda completamente: nível 5).

Além dessas perguntas, houve as variáveis de classificação (sexo, idade,

escolaridade).

O questionário foi validado quanto a sua confiabilidade utilizando o teste de

alfa de Cronbach, utilizando o software SPSS 20.0. O alfa de Cronbach encontrado

foi igual a 0,76, o que define essas perguntas como satisfatórias quanto a sua

consistência e confiabilidade. Os demais dados coletados foram analisados por meio

da estatística descritiva utilizando o software Microsoft Excel 2013.

4.4 Determinação de Parâmetros Microbiológicos

4.4.1 Coliformes Fecais e Termotolerantes

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As análises microbiológicas de Coliformes Fecais e Termotolerantes, foram

realizadas pelo método do NMP segundo Hitchins et al., (1992). De cada amostra

inicial foi retirado 1,0 mL e adicionado em tubos de Durham invertido contendo 9,0

mL de Citrato de Sódio, sendo obtida a diluição 10ˉ¹, desta diluição 1,0 mL é retirado

e repassado para os demais tubos obtendo as diluições de: 10ˉ², 10ˉ³, 10ˉ⁴, 10ˉ⁵,

10ˉ⁶, 10ˉ⁷, 10ˉ⁸,10ˉ⁹. Para as análises de coliformes foram selecionadas as diluições

ímpares.

Para o teste presuntivo de coliformes utilizou-se o Caldo Lauril Sulfato

Triptose (LST) (estufa 35ºC/ 48h) e para os testes confirmativos utilizou-se o Caldo

Bile Verde Brilhante (CBVB) para Coliformes Termotolerantes (estufa 35ºC/48h) e o

Caldo EC (Caldo Escherichia coli) para Coliformes Fecais (Banho Maria 45ºC/24h).

Os tubos considerados positivos foram aqueles com produção de gás a 35°C.

As amostras positivas no meio EC foram repassadas para placas de Petri

contendo Meio Ágar EMB (Eosina Azul de Metileno), reservadas em estufa a 35ºC.

Após 24h realizou-se a contagem das Unidades Formadoras de Colônia (UFC), pelo

método do NMP, havendo o crescimento característico de E. coli, colônias com

centro negro com halo metálico verde brilhante. Para a identificação da E. coli

amostras das colônias foram inoculadas no PCA (Plate Count Ágar) e em seguida

repassadas para os testes bioquímicos.

4.4.2 Provas bioquímicas

A identificação Bioquímica da E. coli foi realizada pelos testes de Citrato,

Vermelho de Metila e Voges-Proskauer (VM-VP) e Triptona. Para a caracterização

da bactéria, os resultados aceitos para o Citrato foram os tubos com resultado

negativo.

Ao teste Triptona foi adicionado o Reativo de Kovack’s, os tubos que

apresentaram um anel vermelho foram considerados positivos. Para o teste VM

(Vermelho de Metila), utilizou-se o reagente Vermelho de Metila, havendo formação

de um anel vermelho, considerado positivo.

Para Voges Proskauer (VP) foram adicionados os reagentes alfa-nafitol 5%

Hidróxido de Potássio (KOH) 40%, sendo considerados os resultados negativos com

produção de um anel amarelo.

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5 RESULTADOS

5.1 Avaliação Socioambiental

Dentre os entrevistados, 73,3% (n = 22) foram do gênero feminino e 26,7% (n

= 8) do masculino. A maioria deles (83,3%, n = 25) possui grau de escolaridade até

o ensino fundamental incompleto.

A maior parte deles (76,7%, n = 23) afirmou que a água do Rio não é

adequada para consumo. Somente 10,0% (n = 3) deles consomem água

engarrafada, entretanto, a maioria 76,7% (n = 23) declarou sempre consumir a água

da torneira, tratada pela empresa de água da cidade.

Essa água é tratada por filtro de barro nas residências de 36,7% (n = 11) dos

entrevistados. Apesar de 80,0% (n = 24) terem afirmado que a água utilizada nos

domicílios é tratada pela empresa de água da cidade (CAGEPA), apenas 36,7% (n =

11) declararam a água como de boa qualidade para o consumo. Além disso, a

maioria 86,7% (n = 26) diz se preocupar com a qualidade da água que recebe.

