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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO TECNOLÓGICO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL APLICAÇÃO DO MODELO SWAT NA BACIA DO RIO NEGRINHO – SC Simone Malutta FLORIANÓPOLIS (SC) MARÇO/2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO TECNOLÓGICO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA SANITÁRIA E

AMBIENTAL

APLICAÇÃO DO MODELO SWAT NA BACIA DO RIO NEGRINHO – SC

Simone Malutta

FLORIANÓPOLIS (SC) MARÇO/2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO TECNOLÓGICO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

APLICAÇÃO DO MODELO SWAT NA BACIA DO RIO

NEGRINHO – SC

Simone Malutta

Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina para Conclusão

do Curso de Graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental

Orientador

Prof. Dr. Masato Kobiyama Co-orientadora:

Prof. Dra. Cláudia Weber Corseuil

FLORIANÓPOLIS, (SC)

MARÇO/2010

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RESUMO O município de Rio Negrinho vem sofrendo com mudanças na quantidade e qualidade da água devido a substituição da Floresta Ombrófila Mista por reflorestamento de pinus, e por uma acelerada urbanização. O presente estudo teve como objetivo analisar espacialmente os processos hidrossedimentológica na bacia do Rio Negrinho – SC através do modelo SWAT. Foram inseridos no modelo o modelo numérico do terreno, mapa de uso e cobertura vegetal e mapa de classificação dos solos, além de uma série de dados meteorológicos e de parâmetros de solos. O modelo dividiu a bacia em 31 sub-bacias. Os dados simulados foram calibrados com dados observados diários de vazão (de maio a novembro de 2008). O desempenho do modelo foi analisado a partir do NASH. A modelagem hidrossedimentológica mostrou que os meses que apresentaram maior precipitação, escoamento total e produção de sedimento foram os meses de outubro e novembro. O mês de julho foi o mês mais seco, e com produção de sedimento praticamente zero. PALAVRAS CHAVES: processos hidrossedimentológicos, modelagem, SWAT

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ABSTRACT Rio Negrinho city - SC has suffered from changes of the quantity and quality of water due to the replacement of native forest with pine reforestation and the accelerated urbanization. The objective of the present study was, therefore, to spatially analyze hydrosedimentological processes in the Rio Negrinho basin with the SWAT model. Were entered into the model the numerical model of terrain, map use and land cover map and soil classification, and a series of meteorological and soil parameters. The model divided the basin into 31 sub-basins. The simulated data were calibrated with data observed daily flow (from May to November 2008). Model performance was analyzed from NASH. The modeling showed that the hydrosedimentological months had higher rainfall, runoff and sediment yield were the months of October and November. The month of July was the driest month, and sediment yield virtually zero. KEY WORDS: hydrosedimentological processes, modeling, SWAT

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LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Bacia Hidrográfica do Rio Negrinho....................................21 Figura 2 – Ciclo Hidrológico..................................................................30 Figura 3 – Fluxograma...........................................................................31 Figura 4 – Modelo digital do terreno da BHRN.....................................43 Figura 5 – Mapa de uso e cobertura vegetal da BHRN..........................44 Figura 6 – Mapa de solos da BHRN (Fonte: EMBRAPA 2004)...........46 Figura 7 – Delimitação das sub-bacias na BHRN..................................47 Figura 8 – Dados medidos de vazão no período de maio a novembro de 2008........................................................................................................52 Figura 9 – Comparação entre dados observados e simulados de vazão no cenário 1 (maio a novembro de 2008)....................................................52 Figura 10 - Comparação entre dados observados e simulados de vazão no cenário 2 (maio a novembro de 2008)...............................................53 Figura 11 - Comparação entre dados observados e calibrados manualmente de vazão no cenário 1 (maio a novembro de 2008).........55 Figura 12 - Comparação entre dados observados e calibrados manualmente de vazão no cenário 2 (maio a novembro de 2008).........55 Figura 13 – Distribuição espacial de maio de 2008 – Caso 1:Escoamento total.........................................................................................................58 Figura 14 – Distribuição espacial de maio de 2008 – Caso 1: produção de sedimento...........................................................................................59 Figura 15 – Distribuição espacial de junho de 2008 – Caso 1: Escoamento total....................................................................................60 Figura 16 – Distribuição espacial de junho de 2008 – Caso 1: produção de sedimento...........................................................................................61 Figura 17 – Distribuição espacial de julho de 2008 – Caso 1: Escoamento total....................................................................................62 Figura 18 – Distribuição espacial de julho de 2008 – Caso 1: produção de sedimento. .........................................................................................63 Figura 19 – Distribuição espacial de agosto de 2008 – Caso 1: Escoamento total....................................................................................64 Figura 20 – Distribuição espacial de agosto de 2008 – Caso 1: produção de sedimento. ........................................................................................65 Figura 21 – Distribuição espacial de setembro de 2008 – Caso 1: Escoamento total. . ...............................................................................66 Figura 22 – Distribuição espacial de setembro de 2008 – Caso 1: produção de sedimento...........................................................................67

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Figura 23 – Distribuição espacial de outubro de 2008 – Caso 1: a) Escoamento total. ..................................................................................68 Figura 24 – Distribuição espacial de outubro de 2008 – Caso 1: produção de sedimento. .........................................................................69 Figura 25 – Distribuição espacial de novembro de 2008 – Caso 1: Escoamento total. ..................................................................................70 Figura 26 – Distribuição espacial de novembro de 2008 – Caso 1: Escoamento total. ..................................................................................71 Figura 27 – Distribuição espacial de maio de 2008 – Caso 2: Escoamento total. ..................................................................................72 Figura 28 – Distribuição espacial de maio de 2008 – Caso 2: produção de sedimento. .........................................................................................73 Figura 29 – Distribuição espacial de junho de 2008 – Caso 2: Escoamento total. ..................................................................................74 Figura 30 – Distribuição espacial de junho de 2008 – Caso 2: produção de sedimento. .........................................................................................75 Figura 31 – Distribuição espacial de julho de 2008 – Caso 2: Escoamento total. ..................................................................................76 Figura 32 – Distribuição espacial de julho de 2008 – Caso 2: produção de sedimento. .........................................................................................77 Figura 33 – Distribuição espacial de agosto de 2008 – Caso 2: Escoamento total. ..................................................................................78 Figura 34 – Distribuição espacial de agosto de 2008 – Caso 2: produção de sedimento. .........................................................................................79 Figura 35 – Distribuição espacial de setembro de 2008 – Caso 2: a) Escoamento total. ..................................................................................80 Figura 36 – Distribuição espacial de setembro de 2008 – Caso 2: b) produção de sedimento. .........................................................................81 Figura 37 – Distribuição espacial de outubro de 2008 – Caso 2: a) Escoamento total. ..................................................................................82 Figura 38 – Distribuição espacial de outubro de 2008 – Caso 2: produção de sedimento. .........................................................................83 Figura 39 – Distribuição espacial de novembro de 2008 – Caso 2: a) Escoamento total. ..................................................................................84 Figura 30 – Distribuição espacial de novembro de 2008 – Caso 2: produção de sedimento. ........................................................................85 Figura 31 – Correlação de Escoamento total (mm/mês) e Produção de sedimento (t/ha.mês): a) Caso 1; e b) Caso 2.........................................86

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Lista de aplicações do SWAT no Brasil e no Mundo..........19

Tabela 2 – Parâmetros mensais requeridos para criação dos parâmetros

estatísticos da estação meteorológica no modelo SWAT......................27

Tabela 3 – Descrição dos quatro grupos hidrológicos do solo. Fonte:

modificado de USDA-NRCS (2007)......................................................28

Tabela 4 – Classes de Csoiltr....................................................................37

Tabela 5 - Classes de Cperm....................................................................37

Tabela 6 - Relação entre declividade do solo e valores de PUSLE...........38

Tabela 7 – Distribuição de classes de solo inserida no modelo.............41

Tabela 8 – Distribuição de classes de solo adotada no modelo..............42

Tabela 9 - Distribuição das classes de uso e cobertura vegetal na BHRH

Tabela 10 – Dados climáticos requeridos para o gerador climático.......49

Tabela 11 – Dados de solos utilizados no modelo.................................50

Tabela 12 – Valores modificados na calibração manual (*valores

alterados apenas em um dos casos)........................................................55

Tabela 13 – Valores da análise do desempenho do modelo...................56

Tabela 14 – Dados de precipitação de maio a novembro de 2008........ 57

Tabela 15 – Valores médios de escoamento total e produção de

sedimento de maio a novembro de 2008................................................86

Tabela 16 – Escoamento total (mm/mês) para as sub-bacias que

apresentaram diferentes usos e cobertura vegetal. ................................88

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LISTA DE SÍMBOLOS

Símbolo Descrição A Área da bacia Áreaurh

Área da unidade de resposta hidrológica

C é o fator de cobertura e manejo

Csoilstr Código de estrutura do solo utilizado na classificação dos solos,

Cperm Classe de permeabilidade do solo CFRG Fator de fragmento grosseiro CN Curva Número CN1 Curva Número - condição seca (ponto de murcha) CN2 Curva Número - condição de umidade média CN3 Curva Número - condição úmida (capacidade de

campo) cp Calor especifico a pressão constante CUSLE Fator de cobertura e manejo CULSE,aa Fator manual médio para fator cobertura e manejo

CUSLE,MN e Valor mínimo para o fator de cobertura e manejo E Altura da taxa de evaporação E* Média do evento observado no período da simulação

Em Evento monitorado Es Evento simulado ETi Evapotranspiração ez Pressão de vapor da água no ar na altitude z ez

o Pressão de saturação do vapor no ar na altitude z FCly Conteúdo de água na camada de solo na capacidade de

campo G Densidade de fluxo de calor do chão Hnet Radiação líquida hwtbl Altura do lençol freático i Passo de tempo i* Intensidade da precipitação Ia Abstração inicial K

fator de erodibilidade do solo

Ksat Condutividade hidráulica saturada

l Comprimento do curso d’ água

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Lgw Distância do divisor da bacia do sistema subterrâneo para o canal principal

Lhill Comprimento do declive

LS

fator topográfico

lslp Comprimento da encosta

M

parâmetro tamanho das partículas

mareia Porcentagem de areia muito fina;

mc Porcentagem de argila

MO

Porcentagem matéria orgânica

msilte Porcentagem de silte

n Coeficiente de Manning

n* Número de eventos

NASH Coeficiente de Nash e Sutcliffe

orgC

Porcentagem de carbono orgânico

P

Fator de praticas conservacionistas

Pi Precipitação total Peri Precipitação diária Qi Escoamento superficial Qlat Quantidade de água que escoa sub-superficialmente

qlat.i Escoamento lateral Qpico Vazão de pico qret.i Escoamento de retorno Qsurf Escoamento superficial total Qw escoamento subterrâneo no canal principal ra Resistência aerodinâmica

rc Resistência de interceptação vegetal

rsdsurf quantidade de resíduo no solo S Parâmetro de retenção SATly Quantidade de água na camada de solo quando

completamente saturado SED

Produção de sedimento

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slp Declividade média da bacia slpch Declividade média do curso d água

SW Quantidade inicial de água no solo SWly Conteúdo de água na camada do solo

SWly,excess Volume drenável de água na camada de solo SWt Quantidade final de água no solo t Tempo tconc Tempo de concentração na bacia tcs Tempo de concentração do escoamento terrestre tcc Tempo de concentração do escoamento no canal TTperc Tempo de propagação na camada do solo wperc,ly Quantidade de água que percola para a próxima

camada ∆t Duração do passo de tempo ∆ Declividade da curva de saturação da pressão de vapor

com a temperatura Eλ Fluxo de densidade do calor latente

∅� Porosidade drenável da camada de solo γ Constante psicromátrica

arρ Densidade do ar

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Índice 1. INTRODUÇÃO ..................................................... 14

