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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA COLÉGIO POLITÉCNICO DA UFSM CURSO DE TECNOLOGIA EM GEOPROCESSAMENTO ATIVIDADES TÉCNICAS REALIZADAS NA EMPRESA TECNOCAMPO RELATÓRIO DE ESTÁGIO Cristiane Martins Moreira Santa Maria, RS, Brasil 2015

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA COLÉGIO … · LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS APP Áreas de Preservação Permanente CAD ... estudadas, obtendo uma compreensão prática da área

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA COLÉGIO POLITÉCNICO DA UFSM

CURSO DE TECNOLOGIA EM GEOPROCESSAMENTO

ATIVIDADES TÉCNICAS REALIZADAS NA EMPRESA TECNOCAMPO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Cristiane Martins Moreira

Santa Maria, RS, Brasil 2015

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ATIVIDADES TÉCNICAS REALIZADAS NA EMPRESA TECNOCAMPO

Cristiane Martins Moreira

Relatório de estágio apresentado ao Curso Tecnologia em Geoprocessamento, do Colégio Politécnico da Universidade Federal de

Santa Maria, como requisito parcial para a obtenção do grau de Tecnóloga em Geoprocessamento

Orientadora: Profª. Drª. Ana Caroline Paim Benedetti

Santa Maria, RS, Brasil 2015

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Universidade Federal de Santa Maria Colégio Politécnico da UFSM

Curso de Tecnologia em Geoprocessamento

A Comissão Examinadora, abaixo relacionada aprova o Relatório de Estágio

ATIVIDADES TÉCNICAS REALIZADAS NA EMPRESA TECNOCAMPO

elaborado por

Cristiane Martins Moreira

como requisito parcial para a obtenção do grau de Tecnóloga em Geoprocessamento

COMISSÃO EXAMINADORA

Ana Caroline Paim Benedetti, Dra. (Orientadora)

Valmir Viera, Dr. (UFSM)

Gláucia Vieira Pires, Tecgª. Geo (UFSM)

Santa Maria, 30 de novembro de 2015.

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Universidade Federal de Santa Maria Colégio Politécnico da UFSM

Curso de Tecnologia em Geoprocessamento

ATIVIDADES TÉCNICAS REALIZADAS NA EMPRESA TECNOCAMPO

Relatório de Estágio realizado na TECNOCAMPO

elaborado por Cristiane Martins Moreira

Profª.Drª. Ana Caroline Paim Banedetti (Orientadora)

Eng. Agr. João Chagas Cauduro (Diretor da Empresa)

Cristiane Martins Moreira (Estagiária)

Santa Maria, 30 de novembro de 2015.

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RESUMO

Relatório de Estágio Colégio Politécnico da UFSM

Universidade Federal de Santa Maria

ATIVIDADES TÉCNICAS REALIZADAS NA EMPRESA TECNOCAMPO

AUTORA: CRSTIANE MARTINS MOREIRA ORIENTADORA: PROFª. DRª. ANA CAROLINE PAIM BENEDETTI

Santa Maria, 30 de novembro de 2015.

O estágio supervisionado, de 300 horas, como requisito para obtenção do grau de

Tecnóloga em Geoprocessamento do Colégio Politécnico – UFSM, foi desenvolvido na

Empresa Tecnocampo – Representações Comerciais LTDA, localizada no município de

Santa Maria – RS, tendo como objetivo possibilitar a aplicação prática da teoria aprendida

nas aulas, proporcionando assim maior assimilação dos conteúdos. Durante a realização do

mesmo foi possível acompanhar a rotina do escritório da empresa, executando tarefas e

trabalhos realizados pela mesma, grande parte concentrada na produção de mapas para a

realização de Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO).

Através desseestágio adquiri experiência de trabalho, utilizandoo conhecimento teórico

construído durante as aulas, assim como obtive a oportunidade de convívio direto com a

realidade de produtores e empresas rurais.

Palavras-chave: Estágio. Tecnocampo. Experiência de trabalho.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Esquema de vôo fotogramétrico ................................................................. 20

Figura 2 - Imagem obtida através de sensores aerotransportados ............................ 20

Figura 3 - Imagem georreferenciada juntamente com o polígono da área a ser

mapeada. ...................................................................................................................... 27

Figura 4 - Percurso da propriedade Estância do Chalé até o município de Santana

do Livramento ............................................................................................................... 28

Figura 5 - Trajeto da propriedade Estância do Chalé até o município de Rosário do

Sul ................................................................................................................................. 29

Figura 6 - Croqui parcial da propriedade ..................................................................... 32

Figura 7 - Croqui de localização da Fazenda Estância do Chalé ............................... 34

Figura 8 - Carta do Exército da Fazenda Estância do Chalé ..................................... 36

Figura 9 - Checklist- FEPAM ........................................................................................ 38

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LISTA DE TABELA

Tabela 1- Áreas de uso do solo da propriedade Estância do Chalé..........................31

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APP Áreas de Preservação Permanente

CAD Computer-Aided Design

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

FEPAM Fundação Estadual de Proteção Ambiental

INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

Km quilômetros

KML Keyhole Markup Language

LI Licença de Instalação

LO Licença de Operação

LP Licença Prévia

SIG Sistema de Informação Geográfica

UTM Universal Transversa de Mercator

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................. 10

1.1 Justificativa ........................................................................................................... 10

