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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE FARMÁCIA THASCILAINE DE SOUZA RIBEIRO DESENVOLVIMENTO DE PROTETOR SOLAR CONTENDO EXTRATO ETANÓLICO DE Passiflora edulis OURO PRETO 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

ESCOLA DE FARMÁCIA

THASCILAINE DE SOUZA RIBEIRO

DESENVOLVIMENTO DE PROTETOR SOLAR CONTENDO EXTRATO ETANÓLICO DE Passiflora edulis

OURO PRETO

2019

THASCILAINE DE SOUZA RIBEIRO

DESENVOLVIMENTO DE PROTETOR SOLAR CONTENDO EXTRATO ETANÓLICO DE Passiflora edulis

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal de Ouro Preto como requisito obrigatório para obtenção do título de Bacharel em Farmácia.

Orientador: Prof.º Drº Orlando David Henrique dos Santos.

Co-orientadora: MSc. Juliana Cristina dos Santos Almeida.

OURO PRETO

2019

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus, à Ele toda honra e toda glória por mais essa etapa vencida,

por me dar força e saúde para cumprir com meus objetivos.

Aos meus pais, pelo amor, carinho, cuidado e preocupação, sem vocês isso não seria possível.

Aos meus irmãos, por me apoiarem em todos os momentos e vibrarem junto comigo.

Ao Bernardo, pelo amor puro e verdadeiro.

À todos os meus familiares, por estarem presentes mesmo distantes.

À Luísa, pelo apoio e carinho em todos os momentos, por segurar minha mão nos momentos

mais difíceis e se alegrar junto a mim nos momentos felizes.

Aos amigos que fiz durante a graduação, em especial Fran, Fer, Mari, Gi e Xau, jamais

saberia expressar em palavras todo o apoio que vocês me deram. Estaremos sempre juntas, de

alma e pensamento.

Aos meus irmãos de alma, Lu e Marcos Paulo, pelos longos anos de amizade e por estarem

comigo em todos os momentos, e mostrarem que a distância não é nada.

À minha amada casa Saia Justa, por ser meu alicerce em Ouro Preto, por me acolher em todos

os momentos. Estaremos sempre juntas.

Aos meus orientadores, Orlando e Juliana, por me proporcionarem essa oportunidade, por

todo auxílio, ajuda e aprendizado. Obrigada por tudo, vocês são muito importantes para minha

formação.

À toda equipe do Laboratório de Fitotecnologia, por me ensinarem e ajudarem com os

experimentos, e por me auxiliarem sempre que foi necessário.

Aos técnicos e servidores, pela ajuda contínua.

À UFOP e Escola de Farmácia, pelo ensino público de qualidade.

À todos que contribuíram de alguma forma para que esse trabalho e esse sonho se

concretizassem, minha eterna gratidão.

‘’Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.’’

Eclesiastes 3.

RESUMO

O sol é responsável por exercer efeitos sobre a Terra e todos os seres vivos que habitam nela,

podendo ser efeitos benéficos e essenciais à vida humana. Porém, também gera efeitos

danosos à saúde do homem, causando patologias, dentre elas o câncer de pele. Alternativas

para a prevenção dessa patologia foram e são desenvolvidas rotineiramente, e entre elas

destaca-se o uso de protetor solar. Esse produto geralmente é desenvolvido com filtros

capazes de bloquear a radiação ultravioleta, e são chamados filtros orgânicos e filtros

inorgânicos. Há um tempo em que formulações vêm sendo desenvolvidas com extratos

vegetais constituindo na lista de materiais utilizados, em que na maioria das vezes esses

extratos constituem a porção responsável pelos efeitos farmacológicos. Tem sido notado o uso

de material vegetal em formulações visando a proteção solar, em que a fração vegetal exerce

o efeito protetor. Com o avançar da ciência e tecnologia, formulações inovadoras vêm sendo

desenvolvidas com o intuito de aumentar a eficácia farmacológica desses produtos, dentre elas

destaca-se a nanotecnologia. Baseado nesse contexto, o presente estudo apresentou como

objetivo o desenvolvimento de uma formulação do tipo nanoemulsão que possuísse extrato

etanólico de Passiflora edulis, e que apresentasse potencial fotoprotetor. O pó da passiflora

foi submetido à percolação utilizando em solvente etanol, e posteriormente levado a

evaporação do solvente e secagem em estufa. O extrato bruto obtido foi avaliado em relação

ao seu potencial efeito fotoprotetor e esse apresentou um valor considerado potencial

fotoprotetor (FPS=11). Sendo comprovada a eficácia fotoprotetora do extrato, realizou-se a

proposta de formulação, selecionando os excipientes para compor a nanoemulsão, de acordo

com as características da formulação e disponibilidade do laboratório. Foi realizado a

formulação base e a formulação base com extrato, e realizou-se o cálculo de FPS em ambas as

amostras, obtendo um valor de FPS promissor para a formulação com extrato (FPS=20). A

formulação também foi submetida à testes como potencial zeta, diâmetro médio e índice de

polidispersão, para caracterizar e avaliar a estabilidade da formulação. Os resultados desse

estudo foram significativos, comprovando a eficácia protetora da Passiflora edulis e

comprovando sua eficaz associação à uma formulação cosmética.

Palavras-chave: radiação UV, protetor solar, Passiflora edulis, nanoemulsão, estabilidade.

ABSTRACT

The sun is responsible for having effects on earth and all living beings that inhabit it can be

beneficial and essential effects for human life. However, it also generates harmful effects on

human health, causing pathologies, like them or skin cancer. Alternatives to avoid this

condition have been and are routinely manipulated, and among them are used as sunscreen.

This product is developed with filters capable of blocking ultraviolet radiation, and are filter

filters and inorganic filters. For some time formulations have been produced with plant

extracts, which are associated to the pharmacological effects, most of which are extractions

produced with the responsible use of pharmacological effects. It was noted the use of plant

material in formulations designed as sunscreen, in which the vegetal fraction has a protective

effect or effect. With the advancement of science and technology, innovative formulations

have been used to increase the pharmacological effects of these products, including

nanotechnology. Based on this context, the present study shows how the development of an

alteration in the type of nanoemulsion that can be Passiflora edulis ethanolic extractant and

that presents the photoprotective potential. Passionflower powder was percolated using ethyl

alcohol, and subsequently solvent was evaporated and powder was dried. The crude extract

used was evaluated for its potential photoprotective effect and this value was considered a

photoprotective potential (SPF = 11). Being proven the photoprotective efficacy of the

extract, executed if proposed application, the excipients to compose a nanoemulsion,

according to the characteristics of use and availability of the laboratory. Base creation and

application of extract-based extraction were performed, and SPF was calculated in savings

such as samples, obtaining the promising SPF value for formulation containing extract (SPF =

20). The formulation was also subjected to tests with zeta potential, mean diameter and

polydispersity index, to characterize and evaluate the stability of the formulation. The results

of this study were relevant, proving the effectiveness of Passiflora Edulis and proving its

effective association with a formulation.

Keywords: UV radiation, sunscreen, Passiflora edulis, nanoemulsion, stability.

LISTA DE ABREVIATURAS

A/O Água em óleo

ANOVA Análise de variância

cm Centímetro

DEM Dose eritematógena mínima

DM Diâmetro médio

DMSO Dimetilsulfóxido

FDA Food and Drugs Administration

FPS Fator de Proteção Solar

INCA Instituto Nacional do Câncer

IP Índice de polidispersão

kg Quilograma

Mg Miligrama

mL Mililitro

nm Nanômetro

O/A Óleo em água

PEG Polietilenoglicol

Qsp Quantidade suficiente para

RDC Resolução da Diretoria Colegiada

TiO2 Dióxido de Titânio

UV Ultravioleta

UVA Ultravioleta A

UVB Ultravioleta B

UVC Ultravioleta C

ZnO Óxido de Zinco

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Espectro eletromagnético....................................................................................17

Figura 2. Espectro eletromagnético associado com os tipos de radiações

ultravioletas.........................................................................................................................18

Figura 3. Pele e seus anexos................................................................................................20

Figura 4. Estruturas químicas dos filtros orgânicos de variadas classes.............................25

Figura 5. Representação dos glóbulos de emulsão dos tipos A/O e O/A...........................29

Figura 6. Passiflora edulis..................................................................................................33

Figura 7. Estrutura geral dos flavonóides com suas numerações.......................................34

Figura 8. Estrutura básica das principais classes de flavonóides.......................................34

Figura 9. Estruturas químicas dos flavonóides isoorientina e isovitexina..........................35

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Relação do EExI para os comprimentos de onda de 290 a 320nm......................28

Tabela 2. Relação dos excipientes e extrato com suas porcentagens...................................39

Tabela 3. Proposta de formulação incluindo o óleo de maracujá.........................................40

Tabela 4. Relação do EExI para os comprimentos de onda de 290 a 320nm......................43

Tabela 5. Valor de FPS do extrato solubilizado em etanol..................................................46

Tabela 6. Valor de FPS da amostra base de nanoemulsão contendo polímero (fosfato de amido

hidroxipropílico....................................................................................................................51

Tabela 7. Valor de FPS da nanoemulsão contendo extrato etanólico de Passiflora

edulis....................................................................................................................................51

Tabela 8. Valores de índice de polidispersão e potencial zeta para a formulação base e

formulação base com extrato..............................................................................................53

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Avaliação do FPS do extrato etanólico bruto da Passiflora edulis e

formulações...............................................................................................................................52

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Classificação dos tipos de pele...........................................................................21

LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1. Cálculo do FPS in vivo.......................................................................................27

Equação 2. Cálculo do FPS in vitro......................................................................................28

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................15

2.OBJETIVOS.........................................................................................................................16

2.1. Geral ............................................................................................................................... 16

2.2. Específicos ..................................................................................................................... 16

3.REVISÃO DA LITERATURA ..........................................................................................16

3.1. Radiação solar ................................................................................................................ 16

3.2. A pele ............................................................................................................................. 19

3.3. Patologias da pele relacionadas com a radiação............................................................21

3.4. Protetor solar..................................................................................................................23

3.5. Emulsão .........................................................................................................................29

3.6 Nanoemulsão ..................................................................................................................30

3.7 Passiflora edulis .............................................................................................................32

4. METODOLOGIA.............................................................................................................. 37

4.1. Obtenção do extrato ....................................................................................................... 37

4.2. Preparo do extrato .......................................................................................................... 37

4.3. Preparo da formulação – formulação piloto .................................................................. 38

4.4. Preparo da nanoemulsão ................................................................................................ 39

4.5. Formulação com óleo de maracujá ............................................................................... 40

4.6. Formulação com polímero ............................................................................................ 41

4.7. Formulação base com extrato ....................................................................................... 41

4.8. Adição de conservante .................................................................................................. 42

4.9. Determinação do FPS ................................................................................................... 42

4.9.1 Preparo das amostras para leitura ...........................................................................42

4.9.2 Cálculo do Fator de Proteção Solar (FPS) .............................................................42

4.10 Caracterização da nanoemulsão...................................................................................43

4.11 Análise Estatística .......................................................................................................44

5. RESULTADOS....................................................................................................................44

5.1. Obtenção do extrato ....................................................................................................... 44

5.2. Valor de FPS obtido através da leitura do extrato ........................................................ 45

5.3. Preparo da formulação piloto ........................................................................................ 47

5.4. Preparo da nanoemulsão base .......................................................................................48

5.5. Formulação com óleo de maracujá ..........................................................................48

5.6. Formulação com polímero .......................................................................................49

5.7. Formulação base com extrato ...................................................................................50

5.8. Adição de conservante ..............................................................................................50

5.9. Determinação do Fator de Proteção Solar (FPS) ......................................................51

5.10. Caracterização da nanoemulsão...............................................................................53

6.0 CONCLUSÃO ..............................................................................................................55

REFERÊNCIAS .................................................................................................................56

15

1. INTRODUÇÃO

O sol é a principal fonte de energia natural existente no planeta, sendo necessária

para a sobrevivência de todo ser vivo. É de conhecimento que o sol emite radiação

ultravioleta, e com isso quando há exposição de forma incorreta, pode gerar danos à

pele. Um dos malefícios que essa radiação causa na pele é o câncer de pele, que de

acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA) é a neoplasia que ocupa a primeira

posição dos tumores malignos no Brasil, correspondendo em cerca de 30% (INCA,

2018).