2. OBJETIVOS .......................................................... 15

2.1 Objetivo Geral ................................................................... 15

2.2 Objetivos Específicos ........................................................ 15

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................. 16

3.1 Processos Hidrossedimentológicos .................................. 16

3.2 Modelagem Hidrossedimentológica ................................. 17

3.3 SWAT................................................................................. 18

4. ÁREA DE ESTUDO ............................................. 22

4.1 Localização da bacia hidrográfica ..................................... 22

4.2 Clima ................................................................................. 22

4.3 Geologia e Geomorfologia ................................................ 23

4.4 Solos .................................................................................. 23

4.5 Uso e cobertura vegetal ................................................... 25

5. MATERIAIS E MÉTODOS ................................. 26

5.1 Estação meteorológica e fluviométrica. ........................... 26

5.2 Softwares .......................................................................... 26

5.3 Material Cartográfico e Imagens de Satélite .................... 26

5.4 Análise dos Dados Espaciais ............................................. 27

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5.4.1 Modelo Numérico do Terreno .................................. 27

5.4.2 Solos ......................................................................... 27

5.4.3 Uso e cobertura Vegetal ........................................... 27

5.5 Dados Tabulares ............................................................... 28

5.5.1 Clima ......................................................................... 28

5.5.2 Solos ......................................................................... 29

5.6 Descrição do modelo SWAT ............................................. 31

5.6.1 Fase terrestre do ciclo hidrológico ........................... 31

5.6.2 Fase de propagação do ciclo hidrológico ................. 40

5.7 Aplicação do SWAT ........................................................... 41

5.8 Calibração e validação do modelo.................................... 43

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................... 44

6.1 Dados de Entrada ............................................................. 44

6.1.1 Dados Espaciais ........................................................ 44

6.1.2 Dados Tabulares: ...................................................... 48

6.2 Calibração e Análise do desempenho do modelo ............ 54

6.3 Análise espacial da dinâmica da água e sedimento na

BHRN 58

7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............ 92

8. ANEXO ................................................................. 94

9. REFERÊNCIAS .................................................... 95

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1. INTRODUÇÃO A produção, transporte, deposição e compactação de sedimento

são processos erosivos ou hidrossedimentológicos que ocorrem naturalmente. O manejo inadequado do solo pode acentuar tais processos, aumentando a quantidade acumulada no exutório de uma bacia e gerando problemas sócio,econômicos e ambientais, por exemplo dificuldade no tratamento de água e assoreamento de rios. A compreensão desses processos, portanto, é fundamental para analisar a dinâmica da água e de sedimentos na bacia hidrográfica e verificar como as transformações realizadas no ambiente podem causar impactos socioeconômicos e ambientais.

O Laboratório de Hidrologia (LabHidro) do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental (ENS) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) vem desenvolvendo pesquisas na região norte catarinense, analisando o balanço hídrico e sedimentológico em bacias experimentais. Uma dessas bacias é a bacia do Rio Negrinho (BHRN) localizada no município que tem o mesmo nome. Nos últimos anos a cidade de Rio Negrinho tem sofrido com eventos hidrológicos extremos, principalmente pela urbanização acelerada, impermeabilização do solo e ocupação das áreas de risco. A BHRN é o manancial da cidade, onde está localizada a estação de tratamento de água se da cidade de Rio Negrinho. Outro aspecto importante da região é que a mata nativa vem sendo substituído pela principal atividade econômica da região, o reflorestamento de pinus.

O modelo SWAT tem como objetivo de analisar os impactos das alterações no uso do solo sobre o escoamento, produção de sedimento e qualidade de água em bacias hidrográficas. MACHADO (2002) aplicou o SWAT para simular o escoamento e a produção de sedimentos produzidos para os anos de 1999 e 2000 na bacia hidrográfica do Ribeirão dos Marins, afluente do rio Piracicaba, localizado no estado de São Paulo.

O presente estudo teve o intuito de realizar a modelagem hidrossedimentológica através do modelo SWAT para analisar espacialmente os processos dentro da bacia hidrográfica.

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2. OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral

Analisar dinâmica da água e sedimento por meio do uso do modelo SWAT na bacia do Rio Negrinho – SC. 2.2 Objetivos Específicos

• Construir banco de dados da bacia hidrográfica em termo de topografia, uso e classificação do solo, séries temporais de chuva, vazão e sedimentos;

• Calibrar o SWAT para a bacia hidrográfica; • Analisar espacialmente e temporamente dinâmica da água e

sedimento na bacia hidrográfica.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1 Processos Hidrossedimentológicos

A hidrologia é a ciência que trata das águas da terra, sua ocorrência, circulação e distribuição, suas propriedades químicas e físicas e sua reação com meio ambiente, incluindo sua relação com os seres vivos. Estuda também as variações dos recursos hídricos naturais da terra em função das diferentes fases do ciclo hidrológico (CHOW, 1964).

A bacia hidrográfica é tomada como a unidade de controle do ciclo hidrológico. Os principais processos hidrológicos, que compõem o ciclo hidrológico em uma bacia hidrográfica são precipitação, evapotranspiração, interceptação, infiltração, vazão, percolação e o armazenamento de água no solo.

Segundo LOPES (2008) os processos hidrossedimentológicos são resultados da interação entre os processos hidrológicos e sedimentológicos. Sendo a água um dos principais geradores do desprendimento de partículas de rochas e solos que irão contribuir para a produção de sedimentos da bacia. VESTENA (2008) explica que os processos hidrossedimentológicos estão intimamente vinculados ao ciclo hidrológico e compreendem o deslocamento, o transporte e o depósito de partículas sólidas presentes na superfície da bacia hidrográfica.

A desagregação, movimento e deposição das partículas sólidas ocorrem devido à água, ao vento, à declividade da encosta e às correntes dos cursos d’água. Segundo CARVALHO (1994), a erosão hídrica é causada pelo escoamento superficial.

O deslocamento dos sedimentos carregados pelo escoamento superficial e outros processos, embora esporádicos, “acabam provocando o remanejo e a redistribuição pela bacia de ponderáveis massas de partículas sólidas, a ponto de poderem, eventualmente, alterar o ciclo hidrológico e, certamente, afetar o uso, a conservação e a gestão dos recursos hídricos” (BORDAS e SEMMELMANN, 2000).

A erosão é um processo natural que pode ser intensificada devido, principalmente, a agentes antrópicos. Segundo MOTA (1995), as práticas agrícolas inadequadas, a ocupação incorreta das áreas, alterações no escoamento natural das águas, movimentos de terra e impermeabilizações de terrenos são as principais causas da erosão acelerada.

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3.2 Modelagem Hidrossedimentológica

A complexidade na dinâmica hidrossedimentológica de uma bacia hidrográfica torna a previsão dos processos hidrossedimentológicos impraticável. Porém através do monitoramento desses processos e adotando algumas leis empíricas e hipóteses e com o auxilio da modelagem é possível simular cenários reais da dinâmica na bacia.

Os modelos podem ser definidos como uma apresentação do sistema (ou objeto) tanto estático quanto dinâmico (KOBIYAMA e MANFROI 1999b). Para Ford (1999) os modelos substituem um sistema real quando se tornam mais fáceil que o sistema real.

De acordo com CHRISTOFOLETTI (1999) a modelagem envolve um conjunto de técnicas com a finalidade de simplificar a complexidade do mundo. Este conjunto de técnicas é teórico e compõem uma abstração da realidade a qual ajusta e orienta para experiências empíricas.

Segundo TUCCI (1998) os modelos podem ser classificados: • Continuos e discretos – Os modelos contínuos são

caracterizados por fenômenos contínuos no tempo, e os discretos se dão em intervalos. Os sistemas hidrológicos são contínuos e são representados por modelos discretos.

• Concentrado e distribuído – Um modelo distribuído apresenta suas variáveis variando no espaço e no tempo, já um modelo concentrado não leva em conta a variabilidade espacial.

• Estocástico e determinístico - a principal diferença entre estocástico e determinístico é o conceito de probabilidade. Se na formulação do modelo existe a lei da probabilidade o modelo é dito estocástico, se não é determinístico.

• Conceitual e empírico - quando um modelo considera os processos físicos é dito conceitual. Os modelos empíricos são aqueles que ajustam os valores simulados aos observados não considerando os processos físicos.

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Conforme TUCCI (1998) a ciência desenvolveu modelos hidrológicos como ferramenta para melhorar o entendimento do comportamento em uma bacia hidrográfica e prever condições diferentes das observadas.

Segundo KOBIYAMA e MANFROI (1999b) a modelagem e o monitoramento são métodos científicos complementares, e o sucesso da modelagem depende da qualidade dos fenômenos monitorados. 3.3 SWAT

O modelo Soil and Water Assessement Tool (SWAT) foi desenvolvido por Dr. Jeff Arnold da Agricultural Research Service - ARS do United States Department of Agriculture - USDA. Ele é um modelo matemático de parâmetro semi-distribuído (variando no espaço e/ou no tempo) que permite simular diferentes processos físicos que ocorrem em bacias hidrográficas. O objetivo do modelo é analisar os impactos das alterações no uso do solo sobre o escoamento superficial e subterrâneo, produção de sedimentos e qualidade da água em bacias hidrográficas agrícolas não instrumentadas (SRINIVASAN e ARNOLD, 1994). Para verificar o desempenho do modelo na calibração e validação, o coeficiente de Nash e Sutcliffe (NASH) e o desvio padrão (Dv) são usualmente utilizados. O NASH apresenta satisfatório variando de 0,39 a 0,94.

JACOBS et al. (2007) aplicou o modelo para a bacia hidrografia do Alto do Rio Tana (9752,82 km2) que está localizada no nordeste de Nairóbi – capital do Quênia. O estudo consistiu em aplicar o modelo para a condição de uso e cobertura vegetal existente e simular alterações de cenários do uso do solo para reflorestamento na montante da bacia. Com a divisão em três sub-bacias os autores constataram uma quantidade desproporcional de sedimento na bacia Thiba. A produção de 44% sedimento com apenas 4% da precipitação total, deve ser ao uso e cobertura vegetal do local, que apresenta principalmente pequenos produtos e grandes áreas de pastagem. Nas simulações de reflorestamento nesta bacia, os autores evidenciaram que as áreas com solo exposto podem ser designadas para reflorestamento a favor da diminuição da produção de sedimento. Porém existem áreas com plantio de chá, por exemplo, que apresentam maior proteção do solo do que reflorestamento.

ABBASPOUR et al. (2007) comparou o modelo SWAT com outros modelos de simulação de vazão, os sedimentos e a descarga de nutrientes na bacia hidrográfica do Rio Thur (1.700 km2) localizada ao

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nordeste da Suíça. Apresentando resultados satisfatórios para vazão, fósforo, nitrato e sedimento. Assim, os autores concluíram que o modelo pode ser usado para estudos de qualidade e quantidade de água na bacia Thur.

MACHADO (2002) aplicou o SWAT para simular o escoamento e a produção de sedimentos produzidos para os anos de 1999 e 2000 na bacia hidrográfica do Ribeirão dos Marins, afluente do rio Piracicaba, localizado no estado de São Paulo. O autor adotou dois cenários para as simulações: 1) uso atual e considerando mata ciliar de 30 metros em toda extensão dos cursos d’água e 50 metros ao redor das nascentes; e 2) substituição das pastagens nas encostas mais íngremes por vegetação florestal. Os valores de NASH e Dv obtidos foram satisfatórios. Após a calibração do NASH obtido foi de 0,92 e 0,83 e o Dv 0,7 e -3,2% para escoamento e sedimento, respectivamente.

