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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA CURSO DE ZOOTECNIA
HERTA DE OLIVEIRA MONTEIRO
EFEITOS FIXOS NA AVALIAÇÃO DO PESO AO NASCIMENTO, DESMAME E SOBREANO EM BOVINOS NELORE
CUIABÁ 2016
HERTA DE OLIVEIRA MONTEIRO
EFEITOS FIXOS NA AVALIAÇÃO DO PESO AO NASCIMENTO, DESMAME E SOBREANO EM BOVINOS NELORE
Trabalho de Conclusão do Curso de Gradação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia. Orientador: Prof. Felipe Gomes da Silva
CUIABÁ 2016
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço à Deus por ter me dado a vida e as oportunidades
que tive ao longo dela.
Aos familiares que ao longo destes anos todos, sempre apoiaram as minhas
escolhas. Em especial meu marido que me possibilitou estudar novamente.
Agradeço a universidade, seu corpo docente, direção e administração pela
possibilidade de alcançar meus desejos.
Ao meu orientador professor Felipe Gomes da Silva que desde o ínício do
curso me deu apoio e auxílio nas escolhas em relação a minha vida acadêmica e
sua esposa professora Lívia Vieira de Barros que esteve presente nas horas
necessárias. Ambos sempre me incentivando a buscar os meus sonhos.
À Embrapa Gado de Corte, principalmente ao pesquisador Gilberto Romeiro
de Oliveira Menezes, que participou da pesquisa apresentada fornecendo inclusive
dados para a realização do trabalho.
Aos membros da banca examinadora, pela disponibilidade de participar e
pelas contribuições acrescentadas ao trabalho.
Ao colega e amigo Felipe Cacite que esteve presente em meus estudos
principalmente quando surgiam as dúvidas referentes aos cálculos de rações ou
relacionadas à microbiologia ruminal. As colegas Luana Fernandes e Lorena
Andreotti que auxiliaram na realização das análises do trabalho, inclusive em
feriados.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Efeitos dos rebanhos em 31/12 e variação anual, animais de grande porte -
Brasil - 2013/2014. ............................................................................................... 5
Table 2 Estatística para variável peso ao nascimento (PN). ..................................... 30
Table 3Estatística para variável peso ao desmame (PD). ......................................... 31
Table 4Estatística para variável peso ao sobreano (PS). .......................................... 33
Table 5Análise de peso por sexo – Fêmea e macho ................................................ 33
Table 6Correlações amostrais de Pearson (acima da diagonal principal) e de
Spewman (abaixo da diagonal principal)............................................................ 34
Table 7Estatística Descritiva Geral das Variáveis Respostas Analisadas ................. 34
Table 8Critérios de avaliação de modelos para quatro avaliações genéticas do peso
ao nascimento - (Efeito fixo) ............................................................................... 35
Table 9Critérios de avaliação de modelos para quatro avaliações genéticas do peso
ao nascimento – (Grupo contemporâneo) .......................................................... 35
Table 10Critérios de avaliação de modelos para quatro avaliações genéticas do peso
ao desmame - (Efeito fixo) ................................................................................. 36
Table 11Critérios de avaliação de modelos para quatro avaliações genéticas do peso
ao desmame – (Grupo contemporâneo) ............................................................ 36
Table 12Critérios de avaliação de modelos para quatro avaliações genéticas do peso
ao sobreano - (Efeito fixo) .................................................................................. 37
Table 13Critérios de avaliação de modelos para quatro avaliações genéticas do peso
ao sobreano – (Grupo contemporâneo) ............................................................. 37
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Cálculo dos efeitos fixos de um grupo contemporâneo ............................... 25
Figura 2 Efeitos fixos classificatórios, características analisadas e covariantes ....... 24
Figura 3 Precipitação pluviométrica e percentagem de variação dos dados em
relação aos extremos observados do período histórico de 1977 a 2006. .......... 29
LISTA DE ABREVIATURAS
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia Estatística
CEPEA: Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
IPCA: Índice de Preços ao Consumidor Amplo
P: Fenótipo
G: Genótipo
E: Desvio causado pelo ambiente
ONU: Organização das Nações Unidas
VG: Valor genético
A: Valor genético aditivo
D: desvio de dominância
DEP: Diferença esperada na progênie
H: Rebanho
S: Sexo
µ: Média,
e: Ambiente aleatório
:Vetor de valores observados;
Matriz de incidência dos efeitos fixos;
Vetor de efeitos fixos;
Matriz de incidência dos efeitos aleatórios genéticos aditivos;
: Vetor de efeitos aleatórios residuais.
PN: Peso ao nascimento
PD: Peso ao desmame
PS: Peso ao sobreano
AICc: Critério de informação de Akaike corrigido
BIC: Critério de informação Bayesiano
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1
2. OBJETIVO(S) ........................................................................................................ 2
3. REVISÃO ............................................................................................................... 3
3.1 Bovinocultura de Corte .......................................................................................... 3
3.2 Avaliação Genética ............................................................................................... 8
3.2.1 Diferença esperada na progênie (DEP)............................................................ 15
3.2.2 Características reprodutivas ............................................................................. 16
3.2.3 características de crescimento ......................................................................... 19
3.3.4 Características de carcaça ............................................................................... 20
3.3.5 Características de custo ................................................................................... 21
3.3.6 Grupos contemporâneos com efeitos fixos x efeitos fixos individualizados...... 23
4. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 27
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 29
6. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 39
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 40
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 41
RESUMO
Foram analisados 18.208 registros animais com informações de pesos corporais,
provenientes de bovinos da raça Nelore. O banco de dados foi fornecido pela
EMBRAPA Gado de Corte advindo de rebanhos da região Centro-Oeste, com o
objetivo de testar a eficiência da utilização dos efeitos fixos para avaliar
geneticamente os bovinos de corte em comparação à avaliação padrão que aplica
grupos contemporâneos como efeito fixo. Além disso, verificar qual a melhor modelo
de análise genética que deve ser usada em rebanho de bovinos da raça Nelore.
Aplicou-se, como modelo, dois tipo de conjuntos de efeitos fixos classificatórios,
agrupados (grupos contemporâneos) ou desagrupados (efeitos fixos) e quatro tipos
de efeitos aleatórios. O primeiro avaliou apenas os efeitos genético aditivo do
animal, o segundo considerou o efeito genético aditivo materno, o terceiro especulou
os efeitos da genética aditiva do animal somados ao ambiente permanente materno,
o quarto estudou os efeitos genéticos do animal adicionando-se ao ambiente
permanente materno e a genética materna, o qual foi denominado neste trabalho, de
composto. Avaliou-se os modelos de duas formas, a primeira apenas com os efeitos
fixos, e a segunda com grupos contemporâneos como efeitos fixos apenas o sexo,
fazenda, o ano e a estação, sendo esta definida como período de chuva ou seca. As
correlações amostrais de Pearson entre peso ao nascimento e desmama foram
26,29%, peso ao nascimento e ao sobreano 25,69%, peso ao desmame e peso ao
sobreano de 51,65%. Os grupos contemporâneos com modelo agrupado e
composto obtiveram os melhores resultados para o peso ao nascimento, desmame e
sobreano, sendo considerado esse o melhor modelo a se utilizar ao realizar-se uma
avaliação genética.
Palavras-chave: Bovino de corte, grupo contemporâneo, modelo para avaliação
genética, Centro-Oeste
1
1. INTRODUÇÃO
O povoamento bovino foi de suma importância para o Brasil, haja vista que
inicialmente ocorreu porque existia a necessidade de povoar áreas de difícil acesso
em uma época que a tecnologia existente era muito precária, auxiliando na
colonização e tomada de território do Brasil (SILVA et al., 2012).
O Brasil possui o maior rebanho bovino comercial do mundo com 212,3 milhões
de cabeças (IBGE, 2015). No entanto, a sua maioria é criada a pasto. Ainda, tem-se
um mercado abastecido com reprodutores sem avaliação genética. Portanto, o
reprodutor médio que se encontra é o popularmente conhecido “touro boiada”, o que
é uma situação desesperadora para um país com o potencial de criação que existe
(MOURÃO, 2005), não esquecendo que a maioria dos animais presentes no Brasil é
o Bos taurus indicus (SILVA et al., 2012), em sua maioria originário da Índia, país em
que o melhoramento genético é quase inexistente devido a sua cultura hinduísta
(LAZZARINI NETO, 2000).
Neste trabalho, testou-se a eficiência da utilização dos efeitos fixos para
avaliar geneticamente os bovinos de corte em comparação à avaliação padrão que
aplica grupos contemporâneos como efeito fixo, além de verificar qual a melhor
modelo de análise genética que deve ser usada em rebanho de bovinos da raça
Nelore.
O primeiro modelo foi avaliado apenas com os efeitos fixos, o segundo com
grupos contemporâneos como efeito fixo adotou-se apenas o sexo, fazenda, o ano e
a estação, sendo esta definia como período de chuva ou seca. As correlações
amostrais de Pearson entre peso ao nascimento e desmama foram 26,29%, peso ao
nascimento e sobreano de 25,69%, peso ao desmame e peso ao sobreano de
51,65%. Os grupos contemporâneos com modelo agrupado e composto obtiveram
os melhores resultados para o peso de nascimento, desmame e sobreano, sendo
considerado esse o melhor modelo a se utilizar ao realizar-se uma avaliação
genética.
2
2. OBJETIVO(S)
Objetiva-se com este trabalho, testar a eficiência da utilização dos efeitos
fixos classificatórios separadamente para avaliar geneticamente os bovinos de corte
em comparação à avaliação, utilizando grupos de contemporâneos, para verificar
qual a melhor forma de realizar as análises genéticas de bovinos da raça Nelore.
Além de comparar diferentes combinações dos efeitos aleatórios a serem
incluídos no modelo de avaliação genética dos pesos ao nascimento, desmame e
sobreano.
3
3. REVISÃO
3.1 Bovinocultura de Corte
A espécie bovina foi trazida ao Brasil pelos portugueses (ALEIXO et al.,
2012). A maioria do gado bovino que desembarcou no continente Sul Americano era
proveniente da Europa (Bos taurus), no entanto, já existiam mestiços de bovino zebu
(Bos indicus) (SILVA et al., 2012).
Os animais taurinos, a exemplo do Caracu, conseguiram se adaptar
razoavelmente aos trópicos. Todavia, os zebuínos demonstraram-se mais
resistentes, possibilitando a expansão da pecuária no Brasil (LAZZARINI NETO,
2000).
