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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO Érika Alessandra Salmeron Silva GESTÃO DE CURSO A DISTÂNCIA: ELEMENTOS ESTRUTURANTES DA OFERTA DO CURSO BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA A DISTÂNCIA, INTEGRANTE DO PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Florianópolis 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO

Érika Alessandra Salmeron Silva

GESTÃO DE CURSO A DISTÂNCIA:

ELEMENTOS ESTRUTURANTES DA OFERTA DO CURSO

BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA A

DISTÂNCIA, INTEGRANTE DO PROGRAMA NACIONAL DE

FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, NA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

Florianópolis

2010

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Érika Alessandra Salmeron Silva

GESTÃO DE CURSO A DISTÂNCIA:

ELEMENTOS ESTRUTURANTES DA OFERTA DO CURSO

BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA A

DISTÂNCIA, INTEGRANTE DO PROGRAMA NACIONAL DE

FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, NA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

Trabalho de Conclusão de Estágio

apresentado à disciplina Estágio

Supervisionado – CAD5236, como

requisito parcial para obtenção do grau

de Bacharel em Administração da

Universidade Federal de Santa

Catarina.

Orientador: Prof. Dr. Alexandre

Marino Costa.

Co-orientador: Profª. Ma. Kelly

Cristina Benetti Tonani Tosta.

Florianópolis

2010

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Érika Alessandra Salmeron Silva

GESTÃO DE CURSO A DISTÂNCIA:

ELEMENTOS ESTRUTURANTES DA OFERTA DO CURSO

BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA A

DISTÂNCIA, INTEGRANTE DO PROGRAMA NACIONAL DE

FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, NA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado

em sua forma final pela Coordenadoria de Estágios do Departamento de

Ciências da Administração da Universidade Federal de Santa Catarina.

Local, 07 de julho de 2010.

___________________________________

Prof. Sinesio Stefano Dubiela Ostroski, Me.

Coordenador de Estágios

Banca Examinadora:

____________________________

Prof. Alexandre Marino Costa, Dr.

Orientador

______________________________________

Profª. Kelly Cristina Benetti Tonani Tosta, Ma.

Co-Orientadora

____________________________

Prof. Irineu Manoel de Souza, Dr.

Membro

________________________

Prof. Luís Moretto Neto, Dr.

Membro

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus, pela minha

existência, por todas as oportunidades que tive, por permitir que eu

esteja aqui neste momento, e por ter me dado o privilégio de ter pessoas

maravilhosas ao meu lado. Agradeço em especial pela vinda do meu

filho Gabriel durante a minha graduação, o seu nascimento deu outro

sentido a minha vida.

Aos meus pais, pelo amor, pela vida, pela minha educação, por

me apoiarem sempre, e principalmente por terem acreditado que eu

chegaria até aqui. Em especial, agradeço a minha mãe por me escutar

sempre, pelas nossas longas conversas.

Ao meu filho, por ter sido sempre tão amoroso, mesmo eu

estando ausente em diversos momentos de sua vida.

A minha irmã Vivian, pelo amor e preocupação.

Agradeço a todos os outros familiares pelo apoio e compreensão

durante o período em que estive ausente envolvida com minha

graduação.

A minha grande amiga Simone, pela sua amizade sincera, que me

apoiou desde o início em momentos de muita dificuldade.

As minhas amigas-irmãs Andreza e Fabiana, por terem me

ensinado valores diferentes da vida, por terem me mostrado formas

diferentes de encararmos nossas dificuldades.

Ao meu “bracinho” Stephany, pelo seu auxílio e paciência com

meu mau-humor.

Aos professores Liane, Moretto, Heloise, Kelly e todos os outros

que contribuíram de alguma forma para a minha formação.

Ao professor Marino pela orientação nesta pesquisa.

Aos colegas da equipe de EaD, da tutoria, pelos momentos de

trabalho e de diversão.

Aos amigos de universidade, que estiveram presentes nessa fase

importante de minha vida.

A todos que contribuíram de alguma forma com esta pesquisa.

Muito obrigada!

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Deus nos concede, a cada dia, uma

página de vida nova no livro do tempo.

Aquilo que colocamos nela corre por

nossa conta.

Francisco Cândido Xavier

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RESUMO

SILVA, Érika Alessandra Salmeron. Gestão de curso a distância:

elementos estruturantes da oferta do curso Bacharelado em

Administração Pública a distância integrante do Programa Nacional de

Formação em Administração Pública, na Universidade Federal de Santa

Catarina. 145p. Trabalho de Conclusão de Estágio (Graduação em

Administração). Curso de Administração, Universidade Federal de

Santa Catarina, Florianópolis, 2010.

A EaD em conjunto ao avanço tecnológico e da comunicação vem

ampliando as possibilidades de acesso ao conhecimento, proporcionando

assim inclusão social a uma maior parcela da população. Para tanto, esta

modalidade de ensino requer uma gestão diferenciada da aplicada em

cursos presenciais, devido às suas características próprias. A EaD deve

ser aplicada de forma mais sistemática, de modo a melhorar a qualidade,

eficácia e eficiência da educação. É o caso do curso Bacharelado em

Administração Pública a distância na Universidade Federal de Santa

Catarina (UFSC). Neste contexto foi definido o objetivo geral deste

trabalho que foi analisar os elementos estruturantes da oferta do curso

Bacharelado em Administração Pública a distância integrante do

Programa Nacional de Formação em Administração Pública (PNAP), na

UFSC. Quanto à metodologia a presente pesquisa pode ser classificada

como qualitativa, aplicada, descritiva, bibliográfica e estudo de caso.

Foram coletados dados primários, por meio de entrevistas e aplicação de

questionários junto aos polos de apoio presencial. Com relação aos

procedimentos para definir a amostragem populacional, os mesmos

foram não-probabilísticos, utilizando-se uma amostra caracterizada

como intencional, sendo seus componentes: a supervisora de tutoria a

distância, a supervisora de tutoria presencial, os 6 polos de apoio

presencial, o coordenador do curso, a coordenadora de produção de

recursos didáticos CAD/UFSC e a supervisora de produção de recursos

didáticos CAD/UFSC, lembrando que esta última é a pesquisadora do

presente estudo.A partir dos dados coletados, buscou-se então descrever

o PNAP, como foram constituídos os materiais didáticos para o

programa e como foi concebido o curso Bacharelado em Administração

Pública a distância. Foi apresentado um histórico da UFSC, do

Departamento de Ciências da Administração (CAD) e informações

sobre vagas ofertadas do curso por polo de apoio presencial. Após a

apresentação do programa e da instituição foram elencados os elementos

estruturantes da oferta do curso, que são: a concepção de currículo no

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processo de ensino e aprendizagem (refere-se ao projeto pedagógico do

curso), sistemas de comunicação, material didático, avaliação (de

aprendizagem e institucional), equipe multidisciplinar (tutores, docentes

e corpo técnico-administrativo), infra-estrutura de apoio (coordenação

acadêmico-operacional e polo de apoio presencial), gestão acadêmico-

administrativa (integração de todos os elementos), e sustentabilidade

financeira. Por fim, foi proposto um plano de ação visando a melhoria

da oferta do curso, de acordo com cada um dos elementos estruturantes

do curso.

Palavras-chave: Educação a Distância, PNAP, gestão de curso a

distância.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Criação do Programa Nacional de Formação em

Administração Pública.........................................................................79

Figura 2: Mapa conceitual do processo de produção do material didático

– PNAP.........................................................................................83

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Desenvolvimento e evolução da EaD no

Brasil............................................................................................35

Quadro 2: Mudança de paradigma em relação à modalidade de

ensino..........................................................................................40

Quadro 3: Comparação entre ensino presencial e ensino a

distância........................................................................................42

Quadro 4: Limitações da Educação a

Distância........................................................................................45

Quadro 5: Distribuição de vagas por polo de apoio

presencial......................................................................................93

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SUMÁRIO

RESUMO................................................................................................V

LISTA DE FIGURAS ..............................................................VI

LISTA DE QUADROS ...........................................................VII

1 INTRODUÇÃO.................................................................................19 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA DE

PESQUISA....................................................................................19

1.2 OBJETIVOS.....................................................................................21

1.2.1 Objetivo geral...............................................................................21

1.2.2 Objetivos específicos....................................................................21 1.3 JUSTIFICATIVAS...........................................................................22

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO.....................................................23

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................25

2.1 GESTÃO UNIVERSITÁRIA...........................................................25

2.2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EaD)...............................................29

2.2.1 Aspectos conceituais e caracterização da EaD..........................36

2.2.2 As especificidades da educação presencial e da educação a

distância.......................................................................................39

2.2.3 EaD no ensino superior no Brasil...........................................46 2.2.3.1 Aspectos legais da EaD no Brasil.........................................46

2.2.3.2 Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB).........................48

2.3 ELEMENTOS ESTRUTURANTES DE UM CURSO SUPERIOR A

DISTÂNCIA.................................................................................51

2.3.1 Concepção de educação e currículo no processo de ensino e

aprendizagem...............................................................................53

2.3.2 Sistemas de comunicação.......................................................54

2.3.3 Material didático.................................................................56

2.3.4 Avaliação......................................................................................58

2.3.4.1 A avaliação da aprendizagem...............................................59

2.3.4.2 A avaliação institucional........................................................59

2.3.5 Equipe multidisciplinar.......................................................60

2.3.5.1 Docentes.....................................................................................60

2.3.5.2 Tutores........................................................................................61

2.3.5.3 O corpo técnico-administrativo.............................................63

2.3.6 Infra-estrutura de apoio..........................................................64 2.3.6.1 Coordenação acadêmico-operacional nas instituições..............64

2.3.6.2 Polo de apoio presencial.....................................................65

2.3.7 Gestão acadêmico-administrativa...........................................67

2.3.8 Sustentabilidade financeira.................................................68

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3 METODOLOGIA.............................................................................71

3.1 CARACTERIZAÇÃO E TIPO DE ESTUDO.................................71

3.2 COLETA DE DADOS.....................................................................73

3.2.1 Universo e amostra da pesquisa.................................................74

3.2.2 Instrumento de Coleta de Dados................................................75 3.3 ANÁLISE DE DADOS....................................................................75

3.4 LIMITAÇÕES DA PESQUISA.......................................................76

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS....................................77 4.1 O PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (PNAP)...........................................77

4.1.1 Construção do material didático................................................79

4.1.2 O curso Bacharelado em Administração Pública a distância..87 4.2 APRESENTAÇÃO DA INSTITUIÇÃO.....................................88

4.2.1 Histórico da Universidade Federal de Santa Catarina

(UFSC)........................................................................................89

4.2.2 Departamento de Ciências da Administração (CAD)..............91

4.2.3 O curso Bacharelado em Administração Pública a distância na

UFSC...........................................................................................92

4.3 ELEMENTOS ESTRUTURANTES DA OFERTA DO CURSO NA

UFSC..........................................................................................93

4.3.1 Concepção de educação e currículo no processo de ensino e

aprendizagem................................................................................93

4.3.2 Sistemas de comunicação......................................................97

4.3.3 Material didático................................................................99

4.3.4 Avaliação.............................................................................100 4.3.4.1 A avaliação de aprendizagem..............................................100

4.3.4.2 A avaliação institucional.....................................................102

4.3.5 Equipe multidisciplinar.....................................................103

4.3.5.1 Docentes..........................................................................103

4.3.5.2 Tutores..................................................................................103

4.3.5.3 O corpo técnico-administrativo...........................................105

4.3.6 Infra-estrutura de apoio.....................................................107 4.3.6.1 Coordenação acadêmico-operacional..................................107

4.3.6.2 Polo de apoio presencial....................................................108

4.3.7 Gestão acadêmico-administrativa.......................................110

4.3.8 Sustentabilidade financeira................................................111

4.3.8.1 Investimento de curto e médio prazo.....................................112

4.3.8.2 Custeio..............................................................................112

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4.4 PLANO DE AÇÕES PARA MELHORIA NA OFERTA DO

CURSO........................................................................................113

4.4.1 Concepção de currículo no processo de ensino e

aprendizagem..............................................................................113

4.4.2 Sistemas de comunicação...................................................113

4.4.3 Material didático.................................................................114

4.4.4 Avaliação...........................................................................115

4.4.5 Equipe multidisciplinar.........................................................115

4.4.6 Infra-estrutura de apoio...........................................................116

4.4.7 Gestão acadêmico-administrativa......................................116

4.4.8 Sustentabilidade financeira..................................................116

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................117

5.1 CONCLUSÕES.........................................................................117

5.2 RECOMENDAÇÕES..................................................................120

REFERÊNCIAS..................................................................................121

APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA.............................131

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO AOS POLOS DE APOIO

PRESENCIAL................................................................................135

ANEXO A – ORIENTAÇÕES AOS LEITORES............................137

ANEXO B – CHECK-LIST DE AVALIAÇÃO DO MATERIAL

DIDÁTICO PELO LEITOR.........................................................139

ANEXO C – ORIENTAÇÕES AOS AUTORES PELA EQUIPE DE

LINGUAGEM EAD.....................................................................141

ANEXO D – MATRIZ CURRICULAR...........................................143

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19

1 INTRODUÇÃO

A introdução deve expor as informações necessárias que

possibilitem de imediato a identificação do assunto tratado no estudo. É

a parte inicial do texto em que deve ser contextualizado todo o problema

a ser resolvido e o que se pretende desenvolver.

De acordo com Faria, Cunha e Felipe (2007) a introdução deve

abranger a delimitação do assunto estudado, os objetivos da pesquisa,

suas justificativas, bem como a estruturação lógica do estudo e o

conteúdo de cada capítulo, aspectos que serão abordados neste capítulo.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA DE

PESQUISA

A Educação a Distância (EaD) é uma modalidade de ensino que

vem sendo empregada no intuito de ampliar as possibilidades de acesso

ao conhecimento. Sua combinação ao avanço tecnológico e da

comunicação vem equacionar a diferença entre a baixa oferta de vagas

na rede de ensino superior e a demanda por inclusão social a uma

parcela maior da população, promovendo assim a democratização do

acesso ao conhecimento (FILATRO, 2007).

Esta modalidade vem beneficiar diversas pessoas que não

podem ter acesso a programas tradicionais de educação, como pessoas

incapacitadas por deficiências físicas ou mentais, pessoas que residem

em lugares isolados, pessoas que por diversos motivos não podem se

deslocar até uma instituição de ensino presencial, ou ainda aqueles que

possuem tempo escasso disponível, visto que populariza e simplifica o

acesso à educação, funcionando como mecanismo de justiça social.

Os benefícios que a EaD proporciona podem ser explicados por

sua característica principal, que é a separação física entre professor e

aluno. De acordo com Moore e Kearsley (2008, p. 1) na EaD os “alunos

e professores estão em locais diferentes durante todo ou grande parte do

tempo em que aprendem e ensinam”. Desta forma, cabe ao aluno decidir

o local e o horário de seu estudo.

Visto que estudantes e professores se encontram em locais

diversos, o estudo torna-se autônomo, mediado pelo uso de tecnologias da informação e da comunicação, bem como pelo material didático. O

material didático deve ser constituído de forma a possibilitar ou ao

menos provocar a interatividade necessária ao processo de ensino-

aprendizagem. Este material necessita apresentar-se numa linguagem

dialógica que reproduza de certa forma uma conversa com o professor,

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visto que o mesmo está ausente fisicamente, possibilitando assim uma

leitura leve e motivadora ao estudante.

Além de recursos que possibilitem uma boa mediação entre

estudante e professor, é necessário se pensar em outros elementos que

constituem um curso a distância. Cabe salientar que o planejamento de

curso na modalidade EaD difere do meio presencial, visto que apresenta

características próprias que impõem a necessidade de novos

conhecimentos por parte de quem planeja, desenvolve e avalia o curso.

O desafio é aplicar a EaD de forma mais sistemática, de modo a

melhorar a qualidade, eficácia e eficiência da educação. A consolidação

adequada da modalidade de EaD no Brasil certamente refletirá os

avanços alcançados nos últimos anos na área da educação

(BIELSCHOWSKY, 2008).

A partir do reconhecimento no Brasil da EaD, pela Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei n. 9.394, de 20 de

dezembro de 1996, passou a exigir-se uma definição de políticas e

estratégias para sua implementação e consolidação nas mais diversas

instituições (PALHARES, 2008). O autor considera que a partir do

reconhecimento da EaD é possível observar-se, a cada ano, um

crescimento considerável na oferta de cursos nesta modalidade no

ensino superior.

Bielschowsky (2008) destaca o ano de 2007 como excepcional

para a EaD no Brasil, com grandes avanços quantitativos e qualitativos.

O autor afirma que houve um aumento expressivo da oferta de cursos a

distância nos níveis de graduação, de especialização, cursos técnicos,

nos ensinos fundamental e médio. Crescimento essencial no contexto

nacional que ainda tem muito a fazer na questão educacional.

Neste sentido, Bielschowsky (2008) considera que a EaD integra

a ampla política de educação nacional, caracterizando-se como uma das

prioridades do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Fato este

que pode ser observado pela criação do Sistema Universidade Aberta do

Brasil (UAB). A constituição do Sistema UAB, criado pelo Ministério

da Educação (MEC), surgiu em caráter experimental na modalidade a

distância como política de democratização do ensino. Trata-se de um

projeto social, de políticas educacionais inclusivas no país, o qual foi

efetivamente inaugurado por meio do curso piloto de graduação em Administração à distância. De acordo com Mota e Chaves (apud

DALMAU, 2009a) a UAB configura-se em um programa da nação, ao

proporcionar educação superior para todos, com qualidade e

democracia, desafio permanente para a construção de um projeto

nacional sustentável e inclusivo.

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21

Em continuidade ao processo de inclusão educacional iniciado

pelo Sistema UAB e com o objetivo de expansão do mesmo, o MEC

lançou o Programa Nacional de Formação em Administração Pública

(PNAP). Este Programa surgiu também em resposta à necessidade de

formação de gestores públicos para todos os níveis governamentais,

tanto de funcionários públicos já em atuação em órgãos públicos ou do

terceiro setor, como de pessoas que tenham aspirações ao exercício da

função pública.

Em consonância ao exposto, apresenta-se o seguinte problema de

pesquisa para o presente trabalho de conclusão de estágio:

Quais são os elementos estruturantes da oferta do curso

Bacharelado em Administração Pública a distância integrante do

Programa Nacional de Formação em Administração Pública (PNAP), na

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)?

1.2 OBJETIVOS

Com o intuito de responder ao problema de pesquisa, foi

estabelecido o objetivo geral, o qual foi operacionalizado por 3 objetivos

específicos, conforme segue:

1.2.1 Objetivo geral

Analisar os elementos estruturantes da oferta do curso

Bacharelado em Administração Pública a distância integrante do

Programa Nacional de Formação em Administração Pública (PNAP), na

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

1.2.2 Objetivos específicos

a) Descrever o Programa Nacional de Formação em

Administração Pública (PNAP);

b) Apresentar a instituição caracterizando a oferta do curso

Bacharelado em Administração Pública a distância;

c) Identificar os elementos estruturantes da oferta do curso na

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); e d) Propor um plano de ações visando a melhoria da oferta do

curso.

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22

1.3 JUSTIFICATIVAS

As justificativas estão relacionadas às motivações e aos porquês

de efetivar o estudo e decorrem do motivo pelo qual se resolveu estudar

o problema apresentado (FARIA; CUNHA; FELIPE, 2007).

Com o intuito de justificar-se um estudo, segundo Castro (1978),

faz-se necessário considerar os seguintes aspectos: importância,

originalidade e viabilidade do estudo.

Um tema é importante quando está relacionado sob algum

aspecto crucial que de alguma forma afeta um segmento substancial da

sociedade (CASTRO, 1978). Este trabalho justifica-se importante sob a

ótica teórica e prática. Justifica-se teoricamente devido a existirem

poucos estudos na área da gestão em EaD. Neste sentido, Rumble

(2003) destaca que não existe ainda uma grande documentação

abordando especificamente os sistemas de gestão de ensino a distância.

O autor ainda salienta que para que os dirigentes que atuam nesta

modalidade empreguem os recursos destinados a mesma com eficiência

e eficácia, faz-se necessário o desenvolvimento de competências na área

da gestão em EaD.

Sob a ótica prática, este trabalho justifica-se pela necessidade de

sistematização das práticas na gestão da EaD. Os programas de EaD são

relativamente recentes havendo a adaptação das pessoas e processos a

esta modalidade diferenciada (BENETTI, 2008).

Outro aspecto importante é a tendência de crescimento da EaD no

Brasil. De acordo com Bielschowsky (2008) em 2007 a Associação

Brasileira de Educação a Distância (ABED) considerou que mais de 2

milhões de brasileiros ingressaram na EaD. O autor salienta ainda que,

segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

Anísio Teixeira (INEP), ocorreu aumento de 400% nas matrículas nesta

modalidade de ensino. Este crescimento pode refletir conseqüência das

políticas educacionais inclusivas estabelecidas pelo MEC através da

criação do Sistema UAB.

Quanto à originalidade, um estudo é considerado original quando

produz resultados capazes de surpreender (CASTRO, 1978). Embora

haja estudos sobre a gestão em EaD, não encontrou-se trabalhos acerca

da gestão da EaD na UFSC. Não existem também trabalhos específicos sobre o curso Bacharelado em Administração Pública do PNAP.

Por fim, a viabilidade, segundo Castro (1978), relaciona-se aos

recursos disponíveis para a realização do estudo, tais como: dados e

prazos, recursos financeiros, informações disponíveis e estado da

teorização a respeito do tema. Neste sentido, o estudo é viável pelo

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interesse da instituição nos resultados, disponibilizando assim as

informações necessárias. Isso se deve também ao fato de o orientador do

estudo ser um dos membros da Comissão de Avaliação e

Acompanhamento do PNAP, bem como coordenador da Equipe de

Desenvolvimento de Recursos Didáticos CAD/UFSC do PNAP. A

pesquisadora também possui fácil acesso às informações por ser

supervisora de produção de recursos didáticos da Equipe de

Desenvolvimento de Recursos Didáticos CAD/UFSC do PNAP.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho de conclusão de estágio está dividido em cinco

capítulos. O primeiro capítulo apresenta a introdução, os objetivos, a

justificativa e a estrutura do trabalho. O segundo capítulo diz respeito à

fundamentação teórica, no qual são apresentados aspectos sobre gestão

universitária, educação a distância e os elementos estruturantes de um

curso superior a distância.

No terceiro capítulo demonstram-se os procedimentos

metodológicos utilizados no estudo, com destaque para a caracterização

e tipo de estudo, coleta de dados, análise de dados e limitações da

pesquisa.

No quarto capítulo são apresentados os resultados da pesquisa.

Inicialmente é descrito o PNAP. Em seguida é apresentado um breve

histórico da Universidade Federal de Santa Catarina, do Departamento

de Ciências da Administração e informações sobre a oferta do curso na

UFSC. São então apresentados os elementos estruturantes da oferta do

curso na UFSC. Por fim, é apresentado um plano de ações para melhoria

da oferta do curso na UFSC.

Por último, apresentam-se as considerações finais, por meio do

resgate do problema de pesquisa, bem como seus objetivos, sugestões de

melhorias e recomendações para próximos trabalhos.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A definição teórica e conceitual apoia o desenvolvimento do

estudo e suas conclusões, possibilitando o estabelecimento de um

conjunto de premissas orientadoras. A mesma fundamenta o trabalho e

serve de base à investigação do problema proposto (FARIA; CUNHA;

FELIPE, 2007).

Para Zanella (2007) a elaboração da fundamentação teórica

deve ter como objetivo a apresentação dos estudos relacionados ao tema,

de acordo com a abordagem de outros autores. Apresenta assim uma

revisão da literatura existente, não somente a respeito das diferentes

teorias e suas críticas, bem como trabalhos realizados com base nessas

teorias.

Esta base teórica compreende os temas gestão universitária,

educação a distância e elementos estruturantes de um curso superior a

distância.

2.1 GESTÃO UNIVERSITÁRIA

No atual cenário mundial verificam-se fenômenos complexos

com alto grau de incerteza, juntamente com mudanças generalizadas e

aceleradas, e no qual a informação e os meios de comunicação são

onipresentes (SELTZER, 2008). Cenário este que tem o avanço da

ciência como a base do desenvolvimento econômico e social das nações.

A estes fenômenos, o autor acrescenta o crescimento do trabalho

autônomo, sua rotatividade e precarização, a necessidade de

trabalhadores polivalentes e adequados à realidade transacional.

Melo (2008) afirma que todo este desenvolvimento apresenta-se

sedimentado no maciço investimento na educação em todos os níveis

por parte dos governos e sociedade, ou seja, na preparação do capital

humano de alta qualificação. O autor afirma que as exigências impostas

pela economia de mercado deixam marcas profundas na educação

superior, submetendo-a a um quadro de transformações complexas,

especialmente quando se afirma o modelo de sociedade baseada no

conhecimento.

Para Seltzer (2008), isso se traduz em uma crescente demanda individual e coletiva por acesso ao conhecimento. Além disso, na base

das importantíssimas variações que se produzam na estrutura

ocupacional, geram-se mudanças no conhecimento demandado, com

conseqüências na área da educação.

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26

Neste sentido, Reinert e Reinert (2008) consideram a educação

hoje como um processo que não tem fim; as pessoas precisam estar cada

vez mais em constante aprimoramento.

Luz, Melo e Ângelo (2005) complementam afirmando que a

explosão da demanda do ensino superior tem-se dado em função da

expansão da educação média e do número crescente de pessoas adultas

que buscam as universidades e outras instituições de ensino superior

para complementar, aperfeiçoar seus conhecimentos e adquirir novas

qualificações para melhor adequar-se às exigências do mercado de

trabalho.

Para Melo (2008), no Brasil, as universidades ainda são as

principais fontes geradoras de pesquisas que levam a novos

conhecimentos e criam novas tecnologias. Desta forma, uma das

funções da universidade está em transferir esse potencial às empresas,

para que assim elas possam promover as inovações necessárias.

Assim, em relação às funções da universidade, há diversas

opiniões no que tange ao seu papel fundamental. Fischer (2001) expõe

que para Humboldt a universidade possui a função de ensino e pesquisa.

Já Newman, dissocia o ensino e a pesquisa, definindo a mesma, como

espaço de ensino do saber universal (SCHLEMPER, 1989).

De forma mais abrangente, Schlemper (1989) considera que a

função mais nobre da universidade é a preparação e a formação de

profissionais com visão crítica, criadora, competente e transformadora,

que possam oferecer à sociedade as condições que levem ao

desenvolvimento e bem-estar da mesma.

Fischer (2001) ainda salienta que o desenvolvimento das

atividades de ensino não deverá ser restrito apenas ao conteúdo

estudado, mas à aquisição e prática de novos conhecimentos, atitudes,

habilidades e valores. O autor afirma que além do ensino sistemático e

profissional, a universidade deve ensinar através de seu exemplo e de

sua atuação.

Neste sentido, a finalidade da educação superior é estabelecida na

LDB, em seu artigo 43º. Segundo Niskier (apud PIMENTEL, 2006), a

LDB expressa a política e o planejamento educacional do país. O autor

destaca que a finalidade desta Lei é ajustar os princípios enunciados no

texto constitucional para a sua aplicação a situações reais educacionais tanto na formação de professores quanto no funcionamento do processo

educacional do país em todos os níveis (fundamental, básico, médio,

superior e pós-graduação). Segue o referido artigo:

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I - estimular a criação cultural e o

desenvolvimento do espírito científico e do

pensamento reflexivo;

II - formar diplomados nas diferentes áreas de

conhecimento, aptos para a inserção em setores

profissionais e para a participação no

desenvolvimento da sociedade brasileira, e

colaborar na sua formação contínua;

III - incentivar o trabalho de pesquisa e

investigação científica, visando o

desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da

criação e difusão da cultura, e, desse modo,

desenvolver o entendimento do homem e do meio

em que vive;

IV - promover a divulgação de conhecimentos

culturais, científicos e técnicos que constituem

patrimônio da humanidade e comunicar o saber

através do ensino, de publicações ou de outras

formas de comunicação;

V - suscitar o desejo permanente de

aperfeiçoamento cultural e profissional e

possibilitar a correspondente concretização,

integrando os conhecimentos que vão sendo

adquiridos numa estrutura intelectual

sistematizadora do conhecimento de cada geração;

VI - estimular o conhecimento dos problemas do

mundo presente, em particular os nacionais e

regionais, prestar serviços especializados à

comunidade e estabelecer com esta uma relação

de reciprocidade; e

VII - promover a extensão, aberta à participação

da população, visando à difusão das conquistas e

benefícios resultantes da criação cultural e da

pesquisa científica e tecnológica geradas na

instituição (Lei n. 9.394/96, art. 43º).

Identifica-se que a LDB prevê a indissociabilidade entre ensino,

pesquisa e extensão nas universidades, atendendo assim à Constituição

Federal, de 1988, em seu 207º artigo. O artigo estabelece que “as

universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e

de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de

indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.”. Em consonância

à Constituição Federal, a LDB, em seu 52º artigo estabelece que “as

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universidades são instituições pluridisciplinares de formação dos

quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de

domínio e cultivo do saber humano”.

Para Benetti (2008), é possível perceber que a legislação

considera que a universidade não existe de forma isolada ao ambiente no

qual está inserida, visto que, além de ensino, a mesma terá que realizar

pesquisa (produzir novos conhecimentos) e fazer extensão (aplicar e

difundir esse conhecimento com a sociedade).

