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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL ANÁLISE DA ESTABILIDADE DE PÓRTICOS PLANOS FORMADOS POR VIGAS MISTAS E PILARES MISTOS PARCIALMENTE REVESTIDOS Heloisa de Castro Valente Vicentin Vale Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos como parte dos requisitos para a conclusão da graduação em Engenharia Civil Orientador: Prof. Dra. Silvana de Nardin São Carlos 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

ANÁLISE DA ESTABILIDADE DE PÓRTICOS PLANOS FORMADOS POR VIGAS MISTAS E PILARES MISTOS PARCIALMENTE

REVESTIDOS

Heloisa de Castro Valente Vicentin Vale

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos como parte dos requisitos para a conclusão da graduação em Engenharia Civil Orientador: Prof. Dra. Silvana de Nardin

São Carlos 2012

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RESUMO

O presente estudo visa analisar a contribuição de pilares mistos de aço e concreto do tipo parcialmente revestido e de vigas mistas na estabilidade de pórticos planos. A análise consiste em uma simulação numérica dos efeitos de segunda ordem, desenvolvida no

pacote computacional , a partir do qual será avaliado o parâmetro que mede, simplificadamente, a deslocabilidade lateral de pórticos estruturas em aço ou mistos de aço e concreto. A primeira etapa do presente estudo é o dimensionamento de elementos mistos (vigas e pilares), que foi feita com o auxilio de planilhas eletrônicas de dimensionamento/verificação. Na seqüência, foi feita a validação do modelo numérico, que consistiu na determinação do procedimento para inserção das seções mistas no pacote

computacional . Por fim, foi realizada uma análise da estabilidade para diversos pórticos planos estruturados com pilares do tipo parcialmente revestidos e vigas mistas de

aço e concreto, utilizando o parâmetro da NBR 8800:2008 e, de posse dos resultados, foi realizada uma análise comparativa visando avaliar a contribuição dos elementos mistos na estabilidade lateral. Esta avaliação foi realizada a partir da comparação dos resultados obtidos no presente estudo com resultados de estudos anteriores nos quais os pórticos eram estruturados em aço ou estruturados com vigas de aço e pilares mistos do tipo parcialmente revestido.

Palavras-chave: estabilidade, efeitos de segunda ordem, elementos mistos, viga mista, pilar misto.

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ABSTRACT

ABSTRACT

This study aims to analyze the contribution of the partially encased composite columns and beams in the second order stability of plane frames. The analysis consists in a numerical

simulation of the second order effects in the software from which will be evaluated the parameter that measures, simply, the lateral displacebility of steel frames or composite frames (steel and concrete). The first stage of the current study is the sizing of the composite elements (beams and columns), realized with help of sizing/verification spreadsheets. Subsequently, the numerical model validation was made, consisting in a determination of the procedure for the composite sections insertion on the software

. Finally, was made an stability analysis for several plane frames structured with

partially encased composite columns and steel and concrete beams, using the parameter from NBR 8800:2008, and with the results, was performed a comparative analysis in order to evaluate the contribution of composite elements to lateral stability. This evaluation was made from the comparison of the obtained results of the current study with the results of previous studies, in which the frames were structured with steel or with steel beams and partially encased composite columns. Key-words: stability, second order effects, composite elements, composite beam, composite column.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 5

1.1 Objetivos .................................................................................................................... 7

1.2 Metodologia ............................................................................................................... 8

1.3 Justificativas .............................................................................................................. 9

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 11

2.1 Elementos mistos de aço e concreto ...................................................................... 11

2.2 As vigas mistas de aço e concreto .......................................................................... 13

2.3 Os pilares mistos parcialmente revestidos ........................................................... 14

2.4 A estabilidade em edifícios aporticados ................................................................ 15 2.4.1 O coeficiente B2 – NBR 8800:2008 ..................................................................... 18

2.4.2 Tipos de análise estrutural e classificação quanto à sensibilidade aos

deslocamentos horizontais ................................................................................................ 22

3. DIMENSIONAMENTO DE PILARES MISTOS .......................................................... 26

3.1 Generalidades ......................................................................................................... 26

3.2 Limites de aplicabilidade ....................................................................................... 27

3.3 Verificação da instabilidade local no perfil de aço .............................................. 28

3.4 Verificação da compressão axial ........................................................................... 28

3.5 Verificação da flexo-compressão ........................................................................... 30 3.5.1 Generalidades ....................................................................................................... 30 3.5.2 Modelo de cálculo II ............................................................................................. 30

4. DIMENSIONAMENTO DE VIGAS MISTAS ............................................................... 37

4.1 Generalidades ......................................................................................................... 37

4.2 Pré-dimensionamento de lajes maciças ................................................................ 39 4.2.1 Pré-dimensionamento da altura das lajes.............................................................. 39

4.3 Pré-dimensionamento do perfil de aço ................................................................. 40

4.4 Conectores de cisalhamento ................................................................................... 41 4.4.1 Força resistente de cálculo de conectores ............................................................. 41 4.4.2 Número de conectores de cisalhamento ............................................................... 41

4.5 Verificação do momento fletor positivo ................................................................ 42 4.5.1 Largura efetiva ...................................................................................................... 42

4.5.2 Momento fletor resistente de cálculo ................................................................... 43

4.6 Verificação quanto à força cortante...................................................................... 46

4.7 Verificação dos estados limites de serviço: deslocamento vertical ..................... 47 4.7.1 Deslocamento vertical limite ................................................................................ 47 4.7.2 Cálculo do deslocamento vertical da viga mista .................................................. 47

5. REPRESENTAÇÃO DOS ELEMENTOS MISTOS NO MODELO NUMÉRICO ...... 48

5.1 Introdução ............................................................................................................... 48

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5.2 Validação do modelo numérico para pilares mistos ............................................ 48 5.2.1 Descrição do modelo ............................................................................................ 48

5.2.2 Análise manual ..................................................................................................... 49 5.2.3 Análise no pacote computacional SAP 2000® ..................................................... 50 5.2.4 Análise comparativa ............................................................................................. 51 5.2.5 Comentários .......................................................................................................... 52

5.3 Modelo numérico para vigas mistas ..................................................................... 52

6. SIMULAÇÃO NUMÉRICA ............................................................................................ 54

6.1 Apresentação dos pórticos ..................................................................................... 54 6.1.1 Pórtico 1 ................................................................................................................ 54 6.1.2 Pórtico 2 ................................................................................................................ 55 6.1.3 Pórtico 3 ................................................................................................................ 56

6.1.4 Pórtico 4 ................................................................................................................ 57 6.1.5 Pórtico 5 ................................................................................................................ 58

6.2 Dimensionamento dos componentes dos pórticos ................................................ 58

7. RESULTADOS ................................................................................................................ 60

7.1 Consumo de aço ...................................................................................................... 60

7.2 Classificação quanto à deslocabilidade: B2 .......................................................... 67

8. COMENTÁRIOS FINAIS .............................................................................................. 72

9. AUTOAVALIAÇÃO ........................................................................................................ 73

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 74

ANEXO A – Planilhas de dimensionamento de pilares mistos do tipo parcialmente revestido

e vigas mistas ........................................................................................................................... 77

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1. INTRODUÇÃO

Existem diferentes tipologias de sistemas construtivos na construção civil. Uma

grande tendência que se mostra nessa área é a utilização de diferentes materiais num

mesmo sistema construtivo. Nesse último caso, os materiais podem trabalhar

independentemente ou em conjunto. Quando os materiais trabalham em conjunto, estes são

determinados como elementos mistos.

Da associação de perfis de aço com o concreto simples ou armado, pode-se formar

pilares mistos, vigas mistas ou lajes mistas. Os sistemas estruturais que contém esses tipos

de elemento são chamados sistemas estruturais mistos.

A utilização de elementos mistos proporciona vantagens construtivas, econômicas e

estruturais, por isso, seu uso é crescente e está cada vez mais ganhando espaço no

mercado da construção civil. Além disso, contribuem para o processo de industrialização da

construção civil e para a racionalização do processo construtivo, aproveitando de maneira

eficiente as melhores características dos materiais estruturais aço e concreto.

No entanto, as estruturas mistas são pouco exploradas no Brasil, dado o

desconhecimento devido à escassez de estudos e da convivência com sistemas estruturais

mais antigos, como o concreto armado.

Neste contexto, é importante promover o avanço nos estudos e pesquisas em

relação às estruturas mistas quanto às suas propriedades e comportamento frente às

solicitações impostas. Assim, o estudo e a aplicação de elementos mistos e a influência

destes na estabilidade global de edifícios de múltiplos pavimentos se fazem necessários no

desenvolvimento da construção civil.

Para a determinação de esforços e deslocamentos, ou seja, para uma análise

estrutural, é necessário se conhecer a rigidez, a deformabilidade da estrutura; o

comportamento das seções, das imperfeições de fabricação e montagem, das ligações e da

estabilidade dos elementos e da estrutura como um todo. Porém, na prática ainda não é

possível incluir todos esses efeitos nos modelos de análise estrutural, exigindo-se mais

tempo para processamento e análise dos resultados.

Sendo assim, simplificadamente, admite-se que se todos os elementos componentes

de uma estrutura e suas ligações possuírem resistência suficiente para suportar as

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solicitações, considerando o equilíbrio na posição deformada, então a estrutura tem sua

estabilidade garantida.

É possível adotar um modelo elástico-linear ou plástico para a análise estrutural.

Para o modelo elástico-linear admite-se que as tensões nos elementos são inferiores à

resistência ao escoamento do material e para o modelo plástico, admite-se plastificação em

algumas seções da estrutura e redistribuição de esforços, com o comportamento reológico

do material determinando o comportamento da estrutura.

A estrutura ainda pode ser analisada em primeira ou em segunda ordem. A primeira

pressupõe, para o cálculo de esforços e deslocamentos, o equilíbrio da estrutura em sua

posição inicial indeformada. Já a segunda estabelece o equilíbrio da estrutura na posição

deformada, gerando esforços adicionais devido à ação das forças aplicadas sobre os

deslocamentos. O uso desta última é mais apropriado para a verificação da estabilidade de

uma estrutura.

Para a análise em segunda ordem, os esforços adicionais gerados pelos

deslocamentos ocasionam os efeitos globais (denominados P-Δ) e locais (denominados P-δ)

nos elementos constituintes, alterando os próprios deslocamentos e determinando um

comportamento geometricamente não-linear.

Existem modelos de análise rigorosos que incorporam os efeitos não lineares do

material e da estrutura. Porém, estes ainda não estão em pleno uso e, mesmo com a

utilização de modelos simplificados, recomendados por códigos de projeto, ainda existem

muitas incertezas relacionadas ao comportamento estrutural e à escolha do modelo mais

adequado de análise, como também à própria aplicação desses modelos e ao tratamento e

avaliação da resposta estrutural.

Portanto, o uso de métodos simplificados de análise ainda é de grande importância

para o meio técnico brasileiro e pode contribuir para avaliar a estabilidade estrutural e a sua

sensibilidade aos efeitos de 2ª ordem, direcionando para uma decisão adequada sobre a

necessidade de uma análise mais rigorosa.

Estudos anteriores mostraram que a utilização de elementos mistos de aço e

concreto contribuem para a estabilidade de estruturas aporticadas. Há aumento de rigidez

ocasionado pela associação do concreto ao aço, melhorando o comportamento de pórticos

planos quanto à sensibilidade aos deslocamentos horizontais.

Dadas as informações mencionadas, o presente estudo é de grande interesse para a

comunidade técnico-científica, pois pretende analisar aspectos importantes do

comportamento global de edifícios de múltiplos pavimentos formados por vigas mistas e

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pilares mistos do tipo parcialmente revestido. A Figura 1a) representa um pilar misto do tipo

parcialmente revestido e a Figura 1b) uma viga mista.

Figura 1 - Representação de vigas e pilares mistos

a) Pilar misto do tipo parcialmente revestido

b) Viga mista

fonte: do próprio autor

1.1 OBJETIVOS

O objetivo principal deste trabalho é analisar a estabilidade de pórticos planos

formados por vigas mistas e pilares mistos de aço e concreto do tipo parcialmente revestido.

Dentro do contexto, são objetivos deste estudo:

Avaliação da contribuição da viga mista e do pilar misto parcialmente

revestido para a estabilidade lateral de edifícios de múltiplos pavimentos. Os

resultados obtidos neste estudo serão comparados com aqueles de pórticos

planos com geometria similar, constituídos por pilares e vigas de aço.

Estudo dos critérios normativos de avaliação dos efeitos de segunda ordem

em pórticos planos constituídos por elementos mistos de aço e concreto.

Neste item, serão estudados os critérios da NBR 8800:2008, destacando o

parâmetro , que será empregado sempre que possível para avaliar a

deslocabilidade lateral.

Utilização do pacote computacional para analisar os pórticos

planos em relação aos deslocamentos e esforços.

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1.2 METODOLOGIA

A fim de atingir os objetivos propostos, as atividades serão divididas em:

Revisão bibliográfica: realizada com o objetivo de estudar técnicas para

avaliar os efeitos de segunda ordem globais e a estabilidade de pórticos

planos formados por vigas mistas e pilares mistos do tipo parcialmente

revestido. Neste item também será contemplado o dimensionamento dos

pilares parcialmente revestidos, destacando as recomendações da norma

NBR 8800:2008.

Seleção de pórticos planos: os pórticos planos considerados na análise da

estabilidade de pórticos mistos planos já foram analisados em Trotta & De

Nardin (2010) considerando pilares mistos do tipo parcialmente revestido e

vigas de aço. Aqui vale destacar que os pilares parcialmente revestidos

avaliados por Trotta & De Nardin (2010) partiram de um estudo prévio de

pórticos planos com pilares de aço, aos quais simplesmente foi acrescentado

concreto na região entre as mesas e avaliada a contribuição da presença do

concreto para a estabilidade global.