1.2 Apresentação da Empresa .................................................................................. 10

1.3 Objetivo Geral ....................................................................................................... 11

1.4 Objetivos Específicos .......................................................................................... 11

2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................ 13

2.1Licenciamento Ambiental.................................................................................... 13

2.2 Dificuldades no Licenciamento Ambiental ....................................................... 15

2.3 Cartografia............................................................................................................. 16

2.3.1 Mapas .................................................................................................................. 21

2.4 Desenho Auxiliado por Computador ................................................................. 22

3 METODOLOGIA .................................................................................................. 25

3.1 Material .................................................................................................................. 25

3.2 Atividades realizadas ........................................................................................... 25

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................... 31

4.1 Croqui parcial da propriedade ............................................................................ 31

4.2 Croqui de localização da Fazenda Estância do Chalé .................................... 33

4.3 Carta do Exército da Fazenda Estância do Chalé ............................................ 35

4.4 Renovação de Licenças Ambientais ................................................................. 37

5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 39

REFERÊNCIAS........................................................................................................ 40

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1 INTRODUÇÃO

O presente relatório tem como intuito descrever as atividades desenvolvidas

durante o Estágio curricular obrigatório do Curso Superior de Tecnologia em

Geoprocessamento da Universidade Federal de Santa Maria. O estágio foi realizado

na Empresa Tecnocampo – Representações Comerciais LTDA, localizada no

município de Santa Maria, Rio Grande do Sul, no período de 21 de julho de 2015 a

30 de outubro de 2015, totalizando uma carga horária de 300 horas, executadas sob

orientação da Professora Ana Caroline Paim Benedetti e supervisão da Engenheira

Florestal Gisele Gomez de Oliveira.

1.1 Justificativa

O estágio curricular é de caráter obrigatório e tem como finalidade cumprir um

requisito para a obtenção do grau de Tecnólogo em Geoprocessamento. É através

do estágio que se pode colocar em prática os conhecimentos adquiridos em sala de

aula, desenvolvendo habilidade e hábitos pertinentes e indispensáveis

posteriormente na vida profissional.

Com o estágio se pode desenvolver melhor a capacidade de trabalho em

equipe, oportunizando aos alunos um conhecimento amplo das disciplinas

estudadas, obtendo uma compreensão prática da área do Geoprocessamento e

constatando o quanto essa área é importante no mercado profissional.

1.2 Apresentação da Empresa

A Empresa Tecnocampo – Representações Comerciais LTDA., está a mais

de sete anos no mercado de trabalho, localizada na Rua Serafim Valandro, número

835, sala 22, na cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul. É composta por uma

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equipe qualificada e interdisciplinar, sendo eles dois sócios da empresa,

Engenheiros Agrônomos, duas Engenheiras Florestais, um Geógrafo e estagiários

de diversos cursos da área rural.

A mesma tem como missão, trabalhar em todos os projetos com eficiência,

honestidade e profundo respeito às legislações vigentes no país, para isso são

prestados os serviços de:

* Licença Ambiental;

* Laudos;

* Outorga d’água;

* Levantamentos Topográficos;

*Georreferenciamento;

*Altimetria;

*Planimetria;

*Certificações junto ao INCRA;

*Projetos de Custeio;

*Projetos de irrigação;

*Planejamento;

*Assistência técnica rural.

1.3 Objetivo Geral

O objetivo geral do estágio foi colocar em prática conhecimentos adquiridos

no decorrer do curso de graduação, aprimorando tais conhecimentos e visando a

formação de um profissional que atenda as expectativas do mercado de trabalho.

1.4 Objetivos Específicos

Como objetivos específicos destacam-se a seguintes atividades propostas

pela empresa para execução durante o estágio:

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Análise e estudo da área a ser mapeada;

Produção de mapas para fins de Licenciamento Ambiental;

Auxílio na preparação dos pedidos de renovação de Licenças Ambientais.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Licenciamento Ambiental

O Licenciamento Ambiental constitui-se uma exigência dos órgãos públicos

para a construção de uma determinada atividade que possa vir a danificar o meio

ambiente, serve como uma proteção ao mesmo, evitando riscos maiores no futuro.

Através do Licenciamento Ambiental há a conciliação do desenvolvimento

econômico com o uso dos recursos naturais, de modo a assegurar a

sustentabilidade do meio ambiente, nos seus aspectos físicos, socioculturais e

econômicos. Sendo então um processo administrativo, que autoriza a localização,

instalação, ampliação e operação dos projetos ou atividades (O ECO, 2013).

Segundo Miláre (2009), o licenciamento ambiental consiste em um importante

instrumento de gestão do ambiente, por meio dele, a Administração Pública busca

realizar o necessário controle sobre as atividades humanas que interferem nas

condições ambientais de forma a compatibilizar o desenvolvimento econômico com

a preservação do equilíbrio ecológico.

Antunes (2007) diz o que licenciamento ambiental é o mais importante dentre

todos os mecanismos de controle das atividades econômicas potencialmente

degradadoras do meio ambiente.

O licenciamento é um dos instrumentos de gestão ambiental estabelecido

pela lei Federal n.º 6938, de 31/08/81, também conhecida como Lei da Política

Nacional do Meio Ambiente.

Em 1997, a Resolução nº 237 do CONAMA - Conselho Nacional do Meio

Ambiente definiu as competências da União, Estados e Municípios e determinou que

o licenciamento deverá ser sempre feito em um único nível de competência.

