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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS APLICADA À SAÚDE ELISVÂNIA BARROSO CARREGOSA DESENVOLVIMENTO DO CORE SET DA CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE, INCAPACIDADE E SAÚDE (CIF) PARA HANSENÍASE ETAPA DO ESTUDO CLÍNICO QUANTITATIVO E QUALITATIVO LAGARTO-SE 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS

APLICADA À SAÚDE

ELISVÂNIA BARROSO CARREGOSA

DESENVOLVIMENTO DO CORE SET DA CLASSIFICAÇÃO

INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE, INCAPACIDADE E

SAÚDE (CIF) PARA HANSENÍASE – ETAPA DO ESTUDO

CLÍNICO QUANTITATIVO E QUALITATIVO

LAGARTO-SE 2017

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ELISVÂNIA BARROSO CARREGOSA

DESENVOLVIMENTO DO CORE SET DA CLASSIFICAÇÃO

INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE, INCAPACIDADE E

SAÚDE (CIF) PARA HANSENÍASE – ETAPA DO ESTUDO

CLÍNICO QUANTITATIVO E QUALITATIVO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Saúde da Universidade Federal de Sergipe como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Ciências Aplicadas à Saúde

ORIENTADOR: Profa. Dra. Sheila Schneiberg Valença Dias

LAGARTO-SE 2017

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ELISVÂNIA BARROSO CARREGOSA

DESENVOLVIMENTO DO CORE SET DA CLASSIFICAÇÃO

INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE, INCAPACIDADE E

SAÚDE (CIF) PARA HANSENÍASE – ETAPA DO ESTUDO

CLÍNICO QUANTITATIVO E QUALITATIVO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Saúde da Universidade Federal de Sergipe como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Ciências Aplicadas à Saúde.

Aprovada em: _____/_____/_____

__________________________________________________________

Orientador: Profa. Dra. Sheila Schneiberg Valença Dias

__________________________________________________________

1° Examinador: Prof. Dr. José Aderval Aragão

________________________________________________________

2° Examinador: Prof. Dra. Karina Conceição G. M. de Araújo

PARECER

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AGRADECIMENTOS

Inicio meus agradecimentos por DEUS, pelo dom da vida, por me guiar,

iluminar e me dar tranquilidade para seguir em frente com os meus objetivos.

Ele colocou pessoas tão especiais ao meu lado, sem as quais certamente não

teria conseguido!

Aos meus pais, Elisabete e Valfredo, meu infinito agradecimento.

Sempre acreditaram em minha capacidade. Isso só me fortaleceu e me fez

tentar fazer o melhor de mim. Painho, vou cuidar de você com todo amor e

dedicação. Mainha, obrigada por me ensinar o poder da resiliência. Obrigada

pelo amor incondicional.

Agradeço a meu amado esposo, Anchieta, por também acreditar e

confiar em mim. Eu tenho muita sorte! Você está sempre ao meu lado, me

pondo para cima e me fazendo acreditar que posso mais do que imagino.

Obrigada pela paciência, amizade, compreensão, apoio, alegria e amor. Todo

esforço é por nós dois. Às minhas cunhadas, Ângela e Jeane e aos meus

sogros, Terezinha e José Luís. Beatriz, obrigada por adoçar minha vida.

A minha irmã obrigada pelos meus sobrinhos e por todo apoio,

principalmente nos últimos anos, com o cuidado aos nossos pais. Elmar,

Luana, Gabriel e Paula, acreditem que vocês podem conseguir o que vocês

quiserem. Eu ACREDITO em vocês. Contem sempre comigo! Titia ama vocês.

Sou grata a todos os meus familiares, principalmente a meus tios e

primos que sempre vibraram comigo a cada conquista alcançada. Obrigado

pelas orações e carinho.

À minha querida prof. Sheila Schneiberg, que Deus a abençoe e proteja

sempre. Que a luz e a doçura do seu coração possam brilhar e iluminar outros

corações. Eu conheço essa luz! Muito obrigada por acreditar em mim, por me

acolher, por insistir em ascender a chama do conhecimento justo, honesto e fiel

a ciência pelo bem do próximo.

À Flavio Martins, amizade que o mestrado fortaleceu para a vida. Aos

amigos Alysson e Tainá pelas gargalhadas garantidas em nossas viagens.

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Vivian obrigada pela parceria e paciência. Giu Brasileiro, obrigada por insistir e

sugerir Sheila como orientadora. Cristiano, querido, obrigada por ter aberto a

porta deste desafio e por me apoiar nessa jornada com uma simplicidade

inspiradora.

Aos meus amigos da Capacità, especialmente a Karine, Carolina e

Mariana. Obrigada pela compreensão e parceria. Sem vocês, eu não

conseguiria!

Aos amigos da Universidade Tiradentes, primeiramente ao prof. Carlos

José e Érika Ramos por ter despertado essa semente chamada docência. A

Lucas Cacau e Tarcísio Brandão por pegarem em minha mão e desenhado o

início deste projeto de vida. A prof. Aida Carla por ter contribuído com o meu

aprendizado em metodologia científica e pelo olhar amigo. Às minhas

coordenadoras Luciana Zago e Daniela Teles pelo incentivo, sem a

compreensão de vocês eu não teria chegado até aqui.

A André Luís e Maria Helena, meus eternos psicólogos, pela

competência e humanismo em me incentivar a ser fiel aos meus desejos e

sonhos. O diamante que vocês lapidaram continua a brilhar!

Preciso agradecer a Luciana Oliveira, por me ensinar que a profissão,

seja ela qual for, é mais do que técnica e ciência. É amor, entrega e doação a

todos. Não esquecerei nem um segundo do seu olhar carinhoso.

Aos professores Paulo Henrique Freitas, José Aderval Aragão e Karina

Conceição que colaboraram grandiosamente com esse trabalho.

Aos alunos de fisioterapia da Universidade de Lagarto, meu imenso

agradecimento. O trabalho aconteceu como uma orquestra perfeita graças a

vocês. Aos funcionários do CEMAR, do setor da hanseníase, especialmente a

gerente Vanessa da Cruz Primo e a enfermeira Kátia (HU).

Aos meus alunos e ex-alunos que sempre me inspiraram e incentivaram

a descobrir a professora que existe em mim. Por vocês busco cada

metodologia, cada palavra para disseminar conhecimento de forma

humanizada. Meu agradecimento e respeito aos pacientes que lutam

diariamente contra o estigma e isolamento social.

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“Não devemos permitir que alguém saia da nossa

presença sem se sentir melhor e mais feliz”

Madre Tereza de Calcutá

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RESUMO Desenvolvimento do core set da Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF) para hanseníase – etapa do estudo clínico quantitativo e qualitativo

Hanseníase afeta principalmente a pele e o sistema nervoso periférico, provocando múltiplas deformidades e desfigurações no corpo, interferindo diretamente na vida pessoal e profissional do indivíduo. A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) é um instrumento que classifica e auxilia na descrição da funcionalidade e da incapacidade relacionadas às condições de saúde, classificando-as no âmbito biológico, individual e social. O objetivo deste estudo é identificar através de um estudo clínico as principais disfunções apresentadas em casos de hanseníase e com isso selecionar categorias para desenvolver o core set da CIF para hanseníase. Trata-se de um estudo observacional, transversal, com abordagem de análise quantitativa e qualitativa, composta por pacientes com hanseníase, que foram recrutados nos centros de referência em hanseníase do Estado de Sergipe. Para coleta de dados da abordagem quantitativa foram utilizadas avaliações funcionais validadas que representassem cada domínio da CIF. Já na coleta de dados da abordagem qualitativa foi utilizado um questionário estruturado, padronizado, desenvolvido pela OMS. Os dados foram registrados no programa Office 2010 para cálculo das médias, frequências e porcentagens. As disfunções prevalentes em pelo menos 5% dos voluntários participantes foram selecionadas para serem extraídas as categorias da CIF com seus respectivos códigos para compor o core set. Participaram desse estudo 29 pacientes com hanseníase, com idade média de 44,9 (±13,72), predomínio do sexo masculino (60%). No estudo com abordagem quantitativa, as incapacidades funcionais mais relevantes foram no domínio estrutura do corpo, sendo que “Estrutura das áreas da pele - s810” foi a mais prevalente com 78%, no domínio função do corpo a categoria mais representativa foi “Função tátil - b265” com 100% de prevalência dos participantes que apresentaram déficit na sensibilidade. No domínio atividade e participação a categoria: “Levantar e carregar objetos - d430” apresentou limitação em 100% dos participantes. Já no domínio relativo a participação a “Recreação e Lazer - d920” foi observada como restrição a participação em 89% dos participantes. Em relação ao impacto ambiental a categoria “Serviços, sistemas e políticas de saúde - e580” representou uma barreira para 56% dos participantes. Diferente do encontrado no estudo quantitativo, os resultados coletados no estudo qualitativo demonstraram um número maior de categorias no domínio fatores ambientais. Porém, quando as quantidades de categorias nos dois estudos são comparadas considerando o número total de categorias da CIF, obtendo uma frequência relativa de categorias, observou-se que as incapacidades relativas ao domínio ambiente são prevalentes nos dois estudos tanto na abordagem quantitativa quanto na qualitativa. As categorias da CIF, em cada domínio, encontradas no estudo quantitativo e no estudo qualitativo auxiliam a mapear as incapacidades funcionais de pacientes com hanseníase.

Palavras-chave: Hanseníase; Classificação Internacional de

Funcionalidade, Incapacidade e Saúde; ICF core set.

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ABSTRACT

Development of the International Classification of Functioning (ICF) core set

for leprosy - quantitative and qualitative clinical studies

Leprosy it mainly affects the skin and the peripheral nervous system, causes

multiple deformities and body disfigurations, interfering directly in the

individual’s personal and professional life. The International Classification of

Functioning, Disability and Health (ICF) is an instrument that classifies and

assists to describe function and disability related to health conditions, reflecting

a new approach to identify dysfunctions, classifying them in the biological,

individual and social context. The objective of this study is to identify, through a

clinical study, the main dysfunctions presented in cases of leprosy and thus to

select categories to develop the core set of the ICF for leprosy. The type of this

study is clinical descriptive, cross-sectional with quantitative and qualitative

analysis. The sample was composed of patients with leprosy, who were

recruited at the Centers of leprosy in Sergipe. For data collection with the

quantitative approach, validated and standardized functional evaluations were

used that represented each ICF domain. In the data collection of the qualitative

approach, a structured, standardized questionnaire developed by WHO was

used. The data were recorded in Office 2010 program to calculate means,

frequencies and percentages. The dysfunctions prevalent in at least 5% of the

participating volunteers were selected to be extracted the categories of the ICF

with their respective codes to compose the core set. Participants in this study

were 29 patients with leprosy. The mean age of the participants was 44.9 (±

13.72), predominance of 60% men. In the study with a quantitative approach,

the most relevant functional disabilities were in the body structure domain,

where "Structures of areas of skin - s810" was the most prevalent with 78%, in

the body function domain the most representative category were "Touch

function - b265" with 100% prevalence of participants who presented deficits in

sensory. In the field of activity and participation the category: “Carrying, moving

and handling objects - d430” had 100% of the participants with limitations. In the

area related to participation the category: “Recreation and Leisure - d920”, 89%

of the participants had restriction to participate. Regarding environmental

impact, the category "Health services, systems and policies - e580" represented

a barrier to 56% of participants. Different from what was found in the

quantitative study, the results collected in the qualitative study demonstrated a

greater number of categories in the environmental factors domain. However,

when the amount of categories in the two studies were compared considering

the total number of categories of the ICF, with the relative frequency of

categories, we observed that the environmental domain is the “incapacity” most

prevalent in both studies with the quantitative and qualitative approach. The ICF

categories in each domain found in the quantitative study and the qualitative

study help to map the functional disabilities of patients with leprosy.

Key Words: International Classification of Functioning; ICF core set; Leprosy.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Questionário estruturado e padronizado (Grupo de pesquisa CIF

Core set, OMS) ............................................................................................... 37

Quadro 2- Categorias da CIF, classificada no 2º nível, selecionadas no estudo

quantitativo ..................................................................................................... 49

Quadro 3- Relato do voluntário 23 sobre deficiência da estrutura do corpo e

voluntário 25 sobre disfunção da função do corpo .......................................... 52

Quadro 4- Relato voluntário 03 sobre limitação da atividade .......................... 54

Quadro 5 - Relato do voluntário 22 sobre facilitadores e do voluntário 04 sobre

barreiras ambientais........................................................................................ 55

Quadro 6- Categorias da CIF, classificada no 2º nível, selecionadas no estudo

Qualitativo ....................................................................................................... 57

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Características clínicas e demográficas dos participantes estudados,

grau de incapacidade e escore EHF ............................................................... 40

Tabela 2- Deficiência dos domínios função e estrutura ................................... 43

Tabela 3- Limitação e restrição dos domínios Atividade e participação) ......... 45

Tabela 4- Categorias da CIF extraída dos instrumentos que apresentaram uma

frequência de disfunções nos participantes maior que 5%* ............................ 46

Tabela 5- Deficiências dos domínios estrutura e função, estudo qualitativo ... 52

Tabela 6- Limitação e restrição dos domínios atividade e participação, estudo

qualitativo (N=28) ............................................................................................ 54

Tabela 7- Facilitadores e barreiras do domínio fatores ambientais, estudo

qualitativo (N= 28) ........................................................................................... 56

Tabela 8- Distribuição das categorias de 2º nível identificadas por domínio da

CIF, nos estudos Quantitativo e Qualitativo .................................................... 60

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Interação entre os componentes da CIF ......................................... 20

Figura 2- Série histórica do coeficiente geral de detecção de hanseníase do

estado de Sergipe, região Nordeste e Brasil, 2001 a 2010 ............................. 23

Figura 3- Instrumentos de avaliação e entrevistas no modelo teórico da CIF . 31

Figura 4- Processo de ligação utilizado para classificar instrumentos de

avaliação em categorias da CIF (adaptado de Cieza et al.,2016). .................. 37

Figura 5- Processo de ligação utilizado para estudo qualitativo em categorias

da CIF (adaptado de Cieza et al.,2016)........................................................... 38

Figura 6- Fluxograma do estudo..................................................................... 39

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

CEMAR Centro de Especialidades Médicas de Aracaju

CHIEF Craig Hospital Inventory of Enviromental Factors

CID Classificação Internacional de Doenças

CIF Classificação internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde

EEAF Escala de Equilíbrio Avançado de Fullerton

EMIC-CSS Explanatory Model Interview Catalogue – Community Stigma Scale

HU Hospital Universitário de Sergipe

MB Multibacilar

MQP McGill Pain Questionnaire

NRS Numeric Rating Scale

OMS Organização Mundial de Saúde

PAR Escala de Participação

PB Paucibacilar

SALSA Screening of Activity Limitation and Safety Awareness

TC6 Teste de Caminhada de 6 minutos

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SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO ........................................................................................... 16

2- REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................... 18

2.1-CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE ................. 18

2.1.1 – Estrutura e componentes da CIF .......................................................... 19

2.1.2- Core Sets da CIF ....................................................................................... 21

2.2- HANSENÍASE ................................................................................................... 22

2.2.1 EPIDEMIOLOGIA ....................................................................................... 22

2.2.2 DIAGNÓSTICO ........................................................................................... 24

2.2.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ................................................................. 25

2.2.4 CLASSIFICAÇÃO OPERACIONAL E TRATAMENTO ........................ 26

2.2.5 ESTIGMA E QUALIDADE DE VIDA ........................................................ 26

3- OBJETIVO .................................................................................................. 28

3.1- GERAL: .............................................................................................................. 28

4- MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................... 29

4.1- ASPECTOS ÉTICOS: ...................................................................................... 29

4.2- DESENHO DO ESTUDO: ............................................................................... 29

4.3- LOCAL DA PESQUISA ................................................................................... 29

4.4- AMOSTRA ......................................................................................................... 30

4.5- COLETA DE DADOS....................................................................................... 30

4.5.1- Coleta de dados - Estudo Quantitativo ................................................. 30

4.5.2- Coleta de dados – Estudo Qualitativo.................................................... 37

4.6- ANÁLISE DOS DADOS.................................................................................. 38

5- RESULTADOS ........................................................................................... 39

5.1 Estudo Quantitativo - Capacidade funcional baseado no modelo teórico da

CIF .............................................................................................................................. 42

5.2 Estudo Qualitativo - Percepção do paciente sobre sua capacidade

funcional baseado no modelo teórico da CIF ...................................................... 52

