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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA ELÉTRICA E DE COMPUTAÇÃO COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA E DE COMPUTAÇÃO Modelagem de uma Malha de Aterramento Utilizando TLM CAROLINE LEVI GUEDES Orientador: Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira GOIÂNIA 2007

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE ENGENHARIA ELÉTRICA E DE COMPUTAÇÃO

COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA

ELÉTRICA E DE COMPUTAÇÃO

Modelagem de uma Malha de Aterramento

Utilizando TLM

CAROLINE LEVI GUEDES

Orientador: Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira

GOIÂNIA

2007

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CAROLINE LEVI GUEDES

Modelagem de uma Malha de Aterramento

Utilizando TLM

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e de

Computação da Universidade Federal de Goiás,

como requisito à obtenção do título de Mestre em

Engenharia Elétrica.

Área de Concentração: Engenharia Elétrica

Orientador: Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira

GOIÂNIA

2007

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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)

(GPT/BC/UFG)

Guedes, Caroline Levi

G924m Modelagem de uma malha de aterramento utilizando TLM

/ Caroline Levi Guedes. – 2007.

120 f. : il., tabs., figs.

Orientador: Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Goiás.

Escola de Engenharia Elétrica e de Computação, 2007.

Bibliografia: f. 116-120

Inclui listas de tabelas e figuras.

1 . Correntes elétricas – Aterramento 2. Linhas elétricas

subterrâneas – Método (TLM) 3. Energia elétrica - Qualidade I.

Oliveira, Antônio de Melo II. Universidade Federal de Goiás.

Escola de Engenharia Elétrica e de Computação. III. Título.

CDU: 621.316.99

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IV

Agradecimentos

Ao Professor Orientador Dr. Antônio Melo de Oliveira pela liberdade durante todo o

período de construção deste trabalho.

Ao Professor Dr. José Wilson Lima Nerys pela confiança de me permitir participar de

um projeto de P&D.

A Escola de Engenharia Elétrica, na pessoa dos professores, Msc. Rosângela Nunes

A. de Castro, que aceitou revisar meu trabalho, e Prof. Dr. Adalberto José Batista, que aceitou

fazer parte da banca de qualificação, cujas opiniões me deram a segurança necessária para

continuar.

Aos colegas do PEQ, em especial ao Roberto Kobayashi pelas horas de ouvinte e pela

companhia que muito me ensinaram.

Aos meus colegas do mestrado, em especial ao Nélio, Luiz Fernando e Carlos

Renato.

E a todos que contribuíram para construção deste trabalho.

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V

“Nenhuma grande descoberta foi feita

jamais sem um palpite ousado”

Isaac Newton

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VI

Resumo

Esse trabalho pretende analisar as malhas de aterramento com o método TLM

(Transmission Line Modeling Method), os conceitos de parâmetros concentrados e as equações

de Maxwell. Serão discutidos os efeitos do contato da malha com o solo através da inserção de

uma impedância de terra, de tal forma que os resultados das simulações computacionais

representem os efeitos de descargas atmosféricas, curtos-circuitos e interferências

eletromagnéticas quando em contato com o solo. Os sistemas de aterramento apresentam a

preocupação com o ponto de vista da segurança e da funcionalidade. A meta é avaliar uma malha

que quando aplicados parâmetros em TLM tenha-se uma superfície eqüipotencial, mesmo

durante a condução de sinais de alta freqüência. O trabalho inclui conhecimentos relativos à

Qualidade de Energia Elétrica (QEE) e aterramento, haja vista que a metodologia utilizada e o

programa possibilitam avaliar alguns distúrbios da QEE na malha de aterramento, podendo

confrontar os resultados com a curva ITIC.

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VII

Abstract

This work aims to analyze the grounding mesh with the method TLM (Transmission Line

Modeling Method), the concepts of parameters concentrated and the equations of Maxwell. It will

be discussed the effects of the mesh contact with the ground through the insertion of an

impedance of land, so that the results of computational simulations represent the effects of

atmospheric discharges, short circuit and electromagnetic interference when in contact with the

ground. The grounding systems have a concern with the point of view of safety and functionality.

The goal is to evaluate a mesh when applied parameters in TLM has been a surface eqüipotencial

even during the conduct of high-frequency signals. The work includes knowledge of the Electric

Energy Quality (QEE) and grounding, it is seen that the methodology used and the program

enable evaluate some disturbance of QEE the grounding mesh and can compare the results with

the ITIC curve.

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VIII

Lista de Tabelas

Tabela 2-1- Tabela de freqüência [34].

Tabela 4-1 - Mapeamento de campos elétricos e magnéticos

Tabela 5-1-Dados de Simulação

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IX

Lista de Figuras

Figura 2-1- Micro-circuitos operando num plano de referência [34].

Figura 2-2- Malha de referência [34].

Figura 2-3-Sistema de aterramento usado em centro de processamento e comunicação de dados

[34].

Figura 2-4- Malha de terra isolada

Figura 2-5-Diagrama da malha de terra conectada ao sistema de proteção de um prédio.

Figura 2-6-Malha de terra conectada ao sistema de proteção de um prédio.

Figura 3-1- Parâmetros distribuídos de uma linha de transmissão a dois condutores.

Figura 3-2- Circuito equivalente tipo L para um comprimento diferencial x de uma linha de

transmissão a dois condutores [16].

Figura 3-3- Linha de transmissão definindo o início do referencial na recepção.

Figura 4-1- Propagação do pulso em termos da malha [6].

Figura 4-2-Equivalente de Thévenin de um segmento da linha.

Figura 4-3- Decomposição do SCN em nós bidimensionais série:

Figura 4-4- Nó Condensado Simétrico (SCN) [38].

Figura 4-5-Espalhamento no interior do SCN [38].

Figura 4-6-Modelo de nó da malha

Figura 4-7- Modelo sem perdas do circuito L equivalente.

Figura 5-1- Tela de interação como usuário

Figura 5-2- Sistema de aterramento em grade horizontal:

Figura 5-3 - Resultados obtidos em [38].

Figura 5-4– Parâmetros aplicados

Figura 5-5-Tensões nos nós P1, P2 E P3

Figura 5-6-Forma de onda da corrente

Figura 5-7– Tensões na malha em t = 0,1s

Figura 5-8– Tensões na malha em t = 0,5s

Figura 5-9– Tensões na malha em t = 1s

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X

Figura 5-10– Tensões na malha em t = 5s

Figura 5-11– Parâmetros aplicados

Figura 5-12– Tensões nos nós P1, P2 E P3

Figura 5-13– Tensões na malha em t = 0,1s

Figura 5-14– Tensões na malha em t = 0,5s

Figura 5-15– Tensões na malha em t = 1s

Figura 5-16– Tensões na malha em t = 5s

Figura 5-17– Parâmetros aplicados

Figura 5-18– Tensões nos nós P1, P2 E P3

Figura 5-19- Tensões na malha em t = 3s

Figura 5-20– Tensões na malha em t = 5s

Figura 5-21– Tensões na malha em t = 40 s

Figura 5-22– Tensões na malha em t = 60 s

Figura 5-23– Parâmetros aplicados

Figura 5-24- Tensões nos nós P1, P2 E P3

Figura 5-25– Tensões na malha em t = 0,2s

Figura 5-26 – Tensões na malha em t = 0,5s

Figura 5-27– Tensões na malha em t = 0,8s

Figura 5-28– Tensões na malha em t = 1s

Figura 5-29– Malha de 180x240 m

Figura 5-30– Parâmetros aplicados

Figura 5-31– Tensões dos nós P1, P2 e P3

Figura 5-32– Tensões na malha em t = 1s

Figura 5-33– Tensões na malha em t = 4s

Figura 5-34– Tensões na malha em t = 15s

Figura 5-35- Tensões na malha em t = 20s

Figura 5-36 – Tensões dos nós P1, P2 e P3

Figura 5-37– Forma de onda da corrente de curto-circuito

Figura 5-38– Tensões na malha em t = 1s

Figura 5-39– Tensões na malha em t = 4s

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XI

Figura 5-40– Tensões na malha em t = 15s

Figura 5-41– Tensões na malha em t = 20s

Figura 5-42– Forma de onda da corrente causada por uma interferência eletromagnética

Figura 5-43– Tensões nos nós P1, P2 e P3

Figura 5-44- Tensões na malha em t = 0,15s

Figura 5-45- Tensões na malha em t = 0,5s

Figura 5-46- Tensões na malha em t = 1s

Figura 5-47- Tensões na malha em t = 5s

Figura 5-48– Tensões na malha em t = 0,1s

Figura 5-49– Tensões na malha em t = 0,5s

Figura 5-50– Tensões na malha em t = 1s

Figura 5-51– Tensões na malha em t = 5s

Figura 5-52– Parâmetros aplicados

Figura 5-53– Forma de onda da corrente causada por uma interferência eletromagnética

Figura 5-54– Tensões na malha em t = 0,1

Figura 5-55– Tensões na malha em t = 0,5

Figura 5-56– Tensões na malha em t = 1s

Figura 5-57– Tensões na malha em t = 10s

Figura 5-58– Parâmetros aplicados

Figura 5-59– Tensões dos nós P1, P2 e P3

Figura 5-60– Tensões na malha em t = 0,02

Figura 5-61– Tensões na malha em t = 0,2

Figura 5-62– Tensões na malha em t = 0,8s

Figura 5-63– Tensões na malha em t = 1s

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XII

SUMÁRIO

Resumo .......................................................................................................................................... VI

Abstract ......................................................................................................................................... VII

Lista de Tabelas ........................................................................................................................... VIII

Lista de Figuras ............................................................................................................................. IX

1 Introdução Geral ........................................................................................................................ 14

2 A Importância dos Sistemas de Aterramento ............................................................................. 17

2.1 Considerações iniciais ......................................................................................................... 17

2.2 Distúrbios na energia elétrica .............................................................................................. 19

2.2.1 Raios (Descargas atmosféricas) .................................................................................... 20

2.2.2 Descarga eletrostática ................................................................................................... 22

2.2.3 Interferência eletromagnética ....................................................................................... 22

2.3 Soluções aplicáveis .............................................................................................................. 23

2.4 Sistema de aterramento ........................................................................................................ 25

2.4.1 Malha de Terra de Referência ...................................................................................... 26

2.5 Proposta do trabalho ............................................................................................................ 29

2.6 Considerações finais ............................................................................................................ 32

3 Teoria Matemática ..................................................................................................................... 33

3.1 Introdução ............................................................................................................................ 33

3.2 Parâmetros Concentrados .................................................................................................... 35

3.3 Equações de Maxwell .......................................................................................................... 35

3.4 Linhas de Transmissão ........................................................................................................ 37

3.4.1 Desenvolvimento matemático de TLM ........................................................................ 38

3.4.2 Impedância Característica............................................................................................. 42

3.4.3 Linhas sem Perdas ........................................................................................................ 44

3.5 Considerações Finais ........................................................................................................... 44

4 Formulação Tridimensional para Malha de Terra .................................................................... 45

4.1 Introdução ............................................................................................................................ 45

4.2 Reflexão de onda ................................................................................................................. 47

4.3 .Modelagem tridimensional ................................................................................................. 51

4.3.1 Nó Condensado Simétrico – SCN ................................................................................ 51

4.3.2 Matriz de espalhamento ................................................................................................ 55

4.4 Modelo do Nó da Malha de Terra ....................................................................................... 59

4.5 Parâmetros do Nó da Malha de Terra .................................................................................. 61

4.5.1 Cálculo de Z0 ................................................................................................................ 61

4.5.2 Cálculo de Rnó ............................................................................................................... 63

4.6 Considerações Finais ........................................................................................................... 63

5 Simulação da Malha de Terra utilizando TLM .......................................................................... 65

5.1 Introdução ............................................................................................................................ 65

5.2 Interface Gráfica .................................................................................................................. 66

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XIII

5.3 Simulação I - Validação ..................................................................................................... 69

5.4 Simulação II - Malha 60x60 m ............................................................................................ 74

5.4.1 Descarga Atmosférica .................................................................................................. 75

5.4.2 Curto-Circuito ............................................................................................................... 78

5.4.3 Interferência Eletromagnética....................................................................................... 82

5.5 Simulação III - Malha 180x240 m ....................................................................................... 85

5.5.1 Descarga atmosférica .................................................................................................... 87

5.5.2 Curto-Circuito ............................................................................................................... 90

5.5.3 Interferência Eletromagnética....................................................................................... 94

5.6 Simulação III - Malha 60x60 m com alterações .................................................................. 97

5.6.1 Simulação de descarga atmosférica .............................................................................. 97

5.6.2 Simulação de Interferência Eletromagnética - Malha 60x60 m ................................. 103

5.7 Discussão dos Resultados .................................................................................................. 107

Conclusão .................................................................................................................................... 110

Trabalhos futuros ......................................................................................................................... 113

Anexo A ....................................................................................................................................... 114

Bibliografia .................................................................................................................................. 117

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1 Introdução Geral

Nas últimas décadas, o avanço na tecnologia computacional impulsionou as pesquisas

na área de engenharia. Até então, o uso do computador não era totalmente efetivo na solução de

problemas complexos. O cálculo computacional tornou-se viável e novos métodos começaram a

ser explorados. Uma área que sempre necessitou de tais cálculos foi a de eletromagnetismo,

principalmente devido à dificuldade inerente – ao eletromagnetismo e suas soluções - nas

resoluções analíticas dos problemas. Atualmente, o uso do computador está presente, tanto na

análise de sistemas estáticos como de baixas e altas freqüências, auxiliando no projeto de

motores, linhas de transmissão, na solução problemas de compatibilidade eletromagnética,

projetos de antenas e problemas biomédicos, entre outros. A crescente utilização de

equipamentos eletrônicos sensíveis a interferências eletromagnéticas fez vir à tona inúmeros

problemas e compatibilidade eletromagnética (EMC), principalmente com relação à busca de

uma referência eqüipotencial numa instalação elétrica.

A maioria das dificuldades encontradas no desenvolvimento e operação de sistemas

de potência e de comunicação está relacionada com problemas de interferência e proteção desses

sistemas, tendo em vista que os conflitos surgem das diferentes naturezas dos mesmos. Quando

se propõe aterrar um equipamento ou um sistema elétrico deve-se ter bem claro qual é o objetivo

deste aterramento, para que o projeto atinja seus objetivos. Basicamente têm-se dois objetivos

quando um sistema de aterramento é projetado:

Segurança: quando a intenção é proteger os equipamentos e as pessoas;

Funcionalidade: quando o objetivo é proteger os equipamentos de perturbações de

origem eletromagnética.

