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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA SAÚDE DO TRABALHADOR: LEGISLAÇÃO E DIAGNOSTICO PRECOCE DAS ALTERAÇÕES AUDITIVAS. Regiane Trajano Oliveira Cuiabá 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA

GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

SAÚDE DO TRABALHADOR: LEGISLAÇÃO E DIAGNOSTICO

PRECOCE DAS ALTERAÇÕES AUDITIVAS.

Regiane Trajano Oliveira

Cuiabá

2015

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SAÚDE DO TRABALHADOR: LEGISLAÇÃO E DIAGNOSTICO

PRECOCE DAS ALTERAÇÕES AUDITIVAS.

Regiane Trajano Oliveira

Monografia apresentado à graduação em

saúde coletiva do Instituto de Saúde

Coletiva da Universidade Federal de

Mato Grosso para a conclusão do curso

de graduação. Sob a orientação da

Professor Dr. Wanderlei Antonio Pignati

e Coorientadora Ms. Alba Regina Silva

Medeiros.

Área de Concentração: Saúde Coletiva

Cuiabá

2015

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais que são a base e meu refugio mesmo quando por vezes desistir

foi minha vontade durante o curso.

A minha amiga Sandra Antunes (In Memorian) que me encorajou nesta jornada

acadêmica e pela sincera amizade que refletirá a profissional sanitarista que me tornei.

Saudades!

Ao meu orientador Wanderlei Pignati e coorientadora Alba Regina Silva

Medeiros que me ajudaram na trajetória acadêmica e no decorrer do curso.

Aos Professores do curso que no decorrer deste sempre estiveram boa vontade,

dedicação e conhecimento para nossa formação. Meu eterno Obrigado.

E, finalmente, a DEUS pela oportunidade e pelo privilégio que nos foram dados

em compartilhar tamanha experiência e, ao frequentar este curso, perceber e atentar para

a relevância de temas que não faziam parte, em profundidade, das nossas vidas.

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AGRADECIMENTOS

A construção deste trabalho se deu a partir de muitas renuncias e sacrifícios. O

termino do curso significa a conclusão de ciclos de grandes e fiéis amizades que

construímos durante essa jornada.

Primeiramente fico agradecida a DEUS, meu guia e pai supremo. Sob seu olhar

e orientação formou arranjos para que eu não desanimasse e nem desistisse. Fortaleceu-

me na caminhada.

Gostaria também de aqui agradecer a parceria e companheirismo dos meus

familiares que compreenderam as abdicações que foram necessárias para essa

importante formação;

Aos meus professores que sobre suas orientações tivemos aulas leves,

descontraídas e interessantes.

Meu agradecimento também aos meus colegas e amigos de turma. Nunca se

omitiram em me ajudar e trocamos dores e alegrias.

Por fim, agradecer a todos os envolvidos no processo de construção deste

curso. Pois, apesar dos percalços souberam sempre que a nossa formação profissional

era de suma importância para a qualidade dos trabalhos prestados a sociedade.

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REGIANE TRAJANO OLIVEIRA

SAÚDE DO TRABALHADOR: LEGISLAÇÃO E DIAGNOSTICO

PRECOCE DAS ALTERAÇÕES AUDITIVAS.

Orientadora: Profa. Dr. Wanderlei Antonio Pignati

Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Saúde Coletiva da

Universidade Federal de Mato Grosso, como requisito parcial para obtenção do

título de Bacharel em Saúde coletiva.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________

Prof. Ms. Alba Regina Silva Medeiros

Orientadora

_____________________________________________

Prof. Ms. Maria Ângela Conceição Martins

1ª Examinadora

_____________________________________________

Prof. Dr. Dr. Luis Henrique da Costa Leão

2ª Examinador

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OLIVEIRA, R.T. Vigilância em Saúde do Trabalhador: Normas e Diagnostico

precoce das Alterações Auditivas. XX p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação

em Saúde Coletiva) - Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federal de Mato

Grosso, Cuiabá, 2015.

RESUMO

Introdução: A temática sobre a saúde do trabalhador é um campo que procura

relacionar o processo saúde/doença e as atividades ocupacionais. Neste sentido a

problemática das perdas auditivas no trabalhador ganha destaque, tendo principalmente

o ruído como a terceira maior causa de poluição do mundo. Objetivo: foi descrever a

legislação existente da saúde auditiva do trabalhador, assim como as formas de

diagnósticos precoce dessas alterações mais conhecidas e as Políticas de Promoção e

Proteção em Saúde. Metodologia: trata-se de uma revisão da literatura. Os critérios de

inclusão para seleção das publicações foram: livros, teses, documentos ministeriais,

artigos na temática de alterações auditivas na saúde do trabalhador. Resultados e

Discussão: a legislação vem crescendo com normatizações mais especificas em outros

países. No Brasil isto começou a ser pensado de forma tardia e ainda temos muito que

progredir. Exames para detecção precoce dos agravos auditivos ocupacionais se

apresentam como uma importante saída desses problemas. Conclusão: Como sanitarista

temos importante papel de proteger o trabalhador, com o respaldo legal para o exercício

de suas funções e obrigar a classe patronal a investir na saúde e segurança no trabalho.

Palavras chaves: Diagnóstico precoce, normatização nacional e internacional, proteção à

saúde do trabalhador e ruído ocupacional.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 15

2.1 Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) e Perda Auditiva Ocupacional (PAO)

.................................................................................................................................... 15

2.2 Diagnostico precoce da perda auditiva ................................................................. 17

a) Ruído ................................................................................................................... 17

b) Produtos Químicos e Vibração ........................................................................... 18

3. JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 20

4. OBJETIVOS............................................................................................................ 20

5. METODOLOGIA ................................................................................................... 21

6. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO .......................................................................... 24

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 35

8. RECOMENDAÇOES ................................................................................................. 36

9. REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 38

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Regulamentações relacionadas à saúde auditiva ocupacional em alguns países

........................................................................................................................................ 25

Quadro 2: Leis e portarias relacionadas à saúde auditiva ocupacional no Brasil........... 30

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LISTA DE ABREVIATURAS

ACGIH - American Conference of Governmental Industrial Hygienists

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

CCE - Células Ciliadas Externas

CCI - Células Ciliadas Internas

CEREST - Centros de Referência em Saúde do Trabalhador

CIB - Comissão Intergestora Bipartite

CLT - Consolidação das Leis do Trabalho

dB - decibel (um décimo do Bel)

Hz - Hertz

LT - Limite de Tolerância

MPL - Mudança Permanente no Limiar

MS – Ministério da Saúde

MTE – Ministério do Trabalho e Emprego

MTL - Mudança Temporária no Limiar

NIOSH - National Institute for Occupational Safety and Health

NOAS – Norma Operacional da Assistência à Saúde

NR15 – Norma Regulamentadora Nº 15

NR-15 - Norma Regulamentadora nº 15 (Atividades e Operações Insalubres).

NR17 – Norma Regulamentadora Nº 17

NR7 – Norma Regulamentadora Nº 07

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NR-7 - Norma Regulamentadora nº 7 (Programa de Controle Médico de Saúde

Ocupacional).

NR9 – Norma Regulamentadora Nº 09

NR-9 - Norma Regulamentadora nº 9 (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais).

