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Análise de Procedimentos e Gestão de Projeto: metodologia para a implementação de um sistema otimizador na MRS Logística SA Rômulo Alves de Almeida Júnior MONOGRAFIA SUBMETIDA À COORDENAÇÃO DE CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA PRODUÇÃO Aprovada por: ________________________________________________ Prof. Carlos Frederico Corrêa Ferreira ________________________________________________ Prof. Marcos Martins Borges ________________________________________________ Eng. Raphael Steiman JUIZ DE FORA, MG - BRASIL JANEIRO 2007

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Análise de Procedimentos e Gestão de Projeto: metodologia para a implementação de um

sistema otimizador na MRS Logística SA

Rômulo Alves de Almeida Júnior

MONOGRAFIA SUBMETIDA À COORDENAÇÃO DE CURSO DE ENGENHARIA

DE PRODUÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A

GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA PRODUÇÃO

Aprovada por:

________________________________________________

Prof. Carlos Frederico Corrêa Ferreira

________________________________________________

Prof. Marcos Martins Borges

________________________________________________

Eng. Raphael Steiman

JUIZ DE FORA, MG - BRASIL

JANEIRO 2007

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ALVES DE ALMEIDA JÚNIOR, RÔMULO

Análise de Procedimentos e Gestão de

Projeto: metodologia para implementação

de um sistema otimizador na MRS Logística SA

[Juiz de Fora] 2006

VIII, 43 p. 29,7 cm (EPD/UFJF, Gra-

duação, Engenharia de Produção, 2006)

Monografia - Universidade Federal de

Juiz de Fora, Departamento de Engenharia

de Produção

1. Análise de Procedimentos

2. Gestão de Projetos

I. EPD/UFJF II. Título ( série )

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DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia aos meus pais, pelo empenho e apoio sempre demonstrado

durante toda minha trajetória na graduação.

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AGRADECIMENTO

Agradeço ao professor Carlos Frederico pela orientação dedicada para a conclusão

deste trabalho. Agradeço também aos amigos da MRS Logística SA, pela compreensão e

auxilio no desenvolvimento da minha monografia.

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Resumo da monografia apresentada à Coordenação de Curso de Engenharia de Produção

como parte dos requisitos necessários para a graduação em Engenharia Produção.

Análise de Procedimentos e Gestão de Projeto: metodologia para aimplementação de um sistema otimizador na MRS Logística SA

Aluno: Rômulo Alves de Almeida Júnior – [email protected]

Orientador: Carlos Frderico – [email protected]

Resumo: A necessidade de novas ferramentas para o auxílio à tomada de decisão rápidas

e precisas certamente é um diferencial no desempenho das atividades para uma

organização. Entretanto, um grande desafio que surge é preparar o ambiente, e

principalmente as pessoas, para que mudanças a serem realizadas com a inserção destas

novas ferramentas se adaptem com sucesso dentro da rotina de trabalho já existente.

Mudanças requerem planejamento. Sem uma sistemática baseada em métodos

padronizados, visando adequar os procedimentos vigentes para operar de acordo com as

premissas assumidas em projetos, certamente estaremos deixando de aproveitar as

melhorias propostas em todas as suas potencialidades. A formação do Engenheiro de

Produção, capaz de articular aspectos relacionados aos homens, às tecnologias, bem como

aos processos, possibilita a criação de condições necessárias para que empreendimentos

dessa natureza possam ser concretizados. O estudo proposto tem como finalidade verificar

o desenvolvimento de metodologias capazes de auxiliar a implementação de um sistema

informatizado de auxílio à tomada de decisão no setor de Planejamento e Controle de

Operações, na empresa MRS Logística SA.

Palavras-chaves: processo, padrão, sistema, mudança.

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Abstract of monograph presented to Department of Production Engineering as a partial

fulfillment of the requirements for the undergraduate degree

Analysis as of Procedures and Management’s Project : methodology for theimplementation by one system otimizator at the MRS Logistical SA

Student: Rômulo Alves de Almeida Júnior – [email protected]

Advisors: Carlos Frderico – [email protected]

Abstract: The need to news tools for its assistance at the decision-making quick and

precision, certain that's a differential on performance of the works for a organization.

Nevertheless, one ample challenge it is to appears is draw up the environment , and

the people , for it to changes the one he shall be paid-up with the insertion of these

news tools in case that adapts successfully within from the routine as of the work

already existing. Changes requiring planning. Without a systematic suporting in

standard’s procedures, fit together the methodological exisistenve for operating

according to the models default well into projects, certain we shall be while leaving

as of profiteer the proposed improvements at every their potentialities. The formation

from the Industrial Engineer, able to articule appearances for to connect the man, to

the technologies , as well as to the processes , makes it possible creating as of

conditions required for it to undertakings of that nature may be specify. The review

proposed does have as a goal to observate the development of the methodologies

able to ancillary the implementation by one system computerised as of assistance at

the decision-making at the setor as of Planning and Controls as of Operations , in the

company MRS Logistical SA.

Key words: process , norm , system , modification.

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Sumário

Capítulo I..................................................................................................................................1

INTRODUÇÃO.........................................................................................................................1

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS...............................................................................1

1.2 OBJETIVOS .........................................................................................................1

1.3 JUSTIFICATIVAS.................................................................................................2

1.4 ESCOPO DO TRABALHO OU CONDIÇÕES DE CONTORNO ..........................4

1.5 METODOLOGIA...................................................................................................4

Capítulo II.................................................................................................................................7

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................................................7

2.1) Panorama Logístico Nacional .......................................................................................7

2.2) Contexto da empresa....................................................................................................9

2.3) O Processo de Desestatização.....................................................................................9

2.4) MRS Logística SA .......................................................................................................11

2.5) Conceitos Gerais.........................................................................................................12

2.5.1) O que é um Projeto ? ...........................................................................................14

2.5.2) O que é Gerenciamento de Projetos? ..................................................................15

2.6) Etapas do Projeto........................................................................................................17

2.6.1) Concepção ...........................................................................................................19

2.6.2) Desenvolvimento ..................................................................................................21

2.6.3) Execução..............................................................................................................22

2.6.4) Conclusão.............................................................................................................23

Capítulo III..............................................................................................................................24

DESCRIÇÃO ......................................................................................................................24

3.1) Estruturação do Projeto...........................................................................................26

Capítulo IV .............................................................................................................................37

Conclusão ..........................................................................................................................37

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:..................................................................................38

APÊNDICE 1 – Fluxograma da Rotina de Programação ...................................................39

APÊNDICE 2 – Exemplo de Coleta de Restrições do Algoritmo .......................................49

APÊNDICE 3 – Exemplo de Ficha de Padrão de Operações ............................................56

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Capítulo I

INTRODUÇÃO

Não é uma novidade a adoção de sistemas informatizados para a melhoria de

desempenho nos modernos ambientes de gestão. Métodos numéricos e ferramentas

matemáticas são comprovadamente eficazes na busca de soluções para problemas

rotineiros. Entretanto, um grande desafio que surge é adequar estruturas funcionais já

existentes a estes novos ambientes competitivos.

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A visão que um profissional de Engenharia de Produção possui, capaz de alinhar

fatores humanos, de processo e de ambiente, torna-se um atrativo de sucesso que contribui

nos meios empresarias para a modelagem de rotinas e a implementação de projetos.

Aliado ao conhecimento de sistemas bem como ao de ferramentas de otimização, o

desafio de concretizar um projeto para a implementação de uma nova ferramenta

computacional dentro de um ambiente onde as pessoas dominam a estrutura atual e a

velocidade e o impacto das ações afetam toda a companhia, torna-se um grande desafio e

enquadram-se perfeitamente no perfil do profissional de Engenharia de Produção.

A possibilidade de conhecer novas ferramentas relacionadas à Pesquisa

Operacional e à Gestão de Projetos, bem como a inserção dentro da rotina de um processo

produtivo com o objetivo de criticar e propor melhorias, é uma oportunidade de

enriquecimento profissional e de aplicações de recursos teóricos que motivam a realização

deste trabalho.

1.2 OBJETIVOS

O trabalho realizado teve como objetivo identificar a estruturação de procedimentos

e observar o planejamento de ações capazes de viabilizar a concretização do projeto de

implementação de um sistema informatizado de auxílio à tomada de decisão, ferramenta

que será utilizada pelo departamento de Planejamento e Controle de Operações, na

empresa MRS Logística SA.

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1.3 JUSTIFICATIVAS

A busca por resultados operacionais mais satisfatórios, delineados por critérios de

decisões sólidos e fundamentados em bases científicas são os grandes precursores para a

iniciação deste trabalho. Visando a implementação de um sistema capaz de suportar a

análise de dados e gerar soluções para sua produção (mais especificamente a distribuição

de vagões), a MRS Logística SA deu início ao projeto “Optvag” em parceria com a empresa

responsável pela concepção do aplicativo, a GAPSO Advanced Planning Solutions.

As tendências de mercado que se apresentam, bem como todo o contexto que

envolve a MRS, demonstra que dentro de um curto período de tempo poderá existir um

panorama de atividades desempenhadas pela empresa muito divergente daqueles

vivenciados nos dias de hoje. Isto se refere ao volume de produção que está sendo

projetado para os próximos anos. No ano de 2005, o volume de produção da MRS chegou a

108 milhões de toneladas úteis (TU). A projeção é que para o ano de 2009 o volume de

produção da empresa ultrapasse as 189 milhões de toneladas úteis. É necessário que para

estes novos desafios que estão por vir haja condições implementadas que sirvam de base

para suportar todas estas mudanças e oferecer alicerce para garantir que todo este volume

estimado realmente seja possível de ser cumprido em termos práticos. Todas as diretrizes

de Planejamento Estratégico da empresa buscam garantir que os passos estejam sendo

dados neste sentido. As metas são desdobradas (de acordo com o Balanced Scorecard) em

indicadores agressivos, forçando desde já que todos os colaboradores incorporem este

espírito de garra e comprometimento que serão fundamentais para o futuro próximo.

Aquisições de novos equipamentos, como vagões e locomotivas, ampliação e

construção de novos terminais e estações, duplicação em alguns pontos da via permanente,

contratação e treinamento de pessoal são algumas das ações tomadas pela companhia a

fim de se preparar para os próximos anos. Outro ponto de grande atenção neste momento é

o investimento em tecnologias, principalmente aquelas voltadas à informação, como o

projeto MRS 2008 (SIACO) – projeto que têm como foco central melhorar o controle de

circulação dos trens, através de modernos meios de monitoramento e comunicação - bem

como o Optvag (objeto de estudo deste trabalho).

De acordo com que foi argumentado anteriormente, é possível imaginar que dentro

de um curto período de tempo a atividade de programação de produção e distribuição de

vagões aumentará muito o grau de complexidade, uma vez que teremos um volume

gigantesco de ativos em circulação, o que inviabilizará a tomada de decisões de forma

“manual”.

