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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA CURSO DE ZOOTECNIA HERTA DE OLIVEIRA MONTEIRO EFEITOS FIXOS NA AVALIAÇÃO DO PESO AO NASCIMENTO, DESMAME E SOBREANO EM BOVINOS NELORE CUIABÁ 2016

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO ......XVI a exportação de gado bovino para o Brasil era incentivada pela Corte Real. Destacava-se como região recebedora o recôncavo baiano

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA CURSO DE ZOOTECNIA

HERTA DE OLIVEIRA MONTEIRO

EFEITOS FIXOS NA AVALIAÇÃO DO PESO AO NASCIMENTO, DESMAME E SOBREANO EM BOVINOS NELORE

CUIABÁ 2016

HERTA DE OLIVEIRA MONTEIRO

EFEITOS FIXOS NA AVALIAÇÃO DO PESO AO NASCIMENTO, DESMAME E SOBREANO EM BOVINOS NELORE

Trabalho de Conclusão do Curso de Gradação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia. Orientador: Prof. Felipe Gomes da Silva

CUIABÁ 2016

A todos que me acompanharam nesta jornada

Dedico.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço à Deus por ter me dado a vida e as oportunidades

que tive ao longo dela.

Aos familiares que ao longo destes anos todos, sempre apoiaram as minhas

escolhas. Em especial meu marido que me possibilitou estudar novamente.

Agradeço a universidade, seu corpo docente, direção e administração pela

possibilidade de alcançar meus desejos.

Ao meu orientador professor Felipe Gomes da Silva que desde o ínício do

curso me deu apoio e auxílio nas escolhas em relação a minha vida acadêmica e

sua esposa professora Lívia Vieira de Barros que esteve presente nas horas

necessárias. Ambos sempre me incentivando a buscar os meus sonhos.

À Embrapa Gado de Corte, principalmente ao pesquisador Gilberto Romeiro

de Oliveira Menezes, que participou da pesquisa apresentada fornecendo inclusive

dados para a realização do trabalho.

Aos membros da banca examinadora, pela disponibilidade de participar e

pelas contribuições acrescentadas ao trabalho.

Ao colega e amigo Felipe Cacite que esteve presente em meus estudos

principalmente quando surgiam as dúvidas referentes aos cálculos de rações ou

relacionadas à microbiologia ruminal. As colegas Luana Fernandes e Lorena

Andreotti que auxiliaram na realização das análises do trabalho, inclusive em

feriados.

“O impossível existe até que alguém duvide dele e prove o contrário”.

Albert Einstein

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Efeitos dos rebanhos em 31/12 e variação anual, animais de grande porte -

Brasil - 2013/2014. ............................................................................................... 5

Table 2 Estatística para variável peso ao nascimento (PN). ..................................... 30

Table 3Estatística para variável peso ao desmame (PD). ......................................... 31

Table 4Estatística para variável peso ao sobreano (PS). .......................................... 33

Table 5Análise de peso por sexo – Fêmea e macho ................................................ 33

Table 6Correlações amostrais de Pearson (acima da diagonal principal) e de

Spewman (abaixo da diagonal principal)............................................................ 34

Table 7Estatística Descritiva Geral das Variáveis Respostas Analisadas ................. 34

Table 8Critérios de avaliação de modelos para quatro avaliações genéticas do peso

ao nascimento - (Efeito fixo) ............................................................................... 35

Table 9Critérios de avaliação de modelos para quatro avaliações genéticas do peso

ao nascimento – (Grupo contemporâneo) .......................................................... 35

Table 10Critérios de avaliação de modelos para quatro avaliações genéticas do peso

ao desmame - (Efeito fixo) ................................................................................. 36

Table 11Critérios de avaliação de modelos para quatro avaliações genéticas do peso

ao desmame – (Grupo contemporâneo) ............................................................ 36

Table 12Critérios de avaliação de modelos para quatro avaliações genéticas do peso

ao sobreano - (Efeito fixo) .................................................................................. 37

Table 13Critérios de avaliação de modelos para quatro avaliações genéticas do peso

ao sobreano – (Grupo contemporâneo) ............................................................. 37

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Cálculo dos efeitos fixos de um grupo contemporâneo ............................... 25

Figura 2 Efeitos fixos classificatórios, características analisadas e covariantes ....... 24

Figura 3 Precipitação pluviométrica e percentagem de variação dos dados em

relação aos extremos observados do período histórico de 1977 a 2006. .......... 29

LISTA DE ABREVIATURAS

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia Estatística

CEPEA: Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada

IPCA: Índice de Preços ao Consumidor Amplo

P: Fenótipo

G: Genótipo

E: Desvio causado pelo ambiente

ONU: Organização das Nações Unidas

VG: Valor genético

A: Valor genético aditivo

D: desvio de dominância

DEP: Diferença esperada na progênie

H: Rebanho

S: Sexo

µ: Média,

e: Ambiente aleatório

:Vetor de valores observados;

Matriz de incidência dos efeitos fixos;

Vetor de efeitos fixos;

Matriz de incidência dos efeitos aleatórios genéticos aditivos;

: Vetor de efeitos aleatórios residuais.

PN: Peso ao nascimento

PD: Peso ao desmame

PS: Peso ao sobreano

AICc: Critério de informação de Akaike corrigido

BIC: Critério de informação Bayesiano

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1

2. OBJETIVO(S) ........................................................................................................ 2

3. REVISÃO ............................................................................................................... 3

3.1 Bovinocultura de Corte .......................................................................................... 3

3.2 Avaliação Genética ............................................................................................... 8

3.2.1 Diferença esperada na progênie (DEP)............................................................ 15

3.2.2 Características reprodutivas ............................................................................. 16

3.2.3 características de crescimento ......................................................................... 19

3.3.4 Características de carcaça ............................................................................... 20

3.3.5 Características de custo ................................................................................... 21

3.3.6 Grupos contemporâneos com efeitos fixos x efeitos fixos individualizados...... 23

4. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 27

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 29

6. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 39

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 40

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 41

RESUMO

Foram analisados 18.208 registros animais com informações de pesos corporais,

provenientes de bovinos da raça Nelore. O banco de dados foi fornecido pela

EMBRAPA Gado de Corte advindo de rebanhos da região Centro-Oeste, com o

objetivo de testar a eficiência da utilização dos efeitos fixos para avaliar

geneticamente os bovinos de corte em comparação à avaliação padrão que aplica

grupos contemporâneos como efeito fixo. Além disso, verificar qual a melhor modelo

de análise genética que deve ser usada em rebanho de bovinos da raça Nelore.

Aplicou-se, como modelo, dois tipo de conjuntos de efeitos fixos classificatórios,

agrupados (grupos contemporâneos) ou desagrupados (efeitos fixos) e quatro tipos

de efeitos aleatórios. O primeiro avaliou apenas os efeitos genético aditivo do

animal, o segundo considerou o efeito genético aditivo materno, o terceiro especulou

os efeitos da genética aditiva do animal somados ao ambiente permanente materno,

o quarto estudou os efeitos genéticos do animal adicionando-se ao ambiente

permanente materno e a genética materna, o qual foi denominado neste trabalho, de

composto. Avaliou-se os modelos de duas formas, a primeira apenas com os efeitos

fixos, e a segunda com grupos contemporâneos como efeitos fixos apenas o sexo,

fazenda, o ano e a estação, sendo esta definida como período de chuva ou seca. As

correlações amostrais de Pearson entre peso ao nascimento e desmama foram

26,29%, peso ao nascimento e ao sobreano 25,69%, peso ao desmame e peso ao

sobreano de 51,65%. Os grupos contemporâneos com modelo agrupado e

composto obtiveram os melhores resultados para o peso ao nascimento, desmame e

sobreano, sendo considerado esse o melhor modelo a se utilizar ao realizar-se uma

avaliação genética.

Palavras-chave: Bovino de corte, grupo contemporâneo, modelo para avaliação

genética, Centro-Oeste

1

1. INTRODUÇÃO

O povoamento bovino foi de suma importância para o Brasil, haja vista que

inicialmente ocorreu porque existia a necessidade de povoar áreas de difícil acesso

em uma época que a tecnologia existente era muito precária, auxiliando na

colonização e tomada de território do Brasil (SILVA et al., 2012).

O Brasil possui o maior rebanho bovino comercial do mundo com 212,3 milhões

de cabeças (IBGE, 2015). No entanto, a sua maioria é criada a pasto. Ainda, tem-se

um mercado abastecido com reprodutores sem avaliação genética. Portanto, o

reprodutor médio que se encontra é o popularmente conhecido “touro boiada”, o que

é uma situação desesperadora para um país com o potencial de criação que existe

(MOURÃO, 2005), não esquecendo que a maioria dos animais presentes no Brasil é

o Bos taurus indicus (SILVA et al., 2012), em sua maioria originário da Índia, país em

que o melhoramento genético é quase inexistente devido a sua cultura hinduísta

(LAZZARINI NETO, 2000).

Neste trabalho, testou-se a eficiência da utilização dos efeitos fixos para

avaliar geneticamente os bovinos de corte em comparação à avaliação padrão que

aplica grupos contemporâneos como efeito fixo, além de verificar qual a melhor

modelo de análise genética que deve ser usada em rebanho de bovinos da raça

Nelore.

O primeiro modelo foi avaliado apenas com os efeitos fixos, o segundo com

grupos contemporâneos como efeito fixo adotou-se apenas o sexo, fazenda, o ano e

a estação, sendo esta definia como período de chuva ou seca. As correlações

amostrais de Pearson entre peso ao nascimento e desmama foram 26,29%, peso ao

nascimento e sobreano de 25,69%, peso ao desmame e peso ao sobreano de

51,65%. Os grupos contemporâneos com modelo agrupado e composto obtiveram

os melhores resultados para o peso de nascimento, desmame e sobreano, sendo

considerado esse o melhor modelo a se utilizar ao realizar-se uma avaliação

genética.

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2. OBJETIVO(S)

Objetiva-se com este trabalho, testar a eficiência da utilização dos efeitos

fixos classificatórios separadamente para avaliar geneticamente os bovinos de corte

em comparação à avaliação, utilizando grupos de contemporâneos, para verificar

qual a melhor forma de realizar as análises genéticas de bovinos da raça Nelore.

Além de comparar diferentes combinações dos efeitos aleatórios a serem

incluídos no modelo de avaliação genética dos pesos ao nascimento, desmame e

sobreano.