5.3 Análise comparativa dos estudos quantitativo e qualitativo ....................... 59

6 – DISCUSSÃO ............................................................................................. 61

6.1 Caracterização social e clínica da amostra ................................................... 61

6.2 Incapacidades funcionais por instrumentos padronizados e validados. .. 62

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6.3 Incapacidades funcionais na percepção da pessoa com hanseníase. .... 67

6.4 Análise comparativa dos resultados dos estudos quantitativo e qualitativo

..................................................................................................................................... 70

6.5- Limitações do estudo ....................................................................................... 70

7- CONCLUSÃO ............................................................................................. 71

8- PERSPECTIVAS FUTURAS ...................................................................... 72

9- REFERÊNCIAS .......................................................................................... 73

APÊNDICE A: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ......................... 80

APÊNDICE B: Ficha de Avaliação Funcional.................................................. 82

APÊNDICE C: Teste Box and Block ............................................................... 84

APÊNDICE D: Teste Nine Hole Pegs ............................................................. 85

APÊNDICE E: Formulário do Teste de Caminhada de 6 min .......................... 86

ANEXO A: Parecer do Comitê de Ética .......................................................... 87

ANEXO B: Avaliação Neurologica Simplificada .............................................. 89

ANEXO C: Classificação do Grau de Incapacidade ........................................ 95

ANEXO D: Escala Numérica de 11 pontos ..................................................... 96

ANEXO E: Questionário de dor McGill ............................................................ 97

ANEXO F: Escala de Equilíbrio Avançado de Fullerton .................................. 99

ANEXO G: Escala Modificada de Borg ..........................................................102

ANEXO H: Screening of Activity Limitation and Safety Awareness (SALSA) .103

ANEXO I Escala de Participação ...................................................................104

ANEXO J: Craig Hospital Inventory of Environmental Factors – CHIEF ........107

ANEXO K: Explanatory Model Interview Catalogue Comunity Stigma Scale..118

ANEXO L: Comprovante de submissão do artigo............................................119

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16

1- INTRODUÇÃO

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, causada pelo organismo

Mycobacterium leprae. Acomete principalmente nervos, pele, assim como,

ossos, articulações, músculos e olhos (BELDARRAÍN-CHAPLEE, 2017). No

Brasil o diagnóstico baseia-se principalmente em critérios morfológicos e

topográficos das lesões, associadas a alterações na sensibilidade cutânea,

espessamento e/ou dor em nervos periféricos. Quanto mais tardio for o

diagnóstico, maior a probabilidade das lesões se tornarem permanentes com

grande possibilidade de comprometimento irreversível (DE CARVALHO et al.,

2017; MUTHUVEL et al., 2017).

Apesar de todos os esforços para erradicar a hanseníase no mundo, os

dados mostram que esta doença, ainda constitui uma ameaça para a saúde

pública, particularmente no Brasil, pois cerca de 30.000 novos casos são

relatados por ano (BRASIL, 2016). A Organização Mundial de Saúde (OMS)

propôs uma estratégia mundial visando erradicar a hanseníase do mundo, essa

estratégia, com o prazo a ser cumprida de 2016 a 2020, tem como metas: 1)

Zerar o número de crianças com diagnóstico de hanseníase e deformidades

visíveis; 2) Diminuir a taxa de novos casos com deformidades visíveis deixando

menor que 1 milhão e 3) Combater a discriminação e promover a inclusão

social (SMITH et al., 2015; OMS, 2016).

As deficiências físicas consequentes da hanseníase podem evoluir para

uma limitação em atividade e restrição na participação social. Uma deficiência

da mão, por exemplo gera limitação na realização de atividades manuais e

restrição na participação laboral e social. Este impacto social não é só na vida

do paciente como também na vida de pessoas próximas. (LYON; GROSSI,

2013; VAN BRAKEL et al., 2012). Logo, a hanseníase por ser uma doença que

atinge múltiplos sistemas, tem consequências devastadoras na vida de uma

pessoa, tais consequências abrangem além do fator biológico, os fatores

psicológicos e sociais. Tornando a hanseníase uma doença complexa,

heterogênea e difícil de ser avaliada na saúde pública. Há uma escassez de

registros nacionais e internacionais classificando a hanseníase no âmbito

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17

biopsicossocial, com uma perspectiva sobre a incapacidade funcional,

principalmente no Brasil, que é o segundo país na incidência e prevalência de

casos de hanseníase no mundo.

A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde

(CIF) é um instrumento que classifica e auxilia na descrição da funcionalidade e

incapacidade relacionadas com as condições de saúde, refletindo uma nova

abordagem dos estados de saúde e doença, classificando as disfunções nos

contextos biológico, atividades, participação social, fatores pessoais e

ambientais. Possibilita padronizar a linguagem relacionada à deficiência,

internacionalmente, auxiliando a comunicação entre profissionais de saúde,

pesquisadores e formuladores de políticas públicas, facilitando a apresentação

e orientação do desenvolvimento de tratamentos e medidas precisas de

resultados (CASTANEDA; BERGMANN; BAHIA, 2014; CIEZA et al., 2014). A

CIF aborda a funcionalidade humana em 1.600 categorias dificultando o seu

uso na prática clínica, para solucionar este problema têm sido desenvolvidos

conjuntos de categorias da CIF para doenças específicas, chamado core set

(SELB et al., 2014). Já foram desenvolvidos 46 core sets, porém nenhum para

hanseníase. O core set da CIF para hanseníase possibilitaria avaliar as

complexas e múltiplas consequências dessa doença e seu encargo

socioeconômico para a sociedade. Foi nesse contexto que o presente trabalho

desenvolveu um estudo clínico com abordagem quantitativa e qualitativa para

construção do core set da CIF para hanseníase.

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18

2- REVISÃO DE LITERATURA

2.1-CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE

A OMS possui instrumentos padronizados para avaliar, classificar e

acompanhar internacionalmente e multidisciplinarmente condições de saúde e

doença (SELB et al., 2014). Desenvolvida em 2001, a CIF foi construída para

complementar a Classificação Internacional de Doenças (CID). A CID é um

modelo usado para monitorar a ocorrência de doenças e outros problemas de

saúde, com base no diagnóstico etiológico, enquanto a CIF é usada para

classificar funções/disfunções em estados de saúde e doença. A CIF classifica

e auxilia na descrição da funcionalidade e incapacidade relacionadas com as

condições de saúde e doença, oferecendo uma visão menos simplista dos

mesmos. O principal objetivo é fornecer uma linguagem padrão e uma base

conceitual para definir, explorar e classificar a saúde e a doença no âmbito

biológico, individual e social em relação à deficiência (CASTANEDA;

BERGMANN; BAHIA, 2014; LIU, 2017). Portanto o diagnóstico clínico

utilizando a CID somado à classificação da funcionalidade com a CIF fornece

um quadro completo do estado de saúde ou doença de um indivíduo em todos

seus aspectos multidimensionais e biopsicossociais (YEN et al., 2013).

Informações sobre a funcionalidade são essenciais para o planejamento

de serviços de saúde pública ou privada e necessários para adequar o controle

de gastos, pois o diagnóstico sozinho não prevê utilização de serviços

especializados. Para a política de saúde, funcionalidade e deficiência servem

como descritores de saúde e os dados coletados fornecem evidências para o

desenvolvimento de políticas e avaliação da eficácia de iniciativas das mesmas

(GÄBLER et al., 2017). Em algum momento da vida, é possível que todo

mundo experimente ou conheça alguém que apresente algum tipo de

deficiência, limitação de atividade ou restrição da participação, comprometendo

fatores ambientais e pessoais. As pessoas com deficiência enfrentam barreiras

no acesso à saúde e serviços relacionados, estigmatização, discriminação e

desigualdade (OMS, 2015).

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A aplicação da CIF permite documentar de forma sistemática e

abrangente informações sobre uma determinada condição de saúde ou

doença, com uma linguagem reconhecida internacionalmente. Esta linguagem

única facilita a comparação entre as informações, auxilia na implementação de

serviços de saúde, guia a prática clínica e a pesquisa científica. Alcançando um

dos três objetivos do plano de ação de deficiência global de 2014-2021 que

visa para todas as pessoas com deficiência melhor saúde para (OMS, 2015;

STUCKI; PRODINGER; BICKENBACH, 2017).

2.1.1 – Estrutura e componentes da CIF

A informação é organizada em duas partes, com dois componentes

cada. A primeira (Funcionalidade e Incapacidade) consiste dos domínios

Funções do Corpo (b), Estruturas do Corpo (s) e Atividades & Participação (d).

As funções do corpo compreendem as funções fisiológicas e psicológicas, as

estruturas do corpo correspondem as partes anatômicas, atividade é a

execução de tarefas cotidianas e participação é o envolvimento nas situações

sociais. A Segunda parte (Fatores Contextuais) é formada pelos Fatores

Ambientais (e) e pelos Fatores Pessoais. Fatores ambientais condizem com o

meio onde a pessoa vive e fatores pessoais atualmente ainda não possui

categorias de classificação devido à grande variação social e cultural associada

aos mesmos (Figura 1).

Cada domínio é composto por uma lista de capítulos, e sequencialmente

uma lista de códigos detalhados, que são subdivididos por níveis. A

classificação dessa categoria é dividida em níveis. O 1º nível ou capítulo é

composto por categorias do 2º nível, seguido por categorias do 3º nível e em

alguns casos do 4º nível. Quanto maior o nível, mais detalhes de informação é

ofertado. Como por exemplo: b2 - Funções sensoriais e dor (1º nível); b280 –

Sensação de dor (2º nível); b2801 – Dor Localizada (3º nível); b28014 – Dor

em membro superior (4º nível) (OMS, 2004).

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Figura 1- Interação entre os componentes da CIF

Fonte: FARIAS E BUCHALLA, 2005.

No processo de classificação de uma incapacidade os códigos ganham

qualificadores numéricos que indicam se há problema e qual é a magnitude do

problema. O qualificador referente à função e estrutura do corpo indica a

presença de deficiência ou não, referente à atividade e participação o

qualificador apresenta presença ou ausência de limitação nas atividades ou

restrição na participação. O qualificador utilizado na classificação de itens dos

fatores ambientais determina barreiras ou facilitadores (CIEZA et al., 2014;

GEERSE et al., 2016).

O domínio funções do corpo é composto por 521 categorias, o domínio

estruturas do corpo é composto por 320 categorias, o domínio atividades e

participação é composto por 543 categorias e por fim, o domínio fatores

ambientais é composto por 270 categorias. Devido o número de categorias

pertencentes a CIF, a aplicabilidade torna-se extensa e difícil de ser utilizada

na prática clínica, em pesquisa e serviços de saúde pública, por isso

começaram a ser desenvolvidos core sets da CIF, que são códigos

selecionados para um estado de doença específico (SCHIPPER et al., 2015).

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21

2.1.2- Core Sets da CIF

Para facilitar o uso de mais de 1600 categorias da CIF, estão sendo

desenvolvidos core sets, que é uma lista resumida de categorias essenciais

para descrever a funcionalidade de uma pessoa com uma condição de saúde e

doença específica a fim de construir um perfil funcional (PRODINGER et al.,

2016). O conteúdo do core set da CIF serve como guia que recomenda quais

os aspectos da funcionalidade deverão ser medidos em cada condição de

saúde ou doença (SELB et al., 2014). Atualmente, são 46 core sets

cadastrados e reconhecidos pelo grupo da ICF Research Branch

(Departamento de Pesquisas da CIF) em diversas condições de doença e

saúde como: Disfunções musculoesqueléticas, neurológicas, saúde mental,

entre outros (YEN et al., 2013).

A OMS e o grupo de pesquisa em CIF preconizam 3 fases para a

construção de um core set. A primeira fase (etapa preparatória) inclui quatro

estudos, onde o primeiro é uma revisão sistemática para captar a perspectiva

dos pesquisadores sobre a condição de saúde e/ou doença identificando os

aspectos de funcionalidade. A revisão geralmente é referente aos últimos 10

anos, em bases de dados importantes (POST et al., 2010). Em seguida o

estudo clínico é realizado com instrumentos para coleta de dados pertinentes a

cada condição de saúde e/ou doença (WIJLHUIZEN et al., 2012). O terceiro

estudo deve ser o qualitativo que vai identificar aspectos da funcionalidade e

fatores ambientais através de entrevistas gravadas e posteriormente transcritas

para análise e extração de categorias e códigos (DU et al., 2016). O último

estudo da fase preparatória é denominado comitê de experts, que é realizado

com a técnica Delphi, onde são recolhidas opiniões de especialistas sobre

funcionalidade e de fatores ambientais que são relevantes para as pessoas

com a condição de saúde ou doença pesquisada. Após cada etapa da fase

preparatória é feita a seleção dos códigos para a construção do core set da CIF

e realizado uma conferência internacional (segunda fase) com profissionais de

diversas áreas da saúde de seis regiões da OMS (SCHIARITI et al., 2015).

Finalmente é realizado a terceira fase, composta pela implementação do core

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set da CIF com instrumentos padronizados, guiando e criando diretrizes de

tratamento para serem desenvolvidas em centros de saúde (SELB et al., 2014).

2.2- HANSENÍASE

A hanseníase era conhecida anteriormente como lepra. Este termo

origina-se do latim “leprosus”, que significa impureza, por isso a hanseníase

era considerada uma maldição ou punição divina para quem a contraísse.

Existem relatos em textos antigos que apresentam o sofrimento clínico e social

causado nas pessoas acometidas pela hanseníase (BELDARRAÍN-CHAPLEE,

2017; GRZYBOWSKI; KLUXEN; PÕŁTORAK, 2014). A doença é causada pelo

organismo Mycobacterium leprae, descoberto em 1873 por Gerhard Henrik

Armauer Hansen, na Noruega. Foi a primeira bactéria identificada como

causadora de doenças em humanos (VOGELSANG, 1965). O ser humano é a

principal fonte de infecção do Mycobacterium leprae, a bactéria pode

permanecer incubada por um período entre 3 e 10 anos. O tempo de

multiplicação do bacilo é lento, podendo durar, em média, de 11 a 16 dias

(ROMERO-MONTOYA; BELTRAN-ALZATE; CARDONA-CASTRO, 2017). Esta

bactéria é um micróbio intracelular que prefere infectar áreas mais frias do

corpo humano, incluindo a pele e o sistema nervoso periférico.

As lesões dermatológicas e a neuropatia periférica são as principais

características clínicas da hanseníase (ALOTAIBI et al., 2016). Esse

acometimento pode gerar incapacidade e deformidade física, impactando nas

atividades de vida diária, laborais e sociais (AFSAL et al., 2016; LUGÃO et al.,

2016).

2.2.1 EPIDEMIOLOGIA

A detecção de novos casos, no mundo, se estabilizou em 2009 com

215.000 casos novos e 245.000, em 2013. Porém os dados, informados

anualmente, de 103 países demonstraram que a hanseníase ainda é um

problema de saúde pública. A maioria, ou seja 81%, de todos os casos novos

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ocorre em 3 países (Índia, Brasil e Indonésia) que são os países mais

endêmicos para a hanseníase. Entre os novos casos, 13.289 apresentavam

deficiências grau 2, refletindo baixo conhecimento sobre a hanseníase e baixa

capacidade dos sistemas de saúde para detectar precocemente a doença. No

Brasil, a porcentagem de pacientes portadores de hanseníase que apresentam

no diagnóstico deficiência grau 2 aumentou entre 2005 (4,8%) e 2010 (8,7%).

Esses dados justificam a manutenção da preocupação com a hanseníase

(BARBIERI et al., 2016; MINISTÉRIO DA SAÚDE., 2010; OMS, 2014)

Apesar da importante redução do coeficiente de prevalência de

hanseníase em Sergipe, o estado demanda intensificação das ações para

eliminação da doença, justificadas por um padrão de média que continua

endêmica, segundo os parâmetros de prevalência. Em 2010, dos 08 municípios

mais endêmicos, apenas 05 possuem menos de 05 casos novos (Figura 2). A

capital Aracaju com 21,7 casos/100 mil habitantes é considerada de

endemismo muito alto. (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE., 2011).

Figura 2- Série histórica do coeficiente geral de detecção de hanseníase do estado de Sergipe, região Nordeste e Brasil, 2001 a 2010

Fonte: Secretaria Vigilância Sanitária/Ministério da Saúde

Em 2015, foram encontrados 174.608 casos de lepra em todo o mundo

(prevalência de 0,2 casos por 10.000 pessoas). O número de novos casos

notificados foi de 210.758 (3,2 novos casos por 100 000 pessoas). Sendo

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199.992 (94%) dos novos casos de hanseníase notificados em 14 países, com

notificação maior que 1000 novos casos cada um e apenas 6% dos novos

casos foram relatados no resto do mundo. Apesar de todo esforço, alguns

países apresentam altas taxas de notificação para novos casos, traduzindo a

existência de intensa transmissão ativa (GILLINI et al., 2017; OMS, 2016). No

Brasil, foram notificados 35.131 pacientes com diagnóstico de hanseníase,

sendo a região nordeste a mais prevalente com 12.760 casos novos. O estado

de Sergipe notificou 360 casos novos (BRASIL, 2015).

