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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA CURSO DE ZOOTECNIA BIANCA CORRÊA DE MORAIS MANEJO DE DIFERENTES PESOS INICIAIS DE FRANGOS DE CORTE LABEL ROUGE VISANDO À RECUPERAÇÃO DE DESEMPENHO CUIABÁ 2016

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE … · vitaminas, pois estes apresentam importantes funções no balanceamento das rações, proporcionando melhor ganho em peso e uniformidade

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA CURSO DE ZOOTECNIA

BIANCA CORRÊA DE MORAIS

MANEJO DE DIFERENTES PESOS INICIAIS DE FRANGOS DE CORTE LABEL ROUGE VISANDO À RECUPERAÇÃO DE DESEMPENHO

CUIABÁ 2016

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BIANCA CORRÊA DE MORAIS

MANEJO DE DIFERENTES PESOS INICIAIS DE FRANGOS DE CORTE LABEL ROUGE VISANDO À RECUPERAÇÃO DE DESEMPENHO

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia. Orientador: Prof. Dr. Heder José D’Avila

Lima

CUIABÁ 2016

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Aos meus pais, Marta e Eraldo e aos meus irmãos Viviana e Paulo,

Dedico.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por todas as graças recebidas e por ter me amparado nas

horas mais difíceis.

Aos meus pais por todo o carinho, paciência e apoio durante o curso.

Ao meu irmão pelas diversas vezes que me prestou ajuda e em especial a

minha irmã caçula, por sua companhia, amizade e dedicação, estando comigo

sempre.

Ao meu orientador Prof. Dr. Heder José D’Avila Lima por sua paciência,

amizade e dedicação.

Também gostaria de expressar os meus sinceros agradecimentos a toda a

equipe que me auxiliou durante o período experimental: Daniel (Méc), Júlia, Paula,

Ana Claudia, Adrielle, Wemerson, Luiz, Andrey e Mateus por me ajudarem e

trabalharem muito na condução deste experimento. Vocês foram muito importantes

para a realização deste trabalho. Serei sempre grata.

Agradeço aos meus companheiros de curso, pelo longo trajeto trilhado e a

vivência durante todos esses anos, que direta ou indiretamente me ajudaram no

culminar deste grau: Anieli, Kellen, Jackeline, Kamilla, Rayane, Gabriel, Tamara e

Marcella.

As amizades que construí e que se mostraram tão promissoras: Perivaldo,

Josy, João Rufino, William, Mariane, Uanderson.

Aos meus queridos professores: Sânia, Carlos Eduardo, Alexandra, Nelcino,

Maria Fernanda, Felipe, Lívia, João Caramori, Telma, Dejacy, por me agregarem

conhecimentos técnico, científico e profissional.

Aos funcionários da Fazenda Experimental, Sandro, João, Ana, Manoelzinho

e senhor Miguel, por sempre estarem à disposição e serem tão prestativos com os

alunos.

E lembrar ainda daqueles que me motivaram e que foram meus exemplos, me

dando coragem, força e ânimo para poder seguir em frente, mesmo quando tudo

parecia estar dando errado e nada mais fazia sentido. Nos momentos mais tristes e

mais difíceis, a cada lágrima derramada e a cada suspiro de alivio e principalmente

em cada sorriso, pude sentir o prazer de me lembrar de vocês.

E aqueles a qual não citei meus sinceros agradecimentos.

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“Quando tudo nos parece dar errado, acontecem coisas boas,

que não teriam acontecido, se tudo tivesse dado certo.”

Renato Russo

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Curva de desenvolvimento dos tecidos corporais. ...................................... 4

Figura 2 - Efeito da temperatura sobre a ingestão de água. ....................................... 8

Figura 3 - Desempenho do lote aos 49 dias de idade. .............................................. 18

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Composição da dieta para frangos de corte machos de desempenho médio na fase de crescimento I (22-33 dias) ..................................................... 13

Tabela 2 - Temperatura ambiente e umidade relativa do ar (média ± desvio padrão) obtido nos diferentes períodos de criação.......................................................... 14

Tabela 3 - Ganho em peso, consumo de ração e conversão alimentar em frangos de corte no período de 28 a 35, 35 a 42 e 42 a 49 dias de idade, em função de diferentes pesos ................................................................................................. 15

Tabela 4 - Ganho relativo, peso relativo, uniformidade e viabilidade em frangos de corte no período de 28 a 35, 35 a 42 e 42 a 49 dias de idade, em função de diferentes pesos ................................................................................................. 17

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LISTA DE ABREVIATURAS

CA Conversão alimentar

EM Energia metabolizável

GP Ganho em peso

GR Ganho relativo

PB Proteína bruta

PR Peso relativo

TRAT Tratamento

UNIF Uniformidade

VIAB Viabilidade

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1 2. OBJETIVO ............................................................................................................. 3

3. REVISÃO ............................................................................................................... 4 3.1. Crescimento Compensatório ................................................................................ 4 3.1.1. Sexo e Linhagem .............................................................................................. 6 3.1.2. Restrição hídrica ............................................................................................... 7 3.1.3. Temperatura ...................................................................................................... 8