Segundo SILVA (1994), após a descoberta do Brasil por Pedro Álvares
Cabral, os portugueses começaram a transportar animais, trazendo os primeiros
bovinos em 1533 na Expedição de Martin Afonso de Souza. Em meados do século
XVI a exportação de gado bovino para o Brasil era incentivada pela Corte Real.
Destacava-se como região recebedora o recôncavo baiano que disseminava o gado
excedente para o Vale do Rio São Francisco que posteriormente seguiam para
outras regiões como Pernambuco, Maranhão e Piauí.
Os animais domésticos foram sendo propagados, somente com o crescimento
das capitanias hereditárias, enraizando a cultura pecuária na cultura local. Existem
relatos de curtume em 1.600, produção de queijo em 1.700 e uso de “carro de boi”,
que foram muito utilizados para o transporte de pessoas, mercadorias e edificações,
e desenvolvimento das cidades (SILVA et al., 2012).
Percebe-se como foi importante para o Brasil Colônia a vinda destes animais,
pois eles facilitaram o povoamento de áreas que dificilmente poderiam ser ocupadas
na época com a tecnologia existente. Desta forma, compreende-se que o bovino
apresentou um papel muito importante na história da colonização brasileira, servindo
como força aos engenhos de cana-de-açúcar coloniais. Como podemos ver na
citação: “Defronte desta enseada está ilha de Salvador Corrêa, que se chama
Parnapicu, que tem três léguas de comprido e um de largo, em a qual está um
engenho de açúcar, que lavra com bois, que ele fez” (SOUZA, 1851).
4
A pecuária de corte não surgiu no Brasil tendo com atividade principal a
exportação de produtos agrícolas, mas sim como um instrumento de expansão e
ocupação de terras brasileiras pelos colonizadores (ALEIXO et al., 2012), por
consequência a bovinocultura foi tratada por muitos séculos como uma atividade
secundária. Assim sendo, percebe-se que a pecuária possui uma faculdade peculiar
de ocupar grandes áreas de terras com pequena população, o que consolidou
economicamente a grande ocupação de regiões que não poderiam ser ocupadas de
outra forma e estariam condenadas ao abandono (SCHLESINGER, 2010).
Portanto, compreende-se que, desde o Brasil Colônia, a pecuária é realizada
de forma extensiva por uma necessidade de ocupação do território. Permanecendo
até a atualidade em grande parte dos rebanhos brasileiros, ocupando o território de
forma extrativista, sem preocupação com um aumento da produção a partir de
incremento às pastagens e melhoramento genético.
A produtividade média de desfrute é aproximadamente 22%, mesmo com a
existência de rebanhos de alta produtividade no país, 95% do rebanho é criado em
pastagens com algum nível de degradação e pouco uso de melhoramento genético.
Sabe-se que 95% do mercado é abastecido com touros que não possui avaliação
genética. Portanto o touro médio da pecuária brasileira é o “touro de boiada”, um
fator desesperador para o país líder do mercado mundial em exportações
(MOURÃO, 2005).
Não se deve esquecer que o rebanho zebuíno brasileiro é originário da Índia,
país que tem enraizado o hinduísmo o qual considera esse animal sagrado e,
portanto, não teve preocupação em selecionar geneticamente os animais a fim de
melhorar a produtividade de carne de seus rebanhos (LAZZARINI NETO, 2000).
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística o Brasil possui
atualmente 212,3 milhões de cabeças de bovinos (IBGE, 2015) apresentando o
Brasil o país com o maior rebanho comercial de bovinos do mundo (ABIEC, 2015).
Sendo a região Centro-Oeste responsável por 33,5% do rebanho nacional,
destacando-se Mato Grosso como o responsável pelo maior número de cabeças do
Brasil com 13,5% (IBGE, 2015).
Observando a tabela 1, conclui-se que apesar de modesto, houve um
crescimento no rebanho bovino em 2014 quando comparado a 2013. Faz-se
necessária a análise de mais dados para que se possa compreender o motivo deste
aumento.
5
Tabela 1 Efeitos dos rebanhos em 31/12 e variação anual, animais de grande porte -
Brasil - 2013/2014.
CATEGORIA
QUANTIDADE (cabeças)
Variação anual 2013/2014(%) 2013 2014
Grande porte 218.408.652 219.114.011 0,3
Bovinos 211.764.292 212.343.932 0,3
Bubalinos 1.332.284 1.319.478 (-)1,0
Equinos 5.312.076 5.450.601 2,6
Fonte: Adaptado de IBGE, 2015.
Foram abatidas 7,732 milhões de cabeças de gado bovino com inspeção
sanitária no primeiro trimestre de 2015. O que demonstra uma queda de 9,3% em
comparação ao trimestre anterior (8,522 milhões de cabeças) e queda de 7,7% em
relação ao primeiro trimestre de 2014 (8,373 milhões de cabeças), (IBGE, 2015).
Perceber que existe uma oscilação natural no abates de bovinos no decorrer
dos trimestres, primeiro semestre de 2010 abateu-se aproximadamente 7.1 milhões,
em 2011 manteve-se o número, já no ano de 2012 subiu para 7.2 milhões,
novamente em 2013 o aumento chegou a 8.1 milhões e em 2014 o país abateu 8.4
milhões, Segundo os dados do IBGE (2015). Essa ocorrência pode ser explicada
pelos períodos de seca e chuva no país, pois está intimamente ligada à
disponibilidade de alimento encontrado pelos animais. Como se observou
anteriormente, a maioria das criações é extensiva, consequentemente, é natural
essa oscilação. No entanto, percebe-se uma grande queda no primeiro trimestre de
2015 que pode ser explicada pelo agravamento da seca que ocorreu neste período.
Portanto, conclui-se que o número de animais abatidos por período, está
intimamente ligado à oferta de alimento encontrado pelos mesmos. Em grandes
períodos de escassez de chuva, existe uma diminuição de alimento e queda de
abates prejudicando a economia do país (PAIVA, 2016).
Existem grandes variações no peso médio das carcaças, entre os mesmos
períodos do ano. A produção do primeiro trimestre de 2015 fora de 1,8 milhões de
toneladas de carcaças bovinas, ou seja, 10,8% menor que a registrada no trimestre
anterior (2,0 milhões) e 5,9% menor que a registrada no primeiro trimestre de 2013
(1,9 milhões). O peso médio das carcaças no primeiro trimestre de 2015 fora de
6
237,5 kg/animal. Comparando com o mesmo período do ano anterior o peso médio
fora de 233,2 kg/animal de carcaça, ou seja, uma diferença de 4,3 kg/animal (IBGE,
2015).
Relacionado ao peso médio de abate dos animais, verificamos um aumento
progressivo com o passar dos anos. Claro que houve pequenas oscilações entre os
trimestres, isso ocorre por estar-se abatendo cada vez mais animais, um reflexo do
aumento de cabeças criadas no país.
Pode-se relacionar o aumento de peso de abate dos animais com uma
preocupação dos criadores com melhor material genético e disponibilidade de
alimentos para os animais.
Considerando todo o território nacional, foram abatidas 641.098 cabeças de
bovinos a menos que no primeiro trimestre de 2015, quando comparado com igual
período do ano anterior. Isso se justifica devido a quedas em: Mato Grosso (-
179.260 cabeças, 13,4%), Mato Grosso do Sul (-118.023 cabeças, 11.3%), Goiás (-
105.748 cabeças, 12,2%), Minas Gerais (-72.018 cabeças, 8.9%), São Paulo (-
70.402 cabeças, 8.4%) e Paraná (-43.186 cabeças, 13.4%) dentre outros estados,
que também, sofreram quedas. No entanto, houveram estados que neste período
obtiveram crescimentos consideráveis, como é o caso do Pará (+48.749 cabeças,
7.8%) e do Maranhão (+13.590 cabeças, 7.3%), (IBGE, 2015).
Percebe-se que, apesar da queda dos abates, Mato Grosso ainda é a
Unidade Federativa que realiza mais abates no país. Uma posição de destaque, pois
o segundo colocado, Mato Grosso do Sul, possui um número de abates
substancialmente menor. Para continuar em primeiro no ranking de abate, os
pecuaristas do Mato Grosso. Devem se preocupar ainda mais com a oferta de
alimento para os animais, principalmente na época seca, onde as pastagens
diminuem sua produção, e especialmente na melhoria genética dos seus rebanhos
bovinos.
Segundo dados do IBGE (2015) observa-se, que no primeiro trimestre de
cada ano, ocorre um grande aumento nos abates de fêmeas. Isso acontece porque
nesse período há uma intensificação no descarte de matrizes improdutivas,
preservando os machos para engorda. No primeiro trimestre de 2015 ocorreu uma
redução de 3,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, indicando uma
preocupação com a reposição do rebanho. A redução no número de abates de
7
fêmeas pode se dar em função do aumento do valor do bezerro, o que estimula os
produtores a investirem na fase de cria.
Assim, compreende-se que, apesar do bovino de corte ser criado de forma
mais extensiva no Brasil, já existe uma preocupação dos pecuaristas em melhorar
seus rebanhos, para torná-los mais produtivos e eficientes, aumentando também
seus lucros.
Conforme o indicador Esalq/BM&F Bovespa do Centro de Estudos Avançados
em Economia Aplicada – Cepea, o preço da arroba bovina de janeiro a março de
2015 está mais alto que no ano anterior. A média de aumento anual fora de 21,3%.
Em 31 de março de 2015 foi registrado o recorde histórico: R$ 147,61 por arroba,
média nacional, considerando o período de 23 de julho de 1997 a 31 de março de
2015 (IBGE, 2015).
Conforme o IPCA/IBGE (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), todos os
cortes de carne bovina sofreram aumento de preço, com exceção da Paleta, que
apresentou diminuição no preço, sendo esse, abaixo do índice geral de inflação
acumulado de janeiro a março de 2015 (IBGE, 2015). Esses aumentos
provavelmente estão relacionados com a crise econômica que os pais vêm
atravessando (PAIVA, 2016).
A inflação para o consumidor no primeiro trimestre refletiu de maneira muito
significativa, no ajuste dos preços e continuou uma elevação quando verificadas nos
doze meses. Para os preços ao produtor, fora registrada uma alta inflação no
trimestre, repercutindo, os efeitos da depreciação cambial, principalmente em
relação aos preços de produtos industrializados (BC, 2015).
