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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC
CENTRO SÓCIO ECONÔMICO - CSE
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS
MARINÊS GARCIA
O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS DE BASE
TECNOLÓGICA: Estudo em incubadoras e empresas incubadas na região da Grande
Florianópolis
Florianópolis,
2019
MARINÊS GARCIA
O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS DE BASE
TECNOLÓGICA: Estudo em incubadoras e empresas incubadas na região da Grande
Florianópolis
Monografia submetida ao curso de Ciências Econômicas da
Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito obrigatório
para a obtenção do grau de Bacharel em Ciências Econômicas.
Orientador: Sílvio Antônio Ferraz Cário
Florianópolis,
2019
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC.
Garcia, Marinês O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS DE BASETECNOLÓGICA : Estudo em incubadoras e empresas incubadas naregião da Grande Florianópolis / Marinês Garcia ;orientador, Silvio Antônio Ferraz Cário, 2019. 118 p.
Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) -Universidade Federal de Santa Catarina, Centro SócioEconômico, Graduação em Ciências Econômicas, Florianópolis,2019.
Inclui referências.
1. Ciências Econômicas. 2. internacionalização deempresas. 3. empresas incubadas. 4. incubadoras deempresas. 5. Grande Florianópolis. I. Cário, Silvio AntônioFerraz . II. Universidade Federal de Santa Catarina.Graduação em Ciências Econômicas. III. Título.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO SÓCIO-ECONÔMICO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS
A Comissão Examinadora, nomeada pelo Coordenador de Monografias, resolve atribuir
a acadêmica Marinês Garcia, após a apresentação do trabalho intitulado “O PROCESSO DE
INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA: Estudo em
incubadoras e empresas incubadas na região da Grande Florianópolis”, a nota 10,0,
referente à disciplina CNM 7101 – Monografia.
Florianópolis, 02 de dezembro de 2019.
Banca Examinadora:
__________________________________________
Prof. Dr. Silvio Antônio Ferraz Cario
Orientador
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
__________________________________________
Prof. Drª. Luciana Costa
Universidade de São José – USJ
___________________________________________
Drª. Paola Azevedo
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
Dedico este trabalho à minha filha, Lívia. Amorosa,
companheira, cheia de graça.
AGRADECIMENTOS
Sou grata pela família que tenho. Minha filha, pais, irmãos e avós são joias em minha
vida. Sempre dispostos a me ajudar, compreenderam meus momentos de ausência e toda a
reviravolta que minha vida fez ao longo da jornada acadêmica.
Minha filha, Lívia, sempre compreensiva, ajudante ativa na motivação para seguir em
frente. Seu amor faz parte dessa conquista. Eu te amo!
Meus pais, Justina e Mauro, dois guerreiros angelinenses. Seus ensinamentos me
tornaram essa mulher de boa índole que sou. Sua garra, amor e compreensão, Mãe, estão
presentes em minhas características, melhor herança, não poderias ter me deixado. Eu amo
vocês!
Aos meus irmãos, Kleber, Pedro, Neider e Clóvis, por caminharem ao meu lado, com
muito amor, descontração e com agregando a família que construíram, contribuindo para que
meus dias sejam melhores. Amo vocês, meus irmãos.
Ao Eduardo, querido companheiro que me apoiou durante toda a elaboração deste
trabalho com muito carinho. Sou grata pela vida, por me permitir te conhecer e viver com mais
amor e alegria.
Agradeço aos meus amigos que já possuía antes de ingressar na caminhada acadêmica:
Letícia, Ana Caroline, Mateus e Patrícia. A amizade feita no colégio de Angelina permanece
aquecida em meu coração, obrigada por estarem presentes nesses 14 anos de amizade.
Às amizades que fiz durante o período acadêmico tenho imensa gratidão. Caroline,
amiga desde antes de nos conhecermos pessoalmente, pessoa amada de um coração bondoso
que quero sempre cultivar em minha vida. Andressa C. e Lauriene C. amigas feitas na primeira
fase da faculdade e que seguem para a vida, embarcaram comigo em diversas aventuras.
Marcio, você é precioso em minha vida, melhor amigo que me ajudou em horas muito difíceis
e participou de alegrias sem fim, muito obrigada por existir. Monah, Arnon e Bruna, a existência
de vocês deu uma nova cor à minha vida. Mel, você também, apareceu no final da faculdade,
mas com uma presença agraciada, que bom que deu tempo de te conhecer! Agradeço a todos
que permitiram a minha entrada na vida de vocês e que participaram e participam da minha
vida, amizade é uma dádiva de poucos.
Agradeço as oportunidades profissionais que surgiram em decorrência da graduação em
economia e hoje motivam este trabalho. Trabalhar com o Centro de Inovação SOHO me
permitiu desenvolver autonomia e pro atividade: muito obrigada Chris, Taci, Ed e Ilásia que se
transformou em uma super-amiga e que quero muito o bem e o sucesso. À Rede de
Inovação/ACATE, por me permitir ter contato com pessoas super-profissionais e de coração
enorme: Milena e Roberta e meus colegas promotores de inovação.
Agradeço às minhas e meus mestres, com quem tive a oportunidade de conhecer durante
a graduação. Prof. Sílvio Cário, meu orientador, sua sensibilidade e bom humor formam suas
principais virtudes, pode meio delas todos os ensinamentos são melhor absorvidos. Obrigada
por ser protagonista dessa entrega marcante em minha vida. À Profª Clarissa S. Teixeira, por
me apresentar de maneira teórica e prática o setor da tecnologia e inovação, o qual me
possibilitou por um ano ser bolsista da Rede de Inovação em Florianópolis, gerando muito
aprendizado e motivando este tema de trabalho. À Profª Solange Marin, por sua dedicação ao
ensino superior de qualidade. Aos professores Guilherme de Oliveira, Helberte França, Hoyedo
Lins e Wagner Leal Arienti por contribuírem de forma relevante em minha formação
acadêmica.
Por fim, agradeço também por existir amor em minha vida, por acreditar que esse
sentimento é enriquecedor. Acordar todos os dias e sentir amor no coração é o que dá sentido a
esta caminhada. Assim sendo, sou grata também por receber o amor. Por sentir que a minha
existência possui significado na vida de pessoas, fazendo com que haja uma motivação
recíproca na decisão caminhar ao meu lado.
RESUMO
Este estudo faz uma análise das características do processo de internacionalização de empresas
de base tecnológica por meio do estudo em incubadoras na região da Grande Florianópolis, em
Santa Catarina. O objetivo é analisar como as incubadoras e as empresas de base tecnológica
incubadas na região da Grande Florianópolis tratam e tomam decisões a favor do processo de
internacionalização. A pesquisa é realizada por meio do método exploratório nas incubadoras
da Região da Grande Florianópolis, e identifica os mecanismos que a incubação de empresas
de base tecnológica utiliza para internacionalizar as empresas incubadas. A abordagem
descritiva é manifestada na aplicação de questionário para verificação das ações a favor da
internacionalização das empresas que estão em incubadoras presentes na região da Grande
Florianópolis. Os dados qualitativos do presente estudo estão sustentados nas abordagens
teóricas comportamentais dos negócios internacionais e os quantitativos estão analisados
mediante estatística descritiva. A partir deste estudo e análise dos dados, constata-se que as
incubadoras de empresas de base tecnológica em atividade na região da Grande Florianópolis
realizam práticas que estimulam e auxiliam o processo de internacionalização das empresas
incubadas por meio de cursos voltados para o mapeamento de oportunidades e contatos com
entidades internacionais de incubação. Quando analisadas as empresas selecionadas, observou-
se padrões distintos de internacionalização, mas todas voltadas para o meio internacional.
Palavras-Chave: internacionalização de empresas, empresas incubadas, incubadoras de
empresas, Grande Florianópolis.
ABSTRACT
This study analyzes the characteristics of the internationalization process of technology-based
companies through the study of incubators in the Grande Florianópolis region of Santa
Catarina. The purpose is to analyze how incubators and technology-based companies
incubated in the Grande Florianópolis region treat and make decisions in favor of the
internationalization process. A research is carried out through the exploratory method in the
incubators of Grande Florianópolis Region, and identifies the mechanisms that incubate
technology-based companies to internationally used as incubated companies. A descriptive
approach is manifested in the application of a questionnaire to select actions in favor of
internationalization of companies that are incubated in the Grande Florianópolis region. The
qualitative data of the present study are supported by the theoretical behavioral approaches of
international business and the quantitative ones are analyzed by descriptive statistics. From
this study and data analysis, it appears that the incubators of technology-based companies
operating in Grande Florianópolis perform practices that stimulate and assist the
internationalization process of incubated companies through courses focused on mapping
opportunities and contacts with international incubation entities. When analyzed as selected
companies, they can define different patterns of internationalization, but all facing the
international environment.
Keywords: internationalization of companies, incubated companies, business incubators,
Grande Florianópolis.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Abordagens de Redes segundo Helinen & Tornroos ................................... 44
Figura 2 - Ambientes de inovação ................................................................................ 55
Figura 3 - Modelo CERNE: Estrutura em camadas ...................................................... 59
Figura 4 - Imagem que certifica o Projeto CELTA como a Primeira Incubadora de
Empresas de Base Tecnológica do Brasil ................................................................................. 74
LISTA DE QUADROS
Quadro 1- Incubadoras foco do estudo ......................................................................... 22
Quadro 2 - Características dos entrevistados em cada incubadora ............................... 22
Quadro 3 - Características dos entrevistados em cada empresa incubada .................... 23
Quadro 4 - Síntese das principais teorias comportamentais sobre internacionalização 37
Quadro 5 - Envolvimento Exportador por Estágios ..................................................... 41
Quadro 6 - Principais conceituações para empresas que se internacionalizam com pouco
tempo de existência. ................................................................................................................. 48
Quadro 7 - Incubadoras de base tecnológica existentes no estado de Santa Catarina
durante o ano de 2018. .............................................................................................................. 68
Quadro 8 - Características das incubadoras entrevistadas na região da Grande
Florianópolis. ............................................................................................................................ 70
Quadro 9 - Certificação CERNE por incubadora entrevistada ..................................... 73
Quadro 10 - Características dominantes no tratamento de internacionalização das
incubadoras existentes na região da Grande Florianópolis ...................................................... 84
Quadro 11 - Características fundamentais das empresas incubadas selecionadas ....... 86
Quadro 12 - Caracterização do relacionamento internacional das empresas incubadas
selecionadas .............................................................................................................................. 87
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Quantidade e variação de incubadoras de base tecnológica, empregos gerados
e valor de faturamento por tipo de empresas no Brasil entre 2011 e 2019 ............................... 62
Tabela 2 - Distribuição das empresas incubadas e graduadas por porte no Brasil entre
2016 e 2019 .............................................................................................................................. 63
Tabela 3 - Incubadoras entrevistadas em dados nas incubadoras de base tecnológica
localizadas na Grande Florianópolis......................................................................................... 71
Tabela 4 - Distribuição das empresas incubadas por porte em cada incubadora
entrevistada (%) ........................................................................................................................ 72
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACATE Associação Catarinense de Tecnologia
ACIP Associação Comercial e Industrial de Palhoça
ANPROTEC Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos
Inovadores
APEX-BRASIL Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos
APNUD Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas
CAPES Comissão de Aperfeiçõamento de Pessoal de Nivel Superior
CELTA Centro Empresarial para Laboração de Tecnologias Avançadas
CERNE Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos
CERTI Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras
CETIL Centro Eletrônico de Indústria Têxtil
CINET Centro Incubador de Empresas Tecnológicas
CITEB Centro de Inovação e Tecnologia de Biguaçu
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CT&I Ciência,Tecnologia e Inovação
DF Distrito Federal
EC European Comission
GB Global Born
HP Hewlett Packard
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IET Incubadora Empresarial Tecnologica
IMP Industrial Marketing and Purchasing Group
INAITEC Instituto de Apoio à Inovação, Incubação e Tecnologia
MCTI Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação
MIT Massachusetts Institute of Technology
NBIA National Business Incubation Association (sigla em inglês)
NIT Núcleo de Inovação Tecnológica
OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
OTA Office of Technology Assessment (sigla em inglês)
P&D Pesquisa e Desenvolvimento
PB Paraíba
PEBT Pequenas Empresas de Base Tecnologica
PEIEX Programa de Qualificação para Exportação
PMES Pequenas e Médias empresas
PNI Programa Nacional de Apoio às Incubadoras de Empresas e aos Parques
Científicos
RECEPETI Rede Catarinense de Inovação
SBDC Small Business Development Centers
SciELO Scientific Eletronic Library Online
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SOFTEX Associação para a Promoção da Excelência do Software Brasileiro
SP São Paulo
TIC Tecnologia da Informação e Comunicação
UKBT United Kingdom Business Incubation
UNISUL Universidade do Sul de Santa Catarina
UNIVALI Universidade do Vale de Itajaí
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 17
1.1 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA .............................................................. 17
1.2 OBJETIVOS ......................................................................................................... 20
1.2.1 Objetivo Geral ...................................................................................................... 20
1.2.2 Objetivos Específicos ........................................................................................... 20
1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 20
1.4 ASPECTOS METODOLÓGICOS ....................................................................... 21
1.4.1 Definição da estratégia metodológica ................................................................... 21
1.4.2 Objeto de estudo e instrumento de coleta de dados .............................................. 22
1.4.3 Coleta e análise de informações ........................................................................... 23
1.4.4 Organização do trabalho ....................................................................................... 23
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................... 25
2.1 ABORDAGEM TEÓRICA À INOVAÇÃO ........................................................ 25
2.1.1 Paradigma e trajetória tecnológica........................................................................ 27
2.1.2 Aprendizado e formas de conhecimento............................................................... 28
2.1.3 Noção de busca, rotina e seleção .......................................................................... 30
2.1.4 Regimes tecnológicos e padrões setoriais de inovação ........................................ 32
2.1.5 Estratégias tecnológicas ........................................................................................ 34
2.2 ABORDAGENS TEÓRICAS DOS NEGÓCIOS INTERNACIONAIS ............. 36
2.2.1 Abordagens teóricas comportamentais ................................................................. 38
2.2.1.1 Modelo de Uppsala ............................................................................................... 38
2.2.1.2 Modelos de internacionalização relacionados à inovação .................................... 40
2.2.1.3 Redes de relacionamento e o processo de internacionalização ............................ 42
2.2.1.4 Novos empreendimentos internacionais: a perspectiva born globals................... 45
2.3 MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA ................... 49
3 CARACTERÍSTICAS DAS INCUBADORAS DE EMPRESAS .................. 51
3.1 CONTEXTO HISTÓRICO: UMA SÍNTESE ...................................................... 51
4.2 INCUBADORAS DE EMPRESAS: CONCEITOS E TIPOLOGIAS .............................. 54
3.2 PROCESSO DE INCUBAÇÃO E FASES DE INCUBAÇÃO ........................... 58
3.3 PANORAMA DAS INCUBADORAS ................................................................ 60
3.3.1 Mundo ................................................................................................................... 60
3.3.2 Brasil ..................................................................................................................... 61
3.3.3 Santa Catarina ....................................................................................................... 64
4 ANÁLISE DOS DADOS .................................................................................... 70
4.1 ANÁLISE DO TRATAMENTO DE INTERNACIONALIZAÇÃO NA GESTÃO
DAS INCUBADORAS SELECIONADAS ............................................................................ 70
4.1.1 Características das incubadoras de empresas da região da Grande Florianópolis 70
4.1.2 Análise dos dados das incubadoras da Grande Florianópolis ............................... 74
4.1.2.1 Centro Empresarial para Laboração de Tecnologias Avançadas (CELTA) ......... 74
4.1.2.1.1 Características da incubação ............................................................................... 75
4.1.2.1.2 Medidas de estímulo à internacionalização ......................................................... 75
4.1.2.2 MIDITEC .............................................................................................................. 78
4.1.2.2.1 Características da incubação ............................................................................... 78
4.1.2.2.2 Medidas de estímulo à internacionalização ......................................................... 79
4.1.2.3 Instituto de Apoio à Inovação, Incubação e Tecnologia (INAITEC) ................... 80
4.1.2.3.1 Características da incubação ............................................................................... 80
4.1.2.3.2 Medidas de estímulo à internacionalização ......................................................... 81
4.1.2.4 Centro de Inovação e Tecnologia de Biguaçu (CITEB) ....................................... 82
4.1.2.4.1 Características da incubação ............................................................................... 82
4.1.3 Características dominantes no tratamento de internacionalização das incubadoras
83
4.1.4 Avaliação geral das incubadoras de empresas de base tecnológica selecionadas 84
4.2 ANÁLISE DO PADRÃO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS
INCUBADAS SELECIONADAS ........................................................................................... 86
4.2.1 Características e análise dos dados das empresas incubadas selecionadas ........... 86
4.2.1.1 Incubada CELTA .................................................................................................. 87
4.2.1.2 Incubada MIDITEC .............................................................................................. 88
4.2.1.3 Incubada INAITEC ............................................................................................... 89
4.2.2 Avaliação geral das empresas incubadas selecionadas ......................................... 90
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 92
REFERÊNCIAS .................................................................................................. 96
APÊNDICE 1 — ROTEIRO DE ENTREVISTA COM AS INCUBADORAS DA
GRANDE FLORIANÓPOLIS .............................................................................................. 105
APÊNDICE 2 — ROTEIRO DE ENTREVISTA COM AS INCUBADAS
SELECIONADAS ................................................................................................................. 115
17
1 INTRODUÇÃO
1.1 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA
É recorrente a busca das empresas por mecanismos de competitividade. Algumas
buscam opções inovadoras para tal, outras possuem um movimento orgânico que resulta em
inovações. Tal busca decorre de movimentos cíclicos de crise e pós-crise que intensificam a
concorrência de mercado e o aumento dos desafios das empresas de pequeno porte e nascentes,
provocando uma necessidade de reformulação das táticas utilizadas. Com isso, a procura por
ambientes feitos para impulsionar o desempenho das atividades inovativas dessas empresas é
cada vez mais comum conjuntamente com o movimento de internacionalização, que é sinônimo
de oportunidade de crescimento, como é o caso das incubadoras de empresas
(AZEVEDO; CASTILLO; TEIXEIRA, 2018).
De acordo com SEBRAE (2017), uma incubadora oferece a empresas nascentes um
ambiente voltado para a difusão da inovação e do conhecimento. Neste ambiente as empresas
ali instaladas possuem ao alcance serviços e consultorias especializadas voltadas para a
capacitação de competências visando o desenvolvimento dos negócios inovadores.
Para Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores
(ANPROTEC, 2019), uma incubadora de empresa oferece mecanismos de suporte para que
empreendedores possam aprimorar suas ideias inovadoras a fim de transformar em negócios de
sucesso. Para que isso aconteça dispõe de uma estrutura física e gerencial para direcionar os
empreendedores no que condiz a gestão do negócio e sua competitividade.
As incubadoras de empresas representam um mecanismo de inovação tecnológica a
partir da pesquisa científica e do desenvolvimento tecnológico resultando na criação e
aperfeiçoamento de empresas e produtos inovadores para o mercado nacional e internacional.
O processo de incubação possui etapas que pode ser entendida como uma maneira melhorada
de geração de novas empresas. Neste processo são abordadas noções de empreendedorismo,
gestão do conhecimento, busca por novas práticas inovativas e modernização em nível local,
regional e nacional (ANPROTEC, 2004 apud WITTHINRICH, 2018).
Segundo ANPROTEC (2016 apud WITTHINRICH, 2018), a incubação de empresas
compreende acompanhamento desde o início do empreendimento, auxilia em seu
desenvolvimento mesmo antes de sua formalização, até a abertura para o mercado. As
incubadoras são entendidas como o mecanismo mais tradicional de geração de novas empresas
inovadoras.
18
A ANPROTEC (2019) explicita que existem quatro tipologias de incubadoras de
empresas: as de base tecnológica, onde a tecnologia é fundamental para a existência do
empreendimento; as tradicionais, que visam apoiar setores tradicionais da economia; as mistas:
compostas tanto da base tecnológica quanto dos setores tradicionais; e as sociais: as quais
possuem o intuito de desenvolver cooperativas e associações populares.
O primeiro registro do que hoje é denominado incubação de empresas foi identificado
em 1938, na Universidade de Stanford na Califórnia, onde a própria universidade forneceu
auxílio a dois graduados, recém-formados, para o desenvolvimento do projeto tecnológico cujo
objetivo era abrir uma empresa de equipamentos eletrônicos. Este auxílio se deu através de
bolsas e acesso à laboratórios de radiocomunicação da universidade. A empresa que fora
incubada pela universidade continua em operação até os dias atuais, e é conhecida
mundialmente como Hewlett Packard, ou HP (SILIPRANDI; SCHÜTZ; RODRIGUES, 2006).
No estudo de Amato Neto (2000 apud RÉGIS, 2011) consta que em 1988 foi iniciado,
na China, o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (APNUD) o qual instaurou o
conceito de incubadoras, que aplicou em mais de 25 países em desenvolvimento, atendendo
principalmente empresas de base tecnológica. Conforme dados do mesmo programa, em 1995
já existiam mais de 1.500 incubadoras em exercício pelo mundo.
A difusão dos modelos de estruturação de empresas originado nos Estados Unidos e
difundido na Europa chegou ao Brasil em 1984. O Centro Incubador de Empresas Tecnológicas
(CINET), localizada em São Carlos – SP, foi a primeira incubadora de empresas de base
tecnológica brasileira. Em seguida mais estados brasileiros estabeleceram incubadoras:
Florianópolis - SC, Curitiba - PR, Campina Grande – PB, e Distrito Federal – DF. Em
decorrência deste movimento é criada em 1987 a SEBRAE – ANPROTEC, o qual incentivou
e articulou a criação de incubadoras de empresas no Brasil, bem como passou a filiar
(ANPROTEC, 2016; MCT, 2000 apud WITTHINRICH, 2018).
Até 2016 estavam catalogadas em operação cerca de 369 incubadoras, alocando mais
de 2.310 incubadas e tendo graduado 2.815 empresas, resultando em um faturamento que
ultrapassou R$15 bilhões e gerou mais de 53.000 empregos (ANPROTEC; SEBRAE, 2016).
O movimento de incubação de empresas no estado de Santa Catarina é iniciado em 1986,
com a incubadora CELTA, situada na capital do Estado, Florianópolis, que é referência no
pioneirismo em incubação de empresas de base tecnológica no Brasil. Desde então o
movimento do setor tecnológico na região resulta em modelo para as demais regiões. Em 2016,
o estudo apresentado por Azevedo, Castillo e Teixeira (2018) que mapeou 29 incubadoras de
19
empresas no estado catarinense, destas, 4 encontram-se na região da Grande Florianópolis1:
duas em Florianópolis, uma em Biguaçu e uma em Palhoça.
Witthinrich (2018) aponta que os incentivos à internacionalização de incubadas por
parte das incubadoras faz parte da capacidade de absorção de conhecimento, mais
especificamente é resultado da maneira que as empresas assimilam o conhecimento ofertado no
período de incubação.
Neste sentido, as empresas que procuram processo de incubação, conhecidas como
startups ou global borns (RÉGIS, 2011), nascem com o intuito de internacionalização, logo é
necessário que um programa de incubação abranja modelos de internacionalização para manter
as empresas competitivas nacionalmente e internacionalmente.
Como descrito em Cavusgil et al. (2004 apud SA, 2010), a necessidade de
internacionalização pode surgir pela busca de novos mercados, pelo acesso a recursos naturais,
conhecimento especializado, redução de riscos, ou até mesmo o acesso a demanda
internacional. Também pode se dar por diferentes formas de atuação como:
importação/exportação; licenciamento; franquia; contrato de gestão; joint venture; investimento
direto e; investimento de carteira.
Observando este movimento em torno da busca por internacionalização por parte de
incubadoras e incubadas, bem como os retornos decorrentes da efetividade desse processo, a
verificação dos mecanismos utilizados fornecerão um panorama do movimento, na prática, que
acontece dentro desses hubs de inovação.
Neste sentido, torna-se imperativo realizar estudo acerca da visão das incubadoras, bem
como de empresas incubadas da região da Grande Florianópolis, no propósito de demonstrar e
encontrar respostas ao processo de internacionalização em importante região de empresas de
base tecnológica de Santa Catarina.
Para tanto, com a presente pesquisa, busca-se resposta para as seguintes perguntas de
pesquisa:
1ª) como as incubadoras da Região da Grande Florianópolis apoiam as empresas
incubadas do setor de software, a se internacionalizarem?; e,
2ª) quais fatores são considerados pelas empresas incubadas para se
internacionalizarem?
1De acordo com SANTA CATARINA (2019) a região da Grande Florianópolis abrange os municípios de Águas
Mornas, Antônio Carlos, Biguaçu, Florianópolis, Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, São José, São Pedro de
Alcântara e Governador Celso Ramos.
20
1.2 OBJETIVOS
Com o intuito de delimitar a compreensão do tema e de responder o problema
explicitado, traçou-se um objetivo geral e três objetivos específicos, os quais norteiam o
presente estudo.
1.2.1 Objetivo Geral
Analisar como as incubadoras e as empresas de base tecnológica incubadas da região da
Grande Florianópolis impulsionam ou incentivam o processo de internacionalização.
1.2.2 Objetivos Específicos
a. Identificar o perfil das incubadoras tecnológicas no Brasil e em Santa Catarina;
b. Analisar o tratamento de internacionalização na gestão das incubadoras selecionadas;
c. Verificar o padrão de internacionalização das empresas incubadas selecionadas.
1.3 JUSTIFICATIVA
O estudo justifica-se devido à relevância da internacionalização das empresas em um
mundo globalizado, onde, cada vez mais, o contato com o internacional contribui para
apreender conhecimento, possibilitando a geração de novas combinações internas, ou seja, as
inovações (ZIMMERMANN; CARIO; RAUEN, 2009).
Possas (1989) aponta que a obtenção de sucesso de uma empresa, diante de um ambiente
de negócios competitivo, resulta da constante busca por inovações. Desse modo, o estímulo das
incubadoras de empresas na busca constante pelo mercado internacional proporciona interações
que podem fortalecer a sustentabilidade da empresa mesmo depois de graduada, pois esse
processo é incorporado em sua rotina.
Uma maneira de aumentar a sobrevivência de empresas, diminuindo a deficiência do
desenvolvimento econômico empresarial, é estar em habitats de inovação, como é o caso da
incubação (AZEVEDO; TEIXEIRA; TEIXEIRA, 2016).
No ano de 2018, o faturamento do setor de tecnologia no Estado de Santa Catarina
chegou a R$ 15,8 bilhões, gerando em torno de 51,8 mil postos de trabalho. No quesito
produtividade o setor de tecnologia catarinense lidera com uma receita de R$100 mil por
trabalhador ao ano, ao passo que a média nacional brasileira é de R$72 mil por trabalhador ao
ano (BENETTI, 2019). Santa Catarina possui, ainda, o maior parque tecnológico do Brasil –
Sapiens Parque (AZEVEDO; CASTILLO; TEIXEIRA, 2018) e está em segundo lugar quando
medida a concentração de startups no Brasil (MATOS, 2017 apud WITTHINRICH, 2018).
