Upload
haduong
View
213
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
1
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
DIRETORIA DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
DIRETORIA DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
DA CRIAÇÃO À CONSOLIDAÇÃO
RELATÓRIO DA GESTÃO 2002 – 2014
Março de 2014
2
Introdução
O presente relatório tem o objetivo de fazer o registro dos dez primeiros anos da
Diretoria de Avaliação Institucional – DAI, e está organizado em cinco partes. A
primeira trata da institucionalização da avaliação institucional entre as ações
desenvolvidas pela UFMG, e a segunda parte aborda o processo e os procedimentos
envolvidos para sua consolidação na estrutura da Universidade.
A seguir, é apresentada a função do Procurador Educacional Institucional – PI,
destacando-se o conjunto de atividades coordenadas pela Diretora de Avaliação
Institucional, concernentes à prestação de informações da UFMG no Cadastro e-MEC,
nos processos regulatórios e nos elementos envolvidos nos processos de avaliação de
cursos e da instituição. Na quarta parte do relatório são destacadas outras áreas em que a
DAI tem atuado, ressaltando a realização de estudos de egressos dos cursos de
graduação, do desempenho dos cursos no Enade e sobre as avaliações de disciplinas
feitas pelos estudantes.
O relatório é finalizado com a apresentação de questões relacionadas com a transição
para a gestão 2014-2017 da Reitoria. São destacadas as modificações no Censo da
Educação Superior, a nova proposta de organização e composição da Comissão Própria
de Avaliação – CPA, e a repercussão da ênfase na relação entre avaliação e
planejamento, que foi posta pelo Ministério da Educação, no processo de
recredenciamento da UFMG.
I – Criação da Diretoria de Avaliação Institucional
A Diretoria de Avaliação Institucional – DAI foi criada na gestão da Reitora Ana Lúcia
Almeida Gazzola, em 2002, com os objetivos de coordenar e supervisionar as ações de
avaliação na UFMG, além de realizar estudos e atividades inerentes à avaliação
institucional. De acordo com a proposta original, discutida em reunião com a Reitora, o
Vice-Reitor e assessores, no período inicial deveriam ser desenvolvidos estudos sobre
aspectos parciais da Universidade para, num segundo momento, ser apresentada uma
proposição com o objetivo de realizar a avaliação de toda a instituição.
Esta proposta teve que ser alterada, em 2004, quando foi promulgada a Lei Nº. 10.861,
que instituiu o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – Sinaes.
Conforme consta da legislação, as instituições do sistema federal de ensino superior
3
tinham que fazer sua autoavaliação, a ser conduzida por uma Comissão Própria de
Avaliação a ser criada por todas elas. Esta autoavaliação deveria ser realizada no prazo
de dois anos, e seria seguida por uma visita de comissão de avaliação institucional
externa. Nesses termos, a proposição de conduzir uma autoavaliação, por iniciativa
própria da Universidade, foi transferida para momento posterior, a ser definido.
Desde o período inicial, a Diretoria está vinculada ao Gabinete do Reitor, tendo sido
cogitada, em momento posterior, a hipótese de vinculação à Proplan, em função da
relação que deve existir entre avaliação e planejamento. Esta alteração não chegou a ser
efetivada, contudo, tendo prevalecido o entendimento de que seria importante preservar
a autonomia da avaliação, como condição essencial para a qualidade das contribuições
que ela pode aportar para o planejamento. Nesse sentido, cabe lembrar que entre os
aspectos a serem analisados está também a gestão da Universidade.
II – Consolidação da Diretoria de Avaliação Institucional
Conforme será demonstrado a seguir, ao longo do tempo o campo de atuação da
Diretoria de Avaliação Institucional não só foi sendo ampliado, como se diversificou
bastante. Isto se deve, em parte, à evolução da trajetória da Universidade, bem como às
modificações que, progressivamente foram sendo introduzidas, pelo Ministério da
Educação, nos processos de avaliação e de regulação da educação superior.
Em função disso, no final de 2008 foi encaminhada ao Reitor proposta na qual se
pleiteava uma composição mais adequada da Diretoria, tendo em vista proporcionar
melhores condições para atuar, pois, até aquele momento, apenas uma docente e uma
secretária eram responsáveis por todas as atividades. Foi solicitado: a) incorporação do
pessoal e das funções do então Setor de Avaliação da Pró-Reitoria de Graduação, com
provisão de gratificação para o docente que coordenava o setor, assumindo a posição de
diretor adjunto da DAI. Esta incorporação foi previamente analisada e acordada entre a
Diretoria de Avaliação Institucional e a Prograd; b) admissão de dois técnicos em
assuntos educacionais; c) admissão de um analista de sistema de informações; d)
acomodação espacial adequada para equipe. A proposta e as tratativas para sua
implementação encontram-se no Anexo 2.
