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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA FLORESTAL CAMPUS DE PATOS - PB CRESCIMENTO E ACÚMULO DE BIOMASSA DE PLANTAS DE NIM INDIANO (Azadirachta indica A. Juss) MANTIDAS SOB SALINIDADE FRANCISCO JOSÉ DA SILVA PATOS PB SETEMBRO DE 2014

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO … · Os solos que sofrem alterações oriundas da salinidade são classificados em Salinos-quando ocorre uma maior elevação dos sais

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA FLORESTAL

CAMPUS DE PATOS - PB

CRESCIMENTO E ACÚMULO DE BIOMASSA DE PLANTAS DE NIM INDIANO

(Azadirachta indica A. Juss) MANTIDAS SOB SALINIDADE

FRANCISCO JOSÉ DA SILVA

PATOS – PB

SETEMBRO DE 2014

1

FRANCISCO JOSÉ DA SILVA

CRESCIMENTO E ACÚMULO DE BIOMASSA DE PLANTAS DE NIM INDIANO

(Azadirachta indica A. Juss) MANTIDAS SOB SALINIDADE

Monografia apresentada à Universidade

Federal de Campina Grande, Unidade

Acadêmica de Engenharia Florestal, como

parte das exigências para obtenção do

Grau de Engenheiro Florestal.

Orientador: Prof. Dr. Antonio Lucineudo de Oliveira Freire

PATOS – PB

2014

2

FRANCISCO JOSÉ DA SILVA

CRESCIMENTO E ACÚMULO DE BIOMASSA DE PLANTAS DE NIM INDIANO

(Azadirachta indica A. Juss) MANTIDAS SOB SALINIDADE

Monografia apresentada à Universidade

Federal de Campina Grande, Unidade

Acadêmica de Engenharia Florestal, como

parte das exigências para obtenção do

Grau de Engenheiro Florestal.

APROVADO EM ___/____/____

Prof. Dr. ANTONIO LUCINEUDO DE OLIVEIRA FREIRE (UAEF/UFCG)

Orientador

Profª. Dra. IVONETE ALVES BAKKE (UAEF/UFCG)

1a Examinadora

Profª. M.Sc. ALANA CANDEIA DE MELO (UAEF/UFCG)

2ª Examinadora

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Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por me dar

coragem, força e fé para chegar a essa conquista; a meus pais

Antônio Inácio e Maria Ferreira, pela educação e formação que

recebi durante toda minha vida; aos meus irmãos, Sônia,

Sandra, Roberto, Fatima, Ricardo, Robson, Helena e, em

especial, a Soneide, por sempre apoiarem e acreditarem nos

meus objetivos.

4

AGRADECIMENTOS

A Thammyres Emanuelle que por muito tempo esteve do meu lado, pelo

incentivo, amizade, orando e torcendo para que esse dia chegasse;

Ao meu orientador, professor e amigo, Dr. Antonio Lucineudo de Oliveira

Freire, que me guiou durante a graduação, por todas as oportunidades de

aprendizado, por possibilitar um ambiente de trabalho amigável e descontraído e

pela orientação durante a execução desta monografia;

Aos membros da Banca Examinadora Profª. Dra. Ivonete Alves Bakke e Profª.

M.Sc. Alana Candeia de Melo, por serem grandes responsáveis para a realização

desse sonho, por me apoiarem e me encorajar durante esse longo tempo, por

aceitarem o convite para fazer parte da avaliação deste trabalho;

Aos professores que contribuíram integralmente para a minha formação

profissional e pessoal;

À Profª. Dra. Maria do Carmo (Carminha), pela amizade e por todos os

ensinamentos passados durante o curso;

Um agradecimento especial para os amigos da Universidade: Hidelgardo

Alecrim, Andrei, Isaias, Felipe, Amanda Costa, Joab, Roberto, Cesar Henrique,

Rosangela, Marilia, Alcienia, Jessica Leitão, Raphael, Adriel, Mathaus, Fabio

(Animal) e ao meu grande amigo e assessor Itallo Harlan (Tochi);

Aos meus cunhados, Ricardo e Websther pela força e amizade;

As minhas sobrinhas Alice Maria e Mariane;

Aos comandantes do Pelotão de São Miguel-RN, que proporcionaram a

minha volta à vida acadêmica, aos amigos da PM, em especial ao Sd. PM. Josival;

Enfim, a todos aqueles que por um momento compartilharam alegrias e

tristezas em toda essa minha trajetória, os meus sinceros agradecimentos!!!