Planilhas eletrônicas de dimensionamento: a partir dos procedimentos

normativos da NBR 8800:2008 foram elaboradas planilhas eletrônicas no

pacote computacional Mathcad as quais foram utilizadas para o

dimensionamento dos pilares e vigas mistas que compõem os pórticos planos

estudados quanto à estabilidade global.

Análise linear dos pórticos para levantamento dos esforços: os

resultados desta etapa, realizada no pacote computacional , foram

utilizados para pré-dimensionar os elementos mistos que compõem os

pórticos a partir dos pórticos originais, estruturados com elementos em aço.

Esforços e dimensionamento: a partir do levantamento de esforços iniciais

e do pré-dimensionamento dos pilares e vigas mistas, foi realizado o

dimensionamento dos elementos dos pórticos, fazendo uso das planilhas

eletrônicas já elaboradas.

Simulação numérica: nesta etapa foi realizada a análise estrutural dos

pórticos planos visando identificar a sensibilidade destes aos efeitos de 2ª

ordem globais. Esta etapa será realizada no pacote computacional

. O parâmetro , sugerido pela NBR 8800:2008 foi utilizado para

classificar a estrutura quanto à sensibilidade aos esforços horizontais. Vale

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lembrar que a estrutura pode ser de pequena, média ou grande

deslocabilidade. Para cada grau de deslocabilidade há um tipo de análise

mais adequado e que deve ser empregado na determinação dos esforços

finais. Definido o tipo de análise mais adequado, esta análise foi realizada

para todos os pórticos estudados e seus resultados foram comparados com

aqueles advindos da análise não linear exata. Com isso, iremos comparar

esforços e deslocamentos gerados a partir das simplificações permitidas pela

NBR 8800:2008 com os resultados da análise de 2ª ordem.

Verificação dos elementos mistos: neste item os elementos mistos foram

verificados quanto aos estados limites últimos e de serviço aplicáveis. As

seções definidas no pré-dimensionamento foram verificadas visando

confirmar ou modificar a seção transversal selecionada no pré-

dimensionamento.

Análise comparativa: os resultados do parâmetro obtidos no presente

estudo foram comparados com estudos realizados por Trotta & De Nardin

(2010) visando avaliar a contribuição e influência da presença de vigas e

pilares mistos sobre o parâmetro de deslocabilidade .

Na análise da deslocabilidade foram avaliados cinco diferentes pórticos planos. Cada

pórtico foi analisado em 1ª e 2ª ordem e sua estabilidade lateral foi verificada segundo os

critérios da NBR 8800:2008. A partir dos resultados destas análises foram realizadas

comparações entre os procedimentos simplificados de norma e a análise de 2ª ordem

realizada no pacote computacional . As características dos pórticos são

mostradas no item 6.1.

1.3 JUSTIFICATIVAS

A utilização de sistemas estruturais formados por elementos mistos aço-concreto

vem sendo adotada em âmbito mundial. A partir da busca de novas técnicas, novas

tecnologias e novos processos construtivos, estabeleceu-se com significância a utilização de

elementos mistos de aço e concreto como sistema estrutural. Esse sistema se mostrou

muito eficiente quanto à racionalização na construção, apresentando vantagens

econômicas, construtivas e estruturais relevantes e que justificam sua crescente utilização.

O grau de industrialização dos elementos mistos de aço e concreto resulta em economia de

material e facilidades construtivas, reduzindo o desperdício de materiais e mão-de-obra e

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melhorando a organização do canteiro de obras. Além disso, há a alta resistência do aço

associada ao baixo custo do concreto, o qual também pode ser visto como protetor do perfil

de aço contra a ação do fogo em incêndios.

Este estudo se propõe a analisar aspectos importantes do comportamento global de

edifícios estruturados com elementos mistos de aço e concreto dando ênfase para a

estabilidade global. Poucos estudos foram desenvolvidos no Brasil com este enfoque e, com

base na pesquisa bibliográfica realizada no presente estudo, também não são muitos os

estudos estrangeiros neste sentido. Logo, devido à escassez, o estudo aqui proposto é atual

e de grande interesse para a comunidade técnico-científica.

Cabe ainda destacar a afinidade pessoal da autora e estudos anteriores sobre o

tema em questão, proporcionando uma boa base de estudo e pesquisa para a realização

deste trabalho. Além disso, como o tema é muito atual e em ascensão, exerce um papel

muito importante na formação profissional e promove grande distinção para o futuro

mercado da construção civil.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 ELEMENTOS MISTOS DE AÇO E CONCRETO

Em 1901 foi publicado o primeiro registro da utilização de aço associado ao concreto,

quando Sewell utilizou concreto para aumentar a resistência à corrosão de um tubo de aço,

apresentando aumento de rigidez de cerca de 25% em relação ao tubo de aço isolado

(JOHANSSON apud EL DEBS et al., 2005).

O uso do concreto associado ao aço surgiu não só das necessidades de proteção

contra a corrosão e de aumento de rigidez, mas, a princípio, da necessidade de proteção

dos perfis de aço contra a ação do fogo.

Essa associação entre os materiais aço e concreto visa unir as características mais

favoráveis de cada um deles. No caso do concreto, a resistência à compressão, a elevada

rigidez e a resistência ao fogo. Em relação ao aço, merecem destaque a elevada resistência

à tração, grau de industrialização, a precisão dimensional e a leveza dos elementos. Além

disso, o aço e o concreto possuem coeficientes de dilatação térmicos próximos, não

havendo deformações térmicas diferenciais significativas (FABRIZZI, 2006).

Há um grande crescimento na utilização do concreto associado a perfis de aço para

formar pilares, vigas ou lajes mistas, visando o trabalho conjunto dos dois materiais para a

resistência aos esforços solicitantes. A Figura 2 mostra exemplos convencionais da

geometria de lajes, vigas e pilares mistos. Os elementos mistos possuem diversas

geometrias como, por exemplo, os pilares mistos, que podem ser totalmente revestidos com

concreto (Figura 3a), parcialmente revestidos (Figura 3b), ou com perfis de seções

quadradas ou circulares preenchidas com concreto (Figura 3c e Figura 3d,

respectivamente).

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Figura 2 – Exemplos convencionais da geometria de elementos mistos de concreto e aço

fonte: projeto de iniciação científica em andamento de Vale & Nardin (2012)

Figura 3 – Exemplos de seções transversais de pilares mistos de concreto e aço

Fonte: NBR 8800:2008

As estruturas mistas proporcionam maiores áreas livres por pavimento, grandes vãos

entre vigas e pilares, redução das dimensões da seção transversal e redução das forças

verticais nas fundações, rapidez e facilidade de execução sem grandes acréscimos no custo

final da edificação. (DE NARDIN et al., 2005).

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As primeiras construções mistas no Brasil se limitaram a alguns edifícios e pequenas

pontes construídas entre os anos 1950 e 1960 (ALVA & MALITE, 2005).

Segundo De Nardin e Souza (2008), se compararmos a utilização de elementos

mistos com elementos de concreto, podemos obter vantagens como a precisão dimensional,

economia de mão-de-obra e de tempo de execução, redução ou eliminação do uso de

fôrmas e escoramentos.

Em comparação com os elementos de aço, resultam maior resistência ao fogo e à

corrosão, maior capacidade resistente e rigidez, menor consumo de aço, com consequente

redução de custo, já que o concreto é mais barato que o aço e redução do peso próprio.

Segundo Alva e Malite (2005), em estruturas de pórticos, o uso desses elementos

mistos se mostrou bem vantajoso, já que concilia a rigidez do concreto na resistência aos

carregamentos laterais com o menor peso do aço e sua capacidade de vencer vãos

maiores.

Dentre os elementos mistos existentes, esse estudo se dedicará às vigas mistas e

aos pilares mistos do tipo parcialmente revestido. Estes últimos são formados por um perfil

de seção I, cuja região entre as mesas é preenchida com concreto, como visto na Figura 3

(b).

Esse tipo de pilar traz características favoráveis como a facilidade dos detalhes das

ligações com outros elementos estruturais, já que possui faces expostas do perfil de aço.

Além disso, se a concretagem do pilar for executada em duas etapas e horizontalmente, as

fôrmas para concretagem são dispensadas. Por isso, esse tipo de pilar foi escolhido para

estudar sua contribuição para a estabilidade global de edifícios de múltiplos pavimentos.

2.2 AS VIGAS MISTAS DE AÇO E CONCRETO

As vigas mistas de aço e concreto são fruto da associação de perfis de aço com laje

de concreto armado ou mista de aço e concreto. Se a laje de concreto não trabalha em

conjunto com o perfil de aço, então esse sistema não pode ser caracterizado como viga

mista. O trabalho conjunto, no caso da viga mista, é obtido por meio de conectores de

cisalhamento soldados ao perfil de aço. Para Alva e Malite (2005), essa união perfil de aço-

laje de concreto resulta em vantagem estrutural nas regiões de momento positivo, já que há

redução ou impedimento das flambagens local de alma e de mesa e da flambagem lateral

com torção. Além disso, parte da laje de concreto é mobilizada a trabalhar conjuntamente

com o perfil de aço, passando a fazer parte da seção resistente da viga. Portanto, para que

uma viga seja mista de aço e concreto é preciso que haja três componentes: o perfil de aço,

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a laje de concreto (ou mista de aço e concreto) e um mecanismo para promover o

comportamento conjunto.

As vigas mistas podem ser divididas em vigas biapoiadas, vigas contínuas e

semicontínuas. Segundo De Nardin e Souza (2008), as vantagens das vigas contínuas e

semicontínuas em relação às vigas biapoiadas são a menor relação altura/vão, reduções de

peso, menor fissuração da laje de concreto junto aos apoios e menor susceptibilidade a

vibrações (a frequência natural é mais elevada). No entanto, as vigas biapoiadas não

exigem ligações viga-pilar e viga-viga tão complexas quanto aquelas com certo grau de

continuidade e análise estrutural tão trabalhosa quanto as contínuas, pois estas últimas se

enquadram em sistemas estaticamente indeterminados e com rigidez à flexão variável.

Fabrizzi (2007) aborda recomendações normativas para o dimensionamento de um

edifício composto por elementos mistos de aço e concreto. Para isso, são apresentados

aspectos teóricos e normativos e o dimensionamento de elementos mistos de forma isolada.

O uso de vigas mistas acrescenta resistência e rigidez à seção em relação ao mesmo perfil

e sendo estas biapoiadas, seu uso se faz de maneira mais adequada, de modo que haja

compressão na fibra superior e tração na fibra inferior.

Existem diversos estudos abordando as vigas mistas. Por exemplo, Kotinda (2006)

analisa o comportamento das vigas mistas de aço e concreto biapoiadas a partir de uma

modelagem numérica. Por outro lado, Li e Wang (2007) fazem ensaios de pórticos mistos,

formados por pilares de aço e vigas mistas de aço e concreto, com a comparação entre os

resultados de ensaios quanto às fissuras apresentadas nas lajes das vigas mistas.

Burgess, Davison e Dissanayake (1999) realizaram um estudo numérico para

verificar a influência das ligações entre viga mista e pilar no comportamento das vigas

mistas presentes em pórticos planos de dois pavimentos variando a tipologia das ligações, a

porcentagem de armadura negativa na laje e o número de conectores de cisalhamento entre

o perfil de aço e a laje de concreto (grau de interação).

Neste contexto, a interação correta entre o elemento de aço e o concreto na viga

mista é muito importante e é garantida por conectores de cisalhamento, que devem ser

devidamente dimensionados e distribuídos ao longo da viga mista.

2.3 OS PILARES MISTOS PARCIALMENTE REVESTIDOS

Dentre os tipos de pilares mistos existentes e apresentados pela NBR 8800:2008,

este estudo se aterá àqueles do tipo parcialmente revestido, que farão parte dos pórticos

mistos que são objeto de estudo deste trabalho.

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O comportamento estrutural dos elementos e a estabilidade das estruturas são de

extrema importância para a verificação do desempenho de um sistema estrutural.

Segundo Fabrizzi (2007), pode-se admitir que existe interação total entre o concreto

e o aço no dimensionamento de pilares mistos se as tensões cisalhantes longitudinais não

ultrapassarem certos limites estabelecidos pelas normas de dimensionamento. Estes limites,

normalmente, não são excedidos na região central do pilar, mas devem ser cuidadosamente

verificados na região de ligação do pilar com as vigas e em outros pontos de introdução de

carga.

Em relação aos pilares mistos parcialmente revestidos, a norma brasileira NBR

8800:2008 traz recomendações para verificação dos estados limites últimos e de serviço do

pilar como elemento isolado e recomenda a avaliação da sensibilidade da estrutura com

elementos mistos quanto aos efeitos de 2ª ordem. Esta análise da sensibilidade aos

deslocamentos horizontais pode ser feita a partir do parâmetro (detalhado em itens

posteriores), válido também para estruturas de aço.

2.4 A ESTABILIDADE EM EDIFÍCIOS APORTICADOS

A análise estrutural visa verificar a resposta da estrutura e dos materiais estruturais

submetidos a ações e deformações, de acordo com os estados limites últimos e de serviço

aplicáveis e pode ser classificada quanto ao comportamento dos materiais e quanto à

magnitude dos deslocamentos apresentados pela estrutura.

Quando o estudo do equilíbrio é feito considerando a estrutura deformada, surgem

esforços adicionais devidos à interação entre as forças aplicadas e os deslocamentos,

gerando os denominados efeitos de segunda ordem.

