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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS Programa de Pós Graduação em Engenharia Agrícola CULTIVO DE ARROZ DE TERRAS ALTAS SUBMETIDO À ADUBAÇÃO SILICATADA E TENSÕES DE ÁGUA NO SOLO JAKELINE ROSA DE OLIVEIRA RONDONÓPOLIS-MT 2014

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE … · se esquema fatorial 5x5 fracionado com cinco tensões de água no solo (0, 15, 30, 45 e 60 kPa) e cinco doses de silício (0,

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS

Programa de Pós Graduação em Engenharia Agrícola

CULTIVO DE ARROZ DE TERRAS ALTAS SUBMETIDO À ADUBAÇÃO

SILICATADA E TENSÕES DE ÁGUA NO SOLO

JAKELINE ROSA DE OLIVEIRA

RONDONÓPOLIS-MT

2014

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS

Programa de Pós Graduação em Engenharia Agrícola

CULTIVO DE ARROZ DE TERRAS ALTAS SUBMETIDO À ADUBAÇÃO

SILICATADA E TENSÕES DE ÁGUA NO SOLO

JAKELINE ROSA DE OLIVEIRA

Engenheira Agrícola e Ambiental

Orientador: Prof. Dr. Marcio Koetz

RONDONÓPOLIS-MT

2014

Dissertação apresentada ao Instituto de Ciências Agrárias e Tecnológicas da Universidade Federal de Mato Grosso, para obtenção do título de Mestre em Engenharia Agrícola.

Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.

O48c Oliveira, Jakeline Rosa de. Cultivo de Arroz de terras altas submetido à adubação

silicatada e tensões de água no solo / Jakeline Rosa de Oliveira. -- 2014

74 f. : il. color. ; 30 cm.

Orientador: Marcio Koetz. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Mato

Grosso, Instituto de Ciências Agrárias e Tecnológicas, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola, Rondonópolis, 2014.

Inclui bibliografia.

1. Oriza sativa. 2. tensiômetro. 3. silício. I. Título.

Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.

.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MAT O GROSSO - UFMT

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS

Programa de Pós-graduação em Engenharia Agrícola

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO Título: CULTIVO DE ARROZ DE TERRAS ALTAS SUBMETIDO À ADUBAÇÃO

SILICATADA E TENSÕES DE ÁGUA NO SOLO

Autora: JAKELINE ROSA DE OLIVEIRA

Orientador: Dr. MARCIO KOETZ

Aprovada em 03 de dezembro de 2014.

Comissão Examinadora:

______________________________ Prof. Marcio Koetz

(Universidade Federal de Mato Grosso) (Orientador)

______________________________ Profa. Drª. Edna Maria Bonfim-Silva

(Universidade Federal de Mato Grosso)

______________________________ Prof. Dr. Marconi Batista Teixeira

(Instituto Federal Goiano) (Membro externo)

À minha mãe, Maria do Rosário, pelo apoio incondicional e pelo o exemplo de vida.

Aos meus irmãos, Jéssica e Henrique, pelo o amor que nos une, pelo carinho e apoio

que sempre me deram.

Ofereço

Ao meu esposo Gevanilso pela a luta diária, sacrifício, abdicação, amor e incentivo

durante todos esses anos.

Ao meu filho Pedro, pela constante felicidade que me proporciona.

Dedico

AGRADECIMENTOS

A Deus, por estar sempre ao meu lado, por não me deixar cair, sempre

segurando minhas mãos.

À Universidade Federal de Mato Grosso, em especial ao Programa de Pós

Graduação em Engenharia Agrícola, pela oportunidade oferecida.

À CAPES, pela concessão da bolsa.

Ao meu orientador professor Dr. Marcio Koetz pela orientação, compreensão e

ensinamentos para realização deste trabalho.

À professora Edna Maria Bomfim Silva, pelo grande exemplo, pelo auxílio

incansável e pela disposição em contribui sempre.

Ao professor Tonny José Araujo da Silva a quem expresso minha gratidão pelos

ensinamentos, exemplo de dedicação, por toda a atenção, apoio e conselhos

oferecidos durante esses anos.

Aos professores da Pós Graduação em Engenharia Agrícola pelos

ensinamentos.

Aos meus amigos desta e de outras inúmeras caminhadas, Ellen Cristina Alves

de Anicésio, Júlio Cesar Moreira Fornazier e Marcel Thomas Job Pereira, que são

parte da minha história e estarão sempre guardados na minha memória e no meu

coração.

Enfim a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para realização

desse trabalho.

Agradeço!

10

CULTIVO DE ARROZ DE TERRAS ALTAS SUBMETIDO À ADUBAÇÃO

SILICATADA E TENSÕES DE ÁGUA NO SOLO

Resumo: O cultivo de arroz de terras altas no Brasil ocorre principalmente em área

de Cerrado, região que apresenta condições climáticas adversas. Portanto a utilização

do silício em seu cultivo torna-se importante para aumento na produtividade da cultura,

pois o mesmo proporciona a regulação da evapotranspiração, a melhoria da

arquitetura foliar e a redução na incidência de doenças. Assim, objetivou-se avaliar o

efeito da adubação silicatada e das tensões de água no solo no cultivo de arroz de

terras altas em Latossolo Vermelho do Cerrado. O experimento foi conduzido em casa

de vegetação. O solo utilizado foi coletado em área de vegetação de Cerrado. Utilizou-

se esquema fatorial 5x5 fracionado com cinco tensões de água no solo (0, 15, 30, 45

e 60 kPa) e cinco doses de silício (0, 120, 240, 480 e 960 mg dm-3), as quais foram

distribuídas segundo delineamento de blocos ao acaso, com quatro repetições. Cada

parcela experimental foi constituída por um vaso de 8 dm-3 e um tensiômetro instalado

na profundidade de 13 cm. Foram avaliadas as seguintes características: ângulo foliar,

índice de clorofila, altura de plantas, florescimento, número de perfilhos, número de

folhas, número de panícula, comprimento da panícula, número de grãos por panícula,

porcentagem de grãos vazios, massa de grãos, massa seca da parte aérea e massa

seca de raiz, concentração e acúmulo de silício. Os resultados foram submetidos a

análise de variância e posterior análise de regressão utilizando-se o programa

estatístico SAS. A adubação silicatada melhorou a arquitetura das plantas de arroz,

com a redução do ângulo foliar e aumento do índice de clorofila nas doses de silício

de 785 e 750 mg dm-3, respectivamente. A tensão de água de 45 kPa promoveu

redução na massa seca da parte aérea, massa seca de raízes, concentração e

acúmulo de silício em plantas de arroz de terras altas. O aumento das tensões de

água no solo reduziram o rendimento da cultura de arroz de terras altas cultivado em

vaso sob Latossolo Vermelho do Cerrado.

Palavras Chave: Oriza sativa, tensiômetro, silício.

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CULTIVATION UPLAND RICE SUBMITTED SILICON FERTILIZATION AND

TENSIONS WATER IN SOIL

Abstract: Rice cultivation of upland in Brazil occurs mainly in the Cerrado area, region

with adverse weather conditions. Therefore the use of silicon in cultivation becomes

important for increasing the crop yield, since it provides regulation of evaporation,

improved leaf architecture and a reduction in disease incidence. Thus aimed to

evaluate the effect of silicon fertilization and soil water tensions in the cultivation of

upland rice in the Cerrado Oxisol. The experiment was conducted in a greenhouse.

The soil was collected from an area of Cerrado vegetation. Was used 5x5 factorial

fractional design with five tensions water in soil (0, 15, 30, 45 and 60 kPa) and silicon

five doses (0, 120, 240, 480 and 960 mg dm-3) which were distributed according to the

statistical design of randomized blocks with four replications. Each experimental plot

consisted of a pot of 8 dm -3 the one tensiometer installed at a depth of 13 cm. The

following characteristics were evaluated: leaf angle, chlorophyll index, plant height,

flowering, number of tillers, number of leaves, number of panicle, panicle length,

number of grains per panicle, percentage of empty grains, grain weight, dry weight of

shoot and root dry mass, concentration and accumulation of silicon. Results were

submitted to statistical analysis using the SAS statistical program. Silicon fertilization

improved architecture of rice plants with reduced leaf angle and increased chlorophyll

content in silicon doses of 785 and 750 mg dm-3, respectively. The 45 kPa water

tension promoted reduction in the aerial part dry weight, dry weight of roots,

concentration and silicon accumulation in upland rice plants. The increase in water

tension in the soil reduced the yield of upland rice grown in culture pot in Cerrado

Oxisol.

Key words: Oryza sativa, tensiometer, silicon.

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1. Produtividade de arroz entre os países maiores produtores do mundo e o

Brasil, em kg/ha, no período de 2008 a 2012. ........................................................... 18

TABELA 2. Contribuição dos componentes na produção do arroz (cultivar irrigada IR

47B2-6) ..................................................................................................................... 21

TABELA 3. Análise química e granulométrica de amostra do Latossolo Vermelho

coletado na camada de 0-0,20 m de profundidade ................................................... 30

TABELA 4. Coeficientes de correlação das variáveis estudadas para cultura do arroz.

.................................................................................................................................. 63

13

LISTA DE FIGURAS

Pagina

FIGURA 1. Mapa da produção agrícola do arroz no Brasil. Fonte Conab/IBGE (2014).

.................................................................................................................................. 19

FIGURA 2. Variação de temperatura e umidade relativa do ar no interior da casa de

vegetação durante a condução do experimento. Rondonópolis, MT, 2014. .............. 29

FIGURA 3. Desenho experimental do composto central modificado de um esquema

fatorial fracionado, segundo Littell e Mott (1975) ....................................................... 31

FIGURA 4. Vista geral das parcelas experimentais de arroz de terras altas submetidos

a adubação silicatada e tensões de água no solo, Rondonópolis, MT, 2014. ........... 31

FIGURA 5. (A) Perfuração do solo com auxílio do trado de rosca. (B) Instalação do

tensiômetro na profundidade de 13 cm. (C) Acomodação do solo em torno do

tensiômetro. ............................................................................................................... 32

FIGURA 6. Curva característica de retenção de água no solo. ................................. 33

FIGURA 7. Determinação do ângulo foliar de plantas de arroz com auxílio de um

transferidor. ............................................................................................................... 35

FIGURA 8. Ângulo foliar de plantas de arroz sob doses de silício em Latossolo

Vermelho do Cerrado. ............................................................................................... 38

FIGURA 9. Índice de clorofila de plantas de arroz sob adubação silicatada em

Latossolo Vermelho do Cerrado.. .............................................................................. 40

FIGURA 10. Altura de plantas de arroz submetidas as tensões de água no solo em

Latossolo Vermelho do Cerrado. .............................................................................. 41

14

FIGURA 11. Número de folhas (A) e número perfilhos (B) de plantas de arroz

submetidas a tensões de água no solo em Latossolo Vermelho do Cerrado.. .......... 43

FIGURA 12. Número de perfilhos de plantas de arroz submetida à adubação silicatada

em Latossolo Vermelho do Cerrado. ......................................................................... 45

FIGURA 13. Número de dias da emergência ao florescimento de plantas de arroz

submetidas a tensões de água no solo em Latossolo Vermelho do Cerrado. ........... 47

FIGURA 14.Número de panículas (A) e comprimento de panículas(B) de plantas de

arroz submetidas as tensões de água no solo em Latossolo Vermelho do Cerrado. 49

FIGURA 15.Número de panículas de plantas de arroz sob doses de silício em

Latossolo Vermelho de Cerrado. ............................................................................... 50

FIGURA 16. Número de grãos por panícula de plantas de arroz submetidas as tensões

de água no solo em Latossolo Vermelho do Cerrado. .............................................. 52

FIGURA 17.Número de grãos cheios (A), número de grãos chochos (B) e porcentagem

de grãos chochos (C) de plantas de arroz submetido as tensões de água no solo em

Latossolo Vermelho do Cerrado. ............................................................................... 54

FIGURA 18. Massa de grãos de plantas de arroz submetidas as tensões de água no

solo em Latossolo Vermelho do Cerrado.. ................................................................ 55

FIGURA 19. Massa seca da parte aérea de plantas de arroz submetidas as tensões

de água no solo em Latossolo Vermelho do Cerrado.. ............................................. 57

FIGURA 20. Massa seca de raízes de plantas de arroz submetidas as tensões de

água no solo em Latossolo Vermelho do Cerrado.. .................................................. 58

FIGURA 21. Concentração de silício na folha bandeira de plantas de arroz submetidas

as tensões de água no solo em Latossolo Vermelho do Cerrado.. ........................... 60

FIGURA 22. Acúmulo de silício em plantas de arroz submetidas as tensões de água

no solo em Latossolo Vermelho do Cerrado.. ........................................................... 62

