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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA CURSO DE ZOOTECNIA LARYSSA FERNANDA FONSECA DE FIGUEIREDO RELATÓRIO DE ESTÁGIO: ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA EMPRESA RICO NUTRIÇÃO ANIMAL CUIABÁ 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA

CURSO DE ZOOTECNIA

LARYSSA FERNANDA FONSECA DE FIGUEIREDO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO: ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA EMPRESA RICO NUTRIÇÃO ANIMAL

CUIABÁ 2017

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LARYSSA FERNANDA FONSECA DE FIGUEIREDO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO: ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA EMPRESA RICO NUTRIÇÃO ANIMAL

Trabalho de Conclusão do Curso de Gradação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia.

Orientador: Prof. Dr. Márcio Aquio Hoshiba Supervisor : Engº Ambiental Diego Ricci

CUIABÁ 2017

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Aos meus pais Jurandyr e Rosalina e minha irmã Thaiza,

Dedico.

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AGRADECIMENTOS Primeiramente gostaria de agradecer a Deus pelo dom da minha vida e

família.

Aos meus pais Jurandyr e Rosalina, pela educação, paciência, por

acreditarem em mim e me apoiarem nas minhas decisões, tudo que tenho e sou

hoje, devo a eles, sem eles nada seria. A minha irmã Thaiza, pois a família é a

base de tudo.

Aos professores do curso de Zootecnia, pelo aprendizado adquirido, em

especial ao meu orientador Márcio Hoshiba, pela grande ajuda nessa fase final

da graduação.

À banca examinadora Janessa e Calixto, por aceitarem participar desse

momento tão importante da minha vida.

Aos amigos e colegas do curso, pois graças a vocês e ao convivio diário,

tornou-se a faculdade uma experiência memorável.

Aos funcionários da empresa Rico, pela convivência e conhecimentos

adquiridos, em especial ao Diego Ricci, que me supervisionou, pela sua

paciência para me ensinar as atividades diárias, muito obrigado. A Priscila pela

oportunidade do estágio, sou muito grata por essa experiência.

Ao Jefferson, pela ajuda nesse momento final de conclusão de curso, pela

paciência nesses dias corridos e por acreditar em mim e sempre me apoiar nas

decisões.

E por fim agradeço a UFMT por esse 5 anos de aprendizado, que

carregarei comigo sempre.

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“Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer”.

Mahatma Gandhi

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Produção de milho no Brasil...............................................................5

Figura 2. Participação dos setores no consumo de sorgo para produção de ração em 2013....................................................................................................7

Figura 3. Entrada da empresa Rico Nutrição Animal……………………….......14

Figura 4. Armazenamento de sacarias em prateleiras.....................................15

Figura 5. Sala de análises das matérias primas…........…...............................15

Figura 6. Produção dos produtos acabados e ensacados...............................16

Figura 7. Sala de aditivos onde são pesados...................................................16

Figura 8. Sala de premix onde são pesados....................................................17

Figura 9. Painel de controle da fábrica.............................................................17

Figura 10. Carregamente do produto acabado................................................18

Figura 11. Descarregamento de matérias primas............................................18

Figura 12. Baias...............................................................................................19

Figura 13. Tulhas de Armazenamentos de grãos............................................20

Figura 14. Moega de descarregamento de grãos............................................20

Figura 15. Silos de armazenamento de milho e sorgo.....................................21

Figura16. Estoque de produtos acabados........................................................21

Figura 17. EPI’s................................................................................................23

Figura 18. Recebimento de matérias primas....................................................25

Figura 19. Balança para medir temperatura, umidade e impureza de grãos...26

Figura 20. Calador para coleta de amostras de grãos.....................................26

Figura 21. Especificações técnicas..................................................................27

Figura 22. Análise de matéria prima.................................................................27

Figura 23. Coleta e amostras...........................................................................28

Figura 24. Caruncho de grãos..........................................................................31

Figura 25. Silo sorgo........................................................................................32

Figura 26. Silo milho.........................................................................................32

Figura 27. Aferição da temperatura interna do silo..........................................33

Figura 28. Programa Portable 6.......................................................................34

Figura 29. Aferição da temperatura interna do silo..........................................34

Figura 30. Aparelho de medição de temperature e umidade do ar..................35

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 31. Planilha referente ao cruzamento da temperature externa e interna...............................................................................................................35

Figura 32. Aeração dos silos............................................................................36

Figura 33. Planilha de controle de temperatura...............................................36

Figura 34. Aferição de cloro e pH.....................................................................37

Figura 35. Termômetro digital..........................................................................38

Figura 36. Ração peletizada.............................................................................38

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Evolução da produção de carnes no Brasil ...............................5

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 1

2. OBJETIVO(S) .............................................................................................. 3

3. REVISÃO .................................................................................................... 4

3.1 Panorama agrícola no Brasil……………………………..........……………….4

3.1.1 Milho…………………………………………......……………………………...4

3.1.2 Sorgo………………………………………………..…………………………..6

3.1.3 Casca de soja………………………………………..………………………...7

3.1.4 Farelo de soja………………………………………......……………………...8

3.1.5 Farelo de algodão……………………………………......……………………8

3.2 Armazenamento de grãos………………………………………...…………….9

3.2.1 Armazenamento a granel ………………………………………………….....9

3.2.2 Silos…………………………………………………………………......……10

3.3 Pragas presentes no armazenamento de grãos ……………......………….10

3.4 Fábricas de ração………………………………………………….......……….11

3.5 Controle de qualidade…………………………………………………......…..12

3.6 Peletização………………………………………………………..…………….13

3.7 Processo de peletização……………………………………………..………..13

4. RELATÓRIO DE ESTÁGIO ....................................................................... 14

5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO ..................................... 22

5.1 Entrega de EPI'S…………………………………......………………………...22

5.1.1 Principais equipamente de proteção individual………………......…........23

5.2 Recebimento de matéria primas e embalagens…………………………….24

5.3 Armazenamento de grãos, farelos e embalagens…………………………..30

5.4 Controle preventivo de pragas no silo………………………………………..30

5.5 Controle de umidade e temperatura dos silos……………………………….32

5.6 Potabilidade de água…………………………………………………………...37

5.7 Temperatura dos peletes……………………………………………………....38

5.8 Produtos produzidos na empresa Rico Nutrição Animal...……..........…….39

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 40

7.REFERÊNCIAS…………………………………………………………………..41

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SUMÁRIO

8. ANEXOS......................................................................................................44

Anexo 1. Check list de vistoria do veículo…..………………………...………...44

Anexo 2. Check list de recebimento de matérias primas..............................45

Anexo 3. Check list de recebimento de embalagens…………………......….46

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RESUMO

O agronegócio desempenha um importante papel econômico e também social

no Brasil, no qual a pecuária, apresenta grande contribuição, com forte tendência

de crescimento para os próximos anos. No entanto, tudo isso acontece graças a

uma somatória de fatores, como: instalações em boa condições de uso, manejo

adequado, genética dos animais, sanidade, nutrição e gestão na produção.