Desta forma, a universidade existe dependentemente da sociedade

que a mantém e na qual está inserida e o seu desenvolvimento está

intimamente associado ao desenvolvimento social, econômico, político e

cultural desta sociedade (LUZ; MELO; ÂNGELO, 2005). Assim,

possui autonomia indissociável da responsabilidade social. A realidade

do momento exige que as universidades redefinam suas funções e sua

estrutura (FINGER; LIMA, 1999).

Neste sentido, para atender à complexidade do cenário atual em

que encontram-se as universidades, deve-se repensar na formação e

gestão dos seus sistemas organizacionais (SELTZER, 2008).

Para Melo (2008), a implementação de um modelo de

universidade mais interativa, permite que as instituições de ensino

entrem na contemporaneidade alinhadas aos caminhos de um mundo

sem fronteiras, da era do conhecimento virtual e ideias compartilhadas.

É possível afirmar que a universidade atual, muito mais do que

uma instituição que representa privilégios das classes mais favorecidas

está pressionada a assumir uma postura pró-ativa, colocando-se a

serviço da sociedade como um todo e ampliando, cada vez mais, a sua

pertinência (LUZ; MELO; ÂNGELO, 2005).

Visto a alta demanda de acesso ao conhecimento, à qual supera a

capacidade de oferta, Vianney, Barcia e Luz (2006) afirmam que houve

um crescimento contínuo das Instituições de Ensino Superior (IES)

brasileiras ao longo das últimas décadas, principalmente através de

maior oferta de vagas pelas instituições privadas. Embora haja esforços

entre os setores público e privado, os autores consideram que ainda não

seja suficiente para atender a esta demanda reprimida e responder à

iniciativa de universalização do ensino superior.

Porém, em atendimento à alta demanda, não é possível apenas pensar-se em ampliação da oferta, mas sim em uma ampliação

sustentável. De acordo com Grillo (2001), a universidade deve ser

pensada respeitando-se as suas especificidades, assim tratando-se de

uma instituição complexa, com objetivos múltiplos e especializados,

visando a criação e difusão do conhecimento. Ela difere das demais

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organizações por apresentar características peculiares que conduzem,

naturalmente, a sua gestão para o uso de princípios e modelos próprios,

únicos, capazes de refletir o necessário dinamismo às suas ações.

Neste sentido, a universidade deve ser estudada fora da

generalização das teorias da administração de empresas, visto tratar-se

de uma organização com características muito particulares (BENETTI,

2008). A autora justifica estas particularidades devido à função que a

mesma ocupa na sociedade, que diferencia-se da lógica comercial

predominante devido à substantividade de seus objetivos.

A universidade possui características inerentes a uma organização

complexa, por meio de seus objetivos, estratégias, sistemas e

procedimentos administrativos e técnicos, estrutura de poder e funções

(FISCHER, 2001). O autor ainda à considera como um sistema aberto,

visto que apresenta grande interação com o meio no qual está inserida.

Alperstedt, Martignago e Fiates (2006) salientam que gerenciar

uma organização complexa como a universidade requer atenção a uma

série de fatores, os quais muitas vezes tornam-se incontroláveis, devido

às inúmeras interações existentes. Os autores expõem que são muitos os

fatores do ambiente que geram impactos nas organizações universitárias

retirando cada vez mais do seu dia-a-dia a crença pela certeza.

Assim, as IES têm como maior desafio encontrarem opções

estratégicas para sua própria reformulação, visando um ensino superior

que amplie a atratividade, a competitividade, a mobilidade, e ao mesmo

tempo que vise a melhoria da qualidade e a inovação.

2.2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EaD)

As atuais tecnologias de informação e de comunicação

provocaram a criação de novos hábitos de pensamento e de vida, ao

mesmo tempo em que criaram novas perspectivas educacionais. A partir

dos avanços dessas tecnologias, a EaD, um tema não tão recente, ganha

novo fôlego (CATAPAN, et al, 2009).

Embora haja a ideia simplista de que a educação a distância

surgiu a partir da invenção da internet, a mesma já possui uma longa

trajetória. De acordo com Pimentel (2006), a EaD surgiu da necessidade

do preparo profissional e cultural de milhões de pessoas que, por diversos motivos, não podiam frequentar um estabelecimento de ensino

presencial.

É possível inferir que a EaD tem a idade da escrita, visto que a

partir da invenção da escrita, a comunicação liberta-se no tempo e no

espaço (MAIA; MATTAR, 2007). Os autores afirmam que há registros

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de cursos de taquigrafia a distância, oferecidos por meio de anúncios em

jornais, desde a década de 1720.

Desta forma, para a compreensão dos métodos e das questões

relacionadas a EaD na atualidade é importante o conhecimento da sua

evolução histórica. De acordo com Dalmau (2009a), diante das várias e

distintas fases e definições da EaD, elas acabaram sendo denominadas

como gerações de educação a distância.

A primeira geração é caracterizada por cursos por

correspondência. Para Moore e Kearsley (2008) o histórico da EaD

começa no início da década de 1880, com os cursos de instrução que

eram entregues pelo correio, ou seja, estudo por correspondência. Os

autores apontam que esta modalidade de estudo também era definida

como estudo em casa (pelas primeiras escolas com fins lucrativos) e

estudo independente (pelas universidades).

Em consonância a Moore e Kearsley, Dohmem (apud DALMAU,

2009a) define essa geração como a EaD baseada essencialmente na

utilização de materiais impressos, com a comunicação realizada durante

o processo de ensino-aprendizagem via correio.

A segunda geração é caracterizada pela utilização de transmissões

por rádio e televisão. Peters (apud DALMAU, 2009a) considera como

um período de utilização de novas mídias e o surgimento de

universidades abertas. O autor salienta que essa geração faz parte do

momento em que grandes universidades foram constituídas, na década

de 1970, especialmente para oferecer cursos a distância, por rádio e

televisão, a um enorme público de estudantes. Moore e Kearsley (2008)

apontam que os primeiros cursos por rádio surgiram em 1925, e que os

primeiros por televisão surgiram em 1934.

A terceira geração, para Keegan (apud DALMAU, 2009a),

incluiu a utilização de computadores e a possibilidade da comunicação

entre os participantes acontecer simultaneamente, ou seja, em tempo

real, com a transmissão de imagem e som, através de videoconferência.

Já Moore e Kearsley (2008) consideram que essa geração teve

como princípio uma abordagem sistêmica. De acordo com os autores, o

final da década de 1960 e o início da de 1970 formaram um período de

mudanças importantes na EaD, ocasionadas por diversas experiências

com novas modalidades de organização da tecnologia e de recursos humanos, conduzindo a novas técnicas de instrução e a uma nova

teorização da educação. Como experiências mais importantes desse

período os autores apontam o Projeto AIM da University of Wisconsin e

a Universidade Aberta da Grã-Bretanha.

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O projeto AIM tinha por finalidade testar a ideia de agrupar

varias tecnologias de comunicação (guias de estudo impressos e

orientação por correspondência, transmissão por rádio e televisão,

audioteipes gravados, conferências por telefone, kits para experiência

em casa e recursos de uma boa biblioteca local), com o propósito de

oferecer um ensino de alta qualidade e custo reduzido a alunos não-

universitários (MOORE; KEARSLEY, 2008). Para os autores, o AIM

representou um marco histórico na EaD, visto que foi o primeiro teste da

ideia da EaD como um sistema total.

Em 1969 nasceu a Universidade Aberta da Grã-Bretanha, à qual

surgiu de uma ideia inicial de se utilizar o rádio e a televisão, com o

intuito de permitir o acesso à educação superior a população adulta

(MOORE; KEARSLEY, 2008). Os autores salientam que foi a primeira

universidade nacional de educação a distância, que se valeria de

economias de escala, tendo mais alunos do que qualquer outra

universidade, com um nível de financiamento alto e utilizando a gama

mais completa de tecnologias de comunicação.

A quarta geração apresentou a utilização da teleconferência na

EaD. Moore e Kearsley (2008) apontam que a EaD surgiu nos Estados

Unidos, nos anos de 1980, e que era baseada na tecnologia da

teleconferência, sendo assim elaborada para utilização em grupos. De

acordo com os autores, desta forma atraiu-se um número maior de

educadores e formuladores de política por ser uma aproximação mais

ideal da visão tradicional da educação como algo que ocorre nas salas de

aula presencial, ao contrário dos modelos por correspondência ou de

universidades abertas, que eram para pessoas que aprendem sozinhas,

através principalmente do estudo em casa.

Dalmau (2009a) considera que o surgimento dessa geração

ocorreu a partir da evolução das chamadas Tecnologias de Informação e

Comunicação (TICs), a criação da internet, assim como o aumento da

capacidade de transmissão e processamento dos dados.

Na quinta geração, segundo Moore e Kearsley (2008), verifica-se

a utilização de aulas virtuais baseadas no computador e na internet. Para

os autores, o uso de redes de computadores para a EaD foi impulsionado

com o surgimento da internet e consideram que a disseminação da

tecnologia da internet estimulou novas ideias a respeito de como organizar o ensino a distância. Os autores ainda colocam que essa

geração tem resultado em grande interesse e atividade em escala

mundial pela EaD, através de métodos construtivistas de aprendizagem

em colaboração, e na convergência entre texto, áudio e vídeo em uma

única plataforma de comunicação.

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Dalmau (2009a) destaca que uma tecnologia preexistente em uma

geração não foi necessariamente substituída por uma nova tecnologia, e

que hoje o material impresso ainda é a base dos cursos a distância no

Brasil.

No Brasil a EaD é marcada por uma trajetória de sucessos,

embora tenha havido períodos de estagnação provocados por ausência

de políticas públicas para o setor (ALVES, 2009). O autor afirma que,

pouco antes de 1900, já existiam anúncios em jornais de circulação no

Rio de Janeiro oferecendo cursos profissionalizantes por

correspondência.

Há algumas referências do desenvolvimento e da evolução da

EaD no Brasil, conforme segue:

1904 Escolas internacionais e cursos por correspondência

Instituições privadas ofereciam cursos por correspondência, utilizando

o material impresso como base.

1923

Rádio-Escola

Surgiram várias iniciativas em educação através do rádio, iniciando

em 1923 com a criação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, à qual

oferecia cursos como português, francês, literatura francesa. Em 1934

foi criada a Rádio-Escola Municipal do Rio à qual utilizava também

correspondência para contato com os alunos.

1939

Rádio Monitor

Em 1939 e 1941 o Instituto Rádio Técnico Monitor e o Instituto

Universal Brasileiro, respectivamente, foram os primeiros institutos

brasileiros o oferecerem sistematicamente cursos a distância por

correspondência, em ambos os casos profissionalizantes.

1941

IUB

O Instituto Universal Brasileiro (IUB) foi um pioneiro em EaD no

Brasil, iniciando em 1941, oferecendo cursos profissionalizantes. A

principal mídia utilizada pelo instituto são apostilas enviadas por

correio.

1943

A Voz da Profecia

Eram séries bíblicas transmitidas por rádio, criadas nos Estados

Unidos em 1929. Em 1943 estas séries passaram a ser gravadas em

discos e transmitidas em programas por rádio em português.

Caracteriza-se como o primeiro programa religioso apresentado no

Brasil através do rádio.

1947

Senac, Sesc e Universidade do Ar

O Senac, o Sesc e emissoras associadas fundaram em 1947 a

Universidade do Ar com o objetivo de oferecer cursos comerciais

radiofônicos. Os alunos estudavam através de apostilas e corrigiam

exercícios com o auxílio de monitores. A experiência durou até 1961.

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1961

MEB

Em 1959 a Diocese de Natal, no Estado do Rio Grande do Norte,

criou algumas escolas radiofônicas, dando origem ao Movimento de

Educação de Base (MEB), em 1961, caracterizando-se como um

marco na EaD não formal no Brasil. O MEB, em parceria com a

Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e o Governo Federal,

utilizou inicialmente um sistema radioeducativo para a

democratização do acesso à educação, promovendo o letramento de

jovens e adultos.

1962 Ocidental School

A Ocidental School, de origem americana, foi fundada em São Paulo

e ofertava cursos a distância focados no campo da eletrônica.

1967

Ibam

O Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) iniciou suas

atividades de EaD na área de educação pública, através da

metodologia de ensino por correspondência.

Fundação Padre Anchieta

A Fundação foi criada com o objetivo de promover atividades

educativas e culturais por meio do rádio e da televisão

Padre Landell

A Fundação Padre Landell de Moura, de Porto Alegre, criou seu

núcleo de EaD, com metodologia de ensino por correspondência e via

rádio.

Projeto Saci

O Projeto Satélite Avançado de Comunicações Interdisciplinares

(Saci) foi criado experimentalmente por iniciativa do Instituto

Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) objetivando criar um sistema

nacional de telecomunicações com o uso de satélite. O Projeto

vislumbrava as possibilidades dos meios de comunicação de massa

em prol dos serviços educacionais.

1970

Projeto Minerva

Um convênio entre o Ministério da Educação, a Fundação Padre

Landell de Moura e a Fundação Padre Anchieta, com o objetivo de

utilizar o rádio para a educação e inclusão social de adultos.

1977

Telecurso

Programa de educação supletiva a distância para 1º e 2º graus, lançado

pela Fundação Roberto Marinho, o qual utilizava tecnologias de

teleducação, satélite e materiais impressos.

1981

Cier

O Centro Internacional de Estudos Regulares (Cier) do Colégio

Anglo-Americano, fundado em 1981, oferece ensinos fundamental e

médio a distância. Possui como objetivo permitir que crianças, cujas

famílias se mudam temporariamente para o exterior, continuem a

estudar pelo sistema educacional brasileiro.

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1991

Salto para o Futuro

Em 1991 iniciou-se o programa Jornal da Educação – Edição do

Professor, sendo concebido e produzido pela Fundação Roquette-

Pinto, pela Secretaria Nacional de Educação Básica e pelas Secretarias

Estaduais de Educação. Em 1995, com o nome de Salto para o Futuro,

foi incorporado à TV Escola (canal educativo da Secretaria de

Educação a Distância do Ministério da Educação). O programa visa a

formação continuada e aperfeiçoamento de professores

(principalmente do ensino fundamental) e alunos dos cursos de

magistério. Como mídias utiliza material impresso, TV, fax, telefone e

Internet, além de encontros presenciais nas telessalas, que contam

com a mediação de um orientador de aprendizagem.

1992

Licenciatura Plena em Educação Básica: 1ª a 4ª séries do 1º Grau

Curso desenvolvido pelo Núcleo de Educação a Distância do Instituto

de Educação da Universidade Federal do Mato Grosso em parceria

com a Universidade do Estado do Mato Grosso e a Secretaria de

Estado de Educação e com apoio da Tele-Université du Quebec,

Canadá. O curso iniciou-se em 1995.

1996

LDB

A Lei de Diretrizes e Bases Nacionais n. 9.394 normatiza em nível

nacional a EaD. Inicia-se a utilização sistemática de redes de

comunicação interativas, como as redes de computadores, a Internet e

os sistemas de videoconferência para a oferta de cursos na modalidade

a distância.

2000

UniRede

Criação da Universidade Virtual Pública do Brasil (UniRede), em

consórcio entre 70 instituições públicas de ensino superior tendo por

objetivo a democratização do acesso à educação de qualidade por

meio da oferta de cursos a distância. A universidade virtual recebe o

apoio dos ministérios da Educação (MEC), da Ciência e da

Tecnologia (MCT) e de outros parceiros, devido à todas as

consorciadas terem experiência na área de EaD.

2003

Centro de Educação a Distância da Universidade de Brasília

(UNB)

Credenciado para ofertar cursos de graduação e pós-graduação lato

sensu a distância, formando em 2004 a primeira turma de graduação

semipresencial.

2004

Programa de Formação Inicial para Professores em Exercício no

Ensino Fundamental e no Ensino Médio (Pró-Licenciatura)

Através de Edital, o MEC convoca instituições públicas e

comunitárias, devidamente qualificadas, a manifestarem interesse em

participar do Programa, apresentando propostas de curso de

licenciatura a distância. Possui como ênfase os cursos: Matemática,

Física, Química, Biologia e Pedagogia. Existiam 107 cursos

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superiores a distância, chegando a ofertar 113.079.

2005

UAB – Projeto de Implantação

Desenvolvido o projeto de implantação do Sistema Universidade

Aberta do Brasil (UAB) pelo MEC com o Fórum das Estatais pela

Educação e em parceria com a Associação Nacional dos Dirigentes

das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Os cursos

superiores chegam a 189, neste ano, ofertando 423.411 vagas.

2006

UAB – Regulamentação e Implantação

Regulamentação, em 8 de junho através do Decreto n. 5.800, do

Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), voltado para o

desenvolvimento da modalidade EaD, com a finalidade de expandir e

interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior no

País. Em caráter de projeto piloto, Bacharelado em Administração foi

o primeiro curso de graduação ofertado, vinculado à UAB.

2007

UAB – Oferta de Vagas

Através de 49 instituições de ensino superior, a UAB ofertou 600 mil

vagas em cursos públicos e gratuitos, contando com o apoio de 289

polos municipais participantes, permitindo a expansão, ampliação,

democratização e interiorização do ensino público, gratuito e de

qualidade no país.

2008 PNAP

Lançado pelo MEC, com o objetivo de expandir o Sistema UAB, o

Programa Nacional de Formação em Administração Pública (PNAP).

Quadro 1: Desenvolvimento e evolução da EaD no Brasil

Fonte: Adaptado de Vieira e Moraes (2007), Maia e Mattar (2007) e Dalmau

(2009a)

É possível inferir que houve vasto desenvolvimento da EaD no

Brasil, na última década, por meio do crescimento no número de cursos

superiores a distância, assim como através da ampliação da oferta de

vagas. Em 2000 existiam 10 cursos de graduação a distância

credenciados no MEC, em nível federal, chegando em 2006 à 349 nesta

modalidade. Já as instituições que ofertam graduação na modalidade

EaD passaram, no mesmo período, de 7 para 77 instituições

(ABRAEAD, 2008).

Benetti (2008) justifica este crescimento em conseqüência de uma

política governamental de ampliação do ensino superior, que é uma

tendência não só no Brasil como nos demais países da América Latina.

Catapan et al (2009) complementam que, no Brasil, a EaD tem

ocupado um grande espaço de discussões sobre a possibilidade de

inclusão de pessoas, principalmente as em idade adulta, que querem

estudar, especificamente em cursos superiores.

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De acordo com o Censo EAD.BR (2009), em pesquisa realizada

no ano de 2008 junto a 215 instituições que ministram cursos de EaD no

Brasil, a idade dos alunos é mais avançada do que na educação

presencial, visto que 54% das instituições informaram que a idade

predominante é de mais de 30 anos. Estas instituições são as que

possuem maior número de matrículas, ou seja, 72%.

Com o intuito de discutir a questão conceitual da EaD, são

apresentados a seguir seus conceitos e características.

2.2.1 Aspectos conceituais e caracterização da EaD

A Educação a distância (EaD) é uma modalidade de ensino-

aprendizagem na qual, professores e estudantes encontram-se em

espaços físicos diferentes. De acordo com Moran (2008), a EaD é o

processo de ensino-aprendizagem, no qual professores e estudantes

estão separados espacial e/ou temporalmente, e que é mediado por

tecnologias.

Para Vergara (2006), a EaD é uma modalidade de educação não-

presencial, ou seja, aquela que não conta com estudantes e professores

compartilhando uma mesma sala de aula, um mesmo espaço físico. A

separação física entre professor e aluno é mediada por algum recurso

impresso, mecânico ou eletrônico, os quais podem facilitar-lhes a

interação.

Segundo o artigo 1º do Decreto n. 5.622, de 19 de dezembro de

2005, a EaD é definida como uma: [...] modalidade educacional na qual a mediação

didático-pedagógica nos processos de ensino e

aprendizagem ocorre com a utilização de meios e

tecnologias de informação e comunicação, com

estudantes e professores desenvolvendo atividades

educativas em lugares ou tempos diversos.

Nesse sentido, Moore e Kearsley (2008) afirmam que a EaD

proporciona educação em lugares e horários convenientes para os

estudantes, deixando em segundo plano professores e instituições.

Para Maia e Mattar (2007), a EaD é uma modalidade de ensino

em que professores e estudantes encontram-se separados, planejada por

instituições e que utiliza diversas tecnologias de comunicação, ou seja,

os autores incluem a ideia de planejamento à definição de EaD.

De forma mais detalhada, Aretio (apud SILVA, 2004, p. 27)

define com precisão que a EaD é:

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[...] um sistema tecnológico de comunicação em

duas vias, que pode ser massivo e que substitui a

interação pessoal, em sala de aula, entre estudante

e professor, como meio preferencial de ensino,

pela ação sistemática e conjunta de diversos

recursos didáticos e pelo apoio de uma

organização e tutoria que proporcionam a

aprendizagem independente e flexível dos

estudantes.

Preti (apud VIEIRA; MORAES, 2007) comenta a definição de

Aretio, destacando os seguintes elementos:

a) distância física professor-estudante: a presença física

do professor ou tutor, ou seja, o ator que dialogará com o aluno,

não é necessária e indispensável para que ocorra a aprendizagem.

Ela acontece de outra forma, mediada por tecnologia de

comunicação, “virtualmente”;

b) estudo individualizado e independente: considera-se a

capacidade que o estudante possui em construir seu caminho, seu

conhecimento por ele mesmo, de se tornar autodidata, ator e autor

de suas práticas e reflexões;

c) processo de ensino-aprendizagem mediatizado: a EaD

deve oferecer suporte e estruturar um sistema que viabilize e

incentive a autonomia dos estudantes nos processos de

aprendizagem;

d) uso de novas tecnologias: os recursos técnicos de

comunicação (correio, rádio, TV, audiocassete, hipermídia

interativa, Internet), os quais têm alcançado um grande avanço,

permitem romper as barreiras das distâncias, das dificuldades de

acesso à educação e dos problemas de aprendizagem por parte

dos alunos que estudam individualmente, muito embora não

isolados e sozinhos. São essas tecnologias que oferecem

possibilidades de estímulo e motivação ao estudante, de

armazenamento e divulgação de dados, de acesso às informações

mais distantes e com uma rapidez considerável; e

e) comunicação bidirecional: o estudante não é apenas

receptor de informações e mensagens. Embora haja a distância,

busca-se estabelecer relações dialógicas, criativas, críticas e

participativas.

Keegan (apud MORAES, 2004) inclui a ausência de um grupo,

quando caracteriza a EAD como um ensino com separação quase

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permanente entre professor e estudante ao longo do processo, com

influência de uma instituição educacional, que se utiliza de meios

técnicos, oferecendo a comunicação em duas vias (dialógica), e por fim,

ausência quase permanente de um grupo durante o processo.

Rekkedal, Paulsen e Fagerberg (apud DALMAU, 2009a)

atualizam as características apresentadas por Keegan, adequando-as ao

contexto da EaD online, a qual permite o diálogo em tempo real entre os

estudantes, possibilitando a realização de atividades colaborativas,

contrariando assim a última característica apresentada pelo autor.

Neste sentido, Catapan et al (2009) destaca que a educação a

distância está profundamente relacionada aos meios de comunicação de

massa devido a sua característica de apresentar-se como democrática ao

proporcionar o acesso ao conhecimento a pessoas geograficamente

distantes ou com outro impedimento em freqüentar uma escola

presencial.

Por outro lado, em Brasil (2003) expõe-se que na EaD o aluno

constrói conhecimento, no tempo e local que lhe são adequados, sem o

auxílio em tempo integral do professor, mas com a mediação de

professores (orientadores ou tutores), os quais atuam ora a distância, ora

em presença física ou virtual.

Em resumo, Vergara (2006) salienta que uma das possibilidades

da EaD é que a modalidade permite ao aluno compatibilizar seu estudo

com suas disponibilidades de tempo, realizá-lo em um ritmo desejado e

em qualquer lugar disponível, desenvolver independência,

comportamento pró-ativo e autodisciplina na busca de seu

desenvolvimento.

Porém, Benetti (2008) destaca que para que isso ocorra é

necessário que o estudante monitore a si próprio, para que saiba pedir

ajuda quando necessitar, o que pode ser caracterizado como autonomia

responsável.

Em consonância a Benetti, Belloni (2002) aborda a autonomia do

estudante quando caracteriza a EaD pela ampliação dessa autonomia e

também pela flexibilidade e abertura dos sistemas.

A educação à distância efetiva só se realiza quando se garante

uma verdadeira comunicação bilateral nitidamente educativa

(SARAIVA, 1996). Assim, uma proposta de EaD não é simplesmente colocar materiais instrucionais a disposição do aluno distante, mas sim

um sistemas pensado de forma pedagógica que seja capaz de promover a

essencial relação professor-aluno, por meios e estratégias

institucionalmente garantidos.

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Diante dos conceitos apresentados é possível inferir que a

educação a distância difere em alguns aspectos da educação presencial.

Desta forma, cabe apresentar-se algumas características específicas de

cada umas dessas modalidades de ensino, bem como as vantagens e

desvantagens da utlização da EaD.

2.2.2 As especificidades da educação presencial e da educação a

distância

Embora haja discussões sobre a substituição da modalidade

presencial de ensino pela EaD, a mesma não possui este intuito. De

acordo com Vergara (2006), longe de opor-se ou de caracterizar-se

como uma ameaça à educação presencial, a EAD é, apenas, mais um

modo de se educar, mais uma abertura à tradicional relação

ensino/aprendizagem.

A autora afirma que muitos dos materiais utilizados em EaD

podem nutrir cursos presenciais. Desta forma, a educação presencial

pode ser complementada pela EaD, em um modelo misto. Podem-se

incluir recursos estéticos na aprendizagem, como desenhos animados,

pinturas, filmes e obras literárias, auxiliando o desenvolvimento da

sensibilidade e da interação prazerosa (VERGARA, 2006).

Assim, é possível verificar uma mudança de paradigma em

relação à modalidade de ensino. Oilo (apud BENETTI, 2008) apresenta

como chave dessa mudança, os seguintes fatores:

FATOR EVOLUÇÃO

Tempo O fator tempo já não é uma limitação; o ensino assíncrono

libera os estudantes dos imperativos do tempo.

Espaço O fator distância já não é mais uma limitação; o estudante

pode participar do ensino sem necessidade de estar presente

no espaço físico universitário.

Custo

O investimento pedagógico para o ensino a distância

moderno é certamente mais importante que o do modelo

tradicional, quer seja o investimento inicial ou o ligado à

entrega do ensino. Mas os fatores vão diminuir o custo

global nos fatores de escala:

1) a redução das necessidades de superfícies e locais; e

2) o aumento sensível do tamanho da classe virtual.

Relações A relação tradicionalmente vertical entre docentes e

estudantes revoluciona para um modelo mais horizontal no

qual o docente se transforma em facilitador, especialista,

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colega, e o estudante passa a ser naturalmente ativo. Nesta

evolução dos papéis, o grupo ganha importância como

espaço de consulta, apresentação e colaboração. Mediante

este mecanismo, o ensino é “recebido” pelo indivíduo na

interação com um grupo em que os docentes não são mais

que um dos elementos. Trata-se de uma redefinição

completa dos papéis, na qual o dinamismo dos papéis exige

um estudante adaptável.

Informação/

Conhecimento

A transferência de conhecimentos já não é o objeto primário

da educação; o estudante deve aprender a adquirir

informação, conforme suas necessidades, a avaliá-la e

transformá-la em conhecimento através do processo

relacional. Mercado Ao liberar os fatores espaço e tempo, a educação se abre ao

mercado mundial em que a língua passa a ser uma das

limitações principais da expansão.

Competência

Colaboração

A mundialização do mercado da educação e a aparição de

entidades novas, situadas deliberadamente no espaço

comercial, intensificam a competitividade entre as empresas

da educação. Paralelamente, a colaboração e as alianças

estratégicas impõem-se como as respostas adaptadas às

mudanças por parte das universidades.

Avaliação

Os conceitos tradicionais de avaliação dos estudantes com

base em resultados (exames) devem adaptar-se a novos

métodos em que a avaliação do processo cobra maior

importância, permitindo assim escapar da medida dos

conhecimentos assimilados e integrar fatores mais sensíveis

à equação do novo profissional: capacidade de pesquisa, de

adaptação, de comunicação, de colaboração, etc.

Tipo

A distinção dos tipos de educação (primário, secundário,

técnico, universitário, profissional) perde a importância para

dar lugar ao ensino permanente.

Quadro 2: Mudança de paradigma em relação à modalidade de ensino

Fonte: Adaptado de Oilo (apud BENETTI, 2008)

Desta forma, cabe apresentar-se as especificidades da educação

presencial. Para Moore e Kearsley (2008), a educação presencial é

aplicada formalmente em sala de aula, com instruções ministradas na

escola, nos colégios ou nas universidades, onde professores e estudantes

encontram-se fisicamente presentes.

Em consonância a Moore e Kearsley, Aretio (apud DALMAU, 2009a) complementa apresentando as seguintes características da

educação presencial:

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a) os docentes são considerados a fonte do conhecimento,

são basicamente vistos como educadores, e suas habilidades e

competências são muito difundidas;

b) a comunicação existente é face a face, isto é, de modo

direto entre professores e estudantes. Normalmente o uso de

meios tecnológicos para melhorar as aulas ministradas é limitado

e tais tecnologias são encontradas em oficinas ou laboratórios

próprios da organização de ensino; e

c) a estrutura dos cursos possibilita o surgimento de

questões administrativas de horário e espaço físico, fatores estes

que podem fazer com que a instituição não possa atender à

demanda de estudantes na sua totalidade ao mesmo tempo.

Dalmau (2009a) indica mais uma característica inerente ao meio

presencial, considerando-o mais conhecido e amplamente utilizado em

todas as camadas da sociedade. O autor salienta que as pessoas acabam

se familiarizando mais com esta modalidade de ensino, na qual a

dependência de um professor, de comparecer a uma sala de aula, de

possuir um horário preestabelecido, de enfatizar as emoções, a

linguagem corporal e de fazer com que as pessoas convivam entre si

frente a frente resulta em uma melhor troca de experiências.