(FEPAM, 2002).

A Resolução CONAMA n°237 de 19 de dezembro de 1997 define o

licenciamento como:

Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de

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empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso (Art. 1º CONAMA 237/97).

Sendo assim no processo do licenciamento ambiental são analisadas as

atividades que podem causar algum impacto no meio ambiente, tais como: seu

potencial ou sua capacidade de gerar líquidos poluentes (despejos e efluentes),

resíduos sólidos, emissões atmosféricas, ruídos e o potencial de risco, como por

exemplo, explosões e incêndios.

A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM) ressalta que algumas

atividades causam danos ao meio ambiente principalmente na sua instalação. É o

caso da construção de estradas e hidrelétricas, por exemplo.

A seguir são descritas as fases que compreendem o Licenciamento

Ambiental:

Licença Prévia (LP)

Deve ser solicitada na fase inicial do projeto, ou seja, no planejamento da

implantação, alteração ou ampliação do empreendimento. Essa licença apenas

estabelece algumas exigências técnicas para o desenvolvimento do projeto, contudo

não autoriza a sua instalação (FEPAM, 2002).

Segundo o Art. 18º da Resolução CONAMA nº 237/97 o prazo de validade da

Licença Prévia (LP) deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de

elaboração dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou

atividade, não podendo ser superior a 5 (cinco) anos.

Licença de Instalação (LI)

Essa licença aprova os projetos, a mesma autoriza o início da obra de

implantação do empreendimento. Sendo concedida somente depois de serem

atendidas as solicitações da Licença Prévia (FEPAM, 2002).

O prazo de validade da Licença de Instalação (LI) deverá ser, no mínimo, o

estabelecido pelo cronograma de instalação do empreendimento ou atividade, não

podendo ser superior a 6 (seis) anos (Art. 18º da Resolução CONAMA nº 237/97).

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Licença de Operação (LO)

É a licença que autoriza o funcionamento das atividades do empreendimento,

sendo concedida após as exigências da Licença de Instalação serem atendidas

(FEPAM, 2002).

O prazo de validade da Licença de Operação (LO) deverá considerar os

planos de controle ambiental e será de, no mínimo, 4 (quatro) anos e, no máximo, 10

(dez) anos (Art. 18º da Resolução CONAMA nº 237/97).

Côrrea (2011), ressalta que o licenciamento ambiental, apesar de estar

dividido em três fases distintas, não deve ser feito isolando-se as mesmas, é

necessário se fazer um estudo comum, uma abordagem única e completa de toda a

obra a ser licenciada, analisando-a como um todo.

Portanto o licenciamento só existe porque a atividade ou a obra podem

oferecer potencial ou efetiva degradação ao meio ambiente (CÔRREA, 2011).

2.2 Dificuldades no Licenciamento Ambiental

Para a construção, como também para a autorização do funcionamento das

atividades de um empreendimento, são requisitadas diversas fases para se obter

uma licença ambiental o que muitas vezes por demoras nas análises dos

documentos muitas obras acabam ficando paralisadas por entraves ambientais

(WEGRZYNOVSKI, 2006).

De acordo com Acioli (2009) frente à crise financeira, os entraves para

obtenção de licenciamento ambiental significam freios nos investimentos do setor

privado. Entre os problemas mais destacados são, demora na análise dos

documentos, custo elevado para cumprir as obrigações exigidas, dificuldade de

identificar os critérios técnicos exigidos pelos órgãos ambientais.

Contudo, essas dificuldades geraram outros obstáculos: aumentaram as

cobranças para liberação de crédito para projetos que precisam de documentos.

Se a pressão por mais agilidade na concessão das licenças ambientais é

justa, por outro lado há a preocupação com a natureza. Portanto necessitaria de

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haver um método com que houve conciliação com as exigências da legislação de

proteção ambiental com as necessidades de desenvolvimento (WEGRZYNOVSKI,

2006).

Segundo o Art. 14 da Resolução CONAMA nº 237/97 o prazo máximo de um

licenciamento é de 6 (seis) meses a contar do ato de protocolar o requerimento até

seu deferimento ou indeferimento. O prazo de validade de cada licença varia de

atividade para atividade de acordo com a tipologia, a situação ambiental da área

onde está instalada, e outros fatores.

Sendo assim Pereira (2015) explica que em 2010 quando um processo

ingressava na Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM), o prazo médio

de tramitação era de 649 dias, no entanto cinco anos depois esse tempo médio

passou para 909 dias, atrasando muitas obras e investimentos para as cidades,

como também provocando perdas a economia gaúcha.

A secretária do Ambiente e presidente interina da FEPAM, Ana Pellini, está

determinada a mudar esse cenário. Para isso, planeja implantar uma série de

mudanças no órgão com o objetivo de reduzir para 180 dias o prazo médio de

tramitação dos pedidos (PEREIRA, 2015).

De acordo com o mesmo autor, o vice-presidente do Sindicato da Indústria da

Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem no RS (Sicepot-

RS), Cylon Rosa Neto, ressalta que as normas deveriam ser mais enxutas e

objetivas, pois, no formato atual, engessam o Estado e o País.