21
A capital catarinense, Florianópolis, é destaque nacional no âmbito da inovação e
empreendedorismo, chegando a ser chamada de "Vale do Silício da América Latina" pelo canal
internacional de notícias BBC World. Essa notoriedade é resultado dos investimentos no setor
de tecnologia que iniciaram nos anos 80 e que persistem em constante crescimento até os dias
de hoje, estimulando a cultura empreendedora e atraindo profissionais capacitados
(PREFEITURA MUNICIPAL DE FLORIANÓPOLIS, 2019).
Florianópolis foi pioneira na instalação de incubadoras de empresas no Brasil. Onde,
em 1986 teve a fundação do Centro Empresarial para Laboração de Tecnologias Avançadas
(CELTA) (AZEVEDO; TEIXEIRA, 2018), e em 1998 a abertura da incubadora MIDITEC,
única incubadora da América Latina que está entre as 5 melhores do mundo (ACATE, 2019).
Diante da relevância das iniciativas de incubação na cidade de Florianópolis, esta
pesquisa propõe a verificação do tratamento de internacionalização nos processos de incubação
de empresas em toda a região da Grande Florianópolis.
1.4 ASPECTOS METODOLÓGICOS
1.4.1 Definição da estratégia metodológica
Neste estudo, o método utilizado é o dedutivo, que, de acordo com Marconi e Lakatos
(2015), é adequado para abordagens abrangentes que caminham para uma especificidade do
fenômeno. O tema consiste em observar o aparato inovativo e aprofundar a observação
especificamente sobre o processo de internacionalização em incubadoras de base tecnológica
selecionadas.
Com a intenção de atingir os objetivos expostos, o presente estudo é abordado de forma
descritiva, pois, segundo Gil (2002), este tipo de pesquisa tem como propósito descrever um
fenômeno por meio de coleta de dados podendo ser através da aplicação de questionário. Sendo
assim, este ferramental é utilizado para a observação do comportamento referente a tomada de
decisão das incubadoras e das empresas de base tecnológica incubadas da região da Grande
Florianópolis a favor do processo de internacionalização.
Com a investigação qualitativa combinada com a quantitativa, o estudo procura analisar
as características e descrever a complexidade do processo de internacionalização em empresas
incubadas nas incubadoras de base tecnológica localizadas na Grande Florianópolis.
Nas investigações, em geral, nunca se utiliza apenas um método ou uma técnica, e
nem somente aqueles que se conhece, mas todo os que forem necessários ou
apropriados para determinado caso. Na maioria das vezes, há uma combinação de dois
ou mais deles, usados concomitantemente (MARCONI; LAKATOS, 2015, p. 164).
22
Analisando de maneira combinada, conforme mencionado acima, este modo de
abordagem tenciona o detalhamento e aprofundamento de forma ampla do objeto em
estudo (MARCONI; LAKATOS, 2015).
1.4.2 Objeto de estudo e instrumento de coleta de dados
Os objetos de estudo compreendem as incubadoras de empresas de base tecnológica
localizadas na região da Grande Florianópolis e as empresas incubadas.
Para identificar as incubadoras utilizou-se o mapeamento elaborado por Azevedo,
Castillo e Teixeira (2018), o qual identificou 22 incubadoras em funcionamento estabelecidas
no Estado de Santa Catarina. Destas, 4 estão distribuídas em 3 municípios da Grande
Florianópolis: Florianópolis, Biguaçu e Palhoça, conforme apresentado no Quadro 1.
Quadro 1- Incubadoras foco do estudo
Incubadora Instituição de coordenação Localização
CELTA – Centro Empresarial para
Laboração de Tecnologias Avançadas
Fundação Centros de Referência em Tecnologias
Inovadoras – CERTI Florianópolis
Incubadora MIDITEC ACATE/SEBRAE Florianópolis
Fundação Centro de Inovação e
Tecnologia de Biguaçu - CITEB Prefeitura de Biguaçu Biguaçu
Instituto de Apoio à Inovação, Incubação e
Tecnologia - INAITEC
Pedra Branca, Prefeitura de Palhoça, UNISUL, ACIP
(Associação empresarial de Palhoça) Palhoça
Fonte: Elaborado pela autora (2019) com os dados disponíveis em Azevedo, Castillo e Teixeira (2018).
Para verificar o tratamento de internacionalização nas incubadoras de base tecnológica
selecionadas foi aplicado questionário individualmente e de maneira presencial em cada
incubadora.
Dentre as informações coletadas estão as características dos entrevistados em cada
incubadora. O Quadro 2 busca contextualizar, de maneira resumida, as caraterísticas de cada
entrevistado, apresentando o nome da incubadora, o cargo que ocupa e o tempo de atuação do
mesmo na incubadora.
Quadro 2 - Características dos entrevistados em cada incubadora
Incubadora Cargo do entrevistado Tempo de atuação
CELTA Diretor Executivo 32 anos
MIDITEC Analista de programas estratégicos 1 ano e 4 meses
CITEB Coordenador 2 anos
INAITEC Diretor Executivo 5 anos
Fonte: Elaborado pela autora com os dados da pesquisa (2019)
23
Por conseguinte, foi solicitado que cada incubadora indicasse uma empresa incubada
para aplicar o questionário e verificar as características da internacionalização, conforme os
apêndices A e B. O Quadro 3 apresenta as caraterísticas dos entrevistados nas empresas
incubadas selecionadas que foram indicados diante da acessibilidade e conveniência para o
tema de intenacionalização.
Quadro 3 - Características dos entrevistados em cada empresa incubada
Empresa Incubada Cargo do entrevistado Tempo de atuação
CELTA Diretor Executivo 7 anos
MIDITEC Diretor Executivo 1 ano
INAITEC Diretor 3 anos
Fonte: Elaborado pela autora com os dados da pesquisa (2019)
A Incubadora CITEB não apresenta empresas incubadas, conforme aponta a análise do
capítulo 5, item 4.1.2.4.1, logo, não foi aplicada a pesquisa destinada a verificação do padrão
de internacionalização de incubadas que se encontra no apêndice B.
1.4.3 Coleta e análise de informações
A coleta de dados ocorre com o intuito de aprofundar fatos e fenômenos através de:
a) Pesquisa bibliográfica em livros e artigos científicos em portais de periódicos
eletrônicos da Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior
(CAPES) e Scientific Electronic Library Online (SciELO, em inglês), e pesquisa
em sites governamentais e institucionais de modo a identificar o perfil das
incubadoras de base tecnológica no Brasil e no estado de Santa Catarina;
b) Análise do tratamento do processo de internacionalização na gestão das
incubadoras processa-se por meio da realização de entrevista semiestruturada
com funcionário de alto cargo. O intuito é coletar dados sobre as práticas e
políticas de incentivo à internacionalização.
c) Aplicação de questionário em empresas incubadas selecionadas, de modo a
verificar o padrão de internacionalização nestas empresas incubadas
selecionadas.
O questionário e o roteiro de entrevistas encontram-se nos Anexos 1 e 2.
1.4.4 Organização do trabalho
Este trabalho está organizado em 5 capítulos, sendo que no capítulo 1 contextualiza-se
o tema deste trabalho com a dinâmica das incubadoras de base tecnológica no Brasil e em Santa
Catarina, conjuntamente nos mecanismos que levam global borns ou startups a buscarem
24
internacionalização e a relevância de uma incubadora de base tecnológica oferecer esta
possibilidade. Evidenciou-se também no capítulo, os objetivos gerais e específicos, justificou-
se o presente estudo, bem como delimitação metodológica, ou seja, o ferramental metodológico
que o desenvolvimento deste estudo se sustenta, e em sua sequência apresenta-se a organização
do trabalho. No capítulo 2 tratam-se dos fundamentos teóricos empregado à pesquisa, temas
como inovação e teorias comportamentais relacionadas aos negócios internacionais são
apresentadas. No capítulo 3 temas como o contexto histórico sobre as incubadoras de base
tecnológica e seus conceitos são abordados. No capítulo 4 dedicam-se os resultados das
pesquisas aplicadas, a partir de questionário e roteiro de questões aplicados nas incubadoras e
empresas, respectivamente. E, por fim, no capítulo 5 discorre-se sobre as conclusões deste
estudo.
25
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Visando resgatar a bibliografia de diversos autores no que diz respeito à inovação e às
teorias do processo de internacionalização de micro e pequenas empresas, este capítulo
fundamenta o objetivo desta pesquisa. Nesse sentido, na primeira seção apresenta-se uma
introdução à inovação, com o intuito de destacar o processo de internacionalização de statups
como uma forma de inovação o qual contém subitens nesta ordem: paradigma e trajetória
tecnológica; aprendizado e formas de conhecimento; noção de busca, rotina e seleção; regimes
tecnológicos e padrões setoriais de inovação; estratégias tecnológicas. Na segunda seção
define-se o conceito de sobre as abordagens teóricas dos negócios internacionais, o qual
aprofunda o tratamento das abordagens comportamentais nas subseções: modelo de Uppsala;
modelos de internacionalização relacionados à inovação; redes de relacionamento e o processo
de internacionalização; novos empreendimentos internacionais: a perspectiva born globals.
2.1 ABORDAGEM TEÓRICA À INOVAÇÃO
Uma inovação se dá com métodos novos ou significativamente melhorados em
produtos, processos, métodos de marketing, práticas organizacionais de fazer negócios, da
dinâmica do local de trabalho ou nas relações externas (OECD, 1997).
A OECD (1997) procura entender por que as empresas inovam, e uma das razões é a
vantagem mercadológica que essa prática em produtos e processos proporciona, seja para
manter-se no mercado quanto para conquistar novos mercados. A inovação em processo
aumenta a produtividade e diminui custos. Já a inovação em produto pode proporcionar
vantagens competitivas ao introduzir um novo produto no mercado, possibilitando maior
demanda e margem de lucro.
A palavra “inovação” se popularizou nas discussões econômicas após a publicação do
livro “Teoria do Desenvolvimento Econômico”, escrito pelo economista Joseph Schumpeter
em 1912. Schumpeter (1982) aborda os aspectos inovativos através da ligação íntima com o
desenvolvimento. Este, por sua vez, ocorre por meio de novas combinações, as quais incluem
cinco diferentes formatos: (i) Introdução de um novo bem, ou de um bem melhorado; (ii)
Introdução de um novo método produtivo, cientifico ou comercial; (iii) Atuação em um novo
mercado; (iv) Acesso à novas fontes de matérias-primas, sejam estas difundidas ou criadas; (v)
Novo tipo de organização setorial, como a posição de monopólio ou a fragmentação de uma
posição de monopólio.
26
A manutenção do funcionamento da máquina capitalista, afirma Schumpeter (1961) é
decorrente do impulso das criações das empresas capitalistas, como novos bens de consumo,
bens de produção, de transporte, descoberta de novos mercados e de novas maneiras de
organizar o meio industrial. Esta manutenção faz com que a estrutura econômica se revolucione
incessantemente de dentro para fora, substituindo o antigo pelas novas combinações, é o que
Schumpeter (1961, p. 110) caracteriza como “destruição criadora”. Como objeto de
manutenção da máquina capitalista, toda empresa capitalista deve adaptar-se à busca por novas
combinações para sua sobrevivência.
As novas combinações promovedoras de inovações podem ser feitas por qualquer
pessoa, não somente por aquelas que controlam o processo produtivo ou comercial. Sendo que
é por meio do surgimento da criação de novas estruturas em uma economia de concorrência
que acontece a eliminação das combinações já difundidas. Assim, a ocorrência de rupturas,
desequilíbrios e descontinuidades são características do desenvolvimento capitalista, sendo a
inovação causa última das instabilidades econômicas. A tentativa das estruturas de
reorganização induzidas pela inovação causa instabilidades de forma cíclica (SCHUMPETER,
1982).
As novas combinações acontecem através do empresário, que se trata da pessoa que
tem a capacidade empreendedora. É ele que busca e inicia novos negócios, sua expertise é
essencial uma vez que é desprovido de dados para a tomada de decisão. Ao inovar o empresário
encontra barreiras, como a escassez de crédito e capital e a resistência da sociedade e de grupos
contrários a mudanças devido ao fator perturbador da inovação (CÁRIO; PEREIRA, 2002).
Para que o empresário consiga efetivar suas inovações necessita de acesso ao crédito e
ao capital, visto que as novas combinações dispendem gastos para contato com matérias-primas,
muitas vezes inexploradas. Souza (2005) expõe que o contato do empresário com o crédito
acontece pela existência do banqueiro, que é o intermediário da mercadoria e possui o poder de
compra, fecundando a proposta inovativa do empresário.
Desse modo, Cário e Pereira (2002) ressaltam que o crédito adquirido proporciona não
só poder de compra, como também o aproveitamento de um recurso que estaria ocioso em
atividades passivas de desenvolvimento. Mesmo que em um primeiro momento o empresário
seja também um devedor, com o lucro de suas inovações conseguirá pagar seu empréstimo e
promoverá progresso tecnológico. Assim sendo, o acesso ao capital possibilitará a produção
das novas combinações dos fatores de produção.
27
A medida em que as inovações vão se difundindo, o surgimento de empresários
imitadores das novas combinações é natural. É neste momento que a sociedade se desenvolve,
através dos ganhos tecnológicos, e a economia entra em trajetória de crescimento através da
produção tanto de empresários quanto de imitadores. Essa fase é denominada boom econômico,
o qual é resultado do aumento de investimento, do produto, da renda e do emprego através dos
avanços tecnológicos (ZIMERMANN; CÁRIO; RAUEN, 2009).
A disseminação das novas combinações faz com que a produção seja efetuada tanto por
empresários inovadores, quanto pelos imitadores. Assim, o mercado adapta-se à estas
novidades fazendo com que os preços relativos tenham queda e os lucros decresçam. Esse
cenário de excesso de investimento diante de uma tecnologia já disseminada leva ao
endividamento dos empresários fazendo com que o mercado entre em fase recessiva (CÁRIO;
PEREIRA, 2002).
No entanto, as políticas econômicas são conduzidas de modo a fazer com que as
expectativas dos agentes sejam positivas e os empresários sintam-se encorajados a procurar por
crédito, implementando novas combinações. Zimermann; Cário; Rauen (2009) apontam que
estas novas combinações serão responsáveis pela entrada em uma nova fase de recuperação
econômica.
2.1.1 Paradigma e trajetória tecnológica
Conforme a estrutura da economia capitalista vai se modificando as contribuições de J.
Schumpeter são atualizadas através de aprofundamentos teóricos do enfoque neo-
schumpeteriano, os quais abordam as transformações econômicas e institucionais, em
diferentes proporções, através das inovações tecnológicas. Estes observam as novas
combinações dos fatores econômicos como uma sucessão de ações interligadas capazes de
formar uma dinâmica de crescimento (POSSAS, 1989).
Essa dinâmica de crescimento inovativa acontece ser através de um padrão característico
da produção, que constitui a dinâmica industrial, ou como descreveu Dosi (1982), através de
um paradigma tecnológico, que possui técnicas específicas que foram geradas e disseminadas
endogenamente. Dessa forma, as crises são explicadas por falhas no paradigma vigente, fazendo
com que este seja substituído por um novo paradigma. Este comportamento resulta em um ciclo
sem fim de paradigma-crise-paradigma (SILVA, 2016).
Um paradigma tecnológico é específico de cada setor da economia, tendo em vista suas
particularidades na técnica e no uso da tecnologia, que se exprime por conhecimento (formal)
28
ou tácito e também é resultado das experiências inovadoras prévias do setor, e ainda possui
prescrições sobre qual direção tomar, e qual evitar (DOSI, 1982 apud SILVA, 2016).
A teoria technology push determina a direção em que as tecnologias irão seguir,
dependendo de uma cumulatividade das experiências tecnológicas mesmo que estas não sejam
as mais atuais, será a tecnologia em vigência que irá determinar os próximos passos da busca
inovativa em uma empresa (BINOTTO, 2000).
No interior de um paradigma tecnológico pode ser observada uma evolução das técnicas,
essa evolução é composta por um modo recorrente de cumprir com formulações e soluções de
problemas específicos. A direção a ser tomada pelo progresso técnico é denominada por Dosi
(1982 apud Possas, 1989) como trajetória tecnológica.
A existência de uma trajetória tecnológica em um paradigma é caracterizada por um
padrão de progresso através dos incrementos obtidos por trade-offs observados ao longo do
paradigma. Cada paradigma tecnológico possui características específicas de procedimentos e
tarefas, competências e heurísticas, da mesma maneira as tecnologias envolvidas na mudança
técnicas são aspectos particulares de cada paradigma. Sendo assim, cada paradigma definiria
seu progresso e sua trajetória para o avanço da técnica, através do aperfeiçoamento dos trade-
offs (SILVA, 2016).
A visão de trajetória tecnológica é eficiente ao analisar os aspectos endógenos que
ocorrem com a evolução das técnicas a partir de um olhar duplo no sentido tecnológico e
econômico. Através das características do progresso da técnica é possível examinar o caráter
cumulativo que este possui, desse modo, quanto mais conhecimento, habilidade e experiência
observa-se a técnica, mais próximo da fronteira tecnológica a técnica está (POSSAS, 1989).
2.1.2 Aprendizado e formas de conhecimento
De acordo com Zimermann; Cário e Rauen (2009) a principal fonte para as
concorrências das inovações é obtida pelo conhecimento, o qual se dá através de mecanismos
de aprendizado. No entanto, como o ambiente econômico é dinâmico e as inovações podem
acontecer inesperadamente, sendo assim preciso ter capacidade de perceber as mudanças e a
forma como ela se revela, preparando a empresa para o futuro. Essa capacidade pode ser
desenvolvida com a adoção de ambientes de inovação nas empresas (laboratórios de pesquisa
em desenvolvimento) interagindo com instituições de ensino devido ao processo de
aprendizagem depender de conhecimentos prévios para aplicação nas atividades que pretendem
ser elaboradas (BINOTTO, 2000).
29
Com a interação entre instituições de ensino e empresas o aprendizado pode ser
otimizado através da repetição e experimentação, possibilitando que trabalhos sejam feitos de
maneira mais rápida e de forma melhorada. A melhora na execução de uma função é resultado
da cumulatividade do aprendizado no uso da tecnologia. Mas não é somente na produção que o
aprendizado acontece, ao fim do seu processo produtivo e na interação com os mais diversos
agentes que fazendo parte da rede a cumulatividade do aprendizado ocorre (NELSON;
WINTER, 2006 apud BINOTTO, 2000).
Para que sejam desenvolvidos novos produtos em um ambiente de aprendizagem, indica
Binotto (2000), é preciso que existam dois aspectos principais: (i) conhecimento prévio das
tecnologias que estão sendo utilizadas; (ii) ter conhecimento do mercado onde a nova tecnologia
será lançada. Levando em consideração estes dois aspectos as chances de lançar a inovação e
dar errado são minimizadas.
O aprendizado que é desenvolvido em estruturas formais de P&D, como é o caso dos
ambientes de inovação, fazendo com que a busca inovativa seja constante no interior da
empresa, estabelecendo um padrão de aprendizado no interior da trajetória tecnológica,
conhecido como learning by search. Malerba (1992 apud BINOTTO, 2000) apresenta dois
conceitos de aprendizado incremental desenvolvido em estruturas formais (learning by doing e
learning by using). O learning by doing, ou aprender fazendo refere-se ao aprendizado devido
a um padrão internalizado na empresa que não surge somente através da P&D, mas também por
meio de uma rotina na produção de um produto ou na oferta de um serviço.
Após a finalização da produção o aprendizado ainda acontece, mas agora não mais no
interior da empresa, mas sim no mercado, é o chamado learning by using, ou aprender usando.
O aprendizado nesta fase, segundo Malerba (1992 apud BINOTTO, 2000), inicia-se com o fim
da produção e a ida do produto para o mercado, diante dos desdobramentos do uso do que foi
produzido. O mercado, por sua vez, sinaliza a necessidade de mudança no produto ou serviço
que foi ofertado. Esta etapa possui relevância pois mesmo com intensa pesquisa e
desenvolvimento na formulação de uma tecnologia, esta etapa não é capaz de prever todas as
possibilidades do incremento de nova combinação no mercado, sendo assim o uso prolongado
do produto oferece possibilidades de evolução através de feedbacks resultantes impedimentos
não observados e trade-offs não previstos na etapa de learning by doing.
Há ainda o aprendizado devido a interação entre quem fornece um produto e quem
consome, é o chamado learning by interacting. Do mesmo modo que a interação com diferentes
setores industriais pode resultar em aprendizado e inovação, a interação entre fornecedores e
30
consumidores pode resultar em aprendizado tanto para os primeiros, de modo que estes
absorvem com mais agilidade as modificações do mercado consumidor e, por ventura,
ocasionar uma modificação técnica, quando para os segundos, os quais se adaptam às inovações
propostas, podendo até modificar padrões de comportamento em uma sociedade. Binotto (2000)
realça que o aprendizado por interação acontece entre fornecedor e consumidor de maneira
qualitativa, e não quantitativa.
Existe também o aprendizado decorrente da absorção e incorporação de tecnologia,
denominado learning by learn. Uma empresa que adota esse modo de aprendizado está
investindo também em capital humano, pois a medida que há a busca por novos conceitos e
formas de tecnologia, há em paralelo o avanço do conhecimento tácito. Assim a organização
aprende aprendendo, como o conceito sugere, tendo em vista que este aprendizado acontece em
paralelo com a produção justamente porque acontecem esforços da própria empresa para isso
através de investimento em P&D, treinamento de pessoal e infraestrutura. Esse investimento
obtém retornos consistentes, onde o desenvolvimento de uma inovação ao ir para o mercado
pode permanecer em monopólio por mais tempo, é o chamado grau de apropriabilidade,
fazendo com que as taxas de lucro permaneçam mais elevadas, sustentando assim o
investimento prévio efetuado (BINOTTO, 2000).
2.1.3 Noção de busca, rotina e seleção
O sucesso de uma empresa é resultado de sua constante busca por inovações diante de
um ambiente altamente competitivo. Estas são característica da teoria evolucionária que
descreve um ambiente econômico e tecnológico dinâmico e não estático como na teoria
ortodoxa. No ambiente dinâmico, fazendo analogia com a seleção natural da biologia, as
empresas precisam desenvolver aptidões para sobreviverem no paradigma econômico
tecnológico vigente. Essas aptidões são as características técnicas podem ter uma relevância
econômica decisiva na busca de novas oportunidades. Possas (1989) caracteriza o processo de
busca inovativa em produtos/processos de produção por sua irreversibilidade, a dúvida diante
da trajetória vigente e a incerteza deste processo.
O processo de busca inovativa em uma empresa depende de fatores endógenos, como
grau de conhecimento científico e tecnológico, a cumulatividade das atividades desenvolvidas
anteriormente, a variação de produtos desenvolvidos e a capacidade administrativa,
organizacional e de pessoal. Fatores exógenos também influenciam a busca por inovações como
o ambiente econômico em que a empresa está inserida, o paradigma tecnológico atual, as fontes
31
responsáveis pela atualização das informações e a existência ou ausência de concorrentes no
mercado (NELSON; WINTER, 2006 apud MELO, 2008).
Conforme Nelson; Winter (2006 apud MELO, 2008), para que o processo de busca
aconteça é necessário que haja investimento para aprimorar os fatores endógenos e exógenos,
o que poucas organizações conseguem efetuar. No entanto, a ação da busca resulta em
vantagens competitivas diante de um ambiente econômico com constantes alterações devido à
concorrência.
A existência de uma busca frequente por inovações estabelece padrões, ou seja, constrói
rotinas de busca. A existência de um comportamento regular por novas combinações gera
aprendizado, estoque de conhecimento específico resultando em uma transformação na
memória da empresa. Dessa maneira, a rotina é feita através da busca pela aptidão às mudanças,
logo essa mudança possui caráter tácito que dificilmente são codificáveis. (BINOTTO, 2000;
MELO, 2008).
A prática de rotinas faz com que a especialização evolua juntamente com a evolução do
conhecimento gerado, assim habilidades são desenvolvidas nos indivíduos que adotam a rotina.
A rotina é mantida à medida que a especialização se torna cada vez mais aprimorada com
previsibilidade de eventuais perdas, caso a eficácia seja duvidosa uma modificação na rotina
pode acontecer. Melo (2008) ressalta que um elevado grau de especialização em poucos
colaboradores na rotina revela habilidades com elevada taciticidade, e o esforço para que esse
profissional seja retido é maior. Logo, se a aptidão de determinados indivíduos à rotina é maior
que em outros passa a existir um grau de hierarquia organizacional. Neste sentido, é através da
busca que pode ocorrer a adoção de processos de mudanças e alterações nas hierarquias de
rotinas.
A escolha da rotina mais adequada para cada empresa é feita de acordo com o
conhecimento interno existente, para que os indivíduos consigam efetuar esse padrão, sendo
avaliado também a eficácia que a rotina pode oferecer na solução de problemas. Essa busca
pela rotina mais adequada pode modificar a rotina existente, como também pode fazer parte do
processo de busca de modo a acompanhar as rotinas mais eficazes de acordo com o paradigma
tecnológico vigente (NELSON, 2006 apud MELO, 2008).
A evolução das rotinas existentes é resultado de um processo simultâneo e interativo
entre busca e seleção, assim as empresas evoluem selecionando as melhores rotinas de acordo
com os objetivos propiciando inovações também em processos, além de produtos, de maneira
cumulativa (NELSON; WINTER, 2006 apud MELO, 2008).
32
O conceito de seleção remete ao filtro de inovações que são imponentes no mercado
concorrencial. A modificação das tecnologias, características do paradigma, entram em
decadência quando o ambiente econômico não mais seleciona e as empresas começam a
direcionar seus investimentos para novas combinações decorrentes de uma nova busca. A
seleção do mercado leva às organizações, instituições e demais atores de um sistema de
inovação a elevarem sua eficiência seletiva (DOSI, 2006 apud MELO, 2008).
2.1.4 Regimes tecnológicos e padrões setoriais de inovação
Um dos conceitos elaborados por Nelson e Winter em 1977 é o de regime tecnológico
(technological regime, em inglês). Este conceito refere-se ao ambiente onde as inovações
surgem no interior de cada arranjo econômico, naturalmente estas novas combinações
acontecem nas mais variadas nuances quando comparados os arranjos evidenciando a
complexidade das estruturas institucionais envolvidas (NELSON; WINTER, 1982 apud
SILVA, 2016).
Sobre as características dentro de um regime tecnológico Malerba; Orsenigo (1995
apud SILVA, 2016) aponta particularidades de cada indústria que revela a abundância de
possibilidades inovativas mas também restrições para empresas entrantes no setor. Desse modo
surgem variedades de oportunidades de novas combinações, alta apropriabilidade das
novidades, um processo cumulativo dos avanços tecnológicos e cada vez mais a expansão dos
conhecimentos.
