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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE MINAS COLEGIADO DO CURSO DE ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO - CECAU HENRIQUE MOURA FONSECA MODELAGEM E CONTROLE DA POSIÇÃO ANGULAR DE UM MOTOR CC ACOPLADO A UMA HASTE FLEXÍVEL MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO Ouro Preto, 2014

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE MINAS … · 2020. 7. 29. · através de dois métodos diferentes, método do tipo caixa preta, onde os parâmetros são obtidos pelo

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

    ESCOLA DE MINAS

    COLEGIADO DO CURSO DE ENGENHARIA DE

    CONTROLE E AUTOMAÇÃO - CECAU

    HENRIQUE MOURA FONSECA

    MODELAGEM E CONTROLE DA POSIÇÃO ANGULAR DE UM MOTOR CC

    ACOPLADO A UMA HASTE FLEXÍVEL

    MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA

    DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO

    Ouro Preto, 2014

  • 2

    HENRIQUE MOURA FONSECA

    MODELAGEM E CONTROLE DA POSIÇÃO ANGULAR DE UM MOTOR CC

    ACOPLADO A UMA HASTE FLEXÍVEL

    Monografia apresentada ao Curso de

    Engenharia de Controle e Automação da

    Universidade Federal de Ouro Preto como

    parte dos requisitos para obtenção do Grau

    de Engenheiro de Controle e Automação.

    Orientador: João Carlos Vilela de Castro

    Ouro Preto

    Escola de Minas – UFOP

    Julho/2014

  • 3

  • 4

    AGRADECIMENTOS

    Agradeço a primeiramente a Deus por me prover de capacidade e garra para alcançar meus

    objetivos. Aos meus pais e ao meu irmão por estar sempre ao meu lado dando apoio e força,

    ao meu orientador João Carlos, pela atenção e dedicação durante a realização deste trabalho, a

    República Confraria pelos momentos vividos e por eternizar verdadeiras amizades, também

    agradeço a UFOP que me possibilitou um ensino de qualidade e oportunidades para me

    preparar para o mercado de trabalho e ao CNPq pela oportunidade de estudar no exterior.

  • 5

    “Talento é 1% inspiração e 99% transpiração”

    (Thomas Edison)

  • 6

    RESUMO

    Neste trabalho realiza-se a identificação dos parâmetros de um motor de corrente contínua,

    através de dois métodos diferentes, método do tipo caixa preta, onde os parâmetros são

    obtidos pelo método dos mínimos quadrados e outro do tipo caixa branca, onde os parâmetros

    são obtidos via ensaios. Uma vez identificados os parâmetros do motor, projeta-se um

    controlador de posição para o eixo do mesmo, utilizando-se para cada uma das plantas

    obtidas, de modo que cada resultado possa ser comparado. Os valores de posição e de

    velocidade do motor são monitorados em tempo real através de um supervisório criado com o

    software LabVIEW, a implementação do controle é realizada através de um microcontrolador

    Arduino.

    Palavras chave: Controle de motor CC, Caixa Branca, Caixa Preta e Mínimos Quadrados.

  • 7

    ABSTRACT

    In this work, it’s carried out the identification of the parameters of a direct current motor,

    through two different methods, the black box method, where the parameters are obtained

    through the method of the least squares, and the white box method, where the parameters are

    obtained through tests. Once identified the parameters of the motor, it’s projected a position

    controller for the axis using for each of the obtained plants, so that each result may be

    compared. The position and engine speed values are monitored in real-time through a

    supervisory created with the LabVIEW software, the control implementation is held through

    an Arduino microcontroller.

    Key words: DC Motor Control, White Box, Black Box and Least Squares.

  • 8

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 2. 1 – Modelo de um Motor CC .................................................................................... 16

    Figura 2. 2 - Diagrama de blocos da FTMA da equação 2.11. ................................................. 19

    Figura 2. 3 - Diagrama de blocos da FTMA do motor CC considerando a posição angular

    como saída ................................................................................................................................ 19

    Figura 2. 4 – Resposta de um sistema de segunda ordem a um degrau ................................... 22

    Figura 2. 5 – Sistema de controle digital .................................................................................. 24

    Figura 3. 1 - Cicuito Elétrico da Plataforma ............................................................................. 26

    Figura 3. 2 - Montagem Prática da Plataforma ......................................................................... 27

    Figura 3. 3 - Arduino UNO ...................................................................................................... 28

    Figura 3. 4 - Ponte H ................................................................................................................ 28

    Figura 3. 5 - Sentido da corrente na ponte H ............................................................................ 29

    Figura 3. 6 - Funcionamneto do PWM ..................................................................................... 30

    Figura 3. 7 - Encoder ................................................................................................................ 30

    Figura 3. 8 - Encoder incremental ............................................................................................ 31

    Figura 3. 9 - Supervisório ......................................................................................................... 32

    Figura 4. 1 -Esquema elétrico para obtenção de La. ................................................................ 34

    Figura 4. 2 - Gráfico da entrada (V) e da saída (rad/s) ............................................................. 37

    Figura 5. 1 - Malha de controle ................................................................................................ 38

    Figura 5. 2 - Resposta ao degrau da função de segunda ordem desejada ................................. 39

    Figura 5. 3 - Polos e zeros do controlador K1 .......................................................................... 40

  • 9

    Figura 5. 4 - Diagrama de bode de K2 e K3 ............................................................................. 41

    Figura 5. 5 - Polos e zeros do controlador K1 .......................................................................... 42

    Figura 5. 6 - Polos e Zeros de K2(s) ......................................................................................... 43

    Figura 5. 7 - Diagrama de bode de K2 e K3 ............................................................................. 44

    Figura 5. 8 - Fluxograma da Programação Arduino ................................................................. 47

    Figura 6. 1 - FTMA Real e Estimada ....................................................................................... 48

    Figura 6. 2 - FTMA Real e Estimada ....................................................................................... 49

    Figura 6. 3 - Resposta do Motor a uma onda quadrada. ........................................................... 50

    Figura 6. 4 - Entrada de controle. ............................................................................................. 51