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3. REVISÃO

3.1 Bovinocultura de Corte

A espécie bovina foi trazida ao Brasil pelos portugueses (ALEIXO et al.,

2012). A maioria do gado bovino que desembarcou no continente Sul Americano era

proveniente da Europa (Bos taurus), no entanto, já existiam mestiços de bovino zebu

(Bos indicus) (SILVA et al., 2012).

Os animais taurinos, a exemplo do Caracu, conseguiram se adaptar

razoavelmente aos trópicos. Todavia, os zebuínos demonstraram-se mais

resistentes, possibilitando a expansão da pecuária no Brasil (LAZZARINI NETO,

2000).

Segundo SILVA (1994), após a descoberta do Brasil por Pedro Álvares

Cabral, os portugueses começaram a transportar animais, trazendo os primeiros

bovinos em 1533 na Expedição de Martin Afonso de Souza. Em meados do século

XVI a exportação de gado bovino para o Brasil era incentivada pela Corte Real.

Destacava-se como região recebedora o recôncavo baiano que disseminava o gado

excedente para o Vale do Rio São Francisco que posteriormente seguiam para

outras regiões como Pernambuco, Maranhão e Piauí.

Os animais domésticos foram sendo propagados, somente com o crescimento

das capitanias hereditárias, enraizando a cultura pecuária na cultura local. Existem

relatos de curtume em 1.600, produção de queijo em 1.700 e uso de “carro de boi”,

que foram muito utilizados para o transporte de pessoas, mercadorias e edificações,

e desenvolvimento das cidades (SILVA et al., 2012).

Percebe-se como foi importante para o Brasil Colônia a vinda destes animais,

pois eles facilitaram o povoamento de áreas que dificilmente poderiam ser ocupadas

na época com a tecnologia existente. Desta forma, compreende-se que o bovino

apresentou um papel muito importante na história da colonização brasileira, servindo

como força aos engenhos de cana-de-açúcar coloniais. Como podemos ver na

citação: “Defronte desta enseada está ilha de Salvador Corrêa, que se chama

Parnapicu, que tem três léguas de comprido e um de largo, em a qual está um

engenho de açúcar, que lavra com bois, que ele fez” (SOUZA, 1851).

4

A pecuária de corte não surgiu no Brasil tendo com atividade principal a

exportação de produtos agrícolas, mas sim como um instrumento de expansão e

ocupação de terras brasileiras pelos colonizadores (ALEIXO et al., 2012), por

consequência a bovinocultura foi tratada por muitos séculos como uma atividade

secundária. Assim sendo, percebe-se que a pecuária possui uma faculdade peculiar

de ocupar grandes áreas de terras com pequena população, o que consolidou

economicamente a grande ocupação de regiões que não poderiam ser ocupadas de

outra forma e estariam condenadas ao abandono (SCHLESINGER, 2010).

Portanto, compreende-se que, desde o Brasil Colônia, a pecuária é realizada

de forma extensiva por uma necessidade de ocupação do território. Permanecendo

até a atualidade em grande parte dos rebanhos brasileiros, ocupando o território de

forma extrativista, sem preocupação com um aumento da produção a partir de

incremento às pastagens e melhoramento genético.

A produtividade média de desfrute é aproximadamente 22%, mesmo com a

existência de rebanhos de alta produtividade no país, 95% do rebanho é criado em

pastagens com algum nível de degradação e pouco uso de melhoramento genético.

Sabe-se que 95% do mercado é abastecido com touros que não possui avaliação

genética. Portanto o touro médio da pecuária brasileira é o “touro de boiada”, um

fator desesperador para o país líder do mercado mundial em exportações

(MOURÃO, 2005).

Não se deve esquecer que o rebanho zebuíno brasileiro é originário da Índia,

país que tem enraizado o hinduísmo o qual considera esse animal sagrado e,

portanto, não teve preocupação em selecionar geneticamente os animais a fim de

melhorar a produtividade de carne de seus rebanhos (LAZZARINI NETO, 2000).

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística o Brasil possui

atualmente 212,3 milhões de cabeças de bovinos (IBGE, 2015) apresentando o

Brasil o país com o maior rebanho comercial de bovinos do mundo (ABIEC, 2015).

Sendo a região Centro-Oeste responsável por 33,5% do rebanho nacional,

destacando-se Mato Grosso como o responsável pelo maior número de cabeças do

Brasil com 13,5% (IBGE, 2015).

Observando a tabela 1, conclui-se que apesar de modesto, houve um

crescimento no rebanho bovino em 2014 quando comparado a 2013. Faz-se

necessária a análise de mais dados para que se possa compreender o motivo deste

aumento.

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Tabela 1 Efeitos dos rebanhos em 31/12 e variação anual, animais de grande porte -

Brasil - 2013/2014.

CATEGORIA

QUANTIDADE (cabeças)

Variação anual 2013/2014(%) 2013 2014

Grande porte 218.408.652 219.114.011 0,3

Bovinos 211.764.292 212.343.932 0,3

Bubalinos 1.332.284 1.319.478 (-)1,0

Equinos 5.312.076 5.450.601 2,6

Fonte: Adaptado de IBGE, 2015.

Foram abatidas 7,732 milhões de cabeças de gado bovino com inspeção

sanitária no primeiro trimestre de 2015. O que demonstra uma queda de 9,3% em

comparação ao trimestre anterior (8,522 milhões de cabeças) e queda de 7,7% em

relação ao primeiro trimestre de 2014 (8,373 milhões de cabeças), (IBGE, 2015).

Perceber que existe uma oscilação natural no abates de bovinos no decorrer

dos trimestres, primeiro semestre de 2010 abateu-se aproximadamente 7.1 milhões,

em 2011 manteve-se o número, já no ano de 2012 subiu para 7.2 milhões,

novamente em 2013 o aumento chegou a 8.1 milhões e em 2014 o país abateu 8.4

milhões, Segundo os dados do IBGE (2015). Essa ocorrência pode ser explicada

pelos períodos de seca e chuva no país, pois está intimamente ligada à

disponibilidade de alimento encontrado pelos animais. Como se observou

anteriormente, a maioria das criações é extensiva, consequentemente, é natural

essa oscilação. No entanto, percebe-se uma grande queda no primeiro trimestre de

2015 que pode ser explicada pelo agravamento da seca que ocorreu neste período.

Portanto, conclui-se que o número de animais abatidos por período, está

intimamente ligado à oferta de alimento encontrado pelos mesmos. Em grandes

períodos de escassez de chuva, existe uma diminuição de alimento e queda de

abates prejudicando a economia do país (PAIVA, 2016).

Existem grandes variações no peso médio das carcaças, entre os mesmos

períodos do ano. A produção do primeiro trimestre de 2015 fora de 1,8 milhões de

toneladas de carcaças bovinas, ou seja, 10,8% menor que a registrada no trimestre

anterior (2,0 milhões) e 5,9% menor que a registrada no primeiro trimestre de 2013

(1,9 milhões). O peso médio das carcaças no primeiro trimestre de 2015 fora de

6

237,5 kg/animal. Comparando com o mesmo período do ano anterior o peso médio

fora de 233,2 kg/animal de carcaça, ou seja, uma diferença de 4,3 kg/animal (IBGE,

2015).

Relacionado ao peso médio de abate dos animais, verificamos um aumento

progressivo com o passar dos anos. Claro que houve pequenas oscilações entre os

trimestres, isso ocorre por estar-se abatendo cada vez mais animais, um reflexo do

aumento de cabeças criadas no país.

Pode-se relacionar o aumento de peso de abate dos animais com uma

preocupação dos criadores com melhor material genético e disponibilidade de

alimentos para os animais.

Considerando todo o território nacional, foram abatidas 641.098 cabeças de

bovinos a menos que no primeiro trimestre de 2015, quando comparado com igual

período do ano anterior. Isso se justifica devido a quedas em: Mato Grosso (-

179.260 cabeças, 13,4%), Mato Grosso do Sul (-118.023 cabeças, 11.3%), Goiás (-

105.748 cabeças, 12,2%), Minas Gerais (-72.018 cabeças, 8.9%), São Paulo (-

70.402 cabeças, 8.4%) e Paraná (-43.186 cabeças, 13.4%) dentre outros estados,

que também, sofreram quedas. No entanto, houveram estados que neste período

obtiveram crescimentos consideráveis, como é o caso do Pará (+48.749 cabeças,

7.8%) e do Maranhão (+13.590 cabeças, 7.3%), (IBGE, 2015).

Percebe-se que, apesar da queda dos abates, Mato Grosso ainda é a

Unidade Federativa que realiza mais abates no país. Uma posição de destaque, pois

o segundo colocado, Mato Grosso do Sul, possui um número de abates

substancialmente menor. Para continuar em primeiro no ranking de abate, os

pecuaristas do Mato Grosso. Devem se preocupar ainda mais com a oferta de

alimento para os animais, principalmente na época seca, onde as pastagens

diminuem sua produção, e especialmente na melhoria genética dos seus rebanhos

bovinos.

Segundo dados do IBGE (2015) observa-se, que no primeiro trimestre de

cada ano, ocorre um grande aumento nos abates de fêmeas. Isso acontece porque

nesse período há uma intensificação no descarte de matrizes improdutivas,

preservando os machos para engorda. No primeiro trimestre de 2015 ocorreu uma

redução de 3,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, indicando uma

preocupação com a reposição do rebanho. A redução no número de abates de

7

fêmeas pode se dar em função do aumento do valor do bezerro, o que estimula os

produtores a investirem na fase de cria.

Assim, compreende-se que, apesar do bovino de corte ser criado de forma

mais extensiva no Brasil, já existe uma preocupação dos pecuaristas em melhorar

seus rebanhos, para torná-los mais produtivos e eficientes, aumentando também

seus lucros.

Conforme o indicador Esalq/BM&F Bovespa do Centro de Estudos Avançados

em Economia Aplicada – Cepea, o preço da arroba bovina de janeiro a março de

2015 está mais alto que no ano anterior. A média de aumento anual fora de 21,3%.

Em 31 de março de 2015 foi registrado o recorde histórico: R$ 147,61 por arroba,

média nacional, considerando o período de 23 de julho de 1997 a 31 de março de

2015 (IBGE, 2015).

Conforme o IPCA/IBGE (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), todos os

cortes de carne bovina sofreram aumento de preço, com exceção da Paleta, que

apresentou diminuição no preço, sendo esse, abaixo do índice geral de inflação

acumulado de janeiro a março de 2015 (IBGE, 2015). Esses aumentos

provavelmente estão relacionados com a crise econômica que os pais vêm

atravessando (PAIVA, 2016).