Apesar de 80,0% (n = 24) declararem que tem consciência de que também é

responsável pela poluição do Rio, apenas 40,0% (n = 12) sensibiliza o próximo sobre

a preservação do ambiente aquático. O Rio ainda é uma importante fonte de renda

para 46,7% (n = 14) dos entrevistados.

Mesmo estando evidentes as consequências que são trazidas pela água

contaminada, 36,7% (n = 11) desconhece as consequências que a poluição do Rio

pode trazer. Porém, 60,0% (n = 18) acreditam que os efluentes domésticos vão

diretamente para o Rio, agravando a situação.

A maioria 93,3% (n = 28) alegou que o Rio poluído pode trazer efeitos

negativos, principalmente para a saúde, como a veiculação de doenças. Destes, a

menor parte, 33,3% (n = 10) tem conhecimento de doenças que podem ser

transmitidas pelo uso da água inadequada (Tabela 3).

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Tabela 03 – Dados socioambientais dos moradores do bairro Janduir

Carneiro, Pombal - PB.

Item

Dis

co

rdo

co

mp

leta

men

te

ou

em

pa

rte

Nem

co

nco

rdo

ne

m d

iscord

o

Con

co

rdo

co

mp

leta

men

te

ou

em

pa

rte

Usa água engarrafada 66,7 6,7 26,7

Água da torneira sem tratamento 80,0 3,3 16,7

Água da torneira tratada pela CAGEPA 0,0 3,3 96,7

Água que consumo é boa 16,7 6,7 76,7

Confio na qualidade da água 53,3 10,0 36,7

Preocupo-me com a qualidade da água 10,0 0,0 90,0

Sou responsável pela poluição do Rio 6,7 0,0 93,3

Sensibilizo sobre a preservação do Rio 43,3 6,7 50,0

Importante fonte de renda 33,3 0,0 66,7

Conheço as consequências da poluição 36,7 0,0 63,4

Rio poluído traz efeitos negativos 3,3 3,3 93,3

Sei sobre doenças veiculadas pela

água 36,7 3,3 60,0

Sei sobre resíduos despejados no Rio 50,0 3,3 46,6

Consumo peixes pescados no Rio 43,4 10,0 46,7

Fonte: Os autores, 2015.

Dos que possuem conhecimento sobre as doenças que podem ser

transmitidas 69,2% (n = 9), citaram a diarréia como uma das mais comuns (Figura

2A).

A metade 50,0% (n = 15) dos entrevistados desconhecem os resíduos que

são despejados no Rio. Além do mais, 36,7% (n = 11) consome peixes pescados no

Rio, sem que haja o conhecimento ou a informação de que esse consumo possa

implicar riscos a saúde.

Todos os entrevistados utilizam a água da torneira para as atividades

domésticas e para o consumo, onde 60,0% (n = 18) não utilizam filtro, ou qualquer

outro tipo de tratamento. E entre outros usos mais frequentes estão à recreação

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(banho de rio) por 60,0% (n = 18), a agricultura 13,3% (n = 4), a pesca natural 20,0%

(n = 6), e lavagem de roupa 3,3% (n = 1; Figura 2B).

Figura 02 – Gráficos com a frequência de doenças veiculadas pela

água (A) e uso da água (B) do Rio Piancó.

Fonte: Os autores, 2015.

5.2 Análise Microbiológica

Os resultados das analises microbiológicas para Coliformes Fecais e

Termotolerantes estão descritos na Tabela 01.

Em todas as amostras foram encontradas contaminações por Coliformes

Termotolerantes e Fecais, sendo identificada a presença da E. coli em todas as

amostras coletadas. As maiores contaminações foram encontradas na terceira e

quarta coleta amostral com valores maiores que >1.100 NMP.

45,0

20,0

15,0 15,0

5,0 0

10

20

30

40

50

Diarréia Dengue Cólera Viroses Ameba

Fre

quência

(%

) A

33,7 33,7

20,2

6,7 4,5 0

10

20

30

40

Cozinhar ebeber

TomarBanho

Recreação Pescanatural

Agricultura

Fre

quência

(%

)

B

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Tabela 01 - Número mais provável (NMP) de Coliformes Fecais e Termotolerantes

/100 mL, e os padrões para as Resoluções nº 274/00, n° 54/00 e n° 20/86, da água

do Rio Piancó, Pombal-PB.