Com a necessidade de aumentar a proteção da pele frente aos danos causados

pela radiação UV, tornou-se importante o desenvolvimento de formulações que sejam

capazes de protegerem a pele, sendo uma área que vem crescendo e ganhando

credibilidade por parte dos consumidores. Com o passar dos anos, houve um avanço no

aprimoramento no desenvolvimento de fotoprotetores, uma vez que sendo um produto

de aplicação tópica, torna-se necessário, como em qualquer medicamento para

prevenção, que se tenha uma maior aceitação pelo consumidor. Por isso, o protetor solar

deve ser uma formulação eficaz, protetora, isentas de possibilidade de reações alérgicas,

deve apresentar boa absorção pela pele e deve ser agradável ao uso (FLOR et al., 2007).

Formulações inovadoras têm sido uma linha de pesquisa muito discutida no

desenvolvimento de formulações. A inserção de produtos naturais na indústria

farmacêutica e cosmética vem sendo uma estratégia que cresce cada vez mais no

mercado mundial, uma vez que apresenta boa aceitação por parte dos consumidores,

além de, na maioria das vezes, serem produtos seguros e sustentáveis. Há descrito a

relação de espécies vegetais com efeito fotoprotetor, em que muitas espécies possuem

metabólitos que apresentam atividade contra os raios ultravioletas, sendo utilizadas em

formulações a fim de otimizarem o efeito fotoprotetor. Além disso, os protetores solares

com filtros naturais apresentam outras atividades benéficas à pele, como ação

antioxidante, ressecamento e envelhecimento precoce (GUARATINI et al., 2009;

MISHRA et al., 2011; POLONINI et al., 2011).

Tem se utilizado na área cosmética e farmacêutica a técnica de nanotecnologia,

que apresenta mais vantagens na produção de fitoterápicos e fitocosméticos se

comparado à formas farmacêuticas tradicionais, uma vez que apresentam maior

16

biodisponibilidade, solubilidade, atividade farmacológica, menor toxicidade, dentre

outros benefícios. A nanoemulsão pertence à nanotecnologia, e é um sistema que possui

partículas em escala manométrica de alta estabilidade, que atende aos requisitos para

uma formulação de uso desmatológico (BOUCHEMAL et al., 2004; SHAFIQ-UN-

NABI et al., 2007; AJAZUDDIN, 2010; ANSARI et al., 2012).

Tendo em vista a necessidade de um produto que seja capaz de impedir que

ocorram danos à pele em decorrência da presença da radiação solar, e o grande número

de formulações inovadoras, torna-se relevante o desenvolvimento de uma formulação

que promova proteção solar, e que cumpra com os critérios de satisfação do mercado.

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

Desenvolvimento de formulação fotoprotetora contendo extrato etanólico de Passiflora edulis.

2.2. Objetivos específicos

• Obtenção do extrato bruto etanólico das folhas de Passiflora edulis;

• Desenvolvimento de nanoemulsão O/A contendo extrato etanólico bruto das

folhas de Passiflora edulis;

• Avaliação do Fator de Proteção Solar (FPS) do extrato etanólico bruto das folhas

de Passiflora edulis;

• Avaliação do Fator de Proteção Solar (FPS) da nanoemulsão base;

• Avaliação do Fator de Proteção Solar (FPS) da nanoemulsão contendo extrato

etanólico bruto das folhas de Passiflora edulis.

• Caracterização da nanoemulsão.

3. REVISÃO DA LITERATURA

3.1. Radiação Solar

O sol é responsável por exercer inúmeros efeitos sobre a vida do homem na

Terra, sendo um fator necessário para sobrevivência humana. É responsável por ativar

vitamina D, sintetizar hormônio como melatonina, além de proporcionar sensação de

bem-estar para o corpo e mente. Porém, o fato de haver uma cultura que afirma que

17

bronzeamento é sinal de saúde e beleza, essa exposição diária e irregular pode gerar

diferentes efeitos danosos à saúde (BACK et al., 2008; SZKLO et al., 2007).

Na passagem de radiação solar pela atmosfera, ocorrem os processos de

absorção, reflexão e dispersão, e graças à esses efeitos, a radiação não chega na

superfície terrestre em sua totalidade. As radiações que chegam à superfície da Terra

estão compreendidas entre 290-2000 nm (figura 1) e são elas: radiação ultravioleta, luz

visível e radiação infravermelha (ZAMBON, 2011).

Figura1: Espectro eletromagnético.

Fonte: Adaptado de CED/UFSC, 2010).

A radiação solar infravermelha é a de maior comprimento de onda,

compreendida acima de 800 nm, e possui menor energia. É percebida através do calor e

seus efeitos são levementes nocivos. A luz visível compreende a faixa de 400-800 nm,

sendo percebida pelo sistema óptico através da existência de diferentes cores. A

radiação ultravioleta possui comprimento de onda na faixa de 100-400 nm, sendo,

portanto a mais energética se comparada com as outras duas. É percebida através de

reações fotoquímicas e por processos biológicos como mutação, carcinogênese e

imunossupressão (FLOR et al., 2007; NASCIMENTO et al., 2009; SCHALKA, 2009).

As diferentes reações decorrentes das radiações são evidenciadas através da

produção de melanina, observado pelo bronzeamento da pele, por reações inflamatórias

através das queimaduras e mais gravemente, através de mutações genéticas das células e

crescimento anormal das mesmas (OSTERWALDER; LUTHER; HERZOG; 2000).

18

Comprimentos de ondas menores são responsáveis por emitirem maiores

energias, portanto a radiação ultravioleta por conter comprimento de onda menor do

espectro, é então a mais energética, por consequência é a que mais induz reações

fotoquímicas, possuindo uma alta capacidade de permear as camadas da pele

(OSTERWALDER; LUTHER; HERZOG; 2000).

Dentro da faixa de radiação ultravioleta, estão presentes três tipos de radiações

(figura 2). A radiação ultravioleta A (UVA) é a mais abundante de todas as radiações

UV e é a que mais penetra na pele e está compreendida na faixa de 320-400 nm. Por

penetrar profundamente na derme, induzindo a pigmentação da pele e oxidação de

melanina proporcionando o bronzeamento da mesma. Além do bronzeamento, também

é responsável pelo fotoenvelhecimento, carcinogênese, redução da elasticidade e

surgimento de rugas, uma vez que tendo atingido até à derme, levam à alteração das

fibras colágenas e elastina (TOFETTI & OLIVEIRA, 2006; FLOR et al., 2007;

NASCIMENTO et al., 2009).

A radiação ultravioleta B (UVB) está compreendida na faixa de 280-320 nm e

apesar de possuir baixo comprimento de onda, é altamente energética. Possui a

capacidade de penetração na pele, porém mais superficialmente induzindo o

bronzeamento e também é responsável por ativar a vitamina D. Entretanto, pode causar

envelhecimento precoce das células, causar lesões no DNA e consequentemente câncer

de pele e levar a fotoimunosupressão, o que faz com que o organismo tenha dificuldade

de reconhecer uma célula maligna (TOFETTI & OLIVEIRA, 2006; FLOR et al., 2007).

A radiação ultravioleta C (UVC) compreende a faixa de 100-280 nm, possuindo

alta energia, sendo então extremamente lesiva aos seres vivos. Entretanto, não chega a

atingir a superfície da terra, assim como parte da radiação UVB, uma vez que são

absorvidas pelo oxigênio e pelo ozônio na estratosfera, evitando que grandes impactos

ocorram na vida terrestre (NASCIMENTO et al., 2009).

19

Figura 2: Espectro eletromagnético associado com os tipos de radiações ultravioletas.

Fonte: Química Nova

3.2. A pele

A pele é o tecido de revestimento do corpo, que é responsável por isolar o meio

interno do meio externo. Constitui aproximadamente 12% do peso seco total do corpo

(GUIRRO & GUIRRO, 2004). A pele é considerada, devido a sua extensão, o maior

órgão do corpo humano (KEDE & SABATOVICH, 2004).

Sua formação é constituída por tecidos de origem ectodérmica e mesodérmica,

que estão arranjados em três camadas distintas, sendo elas: epiderme, derme e

hipoderme (figura 3) (KEDE & SABATOVICH, 2004).

A epiderme é caracterizada por ser um tecido epitelial queratinizado e

estratificado, responsável por ter variações estruturais e funcionais de alta significância

(AZULAY, RD; AZULAY, DR; 2006). É responsável pela produção de queratina, que

é uma proteína responsável pela impermeabilidade cutânea, em que as células

envolvidas são identificadas como queratinócitos (KEDE & SABATOVICH, 2004).

A derme está situada abaixo da epiderme e é caracterizada por ser um tecido

forte e maleável, vascularizado e inervado, em que sua constituição se dá pela presença

de proteínas fibrosa, como colágeno e elastina, além da presença de glândulas sebáceas,

sudoríparas e presença de folículos pilosos (GOLDMAN; BENNETT; 2001). Por ser

um tecido conjuntivo, a derme possui diferentes tipos de células, como por exemplo,

fibroblastos, fibrócitos, macrófagos, mastócitos, neutrófilos, leucócitos, dentre outras

(CUCÉ; NETO; 2001).

20

Figura 3: Pele e seus anexos.

Fonte: Guirro e Guirro.

De uma maneira geral, a pele possui a função de proteção do organismo, frente

às diferentes substâncias do meio externo, assim como microrganismos que possam

causar alguma patogenia, e também protege contra radiações UV. É considerada uma

barreira, sendo que é através dela que ocorrem a penetração e permeação de substâncias,

caracterizando então uma estrutura importante e determinante para a ação de princípios

ativos (HADGRAFT, 2001; HADGRAFT, 2004; WILLIAMS, BARRY, 2004).