    Figura 6. 5 - Resposta do Motor a uma onda quadrada. ........................................................... 52

    Figura 6. 6 - Entrada de controle. ............................................................................................. 53

  • 10

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1- Parâmetros do motor CC obtido através dos ensaios. .............................................. 36

  • 11

    SUMÁRIO

    1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 13

    1.1 Objetivo Geral ............................................................................................................ 14

    1.2 Objetivos Específicos ................................................................................................ 14

    1.3 Justificativa do Trabalho ................................................................................................. 14

    1.4 Metodologia Proposta ..................................................................................................... 14

    1.5 Estrutura do Trabalho ..................................................................................................... 15

    2 BASE TEÓRICA .............................................................................................................. 16

    2.1 Modelo de um Motor CC ........................................................................................... 16

    2.2 Método dos Mínimos Quadrados ............................................................................... 19

    2.3 Sistema de segunda ordem ......................................................................................... 21

    2.4 Controlador IMC (Internal Model Control) ............................................................... 23

    2.5 Discretização de sistemas contínuos .......................................................................... 24

    3 PLATAFORMA EXPERIMENTAL ................................................................................ 26

    3.1 ARDUINO UNO ....................................................................................................... 27

    3.2 Ponte H ...................................................................................................................... 28

    3.2.1 Modulação por largura de pulso (PWM) ............................................................ 29

    3.3 Encoder ...................................................................................................................... 30

    3.4 Supervisório ............................................................................................................... 31

    4 MODELAGEM DO MOTOR ........................................................................................... 33

    4.1 Modelagem Caixa Branca .......................................................................................... 33

    4.2 Modelagem Caixa Preta ............................................................................................. 36

    5 PROJETO E IMPLEMENTAÇÃO DOS CONTROLADORES ...................................... 38

  • 12

    5.1 Modelo Caixa Branca ................................................................................................ 38

    5.2 Modelo Caixa Preta ................................................................................................... 41

    5.3 Discretização dos Modelos ........................................................................................ 44

    5.3.1 Modelo Caixa Branca ......................................................................................... 44

    5.3.2 Modelo Caixa Preta ............................................................................................ 45

    5.4 Programação do ARDUINO ...................................................................................... 46

    6 RESULTADOS ................................................................................................................. 48

    6.1 Validação dos Modelos .............................................................................................. 48

    6.1.1 Caixa Branca....................................................................................................... 48

    6.1.2 Caixa Preta .......................................................................................................... 49

    6.2 Respostas dos Controladores a uma Referência ........................................................ 49

    6.2.1 Caixa Branca....................................................................................................... 49

    6.2.2 Caixa Preta .......................................................................................................... 51

    7 CONCLUSÕES ................................................................................................................. 54

  • 13

    1 INTRODUÇÃO

    Uma forma de agregar conhecimentos práticos e facilitar o aprendizado do aluno são as

    atividades laboratoriais, pois permitem ao estudante a oportunidade de realizar experimentos

    não virtuais relacionados aos assuntos estudados em aulas teóricas. Desta forma

    possibilitando estimular o interesse pelos temas lecionados, neste caso teoria de controle

    (Gomes, Araújo e Lima, 2006). Três exemplos de módulos laboratoriais para aulas práticas

    são apresentados.

    Montagnoli et al (2009) apresenta um módulo didático para o ensino de teoria de controle

    utilizando a linguagem C Sharp para a criação de seu software supervisório, uma placa de

    aquisição de dados via USB, um controle digital microcontrolado e uma planta de um motor

    CC.

    Gomes et al (2006) desenvolveu uma plataforma programável baseada em microcontrolador

    ADuC como kit didático, para estudo de teoria de controle, com interface com o PC

    (utilizando uma placa de aquisição de dados) onde se pode implementar diferentes técnicas de

    controle, no estudo de caso do controle de temperatura de um secador de grãos em escala

    reduzida.

    Gomes et al (2012) projetou um módulo laboratorial baseado em ambiente computacional

    FOSS (Free Open Source Software) que possibilita a interatividade do usuário com os

    procedimentos de controle digital de um pêndulo amortecido.

    O controle ativo de vibrações em estruturas flexíveis tem sido uma área muito estudada e de

    grande interesse, pois sistemas mecânicos como aeronaves e estruturas aeroespaciais exigem

    ótimo desempenho, com isto se torna importante a construção de modelos estruturais em

    escala reduzida para que se possa estudar diferentes métodos de controle na tentativa de se

    obter as condições exigidas, aplicando nestes diferentes tipos de controladores (Santos,

    Marqui, Bueno e Júnior, 2006).

    Geralmente, para se projetar um controlador são utilizados métodos que necessitam de um

    modelo matemático da planta a ser controlada, o que em algumas vezes pode ser encontrado

    através das leis da física e em outras não, o que torna a área de identificação de sistemas uma

    área de grande importância para as engenharias em geral, pois uma vez os parâmetros

    identificados, se consegue fazer a representação matemática adequada do processo

    (ARAUJO, 2012).

  • 14

    1.1 Objetivo Geral

    O objetivo geral do trabalho é a realização do controle de posição de um motor de corrente

    contínua, com intuito de construir, futuramente, um módulo didático para utilização em aulas

    práticas de teoria de controle, este módulo terá um supervisório desenvolvido no software

    LabVIEW para a comunicação com o usuário, e o controle será implementado através do

    microcontrolador Arduino Uno, o módulo será de um sistema conhecido como Flexible Link,

    que consiste no acoplamento de uma fina haste metálica a um motor de corrente contínua a

    fim de poder fazer com que esta haste gire em torno deste acoplamento, e que através de um

    sistema de controle aplicado ao motor permita que o ângulo da extremidade livre da haste

    possa ser definido pelo operador através de um supervisório, visando o mínimo de vibração

    possível.

    1.2 Objetivos Específicos

    Estimação de parâmetros e utilização do método de mínimos quadrados (caixa preta).

    Estimação de parâmetros e modelagem fixa (caixa branca).

    Controle de um motor DC utilizando um microcontrolador.

    Criação de um supervisório.