3.1.4. Qualidade da ração ......................................................................................... 10 4. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 12 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 15 6. CONCLUSÕES .................................................................................................... 20

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 21 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 22

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RESUMO

O objetivo com este trabalho foi avaliar o ganho compensatório em aves de baixo

desempenho que sofreram um crescimento retardado. Foram utilizadas 144 aves da

linhagem Label Rouge com peso inicial médio de 239,90±76,80g, no período de 28 a

49 dias. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, onde

as aves foram distribuídas em 18 boxes, contendo três tratamentos e 6 repetições de

8 aves por box. Os tratamentos foram divididos levando em conta o peso médio das

aves em: aves leves (150,73±12,62g), intermediário (239,79±13,14g) e pesadas

(329,17±24,89g). Em relação ao ganho em peso, as aves pesadas obtiveram

melhores resultados, quando comparadas às demais. No período de 42 a 49 dias, o

consumo de ração entre os tratamentos não diferiu estatisticamente. Os índices de

conversão alimentar e viabilidade das aves não diferem entre si nos diferentes

períodos.

Palavras-chaves: Avicultura, consumo, ganho compensatório, restrição alimentar.

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1. INTRODUÇÃO

Atualmente a avicultura caminha há passos largos em direção a maiores

produções, juntamente com inovações tecnológicas, com o aumente significativo nos

processos de automação que envolve todo o setor produtivo e também pelas

transformações marcantes nas áreas de nutrição (Barbosa Filho, 2004) e

especialmente na genética, proporcionando maiores taxas de ganho em peso e

precocidade para que estas aves atinjam o peso de abate mais rapidamente.

A população mundial, em 2050 será de 9,1 bilhões de pessoas (FAO, 2009),

onde se estima que o consumo de cereais seja de 3 bilhões de toneladas neste

mesmo ano (Miele et al., 2011).O consumo de carne deve passar de uma demanda

mundial de 305 milhões de toneladas estimadas em 2015 para 463 milhões de

toneladas em 2050, com uma taxa de crescimento anual de 1,5% entre 2015 e 2030

e de 1,0% entre 2030 e 2050, representando um aumento mundial de 9 kg no

consumo de carne per capita, atingindo 52 kg em 2050 (Alexandratos, 2009).

Apesar de ser o terceiro maior produtor mundial, o Brasil é hoje líder em

exportação (ABPA, 2015). Hoje, a carne nacional está presente em cerca de cento e

quarenta e dois países. E isto deve continuar, pois segundo pesquisas a taxa de

crescimento de produção da carne de frango deve alcançar 4,22% anualmente, nas

exportações, com expansão prevista em 5,62% ao ano, mantendo assim o Brasil na

liderança mundial. O mercado interno é responsável por deter 70% de toda a

produção de frango brasileiro, com projeções para um aumento no consumo, no

período 2008/2009 a 2018/2019, equivalente a 9,9 milhões de toneladas. Em relação

às exportações, cerca de 40% da carne exportada tem origem no Brasil, com

projeções para um aumento de cerca de 50% do comércio mundial, em 2018/2019,

indicando que o Brasil deve manter sua posição de primeiro exportador mundial de

carne de frango (Brasil, 2010).

As aves possuem um desenvolvimento acelerado e dentro de poucas

semanas já é possível observar os resultados da criação. Porém, devido a essas

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mudanças no desenvolvimento atingindo a idade de abate precocemente, isto torna

há primeira semana pós-eclosão importantíssima, apresentando significativa

proporção do período total de crescimento. Assim, menos tempo se tem para

compensar perdas de ganho na fase inicial, seja por demora de alocação ou

subnutrição. O desenvolvimento muscular inicial, se afetado pode levar há atrasos

na taxa de crescimento e redução na eficiência de produção (Pophal, 2004).

Com este rápido crescimento inicial também surgiu elevados índices de

doenças da produção (metabólicas), problemas de má formação óssea nas pernas e

um aumento na deposição de gordura na carcaça (Lesson, 2007). Estes aspectos

negativos são de extremamente preocupantes para o produtor e para a indústria,

pois trazem importantes perdas econômicas (Butzen, 2012).

Uma técnica que vem sendo aplicada atualmente é a restrição alimentar

visando o ganho compensatório. Este é definido como o crescimento rápido anormal

de um animal, com a mesma idade e dentro da mesma linhagem, depois de um

retardo no crescimento inicial (Butzen, 2012). Além do mais, essa técnica é utilizada

para reduzir as perdas provocadas por doenças da produção (metabólicas) e

redução da deposição de gordura total e abdominal, além de propiciar melhorias na

eficiência alimentar e qualidade microbiológica da carcaça na linha de abate

(Rosa et al., 2000).

Esta tecnologia de crescimento compensatório foi testada em aves semi-

caipiras que tiveram seu desenvolvimento inicial comprometido. Estas então

passaram a receber uma nutrição mais reforçada, com maior teor de nutrientes e

vitaminas, pois estes apresentam importantes funções no balanceamento das

rações, proporcionando melhor ganho em peso e uniformidade do lote, visando o

ganho compensatório (Félix et al., 2009).