A pele é o único órgão do corpo que apresenta dois tipos de envelhecimento, que

são denominados extrínseco e intrínseco. O envelhecimento intrínseco, é aquele comum

a todos os outros órgãos e está relacionado com o avançar da idade. Já o envelhecimento

extrínseco é aquele ocasionado por fatores ambientais, que inclui a ação do sol e

excesso de radiação ultravioleta, levando ao fotoenvelhecimento cutâneo (AZULAY,

2004).

Para que uma formulação que contenha um princípio ativo apresente eficácia

clínica, ela depende não só das propriedades farmacológicas, mas também do quão

21

disponível ela se encontra no local de ação. Uma vez que a eficácia desses produtos para

uso tópico depende do nível de penetração na pele, tem-se utilizado sistemas veiculados

de liberação transdérmica como microemulsões, lipossomas e nanoemulsões, para que

se obtenha uma boa penetração e que se tenha o efeito desejado (BARRY, 2002).

3.3. Patologias da pele relacionadas com a radiação ultravioleta

Apesar de inúmeros efeitos benéficos exercidos pelo sol para a saúde do corpo e

da mente, poré, é necessário ressaltar que existem inúmeros efeitos danosos à saúde

humana. A exposição inadequada e exacerbada ao sol pode aumentar o risco de

desenvolvimento de câncer de pele, fotoenvelhecimento e de dermatose fotossensível

(POMPEU et al., 2013).

Os efeitos nocivos gerados pela radiação UV não são padrões, variando de

organismo para organismo. Com isso, cada indivíduo apresenta certo grau de

sensibilidade e consequentemente, um efeito diferente. Em virtude dessa variação,

tornou-se relevante determinar cada tipo de pele, para que se possa prever o efeito que a

radiação exercerá nesse órgão. A classificação dos tipos de pele mais usual é a

determinada por Fitzpatrick em 1976 (quadro 1) sendo de extrema importância para o

auxílio na determinação de fotoproteção, bem como o planejamento de protocolos do

tratamento da radiação ultravioleta (MONTEIRO, 2010).

22

Quadro 1: Classificação dos tipos de pele por Fitzpatrick, adaptado por MOTA et al.

Tipos de pele Características

Tipo I Cor branca, possui eritema

constantemente, nunca bronzeia e

apresenta sensibilidade frequentemente.

Tipo II cor branca, possui eritema

constantemente, raramente bronzeia e

apresenta sensibilidade com frequência.

Tipo III cor morena clara, possui eritema

moderado, bronzeia moderadamente e

apresentar sensibilidade frequente.

Tipo IV cor morena moderada, possui pouco

eritema, sempre bronzeia e apresenta

sensibilidade comum.

Tipo V cor morena escura, possui eritema

esporadicamente, sempre bronzeia e

apresenta pouca sensibilidade.

Tipo VI cor negra, não possui eritema em nenhum

momento, já possui pigmentação

abundante e apresenta sensibilidade

mínima.

Além dos danos já citados, a radiação UV também é responsável por gerar

manchas na pele, despigmentação, imunossupressão, porém, o efeito mais grave é o

câncer de pele (FOURTANIER et al., 2012; VOLKOVOVA et al., 2012).

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, a definição para o câncer se dá

pelo fenômeno de proliferação e crescimento desordenado de células que alcançam e

invadem tecidos e órgãos, podendo passar pelo processo de metástase. É o nome dado

ao conjunto de várias doenças, que são conhecidas pela sua agressividade, uma vez que

as células que levam a essa patologia estão incontroláveis, levando a tumores e

neoplasias malignas (INCA, 2019).

23

No Brasil, é o tipo de câncer de maior ocorrência, abrange cerca de 30% de

todos os tumores malignos. Sua maior prevalência é em pessoas com idade maior que

40 anos, sendo mais raro em crianças e pessoas negras. Porém, essa estatística vem

diminuindo, uma vez que a exposição irracional ao Sol tem feito com que pessoas em

outras faixas etárias desenvolva o carcinoma (INCA, 2018).

O principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pele é a intensa

exposição ao sol (radiação UV), principalmente na infância e adolescência. Pessoas de

pele clara e com histórico de câncer de pele na família, também estão mais suscetíveis

ao desenvolvimento da doença. Trabalhadores que exercem sua profissão sob intensa

radiação solar, pessoas que se submetem a radiação artificial e aqueles que tenham seu

sistema imune comprometido, também fazem parte do grupo de risco (INCA, 2018).

No Brasil, os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de pele estão

associados não somente à exposição solar, mas também aos fatores socioeconômicos.

Em muitas regiões do país, há a precariedade de informação e diagnóstico precoce, bem

como a falta de assistência prestada à população, evidenciando a desigualdade social do

país (SOUZA; FISCHER; SOUZA; 2004).

Os cuidados com a exposição inadequada à radiação devem ser tomados durante

toda a vida. Medidas preventivas como diminuição da exposição ao sol, conscientização

sobre os horários adequados de exposição, uso de roupas adequadas e principalmente, o

uso constante de protetor solar, devem ser tomadas (STANTON et al., 2004; NAHAR,

2013; INCA, 2018).

3.4. Protetor Solar

Tendo em vista o aumento dos casos de câncer de pele e outras patologias

associadas à radiação, torna-se necessário o uso de medidas preventivas para que essas

enfermidades sejam evitadas. A conscientização sobre os horários de exposição ao sol, o

uso de roupas adequadas e a utilização de um produto de uso tópico que seja capaz de

proteger a pele, tem sido medidas adquiridas pelas pessoas (MONTEIRO, 2010).

Por definição, segundo a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 30 de 1º de

junho de 2012 da ANVISA, protetor solar é o produto que se encarrega por entrar em

24

contato com a pele e lábios, com o intuito de proteger contra as radiações incidentes,

seja por absorção, dispersão ou reflexão dos raios (BRASIL, 2012).

Então, protetor solar é um produto que visa realizar o bloqueio de radiações

solares sobre a pele. Fotoprotetores de uso tópico ou protetores solares, são os produtos

destinados à aplicação cutânea, existentes no mercado sob diversas formas, que

possuem em sua formulação componentes capazes de bloquear a radiação incidida sobre

a pele, impedindo que ocorram esses efeitos danosos (OSTERWALDER & LIM, 2007;

SCHALKA & REIS, 2011).

Os componentes contidos nos fotoprotetores são os filtros ultravioletas (UV),

que são denominados como filtros químicos e filtros físicos, de acordo com seu modo

de ação. Porém, o mais usual é denominar os filtros de acordo com sua natureza

química, caracterizando então os filtros orgânicos e os inorgânicos. De uma maneira

geral, os filtros orgânicos agem de forma a absorver a radiação e os inorgânicos atuam

de maneira a refletirem os raios UV (ARAUJO & SOUZA, 2008; SCHALKA, 2009;

LOPES, 2014; NASCIMENTO et al., 2014).

Os filtros inorgânicos são aqueles capazes de dispersar ou refletir a radiação

incidente, sendo esses efeitos de caráter físicos, e há a presença de óxidos metálicos na

formulação, que são substâncias de característica inorgânica (TUCHINDA et al., 2006).

As substâncias mais comumente utilizadas nos filtros inorgânicos são óxido de zinco

(ZnO) e dióxido de titânio (TiO2), que são substâncias que atuam nos filtros de modo a

refletir os raios UV que atingem a pele (FORESTIER, 2008; SCHALKA & REIS,

2011).

Os filtros inorgânicos são conhecidos e recomendados pela sua alta eficácia no

bloqueio das radiações UVA e UVB que chegam até a pele, uma vez que refletem essas

radiações, não as absorvendo. Os compostos ZnO e TiO2 são os princípios ativos mais

utilizados uma vez que além de serem eficazes, apresentam boa segurança quanto ao

uso, não apresentando irritações na pele, sendo os mais recomendados para uso em

crianças e pessoas que apresentem certa sensibilidade na pele (PALM &

O’DONOGHUE, 2007).

Um fator limitante para que ocorra a correta reflexão e que os filtros inorgânicos

consigam ser eficazes, é o tamanho das partículas desses filtros. São necessárias

25

partículas grandes, que estejam em torno de 100 a 500 nm, para que exerçam sua ação,

tendo eficácia. Porém, são partículas opacas, e geram um aspecto esbranquiçado na

pele, tendo pouca aceitação pelos consumidores (CABRAL et al., 2011; SEIXAS,

2014).

Os filtros orgânicos são constituídos por substâncias orgânicas em sua

composição, geralmente compostos aromáticos (figura 4), que são capazes de interferir

na radiação por meio da absorção da radiação UV, absorvendo energias mais altas e

transformando-as em energias menores, de maneira que não venham a causar efeitos

danosos ao ser humano, e podem também absorver radiações em comprimentos de onda

mais curtos ou mais longos (FLOR et al., 2007).

Figura 4: Estruturas químicas dos filtros orgânicos de variadas classes.

Fonte: Adaptado de NASCIMENTO et al., 2014.

Os filtros orgânicos são geralmente classificados em UVA e UVB, e essa

diferença se deve ao fato de absorverem parte da radiação, variando de acordo com a

região de proteção no UV, e com isso, não são filtros de amplo espectro

(NASCIMENTO et al., 2014).

Uma vez que absorvem parte da radiação UV, torna-se necessário a associação

com outros tipos de filtros para que se aumente o espectro de absorção. Esse aumento na

concentração pode levar a quadros de alergia e irritabilidade cutânea, além de gerar uma

absorção sistêmica, o que não é interessante nesse tipo de produto (BALOGH et al.,

2011).

26

De uma maneira geral, os filtros orgânicos apresentam algumas desvantagens

como reações alérgicas, fotoalergia e irritação na pele. Em virtude desses efeitos

indesejados, há uma busca incessante por produtos que sejam menos problemáticos e

que gerem uma correta proteção e maior estabilidade (LOPES et al., 2012).

Nos últimos anos obteve-se um aumento no uso de produtos naturais, em que a

área de cosméticos e farmacêuticos expressaram adesão. No desenvolvimento de

protetor solar, tem-se utilizado em associação, princípios ativos de plantas juntamente

com os filtros orgânicos e inorgânicos para se aumentar o fator de proteção solar. Essa

associação tem sido relevante, e apresentou boas expectativas quanto aos produtos de

características fenólicas (MUNHOZ et al, 2012).

Os produtos naturais de uma maneira geral, são de boa aceitação por parte do

consumidor, desde que sejam produtos seguros e ecologicamente corretos. Juntamente,

os filtros naturais apresentam menos efeitos adversos, são menos alergênicos e irritantes

em peles sensíveis. Muitos apresentam atividade antioxidante, o que complementa a

capacidade fotoprotetora (MISHRA et al., 2011; POLONINI et al., 2011).

Para que essa associação seja eficaz, é preciso que o princípio ativo contido no

extrato seja semelhante às estruturas fotoprotetoras contidas nos protetores sintéticos.