    1.3 Justificativa do Trabalho

    A interação entre o conhecimento teórico e prático das disciplinas de teoria de controle

    através de uma plataforma didática é de grande utilidade para facilitar o aprendizado do aluno,

    além da grande aplicabilidade do estudo do controle de vibrações em várias áreas da

    engenharia, pois vibrações indesejadas danificam e prejudicam o funcionamento de um

    sistema.

    1.4 Metodologia Proposta

    Inicialmente serão utilizados dois métodos diferentes para modelar o motor de corrente

    contínua: Um método de identificação de parâmetros através de ensaios (método caixa

    branca) e outro de estimação de parâmetros (método caixa preta). Para o método caixa preta

    será utilizado o software Labview em conjunto com o microcontrolador Arduino para ler os

    dados, depois para realizar a conversão destes para um modelo matemático utilizaremos o

    software Matlab.

  • 15

    Posteriormente será criado um controlador para cada uma das modelagens utilizando o

    software Matlab, após isto será analisada a eficácia de ambos, após analise será escolhido o

    que responder melhor.

    Posteriormente será feita a integração física entre a haste e o motor.

    1.5 Estrutura do Trabalho

    Este trabalho foi dividido em cinco partes: Base teórica, plataforma experimental, modelagem

    do motor, projeto e implementação dos controladores e resultados.

    Na primeira e na segunda parte é feita uma revisão teórica dos componentes e métodos que

    serão utilizados para o desenvolvimento do projeto.

    Na terceira parte s o motor CC é modelado por duas abordagens distintas.

    Na quarta parte são projetados dois controladores utilizando o método IMC para o motor e

    estes controladores também são discretizados e programados no microcontrolador.

    Na quinta parte são discutidos e comparados os diferentes resultados.

  • 16

    2 BASE TEÓRICA

    Nesta sessão serão abordados alguns temas relacionados com a base teórica do trabalho,

    dentre eles, o modelamento de um motor de corrente contínua com campo excitado

    separadamente, o método dos mínimos quadrados, sistemas de segunda ordem, discretização

    de sistemas contínuos e o controlador baseado no modelo interno (IMC).

    2.1 Modelo de um Motor CC

    Alguns tipos de motores CC possuem campos magneticos excitados separadamente, estes são

    controlados por armadura com campo fixo, empregam um campo por magneto permanente

    fixo e o sinal de controle é aplicado aos terminais da armadura (OGATA, 2011). A figura 2.1

    ilustra seu esquema básico.

    Figura 2. 1 – Modelo de um Motor CC

    Considerando o motor da figura 2.1, temos os parâmetros abaixo.

    = Resistência da armadura

    = Indutância do enrolamento da armadura

    = corrente do enrolamento da armadura

    = corrente de campo

    = Tensão aplicada na armadura

    = força contra eletromotriz

    θ = deslocamento angular do eixo do motor

  • 17

    T = torque fornecido pelo motor

    J = momento de inercia equivalente do motor e da carga referida ao eixo do motor

    Constante de torque

    Constante de força contra eletromotriz

    Pode-se correlacionar as equações mecânicas e elétricas de um motor por meio de uma função

    de transferência. A equação elétrica do motor CC no domínio do tempo é definida na equação

    2.1.

    ( ) ( )

    ( ) ( )

    (2.1)

    Sendo , e , respectivamente, a resistência da armadura, a corrente de armadura, a

    indutância do enrolamento de armadura, a força contra eletromotriz induzida e a tensão de

    armadura.

    As equações mecânicas de um motor CC no domínio do tempo são:

    ( ) ( ) ( ) ( )

    (2.2)

    é o conjugado eletromagnético desenvolvido pelo motor, e representa ao conjugado

    devido a inercia do eixo, dado por:

    ( )

    ( )

    (2.3)

    No qual representa o momento de inercia do motor e da carga, referente ao eixo do motor, e

    a velocidade angular.

    A variável refere-se ao conjugado da carga, e é o conjugado de perdas, sendo

    representado por:

    ( ) ( ) (2.4)

  • 18

    A primeira parcela da equação 2.4, é denominada de amortecimento viscoso do motor e da

    carga, é linear e proporcional a rotação do motor, já a segunda parcela se refere às

    contribuições do atrito na carga e no motor, porém é não linear e de valor bem menor que a

    primeira parcela, por isto será desprezada nesta análise.

    As equações eletromecânicas que relacionam a parte elétrica com a parte mecânica,

    considerando o fluxo magnético constante, são dadas abaixo:

    ( ) ( ) (2.5)

    ( ) ( )

    (2.6)

    Utilizando as transformadas de Laplace, obtêm-se as equações no domínio da frequência:

    ( ) ( ) ( ) ( ) (2.7)

    ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) (2.8)

    ( ) ( ) (2.9)

    ( ) ( )

    (2.10)

    Efetuando manipulações matemáticas temos a função em malha aberta do motor,

    considerando como entrada a tensão em seus terminais e como saída a velocidade do rotor:

    ( )

    ( )

    ( )

    (2.11)

    Sua representação em diagrama de blocos é apresentada na figura 2.2.

  • 19

    Figura 2. 2 - Diagrama de blocos da FTMA da equação 2.11.

    Para se obter como valor de saída, a posição θ, deve-se adicionar um integrador a malha,

    como se pode observar no diagrama de blocos da figura 2.3.

    Figura 2. 3 - Diagrama de blocos da FTMA do motor CC considerando a posição angular como saída

    O que resulta na equação 2.12.

    ( )

    ( )

    ( )

    (2.12)

    2.2 Método dos Mínimos Quadrados

    O método dos mínimos quadrados foi desenvolvido por Gauss, para processar informações

    astronômicas de corpos celestes, o método consiste em estimar parâmetros desconhecidos de

    um sistema de forma que a soma dos quadrados das diferenças entre os valores observados e

    os valores calculados seja mínimo (ASTROM; WITTENMARK, 2008).

    ( ) ( ) ( )

    (2.13)

    Define-se a função de custo J

  • 20

    ∑( ( ))

    (2.14)

    Onde e(K) é o erro, y(K) é o modelo da saída, y’(K) é o modelo estimado da saída, N é o

    numero de amostras.