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2. OBJETIVO

O objetivo com este trabalho foi avaliar o crescimento compensatório em aves

que tiveram seu crescimento retardado, com base no fornecimento de uma dieta

com melhores índices nutricionais esperando-se favorecer o ganho compensatório.

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3. REVISÃO

3.1. Crescimento Compensatório

O crescimento animal é definido como a variação dos parâmetros que avaliam

o esqueleto e o desenvolvimento somático, sendo regulado por fatores intrínsecos

ou orgânicos (OWENS et al., 1993). O crescimento está sob controle hormonal

complexo e pode ser influenciado por hormônios da tireoide, vitamina D, pela

calcitonina, pelo hormônio do crescimento (GH), insulina, por glicocorticoides e pelos

hormônios sexuais (RAISZ & KREAM, 1981).

A taxa de crescimento de um animal é geneticamente pré-determinada,

seguindo uma curva de crescimento convencional quando as condições são

favoráveis (Figura 1). Sendo assim, aves que conseguem atingir o peso corporal de

mercado em um curto período de tempo, terão a eficiência alimentar melhorada

devido a uma diminuição em suas exigências de manutenção (LEESON &

SUMMERS, 1997). Por este motivo, atualmente tem-se despertado interesse no uso

de programas de restrição alimentar para modificar o padrão de crescimento, e

assim diminuir sua exigência de manutenção. Crescimento compensatório refere-se

ao acelerado crescimento observado em animais da mesma idade e dentro da

mesma linhagem, depois de um retardo no crescimento inicial (BUTZEN, 2012).

Figura 1 - Curva de desenvolvimento dos tecidos corporais

Fonte: Adaptado de Owens et al. (1993)

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Os primeiros estudos em relação à restrição alimentar e ao ganho

compensatório foram realizados por Plavnik e Hurwitz (1985), com períodos da

restrição ocorrendo entre 6 e 28 dias, e variação da ingestão da energia

metabolizável de 30 a 45 kcal/dia. Após duas semanas com a alimentação normal

restabelecida, o ganho em peso das aves que passaram por restrição foi menor,

porém, em seguida, excedeu o peso das aves-testemunha, o que resultou em

completa recuperação do peso perdido durante a restrição. Sendo assim, as aves

que sofreram restrição apresentaram uma melhor eficiência alimentar.

Durante um período de restrição as aves exibem um crescimento reduzido e

diminuem as concentrações plasmáticas de fatores de crescimento semelhante à

insulina (IGF-1 e II) (LEILI et al., 1997; KÜHN et al., 1996), o que pode explicar esse

crescimento inferior. Quando a disponibilidade de alimento é restaurada, as aves

crescem a uma taxa superior a habitual para atingir o peso normal para a idade. Este

crescimento acelerado observado, quando o período de restrição alimentar é

finalizado pode ser devido a um maior nível de concentração de hormônio do

crescimento (GH) observado em aves que passaram anteriormente por uma

restrição alimentar (BUYSE et al., 1997).

Além destes, outros hormônios estão envolvidos direta ou indiretamente nos

numerosos processos visando à recuperação do desempenho animal. Há relatos de

que há um aumento rápido nas concentrações plasmáticas de insulina

(YAMBAYAMBA et al., 1996) e triiodotironina (T3) (NIR et al., 1996).

O crescimento compensatório pode ainda ser realizado quando uma maior

quantidade de energia é desviada para o crescimento e/ou se a energia existente é

utilizada de forma diferente (RYAN, 1990). Assim, os mecanismos envolvidos no

processo de compensação de crescimento parecem estar relacionados a um

requisito de manutenção reduzida, uma maior ingestão de alimentos em relação ao

tamanho do corpo, alteração da percentagem de gordura e proteína depositada nos

tecidos, e/ou melhoria de eficiência alimentar para o crescimento (RYAN, 1990;

ROWAN et al., 1996). Além disso, a energia que sustenta o crescimento acelerado

pode advir de uma redução das necessidades de energia de manutenção geral (YU

& ROBINSON, 1992), e/ou a uma diminuição da taxa metabólica basal observada

em aves que passaram por um período de restrição alimentar (ZUBAIR & LEESON,

1994). Outra vantagem na redução do crescimento inicial em frangos é reduzida

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mortalidade causada por distúrbios metabólicos e esqueléticos, que tiveram grande

destaque nas linhagens modernas selecionadas para crescimento rápido

(LESSON, 2007).

Yu e Robinson (1992) relatam duas hipóteses para explicar os mecanismos

envolvidos para que o animal possa expressar o crescimento compensatório: a

hipótese do controle central e do controle periférico. A primeira hipótese refere-se ao

ajuste que o corpo tem em relação ao seu tamanho em determinada idade, sendo

que este controle situa-se no sistema nervoso central. Um sinal é enviado ao

sistema nervoso central fazendo com que este libere mais hormônio do crescimento

(GH) pela glândula pituitária anterior, sendo este modulado pelo fotoperíodo. A

segunda hipótese sugere que o tamanho do corpo é atribuído aos tecidos, onde o

número de células, justamente o DNA, determina o crescimento animal.