Um fator importante é que pessoas devem ser protegidas frente a uma tensão anormal

imposta aos circuitos eletrônicos, de comunicação ou potência ou presentes em estruturas

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15

metálicas que possam ser tocadas e que tenham algum contato com o solo. Da mesma forma

equipamentos devem manter-se protegidos dos efeitos eletromagnéticos, de forma que sua

operação não falhe com travamentos e perda de dados, para que operem corretamente. Frente a

essas demandas surge a necessidade dos sistemas de aterramento.

A intersecção entre Qualidade de Energia Elétrica e Aterramento está no controle do

ruído elétrico. Entende-se por ruído elétrico qualquer transitório nos sinais de tensão e corrente

independente do tempo de duração, causado por uma fonte interna ou externa a instalação

elétrica, ou, ainda, é um sinal de alta freqüência, quando comparado com o sinal da rede de 60 ou

50 Hz.

Induções eletromagnéticas fazem com que a tensão entre quaisquer dois pontos possa

ser maior que zero. Tais diferenças podem causar falhas e destruição de componentes elétricos e

de sistemas eletrônicos conectados ao sistema de aterramento. Uma conseqüência disto é que

estudos de compatibilidade eletromagnética (EMC) requerem o conhecimento da distribuição

espacial e temporal das tensões desenvolvidas ao longo dos sistemas de aterramento em caso de

uma descarga atmosférica ou falta nos sistemas de potência. Do ponto de vista de EMC, também

é necessário que se conheça o desempenho dos sistemas sobre uma grande gama de freqüências e

as ferramentas adotadas devem possibilitar a análise até o valor de MHz.

O trabalho apresenta conhecimentos relativos a sistemas de aterramento que até a década

de 70 tinham basicamente a preocupação com a segurança e, posteriormente são concebidos de

forma a avaliar a operação dos equipamentos de maneira que estes sofram a menor interferência

possível. As simulações apresentadas utilizam um programa desenvolvido para simular as

situações de curtos-circuitos, interferências eletromagnéticas e descargas atmosféricas. A meta é

analisar uma malha que quando aplicados os conceitos de TLM esta se mantenha como uma

superfície eqüipotencial, mesmo durante a condução de sinais de alta freqüência.

O trabalho será discutido em capítulos apresentando os resultados das simulações

computacionais que tentam representar esses efeitos. No Capítulo 2 serão apresentados os

aspectos matemáticos eletromagnéticos e da teoria de linhas de transmissão. No Capítulo 3 serão

abordadas as principais características do modelo de linha de transmissão em dimensões

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16

tridimensionais que serão utilizados como parâmetros de análise da malha, e a propagação da

tensão ao longo da malha. A utilização de TLM (Transmission Line Modeling) tridimensional se

deve ao fato da malha conter uma resistência de contato que representa a malha enterrada,

formando um eixo de direções x, y e z. No Capítulo 4 serão apresentados os resultados de

simulação da malha com a aplicação do software desenvolvido por Mendonça (2005) e

melhorado, nesse trabalho, com implementação do eixo y para simular malhas de aterramento

tridimensionais, ou seja, enterradas no solo.

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17

2 A Importância dos Sistemas de Aterramento

2.1 Considerações iniciais

Este capítulo tem por objetivo apresentar os distúrbios de alta freqüência mais

comuns que afetam o bom funcionamento de equipamentos e as possíveis soluções para mitigar

as interferências dos ruídos. Serão descritas as principais causas e os efeitos que geram ruídos

elétricos, e os tipos de aterramento que existem e as formas que estes podem auxiliar na proteção

de sistemas elétricos que tenha equipamentos de comunicação. Um dos pontos abordados é a

relação entre aterramento e qualidade de energia.

O conceito de sistema de aterramento gera, muitas vezes, um entendimento distorcido

por parte dos engenheiros eletricistas, pois, em geral, nos projetos busca-se uma baixa resistência

para o sistema de aterramento, por exemplo, 2 . O investimento em condutores, hastes, malhas

de aterramento e tratamento do solo tornam o projeto dispendioso, e muitas vezes não se atinge o

valor estipulado para a resistência, principalmente nas regiões onde a resistividade do solo varia

de 350 /m a 3000 /m como é o caso da região Centro-Oeste. Todo este investimento de tempo

e dinheiro é feito sem que se analise o real objetivo do sistema de aterramento, pois a resistência

do aterramento não é necessariamente um parâmetro fundamental para o adequado desempenho

do sistema [9].

Quando se propõe aterrar um equipamento ou um sistema elétrico deve-se ter bem

claro qual é a finalidade deste aterramento, para que o projeto atinja seus objetivos. Basicamente

têm-se duas intenções quando um sistema de aterramento é projetado: segurança (proteção dos

equipamentos e pessoas) e funcionalidade (manter as características operacionais independente

dos efeitos eletromagnéticos).

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18

Uma indagação comum aos profissionais da área de engenharia elétrica é qual o

ponto comum entre aterramento e Qualidade da Energia Elétrica (QEE). A literatura internacional

e nacional que trata da QEE reserva no mínimo um capítulo para tratar do tema aterramento

versus QEE [8], [9], [34]. Mas o ponto de intercessão entre estas duas áreas da engenharia

elétrica está no controle do ruído elétrico. Entende-se por ruído elétrico qualquer transitório nos

sinais de tensão e corrente, independente do tempo de duração, causado por uma fonte interna ou

externa à instalação elétrica.

Embora não se encontrem dados estatísticos mais detalhados acerca da origem dos

problemas de QEE nos sistemas elétricos, alguns autores afirmam que 80% dos problemas estão

diretamente relacionados com aterramento e condutores [9], [34].

Nas subestações, procedimentos como chaveamentos, situações de acoplamento

magnético e eletrostático, cargas pulsantes, operações de banco de capacitores e interação entre

corrente de carga e impedância de linha originam distúrbios elétricos na qualidade da energia.

Esses distúrbios podem ser caracterizados pela intensidade e duração, tendo como exemplo:

distúrbios de alta freqüência, distorção na onda da corrente e tensão e variação da freqüência

fundamental. E qualquer deles necessita de correção apropriada.

Dentre os equipamentos que mais sofrem com os efeitos dos distúrbios estão:

computadores, sistemas de telecomunicações, controladores de processos, atuadores de

velocidade variável, sistemas de imagem, eletrônica biomédica, UPS (Uninterruptible Power

Supply) ou no-break, geradores, transformadores, entre outros equipamentos. Diversas são as

soluções para mitigar os distúrbios: filtros de linha, filtros de ruído ou filtros de harmônico,

transformadores de isolação, reguladores de tensão, proteção coordenada de sistema elétrico e

sistema de transmissão de dados, pára-raios e sistemas de aterramento.

Dentro deste contexto, esse trabalho restringe-se aos efeitos e solução, da QEE e suas

relações com o aterramento. Descrever-se-á, a seguir, alguns dos tipos de distúrbios freqüentes e

mais relacionados com QEE.

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19

2.2 Distúrbios na energia elétrica

A energia elétrica é um insumo em que sua qualidade depende não só de quem a

produz como também de quem a utiliza. Equipamentos consumidores de energia podem produzir

ou sofrer distúrbios indesejáveis na tensão e na corrente. Quando estes equipamentos geram tais

distúrbios, eles afetam os consumidores da vizinhança bem como poluem o sistema de

distribuição que os alimenta. Por outro lado, quando estes equipamentos estão sujeitos a tais

distúrbios, os mesmos podem sofrer aquecimentos indesejáveis, operar de forma errônea, ter sua

vida útil reduzida, entre outros.

O conjunto de distúrbios é um dos problemas de energia que aparecem no sistema

devido a fatores externos e internos. Os fatores externos são produzidos pelos subsistemas

elétricos de geração, transmissão e distribuição. Os fatores internos estão relacionados com os

tipos de cargas alimentadas, ou seja, cargas lineares ou não-lineares. Também inclui nos

problemas internos o regime operacional (transitório ou permanente) das cargas, determinantes

nos distúrbios causados à distribuição de energia elétrica. Um exemplo clássico é a partida direta

de grandes motores de indução [34].

Os distúrbios de QEE são classificados em categorias: alta freqüência, tensão,

distorção nas ondas da corrente e tensão e variação da freqüência fundamental. Na categoria de

alta freqüência, podem ser classificados em modo normal e modo comum. O distúrbio de modo

comum ocorre nos condutores de fase e neutro simultaneamente, e o distúrbio de modo normal

(também chamado de modo diferencial) acontece entre os condutores de fase e neutro, porém não

em ambos simultaneamente [17], [34].

Uma outra forma de caracterização dos fenômenos eletromagnéticos usados pelos

profissionais que pesquisam ou trabalham com QEE está relacionada com a duração desses

fenômenos e considerando a fonte de tensão ou corrente que interage com a instalação elétrica.

Estas categorias são: transientes (impulso ou oscilação); variações de tensão de curta e longa

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duração; desequilíbrios na tensão; distorções na forma de onda (dc offset; harmônicos; inter-

harmônicos; notching); flutuações de tensão e variações na freqüência do sistema de potência.

Quanto mais alta a freqüência, maior o potencial de efeito sobre os equipamentos

eletrônicos do sistema. Impulsos de alta tensão e baixo conteúdo de energia não são muito

danosos aos equipamentos, mas provocam operação irregular, perdas de memória e travamentos.

Dentre os fenômenos transientes relacionados com impulsos, cuja duração é em torno

de 50 µs, serão utilizados os que são causados por descargas atmosféricas ou surtos de manobras

com equipamentos elétricos e sistemas de distribuição da energia elétrica.

2.2.1 Raios (Descargas atmosféricas)

Os raios causam muitas falhas e danos nos sistemas de eletricidade e de

telecomunicações. Apesar do aumento no número de dispositivos de proteção para os

equipamentos eletrônicos, a taxa de danos e falhas tem sido crescente nos dois sistemas. Isso se

deve às novas tecnologias que incrementam circuitos com larga escala de integração (chips),

popularizando o uso de microprocessadores isolados e conectados em rede.

O raio é uma descarga de eletricidade estática que ocorre em nuvens de chuva, onde

cargas estáticas são geradas em água e partículas de gelo e separadas por fortes correntes de ar. A

carga estática sobre cada partícula é pequena, mas em concentrações de nuvens a carga torna-se

elevada. Uma tempestade pode produzir alta corrente e tensões superiores a 100 milhões de volts

[27].

Os chamados hidrometeoros são partículas dentro da nuvem que estão sempre

interagindo através de colisões, com isso elas adquirem carga elétrica. As partículas pequenas

tendem a se carregar positivamente, e as partículas maiores carregam-se negativamente. A

separação de cargas positivas e negativas produz um potencial elétrico (na ordem de milhão de

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volts) no interior da nuvem, ou entre a nuvem e a terra. Quando o dielétrico é rompido, tem início

descarga elétrica [3].

Novas tecnologias confirmam que a descarga elétrica inicia no centro da nuvem e,

após início, propaga-se em direção ao campo de carga mais intenso, produzindo ramificações.

Uma pequena fração das descargas atmosférica, em torno de 15%, sai da área de nuvens (altura

média de 4000 metros) e propaga-se em direção a terra [3].

O ponto de contato entre a descarga e o solo é aleatório e determinado nos últimos

metros do percurso. Quando a descarga elétrica encontra-se a alguns metros da superfície da

terra, seu potencial elétrico gera campos elétricos de maior intensidade na superfície. Esses

campos produzem descargas que se propagam do solo em direção à descarga elétrica

descendente.

Posteriormente, com o encontro das descargas descendente e ascendente, o potencial

elétrico é descarregado para a terra. A conseqüência é um pulso de corrente com alta intensidade

e curta duração sobre o solo ou objeto. Esse pulso é chamado surto de retorno e transporta

correntes com intensidade de 10 kA a 500 kA fluindo em tempos menores que 1 ms [9].

Quando um raio incide diretamente sobre uma edificação e se propaga, ele atinge a

estrutura metálica de fundação, fiações condutoras, equipamentos elétricos e eletrônicos. As

incidências sobre linhas de eletricidade, telefone e dados situados nas proximidades podem

causar danos por impulsos de corrente. Ao mesmo tempo, o raio age como transmissor de rádio,

especialmente na fase do surto de retorno, induzindo tensões extremamente altas em condutores

elétricos [9].

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2.2.2 Descarga eletrostática

A eletricidade estática é um fenômeno natural em que cargas elétricas estacionárias,

produzidas pela fricção ou separação de materiais distintos, se acumulam em materiais

condutores não aterrados ou em superfícies não condutivas. Quando há uma diferença no

potencial eletrostático entre dois objetos carregados, acontece um fluxo de energia eletrostática

para equilibrar seus potenciais. Esse fluxo é chamado de descarga eletrostática [9], [17], [34].

A eletricidade estática causa pequenas correntes e altas tensões. O período de duração

da descarga é curto, na ordem de ηs a µs. Quando acontece a descarga eletrostática, abaixo de

200V, pode haver falhas em semicondutores eletrônicos. Uma descarga eletrostática envolve

correntes de alguns poucos ampères e tensões de até 35 mil volts. As descargas não são

prejudiciais ao ser humano porque a energia dissipada é muito pequena. Contudo, a maioria dos

semicondutores pode ser danificada com tensão em nível bem inferior a essa. A sensibilidade de

alguns componentes é inferior ao valor de pico de 3000 V, com duração em torno de 2 µs [3].

2.2.3 Interferência eletromagnética

A interferência eletromagnética é qualquer tipo de sinal indesejado, conduzido ou

irradiado, gerado propositalmente ou não, e capaz de interferir no correto funcionamento de um

equipamento sensível [17].

A eletrônica digital - operando em altas freqüências e grandes velocidades - aumentou a

sensibilidade dos equipamentos em relação à interferência eletromagnética (IEM). O conceito de

compatibilidade eletromagnética (EMC) estabelece que um equipamento não deve sofrer

interferências nem interferir no correto funcionamento de outros equipamentos situados no

mesmo ambiente [3].

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Para solucionar os problemas de interferência tem-se a compatibilidade eletromagnética,

que é a busca de soluções para tornar compatível a operação de equipamentos ou instalações

sensíveis, em ambiente eletromagnético ativo.

Dentre as principais fontes de interferência eletromagnética pode-se citar:

Na indústria e comércio: fornos a arco e de indução, lâmpadas fluorescentes,

impressoras laser e aparelhos de ar condicionado;

Nas comunicações: estações de rádio e radar, telefonia celular e transmissores de

comando remoto;

Nos sistemas de potência: contator, retificadores, chaveamentos e curtos-circuitos;

Na natureza: descargas atmosféricas e tempestades magnéticas;

No lar: forno de microondas, máquinas de lavar, termostatos, controles de iluminação,

compressores e motores [9].