Coleta Local

Coliformes CONAMA

nº 274*

CONAMA

nº 54

CONAMA Nº 20

Fecal Termoto

lerantes

Classe

I

Classe

II

Classe

III

1

P1 240 240 E Não Não Sim Sim

P2 240 93 E Não Não Sim Sim

P3 240 240 E Não Não Sim Sim

P4 240 460 E Não Não Sim Sim

2

P1 240 240 E Não Não Sim Sim

P2 240 240 E Não Não Sim Sim

P3 240 240 E Não Não Sim Sim

P4 240 240 E Não Não Sim Sim

3

P1 23 240 E Não Não Sim Sim

P2 240 > 1.100 E Não Não Sim Sim

P3 240 > 1.100 E Não Não Sim Sim

P4 240 240 E Não Não Sim Sim

4

P1 > 1.100 > 1.100 I Não Não Não Sim

P2 240 240 E Não Não Sim Sim

P3 240 240 E Não Não Sim Sim

P4 240 240 E Não Não Sim Sim

5

P1 240 240 E Não Não Sim Sim

P2 240 240 E Não Não Sim Sim

P3 240 240 E Não Não Sim Sim

P4 240 240 E Não Não Sim Sim

E: Excelente; I: Imprópria. Não: desacordo ou inadequada; Sim: em acordo ou

adequada. * Apenas para Coliformes Fecais. Fonte: Os autores, 2015.

Quanto à balneabilidade do Rio, de acordo com a Resolução n° 274 do

CONAMA (29/11/2000), 100,0% (n = 20) das amostras foram consideradas

impróprias, por se enquadrarem apenas nos valores exigidos para Coliformes Fecais

(250NMP/100 mL), mas, apresentaram valores excedentes para E. coli, (800

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UFC/100 mL) não contemplando aos limites exigidos pela legislação para águas

próprias (Tabela 01).

As águas doces são classificadas em cinco classes, de acordo com a

Resolução n° 20 do CONAMA, (18/06/1986), classe especial e classes 1, 2, 3, 4, de

acordo com a sua qualidade e o seu destino.

As amostras excederam aos limites estabelecidos para as águas de Classe I,

na qual não deverá ser excedido um limite de 200 Coliformes Fecais por 100 mL,

sendo aquela que é destinada ao abastecimento doméstico, a proteção das

comunidades aquáticas, a recreação de contato primário, irrigação de hortaliças e a

aquicultura.

Figura 03 - Pontos de coleta (P1 a P4) de amostras de água do Rio Piancó.

Fonte: Os autores, 2015.

Estavam adequadas paras as águas de Classe II e Classe III, são

respectivamente destinadas ao abastecimento doméstico após tratamento

convencional, à recreação de contato primário, irrigação de hortaliças e culturas

arbóreas, aquicultura, e a dessedentação dos animais (Figura 03).

Foi observado para os resultados de E. coli uma grande variabilidade entre os

pontos e o tempo de coleta, com valores de >898 UFC/100mL (P3) a > 2.095

UFC/100mL (P1), (Tabela 2).

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23

Tabela 02 – Contagem de número mais provável E. coli.

Local Coleta

1 2 3 4 5

P1 > 922 > 1.615 > 1.090 > 2.095 > 1.193

P2 > 1.181 > 1.432 > 1.665 > 1.303 > 1.210

P3 > 1.090 > 898 > 1.351 > 1.056 > 1.448

P4 > 1.014 > 1.394 > 1.340 > 1.220 > 1.950

Fonte: Os autores, 2015.

Dessa maneira, segundo a Resolução n° 274 e 54 do CONAMA (BRASIL,

2000), todas as amostras estavam impróprias para balneabilidade, sendo excedido

um limite de 800 UFC/100 mL.

Os parâmetros microbiológicos analisados reportaram que as águas do Rio

Piancó no perímetro urbano, não se adequam as conformidades de potabilidade, ou

seja, estão impróprias para o consumo humano.

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6 DISCUSSÃO

6.1 Avaliação Socioambiental

A avaliação socioambiental permitiu avaliar o conhecimento da população

sobre questões relacionadas à água do Rio Piancó. Observou-se que os moradores

percebem o impacto que o ambiente aquático sofreu ao longo dos anos na região.

