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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INOVAÇÃO TERAPÊUTICA FLÁVIA SALES LOPES DO NASCIMENTO OTIMIZAÇÃO DE MÉTODO ANALÍTICO E OBTENÇÃO DE UM DERMOCOSMÉTICO A PARTIR DE Eclipta alba (L.) PARA O TRATAMENTO DE ALOPECIA RECIFE-PE 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INOVAÇÃO TERAPÊUTICA

FLÁVIA SALES LOPES DO NASCIMENTO

OTIMIZAÇÃO DE MÉTODO ANALÍTICO E OBTENÇÃO DE UM

DERMOCOSMÉTICO A PARTIR DE Eclipta alba (L.) PARA O TRATAMENTO DE

ALOPECIA

RECIFE-PE

2017

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FLÁVIA SALES LOPES DO NASCIMENTO

OTIMIZAÇÃO DE MÉTODO ANALÍTICO E OBTENÇÃO DE UM

DERMOCOSMÉTICO A PARTIR DE Eclipta alba (L.) PARA O TRATAMENTO DE

ALOPECIA

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Inovação Terapêutica da

Universidade Federal de Pernambuco para

obtenção do título de Mestre em Inovação

Terapêutica.

Orientador: Prof. Dr. Pedro José Rolim

Neto

Coorientadoras: Profª. Drª. Evani de Lemos

Araújo

Profª. Drª. Rosali Maria Ferreira da Silva

RECIFE-PE

2017

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Catalogação na Fonte: Bibliotecário Bruno Márcio Gouveia, CRB-4/1788

Nascimento, Flávia Sales Lopes do Otimização de método analítico e obtenção de um dermocosmético a partir de Eclipta alba (L.) para o tratamento de alopecia / Flávia Sales Lopes do Nascimento. – 2017.

72 f. : il.

Orientador: Pedro José Rolim Neto. Coorientadoras: Evani de Lemos Araújo, Rosali Maria Ferreira da Silva. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. Centro de Biociências. Programa de Pós-graduação em Inovação Terapêutica, Recife, 2017. Inclui referências e anexos.

1. Manifestações cutâneas de doenças 2. Cabelo – Doenças 3. CalvícieI. Rolim Neto, Pedro José (orientador) II. Araújo, Evani de Lemos(coorientadora) III. Silva, Rosali Maria Ferreira da (coorientadora) IV.Título.

616.5 CDD (22.ed.) UFPE/CB – 2018 - 010

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FOLHA DE APROVAÇÃO

FLÁVIA SALES LOPES DO NASCIMENTO

OTIMIZAÇÃO DE MÉTODO ANALÍTICO E OBTENÇÃO DE UM

DERMOCOSMÉTICO A PARTIR DE Eclipta alba (L.) PARA O TRATAMENTO DE

ALOPECIA

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Inovação Terapêutica da

Universidade Federal de Pernambuco para

obtenção do título de Mestre em Inovação

Terapêutica.

Orientador: Prof. Dr. Pedro José Rolim

Neto

Coorientadoras: Profª. Drª. Evani de Lemos

Araújo

Profª. Drª. Rosali Maria Ferreira da Silva

Aprovada em 10 de agosto de 2017

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________

Prof. Dr. Pedro José Rolim Neto/UFPE

__________________________________________________

Profª. Drª. Elba Lúcia Cavalcanti de Amorim/UFPE

_________________________________________________

Profª. Drª. Magda Rhayanny Assunção Ferreira/UFPE

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Dedico este trabalho primeiramente а

Deus, que me deu força e determinação

nessa nova caminhada e à minha família

que sempre me incentivou para a

realização dos meus ideais.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por esta nova caminhada, pois nada seria possível

sem sua divina vontade.

A minha família, pela educação, incentivo e apoio durante essa etapa da minha vida.

Aos meus amores, os dois homens da minha vida, pelo carinho, compreensão e apoio nas horas

difíceis e principalmente pelo amor.

À Michele, minha inteligentíssima cunhada que sempre me socorreu, dando força,

apoio e ensinamentos.

À Rishon, minha segunda família, aos amigos que me ajudaram na pesquisa, me

apoiaram e cobriram minha ausência, em especial a André, Juliana, Marcone e Marcos.

Ao meu estimado orientador Prof. Dr. Pedro José Rolim Neto, que me acolheu no

LTM, sou muito grata pela competência, pelos ensinamentos e pela sua confiança e

principalmente paciência.

Às minhas coorientadoras Profª. Drª. Evani de Lemos Araújo, pela sua simplicidade,

amizade e confiança no meu trabalho, e Profª. Drª. Rosali Maria Ferreira da Silva por todos os

ensinamentos, pelas cobranças, paciência e principalmente amizade.

À família LTM, por toda a ajuda prestada e amizade, especialmente a Cindy, Larissa

Morgana, Patrícia, Talita, entre outros, vocês foram especiais.

Ao professor Luiz Alberto Lira Soares, por ceder seu laboratório e pela contribuição

dada à pesquisa.

À professora Magda, que me ajudou numa etapa importante da pesquisa com toda sua

generosidade, competência e amizade.

Ao NCQMC, Prof. José Lamartine, Profª. Monica Felts e Taisa Passos, pela

oportunidade e disponibilidade em me ajudar a desenvolver parte deste trabalho, meus

sinceros agradecimentos e à querida Maria Luiza pela sua amizade e generosidade.

Aos meus estagiários Renato Birlo, Eloisa Simões e Márcia Araújo, pela ajuda

prestada e pela amizade de vocês. E à Francielly Sabino, que foi de suma importância para a

conquista deste trabalho.

Enfim, a todos amigos, familiares e colegas que, direta ou indiretamente, contribuíram

para a minha formação, não só na universidade, mas ao longo da minha vida. Muito obrigada!

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Tentar e falhar é pelo menos aprender.

Não chegar a tentar é sofrer a

inestimável perda do que poderia ter

sido”.

(Geraldo Eustáquio de Souza)

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RESUMO

Eclipta alba (L.), popularmente conhecida como “erva botão” e amplamente encontrada em

regiões tropicais e subtropicais, é objeto de estudo, há vários anos, para a cura de diversas

doenças, como a malária, helmintíase, câncer e diabetes, alopecia, entre outras. O objetivo

deste trabalho foi além de realizar a caracterização físico-química e fitoquímica de E. alba

desenvolver um produto capilar para o tratamento de alopecia utilizando essa droga vegetal. A

caracterização físico-química das partes aéreas da droga vegetal, foi realizada conforme a

Farmacopeia Brasileira 5ª Ed. (2010), enquanto que a análise fitoquímica foi fundamentada

no método de cromatografia em camada delgada. O percentual de cinzas totais do pó de E.

alba apresentou – se em média 14,44% e foi considerado elevado quando comparado a outros

estudos, onde o valor das impurezas inorgânicas não voláteis da droga foi de 10,54%.

Segundo a Farmacopeia Brasileira, a umidade do pó de E. alba encontra-se dentro do limite

especificado, que é de 8 a 14%, onde obtivemos como resultado 8,72%. A partir da

distribuição granulométrica, o pó da droga vegetal foi classificado como moderadamente

grosso. O pH do extrato metanólico de E. alba ficou dentro do intervalo considerado ideal

para as formulações cosméticas, que é entre 4,5 e 6,0. A cromatografia em camada delgada

revelou a presença de diversos metabólitos que possuem atividades farmacológicas, como

polifenois, açúcares redutores, saponinas, terpenos e esteroides. Com isso, foi possível

evidenciar a presença da wedelolactona, um metabólito que proporciona o crescimento

capilar. A partir daí, foi realizado o doseamento da wedelolactona em espectrofotômetro para

quantificação da mesma e definição da dosagem do extrato vegetal na loção capilar. Logo, E.

alba foi utilizada em uma formulação que satisfaça os cuidados específicos que a alopecia

necessita e atenda às expectativas da população que vem sendo afetada pela queda capilar.

Palavras-chave: Eclipta alba. Cabelo. Alopecia. Cromatografia em Camada Delgada.

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ABSTRACT

Eclipta alba (L.), popularly known as "button herb" and widely found in tropical and subtropical

regions, has been studied for several years for curing various diseases such as malaria,

helminthiasis, cancer, diabetes, alopecia, among others. The objective of this work was to

perform the physical-chemical and phytochemical characterization of E. alba to develop a

capillary product for alopecia using this plant drug. The physicochemical characterization of the

aerial parts of the plant drug was performed according to the Brazilian Pharmacopoeia 5th

edition, while the phytochemical analysis was based on what was recommended by Savita and

Prakashchandra in 2011. The percentage of total ashes of the E. alba powder was considered

high value, when compared to a published study, where the value of the non-volatile inorganic

impurities of the vegetable drug was 10, 54%. According to the Brazilian Pharmacopoeia 5th

edition, the humidity of E. alba powder is within the specified limit, which is 8 to 14%. From the

granulometric distribution of the plant drug powder, it was possible to classify it as moderately

thick. The pH of the E. alba methanolic extract was within the range considered ideal for the

cosmetic formulations, which is between 4, 5 and 6, 0. The TLC of the extractive solution of the

aerial parts of the plant material revealed the presence of several constituents that have

pharmacological activities, such as polyphenols, cinnamic derivatives, reducing sugars,

anthraquinones, saponins, coumarins, terpenes and steroids. Thus it was possible to evidence the

presence of wedelolactone, a coumarin that provides capillary growth. From there, the coumarin

assay was performed in a spectrophotometer at a wavelength of 340 nm, demonstrating the

linearity of the method. Therefore, E. alba has been used in a formulation that satisfies the

specific care that alopecia needs and meets the expectations of the population that has been

affected by hair loss.

Keywords: Eclipta alba. Hair. Alopecia. Thin Layer Chromatography.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Estrutura do cabelo................................................................................................ 19

Figura 2 – Ciclo de crescimento do cabelo ............................................................................ 20

Figura 3 – Diferenças étnicas relacionadas à morfologia capilar ........................................... 21

Figura 4 – Alopecia ................................................................................................................ 22

Figura 5 – Ação da 5 α-redutase ............................................................................................. 24

Figura 6 – Alopecia Androgenética padrão masculino .......................................................... 24

Figura 7 – Alopecia Androgenética padrão feminino ............................................................ 25

Figura 8 – Eclipta alba (L.) com flor branca.......................................................................... 28

Figura 9 – Estrutura química da Wedelolactona .................................................................... 29

Figura 10 – Fluxograma do procedimento de manipulação do LB I e LB II ......................... 45

Figura 11 – Curvas de retenção e passagem do pó das partes aéreas de E. alba ................... 49

Figura 12 – Histograma de distribuição granulométrica do pó das partes aéreas de E. alba . 50

Figura 13 – Perfil cromatográfico, obtido por CCD, do extrato metanólico de E. alba após a

aplicação dos reveladores específicos, permitindo a identificação das classes de metabólitos

presentes na droga vegetal. ...................................................................................................... 52

Figura 14 – Perfil cromatográfico, obtido por CCD, do extrato metanólico de E. alba no sistema

de solvente (Tolueno: Acetato de etila, 50:50). ....................................................................... 53

Figura 15 – Perfil cromatográfico, obtido por CCDAE, do extrato metanólico de E. alba no

sistema de solvente (Tolueno: Acetato de etila, 50:50). .......................................................... 54

Figura 16 – Curva de calibração do padrão wedelolactona – comprimento de onda (λ)

275nm........................................................................................................................................ 55

Figura 17 – Média dos valores de teor alcoólico dos Lotes de Bancada I e II submetidos ao teste

de estabilidade preliminar. ....................................................................................................... 58

Quadro 1 – Padrões, sistemas e reveladores utilizados na identificação dos metabólitos ..... 41

Quadro 2 – Critérios estabelecidos pela ANVISA em relação à análise das características

organolépticas............................................................................................................................... 46

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Composição dos lotes de bancada manipulados do dermocosmético de E. alba . 44

Tabela 2 – Resultados do teor de cinzas totais do pó de E. alba ............................................ 48

Tabela 3 – Resultados do teor de umidade do pó de E. alba .................................................. 49

Tabela 4 – Valores médios de densidade (g/mL) do Lote selecionado durante a estabilidade

preliminar ................................................................................................................................ 59

Tabela 5 – Valores médios de densidade (g/mL) do Lote selecionado durante a estabilidade

acelerada .................................................................................................................................. 60

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CCD Cromatografia em Camada Delgada

CCDAE Cromatografia em Camada Delgada de Alta Eficiência

DHT Dihidrotestosterona

5αR Enzima 5α-redutase

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

IPA Instituto Agronômico de Pernambuco

LTM

NCQMC

Laboratório de Tecnologia dos Medicamentos

Núcleo de Controle de Qualidade de Medicamentos e Correlatos

NUDATEF Núcleo de Desenvolvimento Analítico e Tecnológico de Fitoterápicos

UFPE Universidade Federal de Pernambuco

Ed. Edição

UV Ultravioleta

A Amostra

DP Desvio Padrão

CV Coeficiente de Variação

Nm Nanômetros

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 15

2 OBJETIVOS ........................................................................................................................... 17

2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................................... 17

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................. 17

3 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................. 18

3.1 CABELO ................................................................................................................................ 18

3.2 ALOPECIA ............................................................................................................................ 21

3.3 PLANTAS MEDICINAIS . .................................................................................................... 25

3.4 Eclipta alba (ASTERACEAE) ............................................................................................... 28

3.5 TÉCNICAS ANALÍTICAS UTILIZADAS NA CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA

DE MATERIAIS VEGETAIS ...................................................................................................... 29