2.3 Soluções aplicáveis

Para evitar descargas eletrostáticas, o armazenamento e o manuseio de placas de

equipamentos eletrônicos sensíveis devem obedecer a alguns requisitos básicos, para que se

mantenha a integridade das mesmas, tais como: dispor de proteção das placas através de

invólucros condutivos; limitar os movimentos das pessoas, quando manusearem um componente

eletrônico; remover o equipamento sensível da embalagem no momento da instalação; evitar

depositar sobre equipamento eletrônico sensível, ou outra superfície metálica, qualquer

dispositivo opcional; o armazenamento dos componentes eletrônicos deve ser feito em estantes

metálicas aterradas; os componentes eletrônicos devem ser manuseados por pessoas utilizando

pulseiras antiestáticas; dispor de ambientes de trabalho com piso de material considerado de

dissipação estática, cuja resistividade característica seja superior a 105 Ωm e inferior 10

9 Ωm [3].

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Uma das etapas no processo para minimização da interferência magnética é o bloqueio,

atenuação ou absorção da irradiação indesejada dentro do próprio circuito. Situações complexas

ocorrem quando centros de informática ou de telecomunicação são instalados nas proximidades

de subestações de potência. As interferências eletromagnéticas podem acarretar distúrbios

severos aos equipamentos. Dentre as soluções que podem ser implementadas, está a blindagem da

subestação (no caso de ser abrigada), determinada por estudos de compatibilidade

eletromagnética. Outra solução consiste na blindagem eletromagnética da instalação, onde estão

os equipamentos eletrônicos sensíveis.

A interferência eletromagnética, que é dependente da freqüência, pode propagar-se

basicamente de duas formas: uma delas é chamada de interferência eletromagnética irradiada,

propagando-se através do ar; a outra é chamada de conduzida, propagando-se pelos condutores

físicos existentes nos equipamentos. Se não for possível diminuir a irradiação ou a condução da

interferência eletromagnética pelo equipamento emissor, tem-se a opção de atenuar a chegada

desses campos no chamado equipamento receptor. A interferência conduzida é basicamente

controlada através de filtros colocados em posições específicas nos cabos de alimentação e

controle. Já a interferência eletromagnética irradiada pode ser atenuada pelo emprego de

blindagens eletromagnéticas, cuja finalidade é proteger o seu interior dos efeitos dos campos

eletromagnéticos exteriores ou proteger o meio ambiente ao seu redor dos efeitos dos campos

eletromagnéticos gerados no seu interior.

O material utilizado em uma blindagem eletromagnética deve ser capaz de apresentar bom

índice de absorção. Isso é obtido empregando-se materiais com alta permeabilidade magnética,

geralmente materiais ferromagnéticos. Essa característica é especialmente importante para baixas

freqüências, bem como deve apresentar um bom índice de reflexão, também obtido com materiais

ferromagnéticos devido a sua natureza condutora. Essa característica é importante principalmente

para altas freqüências. A reflexão do material é também um fator importante a ser considerado,

pois se esta for muito grande, as reflexões ocorridas nas paredes externas da blindagem, devido

aos campos eletromagnéticos externos, afetarão o meio ambiente ao seu redor.

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Para os distúrbios ocasionados de raios, harmônicos, descargas eletrostáticas e ruídos

existem variadas soluções, porém os seus efeitos, em geral sentidos pelos sistemas de

computadores, sistemas de controles de processos e sistemas de telecomunicações, envolvem

defeitos no sistema de aterramento. Os projetos de aterramento deveriam, a princípio, abordar

maneiras de solucionar os problemas de alta freqüência e absorver os distúrbios causados nos

sistemas em geral.

Outras soluções poderiam ser implementadas para resolver os problemas aqui abordados,

porém o escopo desse trabalho é propor que equipamentos tais como computadores, sistemas

controladores de processos e sistemas de rede de telecomunicações, sofram menor influência dos

distúrbios de alta freqüência com a instalação de uma malha de aterramento que mantenha os

equipamentos em uma superfície eqüipotencial. A importância dessa superfície eqüipotencial é

que os equipamentos a elas conectados não sofrem com variações de potenciais causados por

distúrbios elétricos, ou seja, a possibilidade de circulação de corrente entre os equipamentos, que

os danificam, seja reduzida.

2.4 Sistema de aterramento

Um sistema de aterramento deve ser projetado para atender aos seguintes objetivos

mínimos:

Nunca devem existir correntes fluindo no sistema de aterramento em condições normais

de operação. Existirão pequenas correntes no sistema de aterramento devido à ligação de

equipamentos de proteção e acoplamentos entre condutores de fase e aterramento.

Entretanto, estas correntes devem ser pequenas se comparadas com as correntes de carga.

Deverá existir, tanto quanto seja possível, uma referência eqüipotencial para todos os

dispositivos e locais do sistema elétrico.

Para impedir o risco de toque em tensões não-seguras, todas as carcaças dos

equipamentos devem ser ligadas ao sistema de aterramento eqüipotencial .

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Um sistema de aterramento deve atender as seguintes funções:

Serviço ou Funcionalidade: são os sistemas que fazem parte integrante dos circuitos

elétricos onde um condutor, geralmente o neutro, é conectado e objetiva garantir a utilização

correta e confiável da instalação. Deve-se ter em mente que um caminho efetivo no sistema de

aterramento deve ser permanente e contínuo; ter capacidade para conduzir com segurança

qualquer corrente de falta imposta ao mesmo; ter impedância baixa o suficiente para limitar a

tensão e para facilitar a operação dos dispositivos de proteção dos circuitos; e, ainda, a própria

terra não deve ser empregada como o único condutor de aterramento.

Segurança ou Proteção: São os sistemas nos quais as partes metálicas não-energizadas

das instalações são conectadas a um sistema de proteção, visando evitar acidentes no caso destas

serem acidentalmente energizadas. Tais sistemas são projetados para limitar os potenciais

produzidos durante o fluxo de corrente para a terra propondo a segurança dos seres vivos

(homens e animais).

2.4.1 Malha de Terra de Referência

O aterramento para referência de sinais elétricos em alta freqüência (Signal Reference

Ground – SRG) é uma terminologia incomum aos profissionais que trabalham com projetos de

aterramento usados nos sistemas elétricos. O principal objetivo de um sistema de aterramento

SRG não é segurança das pessoas ou proteção de equipamentos, mas simplesmente criar um

plano de referência com baixa impedância, de modo a permitir a adequada operação de cargas

sensíveis que necessitam de uma referência comum para operar.

Para ressaltar a importância de um plano de referência com baixa impedância observe a

análise feita por Sankaran (2002), na Figura 1.5.

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Figura 2-1- Micro-circuitos operando num plano de referência [34].

Na Figura 2.1 têm-se dois micro-circuitos de baixo nível de tensão compartilhando dados

e sendo alimentados por um mesmo sistema de potência, o que torna possível a comunicação

entre estes. O sinal dos dois micro-circuitos tem uma referência comum. Se o plano de referência

tem uma impedância alta entre os dois pontos (RG), ou seja, se há uma diferença entre a tensão de

entrada (Vin) e a tensão de saída (Vout) nos quais estão conectados os micro-circuitos haverá uma

diferença de potencial entre os mesmos, quando da passagem de qualquer sinal de corrente por

este plano. Esta diferença de potencial prejudica ou mesmo impede a comunicação de dados. De

outra forma diz-se que uma baixa impedância no plano eqüipotencial origina um desacoplamento

entre os equipamentos que estão ligados ao plano de referência.

Para se ter uma noção quantitativa deste termo - baixa impedância – tem-se o exemplo

numérico a seguir: supondo que os dois micro-circuitos estejam a uma distância de 3 m e

interligados por um cabo de cobre com 21,15 mm2 e por ele passe uma corrente de 100 mA com

uma freqüência de 1 MHz. De acordo com a Tabela 1.1 esta corrente provoca uma diferença de

potencial de 2 V o que já pode ser uma fonte de erro para a operação destes micro-circuitos [34].

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Tabela 2-1- Tabela de freqüência [34].

Freqüência Resistência do cabo de 3 m

0 (CC) 0,00025

60 Hz 0,0012

1 MHz 20

Considerando que em um centro de processamento e transmissão de dados existem

milhões deste micro-circuitos, pode-se ter a dimensão da importância de um plano eqüipotencial

com características elétricas adequadas para permitir que estes equipamentos operem sem

interferência de sinais espúrios. Um arranjo típico desta técnica de aterramento é mostrado nas

Figuras 2.2 e 2.3.

Uma técnica de aterramento de equipamentos sensíveis que tem expandido consiste em

utilizar uma Malha de Terra de Referência, mostrada na Figura 1.7. Esta técnica supera as

demais, principalmente por solucionar o maior e mais grave problema das técnicas anteriores, que

é a eqüipotencialidade dos equipamentos eletrônicos em altas freqüências.

Figura 2-2- Malha de referência [34].

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Figura 2-3-Sistema de aterramento usado em centro de processamento e comunicação de dados [34].

2.5 Proposta do trabalho

O objetivo dessa pesquisa é desenvolver ferramentas de simulação capazes de representar

uma malha de aterramento na qual estão conectados diversos equipamentos de comunicação e

processamento de dados, de modo a garantir uma superfície eqüipotencial adequada à operação

dos mesmos sob condições de transitórios elétricos de tensão ou corrente. Dentre os inúmeros

distúrbios e propostas de soluções que existem utilizar-se-á, neste trabalho, os distúrbios de altas

freqüências causados por raios, curtos-circuitos, e interferências eletromagnéticas como defeitos

a serem solucionados.

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Neste contexto, o escopo é dar continuidade à pesquisa iniciada em Mendonça (2005) que

simulava uma malha isolada conforme a Figura 2.4 e, a seguir, foi implementada fisicamente por

Santos (2005).

Figura 2-4- Malha de terra isolada [32].

O elemento constitutivo da malha anteriormente bidimensional agora é um elemento de

simulação tridimensional, pois considera o eixo vertical (y) representado pela ligação da malha

com o solo. Essa característica tridimensional é dada pela resistência de contato da terra com a

malha que será abordada detalhadamente no Capítulo 3. A malha terá três dimensões de tal forma

que mantenha a característica eqüipotencial e o controle da interferência eletromagnética causada

por equipamentos eletrônicos.

As simulações demonstradas para análise das Malhas de Terra de Referência têm por

fundamento a condução de sinais de alta freqüência usando o princípio de linhas de transmissão.

O fundamento é que o comprimento do condutor, ou seja, o trecho entre dois pontos de conexão

da malha deve ser menor que 1/10 do comprimento de onda do sinal transmitido. Essa

consideração faz com que as extremidades do condutor tenham diferença de potencial

desprezível, mantendo-se a desejada eqüipotencialidade [32].

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Dando prosseguimento à implementação e evolução do programa que simulava uma

malha isolada, conectou-se a malha aos demais sistemas de proteção, interligando aos elementos

condutivos da edificação e às malhas de outros pisos como o diagrama mostrado na Figura 2.5.

Figura 2-5-Diagrama da malha de terra conectada ao sistema de proteção de um prédio [32].

Modelar-se-á uma malha de terra que atenda condições de segurança e funcionalidade, e

que estará enterrada no solo, conforme mostrado na Figura 2.6, ou seja, será considerada uma

malha conectada aos demais sistemas de proteção, sejam em se tratando de edificações ou

subestações, e que terá a influência das condições do terreno. Também na Figura 2.6 vê-se o

detalhe típico das conexões entre os nós da malha. A Figura 2.6 busca representar ao leitor a

situação típica de aterramento e que de forma indireta representará a condição de simulação deste

trabalho que é a malha conectada aos demais elementos de proteção da estrutura

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32

Figura 2-6-Malha de terra conectada ao sistema de proteção de um prédio[32].

2.6 Considerações finais

Esse capítulo apresentou os problemas mais comuns da alta freqüência, dentre eles

interferências eletromagnéticas, descargas atmosféricas e descargas eletrostáticas que interferem

no bom funcionamento de equipamentos. Foi visto que, quanto mais alta a freqüência maior o

potencial de efeito sobre os equipamentos eletrônicos do sistema e, portanto, pior seu

funcionamento. Entre as inúmeras soluções foi apresentada uma malha de referência de terra que

é a solução mais viável, de modo a permitir a adequada operação de sistemas que contenham

equipamentos eletro-eletrônicos, pois esta oferece um plano eqüipotencial de grande importância,

por permitir que esses equipamentos operem com uma menor interferência.

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3 Teoria Matemática

3.1 Introdução

Este capítulo apresenta o equacionamento de ondas eletromagnéticas. A partir das

equações de Maxwell serão demonstradas as equações representativas das características das

ondas planas (velocidade, coeficiente de transmissão e reflexão) e do meio de propagação

(impedância característica do meio) que serão usados para simulação de transitórios de alta

freqüência na malha de aterramento. As linhas de transmissão usam as condições de contorno de

Maxwell para descrever propagação de ondas entre dois pontos.

A malha é modelada utilizando a teoria de linha de transmissão, utilizando-se de

parâmetros concentrados. Para analisar a malha é necessário definir R, L e C de modo que se

obtenha uma impedância para cada trecho da malha. Para cada impedância é necessário observar

as tensões originadas pelo fenômeno de propagação da corrente elétrica aplicada. Neste

momento, dando continuidade às ferramentas utilizadas por Mendonça (2005), o capítulo se

restringirá a explanar o porquê de parâmetros concentrados, linhas de transmissão e equações de

Maxwell que estão envolvidas nas soluções de TLM.

A teoria de circuitos objetiva prever o comportamento elétrico de circuitos físicos para

que o custo geral seja reduzido e o desempenho melhorado. Um circuito é considerado

concentrado quando suas dimensões físicas são pequenas o suficiente para que as ondas

eletromagnéticas nele se propaguem instantaneamente, ou seja, não é necessário considerar a

distribuição espacial de seus parâmetros, podendo ser considerados concentrados em um ponto

[18].

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Os componentes R, L e C formam um sistema de potência ou circuito elétrico que,

analisados através de uma extensão da teoria de parâmetros concentrados, são representados por

um circuito distribuído. Essa representação distribuída são as linhas de transmissão que podem

ser estudadas como um trecho de barramento, como uma linha longa, uma capacitância ou

indutância - de acordo com o fenômeno físico. O que difere linhas de transmissão de circuitos

concentrados são as ondas progressivas e seus efeitos de interferência e reflexão [16].

Quando um distúrbio ocorre na linha, um tempo decorre para a transmissão desse

distúrbio até outro ponto qualquer da linha. Problemas como os de descarga atmosférica ou

chaveamento de carga usando os conceitos de parâmetros concentrados precisam ser estendidos

para que se leve em conta os efeitos de propagação.

Sabe-se da teoria de comunicação de ondas conduzidas que, se o comprimento físico do

condutor é da ordem de grandeza do comprimento de onda da própria onda, então existirão

diferenças de potencial ao longo do condutor. Por outro lado, se o comprimento físico é muito

menor (10 a 20 vezes menor) que o comprimento de onda, então as diferenças de potencial ao

longo do condutor são mínimas. Quando escolhido o valor de 10% do comprimento da forma de

onda optar-se-á por reduzir o erro de discretização [3].