    O objetivo do método é minimizar a função custo J. O modelo de saída ( ) pode ser

    expresso na forma de matriz, como mostrado na equação 2.15.

    (2.15)

    Onde é uma matriz de ordem ( ) sendo n a ordem do modelo, composta pelas

    entradas e saídas e é uma matriz de ordem ( ) dos coeficientes estimados do modelo

    onde, a primeira metade da equação representa os coeficientes do denominador e a outra

    metade representa os coeficientes do denominador, referentes a função de transferência

    discreta apresentada na equação 2.16.

    ( )

    (2.16)

    [ ]

    (2.17)

    Reescrevendo-se a equação 2.14 em função dos novos parâmetros temos:

    ( ) ( )

    (2.18)

  • 21

    ( )

    (2.19)

    Para se obter a menor soma do quadrado dos erros, se deriva J em relação a e iguala-os a

    zero.

    (2.20)

    Isto implica em:

    (2.21)

    A coluna da matriz de vetores dos coeficientes estimados será.

    ( )

    (2.22)

    Assim, para se estimar os parâmetros usando mínimos quadrados, é necessário conhecer o

    número N de amostras da saída do modelo na forma de uma matriz Y e uma matriz de

    entradas e saídas .

    2.3 Sistema de segunda ordem

    O sistema de segunda ordem tem o seu comportamento dinâmico descrito por equações

    diferenciais de segunda ordem (SANTOS, J. DOS, [S.d.]).

    Os parâmetros dinâmicos são: o fator de amortecimento ( ), a constante de tempo ( ) e a

    frequência natural de oscilação ( ). A equação de função de transferência é dada por.

    ( )

    (2.23)

  • 22

    A resposta deste sistema a um degrau é mostrada na figura 2.10.

    Figura 2. 4 – Resposta de um sistema de segunda ordem a um degrau

    Onde a frequência de oscilação amortecida ( ) é dada por:

    (2.24)

    O período de oscilação amortecida ( ) é dado por:

    (2.25)

    O tempo de subida ( ), é o tempo onde a resposta alcança seu novo estado-estacionário pela

    primeira vez, ou seja, é uma medida da velocidade de resposta do sistema ao degrau.

    (2.26)

    O tempo em que o sistema atinge o primeiro pico é chamado de instante de pico ( ), e é dado

    pela equação.

  • 23

    (2.27)

    A quantidade máxima na qual a resposta ultrapassa o valor do estado-estacionário é chamado

    de sobre-sinal ( ), e sua equação é dada por.

    (2.28)

    2.4 Controlador IMC (Internal Model Control)

    O método de controle IMC tem como objetivo especificar uma resposta do sistema em malha

    fechada desejada e resolver a equação de forma a obter o controlador resultante. O primeiro

    passo para se sintonizar um controlador IMC é fatorar a planta em uma parte inversível, ou

    seja, uma parte de fase mínima ( ) e uma parte não inversível ( ), (SKOGESTAD e

    POSTLETHWAITE, 2007).

    Com isto temos a equação da planta G(s), descrita conforme a equação.

    ( ) ( ) ( )

    (2.29)

    ( )

    ( )

    (2.30)

    Onde são os zeros da fase não mínima e é o atraso de tempo.

    O segundo passo é especificar a função de transferência desejada em malha fechada (T),

    porém não se pode excluir a parte não mínima , então equacionamos T da seguinte forma.

    ( ) ( ) ( )

    (2.31)

    Onde f(s) é um filtro passa baixa escolhido pelo projetista, então teremos.

    ( ) (2.32)

  • 24

    Isolando-se o K teremos o controlador desejado.

    (2.33)

    O problema do projeto pela abordagem IMC é que muitas vezes o controlador resultante é de

    ordem elevada ou até mesmo impróprio. Portanto ajustes no controlador devem ser feitos de

    maneira a torna-lo realizável, com a cautela de não ocasionar grandes modificações em seu

    desempenho.

    2.5 Discretização de sistemas contínuos

    Como o controlador da planta será implementado em um microcontrolador, será necessário

    discretizar a equação do controlador, pois está é obtida na forma continua.

    Segundo Lima (2013), um dos elementos introduzidos em um sistema discreto ao se

    discretizar um sistema analógico são os seguradores. Considerando-se um sistema de controle

    digital, parcialmente representado na figura 2.5, não tem como se evitar a existência de um

    bloco que converta sinais discretos em sinais contínuos, entre uma conversão e outra o sinal

    de entrada é seguro na saída do bloco. Esta operação de memorização da ultima amostra até

    uma nova entrada a ser considerada introduz um novo termo na função discreta resultante do

    sistema.

    t

    PLANTA

    Contínua

    G(s) Conversor A/D

    Conversor D/A

    Seqüência Impulso

    k

    1

    uk

    Função Resultante

    T

    1

    ut

    Figura 2. 5 – Sistema de controle digital

  • 25

    Em função da figura 2.5 pode-se escrever.

    ( )

    (2.34)

    Ou seja:

    ( )

    (2.35)

    Onde a função

    é a função transferência do segurador de ordem zero para o tempo

    contínuo. Em sua forma discreta, a função de transferência do segurador de ordem zero é dada

    por

    ( ) ( ) [

    ( )

    ]

    (2.36)

  • 26

    3 PLATAFORMA EXPERIMENTAL

    Para a realização dos experimentos, foi montada uma plataforma de testes .Nesta plataforma

    foi utilizado um pequeno motor de corrente contínua acoplado a um encoder (jga25-371)., um

    CI de ponte H (L293), um microcontrolador Arduino Uno e um computador contendo o

    supervisório criado utilizando-se o software LabVIEW. A figura 3.1 apresenta o esquema

    elétrico e a figura 3.2 mostra a montagem física da plataforma.