A inflação para o consumidor no primeiro trimestre refletiu de maneira muito

significativa, no ajuste dos preços e continuou uma elevação quando verificadas nos

doze meses. Para os preços ao produtor, fora registrada uma alta inflação no

trimestre, repercutindo, os efeitos da depreciação cambial, principalmente em

relação aos preços de produtos industrializados (BC, 2015).

Conclui-se que, apesar de um aumento no valor da arroba da carcaça bovina,

o produtor não lucrou mais ao vender seu produto, apenas repassou parte do

aumento que teve para produzir o animal.

Em virtude das quedas ocorridas em volume, faturamento e preço médio das

exportações de carne bovina in natura, acabam contribuindo parar o aumento dos

preços dos cortes da carne de bovino de corte no mercado brasileiro (IBGE, 2015).

Acredita-se que, a queda que ocorreu no número de abate dos animais,

ocorreu em virtude do período do ciclo pecuário que o país atravessa, atualmente,

os bezerros estão valorizados, e por esse motivo o pecuarista não esta descartando

suas matrizes.

8

É imperativo que se aumente a produção dos rebanhos, a fim de, aumentar

as exportações e consumo nacional de carne bovina, tendo em vista que o consumo

nacional de carne bovina ainda é de 37,4kg por pessoa por ano conforme dados do

MAPA (2015). No entanto, sabe-se que se deve realizar mais trabalhos voltados

para a população, haja vista que, atualmente ela está desinformada em relação ao

consumo de carne.

Uma das mais importantes formas de aumentar a eficiência econômica dos

rebanhos bovinos é a utilização de avaliações genéticas, pois elas permitem

identificar e selecionar os indivíduos geneticamente superiores (KOURY FILHO,

2010).

Caso não exista uma preocupação em realizar o melhoramento genético, a

população bovina deveria ser aumentada, o que não se torna eficiente, haja vista

que o Brasil não explora de forma eficaz os animais que já possui.

3.2 Avaliação Genética

Compreende-se melhoramento genético animal, como sendo um

conjunto de processos seletivos visando aumentar a frequência alélica favorável na

população, e por consequência, uma diminuição da frequência alélica desfavorável.

É a aplicação da genética animal com o objetivo de aumentar a média de produção

dos animais. Isso está baseado em dois pilares fundamentais: a seleção e os

sistemas de acasalamento (ELER, 2014).

Existem evidências há 10 mil anos que o homem já tinha preocupação com a

seleção de animais e plantas para a sua sobrevivência. Várias pessoas já

levantaram diversas hipóteses tentando explicar a transmissão das características

herdáveis ao longo do tempo. No entanto, esses estudos só tiveram impulso após o

trabalho do monge agostiniano Gregor Mendel, no final do século XIX. Porém

somente a partir dos anos 50 foram intensificadas as pesquisas em relação à

natureza química do gene e seu funcionamento (RAMALHO et al., 2012).

O melhoramento genético é uma ciência muito importante, e que contribui

para o bem da humanidade, considerando-se o crescimento populacional

(RAMALHO et al., 2012). A ONU (Organização das Nações Unidas, 2015) projeta a

população atingindo 8,5 milhões de habitantes em 2030. Somente, no Brasil, a cada

19 segundo nasce um indivíduo (IBGE, 2015). Com esse crescimento populacional,

o mundo demanda por mais alimento, produzido de forma mais sustentável. O

9

melhoramento genético vem para contribuir com a resolução destes problemas,

aumentando a produção de alimentos, necessitando de mais estudos e maior

contingente profissional (RAMALHO et al., 2012).

A seleção dos animais é um método de melhoramento genético que consiste

em escolher os melhores animais dentro de uma população, para que eles sejam os

pais da geração seguinte (ZARDA, 2012) possibilitando que sejam alcançados níveis

e padrões superiores de animais produzindo desta forma, um produto de melhor

qualidade e que atenda aos mercados mais exigentes, propiciando um acréscimo

nas exportações.

A genética estuda dois fenômenos distintos que são: a herdabilidade e a

variação. A herdabilidade é um fenômeno que explica porque os descendentes se

assemelham aos ascendentes. Já, a variação pode ser considerada as diferenças

ambientais ou genéticas entre os descendentes (RAMALHO et al., 2012).

Baseados na genética pode-se escolher os animais que gerarão os melhores

descendentes, sabendo-se como as diferenças ambientais atuaram em cada um. Ao

se utilizar os animais com genética superior como reprodutores, aumenta de maneira

cumulativa, a frequência com que os genes desejáveis aparecem no rebanho e, por

consequência, a dos fenótipos que são economicamente mais interessantes

(KOURY FILHO, 2010).

Portanto, utilizando-se reprodutores de melhores valores genéticos, ou

características desejáveis como peso ao abate, peso ao desmama e peso ao

sobreano, dentre vários outros, tem-se uma prole melhor, e cada vez que se

realizam cruzamentos desses animais com outros, de características de mesma

forma desejáveis, se aumenta a frequência que esses genes, considerados

positivos, aparecem nos descendentes.

Para obter sucesso na realização do melhoramento animal, deve-se ter

variabilidade genética de características dentro do rebanho e quantidade de animais

(ZARDA, 2012). No entanto, o excesso de variabilidade genética, que ocorre nos

rebanhos brasileiros, é um indicativo que existe muito a ser feito antes de se

conseguir aumentar a produtividade (LAZZARINI NETO, 2000). Ocorre uma

discrepância, pois a grande variabilidade é importante, no entanto o exagero de

variabilidade demonstra que não foram realizados trabalhos genéticos, tornando a

seleção mais necessária.

10

Aparentemente, a herdabilidade e a variação são fenômenos antagônicos,

uma vez que a herdabilidade tem a ver com a semelhança e a variação com a

diferença. Embora existam esses antagonismos, elas se completam, pois a variação

permite que ocorram diferenças, sobre as quais, atua a seleção, permitindo o

melhoramento. No entanto, o resultado da seleção só pode ser positivo se for

herdável (RAMALHO et al., 2012).

Percebe-se, o quanto que é importante à seleção, uma vez que, é a partir

dela que consegue-se encontrar os melhores animais produtores de carne para

alcançar-se um rebanho mais produtivo e economicamente viável.

No melhoramento o valor que é medido em um animal, é o valor fenotípico,

que pode ser, por exemplo, kg de ganho de peso de um animal de corte. Esse valor

é composto por, um valor genotípico e o ambiente em que o animal viveu (ZARDA,

2012) podendo se dividido em: um atribuído à influência do genótipo e outro

atribuído à influência do ambiente. Expressado por:

P = G + E.

Onde:

P é o valor do fenótipo,

G é o valor genótipo e

E é o desvio causado pelo ambiente (LOPES, 2005).

Então, para poder ser realizada a seleção genética adequada, deve-se antes,

minimizar ao máximo os efeitos ambientais, para então submeter os animais a uma

comparação (LAZZARINI NETO, 2000). Para realizar o melhoramento genético é

necessário que também se realize o melhoramento ambiental, pois a produção do

indivíduo é resultante da ação de seus genes e das forças que agem sobre ele. Por

esse motivo é importante determinar a fração do fenótipo que é devida aos efeitos

dos genes e a fração que é devida aos efeitos de ambiente, porque somente os

efeitos dos genes são transmitidos à próxima geração. Desta forma, pode-se

concluir que o ambiente é muito importante para que a genética do animal seja

expressa, pois se não oferecer condições adequadas ao animal a sua genética pode

ser subestimada, uma vez que o valor genético não terá a chance de ser

manifestado (ELER, 2014).

Pode-se considerar como ambiente, as condições de clima, manejo e

alimentação, dentre outras que são encontradas onde o rebanho esta constituído.

11

Ele é importante, pois pode mascarar a genética do animal que pode não ser

expressa (ZARDA, 2012).

A produtividade de bovinos de corte nos trópicos, não depende apenas, do

potencial genético, está condicionada a habilidade dos animais suportarem o

estresse com ambiente, que atua, sobre o seu crescimento e reprodução,

principalmente quando comparado aos animais de clima temperado (BURROW et

al., 2004). Um exemplo prático desta relação é o bovino da raça Angus, ele possui

grande potencial genético, no entanto, não se adapta bem ao clima do Brasil central,

onde o ambiente limita seu potencial de crescimento e reprodução. Observa-se

claramente, como o fenótipo é atingido em um ambiente de clima quente.

A bovinocultura de corte apresentou um grande crescimento nos últimos

anos, tornando o Brasil o segundo maior produtor, e atualmente o maior exportador

de carne bovina do planeta. Sendo possível, graças ao melhoramento genético e

manejo. Salientando-se que o país exporta matrizes selecionadas para vários países

(RAMALHO et al., 2012).

Para realizar-se o melhoramento animal é importante ter claras as

características que apresentam maior valor econômico, pois elas são o pré-requisito

para o programa de seleção animal (SIQUEIRA et al., 2003).

Não se pode deixar de considerar que, essa seleção deve ser realizada com

base nas características de herdabilidade média a alta, pois as de baixa

herdabilidade apesar de poderem ser selecionadas demoram muito para alcançar-se

os resultados desejados (LAZZARINI NETO, 2000). Atualmente no Brasil, a pouca

seleção que existe, apenas preocupa-se em selecionar animais para obter maior

ganho de carne, características ligadas à qualidade do produto e à reprodução

(QUEIROZ, 2012).

Pode-se considerar então, que o valor fenotípico é um excelente indicador do

valor genético do animal, ou seja, existe uma relação entre o valor do fenótipo e o

valor genético do individuo (ZARDA, 2012).

A existência de indivíduos de genótipos diferentes em uma população permite

a variabilidade genética. Exceto, no caso de algumas características, que são

definidas por um pequeno grupo de genes com genótipo não conhecidos. No

entanto, pode-se estimá-los com base em expressões fenotípicas. Considera-se que

os animais com melhor fenótipo também tenham o melhor genótipo. Para os

melhoristas o valor genotípico (valor do genótipo do próprio animal que se expressa

12

na plenitude do animal, é influenciado por interações de dominância e entre

epistasia que ocorrem no processo de transmissão do material genético) é

importante assim como o genético que depende do efeito individual de cada um dos

alelos, e não do efeito do par de alelos como no genotípico (WERF, 2006).