Hoje, a estratégia mundial contra a hanseníase para 2016 à 2020, visa

livrar o mundo da hanseníase. As metas são: zerar o número de crianças com

diagnóstico de hanseníase e deformidades visíveis, taxa de novos casos com

deformidades visíveis menor que 1 milhão, combater a discriminação e

promover a inclusão social (OMS, 2016b).

2.2.2 DIAGNÓSTICO

Nos países desenvolvidos, o diagnóstico da hanseníase é realizado com

a utilização de técnicas de histograma bacteriológico, técnicas histopatológicas

ou moleculares, que apoiam o diagnóstico, porém estes métodos são mais

difíceis de implementar nos países em desenvolvimento (WALKER;

LOCKWOOD, 2006). O diagnóstico nos países em desenvolvimento baseia-se

em critérios morfológicos e topográficos das lesões, associados a alterações na

sensibilidade cutânea e espessamento e / ou dor de nervos periféricos, sendo

os nervos mais afetados radial, ulnar, mediano, fibular e tibial posterior

(BRASIL, 2008). É primariamente clínico baseado em evidências clínicas, como

avaliação quali - quantitativa de manchas vermelhas ou pálidas na pele. São

avaliados um ou mais de três sinais: hipopigmentação ou manchas

avermelhadas com perda definitiva de sensibilidade, nervos periféricos

espessados e em alguns países podem ser complementados por exames

laboratoriais, como bacilos ácido-rápidos detectados em esfregaços de pele ou

material de biópsia (PINHEIRO et al., 2011; REIBEL et al., 2015). Essa

abordagem é de baixo custo, no entanto depende da experiência do

examinador dificultando o diagnóstico precoce. Esse reconhecimento precoce é

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crítico para o início imediato da poliquimioterapia (PQT), visando a prevenção

de complicações irreversíveis (FRADE et al., 2017).

Se o diagnóstico da hanseníase for tardio, a infecção pode causar

lesões permanentes do nervo e desenvolver deficiência física. Quanto maior o

atraso do diagnóstico, maior a probabilidade de comprometimento irreversível.

A apresentação clínica depende da resposta imunológica do paciente e pode

resultar em um amplo espectro de sintomas (AFTAB; NIELSEN; BYGBJERG,

2016; MUTHUVEL et al., 2017).

2.2.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

A hanseníase manifesta-se através de sinais e sintomas dermatológicos

e/ou neurológicos. As lesões de pele são caracterizadas por hipoestesia ou

anestesia, podendo se apresentar com manchas pigmentares, placas,

infiltração, tubérculos e nódulos, preferencialmente na face, nariz, olhos,

nádegas, braços, pernas e dorso (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).

No entanto, as lesões do nervo periférico são desencadeadas por inflamações

denominadas neurite, que podem ser causadas pela ação direta do bacilo

como por reação do organismo ao bacilo. Essas lesões manifestam-se com

dor, espessamento do nervo, hipoestesia e perda de força das áreas inervadas

por esses nervos. Lesões nervosas não tratadas evoluem com incapacidades e

deformidades na região acometida (NASCIMENTO, 2013).

A mucosa nasal também é afetada, por ser a principal via de

transmissão dos germes aéreos, apresentando atrofia da mucosa nasal,

evoluindo até nariz em sela e deformidade nasal (KIM et al., 2013).

Posteriormente pode ocorrer lesão da mucosa bucal, com maior frequência no

palato mole e úvula. Inicialmente, desenvolve hiperemia local podendo evoluir

com formação de úlceras e periodontite (GUO et al., 2016; TAHERI et al.,

2012). A manifestações oftalmológicas podem ser alterações dos anexos

oculares (madrose, lagoftalmo, ectrópio e triquíase) e/ou do globo ocular

caracterizada por conjuntivite, esclerite, diminuição de sensibilidade até

formação de úlcera de córnea, nódulos de íris, diminuição da acuidade visual e

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dor ocular. Essas manifestações auxiliam no diagnóstico da hanseníase

(MAHENDRADAS et al., 2013; SALEM, 2012).

2.2.4 CLASSIFICAÇÃO OPERACIONAL E TRATAMENTO

A Organização Mundial de Saúde, em 2000, adotou a contagem do

número de lesões cutâneas como critério clínico para a classificação

operacional da hanseníase (OMS, 2000). As lesões são classificadas, em

paucibacilares (PB) ou multibacilares (MB), com base no número de lesões

cutâneas. Lesões do tipo paucibacilares apresentam de 1 a 5 lesões de pele,

sem acometimento de nervos periféricos e/ou acometimento de apenas 1 nervo

e a baciloscopia é sempre negativa. Lesões do tipo multibacilar apresentam

mais de 5 lesões de pele e/ou acometimento de mais de um nervo periférico e

a baciloscopia pode ser negativa ou positiva (REIBEL et al., 2015).

A hanseníase é curável e tratável. Quando o tratamento

poliquimioterápico é iniciado, já nas primeiras doses, os bacilos morrem

impedindo a contaminação de outras pessoas. O tratamento da hanseníase é

ambulatorial, utilizando-se esquemas terapêuticos padronizados, de acordo

com a classificação operacional. A OMS (1982), recomenda o tratamento com

poliquimioterapia. Desde então pacientes com hanseníase MB são submetidos

a 12 cartelas supervisionadas em até 18 meses de rifampicina (600 mg, uma

vez por mês), dapsona (100 mg por mês) e clofazimina (300 mg por mês), mais

doses diárias administradas de dapsona (100 mg por dia) e clofazimina (50 mg

por dia). No entanto, pacientes com hanseníase PB são tratados com 6

cartelas, em até 9 meses supervisionados de rifampicina (600 mg

mensalmente) e dapsona (100 mg por dia), mais doses diárias auto-

administradas de dapsona (100 mg por dia) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016).

2.2.5 ESTIGMA E QUALIDADE DE VIDA

Historicamente, o estigma dificulta a erradicação da hanseníase. No

século XIX, o paciente com hanseníase, chamado “leproso” ainda era uma

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preocupação para o espaço urbano, que precisava ser “purificado”. A forma de

contágio ainda era questionada e a exclusão dos doentes era a indicação

médica, como principal ação governamental empreendida. Esses indivíduos se

agrupavam em leprosários ou optavam pela vida errante, dependendo da

caridade religiosa ou particular para a manutenção de sua existência e/ou de

suas famílias (SILVA, 2016). Na virada para o século XX, no entanto, ocorrem

transformações referentes ao conhecimento do contágio, da infecção e

tratamento, porém devido o estigma associado a doença ainda não foi possível

a erradicação (HENRY et al., 2016).

No entanto o estigma continua presente, e é um problema complexo

com múltiplas causas, muitas vezes enraizada em normas e valores sociais. As

intervenções para diminuir o estigma associado a hanseníase, ainda hoje são

insuficientes (PETERS et al., 2015). Por isso, muitas vezes, a preocupação

com a estigmatização, geralmente é muito maior do que com a própria doença,

pois gera impacto negativo no acesso ao diagnóstico e adesão ao tratamento.

O paciente e/ou familiares podem vivenciar sentimentos e emoções negativos,

isolamento social, sofrer discriminação e, consequentemente reduzir a

qualidade de vida (LUSLI et al., 2016; VAN’T NOORDENDE et al., 2016).

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3- OBJETIVO

3.1- GERAL:

Descrever a funcionalidade dos pacientes com hanseníase usando o

sistema de classificação da CIF e selecionar as categorias mais prevalentes

para desenvolver o core set da CIF para hanseníase.

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4- MATERIAIS E MÉTODOS

4.1- ASPECTOS ÉTICOS:

Este estudo atendeu os aspectos éticos de pesquisa com seres

humanos (Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde). Foi submetido e

aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe

(parecer número 560.061 e 333.390 – CAAE 13327213.4.0000.5546) (ANEXO

A). Os participantes foram esclarecidos sobre o propósito do estudo, aqueles

que voluntariamente quiseram participar dos procedimentos da pesquisa,

concordando com a realização e posterior publicação dos dados, assinaram o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE A).

4.2- DESENHO DO ESTUDO:

Estudo clínico transversal prospectivo com abordagem quantitativa e

qualitativa. O estudo segue a metodologia determinada pelo grupo de pesquisa

da CIF da Organização mundial de saúde (SELB et al., 2014), na qual sugere

que na fase preparatória do core set seja realizado um estudo clínico com

abordagem quantitativa e qualitativa. O estudo quantitativo é observacional,

transversal e analítico. Avalia a funcionalidade através de instrumentos de

avaliação clínica validados e padronizados (Fase I) e o estudo qualitativo é

clínico, transversal com abordagem fenomenológica (Creswell, 2014), traduz a

funcionalidade através da percepção do paciente (Fase II).

4.3- LOCAL DA PESQUISA

A pesquisa foi realizada no Centro de Especialidades Médicas de

Aracaju (CEMAR) e no Hospital Universitário de Sergipe (HU), estes são

centros de referência em diagnóstico e tratamento da hanseníase do estado de

Sergipe.

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4.4- AMOSTRA

A seleção da amostra caracterizou-se de conveniência e não-

probabilística. Participaram do estudo indivíduos que contemplavam os

seguintes critérios de inclusão: diagnóstico de hanseníase em tratamento ou

que já tivessem recebido alta, idade entre 18 e 65 anos de ambos gêneros. Os

critérios de exclusão foram: rios com diagnóstico de outra doença diferente da

hanseníase que cause comprometimento motor.

4.5- COLETA DE DADOS

A coleta de dados ocorreu no período de junho de 2016 a novembro de

2016, em dias úteis pela manhã no CEMAR e a tarde no HU. Fisioterapeutas,

enfermeiras e alunos de iniciação científica, previamente treinados e

capacitados, realizaram as entrevistas e avaliações, sendo cada examinador

responsável pela aplicação de um instrumento. Inicialmente, os prontuários

foram avaliados para coleta de dados pessoais, demográficos e clínicos.

Posteriormente foi realizado contato telefônico e convidado os indivíduos, que

contemplavam os critérios de inclusão do estudo, a comparecer no dia e

horário local marcado. Neste dia os voluntários foram avaliados e responderam

os questionários propostos.

4.5.1- Coleta de dados - Estudo Quantitativo

Para a coleta de dados no estudo quantitativo foram utilizados

instrumentos padronizados e validados seguindo o modelo teórico da CIF

(Figura 3). Este modelo oferece uma visão biopsicossocial da saúde do

paciente com hanseníase relacionando fatores como estrutura e função do

corpo, atividade e participação com fatores pessoais e ambientais. Dessa

forma é possível relacionar fatores da funcionalidade com fatores do contexto.

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Figura 3- Instrumentos de avaliação e entrevistas no modelo teórico da CIF

A) FUNÇÃO E ESTRUTURA DO CORPO

No domínio função e estrutura do corpo foram avaliados funções

fisiológicas dos sistemas orgânicos e partes anatômicas do corpo, tais como

órgãos, membros e seus componentes relacionados com a hanseníase. Foram

utilizados os seguintes instrumentos:

➢ Avaliação Neurológica Simplificada e Grau de Incapacidade

A OMS sugere a realização de avaliação neurológica simplificada

(ANEXO B), composta por inspeção da face, nariz e olhos, palpação de

nervos e avaliação da sensibilidade e força de músculos de membros superior

e inferior (OMS, 2000). Após essa avaliação é possível identificar o grau de

incapacidade (ANEXO C), que é classificado de 0 a 2, sendo zero

correspondente a ausência de incapacidades, o grau 1 corresponde a

diminuição ou perda da sensibilidade em olhos, mãos e pés, e o grau 2

demonstra alterações motoras em olhos, mãos ou pés ou deformidades

visíveis. O grau de incapacidade é determinado pelo maior grau de

incapacidade obtido em qualquer seguimento corporal (BRASIL, 2008; OMS,

2000).

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➢ NRS- Numeric Rating Scale

É uma escala numérica de fácil aplicação, com o objetivo de avaliar a

intensidade da dor, validada e com alta confiabilidade para pacientes

alfabetizados e analfabetos. A NRS (ANEXO D) é composta por 11 pontos em

que zero (0) representa ausência de dor e dez (10) representa a pior dor

imaginável (FERREIRA-VALENTE; PAIS-RIBEIRO; JENSEN, 2011).

➢ McGill Pain Questionnaire (MPQ)

Avalia a dor de forma multidimensional, aborda dimensões sensoriais,

afetivas e avaliativas da dor, bem como, intensidade de dor. Foi desenvolvido

por MELZACK, para fornecer medidas quantitativas da dor (ANDRUCIOLI et

al., 1997; MELZACK, 1983).

O MPQ (ANEXO E) contém 78 itens descritores da dor categorizados em 20

subclasses, cada uma contendo de 2 a 6 palavras que formam 4 grandes

grupos: sensoriais (subclasse 1 -10), afetivos (subclasse 11-15), avaliativos

(subclasse 16) e miscelânea (subclasses 17-20). O escore do questionário de

dor McGill pode ser realizado de duas maneiras: índice de dor e número de

descritores escolhidos (VAROLI; PEDRAZZI, 2006).

Utilizaremos apenas o número de descritores escolhidos que é a

somatório das palavras que o participante escolheu para explicar a dor. A

pontuação pode ser obtida no total e para cada 1 dos 4 componentes do

questionário, maior pontuação indica pior qualidade da dor.

B) ATIVIDADES

Para avaliação referente ao domínio atividade foram utilizados os

seguintes instrumentos listados abaixo:

➢ Box and Blocks

Avalia a habilidade e destreza manual grossa. Para a realização do

Box and block (APÊNDICE C) é utilizado uma caixa de madeira, com 53,7

cm de comprimento, com uma divisória, também de madeira, mais alta que

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as bordas da caixa, separando-a em dois compartimentos de iguais

dimensões. Os blocos, também de madeira e em forma de cubos coloridos

de 2,5 cm são em número de 150.

A caixa foi colocada horizontalmente à frente do voluntário, para que

tenha visão total da área e dos cubos. O mesmo foi orientado a transportar

um cubo de cada vez sobre a divisão e soltá-lo no compartimento oposto o

mais rápido possível. O aplicador utilizou um cronômetro parar interromper a

tarefa após exatamente 1 minuto. Finalizado o teste, o avaliador contou

quantos cubos o voluntário conseguiu transportar. Os dados normativos para

adultos é 75 - 83 blocos por minuto (MATHIOWETZ; WEBER, 1985;

MENDES et al., 2001).

➢ Nine Hole Pegs

Avalia a habilidade e destreza manual fina. O teste Nine Hole Pegs

(APÊNDICE D) é utilizado uma placa quadrada com 9 orifícios, com 1,3 cm de

profundidade, espaçados por 3,2 cm. Os nove pinos de madeira devem ter

0,64 cm de diâmetro e 3,2 cm de comprimento.

O equipamento foi disposto horizontalmente em frente ao sujeito, de

forma que o compartimento que contém os pinos fique voltado para a mão

que será testada. O teste será realizado duas vezes em cada mão. O

cronômetro foi iniciado quando o paciente toca no primeiro pino. O

cronômetro parou quando o paciente colocou o último pino no recipiente. O

tempo máximo permitido por teste é 300 segundos. Adultos realizam esse

teste com um tempo entre 16.8 a 21.4 segundos (GRICE et al., 2003).

➢ Escala de Equilíbrio Avançado de Fullerton (EEAF).

A escala EEAF (ANEXO F) avalia equilíbrio corporal estático e

dinâmico de forma multidimensional (visão, sistema somatossensorial e

sistema vestibular).

Os equipamentos necessários são acessíveis e de baixo custo, os quais

são: um cronômetro, lápis, régua, um banco/tablado (45,6 cm de

comprimento, 35,6 cm de largura e 15,2 cm de altura), fita adesiva, duas

espumas (47 cm de comprimento, 35 cm de largura), duas fitas

antiderrapante, um ponto de referência e um metrônomo (HERNANDEZ;

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34

ROSE, 2008; ROSE; LUCCHESE; WIERSMA, 2006; TAKAGI SS, PEREIRA

A, SILVA TS, KNAUT LAM, MELO SA, 2016).