Desse modo, Breschi; Malerba; Orsenigo (2000 apud SILVA, 2016) define que as
oportunidades tecnológicas como a chance de o esforço da empresa nas atividades tecnológicas
resultarem em inovações de acordo com o padrão e a intensidade do progresso tecnológico.
Para que uma empresa alcance intensidade inovadora não basta ser intensiva em P&D, esta
empresa precisa dispender recursos em recursos na aquisição de novos produtos, processos e
consultoria.
As atividades tecnológicas exercidas por uma empresa hoje são resultados do estoque
de conhecimento e competências técnicas ao longo de sua trajetória tecnológica, ou seja, da
cumulatividade do seu progresso técnico. Essa característica dentro do regime tecnológico é
fundamental para que os esforços feitos hoje em uma empresa resultem em um fluxo de
inovações futuras, logo, empresas que não contém um histórico de esforços inovativos hoje
dificilmente irão inovar em um elevado grau no futuro devido à condição de cumulatividade
(SILVA, 2016).
33
Após desenvolver uma nova combinação a empresa capitalista em situação de
monopólio despende esforços para proteger por um maior período de tempo sua elevada taxa
de lucro, é a chamada apropriabilidade (LEVIN et al., 1988 apud SILVA, 2016). Buscando
proteger a inovação dos imitadores, as empresas elevam seus gastos em P&D para reduzir as
possibilidades de que tais avanços técnicos sejam replicados e deixem de ser uma novidade no
mercado.
Malerba, Orsenigo; Breschi, Malerba (1997 apud BINOTTO, 2000) evidenciam que
estes fatores são determinantes no padrão Schumpeteriano de inovação, cuja dinâmica divide-
se em dois padrões: Marco I (widening ou ampliador) e Marco II (deepening ou fortalecedor).
O Marco I é a chamada “destruição criadora”, neste momento há abundância de oportunidades,
para que a entrada no setor aconteça necessita de um grande esforço econômico, no entanto a
taxa de apropriabilidade e cumulatividade baixa. A instabilidade também é elevada, mas o
número de inovadores é grande. As características deste primeiro Marco são típicas de setores
tradicionais da economia, tal, como têxteis, confecções e calçados.
O Marco II aborda a cumulatividade da inovação, denominada ‘acumulação criativa”.
Aqui a apropriabilidade, cumulatividade e condições de oportunidade são elevadas, já o número
de inovadores é restrito assim como a taxa de entrada com estabilidade econômica. O padrão
observado no Marco II é característico das indústrias intensivas em tecnologia, como a química
e a farmacêutica (SCHUMPETER, 1942 apud BINOTTO, 2000).
A localização geográfica dos inovadores também é um fator que influencia os
determinantes do regime tecnológico. A medida em que estes tendem a se concentrar os atores
institucionais tendem a entrar em sinergia elevando níveis de oportunidades, apropriabilidade,
cumulatividade e canais de transmissão de conhecimento. Desse modo, as informações têm
grande penetrabilidade na concentração de agentes inovadores, logo o incentivo à novas
tecnologias se eleva, caminhando para a evolução tecnológica. Já em um cenário com dispersão
de inovadores quaisquer tipos de busca por inovações tornam-se mais custosas, resultando em
baixos os graus dos determinantes tecnológicos. (BRESCHI; MALERBA,1997 apud
BINOTTO, 2000).
Observando as características particulares de cada indústria Pavitt (1984) elaborou uma
classificação dos padrões setoriais de inovação, onde a trajetória tecnológica setorial de uma
firma pode ser categorizada de três tipos: (i) dominado por fornecedores; (ii) intensivo em
produção; e (iii) baseados em ciência.
34
Os setores dominados por fornecedores são característicos por apresentarem menores
vantagens tecnológicas, qualificação profissional, aparência estética, marca e propaganda
devido a sua capacitação em P&D são fracas. Exemplos são os setores tradicionais como
agricultura, construção civil, serviços financeiros e comercias. A contribuição tecnológica do
setor dominado por fornecedores normalmente é secundária em equipamentos e materiais
(MELO, 2008).
As firmas intensivas em produção abrangem duas categorias: (i) produtores de larga
escala; e (ii) fornecedores especializados. Aqui as firmas produzem grande parte de suas
tecnologias, e ainda reinvestem para aprimoramento das mesmas. Essa capacidade inovativa
muito se deve ao tamanho das firmas intensivas em produção, com diversificação tecnológica
vertical, para inovação no interior da própria indústria. As indústrias de bens duráveis, como
eletrônicos e automóveis são exemplos de produtores de larga escala. O que diferencia os
produtores de larga escala dos fornecedores especializados é que este último desenvolve não só
suas próprias tecnologias como também desenvolve para outros setores, possui diversificação
tecnológica pequena e a contribuição tecnológica mais significativa fica à cargo dos demais
setores, é o caso das indústrias mecânicas e de instrumentos para engenharia (MELO, 2008).
Por fim, Melo (2008) menciona que a indústria química, farmacêutica e eletroeletrônica
são alguns exemplos que caracterizam as firmas intensivas em ciência. A base da tecnologia é
desenvolvida por meio da P&D em parcerias com universidades ou laboratórios próprios. O
conhecimento aplicado no desenvolvimento destas firmas precisa acontecer previamente, com
ciência básica e formulações de ondas sucessivas de produtos.
2.1.5 Estratégias tecnológicas
Em meio a um ambiente econômico cada vez mais concorrências faz sentido estabelecer
estratégias tecnológicas para acompanhar o paradigma vigente, caracterizando assim a trajetória
tecnológica. Ao mesmo tempo o desenvolvimento e difusão de uma inovação é um desafio,
neste meio a firma encontra concorrência que pode desincentivar ou inibir a indústria. Desse
modo, é interessante que as firmas levem em consideração três pontos para a formulação de
suas estratégias tecnológicas: (i) assimetrias tecnológicas; (ii) variedade tecnológica; e (iii)
diversidade comportamental (DOSI, 1988 apud MELO, 2008).
Considerando as assimetrias tecnológicas a capacidade inovativa de uma firma abrange
os mais diferentes níveis de novas combinações, seja em produtos ou processos ao longo do
tempo.
35
A adoção de uma variedade tecnológica expande as capacidades de busca em uma
firma, levando em consideração a diferentes insumos diversificando as estruturas de custos
possibilitando novas combinações.
Devido à instabilidade dos agentes a diversidade comportamental em uma firma é uma
estratégia tecnológica considerável, seja em investimentos, em produtos, em setores, em rotinas
possibilitando redução de riscos quando um destes âmbitos entram em disrupção (POSSAS;
PONDÉ; FAGUNDES, 1997 apud MELO, 2008).
O aspecto concorrencial entre firmas faz com que estas estabeleçam estratégias
tecnológicas, de acordo com a trajetória, com as mudanças que acontecem no ambiente, na
maneira em que as firmas se comportam e lidam com o conhecimento, para que se mantenham
no mercado. A busca por inovações para a sobrevivência das firmas faz com que as empresas
adotem, em diferentes intensidades, estratégias dinâmicas, tecnológicas e competitiva. Tendo
isso em vista, Freeman (1974 apud MELO, 2008) aprofundou os impactos do progresso
tecnológico para as firmas, sendo estes indutores de modificações nas estruturas das firmas, das
industrias e do mercado.
As modificações estruturais a partir das estratégias são classificadas por Freeman (1974
apud MELO, 2008) em seis grupos, sendo eles: (i) ofensivas, (ii) defensivas, (iii) imitativas,
(iv) dependente, (v) tradicional e (vi) oportunista.
As empresas que são inovadoras ofensivas estão ligadas a setores dinâmicos, onde o
padrão tecnológico ainda não está definido por completo, e uma inovação pode gerar mudanças
paradigmáticas. Logo, uma inovação ofensiva no setor em que está inserido pode resultar em
vantagens significativas perante as concorrentes, para isso o investimento intenso em P&D, o
aperfeiçoamento ou o desenvolvimento de capacidades organizacionais contribuem para a
eficácia da inovação. Nesse aspecto a proteção das inovações, por meio de patentes são um
estímulo às inovações ofensivas, garantindo a atividade monopolística durante um determinado
tempo (FREEMAN, 1975 apud FERNANDES, 2008).
Devido à incerteza sobre uma possível mudança paradigmática decorrente do
investimento em busca inovativa, existem empresas que inovam de maneira defensiva. Desse
modo ela não imitam as ofensivas, elas, na verdade, não são ousadas a ponto de investir
elevados recursos no desenvolvimento de uma solução tecnológica que não há garantias de
lucros. Freeman (1975, apud FERNANDES, 2008) explica que a estratégia das empresas
defensivas é manter centros de pesquisa e desenvolvimento ativos para garantir a posição na
36
fronteira tecnológica, mas só levam a inovação ao mercado após a sinalização do mesmo que
aquela solução está de acordo com as expectativas da empresa.
A empresas que definem sua estratégia de modo imitativo deseja apenas seguir as
tendências aprovadas pelo mercado, sem despender gastos no desenvolvimento de inovações
que irão modificar o paradigma, mas reproduzir aquelas existentes. Para isso, a especialização
acontece na adaptação de produtos e a estratégia baseia-se em localização e proteção tarifária,
por exemplo (FREEMAN, 1974 apud MELO, 2008).
Empresas com estratégia dependente, indica Freeman (1974 apud MELO, 2008), são
aquelas que não se preocupam em desenvolver P&D, mas sim amarras institucionais com
empresas consolidadas no mercado, assumindo assim, muitas vezes, relações de subcontratação
para com estas. Inovações na estratégia dependente acontece somente se houver uma demanda
de clientes.
Há as empresas com estrutura estratégica tradicional, as quais não encontram razão para
investir em P&D ou implementar as mudanças tecnológicas em seus produtos, basta a garantia
mercadológica sem riscos. As firmas tradicionais até podem assumir capacidade imitativas para
praticar modificações incrementais em seu produto, no entanto possuem acesso mínimo a
tecnologia (FREEMAN, 1974 apud FERNANDES, 2008; FREEMAN, 1975 apud MELO,
2008).
Em empresas que adotam a estratégia oportunista inexiste políticas de pesquisa e
desenvolvimento, sua atuação consiste na observação de nichos não preenchidos por grandes e
médias empresas, muito semelhantes às empresas tradicionais. A vulnerabilidade de mercado
diante de uma possível modificação no paradigma tecnológico pode levar ao encerramento das
atividades. A inovação em empresas oportunistas acontece se estas identificam algum nicho de
mercado para atuação (FREEMAN, 1974 apud MELO, 2008).
As estratégias tecnológicas consistem em um fator fundamental para a dinâmica
concorrencial entre setores, fazendo com que, em diferentes intensidades, as empresas busquem
inovações para atuar em um mercado que é cada vez mais dinâmico.
2.2 ABORDAGENS TEÓRICAS DOS NEGÓCIOS INTERNACIONAIS
Os estudos sobre negócios internacionais devem-se ao importante trabalho de Hymer
nos anos de 1960, onde a partir de então o assunto começou a ter desenvoltura dentro das
Ciências da Administração. Com base neste destaque algumas teorias se consolidaram de
acordo com as particularidades observadas em cada empresa, como o tamanho, a maturidade e
37
a localização. O enfoque nestas teorias se divide em econômica e organizacional, de modo a
observar o papel do empreendedor nos negócios internacionais (HEMAIS; HILAL, 2004).
Quando se deseja fazer análises de tendências macroeconômicas nacionais e
internacionais a partir da observação de teorias de comércio, localização, balanço de
pagamentos e taxa de câmbio e a compatibilidade industrial no nível macroeconômico utiliza-
se o enfoque econômico da internacionalização de uma firma. A abordagem pode ser feita pela
teoria do poder de mercado, teoria do ciclo do produto, da internacionalização e com base no
paradigma eclético de Dunning, estas possuem relevância para a percepção da desenvoltura de
unidades produtivas posteriores a etapa de internacionalização, mas ignora aspectos pós
internacionalização. Essa perspectiva faz com que as informações precisam ser simétricas para
o homem econômico e espera-se que a escolha seja feita de modo racional (HEMAIS; HILAL,
2004).
Utilizando o enfoque organizacional observa-se o homem comportamental diante de
quatro modelos de abordagens: o modelo de internacionalização de Uppsala, o modelo de
networks, o modelo born global, e dos novos empreendimentos internacionais. O grande
diferencial destas perspectivas são os enfoques no processo de internacionalização (HEMAIS;
HILAL, 2004).
O Quadro 4 apresenta as principais perspectivas, econômica e organizacional, que
orientam os estudos sobre internacionalização de empresas.
Quadro 4 - Síntese das principais teorias comportamentais sobre internacionalização
Teoria Classificação Síntese
Modelo de Uppsala Comportamental Empresas se internacionalizam de forma gradual. Influência
da distância psíquica e networks na internacionalização.
I-Models Comportamental
Empresas se internacionalizam a partir de uma sequência de
estágios de aprendizagem, considerando a decisão de
internacionalizar como uma inovação.
Escola nórdica Comportamental Abordagem de network onde os próprios mercados devem
ser encarados como redes de empresas
Novos
Empreendimentos
Internacionais
Comportamental Empresas que se caracterizam por serem internacionais
desde o início.
Fonte: Elaborado com base em RÉGIS (2011) e ENGELMAN; FRACASSO (2013).
Apesar dos modelos econômicos e organizacionais ignorar a possibilidade de os
indivíduos fazerem escolhas estratégicas, ambos são relevantes para conhecer os
comportamentos das firmas internacionais de acordo com as características da mesma, tendo
em vista que processo de internacionalização é um fenômeno de grande complexidade. Assim
sendo, a utilização de mais de uma teoria, dentro da análise organizacional faz-se necessária
38
para tentar entender o movimento por internacionalização de uma firma (HEMAIS; HILAL,
2004).
2.2.1 Abordagens teóricas comportamentais
Neste estudo é dado enfoque aos aspectos organizacionais com base na evolução
comportamental sobre o processo de internacionalização, uma vez que permitem a observação
deste movimento em micro e pequenas empresas. A busca pelo internacional nas abordagens
teóricas comportamentais possui ligação direta com o conhecimento da firma e como a
percepção e a tomada de decisão influenciará na redução de riscos. Os enfoques do modelo
organizacional serão descritos por meio de cinco concepções de maior relevância na atual
bibliografia: Modelo de Uppsala, caracterizado por ter uma abordagem tradicional; e os
modelos classificados como contemporâneos: I-models, Modelo de Network, a perspectiva
Born Globals e os Novos Empreendimentos Internacionais (RÉGIS, 2011; ENGELMAN;
FRACASSO, 2013).
2.2.1.1 Modelo de Uppsala
O Modelo de Uppsala, dos pesquisadores suecos Johanson, Vahlne (1977) foi
desenvolvido em meados da década de 70 na Universidade de Uppsala a partir das observações
sobre o modo de internacionalização das firmas daquele país. O modelo que também conhecido
como Modelo de Processo de Internacionalização (IP), ou U-Model faz parte do grupo dos
modelos tradicionais de internacionalização. É a partir da Escola de Uppsala que os estudos
sobre internacionalização de empresas deixam de ser puramente econômicos e passam a ter um
olhar comportamental da organização (HEMAIS; HILAL, 2004).
A abordagem comportamental se baseia em explicar as etapas de um processo de
internacionalização seguindo dois padrões: a participação da empresa em um novo mercado
depende da cadeia constituída; e, a decisão de entrada em um novo mercado está diretamente
influenciada pela distância psíquica, ou seja, com características semelhantes ao mercado que
atualmente se trabalha (JOHANSON, VAHLNE, 1977 apud GALIMBERTI, 2009).
Dessa forma, naturalmente a lógica de internacionalização seguiria, grosso modo, o
seguinte padrão: as empresas primeiramente iriam explorar seus mercados domésticos; depois
lentamente começariam a exportar, podendo essa atividade inicial de exportação ser indireta,
via agentes intermediários; com o passar do tempo seriam estabelecidas subsidiárias de vendas;
39
por fim, o aumento do comprometimento com o mercado externo teria seu ápice com o
estabelecimento de unidades de produção no exterior (DIB, 2008). Haveria, porém, três
exceções ao processo de comprometimento crescente feito em pequenos passos tal como
preconizado pelo modelo: a) quando as firmas possuíssem muitos recursos, as consequências
do comprometimento seriam menores; b) quando as condições de mercado fossem estáveis e
homogêneas, o conhecimento de mercado relevante poderia ser adquirido de outras maneiras;
c) quando a firma possuísse experiência considerável em mercados com condições similares,
poderia generalizar sua experiência para outro mercado específico (JOHANSON; VAHLNE,
1990).
Conforme mostrados nos estudos de Fernandes (2013), o modelo de Internacionalização
de Uppsala apresentado aponta quatro estágios pelos quais a empresa vai passando no seu
processo de desenvolvimento, sendo eles:
i. Não há exportações regulares;
ii. Exportação por intermédio de representantes independentes;
iii. Estabelecimento de uma subsidiária no país de destino;
iv. Produção/fabricação no estrangeiro.
A fundamentação do modelo que foi construído diante da observação de empresas
suecas que começavam a atuação em mercados externos aos poucos, sem a especificidade de
grandes aportes na produção internacional em uma determinada sazonalidade. Essa maneira
incremental de internacionalização não é resultado de uma estratégia ótima, mas fruto da
observação das condições do setor diante de problemas e oportunidades (HEMAIS; HILAL,
2004).
Desse modo, o processo de internacionalização da Escola de Uppsala ocorre por meio
do acúmulo gradual de conhecimento sobre mercados estrangeiros. A entrada de maneira
cautelosa resulta no desenvolvimento da firma individual de maneira sequencial e incremental,
impulsionada pela expansão dos negócios, pela saturação da demanda doméstica interna e pelas
incertezas na entrada de uma nova economia. O processo de aprendizagem, diante dos novos
contratos com o mercado estrangeiro, é resultado da entrada gradativa em termos de estrutura
de recursos, competências e influências, somente com o passar do tempo há uma atuação mais
complexa, ou não. (JOHANSON E WIEDERSHEIM-PAUL, 1975; JOHANSON, VAHLNE,
1977 apud DAL-SOTO; ALVES; BULÉ, 2014; SALVADOR; PORTO; PESSOA, 2009).
O desenvolvimento do Modelo de Uppsala foi baseado em observações das
multinacionais nórdicas, sendo difundido inclusive para explicar a internacionalização de
40
variadas pequenas e médias empresas (PMEs) em todo o mundo. No entanto, a distância
psíquica, que é designada nos padrões do modelo, não teria um efeito preponderante levando
em conta setores produtivos como o de serviços. Carneiro; Hemais (2004 apud GALIMBERTI,
2009) analisaram alguns setores de serviços que não seguem os pressupostos do U-Model,
tendendo a seguir a distância psíquica, neste caso a empresa adota a estratégia de
internacionalização seguindo seus clientes, chamado client following.
O modelo de internacionalização utilizava explicitamente o conhecimento da firma
como variável explicativa, entretanto, conforme aponta Hemais; Hilal (2004), Johanson &
Vahlne publicaram em um artigo de 1990 que o relacionamento com variadas empresas do
mercado estrangeiro também contribui para a internacionalização, as chamadas industrial
network.
2.2.1.2 Modelos de internacionalização relacionados à inovação
Os Modelos de Internacionalização Relacionados à Inovação, difundidos como I-
models (CAVUSGIL,1984), adotam a ideia de as empresas buscarem o internacional como uma
estratégia de inovação. De acordo com Reid (1981 apud GALIMBERTI, 2009), um dos
cuidados desse modelo é diferenciar o tamanho da firma neste movimento ao mercado externo,
ao contrário do Modelo de Uppsala, das pequenas e médias empresas.
Os Innovation-Related Internationalization Models (I-Models), tal como descreve
Simin (2010 apud BERNAND, 2016), verificam que o processo de internacionalização é
resultado de uma sucessão de passos tal como o desenvolvimento de um novo produto ou
processo que é constantemente aperfeiçoado. Desse modo, a escolha pela internacionalização
da firma é afetada pelas modificações no seu ambiente externo, caracterizado pelo movimento
push (empurrar), levando a empresa a exportar. Ao se deparar com uma mudança no ambiente
interno o movimento pull (puxar) é o que leva a empresa a exportar.
Assim como o Modelo de Uppsala, o I-Models trabalha a internacionalização em
estágios como uma forma de herança na evolução da concepção dos modelos tradicionais. As
empresas em estágio inicial nascem sem o interesse em exportar, apenas no segundo estágio é
de pré-exportação com um mapeamento das oportunidades internacionais. Posteriormente
começam as experimentações das ações em um novo mercado, inicialmente levando em
consideração a distância psíquica, mas logo em seguida há o engajamento das exportações como
forma de contato com o exterior (ANDERSEN, 1993 apud GALIMBERTI, 2009).
41
Quadro 5 - Envolvimento Exportador por Estágios
Fonte: Adaptado de Cavusgil (1980 apud MACHADO; GARRIDO, 2017). On the internationalization process
of firms (p.275). European Research, 8(6), 273-281.
O Quadro 5 aborda o processo de internacionalização por estágios de acordo com a
capacidade inovativa da empresa, desse modo Cavusgil (1980 apud MACHADO; GARRIDO,
2010) descreve as características do envolvimento por estágios. Desse modo considera a razão
entre exportação e vendas para o mercado externo, o foco estratégico adotado, os mercados
galgados, o alcance do produto e a frequência dos embarques ao exterior.
Para a definição da sequência de estágios é considerada as particularidades da PMEs e
a cumulatividade do aprendizado. Para a definição do tempo de cada etapa o papel do tomador
de decisão é fundamental, é ele quem possui o conhecimento para identificar a maturação e as
expectativas que influenciam a busca pela internacionalização (BILKEY e TESAR, 1977;
CAVUSGIL, 1980; REID, 1981; CZINKOTA, 1982 apud ENGELMAN; FRACASSO, 2013).
É de acordo com o aprendizado dos gestores que a internacionalização acontece, por isso ela se
dá de forma lenta, em estágios, devido à aversão ao risco e a falta de conhecimento inicial na
entrada em um novo mercado (BILKEY & TESAR, 1977 apud MACHADO; GARRIDO,
2017).
Machado; Garrido (2017) apontam estudos que identificam a existência de PMEs que
nascem globais (Born Globals) em diversos países, incluindo os em desenvolvimento. Em
ESTÁGIOS NA
EXPORTAÇÃO
RAZÃO
EXPO/VENDA
FOCO
ESTRATÉGICOMERCADOS PRODUTO
EMBARQUES
AO
EXTERIOR
MERCADO DOMÉSTICO 0 Doméstico DomésticoLocal e
padronizadoNão há
PRÉ-EXPORTAÇÃO Próximo a zeroDoméstico e
oportunista
Doméstico e
próximos
Local e baixa
adaptação
Esporádicos,
baixa
regularidade
ENVOLVIMENTO
EXPERIMENTAL0 a 9%
Doméstico e
intencional
Doméstico e
próximos
Local e
adaptado
Mensais, média
regularidade
ENVOLVIMENTO ATIVO 10 e 39% Internacional Internacionais Internacional
Semanais,
diários, alta
regularidade
ENVOLVIMENTO
ABSOLUTO40% ou mais Global Global Global
Diários, alta
regularidade
42
muitas destas empresas o modelo de se internacionalizarem acontece de acordo com os estágios
apontados no I-Models, gradualmente, mas de modos mais acelerados.
2.2.1.3 Redes de relacionamento e o processo de internacionalização
A sucessão da Escola de Uppsala na teoria comportamental de internacionalização
acontece com a Escola Nórdica de Negócios Internacionais, aqui o modelo de
internacionalização apresentado em 1977 evolui com os argumentos feitos por Johanson &
Vahlne em seu artigo de 1990 onde, além de considerar o conhecimento como variável
determinante para o avanço internacional da firma, aponta o relacionamento em rede com atores
do mercado externo uma importante ponte dinâmica para alcançar mercados psiquicamente
distantes (HILAL; HEMAIS, 2003 apud ENGELMAN; FRACASSO, 2013).
O Modelo de Networks dá embasamento para as decisões diante do processo de
internacionalização determinado, direta ou indiretamente, pela cumulatividade de aprendizado
oriundo das relações em redes de negócios locais e expandindo para redes internacionais,
fazendo com que haja um maior conhecimento sobre os mercados externos que são de interesse
da firma (GALIMBERTI, 2009).
A interação de firmas diante de interesses comuns resulta em uma grande rede de
contatos além das fronteiras, os quais impulsionam a busca pelo internacional. O
relacionamento com outros atores estimula a interação que geram conhecimento, confiança e
comprometimento, resultando no desenvolvimento de networks em decorrência da interação
entre firmas (HEMAIS; HILAL, 2004).
O contato de pequenas e médias empresas com uma rede de relacionamentos faz com
que o conhecimento sobre mercados e clientes ocorra de maneira mais segura. Os novos
empreendimentos que buscam essas networks ampliam horizontes de atuação em economias
diferentes daquelas que estão habituados, proporcionando redução de riscos em contratos
internacionais e elevando a legitimidade do movimento pretendido (COVIELLO e MUNRO,
1997; JOHANSON e VAHLNE, 2003 apud ENGELMAN; FRACASSO, 2013).
Segundo Mattson & Johanson (2006 apud VALENTIM, 2018), o contato com clientes,
fornecedores, distribuidores e até mesmo os concorrentes eram fatores considerados pela área
de marketing industrial, durante o fim da década de 1970, para estratégias de distribuição,
produção e uso de bens e serviços. Isso fez com que nos anos seguintes as características das
estratégias em redes passassem a ser estudadas diante da ótica dos negócios, inclusive
internacionais. Turnbull, Ford & Cunningham (1996 apud VALENTIM, 2018) complementam
43
ainda que o ponto central das networks passou a ser as relações entre empresas, afim de
desenvolver o potencial de prospecção de recursos financeiros e tecnológicos para efetuar
negociações, pagamentos e oferta de bens e serviços.
O projeto IMP (Industrial Marketing and Purchasing Group) composto por um grupo
de pesquisadores predominantemente do Norte da Europa (FORD & HAKANSSON, 2009;
MEYER & GELBUDA, 2006 apud VALENTIM, 2018) passaram a abordar em seus estudos
os aspectos relacionais estabelecidos entre fornecedor e cliente. Observaram que as ações entre
estes dois atores não eram mais independentes, mas diretamente relacionado determinando
decisões de longo prazo. Desse modo, os pesquisadores passaram a levar em consideração os
agentes envolvidos nas transações e observar a relevância das redes no campo nos negócios
internacionais como uma temática (CHETTY & STANGL, 2010; JOHANSON & VAHLNE,
2011; JONES, COVIELLO & TANG, 2011 apud VALENTIM, 2018).
Para as PMEs o envolvimento com networks desempenha um importante papel no
estágio inicial da internacionalização (TANG, 2011 apud VALETIM, 2018). O contato com
empresas de ordem econômica, técnica, social, legal, das mais diferentes instituições permite
uma maior facilidade à recursos para a viabilidade do negócio e faz com que a rede evolua
diante do acesso a canais de distribuição e conhecimento em novos países. Esses fatores
também fazem com que a internacionalização seja mais conservadora, devido à redução de
riscos, e acelerada (COVIELLO & MUNRO, 1995, 1997 apud VALENTIM, 2018).