As análises de segunda ordem são baseadas em teorias geometricamente exatas,

teorias aproximadas ou em adaptações a resultados da teoria de primeira ordem.

Para entender melhor a diferença entre os efeitos de primeira e de segunda ordem é

importante saber o conceito de efeito de segunda ordem global (P- ) e segunda ordem local

(P- ). O primeiro efeito é estabelecido a partir do deslocamento horizontal da estrutura como

um todo, diferentemente do segundo, o qual decorre do deslocamento em cada elemento de

barra, ou seja, da não-retilineidade dos eixos das barras. Portanto, os efeitos P- estão

relacionados à deslocabilidade da estrutura como um todo enquanto que os efeitos P- se

referem à mudança no eixo da barra (efeito local). Pode-se ter uma melhor visualização

desses efeitos a partir da Figura 4.

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16

Figura 4 – Efeito de segunda ordem

a) Efeito global b) Efeito local

Fonte: do próprio autor

Antigamente, devido às limitações de ferramentas computacionais, a estabilidade

das estruturas era estudada a partir de modelos idealizados. Para o caso dos pórticos, havia

hipóteses simplificadoras para determinação do carregamento crítico de instabilidade.

A análise era feita considerando as seguintes simplificações ou limitações: estruturas

regulares e elementos ortogonais sem imperfeições geométricas, seção constante nas

barras, materiais com comportamento elástico-linear e forças aplicadas somente nos nós e

proporcionais entre si. Com essas hipóteses, a instabilidade em pórticos ocorre por

bifurcação do equilíbrio, diferentemente da realidade, onde a bifurcação não está presente,

devido às imperfeições geométricas e no material e às ações concentradas e distribuídas,

sendo a trajetória de equilíbrio não-linear.

Para determinar essa trajetória não-linear, é necessária a determinação do equilíbrio

da estrutura na configuração deformada, considerando-se os efeitos de segunda ordem.

Os métodos, em geral, diferem quanto ao tipo de formulação, efeitos considerados e

precisão dos resultados.

Nos processos aproximados, o equilíbrio é estabelecido na posição indeformada,

com os efeitos não lineares ou de 2ª ordem locais e globais introduzidos de forma indireta

como, por exemplo, com a aplicação de forças adicionais fictícias ou pela redução da rigidez

dos elementos.

Dentre os métodos aproximados, um dos mais utilizados é o método da carga lateral

fictícia ou processo de análise P- . Segundo Trotta e Nardin (2010), esse método se baseia

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17

em análises lineares interativas nas quais se buscam os deslocamentos finais na estrutura

podendo ser resumido nos seguintes passos:

Análise elástica linear em 1ª ordem para determinar os deslocamentos

relativos entre pavimentos devido aos carregamentos horizontais;

Determinação das forças horizontais fictícias, ao nível de cada pavimento,

equivalentes ao binário resultante do momento gerado pelas forças verticais

sobre os deslocamentos horizontais;

Essas forças fictícias são somadas às forças horizontais iniciais e é feita uma

nova análise determinando novos valores de deslocamentos e de forças

horizontais fictícias, que são novamente somadas às forças horizontais

iniciais.

Este processo é repetido até a convergência dos deslocamentos.

Em Avakian (2007), um edifício de múltiplos pavimentos é estudado a partir de

métodos normativos aproximados e por meio de análise avançada, para obtenção dos

efeitos de segunda ordem. Os resultados da análise estrutural avançada de pórticos planos

são comparados com os resultados da análise convencional aproximada, onde as ligações

são idealizadas como perfeitamente rígidas.

Já Carvalho (2007) utiliza o Método dos Elementos Finitos para desenvolver,

implementar e testar modelos tridimensionais para simulação de pórticos espaciais de aço,

concreto e mistos. Muitos estudos são realizados a partir de modelagens numéricas.

Em Doria (2007) foi realizado um estudo comparativo entre métodos simplificados

para a avaliação da estabilidade de pórticos planos de aço. O método tradicional que utiliza

o comprimento efetivo de flambagem é comparado com outros métodos que utilizam forças

horizontais fictícias para contabilizar os efeitos desestabilizantes (imperfeições geométricas

iniciais e tensões residuais). Os resultados mostraram que os métodos que empregam

forças horizontais fictícias são adequados, pois eliminam a utilização do comprimento efetivo

de flambagem de cada barra e apresentam resultados mais consistentes em relação à

análise avançada.

Também utilizando forças horizontais fictícias, Guimarães (2009) faz uma aplicação

prática e analisa um pórtico relativamente grande, a partir do Eurocode 4.

Outra maneira simplificada de avaliar os efeitos de segunda ordem consiste na

modificação dos esforços obtidos em uma análise de primeira ordem. Essa modificação é

possível a partir de coeficientes de amplificação, sendo esse processo recomendado pela

norma brasileira NBR 8800:2008 a partir do parâmetro aplicável para simular os efeitos

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de segunda ordem globais. O coeficiente se aplica a estruturas de aço e mistas de aço e

concreto.

Trotta e Nardin (2010) realizaram um estudo analisando a estabilidade de diversos

pórticos planos compostos por pilares mistos de aço e concreto do tipo parcialmente

revestido e vigas de aço. Foi analisada a deslocabilidade de diversos pórticos e esses

valores foram comparados a valores obtidos para pórticos planos similares constituídos

unicamente por elementos de aço. Vale destacar que no estudo de Trotta e Nardin (2010),

os pilares de aço não foram redimensionados para pilares mistos parcialmente revestidos,

simplesmente foi acrescentado concreto armado na regiao entre as mesas do perfil I. Como

resultado, a substituição de pilares de aço por pilares mistos do tipo parcialmente revestido

resultou em mudança nos valores do parâmetro , porém mudanças na classificação da

estrutura quanto à sensibilidade aos deslocamentos só foram constatadas para pórticos com

grandes alturas embora, em todos os pórticos analisados tenha havido redução dos

deslocamentos horizontais.

2.4.1 O COEFICIENTE B2 – NBR 8800:2008

Um método normativo simplificado para considerar os efeitos de segunda ordem é

denominado Método da Amplificação dos Esforços Solicitantes. Neste método há a

amplificação dos efeitos de primeira ordem globais visando simular os efeitos de segunda

ordem. A norma brasileira NBR 8800:2008 sugere esse método e o descreve

detalhadamente no Anexo D.

Esse método é utilizado para análise de segunda ordem e para o seu uso é

necessário considerar a combinação apropriada das ações de cálculo, constituída por ações

verticais e horizontais (quando existentes), considerando-se os efeitos das imperfeições

geométricas iniciais e das imperfeições iniciais de material, sempre que estes forem

significativos.

Assumindo o comportamento de cada pavimento como independente e que o

momento nos pilares, decorrente dos efeitos de segunda ordem, seja equivalente aos

causados por uma força lateral igual ao somatório das forças verticais no pavimento dividido

pelo deslocamento horizontal, podemos determinar a rigidez do pavimento como segue:

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19

(2.1 )

(2.2 )

(2.3 )

É possível estimar os efeitos de segunda ordem globais pela modificação dos

esforços e deslocamentos em primeira ordem globais utilizando o fator .

Este parâmetro é utilizado para avaliar a sensibilidade da estrutura, em cada

pavimento, em relação aos deslocamentos horizontais. Se os momentos fletores forem

proporcionais aos deslocamentos horizontais, pode ser utilizado para estimar os

momentos fletores de segunda ordem a partir dos momentos fletores de primeira ordem.

O parâmetro também é utilizado para classificar as estruturas de aço e mistas de

aço e concreto quanto à deslocabilidade sendo:

(2.4 )

A NBR 8800:2008 introduz, ainda, um coeficiente , que representa o acréscimo em

devido à influência do efeito P- local sobre o efeito P- global.

(2.5 )

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20

Onde:

A norma NBR 2008:8800 afere que na determinação do , se este possuir

diferentes valores em um mesmo andar, então deve-se utilizar um valor ponderado para

este deslocamento em função da proporção de cargas gravitacionais atuantes, ou de um

modo mais conservador, tomar o maior valor. No caso do presente estudo, a opção tomada

foi a mais conservadora, foram tomados os maiores valores.

Com o parâmetro é possível, além de classificar a estrutura quanto à sensibilidade

aos deslocamentos horizontais, estimar os efeitos de segunda ordem globais pela

modificação dos esforços e deslocamentos em primeira ordem globais. Também é possível

estimar os efeitos de segunda ordem locais (nas barras que compõem a estrutura) pela

modificação dos esforços e deslocamentos em primeira ordem locais com o fator , que é

equivalente ao parâmetro , porém agora para os efeitos locais. Esse fator pode ser obtido

por:

( 2.6 )

Onde:

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21

Os esforços finais (momento fletor e força normal) podem ser obtidos considerando

os efeitos de 2ª ordem locais e globais, a partir dos coeficientes de amplificação, utilizando

as expressões seguintes:

( 2.7 )

( 2.8 )

Onde:

Portanto, o método simplificado que utiliza o parâmetro substitui uma análise em

segunda ordem mais rigorosa por duas análises em primeira ordem, conforme ilustra a

Figura 5.

Figura 5 – Modelo de análise estrutural de segunda ordem com coeficientes de amplificação

fonte: do próprio autor

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22

A partir do impedimento do deslocamento horizontal dos nós por meio da colocação

de vínculos fictícios são obtidos Mnt e Nnt, oriundos da estrutura com pontos fictícios

indeslocáveis. Na obtenção desses esforços são incluídos os esforços obtidos com a

aplicação do carregamento total (forças verticais e horizontais) da estrutura.

A partir do deslocamento lateral devido à aplicação em sentido contrário, das

reações horizontais nos vínculos fictícios colocados ao nível de cada pavimento para conter

o deslocamento lateral, podemos obter os esforços Mlt e Nlt.

Assim os coeficientes e são, respectivamente, os coeficientes de amplificação

para os efeitos de 2ª ordem locais e globais, definidos e deduzidos anteriormente. O

parâmetro é empregado para avaliar a sensibilidade da estrutura, em cada pavimento,

aos deslocamentos horizontais.

2.4.2 TIPOS DE ANÁLISE ESTRUTURAL E CLASSIFICAÇÃO QUANTO À SENSIBILIDADE AOS DESLOCAMENTOS HORIZONTAIS

Quanto à análise estrutural de estruturas aporticadas, os tipos de análise podem ser

classificados, segundo a NBR 8800:2008 quanto aos materiais e quanto aos efeitos dos

deslocamentos. Na primeira, os esforços internos podem ser determinados por análise

elástica ou inelástica, que permite levar em conta a ocorrência de plastificação dos

materiais. Já na segunda, os esforços internos podem ser determinados por análise linear

(de primeira ordem) ou não linear (de segunda ordem), que permite avaliar a influência dos

efeitos de segunda ordem sobre os esforços internos na estrutura.

A análise global elástica admite certas simplificações. Dentro destas simplificações

se encontram: diagrama tensão-deformação elástico-linear (Figura 6a); a validade da Lei de

Hooke e propriedades da seção bruta são consideradas na análise.

Já na análise global inelástica ou plástica admite-se que o comportamento de uma

barra submetida a momento fletor pode ser perfeitamente rígido (sem deformação) ou

perfeitamente elástico (relação rotação/momento constante). A Figura 6b representa os

comportamentos possíveis através de diagramas tensão-deformação. Neste caso, os

diagramas tensão-deformação apresentam plastificação, mas não pode haver ocorrência de

flambagem nas vigas e flambagem lateral por distorção.

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23

Figura 6 – Análise global: modelos de comportamento dos materiais

fonte: projeto de iniciação científica em andamento de Vale & De Nardin (2012)

Quanto ao efeito dos deslocamentos da estrutura, no caso da análise elástica, é

considerada a geometria indeformada, desprezando o efeito dos deslocamentos sobre os

esforços internos. Do contrário, na análise inelástica a geometria deformada é considerada

para o equilíbrio da estrutura, pois neste caso, os deslocamentos têm efeito significativo

sobre os esforços internos.

Para a classificação das estruturas quanto aos deslocamentos laterais, estas podem

ser de pequena deslocabilidade, média deslocabilidade e grande deslocabilidade. São

consideradas de pequena deslocabilidade as estruturas cuja relação entre o deslocamento

lateral do andar relativo à base, obtido por análise de segunda ordem, e o deslocamento

obtido em primeira ordem for igual ou menor que 1,1, em todos os andares e em todas as

combinações últimas de ações (normais, especiais, de construção e excepcionais). Já no

caso das estruturas de média deslocabilidade, o parâmetro deve ser maior que 1,1 e

menor ou igual a 1,4, em pelo menos um andar da estrutura analisada. E, finalmente, na

estrutura de grande deslocabilidade, o valor de é superior a 1,4 em pelo menos um

andar.

Em estruturas com pequena e média deslocabilidade, os efeitos das imperfeições

geométricas iniciais devem ser considerados diretamente na análise. Esses efeitos podem

ser levados em conta considerando, em cada andar, um deslocamento horizontal relativo

entre pavimentos do um edifício de

, sendo h a altura entre pavimentos. Outra forma de

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24

estimar as imperfeições iniciais é a aplicação, em cada andar, de forças horizontais

equivalentes (nocionais), de valor igual a 0,3% do valor das cargas gravitacionais aplicadas

em todos os pilares e em outros elementos resistentes a cargas verticais no andar

considerado. Não é necessário somar essas forças nocionais às reações horizontais de

apoio, sendo portanto consideradas como carregamento lateral mínimo da estrutura (essa

condição não se aplica para estruturas de pequena deslocabilidade que apresenta as

exigências a seguir).