3.6 COSMÉTICOS ....................................................................................................................... 31

3.6.1 Loção e Suspensão ............................................................................................................. 34

3.7 ESTUDO DE ESTABILIDADE ............................................................................................ 34

3.7.1. Teste de Estabilidade ........................................................................................................35

3.7.1.1 Teste de Estabilidade Preliminar .................................................................................... 35

3.7.1.2 Teste de Estabilidade Acelerada ...................................................................................... 36

3.7.1.3 Teste de Estabilidade de Longa Duração ........................................................................ 37

4.MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................... 38

4.1 COLETA E IDENTIFICAÇÃO DA MATÉRIA-PRIMA VEGETAL .................................. 38

4.2 PROCESSAMENTO DA AMOSTRA .................................................................................. 38

4.3 DETERMINAÇÃO DE CINZAS TOTAIS DO PÓ DE E. alba ........................................... 38

4.4 DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE EM DROGAS VEGETAIS ....................... 39

4.5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DO PÓ DE E. alba ...... 39

4.6 EXTRAÇÃO .......................................................................................................................... 39

4.7 DETERMINAÇÃO DO PH DO EXTRATO METANÓLICO DE E. alba .......................... 40

4.8 DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE DO EXTRATO METANÓLICO DE E. alba ......... 40

4.9 TRIAGEM FITOQUÍMICA DO EXTRATO POR CROMATOGRAFIA EM CAMADA

DELGADA (CCD) ....................................................................................................................... 40

4.10 DETERMINAÇÃO DE RESÍDUO SECO .......................................................................... 42

4.11 SECAGEM POR SPRAY DRYER ......................................................................................42

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4.12 CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA DE ALTA EFICIÊNCIA (CCDAE) DA

WEDELOLACTONA .................................................................................................................. 42

4.13 DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO POR ESPECTROFOTOMETRIA NO UV-VIS

PARA QUANTIFICAÇÃO DE WEDELOLACTONA .............................................................. 43

4.13.1 Curva de Calibração Padrão de Wedelolactona ........................................................... 43

4.13.2 Curva de Calibração da Wedelolactona do Extrato Seco de E. alba .......................... 43

4.14 DESENVOLVIMENTO DO DERMOCOSMÉTICO DE E. alba ...................................... 44

4.14.1 Lote de Bancada Selecionado ........................................................................................ 45

4.14.2 Teste de Centrifugação .................................................................................................... 45

4.14.3 Estudo de Estabilidade Preliminar ................................................................................ 46

4.14.3.1 Análise Macroscópica .................................................................................................... 46

4.14.3.2 Teor alcoólico ................................................................................................................. 46

4.15 DOSEAMENTO DA LOÇÃO CAPILAR ........................................................................... 47

4.16 ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................................... 47

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................ 48

5.1 PROCESSAMENTO DA AMOSTRA .................................................................................. 48

5.2 DETERMINAÇÃO DE CINZAS TOTAIS DO PÓ DE E. alba ........................................... 48

5.3 DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE DO PÓ DE E. alba .................................... 48

5.4 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DO PÓ ........................ 49

5.5 EXTRAÇÃO .......................................................................................................................... 50

5.6 DETERMINAÇÃO DO pH DO EXTRATO METANÓLICO DE E. alba .......................... 50

5.7 DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE DO EXTRATO METANÓLICO DE E. alba ........ 51

5.8 TRIAGEM FITOQUÍMICA DO EXTRATO POR CROMATOGRAFIA EM CAMADA

DELGADA (CCD) ...................................................................................................................... 51

5.9 CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA DE ALTA EFICIÊNCIA (CCDAE) DA

WEDELOLACTONA ................................................................................................................. 53

5.10 DETERMINAÇÃO DA PORCENTAGEM DE RESÍDUO SECO TOTAL ...................... 54

5.11 SECAGEM POR SPRAY DRYER ..................................................................................... 54

5.12 DETERMINAÇÃO DA CURVA DE CALIBRAÇÃO A PARTIR DO PADRÃO DE

WEDELOLACTONA ................................................................................................................. 55

5.13 DOSEAMENTO DE WEDELOLACTONA DO EXTRATO SECO DE E. alba .............. 55

5.14 DESENVOLVIMENTO DO DERMOCOSMÉTICO DE E. alba ...................................... 56

5.14.1 Lote de Bancada Selecionado ......................................................................................... 56

5.14.2 Teste de Centrifugação .................................................................................................... 57

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5.14.3 Doseamento da Loção Capilar ........................................................................................ 57

5.14.4 Avaliação da Estabilidade Preliminar ........................................................................... 57

5.14.5 Avaliação da Estabilidade Acelerada ............................................................................ 60

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................. 61

6.1PERSPECTIVAS .................................................................................................................... 62

REFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 63

ANEXO A – Ficha de Identificação Botânica ............................................................................. 71

ANEXO B – Laudo Analítico do Padrão Wedelolactona ............................................................ 72

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15

1 INTRODUÇÃO

O cabelo, ao longo da história, passou por vários estágios de responsabilidades e

funções como proteção e regulação da temperatura. Existem registros que a rainha Cleópatra

tomava banho com leite, frequentemente, para assim manter os cabelos hidratados

(FERNANDES, 2012). Por se tratar de importante ornamento pessoal, tanto homens quanto

mulheres sonham em ter os cabelos fartos e saudáveis. Porém, o homem desde a antiguidade,

segundo relatos históricos, é afetado pela falta de cabelos conhecida como alopecia

(MACEDO, 1998). Com a perda de cabelo, tanto nos homens quanto nas mulheres, ocorre

uma instabilidade na autoestima (WICHROWSKI, 2007), evidenciando que, apesar de não

apresentar função vital, os cabelos possuem uma importância imensurável.

A alopecia é uma doença dermatológica, com complicações psicossociais. A principal

causa dessa doença é um problema genético que ataca, em geral, só os folículos da parte

superior da cabeça, onde ocorre uma miniaturização do pelo, com consequente diminuição do

seu tamanho normal. A matriz do bulbo capilar contém uma enzima, a 5α-redutase (5αR), que

transforma o hormônio testosterona em dihidrotestosterona (DHT) e este penetra no folículo,

transformando seu metabolismo, enfraquecendo-o e, consequentemente, acelerando a queda

dos cabelos. O tipo de alopecia mais frequente é de origem genética, decorrente do excesso de

atividade da enzima 5α-redutase (5αR) no folículo capilar (SAWAYA, 1998). Essa enzima

microssomal é responsável pela redução de compostos esteroides-3-oxo-delta 4, como a

testosterona, progesterona e corticosterona. A alopecia androgênica é responsável pela

calvície de, pelo menos, metade dos homens aos 50 anos, podendo, ao passar dos anos, atingir

cerca de 70% dos homens (TRUEB, 2002).

Para os que sofrem com a chamada queda capilar, a primeira providência é procurar

um produto cosmético que venha a restabelecer a saúde dos fios. A intensa busca por produtos

eficazes que induzam ao crescimento capilar têm levado à tentativa de se estabelecer novos

recursos que aliviem ou corrijam a intensidade da perda dos cabelos. Segundo Barsanti, em

2009, vem sendo possível utilizar extratos de plantas como o extrato de palmeira Serenoa

repens, extrato de chá verde, extrato de ho-show-wu e a soja, a fim de obter resultados

estéticos similares, ou até melhores, aos obtidos com medicamentos sintéticos, como o

minoxidil e finasterida. Além desses extratos, alguns autores sugerem que, o extrato de

Eclipta alba (L.) possui potencial fator de crescimento para os cabelos (DATTA et al., 2009;

SHARMA et al., 2012).

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16

E. alba, também conhecida como Eclipta prostrata (KISMAN; GROTH, 1995), é uma

erva daninha da família Asteraceae, que constitue a maior família entre as angiospermas, com

cerca de 1.535 gêneros e 23.000 espécies (BREMER, 1994), sendo uma planta originária da

Ásia. No Brasil, pode ser encontrada em quase todo o território, sendo muito frequente nas

áreas úmidas do Norte e Nordeste (KISMAN; GROTH, 1995). A planta contém grande

variedade de metabólitos secundários que inclui cumarinas, flavonoides, glicosídeos,

poliacetilenos, triterpenoides (ROY et al., 2008), que podem ser encontrados em diferentes

partes do material vegetal.

E. alba é uma erva empregada para promover o crescimento saudável do cabelo. Esta

ação vem sendo comprovada em estudo desenvolvido com a utilização do seu extrato

metanólico na indução da fase anágena com estimulação dos folículos pilosos (DATTA,

2009).

Com isso, este trabalho aborda a caracterização físico-química de E. alba e o

desenvolvimento tecnológico de um dermocosmético para tratamento de alopecia.

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17

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

• Otimizar o método analítico e obter um dermocosmético a partir de Eclipta alba (L.)

para o tratamento de alopecia.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Identificar e caracterizar o material vegetal E. alba;

• Caracterizar E. alba fisicoquimicamente;

• Obter e padronizar o extrato bruto metanólico de E alba;

• Determinar pH e densidade do extrato metanólico de E. alba;

• Avaliar o perfil fitoquímico de E. alba;

• Realizar a identificação de wedelolactona;

• Realizar o doseamento da Wedelolactona;

• Desenvolver um dermocosmético para alopecia a partir de E. alba.

• Avaliar a estabilidade do dermocosmético.

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18

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 CABELO

A pele é o maior e mais extenso órgão do corpo humano, cobrindo aproximadamente

7600 centímetros quadrados do mesmo e pesando cerca de três quilos (CENGAGE

LEARNING, 2011). É o órgão que reveste e delimita o organismo, protegendo-o e

interagindo com o meio externo. A pele também protege o corpo contra o calor, a luz e as

infecções, além de ser responsável pela regulação da temperatura corpórea e auxiliar nas

reservas de água, vitamina D e gordura (HORA et al., 2003).

A pele é formada por duas camadas principais de tecido, a derme e a epiderme, que

assentam numa terceira camada, a hipoderme. É na derme, camada central que se localiza a

base dos pelos e os cabelos em geral (FERNANDES, 2012).

Nossos ancestrais dependiam do cabelo para aquecimento e proteção. Em algumas

civilizações antigas, o cabelo era um símbolo de poder, enquanto em outras era considerado

um símbolo de sabedoria. A importância social do cabelo é muito forte, nos anos 60, por

exemplo, o comprimento do cabelo significava uma afirmação política, foi o início de uma

revolução de costumes. Na história japonesa, a imortalidade do espírito feminino estava

localizada em seus cabelos. Até mesmo em tempos modernos o significado do cabelo e seu

estilo ainda estão profundamente enraizados em todas as culturas (CENGAGE LEARNING,

2011).

Sua função é de proteção e regulação de temperatura, no entanto, devido à

supervalorização dos cabelos pela humanidade, sua importância ultrapassa a função

primordial de proteção. A veneração pelos cabelos influenciou imperadores, líderes religiosos,

figuras da mitologia, além de ser referência social e cultural para muitas civilizações (VAZ,

2008).

Nós temos aproximadamente 5 milhões de folículos pilossebáceos, estrutura que

originam os pelos visíveis (BEDIN, 2009). O cabelo humano é um filamento queratinizado

que cresce a partir de cavidades chamadas folículos pilosos (WICHROWSKI, 2007), onde

fica a raiz, única parte viva, formada pela papila dérmica, bulbo capilar e por glândulas

sebáceas. O cabelo é composto basicamente de queratina, uma proteína caracterizada pelo alto

conteúdo de enxofre derivado da cistina. Quimicamente, cerca de 80%, em massa, do cabelo

consiste em queratina. Um dos aminoácidos presentes e mais relacionado com a estrutura do

fio é a cisteína, responsável pelas ligações cisteínicas. As ligações intramoleculares entre os

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aminoácidos da mesma cadeia promovem a sustentação da estrutura da queratina. Os cabelos

são exclusivos dos mamíferos e sua forma tem características genéticas e étnicas. Também,

dependendo da raça, o cabelo pode predominar e ser mais evidente nos sítios andrógenos

dependente em ambos os sexos (PEREIRA, 2001).

A fibra capilar é formada com a queratinização de células epiteliais que estão

distribuídas nas seguintes estruturas: a cutícula, camada mais externa que promove proteção

contra processos agressivos químicos e físicos, é a primeira interface com o meio externo e é

nessa região que se observam os principais efeitos macroscópicos relacionados à superfície,

tais como coeficiente de atrito entre as fibras, brilho e aparência geral dos cabelos. Compõe

cerca de 10%, em massa, da fibra capilar. A camada cuticular é composta de 6 a 10 cutículas

sobrepostas, cobrindo o perímetro da fibra. O córtex, formado por fibras e microfibrilas, onde

a justaposição desses filamentos confere ao fio de cabelo propriedades elásticas e resistência

mecânica. É o constituinte majoritário em massa da fibra, compõe cerca de 88% desta. A

estrutura do córtex é o que determina a curvatura do cabelo. Também estão presentes no

córtex os grânulos de melanina responsáveis pela cor dos cabelos. A grande variedade de cor

natural do cabelo se dá pela a associação entre eumelanina (cor negra ou castanha) e

feomelanina (cor amarela ou vermelha). Também é no córtex que ocorre os processos

químicos envolvendo descoloração, alisamentos, permanentes e onde algumas tinturas

exercem sua ação. A medula é a região central da fibra e pode ser ausente ou descontínua em

alguns casos. Não há estudos sistemáticos sobre a influência da medula na propriedade dos

cabelos (Figura 1).