Os relacionamentos estabelecidos nas networks são definidos por Kotinen & Ojala
(2011, apud VALENTIM, 2018) como laços que beneficiam ambas as partes por um período
de tempo longo. Dessa forma, laços fortes são definidos por elos com confiança,
comprometimento e respeito, mas também tem o oposto, os laços fracos, onde o relacionamento
não é de confiança, é apenas superficial, como se fosse uma estratégia da empresa, como ponte,
para atingir seus objetivos individualmente.
Dentro dessa perspectiva estão as três possíveis abordagens de Halinen &Tornroos
(1998 apud VALENTIM) sobre as redes:
i. Onde a rede é descrita na perspectiva de um único agente;
ii. Onde a relação é feita entre dois agentes por longo prazo, como cliente e fornecedor, e;
iii. Onde as relações podem acontecer entre mais de dois agentes bem como relações com
agentes não comerciais.
De modo a representar essas abordagens a Figura 1 ilustra os três possíveis cenários:
44
Figura 1 - Abordagens de Redes segundo Helinen & Tornroos
Fonte: Adaptado de Halinen & Tornroos (1998, p. 192 apud VALENTIM, 2018).
Seja qual for a ligação em Rede da empresa que busca se internacionalizar o contato
em elos pode se dar de maneira centralizada (A), descentralizada (B), ou distribuída (C). Em
todos os três cenários as empresas podem escolher seus parceiros considerando aspectos de
coordenação, adaptação e controle dos ativos. Diante desses aspectos todas as partes têm
possibilidades de interagir e desenvolver capacidades de produção de novos conhecimentos
(VALENTIM, 2018).
Os integrantes que compõem a rede podem ser de áreas distintas, concorrentes e
cooperantes. O foco central dos estudos desenvolvidos pelo grupo IMP é o diferencial da
internacionalização em Rede que provoca trocas sociais que esse contato heterogêneo
possibilita agregando aprendizado nos mais diversos laços de interação e a manutenção durante
a caminhada das PME. (GUERCINI & RUNFOLA, 2011 apud VALENTIM, 2018).
A criação e a manutenção dos relacionamentos em prol da internacionalização resultam
em posicionamentos em redes. Segundo Chetty e Holm (2000 apud GALIMBERTI, 2009), para
atingir esses posicionamentos a firma tem três caminhos:
i. Extensão Internacional, a partir do posicionamento em novos países, galgando
posicionamento na rede doméstica daquele novo mercado;
ii. Penetração Internacional, aproveitando as redes já estabelecidas e aprofundando o
comprometimento com os recursos do mercado;
45
iii. Integração Internacional, coordenando suas posições de redes em diferentes países de
maneira integrada.
Essas três maneiras de atingir posicionamentos em redes, combinada com as
características da empresa e do mercado levam às quatro classificações elaboradas por Johanson
& Mattsson, (1988 apud VALENTIM, 2018) que definem o grau de internacionalização de uma
firma: Early Stater; Lonely International; Late Stater; International Among Others.
A empresa com grau de internacionalização classificado como Early Starter não possui
muitas relações estabelecidas em rede, ocasionando um desconhecimento sobre o mercado
interno. A forma com que se conecta em rede internacional é por meio de agentes em mercados
com cultura próxima ao qual está habituado fazendo com que o a ligação entre os agentes seja
incerta e dependa do desempenho da própria rede em prol dos interesses da empresa
(JOHANSON & MATTSSON, 1988 apud VALENTIM, 2018).
A classificação de internacionalização denominada Lonely International possui um grau
mais elevado que as Early Starter, isso se deve a atuação já existente no mercado internacional
e a facilidade de comunicação com diferentes culturas. As Lonely International visualizam as
redes como oportunidades estratégicas para a empresa em produtos e processos (JOHANSON
& MATTSSON, 1988 apud VALENTIM, 2018).
Late Starter são empresas que tem um baixo grau de internacionalização, mas uma
ampla quantidade de relacionamentos indiretos na rede. Mesmo com a expressividade em
relacionamentos a falta de conexão em rede faz com que a Late Starter tenha dificuldades em
conhecimento de mercado e evolução do posicionamento frente a network. A velocidade de
entrada no mercado internacional é o grande diferencial entre Late Starter e Early Starter
(JOHANSON & MATTSSON, 1988 apud VALENTIM, 2018).
Quando empresa e mercado estão com um grau elevado de internacionalização são
denominados International Among Others. Neste estágio o conhecimento de mercado é menos
requerido, mas a expressão internacional conectada em rede tem o potencial de causar
mudanças radicais em todo o sistema (JOHANSON & MATTSSON, 1988 apud VALENTIM,
2018).
2.2.1.4 Novos empreendimentos internacionais: a perspectiva born globals
Estudos empíricos feitos por pesquisadores nas áreas de Marketing Internacional e
Empreendedorismo durante a década de 1990 identificaram o surgimento de um novo tipo de
empresa onde a sua internacionalização acontece logo na fase inicial da empresa. O foco nesta
46
nova característica fez surgir duas correntes de estudo que evoluíram juntos: a perspectiva Born
Global e a de Empreendimentos Internacionais. Posteriormente essas perspectivas se juntaram
e as empresas Born Global passaram a ser considerada um cenário específico dentro dos novos
empreendimentos internacionais (JONES, COVIELLO & TANG, 2011 apud VALENTIM,
2018).
Valentim (2018) menciona que a adoção de estratégias internacionais com produtos
personalizados para determinados mercados havia sido previsto por Levitt em 1984. Já
Kuivalainen, Sundqvist & Servais (2007 apud VALENTIM, 2018) mencionam que as
características da empresa descrita por Levitt apresenta aspectos semelhantes às que já nascem
voltadas para o exterior sendo conhecidas pelos nomes de: born global, global start-ups e
international new ventures.
A venda em variados países caracteriza a busca por vantagens competitivas nas
organizações denominadas born global, global start-ups e international new ventures
(KNIGHT & CAVUSGIL, 2005 apud VALENTIM, 2018). Mas há ainda outros autores que
mencionam denominações distintas para organizações que nascem e logo se internacionalizam,
coforme aborda o Quadro 6, onde são apresentados os principais conceitos que mencionam a
internacionalização de empresas com pouco tempo de fundação.
O estudo de Jolly et al. (1992 apud VALENTIM, 2018) investigou empresas de alta
tecnologia e às classificou como high technology start ups. Para eles a percepção global do
fundador, a tecnologia implementada no produto, a repercussão positiva dos produtos junto a
marcas líderes, uma rede de contatos estabelecidas, a seleção de entrada em mercados
específicos, o rastreamento dos produtos e o estabelecimento de uma rede global organizada
são características específicas dessas empresas que penetram no mercado externo logo que são
produzidos (BERCHIN et al., 2017; VALENTIM, 2018).
O termo Born Global (GB) foi utilizado pela primeira vez nas investigações de Rennie
(1993 apud BERCHIN et al., 2017) diante de 310 exportadores australianos que resultaram em
duas classificações, as exportadoras tradicionais e as Born Globals que exportam normalmente
75% de suas vendas e às iniciam nos primeiros 2 anos de atividade da empresa. O rápido
crescimento deste tipo de empresa pode ser explicado pelos avanços tecnológicos que reduzem
os custos e melhora a qualidade da produção, pela expansão dos mercados, facilidade nos meios
de comunicação, e pela vantagem competitiva gerada pelo encurtamento do ciclo de vida dos
produtos (VALENTIM, 2018).
47
As empresas que nascem globais procurando obter vantagens competitivas através dos
recursos e das vendas por vários países são denominados por Oviatt et al. (1994 apud BERCHIN
et al., 2017) de International New Ventures. As vantagens competitivas são enumeradas por
Oviatt & McDougall (1994 apud VALENTIM, 2018) em quatro pontos:
i. Internalização de operações;
ii. Estrutura de governança híbrida proporcionando maior controle interno e externo sobre
os recursos;
iii. Vantagem de localização através da obtenção de recursos no estrangeiro; e,
iv. Vantagens de recursos únicos, valiosos, inimitáveis e raros dando sustentação ao
negócio.
Oviatt & McDougall (1994 apud VALENTIM, 2018) fizeram ainda uma classificação
das International New Ventures diante da proporção das atividades da cadeia de valor em outros
países (escala, percentual de vendas, escopo e número de países), o que resultou em quatro
tipos. Export/ Import Start-up é a classificação dada às empresas que possuem poucas operações
da cadeia em poucos países. Já as Multinational Trader são organizações com muitas das
atividades são feitas em poucos países, quando poucas atividades da cadeia são realizadas em
muitos países a classificação é de Geographically focused start-up. Por fim, quando a
organização possui muitas das atividades da cadeia sendo executadas em muitos países a
denominação é de Global Start-up.
Diante do aprofundamento das pesquisas e das mudanças globais da sociedade autores
como Madsen (2013 apud VALENTIM, 2018) faz distinções entre a tipologia de born global
estabelecida por Oviatt & McDougall (1994 apud VALENTIM, 2018), onde mais um fator de
diferenciação se dá diante da extensão das vendas e de contratação de outras empresas para
executar a operação no mercado interno e externo.
Estão definidas como Born-again global as empresas que nascem com a atuação no
mercado interno, mas que abruptamente e de maneira acelerada se internacionalizam conforme
definido por Bell, McNaughton & Young (2001 apud VALENTIM, 2018).
Já Choquete et al. (2017 apud VALENTIM, 2018) descreve a Born Global diante da
intensidade de exportação a partir da data de fundação entre aquelas que não exportam (Stay
Locals), que decidem exportar com certa maturidade de carreira (Late Exporters), empresas que
começam a exportar um pouco após sua fundação, mas não de imediato (Born Exporters) e
aquelas que nascem exportando (Born Global). O Quadro 6 expõe de maneira sistemática os
conceitos diante das empresas que internacionalizam logo que existem.
48
Quadro 6 - Principais conceituações para empresas que se internacionalizam com pouco tempo de existência.
Fonte: Gabrielsson, et al. (2008, p. 387) e Coquete et al. (2017) apud Valentim (2018). Nota:* No estudo de
McDougall, Shane & Oviatt (2000), a média é de até 8 anos.
A mudança de comportamento das empresas nascentes voltadas para o internacional
logo nos primeiros ciclos de vida pode ser explicada pelas mudanças na integração global
influenciadas pelos avanços da tecnologia. Esses avanços motivam a evolução de novos
produtos e processos voltados para diferentes contextos ocasionando um processo de
internacionalização mais acelerado que o observado no contexto anterior (KNIGHT &
LIESCH, 2016 apud VALENTIM, 2018).
As born globals são empresas que fornecem soluções tecnológicas e estratégicas,
atuando em nichos específicos de mercado a nível global. Essa especificidade resulta em
Autor
Exportação versus
crescimento
internacional / idade
(média)
Levitt (1984) Não informa.
U$ 140 milhões - 7 anos
U$ 90 milhões – 5 anos
U$ 705 milhões - 3 anos
Rennie
(1993);
Madsen
(2013)
Choquete et
al. (2017).
Oviatt e
McDougall
(1994)
Não informam.
Bell,
McNaughton
e Young
(2001)
> 20%
Não há vendas no exterior
>25%
< 25%
Choquete et
al. (2017) < 25%
> 25%, até 3 anos
> 70% após 14 anos
Madsen
(2013)
Empresas que internacionalizam de forma acelerada,
não terceirizam suas operações no exterior e
comercializam no mercado internacional
Empresas que internacionalizam de forma acelerada,
terceirizam suas operações e comercializam no
mercado internacional
Até 3 anos
Desde sua fundação buscam a internacionalização. Born Exporter
High Technology
Start Ups
Hedghog
Denominação Visão
Compete internacionalmente. Enxerga o mundo
como poucos mercados padronizados. Opera com
produtos acabados.
Born Exporter
São pequenas empresas que têm baixa escala de
produção e precisa entrar no mercado exterior para
garantir mercado consumidor. Atua em mercado
homogêneos com mínima adaptação do mix.
Até 3 anos
Born
International
Sourcer
Born-again global
International New
Ventures
Desde sua fundação buscam a internacionalização.
Não seguem um padrão incremental de
internacionalização e recaem em estruturas hibridas
de governança.
Empresas estabelecidas no mercado doméstico e
inesperadamente internacionalizam suas operações
de forma acelerada.
Empresas que internacionalizam de forma acelerada
mas não vendem para o exterior apenas terceirizam
suas operações no exterior .
Born
International
Seller
Born European
Firm
2 anos
Não informam*
Mais de 10 anos
Born Global
Enxerga o mercado internacional como oportunidade
de ganhar vantagem competitiva. Atua no mercado
internacional antes de consolidar mercado doméstico.
Atua em mercados heterogêneos com foco em
nichos e grande capacidade para adaptar o mix.
Inicio da
Internacionaização
Não informa.
Jolly et al.
(1992); 3 - 7 anos
49
produtos com alto valor agregado em um mercado dinâmico, onde as soluções emergem
rapidamente e o mercado absorve rapidamente também gerando oportunidades, mas também
muitos desafios concorrenciais (BERCHIN et al., 2017).
2.3 MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA
As empresas de base tecnológica (EBTs) são caracterizadas por seu pequeno e médio
porte em setores intensivos em tecnologia. Suas operações são focadas no desenvolvimento de
novos produtos e processos aplicando constantemente conhecimentos científicos e tecnológicos
(PINHO, 2005 apud RIBEIRO; OLIVEIRA JR; BORINI, 2012).
De acordo Netto (2006) não há uma definição para Pequenas Empresas de Base
Tecnilógica (PEBTs). Durante seu livro adota a definição proposta pela Office of Technology
Assessment (OTA), feito pelo congresso norte americano para empresas de alta tecnologia em
combinação com a definição do SEBRAE para micro e pequenas empresas (Apud MACHADO
et al. 2001). Diante dessa interpretação Netto (2006) indica que dentre as características, que
PEBTs podem ser industrias, com menos de 100 funcionários, ou empresas ofertantes de
serviços, possuindo menos de 50 funcionários.
O esforço tecnológico nas EBTs pequenas e médias, principalmente em países em
desenvolvimento, não se dão somente pela internalização da pesquisa e do desenvolvimento
(P&D), a conexão com universidades e institutos de pesquisa propiciam o constante
aperfeiçoamento das soluções e o desenvolvimento de novas (PINHO, 2005 apud RIBEIRO;
OLIVEIRA JR; BORINI, 2012).
O principal fator de competição das PEBTs são as constantes novidades em produtos e
serviços, caracterizando a estratégia inovativa destes tipos específicos de empresas
(ABERNATHY; UTTERBACK, 1978 apud NETTO, 2006). O desenvolvimento de
tecnologias em etapas não tão avançadas ocasionam incertezas quanto a trajetória tecnológica,
mas ao mesmo tempo possibilidades de grande potencial expansivo global, ou seja, riscos mais
elevados (MACHADO et al., 2001 apud NETTO, 2006)
Segundo Toledo et al. (2008 apud FERNANDES, 2008; SEBRAE/IPT, 2001;
MACULAN, 2003), as principais características de EBTs brasileiras são as operações em
pequena escala, o comprometimento com o projeto, e o desenvolvimento de produtos com
tecnologias avançadas vendidas como bens intermediário (bens de capitais e sistemas
industriais), atuam também em mercados reduzidos e particulares, os chamados nichos de
mercado.
50
Um dos diferenciais para que a dinâmica inovativa ocorra nas EBTs é a sua elevada
qualificação dos profissionais que compõem a empresa. Esse tipo de empresa constantemente
apresenta cientistas, técnicos e pesquisadores como componentes da empresa, algo que pode
explicar o porquê das empresas tradicionais do mesmo porte não apresentarem a adoção de
inovações tecnológicas sistêmicas (FONSECA; KRUGLIANSKAS, 2002 apud TOLEDO et
al., 2008).
Mesmo tendo um quadro de colaboradores com conhecimentos técnico científicos, as
EBTs passam por dificuldades de financiamento, gestão e recursos humanos para concretizar
as constantes buscas inovativas, refletindo na gestão dos projetos de desenvolvimento de novos
produtos e processos (MACULAN, 2003 apud TOLEDO et al., 2008).
Segundo a ANPROTEC; SEBRAE (2002), as EBTs se caracterizam por produzir
soluções inovadoras que resultam a utilização incremental e intensiva de conhecimentos
científicos e tecnológicos. Os empreendimentos de base tecnológica possuem relevante papel
socioeconômico diante da combinação dos recursos em parceria com demais atores locais,
oferecendo dinâmica ao sistema de inovação regional.
51
3 CARACTERÍSTICAS DAS INCUBADORAS DE EMPRESAS
Este capítulo busca contextualizar e conceituar as incubadoras por meio da apresentação
das tipologias e dos processos existentes. Para isso o capítulo está organizado da seguinte
forma: no primeiro recupera-se o histórico sobre incubadoras; no segundo momento apresenta-
se a definição de incubadora; em terceiro momento expõem-se os tipos de incubadoras e como
atuam; por último, explica-se como se dá o processo de incubação.
3.1 CONTEXTO HISTÓRICO: UMA SÍNTESE
No fim da década de 1930 tem-se relatos que a Universidade de Stanford na Califórnia
forneceu suporte para dois alunos recém graduados, David Packard e William R. Hewlett,
aprimorarem seus projetos de base tecnológica. O auxilio deu-se por meio de bolsas e acesso
aos laboratórios de radiocomunicações da própria universidade, aspectos muito semelhantes do
que hoje é considerado uma incubadora de empresas. A empresa a qual a Universidade ofereceu
condições para se desenvolver existe até hoje e atua pelo nome de Hewlett Packard. A HP é
conhecida mundialmente comercializando software e hardware (SILIPRANDI; SCHÜTZ;
RODRIGUES, 2006 apud AZEVEDO; CASTILLO; TEIXEIRA, 2018).
Na década de 1950, Mian; Lamine; Fayolle (2016 apud AZEVEDO; TEIXEIRA, 2018)
apontam o surgimento de duas iniciativas que são percursoras da dinâmica de incubadoras no
mundo: a criação do Parque Tecnológico (Stanford Research Park), em 1951, com o objetivo
de promover a interação universitária com as empresas de modo a estimular a criação de novas
empresas intensivas em tecnologia, com foco no setor eletrônico (SILIPRANDI; SCHÜTZ;
RODRIGUES, 2006); e, o Centro Industrial de Batávia, em Nova York, em 1959.
De acordo com o breve histórico das incubadoras de empresas feito por Silvia e Veloso
(2013), foi no ano de 1959 que Joseph Mancuso reaproveitou um espaço de uma fábrica que
faliu, a Massey Ferguson, revitalizando e destinando a empresas nascentes. Foi por meio da
compra do espaço de aproximadamente 80 mil metros quadrados que Mancuso disponibilizou
aos novos empreendimentos possibilidades de se desenvolverem compartilhando os serviços
que tinham acesso no local, reduzindo os custos individuais: secretaria, contabilidade, vendas
e marketing, por exemplo (AZEVEDO; CASTILLO; TEIXEIRA, 2018).
Em 1970, ainda nos Estado Unidos, houve a criação do Programa de Centros de
Inovação da Fundação Nacional da Ciência, fazendo com que as incubadoras de difundissem
52
ainda mais através do estímulo institucional de avaliar as práticas de comercialização das
invenções tecnológicas (HACKETT; DILTS, 2004 apud AZEVEDO; TEIXEIRA, 2018).
Ainda na década de 1970, as primeiras incubadoras expandem para a região do Vale do
Silício (EUA), com foco no incentivo ao empreendedorismo universitário de recém-graduados,
possibilitando que desenvolvam suas tecnologias de maneira guiada. Os espaços do Vale do
Silício ofereciam acesso a parcerias, infraestruturas, assessorias administrativas, tecnológicas,
gerenciais e jurídicas (SILVA; VELOSO, 2013).
Exemplos de incentivos para a criação de incubadoras nos EUA são: a Lei Bayh-Dole,
de 1980, onde sua aprovação fez com que diminuísse as incertezas da comercialização de
pesquisas financiadas pelo governo; a proteção dos direitos de propriedade intelectual, através
do sistema jurídico e; a comercialização de investigações feitas no âmbito da biomedicina,
aproveitando o lucro desta área. Estes incentivos fizeram com que aumentasse a atividade de
incubação nos anos 80 em decorrência do interesse da própria população pelos processos que
ali ocorrem (AERNOUDT, 2004 apud AZEVEDO; TEIXEIRA, 2018).
No âmbito europeu, o registro de Aernoudt (2004 apud AZEVEDO; TEIXEIRA, 2018)
aponta que o primeiro registro de uma incubadora foi no Reino Unido, em 1975, quando, no
setor de aço, formou-se uma empresa secundária para gerar novos empregos. Com o passar do
tempo a incubação de empresas se tornou mais diversificada e tornou-se um instrumento de
elevação de competitividade regional, incentivando o empreendedorismo tecnológico. Já na
década de 1990, havia uma tendência de introduzir incubadoras de base tecnológica nos mais
diversos setores da indústria voltadas para biotecnologia, tecnologia da informação, tecnologia
ambiental, por exemplo.
Os primeiros movimentos feitos para implantação das incubadoras brasileiras começam
a surgir na década de 1980 através da iniciativa do então presidente do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Lynaldo Cavalcanti, de criar as cinco
primeiras fundações tecnológicas do Brasil através do Programa de Tecnologia e Inovação,
estimulando a interação entre universidade-empresa (SILIPRANDI; SCHÜTZ; RODRIGUES,
2006). Essas fundações eram instituições que tinham o intuito de apoiar empreendimentos
inovadores nas cidades de Campina Grande/PB, em Manaus/AM, em São Carlos/SP, em Porto
Alegre/RS, em Santa Catarina/SC. Logo em seguida, em dezembro de 1984, começa a
funcionar a primeira incubadora de empresas no Brasil através da implantação da Fundação
Parque de Alta Tecnologia de São Carlos (ParqTec), com quatro empresas instaladas, sendo
considerada a mais antiga da América Latina.
53
A consolidação das incubadoras acontece somente em 1987, com o “Seminário
Internacional de Parques Tecnológicos”, realizado no Rio de Janeiro, sendo uma forma de
incentivo das Instituições para atividades e produções tecnológicas (SILVA; VELOSO, 2013).
Este movimento marcou a criação da ANPROTEC, que hoje é o órgão representante das
incubadoras no Brasil, bem como os demais empreendimentos que geram inovação a partir do
processo de incubação em todo o território nacional (ANPROTEC 2016 apud AZEVEDO;
TEIXEIRA, 2018).
O surgimento das incubadoras após o regime militar é resultado da busca que as políticas
brasileiras de desenvolvimento socioeconômico visavam para uma renovação da sociedade
civil na década de 1980. A aplicação do projeto foi feita de maneira descentralizada,
possibilitando flexibilidade na aplicação do conceito de incubadora. Essa aplicação promoveu
um desenvolvimento menos penoso, aproveitando o conhecimento gerado nas instituições de
ensino, da indústria e do governo (ETZKOWITZ; MELLO; ALMEIDA, 2005 apud
AZEVEDO; TEIXEIRA, 2018).
De modo a incentivar a transferência de conhecimento e tecnologia de universidades e
institutos de pesquisa para as empresas o CNPq instalou Núcleos de Inovação Tecnológica
(NITs) no ano de 1981 (MEDEIROS; STAL; SOUZA, 1987 apud STAL; ANDREASSI;
FUJINO, 2016). A existência do NIT tornou-se obrigatória nas universidades federais a partir
de 2004, ano que entrou em vigor a Lei da Inovação, regimentando a estrutura legal para
patentes e transferência de resultados de pesquisa entre universidade e empresa.
As primeiras incubadoras foram instaladas em universidades públicas e posteriormente
em privadas entre os anos 80, tomando força nos anos 90. Segundo Dornelas (2002), até o início
da década de 90 existiam apenas 7 incubadoras no Brasil, já em 1995 o número de incubadoras
no país subiu para 27, de acordo com números divulgados pela ANPROTEC (2000 apud
DORNELAS, 2002).
No ano de 2000, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) criou o Programa
Nacional de Apoio às Incubadoras de Empresas e aos Parques Científicos (PNI) afim de unir
esforços institucionais e fomentado o surgimento e a consolidação de incubadoras de empresas,
incentivando a geração e consolidação de micro e pequenas empresas inovadoras e incentivar
o desenvolvimento econômico no Brasil (MCT, 2000 apud WITTHINRICH, 2018).
Em 2005 houve a criação do Programa de Subvenção Econômica, cujo objetivo é
fornecer um fundo não reembolsável às empresas, impulsionando a inovação nas universidades
54
deixando claro os desafios do empreendedorismo desde a formação superior (STAL;
ANDREASSI; FUJINO, 2016).
Em 2016 foi estabelecido o novo marco legal da Ciência, Tecnologia e Inovação
(CT&I), com o intuito de favorecer a pesquisa, desenvolvimento e inovação nas universidades,
instituições públicas e nas empresas, que manteve inalterado estes conceitos e benefícios
(BRASIL, 2016 apud AZEVEDO; TEIXEIRA, 2018).
O incentivo ao empreendedorismo nas universidades através da inserção de incubadoras
faz com que surjam spin-offs com potencialidades diante da falta de recursos e da incerteza que
envolve o mercado tecnológico, desenvolvendo empresas com conhecimento de mercado e
habilidades empresariais (STAL; ANDREASSI; FUJINO, 2016; AZEVEDO; TEIXEIRA,
2018).
4.2 INCUBADORAS DE EMPRESAS: CONCEITOS E TIPOLOGIAS
Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2019)
uma incubadora se configura como um ambiente que abriga empresas nascentes em um espaço
especialmente planejado para a interação e inovação, para isso as incubadas têm acesso a
serviços e consultorias especializadas para a realização dos projetos e o desenvolvimento
econômico e social.
De acordo com a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos
Inovadores (ANPROTEC, 2018), uma incubadora de empresas tem o intuito de apoiar
iniciativas empreendedoras no desenvolvimento de ideias através da oferta de estrutura e
orientação administrativa, criando bases para a formação de empresas sólidas gerencialmente e
competitivas.
Para Audy e Piqué (2016), dentro de um ambiente de inovação as incubadoras estão
classificadas como mecanismos de geração de empreendimentos, conforme imagem a seguir.
55
Figura 2 - Ambientes de inovação
Fonte: Audy e Piqué (2016).
Esses ambientes de inovação podem ser classificados também como habitats de
inovação cuja constituição conta com espaços de aprendizagem coletiva, troca de
conhecimentos, interação entre as empresas, as instituições de pesquisa e os agentes
governamentais. Este misto de interações resulta na realização de pesquisas que podem ser
aproveitadas pelo setor produtivos, cooperando para o desenvolvimento em diferentes níveis
econômicos (CORREIA; GOMES, 2010).