Nesse sentido a fabricação dos alimentos voltados à nutrição animal, vem

recebendo um grande destaque. E para que tenha bons resultados na produção,

é importante uma boa gestão, para que a escolha da nutrição seja mais

adequada para aquele tipo de sistema de produção. Para que o animal tenha

uma nutrição adequada deve-se suprir as necessidades em fibras, proteínas,

energia e minerais para atingir o objetivo do produtor. Uma boa nutrição

juntamente com uma ração de qualidade resulta numa produtividade satisfatória,

com um rígido controle de qualidade. O estágio supervisionado foi realizado na

Rico Nutrição Animal, uma empresa especializada em suplementos minerais e

rações, com o foco no controle de qualidade.

Palavras-chaves: agronegócio, controle de qualidade, produtividade.

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1. INTRODUÇÃO

O agronegócio desempenha um importante papel econômico e também

social no Brasil, no qual a pecuária, apresenta grande contribuição, com forte

tendência de crescimento para os próximos anos. Segundo os dados do

Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) apontam que em

2018/2019, as exportações de carne bovina representarão 60,6%, de frango

89,7% e suína 21% do comércio mundial de carne. Passando de 24,6 milhões

de toneladas em 2008, para 37,2 milhões em 2018, sendo que metade desse

valor será absorvido pelo mercado interno (MAPA, 2008). Os dados

mencionados são de caráter positivo e mostram o quanto a produção animal é

importante para a economia brasileira.

O Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo, em 2012 a

produção alcançou mais de 12 milhões de toneladas, em relação à produção de

carne bovina, as exportações somaram US$ 5,769 bilhões em 2012, segundo os

dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Jornal

do comércio,2013).

A carne de frango tornou-se a partir de 2006, a carne mais consumida

pela população brasileira. No ano de 2010 o consumo de carne de frango

alcançou 44,1 kg, enquanto que o consumo de carne bovina foi de 35 kg e suína

foi de 14,8 kg (Ageitec,2017).

O desenvolvimento da agropecuária acontece graças a uma somatória de

fatores, como: instalações em boas condições de uso, manejo adequado,

genética dos animais, sanidade, nutrição e gestão na produção. Nesse sentido

a fabricação dos alimentos voltado a nutrição animal, vem recebendo um grande

destaque. Pois através da nutrição que o organismo do animal incorpora os

nutrientes existentes nos alimentos, transformando-os na carne ou noleite, tendo

impacto direto nos custos e produtividade, que são fatores essências para o

sucesso da produção animal. E para que tenha bons resultados na produção, é

importante uma boa gestão, para que a escolha da nutrição seja mais adequada

para aquele tipo de sistema de produção. Pois não adianta economizar na ração

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se a produtividade deixa a desejar, ou seja, nutrição inadequada como: errar na

alimentação dos animais podendo provocar doenças, perda de peso, baixa

produtividade e prejuízos (Fabiano Alvim Barbosa et.al, 2004).

Para que o animal tenha uma nutrição adequada deve-se suprir as

necessidades em fibras, proteínas, energia e minerais para atingir o objetivo do

produtor.

Os alimentos utilizados na nutrição animal estão divididos em volumosos

e concentrados. Os volumosos são as pastagens capineiras (capim elefante),

silagens

(capim, milho, sorgo), cana-de-açúcar, bagaço de cana hidrolisado; entre os

menos usados estão: milheto, fenos de gramíneas, silagem de girassol, palhadas

de culturas, etc. E os concentrados estão divididos em energéticos: origem

vegetal - milho, sorgo, trigo, arroz, melaço, polpa cítrica; origem animal - sebos

e gordura animal e os alimentos protéicos: origem vegetal - farelo de soja, farelo

de algodão, farelo de girassol, soja grão, farelo

de amendoim, caroço de algodão; origem animal farinha de sangue, de peixe,

carne e ossos(somente para não ruminantes).

Além dos alimentos volumosos e concentrados, as vitaminas, minerais e

aditivos são essenciais na nutrição animal. Os minerais usados na alimentação

animal são: fosfato bicálcico, calcário, sal comum, sulfato de cobre, sulfato de

zinco, óxido de magnésio, etc. As vitaminas lipossolúveis e hidrossolúveis e os

aditivos compostos de substâncias como antibióticos, hormônios, probióticos,

antioxidante, corantes, etc.

A excelência da dieta produzida depende da qualidade dos grãos que

estão sendo processados, pois uma dieta nunca sera boa o suficiente se a

matéria prima for de baixa qualidade, dessa forma uma boa nutrição juntamente

com uma ração de qualidade resulta numa produtividade satisfatória, desde que

tenha conhecimento dos processos da produção da ração, e principalmente o

controle de qualidade dos produtos nas fabricas de rações.

Dessa forma, o estágio supervisionado foi realizado na Rico Nutrição

Animal, uma empresa especializada em suplementos minerais e rações, com o

objetivo de conhecer o funcionamento de uma fabrica na área de nutrição animal,

com o foco no controle de qualidade.

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2. OBJETIVO(S)

Acompanhar os processos de controle de qualidade de matérias-primas na

fabrica de ração Rico, assim como a armazenagem e verificar as análises de qualidade

na fabricação de suplementos minerais, concentrados e rações.

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3. REVISÃO 3.1 Panorama agrícola no Brasil

O Brasil está entre as dez maiores economias mundiais, com um PIB de

mais de US$ 2 trilhões em 2013. O setor agrícola desempenha um papel

econômico importante no Brasil, apesar da agricultura ter ocupado apenas 5,4%

do PIB em 2010-13 (FAO, 2015).