O valor genético (VG) está relacionado ao efeito genético aditivo que cada

animal passa a sua progênie. Ele só é pleno no próprio animal e será influenciado

pelas interações de dominância e epistasia (WERF, 2006). No entanto, não deve ser

desconsiderado que o valor genotípico é uma soma do valor genético aditivo do

desvio de dominância e da epistasia (LOPES, 2005), ou seja:

G = A + D + E

Onde:

G é o valor genético,

A é o valor genético aditivo e

D é o desvio de dominância ou interação intra-loco

E é o desvio da epistasia ou interação entre-loci.

O efeito aditivo é um tipo de ação gênica, que cada um dos genes do

genótipo do indivíduo provoca efeito na característica do animal, ou seja, causa um

efeito no valor fenotípico do indivíduo, isso sendo independente da ação dos outros

genes do genótipo que somado aos demais efeitos determina o fenotípico (ELER,

2014). Defini-se ainda, como a soma dos efeitos médios dos genes que o individuo

carrega. Já o desvio de dominância é resultado da dominância que existe entre os

alelos, sendo que, na sua ausência os efeitos genéticos e genotípicos coincidem

(LOPES, 2005).

Compreende-se que, os valores genéticos são expressos em relação a uma

média geral normalmente, e que são iguais a duas vezes os desvios médios das

progênies de um animal em relação à média da população. Isso ocorre porque, o

desvio está relacionado ao conceito de diferença esperada na progênie (DEP). Já

para encontrar o valor genético esse desvio é dobrado, já que cada pai transmite

apenas metade dos seus genes (WERF, 2006). Concluí-se que, seu valor genético

deve ser medido em função do desempenho de seus parentes. Sabe-se que o valor

genético é dividido por dois porque um animal passa apenas metade dos seus

genes (ZARDA, 2012).

Observa-se que os valores dos heterozigotos são intermediários aos valores

genéticos dos homozigotos, no entanto, os valores genotípicos não são. O

13

heterozigoto tem o valor genético da média dos seus pais (WERF, 2006). Isso

porque a avaliação genética capta os efeitos genéticos aditivos, mas não tem função

de detectar os desvios de dominância e efeitos epistáticos nos indivíduos, não sendo

utilizada para detectar efeitos de heterose.

Para estimar o valor genético do individuo ele deve ser acasalado com várias

fêmeas ao acaso na população, desta forma, o seu valor genético será duas vezes a

diferença média de seus descendentes em relação à média da população. A

diferença deve ser multiplicada por dois, pois o macho passa apenas metade de

seus genes (LOPES, 2005).

Considera-se o valor genético de um animal o valor do resultado da

expressão gênica desse animal em uma população. Em termos práticos, um touro

que tenha seu peso a um ano de idade de 350kg, sendo superior a média da

população que é de 300kg, então seu fenótipo expresso como desvio é de + 50kg

(WERF, 2006). Esse animal esta acima da média se comparado ao rebanho, então

divide-se 50kg por 2 (metade da mãe e metade do pai) considerando que a

herdabilidade seja 0,40 esperamos, em média 10kg a mais em sua progênie. Em

longo prazo não há dúvidas que essa seleção será benéfica ao produtor (LAZZARINI

NETO, 2000).

No entanto, deve-se considerar que existem mais fatores que podem interferir

nesse fenótipo, como epistasia e dominância existente entre os alelos (LOPES,

2005). Também não deve-se esquecer que, existem fatores ambientais que podem

estar alterando o ganho esperado.

Correlações genéticas são as associações fenotípicas e genéticas que

ocorrem em diferentes características da produção, ou seja, quando se seleciona

para uma característica pode-se estar aumentando outra juntamente com a

desejada, podendo ser de forma positiva ou negativa. Por exemplo, ao selecionar

para ganho de peso ao desmame é capaz de se estar selecionando para peso ao

nascimento, o que pode comprometer o parto dos animais (LAZZARINI NETO,

2000).

Não se podem utilizar apenas as observações fenotípicas para uma avaliação

genética, pois como visto anteriormente às diferenças ambientais também exercem

grandes influências no animal. Para comparar animais através do fenótipo, eles

devem estar em condições similares de manejo, alimentação, ter a mesma idade,

14

sexo. Esses animais devem ser considerados um grupo contemporâneo (WERF,

2006).

O ambiente é a soma de todos os fatores não genéticos, ou ainda dos efeitos

genéticos não transmissíveis devido a desvios de dominância e epistasia. Os efeitos

ambientais não são necessariamente aleatórios, podendo ser efeitos ambientais em

componentes identificáveis e não identificáveis ou ainda em aleatórios (WERF,

2006).

p = µ + F + a + e

Onde:

p é o fenótipo dos indivíduos

µ é a média da população para a característica avaliada

F representa os efeitos fixos incidentes, como sexo, rebanho, ano, estação,

etc.

a é o valor genético e

e é o ambiente aleatório.

Desta forma, a variação total devida ao ambiente não é considerada e podem-

se estimar melhor os efeitos genéticos. Portanto, a correção para efeitos fixos, torna

a estimativa do valor genético mais acurado Efeito fixo é um grupo de efeitos

ambientais identificáveis como, por exemplo: tipo de parto, rebanho, sexo, estação,

ano de nascimento, grupo de manejo (WERF, 2006).

Efeitos contínuos são as influências ambientais sistemáticas, que não podem

ser ajustadas, como o efeito da idade no peso do animal em crescimento, pois o

ganho de peso diário é o mesmo, mas a diferença que existe de peso entre os

animais é variável uma vez que depende da sua idade (WERF, 2006).

Propriedades dos valores genéticos estimados (VGEs): existe a necessidade

de saber se eles são acurados ou não. Sabe-se que, a correlação para efeitos

ambientais de dados não pretende apenas identificar os valores genéticos de forma

mais acurada, ela é importante para poder-se efetuar a comparação de forma justa

entre os animais (WERF, 2006).

Após organizar as características em escalas numéricas, podem-se comparar

os animais e obter-se o diferencial de seleção, e a partir dele calcula-se a DEP. Ela é

a expressão relativa aos valores genéticos de mais confiabilidade possível, porque

ela leva em conta as informações disponíveis ajustando e corrigindo os fatores que

podem influenciar na mesma (LAZZARINI NETO, 2000).

15

3.2.1 Diferença esperada na progênie (DEP)

A DEP é uma estimativa, ou seja, um valor matemático que objetiva estimar o

valor genético do reprodutor, baseado em todas as informações que se possuí do

animal (TORRES JUNIOR et al., 2013). Pode-se calcular a DEP de qualquer animal,

e de qualquer sexo, no entanto, normalmente, utiliza-se essa ferramenta na

bovinocultura de corte apenas para os machos, pois são os animais que necessitam

ser mais selecionados, tendo em vista que, os machos deixam mais descendentes

em comparação com as fêmeas.

Todas as características são avaliadas levando-se em conta os efeitos

paternos e maternos, bem como outros parentes do animal, e todos os fatores que

podem influencia-la (LAZZARINI NETO, 2000). Portanto a DEP é uma composição

entre os valores de vários animais provenientes de uma mesma linha de animais

pais. A DEP pode ser prevista em relação à média anual do rebanho, sendo

calculada em uma base móvel. Ainda, pode ser predita, em uma base fixa utilizando-

se um ano específico ou média de um touro conhecido da mesma raça (LAZZARINI

NETO, 2000). A forma de prever a DEP pode influenciar no resultado encontrado da

mesma. No entanto, o cálculo é uma forma muito confiável e com valores próximos

aos reais encontrados. Resumindo, a DEP é exatamente o que se acha do animal,

ou seja, a quantidade esperada que o animal poderá transmitir aos seus

descendentes, quando relacionada à genética comparada (LAZZARINI NETO,

2000).

Utilizando a DEP para realizar a seleção pode-se saber o que esperar do

rebanho para os próximos anos. Deve-se considerar sempre que, a própria definição

de DEP especifica que a mesma trata-se de um valor relativo, uma vez que, é

baseada em um referencial que é adotado. Por esse motivo, e necessário comparar

os valores da DEP dos animais que se possuí para a seleção (TORRES JUNIOR, et

al., 2013). Compreende-se então que, DEP é o quanto diferente do touro será o seu

descendente, considerando-se os demais efeitos que irão interferir no animal, sejam

eles ambientais ou genéticos, pois a matriz também contribui no valor genético da

progênie. No entanto, elas não são uma garantia exata da progênie, pois ainda

deve-se considerar o ambiente. Trata-se de valores estatísticos, que dependem da

acurácia do touro. Não podem ser comparadas entre raças diferentes (LAZZARINI

NETO, 2000).

16

Apesar de ser uma medida relativa à DEP de dois animais, é calculada

considerando-se os mesmos parâmetros, e por esse motivo, pode-se saber qual

animal é superior. No entanto, caso os animais tenham suas DEPs calculadas em

referenciais distintos não se pode comparar os animais (TORRES JUNIOR, et al.,

2013). Como existe mais de uma forma de calcular a DEP, sempre tem-se em mente

é que os animais analisados devem ter suas DEPs calculadas da mesma forma para

que o resultado não seja errôneo.

À medida que a curva de distribuição baseada na DEP se afunila, ou seja,

que os valores ficam mais próximos sabe-se que a DEP está bem próxima ao valor

genético verdadeiro, tornando-se mais confiável e isso é a acurácia (TORRES

JUNIOR et al., 2013). Acurácia é, portanto, a correlação entre os valores genéticos

estimados e os verdadeiros, varia de 0 a 1 (WERF, 2006).

Por esse motivo, os animais mais velhos tendem a ser mais acurados, uma

vez que eles já foram testados mais vezes que os mais jovens. À medida que os

reprodutores têm mais descendentes, estima-se melhor a sua DEP. Então, os

animais jovens normalmente têm suas DEPs com menor credibilidade, por não

terem sido tão testadas quanto as DEPs dos animais mais velhos com informações

de vários descendentes (ARAUJO NETO, 2012).

3.2.2 Características reprodutivas

Características reprodutivas em bovinos de corte se destacam na

bovinocultura nacional como importantes na seleção dos animais. No entanto, não

acompanham a seleção das características relacionadas à conformação e

musculosidade, pois são consideradas de baixa herdabilidade (DIAS et al., 2004).

Essa é uma característica de extrema importância, porque, ela irá impor os limites

para a intensidade da seleção, uma vez que o aspecto determina o intervalo entre

gerações, que está diretamente ligado ao valor econômico que o rebanho tem

(PESSOA et al., 2012).