É composta por 10 testes pontuados por meio de uma escala ordinal

de 5 pontos (0 – 4), sendo possível um escore máximo de 40 pontos, valores

abaixo de 20 pontos indicam prejuízos no equilíbrio corporal.

Os dez itens que compõem a Escala EEAF incluem: 1) ficar em pé com

os pés juntos e olhos fechados; 2) alcançar um objeto a frente; 3) girar em um

círculo (360º) para direita e para esquerda; 4) subir e ultrapassar um

banquinho; 5) deambular com um pé na frente do outro (tandem); 6) ficar em

pé em apoio unipodal; 7) ficar em pé na espuma com olhos fechados; 8) pular

uma distância com os dois pés juntos; 9) deambular e girar a cabeça; 10)

controle postural reativo após uma desestabilização brusca (JEON; KIM,

2017).

Anteriormente a realização de cada teste os participantes foram

esclarecidos sobre como executá-los. Ao realizá-los, o examinador registrava

um dos quatro pontos da escala que melhor representasse o desempenho do

participante na execução de cada teste (ROSE; LUCCHESE; WIERSMA,

2006).

➢ Teste de Caminhada de 6 minutos (TC6)

O TC6 (APÊNDICE E) foi utilizado para predizer a distância prevista por

um indivíduo. O teste pode ser utilizado para avaliação do desempenho

funcional do paciente em suas atividades diárias (KORN, S; VIRTUOSO, JS;

SANDRESHI, PF; SOUZA, MG; MAZO, 2014).

Foi realizado em ambiente fechado, ao longo de um corredor reto com

no mínimo 15 metros, sem interrupções de outras pessoas passando pelo

local. Os materiais utilizados para a realização do TC6 são: cronômetro, 2

cones, cadeira. Opcionalmente podem ser usados esfigmomanômetro,

frequencímetro, oxímetro e Escala de Borg (ANEXO G). A escala de Borg

quantifica a percepção de esforço 0 a 10, onde zero significa nenhuma

sensação e 10 significa máximo esforço Os voluntários foram orientados a

determinar seu grau de esforço antes e durante a realização do TC6.

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35

Para o cálculo da distância prevista foram coletados dados como: idade,

sexo, altura e peso. Foram utilizado as seguintes fórmulas (ENRIGHT et al.,

2003).

Homem: Distância Prevista= 493 + (2,2 x altura cm) - (0,93 x peso Kg)-

(5,3 x idade) +17m.

Mulher: Distância Prevista= 493 + (2,2 x altura cm) - (0,93 x peso Kg)-

(5,3 x idade)

➢ Screening of Activity Limitation and Safety Awareness (SALSA)

A escala SALSA (ANEXO H) significa triagem de limitação de atividade

e consciência de risco e é utilizada em pacientes com neuropatia causada por

hanseníase ou diabetes. É composta por 20 perguntas e foi desenvolvida

baseada na CIF, avalia 5 domínios como : olhos, mobilidade (pés),

autocuidado (pés), destreza e trabalho manual (mãos) (ABEN-ATHAR et al.,

2017; BHAT; PRAKASH, 2012).

Tem como objetivo avaliar a extensão da limitação de atividade e a

consciência do risco ao executar exercícios que podem aumentar o grau

incapacidade ou deficiência do indivíduo. Possui um escore final, que varia de

1 a 80 (1-24: sem limitação; 25-39: limitação leve; 40-49: limitação moderada;

50-59: limitação severa; 60-80: limitação muito severa). Quanto mais baixo o

escore, menor a dificuldade na realização de atividades de vida diária,

enquanto mais alto o escore, maior a limitação para a realização de uma

atividade (THE SALSA COLLABORATIVE STUDY GROUP, 2007).

C) PARTICIPAÇÃO

➢ Escala de Participação (PAR)

Durante a aplicação da escala PAR (ANEXO I) é solicitado que o

indivíduo pense em alguém, real ou imaginário, com características

semelhantes às dele, porém sem a doença ou suas deficiências. Após esse

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36

exercício o voluntário deve responder aos questionamentos feitos pela escala

(BRASIL, 2008).

A escala foi desenvolvida a partir de 8 áreas da vida definidas na CIF.

É aplicada em forma de entrevista, composta por 18 ítens. O valor total varia

de 0 a 90 pontos. Sendo (0-12) sem restrição, (13-22) restrição leve, (23-32)

restrição moderada, ( 33-52) grande restrição e (53-90) extrema restrição.

D) FATORES AMBIENTAIS

➢ Craig Hospital Inventory of Environmental Factors (CHIEF)

Os fatores ambientais foram avaliados utilizando o CHIEF (ANEXO J)

que é um instrumento validado e traduzido para o português, utilizado para

documentar o impacto dos fatores ambientais (físico, social e político) na

funcionalidade de pessoas com deficiência (FURTADO et al., 2014).

O CHIEF é subdividido em 5 subescala: atitudes e suporte, serviços e

assistência, estrutura física, política e trabalho e escola. Cada questão é

pontuada quanto à frequencia de identificação de barreiras, quanto a

magnitude (pequeno e grande problema) que varia de 0 a 2, o escore de

frequência-magnitude varia de 0 a 8. Para obtenção de escore total é possível

calcular a média dos escores de frequência, magnitude e do de frequência-

magnitude de todas as questões. Quanto maior a pontuação, maior a

percepção da barreira ambiental (FURTADO et al., 2014).

E) FATORES PESSOAIS

➢ Explanatory Model Interview Catalogue - Community Stigma Scale

(EMIC-CSS)

A EMIC-CSS (ANEXO K) avalia a percepção do estigma e a

discriminação do entrevistado com hanseníase em relação a si próprio e a

comunidade. A escala é composta por 15 itens, aborda áreas da vida que são

afetadas pelo estigma, como ocultação, evasão, percepções de autoestima,

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37

vergonha, casamento e trabalho. A escala tem quatro opções de resposta: Sim

(2 pontos), possivelmente (1 ponto), não (0) e não sei (0). Para o item 15 a

resposta é diferente, sendo: Sim (0), possivelmente (1 ponto), não (2) e não sei

(0) (PETERS et al., 2014; VAN BRAKEL et al., 2012).

Posteriormente foi necessário relacionar o conceito de cada item do

instrumento e corelacionar o código referente a cada domínio. Utilizamos as

técnicas de ligação propostas pelo grupo de pesquisa da CIF apresentada na

figura 4 (CIEZA et al., 2016).

Figura 4-Processo de ligação utilizado para classificar instrumentos de avaliação em categorias da CIF (adaptado de Cieza et al.,2016).

4.5.2- Coleta de dados – Estudo Qualitativo

Para a coleta de dados no estudo qualitativo foi utilizado questionário

estruturado e padronizado pelo grupo de pesquisa da CIF da OMS que objetiva

identificar quais aspectos da funcionalidade, ambiental e fatores pessoais são

mais importantes para as pessoas com a condição de saúde (Quadro 01).

O questionário foi aplicado em forma de entrevistas e gravado, utilizando

gravador de áudio digital, marca Lucky R-70.

Quadro 1- Questionário estruturado e padronizado (Grupo de pesquisa CIF Core set, OMS)

DOMÍNIO DA CIF QUESTIONÁRIO PADRONIZADO

Função do corpo Se você pensa sobre seu corpo, sua mente... O que não

está indo muito bem?

Estrutura do corpo Se você pensar especificamente no seu corpo... Em

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38

quais partes estão os problemas?

Atividades e

Participação

Se você pensar no seu dia... Quais seriam seus

problemas?

Facilitadores do

ambiente

Se você pensar no ambiente em que vive e na sua

condição de moradia, o que você acha que te ajuda e

facilita a sua vida?

Barreiras do

ambiente

Se você pensar no ambiente em que vive e na sua

condição de moradia, o que você acha que é uma

barreira?

Após a realização da entrevista, as respostas foram transcritas e

determinada as palavras ligantes para vincular com o código referente a cada

domínio. Para esta vinculação utilizamos as técnicas de ligação proposta pelo

grupo de pesquisa da CIF, apresentada na figura 5. (CIEZA et al., 2016)

Figura 5- Processo de ligação utilizado para estudo qualitativo em categorias da CIF (adaptado de Cieza et al.,2016)

4.6- ANÁLISE DOS DADOS

Os dados das avaliações foram registrados no programa Office 2010

medidas de tendência central, porcentagens e frequências absoluta e relativa.

A entrevista com os participantes foi transcrita em Word Windows 2010,

posteriormente o conceito ligante foi tabulado em Excel Windows 2010. As

categorias da CIF em ambas abordagens quantitativa e qualitativa identificadas

em pelo menos 5% dos voluntários participantes foram selecionadas para

compor a lista do core set. Categorias repetidas em mais de uma avaliação

foram registradas apenas uma vez.

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39

5- RESULTADOS

A partir da amostra de 168 prontuários analisados, 30 pacientes foram

excluídos. Seguindo os critérios de inclusão, 138 pacientes foram incluídos na

pesquisa, porém alguns pacientes não atenderam ao contato telefônico (n=68),

recusaram-se (n=8), doentes (n= 12), não possuíam acompanhantes (n=5) e

não apresentaram justificativa (n=11), 34 pacientes confirmaram presença para

participar da coleta, contudo apenas 14 compareceram no local e data marcada

da coleta. Foram recrutados e selecionados 15 pacientes no momento da

coleta. No total 29 pacientes participaram do estudo quantitativo e 28 pacientes

participaram do estudo qualitativo, pois um paciente ausentou-se antes de

realizar a entrevista (Fig. 6).

Figura 6- Fluxograma do estudo

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40

No presente estudo, verificou-se predominância do sexo masculino

(62%) e idade média de 44,9 ± 13,6 anos. O estado matrimonial predominante

entre os pacientes com hanseníase foi de casados e os que compartilham

união estável (55%). Quanto a educação, observou-se predominância do

ensino médio completo (28%), em relação a ocupação a maior parte dos

participantes eram empregados (55%) e (48%) residem em Aracaju. Em

relação a classificação operacional da hanseníase, observou-se que 45% dos

participantes tinham a forma multibacilar (Tabela 1).

Tabela 1- Características clínicas e demográficas dos participantes estudados, grau de incapacidade e escore EHF

Variáveis Participantes

(n = 29)

%

Idade (Média / DP) 44,9 / ± 13,6

Gênero

Feminino 11 38

Masculino 18 62

Estado matrimonial

Casado, união estável 16 55

Solteiro, divorciado, viúvo, outro 13 45

Ocupação

Empregado, autônomo 12 41

Desempregado (condição de saúde) 4 14

Desempregado (outras condições) 3 10

Dona de casa 2 7

Aposentado 3 10

Estudante 1 3

Outros 4 14

Educação

Não alfabetizado 7 24

Alfabetizado 4 14

Ensino fundamental incompleto 5 17

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41

(Conclusão)

Variáveis Participantes

(n = 29)

%

Educação

Ensino fundamental completo 1 3

Ensino médio incompleto 1 3

Ensino médio completo 8 28

Ensino superior incompleto 2 7

Ensino superior completo 1 3

Localidade

Aracaju 14 48

N. Sra do Socorro 7 24

São Cristóvão 4 14

Itaporanga 1 3

Poço Redondo 1 3

N. Sra das Dores 1 3

Barra dos Coqueiros 1 3

Classificação operacional da hanseníase

Paucibacilar 11 41

Multibacilar 13 45

Não informado 5 14

Classificação de incapacidade OMS

Grau 0 3 11

Grau 1 19 65

Grau 2 7 24

Escore EHF (Média / DP) 5,74 / ± 2,38

Legenda: % = percentual de participantes estudados; n= frequência absoluta dos participantes estudados; DP= Desvio padrão

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42

5.1 Estudo Quantitativo - Capacidade funcional baseado no modelo

teórico da CIF

Durante a avaliação da estrutura do corpo, foi observado uma frequência

de voluntários com presença de mancha (78%) e o espessamento do nervo

mediano (33%) foi mais prevalente. Na avaliação da função do corpo foi

observado uma frequência de participantes com predomínio da diminuição da

sensibilidade do olho (70%), seguido da diminuição da acuidade visual (41%).

Em relação a força dos músculos do membro inferior, observou-se

diminuição no extensor do hálux e dorsiflexor direito e esquerdo em 85% dos

participantes. Na avaliação da força em membro superior, 100% dos

participantes apresentaram diminuição da forca muscular no adutor do dedo

mínimo direito e no adutor do dedo mínimo esquerdo (93%). A sensibilidade

também se apresentou diminuída na maioria dos participantes. Na avaliação da

sensibilidade encontramos alteração da sensibilidade em 89% no membro

superior direito dos participantes e 81% no membro superior esquerdo dos

participantes. Já no membro inferior 100% dos participantes apresentaram

alteração de sensibilidade. Os participantes que relataram sentir dor e

descreveram diversas formas de dor foram 18 de 29 (62%) (Tabela 2).

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43

Tabela 2- Deficiência dos domínios função e estrutura

DOMÍNIOS DA CIF

CAPÍTULO AVALIAÇÃO VALOR NORMATIVO DEFICIÊNCIA

ESTRUTURA S1- Estruturas do Sistema Nervoso Espessamento dos nervos Ausente % (n)

Presente % (n)

Ulnar 81 % (22) 19% (5) Mediano 67% (18) 33% (9) Radial 83% (21) 17% (6) Fibular 81% (22) 19% (5) Tibial posterior 93% (25) 7% (2)

S2 - Olho, Orelha e estruturas relacionadas Ectrópio 96% (26)* 4% (1) Triquíase 100% (27)* -

S8 - Pele e Estruturas relacionadas Presença de mancha 22% (6) 78% (21) FUNÇÃO B2- Funções sensoriais e dor Diminuição de sensibilidade do olho 30% (8%) 70% (19)

Diminuição da acuidade visual 59% (16) 41% (11) Sensibilidade membro superior D 11% (3) 89% (24) Sensibilidade membro superior E 19% (5) 81% (22) Sensibilidade membro inferior D - 100% (27)* Sensibilidade membro inferior E - 100% (27)* NRS 38% (9) 62% (18) McGill (total de descritores) 38% (9) 62% (18)

B7. Funções neuromusculoesqueléticas e relacionadas ao movimento

Força dos Músculos > 5 escala Oxford < 5 escala Oxford

Adutor do dedo mínimo D - 100 % (27)* Adutor do dedo mínimo E 7% (2) 93% (25) Abdutor do polegar D 4% (1) 96% (26)* Abdutores do polegar E 11% (3) 89% (24) Extensor de punho D 7% (2) 93% (25) Extensor de punho E 15% (4) 85% (23) Extensor do hálux D 15% (4) 85% (23) Extensor do hálux E 15% (4) 85% (23) Dorsiflexão do pé D 15% (4) 85% (23) Dorsiflexão do pé E 15% (4) 85% (23)

Legenda: n= número de categorias, (%)= porcentagem relativa, * valores com prevalência >96%

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44

No domínio atividade, os participantes do estudo apresentaram limitação

na motricidade grossa 80% dos participantes e na motricidade fina 59% dos

participantes com limitação. Apenas 7% dos participantes apresentaram déficit

de equilíbrio. Em relação a capacidade de locomoção relativa a distância

percorrida, foi observado uma diminuição da distância percorrida em todos

participantes do estudo (100%) quando comparado com as normas da

distância percorrida em sujeitos hígidos. Quando a limitação da atividade foi

avaliada com a escala SALSA 76% dos participantes estudados apresentaram

limitações. Já a participação social, avaliada com a escala Par, foi observado

que 66% dos participantes do estudo apresentam escore > 13, caracterizando

restrição da participação social (Tabela 3).

A avaliação dos fatores ambientais como barreira / problema com escala

CHIEF demonstrou que todos participantes relatam um ou mais fatores

ambientais como um problema. O mesmo aconteceu com a avaliação da

presença de estigma em relação a hanseníase da comunidade ou do próprio

indivíduo, todos participantes (100%) relataram existir estigma da comunidade

e dele mesmo com relação a hanseníase.