4
A proposta foi aprovada, para implantação em 20091, quando o docente e a técnica em
assuntos educacionais vinculados ao Setor de Avaliação passaram a integrar a DAI. A
designação de mais dois técnicos em assuntos educacionais foi atendida com a
realização de concursos para este segmento que ocorreram em 2009. O analista de
sistema de informações não chegou a ser designado até o momento. A atual equipe da
Diretoria de Avaliação Institucional se encontra convenientemente instalada, tendo sido
completada no final de 2011.
Ainda como parte do processo de consolidação, em 2009 o site da Diretoria de
Avaliação Institucional foi disponibilizado no portal da UFMG, no endereço
www.ufmg.br/dai. Nele estão contidas, além de informações relativas à diretoria,
documentação e relatórios de autoavaliação da Comissão Própria de Avaliação, bem
como o Plano de Desenvolvimento Institucional da Universidade.
III – O Procurador Educacional Institucional – PI
No processo inicial de constituição da Diretoria, a ela foi atribuída a função do
Pesquisador Institucional – PI, regulamentada pela Portaria MEC Nº. 46/2005, cuja
atribuição, naquele momento, se restringia à prestação de informações para o
preenchimento do Censo da Educação Superior, coordenado pelo INEP. Outras
atribuições foram, no entanto, sendo progressivamente incorporadas a esta para a
realização de outras ações de órgãos do MEC. Isso ocorreu de tal forma que, segundo o
artigo 61-E da Portaria Normativa Nº. 40/2010, o PI, agora denominado Procurador
Educacional Institucional, é responsável pelas informações da IES no Cadastro e-MEC
e nos processos regulatórios correspondentes, bem como pelos elementos de avaliação,
incluídas as informações necessárias à realização do ENADE.
Pela atuação desenvolvida nesses processos, em conjunto com os PIs das demais
instituições federais de ensino superior, desde 2009 a PI da UFMG ocupa o cargo de
presidente do Colégio de Procuradores Educacionais das IFES. Nesta condição, integra
a Comissão de Avaliação e Planejamento do Fórum de Pró-Reitores de Planejamento e
Administração – Forplad. Participou, também, de diversas reuniões com os secretários e 1 Documentação completa da proposta encontra-se no anexo II. Verificar, em especial, MEMO 063/2008 de 12/11/2008 do Pró-Reitor de Planejamento e despachos a ele apostos pelo Reitor e pelo Pró-Reitor de Graduação
5
assessores da Secretaria de Educação Superior – SESU e da Secretaria de Regulação e
Supervisão da Educação Superior – SERES, desenvolvendo gestões com o objetivo de
tornar mais eficiente a prestação dessas informações, para os PIs, as IFES e o MEC. No
momento, integra comissão constituída pela DIFES/SESU, composta pela Comissão de
Modelos do Forplad, a Coordenação do Censo da Educação Superior do INEP e o
Colégio de PIs, para estabelecer procedimentos de operacionalização da primeira coleta
do Censo destinada a fornecer dados para a composição da matriz orçamentária das
IFES.
Na condição de PI da UFMG, a Diretora de Avaliação Institucional coordena a
realização de um conjunto de atividades, como descrito a seguir.
- Preenchimento do Censo da Educação Superior
Com a publicação da Portaria MEC 794 de 23 de agosto de 2013, o Censo da Educação
Superior assumiu precedência sobre qualquer outro levantamento de dados, passando a
fornecer, a partir de 2014, as informações necessárias para a composição da matriz de
OCC das universidades federais. Estes dados eram anteriormente coletados por meio da
Plataforma PingIFES, atividade também coordenada pela DAI até 2013, bem como a
auditoria das informações prestadas realizada por analistas de outras universidades
federais.