Dentre as características reprodutivas existem vários pontos a serem

observados como a precocidade sexual, fertilidade, perímetro escrotal. Libido,

qualidade do sêmen.

Busca-se selecionar as fêmeas que tenham a idade ao primeiro cio mais

cedo, ou seja, possuam maior precocidade sexual. Todavia, é uma característica de

difícil mensuração quando se pretende atuar em grandes rebanhos e por isso,

17

normalmente está ligada a idade ao primeiro parto (PESSOA et al., 2012). A

estimativa da herdabilidade desta característica é de média a alta podendo variar de

0,12 a 0,50 (SHIOTSUKI et al., 2009). O sucesso, desta particularidade, define o

retorno do investimento realizado no animal pelo aumento da vida útil da mesma

(DIAS et al., 2004). Esta variação, na estimativa da herdabilidade, pode ser

explicada com o manejo do animal, considerando que, sabe-se que a idade na qual

a vaca emprenha, está ligada ao percentual de peso que a mesma possui em

relação ao seu peso adulto e condição de escore corporal. Por esse motivo, está

relacionado à qualidade e quantidade de alimento fornecido ao animal (PILAU &

LOBATO, 2009).

A fertilidade de uma fêmea é avaliada conforme a sua capacidade de produzir

com regularidade crias viáveis. Esta também, é uma característica de difícil

mensuração (PESSOA et al., 2012), pois também, depende muito do manejo

empregado nas matrizes enquanto elas estão prenhes.

O intervalo de partos é o período de tempo entre duas parições consecutivas,

deve ser aproximadamente 12 meses ou 365 dias, no entanto a média nacional é

muito superior a esse valor (PESSOA et al., 2012). Apresenta baixa herdabilidade

em geral (GRESSLER et al., 2000) , pois não pode-se ter certeza dos valores uma

vez que altamente influenciado pelo manejo e escor corporal.

Dias ao parto está relacionada à estação de monta, é o número de dias entre

o primeiro dia após a estação de monta e o parto (PESSOA et al., 2012). Tem baixa

herdabilidade variando de 0,04 a 0,17 (BOLIGON et al., 2007). O intervalo de partos

e a característica de dias ao parto estão correlacionadas (ALBUQUERQUE et al.,

2008). No entanto, a resposta a essa seleção é muito demorada (PESSOA et al.,

2012). Apesar de serem de resposta lenta, são características que em longo prazo

melhoram muito o rebanho.

Duração da vida reprodutiva para a fêmea é uma característica muito

importante, pois indica o período que ela permanece no plantel como reprodutora.

Reflete a idade que ela é descartada e a idade ao primeiro parto (PESSOA et al.,

2012). Essa característica, quando bem selecionada, influência muito no retorno

econômico na propriedade, pois a vaca deve deixar o maior número de crias na

propriedade de forma eficiente. A estimativa da herdabilidade é de 0,06 a 0,56

(MERCADANTE et al., 2000) mais uma vez, observa-se que, é de difícil

mensuração, porque também depende muito do manejo e nutrição do animal.

18

A produtividade acumulada é um aspecto que, expressa o valor em kg em

bezerros produzidos pela fêmea por ano ao longo de sua vida produtiva, avaliando-

se assim, também, a sua habilidade materna (LOBO, 2000). As médias dessa

produtividade são 96,74 kg (AZEVEDO et al., 2005). Novamente, esse valor

depende muito do manejo empregado para com a matriz e o bezerro assim como a

nutrição que pode variar muito.

Habilidade materna é a habilidade que a vaca tem em cuidar de sua cria e

que produzem maior quantidade de leite. Em geral, é medida de forma indireta,

conforme o desempenho de suas crias no período pré-desmame (PESSOA et al.,

2012). As vacas Nelore tem menos habilidade materna do que as vacas mestiças

(OLIVEIRA et al., 2007). Por esse motivo não é incomum que para rebanhos

comerciais se utilize fêmeas mestiças.

A partir desde momento passa-se a apontar as características reprodutivas

mais importantes para os machos reprodutores:

Perímetro escrotal é a característica mais usada nos programas, pois está

relacionada com o fato de ser de fácil mensuração e não implicar em custos ao

produtor. Essa característica possui herdabilidade média alta e esta correlacionada

de forma favorável aos aspectos reprodutivos dos machos e precocidade sexual nas

fêmeas (PESSOA et al., 2012). Em touros da raça Nelore, se estima que a

herdabilidade seja entre 0,25 e 0,26 para avaliações realizadas aos 12 meses e 0,35

e 0,37 para avaliações realizadas aos 18 meses (BOLIGON et al., 2007).

A libido e a capacidade de serviço também são características muito

importantes, pois se avalia a capacidade de disseminação do material genético

quando utilizado monta natural (PESSOA et al., 2012). Qualidade do sêmen está

relacionada à fertilidade que o reprodutor tem. Apresenta correlação com o

perímetro escrotal de 0,86, com o volume do ejaculado em 0,17 e com a motilidade e

vigor em 0,20 (PASTORE et al., 2008).

Conclui-se que, as características genéticas desejáveis nas fêmeas apesar de

possuírem boa herdabilidade podem não ser manifestadas, haja vista, que são

extremamente dependentes do manejo e nutrição que as vacas recebem. Todavia,

os machos, têm suas características melhor calculadas, apesar de que também

podem sofrer alterações conforme sua nutrição e manejo.

19

3.2.3 características de crescimento

As características de crescimento podem ser avaliadas pelo peso a idade

padrão a serem definidas. Os ganhos entre as idades ou o número de dias que o

animal leva para atingir um determinado peso (PEREIRA, 2008).

Determina-se o crescimento do animal conforme o aumento da massa

muscular, incluindo-se as taxas de multiplicação das células. Sabe-se que, a

hiperplasia ocorre durante a fase do desenvolvimento embrionário, e durante o pós-

natal as células perdem essa habilidade ocorrendo apenas à hipertrofia (ARAÚJO

NETO et al., 2012). O crescimento não deve ser considerado como influenciado

apenas pelo fator genético, pois o meio é muito relevante na interação genótipo-

ambiente (TRENKLE & MARPLE, 1983). Por esse motivo os valores genéticos são

de difícil mensuração e pouco confiáveis. No entanto sabe-se que, o efeito materno

é uma das principais características quando avalia-se bezerros.

Dentre as medidas ponderais, a mais usada é, o peso em determinadas

idades, porque tem baixo custo. Para mensurar o crescimento, também se pode

utilizar, o peso vivo em um determinado período, desta forma, a seleção é baseada

no ganho de peso do período ou diário o que acarretará em um ciclo mais curto e

maior possibilidade de ganhos para a propriedade (MARCONDES et al., 2000).

Em questões relacionadas ao desenvolvimento ponderal, a grande dúvida é

qual característica utilizar na seleção, tendo em vista, o grande número de opções

que pode-se utilizar (ARAUJO NETO et al., 2012).

Existem diversos estudos que, apontam correlação genética positiva e de alta

magnitude o peso, No entanto, esse peso pode-se tornar uma característica

negativa quando se pensa em peso ao nascimento, pois pode levar a frequência de

partos distócicos (ARAUJO NETO et al., 2012). Por esse motivo, prefere-se um

ganho genético em peso mais baixo, porém, frequente, mesmo que, o progresso

seja mais lento, utilizando sempre animais com uma diferença de peso ao

nascimento mais harmônico. Assim se podem evitar problemas futuros dentro da

propriedade (TANAKA et al., 2009).

Utilizam-se ainda, outras medidas com mensuração corporal linear. Essas

medidas de comprimento e altura são mais precisas, haja vista que, o peso e a

gordura podem sofrer flutuações ao longo do período em função de fatores

nutricionais e de manejo (NORTHCUTT et al., 1992).

20

3.3.4 Características de carcaça

Analisa-se, neste momento, as características de carcaça e sua qualidade

que podem ter interesse na seleção genética dos animais:

Uma carcaça, para ter qualidade, deve apresentar gordura adequada afim de

garantir sua refrigeração de forma eficaz (GIL et al., 2012). O rendimento de carcaça

é um dos principais fatores a ser observado, verificando-se os rendimento dos cortes

nobres e sua cobertura de gordura (BOLEMAN et al., 1998). A avaliação da carcaça

deve ser feia sem o abate do animal, portanto, ela pode ser feita através da

ultrassonografia que é um método não evasivo que possui baixo custo. Pode-se

ainda utilizar a atribuição de escores visuais (GIL et al, 2012), este último método

não é tão preciso quanto a avaliação feita por ultrassonografia, no entanto, é mais

barato.

A avaliação por escore de condição corporal não causa estresse ao animal, e

também não tem a necessidade de levar o animal para curral de manejo, pode ser

feita no campo visualmente (FARIA et al., 2008).

Em relação ao perfil da carcaça pode-se avaliá-la em quatro parâmetros que

são: área de olho de lombo, espessura de gordura, maciez e marmoreio. Área de

olho de lombo é uma medida obtida pela seção transversal do músculo Longissimus

dorsi, ou conhecido comercialmente como contra filé, situada entre a 12ª e 13ª

vértebras torácicas tem relação direta com a deposição de massa muscular no

animal (CARVALHO et al., 2007).

Espessura de gordura, nesta análise, observa-se a quantidade de gordura

subcutânea no momento do abate que influencia diretamente na maciez da carne,

haja vista que deve ter entre 3 e 5 milímetros para proteção da carcaça no

resfriamento rápido (GIL et al., 2012). O coldshortening, é o processo de

resfriamento, ele é conhecido por grandes perdas na indústria frigorífica, por esse

motivo, os produtores que constantemente levam para abates animais com pouca ou

sem cobertura acabam sendo penalizados (SUGUISAWA et al., 2002).

A maciez é avaliada pela força de cisalhamento, que é a força necessária

para cortar uma seção transversal de um determinado músculo. Sendo maior a força

aplicada menor a maciez (GIL et al.; 2012). A maciez da carne está associada a uma

mutação encontrada nos genes, em um simples nucleotídeo no gene da calpaína

identificado como CAPN316, CAPN4751 e CAPN530 (REZENDE et al., 2008.