    Figura 3. 1 - Cicuito Elétrico da Plataforma

  • 27

    Figura 3. 2 - Montagem Prática da Plataforma

    3.1 ARDUINO UNO

    Consiste em uma plataforma de prototipagem eletrônica desenvolvido com objetivo de poder

    fazer o controle de sistemas iterativos, de baixo custo, uma de suas vantagens é o fato de ser

    open-source, ou seja, pode ser produzido e utilizado sem a necessidade de se pagar direitos

    autorais. Ela tem como cérebro o microcontrolador ATmega328, tensão de alimentação de

    5V, possui 14 portas de I/O digital sendo que 6 delas podem ser utilizadas como portas

    PWMs, 6 entradas analógicas, um cristal de 16 MHz, 32 KB de memória flash, 2KB de

    SRAM, 1 KB de EEPROM e uma conexão USB. O software utiliza uma linguagem de

    programação própria baseada em C, e é executado na própria placa (Luís, Gomes e Tavares,

    2013).

  • 28

    Figura 3. 3 - Arduino UNO

    3.2 Ponte H

    É um importante circuito na elaboração de sistemas automatizados, muito utilizado para

    controlar um motor DC a partir de sinais gerados na saída de um microcontrolador. Devido à

    disposição dos componentes, permite ao motor uma operação nos 4 quadrantes, ou seja, o

    sentido de rotação do motor pode ser invertido através da inversão da polaridade dos

    terminais do motor. Uma ponte H básica é composta por 4 chaves eletrônicas ou mecânicas

    posicionadas na forma da letra “H”, com o motor posicionado no meio e uma chave em cada

    extremidade, conforme mostra figura 3.4.

    Figura 3. 4 - Ponte H

    Para o funcionamento do motor, basta acionar um par de chaves diagonalmente opostas, o que

    faz com que a corrente circule do polo positivo para o negativo, alimentando os enrolamentos

    da armadura do motor, o que resulta em um torque em determinado sentido e,

    consequentemente, em um firo do eixo no mesmo sentido. Para que o sentido da rotação seja

    invertido, desliga-se as chaves acionadas e aciona-se as chaves diagonalmente opostas às

  • 29

    mesmas, fazendo com que a corrente invertera o seu sentido e consequentemente o motor

    também (A. Luís e Patsko, 2006). A figura 3.5 exemplifica seu funcionamento.

    Figura 3. 5 - Sentido da corrente na ponte H

    3.2.1 Modulação por largura de pulso (PWM)

    PWM (Pulse Width Modulation) que em português significa, Modulação por largura de

    pulsos, consiste em um sinal de frequência e período fixos e variar o tempo que o sinal fica

    em nível lógico alto, conhecido como ciclo da onda ativa, é muito utilizado no controle de

    potência de equipamentos de corrente contínua. Sendo T o período do sinal, o período

    ativo do sinal, o período em que a carga é mantida desativada e DC o ciclo de trabalho

    da onda, a figura 3.6 apresenta graficamente o funcionamento do PWM (FAMBRINI, [S.d.]).

    (3.1)

    (3.2)

  • 30

    Figura 3. 6 - Funcionamneto do PWM

    3.3 Encoder

    É um equipamento muito utilizado em automação industrial, com ele conseguimos converter

    movimentos angulares em uma série de pulsos elétricos, que podem ser facilmente lidos e

    contados por circuitos lógicos como microcontroladores. Seu sistema de leitura é baseado em

    um disco (encoder rotativo), formado por janelas radiais transparentes e opacas, de maneira

    alternada, que é iluminado perpendicularmente por uma fonte de luz infravermelha, quando

    então, as imagens das janelas transparentes são projetadas no receptor. O receptor converte

    essas janelas de luz em pulsos elétricos conforme apresentado na figura 3.7.

    Figura 3. 7 - Encoder

    O encoder incremental em quadratura, do tipo que é usado neste trabalho, nos fornece dois

    pulsos quadrados defasados em 90o, o que é utilizado para saber o sentido de rotação do

    motor, (“Como funcionam os Encoders,” 2005), como visto na figura 3.8.

  • 31

    Figura 3. 8 - Encoder incremental

    3.4 Supervisório

    O LabVIEW (Laboratory Virtual Instrument Engineering Workbench) é uma linguagem de

    programação gráfica originária da Nacional Instruments, seus mais usuais campos de

    aplicação são na realização de medições e automação, a programação é feita com base no

    modelo de fluxo de dados. Os programas em LabVIEW são nomeados de instrumentos

    virtuais(VI), são compostos de um painel frontal, que contém a interface, e pelo diagrama de

    blocos, que contém o código gráfico do programa (SOUZA, [S.d.]).

    No trabalho o software é utilizado para fazer a interface gráfica com o usuário, fazendo o

    papel de um sistema supervisório. O sistema supervisório desenvolvido apresenta a

    possibilidade de se escolher uma forma de referência para que o motor siga, de maneira que o

    usuário possa escolher entre uma onda quadrada, uma sinal de rampa ou um degrau, também

    se liga e desliga o motor através de um botão. O supervisório apresenta em tampo real ao

    usuário gráficos do valor da referência, posição angular do motor e do seu eixo, velocidade de

    giro motor e a tensão aplicada a armadura do motor. O programa se comunica com o

    microcontrolador através de comunicação serial, recebendo e enviando dados ao mesmo de

    maneira recursiva. O supervisório pode ser visto na figura 3.9.

  • 32

    Figura 3. 9 - Supervisório

  • 33

    4 MODELAGEM DO MOTOR

    Nesta sessão será mostrada a modelagem de um motor CC utilizando-se dois métodos

    distintos, modelagem caixa branca e modelagem caixa preta.

    4.1 Modelagem Caixa Branca

    A modelagem em caixa branca, também conhecida como modelagem pela física ou

    modelagem conceitual, consiste em modelar o sistema partindo do equacionamento dos

    fenômenos físicos envolvidos, e das leis físicas que descrevem o sistema (AGUIRRE, 2007).

    O modelo matemático do motor CC foi apresentado no segundo capítulo, onde se encontrou a

    equação 4.1, para a função em malha aberta:

    ( )

    ( )

    ( )

    (4.1)

    Para se encontrar os parâmetros da equação 4.1, foram realizados ensaios que serão descritos

    neste capítulo.