Por serem recursos limitados e caros, os vagões de uma ferrovia devem ser

utilizados de maneira a obter o maior aproveitamento possível. Torna-se, por tanto,

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necessário movimenta-los de maneira eficiente, ou seja, definir o plano de viagens de cada

vagão no período determinado para atender o máximo das solicitações de transporte com

os recursos existentes.

A atividade de distribuição de vagões carregados e vazios contempla, não apenas as

determinações de quais demandas devem ser atendidas, mas também a seqüência de

anexação em trens, circulação e desanexação de cada um dos vagões utilizados no

transporte (car trip plan).

O número limitado de recursos, aliados às importantes restrições impostas pela frota

de locomotivas e grade de trens*, capacidade de operação das estações (pátios e

terminais), conjunto de demanda de produção, dentre outras, fazem da circulação de

vagões carregados e vazios um processo de enorme complexidade, aumentando

fortemente a responsabilidade dos planejadores dado o grande impacto econômico das

decisões em questão. Quantificando simplesmente a complexidade da decisão de quais

demandas atender, ou seja, não levando em consideração em como atende-las, os

números obtidos são muito expressivos. Por exemplo, se de um conjunto de 1100

carregamentos fosse determinar um subconjunto de 1000 para serem efetivamente

realizados, o número de alternativas seria superior a 10140 (GAPSO – 2004).

A utilização de ferramentas apropriadas de apoio à decisão para a distribuição de

vagões vazios e carregados, não só torna mais ágil e preciso o processo decisório, mas

também têm grande potencial de retorno econômico. É justamente por estes motivos que a

ferramenta Optvag torna-se um diferencial estratégico, em harmonia com os rumos tomados

pela companhia.

Contudo, um novo grande desafio surge no contexto deste projeto. Como garantir

que as potencialidades desta ferramenta sejam realmente aproveitadas em plenitude pela

companhia? Cabe ressaltar que anteriormente a este processo já era vigente na empresa

uma estrutura operacional com o objetivo de realizar a distribuição dos vagões. Torna-se

necessário neste momento criar mecanismos para que esta nova ferramenta, o Optvag,

passe a ser utilizada na rotina de distribuição de vagões da MRS Logística SA sem que para

isso os resultados operacionais sejam comprometidos pelo “choque de gestão”.

Grade de Trens: tabela que contempla o itinerário padrão de cada trem da companhia,

estabelecendo horário de partida das estações de origem e previsão de chegada nos

destinos, bem como em todas as estações intermediárias, estabelecendo o padrão de

atendimento às demandas dos clientes.

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1.4 ESCOPO DO TRABALHO OU CONDIÇÕES DE CONTORNO

A utilização de T.I no desempenhos das atividades da MRS é mais que um

diferencial, é uma realidade. Para oferecer uma base de sustentação capaz de suportar o

crescimento da empresa tornou-se emergencial o desenvolvimento do sistema baseado em

Pesquisa Operacional para suportar o diversificado panorama de decisões que se

apresentam diante dos gestores de frota. Todas estas decisões interferem diretamente nos

resultados da companhia. O maior desafio que passa a existir e criar um conjunto de ações

planejadas que viabilizem a implementação e continuação do projeto proposto.

1.5 METODOLOGIA

O trabalho realizado seguiu a seguinte metodologia de desenvolvimento:

1.5.1) Revisão Bibliográfica

A busca de artigos, livros, cases, sites, dentre outras referências bibliográficas que

tratem de implementação de projetos e de sistemas. Certamente, referências que tratem de

inserção de procedimentos e métodos de padronização de atividades servirão de consultas

para o desenvolvimento do trabalho. Buscou-se explorar as referências de materiais

institucionais da MRS, que possibilitaram a apresentação de várias informações relativas à

operação da companhia, facilitando a visualização e favorecendo a ilustração de algumas

argumentações. Para tornar a pesquisa mais objetiva, deu-se maior ênfase aos conteúdos

multidisciplinares, onde buscou-se sintetizar temas relativos aos diversos assuntos tratados

neste trabalho em referências consolidadas. Como exemplo, artigos abordando a utilização

de Pesquisa Operacional no contexto de Logística, bem como materiais relativos à Gestão

de Projetos direcionados a implementação de sistemas de Tecnologia da Informação.

Cabe ressaltar o trabalho de direcionamento realizado pelo orientador do trabalho,

buscando a manutenção do foco central, trazendo sugestões de pesquisas em materiais

dentro do contexto trabalhado.

Com a facilidade existente atualmente, representada de maneira mais direta pela

Internet, certamente o acesso a informação torna-se mais rápido e diversificado

possibilitando um grande enriquecimento do trabalho.

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1.5.2) Coleta dos Dados na Empresa

A coleta de dados foi constituída principalmente em conhecer a estrutura atual

vigente, consultando documentos relacionados à execução das atividades de Planejamento

e Controle Operacional da MRS e Gestão de Frota / Distribuição de Vagões. Os

procedimentos gerenciais, procedimentos de rotinas e procedimentos operacionais,

constituintes do Sistema de Gestão de Qualidade da empresa serviram de base de

consulta. O acompanhamento das atividades juntamente com os colaboradores da empresa

também foi realizado. A grande contribuição no processo de coleta de dados foi obtido

principalmente em questionários formulados e aplicado ao gerente do projeto OPTVAG na

MRS, o Especialista Ferroviário e Engenheiro Raphael Steiman, responsável por toda a

etapa de concepção do projeto bem como participação de sua implementação.

A busca de uma compreensão das rotinas atuais se justifica uma vez que é em cima

desta realidade é que será desenvolvido o trabalho e é aonde buscou-se realizar a inserção

do novo projeto, ocasionando a gestão de mudanças. Diante do compreendimento de toda a

estrutura, tornou-se possível analisar de maneira mais cautelosa os possíveis impactos de

cada ação tomada durante a execução do projeto.

Com relação ao sistema, mais especificamente, foram realizados estudos visando

conhecer a fundo qual era seu verdadeiro objetivo, como são seqüenciadas as etapas do

projeto de implementação do sistema, como está estruturado atualmente o projeto de

implementação, quais são as restrições existentes bem como os objetivos que se desejam

alcançar. Para este estudo, a base principal de informação foi o próprio manual do sistema

desenvolvido pela Gapso e também a participação em apresentações de divulgação do

projeto realizadas internamente na companhia.

1.5.3) Análise dos Dados

Durante esta etapa foi realizada uma análise crítica dos processos existentes. Diante

da compreensão das rotinas existentes, buscou-se identificar como estavam sendo

desenvolvidas as etapas estruturadas para o desenvolvimento do projeto e se haviam

barreiras capazes de exigir alterações nos escopos. O acompanhamento de work-shops e

de grupos de discussão se fez necessário para garantir uma melhor compreensão do

projeto. Um ponto positivo desta etapa foi a oportunidade de participar de maneira

simultânea, tanto do acompanhamento das analises, devido ao interesse direcionado para a

execução deste trabalho, bem como a participação direta como “público-alvo” do projeto,

uma vez que a estrutura na qual atualmente exerço minha profissão é justamente como

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gestor de frota no setor de Planejamento e Controle de Operações, mais especificamente

na divisão de Programação de Produção, sendo responsável pela distribuição de vagões de

uma carteira específica de clientes da MRS.

1.5.4) Elaboração do Relatório Final

O relatório buscou sintetizar quais foram os resultados obtidos ao longo dos estudos,

trazendo a conclusão. Para esta elaboração foram traçados ao longo dos capítulos toda

parte introdutória, trazendo o contexto atual onde se insere o projeto. Em seguida foram

expostos alguns conceitos teóricos a respeitos das ciências que influenciaram de maneira

direta toda a construção do projeto. Na seqüência, o conteúdo do projeto será elucidado e,

de forma paralela, será buscado trazer o contexto teórico e prático de maneira a elaborar

um estudo de caso do projeto.

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Capítulo II

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1) Panorama Logístico Nacional

A logística no âmbito nacional enfrenta um período de fortes transformações. Estas

mudanças podem ser vislumbradas em muitos dos fatores que determinam o funcionamento

da logística, como: desenvolvimento de pesquisas e estudos direcionados para o mercado

logístico, utilização massiva de TI (Tecnologia de Informação), surgimento e investimento

em novas infra-estruturas, intensificação do processo de globalização e aumento no número

de pesquisas e estudos direcionados à resolução de problemas no âmbito da logística.

“Para as empresas que aqui operam, é um período de riscos e oportunidades.

Riscos devido às enormes mudanças que precisam ser implementadas e oportunidades

devido aos enormes espaços para melhorias de qualidade do serviço e aumento de

produtividade, fundamentais para o aumento da competitividade empresarial.

Apesar de amplo, o movimento de mudanças é ainda recente. Até poucos anos

atrás a logística era o elo perdido da modernização empresarial no Brasil. A explosão do

comércio internacional, a estabilização econômica produzida pelo Real e as privatizações

da infra-estrutura são os fatores que estão impulsionando este processo de mudanças.

Desde a década passada o comércio exterior vem se expandindo rapidamente, exigindo

uma rápida adaptação do setor logístico. “O processo de privatização da infra-estrutura vem

caminhando aceleradamente, com quase todas as ferrovias e vários terminais portuários já

em mãos privadas” (FLEURY – 2000).

No mercado brasileiro, observa-se uma forte dependência do modal rodoviário,

chegando a representar 10% do PIB e é responsável por cerca de 58% da carga

transportada no país (FLEURY – 2000).

Um fator contribuinte para a ineficiência no modelo de transporte no Brasil foi o

grande período de estatização dos portos, ferrovias e dutos, reforçados por subsídios

existentes para o modal rodoviário. Cabe também destacar a grande pressão exercida pelas

multinacionais existentes no país, que buscavam o aumento de vendas dos caminhões e

carretas por eles produzidos.

Antes da privatização, nossas ferrovias apresentavam desempenho ruim,

representado por baixa disponibilidade, má qualidade dos serviços prestados e baixa

produtividade.

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“Enquanto a produtividade média nas ferrovias norte-americanas, medida por

toneladas - km por empregado, é de 8 milhões, na antiga Rede Ferroviária Federal o valor

era de 1 milhão e na Fepasa de 500 mil.

A baixa produtividade se reflete em custos maiores para os usuários das ferrovias no

Brasil. Enquanto aqui o preço médio é de U$ 23,0 por 1.000 toneladas-km, nos EUA é de

apenas US$ 16,25. Isto, apesar das enormes diferenças na qualidade de serviços,

representados por alta disponibilidade, entrega rápida e confiabilidade de prazos que se

observa nos EUA.

O processo de privatização dos portos e ferrovias, assim como a nova legislação em

relação aos dutos, criou enormes oportunidades para aumento de produtividade, redução de

custos e melhoria de serviços. Embora muito recente, os resultados destas mudanças já

começam a aparecer. No caso da primeira ferrovia privatizada, o tempo médio de viagem na

principal rota foi reduzido de 11 para 6 dias; o nível de utilização das locomotivas subiu de

37% para 65%; o número de empregados foi reduzido de 1.800 para 900. Como

conseqüência, os preços já sofreram reduções médias entre 15% e 20%.