É relatado ainda, maior peso relativo dos órgãos do trato gastrintestinal

(SUSBILLA et al., 1994), alterações na funcionalidade das enzimas digestivas

(PALO et al., 1995) e alteração na morfologia dos enterócitos (SILVA et al., 2007)

contribuem para o ganho compensatório.

Diversos fatores como o sexo e a linhagem adotada (YU & ROBISON, 1992),

a restrição hídrica, a temperatura ambiente e a qualidade da ração fornecida,

parecem ter impacto sobre o ganho compensatório de aves.

3.1.1. Sexo e Linhagem

Segundo o Manual de manejo da linhagem (GLOBOAVES, 2011), geralmente

o macho é 20% mais precoce que a fêmea, podendo ser retirado uma semana antes

da fêmea, assim deve-se adiantar a ração de terminação (acabamento). Desta

forma, é importante a divisão do lote em machos e fêmeas.

Santos et al. (2005), relatam que a taxa de crescimento em frangos caipira,

tanto machos como em fêmeas, é semelhante até os 21 dias de idade, diferindo a

partir dos 28 dias, quando os machos começam a apresentar o crescimento mais

acelerado, com melhor eficiência de utilização do alimento, consequentemente,

melhores conversões. Além disso, os machos são favorecidos por aspectos

fisiológicos e anatômicos, pois, segundo estudos obtidos por Takahashi et al. (2006),

eles exibem maior extensão do trato gastrointestinal, o que proporciona melhor

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capacidade absortiva de nutrientes, justificando o maior ganho em peso, rendimento

de carcaça e conversão dos machos.

Madeira (2005) afirma que aves caipiras podem apresentar alterações na

musculatura decorrente do exercício, visivelmente mais evidente em machos, que

nas fêmeas. Ainda, segundo a mesma autora, os machos apresentam maior área e

frequência de fibra glicolíticas (músculo da perna). Além disso, Gonzales e Sartori

(2002) também consideram os fatores hormonais (andrógeno e estrógenos), sendo

estes fundamentais no processo de síntese de proteína muscular.

3.1.2. Restrição hídrica

A água representa uma fração de 85% do peso corporal de pintos

(KIRKPATRICK & FLEMING, 2008) e de 58 a 70% do peso corporal de aves adultas

(GAMA et al., 2004).

As aves necessitam de água em todas as fases da vida, sendo primordial

para que ocorra um bom desenvolvimento. Além disso, está intimamente ligada ao

bem-estar das mesmas (SOARES, 2010). É insubstituível para o organismo das

aves, em virtude das funções que ela exerce no metabolismo (PENZ JR., 2003),

sendo considerada um nutriente essencial, que é consumida em larga escala,

portanto é de extrema importância que se faça o uso racional da água de boa

qualidade física, química e microbiológica (AMARAL, 2004).

A utilização de água de má qualidade pode acarretar danos ao bem-estar

animal, baixos índices zootécnicos, além de disseminar enfermidades, ocasionando

graves prejuízos econômicos (SOARES, 2010).

Segundo Viola et al. (2009) a restrição hídrica é um dos fatores que mais

contribui para a queda de desempenho na produção avícola. Para que, na produção

de frangos de corte, seja alcançado um ganho de peso diário (GPD) de 55 g é

necessária a deposição de 38g de água e apenas 17g de outros compostos

(proteínas, gordura, minerais). Porém, para que estas 38g de água sejam retidas, as

aves devem consumir entre 75 a 115g de água, ou seja, 2 a 3 vezes a ingestão de

ração. Com base nestes dados, pode-se observar a importância no fornecimento da

água (KRABBE & ROMANI, 2013). Desta forma, são facilmente encontrados

registros de crescimento retardado, desuniformidade do lote e problemas de saúde

em frangos de corte, devido a problemas associados à água (COUNOTTE, 2003).

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Segundo Kirkpatrick e Fleming (2008) a temperatura ambiente possui um

grande impacto sobre o consumo de água, sendo que, quanto maior a temperatura

do ambiente, maior será o consumo de água, se esta estiver a uma temperatura

menor que a ambiental (Figura 2).

Figura 2 - Efeito da temperatura sobre a ingestão de água

Fonte: Kirkpatrick e Fleming (2008).

Deve ser lembrado que quanto maior a deposição de tecido adiposo, menor é

a deposição de água na carcaça. Desta forma, machos apresentam maior consumo

de água quando comparados às fêmeas, desde o primeiro dia de vida, devido à

diferença na composição tecidual de cada sexo na mesma idade (VIOLA et al.,

2011). Além disso, os machos apresentam maior consumo de proteína, o que

contribui para a maior necessidade de água (VIOLA et al., 2011; ZIAEI et al., 2007).

3.1.3. Temperatura

As aves são animais endotérmicos, capazes de regular a temperatura

corporal. Em geral a temperatura média destas situa-se entre 41 a 42°C

(MACARI et al., 1994). Porém, fazem isto de forma ineficiente, pois estas aves

utilizam de 80% de toda a sua energia ingerida através do alimento para manter a

homeotermia, enquanto que apenas 20% são destinadas a produção (ABREU &

ABREU, 2004).