Em estruturas com pequena deslocabilidade, se as forças axiais solicitantes de todas

as barras que contribuam para a estabilidade lateral com a rigidez à flexão não forem

superiores a 50% da força axial correspondente ao escoamento da seção transversal

dessas barras, e se os efeitos das imperfeições geométricas iniciais forem adicionados nas

combinações (inclusive nas de vento), os efeitos globais de segunda ordem podem ser

desconsiderados. Os efeitos locais de segunda ordem devem ser considerados através da

amplificação de momentos fletores pelo coeficiente .

Para estruturas de média deslocabilidade, reduz-se a rigidez à flexão e a rigidez axial

das barras para 80% dos valores originais para se considerar os efeitos das imperfeições

iniciais dos materiais (não é necessário fazer este procedimento em estruturas de pequena

deslocabilidade). A partir das rigidezes reduzidas calcula-se os coeficientes e , de

modo a se considerar os efeitos globais e locais para o cálculo dos esforços em segunda

ordem (Método da amplificação dos esforços solicitantes).

Já em estruturas de grande deslocabilidade a análise deve ser mais rigorosa,

considerando-se as não linearidades geométricas e de material e levando em conta tanto os

efeitos globais e locais de primeira ordem, quanto os de segunda ordem. O procedimento

para estruturas de média deslocabilidade pode ser utilizado para estruturas de grande

deslocabilidade se os efeitos das imperfeições geométricas iniciais forem adicionados às

combinações últimas de ações em que atuem variáveis devidas ao vento.

O cálculo dos coeficientes e é feito como mostrado anteriormente, sendo que o

coeficiente é empregado para classificar as estruturas quanto à deslocabilidade, como já

referido anteriormente, e para amplificar os esforços de primeira ordem locais e globais

respectivamente.

As não linearidades física e geométrica, as imperfeições iniciais, a deformação por

força normal nos pilares, a semi-rigidez das ligações, as tensões residuais nas seções, os

efeitos de temperatura não uniforme e ações dinâmicas são efeitos que alteram o

comportamento estrutural. São encontrados na literatura diversos modelos e técnicas de

análise que incorporam muitos desses efeitos. Porém, como já dito anteriormente, esses

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modelos e técnicas ainda não estão em pleno uso, pois as normas para projeto

recomendam procedimentos mais simplificados e diretos.

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26

3. DIMENSIONAMENTO DE PILARES MISTOS

3.1 GENERALIDADES

O Anexo P da NBR 8800:2008 traz o dimensionamento de pilares mistos de aço e

concreto. A referida norma aborda pilares mistos com seções transversais preenchidas, total

e parcialmente revestidas com concreto, no entanto, daremos enfoque somente nestas

últimas por ser um dos nossos objetos de estudo.

Para o dimensionamento dos pilares será utilizado concreto com densidade normal,

com resistência característica à compressão variando entre 20 MPa e 50 MPa (

). A partir da resistência característica à compressão, pode-se estimar o módulo

de deformação tangente inicial pela equação a seguir:

(3.1 )

No entanto, para análises elásticas de projeto, determinação de esforços solicitantes

e verificação de estados limites de serviço, o módulo de elasticidade utilizado é o secante. A

favor da segurança, foi utilizado este último, que pode ser estimado conforme a equação

(3.2 ):

(3.2 )

Para a simplificação, a norma se refere ao módulo de elasticidade secante do

concreto como módulo de elasticidade do concreto , estimado como segue:

(3.3 )

É obrigatória a presença de armaduras longitudinal e transversal na seção de modo

a garantir a integridade do concreto. A armadura transversal deve ser ancorada no perfil de

aço por meio de furos na alma ou conectores de cisalhamento, com espaçamento máximo

de 500 mm. Para a armadura longitudinal, esta deve ter área mínima igual a 0,3% da área

da seção transversal de concreto e máxima igual a 4% da mesma. Maiores taxas de

armadura longitudinal e transversal poderão ser necessárias quando da verificação do pilar

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misto parcialmente revestido em situação de incêndio. Caso isto ocorra, valores superiores

aos limites fornecidos não poderão ser empregados no dimensionamento em temperatura

ambiente.

A seção transversal e a nomenclatura empregada para designar a seção

parcialmente revestida são representadas na Figura 7.

Figura 7 – Seção mista genérica

fonte: do próprio autor

3.2 LIMITES DE APLICABILIDADE

A norma NBR 8800:2008 traz alguns limites de aplicabilidade para a formulação aqui

apresentada. É importante e obrigatória a dupla simetria da seção transversal e a utilização

de concreto de densidade normal e de resistência a compressão variando entre 20 e 50

MPa no caso dos pilares mistos.

Outra limitação diz respeito ao fator de contribuição do perfil de aço para a

capacidade resistente da seção mista, representado pelo parâmetro , dado por:

(3.4 )

Se 0,2 , então o pilar é dimensionado/verificado como misto, se ,

então o pilar deve ser dimensionado como pilar de aço e, por fim, se , então o pilar

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28

deve ser dimensionado como pilar de concreto armado. Portanto, no caso deste estudo, o

fator de contribuição do perfil de aço deve estar entre 0,2 e 0,9.

3.3 VERIFICAÇÃO DA INSTABILIDADE LOCAL NO PERFIL DE AÇO

Não pode haver instabilidade local na alma e nas mesas do perfil de aço, sendo

assim, no caso de pilares mistos parcialmente revestidos, deve ser respeitada a equação a

seguir, cujos parâmetros de entrada se encontram representados na Figura 7:

(3.5 )

3.4 VERIFICAÇÃO DA COMPRESSÃO AXIAL

A força axial resistente de cálculo da seção transversal dos pilares mistos

submetidos à compressão axial é dada por:

(3.6 )

Onde:

Sendo assim, o cálculo da força axial de compressão é realizado a partir de:

(3.7 )

(3.8 )

(3.9 )

( 3.10 )

Onde:

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29

Para o cálculo do índice de esbeltez modificado temos:

(3.11 )

Onde:

Sendo assim, temos:

(3.12 )

Para o cálculo da força axial de flambagem elástica devemos utilizar a equação

(3.13 ):

(3.13 )

Onde:

Cálculo da rigidez efetiva à flexão :

(3.14 )

Onde:

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30

Na verificação da compressão axial, deve-se ter:

(3.15 )

Para auxiliar no dimensionamento dos pilares parcialmente revestidos que irão

compor os pórticos planos, foram elaboradas planilhas eletrônicas no pacote computacional

MathCad para verificação da compressão simples e da flexo-compressão, cuja formulação é

apresentada a seguir.

3.5 VERIFICAÇÃO DA FLEXO-COMPRESSÃO

3.5.1 GENERALIDADES

A verificação da flexo-compressão é aplicável a pilares mistos que estão submetidos

a força axial e momento fletor. A verificação da compressão axial foi demonstrada no item

anterior. Na verificação dos efeitos combinados de momento fletor e força axial existem dois

métodos de cálculo para a interação entre estes esforços. O Modelo de Cálculo I que é uma

versão mais simplificada e é baseado na norma americana AISC-LRFD (2005) e o Modelo

de Cálculo II, que é mais rigoroso e é proveniente da norma européia Eurocode 4 (2004),

aplicável unicamente a pilares mistos. Para efeito de cálculo, neste estudo adotaremos o

Modelo de Cálculo II, cujas principais características são descritas a seguir.

3.5.2 MODELO DE CÁLCULO II

A verificação dos momentos fletores é obtida a partir da expressão de interação a

seguir:

(3.16 )

Onde:

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31

Caso seja menor que , então deve ser tomado igual a . O mesmo

deve ser realizado em relação ao eixo y.

Para:

a)

(3.17 )

b)

(3.18 )

c)

(3.19 )

O coeficiente é calculado da mesma forma que trocando as grandezas

referentes a x por y.

Os valores de e foram definidos no item anterior e é a força axial

solicitante de cálculo.

Os momentos fletores solicitantes de cálculo totais são obtidos a partir das equações

a seguir, que levam em conta, de forma simplificada, os efeitos das imperfeições iniciais:

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32

(3.20 )

(3.21 )

Onde:

Temos que:

(3.22 )

(3.23 )

Onde:

(3.24 )

A rigidez (EI) é obtida por meio da equação (3.14 ).

Os momentos fletores máximos resistentes de plastificação de cálculo ( e

), em seções duplamente simétricas, podem ser obtidos através da equação

(3.25 ) :

(3.25 )

E os momentos fletores resistentes de plastificação de cálculo ( e )

em relação aos eixos x e y são obtidos a partir da equação (3.26 ):

(3.26 )

Onde:

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33

Para seções I revestidas parcialmente com concreto, tem-se:

(3.27 )

Onde:

Para o cálculo dos módulos de resistência temos duas situações: a linha neutra na

alma ou na mesa do perfil de aço. Além disso, devemos considerar os eixos x e y. Sendo

assim:

a) Para o eixo x:

A seção transversal, bem como sua posição e descrição de valores de entrada nas

equações pode ser observada na Figura 8:

Figura 8 – Seção I parcialmente revestida e fletida em relação ao eixo x

fonte: NBR 2008:8800

Temos que:

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34

(3.28 )

Para verificar se a linha neutra está na alma do perfil de aço, deve-se calcular o valor

da altura e verificar a condição estabelecida na equação (3.30 ):

(3.29 )

Onde:

(3.30 )

Consequentemente, determina-se , e como segue:

( 3.31 )

( 3.32 )

( 3.33 )

Onde:

Para verificar se a linha neutra está na mesa do perfil de aço, deve-se calcular a

altura e verificar a condição estabelecida na equação (3.35 ):

(3.34 )

(3.35 )

Sendo assim, determina-se o valor de , e :

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35

(3.36 )

O cálculo de e deve ser realizado conforme as equações ( 3.33 ) e ( 3.32 ),

respectivamente.

b) Para o eixo y:

A seção transversal, bem como sua posição e descrição de valores de entrada nas

equações pode ser observada na Figura 9:

Figura 9 – Seção I parcialmente revestida e fletida em relação ao eixo y

fonte: NBR 2008:8800

Temos que:

(3.37 )

Para se verificar se a linha neutra está na alma do perfil de aço, deve-se calcular o

valor da linha neutra ( ) e verificar a condição estabelecida na equação (3.39 ):

(3.38 )

Onde:

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36

(3.39 )

Sendo assim, determina-se o valor de , e :

(3.40 )

(3.41 )

(3.42 )

Onde:

Para verificar se a linha neutra encontra-se na mesa do perfil de aço, deve-se

calcular a altura e verificar a condição estabelecida na equação (3.44 ):

(3.43 )

(3.44 )

Sendo assim, determina-se o valor de , e :

( 3.45 )

O cálculo de e deve ser realizado conforme as equações (3.42 ) e (3.41 ),

respectivamente.

Para auxiliar no dimensionamento dos pilares parcialmente revestidos que irão

compor os pórticos planos, foram elaboradas planilhas para verificação da flexo-

compressão. Nestas planilhas, foi implementada a formulação descrita neste item.

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37

4. DIMENSIONAMENTO DE VIGAS MISTAS

4.1 GENERALIDADES

O Anexo O da NBR 8800:2008 traz o dimensionamento de vigas mistas de concreto

e aço. Estas consistem em um componente de aço simétrico em relação ao plano de flexão

e uma laje de concreto posicionada acima da face superior do perfil de aço, de modo que a

ligação mecânica entre esses componentes se faça por conectores de cisalhamento,

promovendo o trabalho conjunto entre o elemento de aço e o elemento de concreto. Aqui

será apresentada apenas a formulação referente à verificação da viga mista submetida a

momento fletor positivo, admitindo-se que a capacidade resistente a momento fletor

negativo, no caso dos pórticos avaliados, será atribuída à armadura negativa existente na

laje, na região correspondente à largura efetiva.

A viga mista a ser empregada no presente estudo será formada por perfil I de aço, de

seção simétrica, e laje de concreto armado maciça moldada no local. Sendo assim, a viga é

chamada de viga mista de aço e concreto de alma cheia.

O perfil de aço das vigas mistas de aço e concreto de alma cheia deve apresentar

relação entre altura e espessura da alma conforme a equação ( 4.1 ), a fim de evitar a

instabilidade local da alma:

( 4.1 )

Nos casos em que:

, então a viga é compacta e pode ser dimensionada utilizando-se

as propriedades plásticas da seção.

, então a viga deve ser dimensionada utilizando-se as

propriedades elásticas da seção mista.

Onde:

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38

Para este estudo, será considerada interação completa entre aço e concreto,

promovida por conectores de cisalhamento tipo pino com cabeça. Portanto, os conectores

possuem resistência de cálculo igual ou superior à resistência de cálculo do componente de

aço à tração ou da laje de concreto à compressão (o menor deles).

As propriedades geométricas da seção mista devem ser obtidas por meio da

homogeneização teórica da seção formada pelo componente de aço e pela laje de concreto

com sua largura efetiva. Essa homogeneização é realizada empregando a razão modular

, em que é o módulo de elasticidade do aço e , o módulo de elasticidade do

concreto.

A posição da linha neutra da seção homogeneizada é obtida admitindo-se uma

distribuição de tensões linear na seção homogeneizada.

Nas vigas mistas de alma cheia, o momento de inércia efetivo da seção

homogeneizada deve ser calculado conforme a equação ( 4.2 ) e, no caso de interação total,

.

( 4.2 )

Onde:

Com sendo o menor valor entre e , onde:

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39

As propriedades da secao mista transformada (homogeneizada) são empregadas na

verificação dos estados limites de serviço, sobretudo na verificação dos deslocamentos

verticais.