Conclui-se que, apesar de um aumento no valor da arroba da carcaça bovina,
o produtor não lucrou mais ao vender seu produto, apenas repassou parte do
aumento que teve para produzir o animal.
Em virtude das quedas ocorridas em volume, faturamento e preço médio das
exportações de carne bovina in natura, acabam contribuindo parar o aumento dos
preços dos cortes da carne de bovino de corte no mercado brasileiro (IBGE, 2015).
Acredita-se que, a queda que ocorreu no número de abate dos animais,
ocorreu em virtude do período do ciclo pecuário que o país atravessa, atualmente,
os bezerros estão valorizados, e por esse motivo o pecuarista não esta descartando
suas matrizes.
8
É imperativo que se aumente a produção dos rebanhos, a fim de, aumentar
as exportações e consumo nacional de carne bovina, tendo em vista que o consumo
nacional de carne bovina ainda é de 37,4kg por pessoa por ano conforme dados do
MAPA (2015). No entanto, sabe-se que se deve realizar mais trabalhos voltados
para a população, haja vista que, atualmente ela está desinformada em relação ao
consumo de carne.
Uma das mais importantes formas de aumentar a eficiência econômica dos
rebanhos bovinos é a utilização de avaliações genéticas, pois elas permitem
identificar e selecionar os indivíduos geneticamente superiores (KOURY FILHO,
2010).
Caso não exista uma preocupação em realizar o melhoramento genético, a
população bovina deveria ser aumentada, o que não se torna eficiente, haja vista
que o Brasil não explora de forma eficaz os animais que já possui.
3.2 Avaliação Genética
Compreende-se melhoramento genético animal, como sendo um
conjunto de processos seletivos visando aumentar a frequência alélica favorável na
população, e por consequência, uma diminuição da frequência alélica desfavorável.
É a aplicação da genética animal com o objetivo de aumentar a média de produção
dos animais. Isso está baseado em dois pilares fundamentais: a seleção e os
sistemas de acasalamento (ELER, 2014).
Existem evidências há 10 mil anos que o homem já tinha preocupação com a
seleção de animais e plantas para a sua sobrevivência. Várias pessoas já
levantaram diversas hipóteses tentando explicar a transmissão das características
herdáveis ao longo do tempo. No entanto, esses estudos só tiveram impulso após o
trabalho do monge agostiniano Gregor Mendel, no final do século XIX. Porém
somente a partir dos anos 50 foram intensificadas as pesquisas em relação à
natureza química do gene e seu funcionamento (RAMALHO et al., 2012).
O melhoramento genético é uma ciência muito importante, e que contribui
para o bem da humanidade, considerando-se o crescimento populacional
(RAMALHO et al., 2012). A ONU (Organização das Nações Unidas, 2015) projeta a
população atingindo 8,5 milhões de habitantes em 2030. Somente, no Brasil, a cada
19 segundo nasce um indivíduo (IBGE, 2015). Com esse crescimento populacional,
o mundo demanda por mais alimento, produzido de forma mais sustentável. O
9
melhoramento genético vem para contribuir com a resolução destes problemas,
aumentando a produção de alimentos, necessitando de mais estudos e maior
contingente profissional (RAMALHO et al., 2012).
A seleção dos animais é um método de melhoramento genético que consiste
em escolher os melhores animais dentro de uma população, para que eles sejam os
pais da geração seguinte (ZARDA, 2012) possibilitando que sejam alcançados níveis
e padrões superiores de animais produzindo desta forma, um produto de melhor
qualidade e que atenda aos mercados mais exigentes, propiciando um acréscimo
nas exportações.
A genética estuda dois fenômenos distintos que são: a herdabilidade e a
variação. A herdabilidade é um fenômeno que explica porque os descendentes se
assemelham aos ascendentes. Já, a variação pode ser considerada as diferenças
ambientais ou genéticas entre os descendentes (RAMALHO et al., 2012).
Baseados na genética pode-se escolher os animais que gerarão os melhores
descendentes, sabendo-se como as diferenças ambientais atuaram em cada um. Ao
se utilizar os animais com genética superior como reprodutores, aumenta de maneira
cumulativa, a frequência com que os genes desejáveis aparecem no rebanho e, por
consequência, a dos fenótipos que são economicamente mais interessantes
(KOURY FILHO, 2010).
Portanto, utilizando-se reprodutores de melhores valores genéticos, ou
características desejáveis como peso ao abate, peso ao desmama e peso ao
sobreano, dentre vários outros, tem-se uma prole melhor, e cada vez que se
realizam cruzamentos desses animais com outros, de características de mesma
forma desejáveis, se aumenta a frequência que esses genes, considerados
positivos, aparecem nos descendentes.
Para obter sucesso na realização do melhoramento animal, deve-se ter
variabilidade genética de características dentro do rebanho e quantidade de animais
(ZARDA, 2012). No entanto, o excesso de variabilidade genética, que ocorre nos
rebanhos brasileiros, é um indicativo que existe muito a ser feito antes de se
conseguir aumentar a produtividade (LAZZARINI NETO, 2000). Ocorre uma
discrepância, pois a grande variabilidade é importante, no entanto o exagero de
variabilidade demonstra que não foram realizados trabalhos genéticos, tornando a
seleção mais necessária.
10
Aparentemente, a herdabilidade e a variação são fenômenos antagônicos,
uma vez que a herdabilidade tem a ver com a semelhança e a variação com a
diferença. Embora existam esses antagonismos, elas se completam, pois a variação
permite que ocorram diferenças, sobre as quais, atua a seleção, permitindo o
melhoramento. No entanto, o resultado da seleção só pode ser positivo se for
herdável (RAMALHO et al., 2012).
Percebe-se, o quanto que é importante à seleção, uma vez que, é a partir
dela que consegue-se encontrar os melhores animais produtores de carne para
alcançar-se um rebanho mais produtivo e economicamente viável.
No melhoramento o valor que é medido em um animal, é o valor fenotípico,
que pode ser, por exemplo, kg de ganho de peso de um animal de corte. Esse valor
é composto por, um valor genotípico e o ambiente em que o animal viveu (ZARDA,
2012) podendo se dividido em: um atribuído à influência do genótipo e outro
atribuído à influência do ambiente. Expressado por:
P = G + E.
Onde:
P é o valor do fenótipo,
G é o valor genótipo e
E é o desvio causado pelo ambiente (LOPES, 2005).
Então, para poder ser realizada a seleção genética adequada, deve-se antes,
minimizar ao máximo os efeitos ambientais, para então submeter os animais a uma
comparação (LAZZARINI NETO, 2000). Para realizar o melhoramento genético é
necessário que também se realize o melhoramento ambiental, pois a produção do
indivíduo é resultante da ação de seus genes e das forças que agem sobre ele. Por
esse motivo é importante determinar a fração do fenótipo que é devida aos efeitos
dos genes e a fração que é devida aos efeitos de ambiente, porque somente os
efeitos dos genes são transmitidos à próxima geração. Desta forma, pode-se
concluir que o ambiente é muito importante para que a genética do animal seja
expressa, pois se não oferecer condições adequadas ao animal a sua genética pode
ser subestimada, uma vez que o valor genético não terá a chance de ser
manifestado (ELER, 2014).
Pode-se considerar como ambiente, as condições de clima, manejo e
alimentação, dentre outras que são encontradas onde o rebanho esta constituído.
11
Ele é importante, pois pode mascarar a genética do animal que pode não ser
expressa (ZARDA, 2012).
A produtividade de bovinos de corte nos trópicos, não depende apenas, do
potencial genético, está condicionada a habilidade dos animais suportarem o
estresse com ambiente, que atua, sobre o seu crescimento e reprodução,
principalmente quando comparado aos animais de clima temperado (BURROW et
al., 2004). Um exemplo prático desta relação é o bovino da raça Angus, ele possui
grande potencial genético, no entanto, não se adapta bem ao clima do Brasil central,
onde o ambiente limita seu potencial de crescimento e reprodução. Observa-se
claramente, como o fenótipo é atingido em um ambiente de clima quente.
A bovinocultura de corte apresentou um grande crescimento nos últimos
anos, tornando o Brasil o segundo maior produtor, e atualmente o maior exportador
de carne bovina do planeta. Sendo possível, graças ao melhoramento genético e
manejo. Salientando-se que o país exporta matrizes selecionadas para vários países
(RAMALHO et al., 2012).
Para realizar-se o melhoramento animal é importante ter claras as
características que apresentam maior valor econômico, pois elas são o pré-requisito
para o programa de seleção animal (SIQUEIRA et al., 2003).
Não se pode deixar de considerar que, essa seleção deve ser realizada com
base nas características de herdabilidade média a alta, pois as de baixa
herdabilidade apesar de poderem ser selecionadas demoram muito para alcançar-se
os resultados desejados (LAZZARINI NETO, 2000). Atualmente no Brasil, a pouca
seleção que existe, apenas preocupa-se em selecionar animais para obter maior
ganho de carne, características ligadas à qualidade do produto e à reprodução
(QUEIROZ, 2012).
Pode-se considerar então, que o valor fenotípico é um excelente indicador do
valor genético do animal, ou seja, existe uma relação entre o valor do fenótipo e o
valor genético do individuo (ZARDA, 2012).
A existência de indivíduos de genótipos diferentes em uma população permite
a variabilidade genética. Exceto, no caso de algumas características, que são
definidas por um pequeno grupo de genes com genótipo não conhecidos. No
entanto, pode-se estimá-los com base em expressões fenotípicas. Considera-se que
os animais com melhor fenótipo também tenham o melhor genótipo. Para os
melhoristas o valor genotípico (valor do genótipo do próprio animal que se expressa
12
na plenitude do animal, é influenciado por interações de dominância e entre
epistasia que ocorrem no processo de transmissão do material genético) é
importante assim como o genético que depende do efeito individual de cada um dos
alelos, e não do efeito do par de alelos como no genotípico (WERF, 2006).
O valor genético (VG) está relacionado ao efeito genético aditivo que cada
animal passa a sua progênie. Ele só é pleno no próprio animal e será influenciado
pelas interações de dominância e epistasia (WERF, 2006). No entanto, não deve ser
desconsiderado que o valor genotípico é uma soma do valor genético aditivo do
desvio de dominância e da epistasia (LOPES, 2005), ou seja:
G = A + D + E
Onde:
G é o valor genético,
A é o valor genético aditivo e
D é o desvio de dominância ou interação intra-loco
E é o desvio da epistasia ou interação entre-loci.