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a safra de

grãos 2016/2017 chegará a 213,1 milhões de toneladas, sendo que o Mato

Grosso segue líder nacional na produção de grãos, isso quer dizer um ponto

positivo para os produtores da região, em relação a produtividade animal, pois

os grãos mais produzidos aqui, como o milho, sorgo, farelo de soja, farelo de

algodão e casquinha de soja são utilizados para a nutrição animal.

Alem disso as exportações possuem um papel importante nos mercados

internacionais. O Brasil é o segundo maior exportador agrícola mundial e o maior

fornecedor de açúcar, suco de laranja e café, é um grande produtor de milho,

arroz e carne bovina (FAO, 2015).

Os grãos mais utilizados na empresa são milho, sorgo, farelo de soja,

casquinha de soja e farelo de algodão.

3.1.1 Milho

As principais utilizações no mundo são para as atividades de criação de

aves e suínos, pois cerca de 70% do milho produzido no mundo é destinado para

essas atividades, e no Brasil está entre 70 a 80% (EMBRAPA milho e sorgo,

2017).

No Brasil a carne mais consumida é a de frango, seguida da carne bovina

e suína, diferente da situação do mundo que a mais consumida é a carne suína.

A tabela 1 mostra a evolução da produção de carnes no Brasil.

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Tabela 1. Evolução da produção de carnes no Brasil.

Tipo 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Frango 9.355 10.305 11.033 11.023 12.312 12.863 12.645 12.308

Suínos 2.830 2.990 3.015 3.130 3.125 3.227 3.330 3.280

Bovino 9.025 9.303 9.024 8.935 9.115 9.030 9.307 9.675 Fonte: Embrapa milho e sorgo.

No que se refere à carne de frango, este é o segmento do setor de

proteínas animais que mais cresce no país. Em 2013, cerca de 72 % destinaram-

se ao mercado interno e 28 % foram exportados. O Brasil é o maior exportador

mundial de carne de frango.

Segundo os dados do embrapa milho e sorgo, os maiores produtores

mundiais de milho são os Estados Unidos, a China e o Brasil, que, em 2013/14,

produziram: 353,72; 217,73; e 78 milhões de toneladas, respectivamente

(EMBRAPA milho e sorgo, 2017). No Brasil a produção de milho é maior no

estado de Mato Grosso e Paraná (figura 1).

Figura 1. Produção de milho no Brasil

Fonte: Embrapa milho e sorgo

Além de ser utilizado para a criação de aves e suínos, o milho possui suas

derivações que são: a produção de silagem, para alimentação de vacas em

produção de leite e confinamento de gado; a industrialização do grão de milho

em ração; o emprego do grão em mistura com concentrados protéicos para a

alimentação de suínos e de aves (EMBRAPA milho e sorgo, 2017).

É o grão mais utilizado na fabricação de ração, pois apresenta um alto

teor de Nutrientes Digestíveis Totais (NDT = 90%) e Extrato Etéreo (EE = 3,7%),

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porém possui um lado negativo que é maior predisposição à contaminação por

micotoxinas, se não forem armazenados de forma adequada, podendo provocar

intoxicações tanto no homem quanto nos animais (EMBRAPA milho e sorgo,

2017).

Em dietas de bovinos em confinamento, a utilização de milho grão é uma

alternativa para eliminar a forragem da dieta. Devido a ausência de

processamento, a taxa de passagem do milho inteiro é mais lenta, quando

comparado ao milho moído ou grão umido, podendo evitar as desordens

ruminais. Alem disso, ocorre redução nos

gastos com produção de volumoso, no qual é substituido pelo grão inteiro, mão-

de-obra, infra-estrutura e utilização de apenas um alimento e um concentrado

(BeefPoint, 2017).

Não é aceitável milho com imperfeições como: impurezas e fragmentos,

que são detritos do próprio produto e matérias estranhas como grãos ou

sementes de outras espécies, detritos vegetais, sujidades e corpos estranhos de

qualquer natureza, que não são de origem do mesmo (EMBRAPA milho e sorgo,

2017).

3.1.2 Sorgo

A cultura do sorgo vem apresentando um grande crescimento nos últimos

anos agrícolas. Do ponto de vista agronômico, é explicado pela alta produção de

grãos e matéria seca da cultura, além da capacidade de suportar estresses

ambientais.

A produção de sorgo em grãos no Brasil tem dois destinos. A primeira

opção de consumo animal em composição de sistemas de produção integrados.

A segunda é a oferta do produto no mercado consumidor, sendo direcionado

para fabricação de ração e industrialização.

O grão deve ser armazenado com uma umidade de 13%, para que nao

ocorra proliferação de fungos e micotoxinas.

Esse grão é uma alternativa de substituição do milho, pois reduz o custo

final de produção por tonelada, e diminui a perda por ataque de pssaros.

Podendo ser utilizado em substituição parcial ou total do milho, em

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suínos, bovinos e aves, desde que sejam ajustados os teores nutricionais com

os demais ingredientes da dieta e os fatores antinutricionais.

Um fator antinutricional presente no sorgo é o tanino, podendo reduzir a

digestibilidade da dieta total, levando a queda de desempenho dos animais.

O sorgo produzido no Brasil é todo consumido na alimentação animal. Em

2013, foram consumidos 2.091.983,00 toneladas para a produção de

ração, aproximadamente 99% da produção da safra de 2012/2013

(SINDIRAÇÕES, 2014).

Ele é utilizado na produção de ração para diversas áreas da produção,

sendo 56% para frangos de cortes, 14% suínos, 12 % bovino de corte, 11%

outros e 6% poedeiras (figura 2).

Figura 2. Participação dos Setores no Consumo do Sorgo para produção de ração em 2013.

Fonte: SINDIRAÇÕES

3.1.3 Casca de soja

A casca de soja é o envoltório do grão a qual é separada no processo

industrial de preparação, sendo retirada após a quebra dos mesmos. Durante o

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processo de obtenção da casca é necessário que seja tostada a fim de destruir

metabólicos antinutricionais (BUNGE, 2008 b).