21

Nos Estados Unidos existe uma classificação de qualidade para a carne

baseada no marmoreio, ou seja, a quantidade de gordura intramuscular existente no

contra filé, denominada quality grade. Essa qualidade pode variar entre standart,

select, choice e prime, sendo a prime a de melhor qualidade (MERIAL DO BRASIL,

2009). O marmoreio está relacionado ao gene da tiroglobulina localizado no

cromossomo 14 dos bovinos. Esse gene é um percursor dos hormônios tireoidianos

T3 e T4 que estão relacionados a gordura principalmente do gado Wagyu

(SUGUISAWA, 2002).

3.3.5 Características de custo

Considera-se, neste momento, algumas características que estão ligadas à

redução dos custos de criação dos animais, o que possibilita uma maior renda ao

produtor:

A capacidade de os animais se adaptarem a ambientes estressantes é

genética (BERTIPAGLIA et al., 2007). E essa capacidade é importante para que os

animais consigam sobreviver e reproduzir em ambientes desafiadores sem a

diminuição do seu desempenho (SANT’ANNA et al., 2012). Existem programas de

seleção que podem auxiliar nessa escolha principalmente em áreas de clima

tropical. Características como resistência a parasitas, mortalidade pré-desmama,

temperamento e pelame (BURROW & BINDON, 2005).

A mortalidade pré-desmama em bezerros é responsável por grandes perdas

econômicas. Esses fatores estão de certa forma, ligados ao peso de nascimento,

vigor, habilidade materna da vaca, dentre outros (SANT’ANNA et al., 2012). Esses

fatores tem baixa herdabilidade, aproximadamente 0,04 a 0,05 (SCHMIDEK, 2009).

Apesar de muito baixos os valores de herdabilidade destas características, é

necessário que se realize seleção para eles, pois a longo prazo pode-se melhorar o

rebanho.

Existe outra forma de influenciar muito nessas perdas que é eliminando os

problemas ambientais. Deve-se escolher a época de acasalamentos e nascimentos

das crias para que exista disponibilidade de forragem para os animais e maior

produção de leite da vaca. Pode-se ainda escolher o sexo dos animais, haja vista

que os machos por nascerem maiores têm maior possibilidade de apresentarem

partos distócicos e morrerem ao nascerem (SANT’ANNA et al., 2012).

22

Em relação ao pelame, os animais que vivem em ambientes tropicais devem

possuir pele pigmentada e pelos claros com diâmetro espesso e curtos (SANT’ANNA

et al., 2012). Essas características explicam a adaptação dos bovinos que evoluíram

de climas quentes, ou seja, os zebuínos. Estes também possuem menor produção

de calor metabólico e uma maior capacidade de perda de calor para o ambiente.

Infelizmente são características de baixa herdabilidade (BERTIPAGLIA et al., 2008).

Em relação à resistência a parasitas, deve-se lembrar de que uma infestação

pode causar grandes perdas econômicas, podendo até mesmo ser perdido o lucro

da propriedade. Algumas características podem auxiliar como um pelame curto

grosso e claro que auxilia na auto limpeza dos animais. Essas características

também os tornam mais resistentes o calor e com melhor sistema imunológico

(SANT’ANNA et al., 2012)

As vacas pluríparas em lactação são menos resistentes a carrapatos do que

as mais jovens e não lactantes. As infestações de bernes também afetam mais

esses animais mais velhos (SILVA, 2004). Existem poucos estudos ainda em relação

a alguma herdabilidade genética que possa influenciar nesse aspecto, no entanto

foram obtidos os valores de 0,29 para a contagem do número de carrapatos e 0,21

para o escore de infestação (FRAGA et al., 2003) 0,42 para a resistência a

carrapatos (BURROW, 2001).

Outra característica muito interessante em ser selecionada e que influi

diretamente nos custos da propriedade é a conversão alimentar, haja vista que os

custos com alimentação são os maiores gastos. A seleção para melhor conversão

alimentar ficou durante anos deixada de lado, em virtude de ser de difícil

visualização e principalmente pela dificuldade de mensurar o consumo. Também

porque se acreditava que estaria correlacionada com o ganho do animal. Atualmente

os programas de melhoramento genético estão mais atentos à inclusão deste critério

(SANT’ANNA, et al., 2012).

A medida mais comumente utilizada é a conversão alimentar, que é a medida

bruta de eficiência que está correlacionada com o ganho de peso e o peso que o

animal terá na idade adulta, embora existam diversas outras medidas eficientes que

podem ser utilizadas (ARCHER et al., 1999). Não encontra-se valores de

herdabilidade para gado Nelore, no entanto para Angus estima-se um valor superior

a 0,32 (ARTHUR et al., 2001). Já para as outras raças encontrou-se herdabilidade

próxima a 0,15 (HOQUE et al., 2006).

23

3.3.6 Grupos contemporâneos com efeitos fixos x efeitos fixos

individualizados

Para poder executar uma avaliação genética focando nessas características

citadas anteriormente, pode-se utilizar modelos de avaliação diferentes. Os modelos

avaliados neste trabalho são análises realizadas em grupos contemporâneos

utilizando efeitos fixos ou apenas os efeitos fixos individualizados. A diferença básica

entre elas é a quantidade de graus de liberdade que o modelo irá apresentar.

A seleção com base em grupos contemporâneos que é uma combinação de

vários efeitos fixos classificatórios como fazenda, ano de nascimento, grupo

genético, dentre outros que podem afetar a seleção (BOLDMAN & FREEMAN,

1990). Quanto mais efeitos fixos forem acrescentados nos grupo contemporâneo

mais graus de liberdade serão utilizados, diminuído o número amostral para análise.

Traz-se a figura 1 para exemplificar melhor os possíveis efeitos fixos

classificatórios e covariáveis, além dos efeitos aleatórios possíveis que acredita-se

que possam influenciar na avaliação.

24

Figura 1 os possíveis efeitos fixos classificatórios e covariáveis, além de efeitos

aleatórios possíveis de serem considerados em uma avaliação de bovinos de corte

para peso ao nascimento (PN),peso ao desmame (PD), peso ao sobreano (PS).

GG: Grupo Genético

IVP: Idade da vaca ao parto

Fonte: Figura elaborada pela autora

Observa-se como efeitos fixos apenas o sexo, a fazenda, o grupo genético o

ano e a estação que estão influenciando o peso ao nascimento o peso ao desmame

e o peso ao sobreano. Do outro lado, a idade da vaca ao parto influenciando o peso

ao nascimento, a idade do animal influenciando o peso ao desmame e peso ao

soberano como covariáveis e a genética aditiva influenciando todas as pesagens, a

genética e permanente materna influenciando o peso de nascimento e desmame

apenas, haja vista da vaca pouco influencia no animal quando adulto.

25

A Figura 2, exemplifica de forma muito simples, como análises utilizando

grupos contemporâneos incrementam muito o número de graus de liberdade

utilizados pela parte fixa do modelo em relação a consideração apenas de efeitos

fixos independentes. Podemos notar que para o caso de apenas duas classes para

cada efeito fixo gastaríamos 5 graus de liberdade para os efeitos fixos considerados

independentes de 31 graus de liberdade para considerar grupos contemorâneos

envolvendo todos estes efeitos.

Figura 2 Cálculo dos efeitos fixos de um grupo contemporâneo

Efeito GL Incidência dos efeitos e construção do grupo de contemporâneos

Ano 1 1 2

Estação 1 1 2 1 2

Fazenda 1 1 2 1 2 1 2 1 2

G.G. 1 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2

Sexo 1 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2

GC 31 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32

GL: Graus de liberdade

GG: Grupo genético

GC: Quantidade de grupos contemporâneos

Fonte: Figura elaborada pela autora

Em dois anos, considerando-se apenas estação, chuvosa e seca, quando se

possuí dados de duas fazendas, com apenas dois grupos genéticos em cada

fazenda, e ainda existe a presença de dois sexos de animais, totalizam-se de 324

classes para os efeitos fixos de grupo contemporâneo, o que pode super ou

subestimar o valor genético devido ao pequeno número de repetições em

subclasses considerando tantos efeitos

Ao analisar os valores genéticos utilizando-se apenas os efeitos fixos sem

agrupá-los em grupos contemporâneos, reduz-se o número de graus de liberdade

utilizados pelo modelo de análise aumentando-se o número de repetições dentro de

cada grupo, pois não existe a necessidade de comparar animais que nasceram no

mesmo ano ou fazenda por exemplo. Possibilitando um maior número de repetições

pode-se obter, talvez, melhoria das estimações dos efeitos fixos e

consequentemente melhores predições dos efeitos aleatórios.

Objetiva-se com este trabalho, testar a eficiência da utilização dos efeitos

fixos classificatórios separadamente para avaliar geneticamente os bovinos de corte

26

em comparação à avaliação, utilizando grupos de contemporâneos com efeitos fixos,

para verificar qual a melhor forma de realizar as análises genéticas de bovinos da

raça Nelore.

Além de comparar diferentes combinações dos efeitos aleatórios a serem

incluídos no modelo de avaliação genética dos pesos ao nascimento, desmame e

sobreano.

27

4. MATERIAL E MÉTODOS

O presente estudo foi realizado com dados fornecidos pela Embrapa Gado de

Corte Campo Grande – MS. Foram analisadas informações de 18.208 animais da

raça Nelore divididos em machos e fêmeas, advindos de 81 propriedades da região

Centro-Oeste, com nascimento entre os anos de 2001 e 2014.

O arquivo geral continha 7.425 bezerras e 10.783 bezerros gerados através

de monta natural ou inseminação artificial. As informações eram referentes à:

animal, pai, mãe, sexo, propriedade nascimento, propriedade atual, data de

nascimento, data de nascimento do pai, data de nascimento da mãe, peso ao

nascer, local da pesagem na fase desmama, data da pesagem na fase desmama,

valor do peso na fase desmama, regime alimentar na fase desmama, local da

pesagem na fase sobreano, data da pesagem na fase sobreano, valor do peso na

fase sobreano e regime alimentar na fase sobreano.

Os dados foram avaliados no Departamento de Zootecnia da Universidade

Federal de Mato Grosso – UFMT.

Para realizar a edição dos bancos de dados e as análises estatísticas para

testar os efeitos fixos que afetam o peso ao sobreano e o peso ao desmame utilizou-

se o software SAS University Edition.

Foram desconsiderados os dados referentes a qualquer classe de efeito fixo

como peso ao nascimento, peso ao desmame, peso ao sobreano, sexo, fazenda,

ano de nascimento, estação de monta, idade da vaca ao parto, idade do animal,

genética aditiva, genética materna e permanente materno, que possuía menos de 10

repetições a fim de melhorar a qualidade das avaliações.