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45

Tabela 3- Limitação e restrição dos domínios Atividade e participação

Legenda: EEAF= Fullerton Balance Advanced; TC6= Teste de Caminhada de 6 min; SALSA= Screening of Activity Limitation and Safety Awareness;

PAR = Escala de Participação; CHIEF= Craig Hospital Inventory of Environmental Factors; n= número de categorias, (%)= porcentagem relativa, * valores

com prevalência >96%

DOMÍNIOS DA CIF

CAPÍTULO AVALIAÇÃO VALOR NORMATIVO VALORES OBSERVADOS NA

AMOSTRA

LIMITAÇÕES/ RESTRIÇÕES

% (n)

ATIVIDADE

D2 - Tarefas e demandas gerais

SALSA

(SALSA Collaborative

Study Group, 2007)

< 24 pontos 40 pontos (±16)

76% (22)

D4- Mobilidade

D5 - Cuidado pessoal

D6 - Vida doméstica

Box and Blocks

(Mathiowetz, V., G. Volland,

et al. (1985)

75 - 83 blocos 57 blocos (±13) 80% (23)

Nine Hole Pegs

(Oxford Grice, 2003)

16.8 – 21.4 seg. 23 segs. (±5) 59% (17)

EEAF (FAB)

(Cherry, et al, 2012)

˂ 25 pontos alto risco

de queda

34 pontos ±8 7% (2)

Teste de Caminhada 6min

(TC6)

(ENRIGHT et al., 2003)

masculino/feminino

547 m ±58 / 561 m ±84

masculino/feminino

306 ±125 / 275 ±117

100% (29) *

PARTICIPAÇÃO D7- Relações e interações interpessoais

D8 - Áreas principais da vida

D9- Vida comunitária, social e cívica.

Escala de Participação -

PAR

(Van Brakel, et al 2005)

<13 pontos 26 pontos (±12) 66% (19)

FATORES AMBIENTAIS

E1 - Produtos e tecnologias

E2- Ambiente natural e mudanças

ambientais feitas pelo ser humano

E3- Apoio e relacionamentos

E4- Atitudes

E5- Serviços, sistemas e políticas

Escala CHIEF

(FURTADO et al., 2014)

Ausência de problema 25 problemas 100% (29) *

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46

As disfunções que apresentaram frequência nos participantes ≥ 5%,

tiveram os seus instrumentos de avaliação submetidos a extração do conceito

contido em cada item do instrumento e realizada a ligação com a categoria de

2º nível correspondentes da CIF, que resultou numa lista com 51 categorias.

(Tabela 4).

Tabela 4- Categorias da CIF extraída dos instrumentos que apresentaram uma frequência de disfunções nos participantes maior que 5%*

Estrutura do corpo

Categoria Título Pacientes com deficiência

s120 Estrutura da medula e estruturas relacionadas 33%

s 810 Estrutura das áreas da pele 78%

Função do corpo

Categoria Título Pacientes com deficiência

b210 Funções da visão 41%

b 220 Sensações associadas ao olho e estruturas

adjacentes

70%

b265 Função tátil 100%

b280 Sensação de dor 62%

b730 Funções relacionadas a força muscular 100%

Atividade e participação

Categoria Título Pacientes com restrição

d110 Observar 100%

d155 Aquisição de habilidades 67%

d410 Mudar a posição básica do corpo 100%

d415 Manter a posição do corpo 46%

d430 Levantar e carregar objetos

100%

d440 Uso fino da mão

d445 Uso fino da mão e do braço

d450 Andar

d455 Deslocar-se 57%

d460 Andar por diferentes locais 97%

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47

d510 Lavar-se 100%

d520 Cuidado das partes do corpo

d570 Cuidar da própria saúde 56%

Atividade e participação

d630 Preparação de refeições 86%

d640 Realização das tarefas domésticas 52%

d660 Ajudar os outros 44%

d730 Relações com estranho 52%

d760 Relações familiares 56%

d845 Conseguir, manter e sair de um emprego 59%

d850 Trabalho remunerado 67%

d860 Transações econômicas básicas 48%

d910 Vida comunitária 70%

d920 Recreação e Lazer 89%

d930 Religião e espiritualidade 56%

Fatores Ambientais

Categoria Título Pacientes com Barreiras

e110 Produtos ou substâncias para consumo pessoal

22%

e115 Produtos e tecnologia para uso pessoal na vida diária

15%

e150 Produtos e tecnologia usados em projeto, arquitetura e construção de edifícios para uso público

19%

e155 Produtos e tecnologia usados em projeto, arquitetura e construção de edifícios de uso privado

26%

e210 Geografia física 52%

e215 População 37%

e225 Clima 52%

e240 Luz 37%

e250 Som

e310 Apoio e relacionamentos família nuclear 19%

e325 Apoio e relacionamentos conhecidos, 11%

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48

companheiros, colegas, vizinhos e membros da comunidade

e410 Atitudes individuais de membros da família 19%

e425 Atitudes individuais de conhecidos, companheiros, colegas, vizinhos e membros da comunidade

15%

e535 Serviços sistemas e políticas de comunicação 22%

e540 Serviços, sistemas e políticas de transporte 48%

e580 Serviços, sistemas e políticas de saúde 56%

e585 Serviços, sistemas e políticas de educação e treinamento

44%

e590 Serviços, sistemas e políticas de trabalho e emprego

44%

e595 Serviços, sistemas e políticas do sistema político

44%

e599 Serviços, sistemas e políticas, não especificada 26%

* Frequências acima de 20% foram destacadas em negrito.

As categorias presentes em 5% ou mais dos participantes foram

agrupadas e compõe a lista final do core set da CIF para hanseníase

selecionada no estudo quantitativo. Esta lista final é composta por 51

categorias, sendo 02 categorias do domínio estrutura do corpo, 05 categorias

do domínio função do corpo, 24 categorias do domínio atividade e

participação e 20 categorias do domínio fatores ambientais (Quadro 2).

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49

Quadro 2- Categorias da CIF, classificada no 2º nível, selecionadas no estudo quantitativo

Categorias da CIF selecionados no estudo quantitativo Es

tru

tura

do

corp

o (

s)

s120

s810

Medula espinhal e estruturas relacionadas

Estrutura das áreas da pele

Fun

ção

do

co

rpo

(b

)

b210

b220

b265

b280

b730

Funções do olho

Sensações associadas ao olho e estruturas adjacentes

Função tátil

Sensação de dor

Funções relacionadas a força muscular

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50

Ati

vid

ade

e P

arti

cip

ação

(d

)

d110

d155

d410

d415

d430

d440

d445

d450

d455

d460

d510

d520

d570

d630

d640

d660

d730

d760

d845

d850

d860

d910

d920

d930

Observar

Aquisição de habilidades

Mudar a posição básica do corpo

Manter a posição do corpo

Levantar e carregar objetos

Uso fino da mão

Uso fino da mão e do braço

Andar

Deslocar-se

Andar por diferentes locais

Lavar-se

Cuidado das partes do corpo

Cuidar da própria saúde

Preparação de refeições

Realização das tarefas domésticas

Ajudar os outros

Relações com estranhos

Relações familiares

Conseguir manter e sair de um emprego

Trabalho Remunerado

Transações econômicas básicas

Vida comunitária

Recreação e Lazer

Religião e espiritualidade

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51

Fato

res

Am

bie

nta

is (

e)

e110

e115

e150

e155

e210

e215

e225

e240

e250

e310

e325

e410

e425

e535

e540

e580

e585

e590

e595

e599

Produtos ou substâncias para consumo pessoal

Produtos e tecnologia para uso pessoal na vida diária

Produtos e tecnologia usados em projeto, arquitetura e construção de edifícios para uso público

Produtos e tecnologia usados em projeto, arquitetura e construção de

edifícios de uso privado

Geografia física

População

Clima

Luz

Som

Apoio e relacionamentos família nuclear

Apoio e relacionamentos conhecidos, companheiros, colegas, vizinhos e

membros da comunidade

Atitudes individuais de conhecidos, companheiros, colegas, vizinhos e membros da comunidade

Atitudes individuais de conhecidos, companheiros, colegas, vizinhos e membros da comunidade

Serviços sistemas e políticas de comunicação

Serviços, sistemas e políticas de transporte

Serviços, sistemas e políticas de saúde

Serviços, sistemas e políticas de educação e treinamento

Serviços, sistemas e políticas de trabalho e emprego

Serviços, sistemas e políticas do sistema político

Serviços, sistemas e políticas, não especificada

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52

5.2 Estudo Qualitativo - Percepção do paciente sobre sua capacidade

funcional baseado no modelo teórico da CIF

A percepção dos pacientes com hanseníase sobre sua condição de saúde,

baseada no conceito da CIF, foi realizada com entrevista padronizada. Na

avaliação da percepção da estrutura do corpo do paciente com hanseníase foi

observado que 64% dos pacientes relataram alteração na estrutura do braço

e mão (Quadro 3, Tabela 5). Durante a avaliação da percepção da função do

corpo, 54% dos participantes relataram a presença de dor (Quadro 3, Tabela

5).

Quadro 3- Relato do voluntário 23 sobre deficiência da estrutura do corpo e voluntário 25 sobre disfunção da função do corpo

Entrevistador: “Se você pensar especificamente no seu corpo... Em quais

partes estão os problemas? ”

Voluntário 25: “Acho que em tudo... Dos ossos ao nervo... Tudo... acho

que tudo”

Entrevistador: Se você pensa sobre seu corpo, sua mente... O que não

está indo muito bem?

Voluntário 23: “ Eu sinto dor nas pernas... muita! ... não consigo

caminhar muito porque tenho quentura nas pernas. Até perguntei se era da

hanseníase disseram que podia ser...”

Tabela 5- Deficiências dos domínios estrutura e função, estudo qualitativo

Respostas Frequência absoluta

(n)

Frequência relativa

(%)

Estrutura

Braço / mão 18 64%

Coração 1 4%

Nervos 2 7%

Olho 5 18%

Ossos / músculos 5 18%

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53

(Conclusão)

Respostas Frequência absoluta

(n)

Frequência relativa

(%)

Estrutura

Pele 12 43%

Pernas / pé 17 61%

Tronco 3 11%

Sem alteração 3 11%

Função

Alteração de

sensibilidade 2 7%

Cansaço 3 11%

Concentração 2 7%

Desequilíbrio 1 4%

Dor 15 54%

Dormência / formigamento

11 39%

Edema 1 4%

Estresse 2 7%

Força 9 32%

Insônia 1 4%

Mancha /

ferimento 6 21%

Manter-se em pé 1 4%

Marcha 3 11%

Memória 6 21%

Nervosismo 2 7%

Tontura 3 11%

Visão turva 3

Sem alteração 2 7%

Não compreendeu a pergunta

4 14%

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54

Quando os participantes do estudo foram questionados sobre a

percepção das limitações e restrições das atividades e participação 32 % dos

participantes relataram limitação para o trabalho, seguido de 29% dos

participantes que relataram limitação para andar e 21% dos participantes

relataram restrição para a realização de atividades domésticas (Quadro 4,

Tabela 6).

Quadro 4- Relato voluntário 03 sobre limitação da atividade

Entrevistador: “Se você pensar no seu dia... Quais seriam seus

problemas?”

Voluntário 03: “Lavar prato, fazer alguma coisa com as mãos, varrer

casa... eu não consigo, pegar na enxada... essas coisas assim. Eu sempre

trabalhei na roça. ”

Tabela 6- Limitação e restrição dos domínios atividade e participação, estudo qualitativo (N=28)

Respostas

Frequência absoluta

(n)

Frequência relativa

(%)

Atividade e Participação

Andar 8 29%

Apoio da família 2 7%

Atividades domésticas 6 21%

Derrubar objetos 5 18%

Dupla tarefa 3 11%

Equilibra-se 2 7%

Escovar cabelo 1 3,44%

Escrever 1 “

Estresse 1 “

Inflação / governo/

imposto 1 “

Relação sexual 1 “

Situação financeira 1 “

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55

(Conclusão)

Respostas

Frequência absoluta

(n)

Frequência relativa

(%)

Atividade e Participação

Subir escadas 3 11%

Trabalho 9 32%

Uso fino da mão 1 3,44%

Vestir roupa 1 “

Vida social 1 “

Nenhum problema 3 11%

Não souberam responder 2 7%

Em relação a percepção de facilitadores e barreiras do ambiente 25%

dos participantes relataram o apoio familiar, seguido de 18% que relataram o

apoio de amigos e 18% o acesso a medicamento como facilitador do ambiente.

Em contrapartida 25% dos participantes relataram o desemprego como uma

barreira do ambiente, seguido 14% dos participantes que relataram o ambiente

quente e 14% a relação com a vizinhança (Quadro 5, Tabela 7).

Quadro 5 - Relato do voluntário 22 sobre facilitadores e do voluntário 04 sobre barreiras ambientais

Entrevistador: “ Se você pensar no ambiente em que vive e na sua

condição de moradia, o que você acha que te ajuda e facilita a sua vida? ”

Voluntário 22: “ Quem me ajuda é minha irmã ”

Entrevistador: “ Se você pensar no ambiente em que vive e na sua

condição de moradia, o que você acha que é uma barreira?

Voluntário 04: “ Eu saí do trabalho... Tá difícil consegui trabalho... Eu não

sou fichado “

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56

Tabela 7- Facilitadores e barreiras do domínio fatores ambientais, estudo qualitativo (N= 28)

Respostas

Frequência de participantes (n)

Frequência de participantes (%)

Facilitadores

Acesso a médico 4 14%

Ambiente natural fresco 1 3,44%

Apoio amigos 5 18%

Apoio familiar 7 25%

Aposentadoria / benefício 3 11%

Casa própria 5 18%

Igreja 1 3,44%

Medicamento 5 18%

Saneamento 1 3,44%

Transporte 2 7%

Vida social 1 3,44%

Vizinhança 1

Nenhum facilitador 4 14%

Não souberam responder 2 7%

Barreiras

Acesso ao médico 1 3,44%

Ambiente quente 4 14%

Calçadas 2 7%

Casa quente 3 11%

Demora aposentadoria 1 3,44%

Desemprego 7 25%

Remédios 3 11%

Transporte 3

Violência 1 3,44%

Vizinhança (preconceito) 4 14%

Não há barreiras 5 18%

Não soube responder 2 7%

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57

Em relação a percepção do paciente, as categorias presentes em 5% ou

mais dos participantes foram selecionadas e formam a lista final do core set da

hanseníase, no estudo qualitativo. A lista final é composta por 43 categorias.

(Quadro 6).

Quadro 6- Categorias da CIF, classificada no 2º nível, selecionadas no estudo Qualitativo

Categorias da CIF selecionados no estudo Qualitativo

Estr

utu

ra d

o c

orp

o (

s)

s120

s220

s730

s750

s760

s770

s810

Medula espinhal e estruturas relacionadas

Estrutura do bulbo do olho

Estrutura da extremidade superior

Estrutura da extremidade inferior

Estrutura do tronco

Estruturas musculoesqueléticas adicionais e relacionadas com o

movimento

Estruturas das áreas da pele

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Fun

ção

do

co

rpo

(b

)

b126

b130

b140

b144

b210

b240

b265

b280

b455

b730

b770

b820

b840

Funções do temperamento e da personalidade

Funções da energia e de impulsos

Funções da atenção

Funções da memória

Funções da visão

Sensações associada a audição e função vestibular

Função tátil

Sensação de dor

Funções da tolerância a exercícios

Funções relacionadas a força muscular

Funções relacionadas ao padrão de marcha

Funções reparadoras da pele

Sensações relacionadas a pele

Ati

vid

ade

e P

arti

cip

ação

(d

)

d220

d415

d430

d450

d455

d640

d760

d850

Realizar tarefas múltiplas

Manter a posição do corpo

Levantar e carregar objetos

Andar

Deslocar-se

Realização das atividades domésticas

Relações familiares

Trabalho remunerado

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59

Fato

res

Am

bie

nta

is (

e)

e110

e155

e310

e320

e540

e570

e580

e110

e150

e155

e225

e325

e540

e590

Facilitadores

Produtos ou substâncias para consumo

Produtos e tecnologia usados em projeto, arquitetura e construção de edifícios de uso privado

Família nuclear

Amigos

Serviços, sistemas e políticas de arquitetura de transporte

Serviços, sistemas e políticas de arquitetura da previdência social

Serviços, sistemas e políticas de arquitetura de saúde

Barreiras

Produtos ou substâncias para consumo pessoal

Produtos e tecnologia usados em projeto, arquitetura e construção de

edifícios públicos

Produtos e tecnologia usados em projeto, arquitetura e construção de

edifícios de uso privado

Clima

Conhecidos, companheiros, colegas, vizinhos e membros da

comunidade

Serviços, sistemas e políticas de transporte

Serviços, sistemas e políticas de transporte

5.3 Análise comparativa dos estudos quantitativo e qualitativo

Quando a frequência absoluta das categorias, por domínio da CIF mais

frequentes são comparadas nos dois estudos quantitativo e qualitativo,

observa-se que no estudo quantitativo o domínio que obteve uma quantidade

maior de categorias presentes nos participantes foi atividade e participação

com 24 categorias selecionadas para o core set, enquanto que no estudo

qualitativo os fatores ambientais tiveram a maior quantidade de categorias

selecionadas (14). Porém, quando os dois estudos são comparados com o

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60

número relativo do total de categorias presentes em cada domínio da CIF (%

do total de categorias de cada domínio do 2º nível), ambos estudos apresentam

os fatores ambientais como o número de categorias selecionadas

predominante.