A casca de soja pode chegar a 80% do valor energético do milho, possui

alta palatabilidade, por isso é um ingrediente que pode ser adicionado em dietas

de vacas em lactação e bovinos de corte, controlando a acidose ruminal em

dietas com altos níveis de concentrados (BUNGE, 2008 b).

3.1.4 Farelo de soja

É uma das fontes protéicas mais utilizadas em rações para animais, tanto

não ruminantes como ruminantes. O farelo de soja é um subproduto de indústria

de óleo.

Durante o processo de extração do óleo, ocorre um aquecimento do farelo

de soja, que contribui para aumentar suas qualidades nutricionais, enriquecendo

a ração animal, com altos teores de proteínas.

É considerado o melhor suplemento protéico, sendo melhor até que o grão

de soja moído, devido seu alto teor de proteína e baixo teor de óleo. Já para

suínos e aves, é considerado o suplemento protéico mais eficiente, desde que

suas deficiências em cálcio, fósforo, vitaminas e metionina (aminoácido) sejam

corrigidas (Clube amigos do campo, 2017).

3.1.5 Farelo de algodão

O farelo de algodão vem sendo utilizado com o objetivo de reduzir o uso

do farelo de soja, visando obter condições econômicas melhores, embora

possua menores teores de energia e proteína, é caracterizado por apresentar

maior teor de proteína não degradável no rúmen, mantendo as exigências

nutricionais, tal substituição não causará grandes prejuízos zootécnicos (NRC,

2001).

O grande problema de usá-lo é a presença do gossipol, um composto

polifenólico de cor amarela, presente nas glândulas de pigmentos da semente

de algodão. Possui duas formas: a "livre" e "ligada", presentes nas proteínas,

principalmente na lisina. Na forma "ligada" ele é considerado não tóxico por não

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ser absorvido no trato digestivo. A forma "livre" pode ser tóxica, reduzindo a

capacidade de transporte de oxigênio do sangue, fazendo com que a respiração

seja reduzida e ocorra edema pulmonar. O caroço de algodão possui maior

quantidade de gossipol livre, enquanto que nos farelos, apresenta na forma

ligada, devido ao aquecimento durante o processamento (MilkPoint, 2017).

3.2 Armazenamento de grãos

O principal objetivo do armazenamento é manter durante um certo tempo,

as características dos grãos após a colheita e secagem.

Ainda são registradas grandes perdas de grãos durante o

armazenamento, devido a insetos, fungos e roedores (fatores biologicos)

temperatura e umidade (fatores físicos) (CPT Cursos Presenciais, 2017).

Os cuidados no armazenamento mantem a qualidade do produto colhido

durante todo período que for armazenado.

Existem varios fatores para que tenha sucesso no armazenamento que

são: A limpeza periódica geral dos silos e equipamentos, aplicação de produtos

para controle de insetos, fungos e roedores, classificação do grão para garantir

um produto de melhor qualidade nutricional para a produção das rações

(umidade,temperatura e impureza), verificar a umidade do grão, pois os que

apresentarem alta umidade deverão ser utilizados rapidamente e não devem ser

armazenados juntos com o de baixa umidade, para não ter proliferação de

fungos e micotoxinas. Descarregar o produto somente após avaliação e

autorização do laboratório de controle de qualidade. Observar as características

da matéria prima como a cor (cores esverdeadas, azul e rosa são sinais de

proliferação de fungos e micotoxinas), odores fortes (gases tóxicos) e insetos

(carunchos). Deve –se verificar periodicamente a temperatura, umidade ao longo

do período de armazenamento, medir as condições climáticas externas dos silos

e posteriormen te decidir se será necessária aeração (Humberto Pena Couto,

2010)

3.2.1 Armazenagem a granel

É apropriado para produções em maior volume, podendo ser silos

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metálicos, aéreo ou subterrâneo, em armazéns convencionais (sacarias), em

sistema hermético e em sistemas de armazenagem temporária (Embrapa milho

e sorgo, 2017).

3.2.2 Silos

É o método mais seguro de armazenamento, pois permite maior controle

da qualidade, com sistema de aeração e de controle de temperatura

(termometria).

Armazenamento em silos com eficientes sistemas de termometria,

aeração e/ou outros recursos para manutenção de qualidade dos grãos, são as

formas mais empregadas por cooperativas, agroindústrias e grandes produtores.

(ELIAS, 2003). Podem ser vertical ou horizontal, de acordo com a proporção

altura: largura. O silo vertical possui proporção de 2:1, podendo ser de chapa

metálica, alvenaria ou de concreto. O silo horizontal, ou graneleiro, possui altura

baixa e base maior, não sendo vedados, dificultando a fumigação.

Os silos metálicos são muito utilizados e possuem capacidade bastante

variável, variando de 16 até mais de 13.000 toneladas. Em grandes unidades

armazenadoras, os silos metálicos podem ser dispostos em conjuntos circulares

ou lineares.

As principais vantagens dos silos são: menor tempo de manipulação do

produto, não utiliza sacarias, grande velocidade em operações (carga, descarga,

expurgo, aeração), aproveitamento do espaço e menor mão de obra.

Deve-se ter um maior controle de temperatura e umidade, pois a variação

de temperatura no interior do silo, causa movimentação da umidade presente

para a região mais quente, gerando grandes chances de surgimentos de pragas.

3.3 Pragas presentes no armazenamento de grãos

Os grãos são considerados produtos deterioráveis que estragam

lentamente, podendo ser armazenados em depósitos por certo período.

No entanto, as perdas em grãos armazenados chegam a 20%. Dessa

forma, alem do cuidado na colheita com pragas, é necessario cuidados no seu

armazenamento.

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11

Os insetos mais encontrados em grãos armazenados são os

carunchos. Essas pragas são muito danosas e possuem uma grande

capacidade de proliferação, ou seja, uma pequena população desses insetos se

reproduz muito rapido e cada geração origina grande número de ovos.

As perdas decorrentes de pragas causam danos quantitativos, perda de

peso dos grãos, e qualitativos pela redução no valor nutricional do produto,

desvalorindo a sua venda.

Para se evitar a ocorrência dos danos em grãos armazenados, o controle

mais eficiente é o químico, conhecido como expurgo, visando eliminar insetos,

que se encontram presentes nos produtos armazenados, em qualquer fase de

desenvolvimento, por meio da aplicação de produtos químicos nas instalações,

objetos e produtos.