- Manutenção do cadastro da UFMG no e-MEC
O cadastro das instituições de educação superior integra o e-MEC, sistema eletrônico de
fluxo de trabalho e gerenciamento de informações relativas aos processos de regulação,
avaliação e supervisão da educação superior no sistema federal de educação, instituído
pela Portaria Normativa Nº. 40/2010. Nele, além das informações da instituição e de
seus locais de oferta, a DAI informa, a partir da documentação oficial da Universidade,
os dados cadastrais dos cursos de graduação, inclusive de seus coordenadores. Entre
outras funções, o cadastro viabiliza os processos de reconhecimento e renovação de
reconhecimento de cursos, de recredenciamento presencial e a distância da UFMG.
Além disso, ele é a base para o preenchimento do Censo da Educação Superior, é
instrumento de consulta para avaliadores de cursos e de instituições, e é via por meio da
qual são feitas as inscrições no Sistema de Seleção Unificada – SISU. Ademais, o
cadastro tem uma visualização no portal do MEC, informando ao público em geral
6
sobre cursos oferecidos pela UFMG e os conceitos obtidos pelos cursos e pela
instituição nas avaliações externas.
- Acompanhamento dos processos regulatórios
No que concerne à regulação da educação superior, a Diretoria organiza os processos de
reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos de graduação, bem como os
processos de recredenciamento institucional, presencial e a distância. Quanto aos
cursos, a Diretoria acompanha a tramitação dos processos no e-MEC, transmitindo, aos
coordenadores e à Diretoria Acadêmica da Prograd, informações sobre visitas de
avaliação, demandas por informações adicionais e demais esclarecimentos que se fazem
pertinentes. Cuida, ainda, dos procedimentos necessários para a realização da visita das
comissões de avaliação externa. Os relatórios das comissões de avaliação e as portarias
publicadas são arquivadas e, também, enviadas aos gestores interessados. No processo
de recredenciamento, além desses procedimentos, a DAI prepara e acompanha as visitas
de avaliação institucional externa.
Ainda no que diz respeito à regulação, em meados da primeira década do século XXI, a
Diretoria de Avaliação Institucional tomou a iniciativa de desenvolver gestões no
sentido de institucionalizar os cursos conveniados que eram realizados na UFMG desde
o início desta década. Duas ofertas do curso Normal Superior Veredas e do curso
Educação do Campo, e uma oferta do curso Formação Intercultural de Educadores
Indígenas estavam sendo realizadas, mas sua situação acadêmica necessitava ser
regularizada. O controle sobre matrícula, registros de histórico escolar, além das
informações cadastrais, estavam concentrados na unidade sede, a Faculdade de
Educação. A partir de 2008, após esforços desenvolvidos pela DAI em conjunto com a
Prograd, esses cursos tiveram sua situação regularizada no DRCA e no sistema e-MEC.
O compromisso assumido pela UFMG com o Reuni, e a oferta de cursos de graduação a
distância foram pontos de atuação na regulação no período recente. A Diretoria deu
suporte aos cursos para a realização de todas as etapas dos processos de
reconhecimento, verificando-se uma soma de bons resultados. Dos 21 cursos que já
receberam visita de comissão de avaliação, sete obtiveram conceito máximo 5, 12
obtiveram conceito 4 e dois cursos obtiveram conceito 3. Alguns desses cursos tiveram
assessoria da DAI para recorrer contra o resultado do parecer da comissão de avaliação,
tendo um deles obtido êxito em mudar o conceito 3 para 4. Ainda há cinco cursos
criados no escopo do projeto Reuni que têm visita de comissão de avaliação agendada
7
para o mês de abril, ou que aguardam o INEP marcar a visita. Por sua vez, os cinco
cursos a distância (um bacharelado e quatro licenciaturas) também obtiveram conceitos
positivos, entre 5, 4 e 3, em processos de reconhecimento que envolveram visitas de
comissões de avaliação na sede e em pólos.
- Exame Nacional de Estudantes (Enade)
Quanto ao Enade, a Diretoria cuida da preparação, da inscrição dos estudantes
habilitados e irregulares e, em conjunto com os coordenadores dos colegiados, do
acompanhamento da participação dos alunos no exame. Uma vez definidos pela Prograd
os cursos da UFMG que participarão do Enade, a DAI promove uma reunião com
coordenadores e secretários dos colegiados desses cursos. Nesta oportunidade são
apresentados os procedimentos para a realização do exame e enfatizados os cuidados
necessários para a inscrição e o acompanhamento da participação dos estudantes.
Quando solicitada, a direção da DAI, tem participado de reuniões com coordenadores,
professores e estudantes para explicar a importância da participação no Enade.