OSHA - Occupational Safety and Health Administration.

PAIR – Perda Auditiva Induzida por Ruído

PCA - Programa de Conservação Auditiva

PNSST – Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador

PNSTT – Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora

RENAST - Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador

SUS - Sistema Único de Saúde

TLV -Threshold Limit Value

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1. INTRODUÇÃO

Historicamente o campo da saúde do trabalhador em nosso país veio mais

fortemente com a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT em 1943. Especialmente

entre os anos 1960-70 com a vinda de multinacionais para o Brasil (PIGNATI et al.,

2013). Porém, a política Nacional de Saúde do trabalhador e da trabalhadora – PNSTT,

só foi instituída em Portaria Nº 1.823 de 2012, do Ministério da Saúde (MS) a partir do

Decreto 7.602 de 2011, com a Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho –

PNSST, que considera o SUS responsável pelas ações em todos os níveis de atenção a

saúde dos trabalhadores. Os princípios e diretrizes que alinham aos que norteiam o SUS

estão presentes: universalidade, integralidade, participação da comunidade, dos

trabalhadores e do controle social, descentralização, hierarquização, equidade e

precaução.

O Ministério da Saúde (MS) conceitua que “trabalhadores são todos os homens e

mulheres que exercem atividades para sustento próprio e/ou de seus dependentes,

qualquer que seja sua forma de inserção no mercado de trabalho, nos setores formais ou

informais da economia” (BRASIL, 2001a).

Na portaria MS nº 1.378, de 9 de julho de 2013, fala sobre a vigilância em saúde,

considerando “planejamento, estabelecendo prioridades e estratégias, monitoramento e

avaliação das ações de saúde pública”, e subdivide os segmentos de ações enfocando

um campo exclusivo para a vigilância em saúde do trabalhador. Designando a este o

trabalho de promoção à saúde. Sendo assim a saúde do trabalhador no SUS é:

Promoção e a proteção da saúde do trabalhador, por meio do

desenvolvimento de ações de vigilância dos riscos presentes nos ambientes e

condições de trabalho, dos agravos à saúde do trabalhador e a organização e

prestação da assistência aos trabalhadores. (BRASIL, 2001b).

A Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) incorporada ao SUS teve sua

execução mais descentralizada com uma perspectiva mais inovadora e incorporada em

todos os segmentos da saúde. Como atenção básica, hospitalar, e dentro de outras

vigilâncias, sendo elaborada portando para programas do tipo saúde as famílias e

políticas de saúde mental (BRASIL, 2001a).

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No inciso III do art. 8º (BRASIL, 2001a) a Vigilância em Saúde do Trabalhador,

indica a preocupação com o território, observando: situação de risco, necessidade e

demanda, analise situacional, normas técnicas e reguladoras, inserção dos mesmos em

movimentos de classe, controle e avaliação dos programas instituídos nas empresas

voltados a qualidade dos serviços prestados.

Nas ações assistenciais, saúde do trabalhador tem contorno mais definido

quando está contida dentro da prática da vigilância sanitária tornando uma dinâmica

mais substancial e efetiva (BRASIL, 2001b).

Há uma distinção no processo de delimitação do conceito entre a vigilância e

ciência. Enquanto a primeira é pautada em buscar a verdade para comprovar saberes a

vigilância age baseada nesses saberes ao passo que, fazendo as intervenções a vigilância

também produz nova saberes e promove uma dialética promissora e necessária para o

campo da saúde como um todo e no campo da saúde do trabalhador não seria diferente

(MACHADO, 1997).

O que devemos destacar aqui é a importância da investigação das relações

saúde-trabalho-doença. O mapa de risco torna-se uma ferramenta importante e deve ser

destacado como forma de mapear o ambiente de trabalho dos expostos. Neste contexto

os profissionais envolvidos precisam levantar a historia clinico ocupacional do

individuo a fim, descartar ou não, a hipótese diagnóstica levantada. (PIGNATI et al.

2013; BRASIL, 2001a).

Atualmente o que temos para assegurar aos trabalhadores são as Normas

Regulamentadoras, elas por sua vez especificam as ações das entidades públicas e

privadas e estabelecem limites de exposição, periodicidade, exames a serem realizados

entre outros (BRASIL – NR1, 2009).

Existem, portanto, subdivisões dos grupos de doenças relacionadas ao trabalho,

sendo que neste estudo enfocaremos as Doenças do Ouvido Grupo XIII da CID-10

(BRASIL, 2001a). Para tanto, os riscos devem ser analisados sobre os múltiplos

aspectos: intensidade, tempo de exposição, organização do tempo, ciclo da atividade,

pausas e horários (NULDEMANN et al., 2001), dentre outros fatores, dentro e fora do

trabalho, o modo de viver do trabalhador.

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Segundo Araújo (2002), atualmente o ruído ocupacional é a doença que mais

aflige o sistema auditivo e que sem dúvida acarreta prejuízos à vida social da maior

parte dos trabalhadores brasileiros assim expostos.

Neste sentido, Fiorini e Olsen (1997; apud MORATA, LACERDA, 2010)

destaca que o ruído é a terceira maior causa de poluição do mundo, atrás somente do ar

e da água respectivamente. Isso se tornou um agravante da vida moderna, pois está

interligada a saúde geral do individuo, que não percebe devido à contínua exposição.

A Perda Auditiva Ocupacional (PAO) é um termo frequentemente utilizado

como sinônimo de PAIR; entretanto, ao se considerar PAO, reconhece-se a po-

tencialidade de outros agentes e sua possível interação com o ruído, sobre a saúde

auditiva dos trabalhadores.

A questão a ser pensada é sobre as manifestações não auditivas nas quais o ser

humano está exposto. Transtornos comportamentais e digestivos, insônia e hipertensão

são alterações comumente associadas às perdas ocupacionais. A natureza química

diversa também ocasiona danos à saúde individual e coletiva dentro do território dos

expostos. A infinidade em que são inseridas substancias nos remete a realidade de

somente uma pequena parcela ser estudada (AZEVEDO, 2004).

Referente à exposição da vibração e produtos químicos também tem se atribuído

grande preocupação psicológica, metabólica, social e desordens auditivas

principalmente a nível central (MORATA, LACERDA, 2010).

Dessa forma, a Saúde do Trabalhador desponta com a necessidade totalizadora e

integral do individuo no seu exercício do trabalho. E ao profissional sanitarista cabe

durante a sua graduação, saber a importância que um ambiente ocupacional sadio

resulta em qualidade de vida dos indivíduos ali inseridos. Superar o modelo que atenda

somente os doentes e priorizar ações de prevenção de riscos e promoção da saúde e seus

determinantes (SANTANA et al., 2009).

Portanto este trabalho levanta o questionamento de como a Vigilância em Saúde

do Trabalhador vem atuando a fim de minimizar o problema por meio da legislação

vigente e do diagnóstico precoce?

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) e Perda Auditiva Ocupacional

(PAO)

O complexo sistema auditivo possui muitas peculiaridades. Mesmo assim é o

nosso mecanismo de alerta. Este mecanismo transforma as propriedades do som,

protege, amplifica, decodifica e encaminha tudo em milésimos de segundos. Para o

modelo moderno de vida que estamos submetidos este sistema fica exposto a riscos

tanto no lazer como no trabalho e às vezes nem percebemos, o que pode gerar efeitos

negativos a médio ou em longo prazo dependendo da suscetibilidade do indivíduo, Este

mecanismo complexo sofre danos de origem interna e externa (BENTO, et al. 1998).