3.4 Fábricas de ração

A produção de ração animal vem crescendo ao passar dos anos, um

dosfatores que se dá a esse aumento é por ter uma grande produção de grãos,

como dito anteriormente.

A indústria de rações para animais tem grande impacto no Brasil e no

mundo.

A produção anual mundial de rações gira em torno de 700 milhões de

toneladas.

O Brasil é o quarto maior produtor mundial de rações, superado pelos

Estados Unidos da América, pela União Europeia e pela China, segundo o IFIF

- International Feed Industry Federation.

Esses quatro produtores são responsáveis por cerca de 70% da produção

mundial.

No Brasil, foram produzidos 59 milhões de toneladas de rações em 2008

(SINDIRAÇÕES, 2008).

Em resumo as fábricas produzem rações fareladas, peletiza e extrusadas,

nucleos e suplementos minerais.

Para que tenha sucesso na produção de alimentos, é necessario ter um

rigido controle de qualidade desde a limpeza da fábrica, recebimento das

materias primas até chegar ao produto acabado.

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12

3.5 Controle de qualidade

Faz-se importante, pois é por meio desse controle que verifica se os

produtos estão nos padrões exigidos pelo mercado, cada vez mais os

consumidores estão exigentes e o mercado mais competitivo. Para a empresa

ter um produto competitivo, deve se ter um rígido controle de qualidade (Palmer,

1974).

O controle de qualidade é um sistema amplo e complexo, que

compreende todos os setores da empresa, com o objetivo de melhorar a

qualidade do produto final.

Os responsáveis pela qualidade devem ser treinados e ter conhecimento

sobre as boas práticas de fabricação, para identificar os perigos que podem

acontecer durante o processo de produção e à qualidade dos produtos

destinados à alimentação animal , de acordo com o MAPA.

A adoção das Boas Práticas de Fabricação (BPF) tornou-se obrigatória no

Brasil, para produção industrial de alimentos em 1997, quando foram publicadas

as portarias 326/97, do Ministério da Saúde e 368/97, do Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento, de acordo com a ANVISA.

As Boas Práticas de Fabricação recomenda programas de

monitoramento, registros, ações corretivas e aplicação constante de check-lists

listados abaixo: Higienização das instalações, equipamentos, móveis e

utensílios; controle da potabilidade da água; higiene da equipe; manejo dos

resíduos (varredura, bags, pallets, materias prima, etc); manutenção preventiva

e calibração de equipamentos; controle integrado de pragas; seleção das

matérias-primas, ingredientes e embalagens de boa qualidade.

O controle de qualidade deve ser aplicado em todas as etapas de

produção, desde o recebimento de materias-primas, o processo de produção,

ate os produtos acabados destinados ao consumidor (Paranthaman, 1990).

As fábricas de rações devem possuir eficiente controle de qualidade dos

ingredientes, para garantir qualidade da ração produzida, farelas e peletizadas,

assim como os suplementos minerais. Sendo necessário constantes

monitoramentos na qualidade dos ingredientes e no processo de produção, com

objetivo de identificar problemas que possam comprometer o produto final e em

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13

seguida soluciona-los para que seja um produto de qualidade (Belaver, 2002).

3.6 Peletização

As fábricas de rações produzem toneladas de rações por ano, e para que

sejam de qualidade é necessario ter um rígido controle de qualidade, assim como

no processamento de rações peletizadas, que necessitam de uma atenção maior

na temperatura do pelete.

Esse processo apresenta grandes benefícios, tanto físicos como

nutricionais. Os benefícios físicos, seria a menor perda do alimento, e o aumento

da densidade da massa. Já os benefícios nutricionais vêm sendo comprovados

através de testes com a alimentação de animais, como no caso da nutrição de

frangos de corte, o alimento peletizado aumenta o desempenho e melhora a

conversão alimentar. Devido a diminuição da perda do alimento; redução da

seletividade dos alimentos; diminuição da segregação de ingredientes; menor

tempo e energia gastos para a apreensão; destruição de organismos

patogênicos; modificação térmica do amido e das proteínas; e o aumento da

palatabilidade (Nft Alliance, 2011).

3.6.1 Processo de peletização

É definida como a transformação da ração farelada em granulada, através

de um processo físico químico agregado de vapor a ração farelada, submetendo-

se aos fatores da temperatura, umidade, pressão por um determinado tempo.

Os peletes ganham até 4,5% de umidade através de adição de vapor e

calor no condicionador. Esse calor varia de 16ºC a 67ºC, saindo da matriz da

peletizadora com a temperatura entre 57°C e 93°C. E o que deve ser feito é o

resfriamento dos peletes para que a temperatura deles fique numa faixa de 2,7

a 8,3°C acima da temperatura ambiente – o ideal é 6° C no máximo.

Os peletes finais devem estar em uma faixa adequada de umidade e

temperatura. Umidade e temperatura baixa demais causa problemas de

palatabilidade, redução de durabilidade do peletes e quebras/ perdas.

Umidade e temperatura excessiva pode provocar surgimento de mofoe

redução da durabilidade dos peletes (Fernando Raizer, 2014).

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14

4. RELATÓRIO DE ESTÁGIO

O estágio foi realizado na empresa Rico nutrição animal (figura 3), durante

o período de janeiro a abril de 2017, localizado no Distrito Industrial, tendo como

supervisor o Engº ambiental Diego Ricci.

É uma empresa especializada em suplementos minerais e rações

animais, no qual se consolidou no mercado há 12 anos e vem sendo reconhecida

com o passar dos anos, foi fundada em 2004, porem suas atividades se iniciaram

em 2005, na cidade de Cuiabá. Possui uma filial localizada em Campo Grande –

MS.

Investe em pesquisas, desenvolvimento de produtos e tecnologia,

procurando atualizar-se no mercado nacional e internacional de produtos

agropecuários, com o objetivo de fornecer um produto de qualidade para melhor

desempenho do animal, com a finalidade de garantir um bom resultado.

Atualmente a empresa atende mais de três mil clientes nos estados do

Mato Grosso, Mato Grosso Do Sul, Paraná, São Paulo, Pará e Rondônia,

visando futuramente atender todo o Brasil e o mercado internacional.