Não é completamente elucidado a absorção máxima que esses princípios ativos

apresentam, uma vez que se tratam de uma mistura de diferentes moléculas, cada uma

apresentando uma estrutura diferenciada da outra. Sabe-se que essas estruturas são

potencializadores do FPS (BOBIN et al., 1994; VELASCO, 2001; FERRARI, 2002;

RANCAN et al., 2002; FERRARI et al., 2007).

Essa associação de extratos vegetais com filtros orgânicos se torna promissora,

desde que seja comprovada a eficácia fotoprotetora do extrato vegetal, para que então

possam intensificar a proteção final do produto sem que haja a necessidade de grandes

quantidades de filtros orgânicos sintéticos junto com os componentes presentes no

extrato que contenham a ação fotoprotetora (NASCIMENTO et al., 2009).

Todavia, os filtros naturais não apresentam atividade fotoprotetora maior que as

dos filtros sintéticos, sendo então utilizados em associação com o intuito de

potencializar o efeito fotoprotetor dos filtros sintéticos, atuando como coadjuvante na

formulação (NASCIMENTO et al., 2014).

27

Para que um filtro solar chegue ao mercado e seja disponibilizado ao

consumidor, este deve ser incorporado a um veículo, em que essa associação do

princípio ativo ao veículo resulte na formulação final que será denominada protetor

solar ou fotoprotetor. Essas formulações devem ser inertes à efeitos químicos,

fotoquímicos e térmicos, além de não gerarem toxicidade, devem apresentar

características solúveis apropriadas, não deve manchar a pele e nem ser absorvida pela

mesma, deve ser incolor, e deve ser e se manter estável no produto final (FLOR et al.,

2006).

Para que se garanta a eficácia de um protetor solar, ele deve passar pela

avaliação que se dá pelo cálculo do fator de proteção solar em que do valor obtido, tem-

se quantas vezes pode-se aumentar a exposição à radiação desde que se aumente o uso

do protetor, garantindo uma segurança contra qualquer dano causado pela radiação.

Contudo, quanto maior for o FPS, maior será a proteção que essa formulação

proporcionará ao usuário, o que implica no maior tempo de exposição à radiação UVA e

UVB desde que esteja protegido adequadamente com o protetor solar (FLOR et al.,

2006).

Para se determinar o valor do FPS, são realizados testes in vivo e in vitro. A

determinação in vivo ocorre de maneira que se realiza em voluntários, no mínimo 25,

com tipos de pele de I a III segundo a escala de Fitzparick. Aplica-se uma quantidade

padronizada de 2 mg/cm² em 50 cm² de área mínima, sob irradiação simulada

(NASCIMENTO et al., 2014).

O cálculo do FPS pode ser definido como a razão numérica entre a Dose

Eritematosa Mínima (DEM) protegida pelo fotoprotetor e a Dose Eritematosa Mínima

não protegida (equação 1) (TEIXEIRA, 2012).

Equação 1: Cálculo do FPS in vivo.

Fonte: NASCIMENTO et al., 2014.

28

O teste in vivo é uma maneira mais precisa de se determinar o FPS, porém

apresentam algumas limitações como planejamento, em que deve ser de extremo

cuidado, número de voluntários e tempo longo de execução do teste, tem-se optado por

realizar o teste in vitro, em que esse método tem sido desenvolvido e melhorado de

acordo com a demanda (COELHO, 2005).

O teste in vitro é o método mais vantajoso por apresentar maior velocidade de

execução, melhor custo e permitir um maior número de repetições. O método mais

usual, é o proposto por Mansur et al., (1986) em que é executado de forma a solubilizar

0,2 mg/mL da amostra em solvente, geralmente o mais utilizado é o etanol.

Posteriormente, realiza-se as leituras em espectrofotômetro em intervalos de 5 nm,

dentro da faixa de UVB, que compreende 290-320 nm. Para se obter o valor do FPS,

realiza-se os cálculos pela equação 2, considerando os valores da tabela 1 (MANSUR et

al., 1986; VELASCO et al., 2011).

Equação 2: Cálculo do FPS in vitro proposta por Mansur et al., 1986.

Fonte: VELASCO et al., 2011.

Onde: FC = fator de correção (igual a 10); EE(λ) = efeito eritematogênico da

radiação de comprimento de onda λ; I(λ) = intensidade da radiação solar no

comprimento de onda λ; Abs(λ) = leitura espectrofotométrica da absorbância da

formulação contendo filtro solar em solução no comprimento de onda λ.

29

Tabela 1: Relação do EExI para os comprimentos de onda de 290 a 320nm.

Fonte: Mansur et al., 1986.

3.5. Emulsão

Para que ocorra a preparação de formulações do tipo protetor solar deve haver a

participação de componentes básicos como os princípios ativos que podendo ser os

filtros inorgânicos, orgânicos ou extratos de plantas como já citados anteriormente e os

veículos necessários para cada tipo de formulação. Existem alguns tipos de formulações

podendo ser loções hidroalcóolicas, que são aquelas compostas por álcool e água

principalmente, géis que são obtidos através de um espessante hidrofílico e cremes e

loções emulsionantes que originam as melhores formulações de protetor solar,

compostas por uma fase apolar e outra polar, sendo as emulsões O/A as mais utilizadas

e melhor aderidas pelos usuários (FLOR et al., 2006).

As emulsões são formulações heterogêneas, com características termodinâmicas

instáveis, possuindo um líquido imiscível disperso em outro em forma de glóbulos. São

sistemas constituídos por fases: oleosa, aquosa e tensoativos (BECHER, SCHICK,

1987).

Na emulsão, quando a fase interna ou também denominada fase descontínua é

oleosa, caracteriza emulsão óleo em água (O/A), e quando a fase externa ou contínua é

oleosa, ela se torna emulsão A/O (água em óleo). As emulsões possuem a característica

de serem um sistema imiscível, em que precisam possuir um tensoativo para estabilizar

a tensão ocasionado pelos componentes das duas fases (figura 5) (PAYS, 2002).

30

Figura 5: Representação dos glóbulos de emulsão dos tipos A/O e O/A.

Fonte: Adaptado por MEZADRI, 2010.

As emulsões são formulações que vêm ganhando espaço no mercado

farmacêutico devido à sua facilidade de veiculação de princípios ativos que tenham

características lipossolúveis ou hidrossolúveis, também pela diminuição de processos

que irritam a pele como ocorrem com alguns fármacos e, sobretudo, por apresentarem

boa aceitação por parte dos consumidores. São produtos de fácil aplicação e remoção, o

que é essencial para o consumidor, principalmente se este produto gerar algum efeito

adverso (LACHMAN et al., 2001).

3.6. Nanoemulsão

A nanotecnologia é um campo da ciência e pesquisa inovador, que lida com

processos e materiais em escala manométrica. É um estudo de grande relevância e

curiosidade, por apresentar inúmeras vantagens em relação às formulações

convencionais (CANAVEZ, 2011; BARIL, 2012;).

As nanoemulsões são sistemas que constituem partículas ou glóbulos de

tamanho reduzidos, em torno de 20 a 500 nm, podendo ser transparentes ou translúcidos

se forem menores que 200 nm ou podem ser leitosas se possuírem partículas de

tamanho acima de 200 nm (FORGIARINI et al., 2001; CAPEK, 2004; FERNANDEZ et

al., 2004; TADROS, 2004).

De acordo com sua composição, as nanoemulsões podem ser de dois tipos, em

que um caracteriza a nanoemulsão O/A, em que as gotículas de óleo estão dispersas na

31

fase aquosa, e também podem ser do tipo A/O, que é quando as gotículas de água estão

dispersas na fase oleosa (SAJJADI, 2006).

A composição das nanoemulsões se baseia basicamente em fase oleosa, fase

aquosa e tensoativo. A fase oleosa pode ser representada por ésteres, alcanos, óleos

minerais e vegetais, e compreende em torno de 2,5 a 20 % da formulação final. Os

tensoativos são utilizados para estabilizarem o sistema, diminuindo a tensão interfacial

entre as fases durante o processo de emulsificação, além de facilitarem a diminuição do

tamanho das partículas (TADROS et al., 2004; MASON et al., 2006).

Em uma formulação de nanoemulsão, o tamanho, estabilidade e estrutura das

partículas formadoras são determinados através da natureza do tensoativo utilizado. Os

tensoativos podem ser catiônicos, não-iônicos e aniônicos. Os tensoativos não-iônicos

agem de forma a estabilizarem estericamente as gotículas do sistema nanoemulsionado

e o tensoativo iônico estabiliza as gotículas eletrostaticamente. Esses dois tipos de

tensoativos são utilizados em associação para promoverem uma melhor estabilização do

sistema, devido aos respectivos mecanismos de ação (TAYLOR, 1998; CAPEK, 2004;

ANTON et al., 2008; CHAKRABORTY et al., 2011).

Sobre estabilidade, pode-se dizer que as nanoemulsões são sistemas

cineticamente estáveis, porém diversos fatores podem instabilizar esse sistema. Uma

vez que as nanoemulsões são sistemas que possuem diversas forças atuando, como por

exemplo, a barreira mecânica que existe entre as gotículas e a fase aquosa, e também a

força de repulsão eletrostática que existe entre as gotículas, podem ser fatores

determinantes a gerar separação de fases no sistema, caso uma dessas forças sejam

rompidas (TADROS et al., 2004; BAKER et al., 2005; ANTON et al., 2010).

Outros fatores também estão associados com o processo de instabilização dos

sistemas nanoemulsionados, que compreendem os processos físicos e químicos. Os

processos físicos compreendem variação de temperatura, agitação, congelamento e

descongelamento, e os químicos compreendem variação de pH, presença de eletrólitos e

peroxidação lipídica. Além dos processos citados, pode haver também a contaminação

por microrganismos provenientes da própria formulação (FLOYD, 1999; BAKER et al.,

2005; DRISCOLL, 2006).

Para se analisar a estabilidade das nanoemulsões, são realizados estudos que

visam conferir essa estabilidade em longo prazo. Existem algumas técnicas que

32

fornecem uma idéia sobre estabilidade das nanoemulsões, podendo citar a determinação

do potencial zeta e porcentagem de cremagem, ambas são importantes até para

comparação de formulação (ROLAND et al., 2003). A determinação do potencial zeta é

de extrema importância na determinação da estabilidade de emulsões uma vez que

mostra o potencial superficial das gotículas (KLANG; BENITA, 1998).

As nanoemulsões são preparadas por dois métodos, que são considerados

métodos de alta e baixa energia. Um dos métodos precisa de equipamentos específicos,

sendo chamada de método de alta energia, compreendendo as técnicas de

microfluidização, homogeneização à alta pressão e a sonicação. Outro método é o de

baixa energia que ocorre de maneira a dissolverem os compostos presentes na fase

interna utilizando um solvente orgânico e depois difundir na fase aquosa, e compreende

as técnicas denominadas difusão de solvente, temperatura de inversão de fase e

emulsificação espontânea (TADROS et al., 2004; MARTINI et al., 2007).