LOPES (2008) aplicou o SWAT em sete bacias experimentais na região do Alto do Rio Negro – SC. Na bacia Nativa 1 (N1) evidenciou melhora no coeficiente de NASH de -0,59 para 0,42 realizando a calibração manual seguida da automática. A mesma autora comparou duas bacias com o mesmo tamanho, porém com diferentes manejos do solo (agricultura e vegetação nativa), e mostrou o menor escoamento superficial na bacia de vegetação nativa.

Na aplicação do SWAT na bacia do Rio Preto no norte do estado de Santa Catarina, LINO (2009) realizou a calibração manual seguida da automática e o valor do NASH variou de -0,375 para 0,505 e o Dv de -33,7 para -4,96. Simulando cenários de agricultura e comparando com mata nativa no mês de julho de 2006 para essa bacia, obteve-se a variação de escoamento superficial mensal de 40% entre estes cenários.

A Tabela 1 apresenta uma lista de resumo das pesquisas que aplicaram o SWAT no Brasil e no mundo.

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Tabela 1 – Lista de aplicações do SWAT no Brasil e no Mundo

Autor País Área da bacia

Tipo de aplicação Eficiência Resolução Cenário

Água Sedimentos Água Sedimentos

Machado (2002)

Brasil 59,73 km2 x x Nash = 0,90 Dv = -0,7 R2 = 0,94

Nash = 0,83 Dv = -3,2 R2 = 0,96*

20 m 1. APP nas margens dos rios e nas encostas

Minoti (2006)

Brasil 78,3 km2 47,21 km2

x x 1. vegetação natural ocupando toda a bacia 2. cana-de-açúcar por toda a bacia

Baldissera (2005)

Brasil 28.922 km2 x Nash = 0,69* Dv = -8,15* R2 = 0,75*

150m 1. Vegetação natural ocupando toda a bacia

Armas (2006)

Brasil 1710 km2 x (pesticidas) Nash = 0,94 R2 = 0,94 Dv= 19,53

25m 1. Cultivo de cana-de-açúcar

Neves (2005)

Brasil 223 km2 x

(nutrientes)

Prado (2005)

Brasil 120,15 km2 x 20 m 1. Vegetação natural ocupando toda a bacia

Abu El-Nars et al.

(2005) Bélgica 465 km2 x

Nash = 0,39 R2 = 0,45

250m

Green & Van

Griensven (2008)

EUA 5,95 ha* x x Nash = 0,65* R2 = 0,66* Dv = -5,20*

Nash = -0,05* R2 = 0,61*

Govender e Everson (2005)

África do Sul

0,677 km2 x R2 = 0,68 10 m

Eckhardt et al. (2005)

Alemanha 134 km2 x Nash = 0,86

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* = valores médios. Fonte LOPES e KOBIYAMA (2009)

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4. ÁREA DE ESTUDO 4.1 Localização da bacia hidrográfica

A BHRN (195 km2) está inserida dentro da bacia do Alto Rio Negro (Figura 1). Abrange os municípios de Rio Negrinho e São Bento do Sul no planalto norte do Estado de Santa Catarina, e localiza-se entre as longitudes de 49°20’ e 49°31’W, e latitudes 26°15’ e 26°25’S.

Figura 1 – Bacia Hidrografica do Rio Negrinho

4.2 Clima

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Na classificação de Köeppen o clima do planalto norte Catarinense é Cfb (clima temperado constantemente úmido, sem estação seca, com verão fresco). A temperatura média anual varia entre 15,5 a 17,0°C, sendo que as temperaturas médias das máximas variam de 26,6 a 24°C e mínimas de 10,8 a 11,8°C. A precipitação anual vária de 1.370 a 1.670 mm, sendo os dias com chuva variando entre 138 e 164. A umidade relativa do ar pode variar de 80,0 a 86,2% (EPAGRI/CIRAM, 2009).

4.3 Geologia e Geomorfologia O substrato da BHRN é formado por rochas sedimentares pertencentes aos Grupos Itararé, do Sub-Grupo Tubarão. As formações pertencentes a este grupo são: Formação Campo do Tenente, Mafra e Rio do Sul (SANTA CATARINA, 1986).

• A formação Campo do Tenente representa uma seqüência glacial e fluvio-glacial, constituída predominantemente de argilitos castanho-avermelhados, ritmitos e diamicitos com matriz arenosa e arenitos finos e médios. A área aflorante restringe-se a uma pequena faixa do município de São Bento.

• A formação Mafra, é uma seqüência flúvio-marinha com influência glacial, composta predominantemente por arenitos finos a grosseiros, de coloração esbranquiçada, amarelada e avermelhada e, secundariamente por diamictitos de matriz arenosa e argilosa, conglomerados, ritmitos, argilitos e varvitos.

• A Formação Rio do Sul é constituída na parte inferior por folhelhos e argilitos cinza-escuros. Na parte superior aparecem diamicitos acinzentados, com matriz arenosa, intercalados com arenitos. Estes estão recobertos por argilitos, folhelhos várvicos, ritmitos e siltitos.

A BHRN está inserida no Patamar Oriental da Bacia do Paraná, mais especificamente dentro do Patamar de Mafra. As características geomorfológicas são relevo com superfície regular, quase plana, de baixa energia. De modo generalizado, o relevo é individualizado como um patamar intermediário, constituído, predominantemente, por uma superfície colinosa. (SANTA CATARINA, 1986). 4.4 Solos

Na BHRN predominam os Camibissolos em quase toda a sua extensão, apresentando a pequena porção com Gleissolos nas nascentes da parte oeste da bacia.

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Os Cambissolos compreendem os solos minerais, não hidromórficos, com horizonte B incipiente bastante heterogêneo, em relação à cor, espessura e textura, e em respeito à atividade química da fração argila e saturação por bases. Este horizonte é caracterizado pelo baixo gradiente textural, pela média a alta relação silte/argila e pela presença de minerais primários de fácil decomposição. Está situado imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte A, ou sob horizonte H turfoso, possuindo seqüência A, Bi, C ou H, Bi, C. Estes são derivados de materiais relacionados a rochas de composição e possuem natureza muito variável (EMBRAPA, 2004; SANTA CATARINA1986).

Os cambissolos são solos com certo grau de evolução, porém, não o suficiente para decompor completamente minerais primários de mais fácil intemperização, como feldspato, mica, hornblenda, augita e outros. Estes solos não possuem acumulações significativas de óxidos de ferro, húmus e argilas que permitam identificá-los como possuindo horizonte B textural (EMBRAPA, 2004).

Os Cambissolos característicos da região são (i) Cambissolo hálico Tb A moderado, textura argilosa; (ii) Cambissolo hálico Tb A moderado, textura média; (iii) Cambissolo Háplico Tb A proeminente com texturas muito argilosa. O resumo desses de EMBRAPA (2004) são a seguir:

(i) Cambissolo hálico Tb A moderado, textura argilosa: alta saturação por alumínio trocável, argila de baixa atividade (Tb), horizonte A do tipo moderado com textura argilosa. O horizonte A tem espessura de 15 a 25 cm de bruno-amarelo escuro. A porcentagem de argila na camada superficial é 41%, sendo 46% na subsuperficial. Os teores de slite são elevados apresentando média de 42% na camada superficial e 35% na subsuperficial. A areia é menos significativa com aproximadamente 17% na superficial e 12% na subsuperficial.

(ii) Cambissolo hálico Tb A moderado, textura média: alta saturação por alumínio, argila de baixa atividade, horizonte A do tipo moderado com textura média. O horizonte A tem expessura de 30 cm. A procentagem de argila é alta 19% na camada superficial e na 23% na subsuperficial. A fração da

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areia é significativa com 51% na superficial e 48% na subsuperficial.

(iii) Cambissolo Háplico Tb A proeminente com texturas muito argilosa: alta saturação por alumínio, argila de baixa atividade, horizonte A do tipo moderado com textura muito argilosa. O horizonte A tem espessura de 35 a 40 cm. A fração de argila é de 67% no horizonte A e 70% no B. As frações de slite variam 19 a 41% em A e 17% a 35% em B. O teor de areia é baixo e normalmente inferior a 10%.

4.5 Uso e cobertura vegetal A bacia é caracterizada pela presença de Floresta Ombrófila

Mista, reflorestamento de pinus e agricultura (KOBIYAMA et al., 2008).

A Floresta Ombrófila Mista é característica de regiões com altitudes superiores a 500 m. A espécie dominante na região, e de maior porte, é o pinheiro brasileiro (Araucaria angustifolia). No estrato emergente é comumente encontrada a imbuia (Ocotea porosa) e a Sapopema (Sloanea lasicoma). Já no estrato inferior das árvores predomina a erva-mate (Ilex paraguriensis). (SANTA CATARINA, 1986; EMBRAPA, 2004).

A paisagem natural foi degradada pelo modelo econômico da cidade, que é baseada no reflorestamento de pinus. Hoje há apenas vestígios da floresta nativa. Outra atividade da região é a agricultura de milho, soja, feijão e fumo. Há também áreas de pastagem para a pecuária de bonivos, suínos, caprinos e aves (PREFEITURA DE RIO NEGRINHO, 2009).

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5. MATERIAIS E MÉTODOS 5.1 Estação meteorológica e fluviométrica.

Este trabalho utilizou os dados obtidos na estação meteorológica da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina S.A. (EPAGRI) localizada nas coordenadas 26°14’52”S e 49°34’48”W, com altitude de 862 m.

Para a calibração do modelo foram utilizados os dados obtidos na estação fluviométrica Rio Negrinho Montante (65093000). Os dados de nível foram transformados em dados de vazão pela curva-chave da seção. Os dados foram adquiridos por meio do site da Agência Nacional de Águas (ANA) – www.ana.gov.br – no Sistema de Informações Hidrológicas (HIDROWEB). 5.2 Softwares

Para a realização deste estudo foram utilizados os seguintes softwares:

• ArcGIS 9.3.1. Extensões: Spatial Analyst v. 1.1 e 3D Analyst v. 1.0 desenvolvidos pela Environmental Systems Research Institute (ESRI), Redlands, California, EUA;

• Interface ArcGIS - Soil and Water Assessment Tool v. 1.2.4 (ArcSWAT), desenvolvido pelo Blackland Research Center Texas Agricultural Experiment Station e USDA Agricultural Research Service;

• ENVI 4.3 (Environment for Visualizing Images), para o processamento digital de imagens.

5.3 Material Cartográfico e Imagens de Satélite Foram utilizadas as cartas topográficas digitais do Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para delimitar a bacia, gerar o Modelo Numérico do Terreno (MNT) e determinar a rede de drenagem. Os nomes das cartas utilizadas foram Rio Negrinho e São Bento do Sul na escala 1:50.000, editadas e disponibilizadas em meio digital no site da (EPAGRI).

Para o mapa de usos e cobertura do solo da região foram utilizados imagens do satélite LANDSAT-TM5 220/79, 220/78 e 221/78, datas de julho de 2009.O mapa de solos na escala 1:250.000, foi elaborado a partir dos dados de Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA 2004).

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5.4 Análise dos Dados Espaciais

5.4.1 Modelo Numérico do Terreno O MNT é uma representação matemática computacional da

distribuição de um fenômeno espacial que ocorre dentro de uma região da superfície terrestre. Para gerar o MNT é necessária a aquisição das amostras, geração do modelo (modelagem) e aplicações.