Ainda, segundo estes, elas possuem a habilidade de manter constante a

temperatura dos órgãos internos, o que é conhecido como homeotermia. Contudo o

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mecanismo de homeostase somente é eficiente quando a temperatura ambiente

está dentro de certos limites. Portanto é importante que os aviários tenham

temperaturas ambientais próximas às das condições de conforto. Nesse sentido, o

aperfeiçoamento dos aviários com adoção de técnicas e equipamentos de

condicionamento térmico ambiental tem superado os efeitos prejudiciais de alguns

elementos climáticos, possibilitando alcançar bom desempenho produtivo das aves.

De acordo com Medeiros (2001), aves com estresse por calor ficam agitadas,

se dispersam para aumentar a dissipação de calor corporal para o ambiente, a

temperatura tanto da pele como retal ficam elevadas, abrem as asas aumentando

assim, a área para dissipação de calor, o consumo de ração é prejudicado na

finalidade de reduzir a produção de calor metabólico, e, consequentemente, o ganho

em peso é afetado. Ainda, elas param de se movimentar, ficam ofegantes,

prostradas, aumentam o consumo de água, e tem a frequência respiratória

aumentada, podendo chegar a 130 respirações/min-1, com o propósito de dissipar

mais calor por via latente. Porém, este mecanismo pode causar alteração no

equilíbrio ácido-básico e levar a um aumento do pH sanguíneo, além de ter um gasto

energético intenso.

Dentre as respostas fisiológicas e comportamentais, compensatórias das

aves, na intenção de aumentar a perda de calor corporal, inclui-se a vasodilatação

periférica, o que resulta em um aumento na perda de calor não evaporativo. Desta

forma, na tentativa de aumentar a dissipação de calor, a ave é capaz de aumentar a

área superficial, mantendo as asas afastadas do corpo, eriçando as penas e

intensificando a circulação periférica. Esta também pode ocorrer pelo aumento da

produção de urina, se esta perda de água for compensada pelo maior consumo de

água fresca (BORGES et al., 2003).

As variáveis ambientais podem ter efeitos tanto benéficos como prejudiciais

sobre o desempenho desses animais. Desta maneira, em temperaturas mais

elevadas as aves reduzem o consumo de alimento. O contrario ocorre quando há

temperaturas baixas, podendo melhorar o ganho em peso, mas a custa de pior

conversão alimentar. Para que estas situações sejam contornadas, a condição

ambiental deve ser manejada na medida do possível, evitando assim, um efeito

negativo sobre o desempenho produtivo dos frangos. Esta situação pode afetar o

metabolismo (produção de calor em baixas temperaturas e dissipação de calor em

altas temperaturas), e como consequente efeito sobre a produção animal (carne e

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ovos) e a incidência de doenças metabólicas como a ascite (síndrome da

hipertensão pulmonar) (CASSUCE, 2011).

Do ponto de vista fisiológico, as temperaturas elevadas e umidades baixas

tem efeito diretamente sobre o mecanismo não especifico de defesa do aparelho

respiratório e gastrintestinal dos animais, predispondo assim, essas aves ao

aparecimento de doenças (CASSUCE, 2011). Aumentos excessivos na temperatura,

como resultado das condições ambientais e/ou excesso de calor metabólico gerado

a partir dos alimentos, levam a ativação de uma cascata de eventos que podem ser

letais à ave (YAHAV, 2000).

Vários autores relatam que aves expostas ao estresse por calor apresentam

uma redução no consumo voluntário quando comparadas aquelas sob conforto

térmico (CHARLES et al., 1981; HOWLIDER & ROSE, 1987; BAZIZ et al., 1996;

CHENG et al., 1997). Oliveira Neto (1999) observou uma redução no ganho de peso

de 27% em aves que foram mantidas em ambientes quentes em relação àquelas

mantidas na zona de conforto. Ainda, trabalhos realizados por Oliveira Neto et al.

(2000), constataram que frangos de corte mantidos em ambientes de conforto (23ºC)

e de calor (32ºC) recebendo as mesmas quantidades de ração, apresentaram uma

diminuição de 16% no crescimento de aves com o aumento da temperatura.

3.1.4. Qualidade da ração

As informações que se tem a respeito das exigências nutricionais ainda são

bastante limitadas para as diferentes linhagens, e praticamente não existem

pesquisas em relação às dietas fornecidas na primeira semana de vida e o efeito

sobre diferentes linhagens. Desta forma, as diferenças encontradas no crescimento

inicial entre genótipos podem indicar diferentes exigências nutricionais, o que pode

indicar a necessidade de ajuste nutricional levando em conta as características de

crescimento (POPHAL, 2004).

O manejo inicial dos frangos de corte determina a viabilidade dos lotes, o bom

desempenho na fase final, sendo esta a fase mais importante de todo o ciclo de vida

da ave. É necessário que se obtenha o máximo desenvolvimento nos primeiros 7

dias de vida da ave, pois grandes perdas nessa fase não são readquiridas com o

crescimento compensatório até o final do ciclo (ABREU, 1999).