15

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 16

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................... 18

2.1 Panorama da cultura do arroz..................................................................................... 18

2.2 Arroz de terras altas ................................................................................................... 19

2.2.1 Componentes de produção de arroz ........................................................................... 21

2.3 Silício no solo ............................................................................................................. 23

2.4 Silício na planta .......................................................................................................... 24

2.5 Tensão de água no solo ............................................................................................. 26

3 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................... 29

3.1 Localização do experimento e informações climáticas ................................................ 29

3.2 Análise do solo ........................................................................................................... 30

3.3 Delineamento experimental ........................................................................................ 30

3.4 Aplicação de nutrientes............................................................................................... 32

3.5 Manejo da irrigação .................................................................................................... 32

3.6 Condução do experimento .......................................................................................... 34

3.7 Variáveis analisadas ................................................................................................... 35

3.8 Análise estatística ....................................................................................................... 37

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 38

4.1 Ângulo Foliar .............................................................................................................. 38

4.2 Índice de Clorofila ....................................................................................................... 39

4.3 Altura de Plantas ........................................................................................................ 41

4.4 Número de Folhas e de Perfilhos ................................................................................ 42

4.5 Florescimento ............................................................................................................. 46

4.6 Número e Comprimento Panícula ............................................................................... 48

4.7 Número de Grãos por Panícula .................................................................................. 52

4.8 Número de Grãos Cheios, Número de Grãos Chochos e Porcentagem de Grãos

Chochos ..................................................................................................................... 53

4.9 Massa de Grãos ......................................................................................................... 55

4.10 Massa seca da Parte Aérea ........................................................................................ 56

4.11 Massa Seca de Raízes ............................................................................................... 58

4.12 Concentração de silício............................................................................................... 59

4.13 Acúmulo de Silício ...................................................................................................... 61

4.14 Correlações ................................................................................................................ 63

5 CONCLUSÕES .......................................................................................................... 65

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 66

16

1 INTRODUÇÃO

O arroz (Oryza sativa L.) está entre os cereais mais consumidos no mundo.

Sendo componente básico da dieta alimentar da população brasileira, fornece 17,9%

das proteínas e 34,2% do total de calorias ingeridas, considerando-se todas as

classes sócio-econômicas (NAVES; BASSINELLO, 2006).

A sua produção ocorre em diversos países, sob várias condições ambientais e

manejo, o que é assegurada pela sua ampla adaptabilidade. A China é a maior

produtora mundial com 144 milhões de toneladas e o Brasil é o nono maior produtor

mundial com estimativa de 16,5 milhões de toneladas para a safra 2014/2015

(CONAB, 2014).

No Brasil, o Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz com sistema de

irrigado por inundação. Enquanto que o sistema de produção de arroz de terras altas

é o mais difundido territorialmente com produção em Mato Grosso, Goiás, Piauí,

Maranhão, Pará, Rondônia e Tocantins (MAPA, 2014). Pesquisas atuais priorizam

ações para consolidar a presença da cultura em sistemas de produção de grãos nas

regiões no Cerrado com produtividade satisfatória.

Essa região é caracterizada pelo predomínio de solos com baixa fertilidade

natural e elevada saturação por alumínio, com ocorrência de veranicos, que provocam

deficiência hídrica à cultura, devido à baixa capacidade de retenção de água dos

Usolos. Esse fator aliado à alta demanda evapotranspirativa da atmosfera causam

sérios decréscimos na produtividade do arroz.

A irrigação por aspersão é uma alternativa para solucionar o problema de

veranicos, caracterizados pela ocorrência de períodos de estiagem durante a estação

chuvosa, na cultura de arroz de terras altas, e confere estabilidade na produção, o que

pode ainda aumentar a produtividade e melhorar a qualidade dos grãos. A estabilidade

de produção proporcionada pelo uso da irrigação por aspersão estimula o uso de

práticas de maior nível tecnológico, como maior nível de adubação, com consequente

aumento de produtividade.

Dentre os métodos para estabelecer o manejo das irrigações, o método

baseado na tensão de água do solo tem demonstrado sua viabilidade no

monitoramento das irrigações nas condições dos Latossolos dos Cerrados (GUERRA

et al., 1994). Com o monitoramento diário das condições de umidade na região das

raízes das plantas, a partir da medição da tensão da água no solo é possível manejar

17

adequadamente a irrigação, fornecendo água no momento oportuno e em quantidade

suficiente para satisfazer as necessidades hídricas do vegetal.

A irrigação aliada à adubação com elementos químicos considerados benéficos

às culturas tem se tornado comum entre os agricultores. O silício é um elemento

interessante, pois mesmo não sendo essencial fisiologicamente para as plantas,

proporciona vários benefícios diretos e indiretos às mesmas, especialmente para as

monocotiledôneas, como o arroz.

A utilização de silício no Brasil tem sido difundida nos últimos anos,

principalmente após sua inclusão como micronutriente (BRASIL, 2004). O óxido de

silício (SiO2) é o mineral mais abundante nos solos e constitui a base da estrutura da

maioria dos argilominerais. No entanto, considerando o avançado grau de

intemperização dos solos tropicais, os teores de silício disponíveis são baixos e esse

elemento é encontrado basicamente em formas não disponíveis às plantas.

De acordo com trabalhos desenvolvidos para avaliar o uso de silício na

agricultura, a cultura do arroz apresenta aumento do número de folhas, massa seca

de plantas e número de espiguetas por panícula, melhor formação e qualidade da

casca dos grãos, maior altura de plantas e maior teor e acúmulo na parte aérea da

planta com a utilização de silício (KORNDÖRFER et al., 1999; GONG et al., 2003,

TOKURA et al., 2007).

Em vista do exposto, objetivou-se avaliar o efeito da adubação silicatada e das

tensões de água no solo no cultivo de arroz de terras altas em Latossolo Vermelho do

Cerrado.

18

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Panorama da cultura do arroz

O arroz é um dos grãos de maior importância econômica, sendo cultivado nos

cinco continentes (FERREIRA et al., 2006). Segundo dados da USDA (2012)

aproximadamente 90% do arroz produzido no mundo são oriundos do continente

asiático, sendo a China, Índia e Indonésia o primeiro, segundo e terceiro produtores

mundiais, respectivamente (Tabela 1).

TABELA 1. Produtividade de arroz entre os países maiores produtores do mundo e o

Brasil, em kg ha-1, no período de 2008 a 2012.

Período 2008 2009 2010 2011 2012 Média

China 6430 6560 6590 6560 6640 6556 Índia 3310 3280 3190 3350 3330 3292 Indonésia 4820 4880 4730 4750 4830 4802 Bangladesh 3890 4190 4010 4180 4130 4080 Vietnã 4980 5300 5390 5530 5470 5334 Tailândia 2770 2780 2810 2880 2940 2836 Myanmar 2610 2610 2600 2650 2710 2636 Filipinas 3830 3770 3520 3690 3650 3692 Brasil 4200 4330 4220 4830 4640 4444 Japão 6510 6780 6520 6510 6590 6582 Est. Unidos 8090 7680 7940 7540 7980 7846

Fonte: USDA (2012)

O continente americano, segundo colocado no ranking, é responsável por

somente 5,35% da produção de arroz, sendo que o Brasil produz aproximadamente

1,77% desse total, de acordo com a FAO (2012).

De acordo com a CONAB (2014) a produção nacional de arroz está distribuída

pelos seguintes estados: Rio grande do Sul, onde predomina o arroz irrigado e

concentra 64,3% da produção em 2014, Santa Catarina com 9,2% da produção, Mato

Grosso com 3,7%, Maranhão com 5,6% e Tocantins com 3,8% da produção nacional

(Figura 1).

Para a safra brasileira de 2013/14 de arroz, a produção em média foi superior

em 3,1% superior à safra 2012/13, atingindo 12.184,1 mil toneladas. Esse aumento

de produção ocorreu principalmente devido à expansão de área em face do elevado

patamar de preços do produto (IBGE, 2014).

19

FIGURA 1. Mapa da produção agrícola do arroz no Brasil. Fonte Conab/IBGE (2014).

O destaque da lavoura de arroz neste ano fica por conta do forte crescimento

observado da área plantada na Região Centro-Oeste, sendo a única região do país

onde houve incrementos em todos os estados (CONAB, 2014).

A Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) anunciou alta de 9,7% na

safra 2013/2014 de arroz em Mato Grosso, que passou de 528 mil toneladas na última

para 579,1 mil, sendo que a área de cultivo também saltou de 166,3 mil hectares para

176,3 mil (+6%). A produtividade por hectare passou de 3,1 mil quilos para 3,2 mil

(CONAB, 2014).

2.2 Arroz de terras altas

O arroz no Brasil é cultivado em dois ecossistemas de produção denominados

terras altas e irrigado por inundação, sob diferentes sistemas de cultivo. O

ecossistema de terras altas, que engloba o sistema de produção sem uso de irrigação,

é o mais difundido territorialmente.

O arroz de terras altas ganhou espaço no cenário nacional de produção de

grãos em função do avanço da fronteira agrícola para a região dos Cerrados. Foi

considerado a principal cultura nesta região agrícola (CRUSCIOL et al., 1999) e seu

cultivo ocorria em áreas de abertura para implantação de pastagens ou em áreas para

20

fins agrícolas onde era cultivado por um a dois anos em solos preparados e corrigidos

de forma precária (GUIMARÃES; STONE, 2004).

Atualmente, a região central do Brasil é a mais importante no cultivo tradicional

mecanizado de arroz de terras altas. Nesta região, as propriedades agrícolas são

caracterizadas por apresentarem áreas bastante extensas, em que o cultivo

tradicional do arroz de terras altas vem sendo utilizado desde o início dos anos

setenta, considerando o estímulo das políticas governamentais para a produção de

alimentos (FORNASIERI FILHO; FORNASIERI, 2006; GUIMARÃES et al., 2006).

Em função do baixo requerimento em fertilidade e tolerante a solos ácidos, o

arroz de terras altas foi pioneiro durante o processo de ocupação agrícola do Cerrado

brasileiro na década de sessenta. Entre os anos de 1975 e 1985, a cultura chegou a

ocupar área superior a 4,5 milhões de hectares, apresentando produtividade média

em torno de 1 t ha-1 (PINHEIRO, 2003).

O ecossistema de terras altas corresponde a 49% da área total cultivada com

arroz no Brasil e contribuiu com 21% da produção nacional. A baixa produtividade,

cerca de 1800 kg ha-1 (EMBRAPA, 2009) é consequência especialmente do déficit

hídrico causado pela irregularidade pluvial na época de cultivo, desencadeando uma

série de problemas metabólicos e fisiológicos, e, consequentemente, perdas na

produção (GUIMARÃES et al., 2007).

No Brasil, destacam-se como regiões climaticamente favoráveis ao cultivo do

arroz de terras altas, parte do Maranhão e do Mato Grosso, Rondônia e Pará

(GUIMARÃES et al., 2006). Os estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e

Minas Gerais, no geral são regiões consideradas desfavoráveis para o cultivo de arroz

de terras altas (FORNASIERI FILHO; FORNASIERI, 2006).

Dentre as cultivares disponíveis destaca-se a BRS Esmeralda que é uma

cultivar de arroz de terras altas, indicada pela Embrapa para as lavouras de Mato

Grosso, de Goiás e da região sul do Pará, com produtividade média acima de 4 mil

quilos por hectare. Além disso, tem moderada resistência às principais doenças do

arroz e ao acamamento, apresenta maior tolerância ao estresse hídrico, o que lhe

garante maior rusticidade. O ciclo médio dessa cultivar, da emergência à colheita,

varia de 105 a 110 dias.

21

2.2.1 Componentes de produção de arroz

O ciclo de desenvolvimento do arroz é dividido em várias etapas que vão desde

a germinação até a maturação. A fase vegetativa inicia-se com a germinação da

semente (emissão da radícula e coleóptilo) e termina quando ocorre a diferenciação

do primórdio floral ou da panícula. A fase reprodutiva inicia-se com a diferenciação do

primórdio floral e vai até a floração, polinização e fertilização. A fase de maturação vai

da floração (fecundação) à maturação completa.

A produtividade de grão de uma cultura de arroz é definida por quatro

componentes de produção: número de panícula por m2, número de espigueta por

panícula, fertilidade das espiguetas e massa de 1000 grãos (FORNASIERI FILHO;

FORNASIERI, 1993; MACHADO, 1994).

Em arroz de sequeiro, as contribuições dos componentes de produção podem

ser diferentes, sobretudo se ocorrer deficiências hídricas prolongadas (Tabela 2).