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Silva, Francisco José da. Crescimento e acúmulo de biomassa de plantas de nim indiano (Azadirachta indica A. Juss) mantidas sob salinidade – PB. 2014.. Monografia (Graduação) Curso de Engenharia Florestal. CSTR/UFCG, Patos – PB, 2014. p33

RESUMO

A salinidade pode afetar o crescimento das plantas devido a efeitos osmóticos e à toxidez do acúmulo de sais no protoplasma celular. No entanto, a resposta das plantas a essa condição adversa dependerá da espécie vegetal, assim como do nível de salinidade empregado. Esta pesquisa teve como objetivo avaliar o comportamento de nim indiano (Azadirachta indica A. Juss) sob diferentes níveis de salinidade na solução nutritiva. As plantas cresceram em vasos de Leonard, confeccionados com garrafas plásticas tipo ‘Pet’, contendo areia lavada como substrato. Foi empregada solução nutritiva de Hoagland e Arnon, ½ da concentração original, adicionando-se 25, 50 e 75 e 100 mM de NaCl. O tratamento controle constou da ausência de sal no meio. Os tratamentos foram dispostos em delineamento experimental inteiramente casualizado, com quatro repetições e duas plantas por repetição. Após trinta dias de tratamento salino, observou-se que a salinidade afetou negativamente as plantas de nim indiano, reduzindo o seu crescimento. Dentre os parâmetros de crescimento analisados, a área foliar foi a mais afetada pela salinidade. Palavras-chave: Estresse salino. Massa seca. Espécie arbórea. Espécie exótica.

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Silva, Francisco José da. Growth and biomass accumulation of plants Indian Nin (Azadirachta indica a. Juss) maintained under salinity - PB 2014. Monograph (Graduation) Foresty Engineering course. CSTR/UFCG, Patos-PB, 2014. P33

ABSTRACT

The salinity can affect plant growth due to osmotic effects and toxicity of salts

accumulation in cell protoplasm. However, plant responses to this adverse condition

will depend on species, as well as the salinity level used. This research aimed to

evaluate Indian Nin (Azadirachta indica a. Juss) behavior under different salinity

levels in nutrient solution. Plants grown in Leonard´s pot made from plastic bottles

type ' Pet ', containing washed sand as substrate. Hoagland and Arnon nutrient

solution were used, half of original concentrations, adding 25, 50, 75 and 100 mM

NaCl. The control treatment consisted in the absence of salt in the solution.

Treatments were arranged in randomized experimental design with four replications

with two plants each. Thirty days after salt treatment, it was observe that salinity

negatively affected Indian Neem plants, reducing its growth. Among all growth

variables analyzed, leaf area was the most affected by salinity.

Keywords: Saline Stress. Dry mass. Arboreal species. Exotic species.

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SUMÁRIO

1INTRODUÇÃO...........................................................................................................8

2 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................10

2.1 A REGIÃO SEMIÁRIDA E A SALINIDADE DO SOLO.........................................10

2.2 EFEITOS DA SALINIDADE NA PLANTA.............................................................12

2.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE A ESPÉCIE EM ESTUDO......................................13

3. MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................16

3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS...............................................................................16

3.2 CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO.......................................................................17

3.3 CARACTERÍSTICAS AVALIADAS.......................................................................18

3.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA......................................................................................19

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................................20

5 CONCLUSÕES.......................................................................................................27

REFERÊNCIAS..........................................................................................................28

8

1 INTRODUÇÃO

No Brasil, e mais especialmente na região semiárida, a salinidade a cada dia

vem se tornando um problema mais comum, detectado principalmente, em áreas de

irrigação e em solos que apresentam alto teor de sódio causando alterações físicas

e químicas no mesmo.

A presença excessiva de sais no solo pode trazer severos danos ou perdas

às mais diversas culturas agrícolas, afetando o crescimento dos vegetais.

A salinidade pode ocorrer no solo devido a altas taxas de evaporação,

decorrentes das altas temperaturas e presença de solos com baixo teor de

nutrientes e com pouca capacidade de drenagem.

É necessário um prévio conhecimento acerca de espécies a serem escolhidas

para projetos de revegetação de uma área com problemas de salinidade ou

exploração econômica esperando que as mesmas tenham maior tolerância e

adaptação a solos com salinidade e que consigam se desenvolver e produzirem.

O comportamento das espécies em relação à salinidade é variado, pois

algumas toleram níveis muito baixos, enquanto que outras são afetadas quando a

salinidade é elevada. Nesse sentido, esta pesquisa pretende responder às seguintes

perguntas: a salinidade exerce efeito sobre o crescimento inicial das plantas de nim

(Azadirachta indica A. Juss)? Há interferência da salinidade na produção de

biomassa dessas plantas?

Por se tratar de uma planta exótica de grande porte, o Nim indiano vem se

adaptando às condições climáticas da região semiárida e aos baixos índices

pluviométricos característicos da região. No entanto, pouco se sabe a respeito do

seu comportamento sob condições de salinidade.