Figura 3. Entrada da empresa Rico Nutrição Animal

Fonte: Arquivo pessoal

A fábrica é divida em setores, no qual serão apresentados a seguir:

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Armazenamento de Sacaria (figura 4): local onde são

armazenadas as sacarias e colocados os rótulos.

Sala de análises (figura 5): local onde são feitas as analises de

grãos, armazenamento de produtos acabados e Epi’s.

Figura 4. Armazenamento de sacaria em prateleiras.

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 5. Sala de analises das matérias primas.

Fonte: Arquivo Pessoal

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Produção (figura 6): local onde os produtos acabados são

ensacados.

Sala de aditivo (figura 7): pesagagem dos aditivos para a

preparação do produto.

Figura 6. Produção dos produtos acabados e ensacaque.

Fonte: Arquivo Pessoal

Figura 7. Sala de aditivos onde são pesados.

Fonte: Arquivo pessoal

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Sala de premix (figura 8): pesagem dos premix para prepação do

produto.

Painel de controle (figura 9): local onde sao adicionados os

macrominerais.

Figura 8. Sala de premix onde são pesados.

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 9. Painel de controle da fábrica.

Fonte: Arquivo pessoal

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Carga (figura 10): local onde é feito os carregamentos de produto

acabado.

Descarga (figura 11): local onde é feito o descarregamento de

matéria prima.

Figura 10. Carregamento dos produtos acabados.

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 11. Descarregamento das matérias primas.

Fonte: Arquivo pessoal

Baias (figura 12): local onde são armazenados farelo de algodão,

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foscálcio e carbonato de cálcio.

Figura 12: (a) fosfato bicalcico (b) carbonato de cálcio (c) farelo de caroço de algodão.

(a) Fosfato bicalcico

.

Fonte: Arquivo pessoa

(b) Carbonato de cálcio

Fonte:Arquivo pessoal

(c) Farelo de caroço de algodão

Fonte: Arquivo pessoal

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Tulhas (figura 13): local onde são armazenados milho, sorgo, farelo

de soja e casquinha de soja.

Moega (figura 14): descarregamento de farelo de soja, milho, sorgo

e casquinha de soja.

Figura 13. Tulhas de armazenamento de grãos.

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 14. Moega de descarregamento de grãos

Fonte: Arquivo pessoal

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Silos (figura 15): local de armazenamento de milho e sorgo.

Estoque de produtos acabados (figura 16): é um local destinado

para os produtos acabados.

Figura 15. Silos de armazenamento de milho e sorgo.

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 16. Estoque de produtos acabados.

Fonte: Arquivo pessoal

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5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO

O estágio foi realizado na empresa Rico nutrição animal, durante o

período de janeiro a abril de 2017, localizado no Distrito Industrial. As atividades

desenvolvidas nesse período estão relacionadas ao controle de qualidade.

Sendo acompanhado pelo engº ambiental Diego Ricci e a engª de produção

Priscila.

5.1 Entrega de EPI’s (equipamento de proteção individual).

EPI são ferramentas de trabalho que visam proteger a saúde do

trabalhador, reduzindo os riscos de acidentes no local de trabalho, assim como

proteger o organismo de produtos tóxicos (figura 17).

Eram fornecidos pela empresa Rico gratuitamente, para todos os

funcionários da produção, ou seja, aqueles que trabalham na fábrica, de acordo

com cada função, obedecendo as normativas do Ministério do Trabalho.

Sua entrega ocorria no início da jornada de trabalho pela manhã,

correspondendo a cada função e eram trocados quando necessário, no qual era

feito pelo responsável do controle de qualidade e/ou subordinado, pegando a

assinatura do funcionário em uma ficha de controle de entrega.

O responsável pelo controle de qualidade fiscalizava e exigir o uso dos

EPI’s.

No caso de reposição, deveria ser justificado o motivo e pego de volta os

EPI´s usados e descartá-los, verificando se estão sendo utilizados de forma

correta.

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Figura 17. EPI’S

Fonte: Arquivo pessoal

5.1.1 Principais equipamentos de proteção individual

Abaixo, estão listados os principais itens de EPI disponíveis na empresa

Rico, assim como sua função.

Protetor auricular tipo Plug e tipo Concha

Tem como objetivo proteger o trabalhador contra barulhos acima dos

níveis de decibéis recomendados, entrada de agua ou ventos fortes.

Luvas de segurança

Sua função é a proteção das mãos contra Produtos que contêm solventes

orgânicos.

Óculos de proteção

Oferece maior proteção a partículas volantes.

Máscaras de proteção PFF2

Tem como objetivo evitar a inalação de vapores orgânicos, névoas ou

finas partículas tóxicas através das vias respiratórias.

Avental de pvc

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Produzido com material resistente a solventes orgânicos, aumenta a

proteção do aplicador contra respingos de produtos concentrados, assim como

ao pó produzido na fabrica.

Botas

Sua função é a proteção dos pés, sendo resistente aos solventes

orgânicos.

Cinto de segurança e Capacete

Utilizados em casa de altura, com a função de proteger contra quedas.

Os uniformes e calçados eram limpos e em bom estado de conservação,

seu uso era restrito ao local de manipulação

Cada dia da semana os uniformes dos funcionários da produção possuem

uma cor diferente, facilitando o acompanhamento da higiene pessoal.

Segunda – feira: Azul

Terça – feira: verde

Quarta – feira: amarelo

Quinta – feira: vermelho

Sexta – feira: laranja

Os EPIs são de suma importância para a proteção e saúde do funcionário,

pois a produção oferece alguns riscos, msmo que alguns sejam de menores

riscos e outras maiores, a principal preocupação é o ser humano, para que assim

possa ser realizado um trabalho bem feito, com resultado de qualidade.

5.2 Recebimento de matérias primas e embalagens

A primeira etapa da manipulação dos produtos foi o recebimento de

matérias primas (figura 18) e embalagens, no qual a responsabilidade é do

analista de qualidade, encarregado e/ou subordinado, assim como a vistoria do

veiculo.

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Figura 18. Recebimento de matéria prima.