TABELA 2. Contribuição dos componentes na produção do arroz (cultivar irrigada IR 47B2-6)

Componentes de produção Contribuição para produção (%)

Nº de grãos/m² (Nº de panículas/m² x Nº de grãos/panícula)

60,2

% de grãos cheios e peso de 100 grãos

21,2

Nº de grãos/m² e % de grãos cheios

75,7

Nº de grãos/m² e peso de 100 grãos

78,5

Nº de grãos/m², % de grãos cheios e peso de 100 grãos

81,4

Fonte: Yoshida e Parão (1976)

O número de panículas por planta é determinado durante o estádio vegetativo;

o número de espiguetas por panícula, durante o estádio reprodutivo; e o peso de grãos

durante a fase de enchimento dos grãos (UNIVERSITY OF THE PHILIPPINES; IRRI,

1967).

Deficiências hídricas quando ocorrem no estádio vegetativo pode afetar o

crescimento e desenvolvimento da planta. O perfilhamento e o alongamento das

folhas podem ser inibidos e, como consequência a planta poderá apresentar baixo

22

índice de área foliar (IAF) o que vai reduzir o seu potencial produtivo (PINHEIRO;

GUIMARÃES, 1990).

Segundo Guimarães et al. (2011), as plantas de arroz reage ao estresse hídrico

apresentando reduções na altura das plantas, produção de biomassa, aborto de

perfilhos e no atraso do desenvolvimento reprodutivo. Segundo Pedrosa (1980) a

temperatura mínima de 15 a 19°C e máxima de 32 a 34°C são desfavoráveis ao

perfilhamento.

O número de panículas por unidade de área pode variar de acordo com a

densidade de semeadura. Menezes e Silva (1998) observaram que o menor número

de panículas de arroz por área, foi observado nas densidades de semeadura de arroz

baixa e intermediária, e deveu-se ao menor número de perfilhos obtidos nessas

densidades.

O número de espiguetas por panícula é uma característica varietal, mas que

pode sofrer influência da temperatura, do suprimento de água e da atividade

fotossintética durante o estádio reprodutivo (UNIVERSITY OF THE PHILIPPINES;

IRRI, 1967). Este componente é influenciado por fatores genéticos e por condições

externas vigentes durante a fase reprodutiva, mais precisamente de 32 a 5 dias que

antecedem o florescimento (YOSHIDA, 1981).

Fertilidade das espiguetas é determinada no período compreendido entre as

etapas de diferenciação do primórdio floral ao final da maturação fisiológica. Durante

esse período, ocorrem três etapas críticas, nas quais a porcentagem de espiguetas

férteis pode decrescer facilmente. Temperaturas baixas ou altas na meiose e na

antese podem induzir à esterilidade. Na granação, tais temperaturas podem causar

chochamento ou má granação (SOARES, 2012).

A fertilidade das espiguetas é determinada desde a meiose do grão de pólen

(divisão reducional) ainda na fase reprodutiva, até o início do enchimento das

espiguetas (etapa leitosa) no início da fase de maturação.

A deficiência hídrica quando ocorre durante o período de redução da célula-

mãe do pólen e o florescimento também pode levar a fertilidade de espiguetas

(MATSUSHIMA, 1968).

A massa de grãos é determinado na fase reprodutiva até a maturidade fisiológica.

Trata-se de uma característica varietal estável, por ser basicamente dependente do

tamanho da casca, determinado até o florescimento, e em menor grau pelo

desenvolvimento da cariopse, determinado após o florescimento (YOSHIDA, 1981).

23

Em arroz de sequeiro, a deficiência hídrica durante a definição do tamanho da casca

e na fase de enchimento dos grãos é o fator mais importante na redução do seu peso

(SOARES, 2012).

2.3 Silício no solo

No processo de formação dos solos, o silício se apresenta como um dos

principais elementos constituinte dos argilominerais e pode afetar de forma

significativa à nutrição das plantas (MALAVOLTA, 1980).

O silício, sendo abundante na crosta terrestre (EXLEY, 1998), está presente

em minerais primários, como feldspato, augita, quartzo e mica, e em secundários,

como a caulinita, montmorilonita, ilita e clorita (RAIJ, 1991), sendo o quartzo

reconhecido como a forma mais estável de SiO2 mineral em condições normais de

temperatura e pressão.

O silício está presente na solução do solo como ácido monosilícico, o qual é

prontamente absorvido pelas plantas. As principais fontes de ácido silícico presente

na solução do solo são: decomposição de resíduos vegetais; dissociação do ácido

silícico polimérico; liberação de Si dos óxidos e hidróxidos de Fe e Al; dissolução de

minerais cristalinos e não cristalinos; adição de fertilizantes silicatados e a água de

irrigação. Os principais drenos incluem a precipitação do silício em solução, formando

minerais; a polimerização do ácido silícico; lixiviação; adsorção em óxidos e hidróxidos

de Fe e Al; e a absorção pelas planta (RAIJ; CAMARGO, 1973).

As formas de silício disponível no solo dependem diretamente da sua

concentração na solução do solo e do pH do solo, sendo que quanto mais alcalino,

maior o grau de ionização do H4SiO4 (ILER, 1979).

O óxido de silício (SiO2) é o mineral mais abundante nos solos, constituindo a

base da estrutura da maioria dos argilominerais. Em razão do avançado grau de

intemperização em que se encontram os solos tropicas, o silício é encontrado

basicamente na forma de quartzo e opala (SiO2.nH2O) sendo esta última não

disponível às plantas (BARBOSA FILHO et al., 2001).

A redução de silício no solo também está associada a sua extração por culturas

acumuladoras, e que, geralmente, não é reposto por falta de uso de adubação

silicatada (LIMA FILHO et al., 1999).

Segundo Tisdale et al. (1993) a principal forma de silício na solução do solo é

o ácido silícico ou monosilícico (H4SiO4) que é desprovido de carga elétrica.

24

Para Snyder (1991), solos com teores de silício menores que 10 mg dm-3 devem

receber adubação silicatada, enquanto os solos com teores iguais ou maiores que 15

mg dm-3 não necessitariam de adubação silicatada.

Camargo et al. (2002) ao estudarem 19 classes de solo observaram que os

valores de silício reduziram a medida que o teor de areia dos solos aumentou,

apresentando correlação significativa. Desta forma solos com alta quantidade de areia

apresentam baixos teores de silício, em função da excessiva drenagem, lixiviando o

silício disponível para os horizontes mais profundos.

2.4 Silício na planta

Embora o silício não seja considerado nutriente essencial para o crescimento

das plantas, tem apresentado efeito benéfico a várias espécies vegetais (MA, 2004).

O efeito benéfico do silício nas plantas é mais evidente em cultivos sob condições de

estresse (MA; TAKAHASHI, 2002). Isto acontece porque o silício é capaz de proteger

as plantas contra vários estresses bióticos e abióticos (FAWE et al., 2001; LUX et al.,

2002; MA; YAMAJI, 2006).

O silício é absorvido pela planta na forma de ácido monossilícico (H4SiO4)

juntamente com a água (fluxo de massa) e se acumula principalmente nas áreas de

máxima transpiração (tricomas, espinhos, etc.) como ácido silícico polimerizado (sílica

amorfa) (KORNDÖRFER et al., 2003). Ao ser absorvido, é facilmente translocado no

xilema na forma H4SiO4, tem tendência natural a se polimerizar, sendo assim pouco

móvel, pois após solidificado, torna-se imóvel na planta.

As plantas podem ser divididas de acordo com sua capacidade de absorção e

acúmulo de silício nos órgãos, e esta quantificação é altamente variável entre as

espécies. São considerados três grupos: plantas acumuladoras (entre 100 a 150 g

kg-1 de silício), intermediárias (10 a 50 g kg-1 de silício) e não-acumuladoras

(concentrações abaixo de 5 g kg-1 de silício).

As gramíneas, consideradas acumuladoras, absorvem silício da solução do

solo de forma passiva – o elemento acompanha o fluxo de massa da água (MIYAKE;

TAKAHASHI,1983). Plantas consideradas não-acumuladoras, como as

dicotiledôneas, absorvem o silício mais lentamente que a absorção de água, o que

acaba gerando um aumento na concentração do elemento no meio (ADATIA;

BESFORD, 1986).

25

A absorção de silício traz inúmeros benefícios, principalmente ao arroz, que

absorve e acumula elevadas quantidades (2,7 – 8,4%) (KORNDÖRFER et al., 1999),

enquanto o macronutriente mais exigido por esta cultura, o nitrogênio, se encontra na

faixa de 2,6 – 4,6% (FAGERIA, 1984).

Na planta, o silício concentra-se nos tecidos de suporte, do caule e nas folhas,

podendo ser encontrado em pequenas quantidades nos grãos. Em geral, o conteúdo

médio de silício das raízes é menor se comparado com o caule e folhas, em alguns

casos, como por exemplo, a soja, o teor de silício na raiz é maior do que nas folhas

(OLIVEIRA; CASTRO, 2002).

A distribuição dos depósitos de silício nas plantas dependem da espécie

vegetal e das condições climáticas do ambiente onde as mesmas crescem (WRANG

et. al., 1998). Em ambientes como do "Cerrado", segundo dados apresentados por

Oliveira e Castro (2002), a acumulação de silício nos órgãos de transpiração provoca

a formação de uma dupla camada de sílica, o que causa redução da transpiração por

diminuir a abertura dos estômatos limitando a perda de água (TAKAHASHI, 1995;

KORNDÖRFER et al. 1999; FARIA, 2000).

Embora o silício não seja considerado um elemento essencial às plantas,

estudos relacionam a aplicação de silício ao solo com o crescimento e aumento de

produtividade das culturas, principalmente as espécies gramíneas, consideradas

acumuladoras.

Gao et al. (2006), estudando os efeitos do silício sobre a taxa transpiratória e

condutância estomática de plantas de trigo em condições de déficit hídrico,

observaram significante redução das mesmas tanto na superfície abaxial quanto na

adaxial das folhas, porém tais efeitos não foram observados sobre a cutícula. Tais

resultados apontam o papel do silício na diminuição da taxa transpiratória das plantas,

a qual pode ser amplamente atribuída à atividade dos estômatos.

Além disso, o fornecimento de silício poderia acarretar maior estabilidade

produtiva, em razão da maior tolerância ao estresse hídrico, uma vez que a quase

totalidade da produção de grãos está situada em áreas com ocorrência de veranicos,

principalmente na região dos Cerrados (CASTRO, 2009).

Aumentos de produtividade devido ao manejo integrado e sustentável da

aplicação de silício na cultura do arroz também foram evidenciados por Alvarez e

Datnoff (2001), os quais concluíram que os ganhos obtidos com a aplicação deste

26

elemento ultrapassam os custos de aplicação, tornando-se, também, uma prática

viável economicamente.

Em arroz irrigado, durante o período de 1992-1996, Datnoff et al. (2001),

através da análise dos resultados de 23 experimentos de campo, observaram um

aumento médio de 1.007 kg ha-1, na produção de grãos, nas parcelas que receberam

silício, na forma de silicato de Ca e Mg.

Segundo Faria (2000), a produção de grãos do arroz cresceu de forma positiva

com o aumento das doses de silício aplicadas. Independentemente do tipo de solo,

houve um aumento linear da produção que variou de 38,6 para 54,3 g vaso-1 na Areia

Quartzosa e de 60,6 para 79,0 g vaso-1 no Latossolo Vermelho-Amarelo,

respectivamente, para as doses 0 e 600 kg ha-1 de silício. Esse comportamento linear

sugere que a produção de grãos poderia ter sido ainda maior, caso fossem utilizadas

doses de silício superiores a 600 kg ha-1.

Santos et al. (2003) trabalhando com doses crescentes de metassilicato

observaram aumentos significativos na produtividade da cultura do arroz com a maior

dose aplicada (6000 kg ha-1).

Pereira et al. (2004) trabalhando com doses de Wollastonita na cultura do arroz,

em um Neossolo Quartzarênico, obtiveram aumentos da produtividade de grãos, de

24,0 g vaso-1, na testemunha, para 33,0 g vaso-1, na dose de silício de 500 kg ha-1.

2.5 Tensão de água no solo

Informações sobre o teor de água do solo existente na zona radicular das

plantas, bem como sobre a energia com que a água está retida no solo, têm sido uma

das estratégias mais utilizadas para definição do momento de irrigar. Ao contrário de

dados com base na planta, os indicadores com base no solo possibilitam determinar,

além do momento da irrigação, a quantidade de água a ser aplicada por irrigação.

Esses indicadores podem ser expressos por meio do teor de água no solo, tensão de

água no solo e/ou uma junção dos dois, utilizando-se a curva de retenção de água no

solo (MAROUELLI et al., 2011).