A maioria deles se preocupa com a qualidade da água do Rio, mas,

desconhece as consequências geradas pela poluição, e as doenças que podem ser

transmitidas por água contaminada.

Apenas em 11 domicílios visitados utilizam o filtro como um tratamento prévio

para a água recebida em suas residências, mesmo sendo tratada pela CAGEPA a

maioria não declarou a água que consome de boa qualidade.

Em pesquisa similar Visser et al., (2011), avaliaram a relação do tratamento

de água para beber e cozinhar e verificaram que dos 191 domicílios visitados, 49,8%

(n = 146) não realizavam nenhum tratamento e o uso de filtro é utilizado por apenas

7,1% (n = 21) domicílios.

Em estudo realizado por Silva et al. (2013), cerca de 36,3% dos domicílios

visitados, a água consumida não possue nenhum tratamento antes da sua utilização,

apenas 14,6% utilizou algum tipo de tratamento.

Scapin, Rossi e Oro, (2012), verificou que a maioria da população

entrevistada em sua pesquisa não utilizava o filtro e outras formas de tratamento,

como ferver a água antes do uso.

As questões ambientais servem como um despertar para a população que

contribuem de forma consciente ou inconsciente para a poluição dos rios, as

avaliações sensibilizam a população para que adotem medidas que preservem os

recursos hídricos a fim de modificar a atual situação (ABREU et al., 2012).

Dos domicílios visitados no conjunto Janduir Carneiro 80,0% (n = 24) dos

entrevistados afirmam ter consciência de que contribuem para a poluição do Rio.

Relatos semelhantes são abordados nos estudos de Souza et al., (2014),

onde era evidente a má utilização do Rio Almada, no Sul da Bahia, nos pontos de

coleta para as análises o Rio era utilizado para diversas atividades domésticas,

como a lavagem de materiais e o descarte de alimentos nas margens do Rio.

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6.2 Análise Microbiológica

De acordo com a Resolução nº 54 do CONAMA (15/07/2000), em 100,0% (n

= 20) das amostras coletadas ao longo do período nos quatro pontos, apresentaram

valores para Coliformes Fecais insatisfatórios. Não sendo permitida a presença

destes microorganismos em 100 mL.

Resultado similar foi reportado por Vieira et al., (2013), nos pontos de coleta

no Rio Bonzinho, Roraima, valores encontrados para Coliformes Fecais estiveram

entre 400 e 700 NMP/100 mL, não se adequando aos valores expostos pelo

Ministério da Saúde, não sendo permitido a presença destes microorganismos em

100 mL.

Para os Coliformes Termotolerantes, as amostras foram consideradas

inadequadas de acordo com a Resolução n° 54 do CONAMA (15/06/2000), na qual é

permitido estar em apenas uma amostra, não excedendo o limite de < 1,1 NMP, ou a

sua ausência.

Em estudos realizados por Scapin; Rossi; Oro, (2012), das 298 amostras

avaliadas em diversas propriedades da região do extremo Oeste de Santa Catarina,

Paraná, 64,1% (n = 191) delas estavam impróprias para o consumo humano,

contendo Coliformes Termotolerantes.

Pesquisa sobre a qualidade microbiológica da água destinada ao

abastecimento público em Pelotas, Rio Grande do Sul, também reportaram

resultados positivos em todas as amostras, com valores de 170 a 7.900 NMP/ 100

mL para Coliformes Termotolerantes (PEIL; KUSS; GONÇALVES, 2015).

Os Rios que atravessam perímetros urbanos são aqueles que recebem uma

maior carga de contaminantes, com despejo de lixo e esgoto doméstico,

comprometendo a qualidade, com a facilidade de contaminação por coliformes e por

outros contaminantes (SILVA et al., 2014).

Todas as amostras analisadas no Rio Piancó foram positivas para E. coli, com

valores máximos até >2.095 UFC/100 mL. A água do Rio Piancó foi classificada

como imprópria, onde todas as amostras excederam o limite de 800 UFC/100 mL,

não atendendo aos critérios exigidos pela Resolução n° 274 do CONAMA

(29/11/2000), para águas próprias.