Ao realizar as análises de peso ao nascimento, peso ao desmame e peso ao

sobreano, retiraram-se as informações que continham alguma perda de dados de

peso, bem como de idade da vaca ao parto acima de 16 anos ou abaixo de 600 dias,

tendo em vista que a vacas são da raça Nelore.

Afim de comparar a eficiência dos modelos utilizados, as combinações de

efeitos fixos resultantes das análises de variância fora utilizado o software WOMBAT

28

(Meyer, 2007), para as avaliações genéticas e estimações de componentes de

variância, versão de 2015, para o sistema operacional Linux 64 bits.

Os modelos de avaliação genética poderão ser resumidos pela seguinte

equação matricial:

, onde:

é o vetor de valores observados;

é a matriz de incidência dos efeitos fixos;

é o vetor de efeitos fixos;

é a matriz de incidência dos efeitos aleatórios genéticos aditivos;

vetor dos valores genéticos aditivos aleatórios;

W matriz de incidência dos efeitos genéticos maternos;

vetor dos valores genéticos maternos;

S matriz de incidência dos efeitos de ambiente permanente materno;

vetor dos valores de ambiente permanente materno;

é o vetor de efeitos aleatórios residuais.

Para avaliar os modelos testados foram utilizados o Máximo do Logarítmo da

Função de Verossimilhança, os Critérios de informação de Akaike original e corrigido

e o Critério de informação Bayesiano.

29

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na figura 3 pode-se verificar a informação do regime de chuvas da região

Centro-Oeste, a fim de compreender melhor as variações que ocorreram ao longo do

ano em relação ao peso dos animais.

Figura 3- Precipitação pluviométrica e percentagem de variação dos dados em

relação aos extremos observados do período histórico de 1977 a 2006.

Fonte: MARCUZZO et al., 2012.

Conforme os estudos anteriores de Strahler (1977), as regiões mais secas

podem ser associadas á uma existência de maior precipitação, ou seja, durante o

ano nos períodos secos, existe uma discrepância em dados históricos se

comparados inter-anuais, o que Marcuzzo et al. (2012) confirmaram. O autor

verificou uma maior variação nos dados do período de maio a agosto, e uma menor

variação nos períodos de setembro a abril.

A figura 3 deixa claro o período das chuvas e seca na região Centro-Oeste.

Perceber-se que o período da seca ocorre entre os meses de abril e setembro, com

pequenas variações ao longo dos anos. Portanto, os meses restantes podem ser

considerados como meses chuvosos. No entanto, nota-se que existe um período de

transição que pode ser classificado como período de transição entre a chuva e a

seca e o período de transição entre a seca e a chuva. Estes períodos são bem

30

variáveis conforme os anos e são períodos em que as chuvas não são frequentes,

no entanto, não podem ser considerados secos.

O conhecimento destes períodos é importante para compreendermos melhor

a disponibilidade da oferta e qualidade das forragens, que como dito anteriormente,

é de suma importância tendo em vista o número de animais que são produzidos a

pasto no país.

Para melhor compreensão traz-se informações importantes a respeito do

rebanho analisado, como o peso ao nascimento, mês que ocorreu o nascimento e

erro padrão.

Tabela 2 Estatística para variável peso ao nascimento (PN).

Mês

PN

Número Média de peso Erro Padrão

1 689 33.2714a 0.1687

2 215 30.4790b 0.1924

3 126 29.7619b 0.1449

4 14 29.7142b 0.1252

5 14 30.2857b 0.1941

6 121 34.4545a 0.4776

7 436 33.1307a 0.2431

8 1415 33.2233a 0.1163

9 2948 33.8802a 0.0827

10 4260 33.3305a 0.0715

11 4111 34.612a 0.0744

12 2461 34.1722a 0.0940

Na tabela 2, observa-se que não são todas as propriedades que possuem

uma estação de monta bem definida e por esse motivo existem dados ao

nascimentos de animais em todos os meses do ano. Segundo Carvalho e Zappa

(2009), a estação de monta, e por consequência de nascimento, definidas auxiliam

muito o manejo da propriedade, pois concentram a desmama, mochação, castração,

marcação e venda, dentre vários outros manejos que devem ser realizados

preferencialmente em lotes, melhorando a eficiência reprodutiva.

Observa-se que, os nascimentos estão concentrados nos meses de agosto,

setembro, outubro e novembro. Demonstrando que na maioria das propriedades que

possui estação de nascimento, os partos ocorrem no final do período seco da região

Centro-Oeste, em concomitância com a literatura (Rocha et al.,2005), tendo em vista

31

que, os animais nascidos neste período tem menos problemas sanitários

(CARVALHO & ZAPPA, 2009).

O peso ao nascimento dos animais está relacionado à época ao desmame da

cria anterior, haja vista que quando a vaca desmama os animais, ela está iniciando o

terço final da gestação possibilitando o maior desenvolvimento do feto,

considerando-se que o bezerro que será desmamado esteja aproximadamente com

7 meses (MOOJEN et al., 1994).

Percebe-se que, em relação ao peso ao nascimento, os animais que

nasceram no final do período seco, período de transição de seca para águas e

período de águas nasceram com peso superior aos outros. Concluindo-se que os

animais que as vacas pariram no mês de fevereiro, março, abril e maio nasceram

com peso médio inferior aos nascidos no restante do ano, haja vista que no Brasil a

cultura de suplementação é apenas para o período da seca, desta forma, as

matrizes no terço final da gestação, apesar de se encontrarem em pleno período das

águas provavelmente não tinham sua exigência atendida considerando-se que são

criados a pasto em pastagens degradadas. Percebe-se também que são poucos

animais que nasceram neste período, o que corrobora o argumento que são vacas

que não estavam com escor adequado na época da estação de monta, dando a

entender que são animais que sofrem de alguma restrição.

Para continuar as análises traz-se neste momento os dados relacionados ao

peso ao desmame.

Tabela 3 Estatística para variável peso ao desmame (PD).

Mês

PD

Número Média de peso Erro Padrão

1 112 222.1339cd 2.6004

2 129 216.1162d 2.0918

3 283 228.0318bc 1.8183

4 1893 228.4648bc 0.6764

5 2411 230.6308b 0.6394

6 1540 221.0600cd 0.7289

7 4816 215.2502d 0.4247

8 1842 217.9527d 0.7170

9 233 203.2918e 2.2629

10 149 200.7919e 2.2338

11 113 252.8761a 3.0825

32

Dos dados de desmama, foram desconsiderados todas as ocorridas no mês

de dezembro, visto que haviam menos de 10 animais, (valor que fora padronizado

como mínimo para as avaliações).

Pode-se compreender, observando a tabela 3 que, há uma concentração da

desmama nos meses de maio e julho. O mês de maio é tradicionalmente escolhido

devido à necessidade de encaminhar os animais para o tronco onde é efetuada a

vacinação da febre aftosa (BEEF POINT, 2007). Os meses de maio e junho

corroboram com as informações verificadas anteriormente que a desmama ocorre no

terço final da gestação e as matrizes ainda possuem um pasto de boa qualidade,

pois está no período inicial da seca, conseguindo recuperar seu peso e escor antes

do parto, o que favorece o maior peso ao nascimento dos bezerros.

Os animais desmamados em novembro apresentaram melhor peso que pode

estar associado ao uso de creep feeding durante o período da seca. Seguidos do

mês de maio, abril e março, nesta ordem, período em que ocorre o desmame dos

animais cujas vacas têm estação de monta definida, sugerindo que, apesar de ser o

segundo melhor padrão de peso, é a melhor opção para não debilitar a vaca e

prejudicar a próxima cria. Os desmamados no período seco obtiveram os piores

resultados por consequência da pouca disponibilidade de forragem e sua baixa

qualidade. Os que desmamaram em janeiro e fevereiro, também estavam com baixo

peso, o que pode ser justificado por terem nascido no período da seca, e apesar de

terem nascido com bom peso, à vaca teve sua produção de leite prejudicada haja

vista a falta de disponibilidade de forragem para o seu consumo. Além disso, pode

ter ocorrido diarreia nos animais durante o período de transição de seca para águas.

Em relação ao peso de sobreano, apresentamos is seguintes dados.

33

Tabela 4 Estatística para variável peso ao sobreano (PS).

Mês

PS

Número Média de peso Erro Padrão

1 3038 361.980bc 1.1911

2 2225 329.777de 1.3477

3 4093 359.6087bc 0.8120

4 4302 338.819bcd 0.8596

5 1224 373.4742b 1.9512

6 90 323.4304e 7.3278

7 25 351.280bcd 9.4006

8 60 416.000a 9.9632

9 34 324.000e 10.0786

10 791 288.309f 2.7366

11 567 322.291e 2.4883

12 733 331.749de 2.3164

Neste caso é difícil fazer uma avaliação mais profunda, tendo em vista que,

por mais que os animais estivessem em algum determinado mês mais pesados não

foram classificados em relação ao peso que deveriam estar no período da vida em

que se encontravam.

Em relação a diferença existente entre animais de sexos diferentes traz-se os

seguintes dados para análise.

Tabela 5 Análise de peso por sexo – Fêmea e macho

Variável

FÊMEA MACHO

Número Média Erro Padrão Número Média Erro Padrão

PN 7016 33.7387 0.0548665 9794 34.2552 0.0474599

PD 5319 213.8606 0.3835425 8202 225.8848 0.3506219

PS 7051 326.1833 0.6844609 10131 360.0799 0.6369999

Verifica-se na tabela 5, que conforme o esperado os machos são mais

pesados que as fêmeas na mesma fase de vida (Coutinho Filho et al., 2006).

Após realisar as análises iniciais referentes ao rebanho, pode-se passar a

analisa-lo focando melhor na genética dos animais.

Na tabela a seguir traz-se as correlações analisadas existentes, entre o peso

ao nascimento com o peso do animal na desmama juntamente ao peso do

sobreano.

34

Tabela 6 Correlações amostrais de Pearson (acima da diagonal principal) e de Spewman (abaixo da diagonal principal).

PN PD PS

PN _ 26,29% 25,69%

PD 25,51% _ 51,65%

PS 26,47% 50,88% _

Todas as correlações foram significantes ao nível de 5% da probabilidade

Na tabela 6, observa-se que a correlação perfeita positiva existente entre

essas características é média, sendo que, entre o peso de nascimento e desmama é

de 26,29%, de peso ao nascimento com peso ao sobreano de 25,65%, conclui-se

que, os animais que nascerem mais pesados tem grande probabilidade de tornarem-

se os animais mais pesados do rebanho, haja vista que nascendo mais pesados

suas limitações logo após o parto diminuem, pois conseguem mamar o colostro e

alimentar-se mais que os animais que nascerem mais fracos. Logicamente que essa

regra não é seguida quando ocorre uma limitação ambiental, pois a expressão do

fenótipo é a soma do genótipo mais ambiente.