As amostras utilizadas no presente estudo foram às curvas de nível e os pontos tridimensionais (ponto cotados) presentes nas cartas topográficas de Rio Negrinho e São Bento do Sul. Na modelagem foi utilizado o método de TIN – Triangular Irregular Network pela triangulação de Delaunay. A partir do TIN foi gerado o Modelo Digital de Elevação (MDE) com uma resolução de células de 30 m no ArcGIS 9.3.1. 5.4.2 Solos

O mapa de solos da BHRN foi elaborado com base no levantamento de solos realizado em 2004 pelo Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (CIRAM/EPAGRI, 2004) em escala 1:250.000. 5.4.3 Uso e cobertura Vegetal

Para a elaboração do mapa de uso do solo BHRN foram utilizadas imagens do satélite Landsat/TM-5, referentes às órbitas/ponto 220/78, 221/78 e 220/79, com data de julho de 2009.

A etapa seguinte consistiu na classificação automática das imagens, objetivando a elaboração do mapa de uso e cobertura do solo da bacia. Para esse estudo foram definidas seis classes de uso do solo:

i) Pinus: essa classe corresponde às áreas com reflorestamento de espécies exóticas como, pinus e eucalipto;

ii) Pinus novo: essa classe corresponde às áreas com reflorestamento de espécies exóticas como, pinus e eucalipto com menos de 6 anos

iii) Vegetação nativa: nessa classe estão representadas as áreas com Floresta Ombrófila Mista nos diferentes estágios de crescimento e de regeneração;

iv) Pastagem: a classe de pastagem contempla áreas de pastagem natural e plantada;

v) Água: representa os corpos de água em geral, como rios, córregos, lagos naturais e artificiais;

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vi) Solo Exposto: essa classe abrange áreas de solo exposto, em época de preparo para o plantio e estradas.

vii) Agricultura: corresponde às áreas com diferentes tipos de culturas anuais cultivadas na região;

viii) Área Urbana: corresponde às áreas com presença de urbanização.

Foram realizados levantamentos de campo com GPS, onde foram coletados pontos de amostragem em cada uso do solo. Posteriormente foi realizada a conferência dos dados de uso do solo obtidos no campo com os determinados pelo algoritmo de classificação das imagens. 5.5 Dados Tabulares 5.5.1 Clima

O modelo SWAT requer dados médios mensais de parâmetros meteorológicos para o gerador climático (Tabela 2).

Tabela 2 – Parâmetros mensais requeridos para criação dos parâmetros estatísticos da estação meteorológica no modelo SWAT.

Parâmetros WLATITUDE Latitude da estação meteorológica (graus) WLONGITUDE Longitude da estação meteorológica (graus) WELEV Altitude da estação meteorológica (metros) RAIN_YRS Número de anos dos dados meteorológicos

observados que foram utilizados para calcular o RAIN_HHMAX

TMPMX Temperatura máxima nos diferentes meses do ano (°C)

TMPMN Temperatura mínima nos diferentes meses do ano (°C)

TMPSTDMX Desvio padrão da máxima temperatura no mês. TMPSTDMN Desvio padrão da mínima temperatura no mês. PCPMM Média da precipitação no mês (mm) PCPSTD Desvio padrão da precipitação no mês (mm.dia-1) PCPSKW Coeficiente Skew para a precipitação diária no mês PR_W(1) Probabilidade de dia úmido (com chuva) seguido de

um dia seco no mês PR_W(2) Probabilidade de dia úmido seguido de outro dia

úmido no mês PCPD Número médio de dias chuvosos no mês RAINHHMX Precipitação máxima no período de 30 minutos no

mês (mm)

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SOLARAV Radiação solar média diária no mês (MJ.m-2.dia-1) DEWPT Ponto de orvalho médio diário no mês (°C) WNDAV Velocidade do vento médio diário no mês (m.s-1)

Para este trabalho foi utilizado o método de Penman-Monteith

para estimar a ETP.

5.5.2 Solos Os dados tabulares de solos requeridos pelo modelo SWAT são

divididos em duas partes: i) parâmetros do tipo de solo; e ii) parâmetros da camada do solo.

i) Parâmetros do tipo de solo são os seguintes: a) nome do solo; b) número de camadas; c) grupo hidrológico do solo; d) profundidade total; e) porosidade do solo.

ii) Parâmetros de cada camada são os seguintes: a) profundidade da camada; b) densidade do solo seco na camada; c) capacidade de água disponível na camada; d) carbono orgânico; e) condutividade hidráulica saturada da camada; f) porcentagem de argila; g) porcentagem de silte; h) porcentagem de areia; i) porcentagem de rocha; j) albedo; e k) fator de erodibilidade da camada (K).

NRCS (2007) classificou os solos em 4 grupos hidrológicos (A,

B, C e D) (Tabela 3). Tabela 3 – Descrição dos quatro grupos hidrológicos do solo

Grupos hidrológicos

Características

A Pouco potencial de escoamento superficial. O solo apresenta alta taxa de infiltração quando está completamente úmido e alta taxa de transmissividade da água. O solo é composto por menos que 10% de argila e mais que 90% de areia ou cascalho.

B O solo tem moderada taxa de infiltração quando completamente úmido e moderada taxa de transmissividade da água. O solo apresenta argila variando entre 10 e 20% e areia variando entre 50 e 90%.

C O solo tem baixa taxa de infiltração quando

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completamente úmido e baixa taxa de transmissividade da água. O solo apresenta argila variando entre 20 e 40% e areia menos que 50%.

D Alto potencial de escoamento superficial. O solo apresenta taxa de infiltração muito baixo quando completamente úmido o que torna o movimento da água no solo restrito ou muito restrito e apresenta taxa de transmissividade da água muito baixo. O solo é constituído com mais de 40% de argila e menos que 50% de areia.

Fonte: modificado de USDA-NRCS (2007). Os dados utilizados neste trabalho foram obtidos através de

trabalhos realizados em uma das bacias experimentais do Labhidro (GRANDO et al. 2009). Está bacia experimental está localizada próximo as limites da BHRN.

Os parâmetros do tipo de solo de cada camada de solo foram definidos: a) profundidade da camada – adotada apenas uma camada; b) densidade do solo na camada - método do anel volumétrico; c) capacidade de água disponível na camada - estimada com base nos trabalhos realizados por Assad et al. (2001); d) carbono orgânico – pelo ensaio de matéria orgânica; e) condutividade hidráulica da camada - método do permeâmetro de carga variável; j) albedo – verificado na literatura (Pereira et al. 2002); e k) fator de erodibilidade da camada (K) – Equação de Wischmeier (1971) (Equação 1).

Para o cálculo do fator de erodibilidade para cada tipo de solo foi utilizada a equação apresentada por Wischmeier, ou seja:

( )100

)3(5,2)(25,3120021,0 214,1 −⋅+⋅+−⋅⋅

= − permsoilstrUSLE

CCMOMK (1)

onde M é a um valor que depende da quantidade de argila; silte e areia é calculada pela NBR 7181; MO é a porcentagem de matéria orgânica do solo; Csoilstr é o código de estrutura do solo utilizado na classificação do solo; e Cperm é a classe de permeabilidade do perfil.

O cálculo de M foi feita com:

( ) )100( CAMFSILTE mmmM −⋅+= (2)

onde mSILTE é a porcentagem de silte; mAMF é a porcentagem de areia muito fina; e mc é a porcentagem de argila.

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5.6 Descrição do modelo SWAT As simulações hidrológicas na bacia hidrográfica realizadas

pelo modelo SWAT podem ser separadas em duas partes: fase terrestre e fase de propagação do ciclo hidrológico. 5.6.1 Fase terrestre do ciclo hidrológico

A fase terrestre do ciclo hidrológico é ainda dividida em sete componentes: i) hidrologia; ii) clima; iii) sedimentos; iv) crescimento vegetal; v) manejo agrícola; vi) nutrientes; e vii) pesticidas. Abaixo estão descritos os componentes do modelo que foram utilizados neste trabalho. (i, ii, iii, iv, v).

A Figura 2 apresenta uma esquematização da fase terrestre do

ciclo hidrológico.

Figura 2 – Ciclo hidrológico (Fonte: Apostila de Hidrometria, UFSC 2009)

i) Hidrologia O clico hidrológico utilizado nas simulações do SWAT

é baseado na equação do balanço hídrico:

)( ..1

iretilatii

t

iit qqETQPerSWSW −−−−+= ∑

= (3)

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onde SWt é a quantidade final de água no solo (mm); SW é a quantidade inicial de água no solo (mm) no t tempo (dias); Peri é a precipitação diária (mm); Q é o escoamento superficial (mm); ET é a evapotranspiração (mm); qlat.i é o escoamento lateral (mm); qret.i é o escoamento de retorno (mm); e i é o passo de tempo (dias).

As subdivisões da bacia hidrográfica em Unidades de Respostas Hidrológicas (URH) permitem que o modelo calcule diferentes evapotranspiração para cada tipo de uso e cobertura vegetal e solo. As URH são caracterizadas conterem o mesmo uso e cobertura vegetal, tipo de solo e declividade assim o escoamento superficial estimado separadamente para cada URH é mais preciso e melhora a descrição do balanço hídrico da bacia.

Escoamento Superficial O escoamento Superficial no modelo SWAT é calculado pelos

valores de precipitação diária e pelo método da Curva Número (CN). O método CN (Equação 4) é um produto empírico de mais de vinte anos de estudo em pequenas bacias hidrográficas nos Estados Unidos. O método CN foi desenvolvido para determinar o escoamento superficial em diferentes uso e coberturas vegetal e tipo de solo.

)(

)( 2

SIP

IPQ

ai

aisurf +−

−=

(4)

onde Qsurf é o escoamento superficial total (mm); Pi é a precipitação total (mm); Ia é a abstração inicial (o armazenamento no terreno, a interceptação e a infiltração no solo antes de iniciar o escoamento superficial em mm) e S é o parâmetro de retenção (mm) o qual varia com o uso e cobertura vegetal, tipo de solo e declividade e é expressa como:

10100

4,25 −⋅=CN

S

(5)

O método CN (NRCS, 2007) define três condições de umidade antecedente: (i) CN1 - condição seca (ponto de murcha); (ii) CN2 – condição de umidade média, e (iii) CN3 – condição úmida (capacidade de campo). Os valores tabelados de CN encontram-se na condição CN2, as Equações (6) e (7) são utilizadas para transformar em CN1 e CN3, respectivamente.

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( )( )22

221 1000636,0533,2exp100

10020CNCN

CNCNCN

−×−+−−×−=

(6)

)]100(00673,0[ 223 CNCNCN −⋅⋅=

(7)

A condição inicial para que o escoamento superficial ocorra é que P seja maior que Ia. Conforme NRCS (2007), a abstração inicial (Ia) é adotada como sendo 0,2S, portanto a equação do escoamento superficial pode ser apresentada como:

)8,0(

)2,0( 2

SP

SPQ

i

isurf −

−=

SP 2,0> (8)

0=surfQ

SP 2,0≤ (9)

Vazão de Pico

A vazão de pico é a máxima vazão provoca por um

evento de chuva. A vazão de pico é um indicador da intensidade da erosão e é utilizada para calcular a perda de sedimento. O modelo SWAT calcula a vazão de pico pelo método racional (Equação 10).

6,3

* AiCQpico

⋅⋅=

(10)

Onde Qpico é a vazão de pico (m3/s); C é coeficiente de deflúvio; i* é a intensidade da precipitação (mm/h); A é a área da bacia (km2) e 3,6 é um fator de conversão de unidades.