Quanto ao método construtivo, que interfere diretamente nas verificações

necessárias, as vigas mistas do presente estudo serão admitidas escoradas durante a

construção e, neste caso, o componente de aço permanece quase sem solicitação até a

retirada do escoramento, que se faz após o concreto da laje atingir 75% da resistência

característica à compressão especificada e a seção mista estar devidamente constituída.

A seguir, é apresentado procedimento simplificaco para o pré-dimensionamento da

laje de concreto que será parte constituinte da viga mista empregada nos pórticos do

presente estudo.

4.2 PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE LAJES MACIÇAS

4.2.1 PRÉ-DIMENSIONAMENTO DA ALTURA DAS LAJES

A laje de concreto maciça moldada no local do presente estudo possui concreto de

fck=30MPa e o pré-dimensionamento da altura destas é realizado a partir da NBR

6118:2003, que determina que a altura final de uma laje se dá em função da deformação-

limite ou do momento fletor para o estado limite último. O valor da altura útil deve respeitar a

equação (4.3 ):

(4.3 )

Onde:

Para o cálculo de são empregadas tabelas que relacionam com a vinculação da

laje sendo:

(4.4 )

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40

Para , como a laje é do tipo maciça e o aço da armadura é CA-50, então, .

Com isso, o valor da altura h da laje é determinado somando-se o valor da altura útil

com o cobrimento e mais uma vez e meia o diâmetro da armadura empregada, conforme a

equação ( 4.5 ):

( 4.5 )

Onde:

Além disso, a NBR 6118:2003 estabelece valores mínimos para a espessura das

lajes. Para as lajes maciças de piso, a altura mínima deve ser de 7 cm e l/50 para lajes

contínuas. Logo, se a altura da laje calculada conforme a equação ( 4.5 ) for menor que os

valores mínimos, deve-se utilizar o valor de altura mínima estabelecido na NBR 6118:2003

para a situação da laje em uso.

4.3 PRÉ-DIMENSIONAMENTO DO PERFIL DE AÇO

Para o pré-dimensionamento do perfil de aço pode-se utilizar a relação altura/vão em

um intervalo como mostra a equação ( 4.6 ). Esta relação foi adaptada da relação sugerida

para vigas em perfis de aço.

( 4.6 )

Onde:

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41

4.4 CONECTORES DE CISALHAMENTO

Os conectores de cisalhamento são responsáveis por garantir o trabalho conjunto do

perfil de aço com a laje de concreto, ou seja, resistem à força de cisalhamento horizontal

presente na superfície de contato entre os dois elementos e impedem o escorregamento. O

presente estudo utiliza o conector tipo pino com cabeça. Esse conector deve possuir

comprimento mínimo de e deve ser embutido completamente no concreto da laje com

cobrimento superior mínimo de 10 mm.

4.4.1 FORÇA RESISTENTE DE CÁLCULO DE CONECTORES

Para o conector tipo pino com cabeça, a força resistente de cálculo em cada

conector é dada pelo menor dos valores obtidos nas equações ( 4.7 ) e ( 4.8 ):

( 4.7 )

( 4.8 )

Onde:

Para qualquer número de conectores soldados em uma linha diretamente no perfil de

aço os valores de e são iguais a 1.

4.4.2 NÚMERO DE CONECTORES DE CISALHAMENTO

O presente estudo aborda interação total aço-concreto. Assim, a determinação do

número de conectores deve ser realizada de tal maneira que a resistência da ligação aço-

concreto, dada pela resistência do conjunto de conectores, deve ser maior que o fluxo de

cisalhamento na superfície de contato entre o elemento de aço e a laje de concreto.

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42

O fluxo de cisalhamento ( ) é determinado a partir da máxima força cortante

transmitida na ligação entre o perfil de aço e o concreto da laje, sendo o menor dos valores

entre a resultante máxima de tração no perfil de aço (equação ( 4.9 )) e a resultante máxima

de compressão na laje de concreto (equação ( 4.10 )).

( 4.9 )

( 4.10 )

O número de conectores de cisalhamento pode ser determinado dividindo-se o fluxo

de cisalhamento pela resistência de cada conector conforme a equação ( 4.11 ). O cálculo

dos conectores de cisalhamento é realizado para a região entre a seção de momento

positivo máximo e a seção adjacente de momento nulo, sendo assim, o número de

conectores de cisalhamento obtido deve ser multiplicado por 2:

( 4.11 )

No entanto, a norma estabelece certas limitações dimensionais, dentre elas estão:

O diâmetro máximo dos conectores de cisalhamento é de 19 mm;

O espaçamento máximo entre linhas de centro de conectores deve ser ;

O espaçamento mínimo entre linhas de centro de conectores em lajes

maciças deve ser ;

O espaçamento mínimo entre linhas de centro de conectores do tipo pino com

cabeça na direção transversal deve ser 4 ;

O diâmetro dos conectores deve ter a espessura menor ou igual a (duas

vezes e meia a espessura da mesa), porém se estiverem soldados

diretamente na posição correspondente à alma da viga, isto não se aplica;

O cobrimento lateral mínimo de concreto é de 25 mm;

4.5 VERIFICAÇÃO DO MOMENTO FLETOR POSITIVO

4.5.1 LARGURA EFETIVA

Em vigas mistas de aço e concreto biapoiadas a largura efetiva da mesa de concreto,

de cada lado da linha de centro da viga, deve ser igual ao menor valor entre:

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43

1/8 do vão da viga mista, considerando entre linhas de centro dos apoios;

metade da distância entre a linha de centro da viga analisada e a linha de

centro da viga adjacente;

distância da linha de centro da viga à borda de uma laje em balanço.

4.5.2 MOMENTO FLETOR RESISTENTE DE CÁLCULO

O presente estudo adota vigas escoradas e interação completa entre a laje de

concreto e o perfil de aço. No presente estudo também foram considerados apenas perfis de

aço cuja alma não apresenta instabilidade local, ou seja:

( 4.12 )

Caso o perfil de aço apresente instabilidade local, verificações adicionais de tensões

nas regioes tracionada e comprimidas devem ser feitas. Tais verificações são encontradas

na NBR 8800:2008.

Para esta situação, temos três possibilidades para a linha neutra e, em função da

posição da linha neutra, são apresentadas formulações específicas para determinação do

momento fletor resistente positivo, valor de cálculo.

1) Linha neutra da seção plastificada na laje de concreto (Figura 10):

Figura 10 - Linha neutra plástica na laje de concreto

fonte: NBR 2008:8800

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44

( 4.13 )

( 4.14 )

Verificadas essas condições, temos:

( 4.15 )

( 4.16 )

( 4.17 )

( 4.18 )

Onde:

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45

2) Linha neutra da seção plastificada no perfil de aço (Figura 11):

Figura 11 - Linha neutra plástica no perfil de aço

fonte: NBR 2008:8800

( 4.19 )

( 4.20 )

Verificadas essas condições, temos:

( 4.21 )

( 4.22 )

( 4.23 )

O cálculo da linha neutra da seção plastificada medida a partir do topo do perfil de

aço pode ser realizado a partir das condições a seguir:

Para , a linha neutra está na mesa superior, sendo assim:

( 4.24 )

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46

Para , a linha neutra está na alma, sendo assim:

( 4.25 )

E o momento fletor resistente de cálculo é calculado conforme a equação ( 4.26 ):

( 4.26 )

Onde:

4.6 VERIFICAÇÃO QUANTO À FORÇA CORTANTE

Em vigas mistas de aço e concreto a força cortante resistente de cálculo deve ser

determinada considerando o mesmo procedimento adotado para a viga de aço isolada

conforme a NBR 8800:2008. Portanto, para verificação da viga mista quanto à força

cortante, as formulações seguem a NBR 8800:2008 e se encontram nas planilhas

eletrônicas de dimensionamento apresentadas em anexo.

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47

4.7 VERIFICAÇÃO DOS ESTADOS LIMITES DE SERVIÇO: DESLOCAMENTO VERTICAL

4.7.1 DESLOCAMENTO VERTICAL LIMITE

O deslocamento limite ( ) depende do tipo de viga sendo que, na Tabela 1 são

mostradas algumas das situações mais comuns.

Tabela 1 – Deslocamentos limites

DESCRIÇÃO

Vigas de cobertura

Vigas de piso

Onde L é o vão teórico entre apoios em vigas biapoiadas. Para simplificação dos

cálculos, adotaremos para todas as vigas o limite de deslocamento de , ou seja, todas

as vigas mistas serão consideradas vigas de piso.

4.7.2 CÁLCULO DO DESLOCAMENTO VERTICAL DA VIGA MISTA

A verificação do deslocamento vertical da viga mista é realizada a partir das

equações da resistência dos materiais. O deslocamento vertical é dado pela equação

( 4.27 ):

( 4.27 )

Onde:

O momento de inércia da seção transformada ( ) pode ser obtido conforme o

item 5.3, empregando a formulação lá descrita detalhadamente.

Sendo assim, o deslocamento vertical obtido deve ser menor ou igual ao limite

estabelecido no item 4.7.1.

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48

5. REPRESENTAÇÃO DOS ELEMENTOS MISTOS NO

MODELO NUMÉRICO

5.1 INTRODUÇÃO

No presente estudo, a validação da representação dos elementos mistos em pacotes

computacionais é realizada por meio de uma análise comparativa entre a verificação manual

e o pacote computacional . Este pacote computacional foi utilizado no estudo dos

pórticos compostos por pilares e vigas mistas de aço e concreto.

5.2 VALIDAÇÃO DO MODELO NUMÉRICO PARA PILARES MISTOS

5.2.1 DESCRIÇÃO DO MODELO

Para a validação do modelo de pilar parcialmente revestido considerou-se o

comportamento de um pilar misto engastado em uma de suas extremidades e livre na outra.

Na avaliação da rigidez, o parâmetro de comparação adotado foi o deslocamento horizontal

da extremidade livre do pilar engastado, submetido a uma força horizontal unitária.

Inicialmente, a análise da rigidez do elemento foi realizada manualmente com

equações da resistência dos materiais. Em seguida, houve a modelagem no e

uma posterior comparação entre os resultados.

O modelo utilizado consiste em um pilar misto do tipo parcialmente revestido

engastado em uma das extremidades e com uma força horizontal unitária aplicada na

extremidade livre (Figura 12a). O pilar misto possui perfil de aço VS 150x18 e comprimento

de 3000 mm, com seção transversal representada na Figura 12b.

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49

Figura 12 – Detalhes do modelo de barra analisado

a) Barra engastada em uma extremidade e livre na outra

b) Seção Transversal VS 150x18

fonte: do próprio autor

5.2.2 ANÁLISE MANUAL

O cálculo manual para avaliação da rigidez consiste na aplicação da equação ( 5.1 ),

com a finalidade de obter o deslocamento horizontal da extremidade livre do pilar misto.

( 5.1 )

Para o cálculo da rigidez do pilar misto parcialmente revestido, é necessário

determinar o módulo de elasticidade do concreto, obtido pela equação (3.3 ), resultando em:

A armadura é obrigatória para pilares mistos do tipo parcialmente preenchidos. Para

efeito de cálculo armadura foi desconsiderada nos cálculos. Para os cálculos, foi tomado o

momento de inércia em relação ao eixo de maior inércia, no caso o eixo x (Figura 12b).

Calculado o módulo de elasticidade do concreto, ainda temos os seguintes dados:

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50

Assim, para o cálculo da rigidez do pilar misto a partir da equação (3.14 ), temos:

Para o cálculo do deslocamento horizontal da extremidade livre do elemento misto a

partir da equação ( 5.1 ), temos:

5.2.3 ANÁLISE NO PACOTE COMPUTACIONAL SAP 2000®

Para a análise computacional, foram utilizados os mesmos materiais, seções e

modelo da análise manual. No pacote computacional AutoCAD, foi definida uma barra

vertical de comprimento 3m. Essa barra foi transferida para o pacote computacional

, sendo posteriormente engastada.

Inicialmente foram criados dois materiais no pacote computacional : o aço

ASTM 36, com as mesmas características do aço utilizado no item anterior, e o concreto

fck=30 MPa, com o seu módulo de elasticidade reduzido.

Em seguida, foi criada a seção transversal do elemento misto em questão, inserindo-

se um perfil de aço do tipo I e preenchendo esse perfil com seções retangulares. Desenhada

a seção, atribuiu-se ao perfil I o material aço, e às seções retangulares o material concreto,

definidos anteriormente. A Figura 13a ilustra a seção transversal acima mencionada.

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51

Figura 13 – Representação do pilar misto no pacote computacional SAP

a) Representação da seção transversal no

pacote computacional

b) Pilar engastado

fonte: do próprio autor

Após atribuir a seção definida anteriormente à barra vertical (Figura 13b), foi aplicado

um carregamento horizontal unitário de 1kN na extremidade livre e foi realizado o

processamento do modelo.

O resultado obtido para o deslocamento horizontal da extremidade livre foi:

5.2.4 ANÁLISE COMPARATIVA

Para analisar a dimensão diferencial entre as duas análises, foi utilizada a

porcentagem de diferença entre os valores de deslocamentos horizontais obtidos em cada

uma. Sendo assim, temos:

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52

5.2.5 COMENTÁRIOS

Os resultados de deslocamento horizontal obtidos nas análises manual e

computacional são bastante semelhantes, apresentando uma porcentagem de diferença

quase insignificante, não necessitando de nenhum fator de correção para aproximar as

respostas. Assim sendo, podemos concluir que o pacote computacional

considera a seção mista no caso do pilar misto parcialmente revestido, não acarretando a

necessidade de alterações na rigidez dos elementos mistos, portanto, conclui-se que houve

validação do modelo numérico proposto no presente estudo.