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Deve ser considerada na composição da ração, a qualidade dos ingredientes

e balanço nutricional correto, uma vez que deste depende a maior ou menor

eficiência da alimentação. A ração deve ser balanceada de forma a atender as

necessidades das aves em todos os nutrientes (AVILA et al., 1992).

Suplementos mineral e vitamínico possuem importantes funções no

balanceamento das rações, proporcionando melhor ganho de peso e uniformidade

do lote. Relata-se que a deficiência de uma ou mais vitaminas pode levar a

distúrbios metabólicos, resultando em queda de produtividade e crescimento

(FÉLIX et al., 2009).

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4. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na Unidade Experimental da Universidade

Federal de Mato Grosso, no município de Santo Antônio do Leverger, Mato Grosso,

Brasil. Foram utilizadas 144 aves da linhagem Label Rouge no período de 28 a 49

dias. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, onde as

aves foram distribuídas em 18 boxes, contendo 3 tratamentos e 6 repetições de 8

aves por Box. Os tratamentos foram distribuídos, levando em conta o seu peso

médio, em aves com peso leve, intermediário e pesado, onde o tratamento 1 foram

alojadas as aves leves com peso corporal de 150,73±12,62g, tratamento 2 as aves

com peso intermediário com peso de 239,79±13,14g e o tratamento 3 continha as

aves pesadas com peso de 329,17±24,89g.

As aves foram pesadas individualmente em um intervalo semanal, assim

como a ração fornecida ou sobras de ração no período, sendo determinadas as

variáveis: ganho em peso (diferença entre o peso ao final de cada período e o peso

inicial no alojamento), ganho relativo (razão entre o peso médio das aves no

respectivo período e o peso inicial), peso relativo (razão entre o peso das aves e o

peso médio esperado para cada período analisado) consumo de ração (diferença

entre o total de ração fornecida e as sobras colhidas no final de cada período, com

base no número de aves no período), conversão alimentar (razão entre o total de

ração consumida e o ganho em peso), uniformidade (produto da média corporal do

peso total das aves com uma variação de ±10%) e viabilidade (diferença entre o

número final e o número inicial de aves vivas).

O programa de luz foi o contínuo (24 horas de luz artificial) durante todo o

período experimental para estimular o consumo das aves. A ração utilizada

(Tabela 1) contendo 19,50% PB e 3.100 kcal de EM, foi formulada de acordo com as

exigências nutricionais para frangos de corte machos de desempenho médio na fase

de crescimento I, de 22 a 33 dias de idade (Rostagno et al., 2011), proveniente da

fase anterior, na tentativa de favorecer o ganho compensatório com uma ração de

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maior valor nutricional que a exigida na idade. Durante o período experimental, as

aves receberam ração e água à vontade. Também se fez o uso de vitamina via água

de bebida visando dar suporte ao possível ganho compensatório dos frangos.

Tabela 1 - Composição da dieta para frangos de corte machos de desempenho

médio na fase de crescimento I (22-33 dias)

Ingredientes (kg)

Milho 58,00

Farelo de Soja 37,03

Calcário 1,51

Óleo Vegetal 0,76

Fosfato Bicálcico 1,25

Sal Comum 0,45

Premix Mineral + Vitamínico* 1,00

100

Composição

Energia Metabolizável (kcal/kg) 3.100

Proteína Bruta (%) 19,50

Cálcio (%) 0,732

Fósforo disponível (%) 0,342

Fósforo digestível (%) 0,313

Metionina + Cistina (%) 0,787

Lisina (%) 1,078

Treonina (%) 0,701

Triptofano (%) 0,194

Sódio (%) 0,200

*Fornece por kg do produto: Cálcio (máx) 210g, Cálcio (min) 170g, Fósforo (min) 50g, Metionina (min) 22g,

Vitamina A (min) 120000 U.I., Vitamina D3 (min) 30000 U.I., Vitamina E (min) 400 U.I., Tiamina (B1) (min) 35mg,

Riboflavina (B2) (min) 130mg, Piridoxina (B6) (min) 60mg, Vitamina B12 (min) 300mg, Vitamina K3 (min) 30mg,

Biotina (min) 1,6mg, Ácido fólico (min) 20mg, Niacina (min) 680mg, Pantotenato de Cálcio (min) 200mg, Colina

(min) 400mg, Sódio (min) 26g, Manganês (min) 1600mg, Zinco (min) 1380mg, Cobre (min) 160mg, Ferro (min)

630mg, Iodo (min) 20mg, Selênio (min) 6mg, Fitase (min) 10000 F.T.U., Avilamicina 200mg, e

Narasina+Nicarbazina 1000mg+1000mg.

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As condições ambientais do galpão (temperatura e umidade relativa do ar)

foram monitoradas diariamente (15h), por meio de termo-higrômetro localizado no

centro do galpão (Tabela 2). Ao final do ciclo foram obtidas as temperaturas e

umidade média do período.