Vale destacar também a interatividade existente entre as partes

envolvidas no processo de transmissão de informações. Visto que

possibilita maior contato físico entre as pessoas, o meio presencial pode,

para grande parte dos casos, proporcionar maior motivação, fator este

que pode gerar um diferencial na mensuração de resultados (DALMAU,

2009a).

Em relação à capacidade de atendimento simultâneo, verifica-se

que a modalidade presencial possui algumas deficiências, podendo

assim inviabilizar o processo de educação coletiva nas instituições. É

possível inferir que este seja um dos motivos que fazem com que a EaD

se difunda.

A partir da apresentação de algumas características inerentes ao

meio presencial, cabe realizar uma comparação entre a educação

presencial e a EaD. Aretio (apud BENETTI, 2008) apresenta um

comparativo em relação aos fatores comunicação e recursos, estudantes,

e docente e tutor, conforme segue: FATOR PRESENCIAL A DISTÂNCIA

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42

CO

MU

NIC

ÃO

/

RE

CU

RS

OS

A aula é o principal espaço de

interação; o processo de ensino-

aprendizagem é cara a cara; a

comunicação é direta; as

oficinas e os laboratórios são da

instituição; e o uso de meios é

reduzido.

A interação pode se dar em

qualquer lugar e em qualquer

momento; o processo de

ensino-aprendizagem é

mediado; a comunicação é

diferida em espaço e tempo ou

síncrona através de meios

eletrônicos; as oficinas e os

laboratórios são de outras

organizações; e o uso de meios

é massivo.

ES

TU

DA

NT

ES

São homogêneos na idade, nas

competências e em nível;

possuem único local de estudo;

residem geralmente na mesma

cidade; a aprendizagem é

fortemente controlada

(dependente); são geralmente

dedicados aos estudos (jovem);

têm mais interação social; o

estudo é uma atividade

primária; e o currículo é

determinado pela instituição.

São heterogêneos na idade, nas

competências e em nível;

possuem como local de estudo

casa, trabalho, etc; podem

residir em diferentes cidades; a

aprendizagem é livre

(independente); a maioria dos

estudantes trabalha (adulto);

têm menor interação social; o

estudo é uma atividade

secundária; e o currículo é

determinado pelo estudante.

DO

CE

NT

E/

TU

TO

R

Há um só tipo de docente; é a

principal fonte de informação; é

o juiz supremo do rendimento

do estudante; é basicamente o

educador, possui habilidades e

competências conhecidas;

envolve-se em desenho,

desenvolvimento e avaliação

curricular superficiais; e os

problemas são dependentes do

professor.

Há vários tipos de docentes;

caracteriza-se como um

suporte, um facilitador, um

orientador do estudante; é o

motivador do rendimento do

estudante, é basicamente

produtor de materiais ou tutor;

possui habilidade e

competências pouco

conhecidas; envolve-se em

desenho, desenvolvimento e

avaliação curricular mais

profundos; e os problemas são

dependentes do sistema.

Quadro 3: Comparação entre ensino presencial e ensino a distância

Fonte: Adaptado de Aretio (apud BENETTI, 2008)

Assim, de acordo com Kaye e Rumble (apud DALMAU,

2009a), essas características da EaD permitem que as instituições

consigam: enriquecer os recursos de aprendizagem e eliminar a

dependência do ensino face a face; favorecer a possibilidade de

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melhorar a qualidade da instrução ao atribuir a elaboração dos materiais

didáticos aos melhores especialistas; estabelecer a possibilidade de

personalizar o processo de aprendizagem, para garantir uma sequência

acadêmica que responda ao ritmo do rendimento do estudante; garantir a

permanência do estudante em seu meio cultural e natural evitando os

êxodos que incidem no desenvolvimento regional; e realizar esforços

que permitem combinar a centralização da produção e descentralização

do processo de aprendizagem.

Neste sentido, Vergara (2006) destaca que a EaD apresenta

inúmeras possibilidades e outras tantas limitações. Se por um lado a

EaD depende da vontade do estudante em estudar, pesquisar e produzir

de forma independente e disciplinada, por outro, fortalece, por meio de

muitas atividades, a aprendizagem colaborativa, através da troca de

informações entre os estudantes.

A autora salienta que por isso é pertinente a formação de turmas.

Elas permitem uma construção coletiva que programas individuais não

permitem. Além disso, os ambientes multimídia interativos, pela

possibilidade que oferecem ao estudante, em ter acesso a informações

digitalizadas de textos, sons, imagens e gráficos, o permitem apreender

o conhecimento de forma eficaz, visto que um recurso pode

complementar o outro na mensagem que visa transmitir (VERGARA,

2006).

Para Ramos (apud DALMAU, 2009a), a EaD possibilita os

seguintes atrativos às instituições:

a) abertura: vários cursos com um menor número de

barreiras e requisitos de acesso podem atender a uma população

mais numerosa e dispersa;

b) flexibilidade: espaço, assistência, tempo e ritmos de

aprendizagem que permitam diferentes entradas e saídas e a

combinação entre trabalho, estudo e família favorecem a

motivação e conseqüente permanência no curso;

c) eficácia: o estudante percebe que está sendo estimulado

a se tornar sujeito de sua aprendizagem. Além disso, recebe um

suporte pedagógico, administrativo, cognitivo e afetivo, através

da integração dos meios e da comunicação; e

d) formação permanente: devido a existência de alta demanda, no campo profissional e pessoal, é possível que ocorra

continuidade nos estudos de determinado estudante, estimulando-

o a adquirir novas atitudes, valores e interesses.

Além das possibilidades da EaD, existem também algumas

vantagens e benefícios na aplicação dessa modalidade, às quais são

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destacadas por Close, Humphrey e Ruttenbur (apud DALMAU, 2009b),

conforme segue:

a) custos efetivos: a disseminação da informação através

de meios tecnológicos pode ter custos mais efetivos, em virtude

do tempo em que o aprendizado pode ser realizado. Estima-se que

se economize cerca de 20% a 50% do tempo em relação ao meio

presencial;

b) aprendizagem controlada: a tecnologia permite uma

autoridade individual em relação ao ambiente de aprendizagem,

seja ele ministrado em sala de aula, no trabalho ou em casa;

c) interatividade: os avanços da tecnologia fizeram com

que se desenvolvesse ambientes de aprendizagem interativos.

Estes começaram a renovar o interesse do estudante em relação

ao processo de capacitação, visto que a interação torna-se mais

ativa;

d) uniformidade de conteúdo: a informação desenvolvida

pode ser consistente para todos os usuários, reduzindo a

possibilidade de várias interpretações; e

e) atualização rápida de conteúdo: conteúdos podem ser

atualizados em tempo real. Isto aumenta a taxa de como o

conhecimento é adquirido, o que é especialmente importante em

uma instituição.

Se há grandes possibilidades na utilização da EaD, há limitações

também. De acordo com Vergara (2006), podem ocorrer algumas

limitações, conforme segue: FATOR LIMITAÇÕES

Tecnologia A baixa capacidade de computadores, a lentidão

no acesso e a falta de flexibilidade do programa.

Habilidades É necessário considerar-se a habilidade das

pessoas em lidarem com a informática, com o

computador em si, com a metodologia EaD.

Questões culturais No Brasil, por exemplo, valorizam-se os contatos

face a face, é uma cultura fortemente relacional.

Individualismo O trabalho fisicamente solitário pode ser, então,

uma limitação.

Tarefas

As tarefas pouco claras e a ausência de feedback.

Feedbacks dizem respeito a observações do

aluno e respostas das equipes a essas

observações. É uma rua de mão-dupla.

Interpretação Leitura e interpretação de textos e outros códigos

lingüísticos, se o estudante não possui essa

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habilidade desenvolvida e se tem pouco domínio

na utilização de recursos de multimídia. O

conteúdo da EaD precisa ser escrito de forma

diferente da utilizada em um texto impresso.

Entretanto, mesmo cuidando-se dessa

diferenciação, é possível que haja problemas

relativos à compreensão dos textos. Tais

problemas podem ser mitigados com linguagem

clara e simples, embora, plena de conteúdo

consistente.

Quadro 4: Limitações da Educação a Distância

Fonte: Adaptado de Vergara (2006)

Além das limitações apresentadas por Vergara, Landin (apud

DALMAU, 2009b) acrescenta algumas desvantagens na utilização da

EaD como a limitação em alcançar o objetivo de socialização, pelas

escassas ocasiões de interação pessoal dos estudantes entre si e entre os

estudantes e o docente, dependendo da tecnologia utilizada; o

empobrecimento da troca direta de experiências proporcionadas pela

relação educativa pessoal entre professor e estudante, também

dependendo da tecnologia utilizada e do desenho instrucional adotados;

o feedback de possíveis erros pode ser mais lento, embora os meios

tecnológicos reduzam estes inconvenientes; a homogeneidade dos

materiais instrucionais, visto que todos aprendem o mesmo, por um só

pacote instrucional, conjugado a poucas ocasiões de diálogo entre

estudante e docente. Isto não significa que o meio presencial não seja

diferente; e os serviços administrativos são geralmente mais complexos

que no ensino presencial.

Diante do exposto, verifica-se que cada uma das 2 modalidades

de ensino apresentadas, presencial e a distância, possuem

particularidades, ora positivas, ora negativas, que às diferem uma da

outra. Porém, Moran (2002) destaca que, no fundamental, tanto um

curso presencial, quanto um curso a distância de qualidade possuem os

mesmos ingredientes. O autor destaca quatro ingredientes que as duas

modalidades de ensino devem possuir:

a) educadores maduros: tanto intelectual quanto

emocionalmente, devem ser pessoas curiosas, entusiasmadas,

abertas, que saibam motivar e dialogar;

b) alunos curiosos e motivados: eles facilitam

enormemente o processo, estimulando assim as melhores

qualidades do docente. Tornam-se, desta forma, interlocutores

lúcidos e parceiros de caminhada do professor;

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c) administradores mais abertos: diretores e

coordenadores também mais abertos, que entendam todas as

dimensões que estão envolvidas no processo pedagógico; e

d) ambientes ricos de aprendizagem: ter uma boa infra-

estrutura física (salas, tecnologias, bibliotecas, etc). A

aprendizagem não se faz só na sala de aula, mas nos inúmeros

espaços de encontro, de pesquisa e produção que as instituições

oferecem aos seus professores e estudantes.

Diante dos ingredientes apresentados, que aplicam-se tanto ao

ensino presencial quanto ao ensino a distância, é possível verificar que

mesmo que cada tipo de curso apresente determinadas particularidades

que os caracterizem, eles apresentam algumas necessidades similares

para que sejam eficientes e produtivos.

Após a apresentação das especificidades dos ensinos presencial e

a distância, a seguir é apresentada a EaD no contexto do ensino superior

brasileiro.

2.2.3 EaD no ensino superior no Brasil

Nesta seção, serão abordados aspectos legais da EaD no Brasil,

bem como o ensino superior brasileiro a distância, no contexto do

Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), visto ser um projeto

relevante para o Brasil enquanto um “programa de nação”.

2.2.3.1 Aspectos legais da EaD no Brasil

Em 1971, através da Lei das Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (LDB), a EaD é legalmente reconhecida como uma

modalidade de ensino-aprendizagem, apenas para os cursos supletivos

(DALMAU, 2009a).

Segundo Pimentel (2006), em 1996, com a reformulação da LDB,

do Decreto n. 2.494/98 e da Portaria MEC n. 301/98 a modalidade de

EaD foi definida e contextualizada. A autora afirma que através dessa

Lei, é estabelecido que tanto instituições públicas como privadas podem

oferecer cursos de pós-graduação e graduação, na modalidade a

distância, desde que legalmente credenciados para o ensino superior a distância, mediante parecer do Conselho Nacional de Educação e

homologado pelo Ministério da Educação por meio de portaria

publicada no Diário Oficial.

Porém, Mota e Chaves (apud VIEIRA; MORAES, 2006) indicam

que a legislação brasileira sobre EaD, com foco na oferta de cursos

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superiores à distância, concretiza-se apenas com a sanção do Decreto n.

5.622, de 20 de dezembro de 2005. De acordo com os autores, o Decreto

busca garantir o credenciamento das instituições de ensino superior, a

supervisão, o acompanhamento e avaliação para a modalidade de EaD

com padrões de qualidade.

Dalmau (2009a) destaca alguns pontos importantes estabelecidos

no Decreto n. 5.622, os quais resultam em implicações significativas

para a oferta de cursos superiores, equiparando assim a EaD ao ensino

presencial:

a) obediência às Diretrizes Curriculares de cada curso;

b) duração dos cursos igual à estabelecida no meio

presencial para cursos equivalentes;

c) controle de frequência definido no projeto pedagógico;

d) transferências, equivalências e aproveitamentos

garantidos;

e) diploma com validade em nível nacional;

f) os resultados das avaliações presenciais periódicas

prevalecem sobre os demais resultados obtidos em outras formas

de avaliação a distância;

g) instituições de ensino superior com autonomia

universitária não necessitam de autorizações para ofertar novos

cursos superiores;

h) o ato de credenciamento definirá a abrangência de sua

atuação no território nacional;

i) participação dos estudantes nas avaliações do Sistema

Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES)

juntamente e em igualdade de condições aos presenciais;

j) reforço da obrigatoriedade de encontros presenciais

para os exames, estágios obrigatórios, defesa de trabalhos de

conclusão de curso e atividades em laboratório; e

k) credenciamento ou recredenciamento das instituições

de ensino superior para oferta de cursos superiores a distância,

realizado pela União (único e por no máximo cinco anos).

O Decreto n. 5.622, além de estabelecer diretrizes para a oferta de

cursos superiores a distância, segundo Vieira e Moraes (2007), também

determina requisitos básicos para o credenciamento das instituições de ensino superior interessadas em ofertar cursos de graduação (seja

bacharelado ou licenciatura) ou pós-graduação (especialização,

mestrado ou doutorado). As instituições interessadas devem apresentar:

a elaboração de um Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) que

contenha a oferta de cursos e programas a distância, um projeto

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pedagógico para os cursos e programas em EaD, a garantia de equipe

técnica e administrativa qualificada, um corpo docente qualificado de

acordo com as exigências da legislação em vigor e, preferencialmente,

com formação para trabalhar na modalidade de EaD, e a descrição

detalhada dos serviços de suporte e infra-estrutura adequados à

execução do projeto pedagógico, contendo a descrição das instalações

físicas, laboratórios (quando se aplicar), polos de EaD e bibliotecas

adequadas.

Atendendo a essas exigências, garante-se que determinada

instituição de ensino superior ofereça qualidade no ensino e nos serviços

oferecidos aos estudantes, assim como a integral equivalência entre a

educação presencial e a EaD (DALMAU, 2009a).

Após o Decreto n. 5.622, foi criado o Sistema Universidade

Aberta do Brasil (UAB), ainda no ano de 2005, conforme é apresentado

a seguir.

2.2.3.2 Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB)

Embora o Sistema UAB tenha sido criado em 2005, Maia e

Mattar (2007) destacam que este foi oficializado apenas em 8 de junho

de 2006, por meio do Decreto n. 5.800, como sendo um consórcio entre

Instituições Públicas de Ensino Superior (IPES), Estados e Municípios,

coordenado pela Secretaria de Educação a Distância do Ministério da

Educação.

De acordo com o Edital Universidade Aberta do Brasil, lançado

em 2005, o projeto UAB caracteriza-se como uma iniciativa do

Ministério da Educação, visando a criação de bases para uma

universidade aberta e a distância no País, assim entendida como a

articulação entre instituições federais de ensino, Distrito Federal,

Estados e Municípios, bem como demais interessados e envolvidos, e

atuando preferencialmente na área de formação inicial e continuada de

professores da educação básica.

Vieira e Moraes (2007) consideram que o projeto UAB

configura-se em um projeto social de políticas educacionais inclusivas

extremamente relevantes para a agenda do desenvolvimento social e

humano do País.

Para Dalmau (2009a), a implantação da UAB também visou

auxiliar a realização do Plano Nacional de Educação, o qual possui

como meta inserir nas universidades, até o ano de 2010, 30% da

população entre 18 e 24 anos.

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Assim, após seu projeto, o Sistema UAB foi oficializado, e desta

forma estabeleceram-se seus objetivos principais, através do Decreto n.

5.800, em seu artigo 1º: I - oferecer, prioritariamente, cursos de

licenciatura e de formação inicial e continuada de

professores da educação básica;

II - oferecer cursos superiores para capacitação de

dirigentes, gestores e trabalhadores em educação

básica dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios;

III - oferecer cursos superiores nas diferentes

áreas do conhecimento;

IV - ampliar o acesso à educação superior pública;

V - reduzir as desigualdades de oferta de ensino

superior entre as diferentes regiões do País;

VI - estabelecer amplo sistema nacional de

educação superior a distância; e

VII - fomentar o desenvolvimento institucional

para a modalidade de educação a distância, bem

como a pesquisa em metodologias inovadoras de

ensino superior apoiadas em tecnologias de

informação e comunicação.

Em Brasil (2009) expõem-se que o modelo adotado pelo Sistema

UAB para a expansão do ensino superior fundamenta-se,

principalmente, na realidade social brasileira, na extensão geográfica do

território nacional, na necessidade de inclusão de uma imensa

quantidade de jovens que ainda não tem acesso ao ensino superior, na

necessidade de oferecer formação inicial e continuada a expressivos

contingentes de professores da rede pública, na cultura nacional que

propicia a integração da União, Estados e Municípios, na qualidade do

ensino superior público e nas experiências do Brasil e de outros países,

com a utilização de polos de apoio presencial, especialmente localizados

no interior do país, em municípios de baixo Índice de Desenvolvimento

da Educação Básica (IDEB).

Vale destacar que o IDEB utiliza dois conceitos para a qualidade

da educação: fluxo escolar e médias de desempenho nas avaliações. Este

indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar,

obtidos no Censo Escolar, e médias de desempenho nas avaliações do

INEP (BRASIL, 2010a).

Kipnis (2009) salienta que a concepção do Sistema UAB para a

educação brasileira define um modelo de expansão, de cursos e

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matrículas, distinto de outros encontrados em diversos países, os quais

costumam ser centrados em instituições organizadas todas elas a

distância ou a criação de megauniversidades, com tecnologia e

metodologia a distância.

Neste sentido, vale destacar que o Sistema UAB não visa a

criação de uma nova instituição de ensino, mas sim, a articulação das já

existentes, possibilitando a oferta de curso superior público de qualidade

aos municípios brasileiros que não possuem cursos de formação superior

ou cujos cursos ofertados não sejam suficientes para atender a todos os

cidadãos (Decreto n. 5.800/06).

De acordo com Maia e Mattar (2007), a oferta de cursos de

educação a distância por meio do Sistema UAB foi efetivamente

inaugurado com um projeto piloto em março de 2006, com o curso

Bacharelado em Administração, e o programa Pró-Licenciatura, que

atende estudantes de licenciatura, principalmente professores da rede

pública de educação básica sem formação superior.

O Sistema UAB foi iniciado em 2006, com a participação de 25

universidades públicas brasileiras (federais e estaduais) com mais de

10.000 estudantes em vários Estados. Isso foi possibilitado através da

parceria entre o Ministério da Educação, o Banco do Brasil (integrante

do Fórum das Estatais pela Educação) e as universidades públicas que

aderiram ao projeto (BRASIl, 2009).

Atualmente, através do Sistema UAB, por meio das instituições

públicas de ensino superior integrantes do Sistema, são ofertados

diversos cursos como, conforme apresentado em Brasil (2010b):

a) bacharelados, licenciaturas, tecnólogo e

especializações: são cursos voltados para formação inicial e

continuada de professores da educação básica da rede pública e

para o público em geral interessado (demanda social);

b) especializações do programa Mídias na Educação: são

cursos ofertados com o objetivo de proporcionar formação

continuada voltada ao uso pedagógico, na educação a distância,

de diferentes tecnologias da informação e da comunicação;

c) graduação em biblioteconomia: é um curso de

bacharelado destinado à formação de quadros de apoio à

realização dos cursos nos polos de apoio presencial do Sistema UAB;

d) especializações para professores, em parceria com a

Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade

(SECAD/MEC): são cursos ofertados em nível de pós-graduação

lato sensu, com duração de 360 horas e certificação para os

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concluintes. Atendendo à legislação vigente, destina-se ao

preparo de docentes para temas transversais dos currículos de

educação básica;

e) Programa Nacional de Formação em Administração

Pública (PNAP): são cursos ofertados em nível de graduação

(bacharelado) e pós-graduação (especializações lato sensu)

destinados à criação de um perfil nacional do administrador

público, propiciando a formação de gestores que utilizem uma

linguagem comum e que compreendam as especificidades de

cada uma das esferas públicas: municipal, estadual e federal.

Para ofertar todos esses cursos, participam do Sistema UAB as

universidades públicas (federais, estaduais e municipais) e os Institutos

Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. São um total de 89

instituições, atualmente. Essas instituições, exclusivamente públicas, são

responsáveis pela criação dos projetos pedagógicos dos cursos e por

manter sua boa qualidade com base nos Referencias de Qualidade para

Educação Superior a Distância, criado pelo Ministério da Educação

(BRASIL, 2010c).

Além da constituição de programas que ampliem a oferta de

cursos superiores, através dos cursos a distância, o Ministério da

Educação também tem se preocupado com a garantia de qualidade

destes cursos. Neste sentido, a seguir são apresentados os elementos

estruturantes de um curso superior a distância, de acordo com os

Referenciais de Qualidade para Educação Superior a Distância,

estabelecido pelo Ministério da Educação.

2.3 ELEMENTOS ESTRUTURANTES DE UM CURSO SUPERIOR A

DISTÂNCIA

Assim como as universidades demandam uma gestão eficiente, os

programas de ensino a distância também. Para Rumble (2003), a gestão

não se limita a certas categorias de empresa, mas sim uma atividade

comum a todas as organizações. O ensino não é uma exceção. O autor

destaca que é fundamental que a gestão do ensino seja eficiente (que

garanta o equilíbrio entre os gastos e os produtos do processo educativo, de forma a diminuir os custos ao máximo) e eficaz (que atinja seus

objetivos).

Pensando em gestão educacional no contexto da EaD, Paula,

Ferneda e Campos Filho (2004) salientam que para construir-se um

curso baseado nos padrões dessa modalidade, muitas decisões e ações se

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fazem necessárias. De acordo com os autores, um aspecto ainda mais

complexo diz respeito ao fato de a EaD requerer que as instituições

alterem significativamente sua concepção de educação, suas políticas e

procedimentos para criação e desenvolvimento de cursos, sistemas de

avaliação, etc. Enfim, implica em mudanças nos processos que

envolvem a implantação e o desenvolvimento de cursos, para que se

possa atuar no campo da EAD.

Desta forma, serão apresentados, nesta seção, elementos

estruturantes de um curso superior a distância, de acordo com o

documento Referenciais de Qualidade para Educação Superior a

Distância, estabelecido pelo Ministério da Educação em 2003, e

atualizado em 2007. Em alguns momentos do presente estudo, o

documento será chamado por Referenciais de Qualidade.

As orientações contidas neste documento tem papel indutor, não

apenas em termos da própria concepção teórico-metodológica da EaD,

mas também da organização dos sistemas de EaD (BRASIL, 2007). O

referido documento foi constituído a partir de discussão entre

especialistas do setor, universidades e sociedade, tendo como

preocupação central apresentar um rol de definições e conceitos que

possam garantir qualidade aos processos de EaD e coibir a precarização

da educação superior.

De acordo com o documento orientador não há um modelo único,

podendo os programas apresentarem diferentes desenhos e múltiplas

combinações de linguagem e recursos educacionais e tecnológicos. Cada

programa deve ser adequado à natureza do curso e as reais condições do

cotidiano e necessidades dos alunos (BRASIL, 2007). Porém, o

documento salienta que, embora os cursos de EaD possuam suas

particularidades, faz-se necessária uma discussão política e pedagógica

da ação educativa. Assim, um projeto de curso superior a distância

precisa de um forte compromisso institucional de forma a garantir o

processo de formação que contemple a dimensão técnico-científica para

o mercado de trabalho e a dimensão política para a formação do cidadão

(BRASIL, 2007).

Neste sentido, de acordo com os Referenciais de Qualidade, o

Projeto Político Pedagógico de um curso na modalidade a distância deve

apresentar integralmente os seguintes elementos: concepção de educação e currículo no processo de ensino e aprendizagem; sistemas de

comunicação; material didático; avaliação; equipe multidisciplinar;

infra-estrutura de apoio; gestão acadêmico-administrativa; e

sustentabilidade financeira.

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53

Visto que os elementos citados não se constituem isoladamente,

havendo conexão entre os mesmos, segue a caracterização de cada um

deles.

2.3.1 Concepção de educação e currículo no processo de ensino e

aprendizagem

Em um projeto político pedagógico deve estar explícita sua opção

epistemológica de educação, de currículo, de ensino, de aprendizagem.

A definição do desenvolvimento dos processos de produção do material

didático, de tutoria, de comunicação e de avaliação, será baseada nesses

aspectos do projeto, delineando assim princípios e diretrizes de modo a

alicerçarem o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem

(BRASIL, 2007).

A opção epistemológica é que norteará também a organização do

currículo (disciplina, módulo, tema, área) e do seu desenvolvimento.

Desde a compreensão de avaliação, dos instrumentos a serem utilizados,

até as concepções de tutor, de estudante, de professor, devem estar de

acordo com a opção teórico-metodológica determinada no projeto

pedagógico (BRASIL, 2007).

Segundo Ricardo (2009), o projeto político pedagógico exprime a

intencionalidade pedagógica, cultural e profissional, construindo um

modelo de gestão democrática. O autor salienta que é neste documento

que são definidos quais os valores e as finalidades educacionais da

instituição de ensino.

Além disso, a utilização dos meios tecnológicos deve ser baseada

em uma filosofia de aprendizagem, de construção do conhecimento. De

acordo com Filatro (2007), a aprendizagem está relacionada à ação de

quem aprende e modifica seu próprio comportamento, conduta,

conhecimentos e crenças. Ocorre por livre apreensão da realidade.

Para Valente (apud CATAPAN et al, 2009), o ideal seria um

sistema de educação que estimule o estudante a buscar a informação, a

aprender como usá-la, transformando-a em algo pessoal, tornando-se um

aprendiz permanente e desenvolvendo as habilidades de pesquisador.

Outro aspecto importante ao foco de um curso superior

(presencial ou a distância), a ser considerado no desenvolvimento do projeto pedagógico, é o desenvolvimento humano em uma perspectiva

de compromisso com a construção de uma sociedade mais justa. Desta

forma, o projeto pedagógico deve favorecer uma integração entre os

conteúdos, por meio da interdisciplinaridade e da contextualização, e

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suas metodologias, bem como o desenvolvimento da educação do

estudante (BRASIL, 2007).

Neste sentido, Filatro (2007) destaca que educação pode ser

compreendida como o processo de desenvolvimento do ser humano que

vise sua integração individual e social, envolvendo aspectos humanos,

técnicos, cognitivos, emocionais, sociopolíticos e culturais.

Além dos aspectos apresentados como importantes na

composição do projeto pedagógico, em relação à concepção de educação

e currículo, o documento Referenciais de Qualidade destaca a previsão,

quando necessário, de uma disciplina introdutória. Visto que a

metodologia utilizada na educação a distância representa uma novidade,

esta disciplina deve familiarizar o estudante em relação à tecnologia

utilizada, ao conteúdo programático do curso, aos mecanismos de

avaliação e recuperação de estudos.

2.3.2 Sistemas de comunicação

A EaD tem sido considerada mundialmente uma das mais

importantes ferramentas de difusão do conhecimento e de

democratização do acesso às tecnologias de informação e comunicação

(PAULA; FERNEDA; CAMPOS FILHO, 2004).

No entanto, o uso inovador da tecnologia aplicada à educação

deve ser baseado em uma filosofia de aprendizagem que propicie aos

estudantes efetiva interação no processo de ensino-aprendizagem, por

meio de um sistema de comunicação que possa oportunizar o

desenvolvimento de projetos compartilhados e o reconhecimento e

respeito em relação às diferentes culturas, bem como a construção do

conhecimento. Desta forma, é fundamental o princípio da interação e da

interatividade (entre professores, tutores e estudantes) para o processo

de comunicação e devem ser garantidos no uso de qualquer meio

tecnológico a ser disponibilizado (BRASIL, 2007).

Para Dalmau (2009a), é por meio do uso de tecnologias nos

programas de EaD que há maior interação entre os envolvidos, maior

facilidade para o registro das informações e ampliação dos canais de

disseminação destas.

Como meio de atender às exigências de qualidade nos processos pedagógicos, devem ser oferecidas e contempladas, de forma prioritária,

as condições de telecomunicação, como telefone, fax, correio eletrônico,

teleconferência, fórum de debate pela Internet, subsidiando assim a

interação (BRASIL, 2007).

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Além da interação entre professores, tutores e estudantes, é

necessário pensar-se na relação entre colegas de curso. De acordo com

os Referencias de Qualidade esta é uma prática importante, visto poder

contribuir para evitar o isolamento e manter um processo instigante,

motivador de aprendizagem, possibilitando aos estudantes a sensação de

pertencimento ao grupo.