2.3 Cartografia

A cartografia é a representação gráfica da superfície terrestre, tendo como

objetivo analisar e interpretar a mesma, para isso são utilizados mapas, croquis,

plantas, etc. Segundo Pena (2015), ela é abordada tanto como uma ciência como

uma expressão de arte, uma vez que também permite a produção de imagens e

construções culturais sobre os espaços por ela representados. Pena (2015) ainda

ressalta que em algumas definições a cartografia pode ser entendida como sendo o

conjunto de técnicas resultantes da observação direta ou indireta (através do uso de

imagens ou aparelhos) para documentar, retratar e representar o espaço natural e

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geográfico para a produção de cartas, mapas, plantas, maquetes e outros

documentos.

Essencial para o ensino da Geografia, a cartografia tornou-se importante na

educação contemporânea, tanto para o aluno atender às necessidades do seu

cotidiano quanto para estudar o ambiente em que vive(BRITO, 2014). Sendo assim

a cartografia vem sendo de muita utilidade para uso muitas vezes no dia a dia,

interpretando mapas, analisando-os e tendo conhecimento do território onde se vive.

Passini et al., (1994), diz que “saber ler mapas faz com que a pessoa consiga

pensar sobre territórios e regiões que não conhece”. Procurando assim abranger os

seus conhecimentos e sua cultura através das novas percepções sobre a superfície

terrestre.

A cartografia vem sendo estudada a muitos anos, incentivando cada vez mais

importantes estudos, como a posição dos oceanos, a construção dos primeiros

mapas-múndi, como tantas outras contribuições (IUPE 1º ano, 2010).

O mais antigo mapa já encontrado foi confeccionado na Suméria, em uma pequena tábua de argila, representando um Estado. A confecção de um mapa normalmente começa a partir da redução da superfície da Terra em seu tamanho. Em mapas que figuram a Terra por inteiro em pequena escala, o globo se apresenta como a única maneira de representação exata. A transformação de uma superfície esférica em uma superfície plana recebe a denominação de projeção cartográfica (GEOGRAFIA10, 2011).

Com isso podemos observar como a cartografia foi e é importante para todo o

universo, sendo representada por mapas e cartas, a fim de demonstrar com clareza

o universo e suas composições.

Na pré-história, a Cartografia era usada para delimitar territórios de caça e pesca. Na Babilônia, os mapas do mundo eram impressos em madeira, mas foram Eratosthenes de Cirene e Hiparco (século III a.C.) que construíram as bases da cartografia moderna, usando um globo como forma e um sistema de longitudes e latitudes (SÓ GEOGRAFIA, 2007).

Podemos perceber o quanto a cartografia tem beneficiado as pessoas desde

a pré-história, antigamente usada para caça e pesca, hoje possui inúmeras

finalidades, que contribuem para o progresso do território. Através do conhecimento

e compreensão do universo em que estamos.

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Hoje, a cartografia é feita por meios modernos, como as fotografias aéreas (realizadas por aviões) e o sensoriamento remoto por satélite. Além disso, com os recursos dos computadores, os geógrafos podem obter maior precisão nos cálculos, criando mapas que chegam a ter precisão de até 1 metro (SÓ GEOGRAFIA, 2007).

Com o avanço das tecnologias, passou-se a se ter novos métodos para a

utilização da cartografia, que contribuem com uma maior precisão na elaboração dos

mapas. Existem diversas técnicas cartográficas, entre elas as mais utilizadas para

diversos trabalhos são as fotografias aéreas, procedimento denominado

aerofotografia como também o sensoriamento remoto.

Aerofotogrametria é o nome dado ao método de obtenção de dados

topográficos por meio de fotografias aéreas, geralmente, com o fim de mapeamento.

(INFO ESCOLA, 2006).

[...] é a cobertura aerofotográfica, executada para fins de mapeamento. Uma aeronave equipada com câmeras fotográficas métricas percorre o território fotografando-o verticalmente, seguindo alguns preceitos técnicos como: ângulo máximo de cambagem, sobreposição frontal entre as fotos, sobreposição lateral, entre outros (FOTO TERRA, 2015).

Portanto, como podemos observar na figura 1, aerofotogrametria é a técnica

que se utiliza de fotografias aéreas para se obter uma melhor visualização e análise

de todo um território, para fins de estudos e mapeamento. Tendo como finalidade

determinar a dimensão e a posição de diversos objetos compostos numa fotografia

(FOTOTERRA, 2015).

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Figura 1 - Esquema de vôo fotogramétrico Fonte: http://www.esteio.com.br/?pagina=servicos/oferecidos/cobertura_fot.php

Outra técnica muito utilizada nos mapeamentos da cartografia é o

sensoriamento remoto, segundo Meneses et al. (2012), sensoriamento remoto é

uma técnica de obtenção de imagens dos objetos da superfície terrestre sem que

haja um contato físico de qualquer espécie entre o sensor e o objeto.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE, 2011),

estas imagens são adquiridas através de aparelhos denominados sensores remotos.

Por sua vez estes sensores ou câmaras são colocados a bordo de aeronaves ou de

satélites de sensoriamento remoto - também chamados de satélites observação da

Terra.

Um sensor a bordo do satélite gera um produto de sensoriamento remoto

denominado de imagem, ao passo que uma câmara aerofotográfica, a bordo de uma

aeronave, gera um produto de sensoriamento remoto denominado de fotografia

aérea. A figura 2 nos mostra um exemplo de fotografia aérea obtida pelas técnicas

do sensoriamento remoto.