Adicionalmente, ao final do processo, tem coordenado comissão designada pelo Reitor
para realizar o processo de dispensa dos estudantes, conforme procedimentos
estabelecidos anteriormente.
IV – Outras áreas de atuação da Diretoria de Autoavaliação Institucional
- Participação na preparação e avaliação do PDI
Entre 2006 e 2008, a Diretoria de Avaliação Institucional foi encarregada de coordenar
a elaboração do primeiro Plano de Desenvolvimento Institucional da UFMG. A versão
final do documento foi aprovada pelo Conselho Universitário em abril de 2008, com
vigência até 2012. Esta versão foi impressa pela Editora UFMG e distribuída para todos
os setores da Universidade, e versão eletrônica do mesmo documento foi inserida no
portal www.ufmg.br. A Diretoria de Avaliação Institucional colaborou no processo de
construção do PDI 2013-2017, que ainda se encontra em versão preliminar. Em
conjunto com a Comissão Própria de Avaliação – CPA, a DAI desenvolveu ações para
acompanhar a implementação do PDI 2008-2012.
- Suporte técnico e administrativo para a CPA
8
A Diretoria é responsável por fornecer suporte administrativo para a Comissão Própria
de Avaliação. Viabiliza o acesso a documentação, produção de questionários,
pagamento de estagiários, realização de estudos, etc. A secretaria da DAI estabelece o
cronograma de reuniões, participa das reuniões e colabora na elabora as atas.
- Estudos e Análises
A Diretoria de Avaliação Institucional tem desenvolvido estudos gerais sobre dados da
UFMG, com suporte de outras áreas da Universidade. Foram realizados estudos sobre
os egressos dos cursos de graduação, sobre os mecanismos de seletividade no acesso à
graduação, bem como um censo socioeconômico e étnico dos estudantes da graduação.
Parte do estudo de egressos foi publicado pela editora UFMG em 2007, Graduação e
exercício profissional, formação e trabalho de engenheiros graduados na UFMG (co-
autoria Maria do Carmo de Lacerda Peixoto e Mauro Mendes Braga), e o resultado do
censo foi publicado em 2006, também pela editora: Censo Socioeconômico e Étnico dos
Estudantes de Graduação da UFMG, dos mesmos autores.
A DAI tem também realizado estudos sobre outros aspectos, entre os quais ressaltam as
avaliações de disciplinas feitas pelos alunos; os resultados da participação dos cursos de
graduação da UFMG no Exame Nacional de Desempenho do Estudante – Enade; e, em
conjunto com a CPA, analisou os questionários de opinião sobre a UFMG,
disponibilizados na internet em 2005 e em 2012, como subsídio para o primeiro
relatório de autoavaliação e para o último, relativo ao triênio 2010-2012.
As avaliações de disciplinas da graduação são realizadas pelos alunos desde o início da
década de 1990, quando a UFMG aderiu ao Programa de Avaliação Institucional das
Universidades Brasileiras – Paiub. O questionário é aplicado sob a responsabilidade da
Prograd e, na primeira década do século XXI, a Pró-Reitoria conduziu processo de
reformulação do mesmo, adequando-o às características da Universidade. Os resultados
das avaliações são processados eletronicamente, fornecendo informações por meio de
uma série de gráficos de barras. Em conjunto com a CPA, a DAI desenvolveu um
roteiro para auxiliar colegiados de cursos e departamentos na análise dos resultados
desta avaliação. Com o objetivo de possibilitar contribuição mais efetiva dessas
avaliações para a atuação de coordenadores de cursos, chefes de departamentos e
diretores de unidades acadêmicas, a DAI tem produzido planilhas que permitem
comparar a evolução das médias de cada unidade acadêmica, cursos e departamentos,
em relação com a média da UFMG. Com a implantação do SIGA em 2013, estão sendo
9
discutidos com o Cecom formatos para disponibilizar, neste sistema, os resultados da
avaliação discente, bem como a geração de novos modelos de relatórios.
Os resultados da participação dos cursos da UFMG no Enade são publicados pelo INEP,
e divulgados pela DAI para os cursos participantes de cada edição do exame. Um
modelo de procedimentos para análise desses resultados é encaminhado em seguida
para os colegiados, com solicitação de retorno de resultados para a Diretoria. Além
disso, a Diretoria de Avaliação Institucional realiza análises comparativas da evolução
dos diversos conceitos e índices deste exame em cada curso: nota Enade, conceito IDD,
Conceito Preliminar de Curso (CPC), e Índice Geral de Cursos (IGC).