As mudanças são muitas, mas o caminho já foi estabelecido. Para as empresas

brasileiras, ainda há muito espaço a conquistar. Resta continuar trabalhando na busca por

maior produtividade e melhores serviços, que levarão a uma maior competitividade.”

(FLEURY – 2000).

“Se for necessário traçar cenários futuros para a logística brasileira ou para o seu

negócio deve-se considerar pelo menos cinco grandes tendências que devem se manter

nos próximos anos relacionadas a aspectos estruturais, a processos, a relações entre

atores das cadeias produtivas, a relações das atividades com o meio e a capacitação do

recurso humano.

Em termos estruturais a grande tendência é da Volatilização de ativos causada pela

desvinculação dos mesmos dos produtores e a separação das atividades que efetivamente

geram valor ao negócio e as acessórias, principalmente a logística. Este fato vem levando a

um aumento nas locações de infra-estrutura (terminais, armazéns, escritórios, e até parques

fabris) junto com um significativo processo de terceirização no Brasil. Hoje mais de 80% das

empresas já não tem a atividade de transportes própria e mais de 40% das empresas já

terceirizaram ou pretendem terceirizar a armazenagem, estando as atividades de gestão de

estoques e projetos seguindo o mesmo caminho. Esta é uma tendência que deverá

continuar no curto prazo, mas tem boas chances de se reverter, pelo menos parcialmente,

no longo prazo em função do crescente numero de insucessos relacionados principalmente

a riscos estruturais e aumento não percebido de custos indiretos.

Em relação aos processos a tendência é a continuidade e crescimento do uso

intensivo da tecnologia da informação tanto para a gestão ( ERP, WMS, TMS, LIS) quanto

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para a automação de armazéns (etiquetas eletrônicas, robotização), a eletrônica

embarcada( roterizadores) e a comunicação veículo via/base( GPRS) com sensíveis

reduções de custos e ampliação do espectro de possibilidades de serviços. Esta tendência

leva a se vislumbrar uma grande revolução no futuro pela criação de uma inteligência

operacional com base na automação dos processos de tomada de decisão. Será possível,

em breve, decidir-se automaticamente e de forma otimizada, sobre uma situação

operacional instantânea existente baseando-se nos cenários prováveis para as próximas

horas de operação. Um exemplo do que vem acontecendo é a readequação dos roteiros de

coleta e entrega dos veículos que estão circulando a medida que novos pedidos entram

durante o dia, mas de forma otimizada e com baixo custo.” (LALT Laboratório de

Aprendizagem em Logística e Transportes - DGT Faculdade de Engenharia Civil

UNICAMP – 2004).

2.2) Contexto da empresa

O projeto em questão está sendo desenvolvido na MRS Logística S.A, empresa

atuante no setor de logística ferroviária. A MRS foi fundada em 1996 através da associação

de empresas que, em sua maioria, atuam no ramo da mineração e siderurgia, sendo estes

hoje seus principais clientes. A empresa surgiu no processo de privatização da antiga Rede

Ferroviária Federal (RFFSA), obtendo concessão para utilização da malha ferroviária

correspondente aos trechos da SR3 e SR4 da antiga RFFSA, contemplando parte dos

estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. A empresa hoje possui cerca de

3.200 funcionários espalhados por estes 3 estados.

2.3) O Processo de Desestatização

“De 1980 a 1992, os sistemas ferroviários pertencentes à Rede Ferroviária Federal

S.A. – RFFSA e à FEPASA – Ferrovia Paulista S.A., foram afetados de forma dramática,

quando os investimentos reduziram-se substancialmente, atingindo, na RFFSA em 1989,

apenas 19% do valor aplicado na década de 1980. Em 1984, a RFFSA, encontrava-se

impossibilitada de gerar recursos suficientes à cobertura dos serviços da dívida contraída. A

empresa suportava sério desequilíbrio técnico-operacional, decorrente da degradação da

infra e da super estrutura dos seus principais segmentos de bitola métrica e da postergação

da manutenção de material rodante, que ocasionaram expressiva perda de mercado para o

modal rodoviário.

Medida de ajustamento institucional foi tomada pelo Governo Federal, com o

afastamento da RFFSA dos transportes urbanos. O Decreto n.º 89.396, de 22/02/84,

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constituiu a Companhia Brasileira de Transporte Urbano – CBTU que ficou responsável pela

prestação daqueles serviços. Note-se que estes, na maioria dos casos, são altamente

deficitários.

Na impossibilidade de gerar os recursos necessários para continuar financiando os

investimentos, o Governo Federal colocou em prática ações voltadas à concessão de

serviços públicos de transporte de carga à iniciativa privada.

Foi editada a Lei n.º 8.031/90 e suas alterações posteriores, que instituíram o

Programa Nacional de Desestatização – PND, sendo a RFFSA incluída no referido

Programa, em 10/03/92, por meio do Decreto n.º 473. Neste processo atuou como gestor o

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES que, nos termos do

Decreto n.º 1.024/94, elaborou a forma e as condições gerais para concessão das malhas

da RFFSA.

O processo de desestatização da RFFSA, foi realizado com base na Lei n.º 8.987/95, (Lei

das Concessões). Esta lei estabeleceu os direitos e obrigações para as partes envolvidas

no processo de concessão, definindo ainda, o princípio da manutenção do equilíbrio

econômico e financeiro e os direitos dos usuários. O processo obedeceu a seguinte

cronologia indicada na tabela 1:

Tabela 01 - A desestatização das malhas da RFFSA

MalhasRegionais

Data doLeilão

Concessionárias Início da

Operação Extensão

(Km)

Oeste 05.03.1996 Ferrovia Novoeste S.A. 01.07.1996 1.621

Centro-Leste 14.06.1996 Ferrovia Centro-Atlântica S.A. 01.09.1996 7.080

Sudeste 20.09.1996 MRS Logística S.A. 01.12.1996 1.674

Tereza Cristina 22.11.1996 Ferrovia Tereza Cristina S.A. 01.02.1997 164

Nordeste 18.07.1997 Cia. Ferroviária do Nordeste 01.01.1998 4.534

Sul 13.12.1998

Ferrovia Sul-Atlântico S.A. –

atualmente – ALL-América

Latina Logística S/A

01.03.1997 6.586

Paulista 10.11.1998 Ferrovias Bandeirantes S.A. 01.01.1999 4.236

Total 25.895

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Fonte: RFFSA e BNDES.

Com o leilão da Malha Paulista (antiga FEPASA incorporada à RFFSA pelo Decreto

n. o 2.502, em 18/02/98), concluiu-se o processo de desestatização das malhas da RFFSA.

O Governo Federal outorgou, em 28/06/97, à Companhia Vale do Rio Doce, no

processo de sua privatização, a exploração da Estrada de Ferro Vitória a Minas e Estrada

de Ferro Carajás.

Em 7 de dezembro de 1999, o Governo Federal, com base na Resolução n.º 12, de

11 de novembro de 1999 do Conselho Nacional de Desestatização e por intermédio do

Decreto n. 3.277, dissolve, liquida e extingue a Rede Ferroviária Federal S.A. - RFFSA.”

(DNIT Brasileiro – Ferrovias 2003).

2.4) MRS Logística SA

Atualmente, a MRS Logística S.A, apresenta como carro chefe de suas operações

logísticas o transporte do tipo “Heavy Haul”, responsável por cerca de 70% de seu

faturamento. Dentro desta linha, ganham destaque o transporte de minério para exportação

e mercado interno, carvão, coque e bauxita. Observa-se atualmente uma concentração de

esforços por parte da organização em atender a este mercado, visando a garantia de

resultados positivos e capazes de atender com eficiência e eficácia a demanda dos clientes.

Neste sentido, existe hoje uma maior disponibilização de ativos e mão-de-obra, bem como

uma priorização de atividades visando atender aos fluxos de transporte dos clientes do

Heavy Haul. Contudo, mantendo uma linha de planejamento que visa a incorporação de

novos mercados e novos nichos para a exploração, vêm crescendo em importância dentro

da companhia às operações que atendem aos mercados mais diversificados, denominados

Carga Geral. A Carga Geral hoje contempla uma gama de clientes variados bem como uma

infinidade de produtos sendo transportados. Como principais mercadorias dentro deste

contexto, pode-se destacar: produtos siderúrgicos (bobinas, fios-máquina, tarugos, placas);

gusa, sucata, containeres, grãos (especialmente a soja), sal, açúcar, enxofre, zinco, areia,

cimento, fertilizantes, combustível (este com foco principalmente para o consumo interno).

Diferente do que poderia-se supor, as dificuldades operacionais para a consolidação

do transporte da Carga Geral são consideravelmente superiores quando comparadas ao do

Heavy Haul. Isto ocorre devido ao fato da grande variedade de produtos, pontos de carga e

descarga existente no transporte da Carga Geral. No Heavy Haul, apesar de se trabalhar

com volumes gigantescos de produção, observa-se freqüentemente a existência de “trens

unitários”. Estes trens possuem uma origem e um destino definido para a carga e a

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descarga, reduzindo bastante a variabilidade do processo (o trem carrega um único produto

em sua origem e circula até seu destino final onde será realizada a descarga). Já na Carga

Geral esta situação é bastante diferente. Os trens possuem sua origem e destino definido

através de itinerários padrões, definindo a chamada grade de trens. Durante sua circulação,

um trem da Carga Geral realizará atividades diversas de anexação e desanexação de

vagões, atendendo em uma só viagem aos mais diferentes fluxos de produção. Isto é

possível, pois, conforme dito anteriormente, os produtos da Carga Geral são muito

diversificados, entretanto o número de vagões atendendo a um cliente específico é

relativamente pequeno. Assim, para um melhor aproveitamento dos recursos (no caso, a

capacidade de tração das locomotivas) são consolidados no mesmo trem vagões de

diferentes clientes com as mais diversas mercadorias e as mais diversas origens e destinos,

bem como diferentes graus de prioridade quanto ao recebimento do material transportado.

Isto exige um melhor planejamento das atividades do trem, já que poderão ser traçadas

uma infinidade de possibilidades para a circulação dos vagões. Atualmente a MRS

Logística, no contexto da Carga Geral, dispõe de 89 estações de origem, 77 estações de

destino, 192 terminais, 3148 vagões, 1674 Km de malha ferroviária, 137 clientes, 20 trens

por dia com uma média de transporte de 70 vagões cada (www.mrs.com.br).

Ao analisarmos os dados anteriores é possível termos dimensão da infinidade de

alternativas que diariamente se apresentam e que, em muitas vezes, não são escolhidas de

forma ótima, já que atualmente todas as tomadas de decisões referentes à atividade de

programação de produção e gestão de frota são realizadas com base na experiência dos

colaboradores, inviabilizando a visualização de todos os cenários possíveis.