A degradação da vegetação da Caatinga atingiu níveis preocupantes, sendo

necessária a procura por alternativas no sentido de diminuir a pressão sobre a

mesma. Dentre as alternativas para atenuar a exploração madeireira está o Nim

indiano, que vem sendo amplamente explorada na arborização urbana, mas pouco

utilizada como fonte de lenha. Apesar da adaptação às condições climáticas da

região semiárida do Nordeste brasileiro, seria interessante de estudar o seu

comportamento sob condições de salinidade, pois de acordo com a resposta, essa

espécie poderia se tornar uma alternativa de exploração nas áreas com problemas

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de salinidade, onde pouquíssimas espécies lenhosas se adaptam ou são

exploradas. Para tanto, é necessário que se conheça a capacidade de tolerância

dessas plantas à salinidade do solo, e poucas são as informações na literatura sobre

esse assunto.

Esta pesquisa teve como objetivo avaliar o comportamento de Nim indiano

(Azadirachta indica A. Juss) sob diferentes níveis de salinidade na solução nutritiva.

10

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A região semiárida e a salinidade do solo

O domínio ecogeográfico da Caatinga ocupa uma área de aproximadamente

54% da Região Nordeste e 11% do território brasileiro, apresentando solos, na sua

maioria, pouco desenvolvidos, bastante pedregosos e rasos. Aspectos climáticos,

edáficos, topográficos e antrópicos proporcionam diversificação na sua vegetação,

tipicamente xerófila (ALVES; ARAÚJO; NASCIMENTO, 2009).

Essas ações antrópicas, caracterizadas pela exploração inadequada dos seus

solos e dos recursos naturais, tornaram o bioma Caatinga tão ameaçado

(VELLOSO; SAMPAIO; PAREYN, 2002), apesar de sua riqueza em termos de

vegetação, apresentando um número significativo de táxons raros e endêmicos

(GIULIETTI et al., 2003).

No bioma Caatinga, a exploração da vegetação ocorre de maneira intensiva,

que, aliada à instabilidade climática, convergiu para uma extensa degradação

ambiental e, de modo consequente, para um dano à diversidade biológica (COSTA,

2013).

Nessa região, a deficiência hídrica ocorre principalmente devido à

irregularidade das chuvas, mas em outras áreas, em virtude do problema da

salinidade dos solos, constituindo-se em um aspecto que reduz a disponibilidade

hídrica às plantas.

Nas regiões áridas e semiáridas são frequentemente encontradas fontes de

água que apresentam elevadas concentrações de sais e sódio, os quais se

constituem em fatores limitantes ao seu uso na agricultura, pois reduzem a

capacidade produtiva dos solos e geram prejuízos socioeconômicos (NEVES et al.,

2009). Esses níveis elevados de sais presentes na água de irrigação promovem

redução no desenvolvimento e produtividade das plantas não tolerantes à essa

condição (FURTADO et al., 2007).

A área irrigada estimada da superfície terrestre está em torno de 230 milhões

de hectares, e acredita-se que, destes, cerca de 50 milhões são afetados pelo

problema da salinidade, acarretando prejuízos consideráveis à produção agrícolas,

11

principalmente nas regiões áridas e semiáridas, em que aproximadamente 25% de

toda a área irrigada já se encontram salinizadas (FAO, 2000).

A irrigação na Região Nordeste é uma fonte alternativa para que ocorra a

ocupação e a consequente possibilidade de novas práticas para o desenvolvimento

econômico da região semiárida. Para que fossem colocadas em prática essas

atividades, foram criados os perímetros irrigados, porém, apesar de apresentarem

resultados positivos, a irrigação se não for utilizada de forma correta, pode acarretar

diversos problemas. Dentre os quais pode ser citada eles a salinização dos solos

como um dos mais graves, sendo responsável pela redução na produção de

diversas culturas e deixando o solo susceptível a desertificação (MACHADO et al.,

2007)

A presença excessiva de sais de sódio trazem prejuízos ao solo influenciando

diretamente nas suas propriedades físicas e químicas, com a presença de Na+

atuando no aumento da espessura da dupla camada iônica difusa, ocasionando uma

dilatação das argilas, limitando a porosidade e a permeabilidade (TÁVORA;

FERREIRA; HERNANDEZ, 2001). Os sais causam redução no potencial hídrico do

solo e toxidez às plantas, afetando o metabolismo (SILVA et al.,2009).

A concentração de sais presentes no solo pode variar de acordo como sua

origem, existência de compostos orgânicos, adubação e manejo. Nas regiões que

registram a umidade mais elevada do que a região semiárida, pode apresentar

concentração salinas nas águas, manifestando em traços de alguma espécie de

íons. (FERREIRA; SILVA; RUIZ, 2010).