Sobre as perdas auditivas em nível de orelha interna denominadas de

Neurossensorial destacamos aqui a PAIR a mais comumente relatado das perdas

auditivas ocupacionais (PAO). Nudelmann, et al. (2001) descreve que entre as suas

características existe a grande variabilidade de suscetibilidade entre os indivíduos

expostos a níveis equivalentes de ruído. Segundo o autor, isso acontece devido a uma

série de fatores endógenos e exógenos que podem afetar a audição e interagir com o

ruído, não dependendo somente da característica do som.

Segundo a Norma Reguladora do MTE (BRASIL, 1994) NR7 sobre a PAIR,

entende-se que esta é uma perda auditiva ocasionada devido aos níveis de pressão

sonora elevados alterando os limiares auditivos, sempre do tipo sensório-neural

decorrente de ambiente de trabalho do indivíduo. Entre suas características destacam-se

a irreversibilidade e o aumento progresso da perda auditiva com o tempo de exposição

ao ruído. Acomete inicialmente as frequências da faixa de 3.000 a 6.000 Hz.

Posteriormente com a rotina de exposição afetará frequências altas e baixas. Todavia,

mesmo cessando a exposição não haverá redução da perda.

Segundo Mocelin (1951 apud ARAÚJO 2002) historicamente, os relatos dão

conta de que operários que trabalhavam em ambiente ruidoso eram sujeitos a hipoacusia

e surdez ocupacional e já sugeria a profilaxia individual no ambiente de trabalho e uso

de proteção auditiva durante o trabalho.

Posteriormente o autor afirma que a exposição crônica ao ruído produz

deterioração auditiva lenta, progressiva e irreversível com características de disacusia

neurossensorial geralmente de forma igual em ambas as orelhas. O paciente pode se

queixar de tinittus, hipoacusia, fadiga, queda do rendimento laboral, alterações

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neurovegetativas, estresse e fica sujeito a inúmeras enfermidades orgânicas

(SELIGMAN E IBAÑEZ 1993 apud ARAÚJO 2002).

A respeito da descrição sobre PAIR esta é definida por Harger e Barbosa-Branco

(2004), como uma diminuição gradual da acuidade auditiva decorrente da exposição

continuada a níveis elevados de pressão sonora, provocando lesão nas células ciliadas

externas e internas no órgão de Corti. Isso porque o ruído é um tipo particular de som

capaz de provocar efeitos nocivos no ser humano. Causa danos na saúde do trabalhador,

seja nas indústrias (de tecelagem, metalurgia, serralharia, química, etc.) e/ou nos meios

de transporte (trem, avião, caminhões, etc.) Costa (1994 apud OLIVEIRA 2003). A

probabilidade de que um ruído possa danificar audição está relacionada com o nível de

pressão sonora global, com o espectro de frequência, e com parâmetro temporal de

ruído.

Segundo Manzoni (2000) os fatores não auditivos são considerados de grande

relevância na pesquisa clinico ocupacional. Alterações do tipo neurológicas como

ansiedade, depressão, stress, angustia e também desordem metabólicas, digestivas

reduzindo sua produtividade são encontradas comumente nos trabalhadores.

Araújo (2002), complementam dizendo que quanto ao ruído, existe uma maior

suscetibilidade do sexo masculino e maior ainda entre homens muito jovens e mais

velhos. Em contrapartida Morata e Lemasters (2001) dizem que as perdas relacionadas à

ototoxidade acarretam homem e mulher equivalentes. Outra questão é a correlação de

piora destas com qualquer outra doença auditiva independente da sua etiologia.

Diante desse pressuposto, Frota (2003) relata que as perdas auditivas por

exposição ao ruído ou a outro agente causador ocorrem, primeiramente, de forma

reversível, através de mudanças temporárias de limiar na faixa de frequências de 2000 a

6000 Hz. As alterações temporárias do limiar de audibilidade vêm sendo amplamente

estudadas, pois sua presença, em maior ou menor grau, sinaliza um prognóstico de

suscetibilidade para perdas auditivas permanentes.

O que deixa claro é que mesmo pesquisas que não enfoque especificadamente a

PAIR e sim as perdas auditivas ocupacionais, a exposição ao ruído é um dos fatores

primordiais e fundamentais a serem pesquisados (MORATA e LEMASTERS, 2001).

Normalmente quando ocorre a exposição ao ruído, a princípio a sensação

ruidosa permanece mesmo distante da fonte sonora e os limiares ficam rebaixados nas

frequências agudas. Inicialmente este efeito é temporário e os limiares retornam ao

normal, entretanto se esta exposição ocorrer cotidianamente o mecanismo não terá

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tempo para se recompuser e as células nervosas da cóclea ficaram lesionadas afetando

outras faixas de frequências e a perda instalará permanente, caracterizando uma PAIR

(GERGES, 2000).

2.2 Diagnostico precoce da perda auditiva

a) Ruído

Para o diagnostico precoce da perda auditiva induzida por ruído, algumas

condições específicas são necessárias, e os sintomas e achados objetivos basicamente

são: irreversível, Neurossensorial (morte das células ciliadas internas da cóclea que

decodifica os sons), o individuo deve ter uma história prolongada à exposição ao ruído

de forte intensidade (> 85 dB/8 horas/dia), suficientes para desencadear uma perda com

configuração comum a patologia (BRASIL, NR 15 - 2013)

Normalmente a perda auditiva se desenvolve gradativamente e geralmente a

exposição está entre 6 e 10 anos. A perda mais frequente é em 3 e 4 kHz ela avança

rapidamente nos 10 primeiros anos de exposição, depois seu avanço torna-se lento,

porém de forma continua a todo o período de exposição. (MORATA e LEMASTERS,

2001).

De acordo com Lopes Filho (1997, citado por CARRIJO e FERREIRA, 2005)

ruído é o união de frequências emitidas ao mesmo tempo, todavia sem nenhuma relação

específica entre elas, denominada de espectro de ruído e normalmente são encontradas

todas as frequências audíveis, com amplitudes distintas. Existe, contudo predominâncias

podem ser em altas ou baixas frequências, as altas nos dão a sensação de maior

estridência e irritabilidade do que as baixas frequências.

Segundo a norma IS0 2204/1973 (Internacional Standard Organization) existe

uma diferenciação entre estes sons.

Contínuo: variações de níveis desprezíveis (até ± 3 dB)

Intermitente: nível varia continuamente

Ruído de impacto ou impulso - picos de energia acústica menor que um segundo.

Normalmente associado a explosões, variando de 100 dB a 140 dB, o mais ofensivo

à audição humana.

De acordo com Gonçalves (2009) existem ainda as denominações utilizadas

resultado da exposição ao ruído:

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Mudança temporária do limiar auditivo (MTLA): alteração e comprometimento da

acuidade auditiva devido à exposição a sons de forte intensidade ocasionando

rebaixamento dos limiares temporariamente com zumbido presentes ou ausentes.