2.5) Conceitos Gerais

Antes de ser iniciado um aprofundamento sob o tema central do estudo que são os

métodos de padronização e gestão de projetos, cabe uma breve explicação sobre o

princípio de funcionamento do Optvag, fundamentado em Pesquisa Operacional.

“A Pesquisa Operacional é uma ciência aplicada voltada para a resolução de

problemas reais. Tendo como foco a tomada de decisões, aplica conceitos e métodos de

outras áreas científicas para concepção, planejamento ou operação de sistemas para atingir

seus objetivo

Através de desenvolvimentos de base quantitativa, a Pesquisa Operacional visa

também introduzir elementos de objetividade e racionalidade nos processos de tomada de

decisão, sem descuidar no entanto dos elementos subjetivos e de enquadramento

organizacional que caracterizam os problemas.

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A Pesquisa Operacional surgiu durante a Segunda Guerra Mundial, quando os

Aliados se viram confrontados com problemas (de natureza logística, tática e de estratégia

militar) de grande dimensão e complexidade. Para apoiar os comandos operacionais na

resolução desses problemas, foram então criados grupos multidisciplinares de matemáticos,

físicos e engenheiros e cientistas sociais. Esses cientistas não fizeram mais do que aplicar o

método científico, que tão bem conheciam, aos problemas que lhes foram sendo colocados.

Desenvolveram então a idéia de criar modelos matemáticos, apoiados em dados e fatos,

que lhes permitissem perceber os problemas em estudo e simular e avaliar o resultado

hipotético de estratégias ou decisões alternativas.

O sucesso e credibilidade ganhos durante a guerra foram tão grandes que,

terminado o conflito, esses grupos de cientistas e a sua nova metodologia de abordagem

dos problemas se transferiram para as empresas que, com o "boom" econômico que se

seguiu, se viram também confrontadas com problemas de decisão de grande complexidade.

Seguiram-se então grandes desenvolvimentos técnicos e metodológicos que hoje,

com o apoio de meios computacionais de crescente capacidade e disseminação, nos

permitem trabalhar enormes volumes de dados sobre as atividades das empresas e, através

de adequados modelos de base quantitativa, simular e avaliar linhas de ação alternativas e

encontrar as soluções que melhor servem aos objetivos dos indivíduos ou organizações.

Face ao seu caráter multidisciplinar, a Pesquisa Operacional é uma disciplina científica de

características horizontais com suas contribuições estendendo-se por praticamente todos os

domínios da atividade humana, da Engenharia à Medicina, passando pela Economia e a

Gestão Empresarial” (http://www.sobrapo.org.br/PO.htm)

Retomando a questão relativa à projetos, o que pode ser entendido como conceito

de gestão de projeto? Segue abaixo uma frase do professor Heitor Coutinho (Fundação

Dom Cabral), que expressa de forma sucinta este conceito:

“A Gestão de Projetos consiste na aplicação de conhecimentos, habilidades e

técnicas às atividades de projetos, visando a obtenção de resultados e requisitos definidos.”

“As pessoas têm planejado e gerenciado projetos desde o início dos tempos. Toda

vez que uma civilização criou suas raízes houve projetos a serem gerenciados: prédios a

construir, estradas a pavimentar e leis a serem escritas. Mesmo sem as ferramentas,

técnicas e metodologias avançadas de que dispomos hoje, as pessoas criaram linhas de

tempo, alocaram materiais e recursos e avaliaram os riscos envolvidos em seus projetos.

Com o passar do tempo, as pessoas perceberam que as técnicas para controle de

custo, desenvolvimento da programação, procura e compra de recurso e gerenciamento de

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riscos poderiam ser aplicadas a uma variedade de projetos, seja erguendo pontes,

realizando colheitas sazonais ou decidindo como se governar. Estas idéias foram as

precursoras do estabelecimento de técnicas de gerenciamento que hoje conhecemos como

“Gerenciamento de Projetos moderno”.

As organizações modernas estão descobrindo que a utilização do Gerenciamento de

Projetos traz muitas vantagens. Clientes esclarecidos exigem cada vez mais produtos

melhores e serviços mais rápidos. As pressões para acompanhar a velocidade do mercado

demandam maior eficiência. Gerenciar projetos de forma profissional encontrou seu lugar na

arena empresarial competitiva e global de hoje”

(http://www.pmisp.org.br/exe/pmi/ger_projetos.asp).

2.5.1) O que é um Projeto ?

“Um Projeto é um esforço temporário empreendido para alcançar um objetivo

específico. Eles são semelhantes às operações em função de serem executados por

pessoas, geralmente terem limitações de recursos e serem planejados, executados e

controlados.

As operações (processos) e projetos diferem entre si principalmente porque as

operações têm um caráter contínuo e repetitivo, ao passo em que os projetos têm um

caráter temporário e único. Temporário significa que todo projeto tem um início e um término

definidos. Único significa que o produto ou serviço é, de algum modo, diferente de todos os

produtos e serviços semelhantes” (COUTINHO – 2004).

Tabela 02 – Quadro comparativo de características Processos X Projetos

Fonte: (FLEURY – 2000).

PROCESSOS PROJETOS1- Rotina 1 - Algo novo2 - Vários Objetos 2 - Objeto Definido3 - Continuidade 3 - Temporário (ciclo de vida definido)4 - Métodos e Instrumentos definidos e

implementados4 - Métodos e Instrumentos são função datipologia

5 - Relativo domínio de esopo, prazo e custo 5 - Risco quanto à escopo, prazo e custo6 - pode ser delimitado a uma área da

empresa 6 - frequentemente é interdepartamental7 - Manutenção do status quo 7 - Modificação do status quo

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Projetos são criados em todos os níveis da organização. Podem envolver uma

pessoa ou milhares delas. Podem exigir menos de 100 ou mais de 10.000.000 de horas

para serem concluídos. Os projetos podem ser desenvolvidos em um único departamento

da organização ou transpor suas fronteiras, como nas joint ventures e parcerias.

Freqüentemente, os projetos representam componentes críticos da estratégia de negócio

das empresas.

O Gerenciamento de Projetos pode ser aplicado a projetos independentemente de

suas dimensões, prazos e orçamentos. Alguns exemplos incluem:

• Desenvolver um novo produto ou serviço;

• Efetuar mudança na estrutura, no pessoal ou no estilo de uma organização;

• Conceber um novo veículo de transporte;

• Desenvolver ou adquirir um sistema de informações novo ou modificado;

• Construir um edifício ou uma instalação;

• Conduzir uma campanha política;

• Implantar um novo procedimento ou processo de negócio.

2.5.2) O que é Gerenciamento de Projetos?

De acordo com o “A Guide to the Project Management Body of Knowledge” - 2000

Edition, [Project Management Institute (PMI®) December 2000], Gerenciamento de Projetos

é a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas nas atividades do

projeto a fim de atender os requisitos do projeto. Ele pode ser melhor explicado através dos

processos que o compõem, que podem ser reunidos em cinco grupos de processos -

Iniciação, Planejamento, Execução, Controle e Encerramento – e em nove Áreas de

Conhecimento - Gerenciamento da Integração do Projeto, Gerenciamento do Escopo do

Projeto, Gerenciamento do Tempo do Projeto, Gerenciamento dos Custos do Projeto,

Gerenciamento da Qualidade do Projeto, Gerenciamento dos Recursos Humanos do

Projetos, Gerenciamento da Comunicação do Projeto, Gerenciamento dos Riscos do Projeto

e Gerenciamento dos Fornecimentos de Bens e Serviços do Projeto.

A equipe do projeto gerencia os trabalhos envolvidos nele, que geralmente

envolvem:

• Balanceamento de demandas conflitantes do escopo, tempo, custo, risco e

qualidade do projeto;

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• Satisfação de diferentes interessados (stakeholders) com diferentes

necessidades e expectativas;

• Alcance dos requisitos estabelecidos.

O termo Gerenciamento de Projetos é às vezes utilizado para descrever uma

abordagem organizacional ao gerenciamento de operações rotineiras. Essa abordagem

trata muitos aspectos das operações rotineiras como projetos a fim de aplicar as técnicas de

Gerenciamento de Projetos a elas.

O Gerenciamento de Projetos ajuda as organizações a atenderem as necessidades

de seus clientes padronizando tarefas rotineiras e reduzindo o número daquelas que

poderiam ser esquecidas. O Gerenciamento de Projetos assegura que os recursos

disponíveis são alocados da maneira mais eficiente e eficaz, permitindo aos executivos

seniores a perceber “o que está acontecendo” e “para onde as coisas estão indo” dentro das

organizações.

Muitas organizações ao redor do mundo, como NASA, IBM, AT&T, Siemens,

Chiyoda Corporation, PricewaterhouseCoopers, Sociedade Computacional de Singapura e o

Governo Estadual de Oregon (EUA), lançam mão do Gerenciamento de Projetos para

desenvolver processos inovadores, planejar, organizar e controlar iniciativas estratégicas,

monitorar desempenho de empreendimentos, analisar divergências significantes e prever

seus impactos nos projeto e na organização.

A aplicação dos princípios de Gerenciamento de Projetos permite que os executivos

seniores:

• Estabeleçam medidas do sucesso;

• Mantenham o foco no cliente;

• Quantifiquem o valor agregado correspondente aos custos;

• Aperfeiçoem o uso dos recursos da organização;

• Incorporem princípios de qualidade;

• Coloquem planos estratégicos em marcha;

• Assegurar a atualização da empresa às demandas do mercado.

O Gerenciamento de Projetos ganhou popularidade durante as últimas décadas em

função de uma série de mudanças significativas no local de trabalho. Algumas destas

mudanças incluem:

• Processos de Downsizing (menos pessoas para fazer mais tarefas);

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• Projetos e serviços maiores e mais complexos;

• Competição global e feroz;

• Acesso à informação mais fácil através de amplas redes de comunicação;

• Clientes mais sofisticados que exigem produtos e serviços de maior

qualidade;

• Crescimento tecnológico exponencial;

• Organizações multinacionais que buscam estabelecer práticas uniformes

para gerenciar projetos.

O Gerenciamento de Projetos está sendo aplicado em muitas indústrias hoje, da

construção e sistemas de informação para assistência médica, serviços financeiros,

educação e treinamento. Com esta expansão, as pessoas que dirigem projetos atualmente

têm diferentes formações profissionais e acadêmicas, e trazem diferentes níveis de

experiência como praticantes do Gerenciamento de Projetos. Para se prepararem para os

papéis de gerente de projeto ou de integrante de equipes de projeto, os indivíduos devem

assimilar uma compreensão básica dos processos e das áreas de conhecimento que são

comuns a todos os projetos.

O Gerenciamento de Projetos moderno começou no final dos anos 50 e inicio dos anos

60, quando o porte, escopo, duração e recursos necessários para os novos projetos

começaram a exigir mais que um fluxograma e uma mesa de reuniões. Ao mesmo tempo,

literatura sobre o “Gerenciamento por Projetos” começou a surgir. A expressão

“Gerenciamento de Projetos” foi incorporada ao vernáculo, ainda que limitada

essencialmente à engenharia e construção.