Além dos processos de interação por meio do uso de tecnologias,

os cursos superiores a distância devem prever momentos de encontros

presenciais, cuja freqüência deve ser determinada pela natureza da área

do curso oferecido e pela metodologia de ensino utilizada. A instituição

deverá descrever suas diretrizes para esta questão, devendo estar de

acordo com o projeto político pedagógico do curso. Seguem alguns

aspectos a serem descritos pela instituição (BRASIL, 2007):

a) apresentar a forma de interação entre estudantes,

tutores, professores ao longo do curso, bem como o modelo de

tutoria;

b) quantificar o número de professores/hora disponíveis

para os atendimentos aos estudantes e quantificar a relação

tutor/alunos;

c) informar a previsão dos momentos presenciais, em

particular os horários de tutoria presencial e de tutoria a distância,

planejados para o curso e qual a estratégia a ser usada;

d) informar aos estudantes, desde o início do curso,

nomes, horários, formas e números para contato com professores,

tutores e pessoal de apoio;

e) informar locais e datas de provas e datas limite para as

diferentes atividades (matrícula, recuperação e outras);

f) descrever o sistema de orientação e acompanhamento

ao estudante, de modo que os estudantes tenham sua evolução e

dificuldades regularmente monitoradas, recebendo respostas

rápidas a suas perguntas, e incentivos e orientação quanto ao

progresso nos estudos;

g) assegurar flexibilidade no atendimento ao estudante,

por meio de horários ampliados para o atendimento tutorial;

h) dispor de polos de apoio descentralizados de

atendimento ao estudante, com infra-estrutura compatível, para as atividades presenciais;

i) utilizar-se de modalidades comunicacionais sincrônicas

como videoconferências, chats na Internet, fax, telefones, rádio

para promover a interação em tempo real entre docentes, tutores e

estudantes;

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j) facilitar a interação entre estudantes, indicando

procedimentos e atividades, abrindo sites e espaços em ambientes

computacionais adequadamente desenhados e implementados

para o curso, que estimulem a comunicação entre colegas;

k) definir um processo de supervisão e avaliação dos

tutores e outros profissionais que atuam nos polos de apoio

descentralizados, assegurando assim padrão de qualidade no

atendimento aos estudantes; e

l) abrir espaço para uma representação de estudantes, em

órgãos colegiados de decisão, possibilitando o recebimento de

feedback de modo a aperfeiçoar os processos.

Em resumo, como já afirmado, o curso a distância deve

possibilitar formas de comunicação entre os atores envolvidos no

processo. De acordo com os Referenciais de Qualidade, as vias efetivas

de comunicação e diálogo podem criar condições de minimização da

sensação de isolamento dos estudantes, apontada como um dos motivos

de perda da qualidade no processo de aprendizagem, e uma das

principais causas da evasão nos cursos a distância.

2.3.3 Material didático

O material didático deve ser desenvolvido, quanto à forma e o

conteúdo, em consonância aos princípios epistemológicos,

metodológicos e políticos estabelecidos no projeto pedagógico,

facilitando assim a construção do conhecimento e mediando a

interlocução entre estudante e professor. Este material deve promover o

desenvolvimento de habilidades e competências específicas, recorrendo

a um conjunto de mídias (material impresso, vídeos, programas

televisivos e radiofônicos, teleconferências, CD-ROM, páginas WEB e

outros) compatível com a proposta e com o contexto socioeconômico do

público-alvo (BRASIL, 2007).

Vale salientar que o material didático para EaD possui

particularidades em relação aos materiais para cursos presenciais. Na

EaD o material didático não é apenas um conjunto de informações, mas

sim uma ferramenta que possibilita a construção do conhecimento.

Logo, a produção do material didático sem sombra de dúvida é de imensa importância. Segundo Ausubel (apud SILVA, 2009), um

material didático somente é potencialmente expressivo e de qualidade

quando está adequadamente organizado e programado.

O material para EaD atende a diferentes lógicas de concepção,

produção, linguagem, estudo e controle de tempo. Desta forma, é

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necessário que os docentes responsáveis pela produção dos conteúdos

trabalhem integrados a uma equipe multidisciplinar, contendo

profissionais especialistas em desenho instrucional, diagramação,

ilustração, desenvolvimento de páginas web, entre outros (BRASIL,

2007).

Neste sentido, apresenta-se o design instrucional. Para Filatro

(2007, p. 135), é o “processo sistemático de planejar, desenvolver e

aplicar métodos, técnicas e atividades de ensino, a partir dos princípios

de aprendizagem e instrução conhecidos, a fim de facilitar, através de

materiais e eventos educacionais, a aprendizagem e a compreensão

humana”.

Além de pensar-se em cada mídia, é recomendável que as

instituições elaborem seus materiais para uso a distância, na busca de

integrar as diferentes mídias, explorando a convergência e integração

entre materiais impressos, radiofônicos, televisivos, de informática, de

videoconferências e teleconferências, dentre outros, favorecendo assim a

construção do conhecimento (BRASIL, 2007).

Os Referenciais de Qualidade destacam a importância de inclusão

de um Guia Geral do Curso, seja impresso e/ou em formato digital. Este

Guia deve orientar o estudante quanto às características da EaD e quanto

aos direitos, deveres e normas de estudo a serem adotadas, durante o

curso; conter informações gerais sobre o curso (grade curricular,

ementas, etc.); ele deve informar sobre a disponibilização de materiais

(livros-texto, cadernos de atividades, leituras complementares, roteiros,

obras de referência, CD-ROM, Web-sites, vídeos) ao estudante; definir

as formas de interação entre professores, tutores e colegas; e apresentar

o sistema de acompanhamento, avaliação e todas as demais orientações

que darão segurança ao estudante durante o processo educacional.

Além do Guia Geral do Curso, os Referenciais de Qualidade

apontam sobre a importância de inclusão de um Guia de Estudo

(impresso e/ou digital) referente a cada disciplina. Este Guia deve

apresentar as características de ensino e aprendizagem particulares à

disciplina, informar o docente responsável, indicar a equipe de tutores e

seus horários de atendimento e apresentar o cronograma (data, horário,

local - quando for o caso) da disciplina e do seu sistema de

acompanhamento e avaliação. Para Moore e Kearsley (2008) o Guia de Estudo constitui a

âncora para as demais tecnologias. Este deve conter instruções e

orientações aos estudantes em seu estudo da disciplina, comunicando as

metas e os objetivos dos instrutores e sua abordagem geral e filosófica a

respeito da disciplina.

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Além de pensar-se nos Guias do Curso e de Estudo, os

Referenciais de Qualidade salientam sobre a importância da construção

do material didático em relação à garantia de unidade entre os conteúdos

trabalhados, quaisquer que sejam sua organização, suas disciplinas, seus

módulos, suas áreas, seus temas, seus projetos. Além disso, o material

deve proporcionar a interação entre os diferentes sujeitos envolvidos no

processo. Desta forma, o material didático deve:

a) conter o conteúdo determinado pelas diretrizes

pedagógicas, segundo documentação do Ministério da Educação,

para cada área do conhecimento;

b) ser estruturado em linguagem dialógica, de modo a

promover autonomia do estudante desenvolvendo sua capacidade

para aprender e controlar o próprio desenvolvimento;

c) prever, como já destacado, um módulo introdutório

(obrigatório ou facultativo) que desenvolva os conhecimento e as

habilidades básicos, referentes à tecnologia utilizada e também

que apresente uma visão geral em relação à metodologia

empregada na EaD;

d) detalhar que competências cognitivas, habilidades e

atitudes o aluno deverá ter desenvolvido ao fim de cada unidade,

módulo, disciplina, oferecendo-lhe oportunidades sistemáticas de

auto-avaliação;

e) dispor de esquemas alternativos para atendimento de

alunos portadores de necessidades especiais;

f) indicar bibliografias e sites complementares, de maneira a

incentivar o aprofundamento e complementação da

aprendizagem.

Além das características referentes aos materiais didáticos, deve

ser definida no projeto pedagógico a equipe multidisciplinar responsável

por esta tarefa: os professores responsáveis por cada disciplina, bem

como os demais profissionais nas áreas de educação e técnica (como

webdesigners, desenhistas gráficos, equipe de revisores e equipe de

vídeo). Deve especificar, também, a parcela deste material que estará

produzida e pré-testada antes do início do curso (BRASIL, 2007).

2.3.4 Avaliação

A avaliação de um projeto de EaD deve apresentar duas

dimensões: a que diz respeito ao processo de aprendizagem e a que se

refere ao projeto pedagógico do curso. Segue detalhamento de cada

dimensão.

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2.3.4.1 A avaliação da aprendizagem

Em sistemas de EaD, o modelo de avaliação da aprendizagem

deve auxiliar o estudante a desenvolver graus mais complexos de

competências cognitivas, habilidades e atitudes, proporcionando-lhe o

alcance dos objetivos propostos. Para tanto, esta avaliação deve

configurar-se em um processo contínuo, verificando constantemente o

progresso dos estudantes de forma a estimulá-los a serem ativos na

construção do conhecimento. Desta forma, devem ser adotados

mecanismos que possibilitem o permanente acompanhamento dos

estudantes, com o objetivo de identificar eventuais dificuldades na

aprendizagem e saná-las ainda durante o processo de ensino-

aprendizagem (BRASIL, 2007).

Em consonância ao exposto, Gonzáles (2005, p. 70) afirma que [...] o processo de avaliação de aprendizagem em

Educação a Distância, embora possa se sustentar

em princípios análogos aos da Educação

Presencial, requer tratamento e considerações

especiais em alguns casos. Isso ocorre porque um

dos objetivos fundamentais da Educação a

Distância deve ser o de obter dos estudantes não a

capacidade de reproduzir ideias ou informações,

mas a capacidade de produzir conhecimentos,

analisar e posicionar-se criticamente diante de

situações concretas que se lhes apresentem.

Além do objetivo que as avaliações de aprendizagem apresentam,

os Referencias de Qualidade determinam o modo que elas devem ser

aplicadas. Elas devem ser compostas de avaliações a distância e

avaliações presenciais, devendo estas últimas serem pautadas em

precauções de segurança e controle de frequência, zelando assim pela

confiabilidade e credibilidade dos resultados. Os Referenciais de

Qualidade também destacam, que a previsão dos momentos presenciais

obrigatórios devem estar claramente definidos, assim como os estágios

obrigatórios previstos em lei, defesa de trabalhos de conclusão de curso

e atividades relacionadas a laboratório de ensino, quando for o caso.

2.3.4.2 A avaliação institucional

As instituições devem planejar e implementar sistemas de

avaliação institucional que proporcionem melhorias de qualidade nas

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condições de oferta dos cursos e no processo pedagógico. Esta avaliação

deve ser um processo permanente e conseqüente, subsidiando assim o

aperfeiçoamento dos sistemas de gestão e pedagógico. Desta forma, são

possíveis correções que possibilitem a melhoria da qualidade do

processo pedagógico em acordo com o Sistema Nacional de Avaliação

da Educação Superior (SINAES). Para conquistar êxito, esta avaliação

precisa envolver os diversos atores do sistema: estudantes, professores,

tutores, e quadro técnico-administrativo (BRASIL, 2007).

Neste sentido, Moore e Kearsley (2008) destacam que um dos

pontos fracos no planejamento e desenvolvimento de muitos programas

de EaD é a falta de checagem rotineira dos materiais e da mídia. Para os

autores, a avaliação deve ser feita continuamente por meio de ciclos de

planejamento, desenvolvimento e implementação, assegurando assim o

funcionamento de tudo como planejado.

De acordo com os Referenciais de Qualidade, a avaliação

institucional é um dos aspectos fundamentais para a qualidade de um

curso superior, e desta forma deve configurar-se em um processo

contínuo de avaliação em relação a: organização didático-pedagógica;

corpo docente, discente e técnico-administrativo; e instalações físicas.

2.3.5 Equipe multidisciplinar

Em cursos de EaD, os recursos humanos devem configurar-se em

uma equipe multidisciplinar com funções de planejamento,

implementação e gestão dos cursos a distância, onde três categorias

profissionais são essenciais para uma oferta de qualidade: docentes,

tutores e pessoal técnico-administrativo (BRASIL, 2007).

Para Moreira (2009), cada instituição possui diversas

configurações de equipe dependendo de seus objetivos, das demandas

do projeto e dos recursos alocados. A autora destaca que a composição e

o funcionamento de equipes multidisciplinares refletem os processos de

EaD de uma instituição, em sintonia com as metas estabelecidas

segundo os valores, princípios e critérios definidos pelas próprias

instituições.

Desta forma, os Referenciais de Qualidade indicam as principais

competências que cada categoria profissional deve apresentar.

2.3.5.1 Docentes

Em cursos a distância os professores são tão importantes quanto

em cursos presenciais. Os cursos a distância não minimizam o trabalho e

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a mediação do professor. Muito pelo contrário, nos cursos superiores a

distância, os professores vêem suas funções se expandirem (BRASIL,

2007).

De acordo com Dalmau (2009a), o professor é o responsável

direto pelos conteúdos ministrados e apresentados nos materiais das

disciplinas. O autor destaca que o que difere do meio presencial é que,

dependendo da tecnologia utilizada, a relação de interação não é

possível em tempo real, síncrono.

Neste sentido, os Referenciais de Qualidade consideram que, em

cursos superiores a distância, os professores devem ser capazes de:

estabelecer os fundamentos teóricos do projeto; selecionar e preparar

todo o conteúdo curricular desenvolvido em procedimentos e atividades

pedagógicas; identificar os objetivos referentes a competências

cognitivas, habilidades e atitudes esperados dos estudantes; definir

bibliografia, videografia, iconografia, audiografia, tanto básicas quanto

complementares; elaborar o material didático para cursos a distância;

realizar a gestão acadêmica do processo de ensino-aprendizagem,

motivando, orientando, acompanhando e avaliando os estudantes; e

avaliar-se continuamente como profissional que faz parte de um

programa de ensino superior a distância.

2.3.5.2 Tutores

Em cursos superiores a distância os tutores desempenham papel

de fundamental importância no processo educacional, compondo assim

um quadro diferenciado nas instituições. O tutor deve ser considerado

um dos atores que participa ativamente da prática pedagógica. Suas

atividades desenvolvidas a distância e/ou presencialmente devem

colaborar para o desenvolvimento dos processos de ensino e de

aprendizagem e para o acompanhamento e avaliação do projeto

pedagógico (BRASIL, 2007).

De acordo com Dalmau (2009a), o tutor costuma ser considerado

a peça-chave na ação da aprendizagem do estudante. O autor considera o

tutor como a pessoa responsável por fazer todo o acompanhamento do

estudante ao longo do curso tornando o estudo mais agradável e

completo. É quem deve criar condições mínimas para que uma pessoa que estude a distância não perceba diferença em relação ao estudo

presencial.

O processo dialógico que se estabelece entre estudante e tutor

deve ser único. O tutor, relacionando-se ao sentido atribuído à expressão

“distância”, deve estar permanentemente em contato com o estudante,

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mediante a manutenção do processo dialógico, em que o entorno, o

percurso, as expectativas, as realizações, as dúvidas, as dificuldades

sejam elementos dinamizadores desse processo (BRASIL, 2008).

Em um sistema de educação a distância, no modelo do Sistema

UAB, a tutoria é realizada de forma colaborativa, por dois agentes: o

tutor a distância e o tutor presencial, possuindo os dois funções

intercambiáveis (VIEIRA; MORAES, 2007). Para as autoras, o tutor a

distância é um orientador acadêmico, com formação superior adequada,

que é responsável pelo atendimento dos estudantes via meios

tecnológicos de comunicação (telefone, e-mail, teleconferências, etc.).

O tutor a distância desenvolve seu trabalho a partir da instituição

de ensino, mediando o processo pedagógico dos estudantes

geograficamente distantes, e referenciados aos polos de apoio

presencial. Este profissional tem também a responsabilidade de

promover espaços de construção coletiva de conhecimento, selecionar

material de apoio e sustentação teórica aos conteúdos e, freqüentemente,

participar dos processos avaliativos de ensino-aprendizagem (BRASIL,

2007).

Já o tutor presencial, segundo Vieira e Moraes (2007) é um

orientador acadêmico com formação superior adequada que é

responsável pelo atendimento aos estudantes nos polos municipais de

apoio presencial, em horários pré-estabelecidos.

Este profissional participa de momentos presenciais obrigatórios,

tais como avaliações, aulas práticas em laboratórios e estágios

supervisionados, quando se aplicam. O tutor presencial deve manter-se

em permanente comunicação tanto com os estudantes quanto com a

equipe pedagógica do curso (BRASIL, 2007).

Os Referenciais de Qualidade destacam que em qualquer

situação, o domínio do conteúdo é imprescindível, tanto para o tutor

presencial quanto para o tutor a distância, sendo assim condição

essencial para o exercício das funções. Esta condição fundamental deve

estar aliada à necessidade de dinamismo, visão crítica e global,

capacidade para estimular a busca de conhecimento e habilidade com as

novas tecnologias de comunicação e informação. Desta forma, é

imprescindível que as instituições desenvolvam planos de capacitação

de seu corpo de tutores. Um programa de capacitação de tutores deve, no mínimo, prever três dimensões:

a) o domínio específico do conteúdo;

b) as mídias de comunicação; e

c) os fundamentos da EaD e o modelo de tutoria.

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2.3.5.3 O corpo técnico-administrativo

A equipe técnica-administrativa tem a função de oferecer o apoio

necessário para a plena realização dos cursos ofertados, atuando na sede

da instituição junto à equipe docente responsável pela gestão do curso e

nos polos de apoio presencial. Esta equipe atua em duas dimensões

principais: a administrativa e a tecnológica (BRASIL, 2007).

De acordo com os Referenciais de Qualidade, os profissionais da

área tecnológica atuam em duas frentes: nos polos de apoio presencial e

junto à gestão dos cursos. Nos polos de apoio presencial eles

desempenham atividades de suporte técnico para laboratórios e

bibliotecas, como também nos serviços de manutenção e zeladoria de

materiais e equipamentos tecnológicos. Junto à gestão dos cursos eles

atuam nas salas de coordenação dos cursos ou nos centros de educação a

distância das instituições, e auxiliam no planejamento dos cursos,

oferecem apoio aos professores conteudistas na produção de materiais

didáticos em diversas mídias, bem como são responsáveis pelo suporte e

desenvolvimento dos sistemas de informática.

Vieira e Moraes (2007) complementam indicando que estes

profissionais são responsáveis também pela manutenção do Ambiente

Virtual de Ensino e Aprendizagem (AVEA), pelo banco de dados, pelas

redes e por outros serviços relacionados ao acesso de estudantes,

professores e demais profissionais aos materiais dos cursos

(armazenados digitalmente) e à ferramentas para a comunicação via

Internet. Os autores salientam que estes profissionais devem trabalhar de

forma integrada à equipe de apoio, com vistas a atender às necessidades

dos estudantes e dos professores dos cursos.

Já os profissionais da área administrativa, segundo os

Referenciais de Qualidade, devem atuar em funções de secretaria

acadêmica, no registro e acompanhamento de procedimentos de

matrícula, na avaliação e certificação dos alunos, envolvendo o

cumprimento de prazos e exigências legais em todas as instâncias

acadêmicas. Eles devem também dar suporte ao corpo docente e à

tutoria (presencial e a distância) através da distribuição e recebimento de

material didático, atendimento a alunos usuários de laboratórios e

bibliotecas, entre outros. Para Vieira e Moraes (2007) estes profissionais realizam todos os

trâmites acadêmicos necessários ao bom funcionamento dos cursos, por

meio do desempenho de grande variedade de funções.

Dentre os profissionais da equipe técnica-administrativa, os

Referenciais de Qualidade destacam o coordenador de polo de apoio

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presencial. Este profissional é responsável pelo funcionamento dos

processos administrativos e pedagógicos desenvolvidos no polo. Este

profissional deve prezar pelas questões pedagógicas (atentando para os

calendários, especialmente no que se refere às atividades de tutoria

presencial), pela infra-estrutura (viabilizando assim as atividades) e pela

supervisão das atividades de secretaria (providenciando para que o

registro dos alunos e todas as demais ocorrências, tais como notas,

disciplinas ou módulos cursados, freqüências, transferências, sejam

feitas de forma organizada e em tempo hábil). Para tanto, este

profissional deve possuir prévia experiência acadêmica e administrativa

e ser graduado.

2.3.6 Infra-estrutura de apoio

Para dar suporte ao desenvolvimento dos cursos, faz-se

necessário a montagem de infra-estrutura material (equipamentos de

televisão, vídeocassetes, áudio-cassetes, fotografia, impressoras, linhas

telefônicas, inclusive dedicadas para Internet e serviços 0800, fax,

equipamentos para produção audiovisual e para videoconferência,

computadores ligados em rede e/ou stand alone e outros, dependendo da

proposta do curso) proporcional ao número de alunos, aos recursos

tecnológicos envolvidos e à extensão de território a ser alcançada, o que

representa um considerável investimento para a instituição de ensino

(BRASIL, 2007).

De acordo com os Referenciais de Qualidade, em geral, a infra-

estrutura física das instituições de ensino é composta por duas

instalações básicas: coordenação acadêmico-operacional nas

instituições, e polos de apoio presencial.

2.3.6.1 Coordenação acadêmico-operacional nas instituições

Segundo os Referenciais de Qualidade, para o desenvolvimento

de cursos superiores a distância é indispensável a existência, nas

instituições, de infra-estrutura que centralize os trabalhos de gestão

acadêmico-operacional dos cursos ofertados. Estas áreas podem ser mais

gerais (centros ou secretariais de EaD) ou mais localizadas (salas de coordenação acadêmica e de tutoria dos cursos e salas de coordenação

operacional).

Para garantir-se o padrão de qualidade, estas unidades de suporte

ao planejamento, produção e gestão dos cursos a distância devem ser

compostas, principalmente, por secretaria acadêmica, salas de

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coordenação acadêmico-operacional do curso, salas para tutoria a

distância, biblioteca, sala de professores, sala de videoconferência

(BRASIL, 2007).

Além da composição física, nestas unidades devem existir

profissionais desenvolvendo as seguintes funções: coordenador de curso,

coordenador dos tutores, professores coordenadores de disciplina,

tutores a distância, auxiliares de secretaria e profissionais das diferentes

tecnologias.

Os Referenciais de Qualidade salientam que, como unidades

responsáveis por garantir as ações e as políticas da EaD, devem,

portanto, promover ensino, pesquisa e extensão.

2.3.6.2 Polo de apoio presencial

O polo de apoio presencial é uma unidade operacional na qual se

desenvolvem atividades pedagógicas e administrativas, descentralizadas,

referentes aos cursos a distância. É neste local que são desenvolvidas as

atividades presenciais dos cursos (avaliações, defesas de trabalhos, aulas

práticas, estágio obrigatório, orientação aos alunos pelos tutores,

videoconferências, atividades de estudo individual ou em grupo,

utilização do laboratório de informática e da biblioteca),

desempenhando assim papel de suma importância para o sistema de EaD

(BRASIL, 2007).

De acordo com os Referenciais de Qualidade, estas unidades

devem ter horários de atendimento diversificados, incluindo assim

estudantes trabalhadores, os quais possuem horários disponíveis

reduzidos, e devem funcionar todos os dias da semana, nos três turnos,

incluindo o sábado.

Vale destacar que, através da implantação dos polos, as

instituições de ensino poderão viabilizar a expansão, interiorização e

regionalização da oferta de educação no País. Desta forma, a definição

da localização dos mesmos e sua estruturação devem respeitar as

peculiaridades de cada região e localidade, bem como as

particularidades dos cursos ofertados e suas respectivas áreas de

conhecimento, com o intuito de promover o desenvolvimento social,

econômico e cultural da região (BRASIL, 2007). Estas unidades devem disponibilizar de:

a) biblioteca: devem possuir acervo atualizado, amplo e

compatível com as disciplinas que fazem parte dos cursos

ofertados. O material deve ser disponibilizado em diferentes

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mídias. Além disso, a biblioteca deve dispor em seu espaço

interno de salas de estudos individuais e em grupo;

b) laboratório de informática: deve permitir acesso a

Internet de banda larga. Precisa estar equipado de forma que

permita, com auxílio de uma ambiente virtual de aprendizagem

projetado para o curso, a interação do estudante com colegas,

docentes, coordenador de curso e com os responsáveis pelo

sistema de gerenciamento acadêmico e administrativo do curso.

Deve caracterizar-se como um local de promoção de inclusão

digital, permitindo que os estudantes consultem a Internet e

realizem seus trabalhos. Para tanto, é necessária coerência entre a

quantidade de equipamentos e o número de estudantes a serem

atendidos, garantindo assim padrões de qualidade no acesso aos

equipamentos;

c) secretaria do polo: deve concentrar toda a logística de

administração acadêmica e operacional do polo;

d) salas para tutorias: pequenas salas para atendimento de

pequenos grupos e salas mais amplas para grandes grupo, bem

como salas para exames presenciais; e

e) laboratórios de ensino (quando aplicado): se aplica a

cursos que são fortemente baseados em atividades experimentais.

Para certos cursos, as experiências laboratoriais configuram-se

como essenciais para a garantia de qualidade no processo de

ensino-aprendizagem. Os insumos para as atividades nos

laboratórios de ensino deverão ser especificados de forma clara

no projeto do curso.

Os Referenciais de Qualidade destacam que, além de

disponibilizar destes ambientes, outros dois requisitos devem ser

atendidos: garantia de acessibilidades e utilização dos equipamentos por

pessoas portadoras de necessidades especiais, e existência de um projeto

de manutenção e conservação das instalações físicas e dos

equipamentos.

Esta unidade deve contar com equipe que dê suporte às atividades

desenvolvidas. A composição desta equipe dependerá da natureza e dos

projetos pedagógicos dos cursos, sendo, no mínimo, composta pelo

coordenador do polo, pelos tutores presenciais, pelos técnicos de laboratório de ensino (quando for o caso), pelos técnicos para

laboratório de informática, pelo bibliotecário e pelo pessoal de secretaria

(BRASIL, 2007).

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2.3.7 Gestão acadêmico-administrativa

Um sistema de EaD deve ter sua gestão acadêmica integrada aos

demais processos da instituição, tendo o estudante as mesmas condições

e suporte (matrícula, inscrições, requisições, acesso às informações

institucionais, secretaria, tesouraria, etc) que um estudante de um curso

presencial (BRASIL, 2007).

Os Referenciais de Qualidade salientam que, em particular, a

logística que envolve um projeto de educação a distancia (processos de

tutoria, produção e distribuição de material didático, acompanhamento e

avaliação do estudante) precisam ser rigorosamente gerenciados e

supervisionados, caso contrário, pode contribuir para o desestímulo do

estudante, levando-o ao abandono do curso, ou de não permitir

devidamente os registros necessários para a validação do processo de

aprendizagem.

Desta forma, de acordo com os Referenciais de Qualidade, a

instituição deve explicitar em sua gestão, o seu referencial de qualidade,

apresentando em seu projeto de sistema de EaD, o atendimento a

serviços básicos como:

a) um sistema de administração e controle do processo de

tutoria especificando, quando for o caso, os procedimentos

logísticos relacionados com os momentos presenciais e a

distância;

b) um sistema (logística) de controle da produção e

distribuição de material didático;

c) um sistema de avaliação de aprendizagem,

especificando a logística adotada para esta atividade;

d) bancos de dados do sistema como um todo, contendo

em particular: cadastro de alunos, professores coordenadores,

tutores, etc;

e) cadastro de equipamentos e facilidades educacionais do

sistema;

f) sistema de gestão dos atos acadêmicos tais como: inscrição e

trancamento de disciplinas e matrícula;

g) registros de resultados de todas as avaliações e

atividades realizadas pelo aluno, prevendo-se, inclusive recuperação e a possibilidade de certificações parciais; e

h) um sistema que permita ao professor ter autonomia

para a elaboração, inserção e gerenciamento de seu conteúdo, e

que isso possa ser feito de maneira amigável e rápida, com

liberdade e flexibilidade.

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2.3.8 Sustentabilidade financeira

Para um curso superior a distância de qualidade é envolvida uma

série de investimentos iniciais elevados para os seguintes aspectos:

produção de material didático, treinamento e capacitação das equipes

multidisciplinares, implantação de polos de apoio presencial,

disponibilização dos demais recursos educacionais, implantação de

metodologia e equipe da gestão do sistema de EaD (BRASIL, 2007).

Os Referenciais de Qualidade indicam que inicialmente, não há

uma adequada relação custo/benefício, podendo ser viável se considerar-

se a amortização do investimento inicial em médio prazo. Porém, para

alguns analistas, um projeto acompanhado e avaliado permanentemente

combinado aos avanços tecnológicos faz com que um curso a distância

esteja sempre em processo de aperfeiçoamento, o que mantém elevado o

investimento nos projetos.

Com vistas a garantir a continuidade de médio prazo inerente a

um curso superior, os Referenciais de Qualidade destacam que a

instituição deve montar a planilha de custos do projeto, como um todo,

em consonância com o projeto político-pedagógico e a previsão de seus

recursos, mostrando em particular os seguintes elementos:

a) investimento de curto e médio prazo: produção de

material didático (professores, equipe multidisciplinar,

equipamentos, etc); implantação do sistema de gestão;

equipamentos de comunicação, gestão, laboratórios, etc;

implantação dos polos descentralizados de apoio presencial e

centro de educação a distância ou salas de tutoria e de

coordenação acadêmico-operacional nas instituições.

b) custeio: equipe docente (coordenador do curso,

coordenadores de disciplinas, coordenador de tutoria e

professores responsáveis pelo conteúdo); equipe de tutores

presenciais e tutores a distância; equipe multidisciplinar; equipe

de gestão do sistema; recursos de comunicação; distribuição de

material didático; sistema de avaliação.