O cabelo é uma estrutura única, se saudável, quando molhado, pode ser esticado 40%

a 50% e ainda voltar ao comprimento original sem quebrar. Ele suporta extremas

temperaturas e anos de estresse repetido (CENGAGE LEARNING, 2011).

Figura 1 – Estrutura do cabelo

Fonte:Wagner (2006)

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O cabelo possui três fases, a do nascimento, anágena, a de crescimento e repouso,

chamada catágena, e a de queda, chamada telógena. Cada fase tem um período de duração e

cada fio dura aproximadamente de 6 a 8 anos (BEDIN, 2009) (Figura 2).

O couro cabeludo contém cerca de 100 mil a 150 mil fios de cabelo, em média, e

embora a taxa estimada para a perda fisiológica tenha sido cotada entre 50 a 100 fios por dia,

recentes medições indicam que essa taxa seria entre 35 a 40 fios diariamente. Em geral, o

cabelo cresce em torno de 1,0 a 1,5 cm/mês. Cada fio tem uma idade definida, e quando

alcança esse limite natural, para de crescer e cai. A densidade do cabelo mede o número de

fios por cm2 do couro cabeludo. A densidade aumenta durante o período gestacional, é menor

em mulheres que em homens, diminui para os dois sexos após 50 anos de idade, é maior em

jovens adultos, diminui em cabelos quimicamente tratados e diminui com a escovação e

técnicas de penteados inapropriados. A textura capilar é o diâmetro de cada fio, variando entre

50 – 90μm.

Figura 2 – Ciclo de crescimento do cabelo

Fonte:http://www.imgrum.net/

Dois tipos de cabelo são encontrados no corpo: velo e terminal. Cabelos velos são

curtos, finos e sedosos; quase nunca possuem medula ou contêm melanina. O cabelo terminal

é grosso, pigmentado, normalmente tem uma medula e é facilmente diferenciado do cabelo

velo (CENGAGE LEARNING, 2011).

O cabelo é classificado morfologicamente como oriental, caucasiano e negroide,

determinando as diferenças étnicas entre eles (Figura 3). O cabelo asiático apresenta uma

distribuição uniforme da queratina, ele sai do couro cabeludo de forma perpendicular, com

diâmetro regular e forma arredondada. Já o cabelo caucasiano é ovalado, com diâmetro

irregular, a distribuição da queratina também é irregular e sai de forma oblíqua. O cabelo

negroide é o mais fraco dos três, com distribuição irregular da queratina, ocorrendo pontos de

inexistência da mesma, sai do couro cabeludo paralelamente, seu diâmetro é muito irregular e

apresenta forma ovalada.

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Figura 3 – Diferenças étnicas relacionadas à morfologia capilar

Fonte: https://www.basf.com/br/pt.html

Portanto, a principal função biológica dos cabelos é de proteção, mas devido à

importância imensurável dos mesmos, do ponto de vista estético-social, por estar associado à

juventude e à beleza, quando ocorre a queda além do limite normal, gera um efeito negativo

na qualidade de vida das pessoas, e essa queda pode ser passageira, com perda momentânea

dos pelos; pode ser devida a estresse psíquico ou físico; de origem medicamentosa e até

carência de oligoelementos, proveniente de dietas inapropriadas.

3.2 ALOPECIA

Alopecia vem do grego alopekia, que significa sarna da raposa (PEREIRA, 2001). É o

termo científico usado para designar a perda parcial ou total, senil ou prematura, temporária

ou definitiva dos pelos ou cabelos (HOUAISS, 2002). Desde a antiguidade os faraós,

imperadores e reis se preocupavam com a aparência dos pelos, temiam a calvície. Esta relação

entre a queda dos cabelos e a ação dos andrógenos foi observada primeiramente por

Hipócrates, onde o mesmo orientava os pacientes a utilizar receitas compostas por láudano,

óleo de rosas, de linho ou de olivas verdes, aplicadas com massagens no couro cabeludo

(UZEL, 2013).

Segundo HUNT (2005), a alopecia é uma doença dermatológica inflamatória crônica

comum que afeta os folículos pilosos. E sua etiologia e subsequente desenvolvimento não são

totalmente compreendidos, mas pode definir-se como uma desordem autoimune que resulta

da combinação de fatores genéticos e ambientais. Não é dolorosa, embora possa haver

irritação da pele, bem como problemas físicos resultantes da perda dos cílios e pestanas. A

alopecia tem poucos efeitos físicos nocivos, mas pode levar a consequências psicológicas

negativas, incluindo altos níveis de ansiedade ou até mesmo a depressão (REBELO, 2015).

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Pereira e colaboradores (2008), afirmam que o crescimento capilar é um processo

complexo que envolve a atividade do folículo piloso e seu ciclo. Durante a fase anágena

hiperproliferativa, o folículo piloso precisa de um equilíbrio fisiológico para que o ciclo se

mantenha normal e os fios cresçam saudáveis. Um dos grandes fatores da queda de cabelo, o

estresse pode fazer com que um número grande de folículos passe da fase anágena para a

telógena. Ao final da fase telógena, se o folículo não retornar mais a fase anágena, ou seja,

não produzir mais fios de cabelo, tem-se então o início da alopecia (Figura 4).

Figura 4 – Alopecia

Fonte: https://pt.slideshare.net/aikita/atlas-do-cabelo

Toda vez que um folículo retorna à fase anágena a papila dermal começa a atuar como

regulador central de interação entre as células. As células da papila dermal (fibroblastos

especializados) produzem nova matriz extracelular, que inicia uma nova produção do fio de

cabelo (DE PAULA; PATRICIO; SILVA, 2012).

Este distúrbio folicular pode classificar-se em alopecia cicatricial e não cicatricial. A

alopecia cicatricial é caracterizada pela inflamação e posterior destruição do folículo piloso,

resultando na perda de cabelo irreversível, podendo distinguir-se em primária (inflamação que

afeta principalmente o folículo piloso) ou secundária (causada por distúrbios sistêmicos, como

inflamação granulomatosa, sarcoidose, ou doença neoplásica) (GORDON; TOSTI, 2011).

A alopecia não-cicatricial, ao contrário da anterior, é reversível, uma vez que a queda

de cabelo não leva à destruição do folículo piloso. Este tipo de alopecia é mais complexo,

podendo ocorrer por três mecanismos principais: redução do número de folículos pilosos e

consequentemente do número de cabelos; eflúvio telogênico, que envolve a entrada precoce

de folículos na fase telógena do ciclo capilar; e eflúvio anágeno, onde ocorre o encurtamento

ou parada da fase anágena (WEIDE, 2009).

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Os principais tipos de alopecia não cicatricial são a tricotilomania, o eflúvio

telogênico, alopecia areata e alopecia androgenética. (BENAVIDES; FRANKLIN;

ZAGRABBE, 2011).

A tricotilomania é um transtorno crônico de controle de impulsos caracterizado pelo

puxar do próprio cabelo, resultando numa perda de cabelo perceptível. Pode gerar irritações

cutâneas, infeções e lesões no local, sendo os adolescentes e jovens adultos os principais

afetados (BENAVIDES; FRANKLIN; ZAGRABBE, 2011).

O eflúvio telógeno é a perda de cabelo devido à existência de deformidades na fase

telógena. Há uma queda excessiva diária de cabelo, podendo ser fisiológico como no recém-

nascido e após o parto (BRENNER, 2012). Também pode ser desencadeado pelo uso de

medicamentos, estresse físico ou emocional, pós-febre e doença sistêmica (PEREIRA et al.,

2008). O tratamento deve ser centralizado sobre a causa.

Alopecia areata é uma afeção multifatorial crônica dos folículos pilosos, de etiologia

desconhecida, com componentes autoimune e genética. Nesta afeção, a queda de cabelo se dá

devido à interrupção da sua síntese, sendo por isso reversível, pois não ocorre a destruição ou

atrofia dos folículos (BEDIN, 2009).

Alopecia androgenética ou calvície é uma manifestação fisiológica que ocorre em

indivíduos geneticamente predispostos levando à "queda dos cabelos" (SIMPLICIO, 2013).

Na alopecia androgenética, também conhecida como calvície, ocorre a miniaturização do pelo

(Figura 5), com diminuição do seu tamanho normal, devido à conversão do hormônio

testosterona em dihidrotestosterona (DHT) enfraquecendo e, consequentemente, acelerando a

queda dos cabelos (BEDIN, 2009). Na alopecia androgenética não ocorre perda definitiva do

cabelo, e sim o encurtamento da fase anágena (crescimento) e o prolongamento da fase

telógena (repouso) e é conduzido a um processo chamado de miniaturização (SILVA, 2012).

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Figura 5 – Ação da 5 α-redutase

Fonte: http://www.anagen.net/reviviv.htm

A alopecia androgenética afeta ambos os sexos, sendo maior prevalência no gênero

masculino, afetando em diferentes graus até 50% dos homens acima dos 50 anos. Em

mulheres a alopecia androgenética se manifesta de forma menos predominante, porém com o

climatério tende a se intensificar e em torno dos 70 anos pode acometer até 30% desta

população (HEPP; MULINARI-BRENNER; SEIDEL, 2011).

Alopecia inicia-se em homens entre 15 e 25 anos de idade, eles são afetados mais

precoce e severamente do que as mulheres, pois possuem mais androgênios. Essa forma de

alopecia possui dois componentes característicos: calvície em vértice e recuo bitemporal

(Figura 6) (WHITING, 2003).

Figura 6 – Alopecia Androgenética padrão masculino

Fonte: http://www.google.com

A maior tendência de alopecia em mulheres surge entre 25 e 30 anos de idade, é

caracterizado por uma área oval de estreitamento difuso da coroa e uma linha capilar frontal

intacta (Figura 7) (WHITING, 2003).

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Figura 7 – Alopecia Androgenética padrão feminino

Fonte: http://www.google.com

A alopecia é um problema estudado pelas mais antigas civilizações. A queda capilar

atinge muitas pessoas, em ambos os sexos, e que, por mais que sejam avançadas e

diferenciadas as tecnologias e as pesquisas na área de saúde, continua incomodando as

pessoas pelo aspecto estético e funcional do folículo piloso (PERES, 2012). Na mulher, além

do fator genético, associa-se também à presença de problemas endócrinos, fatores nutricionais

como a carência de ferro e zinco e fatores ambientais (SOUZA, 2011).

A queda de cabelo está entre as razões mais frequentes de visita ao dermatologista,

especialmente em mulheres e adultos jovens. O correto diagnóstico pode ser complexo e

requer história clínica detalhada, principalmente focada nos meses que antecederam a queda,

itens como a idade e sexo são importantes (BRENNER, 2012).

A indústria cosmética vem buscando alternativas para o tratamento das alopecias,

desenvolvendo produtos cosmecêuticos cujos princípios ativos sejam eficazes e seguros. Cada

tipo de alopecia necessita de uma avaliação das causas que a desencadeiam, sendo que quanto

mais rápido for o diagnóstico e o início do tratamento melhores serão os resultados

(PEREIRA et. al., 2008).

3.3 PLANTAS MEDICINAIS

Desde o início de sua história, as plantas medicinais são utilizadas pelo homem e

muito antes do surgimento da escrita, a humanidade já utilizava ervas para fins terapêuticos

(BARATA, 2005; TOSCANO RICO, 2012).

Devido a diversidade cultural do Brasil, o conhecimento sobre o uso de plantas para o

tratamento de doenças apresenta influências das culturas indígena, africana e europeia

(MARTINS et al., 2003).

O Brasil conta com ampla tradição do uso das plantas medicinais vinculada ao

conhecimento popular transmitido entre gerações. Calcula-se que, pelo menos, metade das

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plantas contenham substâncias chamadas de princípios ativos, as quais têm propriedades

curativas e preventivas para muitas doenças (LORENZI; MATOS, 2002).

As plantas medicinais são utilizadas na medicina popular dos diversos povos, como

remédios para auxiliar nos problemas de saúde, normalmente na forma de chás e infusões.

Também são usadas como base para a produção dos medicamentos fitoterápicos (BRASIL,

2010b). Medicamentos fitoterápicos, de acordo com a legislação sanitária brasileira, são

medicamentos obtidos exclusivamente de matérias-primas vegetais (VIEIRA et al., 2010).

A utilização de plantas medicinais para a prevenção, tratamento e cura de doenças é

uma das mais antigas formas de prática medicinal da humanidade, antecedendo em muitos

anos os estudos científicos para a comprovação da sua eficácia terapêutica.

O uso de substâncias derivadas de plantas tem notório destaque, tanto como agentes

terapêuticos, quanto como matéria-prima para síntese de medicamentos. A importância das

plantas medicinais pode ser observada no fato de que das 252 drogas consideradas básicas e

essenciais pela Organização Mundial de Saúde, 11% são originárias de plantas (BRASIL,

2006a). Estima-se que 25% dos medicamentos atualmente disponíveis tem origem, direta ou

indiretamente, a partir das plantas medicinais ou de seu conhecimento tradicional associado

(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2011).

O mercado farmacêutico nacional e internacional tem valorizado e ampliado a

pesquisa e o desenvolvimento de medicamentos oriundos de plantas. Esta motivação ocorre

pelo fato da produção de medicamentos apresentar uma melhor relação custo/benefício

quando comparada aos produtos sintéticos. Ainda cabe destacar a busca por hábitos mais

saudáveis de vida e a valorização do meio ambiente pela sociedade através do consumo de

produtos naturais (ANDRIÃO et al., 2010; CORRÊA Jr., 2014; ETHUR et al., 2011; BÔAS;

GILBERT; OLIVEIRA, 2013; PIETRO; SALGADO; SOUZA-MOREIRA, 2010;

NASCIMENTO; TUROLLA, 2006).