Fonte: Arquivo pessoal

Ao chegar na empresa, o veículo se direcionava ao setor de faturamento

para ser pesado e receber os check list de inspeção do veículo (anexo 1) e

recebimento de matéria prima (anexo 2) e no caso de embalagens, check list de

recebimento de embalagens (anexo 3).

Após chegar ao pátio da fábrica, o transportador entregava a nota fiscal

junto com os check list onde era feito a inspeção do veículo e o seu

preenchimento. O próximo passo era a coleta de amostras antes do

descarregamento, no caso de grãos. A coleta foi feita em pontos (4 a 7) variados

com o auxílio do calador (figura 19) e levado para o laboratório para ser analisado

numa balança (figura 20) própria para temperatura, umidade e impureza, levando

em consideração o padrão aceito pela Rico (figura 21), após ser feita a análise

da matéria prima (figura 22), são armazenadas aquela porção avaliada. Com os

resultados em mãos, eram registrados no check list de recebimento e se for

aprovado era liberado o descarregamento. Caso ocorra alguma não

conformidade a carga não é descarregada e o responsável toma providencias

que podem ser: a devolução do produto.

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26

Figura 19. Calador para coleta das amostras de grãos.

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 20. Balança para medir a temperatura, umidade e impureza dos grãos.

Fonte: Arquivo pessoal

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Figura 21. Especificações técnicas

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 22. Analise de matéria prima.

Fonte: Arquivo pessoal

No caso das demais matérias primas era feito uma inspeção visual no

momento do descarregamento, verificando o estado das embalagens, rótulos,

lotes, prazo de validade, presença de insetos, contaminantes, volume,

coloração, granulometria e os níveis de garantia.

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As matérias primas aprovadas eram encaminhadas para o setor de

armazenamento e descarregadas. No momento do descarregamento foi

realizado a coleta de amostra utilizando o calador (figura 23) e em seguida

armazenadas no laboratório. Eram identificadas com o nome do produto, número

da nota fiscal, lote e quantidade, para contra prova.

Figura 23. Coleta de amostra

Fonte: Arquivo pessoal

Os check list foram preenchidos e assinados para liberação do veículo.

Esses procedimentos desde os recebimentos das matérias primas e

sacarias, até a análise das mesma, garante que o produto final seja de boa

qualidade, reduzindo ao máximo erros, como matérias primas de má qualidade,

que estejam dentro da temperatura, umidade e impureza esperado, para que o

produto, tanto as rações e suplementos minerais tenham uma boa aceitalção

para os animais, assim melhorando a sua produtividade e agradando os clientes,

ou seja, esse tudo se dá graças ao um rígido controle de qualidade em todas as

partes da produção.

Relação das matérias primas utilizadas no processo da fabricação dos

produtos da empresa Rico:

I – Micros:

Enxofre 70 S

Selenito de sódio 45

Sulfato de cobre 25

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Iodato de potássio 59

Oxido de magnésio 54

Sulfato de manganês 31

Sulfato de ferro 28

Sulfato de cobalto 20

Sulfato de zinco 35

Metionina

Lisina II – Macros:

Fosfato bi cálcico

Sal comum

Ureia

Carbonato de cálcio III – Aditivos:

Farinha de algas

Probiotic c multiplicação

Melaço em pó

Cromo quelato

Zinco quelato

Beef sacc

Biovit ade

Monensina sódica 20%

Mycosorb

Optigen

Propionato de cálcio

Cremaron

Virginamiacina

Cloreto de potássio

Aplle ipe

Melbond

Etoxiquim

Posistac

Actigen IV – Premix aves e suínos:

Premix min/vit. Fc inicial 3940

Premix min/vit aves postura 3886

Premix min/vit. Fc engorda 3941

Premix min/vit. Postura inicial 3859

Premix min/vit suínos teminação 22395 V – Grãos:

Farelo de soja

Farelo de algodão

Milho

Sorgo

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Milho laminado

Aveia laminada

Casquinha de soja

5.3 Armazenamento de grãos, farelos e embalagens

Todas as matérias primas e produtos ensacados são acondicionados

sobre pallet, afastados da parede, para permitir limpeza e ventilação. No qual

foram armazenados de acordo com o sistema Peps (primeiro que entra primeiro

que sai), para garantir o uso dos produtos mais antigos.

As matérias primas a granel são armazenadas em silos, tulhas ou baias.

Onde são limpos, arejados, sem teias de aranhas, bem iluminado,

ausentes de pragas e produtos contaminantes.

As embalagens são armazenadas sobre prateleiras em áreas protegidas

contra poeira e agentes contaminantes, sendo todas identificadas.

Esse procedimento garante que as matérias primas e sacarias fiquem

isentas de umidade, pragas, estejam sempre bem conservadas, para não ocorrer

perdas no futuro.

5.4 Controle preventivo de pragas nos silos

A praga mais comum nos silos são os carunchos de grãos (figura 24), seu

controle foi feito através do expurgo, no qual ocorre de três em três meses, sendo

definido pelo cronograma de limpeza e manutenção da fábrica.

O expurgo é uma técnica que elimina qualquer infestação de pragas em

grãos e semestes armazenadas.

O primeiro passo para realizar o expurgo, era com o auxílio de rodos de

nivelamento dos grãos dentro dos silos, e identificar a quantidade de Gastoxin

que seria utilizado (para cada chapa cheia são 170 pastilhas).

O gastoxin é um inseticida, nas formas de pastilhas, comprimidos e

saches, indicado para controle de pragas de cereais, sementes, grãos

oleaginosos, grãos leguminosos secos, grãos de café, farinhas, produtos

vegetais, entre outros.

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31

O segundo passo foi prender uma lona nas bordas internas do silo com

auxilio de cobras de areia e fita adesiva deixando 30 cm de lona, as pastilhas

são distribuídas de forma homogênea com ajuda de um aplicador metálico.

Após a aplicação das pastilhas a lona era puxada para o meio do silo e

lacrada. Para a eficácia do procedimento foi borrifado nas paredes do silo uma

solução de: Devition, actelic e stariom (100 mL de cada produto para 10 litros de

agua = 300 mL da mistura em 10 litros de agua ) para evitar que algum caruncho

suba na parede do silo. Em seguida o silo era fechado e lacrado com uma lona,

identificado com a data do procedimento e previsão de abertura. Após o

fechamento é borrifado novamente a mesma solução descrita acima.