A literatura atual possui uma vasta definição sobre os tipos de incubadoras, refletindo
em políticas nacionais específicas para as culturas locais. Desse modo, a United Kingdon
Business Incubation (UKBI, 2016 apud AZEVEDO; TEIXEIRA, 2018) a incubação de
empresas configura um arranjo de processos de desenvolvimento de negócios, infraestrutura e
pessoas de forma flexível e única, elaborado para fortalecer o crescimento das novas e pequenas
empresas.
Para a European Comission (EC, 2002 apud AZEVEDO; TEIXEIRA, 2018) as
incubadoras sistematizam e potencializam a criação de empresas oportunizando apoio de
maneira integrada e abrangente bem como um fluxo contínuo de novos negócios que refletem
na geração de empregos acima da média e geração de riqueza.
A associação estadunidense de apoio às incubadoras de empresa, National Business
Incubation Association (NBIA) ressalta que o quesito mais importante é o processo de
incubação aplicado, assim o objetivo de fortalecimento das empresas que terminam o período
56
de incubação alcance em sua plenitude a viabilidade financeira e independência. As empresas
que já passaram pelo processo de incubação e possuem viabilidade econômica recebem a
classificação de “graduadas”, caracterizadas por possuírem capacidade de geração de emprego,
renda, tecnologia e resultando no fortalecimento da economia local e nacional (NBIA, 2016
apud AZEVEDO; TEIXEIRA; TEIXEIRA, 2017).
Dornellas (2002) menciona que as incubadoras de empresas podem ser mantidas por
entidades governamentais, universidades, grupos comunitários, associações, entre outros,
configurando um mecanismo de aceleração do desenvolvimento dos negócios ali incubados por
meio de um regime de negócios, serviços de infraestrutura, suporte técnico compartilhado com
as demais empresas participantes incluindo orientações práticas e profissionais. Toda essa
estrutura é fornecida para que as graduandas sejam empresas de sucesso, para que mesmo após
o processo de incubação, que dura em média de dois a quatro anos, continuem em constante
aperfeiçoamento, fazendo com que sejam viáveis e competitivas.
As incubadoras de empresas têm obtido relevância ao longo dos anos como mecanismo
de desenvolvimento econômico e tecnológico por meio do fomento de atividades
empreendedoras e disponibilizando condições de crescimento para empresas recém-criadas.
Através de um ambiente estimulante, abrigam micro e pequenas empresas, com destaque para
as de base tecnológica. Estes ambientes se caracterizam por ofertarem um aparato de
infraestrutura com serviços de apoio administrativo, expertise de mercado, de tecnologias e das
questões legais que regem o setor, combinados com acesso a fontes de financiamento de modo
a criar condições que impulsionem as empresas incubadas (LESÁKOVA, 2012 apud
AZEVEDO; TEIXEIRA, 2018).
Para que os objetivos das incubadoras sejam alcançados é fundamental ter um bom
processo de seleção dos empreendimentos através da aplicação de diversos critérios, entre eles:
características do produto ou serviço; viabilidade técnica e econômica do projeto, o retorno
financeiro, o perfil dos empreendedores, habilidade da equipe, a base tecnológica da empresa,
o potencial de escalonar, oportunidade de interação entre universidade-empresa para promoção
de pesquisa e desenvolvimento (P&D), bem como o número de empregos gerados (LUMPKIN
e IRELAND, 1988; ANPROTEC, 2003 apud ENGELMAN; FRACASSO, 2013).
De acordo com o MCT (2000 apud WITTHINRICH, 2018) as incubadoras de empresas
podem ser classificadas de três diferentes maneiras:
57
i. Incubadora de Empresas de Base Tecnológica: abriga empresas que geram produtos,
processos ou serviços derivados de pesquisa aplicada, onde a tecnologia geral alto valor
agregado;
ii. Incubadora de Empresas Tradicionais: abriga empresas ligadas a setores tradicionais da
economia que não possuem a implementação intensiva de tecnologia que geram suas
fontes de receita;
iii. Incubadora de Empresas Mista: abriga tanto empresas com alto teor tecnológico quanto
empresas tradicionais.
Em destaque estão as incubadoras de base tecnológica diante da concentração de capital
estar centrada no conhecimento, diferente das incubadoras tradicionais que concentram o
capital em instalações, infraestrutura, maquinários, entre outros (ZIMERMANN; CÁRIO;
RAUEN, 2009).
Tendo começado com o desenvolvimento de projetos oriundos de centros de pesquisa,
as incubadoras estavam voltadas apenas para especificamente para setores direcionados ao
conhecimento científico-tecnológico, universitários ou não. Diante deste fato receberam a
denominação de incubadoras de base tecnológica ou incubadoras tecnológicas, abrigando
iniciavas empreendedoras com alto valor agregado resultante da tecnologia desenvolvida ou
utilizada nos produtos, processos ou serviços. Por conseguinte, as incubadoras de base
tecnológica geralmente estão localizadas próximo a grupos de pesquisa resultando em
inovações pertinentes de propriedade intelectual (FILIO; DOLABELA, 2000; DORNELAS,
2002; BAÊTA; BORGES; TREMBLAY, 2007; ANPROTEC-MCTI, 2012 apud AZEVEDO;
TEIXEIRA, 2018).
Existem também as incubadoras públicas, que oferecem serviços abrangendo desde o
fornecimento de espaço, instalações, infraestruturas, e conhecimento para o desenvolvimento
de planos de negócios e a gestão dos mesmos. O objetivo dessas ofertas é a redução de custos
para as empresas incubadas, onde estas pagam taxas, ajudando a manter a saúde econômica da
incubadora (GRIMALDI; GRANDI, 2005 apud AZEVEDO; TEIXEIRA, 2018).
No âmbito das incubadoras universitárias, a grande possibilidade é a de ligação com
tecnologia, capital e know-how para promover as iniciativas empreendedoras e impulsionar a
comercialização da tecnologia desenvolvida, contribuindo assim para que novos
empreendimentos baseados em conhecimento procurem incubadoras deste âmbito
(GRIMALDI; GRANDI, 2005 apud AZEVEDO; TEIXEIRA, 2018).
58
Segundo Azevedo; Teixeira (2018), é cada vez mais recorrente o modelo de incubação
virtual, possibilitados pelo avanço dos meios de comunicação (NBIA, 2016 apud AZEVEDO;
TEIXEIRA, 2018), ou até mesmo devido a distância entre a localização da empresa que deseja
incubação e a própria incubadora, que pode não possuir mais espaço físico. Neste modelo de
atuação a incubadora virtual adota metodologias de denotação do programa de incubação.
Para o empreendedorismo social também existe tipologia de incubadora, o objetivo é
diminuir a igualdade social através da maximização de possibilidades empregatícias para
pessoas com baixa capacidade: deficientes, beneficiários de rendimento mínimo garantido,
trabalhadores pouco qualificados, pessoas que estão desempregadas por um longo período,
imigrantes, refugiados, entre outros. Para tanto, a incubadora dispõe mecanismos para o
desenvolvimento de negócios e serviços como, por exemplo, alojamentos para os negócios e
apoio no deslocamento de trabalhadores ou empresas jovens (AERNOUDT, 2004 apud
AZEVEDO; TEIXEIRA, 2018).
3.2 PROCESSO DE INCUBAÇÃO E FASES DE INCUBAÇÃO
As fases pelas quais uma empresa incubada passa é elaborada de maneira sequencial,
respeitando o nicho de empresas que estão em desenvolvimento, sendo assim Uggioni
(2002) sistematiza em quatro etapas as fases pelas quais uma empresa incubada passa:
i. Implantação: período destinado a constituição da equipe, do plano de negócios e até
mesmo a captação de recursos para inciar as atividades da empresa;
ii. Crescimento ou desenvolvimento: período destinado ao aprimoramento técnico da
solução desenvolvida, bem como essa etapa marca o início da comercialização;
iii. Consolidação: período que a maturação administrativa, financeira e técnica começa a se
consolidar;
iv. Desincubação, liberação ou graduação: período de encerramento do processo de
incubação, caracterizado pela autonomia desenvolvida durante o processo.
Segundo Andino et al (2004), o processo de incubação pode ser entendido como um
sistema que transfere tecnologia provocando estímulos para o surgimento e o desenvolvimento
de PME por meio do aprimoramento das qualificações técnicas e gerenciais do empreendedor.
Este processo de incubação pode ser observado em três etapas:
i. Implantação: caracterizada pelo processo de seleção dos negócios;
ii. Crescimento e consolidação: período de assessoramento administrativo adequado para
que o empreendimento obtenha desenvolvimento e competitividade mercadológica;
59
iii. Maturação: momento em que a empresa sai da incubadora, ou seja, se gradua no
processo de incubação.
O modo em que acontece o processo de implantação pode variar nas diferentes
incubadoras, algumas observam a necessidade de selecionar os negócios por meio de editais
para que assim concorram à uma vaga. Para tanto precisam apresentar o desenvolvimento de
um plano de negócios à banca avaliadora, demonstrando a viabilidade da iniciativa (Leite, 2000
apud AZEVEDO; TEIXEIRA, 2018).
Quanto ao tempo de permanência da empresa no programa de incubação, Medeiros;
Atas (1995) aponta que gira em torno de 24 a 36 meses: onde a fase de implantação é de, em
média, 6 meses; crescimento: 6 meses; consolidação: 6 meses; e maturação também, em média,
6 meses. O tempo de permanência em cada fase depende do acompanhamento das necessidades
de cada empreendimento de modo a apoiar as empresas formalmente constituídas aumentando
a competitividade e possibilitando que esta seja sustentável por meio dos produtos ou processos
inovadores (ALMEIDA, 2015).
De modo a promover o sucesso dos empreendimentos inovadores, desde 2011 a
ANPROTEC dispõe da metodologia do Centro de Referência para o Apoio a Novos
Empreendimentos (CERNE). O CERNE é resultado da parceria entre SEBRAE e a
ANPROTEC, à luz do Small Business Development Centers (SBDC) (WITTHINRICH, 2018),
diante da dificuldade na avaliação da eficiência das incubadoras, gerando dúvidas,
consecutivamente, sobre o sucesso das empresas incubadas. Assim, a incubadora que adota a
metodologia CERNE faz o acompanhamento e análise dos empreendimentos em três camadas:
a empresa, o processo de incubação e a incubadora (ALMEIDA, 2015 apud AZEVEDO;
TEIXEIRA, 2018).
Figura 3 - Modelo CERNE: Estrutura em camadas
Fonte: ANPROTEC; SEBRAE 2016.
60
Para a implantação dessas camadas, conforme figura 3, o modelo estabelecido pela
ANPROTEC; SEBRAE (2016) observa as capacidades da incubadora na geração de
empreendimentos que inovam e obtém sucesso em quatro níveis de capacitação:
• CERNE 1 - Empreendimento: Nível em que as práticas estão voltadas para o
desenvolvimento dos empreendimentos. A incubadora que implanta este nível adota processos
de planejamento, qualificação, assessoria, seleção, monitoramento, gestão financeira e gestão
da infraestrutura física e tecnológica. Desse modo as incubadoras estão aptas a selecionar boas
ideias e transformá-las em iniciativas inovadoras e bem-sucedidas (ANPROTEC; SEBRAE
2016);
• CERNE 2 - Incubadora: A incubadora que possui este nível garante uma gestão efetiva
como uma organização, onde há a adoção de processos que possibilite sua gestão estratégica, a
expansão dos serviços prestados e do público alvo diante de uma constante observação e revisão
dos impactos resultantes (ANPROTEC; SEBRAE 2016);
• CERNE 3 – Rede de Parceiros: A implantação deste nível identifica a consolidação de
uma rede de parceiros que ampliam a atuação da incubadora. Desse modo a incubadora possui
atuação reforçada na rede de atores que promovem a inovação (ANPROTEC; SEBRAE 2016);
• CERNE 4 - Atuação Internacional: Ao atingir este nível de maturidade a incubadora
pode atuar internacionalmente de modo a globalizar de maneira sistemática os
empreendimentos incubados (ANPROTEC; SEBRAE 2016).
Desse modo, a cada nível de maturidade a incubadora garante a certificação do processo
de incubação que gera resultados, contribuindo para a competitividade dos negócios de maneira
sustentável (ANPROTEC; SEBRAE 2016).
3.3 PANORAMA DAS INCUBADORAS
3.3.1 Mundo
A elevação da concorrência faz com que empresas busquem mecanismos inovadores
para manter ou estabelecer competitividade de mercado. Dessa maneira, é ainda mais relevante
a busca de recursos, como processos de incubação, para garantir a sustentabilidade do negócio
(Broze et al., 2018). Para tanto, há a estimativa de que exista um número superior à 7 mil
incubadoras pelo mundo (NBIA, 2016 apud AZEVEDO; TEIXEIRA, 2018). Dados Europeus
de 2016 apontam que, somente no Reino Unido, existam mais de 300 incubadoras, abrigando
cerca de 12 mil empresas, resultando na geração de mais de 50 mil postos de trabalho. Já na
61
Alemanha, os germânicos contam com, pelo menos, 350 incubadoras de empresas, com
aproximadamente 7,5 mil incubadas que geram cerca de 56 mil empregos, apresentando um
número superior a 9 mil empresas graduadas até então (ADT, 2016 apud AZEVEDO;
TEIXEIRA, 2018).
No ano de 2016, nos Estados Unidos, havia mais de 1,2 mil incubadoras (MIAN;
LAMINE; FAYOLLE, 2016 apud AZEVEDO; TEIXEIRA, 2016). No mesmo ano, a China
abrigava cerca de 3.255 incubadoras (XINHUA, 2017), sendo que a primeiro processo de
incubação de empresas de tecnologia foi formalmente estabelecido no ano de 1987. O 13º Plano
Quinquenal da China (2016-2020) pretende fazer com o país se torne uma nação da inovação
até 2020, líder mundial no âmbito da inovação e uma potência mundial em inovação científica
e tecnológica até 2050. Essa estratégia inclui aumentar em 100 o número de incubadoras até
2020, ou seja, atingir um número superior a 3.355 incubadoras.
3.3.2 Brasil
De acordo com o Mapeamento dos mecanismos de geração de Empreendimentos
Inovadores no Brasil, realizado pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de
Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC) em 2019, existem 363 incubadoras em atividade.
O gráfico 1 apresenta a evolução do número de incubadoras observadas pela ANPROTEC, no
Brasil, entre os anos de 1988 a 2019 (ANPROTEC, 2019).
Gráfico 1 - Evolução do número de incubadoras de base tecnológica no Brasil entre 1988 e 2007 mais
os anos de 2011, 2016 e 2019.2
Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da ANPROTEC (2004; 2006; 2007; 2012; 2016 apud
WITTHINRICH, 2018); ANPROTEC (2019).
2 O número de incubadoras de base tecnológica existentes no Brasil não foi encontrado para os anos de
2008, 2009, 2010, 2012, 2013, 2014, 2015, 2017 e 2018.
2 4 7 10 12 13 19 27 3860 74
100135
150183
207
283
339359
377384369363
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2011
2016
2019
62
Quando observado o tempo de operação das incubadoras, no Brasil, desde o início do
movimento em meados da década de 80 até 2019, percebe-se, conforme o Gráfico 1, o
crescimento na implantação de incubadoras principalmente entre os anos de 2000 e 2009, com
o registro de 48 mecanismos em operação. Este número foi estimado diante da pesquisa por
amostragem com 118 incubadoras no estudo da ANPROTEC (2019).
Gráfico 2- Tempo de operação das incubadoras de base tecnológica no Brasil de 1980 a 2019.
Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da ANPROTEC (2019).
No ano de 2019, estima-se que o impacto econômico direto das incubadas e graduadas,
verificado por meio do faturamento, superou R$ 18,7 bilhões, destes R$ 550,8 milhões refletem
o impacto das incubadas e R$ 18,1 bilhões a relevância das graduadas. Quando observado o
impacto de renda na economia observa-se a geração de 70.399 empregos diretos, sendo 14.457
derivados das incubadas e 55.942 das empresas graduadas (ANPROTEC, 2019).
Quando comparado estes resultados de faturamento ao ano de 2011 conseguimos
observar a seguinte variação, conforme Tabela 1.
Tabela 1 - Quantidade e variação de incubadoras de base tecnológica, empregos gerados e valor de faturamento
por tipo de empresas no Brasil entre 2011 e 2019
Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da ANPROTEC (2012; 2019).
Embora no número de incubadoras tenha diminuído de 2011 para 2019 em 5%, os
demais parâmetros observados seguem em trajetória crescente. Tendo isso em vista, os
mecanismos adotados para desenvolver empreendimentos, como é o caso das incubadoras,
fazem parte de instrumentos de política pública e desenvolvimento regional objetivando o apoio
4
24
48
42
0 10 20 30 40 50 60
1980 - 1989
1990 - 1999
2000 - 2009
2010 - 2019
Quantidade de Incubadoras de Base Tecnológica
Da
ta d
a F
un
da
ção
Descrição 2011 2019Variação (%)
(2011-2019)
Incubadoras 384 363 -5%
Número de Empresas Incubadas 2.640 3.694 40%
Número de Empresas Graduadas 2.509 6.143 145%
Número de Postos de Trabalhos 45.599 72.336 59%
Faturamento em Empresas Incubadas 532.981.680,00R$ 550.895.040,00R$ 3%
Faturamento em Empresas Graduadas 4.094.949.476,92R$ 18.177.027.943,00R$ 344%
63
ao empreendedorismo sustentável como meio de modificação do perfil econômico local,
potencializando o desenvolvimento empreendedor e inovador (ANPROTEC, 2019).
Tabela 2 - Distribuição das empresas incubadas e graduadas por porte no Brasil entre 2016 e 2019
Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da ANPROTEC (2016; 2019).
Observando a Tabela 2 tem-se que, do total das empresas incubadas no Brasil, em 2016,
96% era micro e pequenas empresas, já em 2019 as empresas dessa classificação representaram
70%. No entanto, a representatividade das médias e grandes empresas graduadas no ano de
2016 era de 14,1%, em 2019 esse tipo de empresa representou 56,71% (ANPROTEC, 2016;
2019).
Outro ponto de relevância é observar a natureza das mantenedoras, uma vez que estas
impactam na estrutura de governança, acesso à recursos, as características da mão de obra e a
operação dos ambientes, e a infraestrutura física dos mecanismos (ANPROTEC, 2019).
Gráfico 3 - Natureza das mantenedoras das incubadoras de base tecnológica no Brasil no ano de 2019.
Fonte: Adaptado de ANPROTEC (2019).
A distribuição das mantenedoras acontece de acordo com a estrutura física e de gestão
necessária para que a incubação aconteça, sendo assim a natureza observada no gráfico 3 aponta
Incubadas (%) Graduadas (%) Incubadas (%) Graduadas (%)
Microempresa
(até 09 pessoas ocupadas)
Pequena
( de 10 a 49 pessoas ocupadas)
Média
(de 50 a 99 pessoas ocupadas)
Grande
(acima de 100 pessoas ocupadas)
TOTAL 100 100 100 100
14,44 37,31
2016 2019
20 19,4
50 23,88
15,56 19,4
0,9
8,9
5,2
31,3
64,7
16,4
69,5
3,1
Classificação
7%6% 1%
21%
3%
1%8%
35%
18%
Associação
Mais de uma mantenedora
com naturezas diferentesNão informado
Outras
Prefeitura
Sociedade Empresarial
Universidade Estadual
Universidade Federal
64
que 35% das incubadoras tem como mantenedoras Universidades Federais, 18% Universidades
Privadas e 8% Universidades Estaduais.
Quando observada a concentração de startups por estados no Brasil, São Paulo ocupa o
primeiro lugar do ranking, seguido por Santa Catarina e Minas Gerais, conforme Gráfico 4.
Gráfico 4 - Concentração de startups por Estado brasileiro durante o ano de 2017.
Fonte: Dados da pesquisa ABStartups e Accenture (2017), análise do blog Felipe Matos apud Witthinrich
(2018).
3.3.3 Santa Catarina
O destaque observado no Gráfico 4 é resultado de um movimento que iniciou no final
da década de 60. Em 1969 foi criado o Centro Eletrônico da Indústria Têxtil (CETIL), na cidade
de Blumenau, após 8 anos, em 1977, foi criada na capital catarinense, Florianópolis, a empresa
Dígitro, focada no setor de telecomunicações e segurança. Em seguida, no ano de 1978, em
Joinville, nasceu a TOTVS, inicialmente chamada Datasul, marcando um conjunto de
iniciativas que impulsionaram a criação de novas iniciativas empresariais, como é o caso das
associações de empresas de tecnologia (WITTHINRICH, 2018).
A formulação das estratégias de políticas industriais de Santa Catarina levou em
consideração as características setoriais existentes, algo que ficou claro no início da década de
90. As aglomerações industriais existentes no estado fazem com que se formem regiões
especializadas e atores articulados, estimulando a capacidade de inovação (CAMPOS,
NICOLAU, CÁRIO, 1999). Este modelo segue as características da Hélice Tríplice de
Etzkowitz (2003), fundamentada a interação entre universidade, empresas e governo, onde cada
65
um compõe uma hélice que gira em prol da inovação, possibilitando o acompanhamento do
paradigma atual.
Nos anos 80, por meio dos incentivos da política nacional de informática, instituições
fundadoras originam novas instituições que estimula a interação com empresas. Desse modo,
em 1986 há a fundação da primeira incubadora de empresas de Santa Catarina, o Centro
Empresarial para Laboração de Tecnologias Avançadas (CELTA), e no mesmo ano tem-se o
registro do início das operações da Associação Catarinense de Telemática e Eletrônica,
atualmente com o nome de Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), ambos
acontecimentos em Florianópolis. Na cidade de Joinville, a primeira incubadora foi inaugurada
em 1991: Incubadora Tecnológica Softville; por fim, no ano de 1992, a região de Blumenau
recebe a fundação do Polo Tecnológico de Informação e Comunicação da Região de Blumenau
(BLUSOFT) (KANITZ, 2013).
A iniciativa de consolidar e estruturar empresas de alta tecnologia em Santa Catarina
adveio de professores e empresários, de modo a estabelecer condições para que iniciativas
empreendedoras envolvendo base tecnológica na grande Florianópolis (KANITZ, 1999 apud
WITTHINRICH, 2018). Para tanto, Coral et al. (2009 apud WITTHINRICH, 2018) menciona
que Santa Catarina recebeu a colaboração do programa de exportação da Associação para a
Promoção da Excelência do Software Brasileiro (SOFTEX) para o desenvolvimento do setor
de TIC.
Diante de uma estrutura envolta por arranjos produtivos locais, formando polos
tecnológicos regionais compostos por incubadoras e parques tecnológicos, houve a gradativa
consolidação do setor de TIC e criação de software. Desse modo, o movimento resultou na
concentração geográfica em três importantes cidades catarinenses: Florianópolis, Blumenau e
Joinville (RAUEN, 2006 apud WITTHINRICH, 2018).
Por meio das primeiras iniciativas nas três principais cidades as empresas foram se
organizando em torno de associações e identificou-se um crescimento do setor de tecnologia,
marcado pela criação dos polos tecnológicos. Para que o segmento realmente obtivesse
relevância econômica foi preciso estimular a criação de empresas e fornecer bases para que
estas se consolidassem. Desse modo, a relação universidade-empresa acarretou dinâmica ao
arranjo do desenvolvimento científico e tecnológico apoiado por recursos do Estado. Exemplo
é a implantação do projeto “Tecnópolis”, no início dos anos 90, onde o Governo do Estado
buscou aproveitar a infraestrutura tecnológica existente para motivar o empreendedorismo de
base tecnológica (CAMPOS, NICOLAU, CÁRIO, 1999).
66
Um dos resultados do projeto foi a elaboração do Parque Tecnológico Alfa em 1993,
em Florianópolis. Formando um condomínio com mais de 70 empresas de tecnologia, a
proposta de formular um ambiente com propósito tecnológico é confirmada. Na implantação
do parque tecnológico o CELTA teve papel preponderante na coordenação das atividades do
projeto, inclusive teve papel pioneiro na regulamentação de leis municipais (CELTA, 2019).
Cinco anos mais tarde, em 1998, é criada segunda incubadora de empresas em
Florianópolis, o Micro Distrito Industrial Tecnológico (Atual MIDITEC), a partir de recursos
do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina (SEBRAE/SC) e gerido
pela ACATE (MIDITEC, 2019).
No ano de 2002 foi projetado pela Fundação CERTI e pelo Instituto Sapientia, em
parceria com o Governo do Estado de Santa Catarina, o Sapiens Parque. O parque tecnológico
foi idealizado para promover o desenvolvimento da grande Florianópolis por meio das vocações
segmentadas do município, são elas: turismo; tecnologia; meio ambiente; e serviços
especializados pretendendo consolidar Florianópolis como uma capital que é referência em
conhecimento e qualidade de vida por meio da preservação do meio ambiente e da otimização
dos espaços públicos (SILVEIRA, 2010).
Um dos principais marcos para estabelecer uma dinâmica da inovação no ecossistema
de tecnologia catarinense é a inauguração do Centro de Inovação ACATE Primavera, no ano
de 2015. Por meio de uma arquitetura inovadora, que inspira o networking e une empresas de
tecnologia de diferentes portes consolidou a “Rota da Inovação” composta por universidades,
centros tecnológicos e condomínios voltados para a tecnologia, ao longo da Rodovia SC 401,
na capital catarinense (ACATE, 2019).
O Relatório de Atividades da ACATE (2018) aponta que no ano de 2018 o estado de
Santa Catarina registrou a existência de 12.365 empresas no setor de tecnologia, presentes em
todas as seis mesorregiões, conforme demonstra o Gráfico 5.
67
Gráfico 5 - Volume de empresas no setor de tecnologia por mesorregiões no Estado de Santa Catarina
durante o ano de 2017.
Fonte: ACATE (2018).
A região que obtém destaque neste comparativo é a Grande Florianópolis com 3.974
empresas, cerca de 32,1% do total de todo o Estado. Em segundo lugar encontra-se a região do
Vale do Itajaí representando 26,8% das empresas de tecnologia no estado. Em terceira colocada
está a região Norte Catarinense, registrando 2.536 empresas, cerca de 20,5%. Estas três regiões
juntas, quando somadas, abrigam 79,4% das empresas de tecnologia em Santa Catarina. Ou
seja, a cada 5 empresas de tecnologia em Santa Catarina, 4 estão em umas das três regiões
citadas anteriormente (ACATE, 2018).
O setor de tecnologia e empreendedorismo de Santa Catarina também é destaque em
nível nacional. O faturamento médio, frente a outros estados brasileiros, fica em quarto lugar,
próximo a média nacional, conforme mostra o Gráfico 6 (ACATE, 2018).
Gráfico 6 - Comparativo do faturamento médio das empresas de tecnologia para oito Estados brasileiros
durante o ano de 2017.
Fonte: ACATE (2018).
68
Frente a Santa Catarina, no quesito faturamento médio, está Amazonas, Rio de Janeiro
e Distrito federal. O estado do Amazonas lidera a lista com um valor médio de R$4,27 mil reais
por empresa de tecnologia, já Santa Catarina é o maior estado da região Sul em faturamento,
com uma distinção superior a 37% com relação ao Rio Grande do Sul, segundo colocado
(ACATE, 2019).