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Figura 2 - Imagem obtida através de sensores aerotransportados Fonte: http://www.geografia.fflch.usp.br/inferior/laboratorios/lasere/

Sendo assim, podemos analisar o quanto essas tecnologias foram

importantes para o crescimento de diversos estudos ambientais, abrangendo cada

vez mais o conhecimento sobre a superfície terrestre. Segundo INPE (2011), através

desses usos foi possível:

Atualizar a cartografia existente;

Desenvolver mapas e obter informações sobre áreas minerais, bacias de

drenagem, agricultura, florestas;

Melhorar e fazer previsões com relação ao planejamento urbano e regional;

Suporte de planos diretores municipais;

Monitoramento de mananciais e corpos hídricos superficiais;

Estimativa de área plantada em propriedades rurais para fins de fiscalização

do crédito agrícola.

Identificação de áreas de preservação permanente e avaliação do uso do

solo.

As novas tecnologias nos transmitiram infinitos benefícios a favor do meio

ambiente, podendo assim realizar mapas com altas precisões, clareza e nitidez,

características indispensáveis na produção de mapas para os estudos ambientais.

Fornecendo mapas ou plantas que contenham uma leitura acessível para que

diversas pessoas compreendam o mesmo.

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2.3.1 Mapas

Os diversos acontecimentos e necessidades motivaram o homem a querer

desvendar e compreender melhor o mundo, cria-se assim formas para representar

diversos aspectos gerais do universo, através da construção de inúmeros mapas e

plantas.

Os mapas são representações seletivas do espaço, pois neles são escolhidas

apenas aquelas informações necessárias para o entendimento de determinados

aspectos de uma área (PENA, 2013). Sendo assim mapas representam apenas um

determinado lugar ou território em que se deseja realizar um estudo ou análise.

A produção de um mapa serve na orientação e entendimento dos diversos

aspectos físicos, econômicos, sociais e culturais. Dentre os vários tipos existentes,

os principais mapas são: Mapa Político, Mapa Físico e Mapa Temático

(MARTINELLI, 2004). O mesmo autor descreve tais mapas da seguinte forma:

Mapa Político: Indica a divisão administrativa de países, estados, províncias e

cidades.

Mapa Físico: Os mapas físicos são aqueles que representam as formas do

território, ou seja, montanhas, rios, lagos, planaltos e planícies e outras

formas de relevo.

Mapa Temático: São usados para mostrar, em determinados território,

determinados elementos ou fenômenos específicos. Nestes mapas são de

grande importância a presença de símbolos (com seus significados) e

legendas explicativas.

A partir da visualização de um mapa é possível realizar uma análise de regiões de nosso convívio ou lugares muito distantes, mas que apesar disso podemos conhecer outras realidades em distintos temas como população, clima, economia entre outras (CERQUEIRA et al., 2011).

São inúmeras informações que podemos obter através de um mapa, para isso

se faz necessário que sejam produzidos com alta eficiência e clareza, para que não

fique duvidas na sua leitura. Todas as informações contidas num mapa devem ter

uma finalidade e um objetivo.

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De acordo com Cerqueira et al. (2011), o nível de eficácia dos trabalhos

cartográficos são provenientes dos diversos aperfeiçoamentos e avanços

tecnológicos que a sociedade vem atravessando nos últimos anos. Segundo o autor

ele explica que a exatidão dos mapas atuais se deve pela quantidade de tecnologias

aplicadas nas coletas de dados, sendo adquiridas através de fotografias aéreas,

imagens de satélite e radares, como também diversas informações resultantes da

pesquisa a campo, tendo nessas informações uma riqueza de detalhes.

Como observamos anteriormente, os mapas atuais estão tendo uma

excelente precisão graças ao intenso avanço das tecnologias, que nos proporcionam

um conhecimento amplo dos diversos usos do meio ambiente. Auxiliando e

contribuindo para uma melhoria nos estudos da superfície terrestre.

2.4 Desenho Auxiliado por Computador

Desenho Auxiliado por Computador, usualmente conhecido como CAD

(Computer-Aided Design) é um software desenvolvido especialmente para

desenhos, facilitando assim projetos e desenhos técnicos. O CAD é um programa

muito utilizado por diversos profissionais de diferentes áreas, como a geologia,

arquitetura, design e disciplinas diversas de Engenharia (MEDEIRO, 2013).

Segundo o Dietrich (2014) o uso desoftwares para ajudar a desenvolver

projetos de engenharia já vem sendo utilizado por diversos anos. O mesmo autor

relata que no começo da década de 50 começaram a surgir protótipos e máquinas

para auxiliar no desenvolvimento de projetos relacionados a redes elétricas.

Silva et al. (2011), relata que os primeiros sistemas computacionais,

softwares, utilizados para a elaboração de desenhos na década de 50, iniciaram-se

no Instituto de Massachusetts, sendo esses sistemas limitados a imagens

geométricas em 2D.

O Desenho Auxiliado por Computador começou a ter diversas procuras na

década de 1980, nas décadas anteriores diversos profissionais realizavam seus

desenhos manualmente (DIETRICH, 2014).