Hoje, o Gerenciamento de Projeto é utilizado globalmente e sem distinção por corporações

de bilhares de dólares, governos e pequenas organizações sem fins lucrativos. A liderança

em Gerenciamento de Projetos é uma habilidade altamente procurada como diferencial

competitivo global para que novos projetos e desenvolvimento de negócios sejam

completados no prazo e dentro do orçamento. Profissionais que trabalham no

Gerenciamento de Projetos dirigirão o desenvolvimento próspero de novas empresas no

século 21. (http://www.pmisp.org.br/exe/pmi/ger_projetos.asp).

2.6) Etapas do Projeto

No estudo técnicas de Gestão de Projetos há uma importante metodologia que é

muito válida em sua elucidação, mostrando de forma clara uma linha de raciocínio capaz de

conduzir a resultados positivos no empreendimento desejado. A metodologia citada é o ciclo

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de vida do projeto, que traz em seu escopo sub-etapas de atividades que abrange toda a

concepção do projeto. Abaixo seguem quais são estas sub-etapas, que serão descritas de

forma sucinta no decorrer do estudo.

• Concepção;

• Desenvolvimento;

• Execução;

• Conclusão.

A relação entre o tempo dedicado a cada uma destas etapas, relacionado com o

nível de atividades desempenhados em cada uma delas pode ser visualizado no gráfico

exposto na figura 01.

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Figura 01 – Ciclo de Vida dos Projetos

2.6.1) Concepção

A fase de concepção do projeto consiste numa etapa onde são delineadas todas as

premissas que farão parte da concepção do projeto. É fundamental que ao final desta etapa

esteja clara a resposta as seguintes perguntas: Quais necessidades serão supridas com o

Concepção

Desenvolvimento

Execução

Conclusão

Nível de Atividade

Tempo

Ciclo de Vida dos Projetos

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desenvolvimento deste projeto (objetivos e metas)? Quem são os grandes beneficiados com

o trabalho em questão (stakeholders)? Que riscos estão presentes na elaboração do

projeto? Quais são as estratégias que serão adotadas para a elaboração do trabalho?

Quem serão os responsáveis pela execução do projeto (delinear responsabilidades)? Quais

recursos serão necessários para a conclusão do empreendimento?

A resposta a cada um dos questionamentos realizados acima servirá como base e

diretriz para a execução das atividades.

Entender e traçar metas e objetivos bem definidos para a execução de um projeto é

vital para seu nascimento. No processo de geração de alternativas para um problema que

se apresenta é muito comum a perca o foco que realmente conduziu o raciocínio inicial,

conduzindo a soluções complexas que muitas vezes não atendem de forma objetiva ao

problema principal. Por isso é tão importante deixar estes objetivos bem claros, a fim de que

eles direcionem o processo de idealização de alternativas.

Com relação aos stakeholders, o fato importante a ser mencionado é de que a todo

momento devemos ter em mente que suas necessidades precisam ser atendidas da

maneira que eles desejam. Não podemos confundir anseios pessoais (se “apaixonar” pelo

projeto), trazendo alternativas que se distanciam do foco.

Outro ponto muito importante diz respeito aos riscos envolvidos na realização do

projeto. Constituir cenários que simulem os possíveis impactos que podem ser gerados

durante a execução do projeto evita que o projeto seja surpreendido em etapas avançadas.

É uma forma prudente de se evitar retrabalho e garantir de se garantir a preparação

adequada para eventualidades indesejadas no decorrer do trabalho.

Atuar de forma planejada, estruturando e traçando planos de ações capazes de

abranger todos os desafios que se apresentaram durante o projeto evita a perda de tempo e

de recursos no projeto. Atuando desta forma é possível que se tenha maior consistência

para o sequênciamento das etapas do projeto, evitando os imprevistos.

De vital importância para o bom andamento das atividades do projeto é a divisão das

responsabilidades. Grande parte dos projetos é dotada de um grau de complexidade alto.

Diante deste contexto é imprescindível que cada membro da equipe conheça suas

atribuições para que não haja uma sobrecarga de responsabilidades. Outro fator importante

neste contexto é saber diligenciar estas responsabilidades de acordo com o perfil de cada

membro do projeto, possibilitando que sejam explorados os talentos individuais destas

pessoas, formando um time mais completo.

Por fim, cabe a avaliação de recursos necessários para o desenvolvimento do

projeto. Não é viável que o trabalho se inicie sem conhecermos quanto investimento será

necessário para sua conclusão. Este estudo é viabilizado na medida que definimos as

etapas anteriores. Com este direcionamento, evitamos que o projeto tenha que ser

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interrompido durante seu desenvolvimento em função de inviabilidade de disponibilização

de recursos,

2.6.2) Desenvolvimento

De importância fundamental para o trabalho que se deseja concluir, a etapa de

desenvolvimento dentro da estruturação de um projeto tem por objetivo captar as

informações disponibilizadas e delineadas na etapa de concepção e concentrar esforços

para que as premissas anteriormente assumidas possam ser perseguidas e cumpridas para

a obtenção dos resultados esperados.

Durante esta etapa é necessário que sejam definidas as pessoas-chave para a

continuidade das atividades. Só desta forma torna-se possível criar os centros de referência

para que sirvam de consulta na seqüência do trabalho. Sem esta definição o projeto corre o

risco de não “andar” e ficar restrito somente às teorias.

Com o grupo definido é possível a realização de estudos e conhecer com maior

clareza as dificuldades que se farão presentes durante o avanço do projeto. É muito

importante que neste contexto exista a preocupação em se criar registro de tudo aquilo que

está sendo discutido, pois a geração de um histórico é uma importante referência para

consultas futuras.

No decorrer deste estudo, onde é possível uma visualização do contexto existente, o

qual é confrontado com a necessidade inicial motivadora do projeto, passa a ser possível

uma visualização dos resultados que poderão ser obtidos. Intrinsecamente, começa a ser

desenhado novas premissas que também farão parte do trabalho, como, por exemplo, o

padrão de qualidade que se deseja atingir. Nesta etapa muitas atividades de preparação e

de suporte serão desempenhadas, sendo a principal delas a coleta de informações.

A necessidade dos recursos para a concretização do projeto torna-se bem mais

evidente. Isto deve ser cuidadosamente analisado, principalmente para termos uma idéia de

retorno à este investimento após a finalização do trabalho.

De posse deste escopo básico faz-se necessário a formalização de alguns itens. É

neste momento que é concebido o Plano do Projeto. Este plano é um verdadeiro manual,

que guiará todas as ações que deverão ser seguidas até a conclusão da atividade proposta.

É evidente que ajustes serão permitidos neste Plano, uma vez que muitas alterações de

contexto são possíveis até o desfecho do projeto. Contudo, é importante frisar que deverá

existir uma grande disciplina no cumprimento do plano. Esta formalização é necessária na

medida que evita que desvios de conduta possam existir no projeto, o que poderia gerar

uma perda de foco. Políticas e procedimentos deverão ser construídos visando disciplinar

as atividades.

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Neste momento é imprescindível que já exista uma visão concreta do orçamento

necessário para costear as ações, bem como funcionará o fluxo de caixa para garantir a

seqüência das atividades.

Outro fator de importância vital para o sucesso do empreendimento é a análise de

risco do projeto, que são oportunidades e obstáculos para que seja atingido os resultados. A

equipe envolvida no projeto deverá realizar um levantamento probabilístico da ocorrência de

riscos inerentes ao empreendimento. Cabe a esta equipe minimizar a probabilidade de

ocorrência de eventos de risco bem como maximizar a probabilidade do surgimento de

eventos favoráveis. Importante é salientar que atividades que apresentem alto risco em sua

execução deverão sempre estar acompanhadas de um plano “B”, a fim de evitar

imprevistos.

Por fim, é necessário que esteja claro para os membros da equipe que as soluções

propostas estejam completamente viáveis mesmo quando confrontado com todos os

aspectos revistos (questões financeiras, aplicabilidade da solução proposta, riscos do

processo).

2.6.3) Execução

A fase de execução contempla um conjunto de ações que têm o objetivo de

direcionar a implementação propriamente dita do projeto. Neste momento torna-se clara a

importância da organização geral dos processos para que seja realizada uma inserção de

novas rotinas que viabilizem o plano inicial. Deve ser dado grande importância ao processo

de gerenciamento das informações. Isto inclui todos os processos necessários para

assegurar oportuna e apropriada geração, obtenção, disseminação, arquivo e utilização de

informações necessárias à gestão do projeto. Isto facilita a quebra de barreiras capazes de

gerar conflitos. Esta comunicação deverá ocorrer de forma interna e externa à equipe básica

do projeto e de forma vertical e horizontal na organização.

Outro componente fundamental para o sucesso durante a etapa de execução é a

motivação entre os envolvidos. É importante que as pessoas que estejam trabalhando pela

conclusão do trabalho estejam realmente interessada nos resultados que poderão ser

gerados, ou seja, as pessoas devem estar convictas que o trabalho é capaz de gerar

benefícios a elas próprias. Assim, torna-se possível o comprometimento dos envolvidos,

capazes de agilizar este processo.

Nesta etapa é necessário que sejam disponibilizados também informações sobre

requisitos técnicos e que sejam detalhadas e criadas referências para especificações que

poderão estar implícitas no trabalho.

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Um importante conceito que pode ser utilizado durante esta etapa e que gera

resultados positivos durante o processo de execução de projetos diz respeito a

implementação de “pacotes” de trabalho, que nada mais são do que fragmentações do todo

que são implantadas de forma gradativa. Esta técnica permite que se avalie separadamente

o impacto de cada ferramenta de forma isolada e evita também uma mudança muito abrupta

no processo atual vigente, reduzindo a chance de surgimento de riscos.

Não diferente dos processos que antecederam esta etapa, durante a execução é

interessante que sejam construídas equipes responsáveis pela implementação de pacotes

específicos, visando atrelar pessoas com determinadas habilidades às características

presentes no projeto que mais se adaptem aos seus perfis.

É sempre importante buscar verificar se os pacotes implementados estão atendendo

as premissas estabelecidas, evitando desta forma um distanciamento do escopo original.

2.6.4) Conclusão

A etapa de conclusão busca retratar a finalização do “produto” que se havia

idealizado. Nesta etapa é importante que os resultados obtidos sejam registrados e que se

realize comparações e simulações a fim de constatar se estão sendo encontrados

resultados conforme esperado.

É vital que durante esta etapa ocorra a transferência de responsabilidades. A equipe

que concebeu e gerenciou o projeto não necessariamente irá prosseguir como usuários dos

novos ambientes. Importante é que se realize uma realocação de responsabilidades,

visando delegar atribuição aqueles que permaneceram neste novo sistema. Muitas vezes a

equipe inicial que desenvolveu o projeto é novamente direcionada para outras atividades,

deixando de ser os agentes de referência.