Embora o tensiômetro tenha algumas limitações (BAKKER et al., 2007) como

qualquer instrumento, ele tem sido utilizado de modo satisfatório na determinação da

energia com que a água está retida pela matriz do solo. Uma das limitações é que ele

funciona até cerca de -0,085 MPa. Considerando que o intervalo do potencial mátrico

agronomicamente importante varia de 0 (zero) a -0,15 MPa, o tensiômetro poderia ser

27

considerado um instrumento por demais limitado. No entanto, para a atividade agrícola

comercial, a faixa de interesse é de 0 a -0,1 MPa, na qual a densidade de fluxo da

solução no solo é apreciável para a maioria dos solos cultivados (REICHARDT, 1990).

A tensão de água na matriz do solo é um importante indicador de

disponibilidade de água para as plantas, pois caracteriza o estado da energia da água

que interage com a matriz do solo, representando uma medida da quantidade de

energia requerida pelas plantas para extrair água. Quanto mais fortemente a água

estiver retida no solo, maior será a quantidade de energia que a planta terá que

despender para absorver a água necessária a atender às suas necessidades

metabólicas, com destaque para a transpiração. Desse modo, medidas de tensão

podem ser utilizadas para avaliar indiretamente a deficiência hídrica das plantas, pois

a taxa de transpiração é controlada, dentro de certos limites, pelo próprio solo

(MAROUELLI et al., 2011).

Pelo método da tensão de água no solo, a tensão na qual se deve iniciar a

irrigação é o valor que, na curva característica de água no solo, corresponda a uma

umidade relativa ao consumo de 30% da água disponível no solo. Caso não se

disponha da curva, pesquisadores recomendam, para solo arenoso, que os teores de

água correspondam a valores de potencial de água no solo próximo de 6 kPa e para

solo de textura média a argilosa, próximo de 20 kPa (ROTONDANO; MELO, 2007).

Mauad et al. (2011) trabalhando com tensões de água no solo e cultivares de

arroz de terras altas observaram uma redução na produção de massa seca na tensão

de água no solo de 50 kPa. A água está envolvida em vários processos na planta,

dentre eles o crescimento celular, através da turgescência celular. Dessa forma, a

diminuição da disponibilidade de água para as plantas, devido ao aumento da tensão

de água no solo, reduziu o crescimento e desenvolvimento da planta, refletindo desta

forma no acúmulo de massa seca.

Stone et al. (1986) observaram que tensões de água no solo acima de -0,025

MPa ocasionaram a redução nos valores dos componentes da produção do arroz,

como o número de colmos (perfilhos) por área. Diminuição da produção de massa

seca em plantas de arroz em função da menor disponibilidade de água foi também

relatada por Stone (1984) e Crusciol et al. (2003a).

O consumo de água pela cultura do arroz de terras altas é distribuído em 30%

durante a fase vegetativa, 55% durante a fase reprodutiva e 15% na fase de

maturação (FAGERIA, 1980). Segundo Morais et al. (1979) o arroz de terras altas

28

necessita de 200 mm de chuva por mês durante o ciclo da cultura, entretanto para

Steinmetz et al. (1988), a necessidade total de água para a cultura do arroz de terras

altas varia de 600 a 700 mm.

29

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Localização do experimento e informações climáticas

O experimento foi conduzido no período de junho a outubro de 2014, em casa

de vegetação na Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT, campus de

Rondonópolis, com coordenadas geográficas de 16º28’ Latitude Sul, 50º34’ Longitude

Oeste e altitude de 284 m.

O tipo climático regional é dominantemente Tropical Chuvoso, segundo a

classificação de Köppen, como Aw, caracterizado por ser um clima quente e úmido,

com duas estações definidas: uma chuvosa, e outra seca coincidente com o inverno,

variando de três a cinco meses e iniciando geralmente em setembro.

No interior da casa de vegetação foi instalado um termohigrômetro para

monitoramento da temperatura e umidade relativa do ar, onde foi observado

temperatura média de 32,16 °C e umidade relativa média do ar de 65,66% (Figuras 2)

FIGURA 2. Variação de temperatura e umidade relativa do ar no interior da casa de vegetação durante a condução do experimento. Rondonópolis, MT, 2014.

15

20

25

30

35

40

45

50

Tem

per

atu

ra (°C

)

Data

Temp. Máx.

Temp. Méd.

Temp. Mín.

0

20

40

60

80

100

Um

ida

de

Rel

ati

va

(%

)

Data

Umidade Máx.

Umidade Média

Umidade Mín.

30

3.2 Análise do solo

O solo foi coletado em área sob vegetação de Cerrado e classificado como

Latossolo Vermelho de textura franco-arenosa (EMBRAPA, 2013), na camada de 0,0-

0,20 m, passando em peneira de 4 mm de abertura para o preenchimento das parcelas

experimentais. Uma amostra de solo foi peneirado em malha 2 mm para realização

da análise química e granulométrica de acordo com a metodologia proposta pela

Embrapa (1997) (Tabela 3).

TABELA 3. Caracterização química e granulométrica de amostra do Latossolo Vermelho coletado na camada de 0-0,20 m de profundidade

pH P K Ca Mg H Al SB CTC V M.O. Areia Silte Argila

CaCl2 (mg dm-3) --------- cmolc dm-3 -------------------- % g dm-3 ------------ g kg-1 ---------------

4,1 2,4 28 0,3 0,2 4,2 1,1 0,6 5,9 9,8 22,7 549 84 367

A calagem foi realizada para elevação da saturação por bases para 50%

(SOUSA; LOBATO, 2002). A correção da acidez foi realizada aplicando-se calcário

com PRNT de 80,3% no solo e incubados por 30 dias, mantendo o solo nesse período

com umidade a 60% da capacidade de campo.

3.3 Delineamento experimental

Foram estudadas cinco tensões de água o solo (0, 15, 30, 45 e 60 kPa)

combinadas com cinco doses de silício (0, 120, 240, 480 e 960 mg dm-3), em estudo

de superfície de resposta baseado em desenho experimental composto central

modificado de um fatorial 5x5 fracionado, de acordo com Littel e Mott (1975),

distribuído em blocos ao acaso, com quatro repetições (Figura 4). Assim, as 13

combinações estudadas para tensões de água no solo e doses de silício, em kPa e

mg dm-3 foram respectivamente: 0-0; 0-240; 0-960; 15-120; 15-480; 30-0; 30-240; 30-

960; 45-120; 45-480; 60-0; 60-240; 60-960 (Figura 3).

31

FIGURA 3. Desenho experimental do composto central modificado de um esquema fatorial fracionado, segundo Littell e Mott (1975)

FIGURA 4. Vista geral das parcelas experimentais de arroz de terras altas submetidos a adubação silicatada e tensões de água no solo, Rondonópolis, MT, 2014.

A fonte de silício utilizada foi dióxido de silício (SiO2). Cada unidade

experimental foi constituída por um vaso de plástico com volume de 8 dm3 e um

tensiômetro, instalado a uma profundidade de 13 cm (Figura 5).

Tensão de água no solo (X1)

Sil

ício

(X

2)

32

FIGURA 5. (A) Perfuração do solo com auxílio do trado de rosca. (B) Instalação do tensiômetro na profundidade de 13 cm. (C) Acomodação do solo em torno do tensiômetro.

3.4 Aplicação de nutrientes

A adubação de plantio foi realizada utilizando-se 200 mg dm-3 de P2O5 na forma

de superfosfato simples e 80 mg dm-3 de K2O na forma de cloreto de potássio. A dose

de nitrogênio de 200 mg dm-3 foi dividida em duas aplicações iguais, sendo a primeira

aplicação aos 15 dias após a semeadura e a segunda aos 30 dias após a semeadura,

utilizando-se como fonte a uréia, com ambas aplicações realizadas na forma de

solução.

A fonte de silício utilizada foi dióxido de silício (SiO2) com 95 % de silício. As

doses correspondentes aos tratamentos (0,120, 240,480 e 960 mg dm-3 de Si) foram

incorporadas ao solo por ocasião do plantio.

3.5 Manejo da irrigação

Para o manejo da irrigação baseado na tensiometria, foi necessário

correlacionar umidade do solo ao longo do ciclo da cultura com o potencial matricial

do solo. Para isso utilizou-se a curva característica de retenção de água do solo

determinada na camada de 0,0-0,20 m (Figura 6).

A B C

33

Utilizou-se o programa computacional Soil Water Retention Curve – SWRC

(DOURADO NETO et al., 1990) para ajustar matematicamente os resultados ao

modelo não linear proposto por Van Genuchten (1980), representado pela equação 1.

Em que:

θv - umidade a base de volume, em cm3 cm-3;

θr - umidade residual, em cm3 cm-3;

θs - umidade de saturação, em cm3 cm-3;

Ψm - Potencial matricial, em cm;

α, m,n - parâmetros do modelo.

FIGURA 6. Curva característica de retenção de água no solo.

O monitoramento da tensão de água no solo foi realizado utilizando-se um

tensímetro digital com a sensibilidade de 0,1 kPa. O manejo de água (momento e

volume de irrigação) foi realizado a partir das leituras da tensão de água no solo. A

irrigação foi realizada quando os tensiômetros atingiam as tensões propostas para

cada tratamento.

Um

idad

e d

o S

olo

(cm

3 c

m-3)

Potencial Matricial (cm)

34

As irrigações foram realizadas manualmente e calculadas de modo a elevar os

valores de tensão aos da capacidade de campo (5kPa) para todos os tratamentos,

quando as tensões estabelecidas (tratamentos) foram atingidas.

Com as tensões observadas, foram calculadas as umidades correspondentes,

a partir da curva de retenção. De posse dessas umidades e com a correspondente à

capacidade de campo, foi calculado o volume de reposição por meio da equação:

V = (θcc – θatual) x 8000

Em que:

V - volume de água, em cm3;

θcc - umidade na capacidade de campo, em cm3 cm-3;

θatual - umidade na tensão de cada tratamento, em cm3 cm-3;

8.000 - volume de solo no vaso, em cm3.

3.6 Condução do experimento

A cultivar de arroz de terras altas utilizada foi a BRS Esmeralda, recomendada

pela Embrapa para as lavouras de Mato Grosso, de Goiás e da região sul do Pará,

com produtividade média acima de 4 mil quilos por hectare. Além disso, tem moderada

resistência às principais doenças do arroz e ao acamamento e apresenta maior

tolerância ao estresse hídrico, garantindo-a maior rusticidade.

A semeadura foi realizada no dia 18 de junho de 2014, com dez sementes por

vaso, na profundidade de 3 cm. A emergência das plantas ocorreram em 24 de junho

de 2014. O desbaste ocorreu com dez dias após a emergência (DAE) deixando quatro

plantas por vaso.

Desde o plantio até os 32 dias após a semeadura todos os tratamentos foram

mantidos com a umidade a 60% da capacidade máxima de retenção de água no vaso,

para garantir o estabelecimento das plantas. Após este período, iniciou-se os

tratamentos com as tensões de água no solo. Os vasos referentes a tensão de água

no solo de 0 kPa foram inundados com uma lâmina de aproximadamente 2 cm acima

da superfície do solo.

As tensões foram acompanhadas três vezes ao dia: primeira leitura entre 7:00

e 9:00 hs, segunda leitura entre 11:00 e 13:00 hs e a terceira entre 16:00 e 17:00 hs.

35

Logo após cada leitura, realizou-se a irrigação quando necessário (retornando a

umidade do solo para a capacidade de campo), sendo a irrigação realizada

manualmente.

3.7 Variáveis analisadas

Durante a condução do experimento e na colheita (aos 121 dias) foram

avaliadas as seguintes variáveis:

o Ângulo Foliar: foi aferido com o auxílio de um transferidor (Figura 7). A

referência para as medidas foi o colmo principal das plantas de arroz e os

resultados foram dados em graus (º). Foram aferidas três plantas por parcela

experimental.