Contudo cessa após o repouso acústico;

Trauma Acústico: ocasionam apenas por uma única exposição a níveis extremos de

pressão sonora, como a explosão. Sendo portando uma perda imediata e irreversível

acometendo as orelhas separadamente ou bilateralmente;

Perda auditiva induzida pelo Ruído: decorrente a exposição contínua e prolongada a

ruído intenso. Com presença ou não de zumbido ocasionada no ambiente de trabalho

ou lazer;

O ruído danifica as células do ouvido interno sendo improvável e raro seu efeito

nocivo ao tímpano. Sobre os efeitos gerais no corpo humano ele pode causar

sobrecarrega ao miocárdio, alterações musculares, hormonais e causar secreções

atípicas. Interferências comportamentais também são relatadas, como nervosismo,

fadiga mental, frustração (GERGES, 2000).

b) Produtos Químicos e Vibração

Segundo Silva e Mendes (2005) a exposição por vibração é um agente nocivo à

perda auditiva se houver somatória com o ruído configurando uma exposição

combinada. No estudo apresentado comparou indivíduos expostos somente ao ruído e

trabalhadores expostos ao ruído e ao VCI (vibração de corpo inteiro) constatando que a

associação contribuiu para a permanente perda da audição.

Izumi et al., (2006) ressaltam que esta exposição depende da magnitude,

frequência e direção associadas primeiramente à duração e tempo de exposição.

A literatura esclarece que pesquisas em laboratório deixam evidentes os agravos

a saúde dos indivíduos expostos à vibração. Porém faz uma ressalva que quando

pesquisas vão in loco não se obtém o mesmo resultado. Isso se deve possivelmente

porque em laboratório a avaliação da audição é feita logo após o teste o que no local

habitual de trabalho não acontece, evidenciando assim o efeito o MTL (mudança

temporária da audição). No entanto as pesquisas em animais comprovam como risco a

exposição à vibração no mecanismo da audição (IZUMI et al., 2006).

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No tocante as PAO correlacionadas com produtos químicos, os estudos têm

avançado muito nos últimos anos. A exposição combinada entre ruído e produtos

químicos e o que mais acarreta prejuízo ao trabalhador. A preocupação dos profissionais

está voltada a associação destes produtos ao fator ruído mesmo este sendo em nível

consideravelmente baixos. (TEIXEIRA et al., 2003).

Sena et al., (2013) diz que o crescimento demográfico acelerado associado ao

aumento do consumo de alimentos que apoiam-se no mercado consumista e imediatista,

aonde o uso de agrotóxicos nas lavouras agropecuárias vem numa crescente desregrada

maximizam esta problemática.

Nesse contexto os trabalhadores e comunidade inseridos neste cenário sofrem os

danos. Os agrotóxicos representa problema de saúde publica, pois afeta diretamente a

relação harmônica entre o homem e seu meio. Outra questão a ser levantada é a

qualidade limitada destes produtos (SENA et al., 2013).

No Brasil a toxidade dos agrotóxicos é classificada pela ANVISA e segue

padrões de classe I (extremamente tóxico), classe II (altamente tóxicos), classe III

(moderadamente tóxicos) e classe IV (pouco tóxicos). No entanto, isso se refere às

intoxicações mais agudas limitando sua importância em casos crônicos como câncer,

neuropatias, problemas respiratórios e outros (ANVISA, 2013).

Nos últimos anos o aumento do uso de agrotóxicos alcançaram números

assustadores. Alcançamos o primeiro lugar no consumo desses venenos. De 2001 a

2008 saltamos de pouco mais de US$ 2 bilhões para mais de US$ 7 bilhões

(LONDRES, 2011)

Os danos inferem sobre a saúde geral, mas os estudos enfatizam que na audição

não acometem somente o ouvido interno, mas também ocorrem alterações de sistema

nervoso central. O problema causado depende de muitos fatores como o tipo do agente

químico, produtos ototóxicos agrupados, nível de exposição e sua duração Esta vasta

variabilidade dificulta a limitação de tempo de exposição por parte da legislação.

(LACERDA et al., 2005; MORATA e LACERDA, 2010)

Diante disso, muitos agentes agressores devem exigir preocupação por parte dos

estudiosos, o primeiro estudado foi o tolueno constatando seu prejuízo mesmo em

situações onde o ruído não era exagerado. Depois várias outras fontes de estudo

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passaram a investigar produtos como: estireno, xileno, tricloroetileno, etilbenzeno, n-

hexano, mistura de solventes, monóxido de carbono, chumbo, mercúrio e cianido de

hidrogênio (MORATA; LACERDA, 2010; LACERDA et al., 2005).

Implicações diretas a saúde auditiva temos em Morata e Little (2002), que a

perda nesses casos são principalmente do tipo sensórioneural bilateral simétrica,

irreversível, em altas frequências (3K a 6KHz) de configuração em entalhe.

3. JUSTIFICATIVA

A Saúde do Trabalhador surge da necessidade do cuidado integral que o

individuo apresenta no exercício dos seus afazeres. Cabe então aos responsáveis,

priorizar e instituir ações de promoção da saúde, prevenção de riscos, proteção,

diagnóstico precoce e reabilitação, para eliminar ou minimizar os riscos e melhorar a

qualidade de vida dos trabalhadores.

As legislações vigentes, internacionais e nacionais, relacionadas à Vigilância em

Saúde do Trabalhador é um importante avanço das políticas públicas, para que elas

sejam implantadas e implementadas. Precisamos ainda que, as Políticas se articulem

entre os diversos setores, do campo da Saúde Coletiva, incluindo as diferentes áreas:

Gestão e Planejamento, Epidemiologia e Ciências Sociais, assim como, entre outros

setores para além da saúde.

4. OBJETIVOS

Objetivo Geral:

Descrever a legislação existente da saúde auditiva do trabalhador, assim como as

formas de diagnósticos precoce dessas alterações mais conhecidas e as Políticas de

Promoção e Proteção em Saúde.

Objetivo Específico:

Levantar a legislação internacional, nacional, estadual e municipal existente

relacionada à saúde auditiva do trabalhador.

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Verificar na literatura formas de evitar e/ou minimizar riscos de doenças

relacionadas a danos de audição e/ou detecção precoce durante o trabalho.

Propor recomendações para o curso de Graduação em Saúde Coletiva, da

Universidade Federal de Mato Grosso incorporar ao Projeto Pedagógico do Curso.

5. METODOLOGIA

Este estudo trata-se de uma revisão da literatura, o qual consiste na apresentação

de novas informações ao proporcionar conhecimentos atuais sobre o tema específico e

instigar os pesquisadores a ampliar a base de dados científicos (ATALLAH; CASTRO,

1997).

Para Santos (2012), este modelo de estudo parte de investigar as contribuições

de documentos sobre determinado assunto. Direcionando o leitor para uma visão

ampliada a fim de afunilar informações para uma temática especifica. Contribuindo para

o desenvolvimento de estudos posteriores. É o conhecimento cumulativo produzido no

decorrer do tempo.

Para Muñoz et al. (2002), a revisão de literatura, tradicionalmente conhecida

como revisão narrativa (RN) apresenta um caráter descritivo discursivo, caracterizando-

se pela ampla apresentação e discussão de temas de interesse científico.