Além destes elementos, a instituição deve apresentar uma

planilha de oferta de vagas, especificando claramente a evolução da oferta ao longo do tempo. O número de estudantes de cada curso deve

apresentar-se em completa consistência com o projeto político-

pedagógico, os meios que estarão disponibilizados pela instituição, o

quadro de docentes, de tutores e da equipe técnico-administrativa, que

irão trabalhar no atendimento aos estudantes, o investimento e custeio a

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serem feitos e outros aspectos indicados nesse documento (BRASIL,

2007).

Neste sentido, a definição da relação exata de custo/benefício só

será possível pensando-se em longo prazo e de acordo com os objetivos

do curso, do dimensionamento, dos meios de comunicação e de difusão

disponíveis e selecionados, dos princípios pedagógicos, das

características dos estudantes e modalidades de aprendizagem, e por

fim, do meio social que a instituição está inserida.

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3 METODOLOGIA

A metodologia de pesquisa científica é um dos elementos que

fazem parte de um projeto de pesquisa. Segundo Fachin (2006) é a etapa

do estudo onde ocorre a adequação metodológica conforme as

características da pesquisa a ser realizada.

Para Jacobsen (2009) a metodologia científica é a área

responsável por estudar e disponibilizar os instrumentos necessários

para a construção de uma pesquisa. Zanella (2009) complementa

considerando que a metodologia é o caminho que o pesquisador utiliza

no intuito de compreender a realidade, o fato, o fenômeno. Já Minayo et

al (1994) salientam que a metodologia é, geralmente, uma parte

complexa, requerendo assim maior atenção.

Para a caracterização da metodologia do presente estudo são

apresentados os seguintes aspectos: caracterização e tipo de estudo,

coleta e análise de dados e limitações da pesquisa.

3.1 CARACTERIZAÇÃO E TIPO DE ESTUDO

Esta pesquisa pode ser classificada como qualitativa, aplicada,

descritiva, bibliográfica e estudo de caso.

De acordo com Vergara (1997) as pesquisas qualitativas

investigam as realidades sociais através do entendimento e interpretação

dos significados humanos e seus processos de

construção social. Divergindo de Vergara, para Chizzotti (2001) a

pesquisa qualitativa tem por finalidade intervir em uma situação

insatisfatória, mudar condições percebidas como transformáveis, nas

quais, pesquisador e pesquisados assumem, voluntariamente, uma

posição reativa.

Figueiredo (2004) complementa estas ideias quando afirma que

este tipo de pesquisa surge diante da impossibilidade de investigar e

compreender por meio de dados estatísticos alguns fenômenos voltados

para a percepção, a intuição e a subjetividade. Neste sentido, a pesquisa

em questão é caracterizada como qualitativa, na medida que se propõe a

estudar com profundidade os dados do estudo, não utilizando a

manipulação de variáveis numéricas. Para Castro (1978), sob o rótulo de pesquisa aplicada estariam

aquelas investigações que respondessem diretamente às indagações dos

que estão envolvidos na formulação da política, planejamento, ou coisas

do mesmo teor. Trata-se de pesquisas que fornecem informações

imediatamente utilizáveis. Neste sentido, Vergara (1997) afirma que a

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pesquisa aplicada é fundamentalmente motivada pela necessidade de

resolver problemas concretos, tendo assim, finalidade prática, ao

contrário da pesquisa pura, motivada apenas pela curiosidade intelectual

do pesquisador. Dessa forma, procurou-se responder a um

questionamento de ordem prática. Os resultados obtidos com o presente

estudo visam concentrar informações referentes a cursos a distância na

UFSC, e mais especificamente, referentes ao curso Bacharelado em

Administração Pública.

No que diz respeito à denominação desta pesquisa como

descritiva, Cervo, Bervian e da Silva (2007) afirmam que a pesquisa

descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos

sem manipulá-los, ou seja, estuda fatos e fenômenos do mundo físico e

especialmente do mundo humano, sem a interferência do pesquisador.

Segundo Vergara (1997), em pesquisas descritivas se expõem

características de determinada população ou fenômeno, não

necessitando explicar fenômenos que descreve, ainda que sirva de base

para tal. Esta pesquisa descreve a realidade do curso Bacharelado em

Administração Pública, desde a sua concepção, até a sua estruturação. Além disso, pode-se caracterizar o estudo como de caráter bibliográfico.

A pesquisa bibliográfica visa o levantamento de trabalhos anteriores sobre o

mesmo tema abordado no estudo, auxilia na identificação e seleção de técnicas a

serem utilizadas, além de fornecer subsídios para a redação da pesquisa (CRUZ;

RIBEIRO, 2003). Corroborando com Cruz e Ribeiro, Vergara (1997)

caracteriza esta pesquisa como o estudo sistematizado desenvolvido com base

em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é,

material acessível ao público em geral.

Desta forma, este estudo faz um levantamento bibliográfico em

relação ao tema que aborda, incluindo a produção científica contida em

trabalhos publicados em anais de eventos qualificados, revistas

indexadas, entre outras fontes. Os principais autores utilizados foram

Seltzer, Melo, Moore e Kearsley, Pimentel, Catapan, Dalmau, Vieira e

Moraes, e Vergara, dentre outros, além de Leis, Decretos e órgãos

governamentais.

Esta pesquisa é considerada também um estudo de caso. Em

relação aos estudos de caso, Triviños (2006) relata que os mesmos têm

como finalidade aprofundar a descrição de determinada realidade e que

os resultados do estudo de caso são válidos para o caso que se estuda, não podendo ser generalizado. Utiliza-se o estudo de caso em algumas

situações, para contribuir com conhecimento que se tem dos fenômenos

individuais, organizacionais, sociais, políticos e de grupo, além de

outros fenômenos relacionados. Aborda-se aqui um estudo de caso a

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respeito do curso Bacharelado em Administração Pública, na

Universidade Federal de Santa Catarina.

3.2 COLETA DE DADOS

Na realização desta pesquisa foram coletados dados primários e

secundários. Os dados primários são aqueles os quais os pesquisadores

devem extrair da realidade, e que pode ser realizado por meio de

entrevistas, questionários e observações. Já os dados secundários são

aqueles que já estão disponíveis aos seus usuários mediante pesquisa

bibliográfica e/ou documental, como: jornais, registros estatísticos,

livros, cartas, sites entre outros (PRODANOV, 2003).

Os dados primários foram coletados por meio de entrevistas e

questionários. A primeira entrevista foi realizada no dia 09 de fevereiro

de 2010, na Equipe de Desenvolvimento de Recursos Didáticos

CAD/UFSC, foi entrevistada Denise Aparecida Bunn, Coordenadora de

Produção de Recursos Didáticos. Tal entrevista pode ser classificada, de

acordo com Zanella (2007), como entrevista não-estruturada, em que o

entrevistado fica livre para responder sobre o tema proposto, sem existir

uma sequência programada de perguntas. Assim, sem um roteiro pré-

determinado, a entrevistada relatou a concepção do PNAP e a gestão da

produção dos materiais didáticos do Programa. Uma segunda entrevista

foi realizada no dia 16 de fevereiro, com a Denise Aparecida Bunn, no

intuito de confirmar alguns dados coletados na primeira entrevista.

Foi realizada uma terceira entrevista, no dia 25 de maio, tendo

como respondente a Renata Heiss, supervisora de tutoria a distância.

Essa pode ser caracterizada como semi-estruturada, conforme Zanella

(2007). Tal modalidade segue um roteiro, criado pelo entrevistador, mas

não se prende rigidamente à seqüência das questões. Foi elaborado um

roteiro de perguntas, contendo cinquenta e três questões de respostas

abertas, a respeito do andamento do curso Bacharelado em

Administração Pública, com ênfase aos sistemas de comunicação, à

avaliação, aos professores, aos tutores e ao corpo técnico-administrativo.

A estrutura desta entrevista pode ser visualizada no apêndice A. Ao

longo da entrevista surgiram novos questionamentos que não estavam

presentes no roteiro de perguntas. Foi realizada uma quarta entrevista, no dia 31 de maio, com a

Renata Heiss, a fim de complementar os dados coletados na terceira

entrevista, a mesma foi conduzida de forma não-estruturada, ou seja,

sem auxilio de um roteiro pré-definido, em que o entrevistado

desenvolveu o tema conforme a condução da conversa.

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A fim de complementar os dados coletados com a supervisora de

tutoria a distância, foi realizada uma quinta entrevista com o

coordenador do curso, o professor Marcos Baptista Lopes Dalmau. Essa

foi conduzida de forma não-estruturada.

Foi realizada uma sexta entrevista com a Jordana Cardoso,

supervisora de tutoria presencial, no dia 10 de junho, com o intuito de

verificar as características dos polos de apoio presencial que ofertam o

curso pela UFSC. Tal entrevista pode ser caracterizada como não-

estruturada. Neste momento foi apresentado o modelo de questionário a

ser aplicado junto aos polos para validação da supervisora. Ela ficou

responsável por enviar o questionário aos polos.

Com o intuito de concluir o presente estudo, realizou-se uma

sétima entrevista, no dia 17 de junho, com a supervisora de tutoria

presencial. Neste momento foram confirmadas as informações

constantes nos questionários respondidos pelos polos. Esta entrevista

pode ser caracterizada como não-estruturada.

Os dados primários também foram coletados por meio de

aplicação de questionários (apêndice B) junto aos polos de apoio

presencial que ofertam o curso Bacharelado em Administração Pública

da UFSC. Vale destacar que a pesquisadora é participante ativa no

processo, exercendo a função de Supervisora de Produção de Recursos

Didáticos na Equipe de Desenvolvimento de Recursos Didáticos

CAD/UFSC, contribuindo assim na formação dos dados primários, por

meio da sua experiência. Os dados secundários dizem respeito ao

Projeto Pedagógico do curso e aos documentos oficiais relativos ao

PNAP.

3.2.1 Universo e amostra da pesquisa

Segundo Vergara (1997) entende-se como população um

conjunto de elementos que possuem as características que serão o objeto

da pesquisa. A população em estudo é constituída por todos os membros

envolvidos na gestão do curso Bacharelado em Administração Pública a

distância na UFSC, ou seja, os coordenadores, os docentes, as tutorias

presencial e a distância, os polos de apoio presencial e a Equipe de

Desenvolvimento de Recursos Didáticos CAD/UFSCo Sócio-Econômico da Universidade Federal de Santa Catarina.

Porém, conforme Marconi e Lakatos (1990), muitas vezes opta-se

por investigar apenas uma parcela da população, para tanto é necessário

determinar uma amostra. Existem duas maneiras de determinar uma

amostra: de forma probabilista e não-probabilista. Neste estudo foi

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utilizada técnica de amostragem não-probabilista, ou seja, não se fez uso

de formas aleatórias para seleção da mesma (MARCONI; LAKATOS,

1990). Complementando Castro (1978) afirma que, mesmo não sendo

aleatória a amostragem, a mesma pode fornecer informações úteis e

importantes, além disso, grande parte da herança cientifica que há hoje

baseou-se nesse tipo de amostra.

A amostra classifica-se como intencional. De acordo com Castro

(1978) neste tipo de amostragem o pesquisador está interessado na

opinião de determinados elementos de uma população, porém, não

representativos da mesma. Pressupõe-se que estas pessoas, através de

suas ações, têm a propriedade de influenciar a opinião dos demais.

Nesse sentido, a amostra selecionada é composta pelos seguintes

membros do processo: a supervisora de tutoria a distância, a supervisora

de tutoria presencial, os 6 polos de apoio presencial, o coordenador do

curso, a coordenadora de produção de recursos didáticos CAD/UFSC e a

supervisora de produção de recursos didáticos, lembrando que esta

última é a pesquisadora do presente estudo. Entende-se que estas

pessoas, por serem de nível de supervisão e coordenação, influenciam

diretamente na gestão do curso.

3.2.2 Instrumento de Coleta de Dados

O questionário é um instrumento de coleta de dados constituído

por uma série ordenada de perguntas (ZANELLA, 2007). Para Chizzotti

(2001), os questionários são as questões elaboradas pelos pesquisadores,

distribuídas por itens, através do qual os entrevistados respondem de

acordo com sua experiência.

Para este estudo, foi elaborado um questionário contendo onze

questões, feitas com base em materiais bibliográficos, utilizados na

fundamentação teórica desta pesquisa, o questionário pode ser

visualizado no apêndice B. Os respondentes foram indagados a respeito

das características dos polos de apoio presencial.

Quanto ao formato das perguntas utilizadas no questionário,

Zanella (2007) afirma que as perguntas podem ser apresentadas com

respostas abertas e com respostas fechadas. No caso deste questionário,

as perguntas foram apresentadas apenas como de resposta aberta. Os questionários foram aplicados por email, enviado pela

supervisora de tutoria a distância, aos coordenadores de cada polo de

apoio presencial.

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3.3 ANÁLISE DE DADOS

Conforme Minayo et al (1994), deve-se escrever com clareza

como os dados foram organizados e analisados. A análise de conteúdo

foi uma das modalidades utilizadas neste estudo. Esse tipo de análise é

conceituado por Chizzotti (2001) como sendo um método de tratamento

e análise de dados colhidos por meio das técnicas de coletas dos

mesmos, consubstanciadas em um documento, analisando textos escritos

ou de qualquer comunicação reduzida a um texto ou documento. Os

dados coletados nesta pesquisa, em parte, foram analisados por meio da

técnica de análise de conteúdo.

Utilizou-se também, a análise de discurso, de acordo com Zanella

(2007) essa modalidade tem como enfoque a linguagem utilizada nos

textos escritos ou falados. Tal técnica pode ser usada tanto para análise

de documentos e textos teóricos como a análise dos depoimentos e das

falas dos entrevistados.

3.4 LIMITAÇÕES DA PESQUISA

As limitações deste estudo aos aspectos determinantes de até

onde foi possível alcançar com os resultados obtidos, devido à

metodologia definida e outras seleções feitas durante a realização do

estudo.

A primeira limitação está relacionada à metodologia de estudo de

caso. De acordo com o objetivo geral definido, esta pesquisa restringe-se

ao curso Bacharelado em Administração Pública a distância na UFSC.

Desta forma, limita-se ao estudo deste caso, não podendo assim ter seus

resultados generalizados para outras instituições. Nesse mesmo sentido,

pode-se considerar que o curso é iniciante na instituição, havendo pouco

conhecimento ainda na área.da pesquisa abrangem os erros amostrais e

não amostrais que possam ter ocorrido durante a execução da mesma.

Conforme exposto anteriormente, o presente estudo classifica-se como

estudo de caso, conseqüentemente, seus dados não podem ser

extrapolados a outras organizações, ou sistemas de gestão de outros

cursos a distância, constituindo-se assim, na principal limitação do estudo.

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4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

De acordo com Zanella (2007), a comunicação dos resultados

caracteriza-se como o momento em que o que foi feito, por que foi feito,

para que e como foi feito são transformados em informações

organizadas e claras.

Sendo assim, este capítulo é iniciado com a descrição do

Programa Nacional de Formação em Administração Pública e o

processo de construção do curso Bacharelado em Administração

Pública. É apresentada a Universidade Federal de Santa Catarina, o

Departamento de Ciências da Administração e a caracterização do curso

Bacharelado em Administração Pública na UFSC. São então elencados

os elementos estruturantes para a oferta do curso na UFSC. Por fim é

apresentado um plano de ação visando à melhoria da oferta do curso.

4.1 O PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (PNAP)

O Ministério da Educação, com objetivo de ampliar o Sistema

Universidade Aberta do Brasil (UAB), lançou o Programa Nacional de

Formação em Administração Pública (PNAP).

Em sua essência, o PNAP é caracterizado pela reafirmação do

caráter estratégico desse nível educacional, do desenvolvimento

científico e da inovação tecnológica para o crescimento sustentado do

País, promovendo o desenvolvimento regional, a geração de empregos e

a maior eqüidade social.

O PNAP surgiu como uma continuidade do curso de

Administração a distância, conhecido como Curso Piloto do Sistema

UAB, visando o aproveitamento tanto do alto investimento financeiro,

como da experiência adquirida na oferta do curso.

O programa é uma resposta à necessidade de formação de

gestores públicos para todos os níveis governamentais, tanto de

funcionários públicos já em atuação em órgãos públicos ou do terceiro

setor como de pessoas que tenham aspirações ao exercício da função

pública.

Neste programa, há a proposta de construção de um projeto pedagógico básico comum, a ser implementado por todas as

universidades integrantes do Sistema UAB. Essa iniciativa visa a

otimização do uso dos recursos públicos e o compartilhamento de

experiências e práticas educativas em EaD e no próprio ensino de

Administração. A construção do programa foi feita de forma coletiva e

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colaborativa, permitindo um melhor aproveitamento das competências

reconhecidas nas diferentes áreas específicas, contribuindo para a

legitimidade da proposta.

A proposta unificada visa ainda à criação de um perfil nacional

do administrador público, propiciando a formação de gestores que falem

uma linguagem comum e que compreendam as especificidades de cada

uma das esferas públicas: municipal, estadual e federal. Desta forma,

objetiva-se a capacitação de gestores que possam atuar na administração

de macro (governo) e micro (unidade organizacionais) sistemas

públicos, com formação adequada para intervirem na realidade social,

política e econômica e bem preparados para contribuir para a melhoria

da gestão das atividades desempenhadas pelo Estado brasileiro, nas três

esferas públicas.

A construção coletiva do PNAP contou com o envolvimento de

várias universidades no âmbito da UAB, com a experiência dos

coordenadores do Curso Piloto, com a participação do Conselho Federal

de Administração (CFA), da Escola Nacional de Administração Pública

(ENAP) e do Ministério da Saúde através da Fundação Oswaldo Cruz

(FIOCRUZ).

No processo de produção do material didático e orientação aos

autores houve a colaboração da Universidade Federal de Santa Catarina

(UFSC) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR), inicialmente

responsáveis pelo curso de Bacharelado e pelos cursos de

Especialização, respectivamente. Posteriormente a UFSC assumiu

também o processo de produção dos cursos de Especialização. A

Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) ficou responsável pela

adequação metodológica para EaD de todos os materiais didáticos do

programa. É possível verificar esta relação, bem como o processo de

criação do Programa, na figura a seguir:

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Figura 1: Criação do Programa Nacional de Formação em Administração

Pública

Fonte: Adaptada de Brasil (2009)

O PNAP é composto pelo curso Bacharelado em Administração

Pública, objeto desta pesquisa, e pelos cursos de Especialização Lato Sensu em Gestão Pública, Gestão Pública Municipal e Gestão em Saúde.

4.1.1 Construção do material didático

Cada uma das disciplinas que fazem parte dos cursos integrantes

do PNAP tem um livro-texto que é escrito por um ou mais professores,

mestre ou doutor na área. O critério utilizado na seleção destes autores

foi que os mesmos deveriam ter participado como autores em disciplinas

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do Projeto Piloto em Administração, aproveitando desta forma tanto o

alto investimento feito no Projeto Piloto, como a experiência adquirida

no mesmo. Em relação às disciplinas específicas da administração

pública, a ENAP colaborou com a indicação de autores que deveriam ser

especialistas considerados referência nacional em sua área. E em relação

às disciplinas específicas da área da saúde, o Fundação Fiocruz

colaborou com a indicação.

Os autores foram capacitados para a produção do material,

através de 2 Oficinas Pedagógicas, realizadas pela Equipe de

Desenvolvimento de Recursos Didáticos CAD/UFSC. Esta equipe foi

responsável pelo acompanhamento da produção dos materiais didáticos

e orientação aos autores em princípio apenas do Bacharelado, e

posteriormente também das Especializações do PNAP. Na 1ª Oficina

Pedagógica foi apresentado aos autores o Guia de Orientações aos

Autores. Este Guia contém orientações gerais sobre redação de materiais

didáticos para EaD, informações sobre o PNAP e sobre o curso, com

destaque aos seus objetivos, à organização do currículo e o conteúdo

programático como a ementa e referências bibliográficas a nortearem a

autoria de todas as disciplinas que fazem parte do curso. Neste Guia

também são apresentados a estruturação básica que o livro-texto deve

possuir e os elementos intratextuais que devem ser utilizados de acordo

com o projeto gráfico estabelecido para o curso.

Os livros devem apresentar a seguinte estrutura:

a) Título da disciplina;

b) Nome do(s) professor(es);

c) Apresentação: apresenta e convida o estudante para o

estudo da disciplina. O texto deve ser breve (máximo de duas

páginas) indicando a importância da disciplina para o

desenvolvimento pessoal e profissional. Deve também apresentar

de forma breve o que será tratado em cada uma das Unidades. É

indicada a elaboração de um texto amigável e que promova a

motivação dos estudantes em relação ao conteúdo a ser estudado;

d) Sumário: deve apresentar os títulos das Unidades e

respectivos subtítulos;

e) Conteúdo: deve ser estruturado em Unidades. As Unidades

devem apresentar, de forma clara e precisa, o conteúdo, buscando, sempre que possível, o diálogo com o estudante,

estimulando-o e possibilitando momentos de reflexão;

f) Título das Unidades: cada título deve conter no máximo

cinco palavras;

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g) Objetivos específicos: cada Unidade deve apresentar de

três a cinco objetivos específicos de aprendizagem, deixando

claro o que será abordado ao longo da Unidade;

h) Introdução ao estudo: deve introduzir o conteúdo que será

abordado na Unidade em, no máximo, quinze linhas. O texto deve

conter “diálogos” com o estudante para assim estimular a sua

inquietação na busca de respostas. Não se trata de perguntas para

a comprovação da aprendizagem, mas de antecipação de um novo

conhecimento, ou recordação do que foi estudado nas disciplinas

ou Unidades anteriores e que vão alinhavar o que será estudado;

i) Resumindo: apresenta as principais ideias e conceitos

abordados na Unidade;

j) Atividades de aprendizagem: devem ser relacionadas com

os objetivos específicos de aprendizagem propostos para a

Unidade em estudo. Podem ser objetivas, subjetivas, de múltipla

escolha ou abertas. Cada Unidade deve ter, em média, cinco

questões;

k) Considerações finais: deve fazer um fechamento dos

conteúdos estudados ao longo da disciplina, apresentando suas

principais ideias e conceitos;

l) Referências: relação das obras utilizadas para a elaboração

do livro e fontes de ilustrações utilizadas (quadros, figuras e

tabelas); e

m) Minicurrículo: por fim, deve apresentar-se o minicurrículo

do professor autor acompanhado de sua foto.

Além da estrutura apresentada, o livro deve conter os seguintes

elementos intratextuais, para que seja adequado à linguagem de

materiais para EaD:

a) Glossário: é uma explicação de termos não usuais ou

técnicos, que se encontrarão localizados nas margens laterais das

páginas do livro. É indicada também a utilização de glossários

para termos que não sejam novos, mas que sejam utilizados em

uma acepção específica, evitando assim erros de sentido;

b) Link: informações adicionais curtas ao conteúdo que se

encontrarão localizadas nas margens laterais das páginas do livro,

como detalhe de um termo, endereço de um site, indicações de leitura, entre outros;

c) Saiba mais: dispõe de informações sobre autores e

pesquisadores, como biografias, obras, site, entre outros;

d) Complementando: apresenta indicações para o estudante

aprofundar seus conhecimentos sobre o tema em discussão,

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instigando-o à pesquisa. Podem ser indicações de livros, artigos,

sites, filmes, entre outros;

e) Destaque: refere-se a partes ou textos na íntegra que na

lógica de construção do texto precisam ser evidenciados,

cuidando-se apenas em não poluir as páginas do livro, com

destaque apenas ao necessário; e

f) Diálogo: deve ser construído, ao longo do texto, de forma

a orientar o estudante nas atividades, chamar sua atenção para as

partes essenciais do texto, ajudá-lo a estabelecer relações,

estimular reflexões sobre o tema, norteá-lo sobre outras leituras e

como realizá-las.

O conjunto destes elementos, além de constituírem um modelo de

aprendizagem não linear, permite que o estudante escolha, entre idas e

vindas de seu pensamento, qual o melhor caminho para a construção do

seu conhecimento.

Após iniciar a produção dos materiais, os autores participaram de

mais uma oficina, a 2ª Oficina Pedagógica. Neste momento participaram

também os leitores dos materiais e a Comissão de Avaliação e

Acompanhamento do PNAP. A proposta deste segundo encontro era que

os autores pudessem apresentar de forma geral os materiais que estavam

escrevendo. Cada autor poderia, neste momento, colaborar com as

demais disciplinas, buscando-se assim a interdisciplinaridade entre os

materiais. Os leitores e a Comissão de Avaliação e Acompanhamento

também poderiam contribuir com o que considerassem pertinente.

Para a construção do livro-texto, o PNAP contou com diferentes

fases e profissionais distintos que constituem uma equipe

multidisciplinar, permitindo um pensar global que, por sua vez, culmina

no acúmulo de conhecimento, estimulando assim um ambiente de

inovação e criatividade. Buscando melhor explicitar este processo segue

um mapa conceitual, que o esquematiza:

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Figura 2: Mapa conceitual do processo de produção do material didático –

PNAP

Fonte: Silva et al. (2009)

Este mapa conceitual destaca a participação de cinco frentes principais que atuam no processo produtivo do material didático do

PNAP. A seguir encontram-se descritas cada uma dessas frentes com

suas respectivas atividades:

a) Autor do conteúdo: docentes, renomados e experientes,

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responsáveis pela produção do conteúdo. Antes de iniciar a

produção do conteúdo, o autor recebe o Guia de Orientações aos

Autores contendo informações referentes à ementa da disciplina a

ser seguida, ao público que se deseja formar e em relação à forma

de apresentação do texto. Desta forma, além da produção do

conteúdo, o autor também é responsável por realizar ajustes e

complementações no material quando necessário, em cada uma

das etapas. É importante salientar que o professor autor não

necessariamente será o professor que ministrará a disciplina, visto

que este material será utilizado em diversas Instituições Públicas

de Ensino Superior (IPES) do país;

b) Leitor: o leitor, assim como o autor, é um docente e

especialista na área da disciplina. O leitor é orientado

inicialmente acerca da sua atividade, orientações estas que podem

ser verificadas no Anexo A. Ele é responsável por verificar se o

material está condizente com a ementa da disciplina. Para tanto, o

mesmo emite um parecer sobre o conteúdo, seguindo um check-

list, o qual pode ser verificado no Anexo B, com o intuito de

verificar os seguintes aspectos: a ementa, a apresentação, o

sumário, o texto, as figuras, os quadros, os gráficos e as tabelas,

os diálogos, as atividades, os resumos e as referências. Estes

aspectos devem estar de acordo com o proposto, e o leitor pode

sugerir melhorias e complementações ao material baseando-se na

ementa da disciplina; c) Equipe de Metodologia para EaD UFMT: antes do

material ser submetido a esta equipe, o autor recebe orientações

sobre o papel desta na construção do texto. Estas orientações

podem ser verificadas no Anexo C. Esta equipe recebe o material

em arquivo Word e analisa o texto do autor, identificando se este

atende ao objetivo de auxiliar o estudante a compreender o que o

professor está ensinando. A equipe observa ainda se a maneira

como o professor expõe o conteúdo (a linguagem, os exemplos,

as atividades, as ilustrações) estão contribuindo no processo de

aprender do acadêmico. Também é verificado se a linguagem está

adequada ao nível cognitivo do estudante a que se destina o

livro. Por fim são feitas orientações e sugestões, através da ferramenta revisão do editor de texto (Word) para que o material

ganhe leveza e maior “legibilidade”;

d) Equipe de Desenvolvimento de Recursos Didáticos –

CAD/UFSC: composta por designers instrucionais, ilustradores,

revisores textuais e diagramadores. Esta equipe multidisciplinar

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realiza os ajustes finais para que o material seja dialógico,

interativo e de qualidade. Primeiramente o material recebe ajustes

do designer instrucional que em seguida encaminha o material

para uma primeira revisão textual. Num mesmo momento o

material é repassado para o ilustrador desenhar as figuras,

gráficos e tabelas necessários ao material. Na sequência, o

material retorna ao designer instrucional que inclui os ajustes

gramaticais necessários e as ilustrações e encaminha para a

diagramação. Feito isso, o material é enviado, por e-mail, para o

professor que analisa e faz suas considerações ao mesmo tempo

em que é encaminhado para uma segunda revisão textual. Em

seguida o material é devolvido, tanto pelo professor quanto pelo

revisor, para o designer instrucional que inclui os ajustes

necessários e encaminha para a diagramação fazer os ajustes

finais; e

e) Comissão de Avaliação e Acompanhamento: esta equipe é

responsável por acompanhar todo o processo de produção do

material, verificando se o mesmo está de acordo com a ementa da

disciplina e com a proposta do projeto pedagógico do curso. A

Comissão verifica também aspectos referentes à

interdisciplinaridade, a fim de que as disciplinas se

complementem e se interliguem. A Comissão realiza também a

aprovação final do material.

Para a gestão de todo este processo, envolvendo o recebimento e

armazenamento destes materiais, a Equipe CAD/UFSC utilizou-se da

plataforma Moodle (Modular Object Oriented Distance Learning). Esta

plataforma é um Sistema para Gerenciamento de Cursos, embasado na

Pedagogia Construcionista (SILVA; BUNN; DALMAU, 2009). O

endereço eletrônico da mesma é <

http://www.admpb.uab.ufsc.br/moodle/>.

As cinco frentes envolvidas na produção dos materiais tinham

acesso a esta plataforma, e desta forma ali foram disponibilizadas todas

as orientações necessárias a cada uma delas. Neste espaço também

estavam os Projetos Pedagógicos dos Cursos. Foi criada uma página

para cada disciplina onde foram disponibilizadas todas as versões de

cada material, bem como um fórum para interação entre as frentes. Por meio desta plataforma a Equipe CAD/UFSC acompanhou a

entrega dos materiais e o cumprimento dos prazos de todas as frentes

envolvidas.