São sistemas mais vantajosos se comparados á outros uma vez que devido ao seu

tamanho reduzido, estão menos aptos a sofrerem sedimentação, cremagem, floculação e

coalescência, garantindo então uma maior estabilidade. Apresentam boa eficácia no que

diz respeito à permeação dos compostos ativos na pele, além de ser uma formulação que

é adequada e compatível com princípios ativos lipofílicos e hidrofílicos (CAPEK, 2004;

TADROS et al., 2004; SOLANS et al., 2005; DATE et al., 2010; WU et al., 2013).

3.7. Passiflora edulis

O uso de plantas para fins medicinais e curativos é uma prática que vem

evoluindo até os dias atuais, sendo muito utilizada pelo homem. É uma prática

extremamente antiga e seu uso é muito abrangente, para algumas comunidades, é de

extrema importância, pois significa a única terapia para a cura de doenças e sintomas.

Apesar de ser uma prática que enfrentou dificuldades na obtenção de compostos com

propriedades promissoras, com o avanço da ciência, esses obstáculos vem sendo superados

e novos medicamentos vem sendo desenvolvidos a partir de produtos naturais (MACIEL et

al., 2002; JÚNIOR et al., 2005; BERNARDES et al., 2017).

Plantas que são consideradas e que possuem propriedades medicinais apresentam

metabólitos bioativos, que são responsáveis por atividades biológicas diferentes. Essas

plantas com propriedades terapêuticas comprovadas podem ser substituídas ou associadas a

33

tratamentos ditos convencionais, além de ser uma opção mais econômica e acessível

(OLIVEIRA et al., 2008; REGINATTO, 2017).

O metabolismo das plantas pode ser dividido em metabolismo primário e

metabolismo secundário. O metabolismo primário é responsável pelas reações comuns

que ocorrem nos vegetais, e compreendem os carboidratos, lipídeos, proteínas e ácidos

nucleicos, que são semelhantes entre as plantas e essenciais para a vitalidade das

plantas. Já os metabólitos secundários são aqueles resultantes da biossíntese de

compostos mais complexos, e que não possuem funções bem definidas. São essenciais

nas plantas para a quimiotaxia e sistemática entre família, gênero e espécie (REZENDE

et al., 2016; KREIS et al., 2017).

O gênero Passiflora é pertencente à família Passifloraceae, que possui cerca de

16 gêneros e 650 espécies, sendo a Passiflora o gênero mais importante dessa família

(RAMOS et al., 2007). No Brasil, as espécies de Passiflora são conhecidas pela

população como maracujá (GOSMANN et al., 2011).

O maracujá é amplamente utilizado na medicina popular, em vários países, em

ocasiões e indicações diferentes, sendo que seu uso mais corriqueiro é como ansiolítico

e tranquilizante (CONRADO et al., 2003).

Algumas espécies do gênero são mais utilizadas em formulações de

medicamentos fitoterápicos, que compreendem as espécies Passiflora alata e Passiflora

incarnata. No Brasil, a Passiflora edulis possui duas formas que são mais utilizadas:

Passiflora edulis f. edulis Sims, conhecida popularmente como maracujá-roxo e

Passiflora edulis Sims f. flavicarpa, sendo que essa última é popularmente conhecida

como maracujá-amarelo, maracujá-azedo, dentre outros (ZERAIK et al., 2010). A

Passiflora edulis flavicarpa (figura 6) é o ponto central do presente trabalho.

34

Figura 6: Passiflora edulis

Fonte: MANICA, 2005.

As espécies da Passiflora possuem como constituintes químicos os flavonóides

(figuras 7 e 8), que são mais citados e estudados nessas espécies, e também apresentam

outros constituintes como alcaloides, saponinas e esteróides. Apresentam flavonóides do

tipo C-glicosilados, estando em ampla distribuição no gênero, mesmo que em Passiflora

alata e Passiflora edulis tenham diferenças qualitativas e quantitativas (DHAWAN et

al. 2004).

Figura 7: Estrutura geral dos flavonóides com suas numerações.

Fonte: MANN, 2001.

35

Figura 8: estrutura básica das principais classes de flavonóides.

Fonte: BALASUNDRAM et al., 2006; COUTINHO et al., 2009; MACHADO et al., 2008.

As espécies de Passiflora edulis contam com a presença de flavonóides dos tipos

2- lucenina, 2-vicenina, isoorientina, isovitexina, luteolina-6-C-chinovosídeo e

luteolina-6-Cfucosídeo, em que todos possuem a característica de serem flavonóides

glicosilados, com a presença de hidroxila primária em sua estrutura, que proporciona a

capacidade de sofrer esterificação/ transesterificação. De todos os compostos, os que

estão em maior predominância são isoorientina e a isovitexina (figura 9) (LI et al.,

2011).

36

Figura 9: Estruturas químicas dos flavonóides isoorientina (a) e isovitexina (b) com indicação

dos pontos que podem sofrer esterificação.

Fonte: LI et al., 2011.

Os flavonóides e as saponinas são chamados de marcadores químicos por

fazerem a diferenciação de amostras e detectar alguma alteração decorrente. Isso é

permitido devido às suas várias estruturas, estabilidade química e grande prevalência

(GOSMANN et al., 2011).

Nas folhas de Passiflora edulis foi detectado a presença de flavonóides através

da técnica de cromatografia líquida de alta eficiência-espectrometria de massas (HPLC-

DAD-MS/MS). Também foram detectados dezesseis derivados de apigenina ou

luteolina, incluindo derivados C-glicosídeos e O-glicosídeos (FERRERES et al., 2007),

compostos fenólicos, glicosídeos, alcaloides e outros compostos como açúcares,

carotenoides, aminoácidos, dentre outros (DHAWAN et al., 2004).

Um estudo realizado em roedores para determinar as atividades farmacológicas,

obteve-se que a Passiflora edulis de uma maneira geral apresentou ação depressora no

sistema nervoso central (BRUSCHI et al., 2002). No mesmo estudo, apresentou ação

ansiolítica nas doses de 50, 100 e 150 mg/kg pela via intraperitoneal, sendo que partia

de um extrato hidroetanólico e aquoso (PETRY et al., 2001). Outro estudo realizado

com ratos mostrou o efeito ansiolítico também, porém com o extrato metanólico e

37

dosagens em 75, 200 e 300 mg/kg por via oral (DHAWAN et al., 2001a). Verificou-se

também um efeito ansiolítico em ratos sob uma dosagem maior, 400 e 800 mg/kg, pela

via oral, sendo que se tratava de um extrato aquoso nebulizador (REGINATTO et al.,

2006).

Outra ação farmacológica verificada na Passiflora edulis é a capacidade

antioxidante, podendo estar associada com a presença de carotenóides e polifenóis

(TALCOTT et al., 2003). Em extratos hidroetanólicos, houve presença de ação

antioxidante para a Passiflora edulis. Há uma relação linear da presença de compostos

fenólicos com a ação antioxidante, uma vez que esses compostos são responsáveis por

essa ação farmacológica. Também foi visto que a Passiflora edulis conferiu proteção

quanto a dano oxidativo induzido em fatias de fígado (RUDNICKI et al., 2007a).

Verificou-se também ação contra radicais e várias espécies reativas de oxigênio, como

superóxido e hidroxila (FERRERES et al., 2007).

Os flavonóides são responsáveis por desempenharem inúmeras funções

terapêuticas em uma espécie vegetal, dentre elas podem-se citar atividade antifúngica,

bactericida, antioxidante e protetora dos raios ultravioletas (CUNHA, 2005).

Foi descrito que extratos de plantas que contenham flavonóides, apresentam a

capacidade e característica de absorver luz ultravioleta, em que seus espectros de

absorção UV apresentam dois picos de absorção, um que está compreendido entre 240-

280nm e o outro entre 300-550nm. Essa variação na absorção UV faz com que seja

possível a utilização de vegetais que contenham flavonóides em formulações contendo

FPS, uma vez que apresentam absorção quando submetidos à radiação ultravioleta

(BOBIN et al., 1995).

Os flavonóides presentes em uma planta são responsáveis por protegerem a

mesma contra as radiações ultravioletas que elas estão expostas. Os flavonóides também

são capazes de dissipar a energia UV absorvida pelas plantas (MARKHAN et al., 1998).

Tendo em vista os poucos dados que relacionem a ação fotoprotetora de

compostos presentes em produtos naturais bem como formulações a base de

nanoemulsão que sejam capazes de exercerem esse efeito, o presente trabalho tem o

38

objetivo de desenvolver uma formulação que contenham compostos naturais e que

tenham um papel importante e relevante na proteção contra radiações UV.

4. METODOLOGIA

4.1. Obtenção do extrato etanólico da Passiflora edulis

O extrato do pó das folhas da Passiflora edulis foi obtido através da técnica de

percolação onde se tomou como partida 70g do pó da passiflora, com adição de solvente

etanol 96º Gl e a extração do pó da passiflora foi realizado até a exaustão da planta, que

foi verificada quando o extrato alcançou uma coloração menos intensa que as primeiras

extrações. Essa técnica foi realizada em duplicata, ou seja, partindo-se de um total de

140g do pó da passiflora, utilizando dois percoladores, com um total de 70g do pó em

cada um.

Após a obtenção do percolado, o mesmo foi levado para o sistema de evaporador

rotativo, pertencente à marca Fisatom, sob temperatura de 40ºC, a fim de recuperar o

solvente, isolando no balão de fundo redondo apenas o extrato concentrado, que

posteriormente foi levado para estuda de secagem a 40ºC, e armazenado em dessecador

até o desenvolvimento da formulação.

4.2. Determinação da absorbância do extrato etanólico

Para se ter conhecimento do valor do FPS do extrato, realizou-se o preparo da

amostra a fim de se realizar a leitura do mesmo no espectrofotômetro. Partiu-se de 5mg

(0,005g) do extrato, pesando-o em um eppendorf e adicionou-se 1,5 mL de etanol.

Levou-se o eppendorf para solubilização durante 10 minutos. Após a solubilização do

extrato no etanol, transferiu-se esse conteúdo para um balão volumétrico de 25 mL,

completando o volume com etanol.

Para se realizar as leituras da solução previamente preparada, o procedimento foi

realizado em quadruplicata, em que se retirou uma quantidade suficiente para realizar a

leitura, transferidas para a cubeta de quartzo, em que as leituras foram realizadas nos

comprimentos de onda 295, 300, 305, 310, 315 3 320 nm.

39

4.3. Preparo da Formulação – Formulação piloto

Após se avaliar o FPS do extrato etanólico, determinou-se qual seria o

procedimento para o preparo da formulação.

A formulação escolhida para esse trabalho foi a nanoemulsão, devido às

características do extrato e dos excipientes utilizados nessa formulação. Para a

nanoemulsão, foram utilizados os seguintes excipientes: croduret 50 (Hydrogenated

Castor Oil - Óleo de Rícino Hidrogenado), crill 3 (éster de sorbitano), óleo de girassol,

polietilenoglicol (PEG), dimetilsulfóxido (DMSO) e água mili-Q.