Portanto, quando se constrói uma malha de aterramento muito menor que o comprimento

de onda da maior freqüência interferente, não existirão diferenças de potencial apreciáveis entre

dois pontos quaisquer da malha.

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3.2 Parâmetros Concentrados

Circuitos concentrados são obtidos pela interligação de elementos concentrados. Isso

significa que a modelagem do circuito terá elementos concentrados típicos: resistores,

capacitores, indutores e transformadores. A propriedade fundamental associada aos elementos

concentrados é o tamanho reduzido quando comparado como comprimento de onda de sua

freqüência de operação, portanto este apresenta dimensões físicas desprezíveis [16], [18].

Do ponto de vista da teoria eletromagnética, um circuito com parâmetros concentrados

reduz-se a um ponto, pois é embasado na aproximação de ondas eletromagnéticas que se

propagam pelo circuito instantaneamente. Quando existe uma restrição ao tamanho físico do

circuito, as leis Kirchhoff de tensão e corrente são válidas, por serem aproximações das célebres

equações de Maxwell que são leis gerais de eletromagnetismo. Por essa razão, a teoria de

parâmetros concentrados fornece excelentes previsões, porque a localização particular dos

dispositivos ou elementos dentro do circuito físico não afeta o comportamento do mesmo [18].

3.3 Equações de Maxwell

As linhas de transmissão são caracterizadas por sua habilidade de conduzir a energia

eletromagnética limita-se esta energia à proximidade da própria linha de transmissão. A análise

da condução eletromagnética exige uma aplicação das equações de Maxwell nos problemas de

campo. Para um sistema feito de condutores que não estão sujeitos a perdas ou de perfeitos

condutores, os campos elétricos e magnéticos podem ser definidos de forma independente, e,

assim, obtêm-se a definição de indutância e de capacitância como características independentes.

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As equações de Maxwell são equações diferenciais lineares sobre tempo e espaço

aplicadas ao eletromagnetismo. Essas expressões matemáticas representam determinados

resultados experimentais. Assim, é evidente que elas não podem ser provadas, porém sua

aplicabilidade é verificada [33].

As linhas de transmissão usam as condições de contorno de Maxwell para descrever

propagação de ondas entre dois pontos, por isso a necessidade de entender essas equações no

contexto da propagação da onda na malha de aterramento que serão analisadas.

Ao sugerir as equações de Maxwell de forma local têm-se:

Lei de Gauss (3.1)

0 B Lei de Gauss para o magnetismo (3.2)

Lei da indução de Faraday (3.3)

t

DJH

Lei de Ampère e extensão de Maxwell (3.4)

Sendo:

operador diferencial;

D densidade de fluxo elétrico;

B densidade de fluxo magnético;

E campo elétrico;

H campo magnético;

v densidade volumétrica de carga;

J densidade de corrente.

Também é necessário admitir que 0

J , pois, caso contrário, haverá acúmulo ou

extração de carga.

A análise da malha será avaliada para um meio isotrópico, portanto a necessidade de

considerar que quando apresentado B , e D , ter-se-á que varia pouco em relação aos

meios com um fator 100 enquanto tem um variação de 104 no fator, sendo que a

vD

t

BE

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37

permissividade do vácuo 12

0 8510,8 F/m. Apesar da variação em relação a ser maior por

tratar-se de meio isotrópico a permeabilidade do vácuo é 7

0 104 H/m. Como a

permeabilidade representa a susceptibilidade à passagem de fluxo, quanto maior , maior a

indução e o fluxo magnético, portanto aqui será representada pela permeabilidade do vácuo [4].

3.4 Linhas de Transmissão

A tensão em uma linha de transmissão não atinge a carga instantaneamente, mas propaga-

se em forma de onda até que num determinado tempo atinge a carga, e o tempo é uma variante do

comprimento de onda definido pela freqüência da corrente. A propagação de onda é resultado dos

efeitos magnéticos e elétricos gerado pela carga e pelo gerador.

É relevante o tempo de propagação da onda quando consideradas as altas freqüências, e a

teoria de linhas de transmissão é sempre usada quando o comprimento da linha for comparável

com um quarto do comprimento de onda. Assim, o tempo de retardo será uma fração pequena e o

circuito poderá ser avaliado por teoria de circuitos com parâmetros concentrados [16].

A velocidade de propagação depende do meio que envolve os condutores. Quando a

malha de terra está imersa no ar a velocidade é considerada a mesma velocidade da luz no vácuo

( smc /103 8 ). No entanto, quando o meio é sólido essa velocidade reduz dependendo das

características do material [6].

Em baixas freqüências, onde o comprimento de onda dos sinais é muito maior que o

comprimento dos condutores do circuito, um simples fio é suficiente para a transferência de

potência. A corrente atravessa o fio facilmente, e a tensão e a corrente são as mesmas ao longo do

fio, independente do ponto onde a medida for feita. Já em altas freqüências, os comprimentos de

ondas dos sinais são menores que o comprimento dos condutores. Nesse caso, a transmissão de

potência é feita mais adequadamente em termos de propagação de ondas, ou seja, através de

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linhas de transmissão. Esse raciocínio é importante, pois a malha de terra deve atender sinais em

alta ou baixa freqüência e o modo de propagação da onda na malha é diferenciado de acordo com

o valor da freqüência.

3.4.1 Desenvolvimento matemático de TLM

A linha de transmissão é constituída por uma rede de parâmetros distribuídos, de

quantidade R, L, C e G, que são definidos por unidade de comprimento da linha. O circuito

equivalente é o apresentado na Figura 3.1. Quando analisada uma porção incremental, x de

uma linha de transmissão, a dois condutores, com parâmetros distribuídos, chegar-se-á a equação

da linha.

Figura 3-1- Parâmetros distribuídos de uma linha de transmissão a dois condutores.

Deve-se considerar o circuito tipo L, ilustrado na Figura 3.2, em função de R, G, L e C e

esse equivalente a uma porção incremental x da linha de transmissão da Figura 3.1 [13].

Figura 3-2- Circuito equivalente tipo L para um comprimento diferencial x de uma linha de transmissão a

dois condutores [16].

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39

Aplicando a lei de Kirchhoff para tensão na malha externa do circuito da Figura 3.2

obtêm-se:

t

txILtxRI

x

txVtxxV

,,

,,

(3.4)

Aplicando a Lei de Kirchhoff das correntes no nó principal do circuito da Figura 3.2 têm-

se:

t

txxVCtxxGV

x

txItxxI

,,

,, (3.5)

Após desenvolvimento matemático das equações 3.4 e 3.5 passando pela expansão de

Taylor, aplicando limites, obtêm-se equações que mostram que a taxa diferencial da variação de

tensão resulta em uma queda resistiva e indutiva de tensão ao longo de uma linha e a variação

diferencial da corrente resulta em derivação condutiva e da corrente de carga capacitiva, tendo

suas demonstrações em Dworsky (1988) [10]. Solucionando-se, simultaneamente, as equações

resultantes têm-se as chamadas equações de linhas de transmissão:

02

2

2

ss V

dx

Vd (3.6)

02

2

2

ss I

dx

Id (3.7)

Que são, respectivamente, as equações de onda para tensão e corrente, semelhantes na

forma às equações de onda obtidas para ondas planas. Sendo a constante de propagação.

Resolvendo as equações 3.6 e 3.7 por LaPlace segundo Dworsky (1988) obtêm-se:

xx

s eAeAxV 21)( (3.8)

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40

xx

s eAeAZ

xI 21

0

1)( (3.9)

Onde A1 e A2 são magnitudes da onda de tensão se propagando em direção a x. Desta

forma e Z0 são funções de ω. Após desenvolvimento matemático das equações 3.8 e 3.9 têm-se

que:

CjGLjR (3.10)

Da equação 3.10, γ é o termo que define o caminho no qual a onda de tensão atenua

quando se propaga. Em geral é obtido a partir das equações 3.8 e 3.9, porém freqüentemente

escrito conforme 3.11. As equações 3.12 e 3.13 são resultados obtidos por Mendonça (2005).

j

(

3.11)

11

2

2

(

3.12)

11

2

2

(

3.13)

Sendo:

freqüência angular;

constante de atenuação;

constante de fase;

permeabilidade;

condutividade;

permissividade.

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41

Em termos de a velocidade de onda u e o comprimento de onda são dados por:

u

(3.14)

2

(3.15)

Portanto, é a constante de propagação (em 1/metro) conforme equação (3.15) [16].

CjGLjRj

(3.1

6)

Considerando a solução das equações (3.8) e (3.9) como as equações dadas por 3.17 e

3.18:

Figura 3-3- Linha de transmissão definindo o início do referencial na recepção.

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42

jxjx

s eVeVxV 00

Equação de Tensão

(3.17)

xjx

s eIeIxI 00

Equação de Corrente

(3.18)

0V ,

0V ,

0I e

0I são as amplitudes das ondas, onde o sinal positivo indica que a onda é

incidente e o sinal negativo representa uma onda refletida. Os sinais + e – podem ser entendidos

pela representação das ondas se propagando ao longo de x+ e x

–, respectivamente, conforme

indicado pelas setas da Figura 3.3.

3.4.2 Impedância Característica

Qualquer circuito constituído por impedâncias em série e em paralelo contém uma dada

impedância de entrada. Para a linha de transmissão, essa impedância depende do tipo de linha,

comprimento e terminação. A impedância característica, Z0, é por definição, a impedância

medida à entrada da linha quando não há ondas refletidas. Isso acontece quando o comprimento

dessa linha é suficiente longo para não haver reflexão, ou quando a impedância da carga é igual a

Z0.

A partir das equações (3.8) e (3.9), e fazendo substituições matemáticas adequadas obtêm-

se que as equações (3.19) e (3.20) que representam a solução para 0x e lx como mostrado

na Figura 3.3:

xjxj

s eeVeeVV dr (3.19)

Passando-se a equação (3.19) para o domínio do tempo têm-se:

d

x

r

x xteVxteVtxv coscos, (3.20)

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43

Considerando-se que o início do referencial ( 0x ) é na recepção apresentada na Figura

3.3, as equações (3.19) e (3.20) tornam-se as equações (3.21) e (3.22), consistindo numa

representação de onda incidente com amortecimento (no sentido positivo de x ) e numa onda

refletida também com amortecimento.

xx

s eVeVV

(3.21)

xx

s eVeVZ

I 0

1

(3.22)

A impedância característica 0Z da linha é a razão entre a onda de tensão e a onda de

corrente que se propaga no sentido positivo em qualquer instante da linha, ou seja, fazendo

substituições matemáticas nas equações (3.21) e (3.22) e adotando-se j obtêm-se a

equação (3.23) [6], [10], [11], [13], [16]:

CjG

LjRZ

0 (3.23)

Para os dielétricos utilizados, o termo G é extremamente pequeno e pode ser desprezado.

Em baixas freqüências o termo jωL é pequeno comparado ao valor de R, podendo ser desprezado.

Dessa forma, para baixas freqüências, a impedância característica de um cabo é dominada pela

sua capacitância e resistência série, podendo ser aproximada pela equação (3.24). Esse

comportamento é semelhante ao de um filtro passa baixas. Quanto maior é a freqüência, menor a

impedância.

Cj

RZ LF

0 (3.24)

Em altas freqüências, o termo jωL passa a ser significativo e a impedância do cabo passa a

ser dominada pelas suas indutância e capacitância por unidade de comprimento, podendo ser

aproximada por:

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44

C

L

Cj

LjZ

HF

0

(3.25)

3.4.3 Linhas sem Perdas

Uma solução simples que abrange os conceitos de linha de transmissão é avaliar para um

caso sem perdas, pois transitórios de curta duração, tais como condições de impulso são mais

adequadamente representadas pelo caso sem perdas [10], [11].

Observa-se que nessas condições a impedância mantém-se constante independente do seu

comprimento e da freqüência de utilização. Isso é válido desde que o dielétrico e o condutor

mantenham constantes suas características em função da freqüência. Na prática, existem cabos

que mantêm essas características para freqüências até dezenas de GHz. Para uma linha de

transmissão sem perdas têm-se, e CR 0 aplicando-se na equação (3.23) têm-se:

C

LZ 0 (3.33)

3.5 Considerações Finais

Este capítulo apresentou o uso das equações de Maxwell e linhas de transmissão que são

elementos necessários para implementação da malha de aterramento que será simulada. Foram

apresentadas a velocidade, coeficiente de transmissão e reflexão e impedância característica do

meio onde a onda está propagando, tendo em vista que estes dados serão utilizados na simulação

de transitórios de alta freqüência na malha de aterramento.

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45

4 Formulação Tridimensional para Malha de Terra

4.1 Introdução

Este capítulo explica a metodologia adotada para análise da malha na simulação

computacional. Existem inúmeros métodos numéricos e técnicas computacionais utilizados em

estudos que envolvem o eletromagnetismo. Esses métodos podem ser classificados em integrais

ou diferenciais. Apresentar-se-á, neste trabalho, o modelo diferencial e dentre os métodos

diferenciais utilizar-se-á a Modelagem de Linhas de Transmissão tridimensional. Este capítulo

dedica-se ao estudo da formulação matemática tridimensional do TLM-TD, ou seja, modelagem

de linhas de transmissão no domínio do tempo.

Os métodos integrais tratam os casos, cujas equações estão na forma integral e que são

desenvolvidas analiticamente para incorporar as condições de contorno. Os métodos diferenciais,

por sua vez, exploram as equações de Maxwell, definindo equações diferenciais para representar

o problema e equações adicionais para modelar as condições de contorno.

Os métodos diferenciais são caracterizados pela formulação simplificada, onde o

desenvolvimento analítico não é tão intenso como nos métodos integrais. A implementação desse

método pode, porém, tornar-se mais complicada. A aplicação de métodos diferenciais em

problemas de propagação de ondas em contornos abertos, ou seja, onde haja necessidade de

limitações na abrangência dos campos, é complicado pela necessidade de discretizar todo o

volume a ser analisado, o que gera um aumento do número de nós, segmentos ou elementos de

discretização. O método permite modelar com certa facilidade materiais não-homogêneos e não-

linearidades no domínio do tempo que porventura ocorram. O método de Modelagem por Linhas

de Transmissão (TLM) é um exemplo de método diferencial [38].