Além de escrever o material e revisá-lo quando necessário, os

autores também são responsáveis pela gravação de um vídeo orientativo.

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Este vídeo segue conjuntamente com o livro-texto de cada disciplina

para todas as IPES, com o objetivo de orientar as instituições e autores

que ministrarão a disciplina quanto à utilização desse conteúdo. Este

vídeo deve ter de 4 a 10 minutos, e o discurso a ser utilizado no mesmo

deve ser direto, com informações práticas e objetivas, que esclareçam

possíveis dúvidas de conteúdo e que fortaleçam a utilização do livro-

texto com a máxima eficiência. Além de organizar o conteúdo a ser

abordado, deve apresentar também dicas de utilização do conteúdo,

como a aplicação de determinado tema em exercícios, dicas de estudo

que o professor deverá oferecer aos estudantes, materiais

complementares, como livros ou textos não citados no material, cases,

entre outros. O objetivo é aproveitar este vídeo com informações que

não foram ditas no material impresso e que sejam essenciais na

aplicação do conteúdo.

Após finalizado o livro-texto e o vídeo orientativo, é produzido

então o CD-ROM. Este CD-ROM seguirá para as IPES que ofertarão o

curso. O CD-ROM contém os seguintes itens:

a) Início: abertura do CD-ROM contendo as logomarcas do

PNAP, dos responsáveis pela realização e dos responsáveis pela

organização;

b) Apresentação: contém um vídeo de apresentação do

PNAP, gravado pelo senhor Celso José da Costa, Diretor de

Educação a Distância, e pela senhora Nara Maria Pimentel,

Coordenadora Geral de Articulação Acadêmica, ambos da UAB.

Este vídeo apresenta o surgimento do PNAP, seus objetivos, as

parcerias existentes no Programa, a proposta de um projeto

unificado, o papel das IPES no Programa. Apresenta também as 5

frentes envolvidas na produção dos materiais;

c) Orientações: contém o vídeo orientativo gravado pelo

autor do conteúdo, com duração de 4 a 10 minutos. Este vídeo

apresenta o minicurrículo do autor e os aspectos referentes à

disciplina;

d) Livro: contém uma versão digital do livro-texto, separado

por Unidades;

e) Capa: contém arquivo digital da capa do livro;

f) Instruções técnicas: contém um manual de uso do CD-ROM, mostrando como utilizá-lo e um manual com instruções

técnicas para impressão do livro-texto e da sua capa; e

g) Créditos: contém a relação dos responsáveis por todo o

processo de construção do material, com seus respectivos cargos

e funções.

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Além do envio do material às IPES por meio do CD-ROM, todo o

material é disponibilizado em um repositório de materiais, por meio da

plataforma Moodle. Todas as IPES que ofertam o curso têm acesso a

este repositório, através do qual podem baixar os arquivos referentes a

cada disciplina.

O acesso a este repositório é por meio do endereço eletrônico

<http://capes.pnap.ufsc.br/moodle/>. Assim como no Moodle utilizado

na gestão do processo de produção, neste repositório também há uma

página para cada disciplina. Em cada disciplina há os seguintes

arquivos: instruções técnicas, livro-texto em versão para impressão,

livro-texto em versão para Ambiente Virtual de Aprendizagem, capa em

versão Pdf, capa em versão CorelDraw e vídeo orientativo.

4.1.2 O curso Bacharelado em Administração Pública a distância

O curso Bacharelado em Administração Pública vem ao encontro

das necessidades das organizações públicas contemporâneas, que

buscam gestores com visão holística das ações administrativas e

políticas governamentais, capacitados para exercitar a gestão na esfera

regional, nacional e internacional, de forma a contribuir para o alcance

dos objetivos da nação.

A concepção do curso está voltada para a formação de egressos

capazes de atuarem de forma eficiente e eficaz no contexto da gestão

pública, à luz da ética, buscando contribuir para o alcance dos objetivos

e desenvolvimento das organizações governamentais e não

governamentais, de forma a possibilitá-las a atender às necessidades e

ao desenvolvimento da sociedade. Para tanto, o curso contempla formação nas teorias

administrativas e enfatiza o desenvolvimento de competências

necessárias ao bom desempenho profissional do gestor público, além de

formação generalista, permitindo definir um perfil de administrador,

capacitado a planejar, organizar, dirigir e controlar a ação e as políticas

públicas nas diversas esferas de poder e de governo.

O curso possui como objetivo geral: formar profissionais com

amplo conhecimento de Administração Pública, capazes de atuarem no

âmbito federal, estadual e municipal, administrando com competência as organizações governamentais e não-governamentais, de modo pró-ativo,

democrático e ético, tendo em vista a transformação e o

desenvolvimento da sociedade e do país.

Os objetivos específicos do curso são:

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a) oportunizar a conscientização do estudante para agir dentro

de princípios éticos, morais, legais e cívicos, promovendo o ser

humano como força de trabalho e capital intelectual;

b) propiciar formação integral do egresso de tal forma a

permitir-lhe pesquisar, estudar, analisar, interpretar, planejar,

implantar, coordenar e controlar ações no campo da

administração, fazendo vigorar a legislação profissional e normas

éticas a que está sujeita a gestão;

c) formar profissionais capazes de ampliar os níveis de

competitividade organizacional frente ao dinamismo das

transformações no âmbito interno e externo às organizações;

d) capacitar o estudante para enfrentar os desafios e as

peculiaridades locais e regionais e do próprio mercado de

trabalho, considerando a função social que deve exercer, por meio

de formação sólida que lhe dê um embasamento de cultura geral,

complementado pela visão holística em sua dimensão

humanística e técnica;

e) preparar o estudante para atuar como gestor, envolvendo-

se com decisões, estratégias e adversidades, buscando estabelecer

vantagens competitivas no mercado globalizado, frente às

mudanças impostas pelo ambiente;

f) preparar lideranças para a administração pública, gerar novos

empreendedores e capacitar mão-de-obra já inserida no mercado

para atuação na gestão pública; e

g) despertar no estudante o interesse de capacitar-se como

gestor público empreendedor, gerente e técnico preparado para

enfrentar as mais diferentes situações de mercado e de

necessidades da sociedade, com liderança, iniciativa e

criatividade para interferir na realidade, antecipando-se aos fatos

ou adequando-se às novas tendências.

Buscando-se oportunizar a formação de profissionais para

atuarem como gestores em áreas específicas da adminstração pública, o

curso oferece três Linhas de Formação Específica (LFE), ampliando

competências e agregando ao egresso habilidades para o exercício da

gestão pública na área por ele escolhida. As LFEs são: Gestão Pública

em Saúde, Gestão Municipal e Gestão Governamental.

4.2 APRESENTAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

Nesta seção será apresentado um breve histórico sobre a

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), sobre o Departamento

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de Ciências da Administração e a caracterização da oferta do curso

Bacharelado em Administração Pública a distância na UFSC.

4.2.1 Histórico da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), localizada em

Florianópolis, foi criada em 1960, pelo presidente Juscelino Kubstchek,

através da Lei n. 3.849, abrangendo as faculdades de Direito, Ciências

Econômicas, Farmácia, Odontologia, Filosofia, Letras, Medicina,

Serviço Social e Escola de Engenharia Industrial. A instalação definitiva

da UFSC ocorreu apenas em 1962. Ao iniciar suas atividades, contava

com 849 alunos, distribuídos em 9 cursos (UFSC, 2009a).

A implantação de uma Universidade Federal em Florianópolis

fomentou alterações na organização socioeconômica e principalmente

cultural da capital catarinense, visto que muitas pessoas, entre docentes,

alunos e familiares, deslocaram-se dos locais mais diversos, com o

objetivo de adquirirem e/ou desenvolverem um conhecimento mais

elaborado (TOLFO, 1991).

Tolfo (1991) destaca que até 1968, ano da Reforma Universitária,

cada um dos cursos ofertados eram separados em faculdades, mantendo,

cada um, seus próprios cursos, professores, laboratórios e materiais em

geral. A partir da Reforma, reuniram-se todas as faculdades em torno de

uma administração central, a reitoria, em um Campus universitário. As

medidas adotadas resultaram em uma expansão real no número de

vagas.

No ano de 1969, o Estatuto da UFSC foi aprovado pelo Conselho

Universitário e homologado pelo Presidente da República, por meio do

Decreto n. 64.824, de 15 de julho de 1969. Desta forma, foram extintas

as antigas faculdades, criaram-se os centros e seus departamentos de

ensino, e estabeleceu-se o sistema de crédito e matrícula por disciplina

(TOLFO, 1991).

A instituição dedica-se a atividades de ensino, pesquisa e

extensão, através das quais contribui para o desenvolvimento cultural,

econômico e social de Santa Catarina e do Brasil. É avaliada entre as

melhores instituições de ensino superior do país, quer pela excelência no

ensino de graduação e de pós-graduação, quer pela qualidade e volume de sua produção intelectual (UFSC, 2009a).

A UFSC participa de muitas ações no campo da pesquisa e

produção científica, nos intercâmbios e projetos de mobilidade

acadêmica e nas trocas constantes de experiências com investigadores e

organismos de alta competência, atuando em todas as áreas do

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conhecimento São mais de 20 mil alunos de graduação e mais de 9 mil

alunos de pós-graduação (UFSC, 2009a).

O Campus Universitário está situado em uma área de um milhão

de metros quadrados que foi acrescida em dois milhões de metros

quadrados representados por manguezais que servem para a pesquisa e

preservação de espécies marinhas. Atualmente possui mais de 200 mil

metros quadrados de área construída e integra cerca de 35.000 pessoas

(UFSC, 2009a).

Por meio do programa de apoio ao plano de reestruturação e

expansão das Universidades Federais, a UFSC está presente em três

novos campus: em Joinville, em Curitibanos e em Araranguá (UFSC,

2009a).

Atualmente a universidade oferece 70 cursos de graduação, 55

especializações, 54 mestrados acadêmicos, 6 mestrados

profissionalizantes e 38 doutorados. A instituição atua, também,

na educação infantil e no ensino fundamental e médio através do Núcleo

de Desenvolvimento Infantil e do Colégio de Aplicação. Caracterizam-

se como campos de estágio e de pesquisa para diversos cursos da UFSC.

Seu corpo docente alcança o índice de mais de 90% de Mestres e

Doutores. O trabalho intelectual de seu corpo docente permite hoje que a

universidade atue no ensino a distância, tornando-se referência nacional

neste campo, visto que vem fazendo um ótimo trabalho, desde os anos

90. São 89 pólos de ensino e quase 6 mil alunos. A maioria são

professores da rede pública de ensino fundamental e médio completando

sua formação superior (UFSC, 2009a).

O campus da universidade na Trindade possui proporções de uma

cidade, diversos setores oferecem suporte à vida acadêmica, expandindo

os serviços, também, à comunidade em geral. Aqui encontra-se ainda, o

Centro de Cultura e Eventos, com 8 mil metros quadrados de área

construída, onde são realizadas todas as solenidades de colação de grau

gratuitamente, além de outros eventos científicos e culturais.

A UFSC também possui museu, teatro, editora, gráfica,

livrarias, planetário, templo ecumênico, hospital, restaurantes, quadras

esportivas e o parque “Viva a Ciência”. O Museu Universitário

representa um importante patrimônio cultural catarinense. Seu acervo

compõe-se de representações de diversas culturas, de grupos pré-coloniais, indígenas e da cultura de origem açoriana.

Reconhecendo a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e

extensão, e a importância da divulgação e popularização da ciência, a

instituição persegue os objetivos de estimular a reflexão crítica e de

colaborar com a qualidade de vida da sociedade em geral. Para isso,

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desenvolve também atividades de extensão junto a outras universidades,

prefeituras, governo estadual, órgãos federais, instituições nacionais e

internacionais e movimentos sociais, pelo incremento das relações de

interação e cooperação (UFSC, 2009a).

4.2.2 Departamento de Ciências da Administração (CAD)

O Departamento de Ciências da Administração (CAD) faz parte

do Centro Sócio-Econômico, o qual congrega ensino, pesquisa e

extensão, áreas fundamentais de conhecimento humano, estudando

especialmente os elementos das Ciências Sociais Aplicadas. Fazem

parte deste Centro os Departamentos de Ciências da Administração,

Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Serviço Social e Relações

Internacionais.

O CAD surgiu na UFSC a partir da reforma universitária

realizada em 1970, mas a sua história começou a ser contada bem antes,

na antiga faculdade de Ciências Econômicas de Santa Catarina, que

funcionava desde 1º de agosto de 1963 na Rua Almirante Alvin, no

centro de Florianópolis, e era presidida pelo professor Nicolau

Severiano de Oliveira. Foi ali que, na prática, nasceram todos os cursos

do Centro Sócio-Econômico, que hoje engloba os cursos Administração,

Economia, Ciências Contábeis, Serviço Social e Relações Internacionais

(UFSC, 2010a).

O antigo Departamento de Administração e Finanças passou a

denominar-se Departamento de Ciências da Administração e em 22 de

abril de 1971 realizou a sua primeira reunião dentro da nova estrutura.

Sua primeira turma graduou-se em 1969 e era composta por nove

acadêmicos que ingressaram no curso em 1966. Até 1975 o curso

funcionava somente no período matutino e a partir de 1976 também no

período noturno (UFSC, 2010a).

A concepção da criação do curso foi em resposta à demanda da

economia catarinense que, no início dos anos 1960, clamava por mais

administradores para conduzir os seus destinos (UFSC, 2010a).

O Departamento possui um Plano Estratégico, atualizado para o

período 2009/2010 que, associado aos planos anteriores, demarca os

rumos da entidade para os próximos anos. Este Plano Estratégico configura um esforço para a implementação de

um processo de planejamento e controle continuado, sustentado na

necessidade premente de adaptar o CAD aos novos tempos. Estes,

caracterizados pelas incertezas, turbulências e grande velocidade das

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transformações econômicas, políticas, sociais e tecnológicas. Desta

forma, e Plano apresenta as seguinte definições estratégicas:

a) Missão: Construir e socializar o saber amplo sobre as

organizações e sua gestão, por meio da valorização dos potenciais

humanos e da otimização dos recursos ambientais e institucionais,

em benefício da sociedade.

b) Princípios:

Sociedade em primeiro lugar. Todas as suas ações devem ser

voltadas à satisfação das necessidades e interesses da sociedade;

Integração. No cumprimento de sua missão e na tomada de

decisões, o Departamento deve assumir o compromisso

permanente com o exercício da parceria e com o fortalecimento

das inter-relações: universidade e comunidade; ensino, pesquisa e

extensão; Graduação e Pós-graduação; professores, estudantes e

funcionários; e áreas de conhecimento;

Qualidade. Implica no contínuo desenvolvimento da qualidade

nas atividades de ensino, pesquisa e extensão;

Inovação. Implica na busca constante de novas tecnologias de

organização e gestão; e

Respeito à pluralidade. Significa a convivência construtiva entre

as diferentes concepções de Ciências da Administração,

professados e praticadas no Departamento.

c) Visão: Conquistar e manter, nos cursos de Graduação e

Pós-graduação, o conceito mais elevado na análise dos principais

sistemas nacionais de avaliação institucional no setor de

educação, respeitando o acompanhamento dos critérios de

avaliação adotados.

Atualmente, o Departamento de Ciências da Administração conta

com 30 professores. Destes, 25 são doutores e 5 são mestres (UFSC,

2010a).

4.2.3 O curso Bacharelado em Administração Pública a distância na

UFSC

O curso Bacharelado em Administração Pública a distância, na

UFSC, é ofertado a 300 estudantes distribuídos em seis polos de apoio presencial, conforme segue:

MUNICÍPIO VAGAS

Araranguá 50

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93

Chapecó 50

Florianópolis 50

Joinville 50

Lages 50

Tubarão 50

Total 300

Quadro 5: Distribuição de vagas por polo de apoio presencial

Fonte: Elaborado pela autora

O ingresso destes estudantes foi por meio de processo seletivo. O

processo seletivo foi realizado em uma única etapa, realizada no dia 21

de junho de 2009. O curso iniciou-se em 16 de novembro de 2009. Em

17 de novembro de 2009 ocorreu o Seminário Integrador, por meio de

uma videoconferência de lançamento com o professor coordenador do

curso, professor Marcos Baptista Lopez Dalmau. Nesta

videoconferência foram abordadas informações inerentes ao curso bem

como aspectos referentes à educação a distância.

4.3 ELEMENTOS ESTRUTURANTES DA OFERTA DO CURSO NA

UFSC

Nesta seção são elencados os oito elementos estruturantes para a

oferta do curso Bacharelado em Administração Pública a distância, na

UFSC: a concepção de educação e currículo no processo de ensino e

aprendizagem, os sistemas de comunicação, o material didático, a

avaliação, a equipe multidisciplinar, a infra-estrutura de apoio, a gestão

acadêmico-administrativa, e por fim, a sustentabilidade financeira.

4.3.1 Concepção de educação e currículo no processo de ensino e

aprendizagem

Em consonância aos Referenciais de Qualidade, o projeto político

pedagógico do curso Bacharelado em Administração Pública apresenta

sua opção epistemológica de educação, currículo, ensino, e a opção

teórico-metodológica.

O projeto pedagógico do curso foi estabelecido pelo Programa

Nacional de Formação em Administração Pública (PNAP), contando

com a seguinte equipe de elaboração: professora doutora Eliane Moreira

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Sá de Souza, da Universidade Federal de Goiás; professora doutora

Neiva de Araújo Marques, da Universidade Federal de Mato Grosso;

professor mestre Oreste Preti, da Universidade Federal do Mato Grosso;

e professor doutor Paulo Guedes, da Universidade Federal da Bahia.

Esta equipe de elaboração foi escolhida devido à experiência anterior no

desenvolvimento do Projeto Piloto. Desta forma, a opção de educação e

currículo do curso é a mesma para todas as instituições que o ofertarem,

não sendo definida pela UFSC.

A opção educacional é expressa através de duas dimensões:

a) A epistemológica, que se refere à escolha e aos recortes

teórico-metodológicos das áreas e disciplinas ligadas ao currículo

da Administração Pública; e

b) A profissionalizante, que diz respeito aos suportes teórico-

práticos que possibilitam uma compreensão da função do

administrador público e a construção de competências para

atuação em todas as suas relações sociopolíticas, culturais e nas

perspectivas da moral e da ética.

Em relação à opção teórico-metodológica, a proposta adotas neste

curso considera as seguintes diretrizes:

a) Nortear a concepção, a criação e a produção dos

conhecimentos a serem trabalhados no curso, de forma que

contemplem e integrem os tipos de saberes que hoje são

reconhecidos como essenciais às sociedades do Século XXI:

teoria, técnica, prática, e o desenvolvimento das aptidões sociais

ligadas ao convívio ético e responsável;

b) Estimular o desenvolvimento do pensamento autônomo, da

curiosidade e da criatividade;

c) Selecionar temas e conteúdos que reflitam,

prioritariamente, os contextos das realidades vividas pelos

estudantes, nos diferentes espaços de trabalho e também nas

esferas local e regional;

d) Adotar um enfoque pluralista no tratamento dos temas e

conteúdos, recusando posicionamentos unilaterais, normativos ou

doutrinários; e

e) Nortear as atividades avaliativas da aprendizagem,

resgatando-a e valorizando-a como informação e conscientização de problemas e dificuldades, objetivando resolvê-los.

Resumindo, o curso deve oportunizar uma formação que estimule

competências profissionais, sociais e políticas, baseadas nos aspectos

técnico-científico, ético-humanístico e político-social.

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Quanto ao ensino, o curso busca valorizar a formação de atitudes

de reflexão, de busca de inovações, de prospecção e criação de

caminhos próprios que possam suprir as necessidades da gestão pública

e permitir a atuação nos processos operacionais e decisórios sob a égide

do conhecimento, da ética, da cidadania e da humanidade. Assim, a

vocação e organização do curso caracterizam-se pelos seguintes

elementos compositivos:

a) transversalidade, interdisciplinaridade e contextualização:

os conteúdos sempre que vinculados a outras disciplinas, serão

estudados de forma integrada, perpassados por questões ligadas

aos aspectos éticos, de transparência, de inovação e de

sustentabilidade;

b) atividades acadêmicas articuladas ao ensino: estímulo da

prática de pesquisa e extensão, com o objetivo de despertar nos

estudantes atitudes de investigação, de reflexão, de análise crítica

e de prospecção de soluções inovadoras, além de propiciar

vivências administrativas inseridas nos setores produtivos e de

serviços. Estas atividades podem ser seminários temáticos e

estágio supervisionado;

c) Trabalho de Conclusão de Curso (TCC): consiste na

elaboração de uma monografia, pelo estudante, ao longo dos

seminários temáticos, com foco nos conteúdos de gestão pública

estudados no curso e aplicados à área da Linha de Formação

Específica escolhida pelo estudante. A defesa do trabalho será

continuada, a cada semestre, integrando atividades dos seminários

temáticos nos encontros presenciais e será assistida por

estudantes do curso.

Além da concepção de educação, ensino e opção teórico-

metodológica, o projeto pedagógico apresenta a sua organização

curricular. O curso contempla disciplinas cujos conteúdos revelam as

inter-relações das dimensões da realidade público-privado, nacional-

internacional e das esferas federal, estadual e municipal, numa

perspectiva histórica e contextualizada de sua aplicabilidade no âmbito

das organizações e do meio, utilizando tecnologias inovadoras assim

como atendendo aos seguintes campos interligados de formação,

conforme especificado nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os Cursos de Administração:

a) Conteúdos de Formação Básica: são relacionados com

estudos antropológicos, sociológicos, filosóficos, psicológicos,

ético-profissionais, políticos, comportamentais, econômicos e

contábeis, bem como os relacionados com as tecnologias da

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comunicação e da informação e das ciências jurídicas, por meio

das disciplinas Introdução à Economia, Sociologia

Organizacional, Economia Brasileira, Psicologia Organizacional,

Filosofia e Ética, Ciência Política, Contabilidade Geral,

Macroeconomia, Contabilidade Pública, Instituições de Direito

Público e Privado, Direito e Legislação Tributária, Direito

Empresarial, Direito Administrativo, Negociação e Arbitragem,

Auditoria e Controladoria, e Políticas Públicas e Sociedade;

b) Conteúdos de Formação Profissional: são relacionados

com as áreas específicas, envolvendo teorias da administração e

das organizações e a administração de recursos humanos,

mercado e marketing, materiais, produção e logística, financeira e

orçamentária, sistemas de informações, planejamento estratégico

e serviços, através das disciplinas Teorias da Administração I e II,

Organização, Processos e Tomada de Decisão, Elaboração e

Gestão de Projetos, Orçamento Público, Administração

Estratégica, Teorias da Administração Pública, Teoria das

Finanças Públicas, Planejamento e Programação na

Administração Pública, Gestão de Pessoas no Setor Público,

Gestão de Operações e Logística I e II, Sistemas de Informação e

Comunicação no Setor Público, Tecnologia e Inovação, Gestão

da Regulação, Relações Internacionais, e Gestão Ambiental e

Sustentabilidade;

c) Conteúdos de Estudos Quantitativos e suas Tecnologias:

envolvendo pesquisa operacional, matemática, modelos

matemáticos e estatísticos e aplicação de tecnologias que

contribuam para a definição e utilização de estratégias e

procedimentos inerentes à administração, contemplados nas

disciplinas Matemática Básica, Matemática para

Administradores, Estatística Aplicada à Administração,

Matemática Financeira e Análise de Investimentos, além de

conteúdos transversais apresentados em outras disciplinas; e

d) Conteúdos de Formação Complementar: são disciplinas

em caráter transversal e interdisciplinar para o enriquecimento do

perfil do estudante, contemplados nas atividades complementares;

nas disciplinas Informática para Administradores (disciplinas optativa), Redação Oficial (disciplina optativa), Metodologia de

Estudo e de Pesquisa em Administração, no Seminário

Integrador, nos Seminários Temáticos, e nos Seminários

Temáticos das Linhas de Formação I, II e III.

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97

As disciplinas que integram a matriz curricular estão distribuídas

em 8 módulos (semestres). Esta distribuição pode ser verificada no

Anexo D.

De acordo com os Referenciais de Qualidade, é necessária a

previsão de uma disciplina introdutória em um curso superior a

distância. No caso deste curso, o Seminário Integrador possui esta

função. O mesmo aborda a Introdução à Educação a Distância.

4.3.2 Sistemas de comunicação

Os sistemas de comunicação do curso foram pensados de forma a

favorecerem o processo de interação e interatividade entre os atores

envolvidos. A comunicação foi prevista no projeto pedagógico do curso

a ser realizada nas formas de contato estudante-docente, estudante-tutor

e estudante-estudante, por meio da Internet, do telefone, do fax e do

correio. Os recursos da Internet deveriam ser empregados para

disseminar informações sobre o curso, abrigar funções de apoio ao

estudo, proporcionar acesso ao correio eletrônico, fóruns e chats, além

de trabalhos cooperativos entre os estudantes.

Como recursos para interlocução, o projeto pedagógico previu a

utilização dos seguintes:

a) Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem (AVEA), com

recursos de fórum, chat, biblioteca virtual, agenda, repositório de

tarefas, questionários, recursos de acompanhamento e controle de

cada estudante, entre outros;

b) Videoaulas;

c) Videoconferências;

d) Telefone;

e) E-mail;

f) Fax; e

g) Correio.

O AVEA é um sistema para gerenciar cursos a distância que

utilizam a internet. Atualmente existem vários sistemas, e neste curso o

sistema utilizado é o Moodle (SILVA; BUNN; DALMAU, 2009). Ele é

totalmente baseado em ferramentas da WEB, requerendo do usuário um

computador conectado à Internet e a disponibilidade de um navegador, a exemplo do Firefox e do Internet Explorer. O Moodle procura cobrir três

eixos básicos do processo de ensino-aprendizagem (UFSC, 2010b):

a) gerenciamento de conteúdos: organização de conteúdos a

serem disponibilizados aos estudantes no contexto de

disciplinas/turmas;

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b) interação entre usuários: diversas ferramentas para

interação com e entre estudantes e professores: fórum, bate-papo,

mensagem instantânea, etc.; e

c) acompanhamento e avaliação: definição, recepção e

avaliação de tarefas, questionários e enquetes, atribuição de notas,

cálculo de médias, etc.

Na UFSC, o Moodle opera de forma síncrona com o Sistema de

Controle Acadêmico da Graduação (CAGR), de forma que o

cadastramento de disciplinas, turmas, professores e estudantes no

Moodle são realizados automaticamente com base nos dados contidos

neste sistema acadêmico. Ao final das disciplinas, as notas gerenciadas

no Moodle podem ser automaticamente transpostas para os sistemas

acadêmicos (UFSC, 2010b).

Desta forma, os meios de comunicação mais utilizados para a

interação entre os estudantes é o AVEA (por mensagem e por fórum) e o

email. No AVEA o estudante pode enviar mensagem a outros estudantes

do curso. As mensagens são pessoais, ou seja, somente quem as enviou

e quem as recebeu tem acesso a elas. No perfil de cada estudante,

disponível no AVEA, há o endereço eletrônico de cada um.

Para interação entre os estudantes e os tutores a distância, utiliza-

se o envio de mensagens pelo AVEA, o email, os fóruns, o chat

permanente, o telefone e o fax. Vale ressaltar que o telefone é pouco

utilizado e que o fax é raramente utilizado.

Já os tutores presenciais interagem com os estudantes através do

email e presencialmente no polo de apoio presencial, em dias e horários

pré-estabelecidos.

Por fim, a interação entre os estudantes e os professores ocorre

através do chat com data e horário previamente determinados, das

videoconferências, do encontro presencial ao fim do semestre para a

defesa do seminário temático, e do email. Na videoconferência é

possível que o estudante de salas distantes tire suas dúvidas e interaja

com o professor no momento da aula. Ocorrem em média 2

videoconferências por disciplina. Vale ressaltar também que o email é

pouco utilizado, visto que os estudantes têm maior contato com os

tutores, e estes fazem a intermediação entre os estudantes e os

professores. A participação dos estudantes nos fóruns é fundamental para a

construção do grupo em um curso a distância, já que é através deles que

os estudantes têm a possibilidade de se conhecer melhor e conversar

sobre questões do curso e outros assuntos pertinentes. É um espaço

normalmente destinado à divulgação de avisos e outras informações

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importantes, e que permite a interação entre os atores do curso.

Geralmente é estabelecido 1 tema específico para discussão no fórum,

compondo parte da avaliação de cada disciplina. Excepcionalmente é

estabelecido 2 temas para o fórum. Há também o fórum de debate, no

qual são estabelecidos temas gerais, com o intuito de estimular a

interação entre os estudantes, porém este não faz parte das avaliações.

O chat é uma atividade em que estudantes, professores e tutores

estabelecem uma comunicação por escrito, online. Há 2 tipos de chat: o

chat permanente, que funciona das 8:00 às 20:00 horas, de segunda-feira

à sexta-feira, e o chat com o professor, com data e horário previamente

estabelecidos.

Ocorrem sempre 2 disciplinas consecutivas, com duração de 2

meses cada uma. O calendário de cada disciplina é disponibilizado no

momento que inicia a mesma. Neste calendário constam as datas das

atividades, dos fóruns, dos chats com o professor, das

videoconferências, das avaliações, das 2ª chamadas das avaliações, da

recuperação e da 2ª chamada da recuperação.

4.3.3 Material didático

Os recursos utilizados neste curso são: o livro-texto, o AVEA, as

videoaulas e as videoconferências.

Conforme já mencionado nesta pesquisa, os livros-texto deste

curso foram desenvolvidos pelo PNAP, desta forma a UFSC apenas

reproduziu os materiais desenvolvidos. Além disso, os professores

responsáveis por cada disciplina desenvolveram materiais

complementares, adequando os materiais já produzidos à sua didática e

às necessidades específicas dos estudantes do curso na UFSC.