Primeiramente, testou-se a solubilização e dispersão do extrato nos excipientes

em temperatura ambiente. O extrato etanólico de Passiflora edulis foi colocado em um

béquer com o croduret, já pesado previamente, deixando um tempo na bancada, cerca de

20 minutos e após esse tempo, levou-os para o banho-maria. Outros excipientes também

foram utilizados para avaliar a solubilização e dispersão do extrato da Passiflora edulis,

que compreendem o PEG e o DMSO.

Após analisar a solubilização e dispersão do extrato da Passiflora nos

excipientes, determinou-se a primeira proposta de formulação (tabela 2).

Tabela 2: Relação dos excipientes e extrato com suas porcentagens.

Fase Excipientes Função Porcentagem

(%)

Quantidade

(g ou mL)

Oleosa Croduret Estabilizador 2 - 7

Oleosa Crill Emulsificante 2 - 7

Oleosa Óleo de

girassol

Fase interna 7 – 10

Aquosa Água Veículo qsp 24mL

Extrato Princípio

ativo

0,5 – 2

40

4.4. Preparo da nanoemulsão

Após a determinação dos excipientes que seriam utilizados na formulação,

realizou-se o preparo da primeira formulação-teste, seguindo a metodologia de inversão

de fases (esquema 1). Para a fase oleosa, pesou-se no mesmo béquer o croduret, crill,

óleo de girassol, e para a fase aquosa, colocou-se em outro béquer um volume de 24mL

de água mili-Q. As duas fases foram submetidas ao banho maria na chapa de

aquecimento, até que chegasse à temperatura de 75ºC. Com auxílio de um termômetro,

fez-se o controle dessa temperatura em ambas as fases.

Ao alcançar essa temperatura, o sistema foi conectado ao agitador mecânico, em

uma rotação de aproximadamente 400rpm. A transferência da fase aquosa para a fase

oleosa foi realizada gota a gota, controlando sua temperatura. Após a transferência de

toda a fase aquosa, a chapa de aquecimento foi desligada, e esperou-se o seu

resfriamento até alcançar a temperatura ambiente, de 25ºC. O primeiro teste obteve

resultado satisfatório, sendo, portanto determinada essa como a proposta da formulação.

Esquema 1: Preparo da nanoemulsão.

Pesagem dos excipientes previamente

definidos

Fase oleosa:

Croduret

Crill

Óleo de girassol

Fase aquosa:

Água mili-Q

Banho maria em chapa de

aquecimento

Temperatura em 73 ºC ± 2ºC nas duas fases

Agitador mecânico (400 rpm)

Transferência da fase aquosa para

a fase oleosa

Resfriamento

41

4.5. Formulação com óleo de maracujá

Com o propósito de obter uma formulação com maior concentração de

compostos provenientes da Passiflora edulis, determinou-se uma nova proposta de

formulação de modo a substituir o óleo de girassol pelo óleo de maracujá (tabela 3).

Tabela 3: Proposta de formulação incluindo o óleo de maracujá.

Proposta Croduret (%) Crill (%) Óleo de maracujá

(%)

1 0 10 10

2 2,5 7,5 10

3 5,0 5,0 10

4 7,5 2,5 10

5 10 0 10

Baseando-se nessa nova proposta, realizou-se a primeira tentativa partindo-se da

proposta número 2. Os excipientes foram pesados e a fase aquosa medida, e o teste foi

executado seguindo o mesmo procedimento descrito no item 4.4. Ao final do

procedimento, obteve-se uma formulação não favorável, com aspecto de emulsão.

Outro teste foi realizado, seguindo a proposta número 3. Os excipientes foram

pesados e a fase aquosa foi medida, o teste foi executado como descrito no item 4.4. O

teste obteve resultado favorável, sendo, portanto essa proposta escolhida para o

desenvolvimento da formulação.

4.6. Formulação com polímero

Para aumentar a viscosidade da nanoemulsão, optou-se pela adição de um

polímero na formulação, denominado fosfato de amido hidroxipropílico (Structure XL-

Hydroxypropyl Starch Phosphate), da marca Sarfam.

A adição do polímero ocorreu após o fim da adição da água, no momento em

que a chapa está em resfriamento, sendo adicionado pouco a pouco, para não gerar

aglomeração em forma de grumos do polímero, com agitação constante, até o banho

atingir temperatura de 27ºC.

42

A primeira tentativa com o polímero foi realizada segundo a proposta número 3,

seguindo o procedimento conforme descrito no item 4.4, e a quantidade determinada de

polímero foi de 8%.

Um segundo teste foi realizado, mudando a quantidade de polímero para 6%.

Um terceiro teste foi realizado, com polímero a 3%, em que foi realizado o

desenvolvimento da formulação base, com os excipientes segundo a proposta número 3

sendo, portanto escolhida para ser incorporada ao extrato.

4.7. Formulação base com extrato

Foi realizado um teste realizando a adição do extrato de Passiflora edulis, que

foi solubilizado parcialmente em temperatura ambiente quando colocado em contato

com os excipientes selecionados.

Com a inserção dos béqueres no banho-maria, conforme foi ocorrendo o

aumento da temperatura, o béquer com a fase oleosa juntamente com o extrato foi

sofrendo solubilização, ate alcançar a homogeneidade.

O procedimento foi realizado conforme descrito no item 4.4, e no final

adicionou-se polímero (3%). Ao final da realização do teste, obteve-se uma formulação

com aspecto aceitável.

4.8. Adição de conservante

Uma nova formulação foi realizada, utilizando o conservante Euxyl® PE 9010 a

0,5%. O conservante foi previamente pesado em um béquer e incorporado à fase aquosa

no momento em que a fase aquosa e fase oleosa estavam no banho-maria. Com o

decorrer do aquecimento do banho-maria, o conservante foi misturado na fase aquosa.

4.9. Determinação do Fator de Proteção Solar (FPS)

4.9.1. Preparo das amostras para leitura

Partiu-se de uma quantidade de 5 mg da formulação que foi solubilizada em

solvente etanol 96º Gl, em um balão de 25 mL. A concentração final da solução foi de

0,2 mg/mL.

43

Esse procedimento foi realizado para a formulação base com extrato, para a

formulação base sem extrato, ambas solubilizadas em etanol.

As leituras das amostras foram realizadas em quadruplicata, e as absorvâncias

foram medidas nos comprimentos de onda na faiva UVB (290, 295, 300, 305, 310, 315

e 320). Após as leituras, foram realizados os cálculos para o FPS.

4.9.2. Cálculo do FPS

Para a determinação do FPS, foi utilizada a técnica espectrofotométrica de

Mansur et al., (1986) (equação 3).

Equação 3: Determinação do FPS in vitro

Fonte: Mansur et al., (1986).

Onde: Fator de Correção (FC) é igual a 10; efeito eritematógeno (EE) é o efeito

da radiação solar em cada comprimento de onda λ; i (λ) é a intensidade da luz solar no

comprimento de onda; Abs (λ) é a leitura espectrofotométrica da absorbância da

amostra em cada comprimento de onda.

Tabela 4: Relação do EExI para os comprimentos de onda de 290 á 320nm.

Fonte: Mansur et al., 1986.

44

Tendo os valores da média de cada leitura, obteve-se o valor do FPS através da

fórmula citada acima.

4.10. Caracterização das nanoemulsões

Para se determinar o tamanho das partículas das nanoemulsões, foi realizado a

análise das amostras previamente preparadas utilizando o aparelho Zetasizer Nano ZS

(Malvern Instruments®). A formulação base e a formulação com extrato foram

solubilizadas tomando uma alíquota de 1 µL de cada formulação, diluindo em 1000 µL

de água mili-Q, à temperatura de 25ºC.

Para determinar o potencial zeta da nanoemulsão, as formulações foram

solubilizadas em 1000 µL de água mili-Q, sendo que foi tomada uma alíquota de 1 µL.

A amostra solubilizada foi colocada em uma cubeta de dois eletrodos e após esse

processo, as amostras foram analisadas no equipamento Zetasizer Nano ZS (Malvern

Instruments®).

4.11. Análise estatística

Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA – one way) seguido

pelo teste de Tukey, com grau de significância p< 0,05.

5.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O desenvolvimento do câncer de pele está diretamente ligado com a exposição

irregular ao sol, devido à incidência dos raios ultravioletas. O Brasil possui uma alta

incidência de casos de câncer de pele, e essa estatística justifica-se devido ao fato de

estar posicionado geograficamente de modo que recebe uma alta incidência de luz solar,

e por ser um país que possui um grande número de pessoas que possuem tons de pele

mais claros (CRIADO et al., 2012; MONTEIRO, 2010).

É evidenciado que o uso de protetor solar previne a pele contra os efeitos

nocivos da radiação, e que diversos estudos mostram que esse produto é capaz de

reduzir os casos de câncer de pele e proteger a pele contra o envelhecimento precoce

(BALOGH, 2011a).

Com o decorrer do tempo, espécies naturais vem sendo utilizadas como

potenciais substâncias fotoprotetoras, otimizando a eficácia do protetor solar. De acordo

com a literatura, é comprovado que alguns metabólitos presentes em plantas possuem a

45

capacidade de exercer o efeito fotoprotetor, além de apresentarem efeitos benéficos

dermatológicos (KHANBHOLJA, 2011; GUARATINI et al., 2009).

Neste presente estudo foi avaliado o efeito fotoprotetor in vitro de uma

formulação contendo extrato etanólico de planta, buscando conhecer a relação

fotoprotetora da mesma, além de ressaltar dados e informações importantes sobre o

assunto.

5.1. Obtenção do extrato

Para obter o extrato da Passiflora edulis e posteriormente seguir com o propósito

do estudo, realizou-se a percolação do pó da passiflora a fim de extrair o máximo

possível de compostos ativos da planta. O filtrado obtido por percolação apresentou um

volume considerável e suficiente para poder realizar a recuperação do solvente, restando

apenas o extrato, sendo essa a fração rica em compostos ativos. A escolha do solvente e

o método de extração foram etapas essenciais para que o filtrado obtido fosse suficiente,

em que apresentou um rendimento satisfatório, no valor de 11,1%.

Quantidade de pó da Passiflora 140g

Rendimento em massa 15,5691g

Rendimento em percentual 11,1%

Garcia e colaboradores (1995) utilizou extratos etanólicos por percolação, e

Katiyar & Elmets (2001), preconizou que os metabólitos secundários que são os ativos

vegetais são facilmente solúveis em solvente etanólico.

O etanol é um solvente capaz de extrair metabólitos ativos de interesse, sendo

amplamente utilizado em extrações de plantas, e isso é explicado uma vez que possui

um ponto de ebulição em torno de 78ºC, sendo uma característica físico-química

favorável, e também apresenta a característica de ser anfifílico, ou seja, possui afinidade

tanto por compostos polares, tanto por compostos apolares. Isso permite a extração de

hidrocarbonetos, sais orgânicos, polissacarídeos, e compostos fenólicos, como por

exemplo flavonóides (SIMÕES, 2010; CRUZ et al., 2013; OLIVEIRA & ALMEIDA,

2016; MORAIS et al., 2005).