São colocados 5% das pastilhas no sistema de aeração e lacrado com

lona.

O tempo mínimo de expurgo é de 7 dias, após esse período são retiradas

as lonas e ligado a aeração por 4 horas, e somente depois os grãos são liberados

para o uso, sendo monitorado a cada 15 dias.

O expurgo é de suma importância para eliminar a infestações de pragas,

principalmente os carunchos, pois essas pragas depreciam a matéria prima,

ocorrendo a perda de peso dos grãos, redução no valor nutricional do produto,

desvalorindo a sua venda e perda da qualidade nos produtos.

Figura 24. Caruncho de grãos.

Fonte: Arquivo pessoal

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32

5.5 Controle de umidade e temperatura dos silos

A fábrica possui dois silos, sendo um para sorgo (figura 25), com

capacidade de 720 toneledas e outro para o milho (figura 26), com capacidade

de 620 toneladas.Cada silo possui três pêndulos com cinco pontos que permitem

aferir a temperatura em seu interior.

Figura 25. Silo Sorgo

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 26. Silo milho

Fonte: Arquivo pessoal

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33

A aferição era feita com o aparelho de termometria acoplado a um quadro

na parte externa da Widitec (figura 27), que armazena as informações captadas

da temperatura do silo e foram baixadas no computador para serem avaliadas.

O programa

chamado Portable 6, avalia a temperatura apresentando em três tipos de

imagem: imagem térmica, imagem 3D e diagnostico (figura 28).

Esse procedimento era feito três vezes ao dia, início da manhã, início

tarde e final da tarde (figura 29), só não era realizado quando não possuia grãos

ou no expurgo.

Ao mesmo tempo era observado a temperatura externa do ambiente e a

umidade do ar, com o auxílio de um aparelho (figura 30).

Após ter sido verificado as temperaturas e umidade, é feito a subtração

da temperatura externa do ambiente e interna do silo, junto com a umidade do

ar é capaz de saber qual ação deve ser tomada, de acordo com o gráfico (figura

31).

Se fosse necessário era ligado o sistema de aeração (figura 32), com o

objetivo de resfriar a massa de grãos e mantê-las a uma temperatura adequada,

para assegurar uma boa conservação.

Os valores eram anotados em uma planilha de controle de temperatura

(figura 33).

A aferição de temperatura e umidade é de grande importancia, pois

variação de temperatura e umidade, pode ocacionar a infestação de pragas, que

são danosas para os grãos, reduzindo assim a sua qualidade.

Figura 27. Aferição da temperatura interna do silo.

Fonte:Arquivo pessoal

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34

Figura 28. Programa Portable 6.

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 29. Aferição da temperatura interna do silo.

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35

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 30. Aparelho de medição de temperature e umidade do ar.

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 31. Planilha referente ao cruzamento da temperatura externa e interna.

Fonte: Arquivo pessoal

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Figura 32. Aeração dos silos.

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 33. Planilha de controle de temperatura

Fonte: Arquivo pessoal

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37

5.6 Potabilidade da água

Era realizado a aferição de cloro e pH uma vez por semana (Figura 34) e

os resultados são anotados na ficha de controle de qualidade de água potável.

Foi utilizado o estojo de análises genco, que contém uma célula com dois

tubos e reagentes para cloro e pH. Era colocado água em cada tudo até a marca,

e adicionar 4 gotas de reagente, no qual o tubo do lado esquerdo é para o

reagente de cloro (amarelo) e o direito para o do pH (vermelho) e posteriormente

agitado para igualar as cores.

Valores ideais para a água utilizada na fábrica:

Cloro – 2 a 4 ppm

pH – 7,4 a 7,6

O cloro é importante na quantidade certa para a desinfecção da água,

com intuito previnir doenças de veiculação hídrica, causados por agentes

biológicos encontrados em águas contaminadas como bactérias patogênicas,

vírus e parasitas. Estabelecido pela portaria nº. 518 do Ministério da Saúde.

O pH dentro dos valores ideias indica uma água de qualidade.

Figura 34. Aferição de cloro e pH.

Fonte: Arquivo pessoal

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5.7 Temperatura dos peletes

Diariamente era feita a aferição da temperatura do pelete com um

termômetro digital infravermelho a laser (figura 35), no qual era feito a subtração

da temperatura ambiente e do pelete, não ultrapassando a diferença de 7ºC,

para que o pelete não perca a sua palatabilidade, redução de durabilidade do

peletes e surgimento de mofos.

Figura 35. Termômetro digital

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 36. Ração peletizada

Fonte: Arquivo pessoal

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5.8 Produtos da Empresa Rico Nutrição Animal

Os produtos são divididos em:

- Suplementos mineral para bovinos de corte (recria engorda, recria

engorda aditivada, cria, cria aditivada, energetico proteico das águas e proteico

energético).

- Rações: Bovino (engorda, bezerro, bezerro elite e elite adulto).

- Equinos: suplemento mineral e ração.

- Ovinos: suplemento mineral e ração.

- Bovino de leite: suplemento mineral e ração. - Aves e suínos: ração.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estágio supervisionado realizado na empresa Rico Nutrição animal, foi

de grande importância para meu aprendizado na área de fabricação de produtos

para nutrição animal. Pois apesar de ter estudado em sala de aula durante o

curso, vivenciar e participar na prática da produção durante esse tempo fez com

que eu absorvesse mais os conhecimentos passados por todos, do que apenas

nas aulas teóricas.

Outro fator importante é a oportunidade de estar em uma empresa e ter

uma noção de como é o campo de trabalho, as dificuldades do dia a dia, a

realização do trabalho cumprido, resolução dos problemas encontrados.

Ao entrar no estágio a bagagem de conhecimentos era pequena, agora

ao sair vejo o quanto cada funcionário foi importante, por passar um pouco do

que sabia, pois percebo que os conhecimentos se expandiram e tenho uma

noção, mesmo que pequena, de como é uma fábrica de ração na prática.

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REFERÊNCIAS

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ANEXOS

Anexo 1. Check list de inspeção de veículos.

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ANEXOS

Anexo 2. Check list de recebimento de matérias primas.

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Anexo 3. Check list de recebimento de embalagens.