- Eventos e reuniões periódicas
A Diretoria de Avaliação Institucional organizou, com apoio da Andifes, em 2003, o
seminário Democratização do Acesso à Universidade Pública, e os trabalhos
apresentados foram publicados pela Editora UFMG, em 2004, Universidade e
Democracia: experiências e alternativas para a ampliação do acesso à universidade
pública brasileira (Maria do Carmo de Lacerda Peixoto – organizadora). Em 2006, foi
organizado o seminário Universidade Pública e Inclusão Social, sendo os trabalhos nele
apresentados publicados pela Editora UFMG, em 2008, Inclusão Social na
Universidade Pública: experiência e imaginação (Maria do Carmo de Lacerda Peixoto
e Antônia Vitória Aranha – organizadoras).
No início de cada ano (entre março e abril), a DAI organiza um evento com os
coordenadores dos cursos cujos indicadores do Enade foram divulgados no final do ano
anterior, sendo apresentada para eles uma análise dos resultados gerais. Os conceitos e
índices deste exame (nota Enade, conceito IDD, Conceito Preliminar de Curso – CPC, e
Índice Geral de Cursos – IGC), são comparados com os resultados do exame anterior e
os coordenadores são convidados para apresentar a análise da participação dos
estudantes de seu curso.
V – A Diretoria de Avaliação Institucional e a transição para a gestão 2014-2017
da UFMG
Tendo em vista a vinculação da Diretoria com o Gabinete do Reitor e estando em
execução assuntos que ultrapassam a gestão atual, em 30 de dezembro de 2013 a
10
Diretora de Avaliação Institucional esteve em reunião com a Vice-Reitora, para tratar
desses temas e buscar orientações sobre os procedimentos a serem adotados.
O primeiro assunto abordado foi a coleta do Censo da Educação Superior e do
PingIFES, relativas ao ano de 2013, sendo explicados inicialmente os objetivos distintos
de cada uma dessas coletas. O Censo da Educação Superior é a coleta anual de dados
institucionais destinada à prestação de informações estatísticas para o Ministério da
Educação. Dessas informações são extraídos dados para o cálculo dos indicadores da
avaliação de cursos e instituições (CPC e IGC) e, a partir de 2014, do aluno equivalente.
O PingIFES é a coleta anual de dados institucionais destinada à composição de
indicadores para o cálculo de aluno equivalente.
A situação problema, para a transição entre as gestões, reside no fato de que as
informações para os dois sistemas, antes coletada em paralelo, a partir do ano de 2014
passou a ser feita exclusivamente por meio do Censo da Educação Superior. Esta
unificação de sistemas exige maior cuidado na coleta, em especial porque, com a adesão
da UFMG ao SISU, em 2013, foi necessário proceder a uma série de adaptações no
cadastro da universidade no sistema e-MEC. Foi informado que o registro das
informações relativas ao PI, já havia sido realizado no início de dezembro, atendendo ao
prazo estabelecido pelo INEP. Foi informado que, caso necessário, este registro pode
ser alterado a qualquer tempo, mediante o envio ao INEP de portaria que designa o novo
PI. Foi informado, ainda, que o cronograma do Censo previa o início da coleta em 03 de
fevereiro de 2014 e encerramento em 30 de abril de 2014, mas as universidades federais
teriam prazo menor: 18 de março de 2014. A verificação dos dados coletados, feita
anualmente no PingIFES foi mantida no Censo pela DIFES/SESU. Essa verificação
ocorrerá, na UFMG, nos dias 31 de março, 1 e 2 de abril.
O segundo assunto abordado foi o mandato da Comissão Própria de Avaliação (CPA).
Conforme determinado no Art.11 da Lei 10.861/2004 que instituiu o Sistema Nacional
de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), esta comissão deve existir em todas as
instituições de ensino superior. Na sua composição, obrigatoriamente, têm que estar
presentes todos os segmentos da IES, bem como uma representação da sociedade civil
organizada. Foi esclarecido, também, que a CPA é responsável pela condução do
processo de autoavaliação da universidade, devendo postar relatório anual de
autoavaliação no sistema e-MEC até o dia 31 de março de cada ano. Esse relatório
11
integra a documentação que é analisada pelas comissões de avaliação de cursos e de
instituições.