Dependendo da natureza e concentração apresentadas, podem causar

prejuízos na estrutura, realizando a dissipação de colóides e a composição dos

estratos impermeáveis, a existência de carbonatos e silicatos, fazendo com que

ocorram alterações na taxa de infiltração e na percolação da água no perfil

(FERREIRA; SILVA; RUIZ, 2010).

Os solos que sofrem alterações oriundas da salinidade são classificados em

Salinos- quando ocorre uma maior elevação dos sais em solução causando

estresse osmótico às plantas; Sódicos- quando apresentam maior relação de sódio

trocável. Salinos-sódicos- apresentam os fenômenos anteriores em conjunto. Nas

regiões áridas e semiáridas são comumente encontrados na solução do solo: sódio

(Na+), cálcio (Ca2+), magnésio (Mg2+), potássio (K+), cloreto, (Cl-), sulfato (SO42-),

12

bicarbonato (HCO3-), carbonato (CO3²-), borato (BO3³-) e nitrato (NO3-) (FERREIRA;

SILVA; RUIZ, 2010).

A formação de sais no solo acontece nas regiões áridas e semiáridas devido

à alta taxa de evaporação, juntamente com a falta de lixiviação, proporcionando um

aumento desses no solo. Em decorrência dos métodos de irrigação esse problema

pode se tornar mais severo, porque a água utilizada já contem sais solúveis que se

precipitam na superfície o no interior do solo. A salinidade que se desenvolve nas

regiões úmidas e sub úmidas geralmente ocorre sob determinadas condições,

devido a sua localização em áreas baixas ou devido à proximidade ao mar

(QUEIROZ et al., 2010).

Existem diversas espécies arbóreas que, em virtude de possuir sistema

radicular profundo, proporcionam melhorias na permeabilidade do solo, facilitando o

escoamento dos sais da superfície e, consequentemente, o aprofundamento do

lençol freático. Tais características são de extrema importância para a recuperação

de uma área degradada (LEITE et. al., 2010).

2.2 Efeitos da salinidade na planta

A salinização é um dos fatores limitantes no desenvolvimento e na

produtividade das plantas (ALLAKHVERDIEV et al., 2000). Nos estudos com

salinidade, dois tipos têm se destacado: a primária e a secundária (WILLIAMS,

1987). A salinidade primária acontece de forma natural onde ocorre poucas chuvas e

elevada evaporação e acumulação gradual de íons oriundos do intemperismo,

enquanto que a salinidade secundária é originada pela ação antrópica (ESTEVES;

SUZUKI, 2008).

A planta pode sofrer alterações em consequência do estresse salino de

acordo com o seu genótipo. As espécies tolerantes à salinidade são denominadas

halófitas e podem crescer naturalmente em solos que apresentam elevadas

concentrações salinas; as espécies pouco tolerantes, que não se desenvolvem em

solos com essas características, são denominadas de glicófitas (WILLARDINO;

CÂMARA, 2010).

13

A salinidade na rizosfera promove redução na permeabilidade das raízes, à

água, causando estresse hídrico; além disso, o componente osmótico é o resultado

de altas concentrações de sais dissolvidos na solução, reduzindo assim o seu

potencial osmótico (CORREIA et al., 2005)

Os efeitos da salinidade na planta podem afetar seu desempenho devido ao

estresse osmótico, promovendo défice de água às plantas, e toxidez causada por

íons, promovendo desequilíbrio nutricional (MUNNS; TERMAAT, 1986). Outros

processos como a síntese de proteínas, o metabolismo de lipídios e a fotossíntese,

podem ser afetados, sendo que um dos primeiros efeitos é a redução da expansão

da superfície foliar (WANG; NIL, 2000).

A planta pode reduzir seu crescimento e a sua produtividade, devido à

redução do potencial osmótico, causando a diminuição na disponibilidade de água,

ou efeitos causados pelos íons que podem provocar toxidez ou desequilíbrio na

nutrição da planta (NEVES et al., 2009)

Os sais podem ser prejudiciais aos vegetais de acordo com a solubilidade; se

apresentarem altos níveis de concentração salina da solução do solo provocam

efeitos mais severos sobre a planta; sais com baixo nível de concentração se

precipitam e não conseguem proporcionar danos às plantas (FERREIRA; SILVA;

RUIZ, 2010).

De acordo com a intensidade da salinidade, pode ocorrer na planta perda de

água presente no interior e a capacidade de absorção ser reduzida. A ocorrência da

plasmólise faz com que a solução que está altamente concentrada entre em contato

com a célula vegetal, ocorrendo saída da água da célula que se desloca para a

solução mais concentrada (DIAS; BLANCO, 2010).