Para garantir um bom funcionamento do projeto é interessante que se realize

avaliações periódicas, a fim de constatar a necessidade de se realizar novos ajustes. Cabe

ressaltar que é necessário que se crie uma documentação que retrate este período de

adaptação, gerando uma base histórica de eventos ocorridos, capazes de direcionar

possíveis ações de melhorias.

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24

Capítulo III

DESCRIÇÃO

O grande desafio do estudo em questão e objetivo do projeto proposto é traçar um

plano de ação capaz de monitorar e descrever as etapas necessárias para que o sistema

otimizador “Optvag” possa ser inserido dentro da estrutura do Planejamento e Controle de

Operações da MRS Logística, a fim de propiciar a adoção de métodos informatizados na

tomada de decisão das atividades de distribuição de vagões. É importante destacar que, a

princípio, esta ferramenta será disponibilizada somente para os gestores de frota ligados às

operações de distribuição de vagões da Carga Geral. Cabe lembrar também que os trechos

de circulação que são de responsabilidade da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos

(CPTM) não são contemplados na análise do sistema, em função das restrições

operacionais peculiares deste trecho de circulação.

Os grandes objetivos deste sistema são: receber as demandas de carga geral a

serem transportadas, localizar a posição de trens e vagões na malha, respeitar as restrições

operacionais especificadas, maximizar o volume transportado pela companhia e transmitir a

solução encontrada para toda a operação. Com isto espera-se que haja uma maximização

das capacidades de atendimento, redução dos custos operacionais, aumento na qualidade

e na disponibilidade da informação, maior satisfação dos clientes e uma melhoria geral no

processo. Antes de tratar diretamente do projeto, segue uma breve explicação do processo

atual de programação de produção e distribuição de vagões na estrutura de Carga Geral da

MRS.

A estrutura de programação na MRS é dividida entre os gestores de frota. Estes

colaboradores são responsáveis por atender a uma carteira de clientes específica, utilizando

como “matéria-prima” vagões vazios de uma determinada frota. As frotas de vagões são

delineadas principalmente pelo tipo de vagão com o qual se está trabalhando (vagão

gôndola, plataforma, fechado, hopper, tanque). Cada divisão de vagões é subdividida em

grupos menores (frotas) que servirão para atender de maneira mais adequada ao transporte

de um produto específico. De posse de informações do cliente que será atendido e com que

frota atender, deverão ser conhecidos também os fluxos que serão respeitados neste

processo de atendimento (origens e destinos) bem como o volume de transporte que deverá

ser transportado, de acordo com o no plano mensal de transporte (sendo este último

quebrado em planos semanais, onde se determinam os dias que deverão ser realizados as

cargas). Um conjunto de informações muito importante no processo de gestão de frotas diz

respeito às características operacionais dos terminais de carga e descarga. Estas

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informações são vitais para o atendimento da demanda do cliente. Como exemplo destas

informações pode-se citar: número de vagões limite para posicionamento no terminal,

horário de posicionamento, tipo de vagão a ser carregado, TU por vagão, mercadoria a ser

transportada, se são realizadas operações nos finais de semana e feriados, dentre outras.

Resta então conhecer a grade de trens da companhia para determinar em quais trens

circularão os vagões, sejam eles vazios ou carregados. A grade de trens é um plano

estabelecido de circulação de trens que informa aos gestores de frota quais são os horários

de saída dos trens de suas origens e quais serão suas previsões de passagens nas

estações intermediárias durante seu percurso até sua estação de destino (itinerário dos

trens). É algo semelhante aos horários pré-fixados de saída de ônibus de uma rodoviária.

Com base nesta informação torna-se possível conhecer qual serão os possíveis horários de

saídas e chegadas dos vagões (vazios e carregados), possibilitando a realização das

atividades de programação.

Diante deste contexto surgem uma série de restrições e detalhes que deverão ser

respeitados pelos gestores para a garantia de um bom modelo de transporte. Informações

como horário disponível para carregamento e descarregamento dentro dos terminais dos

clientes bem como o volume diário que se pretende trabalhar nestas duas operações,

capacidade máxima de tração dos trens, emissão de ordem de movimentação dos vagões

que minimizem as distâncias a serem percorridas, atrelar frotas a grupos de produtos

capazes de otimizar a operação, garantir a circulação dos vagões analisando tempo médio

de carga e descarga, dentre outros.

Com base nestas informações é possível imaginar a infinidade de alternativas que se

apresentam diante do processo de decisão de um gestor de frotas. O que se torna

complicado neste processo é a grande quantidade de informações que deverão ser

assimiladas simultaneamente para a tomada de decisão de distribuição dos vagões, que

deve ser realizada com extrema agilidade. É impossível garantir que, diante deste contexto,

está se tomando a melhor decisão na gestão dos ativos da companhia. Outro grande

inconveniente presente neste processo é a necessidade de pessoas estarem diariamente

ajustando estas decisões, uma vez que a operação ferroviária está sujeita a um grau de

previsibilidade que exige um acompanhamento bastante próximo. Além disto, percebe-se

que este processo, vital para os resultados da empresa, é extremamente dependente das

pessoas que o realizam, visto que é uma grande dificuldade disseminar este conhecimento,

uma vez que estamos diante de uma variada gama de informações influenciando o

processo decisório. Com isso observa-se uma excessiva flexibilização do sistema e com

precisão limitada das decisões.

Tudo que foi dito até agora deixa muito claro que para toda a tendência que têm se

desenhado e até mesmo pelo direcionamento estratégico que a companhia anseia, é

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evidente que é necessário a realização de mudanças no atual processo de gestão de frotas

da MRS. Em um curto período de tempo, é eminente o surgimento de um verdadeiro

colapso na atividade de programação diante da enorme quantidade de variáveis que irão

surgir.

Para a criação do projeto têm-se como premissa básica a construção e

implementação de uma ferramenta customizada capaz de distribuir de maneira ótima os

recursos da companhia.

Não podemos deixar de lembrar que o objetivo central do estudo não é demonstrar o

projeto de construção do sistema e nem demonstrar suas utilidades e resultados. É

assumida a premissa que o mesmo já possui plena capacidade de funcionamento e que

seus resultados são confiáveis. O que se deseja observar é de que forma toda esta nova

filosofia de trabalho está sendo implementada na empresa, evidenciando mecanismos para

administrar toda as mudanças que serão ocorridas, os riscos eminentes deste processo, os

resultados que estão sendo obtidos e o que se pretende para o futuro.

3.1) Estruturação do Projeto

Com relação à estruturação do projeto no que diz respeito à divisão e

sequênciamento das etapas para a implementação do sistema, pode-se destacar os

seguintes passos:

• Concepção

• Alinhamento;

• Validação;

• Treinamento;

• Implantação;

• Monitoramento;

Muitas decisões e planejamentos estão sendo estudados e desenhados pela equipe

de projeto da MRS. O objetivo é que a gestão da mudança ocorra de forma mais

abrangente possível e que outros projetos que estão sendo desenvolvidos em paralelo

dentro da empresa estejam integrados e alinhados com os objetivos finais almejados pelo

OPTVAG.

Torna-se pertinente nesta fase do estudo um detalhamento destas etapas para que

se possa visualizar o contexto proposto na elaboração do projeto. O projeto em questão visa

detalhar o sequênciamento de medidas que estão sendo desenvolvidas pela MRS para a

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implantação do sistema dentro da rotina da atividade de Planejamento e Controle de

Operações.

3.1.1) Concepção

Durante a fase de Concepção do projeto deu-se prioridade na busca permanente em

preparar e adequar às características necessárias para a operação do sistema com as

informações disponíveis dentro da empresa, tentando identificar pontos para

aperfeiçoamento entre estes dois ambientes. Houve uma preocupação constante em

analisar quantitativa e qualitativamente as informações disponíveis na MRS que seriam

utilizadas para alimentação do sistema. Tais informações serviriam como base para a

geração de resultados, criando condições necessárias para a execução do algoritmo. O

sistema tem seu funcionamento baseado em Programação Linear Inteira, mais

especificamente o método “Branch and Cut” com utilização da tecnologia I Log Cplex, que é

uma referência mundial, sendo largamente utilizado em Aeroportos (Aeroport de Paris,

United Airlines), pela Simens, Visa, SNCR (French Railways), Oracle, SAP, Nokia,

Accenture, HP, Peuget-Citroen, dentre outros (GAPSO Advanced Planning Solutions –

2005).

Assim sendo, para que um sistema baseado em Pesquisa Operacional obtenha

resultados satisfatórios, é necessário que sejam definidas restrições para a estruturação do

modelo matemático capaz de validar as saídas deste sistema.

Com base no que foi argumentado, delineou-se quais seriam exatamente as

informações necessárias para que o sistema pudesse operar. De posse deste mapa de

“necessidade de informações” partiu-se então para uma avaliação das informações

disponíveis, a fim de verificar o grau de confiabilidade das mesmas. Uma grande parte

destas informações já estavam disponíveis e bem organizada no atual sistema existente

dentro da MRS que é utilizado no apoio as decisões de produção, que é o sistema Sislog.

Este sistema reúne informações tanto de números relativos à produção (como Tonelagem

Útil transportada), bem como posicionamento de vagões, posicionamento de trens, condição

dos ativos da companhia (vagões avariados, em manutenção, bons, etc.), informações de

pátios e terminais dentre outras infinidades de informações relativas à operação ferroviária.

As informações existentes dentro do Sislog foram analisadas e criticadas. Para a

realização destas críticas, contou-se com a experiência dos colaboradores da MRS, que

puderam trazer sugestão de correções baseando-se em fatos cotidianos que eram capazes

de revelar alguma possível inconsistência nas informações atuais disponíveis na empresa.

Para que este trabalho fosse possível de ser concretizado foram selecionados grupos

específicos de colaboradores, das mais diversas especializações dentro da empresa para

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que se realizassem Brain Storming capazes de contribuir para a reunião de dados

consistentes. Importante destacar que foi parte da premissa do projeto de elaboração do

Optvag a necessidade de comunicação deste sistema com o sistema atual da MRS, o

Sislog, justamente para que fosse realizado este intercâmbio de informações.

As informações que foram criticadas e ajustadas e que servem como “input” para o

sistema ser exemplificadas e resumidas em alguns grupos, como: Grade de Trens, Estado

dos Trens, Dados Operacionais, Estado dos Vagões e Demandas (ver exemplo no apêndice

2).

Como exemplo de restrições presentes no sistema, pode-se mencionar: horários,

dias e taxas horárias de carregamento dos terminais, feriados por terminal; horários

programados de circulação dos trens; capacidades máximas utilizadas em cada trem;

capacidades por mercadoria e taras de cada vagão da empresa; restrições fiscais;

blocagem de trens e terminais; prioridades (volume, margem, estratégico); acúmulo de

demandas.