Tabela 2 - Temperatura ambiente e umidade relativa do ar (média ± desvio padrão)

obtido nos diferentes períodos de criação

Período Temperatura (ºC) Umidade relativa (%)

28 – 35 dias 29,2 ± 1,0 30,3 ± 7,5

35 – 42 dias 27,5 ± 1,3 57,2 ± 8,1

42 – 49 dias 30,2 ± 1,3 62,2 ± 13,9

Os resultados foram analisados utilizando-se o Programa ASSISTAT (2015)

de análises estatísticas. Os dados de desempenho (GP, GR, PR, CR, CA, UNIF e

VIAB) foram submetidos à análise de variância. Suas médias foram comparadas

pelo teste SNK (Student-Newman-Keuls), ao nível de 5% de significância.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na primeira semana, 28 a 35 dias, as aves mais leves obtiveram o menor

ganho em peso (102,40g) e as pesadas um ganho de 83,05g e 43,16g a mais,

quando comparadas às aves leves e intermediárias, respectivamente (Tabela 3).

Tabela 3 - Ganho em peso, consumo de ração e conversão alimentar em frangos de

corte no período de 28 a 35, 35 a 42 e 42 a 49 dias de idade, em função de

diferentes pesos

Período Tratamentos

Leve Intermediário Pesado CV (%)

Ganho em peso (g)

28 – 35 dias 102,40c 142,29b 185,45a 10,15

35 – 42 dias 179,48c 229,59b 273,65a 8,74

42 – 49 dias 243,56b 258,23b 291,95a 8,61

Consumo de ração/ave/dia (g)

28 – 35 dias 33,02c 45,85b 58,50a 10,82

35 – 42 dias 48,81b 69,20a 75,06a 15,38

42 – 49 dias 66,13b 75,51ab 90,20a 15,96

Conversão Alimentar

28 – 35 dias 2,26a 2,27a 2,22a 10,95

35 – 42 dias 1,91a 2,11a 1,92a 11,93

42 – 49 dias 1,89a 2,05a 2,17a 16,04

* As médias seguidas pela mesma letra na mesma linha não diferem estatisticamente entre si pelo teste SNK ao

nível de 5% de probabilidade.

** Trat 1: aves leves: 150,73±12,62g ; Trat 2: aves com peso intermediário: 239,79±13,14g ; Trat 3: aves

pesadas: 329,17±24,89g.

De 35 a 42 dias a diferença no ganho em peso aumentou em 11,12g e 0,9g a

mais quando comparado ao período anterior. No último período não houve diferença

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entre aves leves e intermediárias (P>0,05), e o tratamento com aves pesadas foi

superior aos demais (291,95g), porém a diferença entre eles diminuiu

significantemente para 34,66g em aves mais leves e 9,44g para aves de peso

intermediário.

No primeiro período as aves pesadas apresentaram maior consumo de ração

(58,50g) quando comparadas às demais (P˂0,05). Porém, no segundo período o

consumo entre aves com peso intermediário (69,20g) e aves pesadas (75,06g) não

diferiu (P˃0,05). No último período, de 42 a 49 dias, os tratamentos não diferiram

entre si estatisticamente.

O efeito da restrição sobre o peso corporal final é variável assim como a

conversão alimentar. Com o ganho compensatório, uma melhora nos índices de

conversão alimentar é esperada (Butzen, 2012). Porém, no presente estudo a

conversão alimentar do lote não apresentarou diferença significativa (P>0,05) entre

os tratamentos avaliados de 28 a 49 dias.

Porém, ao avaliarmos os dados é verificado que aves pesadas após um

período de restrição, apresentam melhor eficiência alimentar quando comparada as

demais, pois estas obtiveram maior consumo de ração e consequentemente maior

ganho em peso com índices de conversão alimentar equivalentes as aves leves e

intermediárias.

Mazzuco et al. (2000) também não demonstraram diferenças em relação à

conversão alimentar, num estudo em que estes analisaram o efeito da restrição

alimentar qualitativa sobre o ganho compensatório para frangos de corte. Resultados

contrastantes foram encontrados por Butzen (2012) onde as aves restritas por

qualidade tiveram a pior conversão alimentar durante o período de restrição.

Observou-se que o ganho relativo (Tabela 4) dos animais leves foi

significativamente maior (P˂0,05) em relação aos demais tratamentos nos três

períodos analisados. Entretanto, no primeiro período experimental, não houve

diferenças (P>0,05) entre as aves pesadas e com peso intermediário. Assim, foi

evidenciado que aos 49 dias as aves leves tiveram um crescimento proporcional de

4,5 vezes ao seu tamanho inicial, com um ganho em peso aproximadamente 3,5

vezes maior que as aves pesadas, consumindo apenas 2,18g a mais de ração.

Apesar das aves leves possuírem maior ganho relativo, ao contrastarmos os

valores de pesos obtidos com os valores médios esperados do Manual de manejo da

linhagem, observou-se que o peso relativo das aves pesadas foi superior (P˂0,5)

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quando comparadas as demais nos três períodos analisados, com 58,63, 69,82 e

72,18, aos 35, 42 e 49 dias, respectivamente.