Os artigos científicos e teses e as legislações existentes foram coletados entre os

anos de 2013 a 2015, utilizando-se a seguinte questão norteadora: Qual a publicação e

legislação acerca da saúde auditiva do trabalhador e do diagnóstico precoce?

A base de busca utilizada neste estudo, foram:

Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS);

Scientific Eletronic Library on Line (SCIELO),

Biblioteca Virtual de Saúde (BVS-BIREME),

Pubmed – <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed>.

Literatura sobre Vigilância em Saúde e Saúde do Trabalhador.

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buscador Google.

A primeira etapa de busca utilizou os descritores (DeCS): Diagnóstico precoce,

normatização nacional e internacional, proteção a saúde do trabalhador e ruído

ocupacional.

Foram selecionados inicialmente 13 capítulos de livros, duas teses de mestrado

e 55 artigos científicos para revisão bibliográfica.

A busca da legislação internacional foi baseada nas duas referências citadas nas

teses de mestrado que estavam disponíveis online e um capitulo de livro.

A legislação nacional foi baseada na busca dos documentos ministeriais

(Brasil) referentes à saúde do trabalhador, risco de trabalho e saúde auditiva

ocupacional, sem estabelecer período de tempo, obtidos por meio do site

http://www.renastonline.org/.

Em relação à legislação estadual e municipal, segundo comunicação informal

ao pesquisador, colhidas no CEREST Regional Cuiabá e Estadual, durante o

levantamento do estudo, não existiam legislação especifica estadual, municipal e segue

a legislação nacional.

Do total de artigos foram incluídos apenas os 22 publicados em português, da

área da saúde, independente da data do estudo, visando aumentar o escopo das

publicações; disponíveis na integra e eletronicamente, para leitura prévia dos resumos.

Após a leitura dos resumos só foram selecionados os artigos que tratavam dos

temas específicos de interesse deste estudo. Para o mapeamento das produções

científicas, utilizou-se uma ficha documental constituída das variáveis: região da

produção, tipo de estudo, título do artigo, nome dos autores, ano de publicação,

periódico de publicação, disponibilidade de acesso (resumo ou texto completo), base de

dados, objetivo do estudo, principais resultados e conclusões.

Os critérios de exclusão foram: anais de congressos ou conferências; relatórios

técnicos e científicos; publicação em inglês e duplicidade pela base.

A apresentação da produção científica subsidiou a fundamentação teórica e as

recomendações deste estudo, que poderão fornecer subsídios à inclusão da disciplina de

Saúde do Trabalhador no curso de graduação em Saúde Coletiva, para melhor formar o

profissional sanitarista.

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Os resultados de busca sobre a legislação internacional e nacional estão

compilados em quadros em ordem cronológica.

O projeto dispensou submissão ao Comitê de Ética, por se tratar de publicações

disponibilizadas por meio eletrônico.

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6. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO

Baseado na revisão, a publicação referente a legislação internacional trouxe,

conforme demonstrado no Quadro 1, a construção de políticas públicas voltadas para os

trabalhadores surgiu na Alemanha após o ápice da revolução Industrial. Em 1884

acontece neste país a primeira lei para compensação de doenças relativas ao trabalho.

Esta lei especifica tida como a precursora das demais foi então promulgada pela Prússia

e validada em todo território alemão (MORAES, 2001; LIEBER, 2004). Outra questão

como o momento político imerso em influencias revolucionaria de Marx e Engels que

assolavam a população foram decisivos para que a implantação desta lei se instaurasse.

No ano de 1910 nos Estados Unidos da América, foram então estabelecidos que

33 substâncias químicas tivessem limites de exposição humana, já que a expansão da

indústria química naquele país era crescente. Para tanto, foi o primeiro passo que se

estabeleceria de objeções a estes insumos (CÂMARA, 2002).

De acordo com Azevedo, 2004 a partir deste momento grandes adequações e leis

sobre os limites de tolerância foram surgindo, e também nos Estados Unidos a

Associação Americana não Estatal de Higienistas Industriais (ACGIH) juntamente com

a TLV em 1941 fomentaram uma lista como padrão de segurança que atualiza

periodicamente normas para a Higiene Industrial americana.

Sua força e reconhecimento fizeram com que outros países aderissem a este

modelo de prevenção como o México, Japão, Inglaterra e muitos outros países inclusive

o Brasil. Sabe-se que nos dias atuais a lista restringe mais de 700 substancias. Mais

tarde na década de 70 surgiu outra lista agora vinculada ao estado, a Occupational

Safety and Health Administration - OSHA. Embora adote os parâmetros da TLV da

ACGIH ela tem um papel mais punitivo e se apresenta por sua vinculação a organização

publica de forma devagar e burocrática (AZEVEDO, 2004).

Sobre o ruído existia grandes esforços para regularizar a exposição a este risco

ocupacional. Os militares dos Estados Unidos foram os pioneiros em estabelecer

regulamentações para a força armada daquele país por volta de 1955 (AZEVEDO,

2004). As limitações impostas para a época ainda eram discretas e pouco resolutivas.

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No final da década de 60 foram então regulamentadas naquele país as primeiras

leis federais sobre a exposição ao ruído ocupacional com a Walsh-Healey Public

Contracts ACT. Definiram então o tempo de exposição legal para os trabalhadores

vinculados ao governo. No entanto, quando essas normas federais eram descumpridas a

regulamentação exigia somente um programa de conservação auditiva sem qualquer

punição financeira (AZEVEDO, 2004).

Ainda em Azevedo (2004), nos anos de 1972 a National Institute for

Occupational Safety and Health – NIOSH era reconhecida dentro do Departamento de

Saúde, Educação e Bem-Estar dos Estados Unidos e desenvolve critérios de exposição.

Nesta época com limite de 85dB e fator de conversão de 5dB o que mais tarde em 1998

modificou seu fator de conversão para 3dB. Em 1974 a OSHA propõe uma emenda que

se estabelece o programa de conservação auditiva.

Nos países europeus existem regulamentações desde a década de 70. Com leis

claras que limitam o tempo e o nível de exposição, porem o controle com trabalho de

prevenção e promoção da saúde auditiva ocupacional somente recebeu atenção por parte

dos governantes nos últimos anos. Muito decorrente do aumento da exposição a

poluição sonora dos automóveis.

Nos países como Canadá a regulamentação sobre o ruído não é unanime e

existente em todas as províncias. As que existem possuem padrão semelhante ao

adotado pelos Estados Unidos. Na província de British Columbia, por exemplo, possui

uma regulamentação de programa de conservação auditiva considerado um dos

melhores em relação ao setor de construção existentes do mundo, servindo de exemplo.

No Egito a situação é preocupante, pois o país se apresenta como uma

importante característica de poluição ambiental dos grandes centros urbanos. As

diversas fontes sonoras expõem áreas residências e principalmente comerciais a

extrapolar qualquer limite aceitável pelos padrões existentes mundialmente. No

Paquistão a situação é bem parecida e em ambos os países existe alguma legislação

sobre a problemática, contudo, as indenizações só “beneficiam” em caso de extrema

surdez. O que sabemos que é incomum. (AZEVEDO, 2004).

Na Índia a PAIR é uma doença indenizável e de notificação. Existe também o

programa de prevenção instituído pela Indian Factory Act de 1996, porém seus níveis

de aceitação é acima do estabelecido na maioria dos países, sendo 90dB.