Tabela 8- Distribuição das categorias de 2º nível identificadas por domínio da CIF, nos estudos Quantitativo e Qualitativo

Domínios Número total de

categorias na CIF

Estudo Quantitativo

N (%)

Estudo Qualitativo

N (%)

Estrutura do corpo (s) 40 2 (5%) 7 (17,5%)

Função do corpo (b) 79 5 (6,3%) 13 (16,5%)

Atividade e participação (d) 83 24 (28,9%) 8 (9,6%)

Fatores Ambientais (e) 64 20 (31,3%) 14 (21,9%)

Total 266 51 (19,2%) 42 (15,8%)

Legenda: CIF Classificação Internacional de Funcionalidade. N= número de categorias (%)= porcentagem relativa

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61

6 – DISCUSSÃO

Esse estudo identificou as incapacidades funcionais mais prevalentes

em pacientes com hanseníase através de um estudo clínico com abordagem

quantitativa e qualitativa, e selecionou as incapacidades mais prevalentes para

extrair categorias da CIF e compor o core set da CIF para hanseníase.

6.1 Caracterização social e clínica da amostra

Baseado no modelo biopsicossocial da CIF observou-se que pessoas

com hanseníase vivenciam deficiências sejam elas na estrutura e função do

corpo, na atividade e participação, nos fatores ambientais e/ou pessoais.

Os fatores pessoais não são classificados na CIF devido à grande

variação social e cultural associada aos mesmos (OMS, 2004). As variáveis

idade e sexo foram atribuídas aos fatores pessoais da nossa amostra, a qual

se apresentou em sua maioria composta por indivíduos do sexo masculino com

hanseníase na forma multibacilar, com idade média de 44,9 (±13,6). De

maneira similar RAMOS et al. (2017), também observou em seu estudo um

predomínio de casos masculinos na forma multibacilar que pode estar

relacionada aos mecanismos fisiopatológicos da doença. A média de idade

também encontrada neste estudo relaciona-se com a fase produtiva do

indivíduo, comprometendo a realização de atividades de vida diária com

repercussões físicas, sociais e econômicas.

O maior número de participantes cursou o ensino médio completo,

porém é preciso destacar o número de participantes não alfabetizados na

amostra, semelhante ao relatado por ARAÚJO et al., (2014) ao estudar

pacientes com hanseníase em São Luís (MA). Porém, no estudo de BRITO et

al., (2014) a maioria dos participantes cursou até a 4º série e reforça ainda a

literatura quando demonstra que em seguida estão os participantes não

alfabetizados. No tocante a ocupação, a maior frequência dos participantes

empregados corrobora com os dados do estudo de (ABEN-ATHAR et al.,

2017), porém estudo realizado na Paraíba no nordeste brasileiro, apresenta um

grande número de participantes informais. Em contrapartida alguns estudos

brasileiros, mostraram que a maior parte dos participantes eram estudantes,

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62

seguida das pessoas assalariadas (BRITO et al., 2014). Sabe-se que o baixo

nível educacional está associado à baixa renda familiar, dificultando acesso

rápido ao diagnóstico, continuidade do tratamento, expondo o indivíduo a

condição de vulnerabilidade social, sendo um importante fator de risco à saúde.

Em relação ao estado matrimonial, observou-se predominância de

casados e que constituem união estável, dado que diverge em relação ao

estudo realizado no Nepal, que afirma a interferência da percepção da

hanseníase com relação ao início e manutenção de um casamento (TRY,

2006). Esta percepção tem implicações para o estigma que incluem crenças

sobre a causa da doença, como ela é transmitida e as reações cognitivas que

estimulam a estigmatização dos indivíduos, tornando esses indivíduos pouco

atraentes para o casamento.

A avaliação do grau de incapacidade é essencial para avaliação da

precocidade do diagnóstico da hanseníase. Este estudo corrobora com estudos

nacionais que demonstram a presença de graus 1 e 2 de incapacidade física,

favorecendo a exposição desses pacientes ao estigma e a discriminação

(BRITO et al., 2015). Apesar de todo esforço da OMS em erradicar a

hanseníase no mundo, os pacientes continuam sendo diagnosticados

tardiamente e desenvolvendo incapacidades, comprometendo a qualidade de

vida.

6.2 Incapacidades funcionais por instrumentos padronizados e

validados.

O estudo quantitativo avaliou o participante com hanseníase no âmbito

biopsicossocial, identificando deficiências e restrições do ambiente a partir de

instrumentos de avaliação clínica. A deficiência é uma alteração na estrutura do

corpo e dificuldade no funcionamento do corpo da pessoa ou da sociedade, em

um ou mais domínios da vida. Essa é a visão da CIF para um indivíduo com

qualquer condição de saúde, como a hanseníase em interação com fatores

ambientais (VAN BRAKEL et al., 2012).

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63

Estrutura e função do corpo são classificados na CIF de acordo com os

sistemas orgânicos, ou seja, suas estruturas, aspectos fisiológicos e

psicológicos (FARIAS; BUCHALLA, 2005). Devido a existência de inúmeros

elementos classificados neste domínio, utilizamos diversos instrumentos de

avaliação comumente utilizados na pratica clínica do cuidado ao paciente com

hanseníase e alguns instrumentos como proposta de avaliação para que

houvesse uma avaliação de acordo com o modelo da CIF.

A avaliação das partes anatômicas do corpo afetadas pela hanseníase,

representando o domínio estrutura do corpo, foi investigada através da

avaliação neurológica simplificada. A organização mundial de saúde sugere

essa avaliação como uma das propostas para o controle e erradicação da

hanseníase no mundo (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002; KUMAR;

DOGRA, 2009).

De acordo com essa análise, foi possível observar a pele e os nervos

como as principais estruturas afetadas nos participantes com hanseníase

desse estudo. Corroborando com o estudo de SANTOS et al., (2016), que

apresentou 18% dos participantes com mais de 2 nervos afetados. Os nervos

periféricos são acometidos diretamente pelo bacilo da hanseníase e durante os

estados reacionais. O processo inflamatório pode ser intenso causando

desmielinização das células de Schwann e resultar danos irreversíveis se o

diagnóstico for tardio e o tratamento ineficaz. Apesar de alguns autores

criticarem a avaliação clínica subjetiva é um método barato e de fácil realização

(JAIN; VISSER; SUNEETHA, 2016). O diagnóstico da hanseníase é feito após

um exame histológico da pele e a OMS defende a classificação dos pacientes

em grupos PB e MB com base na contagem de lesões corporais (BHAT;

PRAKASH, 2012; BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).

Em contrapartida apenas 4% dos participantes deste estudo

apresentaram lesão da estrutura do olho, representada pelo ectrópio e nenhum

dos participantes desenvolveu triquíase. No Reino Unido, estudo realizado em

2011 encontrou ectrópio em 3,5% dos participantes e triquíase em 5,5% dos

participantes (SALEM, 2012). No Acre, MORENO et al., 2003 relatou em seu

estudo que 100% dos participantes apresentaram alguma alteração ocular,

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64

entre elas o ectrópio apareceu em 1,9% dos participantes e triquíase em 3,5%

dos participantes. Esta afecção causa impacto na visão o que impacta na

qualidade de vida dos pacientes afetados porque não podem mais confiar nos

olhos para proteger seus membros anestésicos.

O domínio função do corpo foi avaliado utilizando parte da avaliação

neurológica simplificada, proposta pela OMS, NRS e McGill. A diminuição da

sensibilidade do olho estava presente em 65% dos participantes e a diminuição

da acuidade visual estava presente em 38% neste estudo. SALEM, (2012)

observou 15,9% dos participantes apresentavam hipoestesia da córnea. As

duas manifestações oculares são as principais funções oculares afetadas no

paciente com hanseníase. A acuidade funcional dimensiona a gravidade do

risco das alterações oculares, e a hipoestesia da córnea aumenta o risco de

lesão por causa da diminuição protetora (MORENO et al., 2003).

O acometimento do nervo periférico conduz a perda progressiva de força

muscular e sensibilidade tátil. Pacientes com hanseníase apresentam prejuízo

da função motora sensorial e autonômica.

A maioria dos participantes deste estudo apresentaram diminuição da

força muscular nos músculos testados com teste de força muscular subjetiva. A

OMS preconiza a avaliação bilateral da força dos seguintes músculos: adutor

do dedo mínimo, abdução do polegar, extensor de punho, extensor do hálux,

dorsiflexor do pé. Esses achados corroboram com os dados de VÉRAS et al.,

(2012) que analisou a força do extensor longo do hálux e dorsiflexores direito e

esquerdo que apresentaram diminuição da força muscular quando comparados

com o grupo controle. Durante a eletroneuromiografia é possível observar um

declínio significativo das velocidades de condução do nervo motor

(MARAHATTA et al., 2016).

Outra função avaliada foi a sensibilidade tátil dos pés e das mãos, com a

utilização do monofilamento de nylon Semmes-Weinstein, de acordo com a

sugestão da OMS. Todos os participantes deste estudo (100%) apresentaram

diminuição de sensibilidade do pé bilateralmente e mais da metade dos

participantes apresentaram diminuição de sensibilidade na mão esquerda

(81%) e na mão direita (89%). DE PAULA LIMA et al., (2016) verificou em sem

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65

estudo que 95-98% dos participantes apresentaram diminuição da

sensibilidade utilizando o mesmo instrumento de avaliação.

Dor é uma queixa frequente entre os pacientes, apesar de haver uma

percepção generalizada de que as perdas sensoriais não permitiriam que o

portador de hanseníase apresentasse a sensação dolorosa (ARCO et al., 2016;

VÉRAS et al., 2012). Esta percepção é tão real que causa isolamento e

diminuição da qualidade de vida. Em estudo realizado no nordeste, 75% dos

pacientes com hanseníase relataram sentir dor (SANTOS et al., 2016). O

estímulo nociceptivo secundário à inflamação nas fibras nervosas íntegras

(reações imunomediadas) ou secundária ao dano ou disfunção do sistema

nervoso sensorial provocam a dor que em nossa análise, foi possível verificar

que a dor neuropática é comum entre os participantes com hanseníase.

O domínio atividade e participação descrevem como o indivíduo realiza

as atividades de vida diária e se envolve na vida social, considerando as

funções e estrutura do corpo. O indivíduo pode apresentar limitação para

realizar atividades e restrição para se envolver em situações da vida (FARIAS;

BUCHALLA, 2005). Seguindo o conceito da CIF, utilizamos instrumentos como

box and block, nine hole pegs, FAB, TC6, Salsa para avaliar diversas

atividades de vida diária e utilizamos a escala PAR para identificar como a

hanseníase afeta a participação social.

A fraqueza muscular, diminuição da sensibilidade tátil e as lesões de

pele podem evoluir para deformidades e diminuição na habilidade manual

reduzindo a função. Impactando diretamente na realização de atividades

diárias, diminuição da capacidade de trabalho e isolamento social (FERREIRA;

ROCHA; ALVAREZ, 2012; GRICE et al., 2003). Os movimentos realizados no

teste box and block e nine hole pegs reproduz em movimentos semelhantes ao

executados em diversas atividades cotidianas, traduzindo uma ideia mais

realista de quão bem esse indivíduo realiza as atividades com membro superior

(KONTSON et al., 2017). Verificamos em nossos achados que 88% dos

participantes apresentaram limitação para uso fino da mão e do braço e 65%

dos participantes apresentaram limitação para o uso fino apenas da mão,

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66

gerando impacto na nas atividades de vida diária e laborais desses

participantes.

O equilíbrio também pode ser alterado na hanseníase, pois este é a

integração da propriocepção, informações sensoriais e respostas motoras para

ajustes. Pacientes com hanseníase e alteração do sistema sensório motor em

membro inferior, principalmente da face cutânea plantar são responsável pela

alteração do equilíbrio (ALFIERI, 2008; MENDES AZ, 2015). Apesar da maioria

dos pacientes deste estudo apresentarem diminuição da sensibilidade tátil e

força muscular, apenas 8% dos participantes apresentaram déficit de equilíbrio.

Contudo ainda consideramos o equilíbrio como uma limitação desta população.

Marcha é uma atividade essencial da vida diária e pode estar afetada

por desordens neurológicas causadas pela hanseníase. A perda de

sensibilidade e força os pés pode levar a desorganização muscular e óssea do

pé, alterando a pressão de distribuição de peso no solo. Estas alterações

podem estimular o desenvolvimento de deformidades que muitas vezes são

causadas pela absorção óssea ou amputação de dedos ou parte do pé

impactando diretamente na marcha (KARMAKAR; JOSHUA; MAHATO, 2015;

SLIM et al., 2011). Com a alteração da biomecânica da marcha, o paciente

com hanseníase possui prejuízo da distância percorrida, como encontrado em

nosso estudo onde todos (100%) os participantes percorreram uma distância

menor do que o previsto para o gênero, no TC6.

A escala SALSA foi utilizada com o objetivo de abranger o maior número

de atividade, pois a mesma investiga diversas atividades do dia a dia propostas

pelo grupo de pesquisa da CIF. Ao avaliar as principais limitações dos

participantes deste estudo verificamos que 76% apresentaram alguma

limitação. Diferente do estudo de ABEN-ATHAR et al., (2017) que encontrou

em sua população estudada a minoria (46,4%) com algum tipo de limitação.

Diante de todas as disfunções do corpo e das limitações de atividades, a

participação social de pacientes com hanseníase é enormemente afetada. As

sequelas e incapacidades provocam o isolamento social , por isso essa

restrição é um grande indicador da qualidade de vida. A escala de participação

mensura a participação social, quantificando as restrições à participação

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percebidas por pessoas com hanseníase (STEVELINK et al., 2013). Em nossa

população, 70% dos participantes apresentaram algum tipo de restrição da

participação. Dados de estudo na Indonésia, assemelham-se ao encontrado

neste estudo, quando apresentam 62% dos participantes apresentam algum

tipo de restrição da participação social (VAN BRAKEL et al., 2012).

Fatores ambientais, de acordo com a CIF, constituem o ambiente físico,

social e de atitudes em que as pessoas vivem e conduzem suas vidas. CHIEF

caracteriza as barreiras ambientais norteando ações locais e globais visando

promover a participação social (EPHRAIM et al., 2006; FURTADO et al.,

2014).No presente estudo, ao avaliar a magnitude do problema, todos os

participantes (100%) relataram alguma barreira como grande impacto.

Após a extração dos conceitos de todos os itens e de instrumentos

completos mais prevalentes entre os pacientes com hanseníase, foi identificado

as categorias da CIF de cada domínio que compõe a lista final de categorias da

CIF para hanseníase. De acordo com a literatura, as categorias identificadas

neste estudo foram descritas em muitos estudos como áreas importantes a

serem considerados (ABEN-ATHAR et al., 2017; ARAÚJO et al., 2014; DE

SOUZA et al., 2016; LIU, 2017; OMS, 2016a; VÉRAS et al., 2012).

O conjunto de categorias da CIF para hanseníase, a partir de estudos

clínicos, identificados neste estudo indicou que o domínio mais predominante

foi atividade e participação. Esta informação orienta equipes multidisciplinar na

prática clínica, sobre quais instrumentos podem ser utilizados para avaliação,

auxilia a estabelecer metas de intervenção e facilitar o acompanhamento desta

população. Essa contribuição fornece ao meio cientifico uma nova visão acerca

da hanseníase e contribui para o desenvolvimento do core set da CIF.

6.3 Incapacidades funcionais na percepção da pessoa com

hanseníase.

A investigação da percepção do paciente sobre aspectos da

funcionalidade, ambiente e fatores pessoais são valorizados, quando o grupo

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de pesquisa da CIF propõe este modelo de estudo como parte integrante da

fase preparatória do Core set (SCHIARITI et al., 2015; SELB et al., 2014).

A percepção do paciente sobre a estrutura do seu corpo acometida foi

em sua maioria mãos, membro superior, pés e membros inferior. Apesar da

maioria dos participantes ter concluído o ensino médio, 27% dos participantes

não eram alfabetizados. Justificando respostas superficiais, mesmo quando

perguntado especificamente sobre o sistema acometido, demonstravam a falta

de conhecimento sobre a anatomia do corpo humano. Portanto a falta de

conhecimento pode ter influenciado pois em diversas respostas houve uma

generalização de partes do corpo.