Tabela 4 - Ganho relativo, peso relativo, uniformidade e viabilidade em frangos de

corte no período de 28 a 35, 35 a 42 e 42 a 49 dias de idade, em função de

diferentes pesos

Período Tratamentos

Leve Intermediário Pesado CV (%)

Ganho relativo (%)

28 – 35 dias 168a 159b 156b 3,63

35 – 42 dias 288a 255b 240c 4,91

42 – 49 dias 450a 363b 329c 5,96

Peso relativo (%)

28 – 35 dias 28,38c 42,83b 58,63a 6,44

35 – 42 dias 38,32c 54,18b 69,82a 7,01

42 – 49 dias 47,32c 60,88b 72,18a 8,92

Uniformidade (%)

28 – 35 dias 18,75b 45,83a 61,31a 46,30

35 – 42 dias 25,00b 56,25a 63,39a 41,23

42 – 49 dias 35,72a 62,50a 57,14a 39,76

Viabilidade (%)

28 – 35 dias 100a 100 a 97,92 a 2,97

35 – 42 dias 100 a 100 a 100 a 0,00

42 – 49 dias 97,92 a 100 a 100 a 2,97

* As médias seguidas pela mesma letra na mesma linha não diferem estatisticamente entre si pelo teste SNK ao

nível de 5% de probabilidade.

** Trat 1: aves leves: 150,73±12,62g ; Trat 2: aves com peso intermediário: 239,79±13,14g ; Trat 3: aves

pesadas: 329,17±24,89g.

As aves continham 239,90±76,80g no inicio do período experimental e ao

término possuíam 875,42±177,98g, alcançando assim um ganho médio de

635,53±449,38g. Estas se encontravam com 63,43% de peso abaixo do

recomendado pelo manual técnico e, com apenas 21 dias recebendo ração com

maior teor de nutrientes, estas passaram a possuir 38,74% de peso abaixo do

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exigido ao final do experimento, o que resultou em um ganho compensatório de

25,69% de peso.

Neste experimento as aves não alcançaram o peso médio esperado e ao final

do período experimental apenas 28,87% do plantel se encontravam acima de 1000g

(Figura 3).

Porém, houve melhora significativa na uniformidade do lote nos diferentes

períodos, não apresentando diferença estatística (P>0,05) entre os tratamentos de

42 a 49 dias. Lotes mais uniformes proporcionam melhor aproveitamento pelos

animais, pois estes apresentam menos competição, seja por território ou alimento, o

que leva a um menor gasto energético com disputas e diminuição nas exigências de

manutenção.

Da mesma forma, como observado neste experimento, Yu et al. (1990) não

observaram crescimento compensatório, em pintos, que após passarem por um

período de restrição, tiveram um ganho de 270g aos 56 dias de idade e de 184g do

inicial aos 14 dias de idade. Khetani et al. (2009) aplicando restrições por tempo,

após os 21 dias de idade, também não verificaram o ganho compensatório em aves.

Resultados contrastantes foram encontrados por Butzen (2012), onde aves da

linhagem Cobb 500 submetidas à restrição alimentar por quantidade e tempo

atingiram o peso final desejado, mostrando que e duração e a idade de aplicação

das restrições foram adequadas.

Desta forma, o tempo de aplicação, bem como a intensidade e a qualidade

nutricional da dieta pode interferir para se alcançar o resultado desejado.

Félix (2009) relata que a deficiência de uma ou mais vitaminas pode causar

distúrbios metabólicos, resultando em queda de produtividade e crescimento.

Figura 3 - Desempenho do lote aos 49 dias de idade

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De acordo com Vieira e Moran (1999) o ganho compensatório em aves que

sofreram jejum prolongado pós-eclosão pode ser reduzido ou até mesmo ausente.

Um atraso de apenas 24 horas no consumo pode afetar o crescimento de forma

negativa resultando em uma diminuição do peso corporal aos 49 dias de idade.

Assim, pode-se afirmar que este estudo demonstrou que aves que passaram

por uma restrição severa nas primeiras semanas de vida, tem seu desempenho

comprometido, podendo não apresentar um crescimento compensatório para sua

idade. Portanto, é de extrema importância atentar-se a severidade da restrição, a

idade dos animais, duração e qualidade da alimentação fornecida na realimentação.

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6. CONCLUSÕES

Os animais leves apresentaram maior ganho relativo, quando comparados

aos animais de peso intermediário e pesadas. Porém, não alcançaram o peso

esperado para frangos Label Rouge aos 49 dias de idade.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente a avicultura apresenta índices de crescimento extremamente

significativos e caminha há passos largos em direção para alcançar maiores

produções, juntamente com inovações tecnológicas, com o aumente significativo nos

processos de automação que envolve todo o setor produtivo e também pelas

transformações marcantes nas áreas de nutrição e genética.

A criação de frango caipira é um ramo da avicultura que vem despontando

nas últimas décadas pelas suas características peculiares, apresentando um

mercado crescente e conquistando até mesmo os mais exigentes paladares.

Porém, evidencia-se que ainda são escassas pesquisas com enfoque

nutricional para aves de diferentes linhagens, pois atualmente as rações existentes

no mercado são baseadas apenas nas exigências por faixa de idade e sexo. Porém,

é certo que as diferentes linhagens apresentam diferentes curvas de crescimento,

sendo assim, diferentes níveis de exigência nutricional e que por diversas vezes não

são atendidas, levando a um retardo no crescimento dessas aves e o aumento no

tempo para abate.

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