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Em estudo realizado por Scalize et al., (2014), nos 27 poços rasos e nos

respectivos pontos de consumo, em 100% das amostras coletadas evidenciaram a

presença de E. coli.

A Resolução nº 54 do CONAMA (15/06/2000), expressa que as águas

naturais não devem apresentar riscos a saúde do consumidor, estando isenta de

microorganismos patogênicos, como a E. coli. Os valores expostos foram em sua

totalidade, superiores ao padrão aceitável para consumo humano.

Pela legislação, as águas naturais destinadas ao consumo humano estando

presente a E. coli, são preocupantes, por provocar casos simples de gastroenterite

(diarreias) até casos mais graves (SILVA et al., 2013).

A água é um fator determinante para o desenvolvimento econômico e social

de uma cidade, a sua quantidade e a qualidade são itens fundamentais que podem

determinar o crescimento de uma população. Cada um deles é de grande

importância e fonte de renda para muitos, como a comercialização de peixes,

verduras, frutas, para o abastecimento público e industrial, para o esporte, e para o

lazer (OLIVEIRA et al., 2012).

É necessário ter boas práticas de conservação para que se possa preservar

a qualidade das águas, sendo necessária a redução das ocupações das áreas que

margeiam o Rio. Para isso é fundamental ter um pensamento ecologicamente

correto e de saneamento adequado em cada região. Pois, é necessário preservar e

conservar este recurso natural finito (SILVA et al., 2014).

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7 CONCLUSÕES

O Rio Piancó, nos pontos amostrais investigados, não se encontra em

conformidade com as legislações brasileiras quanto a sua qualidade microbiológica

estando impróprias para o contato primário em todos os pontos observados.

Em todos os pontos analisados há a contaminação por Coliformes Fecal e

Termotolerantes, e a presença elevada de microorganismos patogênicos,

especificamente a E. coli.

Os moradores percebem o efeito dos impactos antrópicos no Rio. A

população está insatisfeita com a qualidade da água recebida em seus domicílios e

não há ações de preservação advindas da população.

Em quase todos os domicílios os entrevistados afirmaram contribuir de forma

consciente para a poluição do Rio Piancó, mesmo sendo perceptível a inadequação

da água os moradores fazem o uso desta água para as diversas necessidades.

Medidas de recuperação e monitoramento da qualidade microbiológica do Rio

Piancó devem ser emergentes. Entretanto, percebe-se que a comunidade necessita

de igual atenção quanto a sua sensibilização socioambiental para preservação

desse ambiente aquático, além da necessidade de informação e de esclarecimentos

sobre as consequências da ingestão de água estando em má qualidade.

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APÊNDICE A

QUESTIONÁRIO

Endereço da casa: Sexo: ( ) F ( ) M

Entrevistado: Idade:

Há quantos anos mora nesse bairro: Escolaridade:

Sobre a família: Quantos são? Idade? Gênero e escolaridade? (No verso).

Para cada afirmação abaixo, considere: 1 – Descordo completamente; 2 – Descordo em parte; 3 – Nem concordo nem discordo; 4 – Concordo em parte; 5 – Concordo completamente.

Uso sempre água engarrafada para beber em casa. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5

Eu me preocupo com a qualidade da água do rio. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5

Eu também sou responsável pela poluição do rio. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5

Eu sensibilizo pessoas sobre a preservação do rio. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5

O rio é uma importante fonte de renda para mim. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5

Eu conheço as consequências da poluição do rio. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5

O rio poluído pode trazer efeitos negativas para mim. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5

Eu sei sobre doenças veiculadas pela a água. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5

Se a pergunta anterior for positiva, quais doenças? Verso.

Eu sei sobre os resíduos despejados no rio. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5

Sempre consumo peixes pescados no rio. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5

Quais usos você (e família) faz da água do rio?

( ) Agricultura. Qual? ( ) Recreação (banho de rio).

( ) Pecuária. Qual? ( ) Pesca natural

( ) Consumo (cozinhar e beber) ( ) Pesca/Piscicultura

( ) Consumo (banho em casa - chuveiro) ( )Outras. Qual?

Você acha que a água do rio é boa para consumo? Você consome água da torneira? Se sim, indicar tem algum tratamento ou se usa filtro de água. Seu efluente (esgoto) vão diretamente para o rio? Assinatura do entrevistado: ____________________________________________