O efeito aditivo é um tipo de ação gênica, que cada um dos genes do
genótipo do indivíduo provoca efeito na característica do animal, ou seja, causa um
efeito no valor fenotípico do indivíduo, isso sendo independente da ação dos outros
genes do genótipo que somado aos demais efeitos determina o fenotípico (ELER,
2014). Defini-se ainda, como a soma dos efeitos médios dos genes que o individuo
carrega. Já o desvio de dominância é resultado da dominância que existe entre os
alelos, sendo que, na sua ausência os efeitos genéticos e genotípicos coincidem
(LOPES, 2005).
Compreende-se que, os valores genéticos são expressos em relação a uma
média geral normalmente, e que são iguais a duas vezes os desvios médios das
progênies de um animal em relação à média da população. Isso ocorre porque, o
desvio está relacionado ao conceito de diferença esperada na progênie (DEP). Já
para encontrar o valor genético esse desvio é dobrado, já que cada pai transmite
apenas metade dos seus genes (WERF, 2006). Concluí-se que, seu valor genético
deve ser medido em função do desempenho de seus parentes. Sabe-se que o valor
genético é dividido por dois porque um animal passa apenas metade dos seus
genes (ZARDA, 2012).
Observa-se que os valores dos heterozigotos são intermediários aos valores
genéticos dos homozigotos, no entanto, os valores genotípicos não são. O
13
heterozigoto tem o valor genético da média dos seus pais (WERF, 2006). Isso
porque a avaliação genética capta os efeitos genéticos aditivos, mas não tem função
de detectar os desvios de dominância e efeitos epistáticos nos indivíduos, não sendo
utilizada para detectar efeitos de heterose.
Para estimar o valor genético do individuo ele deve ser acasalado com várias
fêmeas ao acaso na população, desta forma, o seu valor genético será duas vezes a
diferença média de seus descendentes em relação à média da população. A
diferença deve ser multiplicada por dois, pois o macho passa apenas metade de
seus genes (LOPES, 2005).
Considera-se o valor genético de um animal o valor do resultado da
expressão gênica desse animal em uma população. Em termos práticos, um touro
que tenha seu peso a um ano de idade de 350kg, sendo superior a média da
população que é de 300kg, então seu fenótipo expresso como desvio é de + 50kg
(WERF, 2006). Esse animal esta acima da média se comparado ao rebanho, então
divide-se 50kg por 2 (metade da mãe e metade do pai) considerando que a
herdabilidade seja 0,40 esperamos, em média 10kg a mais em sua progênie. Em
longo prazo não há dúvidas que essa seleção será benéfica ao produtor (LAZZARINI
NETO, 2000).
No entanto, deve-se considerar que existem mais fatores que podem interferir
nesse fenótipo, como epistasia e dominância existente entre os alelos (LOPES,
2005). Também não deve-se esquecer que, existem fatores ambientais que podem
estar alterando o ganho esperado.
Correlações genéticas são as associações fenotípicas e genéticas que
ocorrem em diferentes características da produção, ou seja, quando se seleciona
para uma característica pode-se estar aumentando outra juntamente com a
desejada, podendo ser de forma positiva ou negativa. Por exemplo, ao selecionar
para ganho de peso ao desmame é capaz de se estar selecionando para peso ao
nascimento, o que pode comprometer o parto dos animais (LAZZARINI NETO,
2000).
Não se podem utilizar apenas as observações fenotípicas para uma avaliação
genética, pois como visto anteriormente às diferenças ambientais também exercem
grandes influências no animal. Para comparar animais através do fenótipo, eles
devem estar em condições similares de manejo, alimentação, ter a mesma idade,
14
sexo. Esses animais devem ser considerados um grupo contemporâneo (WERF,
2006).
O ambiente é a soma de todos os fatores não genéticos, ou ainda dos efeitos
genéticos não transmissíveis devido a desvios de dominância e epistasia. Os efeitos
ambientais não são necessariamente aleatórios, podendo ser efeitos ambientais em
componentes identificáveis e não identificáveis ou ainda em aleatórios (WERF,
2006).
p = µ + F + a + e
Onde:
p é o fenótipo dos indivíduos
µ é a média da população para a característica avaliada
F representa os efeitos fixos incidentes, como sexo, rebanho, ano, estação,
etc.
a é o valor genético e
e é o ambiente aleatório.
Desta forma, a variação total devida ao ambiente não é considerada e podem-
se estimar melhor os efeitos genéticos. Portanto, a correção para efeitos fixos, torna
a estimativa do valor genético mais acurado Efeito fixo é um grupo de efeitos
ambientais identificáveis como, por exemplo: tipo de parto, rebanho, sexo, estação,
ano de nascimento, grupo de manejo (WERF, 2006).
Efeitos contínuos são as influências ambientais sistemáticas, que não podem
ser ajustadas, como o efeito da idade no peso do animal em crescimento, pois o
ganho de peso diário é o mesmo, mas a diferença que existe de peso entre os
animais é variável uma vez que depende da sua idade (WERF, 2006).
Propriedades dos valores genéticos estimados (VGEs): existe a necessidade
de saber se eles são acurados ou não. Sabe-se que, a correlação para efeitos
ambientais de dados não pretende apenas identificar os valores genéticos de forma
mais acurada, ela é importante para poder-se efetuar a comparação de forma justa
entre os animais (WERF, 2006).
Após organizar as características em escalas numéricas, podem-se comparar
os animais e obter-se o diferencial de seleção, e a partir dele calcula-se a DEP. Ela é
a expressão relativa aos valores genéticos de mais confiabilidade possível, porque
ela leva em conta as informações disponíveis ajustando e corrigindo os fatores que
podem influenciar na mesma (LAZZARINI NETO, 2000).
15
3.2.1 Diferença esperada na progênie (DEP)
A DEP é uma estimativa, ou seja, um valor matemático que objetiva estimar o
valor genético do reprodutor, baseado em todas as informações que se possuí do
animal (TORRES JUNIOR et al., 2013). Pode-se calcular a DEP de qualquer animal,
e de qualquer sexo, no entanto, normalmente, utiliza-se essa ferramenta na
bovinocultura de corte apenas para os machos, pois são os animais que necessitam
ser mais selecionados, tendo em vista que, os machos deixam mais descendentes
em comparação com as fêmeas.
Todas as características são avaliadas levando-se em conta os efeitos
paternos e maternos, bem como outros parentes do animal, e todos os fatores que
podem influencia-la (LAZZARINI NETO, 2000). Portanto a DEP é uma composição
entre os valores de vários animais provenientes de uma mesma linha de animais
pais. A DEP pode ser prevista em relação à média anual do rebanho, sendo
calculada em uma base móvel. Ainda, pode ser predita, em uma base fixa utilizando-
se um ano específico ou média de um touro conhecido da mesma raça (LAZZARINI
NETO, 2000). A forma de prever a DEP pode influenciar no resultado encontrado da
mesma. No entanto, o cálculo é uma forma muito confiável e com valores próximos
aos reais encontrados. Resumindo, a DEP é exatamente o que se acha do animal,
ou seja, a quantidade esperada que o animal poderá transmitir aos seus
descendentes, quando relacionada à genética comparada (LAZZARINI NETO,
2000).
Utilizando a DEP para realizar a seleção pode-se saber o que esperar do
rebanho para os próximos anos. Deve-se considerar sempre que, a própria definição
de DEP especifica que a mesma trata-se de um valor relativo, uma vez que, é
baseada em um referencial que é adotado. Por esse motivo, e necessário comparar
os valores da DEP dos animais que se possuí para a seleção (TORRES JUNIOR, et
al., 2013). Compreende-se então que, DEP é o quanto diferente do touro será o seu
descendente, considerando-se os demais efeitos que irão interferir no animal, sejam
eles ambientais ou genéticos, pois a matriz também contribui no valor genético da
progênie. No entanto, elas não são uma garantia exata da progênie, pois ainda
deve-se considerar o ambiente. Trata-se de valores estatísticos, que dependem da
acurácia do touro. Não podem ser comparadas entre raças diferentes (LAZZARINI
NETO, 2000).
16
Apesar de ser uma medida relativa à DEP de dois animais, é calculada
considerando-se os mesmos parâmetros, e por esse motivo, pode-se saber qual
animal é superior. No entanto, caso os animais tenham suas DEPs calculadas em
referenciais distintos não se pode comparar os animais (TORRES JUNIOR, et al.,
2013). Como existe mais de uma forma de calcular a DEP, sempre tem-se em mente
é que os animais analisados devem ter suas DEPs calculadas da mesma forma para
que o resultado não seja errôneo.
À medida que a curva de distribuição baseada na DEP se afunila, ou seja,
que os valores ficam mais próximos sabe-se que a DEP está bem próxima ao valor
genético verdadeiro, tornando-se mais confiável e isso é a acurácia (TORRES
JUNIOR et al., 2013). Acurácia é, portanto, a correlação entre os valores genéticos
estimados e os verdadeiros, varia de 0 a 1 (WERF, 2006).
Por esse motivo, os animais mais velhos tendem a ser mais acurados, uma
vez que eles já foram testados mais vezes que os mais jovens. À medida que os
reprodutores têm mais descendentes, estima-se melhor a sua DEP. Então, os
animais jovens normalmente têm suas DEPs com menor credibilidade, por não
terem sido tão testadas quanto as DEPs dos animais mais velhos com informações
de vários descendentes (ARAUJO NETO, 2012).
3.2.2 Características reprodutivas
Características reprodutivas em bovinos de corte se destacam na
bovinocultura nacional como importantes na seleção dos animais. No entanto, não
acompanham a seleção das características relacionadas à conformação e
musculosidade, pois são consideradas de baixa herdabilidade (DIAS et al., 2004).
Essa é uma característica de extrema importância, porque, ela irá impor os limites
para a intensidade da seleção, uma vez que o aspecto determina o intervalo entre
gerações, que está diretamente ligado ao valor econômico que o rebanho tem
(PESSOA et al., 2012).
Dentre as características reprodutivas existem vários pontos a serem
observados como a precocidade sexual, fertilidade, perímetro escrotal. Libido,
qualidade do sêmen.