O Quadro 7, a seguir, elenca as incubadoras de base tecnológica em funcionamento de
acordo com sua data de fundação, bem como observar a localização e quantidade de empresas
incubadas e graduadas por cada uma.
Quadro 7 - Incubadoras de base tecnológica existentes no estado de Santa Catarina durante o ano de 2018.
Fonte: Adaptado de Azevedo; Castillo; Teixeira (2018).
É possível analisar que, das 22 incubadoras de Santa Catarina, quatro estão localizadas
na região da Grande Florianópolis (em destaque): CELTA, Ciência e Tecnologia e o MIDI
Tecnológico, Centro de Inovação e Tecnologia de Biguaçu – CITEB, e o Instituto de Apoio à
Inovação, Ciência e Tecnologia.
O incentivo ao empreendedorismo e à inovação, seja por meio de apoio em incubadoras
ou em demais ambiente de inovação, resulta em destaques regionais, como, por exemplo: a
densidade de colaboradores; a densidade de empresas; e, a densidade de empreendedores
(ACATE, 2018).
Florianópolis é o maior polo do país quando observada a densidade de colaboradores do
setor de tecnologia por habitantes nos polos nacionais, registrando 2.552 colaboradores para
cada 100.000 habitantes. A cidade catarinense de Blumenau ocupa a terceira posição com 1.821
colaboradores para cada cem mil habitantes, imediatamente atrás de Manaus. Estas estatísticas
fazem com que Santa Catarina ocupe o terceiro lugar à nível nacional, atrás de Amazonas e
Distrito Federal (ACATE, 2018).
Pré-Incubadas Incubadas Graduadas
1 Centro Empresarial para Laboração de Tecnologias Avançadas (CELTA) FUNDAÇÃO CERTI 1986 Florianópolis 5 34 93
2 MIDITEC SEBRAE - ACATE 1998 Florianópolis 4 19 84
3 Incubadora Tecnológica (SOFTVILLE) UDESC 2001 Joinville 17 14 60
4 Instituto Gene Blumenau FURB 2002 Blumenau 6 27 46
5 Incubadora Tecnológica da UNOCHAPECÓ (INCTECh) UNOCHAPECÓ 2003 Chapecó 16 3 8
6 Núcleo de inovação e Pesquisas Tecnológicas (JARAGUATEC) CATOLICAS SC 2004 Jaraguá do Sul 3 14 13
7 Núcleo Gerador de Desenvolvimento Integrado de Incubação (GTEC-UNIDAVI) UNIDAVI 2005 Rio do Sul 8 10 13
8 Micro Distrito de Base Tecnológica de Lages - Incubadora (MIDILages) UNIPLAC 2005 Lages 8 15 9
9 Incubadora Tecnológica de São Bento do Sul (ITFETEP) FETEP 2005 São Bento do Sul 3 16 11
10 Centro Regional de Inovação e Empreendedorismo da Unisul (CRIE) UNISUL 2005 Tubarão 0 12 7
11 Centro de Inovação e Tecnologia de Biguaçu UNIVALI 2005 Biguaçú 0 6 5
12 IBT INOVAPARQ UNIVILLE 2006 Joinville 10 25 4
13 Incubadora Tecnológica Empresarial da UNIVALI (UNIINOVA) UNIVALI 2006 Itajaí 0 4 4
14 Pré-Incubadora de Base Tecnológica da UNIFEBE UNIFEBE 2006 Brusque 3 0 2
15 Pré Incubadora Tecnológica da UNOESC UNOESC 2007 Joaçaba 26 0 4
16 Incubadora Tecnológica Luzerna UNOESC 2009 Luzerna 0 8 0
17 Agencia de Desenvolvimento Empresarial da Região de Ibirama (ADERI) UDESC 2009 Ibirama 0 5 12
18 Incubadora Rinetec UnC 2010 Rio Negrinho 1 12 1
19 Instituto de Apoio a Inovação, Ciência e Tecnologia UNISUL 2010 Palhoça 0 29 3
20 Incubadora Tecnológica e Empresarial da UnC Concórdia (ITEC) UnC 2011 Concórdia 16 3 8
21 Incubadora Tecnológica de Ideias e Negócios UNESC 2011 Criciúma 0 4 0
22 Incubadora de Negócios INSITE LTDA SDR /ACIC/AMPE 2012 Criciúma 15 16 2
Quantidade Incubadoras de Santa CatarinaUniversidade ou
Instituição de vínculoMunicípioFundação
Estágio de Incubação
69
No quesito densidade de empresas por habitantes, Florianópolis representa o segundo
maior polo com mais de 541 empresas a cada 100 mil habitantes, atrás somente de São Paulo
(ACATE, 2018).
Ainda, Florianópolis caracteriza-se por ser a segunda capital com maior densidade de
empreendedores, com mais de 750 empreendedores a cada 100 mil habitantes, atrás somente
de São Paulo (ACATE, 2018).
70
4 ANÁLISE DOS DADOS
4.1 ANÁLISE DO TRATAMENTO DE INTERNACIONALIZAÇÃO NA GESTÃO DAS
INCUBADORAS SELECIONADAS
Esta seção é dedicada a apresentação e análise dos resultados alcançados com a pesquisa
aplicada nas incubadoras de empresas localizadas a região da Grande Florianópolis. O capítulo
procura alcançar o segundo objetivo específico deste trabalho: analisar o tratamento de
internacionalização na gestão das incubadoras selecionadas.
Desse modo, a estrutura está baseada em três dimensões: características das
incubadoras; análise dos dados coletados das incubadoras; e, as características dominantes no
tratamento que as incubadoras dão à internacionalização.
4.1.1 Características das incubadoras de empresas da região da Grande Florianópolis
De modo a caracterizar as incubadoras foco deste estudo o Quadro 7 aborda o ano de
fundação da incubadora, a localização, a classificação e o tipo de mantenedora. A ordem de
apresentação crescente de acordo com o ano em que a incubadora começou a atuar.
Quadro 8 - Características das incubadoras entrevistadas na região da Grande Florianópolis.
Incubadora Ano de
fundação Localização
Nº de
habitantes por
localização
Classificação Tipo de
mantenedora
Centro Empresarial para
Laboração de Tecnologias
Avançadas (CELTA)
1986 Florianópolis 421.240 Incubadora de
base tecnológica
Fundação privada sem
fins lucrativos
MIDITEC 1998 Florianópolis 421.240 Incubadora de
base tecnológica
Associação privada sem
fins lucrativos e
entidade privada sem
fins lucrativos
Centro de Inovação e
Tecnologia de Biguaçu
(CITEB)
2005 Biguaçu 68.481 Incubadora de
base tecnológica
Fundação privada sem
fins lucrativos
Instituto de Apoio à
Inovação, Incubação e
Tecnologia (INAITEC)
2010 Palhoça 171.797 Incubadora de
empresas mistas
Sociedade empresarial,
Prefeitura, universidade
privada e empresas
privadas.
Fonte: Elaborado pela autora com os dados da pesquisa (2019) e IBGE (2019)
É possível observar que, dentre as nove cidades que fazem parte da região da Grande
Florianópolis, apenas três possuem iniciativas voltadas para a incubação de empresas de base
tecnológica. A capital catarinense, Florianópolis, possui duas incubadoras (CELTA e
71
MIDITEC), e as cidades de Biguaçu e Palhoça possuem uma incubadora em cada município:
CITEB e INAITEC.
Florianópolis é a mais populosa cidade dentre as três analisadas, com 421.240 habitantes
segundo o IBGE (2019), e possui as iniciativas de incubação mais antigas, e pioneiras, da
região. A incubadora CELTA, fundada em 1986, é mantida pela fundação CERTI, já o
MIDITEC, fundado em 1998, tem o SEBRAE de Santa Catarina como agente mantenedor e é
gerido pela ACATE.
O município de Biguaçu possui o programa de incubação do CITEB, o qual é constituído
como uma fundação privada sem fins lucrativos em 2005. Com uma população estimada em
68.481 habitantes (IBGE, 2019), Biguaçu caracteriza-se por ser o município menos populoso
desta análise, mas que possui uma incubadora ativa há 17 anos.
A incubadora INAITEC foi fundada em 2010 e está localizada na cidade de Palhoça, a
qual contabiliza 171.797 habitantes (IBGE, 2019). A constituição do INAITEC está ligada a
seus mantenedores localizados no município de Palhoça: associação comercial e industrial de
Palhoça (ACIP), prefeitura municipal de Palhoça, a instituição de ensino privada UNISUL e o
condomínio empresarial privado Pedra Branca. O conjunto de mantenedores do INAITEC
configuram a união de três esferas de instituições para a promoção da inovação com a presença
de instituições públicas, privadas e de ensino.
O presente estudo também buscou atualizar os números de empresas incubadas e
graduadas, essa prática contextualiza as demandas por incubação em cada uma delas desde sua
fundação, conforme Tabela 3:
Tabela 3 - Incubadoras entrevistadas em dados nas incubadoras de base tecnológica localizadas na
Grande Florianópolis.
Incubadora
Nº de
empresas
incubadas
Nº de
incubadas
presenciais
Nº de
incubadas
virtuais
Nº de empresas
Graduadas
Nº de empregos
gerados (em
média)
Faturamento anual
médio das
incubadas (R$) em
2018
CELTA 33 26 7 108 800 56 milhões
MIDITEC 17 10 7 115 180 5 milhões
CITEB 9 (não soube
informar)
(não soube
informar)
(não soube
informar)
(não soube
informar)
(não soube
informar)
INAITEC 15 15 (não possui) 10 100 25 milhões
Fonte: Elaborado pela autora com os dados da pesquisa (2019).
A incubadora CELTA possui 33 empresas incubadas, dessas, 7 estão na modalidade
virtual, todas classificadas como microempresas (tendo de 1 a 9 pessoas ocupadas) de acordo
com a metodologia aplicada nos estudos ANPROTEC (2016; 2019) que considera o número de
72
colaboradores. Além da incubação virtual o CELTA possui 26 empresas incubadas de modo
presencial, das incubadas presenciais 8 são microempresas, 9 são pequenas empresas, 8 são
médias empresas e 1 é classificada como grande empresa.
Na incubadora MIDITEC há atualmente 17 empresas incubadas, 7 na modalidade
virtual e 10 na modalidade presencial. Quando distribuídas por porte tem-se na modalidade
virtual 4 microempresas, 2 pequenas empresas e 1 grande empresa. Já no modelo de incubação
presencial tem-se 9 são microempresas e 1 pequena empresa.
A incubadora INAITEC possui 15 empresas incubadas, todas na modalidade presencial
pois não possui a modalidade de incubação virtual. Logo, das incubadas presenciais, 12 são
microempresas e 3 são pequenas empresas.
O CITEB ponta que possui 9 empresas incubadas, 5 na modalidade virtual e 4
presencial, mas não soube informar a classificação das empresas conforme o número de pessoas
ocupadas.
Desse modo, a Tabela 4 apresenta a distribuição das empresas incubadas por porte, tal
como apresentado nos estudos realizados pela ANPROTEC (2016; 2019), feita com base no
número de pessoas ocupadas, em cada incubadora, com base nos dados obtidos com o
questionário.
Tabela 4 - Distribuição das empresas incubadas por porte em cada incubadora entrevistada (%)
Classificação CELTA MIDITEC INAITEC
Microempresa (até 9 pessoas ocupadas) 45,4 76,5 80
Pequena (de 10 a 49 pessoas ocupadas) 27,3 17,6 20
Média (de 50 a 99 pessoas ocupadas) 24,2 5,8 0
Grande (acima de 100 pessoas ocupadas) 3,1 0 0
TOTAL 100 100 100
Fonte: Elaborado pela autora com os dados da pesquisa (2019) de acordo com a metodologia exposta nos estudos
ANPROTEC (2016;2019).
De acordo com a distribuição feita na Tabela 4 é possível verificar que entre as
incubadoras localizadas na Grande Florianópolis a maioria das empresas é classificada como
microempresa, este número chega a 80% no INAITEC, já no CELTA existe uma distribuição
considerável de pequenas e médias empresas que juntas (51,5%) superam a quantidade total de
microempresas (45,4%).
O questionário também levou em consideração, além do número de incubadas, as
empresas já graduadas desde o início dos trabalhos da incubadora. A incubadora CITEB não
73
soube informar este número, porém, nas demais, este número é de: 108 empresas graduadas na
CELTA; 115 na incubadora MIDITEC; e, 10 no INAITEC.
Considerando o número de empregos gerados e o faturamento anual médio das empresas
incubadas, a tabela 4 evidencia que a incubadora CELTA é a principal geradora de empregos,
obtendo uma média de 25 empregos por empresa incubada, seguida do MIDITEC com cerca
de 10 vagas de emprego por empresa incubada e do INAITEC, que contabiliza 6 empregos
gerado por incubada, em média. A incubadora CITEB não soube informar estes dados.
A Tabela 3 aponta o faturamento anual médio, no ano de 2018, das incubadas por
incubadora objeto de estudo. Desse modo, a incubadora CELTA indica que as incubadas
faturaram cerca de R$ 56 milhões, enquanto que as incubadas do MIDITEC faturaram R$ 5
milhões e as empresas de base tecnológica incubadas do INAITEC R$ 25 milhões. O CITEB
não soube informar o faturamento anual médio de suas empresas incubadas. Diante dessa
análise percebe-se que existe uma busca por incubação na cidade de Florianópolis, a qual soma
R$ 61 milhões em faturamento de empresas incubadas.
Conforme apontado no capítulo 3, seção 3.2, existe a certificação CERNE que busca
certificar a incubadora para que os empreendimentos gerem inovação e sejam sustentáveis
(ANPROTEC; SEBRAE, 2016), sendo assim, o questionário verificou quais incubadoras focos
da pesquisa possuem a certificação. O Quadro 9 aponta que das quatro incubadoras existentes
na Grande Florianópolis, apenas a incubadora CITEB não possui certificação CERNE.
Quadro 9 - Certificação CERNE por incubadora entrevistada
Incubadora Certificação CERNE
CELTA CERNE 2
MIDITEC CERNE 2
CITEB Não possui
INAITEC CERNE 1
Fonte: Elaborado pela autora com os dados da pesquisa (2019)
O padrão de certificação CERNE, observado na cidade de Florianópolis, é o mais
virtuoso dentre as incubadoras da grande Florianópolis, configurando, conforme aponta a seção
3.3 deste estudo, a garantia de uma gestão efetiva como uma organização, coma adoção de
processos que propicie a gestão estratégica da incubadora expandindo serviços e o público alvo
fazendo exercícios de revisão dos impactos nos incubados (ANPROTEC; SEBRAE 2016).
Já a certificação CERNE conquistada pela incubadora INAITEC é o primeiro nível
possível da qualificação, onde o foco da gestão verificada é o desenvolvimento dos
74
empreendimentos incubados. Para isso a incubadora adota processos focados no planejamento,
na qualificação, assessoria, seleção, monitoramento, de gestão financeira e de infraestrutura
física e tecnológica (ANPROTEC; SEBRAE 2016).
4.1.2 Análise dos dados das incubadoras da Grande Florianópolis
Nesta seção, as entrevistas com as incubadoras serão analisadas de maneira individual,
devido ao grau distinto de maturidade que existe entre as iniciativas. Primeiramente fazendo
uma recuperação histórica da instituição e em seguida identificando as práticas voltadas à
internacionalização para benefício das empresas incubadas.
Essa identificação é feita por tópicos, respeitando a proposta do apêndice 1, o qual foi
inspirado no referencial teórico adotado neste estudo.
4.1.2.1 Centro Empresarial para Laboração de Tecnologias Avançadas (CELTA)
A incubadora CELTA foi a primeira iniciativa do gênero a entrar em funcionamento, no
ano de 1986, em Florianópolis, sendo resultado da iniciativa do Governo Estadual de Santa
Catarina na constituição de um Polo Tecnológico de alta tecnologia (CELTA, 2019). Conforme
a Figura 4, no ano de 2006, há a certificação do projeto CELTA, que se encontra fisicamente
na sala da diretoria da incubadora, como a primeira incubadora de empresas de base tecnológica
do Brasil.
Figura 4 - Imagem que certifica o Projeto CELTA como a Primeira Incubadora de Empresas de Base
Tecnológica do Brasil
Fonte: Registro feito pela autora (2019).
Inicialmente, o CELTA foi implementado para desenvolver iniciativas empreendedoras
com o nome de Incubadora Empresarial Tecnológica (IET) por meio da Fundação de Centros
de Referência em Tecnologias Inovadoras (CERTI), a qual tem suas origens dentro do
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Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Localizada inicialmente próximo à UFSC, o IET abrigou preliminarmente sete empresas, no
mesmo prédio que entrou em operação o Condomínio Empresarial ACATE (CELTA, 2019).
O pioneirismo da incubadora CELTA ajudou a constituir o Parque Tecnológico Alfa,
em 1993, em Florianópolis, por meio da criação e execução dos projetos, coordenação
operacional, bem como a implementação e regulamentação de Leis Municipais para que o
Parque funcionasse (CELTA, 2019).
Em 2001, o CELTA foi encarregado da administração do Parqtec Alfa, pela presidência
da Rede Catarinense de Inovação (RECEPETi), bem como pela diretoria da ANPROTEC
(CELTA, 2019).
4.1.2.1.1 Características da incubação
O processo de incubação CELTA é destinado a empresas de base tecnológica que
oferecem soluções em hardware e/ou software com possibilidade de enquadramento nas
seguintes modalidades: pré-incubação; incubação; e, graduação, de modo presencial ou virtual.
A empresa que deseja participar do processo de incubação CELTA precisa passar por
um processo de seleção que tem fluxo contínuo e leva, em média, quinze dias. Neste momento,
será avaliado, dentre outros quesitos, o plano de negócios. Assim expressa o entrevistado E1:
Tem um diferencial do CELTA que a pessoa que se inscreveu apresenta o plano de
negócios, mas o que será avaliado é o negócio, porque muitos empreendedores não
sabem fazer plano de negócios. Daí vai entrar na fase de implantação, passando pela
fase de crescimento e liberação. O tempo dela em cada fase depende dela, depende
do tipo de negócio que está sendo desenvolvido, tem empresa que leva dois anos,
outras que levam cinco, mas nós avaliamos as empresas constantemente para saber
aonde elas estão.
4.1.2.1.2 Medidas de estímulo à internacionalização
Para Machado e Garrido (2017), a internacionalização acontece de acordo com o
aprendizado dos gestores, onde quanto mais conhecimento, mais segurança para a tomada de
decisão. Logo, medidas que estimulem a internacionalização podem gerar inovações, uma vez
que o mesmo acontece através do conhecimento. Desse modo, a incubadora leva em
consideração a orientação para o internacional da empresa desde a seleção para a incubação.
Segundo o entrevistado E1:
O CELTA é um ponto fora da curva, até porque uma coisa que a gente preza é pela
internacionalização. Toda empresa, para entrar aqui, precisa pensar global, senão
76
ela não entra. Para nós, uma empresa que não pensa global desde o início da
incubação, não será uma grande empresa.
Quando questionado sobre os estímulos organizacionais que impulsionem a
internacionalização, o CELTA mencionou uma série de práticas existentes, desde a participação
no Land2Land, que é o programa de transferência internacional de tecnologia da ANPROTEC,
passando por parcerias com incubadoras da região que possuem programas de qualificação para
exportação, PEIEX. Desse modo, E1 declara:
Hoje nós participamos no Land to Land da ANPROTEC, que presta consultorias para
a transferência internacional de tecnologia.
Nós temos o PEIEX, que é um projeto com a APEX Brasil, administrado pelo
INAITEC, onde todo mês tem um curso, uma tutoria e consultoria para mapeamento
de competitividade, diagnóstico de faturamento voltado para a internacionalização.
O CELTA possui um programa chamado Global Opportunities for Innovation que busca
mapear as necessidades das empresas para internacionalizar, promovendo ações que que elevem
a participação no mercado internacional (CELTA, 2019).
Os estímulos vão além dos programas nacionais, o CELTA divulga as soluções das
incubadas em associações internacionais voltadas para ambientes de inovação e possui
convênios para qualificação internacional com o MIT, conforme declara E1:
É interessante que já tem umas iniciativas que são fora da curva, mas outras não,
querem só Brasil. Como medida de estímulo para a empresa pensar global nós
divulgamos informações das incubadas em associações internacionais, como a IASP,
na União Euroéia, e a NBIA, nos Estados Unidos. Temos que ter medidas de
estímulos, porque, senão, até essas parcerias com parques tecnológicos fora do Brasil
podem acabar.
Hoje a CERTI é sócia o MIT, então se alguém dos nossos incubados desejar fazer
cursos curtos, é possível. Fora as parcerias com universidades fora do país, muitas
vezes por conta da ligação com a UFSC.
A network internacional estimulada pela incubadora também foi uma dimensão
observada abordada no questionário, pois, conforme abordado no capítulo 2, seção 2.2.1.2, que
trata das redes de relacionamento e o processo de internacionalização, quando as redes de
negócios locais se expandem para redes internacionais a empresa acumula aprendizado, e isso
dá sustentação na tomada de decisão voltada para o internacional (GALIMBERTI, 2009).
Em vista disso, a incubadora CELTA mencionou as providências tomadas que
coloquem suas incubadas de maneira prática com o internacional. Segundo o entrevistado E1:
A qualquer momento oferecemos oportunidades de network internacional para as
incubadas, são missões, participações em feiras internacionais, e no mínimo, quatro
vezes por ano. Sempre de acordo com o nicho de atuação. Tendo relação, a empresa
incubada vai!
Toda missão que as incubadas fazem com a incubadora é orientada de acordo com a
necessidade, como por exemplo para conhecer fornecedor ou cliente. Então assim,
77
ele só sai do Brasil se alguém no país de destino for receber. Previamente é feito um
contato para ver se a capacidade fornecimento é estabelecida naquelas proporções.
Na perspectiva do interlocutor da incubadora CELTA essas práticas de network
internacional resultam positivamente, como, por exemplo, em parcerias com incubadoras,
parques tecnológicos e acordos entre Estados, os quais fazem com que as empresas incubadas
no CELTA possam se desenvolver em ecossistemas de inovação internacionais, sobre essas
parcerias e acordos E1 explica:
Atualmente temos um convênio assinado com a Universidade de Berlin com o Estado
de Santa Catarina para que se alguma empresa de Santa Catarina fechar parceria
com Berlim, o Estado de Berlim coloca € 50 mil e o Estado de Santa Catarina coloca
R$ 50 mil, e todas essas parcerias são resultado das empresas que o CELTA levou
para lá.
Conforme explica Silva (2016), no capítulo 2 deste estudo, seção 2.1.4, as atividades
tecnológicas de uma empresa praticadas no tempo atual são resultado do acúmulo de
conhecimento e competências técnicas ao longo de sua trajetória tecnológica, algo fundamental
para que haja inovações futuras em um grau mais elevado. Dentro dessa perspectiva, o contato
que a incubadora CELTA possibilita para suas incubadas aprendam novas técnicas com países
de primeiro mundo, elevando o grau inovativo de suas soluções, dentro dessa perspectiva, E1
completa:
Estamos fazendo uma parceria com a maior incubadora do mundo, que é da França,
para que uma das nossas incubadas lancem o produto lá, porque a aplicação da
solução tem que ser no mercado europeu.
A busca por interações com diferentes instituições de elevado grau inovativo como,
como é o caso das instituições europeias faz com que as empresas tenham capacidade de prever
mudanças paradigmáticas e, com uma velocidade superior à se estivesse em zona de conforto,
conseguem inovar através do conhecimento e aplicação do aprendizado (ZIMERMANN;
CÁRIO; RAUEN, 2009). Desse modo, a busca por interações entre instituições é relatada por
E1 como uma pratica existente na incubadora CELTA.
O legal é que nós fazemos várias visitas ao exterior e essas visitas geram resultados,
por exemplo, nós já instalamos uma incubada dentro do parque tecnológico de Berlim
na Alemanha, e outra conseguimos instalar na Suíça.
A verificação dos desafios mencionados na entrevista possui ligação direta com a
internacionalização além da chamada distância psíquica apresentada no capítulo 2, seção
2.1.1.1 sobre o Modelo de Uppsala. O modelo menciona que a decisão de entrada em um novo
mercado está propensa àquela que possui características semelhantes ao país que a empresa
78
nasceu (JOHANSON, VAHLNE, 1977 apud GALIMBERTI, 2009). Para superar isso
interlocutor E1 menciona que:
Primeiro é internacionalizar o produto, ou nacionalizar ele quando a empresa quer
internacionalizar. Então quando uma empresa vai atuar em outro país tentamos
contratar estagiários intercambistas para adequação do padrão de produção de
acordo com o mercado de expansão, ainda aqui dentro da incubadora. Orientamos
para que tudo o que os intercambistas perceberem de errado, reportar, seja questões
internas, em produtos e processos, ou externas. Essas parcerias existem com as
universidades aqui da região, como UFSC, UDESC, UNISUL e UNIVALI, onde
ajudam muito a superar das diferenças culturais de uso do produto.
A estratégia da incubadora CELTA em aproveitar culturas externas para melhorar
processos é característica da prática learning by doing, onde a empresa incubada aprende
fazendo uma diferente abordagem, um produto diferente, não somente por meio de P&D, mas
constituindo uma rotina de produção nova que minimizam as chances de o produto galgar
mercado e não se encaixar culturalmente (MALERBA, 1992 apud BINOTTO, 2000).
A interação entre universidade-empresa, destacada no depoimento de E1, está associada
à definição exposta no capítulo 3, seção 3.2.4.2, que considera a interação entre universidade-
empresa como um critério relevante para que os objetivos da incubadora sejam alcançados ao
longo do processo de incubação (ANPROTEC, 2003 apud (ENGELMAN; FRACASSO, 2013).
4.1.2.2 MIDITEC
O MIDITEC, criado em 1998, está localizado em Florianópolis junto à sede da ACATE,
a qual é a gestora do processo de incubação, tendo o SEBRAE/SC como entidade mantenedora.
A incubadora abriga empresas de base tecnológica, que produzem soluções em hardware
e software com alto valor agregado e que sejam segmentados com a área de atuação da ACATE.
O principal objetivo do processo de incubação MIDITEC é prestar serviços que desenvolvam
os empreendimentos nascentes de maneira inovadora e sustentável de modo que a qualidade
leva o MIDITEC à ser reconhecido como a principal incubadora de base tecnológica do Brasil
até 2020 (MIDITEC, 2019).