A pele foi citada em apenas 43% dos participantes neste estudo. Relato

contraditório em relação ao estudo de NICHOLLS; CHHINA; BRO (2005) que

demonstrou ser a afecção a pele o principal motivo para procurar o serviço de

saúde. Quando a pele é acometida o paciente prontamente procura o serviço

de saúde para tratamento e teme sofrer discriminação pela exposição da lesão

(SHETTY; GAIKWAD, 2011).

A função do corpo mais relatada pelos participantes deste estudo foi a

dor (54%), seguido de dormência (39%) e a fraqueza muscular (32%). No sul

de Gana, a dor também foi a função mais relatada pelos participantes do

estudo, favorecendo a redução da mobilidade (BELLO; DENGZEE; IYOR,

2013). Mais da metade dos participantes relataram dor e dormência como

principais alterações da função, sugerindo provável presença de distúrbios

musculoesqueléticos. VÉRAS et al., (2012), confirma em seu estudo com uso

de eletromiografia a fraqueza muscular relatado pelos participantes do estudo

com hanseníase, proveniente de uma provável afecção nervosa.

As disfunções da estrutura e função do corpo impactam em limitação de

atividades de vida diária e laborais. Em nosso estudo, verificamos que 32%

relataram restrição para o trabalho e limitação para marcha (29%). Manusear

utensílios e ferramentas é uma atividade desafiadora para muitos pacientes

com hanseníase que apresentam dor e fraqueza muscular, tornando difícil

conseguir um novo emprego ou mantê-lo (MAIA; TEIXEIRA; SILVA, 2016;

MCCORMICK et al., 2008). Discordando com o nosso estudo que todos os

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pacientes apresentaram prejuízo na distância percorrida quando comparado

com a distância prevista, menos da metade dos participantes do estudo

qualitativo relataram limitação para marcha. A perda de sensibilidade e força

dos músculos do pé pode levar a alteração biomecânica, gerando uma má

distribuição de peso no solo (KARMAKAR; JOSHUA; MAHATO, 2015).

Quando questionado ao participante deste estudo sobre o que facilitava

sua vida, no ambiente em que vivia, o apoio familiar foi o facilitador

predominante. Diante do sofrimento, seja ele físico ou psicológico e do medo

da exclusão social o apoio familiar é fundamental para facilitar o enfrentamento

da doença (LUSLI et al., 2016; SARKAR; PRADHAN, 2016). O esclarecimento

proposto pelas metas de erradicação da hanseníase é responsável por essa

aproximação familiar, mesmo com o conhecimento do diagnóstico (OMS,

2016a).

Em relação a barreira do ambiente, 25% dos participantes relatou o

desemprego como principal barreira seguido do clima quente e da vizinhança

(14%). Devido as disfunções e sequelas que o paciente com hanseníase

desenvolve o período produtivo pode ser reduzido em 30%, gerando impacto

financeiro na vida pessoal, familiar e social (RAO et al., 2013). Enquanto alguns

participantes relataram a família como facilitador, outros relatam a atitudes

preconceituosas de vizinhos. Este comportamento pode estar associado ao

estigma sofrido pelo portador de hanseníase que persiste desde a época dos

leprosários (VAN BRAKEL et al., 2012).

Depois de ter identificado os conceitos ligantes mais prevalentes das

respostas dos participantes, foi determinada a categoria referente ao conceito

em cada domínio da CIF. Este conjunto de categorias, a partir do estudo

qualitativo fornece a percepção dos portadores de hanseníase vivenciado no

dia a dia. A percepção do paciente oferece uma nova visão que contribuirá

para o desenvolvimento do core set.

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6.4 Análise comparativa dos resultados dos estudos quantitativo e

qualitativo

Comparando a quantidade absoluta de categorias de 2º nível, extraídas

dos dois estudos, observou-se uma diferença na quantidade de categorias por

domínio. As avaliações clínicas, no estudo quantitativo demonstraram um

número maior de categorias no domínio atividade (24 categorias selecionadas).

Em contrapartida, no estudo qualitativo, a percepção do paciente apresentou

um número maior de categorias no domínio fatores ambientais (14 categorias

selecionadas). Porém, quando o número relativo de categorias, ou seja, a

percentagem relativa total de categorias da CIF existente em cada domínio, os

dois estudos, tanto o quantitativo quanto o qualitativo, demonstraram uma

semelhança na predominância de categorias no domínio dos fatores

ambientais. Sugerindo então um resultado semelhante das duas formas de

abordagem, quantitativa e qualitativa, demonstrando a relevância do impacto

dos fatores ambientais em pacientes com hanseníase.

6.5- Limitações do estudo

Este estudo realizou um estudo clínico nos dois maiores centros de

referência em hanseníase do estado de Sergipe. Contudo, é necessário que

mais centros de referência de outros estados do Brasil sejam inseridos no

estudo. A coleta de dados e consequentemente o número de participantes da

pesquisa foi comprometida pelas greves do serviço de saúde Municipal e

Federal, dificultando o acesso do paciente aos centros de coleta. A amostra

não probabilística impede que possamos inferir os resultados na população de

pacientes com hanseníase no estado de Sergipe, porém a falta de registros

exatos nos impediu de ter um cálculo amostral preciso.

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7- CONCLUSÃO

Conclui-se que o sexo masculino, diagnosticado com hanseníase na

forma multibacilar, com idade média de 44,9 (±13,6). O maior número de

participantes cursou o ensino médio completo e estavam empregados.

As incapacidades funcionais mais relevantes dos pacientes com

hanseníase estão presentes nos domínios atividades, participação e fatores

ambientais. A lista de categorias selecionadas para o core set da CIF para

hanseníase originado no estudo clínico quantitativo e seus respectivos

instrumentos de avaliação clínica, podem orientar equipes multidisciplinares

que trabalham com hanseníase, sobre quais instrumentos podem ser utilizados

para avaliação baseada no modelo da CIF.

O conjunto de categorias extraído na abordagem qualitativa equivale a

percepção do indivíduo com hanseníase sobre suas incapacidades funcionais.

Além de promover e facilitar o uso da CIF, o core set da CIF originado da

abordagem qualitativa estimula um novo olhar sobre esta população.

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8- PERSPECTIVAS FUTURAS

Para concluir o core set da hanseníase, apenas mais um estudo é

necessário, um questionário com um comitê de experts, visando reunir opiniões

de especialistas em hanseníase sobre aspectos dos domínios da

funcionalidade e fatores contextuais da CIF relevantes para pessoas com

hanseníase, após esse estudo a primeira versão do core set deve ser

apresentada a um grupo de representantes nacionais e internacionais,

estudiosos e pesquisadores da hanseníase, para que o core set final da CIF

para hanseníase seja estabelecido.

As próximas pesquisas consistirão na implementação do Core set da

CIF para hanseníase em centros de referência e atendimentos para esses

pacientes.

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80

APÊNDICE A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

MAPEAMENTO E INTERVENÇÃO BIOPSICOSSOCIAL DAS INCAPACIDADES

FUNCIONAIS DOS PORTADORES DE HANSENÍASE

Prezado (a) Senhor (a):

Gostaríamos de convidá-lo (a) a participar do projeto de pesquisa e

extensão “Mapeamento e intervenção biopsicossocial das incapacidades

funcionais dos portadores de hanseníase”, realizada em Aracaju- SE. O

objetivo deste projeto é classificar e intervir nas incapacidades funcionais de

indivíduos diagnosticados com hanseníase no município de Ar\acaju. A sua

participação é muito importante e ela se daria da seguinte forma: Respondendo

a questionários, participando de avaliações clínicas e participando de

atividades individuais ou em grupo e palestras.

A sua participação é totalmente voluntária, podendo você: recusar-se a

participar, ou mesmo desistir a qualquer momento sem que isto acarrete

qualquer ônus ou prejuízo à sua pessoa. Informamos ainda que as informações

serão utilizadas somente para os fins deste estudo e serão tratadas com o mais

absoluto sigilo e confidencialidade, de modo a preservar a sua identidade.

Os benefícios esperados são aumento do conhecimento sobre a

prevenção e autocuidados das incapacidades funcionais causadas pela

hanseníase, aprendizagem sobre a autoavaliação funcional e melhora das

atividades e participação social através das intervenções oferecidas ao grupo.

Informamos que o (a) senhor (a) não pagará nem será remunerado por sua

participação. Caso você tenha dúvidas ou necessite de maiores esclarecimentos pode

nos contactar (Pesquisadora responsável - Profa. Dra. Sheila Schneiberg, e-mail:

[email protected], cel: 79-9198-8309), ou procurar o Comitê de Ética em

Pesquisa envolvendo seres humanos da Universidade Federal de Sergipe, na Cidade

Universitária Prof. José Aloísio de Campos, Av. Marechal Rondon, s/n Jardim Rosa

Elze - CEP 49100-000 - São Cristóvão/SE, ou no telefone (79) 2105-6600. Este termo

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81

deverá ser preenchido em duas vias de igual teor, sendo uma delas, devidamente

preenchida e assinada entregue a você.

Lagarto, ___ de ________de 2013.

____________________________

Profa. Dra. Sheila Schneiberg

RG:6.495.130.88

_____________________________________ (nome por extenso do

participante), tendo sido devidamente esclarecido sobre os procedimentos do

projeto de pesquisa e extensão, concordo em participar voluntariamente da

pesquisa descrita acima.

Assinatura (ou impressão dactiloscópica): ____________________________

Data: ___________________

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82

APÊNDICE B

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

FICHA DE AVALIAÇÃO FUNCIONAL

DADOS PESSOAIS Data da avaliação:

___/___/____

Nome:_______________________________________________Número: _________

Data de Nascimento:___/___/___ Idade:______ Sexo: M ( ) F ( )

Telefone:______________

Endereço

(Bairro/Município):_____________________________________________________

Anos de Educação Formal:

Não é alfabetizado (não sabe ler e escrever ( ) Ensino médio incompleto (

)

Alfabetizado (sabe ler e escrever) ( ) Ensino médio completo (

)

Ensino fundamental incompleto ( ) Ensino superior

incompleto ( ) Ensino fundamental completo ( ) Ensino superior

completo ( )

Ocupação:

Emprego assalariado ( ) Aposentado (

)

Trabalha por conta própria (autônomo) ( ) . Desempregado (razão de saúde) (

)

Não assalariado, voluntário/ caridade ( ) . Desempregado (outra razão) ( )

Estudante ( ) . Outro ( ) ________________________

Prendas domésticas/ Dona de casa ( )

Estado Matrimonial:

Solteiro ( ) União estável ( )

Casado ( ) Viúvo ( )

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83

Separado ( ) . Outro ( )_______________________

DADOS CLÍNICOS:

Classificação Operacional: PB ( ) MB( ) Forma

Clínica:__________________________

Situação do Tratamento:

Trata a Hanseníase ( )

Trata Reações ( ): Tipo I ( ) Tipo II ( )

Alta do tratamento ( )

Recidiva: ( )

Outro ( ) ____________________________________________________

Data início PQT:___/___/___ Data alta PQT:___/___/___

Observações:__________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

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84

APÊNDICE C

TESTE BOX AND BLOCK (Mathiowetz, 1985)

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85

APÊNDICE D

TESTE NINE HOLE PEGS (Mathiowetz, 1985)

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86

APÊNDICE E

TESTE DE CAMINHADA DE 6 MIN

Voluntário

BORG

0 MIN

Repouso

BORG

2 MIN

BORG

4 MIN

BORG

6 MIN

Distância TOTAL

(tamanho do circuito = ___m)

número de voltas completas +

metros na volta final:

Peso (KG) e Altura (cm)

para posterior cálculo da distância prevista

FCi ___ & FCf____ SatO2i___ & Sat02f_____

1 _____+___= ____ _____kg e _____cm FCi ___ & FCF____ SatO2i___ & Sat02f_____

2 _____+___= ___ _____kg e _____cm FCi ___ & FCF____ SatO2i___ & Sat02f_____

3 _____+___= ___ _____kg e _____cm FCi ___ & FCF____ SatO2i___ & Sat02f_____

4 _____+___= ___ _____kg e _____cm FCi ___ & FCF____ SatO2i___ & Sat02f_____

5 _____+___= ___ _____kg e _____cm FCi ___ & FCF____ SatO2i___ & Sat02f_____

6 _____+___= ___ _____kg e _____cm FCi ___ & FCF____ SatO2i___ & Sat02f_____

7 _____+___= ___ _____kg e _____cm FCi ___ & FCF____ SatO2i___ & Sat02f_____

8 _____+___= ___ _____kg e _____cm FCi ___ & FCF____ SatO2i___ & Sat02f_____

9 _____+___= ___ _____kg e _____cm FCi ___ & FCF____ SatO2i___ & Sat02f_____

10 _____+___= ___ _____kg e _____cm FCi ___ & FCF____ SatO2i___ & Sat02f_____

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ANEXO A

PARECER DO CÔMITE DE ÉTICA E PESQUISA

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ANEXO B

AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA SIMPLIFICADA

AVALIAÇÃO DA FACE E PELE

Nome:_________________________________________________Número:________

QUEIXA PRINCIPAL:

Nariz:

_____________________________________________________________________

( )Sem Queixas

Olhos: _________________________________________________________

________________________________________________ ( )Sem Queixas

INSPEÇÃO

Legenda: S= SIM N= Não

Presença de manchas na pele? ( ) Sim ( )Não

Localização:

( ) Face

( ) Membros Superiores

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90

( ) Membros Inferiores

( ) Tronco (região anterior)

( ) Tronco (região posterior)

( )Outra região do corpo. Qual?____________________________________________

Observações:__________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

Avaliador:____________________________________

FICHA DE AVALIAÇÃO DOS MEMBROS SUPERIORES

Nome:_________________________________________________Número:________

PALPAÇÃO DOS NERVOS

Membros

Superiores

1ª / / 2ª / / 3ª / /

Queixa Principal

Palpação dos

nervos

D E

DOR

D E

DOR

D E

DOR

Ulnar

Mediano

Radial

Legenda: N= Normal E=Espessado Dor: S= Sim N= Não

Observações:__________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR

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91

Avaliação da

Força

1ª 2ª 3ª

D E D E D E

Adutor do polegar.

Adução do polegar em

direção à palma da mão.

(nervo ulnar).

Oponente do

polegar. Oposição do

polegar (n. mediano)

Extensor longo/

curto do polegar.

Extensão da articulação

MCF e IF (n. radial)

Flexor curto/ longo

do polegar. Flexão

da articulação MCF e IF

(n. mediano/ ulnar)

Oponente do dedo

mínimo. Oposição do

dedo mínimo (n. ulnar)

Flexor do dedo

mínimo. Flexão da

articulação MCF (n.

ulnar)

Avaliação da

Força

1ª 2ª 3ª

D E D E D E

Interósseos

dorsais. Abdução dos

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92

dedos (n. ulnar)

Interósseos

palmares. Adução

dos dedos (n. ulnar)

Flexor superficial

dos dedos. Flexão

das articulações IFP

(n.mediano)

Extensor dos

dedos, do

indicador e

mínimo. Extensão das

articulações MCF (n.

radial)

Flexor ulnar do

carpo. Flexão do

punho com desvio ulnar

(n. ulnar)

Flexor radial do

carpo. Flexão do carpo

com desvio radial (n.

mediano)

Legenda: MCF= metacarpofalangiana IFP=interfalangiana proximal IFD= interfalangiana distal

F= forte, D=diminuído, P=paralisado / 5=forte, 4=resistência parcial, 3=movimento completo, 2=

movimento parcial, 1=contração, 0=paralisado.

INSPEÇÃO E AVALIAÇÃO SENSITIVA

1ª 2ª 3ª

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93

D E D E D E

Legenda: Monofilamentos= seguir cores Garra móvel= GM Garra rígida=GR Reabsorção= R Ferida=F

Observações:__________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

FICHA DE AVALIAÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES

Nome:________________________________________________Número:________

PALPAÇÃO DOS NERVOS

Membros

Inferiores

1ª / / 2ª / / 3ª / /

Queixa Principal

Palpação dos

nervos

D E

DOR

D E

DOR

D E

DOR

Fibular

Tibial posterior

Legenda: N= Normal E=Espessado Dor: S= Sim N= Não

Observação:___________________________________________________________

____________________________________________________________________

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94

AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR

Avaliação da

Força

1ª 2ª 3ª

D E D E D E

Tibial posterior.