46

5.2. Valor de FPS obtido através da leitura do extrato

Foi realizado a leitura da amostra previamente preparada no espectrofotômetro, e

os valores estão na tabela 5. A amostra apresentou concentração de 0,2 mg/mL.

Os cálculos foram realizados segundo a fórmula de FPS descrita por Mansur et

al., 1986.

Tabela 5: Valor de FPS do extrato solubilizado em etanol.

Comprimento

de onda (λ)

Absorbância (nm) Média das

leituras

EE x I FPS x FC

Repetições

1 2 3 4

290 1,577 1,567 1,578 1,577 1,57475 0,015 0,2362125

295 1,32 1,31 1,33 1,32 1,32 0,0817 1,07844

300 1,15 1,14 1,16 1,15 1,15 0,2874 3,3051

305 1,01 1,0 1,02 1,01 1,01 0,3278 3,31078

310 0,91 0,93 0,90 0,91 0,9125 0,1864 1,7009

315 0,87 0,89 0,85 0,87 0,87 0,0839 0,72993

320 0,83 0,85 0,83 0,81 0,83 0,018 0,1494

Somatório 11,0

A atividade fotoprotetora do extrato da Passiflora edulis foi avaliada através das

leituras espectrofotométricas em diferentes comprimentos de onda, variando de 290 a

320 nm, que é a faixa que compreende a radiação UVB.

Uma vez realizados os cálculos segundo a metodologia de Mansur et al., (1986),

pode-se afirmar que o valor encontrado de FPS para o extrato da Passiflora, é um

potencial fotoprotetor, uma uma vez que segundo a RDC nº 30 de 2012, uma substância

é considerada fotoprotetora se apresentar um FPS maior ou igual a seis (BRASIL,

2012).

Geralmente, extratos vegetais que apresentam um potencial fotoprotetor,

possuem em sua composição substâncias que se assemelham à filtros solares sintéticos.

Pode-se dizer que os extratos vegetais possuem uma mistura complexa de metabólitos

secundários, podendo citar presença de flavonóides, taninos, polifenóis, dentre outros

47

compostos, porém, não se pode determinar ao certo sua absorção máxima no espectro

(VIOLANTE et al., 2009; NUNES, 2011).

Entretanto, a presença de flavonóides, taninos e alcaloides representam um

destaque no que diz respeito à absorção no espectro na faixa do UV, apresentando

atividade anti-envelhecimento e fotoprotetora, podendo gerar um FPS efetivo e

satisfatório (GOBBO-NETO & LOPES, 2007; DAL’BELO, 2008; RAMOS et al.,

2010; SIMÕES et al., 2010).

É possível dizer que o teste realizado in vitro apresenta confiabilidade, podendo

afirmar que os valores resultantes são confiáveis e que através deles, a substância

apresenta eficácia protetora, pois segundo Ferrari, (2002) e Santos et al., (1999), o teste

in vitro apresenta uma forte correlação com o teste in vivo.

5.3. Preparo da formulação piloto

Para o desenvolvimento de uma nanoemulsão, é necessário a presença de três

constituintes básicos: água, óleo e tensoativo. Porém, é necessário realizar a

solubilidade do princípio ativo em óleo, para selecionar os constituintes da fase oleosa.

É descrito que óleos como triglicerídeos de cadeia média, óleos vegetais, como por

exemplo o óleo de rícino, são bons constituintes de fase oleosa (BRUXEL, et al., 2012).

O estudo de pré-formulação realizado em que se avaliou a solubilização do

extrato etanólico em diferentes componentes, mostrou uma solubilização prévia com

cada excipiente selecionado em temperatura ambiente.

O extrato de Passiflora edulis apresentou uma melhor solubilização e dispersão

quando colocado juntamente com o croduret 50 (Polyoxyl 40 hidrogenated castor oil –

óleo de rícino hidrogenado), que é um derivado do óleo de rícino, e essa solubilização

também foi favorável quando colocados no béquer em banho-maria.

Um estudo realizado por Bortolon em 2018, em que se avaliou a solubilização

dos fármacos diosmina e hesperidina, detectou-se que o óleo de rícino foi capaz de

solubilizar melhor os flavonóides, se comparado com outros óleos utilizados pela

autora, como os óleos de amendoim, semente de uva e algodão.

É de conhecimento que o óleo de rícino é rico em ácido ricinoleico, sendo muito

utilizado na indústria química, apresentando-se de forma mais viscosa, e mesmo sendo

pouco solúvel em solventes orgânicos e água, se torna uma opção muito utilizada em

sistemas de escala nanométrica, por ser um óleo vegetal (ROWE; SHESKEY; QUINN,

2009; PATEL et al., 2016).

48

Baseado no estudo de pré-formulação executado neste trabalho, em que se

observou que o extrato etanólico se dispersou facilmente quando em contato com o

croduret e de acordo com os dados da literatura, pode-se dizer que o croduret, sendo um

derivado do óleo de rícino, é um excipiente importante para compor a fase oleosa de

uma nanoemulsão, sendo então uma escolha eficaz.

Já com o crill 3, que é um éster de sorbitano, com função emulsificante e

surfactante, estando disponível na forma de pastilha, não houve solubilização em

temperatura ambiente, porém, quando colocado no béquer em banho-maria, houve

solubilização com o aumento da temperatura.

O mesmo estudo realizado com a diosmina e hesperidina citado anteriormente

utilizou Span 80, que é um éster de sorbitano, como surfactante na fase oleosa. Esse

excipiente é biocompatível com a pele, sendo muito utilizado em sistema nanométrico e

aprovado pela FDA (SCHAFFAZICK et al., 2003; ROWE; SHESKEY; QUINN, 2009).

Com o PEG 400, em temperatura ambiente, obteve-se pouca dispersão e

solubilização, e com o DMSO houve boa solubilização do extrato.

5.4. Preparo da nanoemulsão base

O preparo da nanoemulsão base, contendo óleo de girassol apresentou resultado

satisfatório, com aspecto translúcido e visualmente não obteve separação de fase,

havendo boa solubilização dos componentes.

A escolha realizada no estudo de pré-formulação em que se determinou que um

óleo vegetal seria um dos excipientes da nanoemulsão, se deve à ampla utilização desses

óleos na área farmacêutica e cosmética. Os óleos vegetais são utilizados muitas das

vezes em sua forma natural ou então fazendo parte da composição de emulsões, sendo

que, quando utilizados em emulsões, a justificativa por tal escolha se deve ao fato de

possuírem baixa viscosidade e baixo peso molecular, podendo penetrar melhor na pele e

consequentemente apresentando melhor eficácia por fornecer melhor os nutrientes

(MORAIS, 2006).

O óleo de girassol, dentre outros, fornecem um certo grau de hidratação para a

pele, conferindo maciez e sedosidade, sendo portanto um componente eficaz em

formulações do tipo emulsão para uso externo (CORDEIRO, 2012).

5.5. Formulação com óleo de maracujá

49

Foi realizado o preparo da nanoemulsão substituindo o óleo de girassol pelo óleo

de maracujá, utilizando os excipientes nas mesmas proporções. A formulação foi

preparada e como resultado final, obteve-se uma formulação base com aspecto

translúcido e cumprindo com as características da formulação proposta, sem apresentar

separação de fases e obteve boa solubilização dos excipientes.

Gerbras (2011) preconizou que o uso do óleo de maracujá confere boa

hidratação por realizar a reposição do ácido linoléico presente na superfície da pele,

uma vez que o óleo de maracujá possui alta concentração de ácido graxo insaturado,

majoritariamente pelo ácido linoleico.

Silva & Jorge (2017), realizaram um estudo amplo em sementes de frutas com o

propósito de conhecer a composição dos óleos obtidos através dessa parte dos frutos. A

pesquisa feita em sementes do maracujá azedo detectou presença de tocoferol,

carotenoides, compostos fenólicos e fitosteróis, que são compostos bioativos.

A presença de tocoferol, que é um antioxidante natural, no óleo de maracujá,

contribui para a prevenção contra os processos de oxidação no óleo, além de fornecerem

uma alta estabilidade á esses óleos, prevenindo os processos de deterioração (SHAHIDI,

CAMARGO, 2016).

O uso de um componente que contenha antioxidante garante que haja defesa do

corpo contra espécies reativas de hidrogênio, uma vez que essas substâncias são capazes

de inativar os radicais livres (DEVASAGAYAM et al., 2004; NOIPA, et al., 2011).

Portanto, o uso do óleo de maracujá em formulações, garante um potencial antioxidante

ao produto.

5.6. Formulação com polímero

Para se aumentar a viscosidade da formulação, realizou-se a adição do polímero

(fosfato de amido hidroxipropílico) nas quantidades de 8% e 6%, porém, o resultado

não foi satisfatório uma vez que apresentaram alta viscosidade, fugindo do objetivo do

presente estudo.

Houve a necessidade de propor uma nova tentativa, dessa vez utilizando 3% de

polímero, em que o resultado foi favorável, apresentando viscosidade ideal para o tipo

de formulação, aspecto agradável e boa textura.

De acordo com o fabricante do polímero utilizado neste estudo, a substância é

um modificador de reologia, sendo responsável por modificar a viscosidade, além de

melhorar a aparência de sistemas emulsionados.

50

O amido hidroxipropílico é um tipo de amido originado de um processo de

estabilização ou substituição, sendo denominado amido estabilizado, em que essa

substituição ocorreu pela adição de grupos aniônicos. Esse processo torna-se capaz de

gerar polímeros com propriedades emulsificantes (ALMEIDA, 2009).

Contudo, é possível dizer que a escolha do polímero em questão é favorável com

o tipo de formulação realizada, e que de acordo com os dados literários, é capaz de gerar

uma formulação com aspecto agradável e desejado.

5.7. Formulação base com extrato

Uma vez estabelecida a formulação base com adição do polímero, foi feita a

incorporação do extrato etanólico da Passiflora edulis na formulação. O extrato foi

pesado no béquer juntamente com a fase oleosa e no momento em que foi colocado no

banho-maria em aquecimento, apresentou boa solubilização juntamente com a fase

oleosa. A formulação base com extrato apresentou bom aspecto, boa espalhabilidade

quando testada na pele e não houve separação de fases visualmente.

Foi notado uma leve diferença na viscosidade entre a formulação base e a

formulação base com extrato, ambas com a presença do polímero.

A formulação foi armazenada na bancada em temperatura ambiente de 25ºC,

longe do calor e afastada da luz, e manteve-se estável por cerca de um mês, não

apresentando separação de fases, e também não apresentou contaminação. Porém, as

formulações que continham o polímero, apresentaram contaminação microbiana na

amostra.

5.8. Adição de conservante

Para sanar o problema da contaminação da formulação, foi proposta a adição do

conservante Euxyl® PE 9010 (fenoxietanol), em que esse novo componente foi

adicionado na fase aquosa, no momento em que as fases se encontravam no banho-

maria em aquecimento.