Na obtenção de formas farmacêuticas derivadas de matéria-prima vegetal além da

necessidade de um planejamento inicial de manejo da mesma, está a padronização do

medicamento fitoterápico, que é a condição em que a eficácia do produto é garantida através

da constância no teor de princípios ativos, através da aplicação de métodos analíticos

adequados para a detecção e quantificação dos marcadores químicos (CARVALHO et al.,

2008), com a finalidade de se obter um material apropriado para consumo, garantindo a

constância de sua ação biológica e a segurança de sua utilização (SONAGLIO et al., 2007;

TOLEDO et al., 2003).

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Rojas (2011), relata a necessidade de buscar novas alternativas para o tratamento de

inúmeras enfermidades o qual contribui significativamente para o crescimento do uso de

produtos derivados de plantas (fitoterápicos) e o desenvolvimento de suas formas

farmacêuticas.

Dentro desse contexto, algumas plantas medicinais são utilizadas como alternativa

para o tratamento da alopecia, como o extrato de Serenoa repens, (palmeira), extrato de chá

verde, extrato de ho-show-wu e a soja, a fim de obter resultados estéticos similares, ou até

melhores, aos obtidos com medicamentos sintéticos, como o minoxidil e finasterida, únicos

medicamentos aprovados pelo Food and Drug Administration (FDA) para a função de

aumentar o crescimento capilar (CENGAGE, 2011).

O extrato de Serenoa repens (palmeira) é apresentado como uma das possíveis

intervenções nos quadros de alopecia e patologias de fundo androgenético, bloqueia o sitio de

ligação do folículo capilar com a dihidrotestosterona (DHT) e inibe a ação da enzima 5-α-

redutase (FONSECA; PERES, 2012).

Outro bioativo utilizado para o tratamento da alopecia é o extrato de Ruscus aculeatus

que aumenta o tônus venoso e melhora o esvaziamento venoso (BOUSKELA; PORTO,

2008). As ruscogeninas presentes nesta planta possuem atividade anti-inflamatória, e ocorre

diminuição da permeabilidade capilar e vasoconstrição (PINTO, 2013).

Segundo Gomes (2009), muitos princípios ativos fitoterápicos são utilizados em

produtos cosméticos para o tratamento da alopecia, como o Ziziphus joazeiro Mart, Juá, que é

adstringente, tensoativo natural e antisséptico, o Capsicum, que possui atividade

vasodilatadora, estimulante da circulação periférica, antisseborréico, estimulante da

reestruturação do folículo piloso e tonificante capilar

Considerando a rica diversidade biológica nacional, a utilização racional dos recursos

naturais para produção de medicamentos fitoterápicos oriundos da flora brasileira pode

assegurar uma grande vantagem competitiva para o Brasil em relação ao mercado global,

proporcionando um grande benefício para a saúde da população brasileira (GADELHA;

VILLAS BÔAS, 2007).

Até o momento, apenas um fitoterápico baseado na flora brasileira foi desenvolvido

em território nacional, o anti-inflamatório Acheflan ®. Além do Acheflan ®, há mais de 420

fitoterápicos provenientes de 60 plantas diferentes, registrados na Agencia Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA). Deste, apenas dez são de plantas nacionais e os

medicamentos não foram desenvolvidos no Brasil. O Acheflan ®, único, por enquanto, a

vencer essas barreiras, levou sete anos e R$ 15 milhões para ficar pronto.

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3.4Eclipta alba (ASTERACEAE)

Eclipta alba (L.) (Figura 8) é uma herbácea invasora sob o ponto de vista agronômico,

porém medicinal sob o ponto de vista fitoterápico. Trata-se de uma planta, pertencente à

família Asteraceae, com raiz pivotante, caule ereto e ramificado na base, podendo atingir 1

metro de altura. (JAYATIRTHA; MISHRA, 2004).

Figura 8 – Eclipta alba (L.) com flor branca

De acordo com Roy et al., (2008), E. alba é uma planta de crescimento anual ou

perene, popularmente conhecida como falsa margarida. Ela é ereta, prostrada e ramificada,

suas folhas são opostas, sésseis e lanceoladas. O caule de E. alba apresenta consistência

herbácea com coloração avermelhada e aspecto piloso, com nó e entre nó e folhas opostas

cruzada (ARANTES, 2005).

Após a fase juvenil, cresce bem em áreas permanentemente inundadas, com lâmina de

água de pequena profundidade. Reproduz-se por sementes, podendo florescer com 4 – 6

semanas, permitindo um crescimento muito rápido, logo a planta frutifica entre 100 e 120 dias

após a emergência, ou seja, após despontar, emergir (KISMANN e GROTH, 1995).

Distribui-se em regiões tropicais e subtropicais do mundo, sua origem no Brasil é

creditada ao território amazônico sendo encontrada espontaneamente por quase todo o

território nacional (FROLINGSDORF, 2006).

As investigações fitoquímicas de extratos de E. alba demonstraram como principais

componentes químicos: coumestanos, saponinas triterpenoides, polipeptídeos, alcaloides,

poliacetilenos derivados de tiofeno e flavonoides (KUMARI et al., 2006). Os coumestanos

são compostos orgânicos derivados da cumarina, encontrados em algumas plantas, como por

Fonte: JAGLAN et al., 2013

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exemplo, E. alba, Wedelia calendulacea e Medicago sativa L. Os maioritários coumestanos

isolados de E. alba são a wedelolactona e a deimetilwedelolactona.

A wedelolactona (Figura 9) é o princípio bioativo das partes aéreas de E. alba, que

apresenta atividades hepatoprotetora, antiespasmódica, sedativa, ansiolítica, além de

promover o crescimento capilar (SAXENA; SINGH; ANAND, 1993; SIMONSEN et al.,

2001; THAKUR et al., 2005).

Figura 9 – Estrutura química da Wedelolactona

3.5 TÉCNICAS ANALÍTICAS UTILIZADAS NA CARACTERIZAÇÃO FÍSICO

QUÍMICA DE MATERIAIS VEGETAIS

A caracterização físico-química do material vegetal constitui uma ferramenta de

análise preliminar para elaboração de um novo produto a partir de fatores farmacognósticos

(RAMOS, 2014).

O controle de qualidade de matérias-primas vegetais, assume particular importância

que ressalta a relevância dos estudos de caracterização farmacognóstica, devido as variações

que se apresentam, principalmente, na composição química, em relação ao teor de

constituintes e pelas deteriorações e contaminações, (FARIAS, 2004; HEINRICH et al., 2012;

SHARAPIN et al., 2000).

Para a determinação de água em drogas vegetais, são empregados três métodos:

gravimétrico (dessecação), método azeotrópico (destilação com tolueno) e método

volumétrico (Karl Fischer). O primeiro, tecnicamente mais simples não é aplicável quando a

droga contém substâncias voláteis. Os demais requerem equipamentos especiais e

compreendem técnicas mais complexas (BRASIL, 2010a).

Segundo a Farmacopeia Brasileira, a determinação da perda por dessecação é um

ensaio que se destina a determinar a quantidade de substância volátil de qualquer natureza

Fonte: MarvinSketch 15.3.23.

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eliminada nas condições especificadas na monografia. Dentre os métodos de análises de

drogas vegetais, também se destaca a determinação de cinzas totais onde são incluídas cinzas

fisiológicas e não fisiológicas, quantificando o resíduo não volátil (BRASIL, 2010a).

A determinação do teor de cinzas permite verificar a presença de impurezas

inorgânicas não voláteis que podem estar como contaminantes (FARIAS, 2004), sendo um

parâmetro para avaliar a pureza do material, detectando a presença de substância aderentes.

No entanto, esse teor pode ser influenciado por inúmeros fatores, tais como aqueles

relacionados aos procedimentos de coleta, secagem e transporte da matéria vegetal, ou ainda,

devido às diferenças em termos da localização geográfica dos materiais analisados (SILVA

JÚNIOR et al., 2006).

A determinação da granulometria de pós é feita pelo processo descrito na Farmacopeia

Brasileira. O grau de divisão ou a granulometria de pós é expresso pela referência à abertura

nominal da malha do tamis utilizado. Os tamises empregados são de aço inoxidável, latão, não

sendo permitido o revestimento dos fios. Na descrição dos pós, são utilizados os termos: Pó

grosso - aquele cujas partículas passam em sua totalidade pelo tamis com abertura nominal de

malha de 1,70 mm e, no máximo, 40% pelo tamis com abertura nominal de malha de 355

mm; pó moderadamente grosso - aquele cujas partículas passam em sua totalidade pelo tamis

com abertura nominal de malha de 710 mm e, no máximo, 40% pelo tamis com abertura

nominal de malha de 250 um; pó semifino - aquele cujas partículas passam em sua totalidade

pelo tamis de abertura nominal de malha de 355 mm e, no máximo, 40% pelo tamis com

abertura nominal de malha de 180 mm; pó fino - aquele cujas partículas passam em sua

totalidade pelo tamis com abertura nominal de malha de 180 mm e pó finíssimo - aquele cujas

partículas passam em sua totalidade pelo tamis com abertura nominal de malha de 125 mm

(BRASIL, 2010a).

A cromatografia em camada delgada (CCD) é uma técnica de separação simples e

eficiente para análise qualitativa que permite analisar simultaneamente várias substâncias em

um curto tempo. Baseia-se na técnica de adsorção líquido–sólido que consiste na separação

dos componentes de uma mistura através da migração diferencial, a separação se dá pela

diferença de afinidade dos componentes de uma mistura pela fase estacionária. O parâmetro

mais importante a ser considerado em CCD é o fator de retenção (Rf), o qual é a razão entre a

distância de migração da substância em questão e a distância percorrida pela fase móvel

(AQUINO NETO, 2003).

Cromatografia em camada delgada de alta eficiência (CCDAE) é a forma mais

avançada de CCD e compreende o uso de camadas cromatográficas que possuem alta

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eficiência de separação (COLLINS, 2010). Dentre as vantagens da CCDAE sobre a CCD,

destacam-se, por exemplo, rapidez de separação, difusão reduzida, gerando aumento na

eficiência da separação, e limite de detecção menor. O consumo de solventes para CCDAE

também é substancialmente menor do que na CCD convencional (COLLINS, 2010;

GURKIN, 1988).

3.6 COSMÉTICOS

Os primeiros registros da utilização de cosméticos tiveram início na era pré-histórica

há mais de 30 mil anos, onde os homens faziam tatuagens e pinturas no corpo com cascas de

árvores, terra, seiva de folhas esmagadas e orvalho (GUARDA; HEEMANN, 2010). Além

disso, os egípcios pintavam os olhos com sais de antimônio, para assim evitarem a

contemplação direta do deus RÁ, representado pelo sol. A gordura vegetal e animal, a cera

das abelhas, assim como o mel e o leite eram utilizados na preparação de cremes para proteger

a pele das temperaturas elevadas e da baixa humidade do clima desértico da região. Existem

também registros que a rainha Cleópatra tomava banho com leite, frequentemente, para assim

manter a pele e os cabelos hidratados. Também na Bíblia se encontra vários registros do uso

de cosméticos como os tratamentos de beleza e os banhos de bálsamos que Ester tomava para

amaciarem a pele; a lavagem dos pés de Jesus, por Maria, irmã de Lázaro, com vários

perfumes e óleos de banho. Em 1922, foram encontrados no interior do sarcófago de

Tutankamon, incensos, cremes, e potes de azeite para decoração e tratamento do corpo

(CSORDAS; GALEMBECK, 2011).

Na Grécia Antiga, surgiram as primeiras noções sobre beleza, onde Platão foi o

primeiro a perguntar “O que é o Belo”? Para ele, o Belo era identificado com o bem, com a

perfeição e a verdade. A beleza existe em si, separada do mundo sensível (CHIES, 2008). A

partir dessa época, surgem as massagens, imersão, óleos perfumados, entre outros produtos e

métodos estéticos.

Hipócrates também se destacou durante essa época com os seus manuscritos, onde

continham regras para banhos, higiene corporal e procedimentos estéticos (GUARDA;

HEEMANN, 2010). Enquanto que o “Deus da Medicina”, Esculápio, iniciou a prática de

métodos em relação à beleza, aplicava em seus pacientes vários tratamentos muito comuns

nos dias atuais, tais como: dietas, massagens, hidroterapia e relaxamentos.

Durante o Império de Roma, um médico grego chamado de Galeno (129 a 199 d.C.)

formulou um precursor dos cremes modernos para a pele a partir da mistura de cera de abelha,

óleo de oliva e água de rosas. O mesmo nomeou o seu produto de Unguentum Refrigerans,

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um creme que se funde em contato com a pele, liberando uma fase interna aquosa e, portanto,

produzindo uma sensação refrescante (TREVISAN, 2012).

Os hábitos de higiene foram abandonados porque o pensamento cristão explicava que

os males do corpo só poderiam ser curados com a intervenção de Deus (TREVISAN, 2012).

Esse período conhecido como a Idade das Trevas resultou no desparecimento da utilização de

cosméticos e a higiene pessoal se limitava apenas à limpeza das mãos. Com a epidemia da

peste negra, no século XIII, os banhos foram proibidos, o radicalismo religioso e a medicina

da época, defendiam que a água quente abria os poros e permitia assim a entrada da peste no

corpo. Nos séculos seguintes, os europeus evitaram os banhos e só usavam a água para matar

a sede. As práticas de higiene eram mínimas, usavam-se pastas ou perfumes para a higiene

pessoal, tendo isto contribuído para o crescimento do uso da maquilhagem, assim como dos

perfumes (CSORDAS; GALEMBECK, 2011).