Busca-se selecionar as fêmeas que tenham a idade ao primeiro cio mais
cedo, ou seja, possuam maior precocidade sexual. Todavia, é uma característica de
difícil mensuração quando se pretende atuar em grandes rebanhos e por isso,
17
normalmente está ligada a idade ao primeiro parto (PESSOA et al., 2012). A
estimativa da herdabilidade desta característica é de média a alta podendo variar de
0,12 a 0,50 (SHIOTSUKI et al., 2009). O sucesso, desta particularidade, define o
retorno do investimento realizado no animal pelo aumento da vida útil da mesma
(DIAS et al., 2004). Esta variação, na estimativa da herdabilidade, pode ser
explicada com o manejo do animal, considerando que, sabe-se que a idade na qual
a vaca emprenha, está ligada ao percentual de peso que a mesma possui em
relação ao seu peso adulto e condição de escore corporal. Por esse motivo, está
relacionado à qualidade e quantidade de alimento fornecido ao animal (PILAU &
LOBATO, 2009).
A fertilidade de uma fêmea é avaliada conforme a sua capacidade de produzir
com regularidade crias viáveis. Esta também, é uma característica de difícil
mensuração (PESSOA et al., 2012), pois também, depende muito do manejo
empregado nas matrizes enquanto elas estão prenhes.
O intervalo de partos é o período de tempo entre duas parições consecutivas,
deve ser aproximadamente 12 meses ou 365 dias, no entanto a média nacional é
muito superior a esse valor (PESSOA et al., 2012). Apresenta baixa herdabilidade
em geral (GRESSLER et al., 2000) , pois não pode-se ter certeza dos valores uma
vez que altamente influenciado pelo manejo e escor corporal.
Dias ao parto está relacionada à estação de monta, é o número de dias entre
o primeiro dia após a estação de monta e o parto (PESSOA et al., 2012). Tem baixa
herdabilidade variando de 0,04 a 0,17 (BOLIGON et al., 2007). O intervalo de partos
e a característica de dias ao parto estão correlacionadas (ALBUQUERQUE et al.,
2008). No entanto, a resposta a essa seleção é muito demorada (PESSOA et al.,
2012). Apesar de serem de resposta lenta, são características que em longo prazo
melhoram muito o rebanho.
Duração da vida reprodutiva para a fêmea é uma característica muito
importante, pois indica o período que ela permanece no plantel como reprodutora.
Reflete a idade que ela é descartada e a idade ao primeiro parto (PESSOA et al.,
2012). Essa característica, quando bem selecionada, influência muito no retorno
econômico na propriedade, pois a vaca deve deixar o maior número de crias na
propriedade de forma eficiente. A estimativa da herdabilidade é de 0,06 a 0,56
(MERCADANTE et al., 2000) mais uma vez, observa-se que, é de difícil
mensuração, porque também depende muito do manejo e nutrição do animal.
18
A produtividade acumulada é um aspecto que, expressa o valor em kg em
bezerros produzidos pela fêmea por ano ao longo de sua vida produtiva, avaliando-
se assim, também, a sua habilidade materna (LOBO, 2000). As médias dessa
produtividade são 96,74 kg (AZEVEDO et al., 2005). Novamente, esse valor
depende muito do manejo empregado para com a matriz e o bezerro assim como a
nutrição que pode variar muito.
Habilidade materna é a habilidade que a vaca tem em cuidar de sua cria e
que produzem maior quantidade de leite. Em geral, é medida de forma indireta,
conforme o desempenho de suas crias no período pré-desmame (PESSOA et al.,
2012). As vacas Nelore tem menos habilidade materna do que as vacas mestiças
(OLIVEIRA et al., 2007). Por esse motivo não é incomum que para rebanhos
comerciais se utilize fêmeas mestiças.
A partir desde momento passa-se a apontar as características reprodutivas
mais importantes para os machos reprodutores:
Perímetro escrotal é a característica mais usada nos programas, pois está
relacionada com o fato de ser de fácil mensuração e não implicar em custos ao
produtor. Essa característica possui herdabilidade média alta e esta correlacionada
de forma favorável aos aspectos reprodutivos dos machos e precocidade sexual nas
fêmeas (PESSOA et al., 2012). Em touros da raça Nelore, se estima que a
herdabilidade seja entre 0,25 e 0,26 para avaliações realizadas aos 12 meses e 0,35
e 0,37 para avaliações realizadas aos 18 meses (BOLIGON et al., 2007).
A libido e a capacidade de serviço também são características muito
importantes, pois se avalia a capacidade de disseminação do material genético
quando utilizado monta natural (PESSOA et al., 2012). Qualidade do sêmen está
relacionada à fertilidade que o reprodutor tem. Apresenta correlação com o
perímetro escrotal de 0,86, com o volume do ejaculado em 0,17 e com a motilidade e
vigor em 0,20 (PASTORE et al., 2008).
Conclui-se que, as características genéticas desejáveis nas fêmeas apesar de
possuírem boa herdabilidade podem não ser manifestadas, haja vista, que são
extremamente dependentes do manejo e nutrição que as vacas recebem. Todavia,
os machos, têm suas características melhor calculadas, apesar de que também
podem sofrer alterações conforme sua nutrição e manejo.
19
3.2.3 características de crescimento
As características de crescimento podem ser avaliadas pelo peso a idade
padrão a serem definidas. Os ganhos entre as idades ou o número de dias que o
animal leva para atingir um determinado peso (PEREIRA, 2008).
Determina-se o crescimento do animal conforme o aumento da massa
muscular, incluindo-se as taxas de multiplicação das células. Sabe-se que, a
hiperplasia ocorre durante a fase do desenvolvimento embrionário, e durante o pós-
natal as células perdem essa habilidade ocorrendo apenas à hipertrofia (ARAÚJO
NETO et al., 2012). O crescimento não deve ser considerado como influenciado
apenas pelo fator genético, pois o meio é muito relevante na interação genótipo-
ambiente (TRENKLE & MARPLE, 1983). Por esse motivo os valores genéticos são
de difícil mensuração e pouco confiáveis. No entanto sabe-se que, o efeito materno
é uma das principais características quando avalia-se bezerros.
Dentre as medidas ponderais, a mais usada é, o peso em determinadas
idades, porque tem baixo custo. Para mensurar o crescimento, também se pode
utilizar, o peso vivo em um determinado período, desta forma, a seleção é baseada
no ganho de peso do período ou diário o que acarretará em um ciclo mais curto e
maior possibilidade de ganhos para a propriedade (MARCONDES et al., 2000).
Em questões relacionadas ao desenvolvimento ponderal, a grande dúvida é
qual característica utilizar na seleção, tendo em vista, o grande número de opções
que pode-se utilizar (ARAUJO NETO et al., 2012).
Existem diversos estudos que, apontam correlação genética positiva e de alta
magnitude o peso, No entanto, esse peso pode-se tornar uma característica
negativa quando se pensa em peso ao nascimento, pois pode levar a frequência de
partos distócicos (ARAUJO NETO et al., 2012). Por esse motivo, prefere-se um
ganho genético em peso mais baixo, porém, frequente, mesmo que, o progresso
seja mais lento, utilizando sempre animais com uma diferença de peso ao
nascimento mais harmônico. Assim se podem evitar problemas futuros dentro da
propriedade (TANAKA et al., 2009).
Utilizam-se ainda, outras medidas com mensuração corporal linear. Essas
medidas de comprimento e altura são mais precisas, haja vista que, o peso e a
gordura podem sofrer flutuações ao longo do período em função de fatores
nutricionais e de manejo (NORTHCUTT et al., 1992).
20
3.3.4 Características de carcaça
Analisa-se, neste momento, as características de carcaça e sua qualidade
que podem ter interesse na seleção genética dos animais:
Uma carcaça, para ter qualidade, deve apresentar gordura adequada afim de
garantir sua refrigeração de forma eficaz (GIL et al., 2012). O rendimento de carcaça
é um dos principais fatores a ser observado, verificando-se os rendimento dos cortes
nobres e sua cobertura de gordura (BOLEMAN et al., 1998). A avaliação da carcaça
deve ser feia sem o abate do animal, portanto, ela pode ser feita através da
ultrassonografia que é um método não evasivo que possui baixo custo. Pode-se
ainda utilizar a atribuição de escores visuais (GIL et al, 2012), este último método
não é tão preciso quanto a avaliação feita por ultrassonografia, no entanto, é mais
barato.
A avaliação por escore de condição corporal não causa estresse ao animal, e
também não tem a necessidade de levar o animal para curral de manejo, pode ser
feita no campo visualmente (FARIA et al., 2008).
Em relação ao perfil da carcaça pode-se avaliá-la em quatro parâmetros que
são: área de olho de lombo, espessura de gordura, maciez e marmoreio. Área de
olho de lombo é uma medida obtida pela seção transversal do músculo Longissimus
dorsi, ou conhecido comercialmente como contra filé, situada entre a 12ª e 13ª
vértebras torácicas tem relação direta com a deposição de massa muscular no
animal (CARVALHO et al., 2007).
Espessura de gordura, nesta análise, observa-se a quantidade de gordura
subcutânea no momento do abate que influencia diretamente na maciez da carne,
haja vista que deve ter entre 3 e 5 milímetros para proteção da carcaça no
resfriamento rápido (GIL et al., 2012). O coldshortening, é o processo de
resfriamento, ele é conhecido por grandes perdas na indústria frigorífica, por esse
motivo, os produtores que constantemente levam para abates animais com pouca ou
sem cobertura acabam sendo penalizados (SUGUISAWA et al., 2002).
A maciez é avaliada pela força de cisalhamento, que é a força necessária
para cortar uma seção transversal de um determinado músculo. Sendo maior a força
aplicada menor a maciez (GIL et al.; 2012). A maciez da carne está associada a uma
mutação encontrada nos genes, em um simples nucleotídeo no gene da calpaína
identificado como CAPN316, CAPN4751 e CAPN530 (REZENDE et al., 2008.
21
Nos Estados Unidos existe uma classificação de qualidade para a carne
baseada no marmoreio, ou seja, a quantidade de gordura intramuscular existente no
contra filé, denominada quality grade. Essa qualidade pode variar entre standart,
select, choice e prime, sendo a prime a de melhor qualidade (MERIAL DO BRASIL,
2009). O marmoreio está relacionado ao gene da tiroglobulina localizado no
cromossomo 14 dos bovinos. Esse gene é um percursor dos hormônios tireoidianos
T3 e T4 que estão relacionados a gordura principalmente do gado Wagyu
(SUGUISAWA, 2002).