De acordo com que havia sido informado anteriormente, um bom método de

verificação de alinhamento do projeto é deixar claro quais são os objetivos a serem

alcançados. Este destaque pode ser realizado através do estabelecimento de

questionamentos que a todo momento não podem causar dúvidas na apresentação das

respostas. No caso da fase de concepção tínhamos as seguintes questões a serem

respondidas: Quais necessidades serão supridas com o desenvolvimento deste projeto

(objetivos e metas)? Quem são os grandes beneficiados com o trabalho em questão

(stakeholders)? Que riscos estão presentes na elaboração do projeto? Quais são as

estratégias que serão adotadas para a elaboração do trabalho? Quem serão os

responsáveis pela execução do projeto (delinear responsabilidades)? Quais recursos serão

necessários para a conclusão do empreendimento? Vamos buscar responder aos

questionamentos realizados para verificar se estamos conseguindo uma boa aderência

entre o contexto prático e teórico.

Em relação ao suprimento das necessidades, está claro que o objetivo final do

trabalho é implementar uma ferramenta ao apoio à tomada de decisões capazes de oferecer

soluções ótimas ao processo de distribuição de vagões da MRS Logística, representado

através de um sistema de informação computadorizado.

Os grandes beneficiados do processo são os Gestores de Frotas, colaboradores que

possuem a tarefa de distribuir os vagões da companhia para atendimento das necessidades

dos clientes. Este processo, conforme dito anteriormente, não se desenvolve de uma forma

muito inteligente, uma vez que esta atividade exige que haja um trabalho permanente de

rastreamento de frota, contato com clientes internos e externos para que seja possível

fechar de forma mais precisa os carregamentos da companhia. Esta demanda grande de

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tempo não permite que seja realizado um trabalho intensivo de busca de uma forma mais

eficiente de distribuição dos vagões, mesmo por que isso iria exigir uma capacidade de

análises numéricas inviáveis para resolução sem o auxílio de um sistema dedicado para

este fim.

Com relação aos riscos presentes na elaboração do projeto, buscou-se estruturar um

plano afim de identificar o surgimento de possíveis inconsistências ao escopo determinado

do projeto. Para tanto, definiu-se os seguintes itens para a identificação destas falhas:

definir conceitos de produtos intermediários e finais, possibilitando a utilização de checklist

destes eventos; deixar claro e buscar ser o mais abrangente possível no escopo do projeto;

delinear responsabilidades; estabelecer um cronograma rígido; estabelecer orçamento;

estabelecer canais claros de comunicação entre os membros das equipes de projeto.

Para clarear a questão da estratégia, buscou-se deixar claro a forte ligação entre o

Planejamento Estratégico da companhia (tendências de crescimento) e o crescimento da

complexidade do processo de gestão de frota. Para se chegar aos resultados esperados

criou-se grupos específicos para a condução do trabalho, estabelecendo-se prazos para

apresentação das diretrizes impostas (isso responde também a questão relativa a

delineação de responsabilidades).

Com relação aos recursos, desde o início foi entendido pela companhia que os

mesmos já estavam disponíveis na empresa, tanto no que se refere aos recursos humanos,

bem como de equipamentos.

3.1.2) Alinhamento

Esta etapa se faz necessária para que os colaboradores da empresa possam

conhecer de forma global como se encontra o projeto (o que já foi realizado até o momento)

e quais serão as diretrizes e premissas que se seguirão para a conclusão do trabalho. É a

oportunidade existente para “vender” a imagem do projeto, deixando claro quais são os

resultados que poderão ser alcançados com sua implementação e qual é o papel de cada

um para o sucesso deste empreendimento. Em suma, é o momento de encorajar as equipes

para que sejam tomadas ações em prol de resultados positivos para a conclusão do

trabalho. Neste contexto foram desenvolvidos “work-shops”, visando justamente divulgar o

projeto e deixar bastante claro quais serão as funcionalidades que serão disponibilizadas

para os colaboradores e principalmente apresentar como a contribuição de cada um se faz

necessária para o sucesso do empreendimento, o que será alterado na rotina diária das

equipes, como será realizado o processo de transição para a nova ferramenta. Este foi um

momento importante para que todos pudessem perceber como serão transformadas suas

rotinas, enfatizando quais os benefícios que esta nova ferramenta propiciará não só para a

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execução das atividades de programação de produção e distribuição de vagões, mas

principalmente suportar o esperados crescimento da companhia.

3.1.3) Validação e TreinamentoA etapa de validação do projeto consiste na elaboração de cenários para que seja

possível simular o comportamento do sistema e checar se os resultados obtidos com a

utilização da ferramenta realmente traduzem expectativas capazes de validar a sua

utilização, ou se serão necessários novos ajustes. Importante destacar que parte deste

trabalho foi iniciada ainda antes da própria etapa de alinhamento. Cabe então distinguir este

processo em duas partes: a validação com testes iniciais e a validação realizada pelos

usuários (teste realizado pelos stakeholders). Cabe ressaltar que esta última (validação

realizada pelos usuários) é a fase atual onde se encontra o projeto dentro da MRS. Outra

observação pertinente é que, conforme citado anteriormente, este é um processo que

previne o projeto contra eventuais riscos, uma vez que desvios do escopo poderão estar

sendo verificados e corrigidos neste momento.

A etapa inicial de validação consistiu em avaliar o desempenho de cada uma das

funcionalidades disponíveis no sistema e também uma breve avaliação do desempenho da

ferramenta. Neste momento o é válida uma breve apresentação dos benefícios desta

ferramenta. A figura 02 é uma representação esquemática do processo OPTVAG.

Figura 02 – Processo OPTVAG

Relatóriose SMV´s*

Estado Inicial

Demandas

Grade de Trens

Fluxos x Frotas

Trens X Fluxos

Fluxos X Trens

Frotas x Taras x Comprimento

Restrições (Geradas pelo Sislog) Produto Final

OPTVAG

Processo Optvag

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SMVs – Solicitação de Movimentação de Vagões

Para que fosse possível a realização destes testes (no momento da concepção),

partiu-se inicialmente para uma análise em ambientes isolados, onde torna-se mais fácil

uma visualização de uma determinada solução, onde é possível avaliar a adequação para o

atendimento da demanda. Assim, foram realizadas análises no que pode ser entendido

como um programa piloto, observando o comportamento da ferramenta ao tratar de pátios

específicos e terminais específicos, fluxos de atendimento de determinados clientes, análise

em pontos críticos (de maior movimentação de trens), como os entroncamentos de via por

exemplo. A metodologia utilizada baseou-se na observação de variados cenários dentro de

cada contexto analisado, visando observar qual seria o comportamento do sistema diante

destas situações variadas. Um critério largamente explorado neste momento foi a

comparação de números reais obtidos no processo de programação atual utilizado pela

MRS, baseado na decisão tomada pelos gestores de frota, e comparar com os resultados

apresentados pelo sistema quando solicitado para apresentar uma solução exatamente no

contexto em que fora trabalhado. Dados históricos armazenados nos bancos de dados da

empresa auxiliaram neste processo, permitindo aos responsáveis pelos testes traçar uma

análise comparativa destes dois ambientes. A análise comparativa consistia em observar a

aderência entre a demanda recebida e a solução fornecida com a utilização dos dois

critérios: solução na programação das atividades baseado na resposta oferecida pelo

sistema e solução baseada na decisão tomada pelo gestor de frota.

Conforme dito anteriormente, a atividade de teste do sistema será em grande parte

realizada pelos atuais gestores de frota da MRS, principais beneficiados com a

implementação do sistema. Para que isto seja possível será realizada em paralelo com a

atividade de validação a atividade de treinamento para a utilização da ferramenta, visando

garantir a máxima utilização dos recursos disponíveis. Neste momento o projeto apresenta

um ponto crucial e de vital importância para o seu sucesso. Mais do que simplesmente

apresentar aos usuários os benefícios que poderão ser alcançados com a utilização das

novas ferramentas, serão desenhadas novas rotinas que irão existir no cotidiano dos

gestores. O foco da atividade destes colaboradores passa a ser outro.

Atualmente observa-se uma preocupação grande dos gestores de frota no processo

de rastreamento dos vagões que estão sob sua gestão. Esta é uma atividade que demanda

um tempo excessivo e que desvia a atenção dos gestores no processo de distribuição dos

vagões. Outro ponto importante é o próprio processo de distribuição dos ativos, que com a

inserção do sistema, deixa de ser realizado pelos gestores.

Como se pode observar o ponto crucial nesta etapa de treinamento não será a

capacitação do colaborador para a utilização da ferramenta. Este processo vai muito mais

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além. Como a atividade que atualmente consome mais tempos dos gestores será realizada

pelo sistema será possível que futuramente este profissional realize análises mais

estratégicas, como analisar rentabilidade das frotas, aproveitamento dos vagões, avaliar

cenários através de simulações com o próprio sistema, analisar reestruturação de frotas

(avaliar se o vínculo de uma frota específica a um determinado cliente é realmente a melhor

opção) dentre outras análises que hoje são inviáveis devido a indisponibilidade de tempo na

rotina atual dos gestores.

Outro fator muito importante durante esta etapa é a diminuição da flexibilidade na

execução das atividades. Atualmente, por existir uma estrutura em que a distribuição dos

vagões depende exclusivamente da tomada de decisão dos gestores, existe também uma

alta flexibilidade para esta tomada de decisão. Os processos não respeitam a uma

formalização muito consistente. Esta situação permite a existência de falhas dentro da

rotina, uma vez que não há uma padronização na execução das atividades. Os

colaboradores exercem suas atividades baseando-se em experiências adquiridas ao longo

do tempo, gerando uma forma de trabalhar bastante peculiar em cada gestor. Isto é

particularmente preocupante, pois cria-se um ciclo de ações nos fluxos atendidos por estes

gestores que podem ocasionar “vícios” não só para o gestor de uma maneira isolada, mas

para todos aqueles que estão envolvidos no processo de atendimento gerido por este

colaborador. Isto gera um ambiente largamente dependente de apenas uma pessoa.

Com isto, pode-se perceber que um ponto de importância extrema em toda a

concepção do projeto é a inserção de novos padrões de atividades, a formalização dos

processos e um aperfeiçoamento no modelo de gestão como um todo e de toda a estrutura

de Planejamento e Controle de Operações da MRS Logística.

Para o início desta etapa uma importante medida foi tomada, o deslocamento de um

profissional com larga experiência no processo de gestão de ativos assumiu a condução

desta etapa, principalmente pela capacidade de crítica mais acurada que este colaborador

irá apresentar na análise dos dados. Outro processo e mudança de conceito que foi

introduzido paralelamente foi a rotina dos atuais gestores de frota. Inicialmente, estes

profissionais dedicavam boa parte do dia (para ser exato de 08:00h até 12:00h) para validar

os dados da produção de “D” *, ou seja, a atividade central destes colaboradores na rotina

da companhia era validar (confirmar) se os números planejados na produção nos dias

anteriores estavam sendo cumpridos. Isto envolvia uma atividade desgastante de

confirmação (via telefone e e-mail) com os clientes e os agentes de estação da MRS se os

carregamentos previstos para aquela data realmente estavam sendo efetivados. Depois

desta confirmação, os números relativos à produção eram inseridos em um programa

específico que alimentava de informação o Centro de Formação de Trens, responsável pela

programação da tração destes vagões.