4.1.2.2.1 Características da incubação
O acesso ao programa de incubação do MIDITEC acontece uma vez ao ano, por meio
de edital e dura em torno de 4 meses. Após selecionada, empresa pode optar por dois tipos de
modalidade de incubação: residente ou virtual e pode durar até 2 anos. A modalidade presencial
79
possui capacidade de abrigar até 10 empresas, no entanto, ambas as modalidades têm acesso
aos mesmos serviços ofertados. Sobre o processo de incubação do MIDITEC, E2 afirma:
O processo de incubação do MIDITEC possui três fases: A fase Start possui duração
de um à seis meses e tem foco na validação do produto com o cliente, ela equivale à
etapa de implantação; após validar o produto a empresa incubada passa para a fase
Growth, com duração de doze meses e que equivale a fase de crescimento e
consolidação da empresa, de modo a verificar a viabilidade e a rentabilidade. Nesse
momento a empresa já está com seu produto no mercado e com clientes; a última
etapa é a fase Expansion, que equivale ao período de maturação do negócio. Este
período tem duração seis, sendo caracterizado pelo período de escalar e acelerar os
negócios, onde a empresa se prepara para graduar.
As fases de incubação identificadas a incubadora MIDITEC são divididas em três
etapas: start, growth e expansion. Segundo Andino et al (2004), o processo de incubação para
o desenvolvimento de pequenas e médias empresas pode ser observado em três fases:
implantação, crescimento e consolidação, e maturação. Cada incubadora determina sua
metodologia de incubação, observando se há a necessidade de editais ou não. No caso da
incubadora MIDITEC os editais são periódicos, geralmente uma vez ao ano.
O programa de incubação conta, ainda com a possibilidade de apadrinhamento pelas
empresas de maior porte associadas à ACATE, para com as incubadas (MIDITEC, 2019).
4.1.2.2.2 Medidas de estímulo à internacionalização
As medidas existentes no MIDITEC estão atrelas às ações da ACATE, onde os
incubados possuem acesso a programas de maneira facilitada, como é o caso do Programa de
Internacionalização ACATE. Neste sentido observa E2:
Liderado por embaixadores, o grupo possui encontros regulares onde trabalham
questões como burocracias, tributação, como buscar parceiros e profissionais e até
mesmo referências políticas e culturais do exterior para estimular a atuação além
das fronteiras com aqueles associados que ainda não internacionalizaram. O
programa também visa aproveitar a filial da ACATE que existe em Boston (EUA)
Diante do reconhecimento internacional que o MIDITEC conquistou: em 2018, o
prêmio de 5ª melhor incubadora do mundo pela UBI Global, na categoria "Colaboração com
Universidade" (MIDITEC, 2019); em 2019 foi eleita uma das 5 melhores incubadoras do
mundo pelo prêmio UBI Global na categoria "incubadora de empresas privadas", sendo a única
incubadora da América Latina a conquistar o prêmio (ACATE, 2019), o MIDITEC torna-se
referência de qualidade na incubação e eleva a visibilidade externa. Nestes termos, E2 constata:
Atualmente disponibilizamos o pipedrive para nossos incubados por meio de uma
parceria com a Estônia, e também temos parcerias externas ao Brasil, em 2018
tivemos inscrições estrangeiras no processo de seleção. As prospecções decorrentes
da visibilidade internacional que a ACATE possui hoje, como a visitação recorrente
80
de diferentes pessoas ao Centro de Inovação Primavera, colabora para a qualidade
do programa.
Sobre os desafios que as empresas incubadas enfrentam para internacionalizar, bem
como a incubadora, a resposta da instituição, pelas palavras de E2:
Para as incubadas, entender a legislação, atender diante do fuso-horário e a barreira
do idioma são alguns dos desafios que dificultam o processo de internacionalização.
Já para a incubadora, o grande desafio é o fortalecimento com incubadoras e
entidades de inovação do exterior.
Realmente, a distância psíquica é uma barreira que pode dificultar a internacionalização
de empresas incubadas. Culturas com costumes distintos do país de origem da empresa
incubada requer esforços que são custosos para uma empresa em desenvolvimento.
4.1.2.3 Instituto de Apoio à Inovação, Incubação e Tecnologia (INAITEC)
O INAITEC está localizado no município de Palhoça, sendo fundado em 2010 diante
de um projeto privado entre Cidade Criativa Pedra Branca, Prefeitura Municipal de Palhoça,
Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) e a Associação Comercial e Industrial de
Palhoça (ACIP), com o intuito de iniciar um novo ciclo de inovação em Santa Catarina
(INAITEC, 2019).
O projeto acredita que as cidades do futuro se desenvolvem economicamente por meio
da inovação, desse modo procuram ajudar a criar e acelerar negócios que desenvolvam soluções
relevantes (INAITEC, 2019).
4.1.2.3.1 Características da incubação
O INAITEC é uma incubadora de empresas mista, desenvolve empresas tradicionais e
de base tecnológica tanto de software quanto de hardware, nas modalidades de pré incubação
e incubação residente, somente. A forma de ingresso é por fluxo contínuo com editais de reforço
para chamar empresas e leva em média 30 dias. Sobre essa característica, afirma E3:
A primeira fase da incubação nós ficamos no empreendedor, para que ele conheça
suas limitações e suas habilidades, para que assim ele verifique se precisa contratar
alguém, chamamos de skills do empreendedor e dura cerca de sessenta dias. Em
seguida passamos para a segunda fase, chamada de validação de capital. Após
validar o capital a empresa inicia a etapa de consolidação de mercado, com duração
de seis meses, assim como na etapa de validação de capital. Por fim, a última fase de
incubação tem duração média de 8 meses e tem foco na gestão.
O processo de incubação é baseado em quatro etapas, assim como aponta o capítulo 3,
na seção 3.3 por Uggioni (2002): Implantação; crescimento; consolidação; e, desincubação.
81
4.1.2.3.2 Medidas de estímulo à internacionalização
O INAITEC coordenou um núcleo operacional do Programa de Qualificação Para
Exportação (PEIEX), oferecido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimentos (Apex-Brasil) com foco na Grande Florianópolis entre 2016 e 2019, com o foco
de capacitar e promover a cultura exportadora na região, assim como confirma o correspondente
E3:
Durante 2 anos tivemos o convênio com o PEIEX, com 6 técnicos dedicados a
aprimorar internacionalmente as empresas. O programa atendia todas as empresas
interessadas na qualificação aqui da região, não somente as nossas incubadas. Com
o PEIEX toda semana tínhamos cursos voltados para o mercado externo. O convênio
já encerrou, mas enviamos o pedido para sermos conveniados por mais dois anos.
A execução do PEIEX contribuiu para o acesso de incubados à agentes locais que
trabalham com exportação, sendo o INAITEC uma referência para empresas que desejam
explorar um novo mercado fora do país. Segundo o entrevistado E3:
Devido ao projeto PEIEX temos muitos parceiros mapeados contribuindo para
nossos incubados, que estão se encaminhando para internacionalizar, terem estudos
de mercado que aborde a melhor posição internacionalmente. Porque, para ter a
certeza que o produto não é viável internacionalmente o empreendedor precisa ter
conhecimento, caso ele nunca tenha buscado informações, ele nunca saberá.
Sobre as práticas de network internacional, o diretor do INAITEC menciona:
A incubadora não promove missões internacionais, mas sempre que há a iniciativa
em outras incubadoras da região ou até mesmo de iniciativas privadas, com preços
competitivos, nós divulgamos para as incubadas.
Quando surgem oportunidades de conexão com iniciativas internacionais, estamos
abertos, mas sempre de maneira passiva. O INAITEC não busca essas parcerias,
muitas vezes elas nos procuram (E3).
Sobre os principais desafios para estimular a cultura exportadora:
Muitas vezes os empreendedores pensam que é muito difícil vender para o exterior.
Conseguir colocar na cultura do brasileiro a cultura exportadora é difícil diante de
um grande mercado que existe no Brasil devido a sua dimensão continental.
Ainda, o conhecimento de mercado internacional, na parte legal e cultural, é um
investimento, custa caro, que para dar certo requer conhecimento prévio, por isso
que para uma pequena empresa internacionalizar precisa de recursos, precisa
estabelecer redes (E3).
Conforme afirma Nelson e Winter (2006 apud MELO, 2008), o processo de busca
requer investimento, e isso poucas organizações conseguem efetivar. No entanto, quando
conseguem, a ação da busca resulta em vantagens competitivas significativas.
Para superar esses desafios o INAITEC menciona que oferece suporte técnico em todos
os segmentos, e para os incubados este serviço não possui custo. O suporte engloba plano de
82
internacionalização, avaliação logística e de mercado, parte de documentação internacional,
entre outros.
4.1.2.4 Centro de Inovação e Tecnologia de Biguaçu (CITEB)
O Centro de Inovação e Tecnologia de Biguaçu (CITEB) é uma fundação privada sem
fins lucrativos criada em 2005, localizada no município de Biguaçu e instalada em um dos
prédios da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) (CITEB, 2019).
4.1.2.4.1 Características da incubação
A incubadora do CITEB é a primeira de Santa Catarina credenciada pelo MCT (CITEB,
2019), onde o processo de seleção é de fluxo contínuo para receber projetos ou empresas de
base tecnológica.
Sobre o processo de incubação adotado o coordenador do CITEB aponta:
Hoje, trabalhamos mais com a parte do P&D, onde o CITEB desenvolve soluções
para outras empresas, através da Lei da Informática. Este é o nosso foco principal.
O interlocutor E4 elucida que o atual foco de atuação do CITEB é o desenvolvimento
de software para terceiros, e não o processo de incubação. Desde a fundação do processo de
incubação, no ano de 2005, até o ano de 2017 o CITEB teve de maneira atuava um processo de
incubação de empresas de base tecnológica, conforme menciona E4:
Nós trabalhamos por muito tempo no formato de incubadora, depois que começou a
cair os movimentos, começou a cair muito a aderência de novas empresas.
No entanto, por motivos de demanda das empresas, mesmo estando localizado em um
prédio universitário e próximo a UNIVALI, tiveram que encerrar a parte de incubação do
CITEB. Nesta sequência, E4 aponta as estratégias adotadas:
Aí nós passamos a focar mais nesse P&D porque o gasto que estava tendo para
buscar novas empresas, era muito maior do que o lucro que nós tínhamos com as
empresas.
Para que exista um processo de incubação eficaz é preciso ter bons parceiros, estar
localizado em um ambiente de sinergia para que as etapas sejam efetivadas, bem como ser um
lugar de referência para o desenvolvimento de novas atividades empreendedoras. Neste
contexto, E4 admite:
Portanto, hoje, o CITEB não possui um processo de incubação.
Hoje, nesse prédio que pertence a UNIVALI não acontecem atividades acadêmicas,
ele está cedido para a Prefeitura de Biguaçu.
Há dois anos, em maio de 2017, eu vim coordenar a incubadora para fechar ela.
Porém, como existiam possibilidades dos projetos de P&D darem certo, decidimos
83
continuar somente com essa parte. Diante disso fechamos alguns projetos com a
Intelbras, Pauta, Digitro e Olsen, e hoje é o que mantém a incubadora.
A incubadora do CITEB aparece como existente em estudos recentes, como Henriques
e Cunha (2018) e Azevedo e Teixeira (2018). No entanto, a realidade é um Centro de Inovação
sem a existência de um processo de incubação, pois conforme exposto no capítulo 3, seção 3.2
sobre os conceitos e tipologias das incubadoras, de acordo com o SEBRAE (2017) o ambiente
de incubação é um espaço planejado para que haja a interação, com acesso a serviços de
consultorias especializadas para o desenvolvimento das soluções das empresas incubadas. Bem
como, a European Comission (2002 apud (AZEVEDO; TEIXEIRA, 2018) apresenta as
incubadoras como mecanismos que sistematizam e potencializam a criação de empresas com
apoio integrado, possuindo um fluxo contínuo de novos negócios.
Sobre a maneira de ingresso das empresas, E4 elucida:
Na verdade, a gente trata as empresas que estão aqui como incubadas, mas é
basicamente um aluguel de espaço. As empresas que estão hoje aqui, são empresas
que precisavam de um espaço para desenvolver as soluções para essas grandes
empresas. O CITEB atua na conexão das empresas que estão locadas aqui com
grandes empresas.
Hoje, se os projetos de P&D acabarem, fecha a incubadora (E4).
O coordenador do CITEB menciona que o foco principal é o desenvolvimento de P&D
para outras empresas, as quais menciona Intelbras, Pauta, Digitro e Olsen. A atividade atual
destacada configura a de um ambiente de inovação aberta (Open Innovation, em inglês) que de
acordo com Distrito (2019) é o termo que define a colaboração entre empresas, indivíduos e
órgãos públicos com o intuito de criar produtos ou serviços inovadores.
Desse modo, não foi possível aplicar o questionário que analisa o tratamento da
incubadora para a internacionalização das incubadas, pois o CITEB não possui um processo de
incubação com ações sistematizadas.
4.1.3 Características dominantes no tratamento de internacionalização das incubadoras
Conforme abordado no capítulo 3, uma incubadora de empresas oferece interação para
gerar inovação, facilita o acesso a serviços e consultorias especializadas de acordo com a
necessidade da empresa incubada, bem como provoca estímulos para o aprimoramento da
empresa.
Desse modo, o Quadro 10 aborda as principais características dominantes nas ações das
incubadoras voltadas para a internacionalização de suas incubadas, localizadas na região da
Grande Florianópolis.
84
Quadro 10 - Características dominantes no tratamento de internacionalização das incubadoras existentes
na região da Grande Florianópolis
Características CELTA MIDITEC INAITEC
Potencial de escalonar como um diferencial Alto Alto Alto
Ações e motivação da cultura exportadora como um diferencial Alto Alto Alto
Orientação internacional como um diferencial Médio Alto Médio
Tolerância ao risco como um diferencial Baixo Alto Alto
Habilidade de coordenar as atividades globalmente como um diferencial Médio Alto Alto
Experiência Internacional como um diferencial Baixo Alto Alto
Benchmark entre empresas incubadas Alto Alto Alto
Benchmark entre empresas graduadas Alto Alto Alto
Capacitações internacionais em gestão mercadológica Alto Médio Alto
Capacitações internacionais em gestão de qualidade da solução Alto Médio Alto
Capacitações internacionais para gestão de distribuição Alto Médio Alto
Acesso a investimentos estrangeiros Alto Alto Não existe
Participação em networks internacionais com membros da incubadora Alto Baixo Baixo
Participação em networks internacionais com assessores e consultores com redes
de relacionamentos de negócios internacionais
Alto Baixo Alto
Promoção da participação das empresas incubadas em feiras internacionais Alto Alto Alto
Promoção da participação das empresas incubadas em missões internacionais Alto Alto Médio
Fonte: Elaborado pela autora com os dados da pesquisa (2019)
Os fatores que são dominantes nas três incubadoras e que contribuem para a
internacionalização é: a seleção de empresas com potencial de escalonar; selecionar empresas
que tenham uma motivação para a cultura exportadora; promoção constante de
benchmarking entre as empresas que estão incubadas, bem como buscar empresas que já
graduaram para fazer essa comparação entre soluções desenvolvidas; promoção frequente da
participação das incubadas em feiras internacionais.
4.1.4 Avaliação geral das incubadoras de empresas de base tecnológica selecionadas
As incubadoras de empresas de base tecnológica localizadas na região da Grande
Florianópolis apresentam incentivos para que suas incubadas consigam se internacionalizar de
maneira sustentável, no entanto a incubadora CELTA e INAITEC são as principais propulsoras
deste movimento. Nestas incubadoras foi possível identificar, via questionário, maiores
volumes e regularidades de mecanismos internos que buscam estimular o conhecimento sobre
o mercado internacional, conforme depoimentos e diante do Quadro 9 que aborda a frequência
de ações voltada à internacionalização.
85
A região da Grande Florianópolis é composta por nove cidades, três delas com
incubadoras ativas. Essas incubadoras, quando somadas, possuem 60 empresas incubadas, a
maioria voltada a oferta de soluções para o mercado interno, conforme menciona E1 “querem
só Brasil”. A grande maioria das vezes por desconhecimento de novos mercados, por
complicações na adequação do produto, questões que são custosas para empresas que estão
começando a se desenvolver.
A incubadora INAITEC, localizada na cidade de Palhoça, foi executora do programa
PEIEX entre os anos de 2016 e 2019, atendendo qualquer empresa da Grande Florianópolis que
queira exportar. Um recurso que aprofundou os conhecimentos das empresas incubadas,
oferecendo estímulos para galgar novos mercados. Como o programa atendeu empresas que
não necessariamente estavam em processo de incubação no INAITEC, serviu como
oportunidade para a divulgação da incubadora como referência na instrução de empresas que
desejam exportar.
A parceria das incubadoras com entidades atuantes no meio empresarial faz com que
iniciativas que as empresas que surgem encontrem respaldo capacitado para desenvolver
negócios nascentes, ou que estão com dificuldade de desenvolvimento sustentável. A existência
de incubadoras preparadas é ainda mais pujante diante de Florianópolis, que, segundo ACATE
(2018), é o segundo maior polo empreendedor com mais de 541 empresas a cada 100 mil
habitantes.
No entanto, Florianópolis é apenas uma das nove cidades da região em análise. As
atividades empreendedoras que surgem nas demais cidades precisam se deslocar para receber
qualificações que desenvolvam o negócio, mesmo aquelas que estão na incubação virtual. A
network de impacto que acontece com as incubadas, ocorre de maneira presencial. Nesse
quesito a região encontra-se carente de inciativas que provoque disrupções, pois o
empreendedorismo tecnológico está concentrado, como é possível perceber pelo número de
incubadas na incubadora CELTA e MIDITEC, na cidade de Florianópolis.
Diante dos resultados obtidos pelos questionários, a questão deficitária, principalmente
na incubadora MIDITEC, é a participação em networks e missões internacionais, com como
parcerias que estimulem a internacionalização das incubadas. Tal como acontece na incubadora
CELTA, por meio das parcerias com incubadoras europeias e americanas, e na incubadora
INAITEC, com a busca de programas que capacitem as incubadas para buscar o internacional
de maneira sustentável.
86
4.2 ANÁLISE DO PADRÃO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS
INCUBADAS SELECIONADAS
Esta seção possui como finalidade atender ao terceiro objetivo específico deste trabalho
o qual que consiste na verificação o padrão de internacionalização das empresas incubadas
selecionadas. A pesquisa foi aplicada em uma empresa incubada, de cada incubadora localizada
na região da Grande Florianópolis.
4.2.1 Características e análise dos dados das empresas incubadas selecionadas
Esta seção abrange a exposição dos dados obtidos com a pesquisa nas empresas
incubadas selecionadas de modo a reconhecer as particularidades que cada uma possui em seu
processo de internacionalização, para que seja possível, assim, estabelecer o padrão de
internacionalização de cada incubada.
Assim sendo, o Quadro 11 introduz a maturidade de cada empresa analisada,
considerando a incubadora a qual participa, o cargo do entrevistado, o ano de fundação da
empresa, o tempo e o tipo de incubação, o tipo de solução ofertada, o número de colaboradores
e o setor de atuação.
Quadro 11 - Características fundamentais das empresas incubadas selecionadas
Características Incubada CELTA Incubada MIDITEC Incubada INAITEC
Cargo do entrevistado CEO CEO Diretor
Ano de fundação 2012 2018 2016
Tempo de Incubação 3 anos Entre 6 meses e 1 ano 3 anos
Tipo de Incubação Presencial Virtual Presencial
Tipo de solução Ofertada Software e Hardware Software Software e Hardware
Número de Colaboradores 17 54 13
Setor de Atuação Setor de energia e defesa Hotelaria e turismo Corte à Laser
Fonte: Elaborado pela autora com os dados da pesquisa (2019)
De acordo com o tempo de incubação, notamos que as incubadas CELTA e INAITEC,
ambas ofertantes de solução em software e hardware, possuem 3 anos de incubação, já a
incubada MIDITEC, que oferta solução em software está há menos de 1 ano incubada, ou seja,
conforme afirma Almeida (2015) o tempo de permanência em casa fase de incubação dependa
das necessidades de cada iniciativa.
Através do número de colaboradores é possível identificar o porte de cada uma das
empresas analisadas: a incubada CELTA está classificada como pequena empresa; a incubada
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MIDITEC se caracteriza em média empresa; e, a incubada INAITEC em análise é classificada
como pequena empresa de acordo com o número de colaboradores.
A análise, agora, aborda as características das empresas incubadas com o internacional.
O Quadro 12 recupera o ano do primeiro movimento internacional, sua motivação, os países
com os quais a empresa incubada possui relações atualmente e o tipo de relação existente. Desse
modo, passamos a analisar, individualmente, o padrão de internacionalização das incubadas.
Quadro 12 - Caracterização do relacionamento internacional das empresas incubadas selecionadas
Relacionamento
Internacional
Incubada
CELTA
Incubada MIDITEC Incubada INAITEC
Ano do primeiro
movimento internacional
2012 2019 2016
Motivo do movimento para
o internacional
Aplicação global da
solução
Acessar países com
proximidade geográfica e
cultural
Conhecer a cultura
Países com que possui
relações internacionais
Itália, EUA e África
do Sul
México, Colômbia, EUA,
Chile, Portugal e Argentina
Portugal, Espanha, México,
Colômbia, Argentina e Uruguai
Tipo de relação
internacional existente
Desenvolvedor Relacionamento com clientes,
suporte para a plataforma
Mapeamento de oportunidades
Fonte: Elaborado pela autora com os dados da pesquisa (2019)
4.2.1.1 Incubada CELTA
A empresa incubada na incubadora CELTA foi fundada em 2012 e seu movimento com
o internacional aconteceu no mesmo ano, sua solução no setor energético e de defesa possui
aplicação global, por se tratar de setores críticos, ao lançar o produto ele é rapidamente
absorvido. Atualmente a empresa possui relações com a Itália, Estados Unidos e África do Sul.
Diante de Choquete et al. (2017 apud VALENTIM, 2018) a incubada CELTA é uma Born
Global pois exporta sua solução desde a data de fundação.
Sob a perspectivas Born Global, Oviatt et al. (1994 apud BERCHIN et al., 2017) trazem
a definição de International New Ventures, onde a empresa possui vantagens comparativas
internalizando operações, com uma estrutura de governança híbrida, com vantagens de
localização, e acesso a recursos únicos. A incubada CELTA, que atua no setor energético em
parcerias com sócios administradores, se caracteriza por ter estrutura híbrida. A localização é
essencial para que a solução possa ser instalada e os recursos ali existentes também. Ainda
dentro da definição de International New Ventures, temos a classificação Geographically
focused start-up, que, conforme apontado na seção 2.2.1.4 deste estudo, é utilizado para definir
empresas com poucas atividades da cadeia, mas são realizadas em muitos países.
88
Johanson & Mattson (1988 apud VALENTIM, 2018) classificam empresas como a
incubada CELTA como International Among Others, destacando-se pelo elevado grau de
internacionalização, por se tratar de um setor de fronteira. Sendo assim, mesmo sem um elevado
conhecimento de mercado, a expressão do produto gera demandas com o potencial de causar
mudanças radicais em todo o sistema daquele setor.
Ao avaliar o movimento exportador, de acordo com a metodologia de Cavusgil (1980
apud MACHADO; GARRIDO, 2017) exposta no quadro 3 deste estudo, a incubada CELTA é
tem sua relação exportação/vendas entre 10% e 39%, denominado envolvimento ativo, e com
relação ao foco estratégico, mercados, produto e embarques ao exterior, o envolvimento é
absoluto.
As medidas de mapeamento das oportunidades foram feitas durante o Programa PEIEX,
na incubadora INAITEC. Esse relato confirma, coforme Tang (2011 apud VALETIM, 2018) a
relevância do envolvimento de PMEs com as networks para a internacionalização. Assim como,
na seção 2.2.1.3 Corviell & Munro (1995, 1997 apud VALENTIM, 2018) apontam que o
contato com diferentes tipos de instituições permite a viabilidade do movimento para o
internacional com redução dos riscos e de maneira acelerada
No quesito relação universidade-empresa a incubada aponta o importante
relacionamento com a Fundação CERTI para viabilizar pesquisas nos laboratórios, o que faz
com que a incubadora CELTA atenda aos objetivos de incubadora de empresas promovendo a
aproximação entre a iniciativa acadêmica e privada. Para que os objetivo da incubação seja
alcançado por meio da oportunidade de interação entre universidade-empresa para promoção
de pesquisa e desenvolvimento (P&D), conforme apresentado na seção 3.2 (LUMPKIN e
IRELAND, 1988; ANPROTEC, 2003 apud ENGELMAN; FRACASSO, 2013).
4.2.1.2 Incubada MIDITEC
A empresa selecionada na incubadora MIDITEC foi fundada em 2018 e possui entre
seis meses e um ano de incubação na modalidade virtual. Seu primeiro movimento para o
internacional foi em 2019 para países com proximidades geográficas e culturais com o Brasil,
como Colômbia, México e Portugal. O Modelo de Uppsala, descrito por Johanson & Vahlne
(1977 GALIMBERTI, 2009) aponta justamente a a decisão de entrada em um novo mercado
que está diretamente influenciada pela distância psíquica, ou seja, com características
semelhantes ao mercado que atualmente se trabalha.
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Até o momento da internacionalização a empresa explorou somente o mercado
doméstico, até criar bases para internacionalizar, ou seja, diante do processo de aprendizagem
que teve com o mercado nacional, começa a estabelecer contratos com o mercado estrangeiro
de maneira gradativa para ir aprofundando suas relações com o passar do tempo. Características
essas que classificam a incubada MIDITEC, de acordo com Choquete et al. (2017 apud
VALENTIM, 2018), como uma Born Global do tipo Born Exporters, uma vez que começam a
exportar um pouco após sua fundação, mas não de imediato.
Enquadrando no modelo de Cavusgil (1980 apud MACHADO; GARRIDO, 2017) o
movimento exportador identificado no quesito relação exportação/vendas está entre 0 e 9%, ou
seja, é um movimento experimental. O foco estratégico, o alcance de mercados e os embarques
ao exterior são característicos de um envolvimento ativo com o internacional.
Ao avaliar o movimento exportador, de acordo com a metodologia de Cavusgil (1980
apud MACHADO; GARRIDO, 2017) exposta no quadro 3 deste estudo, a incubada CELTA é
tem sua relação exportação/vendas entre 10% e 39%, denominado envolvimento ativo, e com
relação ao foco estratégico, mercados, produto e embarques ao exterior, o envolvimento é
absoluto.
O relacionamento em rede que influenciou a internacionalização foi o benchmarketing
em feiras com outras empresas, resultado este que está previsto no referencial bibliográfico
deste estudo, uma vez que o contato entre empresas, sejam elas pequenas ou médias, com novas
iniciativas faz com que o conhecimento de novos mercados ocorra com mais segurança,
ampliando as perspectivas de mercado (COVIELLO e MUNRO, 1997; JOHANSON e
VAHLNE, 2003 apud ENGELMAN; FRACASSO, 2013).
4.2.1.3 Incubada INAITEC
A incubada INAITEC foi fundada em 2016 e está incubada há 3 anos no modelo
presencial. O primeiro contato internacional da empresa foi em 2016 para participar de um
programa de aceleração na Alemanha, o objetivo foi entender o mercado internacional de
máquinas de corte à laser e a cultura mundial na demanda desse produto.