3.3.5 Características de custo
Considera-se, neste momento, algumas características que estão ligadas à
redução dos custos de criação dos animais, o que possibilita uma maior renda ao
produtor:
A capacidade de os animais se adaptarem a ambientes estressantes é
genética (BERTIPAGLIA et al., 2007). E essa capacidade é importante para que os
animais consigam sobreviver e reproduzir em ambientes desafiadores sem a
diminuição do seu desempenho (SANT’ANNA et al., 2012). Existem programas de
seleção que podem auxiliar nessa escolha principalmente em áreas de clima
tropical. Características como resistência a parasitas, mortalidade pré-desmama,
temperamento e pelame (BURROW & BINDON, 2005).
A mortalidade pré-desmama em bezerros é responsável por grandes perdas
econômicas. Esses fatores estão de certa forma, ligados ao peso de nascimento,
vigor, habilidade materna da vaca, dentre outros (SANT’ANNA et al., 2012). Esses
fatores tem baixa herdabilidade, aproximadamente 0,04 a 0,05 (SCHMIDEK, 2009).
Apesar de muito baixos os valores de herdabilidade destas características, é
necessário que se realize seleção para eles, pois a longo prazo pode-se melhorar o
rebanho.
Existe outra forma de influenciar muito nessas perdas que é eliminando os
problemas ambientais. Deve-se escolher a época de acasalamentos e nascimentos
das crias para que exista disponibilidade de forragem para os animais e maior
produção de leite da vaca. Pode-se ainda escolher o sexo dos animais, haja vista
que os machos por nascerem maiores têm maior possibilidade de apresentarem
partos distócicos e morrerem ao nascerem (SANT’ANNA et al., 2012).
22
Em relação ao pelame, os animais que vivem em ambientes tropicais devem
possuir pele pigmentada e pelos claros com diâmetro espesso e curtos (SANT’ANNA
et al., 2012). Essas características explicam a adaptação dos bovinos que evoluíram
de climas quentes, ou seja, os zebuínos. Estes também possuem menor produção
de calor metabólico e uma maior capacidade de perda de calor para o ambiente.
Infelizmente são características de baixa herdabilidade (BERTIPAGLIA et al., 2008).
Em relação à resistência a parasitas, deve-se lembrar de que uma infestação
pode causar grandes perdas econômicas, podendo até mesmo ser perdido o lucro
da propriedade. Algumas características podem auxiliar como um pelame curto
grosso e claro que auxilia na auto limpeza dos animais. Essas características
também os tornam mais resistentes o calor e com melhor sistema imunológico
(SANT’ANNA et al., 2012)
As vacas pluríparas em lactação são menos resistentes a carrapatos do que
as mais jovens e não lactantes. As infestações de bernes também afetam mais
esses animais mais velhos (SILVA, 2004). Existem poucos estudos ainda em relação
a alguma herdabilidade genética que possa influenciar nesse aspecto, no entanto
foram obtidos os valores de 0,29 para a contagem do número de carrapatos e 0,21
para o escore de infestação (FRAGA et al., 2003) 0,42 para a resistência a
carrapatos (BURROW, 2001).
Outra característica muito interessante em ser selecionada e que influi
diretamente nos custos da propriedade é a conversão alimentar, haja vista que os
custos com alimentação são os maiores gastos. A seleção para melhor conversão
alimentar ficou durante anos deixada de lado, em virtude de ser de difícil
visualização e principalmente pela dificuldade de mensurar o consumo. Também
porque se acreditava que estaria correlacionada com o ganho do animal. Atualmente
os programas de melhoramento genético estão mais atentos à inclusão deste critério
(SANT’ANNA, et al., 2012).
A medida mais comumente utilizada é a conversão alimentar, que é a medida
bruta de eficiência que está correlacionada com o ganho de peso e o peso que o
animal terá na idade adulta, embora existam diversas outras medidas eficientes que
podem ser utilizadas (ARCHER et al., 1999). Não encontra-se valores de
herdabilidade para gado Nelore, no entanto para Angus estima-se um valor superior
a 0,32 (ARTHUR et al., 2001). Já para as outras raças encontrou-se herdabilidade
próxima a 0,15 (HOQUE et al., 2006).
23
3.3.6 Grupos contemporâneos com efeitos fixos x efeitos fixos
individualizados
Para poder executar uma avaliação genética focando nessas características
citadas anteriormente, pode-se utilizar modelos de avaliação diferentes. Os modelos
avaliados neste trabalho são análises realizadas em grupos contemporâneos
utilizando efeitos fixos ou apenas os efeitos fixos individualizados. A diferença básica
entre elas é a quantidade de graus de liberdade que o modelo irá apresentar.
A seleção com base em grupos contemporâneos que é uma combinação de
vários efeitos fixos classificatórios como fazenda, ano de nascimento, grupo
genético, dentre outros que podem afetar a seleção (BOLDMAN & FREEMAN,
1990). Quanto mais efeitos fixos forem acrescentados nos grupo contemporâneo
mais graus de liberdade serão utilizados, diminuído o número amostral para análise.
Traz-se a figura 1 para exemplificar melhor os possíveis efeitos fixos
classificatórios e covariáveis, além dos efeitos aleatórios possíveis que acredita-se
que possam influenciar na avaliação.
24
Figura 1 os possíveis efeitos fixos classificatórios e covariáveis, além de efeitos
aleatórios possíveis de serem considerados em uma avaliação de bovinos de corte
para peso ao nascimento (PN),peso ao desmame (PD), peso ao sobreano (PS).
GG: Grupo Genético
IVP: Idade da vaca ao parto
Fonte: Figura elaborada pela autora
Observa-se como efeitos fixos apenas o sexo, a fazenda, o grupo genético o
ano e a estação que estão influenciando o peso ao nascimento o peso ao desmame
e o peso ao sobreano. Do outro lado, a idade da vaca ao parto influenciando o peso
ao nascimento, a idade do animal influenciando o peso ao desmame e peso ao
soberano como covariáveis e a genética aditiva influenciando todas as pesagens, a
genética e permanente materna influenciando o peso de nascimento e desmame
apenas, haja vista da vaca pouco influencia no animal quando adulto.
25
A Figura 2, exemplifica de forma muito simples, como análises utilizando
grupos contemporâneos incrementam muito o número de graus de liberdade
utilizados pela parte fixa do modelo em relação a consideração apenas de efeitos
fixos independentes. Podemos notar que para o caso de apenas duas classes para
cada efeito fixo gastaríamos 5 graus de liberdade para os efeitos fixos considerados
independentes de 31 graus de liberdade para considerar grupos contemorâneos
envolvendo todos estes efeitos.
Figura 2 Cálculo dos efeitos fixos de um grupo contemporâneo
Efeito GL Incidência dos efeitos e construção do grupo de contemporâneos
Ano 1 1 2
Estação 1 1 2 1 2
Fazenda 1 1 2 1 2 1 2 1 2
G.G. 1 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2
Sexo 1 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2
GC 31 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32
GL: Graus de liberdade
GG: Grupo genético
GC: Quantidade de grupos contemporâneos
Fonte: Figura elaborada pela autora
Em dois anos, considerando-se apenas estação, chuvosa e seca, quando se
possuí dados de duas fazendas, com apenas dois grupos genéticos em cada
fazenda, e ainda existe a presença de dois sexos de animais, totalizam-se de 324
classes para os efeitos fixos de grupo contemporâneo, o que pode super ou
subestimar o valor genético devido ao pequeno número de repetições em
subclasses considerando tantos efeitos
Ao analisar os valores genéticos utilizando-se apenas os efeitos fixos sem
agrupá-los em grupos contemporâneos, reduz-se o número de graus de liberdade
utilizados pelo modelo de análise aumentando-se o número de repetições dentro de
cada grupo, pois não existe a necessidade de comparar animais que nasceram no
mesmo ano ou fazenda por exemplo. Possibilitando um maior número de repetições
pode-se obter, talvez, melhoria das estimações dos efeitos fixos e
consequentemente melhores predições dos efeitos aleatórios.
Objetiva-se com este trabalho, testar a eficiência da utilização dos efeitos
fixos classificatórios separadamente para avaliar geneticamente os bovinos de corte
26
em comparação à avaliação, utilizando grupos de contemporâneos com efeitos fixos,
para verificar qual a melhor forma de realizar as análises genéticas de bovinos da
raça Nelore.
Além de comparar diferentes combinações dos efeitos aleatórios a serem
incluídos no modelo de avaliação genética dos pesos ao nascimento, desmame e
sobreano.
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4. MATERIAL E MÉTODOS
O presente estudo foi realizado com dados fornecidos pela Embrapa Gado de
Corte Campo Grande – MS. Foram analisadas informações de 18.208 animais da
raça Nelore divididos em machos e fêmeas, advindos de 81 propriedades da região
Centro-Oeste, com nascimento entre os anos de 2001 e 2014.
O arquivo geral continha 7.425 bezerras e 10.783 bezerros gerados através
de monta natural ou inseminação artificial. As informações eram referentes à:
animal, pai, mãe, sexo, propriedade nascimento, propriedade atual, data de
nascimento, data de nascimento do pai, data de nascimento da mãe, peso ao
nascer, local da pesagem na fase desmama, data da pesagem na fase desmama,
valor do peso na fase desmama, regime alimentar na fase desmama, local da
pesagem na fase sobreano, data da pesagem na fase sobreano, valor do peso na
fase sobreano e regime alimentar na fase sobreano.
Os dados foram avaliados no Departamento de Zootecnia da Universidade
Federal de Mato Grosso – UFMT.
Para realizar a edição dos bancos de dados e as análises estatísticas para
testar os efeitos fixos que afetam o peso ao sobreano e o peso ao desmame utilizou-
se o software SAS University Edition.
Foram desconsiderados os dados referentes a qualquer classe de efeito fixo
como peso ao nascimento, peso ao desmame, peso ao sobreano, sexo, fazenda,
ano de nascimento, estação de monta, idade da vaca ao parto, idade do animal,
genética aditiva, genética materna e permanente materno, que possuía menos de 10
repetições a fim de melhorar a qualidade das avaliações.