Tempo de concentração O tempo de concentração (Equação 11) é o tempo decorrido

para que a água que precipita no local mais distante da bacia escoa até o exutório.

cccsconc ttt +=

(11)

onde tconc é o tempo de concentração na bacia (horas); tcs é o tempo de concentração do escoamento terrestre (horas); e tcc é o tempo de concentração do escoamento no canal (horas).

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slp

nlt

slp

cs ⋅⋅=

18

6,06,0

(12)

onde lslp é o comprimento da encosta (m); n é o coeficiente de Manning; e slp é a declividade média da bacia (m/m)

375,0125,0

75,062,0

ch

ccslpA

nlt

⋅⋅⋅=

(13) onde l é o comprimento do curso d’ água – do ponto mais longe da bacia

até a exutoria em km, A é a área da bacia (km2), slpch é a declividade

média do curso d água (m/m) Escoamento lateral

O escoamento lateral é significativo em solos com uma camada superficial com alta condutividade hidráulica seguido de uma camada semi-impermeável ou impermeável.

O modelo SWAT incorpora um modelo de armazenamento cinemático para o escoamento sub-superficial desenvolvido por Sloan et al. (1983) e resumido por Sloan e Moore (1984). Este modelo de armazenamento cinemático é baseado na equação do balanço de massa (balanço de massa líquida) onde o segmento em declive é utilizado como volume de controle:

⋅⋅⋅⋅

⋅=hilld

satexcesslylat L

slpKSWQ

φ,2

024,0

(14)

onde Qlat é a quantidade de água que escoa sub-superficialmente (mm); SWly,excess é o volume drenável de água na camada de solo (mm); Ksat é a condutividade hidráulica saturada (mm.h-1); slp é a declividade média da sub-bacia (m.m-1); ∅� é a porosidade drenável da camada de solo (mm.mm-1); e Lhill é o comprimento do declive (m).

Escoamento Subterrâneo

O escoamento de base ou subterrâneo somente entra no canal se a quantidade de água armazenada no aqüífero exceder um valor limiar

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especificado pelo usuário (�������,). A resposta do estado estacionário do escoamento subterrâneo até a recarga é descrito como:

wtblgw

satgw h

L

KQ ⋅⋅= 2)(

8000

(15)

onde Qw é o escoamento subterrâneo no canal principal no dia i (mm); Ksat é a condutividade hidráulica saturada do aqüífero (mm.dia-1); Lgw é a distância do divisor da bacia do sistema subterrâneo para o canal principal (m); e hwtbl é o altura do lençol freático (m).

Percolação A percolação é calculada para camada do perfil do solo:

∆−⋅=perc

excessoly,lyperc, TT

texp-1SWW

(16) onde wperc,ly é a quantidade de água que percola para a próxima camada (mm); SWly,excess é o volume drenável de água na camada de solo (mm); ∆� é a duração do passo de tempo (horas) e TTperc é o tempo de propagação na camada do solo (horas). Água percola somente quando o teor de água exceder a capacidade de campo para aquela camada.

O volume de água disponível para a percolação nas camadas do solo é calculado como:

lylyexcessoly FCSWSW −=, se SWly>FCly

(17) 0, =excessolySW se SWly<FCly

(18) onde SWly é o conteúdo de água na camada do solo (mm); e FCly é o conteúdo de água na camada de solo na capacidade de campo (mm).

O tempo de percolação é único para cada camada do solo e é calculado:

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sat

lylyperc k

FCSATTT

−=

(19)

onde, ���� é o tempo de percolação (h); SATly é a quantidade de água na camada de solo quando completamente saturado (mm); e Ksat é a condutividade hidráulica saturada na camada (mm.h-1).

Evapotranspiração A evapotranspiração compreende todos os processos de

transformação da água da superfície da terra para vapor (evaporação, transpiração e sublimação). A evapotranspiração é um dos principais meios de saída de água da bacia, aproximadamente 62% da precipitação é evapotranspirada.

A evapotranspiração potencial foi um conceito inserido por Thornthwaite (1948) na classificação climático sendo o total de água transferida para a atmosfera por evaporação e transpiração, de uma superfície extensa e coberta de vegetação e bem suprida de água.

Existem vários métodos de determinação da evapotranspiração, o SWAT disponibiliza três métodos de calcular a evopranspiração: Penman-Monteith (Monteith, 1965; Allen, 1986; Allen et al., 1989), the Priestley-Taylor method (PRIESTLEY AND TAYLOR, 1972) and the Hargreaves method (HARGREAVES et al., 1985).

O método utilizado para calculo da evapotranspiração foi o de Penman-Monteith (Equação 20). Este método requer a radiação solar, temperatura do ar, umidade relativa e velocidade do vento.

( )

+⋅+∆

−⋅+−∆=

a

c

a

zoz

parnet

r

r

r

eecGH

E

1

][

γ

ρλ

(20)

onde Eλ é o fluxo de densidade do calor latente (MJ.m-2·d-1); E é a

altura da taxa de evaporação (mm.d-1); ∆ é a declividade da curva de saturação da pressão de vapor com a temperatura; Hnet é a radiação líquida (MJ.m-2

·d-1); G é a densidade de fluxo de calor do chão (MJ.m-

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2·d-1); arρ é a densidade do ar (kg.m-3); cp é o calor especifico a pressão

constante (MJ.kg-1.°C-1); ezo é a pressão de saturação do vapor no ar na

altitude z (kPa), ez é a pressão de vapor da água no ar na altitude z (kPa); γ é a constante psicromátrica (kPa.°C-1); rc é a resistência de interceptação vegetal (s.m-1) e ra é a resistência aerodinâmica (s.m-1).

ii) Clima Os parâmetros de clima utilizados pelo gerador climático

SWAT estão descritos na Tabela 1 do item 5.4.1. iii) Sedimento

A erosão causada pela chuva e pelo escoamento total na bacia

hidrográfica é calculada com a Equação Universal de Perda de Solos Modificada (Modified Universal Soil Loss Equation – MUSLE). A MUSLE é uma versão modificada da Equação Universal de Perda de Solo (Universal Soil Loss Equation - USLE) desenvolvida por Wischmeier e Smith (1965, 1978). A diferença entre a USLE e a MUSLE é que a primeira estima a erosão média anual bruta em função da energia da precipitação, e a segunda estima em função do escoamento. A MUSLE é definida por Willians (1995):

( ) CFRGLSPCKAreaQQSED USLEUSLEUSLEUSLEurhpeaksurf ⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅= 56,08,11

(15) onde SED é a produção de sedimento (ton.dia-1), Qsurf é o volume de escoamento superficial (mm.ha-1), Qpico é a vazão de pico (m3s-1), Areaurh é a área da unidade de resposta hidrológica (ha), K é o fator de erodibilidade do solo, C é o fator de cobertura e manejo, P é o fator de praticas conservacionistas, LS é o fator topográfico e CFRG é o fator de fragmento grosseiro. Wichmeir et al. (1971) desenvolveu uma equação geral para o fator erodibilidade (K) descrita como:

( ) ( ) ( )100

35,2225,31200021,0 14,1 −⋅+−⋅+−⋅⋅= permsoilstr

USLE

CCMOMK

(16) onde M é o parâmetro tamanho das partículas, MO é a porcentagem matéria orgânica (%), Csoilstr é o código de estrutura do solo utilizado na classificação dos solos, e Cperm é a classe de permeabilidade do solo. O parâmetro tamanho das partículas (M) é calculado:

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( ) ( )careiasilte mmmM −⋅+= 100

(17) onde msilte é a porcentagem de silte; mareia é a porcentagem de areia muito fina; e mc é a porcentagem de argila. A porcentagem matéria orgânica (MO) é calculado:

orgCMO ⋅= 72,1

(18) onde orgC é a porcentagem de carbono orgânico. Os valores de Csoilstr e Cperm são adotados a partir das Tabelas 4 e 5, respectivamente. O Cperm é baseado na condutividade hidráulica saturada.

Tabela 4 – Classes de Csoiltr Csoilstr Definição para casa solo

1 Grânulos muito finos 2 Grânulos finos 3 Grânulos médios ou grossos 4 Grânulos em blocos, placas,

prismáticos ou maçicos

Tabela 5 - Classes de Cperm Cperm Condutividade hidráulica

Saturada (mm.h-1) 1 Rápido (> 150)

2 Moderado a rápido (50 - 150)

3 Moderado (50 - 150)

4 Lento a moderado (50 - 150)

5 Lento (1 – 5)

6 Muito lento ( <1)

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O fator de cobertura e manejo (CUSLE) é definido como a taxa de perda do solo em condições especifica num determinado estagio da cultura. O SWAT calcula o valor diário de CUSLE dependendo da variação da cobertura vegetal durante o ciclo de crescimento da planta:

( ) ( ) ( ) ([{ MNUSLEsurfMNUSLEUSLE CrsdCC ,ln00115,0exp]ln8,0lnexp , +⋅−⋅−=

(19) onde CUSLE é o fator cobertura e manejo; CUSLE,MN é o valor mínimo para o fator de cobertura e manejo; e rsdsurf é a quantidade de resíduo no solo (kg.ha-1). O CUSLE,MN é calculado como:

( ) 1034,0ln463,1 ,, +⋅=aaUSLEMNUSLE CC

(20) onde CULSE,aa é o fator manual médio para fator cobertura e manejo. O fator de práticas conservacionistas (PUSLE) é definido como a taxa de perda do solo com uma especifica prática. Os valores de PUSLE

são definidos a partir da declividade (%) (Tabela 6). Tabela 6 – Relação entre declividade do solo e valores de PUSLE

Declividade do Solo (%) PUSLE

1 – 2 0,6

3 – 5 0,5

6 – 8 0,5

9 – 12 0,6

13 – 16 0,7

17 – 20 0,8

21 – 25 0,9 O fator topográfico (LSUSLE) é a taxa de perda de solo esperada

para um terreno uniforme de 22,1 metros de comprimento e 9% de declividade e é expresso como:

( ) ( )[ ]065,046,541,651,22

2 +⋅+⋅⋅

= hillhill

m

hillUSLE sensen

LLS αα

(21)

onde Lhill e o comprimento da encosta (m), m é o ângulo da declividade da encosta e é expresso como:

( )[ ]slpm ⋅−−⋅= 835,35exp16,0 (22)

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onde slp é a declividade média da URH e é calculado como:

( )hillslp αtan=

(23) O fator fragmento grosseiro (CFRG) é determinado como:

( )rockCFRG ⋅−= 053,0exp

(24) onde CFRG e o fator de fragmento grosseiro e rock e a porcentagem de cascalho na primeira camada do solo (%).

iv) Crescimento Vegetal

As condições de crescimento vegetal são estimadas diariamente

pelo modelo de crescimento de planta EPIC (Williams et al., 1984). O modelo EPIC diferencia entre culturas anuais e perenes.

v) Manejo Agrícola O manejo agrícola é um importante tópico na modelagem

ambiental, pois os seus impactos interferem diretamente na dinâmica de água e sedimento em uma bacia hidrográfica. O modelo SWAT utiliza vários modelos que simulam plantio, colheita, irrigação, propagação de nutrientes e pesticidas.