FIGURA 7. Determinação do ângulo foliar de plantas de arroz com auxílio de um transferidor.

o Leitura SPAD: obtida a partir da média de cinco leituras realizadas nas folhas

bandeiras, com auxílio do medidor portátil de clorofila modelo SPAD-502;

36

o Altura de plantas: a altura de plantas foi aferida desde a superfície do solo ao

ápice da panícula em todas as plantas das parcelas experimentais;

o Florescimento: número de dias transcorridos entre a emergência e 50% das

panículas emitidas;

o Número de perfilhos: determinado por meio da contagem de todos os perfilhos

na parcela;

o Número de folhas: determinado pela contagem de todas as folhas na parcela

experimental;

o Número de panícula: contagem do número de panículas contidas em cada

unidade experimental no momento da colheita;

o Comprimento da panícula: distância, em centímetros, da base da panícula à

ponta da última espigueta, determinada na época da colheita em dez panículas

de cada parcela;

o Número de grãos por panícula: número de grãos por panículas coletadas

aleatoriamente em cinco panículas de cada parcela;

o Porcentagem de grãos chochos: realizou-se uma relação entre o número de

grãos chochos e o número total de grãos em cinco panículas por parcela;

o Massa de grãos: foi obtida pela colheita de todas as panículas da parcela. A

trilha dos grãos (das panículas) foi realizada manualmente e em seguida foram

levadas a estufa de circulação forçada por 24 horas a 65 °C;

o Massa seca da parte aérea: as plantas foram cortadas rente ao solo e

acondicionadas em sacos de papel, identificadas e transferidas para estufa a

65 °C até obtenção de massa constante;

o Massa seca de raiz: as raízes foram lavadas e colocadas em sacos de papel,

identificadas e transferidas para estufa a 65°C até obtenção de massa

constante;

o Concentração de Silício: foi determinado na folha bandeira pelo método

descrito por Korndorfer et al.(2004);

o Acúmulo de Silício: foi calculado multiplicando-se a massa seca da parte aérea

total pela concentração de silício.

37

3.8 Análise estatística

Os resultados foram submetidos às analises estatísticas utilizando-se o

programa estatístico SAS – System for Windows (SAS INSTITUTE, 2000), com

análise de variância e teste de regressão a nível de significância até 5% de

probabilidade. Na verificação da correlação entre as variáveis analisadas utilizou-se o

software estatístico ASSISTAT, versão 7.7 beta (SILVA; AZEVEDO, 2009).

38

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Ângulo Foliar

Para o ângulo foliar de plantas de arroz (Figura 8), verificou-se de acordo com

o modelo estatístico aplicado, que não houve interação significativa entre as tensões

de água no solo e as doses de silício, ocorrendo efeito isolado para as doses de silício

avaliadas, a qual ajustou-se ao modelo quadrático de regressão. Constatou-se que o

menor valor de ângulo foliar (15,78°) foi observado na dose de silício de 785,8 mg dm-

3.

FIGURA 8. Ângulo foliar de plantas de arroz sob doses de silício em Latossolo Vermelho do Cerrado. AnF=ângulo foliar, s= silício. ***, significativo a 0,01% de probabilidade.

O aumento das doses de silício resultou em uma menor abertura do ângulo

foliar das plantas de arroz deixando-as mais eretas, diminuído o auto-sombreamento

das folhas inferiores do dossel (DEREN et al., 1994), fazendo com que essas fossem

fotossinteticamente mais eficientes, explorando melhor o espaço disponível no que se

refere a interceptação da radiação solar, além de aumentar sua longevidade e permitir,

também, maior perfilhamento.

A diferença no ângulo foliar foi a 14,73° entre as plantas adubadas com a dose

de silício que proporcionou o menor ângulo foliar e as plantas com ausência de

AnF = 30,537 - 0,0374885***s + 0,00002385**s2

R² = 0,99

15

17

19

21

23

25

27

29

31

33

0 120 240 360 480 600 720 840 960

Ân

gu

lo F

olia

r (°

)

Silício (mg dm-3)

39

adubação silicatada. Resultado semelhante foi encontrado por Zanão Júnior (2007)

que ao trabalhar com doses de silício e manganês na cultura do arroz observou uma

variação do ângulo foliar de 19° quando comparado a ausência com a presença de

adubação silicatada.

No presente estudo ficou evidente os sintomas visuais de deficiência de silício,

onde as folhas com ausência desse elemento apresentaram menor rigidez e as

bainhas inclinaram-se ocorrendo o auto-sombreamento, corroborando com as

observações realizadas por Dobermann e Fairhust (2000) que afirmam que nenhuma

outra desordem nutricional em plantas de arroz causa esse tipo de sintoma, apenas a

deficiência de silício.

Freitas et al. (2013) observaram decréscimo no ângulo foliar ao trabalharem

com as doses de silício de 0, 30, 60, 90 e 120 mg dm-3 e estresse por alumínio em

cultivares de arroz (BRS Talento e Guarani).

Segundo Ávila et al. (2010) e Gao et al. (2004) o silício confere às plantas de

arroz resistência ao acamamento, tornando as plantas mais eretas, resultando

também na melhoria da eficiência fotossintética em função da menor abertura do

angulo foliar, o que permite uma maior capitação da energia luminosa.

Ma et al. (2006) observaram que o silício em plantas de arroz confere melhores

condições morfofisiológicas à planta, especialmente quando estas estão submetidas

a estresse biótico ou abiótico.

4.2 Índice de Clorofila

A adubação silicatada influenciou o índice de clorofila das folhas de arroz

ajustando-se a modelo quadrático de regressão (Figura 9), demonstrando que a dose

de silício de 751,75 mg dm-3 foi responsável pelo o maior índice de clorofila (38,51).

O índice de clorofila em plantas de arroz adubadas com silício utilizada nesse

estudo evidencia o efeito benéfico do silício na arquitetura da planta como relatado na

literatura. Essa afirmação baseia-se na redução do ângulo foliar (Figura 8) ocasionado

pelo aumento das doses de silício, sendo possível observar que na dose de 785 mg

dm-3 de silício houve um menor ângulo foliar, situada próxima a dose 752 mg dm-3 em

que se obteve o maior índice de clorofila.

40

FIGURA 9. Índice de clorofila de plantas de arroz sob adubação silicatada em Latossolo Vermelho do Cerrado. IC= Índice de clorofila, s= silício. ***, **, significativo a 0,01% e 1% de probabilidade.

O silício melhora a arquitetura das plantas de arroz aumentando o

aproveitamento de luz pelas folhas das plantas o que gera um acréscimo da taxa

fotossintética em tais plantas, proporcionando um aumento de poder redutor (NADP,

NADPH, etc.) e consequentemente, uma maior capacidade de assimilação de

nitrogênio pelas plantas (TAIZ; ZEIGER, 2004).

Os resultados obtidos neste trabalho corroboram aos descritos por Savant et

al. (1999) ao trabalharem com cana-de-açúcar e doses de silício constataram aumento

no índice de clorofila e aos encontrados por Al-Aghabary et al. (2005) ao estudarem a

cultura do tomateiro observaram aumento do índice de clorofila pelo fornecimento de

silício às plantas.

Turner e Jund (1991) determinaram que o índice de clorofila acima da faixa de

40-42 para a cultura do arroz corresponde ao nível crítico de leitura do clorofilômetro.

Esses valores são superiores ao encontrado no presente estudo (38,51), porque

índice de clorofila foi realizado durante a fase reprodutiva da cultura do arroz, nessa

fase grandes quantidades de nutrientes principalmente nitrogênio, são remobilizados

a partir das partes vegetativas para o crescimento e enchimento dos grãos (Silveira,

1987).

IC = 26,27523610 + 0,03255078***s + 0,0000265**s2

R² = 0,87

23

26

29

32

35

38

41

0 120 240 360 480 600 720 840 960

Índic

e d

e C

loro

fila

Silício (mg dm-3)

41

Ávila et al. (2010) trabalhando com a interação entre silício e nitrogênio na

cultura do arroz, observaram um índice de clorofila máximo de 41,5 na dose de silício

de 50 mg L-1 em solução nutritiva.

Segundo Agarie et al. (1998), o aumento da capacidade fotossintética das

plantas pode estar relacionado à presença do silício no sistema, por proporcionar

melhor arranjo das folhas, tornando-as, dessa maneira, mais eretas e mais resistentes

a possíveis danos, além de reduzir a evapotranspiração das folhas melhorando o

aproveitamento de água.

4.3 Altura de Plantas

Para a altura de plantas houve efeito das tensões de água solo analisadas,

ajustando-se a modelo quadrático de regressão (Figura 10) com ponto de menor altura

de plantas na tensão de água de 59 kPa. A altura máxima de plantas foi de 95,37 cm

obtida na tensão de água no solo de 0 kPa.

FIGURA 10. Altura de plantas de arroz submetidas as tensões de água no solo em Latossolo Vermelho do Cerrado. AP= altura de plantas, t= tensão de água no solo. ***, significativo a 0,01% de probabilidade.

A diminuição do conteúdo de água no solo reduziu a altura de plantas,

proporcionando entre a tensão de água de 0kPa e a tensão (59 kPa) que proporcionou

a menor altura de plantas uma diferença na altura de plantas de 25,77 cm.

AP= 95,568 - 0,86934653***t + 0,00733058***t2

R² = 0,98

65

72

79

86

93

100

0 15 30 45 60

Altu

ra d

e P

lanta

s (

cm

)

Tensão de água no solo ( kPa)

42

Zou et al. (2007), relatam uma correlação negativa do déficit hídrico com a

altura de plantas de arroz, com reduções de até 12,5 cm na altura de plantas. Arf et

al. (2001) verificaram aumento na altura de plantas de arroz com a utilização da

irrigação por aspersão.

Os resultados observados para altura de plantas, estão de acordo com aqueles

citados pela literatura, afirmando que plantas submetidas a estresse hídrico

apresentam-se menores estaturas, quando comparadas àquelas que se desenvolvem

em condições adequadas de fornecimento de água (KOZLOWSKI, 1968; BEGG e

TURNER, 1976; KLAR et al., 1988).

Terra et al. (2013) estudando a tolerância de linhagens de arroz de terras altas

submetidas a estresse hídrico verificaram a redução na altura de plantas de 133 cm

para 119 cm quando comparado plantas sem estresse hídrico com plantas submetidas

ao estresse.

Moro (2012) em estudo de tensões de água no solo (10, 30, 50 e 70 kPa) e

aplicação de silicato de cálcio em cultivares de arroz, Curinga e IAC 202 obteve uma

altura média de 54 cm e 59 cm, respectivamente, na tensão de água no solo de 70

kPa aos 84 dias após a emergência. Como a água é importante componente celular

a sua redução no solo por meio das tensões de água no solo, diminui o fornecimento

de substancias reguladoras de crescimento (KRAMER, 1974), resultando em plantas

com baixa estatura.

Crusciol et al. (2003b) ao estudarem lâminas de água na cultura do arroz

(Cultivar Caiapó) observaram uma altura média de 134 cm para o tratamento sem uso

de irrigação (cultivo de sequeiro) e de 149 cm para o tratamento cuja lâmina foi

calculada baseada em 1,5 x Kc da cultura.

Silva (2012) observou altura de plantas de arroz de 93 cm e 86 cm nos

tratamentos com reposição de 100% da evapotranspiração e 50% da

evapotranspiração respectivamente, no genótipo de arroz Carreon.

4.4 Número de Folhas e de Perfilhos

Para o número de folhas e de perfilhos observou-se efeito significativo das

tensões de água no solo ajustando-se a modelo linear de regressão (Figura 11A e

11B). À medida em que elevaram-se as tensões de água no solo ocorreu decréscimo

na produção de número de folhas, variando de 200,8 a 180,6 folhas e de perfilhos,

43

com variação de 31,66 a 25, respectivamente. Essa reposta linear decrescente para

ambas variáveis deve-se ao número de folhas de plantas de arroz estar intimamente

ligado ao perfilhamento da planta.

FIGURA 11. Número de folhas (A) e número perfilhos (B) de plantas de arroz submetidas a tensões de água no solo em Latossolo Vermelho do Cerrado.F=número de folhas, PF=número de perfilhos, t=tensão de água no solo.***,**, significativo a 0.1% e 1% de probabilidade, respectivamente.

A redução do número de folhas e perfilhos com aumento das tensões de água

pode ser atribuído a necessidade da planta em diminuir a área foliar, evitando o

F = 200,8200549 -0,3946429**t R² = 0,67

173

178

183

188

193

198

203

208

0 15 30 45 60

Folh

as (

va

so

-1)

Tensão de água no solo (kPa)

PF = 30,16071429 - 0,09702381***t R² = 0,57

23

25

27

29

31

33

0 15 30 45 60

Pe

rfilh

os (

va

so

-1)

Tensão de água no solo (kPa)

A

B

44

processo de perda de água através da transpiração, aumentando a senescência das

folhas e, consequentemente, à morte dos perfilhos.

Para Lawlor & Uprety (1993), a principal causa da perda de produção sob

estresse hídrico é a redução do número e tamanho de folhas, em razão das menores

taxas fotossintéticas por unidade de área.

Santos et al. (2012) ao estudarem cultivares de trigo submetidas a déficit hídrico

no início do florescimento, em casa de vegetação, encontraram uma média de 11,38

perfilhos por planta no tratamento com a umidade próxima a capacidade de campo.

Esses resultados são superiores aos encontrados nesse estudo, em que o solo na

capacidade máxima de retenção de água no solo (5kPa), obteve-se uma média de 7,3

perfilhos por planta.