2.3 Considerações sobre a espécie em estudo

O Nim indiano (Azadirachta indica A. Juss.), é uma espécie arbórea,

pertencente à família Meliaceae e popularmente conhecida como nim. É uma planta

exótica originaria da Ásia, que ocorre em áreas tropicais e subtropicais da África,

Austrália e Américas (AZEVEDO et al., 2010).

A introdução do nim no Brasil ocorreu por meio de sementes que foram

trazidas das Filipinas através do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), na década

14

de 80. O interesse por essa espécie foi motivado por pesquisas para elaboração de

substâncias inseticidas a partir de suas folhas e ramos. Também foram utilizadas

sementes provenientes da Índia, Nicarágua e República Dominicana, e cultivadas

em algumas cidades de Brasília (DF), Jaboticabal (SP) e Londrina e Paranavaí (PR)

para que posteriormente fosse feitas avaliações sobre o desenvolvimento da espécie

no Brasil (MARTINEZ, 2002).

As plantas demonstram notável rusticidade e resistência à seca, tolerando

longos períodos de estiagem, desenvolvendo-se em regiões com precipitação entre

400 e 800 mm (FREIRE et al., 2010).

O extrato obtido das suas folhas e sementes é empregado como bioinseticida

e biofungicida (MOURÃO et al., 2004). Em virtude desta característica, pode vir a se

tornar uma alternativa no controle de pragas, principalmente em cultivos orgânicos,

uma vez que nessa prática o uso de agrotóxicos não é permitida (MARTINEZ, 2002).

Apresenta madeira dura e resistente, além de tanino e sais inorgânicos como

cálcio, potássio e ferro, conferindo durabilidade a mesma (NUNES et al., 2012). Tem

grande potencial energético, principalmente para produção de carvão (ARAUJO et

al., 2000), além do uso na indústria moveleira e na construção civil (KOUL et al.,

1990). Outra possibilidade é na confecção de postes, estacas, vigas, por sua

madeira mostram-se resistente ao ataque de insetos (SAXENA, 2001).

Neves (2004) salienta que devido à sua rusticidade e rápido crescimento essa

espécie vem sendo utilizada em programas de reflorestamento e recuperação de

áreas degradadas. Tem sido observado o aumento das áreas que se tornam

impróprias para exploração com a agricultura, devido à salinização do solo, causada

principalmente pela irrigação (MEDEIROS et al., 2010). No entanto, são escassas as

informações acerca do comportamento do nim e o crescimento inicial em ambientes

salinos (NUNES et al., 2012).

O plantio pode ser utilizado como alternativa viável de utilização e produção

nestas áreas com elevada salinidade, e não mais exploradas para a atividade

agrícola (FREIRE et al., 2010; NUNES et al., 2012).

Segundo Neves; Nogueira (1996), o nim mostra-se uma espécie com alta

rusticidade, porém desenvolve melhor nos solos bem preparados onde estes

possam oferecer melhores, condições de aeração, umidade adequada, boa

15

capacidade de retenção de água, ou seja, características necessárias para promover

o desenvolvimento da planta.

As mudas podem ser produzidas por sementes semeadas em canteiros ou

semeadura direta no recipiente, sendo este predominantemente utilizado, apresentar

maior viabilidade econômica (NEVES; NOGUEIRA, 1996).

O espaçamento mais recomendado para a produção de madeira é de 4x4m, e

com desbaste no terceiro ano, permanecendo o plantio com espaçamento de 8x8m

(NEVES et al., 2003).

16

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Considerações gerais

O experimento foi conduzido em ambiente telado, no Viveiro Florestal da

Unidade Acadêmica de Engenharia Florestal, pertencente ao Centro de Saúde e

Tecnologia Rural da Universidade Federal de Campina Grande (CSTR/UFCG),

localizado na cidade de Patos-PB, nas coordenadas geográficas 7°01’28’’ de latitude

sul, 37°16’48’’ de longitude oeste do meridiano de Greenwich e 242m de altitude,

com precipitação inferior a 1000 mm anuais.

As sementes foram provenientes de árvores que fazem parte da arborização

do CSTR, Campus de Patos (Figura 1).

Figura 1 – Detalhes das plantas de nim, mostrando a árvore (A), tronco (B), flores (C), frutos (D) e sementes (E).

Fonte: Silva (2014).

A B

C D E

17

As plantas foram mantidas em vasos de ‘Leonard’ (Figura 2), de acordo com

metodologia descrita por Vincent (1970), confeccionados com garrafas plásticas tipo

Pet, contendo 1 kg de areia grossa lavada como suporte para as plantas. A areia foi

submetida a diversas lavagens em água corrente e, posteriormente, submetida à

secagem e estufa, a 105 oC.