5.6.2 Fase de propagação do ciclo hidrológico

A propagação no canal principal consiste nos componentes: (i) propagação da vazão liquida; (ii) propagação da vazão solida; e (iii) propagação química. Neste estudo somente foram abordados a propagação da vazão líquida e sólida

(i) Propagação da Vazão Líquida no Curso d’Água

A propagação da água pelo curso d’água é realizada pelo método do armazenamento variável que foi desenvolvido por Williams (1969). Os dados requeridos pelo modelo incluem comprimento, declividade, profundidade, declividade lateral e o parâmetro de rugosidade de Manning do curso d’água

(ii) Propagação da Vazão Sólida no Curso d’Água

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O transporte de sedimentos nos cursos d’água é função de dos processos de deposição e degradação. A deposição no curso d’água através das sub-bacias e baseada na velocidade de queda das partículas de sedimentos e a degradação e determinada pela forca de escoamento.

Nas ultimas versão do SWAT estas equações foram mais simplificadas e a máxima quantidade de sedimentos que pode ser transportada a partir de um segmento do curso d’agua e uma função da velocidade da vazão de pico.

5.7 Aplicação do SWAT Delimitação das sub-bacias

Na aplicação do modelo, primeiramente foram inserido o MDE. A partir do MDE o modelo calculou as sub-bacias com a área mínima de 350 ha. A escolha desta dimensão foi feita pela análise visual, comparando a drenagem gerada pelo modelo e a drenagem das cartas topográficas. A partir do MDE o modelo delimitou 31 sub-bacia. Definição das URH

Após o delineamento das sub-bacias, foram sobrepostos os mapas de solos, uso e cobertura vegetal e declividade para definição das URH. Nesta etapa o modelo dispõe de três opções:

i. Uma única URH para a sub-bacia caracterizada pelo uso e cobertura vegetal, solo e declividade dominante;

ii. Uma única URH para a sub-bacia que será a URH dominante;

iii. Múltiplas URH – com considerações de mínima porcentagem de uso e cobertura vegetal, solo e declividade.

Como as classes de uso e cobertura vegetal utilizados no estudo, demonstrou que a BHRN apresenta pequenas proporções de classes espalhadas pela bacia, com este tipo de distribuição seriam necessária muitas URH para cada sub-bacia, não sendo aceito pelo modelo. Visto isto foram feitos dois cenários e algumas considerações:

Caso 1 – Múltiplas URH com mínimo de 30% de uso, solo e declividade

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Neste cenário a classe de uso e cobertura vegetal do solo exposto foi considerada pastagem, afim de que o modelo se aceita mais uma classe de uso e cobertura vegetal.

Caso 2 – Única URH com uso e cobertura vegetal, tipo de solo e declividade dominante. Dados Climáticos Foram inseridos os parâmetros necessários para o gerador climático do modelo (apresentado na Tabela 10), e a série de dados históricos diários de precipitação, temperatura máxima e mínima, umidade relativa, vento e radiação solar. A série histórica contém os dados de agosto de 1990 a agosto de 2009. Simulação As simulações foram feitas apenas com o período de 2000 a 2009 devido ao tempo operacional do modelo nas etapas subseqüentes. As simulações com os casos 1 e 2 utilizaram a mesmo dados de entrada, a diferença entre o caso 1 e 2 é distribuição inserida e adotada pelo modelo de do uso e cobertura vegetal (Tabela 7 e 8).

Tabela 7 – Distribuição de classes de solo inserida no modelo

Classe de uso e cobertura vegetal

Caso 1

Caso 2

Área em % Área em km2

Área em %

Área em km2

Pastagem 13,25 25,9 9,02 17,62 Agricultura 4,27 8,4 4,03 8,4

Água - - 0,27 0,53 Reflorestamento

(pinus) 19,7 38,5 19,7 38,58

Solos Exposto - - 4,3 8,4 Urbano 4,04 7,9 4,04 7,9

Mata Nativa 58,3 114,8 58,3 114,8

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Tabela 8 – Distribuição de classes de solo adotada no modelo

Classe de uso e cobertura vegetal

Caso 1

Caso 2

Área em %

Área em km2

Área em %

Área em km2

Pastagem 2,1 4,1 - - Agricultura - - - -

Água - - - - Reflorestamento

(pinus) 3,7 7,2 4,1 8,1

Solos Exposto - - - - Urbano - - 2,1 4,1

Mata Nativa 94,2 184,1 93,8 183,2

As Tabelas 7 e 8 mostram a distribuição do uso e cobertura vegetal do solo inserida no modelo, e adotada pelo modelo. Conclui-se que a distribuição adotada pelo modelo se torna muito diferente da realidade. Se analisando sub-bacias nota-se que dependendo do cenário adotado a seu uso e cobertura vegetal são completamente diferentes. Como exemplo a sub-bacia um no caso 1 é classificada como sendo totalmente floresta nativa, já no cenário 2 é totalmente urbanizada (anexo 1) 5.8 Calibração e validação do modelo

Para a calibração do SWAT foram selecionados períodos de dados de vazão das estações que se apresentem contínuos e consistentes. A consistência dos dados foi analisada com hidrogramas e comparação dos dados das estações próximas.

O desempenho do modelo foi analisado pelo coeficiente de Nash e Sutcliffe e o coeficiente de correlação R2. O coeficiente de Nash e Sutcliffe é definido como:

( )( )*

1 *

*

1

1

EE

EENASH

mni

smni

−∑

−∑−==

= (25)

onde NASH é o coeficiente de Nash e Sutcliffe; Em é o evento monitorado; Es é o evento simulado; E* é a média do evento observado no período da simulação; e n* é o número de eventos.

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6. RESULTADOS E DISCUSSÃO 6.1 Dados de Entrada 6.1.1 Dados Espaciais 6.1.1.1 Modelo Digital de Elevação (MDE)

O modelo digital de elevação da BHRN apresentou altitude média 800 m, sendo a altitude máxima de 983 m e mínima de 729 m (Figura 4).

Figura 4 – Modelo digital do terreno da BHRN

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6.1.1.2 Mapa de uso e cobertura vegetal A classificação do uso do solo permitiu identificar 7 classes de

uso e cobertura do solo: 1) Reflorestamento; 2) Vegetação Nativa; 3) Pastagem; 4) Água; 5) Solo Exposto; e 6) Agricultura, 7) Área Urbana (Figura 5).

Figura 5 – Mapa de uso e cobertura vegetal da BHRN

Analisando a distribuição das classes de uso e cobertura vegetal, foi possível estimar as áreas (km2) e porcentagens de casa uso e

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cobertura vegetal na BHRN. A Tabela 6 mostra a distribuição das classes de uso e cobertura vegetal na BHRN. Tabela 9 - Distribuição das classes de uso e cobertura vegetal na BHRN

Classe de uso e cobertura vegetal

Porcentagem (%) Área (km2)

Pastagem 9,02 17,6 Agricultura 4,03 8,4

Água 0,27 0,5 Pinus Novo 3,08 6,0

Solos Exposto 4,32 8,4 Urbano 4,04 7,5

Mata Nativa 58,3 114,1 Pinus 16,6 32,5 Total 100,0 195

Analisando a Figura 5 e a Tabela 6 observa-se que na bacia o uso atual predominante é de vegetação nativa, perfazendo 58,52% da área total, seguido de pastagem (16,69%) e de pastagem (8,92%) considerando que a tomada da imagem do satélite Landsat TM-5 foi realizada no mês de julho de 2009. A área de solo exposto é 4,34%, área urbana de 3,87%, pinus novo com 3,08%, os corpos de água com 0,24% e nuvens com 0,07%. Apesar das nove classes de uso e cobertura vegetal, foram feitas algumas considerações afim de simplificar os usos e cobertura vegetal para a entrada no modelo.

• As classes pinus e pinus novo foram consideradas reflorestamento;

• As nuvens presentes aparecem principalmente na área urbana e foram consideradas áreas urbanas.

• O solo exposto foi considerado em umas das simulações pastagem (simulação caso 1) e considerado solo exposto na simulação caso 2.

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6.1.1.3 Mapa de classificação dos solos O mapa de classificação dos solos da BHRN foi elaborado com

base no levantamento do da EMBRAPA (2004) (Figura 6).

Figura 6 – Mapa de solos da BHRN (Fonte: EMBRAPA 2004)

6.1.1.4 Sub-bacias da BHRN

O modelo SWAT delimitou a sub-bacia automaticamente com base na drenagem, MDE e a área mínima estipulada de 350 ha. Foram gerados em ambos os cenários 31 sub-bacias (Figura 7).

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Figura 7 – Delimitação das sub-bacias na BHRN

6.1.2 Dados Tabulares: 6.1.2.1 Dados Climáticos

A partir dos dados da estação meteorológica da EPAGRI, situada nas coordenadas -26,5 e -49,5 foram calculados os parâmetros

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requeridos pelo gerador climático do SWAT e apresentados na Tabela 7 (descritas na Tabela 1 do item 5.4.1).

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Tabela 10 – dados climáticos requeridos para o gerador climático Parâmetro JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

TMPMX 31,8 31,2 31,1 29,1 26,9 25,1 25,9 28,8 29,9 30,8 31,3 32,4 TMPMN 12,6 12,5 11,4 6,2 1,6 0,8 -1,58 -0,2 2,5 7,6 8,7 10,3 TMPSTDMX

1,6 0,8 1,5 1,1 1,5 1,3 1,5 1,9 2,8 1,4 2,0 1,7

TMPSTDMN

2,1 2,0 2,2 3,3 3,3 3,3 2,4 2,9 3,2 2,2 1,6 2,3

PCPMM 223,6 149,7 133,9 105,8 124,2 123,7 138,5 109,1 180,2 196,6 142,7 164,7

PCPSTD 99,2 48,4 67,0 76,8 136,4 57,7 73,6 87,5 103,9 80,6 61,7 78,8

PCPSKW 0,2 0,2 1,2 1,3 2,4 0,3 0,2 1,1 0,2 -0,3 0,4 0,6 PR_W1 0,17 0,94 0,73 0,56 0,47 0,45 0,48 0,33 0,62 0,57 0,52 0,59 PR_W2 0,65 0,59 0,6 0,43 0,47 0,45 0,46 0,43 0,62 0,57 0,52 0,59 PCPD 18 16 15 10 10 9 10 7 13 15 13 14 RAINHHMX

50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50

SOLARAV 16 18,5 10,8 9,9 10,3 10 9,9 14,3 14,8 17,3 19,8 13,5 DEWPT 13,6 12,8 10,7 7,3 6,5 4,8 4,6 7 9,5 10,1 12 13,4 WMDAV 2,6 2,5 2,5 2,3 2,2 2,0 0,3 2,2 2,9 3,2 3,2 2,9

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6.1.2.2 Dados de solos

Os dados requeridos pelo SWAT foram obtidos segundo o item 5.3.2 e estão apresentados na Tabela 8. Tabela 11 – Dados de solos utilizados no modelo

Nome Cambissolo 9 Cambissolo 54 Número de Camadas 1 1 Grupo Hidrológico C C Profundidade Total (cm) 2000 2000 Profundidade da camada (cm) 2000 2000 Densidade do solo (g/cm3) 2,61 2,78 Água Disponível (mmagua/mmsolo)

0,13 0,13

Carbono Orgânico (%) 1,74 2,03 Condutividade hidráulica (mm/h) 1,8 1,5 Argila (%) 50,50 44 Silte (%) 22,50 31 Areia (%) 18,50 25 Rocha (%) 0 0 Albedo 0,2 0,2 Fator K (USLE) 0,25 0,41 Condutividade Elétrica (dS/m) 1 1

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Apenas duas amostras foram utilizando, assim o 11 cambissolos foram generalizados nas duas amostras da Tabela 11. As porções correspondentes ao cambissolos 47 e 51 foram classificadas como cambissolos 54 e o restante das como cambissolo 9. O HGPa6 foi desconsiderado pelo modelo.