No caso da viga mista de aço e concreto, também será feita uma etapa de validação

semelhante à já desenvolvida para o pilar cujos resultados foram aqui apresentados.

5.3 MODELO NUMÉRICO PARA VIGAS MISTAS

Para a utilização de vigas mistas no pacote computacional foi utilizada

uma seção genérica com seu momento de inércia correspondente a uma seção

homogeneizada (ou transformada), obtida por meio da troca do concreto da seção

transversal original por uma seção equivalente de aço. Esse momento de inércia é chamado

de momento de inércia da seção homogeneizada e depende da posição da linha neutra na

seção homogeneizada.

Para verificar a posição da linha neutra, o primeiro passo é obter o centro geométrico

da seção transformada de acordo com a equação ( 5.2 ) e com a Figura 14:

( 5.2 )

Onde:

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53

Figura 14 - Seção transversal de viga mista com laje de concreto maciça

a) Seção transversal de viga mista

b) Seção tranversal transformada

fonte: material de apoio Prof. Silvana De Nardin

Deve-se comparar o valor do centro de gravidade da seção transformada com o valor

da altura do perfil de aço ( ). Se , então a linha neutra localiza-se na laje de concreto

e o momento de inércia da seção transformada ( ) deve ser calculado conforme a equação

( 5.3 ):

( 5.3 )

Caso contrário, se , então a linha neutra da seção homogeneizada localiza-se

no perfil de aço e o momento de inércia da seção transformada ( ) deve ser calculado

conforme a equação ( 5.4 ):

( 5.4 )

Onde:

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54

6. SIMULAÇÃO NUMÉRICA

6.1 APRESENTAÇÃO DOS PÓRTICOS

Foi realizada uma seleção da geometria dos pórticos planos com base em estudos

anteriores, visando à comparação dos resultados do presente estudo com os resultados

obtidos anteriormente. A análise foi realizada em pórticos planos sem contraventamento,

com variações no número de pavimentos, no número de tramos, vãos, seções dos pilares

ao longo da altura e pé-direito. Cada um dos pórticos selecionados é descrito sucintamente

a seguir, dando ênfase para sua geometria e carregamentos aplicados.

6.1.1 PÓRTICO 1

O Pórtico 1 possui dois pavimentos com pé-direito constante e igual a 500 cm, um

tramo de 1000 cm e seus carregamentos e seções transversais utilizadas nos estudos

anteriores estão representados na Figura 15.

Figura 15 - Pórtico 1

fonte: Pereira & Souza (2010)

V1

V2

V1

V2

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55

6.1.2 PÓRTICO 2

O Pórtico 2 possui pé-direito constante de 300 cm, 11 pavimentos e dois vãos de 600

cm. As seções transversais dos pilares variam ao longo do pórtico e estão representadas,

bem como os seus carregamentos, na Figura 16.

Figura 16 - Pórtico 2

600cm 600cm

11x300cm

=3300cm

W 530 x 66 W 530 x 66

W 530 x 66 W 530 x 66

W 530 x 66 W 530 x 66

W 530 x 66 W 530 x 66

W 530 x 66 W 530 x 66

W 530 x 66 W 530 x 66

W 530 x 66 W 530 x 66

W 530 x 66 W 530 x 66

W 530 x 66 W 530 x 66

W 530 x 66 W 530 x 66

W 530 x 66 W 530 x 66

W 3

60

x122

W 3

10

x 9

7

W 3

10

x 9

7

W 3

10

x 9

7

W 3

10

x 9

7

W 3

10

x 9

7

W 3

10

x 9

7

W 3

10

x 9

7

W 3

10

x 9

7

W 3

10

x 9

7

W 3

10

x 9

7W

310

x 9

7W

310

x 9

7

W 2

50

x 7

3

W 2

50

x 7

3

W 2

50

x 7

3

W 2

50

x 7

3

W 2

50

x 7

3

W 2

50

x 7

3

W 2

50

x 7

3

W 2

50

x 7

3

W 2

50

x 7

3

W 2

50

x 7

3

W 2

50

x 7

3

W 2

50

x 7

3

0,65kN/cm 0,65kN/cm

0,13kN/cm 0,13kN/cm

8,7kN

8,7kN

8,7kN

11,0kN

13,5kN

13,5kN

14,25kN

15,0kN

15,0kN

16,0kN

8,6kN

67,7kN 63,4kN 67,7kN

67,7kN63,4kN67,7kN

67,7kN 63,4kN 67,7kN

35,8kN36,5kN

35,8kN

35,8kN

35,8kN

35,14kN

96,3kN

5,35kN 5,35kN 5,35kN

96,3kN 96,3kN

35,14kN 35,14kN

35,14kN 35,14kN

35,8kN

35,8kN

35,8kN

35,8kN

36,5kN

36,5kN

36,5kN

35,14kN

0,65kN/cm 0,65kN/cm

0,65kN/cm 0,65kN/cm

0,65kN/cm 0,65kN/cm

0,43kN/cm 0,43kN/cm

0,43kN/cm 0,43kN/cm

0,43kN/cm 0,43kN/cm

0,43kN/cm 0,43kN/cm

0,43kN/cm 0,43kN/cm

0,43kN/cm 0,43kN/cm

W 3

60

x122

W 3

60

x122

W 3

60

x122

W 3

60

x122

W 3

60

x122

W 3

60

x122

W 3

60

x122

W 3

60

x122

fonte: Pereira & Souza (2010)

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56

6.1.3 PÓRTICO 3

A Figura 17 mostra a geometria do Pórtico 3, que tem a mesma configuração do

Pórtico 2, porém possui 10 pavimentos, pois o primeiro pavimento tem pé-direito duplo (600

cm). As seções transversais e seus carregamentos também estão representados na

ilustração.

Figura 17 - Pórtico 3

fonte: Trotta & De Nardin (2010)

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57

6.1.4 PÓRTICO 4

O Pórtico 4 possui 11 pavimentos com pé-direito constante de 300 cm, 2 vãos, sendo

um de 600 cm e outro de 300 cm. Os carregamentos e seções transversais originais em aço

estão representados na Figura 18.

Figura 18 - Pórtico 4

600cm 300cm

11

x3

00

cm

=33

00

cm

W 530 x 66

W 530 x 66

W 530 x 66

W 530 x 66

W 530 x 66

W 530 x 66

W 530 x 66

W 530 x 66

W 530 x 66

W 530 x 66

W 530 x 66

W 3

60x122

W 3

60x122

W 3

60x122

W 3

10x 9

7

W 3

10x 9

7

W 3

10x 9

7

W 3

10x 9

7

W 3

10x 9

7

W 3

10x 9

7

W 3

10x 9

7

W 3

10x 9

7

W 3

10x 9

7

W 3

10x 9

7W

310x 9

7W

310x 9

7

W 2

50 x

73

W 2

50 x

73

W 2

50 x

73

W 2

50 x

73

W 2

50 x

73

W 2

50 x

73

W 2

50 x

73

W 2

50 x

73

W 2

50 x

73

W 2

50 x

73

W 2

50 x

73

W 2

50 x

73

0,65kN/cm

0,65kN/cm

0,65kN/cm

0,65kN/cm

0,43kN/cm

0,43kN/cm

0,43kN/cm

0,43kN/cm

0,43kN/cm

0,43kN/cm

0,13kN/cm

8,7kN

8,7kN

8,7kN

11,0kN

13,5kN

13,5kN

14,25kN

15,0kN

15,0kN

16,0kN

8,6kN

67,7kN 63,4kN 67,7kN

67,7kN63,4kN67,7kN

67,7kN 63,4kN 67,7kN

35,8kN36,5kN

35,8kN

35,8kN

35,8kN

35,14kN

96,3kN

5,35kN 5,35kN 5,35kN

96,3kN 96,3kN

35,14kN 35,14kN

35,14kN 35,14kN

35,8kN

35,8kN

35,8kN

35,8kN

36,5kN

36,5kN

36,5kN

35,14kN

W 3

60x122

W 3

60x122

W 3

60x122

W 3

60x122

W 3

60x122

W 3

60x122

fonte: Pereira & Souza (2010)

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58

6.1.5 PÓRTICO 5

Diferentemente dos anteriores, o Pórtico 5 possui dois vãos de 600 cm e dois níveis

de altura, um com 11 pavimentos e outro com 6 pavimentos. Os carregamentos e seções

transversais originais em aço estão representados na Figura 19.

Figura 19 - Pórtico 5

600cm 600cm

11

x3

00

cm

=3

30

0cm

W 530 x 66 W 530 x 66

W 530 x 66 W 530 x 66

W 530 x 66 W 530 x 66

W 530 x 66 W 530 x 66

W 530 x 66 W 530 x 66

W 530 x 66

W 530 x 66

W 530 x 66

W 530 x 66

W 530 x 66

W 3

60x122

W 3

60x122

W 3

60x122

W 3

10x 9

7

W 3

10x 9

7

W 3

10x 9

7

W 3

10x 9

7

W 3

10x 9

7

W 3

10x 9

7

W 3

10x 9

7

W 3

10x 9

7

W 3

10x 9

7

W 3

10x 9

7W

310x 9

7

W 2

50 x

73

W 2

50 x

73

W 2

50 x

73

W 2

50 x

73

W 2

50 x

73

W 2

50 x

73

W 2

50 x

73

W 2

50 x

73

0,65kN/cm 0,65kN/cm

0,65kN/cm 0,65kN/cm

0,65kN/cm 0,65kN/cm

0,43kN/cm 0,43kNc/m

0,43kNcm 0,43kN/cm

0,43kNc/m

0,43kN/cm

0,43kN/cm

0,43kN/cm

0,13kN/cm

8,7kN

8,7kN

11,0kN

13,5kN

13,5kN

14,25kN

15,0kN

15,0kN

16,0kN

8,6kN

67,7kN

67,7kN63,4kN67,7kN

67,7kN 63,4kN 67,7kN

35,8kN36,5kN

35,8kN

35,14kN

96,3kN

5,35kN 5,35kN

96,3kN

35,14kN

35,14kN

35,8kN

35,8kN

35,8kN

35,8kN

36,5kN

36,5kN

36,5kN

35,14kN

67,7kN 63,4kN

0,65kN/cm 0,65kN/cm

8,7kNW 530 x 66 W 530 x 66

W 3

60x122

W 3

60x122

W 3

60x122

W 3

60x122

W 3

60x122

W 3

60x122

fonte: Pereira & Souza (2010)

6.2 DIMENSIONAMENTO DOS COMPONENTES DOS PÓRTICOS

Para o dimensionamento dos pilares e vigas mistas foi realizado um processamento

inicial no pacote computacional com as seções transversais mistas equivalentes

aos perfis de aço indicados nas figuras dos pórticos do item 6.1 para a obtenção dos

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59

esforços solicitantes iniciais dos pilares e vigas envolvidos. Esses perfis de aço foram

dimensionados em estudo anterior de Pereira & Souza (2010) no projeto de iniciação

científica “Análise dos efeitos de 2ª ordem em pórticos planos em aço incluindo efeito da

rigidez das ligações e plastificação da seção” e utilizados por Trotta & De Nardin (2010) no

projeto de iniciação científica “Análise da estabilidade global em edifícios de múltiplos

pavimentos, compostos por elementos mistos de aço e concreto”.

A partir da obtenção dos esforços solicitantes iniciais, obtidos a partir de análise

elástica, foram utilizadas as planilhas eletrônicas de dimensionamento elaboradas no pacote

computacional Mathcad para determinar as seções transversais dos pilares mistos e vigas

mistas capazes de resistir a esses esforços.

Além disso, existe a deslocabilidade lateral do pórtico. No presente estudo, os

componentes dos pórticos (vigas e pilares) foram dimensionados para garantir que o pórtico

apresentasse deslocabilidade média. Assim, foi elaborado no pacote computacional Excel,

uma planilha para a verificação da deslocabilidade dos pórticos analisados.

Para o dimensionamento das vigas mistas, somente o momento positivo foi

considerado, admitindo-se que a resistência da viga mista ao momento negativo seja dada

pela armadura negativa colocada na laje de concreto na região correspondente à largura

efetiva. Esta armadura negativa não foi dimensionada/verificada no presente estudo. Além

disso, o concreto utilizado para as lajes foi o de resistência característica à compressão de

30 MPa.

Para os pilares mistos, o aço e o concreto utilizados correspondem aos mesmos

utilizados por Pereira (2010) e Trotta (2010) para fins comparativos, sendo o aço do tipo

ASTM A36, com módulo de elasticidade transversal E=20500 kN/cm², fy=250 MPa e fu=400

MPa e o concreto de resistência característica à compressão de 50 MPa.

Segundo Pereira (2010) “os carregamentos considerados para análise correspondem

a valores usuais em projetos de estruturas para as combinações de ações ultimas

pertinentes”. Assim sendo, para permitir a comparação de resultados, foram adotados os

mesmos carregamentos dos estudos anteriores.

As seções mistas resultantes e a comparação com as seções de aço de Pereira

(2010), que são as mesmas seções utilizadas por Trotta (2010), são abordadas no item 7.1,

a seguir.

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60

7. RESULTADOS

7.1 CONSUMO DE AÇO

As tabelas seguintes apresentam as seções de aço do estudo anterior e a seção

mista correspondente, dimensionada para resistir aos esforços determinadas nas análises

estruturais. Além disso, se encontra em cada tabela uma representação do pórtico

analisado. Na Tabela 2 são apresentadas as seções de aço necessárias ao Pórtico 1,

considerando este estruturado em aço ou em elementos mistos de aço e concreto.