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46

O método numérico TLM é usado desde 1971 quando foi criado por Peter B. Johns,

Inglaterra, para a solução de diversos problemas práticos de engenharia. Entre estes problemas

estão o projeto de turbinas de avião, vagões de metro, fragatas, engenharia de alimentos, guias de

ondas, antenas, engenharia elétrica, linhas de transmissão de potência, sistemas de potência,

compatibilidade eletromagnética, componentes eletrônicos e óptico-eletrônicos, fibra óptica,

entre outros. As principais características deste método são a simplicidade de aplicação, a

interpretação física do erro e a estabilidade das soluções por se tratarem de soluções no domínio

do tempo. A estabilidade é conseqüência do comportamento da matriz de tensões, advinda da

análise a partir de parâmetros concentrados. Quando comparado com outros métodos numéricos o

TLM tem a simplicidade na sua formulação e implementação computacional, além de ser muito

mais claro. Seus dados têm uma correspondência direta com os parâmetros físicos do problema,

tornando-o de fácil entendimento e aplicação [6], [38].

Na representação bidimensional do espaço é utilizada uma malha cartesiana de nós e cada

nó corresponde a uma junção entre um par de linhas de transmissão. Impulsos de tensão,

espalhando-se isotropicamente sobre esta malha, representam a propagação das ondas

eletromagnéticas. A pretensão com este modelo é encontrar em cada nó as tensões refletidas e

incidentes e, a partir daí, as componentes de campo elétrico e magnético. Para isso, utilizam-se as

equivalências campo elétrico - tensão e campo magnético - corrente [6].

O equacionamento de ondas eletromagnéticas em meio infinito representado pelas

equações de Maxwell e para ondas guiadas por meio da teoria de Circuitos Elétricos são

fundamentos a partir dos quais as equações de onda foram demonstradas [4]. Dessa forma, têm-se

as equações representativas das características das ondas planas (velocidade, coeficiente de

transmissão e reflexão) e do meio de propagação (impedância do meio).

Esses conceitos são utilizados para simulação de transitórios impulsivos na malha de

aterramento funcional que se simulará neste trabalho. Uma linha de transmissão é, portanto, um

dispositivo para guiar ondas eletromagnéticas. E essas linhas podem ter diversas geometrias,

sendo que a geometria da linha determina sua impedância.

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47

4.2 Reflexão de onda

Admitindo-se a propagação de uma onda de tensão ao longo da linha, cada segmento da

malha representa um ponto de análise, onde podem ser calculadas tensões incidentes e refletidas,

e, assim, determinar o valor real da tensão e da corrente resultante nestes pontos. Segundo a

teoria de linhas de transmissão, cada segmento onde incide uma frente de onda, essa causa uma

frente de onda refletida cujo valor depende do coeficiente de reflexão [14]. Os coeficientes de

reflexão ( ) e transmissão ( ) para as linhas de transmissão dada por 4.1 e 4.2 [10].

21

12

ZZ

ZZ

(4.1)

21

22

ZZ

Z

(4.2)

Sendo:

Z1 é a impedância do meio de onde se origina a frente de onda;

Z2 é a impedância do meio que reflete a frente de onda.

De forma simples entende-se que Z1 corresponde à impedância característica Z0 e Z2 a

impedância no final da linha. Na malha, o coeficiente de reflexão representa os pontos de

distribuição de tensão que há ao longo da malha. Admitindo-se a propagação de uma tensão ao

longo da linha, cada segmento representa um ponto de análise, onde se pode calcular tensões

incidentes e refletidas, e, assim, determinar o valor real da tensão e da corrente nestes pontos

como pode ser identificado na Figura 4.1.

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48

Figura 4-1- Propagação do pulso em termos da malha [6].

Considerando as tensões incidentes e refletidas por meio de cada segmento, pode-se

aplicar o teorema de Thévenin para simplificar a análise e determinar equações representativas do

fenômeno em questão. A Figura 4.2 mostra o circuito equivalente do n-ésimo segmento (1< n

<N) da linha considerando-se a presença dos segmentos adjacentes representado por um

equivalente de Thévenin.

Figura 4-2-Equivalente de Thévenin de um segmento da linha.

Na Figura 4.2 têm-se:

k = um determinado instante de tempo

nk I = corrente em “n” no instante “k”;

nkV = tensão em “n” no instante “k”;

i

nkVE = tensão incidente pela esquerda de “n” no instante “k”;

i

nkVD = tensão incidente pela direita de “n” no instante “k”;

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49

nkVE = tensão à esquerda de “n” no instante “k”;

nkVD = tensão à direita de “n” no instante “k”.

O modelo da Figura 4.2 refere-se a um segmento no meio da linha que apresenta nós

adjacente aos dois lados. Assim, pode-se dizer que a tensão no segmento “n” é igual a tensão à

esquerda deste no mesmo instante de tempo:

nknk VEV (4.3)

A tensão à direita do segmento “n” é dada por:

02 ZIVDVD nk

i

nknk (4.4)

Quando da análise da malha a direita, com base nas tensões incidentes, a tensão no

segmento “n” fica:

i

nknknk VDRZIV 20 (4.5)

Aplicando a tensão nodal das correntes ao circuito da Figura 4.1, obtêm-se:

0000

22

ZR

VD

Z

VE

ZR

VVG

Z

V i

nk

i

nknknk

nk

(4.6)

As equações (4.5) e (4.6) relacionam os valores de tensão e corrente em cada segmento da

linha de transmissão com as tensões que incidem por ambos os lados deste. Desta forma, é

possível determinar as tensões incidentes ou a tensão e corrente do segmento “n”, dependendo da

necessidade [38].

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50

De acordo com a teoria de linhas de transmissão, as tensões que incidem em um segmento

genérico “n” são refletidas por ele e retornam à linha. Essas tensões refletidas podem ser obtidas

por:

i

nknk

r

nk VEVEVE (4.7)

i

nknk

r

nk VDVDVD (4.8)

Sendo:

r

nkVE = tensão refletida para a esquerda do segmento “n” no instante “k”;

r

nkVD = tensão refletida para a direita do segmento “n” no instante “k”;

i

nkVE = tensão incidente pela esquerda de “n” no instante “k”;

i

nkVD = tensão incidente pela direita de “n” no instante “k”.

O próximo passo é fazer os cálculos das tensões incidentes em cada segmento para o

próximo instante de tempo “k+1”. Pode-se dizer que as tensões incidentes, em um segmento

genérico “n” no instante “k+1”, corresponde às tensões refletidas pelos segmentos adjacentes no

instante de tempo “k”:

r

nk

i

nk VDVE 11 (4.9)

r

nk

i

nk VEVD 11 (4.10)

Para completar a análise da linha é necessário determinar o intervalo de tempo “t” que a

onda gasta para percorrer um segmento “n”:

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51

u

nt

(4.11)

Sendo:

n comprimento percorrido pela onda;

u velocidade de propagação da onda.

De uma forma geral, é possível identificar as seguintes etapas dentro de cada iteração no

tempo para o método TLM:

determinação das tensões incidentes para cada segmento;

cálculo das tensões refletidas para cada segmento;

determinação das condições de contorno para os segmentos ou nós que se localizam

nas extremidades;

determinação das novas tensões incidentes para o próximo passo de iteração.

4.3 .Modelagem tridimensional

4.3.1 Nó Condensado Simétrico – SCN

A análise de linhas de transmissão a dois fios é a base do método TLM no domínio do

tempo para uma dimensão. A partir desta teoria foi desenvolvida as versões bidimensional e

tridimensional. Assim como a formulação unidimensional, estas últimas apresentam segmentos

ou nós correspondentes que também foram embasados na Teoria de Linhas de Transmissão e

utilizam o mesmo procedimento de cálculo. Não é necessário apresentar a formulação do TLM-

TD bidimensional que deu origem ao elemento básico de discretização tridimensional. É preciso

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apenas compreender o resultado que originou das células básicas utilizadas na versão

bidimensional.1

O Nó Condensado Simétrico (SCN) é um segmento tridimensional do espaço modelado

por linhas de transmissão nas três direções do sistema de coordenadas cartesianas que a Figura

4.2 mostra de forma separada, ou seja, é apresentado o elemento para cada plano cartesiano. Cada

linha possui uma corrente e quatro tensões incógnitas, como na versão série do nó bidimensional

do TLM no domínio do tempo.

(a)

(b)

(c)

Figura 4-3- Decomposição do SCN em nós bidimensionais série:

(a) Plano xy; (b) Plano xz; (c) Plano yz

O efeito da junção das três células bidimensionais num único elemento tridimensional

gera o SCN mostrado na Figura 4.3.

1 O detalhamento unidimensional e bidimensional é desenvolvido por CHRISTOPOULOS, Chistos. The

Transmission-Line Modeling Method TLM. New York: IEEE PRESS, 1995.

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53

Figura 4-4- Nó Condensado Simétrico (SCN) [38].

Para modelar regiões com diferentes parâmetros elétricos ou magnéticos é necessário

incluir linhas de derivação no nó tridimensional TLM-TD que aqui será chamada de TLM

tridimensional. Sem esta inclusão não há sincronismo entre as diferentes malhas tridimensionais

em TLM. Nestes casos, as 12 linhas do nó TLM tridimensional são tomadas de modo a modelar

um meio no qual está imerso a malha, geralmente o espaço livre com 0 e 0 , e o efeito de r e

r é levado em conta com a adição de linhas derivação no nó TLM tridimensional [38].

As doze tensões, que configuram doze “portas” nas extremidades do SCN, podem definir

o campo elétrico e a corrente produzida gera o campo magnético presentes em cada nó, para cada

direção do espaço cartesiano (x,y,z). Diferentemente de seus precursores, o SCN possui uma

topologia centralizada, desta forma representa todos os seis componentes de campo num mesmo

ponto do espaço.

Analisando-se atentamente a Figura 4.3, pode-se notar que cada porta do SCN está

associada a uma componente de campo elétrico e uma componente de campo magnético.

Exemplificando, as portas 4 e 8 são responsáveis pela determinação das tensões incidentes e

refletidas na direção “y”, estando, portanto, associadas ao cálculo do campo elétrico na direção

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54

“y” (Ey) e ao cálculo do campo magnético na direção “x” (Hx). As portas 2 e 9 definem as

tensões na direção “x” e estão associadas ao cálculo de Ex e Hy. E, assim por diante, para todas as

portas. A Tabela 4.1 traz o mapeamento completo das portas e dos respectivos componentes de

campo.

Tabela 4-1 - Mapeamento de campos elétricos e magnéticos

Mapeamento de campos elétricos e magnéticos

Portas ↔ Campos associados

1 ↔ xE e zH

2 ↔ xE e yH

3 ↔ yE e zH

4 ↔ yE e xH

5 ↔ zE e xH

6 ↔ zE e yH

7 ↔ zE e xH

8 ↔ yE e xH

9 ↔ xE e yH

10 ↔ yE e zH

11 ↔ zE e yH

12 ↔ xE e zH

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55

4.3.2 Matriz de espalhamento

Para se caracterizar os nós projetados, e esses trabalharem de acordo com as freqüências,

é utilizada a matriz de espalhamento. Essa matriz relaciona as ondas que incidem e refletem nas

portas desses nós. Tanto para as formulações unidimensional quanto bidimensional, a sistemática

usada para o SCN consiste em obter uma matriz de espalhamento que converte as tensões

incidentes em tensões refletidas. Estas tensões refletidas são, então, usadas em um passo de

tempo seguinte como tensões incidentes nas portas dos nós adjacentes.

Cabe esclarecer que o SCN é essencialmente um objeto algébrico, uma representação

física das equações discretizadas de Maxwell. Ao contrário dos nós unidimensional e

bidimensional, a matriz de espalhamento do SCN não pode ser obtida através do equivalente de

Thévenin [6].

Supondo a excitação da porta 1, na extremidade inferior do SCN, como um pulso de

tensão de 1V. Esta única tensão incidente, após chegar ao interior do nó, reflete tensões para

todas as seis extremidades do nó, inclusive para a extremidade inferior. Este fato é apresentado na

Figura 4.4. Tomando como exemplo a porta 1 foi visto na Tabela 4.1 que essa está relacionada

com as componentes Ex e Hz. Assumindo as equações de Maxwell para estas duas grandezas:

t

E

z

H

y

H xyz

(4.12)

t

H

y

Ex

x

Exy

(4.13)

]

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56

Figura 4-5-Espalhamento no interior do SCN [38].

Assim, as portas 2 e 9 recebem uma mesma quantidade de tensão refletida “b”, a porta 12

recebe uma quantidade “c”, a porta 3 uma quantidade “d”, a porta 11 uma quantidade “-d” e

finalmente a porta 1, recebe de volta uma quantidade “a”. Considerando que todas as portas

podem possuir pulsos de tensão incidentes, num mesmo instante de tempo e aplicando as

equações de Maxwell para relacionar o campo elétrico e magnético para cada caso, é possível

montar a matriz de espalhamento conforme matriz (4.14).

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57

r

r

r

r

r

r

r

r

r

r

r

r

kV

V

V

V

V

V

V

V

V

V

V

V

12

11

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

=

adbdbc

dabdcd

adbcbd

bdadcb

baddcb

bdabcd

cdbabd

bdcbad

bcddab

dcbbad

bdcdab

cdbdba

*

i

i

i

i

i

i

i

i

i

i

i

i

kV

V

V

V

V

V

V

V

V

V

V

V

12

11

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

(4.14)

Sendo:

r

nV a tensão refletida pela porta “n”;

i

nV a tensão incidente na porta “n”; e

k o instante de tempo.

É preciso agora determinar os valores de a, b, c e d 2. Então, assumindo-se que a

propagação acontece num meio sem perdas, o SCN deve conservar a energia independente da

combinação de pulsos de excitação que podem incidir sobre qualquer uma das portas do nó.

Desta forma, pode-se então dizer que:

ISST (4.15)

Sendo:

S é a matriz de espalhamento;

TS é a transposta da matriz de espalhamento;

I é a matriz identidade.

2 Esse desenvolvimento matemático é feito por CHRISTOPOULOS, Chistos. The Transmission-Line

Modeling Method TLM. New York: IEEE PRESS, 1995.

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58

A partir desta consideração, obtém-se o seguinte sistema de equações:

0222

022

022

122

22

2222

dbac

cdad

bcab

dcba

(4.16)

Existem várias soluções para este conjunto de equações. Aqui também é relevante apenas

o resultado da matriz (4.18), e é necessário lembrar que não será desenvolvida a formulação

matemática, pois essa já está consolidada por outros trabalhos [38]. Para obter a matriz resultante

é imprescindível determinar equações auxiliares para alcançar a resposta correta para o caso

eletromagnético. Isso é verificado a partir das equações de Maxwell (3.1) a (3.4), usando as

analogias entre tensão e campo elétrico, e entre corrente e campo magnético, como utilizado para

o caso unidimensional. Como resultados têm-se, portanto, as equações:

cda

cba

21

21 (4.17)

Resolvendo o sistema formado por 4.17 e 4.18, obtém-se:

a = 0; b = 0.5; c = 0; d = 0.5

E a equação de espalhamento toma a forma final:

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59

r

r

r

r

r

r

r

r

r

r

r

r

kV

V

V

V

V

V

V

V

V

V

V

V

12

11

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

= 0.5*

1111

1111

1111

1111

1111

1111

1111

1111

1111

1111

1111

1111

*

i

i

i

i

i

i

i

i

i

i

i

i

kV

V

V

V

V

V

V

V

V

V

V

V

12

11

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

(4.18)

Depois de definido como ocorre o espalhamento, é necessário definir como as tensões

refletidas se propagam para os nós adjacentes. Uma vez conhecido o comportamento de cada nó,

quando sujeito a tensões incidentes, outro ponto importante é determinar como ocorre a

propagação das ondas eletromagnéticas fora do SCN. Como nas formulações unidimensional e

bidimensional, a modelagem de um volume do espaço usando o SCN implica na junção das

extremidades dos nós adjacentes. Isso por sua vez, permite o acoplamento entre as tensões

refletidas por um nó num dado instante e as tensões incidentes nos nós adjacentes, no instante de

tempo seguinte, que é o cálculo das tensões na malha [6], [38].