    Para se obter o valor de foi ligado 12 V de uma fonte externa de corrente contínua e um

    resistor de 100 Ω em serie com o motor com o eixo travado, e depois utilizando um

    multímetro digital foi mensurada a voltagem no resistor, utilizando a equação 4.2 foi obtido o

    valor da corrente do circuito e através dela a do motor.

    (4.2)

    Posteriormente para se encontrar , alimentou-se o motor com corrente alternada, utilizando

    um circuito que consiste em um transformador ligado a alimentação de rede de 127 V de

    corrente alternada no seu primário e se liga na saída de seu secundário de 6 V a um resistor de

    100 Ω e o motor CC que queremos mensurar, como visto na figura 4.1.

  • 34

    Figura 4. 1 -Esquema elétrico para obtenção de La.

    Se utiliza um multímetro para medir a tensão no resistor de 110 ohms e como ele esta em

    serie com o motor se obtêm , com isto, para se obter o valor de utiliza-se as relações

    físicas de 4.3 a 4.7.

    (4.3)

    (4.4)

    √ (4.5)

    (4.6)

    (4.7)

    Posteriormente acionou-se o motor a vazio e se obteve a velocidade média do motor (ωm), e

    se obteve o valor da constante da força contra-eletromotriz ( ) através da equação 4.8.

    (4.8)

    Calculou-se a força contra-eletromotriz, utilizando a equação 4.9.

    (4.9)

  • 35

    A equação que fornece o torque a vazio aproximado, se levando em conta atrito e ventilação é

    a equação 4.10.

    (4.10)

    O torque devido ao atrito viscoso é dado pela equação 4.11.

    (4.11)

    Com o motor funcionando a vazio temos que , então relacionando as equações 4.10 e

    4.11 é obtida a equação 4.12.

    (4.12)

    (4.13)

    Pode-se provar que, quando escritas em unidades do S.I., em que a velocidade angular é

    dada em [rad/s], as constantes e são dadas por:

    em que Z é o número de condutores ativos do enroalmento de armadura, é o número de

    pólos e a é o número de percurso em paralelo para a corrente no enrolamento da armadura do

    motor. Sendo assim, quando usadas as unidades do SI, e são iguais.O momento de

    inercia J é obtido, através do teste chamado “run down test”, que consiste em alimentar um

    motor em vazio, e obter sua velocidade ω0, depois se retira a tensão de armadura e se mede o

    tempo do sistema mecânico (τm), tempo para a velocidade angular do motor seja

    ( – ) .

    Então com o valor τm se encontra J através da razão matemática abaixo:

    (4.14)

  • 36

    Os valores encontrados através dos ensaios são mostrados na tabela 1:

    Tabela 1- Parâmetros do motor CC obtido através dos ensaios.

    Parâmetro Valor Unidade

    4.2 Modelagem Caixa Preta

    O termo “caixa preta” é um nome que se dáa algumas técnicas alternativas a modelagem caixa

    branca, que é caracterizada por não ser necessário o conhecimento prévio do sistema. O que

    se visa descrever com este tipo de modelo são as relações de causa e efeito entre as variáveis

    de entrada e de saída do sistema (AGUIRRE, 2007).

    Para se obter os valores de entrada e saída do motor realizou-se a medição dos pulsos de saída

    do encoder pelo microcontrolador e estes valores foram enviados via comunicação serial

    através da porta usb do PC executando o programa supervisório desenvolvido no software

    LabVIEW. No programa supervisório, os dados são convertidos em valores de posição e de

    velocidade do motor e também através do LabVIEW são definidos os valores tensão que

    serão aplicados na armadura do motor.

    Para fazer a estimação dos parâmetros, variou-se a tensão aplicada na armadura do motor de

    2.4 V a 6.3 V em intervalos aleatórios e mediu-se a velocidade do motor ao longo do tempo,

    utilizando um intervalo de amostragem de 20 milisegundos, obtendo-se o gráfico mostrado na

    figura 4.2.

  • 37

    Figura 4. 2 - Gráfico da entrada (V) e da saída (rad/s)

    Com os dados de entrada e saída da planta, utiliza-se o algoritmo dos mínimos quadrados para

    se estimar a planta. No próprio algoritmo é definido o número de polos e zeros da planta. O

    número de polos e zeros que apresentou resultado mais próximo ao real foi de 3 polos e 2

    zeros. O modelo matemático da planta estimada G é:

    ( )

    ( )( )

    (4.15)

  • 38

    5 PROJETO E IMPLEMENTAÇÃO DOS CONTROLADORES

    5.1 Modelo Caixa Branca

    Como visto no na sessão 4.1, é igual a , então podemos reescrever a equação 4.1 da

    seguinte forma:

    ( )

    ( )

    ( )

    ( )

    (5.1)

    Pretende-se sintonizar um controlador K(s) para a planta G(s), o diagrama que representa o

    sistema é mostrado na figura 5.1.

    Figura 5. 1 - Malha de controle

    A função de transferência em malha fechada (FTMF) do diagrama de blocos da figura 5.1 é

    apresentada na equação 5.2.

    ( ) ( )

    ( ) ( )

    (5.2)

    Como estratégia para sintonização do controlador, pretende-se utilizar a modelagem IMC, o

    comportamento desejado para o sistema é o de um sistema de segunda ordem T(s). Note que,

    para o sistema em questão, não existe parte de fase não mínima na função transferência e o

    atraso de tempo pode ser desconsiderado. Desta maneira, tem-se

  • 39

    ( )

    (5.3)

    Trocando-se T(s) por FTMF para encontrarmos o controlador temos.

    ( )

    ( ) ( )

    ( ) ( )

    (5.4)

    Isolando K(s) teremos.

    ( )

    ( )

    ( ) ( ) ( )

    (5.5)

    Definiu-se aqui uma percentagem de 3% de sobressalto e instante de pico de 0.2 segundos

    para a função T(s), o que resulta na resposta ao degrau mostrada na figura 5.2.

    Figura 5. 2 - Resposta ao degrau da função de segunda ordem desejada

    A partir da equação 5.5 encontramos um controlador K1(s), porém ele apresenta alguns zeros

    e alguns polos sobrepostos o que pode ser visto analisando o mapa de polos e zeros do

    controlador, que é apresentado na figura 5.3.

  • 40

    Figura 5. 3 - Polos e zeros do controlador K1

    Realizando-se os devidos cancelamentos, o obtém-se o controlador de ordem mínima K2(s),

    apresentado na equação 5.6.

    ( )

    (5.6)

    Como pode ser observado, o controlador resultante contem mais zeros que polos, ou seja, é

    impróprio. Controladores impróprios causam instabilidade interna ao sistema, o que é

    indesejável. Uma solução é reduzir a ordem do sistema através da eliminação do zero menos

    dominante. O zero é eliminado tomando-se o cuidado de manter o ganho em regime

    permanente do controlador inalterado, de modo que a ordem do numerador seja a mesma do

    denominador no controlador final, dado por K3(s).

    ( )

    (5.7)

    Na figura 5.4 se pode observar o diagrama de bode dos controladores K2 e K3.

    Pole-Zero Map

    Real Axis (seconds -1)

    Imag

    inary

    Axi

    s (

    seco

    nd

    s-1)

    -600 -500 -400 -300 -200 -100 0-20

    -15

    -10

    -5

    0

    5

    10

    15

    20

  • 41

    Figura 5. 4 - Diagrama de bode de K2 e K3

    Para a banda passante considerada a dinâmica do controlador K2 e K3 muda pouco.

    5.2 Modelo Caixa Preta

    A estratégia para sintonização do controlador será a modelagem IMC, para que se possa

    comparar com as respostas do controlador da sessão 5.1. Então o comportamento desejado

    para o sistema em malha fechada será o mesmo de um sistema de segunda ordem T(s).

    ( )

    (5.8)

    Isolando-se o controlador K pretendido tem-se.

    ( )

    ( )

    ( ) ( ) ( )

    (5.9)

    -15

    -10

    -5

    0

    5

    10

    15

    20

    Mag

    nitud

    e (

    dB

    )

    100

    101

    102

    103

    104

    -45

    0

    45

    90

    Pha

    se

    (d

    eg

    )

    Bode Diagram

    Frequency (rad/s)

    K2

    K3

  • 42

    Da mesma forma que na seção 5.1, definiu-se uma percentagem de 3% de sobressalto e

    instante de pico de 0.2 segundos para a função T(s), este sistema obtendo uma resposta a um

    degrau mostrado anteriormente na figura 5.2.

    Utilizando-se a equação 5.9 encontra-se um controlador K1, porem este apresenta alguns

    zeros e alguns polos sobrepostos o que pode ser visto analisando o mapa de polos e zeros do

    controlador, que é apresentado na figura 5.5.

    Figura 5. 5 - Polos e zeros do controlador K1

    Com intuito de sintonizar um controlador de menor ordem, retiram-se zeros e polos

    sobrepostos, obtendo-se um controlador K2.

    ( )

    ( )( )

    (5.10)

    O controlador K2 é improprio, e seus zeros e polos são mostrados na figura 5.6.

  • 43

    Figura 5. 6 - Polos e Zeros de K2(s)

    Na figura 3.10 observa-se que o zero dominante é o zero localizado em . Assim,

    como estratégia para abaixamento de ordem de K2, manteve-se o zero dominante e o ganho

    do sistema e retirou-se os outros zeros, resultando no controlador K3.

    ( )

    ( )

    (5.11)

    Na figura 5.7 se pode observar o diagrama de bode dos controladores K2 e K3.

    Pole-Zero Map

    Real Axis (seconds -1)

    Imag

    inary

    Axi

    s (

    seco

    nd

    s-1)

    -40 -35 -30 -25 -20 -15 -10 -5 0-40

    -30

    -20

    -10

    0

    10

    20

    30

    40

    System: K2

    Pole : -35.1

    Damping: 1

    Overshoot (%): 0

    Frequency (rad/s): 35.1

    System: K2

    Zero : -23.8 + 31.3i

    Damping: 0.605

    Overshoot (%): 9.21

    Frequency (rad/s): 39.4System: K2

    Zero : -12

    Damping: 1

    Overshoot (%): 0

    Frequency (rad/s): 12

    System: K2

    Zero : -23.8 - 31.3i

    Damping: 0.605

    Overshoot (%): 9.21

    Frequency (rad/s): 39.4

  • 44

    Figura 5. 7 - Diagrama de bode de K2 e K3

    Pode-se observar que K2 e K3 apresentam uma grande diferença de fase ao aumentar a

    frequência.

    5.3 Discretização dos Modelos

    Para que possa se implementar os controladores obtidos nas secções anteriores no Arduino é

    necessário se discretizar as equações dos controladores obtidos nas seções 5.1 e 5.2, esta

    discretização tem que ser realizada utilizando um tempo de amostragem, neste caso foi

    utilizado o tempo de 1 ms.

    5.3.1 Modelo Caixa Branca

    Para se executar o controle do motor é necessário programar este no Arduino e para tal é

    necessário discretizar a equação do controlador encontrada no item anterior, para isto se

    utiliza um segurador de ordem zero.

    A função contínua do controlador é dada por:

    ( )

    (5.12)

    -20

    0

    20

    40

    60

    80M

    ag

    nitud

    e (

    dB

    )

    10-1

    100

    101

    102

    103

    0

    45

    90

    135

    180

    Pha

    se

    (d

    eg

    )

    Bode Diagram

    Frequency (rad/s)

    K2

    K3

  • 45

    Utilizando o segurador de ordem zero a função é dada por:

    ( )

    (5.13)

    Para se programar o controlador no arduino o escrevemos na forma de equação das

    diferenças.

    ( ) ( ) ( ) ( )

    (5.14)

    Onde y(k) é o sinal de saída, e(k) é o sinal de erro e k é a constante de tempo.

    5.3.2 Modelo Caixa Preta

    Como na sessão 5.3.1 é necessário dicretizar o controlador obtido.

    A função do controlador em domínio contínuo é dada por:

    ( )

    (5.15)

    Utilizando o segurador de ordem zero a função é dada por:

    ( )

    (5.16)

    Para se programar o controlador no arduino o escrevemos na forma de equaçẽos diferenças.

    ( ) ( ) ( ) ( )

    (5.17)

    Onde y(k) é o sinal de saída, e(k) é o sinal de erro e k é a constante de tempo.

  • 46

    5.4 Programação do ARDUINO

    O microcontrolador arduino recebe os pulsos vindos do encoder incremental, como os pulsos

    são defasados um do outro em 900 na programação se consegue saber se o motor esta girando

    no sentido horário ou anti-horário, se faz isto analisando qual porta digital é acionada

    primeiro, caso o motor esteja no sentido horário é somada uma unidade a posição do motor,

    caso esteja no sentido anti-horário é subtraída uma unidade.

    Tanto o valor de posição como o de posição desejada são multiplicados por uma constante

    ( ) para alterar sua unidade de numero de pulsos para radianos, posteriormente o valor da

    posição é subtraído do valor da posição desejada assim se obtendo o valor do erro. Esta

    constante é obtida pela equação 5.18.

    (5.18)

    A constante é obtida devido ao fato de que quando o motor realiza uma volta completa, 2 em

    radianos, o encoder emite 334 pulsos.

    O valor de erro e o valor da saída são utilizados como parâmetros no controlador do item

    anterior, e este tem como saída um valor em volts que varia de 0 a 10 V, para aplicar esta

    voltagem no motor é necessário utilizar um PWM, porém este tem o valor que varia de 0 a

    1023 (10 bits), para resolver este problema se utiliza a função map do arduino, esta função faz

    uma correlação (regra de três) entre os valores setados ao PWM de 0 a 10 e os valores

    realmente utilizados no PWM de 0 a 1023.

    O Arduino também faz a comunicação com o supervisório criado no LabVIEW através de

    uma porta serial, a porta serial do microcontrolador recebe o valor da posição desejada que foi

    setado no supervisório e envia o valor da posição atual ao mesmo.

    Na figura 5.8 é apresentado o fluxograma do processo ocorrido no microcontrolador.

  • 47

    Figura 5. 8 - Fluxograma da Programação Arduino

  • 48

    6 RESULTADOS

    6.1 Validação dos Modelos

    Nesta sessão serão comparados os resultados reais e simulados de resposta do motor a um

    mesmo sinal de entrada em malha aberta.

    6.1.1 Caixa Branca

    O modelo matemático do motor é apresentado na equação 6.1.

    ( )

    ( )

    ( )

    (6.1)

    Substituindo as constantes encontradas na tabela 1 na equação 6.1 e aplicando-se o mesmo

    sinal de entrada na planta real observa-se através da figura 6.1 que o comportamento da saída

    (rad/s) é semelhante, mostrando-se válida a estimação caixa branca.

    Figura 6. 1 - FTMA Real e Estimada

    0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50-50

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    350

    400

    Linear Simulation Results

    Time (seconds)

    Saíd

    a (

    rad

    /s)

    Modelo real

    Modelo estimado

  • 49

    6.1.2 Caixa Preta

    A equação 6.2 mostra a equação do motor CC estimada pelo método dos mínimos quadrados,

    o gráfico da figura 6.2 apresenta a resposta a um mesmo sinal de entrada da planta estimada e

    da planta real em malha aberta.

    ( )

    ( )( )

    (6.2)

    Figura 6. 2 - FTMA Real e Estimada

    6.2 Respostas dos Controladores a uma Referência

    6.2.1 Caixa Branca

    A figura 6.3 mostra a resposta real do motor a uma referência utilizando-se o controlador

    obtido a partir da planta estimada pelo modelo caixa branca.

    0 10 20 30 40 50 60 70 800

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    resposta da planta real

    resposta da planta estimada

  • 50

    Figura 6. 3 - Resposta do Motor a uma onda quadrada.

    Observa-se que há um sobressalto, porém não apresenta erro em regime permanente.

    Na figura 6.4 é apresentado o gráfico da entrada de controle.

    25 30 35 40 45 50 55-150

    -100

    -50

    0

    50

    100

    150G

    rau

    s

    Referência

    Posição

  • 51

    Figura 6. 4 - Entrada de controle.

    Através da figura 6.4 observa-se que o motor apresenta saturação quando alcança 10 volts a

    entrada de controle.

    6.2.2 Caixa Preta

    A figura 6.5 mostra a resposta real do motor a uma referência utilizando-se o controlador

    obtido a partir da planta estimada pelo modelo caixa preta.

    25 30 35 40 45 50 55

    -10

    -8

    -6

    -4

    -2

    0

    2

    4

    6

    8

    10T

    en

    o (

    V)

    Tensão (V)

  • 52

    Figura 6. 5 - Resposta do Motor a uma onda quadrada.

    Observa-se que não há um sobressalto e também não apresenta erro em regime permanente.

    Na figura 6.6 é apresentado o gráfico da entrada de controle.

  • 53

    Figura 6. 6 - Entrada de controle.

    Através da figura 6.6 observa-se que o motor apresenta saturação quando a entrada de

    controle alcança 10 volts.

    25 30 35 40 45 50 55

    -10

    -8

    -6

    -4

    -2

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    Tensão (V)

  • 54

    7 CONCLUSÕES

    Observou-se que ambos os métodos utilizados para estimar os parâmetros do motor obtiveram

    respostas satisfatórias quando comparados com o motor real.

    Os controladores criados apresentaram bons resultados, porém o obtido através da planta

    estimada pelo método caixa preta não apresentou sobressalto, o que poderá tornar melhor caso

    se acople uma haste a saída da caixa de redução do motor.

    Como proposta para continuidade do projeto sugere-se finalizar a criação da plataforma

    didática. Para isto será necessário projetar um controlador para a haste flexível e construir

    uma bancada fixa.

    Também pode-se melhorar o supervisório, acrescentando-se a ele possibilidade de alterar em

    tempo real parâmetros do controlador, como as constantes proporcional, derivativa e integral

    do controlador, o que permitirá o aluno a compreender melhor o que foi aprendido nas aulas

    teóricas de teoria do controle.

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    REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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