Figura 2 – Detalhes dos vasos de Leonard contendo areia (A) e da emergência das plântulas (B).

Fonte: Silva (2014).

As sementes foram coletadas de árvores no CSTR. Após a retirada, os frutos

foram colocados para secagem à sombra, e posteriormente armazenados na

geladeira em recipiente plástico.

A semeadura foi feita diretamente nos vasos de Leonard, colocando-se três

sementes por vaso e, decorridos dez dias após a emergência, foi feito um desbaste,

deixando-se duas plantas por vaso.

3.2 Tratamentos, delineamento experimental e condução do experimento.

Foram testados cinco níveis de salinidade [0 (tratamento controle), 25, 50, 75

e 100 mm de NaCl], os quais foram distribuídos em delineamento inteiramente

casualizado, com quatro repetições (Figura 3). Foi utilizada solução nutritiva de

Hoagland e Arnon (1950) (meia força iônica) com as devidas concentrações de

cloreto de sódio. No tratamento controle foi utilizada água destilada com a solução

nutritiva.

A B

18

O tratamento salino teve inicio logo após o desbaste, sendo adicionados 25

mmo/l NaCl, a cada cinco dias, até que se atingissem os níveis de salinidade a

serem testados. A duração do experimento foi de trinta dias, tempo contado a partir

do dia em que se atingiu o nível de salinidade estabelecido para cada tratamento.

Figura 3 – Visão geral dos tratamentos.

Fonte: Silva(2014).100

3.3 Características avaliadas

Todas as características foram avaliadas no final do experimento.

a) Altura da planta (cm): com auxílio de régua graduada, foi considerada como a

distância do nível do solo até o ápice da planta;

b) Diâmetro do caule (mm): foi considerado o diâmetro do caule ao nível do solo;

c) Área foliar (cm2): três discos foliares, por planta, foram coletados e colocados

para secar em estufa (65 oC) durante 48 horas. Em seguida foram submetidos à

pesagem. Estabelecendo-se a relação entre o peso seco dos discos, a área dos

discos e o peso seco das folhas, foi estimada a área foliar da planta.

100 75 50 25 0

19

d) Taxa de crescimento absoluto (TCA): determinou-se a altura das plantas no dia

do início (Ai) e no final dos tratamentos salinos (Af). A TCA foi calculada de acordo

com fórmula proposta por Benincasa (2003):

TCA = (cm dia-1) (1)

Δt: intervalo de tempo entre as amostragens.

e) Peso da matéria seca da planta (g): foram coletadas as folhas (folíolos +

pecíolo), o caule e as raízes, acondicionados em sacos de papel, e colocados para

secar em estufa (65 oC) durante 72 horas. Em seguida, foram submetidos à

pesagem e determinados os pesos das matérias secas de cada componente. O

peso da matéria seca total foi obtido através da soma de todos os componentes.

3.4 Análise estatística

Os dados foram submetidos à análise estatística e, quando necessário, à

análise de regressão. Em relação à área foliar total, foram considerados apenas

quatro tratamentos (0, 25, 50 e 75 mM NaCl), uma vez que as plantas do tratamento

100 mM NaCl não apresentaram folhas com tamanho suficiente para extração dos

discos foliares. As análises foram executadas empregando-se o programa estatístico

ASSISTAT (SILVA; AZEVEDO, 2002).

20

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com exceção da taxa de crescimento relativo (TCA), a salinidade exerceu

efeito em todos os parâmetros analisados (Tabela 1).

Tabela 1 – Resumo das análises de variância e de regressão(1) das características altura de plantas (GL) grau de liberdade (A), diâmetro do caule (D), taxa de crescimento absoluto (TCA), área foliar total (AFT), massa seca do caule (MSC), massa das folhas (MSF), massa seca da parte aérea (MSPA), massa seca das raízes (MSR) e massa seca total (MSTo).

Fonte de variação GL A D TCA AFT

Tratamento 4 7,845** 0,499** 0,009ns 122500,27**

Regressão linear 1 7,224** 1,497** - 332678,11**

Resíduo 15 3,135 0,068 0,004 10064,746

C.V. (%) - 9,85 9,23 24,66 38,33

MSC MSF MSPA MSR MSTo

Tratamento 0,110** 0,988** 1,711** 0,422** 3,319**

Regressão linear 0,400** 3,624** 6,272** 1,548** 12,243**

Resíduo 0,005 0,031 0,055 0,019 0,153

C.V. (%) 21,48 29,61 25,07 27,39 27,96

(1) Valores de quadrado médio (QM) e nível de significância. ns: não significativo; ** significativo a 1% de probabilidade. Fonte: Silva(2014).