6.1.2.3 Declividade

As faixas de declividade adotada neste estudo foi classificada pelo modelo apartir do MNT. As faixas adotadas foram 0-3%, 3-8%, 8-20%, 20-99%.

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6.2 Calibração e Análise do desempenho do modelo

Na etapa de calibração do modelo, foram selecionados os dados de vazão de maio a novembro de 2008. Esse intervalo de dados foi selecionado por ser uma série de dados continuo, e pela análise do hidrograma (Figura 8) foi possível identificar a consistência razoável dos dados.

Figura 8 – Dados medidos de vazão no período de maio a novembro de

2008

Foram realizadas as simulações iniciais (sem calibração) com os dois casos e foram comparadas para com os dados observados (Figura 9 e 10). As Figuras 9 e 10 mostram que as simulações dos dois casos ajustaram bem aos dados observados.

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Figura 9 – Comparação entre dados observados e

simulados de vazão no caso 1 (maio a novembro de 2008)

Figura 10 - Comparação entre dados observados e simulados de vazão no caso 2 (maio a novembro de 2008)

Antes de iniciar a calibração manual e automática, foi realizada a

análise de sensibilidade com parâmetros de vazão mais sensíveis e que influenciariam mais a dinâmica hidrossedimentológica no modelo. Os parâmetros encontrados pela análise de sensibilidade para os dois casos foram hierarquizados por ordem de influência e estão apresentados a seguir:

i) Alpha_BF – Fator de resposta à variações na recarga do aqüífero (dias);

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ii) ESCO – Fator de compensação de evaporação do solo (adimensional)

iii) CN2 – Curva número; iv) Canmx – Armazenamento de água máximo na copa das

árvores (mm); v) Blai – Índice de área foliar potencial máxima

(adimensional); vi) GWqmn – Profundidade mínima do aqüífero superficial

para que ocorra escoamento subterrâneo; vii) Revapmn – Profundidade do aqüífero superficial para

que ocorra percolação ao aqüífero profundo; viii) GW_Revap – Coeficiente de escoamento (movimento)

de água do aqüífero superficial para a zona insaturada. ix) Sol_z – Profundidade da camada de solo (mm); x) Sol_AWC – Quantidade de água disponível na camada

do solo (mmAGUA.mm-1SOLO)

xi) Ch_K2 – Condutividade hidráulica efetiva no canal principal (mm.h-1);

xii) Sol_K – erodibilidade xiii) Surlag – Coeficiente de resposta do escoamento

superficial (adimensional); xiv) GW_Delay – Período de tempo que a água se move da

camada de solo mais profunda até o aqüífero superficial; xv) Biomix – Eficiência de mistura dos nutrientes do solo

Durante calibração manual foram realizada alterações nos

parâmetros citados acima e verificando mudanças significativas no escoamento total. Os parâmetros que mudaram significativamente o escoamento total estão listados nas tabelas 12 e 13, e foram realizados para os dois casos.

Durante a calibração para os dois casos foram analisandos as alterações no escoamento total pela análise visual do hidrograma (Figura 11 e Figura 12) e através análise de desempenho - NASH e R2 (tabela 13).

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Figura 11 - Comparação entre dados observados e calibrados

manualmente de vazão no caso 1 (maio a novembro de 2008)

Figura 12 - Comparação entre dados observados e calibrados

manualmente de vazão no caso 2 (maio a novembro de 2008)

Tabela 12 – Valores modificados na calibração manual (*valores alterados apenas em um dos cenários)

Parâmetro Valor Inicial Calibração Manual Alpha_Bf 0,048 0,69 ESCO 0 0,34 CN2 Urbano 72 72*

Pinus 70 55 Mata Nativa 73 60 Pastagem 79 69*

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Canmx 0 0,23 Gwqmn 0 0,19 Revapmn 1 0,19 Gwq_Revap 0,02 0,04 Surlag 4 1

A Tabela 12 mostra que vários parâmetros de vazão foram ajustados. Isto foi realizado, pois o modelo adota muitos parâmetros default. Os valores de CN2 foram alterados de grupo hidrológico C para B.

Tabela 13 – Valores da análise do desempenho do modelo

Caso 1 Caso 2 Parâmetro Simulação

Inicial Calibração

Manual Simulação

Inicial Calibração

Manual NASH -1,03 0,48 -1,11 0,45

R2 0,28 0,63 0,26 0,71 A Tabela 13 mostra uma melhora significativa no desempenho através da calibração. O NASH variou do caso 1 de -1,03 para 0,48 e no caso 2 de -1,11 para 0,45. O R2 também variou significativamente da simulação para a calibração manual 6.3 Análise espacial da dinâmica da água e sedimento na BHRN

Nesta etapa do trabalho foi analisada a dinâmica da água e sedimento na BHRN espacialmente. Dando ênfase principalmente i) as sub-bacias que durante a aplicação do modelo não apresentaram mesma classificações de uso e cobertura vegetal igual, ii) devido ao regime de chuva na região (tabela 14), com inverno seco e verão úmido, a análise da dinâmica da água e sedimento foi analisando separadamente para cada mês do período de calibração.

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Tabela 14 – Dados de precipitação de maio a novembro de 2008 Mês Precipitação

(mm) Maio 58,70 Junho 120,50 Julho 29,00

Agosto 111,80 Setembro 92,00 Outubro 431,90

Novembro 157,00 As Figuras 13 a 26 mostram a distribuição espacial do

escoamento total e produção de sedimento na BHRN para os casos 1 e 2 e os meses de maio a novembro de 2008.

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Figura 13 – Distribuição espacial de maio de 2008 – Caso 1: Escoamento total.

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Figura 14 – Distribuição espacial de maio de 2008 – Caso 1:

produção de sedimento.

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Figura 15 – Distribuição espacial de junho de 2008 – Caso 1: Escoamento total.

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Figura 16 – Distribuição espacial de junho de 2008 – Caso 1:

produção de sedimento.

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Figura 17 – Distribuição espacial de julho de 2008 – Caso 1:

Escoamento total.

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Figura 18 – Distribuição espacial de julho de 2008 – Caso 1:

produção de sedimento.

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Figura 19 – Distribuição espacial de agosto de 2008 – Caso 1:

Escoamento total.

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Figura 20 – Distribuição espacial de agosto de 2008 – Caso 1:

produção de sedimento.

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Figura 21 – Distribuição espacial de setembro de 2008 – Caso 1:

Escoamento total.

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Figura 22 – Distribuição espacial de setembro de 2008 – Caso 1:

produção de sedimento.

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Figura 23 – Distribuição espacial de outubro de 2008 – Caso 1:

a) Escoamento total.

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Figura 24 – Distribuição espacial de outubro de 2008 – Caso 1:

produção de sedimento.

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Figura 25 – Distribuição espacial de novembro de 2008 – Caso

1: Escoamento total.

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Figura 26 – Distribuição espacial de novembro de 2008 – Caso

1: Escoamento total.

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Figura 27 – Distribuição espacial de maio de 2008 – Caso 2:

Escoamento total.

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Figura 28 – Distribuição espacial de maio de 2008 – Caso 2: produção

de sedimento.

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Figura 29 – Distribuição espacial de junho de 2008 – Caso 2: a)

Escoamento total.

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Figura 30 – Distribuição espacial de junho de 2008 – Caso 2:

produção de sedimento.

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Figura 31 – Distribuição espacial de julho de 2008 – Caso 2:

Escoamento total.

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Figura 32 – Distribuição espacial de julho de 2008 – Caso 2:

produção de sedimento.

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Figura 33 – Distribuição espacial de agosto de 2008 – Caso 2:

Escoamento total.

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Figura 34 – Distribuição espacial de agosto de 2008 – Caso 2:

produção de sedimento.

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Figura 35 – Distribuição espacial de setembro de 2008 – Caso 2:

a) Escoamento total.

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Figura 36 – Distribuição espacial de setembro de 2008 – Caso 2:

b) produção de sedimento.

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Figura 37 – Distribuição espacial de outubro de 2008 – Caso 2:

a) Escoamento total.

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Figura 38 – Distribuição espacial de outubro de 2008 – Caso 2:

produção de sedimento.

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Figura 39 – Distribuição espacial de novembro de 2008 – Caso

2: a) Escoamento total.

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Figura 30 – Distribuição espacial de novembro de 2008 – Caso

2: produção de sedimento.

A análise dos meses de junho, julho, agosto e setembro (Figura 14a a 17a e 21a a 24a) apresentam o escoamento total praticamente constante entre as sub-bacias, o qual varia de 60 a 80 mm. Os meses que apresentaram o maior escoamento total (Figura 18a, 19a, 25a e 26a) foram os meses de outubro e novembro os quais também apresentam maior precipitação. A produção de sedimento também foi mais

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significativa nos meses de maior chuva, como outubro e novembro. No mês de julho a precipitação não chegou a 30 mm no mês e com apenas cinco dias de ocorrência tornando a produção de sedimento na maioria das sub-bacias da BHRN praticamente nula (Figura 15b e 22b). Analisando os dados médios mensais de vazão e produção de sedimento (tabela 15) foi possível estabelecer uma relação entre produção de sedimento e escoamento total (Figura 27a e 27b).

Tabela 15 – Valores médios de escoamento total e produção de sedimento de maio a novembro de 2008.

Mês Caso 1 Caso 2 Escoamento

total (mm/mês)

Produção de

Sedimento (t/ha.mês)

Escoamento total

(mm/mês)

Produção de

Sedimento (t/ha.mês)

Maio 97,53 0,009 96,14 0,030 Junho 80,75 0,002 80,93 0,012 Julho 44,95 0,001 44,14 0,001

Agosto 44,86 0,007 44,57 0,014 Setembro 38,28 0,004 37,96 0,008 Outubro 138,56 0,069 139,55 0,176

Novembro 100,10 0,010 99,41 0,045

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Figura 31 – Correlação de Escoamento total (mm/mês) e Produção de sedimento (t/ha.mês): a) Caso 1; e b) Caso 2.

As Figuras 27a e 27b apresentam as relações entre produção de sedimento e escoamento total para os dois casos. O R2 de 0,65 para o caso 1 e 0,71 para o caso 2 mostra que existe relação entre estas duas variáveis, quanto maior o escoamento total maior é a produção de sedimento. Novamente pode se observar os meses de menor escoamento é também os meses com menor produção de sedimento. A maioria das sub-bacias da BHRN foram classificadas pela presença de mata nativa. Visto isso o escoamento total e produção de sedimento foi praticamente constantes nestas bacias. As sub-bacias que foram classificadas com uso e cobertura vegetal diferente de mata nativa (tabela 16), principalmente no mês outubro, não ficaram na mesma faixa de escoamento total e produção de sedimento que o restantes das bacias.

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No caso 1 nos meses de maio, junho e outubro as sub-bacias 2 (Mata Nativa e Pinus), sub-bacias 14 (Mata Nativa e Pinus), sub-bacias 25 (Mata Nativa e Pastagem) apresentaram escoamento total inferior comparado com o restante das sub-bacias. A sub-bacias 24 (Pastagem) em junho apresentaram escoamento inferior, porém no mês de outubro superior comparado com a média da sub-bacias. No caso 2 nos meses de maio, junho e outubro as sub-bacias 1 (Urbana), sub-bacias 2 (Pinus), sub-bacias 14 (Pinus), sub-bacias 27 (Pinus) apresentaram escoamento total inferior comparado com o restante das sub-bacias.

A Tabela 16 apresenta as sub-bacias que foram classificadas com diferentes usos e cobertura vegetal.