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Quadro 1: Legislação relacionada a saúde auditiva ocupacional em alguns países.

Fonte: OLIVEIRA, RT. TCC/CGSC/ISC/UFMT- 2015.

PAÍS MARCO HISTÓRICO ANO

ALEMANHA Primeira lei específica sobre acidentes de trabalho 1884

EUA Limites seguros para exposição ocupacional algumas

substancias químicas 1910

EUA

ACGIH American Conference of Governmental Industrial

Hygienist

(associação americana não estatal de higienistas industriais) e

Threshold limit values - TLV (Valores Limite de Limiar)

1941

EUA Regulamentação do ruído ocupacional pelos militares daquele

país 1955

EUA Walsh-Healey Public Contracts Act 1969

EUA Occupational Safety and Health Act“ (OSHAct) 1970

União

Europeia Primeiras regulamentações sobre o ruído 1970

EUA National Institute for Occupational Safety and Health 1972

EUA OSHA propôs uma revisão no padrão de ruído 1974

Canadá Nem toda as províncias tem regulamentações em relação a

exposição ao ruído 1987

Índia Indian factory act 1996

Paquistão Legislação atualmente branda sobre o ruído 1997

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Conforme apresentado no Quadro 2, a revisão Nacional, Estadual e Municipal, o

primeiro decreto instituído nacionalmente foi no ano de 1919 onde seu texto redigia

sobre os acidentes de trabalho tendo por definição em seu 1º art. como:

“a) O produzido por uma causa súbita, violenta, externa e

involuntária no exercício do trabalho, determinando lesões corporais ou

perturbações funcionais, que constituam a causa única da morte ou perda

total, ou parcial, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

b) A moléstia contraída exclusivamente pelo exercício do trabalho,

quanto este for de natureza a só por si causa-la, e desde que determine a

morte do operário, ou perda total, ou parcial, permanente ou temporária, da

capacidade para o trabalho”.

A importância desse fato é a questão de regulamentação do processo civil e os

direitos dos trabalhadores que por hora estavam sendo negligenciados. Dando a este a

segurança da reparação causada.

Com o Decreto-Lei 5.452 de 1943 surge a consolidação das leis do trabalho.

Em seu art. 190 diz: “é obrigatória a notificação das doenças profissionais produzidas

pelo trabalho ou em consequência do trabalho nas atividades insalubres”. Mais tarde

revogada pelo Decreto-Lei nº. 229/67 onde restringe ainda mais o antes dito. Em seu

art. 169 diz: “Será obrigatória a notificação das doenças profissionais e das produzidas

por condições especiais de trabalho, comprovadas ou suspeitas.” Expande a

responsabilidade de notificar para a equipe médica e os responsáveis pela empresa.

Ainda nesta lei 229/67 outro avanço acontece, a obrigatoriedade do

fornecimento de equipamentos de proteção aos funcionários pelas empresas

contratantes. Ao passo que é dada a responsabilidade para as empresas também

demanda obrigação aos empregados sobre o uso correto e continuo desses matérias. No

artigo seguinte estabelece certificação por autoridade competente e posteriormente a

necessidade de se realizar exames médicos e renovações periódicas.

O cap. V do Decreto-Lei 5.452/43, da “Consolidação das Leis do Trabalho -

CLT”. Objetivam a questão de prevenir as doenças ocupacionais e os acidentes do

trabalho

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Na Lei 6514/77 revoga e substitui o capitulo V do Decreto-lei n° 5452/43 e que

também passou por modificações no decreto-Lei 229/67. Em seu art. 154 ela esclarece e

abrange a questão locais de trabalho dita nas leis anteriores. Também em seu artigo

posterior expande suas observâncias m dizer que incumbe ao órgão de âmbito nacional

o papel de “coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e as demais

atividades relacionadas com a segurança e a medicina do trabalho em todo o território

nacional, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho”.

O grande avanço e diferencial relativo à saúde auditiva ocupacional ocorreu

somente um ano depois com a portaria do Ministério do Trabalho sob o numero de

3214/78 que baseada na instrução dada pelo o art. 200 da CLT, aprova as Normas

regulamentadoras.

Sobre a norma regulamentadora NR7 temos o Programa de Controle médico de

saúde ocupacional - PCMSO. Nesta regulamentação passou-se a estabelecer normas

técnicas e especificas para medidas de prevenção. Para isso fixou os limites de

tolerância que existiam previamente com uma abordagem para ambientes insalubres

sem limitar e classificar tecnicamente quais ambientes eram esses.

Dessa forma os ambientes eram aceitáveis mesmo que o trabalho realizado

fosse acima do indicado. Com a NR7 e suas claras especificidades apontam para

ambientes de risco e aponta a necessidade de medidas estruturais de prevenção

(FELICIO, 2008).

O que temos na legislação nacional é sobre a questão do ruído em

trabalhadores expostos a intensidade superior a 85 dBNA (Leq/8 horas) com exigências

de periodicidade de audiometrias seguindo recomendações da Norma Regulamentadora

(NR7). Sendo assim, somente trabalhadores que estão expostos concomitantemente a

ruído excessivo e agentes químicos estarão inclusos nos programas de prevenção da

perda auditiva (ALCARAJÁS et al., 2013).

Esta norma foi posteriormente incluída em seu Anexo I do Quadro II pela

portaria 19 de 1998 que trata das “diretrizes e parâmetros mínimos para avaliação e

acompanhamento da audição em trabalhadores expostos a níveis de pressão sonora

elevados” com minucioso detalhamento da interpretação dos exames, diagnostico e

condutas preventivas.

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Sob a luz dessa norma temos então a NR15 que adotam os limites de tolerância

de exposição em seu anexo I com valores diários permitidos. A critica feita por

Azevedo (2004) aqui é referente a adaptação dos TLV retirados da ACGIH norte

americana sem adaptá-la as condições de trabalho brasileira fazendo uma única

alteração referente a jornada de trabalho semanal que as diferem. Temos por hora a

NR17 que trata da Ergonomia e que ressalva a NBR 10152 - Níveis de ruído para

conforto acústico. Esta norma visa proporcionar ao trabalhador melhores condições de

trabalho com adaptações no ambiente. Em relação ao ruído esta mensuração deve ser

feita in loco, ou seja, no seu local de trabalho.

Já na NR9 temos o trabalho de vigilância imposto em legislação para a

execução por parte das empresas. Intitulado de “programa de prevenção de riscos

ambientais - PPRA” desta forma o normatização salienta a existência de agentes no

ambiente capazes de gerar danos a saúde e provocar desordem complexas expondo o

trabalhador a condições insalubres e perigosas no trabalho. Na saúde auditiva adotamos

o PCA – Programa de conservação auditiva que resulta de ações implantadas com

intuito de minimizar os agravos auditivos, a fim de evitar ou desencadear alterações do

gênero (FIORINI; NASCIMENTO, 2001).

Sobre os PCA’s primeiramente acontece a adequação dos agravantes conforme

estabelecido pela legislação. Em seguida realizar palestras, informes sobre as

regulamentações e portarias que esclareçam o que é e que impacto gera na vida social

das pessoas uma perda auditiva ocupacional. Depois mostrar as mudanças que

ocorreram frente ao levantamento previamente realizado (BRAMATTI et al., 2010).