Esse componente é indicado para produtos sem enxágue, e possui eficácia contra

bactérias, fungos e leveduras.

A formulação realizada com a adição do conservante em questão, apresentou

uma maior estabilidade frente ás contaminações microbiológicas se comparada com a

formulação sem o conservante.

51

E fenoxietanol é um conservante isento de parabenos, halogênios e formaldeído,

e segundo Ashland (2014), é um conservante que apresentou eficácia contra bactérias

gram positiva e gram negativa, leveduras e bolores.

5.9. Determinação do Fator de Proteção Solar

Para se determinar o valor de FPS das formulações, base com polímero e base

com polímero e extrato, realizou-se as leituras das amostras previamente preparadas, e

os resultados estão nas tabelas 6 e 7.

Tabela 6: Valor de FPS da amostra base de nanoemulsão contendo polímero (fosfato de amido

hidroxipropílico.

Comprimento

de onda (λ)

Absorbância (nm) Média das

leituras

EE x I FPS x FC

Repetições

1 2 3 4

290 0,43 0,42 0,43 1,577 0,71425 0,015 0,107138

295 0,38 0,39 0,33 1,32 0,605 0,0817 0,494285

300 0,37 0,35 0,37 1,15 0,56 0,2874 1,60944

305 0,35 0,33 0,34 1,01 0,5075 0,3278 1,663585

310 0,33 0,33 0,32 0,91 0,4725 0,1864 0,88074

315 0,33 0,32 0,34 0,87 0,465 0,0839 0,390135

320 0,32 0,32 0,32 0,81 0,4425 0,018 0,07965

Somatório 5,0

52

Tabela 7: Valor de FPS da nanoemulsão contendo extrato etanólico de Passiflora edulis.

Comprimento

de onda (λ)

Absorbância (nm) Média das

leituras

EE x I FPS x FC

Repetições

1 2 3 4

290 2,19 2,2 2,19 2,2 2,195 0,015 0,32925

295 2,1 2,12 2,11 2,01 2,085 0,0817 1,703445

300 2,03 2,04 2,03 1,93 2,0075 0,2874 5,769555

305 1,92 1,94 1,92 1,93 1,9275 0,3278 6,318345

310 1,93 1,94 1,93 1,85 1,9125 0,1864 3,5649

315 1,89 1,88 1,89 1,7 1,84 0,0839 1,54376

320 1,74 1,76 1,74 1,65 1,7225 0,018 0,31005

Somatório 20,0

De acordo com os resultados das tabelas 6 e 7, torna-se possível discutir sobre o

potencial fotoprotetor da formulação realizada no laboratório. Como previsto, a

formulação base que não continha o princípio ativo não pode ser considerada

fotoprotetora, uma vez que apresentou valor de FPS menor que seis, e segundo a RDC

nº 30 de 2012, uma substância só pode ser considerada fotoprotetora se apresentar valor

de FPS maior ou igual a seis.

Gráfico 1: Avaliação do FPS do extrato etanólico bruto da Passiflora edulis e formulações.

53

Já a nanoemulsão base com o extrato incorporado, apresentou FPS no valor igual

a 20,0, sendo considerado então um potencial fotoprotetor.

Em um estudo realizado com a própolis verde em 2010, Ramos e colaboradores

encontraram um valor de FPS igual a 10,0, sendo que era referente ao extrato puro. No

mesmo ano, Reis e colaboradores incorporaram o extrato da própolis verde em

formulações do tipo géis e emulsões, e obtiveram o FPS em um valor acima de 10,0. A

divergência nos valores encontrados para a própolis verde e os valores encontrados no

presente estudo, pode ser explicada pela diferença de concentração de ativos e métodos

de extração.

O extrato da própolis verde assim como o extrato da Passiflora edulis também é

rico em flavonóides, podendo dizer que esse metabólito é responsável pela atividade

fotoprotetora. Ambas espécies possuem em comum presença dos flavonóides apigenina

e luteolina (BALOGH, 2011).

O valor de FPS encontrado para a formulação base com extrato foi maior que o

valor encontrado do extrato isolado (FPS=11), e analisando essa diferença pode-se dizer

que a nanoemulsão base não abaixou o valor de FPS do extrato, sendo então uma

associação eficaz.

Em 2009, Violante e colaboradores realizaram um estudo em algumas espécies

como Microsiphonia velame, Oxalis hisutissima e Lafoensia pacarido, e essas espécies

apresentaram boa absorção no UV, compreendendo na faixa de 318 – 360 nm. Quando

realizou-se o estudo fitoquímico dessas espécies, foi descrito a presença de flavonóides

e outros constituintes, que conferem atividade fotoprotetora.

Said e colaboradores (2007) analisou a espécie Calophyllum inophyllum, e foi

demonstrado bons resultados de absorção no UVA e UVB. Percebeu-se também a

presença de compostos ativos como biflavonóides, tocoferóis e tocotrienos, que são

considerados fotoprotetores naturais.

Oliveira e colaboradores (2013), realizaram um estudo na espécie Neoglaziovia

variegada, sendo constatado propriedades antioxidantes e fotoprotetoras,

correlacionando com a presença de flavonóides no extrato.

Baseando-se nos dados encontrados na literatura e no estudo realizado com a

Passiflora edulis, pode-se afirmar que a espécie utilizada nesse estudo é um potencial

fotoprotetor natural, uma vez que contém em sua composição flavonóides como um dos

metabólitos ativos, e essa substância é responsável por realizar proteção contra raios

UV.

54

5.10. Caracterização da nanoemulsão

Tendo sido realizada a metodologia para a determinação do potencial zeta e

índice de polidispersão, foi possível obter os seguintes resultados, que são mostrados na

tabela 8.

Tabela 8: Valores de índice de polidispersão e potencial zeta para a formulação base e formulação base

com extrato.

Formulação base Formulação base com extrato etanólico

DP (nm) ± DP IP ± DP

DP (nm) ± DP IP ± DP Potencial zeta

70,24 ± 0,12 nm 0,17 ± 0,012

72,10 ± 0,39 nm 0,124 ± 0,01 -27,4 ± 2,91 nm

Na tabela, DP (nm) significa o diâmetro médio das micelas da nanoemulsão, DP

é o desvio padrão e IP é o índice de polidispersão.

Em uma nanoemulsão, o diâmetro médio indica o tamanho aproximado da

partícula. De acordo com Rai e colaboradores (2018) o tamanho das partículas podem

ser de 20 a 200 nm, uma vez que essa faixa de tamanho é apropriada para se obter uma

melhor permeação de ativos na pele.

Em relação ao valor obtido para tamanho de partícula nesse presente estudo, e de

acordo com os dados da literatura, a nanoemulsão realizada no laboratório garante uma

boa permeação pela pele, uma vez que o tamanho compreende na faixa ideal de

tamanho de partícula.

Já o índice de polidispersão (IP), demonstra o quão uniforme está o tamanho das

partículas em uma formulação do tipo nanoemulsão, e quanto maior o valor, menor será

a uniformidade do tamanho das partículas (TAMADDON et al., 2011; JAISWAL;

DUDHE; SHARMA, 2015).

O estudo realizado com a diosmina e hesperidina citado anteriormente,

encontrou um valor de IP variando de 0,087 e 0,517, em que o tamanho da gotícula foi

aumentando de acordo com o aumento da quantidade de óleo adicionada. No presente

estudo, houve uma leve diminuição do IP da formulação com extrato se comparado com

o IP da formulação base, e de acordo com a proposta de formulação, em que não se

55

alterou a quantidade de nenhum excipiente da formulação base para a formulação com

extrato, pode-se dizer que a incorporação do extrato levou a essa leve diminuição do

valor do índice de polidispersão.

Segundo Singh e colaboradores (2017), uma nanoemulsão é considerada

monodispersa se apresentar índice de polidispersão compreendendo um valor menor que

0,2. De acordo com os valores obtidos da nanoemulsão realizada no presente estudo,

pode-se dizer que é uma formulação que apresentou partículas no mesmo tamanho,

aproximadamente, sendo portanto uma nanoemulsão com partículas uniformes.

O potencial zeta é um parâmetro que demonstra a presença de cargas presentes

na face externa das gotículas das nanoemulsões (SANTOS et al., 2012). A formação de

uma nanoemulsão, e sua estabilidade, dependem da presença de substâncias tensoativas

presentes na face externa das gotículas O/A. Com isso, o potencial zeta é dependente da

concentração e extensão desses agentes. Sendo responsável por dizer sobre a

estabilidade de um sistema nanoemulsionado, um valor ideal de potencial zeta deve ser

mais que 30 mV, podendo ser positivo ou negativo, para que se tenha um sistema

estável. Caso haja diminuição desse valor até se alcançar um valor neutro, as gotículas

podem se agregar, levando á coalescência, resultando em um sistema instável

(LOVELYN, 2011; TAMADDON et al., 2011; CHIME; KENECHUKWU; ATTAMA,

2014).

A pele possui a característica de ser carregada negativamente, e por definição,

uma partícula carregada positivamente apresentaria melhor interação. Porém, uma

partícula carregada negativamente não apresenta menos interação com a pele, desde que

estabilizada com surfactantes, e se essa carga negativa estiver presente na face externa

das gotas, é necessário manter essas partículas em um menor tamanho possível, para

que se garanta uma melhor absorção na pele (ALKILANI; MCCRUDDEN;

DONNELLY, 2015; RAI et al., 2018).

No presente estudo, foi encontrado um valor de potencial zeta de -27,4, variando

em 2,91 para mais ou para menos. Baseado nesse valor, pode-se dizer que a formulação

se manteve estável, pois o valor de potencial zeta obtido se encontra próximo do valor

considerado ideal de uma nanoemulsão estável.

56

6.0 CONCLUSÃO

Foi demonstrado nesse estudo que a Passiflora edulis é uma espécie que quando

submetida à técnica de percolação com solvente etanol, gera um produto com

rendimento igual a 11,1%, ideal para se realizarem as análises desejadas.

Foi possível realizar a leitura de absorbância no UV do extrato etanólico bruto,

bem como o cálculo do FPS para o extrato etanólico bruto, gerando um valor promissor,

apresentando FPS igual a 11,0, sendo um potencial efeito protetor mediante à radiação

UV.

Sendo comprovada a eficácia fotoprotetora, foi possível realizar o

desenvolvimento da formulação desejada, e o extrato foi compatível com os excipientes

Croduret 50, Crill 3, óleo de maracujá, selecionados para a nanoemulsão.

Foi realizado o desenvolvimento da nanoemulsão base e da nanoemulsão base

com extrato. A nanoemulsão base não apresentou caráter fotoprotetor, como já era

previsto, já a nanoemulsão com extrato apresentou valor de FPS igual a 20,0,

considerado fotoprotetor.

Com esses resultados torna-se possível afirmar que o extrato da Passiflora edulis

possui propriedades fotoprotetoras, e quando associada à formulação da nanoemulsão

proposta, ocorreu uma potencialização do efeito fotoprotetor.

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