Sangoi et al. (2008) ao testarem quatro períodos de drenagem de água, em

vasos plásticos de 7 kg e cultivares de arroz de ciclo precoce e ciclo tardio,

encontraram valores médios de 27,4 e 29,7 em número de folhas e de 5,8 e 7,5 em

perfilhos, por planta para a cultivar de ciclo precoce e tardio, respectivamente.

Resultados superiores foram encontrados nesse estudo, com uma média de 50,2 e

7,91 em número de folhas e perfilhos, respectivamente, para o tratamento com a

menor tensão de água no solo (0kPa).

Segundo Guimarães et al. (2011), as plantas de arroz reagem ao estresse

hídrico com reduções na altura das plantas, produção de biomassa, aborto de

perfilhos e no atraso do desenvolvimento reprodutivo.

Houve efeito significativo no número de perfilhos para as doses de silício

ajustando-se a modelo quadrático de regressão (Figura 12). As plantas de arroz

apresentaram menor perfilhamento na dose de silício de 460 mg dm-3, sendo que na

dose de 960 mg dm-3 de silício houve o maior número de perfilhos. Isso pode ser

justificado em função dos benefícios conferidos à planta pela adubação com silício,

no qual a melhoria em sua fisiologia fez com que as maiores doses aplicadas de silício

fossem observados o maior número de perfilhos (25,5).

45

FIGURA 12. Número de perfilhos de plantas de arroz submetida à adubação silicatada em Latossolo Vermelho do Cerrado. PF= perfilhos, s= silício. *, significativo a 5% de probabilidade e ns, não significativo.

Portanto, o silício exerceu influência sobre o perfilhamento das plantas de arroz.

O número de perfilhos está relacionado à densidade de semeadura e com a

capacidade de perfilhamento da cultivar. No presente estudo, todas as unidades

experimentais continham quatro plantas, assim o aumento no número de perfilhos, na

maior dose de silício foi devido ao estímulo da cultivar ao perfilhamento, relacionado

com a maior disponibilidade de silício as plantas.

Esses resultados mencionados anteriormente, não corroboram aos observados

por Ávila et al. (2010), que não encontraram influência do silício (concentrações de 0

e 50 mg L-1) sobre o perfilhamento do arroz, assim como aos encontrados por Mauad

et al, (2003) com a cultivar IAC-202 em túnel plástico, não observaram efeitos

significativos da adubação silicatada nos componentes de produção (folhas, perfilhos

e massa seca).

Assis et al. (2000) também não verificaram diferença significativa no número de

perfilhos ao trabalhar em casa de vegetação com dose de silício até 177 mg dm-3.

Dastan et al. (2013) avaliando o efeito de doses de silício (0, 500 e 1000 kg.ha-

1) na produtividade de arroz observaram aumento no número de perfilhos. Yogendra

et al. (2014) em estudo para avaliar o efeito das doses de silício e nitrogênio sobre o

crescimento e produção de arroz, em condições de sequeiro, no norte da Índia,

observaram uma maior produção de perfilhos (16 perfilhos por planta) na dose de

PF = 28,2300615 - 0,01192419nss+ 0,00001298*s2

R² = 0,82

24

25

26

27

28

29

30

0 120 240 360 480 600 720 840 960

Pe

rfilh

os (

va

so

-1)

Silício (mg dm-3)

46

silicato de cálcio de 2 t ha -1. Ma et al. (1989) observaram que a adição de 100 mg dm-

3 de SiO2 como ácido silícico durante a fase reprodutiva aumentaram o rendimento da

palha de arroz (folhas + perfilhos).

Yasari et al. (2012), trabalhando com densidade de plantas de arroz e aplicação

de sílica, constataram um aumento de 11,6% no número total de perfilhos e de 14,2%

no número de perfilhos por planta com a aplicação de 250 kg ha -1 de sílica pura.

Savant et al. (1997) também observaram efeitos benéficos de silício sobre o

crescimento das plantas em termos de aumento do número de folhas. Segundo Kato

e Owa (2000) e Agari et al (1993) verificaram que o silício aumenta o crescimento do

arroz por meio do aumento no número de perfilhos por planta.

Pereira et al. (2004) ao analisarem fontes de silício na cultura do arroz relataram

que o acréscimo na quantidade de silício aplicada no solo aumentou o número

perfilhos produtivos e número total de perfilhos.

4.5 Florescimento

Em relação ao número de dias para o florescimento de plantas de arroz de

terras altas, houve significância isolada para tensões de água no solo ajustando-se a

modelo linear de regressão (Figura 13). Verifica-se que o cultivo de arroz com as

tensões de 45 e 60 kPa aumentaram em 5 e 7 dias o período para as plantas atingirem

o florescimento, quando comparado com o tratamento com a menor tensão (0kPa).

Esses resultados estão de acordo com os encontrados por Rodrigues et al.

(2004) ao trabalharem com manejo de água (sem irrigação e com irrigação) em

cultivares de arroz de terras altas observaram uma redução de 100 para 86 dias para

o florescimento nos tratamentos sem irrigação e com irrigação, respectivamente. Arf

et al. (2001) também verificaram alteração do período de florescimento e ciclo em

função da quantidade de água fornecida à cultura do arroz.

47

FIGURA 13. Número de dias da emergência ao florescimento de plantas de arroz submetidas a tensões de água no solo em Latossolo Vermelho do Cerrado. F=florescimento, t=tensão de água no solo. ***,significativo a 0,1% de probabilidade.

A água é o solvente em que os nutrientes minerais penetram nas raízes e são

transportados através da planta e em que os fotoassimilados e outros compostos

orgânicos são translocados. Sendo assim, a redução da quantidade de água no solo

causado pelo aumento das tensões de água no solo comprometem o desenvolvimento

e consequentemente a produtividade da planta. A ocorrência de períodos com

deficiência hídrica na fase vegetativa da cultura do arroz acaba aumentando o número

de dias para o florescimento (SOARES, 2008).

Rodrigues et al (1999), avaliaram as características fenológicas da cultivar IAC

201, sob três regimes hídricos, sendo um deles o regime hídrico natural e os outros

dois, irrigação baseada no coeficiente da cultura, observaram com o aumento da

disponibilidade de água, ocorreu uma diminuição do número de dias para o

florescimento e do ciclo da cultivar. Demonstrando como as condições ambientais

oferecidas as plantas alteram o seu comportamento, crescimento e desenvolvimento.

Faria e Folegatti (2001) em estudo sobre regimes hídricos em duas cultivares

de arroz de sequeiro observaram que o tratamento sem uso de irrigação suplementar

atrasou em 10 dias o florescimento da cultivar IAPAR 9 em comparação com o

tratamento irrigado na tensão de água no solo de 25 kPa.

F = 69,42307692 + 0,11666667***t R² = 0,89

68

70

72

74

76

78

0 15 30 45 60

Flo

rescim

ento

(d

ias)

Tensão de água no solo ( kPa)

48

Guimarães et al. (2006) também observaram que a deficiência hídrica retardou

o florescimento de cultivares susceptíveis à deficiência hídrica comparativamente às

linhagens mais resistentes.

4.6 Número e Comprimento Panícula

O número e o comprimento de panículas reduziram de forma linear, com as

tensões de água no solo (Figura 14A e B). Para o número de panículas e comprimento

de panículas houve um decréscimo de 10,5 e 9,1%, respectivamente, quando

comparado a menor tensão de água no solo (0kPa) com a tensão de 60 kPa.

O número de panículas é definido no período compreendido entre a germinação

até dez dias após a diferenciação do primórdio da panícula (Santos et al., 2006), está

relacionado diretamente com o número de perfilhos, pois as panículas originam-se da

elongação dos perfilhos, a partir da diferenciação do primórdio da panícula.

No presente estudo, observou-se que na menor tensão de água no solo (0 kPa),

onde houve maior disponibilidade hídrica encontrou-se maior número de perfilhos

(Figura 11B) e consequentemente maior número de panículas.

Segundo Pinheiro et al. (1985) condições externas adversas, durante a

diferenciação e o desenvolvimento inicial da panícula, podem provocar alterações no

primórdio floral ou na panícula jovem. Na cultura do arroz os períodos de 13 a 15 dias

antes do florescimento e no florescimento são os períodos mais críticos, por estar se

formando nesses estádios as estruturas reprodutivas e o grão de pólen.

Para Crusciol et al. (2006) a ocorrência de deficiência hídrica durante o

momento da passagem da fase vegetativa à fase reprodutiva reduz o número de

panículas por área, pois a deficiência hídrica leva a dormência às gemas axilares

(FORNASIERI FILHO & FORNASIERI,1993), inibindo a formação de novas panículas.

49

FIGURA 14.Número de panículas (A) e comprimento de panículas(B) de plantas de arroz submetidas as tensões de água no solo em Latossolo Vermelho do Cerrado. P= panículas, CP=comprimento panícula, t=tensão de água no solo. ***, significativo a 0,1% de probabilidade.

Resultados semelhantes foram obtidos por Heinemann e Stone (2009) ao

trabalharem com cultivares de arroz e condições hídricas (momento de irrigação aos

25 kPa e metade da lâmina de 25 kPa) constataram uma redução no número de

panículas por m2.

Artigiani et al. (2012) também observaram redução no número de panículas por

m2 em arroz de terras altas sob sistema de cultivo de sequeiro em relação ao irrigado

por aspersão.

P = 23, 14123626 - 0,04046429***t R² = 0,89

21

22

23

24

25

0 15 30 45 60

Pa

níc

ula

s (

va

so

-1)

Tensão de água no solo (kPa)

CP = 23,14123626 - 0,04046429***t R² = 0,92

20

21

22

23

24

0 15 30 45 60

Co

mp

rim

en

to P

an

ícu

la (

cm

)

Tensão de água no solo (kPa)

A

B

50

As plantas de arroz apresentaram comprimento médio de panículas na menor

tensão de solo (0kPa) de 23,14 cm. De acordo com a escala utilizada por Brasil (1997)

as panículas obtidas no tratamento de 0kPa são classificadas como médias que

variam de 22,1 a 25 cm.

O comprimento da panícula do arroz determina o número de grãos que podem

armazenar (CHENG et al., 2007) e, consequentemente, o rendimento do arroz (XING

e ZHANG, 2010), portanto, é uma das características mais importantes avaliados em

pesquisas relacionadas à o rendimento.

Para o número de panículas houve diferença significativa para as doses de

silício, ajustando-se a modelo quadrático de regressão, com menores números de

panículas na dose de silício de 490,34 mg dm-3 (Figura 15).

Korndörfer et al. (2002) estudando doses de silício (0, 200, 400 e 600 kg ha-1)

e três níveis de disponibilidade hídrica (60, 70 e 80% da capacidade de campo)

observaram aumento na produção de grãos e tolerância à falta de água, sendo que

os efeitos do silício sobre a produção de grãos foram maiores quando os solos foram

submetidos a menor disponibilidade de água.

FIGURA 15.Número de panículas de plantas de arroz sob doses de silício em Latossolo Vermelho de Cerrado. P=panícula, s= silício. *, significativo a 5% de probabilidade.

Esses resultados citados no parágrafo anterior corroboram ao descritos por

Dutra (2014), ao avaliar o crescimento de arroz sob a presença e ausência de silício

P =24,0543502 - 0,00858104*s + 0,00000875*s2

R² = 0,70

20.7

21.4

22.1

22.8

23.5

24.2

24.9

0 120 240 360 480 600 720 840 960

Pa

níc

ula

s (

va

so

-1)

Silício (mg dm-3)

51

em casa de vegetação, observou um aumento de 8,82 % no número de panículas no

tratamento com a presença de silício. Agari et al. (1993) afirmou que o silício aumenta

o número total de panícula e aumenta o peso de 1000 sementes.

Segundo Malavolta et al. (1997) o silício provavelmente diminui a atividade dos

íons Al3+ na solução do solo, o que faz com que haja um melhor desenvolvimento das

raízes e aumenta a velocidade de difusão dos nutrientes da solução do solo e,

consequentemente, provoca uma maior absorção de nutrientes pelas raízes.

Este mecanismo pode minimizar a fitotoxidez por alumínio e a carência de água

e nutrientes nos solos originalmente tropicais e subtropicais e, em consequência,

induzir um aumento da produção de grãos que está associada ao número de panículas

de plantas de arroz.

Ma et al. (1989) observaram que a adubação silicatada (100 mg dm-3 de SiO2)

como ácido silícico na cultura do arroz aumentou o número de panículas. Em pesquisa

realizada por Takahashi (1995) verificou-se que a ausência de silício reduziu o número

de panículas por m2.