O CAD é um programa desenvolvido pela AUTODESK em 1982, sendo uma

ferramenta de alta precisão e com grandes aplicações em todas as áreas que

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envolvem desenhos. Segundo Mattos (2000), não há limites sobre o tipo de desenho

que podemos elaborar utilizando o AutoCAD. O software ajuda a agilizar os projetos,

da concepção à conclusão, com potentes ferramentas de documentação de projetos

2D e 3D, o que proporciona melhores detalhes e a concepção desses projetos reduz

a quantidade de erros por incoerência com os mesmos (SILVA et al., 2011).

O AutoCAD foi uma revolução nos mais diversos ramos da indústria em 1982 e hoje é considerado o software de CAD mais utilizado no mundo. Diversos dos maiores projetos, desenvolvidos atualmente, tem diversas partes desenvolvidos em softwares de CAD, dentre eles o AutoCAD (GIANACCINI, 2012).

Figueira (2003) cita algumas vantagens e desvantagens para se utilizar o

Desenho Auxiliado por Computador em projetos:

Para aumentar a capacidade do projetista: Ajuda o projetista a

visualizar os produtos e seus subsistemas e peças, pela redução do tempo

necessário em sintetizar, analisar e documentar o projeto. O aumento de

produtividade traduz-se não somente em custos mais baixos de projeto, mas

também em prazos menores para sua conclusão;

Para melhorar a qualidade do projeto: Um sistema CAD permite uma

análise de engenharia mais completa e propicia um número maior de alternativas a

serem investigadas, em pouco tempo. Erros dimensionais de projeto são reduzidos,

esses fatores combinados levam a um projeto melhor;

Para melhorar a qualidade de comunicação: O uso do sistema CAD

fornece melhores desenhos de engenharia, maior padronização nos detalhamentos,

melhor documentação do projeto, menos erros dimensionais e maior clareza de

detalhes.

As desvantagens em relação ao uso do desenho auxiliado por computadores

são raras, mas consideráveis na hora da aquisição desses softwares:

Custo associado á aquisição desse software: O custo do software vai

depender das necessidades específicas de cada empresa;

Custo associado á aquisição do hardware específico que estas

aplicações requerem: Normalmente estão associados a estas aplicações máquinas

com características específicas, como por exemplo, grande velocidade de

processamento e placas gráficas com bastante memória e velocidade de

processamento elevada.

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O software AutoCad vem sendo de fundamental importância para análises

ambientais, isso ocorreu com o avanço da técnica cartográfica com o auxílio de

áreas afins, como a fotogrametria, Sistema de Informação Geográfica (SIG) e do

sensoriamento remoto assistido por um vasto processo de informação (FEITOSA et

al., 2013). Seja no ramo das engenharias, arquitetura, topografia ou

geoprocessamento, os softwares CAD tem um importante papel, por este motivo,

muitos profissionais buscam se aperfeiçoar neste software garantindo qualidade em

seus trabalhos.

Podemos perceber o quanto essa ferramenta vem sendo vantajosa para

diversos trabalhos, possibilitando o armazenamento de todos os dados de um

projeto, facilitando a organização e manipulação dos mesmos. Garantindo uma

melhor execução dos trabalhos e projetos de diferentes áreas.

Hoje são raros os casos nos quais os profissionais necessitem trabalhar unicamente com as plantas impressas, e é ainda mais raro o profissional que produza o projeto totalmente a mão. A digitalização do mesmo agiliza qualquer tipo de alteração necessária, e que são comuns (PORTAL GRAPHICS, 2014).

De acordo com Gianaccini (2012), esse impressionante software conseguiu

conquistar um enorme número de profissionais e empresas graças a sua forma

descomplicada de transmitir a uma área gráfica de desenho técnico, todas as idéias

de projetos antes de serem materializados. Podemos perceber o quanto essa

excelente ferramenta tem auxiliado os profissionais em seus mais diversos projetos,

e que uma simples ferramenta pode ajudar na elaboração de grandes

empreendimentos.

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3 METODOLOGIA

3.1 Material

As atividades elaboradas durante o período de estágio na empresa

Tecnocampo, foram realizadas no escritório, utilizando-se de dados coletados a

campo com o uso do equipamento GNSS RTK. Esses pontos levantados a campo

são repassados aos funcionários e estagiários e então se estabelece os mapas a

serem produzidos. Para proceder na renovação de licenças ambientais se faz

necessária a realização de três importantes mapas para a conclusão da mesma,

sendo tais mapas elaborados no software AutoCAD.

Alguns dados utilizados para a elaboração dos mapas foram obtidos

anteriormente pelas funcionárias do escritório, dentre esses podemos citar:

município do empreendimento, nome do proprietário, nome da propriedade e cartas

do exército referentes à área de interesse. Todos esses dados são posteriormente

inseridos no layout final dos mapas.

Para a produção dos mapas são utilizadas as cartas do exército do Estado do

Rio Grande do Sul, pois grande parte dos serviços prestados pela empresa são

frequentemente elaborados neste Estado.

A escala utilizada será 1:50.000 .

3.2 Atividades Realizadas

Plantas do uso do solo

A partir dos pontos coletados a campo e com o auxílio do Google Earth pode

ser feita a visualização da área da propriedade. Após essa visualização é elaborado

um polígono referente à propriedade, sendo este salvo no formato KML (Keyhole

26

Markup Language). Logo após esse procedimento, salva-se a imagem JPEG da

propriedade para posterior mapeamento.

O polígono em formato KML e a imagem em formato JPEG são então

importados para o software AutoCAD, sendo a imagem georreferenciada dentro

deste aplicativo para a sobreposição correta do polígono, como podemos observar

na Figura 3.