A Constituição Federal do Brasil em seu art. 200 salienta algumas atribuições

que o sistema único de saúde. Sobre a saúde do trabalhador em seu tópico II diz:

“executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do

trabalhador”.

A temática do ruído entendido como agravo a saúde que atinge os

trabalhadores e suas inúmeras consequências foi também discutido na ECO92 no Rio de

Janeiro em 1992 e os estudos divulgados comprovavam a problemática já como a

terceira causa de poluição ambiental (BRASIL, 2006).

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No decreto 3048/99 reconhece o Benzeno e seus Homólogos tóxicos como

agentes etiológicos de natureza ocupacional que podem causar uma hipoacusia

(diminuição da audição) ototóxica.

No INSS a Ordem de serviço INSS/DAF/DSS Nº 608 em seu anexo I baseado

no Comitê Nacional de Ruído e Conservação Auditiva Aprova Norma Técnica sobre

Perda Auditiva Neurossensorial por Exposição Continuada a Níveis Elevados de

Pressão Sonora de Origem Ocupacional. O comitê representa o posicionamento da

comunidade cientifica brasileira sobre a PAIR formada por um órgão interdisciplinar.

Em 1999, outra portaria marca o avanço na prática da saúde do trabalhador esta

por número de 1339/99 institui a Lista de Doenças relacionadas ao trabalho e que a

partir desta passa a ser vista como referencia para o SUS tanto em sua aplicação Clinica

e/ou epidemiológica podendo ser revisada periodicamente.

Portaria 1679/2002 fala da estruturação da rede nacional de saúde integral ao

trabalhador pautando seu texto num aspecto descentralizado e resolutivo. Esta portaria

ganha força quando em 2012 é então criada a Política Nacional de Saúde do

Trabalhador e da Trabalhadora (1823/2012) agregando nesta as políticas até então

existentes. Com propósitos claros de demanda para as três esferas competentes.

No Âmbito da Saúde Auditiva Ocupacional temos esse preocupação e

descrição técnica com a circulação do Protocolo da PAIR em 2006, disponibilizado

pelos CEREST a fim de melhorar o diagnóstico da doença (quadro 2).

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Quadro 2: Legislação relacionados a saúde auditiva ocupacional no Brasil

ANO LEI MARCO

HISTÓRICO

1919 Decreto Nº 3.724 Regula as obrigações resultantes dos acidentes no trabalho

1943 Decreto-Lei 5.452 Consolidação das Leis de Trabalho (CLT).

1967 Decreto-Lei nº. 229

Altera dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho,

aprovada pelo Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e dá

outras providencias.

1977 Lei 6514

Altera o Capítulo V do Titulo II da Consolidação das Leis do

Trabalho, relativo a segurança e medicina do trabalho e dá

outras providências.

1978 Portaria MTE nº 3.214 Normas Regulamentadoras

1988 Constituição da República Federativa do Brasil

1998 Portaria MTE n.º 19

Estabelecer diretrizes e parâmetros mínimos para a avaliação e

o acompanhamento da audição dos trabalhadores, expostos a

níveis de pressão sonora elevados.

1998 Ordem de serviço

INSS/DAF/DSS Nº 608

Norma Técnica sobre Perda auditiva Neurossensorial por

Exposição a Níveis Elevados de Pressão Sonora de Origem

Ocupacional.

1999 Decreto nº 3048 Aprova o Regulamento da Previdência Social, e dá outras

providências.

1999 Decreto nº. 3298

Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe

sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora

de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras

providências.

1999 Portaria MS nº 1.339

Instituir a Lista de Doenças relacionadas ao Trabalho, a ser

adotada como referência dos agravos originados no processo de

trabalho no Sistema Único de Saúde, para uso clínico e

epidemiológico.

2002 Portaria MS nº 1.679 Dispõe sobre a estruturação da rede nacional de atenção integral

à saúde do trabalhador no SUS e dá outras providências

2006 Protocolo PAIR – MS

2011 Decreto nº 7.602 Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador

2009 Portaria MS nº 2. 728 Dispõe sobre a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do

Trabalhador (RENAST) e dá outras providências

2012 Portaria MS nº 1.823 Institui a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da

Trabalhadora

2014 Portaria MS nº 1.984

Define a lista nacional de doenças e agravos de notificação

compulsória, na forma do Anexo, a serem monitorados por

meio da estratégia de vigilância em unidades sentinelas e suas

diretrizes. Fonte: OLIVEIRA, RT. TCC/CGSC/ISC/UFMT- 2015.

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A Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST),

criada a partir da portaria 1.679 de setembro de 2002 do MS, regulamenta as ações no

âmbito do Sistema Único de Saúde, de forma articulada entre o Ministério da Saúde, as

Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Foi criada a partir da necessidade instalada pelas diretrizes da Norma

Operacional de Assistência à Saúde (NOAS) como estratégia de regionalização a fim de

hierarquizar os serviços buscando equidade e fortalecimento da gestão.

Sua ampliação e fortalecimento é instituída pela Portaria no 2.437, de 07 de

dezembro de 2005 posteriormente revogada pela Portaria nº 2.728/GM de 11 de

novembro de 2009 todas no Ministério da Saúde. Sua principal atuação é nos centros de

referencias em Saúde do Trabalhador CEREST. Contudo, também elaboram protocolos,

instrumentalizam e integram ações envolvendo todos os níveis de complexidade. Tendo

então, uma rede complexa com ligações transversais e que precisa do envolvimento de

todas as esferas para auxiliar na execução das demandas.

Os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) estabelecidos

pela Portaria Nº 2.728, de 11 de novembro de 2009 que dispõe sobre a Rede Nacional

de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) e dá outras providências, se

empenham em fazer vigilância e prevenção de agravos com ações de melhoria da

qualidade de vida dos trabalhadores em esfera estadual e a nível regional. Sua

implementação envolve todos os segmentos hierárquicos e envolve também órgão de

outros setores onde acontecem ações ligadas a saúde do trabalhador e também a

colaboração de outras instituições.

Em seu Art. 7º salienta a função dos CEREST:

O CEREST tem por função dar subsídio técnico para o SUS, nas ações

de promoção, prevenção, vigilância, diagnóstico, tratamento e reabilitação em

saúde dos trabalhadores urbanos e rurais.

Neste sentido, os CEREST não tem funções similares aos Serviços

Especializados de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) tanto no setor publico

com no setor privado.

Sobre a sua área de abrangência, os centros de referencia regionais ficam

subordinados a alteração somente com autorização das Comissões Bipartirdes (CIB).

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Em se tratando de legislação/regulamentação estadual e/ou municipal que

aborda o tema, não temos nenhum documento que especifique ou que fundamente

questões mais centralizadas e regionalizadas. Mesmo o estado de Mato Grosso sendo

uma região de extensa área agropecuária que sujeita os trabalhadores a constante

associação do ruído e agrotóxicos e Cuiabá com a crescente indústria da construção

civil.

O Protocolo de PAIR foi criado pelo Departamento de Ações Programáticas

Estratégicas do Ministério da Saúde e diz em sua explanação a relevância de outros

fatores para a perda auditiva ocupacional, mas salienta que optar por PAIR favorece o

entendimento nas notificações. O material compõe a série de “complexidade

diferenciada” elaborada pelo governo para fins de esclarecimentos.