Inversão na posição de

flexão plantar (n. tibial)

Solear. Flexão plantar

do tornozelo (n. tibial)

INSPEÇÃO E AVALIAÇÃO SENSITIVA

1ª 2ª 3ª

D E D E D E

Legenda: Monofilamentos= seguir cores Garra móvel= GM Garra rígida=GR Reabsorção= R Ferida=F

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95

ANEXO C

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ANEXO D

ESCALA NÚMERICA DE 11 PONTOS (Ferreira-Valente; Pais-Ribeiro;

Jensen, 2011)

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97

ANEXO E

QUESTIONÁRIO DE DOR MCGILL (Andrucioli et al, 1997)

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98

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99

ANEXO F

ESCALA DE EQUILÍBRIO AVANÇADO DE FULLERTON (Rose et al., 2006)

Equilíbrio Avançado de Fullerton- Versão Brasileira

(Debbie Rose, PhD. Fullerton Advanced Balance Scale. California State University, Fullerton Center for

Successful Aging)

Nome:____________________________________ Data do Teste: ______________

Idade:___________________________________ Sexo: F M

1. Ficar em pé com os pés juntos e os olhos fechados ( ) 0 Não é possível obter a posição ereta correta sem ajuda. ( ) 1 Capaz de obter a posição correta sem ajuda, mas não conseguiu manter a posição ou manter os olhos fechados por mais de 10 segundos. ( ) 2 Capaz de manter a posição ereta correta com os olhos fechados por mais de 10 segundos, mas só consegue manter a posição por menos de 30 segundos. ( ) 3 Capaz de manter a posição ereta correta com os olhos fechados por 30 segundos, mas requer uma atentiva supervisão. ( ) 4 Capaz de manter a posição ereta correta com os olhos fechados de forma segura por 30 seg. 2. Alcançar um objeto colocado na frente (lápis), na altura dos ombros e no comprimento do braço completamente estendido. ( ) 0 Incapaz de alcançar o lápis sem dar mais do que dois passos. ( ) 1 Capaz de alcançar o lápis, mas precisa dar dois passos. ( ) 2 Capaz de atingir o lápis, mas precisa dar um passo. ( ) 3 Pode alcançar o lápis, sem mover os pés, mas requer supervisão. ( ) 4 Pode alcançar o lápis com segurança e sem ajuda, sem mover os pés. 3. Virar 360 graus para direita e para esquerda. ( ) 0 Necessita de ajuda manual, enquanto está virando. ( ) 1 Necessita de supervisão próxima ou comando verbal enquanto está girando. ( ) 2 Capaz de girar 360 graus, mas leva mais de quatro passos em ambos os sentidos. ( ) 3 Capaz de girar 360 graus, mas não conseguiu concluir em quatro passos ou menos em uma das direções. ( ) 4 Capaz de girar 360 graus com segurança e realizar quatro passos ou menos em ambas direções. *4. Subir no banco com uma perna e ultrapassar ele com a outra (banco de 15,24 cm/6-inch).

( ) 0 Não é possível passar por cima do banco, sem perda de equilíbrio ou assistência manual. ( ) 1 Capaz de pisar sobre o banco com a perna que esta na liderança, mas a perna que está atrás faz contato com o banco ou balança ao redor do banco durante a fase de balanço em ambas direções. ( ) 2 Capaz de pisar no banco com a perna que esta na liderança, mas a perna que esta na fase de balanço faz contato com o banco ou balança ao redor do banco na fase de balanço em uma direção. ( ) 3 Capaz de completar o pisar no e ultrapassar o banco em ambas as direções, mas requer uma supervisão máxima em uma ou ambas direções.

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100

( ) 4 Capaz de completar o pisar no e ultrapassar o banco em ambas as direções de forma segura e independente. *5. Deambular em tandem. ( ) 0 Incapaz de completar 10 passos de forma independente. ( ) 1 Capaz de completar os 10 passos com mais de cinco interrupções. ( ) 2 Capaz de completar os 10 passos com 3-5 interrupções. ( ) 3 Capaz de completar os 10 passos com 1-2 interrupções. ( ) 4 Capaz de completar os 10 passos de forma independente e sem interrupções. *6. Ficar em pé com apenas uma perna. ( ) 0 Incapaz de tentar ou precisa de assistência para evitar a queda. ( ) 1 Capaz de levantar a perna independentemente, mas incapaz de manter a posição por mais de 5 seg. ( ) 2 Capaz de levantar a perna independentemente e manter a posição por mais de cinco e menos de 12 segundos. ( ) 3 Capaz de levantar a perna independentemente e manter a posição por 12 segundos ou mais, mas menos de 20 segundos. ( ) 4 Capaz de levantar a perna independentemente e manter a posição no total de 20 segundos. 7. Ficar em pé na espuma com os olhos fechados. ( ) 0 Não é possível pisar na espuma ou manter a posição em pé de forma independente com os olhos abertos. ( ) 1 Capaz de pisar na espuma independentemente e manter a posição de pé, mas incapaz ou indisposto a fechar os olhos. ( ) 2 Capaz de pisar na espuma independentemente e manter a posição de pé com os olhos fechados por 10 segundos ou menos. ( ) 3 Capaz de pisar na espuma independentemente e manter a posição de pé com os olhos fechados por mais de 10 segundos, mas menos que 20 segundos.

( ) 4 Capaz de pisar na espuma independentemente e manter a posição de pé com os olhos fechados por 20 segundos. Não fazer o item n º 8, se item n º 4 do teste não foi realizado de forma segura e / ou se houver contra-indicação para realizar este item (reveja instruções de administração de teste para contra-indicações). Pontue ZERO e passe para o próximo item de teste. 8. Pular com os dois pés ( ) 0 Indiposto ou incapaz de tentar ou realiza tentativas de iniciar o salto com os dois pés, mas um ou ambos pés não deixam o chão. ( ) 1 Capaz de iniciar salto com os dois pés, mas um dos dois pés sai do chão ou aterriza no chão antes do outro. ( ) 2 Capaz de realizar salto com os dois pés, mas incapaz de saltar mais longe do que o comprimento dos seus próprios pés. ( ) 3 Capaz de realizar salto com os dois pés e alcançar uma distância maior do que o comprimento de seus próprios pés. ( ) 4 Capaz de executar salto de dois pés e alcançar uma distância maior do que o dobro do comprimento de seus próprios pés. 9. Virar a cabeça enquanto anda. ( ) 0 Incapaz de andar 10 passos de forma independente, mantendo a cabeça girando pelo menos 30° em um ritmo estabelecido. ( ) 1 Capaz de andar 10 passos de forma independente, mas incapaz de completar o número necessário de giros da cabeça em pelo menos 30° em um ritmo estabelecido. ( ) 2 Capaz de andar 10 passos, mas se desvia da linha reta enquanto gira a cabeça a 30° em um ritmo estabelecido. ( ) 3 Capaz de andar 10 passos em linha reta enquanto gira a cabeça 30° em um ritmo estabelecido, mas a cabeça fica a menos de 30° em uma ou ambas as direções.

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101

( ) 4 Capaz de andar 10 passos em linha reta durante a execução do número necessário de giros da cabeça a 30° em um ritmo estabelecido. 10. Controle postural reativo. ( ) 0 Incapaz de manter o equilíbrio em pé, nenhuma tentativa observável de passo, necessita de ajuda manual para restaurar o equilíbrio. ( ) 1 Incapaz de manter o equilíbrio em pé, realiza dois ou mais passos e necessita de ajuda manual para restaurar o equilíbrio. ( ) 2 Incapaz de manter o equilíbrio em pé, realiza mais de dois passos, mas é capaz de restaurar o equilíbrio de forma independente. ( ) 3 Incapaz de manter o equilíbrio em pé, realiza dois passos, mas é capaz de restaurar o equilíbrio de forma independente ( ) 4 Incapaz de manter o equilíbrio em pé, mas capaz de restaurar o equilíbrio de forma independente com apenas um passo.

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102

ANEXO G

ESCALA MODIFICADA DE BORG

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103

ANEXO H

ESCALA SALSA

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104

ANEXO I

ESCALA DE PARTICIPAÇÃO

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105

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106

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107

ANEXO J

Craig Hospital Inventory of Environmental Factors - CHIEF

Diariamente Semanalmen

te

Mensalment

e

Menos que

mensalmente

nunca não se

aplica

Problema

Grande

Problema

pequeno

1.Nos últimos

12 meses,

com que

frequência a

disponibilidade

de transporte

tem sido um

problema para

você?

Quando esse

problema

ocorre, ele

tem sido

grande ou

pequeno?

o o o o o

o

o

2.Nos últimos

12 meses,

com que

frequência a

estrutura

física de sua

casa dificultou

você fazer o

que queria ou

precisava?

Quando esse

problema

ocorre, ele

tem sido

grande ou

pequeno?

o o o o o

o

o

3.Nos últimos

12 meses,

com que

frequência a

estrutura

o o o o o

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108

física de

prédios e

lugares que

você

frequenta na

escola ou

trabalho

dificultou você

fazer o que

queria ou

precisava?

Quando esse

problema

ocorre, ele

tem sido

grande ou

pequeno?

o

o

4.Nos últimos

12 meses,

com que

frequência a

estrutura

física de

prédios e

lugares que

você

frequenta na

sua

comunidade

dificultou você

fazer o que

queria ou

precisava?

Quando esse

problema

ocorre, ele

tem sido

grande ou

pequeno?

o o o o o

o

o

5.Nos últimos

12 meses,

com que

frequência o

ambiente

natural -

temperatura,

o o o o o

o

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109

terreno, clima

- dificultou

você fazer o

que queria ou

precisava?

Quando esse

problema

ocorre, ele

tem sido

grande ou

pequeno?

o

6.Nos últimos

12 meses,

com que

frequência

outros

aspectos do

ambiente ao

seu redor -

iluminação,

barulho,

multidão -

dificultou você

fazer o que

queria ou

precisava?

Quando esse

problema

ocorre, ele

tem sido

grande ou

pequeno?

o o o o o

o

o

7.Nos últimos

12 meses,

com que

frequência as

informações

que você

queria ou

precisava não

estiveram

disponíveis de

maneira que

você pudesse

usar ou

o o o o o

o

o

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110

entender?

Quando esse

problema

ocorre, ele

tem sido

grande ou

pequeno?

8.Nos últimos

12 meses,

com que

frequência a

disponibilidade

de educação e

treinamento

que você

necessitou tem

sido um

problema?

Quando esse

problema

ocorre, ele

tem sido

grande ou

pequeno?

o o o o o

o

o

9.Nos últimos

12 meses,

com que

frequência a

disponibilidade

de serviços de

saúde e

cuidados

médicos tem

sido um

problema?

Quando esse

problema

ocorre, ele

tem sido

grande ou

pequeno?

o o o o o

o

o

10.Nos

últimos 12

o o o o o

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111

meses, com

que frequência

a falta de

equipamentos

pessoais ou

dispositivos

especiais

adaptados tem

sido um

problema para

você? (Ex.:

aparelhos

auditivos,

óculos,

cadeira de

rodas...)

Quando esse

problema

ocorre, ele

tem sido

grande ou

pequeno?

o

o

11.Nos

últimos 12

meses, com

que frequência

a falta de

tecnologia de

informática

tem sido um

problema para

você?

Quando esse

problema

ocorre, ele

tem sido

grande ou

pequeno?

o o o o o

o

o

12.Nos

últimos 12

meses, com

que frequência

você precisou

da ajuda de

alguém na sua

casa e não

o o o o o

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112

obteve essa

ajuda

facilmente?

Quando esse

problema

ocorre, ele

tem sido

grande ou

pequeno?

o o

13.Nos

últimos 12

meses, com

que frequência

você precisou

da ajuda de

outra pessoa

na escola ou

trabalho e não

obteve essa

ajuda

facilmente?

Quando esse

problema

ocorre, ele

tem sido

grande ou

pequeno?

o o o o o

o

o

14.Nos

últimos 12

meses, com

que frequência

você precisou

da ajuda de

alguém na sua

comunidade e

não obteve

essa ajuda

facilmente?

Quando esse

problema

ocorre, ele

tem sido

grande ou

o o o o o

o

o

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113

pequeno?

15.Nos

últimos 12

meses, com

que frequência

as atitudes

das pessoas

em relação a

você tem sido

um problema

em casa?

Quando esse

problema

ocorre, ele

tem sido

grande ou

pequeno?

o o o o o

o

o

16.Nos

últimos 12

meses, com

que frequência

as atitudes

das pessoas

em relação a

você tem sido

um problema

na escola ou

trabalho?

Quando esse

problema

ocorre, ele

tem sido

grande ou

pequeno?

o o o o o

o

o

17.Nos

últimos 12

meses, com

que frequência

as atitudes

das pessoas

em relação a

você tem sido

um problema

na

comunidade?

o o o o o

o

o

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114

Quando esse

problema

ocorre, ele

tem sido

grande ou

pequeno?

18.Nos

últimos 12

meses, com

que frequência

a falta de

suporte e

encorajamento

das pessoas

na sua casa

tem sido um

problema?

Quando esse

problema

ocorre, ele

tem sido

grande ou

pequeno?

o o o o o

o

o

19.Nos

últimos 12

meses, com

que frequência

a falta de

suporte e

encorajamento

das pessoas

na escola ou

trabalho tem

sido um

problema?

Quando esse

problema

ocorre, ele

tem sido

grande ou

pequeno?

o o o o o

o

o

20.Nos

últimos 12

meses, com

o o o o o

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115

que frequência

a falta de

suporte e

encorajamento

das pessoas

na sua

comunidade

tem sido um

problema?

Quando esse

problema

ocorre, ele

tem sido

grande ou

pequeno?

o

o

21.Nos

últimos 12

meses, com

que frequência

você vivenciou

preconceito ou

discriminação?

Quando esse

problema

ocorre, ele

tem sido

grande ou

pequeno?

o o o o o

o

o

22.Nos

últimos 12

meses, com

que frequência

a falta de

programas e

serviços na

comunidade

tem sido um

problema?

Quando esse

problema

ocorre, ele

tem sido

grande ou

o o o o o

o

o

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116

pequeno?

23.Nos

últimos 12

meses, com

que frequência

as políticas e

regras de

empresas e

serviços

causaram

problemas

para você?

Quando esse

problema

ocorre, ele

tem sido

grande ou

pequeno?

o o o o o

o

o

24.Nos

últimos 12

meses, com

que frequência

programas e

políticas de

educação e

emprego

dificultaram

você fazer o

que queria ou

precisava?

Quando esse

problema

ocorre, ele

tem sido

grande ou

pequeno?

o o o o o

o

o

25.Nos

últimos 12

meses, com

que frequência

programas e

políticas

governamentai

s dificultaram

você fazer o

o o o o o

o

o

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117

que queria ou

precisava?

Quando esse

problema

ocorre, ele

tem sido

grande ou

pequeno?

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118

ANEXO K

EXPLANATORY MODEL INTERVIEW CATALOGUE COMUNITY STIGMA

SCALE - EMIC -CSS (Peters et al. 2014)

AS RESPOSTAS DURANTE A ENTREVISTAS PODEM SER: 2- SIM, 1- POSSÍVEL, 0 - NO E EU NÃO

SEI

* IMPORTANTE* NO ITEM 15 OS PONTOS SERÃO DIFERENTES: 0 -SIM, 1- POSSÍVEL, 2- NÃO,

0 - NÃO SEI.*

Questões da entrevista 0 1 2

E1. Uma pessoa que tenha hanseníase deve esconder que tem a doença de

outras pessoas, se for possível?

E2. Se um membro da sua família contrair a hanseníase, você se sentiria

mal?

E3. Na sua comunidade a hanseníase causa vergonha e culpa?

E4. Você acha que os outros fazem mal pensamentos das pessoas com

hanseníase

E5. Saber que a pessoa tem hanseníase causa um efeito ruim nos outros?

E6. Pessoas na sua comunidade evitariam as pessoas que tivessem

hanseníase?

E7. As pessoas deveriam evitar a casa de pessoas com hanseníase?

E8. As pessoas da sua comunidade pensariam mal da família das pessoas que

tem hanseníase?

E9. A hanseníase causa problemas para a família?

E10. Uma família deve ter cuidado ao dizer que um dos membros tem

hanseníase?

E11. Seria um problema para uma pessoa com hanseníase se casar?

E12. A hanseníase causa problemas no casamento das pessoas?

E13. Ter hanseníase causaria um problema para o parente dessa pessoa se

casar?

E14. Ter hanseníase traz dificuldades para a pessoa achar um trabalho?

E15. As pessoas comprariam comida que são vendidas por pessoas com

hanseníase?

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119

ANEXO L

COMPROVANTE DE SUBMISSÃO DO ARTIGO