Na Idade Moderna, período do Renascentismo, as mulheres voltam a se arrumar,

utilizando diversos penteados, turbantes e chapéus. Os cabelos loiros nessa época eram

considerados belos e indicavam que a pessoa era da classe média alta. Com isso, essas

mulheres utilizam a técnica de clareamento dos cabelos, a partir de alguns produtos como o

açafrão, lixívia ou corante da pele da cebola.

A Itália e França aparecem no período da Renascença como grandes polos produtores

de cosméticos, fazendo com que seus produtos fossem consumidos apenas pela classe alta

devido aos seus preços elevados. Nesse mesmo momento, o chumbo, composto empregado

sobre a face das mulheres para clareá-la, é substituído pelo arsênico para ser usado como pó

facial. As europeias optaram por utilizar produtos como uma tinta branca à base de chumbo

para clarear o tom da pele, o qual a Rainha Elizabeth I, da Inglaterra, denominou de Máscara

da Juventude (TREVISAN, 2012).

O ano de 1878 foi o ano do lançamento do primeiro sabonete, contudo foi no século

XX que a indústria dos cosméticos mais cresceu. Em 1910 foi aberto o primeiro salão de

beleza do mundo (CSORDAS; GALEMBECK, 2011).

No Brasil, o talco Granado® usado como antisséptico para os pés, o hidratante

Nívea® para o corpo e o Leite de Rosas®, uma loção para pele, ganham um grande destaque

na área cosmética (GUARDA; HEEMANN, 2010).

Já nos anos 50, grandes empresas multinacionais como a americana Avon® e a

francesa L’oreal® foram trazidas para o Brasil, a partir de incentivos políticos. Essas mesmas

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empresas lançaram diversas novidades tais como a venda direta e produtos para a população

masculina (CSORDAS; GALEMBECK, 2011). Além disso, as maquiagens básicas, como o

batom e o pó de arroz, foram substituídas por cosméticos mais sofisticados.

A década de 90 é marcada pelos cosméticos multifuncionais, como os batons com

fator de proteção solar e hidratantes antienvelhecimento. Os mesmos, além de garantirem o

bem-estar na saúde física e mental da mulher, contribuem diretamente na sua satisfação em

relação à aparência física. Também foi diminuído de 30 dias para menos de 24 horas o tempo

entre a aplicação do produto e o aparecimento do efeito desejado (CSORDAS;

GALEMBECK, 2011).

Atualmente, a indústria farmacêutica vem investindo vigorosamente na cosmetologia,

desenvolvendo novos produtos capazes de atender a uma grande variedade de consumidores

em função de sexo, raça e faixa etária. Essa tendência tem levado a um aumento crescente da

incorporação de novos ingredientes ativos os quais podem apresentar diversas ações, tais

como: anti-idade, anti-sinais, hidratação, aumento da elasticidade, firmeza da pele, entre

outros. Além desses ativos novos, o mercado cosmético tem lançado os nanocosméticos, os

dermocosméticos, produtos constituídos por ativos naturais e orgânicos, e os nutricosméticos

(ABDI, 2008). O setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos segue investindo

fortemente em inovação e tecnologia, incentivando o desenvolvimento de novos produtos que

atendam e antecipem as necessidades do consumidor (ABIHPEC, 2016).

No mercado brasileiro destacam-se alguns cosméticos para queda capilar que utilizam

fitoterápicos, como por exemplo, Pilexil Shampoo Antiqueda® e Anaphase Stimulanting

Cream Shampoo®. O primeiro é utilizado nos cabelos com tendência à queda capilar de

diversas origens, nutre e fortalece cabelos danificados e frágeis. É indicado como

complemento de outros tratamentos antiqueda (PILEXIL, 2010). Já o segundo é um xampu

estimulante para uso na queda de cabelo. De acordo com o fabricante, este xampu é adequado

para o cabelo cansado e frágil. O tônico capilar Tricofort®, é reconhecido pela sua eficácia no

combate à queda de cabelo, caspa e oleosidade intensa. É uma suspensão capilar que combina

alguns princípios ativos como gengibre, juá quina e capsicum. Segundo o fabricante

pesquisas clínicas demonstram sua eficácia em diminuição da caspa, aumento do brilho dos

cabelos, diminuição da oleosidade, diminuição da queda e quebra capilar e aumento na

velocidade de crescimento dos cabelos (http://www.tricofort.com.br).

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3.6.1 Loção e Suspensão

As quedas capilares têm várias causas e diferentes aplicações clínicas. Vários são os

produtos desenvolvidos pela indústria cosmética para a prevenção ou o fim destas desordens

que afetam o couro cabeludo e os cabelos. Entre eles estão os produtos cujos princípios ativos

são destinados não somente a queda capilar, mas também ao combate a oleosidade visto que a

queda também está relacionada a ela.

Entre os produtos mais utilizados para tratamento das alopecias encontram-se os

tônicos capilares, que segundo Gomes (1999, p. 54) agem através dos seus princípios ativos

promovendo a estimulação do crescimento, o fortalecimento e o retardo da queda capilar.

A Farmacopeia Brasileira 5ª edição define loção como sendo a preparação líquida

aquosa ou hidroalcoólica, com viscosidade variável, para aplicação na pele, incluindo o couro

cabeludo. Pode ser solução, emulsão ou suspensão, contendo um ou mais princípios ativos ou

adjuvantes. Nesse caso trata-se de uma suspensão, forma farmacêutica líquida que contém

partículas sólidas dispersas em um veículo líquido, no qual as partículas não são estão

totalmente solúveis.

Já para Aulton (2016), a aplicação tópica pode ser realizada na forma líquida ou em

loções (suspensões de sólidos em meio aquoso). A administração de agentes terapêuticos

necessita da sua incorporação em uma forma farmacêutica, caracterizada normalmente pelo

estado físico de apresentação, constituída de componentes farmacologicamente ativos e de

adjuvantes farmacêuticos.

3.7 ESTUDO DE ESTABILIDADE

A estabilidade de um produto é descrita como o tempo em que ele, dentro dos padrões

especificados, mantém as mesmas características de quando formulado, bem como durante a

sua utilização e período de armazenamento (NOGUEIRA, 2008).

O estudo de estabilidade de cosméticos indica o nível de estabilidade relativa do

produto em diversas condições que possa estar suscetível desde o momento da formulação até

o fim de sua validade, com isto o estudo colabora orientando no desenvolvimento da

formulação e escolha do material de acondicionamento adequado, gerando subsídios para

otimização da formulação, estimando prazo de validade (CORRÊA; MONTAGNER, 2004), e

auxiliando no monitoramento das propriedades organolépticas, físico-químicas e

microbiológicas do produto acabado.

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Como não existe um protocolo oficial formalizando a qualidade de um cosmético, a

empresa é responsável por avaliar e analisar a estabilidade de seus produtos, antes de

disponibilizá-los ao mercado. Entretanto, a ANVISA, criou um Guia de Estabilidade de

Produtos Cosméticos propondo parâmetros de avaliação e testes de estabilidade (BRASIL,

2004).

Para garantir um produto cosmético estável e seguro é necessário que se faça a escolha

adequada dos insumos que irão compor a formulação, dessa forma, estes devem se mostrar

compatíveis entre si e com os ativos escolhidos para a finalidade do produto (ANCONI,

2008). Assim, o estudo de estabilidade é considerado de extrema importância para os

fabricantes de produtos cosméticos para garantia de qualidade e segurança dos mesmos.

3.7.1 Teste de Estabilidade

A grande importância dos estudos de estabilidade é demonstrar que as características

iniciais do produto estão sendo mantidas durante todo seu prazo de validade, atestando que se

trata de uma formulação de boa qualidade, além de fornecer informações acerca do

comportamento do produto, permitindo verificar prováveis reações que possam comprometê-

lo (ANCONI, 2008).

De acordo com a duração, os ensaios de estabilidade podem ser divididos em estudos

acelerados e de longo prazo ou de envelhecimento. Deve-se ressaltar ainda, que algumas das

características da estabilidade dos cosméticos estão fundamentadas em critérios subjetivos,

como: aspecto, cor e odor. Com isso, o perfil de estabilidade de um produto depende

principalmente da observação minuciosa dos pesquisadores. Estes, por sua vez, devem ser

treinados e não devem analisar os resultados do teste sozinhos. Normalmente, o primeiro

pesquisador faz as suas análises, posteriormente o segundo pesquisador e assim

consecutivamente, a fim de que, todos possam discutir os seus resultados e chegar a uma

conclusão sobre o teste realizado (ZANIN et al., 2001).

3.7.1.1 Teste de Estabilidade Preliminar

O teste de estabilidade preliminar e tem como objetivo orientar as escolhas das

formulações, é conhecido como Teste de Triagem ou de Curto Prazo. É realizado na fase

inicial do desenvolvimento e tem curta duração, emprega condições extremas de temperatura

com propósito de antecipar possíveis reações entre seus componentes. Por ser conduzido em

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condições extremas, este ensaio não tem o objetivo de estimar a vida útil do produto, mas sim

auxiliar em uma triagem de formulações (BRASIL, 2004).

As recomendações ao iniciar o estudo é que as amostras sejam acondicionadas em

frascos adequados, com boa vedação para que não haja perda de gases ou vapor para o meio,

evitando-se incorporar ar no produto durante o envase, além de não completar o volume total

da embalagem permitindo um espaço livre (head space) de aproximadamente um terço da

capacidade da embalagem de acondicionamento para possíveis trocas gasosas (BRASIL,

2004).

Segundo o “Guia de Estabilidade de Produtos Cosméticos” editado pela ANVISA

(BRASIL, 2004), esse Teste de Triagem normalmente tem duração de 15 dias. As

formulações são submetidas a ciclos alternados de gelo/degelo, onde as temperaturas elevadas

devem obedecer aos limites mais frequentemente praticados, em estufas a 37, 40, 45 e 50 ºC,

sendo aceita variação de até ± 2 ºC. Os limites de temperatura baixa mais utilizados são em

geladeira a 5 ºC e em freezer de –5 a –10 ºC.

A cada dia são avaliados determinados parâmetros, tais como: cor, odor, aspecto, pH,

viscosidade, densidade, teor alcoólico, entre outros. Os mesmos devem ser definidos pelo

formulador e depende, sobretudo, dos componentes e características da formulação (BRASIL,

2004).

Para o teste de estabilidade de um produto recém-formulado, é necessário expô-lo a

intensas condições de estresse, tais como temperatura, intensidade da luz e umidade

conhecidas e que certamente venham a ocasionar a sua decomposição. Essas condições

elevadas aumentam a degradação do produto e, consequentemente, diminui o tempo suficiente

para o teste. Assim, mais informações são obtidas em um pequeno espaço de tempo fazendo

com que as formulações não adequadas sejam descartadas no início de um estudo e, portanto,

não sejam lançadas no mercado. Esses testes devem ser feitos de maneira bastante cuidadosa e

é aconselhável fazê-lo conjuntamente com um lote sob condições normais esperadas para

confirmar, se as hipóteses são pertinentes (AULTON, 2016).

3.7.1.2 Teste de Estabilidade Acelerada

Também denominada de Estabilidade Normal ou Exploratória, fornece dados para

prever a estabilidade do produto, tempo de vida útil ou prazo de validade e compatibilidade

do produto com o material de acondicionamento. Geralmente aplica condições menos

extremas que o teste de Estabilidade Preliminar, com objetivo de estimar o prazo de validade

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do produto. Pode ser realizado quando ocorre modificações significativas na formulação, no

processo de fabricação ou no material de acondicionamento (BRASIL, 2004).

As recomendações são as mesmas que se tem no Estudo de Estabilidade Preliminar

quanto a preparação das amostras e modo de acondicionamento. O ensaio tem duração de 90

dias e as formulações são submetidas a aquecimento em estufa, resfriamento em

refrigeradores, exposição à radiação luminosa e ao ambiente.

Os limites de temperatura frequentemente sugeridos para avaliação em estufa são de

T= 37, 40, 45 e 50 ºC com variação de até ± 2 ºC. Os valores normalmente adotados em

baixas temperaturas são de T= 5 ± 2ºC para avaliação em geladeira e T= -5 ± 2 ºC ou T= -10

± 2 ºC para análise em freezer. Quanto ao teste de exposição luminosa, o produto é submetido

a uma fonte de luz que pode ser a luz solar, lâmpadas de xenônio ou fontes de luz ultravioleta.

Para análise do ambiente, a amostra é submetida a temperatura ambiente controlada. Os

parâmetros observados são os mesmos citados no Estudo de Estabilidade Preliminar

(BRASIL, 2004).

3.7.1.3 Teste de Estabilidade de Longa Duração

Também é denominado como Prateleira, e através deste teste é possível comprovar o

prazo de validade estimado no Estudo de Estabilidade Acelerada. A duração do ensaio está

diretamente relacionada ao período de validade estabelecido durante os estudos anteriores.

Através deste ensaio é possível avaliar o comportamento do produto em condições naturais de

armazenamento. As amostras devem ser avaliadas periodicamente até que se expire o prazo

de vida útil. Os parâmetros avaliados são os mesmos citados nos Estudos de Estabilidade

Preliminar e Acelerada (BRASIL, 2004).