Tabela 2 - Seções transversais do pórtico 1

Pavimento (Pilares) Pórtico em Aço Pórtico Misto

2 HEA 260 CS 300x62

1 HEA 260 CS 300x62

Vigas IPE 400 VS 350x49

De forma semelhante, na Tabela 3, são apresentados os perfis de aço necessários

para resistir aos esforços no caso do Pórtico 2, para elementos em aço e mistos de aço e

concreto (vigas e pilares).

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61

Tabela 3 - Seções transversais do pórtico 2

Pavimento (Pilares) Pórtico em Aço Pórtico Misto

11 W 250x73 CVS 250x33

10 W 250x73 CVS 250x33

9 W 250x73 CVS 250x33

8 W 310x97 CVS 250x33

7 W 310x97 CS 300x62

6 W 310x97 CS 300x62

5 W 310x97 CS 300x62

4 W 310x97 CS 300x62

3 W 360x122 CS 300x109

2 W 360x122 CS 300x109

1 W 360x122 CS 300x109

Vigas W 530x66 VS 325x49

Os perfis de aço necessários para resistir aos esforços no caso do Pórtico 3, para

elementos em aço e mistos de aço e concreto (vigas e pilares), são apresentados na Tabela

4.

Tabela 4 - Seções transversais do pórtico 3

Pavimento (Pilares) Pórtico em Aço Pórtico Misto

10 W 250x73 CVS 250x33

9 W 250x73 CVS 250x33

8 W 250x73 CVS 250x33

7 W 250x73 CVS 250x33

6 W 310x97 CS 300x62

5 W 310x97 CS 300x62

4 W 310x97 CS 300x62

3 W 310x97 CS 300x62

2 W 360x122 CS 300x109

1 W 360x122 CS 300x109

Vigas W 530x66 VS 325x49

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62

Na Tabela 5 são apresentadas as seções de aço necessárias ao Pórtico 4,

considerando este estruturado em aço ou em elementos mistos de aço e concreto.

Tabela 5 - Seções transversais do pórtico 4

Pavimento (Pilares) Pórtico em Aço Pórtico Misto

11 W 250x73 CVS 250x33

10 W 250x73 CVS 250x33

9 W 250x73 CVS 250x33

8 W 250x73 CVS 250x33

7 W 310x97 CS 250x52

6 W 310x97 CS 250x52

5 W 310x97 CS 250x52

4 W 310x97 CS 250x52

3 W 360x122 CS 300x62

2 W 360x122 CS 300x62

1 W 360x122 CS 300x62

Vigas W 530x66 VS 325x49

E por fim, na Tabela 6 são apresentadas as seções de aço necessárias ao Pórtico 5,

considerando este estruturado em aço ou em elementos mistos de aço e concreto.

Tabela 6 - Seções Transversais do pórtico 5

Pavimento (Pilares) Pórtico em Aço Pórtico Misto

11 W 250x73 CVS 250x33

10 W 250x73 CVS 250x33

9 W 250x73 CVS 250x33

8 W 250x73 CVS 250x33

7 W 310x97 CS 250x52

6 W 310x97 CS 250x52

5 W 310x97 CS 250x52

4 W 310x97 CS 250x52

3 W 360x122 CS 300x62

2 W 360x122 CS 300x62

1 W 360x122 CS 300x62

Vigas W 530x66 VS 325x49

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63

A partir das seções dos perfis de aço obtidos, pode-se afirmar que, em todas as

situações analisadas (Pórticos 1 a 5), a utilização de pilares mistos do tipo parcialmente

revestido e vigas mistas resultou na diminuição da seção transversal do aço, principalmente

no que se refere às vigas mistas, cujas seções de aço sofreram significativas mudanças. Ou

seja, a utilização de vigas mistas reduz o consumo de aço nestes elementos.

As seções transversais foram reduzidas e o consumo de aço foi analisado para cada

pórtico. A comparação de consumo de aço entre pórticos estruturados em aço e pórticos

estruturados com elementos mistos foi realizada por meio das seções transversais dos

pilares e vigas dos respectivos pórticos. Seguem a seguir gráficos dos resultados

apresentados para cada pórtico.

O Pórtico 1 apresentou um consumo de aço maior quando estruturado com

elementos em aço. As áreas de aço do perfil de aço utilizadas no sistema misto foram

menores do que no pórtico estruturado em aço. Além disso, a área de aço da seção

transversal destas é menor, apresentando um consumo de aço nos pilares e vigas mistos

menor que nos pilares e vigas em aço. A comparação pode ser visualizada no Gráfico 1,

que apresenta a área de aço na seção transversal nos pilares e vigas de aço e nos pilares e

vigas mistos. Percentualmente, a redução no consumo de aço foi de 2,9% para os pilares

mistos em relação aos pilares de aço e de 21,9% para as vigas mistas em relação às vigas

de aço.

Gráfico 1: Consumo de aço para o Pórtico 1

Para o Pórtico 2, todos os elementos mistos apresentaram consumo de aço menor

que no pórtico estruturado em aço. As vigas mistas apresentaram consumo de aço muito

menor que as vigas de aço. A comparação pode ser visualizada no Gráfico 2, que

81,9 80,7 79,5

63

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Pilares Vigas

Áre

a d

e aç

o d

a se

ção

tr

ansv

ersa

l (cm

²)

Consumo de aço do Pórtico 1

AÇO

MISTO

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64

apresenta a área de aço na seção transversal dos pilares e vigas de aço e dos pilares e

vigas mistos. Neste caso, em função da altura total do pórtico, houve variação da seção

transversal dos pilares a fim de otimizar o consumo de materiais.

Analisando os pilares, para os primeiros pavimentos (pavimentos 1, 2 e 3), a redução

no consumo de aço na forma de perfis foi de 10,6%, para os pavimentos 4, 5, 6 e 7 esta

redução foi de 35,7 % e para os últimos pavimentos (8, 9, 10 e 11), de 54,8%. Em todos os

casos, o pilar misto resultou mais econômico que o pilar de aço. No caso das vigas mistas, a

redução do consumo de aço em relação às vigas em aço foi de 40,5%.

Gráfico 2: Consumo de aço para o Pórtico 2

O Pórtico 3 com vigas e pilares mistos também apresentou um consumo de aço

menor que o pórtico estruturado em aço. As vigas mistas apresentaram consumo de aço

muito menor que as vigas de aço. A comparação pode ser visualizada no Gráfico 3, que

apresenta a área de aço na forma de perfis para a seção transversal dos pilares e vigas de

aço e dos pilares e vigas mistos.

Analisando os pilares, para os primeiros pavimentos (pavimentos 1 e 2), a redução

no consumo de aço na forma de perfis foi de 10,6%, para os pavimentos 3, 4, 5, e 6 esta

redução foi de 35,7 % e para os últimos pavimentos (7, 8, 9, e 10), de 54,8%. Em todos os

casos, o pilar misto resultou mais econômico que o pilar de aço. No caso das vigas mistas, a

redução do consumo de aço em relação às vigas em aço foi de 40,5%.

155,3

123,6

92,7 83,6

138,9

79,5

41,9 49,7

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Pilares pav. 1,2 e 3

Pilares pav. 4,5,6 e 7

Pilares pav. 8,9,10 e 11

Vigas

Áre

a d

e aç

o d

a se

ção

tr

ansv

ersa

l (cm

²)

Consumo de aço do Pórtico 2

AÇO

MISTO

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65

Gráfico 3: Consumo de aço para o Pórtico 3

Para o Pórtico 4, novamente os pilares apresentaram menor consumo de aço que os

pilares de aço. Esta redução também foi observada nas vigas mistas em relação às vigas de

aço. O Gráfico 4 apresenta a área de aço na seção transversal nos pilares e vigas de aço e

nos pilares e vigas mistos.

Analisando os pilares, para os primeiros pavimentos (pavimentos 1, 2 e 3), a redução

no consumo de aço na forma de perfis foi de 48,81%, para os pavimentos 4, 5, 6 e 7 esta

redução foi de 46,6 % e para os últimos pavimentos (8, 9, 10 e 11), de 54,8%. Em todos os

casos, o pilar misto resultou mais econômico que o pilar de aço. No caso das vigas mistas, a

redução do consumo de aço em relação às vigas em aço foi de 40,5%.

Gráfico 4: Consumo de aço para o Pórtico 4

155,3

123,6

92,7 83,6

138,9

79,5

41,9 49,7

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Pilares pav. 1 e 2

Pilares pav. 3,4,5 e 6

Pilares pav. 7,8,9 e 10

Vigas

Áre

a d

e aç

o d

a se

ção

tr

ansv

ersa

l (cm

²)

Consumo de aço do Pórtico 3

AÇO

MISTO

155,3

123,6

92,7 83,6 79,5

66

41,9 49,7

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Pilares pav. 1,2 e 3

Pilares pav. 4,5,6 e 7

Pilares pav. 8,9,10 e 11

Vigas

Áre

a d

e aç

o d

a se

ção

tr

ansv

ersa

l (cm

²)

Consumo de aço do Pórtico 4

AÇO

MISTO

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66

No Pórtico 5, em todos os pilares, o consumo de aço nos pilares mistos também foi

menor que o observado para os pilares de aço. As vigas mistas apresentaram consumo de

aço menor que as vigas de aço, como já havia acontecido nos casos anteriores. O Gráfico 5

apresenta a área de aço na seção transversal nos pilares e vigas de aço e nos pilares e

vigas mistos.

Analisando os pilares, para os primeiros pavimentos (pavimentos 1, 2 e 3), a redução

no consumo de aço na forma de perfis foi de 48,81%, para os pavimentos 4, 5, 6 e 7 esta

redução foi de 46,6 % e para os últimos pavimentos (8, 9, 10 e 11), de 54,8%. Em todos os

casos, o pilar misto resultou mais econômico que o pilar de aço. No caso das vigas mistas, a

redução do consumo de aço em relação às vigas em aço foi de 40,5%.

Gráfico 5: Consumo de aço para o Pórtico 5

O consumo de aço total, na forma de perfis, por pórtico analisado, pode ser

quantificado multiplicando o comprimento dos elementos do pórtico pela área da seção

transversal de aço dos respectivos elementos. Seguindo esse critério, a Tabela 7 apresenta

os resultados de consumo de aço, medido em metros cúbicos, para cada pórtico, seja ele

estruturado em aço ou em elementos mistos de aço e concreto e a diferença percentual

entre os respectivos volumes de aço. Para avaliar a diferença percentual foi utilizado o

pórtico estruturado em aço como referência.

155,3

123,6

92,7 83,6 79,5

66

41,9 49,7

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Pilares pav. 1,2 e 3

Pilares pav. 4,5,6 e 7

Pilares pav. 8,9,10 e 11

Vigas

Áre

a d

e aç

o d

a se

ção

tr

ansv

ersa

l (cm

²)

Consumo de aço do Pórtico 5

AÇO

MISTO

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67

Tabela 7 - Consumo de aço em m³ por pórtico

Pórtico Elementos em aço Elementos mistos Diferença %

1 0,325 0,285 -12%

2 2,302 1,468 -36%

3 2,201 1,408 -36%

4 2,026 1,095 -46%

5 1,476 0,786 -47%

Todos os pórticos mistos dimensionados no presente estudo apresentaram uma

grande redução no consumo de aço na forma de perfis; esta redução chega a 47% no caso

do Pórtico 5. Essa redução de consumo representa uma grande economia do material aço.

Naturalmente, houve acréscimo de aço na forma de barras de armadura, que não existiam

no caso dos pilares em aço, de concreto e dos conectores de cisalhamento na viga mista.

7.2 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À DESLOCABILIDADE: B2

A classificação da deslocabilidade dos pórticos e a formulação do parâmetro

encontra-se no item 2.4 do presente estudo. Seguindo os critérios abordados neste item, o

parâmetro foi calculado para cada pavimento dos pórticos, permitindo a classificação

destes quanto à sua deslocabilidade.

Em Trotta (2010) temos a comparação da deslocabilidade entre os pórticos de aço

analisados por Pereira (2010) e os mesmos pórticos formados por pilares mistos e vigas de

aço. Novamente ressaltando, Trotta (2010) não fez o dimensionamento para os pilares

parcialmente revestidos que substituíram os pilares de aço analisados por Pereira (2010).

No estudo de Trotta (2010) foi apenas acrescentado concreto na região entre as mesas dos

perfis de aço previamente selecionados em Pereira (2010). Assim sendo, é natural encontrar

que os pórticos planos analisados por Trotta (2010) apresentem deslocamentos laterais

menores que os observados no presente estudo. O presente estudo faz uma comparação

entre os resultados obtidos por esses dois estudos anteriores com os resultados obtidos

para pórticos formados por pilares mistos e vigas mistas dimensionados, ou seja, não foram

utilizadas as mesmas seções transversais dos estudos envolvidos. A análise comparativa

permite avaliar o impacto da mudança de seção transversal na questão da deslocabilidade.

Essa comparação é realizada por meio das tabelas a seguir que mostram os valores de

para cada pavimento nos três estudos: Pereira (2010), Trotta (2010) e o presente estudo.

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68

Para a classificação da deslocabilidade, foram considerados os valores máximos de para

cada um dos pórticos.

De acordo com os valores de para o pórtico 1 na Tabela 8, os valores obtidos

para o pórtico formado por vigas mistas e pilares mistos sofreram redução, porém a seção

transversal utilizada neste pórtico foi menor do que a utilizada nos outros dois pórticos.

Apesar da diminuição da seção transversal, a deslocabilidade em relação ao pórtico de aço

se alterou, passando a ser um pórtico de pequena deslocabilidade.