De acordo com a Figura 4, observa-se redução linear na altura das plantas à

proporção que o nível de NaCl na solução aumentou. Comparando-se o tratamento

controle (0 mM NaCl) com o que recebeu 25 mM de NaCl, a redução na altura foi de

apenas 4,12%, o que pode ser considerado relativamente baixo. Esse resultado

evidencia que esse nível de sal no meio não exerce efeito severo nas plantas.

Observando-se as plantas que receberam a maior dose de NaCl, verifica-se redução

de 12,2% na altura, quando comparadas com o tratamento controle.

Aumento no nível de NaCl na solução nutritiva promoveu redução linear no

diâmetro do caule das plantas de nim (Figura 5). Em comparação às plantas que

não receberam NaCl, as reduções no diâmetro do caule foram de 6%, 12% e 17,9%,

respectivamente, nas plantas dos tratamentos 25, 50 e 75 mM de NaCl.

21

Figura 4 – Altura de plantas de nim indiano em função das doses de NaCl na solução nutritiva.

Fonte: Silva( 2014).

Figura 5 – Diâmetro do caule de plantas de nim indiano em função das doses de NaCl na solução nutritiva.

Fonte: Silva, 2014.

Observa-se que a área foliar foi severamente afetada pelo aumento na

concentração de sal na solução nutritiva e, mesmo no nível mais baixo de sal

22

testado (25 mM de NaCl), o valor obtido correspondeu a 86,31% do verificado nas

plantas não submetidas à salinidade (Figura 6). À medida que a concentração de sal

aumentou, os efeitos deletérios se intensificaram, com redução na área foliar de

quase 70% a 75 mM de NaCl e, a 100 mM de NaCl, as plantas não apresentavam

folhas, aos 30 dias após a exposição a esse nível de sal, em relação ao tratamento

controle. Esse fato deveu-se à elevada abscisão foliar, e os poucos primórdios

foliares remanescentes não foram suficientes para se determinar a área foliar.

Figura 6 – Área foliar total (AFT) das plantas de nim indiano em função das doses de NaCl na solução nutritiva.

Fonte: Silva (2014).

Reduções no crescimento das plantas em função do aumento no nível de sal

no substrato também foi observado em outras plantas (GURGEL et al., 2003;

CORREIA et al., 2005; BECKMANN-CAVALCANTE et al., 2008; MAEDA; SILVA;

BELLOTE, 2010). Em plantas de pinhão-manso (Jatropha curcas), Cunha et al.,

(2013) observaram que dentre as características de crescimento analisadas, o

número de folhas foi a primeira a ser afetada pela salinidade. Nery et al. (2009),

também em plantas de pinhão-manso, destacaram a área foliar como a mais

sensível à salinidade, em comparação com a altura, diâmetro do caule e número de

folhas. Estudando os efeitos da salinidade do solo em nim e cinamomo, Freire et al.

(2010) observaram redução na altura das plantas à medida em que a condutiviade

elétrica do solo se elevava.

23

Em plantas de Pinus taeda, Maeda; Silva; Bellote (2010) verficaram que a

menor altura e o seu menor incremento foram obtidos no tratamento com maior

condutividade elétrica da água fornecida às plantas (CE 12 dS m-1), e esses valores

corresponderam a uma redução de 35% na altura e de 80% no incremento. Com

relação ao diâmetro do caule e seu incremento, esses autores verificaram que os

efeitos significativos foram verificados também no tratamento com CE mais elevada,

indicando possivelmente uma menor sensibilidade dessa característica à salinidade.

Essas informações diferem das obtidas nesse estudo, pois quando se

comparam os valores de altura (Figura 4) com os de diâmetro do caule (Figura 5),

percebe-se que a primeira pareceu ser menos sensível aos níveis de salinidade

impostos, uma vez que as reduções nos valores foram menores do que os de

diâmetro do caule.

Neves; Carvalho; Rodrigues (2004), em plantas de umbuzeiro, observaram

que a salinidade influenciou negativamente o crescimento em diâmetro e em altura

das plantas. Esses resultados podem ocorrer em função do efeito osmótico causado

pelos sais, reduzindo a disponibilidade de água para as raízes, associado à toxidez

de íons que são absorvidos excessivamente de Na e Cl, além do desequilíbrio

nutricional causado pelos distúrbios na absorção ou distribuição (MUNNS, 2002).

Também deve ser levado em consideração o aspecto do custo energético

necessário para que ocorra a síntese de compostos orgânicos osmoticamente

ativos, utilizados nos processos de compartimentação e na regulação e transporte

de íons (MENDONÇA et al., 2007).

De acordo com Tester e Davenport (2003), a redução na área foliar pode ser

considerada como um mecanismo adaptativo às condições de salinidade do meio,

por resultar em menor taxa de transpiração e, consequentemente, perda de água.