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Este processo atualmente foi completamente alterado. Hoje os gestores de frota não

são mais responsáveis por verificar e confirmar os dados da produção em “D”. Esta

atividade foi alocada ao Centro de Locomotiva. Ou seja, os gestores de frota informam em

dias anteriores tudo que deverá ser carregado em D, D+1 e D+2. O Centro de Locomotiva

confirma esta informação com as estações e qualquer desvio do que havia sido programado

é informado para o gestor responsável que processará o ajuste. Esta medida foi

estabelecida justamente para que estes profissionais tenham mais tempo para participar do

projeto. Um atividade já realizada foi a alteração no cadastro de vagões, onde estabelece-se

relações entre grupos de fluxos de produção e frotas de vagões para o atendimento destes

fluxos. Esta atividade foi realizada pelos gestores de frota e seu objetivo foi gerar uma

restrição dentro do algoritmo de Programação Linear que existe dentro do Optvag.

Um aspecto muito positivo criado dentro da etapa de validação foi a criação de uma

nova ferramenta dentro do PCO visando contribuir com informações para alimentação das

restrições do OPTVAG. Conforme dito em outra ocasião, atualmente pode-se perceber que

as atividades desempenhadas dentro da Programação da Produção são extremamente

dependentes do executor. Isto é muito negativo para a companhia, uma vez que há um risco

iminente já que as pessoas estão sujeitas à diversos fatores externos que podem ocasionar

sua ausência temporária ou até mesmo permanente da empresa. Assim sendo, foi

desenvolvido um documento, semelhante à uma ficha de cadastro (ver apêndice 3) onde os

gestores de frota detalham informações fundamentais relativas aos terminais de carga e

descarga que exercem influência direta à atividade de programação. Observa-se um esforço

da companhia em migrar o conhecimento tácito destes colaboradores para o conhecimento

explícito. Isto permite que na ausência de um gestor, por qualquer que seja o motivo, a

atividade de distribuição de vagões não seja comprometida, já que a informação ficará

disponibilizada para que outro colaborador esteja apto à executar a programação.

D, D+1, D+2: termo utilizado para se referir à datas de acontecimento de um determinado

evento. Quando falamos em D, estamos nos referindo à eventos que estão sendo

realizados na data de hoje, D+1 ao eventos que estão previstos para ocorre amanhã, e

assim sucessivamente.

3.1.4) Implantação

A fase de implantação da nova ferramenta é completamente dependente da

execução plena das etapas precedentes. Neste momento a atenção é direcionada para a

inserção do sistema no cotidiano da empresa. Cabe destacar que com relação à utilização

de equipamentos não será exigido um investimento alto por parte da companhia, uma vez

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que a estrutura atual já é munida de uma rede de Tecnologia de Informação bastante

abrangente.

Cabe ressaltar que os aspectos orçamentários relacionados aos hardwares para

suportar toda esta tecnologia que está sendo implementada não é significativa diante do

investimento total que foi realizado pela MRS na busca da customização deste aplicativo.

Abaixo, na figura 03 segue representação esquemática da arquitetura do sistema.

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Figura 03 - Modelo Esquemático de Arquitetura do Sistema

Para a garantia do sucesso da implementação do projeto é muito importante que

principalmente a etapa de treinamento tenha sido bem elaborada, para que não haja falhas

no manuseio da ferramenta. Para isto, deve ser tomado uma atenção especial, uma vez que

falhas no processo inicial de utilização do sistema podem gerar críticas pelos colaboradores

da empresa, fazendo com que a confiabilidade no projeto diminua e cresça a resistência

pela mudança nas novas rotinas que serão implementadas.

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Um ponto que ainda gera grande discussão entre a equipe responsável pelo projeto

diz respeito exatamente ao momento da implantação do sistema. Mesmo com todo o

cuidado empreendido nas etapas anteriores há ainda bastante cautela a ser tomada no

momento de se realizar a migração de um modelo existente para outro. Não existe ainda

uma posição definitiva de como será realizada esta gestão de mudança.

3.1.5) Monitoramento

A fase de monitoramento consiste de um acompanhamento dos resultados gerados

pelo sistema durante sua utilização. Esta análise deverá ser realizada com maior rigor

durante a fase inicial da operação do sistema. Durante este período inicial é imprescindível

que todos os membros envolvidos no projeto realizem um monitoramento das respostas no

sistema, pois é possível que, apesar de todos os esforços desempenhados em fases

anteriores do projeto, ainda hajam alguns ajustes a serem realizados.

Semelhante ao período de testes, análises comparativas deverão ser realizadas no

que diz respeito ao nível de aderência das soluções geradas com relação à demanda

solicitada pela área comercial. Serão realizadas também comparações com períodos

anteriores (onde predominava a distribuição de vagões por meio de decisão dos gestores de

frota) a fim de medir se há realmente um aumento da produtividade, conforme esperado

com a implementação do projeto.

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Capítulo IVConclusão

O objetivo inicial deste trabalho tratava da identificação e estruturação de

procedimentos e a observação do planejamento de ações capazes de viabilizar a

concretização do projeto de implementação OPTVAG. Diante do estudo realizado e do

acompanhamento das etapas que se sucederam, pode-se considerar que obteve-se o

alcance do resultado esperado. Foi possível identificar como a metodologia abordada pela

MRS para a condução do projeto se desenvolveu e está sendo desenvolvida. A observação

de conceitos teóricos, elucidados durante a graduação foi vislumbrada em muitos aspectos

e permitiu o amadurecimento e assimilação das informações incrementadas por uma visão

mais acurada e crítica. Foi notável a grande dificuldade da inserção de novas tendências em

uma estrutura consolidada, onde a interferência do fator humano é, sem sombra de dúvidas,

a grande barreira a ser vencida para que se alcance o objetivo proposto.

Conforme exposto o projeto ainda não chegou ao fim, e certamente outros grandes

desafios estarão se apresentando e a oportunidade de estar participando da continuidade

deste processo é motivadora e certamente trará um enriquecimento e experiência no que

diz respeito ao aspecto profissional.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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http://www1.dnit.gov.br/ferrovias/historico.asp

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www.celuloseonline.com.br

- GAPSO Advanced Planning Solutions, 2005, Manual Usuário Optavag/MRS 1.0

- GAPSO Advanced Planning Solutions, 2005, Especificação de Projeto Optavag/MRS 1.0

- LALT Laboratório de Aprendizagem em Logística e Transportes; DG T Faculdade de

Engenharia Civil UNICAMP; 2004; “ Cenários da logística brasileira”; www.unicamp.br/~lalt.

- L.N. COUTINHO, Heitor, (2004) – “Gestão de Projetos” – mod. I e II, Fundação Dom

Cabral – Programa Trainee Geração 2004 MRS Logística AS (Fundação Dom Cabral).

- MACHLINE, SÁ MOTTA, SCHOEPS, WEIL., 1976, Manual de Administração da Produção.

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- SLACK, N. & OUTROS, 1996, Administração da Produção. Editora Atlas.

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APÊNDICE 1 – Fluxograma da Rotina de Programação

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Figura 04 – Fluxograma de Novo Ajuste Diário

Consultar

Terminai

s

Alterações em

Terminais ?

Não Consultar

Clientes

Gerar

Estado

Inicial

Atualizar

demandas na

tela de Ajuste

Atualizar horário d

Atualizar horário de

funcionamento e taxas e

Editar

Estado

Inicial

Há o que

corrigir no E. I.?Executar

Optvag

Processo 3

Ajustar

Prioridade

s

Sim

Demandas

alteradas ?

Reunião

de

Produção

Analisar

Atendimento

Reunião de

Produção

Não

SimSim

Não

Novo Ajuste Diário

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Figura 05 – Fluxograma de Novo Ajuste Diário

Novo Ajuste Diário Solução

satisfatória?

Há Trens com

sub lotação?

Suprimir

Trens

Prioridades já

redefinidas?

Redefinir

Prioridade

s

Criar Trens

extras ?

Cadastrar

Trens no

Sislog

Processo 3

Atualizar

dados no

SislogFim

Não

Não Executar

Optvag

Solicitar

SMV´s

Manuais

Gerar SMV´s

Automáticas

Ajustar

demandas

manualmente

Não

Sim

Sim

SimSim

Não

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Consultar

Terminai

s

Alterações em

Terminais ?

Gerar

Estado

Inicial

Atualizar

horário de

funcionament

o e taxas

Editar

Estado

Inicial

Há o que

corrigir no E. I.?Executar

Optvag

Processo 4

Ajustar

Prioridade

s

Sim

Não

Analisar

Atendiment

o

Reunião

Semanal

Não

Sim

Nova Programação

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Figura 06 – Fluxograma de Nova Programação de Produção

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Figura 07 – Fluxograma de Nova Programação de Produção

APÊNDICE 2 – Exemplo de Coleta de Restrições do Algoritmo

Nova Programação

Fim

Sugerir novo

plano à

Comercial

Plano

Aprovado ?

Atualizar

dados no

Sislog

Sim

Sim

Solução

satisfatória?Não Prioridades já

redefinidas?

Redefinir

Prioridade

s

Processo 4 Não

Executar

Optvag

Down-size

demandasNão

Sim

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Planilha de Preenchimento (por pátio de origemou destino)

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FTU FIR EOE

FPK

Prefixo Pátio Concentrador

Tempo circulação até o Pátio Satélite

(em minutos)

TerminaisTempo pátio terminal (em

minutos)

Feriado 1

Feriado 2

Feriado 3

Feriado 4

Feriado 5

Feriado 10

Feriado 6

Feriado 7

Feriado 8

Feriado 9

FPK

Pátio da grade

onde o trem

anexa/desanexa o

vagão desta

origem/destino

Tempo de viagem

entre o pátio

concentrador e o

pátio de

origem/destino do

fluxo

Tempo de

viagem entre o

pátio de

origem/destino

e o respectivo

terminal

Data dos

feriados

(dd/mm) em

que o terminal

não funciona

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Planilha de Preenchimento (por fluxo)

Semana 00:00 01:00 02:00 03:00 04:00 05:00 06:00 07:00 08:00 09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00 18:00 19:00SegTerQuaQuiSexSábDom

Feriado

IncrementosGrupo de Devolução

VAGÕES HORA POR SEMANA

Mínimo

Número de vagões, por

hora, que o terminal é

capaz de

carregar/descarregar para

cada fluxo.

Número mínimo de

vagões necessários para

o pátio disponibilizar uma

máquina para buscá-los

no terminal

Por exemplo, se o

mínimo for 5 e o

incremento for 1, o pátio

irá no terminal para

buscar 5, 6, 7, 8 vgs,

etc... Se o mínimo for 5 e

o incremento for 5,

buscará apenas lotes de

5, 10, 15, 20 vgs, etc...

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APÊNDICE 3 – Exemplo de Ficha de Padrão de Operações

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