A situação problema relatada reside no fato de que o mandato da atual CPA da UFMG
se extinguiu em 4 de outubro de 2013, encontrando-se seus membros no exercício de
um mandato pro tempore. Foi mencionado que, com a edição de novo instrumento de
avaliação institucional externa, a autoavaliação adquiriu centralidade nos processos
avaliativos, tornando mais importante ainda o encaminhamento da recomposição da
CPA. A comissão atual tem proposta de reestruturação envolvendo sua composição,
atribuições e processo de indicação dos membros. A decisão de não renovar a comissão,
ainda em 2013, e de implementar mandato pro tempore foi tomada em conjunto com o
Reitor, porque a recomposição da comissão no final do ano iria envolver questões de
maior complexidade, passando a implementação ou não da proposta desenvolvida pela
CPA para ser resolvida pela próxima gestão. Foi informado que a comissão atual
elaborou o relatório parcial de autoavaliação, relativo ao ano de 2013, o qual foi postado
no sistema e-MEC na primeira quinzena de março de 2014, encerrando-se, assim, as
atribuições dos membros no mandato pro tempore.
Esses dois temas – coleta do Censo da Educação Superior e recomposição da CPA –
foram anotados pela Vice-Reitora, com a informação de que o reitor e vice-reitora
eleitos seriam comunicados sobre eles.
O terceiro assunto tratado naquela ocasião dizia respeito ao recredenciamento da
UFMG. De acordo com o que estabelece o artigo 46 da Lei de Diretrizes e Bases Nº.
9.394 de 1996, o recredenciamento das instituições de ensino superior deve ser
renovado periodicamente. Segundo determina a regulamentação da SERES/MEC, este
processo é feito em separado para as modalidades presencial e a distância. Para a
emissão da portaria de recredenciamento é necessário protocolar processo no sistema e-
MEC e receber visita da comissão de avaliação institucional externa. O
recredenciamento presencial da UFMG está regulamentado pela Portaria MEC 914, de
12 de julho de 2011, válido pelo prazo de cinco anos. A comissão de avaliação que
visitou a UFMG, em 2009, emitiu parecer com Conceito Institucional (CI) 4. Ainda não
há previsão de data limite para protocolar novo processo de recredenciamento, mas
certamente este prazo não deve ultrapassar 2015, ou seja, terá que ser feito pela gestão
que toma posse em março de 2014. O processo de recredenciamento a distância foi
12
protocolado em 2010, a comissão de avaliação esteve visitando a UFMG em 2013,
tendo emitido parecer com CI 5. Aguarda-se a publicação da portaria.
A situação problema relatada é que a edição do novo Instrumento de Avaliação
Institucional Externa, pela Portaria Nº. 92 de 31 de janeiro de 2014, terá fortes
implicações nesse processo. Neste instrumento, a autoavaliação e o PDI assumiram
grande centralidade, o que torna ainda mais importante a definição do novo perfil a ser
dado à CPA e ao tratamento da autoavaliação na UFMG. Na oportunidade, foi
destacado o conteúdo do Relato Institucional, documento que deve integrar o processo
de recredenciamento e será analisado pela comissão de avaliação que visitará a
universidade. Nesse relato, o entendimento sobre a articulação entre a autoavaliação e
PDI está especificado de maneira clara. Adicionalmente informo que, em 7 de fevereiro
de 2014, foi editada a Nota Técnica Nº. 14/2014 do INEP, com o objetivo de
“uniformizar o entendimento sobre os indicadores do instrumento de avaliação
institucional externa”. Além do que foi mencionado para a Vice-Reitora sobre o
assunto, a Nota Técnica traz um conjunto bastante abrangente de requisitos legais e
normativos que vão ser objeto de consideração pelas comissões de avaliação externa.
Em relação a este terceiro tema a Vice-Reitora manifestou sua apreensão,
principalmente tendo em vista que o PDI 2013-2017 ainda está na versão preliminar.
Orientou para que fosse enviado um ofício ao Reitor, relatando esta situação problema e
sugerindo que o assunto fosse levado ao conhecimento do CEPE. O ofício em questão
foi feito e encaminhado para o Reitor assim que a diretora da DAI retornou das férias2.
Até o presente, a Diretoria de Avaliação Institucional não foi informada sobre
encaminhamentos dados para o assunto.
Belo Horizonte, 14 de março de 2014.