4.4 Modelo do Nó da Malha de Terra

Os nós que estão nos limites do volume de simulação possuem, dependendo de sua

posição, de uma até três extremidades sem contato com outros nós. Isso faz com que sejam

necessários alguns cálculos extras para determinar a conexão destas portas, uma vez que a etapa

de espalhamento deve ser feita igualmente para todos os nós, sem exceção.

O cálculo de correntes normalmente recai sobre regiões constituídas por materiais

condutores, fazendo deste tipo de material uma ocorrência comum e importante. Os materiais

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60

condutores apresentam certas características que os diferenciam dos demais tipos de materiais.

Em especial, os condutores considerados perfeitos apresentam a capacidade de refletir

completamente todas as tensões incidentes, não apresentando resistência elétrica nem, portanto,

perdas por efeito Joule [18], [38].

A modelagem de materiais condutores abrange uma extensa categoria de problemas de

eletromagnetismo. Numa grande parcela deles é comum a presença de vários materiais com

características elétricas e magnéticas diferentes. Devido à necessidade de modelar num mesmo

caso, dois ou mais materiais com características elétricas ou magnéticas diferentes do material de

preenchimento básico (normalmente o ar), é preciso realizar algumas modificações no SCN.

Existem, basicamente, duas maneiras de implementar a introdução de diferentes materiais

num meio:

Modificando a velocidade de propagação no meio;

Inserindo trechos de linha do tipo stub [38].

O recurso de introduzir cargas não dissipadoras em pontos estratégicos da linha é

chamada stub”. A inserção de uma resistência é uma forma de modelar o meio e aqui é

representada pela impedância característica juntamente com a resistência de terra conectada em

cada nó. No conjunto representa a malha e que é aplicada aqui nesse trabalho, conforme Figura

4.5. Cada nó tem uma resistência referente ao eixo y que representa a conexão com o solo (Rnó) e

as demais impedâncias são referentes ao nó mais completo da malha correspondendo ao eixo x e

z.

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61

Figura 4-6-Modelo de nó da malha

4.5 Parâmetros do Nó da Malha de Terra

4.5.1 Cálculo de Z0

Cada trecho de uma malha é representado por um nó conectado com impedâncias que tem

seu cálculo apresentado a seguir. Têm-se o circuito representado na Figura 4.6 e anteriormente

apresentado no Capítulo 2 como sendo:

t

txIL

x

txV

,, (4.19)

t

txVC

x

txI

,, (4.20)

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62

Figura 4-7- Modelo sem perdas do circuito L equivalente.

Adota-se como solução das equações (4.18) e (4.19) a relação:

(4.21)

A impedância Z0 é chamada de impedância característica da linha como em Santos

(2005). A impedância característica numa linha sem perdas é chamada por alguns autores de

impedância de surto ou impedância natural da linha [11], [13].

Fazendo substituições matemáticas em 4.18 e 4.19, obtém-se 4.21 e 4.22:

t

txV

Z

L

x

txV

,,

0

(4.22)

t

txVC

x

txV

Z

,,1

0

(4.23)

Dessa forma tem-se:

1ln

2 0

0d

lZ

(4.24)

0V Z I

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63

Sendo d o raio do condutor e l o espaçamento entre nós da malha, 0 é a

permeabilidade magnética no vácuo, pois a permeabilidade do solo é suficientemente baixa para

considerá-la de valor igual a do vácuo. A velocidade da luz é representada por smcv /10*3 8

.

4.5.2 Cálculo de Rnó

A obtenção da resistência nó

R , que representa o efeito do solo em contato com a malha,

pode-se utilizar o método proposto experimentalmente Medeiros (1998), conforme a equação

(4.24):

Onde:

n é o numero de nós da malha;

at

R é a resistência do solo medida experimentalmente.

4.6 Considerações Finais

A metodologia diferencial do método de Modelagem de Linhas de Transmissão

tridimensional adotada para análise da malha foi apresentada neste capítulo, assim como a

impedância e resistência que são usadas pra representar o nó na simulação computacional.

atnóRnR (4.25)

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64

Foi apresentada a principal característica desse trabalho que é a implementação do nó da

malha com característica que visam representar o solo e a malha em um único elemento com o

objetivo de melhorar o programa computacional.

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65

5 Simulação da Malha de Terra utilizando TLM

5.1 Introdução

Este capítulo trata da implementação da malha a ser simulada e os resultados dessas

simulações. Serão implementados dois tipos de malha diferentes, uma de 60x60 m e uma de

180x240 m, podendo ser utilizadas em qualquer tipo de edificação, seja uma subestação ou um

prédio.

A eficiência de um sistema de proteção contra surtos atmosféricos está fortemente ligada

ao projeto de uma malha de aterramento eficiente que pode ser construída com hastes verticais,

redes de condutores horizontais ou uma conjunção destes. Neste item serão mostrados alguns

resultados obtidos com a aplicação do TLM-TD na simulação de sistemas de aterramento elétrico

para proteção contra surtos atmosféricos, curto-circuitos e interferências eletromagnéticas.

A comparação com os dados apresentados em outras referências procurará verificar a

validade e a eficiência não só do código de programação computacional gerado neste trabalho

como também da utilização do TLM-TD para este tipo de aplicação. Exceto para campos

elétricos muito altos (>400kV/m) [29], onde pode haver uma ionização significativa, o

comportamento eletromagnético do solo é essencialmente linear. Contudo, sua condutividade (σ)

e permissividade elétrica ( r ) apresentam grande variação com o tipo de solo utilizado. A

permeabilidade magnética ( r ) é, em geral, igual à do vácuo ( 0 ). No caso da modelagem de

transientes rápidos como surtos atmosféricos, por exemplo, é importante que o comportamento

do solo considere uma ampla escala do espectro de freqüência, tipicamente entre 0 e 30MHz [9],

[38].

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66

O aterramento feito com hastes, discos ou mesmo cabos contrapesos de pequenos

comprimentos leva-se em conta o efeito da ionização do solo. O grau de redução da resistência de

aterramento depende da magnitude do gradiente de ionização do solo da ordem de 300 a 400

kV/m [29]. Quando se utiliza cabos contrapesos para aterramentos extensos, a possibilidade de

ser atingido por um campo elétrico suficiente para provocar a ionização do solo, é mais remota

[29].

Nos casos estudados consideram-se aterramentos longos, tendo em vista que as malhas

simuladas são de grande extensão e as correntes são distribuídas ao longo dos condutores e a

ionização pode ser desprezada. O trabalho apresenta os desenvolvimentos computacionais na

representação dos comportamentos das tensões ao longo de uma malha com condutores

enterrados que deverá permitir uma modelagem mais precisa do aterramento. O programa aqui

implementado está em linguagem orientada a objeto C++ através do ambiente de programação

“Builder”. A validação será feita pela comparação com um programa em linguagem FORTRAN

3, através do ambiente do ambiente de programação Visual Fortran® 6.5.0 da Compaq

desenvolvido por Silveira (2002).

Ainda serão apresentadas a interface do programa e as características de interação com o

usuário. E a seguir, far-se-ão simulações para um sistema em comparação com resultados

anteriormente estudados e para situações sujeitas às descargas atmosféricas, curto-circuitos e

interferências eletromagnéticas. O intuito é verificar a aplicabilidade do programa com algumas

considerações importantes para trabalhos futuros.

5.2 Interface Gráfica

O programa inicialmente desenvolvido por Mendonça (2005) tem por objetivo calcular

uma malha bidimensional isolada, ou seja, não conectada aos demais sistemas de proteção do

ambiente. O algoritmo foi desenvolvido para analisar uma malha que suportasse a evolução de

cálculo, onde seria no futuro inserido o máximo de dados possíveis.

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67

A tela que o usuário terá que interagir é apresentada na Figura 5.1. A interface apresenta

dados que o operador terá que inserir como: a amplitude e o tempo de duração do surto, a

corrente a qual a malha estará sujeita, o nó onde será aplicado o surto e onde serão observados os

efeitos. É possível definir, também, o tempo onde serão visualizadas as amostras, tempo final de

duração do surto, tamanho da malha e espaçamento entre os nós, impedância característica e

impedância de terra.

A impedância característica é calculada pela equação apresentada no Capítulo 3. Para o

tamanho da malha tem-se que explicar que esta é dada por número de nós que terá e não pela

inserção de um valor exato em metros. O tamanho da malha ficará em função do dado distância

(dx) que representa a distância entre os nós da malha.

O usuário ainda tem a opção de simular uma malha isolada ou aterrada que em verdade

significa uma malha sem considerar as características de solo ou uma que relaciona o efeito do

solo com uma impedância de terra.

As partes que não estão referenciadas na Figura 5.1 são entrada de dados que ainda

necessitam ser aprimoradas ou implementadas em estudos futuros.

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Figura 5-1- Tela de interação como usuario

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69

5.3 Simulação I - Validação

A simulação aqui apresentada é uma descarga atmosférica percorrendo um sistema de

aterramento horizontal com a formação de grades simples ou múltiplas, muito comum em

subestações de alta tensão. A topologia analisada consiste de uma grade de 60x60 m formada por

condutores distantes 10m um do outro. A Figura 5.2 mostra a planta do sistema de aterramento

(a) bem como as dimensões da malha (b).

Figura 5-2- Sistema de aterramento em grade horizontal:

(a) Planta do sistema global;(b) Perfil do volume modelado [38].

Esta primeira simulação é para uma validação do programa aqui implementado em

relação à simulação apresentada por Silveira (2002) que utilizava um programa em linguagem

FORTRAN 90. No trabalho Silveira (2002) foi apresentada uma situação que simulava uma

descarga atmosférica correspondente a uma corrente injetada no centro da malha com um valor

de AI 15000 .

Foi levado em conta na simulação um solo de resistividade m.100 e permissividade

relativa 36r

, calculou-se uma resistência de contato que representa o solo sendo essa

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70

impedância 4nó

R . Foi gerado um pulso de corrente de duração total de 150μs e colocado

como momentos de visualização os mesmos tempos apresentado por Silveira (2002).

A Figura 5.3 apresenta os resultados obtidos por Silveira (2002).

Figura 5-3 - Resultados obtidos em [38].

Quando comparada a propagação do pulso da malha de Silveira (2002) com os resultados

das Figuras 5.4 a 5.9 depreende-se que o programa aqui desenvolvido apresenta resultados

satisfatórios. As curvas referentes as tensões nos pontos P1, P2 e P3 no caso da Figura 5.5 se

sobrepuseram, uma vez que a distribuição de tensões nos pontos analisados foram próximas.

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71

Figura 5-4– Parâmetros aplicados

Figura 5-5-Tensões nos nós P1, P2 E P3

Figura 5-6-Forma de onda da corrente

0 0.5 1 1.5

x 10-4

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

10000Pontos de Tensao x Tempo

Tempo [s]

Tensao [

V]

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72

Figura 5-7– Tensões na malha em t = 0,1s

Figura 5-8– Tensões na malha em t = 0,5s

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73

Figura 5-9– Tensões na malha em t = 1s

Figura 5-10– Tensões na malha em t = 5s

12

34

56

7

1

2

3

4

5

6

7

0

1

2

3

4

5

x 104

Distancia [m]

Tempo T3

Distancia [m]

Tensao [

V]

12

34

56

7

1

2

3

4

5

6

7

0

1

2

3

4

5

x 104

Distancia [m]

Tempo T4

Distancia [m]

Tensao [

V]

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74

5.4 Simulação II - Malha 60x60 m

Foram simuladas três tipos de situações: descarga atmosférica, curto-circuito e

interferência eletromagnética. Para cada tipo de interferência foram adotados padrões de tempo

de duração do surto, corrente e demais dados de simulação conforme Tabela 5.1.

Tabela 5-1-Dados de Simulação

Tipo de interferência Z0() Rnó() I0 (A) τ1(μs) τ2(μs)

Duração do

surto(μs) dx(m)

Descarga atmosférica

1031 62,72

1500 1,2 20 150

10 Curto-circuito 1025 2,5 250 1000

Interferência

eletromagnética 1,5 0,12 0,5 1

O valor da corrente de descarga atmosférica adotada de 1500 Ampères deve-se à

distribuição da corrente pelas outras partes do sistema de proteção que estão aterrados em outros

pontos e, dessa forma, distribuindo a corrente, ou seja, o SPDA funciona como divisor de

corrente, por isso o valor foi considerado viável. A corrente de simulação assumida é um

percentual da corrente de uma descarga atmosférica média, ou seja valor comum de corrente que

caracteriza a descarga [29].

Adotou-se o valor fornecido e calculado pela concessionária do estado que são dados de

uma subestação que foi implantada nas proximidades de Goiânia. Os dados são resultado de

medições e de simulações realizadas com outros programas computacionais utilizados pela

concessionária local. Foram feitas medidas para a corrente de curto-circuito correspondente a

I0=1025 Ampères para uma malha de dimensões diferentes, mas por conveniência será adotado o

mesmo valor para essa malha.

Quanto ao valor de 1,5 Ampères para interferência eletromagnética e os tempos de

duração de todas as situações simuladas foram retiradas de Mendonça (2005).