Ao realizar as análises de peso ao nascimento, peso ao desmame e peso ao
sobreano, retiraram-se as informações que continham alguma perda de dados de
peso, bem como de idade da vaca ao parto acima de 16 anos ou abaixo de 600 dias,
tendo em vista que a vacas são da raça Nelore.
Afim de comparar a eficiência dos modelos utilizados, as combinações de
efeitos fixos resultantes das análises de variância fora utilizado o software WOMBAT
28
(Meyer, 2007), para as avaliações genéticas e estimações de componentes de
variância, versão de 2015, para o sistema operacional Linux 64 bits.
Os modelos de avaliação genética poderão ser resumidos pela seguinte
equação matricial:
, onde:
é o vetor de valores observados;
é a matriz de incidência dos efeitos fixos;
é o vetor de efeitos fixos;
é a matriz de incidência dos efeitos aleatórios genéticos aditivos;
vetor dos valores genéticos aditivos aleatórios;
W matriz de incidência dos efeitos genéticos maternos;
vetor dos valores genéticos maternos;
S matriz de incidência dos efeitos de ambiente permanente materno;
vetor dos valores de ambiente permanente materno;
é o vetor de efeitos aleatórios residuais.
Para avaliar os modelos testados foram utilizados o Máximo do Logarítmo da
Função de Verossimilhança, os Critérios de informação de Akaike original e corrigido
e o Critério de informação Bayesiano.
29
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na figura 3 pode-se verificar a informação do regime de chuvas da região
Centro-Oeste, a fim de compreender melhor as variações que ocorreram ao longo do
ano em relação ao peso dos animais.
Figura 3- Precipitação pluviométrica e percentagem de variação dos dados em
relação aos extremos observados do período histórico de 1977 a 2006.
Fonte: MARCUZZO et al., 2012.
Conforme os estudos anteriores de Strahler (1977), as regiões mais secas
podem ser associadas á uma existência de maior precipitação, ou seja, durante o
ano nos períodos secos, existe uma discrepância em dados históricos se
comparados inter-anuais, o que Marcuzzo et al. (2012) confirmaram. O autor
verificou uma maior variação nos dados do período de maio a agosto, e uma menor
variação nos períodos de setembro a abril.
A figura 3 deixa claro o período das chuvas e seca na região Centro-Oeste.
Perceber-se que o período da seca ocorre entre os meses de abril e setembro, com
pequenas variações ao longo dos anos. Portanto, os meses restantes podem ser
considerados como meses chuvosos. No entanto, nota-se que existe um período de
transição que pode ser classificado como período de transição entre a chuva e a
seca e o período de transição entre a seca e a chuva. Estes períodos são bem
30
variáveis conforme os anos e são períodos em que as chuvas não são frequentes,
no entanto, não podem ser considerados secos.
O conhecimento destes períodos é importante para compreendermos melhor
a disponibilidade da oferta e qualidade das forragens, que como dito anteriormente,
é de suma importância tendo em vista o número de animais que são produzidos a
pasto no país.
Para melhor compreensão traz-se informações importantes a respeito do
rebanho analisado, como o peso ao nascimento, mês que ocorreu o nascimento e
erro padrão.
Tabela 2 Estatística para variável peso ao nascimento (PN).
Mês
PN
Número Média de peso Erro Padrão
1 689 33.2714a 0.1687
2 215 30.4790b 0.1924
3 126 29.7619b 0.1449
4 14 29.7142b 0.1252
5 14 30.2857b 0.1941
6 121 34.4545a 0.4776
7 436 33.1307a 0.2431
8 1415 33.2233a 0.1163
9 2948 33.8802a 0.0827
10 4260 33.3305a 0.0715
11 4111 34.612a 0.0744
12 2461 34.1722a 0.0940
Na tabela 2, observa-se que não são todas as propriedades que possuem
uma estação de monta bem definida e por esse motivo existem dados ao
nascimentos de animais em todos os meses do ano. Segundo Carvalho e Zappa
(2009), a estação de monta, e por consequência de nascimento, definidas auxiliam
muito o manejo da propriedade, pois concentram a desmama, mochação, castração,
marcação e venda, dentre vários outros manejos que devem ser realizados
preferencialmente em lotes, melhorando a eficiência reprodutiva.
Observa-se que, os nascimentos estão concentrados nos meses de agosto,
setembro, outubro e novembro. Demonstrando que na maioria das propriedades que
possui estação de nascimento, os partos ocorrem no final do período seco da região
Centro-Oeste, em concomitância com a literatura (Rocha et al.,2005), tendo em vista
31
que, os animais nascidos neste período tem menos problemas sanitários
(CARVALHO & ZAPPA, 2009).
O peso ao nascimento dos animais está relacionado à época ao desmame da
cria anterior, haja vista que quando a vaca desmama os animais, ela está iniciando o
terço final da gestação possibilitando o maior desenvolvimento do feto,
considerando-se que o bezerro que será desmamado esteja aproximadamente com
7 meses (MOOJEN et al., 1994).
Percebe-se que, em relação ao peso ao nascimento, os animais que
nasceram no final do período seco, período de transição de seca para águas e
período de águas nasceram com peso superior aos outros. Concluindo-se que os
animais que as vacas pariram no mês de fevereiro, março, abril e maio nasceram
com peso médio inferior aos nascidos no restante do ano, haja vista que no Brasil a
cultura de suplementação é apenas para o período da seca, desta forma, as
matrizes no terço final da gestação, apesar de se encontrarem em pleno período das
águas provavelmente não tinham sua exigência atendida considerando-se que são
criados a pasto em pastagens degradadas. Percebe-se também que são poucos
animais que nasceram neste período, o que corrobora o argumento que são vacas
que não estavam com escor adequado na época da estação de monta, dando a
entender que são animais que sofrem de alguma restrição.
Para continuar as análises traz-se neste momento os dados relacionados ao
peso ao desmame.
Tabela 3 Estatística para variável peso ao desmame (PD).
Mês
PD
Número Média de peso Erro Padrão
1 112 222.1339cd 2.6004
2 129 216.1162d 2.0918
3 283 228.0318bc 1.8183
4 1893 228.4648bc 0.6764
5 2411 230.6308b 0.6394
6 1540 221.0600cd 0.7289
7 4816 215.2502d 0.4247
8 1842 217.9527d 0.7170
9 233 203.2918e 2.2629
10 149 200.7919e 2.2338
11 113 252.8761a 3.0825
32
Dos dados de desmama, foram desconsiderados todas as ocorridas no mês
de dezembro, visto que haviam menos de 10 animais, (valor que fora padronizado
como mínimo para as avaliações).
Pode-se compreender, observando a tabela 3 que, há uma concentração da
desmama nos meses de maio e julho. O mês de maio é tradicionalmente escolhido
devido à necessidade de encaminhar os animais para o tronco onde é efetuada a
vacinação da febre aftosa (BEEF POINT, 2007). Os meses de maio e junho
corroboram com as informações verificadas anteriormente que a desmama ocorre no
terço final da gestação e as matrizes ainda possuem um pasto de boa qualidade,
pois está no período inicial da seca, conseguindo recuperar seu peso e escor antes
do parto, o que favorece o maior peso ao nascimento dos bezerros.
Os animais desmamados em novembro apresentaram melhor peso que pode
estar associado ao uso de creep feeding durante o período da seca. Seguidos do
mês de maio, abril e março, nesta ordem, período em que ocorre o desmame dos
animais cujas vacas têm estação de monta definida, sugerindo que, apesar de ser o
segundo melhor padrão de peso, é a melhor opção para não debilitar a vaca e
prejudicar a próxima cria. Os desmamados no período seco obtiveram os piores
resultados por consequência da pouca disponibilidade de forragem e sua baixa
qualidade. Os que desmamaram em janeiro e fevereiro, também estavam com baixo
peso, o que pode ser justificado por terem nascido no período da seca, e apesar de
terem nascido com bom peso, à vaca teve sua produção de leite prejudicada haja
vista a falta de disponibilidade de forragem para o seu consumo. Além disso, pode
ter ocorrido diarreia nos animais durante o período de transição de seca para águas.
Em relação ao peso de sobreano, apresentamos is seguintes dados.
33
Tabela 4 Estatística para variável peso ao sobreano (PS).
Mês
PS
Número Média de peso Erro Padrão
1 3038 361.980bc 1.1911
2 2225 329.777de 1.3477
3 4093 359.6087bc 0.8120
4 4302 338.819bcd 0.8596
5 1224 373.4742b 1.9512
6 90 323.4304e 7.3278
7 25 351.280bcd 9.4006
8 60 416.000a 9.9632
9 34 324.000e 10.0786
10 791 288.309f 2.7366
11 567 322.291e 2.4883
12 733 331.749de 2.3164
Neste caso é difícil fazer uma avaliação mais profunda, tendo em vista que,
por mais que os animais estivessem em algum determinado mês mais pesados não
foram classificados em relação ao peso que deveriam estar no período da vida em
que se encontravam.
Em relação a diferença existente entre animais de sexos diferentes traz-se os
seguintes dados para análise.
Tabela 5 Análise de peso por sexo – Fêmea e macho
Variável
FÊMEA MACHO
Número Média Erro Padrão Número Média Erro Padrão
PN 7016 33.7387 0.0548665 9794 34.2552 0.0474599
PD 5319 213.8606 0.3835425 8202 225.8848 0.3506219
PS 7051 326.1833 0.6844609 10131 360.0799 0.6369999
Verifica-se na tabela 5, que conforme o esperado os machos são mais
pesados que as fêmeas na mesma fase de vida (Coutinho Filho et al., 2006).
Após realisar as análises iniciais referentes ao rebanho, pode-se passar a
analisa-lo focando melhor na genética dos animais.
Na tabela a seguir traz-se as correlações analisadas existentes, entre o peso
ao nascimento com o peso do animal na desmama juntamente ao peso do
sobreano.
34
Tabela 6 Correlações amostrais de Pearson (acima da diagonal principal) e de Spewman (abaixo da diagonal principal).
PN PD PS
PN _ 26,29% 25,69%
PD 25,51% _ 51,65%
PS 26,47% 50,88% _
Todas as correlações foram significantes ao nível de 5% da probabilidade
Na tabela 6, observa-se que a correlação perfeita positiva existente entre
essas características é média, sendo que, entre o peso de nascimento e desmama é
de 26,29%, de peso ao nascimento com peso ao sobreano de 25,65%, conclui-se
que, os animais que nascerem mais pesados tem grande probabilidade de tornarem-
se os animais mais pesados do rebanho, haja vista que nascendo mais pesados
suas limitações logo após o parto diminuem, pois conseguem mamar o colostro e
alimentar-se mais que os animais que nascerem mais fracos. Logicamente que essa
regra não é seguida quando ocorre uma limitação ambiental, pois a expressão do
fenótipo é a soma do genótipo mais ambiente.