Desse modo, é possível interpretar o movimento da incubada INAITEC como processo
de busca por conhecimento, assim como afirma Nelson & Winter (2006 apud MELO, 2008),
este é um fator diferencial diante da concorrência, pois resultam em constante melhoramentos.
A estratégia de internacionalização lenta está prevista no Modelo de Uppsala, que
considera etapas que começam pela exploração do mercado doméstico e não há exportações
90
regulares, estágio que a incubada INAITEC se encontra. O acúmulo gradual de conhecimento
sobre o mercado externo é outra característica do modelo.
No momento atual a empresa está mapeando possíveis mercados, entre eles: Portugal,
Espanha, México, Colômbia, Argentina e Uruguai. O mapeamento foi elaborado durante o
programa PEIEX, o qual o INAITEC executou entre os anos de 2016 e 2019.
Ao enquadrar a incubada no modelo de Cavusgil (1980 apud MACHADO; GARRIDO,
2017) verifica-se a relação exportação/vendas sem volumes, portanto atua somente no mercado
doméstico, o foco estratégico é doméstico e oportunista caracterizando um movimento de pré-
exportação, o mercado é doméstico, já o produto possui alcance internacional sem registros de
embarques ao exterior.
Na observação sobre a colaboração entre universidade-empresa, a situação é ativa
principalmente com o Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC, o qual o diretor da
empresa possui o título de mestre.
4.2.2 Avaliação geral das empresas incubadas selecionadas
A avaliação está baseada nas três empresas objetos de estudo, onde duas possuem o
mesmo período de incubação, três anos, produzem soluções que utilizam software e hardware,
porém possuem anos de fundação e setores de atuação distintos, a incubada CELTA foi fundada
em 2012 e atua no setor de energia e defesa, enquanto a incubada INAITEC iniciou suas
atividades em 2016 e atua no setor de corte à laser. Já a incubada MIDITEC utiliza software
para ofertar sua solução no setor de hotelaria e turismo desde 2018.
O ano de fundação e o setor de atuação influenciam nos movimentos de
internacionalização praticados. A incubada CELTA atua no setor de energia e defesa, setores
de fronteira que, quando existem, são rapidamente absorvidos, inclusive pelo mercado
internacional. A relação com pessoas de países centrais influenciou na aderência da tecnologia
que foi desenvolvida pela incubada CELTA. Desse modo, a empresa despendeu esforços
tecnológicos e científicos. Por esse motivo ela já nasce global.
A incubada MIDITEC está galgando mercados internacionais influenciada pela
distância psíquica, localização e aspectos culturais próximos com o encontrado no Brasil, e com
entrada gradativa, mas seu principal mercado de atuação é o nacional. Seu foco no setor de
hotelaria e serviços pode ser aperfeiçoado com considerável velocidade, uma vez que atua de
maneira virtual ofertando serviços para empresas do setor.
91
A incubada INAITEC atua no setor de corte a laser, um nicho que elevado valor
tecnológico agregado, devido a isso possui forte ligação com o departamento de pesquisa em
Engenharia Mecânica da UFSC, no entanto seu mercado de atuação é o nacional. A relação da
incubada INAITEC com o internacional é de busca por conhecimento para aplicação nas rotinas
internas, gerando melhoramentos de produtos e processos de produção.
No tocante a empregabilidade das empresas, também foco deste estudo, registra-se que
a incubada MIDITEC, que atua no setor de hotelaria e turismo com uma plataforma de software,
possui 54 funcionários, já as duas empresas, que trabalham com hardware além de software,
emprega 13 pessoas (incubada INAITEC) e 17 pessoas (incubada CELTA).
92
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entre os anos de 1988 a 2019 o Brasil passou de duas incubadoras de base tecnológica,
para mais de trezentas e sessenta e três destas, número que se elevou entre os anos de 2000 e
2009, conforme aborda o Gráfico 1 do presente estudo. Com isso, o impacto econômico direto
das incubadoras de empresas de base tecnológica no ano de 2018, estimado pela ANPROTEC
(2019), superou R$18,7 bilhões, provocando um impacto de renda na economia com a geração
de cerca de 70 mil empregos diretos.
Estes dados apontam a relevância das inciativas de incubação não somente para a
sustentabilidade dos empreendimentos, mas também para a geração de renda com valor
agregado no país, uma vez que as EBTs empregam profissionais de elevada qualificação como
cientistas, técnicos e pesquisadores (FONSECA; KRUGLIANSKAS, 2002 apud TOLEDO et
al., 2008), além de atuar em setores intensivos em tecnologia e aplicam constantemente
conhecimentos científicos e tecnológicos em seus produtos, processos ou serviços (PINHO,
2005 apud RIBEIRO; OLIVEIRA JR; BORINI, 2012). Esta configuração interna das empresas
de base tecnológica é uma explicação para a distinção da capacidade inovativa destas para com
empresas tradicionais do mesmo porte.
As EBTs em países em desenvolvimento, como o Brasil, possuem conexão ativa com
universidades e institutos de pesquisa para constante aperfeiçoamento das soluções e o
desenvolvimento de novas, uma vez que, por seu pequeno porte, não conseguem internalizar a
P&D, como em empresas de base tecnológica de grande porte (PINHO, 2005 apud RIBEIRO;
OLIVEIRA JR; BORINI, 2012). Algo que reforça o desenvolvimento do ecossistema de
inovação brasileiro, uma vez que EBTs precisam de constante interação para desenvolver
inovações por conta da limitação que possui com pessoal.
De acordo com o presente estudo, constatou-se uma redução de 26% no número total de
incubadas de porte micro e pequeno entre os anos de 2016 para 2019, em nível nacional. No
entanto, as empresas incubadas de porte médio e grande elevaram-se em 42,6% no mesmo
período de 2016 para 2019. O que configura uma elevação no nível de maturidade das incubadas
entre os anos em análise, ou seja, crescimento. A modalidade de incubação virtual, presente
muitas vezes nas incubadoras de empresas, também permite que as empresas tenham mais
espaço para contratação, e assim mudem de nível.
Todavia, no Estado de Santa Catarina apresenta concentração expressiva de startups,
conforme apresenta o Gráfico 4 que compara a concentração desta modalidade de empresa nos
93
Estados brasileiros, totalizando 19,95% das empresas que nascem com elevada escalabilidade
despendendo uma baixa elevação de custos no ano de 2017. Estes resultados traduzem esforços
que começaram há mais de 50 anos no território catarinense, devido a iniciativas empresariais
pioneiras em cidades como Blumenau, Joinville e Florianópolis, o que levou a surgir fundações
e associações que busquem fortalecer e incentivas novas outras iniciativas de empresas do ramo.
Desse modo, surge o CELTA, em 1986 para desenvolver de maneira sustentável as empresas
de tecnologia, com uma ligação forte à fundação CERTI, e ACATE, levantando a bandeira do
associativismo tecnológico de modo a entregar recursos que fortaleçam as empresas associadas
(KANITZ, 2013).
Nestes parâmetros, segundo a ACATE (2018), o Estado de Santa Catarina registrou a
existência de 12.365 empresas de tecnologia, destas 3.974 empresas estão localizadas a região
da Grande Florianópolis, representando 32.1% do total do Estado. Este número expressivo de
empresas de base tecnológica faz com que novas iniciativas no setor venham a surgir, muitas
procuram incubadoras de base tecnológica para se desenvolverem. No ano de 2018, existiam
22 incubadoras, deste porte, mapeadas em Santa Catarina (AZEVEDO; CASTILLO;
TEIXEIRA, 2018), destas, 4 estão localizadas na região da Grande Florianópolis, objeto deste
estudo.
A incubadora CELTA, localizada em Florianópolis, é a mais antiga das quatro
iniciativas mapeadas. Com atividades que se iniciaram em 1986, atua ativamente para que suas
empresas incubadas internacionalizem com segurança. Pode-se mencionar: participação no
programa de transferência internacional da ANPROTEC, a Land2Land; parceria com
associações internacionais como IASP e NBIA, propiciando a oportunidade de empresas
incubadas no Brasil consigam comercializar com estes países instalando-se neles; possui
também o programa Global Opportunities for Innovation, de modo a mapear as necessidades
das empresas incubadas para que participem do mercado internacional; a incubadora é atuante
em missões internacionais, junto de suas incubadas para que participem tanto em feiras
internacionais quanto tenham contato com fornecedores adequados no mercado externo; ainda,
a incubadora CELTA é pioneira em estabelecer convênios que tendam a fortalecer a
internacionalização das empresas de base tecnológica em todo o estado de Santa Catarina.
A incubadora MIDITEC está localizada em Florianópolis e possui uma integração com
sua gestora, ACATE, para que assim as empresas incubadas automaticamente se associem e
tenham acesso a programas de internacionalização. Os prêmios conquistados em nível
internacional entre os anos de 2018 e 2019 faz com que as empresas busquem o programa de
94
incubação do MIDITEC, o qual possui reconhecimento internacional, caracterizando-se um
diferencial para a empresa que passa pelo processo de incubação e deseja internacionalizar.
A incubadora INAITEC é a única incubadora de EBTs que não está localizada em
Florianópolis. Fundada em 2010 no município de Palhoça, o INAITEC coordenou entre 2016
e 2019 o Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX), o qual atendeu toda a região da
Grande Florianópolis, não apenas suas incubadas. Com o programa a incubadora possui seis
técnicos dedicados a internacionalização das EBTs, ações como mapeamento de oportunidades
internacionais, cursos voltados para o mercado externo com frequência semanal. Mesmo sem
promover missões para o exterior, a incubadora sempre mapeia parceiros que o fazem e indicam
para seus incubados. A incubadora INAITEC recebe demandas para parcerias internacionais de
maneira passiva, mas sempre com disponibilidade.
A incubadora CITEB estava mapeada nos estudos de Azevedo; Castillo; Teixeira
(2018), no entanto ao aplicar o questionário constatou-se que o processo de incubação existiu
entre os anos de 2005 e 2017, encerrando-se por motivos de demanda que ocasionaram
insustentabilidade financeira. Hoje, pela descrição das atividades, acontece um programa de
inovação aberta no CITEB.
Assim sendo, contata-se que as incubadoras de base tecnológica, em atividade,
localizadas na região da Grande Florianópolis realizam constantes esforços para que seus
incubados tenham acesso ao mercado externo. Para isso apresentam possibilidades por meio de
cursos, mapeamento de oportunidades, missões e participação em feiras internacionais para que
as empresas incubadas consigam estabelecer um panorama do nicho em nível internacional em
que atuam.
Este estudo está baseado nas abordagens teóricas comportamentais dos negócios
internacionais, sendo elas: Modelo de Uppsala; Modelos de internacionalização relacionados à
inovação; Modelo de internacionalização em rede; e, a perspectiva born global dos
empreendimentos internacionais. De acordo com as características dessas teorias foram
aportados os dados coletados com as entrevistas, que comprovam que empresas de base
tecnológicas, dependendo do setor em que atuam, procuram primeiro se estabelecer no mercado
doméstico, para aos poucos, galgarem mercado externo até se estabelecerem totalmente. É
possível também encontrar respaldo para empresas que apenas procuram conexões
internacionais para que o movimento de internacionalização evite riscos diante, para isso a
cumulatividade do conhecimento e a atuação com uma rede de contatos é fundamental. Por fim,
95
as nascidas globais ou, em inglês, born globals, quando são de setores críticos, automaticamente
são absorvidas pelo mercado, independentemente de sua localização.
Diante dos estudos de casos com EBTs incubadas, identificou-se três empresas com três
diferentes padrões de internacionalização: a incubada CELTA, caracterizada por ser uma born
global diante de sua atuação, desde a fundação, no mercado internacional por meio de seu setor
de energia e defesa, onde a solução é rapidamente absorvida em nível mundial, quando existe;
a incubada MIDITEC, que também é uma born global, mas que está iniciando suas atividades
em países com proximidades psíquicas, no entanto o principal mercado de atuação é o
doméstico; e, por fim, a incubada INAITEC que ainda não comercializa com o exterior, vende
seus produtos apenas no mercado doméstico mas que, por se tratar de um setor de elevada
tecnologia, está sempre em rede, ou seja, com a internacionalização via network, ativa. Assim
sendo a incubada INAITEC está com esforços voltados para o mapeamento de oportunidades
por meio de contatos e busca de conhecimento para aprimorar seus produtos e processos.
A área de estudos sobre a internacionalização de empresas de base tecnológica é vasta,
uma vez que, com os avanços dos meios de comunicação, cada vez mais empresas nascentes
procuram conhecimento no mercado externo, incorporando e comercializando não só com o
mercado doméstico, mas com tendência internacional. Porém, por mais que seja uma tendência
o aparecimento de novas empresas tecnológicas, o respaldo para seu desenvolvimento ainda se
encontra limitado. Logo, os futuros estudos nesta área podem englobar mapeamentos que
busquem fortalecer ecossistemas de inovação em cidades próximas a Florianópolis podem ser
uma boa estratégia para que as empresas cresçam de maneira eficiente e não sendo apenas mais
uma iniciativa, que, ao mudar o paradigma tecnológico deixará de existir. Aprofundar estudos
sobre a interação universidade-empresa, uma vez que este estudo apontou a relevância de
soluções intensivas em tecnologia nas pequenas e médias empresas, possibilitadas por seus
fundadores serem oriundos da academia, bem como a relevância dos intercambistas para
conhecimento e aprimoramento dos produtos voltados para determinadas culturas.
96
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104
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105
APÊNDICE 1 — ROTEIRO DE ENTREVISTA COM AS INCUBADORAS DA GRANDE
FLORIANÓPOLIS
Essa pesquisa faz parte do desenvolvimento do trabalho de monografia final de
conclusão do curso de Ciências Econômicas na Universidade Federal de Santa Catarina
intitulado “Análise das características do processo de internacionalização de empresas de base
tecnológica: estudo em incubadoras na região da Grande Florianópolis – SC”. A entrevista e
seus resultados apresentam fins acadêmicos e científicos, os dados e respostas da incubadora
serão confidenciais, não sendo divulgadas individualmente. A autenticidade das respostas serão
via gravação do áudio da entrevista e da cópia compartilhada do arquivo, via e-mail, com o
entrevistado. A pesquisa contribuirá com as informações e análises para as empresas
respondentes e para futuros estudos no meio acadêmico.
A entrevista tem como finalidade responder a um dos objetivos da pesquisa que é
analisar o tratamento de internacionalização da gestão das incubadoras selecionadas, sendo que
o objetivo geral é analisar como as incubadoras e as empresas de base tecnológica, incubadas
da região da Grande Florianópolis, tratam e tomam decisões a favor do processo de
internacionalização. Uma vez que o termo “internacionalização” engloba toda e qualquer
atividade com o internacional. Dessa forma, o processo de internacionalização de uma incubada
apresenta-se um diferencial competitivo frente as demais empresas.
1) Dados do entrevistado:
Nome:
E-mail:
Função:
Período de atuação na Incubadora:
Seu nível de escolaridade:
Data que foi concedida a entrevista:
2) Dados da Organização:
Nome da Incubadora:
Ano de fundação da Incubadora:
106
Classifique a incubadora: Selecione
Incubadora de Empresas de Base Tecnológica
Incubadora de Empresas Tradicionais
Incubadora de Empresas Mista
Tipo de mantenedora: Selecione
Associação
Sociedade Empresarial
Prefeitura
Universidade Estadual
Universidade Federal
Universidade Privada
Outra:
Indique:
O número de empresas Incubadas:
O número de empresas Graduadas:
O número de empresas Graduadas nos últimos 3 anos:
O número de postos de trabalhos atualmente:
Faturamento das incubadas no último ano:
Faturamento das Graduadas no último ano:
Quantidade
Microempresas
(até 9 pessoas
ocupadas)
Pequenas
(de 10 a 49
pessoas
ocupadas)
Médias
(de 50 a 99
pessoas
ocupadas)
Grandes
(acima de
100
pessoas)
Não sei
dizer
Incubadas
Graduadas
Sobre os setores das incubadas Software Hardware
Nanotecnologia
Saúde
107
Energia
Mecânica
Serviços
Engenharia
Outros:
Indique as modalidades de incubação existentes na incubadora: Sim Não
Pré-incubação
Incubação residente
Incubação virtual/à distância
Pós-incubação
A incubadora, incuba empresas de base tecnológica em: Sim Não
Hardware
Software
Forma de seleção: Selecione
Fluxo contínuo
Edital
Sobre incubação virtual Sim Não
Possui?
Se sim, indique quantas incubadas virtuais possui atualmente:
Indique o tamanho das incubadas virtuais:
3) Critérios de seleção das incubadas:
Observação: utilize os parâmetros de escala de 1 a 5. Onde 1 equivale ao menos
relevante e 5 ao mais relevante.
Tipo conexão existente entre incubadora e universidades, onde a
universidade oferece:
Sim Não
108
Apoio na busca por recursos financeiros
Apoio financeiro recorrente
Suporte gerencial e técnico
Facilidade de acesso à mercados potenciais
Intercâmbio com outras empresas potenciais
Formação gerencial através de curso
Infraestrutura Laboratorial
Infraestrutura Predial (Instalação da incubadora)
Plano de negócios
A incubadora possui certificação CERNE? Sim Não
CERNE 1
CERNE 2
CERNE 3
CERNE 4
Qual o tempo médio de permanência das empresas incubadas? Selecione
Menos de 6 meses
Entre 6 meses e 1 ano
Entre 1 e 2 anos
Acima de 2 anos
Qual o tempo médio em cada fase do processo de incubação? Mencione
Processo de seleção dos negócios
Implantação
Crescimento
Consolidação
Maturação
1) Descreva o processo de incubação existente, caso seja diferente do citado
anteriormente:
109
2) Quais as medidas adotadas para viabilizar o acesso das empresas incubadas à recursos
humanos capacitados?
Informe a quantidade de colaboradores com
experiência internacional:
3) Critérios de seleção das incubadas:
Observação: utilize os parâmetros de escala de 1 a 5. Onde 1 equivale ao menos
relevante e 5 ao mais relevante.
Pouco Muito
Sobre os critérios de seleção das empresas para a incubação 1 2 3 4 5
Viabilidade técnica e econômica do projeto
Retorno financeiro
Perfil dos empreendedores
Habilidade da equipe
Base tecnológica da empresa
Potencial de escalonar
Oportunidade de interação entre universidade-empresa para
promoção de pesquisa e desenvolvimento (P&D)
Número de empregos gerados
Ações de motivação da cultura exportadora
Características do produto ou serviço
Redes de relacionamento nacionais
Redes de relacionamento internacionais
Pouco Muito
110
Sobre as características dos empreendedores relevantes na
seleção para incubação
1 2 3 4 5
Orientação internacional
Tolerância ao risco
Proatividade
Habilidade de coordenar as atividades globalmente
Experiência prévia no setor de tecnologia
Experiência Internacional
Pouco Muito
Sobre as ações para o desenvolvimento das empresas na gestão
de tecnologia e inovação, a incubadora:
1 2 3 4 5
Proporciona cursos
Capacitações
Tutorias
Interação entre os empreendedores da incubadora
Benchmark entre empresas incubadas
Benchmark entre empresas graduadas
Pouco Muito
Sobre as ações, as medidas de estímulo para atuação
internacional por meio do desenvolvimento da empresa em
gestão mercadológica, a incubadora:
1 2 3 4 5
Proporciona cursos
Capacitações
Tutorias
Sobre as ações as medidas de estímulo para atuação
internacional por meio do desenvolvimento da empresa em
gestão da qualidade do produto ou serviço, a incubadora:
1 2 3 4 5
Proporciona cursos
Capacitações
111
Tutorias
Sobre as ações as medidas de estímulo para atuação
internacional por meio do desenvolvimento da empresa em
gestão de distribuição, a incubadora:
1 2 3 4 5
Proporciona cursos
Capacitações
Tutorias
OBS: Solicitar planilha com a quantidade e especificação dos cursos, capacitações
expedições realizadas no último ano.
Pouco Muito
A incubadora oferece medidas de acesso à apoio
financeiro: Sim Não
Se sim, quanto?
1 2 3 4 5
Em instituições financeiras
Em instituições governamentais
Por meio de investidores anjos
Por meio de investimentos estrangeiros
Por meio de investidores em capital de risco
4) Redes e Parcerias:
Observação: utilize os parâmetros de escala de 1 a 5. Onde 1 equivale ao menos
relevante e 5 ao mais relevante.
Pouco Muito
A incubadora oferece participação em networks
nacionais com: Sim Não
Se sim, quanto?
1 2 3 4 5
Parceiros
Associações
Redes de Incubação
Relacionamento entre a equipe da incubadora com
outras incubadoras
112
Assessores e consultores com redes de
relacionamentos de negócios nacionais
Promoção da participação das empresas incubadas em
missões
Pouco Muito
A incubadora oferece participação em networks
internacionais com: Sim Não
Se sim, quanto?
1 2 3 4 5
Membros da incubadora
Assessores e consultores com redes de
relacionamentos de negócios internacionais
Empresas incubadas que são de origem estrangeira
Promoção da participação das empresas incubadas em
feiras
Promoção da participação das empresas incubadas em
missões
A incubadora oferece apoio a participação das incubadas à projetos de
internacionalização, como Softex (Associação para Promoção da Excelência do
Software Brasileiro) e Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações
e Investimentos)/PEIEX:
Sim Não
Pouco Muito
A incubadora oferece ações de ampliação de
networks nacionais?
Sim Não Se sim, quanto?
1 2 3 4 5
113
Pouco
Muito
A incubadora oferece ações de ampliação de
networks internacionais?
Sim Não Se sim, quanto?
1 2 3 4 5
5) Mercado externo:
Observação: utilize os parâmetros de escala de 1 a 5. Onde 1 equivale ao menos
relevante, e 5 ao mais relevante.
Sobre o desenvolvimento dos conhecimentos sobre
mercado externo, a incubadora: Sim Não Se sim, como?
Disponibiliza frequentemente informações e bancos de
dados sobre mercado externo
Oferece consultoria de importação e exportação
Oferece assessoria de importação e exportação
Oferece serviços de importação e exportação
Oferece consultoria de transferência internacional de
tecnologia
Oferece assessoria de transferência internacional de
tecnologia
Oferece serviços de transferência internacional de
tecnologia
Divulga as ações das incubadas no exterior
Faz uma constante identificação de prospecção de
negócios e parceiros no mercado externo
6) Quais os incentivos específicos ou estratégias que a incubadora adota para realizar a
internacionalização?
114
7) Quais os maiores desafios que as empresas de base tecnológica enfrentam para
conseguir internacionalizar?
8) Quais os maiores desafios que a incubadora enfrenta para fazer com que as incubadas,
que querem se internacionalizar, consigam?
9) Indique 4 empresas incubadas para aplicar entrevista sobre internacionalização?
115
APÊNDICE 2 — ROTEIRO DE ENTREVISTA COM AS INCUBADAS SELECIONADAS
Essa pesquisa faz parte do desenvolvimento do trabalho de monografia final de
conclusão do curso de Ciências Econômicas na Universidade Federal de Santa Catarina
intitulado “Análise das características do processo de internacionalização de empresas de base
tecnológica: estudo em incubadoras na região da Grande Florianópolis – SC”. A entrevista e
seus resultados apresentam fins acadêmicos e científicos, os dados e respostas da empresa
incubada serão confidenciais, não sendo divulgadas individualmente. A autenticidade das
respostas serão via gravação do áudio da entrevista e da cópia compartilhada do arquivo, via e-
mail, com o entrevistado. A pesquisa contribuirá com as informações e análises para as
empresas respondentes e para futuros estudos no meio acadêmico.
A entrevista tem como finalidade responder a um dos objetivos da pesquisa que é
verificar o padrão de internacionalização das empresas incubadas selecionadas, sendo que o
objetivo geral é analisar como as incubadoras e as empresas de base tecnológica, incubadas da
região da Grande Florianópolis, tratam e tomam decisões a favor do processo de
internacionalização. Uma vez que o termo “internacionalização” engloba toda e qualquer
atividade com o internacional. Dessa forma, o processo de internacionalização de uma incubada
apresenta-se um diferencial competitivo frente as demais empresas.
1) Dados do entrevistado:
Nome:
Cargo:
Nível de escolaridade:
Nome da empresa:
Incubadora a qual pertence:
Tipo de incubação: Virtual/à distância ( ) Presencial ( )
A empresa oferece soluções em: Software ( ) Hardware( )
Ano de abertura da empresa:
Data que foi concedida a entrevista:
2) Sobre as características da empresa:
Indique o tempo que está incubado Selecione:
Menos de 6 meses
Entre 6 meses e 1 ano
Entre 1 e 2 anos
Acima de 2 anos (3 ANOS)
116
Mencione o setor de atuação da empresa:
Quantos colaboradores a empresa incubada
possui?
Os gestores da empresa possuem vivência
internacional?
Sim Não Se sim, em qual país?
Relate o nível de educação e experiência no
exterior, fluências em idiomas dos
empreendedores responsáveis pela
expansão internacional.
3) Sobre o histórico de internacionalização desde a origem da empresa, indique:
Qual foi o primeiro movimento que a
empresa fez para o internacional?
Qual a intensão deste movimento, qual o tipo
de interação?
O primeiro país que estenderam suas
atividades e qual o ano?
O que levou o estabelecimento de relações
com este país em específico (ex. vantagem
competitiva, acesso a insumos, acesso a
clientes específicos devido a complexidade
da solução, acesso a fornecedores
específicos)?
As redes pessoais e profissionais
estabelecidas influenciaram no processo de
internacionalização?
4) Sobre as atuais relações da empresa internacionalmente, indique:
Com quais países possui relações
atualmente?
117
Qual é o tipo de interação existente com o
internacional?
A equipe responsável pela expansão
internacional faz um constante mapeamento
de oportunidades?
Para esse mapeamento, possui parceiros? É
participante de algum programa de
internacionalização?
Para manter a competitividade do produto
internacionalmente, quais as medidas
adotadas?
A empresa possui relação com instituições de
ensino e pesquisa como uma maneira de
contribuir para a internacionalização? De
que modo isso acontece?
Selecione a relação que se encontra no quesito exportação/venda: Selecione:
0 (zero)
Próximo a zero
0 a 9%
10 a 39%
40% ou mais
Selecione o foco estratégico adotado: Selecione:
Doméstico
Doméstico e oportunista
Doméstico e intencional
Internacional
Global
Selecione o mercado de atuação: Selecione:
118
Doméstico
Doméstico e próximos
Internacional
Global
Selecione o alcance do produto: Selecione:
Local e padronizado
Local e baixa adaptação
Local e adaptado
Internacional
Global
Selecione a frequência dos embarques para o exterior: Selecione:
Não há
Esporádicos e de baixa regularidade
Mensais, média regularidade
Semanais, diários, alta regularidade
Diários, alta regularidade
5) Sobre estar ligado à um ambiente de inovação:
6) Sobre os resultados obtidos por estar internacionalizando:
Mencione as mudanças/inovações que
ocorreram em produtos, processos ou serviços
diante dos movimentos pelo internacional:
Mencione as oportunidades com o
internacional que surgiram por estar
incubado: