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1
Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural
Dissertação
Entre metodologias e ferramentas:
Análise de software para informatização do acervo fotográfico do Memorial
Theatro Sete de Abril
Magali Martins Aquino
Pelotas
2015
2
MAGALI MARTINS AQUINO
Entre metodologias e ferramentas: análise de software para informatização do
acervo fotográfico do Memorial Theatro Sete de Abril
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-graduação em Memória Social e
Patrimônio Cultural da Universidade
Federal de Pelotas, como requisito parcial
para a obtenção do título de Mestre em
Memória Social e Patrimônio Cultural.
Orientadora: Profa. Dra. Isabel Porto Nogueira
Pelotas
2015
3
Dados de catalogação na fonte: Magali Martins Aquino – CRB-10/1180
A657 Aquino, Magali Martins
Entre metodologias e ferramentas: análise de software para informatização do acervo fotográfico de Memorial Theatro Sete de Abril. / Magali Martins Aquino. – 2015.
123 f. : il.
Orientador: Isabel Porto Nogueira. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pelotas, Programa de Pós-Graduação em Memória e Patrimônio, Pelotas, RS, 2015. 1.Fotografia 2. Software para gerenciamento de imagens I. Nogueira, Isabel Porto II. Título CDD 770
4
Magali Martins Aquino
Entre metodologias e ferramentas: análise de software para informatização do
acervo fotográfico do Memorial Theatro Sete Abril
Dissertação aprovada, como requisito parcial, para obtenção do grau de Mestre em Memória Social e Patrimônio Cultural, Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural, Instituto de Ciências Humanas, Universidade Federal de Pelotas.
Data da Defesa: 30 de março de 2015
Banca examinadora:
Profa. Dra. Isabel Porto Nogueira (Orientador) Doutor em História e Ciências Musicais pelo Universidad Autónoma de Madri, Espanha. Profa.Dra. Francisca Ferreira Michelon Doutor em Historia pela Pontifícia |Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUCRS.
Profa. Dra. Gisele Vasconcelos Dziekaniak Doutor em Engenharia e Gestão do Conhecimento pela Universidade Federal de pela Universidade Federal de Santa Catarina.
6
Agradecimentos Agradeço ao Marcos, meu amor, por sua cumplicidade, amizade e carinho em
todos os momentos desta caminhada.
Agradeço aos meus filhos Bruno, Cauhê e Vinícius por iluminarem minha vida.
Agradeço à minha mãe pelo exemplo de coragem e vontade de viver.
Agradeço à minha orientadora Profa. Dra. Isabel Porto Nogueira por sua
orientação, confiança e sensibilidade.
Agradeço ao Prof. Dr. Paulo Pezat, à Profa. Dra. Francisca Michelon e à
Profa. Dra. Maria Letícia Mazzucchi Ferreira por todas as contribuições dadas ao
meu trabalho.
Agradeço à Vanessa Barrozo Teixeira por sua amizade, contribuição
fundamental para a conclusão deste trabalho. Agradeço por sua coragem, disciplina,
severidade e imensa doçura.
Agradeço à Profa. Gisele Diziekaniak por todos os ensinamentos.
Agradeço ao Sr. Miro por sua sabedoria, por contar uma história sempre no
momento certo.
Muito obrigada!
7
“Tudo que vai
Deixa o gosto, deixa as fotos Quanto tempo faz
Deixa os dedos, deixa a memória Eu nem me lembro”
(Tudo que vai - Capital Inicial - Dado Villa-Lobos)
8
Resumo AQUINO, Magali Martins. Entre metodologias e ferramentas: análise de software
para informatização do acervo fotográfico do Memorial Theatro Sete de Abril. 2015. 123 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.
O presente trabalho tem como objetivo facilitar o acesso às informações imagéticas
através da análise de softwares que possibilitem informatizar acervos fotográficos.
Tem-se como objeto deste trabalho o tratamento técnico das fotografias do acervo
do Memorial Theatro Sete de Abril, localizado na cidade de Pelotas/RS. Por se tratar
de um acervo com relevante conteúdo informacional e histórico, torna-se
imprescindível o tratamento técnico destes documentos para posterior recuperação,
a fim de que a história e a memória deste espaço cultural sejam preservadas. Para
tanto, elegeu-se como método o estudo exploratório, com abordagem qualitativa,
através da análise documental de softwares de informatização de acervos, com
atenção aos módulos de catalogação e indexação, procedimentos responsáveis pela
recuperação da informação. Os resultados demonstram que, dentre os três
softwares analisados, o software Personal Home Library (PHL) atendeu a maior
parte das demandas para tratamento de acervos fotográficos, bem como atende às
demandas para gerenciamento do referido acervo. Sendo o mesmo eleito para
demonstrar a análise de viabilidade de tratamento do acervo fotográfico do Memorial
Theatro Sete de Abril.
Palavras-chave: Softwares para tratamento de acervos. Acervo fotográfico. Theatro
de Sete de Abril. Memorial Theatro Sete de Abril. Preservação da memória cultural.
9
Abstract AQUINO, Magali Martins. Among methodologies and tools: analysis software for computerization of the photographic collection of the Memorial Theatre Sete de Abril. 2015. 123f. Dissertation (Master) - Graduate Program in Social Memory and Cultural Heritage. Federal University of Pelotas, Pelotas. This work aims to facilitate access to information through imagery analysis software
that allow to computerize photographic collections. Has as object of this work the
technical treatment of the collection of photographs Memorial Theatro Sete de Abril,
located in the city of Pelotas / RS. Because it is a collection of relevant informational
and historical content, it is essential the technical treatment of these documents for
later retrieval, so that the history and the memory of this cultural space are
preserved. For this, was elected as the method exploratory study with a qualitative
approach, through documentary analysis of collections of information technology
software, with attention to cataloging and indexing modules, procedures responsible
for information retrieval. The results show that, among the three analyzed software,
Personal Home Library (PHL) software has met most of the demands for treatment of
photographic collections and meets the demands for management of the Schengen
acquis. Being the same elected to demonstrate the feasibility analysis of treatment of
photographic collection of the Memorial Theatre Seven April.
Keywords: Computer software. Photography. Theatro Sete de Abril. Memorial
Theatro Sete de Abril.
10
Listas de Figuras
Figura 1 Charqueadas séc. XIX – Jean Baptiste Debret 23
Figura 2 Charqueadas séc. XIX – Jean Baptistte Debret 24
Figura 3 Theatro Sete de Abril séc XIX – gravura 28
Figura 4 Lançamento do filme “ A terra dos Deuses” – década de
1940
31
Figura 5 Lançamento do filme “O mágico de Oz” - década de
1940
32
Figura 6 Memorial Theatro Sete de Abril 34
Figura 7 Fernanda Montenegro 35
Figura 8 Regina Duarte e Nestor de Montema 35
Figura 9 Memorial Theatro Sete de Abril – exposições de curta e
longa duração
37
Figura 10 Fôlder de divulgação de filme em exibição no Theatro 37
Figura 11 Ingresso do Theatro Sete de Abril 38
Figura 12 Imagem das pastas e como as fotografias estão
acondicionadas
40
Figura 13 Placa de homenagem, recebida do IPHAN, ao projeto
divulgação do “Memorial Theatro Sete de Abril"
outubro de 2008.
41
Figura 14 Acondicionamento das fotografias 49
Figura 15 Acondicionamento e identificação das fotografias 49
Figura 16 Planilha de registro do acervo fotográfico 50
Figura 17 Grade Smit 65
Figura 18 Grade adaptada por Manini (2002) 65
Figura 19 O poderoso vilão no país dos caixotes 66
Figura 20 Grade com análise da figura 19 66
Figura 21 Grade com check – list das características necessárias
em softwares para gerenciamento de acervos
fotográficos
77
Figura 22 Tela apresentando o resultado da busca com o campo
11
para o usuário inserir comentários sobre o documento
recuperado.
81
Figura 23 Tela apresenta a caixa de texto para o usuário escrever
seu comentário
84
Figura 24 Planilha de cadastro dos documentos fotográficos na
base
84
Figura 25 Tela de busca no catálogo do PHL 85
Figura 26 Resultado da busca no catálogo teste no PHL 86
12
Sumário
1. Introdução 13
1.1 Aderência do estudo ao Programa Memória Social e Patrimônio
Cultural
17
1.2 Problema de pesquisa 18
1.2.1 Objetivo Geral 19
1.2.2 Objetivo Específico 19
1.3 Justificativa 20
1.4 Procedimentos Metodológicos 21
2 Contextualizando diferentes épocas da história pelotense 23
2.1 Um breve histórico da Princesa do Sul 23
2.2 Theatro Sete de Abril: marco na história teatral brasileira 27
2.3 O Memorial Theatro Sete de Abril e seu acervo fotográfico 35
3 A fotografia como suporte de memória 45
3.1 A gênese fotográfica 45
3.2 Organização e conservação preventiva do acervo fotográfico do
Memorial Theatro Sete de Abril
49
4 Organização da informação com auxílio da informatização no
tratamento de acervos
57
4.1 Informação e o processo de organização 57
4.2 Catalogação: a importância deste processo para a recuperação da
informação
59
4.3 Indexação: recuperando a informação 63
4.4 Softwares como instrumentos de organização da informação 70
4.5 Softwares para informatização do acervo: o momento da escolha 76
5 Considerações Finais 91
Referências 93
Apêndices 97
13
1 Introdução
Esta dissertação tem como objetivo apresentar proposta de organização,
acesso e recuperação às informações imagéticas constantes no acervo fotográfico
do Memorial Theatro Sete de Abril. O presente estudo propõe uma análise de
softwares que possibilitem implementar a informatização de acervos fotográficos,
com base nas fotografias coloridas, que abrangem o período de 1985 à 2002 do
acervo do Memorial Theatro Sete de Abril, localizado na cidade de Pelotas/RS.
O Theatro Sete de Abril é historicamente reconhecido por sua trajetória
ininterrupta de espaço dedicado às manifestações artísticas. Resiste até os dias
atuais e guarda em sua memória registros de um passado e de um presente ligados
às expressões culturais manifestadas na cidade de Pelotas. Local significativo que
acumulou ao longo dos anos um acervo específico de suas atividades, o que
motivou a necessidade da criação de um local devotado a reunir e preservar essa
história reveladora de um contexto sociocultural de quase dois séculos.
O Memorial do Theatro Sete de Abril foi lançado no dia 04 de novembro de
2001, durante a 29ª Feira do Livro de Pelotas, e inaugurado no dia 03 de dezembro
do mesmo ano. Espaço criado com a missão de preservar, organizar e divulgar a
história do Theatro Sete de Abril, reunindo em seu acervo documentos que
constituem a base desta memória institucional. A iniciativa foi resultado de uma
parceria entre a Secretaria de Cultura do município de Pelotas e a Universidade
Federal de Pelotas (UFPel).
Instituição de caráter público permite que a memória não seja relegada ao
esquecimento, tornando possível, através do processo de sistematização do acervo,
o fácil acesso aos documentos que compõem essa história.
O contato com o acervo citado neste trabalho foi possível por meio de
experiência profissional na instituição no período de 26/01/2006 a 12/02/2009,
exercendo a função de bibliotecária. A partir de diagnóstico realizado para obter
melhor conhecimento sobre o acervo, ficou evidente a riqueza informacional dos
documentos que o incorporam e a necessidade premente da realização de
procedimentos de organização, conservação preventiva e preservação. A instituição
não conta com catálogo que arrole o acervo constante no acervo ou outro
14
instrumento ou mecanismo que permita sua recuperação eficiente no momento da
busca. O processo de tratamento técnico dos documentos teve inicio pelo acervo
fotográfico, por conta do volume expressivo de fotografias existentes, pela
vulnerabilidade material e principalmente pela crença de que essas imagens têm
muito a contar acerca da trajetória histórica deste Theatro. Concomitante à
organização do acervo, eram realizadas exposições de curta duração com a
finalidade de dar visibilidade às atividades ocorridas no Theatro. O material exposto
faz parte do acervo do Memorial, são cartazes, folders, fotografias dos espetáculos
realizados no teatro, inúmeras vezes, ao selecionar o material que comporia a
exposição, houve a necessidade de pesquisar sobre determinado item para
complementar suas informações. Efetuar buscas aos jornais, aos programas dos
espetáculos e conversar com funcionários mais antigos eram as alternativas para
reunir informações para identificar a fotografia, o cartaz ou outro material
selecionado.
A fotografia em formato impresso é parte significativa do acervo do Memorial
Theatro Sete de abril, são 5844 fotografias em cores e p&b. O trabalho de
organização sistemática deste acervo tem por fim otimizar o acesso a essa fonte
documental que, através da imagem, tem a capacidade de (re)construir a história,
instigar pesquisas e evocar sentimentos individuais e coletivos de memória e
pertencimento. Reunir, selecionar e organizar documentos que registram a trajetória
do Theatro e sua relação com a história da cidade demonstra interesse em preservar
e divulgar a história dessa instituição e assegurar a memória desta casa de
espetáculos.
A fundamentação teórica do presente estudo tem como base autores
dedicados à realização de pesquisas nos temas referentes à gestão de acervos,
estudos estes que se tornam fundamental para a reflexão do problema e
dificuldades na recuperação e no acesso às informações imagéticas. Portanto, será
abordado no primeiro capítulo o contexto histórico que dá suporte para a criação do
Theatro Sete de Abril, um breve histórico da cidade de Pelotas baseado nos autores
Mário Osório Magalhães (1993;2000), Moacyr Flores (1985), Alvarino Marques e
Fernando Henrique Cardoso (1977). No que diz respeito ao histórico do Theatro,
foram utilizados como base os autores Ezio Bittencourt (2001;2007), Lothar Hessel
(1986) e Renato Luiz Mello Varoto(1997). Seguidamente, será abordada a fundação
do Memorial como um espaço de memória que abriga todo o acervo histórico da
15
instituição; para essa análise, destaca-se os autores Mário de Souza Chagas (2006),
Marília Xavier Cury (2005) e Susan Sontag (2004).
O segundo capítulo tem o objetivo de mostrar a fotografia como suporte de
memória, documento informacional e suporte material da informação. Para isso, será
realizado um breve histórico da origem da fotografia, referindo-se sobre o processo
de organização de acervos fotográficos e finalizando com relato acerca do acervo
fotográfico do Memorial Theatro Sete de Abril. Este capítulo será desenvolvido à luz
dos autores Boris Kossoy (2001;2007), Susan Sontag (2004), Philipp Duboi (2007),
Miriam Manini (2002) e Maria Luiza Campos (2001).
No terceiro capítulo, serão apresentados os softwares que tratam de acervos
fotográficos, elencando os programas que foram pesquisados e analisados, suas
funções e características e a possibilidade de utilização no Memorial. Adelaide Côrte
(2002), Jenifer Rowley (2002), Eliane Serrão Mey (2009) e Sebastião de Souza
(2009), foram os autores que forneceram o suporte teórico para a elaboração deste
capítulo.
Nas considerações finais, o que se almeja é apresentar um software que
possa atender, de forma eficiente, o tratamento técnico de imagens e, assim,
contribuir a partir da realização desta pesquisa com as demais instituições de
preservação e custódia, que tenham em seu acervo imagens fotográficas tanto no
formato impresso como no formato digital.
O trabalho de organização do acervo fotográfico do Memorial Theatro Sete de
Abril tem como objetivo principal a organização e a realização do tratamento técnico
dos documentos por meio de análise temática (classificação e indexação), análise
descritiva (catalogação) e procedimentos de conservação preventiva (higienização,
acondicionamento). O tratamento técnico do acervo mostra-se como importante
etapa nos procedimentos de organização de acervos, pois de sua execução vai
depender o sucesso ou o fracasso na recuperação das informações e das próprias
fontes documentais.
Organizar o acervo de fotografias acumulado pelo Memorial Theatro Sete de
Abril, em todas as suas etapas, de forma a permitir o acesso da própria entidade e
de outros interessados às informações contidas nele, requer um trabalho de
representação de seu conteúdo que forneça às informações esclarecedoras e
complementares à informação imagética. Segundo Kossoy (2001) “a fotografia não
sobreviverá sem os dados que a identificam, sem a devida interpretação que a situa
16
e valoriza”. Uma vez que, através da escolha de descritores adequados para
representar o conteúdo informacional da imagem ela não perde o significado porque
os assuntos atribuídos ajudam na sua interpretação.
A realização deste trabalho aspira demonstrar que o Memorial não apenas
desempenha o trabalho de salvaguardar testemunhos da história do Theatro, mas
tem vocação para investigar, documentar e comunicar-se1.
O estudo em tela prevê a análise e a escolha de um software para
informatização das fotografias correspondentes ao período de 1985 a 2002 que
integram esse acervo. O acervo fotográfico é composto por fotografias em preto e
branco (p&b) e em cores, com datas a partir de 1985 até o ano de 2002.
A proposta de sistematização para o acervo imagético tem as seguintes
etapas:
Seleção do material;
Diagnóstico;
Registro;
Pesquisa;
Indexação;
Catalogação;
Digitalização;
Criação de base de dados;
Higienização;
Acondicionamento adequado.
Até chegar às mãos do usuário, os documentos passam por todas as etapas
acima descritas, requerendo em sua realização práticas e técnicas próprias de cada
etapa. Mey (2009) apresenta, de forma detalhada, o que ela chama de caminho a
percorrer pelo documento até chegar ao usuário, seu destino final. Processos que
serão abordados nos capítulos seguintes.
localização, seleção e obtenção do registro do conhecimento, real ou
ciberespacial;
análise do registro do conhecimento, com a identificação de suas
características físicas e de conteúdo;
representação do registro do conhecimento, quanto a seus aspectos físicos e
1 CHAGAS, M. Campo museal: redes e sistemas; anotações pessoais da palestra proferida no
interior do I Fórum Nacional de Museus de Santa Catarina, em 13 de junho de 2005, no CIC, Florianópolis.
17
de conteúdo. Em sistemas automatizados, a representação se faz
simultaneamente à entrada de dados em máquina, o que significa, também,
armazenagem dos instrumentos de acesso;
para documentos ciberespaciais, a representação também inclui o vínculo de
acesso;
determinação da localização do exemplar físico no conjunto do acervo,
quando for o caso;
registro patrimonial de exemplar físico, como parte do acervo;
preparação dos instrumentos de acesso pelo público ao registro do
conhecimento;
preparação do exemplar físico para uso e localização no acervo;
armazenagem do exemplar físico no acervo.
O tratamento técnico deste acervo, realizando as atividades de representação
descritiva, indexação e iniciativas de conservação preventiva, possibilitarão o
acesso as informações contidas nos documentos que compõem este acervo,
contribuindo para que a história do Theatro Sete de Abril seja preservada.
1.1 Aderência do estudo ao Programa Memória Social e Patrimônio Cultural
Ao se tratar um acervo imagético para torná-lo acessível ao público a que se
destina, é necessário estudar metodologias de tratamento documental. Tais
metodologias envolvem conhecimentos técnicos da área de Biblioteconomia
pertencentes ao eixo da representação temática com técnicas para eleição de
assuntos (descritores) que representem o conteúdo informacional do documento
imagético.
Este estudo possui relação com a linha de pesquisa Instituições de Memória e
Gestão de Acervos do Mestrado em Memória Social e Patrimônio Cultural, uma vez
que o olhar neste estudo vai para além do tratamento técnico, estando o acervo
eleito depositado em um espaço de memória.
Segundo Tedesco :
As recordações culturais servem a uma comunidade porque possibilitam
18
radicar a própria existência no passado e reforçar a identidade presente. O papel das datas, dos lugares, dos objetos simbólicos, símbolos externos... é justamente este: garantir a continuidade, a legitimidade, o enraizamento espaciotemporal e confirmar a própria identidade dos grupos (TEDESCO, 2004, p. 80).
A pesquisa ainda possui relação com a busca pela preservação da memória
social e do patrimônio cultural ao identificar melhores práticas para o tratamento e
manutenção de um acervo, cujo fundo é histórico, qual seja, os documentos que
contam a história do Theatro Sete de Abril. Logo, utilizam-se as técnicas
biblioteconômicas de tratamento de assunto (análise temática) neste estudo para
responder a um dos objetivos deste programa de pós-graduação que vem a ser,
modos de preservação da Memória Social e do Patrimônio Cultural.
Assim sendo, o estudo aborda metodologia e ferramenta que contribuam com a
preservação da memória social, neste caso, através da disponibilização de um
acervo imagético cujo fundo é o Memorial Theatro Sete de Abril.
Nesta perspectiva, a pesquisa visa dar acesso público, através de prover a
recuperação dos documentos presentes neste acervo, bem como a preservação da
memória de um dos patrimônios culturais da cidade de Pelotas, RS – uma vez que
este acervo será catalogado e indexado no software eleito pela pesquisa, como
aquele que corresponde às necessidades do acervo do Memorial.
1.2 Problema de pesquisa
O Memorial do Theatro Sete de Abril contém em seu acervo documentos de
diferentes tipologias, que a partir de seu conteúdo informacional, contam a
história do Theatro Sete de Abril. Registros das inúmeras atividades realizadas
neste Theatro denotam sua representatividade na cultura da cidade de Pelotas,
ao que lhe foi conferido o título de Patrimônio Histórico Nacional.
Os documentos que compõem o acervo do Memorial tornam-se alvo de
pesquisadores das mais variadas áreas do conhecimento e de profissionais
ligados as artes por constituir-se em fontes com potencial para fornecer
documentos históricos que venham atender diferentes necessidades
informacionais de seus consulentes.
19
A inexistência de mecanismos tecnológicos que possibilitem a busca e
recuperação de informações no acervo deste espaço de memória resulta em total
dificuldade na localização de seus documentos, os quais são reunidos com a
missão de registrar, perpetuar e divulgar a história do Theatro Sete de Abril.
Neste sentido, busca-se responder à seguinte questão de pesquisa: qual o
software para tratamento de acervos que é compatível e que atende as
necessidades de um acervo fotográfico, para fins de recuperação da
informação e preservação da memória social do Theatro Sete de Abril?
Objetivos
Para delinear este estudo e responder à pergunta de pesquisa perseguiu-se os seguintes objetivos:
1.2.1 Objetivo geral
Eleger um software de gerenciamento de acervos que privilegie acervos
fotográficos e que possa ser adotado pelo Memorial do Theatro Sete de Abril,
com base no tratamento biblioteconômico para gerenciar, preservar e
possibilitar o acesso dos documentos inseridos em sua base de dados.
1.2.2 Objetivos específicos
- Identificar softwares que realizem gerenciamento de acervos e que ofereçam
o tratamento de imagem;
- Analisar as potencialidades destes softwares quanto aos módulos que
tratam (catalogam, classificam e indexam) fotografia;
-Verificar se os softwares atendem aos requisitos exigidos pelos
equipamentos tecnológicos do Memorial;
- Verificar se os softwares analisados correspondem ao critério de serem
softwares livres e/ou gratuitos, uma vez que o Memorial não dispõe de recursos para
20
arcar com licenças de uso de softwares proprietários;
- Desenvolver uma base de dados para testes de comportamento e de
validação dos módulos oferecidos pelos softwares analisados;
- Validar esta base de dados, com base nas teorias biblioteconômicas de
catalogação, classificação e indexação de imagens;
- Selecionar um software que atenda as demandas do acervo do Memorial do
Theatro Sete de Abril.
1.3 Justificativa
A motivação para a realização desta pesquisa surge a partir de experiência
profissional quando tive a oportunidade de trabalhar durante três anos no Memorial.
A prática cotidiana rapidamente me colocou diante da dificuldade em recuperar
informações solicitadas pelos usuários do acervo. A problemática relativa à
recuperação de documentos fotográficos deste acervo era uma constante.
Quando lá cheguei as fotografias eram arquivadas em pastas suspensas não
havendo nenhum mecanismo ou ferramenta tecnológica que oferecesse recursos
para recuperação da informação. De modo que, se um usuário chegasse pedindo
determinada fotografia, mesmo ele sabendo que esta fazia parte daquele acervo,
seria impossível recuperá-la se não fosse a busca exaustiva, olhando foto por foto
em um acervo de 5.844 fotografias.
Com base na literatura biblioteconômica Ranganathan (2009, p. 211) afirma
em sua quarta lei da Biblioteconomia: “Poupe o tempo do leitor”; sendo assim, a
informação, através dos documentos precisa estar disponível ao usuário no
momento que este a necessita. E, para isso, os softwares para gerenciamento de
acervos vêm agregar valor, uma vez que tornam a recuperação da informação mais
rápida e eficiente.
Logo, a necessidade de um mecanismo para tratamento e recuperação das
informações presentes neste acervo se faz premente. Deste modo, este estudo
justifica-se pela seleção de um software para gerenciamento de acervos, que
comporte o tratamento de imagens fotográficas, a fim de sanar a problemática de
difícil acesso às fotografias que integram o acervo do Memorial.
21
1.4 Procedimentos metodológicos
Para atingir os objetivos propostos neste estudo e obter as informações que dessem
conta de responder a questão de pesquisa realizou-se uma pesquisa exploratória.
Segundo Thums (2003, p. 108) as pesquisas exploratórias “[...] visam oferecer
maior familiaridade com o problema de pesquisa”.
Gonsalves (2003, p. 65) também afirma que “a pesquisa exploratória é aquela
que se caracteriza pelo desenvolvimento e esclarecimento de ideias, com o objetivo
de oferecer uma visão panorâmica, uma primeira aproximação a um determinado
fenômeno que é pouco explorado”.
Com base nos procedimentos técnicos para a coleta dos dados a pesquisa é
de caráter bibliográfico e documental, uma vez que a base para sua realização foi a
análise dos sites dos desenvolvedores ou distribuidores de softwares para
informatização de acervos fotográficos, como também se utilizou a bibliografia
referente ao estudo proposto. A fonte onde se buscou as informações necessárias
para responder a questão de pesquisa, como já foi dito anteriormente, foram os sites
dos desenvolvedores ou distribuidores de softwares, o que caracteriza este trabalho
como sendo uma pesquisa exploratória documental.
Os dados coletados e analisados são de natureza qualitativa uma vez que a
mesma permite interação entre as categorias envolvidas na pesquisa. Tem-se como
objeto de estudo softwares para informatização de acervos e a memória, enquanto
elemento presente em acervos fotográficos.
A pesquisa qualitativa
responde a questões muito particulares. Ela se ocupa, nas Ciências Sociais, com um nível de realidade que não pode ou não deveria ser quantificado. Ou Seja, ela trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes. (MINAYO; DESLANDES; GOMES, 2008, p. 21).
Para Richardson (1985) este tipo de pesquisa permite “observação de
estruturas sociais”, aspectos subjetivos, que não podem ser captados através de
uma pesquisa quantitativa, por exemplo.
Os instrumentos utilizados para proceder a coleta de dados na realização da
22
pesquisa foram:
análise documental com os documentos provenientes dos websites das empresas
fornecedoras dos softwares para gerenciamento de acervos, tendo como foco
específico a possibilidade do software gerenciar inclusive documentos imagéticos e
revisão da literatura. Identificaram-se quarenta e um softwares para gerenciamento
de acervos, sendo vinte e seis softwares proprietários, quatorze softwares livres e
um software gratuito.
Os dados coletados foram analisados de forma empírica, tendo como critérios
para a escolha do software a ser adotado, aquele que atendesse de forma
satisfatória as necessidades do Memorial Theatro Sete de Abril levando em conta as
condições de seus equipamentos tecnológicos, recursos financeiros e recursos
humanos.
23
2 Contextualizando diferentes épocas da história pelotense
Este capítulo terá como abordagem principal o levantamento histórico dos
primórdios da cidade de Pelotas, com base nas grandes transformações
econômicas através do surgimento das charqueadas, bem como do
desenvolvimento sociocultural por meio da instalação de um dos teatros mais
antigos do país, o Theatro Sete de Abril. Com o progresso da sociedade pelotense e
o apogeu da indústria do charque, o Sete de Abril acaba se consolidando como um
dos espaços de sociabilidade mais requisitados e requintados do cenário regional e
nacional, haja vista que os espetáculos apresentados eram em nível nacional e
internacional. Buscando salvaguardar essa memória teatral, surge um espaço
voltado à organização, à documentação e à sistematização de todo o acervo
pertencente à instituição, denominado Memorial do Theatro Sete de Abril. Um lugar
idealizado para resguardar, através de seu acervo, a história deste bem cultural
pertencente à sociedade pelotense.
2.1 Um breve histórico da Princesa do Sul A cidade de Pelotas, também conhecida como “Princesa do Sul”, surge no
século XVIII, subdividida em sesmarias, que são propriedades de terra, e consolida-
se como Freguesia em 1812, com o nome de Freguesia São Francisco de Paula.
Conforme o historiador Mário Osório Magalhães2, o título de freguesia significava
certa autonomia eclesiástica do local, o que permitia ao Clero fazer registros da
população e construir alguns espaços, como uma igreja paroquial própria. Ao atingir
essa condição, “desliga-se da Freguesia e Matriz de São Pedro; mas continua
dependente, como povoado, da sua Vila e Câmara. Permanece sendo um distrito de
Rio Grande” (1993, p. 24). Dessa forma, o povoado começa a se desenvolver, e o
crescimento urbano é iminente. Em 1832, através de um Decreto Provincial, a
Freguesia atinge a condição de Vila, assim emancipando-se de Rio Grande.
No entanto, já no final do século XVIII, mais precisamente, em 1779, José
2 MAGALHÃES, Mário Osório, Opulência e Cultura na Província de São Pedro do Rio Grande do
Sul: um estudo sobre a história da cidade de Pelotas (1860-1890). Pelotas: UFPel/Mundial, 1993.
24
Pinto Martins, um português vindo do Ceará, introduz nesse território uma prática
empresarial no trato da carne salgada, bem como de sua exportação em larga
escala, em nível industrial ou semi-industrial3. Conforme Magalhães afirma, Pinto
Martins:
[…] soube valorizar algumas facilidades: instalou-se numa região brasileira onde o rebanho bovino estava extraordinariamente disseminado e cuja carne, até então, aproveitava-se apenas para consumo doméstico e quase que exclusivamente imediato; estabeleceu-se numa região rio-grandense um pouco afastada do litoral (geopoliticamente mais protegida, portanto) mas de fácil acesso ao mar, banhada por um canal, que a comunica com duas lagoas, por uma lagoa e por vários arroios (MAGALHÃES, 1993. p. 29 e 31)
Esse visionário da indústria soube perceber no charque um grande meio de
concentração de renda baseado em um mercado consumidor que necessitava de
uma produção alimentícia em larga escala. As charqueadas complementavam a
estância, latifúndio responsável por produzir a matéria-prima (gado), enquanto a
charqueada transformava essa matéria-prima em produto: o couro e o charque. O
couro era exportado para os grandes centros, principalmente Estados Unidos e
Europa, enquanto o charque caracterizava-se como o principal alimento dos
escravos e era vendido para todo o Brasil e exterior, como Cuba e o Sul dos
Estados Unidos, países também escravistas. De acordo com Magalhães, citando
Spalding, “nos primeiros 30 anos do século XIX – o charque representava o maior
produto de exportação da Capitania e depois da Província” (SPALDING apud
MAGALHÃES, 1993, p.33). Tal atividade desenvolveu-se baseada nesse mercado
consumidor interno e externo, que buscava alimentar sua mão de obra e, ao mesmo
tempo, tirar proveito de sua produção para abater o gado e exportar seus produtos.
Pensando no desenvolvimento da indústria desta região por meio da criação
de animais bovinos e da agricultura, é importante ressaltar que:
A subsistência das populações locais em condições normais era provida, portanto, pela agricultura da região. Na agricultura empregava-se a mão-de-obra escrava. […] Todavia, os estancieiros do Rio Grande realmente ricos e poderosos no período aqui considerado basearam sua riqueza muito mais no comércio dos gados que na posse das terras ou de animálias [...] Além disso, a posse da terra e do gado sem o domínio correspondente do braço humano transforma-se em mera condição potencial de riqueza (CARDOSO, 1977, p. 54)
3 Magalhães (1993) deixa claro que antes da vinda de José Pinto Martins já se praticava a salgação
da carne em território sulino, mas apenas com o intuito de subsistência, para simples consumo doméstico.
25
Figura 1: Artista Jean-Baptiste Debret retratando as charqueadas de Pelotas – século XIX Fonte: Memorial Theatro Sete de Abril
A mão de obra escrava, além de ser absorvida pelo trabalho doméstico na
estância, também passou a ser peça-chave nas charqueadas. Os próprios viajantes
estrangeiros, como Dreys, deixam registrado a participação do negro nas atividades
domésticas e criatórias, “[...] os negros do Rio Grande não estão n'huma posição
excepcional senão porque pertencem às estâncias e às charqueadas; os negros
domésticos são os mesmos em todas as partes: ora nas estâncias, pouco tem que
fazer o negro, excepto na ocasião rara dos rodeios; […]” (CARDOSO, 1977, p.66).
Nessas unidades, a população escrava era considerável. De acordo com Cardoso
(1977), baseado em relato do viajante Saint-Hilaire, cada charqueada ocupava em
média oitenta escravos, além de possuir alguns trabalhadores livres.
26
Figura 2: Artista Jean-Baptiste Debret gravura sobre as charqueadas de Pelotas – século XIX Fonte: Memorial Theatro Sete de Abril
Como a produção do charque era uma produção sazonal, a estação de
matança ocorria de novembro até maio, Conforme Magalhães (2000) os escravos
envolvidos nesta atividade trabalhavam durante a noite, tendo os trabalhos iniciados
à meia-noite e encerrando ao meio-dia. Devido a essa região possuir um clima
temperado, os charqueadores aproveitavam o período de entressafra para usufruir
de suas riquezas com festas, teatro e cultura. De acordo com Flores (1994), Pelotas
em 1835 encontrava-se em um momento de grande desenvolvimento econômico,
social e cultural.
Em Pelotas localizavam-se mais de 300 negociantes, graças ao grande número de charqueadas situadas nos arredores. A vila [sic] se destacava pelo ativo comércio, luxo de suas casas, ruas bem construídas e intensa vida cultural […] De acordo com as observações de Dreys suas mulheres se destacavam pela elegância (FLORES, 1994, p.9)
Esse desenvolvimento urbano, social e cultural era muito influenciado pelas
tendências européias. Assim como os grandes centros urbanos da época, Pelotas
consolidava-se como uma cidade de grande requinte, tanto social como
arquitetônico, bem como almejava se manter como um lugar marcado pela
educação exemplar de seus habitantes, seu luxo e seu gosto pela cultura. Por meio
de relatos de viajantes estrangeiros, fica possível visualizar essas características e a
boa impressão que a cidade suscitava, como por exemplo, o viajante alemão Carl
Seidler, que no ano de 1827 esteve em Pelotas e registrou:
27
Esta localidade distingue-se vantajosamente das outras cidades [do Brasil] pelos bonitos arredores, bem como pela riqueza dos seus habitantes […]. Tanto aqui como no Rio Grande há muitos europeus, que possuem importantes estabelecimentos e que certamente pela influência do seu dinheiro e de sua cultura têm contribuído consideravelmente para que os habitantes tenham mais civilização e mais gosto pela vida social e mais trato amigável do que nas outras regiões (SEIDLER apud MAGALHÃES, 1993. p.47).
O viajante francês Arsène Isabelle, que esteve em Pelotas no ano de 1834,
também registrou sua impressão sobre a cidade da seguinte forma:
São Francisco de Paula é uma encantadora cidadezinha que não tem mais de dez anos de existência [sic] e que já rivaliza com Porto Alegre pela atividade de seus habitantes, a importância de suas transações comerciais e o grande número de prédios que diariamente se constroem (ISABELLE apud, MAGALHÃES, 1993, p 49).
Tais impressões deixam claro que a cidade encontrava-se em ascensão
principalmente em decorrência da grande influência econômica que o charque
adquiriu e da influência europeia nos modos de ser e de viver da sociedade
pelotense. Cidade que até os dias atuais reflete atmosfera de busca pelo progresso
e envolvimento com a cultura, em que pese observar seus espaços e projetos
culturais.
2.2 Theatro Sete de Abril: marco na história teatral brasileira
Os teatros estão presentes na sociedade desde os primórdios da
humanidade, em sua forma mais primitiva. Nascem como um impulso natural do
homem, como uma forma de deleite, diversão e conhecimento. Bertold Brecht,
grande dramaturgo e poeta alemão chegou a afirmar que “o prazer é a mais nobre
função da atividade teatral” (PEIXOTO, 1980, p.13). O teatro acaba por definir
estilos, marcar épocas, despertar sensações, existindo enquanto processo que se
encontra em constante transformação.
O encanto mágico do teatro, num sentido mais amplo, está na capacidade inexaurível de apresentar-se aos olhos do público sem revelar seu segredo
28
pessoal. O xamã que é a porta voz do deus, o dançarino mascarado que afasta os demônios, o ator que traz a vida à obra do poeta – todos obedecem ao mesmo comando, que é a conjuração de uma outra realidade, mais verdadeira. Converter essa conjuração em “teatro” pressupõe duas coisas: a elevação do artista acima das leis que governam a vida cotidiana, sua transformação no mediador de um vislumbre mais alto; e a presença de espectadores preparados para receber a mensagem desse vislumbre (BERTHOLD, 2008, p. 1).
Conforme Bittencourt é preciso compreender os teatros como “espaços
arquitetônicos constitutivos, representativos e utilitários de uma cidade: o locus por
excelência para uma série de manifestações artísticas e sociais na coletividade”
(BITTENCOURT, 2007, p. 359, grifo do autor). Espaços de mediação de valores
sociais e culturais, que ajudam a consolidar a cidade como um espaço
representativo para a sua comunidade. A cidade como espaço de representatividade
engloba as subjetividades, os sentimentos e as experiências individuais e coletivas
de seus habitantes, e isso acaba sendo refletido na construção da identidade do
lugar e na construção da sua memória urbana.
O ambiente urbano onde se encontram os teatros busca refletir essas
relações sociais, essas escolhas que são feitas pela sociedade para delimitar
espaços e tradições. Também eram meios de comunicação em uma época de difícil
acesso informacional, na qual as cidades não estavam integradas com o mundo, era
através dos palcos que elas obtinham essa universalização e podiam obter algum
contato exterior.
A construção desses espaços também servia para a consolidação de uma
nova classe social, a burguesia nacional, que surge no século XIX no Brasil,
baseada principalmente no modo de vida europeu, seguindo suas tendências
culturais e artísticas.
No Brasil, a noitada elegante nos teatros fazia igualmente parte do processo de construção da identidade da burguesia nacional que buscava se afirmar adotando modelos culturais de sua congênere europeia. Por meio dessas apropriações, ela opunha-se às práticas e costumes tradicionais luso-afro-brasileiros que se disseminavam, sobretudo, pelas camadas mais baixas da sociedade: escravaria, negros libertos, mestiços e brancos pobres (BITTENCOURT, 2007, p.360).
Esses moldes europeus serviram para balizar e desenvolver grande parte das
artes teatrais brasileiras, fortalecendo a busca por uma identidade nacional e por
uma formação artística e cultural própria. Além de se estabelecer como um espaço
29
de espetáculos cênicos, o teatro também se destinava aos bailes de máscaras e de
Carnaval, às reuniões políticas, às conferências sobre temas variados, às sessões
fúnebres de personalidades, entre outros4.
Pode-se afirmar, com plena convicção, que os hábitos gauchescos – entre eles, por exemplo, o de tomar chimarrão e o de vestir-se a caráter, bastante comuns nas cidades da Campanha – não chegaram a influir sobre o cotidiano dos pelotenses durante todo o século XIX. Em Pelotas, os costumes europeus é que foram sempre dominantes no comportamento coletivo (MAGALHÃES, 1993, p. 134).
Como a aristocracia pelotense, também intitulada de forma pejorativa como
aristocracia da banha ou do sebo5, firmou-se como força econômica por meio da
indústria do charque, e os filhos dos charqueadores puderam aproveitar essa
vantajosa situação para se dedicarem aos estudos nas principais capitais brasileiras,
como Rio de Janeiro e São Paulo, e no exterior, principalmente na Europa. Com
isso, foi possível obter um contato direto com a cultura europeia e trazer grande
influência, seja na academia ou nas artes. Desse modo, a partir do desenvolvimento
cultural trazido pela economia do charque, Pelotas constituiu-se como uma cidade
com características culturais de um espaço urbano, robustecida ainda mais pela
existência de uma sociedade que atribui seus valores às letras e à cultura.
[...] os navios que levavam o charque para a Bahia e para o Rio de Janeiro, para a Europa e para os Estados Unidos, não haveriam de voltar vazios. Pelo contrário: os charqueadores mantinham agentes comerciais nos diferentes portos, e de torna-viagem esses navios vinham carregados de mantimentos, móveis, louças, quadros, modas, livros, figurinos e magazines dos grandes centros. Proporcionando um contato permanente com as civilizações do século XIX, além daquele que era feito por iniciativa própria civilização, quando as companhias líricas da Corte e de outras capitais do mundo chegavam a esta cidade quase que em primeira mão, para depois excursionar pela Província [...] Isso sem falar, é claro, nas viagens empreendidas pelos próprios industrialistas, ou nas notícias e encomendas que mandavam os seus filhos, aqueles que estudavam fora, sobretudo em São Paulo, Rio de Janeiro, Lisboa e Coimbra - mas também, como se viu, na França, na Inglaterra e nos Estados Unidos (MAGALHÃES, 1993, p. 137 e 138).
4 De acordo com Bittencourt, os teatros do Rio Grande do Sul foram utilizados, inclusive, para
“disputas de pugilato; pistas de patinação; picadeiro de circo; local para a apresentação de museu de cera, de coleção de répteis, de exposição de artesanato chinês, etc.” (BITTENCOURT, 2007, p. 362).
5
MAGALHÃES, 1993, p. 124. O NOTICIADOR. Rio Grande, 1832-1836.
30
Todos esses fatores justificam a iniciativa cultural de, em 1831, iniciarem as
obras que dariam origem ao seu primeiro teatro, inaugurado em 1833, a partir de
recursos financeiros derivados da indústria saladeiril, o ilustre Theatro Sete de Abril.
De acordo com Magalhães (1993), foi o quarto teatro do país e o único que ainda se
encontra em funcionamento, sendo posterior apenas ao Teatro São João, na Bahia
(1806), São Pedro de Alcântara, no Rio de Janeiro (1813), e União, em São Luís do
Maranhão (1815).
Figura 3: Gravura do Theatro Sete de Abril entre escola pública e câmara administrativa – Século XIX
Fonte: Memorial Theatro Sete de Abril
Através da venda de títulos acionários, a associação do teatro adquiriu um
terreno próximo à Praça Coronel Pedro Osório, e iniciaram as obras do prédio. O
teatro passou por inúmeras transformações, adaptando-se aos novos estilos
arquitetônicos e decorativos tanto externos quanto internos:
[…] a aristocrática sociedade pelotense se permitia embelezar o noivo – o Teatro 7 de Abril – com reformas ou novos adereços; verbi gratia o novo pano de boca, pintado pelo desenhista e cenógrafo italiano Bernardo Grasseli em 1861; os belos lustres, os azulejos em relevo no salão de entrada, o piso de mármore preto e branco, os espelhos esculturados, o salão superior “magnificamente alfaiado” que acolheram o Augusto Imperador e a Imperatriz Teresa Cristina em 1864. Cinco anos depois reformas estatutárias determinaram a mudança do nome “Sociedade Cênica 7 de Abril” para “Associação Teatro 7 de Abril”, além de trabalhos de remodelação, sob a direção de Pedro Peiruq, concluídos em 1872 e incluindo grades e colunas de ferro, pintura total e bancos para camarotes e plateias (HESSEL, 1986, p. 254, grifos do autor).
31
O teatro era frequentado pelos cidadãos privilegiados, principalmente os
industrialistas, como os charqueadores, grandes proprietários rurais, barões e
viscondes, mas não impedia a compra de camarotes pela sociedade burguesa em
geral. Esses grupos sociais delinearam códigos e práticas consideradas de “bom-
tom”, seguindo seus modelos europeizados. A frequência da visitação ao teatro
balizava suas relações de sociabilidade, de gosto pelos padrões requintados e de
legitimação como classe social emergente.
O Sete de Abril ficou reconhecido por abrigar grandes espetáculos, desde
companhias nacionais até companhias estrangeiras faziam questão de incluir
Pelotas em seus roteiros artísticos, devido à recepção, quase sempre, agradável e
às boas condições do teatro.
Conforme o historiador Mário Osório Magalhães, nem sempre as relações
entre palco e público foram tão harmoniosas, “Durante a última temporada de
Furtado Coelho, em fevereiro de 1885, tem-se a notícia de que alguns artistas
portaram-se inconvenientemente, desdenhando da plateia, usando às vezes de
sátiras e chalaças mordazes, enfim, querendo representar uma palhaçada, talvez
por lembrar-se que era domingo de Carnaval”. Como o público manifestasse a
sua reprovação, prometeram para o dia seguinte uma passeata, em que seriam
renovadas as críticas e distribuído “um periódico [sic] com alusões ofensivas à
nossa população”. Mas, no dia seguinte, cientes de que a população estava
preparada para reagir “a semelhante insulto”, preferiram partir para Rio Grande,
no trem da tarde, constando que, de fato, “ali foi espalhado o aludido jornal,
sendo, porém, imediatamente depois suspensa a sua distribuição pela polícia de
ali”. (MAGALHÃES, 1993, p. 176).
Em 1857, houve o concerto do grande pianista Artur Napoleão, que voltaria em 1863, e as 20 récitas da Companhia Dramática Rio-Grandense, trazendo entre seus atores Furtado Coelho. Furtado, na condição de empresário, retornaria cinco anos depois – em 1862 -, fazendo-se acompanhar de Eugênia Câmara, a já conhecida atriz que se tornaria célebre a partir da sua ligação amorosa, um pouco mais tarde, com o poeta Castro Alves. Uma terceira e uma quarta vez Furtado Coelho esteve no Sete de Abril: em 1874, quando apresentou 28 espetáculos, de março a maio, dessa vez com a atriz Lucinda Simões (observe-se que era normal as companhias se prolongarem por mais de três meses); e em 1885, também com Lucinda, sendo assistidos pela Família Imperial (MAGALHÃES, 1993, p. 174)
32
Com a Revolução Farroupilha (1835-1845), Pelotas enfrentou momentos de
interrupção em seu crescimento econômico devido à sua posição estratégica,
resultante de sua proximidade com o porto do Rio Grande. Durante esse conturbado
período, a República Rio-grandense continuou baseando sua economia na
exportação de gado, couro e sebo tanto para Montevidéu como para as
charqueadas ao longo do Rio Jacuí, do Guaíba e de Pelotas, mesmo quando esses
territórios estavam sob domínio republicano. Conforme Flores (1985, p. 66), “[...]
mais de ¾ da população de Pelotas abandonou o município por causa das
constantes tomadas e retomadas, tanto dos farrapos como dos legalistas. Os
republicanos nada realizaram para melhorar a industrialização da carne, prejudicada
pelo abandono dos estabelecimentos”.
O Sete de Abril também sofreu com essa interrupção, convertendo-se,
durante esse período, de casa de espetáculos a quartel de infantaria. De acordo
com Magalhães, o jornal O Brado do Sul trazia em uma de suas reportagens a
seguinte nota: “O rico guarda-roupa que a sociedade possuía desapareceu, as
decorações foram destruídas; a ponto que, em 1844, apenas via-se na caixa do
teatro alguns bastidores em osso; nos camarotes, as fardas e os bonés dos
soldados [...]” (MAGALHÃES, 1993, p. 63 e 64). No entanto, após esse período, o
teatro permaneceu em constante atividade, inclusive durante a Guerra do Paraguai.
Sobre essa afirmação, o próprio Conde d'Eu, que esteve em viagem militar ao Rio
Grande do Sul em 1856 relata que “[...] o teatro de Pelotas é o único na Província
que se acha aberto, apesar da guerra” (HESSEL, 1986, p. 255).
No século XX, segundo Echenique (1934), a partir de 1907, o teatro passa
também a exibir filmes, totalizando, no final desse ano, 64 exibições
cinematográficas. Echenique (1934) relata em seu livro, redigido em forma de
registro comemorativo do centenário do Theatro Sete de Abril, as atividades
ocorridas e desenvolvidas nessa casa de espetáculos. As informações apresentadas
foram extraídas de documentos administrativos do Theatro, e segundo Echenique,
apresentam lacunas ocasionadas pela ausência de documentos que contenham
registros das atividades por determinados períodos de tempo. O nome das
empresas que arrendaram o Theatro para que ele exercesse a função de cinema,
adquirindo dessa forma a denominação de CineTheatro, somente aparecem
registradas a partir de 1915. A empresa Vitola & Cia. é citada nos documentos como
responsável por 104 exibições cinematográficas no decorrer desse ano. Fotografias
33
do acervo, da década de 1940, revelam cartazes de filmes que estavam em exibição
ornamentando a fachada do Theatro. “Terra dos Deuses”6, drama norte-americano,
lançado em 1937, e tendo como atores principais Paul Muni e Luise Rainer, como
demonstram os cartazes (fig. 4 ), fazem o chamamento para a exibição
cinematográfica. O musical “O Mágico de Oz”, produção norte-americana lançada
em 1939, também foi exibido no Theatro na década de 1940 (fig. 5). Pessoas
caracterizadas como os personagens do filme ficavam em frente ao Theatro fazendo
propaganda do musical em exibição, utilizando uma mensagem persuasiva para
atrair o público.
Outras empresas responsáveis por exibições cinematográficas
desenvolveram essa atividade no Theatro Sete de Abril, como por exemplo a Xavier
& Santos e a Passos e Selecta. A exibição de filmes se estende até 1978, sendo a
responsável pela atividade na data a empresa Cine Pelotas Ltda7.
As exibições cinematográficas no Theatro Sete de Abril encerram-se no dia 18
de março de 1978, com a exibição do filme “O vampiro de Copacabana”, na sessão
das 16h. Aproximadamente 50 pessoas assistiram a projeção dessa comédia
brasileira, produzida em 19768.
Figura 4: Imagem do filme em cartaz “Terra dos deuses” na década de 1940
6 Informações obtidas no site www.adorocinema.com 7 VAROTO, Renato Luiz Mello; SOARES, Leonor Almeida de Souza. Lendo Pelotas. Pelotas: Ed.
Universitária, UFPel, 1997 8 Pelotas terá teatro municipal. Diário Popular, Pelotas, p. 43, 21 de mar. 1978.
34
Figura 5: Imagem do filme em cartaz “O Mágico de Oz” na década de 1940 Fonte: Memorial Theatro Sete de Abril
O Theatro serviu para inúmeras atividades, como sessões cívicas, bailes e
cinema, até que em 11 de julho de 1972, em reconhecimento ao que ele significa à
cultura de Pelotas, ultrapassando a fronteira regional, foi tombado como Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional, com inscrição de número 501-A, no Livro de Belas
Artes, e inscrição de número 438-A, no Livro Histórico. Emblema das artes cênicas,
da música e da dança na cidade de Pelotas, o Theatro Sete de Abril ao longo de
seus 180 anos lutou para não se distanciar da sua função de origem, que é abrigar
as manifestações artísticas e culturais. Sua existência enquanto instituição, nunca
interrompendo suas atividades, participando de todas as mudanças sociais,
econômicas e históricas, contribuiu para ser eleito patrimônio cultural dessa
sociedade que ajudou a construir. No ano de 1979, foi então municipalizado.
Recentemente, no ano de 2004, em função de sua importância e de sua atividade
ininterrupta, o Theatro foi contemplado pelo Programa Monumenta, que é um
programa de recuperação do patrimônio cultural urbano brasileiro, executado pelo
Ministério da Cultura e financiado pelo BID - Banco Interamericano de
Desenvolvimento, para passar por processo de restauração. No entanto, devido a
questões jurídicas e burocráticas envolvendo o processo de licitação e as empresas
concorrentes à realização das obras, ultrapassando o prazo estabelecido pelo
35
IPHAN, o Theatro acabou por não receber os subsídios do Programa Monumenta.
Atualmente, o Theatro está fechado por determinação do Ministério Público
Federal, após laudo técnico, desde o dia 15 de março de 20109, por apresentar risco
de desabamento do telhado. Tendo conhecimento das necessidades de reformas e
restauração do prédio, o poder executivo da cidade de Pelotas incluiu o Theatro Sete
de Abril na demanda do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) com ênfase
nas cidades históricas. De acordo com a administração do Theatro, o início das
obras estavam previsto para o ano de 2011.
Contudo, as atividades culturais realizadas pelo Theatro continuam
acontecendo em espaços alternativos na cidade de Pelotas. Como exemplo, o
projeto Sete ao Entardecer segue acontecendo, foram doze edições no ano de 2014,
sendo uma apresentação teatral, duas de dança e nove apresentações musicais. Os
locais das apresentações são a Fábrica Cultural e eventualmente o Largo Edmar
Fetter.
A primeira apresentação do projeto Sete ao Entardecer do ano de 2014
ficou a cargo da Orquestra de Teutônia com show denominado “Rock’n’roll e outras
batidas” no dia 31 de março, tendo como local para apresentação o Largo Edmar
Fetter. Já a última apresentação foi na Fábrica Cultura no dia 8 de dezembro, tendo
como atração a banda pelotense Solo Fértil Reggae Raiz.
Corroborando o compromisso dessa instituição como espaço cultural
perante a sociedade pelotense através de suas ações ininterruptas mesmo em
situações adversas.
2.3 O Memorial Theatro Sete de Abril e seu acervo O Memorial do Theatro Sete de Abril (fig. 6) foi lançado no dia 04 de
novembro de 2001, durante a 29ª Feira do Livro de Pelotas. No dia 03 de dezembro
do mesmo ano, foi inaugurado este espaço criado com a missão de reconstruir,
disseminar e propagar a história do Theatro Sete de Abril, reunindo, organizando e
conservando documentos que contam a trajetória dessa casa de espetáculos.
9 Informação obtida no dia 13/10/2010 através de Annie Fernandez – Diretora Executiva do Theatro
Sete de Abril
36
A iniciativa da criação deste espaço foi resultado de uma parceria entre a
Secretaria de Cultura do município de Pelotas e a Universidade Federal de Pelotas
(UFPEL) por meio do Instituto de Letras e Artes e do Departamento de História e
Antropologia do Instituto de Ciências Humanas, tendo como coordenador do projeto
o professor Fábio Vergara Cerqueira. O acervo do Memorial Theatro Sete de Abril é
composto por cartazes, fôlderes, fotografias, CDs, fitas VHS e DVDs de espetáculos
realizados no teatro, além de documentos administrativos. A administração da
década de 1980 percebeu a relevância de criar um local designado a salvaguardar a
memória e a história do Theatro Sete de Abril, começando nessa época a reunir
documentos que continham registros dessa trajetória.
Figura 6 – Interior do Memorial Theatro Sete de Abril Fonte: Memorial Theatro Sete de Abril
Os memoriais são pensados como espaços designados a salvaguardar
memórias específicas e buscam organizar, sistematizar e divulgar o seu acervo
documental, baseado em diretrizes museológicas de documentação, conservação e
exposição de acervos.
Todos os espaços construídos para a guarda, manutenção e expressão de um fato, uma pessoa, uma comunidade, um segmento étnico são virtualmente memoriais. Assim, vive-se o modelo escolhido, e esse modelo é capaz de unir, dar um valor, um sentimento que é socializado e transmitido, pois memorial é um lugar de retornar e de fortalecer referências e significados, sendo o lugar ideal para as memórias, seguindo organização museológica e museográfica (LODY, 2005, p. 246).
O acervo do Memorial Theatro Sete de Abril é composto por cartazes,
37
fôlderes, fotografias, CDs, fitas VHS e DVDs de espetáculos realizados no teatro,
além de documentos administrativos. A administração da década de 1980 percebeu
a relevância de criar um local designado a salvaguardar a memória e a história do
Theatro Sete de Abril, começando nessa época a reunir documentos que continham
registros dessa trajetória.
Figura 7- Fernanda Montenegro Figura 8 - Regina Duarte e Nestor de Montemar Fonte: Memorial Theatro Sete de Abril Fonte: Memorial Theatro Sete de Abril
Fotografias de espetáculos (figs. 7 e 8), cartazes de divulgação, fôlderes e
programas de espetáculos, projetos desenvolvidos pelo Theatro e toda a
documentação administrativa do Theatro começou a ser reunida e arquivada com a
intenção de dar início ao que na época foi chamado de Arquivo Histórico do Theatro
Sete de Abril. Mais informações sobre o acervo fotográfico, objeto deste estudo são
abordadas no capítulo 3 deste trabalho.
O Memorial foi criado com o objetivo de reconstruir a história de uma
instituição que antecede a própria fundação do município de Pelotas, pois a
Sociedade Scenica Theatro Sete de Abril foi constituída em 1831, pouco tempo
antes da Freguesia de São Francisco de Paula ser promovida à condição de vila,
quando conquistou sua autonomia política, em 7 de abril de 1832. O pioneirismo
desse grupo de atores em criar um espaço dedicado à cultura e ao lazer e
transformar esse local em referência para companhias artísticas da época revestiu-
se de significados que transcenderam a própria história e passaram a incorporar a
38
memória da sociedade atual.
O Sete de Abril foi o segundo teatro construído no Rio Grande do Sul e é um
dos teatros mais antigos do Brasil em funcionamento. Desde sua criação tem
oferecido memoráveis temporadas de artistas célebres, nacionais e internacionais,
integrantes de companhias de óperas e operetas, de teatro dramático, de comédias
e de revistas, bem como cantores e músicos concertistas.
João Caetano, Itália Fausta, Leopoldo Froés, Procópio Ferreira, Bibi Ferreira,
e Dulcina de Moraes são alguns dos mais brilhantes nomes que fizeram temporada
no Sete de Abril. Mais recentemente, Fernanda Montenegro, Regina Duarte, Lucinha
Lins, Marília Pera, Irene Ravachi, Natália Timberg, Ari Fontoura, José de Abreu,
dentre outros, costumam atuar no mesmo palco, como pode ser comprovado através
de folderes e cartazes de divulgação dos espetáculos, como também pelas
assinaturas e depoimentos registrados no livro de visitas do Theatro Sete de Abril.
No campo da música, nomes como a grande cantora pelotense Zola Amaro (a
primeira brasileira a se apresentar no “La Scala” de Milão) e a inesquecível Bidu
Saião. O Livro de Visitas conta com depoimentos de autoridades, como o então
Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que, em visita ao Theatro no dia 19
de setembro de 1994, salientou que “Foi com grande alegria que pude visitar o
Theatro Sete de Abril, uma joia arquitetônica cuja preservação demonstra o
compromisso do povo de Pelotas com a Cultura”10.
Atualmente o Memorial Theatro Sete de Abril ocupa uma sala, anexo ao
Theatro, e seu acervo está sendo processado tecnicamente passando pelas etapas
de seleção, diagnóstico, registro, higienização e acondicionamento. No intuito de
disseminar a história do Theatro na sociedade em que ele está inserido, são
realizadas exposições de longa e curta duração, oferecendo aos turistas e
comunidade em geral a oportunidade de maior contato entre o público e o acervo
que conta a trajetória do Theatro Sete de Abril.
Segundo Cury:
O exercício da apreciação em museus e exposições tem como uma das finalidades reduzir a lacuna existente entre o que estimulou o autor (ou artista) a fazer o artefato (ou obra) e o fruidor, permitindo que uma multiplicidade de significados sejam expressos, interpretados, compartilhados e revelados (RIZZI apud CURY, 2005, p. 39).
As exposições de longa duração são compostas por cartazes emoldurados
10 Registro na página 55 do Livro de Presença do Theatro Sete de Abril.
39
de espetáculos ocorridos no Theatro nas décadas de 1980 e 1990. As exposições de
curta duração, pelo dinamismo em sua execução, tornam possível retratar a história
dos espetáculos ocorridos no Theatro com maior diversificação. Com duração de
aproximadamente 30 dias, nesta mostra são expostos cartazes, fôlderes e
fotografias dos espetáculos apresentados no palco do Sete de Abril. Tais cartazes,
reproduzidos em formato A3, são colocados em painéis; as fotografias e os fôlderes
são colocados em campânulas, e são feitas reproduções dos originais que possuem
poucos exemplares ou que por motivos de preservação do material não podem ficar
em exposição. Todos os materiais selecionados devem ser pertinentes à temática
das exposições de curta duração, haja vista que elas obedecem a um cronograma
anual, com limite de 30 dias para cada exposição realizada. Os temas eram
previamente estabelecidos e atrelados ao calendário cultural da cidade e do país,
utilizando especificamente documentos que integram o acervo do Memorial.
Figura 9: Imagem das exposições de curta e longa duração – 2007 Fonte: Memorial Theatro Sete de Abril
A divulgação das exposições é realizada por meio de cartazes
confeccionados pela própria instituição e fôlderes produzidos pela Secretaria
40
Municipal de Cultura, além da cobertura da mídia local e regional.
A riqueza do acervo do Memorial Theatro Sete de Abril possibilita a
realização de exposições diversificadas e comunicativas. O elemento estruturador
de uma exposição é o objeto, seja para quem concebe ou para quem visita. A
variedade de documentos que compõem o acervo revela informações que
despertam interesse das mais variadas áreas do conhecimento. Os cartazes, desde
os mais antigos até os mais atuais, revelam cores e estilos, desenhos bem
elaborados, gramatura e tipo de papel utilizado para sua confecção. Há, ainda,
fôlderes da década de 1950, onde eram divulgados os filmes que seriam exibidos
nos cine-teatros (fig.10). Também dessa época, há os fôlderes que anunciavam os
espetáculos teatrais usando uma linguagem informal e deixando claro que o
espectador chegasse pontualmente no horário marcado para o inicio do espetáculo
e que mantivesse o silêncio durante a apresentação. O acervo conta também com
ingressos da década de 1940 (fig. 11) que, além de resgatar partes da história do
Theatro, revelam o tipo de papel e processo tipográfico da época.
Figura 10: Fôlder de divulgação de filmes em Figura 11: Ingresso do Theatro na exibição no Theatro – década de 1950 década de 1950
Fonte: Memorial Theatro Sete de Abril Fonte: Memorial Theatro Sete de Abril
Além das atividades que são desenvolvidas pela instituição, buscando
41
constantemente divulgar a trajetória do Theatro e fazer com que sua história atinja
um número maior de pessoas, o Memorial do Theatro Sete de Abril possui também
um link no site www.teatrosetedeabril.com.br que oferece a possibilidade de se
realizar uma visitação virtual através da “Exposição Virtual”, da “Exposição do Mês”
e do “Click na Memória”. No link “Exposição Virtual”, é possível ver parte do material
que está na exposição presencial, no link “Exposição do Mês”, é possível saber que
exposição está acontecendo no Memorial e ler seu release11. O link “Click na
Memória” possibilita conhecer algumas peças do acervo do Memorial, que já se
encontram digitalizados, facilitando o acesso do pesquisador e proporcionando ao
visitante do site um conhecimento maior dos objetos existentes neste acervo.
A instituição se encontra aberta à visitação, com entrada gratuita e horário de
funcionamento das 13h às 18h30min, de segunda a sexta-feira, e disponibiliza seu
acervo para consulta local a pesquisadores e demais interessados. Dotadas de
revelações interessantes, as fotografias compõem parte expressiva do acervo do
Memorial, importante registro dos espetáculos e demais atividades ocorridas no
Theatro.
Contudo, a tipologia de acervo que possui um maior destaque são as
fotografias, que correspondem a um número expressivo de imagens que compõem o
estoque documental do Memorial. O acervo fotográfico é composto por 4.177
fotografias coloridas e 1.707 em preto e branco (p&b) com datas a partir de 1985.
A constituição do acervo ocorreu a partir de imagens enviadas por artistas e
produtores para divulgação de seus trabalhos, ou fotografias realizadas por
fotógrafos contratados pela administração do Theatro com o intuito de registrar as
atividades ocorridas nesta casa de espetáculos.
Estes conjuntos fotográficos transformam-se em um acervo portador de
informações, a partir de um momento, que se encontra fragmentado, congelado e
retido na fotografia e que muito tem a dizer acerca de fatos vinculados à história
dessa instituição.
Os conjuntos fotográficos que compõem o acervo do Memorial podem ser
documentos reveladores de um contexto social, um momento histórico, movimentos
e articulações e, dessa forma, constituir e contribuir para a memória social.
11 Publicação – BUENO, Silveira. Minidicionário: inglês-português, português-inglês. São Paulo: FTD, 2000.
42
Conforme Kossoy (2001, p. 152), “as fotografias mostram, em seus conteúdos, o
próprio passado. Pelo menos aquelas frações do real visível de outrora que foram
selecionadas para os devidos registros: os recortes da primeira realidade na
dimensão da vida”.
O complemento das informações imagéticas faz parte do processo de
organização do acervo. No caso deste estudo, fez-se necessário realizar pesquisas
complementares para obter as respectivas informações que levassem à identificação
completa das fotografias. Jornais locais, documentos pertencentes ao acervo e
depoimentos de pessoas ligadas ao movimento teatral e a cultural local12 foram
importantes fontes de informação utilizadas.
Figura 12: Imagem das pastas suspensas que armazenavam o acervo fotográfico
Fonte: Memorial Theatro Sete de Abril
Ao longo de sua existência, o Memorial consolida-se como um espaço museal
através do desenvolvimento de ações museológicas baseadas em documentação,
organização, conservação preventiva, acondicionamento e comunicação do acervo.
Conforme o Museólogo Mário Chagas
12 Henrique Pires (Presidente da Fundação Theatro Sete de Abril na década de 1980), Gladis Lange
do Amaral (funcionária na administração do Theatro Sete de Abril na década de 1980), Chico Meirelles e Flávio Dornelles (atores pelotenses que participaram dos festivais promovidos pelo Theatro).
43
selecionar, reunir, guardar e expor coisas num determinado espaço, projetando-as de um tempo num outro tempo, com o objetivo de evocar lembranças, exemplificar e inspirar comportamentos, realizar estudos e desenvolver determinadas narrativas, parecem constituir as ações que, num primeiro momento, estariam nas raízes dessas práticas sociais a que se convencionou chamar de museu. (CURY apud CHAGAS, 2005, p. 25).
Ao ser cadastrado no Sistema Estadual de Museus (SEM-RS) no ano de 2006
e fazer parte do cenário museológico, o Memorial passa a participar de editais de
fomento que viabilizam recursos para aquisição de equipamentos e melhorias na
estrutura física e no layout da instituição. Em 2006 e 2007, o Memorial participou do
Edital de Modernização de Museus do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (IPHAN). Desde 2006, a instituição, por meio de suas ações museológicas,
participava dentro da categoria divulgação, do Prêmio Rodrigo Melo Franco de
Andrade também do IPHAN. Em 2008, é contemplado com uma premiação (fig.13)
de reconhecimento como sendo o melhor trabalho desenvolvido no cenário de
divulgação de suas atividades no estado do Rio Grande do Sul.
Figura 13: Imagem da placa de homenagem entregue pelo IPHAN ao projeto “Memorial Theatro Sete de Abril” no ano 2008
Bittencourt enfatiza que:
Os espaços teatrais focalizados através das visões dos fotógrafos apresentam múltiplos ângulos e inúmeras leituras: podem ser analisados como espaços produtivos da cidade, como espaços de sociabilidades, como espaços de civilidade, como espaços artístico-culturais, como espaços em
44
constantes transformações. Assim apreendida, a fotografia possibilita ver aquilo que não é apenas do domínio do olhar, mas de outros domínios (BITTENCOURT, 2007, p. 146 e 147).
Conforme ficou explicito neste capítulo, o Memorial desenvolve um trabalho
de preservação, organização, sistematização e divulgação do seu acervo para a
comunidade com o intuito de não somente resgatar a história do Theatro, mas
também contribuir para a produção do conhecimento através de pesquisas
acadêmicas e consulta local ao acervo por profissionais de diversas áreas. O acervo
fotográfico nos remete a um passado intrínseco no presente, que se fortalece em
cada fotografia, fragmentos de um tempo. Este acervo em específico carrega
consigo a memória individual e coletiva de um espaço socializador e cultural, que se
mantém vivo e atuante na sociedade.
45
3 A fotografia como suporte de memória
O presente capítulo pretende apresentar algumas reflexões acerca da
fotografia como suporte de memória, tendo como base trabalhos de
escritores/pesquisadores e estudiosos da fotografia, enquanto imagem técnica,
capaz de registrar, documentar, evocar. Os autores Boris Kosoy (2001), Philippe
Dubois (2007), Susan Sontag (2004) e Miriam Manini (2002) foram o referencial
teórico para construir este capítulo, como também muito contribuíram para nortear
as atividades técnicas desenvolvidas no Memorial Theatro Sete de Abril, que
visavam o processamento técnico e a conservação preventiva do acervo fotográfico.
A fotografia, guardada em condições adequadas, pode ter um período longo
de duração, mostrando às atuais gerações e levando a gerações futuras, histórias
de tempos vividos, de fatos ocorridos, possibilitando interpretações e descobertas.
“Cada foto é um momento privilegiado, convertido em objeto diminuto que as
pessoas podem guardar e olhar outras vezes” (SONTAG, 2004, p. 28).
3.1 A gênese fotográfica
No século XIX, mais especificamente a partir da Revolução Industrial, o
mundo passa a vivenciar um grande desenvolvimento no âmbito das ciências,
característica da história moderna. A fotografia, como tantos outros inventos, surge
nesse contexto histórico e acaba se transformando em um importante instrumento
de apoio à pesquisa científica e também às diversas formas de expressão artística13.
O registro do cotidiano passou a ser realizado pela imagem fotográfica, o que
possibilitou aos homens, o conhecimento das diferentes realidades existentes. A
representação de mundo ganha novas perspectivas através do invento da fotografia,
que adquire funções tanto recordativas como documentais, as quais são
responsáveis por preservar as memórias visuais de diversos cenários e
personagens do mundo.
De acordo com Kossoy:
13 KOSSOY, 2001.
46
É necessário que se compreenda o papel cultural da fotografia: o seu poderio de informação e desinformação, sua capacidade de emocionar e transformar, de denunciar e manipular. Instrumento ambíguo de conhecimento, ela exerce contínuo fascínio sobre os homens. Ao mesmo tempo em que tem preservado as referências e lembranças do indivíduo, documentado os feitos do homem e das sociedades em suas múltiplas ações, fixando, enfim, a memória histórica, ela também prestou – e se presta – aos mais interesseiros e dirigidos usos ideológicos. O papel cultural das imagens é decisivo, assim como decisivas são as palavras. As imagens estão diretamente relacionadas ao universo das mentalidades e sua importância cultural e histórica reside nas intenções, usos e finalidades que permeiam sua produção e trajetória (KOSSOY, 2001, p. 31 e 32).
A invenção de Louis-Jacques Mandé Daguerre, o daguerreótipo, manteve sua
supremacia até 1850, a partir dessa data, começou a perder espaço para a
fotografia sobre papel, e a utilização de novas técnicas proporcionou a disseminação
do consumo de imagens.
Essas novas técnicas diminuíram o tempo de exposição da superfície sensível à luz,
e o suporte papel, por ser mais barato que o metal utilizado por Daguerre para fixar
as imagens, diminuiu seu custo, tornando as fotografias mais acessíveis às camadas
mais humildes da sociedade.
O mundo reproduzido nas imagens não era colorido, e o desejo de produzir
imagens coloridas surgiu junto com a fotografia em 1839. Daguerre e seu sócio
Niepce trabalharam muito e realizaram vários experimentos na tentativa de
conseguir reproduzir imagens em cores.
Conforme Sougez (2005), o feito foi realizado em 1907 pelos irmãos Lumière
e utilizado por alguns anos, mas acabou sendo abandonado por precisar de muitas
horas de exposição e ser um processo caro. Em 1911, a partir de seus
experimentos, o alemão Rudolf Fischer conseguiu uma revelação cromogênea.
Em 1935, foi lançado o processo Kodachrome, resultado dos trabalhos de
Leopold Mannes e de Leopold Godowski, que tiveram sua técnica utilizada por
muitos anos.
Para Sougez (2005, p. 191), “O mundo da fotografia a cores é imenso e vai se
ampliando todos os dias com novas técnicas de vanguarda, de início reservadas a
aplicações científicas, como a utilização do infravermelho”.
O acervo fotográfico do Memorial Theatro Sete de Abril possui quatro mil
cento e setenta e sete (4177) fotografias em cores com datas de 1985 a 2001. A
partir de 2001, as fotografias que fazem o registro das atividades do Theatro são em
formato digital.
47
A fotografia em formato impresso é parte significativa do acervo do Memorial,
que retrata o histórico do Theatro Sete de Abril através de imagens reveladoras de
acontecimentos culturais e de transformações estruturais na arquitetura desta
instituição, que possui um conteúdo informacional pleno de elementos para a
perpetuação da memória do Theatro Sete de Abril. De acordo com Kossoy:
Fotografia é memória enquanto registro da aparência dos cenários, personagens, objetos, fatos; documentando vivos ou mortos, é sempre memória daquele preciso tema, num dado instante de sua existência/ocorrência. É o assunto ilusoriamente retirado de seu contexto espacial e temporal, codificado em forma de imagem (KOSSOY, 2007, p. 131).
Festivais de Teatro, Festivais de Dança, Festivais de Música, peças e atores
consagrados, projetos que incentivam artistas locais, obras, confraternizações e
tantos outros temas estão retratados nas fotografias que compõem o acervo
fotográfico do Memorial Theatro Sete de Abril. São imagens que vão compondo
parte da trajetória desta casa de espetáculos, gravadas pelo registro fotográfico.
Kossoy (2007) diz que “a fotografia tem se prestado, desde sua invenção, ao registro
amplo e convulsivo da experiência humana”.
A fotografia revela que é possível conhecer uma história, que suas peças nos
permitem construir um mosaico que vai revelando uma trajetória.
Fotografia é memória e com ela se confunde. Fonte inesgotável de informação e emoção. Memória visual do mundo físico e natural, da vida individual e social. Registro que cristaliza, enquanto dura, a imagem – escolhida e refletida – de uma ínfima porção de espaço do mundo exterior (KOSSOY, 2001, p. 156).
Para Susan Sontag (2004, p. 84), “[...] as fotos são, é claro, artefatos. Mas
seu apelo reside em também parecerem, num mundo atulhado de relíquias
fotográficas, ter os status de objetos encontrados – lascas fortuitas do mundo... São
nuvens de fantasia e pílulas de informação”. Philippe Dubois, em seu livro “O ato
fotográfico”, assegura que o papel da fotografia é conservar o traço do passado.
Nessa mesma obra traz considerações referentes às inúmeras discussões que a
fotografia suscitou no momento de sua descoberta. Por resultar de um processo
mecânico, não recebendo diretamente a intervenção da mão humana, trazia consigo
a ideia de neutralidade, a expressão da verdade e, portanto, a capacidade de não
48
mentir. Dubois ainda enfatiza que “A foto é percebida como uma espécie de prova,
ao mesmo tempo necessária e suficiente, que atesta indubitavelmente a existência
daquilo que mostra” (DUBOIS, 2007, p. 25). No entanto, nos dias de hoje, tal
afirmação precisa ser relativizada, uma vez que, existem tecnologias que
possibilitam edição e alteração das imagens
A história da fotografia menciona que rapidamente ela foi sendo utilizada
como instrumento para documentar e registrar descobertas e experiências científicas
nas diversas áreas do conhecimento humano. Servindo como suporte, como
testemunho documental de conflitos entre nações, a fotografia registrou as
atrocidades ocorridas em diversas guerras. Exemplo marcante é a emblemática
fotografia da menina vietnamita correndo nua com queimaduras causadas pelo
napalm na madrugada de 8 de junho de 1972. Imagem capturada pela lente de Nick
Ut, fotógrafo profissional que estava a trabalho na Guerra entre os Estados Unidos
da América e o Vietnã. Essa imagem chamou a atenção do mundo todo para as
guerras e as marcas dolorosas que ela pode deixar.
O processo fotográfico também foi muito útil e contribuiu de forma
colaborativa nos processos policiais. Conforme Philippe Dubois:
Esse discurso já está colocado por inteiro desde o início do século XIX (sabe-se que o nascimento da prática fotográfica foi acompanhado de imediato por um número impressionante de discursos de escolta). Embora comportasse declarações muitas vezes contraditórias e até polêmicas – ora de um pessimismo obscuro, ora francamente entusiastas -, o conjunto de todas essas discussões, de toda essa metalinguagem nem por isso deixava de compartilhar uma concepção geral bastante comum: quer seja contra, quer a favor, a fotografia nelas é considerada como a imitação mais perfeita da realidade (DUBOIS, 2007, p. 28).
No entanto, autores como Kossoy (2007, p. 46) afirmam justamente o
contrário, ao dizer que:
A fotografia não pode ser pensada como um documento que vale por si próprio, neutro, isento de manipulação. Não existe documento inocente. A fotografia, assim como as demais fontes deve ser submetida ao devido exame crítico que a metodologia da história impõe aos documentos.
Com isso percebe-se que há divergências sobre a fotografia enquanto suporte
manifestante de informação. Podendo ser ela considerada como objeto que auxilia a
recuperar histórias em sua forma fragmentária, de modo implícito, através da relação
existente entre imagens técnicas e imagens mentais que interagem entre si e fluem
49
sem cerrar o processo de criação/construção de realidades e de ficções. (KOSSOY,
2007)
Sobre as imagens que compõem o acervo do Memorial Theatro Sete de Abril
estas podem contribuir para o resgate e a preservação da memória institucional e
auxiliar, assim como, para a construção da memória coletiva, uma vez que estão
disponíveis para consumo público. Em que pese, ainda assim, que cada indivíduo
pode se sentir e se ver como protagonista desse espetáculo que é a construção da
história a partir de cada dia vivido retratado através deste acervo fotográfico.
Um acervo carregado de características inerentes ao material fotográfico
possui a capacidade de evocar, registrar e documentar com acréscimos e omissões,
haja vista que a fotografia é uma extensão do olhar do fotógrafo que escolhe o
melhor ângulo, a iluminação adequada, o momento certo de disparar o gatilho.
Essas escolhas não podem ser consideradas neutras como nos aponta Dubois
(2007) na citação acima, como eram consideradas no século XIX, quando foi
apresentado o primeiro processo fotográfico. Tal visão é mais atual e defendida por
este trabalho. Afinal, resultam da interpretação do fotógrafo que são resultados de
sua visão de mundo, suas crenças e seus valores, suas histórias de vida, seu
cotidiano, sua própria memória.
3.2 Organização e conservação preventiva do acervo fotográfico do Memorial
Theatro Sete de Abril
Os conjuntos fotográficos que compõem o acervo do Memorial já
apresentados neste estudo podem ser documentos reveladores e contribuir para a
memória social, mas para isso é necessário que eles tenham um tratamento técnico
especializado. Dessa forma, é fundamental o trabalho de organização do acervo e a
pesquisa para complementar as informações que levarão à identificação completa
das imagens retratadas nas fotografias, utilizando como fontes para a busca dessas
informações complementares jornais locais, documentos pertencentes ao acervo do
Memorial e depoimentos de pessoas que trabalharam no Theatro ou ligadas aos
movimentos artísticos culturais.
Por serem parte significativa do acervo do Memorial, as fotografias constituem
50
um importante registro dos espetáculos e demais atividades ocorridas no Theatro.
Esse acervo foi constituído a partir de fotografias enviadas por artistas e produtores
para divulgação de seus trabalhos e por fotografias realizadas por fotógrafos
contratados pela administração do Theatro com o intuito de registrar as atividades
ocorridas.
A coleção de fotografias que compõem o acervo, recebendo os cuidados
ideais de conservação e preservação, certamente se constituirá em elemento de
grande relevância como suporte de memória e perpetuação da história do Theatro
Sete de Abril, servindo também de importante fonte documental para subsidiar
trabalhos de pesquisadores, historiadores, professores e demais interessados.
Esse material, durante a permanência da pesquisadora como bibliotecária da
instituição passou por tratamento técnico: seleção, diagnóstico, registro,
higienização e acondicionamento. A seguir menciona-se, brevemente, cada uma
destas etapas.
A seleção determina se a foto será ou não incorporada ao acervo, se é
relevante para a coleção e se está em consonância com a missão do Memorial,
missão essa que visa reunir, organizar e preservar documentos que retratem a
história do Theatro Sete de Abril. O processo de seleção teve critérios previamente
estabelecidos pela própria bibliotecária, que privilegiou a história do Theatro Sete de
Abril. Ficando pendente a elaboração de um documento escrito que norteie essa
atividade, estabelecendo, dessa forma, as políticas de seleção do acervo.
Durante o processo de seleção foi realizado um levantamento que possibilitou
constatar se a fotografia continha identificação, se estas estavam corretas ou se
fazia-se necessário compilar mais informações por meio de pesquisas em fontes de
informação locais, como jornais, revistas, folders, programas dos espetáculos para
esclarecer as possíveis dúvidas acerca da identificação das peças.
A partir dessa constatação, Kossoy afirma:
A imagem fotográfica é, portanto, indiciária, na medida em que propicia a descoberta de “pistas de eventos não diretamente experimentáveis pelo observador”. Trata-se dos indícios existentes na imagem (iconográficos), e que, acrescidos de informações de natureza histórica, geográfica, geológica, antropológica, técnica, a carregam de sentido. Um conjunto de informações escritas e visuais que, associadas umas às outras, nos permitem datar, localizar geograficamente, identificar, recuperar enfim, micro-histórias de diferentes naturezas implícitas no documento (KOSSOY, 2007, p. 41).
51
Figura 14: Imagem do acondicionamento técnico do acervo fotográfico do Memorial Fonte: Memorial Theatro Sete de Abril
Figura 15: Imagem do acondicionamento e da identificação do acervo fotográfico do Memorial Fonte: Memorial Theatro Sete de Abril
Para Luís Pavão, “a observação e a descrição são os primeiros passos face a
uma coleção de fotografias. Queremos conhecer seu conteúdo, sua forma física, sua
temática, quantidade e carências” (PAVÃO,1997, p. 259).
52
O registro e a descrição do acervo fotográfico do Memorial Theatro Sete de
Abril estavam sendo realizados no ano de 2008 e teve como instrumento de registro
uma planilha que foi elaborada utilizando o programa BrOffice.org Calc, justificando
seu uso por se tratar de um aplicativo gratuito, de fácil manuseio pela pesquisadora
e por este atender as urgências da época, até que se realizasse um estudo científico
– como o caso desta dissertação, para identificar qual software para gerenciamento
de acervos seria adotado, respondendo as necessidades deste acervo.
O registro é a “atribuição de um número a cada espécie fotográfica por
questões de segurança, de inventário e de organização espacial” (PAVÃO, 1997,
p.271). A planilha de registro e descrição do acervo fotográfico é constituída por
todos os campos necessários para sua identificação: legenda, autoria, data,
descrição física, descritores, notas, procedência e número de registro, o que permite
quantificar o acervo. Contemplar, na planilha de registro e descrição do acervo
fotográfico, todas as informações relevantes para sua identificação e recuperação
evita que ocorra retrabalho no momento de alimentar a base de dados quando o
acervo for informatizado, possibilitando migrar para o programa escolhido para o
processo de informatização todas as informações anteriormente compiladas e
registradas na planilha de registro (fig. 16).
Figura 16: Planilha de registro do acervo fotográfico Fonte: Memorial Theatro Sete de Abril
53
Para fins de organização física do acervo, adotou-se o sistema de localização
fixa; os documentos são identificados e localizados a partir de um código
alfanumérico atribuído a cada peça do acervo fotográfico. A referida notação
constitui-se do código estabelecido para o tipo de documento acrescido do número
de registro. Cada espécie fotográfica é devidamente identificada para que sua
localização ocorra de forma eficiente e a devolução ao local de guarda seja realizada
de forma ágil sem riscos de danos ou extravios. Ter conhecimento do tamanho do
acervo é fundamental para o planejamento de armazenamento e para boa utilização
do espaço físico.
O acervo fotográfico do Memorial Theatro Sete de Abril é constituído por cinco
mil oitocentos e oitenta e quatro (5884) fotografias, sendo quatro mil cento e setenta
e sete (4177) fotografias coloridas e mil cento e sete (1707) fotografias p&b. Até o
final do ano de 2008 foram registradas oitocentos e treze (813) fotografias p&b e
setecentos e sessenta e duas (762) fotografias coloridas. No momento do registro,
cada peça do acervo fotográfico é submetida a diagnóstico para identificar seu
processo de produção, formato e, principalmente, avaliar o estado de conservação
dos documentos fotográficos, constatando ou não a existência de peças em
processo de deterioração. Durante a etapa de tratamento técnico de parte das
fotografias que compõem o acervo do Memorial, já foi possível observar que
algumas peças apresentam processo de deterioração.
As fotografias apresentam em suas imagens amarelecimento, esmaecimento,
espelhamento e manchas amareladas e marrons, que são deteriorações. Esse tipo
de processo é irreversível, mas adotando as medidas adequadas de conservação e
preservação, o processo de deterioração pode ser desacelerado e, dessa forma,
prolongar o tempo de vida útil das fotografias.
Diversos fatores contribuem para que um acervo fotográfico entre em
processo de deterioração, tais como: ausência de controle de índices ideais de
umidade relativa e ausência de controle de temperatura, luz e poluentes
atmosféricos no espaço destinado a guarda e o aparecimento e a ação de insetos e
microrganismos. Além disso, há desconhecimento quanto ao correto manuseio dos
documentos fotográficos e o uso de materiais inadequados para seu
acondicionamento e armazenagem.
54
Spinelli alerta que:
os métodos técnicos científicos que integram o universo interdisciplinar da conservação, não podem estancar um processo de deterioração já instalado, porém podem quando adotados com rigor acarretarem o desaceleramento do ritmo deste processo, gerando então fatores de estabilização necessários ao prolongamento da vida útil dos documentos (SPINELLI, 1998, p.60).
Luís Pavão (1997), em seu livro “Conservação de coleções de fotografias”,
recomenda para arquivos de fotografias umidade relativa (UR) de 35%, com
flutuações inferiores a 5%; temperatura de 18°C, com flutuações inferiores a 1°C; e
filtragem de ar. A umidade é a causadora dos maiores estragos. UR superior a 50%
leva a amarelecimento, espelhamento e fragilização do papel, amolecimento e
adesão da gelatina às embalagens. As oscilações de UR são os grandes
responsáveis pelos processos de deterioração ocorridos em fotografias, provocam
desprendimento de emulsões, rachaduras, encurvamentos e contribuem para o
surgimento de fungos.
A variedade de agentes biológicos, presentes no local de guarda e que podem
danificar as fotografias, abrange desde simples fungos, insetos e até roedores. A
natureza orgânica dos materiais aglutinantes e dos suportes em papel fornece
nutrientes suficientes para permitir que esses organismos vivos se desenvolvam
quando encontram condições ideais.
O controle da temperatura no ambiente de guarda do acervo fotográfico é
muito importante para sua conservação e prevenção ao processo de deterioração.
Estabelecer o recomendado acima, como índices aceitáveis de temperatura e de
umidade relativa do ar - UR no ambiente em que está armazenado o acervo
proporcionará o não surgimento de agentes nocivos ao acervo, medidas que podem
evitar ou estabilizar o processo de deterioração das peças. Medidas estas de
preservação e conservação importantes, mas que, por questões orçamentárias, não
foram adotadas no Memorial Theatro Sete de Abril.
Um grande inimigo da fotografia é a luz. Submeter fotografias à exposição
prolongada em ambientes com iluminação inadequada ou diretamente à luz do sol
compromete a integridade física dos documentos e contribui para o processo de
deterioração. A bibliografia especializada em preservação e conservação de acervos
fotográficos aconselha as instituições a realizarem um planejamento cuidadoso no
55
tocante à realização de exposições que irão utilizar material fotográfico. É preciso
evitar expor fotografias por períodos longos. Evitar também expor peças produzidas
por processos fotográficos mais antigos, optando por reproduções de boa qualidade,
e utilizar iluminação com no máximo 100 luz. A exposição permanente ou por
períodos longos de materiais originais não é apropriada.
Dentro do processo de organização do acervo fotográfico do Memorial, as
fotografias durante o ano de 2007, passaram pelo processo de higienização,
remoção de adesivos, clipes e sujidades superficiais. Sendo realizada somente a
higienização mecânica, que consiste na utilização de pincel macio para fazer a
limpeza da imagem e do suporte.
Nos Cadernos Técnicos publicados pela Fundação Nacional de Arte –
FUNARTE, as autoras Sandra Baruki e Nazareth Coury (2004) fazem as seguintes
recomendações para acondicionamento e armazenagem de acervos fotográficos:
utilizar, para a confecção do invólucro primário, papel com pH neutro ou próximo do
neutro, isentos de lignina e sem corantes. Para a confecção de embalagens,
também há a recomendação da escolha por cartões específicos para conservação e
com referência de pH neutro. O sistema de armazenagem é muito importante e
também exige alguns cuidados. Pode-se optar por acondicionamento vertical ou
horizontal do acervo fotográfico. O acondicionamento vertical pode ser feito em
arquivos de aço para pastas suspensas e é recomendado para guarda de fotografias
de pequeno porte (10x15; 12x18 e 20x25).
O acondicionamento horizontal é feito em mapotecas, estantes e armários,
que podem ser utilizados para a guarda de fotografias de grande porte. O mobiliário
utilizado para guarda do material fotográfico deve ser preferencialmente
confeccionado em aço, pintado com esmalte sintético polimerizado em estufa e com
tratamento prévio por fosfatização contra oxidação.
As fotografias que compõem o acervo fotográfico do Memorial Theatro Sete
de Abril estão sendo acondicionadas, individualmente, em invólucros (fôlderes) de
papel alcalino de baixa gramatura, inseridas em envelopes que reúnem, no máximo,
dez fôlderes padronizando as embalagens e identificação e, posteriormente
guardadas em caixas de polionda. As caixas são armazenadas em estantes de aço.
Tendo em vista o que foi apresentado acerca de conservação e preservação
56
de acervos fotográficos, é possível admitir que medidas de monitoramento e
prevenção em locais de guarda podem assegurar o prolongamento da vida útil
desses materiais.
A partir do trabalho de conservação (higienização e acondicionamento) e
organização informacional (processos de seleção, diagnóstico, registro e pesquisa),
as imagens pertencentes ao acervo fotográfico do Memorial Sete de Abril
consolidam-se como suportes de informação, podendo ser utilizadas como
documentos/fontes de pesquisa nas mais diferentes áreas do conhecimento. A
finalidade de preservar esses bens como patrimônio da comunidade pelotense
também está interligada com a consolidação desses bens como documento/ fonte
de pesquisa e de comunicação. Com isso, “[...] vale repetir que os objetos só se
tornam documentos quando são interrogados de diversas formas, e que todos os
objetos produzidos pelo homem apresentam informações intrínsecas e extrínsecas a
serem identificadas” (CÂNDIDO, 2006, p. 35). Portanto, é através desse
processamento técnico e do trabalho de pesquisa que esses objetos se tornam
documentos. É importante ressaltar que é por meio do trabalho de pesquisa que é
realizado pelos pesquisadores em acervos das instituições que esses artefatos
consolidam-se cada vez mais como documentos, adquirindo novas abordagens e
novos contextos.
A salvaguarda dos acervos fotográficos, desse suporte de informação
reveladora, instrutiva e evocadora, confere à fotografia o status de documento que
se transforma em fonte de informação e objeto de pesquisa científica, contribuindo
para a produção do conhecimento. O ideal é que instituições responsáveis pela
guarda de acervos tenham locais de armazenamento climatizados, que possuam
equipamentos para manter a temperatura e umidade relativa do ar dentro dos
padrões recomendados para a salvaguarda dos documentos. É importante também
que os equipamentos de climatização sejam equipados com sistemas de filtros para
controlar e/ou diminuir a incidência de poluentes atmosféricos, muitas vezes
presentes no ambiente de guarda do acervo e que são nocivos às fotografias.
57
4 Organização da informação com auxílio da informatização no tratamento de
acervos
Este capítulo aborda o conceito de informação e os processos
organizacionais a partir deste conceito, também tratará dos processos utilizados
para recuperação da informação, como por exemplo, os processos de Catalogação
e Indexação. Foram pesquisados diversos softwares com licença de uso livre ou
proprietário, entendendo-os como instrumentos de organização da informação com
ênfase em acervos fotográficos. Alguns dos autores trabalhados foram Frederic
Lancaster (1993), Maria da Graça Fujita (2004), Maria Luiza de Almeida Campos
(2001), Madalena Naves (2007) e Yves-François Le Coadic (2004).
4.1 Informação e o processo de organização
O conceito de informação durante muito tempo foi marcado como um conceito
ambíguo, por possuir uma inter-relação com diferentes áreas do conhecimento, e
acabava não conseguindo se consolidar como ciência específica, estando sempre
associado com outras áreas. Segundo Le Coadic (2004), a informação pode ser
considerada uma medida de organização de um sistema, este podendo ser de
qualquer âmbito científico. Mas, de acordo com o autor, é importante reconhecê-la
como um conhecimento inscrito em diferentes formas e suportes.
A informação encontra-se intrínseca nos documentos, ou seja, nos artefatos
que carregam consigo diversos tipos de elementos que, por meio do processamento
técnico, são reunidos, canalizados, tratados, selecionados, difundidos, armazenados
e recuperados, facilitando o acesso à informação para a sociedade através de
diferentes meios. Guinchat e Menou (1994, p.41) definem documento como “um
objeto que fornece um dado ou uma informação. É o suporte material do saber e da
memória da humanidade”.
Ao se solidificar como Ciência da Informação, adquire novos conceitos e se
consolida como uma ciência social que tem por objeto “o estudo das propriedades
gerais da informação (natureza, gênese e efeitos) e a análise de seus processos de
construção, comunicação e uso” (LE COADIC, 2004, p. 25).
Durante a década de 1960, começam a surgir discussões acerca do esforço
58
dos teóricos da área em constituir uma definição conceitual. Uma das primeiras
definições seria a que Santos apresenta:
Ciência da Informação é a ciência que investiga as propriedades e comportamento da informação, as forças que regem o fluxo da informação e os meios de processamento da informação para uma acessibilidade e usabilidade ótimas. Os processos incluem a origem, coleta, organização, recuperação, interpretação e uso da informação. O campo deriva de ou relaciona-se com a matemática, a lógica, a linguística, a psicologia, a tecnologia da computação, a pesquisa operacional, as artes gráficas, a comunicação, a biblioteconomia, a administração e alguns outros campos (SANTOS apud RAMOS, 2008, p. 31).
Na década de 1980, alguns autores trouxeram novas perspectivas para a
área, inserindo novas características e dimensões, como Le Coadic e Saracevic:
A ciência da informação, com a preocupação de esclarecer um problema social concreto, o da informação, e voltada para o ser social que procura informação, coloca-se no campo das ciências sociais (das ciências do homem e da sociedade), que são o meio principal de acesso a uma compreensão do social e do cultural (LE COADIC apud RAMOS, 2008, p. 32). A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO é um campo dedicado às questões científicas e à prática profissional voltadas para os problemas da efetiva comunicação do conhecimento e de seus registros entre os seres humanos, no contexto social, institucional ou individual do uso e das necessidades de informação. No tratamento destas questões são consideradas de particular interesse as vantagens das modernas tecnologias informacionais (SARACEVIC apud RAMOS, 2008, p. 33).
Também, a partir da segunda metade do século XX, período do pós-guerra, a
sociedade passa a presenciar uma verdadeira revolução social, marcada pela
informação sendo produzida e transmitida em larga escala devido aos grandes
avanços científicos e tecnológicos. A ciência da informação associada ao
conhecimento e aos meios de comunicação transformou-se em umas das principais
fontes de poder do século XX.
Ramos faz a importante consideração:
[...] as sociedades avançadas vivem desde os anos 50 do século passado, um processo de modificação estrutural que atinge todas as instâncias sociais, desde o mundo do trabalho e das corporações até o campo da cultura e a pequena célula familiar. De um lado, as tecnologias de informação e comunicação (TICs) penetram o cotidiano das pessoas de tal modo, que, hoje, até mesmo em países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, o uso do computador e da internet em ambiente doméstico e
59
escolar cresce a cada ano, expandindo-se o acesso às informações mais variadas e a novos modos de comunicar-se (RAMOS, 2008, p. 24).
Por meio das tecnologias da informação e comunicação (TICs) é possível a
disseminação e a troca de informações em escala global, inclusive em tempo real. A
informação é capaz de alterar a relação com a realidade social, promovendo a
mediação entre os indivíduos e os fatos sociais que acontecem no mundo.
O fenômeno da globalização configura-se como uma grande possibilidade do
desenvolvimento e da disseminação da informação, o que gera fatores positivos e
fatores negativos, afinal é responsável por alterar e influenciar comportamentos,
padrões de comunicação e processos produtivos em diferentes áreas científicas.
Segundo Marteleto:
[...] a informação, enquanto (sic) objeto produzido socialmente, e hoje
submetido às determinações de mercado possui aspectos tanto de objeto
técnico (formatação, tratamento e recuperação automáticos), quanto de
objeto cultural (conhecimento). Pela maneira como é produzida e veiculada,
a informação tem propriedades tanto de um bem de produção (aumento da
produtividade, do lucro), quanto de um bem cultural (veiculação do
conhecimento) (MARTELETO apud RAMOS, 2008, p. 25).
A contemporaneidade nos apresenta um volume muito grande de informação,
todos os dias somos surpreendidos por novos sites na Web, periódicos eletrônicos,
livros editados e tantas outras informações nos mais variados suportes. Organizar
esse estoque documental é primordial para que se possa recuperar as informações
contidas nesses documentos. Os processos de organização de documentos com
conteúdo informacional são descritos neste trabalho; porém, concentrando-se mais
no documento fotográfico, que é tipo de documento que compõe o acervo estudado
em tela.
4.2 Catalogação: a importância deste processo para a recuperação da informação
Encontrar a informação desejada é o objetivo de quem realiza buscas em um
acervo com o intuito de encontrar as respostas a suas perguntas e ter suas
necessidades informacionais satisfeitas. Portanto, para que essa tarefa tenha
resultados com êxito, se faz necessário que o profissional responsável pelo
60
processamento técnico do acervo realize alguns procedimentos e faça uso de alguns
instrumentos que possibilitem resultados positivos para as questões que envolvem a
recuperação da informação, com processos e produtos que encaminhem os
usuários ao encontro das informações necessárias.
Le Coadic afirma que:
O conhecimento da necessidade de informação permite compreender por que as pessoas se envolvem num processo de busca de informação. Exigência oriunda da vida social, exigência de saber, de comunicação, a necessidade de informação se diferencia das necessidades físicas que se originam de exigências resultantes da natureza, como dormir, comer, etc. (LE COADIC, 2004, p.38).
A representação descritiva ou mais comumente denominada catalogação é o
processo que descreve os dados necessários para representar os documentos que
compõem determinado acervo. Conforme o dicionário Aurélio, representar significa
estar em lugar de; substituir. (FERREIRA, 2004). São essas informações que
possibilitam aos usuários rejeitar ou não os documentos recuperados através da
busca e que podem atender a suas necessidades de informação.
De acordo com Mey (1998), em um passado não muito distante, a
catalogação era vista como uma técnica de elaborar catálogos, ou técnica que
listava itens. Organizar o acervo e criar instrumentos que facilitem o acesso à
informação desejada não é tarefa atual, a história dos livros e das bibliotecas podem
confirmar tal afirmativa. Considera-se que tenha sido fundada no século III a.C., no
Egito, a biblioteca de Alexandria, e que essa instituição tenha armazenado mais de
400.000 rolos de papiro14. A biblioteca contava com o trabalho cuidadoso de
Calímaco para a organização do acervo. Erudito, poeta e bibliotecário, desenvolveu
o mais primitivo instrumento de acesso à informação denominado pinakoi15.
Calímaco organizou o acervo (rolos de papiros) dentro dos grandes assuntos, de
acordo com a classificação aristotélica do conhecimento16, listando-os nas
14 Material semelhante ao papel, extraído de planta homônima. Sua origem se encontra na Antiguidade egípcia e foi usado em grande escala até o século XV. CUNHA, Murilo Bastos; CAVALCANTI, Cordélia. Dicionário de Biblioteconomia e Arquivologia. Brasília: Briquet de Lemos, 2008.
15 Palavra grega que significa mesas ou tábuas.
16 [...] primeiro intelectual a não apenas se preocupar com dividir em áreas (classificar) o saber
(a ciência de então), mas até mesmo a iniciar a organização dos hoje denominados suportes físicos da informação, os documentos em suas então pouco variadas formas de apresentação: os pergaminhos, os papiros, as tabuletas enceradas, enfim, as mídia da época. SILVA, Odilon Pereira
61
respectivas pinakoi, instrumento sofisticado para a época, que ordenava os
documentos por assunto e autor, contendo também nota biográfica, tornando-se
assim o primeiro catálogo para organização e acesso à informação.
O que torna a catalogação diferente de uma simples lista de itens é a sua
capacidade de representação de um item, tanto da forma física como de conteúdo,
individualizando-os na coleção, tornando-os únicos. Sendo assim, catalogação é
definida por Mey como:
o estudo, preparação e organização de mensagens, com base em registros do conhecimento, reais ou ciberespaciais, existentes ou passíveis de inclusão em um ou vários acervos, de forma a permitir a interseção entre as mensagens contidas nestes registros do conhecimento e as mensagens internas dos usuários. (MEY, 2008, p.7).
O processo de catalogação possibilita a representação descritiva de
documentos de toda tipologia, desde folhetos, passando por livros, imagens e
fotografias com informações como: autor, local, data, edição, casa publicadora ou
distribuidora, descrição física e outras informações, sendo essa atividade guiada
pelo Anglo-American Cataloging Rules, 2nd edition – AACR2 . Este código contém
regras para nortear o processo de representação descritiva dos documentos,
denominada catalogação; sendo publicado pela primeira vez em 1967 em conjunto
com a ALA, Canadian Library Association e Library Association (Inglaterra). Em
1969, foi editada no Brasil a tradução para o português da versão americana com o
título de Código de Catalogação Anglo Americano (MEY, 1998).
A catalogação atualmente é um dos módulos mais importantes de um
programa para gerenciar acervos, dotado de recursos que permite a troca de
registros com outras bases de dados graças a formatos padrões e aos protocolos de
transferência, como o protocolo Z 39.50, utilizados para recuperação de dados em
outras bases de instituições distintas.
Rosseto ressalta que:
O Z39. 50 é um protocolo de comunicação entre computadores desenhados para permitir pesquisa e recuperação de informação - documentos com textos completos, dados bibliográficos, imagens, multimeios e em redes de computadores distribuídos. Baseado em arquitetura cliente/servidor e operando sobre a rede Internet, o protocolo permite um número crescente de aplicações. (ROSETTO, 1997, p. 3)
da. CDD Classificação Decimal de Dewey: manual teórico-prático, [sd], p.5
62
Ainda neste contexto, cria-se na década de 1969 o projeto MARC (Machine
Readable Cataloging) na US Library of Congress como um formato padrão para a
inserção de dados em bases de dados, o qual permite que informações referentes
ao mesmo documento sejam trocadas entre instituições, ampliando e
potencializando o acesso à informação através da interoperabilidade que esses
formatos e protocolos permitem, evitando que atividades sejam refeitas e, por
conseguinte, abreviando o trabalho de catalogação para os profissionais
responsáveis por essa atividade, bem como reduzindo custos financeiros para a
instituição.
Na concepção de Dziekaniak, interoperabilidade pode ser assim definida:
O conceito de interoperabilidade está relacionado com a troca e compartilhamento de informações, oportunizando que bases de dados de diferentes instituições troquem dados, gerando assim a disseminação da informação de maneira ágil e eficaz, objetivo de todo sistema de informação (DZIEKANIAK, 2008, p.4).
A importação e a exportação de registros catalográficos, possibilitadas por
formatos como o MARC, é a demonstração clara de que a catalogação tradicional se
ajustou a novas tecnologias, contribuindo para a otimização de tarefas concernentes
ao processamento técnico dos documentos pertencentes a determinado acervo.
Segundo Rowley (2002, p.320), “as principais características de um módulo
de catalogação são: entrada de dados, importação e controle de autoridade”.
Em se tratando de ambientes informatizados, a armazenagem dos dados
representativos dos documentos, no que diz respeito ao seu aspecto físico, tem na
catalogação, responsável pela representação descritiva dos documentos, o
procedimento que dá lugar à entrada dos dados na base, atividade balizada por
regras contidas no código de catalogação para a sua realização. A uniformidade
desses dados pelo código de catalogação e formatos como o Marc permite que
dados de outras bases sejam importados, o que otimiza o trabalho do catalogador e
evita o retrabalho, ou seja, que a mesma atividade seja repetida por outro
profissional e possibilita a catalogação cooperativa. Por sua vez o controle de
autoridade também vai proporcionar a uniformidade dos nomes pessoais dos
responsáveis intelectuais dos documentos na base de dados. A Biblioteca Nacional e
a Library of Congress disponibilizam seus catálogos de autoridades na Web para
serem utilizados por outras instituições de forma gratuita.
63
4.3 Indexação: recuperando a informação
As instituições de memória não possuem somente a função de reunir, guardar
e preservar os acervos referentes às suas atividades realizadas ao longo de sua
existência. Os documentos que integram os acervos dessas instituições contêm
informações que podem atender aos interesses informacionais de diversas áreas do
conhecimento.
A recuperação da informação desejada durante a realização de
procedimentos de busca em acervos documentais está condicionada ao tratamento
técnico dispensado a esses documentos. O processo de indexação é operação
central na organização e recuperação da informação. Segundo Fujita (2004, p.140),
indexação é “uma combinação metodológica altamente estratégica entre o
tratamento do conteúdo dos documentos e sua recuperação por um usuário”.
Navarro (1988, p.48) conceitua indexação como sendo “o ato de traduzir o conteúdo
de um documento em palavras que torne possível sua recuperação”.
A indexação é o processo que vai influenciar diretamente na recuperação da
informação, nas estratégias de buscas em um sistema de informação, procurando
assegurar ao usuário que encontre documentos que venham atender de forma
positiva a sua necessidade de informação. Esse processo pode ser automático ou
manual.
A indexação automática é realizada por máquinas, é o processo de indexação
realizado por programas de computador encarregados de identificar nos documentos
o assunto de que se trata e seu conteúdo temático. O programa faz a busca dos
conceitos no título, no resumo do documento ou no texto completo. É uma
indexação por extração, Vieira (1988, p.145) afirma que indexação automática
“refere-se à operação que identifica palavras ou expressões significativas dos
documentos para descrever seu conteúdo de forma condensada por meio de
programas de computador”. Atualmente, esse processo é muito utilizado pelos
mecanismos de pesquisas como o Google e o Yahoo que, em virtude do grande
volume de informações que manipulam, torna inviável o trabalho de indexação por
humanos.
A indexação manual é realizada por profissionais da área da Ciência da
Informação; portanto, também denominada indexação intelectual ou humana. Esse
64
tipo de indexação tem por base a interpretação e o julgamento do conteúdo
informacional dos documentos por parte do indexador para a determinação do
assunto em função de seus usuários.
A indexação documental realizada manualmente envolve duas etapas
principais:
1. Análise conceitual;
2. Tradução.
A análise conceitual é a análise do documento através de uma leitura técnica,
uma leitura realizada em suas estruturas lógicas, por exemplo, sumário, introdução,
legenda de gráficos ou demais ilustrações e a conclusão, com a finalidade de
identificar o conteúdo temático do documento, de que ele trata, qual seu assunto.
Essa etapa do processo de indexação permite a compreensão do conteúdo
informacional do documento e a identificação e a seleção de conceitos para
representar os elementos indicativos desse conteúdo. Para Lancaster (1993, p.8),
“análise conceitual, portanto, significa nada mais do que a identificação dos tópicos
estudados num documento”. A atribuição de conceitos, representativos do conteúdo
temático do documento, deve ser balizada pelo grau de interesse que esse conceito
representa no tocante às necessidades informacionais dos usuários do sistema de
informação, haja vista que a realização do processo de indexação tem como objetivo
a recuperação e a disseminação das informações contidas nos documentos.
Fujita tem a seguinte reflexão para análise conceitual e conteúdo temático dos
documentos:
[…] tematicidade sempre será o conteúdo relevante do documento, no entanto, algumas variáveis como os interesses informacionais dos usuários do sistema irão influenciar na determinação desse conteúdo, entre outras. Portanto, a escolha do tema de um documento sempre estará relacionada com os interesses de tais usuários, independente da quantidade de informações referentes ao tema selecionado. (FUJITA, 2004, p. 150)
A etapa de tradução no processo de indexação é a conversão dos termos
atribuídos aos documentos ou extraídos deles para uma linguagem de indexação.
Essas linguagens podem ser livres ou controladas.
A linguagem de indexação livre é também denominada de linguagem natural.
Conceitua-se linguagem natural a linguagem utilizada na fala, que usamos para nos
comunicar, como também a linguagem utilizada na escrita para redigir textos.
Linguagem controlada são linguagens construídas para padronizar os conceitos
65
atribuídos e selecionados para representar de forma mais efetiva o assunto dos
documentos. Rivier (1992, p.63) as define como: “são linguagens artificiais,
construídas a partir de um conjunto de regras, que serão utilizadas para representar
resumidamente o conteúdo de um documento”. São exemplos de linguagens
documentárias os Sistemas de Classificação como a Classificação Decimal de
Dewey (CDD) e a Classificação Decimal Universal (CDU) e os Tesauros,
instrumentos utilizados para efetuar o controle do vocabulário.
Nos sistemas de informação, que possuem seus procedimentos
informatizados, e no processo de indexação, o instrumento de controle de
vocabulário mais utilizado são os tesauros. Linguagem de estrutura combinatória,
conjunto controlado de termos apresentando relações hierárquicas e de
equivalência. Possibilita o controle de termos sinônimos, palavras homógrafas e
polissêmicas.
A uniformidade dos termos utilizados para representar o conteúdo
informacional dos documentos, a partir do controle do vocabulário, contribui para
que a recuperação da informação seja realizada de modo satisfatório no processo
de busca por parte dos usuários. O processo de indexação dos documentos de
instituições específicas tem que estar voltado para as necessidades informacionais
de seus usuários.
No caso específico dos acervos fotográficos, ao serem tratados tecnicamente
também passam pela etapa de indexação. A indexação de imagens tornou-se
procedimento importante no que se refere à recuperação de informações contidas
nos documentos imagéticos. A exemplo de Miriam Manini (2002) e Johanna Smit
(1989), outros estudiosos e pesquisadores da área da Ciência da Informação têm
realizado importantes estudos a respeito dos documentos imagéticos.
A indexação de documentos fotográficos requer uma abordagem específica
no tocante à identificação do assunto, do seu conteúdo informacional. A leitura e a
análise das imagens necessitam de regras que possibilitem extrair conceitos que
deem conta de expressar questões como: o que é? Quem? Onde? Como?
Entendendo que a imagem é o registro DE - algo, alguém, algum lugar, de
acordo com Shatford (1986), para responder a estas questões atribui-se palavras-
chave (descritores). O que está retratado nas fotografias estará nas palavras-chave,
a representação do tema das imagens, o assunto desses documentos. Esse
processo difere da indexação de documentos escritos que, pela linearidade do texto
66
permite, através da leitura técnica, que o assunto seja identificado de modo mais
objetivo.
A análise conceitual, primeira etapa do processo de indexação, quando
realizada em documentos fotográficos, além de identificar o assunto de que trata,
extrai a informação sobre o que é, onde e quando é, o que está retratado, e precisa
também identificar e mencionar o que Johanna Smitt denomina de Dimensão
Expressiva da imagem.
Smit apud Manini ressalta que:
a Análise Documentária de documentos escritos não podem ser meramente transpostos para a Análise Documentária de Fotografias pelo simples fato do estatuto da imagem fotográfica ser diferente do texto escrito e que, além do conteúdo informacional, a Dimensão Expressiva da fotografia deve ser levada em consideração. Dimensão Expressiva é, por assim dizer, a parte da imagem fotográfica dada pela técnica: é a “aparência física” através da qual a fotografia expressa seu conteúdo informacional, é a extensão significativa da fotografia manifesta pela forma como a imagem se apresenta (revelada pela técnica). (MANINI, 2OO2, p.49).
A leitura da imagem vai além do processo que identifica o tema do registro
fotográfico, informações que não estão explicitas, mas que fazem parte da produção
do objeto e precisam ser resgatadas. A técnica fotográfica utilizada e o suporte onde
a imagem foi fixada são informações relevantes que podem suscitar pesquisas em
diversas áreas do conhecimento e para atender aos mais variados interesses.
Shatford (1986) estabelece que uma imagem pode ser genericamente de
alguma coisa, especificamente de alguma coisa e sobre alguma coisa, o que o autor
denominou como “DE Genérico, DE Específico e Sobre”, conforme exposto no
quadro 1. Smit (1989), com base nas categorias de Shatford (1986), propõe um
sistema de análise fotográfica, conforme representação a seguir,; Manini (2002)
acrescentou ao sistema de análise de Shatford (1986) a Dimensão Expressiva de
Smit (1986), desenvolvendo uma grade que amplia as categorias do sistema de
análise da imagem fotográfica, demonstrado nas figura 17 e 18.
67
DE
Categorias Genérico Específico Sobre
O que/ quem
Onde
Quando
Como
Figura 17: Grade Smit Fonte: Smitt (1989)
Conteúdo Informacional
Dimensão Expressiva
DE Sobre
Categoria Genérico Específico
O que / quem
Onde
Quando
Como
Figura 18: Grade adaptada por Manini (2002) Fonte: Manini (2002)
As grades apresentadas anteriormente propõem um sistema de análise da
imagem fotográfica com capacidade para extrair informações importantes que
possibilitam identificar o conteúdo informacional do documento fotográfico.
Com base na grade adaptada de Manini (2002), é apresentado um exemplo
de análise e indexação de imagem fotográfica.
68
Figura 19 - O poderoso vilão no país dos caixotes Fonte: Memorial Theatro Sete de Abril
Conteúdo Informacional
Dimensão Expressiva
DE
Sobre
Categorias Genérico Específico
Plano geral
O que / quem
Homens Mulheres Caixotes
Alberto D'avila Coelho; André Porto Macedo; Irene Crestani; Maria de Fátima Faccio Atores da peça “O poderoso vilão no país dos caixotes” Grupo E A de Teatro
Onde Palco - Theatro
Sete de Abril - Pelotas
Quando 03/09/1989 – 5º FTP
Como Atores vestidos
de crianças em cima de caixotes
Figura 20: Grade contendo a análise da figura 17 (fotografia) Fonte: a autora
69
As palavras-chave extraídas da imagem fotográfica a partir das categorias
propostas na grade de Manini (2002) são: homens; mulheres; caixotes.
Palavras-chave baseadas no programa do 5º Festival de Teatro de Pelotas:
atores; Alberto D'avial Coelho; André Porto Macedo; Irene Crestani; Maria de Fátima
Faccio; O poderoso vilão no país dos caixotes.
Palavras-chave com base na Dimensão Expressiva da imagem: plano geral17.
Tal informação auxilia o usuário na identificação do tipo de técnica de captura de
imagem utilizada nas fotografias.
O processo de indexação de imagens fotográficas caracteriza-se na
transposição do visual para o verbal e compete ao profissional indexador ter
conhecimento do conteúdo do documento que está analisando, como também
conhecer as características dos usuários e suas necessidades informacionais.
Representa importante contribuição para a análise dos documentos
imagéticos as conceituações de Panofsky (1991) que, a partir da iconografia18 e da
iconologia19, estabelece o nível pré-iconográfico, iconográfico e iconológico, utilizado
pelo autor para a análise de obras de arte. Sobre os níveis pré-iconográfico;
iconográfico e iconológico, Manini apresenta a seguinte reflexão:
O nível Pré-Iconográfico é o lugar do tema natural ou primário (fatual e expressivo) da obra. Uma descrição pré-iconográfica permite a enumeração dos motivos artísticos do mundo das formas puras, portadoras de significados primários ou naturais (Panofsky, 1991, p. 50). Para o caso que nos interessa, a análise pré-iconográfica de uma fotografia conduziria à descrição dos elementos constitutivos da imagem, o referente da imagem. O nível Iconográfico remete ao tema secundário ou convencional representado na obra: é o lugar em que se liga o motivo artístico (o tema primário ou natural) a assuntos específicos e conceitos manifestos. Este nível de análise depende diretamente do anterior, já que o reconhecimento de assuntos e conceitos pressupõe que se tenha identificado corretamente os motivos primários (Panofsky, 1991, p. 50-51). A análise iconográfica de uma imagem fotográfica remete ao reconhecimento de um significado atribuível ao referente (ou motivo fotografado). O nível Iconológico é o lugar dos valores simbólicos, pois remete a significados intrínsecos ou a conteúdos somente detectáveis e/ou
17
Plano geral vem a ser um tipo de técnica de produção de imagem. Outros tipos de técnicas são: plano médio, close. O uso de plano geral no quadro 3 corresponde à técnica na fotografia exposta na figura 18.
18 Iconografia: ramo da História da Arte que se preocupa com o tema ou a mensagem contida nas obras de arte, em oposição à sua forma; pode ser considerada uma descrição analítica de imagens (Panofsky apud Manini, 2002).
19 Iconologia: ramo da História da Arte que se preocupa com a descoberta e a interpretação dos valores simbólicos; é uma iconografia interpretativa que trabalha mais com a síntese (Panofsky apud Manini, 2002).
70
observáveis cultural, social, filosófica ou ideologicamente. Ao contrário do nível pré-iconográfico, é onde o autor da imagem mais se afasta do leitor, pois o que desperta neste último é incalculável e inesperado; não é impossível, contudo, que haja perfeita sintonia entre a criatividade do emissor e a imaginação do receptor (MANINI, 2002, p.54).
A indexação de documentos fotográficos, realizada utilizando as categorias de
Smitt adaptadas de Shatford (1986) e os conceitos de Panofsky (1991), permite
identificar e extrair descritores ou palavras-chave representativos do conteúdo
informacional desses documentos. Em se tratando de ambientes informatizados, a
criação de uma base de dados vai permitir a recuperação dos documentos
imagéticos por meio dos mais variados campos contendo informações de assunto,
representação descritiva e processo fotográfico utilizado para a produção da
imagem.
O processo de indexação, responsável por identificar, extrair e representar o
conteúdo informacional dos documentos, confere a essa atividade primordial
importância no tocante à recuperação da informação. A eficiência na realização
dessas tarefas é que vai assegurar o sucesso da busca pela informação desejada.
A base de dados e o vocabulário do sistema (vocabulário controlado) são o
elo entre o sistema e as necessidades informacionais do usuário. Entendendo
vocabulário controlado, segundo Currás (1995) como uma lista de termos com
objetivo de identificar os assuntos abordados em um documento com detalhes
suficientes para possibilitar sua rápida recuperação.
A busca bem-sucedida em um acervo de memória recupera muito mais do
que a imagem procurada, localiza além do suporte de informação. O acervo
fotográfico de um espaço de memória guarda momentos que estão congelados e
que simbolizam uma trajetória de cenas, atos e atores. Imagens carregadas de
significados que registram uma trajetória de luz e silêncio, de sombra e cores.
4.4 Softwares como instrumento de organização da informação
As primeiras experiências de informatização de bibliotecas tiveram inicio na
década de 1960, utilizando computadores de grande porte para a realização de
tarefas pertinentes ao gerenciamento de acervos dessas unidades de informação.
A partir da década de 1980 surge no Brasil iniciativas no uso de tecnologias
para gerir a informação no âmbito da Biblioteconomia, como é o caso dos softwares
71
para tratamento técnico de acervos. Aplicativos foram e são desenvolvidos
especificamente para o gerenciamento de acervos, proporcionando aos profissionais
responsáveis pelo tratamento técnico de coleções oportunizando maior agilidade em
seu trabalho.
Centros de documentação, bibliotecas, museus e memoriais, em geral,
perceberam a necessidade de informatizar seus serviços. Neste sentido, os
softwares para gerenciamento de unidades de informação, de início, foram
desenvolvidos para auxiliar na realização de atividades essenciais no tratamento,
guarda e recuperação de documentos. Os módulos de catalogação e classificação
eram considerados os mais importantes, e logo foram sendo desenvolvidos outros
módulos possibilitando ao profissional da informação realizar de forma eficiente as
demais atividades concernentes a um centro de documentação ou outras instituições
que precisam organizar seus acervos.
Os softwares, cada vez mais sofisticados, por conta dos avanços
tecnológicos, permitem a troca de informações entre unidades e tornam possível que
as instituições se interliguem por redes, compartilhem informações e tenham
serviços padronizados. Essa padronização implica na adoção das mesmas técnicas,
padrões tecnológicos (como o MARC e o protocolo Z 39.50) pelas bibliotecas, a fim
de que estas possam compartilhar recursos.
Dentre os módulos que compõem estes softwares está o catálogo on-line de
acesso público (OPAC), aplicativo que permite a recuperação da informação, através
dos registros catalogados pelo bibliotecário no sistema de gerenciamento de acervos
de dada biblioteca.
O acesso remoto, via internet, torna os acervos abertos, com possibilidade de
consulta ampla e irrestrita aos dados bibliográficos dos acervos, oferecendo
oportunidade de contato com coleções portadoras de um estoque informacional que,
de outra forma, seria difícil ou até mesmo impossível de localizar para determinados
usuários.
Otimizar tarefas documentais e facilitar o acesso à informação são objetivos
perseguidos por instituições que têm sob sua custódia documentos informativos,
probatórios ou históricos. Investir na informatização desses acervos é empenhar-se
em obter um software para gerenciamento destas coleções que possibilite busca
rápida e recuperação efetiva das informações.
O cenário atual apresenta um leque de opções no tocante a softwares para
72
gerenciamento de acervos. É possível dividi-los em softwares proprietário, softwares
livres e softwares gratuito. O Dicionário de Informática Free Dictionaries (2002)
apresenta a seguinte definição para software proprietário:
Software proprietário ou não livre é aquele cuja cópia, redistribuição ou modificação são em alguma medida proibidos pelo seu criador ou distribuidor. A expressão foi cunhada em oposição ao conceito de software livre. Normalmente, a fim de que se possa utilizar, copiar, ter acesso ao código-fonte ou redistribuir, deve-se solicitar permissão ao proprietário, ou pagar para poder fazê-lo: será necessário, portanto, adquirir uma licença, tradicionalmente onerosa, para cada uma destas ações (FREE DICTIONARIES, 2002).
Conforme citação acima, que conceitua software proprietário, e assim é
denominado por ter sua autoria protegida por copyright. Por sua vez, ao contrário do
software proprietário o software livre é licenciado pelo copyleft, seu uso é permitido
sem restrições e possui o código-fonte aberto, o que possibilita que o programa seja
adaptado às necessidades do usuário, podendo ser customizado para o tipo de
acervo que se pretende informatizar.
O copyleft é o nome, um trocadilho com copyright, designado às licenças de propriedade intelectual (nome genérico que abrange os direitos autorais, de software [...] que permitem a qualquer pessoa usar, comercializar, copiar, ter acesso a todas as informações e modificá-las, contanto que na versão modificada, pelo menos na parte em que o original foi utilizado, também permita essas mesmas liberdades (PEREIRA, 2004).
Um software livre não precisa necessariamente ser um software gratuito.
Software gratuito é o software que não é necessário pagar licença de uso, ele pode
ser usado sem custo nenhum, mas geralmente não permite acesso ao código-fonte,
ou seja, é um programa fechado que não pode ser adaptado à realidade nem às
necessidades do usuário.
A escolha por um software livre e gratuito pode ser a melhor alternativa para
instituições que não podem investir em programas que exigem pagamentos de
licença para o uso, manutenção e atualizações. O software livre e gratuito, por
permitir acesso ao código-fonte, está sempre em desenvolvimento, sendo estudado,
sofrendo alterações e atualizações para melhor realizar suas funções e
principalmente ser compartilhado com todos que fazem uso do programa, o fator
primordial da filosofia do software livre.
Portanto,
Software livre é um conceito de extrema importância no mundo da computação. De forma básica, quando um software é livre, significa que seu
73
código-fonte está disponível para qualquer um e você pode alterá-lo para adequá-lo às suas necessidades, sem ter de pagar. Portanto, software livre é de fato gratuito, mas usar este termo somente para designar softwares sem custo é um erro grosseiro. (ALECRIM, 2003).
A gratuidade desses programas se apresenta como possibilidade de solução
para as instituições que não dispõem de recursos financeiros para investir em
tecnologias que venham tornar o processo de organização do acervo e recuperação
da informação mais eficiente. Baseado nesse pensamento,
O software gratuito (freeware), por si só, é um software que você usa sem precisar pagar. Você não tem acesso ao seu código-fonte, portanto não pode alterá-lo ou simplesmente estudá-lo, somente pode usá-lo, da forma como ele foi disponibilizado. Isso deixa claro a diferença entre software livre e um software simplesmente gratuito. (ALECRIM, 2003)
A escolha de um software envolve diferentes aspectos, como recursos
financeiros necessários para aquisição do programa, se a escolha for um software
proprietário, é necessário treinamento dos profissionais para o uso correto e o
melhor aproveitamento de todas as funções oferecidas pelo programa, já a
atualização ou a aquisição de novos equipamentos computacionais para a
hospedagem do programa são facetas que precisam ser avaliadas atentamente.
Segundo (Côrte, et al, 2002, p.35), “A escolha de um software exige,
fundamentalmente, a análise da ferramenta, seus recursos, suas potencialidades, a
capacidade do parque tecnológico institucional”.
Importante também é direcionar a escolha para softwares compatíveis com os
formatos padrões para a realização de importação ou exportação de dados e para a
inserção de dados na base, por exemplo, o formato MARC e o protocolo Z39.50,
padrões já mencionados e conceituados neste trabalho, os quais facilitam a
interoperabilidade entre sistemas de informação, otimizando o trabalho das
bibliotecas.
Informatizar os processos e as rotinas de trabalho de instituições que
possuem acervos deve perseguir e buscar atingir objetivos que não privilegiem
somente a construção de bases de dados, mas também a melhoria de serviços
oferecidos aos usuários dessas unidades. Embora o profissional que atua em
instituições informacionais conheça com autoridade todas as etapas do ciclo
documental e as necessidades informacionais dos usuários do sistema e domine
74
com facilidade o uso e o acesso à base de dados de informação documental, no
momento de definir e implementar o processo de informatização e implantar o
software escolhido é importante ter o acompanhamento de um profissional da área
de informática. As tecnologias de informação facilitam processos, mas não excluem o
conhecimento específico de cada área de formação profissional.
Atualmente a oferta de softwares, para informatização de acervos, é
constituída por um número considerável de programas que contemplam todas as
etapas dos processos técnicos dedicados aos documentos informacionais,
mecanismos de buscas eficientes e interface amigável, o que permite aos usuários
realizarem suas consultas de forma autônoma.
Para realização deste trabalho foram encontrados quarenta e um (41)
softwares para gerenciamento de acervos. Deste universo constatou-se que vinte e
seis (26) softwares são proprietários, ou seja, é necessário o pagamento de licença
para seu uso, atualizações e manutenção. Softwares livres, com código-fonte aberto,
o qual permite que seja usado, estudado, modificado e redistribuído sem restrição e
custos financeiros, tendo como licença de uso GNU Public License (GPL) foram
classificados quatorze (14) softwares e um (1) deles sendo considerado software
gratuito, porque ainda sem custos na aquisição, não pode ser modificado seu código
fonte, opção disponibilizada pelos softwares livres.
Para obtenção das informações necessárias que permitissem ter
conhecimento das funções dos softwares, foram visitados os sites disponíveis de
cada programa, dando ênfase ao módulo entrada de dados onde são realizados os
processos de catalogação e indexação, procedimentos responsáveis pela
representação descritiva e temática da informação.
Posteriormente foi realizado contato através de correspondência eletrônica,
para obter a informação se o software da empresa consultada permitia gerenciar
acervo fotográfico. A partir da resposta realizou-se a análise do material informativo
dos softwares, para conhecer suas funções e módulos. Todas as informações foram
obtidas dos sites dos desenvolvedores ou representantes dos softwares
pesquisados.
Fizeram parte da relação de softwares de gerenciamento de acervos
encontrados no mercado, os seguintes: ABCD; Ainfo; Aleph;Alexandria; Arches Lib;
75
Argonauta; Bibliobase; BiblioExpress; Bibliosys; Biblioteca Fácil; Biblium; BibLivre;
Calímaco; Caribe; Dixi; Emilda; Evergreen; Giz; Gnuteca; Greenstone; Informa;
Koha; Library; Library a La Carte; Minibiblio; Multiacervo; NewGenLib; Openbiblio;
Ortodcs; Pergamum; PHL; PMB; RM Biblios; Sábio; Scriblio; Siabi; Sophia; Sysblibi;
Thesaurus; Virtua; WebMarc 20 .
Foram prestimosos e responderam ao questionamento dezesseis das
empresas desenvolvedoras ou distribuidores / representantes dos softwares, abaixo
relacionados: Alexandria; Arches Lib; Argonauta; Biblium; Bibliosys; Caribe; Dixi;
Informa; Minibiblio; Multiacervo; Openbiblio; Sophia; Sysblibi; Thesaurus;
WebMarc.
Dentre os 15 desenvolvedores de softwares que responderam ao instrumento
de coleta de dados, 12 deles são softwares proprietários21 e afirmaram gerenciar
acervos fotográficos; os outros três afirmaram não atender as demandas de um
acervo fotográfico, o que dispensou classificá-los entre gratuitos, proprietários ou
livres.
Dos softwares proprietários que responderam gerenciar acervos fotográficos
estão: Alexandria; Arches Liberdades; Argonauta; Biblium; Bibliosys; Caribe; Informa;
Multiacervo; Sophia; Sysblibi; Thesaurus; WebMarc.
Dos softwares Livres que responderam gerenciar este tipo de acervo está o
Biblio Express e o PHL.
Nenhum software gratuito questionado atende as demandas de
gerenciamento de acervos fotográficos.
Efetuar a escolha do software para o gerenciamento de um acervo não é
tarefa fácil e isenta de planejamento. É necessário analisar atentamente os
softwares pertencentes ao plano desiderativo do processo de informatização,
estabelecendo como critérios principais os usuários, recursos tecnológicos, recursos
humanos e recursos financeiros da instituição. (CÔRTE, et al., 2002).
Tal levantamento demonstrou que existe no mercado uma gama ampla de
softwares (12) que se propõe a gerenciar acervos fotográficos. Sendo assim, os
mesmos foram estudados a partir da teoria para gerenciamento de acervos,
inclusive os fotográficos (ROWLEY, 2002; CÔRTE, et al.; MANINI, 2001; SMIT, 1989;
20 Relação disponível no blog Bibliotecários Sem Fronteira – http://bsf.org.br e no site Guia de
softwares para informatização da informação – http://glima.eci.ufmg/guiasoftware/ 21
Softwares propriertários são aqueles em que é necessário o pagamento de licença para seu uso, atualizações, bem como manutenção.
76
FUJITA, 2004; PAVÃO, 1997).
A seguir abordam-se as características necessárias que os softwares para
gerenciamento de acervos necessitam oferecer, de acordo com a literatura
supracitada.
4.5 Softwares para informatização de acervos: o momento da escolha
Pode-se visualizar a informatização de um sistema de informação como se
ele passasse por um ciclo de vida uniforme. Rowley (2002, p.131) faz o seguinte
esquema para exemplificar as fases básicas deste processo:
Análise → Projeto → Implementação → Evolução operacional → Deterioração →
Substituição
O primeiro passo no processo de informatização de um acervo é a análise
para identificar os requisitos necessários da instituição. Nesse momento, é preciso
atentar para os recursos financeiros disponíveis, quanto a instituição está disposta a
investir ou quanto ela pode destinar do seu orçamento para realizar o processo de
informatização. As necessidades informacionais dos usuários, a qualidade e as
condições técnicas dos equipamentos de informática disponíveis na instituição e o
treinamento para os profissionais devem ser contemplados na fase de análise.
Identificadas as necessidades no processo de análise, se inicia o projeto de
informatização com as seguintes etapas: definir qual software se mostrou mais
apropriado para ser utilizado; estabelecer o cronograma das atividades que
envolvem teste com o software selecionado; conhecer de forma mais detalhada as
operações e funções que o software pode realizar, como criação da base de dados,
inserção dos dados na base, treinamento dos profissionais responsáveis pelo
processamento técnico dos documentos que compõem o acervo e datas regulares
para inspeção; e detectar possíveis problemas e a manutenção do sistema. Todas
essas etapas devem estar contempladas no projeto, como também a data prevista
para instalação do software. Segundo Côrte, et al.
[…] o maior benefício com a implantação do processo de informatização é rapidez, agilidade e eficiência no atendimento e prestação de serviços, isto é, a otimização das atividades não só com relação aos usuários, como
77
também no que diz respeito ao controle e formação do acervo […] (CÔRTE et al., 2002, p. 207).
A implementação é o momento em que o software será efetivamente utilizado.
Essa fase do processo de informatização poderá alterar as rotinas de trabalho e os
serviços oferecidos aos usuários; portanto, é importante que fases anteriores,
análise e projeto tenham sido executados exaustivamente, e as possíveis
dificuldades identificadas e planejadas as soluções. Com o software funcionando
satisfatoriamente, começa a construção da base de dados; os registros podem ser
migrados de uma base existente em outro sistema que estava sendo utilizado pela
instituição e será substituído ou extraído de outras fontes para a criação de uma
base de dados nova.
Neste momento do processo é importante a criação de um manual de
procedimentos onde deverá ficar registrado o método utilizado para construir e
alimentar a base de dados, informações referentes ao funcionamento do software,
formatos e padrões utilizados e demais diretrizes que a equipe responsável pelo
processamento técnico julgar necessário para assegurar a uniformidade nas
atividades e o bom aproveitamento do sistema.
As fases do processo de informatização de acervos até aqui descritas buscam
oferecer melhores serviços aos usuários e impacto positivo na instituição. A fase de
implementação do software deve produzir uma documentação que ofereça
informação descritiva do sistema com capacidade de especificar detalhadamente
todas as funções do programa, endereço do desenvolvedor ou distribuidor do
software e instruções para os usuários do sistema.
O monitoramento e a manutenção do programa têm como objetivo manter em
funcionamento o software, monitorar a qualidade e a integridade da base de dados,
gerar arquivos de segurança, corrigir quaisquer situações em que o sistema não
funcione satisfatoriamente, implementar versões atualizadas do software e
equipamentos e manter contato com os desenvolvedores ou distribuidores do
programa. Após a implementação do software, é importante realizar procedimentos
que possibilitem avaliar o desempenho do programa, o grau de satisfação dos
usuários e se os objetivos propostos no projeto de informatização foram alcançados.
Nesse sentido, Côrte et al. afirma que:
[…] se por um lado, é recomendável que o software esteja pronto, com
78
todas as funções em perfeita operação, testado, atendendo ao nível de exigência dos usuários, por outro, deverá ter condições de, com base na sua potencialidade, desenvolver projetos específicos que contemplem as peculiaridades de cada usuário sem descaracterizar o produto na forma como é apresentado aos demais clientes (CÔRTE et al.,2002, p. 208).
O sucesso do sistema ao proporcionar serviços confiáveis e úteis exige a
realização de todas as etapas do ciclo de vida do processo de informatização de
acervos e a percepção de quando o sistema está se deteriorando. Surge então a
necessidade de um novo sistema, o que requer a realização novamente de análise,
definição dos requisitos do sistema, definição de objetivos que se deseja atingir,
projeto e implementação do novo software.
Para o processo da escolha do software que seria adotado para a
informatização do acervo do Memorial Theatro Sete de Abril foram realizadas
análises teóricas, com base na literatura da área de análise de softwares para
gerenciamento de acervos, bem como se cruzou estes dados com pesquisa
documental, sobre o que os fornecedores apresentavam nos seus sites quanto a
possibilidades fornecidas e cobertas pelos respectivos softwares.
Três softwares atenderam os principais requisitos para gerenciar o acervo
fotográfico do Memorial Theatro Sete de Abril: serem gratuitos e livres, realizarem o
tratamento técnico de imagens/fotografias e também oferecerem tratamento para
demais documentos informacionais em variados suportes, haja vista que o acervo do
Memorial possui outros tipos de documentos, além das fotográficas.
Dentre os softwares que cumpriram estes três requisitos indispensáveis,
encontram-se: BibLivre 4, ABCD e PHL; com os quais realizou-se pesquisa
documental nos sites dos seus fornecedores, bem como cruzou-se tais informações
com as bibliografias da área.
Para verificar e reunir as características dos softwares analisados e assim
proceder a sua avaliação desenvolveu-se um check-list, que vem a ser um quadro
contendo as informações resumidas sobre estes softwares, a fim de comparar qual
deles oferece mais atributos que se aproximem das demandas do acervo do
Memorial Theatro Sete de Abril.
79
Check-list das características necessárias em software para gerenciamento de acervos fotográficos
Características/softwares PHL ABCD BibLivre
Cata
logação
MARC √ √
AACR2 √ √
Descrição de materiais variados, inclusive fotografia
√ √ √
Tratamento de imagem √ √
Cooperação √ √ √
Tecnolo
gia
Protocolo Z39.50
√ √ √
Suporte técnico √
Indexação Folksonomia
√
Controle de vocabulário
√ √ √
Circula
çã
o
Empréstimo √ √ √
Total: 9 7 7
Figura 21: Grade com Check-list das características necessárias em software para gerenciamento de acervos fotográficos
Software ABCD
É um sistema orientado à informatização de unidades de informação,
atendendo a todas as etapas do ciclo documental. É um Software pertencente à
família CDS/ISIS22, desenvolvido para o armazenamento e a recuperação da
informação com capacidade para trabalhar com todos os tipos de documentos no
mais variados suportes. É multilíngue, pode ser utilizado em bibliotecas e centros de
documentação, é distribuído gratuitamente pela Organização das Nações Unidas
para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e foi concebido para informatizar os
22
CDS/ISIS (Computerized Documentation System - Integrated Set of System) é um sistema genérico de armazenamento e recuperação de informação. Comandado por Menus e Planilhas, o CDS/ISIS tem especialidade em gerenciamento de bases de dados não-numéricas, isto é, bases de dados cujo conteúdo principal é texto.
80
acervos de instituições com poucos recursos financeiros e instituições localizadas
em países em desenvolvimento.
No Brasil, sua distribuição está a cargo do Centro Latino-Americano e do
Caribe de Informação em Ciências da Saúde, também conhecido pelo seu nome
original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME). O download pode ser feito
através do site da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS).
Segundo Hubner e Guilherme, sobre o software fazem a seguinte
consideração:
Já batizado de ABCD por Abel Packer, diretor da BIREME, o programa foi apresentado ao mundo durante o evento conhecido como ISIS III, em setembro de 2008, para que vários usuários do mundo todo pudessem colaborar com críticas e sugestões sobre o sistema. Neste evento também foi lançado um documento chamado Declaração do Rio para o Futuro do ISIS, que visa a abertura do código fonte do CDS/ISIS para que seu desenvolvimento seja contínuo e descentralizado. Desde esta data o software ABCD vem passando por diversas transformações e colaborações para sua melhoria (HUBNER; GUILHERME, [2009], p. 7).
Os módulos fornecidos pelo ABCD são:
Pesquisa: busca simples; busca avançada; OPAC.
Catalogação: criação de registro na base de dados; formulários de edição;
compartilhamento da catalogação utilizando o protocolo Z39.50;
Aquisição: processo inicial para aquisição, sugestões e pedidos, estatísticas e
informes, descartes;
Circulação: empréstimo, devolução, renovação, reserva; multas e condições de
renovação para cada combinação objeto/usuário.
Administração: possibilidade de adequar todas as bases de dados de acordo com as
necessidades da instituição.
Com isso percebe-se que este sistema, ao ser analisado módulo por módulo,
embora demonstre dar conta da maioria dos serviços necessários para gerenciar um
acervo, ele demonstrou não ter uma interface muito amigável, apresentando
considerável grau de dificuldade no momento de realizar a inserção de imagens na
base de dados. Fator que contribuiu para desestimular o uso do referido sotwares
uma vez que o acervo do Memorial possui em sua coleção um número significativo
81
de documentos imagéticos.
- Sobre o BibLivre
O BibLivre permite integração com acervos que utilizem o protocolo Z39.50,
que conforme já exposto permite facilitar a busca porque recupera os registros no
formato do sistema utilizado na consulta.
O programa Biblioteca Livre (BibLivre) foi desenvolvido no ano de 2005 para
informatizar acervos de bibliotecas e centros de documentação,atualmente o
programa está na versão 4.0. O projeto foi desenvolvido e implementado pelo
Ministério da Cultura (Minc) com o propósito de criar e distribuir um software livre,
sem ônus para bibliotecas que desejassem ter seus processos, referentes ao
tratamento técnico de seus acervos, informatizados.
Os módulos que compõem o software são:
Pesquisa: pesquisa simples; pesquisa avançada; pesquisa distribuída; buscar por
autoridade; busca utilizando tesauro.
Catalogação: permite criar, modificar e importar registros de uma base de dados
catalográficos; registro de material bibliográfico, imagético, multimídias e digitais.
Uso do padrão MARC e controle de autoridades e de vocabulário;
Aquisição: controle do processo de aquisição de novos itens para o acervo; cotação
de itens relacionados para aquisição; cadastro de fornecedor
Circulação: Cadastro de usuários; controle do acesso para consulta, a reserva, o
empréstimo e devolução de exemplares do acervo; consulta ao estado do usuário;
consultar histórico do usuário.; atribuir ou alterar login e senha.
Administração: Permite controlar as permissões dos usuários e dos grupos do
sistema; gerenciar tipos e grupos de usuários; permite realizar a manutenção das
bases de dados; emissão de relatórios e configuração do programa.
Por comungar da filosofia do software livre, sua licença de uso é gratuita,
permitindo que seus usuários tenham acesso ao código fonte e possam customizá-lo
de acordo com as necessidades da instituição e podendo ser estudado, modificado e
82
redistribuído. O BibLivre trata tecnicamente todos os tipos de documentos nos mais
variados suportes.
Este software, ao ser manuseado pela pesquisadora, demonstrou não ser
intuitivo e amigável, ou seja, exigindo um esforço do seu usuário no sentido de
compreender como utilizá-lo. Um exemplo disso é o caso da recuperação de
imagens, uma vez que as mesmas não ficam visíveis na tela de busca, exigindo que
o usuário se dê conta de que tem que acessá-las através de um link, o que onera o
tempo da consulta e do acesso à informação.
- Personal Home Library (PHL)
O terceiro software submetido a testes foi o Personal Home Library – PHL. O
aplicativo foi desenvolvido para administração de coleções e serviços de bibliotecas
e centros de documentação. Seu sistema foi concebido para ser utilizado em
instituições com poucos recursos financeiros e humanos porque a versão
monousuário é gratuita. Desde sua criação tem sido distribuído de forma gratuita
para instituições que desejem informatizar seus acervos, agilizar rotinas e serviços e
disponibilizar e compartilhar seu catálogo na Word Wide Web (Web), segundo
informação do desenvolvedor no próprio site do mesmo.
Software em língua portuguesa e com licença de uso grátis em estações
monousuário foi desenvolvido por Elysio Mira Soares de Oliveira, bibliotecário e
consultor em Ciência e Tecnologia no Tratamento e Disseminação da Informação. O
software PHL é utilizado em várias instituições no Brasil e em outros países. O
download do programa pode ser realizado através do site http:// www.elysio.com.br.
Software livre, com acesso ao código fonte, o que permite que seus usuários
personalizem o sistema de acordo com suas necessidades.
O software PHL permite aos usuários cadastrados inserir comentários Wiki
(folksonomia), expressão utilizada para definir o processo de atribuir descritores ou
palavras-chaves que melhor representem o conteúdo informacional de documentos
armazenados em uma base de dados, conforme expostos nas figuras (21 e 22) a
seguir.
83
Figura 21: Tela apresentando resultado da busca com campo para o usuário inserir comentários sobre o documento recuperado.
Figura 22: Tela apresenta a caixa de texto para o usuário escrever seu comentário.
Este processo pode ser realizado por usuários comuns e é possibilitado pela
tecnologia da Web 2.0 que permite uma postura de interatividade e colaboratividade
84
de seus usuários. Folksonomia é uma analogia à Taxonomia que é uma classificação
realizada por especialista para organizar em classes hierárquicas determinada área
do conhecimento.
Segundo Aquino
A folksonomia se baseia no conceito de Web 2.0, pois, como esta, é realizada de maneira colaborativa, “funciona através da atribuição de tags(etiquetas), pelos próprios usuários da web, a arquivos disponibilizados on-line. Assim, é o usuário que representa e recupera informações através de tags que ele mesmo cria” (AQUINO, 2008, p.320).
Em se tratando do acervo fotográfico do Memorial Theatro Sete de Abril este
aplicativo é muito importante porque possibilita que os usuários possam
complementar as informações das imagens sem identificação ou até mesmo corrigir
as informações de imagens que possam estar com identificação equivocada.
A colaboração do usuário neste processo de indexação social (folksonomia),
atribuindo tags (etiquetas), que podem ser definidos como descritores que
representam o conteúdo temático dos documentos imagéticos, armazenados na
base, concorre para uma indexação com melhor qualidade, resultando em
informações mais específicas e consequentemente resultados de buscas mais
precisos.
O software PHL permite também a importação de registros em formato MARC
de outras bibliotecas, o que otimiza as funções de catalogação, classificação e
indexação, uma vez que permite aproveitamento dos dados de outras instituições
usuárias de sistemas informatizados para gerenciamento de acervos.
Além do que, o programa apresenta formulários pré-formatados para inserção
de dados na base, fácil alteração ou eliminação de registros existentes, campos de
tamanho variável e fixo, operadores booleanos de busca para manipular e combinar
termos de busca formados por duas ou mais palavras e apresentação dos
resultados da consulta em formato de referência bibliográfica de acordo com a
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
O PHL é um software compatível com o sistema operacional Unix, Linux e
Windows (95/98/NT/XP/2000), arquitetura de rede cliente/servidor, níveis
diferenciados de acesso ao sistema através da utilização de senha e menu de ajuda
interativo.
Por ser um software livre, é possível personalizar a página de apresentação
85
com a logomarca da instituição, inserir um texto de apresentação contendo os
objetivos e a missão da instituição e demais informações que julgar relevante.
Após analisar individualmente os três softwares para gerenciamento de
acervos, conforme a pesquisa se propôs percebeu-se que, os principais requisitos
funcionais considerados necessários para cobrir as demandas do Memorial do
Theatro Sete de Abril podem ser supridos por qualquer um destes softwares. Estes
requisitos são considerados mais ou menos relevantes com base na teoria de
análise de softwares para bibliotecas em Rowley (2002), Côrte et al. (2002), Pavão
(1997), Tammaro (2003).
Os principais critérios levados em consideração quando da análise dos
softwares se pautaram não só na teoria existente, como também na realidade do
Memorial. Dentre os critérios analisados que foram considerados indispensáveis
para o uso no Memorial estão: suporte técnico, não gerar custos quando de sua
aquisição, ser de fácil compreensão e uso e atender ao requisito de tratar imagens,
possibilitar o uso da folksonomia, uma vez que, através da folksonomia é possível a
participação do usuário na catalogação dos assuntos de que a imagem corresponde.
Quanto ao critério do suporte técnico, entende-se que é necessário que o
desenvolvedor ofereça canal de comunicação com a instituição usuária, uma vez
que durante o manuseio e alimentação da base de dados, bem como quando da
recuperação da informação é possível que ocorram dúvidas, problemas de
manutenção no sistema.
Para o projeto de informatização do acervo do Memorial Theatro Sete de Abril,
o software escolhido foi o PHL por se entender que é um programa que pode
atender a contento às necessidades de organização e recuperação das informações
e documentos pertencentes ao acervo da instituição. Com capacidade para tratar
tecnicamente todos os tipos de materiais, nos diversos suportes em que se
apresentam, inclusive acervos fotográficos, o software PHL permite a inserção e a
visualização das imagens digitalizadas, evitando o contato direto com os
documentos originais e ampliando o acesso remoto a essa coleção de memória.
Foram fatores que também influenciaram fortemente na decisão de escolha
por este software a facilidade de contato e presteza do seu desenvolvedor Elysio de
Oliveira, pois sempre que solicitado, atendia aos chamados e procurava dirimir
dúvidas referentes a operação do programa.
Outro fator considerado importante no momento da escolha foi a relação dos
86
usuários do software PHL elencados no site do programa, fato que possibilita
estabelecer contato com outros profissionais que estão utilizando ou implantando o
software em suas unidades de informação e dessa forma poder trocar informações,
compartilhar experiências e esclarecer dúvidas.
Em instituições mantidas pela administração pública, como é a realidade do
Memorial Theatro Sete de Abril, que está subordinado à Secretaria de Cultura, que
por sua vez é subordinada à Prefeitura Municipal de Pelotas, tendo parcos recursos
financeiros destinado, insuficientes para suprir as necessidades desse espaço, se
justifica a escolha de um software livre, com distribuição gratuita, de fácil
entendimento e uso e facilidade em receber assessoria técnica através de contato
com os pares que estão utilizando o programa ou com seu desenvolvedor, quando
necessário.
Pode-se dizer que, com base na análise realizada no software, o PHL
contempla todas as etapas do ciclo documental, gerencia os mais diversos tipos de
documentos, dentre eles: livros, periódicos, cartazes, folders, mapas, artefatos,
inclusive imagens e fotografias. Fator que favorece seu uso no Memorial por ser este
acervo constituído por diversos tipos de documentos nos mais variados suportes,
embora as fotografias sejam a parte do acervo mais expressivo.
De modo geral, os softwares para gerenciamento de acervos encontram-se
atualmente consolidados como ferramentas essenciais nos serviços de gestão de
acervos, localização e acesso às coleções de documentos. A proposta de
informatização do acervo fotográfico do Memorial Theatro Sete de Abril é resultado
de um projeto que envolveu pesquisa, análise e, por fim, a indicação de um software
para o tratamento técnico desses documentos imagéticos.
Para análise e avaliação da compatibilidade deste software com as
necessidades do Memorial, foi criada uma base de dados e inserido 10% do acervo
de fotografias em cores, o que corresponde a setenta (70) fotografias de setecentos
e sessenta e duas (762) fotografias em cores pertencentes ao acervo e que estão
registradas e devidamente acondicionadas, servindo de amostra para análise de
viabilidade do sistema, em todas as etapas do ciclo documental, indo desde a
inserção dos dados, passando pelo processamento técnico do material até chegar
na recuperação e circulação desta informação.
Conforme figura (23) a seguir é possível ver a planilha de cadastro dos
documentos, a qual fornece vários campos de entrada de dados, como: campo
87
autor, título, ano, notas, descritores (assuntos de que tratam o documento), local,
dimensões da imagem, dentre outros.
Figura 23: Planilha de cadastro dos documentos fotográficos na base de dados. Fonte: a autora
Por se tratar de uma base demonstrativa, a representação descritiva foi
realizada de forma completa e necessária para identificação do documento, porém a
representação temática foi realizada respondendo as questões de competência: O
que? Quem? Como? Quando? Onde? Não sendo possível, por demandar mais
tempo de trabalho, analisar as imagens segundo a Dimensão Expressiva.
Com relação à recuperação da informação, o PHL mostra-se satisfatório, uma
vez que em todos os testes realizados buscando-se por assuntos na sua base de
88
dados, desde que estes assuntos tivessem sido indexados previamente pela
pesquisadora, os mesmo foram recuperados sem o surgimento de nenhum ruído ou
resposta negativa.
A seguir apresentam-se as figuras 24e 25 as quais demonstram a realização
de uma busca no catálogo desenvolvido no PHL para teste, bem como o resultado
dessa busca.
Figura 24: Busca no catálogo do sistema PHL Fonte: a autora
89
Pode-se perceber que a mesma supriu a demanda informacional
demonstrada na busca, por ter conseguido recuperar itens que abordavam o
assunto adotado, conforme exposto na figura (25) a seguir.
Figura 25: Resultado da busca no catálogo teste no PHL Fonte: a autora
A implantação de um sistema informatizado de gestão de documentos tem
como meta, otimizar rotinas de trabalhos, ampliar o acesso a documentos
portadores de informações reveladoras e com capacidade de evocar sentimentos de
pertencimento nos atores desta sociedade em que se encontra inserido este teatro.
Também permite disseminar a história do Theatro Sete de Abril através do
armazenamento e recuperação das fotografias, capturadas pelas lentes de
fotógrafos profissionais ou amadores, que registraram momentos marcantes ou
sublimes na sua simplicidade, mas que podem provocar a curiosidade de
pesquisadores e a produção de conhecimentos que vão assegurar a memória desse
lugar dedicado às artes e à cultura da cidade de Pelotas.
Desse modo, entende-se como respondida a pergunta de pesquisa em tela,
90
que buscou selecionar um software que atendesse as demandas de tratamento
documental do acervo do Memorial Theatro Sete de Abril, tendo o PHL cumprido
todas as demandas apresentadas por este espaço de memória, o que comprovou-se
através dos testes realizados com a criação de uma base de dados que demonstrou
a viabilidade da adoção do mesmo pelo Memorial.
Sendo assim, entende-se que o software PHL corresponde às necessidades e
demandas deste espaço de memória, que dentre outros objetivos prima pela
reconstituição e perpetuação da história do Theatro, contada através de seu acervo.
91
5 Considerações Finais
A organização do acervo fotográfico do Memorial Theatro Sete de Abril visa
possibilitar a recuperação eficiente de informações contidas nestes documentos,
além da conservação e preservação da fotografia como documento que registra e
conta a trajetória do Theatro.
O que se espera com este trabalho é contribuir para a eleição de um software
para gerenciamento de acervos fotográficos, que permita o resgate e a preservação
da memória institucional do Memorial, além de contribuir para a construção da
identidade coletiva e individual que se fortalece ao encontrar objetos, documentos,
servindo de ponte entre passado, presente e futuro.
Trabalhar com a seleção de software para gerenciamento de acervos
fotográficos, em específico de uma instituição como o Memorial, exige do
pesquisador visão de que o sistema escolhido deva subsidiar, através da busca e
recuperação na base de dados, atividades de pesquisa entre professores,
pesquisadores, historiadores, bem como o público em geral que se interesse pelo
acervo do Memorial, e que contribua efetivamente para despertar a consciência do
significado dessa instituição, patrimônio cultural inestimável.
A ação de preservar tem a possibilidade de inter-relacionar passado e
presente e o Memorial Theatro Sete de Abril por meio do seu trabalho de resgate,
conservação e divulgação, almejando oferecer produtos e serviços que venham
fortalecer a consciência histórica.
O Memorial existe para preservar os vestígios passados, transmitir
conhecimento e acolher as manifestações contemporâneas, em suas funções de
coleta, estudo, documentação, armazenamento, exposição e ação educacionais -
sempre articuladas com a questão da conservação.
A organização do acervo fotográfico do Memorial Theatro Sete de Abril
juntamente com a proposta de informatização visa possibilitar a recuperação
eficiente de informações contidas nesses documentos. Uma vez que, antes do
desenvolvimento e aplicação desta pesquisa, o acervo encontrava-se em situação
precária quanto ao tratamento técnico e recuperação dos documentos individuais em
seu acervo.
A escolha do software PHL se deu em função de que, apesar dos três
92
sistemas pré-selecionados para estudo, terem demonstrado dar conta das principais
necessidades do Memorial no que diz respeito ao tratamento, guarda e recuperação
dos documentos, o mesmo apresentou maior desempenho no que tange
atendimento técnico por parte do fornecedor do sistema, bem como a possibilidade
de uso de folksonomia, prática que para acervos imagéticos deve ser considerada
indispensável, uma vez que os assuntos de que tratam as fotografias são sempre
mais subjetivos de serem identificados do que quando se cataloga textos, então
justifica-se a adoção desta técnica em que os usuários contribuem na sugestão de
descritores que melhor representem o assunto do documento.
Outro aspecto de fundamental importância na seleção do software para
gerenciamento do acervo do Memorial é o que diz respeito a atender as
especificidades de falta de verbas para investimento em tecnologias, bem como o
conhecimento do profissional bibliotecário que lá trabalha, considerando seus
recursos financeiros, humanos e materiais. O software livre e de distribuição gratuita
é uma boa alternativa para informatizar o acervo do Memorial.
Espera-se que este estudo acerca de softwares para informatização de
acervos possa contribuir com instituições que possuam a custódia de acervos
fotográficos e que pretendam otimizar seus serviços. Para tanto, após aprovação
deste estudo pelo Programa de Pós-graduação em Memória Social e Patrimônio
Cultural ele será oferecido a Secretaria de Cultura do município de Pelotas no intuito
de colaborar no processo de informatização do acervo do Memorial Theatro Sete de
Abril.
93
Referências
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APÊNDICE A - Os quadros apresentados a seguir mostram os softwares analisados
com todas as suas características e recursos, como também a resposta por parte
dos desenvolvedores ou produtores ao questionamento encaminhado através de
correspondência eletrônica (e-mail).
Softwares Características
ABCD
Administração de
Bibliotecas e
Centros de
Documentação
Software Livre
O ABCD é um sistema orientado à automação on-line, na
Web, dos processos, fluxos de trabalho, funções, produtos e
serviços de informação de bibliotecas, centros de
documentação e informação. O ABCD pertence à família ISIS
de software para o armazenamento e recuperação de
informação textual e estruturada, com foco em fontes de
informação bibliográficas e serviços associados. É
multilíngue, generalizado e configurável, com capacidade de
atender à automação de todo tipo de biblioteca e centros de
documentação.
Fonte: http://abcdisis.wordpress.com/
Softwares Características
Ainfo
Software Proprietário
É um sistema para automação de bibliotecas e recuperação
de informação, desenvolvido em padrão Windows, com
arquitetura cliente/servidor baseada no sistema gerenciador
de banco de dados relacional Firebird.
Algumas características:
Acervo Documental: Permite o cadastramento, o acesso e a
recuperação dos recursos de informação que compõem o
acervo documental das bibliotecas: livros, teses, folhetos,
anais e proceedings, materiais não convencionais, relatórios
técnicos, fotografias, slides, mapas, imagens de satélite, fitas
de vídeo, pacotes de software, documentos eletrônicos, sites,
98
entre outros. A catalogação cooperativa é promovida através
da importação e exportação de registros no formato MARC
21;
Coleção de Periódicos: A coleção de periódicos viabiliza o
controle do recebimento de novos títulos e de novos
fascículos de periódicos e facilita o controle das assinaturas;
Empréstimos: Permite a automação das rotinas de
empréstimos, de devoluções e de reservas de material
bibliográfico;
Aquisição: Controle do processo de aquisição de material
bibliográfico a partir da solicitação de compra, incluindo o
registro e a transferência automática do bem adquirido para o
Acervo Documental. A divisão da base de dados em
Aquisição em pedidos em andamento e pedidos recebidos dá
maior flexibilidade ao acompanhamento do processo de
desenvolvimento do acervo, mantendo um histórico sobre
cada documento, desde a seleção até a baixa, registrando
todas as informações sobre doações, compras, permutas e
transferências, inclusive sobre resultados de inventários;
Instituições: O cadastro de Instituições permite a inclusão e a
atualização de dados cadastrais de qualquer organização
econômica, civil ou comercial e é também utilizado para a
automação do empréstimo entre bibliotecas.
Fonte: http://www.ainfo.cnptia.embrapa.br/
Software Características
Library a la Carte
Software Livre (Inglês)
Biblioteca à la Carte é um software desenvolvido pelas Bibliotecas da Universidade de Estado de Oregon e é distribuído sob os termos da GNU General Public License.
Fonte: http://alacarte.library.oregonstate.edu/
99
Software Características
Aleph
Software Proprietário
Sistema integrado para a automação de bibliotecas e centros de pesquisa.
Algumas características:
Variedade de opções de busca; Bases lógicas que oferecem aos clientes da biblioteca a opção de escolher uma parte específica de seu catálogo, como periódicos, uma biblioteca específica, ou ainda materiais audiovisuais; Opção de autor registro para os serviços de DSI (Disseminação Seletiva da Informação); Ferramenta integrada "Pasta Virtual" que permite aos clientes da biblioteca organizarem e controlarem uma lista de citações localizadas no uso do OPAC da Web do ALEPH 500; Módulo de Catalogação que integra funções de catalogação com todas as demais funções do sistema. Todos os dados são armazenados em Unicode e o sistema é compatível com uma série de formatos MARC (CNMARC, Mab, MARC21, UNIMARC, etc.); Integração dos módulos de Aquisição e de Periódicos (processos de aquisição, registro de faturas, cobranças de atrasos e recebimento de materiais); Módulo de Circulação que permite à equipe de funcionários acessar todas as funções com um único clique do mouse ou um comando equivalente do teclado. Para determinar a data e a hora da devolução, a política de empréstimo do módulo examina os status de item e de usuário definidos pela biblioteca, além de verificar o calendário de funcionamento; Módulo de Empréstimos Entre Bibliotecas que permite administrar os pedidos imediatos e não imediatos criados pelos usuários e funcionários.
Fonte: http://www.exl.com.br/aleph.htm
Software Características
Alexandria Software
Proprietário
Sim, o Alexandria gerencia todos os tipos de materiais. Para melhor atendimento, pedimos a gentileza de preencher a ficha de atendimento anexa e nos reenviar para que possamos avaliar suas necessidades e elaborarmos uma proposta com o produto mais adequado. Junto, encaminho uma apresentação simples do Sistema Alexandria. Se for de seu interesse, podemos marcar uma apresentação on-line, na qual demonstraremos os principais módulos do sistema e suas respectivas funções. Att Josiane Cristina de Medeiros Alexandria on line (11)3068-8191
100
[email protected] www.alexandria.com.br É um sistema de gerenciamento de acervos, desenvolvido para atender às necessidades de bibliotecas e centros de documentação de diversos tamanhos e diferentes finalidades. Algumas características:
Catalogação: Gerencia eficientemente os registros de informações bibliográficas de qualquer tipo de material em qualquer suporte, bem como a manutenção de arquivos de termos controlados e autorizados (autores, assunto e editoras, série, idiomas e local). Todo o cadastro de novos registros é de acordo com as normas do AACR2 e ABNT. Um módulo de importação de registros MARC21, que utiliza o padrão Z39.50, complementa a função Catalogação agilizando o processo de inclusão de novos registros. Circulação: controla a circulação de materiais colecionados pela biblioteca - empréstimo e retiradas. Gerencia as reservas e cuida dos empréstimos em atraso, podendo gerar multas por atraso, de acordo com a política da biblioteca. O programa trabalha com códigos de barras, mas também pode utilizar as informações já existentes em cartões com tarjas magnéticas. A biblioteca pode estabelecer políticas de empréstimo diferenciadas por grupos de usuários e materiais. Controle de Periódicos: esse módulo gerencia as assinaturas de revistas e periódicos. Aqui o usuário cadastra os títulos dos periódicos e seus respectivos fascículos. O registro dos fascículos pode ser feito individualmente ou gerado a partir dos dados da assinatura. O sistema avisa quando algum fascículo está em atraso, emitindo e enviando uma correspondência para o fornecedor. Relatórios: oferece listagens gerenciais e estatísticas de todas as suas funções e módulos. Para personalizar e atender às especificidades de cada biblioteca, o Alexandria on-line pode criar os mais diferentes tipos de relatórios.
Software Características
Arches Lib
Software Proprietário
Olá Senhora Magali Aquino, Nosso software, o Arches Lib, gerencia qualquer tipo de documento possuindo além do controle de biblioteca módulos para arquivo e museu. Quanto a material fotográfico, sim, gerencia, e pode incluir a imagem digitalizada da foto dentre outras funcionalidades. Maiores detalhes por gentileza entre em contato. Atenciosamente, Gustavo Antunes
101
Empresa: PRAJNA Tecnologia e Informação: SEPN 516 conjunto A, nº 49, 2º Andar, parte C Brasília, DF. CEP: 70770-515 Fone: (61) 347-7939 Fax: (61) 347-6996
O mais antigo software de gestão de bibliotecas, de fabricação nacional, hoje, Gestor de Sistemas de Informação e do Conhecimento. Algumas características: Sistema de Gestão de Bibliotecas, Museus e Arquivos em base simultânea para realização das atividades de seleção, classificação, catalogação e indexação em AACR2, MARC21, NOBRAD/ISAD e IPHAN (Diretrizes museológicas); Cadastro de autoridades incluindo dados pessoais em conformidade com o MARC21, possibilitando entrada de registro por sobrenome ou nome e criação automática de cutter ou PHA integrado ao sistema; Controla os procedimentos de circulação (empréstimo, renovação, devolução, reserva, multa, etc.) com operação simples, rápida, flexível e totalmente parametrizável; Emite etiquetas de lombada para os livros e etiquetas com códigos de barra para utilização de leitoras óticas; Cadastramento de usuários da instituição com grande quantidade de detalhes com a possibilidade de armazenamento da foto, assinatura, senha (assinatura eletrônica) e impressão da carteira do leitor/usuário; Vários tipos de envio de e-mails com avisos para o leitor/usuário (prazo de devolução, chegada de documento reservado, etc.); Planejamento estratégico para funcionamento do sistema onde se configuram opções para atendimento de uma pequena biblioteca, arquivo ou museu até perfis de alta sofisticação que permitem atender a clientes de qualquer porte e natureza (universitárias, especializadas, escolares, públicas, privados, etc.); Protocolo Z-3950; Módulo de Legislação; Aquisição (sugestão, seleção e compras); Módulo de preservação; Módulo de baixa legal; DSI – Disseminação Seletiva da Informação; Mais de 1000 relatórios pré-formatados e gerador de relatórios integrados à pesquisa; Alertas e avisos de eventos de forma visual por todo o sistema; Controle de Coleções e Periódicos. http://www.prajna.com.br/index.php E-mail: [email protected]
102
Software Características
Argonauta Software
Proprietário
Sra. Magali, Sim. O Argonauta gerencia qualquer tipo de acervo, seja bibliográfico, arquivístico e em qualquer suporte físico. Att. Iracema Rodrigues de Moraes Diretora-Presidente Data Coop - Cooperativa de Bibliotecários, Documentalistas, Arquivistas e Analistas de Informação Ltda. Rua da Quitanda, 19 - s.401 Rio de Janeiro - RJ - 20011-030 Tel.:(5521) 38525653 / 3852117 / 88440561 Fax: (5521) 38521117 r. 22 [email protected] http://www.datacoop.com.br Software brasileiro de gestão de Bibliotecas, Arquivos e Museus. Características técnicas: Ambiente de desenvolvimento Delphi; Arquitetura cliente/servidor; Bancos de dados MS-SQL Server, Oracle, Cache, Interbase, DB-II, Sybase; Sistemas operacionais: Windows 98, 2000, NT, XP e Linux. Algumas características: Gestão de CDIs, integrando acervos textuais, audiovisuais, tridimensionais e de informações. Cadastra, recupera e dissemina informações. Controla reserva, empréstimo e devolução de acervo. Atende aos padrões ISO, ABNT, AACR2, MARC21, ISBN, entre outros. Tesauros e Controle de Autoridades integrado.
Bibliobase
Software Proprietário
Não Respondeu
Sistema Integrado para Gestão de Bases de Dados em CDS/ISIS. Desenvolvimento cooperativo, em parceria técnica e comercial de empresas brasileiras e portuguesas. Padrões Internacionais: Marc21, Unimarc, AACR-2. Padrões e Exigências Brasileiras: NBR 6023, dados de avaliação do MEC-Ministério da Educação e Cultura Principais módulos: De catalogação e pesquisa: Destinado ao serviço de Processamento Técnico. Controle total do acervo, segundo as normas e padrões da área de Biblioteconomia e Documentação, para atender às necessidades gerenciais e exigências do MEC. De circulação e empréstimo: Destinado ao Balcão de
103
Empréstimo. Controle total do cadastro de leitores e da circulação do material bibliográfico, de acordo com as regras e políticas de funcionamento da instituição. De pesquisa local: Destinado aos leitores, na rede local de computadores de pesquisa. Oferece aos leitores toda a condição de pesquisa ao acervo, à situação de empréstimo de cada exemplar e à sua situação particular perante o balcão de empréstimo.
Fonte: http://www.salvato.com.br/prod_bibliobase.php
Software Características
BiblioExpress
Software Livre
Resposta: Sim, possível. No caso precisaria apenas fazer alguma adequação para atender a sua realidade.
marco77
Software de gerenciamento de bibliotecas composto de diversos módulos que atendem às características dos mais diversos tipos de bibliotecas: escolares, universitárias, especializadas e públicas. Controle de livros, periódicos, fitas cassetes, fitas VHS, CD-ROM, CD's, empréstimos, reserva, aquisição (somente na versão comercial), estatísticas. Telas secundárias: controle de usuários, editores, assuntos, segurança, manutenção. Para instituições que possuam páginas na internet/intranet este sistema possui ainda um módulo de consulta via internet. Módulos Adicionais poderão ser acrescidos.
Algumas características:
Empréstimo: este módulo permite o controle de empréstimos e devoluções, reserva, permitindo verificação de pendências, multas, reservas, devolução múltipla de documentos. Além disso, este módulo emite histórico dos documentos emprestados, movimento do dia, entre outros.
Tabelas: oferece controle de usuários e de documentos, com todos os recursos disponíveis, como relatórios, consultas e edição.
Consultas: buscas pelo autor, título, código do documento, assunto, série, entre outros.
Relatórios: emite listagens dos documentos ordenados por título, autor, classificação, entre outros. Possui ainda impressão de etiquetas de lombada e código de barras.
Estatística: permite verificar estatística de empréstimos, dimensão do acervo e dimensão de usuários.
Contatos: Empresa: ARQNET Endereço: QI 27, Bloco A/Sala 105 Guará II Guará Shopping II Brasília, DF Fones: (61)202287
104
(61)92020287 Website: pages.apis.com.br/marco/biblio/index.htm E-mail: [email protected]
Software Características
Biblioteca Fácil
Software Proprietário
Não Respondeu
Software para controle e organização de acervos literários. Sistema que automatiza o gerenciamento de biblioteca (pessoal, empresarial ou pública). Algumas características: Relação do acervo por editora, assunto ou tipo do item. Relatório dos itens emprestados. Histórico dos empréstimos por leitor. Emissão de etiquetas com código de barras. Emissão da carteirinha do leitor.
Emissão do recibo de empréstimo. Modelos de etiquetas que você pode personalizar. Possibilidade de incluir também a foto dos leitores e das capas dos livros. Muitas outras opções em relatórios.
Fonte: www.siliconaction.com.br
Software Características
BibLivre Software Livre
Não Respondeu O BIBLIVRE enfatiza as rotinas e sub-rotinas dos principais procedimentos realizados em bibliotecas, tais como: a pesquisa; a circulação, mediante o controle do acesso para consulta, a reserva, o empréstimo e devolução de exemplares do acervo; a catalogação de material bibliográfico, de multimídias e objetos digitais, inclusive com controle de autoridades e de vocabulário; além da rotina de controle do processo de aquisição de novos itens para o acervo. Fonte: www.biblivre.org.br Fórum Software para automação de bibliotecas Uma das vantagens do biblivre é não possuir nenhum tipo de custo tanto para instalação localhost como para acesso em rede, o que é muito importante, pois alguns softwares livres possuem algumas restrições... Disponível em: http://softwaresbibliotecas.forumbrasil.net/biblivre-
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Software Características
Bibliosys Software
Proprietário
Bom dia Magali, Trata sim muitos tipos diferentes de materiais, inclusive foto. Seu e-mail será encaminhado, e a pessoa responsável entrará em contato. Att., Valéria Sá Contempory Informática - Suporte Rua Republica do Líbano, 61 sala 1001 Centro - Rio de Janeiro - RJ 20061-030 - Brasil E-mail: [email protected] Tel./fax:(55)(21)3553-9292 www.bibliosys.com.br Nosso sistema está no padrão Marc 21 que permite que qualquer tipo de material seja catalogado no sistema. Caso o seu acervo fotográfico esteja em formato de arquivo digital, desenvolvemos um novo módulo do sistema de acervo digital e indexação digital que permite a inclusão deste tipo de material.
Software
Características
Biblium Software
Proprietário
Prezada Sra. Magali, Nosso software está sempre em evolução, iniciamos o projeto há mais de 20 anos com a assessoria da Bibliotecária Glades Barcellos e muitos outros colaboradores contribuem para a constante melhoria. O Biblium é muito flexível a adaptações. Posso lhe enviar o fôlder de catálogo de alguns recursos do Biblium. Um módulo para controle de acervo de Discos, CDs, DVDs, Fitas e outras mídias foi desenvolvido independente do Biblium e o software Catalogue - Discos. Ficamos a disposição para o desenvolvimento de um módulo com as suas especificações e que pode agregar ao sistema. Pode ser o Módulo Catalogue - Fotos com todas as características que precise. Custo para desenvolvimento: R$ 2.500,00 Condições de pagamento 50% no início do projeto e 50% na conclusão. Prazo máximo de desenvolvimento 60 dias. Linguagem de programação Visual Basic 6 para sistema
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operacional Windows. Fico no Atenciosamente, Jorge Barros Diretor SofTCHÊ / GoldSys Projeto: Biblium (51)3347-6018 (51)3347-6018
Software
Características
Calímaco Software
Proprietário
Não Respondeu Sistema para gestão e controle de uma ou várias Bibliotecas, simultaneamente. Totalmente integrado a outras soluções CADSOFT, o Calímaco possibilita controle de empréstimos a docentes e alunos regulares. Pode ainda ser utilizado com nossas exclusivas soluções de Biometria, o que garante segurança e agilidade nos processos de empréstimo, reserva, cobrança de multas, além de diversas outras facilidades obtidas com a identificação digital. Fonte:https://solutionfinder.microsoft.com/Solutions/SolutionDetailsView.
Software Características
Caribe Software
Proprietário
Prof. Magali Aquino, Perfeitamente. Todo tipo de documento digital. Atenciosamente, Eugênio Software definido para atender a bibliotecas de médio porte, bibliotecas universitárias, bibliotecas escolares e bibliotecas particulares (confira a versão gratuita). Está dividido em módulos que funcionam de forma integrada, mas podem ser implantados separadamente. Pode operar nas configurações monousuário ou rede local, permitindo uma evolução gradativa no processo de implantação. Os módulos do sistema CARIBE para bibliotecas e centros de documentação são:
Processamento Técnico Consulta - Rede Local Consulta - Internet Consulta - CD-ROM Coleções de Periódicos Empréstimo Aquisição/Assinaturas
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Software Características
Dixi
Software Proprietário
Olá Magali, Não temos essa opção. Trata-se de um sistema muito simples basicamente para atendimento de bibliotecas de empresas. Atenciosamente, Fabio Ferreira [email protected]
Software Características
Emilda Software Livre
É um sistema de gerenciamento de biblioteca com as funções de circulação e administração. Uso do padrão Z39.50 e formato MARC.
Software Características
Evergreen Software Livre
É um sistema de gerenciamento de biblioteca com módulos de empréstimo, catalogação, disseminação seletiva da informação, não importa o tamanho da biblioteca.
Evergreen foi o primeiro software para automação de bibliotecas lançado em setembro de 2006, na Geórgia consórcio PINES, utilizado em mais de 544 bibliotecas de todo o tipo - públicas, universitárias, escolares, especiais e bibliotecas particulares - em mais de uma dúzia de países no mundo inteiro. Evergreen tem uma comunidade ativa que participa de sua codificação, documentação e atualização. Características Robustez - capaz de lidar com um alto volume de transações e de usuários simultâneos.
Flexível - para acomodar as diversas necessidades das bibliotecas.
Seguro - para proteger a privacidade dos dados.
Amigáveis - de fácil utilização. Evergreen é um software de código aberto, livre licenciado sob a GNU GPL. Fonte: www.Open-ils.org
Software Características
Giz
Software Proprietário
Não respondeu
O módulo Biblioteca do Sistema Giz é uma solução para informatização de bibliotecas. Organiza e classifica o acervo, modernizando serviços e processos. Permite a emissão de vários relatórios para o controle do acervo e dos empréstimos. Algumas características: Cadastro de Áreas de Conhecimento CNPQ: permite importar
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o arquivo contendo as áreas de conhecimento, de acordo com as informações do CNPQ; Cadastro de acervos, autores, assuntos, idiomas, coleções, localização, editores; Cadastro de motivos de indisponibilidade do acervo; Consulta de empréstimos por usuário ou exemplar; Devolução por exemplar e por usuário; Emissão de carteiras de usuário, etiquetas de lombada e códigos de barras; Permite penalizar devoluções em atraso com multas ou com dias de impedimento de empréstimo; Bloqueia empréstimo para usuários com devoluções em atraso.
Fonte: www.aix.com.br
Gnuteca
Software Livre
Não Respondeu Seu e-mail para 'Gnuteca-users' com o assunto Acervo Fotográfico!! está em espera até que o moderador da lista revise-a para aprovação. A razão de estar em espera é: Postagem por não membro para uma lista somente de membros ou a mensagem será postada a lista, ou receberá uma notificação da decisão do moderador. Sistema para automação de todos os processos de uma biblioteca, independente do tamanho de seu acervo ou da quantidade de usuários. O sistema foi criado de acordo com critérios definidos e validados por um grupo de bibliotecários e foi desenvolvido tendo como base de testes uma biblioteca real, a do Centro Universitário Univates, onde está em operação desde fevereiro de 2002. O Gnuteca é um software livre, o que significa que pode ser copiado, distribuído e modificado livremente. O software é aderente a padrões conhecidos e utilizados por muitas bibliotecas, como o ISIS (Unesco) e o MARC21 (LOC - Library Of Congress). Por ter sido desenvolvido dentro de um ambiente CDS/ISIS, o Gnuteca prevê a fácil migração de acervos deste tipo, além de vários outros. O sistema pode ser utilizado tanto na gestão de pequenos acervos particulares como para acervos de mais de 100 mil exemplares. Por ser um software livre e utilizar como base apenas outros softwares livres, não há limite prático no número de estações de atendimento, ilhas para consulta ou acesso através da Internet.
Fonte: http://www.solis.coop.br/
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Software Características
Greenstone Software Livre
Software livre escrito em Java. Desenvolvido pelo Departamento de Informática da Universidade de Waikato, Nova Zelândia, sendo distribuído em cooperação com a UNESCO e a organização não governamental Human Info NGO. É um software fácil de instalar, poderoso, que permite manipular documentos XML e Imagens digitalizadas. Seu principal objetivo é o de incentivar universidades, bibliotecas e outras instituições a construírem as suas próprias bibliotecas digitais. Composto de um conjunto de rotinas e aplicações voltadas para a criação, construção e difusão de coleções digitais, oferecendo uma forma de organização e publicação de informações na Internet ou em mídias removíveis (CD-ROM/DVD).
Fonte: www.greenstone.org/
Contatos:[email protected]. [email protected]
Software Características
Informa
Software Proprietário
Prezada Sra., O Informa é capaz de fazer o tratamento técnico de qualquer tipo de material previsto pelo AACR2, inclusive acervo fotográfico. Maiores informações sobre a Família Informa de Softwares para Biblioteca podem ser obtidas no site da empresa www.modonovo.com.br. No link Família Informa 2000, Documentação, depois de preencher o formulário, é possível baixar a documentação relativa aos softwares. Desde já agradecemos o seu interesse e nos colocamos à sua disposição para quaisquer esclarecimentos que se façam necessários. Atenciosamente, Denise Goulart Ger. de Comunicação A Família Informa® 2000 é voltada para a automação de bibliotecas e centros de documentação. Sua arquitetura Cliente/Servidor permite acesso aos Bancos de Dados MS-SQL Server* e Oracle. O Informa Biblioteca Eletrônica 2000 é o software centralizador da Família 2000. Desenvolvido para trabalhar no ambiente Windows (Windows 98, ME, NT, 2000 e XP), pode estar conectado aos seguintes bancos de dados: MS-SQL
23 Informações obtidas no site: http://glima.eci.ufmig.br/guiasoftware/
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Server 7.0 ou 2000, Oracle 8i (8.1.5 ou superior) ou 9i para ambiente de rede Windows ou Unix. Suas seis rotinas gerenciam todas as tarefas da biblioteca ou centro de documentação, são elas: aquisição, recuperação, jurídica, vocabulário, periódico e empréstimo. Contatos: Empresa: Modo Novo Rua: Buenos Aires, 93/602 - Centro Rio de Janeiro - RJ CEP: 20070-020 Fone: <?XML:NAMESPACE PREFIX = SKYPE />(21)22210951 (21)22210951 Website: www.modonovo.com.br E-mail: [email protected]
Software Características
Koha
Software Livre
O Koha não é para bibliotecas pequenas, pois é um software que exige bastante da máquina e muito conhecimento técnico para ser instalado e mantido. Para começar, a documentação não está completa, e como existem diversos tipos de sistemas, é muito confuso achar onde você se encaixa e ainda, se essa documentação está atualizada. Características:
2 modos de indexação: pelo software Zebra e pela base
mysql.
Servidor Z39.50 e Cliente Z39.50 (Usando o software Yaz)
Servidor OAI-PMH
Compatibilidade total com os formatos MARC21 e UNIMARC.
Utiliza web services no catálogo, por exemplo, os comentários
e capas da Amazon (pouco útil para nós brasileiros).
Fonte: http:/www.bsf.org.br
Software Características
Library
Software Proprietário
O Library Plus é um sistema de gestão para biblioteca completo, que otimiza todos os processos e atividades de uma biblioteca. Recursos:
Cadastros: Mídias; Usuários (professores, alunos e funcionários); Classificação (CDD ou CDU); Idiomas; Editoras; Autores;
Manutenção: Acervo (obras, exemplares, separata, etc.);
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Periódicos (edições, artigos, etc.); Leis/Decretos/Adins;
Arquivo permanente; Inventário (manual ou eletrônico); Atendimento: Empréstimos; Devoluções; Reservas; Pesquisas; Recebimento de multas. Relatórios: Financeiros; Administrativos; MEC. Outros: Mala direta; Pesquisa de CEP.Fonte: http://www.itcompany.com/inforetriever/software.htm
Software
Características
Library a la carte Software Livre
Software de código fonte aberto e disponível gratuitamente. Fonte: http:/ www.bsf.org.br
Software Características
MiniBiblio
Software Grátis
Infelizmente, na versão atual em que o MiniBiblio se encontra não é possível criar novas categorias. Porém, é possível editar os títulos das categorias já existentes, tornando possível fazer uma alusão a algum tipo de mídia que não possa ser catalogado. Quanto a tratamento técnico, caso se trate de classificação e organização, a única maneira disponível pelo aplicativo é através da sua listagem que pode ser classificada em ordem crescente ou decrescente, utilizando os itens de cadastro dos materiais. Qualquer outra informação, estamos à disposição! Atenciosamente, Alessandro P. Cristiano - Suporte Técnico Distribuído de maneira livre, seu objetivo é cadastro, gerenciamento de livros, revistas, vídeos, manuais, discos e/ou dados. Possibilita o controle de empréstimos sabendo o dia em que um material foi retirado e quando foi (ou deve ser) devolvido. Apresenta diferentes possibilidades de configuração visual e funcional.
* É um software com distribuição gratuita e não disponibiliza seu código fonte.
Software Características
MultiAcervo
Software Proprietário
Bom dia, Magali. Agradecemos por contatar conosco. A resposta para a sua pergunta é sim, o MultiAcervo pode tratar acervos fotográficos.
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Mas o Multiacervo é um software para bibliotecas e centros de documentação e trata "qualquer" tipo de documento, inclusive acervo de fotografias. Ele não é voltado "exclusivamente" e "especificamente" para fotografias, para documentos em geral.. Mas como pode armazenar dentro do seu banco de dados qualquer tipo de arquivo digital, seja foto, música, filmes, planilhas, apresentações, projetos, etc., as próprias fotos podem ser tratadas com qualidade. De um modo geral você conseguirá: Armazenar todas as suas fotos, ordenadas em um documento. Recuperar o documento, nas consultas, por qualquer campo utilizado no registro bibliográfico. Nome, autor, título, local, data, etc. Relacionar o nome de todas as fotos contidas no documento. Abrir cada uma delas e daí fazer download caso queira. Abaixo vou lhe encaminhar uma sequência de 6 imagens, onde fiz rapidamente um exemplo deste tratamento. Espero que eu consiga lhe mostrar o funcionamento desta parte do MultiAcervo. Agradeço e fico a disposição. Aylton Bogo diretor Horizonte Tecnologia de Informática MultiAcervo é um software que automatiza bibliotecas e centros de documentação, seja de instituições de ensino ou bibliotecas especializadas. Contempla as principais funções de uma biblioteca: catalogação; pesquisa; empréstimo; controle de periódicos; aquisição e intercâmbio de informações. Usando o MultiAcervo, o bibliotecário conseguirá em pouco tempo: Catalogar todo o seu acervo, seja de livros, enciclopédias, fitas de vídeo, CD-ROM, jornais, revistas, arquivos eletrônicos, imagens, normas técnicas, procedimentos, mapas ou outros; Habilitar-se a promover intercâmbio de dados com outras instituições, através do formato MARC 21; Disponibilizar consultas on-line, em rede para toda a instituição, ou mesmo via internet / intranet; Controlar a movimentação do material (empréstimos, devoluções, renovações, reservas, estatísticas e avisos); Controlar adequadamente as reservas, de forma descentralizada, isto é, o cliente da biblioteca e o sistema, em conjunto, gerenciam esta atividade; Administrar eficientemente sua biblioteca ou centro de documentação com o uso de etiquetas de lombada e de código de barras, relatórios de controle, relatórios estatísticos,
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informes via e-mail e inventário do acervo; Manter pleno controle das publicações periódicas (jornais e revistas); Possibilidade de efetuar intercâmbio, tanto entre unidades coligadas como unidades independentes; Organizar o processo de aquisição de novos materiais; Capacitar-se a responder a questionamentos sobre o acervo, tal como acervo por área de conhecimento, acervo por curso e disciplina, planilhas em formato pré-estabelecido. Isso é particularmente útil para trabalhar com o MEC.
Software Características
NewGenLib
Software Livre
NewGenLib é um sistema integrado de gestão desenvolvido pela biblioteca Verus Solutions Pvt. Ltd. expertise de domínio é fornecido pelo Kesavan Instituto de Informação e Gestão do Conhecimento em Hyderabad, na Índia. NewGenLib versão 1.0 foi lançada em março de 2005. Em 09 de janeiro de 2008, foi declarado NewGenLib Open Source Software sob licença GNU GPL pela Verus Solutions. Atualmente NewGenLib 2.4 é a última versão em execução. Características Os módulos do software são: • Aquisições • Catalogação • Gestão de Periódicos • Circulação • Administração • OPAC Repositórios institucionais compatíveis com o protocolo OAI-PMH. É um software baseado na web e tem uma arquitetura multi-tier usando Java. O banco de dados backend padrão é o código-fonte aberto PostgreSQL. NewGenLib é compatível com o formato MARC 21, tem um editor MARC e permite conexão direta com base de dados bibliográficos e de autoridade de importação de dados para catalogar. Carta modelos de formulário são configuráveis usando o OpenOffice 2.0 como ODT e htm. Servidores de e-mail SMTP podem ser configurados para e-mails que podem ser enviados a partir de módulos funcionais. NewGenLib pode ser instalado em sistemas operacionais Linux e Windows. NewGenLib pode ser usado para qualquer tipo de biblioteca. Essa é a sua vantagem em relação ao sistema de código aberto voltado para outras bibliotecas públicas. Os tipos de bibliotecas em que NewGenLib pode ser utilizado são: • Bibliotecas da Universidade • Colégio / bibliotecas escolares • Bibliotecas Públicas
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• Bibliotecas de Institutos de Pesquisa • Bibliotecas Igreja • Bibliotecas em Escritórios / Empresas Fonte: www.Lislinks.com/topic
Software Características
OpenBiblio Software Livre
Boa Tarde Sra. Magali O Openbiblio não gerencia nativamente acervo fotográfico, sendo necessária uma modificação parcial em sua estrutura de exibição dos resultados. Até mais, Henrique Monteiro Gerente de Projetos Ti-Rex Soluções em Informática Openbiblio é um software livre de automação de bibliotecas escrito em PHP contendo OPAC, circulação, catalogação e administração de usuários. A empresa Ti-Rex está nos últimos ajustes do sistema OPBIBLIO, um novo sistema baseado no projeto Openbiblio Brasil com diversas novidades, este novo projeto é audacioso e Nacional, onde engloba funcionalidades importantes para a área de Biblioteconomia. Algumas funcionalidades: OPAC com diversos tipos de busca com login de acesso do usuário; Estrutura para Thesaurus; CDD ou CDU incluso; Tabela Cutter automático, entre outras funcionalidades. Esse novo sistema surge com um novo conceito para bibliotecas em referência ao usuário, pois possui modulo de Customer Relationship Management (CRM), que possibilita uma nova relação entre a unidade informacional e seus usuários. Fonte: Divulgado na lista de discussão bibamigos em 05/08/2010 [email protected]
Software Características
Ortodocs
Software Proprietário
Contempla as funções básicas presentes em um sistema de gerenciamento de informações bibliográficas: Importação de Dados: permite a importação de dados em formato de intercâmbio, seja em disquetes, CD-ROMs ou Internet, de instituições que adotam o formato MARC ou formatos compatíveis com ele; Exportação de Dados: permite a exportação do seu banco de dados ou parte dele para qualquer outro sistema que adote o formato MARC ou outro formato que seja compatível com ele;
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Catalogação: esta função destina-se a formação do banco de dados da biblioteca, seja através da catalogação original ou importando um registro já catalogado. Diversos tipos de materiais podem ser administrados pelo OrtoDocs como: livros, revistas, jornais, fitas de vídeo, CDs, discos de vinil, fitas K7, partituras, documentos de arquivo, peças de museu, nomes de autores, vocabulário controlados, etc.; Pesquisa Pública: destina-se aos usuários da biblioteca. A pesquisa pode ser realizada por autor, título, assunto e palavras. O usuário pode solicitar reserva de um material que esteja emprestado ou solicitar empréstimo naquelas bibliotecas que ele não tem acesso; Circulação: administra o cadastro de usuários, bem como todas as operações envolvendo usuários e o acervo da biblioteca, como: empréstimo, devolução, prorrogação, reservas, cancelamento de reservas e registros dos materiais consultados no interior da biblioteca; Permite também a emissão de relatórios a partir das informações gerenciadas por esta função, como: relatórios estatísticos, alertas de atraso para cobrança, cartas de cobrança, etc.; Aquisição: gerencia o processo de aquisição, mantendo informações referentes aos editores, agentes ou fornecedores. Registra todo histórico de compra de um determinado material, como: data, reclamações, etc.; Controle de Periódicos: controla eletronicamente o acervo de publicações periódicas.
Fonte: www. Potiron.com.br
Software Características
Pergamum
Software Proprietário
O Pergamum começou com o tratamento de materiais convencionais (bibliográfico). Desde 2008 estamos trabalhando com Arquivo, Documentação jurídica e museus. A catalogação é no formato MARC, utilizando as regras do AACR2. Já na consulta web é possível visualizar o link seja ele fotografia, capa de livros etc. att. Marelis Permite a catalogar de acordo com as regras do Anglo american cataloguing rules - AACR2;
Entrada de dados on-line; Formato MARC 21 dos registros bibliográficos para
exportação e importação; Formato MARC 21 dos registros internos; Importação de dados de centros de catalogação
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cooperativa on-line e CD-ROM via formato ISO-2709; Exportação de dados no formato ISO-2709, para
intercâmbio de registros bibliográficos; Geração de vários modelos de etiquetas: Códigos de
barras, lombadas, Aquisição, etc.; Inclusão de novos exemplares de um mesmo título; Manutenção controle de autoridade (Nomes, Assuntos
e Títulos); Cópia de registro facilitando o cadastro de materiais
com edições diferentes; Construção automática de lista de autoridades a partir
dos registros incluídos; Realiza o gerenciamento, armazenamento e
recuperação de imagens, som e textos digitalizados; Correção dos registros associados a um autor ou
assunto mediante alteração na lista de autoridades; Consulta ao cadastro de autoridades, lista de editoras e
lista de siglas durante o cadastramento de um registro; Controle de periódicos com Kardex e indexação de
artigos; Controle de aquisição interligado com o processo de
catalogação.
PHL Personal Home
Library Software Livre
O PHL - Personal Home Library é uma aplicação Web desenvolvida para administração de coleções e serviços de bibliotecas e centros de informações. Foi concebido como uma alternativa às bibliotecas e usuários com poucos recursos (financeiro e de pessoal) e que pretendem organizar suas coleções, automatizar rotinas e serviços e/ou disponibilizar e compartilhar seus catálogos através da Web. O padrão do registro utilizado pelo PHL se baseia no formato UNISIST/Unesco, muito mais simples que os antigos formatos anglo-americanos* (MARC, USMARC, UKMARC, UNIMARC, MARC21, etc.) e proporciona aos bibliotecários a descrição eficiente e precisa de qualquer tipo de informação independentemente de seu suporte. É um formato moderno, de baixíssimo custo de implementação, de comprovada eficiência e adotado como padrão nos organismos internacionais e nas grandes redes mundiais de informações (BIREME, AGRIS, FAO, INIS, etc.).
Desde a data de sua publicação, o PHL passou a ser distribuído gratuitamente, incentivando e dando suporte às bibliotecas para sua implementação e utilização em estações monousuário.
Fonte: www.elysio.com.br
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Software Características
PMB
Software Livre
O PMB é, dentre os softwares de automação de bibliotecas que não exigem muito do servidor, o mais completo. É uma boa alternativa para pequenos acervos, sejam acervos pessoais ou pequenas bibliotecas de instituições.
Suas principais características são:
Impressão de etiquetas e fichas (sim, ainda existem catálogos de fichas). - Uso do padrão Z39-50. - Baseado na WEB. Gerenciamento pode ser feito em qualquer micro. - Controle de empréstimos. - Grande possibilidade de customização. Incluindo o acesso livre ao código para implementar funcionalidades específicas.
Fonte: http://rabi.org/pmb
Software Características
RM Software Software
Proprietário
Solução completa para o controle de todo o tipo de acervo da instituição, inclusive com gestão multicampi e dentro dos padrões MARC 21, ABNT e ACCR2.
Processos:
Consulta rápida (local/web) com critérios definidos pelos usuários
Geração de etiquetas para identificação do acervo
Controle de reservas com visualização da fila, inclusive via internet
Geração automática de carteirinhas com código de barras
Integração com o módulo financeiro e contábil para cobrança de empréstimos e multas por atraso da devolução
Integração completa com secretaria acadêmica e módulos de RH
Bloqueio de alunos irregulares
Relatórios exigidos pelo MEC
Inventário de exemplares
Fonte: www.veza.com.br
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Software Características
Sábio Software
Proprietário
Está dividido em 4 módulos distintos: Processamento Técnico e Consulta Bibliográfica: Este módulo tem como função básica o cadastramento e gerenciamento do acervo. Nele se faz o tombamento, a catalogação descritiva e o controle de cabeçalhos de assuntos e autores. Controle de Empréstimo: Este módulo tem como função o controle da circulação do acervo e do cadastro dos usuários da biblioteca. Gerenciamento de Aquisições: Este módulo tem como função registrar sugestões para aquisição, auxiliar o processo de seleção, cadastrar fornecedores e gerenciar o processo de aquisição e intercâmbio (em fase de desenvolvimento em 09/2009). Consulta via Internet: Este módulo tem como função básica viabilizar a consulta ao acervo pela Internet (HTTP).
Fonte: www.wallis.com.br
Software Características
Scriblio
Software Livre
Software de fonte aberta concebido como um plug-in para a plataforma WordPress. Este catálogo apresenta experimental Web / Library 2,0 tecnologia, como a etiquetagem, navegação facetada, comentários de usuários e feeds RSS. Os recursos adicionais incluem em tempo real exibir acervos locais; texto completo com links para periódicos eletrônicos, e-books e livros do Google.
Fonte: www.scriblio.net
Software Características
Siabi
Software Proprietário
Siabi é um sistema completo, facílimo de usar, ideal para Instituições de Ensino avaliadas pelo MEC, Memoriais, Museus e Bibliotecas Especializadas em Direito. Ele é compatível com padrões nacionais e internacionais da biblioteconomia: MARC-21, ISO-2709, AACR2, ABNT e Z39.50. Captura registros da WEB e gera os principais campos MARC automaticamente. Cataloga materiais especiais, acervos digitais e analíticas. Controla sugestões, compras, doações, duplicatas e descarte. O sistema alerta o vencimento das assinaturas, gera a Ficha
Kardex, permite a inclusão de sumário e capa dos fascículos e controla as encadernações. O Módulo Jurídico permite a inclusão de Doutrina, Legislação e Jurisprudência com vinculação ao Inteiro teor. Trabalha com
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Thesaurus, CDU, CDD e Tabela DÓRIS.
Controla empréstimos Normais, Especiais e Xerox, gerando multas ou suspensões com bloqueio automático. Emite recibos e carteira do usuário com código de barras e foto. Autoriza transações por senha ou leitura da digital (Biometria). O Módulo de Estatísticas informa a posição do acervo por áreas de conhecimento, títulos, usuários, cursos, tipo de material e departamentos com mais empréstimos, as estatísticas de acessos à portaria e quantitativo de consultas locais por classes.
Ofereça aos seus usuários a comodidade de consultas ao acervo, renovação e reservas de materiais via internet. Um e-mail é automaticamente enviado para o usuário quando a reserva é ativada, quando os empréstimos estão vencendo ou em atraso e quando algum documento que ele deseja é adquirido pela biblioteca (Disseminação Seletiva da Informação).
O Siabi é um sistema com arquitetura cliente/servidor escrito em Delphi com utilização do Banco de Dados SQL Server, Oracle ou Firebird. A Interface WEB para consultas é baseada em páginas ASP/PHP.
Fonte: www.siabi.com.br
Software Características
Sophia
Software Proprietário
Olá Magali, bom dia! Você gostaria de um sistema que organizasse o acervo da biblioteca e um acervo de memória, é isso? O Sophia Biblioteca organiza sim, porém as fichas são desenvolvidas para cadastro de livros e você terá que adequá-los às fotos. Existe a aba mídia, onde você incluirá a foto. Vou te mandar anexada uma apresentação do Sophia Acervo que seria um produto mais próprio para essa catalogação. Vocês já utilizam algum software na biblioteca? Fico à disposição para eventuais esclarecimentos e no aguardo de um breve retorno. Att. Valéria Moreira Depto. Comercial Prima Informática DDG: 0800 55 70 74 Tel.: (12) 2136-7200 Fax: (12) 2136-7201 [email protected] www.primasoft.com.br msn: [email protected] Apresentação e fôlder no e-mail
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É uma solução modular que opera de acordo com as normas e padrões da biblioteconomia, tais como: AACR2, MARC, ABNT e Z39.50, requisitos de avaliação do MEC para as bibliotecas de Instituições de Ensino Superior*. Algumas características: Catalogação de obras/publicações avulsas de todos os níveis bibliográficos (monografias, gravações sonoras, materiais audiovisuais, kits multimídias, arquivos eletrônicos etc.) e em qualquer suporte físico: textual, impressos, CDs, fitas K-7, VHS, entre outros; Cadastro de analíticas de obras; Catalogação de periódicos com Kardex Eletrônico, controle de assinaturas; Cadastro de artigos de periódicos; Visualização dos registros em ficha com elementos organizados e dispostos segundo o AACR2; Cadastro de usuários completo com foto, com dados pessoais, institucionais, histórico completo de circulações, sanções e agenda financeira; Controle de circulações; Telas de pesquisa com uso de operadores booleanos; Relatórios gerenciais, estatísticos, do MEC, referência bibliográfica para cada tipo de material segundo ABNT, relatório topográfico, de aquisições, entre outros; Controles financeiros de multas e serviços; Etiquetas com código de barras, número de chamadas e papeleta de bolso; Tabelas de autoridade para vocabulário controlado com remissivas ver e remissivas ver também; Tabelas Auxiliares para cadastro de editoras, fornecedores, bairros, feriados, países; Controles de manutenção do acervo com retenção de exemplares e motivo; Biblioteca Virtual: disponibilização de mídias eletrônicas em qualquer suporte para visualização pela WEB e terminais de consulta; Controle de sugestão de aquisições.
Software Características
Sysblibi
Software Proprietário
Bom dia Magali, Trata sim muitos tipos diferentes de materiais, inclusive foto. Seu e-mail será encaminhado, e a pessoa responsável entrará em contato. Att.,
Valéria Sá Contempory Informática - Suporte
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Rua República do Líbano, 61 sala 1001 Centro - Rio de Janeiro - RJ 20061-030 - Brasil E-mail:[email protected] Tel./fax:(55)(21)3553-9292
Permite o gerenciamento de uma instituição, seja ela uma biblioteca, um arquivo ou centro de documentação. Além dos serviços tradicionais, como: Aquisição, Processamento Técnico, Empréstimo, Controle de Periódicos, Vocabulário, Padrão MEC e outros, o Sysbibli emite diferentes tipos de relatórios e estatísticas.
Os mecanismos gerenciais do Sysbibli incluem a emissão de impressos, digitalização de imagens, etiquetas, recibos, listas, gráficos estatísticos, emissão de diversas cartas, DSI, envio de e-mails, etc. Ao nível de direção existe Relatório Patrimônio/Tombo, que controla valores e gastos referentes à compra e/ou à assinatura de material (livros, revistas, CD, etc.), que funciona através de senha. O sistema trabalha em rede, permitindo a disseminação de seu banco de dados pela INTERNET, através de consultas On-Line e envio de e-mails, e por trabalhar na arquitetura cliente/servidor-SQL (plataforma Oracle, Firebird, MsSql), garante a integridade das suas informações. Os módulos do Sysbibli são: SISREC (Acervo) SISEMP (Empréstimo) SISJUR (Jurídico) SISPER (Periódico) SISAQ (Aquisição) SISVOC (Vocabulário) SISMEC (MEC) Banco de Atendimento (Gerenciamento) SISBCON (Consultas) SISWEB (Internet)
Software Características
Thesaurus
Software Proprietário
Olá. O Thesaurus tanto trata tecnicamente do documento, no caso foto, com a catalogação das mesmas nos padrões da AACR2, quanto permite o armazenamento das imagens ou das URL's das imagens. Assim, pode ser feita uma busca textual pelos metadados em AACR2 e a exibição das fotos em uma interface unificada. Temos também um novo sistema que será lançado no mês que vem. Ele é todo WEB 2.0 e Biblioteca 2.0, assim, traz algumas vantagens interessantes e sem precedentes no mercado para o tratamento de todo tipo de
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material em ambiente multimídia. Estamos ao seu dispor para maiores esclarecimentos. Geraldo Iraci do Couto Sistema Thesaurus
Sistema destinado à automação das rotinas de bibliotecas públicas e privadas. Algumas características: Serviços de referência: Cadastramento de Pedidos de Pesquisa, Atendimento de Pesquisas Pendentes, Pesquisa de Materiais, Cadastramento de usuários Requisitantes de Pesquisas, Cadastramento e Controle de Pedidos de Aquisição; Serviços de circulação: Controle de Empréstimos, Devolução e Renovação de Empréstimos, Cobrança, Relatório de Atrasos, Cadastro de Leitores, Emissão de Carteirinhas, Pedido de Reserva; Serviços de catalogação: Monografias, Periódicos, Legislação, Material Especial, Relatório de Referência Bibliográfica normalizada pela norma NBR-6023; Serviços de controle dos Periódicos: Cadastro de Títulos, Controle de Assinaturas, Relatório de Assinaturas a Vencer e Relatório dos Periódicos não Recebidos, Inventário com utilização de código de barras e coletor inteligente de dados; Relatórios disponibilizados diretamente nas telas e através da opção Relatórios do menu; Geração de relatórios estatísticos diversos; Tabelas geradas e alteradas, a saber: Atos Normativos, Contadores, Cutter, Informações Descritivas, Instituições, Línguas, Motivos de Baixa, Observações, Prazos, Thesaurus, Tipos Materiais Especiais, Tipos Monografias; Entradas de dados para catalogação em formato de intercâmbio US MARC; Ferramenta de pesquisa a múltiplas bases via protocolo Z39.50. Contatos: Empresa: VIAAPIA Sia/Sul, Quadra 4c, Número 56, Salas 201/203 Brasília, DF CEP: 71200-045 -
Software Características
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Virtua
Software Proprietário
O Virtua ILS (Integrated Library System) possui ferramentas como FRBR (Functional Requirements for Bibliographic Records), Notificações de Update através do DSI, Revisões de Usuários e uma interface Smart Device para consulta ao catálogo. É um software que permite criar perfis customizados para cada biblioteca e usuário do staff acessar mais de 600 funções através do sistema. Permite configurar as regras e os parâmetros de acordo com a biblioteca. Oferece funcionalidade integrada entre os módulos, incluindo os sistemas de catalogação, aquisições, periódicos, circulação e gerenciamento de relatórios. Capacidade de integração completa, permitindo mudar de um módulo para outro, sem precisar efetuar novo login, bastando um atalho no teclado ou simples click do mouse.
Fonte: www.virtuasoftware.com.br
Software Características
WebMarc Software
Proprietário
Sim, o software WebMARC permite cadastrar (catalogar) qualquer tipo de documento. att. Paulo - BiblioShop. 48 3028-2129 48 3028-2129 O WebMARC é um gerenciador de bases de dados textuais com interface web, projetado de acordo com o padrão ISO 2709, seguindo os princípios adotados pelo CDS/ISIS. É ideal para o desenvolvimento de bases para bibliotecas, centros de documentação, arquivos, museus e demais áreas onde o objetivo seja armazenar e recuperar informações textuais. Principais recursos: utilitário para migração dos dados do CDS/ISIS; visualização nos formatos referência e catalográfico; opção para exportação de registros no formato ISO 2709. Principais relatórios: catálogo geral do acervo; índice de autores, títulos e assuntos (palavras-chave); etiquetas de código de barras, lombada e bolso. Desenvolvido pela empresa BiblioShop, especializada na análise e desenvolvimento de sistemas de informação para bibliotecas, centros de documentação, arquivos, museus e demais áreas onde o objetivo seja armazenar e recuperar informações textuais.