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75

5.4.1 Descarga Atmosférica

Figura 5-11– Parâmetros aplicados

Figura 5-12– Tensões nos nós P1, P2 E P3

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76

Figura 5-13– Tensões na malha em t = 0,1s

Figura 5-14– Tensões na malha em t = 0,5s

12

34

56

7

1

2

3

4

5

6

7

0

5

10

15

20

x 104

Distancia [m]

Tempo T1

Distancia [m]

Tensao [

V]

1 2

3 4

5 6

7

1 2

3 4

5 6

7 0

5

10

15

20

x 10 4

Distancia [m]

Tempo T 2

Distancia [m]

Tensao [V]

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77

Figura 5-15– Tensões na malha em t = 1s

Figura 5-16– Tensões na malha em t = 5s

12

34

56

7

1

2

3

4

5

6

7

0

5

10

15

20

x 104

Distancia [m]

Tempo T3

Distancia [m]

Tensao [

V]

12

34

56

7

1

2

3

4

5

6

7

0

5

10

15

20

x 104

Distancia [m]

Tempo T4

Distancia [m]

Tensao [

V]

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78

Os resultados para descarga atmosférica ficaram dentro do esperado quando tratamos

à malha como uma superfície, pois se comporta como uma superfície eqüipotencial, ou seja,

protege o sistema. O nó de incidência foi o ponto crítico de tensão, por ser o ponto de injeção do

surto a tensão elevou-se e há o risco de danificar o equipamento, mas pode ser o caso de não ter

nenhum equipamento conectado àquele nó, e, assim, nenhum equipamento sofre com circulação

de corrente. A flutuação que é visualizada nos gráficos são conseqüências da elevação do

potencial em toda malha, porém aqui é um fato aceitável, tendo em vista que o objetivo não é

manter uma baixa tensão nos nós, mas que a malha como um todo mantenha o mesmo potencial

não gerando diferença entre os pontos e assim não haja circulação de corrente.

5.4.2 Curto-Circuito

Figura 5-17– Parâmetros aplicados

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79

Figura 5-18– Tensões nos nós P1, P2 E P3

Figura 5-19- Tensões na malha em t = 3s

12

34

56

7

1

2

3

4

5

6

7

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

x 105

Distancia [m]

Tempo T1

Distancia [m]

Tensao [

V]

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80

Figura 5-20– Tensões na malha em t = 5s

Figura 5-21– Tensões na malha em t = 40 s

12

34

56

7

1

2

3

4

5

6

7

0

5

10

15

20

x 104

Distancia [m]

Tempo T3

Distancia [m]

Tensao [

V]

12

34

56

7

1

2

3

4

5

6

7

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

x 105

Distancia [m]

Tempo T2

Distancia [m]

Tensao [

V]

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81

Figura 5-22– Tensões na malha em t = 60 s

Nessa simulação também houve variações das tensões o que não é prejudicial à

proteção do equipamento, uma vez que não houve diferença de tensão entre os nós suficiente para

circular corrente. Outra característica é a tensão máxima atingida na malha, o fato do surto ter

menor duração que durante a descarga atmosférica fez com que a tensão máxima que foi em

torno de 130kV fosse menor que a atingida pela descarga atmosférica aproximadamente 210kV.

Contudo os resultados para curto-circuito ficaram dentro do esperado mantendo a malha com

uma superfície eqüipotencial.

12

34

56

7

1

2

3

4

5

6

7

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

x 105

Distancia [m]

Tempo T4

Distancia [m]

Tensao [

V]

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82

5.4.3 Interferência Eletromagnética

Figura 5-23– Parâmetros aplicados

Figura 5-24- Tensões nos nós P1, P2 E P3

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83

Figura 5-25– Tensões na malha em t = 0,2s

Figura 5-26 – Tensões na malha em t = 0,5s

12

34

56

7

1

2

3

4

5

6

7

0

50

100

150

200

Distancia [m]

Tempo T1

Distancia [m]

Tensao [

V]

12

34

56

7

1

2

3

4

5

6

7

0

50

100

150

200

Distancia [m]

Tempo T2

Distancia [m]

Tensao [

V]

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84

Figura 5-27– Tensões na malha em t = 0,8s

Figura 5-28– Tensões na malha em t = 1s

12

34

56

7

1

2

3

4

5

6

7

0

50

100

150

200

Distancia [m]

Tempo T3

Distancia [m]

Tensao [

V]

12

34

56

7

1

2

3

4

5

6

7

0

20

40

60

80

100

Distancia [m]

Tempo T4

Distancia [m]

Tensao [

V]

Page 87: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp148335.pdf · Figura 5-2- Sistema de aterramento em grade horizontal: Figura 5-3 - Resultados obtidos em

85

Os resultados para interferência ficaram parcialmente dentro do esperado que é a

superfície eqüipotencial. O nó de incidência foi o ponto crítico onde a tensão elevou-se, porém

nos primeiros 5μs o efeito da interferência alterou a malha, verificado pela maior deformação da

superfície na Figura 5.24 não mantendo a eqüipotencialidade, mas nos microssegundos seguintes

ela volta ao normal.

5.5 Simulação III - Malha 180x240 m

Esta simulação foi feita a partir de dados de uma subestação implantada nas

proximidades de Goiânia. Os dados adotados por esse estudo foram obtidos a partir de medições

e de simulações realizadas com outros programas computacionais utilizados pela concessionária

local. A malha da subestação apresenta dimensões de 180x240 m e resistência de aterramento

medida igual a 8,93 .

A impedância característica obtida a partir da bitola dos cabos que constituem a

malha foi calculada em 69,3520

Z . Adotou-se o valor fornecido e calculado pela

concessionária para a corrente de curto-circuito corresponde a AI 5,10 . A corrente de

simulação assumida é, novamente, um percentual da corrente de uma descarga atmosférica média

[12].

Para melhor avaliação do programa foram simulados três tipos de situações: descarga

atmosférica, curto-circuito e interferência eletromagnética. Para cada tipo de interferência foram

adotados padrões de tempo de duração do surto, corrente e demais dados de simulação, conforme

Tabela 5.2

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86

Tabela 5.2-Dados de Simulação

Tipo de interferência Z0() Rnó() I0 (A) τ1(μs) τ2(μs)

Duração do

surto(μs) dx(m)

Descarga atmosférica

352,68 8,93

1500 1,2 50 200

6 Curto-circuito 1025 2,5 250 1000

Interferência

eletromagnética 1,5 0,12 0,5 1

Novamente tem-se o valor de 1,5 Ampères para interferência eletromagnética e os

tempos de duração de todas as situações simuladas retiradas de Mendonça (2005).

A malha possui 41 31 nós. Foi inserido o impulso no nó 20 15 e analisadas as

tensões nos nós P1 (2115), P2(2216) e P3 (2316).

Figura 5-29– Malha de 180x240 m

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87

5.5.1 Descarga atmosférica

Figura 5-30– Parâmetros aplicados

Figura 5-31– Tensões dos nós P1, P2 e P3

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88

Figura 5-32– Tensões na malha em t = 1s

Figura 5-33– Tensões na malha em t = 4s

510

1520

2530

3540

10

20

30

40

0

1

2

3

4

5

x 104

Distancia [m]

Tempo T1

Distancia [m]

Tensao [

V]

510

1520

2530

3540

10

20

30

40

0

1

2

3

4

5

x 104

Distancia [m]

Tempo T2

Distancia [m]

Tensao [

V]

Page 91: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp148335.pdf · Figura 5-2- Sistema de aterramento em grade horizontal: Figura 5-3 - Resultados obtidos em

89

Figura 5-34– Tensões na malha em t = 15s

510

1520

2530

3540

10

20

30

40

0

1

2

3

4

5

x 104

Distancia [m]

Tempo T3

Distancia [m]

Tensao [

V]

510

1520

2530

3540

10

20

30

40

0

1

2

3

4

5

x 104

Distancia [m]

Tempo T4

Distancia [m]

Tensao [

V]

Page 92: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp148335.pdf · Figura 5-2- Sistema de aterramento em grade horizontal: Figura 5-3 - Resultados obtidos em

90

Figura 5-35- Tensões na malha em t = 20s

Os resultados para descarga mantiveram a malha como referência e protegendo o

sistema. O nó de incidência foi o ponto crítico onde a tensão elevou-se e há o risco de danificar o

equipamento. Novamente o nó crítico é o nó de incidência do surto, porém a malha se comporta

de forma equipotencial.

5.5.2 Curto-Circuito

Figura 5-36 – Tensões dos nós P1, P2 e P3

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91

Figura 5-37– Forma de onda da corrente de curto-circuito

Figura 5-38– Tensões na malha em t = 1s

510

1520

2530

3540

10

20

30

40

-1

0

1

2

3

4

5

x 104

Distancia [m]

Tempo T1

Distancia [m]

Tensao [

V]

Page 94: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp148335.pdf · Figura 5-2- Sistema de aterramento em grade horizontal: Figura 5-3 - Resultados obtidos em

92

Figura 5-39– Tensões na malha em t = 4s

Figura 5-40– Tensões na malha em t = 15s

510

1520

2530

3540

10

20

30

40

-1

0

1

2

3

4

5

x 104

Distancia [m]

Tempo T2

Distancia [m]

Tensao [

V]

510

1520

2530

3540

10

20

30

40

-1

0

1

2

3

4

5

x 104

Distancia [m]

Tempo T3

Distancia [m]

Tensao [

V]

Page 95: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp148335.pdf · Figura 5-2- Sistema de aterramento em grade horizontal: Figura 5-3 - Resultados obtidos em

93

Figura 5-41– Tensões na malha em t = 20s

Os resultados para curto-circuito ficaram dentro do esperado mantendo a malha como

referência e protegendo o sistema. A amplitude das tensões quando comparadas com a simulação

de descarga atmosférica foram menores sendo de 22kV para esta e 18kV para curto-circuito, isso

se deve ao fato da malha ser muito extensa e o numero de nós disponíveis pra distribuição de

tensão ser maiores que na malha de 60x60 m.

510

1520

2530

3540

10

20

30

40

-1

0

1

2

3

4

5

x 104

Distancia [m]

Tempo T4

Distancia [m]

Tensao [

V]

Page 96: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp148335.pdf · Figura 5-2- Sistema de aterramento em grade horizontal: Figura 5-3 - Resultados obtidos em

94

5.5.3 Interferência Eletromagnética

Figura 5-42– Forma de onda da corrente causada por uma interferência eletromagnética

Figura 5-43– Tensões nos nós P1, P2 e P3

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95

Figura 5-44- Tensões na malha em t = 0,15s

Figura 5-45- Tensões na malha em t = 0,5s

510

1520

2530

3540

10

20

30

40

0

20

40

60

80

100

Distancia [m]

Tempo T1

Distancia [m]

Tensao [

V]

510

1520

2530

3540

10

20

30

40

0

20

40

60

80

100

Distancia [m]

Tempo T2

Distancia [m]

Tensao [

V]

Page 98: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp148335.pdf · Figura 5-2- Sistema de aterramento em grade horizontal: Figura 5-3 - Resultados obtidos em

96

Figura 5-46- Tensões na malha em t = 1s

Figura 5-47- Tensões na malha em t = 5s

510

1520

2530

3540

10

20

30

40

0

20

40

60

80

100

Distancia [m]

Tempo T3

Distancia [m]

Tensao [

V]

510

1520

2530

3540

10

20

30

40

0

20

40

60

80

100

Distancia [m]

Tempo T4

Distancia [m]

Tensao [

V]

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97

Os resultados para interferência nesta malha que está projetada para segurança de

equipamentos e pessoas em uma subestação sofrem uma grande distorção ao ser submetida à

interferência eletromagnética. O nó de incidência foi o ponto menos crítico em relação aos

demais instantes de análise, pois nos primeiros 0,15μ o efeito da interferência alterou a malha

naquele ponto e nos microssegundos seguintes a distorção se agravou não mantendo a

eqüipotencialidade. A malha não protege os equipamentos, tendo em vista a facilidade de

circulação de corrente.

5.6 Simulação III - Malha 60x60 m com alterações

A fim de incrementar a análise da malha foram mantidas as condições de aplicação do

surto e o tempo de análise. Alteraram-se as configurações internas da malha, ou seja, foram

reduzidos os espaços entre os nós da malha para que a mesma representasse uma aproximação de

uma placa de metal. As simulações se apresentaram, conforme a seguir:

5.6.1 Simulação de descarga atmosférica

5.6.1.1 Simulação de descarga atmosférica 35x35 nós

Alterando os nós de tal forma que tenha 35x35 nós com distanciamento de 2m entre

quadrículas têm-se a simulação abaixo:

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98

Figura 5-48– Tensões na malha em t = 0,1s

Figura 5-49– Tensões na malha em t = 0,5s

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99

Figura 5-50– Tensões na malha em t = 1s

Figura 5-51– Tensões na malha em t = 5s

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100

Os resultados para descarga atmosférica ficaram dentro do esperado, mantendo a malha

como referência e protegendo o sistema. Em comparação a primeira situação em que o número de

nós é menor, o pico de tensão em relação à seção 5.4 foi menor apresentando um valor na ordem

de 50kV.

5.6.1.2 Simulação de descarga atmosférica 70x70 nós

Alterando os nós de tal forma que tenha 70x70 nós com distanciamento de 1m entre

quadrículas, temos-se a simulação a seguir:

Figura 5-52– Parâmetros aplicados

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101

Figura 5-53– Forma de onda da corrente causada por uma interferência eletromagnética

Figura 5-54– Tensões na malha em t = 0,1

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102

Figura 5-55– Tensões na malha em t = 0,5

Figura 5-56– Tensões na malha em t = 1s

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103

Figura 5-57– Tensões na malha em t = 10s

A tensão máxima que a malha foi submetida reduziu com o aumento do número de nós,

isso em termos materiais, significa que aumentamos o contato com a terra e a malha passou a se

aproximar de uma placa de cobre e, assim, um excelente condutor. A malha nesse caso se

comporta de forma satisfatória, mantendo-se como uma superfície eqüipotencial.

5.6.2 Simulação de Interferência Eletromagnética - Malha 60x60 m

Alterando os nós de tal forma que tenha 70x70 nós com distanciamento de 1m entre

quadrículas, têm-se a simulação a seguir:

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104

Figura 5-58– Parâmetros aplicados

Figura 5-59– Tensões dos nós P1, P2 e P3

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105

Figura 5-60– Tensões na malha em t = 0,02

Figura 5-61– Tensões na malha em t = 0,2

Page 108: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp148335.pdf · Figura 5-2- Sistema de aterramento em grade horizontal: Figura 5-3 - Resultados obtidos em

106

Figura 5-62– Tensões na malha em t = 0,8s

Figura 5-63– Tensões na malha em t = 1s

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107

Neste caso houve uma considerável modificação no comportamento da malha. Esta se

comportou como uma superfície eqüipotencial mantendo a malha como referência e protegendo o

sistema tanto contra qualquer tipo de distúrbio. O nó de incidência foi o ponto crítico, onde a

tensão elevou-se e onde há o risco de danificar o equipamento, porém nos demais pontos não há

risco de circulação de corrente. E a tensão máxima que atingiu a malha não é suficiente para

danificar aparelhos sensíveis, conforme a curva ITCI.

5.7 Discussão dos Resultados

Os resultados apresentados nas simulações estão de acordo com a expectativa de uma

distribuição uniforme de potencial.