Resultados contrários aos citados anteriormente foram observados por

Carvalho (2000) estudando, em condições de campo, efeitos de fontes e doses de

silício nos componentes da produção da cultura do arroz irrigado por aspersão. O

autor não obteve resposta significativa para o número de panículas por metro

quadrado. Enquanto, Barbosa Filho et al. (1998), em condições de campo observaram

que a dose de 400 kg ha-1 foi suficiente para aumentar o rendimento de grãos de arroz.

Como o silício promoveu a melhor arquitetura da planta (Figura 11),

possivelmente permite maior penetração da luz solar e maior absorção de CO2, o que

incrementou a taxa fotossintética, aumentando a translocação de assimilados para a

parte reprodutiva do arroz, as panículas.

O silício proporciona às plantas de arroz serem mais resistentes a doenças

fúngicas, e aumenta a porcentagem de espiguetas cheias, produção de sementes e

número de panículas. Em geral, o silício aumenta o número total de espiguetas por

panícula, a percentagem de espiguetas cheias, o peso de 1000 sementes e desta

forma, aumenta o rendimento de sementes de arroz (KATO; OWA, 2000).

52

4.7 Número de Grãos por Panícula

Houve efeito significativo no número de grãos por panícula para as tensões de

água no solo, ajustando-se a modelo quadrático de regressão (Figura 16). A tensão

de água no solo de 24,9 kPa proporcionou 141,7 grãos por panícula. Esses resultados

corroboram com os observados por Stone et al. (1986), no qual verificaram que tensão

acima de 25 kPa ocasionou a redução nos valores dos componentes da produção do

arroz.

FIGURA 16. Número de grãos por panícula de plantas de arroz submetidas as tensões de água no solo em Latossolo Vermelho do Cerrado.GP= número de grãos por panícula, t=tensão de água no solo. *, significativo a 5% de probabilidade e ns, não significativo.

A redução do número grãos por panícula pela ação de deficiência hídrica em

arroz do Cerrado foi relatada por Fageria (1980). Em estudo da influência de lâminas

de água no cultivo de arroz de terras altas, Crusciol et al. (2003a) não obtiveram

diferença significativa no número de grãos por panícula.

Pereira et al. (1994), em estudo realizado em casa de vegetação com a cultura

do arroz de terras em um solo aluvião do município de Pombal, na Paraíba, verificaram

que o limite de umidade do solo, nas fases vegetativa e reprodutiva, para não causar

redução acentuada na produção de grãos, foi o correspondente a 70–80% da

capacidade de campo.

GP= 126,7738372 + 1,1638ns t - 0,0222528*t2

R² = 0,85

110

120

130

140

150

0 15 30 45 60

Grã

os (

pan

ícu

la-1

)

Tensão de água no solo (kPa)

53

McCauley (1990) também reporta diminuição da produtividade de arroz irrigado

com aspersão devido a deficiência hídrica no período antecedente a floração, o que

significou menor número de grãos por panícula.

Rodrigues et al. (2004) observaram um decréscimo no número de grãos por

panícula da cultivar Confiança submetida ao manejo de água, apresentando um

número de grãos por panícula de 176,3.

Segundo Heinemann e Stone (2009) plantas de arroz de terras altas

submetidas a estresse hídrico reduzem a produtividade de grãos, pela redução no

número de panículas e de grãos por panícula.

4.8 Número de Grãos Cheios, Número de Grãos Chochos e Porcentagem de

Grãos Chochos

Para o número de grãos cheios e porcentagem de grãos chochos foi observado

significância isolada apenas para as tensões de água no solo (Figura 17A e C). O

número de grãos cheios reduziu linearmente em 30% com o aumento das tensões de

água no solo, enquanto a porcentagem de grãos chochos sofreu um acréscimo linear

de 46,91%, quando comparado a menor tensão de água no solo (0 kPa) com a maior

tensão de água no solo (60kPa).

Para o número de grãos chochos observou efeito significativo das tensões de

água no solo, com ajuste a modelo quadrático de regressão (Figura 17B), com maior

número de grãos chochos (241,6) observados na tensão de água no solo de 38 kPa.

Em condições de casa de vegetação, Stone et al. (1984) observaram que a

deficiência hídrica reduziu o número de espiguetas granadas por panícula, o peso dos

grãos, a produção de grãos e aumentou a percentagem de espiguetas chochas.

O maior número de grãos cheios e menor número de grãos chochos foram

observados na tensão de água no solo de 0kPa, devido a condição ocorrida na fase

vegetativa, em que havia uma disponibilidade hídrica favorável para a planta,

aumentando assim seu perfilhamento e o número de panículas.

O maior perfilhamento aumentou a área fotossinteticamente ativa, e com isso,

aumentou a produção de assimilados que seriam direcionados para o enchimento de

grãos, diminuindo o número de grãos chochos e consequentemente aumentou a

fertilidade dos grãos.

54

FIGURA 17.Número de grãos cheios (A), número de grãos chochos (B) e porcentagem de grãos chochos (C) de plantas de arroz submetido as tensões de água no solo em Latossolo Vermelho do Cerrado.GC= grãos cheios,GCH= grãos chochos, PCH=porcentagem de grãos chochos, t=tensão de água no solo. ***, significativo a 0,01% de probabilidade.

GC = 529,6607143 -2,5886905***t R² = 0,89

340

370

400

430

460

490

520

550

0 15 30 45 60

me

ro d

e g

rãos c

heio

s

Tensão de água no solo (kPa)

GCH = -0,085t2 + 6,4638t + 118,69R² = 0,90

100

130

160

190

220

250

0 15 30 45 60

Núm

ero

de g

rãos c

hochos

Tensão de água no solo (kPa)

PCH = 20,75459856 + 0,30570771***t R² = 0,81

15

20

25

30

35

40

45

0 15 30 45 60

Grã

os C

hoch

os (

%)

Tensão de água no solo (kPa)

A

B

C

55

Segundo Heinemann e Stone (2009) a deficiência hídrica causada pelas

tensões de água no solo aumentaram a esterilidade dos grãos de arroz terras altas

nas cultivares Soberana e Primavera em 85% e 74%, respectivamente.

De acordo com Serraj et al. (2009), os fortes efeitos da seca sobre o rendimento

de grãos de arroz são, em grande parte devido à redução na fertilidade de grãos.

Durante o período reprodutivo, quando ocorre a meiose das células-mãe de esporos

para a fertilização a falta de água nessa época provoca esterilidade ou má formação

dos grãos com grande reflexo na produtividade (MOREIRA; KLUGE, 1999).

No entanto, vale ressaltar que o efeito das condições hídricas do solo no

enchimento de grãos ocorre, em determinadas situações, bem antes dessa fase, pois

promove maior crescimento radicular, melhorando o estado nutricional da cultura e

refletindo diretamente na dinâmica de enchimento dos grãos (CRUSCIOL, 2001).

4.9 Massa de Grãos

Para a massa seca de grãos houve efeito significativo isolado para as tensões

de água no solo, com ajuste a modelo linear de regressão (Figura 18). O acréscimo

das tensões de água no solo provocaram uma redução na massa de grãos de 46,4%

quando comparado a menor tensão de água no solo (0kPa) com a maior tensão (60

kPa).

FIGURA 18. Massa de grãos de plantas de arroz submetidas as tensões de água no solo em Latossolo Vermelho do Cerrado. MG=massa de grãos, t=tensão de água no solo. ***, significativo a 0.01% de probabilidade.

MG = 60,90899725 -0,47101786***t R² = 0,93

30

35

40

45

50

55

60

65

70

0 15 30 45 60

Ma

ssa g

rãos (

g v

aso

-1)

Tensão de água no solo (kPa)

56

A diminuição no peso dos grãos devido ao déficit hídrico ocorre pela redução

da fotossíntese, causando assim a redução na translocação de carboidratos

(KRAMER 1974). A maior parte do carboidrato do grão é produzido pela fotossíntese

durante o período de maturação, ainda que alguns carboidratos acumulados nos

colmos e bainhas, antes do florescimento, se translouquem para os grãos (CRUSCIOL

et al., 2008).

Mostajeran e Eichi (2009) relataram resultados semelhantes com as

observações realizadas nesse estudo, em que a escassez de água influenciou

negativamente o rendimento do arroz, com a redução da massa de grãos.

Yue et al. (2006) verificaram que sob estresse hídrico a cultura do arroz diminui

o rendimento devido a redução da fertilidade das espiguetas assim como a taxa de

panícula fértil e de massa de grãos.

Lafitte et al. (2006) também observaram variação na produtividade de grãos de

genótipos de arroz quando submetidas ao déficit hídrico. O decréscimo da massa de

grãos em função da disponibilidade hídrica no solo também foram observados por

Suriyan et al. (2010).

Quando o déficit hídrico ocorre na fase de maturação reduz a massa dos grãos

(PRASERTSAK; FUKAI, 1997). Como os tratamentos nesse estudo foram impostos

em todas as fases fenológicas da cultura justifica-se o efeito de redução na massa de

grãos quando aumentou-se as tensões de água no solo.

4.10 Massa seca da Parte Aérea

Para a massa seca da parte aérea foi observado efeito significativo das tensões

de água no solo com os resultados ajustando-se a modelo quadrático de regressão

(Figura 19). Observou-se uma redução na massa seca da parte aérea de 24,24%

quando comparado a menor tensão de água no solo (0kPa) com tensão de 45 kPa

que proporcionou a menor massa menor massa seca da parte aérea (49,1 g vaso-1).

57

FIGURA 19. Massa seca da parte aérea de plantas de arroz submetidas as tensões de água no solo em Latossolo Vermelho do Cerrado. MSPA=massa seca da parte aérea, t=tensão de água no solo. ***, significativo a 0,1% de probabilidade.

Essa redução na massa seca da parte aérea corrobora com os resultados

observados por Sariam (2009) ao trabalhar com plantas de arroz em casa de

vegetação, em que obteve uma redução de 47% na massa seca de parte aérea na

fase de maturação de 47% no tratamento irrigado, com a tensão de água no solo

variando de 30 a 50 kPa, quando comparado a condição de solo inundado.

Segundo Mauad et al. (2011) o aumento da tensão de água do solo até 50 kPa

reduz a massa seca da parte aérea de cultivares de plantas de arroz. O aumento da

massa seca da parte aérea da cultura do arroz em função das lâminas de água

também foram relatados por Crusciol et al. (2003a).

Moro (2012) encontrou dados de massa seca da parte aérea de 45,43,31, e 26

g planta-1 para cultivar IAC 202 para as tensões de água no solo de 10, 30, 50, e 70

kPa, respectivamente, aos 84 dias após a emergência.

Amiri et al. (2009) ao analisarem oito variedades e um híbrido de arroz cultivado

em casa de vegetação observaram 101, 5 g vaso-1 de massa seca da parte aérea do

híbrido cultivado em condições inundadas.

MSPA =64,77632475 - 0,70369532***t + 0,00788133***t2

R² = 0,98

45

50

55

60

65

70

0 15 30 45 60Ma

ssa

se

ca

da

pa

rte

rea

( g

va

so

-1)

Tensão de água no solo ( kPa)

58

4.11 Massa Seca de Raízes

Para a massa seca de raízes houve diferença significativa para as tensões e

água no solo, com ajuste ao modelo quadrático de regressão (Figura 20). A massa

seca de raízes seguiu o mesmo comportamento da massa seca da parte aérea (Figura

19) com o menor valor para a tensão de água no solo de 38 kPa.

FIGURA 20. Massa seca de raízes de plantas de arroz submetidas as tensões de água no solo em Latossolo Vermelho do Cerrado. MSR=massa seca de raiz, t=tensão de água no solo. ***, **, significativo a 0,1%,1% de probabilidade, respectivamente.

Esses resultados mencionados anteriormente corroboram com Beyrouty et al.

(1992), que ao trabalharem com arroz cultivado em condição inundada, relataram

aumento considerável na massa de raiz quando comparado com arroz cultivado com

irrigação suplementar.

O aumento da massa seca de raiz com as mesmas tensões também foi obtido

por Sariam (2009), que trabalhando com plantas de arroz em casa de vegetação com

solo inundado, solo na capacidade de campo e solo com tensão de água no solo

variando de 30 a 50 kPa obteve para a massa seca de raiz valores de 64,16, 63,4 e

16,24 g vaso-1 respectivamente.

Resultados semelhantes foram observados por Silva (2012) nos quais para os

tratamentos com deficiência hídrica a massa seca de raízes de cultivares de arroz

BRA01600, Carreon e IRRI2, aumentou em 194%, 137% e 149% respectivamente.