Desta forma é obtida a localização correta da propriedade e juntamente com a

imagem georreferenciada, é possível vetorizar o mapa da propriedade com seus

diferentes usos do solo, podendo ser eles: lavouras, campos, açudes, mata nativa,

construções, etc.

Após delimitar os diferentes usos do solo da propriedade, se faz necessário,

realizar as delimitações das Áreas de Preservação Permanente (APP) que

encontram-se junto aos recursos hídricos, preservando solos, águas e as matas

ciliares.

Para uma melhor visualização das áreas que compõem a propriedade são

utilizados diferentes tipos de hachurascom a finalidade de descrever melhor a

propriedade. Cada uso do solo é delimitado com uma hachura e uma cor específica

para que sejam facilmente diferenciados, tais características são inseridas na

legenda do mapa. O layout do croqui da propriedade é realizado em modelo de folha

A3, no intuito de cumprir o critério exigido pela Fundação Estadual de Proteção

Ambiental (FEPAM).

27

Figura 3 - Imagem georreferenciada juntamente com o polígono da área a ser mapeada. Fonte: Software AutoCad (2014).

Croqui de Localização

O croqui de localização tem por objetivo reproduzir as principais estradas de

acesso à propriedade, indicando rotas, distâncias e pontos de acesso. Com a

finalidade de definir cidades próximas à propriedade, se faz necessário um estudo

de onde a mesma está localizada para assim selecionar municípios vizinhos que

possuem distâncias plausíveis.

Para a realização do mesmo, com a utilização do Google Earth, através do

polígono da área em KML (Keyhole Markup Language) são definidas pelo menos

duas cidades próximas à propriedade, em seguida é gerado o percurso e distância

de cada rota estabelecida, como podemos analisar na figura 4, onde se encontra o

percurso da propriedade Estância Chalé até o município de Santana do Livramento

e na figura 5, na qual está o trajeto até o município de Rosário do Sul. Todas as

rotas existentes são salvas contendo a sua distância em quilômetros (Km) e no

formato KML, posteriormente inseridas no aplicativo para a produção do mapa de

localização.

28

No software AutoCAD são estabelecidos os nomes da rede viária que

constituem as rotas de acesso à propriedade, sendo elas estradas municipais ou

rodovias, as distâncias de cada estrada no percurso até os municípios vizinhos,

como também indicando o nome dos municípios próximos.

De modo que a interpretação e visualização do mapa sejam adequadas, é

definido no software linhas e cores diferentes para cada estrada, nas estradas

municipais o trajeto é definido com cor branca e nas rodovias a linha é tracejada e

possui cor amarela, sendo que nas rodovias as mesmas são compostas pelo

símbolo “BR” contendo a sua denominação.

O layout final do mapa de localização da fazenda Estância do Chalé é

elaborado em modelo de folha A4, contendo o selo padrão da empresa.

Figura 4 - Percurso da propriedade Estância do Chalé até o município de Santana do Livramento. Fonte: Google Earth Pro (2015).

29

Figura 5 - Trajeto da propriedade Estância do Chalé até o município de Rosário do Sul. Fonte: Google Earth Pro (2015).

Carta Topográfica do Exército Brasileiro

Para a realização do mapa Carta do Exército, é necessário deixar na carta

apenas o limite da propriedade, recursos hídricos, contendo as Áreas de

Preservação Permanente (APP) e as estradas.

A carta topográfica do Exército tem por finalidade auxiliar na localização e

contribuir como uma melhor compreensão de onde a propriedade fica localizada. A

mesma disponibiliza várias informações, como objetos naturais e artificiais sobre a

superfície terrestre: relevo, hidrografia, vegetação, entre várias outras informações

importantes para o a compreensão do empreendimento.

Para a elaboração da Carta do Exército, com a utilização do aplicativo Google

Earth, se faz necessário salvar a imagem em formato JPEG, como também fazer as

devidas anotações das cartas do Exército correspondentes à propriedade.

Posteriormente a imagem deve ser inserida no software AutoCAD para conter as

devidas anotações. Deve ser informado no mapa, pelo menos duas coordenadas

referentes à carta do Exército, as coordenadas devem estar preferencialmente em

diagonais (cantos extremos em sentido oposto), como também no mapa deve conter

o nome das folhas e sua nomenclatura.

30

Como requisito da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM), o

mapa da Carta do Exército deve estar na escala 1:25.000 ou 1:50.000. Para uma

melhor visualização e generalização cartográfica a escala definida para o mapa foi

1:50.000.

O layout definido para o mapa Carta do Exército, foi em folha A4, contendo as

características da propriedade, como também o selo padrão da empresa.

31

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Croqui parcial da propriedade

Durante o processo de elaboração dos mapas Plantas do uso do solo, Croqui

de Localização e Carta Topográfica do Exército Brasileiro, os primeiros resultados

encontrados são referentes à planta de uso do solo da propriedade Estância do

Chalé, onde foram identificadas as seguintes classes de uso e as respectivas áreas,

mostradas na Tabela 1.

Tabela 1- Áreas de uso do solo da propriedade Estância do Chalé. Classe de uso do solo Área total (ha) Contribuição (%)

Lavoura irrigada 250,00 16,38

Lavoura 248,65 16,29

Campo 805,83 52,80

Área Úmida 0,99 0,06

Bebedouros e Barragens 28,50 1,86

APPs 129,29 8,47

Mata Nativa 58,74 3,84

Vegetação Exótica 3,97 0,26

Fonte: Desenvolvido pela autora.