Aliado às conclusões destes autores, Munns; Tester (2008) reforçam que essa

regulação no crescimento foliar sob estresse ainda não é um mecanismo totalmente

conhecido. No entanto, acredita-se que essa redução na área foliar como

mecanismo adaptativo, de acordo com os resultados obtidos nesse estudo com

plantas de nim, deva ser considerado apenas em níveis moderados de salinidade

(25 mM de NaCl), uma vez que nos níveis acima desse valor promoveram drástica

redução em todos as características de crescimento avaliadas.

24

Em relação ao acúmulo de massa seca nos diferentes componentes das

plantas, foram verificadas reduções lineares com a elevação no nível de NaCl na

solução nutritiva (Figura 7).

Figura 7 – Massas secas do caule (MSC), das folhas (MSF), da parte aérea (MSPA), das raízes (MSR) e massa seca total (MSTo) das plantas de nim indiano em função das doses de NaCl na solução nutritiva.

25

Fonte: Silva (2014).

Quando foi utilizado 25 mM de NaCl, comparado ao tratamento controle,

verificou-se redução de 23%, 23%, 21%, 29% e 18%, respectivamente para MSC,

MSF, MSPA, MSR e MSTo. Percebe-se que o componente mais afetado devido à

presença desse nível de sal foi o sistema radicular. Quando se analisam os

resultados obtidos com a adição de 100 mM, verifica-se que essa dose de sal foi

altamente prejudicial à produção de massa seca das plantas, pois ocorreram

redução de 90% (MSC), 90,3% (MSF), 82% (MSPA), 79% (MSR) e 80% (MSTo).

Os efeitos da salinidade no crescimento e acúmulo de massa seca de plantas

têm sido relatados na literatura, em varias espécies vegetais, como pupunheira,

umbuzeiro, amendoim, nim e pinhão-manso; e as respostas das mesmas variam

com o nível de salinidade imposto, bem como com a espécie estudada

26

(FERNANDES et al, 2002; NEVES; CARVALHO; RODRIGUES, 2004; CORREIA et

al., 2005; FREIRE et al., 2010; CUNHA, et al., 2013).

Em plantas de nim, Freire et al. (2010) também verificaram redução linear á

medida que o nível de salinidade do solo aumentava. Em comparação com as

plantas do tratamento não salino, esses autores observaram reduções na massa

seca das plantas mantidas no solo com salinidade mais elevada, de 39, 35, 38 e

38%, respectivamente, na matéria seca de folhas, caule, parte aérea e total.

Os efeitos da salinidade na planta podem ser devido a estresse osmótico,

reduzindo a absorção de água pelas raízes, ou devido à toxidez ou desequilíbrio

nutricionais causados pelos íons (MUNNS; TERMAAT, 1986; CHUSMAN, 2001;

NEVES et al., 2009). Esse estresse hídrico decorrente da salinidade causa redução

no crescimento das plantas em virtude da diminuição nas taxas de divisão e

alongamento celulares, e também pelos seus efeitos na assimilação do CO2

(FREIRE et al., 2010). A redução na taxa fotossintética decorre do fechamento dos

estômatos, o qual é uma das estratégias desenvolvidas pelas plantas para reduzir as

perdas de água por transpiração; em consequência disso, há a redução no

crescimento das mesmas (O’LEARY, 1971).

Ocorre também redução na pressão de turgescência devido à redução no teor

de água nas células, resultando em decréscimo na expansão da parede celular,

menor crescimento e baixa produção de matéria seca (PUGNAIRE; ENDOLZ;

PARDOS, 1993).

Outros processos como síntese de proteínas, metabolismo de lipídios e

fotossíntese, podem ser afetados, sendo que um dos primeiros efeitos é a redução

da expansão da superfície foliar (WANG; NIL, 2000).

A reação das raízes à salinidade é uma das características mais importantes

nos estudos sobre o estresse salino devido a estas estarem em contato direto com o

sal e absorvendo a agua para o abastecimento célula (JAMIL; RHA, 2004). O efeito

da salinidade também pode ser observado quando avaliado o crescimento radicular

e pode ser mais afetado em relação ao crescimento de parte aérea devido à

salinidade (DEMIR; ARIF, 2003). Outro fator observado foi o peso fresco total da

parte aérea e radicular de linhagens de feijão onde constatou redução atribuída ao

estresse salino (JEANNETE; CRAIG; LYNCH, 2002).

27

5 CONCLUSÕES

A salinidade afetou negativamente as plantas de nim, reduzindo o seu

crescimento.

Dentre os parâmetros de crescimento analisados, a área foliar foi a mais

afetada pela salinidade.

28

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