Considerando a importância de inclusão de um Guia Geral do

Curso, contendo as características do curso e da EaD, a UFSC

desenvolveu um Guia do Estudante e um livro-texto de Introdução à

Educação a Distância.

O Guia do Estudante aborda os seguintes aspectos: breve

histórico sobre a UFSC, breve histórico sobre o Sistema UAB, aspectos

inerentes ao PNAP, os objetivos do curso, a organização do currículo, as

ementas e as referências básicas e complementares de todas as disciplinas, os recursos didáticos utilizados, o sistema de

acompanhamento, a avaliação, orientações básicas de como elaborar um

texto, e dicas de como estudar melhor a distância.

Já o livro-texto de Introdução à EaD aborda os seguintes

aspectos: organização de sistemas de EaD; história, conceitos e teorias

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referentes à EaD; aspectos legais da EaD; os atores na EaD; as mídias na

EaD; e por fim a avaliação na EaD.

O AVEA caracteriza-se como o espaço de estudos do estudante.

Por este meio o estudante tem acesso ao plano de ensino, ao calendário

das disciplinas, aos conteúdos curriculares, às videoaulas, aos fóruns,

aos chats, à biblioteca virtual e às atividades.

As videoaulas são desenvolvidas pelos professores contendo o

conteúdo abordado nas Unidades do livro-texto. Além do conteúdo, o

professor também faz indicações de materiais complementares, como

vídeos, livros, entre outros.

Por fim, a videoconferência é mais um recurso didático utilizado

no curso, caracterizando-se como o meio que mais se aproxima da

situação convencional do ensino presencial, visto que, possibilita a

conversa em duas vias. Ela ainda permite que o processo de ensino-

aprendizagem ocorra em tempo real e que seja interativo entre as

pessoas, podendo elas se ver e ouvir simultaneamente. As ferramentas

didáticas disponíveis no sistema permitem ao professor explicar um

conceito e ao mesmo tempo disponibilizar aos estudantes outros

recursos pedagógicos tais como gráficos, projeções de vídeos, pesquisa

na internet, imagens bidimensionais em papel ou transparências,

arquivos de computadores, etc.

4.3.4 Avaliação

A avaliação do curso é realizada por meio das seguintes

dimensões, conforme segue.

4.3.4.1 A avaliação de aprendizagem

A avaliação no processo de construção do conhecimento neste

curso pretende ser um instrumento que possibilite a identificação do

desenvolvimento de suas competências (atitudes, conhecimento e

habilidade) e que lhe forneça elementos para orientações necessárias,

complementações e enriquecimento no processo dessa construção.

Ao estudantes que não conseguir construir as competências no

tempo previsto, é dada a possibilidade de desenvolver estudos paralelos, com o acompanhamento do tutor presencial, e do tutor a distância, sob

orientação do professor.

O aproveitamento de cada disciplina é verificado conforme os

objetivos previstos no plano de ensino de cada uma delas. As avaliações

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ocorrem ao longo do período letivo, de acordo com o referido plano,

respeitando as especificidades das diferentes disciplinas.

São realizados em média por disciplina: 2 chats com o professor,

1 fórum temático, 2 atividades disponíveis no AVEA e 2 provas

presenciais. Além do seminário temático ao fim do semestre.

Todas as avaliações são expressas através de notas graduadas de

0 (zero) a 10 (dez). A nota mínima de aprovação em cada disciplina é 6

(seis). As frações de 0,25 e 0,75 na média final são arredondadas para

graduação imediatamente superior. As atividades e o fórum representam

40% da nota final da disciplina. Já as provas presenciais representam

60%.

O curso prevê a recuperação das disciplinas para o estudante que

não atingir a nota média 6, desde que ele tenha atingido a nota média 3.

Ele pode então realizar a prova de recuperação. Se ainda assim não

conseguir a nota mínima 6, ele então reprova na disciplina, ficando com

uma dependência.

Para sanar esta dependência, é necessário que o estudante aguarde

a re-oferta desta disciplina. As re-ofertas de disciplinas estão previstas

para ocorrerem nos meses de férias, período em que o estudante estaria

com baixa carga de estudos.

A frequência dos estudantes no curso é atestada a partir de:

mínimo de 75% de frequência nos momentos presenciais de cada

disciplina, entrega das atividades de avaliação nos prazos previstos, e

presença nas videoconferências com recepção organizada, valendo a

mesma percentagem de 75% (se o professor assim o determinar).

O registro do desempenho dos estudantes (notas e frequência) no

sistema acadêmico e, consequentemente, nos respectivos históricos

escolares corresponde à frequência e ao aproveitamento nos estudos, os

quais deverão ser atingidos conjuntamente.

Quem fornece o feedback aos estudantes em relação às atividades

e avaliações realizadas é o tutor a distância, por meio do AVEA. Para

tanto, os tutores observam e fazem o registro dos seguintes aspectos: a

produção escrita do estudante, seu método de estudo, sua participação

nos encontros presenciais, nos fóruns e nos chats, se ele está

acompanhando e compreendendo o conteúdo proposto em cada uma das

disciplinas, e se é capaz de posicionamentos crítico-reflexivos frente às abordagens trabalhadas.

Após os feedbacks e notas serem lançadas no AVEA, há a

ferramenta de transposição para o CAGR. Após transposto os dados, o

coordenador acadêmico do curso, professor Sinézio Stefano Dubiela

Ostroski, faz a liberação.

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Tanto no caso das provas presenciais, como no caso das provas

de recuperação, é concedido aos estudantes o direito de realizá-las em 2ª

chamada. Para tanto, o estudante deve requerer o pedido de nova

oportunidade ao Coordenador dos Polos UAB/UFSC, professor Luiz

Salgado Klaes, através de email, dentro do prazo máximo de 4 (quatro)

dias úteis a contar da data em que a prova foi realizada, justificando

plenamente a falta. É permitida a realização da prova em 2ª chamada

apenas nos seguintes casos: estudantes que estejam com doenças

infecto-contagiosas desde que a solicitação seja acompanhada de

atestado médico, gestantes, profissionais que trabalhem em regime de

plantão, e outros casos (casos omissos que são analisados pelo professor

e concedidos quando julgados com justificativa plausível).

4.3.4.2 A avaliação institucional

Com vistas a subsidiar o aperfeiçoamento dos sistemas de gestão

e pedagógico do curso, deve haver um processo de avaliação

permanente. Desta forma, no projeto pedagógico do curso está prevista a

avaliação dos subsistemas de EaD, tendo por objetivo controlar e

aprimorar as etapas do processo pedagógico para garantir o alcance dos

objetivos propostos para o curso.

Para tanto, pretende-se aplicar a avaliação 360 graus, de forma

continuada, realizada pelos atores do processo de ensino-aprendizagem,

entre eles, estudantes, professores tutores, professores formadores e

coordenador do curso, contemplando os seguintes aspectos:

a) desempenho do estudante;

b) desempenho dos professores-tutores;

c) desempenho dos professores formadores;

d) adequação do sistema de tutoria;

e) adequação do AVEA;

f) qualidade do material impresso e da multimídia interativa;

g) qualidade e adequação do atendimento administrativo;

h) desempenho da coordenação do curso; e

i) eficácia do programa.

Como o curso está iniciando, ainda não foi colocado em prática

esse sistema de avaliação. A estrutura de EaD projetada para o curso possibilita a integração das ações dos atores de EaD, permitindo

controle e sinergia no processo de ensino-aprendizagem, assim como a

prática de acompanhamento efetivo do estudante e sua avaliação em

dimensão sistêmica e continuada. Os resultados das avaliações deverão

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ser utilizados com a função de retroalimentar os subsistemas de EaD,

objetivando o aprimoramento e novos patamares de qualidade e eficácia.

4.3.5 Equipe multidisciplinar

A equipe multidisciplinar que atua no curso é composta pelo

corpo docente, tutores, designers instrucional e gráfico, revisores de

texto, produtor audiovisual e pessoal técnico-administrativo, este último

com funções de apoio administrativo e funções técnicas para produção e

manutenção das TICs utilizadas no curso.

4.3.5.1 Docentes

Na oferta deste curso pela UFSC, não existe a figura do professor

conteudista, visto que os livros-texto foram todos desenvolvidos pelo

PNAP. Mas cada disciplina possui um professor formador. Este

professor é responsável pelas disciplinas de cada módulo do curso e está

à disposição para esclarecimentos e dúvidas dos estudantes e/ou tutores

a partir do cronograma estabelecido para a disciplina. Ele possui as

seguintes responsabilidades: organizar o plano de ensino em

consonância ao modelo definido para o curso; gravar as videoaulas;

realizar as aulas por videoconferências; participar da escolha do tutor a

distância que atuará na sua disciplina; acompanhar, junto aos tutores a

distância, o processo de aprendizagem dos estudantes; agendar horários

para o atendimento aos estudantes, seja no fórum temático ou no chat; realizar as avaliações e as correção em conjunto com os tutores a

distância; participar das reuniões pedagógicas de planejamento e

avaliação do curso; e planejar e desenvolver a disciplina.

O professor é responsável também pela capacitação dos tutores a

distância, antes do início da disciplina. Esta capacitação ocorre 1 semana

antes de iniciar a disciplina. Quem realiza o agendamento da

capacitação junto ao professor é o supervisor de tutoria. Durante a oferta

da disciplina, o tutor a distância pode dirigir-se diretamente ao professor

para sanar possíveis dúvidas suas ou dos estudantes.

4.3.5.2 Tutores

Os tutores do curso são escolhidos por processo seletivo, tendo

como critérios: ser graduado em Administração ou ser ainda um

estudante de pós-graduação, regularmente, matriculado em áreas da

Administração; ter dedicação de carga/horária compatível com o seu

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contrato, incluindo possíveis atividades, inerentes à tutoria fora do seu

horário normal de trabalho; ter facilidade de comunicação; ter

conhecimentos básicos de informática; e participar de cursos de

formação.

Após a seleção, os candidatos participam do processo de

formação que supõe a participação em um curso sobre EaD, a

participação de grupos de estudo sobre o material didático do curso e

questões relativas ao processo de orientação. Todos os tutores são

certificados ao final do curso. Este processo de formação é em comum

aos outros cursos a distância na UFSC, que fazem parte da UAB.

Os tutores no curso de Administração Pública como componente

fundamental do sistema, têm a função de realizar a mediação entre o

estudante e o material didático do curso. Nesse sentido, o tutor não é

concebido como sendo um “facilitador” da aprendizagem, ou um

animador, ou um monitor.

Os tutores são um dos elementos do processo educativo que

possibilitam a ressignificação da educação a distância, por possibilitar o

rompimento da noção de tempo/espaço da escola tradicional. O processo

dialógico que se estabelece entre estudante e tutor deve ser único. O

tutor, paradoxalmente ao sentido atribuído ao termo “distância”, está

permanentemente em contato com o estudante, mediante a manutenção

do processo dialógico, em que o entorno, o percurso, as expectativas, as

realizações, as dúvidas, as dificuldades são elementos dinamizadores

desse processo.

No desenvolvimento do curso, o tutor é responsável pelo

acompanhamento e avaliação do percurso de cada estudante sob sua

orientação: em que nível cognitivo se encontra, que dificuldades

apresenta, se ele coloca-se em atitude de questionamento re-construtivo,

se reproduz o conhecimento socialmente produzido necessário para

compreensão da realidade, se reconstrói conhecimentos, se é capaz de

relacionar teoria-prática, se consulta bibliografia de apoio, se realiza as

tarefas e exercícios propostos, como estuda, quando busca orientação, se

ele relaciona-se com outros estudantes para estudar, se participa de

organizações ligadas à sua formação profissionais ou a movimentos

sociais locais.

Além disso, o tutor procura, neste processo de acompanhamento, estimular, motivar e, sobretudo, contribuir para o desenvolvimento da

capacidade de organização das atividades acadêmicas e de

aprendizagem.

Por todas essas responsabilidades, o tutor também passa por

formação específica, em termos da proposta teórico metodológica do

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curso (oferecida pelo supervisor de tutoria) e em relação às disciplinas

de cada módulo (oferecida pelo professor formador de cada disciplina).

Neste sentido, o curso conta com tutores a distância, tutores

presenciais e com o supervisor de tutoria.

Os tutores a distância ocupam papel importante atuando como elo

entre os estudantes e a instituição. Cumprem o papel de facilitadores da

aprendizagem esclarecendo dúvidas, reforçando os conteúdos, coletando

informações sobre os estudantes para a equipe e atuando principalmente

na motivação dos estudantes. O curso conta com 1 tutor a distância para

cada 40 estudantes. Não é o número ideal, pois cada tutor deveria

atender ao número máximo de 25 estudantes. Porém, neste momento

está ocorrendo seleção de tutores para atuarem no curso, e em breve esta

diferença entre o número aplicado e o número ideal será equacionada.

Cada tutor à distância atende aos seus estudantes durante 4 horas diárias,

de segunda-feira à sexta-feira, compondo 20 horas semanais. Estas 4

horas podem estar distribuídas nos seguintes intervalos: das 8:00 à

12:00, das 12:00 às 16:00 e das 16:00 às 20:00. Caso o estudante

necessite de atendimento em horário diverso ao horário de atendimento

do seu tutor, ele pode comunicar-se com outro tutor que atenda ao curso.

Os tutores presenciais são responsáveis por auxiliar o

coordenador do polo. Eles dão assistência ao estudante no que se refere

a assuntos administrativos. Este tutor também acompanha as provas

presenciais e as videoconferências. Ele deve estimular a formação de

grupos de estudo por parte dos estudantes. Cada polo de apoio

presencial possui 1 tutor presencial, com exceção do polo de

Florianópolis, que deve possuir 2 tutores presenciais, porém no

momento encontra-se sem tutor presencial. Os tutores presenciais

possuem carga-horária semanal igual aos tutores a distância.

Já o tutor supervisor é responsável pela coordenação de todas as

atividades de tutoria. Ele trabalha diretamente com os tutores,

auxiliando-os nas atividades de rotina. Ele disponibiliza o feedback

sobre o desenvolvimento do curso, buscando proporcionar a reflexão em

equipe sobre os processos pedagógicos e administrativos e, com isso,

viabilizar novas estratégias de ensino-aprendizagem.

4.3.5.3 O corpo técnico-administrativo

Esta equipe atua em duas dimensões principais: a administrativa e

a tecnológica.

A dimensão administrativa é composta pelas seguintes funções:

coordenador do curso, coordenador de cada polo de apoio presencial,

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106

coordenador dos polos do curso, coordenador de tutores, coordenador

pedagógico e equipe de produção de recursos didáticos CAD/UFSC.

O coordenador do curso é responsável por acompanhar e avaliar

todo o processo de execução do curso, conforme a legislação acadêmica

em vigor.

Os coordenadores de polos são de responsabilidade das

prefeituras, não são de responsabilidade da UFSC. A coordenação

UAB/UFSC é responsável pela avaliação dos polos e pela organização

do uso juntamente com as demais instituições ofertantes de curso

naquele polo de apoio regional.

O coordenador dos polos do curso é responsável por avaliar e

acompanhar o desempenho dos polos. O coordenador dos polos também

é responsável por acompanhar o andamento das atividades presenciais e

provas. É ele quem determina as instruções para realização das provas.

Ele avalia também as solicitações feitas pelos estudantes para realização

de provas em 2ª chamada.

O coordenador de tutores planeja e acompanha o andamento das

atividades da tutoria. É ele quem dá suporte à atividade do supervisor de

tutoria.

O coordenador pedagógico é responsável por acompanhar as

atividades de secretaria acadêmica como procedimentos de matrícula, e

avaliação e certificação dos estudantes. As matrículas dos estudantes em

cada disciplina é gerada automaticamente pelo sistema CAGR. Caso o

estudante necessite de atestado de matrícula, ele reporta-se ao tutor a

distância que faz a solicitação. Para consulta de suas notas, o estudante

pode acessar o CAGR onde ficam disponíveis estas informações. Em

relação às certificações de atividades complementares, os polos de apoio

presencial são responsáveis por esta atividade. Em casos raros, é

solicitada ao CAD/UFSC a emissão dos certificados. Nestes casos, os

certificados são emitidos então pela Equipe de Produção de Recursos

Didáticos do CAD/UFSC.

A Equipe de Produção de Recursos Didáticos CAD/UFSC é

responsável por planejar a oferta das disciplinas do curso, convidar os

professores formadores bem como orientá-los e apoiá-los em relação às

suas funções, viabilizar a impressão dos livros-texto, garantir o envio

dos livros-texto aos polos de apoio, e acompanhar a produção e disponibilização das videoaulas.

Em relação à dimensão tecnológica, os profissionais atuam em

duas frentes: nos polos de apoio presencial e junto à gestão dos cursos.

Nos polos há um técnico de informática e um bibliotecário. O técnico de

informática é o responsável por dar suporte técnico ao laboratório de

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107

informática bem como a zeladoria e manutenção dos equipamentos

tecnológicos. O bibliotecário é responsável por cuidar do acervo da

biblioteca do polo dando suporte aos seus usuários. Estes dois

profissionais são de responsabilidade do mantenedor do polo.

Já na gestão do curso, no CAD/UFSC, há profissionais que

cuidam do AVEA e profissionais que produzem as videoaulas e as

videoconferências. O AVEA é configurado pelo Departamento de

Informática e Estatística (INE). Os AVEAs dos cursos a distância

ofertados pela UFSC são configurados todos da mesma forma pelo INE.

No CAD/UFSC há três técnicos de informática que alimentam o AVEA,

ou seja, disponibilizam todos os materiais e informações no AVEA

referentes a cada disciplina. Além do AVEA do curso de Administração

Pública, eles também cuidam do AVEA do curso de Administração a

distância. Esses três técnicos também dão suporte técnico à tutoria a

distância e cuidam da manutenção dos equipamentos tecnológicos.

Os profissionais que produzem as videoaulas são terceirizados. O

serviço é contratado do Estúdio Cabeça ao Vento. Os profissionais que

produzem as videoconferências também são terceirizados. O serviço é

contratado do Laboratório de Educação a Distância da UFSC (LED).

Cabe à equipe de produção de recursos didáticos apenas acompanhar o

processo de produção das videoaulas e das videoconferências e validar

as mesmas.

4.3.6 Infra-estrutura de apoio

A infra-estrutura do curso é composta por duas instalações

básicas: coordenação acadêmico-operacional, no CAD/UFSC, e polos

de apoio presencial.

4.3.6.1 Coordenação acadêmico-operacional

Esta coordenação é centralizada em três espaços. Há a sala da

tutoria, na qual ficam concentrados os tutores a distância que atuam no

curso. Nesta mesma sala ficam o supervisor de tutoria, os três técnicos

de informática, e os tutores a distância que atuam no curso de

Administração a distância. Cada professor possui sua sala. Além das salas de cada um, há

um sala de professores, contendo um mesa de reuniões. É nesta sala que

são realizadas as reuniões acadêmicas e de planejamento do curso. Há

também a sala do conselho, que se destina ao mesmo fim, e que atende a

todos os cursos do Centro Sócio-Econômico da UFSC.

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Além disso, há a sala da Equipe de Produção de Recursos

Didáticos do CAD/UFSC. Neste espaço é desenvolvida a coordenação

da produção de todos os recursos didáticos utilizados no curso. É neste

espaço que são desenvolvidas também as atividades relativas à logística

de envio e disponibilização dos recursos didáticos.

4.3.6.2 Polo de apoio presencial

O curso possui seis polos de apoio presencial, nos quais

desenvolvem-se as atividades pedagógicas e administrativas,

descentralizadas, referentes ao curso. Os polos localizam-se em:

Araranguá, Chapecó, Florianópolis, Joinville, Lages e Tubarão.

O polo de Araranguá existe há 5 anos, ofertando atualmente oito

cursos, sendo 6 pela UFSC, um pela IFSC e um pela UDESC. O polo

não possui biblioteca e nem sala de estudos individual. Possui apenas

sala para estudo em grupo. Além da sala para estudo em grupo, o polo

também possui sala equipada para a realização das atividades

presenciais, à qual suporta até 50 estudantes. O polo conta com

laboratório de informática contendo 46 computadores, e dois técnicos de

informática que dão suporte a este laboratório. Há também secretaria no

polo, contando com o atendimento de um profissional. O polo é

adaptado para o recebimento de pessoas com necessidades especiais. O

horário de atendimento do polo é de terça-feira a sexta-feira das 13:00

horas às 22:00 horas e sábados das 08:00 horas às 12:00 horas e das

13:00 horas às 17:00 horas. O horário de atendimento aos estudantes do

curso Bacharelado em Administração Pública é de terça-feira a sexta-

feira das 19:00 h às 22:00 h e sábados das 08:00 h às 12:00 h.

O polo de Chapecó existe há 3 anos, ofertando atualmente 12

cursos, sendo 8 pela UFSC, um pela UDESC, 2 pela FURG e um pela

IFSC. O polo possui biblioteca, porém não possui bibliotecário para

atendimento da mesma. Quem realiza o atendimento são os auxiliares

administrativos. Há sala de estudos individuais e em grupo. Além da

sala de estudos, o polo possui duas salas equipadas para a realização das

atividades presenciais, uma para 20 estudantes e a outra para 50

estudantes. O polo conta com dois laboratórios de informática, um com

18 computadores e outro com 28 computadores, contando com o suporte de um técnico de informática. Há secretaria no polo, porém não há

profissional para o atendimento, quem realiza o atendimento são os

auxiliares administrativos. O polo é adaptado para o atendimento de

pessoas com necessidades especiais, com exceção dos banheiros que

ainda não são adaptados. O polo atende de segunda-feira a sexta-feira,

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das 8:30 horas às 11:30 e das 13:30 às 22:00, com exceção da segunda-

feira em que o polo abre apenas às 13:30 horas. Atende também aos

sábados das 8:00 horas às 17:30 horas. O horário de atendimento aos

estudantes do curso é na segunda-feira, quarta-feira e sexta-feira, das

19:00 horas às 22:00 horas, e sábado das 8:00 horas às 12:00 horas e das

13:30 horas às 17:30 horas.

O polo de Florianópolis existe há 1 ano e 3 meses, ofertando

atualmente 15 cursos, sendo 8 cursos da UFSC, 3 da UEPG, 2 da IFSC e

2 da FURG. O polo possui biblioteca contando com o atendimento de 3

bibliotecários formados em biblioteconomia e 3 auxiliares de biblioteca

com formação superior na área da educação. Há 2 salas para estudo em

grupo. Além das 2 salas para estudo, o polo possui 10 salas de aula para

a realização dos encontros presenciais e 2 equipamentos de

videoconferência que podem ser deslocados para qualquer uma das

salas, além de um auditório para 100 estudantes. O polo conta com

quatro ambientes que são utilizados como laboratório de informática,

sendo um exclusivo e 3 compartilhados, possuindo cada espaço 30, 12,

20 e 21 computadores, respectivamente. Há 2 técnicos de informática

para o atendimento destes laboratórios. Há secretaria acadêmica no polo,

coordenada por 3 servidores administrativos. Um dos servidores está

habilitada a prestar o atendimento em Língua Brasileira de Sinais

(LIBRAS). O polo é adaptado para o atendimento de pessoas com

necessidades especiais. O horário de atendimento do polo é de segunda-

feira a sexta-feira das 8:00 horas às 22:00 horas e sábado das 8:00 horas

às 12:00 horas. No momento não há tutor presencial prestando

atendimento aos estudantes do curso.

O polo de Joinvile existe há 1 ano e 9 meses, ofertando

atualmente sete cursos, sendo 5 pela UFSC, um pela FURG e um pela

UDESC. O polo possui biblioteca e há um profissional que atende aos

usuários da biblioteca, possuindo formação superior em pedagogia. Há

salas de estudo individual e em grupo, compartilhadas. Além da sala

para estudo em grupo, o polo também possui 2 salas para a realização

das atividades presenciais, às quais comportam 20 e 36 estudantes. Há

apenas 1 equipamento para videoconferência, o qual pode ser utilizado

nas 2 salas. O polo conta com laboratório de informática contendo 19

computadores, e um técnico de informática que dá suporte a este laboratório. Há também secretaria no polo, contando com o atendimento

de um profissional com formação superior na área da educação. O polo

não é adaptado para o recebimento de pessoas com necessidades

especiais. O horário de atendimento do polo é de segunda-feira a sexta-

feira das 8:00 horas às 12:00 horas e das 13:00 horas às 22:00 horas e

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sábado das 8:00 horas às 12:00 horas e das 13:30 horas às 17:30 horas.

O horário de atendimento aos estudantes do curso é na segunda-feira,

quarta-feira e sexta-feira, das 19:00 horas às 22:00 horas, e sábado das

8:00 horas às 12:00 horas e das 13:30 horas às 17:30 horas.

O polo de Lages existe há 5 anos. O polo possui biblioteca e não

há nenhum profissional que atenda aos usuários da biblioteca. Há sala de

estudo apenas em grupo. Além da sala para estudo em grupo, o polo

também possui 1 sala equipada para a realização das atividades

presenciais, à qual comporta 50 estudantes. O polo conta com

laboratório de informática contendo 18 computadores e um técnico de

informática que dá suporte a este laboratório. Há também secretaria no

polo, contando com o atendimento de um profissional. O polo é

adaptado para o recebimento de pessoas com necessidades especiais. O

horário de atendimento do polo é de terça-feira a sexta-feira das 8:00

horas às 22:00 horas e sábado das 8:00 horas às 17:30 horas. O horário

de atendimento aos estudantes do curso é na terça-feira das 18:00 horas

às 22:00 horas, na sexta-feira das 13:00 horas às 17:00 horas e das 18:00

horas às 22:00 horas, e sábado das 8:00 horas às 12:00 horas e das 13:30

horas às 17:30 horas.

O polo de Tubarão existe há 5 anos. O polo possui biblioteca e 2

secretárias que atendem aos usuários da biblioteca, uma com formação

em matemática e outra com formação em magistério. Há sala de estudo

apenas em grupo. Além da sala para estudo em grupo, o polo também

possui salas pequenas e grandes, para atendimento de pequenos e

grandes grupos, e 1 sala equipada para a realização das atividades

presenciais, à qual comporta 25 estudantes. O polo conta com

laboratório de informática contendo 20 computadores, porém no

momento não há técnico de informática que dê suporte ao laboratório.

Há também secretaria no polo, contando com o atendimento de 2

secretárias, as mesmas que atendem à biblioteca. O polo não é adaptado

para o recebimento de pessoas com necessidades especiais. O horário de

atendimento do polo é de segunda-feira à sexta-feira das 08:00 horas às

22:00 horas e sábados das 8:00 horas às 17:30 horas. O horário de

atendimento aos estudantes do curso é na terça-feira, quinta-feira e

sexta-feira das 18:00 às 22:00 horas, e no sábado das 8:00 horas às

12:00 horas e das 13:30 horas às 17:30 horas.

4.3.7 Gestão acadêmico-administrativa

Para efetividade do curso, exige-se uma relação dialógica efetiva

entre estudantes, professores formadores e orientadores. Por isso,

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111

impõe-se uma organização de sistema que possibilite o processo de

interlocução permanente entre os sujeitos da ação pedagógica.

Neste sentido, há os seguintes elementos no sistema,

considerados imprescindíveis:

a) uma rede que busca garantir a comunicação entre os

sujeitos do processo educativo;

b) produção e organização de material didático apropriado à

modalidade;

c) processos de orientação e avaliação próprios;

d) monitoramento do percurso do estudante; e

e) existência de ambientes virtuais que favoreçam o processo

de estudo dos estudantes.

Neste sentido, o curso Bacharelado em Administração Pública

possui uma estrutura e organização do seu sistema que dá suporte à ação

educativa, contendo:

a) rede comunicacional estabelecida possibilita a ligação dos

vários polos com a UFSC e entre eles. Para tanto, a estrutura

física e acadêmica na UFSC busca a garantia de: manutenção da

equipe multidisciplinar para orientação nas diferentes

disciplinas/áreas do saber que compõem o curso; designação de

coordenador que se responsabilize pelo acompanhamento

acadêmico e administrativo do curso; manutenção dos núcleos

tecnológicos na UFSC e nos polos que dêem suporte à rede

comunicacional prevista para o curso; e organização de um

sistema comunicacional entre os diferentes polos e a UFSC.

b) o material didático configura-se como dinamizador da

construção curricular e balizador metodológico. Desta forma, este

curso conta com os seguintes atores: professor com cronograma

de atendimento; coordenador de polo, de forma presencial e

permanente, assim como toda a infra-estrutura do polo; tutor

presencial no polo; supervisor de tutores a distância no

CAD/UFSC; tutores a distância no CAD/UFSC; e gestores do

curso, presencial e a distância, no CAD/UFSC.

Todos os atores da estrutura pedagógica de EaD têm como função

básica assistir ao estudante, acompanhá-lo e motivá-lo ao aprendizado.

4.3.8 Sustentabilidade financeira

Os cursos superiores a distância não apresentam inicialmente uma

adequada relação custo/benefício, amortizando-se este investimento

inicial no médio prazo. Desta forma, para garantir-se que em médio

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prazo seja dada continuidade ao curso, fez-se necessário o

estabelecimento de uma planilha de custos. Esta planilha é feita de

acordo com as orientações e determinações estabelecidas pela UAB.

Todas as IES que ofertam o curso no país devem seguir esta mesma

planilha, adequando-a as suas particularidades. Assim, seguem os

elementos da planilha:

4.3.8.1 Investimento de curto e médio prazo

Neste item deveriam constar a produção e a reprodução dos

materiais didáticos. Como o livro-texto foi produzido pelo PNAP, na

planilha de custos foi considerada apenas as despesas de reprodução

destes livros. Assim, constaram os seguintes elementos: material de

consumo, impressão do livro-texto, reprodução de mídias e gravação de

videoaulas.