A área total da propriedade equivale a 1526,00 ha, e diante dos resultados

obtidos, pode-se observar que a propriedade apresenta uma predominância de

campos em seu território, sendo que esta classe abrange 52,8% da área total da

Fazenda Estância do Chalé. A fazenda possui ainda uma grande área em lavouras,

com um total de 498,65 ha.

As representações de todas as classes de uso que compõe a propriedade

estão especificadas na figura 6.

32

Figura 6 - Croqui parcial da propriedade Estância do Chalé. Fonte: Tecnocampo, desenvolvido pela autora.

33

4.2 Croqui de localização da Fazenda Estância do Chalé

Para a realização do croqui de localização da propriedade Estância do Chalé,

localizada no interior do município de Santana do Livramento – RS foram atribuídas

duas cidades próximas a fazenda, como Rosário do Sul e Santana do Livramento.

Como podemos observar na figura 7, o percurso até Rosário do Sul,

corresponde a uma distância maior da fazenda até a cidade, com aproximadamente

65km até a chegada ao município. De maneira que a propriedade se encontra no

interior do município de Santana do Livramento o trajeto até a cidade corresponde a

uma distancia menor, aproximadamente 47 km até ao município. Porém por esse

trajeto é encontrado um percurso maior de estrada municipal, sendo algumas delas

não muito seguras para viagens longas.

34

Figura 7 - Croqui de localização da Fazenda Estância do Chalé Fonte: Tecnocampo, desenvolvido pela autora.

35

4.3 Carta do Exército da Fazenda Estância do Chalé

O mapa denominado “Carta do Exército” tem por finalidade descrever uma

localização mais exata da propriedade, do modo que na área da Fazendo Estância

do Chalé, podem ser identificados os rios que delimitam a propriedade, como

também as principais rodovias que fazem confrontação com a área do imóvel

(Figura 8).

Analisando a Carta do Exército, referente à propriedade podemos perceber

que os rios Arroio do Beco e Arroio Porteirinha fazem confrontação com a

propriedade, existindo nos mesmos, Áreas de Preservação Permanente (APP).

No mapa foram identificadas as coordenadas geográficas da propriedade

como também as cartas do exército que correspondem à área do imóvel, contendo

as suas devidas anotações, como coordenadas UTM (Universal Transversa de

Mercator) equivalente à latitude e a longitude, sendo elas:

Carta do Exército Pampeiro: Longitude: 670.000 E

Latitude: 6.614.000 N

Fuso UTM: 21J

DATUM: WGS84

Carta do Exército Tarumã: Longitude: 664.000 E

Latitude: 6.606.000 N

Fuso UTM: 21J

DATUM: WGS84

Coordenas Geográficas: Latitude: 30º38’28.16’’ S

Longitude: 55º15’30.42’’ W

36

Figura 8 - Carta do Exército da Fazenda Estância do Chalé. Fonte: Tecnocampo, desenvolvido pela autora.

37

4.4 Renovação de Licenças Ambientais

Logo após o processo de produção dos mapas é realizado no site da

Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM) a solicitação de renovação da

Licença de Operação (LO).

No cadastro do cliente no site da FEPAM, são feitas as devidas alterações em

caso de mudança de endereço, correspondência, como também de proprietário da

fazenda, logo após essas alterações se faz as atualizações das áreas de uso do

solo da fazenda, com as suas respectivas áreas em hectares.

Finalizado essas etapas, é gerado um boleto de pagamento referente ao

pedido de solicitação de renovação, onde o mesmo é enviado ao proprietário da

área para posterior pagamento.

No site da FEPAM também é gerado um checklist (Figura 9), dos documentos

que devem ser enviados após a confirmação do pagamento do boleto. Os

documentos são levados para análise, e estando de acordo com as normas vigentes

é expedida a Licença de Operação (LO).

38

Figura 9 - Checklist- FEPAM. Fonte: Fundação Estadual de Proteção Ambiental, 2002.

39

5 CONCLUSÃO

O estágio supervisionado realizado na empresa Tecnocampo proporcionou

um crescimento tanto pessoal como profissional, a experiência de trabalho em

equipe, sendo esta composta por profissionais de diversas áreas e a execução dos

conhecimentos obtidos na universidade foi primordial para que conseguisse atingir

os objetivos propostos, tais como, a elaboração dos mapas para fins de

licenciamento ambiental.

A aplicação na prática dos conhecimentos adquiridos em sala de aula

permitiu-me uma maior compreensão e visualização do trabalho de um Tecnólogo

em Geoprocessamento, pois foi no estágio que pude utilizar as competências

adquiridas para fins profissionais.

A empresa na qual foi realizado o estágio, me ofereceu a oportunidade de

colocar em prática os conhecimentos obtidos ao longo do curso, dos quais se

destacam o uso do software AutoCAD, como também a aplicação dos conceitos da

Cartografia.

Portanto, a oportunidade de exercer o estágio numa empresa participativa foi

de suma importância para a conclusão da minha formação acadêmica, pois tive o

privilégio de ampliar meus conhecimentos práticos e teóricos, onde o mesmo

superou as minhas expectativas.

40

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