MSR = 97,18316030 - 1,81182950***t + 0,02432444**t2

R² = 0,93

60

70

80

90

100

110

0 15 30 45 60

Ma

ssa s

eca r

aiz

(g

va

so

-1)

Tensão de água no solo (kPa)

59

Cerqueira (2009), em trabalho de casa de vegetação com vasos de 3 dm3,

observou que na imposição de estresse hídrico em cultivares de arroz, promoveu

reduções na massa seca da parte aérea e massa seca de raízes da cultivar Jatobá,

de 41,70 e 58,22%, respectivamente, e na cultivar Catetão, esses valores

corresponderam a 21,60 e 56,69%, respectivamente, quando comparado ao

tratamento sem estresse hídrico.

No presente estudo, foi possível observar que em condições de restrição

hídrica ocasionados na tensão de água no solo de 60 kPa, houve um aumento de 15%

na produção de raízes em relação às tensões de 38kPa.

Esses resultados demonstram que o mecanismo de aumento do sistema

radicular foi acionado pelo efeito da deficiência hídrica, certamente pelo ajuste

osmótico na zona de crescimento das raízes, que induz aumento do potencial de

pressão, o que favoreceu o alongamento e a divisão celular e, por conseguinte, o

crescimento radicular.

De acordo com Kato e Okami (2011) mudanças morfológicas na raiz da planta

do arroz são as principais razões para a adaptação desta cultura no sistema de cultivo

de sequeiro. Segundo Das e Jat (1977), quando o suprimento de água é adequado

para a cultura do arroz, ocorre o aumento na massa seca de raízes.

4.12 Concentração de silício

A concentração de silício na folha bandeira apresentou efeito significativo para

as tensões de água no solo, com ajuste ao modelo quadrático de regressão (Figura

21). A tensão de água no solo de 47 kPa proporcionou a menor concentração de

silício.

Em condições de solo alagado, mantida a tensão de água no solo em 0kPa,

observou-se a maior concentração de silício (15,18 g kg-1), visto que as plantas de

arroz apresentaram maior valor de massa seca da parte aérea nesse tratamento

(Figura 19) portanto, absorveram maior quantidade de água e nutrientes.

60

FIGURA 21. Concentração de silício na folha bandeira de plantas de arroz submetidas as tensões de água no solo em Latossolo Vermelho do Cerrado. CS=concentração de silício, t= tensão de água no solo. *** significativo a 0,1% de probabilidade.

As plantas de arroz absorvem o silício presente no solo na forma de ácido

monossilíco (H4SiO4) de forma passiva, com o elemento acompanhando a absorção

de água (JONES; HANDRECK, 1967). Dessa forma, a quantidade de água presente

no solo interfere diretamente na quantidade de silício absorvida e acumulada pelas

plantas de arroz.

A distribuição de silício na planta está relacionada com a taxa transpiratória das

partes da planta. Nas plantas de arroz, 90% do silício absorvido encontra-se na parte

aérea (KORNDÖRFER et al., 1999).

Resultados superiores aos encontrados nesse trabalho foram citados por

Malavolta (1980) pelos os quais encontrou concentrações que variam entre 28 e 62,2

g kg-1 de silício para o arroz irrigado.

Ao trabalhar com arroz de sequeiro, Méndez Baldeón (1995) encontrou valores

máximos de concentração 35 g kg-1 de silício em plantas de arroz de sequeiro.

Mauad et al. (2011) obtiveram resultados que não corroboram aos observados

neste estudo, em que as concentrações de silício na parte aérea aumentaram

juntamente com os valores das tensões de água no solo. Para as tensões de água no

solo de 25 kPa e 50 kPa, foram observados teores de 2,14 e 7,68 mg kg-1 de silício,

respectivamente.

CS = 15,18287375*** - 0,26783309***t + 0,00279153***t2

R² = 0,88

8

9

10

11

12

13

14

15

16

0 15 30 45 60

Co

nce

ntr

ação

de s

ilício

( g

kg

-1)

Tensão de água no solo (kPa)

61

De acordo com Korndörfer et al. (1999), as concentrações de silício na parte aérea

de arroz são classificados como baixo, menor que 17 g kg -1, médio entre 17 a 34 g

kg -1 e alto, acima de 34 g kg -1.

O comportamento de regressão polinomial descrito para a concentração de silício

na folha segue o mesmo apresentado pela a massa seca de raízes (Figura 20), o que

confirma a importância do sistema radicular na absorção dos nutrientes da solução do

solo. De acordo com Vilela e Anghinoni (1984), a eficiência de absorção dos nutrientes

pelas plantas varia na razão direta com morfologia do sistema radicular.

No presente estudo não observou-se efeito significativo das doses de silício

aplicadas na concentração de silício na folha bandeira de plantas de arroz, com teores

médios de 11,01 g kg-1 de silício.

Tendo em vista o efeito positivo da aplicação de silício no incremento da

concentração nas folhas em vários trabalhos com arroz (KORNDORFER et al.,1999;

LIANG et al., 1994) esperava-se também, nesse estudo, resposta para essa

característica, entretanto a aplicação do elemento em diferentes doses não afetou as

concentrações nas folhas.

É importante ressaltar que as cultivares de arroz diferem bastante quanto à sua

capacidade de absorver silício (Barbosa Filho et al., 1998).

4.13 Acúmulo de Silício

As tensões de água no solo influenciaram o acumulo de silício em plantas de

arroz, ajustando-se a modelo quadrático de regressão (Figura 22), demonstrando que

a tensão de água no solo de 46,4kPa foi responsável pelo menor acúmulo de silício.

Mauad et al. (2011) em estudo em casa de vegetação, com plantas de arroz,

mantendo a umidade do solo na capacidade de campo, observaram uma acúmulo de

silício na parte aérea da cultivar Caiapó de 36 mg planta-1 no estádio de perfilhamento.

O acúmulo de silício na parte aérea é constituído pelo produto da concentração

com a massa seca da parte aérea, e segue a mesma tendência que o ocorrido nesses

fatores, ou seja, com resposta quadrática para as tensões de água no solo, sendo que

houve decréscimo de massa seca de parte aérea, na concentração e no acúmulo de

silício até a tensão de 45 kPa.

62

FIGURA 22. Acúmulo de silício em plantas de arroz submetidas as tensões de água no solo em Latossolo Vermelho do Cerrado. AC=acúmulo de silício, t= tensão de água no solo. ***, significativo a 0,1% de probabilidade.

O transporte e o acúmulo de silício podem ocorrer a favor do fluxo de

transpiração, sendo que o acúmulo pode ser regulado pela produção de massa seca

(SANGSTER, 2001) o que pode justificar maior acúmulo de silício (987,3 mg vaso-1)

na tensão de água no solo de 0kPa, onde houve maior fornecimento de água e maior

produção de massa seca da parte aérea. Jones e Handreck (1967) observaram

relação entre a absorção e acúmulo silício e a produção de massa seca da parte

aérea.

Oliveira (2009) ao trabalhar com plantas de arroz e trigo observaram um

acúmulo de silício de 114 e 84 mg de silício por plantas, respectivamente.

O acúmulo de silício em plantas apresenta relação positiva com o aumento da

eficiência de uso da água e, com a taxa de fotossíntese, sendo que esses dois fatores

favorecem a absorção de silício, produção de massa seca e acúmulo desse nutriente

(EPSTEIN, 1999, WALKER; LANCE, 1991).

As doses de silício aplicadas nesse estudo não influenciaram no acúmulo de

silício na parte aérea de plantas de arroz apresentando uma média de 617,4 mg vaso-

1 de silício.

AC = 9877, 3087583 - 24,5249868***t + 0,2642306***t2

R² = 0,91

300

450

600

750

900

1050

1200

0 15 30 45 60

Acúm

ulo

de s

ilício

(m

g v

aso

-1)

Tensão de água no solo (kPa)

63

4.14 Correlações

No estudo de correlação foi verificada relação positiva e negativa (Tabela 4)

entre as variáveis analisadas.

Pela análise de correlação simples entre variáveis, verificou-se correlação

negativa de -0,52 entre o índice de clorofila e o ângulo foliar. Portanto, um menor

ângulo foliar torna as plantas mais eretas, o que melhora o aproveitamento de luz

pelas folhas e gera um aumento da taxa fotossintética, influenciando diretamente na

capacidade de assimilação de nitrogênio pelas plantas (TAIZ; ZEIGER, 2004).

Como o índice de clorofila está diretamente relacionada com avaliação da

nutrição nitrogenada, pode-se afirmar que a arquitetura da planta influenciou na

assimilação do nitrogênio, uma vez que existe correlação positiva entre o índice de

clorofila e a concentração de nitrogênio nas folhas de gramíneas (COSTA et al., 2008).

TABELA 4. Coeficientes de correlação das variáveis estudadas para cultura do arroz.

IC AP AnF FL MSPA PCH MSR MGRA

IC 1 0,05ns -0,5226** 0,1466ns 0,2484ns -0,0396ns 0,2574ns 0,0259ns

AP 1 0,2608ns -0,6777** 0,7534** -0,6492** 0,3359* 0,861**

AnF 1 -0,2205ns 0,1527ns -0,2177ns 0,0708ns 0,3282*

FL 1 -0,5728** 0,4727** -0,1738ns -0,727**

MSPA 1 -0,5236** 0,6445** 0,6667**

PCH 1 -0,2283ns -0,7848**

MSR 1 0,284*

MGRA 1

IC- índice de clorofila; AP- altura de plantas; AnF- ângulo foliar; FL- florescimento; MSPA-

massa seca da parte aérea; PCH- porcentagem de grãos chochos; MSR- massa seca de

raízes; MGRA- massa de grãos. ns, não significativo, **, *, significativo a 1 e 5% de

probabilidade, respectivamente.

O número de dias para o florescimento e a massa de grãos correlacionaram-se

mas com comportamento inversamente proporcional. O valor da correlação entre as

duas variáveis foi de -0,73, sugerindo que o aumento nos dias para o florescimento

determinam a redução da massa grãos.

Conforme Xu et al. (2005) o período do florescimento pode ser utilizado como

mecanismo de escape ao estresse hídrico, as plantas aceleram o florescimento e

enchendo os grãos antes que o estresse se torne muito severo. A correlação entre

64

floração e a massa de grãos pode ser dependente da maior capacidade da planta em

direcionar os fotoassimilados para o enchimento precoce dos grãos, característica

relacionada à floração mais precoce.

Correlação entre esses fatores também foram observadas por Lanceras et al.

(2004) ao avaliarem duas linhagens de arroz tolerantes à seca nos quais detectaram

alta correlação negativa entre dias até a floração e produção de grãos.

A massa seca da parte aérea correlacionou-se positivamente com a massa

seca de raiz com coeficiente de correlação de 0,65. Yoshida (1981), Lopes (1997)

também observaram que o crescimento radicular está diretamente relacionado ao

crescimento da parte aérea do arroz. A redução do crescimento radicular resulta em

menor absorção de água e nutrientes do solo o que afeta o crescimento da parte aérea

(JEON, 2006).

A altura de plantas e a porcentagem de grãos chochos influenciaram a massa

de grãos. Sendo que a massa de grãos é o componente de produção que mais afeta

o rendimento da cultura do arroz. Plantas com maior altura produzem e armazenam

uma quantidade maior de fotoassimilados, portanto apresenta correlação positiva com

a massa de grãos.

Marchezan et al. (2005) ao analisarem correlação entre os componentes de

produção em arroz, observaram correlação positiva entre a altura de plantas e massa

de grãos. Tal observação pode ser atribuída à capacidade da cultivar em produzir e

acumular mais fotoassimilados a serem direcionados para o enchimento de grãos.

De acordo com Courtois e Lafitte (1999), uma das respostas para a

porcentagem de grãos chochos pode estar relacionada à esterilidade do pólen,

quando o estresse coincide com a meiose, o que diminui a massa de grãos.

Jongdee et al. (2002) também observaram que a redução no rendimento de

grãos sob estresse ocorria, principalmente, devido à porcentagem de grãos chochos.

65

5 CONCLUSÕES

Não há interação significativa entre a adubação silicatada e as tensões de água

no solo no cultivo de arroz de terras altas em Latossolo Vermelho do Cerrado.

A adubação silicatada melhorou a arquitetura das plantas de arroz, com a

redução do ângulo foliar e aumento do índice de clorofila nas doses de silício de 785

e 750 mg dm-3, respectivamente.

A tensão de água no solo de 45 kPa promoveu redução na massa seca da parte

aérea, massa seca de raízes, concentração e acúmulo de silício em plantas de arroz

de terras altas.

A tensão de água no solo de 25 kPa proporciona maior número de grãos por

panícula em plantas de arroz de terras altas.

O aumento das tensões de água no solo reduzem o rendimento da cultura de

arroz de terras altas cultivado em vasos sob Latossolo Vermelho do Cerrado.

66

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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