A criação de um protocolo foi pensada para atender os diversos profissionais que

lidam rotineiramente com os casos nos três níveis de atenção a saúde no âmbito do

SUS. Sendo assim, seu objetivo e auxiliar estes na identificação e notificação dos casos

encontrados segundo a Portaria nº777 MS de 2004 posteriormente com a 104/2012 MS

e por fim a portaria 1.984 do MS de 2014. Entre os benefícios propostos está o de

homogeneizar os atendimentos e condutas a serem tomadas. Sua detalhada descrição do

agravo e prevenções facilita o atendimento de todos os profissionais envolvidos criando

consenso dos profissionais, dados de prevalência mais substanciados devido às

notificações.

O que encontramos na legislação nacional sobre diagnostico precoce foi a

questão do ruído em trabalhadores expostos a intensidade superior a 85 dBNA (Leq/8

horas) com exigências de periodicidade de audiometrias seguindo recomendações da

Norma Regulamentadora (NR7). Sendo assim, somente trabalhadores que estão

expostos concomitantemente a ruído excessivo e agentes químicos estarão inclusos nos

programas de prevenção da perda auditiva (ALCARAJÁS et al., 2013).

Existem atualmente no campo do audiologia alguns testes/exames objetivos

para detecção de perda auditiva. A utilização destes foi de grande avanço para a atuação

de otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos. Contudo, na prática ocupacional o exame

universalmente utilizado é a audiometria tonal por vias aéreas e ósseas. Costa (1988) a

mais de duas décadas atrás já dizia que este não era o melhor exame a serem realizadas,

devido às condições diferentes as encontradas nas indústrias. Esta afirmativa é

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sustentada devido ao fato da audiometria ser um teste feito com tom puro, o que diverge

do som desarmônico e de varias frequências emitido pelo ruído.

Sobre outras técnicas, o exame de Potenciais Evocados auditivos de tronco

Encefálico é um exame objetivo que observa uma faixa de frequência normalmente de

2kHz a 4kHz. Fazendo o diagnostico diferencial nas alterações que vão de nervo

auditivo até o tronco encefálico. Alterações no traçado diferem as perdas condutivas,

sensório-neural coclear e retrococlear (MATAS et al., 2005). A realização deste exame

eletrofisiológico é de grande importância na identificação dos efeitos adversos de

substâncias neurotóxicas e ototoxicas (QUEVEDO et al., 2012).

Nos indivíduos com exposição combinada com o ototóxicos temos o grande

diferencial nos achados audiológicos, pois normalmente a queixa e a perda existem,

porém não condiz com os resultados audiométricos. Nesse cenário os exames

complementares como EOA (Emissões otoacústicas), PEATE (potencial evocado

auditivo do tronco encefálico) podem ser o grande diferencial (MORATA e

LACERDA, 2010).

Na NR7 (BRASIL, 1998) não obriga as empresas a realizar exames

complementares, contudo somente os resultados desses exames combinados a

audiometria dariam confiabilidade para os profissionais que trabalham na área

(FELICIO, 2008)

Como opção para detecção precoce o estudo das Emissões Otoacústicas Evocadas

(EOATE) que contribuiria na identificação inicial da perda auditiva e atuar como

monitoramento audiológico em ambientes com presença de agentes químicos como os

agrotóxicos (ALCARAJÁS et al, 2013).

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O campo da saúde do trabalhador enquanto subárea da saúde coletiva está

inserida no processo de produção de bens e serviços em um cenário socioeconômico

complexo e amplo. As leis, normas, portarias tem por eixo principal a proteger o

trabalhador, dar respaldo legal para o exercício de suas funções e obrigar a classe

patronal a investir na saúde e segurança no trabalho.

Neste tocante o papel aqui apresentado é de fomentar medidas de intervenções

individuais e coletiva, no campo da saúde coletiva a fim de proporcionar qualidade de

vida no processo de trabalho e saúde.

Temos na legislação internacional muitas diferenças. Enquanto nos Estados

Unidos há avanços que servem de modelo para os demais países interessados, outros

sequer possuem alguma regulamentação que assegure minimamente o empregado. No

Brasil esta realidade ainda precisa avançar consideravelmente. Contudo a legislação

vem aos poucos priorizar o individuo e não somente o mercado. Atenção esta que não é

normatizada em nosso estado e município.

As políticas de promoção e proteção avançam a passos lentos. A

obrigatoriedade de exames e procedimentos tecnológicos que proponham a detecção

precoce dos agravos na audição ainda não existe no Brasil. O que facilitaria a

implantação de politicas de promoção, prevenção, proteção e diagnostico nos serviços

de vigilância a saúde do trabalhador.

Estes exames apresentam diagnostico diferenciado e audiometrias ocupacionais

não contemplam em seus laudos devido a sua limitações tecnológica. A localização da

perda e outras alterações podem e devem ser intervinda a tempos de não instalar o

prejuízo ao sistema auditivo, isso se exames de detecção de riscos e diagnóstico precoce

forem realizados e as condições de trabalho forem adequadas.

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8. RECOMENDAÇOES

Baseado nas competências e habilidades descritas do Projeto Pedagógico do

Curso, que são:

Compreender a política de saúde no contexto das políticas sociais,

reconhecendo os perfis epidemiológicos das populações;

Identificar as necessidades de saúde da população, seus condicionantes e

determinantes;

Reconhecer as influências do ambiente sobre o processo saúde-doença;

Conhecer e utilizar os Sistemas de Informação em Saúde;

Conhecer e dominar as estratégias de Vigilância em Saúde;

Responder às especificidades regionais de saúde através de intervenções

planejadas estrategicamente;

Analisar e intervir nos sistemas de saúde, segundo normatização do SUS;

Planejar, organizar, avaliar e articular ações e serviços de saúde na perspectiva

do SUS e demais setores;

Planejar e implementar programas de educação e promoção de saúde,

prevenção e reabilitação, considerando a especificidade dos diferentes grupos

sociais e dos distintos processos de vida, trabalho e adoecimento;

Planejar e implementar programas e ações de promoção, prevenção e

reabilitação à saúde, considerando especificidades diferentes grupos sociais e

dos distintos processos de vida, trabalho e adoecimento;

Coordenar ações de controle e avaliação dos sistemas e serviços de saúde;

Usar adequadamente novas tecnologias de informação e comunicação em

saúde;

Gerenciar serviços e sistemas de saúde;

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Desenvolver investigação científica na determinação dos processos saúde-

doença e nos serviços e sistemas de saúde;

Respeitar os princípios éticos, legais e humanísticos da profissão.

Recomendamos:

Integralização deste conteúdo com a criação da disciplina no CGSC/ISC/UFMT.

Criação de possibilidades para implantar e implementar as legislações existentes

e as medidas de promoção, prevenção, proteção, diagnostico precoce e

reabilitação, referente as cargas de risco no trabalho e as doenças auditivas

ocupacionais no campo da Saúde Coletiva, durante as práticas do ensino-

aprendizagem.

Fomento a produção cientifica e projetos de extensão na graduação e pós-

graduação sobre este referido tema no ISC/UFMT.

Abertura de mercado de trabalho nas áreas intersetoriais para o sanitarista.

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