Para uma verificação da estatística descritiva geral das variáveis respostas
analisadas traz-se neste momento a tabela 7.
Tabela 7 Estatística Descritiva Geral das Variáveis Respostas Analisadas
Características Número Média Mediana Desvio padrão
Coeficiente de variação Assimetria Curtuose
PN 16810 34.0396 33 4.6617 13.6949 0.6839 -0.1627
PD 13521 221.1546 220 30.8853 13.9654 0.0823 -0.0879
PS 17182 340.1697 346 63.6967 18.4004 0.0629 -0.0400
PN = Peso ao nascimento; PD = Peso ao desmame e PS = peso ao sobreano.
A tabela 7, traz informações de número de animais analisados, média,
mediana, desvio padrão, coeficiente de variação, simetria e curtuose. Observa-se
que os valores encontrados nos rebanhos estão dentro do aceitável na raça Nelore,
no entanto sabe-se que existem ainda patamares mais elevados a serem
alcançados com o melhoramento do rebanho. Haja vista alguns resultados
encontrados em outros estudos.
35
As tabelas 8 e 9 devem ser analisadas juntamente, porque o objetivo do
trabalho é a comparação realizada nos modelos para verificação de qual deve ser
escolhido no momento de uma avaliação.
Tabela 8 Critérios de avaliação de modelos para quatro avaliações genéticas do peso ao nascimento - (Efeito fixo)
EFEITO FIXO SEPARADOS
Modelo NP LogL AIC AICc BIC
Animal 2 -49937.482 -49939.482 -49939.483 -49946.991
Permanente Materno 3 -49897.435 -49900.435 -49900.436 -49911.697
Genético Materno 3 -49883.357 -49886.357 -49866.358 -49897.620
Completo 4 -49869.491 -49873.491 -49873.492 -49888.508
NP = Número de parâmetros;
LogL = Logaritmo da função de Verossimilhança;
AIC = Critério de informação Akaike;
AICc = Critério de informação Akaike corrigido e
BIC = Critério de informação Bayesiano.
Tabela 9 Critérios de avaliação de modelos para quatro avaliações genéticas do peso ao nascimento – (Grupo contemporâneo)
GRUPO CONTEMPORÂNEO
Modelo NP LogL AIC AICc BIC
Animal 2 -42789.017 -42791.017 -42791.018 -42798.481
Permanente Materno 3 -41723.862 -41726.862 -41726.863 -41738.058
Genético Materno 3 -42788.974 -42791.974 -42791.975 -42803.170
Completo 4 -41715.827 -41719.827 -41719.828 -41734.753
NP = Número de parâmetros;
LogL = Logaritmo da função de Verossimilhança;
AIC = Critério de informação Akaike;
AICc = Critério de informação Akaike corrigido e
BIC = Critério de informação Bayesiano.
Através da função de verossimilhança pode-se perceber que, para o peso de
nascimento dos bezerros o modelo que apresentou melhor critério de informação de
Akaike corrigido (AICc) e critério de informação Bayesiano (BIC), foi o completo.
Neste modelo, analisa-se a genética do animal juntamente com o efeito permanente
materno e o efeito genético materno, ou seja, o quanto ter a mãe influenciou somado
a influencia da genética da vaca.
36
Observa-se ainda que, ao utilizar grupos contemporâneos para a análise,
apesar de aumentar a quantidade de efeitos fixos, diminuindo a quantidade de
repetições existentes em cada efeito, obteve-se melhores resultados. Portanto, ao
avaliar peso de desmame de bovinos considera-se melhor o modelo completo a
partir de grupos contemporâneos.
As tabelas 10 e 11 devem ser analisadas juntamente, porque o objetivo do
trabalho é a comparação realizada nos modelos para verificação de qual deve ser
escolhido no momento de uma avaliação.
Tabela 10 Critérios de avaliação de modelos para quatro avaliações genéticas do peso ao desmame - (Efeito fixo)
EFEITO FIXO SEPARADOS
Modelo NP LogL AIC AICc BIC
Animal 2 -49937.482 -49939.482 -49939.483 -49946.991
Permanente Materno 3 -49897.435 -49900.435 -49900.436 -49911.697
Genético Materno 3 -49883.357 -49886.357 -49886.358 -49897.620
Completo 4 -49869.491 -49873.491 -49873.492 -49888.508
NP = Número de parâmetros;
LogL = Logaritmo da função de Verossimilhança;
AIC = Critério de informação Akaike;
AICc = Critério de informação Akaike corrigido e
BIC = Critério de informação Bayesiano.
Tabela 11 Critérios de avaliação de modelos para quatro avaliações genéticas do peso ao desmame – (Grupo contemporâneo)
GRUPO CONTEMPORÂNEO
Modelo NP LogL AIC AICc BIC
Animal 2 -42789.017 -42791.017 -42791.018 -42798.481
Permanente Materno 3 -41723.862 -41726.862 -41726.863 -41738.058
Genético Materno 3 -42788.974 -42791.974 -42791.975 -42803.170
Completo 4 -41715.827 -41719.827 -41719.828 -41734.754
NP = Número de parâmetros;
LogL = Logaritmo da função de Verossimilhança;
AIC = Critério de informação Akaike;
AICc = Critério de informação Akaike corrigido e
BIC = Critério de informação Bayesiano.
37
Repetiu-se as análises de peso de nascimento para peso ao desmame, e
novamente observou-se melhores resultados de AICc e BIC no modelo completo
quando comparado ao outros. Novamente ocorreu, que para realização desta
análise a seleção genética deve ser realizada através de grupos contemporâneos.
As tabelas 12 e 13 devem ser analisadas juntamente, porque o objetivo do
trabalho é a comparação realizada nos modelos para verificação de qual deve ser
escolhido no momento de uma avaliação.
Tabela 12 Critérios de avaliação de modelos para quatro avaliações genéticas do peso ao sobreano - (Efeito fixo)
EFEITO FIXO SEPARADOS
Modelo NP LogL AIC AICc BIC
Animal 2 -70747.700 -70749.700 -70749.700 -70757.449
Permanente Materno 3 -70748.032 -70751.032 -70751.033 -70762.656
Genético Materno 3 -70721.635 -70724.635 -70724.636 -70736.258
Completo 4 -70721.635 -70725.635 -70725.636 -70741.133
NP = Número de parâmetros;
LogL = Logaritmo da função de Verossimilhança;
AIC = Critério de informação Akaike;
AICc = Critério de informação Akaike corrigido e
BIC = Critério de informação Bayesiano.
Tabela 13 Critérios de avaliação de modelos para quatro avaliações genéticas do peso ao sobreano – (Grupo contemporâneo)
GRUPO CONTEMPORÂNEO
Modelo NP LogL AIC AICc BIC
Animal 2 -66752.552 -66754.552 -66754.552 -66762.276
Permanente Materno 3 -66744.739 -66747.739 -66747.740 -66759.324
Genético Materno 3 -66736.571 -66739.571 -66739.571 -66751.156
Completo 4 -66735.357 -66739.357 -66739.359 -66754.805
NP = Número de parâmetros;
LogL = Logaritmo da função de Verossimilhança;
AIC = Critério de informação Akaike;
AICc = Critério de informação Akaike corrigido e
BIC = Critério de informação Bayesiano.
Nas tabelas 12 e 13, verificando o peso de sobreano, quando analisa-se os
resultados dos efeitos fixo, percebe-se que o AICc e BIC do modelo que considera o
38
efeito genético materno fora melhor em relação aos demais, ou seja, ao averiguar
essa categoria o efeito que a genética da mãe tem em relação ao animal é maior. No
entanto, ao observar os resultados do grupo contemporâneo é visto que, o valor do
BIC o efeito genético materno é melhor que o do efeito completo. Isso pode ter
ocorrido porque o BIC penaliza o modelo com mais severidade que o AICc tendo em
vista o número de parâmetros. Desta forma, no caso de seleção genética com base
no peso de sobreano, o modelo a ser utilizado é o modelo completo utilizando-se o
grupo contemporâneo.
39
6. CONCLUSÕES
Ao propor o trabalho, acreditava-se que ao comparar modelos de avaliação
genética utilizando efeito fixo obter-se-ia melhores resultados, considerando que a
quantidade de graus de liberdade é reduzida em relação aos grupos
contemporâneos. No entanto, mesmo os grupos contemporâneos combinando
diversos efeitos fixos, formando muitos grupos com uma menor frequência na
população, limitando o número de animais avaliados, ele demonstrou-se mais
eficiente nas avaliações genéticas.
Portanto concluiu-se que ao analisar peso ao nascimento e peso ao
desmame, o melhor modelo a ser utilizado é o grupo contemporâneo completo. Já
ao analisar peso ao sobreano, o melhor modelo a ser utilizado é o grupo
contemporâneo com genético materno, pois o BIC penaliza mais.
40
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A possibilidade de analisar dados reais foi muito boa, pois tive a oportunidade
de colocar os conhecimentos adquiridos ao longo dos semestres em várias matérias,
em prática.
Utilizar o SAS University Edition para efetuar as análises foi muito trabalhoso
no início e tive muitas dificuldades, no entanto o auxilio e treinamento do meu
orientador tornou-se de suma importância já que esse conhecimento abrissem novas
oportunidades e tornando um diferencial para a minha formação profissional.
Melhorei os meus conhecimentos em relação a avaliações genéticas e aprendi
novos métodos com a utilização do Wombat.
O trabalho de conclusão de curso me oportunizou ainda, vivenciar uma
análise real com dados fornecidos pela Embrapa Gado de Corte, aproximando ainda
mais a teoria que tive na universidade com a prática. A utilização de programas de
avaliações genéticas é pouco realizada nos rebanhos brasileiros. A oportunidade de
realizar uma análise real foi uma experiência única e que certamente abriu minha
visão para atuar nessa área que carece de profissionais qualificados.
Foi muito empolgante obter um resultado diferente do esperado, pois fora de
grande crescimento, haja vista que percebi a quantidade de estudos que existe a ser
desenvolvido na área.
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REFERÊNCIAS
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