As simulações referentes à descarga atmosférica e interferência eletromagnética

apresentaram um comportamento uniforme na malha com a ocorrência do pico de tensão no nó

de injeção da corrente. Os resultados apresentados nas simulações na seção 5.4 estão de acordo

com a expectativa de uma distribuição uniforme de potencial, tanto para uma alta corrente da

descarga atmosférica quanto para uma baixa corrente de uma interferência eletromagnética.

Quando se aplica alterações no quadriculamentos internos da malha os resultados obtidos

na seção 5.6 são resultados melhorados. A malha inicial de 60x60 m foi dividida internamente de

tal forma que o espaçamento entre condutores representasse um maior contato com a terra, dessa

forma, caracterizando melhor a influência do solo na impedância geral da malha. Aplicando essas

alterações, a distribuição do potencial ficou mais uniforme mantendo a malha não com tensões

baixas, mas com diferenças de potenciais desprezíveis.

Os resultados para a malha 180x240 m, na seção 5.5, quando analisados do ponto de vista

de proteção e segurança individual, funcionam bem. Quando aplicada à interferência

eletromagnética a que estão sujeitas os equipamentos, esta se comporta de forma irregular

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108

deformando a malha. Sendo assim, permite-se que o equipamento sofra com as variações de

tensão, podendo causar mau funcionamento ou danos aos aparelhos eletro-eletrônicos.

Entende-se que uma malha de 60x60 m pode ser considerada de tamanho satisfatório, pois

atinge desde instalações prediais até subestações, uma vez que a malha teve um comportamento

satisfatório em relação às interferências eletromagnéticas.

Os resultados, aparentemente, ainda precisam de correções, uma vez que a malha

180x240 m apresentou deformidade para interferência, além disso, o tamanho da área da malha

não é comum e de fácil aplicabilidade.

Analisando as malhas em função da curva ITIC, apresentada no anexo A, têm-se algumas

avaliações relevantes. A curva é aplicável às tensões 120V nominais, obtidas dos sistemas de

120V, de 208Y/120V, e de 120/240V 60Hz. Como os equipamentos eletro-eletrônicos estão

operando nessa faixa de tensão, entende-se que a curva pode ser aplicada.

Tomando a curva ITIC como referência, as malhas correspondem a uma boa opção de

aterramento para manter a funcionalidade dos equipamentos eletro-eletrônicos, uma vez que as

perturbações que estão sendo simuladas ocorrem em um tempo inferior à 20 ms, ou seja, dentro

da faixa de segurança dada pela curva ITIC.

Com relação à tensão para as malhas, a curva apresenta uma tensão percentual. Se se

considerar uma fonte de computador que é um elemento pouco robusto [43], ou seja, suscetível às

oscilações de tensão, ter-se-á que avaliar de acordo com o tipo de distúrbio.

Avaliando as tensões do ponto de vista da curva as conclusões variam, quando simulada a

malha referente às seções 5.4 e 5.5 as tensões para descarga atmosférica e curto-circuito foram

bastante elevadas para uma fonte de computador - porém durante um tempo muito pequeno - por

conseguinte aceitáveis, porém as tensões não são contempladas pela curva.

Page 111: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp148335.pdf · Figura 5-2- Sistema de aterramento em grade horizontal: Figura 5-3 - Resultados obtidos em

109

Nas simulações de interferência eletromagnética as malhas tiveram comportamentos

diferentes onde a malha de 60x60 m, por ser menor, teve um comportamento mais uniforme e

tanto pela curva ITIC quanto por distribuição de potencial funciona de forma satisfatória. Na

malha de 180x240 m, essa tem uma dimensão extremamente extensa ficando deformada a

distribuição de potencial, porém do ponto de vista da curva ITIC as tensões e duração do evento

fazem com que o resultado seja considerado satisfatório.

Em qualquer das malhas simuladas a segurança foi atingida uma vez que mesmo com

tensões de passo elevadas devido a diferença de potencial entre os nós os valores são indiferentes,

pois o passo de um ser humano não alcançará o nó seguinte, ou seja, não forma uma diferença de

potencial entre os pés daquele que transite sobre a área da malha. Outras tensões nominais e

freqüências não são consideradas especificamente na curva ITIC e aqui não serão avaliadas.

De maneira geral, o programa funciona de forma satisfatória e os resultados atingem o

objetivo de manter uma malha que contemple o ponto de vista não de uma baixa tensão, mas de

uma superfície eqüipotencial. Quando avaliada com base na curva ITIC as simulações feitas pelo

programa se mostraram eficientes para fornecer ao usuário subsídios para uma avaliação segundo

a necessidade do projeto de aterramento.

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110

Conclusão

Esse trabalho apresentou os problemas mais comuns de alta freqüência, entre eles

interferências eletromagnéticas, descargas atmosféricas e descargas eletrostáticas que interferem

no bom funcionamento de equipamentos. Foi visto que, a alta a freqüência causa maior efeito

sobre os equipamentos eletro-eletrônicos e, portanto, prejudicam o funcionamento. A crescente

utilização de equipamentos eletrônicos sensíveis às interferências eletromagnéticas ocasiona

inúmeros problemas de compatibilidade eletromagnética, principalmente com relação à busca de

uma referência eqüipotencial numa instalação elétrica. Sendo assim, deve-se ter bem claro qual é

o objetivo do aterramento, para que o projeto atinja seus objetivos, de tal forma que o projeto de

aterramento propicie a segurança e a funcionalidade.

A relação entre Qualidade de Energia Elétrica e Aterramento está no controle das

interferências, ou seja, aterrar funcionalmente sem deixar o quesito segurança, e, que entre as

inúmeras soluções foi apresentado que uma malha de referência de terra é a solução mais viável

de modo a permitir a adequada operação de sistema que contenham equipamentos eletrônicos,

pois busca oferecer um plano eqüipotencial de grande importância por permitir que esses

equipamentos operem com uma menor interferência.

Foi apresentado o equacionamento das equações de Maxwell e linhas de transmissão

características das ondas planas. Foram apresentadas a velocidade, coeficiente de transmissão e

reflexão e impedância característica do meio onde a onda está propagando. Estes dados foram

utilizados na simulação de transitórios de alta freqüência na malha de aterramento A metodologia

diferencial do método de Modelagem de Linhas de Transmissão tridimensional no domínio do

tempo adotada para análise da malha foi apresentada, assim como a impedância e resistência que

caracterizaram a malha a ser simulada.

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111

Os conceitos de parâmetros concentrados e equações de Maxwell foram a base

matemática para a definição dos parâmetros utilizados nas simulações. A avaliação da malha está

embasada na aplicação de parâmetros em TLM-TD para obter uma superfície eqüipotencial,

mesmo durante a condução de sinais de alta freqüência, por isso foi usando o princípio de linhas

de transmissão.

Os resultados apresentados confirmaram que uma malha enterrada no solo sofre com a

influência das características desse solo em que está imerso, pois inserida a impedância de terra o

comportamento das malhas projetadas para segurança teve comportamentos diferenciados.

Como era de se esperar as tensões nos pontos de aplicação do impulso de corrente tem um

pico elevado que se propaga ao longo da malha. A simulação referente à descarga e interferência

apresentou um comportamento uniforme na malha inicial de 60x60 m. Os resultados

apresentados nas simulações nas seções 5.5 e 5.7 estão de acordo com a expectativa de uma

distribuição uniforme de potencial, tanto para uma corrente alta da descarga atmosférica quanto

para uma baixa corrente de uma interferência eletromagnética. E a partir do momento que se

intensifica o contato dessa malha com a inserção de um número maior de nós, a mesma tem uma

distribuição mais intensa, diminuindo, ainda as variações de tensão entre os nós, ou seja, com

diferenças de potenciais desprezíveis.

Os resultados para a malha 180x240m, na seção 5.6, quando analisados do ponto de vista

de proteção e segurança individual funcionam bem, ou seja, os impulsos simulados para uma

descarga atmosférica e um curto-circuito tiveram um comportamento esperado. As variações de

potencial entre os nós que podem ser desconsideradas em termos de segurança, posto que os

espaçamentos entre os nós, que são de 6m, são superiores ao passo de um ser humano.

Quando aplicado impulso referente à interferência eletromagnética a que estão sujeitas os

equipamentos, esta se comporta de forma irregular deformando a malha (seção 5.6.3), sendo

assim, permite que o equipamento sofra com as variações de tensão, podendo gerar danos aos

aparelhos, ou travamentos nos computadores, os quais podem perdem informações.

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Tomando a curva ITIC como referência, as malhas correspondem a uma boa opção de

aterramento para manter a funcionalidade dos equipamentos eletro-eletrônicos, pois define o

intervalo de tempo que pode durar o distúrbio e o percentual de tensão máxima que pode atingir o

equipamento.

Os resultados da malha 180x240m apresentaram deformidade para interferência, e,

aparentemente, ainda precisa de correções, representando motivo de investigação futuras como,

por exemplo, problemas de borda. A curva ITIC permite uma avaliação satisfatória para a mesma

situação, porém a distribuição de potencial fica completamente prejudicada. A forma de corrigir

esse defeito seria avaliar se a melhor solução seria a implementação de um malha isolada para

equipamentos sensíveis ou mesmo considerar que a malha está apta a ser implementada quando

avaliada pela curva ITIC.

Concluí-se que uma malha de 60x60m pode ser uma malha que se comporta

satisfatoriamente, pois pode ser considerada de tamanho razoável atingindo desde instalações

prediais até subestações e teve um comportamento admissível em relação às interferências

eletromagnéticas, tanto do ponto de vista de distribuição de potencial quanto da curva ITIC.

De maneira geral, o programa funciona de forma satisfatória e os resultados

confirmam o objetivo de manter uma malha equipotencial. É importante ressaltar, ainda, que os

resultados são satisfatórios em termos de avaliação referenciada por parâmetros internacionais

como a curva ITIC. Sendo assim, o programa produz resultados que permite ao usuário avaliar o

ponto de vista não de uma baixa tensão, mas de uma superfície eqüipotencial, assim como avaliar

os resultados pela curva ITIC.

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Trabalhos futuros

Para trabalhos futuros indica-se que seja melhorada a entrada de dados de modo que

os parâmetros de entrada possam definir melhor a quantidade de intervalos de análise, de forma a

dividir a malha mais qualitativamente.

Também é necessário que o programa contemple a possibilidade de calcular

automaticamente as impedâncias características e de terra a partir da entrada de dados.

Aprimorar a qualidade de armazenamento para que o usuário tenha maior facilidade

em armazenar suas informações:

Criar parâmetro para que já sejam comparados internamente e avaliados os

resultados.

Considerar o efeito de borda no programa.

Validação experimental.

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Anexo A

ITI (ITIC) CURVE APPLICATION NOTE The ITI (ITIC) Curve, included within this Application Note, is published by Technical Committee 3

(TC3) of the Information Technology Industry Council (ITI, formerly known as the Computer & Business

Equipment Manufacturers Association). It is available at http://.www.itic.org/technical/iticurv.pdf.

1) SCOPE

The ITI (ITIC) Curve and this Application Note describe an AC input voltage envelope which typically

can be tolerated (no interruption in function) by most Information Technology Equipment (ITE). The

Curve and this Application Note comprise a single document and are not to be considered separately from

each other. They are not intended to serve as a design specification for products or AC distribution

systems. The Curve and this Application Note describe both steady-state and transitory conditions.

2) APPLICABILITY

The Curve and this Application Note are applicable to 120V nominal voltages obtained from 120V,

208Y/120V, and 120/240V 60Hz systems. Other nominal voltages and frequencies are not specifically

considered and it is the responsibility of the user to determine the applicability of these documents for

such conditions.

3) DISCUSSION

This section provides a brief description of the individual conditions which are considered in the Curve.

For all conditions, the term "nominal voltage" implies an ideal condition of 120V RMS, 60Hz. Seven

types of events are described in this composite envelope. Each event is briefly described in the following

sections, with two similar line voltage sags being described under a single heading. Two regions outside

the envelope are also noted. All conditions are assumed to be mutually exclusive at any point in time, and

with the exception of steady-state tolerances, are assumed to commence from the nominal voltage. The

timing between transients is assumed to be such that the ITE returns to equilibrium (electrical, mechanical,

and thermal) prior to commencement of the next transient.

3.1) Steady-State Tolerances

The steady-state range describes an RMS voltage which is either very slowly varying or is constant. The

subject range is +/- 10% from the nominal voltage. Any voltages in this range may be present for an

indefinite period, and are a function of normal loadings and losses in the distribution system.

3.2) Line Voltage Swell

This region describes a voltage swell having an RMS amplitude of up to 120% of the RMS nominal

voltage, with a duration of up to 0.5 seconds. This transient may occur when large loads are removed from

the system or when voltage is supplied from sources other than the electric utility.

3.3) Low-Frequency Decaying Ringwave

This region describes a decaying ringwave transient which typically results from the connection of

powerfactor- correction capacitors to an AC distribution system. The frequency of this transient may range

from 200Hz to 5KHz, depending upon the resonant frequency of the AC distribution system. The

magnitude of the transient is expressed as a percentage of the peak 60Hz nominal voltage (not the RMS

value). The transient is assumed to be completely decayed by the end of the half-cycle in which it occurs.

The transient is assumed to occur near the peak of the nominal voltage waveform. The amplitude of the

transient varies from 140% for 200Hz ringwaves to 200% for 5KHz ringwaves, with a linear increase in

amplitude with increasing frequency. Refer to Figure 1 for an example of a typical waveform.

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3.4) High-Frequency Impulse and Ringwave

This region describes the transients which typically occur as a result of lightning strikes. Wave shapes

applicable to this transient and general test conditions are described in ANSI/IEEE C62.41-1991. This

region of the curve deals with both amplitude and duration (energy), rather than RMS amplitude. The

intent is to provide an 80 Joule minimum transient immunity.

3.5) Voltage Sags

Two different RMS voltage sags are described. Generally, these transients result from application of

heavy loads, as well as fault conditions, at various points in the AC distribution system. Sags to 80% of

nominal (maximum deviation of 20%) are assumed to have a typical duration of up to 10 seconds, and

sags to 70% of nominal (maximum deviation of 30%) are assumed to have a duration of up to 0.5 seconds.

3.6) Dropout

A voltage dropout includes both severe RMS voltage sags and complete interruptions of the applied

voltage, followed by immediate re-application of the nominal voltage. The interruption may last up to 20

milliseconds. This transient typically results from the occurrence and subsequent clearing of faults in the

AC distribution system.

3.7) No Damage Region

Events in this region include sags and dropouts which are more severe than those specified in the

preceding paragraphs, and continuously applied voltages which are less than the lower limit of the steady-

state tolerance range. The normal functional state of the ITE is not typically expected during these

conditions, but no damage to the ITE should result.

3.8) Prohibited Region

This region includes any surge or swell which exceeds the upper limit of the envelope. If ITE is subjected

to such conditions, damage to the ITE may result.

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