Tabela 8 - Pórtico 1: B2

Pavimento Pilares e vigas

em aço

Pilares mistos

e vigas em aço

Pilares e vigas

mistas

1 1,14 1,07 1,05

2 1,10 1,07 1,03

Máximo 1,14 1,07 1,05

Deslocabilidade Média Pequena Pequena

Para o pórtico 2, segundo a Tabela 9, os valores de para o pórtico formado por

vigas e pilares mistos sofreram redução em relação aos valores dos outros pórticos dos

estudos anteriores. Apesar da seção transversal utilizada neste pórtico ser menor do que a

utilizada nos outros dois pórticos, houve redução de e a deslocabilidade foi pequena,

diferentemente do pórtico em aço e do pórtico com viga em aço e pilar misto, os quais

apresentam média deslocabilidade.

Tabela 9 - Pórtico 2: B2

Pavimento Pilares e vigas

em aço

Pilares mistos

e vigas em aço

Pilares e vigas

mistas

1 1,09 1,07 1,06

2 1,13 1,14 1,08

3 1,13 1,13 1,07

4 1,13 1,12 1,07

5 1,10 1,10 1,06

6 1,09 1,08 1,05

7 1,07 1,07 1,04

8 1,08 1,06 1,07

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69

9 1,06 1,05 1,05

10 1,04 1,03 1,03

11 1,01 1,01 1,01

Máximo 1,13 1,14 1,08

Deslocabilidade Média Média Pequena

O pórtico 3, como mostra a Tabela 10, apresentou o valore de para o pórtico

formado por vigas mistas e pilares mistos, no primeiro pavimento, superior aos outros dois

pórticos. Enquanto o pórtico estruturado em viga de aço e pilar misto apresentou pequena

deslocabilidade, o pórtico do presente estudo e o pórtico misto apresentaram

deslocabilidade média.

Tabela 10 - Pórtico 3: B2

Pavimento Pilares e vigas

em aço

Pilares mistos

e vigas em aço

Pilares e vigas

mistas

1 1,08 1,06 1,19

2 1,13 1,09 1,08

3 1,12 1,09 1,07

4 1,11 1,08 1,06

5 1,09 1,07 1,05

6 1,08 1,06 1,04

7 1,08 1,06 1,06

8 1,06 1,04 1,05

9 1,04 1,03 1,03

10 1,01 1,01 1,01

Máximo 1,13 1,09 1,19

Deslocabilidade Média Pequena Média

O pórtico 4, como mostra a Tabela 11, apresentou valor de para o pórtico formado

por vigas mistas e pilares mistos superior aos outros dois pórticos em alguns casos. Apesar

disso, o pórtico se manteve na classificação de pequena deslocabilidade, assim como os

outros dois casos analisados.

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70

Tabela 11 - Pórtico 4: B2

Pavimento Pilares e vigas

em aço

Pilares mistos

e vigas em aço

Pilares e vigas

mistas

1 1,05 1,05 1,06

2 1,06 1,09 1,07

3 1,05 1,08 1,06

4 1,05 1,07 1,08

5 1,04 1,06 1,06

6 1,03 1,05 1,05

7 1,02 1,04 1,04

8 1,02 1,04 1,04

9 1,01 1,03 1,03

10 0,99 1,02 1,01

11 0,99 1,00 1,00

Máximo 1,06 1,09 1,08

Deslocabilidade Pequena Pequena Pequena

A Tabela 12 mostra que os valores de para o pórtico formado por vigas mistas e

pilares mistos foi superior aos outros dois pórticos em alguns pavimentos. Apesar da seção

transversal utilizada neste pórtico ser menor do que a utilizada nos outros dois pórticos a

deslocabilidade foi pequena, igual ao pórtico formado por vigas de aço e pilares mistos, mas

diferentemente do pórtico formado por elementos de aço, que apresentou deslocabilidade

média.

Tabela 12 - Pórtico 5: B2

Pavimento Pilares e vigas

em aço

Pilares mistos

e vigas em aço

Pilares e vigas

mistas

1 1,07 1,05 1,07

2 1,10 1,08 1,08

3 1,09 1,07 1,06

4 1,07 1,06 1,07

5 1,06 1,05 1,05

6 1,04 1,04 1,03

7 1,07 1,05 1,06

8 1,08 1,06 1,07

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71

9 1,07 1,05 1,06

10 1,05 1,03 1,04

11 1,02 1,01 1,01

Máximo 1,10 1,08 1,08

Deslocabilidade Média Pequena Pequena

Os valores máximos de dos pórticos do presente estudo, estruturados com

elementos mistos, e os valores máximos de do pórtico estruturado com elementos de aço

e uma comparação porcentual desses valores podem ser visualizados na Tabela 13. Em

geral, os valores de foram maiores para os pórticos em aço do que para os pórticos

mistos.

Tabela 13 - Valores máximos de B2 pórtico aço/pórtico misto

Pórtico Elementos em aço Elementos mistos Diferença %

1 1,14 1,05 -8%

2 1,13 1,08 -4%

3 1,13 1,19 5%

4 1,06 1,08 2%

5 1,10 1,08 -2%

Os valores máximos de dos pórticos do presente estudo, estruturados com

elementos mistos, e os valores máximos de do pórtico estruturado com vigas de aço e

pilares mistos, e uma comparação percentual desses valores podem ser visualizados na

Tabela 14.

Tabela 14 - Valores máximos de B2 pórtico com viga de aço e pilar misto/ pórtico misto

Pórtico Viga de aço e pilar misto Elementos mistos Diferença %

1 1,07 1,05 -2%

2 1,14 1,08 -5%

3 1,09 1,19 8%

4 1,09 1,08 -1%

5 1,08 1,08 0%

Em geral, os valores de foram maiores para os pórticos estruturados com vigas de

aço e pilares mistos do que para os pórticos mistos.

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72

8. COMENTÁRIOS FINAIS

A utilização de vigas mistas e pilares mistos do tipo parcialmente revestido,

dimensionados segundo os critérios da NBR 2008:8800, permitiu a redução das seções

transversais em relação às seções de aço, isto quando foram consideradas as mesmas

configurações de pórticos e carregamentos.

O estudo dos critérios normativos de avaliação dos efeitos de segunda ordem globais

em pórticos planos constituídos por elementos mistos de aço e concreto possibilitou a

avaliação da contribuição da viga mista e do pilar misto do tipo parcialmente revestido para

a estabilidade lateral de edifícios. Neste sentido, foi verificado que, em todos os pórticos

analisados, as seções transversais mistas permitiram obter o mesmo grau de

deslocabilidade, ou até um grau menor do que o observado nos pórticos em aço mas com

menor consumo deste material. Porém, se compararmos os valores máximos de , em

geral, este é menor para os pórticos mistos do que para o pórtico estruturado em aço e o

pórtico estruturado com viga de aço e pilar misto.

O presente estudo se mostra uma eficiente base no que se refere ao estudo da

contribuição de elementos mistos de aço e concreto para a estabilidade lateral de pórticos

planos e complementa estudos anteriores, porém, são necessárias novas análises para

confirmar as observações do presente estudo.

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73

9. AUTOAVALIAÇÃO

Os estudos foram realizados com dedicação e disciplina, procurando ao máximo

respeitar os cronogramas e buscando sempre a ajuda do orientador mediante os problemas

e dúvidas encontrados.

As maiores dificuldades encontradas foram dúvidas que surgiam ao longo dos

estudos, que só poderiam ser sanadas no encontro com a professora orientadora. No

entanto, as dúvidas foram esclarecidas em reuniões periódicas, portanto não obtive

problemas na continuidade do andamento do trabalho.

Apesar das dificuldades, presente estudo mostrou grande valor no que se refere ao

desenvolvimento acadêmico, promovendo contato com conhecimentos que não foram

abordados no curso de graduação. Além de viabilizar o aprendizado sobre o assunto em

questão, o aprimoramento da linguagem técnica e da elaboração de redação de acordo com

os critérios normativos, o aprofundamento do conhecimento no assunto em questão

promove uma distinção no que se refere ao mercado de trabalho, já que elementos mistos

são um tema contemporâneo e ainda pouco conhecido pelas pessoas.

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74

REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS

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elementos mistos aço-concreto. Escola de Engenharia de São Carlos: Departamento de

Engenharia de Estruturas, 2005. p. 51-84. Cadernos de Engenharia de Estruturas de São

Carlos, v.7.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8800: Projetos de estruturas

de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios, Rio de Janeiro, 2008. 237 p.

AVAKIAN, A. C. Estruturas aporticadas mistas aço-concreto: avaliação de metodologias

de análise. 2007. 158p. Dissertação (Mestrado em Ciências em Engenharia Civil) –

Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.

BESSA, W.O. Análise experimental e numérica de ligações viga mista-pilar com

cantoneiras de alma e assento: pavimento tipo e ligações isoladas. 2009. 266 p. Tese

(Doutorado Engenharia de Estruturas) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade

de São Paulo, São Carlos, 2009.

BURGESS, I.W.; DAVISON, J.B.; DISSANAYAKE, U.I. Composite beam behavior in braced

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CARVALHO, R. C.; FILHO, J.R.F. Cálculo e detalhamento de estruturas usuais de

concreto armado: segundo a NBR:6118 2003. 3.ed. São Carlos: EdUFSCar, 2007. 367 p.

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Elementos Mistos de Aço e Concreto. 2007. 122p. Dissertação (Mestrado em Construção

Metálica) – Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro

Preto, 2007.

DE NARDIN, S.; DE SOUZA, A. S. C. Sistemas de vigas mistas contínuas para edifícios. In:

JORNADAS SUDAMERICANAS DE INGENIERIA ESTRUCTURAL, nº XXIII, 2008,

Santiago, Maio. 2008. p. 1-17.

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75

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NBR:8800 2008. São Carlos: EdUFSCar, 2010. 109 p. (Série Apontamentos).

DORIA, A. S. Análise da estabilidade de pórticos planos de aço com base no conceito

de forças horizontais fictícias. 2007. 107p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de

Estruturas) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos,

2007.

EL DEBS, A. L. H. et al. Estruturas mistas aço-concreto: origem desenvolvimento e

perspectivas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, nº 47, v.IV, 2005, Olinda.

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FABRIZZI, M. A. Contribuição para o projeto e dimensionamento de edifícios de

múltiplos andares com elementos estruturais mistos aço-concreto. 2007. 233p.

Dissertação (Mestrado em Engenharia de Estruturas) - Escola de Engenharia de São

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partial shear interaction: A numerical model and some applications. Elsevier. n. 30, p. 1178-

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GUIMARÃES, J. A. T. Análise e Dimensionamento de Pórticos Mistos Aço-Betão . 2009.

127p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Estruturas) – Faculdade de Engenharia

Universidade do Porto, 2009.

KOTINDA, T. I. Modelagem numérica de vigas mistas aço-concreto simplesmente

apoiadas: ênfase ao estudo da interface laje-viga. 2006. 116p. Dissertação (Mestrado em

Engenharia de Estruturas) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São

Paulo, São Carlos, 2006.

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LIEW, J.Y.R.; UY, B. Advanced analysis of composite frames. Progress in Structural

Engineering and Materials, nº 3, p. 159-169. 2001.

LI, G.Q.; WANG, J.F. Testing of semi-rigid steel-concrete composite frames subjected to

vertical loads. Elsevier. n. 29, p. 1903-1916, 2007. Disponível em:

<http://www.sciencedirect.com>. Acesso em: 27 mar. 2012.

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76

NETHERCOT, D. A. Frame structures: global performance, static and stability behaviour,

General Report. Journal of Constructional Steel Research, nº 55, p. 109-124. 2000.

PEREIRA, M. F.; DE SOUZA, A. S. C. (2010). Análise dos efeitos de 2ª ordem em

pórticos planos em aço incluindo efeito da rigidez das ligações e plastificação da

seção. Universidade Federal de São Carlos: Departamento de Engenharia Civil, 2010. 115p.

Projeto de Pesquisa UFSCar, período de agosto/2009 a julho/2010.

SAW, H.S.; RICHARD LIEW, J.Y. Assessment of current methods for the design of

composite columns in buildings. Journal of Constructional Steel Research, nº 53, p. 121-

147. 2000.

TRISTÃO, G. A.; NETO, J. M. Comportamento de conectores de cisalhamento em vigas

mistas aço-concreto com análise da resposta numérica. Escola de Engenharia de São

Carlos: Departamento de Engenharia de Estruturas, 2005. p. 121-144. Cadernos de

Engenharia de Estruturas de São Carlos, v.7.

TROTTA, C.L.; DE NARDIN, S. (2010). Análise da estabilidade global em edifícios de

múltiplos pavimentos, compostos por elementos mistos de aço e concreto.

Universidade Federal de São Carlos: Departamento de Engenharia Civil, 2010. 60 p. Projeto

de iniciação científica PUIC, período de julho/2009 a julho/2010.

VALE, H. C. V. V.; DE NARDIN, S. Contribuição dos pilares mistos parcialmente

revestidos para a estabilidade lateral de edifícios de múltiplos pavimentos.

Universidade Federal de São Carlos: Departamento de Engenharia Civil, 2012. Projeto de

iniciação científica em andamento, período de janeiro/2012 a dezembro/2012.

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77

ANEXO A – Planilhas de dimensionamento de

pilares mistos do tipo parcialmente revestido e

vigas mistas

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0500== 004 405475= ²²²²:²

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d0d 00 88-y y 10

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d0d d8f80ld d0d- d0d-==

d0d 05000 004

´= ²:4

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XX Y: 82

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XX X:

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5dfd 0555 005

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XX Y:

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5df5 05000 005

´= ²²:²:2

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40la 05059 000

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40la4 054 p0×y y 004l p0×y y+ 004 p0×y y+==

40la4 45099 000

´= ²²

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