Tabela 16 – Escoamento total (mm/mês) para as sub-bacias que

apresentaram diferentes usos e cobertura vegetal. Escoamento total (mm/mês)

Sub-bacia 1 Sub-bacia 2 Sub-bacia 14

Caso 1

Caso 2 Caso 1 Caso 2 Caso 1 Caso 2

Maio 96,17 72,67 69,67 56,37 70,45 53,37 Junho 81,51 83,54 67,48 55,36 65,78 55,36 Julho 69,50 49,93 62,37 54,26 61,68 54,26

Agosto 69,56 79,64 62,29 55,27 61,59 55,27 Setembro 58,87 69,47 50,50 41,49 50,68 41,49 Outubro 217,27 321,41 194,92 182,62 192,59 182,62

Novembro 156,57 140,21 147,33 147,24 145,42 147,24 Escoamento total (mm/mês)

Sub-bacia 24 Sub-bacia 25 Sub-bacia 27

Caso 1

Caso 2 Caso 1 Caso 2 Caso 1 Caso 2

Maio 82,46 91,36 76,35 97,76 89,66 49,48 Junho 78,07 82,17 68,54 82,02 82,11 53,24 Julho 66,23 70,98 63,39 70,82 70,99 54,72

Agosto 74,66 70,30 63,05 70,03 70,35 55,16 Setembro 67,16 60,67 52,32 60,43 60,40 43,86 Outubro 252,22 216,45 195,85 214,60 215,95 176,36

Novembro 149,02 152,53 147,40 154,72 152,70 139,23

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O escoamento total mensal variou significativamente principalmente nos mês de maior precipitação e de maior escoamento (mês de outubro). A sub-bacia que apresentou maior diferença de escoamento total foi a sub-bacia 1. A sub-bacia 1 apresentou maior diferença de escoamento total, sendo no Caso 1 (Mata Nativa) escoamento total de 217 mm e o Caso 2 (Área Urbana) de 321 mm.

A sub-bacia 27 também apresentou grande variação no escoamento total (aproximadamente 40 mm) nos meses de maio e outubro comparando os dois casos. A sub-bacia 27 caracteriza no Caso 1 por cobertura de mata nativa e no Caso 2 por cobertura de pinus.

A produção de sedimento foi acima da média somente no mês de outubro. As sub-bacias que apresentaram maior produção de sedimento este mês (sub-bacia 2, 19, 24, 26, 27). A sub-bacia 24 possivelmente apresentou produção acima da média por ser caracterizada por uso de pastagem. O restantes das sub-bacias apresentaram declividade entre acima de 20%.

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7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Com a aplicação do modelo SWAT na bacia hidrográfica do Rio Negrinho foi possível avaliar a dinâmica hidrossedimentológica espacialmente. A partir dos resultados do presente estudo pode-se ressaltar alguns pontos relevantes.

O modelo foi calibrado nos dois casos considerados. Ambos foram calibrados com índices satisfatórios no índice de desempenho NASH (0,48 e 0,45 - Caso 1 e 2, respectivamente). A validação não foi realizada por falta de dados observados contínuos no mesmo período das imagens de satélite utilizados.

Com os dois casos (Caso 1 – Múltiplos URH e Caso 2 – URH dominante) analisados e utilizando dois índices de eficiência foi possível constatar que o Caso 1 apresentou melhor desempenho, tanto no NASH porém não ao R2. Porém é valido reavaliar as imagens de satélite utilizadas para elaboração do mapa de uso e cobertura vegetal, que apresentaram áreas de pequena extensão espalhadas pela bacia, principalmente uma verificação detalhada a campo. Os meses de maior precipitação, também foram as maiores estimativas de escoamento total e produção de sedimento. Apenas o mês de maio do período analisado, não apresentou essa tendência. O mês apresentou relativamente baixa precipitação (58 mm), porém alto escoamento total e produção de sedimento. Uma justificativa dessa quebra de tendência é que os meses anteriores são chuvosos, e ainda contribuem para o escoamento total e a produção de sedimento. A correlação entre escoamento total e produção de sedimento foi evidenciada (Tabela 15 e Figura 27a e 27b). Portanto os meses que ocorrem maior escoamento total (outubro e novembro) também apresentam maior produção de sedimento. O mês de julho, com menor escoamento, foi estimado produção de sedimento praticamente nula em algumas sub-bacias. Apesar dos dois casos o modelo foi calibrado, analisando as sub-bacias que foram consideradas diferentes usos e cobertura vegetal há uma relativa diferença, principalmente na sub-bacia 1 e 27 quanto ao escoamento total. Analisando a produção de sedimento, apenas com a média das sub-bacias dos meses analisados (Tabela 15) pode-se observar uma grande amplitude nos dados estimados para os dois casos. Deve se

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ressaltar que nenhum dado observado de sedimento foi utilizado para calibração ou comparação com os dados simulados. Algumas recomendações futuras podem ser feitas afim de melhor o desempenho do modelo na BHRN.

Nas simulações foram utilizadas apenas uma estação pluviométrica. A distribuição da precipitação seria mais significativa se houvesse mais estações dentro da bacia.

Elaborar um levantamento de solos da região mais detalhado, bem como haver amostragem de solos dentro da bacia.

Para a calibração do modelo foram utilizados dado de vazão somente um ponto de monitoramento. Com mais pontos de monitoramento dentro da bacia pode verificar a eficiência do modelo em outros pontos da bacia.

As simulações de produção de sedimento não foram comparadas com nenhum dado observado. A instalação de um sensor de sedimento serviria para comparar os dados simulados e observados de sedimento.

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8. ANEXO Anexo 1

Tabela – Classificação do SWAT de uso e cobertura e vegetal para a BHRN Número Caso 1 Caso 2 1 Mata Nativa Urbano 2 Mata Nativa/Pinus Pinus 3 Mata Nativa Mata Nativa 4 Mata Nativa Mata Nativa 5 Mata Nativa Mata Nativa 6 Mata Nativa Mata Nativa 7 Mata Nativa Mata Nativa 8 Mata Nativa Mata Nativa 9 Mata Nativa Mata Nativa 10 Mata Nativa Mata Nativa 11 Mata Nativa Mata Nativa 12 Mata Nativa Mata Nativa 13 Mata Nativa Mata Nativa 14 Mata Nativa/Pinus Pinus 15 Mata Nativa Mata Nativa 16 Mata Nativa Mata Nativa 17 Mata Nativa Mata Nativa 18 Mata Nativa Mata Nativa 19 Mata Nativa Mata Nativa 20 Mata Nativa Mata Nativa 21 Mata Nativa Mata Nativa 22 Mata Nativa Mata Nativa 23 Mata Nativa Mata Nativa 24 Pastagem Mata Nativa 25 Mata Nativa/Pastagem Mata Nativa 26 Mata Nativa Mata Nativa 27 Mata Nativa Pinus 28 Mata Nativa Mata Nativa 29 Mata Nativa Mata Nativa 30 Mata Nativa Mata Nativa 31 Mata Nativa Mata Nativa

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9. REFERÊNCIAS ABBASPOUR, K.C.; YANG, J.; MAXIMOV, I.; SIBER, R.; BOGNER, K.; MIELEITNER, J.;ZOBRIST, J.; SRINIVASAN, R. Modelling Hydrology and Water Quality in the Prealpine/Alpine Thur Watershed Using SWAT. Journal of Hydrology. v.333, p. 413-430, 2007. ASSAD, M.L.L.; SANS, L.M.A.; ASSAD, E.D.; ZULLO Jr, J. Relação entre água retida e conteúdo de areia total em solos brasileiros. Revista Brasileira de Agrometeorologia, Passo Fundo, v.9, n.3, p.588-596, 2001. BORDAS, M. P.; SEMMELMANN, F. R. Elementos de engenharia de sedimentos. In: TUCCI, C. E. M. Hidrologia: Ciência e Aplicação. 2ª ed. Porto Alegre: Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ABRH), 2000. p. 915-943. CARVALHO, N. O. Hidrossedimentologia prática. Rio de Janeiro: CPRM, 1994. 372 p. CHOW, V.T. Handbook of applied hydrology: a compendium of water-resources technology. New York: MacGraw-Hill Book Co., 1964. 1v. (várias paginações). CHRISTOFOLETTI, A. Modelagem de sistemas ambientais. 1a ed. São Paulo: Editora Edgard EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Levantamento de reconhecimento dos solos do Estado de Santa Catarina. Boletim de Pesquisa nº6. Rio de Janeiro: EMBRAPA-CNPS, 1998. 721p. EMBRAPA. Solos do estado de Santa Catarina. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2004. 745p. EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA E EXTENSÃO RURAL DE SANTA CATARINA S.A. – EPAGRI / CENTRO DE INFORMAÇÕES DE RECURSOS AMBIENTAIS E DE HIDROMETEOROLOGIA DE SANTA CATARINA - CIRAM. Zoneamento Agroecológico. Disponível em: <http://ciram.epagri.rct-sc.br/portal/website/index.jsp?url=jsp/agricultura/zoneAgroecologico.jsp&tipo=agricultura>. Acesso em: 10 de junho de 2009. FOLHA ON LINE - http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u543769.shtml - Acessado em 16 de junho de 2009. FORD, A. Modeling the Environment. Washington: Island Press, 1999. 401p.

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JACOBS, J.H.; ANGERER, J.; VITALE, J.; SRINIVASAN, R.; KAITHO, R. Mitigating Economic Damage in Kenya’s Upper Tana River Basin: An Application of Arc-View SWAT. Journal of Spatial Hydrology Vol.7, No.1, p. 413-430, 2007. KOBIYAMA, M.,GRISON, F., MOTA, A.A., ROCHA, H.L. Curso de Capacitação em hidrologia e hidrometria para conservação de mananciais. Curso de Engenharia Sanitária e Ambiental – UFSC,2009 (Apostila do Curso). KOBIYAMA, M.; CHECCHIA, T.; CORSEUIL, C.W.; LINO, J.F.L.; LOPES, N.H.Y.; GRISON, F.; CHAFFE, P.L.B.; MALUTTA, S.; RIBAS JUNIOR, U.; LANGA, R.; BASSO, S. Forest hydrology project (UFSC–MOBASA) for water resources management in Rio Negrinho City, Santa Catarina, Brazil. In: VAN de GIESEN, XIA, J.; ROSBJERG, D.; FUKUSHIMA, Y. (eds.) Changes in Water Resources Systems: Methodologies to Maintain Water Security and Ensure Integrated Management, Wellington: IAHS, 2007. p.250-257. (IAHS Publication 315). KOBIYAMA, M.; MANFROI, O. J. Importância da modelagem e monitoramento em bacias hidrográficas. In: Curso de Extensao: Manejo de bacias hidrograficas sob a perspectiva florestal. Curitiba: Curso de Eng. Florestal – UFPR, 1999. p.111-118. (Apostila do curso). LINO, J.F.L. Análise da dinâmica hidrossedimentológica da bacia hidrográfica do Rio Preto (SC) com o modelo SWAT – Tese de Mestrado - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis 2009. LOPES, N.H.Y. Análise da produção de água e sedimentos em microbacias experimentais com o modelo SWAT. Tese de Mestrado – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis 2008. MACHADO, R. E. Simulação de escoamento e de produção de sedimentos em uma microbacia hidrográfica utilizando técnicas de modelagem e geoprocessamento. 2002. 154 f. Tese (Doutorado em Agronomia) – Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2002. MOTA, S. Preservação e conservação de recursos hídricos. Rio de Janeiro: ABES, 1995. 200p. NATURAL RESOURCES CONSERVATION SERVICE. National Engineering Handbook. United States Department of Agriculture, 2007. PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO NEGRINHO. Informações gerais. Disponível em:

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