Para uma verificação da estatística descritiva geral das variáveis respostas

analisadas traz-se neste momento a tabela 7.

Tabela 7 Estatística Descritiva Geral das Variáveis Respostas Analisadas

Características Número Média Mediana Desvio padrão

Coeficiente de variação Assimetria Curtuose

PN 16810 34.0396 33 4.6617 13.6949 0.6839 -0.1627

PD 13521 221.1546 220 30.8853 13.9654 0.0823 -0.0879

PS 17182 340.1697 346 63.6967 18.4004 0.0629 -0.0400

PN = Peso ao nascimento; PD = Peso ao desmame e PS = peso ao sobreano.

A tabela 7, traz informações de número de animais analisados, média,

mediana, desvio padrão, coeficiente de variação, simetria e curtuose. Observa-se

que os valores encontrados nos rebanhos estão dentro do aceitável na raça Nelore,

no entanto sabe-se que existem ainda patamares mais elevados a serem

alcançados com o melhoramento do rebanho. Haja vista alguns resultados

encontrados em outros estudos.

35

As tabelas 8 e 9 devem ser analisadas juntamente, porque o objetivo do

trabalho é a comparação realizada nos modelos para verificação de qual deve ser

escolhido no momento de uma avaliação.

Tabela 8 Critérios de avaliação de modelos para quatro avaliações genéticas do peso ao nascimento - (Efeito fixo)

EFEITO FIXO SEPARADOS

Modelo NP LogL AIC AICc BIC

Animal 2 -49937.482 -49939.482 -49939.483 -49946.991

Permanente Materno 3 -49897.435 -49900.435 -49900.436 -49911.697

Genético Materno 3 -49883.357 -49886.357 -49866.358 -49897.620

Completo 4 -49869.491 -49873.491 -49873.492 -49888.508

NP = Número de parâmetros;

LogL = Logaritmo da função de Verossimilhança;

AIC = Critério de informação Akaike;

AICc = Critério de informação Akaike corrigido e

BIC = Critério de informação Bayesiano.

Tabela 9 Critérios de avaliação de modelos para quatro avaliações genéticas do peso ao nascimento – (Grupo contemporâneo)

GRUPO CONTEMPORÂNEO

Modelo NP LogL AIC AICc BIC

Animal 2 -42789.017 -42791.017 -42791.018 -42798.481

Permanente Materno 3 -41723.862 -41726.862 -41726.863 -41738.058

Genético Materno 3 -42788.974 -42791.974 -42791.975 -42803.170

Completo 4 -41715.827 -41719.827 -41719.828 -41734.753

NP = Número de parâmetros;

LogL = Logaritmo da função de Verossimilhança;

AIC = Critério de informação Akaike;

AICc = Critério de informação Akaike corrigido e

BIC = Critério de informação Bayesiano.

Através da função de verossimilhança pode-se perceber que, para o peso de

nascimento dos bezerros o modelo que apresentou melhor critério de informação de

Akaike corrigido (AICc) e critério de informação Bayesiano (BIC), foi o completo.

Neste modelo, analisa-se a genética do animal juntamente com o efeito permanente

materno e o efeito genético materno, ou seja, o quanto ter a mãe influenciou somado

a influencia da genética da vaca.

36

Observa-se ainda que, ao utilizar grupos contemporâneos para a análise,

apesar de aumentar a quantidade de efeitos fixos, diminuindo a quantidade de

repetições existentes em cada efeito, obteve-se melhores resultados. Portanto, ao

avaliar peso de desmame de bovinos considera-se melhor o modelo completo a

partir de grupos contemporâneos.

As tabelas 10 e 11 devem ser analisadas juntamente, porque o objetivo do

trabalho é a comparação realizada nos modelos para verificação de qual deve ser

escolhido no momento de uma avaliação.

Tabela 10 Critérios de avaliação de modelos para quatro avaliações genéticas do peso ao desmame - (Efeito fixo)

EFEITO FIXO SEPARADOS

Modelo NP LogL AIC AICc BIC

Animal 2 -49937.482 -49939.482 -49939.483 -49946.991

Permanente Materno 3 -49897.435 -49900.435 -49900.436 -49911.697

Genético Materno 3 -49883.357 -49886.357 -49886.358 -49897.620

Completo 4 -49869.491 -49873.491 -49873.492 -49888.508

NP = Número de parâmetros;

LogL = Logaritmo da função de Verossimilhança;

AIC = Critério de informação Akaike;

AICc = Critério de informação Akaike corrigido e

BIC = Critério de informação Bayesiano.

Tabela 11 Critérios de avaliação de modelos para quatro avaliações genéticas do peso ao desmame – (Grupo contemporâneo)

GRUPO CONTEMPORÂNEO

Modelo NP LogL AIC AICc BIC

Animal 2 -42789.017 -42791.017 -42791.018 -42798.481

Permanente Materno 3 -41723.862 -41726.862 -41726.863 -41738.058

Genético Materno 3 -42788.974 -42791.974 -42791.975 -42803.170

Completo 4 -41715.827 -41719.827 -41719.828 -41734.754

NP = Número de parâmetros;

LogL = Logaritmo da função de Verossimilhança;

AIC = Critério de informação Akaike;

AICc = Critério de informação Akaike corrigido e

BIC = Critério de informação Bayesiano.

37

Repetiu-se as análises de peso de nascimento para peso ao desmame, e

novamente observou-se melhores resultados de AICc e BIC no modelo completo

quando comparado ao outros. Novamente ocorreu, que para realização desta

análise a seleção genética deve ser realizada através de grupos contemporâneos.

As tabelas 12 e 13 devem ser analisadas juntamente, porque o objetivo do

trabalho é a comparação realizada nos modelos para verificação de qual deve ser

escolhido no momento de uma avaliação.

Tabela 12 Critérios de avaliação de modelos para quatro avaliações genéticas do peso ao sobreano - (Efeito fixo)

EFEITO FIXO SEPARADOS

Modelo NP LogL AIC AICc BIC

Animal 2 -70747.700 -70749.700 -70749.700 -70757.449

Permanente Materno 3 -70748.032 -70751.032 -70751.033 -70762.656

Genético Materno 3 -70721.635 -70724.635 -70724.636 -70736.258

Completo 4 -70721.635 -70725.635 -70725.636 -70741.133

NP = Número de parâmetros;

LogL = Logaritmo da função de Verossimilhança;

AIC = Critério de informação Akaike;

AICc = Critério de informação Akaike corrigido e

BIC = Critério de informação Bayesiano.

Tabela 13 Critérios de avaliação de modelos para quatro avaliações genéticas do peso ao sobreano – (Grupo contemporâneo)

GRUPO CONTEMPORÂNEO

Modelo NP LogL AIC AICc BIC

Animal 2 -66752.552 -66754.552 -66754.552 -66762.276

Permanente Materno 3 -66744.739 -66747.739 -66747.740 -66759.324

Genético Materno 3 -66736.571 -66739.571 -66739.571 -66751.156

Completo 4 -66735.357 -66739.357 -66739.359 -66754.805

NP = Número de parâmetros;

LogL = Logaritmo da função de Verossimilhança;

AIC = Critério de informação Akaike;

AICc = Critério de informação Akaike corrigido e

BIC = Critério de informação Bayesiano.

Nas tabelas 12 e 13, verificando o peso de sobreano, quando analisa-se os

resultados dos efeitos fixo, percebe-se que o AICc e BIC do modelo que considera o

38

efeito genético materno fora melhor em relação aos demais, ou seja, ao averiguar

essa categoria o efeito que a genética da mãe tem em relação ao animal é maior. No

entanto, ao observar os resultados do grupo contemporâneo é visto que, o valor do

BIC o efeito genético materno é melhor que o do efeito completo. Isso pode ter

ocorrido porque o BIC penaliza o modelo com mais severidade que o AICc tendo em

vista o número de parâmetros. Desta forma, no caso de seleção genética com base

no peso de sobreano, o modelo a ser utilizado é o modelo completo utilizando-se o

grupo contemporâneo.

39

6. CONCLUSÕES

Ao propor o trabalho, acreditava-se que ao comparar modelos de avaliação

genética utilizando efeito fixo obter-se-ia melhores resultados, considerando que a

quantidade de graus de liberdade é reduzida em relação aos grupos

contemporâneos. No entanto, mesmo os grupos contemporâneos combinando

diversos efeitos fixos, formando muitos grupos com uma menor frequência na

população, limitando o número de animais avaliados, ele demonstrou-se mais

eficiente nas avaliações genéticas.

Portanto concluiu-se que ao analisar peso ao nascimento e peso ao

desmame, o melhor modelo a ser utilizado é o grupo contemporâneo completo. Já

ao analisar peso ao sobreano, o melhor modelo a ser utilizado é o grupo

contemporâneo com genético materno, pois o BIC penaliza mais.

40

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A possibilidade de analisar dados reais foi muito boa, pois tive a oportunidade

de colocar os conhecimentos adquiridos ao longo dos semestres em várias matérias,

em prática.

Utilizar o SAS University Edition para efetuar as análises foi muito trabalhoso

no início e tive muitas dificuldades, no entanto o auxilio e treinamento do meu

orientador tornou-se de suma importância já que esse conhecimento abrissem novas

oportunidades e tornando um diferencial para a minha formação profissional.

Melhorei os meus conhecimentos em relação a avaliações genéticas e aprendi

novos métodos com a utilização do Wombat.

O trabalho de conclusão de curso me oportunizou ainda, vivenciar uma

análise real com dados fornecidos pela Embrapa Gado de Corte, aproximando ainda

mais a teoria que tive na universidade com a prática. A utilização de programas de

avaliações genéticas é pouco realizada nos rebanhos brasileiros. A oportunidade de

realizar uma análise real foi uma experiência única e que certamente abriu minha

visão para atuar nessa área que carece de profissionais qualificados.

Foi muito empolgante obter um resultado diferente do esperado, pois fora de

grande crescimento, haja vista que percebi a quantidade de estudos que existe a ser

desenvolvido na área.

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REFERÊNCIAS

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