Além disso, neste item devem constar as despesas com a estrutura

física utilizada para o curso na UFSC e a estrutura dos polos de apoio

presencial. Como já existe uma estrutura física criada para o curso Piloto

de Administração da UAB, não foi necessário investimento neste

sentido. Em relação aos polos de apoio presencial os Municípios e

Estado, de forma individual ou em consórcio, são os responsáveis por

estruturar, organizar e manter os polos de apoio presencial de acordo

com as orientações do Sistema UAB. O mantenedor do polo de apoio

presencial deverá proporcionar uma infraestrutura física e tecnológica

adequada para o pleno desenvolvimento das atividades referentes aos

cursos ofertados. O mantenedor é responsável, ainda, pela contratação

de pessoal com vistas à execução das metas e atividades propostas.

4.3.8.2 Custeio

Como despesas com a oferta do curso, foram considerados os

seguintes elementos: diárias de hotéis e passagens para que os

professores responsáveis pelas disciplinas dirijam-se aos polos de apoio

presencial, postagem dos materiais didáticos, aquisição de bibliografias,

despesas com reprografia, materiais de expediente, equipe

multidisciplinar e equipe de apoio, tutores presenciais e a distância, coordenador de curso, coordenador de tutoria, professor formador e

revisor.

Assim, como o curso é iniciante, a relação exata entre

custo/benefício só será possível pensando-se no longo prazo e de acordo

com os objetivos do curso, do dimensionamento, dos meios de

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113

comunicação e de difusão disponíveis e selecionados, dos princípios

pedagógicos, das características dos estudantes e modalidades de

aprendizagem, e do meio social em que os polos de apoio presencial

estão inseridos.

4.4 PLANO DE AÇÕES PARA MELHORIA NA OFERTA DO

CURSO

Nesta seção serão propostas ações que visem a melhoria na

oferta do curso, considerando-se todos os seus elementos estruturantes: a

concepção de educação e currículo no processo de ensino e

aprendizagem, os sistemas de comunicação, o material didático, a

avaliação, a equipe multidisciplinar, a infra-estrutura de apoio, a gestão

acadêmico-administrativa, e por fim, a sustentabilidade financeira.

4.4.1 Concepção de currículo no processo de ensino e aprendizagem

Este elemento estruturante aplica-se ao processo de implantação

do curso, antes do seu início, visto tratar-se da concepção do projeto

pedagógico do curso. Desta forma, não se aplicariam sugestões neste

sentido, visto que o projeto pedagógico já está finalizado e não sofrerá

alterações.

Porém, sugere-se o acompanhamento da efetiva execução do

mesmo por parte da coordenação do curso, no intuito de verificar se está

sendo favorecida a integração entre os conteúdos, por meio da

interdisciplinaridade e da contextualização, e se está promovendo o

processo de ensino e aprendizagem. Desta forma seria possível garantir

o alcance dos objetivos propostos para o curso.

A partir deste acompanhamento, também é possível o

aprimoramento do projeto pedagógico do curso para futuras reedições

do mesmo.

4.4.2 Sistemas de comunicação

Em um curso a distância os sistemas de comunicação possuem

papel importante, visto que é por meio destes que ocorrerão os processos de interação e interatividade necessários para evitar-se a sensação de

isolamento dos estudantes e mantê-los motivados e instigados com a

aprendizagem.

Verifica-se que o curso faz uso de algumas ferramentas

comunicacionais, porém não há acompanhamento das mesmas. Hoje não

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114

existe um sistema de acompanhamento ao estudante, portanto sugere-se

a criação do mesmo. Este sistema seria alimentado com informações

referentes ao número de contato entre estudantes e profissionais da

instituição, referentes às atividades desenvolvidas pelos estudantes e

respectivos feedbacks. Desta forma tanto a tutoria quanto o estudante

visualizaria mais claramente a evolução do estudante. Estas informações

concentradas em um Sistema proporcionariam subsidiariam a definição

de estratégias para a melhoria do curso.

Poderiam também ser incluídas ao processo de interação e

interatividade entre os atores ferramentas comunicacionais bastante

utilizadas atualmente como: skype, messenger, twitter, orkut, entre

outros. Acredita-se que desta forma haveria uma maior aproximação

entre os atores, visto que não se limitaria ao uso do AVEA,

considerando que alguns estudantes podem não dominar o uso do

moodle. Além da inclusão destas ferramentas, também é necessário que

se faça um acompanhamento e avaliação da inserção das mesmas, no

intuito de verificar os resultados proporcionados.

4.4.3 Material didático

Considerando que o livro-texto já está desenvolvido para a oferta

do curso inteiro, não seria possível alterá-lo no intuito de melhoria. O

que é possível e que se sugere fazer é que seja construído material

complementar para cada disciplina atualizado. Como o material foi

desenvolvido antecipadamente, pode ficar desatualizado. Desta forma

caberia ao professor que ministra a disciplina fazer esta atualização em

material complementar, no AVEA, nas videoaulas e nas

videoconferências.

Além do professor pensar nesta atualização, deveria haver antes

do início de cada semestre letivo o planejamento das atualizações que

serão feitas, com envolvimento da coordenação e dos docentes, para

desta forma pensar-se também na garantia da interdisciplinaridade e da

contextualização, bem como no desenvolvimento da educação do

estudante.

Outra sugestão de melhoria refere-se a forma de apresentação as

videoaulas e das videoconferências. Deveria haver a legenda de todo o áudio. Seria uma forma de inclusão de pessoas com deficiências

auditivas. Já que os polos de apoio presencial devem ser adequados ao

acesso de pessoas com necessidades especiais, acredita-se que esta

sugestão seria mais uma forma de inclusão.

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115

4.4.4 Avaliação

Embora esteja prevista a avaliação de 360 graus na gestão do

curso, ainda não está sendo aplicada. Desta forma, sugere-se a

implantação deste tipo de avaliação ao final de cada semestre letivo,

realizando-se a avaliação pelos estudantes, tutores, professores e

coordenadores. Em consonância à proposta de acompanhamento da

efetiva execução do projeto pedagógico, este tipo de avaliação

subsidiaria o aperfeiçoamento dos sistemas de gestão e pedagógico do

curso. A avaliação deve considerar os seguintes aspectos: desempenho

do estudante, desempenho dos tutores, desempenho dos professores,

sistema de tutoria, AVEA, qualidade de todos os materiais didáticos,

qualidade e adequação do atendimento administrativo, desempenho da

coordenação do curso e eficácia do programa.

4.4.5 Equipe multidisciplinar

A equipe multidisciplinar é composta pelo corpo docente, tutores,

designers, revisores, produtores audiovisual e pessoal técnico-

administrativo.

Ao corpo docente, sugere-se que o mesmo participe de

capacitações periódicas sobre EaD, envolvendo o conhecimento de

novas tecnologias e ferramentas comunicacionais. Desta forma, estariam

habilitados a implementar as ferramentas sugeridas no elemento

sistemas de comunicação, e também poderiam desenvolver os materiais

complementares, videoaulas, videoconferências, de forma mais efetiva

para a proposta de EaD. Além disso, sugere-se também que seja criada

uma biblioteca virtual no AVEA para cada disciplina, contendo textos

complementares e seus respectivos resumos, instigando assim ao

estudante pesquisar.

Aos tutores, sugere-se também maior capacitação, tanto

relacionada a EaD, quanto relacionadas ao material didático e ao

processo de orientação. Visto ser um motivador ao estudante a distância,

deveriam ser enfatizadas técnicas motivacionais a serem aplicadas aos

estudantes. Hoje há capacitações em comum aos outros cursos na UFSC,

que fazem parte da UAB. Acredita-se que para maior efetividade do processo de formação, deveria ser desenvolvido um plano de

capacitação permanente e a distância, exclusivo do CAD. Desta forma, a

qualquer tempo o tutor poderia estar se capacitando.

Em relação à equipe multidisciplinar, há sugestão em relação aos

profissionais que trabalham na gestão dos cursos, na dimensão

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tecnológica. Hoje o AVEA é configurado pelo INE. Acredita-se que o

AVEA deveria ser customizado e personalizado por cada curso, por um

profissional que trabalhe junto à gestão do curso, pois os AVEAs de

todos os cursos da UFSC são idênticos em sua apresentação.

4.4.6 Infra-estrutura de apoio

Em relação à infra-estrutura, sugere-se que haja maior espaço

físico e maior proximidade entre as instalações. Ou seja, hoje a

coordenação, a tutoria e a equipe de produção de recursos didáticos

encontram-se em localizações diferentes uma das outras. Acredita-se

que a proximidade das instalações permitiria um maior alinhamento

entre as ações de cada frente.

4.4.7 Gestão acadêmico-administrativa

Este elemento configura-se como uma integração de todos os

elementos. Em relação à integração, sugere-se que haja maior integração

entre todos os elementos estruturantes, ou seja, que as ações da tutoria,

dos docentes, da coordenação, dos polos de apoio presencial, da equipe

de desenvolvimento de recursos didáticos, sejam mais alinhadas. Para

tanto, após implementada a avaliação 360 graus sugerida no elemento

avaliação, a cada fim de semestre poderia haver o planejamento do

semestre seguinte baseando-se nos resultados da avaliação, e com o

envolvimento de toda a equipe multidisciplinar.

4.4.8 Sustentabilidade financeira

Embora a planilha de custos seja estabelecida de acordo com as

orientações e determinações da UAB, sugere-se que haja um

acompanhamento e controle da execução dos recursos financeiros por

semestre, objetivando verificar em longo prazo a relação exata entre

custo/benefício. Deve-se inclusive fazer uma comparação entre a oferta

do curso em cada polo, verificando o custo por estudante em cada

região.

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117

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para Vergara (1997) a conclusão decorre da análise e discussão

do problema de pesquisa. Nessa parte do trabalho também devem ser

inclusas sugestões e recomendações sobre novas pesquisas, já que um

estudo de tal categoria nunca se esgota em si mesmo. Assim, este

capítulo foi subdividido em conclusões e recomendações, os mesmos

são apresentados a seguir.

5.1 CONCLUSÕES

A EaD em conjunto ao avanço tecnológico e da comunicação

vem ampliando as possibilidades de acesso ao conhecimento,

proporcionando assim inclusão social a uma maior parcela da

população. Isso se explica em função da principal característica da EaD,

que é a separação física entre professor e estudante.

Houve aumento expressivo na oferta de cursos superiores a

distância, crescimento necessário ao contexto nacional que ainda é tão

carente na questão educacional. Assim, esta modalidade de ensino

requer uma gestão diferenciada da aplicada em cursos presenciais,

devido às suas características próprias. A EaD deve ser aplicada de

forma mais sistemática, de modo a melhorar a qualidade, eficácia e

eficiência da educação.

Em meio a esses fatores delimitou-se o problema de pesquisa do

presente trabalho de conclusão de curso: quais são os elementos

estruturantes da oferta do curso Bacharelado em Administração Pública

a distância integrante do Programa Nacional de Formação em

Administração Pública (PNAP), na Universidade Federal de Santa

Catarina (UFSC)?

Pode-se concluir que os elementos estruturantes da oferta do

curso são: a concepção de currículo no processo de ensino e

aprendizagem (refere-se ao projeto pedagógico do curso), sistemas de

comunicação, material didático, avaliação (de aprendizagem e

institucional), equipe multidisciplinar (tutores, docentes e corpo técnico-

administrativo), infra-estrutura de apoio (coordenação acadêmico-

operacional e polo de apoio presencial), gestão acadêmico-administrativa (integração de todos os elementos), e sustentabilidade

financeira.

Em resposta ao objetivo específico de descrever o PNAP, o

programa é uma resposta à necessidade de formação de gestores

públicos para todos os níveis governamentais (municipal, estadual e

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federal), tanto de funcionários públicos já em atuação em órgãos

públicos ou do terceiro setor como de pessoas que tenham aspirações ao

exercício da função pública. O programa possui uma proposta unificada

visando a criação de um perfil nacional do administrador público.

A construção dos materiais didáticos para o programa foi feita de

forma coletiva, contanto com o envolvimento de várias universidades no

âmbito da UAB, dos coordenadores do curso Piloto em Administração,

do CFA, da ENAP e do Ministério da Saúde por meio da FIOCRUZ.

Todas as instituições que ofertarem o curso utilizarão os mesmos

materiais didáticos.

O curso Bacharelado em Administração Pública, integrante do

PNAP, vem ao encontro das necessidades das organizações públicas

contemporâneas, que buscam gestores com visão holística das ações

administrativas e políticas governamentais, capacitados para exercitar a

gestão na esfera regional, nacional e internacional, de forma a contribuir

para o alcance dos objetivos da nação.

No que diz respeito ao objetivo específico de apresentar a

instituição caracterizando o curso, a UFSC foi fundada em 1960,

iniciando suas atividades com a oferta de 9 cursos, e hoje ofertando 70

cursos de graduação, 55 especializações, 54 mestrados acadêmicos, 6

mestrados profissionalizantes e 38 doutorados. Reconhecendo a

indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, e a importância da

divulgação e popularização da ciência, a instituição persegue os

objetivos de estimular a reflexão crítica e de colaborar com a qualidade

de vida da sociedade em geral.

Já o Departamento de Ciências da Administração foi fundado em

1970. A concepção da criação do curso foi em resposta à demanda da

economia catarinense que, no início dos anos 1960, clamava por mais

administradores para conduzir os seus destinos.

Entre os cursos que o departamento oferece, há o curso

Bacharelado em Administração Pública a distância iniciou suas

atividades em 16 de novembro de 2009. É ofertado a 300 estudantes

distribuídos nos seguintes polos de apoio presencial: Araranguá,

Chapecó, Florianópolis, Joinville, Lages e Tubarão.

No que tange ao objetivo específico de identificar os elementos

estruturantes da oferta do curso na UFSC, foram verificados oito elementos. O primeiro elemento é a concepção de currículo no processo

de ensino e aprendizagem. Foram então analisados os princípios

epistemológicos e profissionalizantes que nortearam a concepção do

projeto pedagógico do curso.

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119

O segundo elemento são os sistemas de comunicação. Foram

verificadas as ferramentas (AVEA, videoaulas, videoconferências,

telefone, e-mail, fax e correio) que favorecem a interação e

interatividade entre os atores do curso, necessárias ao processo de

ensino-aprendizagem bem como à construção do conhecimento.

O terceiro elemento é o material didático. Verificou-se que os

livros-texto foram desenvolvidos pelo Programa, cabendo à UFSC a

produção de materiais complementares, videoaulas, videoconferências e

AVEA. Construiu-se também um Guia do Estudante e um livro-texto de

Introdução à Educação a Distância.

O quarto elemento é a avaliação, que desmembra-se em avaliação

de aprendizagem e avaliação institucional. A avaliação de aprendizagem

do curso pretende ser um instrumento que possibilite a identificação do

desenvolvimento das competências do estudante (atitudes,

conhecimentos e habilidades). Já a avaliação institucional ainda não é

aplicada, porém está prevista para ser em 360 graus, de forma

continuada, realizada pelos atores do processo de ensino-aprendizagem.

O quinto elemento é a equipe multidisciplinar. A equipe

multidisciplinar que atua no curso é composta pelo corpo docente,

tutores, designers instrucional e gráfico, revisores de texto, produtor

audiovisual e pessoal técnico-administrativo, este último com funções

de apoio administrativo e funções técnicas para produção e manutenção

das TICs utilizadas no curso.

O sexto elemento é a infra-estrutura de apoio. Este elemento

desmembra-se em coordenação acadêmico-operacional (sala de tutoria,

sala de professores e coordenação e equipe de produção de recursos

didáticos CAD/UFSC) e em polos de apoio presencial (Araranguá,

Chapecó, Florianópolis, Joinville, Lages e Tubarão).

O sétimos elemento é a gestão acadêmico-administrativa.

Configura-se na integração de todos os elementos estruturantes do curso.

E por fim, o oitavo elemento é a sustentabilidade financeira, que

desmembra-se em investimentos de curto e médio prazo e custeio.

Em relação ao objetivo específico propor um plano de ações

visando a melhoria da oferta do curso, foram propostas ações para cada

um dos oito elementos estruturantes pesquisados.

Diante disso, conclui-se que os objetivos desse trabalho foram alcançados. Apresentam-se a seguir recomendações para futuros

trabalhos.

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120

5.2 RECOMENDAÇÕES

Destaca-se como recomendação para novos trabalhos, a

realização de estudo semelhante comparativo entre as outras instituições

que ofertam o curso, o que contribuiria para a melhoria do PNAP para

possíveis reedições.

A construção de um plano de avaliação do curso, contemplando

todos os envolvidos na gestão do curso e os estudantes.

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APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA

Sistemas de Comunicação

1) Como ocorre a comunicação entre estudantes e alunos?

2) Como ocorre a comunicação entre estudantes e tutores

presenciais?

3) Como ocorre a comunicação entre estudantes e tutores a

distância?

4) Como ocorre a comunicação entre estudantes e

professores?

5) Qual o sistema utilizado para o Ambiente Virtual de

Aprendizagem?

6) Quais ferramentas possibilitam interatividade ao

estudante?

7) Como é feito o registro das atividades do estudante?

8) Quais os meios de comunicação utilizados: telefone, fax,

correio eletrônico, videoconferência, fórum de debate, ...?

9) Qual a frequência em que ocorrem encontros presenciais e

qual a exigência mínima?

10) A forma de comunicação está explícita no Projeto

Pedagógico?

11) Qual a quantidade de estudantes por tutor?

12) Quais os horários de atendimento da tutoria presencial?

13) Quais os horários de atendimento da tutoria a distância?

14) Quando há a previsão dos momentos presenciais, com

quanto tempo de antecedência é disponibilizado o calendário?

15) Os alunos dispõem de atendimento de algum outro

profissional?

16) Como é feita a matrícula dos estudantes, utiliza-se o

CAGR?

17) O que acontece se o estudante falta nas avaliações

presenciais? Pode fazer a avaliação em outra data?

18) E a recuperação?

19) E se reprovar? 20) Como é dado o feedback ao estudante? Apenas pelo tutor

ou pelo professor também?

21) Existe um sistema de acompanhamento ao estudante?

Existe estabelecido um número mínimo de contatos que o tutor

deve realizar com o estudante?

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22) Como ocorrem os chats?

23) E os fóruns?

24) Como ocorrem as interações em tempo real?

25) Como é realizada a supervisão dos tutores presenciais e a

distância, há avaliação dos mesmos?

26) Como é o contato do estudante com o Polo, por meio do

coordenador ou do tutor?

Avaliação

1) A avaliação é apenas por meio das provas presenciais, ou

há outros tipos de avaliação?

2) Há regra estabelecida ou depende do professor?

3) Há atividades que estimulem a produção de conhecimento,

de pesquisa?

4) Como são as avaliações a distância?

5) E as presenciais?

6) Têm pesos diferentes?

7) Há algum tipo de pesquisa de opinião sobre o curso?

Fórum de opinião? Fórum de reclamação?

Professores

1) Há interação dos mesmos com os estudantes?

2) Há interação em tempo real?

3) O professor capacita os tutores?

4) Com quanto tempo de antecedência ao início da disciplina

há a capacitação?

5) Quem faz o contato com o professor?

6) Ele auxilia nas dúvidas dos estudantes?

7) O tutor pode dirigir-se diretamente ao professor?

Tutores

1) Qual é o papel do tutor presencial?

2) Qual é o papel do tutor a distância? 3) Qual é a formação exigida dos tutores?

4) Quantos tutores há a distância?

5) E o presencial, é exclusivo do curso, ou atende aos outros

cursos de administração?

6) Como é a capacitação dos tutores?

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7) Há capacitações periódicas?

Corpo técnico-administrativo

1) Quem é responsável pela manutenção do AVEA?

2) Quem é responsável pela manutenção do banco de dados?

3) Quem desenvolve as atividades de secretaria? É o DAE?

Como que o estudante solicita algum documento?

4) E a certificação, como é feita, no caso das atividades

complementares?

5) Quem registra notas, disciplinas cursadas, frequências,

transferências?

6) Além de tutor, supervisor, coordenadores e professores, há

mais quais profissionais envolvidos?

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APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO AOS POLOS DE APOIO

PRESENCIAL

Prezado Tutor presencial do curso Bacharelado em Administração

Pública,

O presente questionário refere-se ao trabalho de conclusão de curso da

acadêmica Érika Alessandra Salmeron Silva, do curso de Ciências da

Administração da Universidade Federal de Santa Catarina, e tem por

objetivo verificar as características deste Polo, bem como os aspectos

inerentes ao curso Bacharelado em Administração Pública.

1. Há quanto tempo o Polo existe?

2. Há biblioteca no Polo?

3. Há algum profissional que trabalhe nesta biblioteca? Caso

positivo, qual é a formação deste profissional?

4. Há sala de estudo em grupo? E sala individual?

5. Quantos computadores há no laboratório de informática?

Há um profissional técnico que dê suporte ao laboratório de

informática?

6. Há secretaria no Polo? Há algum profissional que

desenvolva a atividade de secretário no Polo?

7. Há sala para atendimento aos alunos em grupos pequenos?

Há sala mais ampla para atendimento a grandes grupos e

desenvolvimento das avaliações presenciais?

8. Há equipamentos e sala adequada para atividades de vídeo

e teleconferência? Quantas salas? Quantos lugares cada sala

comporta?

9. O Polo é adaptado para o recebimento de pessoas

portadoras de necessidades especiais?

10. Qual o horário de atendimento do Polo? Qual o horário de

atendimento aos alunos do curso Bacharelado em Administração

Pública?

Muito obrigada pela colaboração!

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ANEXO A – ORIENTAÇÕES AOS LEITORES

Prezado(a) parecerista:

Você foi convidado(a) para dar seu parecer técnico sobre um

texto didático produzido para o curso de Administração Pública, no

âmbito do Sistema Universidade Aberta do Brasil.

Sabemos de sua competência acadêmica para avaliar esse texto,

que será utilizado por estudantes matriculados no referido curso,

oferecido na modalidade a distância. Gostaríamos, porém, de apontar

alguns aspectos que poderão contribuir para que você melhor

compreenda a função do texto didático num curso a distância.

Trata-se de texto escrito com a finalidade de ensinar

determinados conteúdos (definidos na Ementa do curso) a um estudante

que não poderá, no momento da leitura do texto, contar com a presença

física do professor e/ou de um tutor. Portanto, deverá ser um texto que

permita a esse estudante realizar leitura compreensiva, de maneira

individual.

Por isso, o texto deve ter sido escrito pelo autor numa

linguagem clara, simples, coloquial e, principalmente, num processo

dialógico, que possibilite ao leitor condições para que ele construa o

conhecimento.

Solicitamos, então, sua especial atenção para que indique, no seu

Parecer, se o conteúdo está adequado a um estudante de um curso de

bacharelado e se a maneira como o conteúdo está desenvolvido

possibilita compreensão por parte do leitor.

Quanto ao texto, no que diz respeito ao conteúdo científico e

acadêmico,

algumas orientações também se tornam necessárias.

(em seguida reforçamos algumas orientações para avaliar o

conteúdo)

Verifique:

- os conceitos, se descritos de maneira precisa;

- a seqüência temática;

- a lógica e coesão textual;

- a atualidade e pertinência dos temas tratados; - as exemplificações adequadas ao campo da Administração

Pública;

- por fim, façam uma consulta às disciplinas irmãs para verificar

se não há sobreposição de conteúdos, já que alguns autores vão além de

suas ementas.

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Estas orientações são importante pois, após a aprovação do

material pelos leitores, ainda há uma validação pela Comissão Editorial.

O material somente é aprovado com o ok final da Comissão Editorial.

Por esta razão solicitamos que o trabalho seja feito de forma muito

criteriosa.

Bom trabalho e, em caso de dúvida quanto aos procedimentos,

entre em contato com a equipe de apoio da UFSC. Saudações.

Comissão Editorial do PNAP

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ANEXO B – CHECK-LIST DE AVALIAÇÃO DO MATERIAL

DIDÁTICO PELO LEITOR

PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - UAB

ORIENTAÇÕES PARA AVALIAÇÃO DO LEITOR -

BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA1

Prezado leitor, As orientações abaixo visam apontar indicadores que

possam nortear a avaliação no que diz respeito ao material didático elaborado pelos autores das disciplinas do Bacharelado em Administração Pública. É fundamental que a avaliação seja postada no ambiente virtual, no espaço do fórum da disciplina avaliada. Desta forma, é desnecessário o envio de e-mail com estas informações para a comissão editorial ou para a equipe

de produção da UFSC. Alguns itens aqui indicados, remetem ao Projeto

Pedagógico do Curso que está disponível para acesso no ambiente virtual, junto com “Materiais e Orientação para Produção do Conteúdo”, no item “Material de Apoio aos Autores”.

Vamos fazer deste um importante momento de troca. É

fundamental a comunicação entre autor e leitor e os canais são oferecidos no ambiente virtual. Bom trabalho!

1. Ementa:

- O conteúdo está de acordo com a ementa proposta.

2. Apresentação:

- Aborda a importância da Disciplina no contexto do Curso. - Aborda a relação da Disciplina com a formação profissional e humanística do estudante. - Aborda a relação entre o conteúdo das Unidades.

3. Sumário:

- Corresponde à ordem dos tópicos do texto.

1 Fonte: Este roteiro foi adaptado de NEAD/UFPR (2008).

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4. Texto:

- Leva em consideração os objetivos do Programa (item 3 do projeto pedagógico), a concepção do Programa (item 5 do projeto pedagógico), as características do público-alvo e as competências a serem desenvolvidas (item 4 do projeto pedagógico).

- A intencionalidade do texto está coerente com os

objetivos de aprendizagem da Disciplina. - Utiliza o referencial teórico básico indicado no projeto

pedagógico.

5. Figuras, quadros, gráficos e tabelas:

- Estão identificadas com o título. - Estão identificadas com a fonte. - Estão contextualizadas no conteúdo do texto (são

significativas, estão inseridas na seqüência de idéias do texto etc).

- Estão referenciadas no texto (há um texto introdutório no parágrafo anterior, ou um texto explicativo,

no parágrafo seguinte).

6. Diálogo:

- O corpo das Unidades apresenta textos em forma de diálogo com o estudante.

- O texto oferece sugestões de leituras complementares com a indicação de “saiba mais”.

- Há no texto indicações de links e glossários.

7. Atividades: - No final de cada Unidade, são apresentadas atividades

integradoras do estudo e que abranjam o conteúdo abordado.

8. Resumo: - Há no final de cada Unidade, um resumo abordando os

principais tópicos trazidos na Unidade.

9. Referências:

- Todos os autores citados no texto contam nas referências.

10. Outros itens que julgar pertinente

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ANEXO C – ORIENTAÇÕES AOS AUTORES PELA EQUIPE DE

LINGUAGEM EAD

PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - PNAP

Prezado(a) autor(a):

Você está na fase final de produção do texto didático de sua

disciplina. Deve ter percebido que se trata de processo colaborativo, de

troca de experiências, saberes e olhares, pois diferentes leitores

participaram na leitura do seu texto, com sugestões e críticas

construtivas.

Essa é uma característica da modalidade a distância. Não é mais

só o professor sozinho que ensina, como acontece comumente no

presencial, mas é um coletivo de profissionais. Assim, além dos atuais

leitores outros irão participar, como os professores das instituições onde

o curso será oferecido, os tutores, os alunos e, neste momento, a equipe

da Universidade Federal de Mato Grosso, com a função de “designer

educacional”. O que vem a ser isso?

Você está escrevendo não um artigo ou um trabalho monográfico,

mas um texto didático, isto é, um texto que tem a função de ensinar, ou

melhor, a de levar o aluno a aprender. Por isso esse texto é produzido

com os cuidados pedagógicos que um professor deve ter quando atua.

Ensinar a distância, por meio de um texto, é diferente de ensinar

presencialmente, face-a-face com o aluno. Mas, como fazer isto?

Você recebeu algumas orientações antes de iniciar a produção do

seu texto. É uma caminhada em que todos nós, na EaD, aprendemos ao

caminhar. Daí a importância da leitura do seu texto por parte de

especialistas que tenham o olhar pedagógico em EaD.

Para isso, a UAB convidou a equipe da UFMT a participar do

PNAP, equipe esta que vem atuando na produção de material didático

para EaD desde 1992, para fazer a leitura didático-pedagógica do seu

texto, como “designer educacional”.

Assim, pedimos licença para participar da caminhada na

produção do seu texto didático. Pode ficar tranqüilo. Nós não iremos entrar no mérito do conteúdo, dos temas e da abordagem. Essa leitura já

foi realizada por seus pares. Nossa leitura terá como objetivo olhar o

texto no seu “formato” didático (daí a palavra “designer educacional”).

Mas, em que consiste essa leitura?

Iremos analisar, em linhas gerais:

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142

- se o seu texto ajuda o aluno a compreender o que você está

ensinando;

- se a maneira como você expõe o conteúdo (a linguagem, os

exemplos, as atividades, as ilustrações), contribui no processo de

aprender do leitor;

- se a linguagem está adequada ao nível cognitivo do aluno a que

se destina o texto.

Você receberá, então, de nossa equipe, orientações/sugestões para

o processo ensino-aprendizagem, para que seu texto ganhe leveza e

maior “legibilidade”.

Agradecemos por possibilitar nossas “intromissões” no seu texto.

Esperamos que elas sejam significativas para qualificar mais ainda seu

texto didático.

Saudações universitárias

Equipe UFMT

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ANEXO D – MATRIZ CURRICULAR

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