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4 MATERIAL E MÉTODOS

As análises laboratoriais foram realizadas no Laboratório de Tecnologia dos

Medicamentos (LTM), no Núcleo de Desenvolvimento Analítico e Tecnológico de

Fitoterápicos (NUDATEF) e no Núcleo de Controle de Qualidade de Medicamentos e

Correlatos do Departamento de Ciências Farmacêuticas (NCQMC) da UFPE, enquanto que os

testes de controle de qualidade e estabilidade foram realizados no laboratório de controle de

qualidade da Rishon Perfumes e Cosméticos do Brasil Ltda.

4.1 COLETA E IDENTIFICAÇÃO DA MATÉRIA-PRIMA VEGETAL

O material vegetal foi coletado em junho de 2016, em um local com as seguintes

coordenadas: 8° 4’ 45’’S de latitude e 34° 54’ 36’’ W de longitude. Uma exsicata da espécie

foi identificada pela Drª. Rita de Cássia Pereira, Curadora do Instituto Agronômico de

Pernambuco (IPA) – Recife, sendo registrada com nº 91177 (Anexo A).

4.2 PROCESSAMENTO DA AMOSTRA

Após a coleta, o material vegetal fresco (partes aéreas) de E. alba foi lavado com água

corrente para a retirada das sujidades e aspergidas com álcool etílico a 70%, para inibir o

metabolismo da planta e auxiliar na secagem. Em seguida, foi submetido a uma secagem

prévia, à temperatura ambiente por 2 dias. Após essa secagem E. alba foi colocada em uma

estufa Ethik Technology série 400-TD, a uma temperatura de 40 ºC por 14 horas. O material

vegetal seco foi triturado em um moinho de facas Solab® SL-31 utilizando um tamis de 30

mesh, obtendo-se o pó seco (SILVA, 2010).

4.3 DETERMINAÇÃO DE CINZAS TOTAIS DO PÓ DE E. alba

Para a quantificação do resíduo não volátil (cinzas totais) do pó de E. alba, seguindo o

procedimento da Farmacopeia Brasileira 5ª edição, pesaram-se cerca de 3 g do pó em um

cadinho previamente tarado e dessecado por 30 minutos e, em seguida, levou-se à mufla para

incineração. A temperatura foi aumentada gradativamente até 600 ºC (30 minutos a 200 ºC,

60 minutos a 400 ºC e 90 minutos a 600 ºC), onde todo o carvão foi eliminado. Calculou-se a

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porcentagem de cinzas em relação à droga seca ao ar (BRASIL, 2010). A determinação de

cinzas totais foi realizada em triplicata.

4.4 DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE EM DROGAS VEGETAIS

A determinação da quantidade água do pó de E. alba, foi realizada de acordo com a

Farmacopeia Brasileira 5ª edição (2010), empregando-se o método gravimétrico.

Transferiram-se cerca de 2 g do pó de E. alba para pesa-filtro tarado, previamente dessecado

nas mesmas condições a serem adotadas para a amostra, durante 30 minutos. Dessecou-se a

amostra a 100-105 ºC durante 5 horas, até peso constante. Calculou-se a porcentagem de água

em relação à droga seca ao ar (BRASIL, 2010). A determinação do teor de umidade foi

realizada em triplicata.

4.5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DO PÓ DE E. alba

A distribuição granulométrica do pó foi realizada de acordo com as indicações da

Farmacopeia Brasileira 5ª edição. Separam-se 6 tamises, seguindo as características da

amostra. Os tamises operados tinham as seguintes aberturas de malha: 850, 600, 425, 250, 90

e 75 µm. Após montar o conjunto com o tamis de maior abertura sobre o de abertura menor,

pesaram-se cerca de 25 g da amostra e transferiu-a para o tamis superior, distribuindo

uniformemente o pó. Após tampar o conjunto, acionou-se o aparelho, por cerca de 15

minutos, com vibração adequada. Ao final deste tempo, utilizou-se um pincel adequado para

remover toda a amostra retida na superfície superior de cada malha e do coletor para um papel

impermeável, e pesou-se o pó. O tamanho das partículas foi avaliado pela quantificação

percentual de retenção do pó (BRASIL, 2010). A distribuição granulométrica do pó foi

realizada em triplicata.

4.6 EXTRAÇÃO

O pó de E. alba, obtido no processamento da amostra, foi submetido ao processo de

extração por Soxhlet, seguindo a proporção 1:5 (p/v), de acordo com Savita et al., 2011,

durante o período de 12 horas com temperatura entre 80 a 85 °C. Foram empregados 50 g do

pó de E. alba e 250 mL do álcool metílico.

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4.7 DETERMINAÇÃO DO pH DO EXTRATO METANÓLICO DE E. alba

A determinação do pH do extrato foi realizada em um pHmetro Gehaka PG 1800

previamente calibrado com tampões Certipur® pH 4 e 7, sendo realizada de acordo com o que

preconiza a Farmacopeia Brasileira 5ª edição (2010).

4.8 DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE DO EXTRATO METANÓLICO DE E. alba

A análise da densidade relativa do extrato foi realizada utilizando um picnômetro de

25 mL, previamente calibrado, a calibração consistiu na determinação da massa do

picnômetro vazio e da massa de seu conteúdo cheio de água. A densidade relativa foi

calculada entre a razão da massa da amostra líquida e a massa da água. Utilizou-se a

densidade relativa para calcular a densidade de massa do produto cosmético, expressa em

g/mL a 25°C, forneceu o valor da densidade do extrato (BRASIL, 2010a).

4.9 TRIAGEM FITOQUÍMICA DO EXTRATO POR CROMATOGRAFIA EM CAMADA

DELGADA (CCD)

Para a identificação das classes de metabólitos do extrato de E. alba, foi empregada a

Cromatografia em Camada Delgada (CCD). Foram utilizadas placas de sílica gel F254

(Macherey-Nagel®) como fase estacionária.

O extrato foi aplicado nas placas, bem como o padrão referente ao metabólito que se

desejava identificar. As placas foram colocadas em cuba fechada, de acordo com o sistema

correspondente para realizar a separação dos componentes. Para a visualização das

substâncias presentes, as placas foram reveladas com reveladores específicos, sendo

observadas a 254 e 366 nm quando pertinente. Os reveladores, sistemas de fases móveis e

padrões para cada classe de metabólito utilizados foram listados no Quadro 1.

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Quadro 1 – Padrões, sistemas e reveladores utilizados na identificação dos metabólitos

Classe de Metabólito Padrão Sistema Revelador

Taninos Hidrolisáveis Ácido gálico e Ácido

elágico

Acetato de etila:Ácido

fórmico:Água (90:5:5)

NEU1 + PEG2 + UV

366 nm

Flavonoides Quercetina e Rutina Acetato de etila:Ácido

fórmico:Água (90:5:5)

NEU1+ PEG2 + UV

366 nm

Derivados Cinâmicos Ácido Cafeico e Ácido

clorogênico

Acetato de etila:Ácido

fórmico:Água (90:5:5)

NEU1 + PEG2 + UV

366 nm

Taninos Condensados Catequina Acetato de etila:Ácido

fórmico:Água (90:5:5)

Vanilina clorídrica

Terpenos e Esteroides β-Sitosterol Tolueno:Acetato de Etila

(70:30)

Liebermam- Burchard

Cumarinas Cumarina Álcool etílico:Tolueno:Ácido

acético (10% saturado)

(50:50:50)

KOH + Δ + UV

366 nm

Saponinas Escina Acetato de etila:Ácido

acético:Ácido fórmico:água

(100:11:11:26)

Liebermam-

Burchard

Açúcares redutores D-frutose Acetato de

etila:Metanol:Água (50:20:10)

Timol + H2SO4

10% + Δ

Alcaloides Nitrato de pilocarpina Acetato de

etila:Metanol:Água

(50:6,75:5)

Dragendorff

Antraquinonas Senosídeo A Acetato de

etila:Metanol:Água

(50:6,75:5)

HNO3 + KOH

10%+UV 366 nm

¹Ácido etilborilaminoéster a 1% em etanol ²Polietilenoglicol

Fonte: Wagner; Bladt, 2001

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A fim de verificar a presença da wedelolactona, uma cumarina de potencial

importância na promoção do crescimento capilar, no extrato de E. alba, foi realizada a CCD

com o padrão Wedelolactona Sigma-Aldrichi® (mín 95,5%) (Anexo B), utilizando o sistema

Tolueno: Acetato de etila (50:50 v/v), que é utilizado para a separação de cumarinas. O

revelador empregado foi o hidróxido de potássio (KOH), seguida da visualização através da

luz ultravioleta (UV) em um comprimento de onda de 366 nm.

4.10 DETERMINAÇÃO DE RESÍDUO SECO

A determinação de resíduo seco no extrato líquido foi feita transferindo 2 g de extrato

para pesa-filtros, medindo, aproximadamente 50 mm em diâmetro e 30mm de altura.

Evaporou-se até secura em banho-maria e dessecou-se em estufa a 100 °C – 105 °C por três

horas. Deixou-se esfriar em dessecador sobre pentóxido de fósforo e pesou-se. Calculou-se o

resíduo seco em porcentagem sobre a massa do extrato (BRASIL, 2010a). Os ensaios foram

realizados em triplicata com amostras de 2g.

4.11 SECAGEM POR SPRAY DRYER

O objetivo principal da secagem é a retirada do metanol utilizado no processo de

extração de E. alba, devido à sua alta toxicidade. Inicialmente, foi realizada a determinação

do resíduo seco do extrato metanólico, em seguida pesou-se 50 mL do extrato, que em peso

correspondeu a 41,2672 g, acrescentou-se 30% em peso de dióxido de silício coloidal, agitou

até completa dissolução e completou-se o volume com água até 250 mL. Estabilizou-se o

Mini Spray Dryer B-290, marca Buchi®, com água destilada, ajustou a temperatura de entrada

para 120 °C e saída 86 °C e iniciou-se a secagem por aproximadamente 6h. Quando a

temperatura interna caiu para menor que 90 °C desligou-se o aparelho, coletou-se o pó seco e

pesou-se.

4.12 CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA DE ALTA EFICIÊNCIA (CCDAE)

DA WEDELOLACTONA

A análise por CCDAE foi conduzida em equipamento modelo Linomat (V) da

CAMAG®. Programou-se o aparelho para pulverizar automaticamente 10 µL do extrato de E.

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alba, bem como do padrão de Wedelolactona Sigma-Aldrichi® (mín 95,5%), usando agulha

especializada em placa de silica em faixas individuais.

As placas foram colocadas em cuba fechada em um sistema de solvente Tolueno:

Acetato de etila 50:50 (v/v) para eluição dos componentes. Após aplicação do revelador

KOH, para viabilizar a visualização da wedelolactona, as placas foram submetidas à análise

por UV em comprimento de onda 366 nm, conforme o que foi preconizado por Savitta e

Prakashchandra, (2011).

4.13 DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO POR ESPECTROFOTOMETRIA NO UV-VIS

PARA QUANTIFICAÇÃO DE WEDELOLACTONA

4.13.1 Curva de Calibração Padrão de Wedelolactona

Para a determinação da curva de calibração, foram utilizados o padrão de

wedelolactona (European Directorate for te Quality of Medicines & HealthCare) com lote

número 1, com grau de pureza 95,5%, álcool metílico, e água destilada (Anexo B).

Para a curva analítica, pesou-se 5 mg de padrão de wedelolactona e transferiu para um

balão volumétrico de 25 mL completando o volume com o solvente selecionado que foi o

álcool metílico PA (lote 13089055, QHEMIS®). Realizaram-se sucessivas diluições em água

para a obtenção de sete concentrações diferentes variando de 1,0 a 7,0 µg/mL (SILVA, 2012).

As leituras das absorbâncias foram realizadas em espectrofotômetro (modelo Vankel® 50)

UV-Vis, em comprimento de onda (λ) 275 nm (AMARAL et al., 2009).

4.13.2 Curva de Calibração da Wedelolactona do Extrato Seco de E. alba

Para o doseamento da amostra do extrato seco de E. alba pesou-se 50 mg do mesmo,

diluindo-o para 100 mL da solução estoque de metanol/água 80:20. Realizou-se a leitura em

triplicata, em espectrofotômetro em comprimento de onda (λ) 340 nm. Segundo THORAT et

al., (2009), a wedelolactona apresenta absorbância máxima no comprimento de onda (λ) 366

nm.

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4.14 DESENVOLVIMENTO DO DERMOCOSMÉTICO DE E. alba

Manipulou-se dois lotes de bancada (LBs) de 20 mL cada, contendo os excipientes e

concentrações de acordo com os dados teórico-prático obtidos nos documentos existentes na

empresa e na literatura. Foi realizado o controle físico-químico (aspecto, cor e odor) das

formulações e, em seguida, foi selecionada a melhor formulação para se submetida ao teste de

estabilidade preliminar. Para melhor identificação, os lotes de bancada foram enumerados em

algarismos romanos de I e II.

Os componentes e as concentrações em porcentagem (%) dos referidos lotes estão

representados na tabela 1:

Tabela 1 – Composição dos Lotes de Bancada manipulados do dermocosmético

Componentes LB I (%) LB II (%)

Extrato de E. alba 6,0 6,0

Conserve Novamit 0,2 0,2

Propilenoglicol 2,0 2,0

Panthenol 1,0 1,0

Fragrância Green tea 0,2 0,2

Álcool etílico de cereais 5,0 10,0

Água destilada 85,6 80,6

Total 100,0

Legenda: LB – Lote de Bancada

Fonte: Dados da pesquisa

Os lotes de bancada I e II foram manipulados conforme fluxograma apresentado:

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Figura 10 – Fluxograma do procedimento de manipulação do LB I e LB II

Legenda: LB – Lote de Bancada

Fonte: Autoria própria

4.14.1 Lote de Bancada Selecionado

O melhor lote de bancada foi selecionado com atenção onde foi observado as

características organolépticas (aspecto, cor e odor), além de solubilidade e uniformidade da

formulação.

4.14.2 Teste de Centrifugação

Antes de iniciar o estudo de estabilidade, submeteu-se o lote de bancada selecionado

ao teste de centrifugação, em que, separaram-se três alíquotas de aproximadamente 2 mL do

lote e foram centrifugadas a 3000 rpm durante 30 minutos, à temperatura ambiente (BRASIL,

2004). O equipamento utilizado para esse procedimento foi uma centrífuga de bancada digital,

90-2B Cetrifuge, (modelo EEQ-9004H-2), do Departamento de Ciências Farmacêuticas, da

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Adição do extrato de E. alba

+ propilenoglicol + álcool

etílico de cereais em um gral

de vidro

Adição da fragrância + um qs

de álcool etílico de cereais

em um vidro de relógio

Adição do panthenol + água + conservante em um béquer

de 20 mL

Homogeneizou-se

Acondicionou-se em frasco de polietileno

Observação da formulação quanto às características

organolépticas, solubilidade e uniformidade

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46

4.14.3 Estudo de Estabilidade Preliminar

O lote de bancada escolhido foi submetido ao teste de estabilidade preliminar, sendo

realizado neste teste o ciclo gelo-degelo, em triplicata (LIMA et al., 2008).

A amostra para o ciclo gelo-degelo, foi acondicionada na embalagem de polietileno de

alta densidade e fechadas com tampa flip top foram submetidas a estresse térmico, por um

período de 15 dias correspondente a sete ciclos, nas seguintes temperaturas: 5±2 ºC

(Refrigerador Consul®– Modelo CRC28) e a 40±2º C (Estufa Nevoni® 1.1 – Modelo EES2),

por 24 horas cada um. Uma amostra acondicionada na embalagem final foi colocada em

temperatura ambiente, ao abrigo da luz, sendo utilizada como padrão. Os parâmetros

avaliados foram as características organolépticas (aspecto, cor e odor) e físico-químicas

(densidade e teor alcoólico).

4.14.3.1 Análise Macroscópica

Observou-se aspecto, cor e odor. A amostra do lote selecionado foi classificada

segundo os critérios estabelecidos pelo Guia de Estabilidade da ANVISA (BRASIL, 2004),

conforme pode ser observado no Quadro nº 2.

Quadro 2 – Critérios estabelecidos pela ANVISA em relação à análise das características

organolépticas.

Aspecto Cor e Odor

Normal, sem alteração Normal, sem alteração

Levemente separado, levemente precipitado

ou levemente turvo

Levemente modificado

Separado, precipitado ou turvo Modificado

---------------------- Intensamente modificado

Fonte: BRASIL, 2004.

4.14.3.2 Teor alcoólico

Os teores alcoólicos das amostras dos LBs selecionados foram medidos com o auxílio

de um alcoômetro centesimal (Gay-Lussac), o qual foi utilizado para a determinação do grau

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alcoólico ou da força das misturas de álcool e água, indicando somente a concentração em

volume. As indicações do alcoômetro são exatas somente para esta mistura e à temperatura de

15 ºC. Para isso, foram feitas correções sobre as indicações do alcoômetro em função da

temperatura – Tábua da Força Real dos Líquidos Espirituosos (BRASIL, 2010).

4.15. DOSEAMENTODE WEDELOLACTONA DA LOÇÃO CAPILAR

Para o doseamento da amostra da loção capilar de E. alba foi retirado uma alíquota de

1 mL, correspondente a 60 mg de cumarina, realizando 3 diluições, a primeira diluindo-o para

100 mL da solução estoque de metanol/água 80:20, depois duas diluições seguidas de 10 mL,

até chegar na concentração de 6 µg/mL. Realizou-se a leitura em triplicata, em

espectrofotômetro em comprimento de onda (λ) 340 nm.

Para se chegar nessa concentração de 60 mg/mL, confirmou-se a equação da reta a

partir da média das absorbâncias obtidas na curva de calibração da cumarina, em seguida

encontrou-se o raio da circunferência da cabeça humana, onde segundo Alves et. al;(2011), a

referência máxima para a circunferência é 60,45 cm, para então se calcular a área da cabeça

humana, pois de acordo com um estudo publicado por DATTA et al., 2009, a dosagem de um

extrato metanólico de E. alba que promova o crescimento capilar seria de 3,2 mg/15cm2.

4.16 ANÁLISE ESTATÍSTICA

A análise estatística dos dados foi realizada com o auxílio do programa computacional

Excel (Microsoft Office® 2016) para calcular o desvio-padrão e a variância.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 PROCESSAMENTO DA AMOSTRA

Após a coleta de 4,5 kg do material vegetal fresco de E. alba, secagem em estufa e a

moagem, obtiveram-se 2,440 kg do pó seco da planta. Desse modo, o rendimento foi de

54,22% de planta seca em relação à planta fresca, apresentando um bom rendimento.

5.2 DETERMINAÇÃO DE CINZAS TOTAIS DO PÓ DE E. alba

A média do valor obtido na determinação de cinzas totais de E. alba foi 14,44%, como

expresso na tabela 2, sendo considerado um valor um pouco maior quando comparado a

estudos publicados, referente ao material inorgânico de E. alba, onde o valor foi de 10,54%,

segundo Arantes, (2005). O valor mais elevado pode estar associado ao habitat de área urbana

em que a droga vegetal foi coletada.

Tabela 2 – Resultados do teor de cinzas totais do pó de E. alba.

A1 (%) A2 (%) A3 (%) Média (%) DP CV(%)

Cinzas Totais 14,33 14,66 14,33 14,44 0,19 1,32

A: Amostra. DP: Desvio Padrão. CV: Coeficiente de Variação

Fonte: Dados da pesquisa

5.3 DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE DO PÓ DE E. alba

A partir do teor de umidade em matérias-primas vegetais, pode-se inferir a

estabilidade microbiológica e química das drogas vegetais, valores elevados podem levar ao

desenvolvimento de fungos e bactérias, hidrólise e atividade enzimática com consequente

deterioração de constituintes químicos (COUTO et al., 2009). A média do valor obtido na

determinação do teor de umidade foi de 8,716%, como expresso na tabela 3.

Em estudos realizados por Arantes, (2005), o teor de umidade encontrado para amostra

de E. alba foi 8,36%, logo há conformidade entre os resultados, bem como diante do que é

preconizado por Silva, em 2010, na qual este resultado pode variar de 8 a 14%.

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Fonte: Autoria Própria.

Tabela 3 – Resultados do teor de umidade do pó de E. alba.

A1 (%) A2 (%) A3 (%) Média (%) DP CV

Teor de Umidade 8,44 8,06 9,65 8,72 0,83 9,5

A: Amostra. DP: Desvio Padrão. CV: Coeficiente de Variação

Fonte: Dados da pesquisa

5.4 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DO PÓ

Ao comparar o resultado da distribuição granulométrica do pó com a classificação da

Farmacopeia Brasileira 5ª edição observou-se que o pó desta planta é classificado como sendo

um pó moderadamente grosso, bem como sua partícula média fica em torno de 416 µm

(Figuras 11 e 12).

Figura 11 – Curvas de retenção e passagem do pó das partes aéreas de E. alba

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Fonte: Autoria Própria.

Figura 12 – Histograma de distribuição granulométrica do pó das partes aéreas de E. alba

A distribuição granulométrica determina a superfície de contato disponível para

interação com o solvente utilizado para a obtenção do extrato da droga vegetal (SILVA,

2010). Logo, pós de tamanho maior, como os desta classificação, favorece as extrações, pois

partículas muito finas podem aderir às partículas maiores, aumentando a viscosidade do meio

e criando uma barreira que impeça a penetração de solventes, impedindo a extração e

diminuindo a eficiência da extração (VOIGT; BORNSCHEIN, 1982).

5.5 EXTRAÇÃO

A preparação dos extratos brutos das plantas é o ponto de partida na etapa de

isolamento e purificação dos constituintes químicos fixos das plantas (MATOS, 1998). O

processo extrativo em questão foi fundamentado pelo o que foi proposto por Savita et al.,

(2011), que testou várias técnicas extrativas para melhor eficiência de extração. Foram

obtidos 50 mL de extrato de E. alba, que representa uma proporção de 20%.

5.6 DETERMINAÇÃO DO pH DO EXTRATO METANÓLICO DE E. alba

O pH do extrato metanólico de E. alba foi de 5,95, logo atende o preconizado na

literatura para desenvolvimento de um cosmético capilar, pois o pH ideal de uma formulação

para uso tópico para alopecia deve estar entre 4,5 e 6,0, que é o pH natural do cabelo humano

e a utilização de produtos com pH com níveis de alcalinidade elevada acarretam alteração ou

dano à fibra (WICHROWSKI, 2007). A pele apresenta pH levemente ácido entre 4,6 e 6,0,

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que contribui para que ocorra proteção bactericida e fungicida em sua superfície

(RODRIGUES, 1995).

5.7 DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE DO EXTRATO METANÓLICO DE E. alba

A densidade ou massa específica pode ser utilizada na identificação e no controle de

qualidade de um determinado produto industrial, bem como ser relacionada com a

concentração de soluções. O valor obtido para a densidade do extrato metanólico de E. alba

foi 0,875 g/mL.

5.8 TRIAGEM FITOQUÍMICA DO EXTRATO POR CROMATOGRAFIA EM CAMADA

DELGADA (CCD)

Uma planta pode conter diferentes metabólitos secundários, logo os estudos

fitoquímicos podem nos dar uma ideia desta complexa mistura (HOSTETTMANN et al.,

2003).

A CCD, após a aplicação dos reveladores, permitiu verificar que no extrato das partes

aéreas de E. alba não há taninos condensados e alcaloides, no entanto foi constatada a

presença de polifenois (taninos hidrolisáveis), flavonoides, derivados cinâmicos, açúcares

redutores, antraquinonas, saponinas, cumarinas, terpenos e esteroides (Figura 13),

corroborando com alguns autores que mencionam a presença desses metabólitos. Foi possível

evidenciar a presença desses metabólitos secundários pela cor das bandas através de análise

comparativa. Em seguida foi realizada a determinação do Rf da amostra e Rf do padrão.

Alguns compostos foram visualizados na luz ultravioleta por se tornarem fluorescentes.

Esses metabólitos secundários presentes são constituintes químicos responsáveis pela

ação farmacológica das drogas vegetais, permitindo que E. alba possa ser utilizada em

inúmeras pesquisas, a fim de se evidenciar diversas propriedades farmacológicas.

A partir da CCD, foi possível constatar também a presença da wedelolactona (Figura

14), que é um dos principais coumestanos encontrados em E. alba, que além do crescimento

capilar (DATTA, 2009), tem atividade anti-hepatotóxica (NAZIM et al., 2010), antibacteriana

(KARTHIKUMAR et al., 2007), e anti-ofídica (VIANNA-DA-SILVA et al., 2003).

A presença desse coumestano foi constada a partir da determinação do Rf da amostra

que foi comparado ao Rf do padrão wedelolactona, sendo possível visualizá-lo na luz

ultravioleta. A constatação da presença da wedelolactona no extrato das partes aéreas da

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droga vegetal é bastante interessante para a indústria de cosméticos, que necessita de uma

formulação eficaz, a fim de satisfazer aos cuidados específicos que a alopecia necessita.

Figura 13 – Perfil cromatográfico, obtido por CCD, do extrato metanólico de E. alba após a

aplicação dos reveladores específicos, permitindo a identificação das classes de metabólitos

presentes na droga vegetal.

AR

P

A

Polifenois / Flavonoides/ Derivados Cinâmicos Açúcares redutores

Antraquinonas Saponinas

Cumarinas Terpenos e esteroides

A FL AR

P

A

A A

TE

SA AN

DC PL

Rf 0,21

Rf 0,81 Rf 0,79

Rf 0,51

Rf 0,16

Rf 0,69

Rf 0,92

Rf 0,07

Rf 0,65

A CU

A

A: Amostra; PL: Polifenois; FL: Flavoinoides; DC: Derivados Cinâmicos; AR: Açúcares Redutores;

AN: Antraquinonas; SA: Saponinas; CU: Cumarins; TE: Terpenos e esteroides

Fonte: Dados da pesquisa.

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Figura 14 – Perfil cromatográfico, obtido por CCD, do extrato metanólico de E. alba no

sistema de solvente (Tolueno: Acetato de etila, 50:50).

P: Wedelolactona Sigma-Aldrichi® mín 95,5% lote 1. Revelador: KOH, sob luz UV366 nm. A:

Amostra P: Padrão. Fonte: Dados da pesquisa.

5.9 CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA DE ALTA EFICIÊNCIA (CCDAE)

DA WEDELOLACTONA

O CCDAE, assim como o CCD, é uma poderosa ferramenta analítica para obter

informações cromatográficas de misturas complexas de inorgânicos, orgânicos e biomoléculas

(SRIVASTAVA, 2010). No entanto, a CCDAE possui melhorias destinadas a aumentar a

resolução dos compostos a serem separados, sendo considerada como uma técnica flexível,

confiável e eficiente na separação ideal para a análise de materiais vegetais e medicamentos à

base de plantas (ATTIMARAD et al., 2011). Foi possível verificar também que, o consumo

de solventes no CCDAE foi menor do que na CCD convencional, além disso, na placa de

CCDAE foi constatado o maior poder de resolução da wedelolactona na amostra.

A partir da otimização da metodologia empregada por Savita e Prakashchandra

(2011), para a análise em CCDAE da wedelolactona (Figura 15) no extrato metanólico, foi

possível fazer a constatação qualitativa desse metabólito.

A constatação da presença desse cousmestano foi possível através da determinação

do Rf da amostra que foi comparado ao Rf do padrão wedelolactona, justificando seu uso em

dermocosmético para tratamento de alopecia, a fim de atender a grande expectativa das

pessoas que sonham em ter cabelos fartos através do aumento da densidade capilar das áreas

afetadas pelas alopecias.

Rf- 0,14

A P

DC

AR

P

A

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Figura 15 – Perfil cromatográfico, obtido por CCDAE, do extrato metanólico de E. alba no

sistema de solvente (Tolueno: Acetato de etila, 50:50).

P: Wedelolactona Sigma-Aldrichi® mín 95,5% lote 1. Revelador: KOH, sob luz UV366 nm.A: Amostra

P: Padrão

Fonte: Dados da pesquisa.

5.10 DETERMINAÇÃO DA PORCENTAGEM DE RESÍDUO SECO TOTAL

Foram obtidos 9,746% de resíduo seco total. Os valores aceitáveis para a porcentagem

de resíduo seco total para o extrato metanólico de E. alba ainda não foram estabelecidos em

nenhuma monografia. É um parâmetro fundamental e preliminar quando se objetiva alcançar

a eficácia de uma formulação fitoterápica, pois este ensaio implica na quantificação das

substâncias extraídas da planta através da eliminação do solvente extrator, sendo assim esse

percentual é um indicativo da concentração do extrato (OLIVEIRA; BERRETTA; 2007)

5.11 SECAGEM POR SPRAY DRYER

As condições experimentais utilizando a temperatura de 120 °C e de saída 93 °C,

velocidade de fluxo 7,0 mL/minuto e pressão de 600 mmHg, apresentaram um bom

rendimento, pois não ocorreu uma considerável retenção na câmara principal de secagem.

No processo de secagem são utilizados agentes adjuvantes que melhoram as

características do produto final Alguns exemplos desses agentes são citado por Vasconcelos,

Medeiros e Moura (2005) e Silva-Júnior et al. (2006), por exemplo: amido, ciclodextrinas,

dióxido de silício coloidal, fosfato tricálcico, gelatina, goma arábica, lactose e maltodextrina

Na secagem de 50 mL do extrato metanólico, utilizando as condições descritas acima e com

30% de aerosil® (dióxido de silício coloidal), obteve-se o extrato seco de E. alba com

Rf 0,17

A

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55

aparência de pó claro, homogêneo e aparentemente com baixa higroscopicidade. O resultado

do peso obtido após secagem foi de 1,58746 g que corresponde a um rendimento de 28,37 %.

5.12 DETERMINAÇÃO DA CURVA DE CALIBRAÇÃO A PARTIR DO PADRÃO DE

WEDELOLACTONA

Após a leitura, em espectrofotômetro, de sete concentrações diferentes do padrão

wedelolactona, obteve-se a seguinte a seguinte curva de calibração (Figura 16):

Figura 16 – Curva de calibração do padrão wedelolactona – comprimento de onda (λ) 275nm.

Através dos cálculos da reta de tendência, tem-se a equação y = 0,074x+ 0,266, R2 =

0,9961. A curva analítica do padrão wedelolactona demonstra a relação linear entre a

concentração e a absorbância deste padrão, estando de acordo com a ANVISA (2003) que

determina que o coeficiente de correlação (r) apresente um valor mínimo de 0,99.

5.13 DOSEAMENTO DE WEDELOLACTONA DO EXTRATO SECO DE E. alba

Este procedimento foi realizado em triplicata, obtendo-se a curva de calibração com

valores médios das três determinações. Todas as análises foram realizadas em ambiente sem

luz, devido à fotossensibilidade da wedelolactona e doseadas no mesmo dia. Com a

determinação das absorbâncias e através da curva analítica obteve-se a equação da reta y =

0,0695x - 0,0085 com R² = 0,9921 e foi estimada que o doseamento de wedelolactona no

extrato seco é de 96,53%.

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5.14 DESENVOLVIMENTO DO DERMOCOSMÉTICO DE E. alba

A amostra manipulada apresentou aspecto fluido característico de suspensões, cor

turva e odor característico da fragrância utilizada na formulação. Além de E. alba, a

formulação conta com D-Panthenol que no International Nomenclature of Cosmetic

Ingredient (INCI) é denominado Panthenol, um regenerador cutâneo, que além de sua ação

cicatrizante, tem ação antisseborreica para o folículo piloso e ação umectante e estimulante do

metabolismo epitelial. É utilizado em formulações cosméticas especialmente para o

tratamento de cabelos, pele e unhas (MAPRIC, 2017). Apresenta também o álcool etílico de

cereais, INCI NAME: Alcohol, um produto de origem vegetal e alta pureza, utilizando-se o

milho, soja ou arroz como matéria-prima. Muito utilizado para consumo em indústrias de

bebidas, farmacêutica, cosmética, alimentícia e farmácias de manipulação.

5.14.1 Lote de Bancada Selecionado

Dos dois lotes manipulados, o LB II foi considerado como o melhor, por apresentar

um percentual de álcool de cereais maior, facilitando a solubilização do extrato. No entanto, a

Farmacopeia Brasileira 5ª edição, sugere que não existe uma faixa preconizada de utilização

do mesmo (BRASIL, 2010a), porém ele se apresentou aparentemente estável e, assim, foi

selecionado e submetido ao teste de estabilidade preliminar.

5.14.2 Teste de Centrifugação

O teste de centrifugação foi realizado 24h após preparação do LB com objetivo de

observar formação de precipitados, sedimento compactado (caking), separação de fases ou

outras adversidades que possam levar à possível rejeição da formulação (BRASIL, 2004).

As amostras dos LBs I e II após serem submetidos à centrifugação por três ciclos de

3000 rpm, durante 30 minutos cada, à temperatura ambiente, ocorrendo formação de

precipitados, o que já era esperado, por se tratar de uma loção capilar (AULTON; TAYLOR,

2016). Dessa forma, precisa-se de agitação por no mínimo um minuto para ressuspender as

partículas, e assim poder ter melhor resultado na terapêutica.

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5.14.3 Doseamento da Loção Capilar

A partir da definição da curva analítica onde obteve-se equação da reta y = 0,0695x -

0,0085 com R² = 0,9921 e foi estimada a concentração da cumarina no extrato de metanólico

60mg/mL, confirmou-se essa concentração e obteve-se x = 5,7917mg/mL. Com isso teve-se

como resultado 96,53%, o que de fato é um bom resultado, pois a Farmacopeia Brasileira 5ª

edição define como limite de aceitação 95% a 105%.

5.14.4 Avaliação da Estabilidade Preliminar

O produto se mostrou estável durante este teste, mantendo suas características

organolépticas similares às características observadas no ato da formulação, com algumas

leves modificações quanto ao seu odor no fim do teste, o que era de se esperar, pois, de

acordo com Schueller e Romanowski, (2005), apud BEZERRA, (2016), altas temperaturas

podem iniciar reações químicas na formulação modificando o odor, devido à perda da

fragrância que é naturalmente volátil.

A determinação do pH é muito importante no estudo de estabilidade, pois alterações

no seu valor podem ocorrer em função de impurezas, hidrólise, decomposição e erro do

processo.

O pH registrado após a formulação atingir temperatura ambiente (~25 ºC) foi de 4,58.

Durante o Estudo de Estabilidade Preliminar, a amostra obteve uma média de pH 4,70 o que

representa uma variação de 2,62% do valor registrado após formulação do produto, estando de

acordo com o sugerido pelo Guia de Estabilidade de Produtos Cosméticos onde a taxa de

variação não pode ultrapassar ±5%.

O teor alcoólico das amostras dos LBs I e II estão representados na figura 17. A partir

dele, foi possível observar que, durante os 15 dias do teste, houve uma pequena oscilação em

seus valores, mas nada que viesse a comprometer a estabilidade das formulações analisadas.

Essas oscilações podem estar ligadas a alguns fatores, como temperatura e umidade de

armazenamento. Ou seja, os valores dos teores alcoólicos se mantiveram durante todo o

período do ciclo gelo-degelo.

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Figura 17 – Média dos valores de teor alcoólico dos Lotes de Bancada I e II submetidos ao

teste de estabilidade preliminar.

(Legenda: LB – Lote de Bancada Fonte: Autoria própria).

Segundo o Guia de Estabilidade da ANVISA (BRASIL, 2004), a densidade é

considerada um parâmetro essencial no estudo de estabilidade de uma formulação. A sua

manutenção durante todo o estudo indica que o produto é estável nas condições em que é

submetido. Na tabela 4 pode ser observado o valor de densidade das amostras do LB II

durante todo o ciclo gelo-degelo, assim como os valores de média e desvio-padrão.

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Tabela 4 – Valores médios de densidade (g/mL) do Lote selecionado durante a estabilidade

preliminar.

Dias Densidade g/mL

1º 1,008

2º 0,997

3º 1,008

4º 0,997

5º 0,997

6º 0,997

7º 1,020

8º 1,003

9º 1,019

10º 1,022

11º 1,019

12º 1,024

13º 1,021

14º 1,020

15º 1,029

Média (%) 1,012

DP 0,011

Fonte: Autoria própria.

Esse resultado confirma a estabilidade do produto, ou seja, os valores se mantiveram

durante todo o período do ciclo gelo-degelo, estando dentro do estabelecido pela Farmacopeia

Brasileira 5ª edição, onde a variação máxima é de apenas 5% em relação aos resultados.

Dessa forma, a loção capilar é estável quanto à densidade na estabilidade preliminar.

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60

5.14.5 Avaliação da Estabilidade Acelerada

O estudo da Estabilidade Acelerada encontra-se em andamento e até o presente (30

dias) o produto se mostrou estável em todos ambientes durante o tempo estudado, com leve

modificação em relação ao odor, principalmente em ambientes que a temperatura foi mais

elevada. Durante esse período de tempo, a amostra obteve uma média de pH 4,59 o que

representa uma variação de 0,35% do valor registrado após formulação do produto, estando de

acordo com o preconizado pela ANVISA.

Na tabela 5, podem ser observados, os valores da média e desvio-padrão. Esses valores

atendem a especificações previamente estabelecidas. Dessa forma, a loção capilar é estável

quanto à densidade na estabilidade acelerada (30 dias).

Tabela 5 – Valores médios de densidade (g/mL) do LBII durante a estabilidade acelerada

Dias Densidade g/mL

T0 1,008

T24h 0,997

T7 1,020

T15 1,029

T30 1,029

T60 -

T90 -

Média (%) 1,016

DP 0,012

Fonte: Autoria Própria

P

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61

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A otimização do método analítico juntamente com a caracterização físico-química e

fitoquímica proporcionou o desenvolvimento da loção capilar de E. alba. A loção manteve-se

estável após sua preparação, não ocorreu alteração na estabilidade preliminar e o mesmo

mantém-se estável até o presente momento.

O resultado da determinação de cinzas indicou a presença de material inorgânico,

podendo estar associado ao habitat em que E. alba foi coletada. O teor de umidade está dentro

do limite estabelecido para drogas vegetais, sendo um fator de grande importância para o

controle microbiológico. As partes aéreas em estudo foram classificadas conforme

distribuição granulométrica como um pó moderadamente grosso, fator positivo para a

obtenção do extrato.

A aplicação da técnica de separação e identificação de metabólitos secundários em

CCD, permitiu verificar, a partir do extrato das partes aéreas de E. alba, a presença de

diversos metabólitos secundários, que vem sendo objetivo de inúmeras pesquisas devido as

propriedades farmacológicas que a droga vegetal apresenta. Através da CCD e do CCDAE,

foi confirmada a presença de wedelolactona, após comparar o perfil do padrão ao extrato

analisado.

Portanto, além de evidenciar a presença do composto, que proporciona o crescimento

capilar, nas partes aéreas da E. alba, o estudo proporcionou o conhecimento e padronização

do material vegetal, com isso houve o desenvolvimento de uma loção capilar através de uma

planificação quantitativa de um excipiente, que foi importante para melhor solubilização do

extrato para obtenção de um produto de qualidade. O dermocosmético foi classificado como

loção devido às suas características definidas pela Farmacopeia Brasileira 5ª edição como a

preparação líquida aquosa ou hidroalcoólica, com viscosidade variável, para aplicação na

pele, incluindo o couro cabeludo. Sendo assim, após a otimização da formulação e finalização

dos testes de estabilidade, tem-se interesse em testar a atividade farmacológica do produto

para produção em larga escala de uma formulação que satisfaça os cuidados específicos que a

alopecia necessita e atenda às expectativas da população que vem sendo afetada pela queda

capilar.

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6.1 PERSPECTIVAS

• Finalizar os testes da estabilidade acelerada, juntamente com análise microbiológica;

• Otimização da formulação;

• Finalizar o Estudo de estabilidade de longa duração;

• Testar a atividade farmacológica da loção capilar em parceria com laboratórios

especializados;

• Validação da metodologia.

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ANEXO A – Ficha de Identificação Botânica

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ANEXO B – Laudo Analítico do Padrão Wedelolactona