Maria do Carmo de Lacerda Peixoto
Diretora de Avaliação Institucional 2002 - 2014
Paulo José Modenesi
Diretor Adjunto da Diretoria de Avaliação Institucional
2 O ofício encontra-se copiado no Anexo I.
Anexo 1
Ofício DAI nº 01/2014
Belo Horizonte, 05 de fevereiro de 2014.
Exmo. Sr. Prof. Clélio Campolina Diniz Reitor da Universidade Federal de Minas Gerais REITORIA
Magnífico Reitor,
A publicação da Lei 10.861, que instituiu o Sistema Nacional de Avaliação
da Educação Superior – SINAES, completa dez anos em 14 de abril de 2014.
Nesse período, foram implementados procedimentos de avaliação de cursos e
de instituições de ensino superior e, progressivamente, foi se constituindo uma
política de avaliação da educação superior brasileira que se consolida cada vez
mais.
A UFMG, também nesse período, constituiu a Diretoria de Avaliação
Institucional - DAI e a Comissão Própria de Avaliação – CPA, esta última por
exigência da legislação supra mencionada. A DAI tem cumprido papel efetivo
na condução dos processos regulatórios de cursos e da própria UFMG, além de
desempenhar ações relacionadas à avaliação de cursos decorrentes da
participação da UFMG no Exame Nacional de Desempenho do Estudante –
ENADE. A CPA, por sua vez, tem cumprido com a obrigação de realizar
relatórios anuais de autoavaliação da instituição, bem como tem estado
presente nas diversas visitas de comissões de avaliação de cursos e da
universidade, na modalidade presencial e a distância.
Alterações no novo instrumento de avaliação institucional externa foram
divulgadas no Seminário de Coordenadores de CPAs da Região Sudeste,
realizado na UFMG em 27 de novembro de 2013. Com a publicação da Portaria
MEC Nº. 92, de 31 de janeiro de 2014, este instrumento está agora em vigor.
Por ocasião do recredenciamento presencial, cujo processo deverá ser
protocolado no próximo ano, é por meio desse novo instrumento que a UFMG
será avaliada.
O instrumento aprovado pela Portaria 92/2014 é composto por cinco
eixos, sendo que no primeiro deles a autoavaliação e o PDI têm forte
centralidade. O que ali está contido indica a necessidade de que a UFMG venha
a investir, de forma ainda mais ampla e institucionalizada, nas suas políticas
para a avaliação e o planejamento. Um breve extrato desse primeiro eixo
permite compreender o alcance das modificações que virão a ser
implementadas.
Entre os documentos que deverão ser elaborados para a avaliação da
comissão que visitará a universidade, consta um Relato Institucional,
organizado da seguinte forma: “relato avaliativo do PDI; síntese histórica dos
resultados dos processos avaliativos internos e externos da IES e síntese
histórica do planejamento e das ações acadêmico-administrativas decorrentes
dos resultados das avaliações”. Além disso, “as informações que subsidiam as
melhorias na instituição, originadas a partir dos relatórios de avaliação interna e
externa, no âmbito da autoavaliação e das demais avaliações externas
representadas nas diversas ações institucionais decorrentes, devem constar
nesse documento”. A instituição deverá “evidenciar a interação entre os
resultados do conjunto das avaliações em seu planejamento institucional e suas
atividades acadêmicas, de forma a demonstrar as melhorias” que foram
efetivadas.
Fica claro, portanto, que a autoavaliação institucional e o planejamento
têm, agora, características distintas das que vigiam quando do
recredenciamento efetivado pela Portaria 914, de 12 de julho de 2011, que terá
como referência principal o PDI. Por ocasião da visita realizada em 2009, a
UFMG obteve Conceito Institucional 4, e é necessário cuidar para que ele
seja, pelo menos, mantido.
Esses aspectos foram expostos no final de 2013 à Vice-Reitora, a qual
sugeriu a formalização, em ofício, da preocupação manifestada em relação à
política de avaliação da UFMG. Ao mesmo tempo em que faço isso, tomo a
liberdade de sugerir que o tema seja levado à discussão pelos órgãos
superiores da Universidade, em especial do CEPE.
Atenciosamente,
Profa. Maria do Carmo de Lacerda Peixoto
Diretora de Avaliação Institucional C/C
Profa. Rocksane de Carvalho Norton Vice-Reitora da Universidade Federal de Minas Gerais REITORIA